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Valéria Calipo
Calipo, Valéria
C129m Mídias digitais sociais no auxílio ao EAD: as novas
tecnologias da informação e da comunicação como processo
facilitador na relação de ensino-aprendizagem / Valéria Calipo.
2013.
201 f.
CDD 302.2
FOLHA DE APROVAÇÃO
A Tese de doutorado intitulada: “Mídias digitais sociais no auxílio ao EAD: as novas tecnologias
da informação e da comunicação como processo facilitador na relação de ensino-aprendizagem ”,
elaborada por VALÉRIA CALIPO, foi apresentada e aprovada em 29 de maio de 2013, perante
banca examinadora composta por Prof. Dr. Sebastião Carlos de Moraes Squirra
(Presidente/UMESP), Profa. Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro (Titular/UMESP) e Prof. Dr.
Almir Martins Vieira (Titular/UMESP), Prof. Dr. Prof. Dr. Sidnei Barreto Nogueira(Titular/
Universidade Anhanguera), Prof. Dr. Dr. José Luiz Proença.
__________________________________________
Profº. Dr. Sebastião Carlos de Moraes Squirra
Orientador e Presidente da Banca Examinadora
________________________________________
Profº. Dr. Laan Mendes de Barros
Coordenador do Programa de Pós-Graduação
Agradeço a Deus em primeiro lugar, que me fortaleceu diante de todos os obstáculos que
apareceram em minha frente durante o trajeto percorrido. Agradeço a Ele pela minha vida, minha
fé e por todo o meu ser e é a Ele que dedico todo o meu trabalho.
Aos representantes da Universidade Metodista de São Paulo que mais uma vez acreditaram em
mim e possibilitaram minha caminhada até aqui.
Ao prof. Dr. Sebastião Squirra, pela orientação e conselhos que foram fundamentais para este
trabalho e também para o meu desenvolvimento pessoal.
Aos professores: Dr. Laan Mendes de Barros, Dr. José Salvador Faro, Dr. José Luiz Proença,
Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro, Dr. Almir M. Vieira e prof. Dr. Sidnei B. Nogueira por todas
as críticas, apontamentos, sugestões e direcionamentos que contribuíram, além de enriquecer o
conteúdo do meu trabalho.
Aos meus amigos e amigas prof. Almir M. Vieira, prof. Marino C. Bedin, prof. Sidnei B.
Nogueira, profa. Sonia Marques, profa. Fátima Aparecida Pighinelli Azar, profa. Adriana
Barroso de Azevedo, Talita Bronzin Dominiquini; Nanci Bortotto, pelas leituras sugestões e
correções feitas ao longo desses anos.
A minha amada filha Vanuzia que esteve sempre presente e disposta a ler por várias vezes o
trabalho, com delicadas correções, além de sempre me oferecer uma massagem que aliviavam
muito a minha tensão.
A minha filha Vanessa e neta Julia, meus amores que também me apoiaram e esperaram por
minha atenção, com respeito, amor e carinho.
Aos meus queridos familiares, irmãs, irmãos, cunhados, cunhadas, sobrinhas, sobrinhos, genros,
enteadas e enteado, que me acompanharam em meio de livros, papéis e computador.
Ao meu companheiro David Guilger, que foi paciente, amoroso e que nas horas mais difíceis
aparecia sempre com um chá, café, suco ou um delicioso quitute. Agradeço por sua dedicação,
paciência e compreensão.
RESUMO
No presente trabalho investigou-se a adoção por parte das instituições educacionais dos recursos
e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que permitem a comunicação síncrona e
assíncrona, estimula a comunicação para maior interatividade, dialogicidade e colaboração entre
os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem da educação a distância. Para tanto,
verificou-se como os alunos que estudam na EAD reagem às novas possibilidades oferecidas com
o advento das novas tecnologias da informação e comunicação - NTICs. O estudo focou os
alunos que estavam, no momento da pesquisa, cursando os segundos bimestres dos Cursos de
Tecnólogos em: Marketing, Logística, Recursos Humanos e Gestão Comercial em EAD, das
universidades Anhanguera e Metodista, dos pólos de São Caetano do Sul e Mauá. Na seleção da
amostra, optou-se pelo modelo não probabilístico do tipo intencional, adotando-se o critério de
que os alunos selecionados conheciam os recursos e as ferramentas utilizadas nas mídias digitais
sociais das instituições. Como instrumento de medida, utilizou-se um questionário tipo Likert
composto por 7 dimensões e 32 assertivas, além da técnica de entrevista de grupo focal,
totalizando 5 encontros. Resgatou-se historicamente alguns pontos sobre o movimento das novas
tecnologias, sobretudo as digitais, bem como a educação na modalidade a distância, desde o
século passado até a atualidade. Além disso, procurou-se entender o quanto as ações
governamentais têm apoiado as transformações tecnológicas que impactam direta e indiretamente
nos aspectos educacionais. Outro tema abordado para a discussão desse trabalho foi a Sociedade
do Conhecimento, que tem papel de suma importância para o desenvolvimento e avanço das
Novas Tecnologias da Comunicação e Informação. As discussões para as análises dos resultados
foram norteadas pela Teoria da Ação Comunicativa de Habermas que ajudou a compreender e
indicar a importância dos conceitos vistos sobre o mundo da Vida e o mundo do Sistema, dentro
da realidade atual da EAD e das NTCs. Os dados apontaram que os alunos que estudam nessas
duas Universidades são em sua maioria, casados, possuidores de filhos e pretendem com seus
estudos dar um salto qualitativo em suas carreiras, acessam a internet de suas residências, local de
trabalho e nas universidades que estudam. São conhecedores e aproveitam as Mídias Digitais
Sociais - MDS oferecidas por suas universidades e as utilizam para se comunicarem com seus
colegas e seus professores, mas, interagem melhor com as ferramentas oferecidas pelo mercado,
que estão disponíveis na Internet e fazem uso de forma bastante significativa do mensageiro e-
mail para a comunicação entre seus colegas. A pesquisa também assinalou que, o público
pesquisado pertencente à geração de imigrantes digitais se adapta e utiliza relativamente bem as
ferramentas oferecidas por ambas as Universidades. Entretanto, também indicou que, os recursos
e as ferramentas digitais oferecidas pela instituição de ensino que podem facilitar o processo
comunicacional dentro das instituições educacionais são conhecidos, mas, ainda se encontram
aquém, frente às possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias digitais utilizadas no mercado.
Para a maioria, as MDS são de grande importância e facilitam o processo comunicacional dentro
da relação de ensino-aprendizagem, entretanto, apontam que o diálogo poderia ser mais dinâmico
se houvesse por parte dos professores ou tutores EAD maior interação on-line. A pesquisa
assinalou que as mídias digitais sociais e suas ferramentas, oferecidas pelo mercado e que são
utilizadas fora da rede do EAD, por serem mais interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um
ambiente mais descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do
que as vivenciadas na rede EAD.
At the present study, we investigated whether the educational institutions’ adoption of resources
and available tools in the social digital media (which allow both synchronized and asynchronized
communication) stimulates communication for more interactivity, dialogicity and collaboration
between the involved agents in the teaching and learning process via distance education. In order
to do so, we checked how students on distance education react to new possibilities offered with
the advent of new technologies of information and communication- NTICs. Our study focuses in
undergraduate students who were, at the moment of the research, taking the second two months
of the following Technological Courses: Marketing, Logistics, Human Resources and
Management to Distance Education, from both Anhanguera and Metodista universities, at São
Caetano do Sul and Mauá centres. In the sample, we have opted the non-probabilistical model of
intention sort, adopting the criterion that the selected students knew both resources and tools
being used in their institutions media. As the measurement instrument, we applied a Likert type
quiz, composed by 7 dimensions and 32 assertions, besides the technique of focal group
interview, numbering 5 meetings. We historically brought some points about the movement of
the new technologies, noticeably the digital ones, as well as the distance education, from last
centuries to the present days. Furthermore, we made the effort to understand how much the
governmental actions have supported the technological transformations which have direct and
indirect impact on the educational aspects. Another discussed topic was the Society of
Knowledge, which has an extremely important role for the development and advance of the
NTICs. The discussions for the data analyses were oriented by Habermas’ Theory of
Communicative Action, which helped understand and indicate the importance of the concepts
about the world of Life and the world of System, within the present reality of distance education
and NTICs. The results have pointed that the students in both universities (married, parents,
people who want to make use of their studies in order to have a better career step, have Internet
home access, as well as at work and university) are aware of and use the Social Digital Media
offered by their universities in order to communicate with their university mates and professors,
but they interact in a better way with the market-offered tools, available on the internet. They also
significantly make use of the e-mail as a means of communication among university mates. The
study has also observed that the research group belongs to a generation of digital immigrants that
adapted and use the universities’ offered tools reasonably well. However, it has indicated that the
resources and digital tools, which may make the communicational process easier, within
educational institutions, they are still limited in relation to the possibilities offered by the new
digital technologies on the market. For most of them, the Social Digital Media are notable and
make the communicative process easier within the teaching and learning relation. Nevertheless,
they point to the fact that the dialogue between professors or tutors and students could be more
dynamic if there were more on-line interaction. The study has evidenced that the social digital
media and their tools, offered by the market and used outside the distance education network, for
being more interactive and intuitive and being linked to a more informal environment, allow
more collaboration and faster communication than the ones seen at the distance education
network.
En el presente trabajo se investigó la adopción por parte de las instituciones educativas de los
recursos y herramientas disponibles en los medios sociales digitales, que permiten la
comunicación sincrónica y asincrónica, promueve la comunicación para una mayor
interactividad, el diálogo y la colaboración entre los actores involucrados en el proceso de
enseñanza-aprendizaje de la educación a distancia. Por lo tanto, se ha chequeado como los
estudiantes en la EAD reaccionan ante las nuevas posibilidades ofrecidas por el advenimiento de
las nuevas tecnologías de la información y la comunicación - NTICs. El estudio se centró en los
estudiantes que se encontraban, en el momento de la investigación, en el segundo periodo
bimensual de los Cursos Técnicos: Marketing, Logística, Recursos Humanos y Gestión
Comercial en la EAD, de las universidades Anhanguera y Metodista, de los polos de São Caetano
do Sul y Mauá. En la selección de la muestra, se optó por el modelo no probabilística intencional,
adoptando el criterio de que los estudiantes seleccionados conocían los recursos y las
herramientas utilizadas en los medios sociales digitales de las instituciones. Como instrumento de
medición, se utilizó un cuestionario tipo Likert compuesto de 7 dimensiones y 32 afirmaciones, a
parte la técnica de entrevista de grupo focal, por un total de 5 encuentros. Fue rescatado
históricamente algunos puntos sobre el movimiento de las nuevas tecnologías, sobre todo
digitales, así como la educación en la modalidad a distancia, desde el siglo pasado hasta la
actualidad. Además, tratamos de comprender cómo las acciones del gobierno han apoyado a los
cambios tecnológicos que afectan directa e indirectamente en los aspectos educativos. Otro de los
temas abordados en la discusión de este trabajo fue la Sociedad del Conocimiento, que tiene un
papel muy importante para el desarrollo y el avance de las Nuevas Tecnologías de la
Comunicación e Información. Las discusiones para los análisis de los resultados fueron guiados
por la teoría de la Acción Comunicativa de Habermas que ayudó a entender y señalar la
importancia de los conceptos vistos sobre el mundo de la Vida y el mundo del Sistema, dentro de
la realidad actual de la EAD y NTCs. Los datos mostraron que los estudiantes que estudian en
estas dos universidades son en su mayoría casados, poseídos de niños y quieren con sus estudios
dar un salto cualitativo en su carrera profesional. Ellos tienen acceso a Internet desde sus hogares,
lugares de trabajo y en las universidades que estudian. Tienen conocimiento y toman ventajas de
los Medios Digitales Sociales - MDS ofrecido por sus universidades y los utilizan para
comunicarse con sus compañeros y maestros, pero interactúan mejor con las herramientas que
ofrece el mercado, que están disponibles en Internet y hacen uso de forma muy significativa del
correo electrónico para la comunicación entre colegas. La encuesta también señaló que el público
encuestado pertenece a la generación de los inmigrantes digitales, se adapta relativamente bien y
utiliza las herramientas ofrecidas por ambas universidades. Sin embargo, también indicó que los
recursos y las herramientas digitales ofrecidas por la institución educativa que pueden facilitar el
proceso de comunicación dentro de las instituciones educativas son conocidas, pero siguen detrás
frente a las posibilidades que ofrecen las nuevas tecnologías digitales utilizadas en el mercado.
Para la mayoría, los MDS son de gran importancia y facilitan el proceso de comunicación dentro
de la relación de enseñanza-aprendizaje, sin embargo, señalan que el diálogo podría ser más
dinámico si hubiera por parte de los profesores o tutores EAD mayor interacción on-line. La
investigación señaló que los medios digitales sociales y sus herramientas, ofrecidas por el
mercado y que se utilizan fuera de la red de EAD, por ser más interactivas e intuitivas y estar
vinculadas a un ambiente más relajado, permiten una mayor colaboración y comunicación mucho
más ágil que las que experimentaron en la red EAD.
Palabras clave: Medios Digitales Social, EAD, Comunicación Sociedad del Conocimiento.
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15
1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 17
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 17
3 HIPÓTESES .......................................................................................................................... 18
4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 18
7 METODOLOGIA.............................................................................................................. 101
INTRODUÇÃO
atuar como incremento importante para a melhora na educação a distância e ganhar mais espaço
no processo comunicacional, que começa a ficar livre de intermediários e passa a atuar em outro
paradigma: no lugar de um para muitos, o processo passa a ser de muitos para muitos.
Indo nessa direção e, ao avaliar o papel das mídias digitais na sociedade contemporânea,
Squirra afirma que:
Na sociedade do conhecimento, o ensino vem sendo submetido a grandes
choques e, por isso, todas as formas de escola devem estar atentas à inovação,
uma vez que novos paradigmas estão definindo e delineando os modelos
pedagógico-estruturais e, por tabela, da formação em toda parte, sobretudo
aquela em nível superior (SQUIRRA, 2010).
1 OBJETIVO GERAL
Desta forma, este trabalho tem como objetivo investigar se a adoção, por parte das
instituições educacionais, dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que
permitem a comunicação síncrona e assíncrona, estimula a comunicação para maior
interatividade, dialogicidade e colaboração entre os atores envolvidos no processo
comunicacional na relação de ensino-aprendizagem da educação a distância.
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3 HIPÓTESES
4 JUSTIFICATIVA
1
O internauta percebe por associação o que vem adiante e dependendo das facilidades disponibilizadas pelo site
sente-se à vontade para acessar: os links, menus, banners etc. Esse processo é chamado de navegação intuitiva.
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2
Este conceito é conhecido também como a linguagem da lógica Booleana. A forma mais simples para as pessoas
que não estão acostumadas com os conceitos matemáticos compreenderem a lógica Booleana é o exemplo do uso de
“and” (e), “or” (ou) e “not” (não): ao realizar a busca na web, utiliza-se essas palavras como forma de direcionar e
especificar o que se procura em uma pesquisa mais avançada.
3
Com uma base técnica simples, o sistema do código binário consegue resultados sofisticados, por exemplo: em vez
de escrever a letra “a”, por convenção, a substitui pela combinação de “0” e “1”. A representação gráfica, o "a", um
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Além disso, a tecnologia digital também permite a transformação dos átomos em bits e
com isso é possível colocar todas as manifestações culturais na forma de bits. Dessa forma, o
intercâmbio entre os bits transfigura o fato em símbolos, e hoje é praticamente impossível viver
sem a linguagem binária. De acordo com Squirra, o universo digital:
Traz o recurso da randomicidade e o acesso instantâneo ao dado desejado, sem a
temporalidade sequencial do mundo analógico. (...) O escopo de abrangência é
tão avassalador que, sutilmente, todos foram atingidos e nos acostumamos com
esta realidade tecno-cotidiana sem nos darmos conta de sua presença.
Irrecusavelmente, os avanços se encontram profundamente imbricados em
nossas vidas, concordemos ou não (SQUIRRA, 2008 p. 163).
Essa transformação tem provocado impactos sem precedentes nas leis de propriedade
intelectual, na indústria de entretenimento, na educação, nos meios de comunicação e nas
relações sociais.
Portanto, mídias digitais dizem respeito a todo meio de comunicação social em que a
informação é transmitida em código binário. “Este sistema binário permite uma infinidade de
possibilidades de escolha com representação e símbolos binários, o que permite o armazenamento
de forma ordenada e a rapidez exigida mundialmente” (TENÓRIO, 2001 p. 63). Além de essas
informações serem difundidas muito rapidamente, logo se tornaram amplamente conhecidas de
determinados sistemas também conhecidos como “efeito de rede” (RECUERO, 2009).
O “efeito da rede” traz muitos benefícios sociais, de acordo com a pesquisa realizada, em
maio de 2011, pelo instituto americano Project Pew Internet & American Life Project 4 na qual
acadêmicos, pesquisadores e executivos de grandes universidades e empresas como Google,
Microsoft, Yahoo, ao responderem sobre o futuro da Internet, afirmaram que os benefícios sociais
positivos do uso da Internet superam os negativos. Também apontou-se nessa pesquisa os
benefícios devido às oportunidades oferecidas pelas ferramentas online para criar, melhorar, e
reencontrar os laços sociais que fazem a diferença na vida das pessoas por meio de e-mails, redes
sociais e outros. Além disso, para o diretor responsável por essa pesquisa, Rainie (2010), as redes
desenho, é substituído por um símbolo abstrato que consiste na combinação de dois dígitos. Dessa forma, com uma
variação pode-se dar expressão a dois sinais como: dois algoritmos “0” e “1”, assim como aos polos magnéticos:
positivo ou negativo ou ainda com uma variação de comprimento de ondas de luz. Do mesmo modo, pode-se dar a
expressão a todo o universo de comunicação, seja de letras, de cores, de uma sinfonia ou de um filme, a toda a
memória acumulada e registrada da humanidade.
4
Essa pesquisa faz parte de um estudo maior chamado O Futuro da Internet, que está na sua quarta edição e procura
mapear as crenças daqueles que mais influem no desenvolvimento de novas tecnologias. O objetivo principal do
estudo é identificar as expectativas dos especialistas para a rede entre 2010 e 2020.
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comunicacionais tradicionais (um para muitos) sejam transformados por um modelo mais
interativo e colaborativo (de muitos para muitos), sobretudo dentro do universo acadêmico.
Para discutir as vantagens de se trabalhar com tecnologia no ambiente educacional,
deve-se observar que uma parte significativa dos jovens desta década cresceu em um ambiente
com recursos tecnológicos e foram estimulados a desenvolver a facilidade de conviver e utilizar,
simultaneamente, mais do que dois tipos de tecnologias. Muitos desses jovens, enquanto
estudam, escutam música, falam ao telefone, ficam com a TV ligada e ainda conseguem navegar
na Internet. Esse comportamento não significa que esse jovem consegue aprofundar em algum
assunto específico.
Entretanto, é possível que se o professor transmitir seu conhecimento em uma aula com
apenas sua fala, giz/caneta e um quadro, poderá esse professor provocar em seus alunos o
desinteresse. Ao passo que, ao saber utilizar as várias possibilidades tecnológicas existentes nos
dias atuais, se bem elaboradas e utilizadas adequadamente, poderá o professor despertar a atenção
e participação desses alunos, de forma surpreender com os resultados e conseguir que haja um
efetivo aprendizado.
Com isso, pode-se pensar que uma boa aula deve ir além do planejamento do conteúdo a
ser ministrado, o professor deverá sim se preocupar com o conteúdo, mas também se prevenir
com todas as barreiras comunicacionais, que poderão impedir a assimilação do conteúdo
ministrado. Essas barreiras poderão ser internas ou externas. Internas quando os fatores
psicológicos e culturais impedem a atenção efetiva, e externa quando os ruídos, que podem ser
barulhos, problemas com a tecnologia utilizada, ou ainda a falta de interesse e desconhecimento
total sobre o assunto, por parte do aluno.
Dessa forma, compreende-se que as mudanças tecnológicas, no âmbito do ensino
superior, requerem um novo olhar sobre a utilização das novas tecnologias da comunicação e
informação como recursos didáticos, mas também uma nova postura do profissional frente aos
modernos recursos didáticos que implicam também um comportamento com mudanças de
atitudes para o aprimoramento desse processo.
Nesse sentido, além de dinamizar a informação, as Novas Tecnologias da Comunicação
e Informação, como, por exemplo, as utilizadas ao suporte do EAD, provocam o intercâmbio
entre pessoas, otimizando espaço e aproximando o lugar geográfico ao sujeito, exigindo assim
novas ações, que facilitem a comunicação. No entanto, não deve-se esquecer que o
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distanciamento cultural provoca para alguns jovens a dinamização das informações, enquanto
para um número ainda, expressivo de jovens a exclusão. O professor que trabalha com EAD
precisará desenvolver a capacidade de sentir empatia, pois dessa forma compreenderá as
diferenças culturais e sociais.
Contudo, para fazer diferença principalmente nas instituições educacionais e conseguir
se comunicar de forma eficiente e eficaz, há a necessidade de se ter transparência nas ações. Pois
quando um professor apresenta o seu conhecimento teórico, didático e promove a interação e
colaboração de seus alunos por meio das mídias digitais sociais, sua ação irá refletir também na
imagem da Instituição da qual ele faz parte.
Por isso, é importante que além da filosofia do professor estar em consonância com a
filosofia da Instituição, deve-se principalmente voltar-se para as necessidades do aluno. Autores
como Tapscott (2010) e Rogers (1971), apesar de suas obras serem de décadas diferentes,
destacam a importância do comprometimento do professor com sua profissão, tendo como
princípios norteadores o respeito, empatia e transparência com seus alunos. Pois, apesar dos
jovens (independente da época) apresentarem características que denotam independência e
autonomia, ainda precisam do norte dado por um profissional da área de educação, seja ele o
professor, o facilitador, o mediador ou o educador que, de fato, esteja preocupado com o processo
ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, Tapscott (2010) defende que, ao invés de se concentrar nas instituições
ou no professor, o sistema educacional deveria se concentrar no aluno e, no lugar de aulas apenas
expositivas, os professores deveriam interagir diretamente com seus alunos. A interação direta
com os alunos poderá promover uma aprendizagem com experiências que, de acordo com Rogers
(1971), é a forma mais eficaz para a apreensão dos conteúdos.
Esse olhar focado no aluno também poderá promover uma comunicação mais interativa
entre professor e aluno, sobretudo nos cursos de Educação a Distância. Essa modalidade de
ensino tem sido utilizada já há décadas por um número significativo da população,
principalmente a partir da integração de tecnologias tradicionais de comunicação, como o rádio e
a televisão, associadas aos materiais impressos enviados pelo correio. Isso favoreceu a
democratização do acesso à educação em diferentes níveis, permitindo atender a grande massa de
alunos. No entanto, nada se compara ao impulso que a EAD tomou com as mídias digitais
sociais.
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Além disso, embora presente no dia a dia de muitos alunos e professores, as MDS ainda
são ferramentas pouco exploradas em sala de aula. Muitas vezes o acesso a esse tipo de recurso é
vetado nas escolas, em função do “medo” de que o aluno se interesse por assuntos que não
estejam diretamente ligados ao conteúdo pedagógico.
A importância da dialogicidade, interação e colaboração no processo ensino-
aprendizagem, sobretudo da EAD, também foram constatados pela própria pesquisadora desta
tese, por ser professora de disciplinas semipresenciais e de EAD, além de ter participado como
aluna em dois cursos EAD. No segundo semestre de 2006, a pesquisadora teve a oportunidade de
fazer parte do primeiro grupo de professores tutores do Curso de “Tecnólogo em Recursos
Humanos” na Universidade Metodista de São Paulo, quando pode conhecer melhor a modalidade
EAD e interagir com os alunos e professores do curso, também percebeu que, apesar das
ferramentas disponíveis na época serem limitadas, os alunos participavam ativamente dos Fóruns
de discussão, mesmo que com níveis diferentes de envolvimento. Da mesma forma, a experiência
com disciplinas semipresenciais 5, desde o ano de 2007, tem contribuído para reflexões sobre as
MDS usadas pelas instituições que, apesar de passarem por constantes melhorias, ainda não
fornecem aos seus usuários recursos para promover a interação síncrona. A necessidade de se ter
5
Essa modalidade se divide em aulas a distância e aulas presenciais.
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uma ferramenta que facilite a comunicação simultânea em disciplinas semipresenciais, foi por
constatar que as discussões de trabalhos em grupos acontecem por outras redes, como no MSN,
Facebook, Orkut. A pesquisadora desta tese também participou, em 2010, no curso de
especialização em “Didática e Metodologia de Ensino Superior” quando constatou que as
ferramentas utilizadas permitiam uma comunicação síncrona e assíncrona com professores e
alunos. Também em sua dissertação de mestrado, sob o título: “Juventude e a Era da Internet:
Integração e Interação” apresentou aspectos importantes, como: os jovens, ao ganharem acesso às
tecnologias, considerando as dificuldades e facilidades culturais, apresentam um claro processo
de desenvolvimento e ampliam seus conhecimentos, muitas vezes de modo lúdico, para
realizações na esfera do conhecimento acadêmico. Outro ponto relevante considerado para a
escolha dessas Instituições foi o fato da pesquisadora atuar como docente nas duas universidades
e poder acompanhar o processo, como a entrega dos questionários on-line, assim como prestar
esclarecimentos e sanar possíveis dúvidas com maior disponibilidade e acessibilidade, além de
entregar às universidades o material com a análise que poderá ser utilizado pelas mesmas para
futuras aplicações e novas pesquisas.
As duas universidades escolhidas para a realização desta pesquisa: Anhanguera e
Metodista foram consideradas por seus alunos, na avaliação realizada pela Associação Brasileira
dos Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD (2010), como universidades que fazem
cursos a Distância com qualidade, por conseguirem realizar um bom planejamento pedagógico. A
pesquisa da ABE-EAD ouviu 15.000 (quinze mil) estudantes sobre a qualidade das graduações a
distância, contou com forte supervisão por parte do SEED / MEC - e as duas instituições
receberam avaliação acima da média, com pontuação 4 no ranking (ABE-EAD, 2010).
Entretanto, em 2011 o modelo da pesquisa ABE-EAD sofreu algumas modificações no
questionário utilizado, mas, manteve as questões voltadas para o material didático, professores e
tutores, avaliações/exercícios, atendimento na instituição, atendimento no polo, instituição e polo
de apoio. Na versão de 2011, participaram 16.200 (dezesseis mil e duzentos) estudantes de
graduação e desta vez o resultado foi diferente: a Universidade Anhanguera obteve nota 3 e a
Universidade Metodista conseguiu nota 5. (ABE-EAD, 2011).
De acordo com o exposto, acredita-se que nossa preocupação se justifica, por se tratar de
um assunto atual e pertinente, pois se relaciona ao momento de transformação tecnológica que
reflete no campo da Educação e da Comunicação. Além disso, as constatações advindas deste
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estudo poderão servir tanto para constructos teóricos como para aspectos práticos, já que poderão
ajudar a direcionar ou redirecionar ações acadêmicas.
Para tanto, realizou-se uma pesquisa não probabilística do tipo intencional, cuja proposta
está descrita no primeiro capítulo desta tese, assim como os procedimentos metodológicos
adotados para a realização da mesma.
A coleta de dados deste trabalho, que também nos auxiliou no processo de análise, além
de utilizar informações obtidas em fontes primárias, também utilizou fontes secundárias.
Algumas pesquisas e reflexões de estudiosos que também demonstram em seus trabalhos
preocupações relacionadas às mudanças provocadas pelos avanços das tecnologias,
especificamente das mídias digitais sociais no processo ensino aprendizagem, ajudaram nas
discussões deste trabalho. Essas pesquisas foram apresentadas no segundo capítulo e indicaram
que a utilização das tecnologias pode facilitar a dialogicidade dentro do processo comunicacional
na relação de ensino-aprendizagem, com a finalidade de promover a interação e colaboração, que
poderão ajudar na emancipação dos indivíduos envolvidos.
No terceiro capítulo, pretendeu-se abordar os caminhos rumo à conquista de igualdade
no acesso à informação e o direcionamento pela governança da Internet 6, bem como as lutas pela
igualdade, liberdade de expressão e educação para todos. Para tanto, apresentou-se como a luta
pelos Direitos Civis no processo das Revoluções: Francesa, Americana e Inglesa (Industrial)
preparou o indivíduo para as mudanças tecnológicas. Também foram apresentados documentos,
discussões e reflexões apoiadas pelas Nações Unidas sobre as transformações tecnológicas que
impactaram a estrutura da esfera pública, principalmente, nos aspectos políticos, econômicos,
culturais, sociais e educacionais.
Sob a luz dos conceitos dos teóricos Manuel Castells, Sebastião Squirra e Alex Primo
pretendeu-se, no quarto capítulo, identificar e compreender a Sociedade do Conhecimento,
abordar os conceitos designados a ela como Sociedade da Informação e Sociedade da
Aprendizagem apresentados por Castells, (2003). Trazer algumas das diversas e polêmicas
discussões sobre as divergências e aproximações dos termos Informação e Comunicação, bem
como relacionar esse tema com o segundo capítulo e demonstrar como as discussões e os
6
Governança da Internet é o desenvolvimento e a execução pelos Governos, sociedade civil e iniciativa privada, em
seus respectivos papéis, de princípios, normas, regras, procedimentos decisórios e programas compartilhados que
delineiam a evolução e o uso da Internet.
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documentos que foram apoiados pelas Nações Unidas intencionavam garantir o direito de
igualdade no acesso à informação, contribuindo para a base da Sociedade do Conhecimento e,
consequentemente, para a Educação a Distância. Também se dedicou a demonstrar o conceito do
que vem a ser a Internet, a rede mundial de computadores e como se tornou a principal tecnologia
de informação e comunicação. Entender o que mudou com a Web 2.0 e diferenciar o que são:
redes sociais, mídias sociais, mídias digitais e mídias digitais sociais.
O quinto capítulo focou-se no panorama das abordagens educacionais da EAD e o uso das
tecnologias. Discorreu sobre o advento da Educação a Distância – EAD e suas características,
assim como os principais aspectos legais que ajudaram a sua expansão no Brasil. Identificou-se
as mudanças na área da educação com a chegada das mídias digitais: computador, Internet, vídeo
e outros recursos tecnológicos. Trabalhou-se assuntos relativos aos jovens e ao mundo digital,
refletindo sobre os termos usados para caracterizar esses jovens como Geração Internet, geração
Y, geração Z ou ainda como os nativos digitais comparados com os imigrantes digitais. Os
imigrantes são aqueles que aprenderam a utilizar as tecnologias à medida que essas foram
surgindo, os nativos são aqueles que já nasceram em meio às tecnologias digitais.
No sexto capítulo teve como objetivo buscar uma maior compreensão dos conceitos
fundamentais que envolvem a Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas. Estes
princípios são importantes para a racionalidade comunicativa que emerge das interações
ocorridas no mundo. Neste capítulo explanou-se as considerações de Habermas sobre sociedade
como sistema e como mundo vital no processo ensino-aprendizagem e relacionou aos processos
de dialogicidade. Destacou-se o papel da EAD nesse processo e buscou resgatar os conceitos
trabalhados, de autores da educação para pensar o papel do professor e do aluno no processo
ensino aprendizagem, dentro da Educação a Distância. Apresentou o modelo do agir
comunicativo, que busca o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna, em
busca de promover a organização social e possíveis ações coletivas e democráticas, que agucem o
pensamento crítico, reflexivo, interativo, colaborativo e comunicativo, tão importantes para a
autonomia do indivíduo, fundamentais para o aluno que optou por estudar a distância.
Pretendeu-se no sétimo capítulo descrever os resultados finais da pesquisa.
No oitavo capítulo apresentou-se a análise interpretativa tendo como ponto de partida o
processo comunicacional na relação de ensino-aprendizagem e identificar se ocorre a
comunicação interativa e colaborativa. Com base nessas informações, categorizou-se o público
28
2 REVISÃO DE LITERATURA
1 PESQUISAS RECENTES
7
Criado em 2005, o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é o
departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da
Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da
população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto
socioeconômico das TICs. <http://www.cetic.br/sobre-ceticbr/ >
8
O Comitê Gestor da Internet no Brasil é composto por membros do governo, do setor empresarial, do terceiro setor
e da comunidade acadêmica. Tal grupo tem como objetivo principal tomar decisões quanto a administração, a
implantação e o uso da rede no Brasil. Isso compõe um modelo de Governança na Internet para este país, o qual
cuida dos diversos serviços essenciais como o registro de nomes, a segurança, estudos sobre as tecnologias, pontos
de troca de tráfego, serviços de sincronia e padronização.
9
Essas ações estratégicas propõem programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à Internet, que permitam
a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso, bem como estimulem a sua disseminação em todo o
território nacional, buscando oportunidades constantes de agregação de valor aos bens e serviços a ela vinculados.
Também promove estudos e recomenda procedimentos, normas e padrões técnicos e operacionais, para a segurança
das redes e serviços de Internet.
31
Apesar dos estudos serem específicos para o ensino fundamental e médio, encontraram-
se contribuições significativas que poderão auxiliar no desenvolvimento desta tese, para ajudar a
elucidar como professores e alunos se apropriam das mídias digitais sociais, no universo das
instituições educacionais.
Em agosto de 2011, o Comitê Gestor da Internet CGI.br apresentou os resultados da
primeira pesquisa e revelou que das escolas participantes, 81% têm laboratório de informática.
No entanto, observou-se que há pouca inserção da tecnologia na prática escolar. A prática de
ensinar os alunos a usar o computador e a Internet não é uma atividade das mais frequentes nas
escolas pesquisadas, constatou-se que apenas 20% dos professores utilizam a Internet como
instrumento. Esse dado chama atenção ao ser comparado com os resultados dos professores que
disseram já ter usado a Internet: 97%, sendo que 90% possuem computador em casa, e desses
81% têm acesso à Internet. (CGI.br, 2011)
Essas informações são mais contrastantes ao se observar que 97% dos professores
responderam que consideram importante ou muito importante preparar os alunos para que sejam
competentes no uso da tecnologia. Entretanto, quando perguntados se ensinavam os alunos a usar
computador e Internet, 59% disseram não realizar essa atividade.
Já entre os 20% dos professores que costumam utilizar computadores e Internet durante
as aulas, a principal atividade citada foi a de ensinar os alunos a usar o computador, 66%, seguido
de pesquisas de informação com 44%, e a tarefa de organizar e mediar a comunicação entre
alunos e especialistas foi apontada por 20%.
O número insuficiente de computadores conectados à Internet foi citado como problema
por 73% dos professores, quase o mesmo índice dos que se queixaram da velocidade da conexão
(69%).
Apesar da pesquisa apontar que cerca de 90% das escolas urbanas que têm laboratório
de informática possuírem conexão de banda larga à Internet, o baixo número de computadores
conectados e a velocidade reduzida de navegação dificultam a utilização.
Uma das constatações da pesquisa CETIC.br mais relevantes para o desenvolvimento
desta tese foi que, na visão de 64% dos professores das escolas pesquisadas, o aluno tem
conhecimento sobre o uso das NTICs, portanto, dominam a navegação na Internet de forma
intuitiva.
32
Corroborando com a pesquisa de 2010, os dados de 2011 apontam que 82% dos alunos
fazem pesquisa para a escola com uso de computador e Internet. O fato de os alunos utilizarem o
computador e a Internet para seus estudos indica que as TICs fazem parte de suas vidas, mas essa
relação é principalmente fora do ambiente escolar. A pesquisa aponta que os alunos, além de
ajudarem seus professores com as tecnologias digitais, acabam também os induzindo a utilizar
mais seus recursos e ferramentas. Essa habilidade, por parte dos alunos, pode ajudar na relação
entre professor e aluno e permitir que tenham uma relação colaborativa no processo ensino-
aprendizagem, numa dinâmica de aprender e ensinar e ao mesmo tempo ensinar e aprender.
Quando o aluno compartilha com seu professor a sua habilidade no manuseio dos recursos
e ferramentas disponibilizados na Internet, ao mesmo tempo ocorre a educação como um
elemento essencial da vida humana que, segundo Paulo Freire (2004), gera o conhecimento de
forma compartilhada. Para o autor, “ninguém nos ensina, mas também não aprendemos sozinhos.
Aprendemos interagindo com os outros”. Ainda de acordo com Paulo Freire (1967), um dos
princípios pedagógicos é a dialogicidade, dialogo é a matriz da democracia, seguido do respeito
ao conhecimento mediatizados pelo mundo e, por fim, a conquista da autonomia.
Esse processo de participação e compartilhamento leva os atores envolvidos a
experimentar outro processo, que é a liberdade de expressão. Hoje, a Internet tem sido um
instrumento facilitador para que alunos, professores e a sociedade em geral desfrutem dessa
oportunidade. Nesse sentido, o sociólogo Manuel Castells, em entrevista à Rádio Europa Aberta,
adverte que a Internet é um meio de comunicação livre e que qualquer tipo de articulação com a
Internet, seja política, midiática ou cultural, implica renunciar a boa parte do controle vertical que
os meios de comunicação exercem 10. Apesar de Castells não defender a Internet como
libertadora, a define como forte aliada à conquista da liberdade de expressão, e apresenta como
contraditórias as tentativas dos governantes em manter o controle sobre as redes, pois para o
autor:
10
“A Internet é um meio de comunicação livre” entrevista a Sergio Martins, Rádio Europa Aberta. Disponível
em:<http://www.comunicacaoepolitica.com.br/blog/2012/01/Internet-e-um-meio-de-comunicacao-livre-defende-
castells/>
34
do tempo pela tecnologia, supera a lógica do tempo cronológico da era industrial. Ao declarar que
o tempo ficou obsoleto, os jovens que responderam à pesquisa da MTV, apenas validam as
constatações do autor.
Percebeu-se também na pesquisa da MTV que, para a Geração Internet, o consumo de
mídia e de conteúdo não são separados e que os conceitos on-line e off-line são ultrapassados. A
pesquisa revelou também que parte desses jovens são imediatistas, sem percepção do tempo, não
conseguem esperar. Consideram os amigos como formadores de opinião muito importantes.
Além de valorizar a portabilidade e acesso, estão cada vez mais conectados. Constatou também
que todos os arquivos de músicas, fotos e contatos estão num só aparelho. Por outro lado,
percebe-se na pesquisa, que essa geração poderá ter vínculos mais superficiais com países,
lugares, casas, empresas, marcas e pontos de venda.
Castells, (2006 p. 421) afirma que:
“essa virtualidade é nossa realidade porque está na estrutura dos sistemas
simbólicos intemporais desprovidos de lugar, cujas categorias construímos e
cujas imagens, também por nós evocadas, modelam o comportamento,
influenciam a política, acalentam sonhos e provocam pesadelos”.
Para esses jovens, a Internet é onipresente, pois se trata de algo que liga tudo a tudo e a
todos. É o que interliga milhões de pessoas e aparelhos. Ela tem de tudo e, cada vez mais, está em
tudo. Vejamos o que Don Tapscott, pesquisador e estudioso sobre a Geração Internet e sobre o
impacto das tecnologias na sociedade, tem a dizer a respeito da onipresença da Internet.
À medida que os usuários e a capacidade computacional se multiplicam e as
ferramentas de fácil utilização proliferam, a Internet vai se tornando um
computador global, vivo e conectado em rede que qualquer um pode programar.
Até mesmo o simples ato de participar de uma comunidade online é uma
contribuição para os espaços digitais públicos (TAPSCOTT, 2007 p. 30).
grupos de jovens, e entender a forma como cada um usa seus aparelhos. A seguir, a tabela 1
apresenta os seis grupos caracterizados pela pesquisa da MTV.
A tabela 1 apresenta que a pesquisa realizada pelo grupo MTV categorizou seis grupos
dessa geração. É interessante notar que a utilização para os grupos denominados como
tradicional, humanizado e batalhador as atividades na Internet são mais limitadas a trabalho,
escola, sites de buscas para comparar preços e localizar endereços, ler notícias e por fim para
relacionamentos. Por outro lado os grupos hedonista, antenado e baladeiro usam a Internet para
entretenimento, relacionamentos, buscas e por fim para trabalho e escola. Entretanto, vale notar
que mesmo com essas diferenças, a pesquisa aponta que essa geração tem mais facilidade do que
qualquer outra para adotar as tecnologias e dialogar nas redes sociais.
38
Convergindo para esse mesmo raciocínio, outros estudos também apresentam aspectos
da Internet que são facilitadores do diálogo, assim como em ajudar a promover a interação e
colaboração dos seus usuários, mais especificamente dos alunos e professores, como aponta o
professor Nino Carvalho (2010 p. 72), coordenador de Pós-Graduação na Faculdade
FACHA/IGEC 11, com o tema: “Extrapolando as barreiras das salas de aula: utilização das redes
sociais como ferramenta estratégica para produtos educacionais: o caso da #posmaktdig” no livro:
“Mídias Sociais: Perspectivas, tendências e reflexões”. Ele fala sobre o curso de “Gestão
Estratégica de Marketing”, cujo perfil do aluno se encaixa perfeitamente com o perfil da geração
“Internet” faixa etária entre os 25 e 29 anos, extremamente atuantes, colaborativos, exigentes
com o conteúdo e, sobretudo, conectados com as novas tecnologias e atuantes nas contas das
mídias digitais sociais como: Twiter, ShideShare: Facebook, FormSpring, Orkut, além de Blogs.
Após reuniões com docentes e discentes, Carvalho (2010) percebeu que seria necessário
realizar mudanças tanto no conteúdo programático, acrescentando mais aulas “não técnicas”,
como na forma de interagir com seus alunos e professores. Começou a usar as diversas
ferramentas disponíveis na Internet que possibilitam a interação com os alunos como extensão da
sala de aula e também encontrou formas de fazer uso dessas tecnologias para promover o curso
na captação de novos alunos, além de ouvir seus clientes (alunos) e manter relacionamento sólido
e duradouro com quase todos os professores, alunos e ex-alunos. Carvalho também acredita que
qualquer produto educacional deva usar bastante a Internet como aliada estratégica: “estou certo
que a decisão de compra destes produtos será cada vez mais influenciada e tomada no mundo
digital” (CARVALHO, 2010 p. 75).
Assim como o Dossiê Universo Jovem da MTV (2010), apontou que muitos jovens
ficam conectados quase que em tempo integral, Carvalho também destaca que, não somente os
alunos, mas também os professores do Curso têm ao menos uma característica em comum muito
presente e ao mesmo tempo relevante: são extremamente conectados às mídias digitais sociais.
Para Carvalho os professores também são peças-chave para o sucesso de qualquer produto da
área de educação. “Talvez o principal diferencial seja o fato de que estes docentes fiquem
conectados praticamente 24h por dia, todos os dias da semana. Além disso, muitos são algumas
11
FACHA/ IGEC - Faculdades integradas Helio Alonso e Instituto de Gestão e Comunicação IGEC são parceiros no
oferecimento dos cursos de Pós-Ggraduação na cidade do Rio de Janeiro. O estudo está disponível em:
<http://www.issuu.com/papercliq/docs/ebookmidiassociais>
39
das principais autoridades em suas áreas de atuação. Estas características também tornam peculiar
o trato” (CARVALHO, 2010 p. 75). Apesar do depoimento de Carvalho apresentar uma visão
mais voltada para o marketing estratégico, percebe-se que seu ponto de vista também está
atrelado à sua filosofia pedagógica e tecnológica, pois soube valorizar o conteúdo teórico, assim
como a utilização das tecnologias.
Do seu lado o filósofo Andrew Feenberg (2010 p. 49) afirma que ao escolher usar uma
tecnologia, não estamos apenas assumindo um modo de vida mais eficiente, mas escolhendo um
estilo de vida diferente. Esse modo de entender a tecnologia, sobretudo dentro da área da
educação, também é uma forma de atuação e crença no ser humano. Esse movimento acontece
por uma parcela significativa de professores que, ao se apropriar dos recursos disponibilizados
nas mídias digitais sociais, promovem mudanças radicais na estrutura, que acabam refletindo em
vários níveis, tanto pessoal, ao ajudar o aluno a se emancipar, quanto em ações que repercutem na
esfera pública.
Habermas, (2008 p. 14) também destaca o trabalho dos profissionais da área acadêmica
e afirma que esses fazem parte de uma elite, cuja “reputação é reconhecida em alguma área do
saber e que se engajam, em um discurso público com a intenção declarada de promover interesses
gerais”. Ainda para Habermas, (2003) “a democratização dos meios de comunicação é
indispensável para a democratização da sociedade, pois hoje não é suficiente falar em liberdade
de expressão e manifestação se isto não for acompanhado do direito de expressar opiniões”.
Percebe-se que a Internet tem propiciado esse avanço, principalmente com as redes sociais que
têm sido fortes aliadas para que a conquista efetiva da liberdade de expressão aconteça.
Entretanto, é importante notar que o papel dos professores é indispensável para que o processo
aconteça com êxito.
Isso posto, é importante ressaltar que não é por acaso que conectados em tempo integral,
os jovens da Geração Internet acostumaram-se a se comunicar ativamente nas famosas e cada vez
mais populares redes sociais. Boa parcela desses jovens habituou-se a viver entre a vida dentro do
universo virtual. Tapscott (2010) nos alerta que, para compreendermos como os jovens
conseguem ser mais hábeis nas tecnologias do que a geração anterior é primordial que haja a
compreensão das diferenças que ocorreram nessas gerações. Como por exemplo, a Geração
Internet que tem hábitos de mídia completamente diferentes daqueles que seus pais baby
40
boomers 12 tinham na juventude. Os baby boomers assistiam em média 22,4 horas por semana de
programas televisivos, como consumidores passivos. Já a Geração Internet passa até 33 horas por
semana na Internet e assiste em média 17,4 horas por semana de programas televisivos, mas,
como música de fundo, enquanto buscam informações e batem papo com amigos nas redes
sociais ou ao telefone.
A realização simultânea de várias tarefas é natural para essa geração. Enquanto
estão on-line, 53% ouvem MP3s, 40% falam ao telefone , 39% assistem à tevê e
24% fazem o dever de casa. Quando falam com amigos, eles também não
ocupam o telefone da família. Em vez disso, usam mensagens de texto ou
digitam um comentário no Facebook, no Skype, no Gtalk ou no AIM
(TAPSCOTT, 2010 p. 56).
Essa geração mudou de atitude e sabe aproveitar o que as mídias digitais sociais
oferecem de mais importante, no lugar de manter atitudes apenas receptivas, passivas frente às
inúmeras informações dos mais variados assuntos, suas ações mostram como podem ser atuantes,
colaborativos e interativos.
Com esse novo formato de comunicação, em que muitos transmitem informações e
conhecimento para muitos, e em que o receptor deixa de ser passivo e pode tornar-se um emissor
e ainda no qual todo indivíduo pode se tornar um produtor de mídia é provável que a tão sonhada
liberdade de expressão igualitária, se torne cada vez mais acessível.
Contudo, para que isso se torne real, pesquisadores como Don Tapscott realizam seus
estudos que fornecem subsídio aos profissionais que lidam direta ou indiretamente com os
jovens, como se pode constatar em seu livro A Hora da Geração Digital: Como os jovens que
cresceram usando a Internet estão mudando tudo, das empresas aos governos os mais recentes
resultados sobre o assunto. Tapscott sintetizou em sete tópicos as questões mais pertinentes para
ajudar o professor nessa nova era digital, que corrobora em muitos aspectos com as pesquisas
anteriores vistas até agora. O autor sugere aos educadores como devem agir para engajar os
alunos e começar a trazer as salas de aula para o século XXI:
1. Não jogue a tecnologia na sala de aula esperando bons resultados. Concentre-
se na mudança da pedagogia, e não na tecnologia. Aprendizado 2.0 significa
transformar dramaticamente a relação entre professor e aluno no processo de
12
Baby Boomers, se refere aos filhos da Segunda Guerra Mundial, já que logo após a guerra houve uma explosão
populacional. Estudos indicam que são pessoas revolucionárias e moldadas com grande disciplina, céticos em
relação à autoridade, independentes, transformadores, buscam reorganizar ou reestruturar suas organizações, foco no
curto prazo e mentalidade de trabalhar pressionados, liderança por consenso, tendem a priorizar o trabalho, acreditam
num mundo competitivo e compenetrado. O meio de comunicação mais utilizado – televisão.
41
Todos esses aspectos apontados pelo autor, além de contribuir significativamente com a
construção do conhecimento de forma colaborativa e interativa, também são válidos para o
indivíduo conquistar sua liberdade de expressão, assim como para desenvolver e obter o seu
próprio aprendizado e conhecimento. Porém, antes de tudo, é importante que se leve em conta o
processo histórico, cultural e individual de cada aluno. Assim como a pesquisa da MTV apontou
que entre os jovens que pertencem à Geração Internet há aqueles que não são muito simpatizantes
das tecnologias, há também jovens que não tiveram as mesmas oportunidades e contatos com as
tecnologias mais avançadas. Por isso, é importante que o professor saiba observar e discernir o
que Habermas denomina de o “mundo vivido”, que é correspondente aos três componentes
estruturais do ser humano: cultura, sociedade e personalidade, os quais são apresentados a seguir:
Chamo cultura ao acervo de saber (Wissenvornat). Em que os participantes da
comunicação (Kommunikationsteilnehmer) se abastecem de interpretações para
entender-se acerca de algo no mundo. Chamo sociedade às ordenações
(Ordnungen) legítimas através das quais os participantes da interação regulam
suas pertinências a grupos sociais, assegurando com isso a solidariedade. E por
personalidade (Persönlichkeit), entendendo as competências (Kompetenzen) que
convertem um sujeito (Subjekt) em capaz de linguagem e ação (sprach-und
handlungsfäbig), isto é, que o capacitam a tomar parte em processos de
entendimento e para afirmar neles sua própria identidade (identität)
(HABERMAS, 1981 apud PRADO, 1996 p. 37).
13
Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UMESP, para obtenção do grau de Doutora.
43
profissional. Destaca ainda que essa modalidade tenha representado, em seu potencial, impacto
sobre os grandes debates das mazelas do ensino, no sentido de trazer à tona grandes respostas e
novas possibilidades de acesso com qualidade aos bens produzidos pela humanidade, quebrando
barreiras de tempo e espaço com a utilização das TIC, numa perspectiva de alto teor pedagógico e
didático.
Em seu trabalho, a autora também aponta que é preciso que o universo das experiências
dessa modalidade atinja níveis de confiabilidade, até já existentes por parte do Estado e da
sociedade, que sobressaia ao antigo paradigma para conquista do acesso conectado à cidadania e
organização emancipatória através da Educação. A autora sugere que deve acontecer um
verdadeiro aprimoramento no trabalho em sala de aula presencial ou virtual, e ações para que
esse possa se tornar um lugar de crescimento de si próprio e de seus alunos. Sendo assim, a
participação de todos se torna inevitável, sendo imprescindível o diálogo que poderá ser o ponto
de partida para que alunos e professores se redescubram dentro desse processo ensino-
aprendizagem, sobretudo, no EAD, que requer nova evolução também no comportamento.
As pesquisas “O Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas
Brasileiras. TIC. Educação” CGI.br, (2011 e 2012), “O Dossiê MTV Geração das Telas – Screen
Generation” (2010) e “Extrapolando as barreiras das salas de aula: utilização das redes sociais
como ferramenta estratégica para produtos educacionais” Carvalho, (2010) contribuem para a
reflexão sobre os jovens pertencentes à denominada, por alguns estudiosos, como a Geração
Internet e todos os aspectos que colaboram para a construção do conhecimento. Por outro lado,
vale apresentar a visão de autores que, ao analisarem as tecnologias, apresentam visões
antagônicas, como na discussão observada entre dois estudiosos sobre a Internet que lembram os
conceitos de “Apocalípticos e Integrados” de Umberto Eco (2008). Sob uma ótica mais otimista,
mais integradora, o filósofo David Weinberger afirma que, quanto mais contato com a rede,
melhor, para os jovens que lucram (e muito) com comunidades virtuais e pesquisas na web.
Enquanto, para o americano Mark Bauerlein, é preciso tirar os jovens da rede para que passem
mais tempo com os pais — e, assim, fiquem mais inteligentes. Com uma visão mais apocalíptica,
Bauerlein descreve os adolescentes do século XXI como a geração mais estúpida da história,
mesmo com toda facilidade para o acesso às mais diversas informações, para esse autor, os
jovens:
(...) andam tão distraídos com celulares, MSM e orkut que deixam de prestar
atenção em assuntos importantes, como história e política. Encerrados em seu
44
casulo tecnológico, onde só falam com pessoas da mesma idade, os jovens estão
vivendo como Peter Pan – numa eterna adolescência alienada dos
conhecimentos mais elementares (BAUERLEIN, 2008).
1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Entretanto, se o ser humano que até então praticava e gozava de valores morais e
religiosos se vê frente a um mundo com outros interesses, então as antigas mazelas, não foram
sanadas ou curadas, apenas incorporadas, só que agora com um novo visual. Assim como afirma
Mondaini em sua análise sobre a Revolução Inglesa:
A Revolução Inglesa foi impura de termos religiosos na condução da luta,
acabou não desenvolvendo uma visão de mundo coerente, uma tradição
intelectual significativa capaz de influenciar outras culturas, a Revolução
Inglesa, dando origem a um movimento prematuro da classe trabalhadora,
incapaz de ter um desenvolvimento teórico correspondente à experiência das
suas lutas, aderindo mais adiante ao marxismo revolucionário, mas sim a um
banal empirismo da burguesia (MONDAINI, 2003 p. 121).
Se a busca pela liberdade, igualdade e fraternidade têm sido apenas para mover o
espírito guerreiro dos cidadãos, que logo em seguida são obrigados a calar-se frente as novas
imposições por uma classe dominante que se esconde atrás do símbolo do Capitalismo, pode-se
perceber o quanto que a afirmação de Comparato pode ser verdadeira e ao mesmo tempo deixar
um gosto tão amargo:
A verdadeira liberdade não é uma situação de isolamento, mas bem ao contrário,
o inter-relacionamento de pessoas ou povos, que se reconhecem reciprocamente
dependentes, em situação de igualdade de direitos e deveres. Na Grécia e em
Roma, o pressuposto da igualdade entre os cidadãos era a liberdade diante da
tirania: as pessoas consideravam-se iguais porque eram livres. No mundo
47
Mesmo com essa situação distinta entre os países e continentes, o processo tecnológico e
da globalização desenvolve e potencializa um novo mercado e apresenta novos usuários cada vez
mais exigentes com a célere e fantástica proposta que o mundo tecnológico oferece. Percebe-se
que em qualquer contexto, a discussão se torna polêmica, como por exemplo, no caso da Internet
ao se tratar o tema sobre a liberdade de expressão. Vejamos por exemplo nos Estados Unidos
que:
Estranhamente não aceitam que o racismo ou a xenofobia (ódio a estrangeiros,
relacionado ao nazismo) sejam incluídos como temas a serem deplorados no
cyber-espaço, alegando para isso parte da Primeira Emenda de sua Constituição,
que declara que o principal valor americano é a liberdade de expressão. Por isso,
49
não é tão estranho que sites norte americano sobre racismo e xenofobia sejam
tão prósperos em "net-solo" americano (MEC, 2005).
2 GOVERNANÇA DA INTERNET 14
Por outro lado, antes mesmo da Internet desempenhar o papel que apresenta hoje, a
UNESCO publicou um documento em 1980, “O Relatório McBride” ou igualmente conhecido
como “Um mundo e Muitas Vozes”, que trouxe questões pertinentes ao mundo da Comunicação.
A comissão responsável em discutir e redigir esse documento foi presidida pelo irlandês Seán
McBride, objetivando levantar questões sobre os problemas da comunicação no mundo da
sociedade moderna, sobretudo a comunicação de massa, e o de indicar caminhos para sanar tais
problemas.
A Comissão constatou e documentou os seguintes pontos: concentração da mídia,
desequilíbrio dos fluxos de informação entre o primeiro mundo e os países em desenvolvimento,
acesso desigual à informação e à comunicação, entre tantos outros pontos. Para promover a paz e
o desenvolvimento humano, foram recomendados pela Comissão vários princípios básicos,
dentre eles destacam-se os seguintes: maior democratização da gestão da mídia e da
comunicação, proteção da diversidade linguística, educação universal, fomento da mídia nacional
(agência de notícia, editora, rádio, etc.,). Além de ajuda aos países em desenvolvimento,
objetivando a aquisição de equipamentos próprios para: capacitação de pessoal, recuperação da
infraestrutura, referências a formas não comerciais da comunicação, cooperação internacional,
acesso à tecnologia, fortalecimento das mídias nacionais para evitar a dependência de fontes
externas e promover a liberdade de expressão. Respeito à identidade cultural dos povos de acordo
com suas origens, direito de cada nação no sentido de poder informar ao público mundial sobre
seus interesses, valores sociais e culturais. Respeito aos direitos de todos os povos para participar
de intercâmbios de informação baseando-se na igualdade, justiça e benefícios mútuos, respeito
aos direitos da coletividade aos grupos étnicos e sociais, para que possam ter acesso às fontes de
informação e participar ativamente dos fluxos de comunicação.
14
Governança da Internet é o desenvolvimento e a execução pelos Governos, sociedade civil e iniciativa privada, em
seus respectivos papéis, de princípios, normas, regras, procedimentos decisórios e programas compartilhados que
delineiam a evolução e o uso da Internet.
50
Esse relatório não foi aprovado pelos EUA nem pelo Reino Unido e, como protesto,
ambos os países se retiraram da UNESCO retornando, assim, apenas após alguns anos. Os EUA
em 2003 e o Reino Unido em 1997 16. Apesar de ter passado mais de três décadas desde a
apresentação do relatório Mcbride, as discussões, dificuldades, angústias e problemas sobre o
movimento mundial voltado para a informação e comunicação, pela da grande mídia de massa,
incluindo agora a governança da Internet, continuam muito similares. Nota-se o quanto esses dois
países, sobretudo, os Estados Unidos controlam as organizações de comunicação e
telecomunicação e, por isso, não estão dispostos a abrir mão desse controle. Um exemplo típico é
o caso da ICANN - Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Corporação para a
distribuição de nomes e números de Internet), que controla o fornecimento dos domínios
nacionais e dos números de IP 17 ao alegar motivos ligados à segurança, os Estados Unidos se
recusam a abrir mão do controle dessa organização.
15
The right to communication is an extension of the continuing advance towards liberty and democracy. In every
age, man has fought to be free from dominating powers – political, economic, social, religious – that tried to curtail
communication. Only through fervent, unflagging efforts did peoples achieve freedom of speech, of the press, of
information. Today, the struggle still goes on for extending human rights in order to make the word of
communications more democratic than it is today. But the present stage of the struggle introduces new aspects of the
basic concept of freedom. The demands for a two-way flow, for free exchange, for access and participation, make a
qualitatively new addition to the freedom successively attained in the past (MCBRIDE, 1980: 172)
16
A Inglaterra voltou a fazer parte da Unesco em 1997. Quanto aos EUA, o site da embaixada americana traz a
seguinte informação: "Os Estados Unidos são um dos membros fundadores da Unesco, criada em 1946, mas
retiraram-se da organização em 1984 para retomar a plena adesão apenas em 2003. Como motivo de seu
afastamento, o país citou o aparelhamento político e a hostilidade da agência para com as instituições democráticas,
em especial o livre mercado e a imprensa livre, bem como a falta de disciplina financeira" disponível em:<
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=508CID001
17
O endereço IP (Internet Protocol) é um conjunto de números que representa o local de um determinado
equipamento (normalemente computadores) em uma rede privada ou pública.
51
Alguns afirmam que a Internet é uma aldeia global, e de certa forma ela é.
Porém, como em toda aldeia, existe muito ainda a ser decidido. Se por um lado
abriu novos mercados e modos de comunicação, por outro gerou cybercrime,
pirataria e outros assuntos problemáticos. Com esse objetivo, a ONU propôs
uma discussão sobre o assunto, a WSIS (World Summit of Information Society -
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação), com a participação de todos os
países membros da ONU (GALDINO, 2005).
A afirmação de Rifkin é muito pertinente, e ainda pode ser constatada nos resultados dos
relatórios decorrentes das reuniões da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação. O encontro
em Genebra apresentou a “Declaração de Princípios para construir a Sociedade da Informação:
Um desafio mundial para o novo Milênio, com discussões relevantes e pertinentes como: a
construção de uma sociedade da Informação centrada nas pessoas, inclusiva e orientada para
desenvolvimento, a igualdade entre homens e mulheres, direito à liberdade de opinião e de
expressão, receber e transmitir informações e ideias de divulgação, independentemente das
fronteiras, por qualquer meio de expressão, pluralidade de fontes e canais de informação e
reconhecimento de que a administração da Internet é um elemento essencial de uma sociedade da
informação centrada na pessoa, inclusive, o desenvolvimento orientado e não discriminatório.
52
Ainda por andamento da Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação - CMSI foi
criado em 2006 o Fórum de Governança da Internet – IGF. De acordo com a Agenda de Túnis, o
IGF deve reunir-se anualmente com representantes do governo, sociedade civil, iniciativa privada
e organizações internacionais. Desde 2006, o encontro do IGF acontece em cidades-sede, sendo
que a primeira foi em Atenas, em 2007, proposto e coordenado pelo CGI.br o encontro foi
sediado no Brasil na cidade do Rio de Janeiro e a última edição aconteceu entre os dias 6 e 9 de
novembro deste ano (2012) em Baku. capital do Azerbaijão, e teve como principal tema:
“Governança da Internet para o desenvolvimento humano, econômico e social sustentáveis”. Em
dezembro de 2012, ocorreu a Conferencia Mundial das Telecomunicações Internacionais, na
ocasião foram discutidos vários temas entre eles a neutralidade de rede, liberdade de expressão,
respeito aos direitos humanos e o modelo multistakeholder 18 de governança da Internet.
No Brasil, após proposta do CGI.br, em julho de 2012, ocorreu em Olinda um pré-IGF,
onde com trilhas temáticas, debateu a importância e relevância desde a Governança Global da
Internet, Garantia de Direitos na Rede até o Marco Civil da Internet 19. O CGI.br determinou a
constituição do fórum com a participação dos mais diversos setores: governamentais,
empresariais, acadêmicos e do terceiro setor, com o intuito de, agregar as reflexões do Fórum
como importantes contribuições multilaterais brasileiras para o Fórum Mundial de Governança da
Internet (PRÉ IGP, 2012).
O Marco Civil da Internet projeto PL 2126/11- (anexo A) estabelece princípios, garantias,
direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil e determina as diretrizes para a atuação da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria (PL 2126/11,
2011). Esse projeto propõe mudanças na legislação brasileira para garantir o direito à privacidade
e os dados pessoais do usuário na Internet, além de trazer questões como a neutralidade. Em
2012, houve várias tentativas para a votação desse projeto, mas, por falta de consenso entre os
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A Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) é um exemplo de um modelo de
organização multistakeholder. ICANN é composto de partes diferentes de Internet de todo o mundo e pratica uma
política de desenvolvimento baseada no consenso, também conhecido como "bottom-up" do modelo. ICANN rege
sobre o princípio de cooperação e colaboração com as partes interessadas de Internet diferentes em todo o mundo
para ser capaz, de forma eficaz e eficiente, levar a cabo a sua responsabilidade como órgão internacional que rege
Internet.
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Em discussão no país desde 2009, o projeto de Lei do Marco Civil Regulatório da Internet (PL 2126/11), tem
avanços em relação a outros países e tem como relator o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ).
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partidos em relação ao conteúdo do projeto, e por isso no dia 20 de novembro de 2012, o projeto
foi retirado do plenário.
Houve discórdia de vários aspectos referente ao parecer do deputado Alessandro Molon,
sendo o principal deles a regra para a neutralidade da rede, ou seja, para a proibição de que
provedores manipulem a velocidade do tráfego de dados na Internet. Outro ponto polêmico do
projeto é a proibição da guarda de registros de navegação, que mostra, por exemplo, por quais
sites o usuário da Internet circulou.
Vale ressaltar que o modelo brasileiro de governança da Internet tem sido observado
internacionalmente como um modelo a ser considerado, debatido, e seguido. Sua formulação
também é consolidada no amplo debate da sociedade e de todos os interessados no
aprofundamento dos modelos participativos da e pela Internet.
Além disso, é possível perceber que há empenho para assegurar a estabilidade e a
segurança da Internet no sentido de garantir a legitimidade à sua governança, baseados na
participação de todos os interessados, tanto em países desenvolvidos, bem como nos em
desenvolvimento no exercício das suas respectivas funções e responsabilidades.
Pode-se observar que os trabalhos realizados pelas comissões, nesses últimos 30 anos,
apresentam basicamente a mesma preocupação com o direito de liberdade de expressão, mas,
com as responsabilidades que esses direitos implicam. Todavia, neste novo cenário apresentado
pelas Tecnologias da Informação, a grande preocupação é a de garantir os direitos humanos,
sobretudo da informação e comunicação, apesar das críticas, angústias e receios sobre a
governança da Internet e o mundo virtual dentro do nosso contexto social, cultural e educacional.
A comunidade virtual é um elemento do ciberespaço que só existe a partir da
sociabilização das pessoas. Por isso, há que se concordar com McLuhan quando ele afirma que:
“Estamos sempre inclinados a transformar o instrumental técnico em bode expiatório dos pecados
praticados por aqueles que os manejam. Os produtos da ciência moderna, em si mesmos, não são
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bons nem maus: é o modo com que são empregados que determina o seu valor” (MCLUHAN,
2001:25). O tema governança da Internet não poderia ficar fora desta discussão, por ser
determinante nas decisões estratégicas e políticas e também, pela Internet desempenhar um papel
de suma importancia como mecanismo facilitador do processo comunicacional dentro da relação
de ensino aprendizagem, sobretudo, na EAD. Entretanto, a história e discussões da evolução
tecnológica, especialmente sobre a governança da Internet é povoada por diferentes paradigmas
que se contrapõem, bem como de teorias que se defendem e se excluem, porém o ser humano
continua à procura de seus direitos, sobretudo, os CIVIS.
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maior questionamento que se tinha na época, passa a ser atribuída aos elementos naturais. Na ilha
de Samos, cidade de Pitágoras, (580-497 A.C.) é fundada uma escola de pensamento e estudos na
qual se ensinava a harmonia dos números pares e ímpares para justificar a relação das coisas
existentes no universo, dando início ao conceito do universo dialético (CHAUI, 2000 p. 20). Este
conceito é trabalhado por vários filósofos e pesquisadores do período. Sócrates, Platão e
Aristóteles deslocam a reflexão da razão como fonte de criação das coisas, devido aos conceitos
elaborados nas escolas vinculadas com conceitos matemáticos, para uma reflexão que trazia o
homem para esta discussão. O ponto de partida não seria mais a natureza, mas os homens que
passam a ter consciência de que fazem a sua história. É interessante destacar que o método
socrático está baseado em aprender e não em ensinar. Para Sócrates “a sabedoria nascia de dentro
para fora, através de diálogos, discussão e reflexão” (JAPIASSU, 1996). Esse período ficou
conhecido pela história como Idade Clássica, e significou um avanço gigantesco nas artes e nas
ciências.
Além disso, passam a entender que havia outras coisas no mundo que dependiam de algo
para passar a existir, os gregos compreendiam essas coisas como a Poiesis que é a atividade
prática de fazer, como os artefatos de produtos da arte, do artesanato e os da convenção social.
Dela os seres humanos se ocupam quando produzem algo. “A palavra techné na Grécia antiga
significa o conhecimento ou a disciplina que se associa com uma forma de poiesis. Portanto,
techné está na origem das palavras modernas para técnica e tecnologia nas línguas ocidentais”
(FEENBERG, 2010 p. 40).
Para Sócrates existe a verdade por trás das aparências e seu alcance se dá somente pela
razão. O homem pode sair, portanto, dar opiniões e chegar ao conhecimento, episteme e à ciência,
que é um conhecimento sólido, fundado e comprovado. O alcance deste conhecimento faz atingir
o conhecimento universal e leva à felicidade dos homens (JAPIASSU, 1996). Todavia, o que está
na base de ciência, episteme, em grego, é o conhecimento das coisas. Ao contrário do
conhecimento que está ativo na techné, que é essencial aos objetos cujas essências definem o
episteme, portanto, conhecimento de natureza, parece ser um fazer puramente humano, ao qual a
própria natureza seria indiferente (FEENBERG, 2010 p. 40).
Com o advento da Idade Média, ocorre o decrescimento dos valores até então
estabelecidos e a Igreja enquanto instituição passa a se apoderar do saber e o conceito de ciência
fica atrelado a dogmas desta instituição. Neste período, quem não aceitava estes dogmas para
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explicar os conceitos científicos era levado para fogueira como herege. Saiu-se da luz do
conhecimento da Idade Antiga para a obscuridade de uma época em que a igreja precisava se
firmar, por isso, ditava toda forma de conhecimento e desígnio. Portanto, nesta época, a ciência
pouco evolui, até mesmo regrediu. Somente no século XVI, devido às navegações, a Inglaterra
começa a propagar novas culturas, descobertas e riquezas, e a questionar a autoridade da Igreja e
a organização social da época que tinha como base o sistema feudal. Consequentemente há a
chamada Reforma Religiosa que confisca terras da Igreja. Esse período ficou conhecido como
Renascimento, devido à recuperação da luz antiga e fim das trevas do despotismo da igreja.
Neste mesmo século, René Descartes, o pai do racionalismo, parte de uma hipótese que é
comprovada em uma experiência e leva a uma teoria e tenta mostrar com a utilização dos
conceitos matemáticos como unificar os saberes e retoma os conceitos de Pitágoras sobre a
matemática para tentar explicar o mundo material. O método de observação dos fenômenos
baseado na razão, leva-o à famosa frase: “Penso, logo existo”.
Assim, a ciência baseada em conceitos matemáticos e físicos passa a analisar as partes.
Francis Bacon, precursor do empirismo e contemporâneo de Descartes afirma que, o saber parte
das sensações. Segundo Japiassú e Marcondes (1996 p. 24), para Bacon “a ciência não é um
conhecimento especulativo, nem uma opinião a ser sustentada, mas um trabalho a ser feito” a
serviço da utilidade do homem e de seu poder. É interessante observar que a diferença
fundamental entre as duas correntes é quanto à gênese da experiência, enquanto o racionalismo é
apriorístico e utiliza o método dedutivo, o empirismo é considerado aposteriorístico e utiliza o
método indutivo.
Isaac Newton sintetizou a lógica matemática e o método dedutivo do racionalismo de
Descartes, conceitos baseados na razão, com o indutivo do empirismo e experimentação de
Bacon e chegou à concepção mecanicista do universo, como se fosse um grande relógio, uma
máquina, que funciona a partir de um mecanismo e deve ser estudado nas suas partes, com
começo, meio e fim, ou seja, passado, presente e futuro. Neste contexto moderno, a tecnologia
não realiza mais os objetivos essenciais inscritos na natureza do universo, como fazia a techné.
Aparece agora como puramente instrumental, como isenta de valores, não responde aos
propósitos inerentes, mas servem como meios e metas subjetivas que escolhemos a nosso bel-
prazer (FEENBERG, 2010 p. 43).
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A partir da linearidade que orienta tempo e criação das coisas, surge a causa que levará a
um efeito, conhecido como paradigma newtoniano-cartesiano, e era a base da escola de
pensamento racionalista. Este pensamento se fortalece e, portanto, é o método científico que
passa a ser utilizado e que predominou nos séculos XVIII e XIX.
O Iluminismo na Europa do século XVIII exigiu que todos os costumes e
instituições se justificassem como úteis para a humanidade. Sob o impacto dessa
demanda, a ciência e a tecnologia se tornaram a base para as novas crenças. A
cultura foi reformada gradualmente para ser o que pensamos como "racional."
Por consequência, a tecnologia tornou-se onipresente na vida cotidiana e os
modos técnicos de pensamento passaram a predominar acima de todos os outros
(FEENBERG, 2010 p. 39).
No início do século XX, Albert Einstein baseado em sua teoria da relatividade, trabalha o
conceito de que não há um tempo universal, depende do observador. Portanto, a ideia de tempo
passado, presente e futuro fundem-se no agora e dependendo de onde se está, haverá um tempo
conforme esta localização. Por isso é chamada de teoria da relatividade, pois o tempo é relativo
ao observador.
As descobertas ocorridas no século XX foram fundamentais para o avanço da Tecnologia
da Informação e Comunicação, assim como os conceitos desenvolvidos durante séculos sobre a
construção do conhecimento, que nos fazem refletir que os conhecimentos e saberes tecnológicos
não andam sozinhos pela sociedade ao contrário, como afirma Feenberg:
Estão encarnados nos pesquisadores. Os sujeitos sociais populares de senso
comum – à sua maneira – geram conhecimento interativo e aplicado. Ambos
interagem por meio do meu/nosso trânsito na sociedade. Quando atuo em
diferentes instituições, movimentos, demandas e exigências, dialogam com o
conhecimento e saberes de senso comum. Este trânsito tem um regime
regulamentado cuja linha de corte é o código profissional que impede a livre
troca entre saber popular e conhecimento sancionado pelo imprimatur
(FEENBERG, 2010 p. 6).
Morse é feito apenas de pontos e traços, porém esse avanço ainda estava distante da hegemonia
da digitalização, que só vai eclodir na metade do século 20, com o computador e o transmissor
(SIQUEIRA, 2007 P . 12).
Entretanto, observa-se que o desejo e a necessidade de se comunicar vêm desde a pré-
história e, no presente século, continua sendo alvo de estudos e observações, pois é a
comunicação que origina o processo de construção de nós mesmos, sempre tendo como
parâmetro o conhecimento e o reconhecimento do outro. Bordenave, (2002) descreve a
Comunicação como:
(...) misteriosa, e parte de um mundo multifacético e natural como respirar,
beber água ou caminhar, a comunicação é a força que dinamiza a vida das
pessoas e das sociedades: a comunicação excita, ensina, vende, distrai,
entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, orienta, desorienta, faz
rir, faz chorar, inspira, narcotiza, reduz a solidão e num paradoxo digno de sua
infinita versatilidade – produz até comunicação (BORDENAVE, 2002 P. 11).
A explosão da Internet foi tão marcante que a imprensa da época como rádio, jornal,
televisão, revista entre outros anunciavam com grandes expectativas o novo modelo de
comunicação, como a revista Veja em março de 1995, que anunciou como destaque de capa:
“Internet, a rede planetária em que você ainda irá se plugar”. Nesta edição o Americano Nicholas
Negroponte, diretor do Laboratório de Mídias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts do
MIT, apresentou como a Internet inaugurava a aldeia global, inserindo todas na maior aventura
tecnológica da história da humanidade. Para Negroponte, (1995) nenhuma outra forma de
comunicação na história da humanidade cresceu tão rápida, há mais de uma década ele afirmou
que a Internet é uma experiência humana rara e reafirmou a concretização da profecia da Aldeia
Global, conceito de McLuhan.
Tal constatação é corroborada pela Pesquisa Nacional por amostra de Domicílio, a PNDA
2012 divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na qual demonstra
que 77,7 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade utilizaram a Internet em 2011, o que
representa um aumento de 9,9 milhões (14,75%) sobre 2009. Quase 70% da população brasileira
tem celular, o que representa o total de 115,4 milhões de pessoas e um crescimento de 23,1%
(21,7 milhões) em relação a 2009. Em relação à existência de bens duráveis nos domicílios, entre
2000 e 2010, houve redução apenas da presença do rádio (de 87,9% para 81,4%). Segundo o
Instituto, todos os demais bens registraram aumento, com destaque para o computador, que teve o
maior aumento no período, de 10,6% para 38,3% dos domicílios. Destaca-se que entre 2009 e
2011, todos os grupos etários registraram o aumento na proporção de usuários da Internet, mas
foram os adultos entre 30 e 39 anos que registraram maior avanço, de 9,3 pontos percentuais,
seguido daqueles de 25 a 29 anos (6,7 pontos percentuais) e dos de 40 a 49 anos (6,4 pontos
percentuais) (IBGE, 2012). Já no mundo, de acordo com relatório da União Internacional de
Telecomunicações – UIT, no início de 2013 havia 2.3 bilhões de internautas.
Apesar dos resultados estatísticos apontados, é dificil prever o número de usuários da
Internet, isso porque conforme afirma Negroponte, (2000 p. 174-175) “ela é uma rede das redes
(...) onde a comunidade de usuários irá ocupar o centro da vida cotidiana. Sua demografia vai
ficar cada vez mais parecida com a do próprio mundo. A superestrada da informação é mais do
que um atalho, ela está criando um tecido social inteiramente novo e global.”
63
De fato a Internet permite essas conjecturas, pois trata-se de uma rede de computadores
que conversam entre si, usando diferentes protocolos e linguagem de programação como: SMTP,
IRC, HTTP, HTML, XML 20. Vejamos o que significam esses acrónimos: O SMTP é o protocolo
padrão para Simples Transferência de Correio ao permitir a transferência do correio de um
servidor à outro em conexão ponto a ponto. Enquanto que o IRC é o protocolo de comunicação
utilizado basicamente como bate-papo e troca de arquivos, permitindo a conversa em grupo ou
privada. O HTTP protocolo de transferência de hipertexto também é um protocolo de
comunicação, utilizado para sistemas de informação de hipermídia. O HTML é uma linguagem
de marcação de hipertexto utilizada para produzir páginas na Web. De acordo com Tapscott,
(2010) a linguagem de programação HTML era basicamente uma plataforma para apresentação
de conteúdo, quando o acesso era geralmente por telefone. Enquanto que a Internet atual se
baseia mais em XML, trata-se de um padrão de programabilidade, ou seja, cada vez que é
utilizada a Internet ela é programável, como por exemplo o Facebook, suas aplicações são
baseadas em XML que permitem a colaboração das pessoas.
Antes a Internet significava ver conteúdo. Você podia visitar um site e observar
a sua informação, mas não podia modificá-la nem interagir com ela. (...) A velha
rede era algo em que você navegava em busca de conteúdo. A nova rede é um
meio de comunicação que permite que as pessoas criem seu próprio conteúdo,
colaborem entre si e construam comunidades. Tornou-se uma ferramenta de
auto-organização (TAPSCOTT, 2010 p. 29).
A Internet tornou-se indispensável para a vida de muitas pessoas, pois estar conectado à
rede mundial significa participar de uma das principais fontes para a aquisição de informações,
conhecimento, interatividade, diversão e, acima de tudo, comunicação. Atualmente inúmeras
possibilidades de comunicação são utilizadas na rede, desde o envio de um e-mail, a navegação
pela web, até a utilização do MSN. Enfim, passou-se do mundo analógico ao digital, praticamente
em duas décadas.
A produção de informações aumenta de forma acelerada, estimulada pelo
desdobramento da tecnologia que permite o acesso e a publicação das mesmas. O computador e a
sua capacidade de trabalho em rede mundial por meio da Internet estão favorecendo
substancialmente para a promoção de uma verdadeira revolução de informações. Assim, a
20
SMTP - Simple Mail Transfer Protocol, IRC - Internet Relay Cha , HTTP - HyperText Transfer Protocol Secure,
HTML- HyperText Markup Language , XML - Extensible Markup Language
64
analogia feita por Peter Drucker é muito pertinente ao dizer que “a máquina a vapor foi para a
primeira revolução industrial aquilo que o computador vem sendo para a revolução de
informação: seu gatilho, mas também, e, sobretudo, seu símbolo” (DRUCKER, 2000 P. 115).
A capacidade de transmissão de dados via redes de telecomunicações tem aumentado
exponencialmente a cada ano. A difusão dos computadores, assim como a popularização da
banda larga, o acesso às redes sociais e as facilidades proporcionadas pelas mídias digitais,
começam a oferecer possibilidade para a inclusão digital para uma parcela da população. Além
disso, outros recursos tornaram-se mais acessíveis e eficientes, como as câmeras digitais,
celulares, softwares de edição de imagem e áudio, e uma infinidade de outros produtos que,
outrora, foram de aquisição praticamente impossível por grande parte da população. A geração
que acompanhou o início desta explosão foi A Geração Internet ou conhecida também como a
Geração Y e conforme aponta Don Tapscott em sua obra “A hora da geração digital”, essa
geração amadureceu:
Em 2008, o mais velho da Geração Internet fez 31 anos. O mais novo completou
11. Em todo o mundo, essa geração está inundando os locais de trabalho, o
mercado e todos os nichos da sociedade. Ela está introduzindo no mundo sua
força demográfica, sua sabedoria midiática, seu poder de compra, seus novos
modelos de colaboração e criação de filhos, seu empreendedorismo e seu poder
político (TAPSCOTT, 2010 p. 11).
No entanto, para essa geração muitas vezes fica difícil separar a vida pessoal da vida
profissional e a situação se estreita ao considerar a vida online e a vida offline. O diretor de
criação da Pólvora Comunicação, empresa que agrega valores de governança corporativa com as
mídias sociais, Gustavo Jreige, vive esse dilema com apenas 22 anos. Ele está presente em todas
as redes sociais, além de ter criado uma página para quem quiser adicioná-lo de alguma forma em
mais de 20 canais. Este jovem profissional reconhece ser “muito difícil existir uma separação do
que é uma vida pessoal online, ou, uma vida pessoal offline. Afirma estar o tempo todo com o
celular, e enquanto está no Twitter normalmente está fazendo alguma outra coisa" (JREIGE,
2011). Hoje com mais de quatro mil seguidores em uma rede e centenas de amigos em outra,
Gustavo Jreige, aproveitou a oportunidade e transformou o assunto “redes sociais” em profissão.
Gustavo Jreige é o típico exemplo de quem nasceu imerso em um mundo da tecnologia
e, sabe aproveitar muito bem suas habilidades tecnológicas, para ajudar a suprir as necessidades
que os usuários têm em buscar e compartilhar informações. Vários autores, afirmam que uma
quantidade de pessoas está utilizando a web como forma de transformá-la em um lugar
65
21
Wikinomics termo cunhado por Tapscottt e Willian para definir como metáfora a nova era de participação e
colaboração. É a oportunidade de interagir com profissionais qualificados geograficamente distantes a um custo
menor, contando com a diversidade das contribuições para alavancar o processo de inovação dentro da empresa e
entre as empresas.
66
Percebe-se que, com o incremento das NTICS, a Internet, cujos principais objetivos eram
os de proteger as informações estratégicas de uma possível destruição, como se tivesse vida
própria, surpreendeu, ano após ano, todos os sistemas da nossa sociedade. Imprimindo um ritmo
estranho e incontrolável às esferas da política (local e global) da economia, das relações sociais,
das "trocas" culturais, entre outras (PAVELOSKI, 2004). Assim, a sociedade se vê diante de um
fenômeno com variáveis incontroláveis, mas, que levou à Sociedade do Conhecimento, que
trouxe consigo a velocidade do tempo real, com amplas possibilidades de controle,
armazenamento e liberação de acesso a múltiplos conjuntos de informações (SQUIRRA, 2005 p.
255).
4 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Nesse mesmo sentido, Bell afirma que o desenvolvimento do trabalho está cada vez mais
envolvido com a produção de conhecimentos e o valor agregado é proporcionado pela
produtividade e pela inovação, aplicados no trabalho. “A hora bien, el conocimiento ha sido
siempre necesario para el funcionamiento de cualquier sociedad. Lo que caracteriza a la
sociedad post-industrial es el cambio en el carácter del conocimiento mismo” (BELL, 2006: 34).
Sendo assim, o conhecimento é adquirido de várias formas, com o acúmulo de
informações sobre as produções, distribuições de produtos, universo acadêmico, tácito, senso
68
comum e são somados ao poder de pensar, criar, aprender e inovar. Mas, sem dúvida, o
conhecimento é para o bem e para o mal, o grande motor da era informacional. Todavia a
Sociedade do Conhecimento vai além do mundo da Internet e está redefinindo a economia global,
trazendo consigo a transformação do mundo ‘inteligente’ em todas as suas dimensões
(SQUIRRA, 2005).
Entretanto, ainda há muitas discussões sobre os termos utilizados para se definir o
fenômeno provocado pelas NTICS, se Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento.
Nos relatórios da ONU apresentados no terceiro capítulo, observou-se que o termo mais utilizado
e que ocupou o cenário foi Sociedade da Informação. Isso pode ter sido devido ao importante
papel que as NTICs desempenharam na aceleração dos aspectos da globalização, sobretudo para
a acessibilidade da Internet, telefonia celular, TV via satélite etc. Entretanto, a partir dos anos 90
a UNESCO começa a adotar o termo Sociedade do Conhecimento com o intuito de promover
reflexão e integralizar a transformação social, como aponta o subdiretor geral da UNESCO para
Comunicação e Informação, Abdul Waheed Khan, ao declarar que a Sociedade da Informação é a
pedra angular das sociedades do conhecimento. Portanto, está relacionado à ideia da “inovação
tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de
transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva
mais pluralista e de desenvolvimento. Khan ainda especifica que:
O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da
informação” já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das
mudanças que estão ocorrendo. (...) o conhecimento em questão não só é
importante apenas para o crescimento econômico, mas também para fortalecer e
desenvolver todos os setores da sociedade (KHAN, apud BURCH, 2006 p.2).
Entretanto, para Manuel Casttels (1999), um dos estudiosos que mais desenvolveu o
assunto, o termo Sociedade Informacional é considerado mais apropriado, já que “indica o
atributo de uma forma específica de organização social na qual a geração, o processamento e a
transmissão de informação se convertem nas fontes fundamentais da produtividade e do poder
por conta das novas condições tecnológicas surgidas neste período histórico”. Castells (1999:
119) admite que a revolução da tecnologia da informação forneceu a base material indispensável
para a criação e conexão entre a base de informações /conhecimentos da economia, e afirma que
o conhecimento e a informação:
69
Castells ainda declara que o que distingue a revolução tecnológica atual não é o caráter
central do conhecimento e da informação, mas a aplicação deste conhecimento e informação a
aparatos de geração de conhecimento e processamento da informação/comunicação, em um
círculo de retroalimentação acumulativa entre a inovação e seus usos.
Os documentos apresentados no terceiro capítulo, sobre a busca dos direitos de liberdade
de expressão e igualdade de direitos apresentam expressivas contribuições, da sociedade civil,
sobretudo no que tange ao compartilhamento das informações e do conhecimento, constatado na
Declaração de Princípios de Genebra e apontado em seu primeiro artigo com a seguinte
declaração:
(...) afirmamos nosso desejo e compromisso comuns em construir uma
Sociedade da Informação que seja centrada na pessoa, inclusiva e orientada ao
desenvolvimento, na qual cada pessoa possa criar, consultar, utilizar, ter acesso,
utilizar e compartilhar informações e o conhecimento, colocando as condições
para que os indivíduos, as comunidades e os povos possam desfrutar plenamente
das próprias potencialidades no favorecimento do seu desenvolvimento
sustentável e no melhoramento de sua qualidade de vida (WSIS, 2003 p. 7).
Nesse mesmo sentido, Squirra (2007) nos alerta sobre pontos relevantes da Sociedade do
Conhecimento e afirma que é muito mais complexa e delicada de ser decifrada do que alguns
parecem antever. Trata-se de setor que requer deslocamentos interdisciplinares sofisticados para
que se possa decodificar suas intricadas ramificações e abrangência (SQUIRRA, 2007 p. 170).
Alex Primo (2004) compactua com Squirra a complexidade sobre os discursos que
ocorrem sobre a Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento. Para ele é fundamental
compreender como se desenvolve o processo do conhecimento humano e sua construção social.
Primo reforça que, apesar dos conceitos sobre conhecimento, informação e comunicação, se
dialogarem entre si, ainda mantém diferenças fundamentais, entretanto o que se torna primordial
dentro dessa discussão é que ocorra a interação e interatividade entre sujeito e objeto e entre os
sujeitos para que o conhecimento ocorra.
70
5 MEDIAÇÃO E INTERATIVIDADE
Para Primo (2004), no âmbito da Internet, tanto a informação como a produção coletiva
do conhecimento na ciência e nas organizações podem ser recuperadas com os aparatos
tecnológicos, e vai além, ao afirmar que as tecnologias informáticas, são mais do que um
ferramental para acúmulo e circulação de informações, dão amplo suporte para a mediação de
interação. Nesse sentido, Primo (2004) apresenta o social software 22, que se assemelha ao
conceito de mídias digitais sociais – MDS termo utilizado pela autora dessa tese, que trata das
tecnologias como apoio à mediação de interações e que se enquadram os blogs, listas de
discussão, fóruns, instant messengers, sites de relacionamento – Orkut, Facebook, LinKedIn,
chats, programas de e-mail e outros dispositivos de interação síncrona e assíncrona que variam de
acordo com a estruturação do grupo e a autonomia do internauta.
O referido autor apresenta os processos interativos entre sujeito e objeto e entre sujeitos e
destaca que, apesar da comunicação não ser suficiente para o processo da construção do
conhecimento, esse depende da comunicação. Mas que também o uso de suportes tecnológicos,
tem ampla importância, entretanto, por si só não garante uma melhor compreensão ou resultados
adequados. Apesar disso, Primo declara que a crescente aplicação de social software em
trabalhos coletivos é um fenômeno eminente e, como tal não deve ser ignorada sua influência em
novas formas de sociabilidade, o que contribui para a formação de um cenário propício à
construção social do conhecimento por meio da interação (PRIMO, 2004).
De acordo com Piaget (1996: 12), é na organização do conhecimento que o processo de
acomodação e assimilação ocorre e se atinge a construção do conhecimento social, que se dá com
as interatividades e interações que ocorrem. Nesse caso, as mídias digitais sociais poderão
colaborar e permitir a construção desse saber, desde que os indivíduos envolvidos, sejam
respeitados em seu tempo para poder acomodar e assimilar as informações. Vale lembrar que a
assimilação envolve o processo cognitivo, que é o ato de conhecer e abarca a atenção, percepção,
memória, raciocínio, imaginação, pensamento, linguagem e ação e a acomodação envolve o
22
Os social software são tecnologias empregadas para a comunicação entre pessoas e grupos por meio da Internet.
Utilizados através de websites ou aplicativos, visa a facilitar a comunicação e a organização de informações e pode
contribuir para o debate e negociações de diferenças entre ideias.
71
modo de perceber e interpretar. De acordo com Piaget, (1996: 13) a acomodação é a capacidade
do indivíduo para modificar os esquemas preexistentes e assimilá-los sob a influência de novas
situações exteriores (meio) ao quais se aplicam. Piaget define a assimilação como:
(...) uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou
são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem
descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas
simplesmente acomodando-se á nova situação (PIAGET, 1996 p. 13)
comunicação está fundada na troca. Enquanto que na reativa, mesmo que ocorra o feedback, não
significa que houve interatividade mútua.
Assim, pode-se distinguir uma interação mútua pela interface dos sistemas e sujeitos
envolvidos, possibilitando as relações aí construídas, provocando transformações significativas e
não meramente um conjunto de ações individuais, como visto na interação reativa. Na interação
mútua, o foco está no relacionamento estabelecido e não em algum participante específico
(PRIMO, 2000). Enquanto que a interação reativa apresenta um sistema mais fechado, é linear e
indica a relação estímulo-resposta. É possível perceber claramente que há uma limitação entre os
atores envolvidos: o emissor e o receptor, onde o emissor transmite a informação e cabe ao
receptor apenas a passividade de receber e quando muito com uma co-participação ou co-criação,
que são limitadas, mas compreendidas nessa relação como feedback (PRIMO, 2000). Ainda
conforme apresentado pelo autor, percebe-se que a partir da interatividade mútua é possível que
ocorram transformações por parte de todas as esferas, desde o conteúdo como dos participantes,
sejam professores, facilitadores, mediadores ou alunos, não havendo distinção entre os polos
emissor e receptor, já que a comunicação permite a articulação de diversas redes, diversas
conexões, permitindo uma navegação livre, autônoma, sem direção pré-definida.
Autores defendem que a interatividade no processo comunicacional, dentro da relação
ensino-aprendizagem, permite o desenvolvimento de uma obra coletiva, não mais centrada na
figura do professor/emissor, mas também centrada no aluno. A interatividade no EAD poderá
facilitar cada vez mais o rompimento com a concepção linear de aprendizagem permitindo uma
prática de construção colaborativa. Segundo Primo (2010)
(...) a prática de ensino à distância que pode de fato ser revolucionária é
justamente aquela que diminui as distâncias através da interação. Trata-se de
valorizar a Internet naquilo que ela possui de mais extraordinário: a capacidade
de mediação dialógica. Se o ensino mediado pela televisão esbarrou na
transmissão unilateral, o uso da Internet com o mesmo fim se configura apenas,
e de forma paradoxal, como uma prática arcaica de última geração! (PRIMO,
2010: 14).
Nesse sentido e com o intuito de explanar mais sobre o EAD e as mudanças que estão
ocorrendo com o avanço das tecnologias digitais, no próximo capítulo serão abordados
brevemente o histórico do EAD no Brasil e a linha do tempo do EAD no Brasil, de acordo com as
características tecnológicas de cada época.
73
Pretende-se focar neste capítulo o panorama das abordagens educacionais da EAD e o uso
das tecnologias e o papel do professor e do aluno no processo ensino aprendizagem, bem como
descrever sobre o advento da Educação a Distância – EAD e suas características, assim como, os
principais aspectos legais que ajudaram o seu incremento no Brasil. Identificaremos ainda as
mudanças na área da educação com a chegada das mídias digitais: computador, Internet, vídeo e
outros recursos tecnológicos. Por último, intentamos destacar as gerações que fazem parte do
universo estudantil e as mudanças de paradigma no campo EAD dentro desse processo.
A educação a distância deve ser vista como uma importante modalidade de ensino,
quando o objetivo é o de atender a grandes contingentes de alunos de localidades diferentes e
distantes, sem reduzir a qualidade dos trabalhos apresentados em decorrência da ampliação de
alunos atendidos. Além disso, o desenvolvimento desta modalidade de ensino é essencial para
projetos que envolvam os cursos de capacitação de áreas específicas, a alfabetização e também os
estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional (LITWIN, 2001).
O Brasil foi um dos precursores do ensino a distância, ficando em sexto lugar no ranking
entre os países quando, no inicio do século XX, iniciou suas atividades em cursos por
correspondência. Os primeiros países a desenvolver atividades nessa modalidade foram: Suécia
(1833), Inglaterra (1840), Rússia (1850), Alemanha (1856) e EUA (1874).
O Quadro 2 apresenta a linha do tempo em EAD no Brasil, no decorrer do século XX e
início do século XXI.
74
conteúdo básico, para a formação do aluno e eram entregues pelo correio. Com o início da
radiodifusão, começou também a utilização do rádio com finalidades educativas. Com a criação
da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 por Roquette Pinto, a educação a
distância teve um novo formato, agora como programas radiofônicos educativos. No Brasil, o
desenvolvimento da educação a distância contou, em 1941, na cidade de São Paulo, com o
conhecido Instituto Universal Brasileiro - IUB, que treinou milhares de indivíduos.
Na década de 60, a EAD sofreu um grande golpe, ao ter todo material apreendido pelos
governos militares, por considerarem as cartilhas produzidas para a alfabetização de adultos,
como uma tentativa de subversão. Como consequência, todo trabalho na época mantido pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB e apoiado pelo Movimento de Educação de
Base-MEB realizado na região do Nordeste foi interrompido. Ainda nesta mesma década, após o
advento da televisão, lançou-se pela primeira vez a ideia de uma Universidade de Cultura
Popular. É nesta época que surgem os programas de TV como mídia de apoio ao conteúdo
23
impresso, que começou a se concretizar em 1966, transmitindo, pela TV Continental , o curso
24
Artigo 99 . Logo, outras emissoras de televisão, como a TV Educativa aderiram ao programa e
seu sucesso foi decisivo para uma maior participação dos Governos Federal e Estaduais.
Em 1967, foi criada, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a Lei n° 5.198, a
Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa. Em 1968, a Fundação Padre Landell de
Moura-FEPLAM dá início, no Rio Grande do Sul, a uma série de cursos profissionalizantes e de
madureza pela TV e pelo rádio neste mesmo ano, é inaugurada a TV Universitária do Recife, em
Pernambuco (MOTTA, 1998).
Mas, foi na década de 70 que começa a haver, nos meios oficiais e particulares, certa
compreensão e aceitação da modalidade do ensino a distância e muitas iniciativas bem sucedidas
começaram a despontar. Segundo Mansur (2001), em meados da década de 70, o EAD começou
a conquistar lugar na América Latina e novas experiências acabaram por envolver decisões
políticas para a modalidade, como a criação de “universidades diferentes”, o que ocorreu em
momentos de intensa mobilização social e participação política estudantil. A criação da Fundação
Maranhense de Televisão Educativa, primeira TV Educativa do Brasil, serviu de exemplo para a
23 A TV Continental é uma extinta emissora de TV do Rio de Janeiro, transmitida pelo canal 9 entre 1959 e 1972.
Foi a terceira emissora inaugurada nesta cidade, após a TV Tupi (canal 6) e a TV Rio (canal 13)
24 Em 1961, a LDB 4024 cria os cursos Artigo 99 e 91 (ginasial e colegial à distância)
76
criação de outras TVs educativas da Região. Assim como, a criação do Projeto Minerva para a
formação supletiva nos níveis do ensino fundamental e médio (1º e 2º grau) que teve grande
influência para que fosse incluído na Lei nº 5.692, no art. 25, um parágrafo prevendo que os
cursos supletivos poderiam ser ministrados, com a utilização dos meios como rádio e televisão,
permitindo alcançar um maior número de alunos.
Mansur (2001) destaca a década de 80 como de singular importância em matéria de
criação e consolidação de projetos da modalidade na América Latina no período de pós-ditadura.
Nesta década, uma grande preocupação é também demonstrar que a modalidade constituía uma
opção com a mesma qualidade acadêmica que a presencial e romper com a imagem de ensino de
segunda categoria.
Na década de 90, o ensino a distância teve apoio significativo do governo com a criação
da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, mais conhecida como Lei Darcy Ribeiro ou Lei de
diretrizes e Bases - LDB, a educação a distância foi regulamentada da seguinte forma:
• Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
• 1° A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por
instituições, especificamente credenciadas pela União.
• 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma
relativos a cursos de educação a distância.
• 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e
a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino,
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
• 4° A educação a distância gozará de tratamento diferenciado que incluirá:
• I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons
e imagens,
• II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas,
• III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de
canais comerciais.
Destaca-se nesse Artigo 80, da LDB e nos seus respectivos parágrafos, o
reconhecimento da modalidade de educação a distância como processo positivo de formação do
77
cidadão brasileiro, que deveria valer e ser aplicada em todos os níveis e modalidades
educacionais. Também determina que a EAD no Brasil tenha uma regulamentação própria.
Outro fator que ajudou a consolidar a EAD foi a recepção via satélite em processos
educativos. Vale observar que a modalidade do EAD, procurou adotar as tendências pedagógicas
e responder aos avanços da tecnologia, atrelada a um meio de comunicação vigente e atuante em
cada época. O percurso demonstra que, a partir da caracterização da EAD como modelo
educacional mediado pelas tecnologias, tornou-se imprescindível que as duas áreas, comunicação
e educação, efetivassem este diálogo e que fossem logicamente inseridas neste o campo da
tecnologia (KFOURI, 2009: 159). Todavia, fica evidente que a consolidação da EAD está muito
relacionada com a chegada da Internet, tornando-a muito mais significativa para o contexto
educacional brasileiro.
Além das leis e decretos, o governo brasileiro, nos últimos anos, também criou vários
programas para o desenvolvimento da educação a distância, que buscam ampliar e interiorizar a
oferta de cursos e programas do ensino fundamental, médio e de educação superior. Neste
sentido, além da Universidade Aberta do Brasil (UAB) 25, também criou o Banco Internacional
de Objetos Educacionais. Trata-se de um portal para assessorar o professor, onde estão
disponíveis recursos educacionais gratuitos em diversas mídias e idiomas (áudio, vídeo,
animação/simulação, imagem, hipertexto, softwares educacionais) que atendem desde a educação
básica até a superior, nas diversas áreas do conhecimento. O Ministério da Educação (MEC)
também disponibiliza, desde 2004, o acervo digital, com mais de 123 mil obras no portal domínio
Público. Esse portal oferece acesso gratuito a obras literárias, artísticas e científicas (na forma de
textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação
autorizada. Tanto o portal Banco Internacional de Objetos Educacionais 26 como o acervo digital
27
são suportes facilitadores para todos os que estão envolvidos direta ou indiretamente com o
EAD.
25
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um projeto construído pelo Ministério da Educação e Associação dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, para
oferta de cursos e programas de educação superior a distância, em parceria com as Universidades Públicas, por meio
de consórcios com municípios e estados da Federação.
26
Banco Internacional de Objetos Educacionais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-
objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611>
27
Acervo digital. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>
78
A comunidade de Aprendizagem pode propiciar uma postura mais ativa dos atores
envolvidos e promover a criação de uma comunidade virtual que interage por meio das redes em
um diálogo sincronizado e/ou assíncrono. Nesse sentido, o professor e pesquisador Ismar de
80
interesses e que, durante algum tempo, utilizam os mesmos recursos na rede para trocarem
informações.
Dentro do processo do EAD, a Comunidade de Aprendizagem destaca-se pela
possibilidade de materialização e fortalecimento do processo comunicacional na relação ensino-
aprendizagem, independente da distância que separa os atores envolvidos nesse processo. Essa
característica acena para vários aspectos que envolvem a sociedade em vários aspectos, desde o
aluno ávido para aprender e conquistar a sua autonomia, professores que almejam ajudar o aluno
a desenvolver o agir comunicativo, grupos de estudos sem vínculo institucional articulando
discussões voltadas para o conhecimento, assim como por empresários que percebem a grande
possibilidade lucrativa, levando-se em consideração a diminuição dos gastos com a infraestrutura
e recursos humanos.
Desta forma, percebe-se que as Comunidades de Aprendizagem podem apresentar dois
olhares distintos, que Carvalho (2007 p. 5) define como diretivo e interativo. Na modalidade
EAD diretiva os processos são apresentados com os princípios da pedagogia tradicional, segundo
o autor, nessa modalidade, a interatividade é esmagada pelos programas inflexíveis e pela
desconsideração da realidade dos alunos, enquanto que numa perspectiva mais interativa é a
“Comunidade de Aprendizagem que potencializa a tecnologias digitais (através de computadores
conectados em rede), mas, principalmente ao propiciar aos atores envolvidos uma relação
colaborativa, sendo os alunos como sujeitos ativos do próprio processo de aprendizagem”
(CARVALHO, 2007 p. 4).
Não é de se estranhar que, para os empresários da educação, a modalidade diretiva é
muito mais atrativa, já que seu modelo permite reproduzir os conteúdos preparados pelo
professor temático, sistematizar o conteúdo, planejar o curso e transmiti-lo a várias localidades
simultaneamente, com pouca ou nenhuma interatividade.
Essa solução educacional nos parece clara quanto à sua organização e produção
“industrial” e até mesmo “fordista”, assim como quanto à não autenticidade dos
sujeitos que vivenciam o processo ensino-aprendizagem (alunos-tutores). Um
dos motivos mais óbvios da utilização desse modelo é a drástica redução dos
custos e consequentemente aumento dos lucros, devido ao fato dos tutores serem
normalmente muito mal remunerados financeiramente (CARVALHO, 2007 p.
5).
Nesse mesmo sentido, Moran (2003) aponta que há uma grande variedade de cursos on-
line: cursos para poucos e para muitos alunos, cursos com pouca interação e com muita interação,
82
cursos centrados no professor e cursos centrados nos alunos, cursos unitecnológicos e outros com
múltiplas tecnologias. O autor concorda com Carvalho sobre o ponto de vista apocalíptico, em
que a simplificação nos processos pedagógicos provoca a massificação com foco na lucratividade
fácil proporcionada por essa modalidade, onde os professores mais centralizadores, se colocam
como centro da informação, e organizam o curso a partir de textos e atividades que reforcem o
papel principal do professor (MORAN, 2003 p. 42).
Por outro lado, Carvalho (2007) e Moran (2003) apontam para uma proposta mais
integradora, para esses autores a proposta do EAD pode ser mais colaborativa, desde que os
docentes possuam uma visão mais participativa do processo educacional e estimulem a criação de
comunidades colaborativas, pesquisa em pequenos grupos, produção individual e coletiva. Para
ambos os autores, trata-se de uma relação de ensino-aprendizagem repleta de processos
comunicacionais, interatividade e autonomia dos sujeitos que convivem, dando a possibilidade de
ser acolhedor e rico em diversidade, ao permitir que professor e alunos, juntos, construam
engajados colaborativamente, as diretrizes e o desenrolar do processo. Nessa perspectiva, ocorre
o agir comunicativo, do qual é possível perceber o recurso reflexivo entre os sujeitos capazes de
falar, agir e entenderem-se mutuamente sobre algo no mundo (HABERMAS, 2003a).
As mudanças tecnológicas propiciam ações pedagógicas particulares com novas
provocações para a comunidade de aprendizagem na EAD, que perpassa também no presencial.
Entretanto, nota-se que o conceito entre presença e distância no processo comunicacional na
relação de ensino aprendizagem se altera paulatinamente, e as formas de ensinar e aprender
também. É importante notar que não importa a classificação ou modalidade adotada pelas
instituições. O professor terá que se adequar às novas tecnologias e apresentar pré-disposição
para as mudanças, mesmo nos modelos em que se reproduz o conhecimento tradicional, onde a
transmissão é feita de um para muitos.
Entretanto, é possível que as Comunidades de Aprendizagem, que buscam um modelo
mais interativo e que contam como coadjuvante as mídias digitais sociais – MDS venham
provocar até mesmo aos mais tradicionais um novo olhar, que ajude a direcionar ações mais
colaborativas em torno do aprendizado, de maneira consciente e interativa.
83
De acordo com informações cedidas pela instituição, as teleaulas dos cursos de graduação
a distância são transmitidos ao vivo, via satélite para os polos de apoio presencial, duas vezes por
semana. O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) funciona via Internet e é onde o aluno tem
acesso ao tutor EAD para ajudá-lo a esclarecer dúvidas, além de correções de trabalhos.
É pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), utilizando a plataforma Moodle, que
facilita a interlocução entre os usuários com possibilidades de comunicação síncrona e assíncrona
que o aluno acessa os materiais de estudo como textos de apoio, vídeos, registros das aulas, além
de possibilitar a troca de mensagens entre os alunos e o professor. O aluno pode acessar o AVA
do laboratório de informática de seu polo ou de qualquer computador conectado à internet. O
AVA é utilizado como recurso tecnológico para potencializar a aprendizagem e estimular a
prática dos estudos independentes, visando à progressiva autonomia profissional do aluno.
A metodologia de ensino no EAD que a Universidade Anhanguera adota, permite que a
turma acompanhe as teleaulas e em alguns momentos possa interagir com os tutores EAD a
distância. No mesmo dia das teleaulas, os alunos têm um momento para a realização das
atividades propostas e são acompanhados pelos tutores. Durante a semana, os alunos devem
acessar o AVA para realizar as atividades propostas, além de poderem se comunicar com os
colegas, tutores e professores de forma on-line ou off-line. Com o objetivo de incentivar a leitura
autônoma e a participação do estudante no ambiente virtual, além de despertar a curiosidade para
leituras extras e complementares relacionadas aos temas estudados, a universidade propõe o
fórum geral que é uma ferramenta de comunicação assíncrona entre os usuários que permite a
interação. O fórum de notícias para publicação dos avisos e notícias, tais como prazos para
entrega de atividades, critérios de avaliação e outros avisos importantes da disciplina, as
mensagens publicadas nesse fórum somente podem ser visualizadas, sem poder interagir.
Atividade de autodesenvolvimento trata-se de uma tarefa que o aluno realiza individualmente,
86
por meio de um roteiro de trabalho, e que requer diferentes níveis cognitivos para sua solução. O
objetivo geral é fixar, aprofundar os conceitos. O roteiro de estudos é uma tarefa que o aluno
realiza com o objetivo de aprender a resolver problemas (este conteúdo se aplica às disciplinas –
Núcleo Comum). A atividade colaborativa é uma tarefa que o estudante realiza em grupo, por
meio de fórum geral e um roteiro de trabalho com o objetivo de aprender a resolver problemas,
em equipe (este conteúdo se aplica às disciplinas - específicas). As questões para
acompanhamento da aprendizagem com múltipla escolha servem para o aluno verificar o nível de
compreensão do conteúdo. São permitidas até 02 tentativas para resolução desta atividade. O
objetivo geral desse item é a autoavaliação.
No momento das teleaulas, o aluno assiste às aulas transmitidas via satélite e pode
interagir com a ajuda do professor/tutor presencial para esclarecimentos de dúvidas.
Estruturados
Baby Boomers 1940 / 1950 60 anos Revolução
Construtores
Céticos
Geração X 1960 / 1970 45 anos Facilidades
Tolerantes
Desestruturados
Geração Y 1980 / 1990 22 anos Inovações
Contestadores
Conectados e
Geração Z 2000 / 2010 10 anos Equilíbrio
relacionais
No entanto, será feito menção a essa nova geração de Nativos digitais com acesso às
tecnologias digitais, e que passam a maior parte do tempo conectado nas redes sociais, blogs,
jogos online, em meio às inovações tecnológicas. Nesses espaços socializam, se expressam
criativamente e compartilham ideias e novidades, muitos não distinguem o online do offline e
diante dessa realidade virtual aparecem as preocupações, em especial, dos pais e professores
referente à segurança e privacidade dos nativos no ciberespaço 28 (SANTOS, 2011 p. 5).
Enquanto os Imigrantes nasceram em outro meio, não dominado pelas tecnologias
digitais, seu modo de aprender foi outro, apesar de terem presenciado o início da era digital,
cresceram em um mundo analógico, mas são os que mais contribuíram para a evolução
tecnológica, apesar do esforço para se manterem conectados com as sofisticadas ferramentas
tecnológicas, o fazem nas formas tradicionais e analógicas da interação, são menos familiarizados
com o ambiente digital, os quais aprenderam ao longo da vida a utilizar as tecnologias como e-
mails e redes sociais (SANTOS, 2011 p. 6).
Dessa forma, a convivência entre imigrantes e nativos pode ser conflitante, como por
exemplo, formação do professor imigrante diverge da forma como seus alunos, nativos digitais
percebem o conhecimento e o meio em que vivem. Por outro lado, há muitas situações em que os
estudantes, também são imigrantes digitais e são ensinados por professores imigrantes, nesses
casos ambos são de uma cultura pré-Internet. Em seu artigo sobre Nativos e imigrantes digitais,
Prensky compara o aprendizado dos imigrantes digitais em relação às tecnologias digitais com
todos os demais imigrantes mesmo que alguns aprendam mais do que os outros, sempre manterão
um certo grau de sotaque:
O “sotaque do imigrante digital” pode ser percebido de diversos modos, como o
acesso à internet para a obtenção de informações, ou a leitura de um manual para
um programa ao invés de assumir que o programa nos ensinará como utilizá-lo.
[...] Há centenas de exemplos de sotaque de imigrante digital. Entre eles estão a
impressão de seu e-mail (ou pedir a secretária que o imprima para você – um
sotaque ainda “mais marcante”); a necessidade de se imprimir um documento
escrito do computador para editá-lo (ao invés de editá-lo na tela; e trazer as
pessoas pessoalmente ao seu escritório para ver um web site interessante (ao
invés de enviar a eles a URL). (PRENSKY, 2010)
Prensky (2010), também chama a atenção para as várias denominações dada aos jovens
que nasceram em meio ao universo das mídias digitais como: N-gen [Net] ou D-gen [Digital], a
28
Indicam os meios materiais de comunicação digital, mas, sobretudo o universo de informações e interações
humanas (LEVY, 1999)
89
mais utilizada, segundo o autor, é Nativos Digitais. Para ele os estudantes de hoje são todos
“falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet. Atualmente na
literatura há um destaque especial com respeito a essa geração independentemente da
denominação dada a ela, inicialmente, procura-se rotulá-la e apresentar muito mais as
características chamadas “negativas” do que buscar um entendimento mais amplo sobre o que faz
os jovens de hoje serem como são.
Oliveira, (2012) apresenta um olhar antropológico sob esse tema, para ele a sociedade e as
organizações deveriam passar a estudar o que está ocorrendo com as gerações e aprender a
potencializar os resultados para os campos pessoal e profissional.
Estamos vivendo mais tempo e é imperioso entender como isso nos afeta,
buscarmos analisar por meio de dados estatísticos o que está mudando e qual a
tendência. Os papéis já não são os mesmos, sejamos nós pais, filhos, educadores
e/ ou gestores de pessoas. Os diversos ciclos de nossa vida variam de geração a
geração e a partir do entendimento do que está acontecendo no mundo, suas
mudanças e suas consequências, que poderemos ser reais agentes de mudança
(OLIVEIRA, 2012 p.12).
Além do mais, esses professores e muitos alunos que também são imigrantes,
experimentam uma situação sem precedentes, de acordo com o IBGE, (2010) a expectativa de
vida em média para mais 30 anos, esse fator altera profundamente a cadeia de expectativas tanto
nas relações pessoais como nas relações institucionais. Há três décadas apenas, um profissional
poderia adotar um plano de carreira que contemplasse 35 ou 40 anos, na mesma empresa, já no
seu primeiro emprego e em seguida, a aposentadoria, estimada para um período de até dez anos,
já que a expectativa de vida média, até então, era de 65 anos. Esses profissionais, hoje com idade
média de 55 anos, têm possibilidades reais de viver mais 30 anos, por isso não podem se dar ao
luxo de se aposentar, ou melhor, parar de trabalhar, pois estão na plenitude profissional, têm
saúde física, possuem acesso a instrumentos de qualificação e, inevitavelmente, desejam sustentar
o estilo de vida que alcançaram após tantos anos de trabalho (OLIVEIRA, 2012 p. 75).
Além disso, esses veteranos sabem que possuem um patrimônio bastante raro hoje – a
experiência – e utilizam esse fator como principal instrumento para sustentar o status alcançado
até então, enquanto os jovens da Geração Y ingressam no mercado de trabalho muito mais tarde
e, apesar do eventual preparo teórico maior, carecem justamente de experiência e atitude
profissional (OLIVEIRA, 2012 p. 24).
90
solitário com algo no mundo objetivo que pode ser concebido e manipulado, mas de uma relação
intersubjetiva, que sujeitos que falam e atuam, assumem quando buscam o entendimento entre si,
sobre algo e quando esse processo comunicacional não se efetiva é porque há rejeição no que está
sendo dito, por um dos atores envolvidos, para Habermas:
Quem rejeita um ato de fala inteligível e contesta a validade do que é dito, está
considerando três aspectos a verdade, a correção e a sinceridade. Com esse
“não”, ele dá expressão ao fato de que o proferimento não preencha pelo menos
uma de suas funções (da representação de estados de coisas, do asseguramento
de uma relação interpessoal ou da manifestação de vivência), porque ele não se
harmoniza com o mundo dos estados de coisas existentes, ou não se harmoniza
com o mundo particular das vivências subjetivas. (HABERMAS; 2003ª p. 394)
29
Para evitar a não comunicação que pode também ser imposta por regras ou normas, é
importante que os atores comunicativos movam-se por meio de uma linguagem natural, valendo-
se de interpretações culturalmente transmitidas que se referem a algo simultaneamente em um
objetivo, em seu mundo social comum e em seu próprio mundo subjetivo, pois quando há a
rejeição para que ocorra o diálogo verdadeiro não é possível acontecer o relacionamento
interpessoal, que fortalece a autonomia.
Habermas desenvolve a Teoria da Ação Comunicativa visando resgatar o conceito de
autonomia e promove um salto qualitativo ao restituir a ideia de que existe um sentido
universalista de razão que se aplica à dimensão moral-prática e que pode ir além das limitações
impostas pela visão reducionista da racionalidade instrumental para ainda reintegrar o poder
emancipatório. Portanto, a emancipação é um tipo especial de autoexperiência porque nela os
processos de autoentendimento se entrecruzam com um ganho de autonomia (HABERMAS
1994: 99). Desta forma,
a emancipação pressupõe uma ação voltada para o entendimento, o que faz com
que esta só seja possível quando ocorrer a expansão dos processos de ação
comunicativa, que se fundamentam necessariamente na capacidade da
humanidade de alcançar consensos racionais através do processo de
argumentação”. (HABERMAS 2003ª p. 500)
29
Cuando el hablante rechaza un acto de habla por no considerarlo normativamente correcto, por considerarlo no
verdadero, o por considerarlo no veraz, lo que está expresando con su <no> ES que La emisión no cumple las
funciones de asegurar una relación interpersonal, de servir a La exposición de un estado de cosas, o de manifestar
vivencias subjetivas, y ello por no estar en concordancia, bien sea con nuestro mundo de relaciones interpersonales
legítimamente ordenadas, o con el mundo de estados de cosas e existentente, e con el mundo de vivencias
subjetivas propio de cada uno. (HABERMAS 2003: 394)
92
Em termos gerais, a visão de autores positivistas também é criticada por Habermas que
demonstra uma grande inquietação a respeito dos efeitos do positivismo nas sociedades
modernas, onde impera uma razão técnica e instrumental, própria do capitalismo avançado. Sobre
a forma com que o racionalismo é visto pelo autor nas ciências positivistas, é possível
acompanhar na seguinte citação: “a razão encolhe-se, reduzindo-se ao aspecto formal, fazendo a
racionalidade dos conteúdos dependerem somente da racionalidade dos procedimentos, de acordo
com os quais se tenta resolver problemas – problemas empíricos e teóricos na comunidade dos
pesquisados e no empreendimento organizado das ciências” (HABERMAS, 2002 p. 44)
Habermas busca um novo entendimento de racionalidade e, ao contrário da visão
pessimista quanto à humanidade, mantém sua crença no desenvolvimento da razão como base
para a emancipação humana e propõe a substituição do racionalismo instrumental pelo
racionalismo comunicativo que é expresso por meio do discurso e se materializa promovido pela
ação comunicativa. Portanto, para Habermas, a racionalidade comunicativa,
É a experiência central que volta-se para a capacidade de combinar, sem coerção
e com consenso, o processo argumentativo que tem um discurso de apresentar
com diferentes participantes e conseguem superar a subjetividade inicial de seus
pontos de vista e as convicções da comunidade graças a racionalidade
comunicativa que é motivada para garantir a unidade e no lugar do mundo
apenas objetivo o contexto da intersubjetividade possa se desenvolver em nossas
vidas. (HABERMAS, 2003a, p.27) 30
30
posee connotaciones que en última instancia se remontan a la experiencia central de la capacidad de aunar sin
coacciones y de generar consenso que tiene un habla argumentativa en que diversos participantes superan la
subjetividad inicial de sus respectivos puntos de vista y merced uma comunidad de convicciones racionalmente
motivada se aseguran a la vez de la unidad del mundo objetivo y de la intersubjetividad del contexto en que
desarollan sus vidas. (HABERMAS, 2003a, p.27)
93
Moral e Laico e suas Implicações Éticas”, afirma que o entendimento da ciência e da técnica
ocorre dentro de um contexto bastante especifico, no qual estas perpassam as esferas
institucionais da sociedade e têm a capacidade de transformar as próprias instituições.
Essa talvez seja a causa das debilidades motivacionais que geram uma
desconfiança na própria razão secular, consequência de uma possível antinomia
interna. Se, por um lado, ela assegura a capacidade juízo contra a vulneração das
prerrogativas e deveres individuais, por outro, ela se apresenta como deficitária
na hora de motivar os sujeitos para agirem solidariamente, porque seus
interesses permanecem ligados aos aspectos instrumentais de uma economia de
mercado (PIZZI, 2011 p. 13).
Por isso, Habermas (1990) propõe um novo olhar e reformula a ideia da razão
instrumental para razão comunicacional ao sustentar que o agir social não pode ser concebido
somente como uma interação estratégica, mas como uma ação comunicativa, onde os indivíduos
se orientam pelo entendimento linguístico.
O agir comunicativo distingue-se, pois, do estratégico, considerando que a
coordenação bem sucedida da ação não está apoiada na racionalidade teleológica
dos planos individuais de ação, mas na força racionalmente motivadora de atos
de entendimento, portanto, numa racionalidade que se manifesta nas condições
requeridas para um acordo obtido de modo comunicativo (HABERMAS, 1990
p. 72).
Ressalta-se que são nas relações intersubjetivas, pela interação de dois ou mais sujeitos,
que buscam entender-se sobre determinado assunto ou objeto, a fim de compreendê-lo, que a
racionalidade verdadeira acontece, será possível perceber a universalização dos interesses numa
discussão (HABERMAS, 1989 p. 147). É exatamente neste ponto, que o fundamento de uma
ética da discussão exige a reconstrução de um espaço crítico, aberto e pluralista. Em que a
racionalidade passa a ser vista como uma fonte inspiradora nas relações humanas, visando à
emancipação dos homens a um maior entendimento do mundo (IAROZINSKI, 2000 p.13).
É importante ressaltar que em sua obra Teoria da Ação Comunicativa, Habermas, (2003a)
parte do princípio de que os homens são capazes da ação, e para tanto se utilizam da linguagem
para se comunicar com os seus pares, buscando chegar a um entendimento. Por isso, ao investigar
a razão, o autor elucida como razão comunicativa e trabalha com três conceitos: racionalidade
comunicativa, que substitua a redução cognitiva instrumental da razão, teoria da modernidade,
que explica as patologias sociais e os paradigmas do “mundo vivido e do sistema”. Ao trabalhar
esses três conceitos, Habermas lembra a autonomia individual do sujeito e a responsabilidade por
suas ações:
96
Para o autor há no homem uma tendência natural para o crescimento, o que ele chamou de
“Tendência Atualizante”, que o leva naturalmente ao desenvolvimento completo, e que está
presente em todos os organismos vivos. Esta é a pedra fundamental na qual Rogers apoia a sua
abordagem centrada na pessoa. Essa tendência não pode ser impedida, e não pode ser destruída
97
sem que se destrua o organismo. Ele cita como exemplo, plantas que nas condições mais
adversas, buscam uma fresta de luz, na direção da qual crescem mesmo que isso a deforme.
A teoria de Rogers, (1987 p. 57) apresenta três elementos chaves facilitadores no processo
de ensino aprendizagem, que também propicia o diálogo e o inter-relacionamento: Congruência,
Aceitação Incondicional e Compreensão Empática, que serão descritas a seguir:
• Congruência – autenticidade absoluta por parte do professor, que deve ser ele mesmo,
sem “fachada”. O termo transparência dá um maior significado a esse conceito. O
professor deve expressar completamente seus sentimentos, sejam de compaixão,
compreensão, como também seus sentimentos negativos, como medo, e nunca suas
opiniões ou julgamentos pejorativos. Essa congruência permite que o aluno perceba que
tem o direito de ser autêntico, e descobrir essa mesma liberdade.
• Aceitação Incondicional – o professor deve mostrar uma atitude aceitadora, quando isso
flui de uma maneira natural a probabilidade de sucesso no processo de aprendizagem é
maior. Porém o professor não pode encarar isso como um “dever”, isso deve fazer parte
do seu processo de relacionamento com as pessoas.
• Compreensão empática - O professor “entra” no campo fenomenal do grupo presente,
ou especificamente de uma das pessoas que estiver se expondo de alguma maneira, não
necessariamente verbal, sente seus sentimentos, e procura entender seus significados
pessoais como estão sendo vivenciados. Ser empático não é uma técnica, é uma atitude
desenvolvida ao longo da vida.
De acordo com Rogers (1971), conforme o aluno sente que existe um momento, e uma
pessoa, que acredita nele, que o aceita, que o escuta com atenção, que o aprecia, ele o aluno, se
torna mais capaz de abandonar suas fachadas e se mostrar mais claramente como ele realmente é,
e a partir desse processo inicia-se o diálogo e junto ao diálogo infinitas possibilidade entre elas a
de se ouvir. Ao se ouvir o aluno começa a se entender, muda suas percepções, e o poder que os
outros tinham sobre ele começa a diminuir e ele passa a ter mais controle sobre si mesmo. Quanto
mais aberta ao próprio crescimento, a pessoa se sente mais segura, menos defensiva, e mais
propensa a crescer e mudar em direção ao seu desenvolvimento. A verdadeira aprendizagem
ocorre em grande parte por meio da ação, quando o aluno participa do processo (ROGERS, 1971
p. 114).
98
Por isso, uma das estratégias de aula deve ser o diálogo, que é capaz de promover a
interação professor-aluno na ação do processo de construção de conhecimento, mas também
orientar e não manobrar, saber regular o ritmo dos debates ou atividades, esclarecer dúvidas e
conseguir ser firme em suas decisões. Essas atitudes só são possíveis ao professor que tem
congruência. Para se manter um diálogo nessa relação, é importante que ocorra transparência,
honestidade e empatia para que a confiança seja estabelecida. Em situações em que o professor
consegue promover o diálogo, ele também promove o processo de aprendizagem como um
facilitador e, além de não impor conclusões arbitrárias, não trabalhará só com uns privilegiados,
mas com o grupo inteiro.
Habermas, ao apresentar o “mundo da vida” e o “mundo do sistema”, mostra o quanto o
sistema influencia o mundo da vida, e apesar de não compartilhar da mesma linha teórica é os
conceitos trabalhados por Rogers confirmam as possibilidades já previstas por Habermas de
promoção dos diálogos por meio de atitudes verdadeiras como: congruência, aceitação e empatia
que permitem as ações comunicativas.
Frente a estas distinções, a teoria da Ação Comunicativa pode trazer contribuições
significativas para melhoria da educação que hoje tem como auxílio bastante presente a
tecnologia, tanto do ponto de vista do processo comunicacional na relação de ensino-
aprendizagem, como em questões referentes à racionalidade, à emancipação e competência
comunicativa entre os sujeitos, já que Habermas assim como Rogers propõe ações coletivas,
ideais democráticas, aguçando o pensamento crítico, reflexivo e comunicativo tão importante na
educação. Suas contribuições são significativas para o processo de entendimento e
democratização do ensino com o uso de tecnologia.
Nesse sentido, é importante nos atentarmos às palavras de Moran (2000 p. 4), em que o
aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real
significação que a informação tem para ele, para incorporá-la vivencial e emocionalmente. Moran
(2000) dialoga com Rogers (1971), ao afirmar que enquanto a informação não fizer parte do
contexto pessoal, intelectual e emocional, não se tornará verdadeiramente significativa, não será
aprendida verdadeiramente, ou seja, é importante que o “mundo da vida” seja estimulado para
que o aluno tenha essa vivência. Entretanto, Moran (2000), ao apresentar a importância das
tecnologias nesse processo, de forma sucinta e clara mostra o quanto o “mundo da vida e do
99
sistema” poderão ser um diferencial de acordo com a visão de mundo de cada indivíduo, pois
para ele:
Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco,
com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos para
comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas,
desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se
somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para
aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas
tecnologias mas nas nossas mentes (MORAN, 2000 p. 8).
Há de se concordar com Moran pelo enfoque que será dado em nossa pesquisa sobre as
novas tecnologias digitais, e também o conceito do “mundo vivido” de Habermas. Por isso, no
desenvolvimento desta tese, estará sempre presente um olhar para as condições sociais inclusivas,
especialmente, de uma comunicação isenta de coação e violência, porém refletindo sempre nas
representações que o mundo das tecnologias exercem sobre o “mundo vivido”. Portanto, ressalta-
se a importância de se pensar em novos processos de comunicação, que englobem as MDS numa
perspectiva mais colaborativa e horizontal, em que a ação comunicativa ocorra não apenas na
interação, mas que permita também a organização social.
Partindo dessas conjecturas percebe-se que na EAD e na utilização das novas tecnologias
em sala de aula, os papeis do professor e do aluno se multiplicam, diferenciam e complementam,
exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações, de
outras propostas e atividades diversificadas sendo mais colaborativas e interativas. (MORAN,
2000 p. 9)
Marc Prensky (2010) concorda com Moran (2000), ao afirmar que o papel das novas
tecnologias também é o de apoiar o novo paradigma de ensino. Para esses autores esse novo
paradigma permite que o processo de mudanças ocorra em alguns aspectos, de forma mais lenta
em outros mais céleres, mas o que diferencia é a disponibilidade das informações, essa dinâmica
envolve muito mais o “mundo da vida” com o “mundo instrumental do sistema”. Ao observar a
história da educação, nota-se que o processo de alguns autodidatas sempre existiu, é verdade que
em menor escala, mas sempre ocorreu e muitos alunos se destacavam ao ensinar-se e ir além do
que era solicitado pelos professores e chegavam até mesmo serem considerados como alunos
brilhantes. Isso ocorria porque se apropriavam das ferramentas oferecidas pelo mundo
instrumental como os livros didáticos, enciclopédias, bibliotecas e outras. Contudo, isso
funcionou para alguns, mas não para a maioria.
100
Hoje a disponibilidade que as novas tecnologias digitais oferecem permite que um número
maior de alunos, acessem variados tipos de ferramentas altamente eficazes que podem ser usadas
para o autoconhecimento e que permite e estimula a autoaprendizagem. Essa facilidade que as
mídias digitais sociais oferecem permite que os alunos obtenham os mais variados tipos de
informações, realizar pesquisas, criar, descobrir, além de colocá-los em contato com outras
pessoas ao redor do mundo. É nesse cenário que o papel do professor é fundamental, pois, deverá
ser um guia para ajudar a classificar o que é relevante, pois, seu conhecimento intelectual deverá
identificar e nortear seus alunos para as informações fidedignas (PRENSKY, 2010).
101
7 METODOLOGIA
Para a seleção da amostra optou-se pelo critério não probabilístico do tipo intencional. A
principal característica desta amostragem é que os elementos da população são selecionados
intencionalmente, considerando que a amostragem poderá oferecer as contribuições solicitadas.
Ao comparar a operacionalização de pesquisas a partir da utilização de amostras
probabilísticas com amostras não probabilísticas, vários autores advertem que, amostras não
probabilísticas proporcionam alternativas úteis, desde que seja elaborado um planejamento
cuidadoso para determinar quais elementos da população devem compor a amostra a ser
investigada. Richardson (1985 p.115) confirma essa afirmação, alegando que uma pesquisa com
amostragem não probabilística bem conduzida pode produzir resultados satisfatórios mais rápidos
e com menor custo que uma pesquisa com amostragem probabilística. Nesse mesmo sentido,
Selltiz (1975 p. 99) considera que a determinação de procedimentos de amostragem não
probabilística depende dos critérios considerados pelo pesquisador para a construção das
amostras.
Desta forma, com o intuito de ter uma representação do universo dos alunos que estão
matriculados na modalidade EAD nos cursos tecnólogos das instituições Metodista e
Anhanguera, foi realizada uma coleta de dados quantitativos e qualitativos. A pesquisa foi
realizada nas duas universidades, nos polos de São Caetano do Sul e Mauá.
Essa população foi escolhida devido à própria característica do modelo de EAD, que
exige do aluno a utilização da Internet para se conectar com seus professores, tutores, colegas e
com a instituição, além das pesquisas virtuais em links indicados. Por serem cursos com duração
de dois anos, entende-se que os alunos que estejam cursando o 2º bimestre já tenham tido contato
com os recursos e ferramentas das mídias digitais sociais - MDS da Instituição, os ambientes
virtuais de aprendizagem - AVA, portanto, é possível que já tenham dados significativos para
responder ao questionário.
O recorte escolhido para a amostra da população foi com aproximadamente 500 alunos
que estavam no II semestre de 2012, cursando a partir dos segundos bimestres os Cursos
Tecnólogos de Marketing, Recursos Humanos, Gestão Comercial e Logística em EAD. A autora
desta tese foi pessoalmente apresentar a proposta do trabalho, solicitar a participação dos alunos
de todas as turmas citada acima, entregar e receber os Termos de Consentimento Livre e
102
Como instrumento principal de medida foi utilizado um questionário misto sendo: uma
questão aberta, vinte questões baseadas na escala nominal e trinta e duas de escalas do tipo
Likert. A escala Likert, que tem o mesmo nome do seu criador Rensis Likert, é uma escala de
classificação de opinião e atitude que permite aos entrevistados assinalarem o grau de
concordância ou discordância com cada uma das afirmações apresentadas. Uma das principais
vantagens dessa escala é a construção e aplicação com métodos simplificados, além da fácil
compreensão e aceitação por parte do respondente (RICHARDSON, 1985 p. 226).
Observa-se que nos três picos apontados no gráfico houve intervenção com
encaminhamento das mensagens por e-mail aos alunos como lembretes, citados anteriormente e
sempre com ênfase da importância de suas respostas para essa tese.
A coleta de dados deste trabalho, que também nos auxilia no processo de análise, além de
utilizar informações obtidas em fontes primárias, também usou pesquisas de fontes secundárias.
A análise secundária, segundo Richardson (1985 p. 182), consiste na investigação de vários
documentos, que por meio dos quais, além de fornecer as informações de estudos já realizados e
contribuir com a sociedade científica sobre determinado assunto, podem descobrir novos fatos
que se relacionem com o fenômeno estudado. Para tanto, foram utilizadas as seguintes fontes de
informações: documentos fornecidos pelas instituições educacionais, pesquisas realizadas por
instituições governamentais e não governamentais como: DEDALUS, Biblioteca do IBICT,
INEP, IBGE, CETIC.br, FNDC 31, Ministério da Comunicação, Intervozes, ABE-EAD entre
outras. Além de pesquisa bibliográfica abrangendo as diversas áreas envolvidas no estudo.
A revisão de literatura teve o seu norte voltado para a investigação de caráter
exploratório, sobre as atuais pesquisas acerca da relação dos jovens entre si, com a EAD, a
Internet, as Redes Sociais, Políticas e Governança na Internet e outros temas afins. Esse processo
31
DEDALUS – Banco de dados bibliográfico da USP, IBICT - Biblioteca do Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia, INEP – Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, CETIC.br – Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e
da Comunicação no Brasil, FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Intervozes –
Organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil, Associação Brasileira dos
Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD.
106
teve início durante o mestrado e tem sido sistemático e contínuo, por isso, estão presentes neste
trabalho, mas sempre com novas informações e análises.
Para as discussões referentes ao universo das tecnologias digitais, optou-se por trabalhar
com os autores Manuel Castells, Sebastião Squirra e Alex Primo que nos forneceram respaldo
sobre os temas: sociedade do conhecimento, redes sociais, recursos e ferramentas digitais, entre
outros.
Nas discussões e reflexões que abarcam o mundo das gerações e as mudanças que as
tecnologias provocam na área da educação, trabalhamos com os conceitos dos autores Don
Tapscott e Mark Prensky. Para elucidar a importância do professor como facilitador no processo
ensino-aprendizagem, os conceitos das teorias de Carl Rogers e Paulo Freire foram
imprescindíveis.
As discussões teóricas do universo dos processos comunicacionais foram vistas sob a
ótica dos conceitos de Jürgen Habermas, que, apesar de não buscar uma teoria aplicável, trabalha
o “conceito de sociedade como sistema e como mundo vital, o que deixa espaço aos de espírito
construtivista para realizarem tentativas de montagem de espaços ‘comunicativos’ dentro dos
tentáculos do sistema” (HABERMAS, 1981 apud PRADO, 1996 p. 37).
107
Anhanguera
44%
Metodista
56%
14%
9%
4%
2%
26% 24%
12%
Feminino Masculino
52% 48%
O gráfico 5 informa o sexo dos respondentes. É importante registrar que apesar de sutil a
representatividade de respondente do sexo feminino é maior, bem como ressaltar que esse fato
não ocorreu por interferência da pesquisadora no que se refere ao encaminhamento dos
110
questionários. O critério de entregas dos questionários aos alunos foi aleatório, por turmas. A
maior representatividade de alunos do sexo feminino pode ser devido aos cursos de Recursos
Humanos que em média atrai mais o público feminino, inclusive esse dado se revela em nossa
pesquisa, na tabela 3, com a maior representatividade 29% dessa população e também é apontado
pela pesquisa “Quem disse que a geração Y não tem interesse pela área de RH?”. Essa pesquisa
32
foi realizada pela empresa de consultoria Atingire e constatou que 70% dos respondentes eram
do sexo feminino. Outro dado importante para lembrarmos é o resultado da pesquisa divulgada
pelo IBGE em setembro de 2012, referente à coleta de 2011, que informou que no momento em
que a pesquisa foi realizada a população brasileira era de 195.2 milhões, sendo que 100 milhões
representavam o sexo feminino. Contudo, é um interessante tema a ser investigado em trabalhos
futuros.
Tabela 3 - Informa o sexo, estado civil e a faixa etária dos pesquisados
Frequência faixa
Curso Sexo Estado Civil etária
casados 6 até 20 1
Masculino 7 solteiro 1 20 - 30 0
Gestão Comercial casados 3 31 - 40 6
Feminino 3 solteiro 41 - 50 3
acima de
Total 10 50 0
casados 16 até 20 1
Masculino 22 solteiros 6 21 - 30 7
Gestão em Logística casados 3 31 - 40 13
Feminino 6 solteiros 3 41 - 50 6
acima de
Total 28 50 1
casados 10 até 20 1
Masculino 16 solteiros 6 20 - 30 5
Gestão em Marketing casados 7 31 - 40 16
Feminino 11 solteiros 4 41 - 50 5
acima de
Total 27 50 1
32
A Atingire é uma consultoria de treinamento e desenvolvimento e o resultado dessa pesquisa está disponível em:
<http://s3.amazonaws.com/atingire_site_2/arquivos_diversos/minha_carreira_em_rh_2012_geracao_y.pdf>
111
casados 3 até 20 1
Masculino 4 solteiro 1 20 - 30 22
Gestão em Recursos casados 18 31 - 40 10
Humanos
Feminino 36 solteiros 17 41 - 50 5
acima de
Total 40 viúva 1 50 1
Total solteiros + viúvos 39
Total casados 66
Total 105 105
Fonte: Pesquisa própria
Em relação ao estado civil, nota-se que a maioria (70%) representa os alunos que são
casados, destes 53% é representado pelo sexo masculino, enquanto que dos 40% dos
respondentes solteiros 64% está representado pelo sexo feminino. Pode-se considerar um dado
revelador para essa pesquisa a concentração de 70% dos respondentes serem casados, somados ao
dado interessante em relação à faixa etária dos respondentes pertencerem às faixas etárias de 31 a
40 anos 43% e acima de 41 anos 21%, totalizando assim nessas duas faixas etária 61%. Esses
dados nos apontam que se trata de uma população, que pertence à faixa etária madura, porém
ainda são relativamente jovens 33, com um bom potencial de desenvolvimento, e cuja maioria é de
alunos casados e conforme a tabela 4 aponta que 50,5%, com filhos.
Dos 53 respondentes que possuem filhos 52% tem apenas um filho, 43% dois filhos e 6%
com três filhos. Os dados informados na tabela 4 revelam uma característica importante para a
avaliação do impacto da atividade escolar nas demais extensões da vida dos pesquisados, pois a
33
De acordo com o IBGE (21), a expectativa de vida para 2020 é de 83 anos.
112
predominância de pessoas casadas e possuidoras de filhos sugere a existência de, pelo menos,
mais uma situação a concorrer com a atividade educacional, que é a família, além desses
pais/alunos passarem aos seus filhos, muitos da geração “Y” ou “Z”, a importância da busca do
conhecimento. Oliveira (2012) apresenta um olhar diferente sob esse tema e convida a sociedade
a refletir sobre a formação de uma juventude empreendedora, ao afirmar que cabe aos líderes
adultos compartilhar suas experiências e sua consciência mais madura com aqueles que estão em
plena transformação, sem idealizá-los, rebaixá-los, muito menos abandoná-los e nada mais é
importante do que o exemplo na vida dos pais (alunos) para uma educação continuada. Esse
também poderá ser um tema interessante para investigações futuras.
67%
14%
12%
5% 2%
O gráfico 6 mostra que a maioria significativa dos respondentes (67%), estudou em escola
do Estado. Esse dado é importante para as nossas reflexões, somado aos dados da pesquisa do
Comitê Gestor da Internet - CGI.br (2010), que apontou que a utilização das Tecnologias na
escola de ensino fundamental e médio, ainda tem um grande caminho a percorrer, apesar dos
investimentos realizados pelo governo em equipar as escolas.
113
O gráfico 7 mostra que os respondentes ocupam os mais variados cargos, desde auxiliares
até empresários e cargos de confiança. Ao correlacionar as variáveis – grau de escolaridade e tipo
de escola que completou o ensino médio com o cargo ocupado, não se identifica que uma
escolarização realizada em uma instituição particular seja direcionada para a ocupação dos cargos
mais elevados, para esses respondentes. Entretanto, a pesquisa nacional por amostra de
Domicílios – PNAD 2009, do IBGE ao comparar o contingente de trabalhadores com o ensino
médio completo, percebeu uma diferenciação salarial de 28% no rendimento médio auferido por
tais trabalhadores, comparados aos que não atingiram os 11 anos de escolaridade. Também no
Grupo Focal (apêndice G), durante as discussões, foram apresentados fatores importantes que
justificaram a procura mesmo que tardia para se obter o diploma do terceiro grau. Apontou-se
que, apesar de muitos já obterem conhecimento na área, pretendem aprofundar seus
conhecimentos, na percepção de alguns alunos o que interessa mesmo é conseguir o diploma para
conquistar a promoção já prometida por seus empregadores, ou ainda para outros participantes, o
importante é terminar a graduação o mais rápido possível para fazer um MBA. Vale destacar,
uma frase na qual um dos componentes percebe o EAD para pessoas mais maduras: “Hoje a
graduação presencial é para a molecada mais jovem”.
Nas tabelas seguintes serão apresentados como esses usuários acessam a internet, quanto
tempo permanecem conectados nas redes sociais e se as utilizam para se comunicarem com os
atores envolvidos no universo acadêmico. A tabela 5 informa o local em que os respondentes
114
A tabela 5 mostra que 90% dos respondentes acessam a Internet por um computador fixo
existente em suas casas ou tem também a possibilidade de acessar nos computadores no local de
trabalho, bem como nos polos em que estudam, enquanto que 8% acessam apenas do trabalho ou
em lan-house. Esses dados nos apontam que o percentual dos alunos respondentes que ainda não
possuem computadores com acesso à Internet em suas residências é relativamente baixo
comparado aos que possuem.
A tabela 6 mostra que 58% dos pesquisados já utilizam aparelho móvel com acesso à
Web. De acordo com o censo IBGE, (2010) 41 milhões da população brasileira já acessavam a
internet móvel.
115
A tabela 7 mostra que dos 58% que utilizam aparelho móvel com acesso à Web. A
maioria o faz pelo Laptop ou pelo celular e outros aparelhos. Desse modo, essa informação
permite inferir que a maioria da população pesquisada pode ser considerada, por já ter
conhecimento de um dos pré-requisitos para fazer um curso EAD, visto que os respondentes já
conhecem algumas mídias digitais e possuem experiência para manuseá-las.
A tabela 8 apresenta outro dado interessante, o principal local em que os respondentes
acessam a web com aparelhos que permitem a mobilidade, para essa população, é quando estão
em suas casas 36% ou de suas casas e outros lugares 39%, totalizando assim 74% dos 61
respondentes que acessam a web móvel. Esse dado nos permite a inferência, de que
possivelmente a variável idade desses respondentes, apresenta um público mais conservador
sobre os locais que acessam a web ou também o fato da maioria ter família constituída, o que
provavelmente, seja um motivo para reforçar o estar e acessar em suas casas.
Uma vez que a premissa básica desta pesquisa foi a de investigar se a adoção por parte das
instituições educacionais dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais,
estimula a comunicação, as tabelas 9, 10, 11, 12 e 13, a seguir nos ajudam a refletir essa proposta
de forma mais detalhada.
A tabela 9 mostra que, de acordo com os 105 respondentes, nas universidades onde
estudam apenas para 8% não há o uso de Mídia Digital específica para a comunicação entre seus
colegas e professores, o que denota por parte desses respondentes certo desconhecimento, já que
para a grande maioria 92% reconhecem essa ferramenta de forma off-line e ou on-line.
A tabela 10 apresenta as redes sociais ou comunicadores que são mais utilizados para a
comunicação dentro do universo acadêmico. Considerou-se, nessa questão, a pontuação de 1 a 5
em ordem crescente, sendo o número 5 como a mais utilizada e o número 1 a menos utilizada.
Como referência de medida e cálculos percentuais, considerou-se o total de respondentes (105) e,
dentro da escala proposta de 1 a 5 as respostas da seguinte forma: (4 e 5) como mais utilizadas, (1
e 2) menos utilizadas e 3 como intermediário que será apresentada como relativamente utilizada.
117
Total 42 54 39 49 37 40 38 39 34 41 33 42 35 43 35 46 44 55 36 43
Fonte: Pesquisa própria: total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera - **= Metodista
Gráfico 8 – As redes sociais ou comunicadores que são mais utilizados para a comunicação
dentro do universo acadêmico
70%
60%
50%
40%
30% 1
20%
3e2
10%
0% 4e5
De acordo com a tabela 10 e o gráfico 8, para 62% dos respondentes a Mídia Digital
Social mais utilizada por eles é a comunicação dentro do universo acadêmico oferecido pela
Universidade em que estudam. Seguido pelo comunicador e-mail 45%, vale destacar que
especificamente nesse caso os respondentes da Universidade Metodista representam 41% dos
respondentes.
A tabela 11 informa o tempo que os respondentes ficam conectados durante a semana, nas
seguintes MDS: oferecida pela Instituição em que estudam, Facebook, Linkedin, My Space,
Orkut, Twitter, YouTube, MSN, e-mail, Skype.
118
De 1 a 5 hs 24 28 15 25 7 6 2 1 5 8 7 3 19 18 12 17 13 21 4 7
De 6 a 15 hs 8 13 8 8 3 8 3 2 7 11 2 1
De 16 a 30 hs 3 7 2 5 1 3 4 5 5 8
> 30 hs 2 5 7 3 4 1 3 2 3 2 19 12 1 3
Total 37 53 32 41 11 7 3 1 5 8 1 3 24 29 22 26 44 52 7 11
% 86% 70% 17% 4% 12% 4% 50% 46% 91% 17%
Fonte: Pesquisa Própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista
É interessante notar que de acordo com os números apontados na tabela 10 de 60% a 67%
dos respondentes não acessam o Linkedin, Orkut e o twitter e entre 22% e 40% não acessam o
YouTube, Skype, MSN, My Space e o Facebook, 5% afirmaram que não acessam a MDS
oferecido pela Instituição e apenas 3% afirmaram que não acessam o e-mail, esse último é
também o comunicador em que os alunos mais tempo ficam conectados durante a semana, 42 %
acima de 16 horas, corroborando assim com a tabela 10 em que 45% dos respondentes afirmaram
que o e-mail é a MDS que mais utilizam dentro do universo acadêmico.
De 1 a 5 horas foi o tempo de conexão nas MDS, mais apontado pelos pesquisados que
corrobora com o resultado da questão sobre as MDS mais utilizada na tabela 9 destaca-se o total
119
de 86% dos respondentes que ficam conectados na rede oferecida pela Universidade, sendo que
50% conectam-se de 1 a 5 horas semanais.
Tabela 12 – Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores – MDS
Instituição Face Linkedi My You
EAD book n Space Orkut Twitter Tube MSN e-mail Skype
A* M** A M A M A M A M A M A M A M A M A M
10 28 39 3 5 19 24 22 26 14 14 21 20 22 22 7 9 1 5 2 25
50 8 1 8 5 7 2 1 4 8 1 6 5 4 1 19 8 18 5 5
200 3 3 14 20 4 2 1 7 8 2 2 2 13 11 15 19 15
1000 13 20 2 3 1 3 3 9 8 9 1
>1000 1 1 1 1 1 6 4 2 2 1 5 3 5 1
Total 39 44 31 54 29 33 25 30 31 33 28 28 29 29 26 43 38 53 36 32
% 79% 80% 59% 53% 32% 53% 55% 66% 86% 65%
Fonte: Pesquisa Própria -total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera - **= Metodista
Gráfico 10 - Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores - MDS
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Instituição EAD Face book Linkedin My Space Orkut Twitter You Tube MSN e-mail Skype
63% encontra-se dentro da faixa de 200 a 1000 amigos. Enquanto que na MDS da Instituição
coincidentemente 63% dos respondentes marcaram a quantidade de 10 amigos é possível inferir
que, nesse último caso, esses 10 amigos façam parte do grupo de estudo das Turmas.
Para atingir os objetivos propostos pela pesquisa, realizou-se a análise das questões do
instrumento de medição que tem como finalidade traduzir estatisticamente a percepção, opinião e
atitudes dos alunos frente às mídias digitais sociais – MDS utilizadas no processo comunicacional
na relação vivenciada por eles dentro do processo de ensino-aprendizagem.
Para esse fim, a construção do questionário com o método de pesquisa atitudinal e de
opiniões tipo Likert, foi o nosso norteador, pois, consistiu na elaboração de um instrumento de
pesquisa com escala mediante os seguintes passos: - desenvolvimento das dimensões relevantes
capazes de traduzir o tema pesquisado, - elaboração de asserções relativas a cada uma das
dimensões para compor o instrumento de pesquisa, - validação das asserções aplicadas a um
grupo piloto, - aplicação do instrumento, contemplando apenas as assertivas validadas das
asserções e dimensões validadas.
Esta fase da pesquisa constitui-se dos cálculos e das interpretações gráficas a cerca das
asserções e das dimensões.
Conforme explicitado no primeiro capítulo, onde apresentou-se a Metodologia, as
asserções estão agrupadas nas dimensões referenciadas. Em seguida, proceder-se-á à análise de
cada uma delas individualmente, confrontando-se os dados encontrados à teoria estudada, mas, é
oportuno lembrar, que se acredita que elas se reforcem mutuamente, razão pela qual algumas
dimensões necessitam ser consideradas uma em relação a outras.
Para a análise dos resultados utilizou-se os conceitos das escalas de concordância com
grau considerando: 1 – não se aplica, 2- muito pouco, 3 – pouco, 4 - razoavelmente, 5 - muito. É
importante anotar que as assertivas apresentadas expressam determinados pontos de vista como,
favorável ou desfavorável. Considerou-se nesta tese as assertivas favoráveis aos aspectos que
possam ser interpretados como positivos ao uso das MDS existentes nas duas Instituições e para
121
análise comparativa foram considerados como desfavoráveis àquelas que sugerem que as MDS
existentes no mercado são mais utilizadas do que as oferecidas pelas Instituições.
Agrupou-se os conceitos 4 e 5, indicando o percentual de respostas mais positivas, ou seja
dentro do esperado e para as análises descritivas dos resultados dentro desse conceito utilizou-se
o termo zona de conforto. Entende-se como zona de conforto neste trabalho a existência de uma
condição relativamente confortável e de bom nível de adaptação dos alunos pesquisados frente às
MDS oferecidas por sua Instituição de ensino.
Referente aos conceitos 2 e 3, que também foram agrupados, definiu-se neste trabalho
como respostas abaixo do esperado, valeu-se dos termos como alerta ou merecedor de atenção,
para o conceito 1 não se aplica considerou-se às circunstâncias apresentadas em que de fato não
se aplica para aquelas questões, ou ainda situações em que o respondente desconhece, não
percebe ou não utiliza, nesses casos pontuou-se como perigo.
Sendo assim, para as dimensões: “Grau de utilização das mídias digitais sociais
oferecidos pelo Mercado” e “Comunicação nas Redes Sociais”, as considerações voltaram-se no
sentido de reafirmar ou não se os respondentes utilizam as MDS oferecidas pelas suas
Instituições, nesses casos as análises foram feitas no sentido inverso das explicações sobre zona
de conforto, merecedor de atenção ou perigo, citados acima.
Primeiramente realizou-se a análise por dimensão e depois das asserções. Para a análise
das dimensões, o critério utilizado foi a somatória dos resultados de todas as assertivas.
Apesar de não ser objeto de este trabalho fazer uma análise comparativa entre as duas
Universidades, os resultados foram apresentados de forma distinta e o percentual calculado entre
as duas Universidades.
2.1 Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos pela instituição
A proposta dessa dimensão foi avaliar se há consonância entre as MDS oferecidas pelas
Instituições e a utilização dessas pelos pesquisados. Os resultados estão apresentados na tabela 13
e nos gráficos 11 e 12.
122
Perigo 14%
Esta dimensão foi investigada por meio das assertivas apresentadas na tabela 13 e o
gráfico 11 informa o resultado geral, considerando o percentual dentro de cada assertiva.
Entende-se que 44% dos respondentes percebem essa dimensão de forma positiva, enquanto que
123
para 38% as respostas dadas, estão abaixo do esperado e merecem uma atenção. Para um
percentual de 14% ao afirmarem que não se aplica, pode significar um desconhecimento pelas
MDS oferecidos pela Instituição. Em síntese, esse resultado pode denotar uma situação de
relativo conforto por parte dos respondentes frente às MDS oferecidas por suas Instituições.
A8
A7
A6
A5 Perigo
A4 merece atenção
A3 zona de conforto
A2
A1
O gráfico 12 informa os resultados das 8 assertivas, dentro dessa dimensão (1), destaca-se
a informação de que a grande maioria dos respondentes 73%, referente à assertiva 1 – (A2),
conhece os recursos das mídias digitais sociais oferecidos por sua Instituição e 51% (A3)
percebem que o processo de tomada de decisão por parte dessas Instituições, para ajustar
possíveis problemas no AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem é eficaz. Apesar de terem tais
conhecimentos e percepções, apenas 34% (A4) (utilizam muito ou razoavelmente e se apropriam
desses recursos para se comunicarem com seus professores, 45% (A5) a utilizam para se
comunicarem com seus colegas e apenas 21% (A6) com coordenadores, tutores EAD e
funcionários da secretaria. É interessante notar que ainda nessa dimensão 44% (A7) dos
respondentes percebem de forma positiva, que em suas Instituições as ferramentas
disponibilizadas são usadas em sua plenitude e 66% (A8) afirmam que a comunicação no
ambiente AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem flui de forma aberta e eficaz. Entre 3% e
27% dos respondentes distribuídos nessas dimensões alegaram o conceito 1 - não se aplica - para
124
as assertivas apresentadas.
2.2 Dimensão 2: Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado
Esta dimensão, que buscou medir o grau de utilização das mídias digitais sociais
oferecidos pelo Mercado pelos respondentes foi investigada mediante as assertivas da tabela 7.12:
Tabela 14 – Dimensão 2: Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A9 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com os meus professores 39 17 11 9 4 10 1 5 1 3
A10 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com os meus colegas da sala 14 12 10 6 11 5 9 10 12 11
A11 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com outros agentes da escola da
universidade como: coordenador, tutor EAD, funcionários da
secretaria 42 21 11 12 2 4 0 5 1 2
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista
1 47%
2e3 31%
4e5 19%
O gráfico 13 informa que, para 47% dos pesquisados, a utilização das MDS oferecidas
pelo Mercado para a comunicação entre professores, colegas e outros agentes da Universidade
não se aplica, 31% utilizam o Facebook, Orkut, MSN, Skype pouco ou muito poucas vezes para
esse tipo de comunicação e apenas 19% assinalaram que fazem uso dessas Mídias para
comunicação na Universidade. Esses dados reforçam os resultados e as análises apresentados na
125
dimensão anterior, principalmente nas assertivas A4 em que 34% dos respondentes utilizam o
sistema da Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino para comunicar com os meus
professores e na A5 - utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino
para comunicar com os meus colegas de sala, onde os respondentes afirmam a utilização das
MDS oferecidas pela Instituição.
2.3 Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para recursos oferecidos
às pesquisas de trabalhos acadêmico e compartilhamento do conhecimento.
O objetivo de se haver avaliado esta dimensão foi o de conhecer o domínio por parte dos
pesquisados sobre as ferramentas existentes na Internet para o auxílio de pesquisas de trabalho
acadêmico.
Perigo 18%
A18
A17
A16
Perigo
A15
merece atenção
A14 zona de conforto
A13
A12
Esta dimensão visa identificar de acordo com a percepção dos respondentes se as MDS
ajudam no processo comunicacional dentro da relação ensino-aprendizagem e se essas facilitam
na interatividade, dialogicidade e auxiliam na colaboração entre seus colegas e se esse processo
oferece suporte a esses alunos a alcançarem suas autonomias.
As assertivas, a seguir, foram formuladas a partir das premissas acima citadas e com
base na literatura consultada.
128
2%
Perigo
27%
merece atenção
67%
zona de conforto
A21
Perigo
A20 merece atenção
zona de conforto
A19
Observa-se, na tabela 16, e nos gráficos 16 e 17, que a maioria dos respondentes 67%
considera que as MDS são importantes para a Comunicação dentro do EAD. Desses 72%
percebem que o processo comunicacional poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte dos
tutores de EAD maior interatividade on-line e 66% assinalaram que o processo comunicacional
poderia ser mais dinâmico se o layout fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com
um visual agradável. Entretanto é interessante notar que para 27% dos respondentes esses
quesitos são pouco ou muito pouco importantes.
Para 64% as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio do processo
comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem e 61% apontam que a utilização dos
recursos das mídias digitais sociais, no processo do EAD entre professores e alunos, e entre os
alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e, consequentemente,
ajuda o aluno a alcançar sua autonomia. Esse aspecto é apoiado pela discussão do Grupo Focal
apontados em questionamentos sobre o porquê de não investir mais em tutores que possam ficar
um tempo maior on-line.
Esta dimensão foi pesquisada com o intuito de compreender o quanto a Comunicação nas
Redes, se faz presente no mundo dos pesquisados. As asserções validadas para essa dimensão
foram as apresentadas na tabela 17 com os gráficos 18 e 19.
Tabela 17 – Dimensão 5: Comunicação nas Redes
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A23 - As mídias digitais sociais e suas ferramentas, quando
utilizadas fora da rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e
estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído, permitem
maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD 5 1 5 6 9 16 19 8 18 13
4e5 2e3 1
1 3,5%
2e3 34%
4e5 54%
1
A24
2e3
4e5
A23
permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as vivenciadas na rede
EAD.
Perigo 6,75%
A28
A27
Perigo
merece atenção
A26
zona de conforto
A25
2.7 Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas que podem
surgir relacionados à tecnologia.
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M** A* M A M A M A M A
A29- Sempre que há um problema com a transmissão da tele
aula procuro assistir depois as aulas que são disponibilizadas,
para ter conhecimento do conteúdo ministrado. 3 0 4 6 9 7 12 10 28 21
133
Perigo 2,50%
A32
A31
Perigo
merece atenção
A30
zona de conforto
A29
Com mais tempo para viver, as prioridades podem ser reavaliadas e as etapas
que eventualmente foram abandonadas ou não se completaram podem voltar a
ser incluídas nos processos de escolha. Ao perceber que o interesse em aprender
é renovável, muitas pessoas começam a considerar novas realidades para suas
vidas. Estimulados pela estabilidade pessoal conquistada com o passar dos anos,
assim como pelas novas tecnologias de ensino, muitos “quarentões” estão se
matriculando em faculdades, como demonstram as estatísticas do Ministério da
Educação e Cultura (MEC), que em 2011 já registravam mais de 20% dos
estudantes universitários com idade acima de 40 anos (OLIVEIRA, 2012 p.74)
O fato do ser humano ter mais tempo de vida somado às expectativas que modificam o dia
a dia, com a introdução das mídias digitais sociais, pode estar levando esses alunos, já em idade
adulta, a retornarem às escolas, com o intuito de obter maior qualificação e atualização para o
trabalho e conquistar conhecimento ou maior expertise com as MDSs. Além disso, a procura,
mesmo que tardia, aos estudos, pode estar vinculada às exigências atribuídas pela Sociedade do
Conhecimento, cujo escopo vai além do mundo da internet e está redefinindo a economia global,
trazendo consigo a transformação do mundo “inteligente” em toda a sua dimensão e também as
referências definitivas e irrefutáveis do domínio do mundo de negócios (SQUIRRA 2005 p. 258).
Entretanto, essa população, em sua maioria, é considerada como imigrante no universo
das mídias digitais sociais, com as características específica desta geração, pois, apresentaram ter
um escopo bem definido do que se almejam e são possuidores de um julgamento crítico bem
apurado para as questões que envolvem seus direitos, demonstrados e corroborados na fala do
grupo.
Trabalhou-se nos encontros do grupo focal os temas levantados como hipóteses. Em um
desses encontros o grupo discutiu sobre a percepção que os participantes tinham a respeito da
utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e alunos
e entre os alunos em si, se torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, se ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma relação emancipatória.
Essa questão foi apontada pela maioria dos pesquisados e também pelo grupo focal, como real e
assinalou que ainda as Instituições precisam desenvolver muito neste quesito, o grupo indicou
como exemplo, o Google talk 34,o Skype ou o MSN com mensagem de voz como uma possível
solução para que a agilidade na interação ocorra efetivamente. De acordo com a percepção do
grupo essa ferramenta facilitaria a comunicação interativa, permitindo maior agilidade, nos
34
A Universidade Anhanguera oferece gratuitamente uma conta no Google APPS para cada aluno.
137
diálogos entre alunos e professores e entre os alunos em si, mas que ainda não é uma ferramenta
utilizada no processo. Pertinente ao tema autonomia e emancipação, o grupo apontou que poderá
sim ocorrer, mas que depende da forma e dos conteúdos discutidos nos momentos de interação
que envolvam teoria e prática e como cada aluno irá conseguir refletir sobre tais temas
relacionando-os às suas experiências, para o grupo não adianta o aluno estar apenas de corpo
presente, mas precisa interagir em todas as atividades para adquirir e dividir conhecimentos, com
todas as ferramentas tecnológicas disponíveis. Para facilitar esse processo, hoje o EAD conta com
a web 2.0 que, segundo Primo (2006 p. 2), tem repercussões sociais importantes, que potencializa
processos de trabalho coletivo de troca afetiva, de produção e circulação de informações de
construções social de conhecimento apoiadas pela informática.
As informações levantadas a respeito da utilização da MDS, conforme apontados no
capítulo anterior indicam a predominância das seguintes características: A maioria tem
computador com acesso à Internet e em seus ambientes de trabalho utilizam aparelhos móveis e
acessam a web com esses aparelhos, entretanto é interessante notar que para 73% dos
respondentes, apesar de possuírem aparelhos móveis, quando utilizam o fazem de suas
residências ou no ambiente de trabalho. O número de usuários que utilizam aparelhos móveis
com acesso à web é corroborado com a informação da pesquisa TIC domicílios de 2011, que
apontou um crescimento significativo da posse do computador portátil em comparação à pesquisa
anterior.
Além disso, os respondentes conhecem e aproveitam as MDS oferecidas por suas
Universidades e as utilizam para se comunicarem com seus colegas e seus professores, mas,
também fazem uso de forma bastante significativa do comunicador e-mail para esse tipo de
contato. A pesquisa apontou que a grande maioria 86% se conecta no mínimo 1 hora por semana
à internet.
Esses dados confirmam os resultados do Dossiê Universo Jovem - MTV (2010) que
apesar da idade dos pesquisados, ter atingido a faixa etária até os 30 anos e utilizarem as mídias
digitais sociais de forma bem expressiva, os resultados apontaram que 49% dos entrevistados
apresentam características mais conservadoras, são mais tradicionais, humanizados e
batalhadores, seus valores estão mais voltados para “a união familiar, carreira, profissão, viver
numa sociedade menos desigual, consumista e mais segura, além de valorizar a espiritualidade”
(DOSSIÊ MTV, 2010). Os resultados desse dossiê podem ser um ótimo parâmetro para
138
identificar que independente da época ou da idade, sempre haverá grupos com características
singulares com visão e percepção de mundos diferentes do que é exposto pelos meios de
comunicação.
Convergindo para esse mesmo raciocínio, Carvalho (2010) apresentou características
relacionadas aos alunos que têm a mesma faixa etária dos pesquisados da MTV e declara que se
trata de um público que, além de atuantes, são colaborativos e interativos. Esses aspectos, além
de contribuir com a construção do conhecimento, dão sentido aos resultados da nossa pesquisa,
cujos participantes também têm atributos parecidos e que são importantes para o indivíduo
conquistar sua liberdade de expressão, assim como para desenvolver a sua autonomia e obter o
seu próprio aprendizado e conhecimento, no universo da Sociedade do Conhecimento.
o fazem de forma idealista e por terem fortes tendências a serem centrados, independentes e
pragmáticos esses atributos, provavelmente permitem que consigam usufruir das tecnologias
oferecidas pelas Instituições de forma mais pacífica. Tapscott (1999) define essa geração como:
(...) um grupo mais bem educado da história. Mas, como adolescentes,
depararam com uma economia com uma das mais altas taxas de desemprego,
que beirava os 10% no final de 1980. Também viram alguns dos mais baixos
salários iniciais de qualquer grupo desde aqueles que ingressaram na força de
trabalho na década de 30, durante a Depressão (TAPSCOTT, 1999, p. 19).
Esses fatores apontados por Tapscott permitem uma maior compreensão sobre a
necessidade que esses alunos imigrantes digitais, já em idade madura apresentam na busca de
seus objetivos e o quanto são preparados para se adaptarem nas mais diversas situações, pois já
vivenciaram situações diversas que os deixaram atentos com os acontecimentos econômicos,
sociais e políticos. Outra análise viável desses resultados pode estar relacionada ao que
Habermas apresenta sobre a integração social como um processo de reprodução do “mundo da
vida”. Vale lembrar que para o autor o “mundo da vida” é a esfera da reprodução simbólica, da
linguagem, das redes de significados que compõem determinada visão de mundo, sejam eles
referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos, enquanto que o
“mundo instrumental ou do sistema” refere-se à reprodução material, regida pela lógica
instrumental, o que força o indivíduo a uma adequação dos meios para atingir determinados fins,
incorporadas nas relações hierárquicas como político ou econômico. Desta forma, para Habermas
os indivíduos e os grupos sociais se afirmam, dominando as situações por suas ações, cujo
contexto é dado pelo “mundo vivido” criador de horizontes, que se apresenta, em cada situação,
como um fragmento encarado como um problema frente ao qual o agente deve posicionar-se
(HABERMAS, 2003b :192). Assim, os pesquisados, ao afirmarem que aceitam as mídias digitais
sociais oferecidas pela Instituição, demonstram que sabem situar-se para alcançar seus objetivos
de acordo com a proposta de seu “mundo vivido”, entretanto são adaptáveis e por isso,
conseguem respeitar as regras impostas pelo “mundo instrumental”.
De acordo com as características acima citadas, pode-se dizer que a utilização mais
acentuada das mídias da Instituição e do mensageiro MSN, deve ser devido ao fato de muitos
ainda não dominarem as demais MDSs e ao se comprometerem com seus objetivos estão em
busca de conhecimento, por isso, primeiramente utilizam as MDSs oferecidas pela instituição e
com a que eles provavelmente já estavam habituados, no caso o e-mail. Além de que pode ser um
indicador de que a comunicação realizada com a utilização dessas mídias, ainda são apenas as
140
formais.
encontram as mais diversas soluções, nas ferramentas digitais com um processo mais intuitivo de
tentativas e erros. Essa é uma das prerrogativas da sociedade do conhecimento, pois não é mais
viável o aluno se limitar apenas a aprender a fazer e esperar que tudo chegue a suas mãos
simplesmente, mas, sim ter a disposição de aprender a aprender e no lugar de informações
prontas e acabadas, o novo paradigma cujo cenário as tecnologias digitais dão suporte, o norte é
saber encontrar a informações nas diversas fontes e, saber trabalhar com os dados a fim de
transformá-los em conhecimento.
Observa-se na dimensão quatro, “Comunicação dentro do EAD”, que a maioria dos
respondentes 67% considera que as MDSs são importantes para a Comunicação dentro do EAD e
que o processo comunicacional poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte dos tutores de
EAD maior interatividade on-line. Para 66%, o processo comunicacional poderia ser mais
interessante e dinâmico se o layout fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um
visual agradável. Também nessa dimensão, 61% dos pesquisados concordam que a utilização dos
recursos das mídias digitais sociais, no processo do EAD entre professores e alunos, e entre os
alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e, consequentemente,
ajuda o aluno a alcançar sua autonomia. Essa questão é apoiada pela discussão do grupo focal,
apontados em questionamentos como: “o porquê de não investir mais em tutores que possam
ficar um tempo maior on-line”. De acordo com a fala de um dos componentes do grupo “certos
erros de sistema podem ser aceitos, assim como erros de pessoas, mas o que não dá para aceitar é
a falta de respeito”, afirmam que muitas vezes se sentem ludibriados, com a falta de comunicação
com os tutores EAD, que usam apenas a comunicação off-line e sempre com desculpas de que
não tem tempo para ficar mais on-line. É interessante notar que a pesquisa Dossiê da MTV
(2010) destaca que o conceito de on-line e off-line é ultrapassado, entretanto, observam-se nos
comentários do grupo que na contramão da pesquisa da MTV, os alunos participantes afirmaram,
que a comunicação dentro do AVA acontece de forma mais off-line e destacou que “é importante
que os tutores EAD, estejam disponíveis em algum momento on-line, mesmo que, seja
combinado com antecedência”. É interessante ressaltar que essa assertiva destacou apenas a
importância da comunicação acontecer on-line, e nas discussões do grupo foram assinaladas as
dificuldades para a comunicação on-line com tutores e professores no AVA.
Percebe-se que para o grupo, manter a dialogicidade sem ter nenhum contato presencial
ou mesmo on-line, faz com que o processo torne-se mais complexo e com maiores dificuldades
142
para a comunicação ser mais efetiva. Além disso, o grupo afirmou que as explanações dos
professores/tutores presenciais fazem a diferença, para eles é importante estar com o outro em
sala de aula para trocas de informações entre os colegas, mesmo que esses momentos sejam uma
ou duas vezes por semana, para o grupo o fato de poder estar em contato com colegas,
funcionários, professores e tutores torna-se como um diferencial importante para se estabelecer
confiabilidade e para acontecer o processo comunicacional.
Por outro, lado os apontamentos dessa dimensão também apresentam que a maioria do
público pesquisado concorda que quanto mais se incrementa o uso dos recursos tecnológicos e
comunicacionais, mais resultados positivos se colhem no processo da retenção da informação.
Apesar de que, dentro do EAD nas duas universidades em que os alunos foram pesquisados, o
processo comunicacional, mesmo com as possibilidades oferecidas pelo computador e internet e
com as ferramentas disponíveis nos ambientes AVA, em sua maioria, apresenta uma barreira
comunicacional que é inerente ao ser humano, já que elimina a linguagem corporal não verbal.
Essa comunicação não verbal é apresentada por gestos, expressões faciais, olhares, tom de voz
etc, exceto nas teleaulas o processo comunicacional é quase exclusivamente por trocas textuais, é
provável que ao apresentar tal característica a dinâmica de ensino aprendizagem sofra
interferências. Nesse sentido, Alex Primo (2006: 2), destaca o potencial da Web 2.0 como uma
tecnologia que permite mais poder e capacidade de interação na web e o autor afirma que
consequentemente essa facilidade atribui ao internauta, mais liberdade e maior autonomia. Além
disso, facilita também outro aspecto importante que é a dialogicidade apontada por Paulo Freire
(1977: 96), há mais de três décadas afirmou que as possibilidades de interação, geradas por
interfaces de comunicação, dependem de estratégias propostas pelo educador que fomente o
diálogo problematizador. Entretanto o que o grupo apontou, não é apenas a importância do
contato presencial, mas, sim da interatividade, que pode acentuar a necessidade de se aproveitar o
que já existe nas ferramentas skype e MSN, por exemplo, para que o diálogo aconteça de forma
falada e não apenas textual.
Moran, (2012) concorda com Paulo Freire (1977) e acrescenta que com a educação on-
line os papéis do professor se multiplicam, diferenciam e complementam, exigindo uma grande
capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações e propostas que as
ferramentas e linguagens tecnológicas apresentam. Entretanto, essa modalidade ainda está muito
presa no modelo tradicional e, paulatinamente, vai ganhando espaço e, em alguns casos, os cursos
143
É importante perceber que, de acordo com os resultados apresentados e a fala dos alunos
provenientes da entrevista do grupo, além da importância do layout e da tecnologia oferecida, a
maior fragilidade que as instituições apresentam é a definição dos papéis dos tutores e
professores temáticos no processo comunicacional dentro da relação de ensino aprendizagem
para as utilizações das ferramentas tecnológicas no EAD. Esses aspectos podem ser examinados
sob o prisma da Teoria da Ação Comunicativa, cuja teoria do agir é constituída a partir dos atos
de comunicação. Para Habermas, citado por Prado (1996,) existem duas formas de lidar com a
comunicação: buscar fins e seguir de modo teleológico um plano de ação, apenas visualizando o
fim ou procurar entendimento verdadeiro e transparente, definido como modo comunicativo.
Para Prado, (1996) esta oposição é fundamental, já que a divisão entre racionalidade
instrumental-estratégica e ação comunicativa é uma postura de base, se o falante dirige-se ao
outro procurando resolver um problema para atingir determinado alvo, então sua postura é
racional, mas se ele age sistemicamente, instrumentalmente, ele não se preocupa em entender-se
com o outro falante senão para atingir suas metas. Observa-se que para o grupo focal, o EAD
ainda está vivenciando a racionalidade instrumental-estratégica, segundo o grupo, “mudou-se a
plataforma, mas a usabilidade no fundo só se modernizou e continua a mesma coisa, só muda o
nome, por exemplo, o Skype e o MSN são os mensageiros da informação, ou seja, ainda não
temos interação efetiva, apenas passamos as informações do mesmo jeito que era antigamente, só
que agora de uma forma mais dinâmica, mas isso não significa que tenhamos mais
interatividade.”
Essa postura do grupo em relação à usabilidade das ferramentas tecnológicas no EAD
144
reflete que, apesar dos avanços alcançados até o momento, ainda há de se aprimorar muito o
formato e as ações dos atores envolvidos nessa modalidade. Por enquanto, percebe-se que,
mesmo com os esforços dos profissionais que atuam no EAD, ainda a postura dentro das
Instituições é mais racional e sistemática, ou seja, instrumental, entretanto para se obter êxito no
processo comunicacional na relação de ensino aprendizagem é importante encontrar o equilíbrio
na postura dos atores envolvidos na dinâmica entre o “instrumental-estratégico” e o “mundo
vivido”, que tem como base a prática comunicativa coerente e transparente, evitando assim ações
que tendem a ser estrategizantes, instumentalizantes, coisificantes e consequentemente anular o
potencial comunicativo do individuo (PRADO, 1966).
Ainda outro aspecto importante apontado pelo grupo, está voltado para a exclusão digital,
vale destacar que houve discordância sobre esse aspecto, em que para uma parte do grupo, não é
possível uma pessoa fazer o curso EAD, sem ter acesso ao computador com conexão à Internet,
para essa parcela do grupo a situação se agrava quando o aluno não tem habilidades em lidar com
essas ferramentas. É interessante notar que a outra parte de grupo discorda sobre o tema no que se
refere à necessidade de se ter computador, pois na percepção deles, o aluno poderá usar os
computadores dos laboratórios dos polos, das lan houses, caso não tenham computador em casa,
mas todos concordaram que é importante ter habilidades com as ferramentas. Sob esse aspecto,
nota-se nas pesquisas realizadas pelo CETIC.br de 2010 e 2011, que há por parte do governo,
ainda que com uma visão mais instrumental, empenho em equipar as escolas com computadores e
Internet. Todavia, o acesso às vantagens e benefícios trazidos por essas novas tecnologias digitais
não atinge toda a sociedade, mesmo porque os projetos não envolvem políticas públicas voltadas
para o “mundo vivido” dos alunos e professores. Desta forma, a grande massa fica restrita a
buscar meios, com o intuito de não ficar atrás na busca pelo poder que o “mundo do
sistema/instrumental” proporciona, por isso é importante que as Instituições educacionais que se
propõem a oferecer o Ensino a Distância tenham um olhar diferenciado ao público que ainda está
excluído desse processo, seja por motivos, geracionais, econômicos, políticos ou culturais e
promovam ações de inclusão junto aos seus alunos e professores, tendo como princípio o “mundo
vivido” desses atores.
Nesse sentido, Paulo Freire, (1967) e Rogers (1971) afirmam que, para se manter um
diálogo é importante a transparência, honestidade e empatia, somente com essas atitudes poderá
se estabelecer a confiança. Em uma aula independente de ser presencial ou a distância, cujo
145
professor consegue promover o diálogo, que poderá ser textual ou verbal, ele também promove o
processo de aprendizagem como um facilitador e, além de não impor conclusões arbitrárias, não
trabalhará só com uns privilegiados, mas com todos, mesmo que estejam em diversas regiões.
Por isso, refletir sobre a importância do diálogo é o primeiro passo para participar da ação
comunicativa na relação de ensino-aprendizagem no EAD, pois se trata de um aspecto que
colabora significativamente para a construção do conhecimento, que tornará o indivíduo mais
culto, crítico e também poderá ajudá-lo a atingir sua liberdade de expressão e sua autonomia, que
o levará a emancipação. Nesse sentido, Martins em seu texto “A importância da didática no
ensino superior” afirma que:
Ao professor universitário não cabe mais se colocar como personagem central
do processo de ensino-aprendizagem, melhor dizendo, apenas ensino como mera
tarefa de transmitir informações. Atualmente, ao professor cabe o papel de ser
um mediador do trabalho educativo, no qual se faz necessário construir
habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz, além
de um bom nível de conhecimento da área em que pretende lecionar
(MARTINS, 2009 p. 123).
Autores como Martins, Rogers, Freire, Moran e Habermas, nos ajudam a refletir sobre a
importância da presença do diálogo no processo da didática. Somente por meio do diálogo se
pode perceber o ensino sendo efetivado, integrado de modo pleno ao indivíduo, em sua
constituição biopsicosocial e cultural. Entretanto, a interatividade é primordial para que ocorra o
diálogo em uma aula mediada pelas tecnologias digitais, sobretudo no EAD.
Por isso, independente da modalidade, uma das estratégias de aula que sempre deve estar
presente é o diálogo, que é capaz de “promover a interação professor-aluno no processo de
construção de conhecimento, mas também orientar e não manobrar, saber regular o ritmo dos
debates (virtuais ou não) ou das atividades, esclarecer dúvidas e conseguir ser firme em suas
decisões, só é possível ao professor que tem empatia” (FREIRE, 1967).
Os resultados apontados na dimensão cinco “Comunicação nas Redes” demonstram uma
média atitudinal em torno de 54% para a dimensão pesquisada, situando-se, portanto, dentro de
uma zona de alerta, pois para os respondentes, a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma
mais fluída em outras redes, como, por exemplo, nos MSN, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e
outros. Além disso, 66% da população pesquisada consideram que as mídias digitais sociais e
suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e
146
integração das mídias digitais utilizadas no EAD, que exige o emprego de uma pedagogia muito
mais flexível, integradora e experimental, para ambos estamos aprendendo a desenvolver
propostas pedagógicas diferentes para situações de aprendizagem diferentes. Ao observar o
resultado desta dimensão, é possível notar que as Redes Sociais venham contribuir
significativamente no processo comunicacional nas Instituições educacionais, entretanto, “há de
se ter os devidos cuidados para não vislumbrar apenas o lucro, massificando o processo de
ensino-aprendizagem” (MORAN, 2012).
Na dimensão seis, “grau de adaptação e satisfação ao curso EAD”, 66% dos respondentes
apresentaram um alto grau de conforto quanto a adaptação e satisfação ao curso EAD, enquanto
que 68% afirmaram que se adaptam com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD, na (A26)
59% dos pesquisados estão satisfeito com os recursos e ferramentas digitais utilizados e
oferecidos pela Instituição para facilitar o aprendizado. A maioria 62% dos respondentes pretende
dar continuidade aos estudos, após a graduação na modalidade EAD e 68% afirmaram que
aconselham parentes e amigos a fazerem cursos EAD. Esses dados corroboram com a primeira
parte da pesquisa, pois os respondentes cuja maioria de imigrantes digitais, estão certos de seus
objetivos e sabem o que fazer para almejá-los e ao afirmarem que pretendem continuar seus
estudos, dão significado a suas propostas para conquistar o saber.
Na dimensão sete “envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas que
podem surgir relacionados à tecnologia”, 67% dos respondentes afirmaram que percebem
envolvimento em estratégias para amenizar problemas que surgem relacionados à tecnologia e
69% confirmaram que sempre que ocorre um problema com a transmissão da teleaula procuram
assistir depois as aulas que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado.
71% dos pesquisados apontaram que quando não conseguem visualizar o material que é
disponível para estudo procuram obter as informações com os colegas, monitores/tutores e/ou
professores para não ficar sem a informação. Para 68% dos respondentes, a transmissão da
teleaula ao vivo, é um diferencial para o seu aprendizado, pois é quando ocorre a interação.
Nota-se que a maioria dos pesquisados, além de conhecerem as MDS oferecidas por suas
Universidades a utilizam sem grandes dificuldades para as atividades escolares e para a
comunicação entre seus professores e tutores, entretanto, preferem as MDS oferecidas pelo
mercado para se comunicarem com seus colegas, mesmo que os assuntos sejam sobre atividade
escolar. Vale destacar, que as MDS mais utilizadas por esse grupo, são os e-mails e MSN. Outro
148
aspecto é que possuem um senso crítico bem apurado sobre as ferramentas disponibilizadas por
suas instituições, esse quesito ficou mais evidente na fala do grupo, apesar de compreenderem
que o EAD ainda está em processo de desenvolvimento e crescimento e que ainda há muito a
alcançar.
Apesar da indicação da teleaula ser ao vivo, por ser um momento significativo para se
iniciar a interação, na entrevista realizada com o grupo destacou-se muito mais a importância e
necessidade de se ter mais comunicação on-line, para esclarecimentos e acompanhamentos mais
efetivos dos professores e tutores, do que da própria teleaula.
Para o aluno, ao perceber que mesmo a distância o professor considera suas questões e a
expõe ao vivo, no fórum ou no grupo de discussão e tenta esclarecê-las com respeito,
possibilitando novas discussões e abrangência do conhecimento, esse aluno se sentirá como
descreve Rogers (1971), ao ser respeitosamente ouvido, o aluno também abandonará suas
resistências e poderá ser mais transparente e esse é o ponto crucial para que se inicie um diálogo
efetivo, quando há respeito e empatia de ambas as partes. A verdadeira aprendizagem ocorre, em
grande parte através da ação, quando o aluno participa do processo (ROGERS, 1971 p. 114).
Autores de diferentes décadas como Rogers (1971), Freire (1982) e Tapscott (2010)
ajudam aos profissionais da área da educação a perceber a importância do comprometimento da
profissão e o quanto isso poderá ser um facilitador para que os alunos tenham como princípios
norteadores o respeito, a empatia e a transparência. Esses valores, aliados às facilidades, expostas
na Sociedade do Conhecimento com os aparatos tecnológicos das mídias digitais sociais, poderão
ainda auxiliar que esses alunos cheguem ao ponto de seguir por si mesmos e alcancem a tão
sonhada autonomia, que os levará à emancipação como cidadãos, libertando-os da alienação com
a qual o sistema do mundo instrumental tenta aprisioná-los.
Para que esse processo aconteça, é importante lembrar que, antes de ser um profissional, o
ser humano deve ser comprometido consigo mesmo. “somente dessa forma poderá ocorrer o
comprometimento com o outro, e, como resultado dessa inter-relação, construir o seu “Eu” e seu
comprometimento com o mundo” (FREIRE, 1982 p. 19). Portanto, os profissionais da área de
educação que estão envolvidos e comprometidos com o processo ensino aprendizagem, devem
ampliar seus conhecimentos em torno do ser humano de sua maneira de ser no mundo,
substituindo por uma visão mais crítica a visão ingênua da realidade que, de certa forma, foi
deformada ao longo de sua formação (FREIRE, 1982 p. 20). Esse profissional, ao possuir uma
149
visão mais reflexiva e crítica, também poderá se comprometer em promover o bem estar de seus
alunos, descobrindo métodos e práticas, independentes da tecnologia vigente, levando-os à
criticidade, reflexão e consequentemente a sua autonomia.
Apesar de aporte epistemológico de diferente campo do saber, mas, na mesma linha do
pensamento de Paulo Freire, Habermas também acredita que o sujeito autônomo e competente
refere-se ao sujeito que é capaz de argumentar e interagir de forma empática, dessa forma, a
identidade do indivíduo se efetiva na relação do sujeito com o outro, por isso, “a identidade do Eu
significa uma liberdade que põe limites a si mesma” (HABERMAS, 1983 p. 72). Nota-se que no
universo digital, essa autonomia está sendo experimentada principalmente pelos indivíduos, que
utilizam as mídias digitais sociais de forma colaborativa e interativa.
O modelo de agir comunicativo proposto por Habermas na teoria da Ação Comunicativa
é um bom exemplo de como o consenso livre de toda a coação externa e interna ajuda a promover
a construção do conhecimento de forma mais interativa e com mais transparência na
comunicação e na organização social, o que possibilita o encontro da liberdade e da emancipação.
Para Habermas (1997 p. 148), à medida que a comunicação serve ao entendimento, pode-se
adotar para algumas intenções o papel de mecanismo de coordenação da ação e, com isso, fazer
possível a ação comunicativa. Dessa forma, a interação social fica coordenada pelo intercâmbio
de atos comunicativos, proporcinando uma linguagem orientada ao entendimento, que se
beneficia do “mundo do sistema instrumental” para ampliar o processo comunicacional no
“mundo da vida”. Sendo assim, independente da aula ser presencial ou a distância, as MDSs tem
sido importante para ajudar os alunos que poderão participar ativamente de um processo que os
levará para a construção do conhecimento de forma colaborativa e mais interativa. Dessa forma,
também ajudam a construir a sociedade do conhecimento, que mesmo enfrentando todas as
interpéries políticas, sociais e econômicas, tem conquistado seu papel nesse mundo tecnológico e
globalizado, e é uma imensa oportunidade de disseminar as informações democraticamente, para
que possam ser transformadas em novos conhecimentos.
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho, procurou-se estudar sobre as formas que os atores envolvidos no
cenário de ensino aprendizagem na educação EAD, se apropriam e se adaptam às Mídias Digitais
Sociais – MDS oferecidas por suas instituições de ensino e as existentes no mercado, para
facilitar o processo comunicacional. Ressalta-se que mídias digitais sociais, estão sendo vista
neste trabalho, como rede social, que são os sites de relacionamento como: Facebook, Orkut,
MySpace, mais as ferramentas de compartilhamento e trocas de mensagens como os Twitter
YouTube, SlideShare, MSN e e-mails.
Para tanto, resgatou-se historicamente alguns pontos sobre o movimento das novas
tecnologias, sobretudo as digitais, bem como a educação na modalidade a distância, desde o
século passado até a atualidade. Além disso, procurou-se entender o quanto as ações
governamentais têm apoiado as transformações tecnológicas que impactam direta e indiretamente
nos aspectos educacionais. Outro tema abordado para a discussão desse trabalho foi a Sociedade
do Conhecimento, que tem papel de suma importância para o desenvolvimento e avanço das
Novas Tecnologias da Comunicação e Informação.
A pesquisa foi desenvolvida em dois polos de EAD Mauá e São Caetano do Sul das
Universidades Metodista e Anhanguera. Ambas as Instituições utilizam o pacote de software livre
Moodle, que tem como finalidade auxiliar no desenvolvimento de cursos fundamentados na
Internet. Sob o ponto de vista do “mundo da vida” e do “mundo do sistema instrumental”,
conceitos desenvolvidos por Habermas, realizou-se a análise crítica com reflexões sobre os
apontamentos da pesquisa e com as discussões apresentadas pelo grupo focal. Vale lembrar que
os resultados e as discussões são especificamente referentes ao grupo amostral, composto por
respondentes das duas universidades, além de discursos originados do grupo focal, realizado com
os alunos da Universidade Anhanguera. Embora tenham sido entregues 481 Termos de
Consentimentos Livre e Esclarecido – TCLE obtiveram-se 105 questionários devidamente
preenchidos. Sendo assim, o grupo amostral foi constituído de 44% de alunos da Universidade
Anhanguera e 56% da Universidade Metodista. As cidades que se destacaram, de acordo com a
procedência dos alunos, foram a cidade de São Caetano do Sul com 38% e a cidade de Mauá com
33% dos respondentes, ambas sediam os polos das Universidades Anhanguera e Metodista
151
respectivamente. Dentre os cursos, se destaca o curso de Recursos Humanos com 38%, seguido
pelo curso de Marketing, representado por 26% da população pesquisada.
As informações levantadas a respeito do perfil pessoal e profissional dos alunos
pesquisados indicam a predominância das seguintes características: são pessoas de ambos os
sexos, com uma pequena diferença de 4% a favor do sexo feminino, sendo 52% representantes
desse sexo e 48% representantes do sexo masculino, com destaque para os que estão na faixa
etária entre 31 a 40 anos 43% e acima de 40 anos 21% totalizando assim 65% respondentes que,
em média, pertencem à 1ª fase da geração “Y” e também da geração “X”. Dos respondentes, 70%
são casados e um pouco mais de 50% possuem filhos, a maioria concluiu o ensino médio em
escola do estado e ocupam os mais variados cargos, desde auxiliares e operacionais até
empresários ou cargos de confiança.
Esses dados nos fazem refletir sobre o perfil desses alunos, que estão no momento de alto
desenvolvimento e procuram fazer uma graduação por diversos motivos, mas o que se destaca
principalmente na fala dos participantes da entrevista do grupo focal, foi que se trata de pessoas
que têm objetivos traçados e focam a conquista de um diploma para concretizar ou ajudar em
seus ideais, pois, percebem no ensino superior uma melhoria de vida e status.
Os levantamentos feitos a respeito da utilização das MDSs indicam a predominância das
seguintes características: a grande maioria (90%) dos respondentes acessa a Internet através de
um computador fixo apenas de suas residências, e também do local de trabalho ou ainda de suas
residências, local de trabalho e nas universidades onde estudam e apenas 8% acessam no local de
trabalho ou em Lan-house. 58% dos pesquisados utilizam aparelhos móveis com acesso à
internet, como celulares, Ipad, laptop, smartphone, notebook, tablet, entre outros. Desses, a
grande maioria (74%), apesar de possuir aparelhos móveis, quando utilizam o fazem de suas
residências ou no ambiente de trabalho.
Além disso, os respondentes conhecem e aproveitam as MDS oferecidas por suas
Universidades e as utilizam para se comunicarem com seus colegas e seus professores, mas,
também fazem uso de forma bastante significativa do mensageiro e-mail para esse tipo de
contato. A pesquisa apontou que a grande maioria (86%) se conecta no mínimo de uma a cinco
horas por semana na internet.
De acordo com os apontamentos, para 86% dos respondentes, o e-mail é a ferramenta
mais utilizada para manter contato com um número maior de amigos, seguido pelo Facebook
152
63%, ambos com 200 a 1000 amigos. Enquanto que a ferramenta oferecida pela instituição chega
a 61%, porém, com um total de até dez amigos, que podem ser os mesmos que fazem parte dos
seus grupos de estudo.
Os resultados aferidos nas sete dimensões foram organizados de acordo com as trinta e
duas assertivas e utilizou-se um questionário de escala do tipo Likert. Para a análise, valeu-se dos
conceitos das escalas de concordância com grau, considerando: 1 – não se aplica, 2- muito pouco,
3 – pouco, 4 - razoavelmente, 5 – muito. Agrupou-se os conceitos 4 e 5, indicando o percentual
de respostas mais positivas como de zona de conforto. Para os conceitos 2 e 3, definiu-se como
respostas abaixo do esperado, apontado como merecedor de atenção e para o conceito 1 (não se
aplica) considerou-se as circunstâncias apresentadas em que, de fato, não se aplica para aquelas
questões, ou ainda situações em que o respondente desconhece, não percebe ou não utiliza, para
esses casos o termo utilizado foi de perigo. Para as dimensões: “Grau de utilização das mídias
digitais sociais oferecidos pelo Mercado” e “Comunicação nas Redes Sociais”, os conceitos
inverteram-se e as explicações sobre zona de conforto, merecedor de atenção ou perigo, ficaram
para reafirmar ou não se os respondentes utilizam as MDS oferecidas por suas Instituições.
Na primeira dimensão “conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos
pela instituição” de acordo com o total das assertivas para 44% dos respondentes se encontram
em uma zona de conforto e 38% apresentam resultados que apontam como alerta e merecedor de
atenção. Nas assertivas de um a oito observaram-se os seguintes resultados: apesar da grande
maioria 73% conhecer os recursos das mídias digitais sociais oferecidos pela Instituição e para
65% dos respondentes a comunicação no ambiente AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem
fluir de forma aberta e eficaz, apenas 42% percebe que as ferramentas disponibilizadas são
usadas em sua plenitude e 36% utilizam o sistema da Mídia Digital Social oferecido pela
instituição de ensino para comunicar com os seus professores, 28% para comunicar com os seus
colegas de sala e 21% para comunicar com os outros agentes da universidade como: coordenador,
tutor EAD, funcionários da secretaria. Embora haja o oferecimento pelas instituições, cursos que
permitem um nivelamento para a utilização das tecnologias digitais, apenas 29% realizaram tais
cursos. Na percepção de 49% dos pesquisados, o processo de tomada de decisão por parte da
Instituição, para ajustar possíveis problemas no AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem é
eficaz. A fala dos alunos que participaram do grupo focal apoia os apontamentos da pesquisa,
153
para eles utilizam-se paralelamente outros meios, porque não há eficiência pelo que é oferecido
pela Instituição, apesar de aparentemente oferecer facilidades, elas não são viáveis.
Na segunda dimensão “grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo
mercado” os respondentes apontaram que 47% estão numa zona de conforto, enquanto que 31%
assinalam para um alerta de atenção, conforme os seguintes resultados das assertivas: de acordo
com a escala de concordância de um a cinco, 54% dos respondentes não utilizam outras
ferramentas como: Facebook, Orkut, MSN, Skype para comunicar com os seus professores e 60%
não fazem uso dessas ferramentas para se comunicarem com outros agentes da universidade
como: coordenador, tutor EAD, funcionários da secretaria. No entanto, (70%) dos respondentes
fazem uso dessas ferramentas para comunicarem com os seus colegas de sala.
Os resultados da dimensão três “grau de domínio das ferramentas existente na Internet
para recursos oferecidos como ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento”, 46% da população pesquisada se encontra na zona de
conforto, pois assinalaram na escala de concordância quatro e cinco. Enquanto que 25% apontam
para um alerta, merecedor de atenção, conforme apontamento das assertivas de doze a dezoito,
66% dos respondentes concordam que as ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e
trocar conhecimentos e pode se tornar um agente participativo no processo de aprendizagem,
89% afirmam que utilizam a Internet como ferramenta para pesquisa de trabalhos acadêmicos e
36% utilizam algumas ferramentas como os wikis, os blogs e outros, para criar, trocar ou
compartilhar conhecimentos do processo de aprendizagem, 60% conhecem e utilizam os sites ou
base de dados científicos para pesquisas acadêmicas como: Google acadêmico, Scielo do Brasil,
Sites de bibliotecas de universidades como da USP e/ou outros e 50% utilizam os hiperlinks para
consulta acadêmica. Para 66%, as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio
para o desenvolvimento do processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem e
apenas 17% contribui com conteúdos nos wikis, blogs e em outras ferramentas.
Os resultados da dimensão quatro “Comunicação dentro do EAD” apontam para uma
zona de alerta merecedora de atenção com 67%. De acordo com os resultados apontados nas
assertivas, dezenove até vinte e duas, percebe-se que para 72% o diálogo poderia ser mais
dinâmico se houvesse por parte dos professores ou tutores EAD maior interação on-line.
Conforme apontado por 64%, as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio do
processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem, 63% apontam que a
154
utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e
alunos, e entre os alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia e 65% assinalaram que o processo
comunicacional na relação ensino-aprendizagem no EAD poderia ser mais dinâmico se o layout
fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um visual agradável. Esses dados foram
reforçados na fala dos alunos participantes do grupo focal com destaque ao layout, com a
prerrogativa de que tudo que é feito para atrair a atenção das pessoas facilita muito a
comunicação.
A dimensão cinco “Comunicação nas Redes” aponta para uma zona de perigo com 54%
dos respondentes e 34% para uma zona de alerta, de acordo com os apontamentos das seguintes
assertivas: Para 55%, as mídias digitais sociais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede
do EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais
descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD e para 51% a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma
mais fluída em outras redes, como, por exemplo, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e outros.
Conforme os apontamentos dos respondentes para dimensão seis “grau de adaptação e
satisfação ao curso EAD”, essa dimensão está numa zona de conforto para as Instituições, pois
66% assinalaram na escala de concordância de 4 a 5 considerados como positivos enquanto que
para 24% assinalaram de 2 a 3 apontando para uma posição de alerta merecedor de atenção,
conforme exposto nas assertivas vinte e cinco até vinte e oito: 71% dos pesquisados se adaptam
com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD, enquanto que 57% estão satisfeitos com os
recursos e ferramentas digitais utilizados e oferecidos pela Instituição para facilitar seu
aprendizado, para 64% quando terminar o curso de graduação pretende dar continuidade aos
estudos na modalidade EAD e ainda 70% aconselha parentes e amigos a fazerem cursos EAD. As
discussões realizadas durante os encontros do grupo contribuem para os resultados apontados
nessa dimensão, os alunos enfatizaram em suas falas que para estudar em um curso a distância é
primordial que se tenha autodisciplina, uma das falas marcante foi que: “EAD é para quem sabe o
que quer”.
Para a dimensão sete “envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas
que podem surgir relacionados à tecnologia” a posição também é de zona de conforto conforme
155
assinalaram 67% dos pesquisados, conforme as assertivas vinte e nove até a trinta e duas: Para
68%, sempre que há um problema com a transmissão da tele aula, procuram assistir depois as
aulas que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado. Para 72% quando
se não consegue visualizar o material que é disponível para estudo, procuram obter as
informações com os seus colegas, monitores/tutores e/ou professores para não ficar sem as
informações. Para 61%, quando um link de um artigo que foi disponibilizado pelo professor para
aprofundamento do conteúdo ministrado apresenta problemas (artigo retirado da Web que não
abre a página), procura temas semelhantes em outras fontes confiáveis e 68% afirmam que a
transmissão da teleaula ao vivo é um diferencial para o seu aprendizado, entretanto vale ressaltar
que na discussão do grupo focal a interação on-line entre tutores, professores temáticos e alunos é
o grande diferencial para desenvolver a interatividade.
De acordo com os resultados apresentados, a percepção dos pesquisados demonstra que
as hipóteses apresentadas inicialmente se confirmam, pois, constatou-se através da percepção
desses alunos, que a vivência com a utilização das mídias digitais sociais, no processo da EAD
entre professores e alunos e entre os alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica,
colaborativa e, consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma relação
emancipatória. Apesar das Instituições oferecerem suas ferramentas e essas serem utilizadas
razoavelmente pelos pesquisados, ficou evidente que parte desses alunos as utilizam com
ressalvas, e preferem as ferramentas que são mais ágeis e atrativas que estão disponíveis para
utilização na Internet, além de as considerar mais fáceis para a interação. Essa facilidade permite
maior colaboração e uma comunicação mais ágil do que as ferramentas disponibilizadas pelas
Instituições, que são utilizadas no EAD, além de apresentar o layout mais descontraído e
facilitador. Os alunos também apontaram que a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, muitas vezes
ocorre de forma mais fluída em outras redes sociais.
O público pesquisado, em sua maioria pertence à geração X, ou seja, são os imigrantes
digitais e estão mais aptos a se adequarem às condições oferecidas pelas Instituições e, apesar de
atribuírem as ferramentas disponibilizadas no mercado como mais interativas e ágeis, ainda
encontram alguns obstáculos para dominá-las e, por serem imigrantes, também possuem
sotaques, que acabam provocando ruídos na comunicação, que podem em alguns casos, ser uma
barreira comunicacional dentro do universo digital. Entretanto, uma das características marcantes
156
dessa geração é que são fiéis aos seus ideais e procuram seguir o que se propuseram para alcança-
lo e dificilmente se desviam de seus objetivos, independente das barreiras encontradas.
Outros obstáculos apontados no decorrer desse trabalho, referente às MDSs e seus
avanços no cenário da educação foram, apresentados nas buscas pelos direitos dos cidadãos,
assim como a importância para a igualdade ao acesso da informação, que são importantes para a
compreensão dos caminhos que a EAD seguiu até o presente momento. Por isso, foram apontadas
nas discussões e reflexões apoiadas pelas Nações Unidas sobre as transformações tecnológicas
que impactaram direta ou indiretamente nos processos educacionais, apresentadas no capítulo III.
Os trabalhos realizados pela CMSI – Cúpula Mundial da Sociedade da Informação e o relatório
Mcbride que embora, encontraram resistências e dificuldades desde as elaborações dos relatórios
até a promoção das discussões, foram de fundamental importância para algumas conquistas
alcançadas no final do século passado e também para os avanços ocorridos neste século. Embora,
ainda a sociedade tenha muito que discutir, os avanços são perceptíveis e a comunicação na área
da EAD está se valendo desses progressos.
Todos os avanços tecnológicos, assim como os acordos sobre a governança da Internet,
permitem novas oportunidades para a EAD com propostas de formação mais eficientes para a
sociedade, além disso, os custos para se obter tecnologia estão cada vez mais acessíveis para a
população. Essa nova relação de custo/benefício, proporcionada pelas novas descobertas
tecnológicas, permite o acesso às tecnologias e aos estudos a uma parcela da população que não
teria condição de fazer uma graduação há bem pouco tempo, por questões financeiras, de tempo
ou de localidade. Há muitos estudos inovadores ao redor do mundo, com iniciativas que visam
modernizar os sistemas educacionais, com a finalidade de preparar estudantes para participar da
sociedade do conhecimento (ITU, 2012). Apesar dos muitos obstáculos enfrentados, as MDSs
podem ser um veículo eficaz para melhorar o processo comunicacional, dentro da relação de
ensino-aprendizagem, principalmente se existirem esforços específicos e direcionados para fechar
as lacunas digitais existentes, como por exemplo, ampliação de acesso aos excluídos digitais, mas
que não tenha apenas um olhar instrumental, pois, para a comunicação ser efetiva dentro do
processo ensino-aprendizagem na EAD, as MDSs poderão ser determinantes em muitos pontos.
Por outro lado, não se deve ignorar o quanto o “mundo vivido” depende do “mundo do sistema
instrumental”, pois, só é possível falar de interação, cooperação e agilidade nos processos
comunicacionais, se houver avanço efetivo sobre as discussões da governança da internet, o
157
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MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
168
Você está sendo convidado para participar da pesquisa: Mídias digitais sociais no Auxílio ao EAD: A
Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como processo facilitador na relação do ensino-
aprendizagem. Você foi selecionado por estar matriculado em um Curso Tecnólogo em EAD e sua
participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a
instituição educacional da qual estás matriculado. Os objetivos deste estudo são investigar se a adoção por
parte das instituições educacionais dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que
permitem a comunicação on-line e off-line estimula a comunicação para maior interatividade,
dialogicidade e colaboração entre os atores envolvidos dentro do processo comunicacional na relação de
ensino-aprendizagem da educação a distância.
1. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder ao questionário que será encaminhado ao seu
e-mail com o link do URL do Google, com explicações para preenchimento. Escolheu-se essa forma pela
facilidade de envio, acesso e, posteriormente, das análises, já que o programa do Google fornece alguns
relatórios de dados.
2. Os riscos relacionados com sua participação estão associados ao desconforto pelo tempo despendido no
preenchimento do questionário.
3. Os benefícios relacionados com a sua participação estão associados à utilização futura dos resultados
para fins acadêmico no que tange ao processo comunicacional dentro da relação ensino-aprendizagem.
4. Após a apresentação da tese para a banca avaliadora que é pública, os resultados serão divulgados para
as Instituições, pelos e-mails dos representantes e alunos participantes da pesquisa e também em forma de
seminários nos Congressos Científicos das Universidades participantes nas modalidades presenciais e
EAD, tanto para os sujeitos participantes como para os interessados pelo tema.
5. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua
participação.
6. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação, no questionário não haverá a
identificação do nome e ao preencher as questões na ferramenta do Google os resultados serão
acumulados em um banco de dados.
7. Segue abaixo as informações do pesquisador, podendo tirar suas dúvidas sobre o Projeto de Pesquisa
de sua participação, agora ou a qualquer momento.
170
DADOS DO PESQUISADOR
__________________________________________
Assinatura do pesquisador
Verso do TCLE
O pesquisador me informou que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UMESP que funciona no prédio Capa no 3º andar da Universidade Metodista de São Paulo –
UMESP, localizada na Rua do Sacramento, 230 - São Bernardo do Campo - São Paulo – CEP.:
09640-000 São Paulo – Brasil. Telefone: (11) 4366-5619.
_________________________________________
Prezado Aluno,
Você está sendo convidado para participar da pesquisa acadêmica: Mídias Digitais Sociais no
auxílio a educação a distância – EAD: As novas tecnologias da informação e da Comunicação
como facilitadora na relação ensino-aprendizagem. Você foi selecionado por estar matriculado
em um Curso Tecnólogo em EAD.
A sua participação é muito importante, pois, ajudará a verificar se a utilização, por parte das
instituições educacionais, dos recursos e das ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais,
permite a comunicação on-line e off-line, estimula a comunicação para maior interatividade,
dialogicidade e à colaboração entre os atores envolvidos dentro do processo comunicacional,
favorecendo a relação de ensino-aprendizagem da EAD. Acesse a pesquisa
aqui<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQt
S09MS19OUlNqM0E1bUE6MQ> ou no link abaixo
Para melhor compreensão ressalto que, entendemos como Mídias Digitais Sociais – MDS os sites
de relacionamento, conhecidos popularmente por redes sociais, tais como: Facebook, Orkut,
MySpace e, também, as ferramentas de compartilhamento e trocas de mensagens, entre outras, o
Twitter (microblogging), YouTube (compartilhamento de vídeos), MSN e e-mails (trocas de
mensagens).
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQtS09
MS19OUlNqM0E1bUE6MQ
Valéria Calipo
Olá Pessoal,
Gostaria de agradecer todos que participaram da pesquisa e aproveitar para lembrar aos que ainda
não conseguiram responder que essa pesquisa poderá trazer sugestões e indicações significativas
para os cursos EADs, por isso, peço novamente a ajuda de vocês.
Acessando o link
Acesse a pesquisa
aqui<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQt
S09MS19OUlNqM0E1bUE6MQ>
Muito obrigada,
Valéria Calipo
173
GRUPO FOCAL
Relatório:
Após a explicação sobre o que é um grupo focal e estabelecer o contrato e procedimentos para
que o grupo seja respeitoso entre si considerando os participantes, deu-se prosseguimento com a
abertura de um momento para reflexão e discussão livre sobre o tema: O olhar que os alunos que
estão no 2º bimestre tem sobre as MDS e o quanto as Tecnologias da Informação ajudam ou
facilitam nossa comunicação.
O grupo comentou o conteúdo de um artigo publicado no Jornal Hoje sobre os cursos gratuitos do
SENAI em EAD. Comentou-se sobre a qualidade desses cursos e dos cursos que a GV também
oferece.
Recordou-se que há bem pouco tempo os cursos EAD eram considerados como inferiores ao
presencial foi dado um exemplo por uma das integrantes que faz seleção em uma empresa, que
antes ao saber que o candidato havia feito sua graduação a distância, a primeira eliminação se
dava nesse momento. A mesma participante acrescentou que hoje ao fazer parte de um curso
EAD como sua 2ª graduação considera o curso muito bom comparado-o com a qualidade dos
cursos presenciais.
A discussão seguiu no sentido de que a educação a distância pode ser considerada muitas vezes
como inferior, mas, apenas para pessoas que não tem o perfil de autodidatas, enquanto que outra
parte do grupo, define como ideal para as pessoas que tem claro um objetivo como fazer um bom
MBA, após adquirir o diploma de graduação.
177
Outro comentário foi de que o nome da Universidade que oferece o curso poderá fazer um
diferencial, já que no presencial também ocorre esse tipo de comparação, não seria diferente no
EAD.
Discutiu-se que alguns profissionais com conhecimento prático e teórico por serem autoditadas
podem optar por fazer um curso EAD para em seguida ingressar em uma MBA, já que o processo
seletivo desses cursos, muitas vezes prisma mais pela experiência na vida profissional, idade e
outros quesitos que não apenas o tipo e a escola que realizou a graduação, nesses casos muitas
vezes o que falta é apenas a graduação. Há ainda situações reveladas no grupo em que o
profissional se vê frente a necessidade de ter um diploma com o único objetivo de manter o seu
atual emprego, o que poderá é claro levá-lo após essa escolha a outras possibilidades, mas não
como objetivo principal. E ainda há aqueles que consideram que a escolha muitas vezes é
realizada pelo preço da mensalidade que é inferior ao do curso presencial.
Vários componentes do grupo já realizaram em outras instituições cursos on-line e afirmam que
para se ter um processo comunicacional eficiente dentro da relação ensino-aprendizagem. O
ponto primordial para se fazer um EAD é a auto-disciplina, todos no grupo concordam que os que
procuram EAD, em sua maioria são alunos com idade entre 30 e 50 anos e que estão
aguardando uma promoção, por exemplo. Uma fala marcante foi de que: “EAD é para quem sabe
o que quer, em termo de grupo, são pessoas mais focadas do que quem cursa o presencial, por
serem mais novos.”
Destacou-se a importância de se ter um tutor EAD, que tenha um horário definido para estar on-
line, já que os estudantes de EAD são trabalhadores, por isso, precisam de disciplina também.
Outros pontos levantados foram sobre a importância do layout e do designer com a prerrogativa
de que tudo que for feito para atrair a atenção das pessoas facilita muito a comunicação. Quanto
mais visual for a ferramenta na tela maior será o diferencial. Para alguns participantes o Google
apps é muito ruim. Para eles ainda não há costume de se fazer interfaces no Google, por isso,
perante as tecnologias do mercado a instituição fica muito defasada. Outro exemplo é de que não
178
De acordo com a fala de um dos componentes do grupo: “Certos erros de sistema podem ser
aceitos, assim como erros de pessoas também, mas o que não dá para aceitar é a falta de respeito
e muitas vezes nos sentimos ludibriados, como por exemplo, a falta de comunicação com os
nossos tutores EAD, que usam apenas a comunicação off-line e sempre com desculpas de que
não tem tempo para ficar mais on-line”. O grupo fica indignado e faz o seguinte questionamento:
“Se no EAD há uma redução de professores, porque então não investir em tutores para que
possam ficar um tempo maior on-line e nos ajudar efetivamente, ou ainda por que não usamos o
Google talk, isso facilitaria muito a comunicação interativa e seria muito mais ágil, no lugar de
sempre termos que teclar.”
O grupo também faz a observação de que a manutenção de web-site deve ser realizada em horário
que possivelmente não tenha muito trânsito.
Para o grupo os Hiperlinks poucas vezes são acessados além, do que é indicado pelo professor.
Somente quando existe a necessidade de realizar trabalhos, caso contrário é mais difícil de ser
feito. Apesar de muitos terem conhecimento de que há disponível na internet artigos confiáveis
como na biblioteca da USP, são mais fidedignos, devido às constantes atualizações (teses,
dissertações, artigos).
Os wicks com artigos poderiam ser explorados e utilizados pelos professores para ajudar os
alunos com os temas que são trabalhados em aula, bem como para discutir com os professores e
tutores pontos que pudessem esclarecer o tema durante a semana, além de ressaltar o assunto da
aula haveria também, reflexão e uma sustentação para ficarmos mais confiantes sobre o tema
trabalhado pelo professor temático.
179
Para o grupo a partir do momento que se coloca no papel os artigos se tornam mais relevantes e
confiáveis, para eles, os impressos têm mais fidedignidade, o princípio é que se tem um custo o
individuo terá mais cuidado no que divulgar, ao passo que quando o texto vai só para a internet é
importante que haja mais pesquisas para confirmação. “Tudo que vai para o papel é mais
relevante.”
Um dos integrantes do grupo afirmou que muitas vezes: “para evitar em ficar navegando o dia
inteiro nos sites, eu compro uma revista, que já é o filtro natural. Acreditar que o que está no
papel é sempre mais confiável.”
O grupo afirma que se tivessem um professor depois de exposto o conteúdo das matérias para
sugerir links, teriam mais referencia e o professor já teria feito o filtro. A maturidade para filtrar o
que é fidedigno é muito importante, mas se os professores ajudassem facilitaria muito aos alunos,
já que há muitas informações na internet.
“Em um EAD você tem que dedicar o seu tempo, mais do que em um curso presencial”
“Para evitar em ficar navegando o dia inteiro nos sites, eu compro uma revista, que já é o filtro
natural, por acreditar que o que está no papel é sempre mais confiável.”
“Se no EAD há uma redução de professores, porque então não investir em tutores para que
possam ficar um tempo maior on-line e nos ajudar efetivamente, ou ainda por que não usamos o
Google talk, isso facilitaria muito a comunicação interativa e seria muito mais ágil, no lugar de
sempre termos que teclar.”
“Tudo que vai para o papel é mais relevante.”
“É importante ter um tutor a distância”
“É importante que tenhamos agenda”
“Existem ferramentas que facilitam a comunicação, como o twiter e outros, os chats são muito
‘chatos’”
“É importante que se preocupem com o layout, fazer um curso de Marketing sem um bom visual,
isso desanima qualquer aluno”
“Quando você tem uma ferramenta mais clara, bonita isso anima para que se tenha mais
interatividade”
“Se não tiver uma tecnologia que encontramos no Mercado o que ocorre é uma defasagem”
“Não temos nem campo de sugestão”
“Não temos nenhum canal de comunicação que seja dinâmico e bonito”
“O fato de teclar limita ao aluno a colocar poucas informações e prejudica a comunicação”
“O Google APPs poderia ser mais útil, mas chega a ser ridículo, usar o Google como ferramenta
e não usar o Google Talks, nem o cara do EAD usa o Google Talk”
“Sempre a comunicação é off-line, não temos nunca alguém on-line para nos ajudar”
“Quando se há busca de trabalhos que são digitalizados como livros, encontramos material que
temos apenas há 10 anos no mínimo, não é permitido digitalizar livros atualizados, sem a
autorização dos autores”
“Se tivéssemos os hiperlinks teríamos que ir até a Biblioteca e localizar livros que tratassem do
mesmo assunto”
“Os livros eram todos de confiança, hoje em dia nem sempre podemos confiar 100% em um
artigo”
“Só confio em um artigo quando ele é impresso, os tradicionais”
181
Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado à hipótese do
trabalho para discussão: A utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da
EAD entre professores e alunos e entre os alunos em si torna a comunicação mais interativa,
dialógica, colaborativa e, consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma
relação emancipatória;
Relatório:
O fato de ser presencial uma ou duas vezes por semana, apesar de ser pouco o contato com os
colegas foi considerado como muito importante.
Foi discutida a importância de se ter mais interação com os tutores EAD e o prof. Temático para
que o interesse aumente, já que é do ser humano querer o respaldo de alguém que aparece como o
prof. Temático conhecedor do assunto.
Para eles sem nenhum contato pessoal fica muito difícil, as explicações que são colocadas com o
prof. Presencial faz a diferença e a necessidade de se estar com o outro em sala de aula a troca de
informações entre os colegas é muito importante. Um dos integrantes deu como exemplo a sua
própria vivencia, compartilhou com o grupo o falecimento do seu irmão e o quanto o encontro
com seus colegas tem ajudado a superar essa perda. “O contato presencial é muito importante.”
Houve o comentário de que para as pessoas que acompanham os alunos como mãe, esposo, filhos
percebem que há maior empenho dos alunos do que em um curso presencial.
183
O grupo afirmou que além de lerem os livros indicados pela instituição, também fazem a leituras
a mais. Um dos componentes diz ser muito digital, mas, ainda acredita que o que é impresso é
mais confiável e dá o exemplo de revistas, que são publicadas on-line e impressas, para ele as
informações impressas são mais cofiáveis do que as digitais. (já havia aparecido no encontro
anterior)
Para alguns no grupo não é possível uma pessoa fazer o curso EAD, sem ter cesso ao computador
e a internet ou mais ainda não ter habilidades em lidar com essas ferramentas.
Outra parte do grupo discordou com a necessidade de se ter um computador, mas concorda com a
questão de habilidades às ferramentas, já que a própria instituição oferece os laboratórios e
também as vídeos aulas presenciais são para os alunos que não possuem o computador e a banda
larga que possibilite o acesso, “além disso, as lans-houses são hoje uma alternativa com um custo
bem acessível.”
“O contato com o tutor EAD, ficou muito falho em algumas turmas a tutora é atuante, mas
mesmo assim a falta de contato presencial ou on-line, faz uma grande diferença.”
“Nem off-line tenho a oportunidade de ter uma comunicação com o tutor EAD, o que prejudica
muito, e o fato de não conseguir isso com o prof. Temático a situação agrava mais ainda.”
“O contato físico nos permite fazer amizades, a esclarecer, e o presencial que fortalece a relação a
distancia”
“É importante ter a troca de conhecimentos através das pessoas que conhecemos
presencialmente”
“Perdi um irmão e se não tivesse esse momento agora, eu estaria em casa chorando, para mim é
muito importante o contato com as pessoas, mesmo que seja poucas vezes por semana”
“Fiz outra faculdade que tinha que ir todos os dias, eu sinto falta de estar presente com os
colegas, meu marido e a minha mãe falam que estou estudando mais do que quando fazia um
184
curso presencial e eu respondo a eles que o curso EAD me passa mais obrigação e eu sou
totalmente responsável pelo meu aprendizado”
“Eu gosto do livro em mão, apesar de ser uma pessoa digital”
“Há muitas pessoas na sala que não tem facilidade e nem tem computador é praticamente
impossível fazer o curso assim”
“Não tem como fazermos um curso a distancia sem termos os recursos, apesar de termos muitas
lans-houses”
“Será que as pessoas sabem que é primordial ter o computador com acesso a internet para fazer
um curso EAD?”
”Utilizamos paralelamente outras ferramentas”
“ O meu contato é através de e-mails”
“ É necessário atualizar o perfil para que ocorra a comunicação com a ferramenta oferecida pela
instituição, mas a maioria não consegue”
“O sistema diz que nunca acessei, mas já acesse várias vezes”
“Acho que tem um problema de CPD”
“No fórum há discussão de outros polos, e o cara de outro polo responde a minha dúvida, isso é
legal”
“Eu vejo uma pessoa que precisa de determinada informação, eu respondo, mas isso é no Google
e não no sistema da faculdade”
“Seria interessante termos um espaço com a melhor resposta para o EAD, com a pergunta se essa
resposta respondeu a sua pergunta, se sim? Encerra-se o Fórum”
“É importante que tenha uma educação digital, como o net.ediqueta, para que haja uma
comunicação verdadeira”
“Se o meu funcionário entregar o trabalho dentro do prazo, eu não me importo, que fique direto
no MSN.”
185
Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a 2ª hipótese do
trabalho para discussão: Constata-se que em algumas instituições as ferramentas
disponibilizadas não são usadas em sua plenitude;
De acordo com o grupo utiliza-se paralelamente outros meios, por que não há eficiência pelo que
a instituição oferece. Apesar da maioria já ter entrado e atualizado o perfil, não há como se
manter uma conversar off-line o que dirá on-line. Para o grupo o problema é do setor de
informática e as dificuldades e empecilhos que o próprio sistema oferece, apesar de
aparentemente oferecer facilidades, elas não são viáveis, como por exemplo: ao tentar teclar com
alguém que esteja on-line, não se consegue.
O grupo aponta que seria interessante se ter um grupo geral, mas também o próprio grupo ter o
seu grupo para manter uma discussão. No fórum aparece o curso de outros polos.
O grupo afirma que seria interessante se dentro do fórum do MKT, por exemplo, ter as
informações das ATPS por matéria. Assim o aluno já saberia todos os esclarecimentos, como as
perguntas e respostas ou a melhor resposta para a aquela dúvida.
Outros problemas citados forma com a conexão a outros links para que o aluno entre e já consiga
ir tirando as dúvidas.
Frases:
“Existem ferramentas que facilitam a comunicação, como o twiter e outros e não como os chats
que são muito chatos”
“É importante que se preocupem com o layout, fazer um curso de Marketing sem um bom visual,
isso desanima qualquer aluno”
“Quando você tem uma ferramenta mais clara, bonita isso anima para que se tenha mais
interatividade”
“Se não tiver uma tecnologia que encontramos no Mercado o que ocorre é uma defasagem”
“Não temos nem campo de sugestão”
186
“Apenas a maturidade faz você fazer a pergunta certa, para encontrar o que é mais confiável na
internet”
188
Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a hipótese 3 do
trabalho para discussão: As mídias digitais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da
rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais
descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD;
O grupo afirma que não consegue utilizar o sistema por ser um site que demora para entrar, além
de ter várias janelinhas que se deve ficar clicando. Uma aluna que estudou na metodista diz que é
muito diferente toda a comunicação é feita pelo EAD e não se utiliza outro sistema.
Para o grupo as pessoas que optam pelo EAD, são pessoas que já estão no mercado e tem uma
idade mais avançada do que os alunos de curso presencial.
Para eles as dificuldades estão no sistema e é muito moroso corrigir algo que deveria ser visto
com mais rapidez. A comunicação dentro do EAD está muito difícil, para o grupo a instituição
conta com a pro-atividade e criatividade do aluno.
De acordo com a visão do grupo o que diferencia a Anhanguera é a quantidade de polos, cursos e
preços, mas a parte de tecnologia ficou muito a desejar.
A proposta EAD é essa de se ter uma comunicação em que é reproduzido o modelo antigo
presencial. A importância de se interagir é fundamental, mas afirma que não acontece nos cursos.
Frases:
“Chegam pra mim mais ou menos mais de 1000 objects, através dos feeds e rss que assino, é
muito grande a necessidade de tempo para nos informar.”
189
“Eu adoro e amo revista todos podem ter a mesma informação on-line, mas todas as informações
que estão lá vão parar na revista impressa e se não está lá é que não são tão relevantes.”
“O ministro da comunicação estava falando que os jornais que estão sendo entregues em farol é
uma forma de passar a informação mais rápida e com maior facilidade.”
“Antigamente ou ainda hoje temos o que chamamos de grupo de discussão, onde as informações
chegavam a todos os participantes do grupo, hoje o que você posta no faceboock ou no twiter
chega para todos que assinam.
“Mudou-se a plataforma, mas a usabilidade no fundo só se modernizou continua a mesma coisa,
só muda o nome. Por exemplo, para quem está dirigindo ao falar para trocar a marcha no três
terei o mesmo resultado se eu orientar para trocar a marcha no C. ou seja, o Skype o MSN por
exemplo, são os mensageiros da informação, ou seja ainda não temos interação efetiva, apenas
passamos as informações no mesmo jeito que era antigamente, só que agora de uma forma mais
dinâmica, mas isso não significa que tenhamos mais interatividade”
“Falando sobre as aulas que são assistidas no vídeo é importante a presença do prof. presencial
que ajuda também na hora de tirar as próprias dúvidas e a possibilidade de assistir as aulas várias
vezes para esclarecimento e registrar mais o que foi apresentado, diferente do presencial que se
você perder a aula não há mais como pegar as informações passadas pelo professor. As vezes
perde-se um detalhe na primeira vez, mas é possível resgatar assistindo na segunda.”
“Quando é possível ver e ouvir e poder fazer as anotações é muito mais fácil de se gravar a
transmissão.”
“Prefiro o sistema de vídeo aula em que se visualiza e ouve por mais fácil de assimilar.”
“A aula a distancia ajuda bastante, com a vantagem de poder assistir novamente e tirar as
dúvidas, ao contrário do presencial que você assistiu naquele momento e se houver dúvidas não
conseguirá esclarecer mais tarde”
“Quando vejo e ouço para mim fica mais clara a informação “
“Há vários locais para se procurar a informação e não apenas a biblioteca”
“Vamos nos transformando com a convivência do outro”
“ O fato de estarmos presentes no polo, nos dá algum contato e isso nos ajuda muito é diferente
de um contato apenas virtual, é muito importante conhecermos as pessoas pessoalmente, ainda
que seja poucas vezes por semana”
“Se não tivesse o presencial a relação apenas on-line seria mais difícil”
190
“O Tutor presencial nos ajuda a resolver várias dúvidas que se fosse apenas on-line seria mais
difícil conseguirmos.”
191
Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a hipótese 4 do
trabalho para discussão: A comunicação interativa referente às necessidades acadêmicas, que
deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma mais fluida
em outras redes, como, por exemplo, nos MSN; Facebook; Orkut;
Para o grupo uma Universidade que tem cursos voltados para o designer, como o curso de MKT
em que, o aluno quando acessa o portal e vê a carência de um layout fica muito desapontado e
começa a duvidar se o curso poderá proporcionar o que foi buscar.
Afirmou-se que quando se vai para a utilização de seus próprios produtos não há esses recursos,
bem pelo contrário, encontra-se vários problemas com as tecnologias que a instituição oferece.
O grupo sente a falta de interfaces com o próprio Google apps com o Google talks por exemplo, e
afirma que vai para outras redes para discutir temas pertinentes ao curso. Afirmam ainda que é
interessante perceber o quanto que os recursos facilitados pelas tecnologias e oferecidos
gratuitamente têm auxiliado a vida profissional e educacional e o quanto o que as instituições
oferecem traz morosidade no processo.
Frase:
”Eu não tenho acesso ao sistema da Instituição, mas consigo me comunicar com todos por e-
mail”
“Não é funcional o sistema que é oferecido pela instituição”
“A maioria busca alternativas para que a comunicação ocorra”
“Eu não consigo visualizar nada na minha área, isso pra mim é complicado porque eu não tenho
acesso as informações, só consigo porque o tutor presencial ou os colegas me passam”
“O que nós temos é muita capacidade de improviso o que faz com que consigamos prosseguir no
curso, mas a instituição não me dá suporte”
“A parte de tecnologia da instituição deixou a desejar”
192
“Hoje se usa MSN, Skype e se a pessoa que vou contratar nunca ouviu falar de Skype, já na
seleção percebo que ela terá dificuldades, se tiver outra que conheça mais as tecnologias e esteja
melhor ou igualmente qualificada em outros quesitos, irei optar por quem conhece as ferramentas
utilizadas pela empresa.”
“Quem quer saber mais de informática vai fazer um curso, a parte.”
“Existe o curso no site de informática, então o aluno que quiser se atualizar pode se nivelar e
ainda ganhar as horas complementares. Ética profissional é outro curso que temos no site.”
“Hoje a era da informática está muito rápida e eu estou um pouquinho parada, mas quero me
atualizar. Não tenho vergonha de dizer isso, estou aqui porque todos onde trabalho, são formados,
então quando alguém fala algo de informática pra mim é tudo muito novo, preciso correr atrás do
tempo perdido. Tenho que ter algo a mais para oferecer.”
“Hoje dentro desse curso vejo a oportunidade de abrir o leque, com esse diploma não pretendo
ficar no cargo que estou agora, eu quero algo a mais, mas sei que tenho que me atualizar.”
“Com o tempo aprende-se a filtrar o que é de fato importante.”
“A interação é pouco usada a forma que é postada as atividade, não há interação continua sendo
de um para muitos.”
“O objetivo é falar sobre a faculdade se você olhar o fórum é muito chato, além de muitas
pessoas terem problemas com o acesso, como vamos usar algo que ainda não funciona.”
“Existe a ferramenta, mas tem gente que não consegue acessar e isso é problema, a ferramenta
precisa estar disponível e tem que ser bonita e atrativa para facilitar a comunicação e a
interatividade entre as pessoas.”
“A ferramenta tem que ser funcional e atrativa.”
“A pessoa só acessa por que é obrigada ou por necessidade, fora disso não quer usar.”
“O que ocorre é que você tenta usar e aí envia mensagem e ninguém responde, então no inicio
você começa a usar e não continua, pois não tem comprometimento e muito menos interatividade
por parte dos tutores EAD.”
194
3 - Grau de domínio das ferramentas existente na internet para recursos oferecidos como
ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e compartilhamento do conhecimento.
ASSERTIVAS
A12 - As ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e trocar conhecimentos e pode se tornar
um agente participativo no processo de aprendizagem.
A13 - Utilizo a internet como ferramenta para pesquisa de trabalhos acadêmicos.
A14 - Utilizo algumas ferramentas como os wikis, os blogs e outros, quando quero criar, trocar ou
compartilhar conhecimentos do meu processo de aprendizagem.
A15 - Conheço e utilizo sites ou base de dados científicos para pesquisas acadêmicas como: Google
acadêmico; Scielo do Brasil; Sites de bibliotecas de Universidade como da USP e/ou outros
A16 - Utilizo os hiperlinks para consulta acadêmica.
A17 - As Mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio para o desenvolvimento do
processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem.
A18 - Contribuo com conteúdos nos wikis, blogs e em outras ferramentas.
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Relate um pouco de sua experiência com a utilização das Mídias Digitais Sociais no
Processo Comunicacional na relação de ensino-aprendizagem
1 A resposta em tempo real é o maior incentivo.
2 A seriedade é importante para o aprendizado, porém tem que ser mais dinâmico,
mais rápido e com mais eficiência. Nos finais de semana deveria haver um
ambiente descontraído, incentivando os alunos a interagir entre si com assuntos
diversos relacionados a educação e experiência profissional. É importante a
comunicação entre os alunos da mesma sala para troca de informações. No EAD
sinto falta dessa troca de experiência e de comunicação entre professores e alunos.
3 Acho bem legal.
4 Ajuda bastante, porque pode acessar em qualquer lugar que eu esteja.
5 As mídias reduzem ou minimizam o tempo e espaço para comunicação.
6 Auxilia no desenvolvimento educacional e maiormente nos ensina a se manter
atualizado com o conteúdo de aprendizado.
7 Comprei um curso de Inglês.
8 Comprei uma bolsa através de compras coletivas, estudei por 2 meses, porém a
escola mudou a configuração e não conseguir mais abrir o link eles prometeram o
curso por 60 dias, porém só utilizei por 2 meses.
9 Consigo as informações necessárias para tirar minhas dúvidas e conseguir
entender a matéria ministrada naquela semana
10 E muito diferente do estudo e aprendizado pessoal, pois neste estilo EAD, não há
muito auxilio pessoal e explicações repetidas, portanto, precisa se de muita
disciplina, para atingir o aprendizado de maneira eficaz.
11 Este é meu primeiro curso EAD, achei que teria muito mais dificuldade,
relacionado a problemas digitais, embora haja inúmeros meios, que ainda eu não
uso e não aprendi usar, mas estou conseguindo desenvolver minhas atividades.
12 Estou começando a utilizar, mas acredito que será algo fundamental para o futuro
das pessoas, pois ninguém tem mais tempo para nada.
13 Fácil utilização do AVA. É a primeira vez que faço um curso EAD, claro tem suas
dificuldades, pois muitas vezes a matéria é confusa, mas pesquisando na net e
conversando com colegas e professores e monitor, consigo sanar minhas dúvidas.
14 Foi muito interessante e produtivo para minha experiência.
Foi uma novidade que me adaptei rápido. É interessante o processo de
comunicação a distância com pessoas que convivemos em aula e outras não. É um
diferencial no mundo de novos sistemas que vivemos nos dias de hoje.
15 Identifico-me com esta experiência devido a limitação de tempo que tenho para
estudar. Desta forma posso me organizar, na questão tempo, para cumprir a carga
horária necessária para o aprendizado.
16 Muito.
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17 Muito boa.
18 Na verdade não costumo utilizar as redes sociais, pois não adapto a utilização das
mesmas, apesar de ter um perfil em uma delas, uso mais os emails para me
comunicar e tirar dúvidas com os colegas de sala e o próprio Ava para me
comunicar com os professores.
19 Na verdade, em toda dúvida que surge, procuro na rede informações referentes ao
assunto sempre tomando o cuidado de consultar fontes confiáveis.
20 Não encontro problemas com as Mídias Digitais, fácil acesso e utilização.
21 Não tenho total conhecimento.
22 Não uso hoje.
23 Os artigos deveriam ser mais claros, pois nos é passado entre 6 e 7 artigos e as
informações começam a se repetir isto quando as informações não entram em
contradição, deixando-nos sem um entendimento do conteúdo. Outro item que
deveria mudar é que os artigos não deveriam ser os que os alunos fazem, pois os
mesmos repetem demais as informações para fazerem o conteúdo ficar com várias
páginas, o que deveria ser feito é que a Metodista deveria fazer um resumo dos
pontos importantes que fossem úteis para o aprendizado e que o aluno conseguisse
captar melhor o conteúdo do artigo.
24 São fundamentais, porém exigem muito tempo para fundamentação.
25 Seria melhor se houvessem mais aulas em vídeos durante a semana disponível no
AVA.
26 Tem me acrescentado muito em conhecimento e base pedagógica e profissional.
27 Tem me ajudado e me incentivado muito a dar continuidade nos estudos.
28 Tudo funcionaria muito bem se a comunicação fosse em tempo real (on line),
sabemos que é impossível e sendo assim torna-se menos dinâmico .
29 Um diferencial.
30 Utilização do AVA constantemente quando disponível.
Utilizo apenas aquilo que acho necessário no meu aprimoramento.
31 Utilizo principalmente e-mails e telefone para contato, pois os integrantes do meu
grupo de estudo não utilizam outros recursos como Face book.
32 Utilizo somente o AVA.
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nas aulas.
20 Uso muito pouco.
21 Uso muito pouco.
22 Útil.
23 Utilizo muito pouco para estes fins.
Utilizo-as plenamente para pesquisar sobre potenciais clientes, como os atuais estão
indo, para prospectar novos e para mantê-los informados dos novos produtos e
24 promoções.
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