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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL


DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO

Valéria Calipo

MÍDIAS DIGITAIS SOCIAIS NO AUXÍLIO AO EAD:


As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como
processo facilitador na relação de ensino-aprendizagem

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2013
VALÉRIA CALIPO

MÍDIAS DIGITAIS SOCIAIS NO AUXÍLIO AO EAD:


As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como
processo facilitador na relação de ensino-aprendizagem

Tese apresentada em cumprimento parcial às


exigências do Programa de Pós-Graduação
em Comunicação Social da Universidade
Metodista de São Paulo – UMESP para
obtenção do grau de Doutora.

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Squirra

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2013
FICHA CATALOGRÁFICA

Calipo, Valéria
C129m Mídias digitais sociais no auxílio ao EAD: as novas
tecnologias da informação e da comunicação como processo
facilitador na relação de ensino-aprendizagem / Valéria Calipo.
2013.
201 f.

Tese (doutorado em Comunicação Social) --Faculdade de


Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, São
Bernardo do Campo, 2013.
Orientação: Sebastião Carlos de Morais Squirra.

1. Mídia digital 2. Mídias sociais 3. Novas tecnologias


(Ensino a distância) 4. Tecnologia da informação e da
comunicação 5. Ensino a distância - Comunicação 6. Sociedade
do conhecimento I. Título.

CDD 302.2
FOLHA DE APROVAÇÃO

A Tese de doutorado intitulada: “Mídias digitais sociais no auxílio ao EAD: as novas tecnologias
da informação e da comunicação como processo facilitador na relação de ensino-aprendizagem ”,
elaborada por VALÉRIA CALIPO, foi apresentada e aprovada em 29 de maio de 2013, perante
banca examinadora composta por Prof. Dr. Sebastião Carlos de Moraes Squirra
(Presidente/UMESP), Profa. Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro (Titular/UMESP) e Prof. Dr.
Almir Martins Vieira (Titular/UMESP), Prof. Dr. Prof. Dr. Sidnei Barreto Nogueira(Titular/
Universidade Anhanguera), Prof. Dr. Dr. José Luiz Proença.

__________________________________________
Profº. Dr. Sebastião Carlos de Moraes Squirra
Orientador e Presidente da Banca Examinadora

________________________________________
Profº. Dr. Laan Mendes de Barros
Coordenador do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Comunicação

Área de Concentração: Processos Comunicacionais

Linha de Pesquisa: Processos da Comunicação Científica e Tecnológica


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, que me fortaleceu diante de todos os obstáculos que
apareceram em minha frente durante o trajeto percorrido. Agradeço a Ele pela minha vida, minha
fé e por todo o meu ser e é a Ele que dedico todo o meu trabalho.

Aos representantes da Universidade Metodista de São Paulo que mais uma vez acreditaram em
mim e possibilitaram minha caminhada até aqui.

Ao prof. Dr. Sebastião Squirra, pela orientação e conselhos que foram fundamentais para este
trabalho e também para o meu desenvolvimento pessoal.

Aos professores: Dr. Laan Mendes de Barros, Dr. José Salvador Faro, Dr. José Luiz Proença,
Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro, Dr. Almir M. Vieira e prof. Dr. Sidnei B. Nogueira por todas
as críticas, apontamentos, sugestões e direcionamentos que contribuíram, além de enriquecer o
conteúdo do meu trabalho.

Aos meus amigos e amigas prof. Almir M. Vieira, prof. Marino C. Bedin, prof. Sidnei B.
Nogueira, profa. Sonia Marques, profa. Fátima Aparecida Pighinelli Azar, profa. Adriana
Barroso de Azevedo, Talita Bronzin Dominiquini; Nanci Bortotto, pelas leituras sugestões e
correções feitas ao longo desses anos.

Aos professores, funcionários, amigos e alunos da Metodista e também da Anhanguera, que


dedicaram tempo e atenção na colaboração com informações, sugestões, conteúdos e entrevistas.

A Esmeria R. Espindola e profa. Aparecida Ribeiro pelas correções e sugestões.

A minha amada filha Vanuzia que esteve sempre presente e disposta a ler por várias vezes o
trabalho, com delicadas correções, além de sempre me oferecer uma massagem que aliviavam
muito a minha tensão.

A minha filha Vanessa e neta Julia, meus amores que também me apoiaram e esperaram por
minha atenção, com respeito, amor e carinho.

A minha querida mãe, obrigada pelas orações e por acreditar em mim.

Aos meus queridos familiares, irmãs, irmãos, cunhados, cunhadas, sobrinhas, sobrinhos, genros,
enteadas e enteado, que me acompanharam em meio de livros, papéis e computador.

Ao meu companheiro David Guilger, que foi paciente, amoroso e que nas horas mais difíceis
aparecia sempre com um chá, café, suco ou um delicioso quitute. Agradeço por sua dedicação,
paciência e compreensão.
RESUMO

No presente trabalho investigou-se a adoção por parte das instituições educacionais dos recursos
e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que permitem a comunicação síncrona e
assíncrona, estimula a comunicação para maior interatividade, dialogicidade e colaboração entre
os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem da educação a distância. Para tanto,
verificou-se como os alunos que estudam na EAD reagem às novas possibilidades oferecidas com
o advento das novas tecnologias da informação e comunicação - NTICs. O estudo focou os
alunos que estavam, no momento da pesquisa, cursando os segundos bimestres dos Cursos de
Tecnólogos em: Marketing, Logística, Recursos Humanos e Gestão Comercial em EAD, das
universidades Anhanguera e Metodista, dos pólos de São Caetano do Sul e Mauá. Na seleção da
amostra, optou-se pelo modelo não probabilístico do tipo intencional, adotando-se o critério de
que os alunos selecionados conheciam os recursos e as ferramentas utilizadas nas mídias digitais
sociais das instituições. Como instrumento de medida, utilizou-se um questionário tipo Likert
composto por 7 dimensões e 32 assertivas, além da técnica de entrevista de grupo focal,
totalizando 5 encontros. Resgatou-se historicamente alguns pontos sobre o movimento das novas
tecnologias, sobretudo as digitais, bem como a educação na modalidade a distância, desde o
século passado até a atualidade. Além disso, procurou-se entender o quanto as ações
governamentais têm apoiado as transformações tecnológicas que impactam direta e indiretamente
nos aspectos educacionais. Outro tema abordado para a discussão desse trabalho foi a Sociedade
do Conhecimento, que tem papel de suma importância para o desenvolvimento e avanço das
Novas Tecnologias da Comunicação e Informação. As discussões para as análises dos resultados
foram norteadas pela Teoria da Ação Comunicativa de Habermas que ajudou a compreender e
indicar a importância dos conceitos vistos sobre o mundo da Vida e o mundo do Sistema, dentro
da realidade atual da EAD e das NTCs. Os dados apontaram que os alunos que estudam nessas
duas Universidades são em sua maioria, casados, possuidores de filhos e pretendem com seus
estudos dar um salto qualitativo em suas carreiras, acessam a internet de suas residências, local de
trabalho e nas universidades que estudam. São conhecedores e aproveitam as Mídias Digitais
Sociais - MDS oferecidas por suas universidades e as utilizam para se comunicarem com seus
colegas e seus professores, mas, interagem melhor com as ferramentas oferecidas pelo mercado,
que estão disponíveis na Internet e fazem uso de forma bastante significativa do mensageiro e-
mail para a comunicação entre seus colegas. A pesquisa também assinalou que, o público
pesquisado pertencente à geração de imigrantes digitais se adapta e utiliza relativamente bem as
ferramentas oferecidas por ambas as Universidades. Entretanto, também indicou que, os recursos
e as ferramentas digitais oferecidas pela instituição de ensino que podem facilitar o processo
comunicacional dentro das instituições educacionais são conhecidos, mas, ainda se encontram
aquém, frente às possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias digitais utilizadas no mercado.
Para a maioria, as MDS são de grande importância e facilitam o processo comunicacional dentro
da relação de ensino-aprendizagem, entretanto, apontam que o diálogo poderia ser mais dinâmico
se houvesse por parte dos professores ou tutores EAD maior interação on-line. A pesquisa
assinalou que as mídias digitais sociais e suas ferramentas, oferecidas pelo mercado e que são
utilizadas fora da rede do EAD, por serem mais interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um
ambiente mais descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do
que as vivenciadas na rede EAD.

Palavras-chave: Mídias Digitais Sociais. EAD. Comunicação. Sociedade do Conhecimento


ABSTRACT

At the present study, we investigated whether the educational institutions’ adoption of resources
and available tools in the social digital media (which allow both synchronized and asynchronized
communication) stimulates communication for more interactivity, dialogicity and collaboration
between the involved agents in the teaching and learning process via distance education. In order
to do so, we checked how students on distance education react to new possibilities offered with
the advent of new technologies of information and communication- NTICs. Our study focuses in
undergraduate students who were, at the moment of the research, taking the second two months
of the following Technological Courses: Marketing, Logistics, Human Resources and
Management to Distance Education, from both Anhanguera and Metodista universities, at São
Caetano do Sul and Mauá centres. In the sample, we have opted the non-probabilistical model of
intention sort, adopting the criterion that the selected students knew both resources and tools
being used in their institutions media. As the measurement instrument, we applied a Likert type
quiz, composed by 7 dimensions and 32 assertions, besides the technique of focal group
interview, numbering 5 meetings. We historically brought some points about the movement of
the new technologies, noticeably the digital ones, as well as the distance education, from last
centuries to the present days. Furthermore, we made the effort to understand how much the
governmental actions have supported the technological transformations which have direct and
indirect impact on the educational aspects. Another discussed topic was the Society of
Knowledge, which has an extremely important role for the development and advance of the
NTICs. The discussions for the data analyses were oriented by Habermas’ Theory of
Communicative Action, which helped understand and indicate the importance of the concepts
about the world of Life and the world of System, within the present reality of distance education
and NTICs. The results have pointed that the students in both universities (married, parents,
people who want to make use of their studies in order to have a better career step, have Internet
home access, as well as at work and university) are aware of and use the Social Digital Media
offered by their universities in order to communicate with their university mates and professors,
but they interact in a better way with the market-offered tools, available on the internet. They also
significantly make use of the e-mail as a means of communication among university mates. The
study has also observed that the research group belongs to a generation of digital immigrants that
adapted and use the universities’ offered tools reasonably well. However, it has indicated that the
resources and digital tools, which may make the communicational process easier, within
educational institutions, they are still limited in relation to the possibilities offered by the new
digital technologies on the market. For most of them, the Social Digital Media are notable and
make the communicative process easier within the teaching and learning relation. Nevertheless,
they point to the fact that the dialogue between professors or tutors and students could be more
dynamic if there were more on-line interaction. The study has evidenced that the social digital
media and their tools, offered by the market and used outside the distance education network, for
being more interactive and intuitive and being linked to a more informal environment, allow
more collaboration and faster communication than the ones seen at the distance education
network.

Keywords: Digital Media Social , Distance Education, Communication, Society of Knowledge


RESUMEN

En el presente trabajo se investigó la adopción por parte de las instituciones educativas de los
recursos y herramientas disponibles en los medios sociales digitales, que permiten la
comunicación sincrónica y asincrónica, promueve la comunicación para una mayor
interactividad, el diálogo y la colaboración entre los actores involucrados en el proceso de
enseñanza-aprendizaje de la educación a distancia. Por lo tanto, se ha chequeado como los
estudiantes en la EAD reaccionan ante las nuevas posibilidades ofrecidas por el advenimiento de
las nuevas tecnologías de la información y la comunicación - NTICs. El estudio se centró en los
estudiantes que se encontraban, en el momento de la investigación, en el segundo periodo
bimensual de los Cursos Técnicos: Marketing, Logística, Recursos Humanos y Gestión
Comercial en la EAD, de las universidades Anhanguera y Metodista, de los polos de São Caetano
do Sul y Mauá. En la selección de la muestra, se optó por el modelo no probabilística intencional,
adoptando el criterio de que los estudiantes seleccionados conocían los recursos y las
herramientas utilizadas en los medios sociales digitales de las instituciones. Como instrumento de
medición, se utilizó un cuestionario tipo Likert compuesto de 7 dimensiones y 32 afirmaciones, a
parte la técnica de entrevista de grupo focal, por un total de 5 encuentros. Fue rescatado
históricamente algunos puntos sobre el movimiento de las nuevas tecnologías, sobre todo
digitales, así como la educación en la modalidad a distancia, desde el siglo pasado hasta la
actualidad. Además, tratamos de comprender cómo las acciones del gobierno han apoyado a los
cambios tecnológicos que afectan directa e indirectamente en los aspectos educativos. Otro de los
temas abordados en la discusión de este trabajo fue la Sociedad del Conocimiento, que tiene un
papel muy importante para el desarrollo y el avance de las Nuevas Tecnologías de la
Comunicación e Información. Las discusiones para los análisis de los resultados fueron guiados
por la teoría de la Acción Comunicativa de Habermas que ayudó a entender y señalar la
importancia de los conceptos vistos sobre el mundo de la Vida y el mundo del Sistema, dentro de
la realidad actual de la EAD y NTCs. Los datos mostraron que los estudiantes que estudian en
estas dos universidades son en su mayoría casados, poseídos de niños y quieren con sus estudios
dar un salto cualitativo en su carrera profesional. Ellos tienen acceso a Internet desde sus hogares,
lugares de trabajo y en las universidades que estudian. Tienen conocimiento y toman ventajas de
los Medios Digitales Sociales - MDS ofrecido por sus universidades y los utilizan para
comunicarse con sus compañeros y maestros, pero interactúan mejor con las herramientas que
ofrece el mercado, que están disponibles en Internet y hacen uso de forma muy significativa del
correo electrónico para la comunicación entre colegas. La encuesta también señaló que el público
encuestado pertenece a la generación de los inmigrantes digitales, se adapta relativamente bien y
utiliza las herramientas ofrecidas por ambas universidades. Sin embargo, también indicó que los
recursos y las herramientas digitales ofrecidas por la institución educativa que pueden facilitar el
proceso de comunicación dentro de las instituciones educativas son conocidas, pero siguen detrás
frente a las posibilidades que ofrecen las nuevas tecnologías digitales utilizadas en el mercado.
Para la mayoría, los MDS son de gran importancia y facilitan el proceso de comunicación dentro
de la relación de enseñanza-aprendizaje, sin embargo, señalan que el diálogo podría ser más
dinámico si hubiera por parte de los profesores o tutores EAD mayor interacción on-line. La
investigación señaló que los medios digitales sociales y sus herramientas, ofrecidas por el
mercado y que se utilizan fuera de la red de EAD, por ser más interactivas e intuitivas y estar
vinculadas a un ambiente más relajado, permiten una mayor colaboración y comunicación mucho
más ágil que las que experimentaron en la red EAD.
Palabras clave: Medios Digitales Social, EAD, Comunicación Sociedad del Conocimiento.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Grupos e suas características que a pesquisa MTV detectou................................. 36


Tabela 2 - Dimensões e Asserções.......................................................................................... 104
Tabela 3 - Informa o sexo, estado civil e a faixa etária dos pesquisados................................. 110
Tabela 4 - Apresenta o estado civil e se os respondentes possuem filhos............................... 111
Tabela 5 - Local em que os respondentes acessam a Internet com o computador fixo........... 114
Tabela 6 - Utiliza aparelho móvel com acesso à Web............................................................. 114
Tabela 7 - Com quais aparelhos acessa a Web......................................................................... 115
Tabela 8 - Local em que acessa a Web móvel......................................................................... 115
Tabela 9 - Em sua Universidade há uso de Mídia Digital específica para a comunicação...... 116
Tabela 10 - Redes sociais ou comunicadores mais utilizados para a comunicação dentro do
universo acadêmico................................................................................................................... 117
Tabela 11 - Fico conectado durante a semana nas mídias digitais sociais............................... 118
Tabela 12 - Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores – MDS...... 119
Tabela 13 - Dimensão 1: Conhecimento e utilização das MDS oferecidos pela instituição.... 122
Tabela 14 - Dimensão 2: Grau de utilização das MDS oferecidos pelo Mercado................... 124
Tabela 15 - Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para
recursos oferecidos como ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento......................................................................................... 125
Tabela 16 - Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD......................................................... 128
Tabela 17 - Dimensão 5: Comunicação nas Redes.................................................................. 129
Tabela 18 - Dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD................................ 131
Tabela 19 - Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas
que podem surgir relacionados à tecnologia............................................................................. 132
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Número de respostas diárias................................................................................ 105


Gráfico 2 - Instituições Pesquisadas...................................................................................... 107
Gráfico 3 - Cidade onde os alunos residem.......................................................................... 108
Gráfico 4 - Cursos Tecnólogos.............................................................................................. 109
Gráfico 5 - Gênero................................................................................................................. 109
Gráfico 6 - Completou o ensino médio em escola................................................................. 112
Gráfico 7 - Ocupação Profissional......................................................................................... 113
Gráfico 8 - As redes sociais ou comunicadores que são mais utilizados para a
comunicação dentro do universo acadêmico......................................................................... 117
Gráfico 9 - Fico conectado durante a semana nas MDS........................................................ 118
Gráfico 10 - Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores – MDS.. 119
Gráfico 11 - Dimensão 1: Conhecimento e utilização das MDS oferecidos pela instituição 122
Gráfico 12 - Assertivas da Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais
sociais oferecidos pela instituição.......................................................................................... 123
Gráfico 13 - Dimensão 2: Grau de utilização das MDS oferecidas pelo Mercado................ 124
Gráfico 14 - Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para
recursos oferecidos às pesquisas de trabalhos acadêmicos e compartilhamento do
conhecimento.......................................................................................................................... 126
Gráfico 15 - Assertivas da dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na
Internet para recursos oferecidos para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento...................................................................................... 126
Gráfico 16 - Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD...................................................... 128
Gráfico 17 - Assertivas da dimensão 4: Comunicação dentro do EAD................................ 128
Gráfico 18 - Dimensão 5: Comunicação nas Redes.............................................................. 130
Gráfico 19 - Assertivas da dimensão 5: Comunicação nas Redes......................................... 130
Gráfico 20 - Assertivas da dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD....... 131
Gráfico 21 - Assertivas da dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD....... 132
Gráfico 22 - Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis
problemas que podem surgir relacionados à tecnologia......................................................... 133
Gráfico 23 - Assertivas da dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar
possíveis problemas que podem surgir relacionados à tecnologia......................................... 133
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Linha do Tempo - EAD no Brasil.............................................................................. 74


Quadro 2 - Classificação Geracional............................................................................................ 87
Quadro 3 - Mundo do Sistema e Mundo da Vida........................................................................ 93
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15
1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 17
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 17
3 HIPÓTESES .......................................................................................................................... 18
4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 18

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 29


1 PESQUISAS RECENTES..................................................................................................... 30

3 DIREITOS DE IGUALDADE NO ACESSO À INFORMAÇÃO .................................. 45


1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO .......................................................................................... 45
2 GOVERNANÇA DA INTERNET ........................................................................................ 49

4 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO .................................................................................................................. 55
1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO .................... 55
2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................................... 58
3 INTERNET E WEB 2.0 ......................................................................................................... 62
4 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ................................................................................ 66
5 MEDIAÇÃO E INTERATIVIDADE ................................................................................... 70

5 EAD: AS MUDANÇAS DE PARADIGMA, COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM E O


AVA DAS UNIVERSIDADES METOTISTA E ANHANGUERA E AS DIFERENÇAS DAS
GERAÇÕES ............................................................................................................................ 73
1 EAD E AS LEIS MAIS PERTINENTES PARA O SEU INCREMENTO NO BRASIL ... 73
2 COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM: DOIS OLHARES .............................................. 79
3 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DAS DUAS UNIVERSIDADES:
METODISTA E ANHANGUERA .......................................................................................... 83
3.1 Metodologia de aulas e AVA da Universidade Metodista........................... 83
3.2 Metodologia de aulas e AVA da Universidade Anhanguera ........................ 85
4 GERAÇÕES: IMIGRANTES E NATIVOS DIGITAIS ....................................................... 86

6 TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA .......................................................................... 90


1 RAZÃO INSTRUMENTAL X RAZÃO COMUNICACIONAL ......................................... 90
2 AÇÃO COMUNICATIVA E O PROCESSO COMUNICACIONAL DENTRO DA
RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM VOLTADO PARA A EMANCIPAÇÃO DO
INDIVÍDUO ............................................................................................................................. 94

7 METODOLOGIA.............................................................................................................. 101

8 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ....................................................................... 107


1 CARACTERIZAÇÃO DOS PESQUISADOS: QUESTIONÁRIO 1ª PARTE .................. 107
2 DIMENSÕES AVALIADAS: QUESTIONÁRIO TIPO LIKERT ..................................... 120
2.1 Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos
pela instituição................................................................................................... 121
2.2 Dimensão 2: Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo
Mercado ............................................................................................................. 124
2.3 Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para
recursos oferecidos às pesquisas de trabalhos acadêmico e compartilhamento do
conhecimento. ................................................................................................... 125
2.4 Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD ................................................ 127
2.5 Dimensão 5: Comunicação nas REDES ..................................................... 129
2.6 Dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD ...................... 131
2.7 Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas
que podem surgir relacionados à tecnologia. .................................................... 132

9 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 135


1 ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS DAS SETE DIMENSÕES ............................ 138
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 150

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 158

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................................... 167

APÊNDICE ........................................................................................................................... 169

ANEXO .................................................................................................................................. 200


15

INTRODUÇÃO

Observa-se que as rápidas mudanças proporcionadas pelos avanços tecnológicos têm


apontado para a importância de uma reflexão epistemológica mais minuciosa sobre os processos
comunicacionais que norteiam as relações da sociedade. Além de o fenômeno envolver o escopo
social mais aberto, também altera processos segmentados, especialmente em função das
mudanças notadas junto ao processo comunicacional na relação de ensino-aprendizagem que
consequentemente poderá refletir na interatividade, dialogicidade e colaboração entre os atores
envolvidos nos processos educacionais. Tais transformações trouxeram novas perspectivas para a
educação, mas trazem novos desafios para aquela a distância, destaca-se entre essas mudanças o
papel desempenhado pelo professor que, em função da evolução tecnológica, deixa de ter papel
principal como transmissor de conteúdos para atuar muito mais como mediador na busca de
conteúdos consistentes e promotor de reflexões. Assumindo este panorama como referencial
teórico que outros pesquisadores já avançaram de forma consistente, no presente trabalho o
interesse pelo tema mídias digitais sociais no auxílio ao EAD: As Novas Tecnologias da
Informação e da Comunicação como processo facilitador na relação de ensino-aprendizagem
surge pela inquietação em compreender: como as instituições educacionais que trabalham
principalmente com a educação a distância têm respondido ao surgimento constante das Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação as NTICs.
Como muitas são as buscas para desenvolver um ambiente tecnológico realmente eficaz,
justamente aquele que satisfaça não apenas as expectativas dos docentes, mas também dos
estudantes, se torna fundamental a preparação instrucional, tanto por parte do professor como do
aluno, para utilizar esses novos recursos. A chegada das novas tecnologias comunicacionais
estimula, cada vez mais, as universidades, escolas, centros de ensino, organizações empresariais e
grupos de profissionais de educação, design e hipermídia para que estes se dediquem ao
desenvolvimento de cursos a distância, com suporte em ambientes digitais de aprendizagem,
sobretudo aqueles disponibilizados na Internet (ALMEIDA, 2003 p. 3).
Nessa perspectiva, o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação -
NTICs, nas quais estão integradas as inúmeras facilidades das telecomunicações devem
constituir-se cada vez mais em recursos para democratizar o acesso à informação e elevar o
padrão de qualidade da formação. As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação podem
16

atuar como incremento importante para a melhora na educação a distância e ganhar mais espaço
no processo comunicacional, que começa a ficar livre de intermediários e passa a atuar em outro
paradigma: no lugar de um para muitos, o processo passa a ser de muitos para muitos.
Indo nessa direção e, ao avaliar o papel das mídias digitais na sociedade contemporânea,
Squirra afirma que:
Na sociedade do conhecimento, o ensino vem sendo submetido a grandes
choques e, por isso, todas as formas de escola devem estar atentas à inovação,
uma vez que novos paradigmas estão definindo e delineando os modelos
pedagógico-estruturais e, por tabela, da formação em toda parte, sobretudo
aquela em nível superior (SQUIRRA, 2010).

Confirmando o que indica o pesquisador, observa-se que o ambiente virtual, facilitado


pelas mídias digitais sociais, apesar de substituir a sala de aula convencional, mantém arraigado o
antigo modelo unidimensional, ao insistir na inter-relação analógica entre emissor e receptor, isso
é, entre docente e aluno. Dessa forma, percebe-se que a prática de EAD ganha novo formato e
incorpora novas dimensões tecnológicas, entretanto o processo comunicacional na relação de
ensino-aprendizagem ainda encontra dificuldades em proporcionar uma comunicação mais
interativa, dialógica e colaborativa entre seus interagentes. Por isso, nosso foco centra-se
principalmente nas mídias sociais e seus recursos digitais como suporte ao processo
comunicacional na relação de ensino-aprendizagem na EAD, pois sabe-se que estas poderiam
tornar muito mais interativa e colaborativa a comunicação intermediada pelas tecnologias entre
os professores e os alunos e especificamente entre estes últimos.
Observa-se que as transformações provocadas pelas mídias digitais sociais têm sido
significativas também na área da educação, que tem se apropriado das ferramentas disponíveis no
que foi denominado de Web 2.0. As ferramentas presentes neste universo permitem formas
incessantes de interação em que todos passam a aproveitar o conhecimento gerado e gerar novos
conhecimentos. No texto “Os desafios do ensino no futuro”, Squirra afirma que:
Há cerca de duas décadas, com a chegada do mundo digital em tempo real, a
imobilidade foi rompida e as fontes do conhecimento em todas suas formas e
sistemas foi aberta a todos os interessados, sendo que nesse cenário altamente
desafiador, a evolução tecnológica, que disponibiliza um infindável leque de
possibilidades de comunicação online – agora, substancialmente móvel – (no
princípio do anytime, anywhere, anyhow), se viabiliza através dos dinâmicos,
plurais e interativos recursos da comunicação digital que denotam uma realidade
individual irrecusável e, consequentemente, acenam para a necessidade de uma
diferenciada reformatação dos modelos e práticas para o ensino superior
(SQUIRRA, 2010).
17

As infinitas possibilidades para a comunicação online ascendem e configuram a ponto de


os profissionais da Internet e da educação explorarem o que tem sido designada como Web 3.0.
Como uma nova versão da Web 2.0, é considerada a terceira geração da Internet e prediz que os
conteúdos online estarão organizados de forma semântica e mais customizados para cada
internauta, sites e aplicações inteligentes e publicidade baseada nas pesquisas e nos
comportamentos. Esta nova Web também pode ser chamada de “A Web Inteligente”. As infindas
formas que o futuro, já presente, reservou com a Web hão de ser algo de investigação
constantemente.
Por isso, a nossa preocupação não se resume apenas em realizar uma demarcação
simples, mas de um olhar que perpassa diversos campos do conhecimento como a Educação, a
Psicologia, a própria Comunicação, áreas de estudos atualmente mediadas pelo extensivo uso das
tecnologias digitais.

1 OBJETIVO GERAL

Desta forma, este trabalho tem como objetivo investigar se a adoção, por parte das
instituições educacionais, dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que
permitem a comunicação síncrona e assíncrona, estimula a comunicação para maior
interatividade, dialogicidade e colaboração entre os atores envolvidos no processo
comunicacional na relação de ensino-aprendizagem da educação a distância.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar se a utilização das mídias digitais sociais no processo comunicacional na EAD


facilita a aquisição do conhecimento,
Analisar a influência das tecnologias da informação e comunicação no processo
comunicacional na relação de ensino-aprendizagem
18

3 HIPÓTESES

As nossas hipóteses se baseiam nas evidências científicas de que quanto mais se


incrementa o uso dos recursos comunicacionais, mais resultados positivos se colhem no processo
da retenção da informação, por isso, nomeamos as seguintes hipóteses, que poderão ser
confirmadas ou não de acordo com a percepção dos pesquisados:
• A utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e
alunos e entre os alunos em si torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma relação emancipatória;
• Se nas instituições as ferramentas disponibilizadas não são usadas em sua plenitude,
• Se as mídias digitais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede do EAD, por serem
interativas e intuitivas 1 e estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído, permitem
maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as vivenciadas na rede EAD,
• Se a comunicação interativa referente às necessidades acadêmicas, que deveria acontecer no
sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma mais fluida em outras redes, como,
por exemplo, nos MSN, Facebook, Orkut.

4 JUSTIFICATIVA

A evolução tecnológica e os principais participantes do mundo digital atual apontam


para mudanças uma vez que o homem está profunda e irremediavelmente integrado, miscigenado
às mídias digitais para conexões e intercâmbio em intermináveis tipos e configurações
(SQUIRRA, 1999).
As transformações provocadas pelos avanços tecnológicos, facilitadas pelas mídias
digitais sociais como, por exemplo, acessar quase instantaneamente artigos, textos, bibliotecas,
livros, fotografias, reprodução de quadros famosos dos grandes museus, como o Louvre, de Paris,
vídeos, além de diversos outros recursos on-line, fazem com que a Internet torne a realidade mais
avançada do que a fantasia: “Carros que falam, computadores que pensam, empresas virtuais, a
Internet – a primeira rede de conhecimento. Para a maioria das pessoas, o futuro que está

1
O internauta percebe por associação o que vem adiante e dependendo das facilidades disponibilizadas pelo site
sente-se à vontade para acessar: os links, menus, banners etc. Esse processo é chamado de navegação intuitiva.
19

emergindo parece ao mesmo tempo impressionante e intimidador” (CANTON, 2001 p. 19).


O que se chama hoje de mídias digitais deriva de duas palavras, ambas de origem latina,
sendo que mídia significa meio e, na maioria das vezes, quando usada em português, refere-se
aos meios de comunicação social, já a palavra digital deriva do latim digitus (dedo), os dedos
eram usados para contagem. Entretanto, a palavra digital recebe atualmente novas concepções, já
que se tornou mais comum em computação e eletrônica, sobretudo quando a informação real é
convertida na forma numérica binária.
Os estudos sobre o sistema de código binário tiveram como um de seus precursores o
alemão Gottfried Wilheim Leibniz, que no século XVI apresentou um ensaio denominado “De
Arte Combinatória”, nesse trabalho, descreveu um método geral para reduzir todo pensamento,
possibilitando a transposição do domínio verbal, que é repleto de ambiguidades, ao domínio da
matemática, tendo em vista economizar o pensamento (MATTELART, 2002 p. 12).
Para que o algoritmo se convertesse em conceito fundamental do tratamento automático
da informação, seria preciso esperar pela mediação da escrita algorítima formulada na obra:
“Uma Investigação das Leis do Pensamento sobre as quais são fundadas as Teorias Matemáticas
da Lógica e das Probabilidades”, do matemático George Boole 2 e publicada em 1854
(MATTELART, 2002 p. 12).
Entretanto, a teoria da álgebra tornou-se mais influente em meados do século XX, quando
Claude Shannon aplicou-a pela primeira vez na eletrônica, demonstrando que a aplicação prática
em eletricidade da álgebra de Boole poderia construir e resolver qualquer relação numérica e
lógica.
Esses estudos permitiram o avanço tecnológico da informática e da comunicação,
consequentemente o desenvolvimento de um sistema capaz de promover o processo de
digitalização. Esse sistema permite a conversão de um dado analógico para um formato de
representação digital, um código binário, passível de ser armazenado e manipulado por qualquer
computador digital, independentemente do tamanho ou da finalidade a que se destina, em sua
essência, terá seu sistema de tráfego de informações expresso em zeros e uns 3.

2
Este conceito é conhecido também como a linguagem da lógica Booleana. A forma mais simples para as pessoas
que não estão acostumadas com os conceitos matemáticos compreenderem a lógica Booleana é o exemplo do uso de
“and” (e), “or” (ou) e “not” (não): ao realizar a busca na web, utiliza-se essas palavras como forma de direcionar e
especificar o que se procura em uma pesquisa mais avançada.
3
Com uma base técnica simples, o sistema do código binário consegue resultados sofisticados, por exemplo: em vez
de escrever a letra “a”, por convenção, a substitui pela combinação de “0” e “1”. A representação gráfica, o "a", um
20

Além disso, a tecnologia digital também permite a transformação dos átomos em bits e
com isso é possível colocar todas as manifestações culturais na forma de bits. Dessa forma, o
intercâmbio entre os bits transfigura o fato em símbolos, e hoje é praticamente impossível viver
sem a linguagem binária. De acordo com Squirra, o universo digital:
Traz o recurso da randomicidade e o acesso instantâneo ao dado desejado, sem a
temporalidade sequencial do mundo analógico. (...) O escopo de abrangência é
tão avassalador que, sutilmente, todos foram atingidos e nos acostumamos com
esta realidade tecno-cotidiana sem nos darmos conta de sua presença.
Irrecusavelmente, os avanços se encontram profundamente imbricados em
nossas vidas, concordemos ou não (SQUIRRA, 2008 p. 163).

Essa transformação tem provocado impactos sem precedentes nas leis de propriedade
intelectual, na indústria de entretenimento, na educação, nos meios de comunicação e nas
relações sociais.
Portanto, mídias digitais dizem respeito a todo meio de comunicação social em que a
informação é transmitida em código binário. “Este sistema binário permite uma infinidade de
possibilidades de escolha com representação e símbolos binários, o que permite o armazenamento
de forma ordenada e a rapidez exigida mundialmente” (TENÓRIO, 2001 p. 63). Além de essas
informações serem difundidas muito rapidamente, logo se tornaram amplamente conhecidas de
determinados sistemas também conhecidos como “efeito de rede” (RECUERO, 2009).
O “efeito da rede” traz muitos benefícios sociais, de acordo com a pesquisa realizada, em
maio de 2011, pelo instituto americano Project Pew Internet & American Life Project 4 na qual
acadêmicos, pesquisadores e executivos de grandes universidades e empresas como Google,
Microsoft, Yahoo, ao responderem sobre o futuro da Internet, afirmaram que os benefícios sociais
positivos do uso da Internet superam os negativos. Também apontou-se nessa pesquisa os
benefícios devido às oportunidades oferecidas pelas ferramentas online para criar, melhorar, e
reencontrar os laços sociais que fazem a diferença na vida das pessoas por meio de e-mails, redes
sociais e outros. Além disso, para o diretor responsável por essa pesquisa, Rainie (2010), as redes

desenho, é substituído por um símbolo abstrato que consiste na combinação de dois dígitos. Dessa forma, com uma
variação pode-se dar expressão a dois sinais como: dois algoritmos “0” e “1”, assim como aos polos magnéticos:
positivo ou negativo ou ainda com uma variação de comprimento de ondas de luz. Do mesmo modo, pode-se dar a
expressão a todo o universo de comunicação, seja de letras, de cores, de uma sinfonia ou de um filme, a toda a
memória acumulada e registrada da humanidade.

4
Essa pesquisa faz parte de um estudo maior chamado O Futuro da Internet, que está na sua quarta edição e procura
mapear as crenças daqueles que mais influem no desenvolvimento de novas tecnologias. O objetivo principal do
estudo é identificar as expectativas dos especialistas para a rede entre 2010 e 2020.
21

reduzem as tradicionais restrições de comunicação como custo, geografia e tempo, e suporta o


tipo de compartilhamento de informações abertas.
Castells (2006 p. 445), além de compartilhar do mesmo entendimento com Rainie,
afirma que as redes sociais, mesmo que baseadas em laços fracos são diversificadas e
especializadas, também capazes de gerar reciprocidade e apoio por intermédio da interação
sustentada. E também oferece a oportunidade de vínculos sociais para as pessoas que, caso
contrário, viveriam vidas sociais mais limitadas, pois seus vínculos estão cada vez mais
espacialmente dispersos.
Indo nessa direção, em seu livro, André Telles (2010) apresenta as redes sociais como
ambientes tecnológicos que objetivam reunir pessoas, os chamados membros que, uma vez
inscritos, podem expor seu perfil com dados como fotos pessoais, textos, mensagens e vídeos,
além de interagir com outros membros, criando listas de amigos e comunidades. Telles define
como rede social os sites de relacionamento como: Facebook, Orkut, MySpace e amplia o
conceito para Mídias Sociais para as ferramentas de compartilhamento e trocas de mensagens
como os Twitter (microblogging), YouTube (compartilhamento de vídeos), SlideShare
(compartilhamento de apresentações), Flickr (compartilhamento de fotos), MSN e e-mails (trocas
de mensagens), entre outros e mais as Redes Sociais. O primeiro torna-se uma categoria do
último, portanto, para esse autor, a revolução que está acontecendo está nas Mídias Sociais, que
reforçam de maneira exponencial o encontro, a troca de experiência, o aprendizado, dentro do
processo comunicacional e, consequentemente, do processo ensino-aprendizagem. Portanto, será
adotado neste trabalho o mesmo conceito tomado por Telles de Mídias Sociais adicionado ao
termo Digital, por entender que Mídias Sociais poderão ser compreendidas apenas, como meio
social. Desta forma, mídias digitais sociais (com o acrônimo MDS), além das redes sociais terá o
foco em nosso trabalho aos recursos e ferramentas digitais.
As mídias digitais sociais são o propulsor de todas essas rápidas transformações que se
refletem em todo o sistema e acarretam não só mudanças de hábitos com a utilização de
aparelhos digitais, mas também alteram o processo de comunicação nas instituições, desde as
familiares, as religiosas, empresariais, governamentais e educacionais. Essa última é o contexto
deste trabalho, que tem como foco analisar o desenvolvimento de tais mudanças e descrever o
quanto as mídias digitais sociais – MDS – contribuem para que os paradigmas dos processos
22

comunicacionais tradicionais (um para muitos) sejam transformados por um modelo mais
interativo e colaborativo (de muitos para muitos), sobretudo dentro do universo acadêmico.
Para discutir as vantagens de se trabalhar com tecnologia no ambiente educacional,
deve-se observar que uma parte significativa dos jovens desta década cresceu em um ambiente
com recursos tecnológicos e foram estimulados a desenvolver a facilidade de conviver e utilizar,
simultaneamente, mais do que dois tipos de tecnologias. Muitos desses jovens, enquanto
estudam, escutam música, falam ao telefone, ficam com a TV ligada e ainda conseguem navegar
na Internet. Esse comportamento não significa que esse jovem consegue aprofundar em algum
assunto específico.
Entretanto, é possível que se o professor transmitir seu conhecimento em uma aula com
apenas sua fala, giz/caneta e um quadro, poderá esse professor provocar em seus alunos o
desinteresse. Ao passo que, ao saber utilizar as várias possibilidades tecnológicas existentes nos
dias atuais, se bem elaboradas e utilizadas adequadamente, poderá o professor despertar a atenção
e participação desses alunos, de forma surpreender com os resultados e conseguir que haja um
efetivo aprendizado.
Com isso, pode-se pensar que uma boa aula deve ir além do planejamento do conteúdo a
ser ministrado, o professor deverá sim se preocupar com o conteúdo, mas também se prevenir
com todas as barreiras comunicacionais, que poderão impedir a assimilação do conteúdo
ministrado. Essas barreiras poderão ser internas ou externas. Internas quando os fatores
psicológicos e culturais impedem a atenção efetiva, e externa quando os ruídos, que podem ser
barulhos, problemas com a tecnologia utilizada, ou ainda a falta de interesse e desconhecimento
total sobre o assunto, por parte do aluno.
Dessa forma, compreende-se que as mudanças tecnológicas, no âmbito do ensino
superior, requerem um novo olhar sobre a utilização das novas tecnologias da comunicação e
informação como recursos didáticos, mas também uma nova postura do profissional frente aos
modernos recursos didáticos que implicam também um comportamento com mudanças de
atitudes para o aprimoramento desse processo.
Nesse sentido, além de dinamizar a informação, as Novas Tecnologias da Comunicação
e Informação, como, por exemplo, as utilizadas ao suporte do EAD, provocam o intercâmbio
entre pessoas, otimizando espaço e aproximando o lugar geográfico ao sujeito, exigindo assim
novas ações, que facilitem a comunicação. No entanto, não deve-se esquecer que o
23

distanciamento cultural provoca para alguns jovens a dinamização das informações, enquanto
para um número ainda, expressivo de jovens a exclusão. O professor que trabalha com EAD
precisará desenvolver a capacidade de sentir empatia, pois dessa forma compreenderá as
diferenças culturais e sociais.
Contudo, para fazer diferença principalmente nas instituições educacionais e conseguir
se comunicar de forma eficiente e eficaz, há a necessidade de se ter transparência nas ações. Pois
quando um professor apresenta o seu conhecimento teórico, didático e promove a interação e
colaboração de seus alunos por meio das mídias digitais sociais, sua ação irá refletir também na
imagem da Instituição da qual ele faz parte.
Por isso, é importante que além da filosofia do professor estar em consonância com a
filosofia da Instituição, deve-se principalmente voltar-se para as necessidades do aluno. Autores
como Tapscott (2010) e Rogers (1971), apesar de suas obras serem de décadas diferentes,
destacam a importância do comprometimento do professor com sua profissão, tendo como
princípios norteadores o respeito, empatia e transparência com seus alunos. Pois, apesar dos
jovens (independente da época) apresentarem características que denotam independência e
autonomia, ainda precisam do norte dado por um profissional da área de educação, seja ele o
professor, o facilitador, o mediador ou o educador que, de fato, esteja preocupado com o processo
ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, Tapscott (2010) defende que, ao invés de se concentrar nas instituições
ou no professor, o sistema educacional deveria se concentrar no aluno e, no lugar de aulas apenas
expositivas, os professores deveriam interagir diretamente com seus alunos. A interação direta
com os alunos poderá promover uma aprendizagem com experiências que, de acordo com Rogers
(1971), é a forma mais eficaz para a apreensão dos conteúdos.
Esse olhar focado no aluno também poderá promover uma comunicação mais interativa
entre professor e aluno, sobretudo nos cursos de Educação a Distância. Essa modalidade de
ensino tem sido utilizada já há décadas por um número significativo da população,
principalmente a partir da integração de tecnologias tradicionais de comunicação, como o rádio e
a televisão, associadas aos materiais impressos enviados pelo correio. Isso favoreceu a
democratização do acesso à educação em diferentes níveis, permitindo atender a grande massa de
alunos. No entanto, nada se compara ao impulso que a EAD tomou com as mídias digitais
sociais.
24

Contudo, em muitas instituições educacionais, as MDS vão se integrando à atividade


educativa muito lentamente. Na maioria das vezes, são basicamente usadas como um instrumento
de “apoio” que se acrescenta à atividade de educação, que segue seu curso dentro de uma visão e
dinâmica bastante tradicional (SANTOS, 2006). Apesar de aulas virtuais, mediadas pelas mídias
digitais sociais, muitas vezes os alunos ainda ficam em seus polos, apenas ouvindo a transmissão
do conhecimento do professor, com pouca ou nenhuma interação.
E ainda há alguns profissionais que, ao apresentarem determinadas informações, apesar da
fluência, o fazem de maneira inexata ou insuficiente. Isso pode ser observado em situações que
ao dominar um determinado conteúdo, nem sempre significa conseguir transmiti-lo de maneira
“compreensível” para outros que não os seus pares.
O processo comunicacional no mundo acadêmico em que o professor era o
detentor do conhecimento, portanto, o emissor do conhecimento aos seus vários
alunos, por muito tempo, prevaleceu, assim com a crença de que, para se tornar
um “bom” professor de ensino superior, bastaria dispor de uma comunicação
fluente ou, então, de um alto nível de conhecimento sobre determinado assunto
(GIL, 2008 p. 8).

Além disso, embora presente no dia a dia de muitos alunos e professores, as MDS ainda
são ferramentas pouco exploradas em sala de aula. Muitas vezes o acesso a esse tipo de recurso é
vetado nas escolas, em função do “medo” de que o aluno se interesse por assuntos que não
estejam diretamente ligados ao conteúdo pedagógico.
A importância da dialogicidade, interação e colaboração no processo ensino-
aprendizagem, sobretudo da EAD, também foram constatados pela própria pesquisadora desta
tese, por ser professora de disciplinas semipresenciais e de EAD, além de ter participado como
aluna em dois cursos EAD. No segundo semestre de 2006, a pesquisadora teve a oportunidade de
fazer parte do primeiro grupo de professores tutores do Curso de “Tecnólogo em Recursos
Humanos” na Universidade Metodista de São Paulo, quando pode conhecer melhor a modalidade
EAD e interagir com os alunos e professores do curso, também percebeu que, apesar das
ferramentas disponíveis na época serem limitadas, os alunos participavam ativamente dos Fóruns
de discussão, mesmo que com níveis diferentes de envolvimento. Da mesma forma, a experiência
com disciplinas semipresenciais 5, desde o ano de 2007, tem contribuído para reflexões sobre as
MDS usadas pelas instituições que, apesar de passarem por constantes melhorias, ainda não
fornecem aos seus usuários recursos para promover a interação síncrona. A necessidade de se ter
5
Essa modalidade se divide em aulas a distância e aulas presenciais.
25

uma ferramenta que facilite a comunicação simultânea em disciplinas semipresenciais, foi por
constatar que as discussões de trabalhos em grupos acontecem por outras redes, como no MSN,
Facebook, Orkut. A pesquisadora desta tese também participou, em 2010, no curso de
especialização em “Didática e Metodologia de Ensino Superior” quando constatou que as
ferramentas utilizadas permitiam uma comunicação síncrona e assíncrona com professores e
alunos. Também em sua dissertação de mestrado, sob o título: “Juventude e a Era da Internet:
Integração e Interação” apresentou aspectos importantes, como: os jovens, ao ganharem acesso às
tecnologias, considerando as dificuldades e facilidades culturais, apresentam um claro processo
de desenvolvimento e ampliam seus conhecimentos, muitas vezes de modo lúdico, para
realizações na esfera do conhecimento acadêmico. Outro ponto relevante considerado para a
escolha dessas Instituições foi o fato da pesquisadora atuar como docente nas duas universidades
e poder acompanhar o processo, como a entrega dos questionários on-line, assim como prestar
esclarecimentos e sanar possíveis dúvidas com maior disponibilidade e acessibilidade, além de
entregar às universidades o material com a análise que poderá ser utilizado pelas mesmas para
futuras aplicações e novas pesquisas.
As duas universidades escolhidas para a realização desta pesquisa: Anhanguera e
Metodista foram consideradas por seus alunos, na avaliação realizada pela Associação Brasileira
dos Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD (2010), como universidades que fazem
cursos a Distância com qualidade, por conseguirem realizar um bom planejamento pedagógico. A
pesquisa da ABE-EAD ouviu 15.000 (quinze mil) estudantes sobre a qualidade das graduações a
distância, contou com forte supervisão por parte do SEED / MEC - e as duas instituições
receberam avaliação acima da média, com pontuação 4 no ranking (ABE-EAD, 2010).
Entretanto, em 2011 o modelo da pesquisa ABE-EAD sofreu algumas modificações no
questionário utilizado, mas, manteve as questões voltadas para o material didático, professores e
tutores, avaliações/exercícios, atendimento na instituição, atendimento no polo, instituição e polo
de apoio. Na versão de 2011, participaram 16.200 (dezesseis mil e duzentos) estudantes de
graduação e desta vez o resultado foi diferente: a Universidade Anhanguera obteve nota 3 e a
Universidade Metodista conseguiu nota 5. (ABE-EAD, 2011).
De acordo com o exposto, acredita-se que nossa preocupação se justifica, por se tratar de
um assunto atual e pertinente, pois se relaciona ao momento de transformação tecnológica que
reflete no campo da Educação e da Comunicação. Além disso, as constatações advindas deste
26

estudo poderão servir tanto para constructos teóricos como para aspectos práticos, já que poderão
ajudar a direcionar ou redirecionar ações acadêmicas.
Para tanto, realizou-se uma pesquisa não probabilística do tipo intencional, cuja proposta
está descrita no primeiro capítulo desta tese, assim como os procedimentos metodológicos
adotados para a realização da mesma.
A coleta de dados deste trabalho, que também nos auxiliou no processo de análise, além
de utilizar informações obtidas em fontes primárias, também utilizou fontes secundárias.
Algumas pesquisas e reflexões de estudiosos que também demonstram em seus trabalhos
preocupações relacionadas às mudanças provocadas pelos avanços das tecnologias,
especificamente das mídias digitais sociais no processo ensino aprendizagem, ajudaram nas
discussões deste trabalho. Essas pesquisas foram apresentadas no segundo capítulo e indicaram
que a utilização das tecnologias pode facilitar a dialogicidade dentro do processo comunicacional
na relação de ensino-aprendizagem, com a finalidade de promover a interação e colaboração, que
poderão ajudar na emancipação dos indivíduos envolvidos.
No terceiro capítulo, pretendeu-se abordar os caminhos rumo à conquista de igualdade
no acesso à informação e o direcionamento pela governança da Internet 6, bem como as lutas pela
igualdade, liberdade de expressão e educação para todos. Para tanto, apresentou-se como a luta
pelos Direitos Civis no processo das Revoluções: Francesa, Americana e Inglesa (Industrial)
preparou o indivíduo para as mudanças tecnológicas. Também foram apresentados documentos,
discussões e reflexões apoiadas pelas Nações Unidas sobre as transformações tecnológicas que
impactaram a estrutura da esfera pública, principalmente, nos aspectos políticos, econômicos,
culturais, sociais e educacionais.
Sob a luz dos conceitos dos teóricos Manuel Castells, Sebastião Squirra e Alex Primo
pretendeu-se, no quarto capítulo, identificar e compreender a Sociedade do Conhecimento,
abordar os conceitos designados a ela como Sociedade da Informação e Sociedade da
Aprendizagem apresentados por Castells, (2003). Trazer algumas das diversas e polêmicas
discussões sobre as divergências e aproximações dos termos Informação e Comunicação, bem
como relacionar esse tema com o segundo capítulo e demonstrar como as discussões e os

6
Governança da Internet é o desenvolvimento e a execução pelos Governos, sociedade civil e iniciativa privada, em
seus respectivos papéis, de princípios, normas, regras, procedimentos decisórios e programas compartilhados que
delineiam a evolução e o uso da Internet.
27

documentos que foram apoiados pelas Nações Unidas intencionavam garantir o direito de
igualdade no acesso à informação, contribuindo para a base da Sociedade do Conhecimento e,
consequentemente, para a Educação a Distância. Também se dedicou a demonstrar o conceito do
que vem a ser a Internet, a rede mundial de computadores e como se tornou a principal tecnologia
de informação e comunicação. Entender o que mudou com a Web 2.0 e diferenciar o que são:
redes sociais, mídias sociais, mídias digitais e mídias digitais sociais.
O quinto capítulo focou-se no panorama das abordagens educacionais da EAD e o uso das
tecnologias. Discorreu sobre o advento da Educação a Distância – EAD e suas características,
assim como os principais aspectos legais que ajudaram a sua expansão no Brasil. Identificou-se
as mudanças na área da educação com a chegada das mídias digitais: computador, Internet, vídeo
e outros recursos tecnológicos. Trabalhou-se assuntos relativos aos jovens e ao mundo digital,
refletindo sobre os termos usados para caracterizar esses jovens como Geração Internet, geração
Y, geração Z ou ainda como os nativos digitais comparados com os imigrantes digitais. Os
imigrantes são aqueles que aprenderam a utilizar as tecnologias à medida que essas foram
surgindo, os nativos são aqueles que já nasceram em meio às tecnologias digitais.
No sexto capítulo teve como objetivo buscar uma maior compreensão dos conceitos
fundamentais que envolvem a Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas. Estes
princípios são importantes para a racionalidade comunicativa que emerge das interações
ocorridas no mundo. Neste capítulo explanou-se as considerações de Habermas sobre sociedade
como sistema e como mundo vital no processo ensino-aprendizagem e relacionou aos processos
de dialogicidade. Destacou-se o papel da EAD nesse processo e buscou resgatar os conceitos
trabalhados, de autores da educação para pensar o papel do professor e do aluno no processo
ensino aprendizagem, dentro da Educação a Distância. Apresentou o modelo do agir
comunicativo, que busca o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna, em
busca de promover a organização social e possíveis ações coletivas e democráticas, que agucem o
pensamento crítico, reflexivo, interativo, colaborativo e comunicativo, tão importantes para a
autonomia do indivíduo, fundamentais para o aluno que optou por estudar a distância.
Pretendeu-se no sétimo capítulo descrever os resultados finais da pesquisa.
No oitavo capítulo apresentou-se a análise interpretativa tendo como ponto de partida o
processo comunicacional na relação de ensino-aprendizagem e identificar se ocorre a
comunicação interativa e colaborativa. Com base nessas informações, categorizou-se o público
28

respondente se imigrantes ou nativos digitais, iluminada pelos conceitos abordados e discutidos


nos capítulos I, II, III e IV.
E, por fim, a partir dos objetivos e dos resultados alcançados, pretendeu-se apresentar as
considerações e recomendações para futuros trabalhos.
29

2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo serão apresentadas algumas pesquisas e discussões de estudiosos que


demonstram em seus trabalhos preocupações relacionadas às mudanças provocadas pelos
avanços das tecnologias, especificamente das mídias digitais sociais no processo ensino
aprendizagem. Alguns desses trabalhos indicaram que a utilização das tecnologias pode facilitar a
dialogicidade dentro do processo comunicacional na relação de ensino-aprendizagem, com a
finalidade de promover a interação e colaboração que poderá ajudar no domínio do conhecimento
dos indivíduos envolvidos.
Com o intuito de compreender mais sobre o comportamento dos jovens da Geração
Internet e sua relação com o ensino, sobretudo da EAD, e como os principais atores envolvidos
nessa modalidade, professores e alunos estão respondendo a esse novo panorama subsidiado
pelos recursos digitais, foram selecionadas cinco recentes pesquisas: duas governamentais
realizadas pelo Comitê Gestor da Internet - CGI. BR em 2010 e 2011, outra de instituição
particular da emissora MTV e duas acadêmicas. Ainda, selecionou-se o relato experiencial:
“Extrapolando as barreiras das salas de aula: utilização das redes sociais como ferramenta
estratégica para produtos educacionais: o caso da posmaktdig” no livro: “Mídias Sociais:
Perspectivas, tendências e reflexões” e para ajudar na discussão, trabalhos já publicados em
livros, como A Hora da Geração Digital: Como os jovens que cresceram usando a Internet estão
mudando tudo, das empresas aos governos, de Don Tapscott (2010).
As pesquisas que serão detalhadas no próximo item foram selecionadas tendo como
parâmetro os termos: educação a distância, mídias digitais, comunicação, interação, colaboração
e tecnologia. A busca foi realizada em bibliotecas e bancos de dados, como: Dedalus – Banco de
Dados Bibliográficos da Universidade de São Paulo, IBICT e CETIC.br. Os conceitos
desenvolvidos pelos autores Manuel Castells, Paulo Freire, Jürgen Habermas e Carl Rogers serão
norteadores das discussões que envolvem os aspectos relacionados à educação, à tecnologia e as
características dos jovens que utilizam as mídias digitais sociais.
30

1 PESQUISAS RECENTES

Com o objetivo de identificar “O Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação


nas Escolas Brasileiras. TIC. Educação”, o CETIC.br 7- Centro de Estudo sobre as Tecnologias
da Informação e da Comunicação no Brasil - realizou duas pesquisas. A primeira foi no ano de
2010, e a segunda em 2011. Em 2010, contou com a participação de 497 escolas do ensino
fundamental e médio e entrevistou 1.541 professores, 4.987 alunos, 497 diretores e 428
coordenadores pedagógicos (CGI.br,2011). Em 2011 o CETIC.br obteve resultados não muito
diferentes dos apresentados no ano anterior, apesar de contar com a participação de 153 escolas
particulares, totalizando 650 estabelecimentos educacionais, consequentemente o número de
participantes também teve um aumento significativo, entrevistou 1.822 professores, 6.364 alunos,
606 coordenadores e 640 diretores (CGI.br,2012).
Selecionaram-se essas pesquisas tendo em vista que o CETIC.br realiza estudos que
servem de referência para a elaboração de políticas públicas que visam apoio ao acesso da
população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e
avaliar o impacto socioeconômico das TICs Educacionais. Esses estudos fazem parte das
atribuições do Comitê Gestor da Internet CGI.br 8 e estabelece diretrizes estratégicas 9
relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil. Além disso, ajuda a identificar o uso
e apropriação do computador e Internet nas escolas públicas brasileiras, através da prática
docente.

7
Criado em 2005, o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é o
departamento do NIC.br responsável pela coordenação e publicação de pesquisas sobre a disponibilidade e uso da
Internet no Brasil. Esses estudos são referência para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso da
população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), assim como para monitorar e avaliar o impacto
socioeconômico das TICs. <http://www.cetic.br/sobre-ceticbr/ >

8
O Comitê Gestor da Internet no Brasil é composto por membros do governo, do setor empresarial, do terceiro setor
e da comunidade acadêmica. Tal grupo tem como objetivo principal tomar decisões quanto a administração, a
implantação e o uso da rede no Brasil. Isso compõe um modelo de Governança na Internet para este país, o qual
cuida dos diversos serviços essenciais como o registro de nomes, a segurança, estudos sobre as tecnologias, pontos
de troca de tráfego, serviços de sincronia e padronização.

9
Essas ações estratégicas propõem programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à Internet, que permitam
a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso, bem como estimulem a sua disseminação em todo o
território nacional, buscando oportunidades constantes de agregação de valor aos bens e serviços a ela vinculados.
Também promove estudos e recomenda procedimentos, normas e padrões técnicos e operacionais, para a segurança
das redes e serviços de Internet.
31

Apesar dos estudos serem específicos para o ensino fundamental e médio, encontraram-
se contribuições significativas que poderão auxiliar no desenvolvimento desta tese, para ajudar a
elucidar como professores e alunos se apropriam das mídias digitais sociais, no universo das
instituições educacionais.
Em agosto de 2011, o Comitê Gestor da Internet CGI.br apresentou os resultados da
primeira pesquisa e revelou que das escolas participantes, 81% têm laboratório de informática.
No entanto, observou-se que há pouca inserção da tecnologia na prática escolar. A prática de
ensinar os alunos a usar o computador e a Internet não é uma atividade das mais frequentes nas
escolas pesquisadas, constatou-se que apenas 20% dos professores utilizam a Internet como
instrumento. Esse dado chama atenção ao ser comparado com os resultados dos professores que
disseram já ter usado a Internet: 97%, sendo que 90% possuem computador em casa, e desses
81% têm acesso à Internet. (CGI.br, 2011)
Essas informações são mais contrastantes ao se observar que 97% dos professores
responderam que consideram importante ou muito importante preparar os alunos para que sejam
competentes no uso da tecnologia. Entretanto, quando perguntados se ensinavam os alunos a usar
computador e Internet, 59% disseram não realizar essa atividade.
Já entre os 20% dos professores que costumam utilizar computadores e Internet durante
as aulas, a principal atividade citada foi a de ensinar os alunos a usar o computador, 66%, seguido
de pesquisas de informação com 44%, e a tarefa de organizar e mediar a comunicação entre
alunos e especialistas foi apontada por 20%.
O número insuficiente de computadores conectados à Internet foi citado como problema
por 73% dos professores, quase o mesmo índice dos que se queixaram da velocidade da conexão
(69%).
Apesar da pesquisa apontar que cerca de 90% das escolas urbanas que têm laboratório
de informática possuírem conexão de banda larga à Internet, o baixo número de computadores
conectados e a velocidade reduzida de navegação dificultam a utilização.
Uma das constatações da pesquisa CETIC.br mais relevantes para o desenvolvimento
desta tese foi que, na visão de 64% dos professores das escolas pesquisadas, o aluno tem
conhecimento sobre o uso das NTICs, portanto, dominam a navegação na Internet de forma
intuitiva.
32

Os resultados apresentados em junho de 2012, da segunda pesquisa realizada pelo CGI.br


em 2011 não foram muito diferentes da anterior. Os números continuam indicando que as
tecnologias ainda não têm presença significativa na prática pedagógica e que a infraestrutura não
chega às salas de aula. As atividades mais comuns são aquelas em que os docentes menos usam
os recursos tecnológicos, a aplicação de exercícios em sala de aula com a utilização dos recursos
tecnológicos é realizado por apenas 21% dos professores e a atividade menos frequente continua
sendo ensinar os alunos a usar o computador e a Internet. Ainda que 100% das escolas possuam
pelo menos um computador, sendo 93% com acesso à Internet, apenas 36% dessas escolas
usufruem de velocidade acima de 2MB, as demais 32% contam com velocidade entres 1 a 2 MB
e ainda 25% abaixo de 1MB. Na visão de 55% dos docentes e 51% dos coordenadores
pedagógicos, o número de equipamentos por aluno aparece como uma importante limitação para
o uso efetivo do computador e Internet nas escolas. Para esses profissionais, o número
insuficiente de equipamentos e a baixa velocidade de conexão, gera barreiras para o uso
adequado das TICs na educação. (CGI.br, 2012)
Outro ponto relevante que a pesquisa CGI.br, (2012) aponta é a dificuldade para o uso
das TICs, o local de instalação desses equipamentos nas escolas limita a integração das TICs no
processo. Em 2010, 81% das escolas tinham computadores instalados somente nos laboratórios
de informática. Em 2011, o índice subiu para 86%. Já nas salas de aula, local onde se concentra a
rotina escolar, apenas 4% dos estabelecimentos possui computadores, mesmo percentual
observado em 2010. Os laboratórios equipados com computadores e Internet continuam sendo os
recursos que os professores encontram para as atividades que poderiam ser realizadas em sala de
aula, observa-se que a proporção de professores que usam TIC neste local praticamente dobraram
nos últimos dois anos, passando de 7% para 13% entre 2010 e 2011.
Por outro lado, ainda na pesquisa realizada em 2011, constatou-se que houve um aumento
expressivo da posse do computador portátil pelos professores. Em 2010, 48% tinham o
equipamento, em 2011 já são 63%. Com isso, 50% dos professores já levam seus computadores
portáteis para a escola, em 2010 eram 41%. Importante observar que os educadores declaram
adquirir esses equipamentos com recursos próprios. Este indicador teve aumento de 11 pontos
percentuais entre 2010 e 2011 chegando a 76% dos professores. Esse resultado é coerente com os
dados da pesquisa TIC Domicílios 2011, que apontam um crescimento significativo da posse do
computador portátil. (CGI.br, 2011)
33

Corroborando com a pesquisa de 2010, os dados de 2011 apontam que 82% dos alunos
fazem pesquisa para a escola com uso de computador e Internet. O fato de os alunos utilizarem o
computador e a Internet para seus estudos indica que as TICs fazem parte de suas vidas, mas essa
relação é principalmente fora do ambiente escolar. A pesquisa aponta que os alunos, além de
ajudarem seus professores com as tecnologias digitais, acabam também os induzindo a utilizar
mais seus recursos e ferramentas. Essa habilidade, por parte dos alunos, pode ajudar na relação
entre professor e aluno e permitir que tenham uma relação colaborativa no processo ensino-
aprendizagem, numa dinâmica de aprender e ensinar e ao mesmo tempo ensinar e aprender.
Quando o aluno compartilha com seu professor a sua habilidade no manuseio dos recursos
e ferramentas disponibilizados na Internet, ao mesmo tempo ocorre a educação como um
elemento essencial da vida humana que, segundo Paulo Freire (2004), gera o conhecimento de
forma compartilhada. Para o autor, “ninguém nos ensina, mas também não aprendemos sozinhos.
Aprendemos interagindo com os outros”. Ainda de acordo com Paulo Freire (1967), um dos
princípios pedagógicos é a dialogicidade, dialogo é a matriz da democracia, seguido do respeito
ao conhecimento mediatizados pelo mundo e, por fim, a conquista da autonomia.
Esse processo de participação e compartilhamento leva os atores envolvidos a
experimentar outro processo, que é a liberdade de expressão. Hoje, a Internet tem sido um
instrumento facilitador para que alunos, professores e a sociedade em geral desfrutem dessa
oportunidade. Nesse sentido, o sociólogo Manuel Castells, em entrevista à Rádio Europa Aberta,
adverte que a Internet é um meio de comunicação livre e que qualquer tipo de articulação com a
Internet, seja política, midiática ou cultural, implica renunciar a boa parte do controle vertical que
os meios de comunicação exercem 10. Apesar de Castells não defender a Internet como
libertadora, a define como forte aliada à conquista da liberdade de expressão, e apresenta como
contraditórias as tentativas dos governantes em manter o controle sobre as redes, pois para o
autor:

(...) o controle sobre as redes de comunicação torna-se a alavanca pela qual


interesses e valores são transformados em normas condutoras de comportamento

10
“A Internet é um meio de comunicação livre” entrevista a Sergio Martins, Rádio Europa Aberta. Disponível
em:<http://www.comunicacaoepolitica.com.br/blog/2012/01/Internet-e-um-meio-de-comunicacao-livre-defende-
castells/>
34

humano. Esse movimento se processa, como em contextos históricos anteriores,


de maneira contraditória. A Internet não é um instrumento de liberdade, nem
tampouco a arma de dominação unilateral (CASTELLS, 2006 p. 197).

Essa nova forma de compartilhar, ou melhor, de interagir transformou o modelo do


processo comunicacional, assim, a comunicação que antes era de uma via de mão única em que
apenas um emissor transmitia a informação para muitos, hoje ela é muito mais horizontal, a
comunicação pode ser de muitos para muitos e com um destaque, a informação e modo de se
comunicar pode ser selecionado pelo próprio usuário. Trazendo mudanças de comportamento na
forma de consumir até mesmo, a comunicação de massa.
Os Dossiês MTV também nos fornecem respostas muito significativas relacionadas aos
valores, atitudes e comportamento do jovem brasileiro. O foco principal dessas pesquisas é
alinhar uma programação voltada a esse público e permanecer com sua audiência, além de ajudar
os pais e formadores de opinião, ou seja, pessoas que em geral gravitam em torno desse jovem, a
entendê-lo melhor. Por isso, esquadrinha, desde 1999, os grandes centros urbanos brasileiros e
pesquisa junto aos jovens temas como família, religião, educação, sexo, poder de consumo e
hábitos de mídia, sustentabilidade e a preservação do planeta, tecnologia, consumo de conteúdo,
paixão por telas, música e etc. As pesquisas realizadas em 1999 e 2005 buscaram decifrar o
jovem brasileiro, em 2000 tiveram como objetivo principal compreender como o jovem consumia
a mídia naquele momento, em 2008 o tema foi sobre a sustentabilidade, e em 2010 o objeto
voltou-se para a Geração das Telas - Screen Generation (DOSSIÊ MTV, 2010).
O universo recortado nesta pesquisa foi composto de 64 milhões de jovens brasileiros,
de 12 a 30 anos, das classes A, B e C. A pesquisa foi dividida em duas fases: qualitativa e
quantitativa. Crescimento, mudança, inovação, rapidez foram as palavras mais frequentes durante
a pesquisa qualitativa, que ocorreu no 1º semestre de 2010, e que iremos apresentar e discutir a
seguir.
Notou-se na pesquisa da MTV que para uma parte desses jovens “o melhor é sempre o
que está para chegar, o próximo”. A tendência acontece num instante, uma das principais
definições feita por esses jovens sobre o tempo foi que o “tempo ficou obsoleto na era digital”.
Castells (2006) declara que surge uma nova sociedade que provoca transformações, que conduz a
uma modificação substancial nas formas sociais de espaço e tempo e ao aparecimento de uma
nova cultura. Para esse autor “o espaço de fluxos da Era da Informação domina o espaço de
lugares das culturas das pessoas. O tempo intemporal, como tendência social rumo à invalidação
35

do tempo pela tecnologia, supera a lógica do tempo cronológico da era industrial. Ao declarar que
o tempo ficou obsoleto, os jovens que responderam à pesquisa da MTV, apenas validam as
constatações do autor.
Percebeu-se também na pesquisa da MTV que, para a Geração Internet, o consumo de
mídia e de conteúdo não são separados e que os conceitos on-line e off-line são ultrapassados. A
pesquisa revelou também que parte desses jovens são imediatistas, sem percepção do tempo, não
conseguem esperar. Consideram os amigos como formadores de opinião muito importantes.
Além de valorizar a portabilidade e acesso, estão cada vez mais conectados. Constatou também
que todos os arquivos de músicas, fotos e contatos estão num só aparelho. Por outro lado,
percebe-se na pesquisa, que essa geração poderá ter vínculos mais superficiais com países,
lugares, casas, empresas, marcas e pontos de venda.
Castells, (2006 p. 421) afirma que:
“essa virtualidade é nossa realidade porque está na estrutura dos sistemas
simbólicos intemporais desprovidos de lugar, cujas categorias construímos e
cujas imagens, também por nós evocadas, modelam o comportamento,
influenciam a política, acalentam sonhos e provocam pesadelos”.

Para esses jovens, a Internet é onipresente, pois se trata de algo que liga tudo a tudo e a
todos. É o que interliga milhões de pessoas e aparelhos. Ela tem de tudo e, cada vez mais, está em
tudo. Vejamos o que Don Tapscott, pesquisador e estudioso sobre a Geração Internet e sobre o
impacto das tecnologias na sociedade, tem a dizer a respeito da onipresença da Internet.
À medida que os usuários e a capacidade computacional se multiplicam e as
ferramentas de fácil utilização proliferam, a Internet vai se tornando um
computador global, vivo e conectado em rede que qualquer um pode programar.
Até mesmo o simples ato de participar de uma comunidade online é uma
contribuição para os espaços digitais públicos (TAPSCOTT, 2007 p. 30).

Esse movimento permite que simultaneamente todos (que estejam conectados)


participem do surgimento de uma plataforma global e onipresente para computação e colaboração
que está remodelando quase todos os aspectos das relações humanas.
Outro ponto pertinente para a discussão do nosso trabalho foi que a pesquisa da MTV
revelou que entre os jovens há os que gostam mais e os que gostam menos das tecnologias,
portanto, diferentes grupos se relacionam de diferentes formas em relação às inovações e alguns
dos fatores que podem ser determinante para essa diferenciação são: diferença das classes sociais,
visão de mundo. Por isso, é importante entender a tecnologia através do olhar desses diferentes
36

grupos de jovens, e entender a forma como cada um usa seus aparelhos. A seguir, a tabela 1
apresenta os seis grupos caracterizados pela pesquisa da MTV.

Tabela 1 – Grupos e suas Características que a pesquisa MTV detectou


Grupos % Características Tecnologia Valores Atividades na Internet
Ter amigos, boa formação escolar,
carreira e independência financeira.
São muito próximos das mídias
tecnológicas e pagam para tê-las. Game, download de
“O que não é rápido programas e músicas,
Grupo
13 Hedonista e divertido para mim Pouco se interessam pelo que acontece à postar fotos e vídeos,
1 sua volta.
não tem graça.” ouvir rádio e assistir
A Internet é a melhor forma para se vídeos
atualizar.
Ficar em casa é bastante divertido

Relacionamento amoroso, atividade física,


poder de comprar o que
quiser, ter emprego público, ter liberdade
e beleza física.
Estão conectados com todas as mídias de
um modo mais amplo. Manter seus próprios
É o grupo que mais utiliza os recursos blogs, jogar, ver
Grupo oferecidos pela Internet programação de TV,
19 Antenado “Tô ligado!”
2 download de programas e
Culturalmente, este é o grupo mais ativo
filmes,ouvir música e
Gostam de estar e conversar com os postar vídeos e fotos
amigos
Preocupam-se com o que acontece ao seu
redor e gostam de opinar
Consideram-se bastante dependentes da
web, da música e de TV

União familiar, carreira e profissão.


É o grupo menos tecnológico e não paga
por modernidade
A vida social não é intensa, são mais Basicamente, usam sites
Grupo “Minha família é focados na família e nos amigos
19 Tradicional de relacionamento e de
3 tudo para mim.”
Passam muito tempo em sites de busca.
relacionamento.
Não há interesse em se informar sobre o
que acontece no mundo.

Beleza física, liberdade, fé.


Interessados em moda, celebridades,
fofocas
São os mais preocupados com a própria Sites de relacionamento,
imagem. trabalho e escola, busca,
Grupo “O que vai rolar no
18 Baladeiro comparar preços e
4 fim de semana?” Têm uma vida social intensa ( foco nos consultar endereços,
amigos e relacionamentos ) download de programas.
É o grupo mais íntimo do celular
(comunicação com os amigos )
37

Ter fé, viver numa sociedade mais segura,


relacionamentos afetivos.
Este grupo tem consciência e se informa
sobre o que acontece à sua volta.
Equilibram vida social com familiar.
A vida social e cultural acontece de forma
moderada
Preocupam-se com os relacionamentos Trabalho e escola, sites
pessoais, evitam mensagens de busca para comparar
Grupo “Quero lutar por um
17 Humanizado preços e localizar
5 mundo melhor.” de texto e sites de relacionamento.
endereços, download de
Preocupam-se com a alimentação e com a programas
aparência Preferem produtos
que possuem tecnologia e que sejam
ecologicamente corretos –
pagam mais por isso
Usam as funções básicas do celular e
navegam pouco na Internet.

Ler notícias, fazer


compras, procurar
Viver numa sociedade menos desigual e
informações de emprego
consumista, ter fé.
e para atividades de
trabalho.
É o grupo que menos
acessa a Internet para
É o grupo mais consciente das diferenças
“Não tenho tempo a relacionamento e o que
sociais, porque as vivencia.
Grupo perder, preciso passa menos tempo
13 Batalhador conectado.
6 mudar minha
história.” As mídias mais modernas estão distantes,
então usam as convencionais.
São interessados pelos temas sociais e
procuram notícias sobre
o Brasil e o mundo.
Mesmo em casa, as atividades de lazer são
mais escassas.
Fonte: - Elaborado a partir dos dados da Pesquisa Dossiê MTV 2010

A tabela 1 apresenta que a pesquisa realizada pelo grupo MTV categorizou seis grupos
dessa geração. É interessante notar que a utilização para os grupos denominados como
tradicional, humanizado e batalhador as atividades na Internet são mais limitadas a trabalho,
escola, sites de buscas para comparar preços e localizar endereços, ler notícias e por fim para
relacionamentos. Por outro lado os grupos hedonista, antenado e baladeiro usam a Internet para
entretenimento, relacionamentos, buscas e por fim para trabalho e escola. Entretanto, vale notar
que mesmo com essas diferenças, a pesquisa aponta que essa geração tem mais facilidade do que
qualquer outra para adotar as tecnologias e dialogar nas redes sociais.
38

Convergindo para esse mesmo raciocínio, outros estudos também apresentam aspectos
da Internet que são facilitadores do diálogo, assim como em ajudar a promover a interação e
colaboração dos seus usuários, mais especificamente dos alunos e professores, como aponta o
professor Nino Carvalho (2010 p. 72), coordenador de Pós-Graduação na Faculdade
FACHA/IGEC 11, com o tema: “Extrapolando as barreiras das salas de aula: utilização das redes
sociais como ferramenta estratégica para produtos educacionais: o caso da #posmaktdig” no livro:
“Mídias Sociais: Perspectivas, tendências e reflexões”. Ele fala sobre o curso de “Gestão
Estratégica de Marketing”, cujo perfil do aluno se encaixa perfeitamente com o perfil da geração
“Internet” faixa etária entre os 25 e 29 anos, extremamente atuantes, colaborativos, exigentes
com o conteúdo e, sobretudo, conectados com as novas tecnologias e atuantes nas contas das
mídias digitais sociais como: Twiter, ShideShare: Facebook, FormSpring, Orkut, além de Blogs.
Após reuniões com docentes e discentes, Carvalho (2010) percebeu que seria necessário
realizar mudanças tanto no conteúdo programático, acrescentando mais aulas “não técnicas”,
como na forma de interagir com seus alunos e professores. Começou a usar as diversas
ferramentas disponíveis na Internet que possibilitam a interação com os alunos como extensão da
sala de aula e também encontrou formas de fazer uso dessas tecnologias para promover o curso
na captação de novos alunos, além de ouvir seus clientes (alunos) e manter relacionamento sólido
e duradouro com quase todos os professores, alunos e ex-alunos. Carvalho também acredita que
qualquer produto educacional deva usar bastante a Internet como aliada estratégica: “estou certo
que a decisão de compra destes produtos será cada vez mais influenciada e tomada no mundo
digital” (CARVALHO, 2010 p. 75).
Assim como o Dossiê Universo Jovem da MTV (2010), apontou que muitos jovens
ficam conectados quase que em tempo integral, Carvalho também destaca que, não somente os
alunos, mas também os professores do Curso têm ao menos uma característica em comum muito
presente e ao mesmo tempo relevante: são extremamente conectados às mídias digitais sociais.
Para Carvalho os professores também são peças-chave para o sucesso de qualquer produto da
área de educação. “Talvez o principal diferencial seja o fato de que estes docentes fiquem
conectados praticamente 24h por dia, todos os dias da semana. Além disso, muitos são algumas

11
FACHA/ IGEC - Faculdades integradas Helio Alonso e Instituto de Gestão e Comunicação IGEC são parceiros no
oferecimento dos cursos de Pós-Ggraduação na cidade do Rio de Janeiro. O estudo está disponível em:
<http://www.issuu.com/papercliq/docs/ebookmidiassociais>
39

das principais autoridades em suas áreas de atuação. Estas características também tornam peculiar
o trato” (CARVALHO, 2010 p. 75). Apesar do depoimento de Carvalho apresentar uma visão
mais voltada para o marketing estratégico, percebe-se que seu ponto de vista também está
atrelado à sua filosofia pedagógica e tecnológica, pois soube valorizar o conteúdo teórico, assim
como a utilização das tecnologias.
Do seu lado o filósofo Andrew Feenberg (2010 p. 49) afirma que ao escolher usar uma
tecnologia, não estamos apenas assumindo um modo de vida mais eficiente, mas escolhendo um
estilo de vida diferente. Esse modo de entender a tecnologia, sobretudo dentro da área da
educação, também é uma forma de atuação e crença no ser humano. Esse movimento acontece
por uma parcela significativa de professores que, ao se apropriar dos recursos disponibilizados
nas mídias digitais sociais, promovem mudanças radicais na estrutura, que acabam refletindo em
vários níveis, tanto pessoal, ao ajudar o aluno a se emancipar, quanto em ações que repercutem na
esfera pública.
Habermas, (2008 p. 14) também destaca o trabalho dos profissionais da área acadêmica
e afirma que esses fazem parte de uma elite, cuja “reputação é reconhecida em alguma área do
saber e que se engajam, em um discurso público com a intenção declarada de promover interesses
gerais”. Ainda para Habermas, (2003) “a democratização dos meios de comunicação é
indispensável para a democratização da sociedade, pois hoje não é suficiente falar em liberdade
de expressão e manifestação se isto não for acompanhado do direito de expressar opiniões”.
Percebe-se que a Internet tem propiciado esse avanço, principalmente com as redes sociais que
têm sido fortes aliadas para que a conquista efetiva da liberdade de expressão aconteça.
Entretanto, é importante notar que o papel dos professores é indispensável para que o processo
aconteça com êxito.
Isso posto, é importante ressaltar que não é por acaso que conectados em tempo integral,
os jovens da Geração Internet acostumaram-se a se comunicar ativamente nas famosas e cada vez
mais populares redes sociais. Boa parcela desses jovens habituou-se a viver entre a vida dentro do
universo virtual. Tapscott (2010) nos alerta que, para compreendermos como os jovens
conseguem ser mais hábeis nas tecnologias do que a geração anterior é primordial que haja a
compreensão das diferenças que ocorreram nessas gerações. Como por exemplo, a Geração
Internet que tem hábitos de mídia completamente diferentes daqueles que seus pais baby
40

boomers 12 tinham na juventude. Os baby boomers assistiam em média 22,4 horas por semana de
programas televisivos, como consumidores passivos. Já a Geração Internet passa até 33 horas por
semana na Internet e assiste em média 17,4 horas por semana de programas televisivos, mas,
como música de fundo, enquanto buscam informações e batem papo com amigos nas redes
sociais ou ao telefone.
A realização simultânea de várias tarefas é natural para essa geração. Enquanto
estão on-line, 53% ouvem MP3s, 40% falam ao telefone , 39% assistem à tevê e
24% fazem o dever de casa. Quando falam com amigos, eles também não
ocupam o telefone da família. Em vez disso, usam mensagens de texto ou
digitam um comentário no Facebook, no Skype, no Gtalk ou no AIM
(TAPSCOTT, 2010 p. 56).

Essa geração mudou de atitude e sabe aproveitar o que as mídias digitais sociais
oferecem de mais importante, no lugar de manter atitudes apenas receptivas, passivas frente às
inúmeras informações dos mais variados assuntos, suas ações mostram como podem ser atuantes,
colaborativos e interativos.
Com esse novo formato de comunicação, em que muitos transmitem informações e
conhecimento para muitos, e em que o receptor deixa de ser passivo e pode tornar-se um emissor
e ainda no qual todo indivíduo pode se tornar um produtor de mídia é provável que a tão sonhada
liberdade de expressão igualitária, se torne cada vez mais acessível.
Contudo, para que isso se torne real, pesquisadores como Don Tapscott realizam seus
estudos que fornecem subsídio aos profissionais que lidam direta ou indiretamente com os
jovens, como se pode constatar em seu livro A Hora da Geração Digital: Como os jovens que
cresceram usando a Internet estão mudando tudo, das empresas aos governos os mais recentes
resultados sobre o assunto. Tapscott sintetizou em sete tópicos as questões mais pertinentes para
ajudar o professor nessa nova era digital, que corrobora em muitos aspectos com as pesquisas
anteriores vistas até agora. O autor sugere aos educadores como devem agir para engajar os
alunos e começar a trazer as salas de aula para o século XXI:
1. Não jogue a tecnologia na sala de aula esperando bons resultados. Concentre-
se na mudança da pedagogia, e não na tecnologia. Aprendizado 2.0 significa
transformar dramaticamente a relação entre professor e aluno no processo de
12
Baby Boomers, se refere aos filhos da Segunda Guerra Mundial, já que logo após a guerra houve uma explosão
populacional. Estudos indicam que são pessoas revolucionárias e moldadas com grande disciplina, céticos em
relação à autoridade, independentes, transformadores, buscam reorganizar ou reestruturar suas organizações, foco no
curto prazo e mentalidade de trabalhar pressionados, liderança por consenso, tendem a priorizar o trabalho, acreditam
num mundo competitivo e compenetrado. O meio de comunicação mais utilizado – televisão.
41

aprendizado. Acerte isso e use a tecnologia para criar um ambiente de educação


centrado no aluno, customizado e colaborativo. 2. Reduza as aulas expositivas.
Você não precisa ter todas as respostas. Além disso, o ensino de massa não
funciona para essa geração. Comece fazendo perguntas aos alunos e ouvindo as
respostas. Ouça também as perguntas feitas por eles. Deixe-os descobrir as
respostas. Deixe-os criar junto com você uma experiência de aprendizado. 3. Dê
aos alunos poder para colaborar. Estimule-os a trabalhar uns com os outros e
mostre como acessar o mundo de especialistas em um determinado assunto que
está disponível na Internet. 4. Concentre-se no aprendizado para a vida inteira, e
não apenas para uma prova. O que conta não é o que eles sabem quando se
formam, mas a capacidade e o amor pelo aprendizado duradouro. 5. Use a
tecnologia para conhecer cada aluno e construa programas de aprendizado com
um ritmo próprio, apropriado para eles. 6. É necessário que haja opções,
customização, transparência de aprendizado. Utilize os pontos fortes da cultura e
do comportamento da Geração Internet em experiências de aprendizado baseado
em projetos. 7. Reinvente-se como professor, docente universitário ou educador
(TAPSCOTT, 2010 p. 180).

Todos esses aspectos apontados pelo autor, além de contribuir significativamente com a
construção do conhecimento de forma colaborativa e interativa, também são válidos para o
indivíduo conquistar sua liberdade de expressão, assim como para desenvolver e obter o seu
próprio aprendizado e conhecimento. Porém, antes de tudo, é importante que se leve em conta o
processo histórico, cultural e individual de cada aluno. Assim como a pesquisa da MTV apontou
que entre os jovens que pertencem à Geração Internet há aqueles que não são muito simpatizantes
das tecnologias, há também jovens que não tiveram as mesmas oportunidades e contatos com as
tecnologias mais avançadas. Por isso, é importante que o professor saiba observar e discernir o
que Habermas denomina de o “mundo vivido”, que é correspondente aos três componentes
estruturais do ser humano: cultura, sociedade e personalidade, os quais são apresentados a seguir:
Chamo cultura ao acervo de saber (Wissenvornat). Em que os participantes da
comunicação (Kommunikationsteilnehmer) se abastecem de interpretações para
entender-se acerca de algo no mundo. Chamo sociedade às ordenações
(Ordnungen) legítimas através das quais os participantes da interação regulam
suas pertinências a grupos sociais, assegurando com isso a solidariedade. E por
personalidade (Persönlichkeit), entendendo as competências (Kompetenzen) que
convertem um sujeito (Subjekt) em capaz de linguagem e ação (sprach-und
handlungsfäbig), isto é, que o capacitam a tomar parte em processos de
entendimento e para afirmar neles sua própria identidade (identität)
(HABERMAS, 1981 apud PRADO, 1996 p. 37).

Tapscott, (2010) acredita na transparência do aprendizado que promove a emancipação,


assim como Habermas (2003a), que apresenta em sua obra Teoria da Ação Comunicativa, o
modelo que busca o consenso de uma forma livre de toda a coação externa e interna. Nessa obra,
o autor ainda apresenta e promove como deve ocorrer a interação e a transparência na
42

comunicação e na organização social, o que possibilita o encontro da liberdade, da autonomia e


da emancipação.
Pesquisas acadêmicas também apontam para a importância do diálogo no EAD, para a
promoção da liberdade, interação e colaboração com a utilização das tecnologias digitais. Samira
Fayes Kfouri 13 (2009) pesquisou na sua tese de doutorado realizado na UMESP, cujo título é “A
comunicação midiatizada na EAD: Um discurso pedagógico diferenciado” e verificou como e
com quais características a comunicação pedagógica se apresenta na modalidade EAD, pela
mediação-pedagógica pelo uso de Tecnologias de Informação e Comunicação, nos modelos para
oferta de cursos no Ensino Superior. Para tanto, desenvolveu uma pesquisa descritiva e
documental, de natureza qualitativa, e fez um recorte da regulamentação específica e dos debates
que envolvem o Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação a Distância (SEED), a
Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e profissionais da área, abordando o
período do início da vigência do Decreto nº 5622/05, que regulamentou a EAD no Brasil, em
2005, até 2009, momento em que ocorrem, pela polifonia dos modelos existentes, a supervisão e
consolidação das ofertas dessa modalidade no Brasil.
Kfouri, (2009) constatou uma oscilação entre os atores envolvidos e a consistência teórica
que dá suporte de investigação ao MEC e à SEED para a realização do acompanhamento e
supervisão, na perspectiva de garantir as bases conceituais que determinam e (ou) determinarão a
oferta da modalidade EAD no Ensino Superior. A autora considerou que, em razão da polifonia
dos modelos, existem muitas iniciativas, mas o discurso predominante ainda é o da
democratização da expansão, o que prejudica sensivelmente o avanço da valorização humana em
detrimento do uso da tecnologia, o que impede avanços na construção dos espaços possíveis e
essenciais na modalidade EAD. Kfouri (2009) ressalta que os cursos de ensino superior não
podem ofertar a modalidade de EAD como se fosse um laboratório de práticas pedagógicas,
apoiadas em tecnologias de midiatização. Mas, sobretudo, devem pensar em propostas para a
educação, fazendo com que a EAD se consolide ainda mais e avance em termos de sua
cientificidade técnica, validade social e viabilidade financeira.
Ainda para a mesma autora, a EAD surge como um recurso rico para universidade em seu
papel, considerando as amplas e diversificadas necessidades de formação e qualificação

13
Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UMESP, para obtenção do grau de Doutora.
43

profissional. Destaca ainda que essa modalidade tenha representado, em seu potencial, impacto
sobre os grandes debates das mazelas do ensino, no sentido de trazer à tona grandes respostas e
novas possibilidades de acesso com qualidade aos bens produzidos pela humanidade, quebrando
barreiras de tempo e espaço com a utilização das TIC, numa perspectiva de alto teor pedagógico e
didático.
Em seu trabalho, a autora também aponta que é preciso que o universo das experiências
dessa modalidade atinja níveis de confiabilidade, até já existentes por parte do Estado e da
sociedade, que sobressaia ao antigo paradigma para conquista do acesso conectado à cidadania e
organização emancipatória através da Educação. A autora sugere que deve acontecer um
verdadeiro aprimoramento no trabalho em sala de aula presencial ou virtual, e ações para que
esse possa se tornar um lugar de crescimento de si próprio e de seus alunos. Sendo assim, a
participação de todos se torna inevitável, sendo imprescindível o diálogo que poderá ser o ponto
de partida para que alunos e professores se redescubram dentro desse processo ensino-
aprendizagem, sobretudo, no EAD, que requer nova evolução também no comportamento.
As pesquisas “O Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas
Brasileiras. TIC. Educação” CGI.br, (2011 e 2012), “O Dossiê MTV Geração das Telas – Screen
Generation” (2010) e “Extrapolando as barreiras das salas de aula: utilização das redes sociais
como ferramenta estratégica para produtos educacionais” Carvalho, (2010) contribuem para a
reflexão sobre os jovens pertencentes à denominada, por alguns estudiosos, como a Geração
Internet e todos os aspectos que colaboram para a construção do conhecimento. Por outro lado,
vale apresentar a visão de autores que, ao analisarem as tecnologias, apresentam visões
antagônicas, como na discussão observada entre dois estudiosos sobre a Internet que lembram os
conceitos de “Apocalípticos e Integrados” de Umberto Eco (2008). Sob uma ótica mais otimista,
mais integradora, o filósofo David Weinberger afirma que, quanto mais contato com a rede,
melhor, para os jovens que lucram (e muito) com comunidades virtuais e pesquisas na web.
Enquanto, para o americano Mark Bauerlein, é preciso tirar os jovens da rede para que passem
mais tempo com os pais — e, assim, fiquem mais inteligentes. Com uma visão mais apocalíptica,
Bauerlein descreve os adolescentes do século XXI como a geração mais estúpida da história,
mesmo com toda facilidade para o acesso às mais diversas informações, para esse autor, os
jovens:
(...) andam tão distraídos com celulares, MSM e orkut que deixam de prestar
atenção em assuntos importantes, como história e política. Encerrados em seu
44

casulo tecnológico, onde só falam com pessoas da mesma idade, os jovens estão
vivendo como Peter Pan – numa eterna adolescência alienada dos
conhecimentos mais elementares (BAUERLEIN, 2008).

Ainda para Bauerlein, os adolescentes do século XXI, mesmo conectados e multi


tarefados, apesar de serem individualistas, estão preocupados com a opinião de seus colegas, isso
não representa um grande salto para a inteligência humana, para o pensamento global ou para a
cidadania em rede.
Os jovens usuários da Internet sem dúvida aprenderam mil coisas novas. Fazem
uploads e downloads, navegam e batem papo virtualmente, postam e criam
designs, mas não aprenderam a analisar um texto complexo, a armazenar fatos
em sua cabeça, a compreender uma decisão de política externa, a aprender com a
história ou a escrever corretamente. Sem nunca terem reconhecido sua
responsabilidade em relação ao passado, eles abriram uma fissura em nossos
alicerces sociais, e isso fica claro em sua transição para a vida adulta e para a
cidadania (BAUERLEIN, apud TAPSCOTT, 2010 p. 14).

Ambas as visões provocam um repensar sobre o futuro, apesar de compartilhar com o


mesmo pensamento dos teóricos que percebem as mídias digitais sociais como ferramentas que
facilitam a aquisição do conhecimento, a afirmação de Tapscott, (2010 p. 14) é totalmente
pertinente, ao afirmar que “se deve ter um olhar cuidadoso sobre essas críticas, principalmente
por não advirem de fanáticos malucos nem ideológicos radicais”.
É importante ressaltar que a visão apocalíptica, apesar de ser desoladora, faz pensar e
rever conceitos que ajudam a buscar caminhos que possibilitem, de forma inteligente, a utilização
das ferramentas disponíveis na Web.
Entretanto, a afirmação de Weinberger, (2008) é mais integradora, principalmente ao
alegar que a era digital está quebrando com a noção do conhecimento monopolizado por
especialistas. Através do diálogo global, os adolescentes estão conseguindo interpretar e discutir
esse conhecimento, e realmente entender o que acontece ao seu redor.
45

3 DIREITOS DE IGUALDADE NO ACESSO À INFORMAÇÃO

Neste capítulo abordaremos os caminhos rumo à conquista da busca de direitos de


igualdade no acesso à informação e da governança da Internet, bem como as lutas pela igualdade,
liberdade de expressão e educação para todos. Para tanto, apresentamos como a luta pelos
Direitos Civis preparou o indivíduo para as mudanças tecnológicas. Também serão apresentados
alguns fragmentos de documentos, discussões e reflexões apoiadas pelas Nações Unidas sobre as
transformações tecnológicas que impactaram direta ou indiretamente nos processos educacionais.

1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A Revolução Industrial (Inglesa) culminou com os processos das demais revoluções


como a Francesa e a Americana, emoldurada pelos acontecimentos que se desenrolaram entre a
crise da sociedade feudal no século XIV e as revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII
(MONDAINI, 2003 p. 115). A luta pela igualdade de direitos e o pensamento sobre uma possível
felicidade coletiva, impulsionou o homem a envolver-se em muitos conflitos durante esses
séculos. Compreendendo a Revolução Industrial como a fundadora dos direitos civis, foi possível
vislumbrar um projeto maior e benéfico para a sociedade, com as mesmas possibilidades para
todos os homens que nela vivem. Nesse sentido, o homem só pode pensar na felicidade como
projeto de sociedade, quando criou os meios de fazer que a educação, a produção de alimentos, a
fabricação das coisas de que precisava, aumentassem a tal nível que deixassem de ser um
privilégio de poucos para ser uma possibilidade de todos (ODALIA, 2003 p. 160).
Para alcançar tal felicidade, o homem encontrava-se em um grande paradoxo, para ser
livre e feliz precisava provar, de que era capaz de produzir, consumir e ao mesmo tempo ter
orgulho de pertencer a uma sociedade que se formava capitalista. Desta forma, percebe-se que a
busca pela cidadania nos Estados Unidos também passou e passa por muitos paradoxos. Vejamos
o que Karnal diz:
Os direitos expressos na declaração de Independência, assim como a tradição
protestante dão base para reivindicações de igualdade no século XX. Ao mesmo
tempo em que essa cidadania era construída a partir de mecanismo de defesa do
indivíduo diante do Estado ou de outros indivíduos, havia a construção da ideia
46

do excepcionalismo norte-americano, associado à ideia do dever nacional de


espalhar pelo planeta essas “virtudes” (KARNAL, 2003 p. 151).

Provocado pela lógica pragmática do mercado norte americano e por estereótipos


consumistas o tão conhecido jeito americano de viver (The American Way of Life), espalha-se
pelo mundo, e ainda como resultado temos a imposição massiva de seus produtos, de sua cultura,
o que acontece ainda nos dias atuais. Poderíamos pensar sobre essa questão tão polêmica que se
tornou a igualdade, será que até o sentimento de igualdade se tornou um objeto, uma coisa. Seria
esse o pensamento de igualdade? Foi por isso que tantos homens morreram? De acordo com as
considerações de Odália:
Se a igualdade torna-se uma possibilidade real como consequência da nova
sociedade, que se estrutura rapidamente, nada impede que um passo mais largo
ainda seja dado, ou seja, é necessário concretizar e tornar público essa
possibilidade pela declaração de que “os homens nascem iguais” [...] Liberdade,
igualdade e fraternidade. São esses os direitos que vão sintetizar a natureza do
novo cidadão e essas as palavras de ordem dos que se amotinaram contra as
opressões das quais há séculos padeciam (ODÁLIA, 2003 p. 162-163).

Entretanto, se o ser humano que até então praticava e gozava de valores morais e
religiosos se vê frente a um mundo com outros interesses, então as antigas mazelas, não foram
sanadas ou curadas, apenas incorporadas, só que agora com um novo visual. Assim como afirma
Mondaini em sua análise sobre a Revolução Inglesa:
A Revolução Inglesa foi impura de termos religiosos na condução da luta,
acabou não desenvolvendo uma visão de mundo coerente, uma tradição
intelectual significativa capaz de influenciar outras culturas, a Revolução
Inglesa, dando origem a um movimento prematuro da classe trabalhadora,
incapaz de ter um desenvolvimento teórico correspondente à experiência das
suas lutas, aderindo mais adiante ao marxismo revolucionário, mas sim a um
banal empirismo da burguesia (MONDAINI, 2003 p. 121).

Se a busca pela liberdade, igualdade e fraternidade têm sido apenas para mover o
espírito guerreiro dos cidadãos, que logo em seguida são obrigados a calar-se frente as novas
imposições por uma classe dominante que se esconde atrás do símbolo do Capitalismo, pode-se
perceber o quanto que a afirmação de Comparato pode ser verdadeira e ao mesmo tempo deixar
um gosto tão amargo:
A verdadeira liberdade não é uma situação de isolamento, mas bem ao contrário,
o inter-relacionamento de pessoas ou povos, que se reconhecem reciprocamente
dependentes, em situação de igualdade de direitos e deveres. Na Grécia e em
Roma, o pressuposto da igualdade entre os cidadãos era a liberdade diante da
tirania: as pessoas consideravam-se iguais porque eram livres. No mundo
47

moderno os termos dessa equação foram invertidos: as pessoas consideram-se


livres quando gozam de um estatuto de igualdade. Mas em nenhuma dessas
épocas históricas tais valores foram tidos como independentes um do outro
(COMPARATO, 2006 p. 537).

A busca pelos direitos de cidadania, sobretudo, sob o prisma da igualdade em todas as


revoluções, de certa forma influenciou a formação de atitudes e comportamentos do homem
contemporâneo e deixou um cenário muito favorável ao que se constata com as céleres mudanças
que ocorrem, com as tecnologias da Comunicação e Informação.
As Revoluções sempre tiveram como foco os direitos civis do homem e também
prepararam o cenário para a revolução tecnológica. Isso permitiu que, sem constrangimentos, as
novas tecnologias trouxessem consigo grandes e rápidas transformações em toda sociedade
contemporânea que, por sua vez, tem procurado novas formas para se estruturar e também
garantir seus direitos.
Nos últimos anos, observou-se uma revolução tecnológica crescente que tem trazido
novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. As
transformações tecnológicas estão modificando a sociedade rapidamente. Em contrapartida, o
homem contemporâneo é confrontado com um desafio angustiante. Em função dessa evolução,
em poucos anos, meses, dias, o homem está sendo ultrapassado e passa a viver sob a pressão dos
modernos dogmas que empurram para a periferia tudo aquilo que pode contrariar os valores
atuais.
Diante desse cenário, o destaque volta-se para as grandes corridas para a conquista de
espaço virtual, não só dos países, mas também das grandes empresas privadas. Percebe-se pela
forma com que a empresa IBM tem tratado o tema e como tem trabalhado com esse novo
produto.
O slogan atual da IBM é on demand, ou seja, demonstra uma migração para a
área de serviços customizados, tais como consultorias, desenvolvimento de
softwares e integração de sistemas. Fabricar não é mais estratégico para a IBM.
Seu interesse agora é trabalhar com a nova matéria-prima que move o mundo: a
informação (SATHLER, 2005 p. 1).

No entanto essa configuração que as Novas Tecnologias proporcionaram, tem provocado


no mundo grande impasse sobre os direitos de igualdade no acesso à informação. Por isso,
organizações governamentais e não governamentais discutem e apresentam propostas, relatórios e
outros documentos, com o intuito de garantir ou fazer valer os direitos humanos, a igualdade
48

entre os homens, a liberdade de expressão, o acesso à informação e educação. Todos esses


aspectos já foram discutidos durante muitos séculos principalmente nos processos
revolucionários e que ainda hoje continuam sendo uma das grandes preocupações da
humanidade, porém agora com um olhar nos aspectos futuristas e tecnológicos.
A Internet em toda sua complexidade tornou-se um facilitador para que as pessoas se
apropriem desse direito e a utilizem conforme suas necessidades. Principalmente, porque a
Internet se desenvolve de acordo com o processo num mundo em que usuários e criadores, em
muitos casos, tornam-se a mesma coisa, cujos usuários assumem o controle de uma tecnologia
que aparentemente é acessível a todos ou ao menos a uma boa parte dependendo das regras
sociais e econômicas do país. Porém, não se pode esquecer que a Internet tem um impacto
mundial nos aspectos sociais, assim como nos políticos, econômicos e educacionais.
Além disso, as mudanças nas condições econômicas, políticas, sociais, educacionais e
também comportamentais impactadas pelas Novas Tecnologias, sobretudo a Internet, modificam
o espaço e o tempo, transformam as relações entre as várias partes da sociedade, países, regiões
com uma perspectiva de comunidade e abrindo novos mercados e modos de comunicação
globalizados.
A globalização provoca nas relações sociais e culturais de diversos povos a aproximação
e o reconhecimento de dependências mútuas entre povos e instituições diferentes. De acordo com
Robertson, esse fato gera:
Interdependência não só econômica, mas mostra uma tendência à
homogeneização cultural e social, resultando em embates étnicos e religiosos
como os vividos nos últimos anos em diversos países da Europa, do Oriente
Médio e mesmo da América Latina (ROBERTSON apud BALDESSAR, 2008
p. 11).

Mesmo com essa situação distinta entre os países e continentes, o processo tecnológico e
da globalização desenvolve e potencializa um novo mercado e apresenta novos usuários cada vez
mais exigentes com a célere e fantástica proposta que o mundo tecnológico oferece. Percebe-se
que em qualquer contexto, a discussão se torna polêmica, como por exemplo, no caso da Internet
ao se tratar o tema sobre a liberdade de expressão. Vejamos por exemplo nos Estados Unidos
que:
Estranhamente não aceitam que o racismo ou a xenofobia (ódio a estrangeiros,
relacionado ao nazismo) sejam incluídos como temas a serem deplorados no
cyber-espaço, alegando para isso parte da Primeira Emenda de sua Constituição,
que declara que o principal valor americano é a liberdade de expressão. Por isso,
49

não é tão estranho que sites norte americano sobre racismo e xenofobia sejam
tão prósperos em "net-solo" americano (MEC, 2005).

2 GOVERNANÇA DA INTERNET 14

Por outro lado, antes mesmo da Internet desempenhar o papel que apresenta hoje, a
UNESCO publicou um documento em 1980, “O Relatório McBride” ou igualmente conhecido
como “Um mundo e Muitas Vozes”, que trouxe questões pertinentes ao mundo da Comunicação.
A comissão responsável em discutir e redigir esse documento foi presidida pelo irlandês Seán
McBride, objetivando levantar questões sobre os problemas da comunicação no mundo da
sociedade moderna, sobretudo a comunicação de massa, e o de indicar caminhos para sanar tais
problemas.
A Comissão constatou e documentou os seguintes pontos: concentração da mídia,
desequilíbrio dos fluxos de informação entre o primeiro mundo e os países em desenvolvimento,
acesso desigual à informação e à comunicação, entre tantos outros pontos. Para promover a paz e
o desenvolvimento humano, foram recomendados pela Comissão vários princípios básicos,
dentre eles destacam-se os seguintes: maior democratização da gestão da mídia e da
comunicação, proteção da diversidade linguística, educação universal, fomento da mídia nacional
(agência de notícia, editora, rádio, etc.,). Além de ajuda aos países em desenvolvimento,
objetivando a aquisição de equipamentos próprios para: capacitação de pessoal, recuperação da
infraestrutura, referências a formas não comerciais da comunicação, cooperação internacional,
acesso à tecnologia, fortalecimento das mídias nacionais para evitar a dependência de fontes
externas e promover a liberdade de expressão. Respeito à identidade cultural dos povos de acordo
com suas origens, direito de cada nação no sentido de poder informar ao público mundial sobre
seus interesses, valores sociais e culturais. Respeito aos direitos de todos os povos para participar
de intercâmbios de informação baseando-se na igualdade, justiça e benefícios mútuos, respeito
aos direitos da coletividade aos grupos étnicos e sociais, para que possam ter acesso às fontes de
informação e participar ativamente dos fluxos de comunicação.

14
Governança da Internet é o desenvolvimento e a execução pelos Governos, sociedade civil e iniciativa privada, em
seus respectivos papéis, de princípios, normas, regras, procedimentos decisórios e programas compartilhados que
delineiam a evolução e o uso da Internet.
50

O direito à comunicação é uma extensão contínua do avanço em direção à


liberdade e à democracia . Em todas as épocas, o homem lutou para ser livre da
dominação dos poderes - político, econômico, social, religioso - que tentaram
restringir a comunicação. Somente através de esforços fervorosos e incansáveis,
as pessoas conseguiram a liberdade de expressão, de imprensa e de informação.
Hoje, a luta ainda continua para estender os direitos humanos, a fim de tornar a
comunicação mais democrática do que é. Mas o atual estágio da luta introduz
novos aspectos do conceito básico da liberdade. A livre troca das informações
para as demandas no fluxo de dois sentidos, para o acesso e participação,
acrescentam qualitativamente a sucessiva liberdade alcançada no passado
(MCBRIDE, 1980 p. 172). 15

Esse relatório não foi aprovado pelos EUA nem pelo Reino Unido e, como protesto,
ambos os países se retiraram da UNESCO retornando, assim, apenas após alguns anos. Os EUA
em 2003 e o Reino Unido em 1997 16. Apesar de ter passado mais de três décadas desde a
apresentação do relatório Mcbride, as discussões, dificuldades, angústias e problemas sobre o
movimento mundial voltado para a informação e comunicação, pela da grande mídia de massa,
incluindo agora a governança da Internet, continuam muito similares. Nota-se o quanto esses dois
países, sobretudo, os Estados Unidos controlam as organizações de comunicação e
telecomunicação e, por isso, não estão dispostos a abrir mão desse controle. Um exemplo típico é
o caso da ICANN - Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Corporação para a
distribuição de nomes e números de Internet), que controla o fornecimento dos domínios
nacionais e dos números de IP 17 ao alegar motivos ligados à segurança, os Estados Unidos se
recusam a abrir mão do controle dessa organização.
15
The right to communication is an extension of the continuing advance towards liberty and democracy. In every
age, man has fought to be free from dominating powers – political, economic, social, religious – that tried to curtail
communication. Only through fervent, unflagging efforts did peoples achieve freedom of speech, of the press, of
information. Today, the struggle still goes on for extending human rights in order to make the word of
communications more democratic than it is today. But the present stage of the struggle introduces new aspects of the
basic concept of freedom. The demands for a two-way flow, for free exchange, for access and participation, make a
qualitatively new addition to the freedom successively attained in the past (MCBRIDE, 1980: 172)

16
A Inglaterra voltou a fazer parte da Unesco em 1997. Quanto aos EUA, o site da embaixada americana traz a
seguinte informação: "Os Estados Unidos são um dos membros fundadores da Unesco, criada em 1946, mas
retiraram-se da organização em 1984 para retomar a plena adesão apenas em 2003. Como motivo de seu
afastamento, o país citou o aparelhamento político e a hostilidade da agência para com as instituições democráticas,
em especial o livre mercado e a imprensa livre, bem como a falta de disciplina financeira" disponível em:<
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=508CID001

17
O endereço IP (Internet Protocol) é um conjunto de números que representa o local de um determinado
equipamento (normalemente computadores) em uma rede privada ou pública.
51

Alguns afirmam que a Internet é uma aldeia global, e de certa forma ela é.
Porém, como em toda aldeia, existe muito ainda a ser decidido. Se por um lado
abriu novos mercados e modos de comunicação, por outro gerou cybercrime,
pirataria e outros assuntos problemáticos. Com esse objetivo, a ONU propôs
uma discussão sobre o assunto, a WSIS (World Summit of Information Society -
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação), com a participação de todos os
países membros da ONU (GALDINO, 2005).

Ainda como resultado dessas discussões, A Cúpula Mundial da Sociedade da Informação


– CMSI apresentou relatórios decorrentes das reuniões ocorridas em Genebra – 2003 e Tunísia –
2005. Desses encontros, destacam-se os dois relatórios do encontro realizado em Tunísia, o
compromisso de Tunísia e a Agenda para a Sociedade da Informação. Esses relatórios, além de
reconhecer e reforçar os pontos que foram exarados em outros documentos, como o firme apoio à
Declaração de Princípios para construir a Sociedade da Informação e do Plano de Ação aprovado
na primeira fase ocorrida no ano de 2003 em Genebra, apresentaram também pontos
convergentes ao Relatório McBride. Assim como o apoio às cartas das Nações Unidas,
Declaração Universal dos Direitos Humanos, o direito ao desenvolvimento, consagrado na
Declaração de Viena e outros documentos de igual importância para a sociedade mundial. O
autor Jeremy Rifkin, estudioso dos efeitos do acesso ao conhecimento para o capitalismo, afirma
em seu livro “A Era do Acesso” que:
A questão do acesso provavelmente será debatida com tanta paixão no século
XXI quanto as questões dos direitos de propriedade o foram durante toda a Era
Moderna. Isto porque o acesso é um fenômeno potencialmente mais abrangente.
Enquanto a propriedade tratava da estreita questão material do que é meu e seu,
o acesso lida com a questão cultural mais ampla de quem controla a experiência
vivida em si (RIFKIN, 2001 p. 179).

A afirmação de Rifkin é muito pertinente, e ainda pode ser constatada nos resultados dos
relatórios decorrentes das reuniões da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação. O encontro
em Genebra apresentou a “Declaração de Princípios para construir a Sociedade da Informação:
Um desafio mundial para o novo Milênio, com discussões relevantes e pertinentes como: a
construção de uma sociedade da Informação centrada nas pessoas, inclusiva e orientada para
desenvolvimento, a igualdade entre homens e mulheres, direito à liberdade de opinião e de
expressão, receber e transmitir informações e ideias de divulgação, independentemente das
fronteiras, por qualquer meio de expressão, pluralidade de fontes e canais de informação e
reconhecimento de que a administração da Internet é um elemento essencial de uma sociedade da
informação centrada na pessoa, inclusive, o desenvolvimento orientado e não discriminatório.
52

Ainda por andamento da Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação - CMSI foi
criado em 2006 o Fórum de Governança da Internet – IGF. De acordo com a Agenda de Túnis, o
IGF deve reunir-se anualmente com representantes do governo, sociedade civil, iniciativa privada
e organizações internacionais. Desde 2006, o encontro do IGF acontece em cidades-sede, sendo
que a primeira foi em Atenas, em 2007, proposto e coordenado pelo CGI.br o encontro foi
sediado no Brasil na cidade do Rio de Janeiro e a última edição aconteceu entre os dias 6 e 9 de
novembro deste ano (2012) em Baku. capital do Azerbaijão, e teve como principal tema:
“Governança da Internet para o desenvolvimento humano, econômico e social sustentáveis”. Em
dezembro de 2012, ocorreu a Conferencia Mundial das Telecomunicações Internacionais, na
ocasião foram discutidos vários temas entre eles a neutralidade de rede, liberdade de expressão,
respeito aos direitos humanos e o modelo multistakeholder 18 de governança da Internet.
No Brasil, após proposta do CGI.br, em julho de 2012, ocorreu em Olinda um pré-IGF,
onde com trilhas temáticas, debateu a importância e relevância desde a Governança Global da
Internet, Garantia de Direitos na Rede até o Marco Civil da Internet 19. O CGI.br determinou a
constituição do fórum com a participação dos mais diversos setores: governamentais,
empresariais, acadêmicos e do terceiro setor, com o intuito de, agregar as reflexões do Fórum
como importantes contribuições multilaterais brasileiras para o Fórum Mundial de Governança da
Internet (PRÉ IGP, 2012).
O Marco Civil da Internet projeto PL 2126/11- (anexo A) estabelece princípios, garantias,
direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil e determina as diretrizes para a atuação da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria (PL 2126/11,
2011). Esse projeto propõe mudanças na legislação brasileira para garantir o direito à privacidade
e os dados pessoais do usuário na Internet, além de trazer questões como a neutralidade. Em
2012, houve várias tentativas para a votação desse projeto, mas, por falta de consenso entre os

18
A Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) é um exemplo de um modelo de
organização multistakeholder. ICANN é composto de partes diferentes de Internet de todo o mundo e pratica uma
política de desenvolvimento baseada no consenso, também conhecido como "bottom-up" do modelo. ICANN rege
sobre o princípio de cooperação e colaboração com as partes interessadas de Internet diferentes em todo o mundo
para ser capaz, de forma eficaz e eficiente, levar a cabo a sua responsabilidade como órgão internacional que rege
Internet.

19
Em discussão no país desde 2009, o projeto de Lei do Marco Civil Regulatório da Internet (PL 2126/11), tem
avanços em relação a outros países e tem como relator o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ).
53

partidos em relação ao conteúdo do projeto, e por isso no dia 20 de novembro de 2012, o projeto
foi retirado do plenário.
Houve discórdia de vários aspectos referente ao parecer do deputado Alessandro Molon,
sendo o principal deles a regra para a neutralidade da rede, ou seja, para a proibição de que
provedores manipulem a velocidade do tráfego de dados na Internet. Outro ponto polêmico do
projeto é a proibição da guarda de registros de navegação, que mostra, por exemplo, por quais
sites o usuário da Internet circulou.
Vale ressaltar que o modelo brasileiro de governança da Internet tem sido observado
internacionalmente como um modelo a ser considerado, debatido, e seguido. Sua formulação
também é consolidada no amplo debate da sociedade e de todos os interessados no
aprofundamento dos modelos participativos da e pela Internet.
Além disso, é possível perceber que há empenho para assegurar a estabilidade e a
segurança da Internet no sentido de garantir a legitimidade à sua governança, baseados na
participação de todos os interessados, tanto em países desenvolvidos, bem como nos em
desenvolvimento no exercício das suas respectivas funções e responsabilidades.

Nós reconhecemos que a educação, conhecimento, informação e comunicação


são essenciais para o progresso, da iniciativa e do bem-estar dos seres humanos.
Além disso, as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) têm um
imenso impacto em praticamente todos os aspectos das nossas vidas. A rápida
evolução destas tecnologias abre novas oportunidades para atingir
completamente níveis mais elevados de desenvolvimento. A capacidade das TIC
para reduzir muitos obstáculos tradicionais, especialmente o tempo e a distância
permitem, pela primeira vez, a utilização do potencial destas tecnologias para o
benefício de milhões de pessoas ao redor do mundo (MEC, 2005).

Pode-se observar que os trabalhos realizados pelas comissões, nesses últimos 30 anos,
apresentam basicamente a mesma preocupação com o direito de liberdade de expressão, mas,
com as responsabilidades que esses direitos implicam. Todavia, neste novo cenário apresentado
pelas Tecnologias da Informação, a grande preocupação é a de garantir os direitos humanos,
sobretudo da informação e comunicação, apesar das críticas, angústias e receios sobre a
governança da Internet e o mundo virtual dentro do nosso contexto social, cultural e educacional.
A comunidade virtual é um elemento do ciberespaço que só existe a partir da
sociabilização das pessoas. Por isso, há que se concordar com McLuhan quando ele afirma que:
“Estamos sempre inclinados a transformar o instrumental técnico em bode expiatório dos pecados
praticados por aqueles que os manejam. Os produtos da ciência moderna, em si mesmos, não são
54

bons nem maus: é o modo com que são empregados que determina o seu valor” (MCLUHAN,
2001:25). O tema governança da Internet não poderia ficar fora desta discussão, por ser
determinante nas decisões estratégicas e políticas e também, pela Internet desempenhar um papel
de suma importancia como mecanismo facilitador do processo comunicacional dentro da relação
de ensino aprendizagem, sobretudo, na EAD. Entretanto, a história e discussões da evolução
tecnológica, especialmente sobre a governança da Internet é povoada por diferentes paradigmas
que se contrapõem, bem como de teorias que se defendem e se excluem, porém o ser humano
continua à procura de seus direitos, sobretudo, os CIVIS.
55

4 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO

Pretende-se, neste capítulo, identificar e compreender a Sociedade do Conhecimento,


assim como os conceitos designados a ela como Sociedade da Informação e Sociedade da
Aprendizagem, além de apresentar as polêmicas discussões sobre as divergências e aproximações
dos termos Informação e Comunicação. Em seguida, relacionaremos este tema com o capítulo
anterior e demonstraremos como as discussões e os documentos que foram apoiados pelas
Nações Unidas intencionavam garantir a democratização da informação contribuindo para a base
da Sociedade do Conhecimento, e consequentemente, para a Educação a Distância. Também
demonstrar o conceito do que vem a ser a Internet, a rede mundial de computadores e como se
tornou a principal tecnologia de informação e comunicação.

1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

É importante resgatar a trajetória que a ciência percorreu para chegar ao


desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, e no que é denominado por
alguns teóricos como Sociedade do Conhecimento. As primeiras explicações para os eventos que
aconteciam no mundo passaram por conceitos mitológicos na Grécia Antiga, em que para as
sociedades tradicionais, o modo de pensar das pessoas estava formado por costumes e mitos que
não podiam ser explicados nem justificados racionalmente, proibindo assim certos tipos de
perguntas que desestabilizariam o sistema de crença da hegemonia (FEENBERG, 2010 p. 39).
Os primeiros pensadores gregos do período pré-socrático (sec. VIII a. C.) iniciam uma
busca de superação da mitologia pela filosofia com indagações mais reflexivas, assim, surge o
pensamento filosófico que norteia os três principais questionamentos que envolviam a
humanidade: os motivos, as razões e as causas dos eventos que aconteciam no mundo (CHAUI,
2000 p. 12).
Com o intuito de encontrar respostas para os questionamentos que inquietavam o ser
humano, por volta do século VI A.C. nas cidades de Mileto e Éfeso surge a Escola de Mileto,
onde se estuda os conceitos matemáticos que se baseavam nos opostos e, a origem do universo,
56

maior questionamento que se tinha na época, passa a ser atribuída aos elementos naturais. Na ilha
de Samos, cidade de Pitágoras, (580-497 A.C.) é fundada uma escola de pensamento e estudos na
qual se ensinava a harmonia dos números pares e ímpares para justificar a relação das coisas
existentes no universo, dando início ao conceito do universo dialético (CHAUI, 2000 p. 20). Este
conceito é trabalhado por vários filósofos e pesquisadores do período. Sócrates, Platão e
Aristóteles deslocam a reflexão da razão como fonte de criação das coisas, devido aos conceitos
elaborados nas escolas vinculadas com conceitos matemáticos, para uma reflexão que trazia o
homem para esta discussão. O ponto de partida não seria mais a natureza, mas os homens que
passam a ter consciência de que fazem a sua história. É interessante destacar que o método
socrático está baseado em aprender e não em ensinar. Para Sócrates “a sabedoria nascia de dentro
para fora, através de diálogos, discussão e reflexão” (JAPIASSU, 1996). Esse período ficou
conhecido pela história como Idade Clássica, e significou um avanço gigantesco nas artes e nas
ciências.
Além disso, passam a entender que havia outras coisas no mundo que dependiam de algo
para passar a existir, os gregos compreendiam essas coisas como a Poiesis que é a atividade
prática de fazer, como os artefatos de produtos da arte, do artesanato e os da convenção social.
Dela os seres humanos se ocupam quando produzem algo. “A palavra techné na Grécia antiga
significa o conhecimento ou a disciplina que se associa com uma forma de poiesis. Portanto,
techné está na origem das palavras modernas para técnica e tecnologia nas línguas ocidentais”
(FEENBERG, 2010 p. 40).
Para Sócrates existe a verdade por trás das aparências e seu alcance se dá somente pela
razão. O homem pode sair, portanto, dar opiniões e chegar ao conhecimento, episteme e à ciência,
que é um conhecimento sólido, fundado e comprovado. O alcance deste conhecimento faz atingir
o conhecimento universal e leva à felicidade dos homens (JAPIASSU, 1996). Todavia, o que está
na base de ciência, episteme, em grego, é o conhecimento das coisas. Ao contrário do
conhecimento que está ativo na techné, que é essencial aos objetos cujas essências definem o
episteme, portanto, conhecimento de natureza, parece ser um fazer puramente humano, ao qual a
própria natureza seria indiferente (FEENBERG, 2010 p. 40).
Com o advento da Idade Média, ocorre o decrescimento dos valores até então
estabelecidos e a Igreja enquanto instituição passa a se apoderar do saber e o conceito de ciência
fica atrelado a dogmas desta instituição. Neste período, quem não aceitava estes dogmas para
57

explicar os conceitos científicos era levado para fogueira como herege. Saiu-se da luz do
conhecimento da Idade Antiga para a obscuridade de uma época em que a igreja precisava se
firmar, por isso, ditava toda forma de conhecimento e desígnio. Portanto, nesta época, a ciência
pouco evolui, até mesmo regrediu. Somente no século XVI, devido às navegações, a Inglaterra
começa a propagar novas culturas, descobertas e riquezas, e a questionar a autoridade da Igreja e
a organização social da época que tinha como base o sistema feudal. Consequentemente há a
chamada Reforma Religiosa que confisca terras da Igreja. Esse período ficou conhecido como
Renascimento, devido à recuperação da luz antiga e fim das trevas do despotismo da igreja.
Neste mesmo século, René Descartes, o pai do racionalismo, parte de uma hipótese que é
comprovada em uma experiência e leva a uma teoria e tenta mostrar com a utilização dos
conceitos matemáticos como unificar os saberes e retoma os conceitos de Pitágoras sobre a
matemática para tentar explicar o mundo material. O método de observação dos fenômenos
baseado na razão, leva-o à famosa frase: “Penso, logo existo”.
Assim, a ciência baseada em conceitos matemáticos e físicos passa a analisar as partes.
Francis Bacon, precursor do empirismo e contemporâneo de Descartes afirma que, o saber parte
das sensações. Segundo Japiassú e Marcondes (1996 p. 24), para Bacon “a ciência não é um
conhecimento especulativo, nem uma opinião a ser sustentada, mas um trabalho a ser feito” a
serviço da utilidade do homem e de seu poder. É interessante observar que a diferença
fundamental entre as duas correntes é quanto à gênese da experiência, enquanto o racionalismo é
apriorístico e utiliza o método dedutivo, o empirismo é considerado aposteriorístico e utiliza o
método indutivo.
Isaac Newton sintetizou a lógica matemática e o método dedutivo do racionalismo de
Descartes, conceitos baseados na razão, com o indutivo do empirismo e experimentação de
Bacon e chegou à concepção mecanicista do universo, como se fosse um grande relógio, uma
máquina, que funciona a partir de um mecanismo e deve ser estudado nas suas partes, com
começo, meio e fim, ou seja, passado, presente e futuro. Neste contexto moderno, a tecnologia
não realiza mais os objetivos essenciais inscritos na natureza do universo, como fazia a techné.
Aparece agora como puramente instrumental, como isenta de valores, não responde aos
propósitos inerentes, mas servem como meios e metas subjetivas que escolhemos a nosso bel-
prazer (FEENBERG, 2010 p. 43).
58

A partir da linearidade que orienta tempo e criação das coisas, surge a causa que levará a
um efeito, conhecido como paradigma newtoniano-cartesiano, e era a base da escola de
pensamento racionalista. Este pensamento se fortalece e, portanto, é o método científico que
passa a ser utilizado e que predominou nos séculos XVIII e XIX.
O Iluminismo na Europa do século XVIII exigiu que todos os costumes e
instituições se justificassem como úteis para a humanidade. Sob o impacto dessa
demanda, a ciência e a tecnologia se tornaram a base para as novas crenças. A
cultura foi reformada gradualmente para ser o que pensamos como "racional."
Por consequência, a tecnologia tornou-se onipresente na vida cotidiana e os
modos técnicos de pensamento passaram a predominar acima de todos os outros
(FEENBERG, 2010 p. 39).

No início do século XX, Albert Einstein baseado em sua teoria da relatividade, trabalha o
conceito de que não há um tempo universal, depende do observador. Portanto, a ideia de tempo
passado, presente e futuro fundem-se no agora e dependendo de onde se está, haverá um tempo
conforme esta localização. Por isso é chamada de teoria da relatividade, pois o tempo é relativo
ao observador.
As descobertas ocorridas no século XX foram fundamentais para o avanço da Tecnologia
da Informação e Comunicação, assim como os conceitos desenvolvidos durante séculos sobre a
construção do conhecimento, que nos fazem refletir que os conhecimentos e saberes tecnológicos
não andam sozinhos pela sociedade ao contrário, como afirma Feenberg:
Estão encarnados nos pesquisadores. Os sujeitos sociais populares de senso
comum – à sua maneira – geram conhecimento interativo e aplicado. Ambos
interagem por meio do meu/nosso trânsito na sociedade. Quando atuo em
diferentes instituições, movimentos, demandas e exigências, dialogam com o
conhecimento e saberes de senso comum. Este trânsito tem um regime
regulamentado cuja linha de corte é o código profissional que impede a livre
troca entre saber popular e conhecimento sancionado pelo imprimatur
(FEENBERG, 2010 p. 6).

2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

A fim de compreender a evolução da Tecnologia da Informação e Comunicação, é


importante fazer uma pequena retrospectiva do cenário tecnológico do final do século XIX, mais
precisamente em 1844, com a invenção do telégrafo elétrico por Samuel Morse, que permitiu
uma nova composição ao conceito de informação. Esses foram os primeiros passos para a
revolução digital, que adotou a primeira linguagem binária das comunicações, pois o código
59

Morse é feito apenas de pontos e traços, porém esse avanço ainda estava distante da hegemonia
da digitalização, que só vai eclodir na metade do século 20, com o computador e o transmissor
(SIQUEIRA, 2007 P . 12).
Entretanto, observa-se que o desejo e a necessidade de se comunicar vêm desde a pré-
história e, no presente século, continua sendo alvo de estudos e observações, pois é a
comunicação que origina o processo de construção de nós mesmos, sempre tendo como
parâmetro o conhecimento e o reconhecimento do outro. Bordenave, (2002) descreve a
Comunicação como:
(...) misteriosa, e parte de um mundo multifacético e natural como respirar,
beber água ou caminhar, a comunicação é a força que dinamiza a vida das
pessoas e das sociedades: a comunicação excita, ensina, vende, distrai,
entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, orienta, desorienta, faz
rir, faz chorar, inspira, narcotiza, reduz a solidão e num paradoxo digno de sua
infinita versatilidade – produz até comunicação (BORDENAVE, 2002 P. 11).

Portanto, a necessidade de comunicar-se surge a partir do convívio em sociedade, "o


homem é o único animal que fala de sua fala, pensa o seu pensamento, que responde à sua
própria resposta, que reflete o seu próprio reflexo e é capaz de diferenciar-se mesmo quando está
se adaptando às causas comuns e estímulos comuns" (HOEBEL, 2005 p. 15).
Desde o período pré-histórico, a tecnologia está presente paralelamente na história do ser
humano e, para sua sobrevivência, surgiu o processo de comunicação. Estudos indicam que,
saindo do período Paleolítico até a Idade dos Metais (4.000.000 a 18.000 A.C.), o homem começa
a dominar a natureza, fabricar utensílios, e iniciam-se o que conhecemos como pinturas rupestres,
expressão humana feita por meio de desenhos em cavernas ou pedras. Mas a escrita só começa a
aparecer no período seguinte, que é conhecido como era Histórica, por volta de 4.000 A.C.
A era Histórica foi assim denominada, devido aos registros que datam os
acontecimentos históricos. O acesso a esses registros permitiram a noção de como o homem
vivia, se comunicava, o que pensava e o que sentia em relação ao mundo ao seu redor. Desta
forma, esse processo é marcado pelo surgimento da escrita, assim como a invenção da técnica de
se imprimir ilustrações, símbolos e a própria escrita, o que gera novas probabilidades de tornar a
informação acessível a um universo cada vez mais crescente de pessoas, trazendo novas
perspectivas no modo de viver, de pensar e de interagir de uma sociedade. Conforme aponta
Toffler, ainda hoje vivemos um período revolucionário, mas a revolução não é apenas
tecnológica.
60

Embora computadores e telecomunicações tenham um papel importante nas


mudanças revolucionárias que estão acontecendo, é importante reconhecer que
as mudanças também são econômicas, sociais, culturais, políticas, religiosas,
institucionais e até mesmo filosóficas ou, mais precisamente, epistemológicas.
Uma nova civilização está nascendo, que envolve uma nova maneira de viver
("a new way of life") (TOFFLER, 1993).

Um dos grandes marcos da história da comunicação e dos avanços tecnológicos que


trouxeram novos paradigmas para o mundo contemporâneo foi a invenção do rádio, que, no
início do século XX, ajudou a inovar e disseminar ideias com alcance e velocidade muito
superior aos meios até então existentes, como o jornal e as revistas. Os componentes gráficos de
um jornal, como imagens e figuras, associados aos componentes de áudio do rádio, favoreceram a
chegada do cinema mudo, cinema falado e da televisão. Em síntese, tem-se um mundo que vem
passando por modificação crescente, desde que o homem inventou a pré-escrita, a escrita, o
papel, as impressões manuais, mecânicas e as eletrônicas, possibilitando cruzar informações e
percorrer grandes distâncias geográficas e culturais.
Dessa forma, passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio,
cinema e televisão tendo atingido a nossa época, denominada de Era da Tecnologia e da
Informação. O mundo hoje se comunica muito mais do que no passado, por conta da tecnologia
da informação que facilitou a difusão da escolarização e a mudança da base econômica, dando
início à Sociedade do Conhecimento.
Outros avanços tecnológicos deram o suporte para que as Tecnologias da Informação e
Comunicação pudessem alcançar o sucesso apresentados hoje. Em meados do século 20, a
invenção do radar e a revolução digital trouxeram consigo novas possibilidades para a
disseminação e avanço tecnológico, para qualquer tipo de informação, seja expresso em código
binário, texto, imagem ou áudio.
Observa-se que, na era da tecnologia, o computador tem papel de destaque. No início,
com um modelo que tinha como objetivo realizar cálculos, ocupava uma sala inteira, passando
por transformações somente na década de 70, quando surgiu o primeiro micro computador. Desde
então, a tecnologia criada pelo homem não teve limites para o desenvolvimento nessa área.
Depois dos computadores gigantescos, a sociedade assistiu a chegada dos computadores
portáteis, e mais recentemente os de mão, com as mais variadas funções.
Todo esse avanço tecnológico permitiu a invenção de novos modelos, com
possibilidades tecnológicas cada vez mais avançadas, desde o antigo e gigantesco Eniac, a Apple
61

e, paralelamente outras descobertas permitiram mais refinamento nessa tecnologia: a Cibernética


e o envio do Sputinik, ao espaço foram cenários construídos para a chegada da Internet.
Desenvolvida para fins militares em 1969, a Internet, na época da Guerra Fria, era apenas um
sistema de comunicação entre as bases militares dos EUA, e tinha o nome de Arpanet
(MATTELART, 2002 p. 63).
Com o fim da Guerra Fria, o sistema tornou-se praticamente desnecessário. Mas na
década de 70, com uma nova versão de Arpanet para a Internet, o mundo acadêmico,
principalmente nos EUA, passou a utilizar esse sistema para trocas de opiniões, conceitos
teóricos e mensagens, conforme adianta Castells, (1999 p. 24). Além disso, vale destacar o que
aponta Squirra em seu texto “O futuro do aparelho de TV e a convergência com outras mídias” ao
alertar que:
(...) o domínio desta habilidade tecnológica ajudará, com certeza, para que os
comunicadores e pesquisadores tornem-se mais pluralistas, acurados, eficientes,
dinâmicos e universais, usufruindo de todas as possibilidades tecnológicas. Mas,
também enfatiza que é necessário ter outras habilidades, muita persistência e
algum talento (SQUIRRA, 2010 p. 59).

Constata-se que as Tecnologias da Informação e Comunicação surgidas nas últimas


décadas, notadamente a Internet, possuem um grande potencial de comunicação que poderia ser
utilizado para a transformação social. Desde o início dos anos 80, autores como Toffler e Castells
anunciam que as transformações em curso na sociedade estão nos levando a uma nova estrutura
social: a sociedade da comunicação mediada pelas novas aparelhagens de informação
(computadores, faxes, satélites,...), capazes de levar o homem a um novo estágio de
conhecimento. Toffler, (2000) designa o conhecimento sendo a terceira onda, que sucedeu a
agricultura, a manufatura e a industrialização, e a destaca com uma característica fundamental
para a emancipação o compartilhamento com criatividade, o que leva à geração de novos
conhecimentos.
Entretanto, somente nos anos 90, inicia-se a disseminação e a popularização da rede. Com
base em dados da União Internacional de Telecomunicações - UIT, a rede mundial iniciou a
década de 90 com menos de 40 mil servidores em todo o mundo, e termina o ano de 1999 com
mais de 76 milhões. Em número de usuários, passa de poucos milhares a mais de 500 milhões
(SIQUEIRA, 2007 p. 264).
62

3 INTERNET E WEB 2.0

A explosão da Internet foi tão marcante que a imprensa da época como rádio, jornal,
televisão, revista entre outros anunciavam com grandes expectativas o novo modelo de
comunicação, como a revista Veja em março de 1995, que anunciou como destaque de capa:
“Internet, a rede planetária em que você ainda irá se plugar”. Nesta edição o Americano Nicholas
Negroponte, diretor do Laboratório de Mídias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts do
MIT, apresentou como a Internet inaugurava a aldeia global, inserindo todas na maior aventura
tecnológica da história da humanidade. Para Negroponte, (1995) nenhuma outra forma de
comunicação na história da humanidade cresceu tão rápida, há mais de uma década ele afirmou
que a Internet é uma experiência humana rara e reafirmou a concretização da profecia da Aldeia
Global, conceito de McLuhan.
Tal constatação é corroborada pela Pesquisa Nacional por amostra de Domicílio, a PNDA
2012 divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na qual demonstra
que 77,7 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade utilizaram a Internet em 2011, o que
representa um aumento de 9,9 milhões (14,75%) sobre 2009. Quase 70% da população brasileira
tem celular, o que representa o total de 115,4 milhões de pessoas e um crescimento de 23,1%
(21,7 milhões) em relação a 2009. Em relação à existência de bens duráveis nos domicílios, entre
2000 e 2010, houve redução apenas da presença do rádio (de 87,9% para 81,4%). Segundo o
Instituto, todos os demais bens registraram aumento, com destaque para o computador, que teve o
maior aumento no período, de 10,6% para 38,3% dos domicílios. Destaca-se que entre 2009 e
2011, todos os grupos etários registraram o aumento na proporção de usuários da Internet, mas
foram os adultos entre 30 e 39 anos que registraram maior avanço, de 9,3 pontos percentuais,
seguido daqueles de 25 a 29 anos (6,7 pontos percentuais) e dos de 40 a 49 anos (6,4 pontos
percentuais) (IBGE, 2012). Já no mundo, de acordo com relatório da União Internacional de
Telecomunicações – UIT, no início de 2013 havia 2.3 bilhões de internautas.
Apesar dos resultados estatísticos apontados, é dificil prever o número de usuários da
Internet, isso porque conforme afirma Negroponte, (2000 p. 174-175) “ela é uma rede das redes
(...) onde a comunidade de usuários irá ocupar o centro da vida cotidiana. Sua demografia vai
ficar cada vez mais parecida com a do próprio mundo. A superestrada da informação é mais do
que um atalho, ela está criando um tecido social inteiramente novo e global.”
63

De fato a Internet permite essas conjecturas, pois trata-se de uma rede de computadores
que conversam entre si, usando diferentes protocolos e linguagem de programação como: SMTP,
IRC, HTTP, HTML, XML 20. Vejamos o que significam esses acrónimos: O SMTP é o protocolo
padrão para Simples Transferência de Correio ao permitir a transferência do correio de um
servidor à outro em conexão ponto a ponto. Enquanto que o IRC é o protocolo de comunicação
utilizado basicamente como bate-papo e troca de arquivos, permitindo a conversa em grupo ou
privada. O HTTP protocolo de transferência de hipertexto também é um protocolo de
comunicação, utilizado para sistemas de informação de hipermídia. O HTML é uma linguagem
de marcação de hipertexto utilizada para produzir páginas na Web. De acordo com Tapscott,
(2010) a linguagem de programação HTML era basicamente uma plataforma para apresentação
de conteúdo, quando o acesso era geralmente por telefone. Enquanto que a Internet atual se
baseia mais em XML, trata-se de um padrão de programabilidade, ou seja, cada vez que é
utilizada a Internet ela é programável, como por exemplo o Facebook, suas aplicações são
baseadas em XML que permitem a colaboração das pessoas.
Antes a Internet significava ver conteúdo. Você podia visitar um site e observar
a sua informação, mas não podia modificá-la nem interagir com ela. (...) A velha
rede era algo em que você navegava em busca de conteúdo. A nova rede é um
meio de comunicação que permite que as pessoas criem seu próprio conteúdo,
colaborem entre si e construam comunidades. Tornou-se uma ferramenta de
auto-organização (TAPSCOTT, 2010 p. 29).

A Internet tornou-se indispensável para a vida de muitas pessoas, pois estar conectado à
rede mundial significa participar de uma das principais fontes para a aquisição de informações,
conhecimento, interatividade, diversão e, acima de tudo, comunicação. Atualmente inúmeras
possibilidades de comunicação são utilizadas na rede, desde o envio de um e-mail, a navegação
pela web, até a utilização do MSN. Enfim, passou-se do mundo analógico ao digital, praticamente
em duas décadas.
A produção de informações aumenta de forma acelerada, estimulada pelo
desdobramento da tecnologia que permite o acesso e a publicação das mesmas. O computador e a
sua capacidade de trabalho em rede mundial por meio da Internet estão favorecendo
substancialmente para a promoção de uma verdadeira revolução de informações. Assim, a

20
SMTP - Simple Mail Transfer Protocol, IRC - Internet Relay Cha , HTTP - HyperText Transfer Protocol Secure,
HTML- HyperText Markup Language , XML - Extensible Markup Language
64

analogia feita por Peter Drucker é muito pertinente ao dizer que “a máquina a vapor foi para a
primeira revolução industrial aquilo que o computador vem sendo para a revolução de
informação: seu gatilho, mas também, e, sobretudo, seu símbolo” (DRUCKER, 2000 P. 115).
A capacidade de transmissão de dados via redes de telecomunicações tem aumentado
exponencialmente a cada ano. A difusão dos computadores, assim como a popularização da
banda larga, o acesso às redes sociais e as facilidades proporcionadas pelas mídias digitais,
começam a oferecer possibilidade para a inclusão digital para uma parcela da população. Além
disso, outros recursos tornaram-se mais acessíveis e eficientes, como as câmeras digitais,
celulares, softwares de edição de imagem e áudio, e uma infinidade de outros produtos que,
outrora, foram de aquisição praticamente impossível por grande parte da população. A geração
que acompanhou o início desta explosão foi A Geração Internet ou conhecida também como a
Geração Y e conforme aponta Don Tapscott em sua obra “A hora da geração digital”, essa
geração amadureceu:
Em 2008, o mais velho da Geração Internet fez 31 anos. O mais novo completou
11. Em todo o mundo, essa geração está inundando os locais de trabalho, o
mercado e todos os nichos da sociedade. Ela está introduzindo no mundo sua
força demográfica, sua sabedoria midiática, seu poder de compra, seus novos
modelos de colaboração e criação de filhos, seu empreendedorismo e seu poder
político (TAPSCOTT, 2010 p. 11).

No entanto, para essa geração muitas vezes fica difícil separar a vida pessoal da vida
profissional e a situação se estreita ao considerar a vida online e a vida offline. O diretor de
criação da Pólvora Comunicação, empresa que agrega valores de governança corporativa com as
mídias sociais, Gustavo Jreige, vive esse dilema com apenas 22 anos. Ele está presente em todas
as redes sociais, além de ter criado uma página para quem quiser adicioná-lo de alguma forma em
mais de 20 canais. Este jovem profissional reconhece ser “muito difícil existir uma separação do
que é uma vida pessoal online, ou, uma vida pessoal offline. Afirma estar o tempo todo com o
celular, e enquanto está no Twitter normalmente está fazendo alguma outra coisa" (JREIGE,
2011). Hoje com mais de quatro mil seguidores em uma rede e centenas de amigos em outra,
Gustavo Jreige, aproveitou a oportunidade e transformou o assunto “redes sociais” em profissão.
Gustavo Jreige é o típico exemplo de quem nasceu imerso em um mundo da tecnologia
e, sabe aproveitar muito bem suas habilidades tecnológicas, para ajudar a suprir as necessidades
que os usuários têm em buscar e compartilhar informações. Vários autores, afirmam que uma
quantidade de pessoas está utilizando a web como forma de transformá-la em um lugar
65

personalizado que proporcione informações, relacionamento, entretenimento e negócios. Tapscott


e Willian (2007, p. 326) corroboram com esta afirmação ao declarar que “no novo mundo da
Wikinomics 21 quase todo mundo pode ser um líder”. Nesse mesmo sentido, Alex Primo afirma
que os usuários da web 2.0, que possuem mente colaborativa estão introduzindo um novo modelo
de ciência que acelerará o ritmo do processo tecnológico em seus setores.
A web 2.0 é a segunda geração de serviços on-line e se caracteriza por
potencializar a forma de publicação, compartilhamento e organização de
informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes
do processo. A web 2.0 tem repercussões sociais importantes que potencializam
o processo de trabalho coletivo, de produção e circulação social de
conhecimento pela tecnologia apoiada da informação (PRIMO, 2006 p. 1).

O processo colaborativo nas redes também potencializa as ferramentas de comunicação


e marketing influenciando milhares de internautas que ainda não conhecem o poder das mídias
digitais sociais, mas, são impactados todos os dias pela opinião de outros internautas (com maior
ou menor influência) e pautam a partir daí seus processos de decisão.
Por esses motivos e graças a esse desenvolvimento tecnológico, diversas mudanças com
novos cenários estão acontecendo nas organizações que também passam por modificações
significativas. Como por exemplo, as transformações que ocorrem com a produção nacional de
software, observados, no caso do IBGE, que realizou, em 2009, uma pesquisa com resultados que
apontam para um avanço nesse segmento.
Em 2009, a receita bruta de serviços e subvenções das empresas que oferecem
serviços de informática no país (conhecidas como empresas de Tecnologia da
Informação – TI) com 20 ou mais pessoas ocupadas totalizou R$ 39,4 bilhões,
dos quais 43,0% (R$ 16,9 bilhões) se concentraram em três produtos/serviços:
desenvolvimento e licenciamento de uso de software customizável
(personalizável) no país (R$ 5,9 bilhões, ou 14,9% do total), consultoria em
sistemas e processos em TI (R$ 5,6 bilhões, ou 14,1% do total) e software sob
encomenda para projeto e desenvolvimento integral ou parcial (R$ 5,5 bilhões,
ou 14,0%). A produção nacional de software (customizável, não customizável,
sob encomenda) totalizou R$ 13,0 bilhões, 33,1% da receita de serviços de TI
em 2009 e três vezes a receita de representação e/ou licenciamento de uso de
software produzido no exterior, que é de R$ 4,4 milhões (11,1%) (IBGE, 2009.)

21
Wikinomics termo cunhado por Tapscottt e Willian para definir como metáfora a nova era de participação e
colaboração. É a oportunidade de interagir com profissionais qualificados geograficamente distantes a um custo
menor, contando com a diversidade das contribuições para alavancar o processo de inovação dentro da empresa e
entre as empresas.
66

Percebe-se que, com o incremento das NTICS, a Internet, cujos principais objetivos eram
os de proteger as informações estratégicas de uma possível destruição, como se tivesse vida
própria, surpreendeu, ano após ano, todos os sistemas da nossa sociedade. Imprimindo um ritmo
estranho e incontrolável às esferas da política (local e global) da economia, das relações sociais,
das "trocas" culturais, entre outras (PAVELOSKI, 2004). Assim, a sociedade se vê diante de um
fenômeno com variáveis incontroláveis, mas, que levou à Sociedade do Conhecimento, que
trouxe consigo a velocidade do tempo real, com amplas possibilidades de controle,
armazenamento e liberação de acesso a múltiplos conjuntos de informações (SQUIRRA, 2005 p.
255).

4 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

O alcance do conhecimento propiciado pela chegada das mídias digitais devido as


informações disponíveis na Web é sem limites. Entretanto, o conhecimento traz consigo
resultados e transformações, dependendo da interação entre o indivíduo e a informação retida e
contextualizada e também entre outros indivíduos. Além de ser um processo de construção que
implica o sujeito como o principal protagonista. Para Squirra (2005 p. 255), o termo
conhecimento é polissêmico e escorregadio, atraindo atenção de diversos campos do saber para o
referido autor, independente da definição que se adote para conhecimento, há um denominador
comum que aponta para uma sociedade do conhecimento que representa a combinação das
configurações e aplicações da informação com as tecnologias da comunicação em todas as suas
possibilidades.
O termo Sociedade do Conhecimento tem sido objeto de discussão de teóricos das mais
diversas áreas, que concordam e divergem em muitos aspectos, como por exemplo, para o
filósofo e economista Peter Drucker a utilização do termo descreve as tendências das sociedades
do período pós-industrial, que emergiram nos séculos 20 e 21. Uma sociedade que não se baseava
mais na produção agrícola, nem na indústria, mas na produção de informação, serviços, símbolos
e estética. A característica marcante destas sociedades é que o conhecimento teórico e os serviços
baseados no conhecimento tornam-se os componentes principais de qualquer atividade
econômica na industrialização:
67

O conhecimento era aplicado às ferramentas, aos processos e aos produtos, o que


caracterizou a Revolução Industrial. Em sua segunda fase, iniciada no final do
século XIX e culminando com a Segunda Guerra, o conhecimento passou a ser
aplicado ao trabalho, caracterizando o que chama de “Revolução da
Produtividade”, que alçou os trabalhadores à condição de classe média e freou
“a guerra de classes e o comunismo”. Atualmente estamos vivendo uma
“Revolução Gerencial” (DRUCKER, 1997).

Esta Revolução Gerencial está, sobretudo nos modos específicos de desenvolver a


informação, que como fonte de produtividade encontra na tecnologia o suporte para a geração de
conhecimentos, de processamento de informação e de comunicação de símbolos. Desta forma, o
conhecimento e informação são elementos cruciais em todos os modos de desenvolvimento, visto
que o processo produtivo sempre se baseia em algum grau de conhecimento e no processamento
da informação.
Porém, é fundamental diferenciar informação de conhecimento. A informação pode ser
encontrada numa variedade de objetos inanimados, desde um livro até um disquete de
computador, enquanto o conhecimento só é encontrado nos seres humanos. Somente os seres
humanos são capazes de aplicar, desta forma, a informação através de seu cérebro ou de suas
habilidosas mãos. A informação torna-se inútil sem o conhecimento do ser humano para aplicá-la
produtivamente. Um livro que não é lido não tem valor para ninguém (CRAWFORD, 1994).
Sendo assim, a Sociedade do Conhecimento pode ser compreendida como:
Uma sociedade onde o conhecimento é o principal recurso para produção e o
principal recurso para criação de riqueza, prosperidade e bem estar para a
população. Por esta razão, o investimento em capital intangível, humano e
social é reconhecido como o mais valioso recurso para criação de riqueza. Isto é
determinado não pela força de trabalho em si, mas sim em nível científico pelo
progresso tecnológico e pela capacidade de aprendizagem das sociedades
(DRUCKER, 1997: 4).

Nesse mesmo sentido, Bell afirma que o desenvolvimento do trabalho está cada vez mais
envolvido com a produção de conhecimentos e o valor agregado é proporcionado pela
produtividade e pela inovação, aplicados no trabalho. “A hora bien, el conocimiento ha sido
siempre necesario para el funcionamiento de cualquier sociedad. Lo que caracteriza a la
sociedad post-industrial es el cambio en el carácter del conocimiento mismo” (BELL, 2006: 34).
Sendo assim, o conhecimento é adquirido de várias formas, com o acúmulo de
informações sobre as produções, distribuições de produtos, universo acadêmico, tácito, senso
68

comum e são somados ao poder de pensar, criar, aprender e inovar. Mas, sem dúvida, o
conhecimento é para o bem e para o mal, o grande motor da era informacional. Todavia a
Sociedade do Conhecimento vai além do mundo da Internet e está redefinindo a economia global,
trazendo consigo a transformação do mundo ‘inteligente’ em todas as suas dimensões
(SQUIRRA, 2005).
Entretanto, ainda há muitas discussões sobre os termos utilizados para se definir o
fenômeno provocado pelas NTICS, se Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento.
Nos relatórios da ONU apresentados no terceiro capítulo, observou-se que o termo mais utilizado
e que ocupou o cenário foi Sociedade da Informação. Isso pode ter sido devido ao importante
papel que as NTICs desempenharam na aceleração dos aspectos da globalização, sobretudo para
a acessibilidade da Internet, telefonia celular, TV via satélite etc. Entretanto, a partir dos anos 90
a UNESCO começa a adotar o termo Sociedade do Conhecimento com o intuito de promover
reflexão e integralizar a transformação social, como aponta o subdiretor geral da UNESCO para
Comunicação e Informação, Abdul Waheed Khan, ao declarar que a Sociedade da Informação é a
pedra angular das sociedades do conhecimento. Portanto, está relacionado à ideia da “inovação
tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de
transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva
mais pluralista e de desenvolvimento. Khan ainda especifica que:
O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da
informação” já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das
mudanças que estão ocorrendo. (...) o conhecimento em questão não só é
importante apenas para o crescimento econômico, mas também para fortalecer e
desenvolver todos os setores da sociedade (KHAN, apud BURCH, 2006 p.2).

Entretanto, para Manuel Casttels (1999), um dos estudiosos que mais desenvolveu o
assunto, o termo Sociedade Informacional é considerado mais apropriado, já que “indica o
atributo de uma forma específica de organização social na qual a geração, o processamento e a
transmissão de informação se convertem nas fontes fundamentais da produtividade e do poder
por conta das novas condições tecnológicas surgidas neste período histórico”. Castells (1999:
119) admite que a revolução da tecnologia da informação forneceu a base material indispensável
para a criação e conexão entre a base de informações /conhecimentos da economia, e afirma que
o conhecimento e a informação:
69

São elementos decisivos em todos os modos de desenvolvimento e o que


caracteriza a revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimento e
informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para
geração de conhecimento e de dispositivos e de processamento/ comunicação da
informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu
uso (CASTELLS, 1999).

Castells ainda declara que o que distingue a revolução tecnológica atual não é o caráter
central do conhecimento e da informação, mas a aplicação deste conhecimento e informação a
aparatos de geração de conhecimento e processamento da informação/comunicação, em um
círculo de retroalimentação acumulativa entre a inovação e seus usos.
Os documentos apresentados no terceiro capítulo, sobre a busca dos direitos de liberdade
de expressão e igualdade de direitos apresentam expressivas contribuições, da sociedade civil,
sobretudo no que tange ao compartilhamento das informações e do conhecimento, constatado na
Declaração de Princípios de Genebra e apontado em seu primeiro artigo com a seguinte
declaração:
(...) afirmamos nosso desejo e compromisso comuns em construir uma
Sociedade da Informação que seja centrada na pessoa, inclusiva e orientada ao
desenvolvimento, na qual cada pessoa possa criar, consultar, utilizar, ter acesso,
utilizar e compartilhar informações e o conhecimento, colocando as condições
para que os indivíduos, as comunidades e os povos possam desfrutar plenamente
das próprias potencialidades no favorecimento do seu desenvolvimento
sustentável e no melhoramento de sua qualidade de vida (WSIS, 2003 p. 7).

Nesse mesmo sentido, Squirra (2007) nos alerta sobre pontos relevantes da Sociedade do
Conhecimento e afirma que é muito mais complexa e delicada de ser decifrada do que alguns
parecem antever. Trata-se de setor que requer deslocamentos interdisciplinares sofisticados para
que se possa decodificar suas intricadas ramificações e abrangência (SQUIRRA, 2007 p. 170).
Alex Primo (2004) compactua com Squirra a complexidade sobre os discursos que
ocorrem sobre a Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento. Para ele é fundamental
compreender como se desenvolve o processo do conhecimento humano e sua construção social.
Primo reforça que, apesar dos conceitos sobre conhecimento, informação e comunicação, se
dialogarem entre si, ainda mantém diferenças fundamentais, entretanto o que se torna primordial
dentro dessa discussão é que ocorra a interação e interatividade entre sujeito e objeto e entre os
sujeitos para que o conhecimento ocorra.
70

5 MEDIAÇÃO E INTERATIVIDADE

Para Primo (2004), no âmbito da Internet, tanto a informação como a produção coletiva
do conhecimento na ciência e nas organizações podem ser recuperadas com os aparatos
tecnológicos, e vai além, ao afirmar que as tecnologias informáticas, são mais do que um
ferramental para acúmulo e circulação de informações, dão amplo suporte para a mediação de
interação. Nesse sentido, Primo (2004) apresenta o social software 22, que se assemelha ao
conceito de mídias digitais sociais – MDS termo utilizado pela autora dessa tese, que trata das
tecnologias como apoio à mediação de interações e que se enquadram os blogs, listas de
discussão, fóruns, instant messengers, sites de relacionamento – Orkut, Facebook, LinKedIn,
chats, programas de e-mail e outros dispositivos de interação síncrona e assíncrona que variam de
acordo com a estruturação do grupo e a autonomia do internauta.
O referido autor apresenta os processos interativos entre sujeito e objeto e entre sujeitos e
destaca que, apesar da comunicação não ser suficiente para o processo da construção do
conhecimento, esse depende da comunicação. Mas que também o uso de suportes tecnológicos,
tem ampla importância, entretanto, por si só não garante uma melhor compreensão ou resultados
adequados. Apesar disso, Primo declara que a crescente aplicação de social software em
trabalhos coletivos é um fenômeno eminente e, como tal não deve ser ignorada sua influência em
novas formas de sociabilidade, o que contribui para a formação de um cenário propício à
construção social do conhecimento por meio da interação (PRIMO, 2004).
De acordo com Piaget (1996: 12), é na organização do conhecimento que o processo de
acomodação e assimilação ocorre e se atinge a construção do conhecimento social, que se dá com
as interatividades e interações que ocorrem. Nesse caso, as mídias digitais sociais poderão
colaborar e permitir a construção desse saber, desde que os indivíduos envolvidos, sejam
respeitados em seu tempo para poder acomodar e assimilar as informações. Vale lembrar que a
assimilação envolve o processo cognitivo, que é o ato de conhecer e abarca a atenção, percepção,
memória, raciocínio, imaginação, pensamento, linguagem e ação e a acomodação envolve o

22
Os social software são tecnologias empregadas para a comunicação entre pessoas e grupos por meio da Internet.
Utilizados através de websites ou aplicativos, visa a facilitar a comunicação e a organização de informações e pode
contribuir para o debate e negociações de diferenças entre ideias.
71

modo de perceber e interpretar. De acordo com Piaget, (1996: 13) a acomodação é a capacidade
do indivíduo para modificar os esquemas preexistentes e assimilá-los sob a influência de novas
situações exteriores (meio) ao quais se aplicam. Piaget define a assimilação como:
(...) uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou
são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem
descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas
simplesmente acomodando-se á nova situação (PIAGET, 1996 p. 13)

É possível que as mídias digitais sociais, ao permitir a interação, facilitem a construção do


conhecimento social. Isso pode ser observado quando ocorrem as interatividades e interações
com os diversos atores e objetos, que fazem parte da mesma. Entretanto, vale ressaltar que a
construção ocorrerá desde que os indivíduos envolvidos sejam respeitados em seu tempo para
acomodar e assimilar as informações e saber para que, e como utilizá-las, pois, a assimilação
envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes e a acomodação
refere-se a mudanças da estrutura cognitiva para compreender o meio (PIAGET, 1978). Dentro
desse esquema interativo, Piaget (1978) ressalta que se faz necessário encontrar o equilíbrio entre
a assimilação e a acomodação, para adquirir-se a aprendizagem.
Desta forma, para que ocorra a aquisição do saber da aprendizagem ou do conhecimento,
é necessária a aquisição de informações que o ser humano adquire durante toda a sua vida com as
interferências e interações de sua vida biopsicossocial e cultural. Portanto, também com as
interferências tecnológicas que poderão favorecer nesse processo de sociabilização na Web.
Entretanto, é importante notar que, para que esse processo ocorra, a figura de um líder,
moderador ou facilitador torna-se imprescindível no ambiente virtual. Assim, a influência em
novas formas de sociabilidade e dos trabalhos coletivos, não deve ser ignorada, pois contribui
para a formação de um cenário propício para a construção do conhecimento por meio da
interação (PRIMO, 2007).
Alex Primo (2000) apresenta a interatividade em ambientes informáticos com base em
estudos de comunicação interpessoal e elucida sob o prisma de dois tipos de interação: a mútua e
a reativa. Em sua proposta de estudo, o autor baseou-se no conceito de interatividade com a
diferenciação entre o que é interativo e o que é reativo. Assinala que um sistema interativo mútuo
trabalha com a autonomia, enquanto um sistema reativo trabalha com possibilidades de escolhas
específicas. De acordo com essa proposta, um sistema interativo permite o diálogo, portanto a
72

comunicação está fundada na troca. Enquanto que na reativa, mesmo que ocorra o feedback, não
significa que houve interatividade mútua.
Assim, pode-se distinguir uma interação mútua pela interface dos sistemas e sujeitos
envolvidos, possibilitando as relações aí construídas, provocando transformações significativas e
não meramente um conjunto de ações individuais, como visto na interação reativa. Na interação
mútua, o foco está no relacionamento estabelecido e não em algum participante específico
(PRIMO, 2000). Enquanto que a interação reativa apresenta um sistema mais fechado, é linear e
indica a relação estímulo-resposta. É possível perceber claramente que há uma limitação entre os
atores envolvidos: o emissor e o receptor, onde o emissor transmite a informação e cabe ao
receptor apenas a passividade de receber e quando muito com uma co-participação ou co-criação,
que são limitadas, mas compreendidas nessa relação como feedback (PRIMO, 2000). Ainda
conforme apresentado pelo autor, percebe-se que a partir da interatividade mútua é possível que
ocorram transformações por parte de todas as esferas, desde o conteúdo como dos participantes,
sejam professores, facilitadores, mediadores ou alunos, não havendo distinção entre os polos
emissor e receptor, já que a comunicação permite a articulação de diversas redes, diversas
conexões, permitindo uma navegação livre, autônoma, sem direção pré-definida.
Autores defendem que a interatividade no processo comunicacional, dentro da relação
ensino-aprendizagem, permite o desenvolvimento de uma obra coletiva, não mais centrada na
figura do professor/emissor, mas também centrada no aluno. A interatividade no EAD poderá
facilitar cada vez mais o rompimento com a concepção linear de aprendizagem permitindo uma
prática de construção colaborativa. Segundo Primo (2010)
(...) a prática de ensino à distância que pode de fato ser revolucionária é
justamente aquela que diminui as distâncias através da interação. Trata-se de
valorizar a Internet naquilo que ela possui de mais extraordinário: a capacidade
de mediação dialógica. Se o ensino mediado pela televisão esbarrou na
transmissão unilateral, o uso da Internet com o mesmo fim se configura apenas,
e de forma paradoxal, como uma prática arcaica de última geração! (PRIMO,
2010: 14).

Nesse sentido e com o intuito de explanar mais sobre o EAD e as mudanças que estão
ocorrendo com o avanço das tecnologias digitais, no próximo capítulo serão abordados
brevemente o histórico do EAD no Brasil e a linha do tempo do EAD no Brasil, de acordo com as
características tecnológicas de cada época.
73

5 EAD: AS MUDANÇAS DE PARADIGMA, COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM E O


AVA DAS UNIVERSIDADES METOTISTA E ANHANGUERA E AS DIFERENÇAS DAS
GERAÇÕES

Pretende-se focar neste capítulo o panorama das abordagens educacionais da EAD e o uso
das tecnologias e o papel do professor e do aluno no processo ensino aprendizagem, bem como
descrever sobre o advento da Educação a Distância – EAD e suas características, assim como, os
principais aspectos legais que ajudaram o seu incremento no Brasil. Identificaremos ainda as
mudanças na área da educação com a chegada das mídias digitais: computador, Internet, vídeo e
outros recursos tecnológicos. Por último, intentamos destacar as gerações que fazem parte do
universo estudantil e as mudanças de paradigma no campo EAD dentro desse processo.

1 EAD E AS LEIS MAIS PERTINENTES PARA O SEU INCREMENTO NO BRASIL

A educação a distância deve ser vista como uma importante modalidade de ensino,
quando o objetivo é o de atender a grandes contingentes de alunos de localidades diferentes e
distantes, sem reduzir a qualidade dos trabalhos apresentados em decorrência da ampliação de
alunos atendidos. Além disso, o desenvolvimento desta modalidade de ensino é essencial para
projetos que envolvam os cursos de capacitação de áreas específicas, a alfabetização e também os
estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional (LITWIN, 2001).
O Brasil foi um dos precursores do ensino a distância, ficando em sexto lugar no ranking
entre os países quando, no inicio do século XX, iniciou suas atividades em cursos por
correspondência. Os primeiros países a desenvolver atividades nessa modalidade foram: Suécia
(1833), Inglaterra (1840), Rússia (1850), Alemanha (1856) e EUA (1874).
O Quadro 2 apresenta a linha do tempo em EAD no Brasil, no decorrer do século XX e
início do século XXI.
74

Quadro 1 - Linha do Tempo - EAD no Brasil

1904 Cursos por correspondência.


1922-25 Rádio Sociedade Educativa do Rio de Janeiro, por Edgard Roquette-Pinto
1939 Cursos livres de iniciação profissional – Instituto Monitor
1939 A Marinha utiliza ensino por correspondência
1941 Criação do Instituto Universal Brasileiro
1942 Reforma Capanema. Primeira legislação que reconhecia a validade dos
estudos feitos à distância
1965 Início das TVs educativas, gerando os Telecursos
1967-74 INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) inicia o Projeto Saci. –
utilização de satélite doméstico para transmitir imagens
1969 Televisão Educativa do Maranhão: ofereceu ensino de 5ª a 8ª séries
1970 Projeto Minerva, transmitido pelo rádio MEC (ex-rádio Roquette Pinto):
milhares de pessoas realizaram estudos básicos
1973 Projeto Logos – de capacitação de professores leigos. Utilizava material
impresso, organizado em módulos de ensino
1976 Sistema Nacional de Teleducação – mantido pelo Senac
1978 Telecurso 2º Grau – parceria entre a Fundação Padre Anchieta e a
Fundação Roberto Marinho
1979 Cursos livres na UnB - parceria com a The Open University
1989 Universidade Federal de Lavras: primeira universidade a oferecer cursos
de pós-graduação a distância
1990-91 Programa Salto para o Futuro. Educação continuada para professores, por
meio da transmissão de TV via satélite
1994 Primeiro vestibular para uma licenciatura a distância, pela Universidade
Federal do Mato Grosso. Início do curso aconteceu em 1995
1995 Criação do LED-UFSC, laboratório que criou a metodologia e os sistemas
para os primeiros cursos de especialização e de mestrado com uso de
internet e videoconferência, deflagrando a universidade virtual no país
1995 Lançamento da TV Escola
1996 Reconhecimento da validade da EAD para todos os níveis de ensino.
Criação da Secretaria de Educação a Distância – Seed
1999 O MEC inicia o processo de Credenciamento de IES para EAD.
2005 Decreto 5.622 estabelece momentos presenciais para avaliação
Fonte: Torres & Vianney, 2011; Saraiva: Educação a distância no Brasil: lições de história.

Observa-se, no quadro 2, que ocorreram várias tentativas da sociedade organizada e do


governo, em expandir essa modalidade de ensino. Inicialmente, o desenvolvimento desta
modalidade se deu com material didático impresso como cartilhas e manuais, que continham todo
75

conteúdo básico, para a formação do aluno e eram entregues pelo correio. Com o início da
radiodifusão, começou também a utilização do rádio com finalidades educativas. Com a criação
da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 por Roquette Pinto, a educação a
distância teve um novo formato, agora como programas radiofônicos educativos. No Brasil, o
desenvolvimento da educação a distância contou, em 1941, na cidade de São Paulo, com o
conhecido Instituto Universal Brasileiro - IUB, que treinou milhares de indivíduos.
Na década de 60, a EAD sofreu um grande golpe, ao ter todo material apreendido pelos
governos militares, por considerarem as cartilhas produzidas para a alfabetização de adultos,
como uma tentativa de subversão. Como consequência, todo trabalho na época mantido pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB e apoiado pelo Movimento de Educação de
Base-MEB realizado na região do Nordeste foi interrompido. Ainda nesta mesma década, após o
advento da televisão, lançou-se pela primeira vez a ideia de uma Universidade de Cultura
Popular. É nesta época que surgem os programas de TV como mídia de apoio ao conteúdo
23
impresso, que começou a se concretizar em 1966, transmitindo, pela TV Continental , o curso
24
Artigo 99 . Logo, outras emissoras de televisão, como a TV Educativa aderiram ao programa e
seu sucesso foi decisivo para uma maior participação dos Governos Federal e Estaduais.
Em 1967, foi criada, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a Lei n° 5.198, a
Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa. Em 1968, a Fundação Padre Landell de
Moura-FEPLAM dá início, no Rio Grande do Sul, a uma série de cursos profissionalizantes e de
madureza pela TV e pelo rádio neste mesmo ano, é inaugurada a TV Universitária do Recife, em
Pernambuco (MOTTA, 1998).
Mas, foi na década de 70 que começa a haver, nos meios oficiais e particulares, certa
compreensão e aceitação da modalidade do ensino a distância e muitas iniciativas bem sucedidas
começaram a despontar. Segundo Mansur (2001), em meados da década de 70, o EAD começou
a conquistar lugar na América Latina e novas experiências acabaram por envolver decisões
políticas para a modalidade, como a criação de “universidades diferentes”, o que ocorreu em
momentos de intensa mobilização social e participação política estudantil. A criação da Fundação
Maranhense de Televisão Educativa, primeira TV Educativa do Brasil, serviu de exemplo para a

23 A TV Continental é uma extinta emissora de TV do Rio de Janeiro, transmitida pelo canal 9 entre 1959 e 1972.
Foi a terceira emissora inaugurada nesta cidade, após a TV Tupi (canal 6) e a TV Rio (canal 13)
24 Em 1961, a LDB 4024 cria os cursos Artigo 99 e 91 (ginasial e colegial à distância)
76

criação de outras TVs educativas da Região. Assim como, a criação do Projeto Minerva para a
formação supletiva nos níveis do ensino fundamental e médio (1º e 2º grau) que teve grande
influência para que fosse incluído na Lei nº 5.692, no art. 25, um parágrafo prevendo que os
cursos supletivos poderiam ser ministrados, com a utilização dos meios como rádio e televisão,
permitindo alcançar um maior número de alunos.
Mansur (2001) destaca a década de 80 como de singular importância em matéria de
criação e consolidação de projetos da modalidade na América Latina no período de pós-ditadura.
Nesta década, uma grande preocupação é também demonstrar que a modalidade constituía uma
opção com a mesma qualidade acadêmica que a presencial e romper com a imagem de ensino de
segunda categoria.
Na década de 90, o ensino a distância teve apoio significativo do governo com a criação
da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, mais conhecida como Lei Darcy Ribeiro ou Lei de
diretrizes e Bases - LDB, a educação a distância foi regulamentada da seguinte forma:
• Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
• 1° A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por
instituições, especificamente credenciadas pela União.
• 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma
relativos a cursos de educação a distância.
• 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e
a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino,
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
• 4° A educação a distância gozará de tratamento diferenciado que incluirá:
• I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons
e imagens,
• II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas,
• III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de
canais comerciais.
Destaca-se nesse Artigo 80, da LDB e nos seus respectivos parágrafos, o
reconhecimento da modalidade de educação a distância como processo positivo de formação do
77

cidadão brasileiro, que deveria valer e ser aplicada em todos os níveis e modalidades
educacionais. Também determina que a EAD no Brasil tenha uma regulamentação própria.
Outro fator que ajudou a consolidar a EAD foi a recepção via satélite em processos
educativos. Vale observar que a modalidade do EAD, procurou adotar as tendências pedagógicas
e responder aos avanços da tecnologia, atrelada a um meio de comunicação vigente e atuante em
cada época. O percurso demonstra que, a partir da caracterização da EAD como modelo
educacional mediado pelas tecnologias, tornou-se imprescindível que as duas áreas, comunicação
e educação, efetivassem este diálogo e que fossem logicamente inseridas neste o campo da
tecnologia (KFOURI, 2009: 159). Todavia, fica evidente que a consolidação da EAD está muito
relacionada com a chegada da Internet, tornando-a muito mais significativa para o contexto
educacional brasileiro.
Além das leis e decretos, o governo brasileiro, nos últimos anos, também criou vários
programas para o desenvolvimento da educação a distância, que buscam ampliar e interiorizar a
oferta de cursos e programas do ensino fundamental, médio e de educação superior. Neste
sentido, além da Universidade Aberta do Brasil (UAB) 25, também criou o Banco Internacional
de Objetos Educacionais. Trata-se de um portal para assessorar o professor, onde estão
disponíveis recursos educacionais gratuitos em diversas mídias e idiomas (áudio, vídeo,
animação/simulação, imagem, hipertexto, softwares educacionais) que atendem desde a educação
básica até a superior, nas diversas áreas do conhecimento. O Ministério da Educação (MEC)
também disponibiliza, desde 2004, o acervo digital, com mais de 123 mil obras no portal domínio
Público. Esse portal oferece acesso gratuito a obras literárias, artísticas e científicas (na forma de
textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação
autorizada. Tanto o portal Banco Internacional de Objetos Educacionais 26 como o acervo digital
27
são suportes facilitadores para todos os que estão envolvidos direta ou indiretamente com o
EAD.

25
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um projeto construído pelo Ministério da Educação e Associação dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, para
oferta de cursos e programas de educação superior a distância, em parceria com as Universidades Públicas, por meio
de consórcios com municípios e estados da Federação.
26
Banco Internacional de Objetos Educacionais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-
objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611>
27
Acervo digital. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>
78

De acordo com entrevista realizada com o Diretor de Políticas de Formação, Materiais


Didáticos e de Tecnologias para a Educação Básica do MEC, Sérgio Gotti (2011) o MEC investe
em Novas tecnologias para a escola pública desde os laboratórios de informática, projetor
multifuncional, laptops, Internet com banda larga até a possibilidade, ainda futura, de aquisição
de tablets. Gotti afirmou ainda que, o Ministério da Educação (MEC) acompanha o avanço das
tecnologias e procura inseri-las nas escolas brasileiras, destacando que apesar do laboratório de
informática não ser considerada uma política ultrapassada, as novas tecnologias devem ser
incorporadas à sala de aula. Deu como exemplo o Programa “Um Computador por Aluno”
(UCA) que, desde 2010, disponibiliza uma linha de financiamento para que estados e municípios
comprem a custo mais baixo laptops para serem usados individualmente pelos alunos,
informando que já foram adquiridos 250 mil equipamentos. Para Sérgio Gotti, é importante que
fiquemos atentos com as pesquisas realizadas, principalmente sobre essa geração do século XXI,
denominada por muitos autores como a Geração Internet ou a geração Y, pois elas são mais
antenadas com as tecnologias e são provocativas ao ponto de até, em muitos casos, induzir
professores a utilizar mais as tecnologias. De acordo com Gotti, (2011) esses alunos estão muito
mais plugados do que a geração anterior, considerada por ele como os migradores na utilização
das novas tecnologias.
Além disso, o MEC, desde 2008, com o intuito de fazer do professor também um
multiplicador, na questão da utilização das tecnologias, desenvolveu o programa ProInfo
Integrado. Esse programa tem o objetivo de formar o professor para a utilização das Tecnologias
da Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano escolar para o uso didático-pedagógico. Os
cursos ofertados são desde a “Introdução à Educação Digital”, “Tecnologias da Educação” até a
“Especialização de Tecnologias em Educação”, que além de visar a inclusão digital dos
profissionais da educação, busca também motivá-los, levando-os a refletir sobre o impacto do uso
das tecnologias digitais nos diversos aspectos da vida, assim como, possibilitar a tomada de
consciência para compreender as várias dimensões do uso pedagógico das novas mídias e
tecnologias. Esse processo favorece a reconstrução das práticas educativas, tendo em vista o
contexto da sociedade em constante mudança e uma nova visão epistemológica envolvida nos
processos de conhecimento, planejar e executar ações a partir de uma ótica transformadora
viabilizando a articulação entre o projeto político-pedagógico, as atividades de gestão e a prática
educativa mediada por tecnologias (MEC, 2012).
79

O então secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Bielschowsky, apresentou


em 28 de setembro de 2009, no XV Congresso Internacional da ABED em Fortaleza, dados
globais da EAD no Brasil: eram 1.075.272 alunos de instituições credenciadas para a modalidade
EAD e na educação corporativa, existiam 32 empresas que ministravam cursos aos seus
funcionários, com 498.653 alunos. Na modalidade cursos livres, estudavam 1.074.106 alunos de
42 instituições que utilizavam a modalidade EAD, num total de 2.648.031 (BIELSCHOWSKY,
2009).
Apesar do Ministério da Educação investir nesta modalidade, com o intuito de
democratizar o acesso ao ensino superior, sabe-se que ainda há muito que fazer, pois não se trata
de apenas realizar uma renovação tecnológica. Mas trata-se de envolver novas técnicas, métodos,
conteúdos que deverão ser trabalhados em um mundo, realmente virtual, que além de atender à
demanda de todos os níveis de ensino, otimizarão tempo e espaço. No entanto, há a necessidade
de criar e implantar, em ritmo ainda mais rápido, novos métodos e técnicas de ensino, além de
desenvolver novos dispositivos como softwares que possibilitem a participação mais criativa,
interativa e colaborativa, dentro das Instituições.

2 COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM: DOIS OLHARES

A Comunidade de Aprendizagem permite que os participantes troquem entre si, opiniões,


experiências ou ainda o compartilhamento de informações. Para Carvalho, (2007: 4) as
Comunidades de Aprendizagem são formadas para favorecer as pessoas na construção da
aprendizagem social e, dentro da Educação à distância, deve ser vista como um subsídio para o
ensino. Para que seja preservada a qualidade do ensino nas comunidades de Aprendizagem com a
utilização das tecnologias digitais, Magdalena; Costa (2005 p.4) afirmam que:
Deve-se explorar suas múltiplas direções e ao mesmo tempo, lançar novidades
com o intuito de desafiar constantemente os grupos a analisar e explorar as
possibilidades abertas por elas, auxiliando na tomada de consciência de que se
está em um processo de aprendizagem constante e sempre inacabado.
(MAGDALENA; COSTA, 2005 p. 4).

A comunidade de Aprendizagem pode propiciar uma postura mais ativa dos atores
envolvidos e promover a criação de uma comunidade virtual que interage por meio das redes em
um diálogo sincronizado e/ou assíncrono. Nesse sentido, o professor e pesquisador Ismar de
80

Oliveira Soares apresenta a Educomunicação que propõe o encontro da educação e comunicação


com a utilização das mídias digitais sociais no processo colaborativo e interdisciplinar, em que o
uso de recursos tecnológicos modernos e as técnicas da comunicação possam ser facilitadores no
processo de aprendizagem. De acordo com o pesquisador o conceito de Educomunicação
designa:
O conjunto das ações voltadas para a criação de ecossistemas comunicativos
abertos e criativos em espaços educativos, favorecedores tanto de relações
dialógicas entre pessoas e grupos humanos, quanto de uma apropriação criativa
dos recursos da informação nos processos de produção da cultura e da difusão
do conhecimento. O novo campo apresenta-se como interdiscurso,
interdisciplinar e mediado pelas tecnologias da informação (SOARES, 2000).

A Educomunicação ajuda a promover a horizontalidade da comunicação, tentando


diminuir as diferenças hierárquicas entre os atores envolvidos, diferenças de idade e ampliando o
acesso à cultura e à informação de maneira crítica e autônoma. Mas para que isso ocorra, é
necessário que, conforme a incorporação do novo conteúdo, às estruturas de conhecimento
anterior, passe a ter significado tendo como base o conhecimento prévio. Desta forma, os
ambientes pedagógicos colaborativos, que são sistemas dinâmicos e interativos desenvolvidos
para favorecer a socialização da ação e a produção de novos conhecimentos, devem ser ambientes
que fortaleçam a relação entre todos os atores envolvidos no processo ensino e aprendizagem,
possibilitando a busca e a troca constante de informação. Uma comunidade virtual que utiliza os
recursos tecnológicos como os: os blogs, wikis, fóruns, mensagens instantâneas, chats e redes de
relacionamento, além de promover a cooperação e o aprendizado em rede, permitem também
trocas em múltiplas direções, ao mesmo tempo, lançam possibilidades que permite aos atores
envolvidos participarem de um processo de aprendizagem constante e sempre inacabado.
A partir desta visão, destacam-se os ambientes pedagógicos colaborativos, que podem ser
construídos para as aulas contribuindo na formação de conhecimento, onde o foco principal é a
forma diferente de apresentar informações e que possibilitam que a aprendizagem tome novos
caminhos. Segundo Vygotsky (1989), a aprendizagem implica num processo contínuo de
internalização, ou seja, os conceitos inicialmente são desenvolvidos em sociedade e
posteriormente internalizados.
Nesse sentido, a tecnologia da informação pode servir de suporte e impulsionar iniciativas
de aprendizado pela Internet em redes formadas por pessoas que compartilham os mesmos
81

interesses e que, durante algum tempo, utilizam os mesmos recursos na rede para trocarem
informações.
Dentro do processo do EAD, a Comunidade de Aprendizagem destaca-se pela
possibilidade de materialização e fortalecimento do processo comunicacional na relação ensino-
aprendizagem, independente da distância que separa os atores envolvidos nesse processo. Essa
característica acena para vários aspectos que envolvem a sociedade em vários aspectos, desde o
aluno ávido para aprender e conquistar a sua autonomia, professores que almejam ajudar o aluno
a desenvolver o agir comunicativo, grupos de estudos sem vínculo institucional articulando
discussões voltadas para o conhecimento, assim como por empresários que percebem a grande
possibilidade lucrativa, levando-se em consideração a diminuição dos gastos com a infraestrutura
e recursos humanos.
Desta forma, percebe-se que as Comunidades de Aprendizagem podem apresentar dois
olhares distintos, que Carvalho (2007 p. 5) define como diretivo e interativo. Na modalidade
EAD diretiva os processos são apresentados com os princípios da pedagogia tradicional, segundo
o autor, nessa modalidade, a interatividade é esmagada pelos programas inflexíveis e pela
desconsideração da realidade dos alunos, enquanto que numa perspectiva mais interativa é a
“Comunidade de Aprendizagem que potencializa a tecnologias digitais (através de computadores
conectados em rede), mas, principalmente ao propiciar aos atores envolvidos uma relação
colaborativa, sendo os alunos como sujeitos ativos do próprio processo de aprendizagem”
(CARVALHO, 2007 p. 4).
Não é de se estranhar que, para os empresários da educação, a modalidade diretiva é
muito mais atrativa, já que seu modelo permite reproduzir os conteúdos preparados pelo
professor temático, sistematizar o conteúdo, planejar o curso e transmiti-lo a várias localidades
simultaneamente, com pouca ou nenhuma interatividade.
Essa solução educacional nos parece clara quanto à sua organização e produção
“industrial” e até mesmo “fordista”, assim como quanto à não autenticidade dos
sujeitos que vivenciam o processo ensino-aprendizagem (alunos-tutores). Um
dos motivos mais óbvios da utilização desse modelo é a drástica redução dos
custos e consequentemente aumento dos lucros, devido ao fato dos tutores serem
normalmente muito mal remunerados financeiramente (CARVALHO, 2007 p.
5).

Nesse mesmo sentido, Moran (2003) aponta que há uma grande variedade de cursos on-
line: cursos para poucos e para muitos alunos, cursos com pouca interação e com muita interação,
82

cursos centrados no professor e cursos centrados nos alunos, cursos unitecnológicos e outros com
múltiplas tecnologias. O autor concorda com Carvalho sobre o ponto de vista apocalíptico, em
que a simplificação nos processos pedagógicos provoca a massificação com foco na lucratividade
fácil proporcionada por essa modalidade, onde os professores mais centralizadores, se colocam
como centro da informação, e organizam o curso a partir de textos e atividades que reforcem o
papel principal do professor (MORAN, 2003 p. 42).
Por outro lado, Carvalho (2007) e Moran (2003) apontam para uma proposta mais
integradora, para esses autores a proposta do EAD pode ser mais colaborativa, desde que os
docentes possuam uma visão mais participativa do processo educacional e estimulem a criação de
comunidades colaborativas, pesquisa em pequenos grupos, produção individual e coletiva. Para
ambos os autores, trata-se de uma relação de ensino-aprendizagem repleta de processos
comunicacionais, interatividade e autonomia dos sujeitos que convivem, dando a possibilidade de
ser acolhedor e rico em diversidade, ao permitir que professor e alunos, juntos, construam
engajados colaborativamente, as diretrizes e o desenrolar do processo. Nessa perspectiva, ocorre
o agir comunicativo, do qual é possível perceber o recurso reflexivo entre os sujeitos capazes de
falar, agir e entenderem-se mutuamente sobre algo no mundo (HABERMAS, 2003a).
As mudanças tecnológicas propiciam ações pedagógicas particulares com novas
provocações para a comunidade de aprendizagem na EAD, que perpassa também no presencial.
Entretanto, nota-se que o conceito entre presença e distância no processo comunicacional na
relação de ensino aprendizagem se altera paulatinamente, e as formas de ensinar e aprender
também. É importante notar que não importa a classificação ou modalidade adotada pelas
instituições. O professor terá que se adequar às novas tecnologias e apresentar pré-disposição
para as mudanças, mesmo nos modelos em que se reproduz o conhecimento tradicional, onde a
transmissão é feita de um para muitos.
Entretanto, é possível que as Comunidades de Aprendizagem, que buscam um modelo
mais interativo e que contam como coadjuvante as mídias digitais sociais – MDS venham
provocar até mesmo aos mais tradicionais um novo olhar, que ajude a direcionar ações mais
colaborativas em torno do aprendizado, de maneira consciente e interativa.
83

3 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DAS DUAS UNIVERSIDADES:


METODISTA E ANHANGUERA

3.1 Metodologia de aulas e AVA da Universidade Metodista

De acordo com informações cedidas pela Coordenadora do Núcleo de Educação a


distância - NEAD da Instituição Metodista, Adriana Barroso de Azevedo, a EAD pertence à Pró-
Reitoria de Educação a Distância e é composta por profissionais com formações que atendem os
aspectos teórico-epistemológicos e administrativos da EAD, bem como de educadores com
competência técnica para o desenvolvimento de materiais didáticos nas diversas mídias
conhecidas e interação mediada pelas TICs. Essa equipe trabalha integrada aos professores-
temáticos, professores-tutores, coordenadores, monitores (tutores presenciais) e departamentos de
gestão acadêmico-administrativa da Metodista.
Os que atuam mais diretamente junto à equipe docente são profissionais com formação
em nível superior. A equipe conta também com estagiários de cursos de graduação da área de
Comunicação que atuam especificamente com a produção em estúdios de televisão, edição e
suporte à criação de recursos midiáticos digitais.
Com o intuito de estabelecer vínculo entre professores e alunos, o trabalho é realizado por
uma equipe multidisciplinar. O processo se inicia com o envio do material pelo coordenador de
curso à assessoria de materiais didático-pedagógicos que, conjuntamente, orienta os professores-
temáticos na elaboração de conteúdos e faz a verificação dos recursos didáticos e apresentações
das teleaulas. A assessoria pedagógica atua também na formatação dos planejamentos semanais e
das aulas-atividade. Há a preocupação de se estabelecer uma linguagem provocativa que estimule
o aluno e, ao mesmo tempo, desperte seu interesse, além de ser clara, simples e dialógica, devido
às condições peculiares da educação a distância. Nesses materiais didáticos além da linguagem,
analisa-se a adequação à proposta pedagógica encontrada na matriz curricular e no plano de
ensino e faz-se a revisão ortográfica, de direitos autorais e quando necessário, adequação do
tempo de dedicação de estudos dos alunos nas atividades e leituras propostas. A coordenadora
declara que uma aula equilibrada, com atividades de natureza variada, questões relevantes e
respostas abrangentes faz toda a diferença no engajamento do aluno com o conteúdo, e,
84

consequentemente, na sua determinação a continuar utilizando-o de forma criativa, prazerosa e


consistente.
Após a verificação por parte da equipe pedagógica, os materiais didáticos são
encaminhados para a equipe de produção de materiais didáticos. Orientados pelo Design
Instrucional, que se integram com diferentes tecnologias, o material passa pelo desenvolvimento
conceitual, em especial na questão imagética, elemento importante nesse processo. Ilustrações,
gráficos, fotografias, tabelas, animações, jogos são alguns dos recursos utilizados para enriquecer
e contribuir para uma maior apreensão do conteúdo pelo aluno, mesmo na ausência física do
professor, sempre respeitando-se a legislação vigente de Direitos Autorais.
O desenvolvimento das atividades do curso pauta-se por uma metodologia participativa,
que estimula o exercício do pensamento e da reflexão, considerando-se o contexto em que o
discente está inserido.
A transmissão ‘ao vivo’ das teleaulas para o Polo de Apoio Presencial é uma atividade
sintetizadora e integradora dos conteúdos modulares. As teleaulas podem ser seguidas ou
precedidas de atividade no laboratório do polo, as chamadas aulas-atividade. Com duração de 100
minutos, cada teleaula é ministrada por docente designado (professor-temático) e acompanhada
pelo corpo de tutores (monitores presencial e a distância, professores auxiliares).
Durante a teleaula, há a interação pelo chat, que conecta a sede às respectivas salas de
recepção das teleaulas nos polos. Pelo chat podem ser encaminhadas dúvidas, questionamentos,
reflexões e respostas aos exercícios solicitados pelo professor. Tais participações são enviadas em
tempo real a uma equipe de professores-tutores a distância que auxiliam no repasse das questões
ao docente. Esta mesma equipe responde ou comenta os questionamentos durante a teleaula.
O planejamento da teleaula deve contemplar momentos de exposição do conteúdo pelo
professor; dinâmicas de grupo; encaminhamento de perguntas; espaços para esclarecimento de
dúvidas; demais atividades organizadas pelo professor.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA adotado pela Metodista é o Moodle, uma
plataforma interativa de gestão de aprendizagem, que possibilita o compartilhamento de materiais
de estudo, discussões online, coleta e revisão de tarefas, registro de notas etc. Cada aluno tem no
AVA a visão de todo o universo de módulos que compõem sua matriz curricular semestral, assim
como mantém contato direto com a tutoria, docentes e a coordenação do curso. A plataforma
também é utilizada em atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de
85

professores e até desenvolvimento de projetos de extensão. As principais ferramentas utilizadas


na EAD da Metodista são: mensagens, chat, fórum, wiki, pesquisas de opinião (enquete),
questionários, tarefas, diários online e glossário.

3.2 Metodologia de aulas e AVA da Universidade Anhanguera

De acordo com informações cedidas pela instituição, as teleaulas dos cursos de graduação
a distância são transmitidos ao vivo, via satélite para os polos de apoio presencial, duas vezes por
semana. O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) funciona via Internet e é onde o aluno tem
acesso ao tutor EAD para ajudá-lo a esclarecer dúvidas, além de correções de trabalhos.
É pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), utilizando a plataforma Moodle, que
facilita a interlocução entre os usuários com possibilidades de comunicação síncrona e assíncrona
que o aluno acessa os materiais de estudo como textos de apoio, vídeos, registros das aulas, além
de possibilitar a troca de mensagens entre os alunos e o professor. O aluno pode acessar o AVA
do laboratório de informática de seu polo ou de qualquer computador conectado à internet. O
AVA é utilizado como recurso tecnológico para potencializar a aprendizagem e estimular a
prática dos estudos independentes, visando à progressiva autonomia profissional do aluno.
A metodologia de ensino no EAD que a Universidade Anhanguera adota, permite que a
turma acompanhe as teleaulas e em alguns momentos possa interagir com os tutores EAD a
distância. No mesmo dia das teleaulas, os alunos têm um momento para a realização das
atividades propostas e são acompanhados pelos tutores. Durante a semana, os alunos devem
acessar o AVA para realizar as atividades propostas, além de poderem se comunicar com os
colegas, tutores e professores de forma on-line ou off-line. Com o objetivo de incentivar a leitura
autônoma e a participação do estudante no ambiente virtual, além de despertar a curiosidade para
leituras extras e complementares relacionadas aos temas estudados, a universidade propõe o
fórum geral que é uma ferramenta de comunicação assíncrona entre os usuários que permite a
interação. O fórum de notícias para publicação dos avisos e notícias, tais como prazos para
entrega de atividades, critérios de avaliação e outros avisos importantes da disciplina, as
mensagens publicadas nesse fórum somente podem ser visualizadas, sem poder interagir.
Atividade de autodesenvolvimento trata-se de uma tarefa que o aluno realiza individualmente,
86

por meio de um roteiro de trabalho, e que requer diferentes níveis cognitivos para sua solução. O
objetivo geral é fixar, aprofundar os conceitos. O roteiro de estudos é uma tarefa que o aluno
realiza com o objetivo de aprender a resolver problemas (este conteúdo se aplica às disciplinas –
Núcleo Comum). A atividade colaborativa é uma tarefa que o estudante realiza em grupo, por
meio de fórum geral e um roteiro de trabalho com o objetivo de aprender a resolver problemas,
em equipe (este conteúdo se aplica às disciplinas - específicas). As questões para
acompanhamento da aprendizagem com múltipla escolha servem para o aluno verificar o nível de
compreensão do conteúdo. São permitidas até 02 tentativas para resolução desta atividade. O
objetivo geral desse item é a autoavaliação.
No momento das teleaulas, o aluno assiste às aulas transmitidas via satélite e pode
interagir com a ajuda do professor/tutor presencial para esclarecimentos de dúvidas.

4 GERAÇÕES: IMIGRANTES E NATIVOS DIGITAIS

O objetivo deste item é o de buscar subsídios e argumentos para compreender as


diferenças que ocorrem com o indivíduo que nasceu em meio às mídias digitais sociais com
aquele que teve além de ter que aprender a conviver com essas mídias, também foram os
protagonistas que contribuíram com as inovações tecnológicas. Entretanto, não há interesse em
classificar ou rotular as diferenças das gerações, principalmente as últimas, que são formadas
pelos mais jovens, pois esses, independente da época são jovens, portanto, com as características
pertinentes à própria juventude.
Outro ponto a se considerar são os múltiplos fatores que servem de auxílio para entender
as diferenças das gerações e não apenas pelo período de nascimento, já que existem outros fatores
que interferem na formação de um ser humano, tais como cultura, família, educação, padrão
econômico e localização, assim como, acontecimentos sociais e culturais coletivos, sobretudo os
aspectos comportamentais mais fáceis de serem identificados. Embora esse último, seja
intangível e abstrato, é possível utilizar uma classificação que tenha como objetivo apenas para
apontar as diferenças comportamentais resultantes de períodos históricos com grandes
movimentos sociais que interfiram e continuam interferindo na sociedade, como o próprio avanço
tecnológico. Como exemplo disso, o quadro 2 apresenta para fins didáticos aspectos
fundamentais para a compreensão da atual realidade geracional.
87

Quadro 2 - Classificação Geracional


Períodos
Nascidos nas Média Centro Principal
Nome décadas da geração Característica Ansiedade
Idealistas
Belle Époque 1920 / 1930 75 anos Disciplina
Sonhadores

Estruturados
Baby Boomers 1940 / 1950 60 anos Revolução
Construtores

Céticos
Geração X 1960 / 1970 45 anos Facilidades
Tolerantes

Desestruturados
Geração Y 1980 / 1990 22 anos Inovações
Contestadores

Conectados e
Geração Z 2000 / 2010 10 anos Equilíbrio
relacionais

Fonte: Oliveira, (2012)

A média centro da geração apresentada na tabela é devido à falta de consenso entre os


autores sobre os anos limítrofes de cada geração. Um fato que se destaca é a existência de cinco
gerações presentes na atualidade. Apesar de alguns indivíduos da geração Belle Époque e ainda
muitos da geração Baby Boomers, serem contemporâneos e conhecerem ou apenas conviverem
no mundo que as mídias digitais sociais estão em eminência, foi a geração X que mais sofreu o
impacto com a explosão dessas Mídias, enquanto que as Gerações Y e Z nasceram usufruindo
dessas ferramentas.
Por isso, autores como Marc Prensky (2010) separam os usuários das MDS como
Imigrantes ou Nativos digitais. Para o autor os nascidos depois de 1980, quando iniciava o
domínio das tecnologias digitais são chamados de Nativos digitais e muitos possuem acesso e
habilidades para lidar com as novas tecnologias. Cada vez mais jovens e crianças dominam as
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, desse modo eles interagem de um modo bem
diferente de outras épocas. Entretanto, vale esclarecer que nem todos nascidos a partir da década
de 80 têm acesso ou facilidades para acessar as tecnologias digitais.
88

No entanto, será feito menção a essa nova geração de Nativos digitais com acesso às
tecnologias digitais, e que passam a maior parte do tempo conectado nas redes sociais, blogs,
jogos online, em meio às inovações tecnológicas. Nesses espaços socializam, se expressam
criativamente e compartilham ideias e novidades, muitos não distinguem o online do offline e
diante dessa realidade virtual aparecem as preocupações, em especial, dos pais e professores
referente à segurança e privacidade dos nativos no ciberespaço 28 (SANTOS, 2011 p. 5).
Enquanto os Imigrantes nasceram em outro meio, não dominado pelas tecnologias
digitais, seu modo de aprender foi outro, apesar de terem presenciado o início da era digital,
cresceram em um mundo analógico, mas são os que mais contribuíram para a evolução
tecnológica, apesar do esforço para se manterem conectados com as sofisticadas ferramentas
tecnológicas, o fazem nas formas tradicionais e analógicas da interação, são menos familiarizados
com o ambiente digital, os quais aprenderam ao longo da vida a utilizar as tecnologias como e-
mails e redes sociais (SANTOS, 2011 p. 6).
Dessa forma, a convivência entre imigrantes e nativos pode ser conflitante, como por
exemplo, formação do professor imigrante diverge da forma como seus alunos, nativos digitais
percebem o conhecimento e o meio em que vivem. Por outro lado, há muitas situações em que os
estudantes, também são imigrantes digitais e são ensinados por professores imigrantes, nesses
casos ambos são de uma cultura pré-Internet. Em seu artigo sobre Nativos e imigrantes digitais,
Prensky compara o aprendizado dos imigrantes digitais em relação às tecnologias digitais com
todos os demais imigrantes mesmo que alguns aprendam mais do que os outros, sempre manterão
um certo grau de sotaque:
O “sotaque do imigrante digital” pode ser percebido de diversos modos, como o
acesso à internet para a obtenção de informações, ou a leitura de um manual para
um programa ao invés de assumir que o programa nos ensinará como utilizá-lo.
[...] Há centenas de exemplos de sotaque de imigrante digital. Entre eles estão a
impressão de seu e-mail (ou pedir a secretária que o imprima para você – um
sotaque ainda “mais marcante”); a necessidade de se imprimir um documento
escrito do computador para editá-lo (ao invés de editá-lo na tela; e trazer as
pessoas pessoalmente ao seu escritório para ver um web site interessante (ao
invés de enviar a eles a URL). (PRENSKY, 2010)

Prensky (2010), também chama a atenção para as várias denominações dada aos jovens
que nasceram em meio ao universo das mídias digitais como: N-gen [Net] ou D-gen [Digital], a

28
Indicam os meios materiais de comunicação digital, mas, sobretudo o universo de informações e interações
humanas (LEVY, 1999)
89

mais utilizada, segundo o autor, é Nativos Digitais. Para ele os estudantes de hoje são todos
“falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet. Atualmente na
literatura há um destaque especial com respeito a essa geração independentemente da
denominação dada a ela, inicialmente, procura-se rotulá-la e apresentar muito mais as
características chamadas “negativas” do que buscar um entendimento mais amplo sobre o que faz
os jovens de hoje serem como são.
Oliveira, (2012) apresenta um olhar antropológico sob esse tema, para ele a sociedade e as
organizações deveriam passar a estudar o que está ocorrendo com as gerações e aprender a
potencializar os resultados para os campos pessoal e profissional.
Estamos vivendo mais tempo e é imperioso entender como isso nos afeta,
buscarmos analisar por meio de dados estatísticos o que está mudando e qual a
tendência. Os papéis já não são os mesmos, sejamos nós pais, filhos, educadores
e/ ou gestores de pessoas. Os diversos ciclos de nossa vida variam de geração a
geração e a partir do entendimento do que está acontecendo no mundo, suas
mudanças e suas consequências, que poderemos ser reais agentes de mudança
(OLIVEIRA, 2012 p.12).

Além do mais, esses professores e muitos alunos que também são imigrantes,
experimentam uma situação sem precedentes, de acordo com o IBGE, (2010) a expectativa de
vida em média para mais 30 anos, esse fator altera profundamente a cadeia de expectativas tanto
nas relações pessoais como nas relações institucionais. Há três décadas apenas, um profissional
poderia adotar um plano de carreira que contemplasse 35 ou 40 anos, na mesma empresa, já no
seu primeiro emprego e em seguida, a aposentadoria, estimada para um período de até dez anos,
já que a expectativa de vida média, até então, era de 65 anos. Esses profissionais, hoje com idade
média de 55 anos, têm possibilidades reais de viver mais 30 anos, por isso não podem se dar ao
luxo de se aposentar, ou melhor, parar de trabalhar, pois estão na plenitude profissional, têm
saúde física, possuem acesso a instrumentos de qualificação e, inevitavelmente, desejam sustentar
o estilo de vida que alcançaram após tantos anos de trabalho (OLIVEIRA, 2012 p. 75).
Além disso, esses veteranos sabem que possuem um patrimônio bastante raro hoje – a
experiência – e utilizam esse fator como principal instrumento para sustentar o status alcançado
até então, enquanto os jovens da Geração Y ingressam no mercado de trabalho muito mais tarde
e, apesar do eventual preparo teórico maior, carecem justamente de experiência e atitude
profissional (OLIVEIRA, 2012 p. 24).
90

6 TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA

O objetivo deste capítulo é o de buscar uma maior compreensão dos conceitos


fundamentais que envolvem a Teoria da Ação Comunicativa, que, segundo Jürgen Habermas, são
importantes para a racionalidade comunicativa que emerge das interações ocorridas no mundo,
além de explanar o conceito de sociedade como sistema e como mundo vital no processo ensino-
aprendizagem. Também pretendeu-se apresentar o modelo do agir comunicativo e as ações
coletivas e democráticas, desenvolvidas por Habermas, que provocam o pensamento crítico,
reflexivo, interativo, colaborativo e comunicativo, tão importantes para a emancipação do
indivíduo, fundamentais para o aluno que optou por estudar a distância.

1 RAZÃO INSTRUMENTAL X RAZÃO COMUNICACIONAL

O pensador e crítico Jürgen Habermas, nasceu em 18 de junho de 1929, é considerado por


muitos como o principal herdeiro do movimento que se convencionou chamar de Escola de
Frankfurt, encontrando-se ainda nos dias atuais como crítico das práticas sociais. Na teoria que
ele cunhou como Ação Comunicativa, procurou integrar visões divergentes e dialoga com autores
de uma ampla gama de linhas teóricas. Para Habermas, (1987a) as teorias apresentadas pelos
autores como Weber, Adorno e Horkheimer, que inclusive foram seus mestres, propiciam um
impasse porque, de acordo com suas considerações, eles trabalham com um conceito restrito de
razão. Para esses teóricos, o processo de modernização capitalista, que é calcado na razão
instrumental tem como princípio a conquista do homem sobre a natureza, mas que em um mundo
administrado em nome da técnica sobreleva a dominação do homem sobre o homem e desta
forma eclode a desrazão no seio da sociedade de consumo. Habermas supera a visão pessimista
de seus mestres quanto à emancipação social que permeia o conhecimento racional e a
dominação ao reconsiderar o potencial emancipatório da razão. Para Habermas (2003ª p. 304), o
Iluminismo fomentou uma moral laica secularizada, de forma que consciência moral civil ganhou
autonomia frente ás perspectivas cosmológicas e religiosos, possibilitando uma ética regida por
princípios. Para o autor, a racionalidade comunicativa não se trata de uma relação de um sujeito
91

solitário com algo no mundo objetivo que pode ser concebido e manipulado, mas de uma relação
intersubjetiva, que sujeitos que falam e atuam, assumem quando buscam o entendimento entre si,
sobre algo e quando esse processo comunicacional não se efetiva é porque há rejeição no que está
sendo dito, por um dos atores envolvidos, para Habermas:
Quem rejeita um ato de fala inteligível e contesta a validade do que é dito, está
considerando três aspectos a verdade, a correção e a sinceridade. Com esse
“não”, ele dá expressão ao fato de que o proferimento não preencha pelo menos
uma de suas funções (da representação de estados de coisas, do asseguramento
de uma relação interpessoal ou da manifestação de vivência), porque ele não se
harmoniza com o mundo dos estados de coisas existentes, ou não se harmoniza
com o mundo particular das vivências subjetivas. (HABERMAS; 2003ª p. 394)
29

Para evitar a não comunicação que pode também ser imposta por regras ou normas, é
importante que os atores comunicativos movam-se por meio de uma linguagem natural, valendo-
se de interpretações culturalmente transmitidas que se referem a algo simultaneamente em um
objetivo, em seu mundo social comum e em seu próprio mundo subjetivo, pois quando há a
rejeição para que ocorra o diálogo verdadeiro não é possível acontecer o relacionamento
interpessoal, que fortalece a autonomia.
Habermas desenvolve a Teoria da Ação Comunicativa visando resgatar o conceito de
autonomia e promove um salto qualitativo ao restituir a ideia de que existe um sentido
universalista de razão que se aplica à dimensão moral-prática e que pode ir além das limitações
impostas pela visão reducionista da racionalidade instrumental para ainda reintegrar o poder
emancipatório. Portanto, a emancipação é um tipo especial de autoexperiência porque nela os
processos de autoentendimento se entrecruzam com um ganho de autonomia (HABERMAS
1994: 99). Desta forma,

a emancipação pressupõe uma ação voltada para o entendimento, o que faz com
que esta só seja possível quando ocorrer a expansão dos processos de ação
comunicativa, que se fundamentam necessariamente na capacidade da
humanidade de alcançar consensos racionais através do processo de
argumentação”. (HABERMAS 2003ª p. 500)

29
Cuando el hablante rechaza un acto de habla por no considerarlo normativamente correcto, por considerarlo no
verdadero, o por considerarlo no veraz, lo que está expresando con su <no> ES que La emisión no cumple las
funciones de asegurar una relación interpersonal, de servir a La exposición de un estado de cosas, o de manifestar
vivencias subjetivas, y ello por no estar en concordancia, bien sea con nuestro mundo de relaciones interpersonales
legítimamente ordenadas, o con el mundo de estados de cosas e existentente, e con el mundo de vivencias
subjetivas propio de cada uno. (HABERMAS 2003: 394)
92

Em termos gerais, a visão de autores positivistas também é criticada por Habermas que
demonstra uma grande inquietação a respeito dos efeitos do positivismo nas sociedades
modernas, onde impera uma razão técnica e instrumental, própria do capitalismo avançado. Sobre
a forma com que o racionalismo é visto pelo autor nas ciências positivistas, é possível
acompanhar na seguinte citação: “a razão encolhe-se, reduzindo-se ao aspecto formal, fazendo a
racionalidade dos conteúdos dependerem somente da racionalidade dos procedimentos, de acordo
com os quais se tenta resolver problemas – problemas empíricos e teóricos na comunidade dos
pesquisados e no empreendimento organizado das ciências” (HABERMAS, 2002 p. 44)
Habermas busca um novo entendimento de racionalidade e, ao contrário da visão
pessimista quanto à humanidade, mantém sua crença no desenvolvimento da razão como base
para a emancipação humana e propõe a substituição do racionalismo instrumental pelo
racionalismo comunicativo que é expresso por meio do discurso e se materializa promovido pela
ação comunicativa. Portanto, para Habermas, a racionalidade comunicativa,
É a experiência central que volta-se para a capacidade de combinar, sem coerção
e com consenso, o processo argumentativo que tem um discurso de apresentar
com diferentes participantes e conseguem superar a subjetividade inicial de seus
pontos de vista e as convicções da comunidade graças a racionalidade
comunicativa que é motivada para garantir a unidade e no lugar do mundo
apenas objetivo o contexto da intersubjetividade possa se desenvolver em nossas
vidas. (HABERMAS, 2003a, p.27) 30

Nesse sentido, o processo comunicativo, tratado por Habermas na Teoria da Ação


Comunicativa, o discurso não pode ser distorcido e a linguagem é apresentada em quatro níveis:
o que é dito deve ser inteligível pelos outros, o conhecimento do que é dito deve ser verdadeiro, o
emissor justifica-se por certos direitos sociais ou normas que são invocadas no uso do idioma, o
emissor deve ser sincero no que diz, não tentando iludir o receptor. Somente desta forma ocorrerá
a comunicação na íntegra, ou seja, quando não há violação nas regras estabelecidas. Habermas
define esse processo como verdade de caráter universal. (HABERMAS, 1989 p. 147)

30
posee connotaciones que en última instancia se remontan a la experiencia central de la capacidad de aunar sin
coacciones y de generar consenso que tiene un habla argumentativa en que diversos participantes superan la
subjetividad inicial de sus respectivos puntos de vista y merced uma comunidad de convicciones racionalmente
motivada se aseguran a la vez de la unidad del mundo objetivo y de la intersubjetividad del contexto en que
desarollan sus vidas. (HABERMAS, 2003a, p.27)
93

De acordo com Habermas (1989: 146), o processo de comunicação que busca o


entendimento mútuo encontra a verdadeira interação, pois somente uma argumentação, em forma
de discurso, permite o acordo de indivíduos quanto à validade das proposições ou à legitimidade
das normas. Por outro lado, o discurso pressupõe a interação, isto é, a participação de atores que
se comunicam livremente e em situação de harmonia.
Habermas (1989 p. 155 - 156) acredita que a sociedade recebe influência de duas esferas:
a do sistema e a do “mundo da vida”. O sistema refere-se à reprodução material, regida pela
lógica instrumental, adequação de meios a fins, incorporada nas relações hierárquicas, poder
político, de intercâmbio e economia. Enquanto que o “mundo da vida” é a representação de
reprodução simbólica: da linguagem, das relações do intercâmbio entre os indivíduos que dão
significados às coisas e, ao mesmo tempo, compõem determinada visão de mundo, sejam eles
referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos (HABERMAS,
1989 p. 166).
De uma forma mais ampla é possível dizer que o “mundo do sistema” tenta controlar o
“mundo da vida”. O que provoca um distanciamento entre o mundo do sistema (leis, regras e
ações planejadas) e o “mundo da vida” (necessidades reais dos sujeitos, seus sentimentos e
percepções), gerando problemas tais como: insatisfação, miséria, submissão e violência
(IAROZINSKI, 2000: 25).
O quadro 3 esclarece as peculiaridades presentes nos dois mundos: Mundo do Sistema e
“mundo da vida”.
Quadro 3 – Mundo do Sistema e Mundo da Vida
Mundo do Sistema Mundo da Vida
Modos de produção e reprodução Modos de produção e reprodução
artificial simbólica
Estado / Economia Experiência comunicativa intersubjetiva
Poder / dinheiro Cultura, Linguagem e verdades falíveis
Conhecimento voltado a interesses Conhecimento tácito
Relação a meios e fins (sejam normas
Relação a fins
fatos, vivências)
Ação instrumental e/ou estratégica
Ação Comunicativa S- S Sujeito - Sujeito
Sujeito – Objeto S – O
Entendimento, liberdade e autonomia
Êxito e domínio
reflexiva
Fonte: Quadro adaptado de (MEDEIROS 1995: 12)
94

A partir desses constructos Habermas, (1989) defende a ideia de que é no “mundo da


vida” que o indivíduo mostra sua racionalidade, mediada pela ação comunicativa, e calcada na
estruturação de três universos: o objetivo, subjetivo e social. Para o autor, a ação comunicativa só
ocorre quando há coordenação e aprovação dos objetivos e definições tácitas (subjetivas) de uma
determinada situação, cujo interesse é presente para dois ou mais atores (sociais), para ocorrer
com fluidez o diálogo. Essa forma de comunicação pode ser observada em alguns diálogos que
acontecem nas Redes Sociais, em que a conversação acontece abertamente.

2 AÇÃO COMUNICATIVA E O PROCESSO COMUNICACIONAL DENTRO DA


RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM VOLTADO PARA A EMANCIPAÇÃO DO
INDIVÍDUO

Habermas (1994) elucida o quanto a ciência e a técnica moderna circulam em sentidos


opostos para que ocorra a verdadeira emancipação do indivíduo, já que o autor identifica no
modelo econômico capitalista, uma pressão institucional para cada vez mais intensificar a
produtividade do trabalho com a introdução de novas técnicas. A ciência, a técnica, a
investigação industrial e a revalorização do capital fazem parte de um único e grande sistema e
são compreendidas pelo autor como uma força produtiva. Entretanto, a técnica moderna deixa de
ser compreendida simplesmente como uma força, pois ela, além de servir como um recurso para a
dominação da natureza acaba dominando o próprio ser humano.
Seguindo essa linha de raciocínio, em um universo tecnológico em que o homem foi
racionalizado e privado da liberdade, este encontrará em seu caminho muita dificuldade em se
tornar um ser autônomo, de determinar pessoalmente a sua vida. Essa falta de liberdade é oriunda
do submetimento do indivíduo ao aparelho técnico que expande as facilidades e comodidade da
vida, mas ao mesmo tempo intensifica a produtividade no e do trabalho. A racionalidade
tecnológica protege e fundamenta a legalidade da dominação em vez de eliminá-la (Habermas,
1989).
Dessa forma, ao voltar-se para os assuntos sobre a neutralidade da ciência e da técnica
percebe-se o quanto elas são utilizadas como elementos ideológicos. Pizzi (2011 p.12) em seu
trabalho “A Racionalidade Ético-Comunicativo de Habermas: Considerações do Ponto de vista
95

Moral e Laico e suas Implicações Éticas”, afirma que o entendimento da ciência e da técnica
ocorre dentro de um contexto bastante especifico, no qual estas perpassam as esferas
institucionais da sociedade e têm a capacidade de transformar as próprias instituições.
Essa talvez seja a causa das debilidades motivacionais que geram uma
desconfiança na própria razão secular, consequência de uma possível antinomia
interna. Se, por um lado, ela assegura a capacidade juízo contra a vulneração das
prerrogativas e deveres individuais, por outro, ela se apresenta como deficitária
na hora de motivar os sujeitos para agirem solidariamente, porque seus
interesses permanecem ligados aos aspectos instrumentais de uma economia de
mercado (PIZZI, 2011 p. 13).

Por isso, Habermas (1990) propõe um novo olhar e reformula a ideia da razão
instrumental para razão comunicacional ao sustentar que o agir social não pode ser concebido
somente como uma interação estratégica, mas como uma ação comunicativa, onde os indivíduos
se orientam pelo entendimento linguístico.
O agir comunicativo distingue-se, pois, do estratégico, considerando que a
coordenação bem sucedida da ação não está apoiada na racionalidade teleológica
dos planos individuais de ação, mas na força racionalmente motivadora de atos
de entendimento, portanto, numa racionalidade que se manifesta nas condições
requeridas para um acordo obtido de modo comunicativo (HABERMAS, 1990
p. 72).

Ressalta-se que são nas relações intersubjetivas, pela interação de dois ou mais sujeitos,
que buscam entender-se sobre determinado assunto ou objeto, a fim de compreendê-lo, que a
racionalidade verdadeira acontece, será possível perceber a universalização dos interesses numa
discussão (HABERMAS, 1989 p. 147). É exatamente neste ponto, que o fundamento de uma
ética da discussão exige a reconstrução de um espaço crítico, aberto e pluralista. Em que a
racionalidade passa a ser vista como uma fonte inspiradora nas relações humanas, visando à
emancipação dos homens a um maior entendimento do mundo (IAROZINSKI, 2000 p.13).
É importante ressaltar que em sua obra Teoria da Ação Comunicativa, Habermas, (2003a)
parte do princípio de que os homens são capazes da ação, e para tanto se utilizam da linguagem
para se comunicar com os seus pares, buscando chegar a um entendimento. Por isso, ao investigar
a razão, o autor elucida como razão comunicativa e trabalha com três conceitos: racionalidade
comunicativa, que substitua a redução cognitiva instrumental da razão, teoria da modernidade,
que explica as patologias sociais e os paradigmas do “mundo vivido e do sistema”. Ao trabalhar
esses três conceitos, Habermas lembra a autonomia individual do sujeito e a responsabilidade por
suas ações:
96

Na medida em que os participantes da comunicação compreendem aquilo sobre


o que se entendem como algo que se desprendeu do pano de fundo do “mundo
da vida” para ressaltar em face dele, o que é explicitamente sabido separa-se das
certezas que permanecem implícitas, os conteúdos comunicados assumem o
caráter de um saber que se vincula a um potencial de razões, pretende validade e
poder ser criticado, isto é, contestado com base em razões (HABERMAS, 1989
p. 169).
Podemos notar que a mudança de paradigma proposto por Habermas, apresenta um
avanço significativo, pois além de apresentar as críticas radicais sobre o pensamento moderno,
propôs e construiu toda uma teoria alternativa baseada no paradigma da comunicação.
Nesse sentido, a teoria apresentada por Habermas apresenta atributos significativos para
junto dos atores envolvidos no processo comunicacional na relação de ensino-aprendizagem,
trazer conceitos dessa teoria e aplicá-la na modalidade EAD, intuito de base teórica, promover a
criticidade e reflexão, que inevitavelmente terá como meio as mídias digitais sociais.
Rogers (1971), assim como Habermas (1989), teve uma especial atenção na área da
educação e trouxe contribuições da área da psicologia para o mundo educacional ao buscar
caminhos facilitadores dentro do processo de ensino aprendizagem. Rogers afirma que se o aluno
tiver oportunidade de expor seus argumentos e se sentir aceito pelo grupo do qual o professor é o
facilitador, o aluno poderá chegar ao ponto de seguir por si só. Para que isso ocorra Rogers
descreve seu pressuposto como a hipótese gradualmente formada e testada de que o indivíduo
tem dentro de si amplos recursos para auto-compreensão, para alterar seu conceito, suas atitudes
e seu comportamento auto-dirigido – e que esses recursos só podem emergir se lhe for fornecido
um determinado clima de atitudes psicológicas facilitadoras (ROGERS, 1987. p. 54). Assim a
aprendizagem é facilitada quando o aluno participa do processo. Para o autor:
A aprendizagem autêntica supõe que o assunto seja percebido pelo
estudante como pertinente em relação aos seus objetivos. Esta
aprendizagem se efetiva mais rapidamente quando o indivíduo busca uma
finalidade precisa e quando ele julga os materiais didáticos que lhe são
apresentados como capazes de lhe permitir atingi-la mais depressa.
(ROGERS, 1971 p.114)

Para o autor há no homem uma tendência natural para o crescimento, o que ele chamou de
“Tendência Atualizante”, que o leva naturalmente ao desenvolvimento completo, e que está
presente em todos os organismos vivos. Esta é a pedra fundamental na qual Rogers apoia a sua
abordagem centrada na pessoa. Essa tendência não pode ser impedida, e não pode ser destruída
97

sem que se destrua o organismo. Ele cita como exemplo, plantas que nas condições mais
adversas, buscam uma fresta de luz, na direção da qual crescem mesmo que isso a deforme.
A teoria de Rogers, (1987 p. 57) apresenta três elementos chaves facilitadores no processo
de ensino aprendizagem, que também propicia o diálogo e o inter-relacionamento: Congruência,
Aceitação Incondicional e Compreensão Empática, que serão descritas a seguir:
• Congruência – autenticidade absoluta por parte do professor, que deve ser ele mesmo,
sem “fachada”. O termo transparência dá um maior significado a esse conceito. O
professor deve expressar completamente seus sentimentos, sejam de compaixão,
compreensão, como também seus sentimentos negativos, como medo, e nunca suas
opiniões ou julgamentos pejorativos. Essa congruência permite que o aluno perceba que
tem o direito de ser autêntico, e descobrir essa mesma liberdade.
• Aceitação Incondicional – o professor deve mostrar uma atitude aceitadora, quando isso
flui de uma maneira natural a probabilidade de sucesso no processo de aprendizagem é
maior. Porém o professor não pode encarar isso como um “dever”, isso deve fazer parte
do seu processo de relacionamento com as pessoas.
• Compreensão empática - O professor “entra” no campo fenomenal do grupo presente,
ou especificamente de uma das pessoas que estiver se expondo de alguma maneira, não
necessariamente verbal, sente seus sentimentos, e procura entender seus significados
pessoais como estão sendo vivenciados. Ser empático não é uma técnica, é uma atitude
desenvolvida ao longo da vida.
De acordo com Rogers (1971), conforme o aluno sente que existe um momento, e uma
pessoa, que acredita nele, que o aceita, que o escuta com atenção, que o aprecia, ele o aluno, se
torna mais capaz de abandonar suas fachadas e se mostrar mais claramente como ele realmente é,
e a partir desse processo inicia-se o diálogo e junto ao diálogo infinitas possibilidade entre elas a
de se ouvir. Ao se ouvir o aluno começa a se entender, muda suas percepções, e o poder que os
outros tinham sobre ele começa a diminuir e ele passa a ter mais controle sobre si mesmo. Quanto
mais aberta ao próprio crescimento, a pessoa se sente mais segura, menos defensiva, e mais
propensa a crescer e mudar em direção ao seu desenvolvimento. A verdadeira aprendizagem
ocorre em grande parte por meio da ação, quando o aluno participa do processo (ROGERS, 1971
p. 114).
98

Por isso, uma das estratégias de aula deve ser o diálogo, que é capaz de promover a
interação professor-aluno na ação do processo de construção de conhecimento, mas também
orientar e não manobrar, saber regular o ritmo dos debates ou atividades, esclarecer dúvidas e
conseguir ser firme em suas decisões. Essas atitudes só são possíveis ao professor que tem
congruência. Para se manter um diálogo nessa relação, é importante que ocorra transparência,
honestidade e empatia para que a confiança seja estabelecida. Em situações em que o professor
consegue promover o diálogo, ele também promove o processo de aprendizagem como um
facilitador e, além de não impor conclusões arbitrárias, não trabalhará só com uns privilegiados,
mas com o grupo inteiro.
Habermas, ao apresentar o “mundo da vida” e o “mundo do sistema”, mostra o quanto o
sistema influencia o mundo da vida, e apesar de não compartilhar da mesma linha teórica é os
conceitos trabalhados por Rogers confirmam as possibilidades já previstas por Habermas de
promoção dos diálogos por meio de atitudes verdadeiras como: congruência, aceitação e empatia
que permitem as ações comunicativas.
Frente a estas distinções, a teoria da Ação Comunicativa pode trazer contribuições
significativas para melhoria da educação que hoje tem como auxílio bastante presente a
tecnologia, tanto do ponto de vista do processo comunicacional na relação de ensino-
aprendizagem, como em questões referentes à racionalidade, à emancipação e competência
comunicativa entre os sujeitos, já que Habermas assim como Rogers propõe ações coletivas,
ideais democráticas, aguçando o pensamento crítico, reflexivo e comunicativo tão importante na
educação. Suas contribuições são significativas para o processo de entendimento e
democratização do ensino com o uso de tecnologia.
Nesse sentido, é importante nos atentarmos às palavras de Moran (2000 p. 4), em que o
aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real
significação que a informação tem para ele, para incorporá-la vivencial e emocionalmente. Moran
(2000) dialoga com Rogers (1971), ao afirmar que enquanto a informação não fizer parte do
contexto pessoal, intelectual e emocional, não se tornará verdadeiramente significativa, não será
aprendida verdadeiramente, ou seja, é importante que o “mundo da vida” seja estimulado para
que o aluno tenha essa vivência. Entretanto, Moran (2000), ao apresentar a importância das
tecnologias nesse processo, de forma sucinta e clara mostra o quanto o “mundo da vida e do
99

sistema” poderão ser um diferencial de acordo com a visão de mundo de cada indivíduo, pois
para ele:
Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco,
com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos para
comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas,
desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se
somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para
aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas
tecnologias mas nas nossas mentes (MORAN, 2000 p. 8).

Há de se concordar com Moran pelo enfoque que será dado em nossa pesquisa sobre as
novas tecnologias digitais, e também o conceito do “mundo vivido” de Habermas. Por isso, no
desenvolvimento desta tese, estará sempre presente um olhar para as condições sociais inclusivas,
especialmente, de uma comunicação isenta de coação e violência, porém refletindo sempre nas
representações que o mundo das tecnologias exercem sobre o “mundo vivido”. Portanto, ressalta-
se a importância de se pensar em novos processos de comunicação, que englobem as MDS numa
perspectiva mais colaborativa e horizontal, em que a ação comunicativa ocorra não apenas na
interação, mas que permita também a organização social.
Partindo dessas conjecturas percebe-se que na EAD e na utilização das novas tecnologias
em sala de aula, os papeis do professor e do aluno se multiplicam, diferenciam e complementam,
exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações, de
outras propostas e atividades diversificadas sendo mais colaborativas e interativas. (MORAN,
2000 p. 9)
Marc Prensky (2010) concorda com Moran (2000), ao afirmar que o papel das novas
tecnologias também é o de apoiar o novo paradigma de ensino. Para esses autores esse novo
paradigma permite que o processo de mudanças ocorra em alguns aspectos, de forma mais lenta
em outros mais céleres, mas o que diferencia é a disponibilidade das informações, essa dinâmica
envolve muito mais o “mundo da vida” com o “mundo instrumental do sistema”. Ao observar a
história da educação, nota-se que o processo de alguns autodidatas sempre existiu, é verdade que
em menor escala, mas sempre ocorreu e muitos alunos se destacavam ao ensinar-se e ir além do
que era solicitado pelos professores e chegavam até mesmo serem considerados como alunos
brilhantes. Isso ocorria porque se apropriavam das ferramentas oferecidas pelo mundo
instrumental como os livros didáticos, enciclopédias, bibliotecas e outras. Contudo, isso
funcionou para alguns, mas não para a maioria.
100

Hoje a disponibilidade que as novas tecnologias digitais oferecem permite que um número
maior de alunos, acessem variados tipos de ferramentas altamente eficazes que podem ser usadas
para o autoconhecimento e que permite e estimula a autoaprendizagem. Essa facilidade que as
mídias digitais sociais oferecem permite que os alunos obtenham os mais variados tipos de
informações, realizar pesquisas, criar, descobrir, além de colocá-los em contato com outras
pessoas ao redor do mundo. É nesse cenário que o papel do professor é fundamental, pois, deverá
ser um guia para ajudar a classificar o que é relevante, pois, seu conhecimento intelectual deverá
identificar e nortear seus alunos para as informações fidedignas (PRENSKY, 2010).
101

7 METODOLOGIA

Para a seleção da amostra optou-se pelo critério não probabilístico do tipo intencional. A
principal característica desta amostragem é que os elementos da população são selecionados
intencionalmente, considerando que a amostragem poderá oferecer as contribuições solicitadas.
Ao comparar a operacionalização de pesquisas a partir da utilização de amostras
probabilísticas com amostras não probabilísticas, vários autores advertem que, amostras não
probabilísticas proporcionam alternativas úteis, desde que seja elaborado um planejamento
cuidadoso para determinar quais elementos da população devem compor a amostra a ser
investigada. Richardson (1985 p.115) confirma essa afirmação, alegando que uma pesquisa com
amostragem não probabilística bem conduzida pode produzir resultados satisfatórios mais rápidos
e com menor custo que uma pesquisa com amostragem probabilística. Nesse mesmo sentido,
Selltiz (1975 p. 99) considera que a determinação de procedimentos de amostragem não
probabilística depende dos critérios considerados pelo pesquisador para a construção das
amostras.
Desta forma, com o intuito de ter uma representação do universo dos alunos que estão
matriculados na modalidade EAD nos cursos tecnólogos das instituições Metodista e
Anhanguera, foi realizada uma coleta de dados quantitativos e qualitativos. A pesquisa foi
realizada nas duas universidades, nos polos de São Caetano do Sul e Mauá.
Essa população foi escolhida devido à própria característica do modelo de EAD, que
exige do aluno a utilização da Internet para se conectar com seus professores, tutores, colegas e
com a instituição, além das pesquisas virtuais em links indicados. Por serem cursos com duração
de dois anos, entende-se que os alunos que estejam cursando o 2º bimestre já tenham tido contato
com os recursos e ferramentas das mídias digitais sociais - MDS da Instituição, os ambientes
virtuais de aprendizagem - AVA, portanto, é possível que já tenham dados significativos para
responder ao questionário.
O recorte escolhido para a amostra da população foi com aproximadamente 500 alunos
que estavam no II semestre de 2012, cursando a partir dos segundos bimestres os Cursos
Tecnólogos de Marketing, Recursos Humanos, Gestão Comercial e Logística em EAD. A autora
desta tese foi pessoalmente apresentar a proposta do trabalho, solicitar a participação dos alunos
de todas as turmas citada acima, entregar e receber os Termos de Consentimento Livre e
102

Esclarecido – TCLE (Apêndice A) em ambas as universidades e obteve num primeiro momento


481 Termos assinados.
No intuito de atrair maior atenção e interesse do público pesquisado e garantir um
número significativo de devoluções desses questionários, foram usadas as seguintes estratégias:
esclarecimento, orientação e coleta das assinaturas dos Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE in loco em todas as turmas nas duas Universidades, avisos e lembretes
próximos à data de finalização do prazo da entrega por web-mail (Apêndice B). Antes de se
proceder à pesquisa, o instrumento foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa de ambas as
instituições, o projeto com o resultado do parecer consubstanciado encontra-se no Apêndice C.

Como instrumento principal de medida foi utilizado um questionário misto sendo: uma
questão aberta, vinte questões baseadas na escala nominal e trinta e duas de escalas do tipo
Likert. A escala Likert, que tem o mesmo nome do seu criador Rensis Likert, é uma escala de
classificação de opinião e atitude que permite aos entrevistados assinalarem o grau de
concordância ou discordância com cada uma das afirmações apresentadas. Uma das principais
vantagens dessa escala é a construção e aplicação com métodos simplificados, além da fácil
compreensão e aceitação por parte do respondente (RICHARDSON, 1985 p. 226).

O tema foi principalmente sobre o processo comunicacional dentro da relação de ensino-


aprendizagem do EAD. As questões abertas foram para sugestões, opiniões e críticas dos
respondentes. As questões de escala nominal e com alternativas foram voltadas para coletar
informações sobre dados pessoais dos respondentes como sexo, faixa etária, ocupação, local em
que acessa a Internet, as mídias digitais sociais que utiliza e participa, bem como a quantidade de
amigos que fazem parte de cada rede social. Nas questões relativas ao grau de concordância foi
utilizada a escala Likert formulada a partir de sete dimensões, apresentadas na pagina 104, com
várias assertivas relacionadas ao objeto estudado de forma que os respondentes pudessem avaliá-
la em uma escala de concordância com grau considerando: 1 – não se aplica, 2- muito pouco, 3 –
pouco, 4 - razoavelmente, 5 - muito. É importante anotar que para as dimensões que expressam
pontos desfavoráveis apresentará na análise uma inversão de numeração.
Antes da aplicação do questionário, para obter informações exploratórias, realizou-se
cinco encontros com a utilização da ferramenta de pesquisa qualitativa conhecida como Grupo
Focal formado por nove alunos convidados e voluntários. Os alunos que aceitaram participar do
grupo focal foram todos da Universidade Anhanguera. O grupo Focal é uma técnica que se utiliza
103

de entrevistas coletivas, que tem como objetivo identificar as tendências, desvendar os


problemas, além de nos permitir reflexão em busca do que é essencial com o intuito de
compreender e não de inferir ou generalizar (COSTA, 2005).
A cada encontro retomávamos a definição do Grupo Focal, o estabelecimento do contrato
e os procedimentos para que o grupo fosse respeitoso entre si considerando seus participantes. O
tema para o primeiro encontro foi de reflexão e de discussão sobre: O olhar dos alunos que estão
cursando os Cursos tecnólogos EAD tem sobre as mídias digitais sociais e o quanto as
Tecnologias da Informação ajudam ou facilitam na comunicação.
Como fio condutor dos roteiros do Grupo Focal tomou-se para os quatro encontros
subsequentes às hipóteses formuladas para esta tese: 1. A utilização dos recursos das mídias
digitais sociais, no processo da EAD entre professores e alunos e entre os alunos em si torna a
comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa. 2. Se nas instituições as ferramentas
disponibilizadas não são usadas em sua plenitude. 3. Se as mídias digitais e suas ferramentas,
quando utilizadas fora da rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a
um ambiente mais descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais
ágil do que as vivenciadas na rede EAD. 4. Se a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma
mais fluida em outras redes, como, por exemplo, nos MSN, Facebook, Orkut.
Os resultados desses encontros possibilitaram perceber aspectos que ajudaram a formular
e reformular algumas dimensões e assertivas que foram base para o questionário. Após a
realização do Grupo Focal foi aplicado o teste piloto para verificar a fidedignidade, validade e
operacionalidade do questionário, além de fornecer subsídios para a análise dos resultados. As
entrevistas foram transcritas e encontram-se no apêndice D.
Desta forma as dimensões foram identificadas com base na literatura, no Grupo Focal e
no conhecimento que a pesquisadora foi adquirindo com sua vivência no mundo acadêmico,
visando ter variáveis contempladoras da dinâmica do processo de comunicação dentro da relação
ensino-aprendizagem, objeto de estudo do trabalho. Assim, buscou-se efetivamente aquelas
variáveis consideradas importantes e interessantes para a análise. Partindo dessa premissa, foram
escolhidas as setes dimensões apresentadas na tabela 2. A tabela completa com as assertivas
estão apresentadas no apêndice E.
104

Tabela 2 – Dimensões e Asserções


Dimensões Total Asserções
1 - Conhecimento e utilização das mídias digitais 8 A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7 e A8
sociais oferecidas pela Instituição.

2 - Grau de utilização das mídias digitais sociais 3 A9, A10 e A11


oferecidas pelo Mercado
3 - Grau de domínio das ferramentas existente na A12, A13, A14, A15, A16, A17 e
Internet para recursos oferecidos como ferramenta A18
para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento
4 - Comunicação dentro do EAD 4 A19, A20, A21e A22
5 - Comunicação nas REDES 2 A23 e A24
6 - Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD 4 A25, A26, A27 e A28
7 - Envolvimento em estratégias para amenizar 4 A29, A30, A31 e A32
possíveis problemas que podem surgir relacionados à
tecnologia.
Fonte: Própria Pesquisa

Desta forma, o questionário (apêndice F) foi constituído com sete dimensões e 32


assertivas, após a validação foi encaminhado por mailing dos alunos com o link do URL do
Google, com explicações para preenchimento. Escolheu-se essa forma pela facilidade de envio,
acesso e, posteriormente, para as análises, já que o programa do Google fornece alguns relatórios
de dados. Mas primeiramente entramos em contato com os estudantes, via e-mail, lembrando-os
dos objetivos do estudo e a importância de suas contribuições, conforme as informações passadas
pessoalmente na ocasião da entrega dos TCLE.
No total, foram recebidos 105 questionários, resultando em índice de retorno de 22%, que
pode ser considerado um número razoável, que de acordo com Lakatos (1986: 46), em média, os
questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução. O questionário foi
disponibilizado no dia 22 de setembro e finalizado em 18 de outubro de 2012. O gráfico 1
apresenta o número das respostas diárias durante o período que o questionário ficou liberado aos
alunos.
105

Gráfico 1 – Número de respostas diárias

Fonte: Própria pesquisa

Observa-se que nos três picos apontados no gráfico houve intervenção com
encaminhamento das mensagens por e-mail aos alunos como lembretes, citados anteriormente e
sempre com ênfase da importância de suas respostas para essa tese.
A coleta de dados deste trabalho, que também nos auxilia no processo de análise, além de
utilizar informações obtidas em fontes primárias, também usou pesquisas de fontes secundárias.
A análise secundária, segundo Richardson (1985 p. 182), consiste na investigação de vários
documentos, que por meio dos quais, além de fornecer as informações de estudos já realizados e
contribuir com a sociedade científica sobre determinado assunto, podem descobrir novos fatos
que se relacionem com o fenômeno estudado. Para tanto, foram utilizadas as seguintes fontes de
informações: documentos fornecidos pelas instituições educacionais, pesquisas realizadas por
instituições governamentais e não governamentais como: DEDALUS, Biblioteca do IBICT,
INEP, IBGE, CETIC.br, FNDC 31, Ministério da Comunicação, Intervozes, ABE-EAD entre
outras. Além de pesquisa bibliográfica abrangendo as diversas áreas envolvidas no estudo.
A revisão de literatura teve o seu norte voltado para a investigação de caráter
exploratório, sobre as atuais pesquisas acerca da relação dos jovens entre si, com a EAD, a
Internet, as Redes Sociais, Políticas e Governança na Internet e outros temas afins. Esse processo

31
DEDALUS – Banco de dados bibliográfico da USP, IBICT - Biblioteca do Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia, INEP – Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, CETIC.br – Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e
da Comunicação no Brasil, FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Intervozes –
Organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil, Associação Brasileira dos
Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD.
106

teve início durante o mestrado e tem sido sistemático e contínuo, por isso, estão presentes neste
trabalho, mas sempre com novas informações e análises.
Para as discussões referentes ao universo das tecnologias digitais, optou-se por trabalhar
com os autores Manuel Castells, Sebastião Squirra e Alex Primo que nos forneceram respaldo
sobre os temas: sociedade do conhecimento, redes sociais, recursos e ferramentas digitais, entre
outros.
Nas discussões e reflexões que abarcam o mundo das gerações e as mudanças que as
tecnologias provocam na área da educação, trabalhamos com os conceitos dos autores Don
Tapscott e Mark Prensky. Para elucidar a importância do professor como facilitador no processo
ensino-aprendizagem, os conceitos das teorias de Carl Rogers e Paulo Freire foram
imprescindíveis.
As discussões teóricas do universo dos processos comunicacionais foram vistas sob a
ótica dos conceitos de Jürgen Habermas, que, apesar de não buscar uma teoria aplicável, trabalha
o “conceito de sociedade como sistema e como mundo vital, o que deixa espaço aos de espírito
construtivista para realizarem tentativas de montagem de espaços ‘comunicativos’ dentro dos
tentáculos do sistema” (HABERMAS, 1981 apud PRADO, 1996 p. 37).
107

8 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo refere-se aos resultados quantitativos da pesquisa realizada.

1 CARACTERIZAÇÃO DOS PESQUISADOS: QUESTIONÁRIO 1ª PARTE

O objetivo desta parte do questionário foi o de coletar e apresentar as informações sobre


as principais características dos alunos, no que diz respeito ao uso das mídias digitais sociais -
MDS específicas para a comunicação entre seus colegas e professores e outros atores que fazem
parte do universo acadêmico dos alunos como coordenadores, secretaria e outros. Visou verificar
ainda as redes sociais e os instrumentos comunicadores que são mais utilizados para a
comunicação dentro do universo acadêmico. Intentou também verificar quanto tempo que os
alunos ficam conectados durante a semana, quantos amigos têm nas redes sociais e quantos
mantêm contato assiduamente. Além disso, almejou obter as informações pessoais sobre gênero,
faixa etária, estado civil, se têm filhos e em qual tipo de escola concluíram o ensino médio. As
informações a respeito das características dos alunos podem ser observadas nos gráficos: 2 até o 7
e nas tabelas 3 até a 13, que serão apresentados a seguir.

Gráfico 2 – Instituições pesquisadas

Anhanguera
44%
Metodista
56%

Fonte: Pesquisa própria


108

O gráfico 2 apresenta a distribuição dos alunos respondentes das duas Universidades.


Observa-se que a composição da amostra estudada, contempla a Universidade Metodista com um
percentual maior de respondentes 56% comparado aos 44% que responderam na Universidade
Anhanguera. Vale destacar, que dos 500 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
entregues aos alunos pela pesquisadora, foram devidamente assinados e devolvidos 380
referentes ao polo Mauá e 151 do polo de São Caetano do Sul das Universidades Metodista e
Anhanguera respectivamente. Desta forma, observa-se que quando considerado apenas o
universo de respondentes, de fato o polo Mauá teve um percentual superior, mas se comparado ao
universo que devolveram os TCLE assinados, o percentual de respondentes para esse polo é de
15%. Dessa mesma forma, para o polo de São Caetano do Sul, o universo representativo da
população que assinou os TCLE foi 33%.
Gráfico 3 - Cidade onde os alunos residem
38%
33%

14%
9%
4%
2%

Mauá Santo SBC SCSul São Paulo outros


André

Fonte: Pesquisa própria

As cidades onde os alunos residem estão demonstradas no gráfico 3, é importante lembrar


que a predominância destacada entre as cidades de São Caetano do Sul e Mauá decorre ao fato
destas cidades serem sedes dos Polos das Universidades. Sendo a Anhanguera do polo de São
Caetano do Sul e a Metodista do polo de Mauá. Possivelmente por isso, nota-se maior número de
estudantes provenientes dessas cidades.
109

Gráfico 4 - Cursos Tecnólogos EAD


Total = 105 38%

26% 24%

12%

Marketing Gestão Logísitica Recursos


Comercial Humanos
Fonte: Pesquisa própria

Os cursos Tecnólogos EAD pesquisados estão demonstrados no Gráfico 4. Observa-se


que o maior índice de alunos respondentes que estão no curso de Recursos Humanos decorre pelo
fato de que são cursos com maior número de alunos e também são oferecidos à mais tempo em
ambas as Instituições, tendo a entrada de suas primeiras turmas na Metodista no segundo
semestre de 2006 e na Universidade Anhanguera, antiga FAENAC, em 2009. Também
autorizados e reconhecidos pelos MEC.
Gráfico 5 - Gênero

Feminino Masculino
52% 48%

Fonte: Pesquisa própria

O gráfico 5 informa o sexo dos respondentes. É importante registrar que apesar de sutil a
representatividade de respondente do sexo feminino é maior, bem como ressaltar que esse fato
não ocorreu por interferência da pesquisadora no que se refere ao encaminhamento dos
110

questionários. O critério de entregas dos questionários aos alunos foi aleatório, por turmas. A
maior representatividade de alunos do sexo feminino pode ser devido aos cursos de Recursos
Humanos que em média atrai mais o público feminino, inclusive esse dado se revela em nossa
pesquisa, na tabela 3, com a maior representatividade 29% dessa população e também é apontado
pela pesquisa “Quem disse que a geração Y não tem interesse pela área de RH?”. Essa pesquisa
32
foi realizada pela empresa de consultoria Atingire e constatou que 70% dos respondentes eram
do sexo feminino. Outro dado importante para lembrarmos é o resultado da pesquisa divulgada
pelo IBGE em setembro de 2012, referente à coleta de 2011, que informou que no momento em
que a pesquisa foi realizada a população brasileira era de 195.2 milhões, sendo que 100 milhões
representavam o sexo feminino. Contudo, é um interessante tema a ser investigado em trabalhos
futuros.
Tabela 3 - Informa o sexo, estado civil e a faixa etária dos pesquisados
Frequência faixa
Curso Sexo Estado Civil etária
casados 6 até 20 1
Masculino 7 solteiro 1 20 - 30 0
Gestão Comercial casados 3 31 - 40 6
Feminino 3 solteiro 41 - 50 3
acima de
Total 10 50 0

casados 16 até 20 1
Masculino 22 solteiros 6 21 - 30 7
Gestão em Logística casados 3 31 - 40 13
Feminino 6 solteiros 3 41 - 50 6
acima de
Total 28 50 1

casados 10 até 20 1
Masculino 16 solteiros 6 20 - 30 5
Gestão em Marketing casados 7 31 - 40 16
Feminino 11 solteiros 4 41 - 50 5
acima de
Total 27 50 1

32
A Atingire é uma consultoria de treinamento e desenvolvimento e o resultado dessa pesquisa está disponível em:
<http://s3.amazonaws.com/atingire_site_2/arquivos_diversos/minha_carreira_em_rh_2012_geracao_y.pdf>
111

casados 3 até 20 1
Masculino 4 solteiro 1 20 - 30 22
Gestão em Recursos casados 18 31 - 40 10
Humanos
Feminino 36 solteiros 17 41 - 50 5
acima de
Total 40 viúva 1 50 1
Total solteiros + viúvos 39
Total casados 66
Total 105 105
Fonte: Pesquisa própria

Em relação ao estado civil, nota-se que a maioria (70%) representa os alunos que são
casados, destes 53% é representado pelo sexo masculino, enquanto que dos 40% dos
respondentes solteiros 64% está representado pelo sexo feminino. Pode-se considerar um dado
revelador para essa pesquisa a concentração de 70% dos respondentes serem casados, somados ao
dado interessante em relação à faixa etária dos respondentes pertencerem às faixas etárias de 31 a
40 anos 43% e acima de 41 anos 21%, totalizando assim nessas duas faixas etária 61%. Esses
dados nos apontam que se trata de uma população, que pertence à faixa etária madura, porém
ainda são relativamente jovens 33, com um bom potencial de desenvolvimento, e cuja maioria é de
alunos casados e conforme a tabela 4 aponta que 50,5%, com filhos.

Tabela 4 - Apresenta o estado civil e se os respondentes possuem filhos


Possui Filhos?
Estado civil sim não
Frequência % Frequência %
Casado(a) 43 41% 21 20%
Solteiro(a)* 9 8,60% 31 29,50%
Viúvo 1 0,92% 0 0%
Total 53 50,50% 52 49,50%
Fonte: Pesquisa própria
* Além dos solteiros, contamos nestas categorias os divorciados e separados judicialmente

Dos 53 respondentes que possuem filhos 52% tem apenas um filho, 43% dois filhos e 6%
com três filhos. Os dados informados na tabela 4 revelam uma característica importante para a
avaliação do impacto da atividade escolar nas demais extensões da vida dos pesquisados, pois a

33
De acordo com o IBGE (21), a expectativa de vida para 2020 é de 83 anos.
112

predominância de pessoas casadas e possuidoras de filhos sugere a existência de, pelo menos,
mais uma situação a concorrer com a atividade educacional, que é a família, além desses
pais/alunos passarem aos seus filhos, muitos da geração “Y” ou “Z”, a importância da busca do
conhecimento. Oliveira (2012) apresenta um olhar diferente sob esse tema e convida a sociedade
a refletir sobre a formação de uma juventude empreendedora, ao afirmar que cabe aos líderes
adultos compartilhar suas experiências e sua consciência mais madura com aqueles que estão em
plena transformação, sem idealizá-los, rebaixá-los, muito menos abandoná-los e nada mais é
importante do que o exemplo na vida dos pais (alunos) para uma educação continuada. Esse
também poderá ser um tema interessante para investigações futuras.

Gráfico 6 – Completou o ensino médio em Escola

67%

14%
12%
5% 2%

Eliminação Estado Municipal Paricular Supletivo


de matérias
Fonte: Pesquisa Própria

O gráfico 6 mostra que a maioria significativa dos respondentes (67%), estudou em escola
do Estado. Esse dado é importante para as nossas reflexões, somado aos dados da pesquisa do
Comitê Gestor da Internet - CGI.br (2010), que apontou que a utilização das Tecnologias na
escola de ensino fundamental e médio, ainda tem um grande caminho a percorrer, apesar dos
investimentos realizados pelo governo em equipar as escolas.
113

Gráfico 7 - Ocupação Profissional

Fonte: Pesquisa própria

O gráfico 7 mostra que os respondentes ocupam os mais variados cargos, desde auxiliares
até empresários e cargos de confiança. Ao correlacionar as variáveis – grau de escolaridade e tipo
de escola que completou o ensino médio com o cargo ocupado, não se identifica que uma
escolarização realizada em uma instituição particular seja direcionada para a ocupação dos cargos
mais elevados, para esses respondentes. Entretanto, a pesquisa nacional por amostra de
Domicílios – PNAD 2009, do IBGE ao comparar o contingente de trabalhadores com o ensino
médio completo, percebeu uma diferenciação salarial de 28% no rendimento médio auferido por
tais trabalhadores, comparados aos que não atingiram os 11 anos de escolaridade. Também no
Grupo Focal (apêndice G), durante as discussões, foram apresentados fatores importantes que
justificaram a procura mesmo que tardia para se obter o diploma do terceiro grau. Apontou-se
que, apesar de muitos já obterem conhecimento na área, pretendem aprofundar seus
conhecimentos, na percepção de alguns alunos o que interessa mesmo é conseguir o diploma para
conquistar a promoção já prometida por seus empregadores, ou ainda para outros participantes, o
importante é terminar a graduação o mais rápido possível para fazer um MBA. Vale destacar,
uma frase na qual um dos componentes percebe o EAD para pessoas mais maduras: “Hoje a
graduação presencial é para a molecada mais jovem”.
Nas tabelas seguintes serão apresentados como esses usuários acessam a internet, quanto
tempo permanecem conectados nas redes sociais e se as utilizam para se comunicarem com os
atores envolvidos no universo acadêmico. A tabela 5 informa o local em que os respondentes
114

acessam a Internet com o computador fixo, as tabelas 5 e 6 apresentam, se os respondentes


utilizam e com quais aparelhos móvel acessam a Web.

Tabela 5 – Local em que os respondentes acessam a Internet com o computador fixo


Total das duas
Local Metodista Anhanguera Universidades
Casa 31 53% 19 41% 50 48%
Casa, Trabalho 20 34% 12 26% 32 30%
Casa, Trabalho, Universidade 5 8,0% 8 18% 13 12%
Trabalho 2 3,5% 5 11% 7 7%
Trabalho, Lan-house 1 1,7% 1 1%
Não responderam 2 4% 2 2%
Total Respondentes 59 100% 46 100% 105 100%
Fonte: Pesquisa própria

A tabela 5 mostra que 90% dos respondentes acessam a Internet por um computador fixo
existente em suas casas ou tem também a possibilidade de acessar nos computadores no local de
trabalho, bem como nos polos em que estudam, enquanto que 8% acessam apenas do trabalho ou
em lan-house. Esses dados nos apontam que o percentual dos alunos respondentes que ainda não
possuem computadores com acesso à Internet em suas residências é relativamente baixo
comparado aos que possuem.

Tabela 6 – Utiliza aparelho móvel com acesso à Web


Metodista Anhanguera Total das duas
Universidades
% % %
Sim 32 54% 29 63% 61 58%
Não 27 46% 17 34% 44 42%
Total 59 100% 46 97% 105 100%
Fonte: Pesquisa Própria

A tabela 6 mostra que 58% dos pesquisados já utilizam aparelho móvel com acesso à
Web. De acordo com o censo IBGE, (2010) 41 milhões da população brasileira já acessavam a
internet móvel.
115

Tabela 7 – Com quais aparelhos acessam a Web


Total das duas
Metodistas Anhanguera Universidades
% % %
Celular 1 1,5 2 3 3 5%
Celular e outros aparelhos 12 20 8 13 20 33%
Computador 2 3 2 3 4 7%
Ipad 1 1,5 1 2%
Laptop 6 10 7 12 13 21%
Laptop, Smartphone 2 3 1 1,5 3 5%
NOTEBOOK 1 1,5 1 2%
Smartphone 1 1,5 6 10 7 11%
Tablet 2 3 2 3,0%
Tablet e outros aparelhos 4 7 3 5,5 7 11%
Total 32 52% 29 48% 61 100%
Fonte: Pesquisa própria

A tabela 7 mostra que dos 58% que utilizam aparelho móvel com acesso à Web. A
maioria o faz pelo Laptop ou pelo celular e outros aparelhos. Desse modo, essa informação
permite inferir que a maioria da população pesquisada pode ser considerada, por já ter
conhecimento de um dos pré-requisitos para fazer um curso EAD, visto que os respondentes já
conhecem algumas mídias digitais e possuem experiência para manuseá-las.
A tabela 8 apresenta outro dado interessante, o principal local em que os respondentes
acessam a web com aparelhos que permitem a mobilidade, para essa população, é quando estão
em suas casas 36% ou de suas casas e outros lugares 39%, totalizando assim 74% dos 61
respondentes que acessam a web móvel. Esse dado nos permite a inferência, de que
possivelmente a variável idade desses respondentes, apresenta um público mais conservador
sobre os locais que acessam a web ou também o fato da maioria ter família constituída, o que
provavelmente, seja um motivo para reforçar o estar e acessar em suas casas.

Tabela 8 – Local em que acessa a Web móvel


Quando acessa a web móvel, geralmente você está:
Total das duas
Metodista Anhanguera Universidades
% % %
Ambiente social 2 3 1 1,5 3 5%
Carro 1 1,5 1 2%
Carro e outros 2 3 1 3 5%
Casa 11 18 11 18 22 36%
116

Casa e outros 11 18 13 20 24 39%


Empresa 1 1,5 1 2%
Escola, faculdade 1 1,5 3 4 4 7%

Metrô, trem , escola, faculdade 3 4 3 4%


Total 32 50,5 29 43,5 61 100%
Fonte: Pesquisa Própria

Uma vez que a premissa básica desta pesquisa foi a de investigar se a adoção por parte das
instituições educacionais dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais,
estimula a comunicação, as tabelas 9, 10, 11, 12 e 13, a seguir nos ajudam a refletir essa proposta
de forma mais detalhada.

Tabela 9 – Em sua Universidade há uso de Mídia Digital específica para a comunicação


entre seus colegas e professores?
Total das duas
Metodista Anhanguera
Universidades
% % %
Não 6 6 2 2 8 8%
Sim - off-line 11 10,5 7 6,5 18 17%
Sim - off-line e on-line 12 11,5 9 8,5 21 20%
Sim - on-line 30 29 28 26 58 55%
Total 59 57 46 43 105 100%
Fonte: Pesquisa Própria

A tabela 9 mostra que, de acordo com os 105 respondentes, nas universidades onde
estudam apenas para 8% não há o uso de Mídia Digital específica para a comunicação entre seus
colegas e professores, o que denota por parte desses respondentes certo desconhecimento, já que
para a grande maioria 92% reconhecem essa ferramenta de forma off-line e ou on-line.
A tabela 10 apresenta as redes sociais ou comunicadores que são mais utilizados para a
comunicação dentro do universo acadêmico. Considerou-se, nessa questão, a pontuação de 1 a 5
em ordem crescente, sendo o número 5 como a mais utilizada e o número 1 a menos utilizada.
Como referência de medida e cálculos percentuais, considerou-se o total de respondentes (105) e,
dentro da escala proposta de 1 a 5 as respostas da seguinte forma: (4 e 5) como mais utilizadas, (1
e 2) menos utilizadas e 3 como intermediário que será apresentada como relativamente utilizada.
117

Tabela 10 – Redes sociais ou comunicadores mais utilizados para a comunicação dentro do


universo acadêmico
Instituição Face My You
EAD book Linkedin Space Orkut Twitter Tube MSN e-mail Skype
A* M** A M A M A M A M A M A M A M A M A M
1 6 7 13 27 20 33 29 33 28 36 25 36 24 19 13 27 35 5 24 36
2 3 4 8 6 9 2 4 2 4 2 4 3 5 2 9 1 1 3 4 2
3 9 2 6 5 4 4 2 1 2 1 3 2 13 5 7 4 4 4 4
4 1 4 8 3 2 1 1 2 2 5 3 6 2 14
5 23 37 4 8 2 1 5 1 1 1 2 4 5 5 2 29 4 1

Total 42 54 39 49 37 40 38 39 34 41 33 42 35 43 35 46 44 55 36 43
Fonte: Pesquisa própria: total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera - **= Metodista

Gráfico 8 – As redes sociais ou comunicadores que são mais utilizados para a comunicação
dentro do universo acadêmico

70%
60%
50%
40%
30% 1
20%
3e2
10%
0% 4e5

Fonte: Pesquisa própria

De acordo com a tabela 10 e o gráfico 8, para 62% dos respondentes a Mídia Digital
Social mais utilizada por eles é a comunicação dentro do universo acadêmico oferecido pela
Universidade em que estudam. Seguido pelo comunicador e-mail 45%, vale destacar que
especificamente nesse caso os respondentes da Universidade Metodista representam 41% dos
respondentes.
A tabela 11 informa o tempo que os respondentes ficam conectados durante a semana, nas
seguintes MDS: oferecida pela Instituição em que estudam, Facebook, Linkedin, My Space,
Orkut, Twitter, YouTube, MSN, e-mail, Skype.
118

Tabela 11 – Fico conectado durante a semana nas mídias digitais sociais


Instituição Face My You
EAD book Linkedin Space Orkut Twitter Tube MSN e-mail Skype
A
* M** A M A M A M A M A M A M A M A M A M
Não
acesso 3 2 9 14 25 37 32 42 30 40 26 42 12 20 15 22 0 4 29 34

De 1 a 5 hs 24 28 15 25 7 6 2 1 5 8 7 3 19 18 12 17 13 21 4 7
De 6 a 15 hs 8 13 8 8 3 8 3 2 7 11 2 1
De 16 a 30 hs 3 7 2 5 1 3 4 5 5 8
> 30 hs 2 5 7 3 4 1 3 2 3 2 19 12 1 3
Total 37 53 32 41 11 7 3 1 5 8 1 3 24 29 22 26 44 52 7 11
% 86% 70% 17% 4% 12% 4% 50% 46% 91% 17%
Fonte: Pesquisa Própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 9 – Fico conectado durante a semana nas MDS


80%
60%
40%
20%
0%

Não acesso De 1 a 5 hs De 6 a 15 hs De 16 a 30 hs > 30 hs


Fonte: Pesquisa Própria

É interessante notar que de acordo com os números apontados na tabela 10 de 60% a 67%
dos respondentes não acessam o Linkedin, Orkut e o twitter e entre 22% e 40% não acessam o
YouTube, Skype, MSN, My Space e o Facebook, 5% afirmaram que não acessam a MDS
oferecido pela Instituição e apenas 3% afirmaram que não acessam o e-mail, esse último é
também o comunicador em que os alunos mais tempo ficam conectados durante a semana, 42 %
acima de 16 horas, corroborando assim com a tabela 10 em que 45% dos respondentes afirmaram
que o e-mail é a MDS que mais utilizam dentro do universo acadêmico.
De 1 a 5 horas foi o tempo de conexão nas MDS, mais apontado pelos pesquisados que
corrobora com o resultado da questão sobre as MDS mais utilizada na tabela 9 destaca-se o total
119

de 86% dos respondentes que ficam conectados na rede oferecida pela Universidade, sendo que
50% conectam-se de 1 a 5 horas semanais.
Tabela 12 – Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores – MDS
Instituição Face Linkedi My You
EAD book n Space Orkut Twitter Tube MSN e-mail Skype
A* M** A M A M A M A M A M A M A M A M A M
10 28 39 3 5 19 24 22 26 14 14 21 20 22 22 7 9 1 5 2 25
50 8 1 8 5 7 2 1 4 8 1 6 5 4 1 19 8 18 5 5
200 3 3 14 20 4 2 1 7 8 2 2 2 13 11 15 19 15
1000 13 20 2 3 1 3 3 9 8 9 1

>1000 1 1 1 1 1 6 4 2 2 1 5 3 5 1

Total 39 44 31 54 29 33 25 30 31 33 28 28 29 29 26 43 38 53 36 32
% 79% 80% 59% 53% 32% 53% 55% 66% 86% 65%
Fonte: Pesquisa Própria -total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera - **= Metodista

Gráfico 10 - Quantidade de amigos que tenho nas redes sociais e comunicadores - MDS
70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Instituição EAD Face book Linkedin My Space Orkut Twitter You Tube MSN e-mail Skype

10 50 200 1000 >1000


Fonte: Pesquisa Própria

De acordo com as informações da tabela 12 e do gráfico 10, o e-mail é o comunicador


mais utilizado para se ter contato com os amigos, apontado por 86% dos pesquisados. Desses
32% se comunicam com 200, e 15% com até 1000 amigos. A rede social Facebook 80% e o
comunicador MDS, oferecida pela Instituição, 79%, sendo que no Facebook a concentração de
120

63% encontra-se dentro da faixa de 200 a 1000 amigos. Enquanto que na MDS da Instituição
coincidentemente 63% dos respondentes marcaram a quantidade de 10 amigos é possível inferir
que, nesse último caso, esses 10 amigos façam parte do grupo de estudo das Turmas.

2 DIMENSÕES AVALIADAS: QUESTIONÁRIO TIPO LIKERT

Para atingir os objetivos propostos pela pesquisa, realizou-se a análise das questões do
instrumento de medição que tem como finalidade traduzir estatisticamente a percepção, opinião e
atitudes dos alunos frente às mídias digitais sociais – MDS utilizadas no processo comunicacional
na relação vivenciada por eles dentro do processo de ensino-aprendizagem.
Para esse fim, a construção do questionário com o método de pesquisa atitudinal e de
opiniões tipo Likert, foi o nosso norteador, pois, consistiu na elaboração de um instrumento de
pesquisa com escala mediante os seguintes passos: - desenvolvimento das dimensões relevantes
capazes de traduzir o tema pesquisado, - elaboração de asserções relativas a cada uma das
dimensões para compor o instrumento de pesquisa, - validação das asserções aplicadas a um
grupo piloto, - aplicação do instrumento, contemplando apenas as assertivas validadas das
asserções e dimensões validadas.
Esta fase da pesquisa constitui-se dos cálculos e das interpretações gráficas a cerca das
asserções e das dimensões.
Conforme explicitado no primeiro capítulo, onde apresentou-se a Metodologia, as
asserções estão agrupadas nas dimensões referenciadas. Em seguida, proceder-se-á à análise de
cada uma delas individualmente, confrontando-se os dados encontrados à teoria estudada, mas, é
oportuno lembrar, que se acredita que elas se reforcem mutuamente, razão pela qual algumas
dimensões necessitam ser consideradas uma em relação a outras.
Para a análise dos resultados utilizou-se os conceitos das escalas de concordância com
grau considerando: 1 – não se aplica, 2- muito pouco, 3 – pouco, 4 - razoavelmente, 5 - muito. É
importante anotar que as assertivas apresentadas expressam determinados pontos de vista como,
favorável ou desfavorável. Considerou-se nesta tese as assertivas favoráveis aos aspectos que
possam ser interpretados como positivos ao uso das MDS existentes nas duas Instituições e para
121

análise comparativa foram considerados como desfavoráveis àquelas que sugerem que as MDS
existentes no mercado são mais utilizadas do que as oferecidas pelas Instituições.
Agrupou-se os conceitos 4 e 5, indicando o percentual de respostas mais positivas, ou seja
dentro do esperado e para as análises descritivas dos resultados dentro desse conceito utilizou-se
o termo zona de conforto. Entende-se como zona de conforto neste trabalho a existência de uma
condição relativamente confortável e de bom nível de adaptação dos alunos pesquisados frente às
MDS oferecidas por sua Instituição de ensino.
Referente aos conceitos 2 e 3, que também foram agrupados, definiu-se neste trabalho
como respostas abaixo do esperado, valeu-se dos termos como alerta ou merecedor de atenção,
para o conceito 1 não se aplica considerou-se às circunstâncias apresentadas em que de fato não
se aplica para aquelas questões, ou ainda situações em que o respondente desconhece, não
percebe ou não utiliza, nesses casos pontuou-se como perigo.
Sendo assim, para as dimensões: “Grau de utilização das mídias digitais sociais
oferecidos pelo Mercado” e “Comunicação nas Redes Sociais”, as considerações voltaram-se no
sentido de reafirmar ou não se os respondentes utilizam as MDS oferecidas pelas suas
Instituições, nesses casos as análises foram feitas no sentido inverso das explicações sobre zona
de conforto, merecedor de atenção ou perigo, citados acima.
Primeiramente realizou-se a análise por dimensão e depois das asserções. Para a análise
das dimensões, o critério utilizado foi a somatória dos resultados de todas as assertivas.
Apesar de não ser objeto de este trabalho fazer uma análise comparativa entre as duas
Universidades, os resultados foram apresentados de forma distinta e o percentual calculado entre
as duas Universidades.

2.1 Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos pela instituição

A proposta dessa dimensão foi avaliar se há consonância entre as MDS oferecidas pelas
Instituições e a utilização dessas pelos pesquisados. Os resultados estão apresentados na tabela 13
e nos gráficos 11 e 12.
122

Tabela 13 – Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidas


pela instituição
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M** A* M A M A M A M A
A1 - Conheço os recursos das mídias digitais sociais oferecidos
pela Instituição 3 2 6 3 6 4 33 31 8 4
A2 - A comunicação no ambiente AVA - Ambiente Virtual de
Aprendizagem flui de forma aberta e eficaz 3 1 8 10 10 24 18 21 5
A3 - Realizei os Cursos oferecidos pela Instituição para alcançar
um nivelamento digital 16 13 10 5 13 13 13 9 4 4
A4 - Utilizo o sistema da Mídia Digital Social oferecido pela
instituição de ensino para comunicar com os meus professores
4 9 15 8 10 17 17 7 10 3
A5 -Utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela
instituição de ensino para comunicar com os meus colegas de
sala 2 14 14 15 17 8 16 5 7 2
A6 - Utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela
instituição de ensino para comunicar com outros agentes da
universidade como: coordenador, tutor EAD, funcionários da
secretaria 12 11 13 10 20 12 7 7 4 4
A7 - Percebo que na instituição onde estudo as ferramentas
disponibilizadas são usadas em sua plenitude
1 6 8 1 16 14 21 12 10 1
A8 - O processo de tomada de decisão por parte da minha
Instituição de ensino, para ajustar possíveis problemas no AVA -
Ambiente Virtual de Aprendizagem é eficaz.
3 6 2 14 13 10 23 10 15 4
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 11 – Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos


pela instituição
zona de conforto merece atenção Perigo

Perigo 14%

merece atenção 38%

zona de conforto 44%

Fonte: Pesquisa própria

Esta dimensão foi investigada por meio das assertivas apresentadas na tabela 13 e o
gráfico 11 informa o resultado geral, considerando o percentual dentro de cada assertiva.
Entende-se que 44% dos respondentes percebem essa dimensão de forma positiva, enquanto que
123

para 38% as respostas dadas, estão abaixo do esperado e merecem uma atenção. Para um
percentual de 14% ao afirmarem que não se aplica, pode significar um desconhecimento pelas
MDS oferecidos pela Instituição. Em síntese, esse resultado pode denotar uma situação de
relativo conforto por parte dos respondentes frente às MDS oferecidas por suas Instituições.

Gráfico 12 – Assertivas da Dimensão 1: Conhecimento e utilização das mídias digitais


sociais oferecidos pela instituição

A8

A7

A6

A5 Perigo

A4 merece atenção

A3 zona de conforto

A2

A1

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Fonte: Pesquisa própria

O gráfico 12 informa os resultados das 8 assertivas, dentro dessa dimensão (1), destaca-se
a informação de que a grande maioria dos respondentes 73%, referente à assertiva 1 – (A2),
conhece os recursos das mídias digitais sociais oferecidos por sua Instituição e 51% (A3)
percebem que o processo de tomada de decisão por parte dessas Instituições, para ajustar
possíveis problemas no AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem é eficaz. Apesar de terem tais
conhecimentos e percepções, apenas 34% (A4) (utilizam muito ou razoavelmente e se apropriam
desses recursos para se comunicarem com seus professores, 45% (A5) a utilizam para se
comunicarem com seus colegas e apenas 21% (A6) com coordenadores, tutores EAD e
funcionários da secretaria. É interessante notar que ainda nessa dimensão 44% (A7) dos
respondentes percebem de forma positiva, que em suas Instituições as ferramentas
disponibilizadas são usadas em sua plenitude e 66% (A8) afirmam que a comunicação no
ambiente AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem flui de forma aberta e eficaz. Entre 3% e
27% dos respondentes distribuídos nessas dimensões alegaram o conceito 1 - não se aplica - para
124

as assertivas apresentadas.

2.2 Dimensão 2: Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado

Esta dimensão, que buscou medir o grau de utilização das mídias digitais sociais
oferecidos pelo Mercado pelos respondentes foi investigada mediante as assertivas da tabela 7.12:

Tabela 14 – Dimensão 2: Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A9 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com os meus professores 39 17 11 9 4 10 1 5 1 3
A10 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com os meus colegas da sala 14 12 10 6 11 5 9 10 12 11
A11 - Utilizo outras mídias digitais sociais como: Facebook, Orkut,
MSN, Skype para comunicar com outros agentes da escola da
universidade como: coordenador, tutor EAD, funcionários da
secretaria 42 21 11 12 2 4 0 5 1 2
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 13 – Dimensão 2: Grau de utilização das MDS oferecidas pelo Mercado

1 47%

2e3 31%

4e5 19%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%


Fonte: Pesquisa própria

O gráfico 13 informa que, para 47% dos pesquisados, a utilização das MDS oferecidas
pelo Mercado para a comunicação entre professores, colegas e outros agentes da Universidade
não se aplica, 31% utilizam o Facebook, Orkut, MSN, Skype pouco ou muito poucas vezes para
esse tipo de comunicação e apenas 19% assinalaram que fazem uso dessas Mídias para
comunicação na Universidade. Esses dados reforçam os resultados e as análises apresentados na
125

dimensão anterior, principalmente nas assertivas A4 em que 34% dos respondentes utilizam o
sistema da Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino para comunicar com os meus
professores e na A5 - utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino
para comunicar com os meus colegas de sala, onde os respondentes afirmam a utilização das
MDS oferecidas pela Instituição.

2.3 Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para recursos oferecidos
às pesquisas de trabalhos acadêmico e compartilhamento do conhecimento.

O objetivo de se haver avaliado esta dimensão foi o de conhecer o domínio por parte dos
pesquisados sobre as ferramentas existentes na Internet para o auxílio de pesquisas de trabalho
acadêmico.

Tabela 15 – Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existente na Internet para


recursos oferecidos como ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento
1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A12 - As ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e
trocar conhecimentos e pode se tornar um agente participativo no
processo de aprendizagem 0 3 6 1 8 12 19 14 23 14
A13 - Utilizo a Internet como ferramenta para pesquisa de trabalhos
acadêmicos 0 0 1 2 1 3 10 12 44 27
A14 - Utilizo algumas ferramentas como os wikis, os blogs e outros,
quando quero criar, trocar ou compartilhar conhecimentos do meu
processo de aprendizagem 23 9 10 11 9 9 5 11 9 4
A15 - Conheço e utilizo sites ou base de dados científicos para
pesquisas acadêmicas como: Google acadêmico, Scielo do Brasil,
Sites de bibliotecas de Universidade como da USP e/ou outros 9 7 8 7 6 6 16 10 17 14

A16 - Utilizo os hiperlinks para consulta acadêmica


11 8 9 6 14 11 10 11 12 8
A17 - As mídias digitais sociais são de grande importância no
auxílio para o desenvolvimento do processo comunicacional dentro
da relação de ensino-aprendizagem. 1 3 2 1 7 5 18 18 28 17
A18 - Contribuo com conteúdos nos wikis, blogs e em outras
ferramentas
33 20 12 1 7 5 4 7 0 2
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista
126

Gráfico 14 – Dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existentes na Internet para


recursos oferecidos às pesquisas de trabalhos acadêmicos e compartilhamento do
conhecimento

zona de conforto merece atenção Perigo

Perigo 18%

merece atenção 25%

zona de conforto 46%

Fonte: Pesquisa própria

O resultado obtido junto ao grupo pesquisado nesta dimensão refletidos na tabela 15 e


no gráfico14 conferiu 46% dentro da zona de conforto. Este resultado pode ser considerado
positivo, confirmando que os respondentes conhecem as ferramentas existentes na Internet para a
busca de trabalhos acadêmicos. Entretanto, para 25% dos entrevistados, a utilização desses
recursos ainda é pouco ou muito pouco explorada, sendo preocupante para 18% dos respondentes
que assumem na pesquisa, que tais recursos não se aplicam ao seu universo.

Gráfico 15 – Assertivas da dimensão 3: Grau de domínio das ferramentas existentes na


Internet para recursos oferecidos para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento

A18

A17

A16
Perigo
A15
merece atenção
A14 zona de conforto

A13

A12

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Fonte: Pesquisa própria


127

O gráfico 15 apresenta as assertivas dessa dimensão com o apontamento positivo de


67% dos respondentes para a Assertiva 12 (A12) - as ferramentas adequadas estimulam os alunos
a criar e trocar conhecimentos e pode se tornar um agente participativo no processo de
aprendizagem, confirmando, portanto que as ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e
trocar conhecimentos e pode se tornar um agente participativo no processo de aprendizagem,
corroborando com o olhar positivo na A17 com 78% dos respondentes que afirmaram que as
mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio para o desenvolvimento do processo
comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem. Destaca-se a utilização da Internet
como ferramenta para pesquisa de trabalhos acadêmicos na A 13 com 89%, seguida da utilização
e conhecimento dos sites e base de dados científicos na A (15) com 55% e a consulta acadêmica
através dos hiperlinks na (A 16) com 39%. Deste modo, infere-se que existe um nível razoável de
envolvimento por parte desses respondentes para a realização de pesquisas acadêmicas dentro do
que é oferecido na Internet.
Entretanto, é importante relatar os apontamentos para a opção 1 não se aplicam para as
assertivas: (A14) com 31% e a (A18) com 50%, que refletem o desconhecimento dessas
ferramentas para a criação, troca ou compartilhamento de conhecimentos no processo de ensino
aprendizagem. A assertiva (A16) também merece atenção, já que 38% dos respondentes
indicaram que utilizam pouca ou poucas vezes os hiperlinks para consultas acadêmicas e 19%
declararam que não se aplica.

2.4 Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD

Esta dimensão visa identificar de acordo com a percepção dos respondentes se as MDS
ajudam no processo comunicacional dentro da relação ensino-aprendizagem e se essas facilitam
na interatividade, dialogicidade e auxiliam na colaboração entre seus colegas e se esse processo
oferece suporte a esses alunos a alcançarem suas autonomias.
As assertivas, a seguir, foram formuladas a partir das premissas acima citadas e com
base na literatura consultada.
128

Tabela 16 - Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD


1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A19 - O diálogo poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte
dos professores ou tutores EAD maior interação on-line. 0 0 7 3 6 9 12 14 31 18
A20 - As mídias digitais sociais são de grande importância no
auxílio do meu processo comunicacional dentro da relação de
ensino-aprendizagem. 0 1 2 4 13 13 17 7 24 19
A21 - A utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no
processo da EAD entre professores e alunos, e entre os alunos em
si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia. 0 1 3 4 15 11 18 14 20 14
A22 - O processo comunicacional na relação ensino-aprendizagem
no EAD poderia ser mais dinâmico se o layout fosse mais
interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um visual agradável 4 0 4 3 12 9 12 15 24 17
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 16 – Dimensão 4: Comunicação dentro do EAD

2%
Perigo

27%
merece atenção

67%
zona de conforto

Fonte: Pesquisa própria

Gráfico 17– Assertivas da dimensão 4: Comunicação dentro do EAD

A21

Perigo
A20 merece atenção
zona de conforto

A19

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%


Fonte: Pesquisa própria
129

Observa-se, na tabela 16, e nos gráficos 16 e 17, que a maioria dos respondentes 67%
considera que as MDS são importantes para a Comunicação dentro do EAD. Desses 72%
percebem que o processo comunicacional poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte dos
tutores de EAD maior interatividade on-line e 66% assinalaram que o processo comunicacional
poderia ser mais dinâmico se o layout fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com
um visual agradável. Entretanto é interessante notar que para 27% dos respondentes esses
quesitos são pouco ou muito pouco importantes.
Para 64% as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio do processo
comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem e 61% apontam que a utilização dos
recursos das mídias digitais sociais, no processo do EAD entre professores e alunos, e entre os
alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e, consequentemente,
ajuda o aluno a alcançar sua autonomia. Esse aspecto é apoiado pela discussão do Grupo Focal
apontados em questionamentos sobre o porquê de não investir mais em tutores que possam ficar
um tempo maior on-line.

2.5 Dimensão 5: Comunicação nas REDES

Esta dimensão foi pesquisada com o intuito de compreender o quanto a Comunicação nas
Redes, se faz presente no mundo dos pesquisados. As asserções validadas para essa dimensão
foram as apresentadas na tabela 17 com os gráficos 18 e 19.
Tabela 17 – Dimensão 5: Comunicação nas Redes

1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A23 - As mídias digitais sociais e suas ferramentas, quando
utilizadas fora da rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e
estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído, permitem
maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD 5 1 5 6 9 16 19 8 18 13

A24 - A comunicação interativa referente às necessidades


acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela
instituição, ocorre de forma mais fluída em outras redes, como, por
exemplo, nos MSN, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e outros 10 1 10 4 12 9 15 16 9 14
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista
130

Gráfico 18 – Dimensão 5: Comunicação nas Redes

4e5 2e3 1

1 3,5%

2e3 34%

4e5 54%

Fonte: Pesquisa própria

Gráfico 19 – Assertivas da dimensão 5: Comunicação nas Redes

1
A24
2e3
4e5

A23

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Fonte: Pesquisa própria

O resultado demonstra uma média atitudinal em torno de 54% para a dimensão


pesquisada, situando-se, portanto, dentro de uma zona de alerta, pois para os respondentes, a
comunicação interativa referente às necessidades acadêmicas, que deveria acontecer no sistema
disponibilizado pela instituição, ocorre de forma mais fluída em outras redes, como, por exemplo,
nos MSN, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e outros. Além disso, 56% da população pesquisada
consideram que as mídias digitais sociais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede do
EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído,
131

permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as vivenciadas na rede
EAD.

2.6 Dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD

Esta dimensão demonstra a visão dos líderes pesquisados em relação à influência da


atividade profissional sobre diversos aspectos de sua vida pessoal. A dimensão foi mediante as
asserções da tabela 18 e os resultados apresentados nos gráficos: 20 e 21

Tabela 18 – Dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD


1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M A M A M A M A M A
A25 - Consigo me adaptar com facilidade ao modelo oferecido pelo
EAD 1 1 1 5 7 10 19 13 28 15
A26 - Estou satisfeito com os recursos e ferramentas digitais
utilizados e oferecidos por minha Instituição para facilitar o meu
aprendizado 2 2 4 7 12 16 24 11 17 8
A27 - Quando terminar o curso que estou realizando, pretendo dar
continuidade aos meus estudos na modalidade EAD 7 5 5 3 4 9 14 7 26 20
A28 - Aconselho parentes e amigos a fazerem cursos EAD
6 4 4 3 6 4 9 9 31 24
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 20 – Assertivas da dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD

zona de conforto merece atenção Perigo

Perigo 6,75%

merece atenção 24,50%

zona de conforto 66%

Fonte: Pesquisa própria


132

Gráfico 21 – Assertivas da dimensão 6: Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD

A28

A27
Perigo
merece atenção
A26
zona de conforto

A25

0% 20% 40% 60% 80%

Fonte: Pesquisa própria

Para essa dimensão os respondentes apresentam um alto grau de conforto quanto a


adaptação e satisfação ao curso EAD 66%. Na Assertiva A25 68% afirmaram que se adaptam
com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD, na A26 59% dos pesquisados estão satisfeito com
os recursos e ferramentas digitais utilizados e oferecidos pela Instituição para facilitar o
aprendizado. A maioria 62% dos respondentes pretende dar continuidade aos estudos, após a
graduação na modalidade EAD e 68% afirmaram que aconselham parentes e amigos a fazerem
cursos EAD.

2.7 Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas que podem
surgir relacionados à tecnologia.

Tabela 19 – Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas


que podem surgir relacionados à tecnologia

1 2 3 4 5
ASSERTIVAS
M** A* M A M A M A M A
A29- Sempre que há um problema com a transmissão da tele
aula procuro assistir depois as aulas que são disponibilizadas,
para ter conhecimento do conteúdo ministrado. 3 0 4 6 9 7 12 10 28 21
133

A30 - Quando não consigo visualizar o material que é disponível


para estudo, procuro obter as informações com os meus colegas,
monitores/tutores e/ou professores para não ficar sem as
informações. 1 0 4 2 7 11 15 13 29 18
A31 - Quando um link de um artigo que foi disponibilizado pelo
professor para aprofundamento do conteúdo ministrado
apresentar problemas (artigo retirado da Web que não abre a
página), procuro temas semelhantes em outras fontes confiáveis. 5 0 4 5 12 10 13 9 22 20
A32 - A transmissão da teleaula ao vivo é um diferencial para o
meu aprendizado
0 1 1 9 10 9 25 15 20 10
Fonte: Pesquisa própria
Total utilizado para os cálculos percentuais = 105 respondentes
*= Anhanguera
**= Metodista

Gráfico 22 – Dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas


que podem surgir relacionados à tecnologia

zona de conforto merece atenção Perigo

Perigo 2,50%

merece atenção 26,25%

zona de conforto 67%

Fonte: Pesquisa própria

Gráfico 23 – Assertivas da dimensão 7: Envolvimento em estratégias para amenizar


possíveis problemas que podem surgir relacionados à tecnologia
134

A32

A31
Perigo
merece atenção
A30
zona de conforto

A29

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Fonte: Pesquisa própria

De acordo com os respondentes 67% afirmaram que percebem envolvimento em


estratégias para amenizar problemas que surgem relacionados à tecnologia e 69% confirmaram
que sempre que há um problema com a transmissão da teleaula procuram assistir depois as aulas
que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado. Assim como para 71%
que, quando não conseguem visualizar o material que é disponível para estudo, procuram obter as
informações com os colegas, monitores/tutores e/ou professores para não ficarem sem a
informação, 68% dos respondentes consideram que a transmissão da teleaula ao vivo é um
diferencial para o seu aprendizado, enquanto que para 29% do total da população pesquisada,
aponta que esse diferencial não é muito significativo, para o grupo focal a interatividade é
desenvolvida na comunicação on-line. Vale ressaltar especificamente nessa assertiva, que o
semestre que foi realizado a pesquisa, as teleaulas da Universidade Anhanguera foram
transmitidas gravadas.
135

9 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Pretende-se, neste capítulo, interpretar os dados apresentados com as análises reflexivas e


críticas. Entretanto, vale ressaltar, que não houve o intuito de se comparar os resultados entre as
Universidades participantes, mas sim, compreender como a comunicação suportada pelas mídias
digitais sociais coopera no processo de ensino e aprendizagem e leva os alunos a conquistar a sua
autonomia. Outro ponto a ser observado é que a análise se limita ao público pesquisado, cujo
recorte amostral foi de 105 respondentes de ambas as universidades. Além disso, as discussões
originadas pelas entrevistas realizadas com a técnica de grupo focal foram apenas com os alunos
de uma universidade, apesar do convite ter sido estendido para as duas, o retorno positivo foi dos
alunos que estudam na Anhanguera. Portanto, nas discussões, as entrevistas foram utilizadas no
intuito de apoiar ou não os resultados apresentados, assim como, as informações da questão
aberta (apêndice f).
Destacou-se a importância da obtenção do conhecimento, o olhar crítico sobre os aspectos
culturais, os direitos e discernimentos sobre vários prismas, que poderá levar o indivíduo a uma
autonomia e, consequentemente, conquistar sua emancipação. As hipóteses foram discutidas no
grupo, que também serviu como norteador para as formulações das questões dos questionários
aplicado nos quatro cursos Tecnólogos na modalidade EAD: Marketing, Logística, Recursos
Humanos e Gestão Comercial. A análise dos questionários apontou que o público pesquisado, em
sua maioria, é constituído por indivíduos mais maduros, estão dentro da faixa etária entre 31 a 50
anos, 70% da população pesquisada é constituída por pessoas casadas e 53% tem de um a três
filhos.
Na área profissional muitos atingiriam postos altos e voltaram a estudar devido à
exigência dos seus empregadores, para ser portador de diploma, realizar a 2ª graduação ou estão à
procura de mais conhecimentos para relacionar teoria e prática e, consequentemente, obter
maiores resultados em suas funções. Esse resultado pode ser indicativo de uma decisão madura
para o retorno aos estudos, o que provavelmente ajude a desenvolver recursos comportamentais e
cognitivos adequados a responder aos desafios próprios enfrentados pelo aluno durante o
processo comunicacional, relacional e, sobretudo, na aprendizagem. Outro indicativo pela
procura dos estudos na idade madura pode estar relacionado à ampliação da expectativa de vida
no mundo e no Brasil, como aponta Oliveira:
136

Com mais tempo para viver, as prioridades podem ser reavaliadas e as etapas
que eventualmente foram abandonadas ou não se completaram podem voltar a
ser incluídas nos processos de escolha. Ao perceber que o interesse em aprender
é renovável, muitas pessoas começam a considerar novas realidades para suas
vidas. Estimulados pela estabilidade pessoal conquistada com o passar dos anos,
assim como pelas novas tecnologias de ensino, muitos “quarentões” estão se
matriculando em faculdades, como demonstram as estatísticas do Ministério da
Educação e Cultura (MEC), que em 2011 já registravam mais de 20% dos
estudantes universitários com idade acima de 40 anos (OLIVEIRA, 2012 p.74)

O fato do ser humano ter mais tempo de vida somado às expectativas que modificam o dia
a dia, com a introdução das mídias digitais sociais, pode estar levando esses alunos, já em idade
adulta, a retornarem às escolas, com o intuito de obter maior qualificação e atualização para o
trabalho e conquistar conhecimento ou maior expertise com as MDSs. Além disso, a procura,
mesmo que tardia, aos estudos, pode estar vinculada às exigências atribuídas pela Sociedade do
Conhecimento, cujo escopo vai além do mundo da internet e está redefinindo a economia global,
trazendo consigo a transformação do mundo “inteligente” em toda a sua dimensão e também as
referências definitivas e irrefutáveis do domínio do mundo de negócios (SQUIRRA 2005 p. 258).
Entretanto, essa população, em sua maioria, é considerada como imigrante no universo
das mídias digitais sociais, com as características específica desta geração, pois, apresentaram ter
um escopo bem definido do que se almejam e são possuidores de um julgamento crítico bem
apurado para as questões que envolvem seus direitos, demonstrados e corroborados na fala do
grupo.
Trabalhou-se nos encontros do grupo focal os temas levantados como hipóteses. Em um
desses encontros o grupo discutiu sobre a percepção que os participantes tinham a respeito da
utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e alunos
e entre os alunos em si, se torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, se ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma relação emancipatória.
Essa questão foi apontada pela maioria dos pesquisados e também pelo grupo focal, como real e
assinalou que ainda as Instituições precisam desenvolver muito neste quesito, o grupo indicou
como exemplo, o Google talk 34,o Skype ou o MSN com mensagem de voz como uma possível
solução para que a agilidade na interação ocorra efetivamente. De acordo com a percepção do
grupo essa ferramenta facilitaria a comunicação interativa, permitindo maior agilidade, nos

34
A Universidade Anhanguera oferece gratuitamente uma conta no Google APPS para cada aluno.
137

diálogos entre alunos e professores e entre os alunos em si, mas que ainda não é uma ferramenta
utilizada no processo. Pertinente ao tema autonomia e emancipação, o grupo apontou que poderá
sim ocorrer, mas que depende da forma e dos conteúdos discutidos nos momentos de interação
que envolvam teoria e prática e como cada aluno irá conseguir refletir sobre tais temas
relacionando-os às suas experiências, para o grupo não adianta o aluno estar apenas de corpo
presente, mas precisa interagir em todas as atividades para adquirir e dividir conhecimentos, com
todas as ferramentas tecnológicas disponíveis. Para facilitar esse processo, hoje o EAD conta com
a web 2.0 que, segundo Primo (2006 p. 2), tem repercussões sociais importantes, que potencializa
processos de trabalho coletivo de troca afetiva, de produção e circulação de informações de
construções social de conhecimento apoiadas pela informática.
As informações levantadas a respeito da utilização da MDS, conforme apontados no
capítulo anterior indicam a predominância das seguintes características: A maioria tem
computador com acesso à Internet e em seus ambientes de trabalho utilizam aparelhos móveis e
acessam a web com esses aparelhos, entretanto é interessante notar que para 73% dos
respondentes, apesar de possuírem aparelhos móveis, quando utilizam o fazem de suas
residências ou no ambiente de trabalho. O número de usuários que utilizam aparelhos móveis
com acesso à web é corroborado com a informação da pesquisa TIC domicílios de 2011, que
apontou um crescimento significativo da posse do computador portátil em comparação à pesquisa
anterior.
Além disso, os respondentes conhecem e aproveitam as MDS oferecidas por suas
Universidades e as utilizam para se comunicarem com seus colegas e seus professores, mas,
também fazem uso de forma bastante significativa do comunicador e-mail para esse tipo de
contato. A pesquisa apontou que a grande maioria 86% se conecta no mínimo 1 hora por semana
à internet.
Esses dados confirmam os resultados do Dossiê Universo Jovem - MTV (2010) que
apesar da idade dos pesquisados, ter atingido a faixa etária até os 30 anos e utilizarem as mídias
digitais sociais de forma bem expressiva, os resultados apontaram que 49% dos entrevistados
apresentam características mais conservadoras, são mais tradicionais, humanizados e
batalhadores, seus valores estão mais voltados para “a união familiar, carreira, profissão, viver
numa sociedade menos desigual, consumista e mais segura, além de valorizar a espiritualidade”
(DOSSIÊ MTV, 2010). Os resultados desse dossiê podem ser um ótimo parâmetro para
138

identificar que independente da época ou da idade, sempre haverá grupos com características
singulares com visão e percepção de mundos diferentes do que é exposto pelos meios de
comunicação.
Convergindo para esse mesmo raciocínio, Carvalho (2010) apresentou características
relacionadas aos alunos que têm a mesma faixa etária dos pesquisados da MTV e declara que se
trata de um público que, além de atuantes, são colaborativos e interativos. Esses aspectos, além
de contribuir com a construção do conhecimento, dão sentido aos resultados da nossa pesquisa,
cujos participantes também têm atributos parecidos e que são importantes para o indivíduo
conquistar sua liberdade de expressão, assim como para desenvolver a sua autonomia e obter o
seu próprio aprendizado e conhecimento, no universo da Sociedade do Conhecimento.

1 ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS DAS SETE DIMENSÕES

As dimensões um e dois “Conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos


pela instituição” e “Grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado”,
apontam que o público pesquisado está bem inclinado a concordar com o sistema oferecido pela
Instituição. Em outras palavras, pode-se entender que esses alunos se identificaram com as MDSs
oferecidas pela Instituição onde estudam, com algumas ressalvas que merecem atenção e um
cuidado para inserir os alunos que ainda não estão aptos para a utilização das MDSs da
Instituição. Essas informações foram corroboradas na questão aberta do questionário ao ser
solicitado um relato sobre a experiência com a utilização das mídias digitais sociais no processo
comunicacional na relação de ensino-aprendizagem, nessa questão poucos respondentes
afirmaram que utilizam sites para compras e esclarecimento, mas para muitos esse curso está
sendo o primeiro contato com as MDS.
Provavelmente esse olhar positivo relacionado às MDS oferecidas pelas instituições é
favorecido por aspectos próprios do perfil pessoal dos alunos pesquisados, como a maioria 61%
encontra-se na faixa etária acima de 31 anos, são alunos que migraram para o mundo digital. Esse
fato pode ter sido determinante para o resultado, já que essa geração apresenta características
propícias para se adequar às atuais condições oferecidas pelas Instituições. Pois, trata-se da 1ª
geração “Y” e da geração “X” ou ainda denominados como imigrantes digitais, que têm como
uma de suas características a fidelidade aos seus ideais, e ao determinarem o retorno aos estudos,
139

o fazem de forma idealista e por terem fortes tendências a serem centrados, independentes e
pragmáticos esses atributos, provavelmente permitem que consigam usufruir das tecnologias
oferecidas pelas Instituições de forma mais pacífica. Tapscott (1999) define essa geração como:
(...) um grupo mais bem educado da história. Mas, como adolescentes,
depararam com uma economia com uma das mais altas taxas de desemprego,
que beirava os 10% no final de 1980. Também viram alguns dos mais baixos
salários iniciais de qualquer grupo desde aqueles que ingressaram na força de
trabalho na década de 30, durante a Depressão (TAPSCOTT, 1999, p. 19).
Esses fatores apontados por Tapscott permitem uma maior compreensão sobre a
necessidade que esses alunos imigrantes digitais, já em idade madura apresentam na busca de
seus objetivos e o quanto são preparados para se adaptarem nas mais diversas situações, pois já
vivenciaram situações diversas que os deixaram atentos com os acontecimentos econômicos,
sociais e políticos. Outra análise viável desses resultados pode estar relacionada ao que
Habermas apresenta sobre a integração social como um processo de reprodução do “mundo da
vida”. Vale lembrar que para o autor o “mundo da vida” é a esfera da reprodução simbólica, da
linguagem, das redes de significados que compõem determinada visão de mundo, sejam eles
referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos, enquanto que o
“mundo instrumental ou do sistema” refere-se à reprodução material, regida pela lógica
instrumental, o que força o indivíduo a uma adequação dos meios para atingir determinados fins,
incorporadas nas relações hierárquicas como político ou econômico. Desta forma, para Habermas
os indivíduos e os grupos sociais se afirmam, dominando as situações por suas ações, cujo
contexto é dado pelo “mundo vivido” criador de horizontes, que se apresenta, em cada situação,
como um fragmento encarado como um problema frente ao qual o agente deve posicionar-se
(HABERMAS, 2003b :192). Assim, os pesquisados, ao afirmarem que aceitam as mídias digitais
sociais oferecidas pela Instituição, demonstram que sabem situar-se para alcançar seus objetivos
de acordo com a proposta de seu “mundo vivido”, entretanto são adaptáveis e por isso,
conseguem respeitar as regras impostas pelo “mundo instrumental”.

De acordo com as características acima citadas, pode-se dizer que a utilização mais
acentuada das mídias da Instituição e do mensageiro MSN, deve ser devido ao fato de muitos
ainda não dominarem as demais MDSs e ao se comprometerem com seus objetivos estão em
busca de conhecimento, por isso, primeiramente utilizam as MDSs oferecidas pela instituição e
com a que eles provavelmente já estavam habituados, no caso o e-mail. Além de que pode ser um
indicador de que a comunicação realizada com a utilização dessas mídias, ainda são apenas as
140

formais.

Os apontamentos realizados na dimensão três, “grau de domínio das ferramentas


existente na Internet para recursos oferecidos como ferramenta para as pesquisas de trabalhos
acadêmicos e compartilhamento do conhecimento”, demonstram que grande parte dos
respondentes 46% conhece as ferramentas existentes na Internet para a busca de trabalhos
acadêmicos, ainda considerada como pouco utilizada para 25% e para os demais 18% tais
recursos não se aplicam. As discussões do grupo apresentam similaridades com o resultado desta
dimensão, para o grupo, as ferramentas do tipo Hiperlinks são poucas vezes acessadas além do
que é indicado pelo professor. Somente quando há a necessidade de se realizar trabalhos, caso
contrário não existe o hábito de acessá-las, apesar de muitos terem conhecimento de que estão
disponíveis na Internet artigos confiáveis com facilidade de acesso.
O grupo relatou que a utilização dos wicks com artigos, poderiam ser mais explorados
pelos próprios professores temáticos para ajudarem aos alunos, com os temas que são trabalhados
em aula e discutidos com os professores auxiliares e tutores. Também foi apresentado e discutido
pelo grupo que os artigos, quando são publicados se tornam mais relevantes, esse ponto foi
observado na seguinte frase: “a partir do momento que se colocam no papel, os artigos se tornam
mais relevantes e confiáveis, os impressos tem mais fidedignidade, o princípio é que se tem um
custo o indivíduo terá mais cuidado no que divulgar, ao passo que quando o texto é publicado
apenas na Internet, é importante que haja mais pesquisas para confirmação”.
Para o grupo, se o professor, depois de expor o conteúdo da matéria, sugerisse links
atualizados, os alunos teriam mais referência e o filtro já teria sido feito pelo professor. A média
das asserções e a fala do Grupo Focal (apêndice G) oferece uma interpretação do perfil atitudinal
dos alunos pesquisados, corroborando com as características da geração X, não como vítimas de
um ambiente complexo e instável, mas como agentes desse processo, o que pode ser também
resultado de uma atitude dessa geração que, além de gostar de lidar com computadores e
equipamentos eletrônicos, apresentam maturidade, desprendimento e buscam os seus direitos. A
reivindicação de que os professores temáticos sejam mais cuidadosos ao apresentarem os links,
para que sejam atuais, faz parte de uma característica marcante dessa geração que prefere
aprender direto com indicações e sugestões certas. Por outro lado, pode-se também inferir que, de
acordo com as considerações de Presnky (2001), para essa geração que como imigrantes, no caso
digitais, possuem sotaques, diferentemente dos nativos digitais que são mais intuitivos e
141

encontram as mais diversas soluções, nas ferramentas digitais com um processo mais intuitivo de
tentativas e erros. Essa é uma das prerrogativas da sociedade do conhecimento, pois não é mais
viável o aluno se limitar apenas a aprender a fazer e esperar que tudo chegue a suas mãos
simplesmente, mas, sim ter a disposição de aprender a aprender e no lugar de informações
prontas e acabadas, o novo paradigma cujo cenário as tecnologias digitais dão suporte, o norte é
saber encontrar a informações nas diversas fontes e, saber trabalhar com os dados a fim de
transformá-los em conhecimento.
Observa-se na dimensão quatro, “Comunicação dentro do EAD”, que a maioria dos
respondentes 67% considera que as MDSs são importantes para a Comunicação dentro do EAD e
que o processo comunicacional poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte dos tutores de
EAD maior interatividade on-line. Para 66%, o processo comunicacional poderia ser mais
interessante e dinâmico se o layout fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um
visual agradável. Também nessa dimensão, 61% dos pesquisados concordam que a utilização dos
recursos das mídias digitais sociais, no processo do EAD entre professores e alunos, e entre os
alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e, consequentemente,
ajuda o aluno a alcançar sua autonomia. Essa questão é apoiada pela discussão do grupo focal,
apontados em questionamentos como: “o porquê de não investir mais em tutores que possam
ficar um tempo maior on-line”. De acordo com a fala de um dos componentes do grupo “certos
erros de sistema podem ser aceitos, assim como erros de pessoas, mas o que não dá para aceitar é
a falta de respeito”, afirmam que muitas vezes se sentem ludibriados, com a falta de comunicação
com os tutores EAD, que usam apenas a comunicação off-line e sempre com desculpas de que
não tem tempo para ficar mais on-line. É interessante notar que a pesquisa Dossiê da MTV
(2010) destaca que o conceito de on-line e off-line é ultrapassado, entretanto, observam-se nos
comentários do grupo que na contramão da pesquisa da MTV, os alunos participantes afirmaram,
que a comunicação dentro do AVA acontece de forma mais off-line e destacou que “é importante
que os tutores EAD, estejam disponíveis em algum momento on-line, mesmo que, seja
combinado com antecedência”. É interessante ressaltar que essa assertiva destacou apenas a
importância da comunicação acontecer on-line, e nas discussões do grupo foram assinaladas as
dificuldades para a comunicação on-line com tutores e professores no AVA.
Percebe-se que para o grupo, manter a dialogicidade sem ter nenhum contato presencial
ou mesmo on-line, faz com que o processo torne-se mais complexo e com maiores dificuldades
142

para a comunicação ser mais efetiva. Além disso, o grupo afirmou que as explanações dos
professores/tutores presenciais fazem a diferença, para eles é importante estar com o outro em
sala de aula para trocas de informações entre os colegas, mesmo que esses momentos sejam uma
ou duas vezes por semana, para o grupo o fato de poder estar em contato com colegas,
funcionários, professores e tutores torna-se como um diferencial importante para se estabelecer
confiabilidade e para acontecer o processo comunicacional.
Por outro, lado os apontamentos dessa dimensão também apresentam que a maioria do
público pesquisado concorda que quanto mais se incrementa o uso dos recursos tecnológicos e
comunicacionais, mais resultados positivos se colhem no processo da retenção da informação.
Apesar de que, dentro do EAD nas duas universidades em que os alunos foram pesquisados, o
processo comunicacional, mesmo com as possibilidades oferecidas pelo computador e internet e
com as ferramentas disponíveis nos ambientes AVA, em sua maioria, apresenta uma barreira
comunicacional que é inerente ao ser humano, já que elimina a linguagem corporal não verbal.
Essa comunicação não verbal é apresentada por gestos, expressões faciais, olhares, tom de voz
etc, exceto nas teleaulas o processo comunicacional é quase exclusivamente por trocas textuais, é
provável que ao apresentar tal característica a dinâmica de ensino aprendizagem sofra
interferências. Nesse sentido, Alex Primo (2006: 2), destaca o potencial da Web 2.0 como uma
tecnologia que permite mais poder e capacidade de interação na web e o autor afirma que
consequentemente essa facilidade atribui ao internauta, mais liberdade e maior autonomia. Além
disso, facilita também outro aspecto importante que é a dialogicidade apontada por Paulo Freire
(1977: 96), há mais de três décadas afirmou que as possibilidades de interação, geradas por
interfaces de comunicação, dependem de estratégias propostas pelo educador que fomente o
diálogo problematizador. Entretanto o que o grupo apontou, não é apenas a importância do
contato presencial, mas, sim da interatividade, que pode acentuar a necessidade de se aproveitar o
que já existe nas ferramentas skype e MSN, por exemplo, para que o diálogo aconteça de forma
falada e não apenas textual.
Moran, (2012) concorda com Paulo Freire (1977) e acrescenta que com a educação on-
line os papéis do professor se multiplicam, diferenciam e complementam, exigindo uma grande
capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações e propostas que as
ferramentas e linguagens tecnológicas apresentam. Entretanto, essa modalidade ainda está muito
presa no modelo tradicional e, paulatinamente, vai ganhando espaço e, em alguns casos, os cursos
143

EAD continuam com as aulas presenciais regulares, acrescentando algumas atividades


complementares a distância. O professor participa de formas diferentes e exerce papéis distintos
em situações que lhes são apresentadas e precisa neste momento de transição, ser capaz de
desenvolver várias atividades, além de compreender diversos tipos de tecnologias. Nesse sentido,
Moran (2012) esclarece que:
O professor on-line precisa aprender a trabalhar com tecnologias sofisticadas e
tecnologias simples, com Internet de banda larga e com conexão lenta, com
vídeoconferência multiponto e teleconferência com software de gerenciamento
de cursos comerciais e com software livre. Ele não pode acomodar-se, porque a
todo o momento, surgem soluções novas e que podem facilitar o trabalho
pedagógico com os alunos. Soluções que não podem ser aplicadas da mesma
forma para cursos diferentes (MORAN, 2012).

É importante perceber que, de acordo com os resultados apresentados e a fala dos alunos
provenientes da entrevista do grupo, além da importância do layout e da tecnologia oferecida, a
maior fragilidade que as instituições apresentam é a definição dos papéis dos tutores e
professores temáticos no processo comunicacional dentro da relação de ensino aprendizagem
para as utilizações das ferramentas tecnológicas no EAD. Esses aspectos podem ser examinados
sob o prisma da Teoria da Ação Comunicativa, cuja teoria do agir é constituída a partir dos atos
de comunicação. Para Habermas, citado por Prado (1996,) existem duas formas de lidar com a
comunicação: buscar fins e seguir de modo teleológico um plano de ação, apenas visualizando o
fim ou procurar entendimento verdadeiro e transparente, definido como modo comunicativo.
Para Prado, (1996) esta oposição é fundamental, já que a divisão entre racionalidade
instrumental-estratégica e ação comunicativa é uma postura de base, se o falante dirige-se ao
outro procurando resolver um problema para atingir determinado alvo, então sua postura é
racional, mas se ele age sistemicamente, instrumentalmente, ele não se preocupa em entender-se
com o outro falante senão para atingir suas metas. Observa-se que para o grupo focal, o EAD
ainda está vivenciando a racionalidade instrumental-estratégica, segundo o grupo, “mudou-se a
plataforma, mas a usabilidade no fundo só se modernizou e continua a mesma coisa, só muda o
nome, por exemplo, o Skype e o MSN são os mensageiros da informação, ou seja, ainda não
temos interação efetiva, apenas passamos as informações do mesmo jeito que era antigamente, só
que agora de uma forma mais dinâmica, mas isso não significa que tenhamos mais
interatividade.”
Essa postura do grupo em relação à usabilidade das ferramentas tecnológicas no EAD
144

reflete que, apesar dos avanços alcançados até o momento, ainda há de se aprimorar muito o
formato e as ações dos atores envolvidos nessa modalidade. Por enquanto, percebe-se que,
mesmo com os esforços dos profissionais que atuam no EAD, ainda a postura dentro das
Instituições é mais racional e sistemática, ou seja, instrumental, entretanto para se obter êxito no
processo comunicacional na relação de ensino aprendizagem é importante encontrar o equilíbrio
na postura dos atores envolvidos na dinâmica entre o “instrumental-estratégico” e o “mundo
vivido”, que tem como base a prática comunicativa coerente e transparente, evitando assim ações
que tendem a ser estrategizantes, instumentalizantes, coisificantes e consequentemente anular o
potencial comunicativo do individuo (PRADO, 1966).
Ainda outro aspecto importante apontado pelo grupo, está voltado para a exclusão digital,
vale destacar que houve discordância sobre esse aspecto, em que para uma parte do grupo, não é
possível uma pessoa fazer o curso EAD, sem ter acesso ao computador com conexão à Internet,
para essa parcela do grupo a situação se agrava quando o aluno não tem habilidades em lidar com
essas ferramentas. É interessante notar que a outra parte de grupo discorda sobre o tema no que se
refere à necessidade de se ter computador, pois na percepção deles, o aluno poderá usar os
computadores dos laboratórios dos polos, das lan houses, caso não tenham computador em casa,
mas todos concordaram que é importante ter habilidades com as ferramentas. Sob esse aspecto,
nota-se nas pesquisas realizadas pelo CETIC.br de 2010 e 2011, que há por parte do governo,
ainda que com uma visão mais instrumental, empenho em equipar as escolas com computadores e
Internet. Todavia, o acesso às vantagens e benefícios trazidos por essas novas tecnologias digitais
não atinge toda a sociedade, mesmo porque os projetos não envolvem políticas públicas voltadas
para o “mundo vivido” dos alunos e professores. Desta forma, a grande massa fica restrita a
buscar meios, com o intuito de não ficar atrás na busca pelo poder que o “mundo do
sistema/instrumental” proporciona, por isso é importante que as Instituições educacionais que se
propõem a oferecer o Ensino a Distância tenham um olhar diferenciado ao público que ainda está
excluído desse processo, seja por motivos, geracionais, econômicos, políticos ou culturais e
promovam ações de inclusão junto aos seus alunos e professores, tendo como princípio o “mundo
vivido” desses atores.
Nesse sentido, Paulo Freire, (1967) e Rogers (1971) afirmam que, para se manter um
diálogo é importante a transparência, honestidade e empatia, somente com essas atitudes poderá
se estabelecer a confiança. Em uma aula independente de ser presencial ou a distância, cujo
145

professor consegue promover o diálogo, que poderá ser textual ou verbal, ele também promove o
processo de aprendizagem como um facilitador e, além de não impor conclusões arbitrárias, não
trabalhará só com uns privilegiados, mas com todos, mesmo que estejam em diversas regiões.
Por isso, refletir sobre a importância do diálogo é o primeiro passo para participar da ação
comunicativa na relação de ensino-aprendizagem no EAD, pois se trata de um aspecto que
colabora significativamente para a construção do conhecimento, que tornará o indivíduo mais
culto, crítico e também poderá ajudá-lo a atingir sua liberdade de expressão e sua autonomia, que
o levará a emancipação. Nesse sentido, Martins em seu texto “A importância da didática no
ensino superior” afirma que:
Ao professor universitário não cabe mais se colocar como personagem central
do processo de ensino-aprendizagem, melhor dizendo, apenas ensino como mera
tarefa de transmitir informações. Atualmente, ao professor cabe o papel de ser
um mediador do trabalho educativo, no qual se faz necessário construir
habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz, além
de um bom nível de conhecimento da área em que pretende lecionar
(MARTINS, 2009 p. 123).

Autores como Martins, Rogers, Freire, Moran e Habermas, nos ajudam a refletir sobre a
importância da presença do diálogo no processo da didática. Somente por meio do diálogo se
pode perceber o ensino sendo efetivado, integrado de modo pleno ao indivíduo, em sua
constituição biopsicosocial e cultural. Entretanto, a interatividade é primordial para que ocorra o
diálogo em uma aula mediada pelas tecnologias digitais, sobretudo no EAD.
Por isso, independente da modalidade, uma das estratégias de aula que sempre deve estar
presente é o diálogo, que é capaz de “promover a interação professor-aluno no processo de
construção de conhecimento, mas também orientar e não manobrar, saber regular o ritmo dos
debates (virtuais ou não) ou das atividades, esclarecer dúvidas e conseguir ser firme em suas
decisões, só é possível ao professor que tem empatia” (FREIRE, 1967).
Os resultados apontados na dimensão cinco “Comunicação nas Redes” demonstram uma
média atitudinal em torno de 54% para a dimensão pesquisada, situando-se, portanto, dentro de
uma zona de alerta, pois para os respondentes, a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma
mais fluída em outras redes, como, por exemplo, nos MSN, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e
outros. Além disso, 66% da população pesquisada consideram que as mídias digitais sociais e
suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e
146

estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído, permitem maior colaboração e uma


comunicação muito mais ágil do que as vivenciadas na rede EAD.
É interessante notar que apesar do resultado da primeira dimensão “Conhecimento e a
utilização das MDSs oferecidas pela Instituição” apontar para uma zona de conforto, como contra
ponto os resultados alcançados na dimensão cinco conferem uma posição na zona de alerta, cujos
resultados são corroborados pelo grupo, que afirma que não consegue utilizar o sistema por ser
um site que “é demorado para se acessar, além de ter várias janelinhas para clicar”. O grupo
discutiu e apontou as dificuldades que o sistema oferecido pela faculdade apresenta, e afirmou
que “a parte da tecnologia está muito aquém do que é oferecido”. Um dos integrantes do grupo
chama a atenção para a seguinte questão: “é importante perceber que não é só para a faculdade,
também temos que nos preparar para o mercado, se o mercado quer que usemos o skype, ou outra
ferramenta, não há como a academia fugir disso, só porque quer que usemos suas ferramentas, é
importante que sejamos treinados também para a utilização das ferramentas oferecidas pelo
mercado”. Para muitos do grupo, por não ser funcional o sistema oferecido pela instituição,
procuram alternativas para que a comunicação flua.
Percebe-se que, ao relacionar essa dimensão com a dimensão anterior, os resultados se
complementam. As características da comunicação das redes sociais com vistas à utilização no
processo comunicacional dentro da relação de ensino aprendizagem apresentam uma
potencialidade significativa, evidenciou-se que os alunos, embora respeitem o sistema oferecido
pela Instituição, sabem diferenciá-lo com o que é oferecido pelo mercado, mesmo que o acesso e
domínio das ferramentas para a maioria desses alunos seja limitado, pontuam o que poderia ser
um diferencial para as melhorias. Nesse mesmo aspecto, Carvalho (2010 p.75) reforça essa
discussão, ao destacar a importância do dinamismo para o sucesso no processo do ensino
aprendizagem e o quanto os vários papéis dos professores podem ser determinantes ao serem
associados a outras ações das Instituições.
Apesar dos resultados dessa pesquisa indicarem que a maioria dos respondentes são
pertencentes à geração considerada como imigrantes digitais, há de se concordar com Prensky
(2010), ao afirmar que é necessário ter um olhar cuidadoso tanto para as tecnologias digitais que
são utilizadas, como para as relações interpessoais, vivenciada dentro do EAD, pois em cada
situação poderá apresentar um efeito diferente, ressalta que estamos trabalhando com tecnologias
e indivíduos. Nesse sentido, Moran (2012) concorda com Prensky (2010) e reforça ao destacar a
147

integração das mídias digitais utilizadas no EAD, que exige o emprego de uma pedagogia muito
mais flexível, integradora e experimental, para ambos estamos aprendendo a desenvolver
propostas pedagógicas diferentes para situações de aprendizagem diferentes. Ao observar o
resultado desta dimensão, é possível notar que as Redes Sociais venham contribuir
significativamente no processo comunicacional nas Instituições educacionais, entretanto, “há de
se ter os devidos cuidados para não vislumbrar apenas o lucro, massificando o processo de
ensino-aprendizagem” (MORAN, 2012).
Na dimensão seis, “grau de adaptação e satisfação ao curso EAD”, 66% dos respondentes
apresentaram um alto grau de conforto quanto a adaptação e satisfação ao curso EAD, enquanto
que 68% afirmaram que se adaptam com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD, na (A26)
59% dos pesquisados estão satisfeito com os recursos e ferramentas digitais utilizados e
oferecidos pela Instituição para facilitar o aprendizado. A maioria 62% dos respondentes pretende
dar continuidade aos estudos, após a graduação na modalidade EAD e 68% afirmaram que
aconselham parentes e amigos a fazerem cursos EAD. Esses dados corroboram com a primeira
parte da pesquisa, pois os respondentes cuja maioria de imigrantes digitais, estão certos de seus
objetivos e sabem o que fazer para almejá-los e ao afirmarem que pretendem continuar seus
estudos, dão significado a suas propostas para conquistar o saber.
Na dimensão sete “envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas que
podem surgir relacionados à tecnologia”, 67% dos respondentes afirmaram que percebem
envolvimento em estratégias para amenizar problemas que surgem relacionados à tecnologia e
69% confirmaram que sempre que ocorre um problema com a transmissão da teleaula procuram
assistir depois as aulas que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado.
71% dos pesquisados apontaram que quando não conseguem visualizar o material que é
disponível para estudo procuram obter as informações com os colegas, monitores/tutores e/ou
professores para não ficar sem a informação. Para 68% dos respondentes, a transmissão da
teleaula ao vivo, é um diferencial para o seu aprendizado, pois é quando ocorre a interação.
Nota-se que a maioria dos pesquisados, além de conhecerem as MDS oferecidas por suas
Universidades a utilizam sem grandes dificuldades para as atividades escolares e para a
comunicação entre seus professores e tutores, entretanto, preferem as MDS oferecidas pelo
mercado para se comunicarem com seus colegas, mesmo que os assuntos sejam sobre atividade
escolar. Vale destacar, que as MDS mais utilizadas por esse grupo, são os e-mails e MSN. Outro
148

aspecto é que possuem um senso crítico bem apurado sobre as ferramentas disponibilizadas por
suas instituições, esse quesito ficou mais evidente na fala do grupo, apesar de compreenderem
que o EAD ainda está em processo de desenvolvimento e crescimento e que ainda há muito a
alcançar.
Apesar da indicação da teleaula ser ao vivo, por ser um momento significativo para se
iniciar a interação, na entrevista realizada com o grupo destacou-se muito mais a importância e
necessidade de se ter mais comunicação on-line, para esclarecimentos e acompanhamentos mais
efetivos dos professores e tutores, do que da própria teleaula.
Para o aluno, ao perceber que mesmo a distância o professor considera suas questões e a
expõe ao vivo, no fórum ou no grupo de discussão e tenta esclarecê-las com respeito,
possibilitando novas discussões e abrangência do conhecimento, esse aluno se sentirá como
descreve Rogers (1971), ao ser respeitosamente ouvido, o aluno também abandonará suas
resistências e poderá ser mais transparente e esse é o ponto crucial para que se inicie um diálogo
efetivo, quando há respeito e empatia de ambas as partes. A verdadeira aprendizagem ocorre, em
grande parte através da ação, quando o aluno participa do processo (ROGERS, 1971 p. 114).
Autores de diferentes décadas como Rogers (1971), Freire (1982) e Tapscott (2010)
ajudam aos profissionais da área da educação a perceber a importância do comprometimento da
profissão e o quanto isso poderá ser um facilitador para que os alunos tenham como princípios
norteadores o respeito, a empatia e a transparência. Esses valores, aliados às facilidades, expostas
na Sociedade do Conhecimento com os aparatos tecnológicos das mídias digitais sociais, poderão
ainda auxiliar que esses alunos cheguem ao ponto de seguir por si mesmos e alcancem a tão
sonhada autonomia, que os levará à emancipação como cidadãos, libertando-os da alienação com
a qual o sistema do mundo instrumental tenta aprisioná-los.
Para que esse processo aconteça, é importante lembrar que, antes de ser um profissional, o
ser humano deve ser comprometido consigo mesmo. “somente dessa forma poderá ocorrer o
comprometimento com o outro, e, como resultado dessa inter-relação, construir o seu “Eu” e seu
comprometimento com o mundo” (FREIRE, 1982 p. 19). Portanto, os profissionais da área de
educação que estão envolvidos e comprometidos com o processo ensino aprendizagem, devem
ampliar seus conhecimentos em torno do ser humano de sua maneira de ser no mundo,
substituindo por uma visão mais crítica a visão ingênua da realidade que, de certa forma, foi
deformada ao longo de sua formação (FREIRE, 1982 p. 20). Esse profissional, ao possuir uma
149

visão mais reflexiva e crítica, também poderá se comprometer em promover o bem estar de seus
alunos, descobrindo métodos e práticas, independentes da tecnologia vigente, levando-os à
criticidade, reflexão e consequentemente a sua autonomia.
Apesar de aporte epistemológico de diferente campo do saber, mas, na mesma linha do
pensamento de Paulo Freire, Habermas também acredita que o sujeito autônomo e competente
refere-se ao sujeito que é capaz de argumentar e interagir de forma empática, dessa forma, a
identidade do indivíduo se efetiva na relação do sujeito com o outro, por isso, “a identidade do Eu
significa uma liberdade que põe limites a si mesma” (HABERMAS, 1983 p. 72). Nota-se que no
universo digital, essa autonomia está sendo experimentada principalmente pelos indivíduos, que
utilizam as mídias digitais sociais de forma colaborativa e interativa.
O modelo de agir comunicativo proposto por Habermas na teoria da Ação Comunicativa
é um bom exemplo de como o consenso livre de toda a coação externa e interna ajuda a promover
a construção do conhecimento de forma mais interativa e com mais transparência na
comunicação e na organização social, o que possibilita o encontro da liberdade e da emancipação.
Para Habermas (1997 p. 148), à medida que a comunicação serve ao entendimento, pode-se
adotar para algumas intenções o papel de mecanismo de coordenação da ação e, com isso, fazer
possível a ação comunicativa. Dessa forma, a interação social fica coordenada pelo intercâmbio
de atos comunicativos, proporcinando uma linguagem orientada ao entendimento, que se
beneficia do “mundo do sistema instrumental” para ampliar o processo comunicacional no
“mundo da vida”. Sendo assim, independente da aula ser presencial ou a distância, as MDSs tem
sido importante para ajudar os alunos que poderão participar ativamente de um processo que os
levará para a construção do conhecimento de forma colaborativa e mais interativa. Dessa forma,
também ajudam a construir a sociedade do conhecimento, que mesmo enfrentando todas as
interpéries políticas, sociais e econômicas, tem conquistado seu papel nesse mundo tecnológico e
globalizado, e é uma imensa oportunidade de disseminar as informações democraticamente, para
que possam ser transformadas em novos conhecimentos.
150

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho, procurou-se estudar sobre as formas que os atores envolvidos no
cenário de ensino aprendizagem na educação EAD, se apropriam e se adaptam às Mídias Digitais
Sociais – MDS oferecidas por suas instituições de ensino e as existentes no mercado, para
facilitar o processo comunicacional. Ressalta-se que mídias digitais sociais, estão sendo vista
neste trabalho, como rede social, que são os sites de relacionamento como: Facebook, Orkut,
MySpace, mais as ferramentas de compartilhamento e trocas de mensagens como os Twitter
YouTube, SlideShare, MSN e e-mails.
Para tanto, resgatou-se historicamente alguns pontos sobre o movimento das novas
tecnologias, sobretudo as digitais, bem como a educação na modalidade a distância, desde o
século passado até a atualidade. Além disso, procurou-se entender o quanto as ações
governamentais têm apoiado as transformações tecnológicas que impactam direta e indiretamente
nos aspectos educacionais. Outro tema abordado para a discussão desse trabalho foi a Sociedade
do Conhecimento, que tem papel de suma importância para o desenvolvimento e avanço das
Novas Tecnologias da Comunicação e Informação.
A pesquisa foi desenvolvida em dois polos de EAD Mauá e São Caetano do Sul das
Universidades Metodista e Anhanguera. Ambas as Instituições utilizam o pacote de software livre
Moodle, que tem como finalidade auxiliar no desenvolvimento de cursos fundamentados na
Internet. Sob o ponto de vista do “mundo da vida” e do “mundo do sistema instrumental”,
conceitos desenvolvidos por Habermas, realizou-se a análise crítica com reflexões sobre os
apontamentos da pesquisa e com as discussões apresentadas pelo grupo focal. Vale lembrar que
os resultados e as discussões são especificamente referentes ao grupo amostral, composto por
respondentes das duas universidades, além de discursos originados do grupo focal, realizado com
os alunos da Universidade Anhanguera. Embora tenham sido entregues 481 Termos de
Consentimentos Livre e Esclarecido – TCLE obtiveram-se 105 questionários devidamente
preenchidos. Sendo assim, o grupo amostral foi constituído de 44% de alunos da Universidade
Anhanguera e 56% da Universidade Metodista. As cidades que se destacaram, de acordo com a
procedência dos alunos, foram a cidade de São Caetano do Sul com 38% e a cidade de Mauá com
33% dos respondentes, ambas sediam os polos das Universidades Anhanguera e Metodista
151

respectivamente. Dentre os cursos, se destaca o curso de Recursos Humanos com 38%, seguido
pelo curso de Marketing, representado por 26% da população pesquisada.
As informações levantadas a respeito do perfil pessoal e profissional dos alunos
pesquisados indicam a predominância das seguintes características: são pessoas de ambos os
sexos, com uma pequena diferença de 4% a favor do sexo feminino, sendo 52% representantes
desse sexo e 48% representantes do sexo masculino, com destaque para os que estão na faixa
etária entre 31 a 40 anos 43% e acima de 40 anos 21% totalizando assim 65% respondentes que,
em média, pertencem à 1ª fase da geração “Y” e também da geração “X”. Dos respondentes, 70%
são casados e um pouco mais de 50% possuem filhos, a maioria concluiu o ensino médio em
escola do estado e ocupam os mais variados cargos, desde auxiliares e operacionais até
empresários ou cargos de confiança.
Esses dados nos fazem refletir sobre o perfil desses alunos, que estão no momento de alto
desenvolvimento e procuram fazer uma graduação por diversos motivos, mas o que se destaca
principalmente na fala dos participantes da entrevista do grupo focal, foi que se trata de pessoas
que têm objetivos traçados e focam a conquista de um diploma para concretizar ou ajudar em
seus ideais, pois, percebem no ensino superior uma melhoria de vida e status.
Os levantamentos feitos a respeito da utilização das MDSs indicam a predominância das
seguintes características: a grande maioria (90%) dos respondentes acessa a Internet através de
um computador fixo apenas de suas residências, e também do local de trabalho ou ainda de suas
residências, local de trabalho e nas universidades onde estudam e apenas 8% acessam no local de
trabalho ou em Lan-house. 58% dos pesquisados utilizam aparelhos móveis com acesso à
internet, como celulares, Ipad, laptop, smartphone, notebook, tablet, entre outros. Desses, a
grande maioria (74%), apesar de possuir aparelhos móveis, quando utilizam o fazem de suas
residências ou no ambiente de trabalho.
Além disso, os respondentes conhecem e aproveitam as MDS oferecidas por suas
Universidades e as utilizam para se comunicarem com seus colegas e seus professores, mas,
também fazem uso de forma bastante significativa do mensageiro e-mail para esse tipo de
contato. A pesquisa apontou que a grande maioria (86%) se conecta no mínimo de uma a cinco
horas por semana na internet.
De acordo com os apontamentos, para 86% dos respondentes, o e-mail é a ferramenta
mais utilizada para manter contato com um número maior de amigos, seguido pelo Facebook
152

63%, ambos com 200 a 1000 amigos. Enquanto que a ferramenta oferecida pela instituição chega
a 61%, porém, com um total de até dez amigos, que podem ser os mesmos que fazem parte dos
seus grupos de estudo.
Os resultados aferidos nas sete dimensões foram organizados de acordo com as trinta e
duas assertivas e utilizou-se um questionário de escala do tipo Likert. Para a análise, valeu-se dos
conceitos das escalas de concordância com grau, considerando: 1 – não se aplica, 2- muito pouco,
3 – pouco, 4 - razoavelmente, 5 – muito. Agrupou-se os conceitos 4 e 5, indicando o percentual
de respostas mais positivas como de zona de conforto. Para os conceitos 2 e 3, definiu-se como
respostas abaixo do esperado, apontado como merecedor de atenção e para o conceito 1 (não se
aplica) considerou-se as circunstâncias apresentadas em que, de fato, não se aplica para aquelas
questões, ou ainda situações em que o respondente desconhece, não percebe ou não utiliza, para
esses casos o termo utilizado foi de perigo. Para as dimensões: “Grau de utilização das mídias
digitais sociais oferecidos pelo Mercado” e “Comunicação nas Redes Sociais”, os conceitos
inverteram-se e as explicações sobre zona de conforto, merecedor de atenção ou perigo, ficaram
para reafirmar ou não se os respondentes utilizam as MDS oferecidas por suas Instituições.
Na primeira dimensão “conhecimento e utilização das mídias digitais sociais oferecidos
pela instituição” de acordo com o total das assertivas para 44% dos respondentes se encontram
em uma zona de conforto e 38% apresentam resultados que apontam como alerta e merecedor de
atenção. Nas assertivas de um a oito observaram-se os seguintes resultados: apesar da grande
maioria 73% conhecer os recursos das mídias digitais sociais oferecidos pela Instituição e para
65% dos respondentes a comunicação no ambiente AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem
fluir de forma aberta e eficaz, apenas 42% percebe que as ferramentas disponibilizadas são
usadas em sua plenitude e 36% utilizam o sistema da Mídia Digital Social oferecido pela
instituição de ensino para comunicar com os seus professores, 28% para comunicar com os seus
colegas de sala e 21% para comunicar com os outros agentes da universidade como: coordenador,
tutor EAD, funcionários da secretaria. Embora haja o oferecimento pelas instituições, cursos que
permitem um nivelamento para a utilização das tecnologias digitais, apenas 29% realizaram tais
cursos. Na percepção de 49% dos pesquisados, o processo de tomada de decisão por parte da
Instituição, para ajustar possíveis problemas no AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem é
eficaz. A fala dos alunos que participaram do grupo focal apoia os apontamentos da pesquisa,
153

para eles utilizam-se paralelamente outros meios, porque não há eficiência pelo que é oferecido
pela Instituição, apesar de aparentemente oferecer facilidades, elas não são viáveis.
Na segunda dimensão “grau de utilização das mídias digitais sociais oferecidos pelo
mercado” os respondentes apontaram que 47% estão numa zona de conforto, enquanto que 31%
assinalam para um alerta de atenção, conforme os seguintes resultados das assertivas: de acordo
com a escala de concordância de um a cinco, 54% dos respondentes não utilizam outras
ferramentas como: Facebook, Orkut, MSN, Skype para comunicar com os seus professores e 60%
não fazem uso dessas ferramentas para se comunicarem com outros agentes da universidade
como: coordenador, tutor EAD, funcionários da secretaria. No entanto, (70%) dos respondentes
fazem uso dessas ferramentas para comunicarem com os seus colegas de sala.
Os resultados da dimensão três “grau de domínio das ferramentas existente na Internet
para recursos oferecidos como ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e
compartilhamento do conhecimento”, 46% da população pesquisada se encontra na zona de
conforto, pois assinalaram na escala de concordância quatro e cinco. Enquanto que 25% apontam
para um alerta, merecedor de atenção, conforme apontamento das assertivas de doze a dezoito,
66% dos respondentes concordam que as ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e
trocar conhecimentos e pode se tornar um agente participativo no processo de aprendizagem,
89% afirmam que utilizam a Internet como ferramenta para pesquisa de trabalhos acadêmicos e
36% utilizam algumas ferramentas como os wikis, os blogs e outros, para criar, trocar ou
compartilhar conhecimentos do processo de aprendizagem, 60% conhecem e utilizam os sites ou
base de dados científicos para pesquisas acadêmicas como: Google acadêmico, Scielo do Brasil,
Sites de bibliotecas de universidades como da USP e/ou outros e 50% utilizam os hiperlinks para
consulta acadêmica. Para 66%, as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio
para o desenvolvimento do processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem e
apenas 17% contribui com conteúdos nos wikis, blogs e em outras ferramentas.
Os resultados da dimensão quatro “Comunicação dentro do EAD” apontam para uma
zona de alerta merecedora de atenção com 67%. De acordo com os resultados apontados nas
assertivas, dezenove até vinte e duas, percebe-se que para 72% o diálogo poderia ser mais
dinâmico se houvesse por parte dos professores ou tutores EAD maior interação on-line.
Conforme apontado por 64%, as mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio do
processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem, 63% apontam que a
154

utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e
alunos, e entre os alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia e 65% assinalaram que o processo
comunicacional na relação ensino-aprendizagem no EAD poderia ser mais dinâmico se o layout
fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um visual agradável. Esses dados foram
reforçados na fala dos alunos participantes do grupo focal com destaque ao layout, com a
prerrogativa de que tudo que é feito para atrair a atenção das pessoas facilita muito a
comunicação.
A dimensão cinco “Comunicação nas Redes” aponta para uma zona de perigo com 54%
dos respondentes e 34% para uma zona de alerta, de acordo com os apontamentos das seguintes
assertivas: Para 55%, as mídias digitais sociais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede
do EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais
descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD e para 51% a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma
mais fluída em outras redes, como, por exemplo, Facebook, Orkut, MSN, e-mail e outros.
Conforme os apontamentos dos respondentes para dimensão seis “grau de adaptação e
satisfação ao curso EAD”, essa dimensão está numa zona de conforto para as Instituições, pois
66% assinalaram na escala de concordância de 4 a 5 considerados como positivos enquanto que
para 24% assinalaram de 2 a 3 apontando para uma posição de alerta merecedor de atenção,
conforme exposto nas assertivas vinte e cinco até vinte e oito: 71% dos pesquisados se adaptam
com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD, enquanto que 57% estão satisfeitos com os
recursos e ferramentas digitais utilizados e oferecidos pela Instituição para facilitar seu
aprendizado, para 64% quando terminar o curso de graduação pretende dar continuidade aos
estudos na modalidade EAD e ainda 70% aconselha parentes e amigos a fazerem cursos EAD. As
discussões realizadas durante os encontros do grupo contribuem para os resultados apontados
nessa dimensão, os alunos enfatizaram em suas falas que para estudar em um curso a distância é
primordial que se tenha autodisciplina, uma das falas marcante foi que: “EAD é para quem sabe o
que quer”.
Para a dimensão sete “envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas
que podem surgir relacionados à tecnologia” a posição também é de zona de conforto conforme
155

assinalaram 67% dos pesquisados, conforme as assertivas vinte e nove até a trinta e duas: Para
68%, sempre que há um problema com a transmissão da tele aula, procuram assistir depois as
aulas que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado. Para 72% quando
se não consegue visualizar o material que é disponível para estudo, procuram obter as
informações com os seus colegas, monitores/tutores e/ou professores para não ficar sem as
informações. Para 61%, quando um link de um artigo que foi disponibilizado pelo professor para
aprofundamento do conteúdo ministrado apresenta problemas (artigo retirado da Web que não
abre a página), procura temas semelhantes em outras fontes confiáveis e 68% afirmam que a
transmissão da teleaula ao vivo é um diferencial para o seu aprendizado, entretanto vale ressaltar
que na discussão do grupo focal a interação on-line entre tutores, professores temáticos e alunos é
o grande diferencial para desenvolver a interatividade.
De acordo com os resultados apresentados, a percepção dos pesquisados demonstra que
as hipóteses apresentadas inicialmente se confirmam, pois, constatou-se através da percepção
desses alunos, que a vivência com a utilização das mídias digitais sociais, no processo da EAD
entre professores e alunos e entre os alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica,
colaborativa e, consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma relação
emancipatória. Apesar das Instituições oferecerem suas ferramentas e essas serem utilizadas
razoavelmente pelos pesquisados, ficou evidente que parte desses alunos as utilizam com
ressalvas, e preferem as ferramentas que são mais ágeis e atrativas que estão disponíveis para
utilização na Internet, além de as considerar mais fáceis para a interação. Essa facilidade permite
maior colaboração e uma comunicação mais ágil do que as ferramentas disponibilizadas pelas
Instituições, que são utilizadas no EAD, além de apresentar o layout mais descontraído e
facilitador. Os alunos também apontaram que a comunicação interativa referente às necessidades
acadêmicas, que deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, muitas vezes
ocorre de forma mais fluída em outras redes sociais.
O público pesquisado, em sua maioria pertence à geração X, ou seja, são os imigrantes
digitais e estão mais aptos a se adequarem às condições oferecidas pelas Instituições e, apesar de
atribuírem as ferramentas disponibilizadas no mercado como mais interativas e ágeis, ainda
encontram alguns obstáculos para dominá-las e, por serem imigrantes, também possuem
sotaques, que acabam provocando ruídos na comunicação, que podem em alguns casos, ser uma
barreira comunicacional dentro do universo digital. Entretanto, uma das características marcantes
156

dessa geração é que são fiéis aos seus ideais e procuram seguir o que se propuseram para alcança-
lo e dificilmente se desviam de seus objetivos, independente das barreiras encontradas.
Outros obstáculos apontados no decorrer desse trabalho, referente às MDSs e seus
avanços no cenário da educação foram, apresentados nas buscas pelos direitos dos cidadãos,
assim como a importância para a igualdade ao acesso da informação, que são importantes para a
compreensão dos caminhos que a EAD seguiu até o presente momento. Por isso, foram apontadas
nas discussões e reflexões apoiadas pelas Nações Unidas sobre as transformações tecnológicas
que impactaram direta ou indiretamente nos processos educacionais, apresentadas no capítulo III.
Os trabalhos realizados pela CMSI – Cúpula Mundial da Sociedade da Informação e o relatório
Mcbride que embora, encontraram resistências e dificuldades desde as elaborações dos relatórios
até a promoção das discussões, foram de fundamental importância para algumas conquistas
alcançadas no final do século passado e também para os avanços ocorridos neste século. Embora,
ainda a sociedade tenha muito que discutir, os avanços são perceptíveis e a comunicação na área
da EAD está se valendo desses progressos.
Todos os avanços tecnológicos, assim como os acordos sobre a governança da Internet,
permitem novas oportunidades para a EAD com propostas de formação mais eficientes para a
sociedade, além disso, os custos para se obter tecnologia estão cada vez mais acessíveis para a
população. Essa nova relação de custo/benefício, proporcionada pelas novas descobertas
tecnológicas, permite o acesso às tecnologias e aos estudos a uma parcela da população que não
teria condição de fazer uma graduação há bem pouco tempo, por questões financeiras, de tempo
ou de localidade. Há muitos estudos inovadores ao redor do mundo, com iniciativas que visam
modernizar os sistemas educacionais, com a finalidade de preparar estudantes para participar da
sociedade do conhecimento (ITU, 2012). Apesar dos muitos obstáculos enfrentados, as MDSs
podem ser um veículo eficaz para melhorar o processo comunicacional, dentro da relação de
ensino-aprendizagem, principalmente se existirem esforços específicos e direcionados para fechar
as lacunas digitais existentes, como por exemplo, ampliação de acesso aos excluídos digitais, mas
que não tenha apenas um olhar instrumental, pois, para a comunicação ser efetiva dentro do
processo ensino-aprendizagem na EAD, as MDSs poderão ser determinantes em muitos pontos.
Por outro lado, não se deve ignorar o quanto o “mundo vivido” depende do “mundo do sistema
instrumental”, pois, só é possível falar de interação, cooperação e agilidade nos processos
comunicacionais, se houver avanço efetivo sobre as discussões da governança da internet, o
157

barateamento das NTICs e treinamentos na utilização dessas tecnologias a todos os atores


envolvidos no processo de ensino aprendizagem e concomitantes, dar continuidade e colocar em
prática as teorias, que nos ajudam a refletir sobre a relação dentro do processo ensino
aprendizado vista no decorrer deste trabalho.
Apesar dos caminhos a percorrer ainda serem sinuosos, é possível que as MDSs na
Educação a Distância — EAD sejam fortes aliadas para a conquista da emancipação dos direitos
de cidadania frente à área da educação. No entanto, sabemos que o ser humano resiste fortemente
às mudanças de hábitos e atitudes. Por outro lado, não podemos deixar passar desapercebido o
fato de que vivemos uma mudança cultural tecnológica, e que precisamos procurar novos
caminhos e dialogar de forma efetiva, buscar novas possibilidades de promover a educação, o
conhecimento e, sobretudo, a liberdade de expressão. Esses pontos poderão ser norteadores de
novas pesquisas, para ajudar a desvelar caminhos que possam auxiliar tanto os imigrantes como
os nativos digitais, na busca de autonomia e emancipação, através do processo comunicacional,
tendo como coadjuvante as MDSs.
Essa pesquisa, assim como as apresentadas na revisão de literatura, citadas no segundo
capítulo, apontam para a necessidade de se estabelecer diálogos independentes das modalidades
do ensino. Entretanto, as tecnologias, sobretudo as mídias digitais sociais, poderão ser
determinantes para se atingir com maior alcance, alunos de diversos lugares das mais variadas
culturas. Por isso, uma postura que apresente dentro do processo comunicacional, segurança com
treinamentos para utilização dessas mídias e transparência no relacionamento, poderá ser muito
mais facilitadora na relação de ensino aprendizagem na construção do conhecimento.
Como se pode perceber, essa pesquisa destaca a importância das MDSs, tanto as
oferecidas pelas universidades, como as que são disponibilizadas pelo mercado, entretanto para
que ocorra a interatividade, colaboração, autonomia e a conquista da emancipação dos alunos, é
necessário que as universidades incentivem a capacitação para a sua utilização. Além de
independente da modalidade de ensino, reforçar os apontamentos quanto à importância de
compreendermos o “mundo vivido’ dos atores envolvidos no processo de ensino aprendizagem e
o quanto se deve saber aproveitar, sem se perder ao que é estabelecido pelo “mundo do sistema
instrumental”.
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169

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Você está sendo convidado para participar da pesquisa: Mídias digitais sociais no Auxílio ao EAD: A
Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como processo facilitador na relação do ensino-
aprendizagem. Você foi selecionado por estar matriculado em um Curso Tecnólogo em EAD e sua
participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a
instituição educacional da qual estás matriculado. Os objetivos deste estudo são investigar se a adoção por
parte das instituições educacionais dos recursos e ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais, que
permitem a comunicação on-line e off-line estimula a comunicação para maior interatividade,
dialogicidade e colaboração entre os atores envolvidos dentro do processo comunicacional na relação de
ensino-aprendizagem da educação a distância.
1. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder ao questionário que será encaminhado ao seu
e-mail com o link do URL do Google, com explicações para preenchimento. Escolheu-se essa forma pela
facilidade de envio, acesso e, posteriormente, das análises, já que o programa do Google fornece alguns
relatórios de dados.
2. Os riscos relacionados com sua participação estão associados ao desconforto pelo tempo despendido no
preenchimento do questionário.
3. Os benefícios relacionados com a sua participação estão associados à utilização futura dos resultados
para fins acadêmico no que tange ao processo comunicacional dentro da relação ensino-aprendizagem.
4. Após a apresentação da tese para a banca avaliadora que é pública, os resultados serão divulgados para
as Instituições, pelos e-mails dos representantes e alunos participantes da pesquisa e também em forma de
seminários nos Congressos Científicos das Universidades participantes nas modalidades presenciais e
EAD, tanto para os sujeitos participantes como para os interessados pelo tema.
5. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua
participação.
6. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação, no questionário não haverá a
identificação do nome e ao preencher as questões na ferramenta do Google os resultados serão
acumulados em um banco de dados.
7. Segue abaixo as informações do pesquisador, podendo tirar suas dúvidas sobre o Projeto de Pesquisa
de sua participação, agora ou a qualquer momento.
170

DADOS DO PESQUISADOR

Nome: Valéria Calipo - e-mails: valeria.calipo@metodista.br, valeria.calipo@aedu.com e


valeria.calipo@yahoo.com.br - Telefone: 99750-0026

__________________________________________
Assinatura do pesquisador
Verso do TCLE

Eu,_____________________________________________, RA__________declaro que entendi


os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

O pesquisador me informou que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UMESP que funciona no prédio Capa no 3º andar da Universidade Metodista de São Paulo –
UMESP, localizada na Rua do Sacramento, 230 - São Bernardo do Campo - São Paulo – CEP.:
09640-000 São Paulo – Brasil. Telefone: (11) 4366-5619.

________________ de _______________ de ______

_________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa


171

APÊNDICE B – ESCLARECIMENTO, ORIENTAÇÃO E COLETA DAS ASSINATURAS


DOS TCLES IN LOCO EM TODAS AS TURMAS NAS DUAS UNIVERSIDADES,
AVISOS E LEMBRETES PRÓXIMOS À DATA DE FINALIZAÇÃO DO PRAZO DA
ENTREGA POR WEB-MAIL

Prezado Aluno,

Você está sendo convidado para participar da pesquisa acadêmica: Mídias Digitais Sociais no
auxílio a educação a distância – EAD: As novas tecnologias da informação e da Comunicação
como facilitadora na relação ensino-aprendizagem. Você foi selecionado por estar matriculado
em um Curso Tecnólogo em EAD.

A sua participação é muito importante, pois, ajudará a verificar se a utilização, por parte das
instituições educacionais, dos recursos e das ferramentas disponíveis nas mídias digitais sociais,
permite a comunicação on-line e off-line, estimula a comunicação para maior interatividade,
dialogicidade e à colaboração entre os atores envolvidos dentro do processo comunicacional,
favorecendo a relação de ensino-aprendizagem da EAD. Acesse a pesquisa
aqui<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQt
S09MS19OUlNqM0E1bUE6MQ> ou no link abaixo

Para melhor compreensão ressalto que, entendemos como Mídias Digitais Sociais – MDS os sites
de relacionamento, conhecidos popularmente por redes sociais, tais como: Facebook, Orkut,
MySpace e, também, as ferramentas de compartilhamento e trocas de mensagens, entre outras, o
Twitter (microblogging), YouTube (compartilhamento de vídeos), MSN e e-mails (trocas de
mensagens).

https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQtS09
MS19OUlNqM0E1bUE6MQ

Aproveito para encaminhar (anexo) para o seu acompanhamento o Termo de Consentimento


Livre e Esclarecido que você assinou na sala de aula.
172

Iniciarei a analise no dia 05 de outubro.

Agradeço a sua colaboração. Ao término/conclusão da pesquisa me comprometo a divulgar os


resultados.

Valéria Calipo

Olá Pessoal,

Gostaria de agradecer todos que participaram da pesquisa e aproveitar para lembrar aos que ainda
não conseguiram responder que essa pesquisa poderá trazer sugestões e indicações significativas
para os cursos EADs, por isso, peço novamente a ajuda de vocês.

Acessando o link

Acesse a pesquisa

aqui<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dDZ1clpxQXQt
S09MS19OUlNqM0E1bUE6MQ>

Muito obrigada,

Valéria Calipo
173

APÊNDICE C – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP


174

SAO BERNARDO DO CAMPO, 24 de Agosto de 2012


Luciane Frizo Mendes
175

APÊNDICE D – GRUPO FOCAL

GRUPO FOCAL

Participantes nos 5 encontros:

Rodolfo Sabino – 44 anos – MKT


• Gerente comercial em MKT em uma importadora, utiliza a tecnologia a favor do trabalho,
possui tablets, celular 3 G, tudo que as tecnologias trazem para agilizar seu trabalho do
dia a dia ele procura adquirir.
Luciana dos S. Regis - 39 anos – MKT
• Trabalha com Mídias Sociais em uma empresa para desenvolver o MKT, hoje está em
várias redes como o LinkedIn, Faceebook e outros.
Edson Thimóteo – 47 anos - Gestão Comercial
• Supervisor de vendas usa muito a tecnologia para adquirir informações, já que as
informações são essenciais para o desenvolvimento do seu trabalho
Lia Carian Genaro – 30 anos – MKT
• Propagandista (desempregada) utiliza as tecnologias a todo o momento para agendamento
de visita acompanhamento de médico, além de uso pessoal.
Vanessa Santos Fortes – 27 anos – RH
• Auxiliar de escritório utiliza as tecnologias diariamente para facilitar o desenvolvimento
do seu trabalho.
Ricardo – 37 anos Gestão Comercial
• Contador de uma empresa de equipamentos industriais utiliza a tecnologia para melhorar
o desempenho no trabalho
Elizangela C. Gazige – 33 anos – RH
• Telefonista em uma transportadora de veículos e utiliza no seu cotidiano, na vida pessoal
e procura se atualizar com as tecnologias existentes no mercado, porque na empresa que
trabalha as tecnologias não são atualizadas.
176

Ana Lúcia Galvão Siliano – 33 anos – RH


• Encarregada contábil usa a tecnologia para tudo, como se comunicar com clientes e para o
uso pessoal.
Angela Áclio – 34 anos – Gestão Comercial
• Prestadora de serviços - utiliza todas as Redes Sociais e os recursos tecnológicos
disponibilizados.

1º Encontro: 04/09/2012 das 18hs às 19hs

Relatório:
Após a explicação sobre o que é um grupo focal e estabelecer o contrato e procedimentos para
que o grupo seja respeitoso entre si considerando os participantes, deu-se prosseguimento com a
abertura de um momento para reflexão e discussão livre sobre o tema: O olhar que os alunos que
estão no 2º bimestre tem sobre as MDS e o quanto as Tecnologias da Informação ajudam ou
facilitam nossa comunicação.

O grupo comentou o conteúdo de um artigo publicado no Jornal Hoje sobre os cursos gratuitos do
SENAI em EAD. Comentou-se sobre a qualidade desses cursos e dos cursos que a GV também
oferece.

Recordou-se que há bem pouco tempo os cursos EAD eram considerados como inferiores ao
presencial foi dado um exemplo por uma das integrantes que faz seleção em uma empresa, que
antes ao saber que o candidato havia feito sua graduação a distância, a primeira eliminação se
dava nesse momento. A mesma participante acrescentou que hoje ao fazer parte de um curso
EAD como sua 2ª graduação considera o curso muito bom comparado-o com a qualidade dos
cursos presenciais.

A discussão seguiu no sentido de que a educação a distância pode ser considerada muitas vezes
como inferior, mas, apenas para pessoas que não tem o perfil de autodidatas, enquanto que outra
parte do grupo, define como ideal para as pessoas que tem claro um objetivo como fazer um bom
MBA, após adquirir o diploma de graduação.
177

Outro comentário foi de que o nome da Universidade que oferece o curso poderá fazer um
diferencial, já que no presencial também ocorre esse tipo de comparação, não seria diferente no
EAD.

Discutiu-se que alguns profissionais com conhecimento prático e teórico por serem autoditadas
podem optar por fazer um curso EAD para em seguida ingressar em uma MBA, já que o processo
seletivo desses cursos, muitas vezes prisma mais pela experiência na vida profissional, idade e
outros quesitos que não apenas o tipo e a escola que realizou a graduação, nesses casos muitas
vezes o que falta é apenas a graduação. Há ainda situações reveladas no grupo em que o
profissional se vê frente a necessidade de ter um diploma com o único objetivo de manter o seu
atual emprego, o que poderá é claro levá-lo após essa escolha a outras possibilidades, mas não
como objetivo principal. E ainda há aqueles que consideram que a escolha muitas vezes é
realizada pelo preço da mensalidade que é inferior ao do curso presencial.

Vários componentes do grupo já realizaram em outras instituições cursos on-line e afirmam que
para se ter um processo comunicacional eficiente dentro da relação ensino-aprendizagem. O
ponto primordial para se fazer um EAD é a auto-disciplina, todos no grupo concordam que os que
procuram EAD, em sua maioria são alunos com idade entre 30 e 50 anos e que estão
aguardando uma promoção, por exemplo. Uma fala marcante foi de que: “EAD é para quem sabe
o que quer, em termo de grupo, são pessoas mais focadas do que quem cursa o presencial, por
serem mais novos.”

Destacou-se a importância de se ter um tutor EAD, que tenha um horário definido para estar on-
line, já que os estudantes de EAD são trabalhadores, por isso, precisam de disciplina também.

Outros pontos levantados foram sobre a importância do layout e do designer com a prerrogativa
de que tudo que for feito para atrair a atenção das pessoas facilita muito a comunicação. Quanto
mais visual for a ferramenta na tela maior será o diferencial. Para alguns participantes o Google
apps é muito ruim. Para eles ainda não há costume de se fazer interfaces no Google, por isso,
perante as tecnologias do mercado a instituição fica muito defasada. Outro exemplo é de que não
178

há campo de sugestão no site da instituição. E outra questão também é que só é possível


comunicar através de teclas e isso limita as linguagens. Se a Instituição oferece o Google todos
poderiam ter também o Google talk.

De acordo com a fala de um dos componentes do grupo: “Certos erros de sistema podem ser
aceitos, assim como erros de pessoas também, mas o que não dá para aceitar é a falta de respeito
e muitas vezes nos sentimos ludibriados, como por exemplo, a falta de comunicação com os
nossos tutores EAD, que usam apenas a comunicação off-line e sempre com desculpas de que
não tem tempo para ficar mais on-line”. O grupo fica indignado e faz o seguinte questionamento:
“Se no EAD há uma redução de professores, porque então não investir em tutores para que
possam ficar um tempo maior on-line e nos ajudar efetivamente, ou ainda por que não usamos o
Google talk, isso facilitaria muito a comunicação interativa e seria muito mais ágil, no lugar de
sempre termos que teclar.”

O grupo também faz a observação de que a manutenção de web-site deve ser realizada em horário
que possivelmente não tenha muito trânsito.

Foi solicitado ao grupo para falar sobre os Hiperlinks, Wicks:

Para o grupo os Hiperlinks poucas vezes são acessados além, do que é indicado pelo professor.
Somente quando existe a necessidade de realizar trabalhos, caso contrário é mais difícil de ser
feito. Apesar de muitos terem conhecimento de que há disponível na internet artigos confiáveis
como na biblioteca da USP, são mais fidedignos, devido às constantes atualizações (teses,
dissertações, artigos).

Os wicks com artigos poderiam ser explorados e utilizados pelos professores para ajudar os
alunos com os temas que são trabalhados em aula, bem como para discutir com os professores e
tutores pontos que pudessem esclarecer o tema durante a semana, além de ressaltar o assunto da
aula haveria também, reflexão e uma sustentação para ficarmos mais confiantes sobre o tema
trabalhado pelo professor temático.
179

Para o grupo a partir do momento que se coloca no papel os artigos se tornam mais relevantes e
confiáveis, para eles, os impressos têm mais fidedignidade, o princípio é que se tem um custo o
individuo terá mais cuidado no que divulgar, ao passo que quando o texto vai só para a internet é
importante que haja mais pesquisas para confirmação. “Tudo que vai para o papel é mais
relevante.”

Um dos integrantes do grupo afirmou que muitas vezes: “para evitar em ficar navegando o dia
inteiro nos sites, eu compro uma revista, que já é o filtro natural. Acreditar que o que está no
papel é sempre mais confiável.”

O grupo afirma que se tivessem um professor depois de exposto o conteúdo das matérias para
sugerir links, teriam mais referencia e o professor já teria feito o filtro. A maturidade para filtrar o
que é fidedigno é muito importante, mas se os professores ajudassem facilitaria muito aos alunos,
já que há muitas informações na internet.

Frases dos alunos:


“Estou bastante satisfeita com o curso, porque escolhi de acordo com as minhas necessidades”
“Tem muita coisa que vou aprender e tem muita coisa que já sei, mas o que quero mesmo com o
diploma de graduação é fazer depois um MBA”
“Como fazer um MBA se não tem uma base adequada?”
“Em muitos casos basta ter uma experiência e idade e esse processo é através da seleção”
“Não concordo que fazer uma faculdade qualquer levará o aluno a ter um emprego melhor”
“Creio que se o aluno que não tem uma boa base deve depois fazer outros cursos para poder
ingressar em uma MBA”
“Quem encara o EAD tem que ter disciplina e saber o que quer”
“Quem faz EAD pode ser um funcionário público e está fazendo o curso para obter um diploma”
“O mercado hoje em dia exige ter uma ou mais graduação”
“Quem fez uma faculdade que não tem nome no mercado, não poderá escolher seu emprego e se
sujeita a receber qualquer salário”
“Estou fazendo o curso EAD, por conta própria, tenho interesse em dar aula”
“Hoje a graduação presencial é para a molecada mais jovem”
180

“Em um EAD você tem que dedicar o seu tempo, mais do que em um curso presencial”
“Para evitar em ficar navegando o dia inteiro nos sites, eu compro uma revista, que já é o filtro
natural, por acreditar que o que está no papel é sempre mais confiável.”
“Se no EAD há uma redução de professores, porque então não investir em tutores para que
possam ficar um tempo maior on-line e nos ajudar efetivamente, ou ainda por que não usamos o
Google talk, isso facilitaria muito a comunicação interativa e seria muito mais ágil, no lugar de
sempre termos que teclar.”
“Tudo que vai para o papel é mais relevante.”
“É importante ter um tutor a distância”
“É importante que tenhamos agenda”
“Existem ferramentas que facilitam a comunicação, como o twiter e outros, os chats são muito
‘chatos’”
“É importante que se preocupem com o layout, fazer um curso de Marketing sem um bom visual,
isso desanima qualquer aluno”
“Quando você tem uma ferramenta mais clara, bonita isso anima para que se tenha mais
interatividade”
“Se não tiver uma tecnologia que encontramos no Mercado o que ocorre é uma defasagem”
“Não temos nem campo de sugestão”
“Não temos nenhum canal de comunicação que seja dinâmico e bonito”
“O fato de teclar limita ao aluno a colocar poucas informações e prejudica a comunicação”
“O Google APPs poderia ser mais útil, mas chega a ser ridículo, usar o Google como ferramenta
e não usar o Google Talks, nem o cara do EAD usa o Google Talk”
“Sempre a comunicação é off-line, não temos nunca alguém on-line para nos ajudar”
“Quando se há busca de trabalhos que são digitalizados como livros, encontramos material que
temos apenas há 10 anos no mínimo, não é permitido digitalizar livros atualizados, sem a
autorização dos autores”
“Se tivéssemos os hiperlinks teríamos que ir até a Biblioteca e localizar livros que tratassem do
mesmo assunto”
“Os livros eram todos de confiança, hoje em dia nem sempre podemos confiar 100% em um
artigo”
“Só confio em um artigo quando ele é impresso, os tradicionais”
181

“Creio que os artigos que encontramos no site da USP sejam confiáveis”


“O que está no papel tem valor de custo, normalmente o que está no papel tem mais relevância”
“O impresso tem mais fidedignidade”
“Há muita porcaria na internet, mas também por conta da globalização tem muita coisa boa”
“Internet não é tudo”
“Muitos cobram de você o que está na internet, tive um amigo que perguntou sobre uma música
que eu não conhecia e ficou bravo comigo porque não havia ouvido. Disse a ele que na internet
tem de tudo até como se faz uma bomba, mas só vou acessar o que tenho interesse e não o que é
modismo”
“No lugar de revirar os sites procurando o que importante, eu vou e compro uma revista com a
certeza de que lá está o que é mais relevante. Se o professor que ministrou a aula fizesse isso
facilitaria muito a vida do aluno e não colocar links que estão defasados a mais de 2 anos,
acredita-se que o professor que ministra a aula tem conhecimento do assunto e das pessoas que
estão trabalhando sobre o tema na atualidade”
“Apenas a maturidade faz você fazer a pergunta certa, para encontrar o que é mais confiável na
internet”
182

2º Encontro: 11/09/2012 das 18hs às 19hs

Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado à hipótese do
trabalho para discussão: A utilização dos recursos das mídias digitais sociais, no processo da
EAD entre professores e alunos e entre os alunos em si torna a comunicação mais interativa,
dialógica, colaborativa e, consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia para uma
relação emancipatória;

Lançou-se o seguinte questionamento: Será que as agilidades da tecnologia da


Comunicação podem trazer ao aluno a possibilidade de se ter uma autonomia? A
importância do processo de interação no contato com o outro onde a convivência
proporciona a interação e as mudanças do próprio ser humano.

Relatório:

O fato de ser presencial uma ou duas vezes por semana, apesar de ser pouco o contato com os
colegas foi considerado como muito importante.

Foi discutida a importância de se ter mais interação com os tutores EAD e o prof. Temático para
que o interesse aumente, já que é do ser humano querer o respaldo de alguém que aparece como o
prof. Temático conhecedor do assunto.

Para eles sem nenhum contato pessoal fica muito difícil, as explicações que são colocadas com o
prof. Presencial faz a diferença e a necessidade de se estar com o outro em sala de aula a troca de
informações entre os colegas é muito importante. Um dos integrantes deu como exemplo a sua
própria vivencia, compartilhou com o grupo o falecimento do seu irmão e o quanto o encontro
com seus colegas tem ajudado a superar essa perda. “O contato presencial é muito importante.”

Houve o comentário de que para as pessoas que acompanham os alunos como mãe, esposo, filhos
percebem que há maior empenho dos alunos do que em um curso presencial.
183

O grupo afirmou que além de lerem os livros indicados pela instituição, também fazem a leituras
a mais. Um dos componentes diz ser muito digital, mas, ainda acredita que o que é impresso é
mais confiável e dá o exemplo de revistas, que são publicadas on-line e impressas, para ele as
informações impressas são mais cofiáveis do que as digitais. (já havia aparecido no encontro
anterior)

Para alguns no grupo não é possível uma pessoa fazer o curso EAD, sem ter cesso ao computador
e a internet ou mais ainda não ter habilidades em lidar com essas ferramentas.

Outra parte do grupo discordou com a necessidade de se ter um computador, mas concorda com a
questão de habilidades às ferramentas, já que a própria instituição oferece os laboratórios e
também as vídeos aulas presenciais são para os alunos que não possuem o computador e a banda
larga que possibilite o acesso, “além disso, as lans-houses são hoje uma alternativa com um custo
bem acessível.”

“O contato com o tutor EAD, ficou muito falho em algumas turmas a tutora é atuante, mas
mesmo assim a falta de contato presencial ou on-line, faz uma grande diferença.”

“Nem off-line tenho a oportunidade de ter uma comunicação com o tutor EAD, o que prejudica
muito, e o fato de não conseguir isso com o prof. Temático a situação agrava mais ainda.”

“O contato físico nos permite fazer amizades, a esclarecer, e o presencial que fortalece a relação a
distancia”
“É importante ter a troca de conhecimentos através das pessoas que conhecemos
presencialmente”
“Perdi um irmão e se não tivesse esse momento agora, eu estaria em casa chorando, para mim é
muito importante o contato com as pessoas, mesmo que seja poucas vezes por semana”
“Fiz outra faculdade que tinha que ir todos os dias, eu sinto falta de estar presente com os
colegas, meu marido e a minha mãe falam que estou estudando mais do que quando fazia um
184

curso presencial e eu respondo a eles que o curso EAD me passa mais obrigação e eu sou
totalmente responsável pelo meu aprendizado”
“Eu gosto do livro em mão, apesar de ser uma pessoa digital”
“Há muitas pessoas na sala que não tem facilidade e nem tem computador é praticamente
impossível fazer o curso assim”
“Não tem como fazermos um curso a distancia sem termos os recursos, apesar de termos muitas
lans-houses”
“Será que as pessoas sabem que é primordial ter o computador com acesso a internet para fazer
um curso EAD?”
”Utilizamos paralelamente outras ferramentas”
“ O meu contato é através de e-mails”
“ É necessário atualizar o perfil para que ocorra a comunicação com a ferramenta oferecida pela
instituição, mas a maioria não consegue”
“O sistema diz que nunca acessei, mas já acesse várias vezes”
“Acho que tem um problema de CPD”
“No fórum há discussão de outros polos, e o cara de outro polo responde a minha dúvida, isso é
legal”
“Eu vejo uma pessoa que precisa de determinada informação, eu respondo, mas isso é no Google
e não no sistema da faculdade”
“Seria interessante termos um espaço com a melhor resposta para o EAD, com a pergunta se essa
resposta respondeu a sua pergunta, se sim? Encerra-se o Fórum”
“É importante que tenha uma educação digital, como o net.ediqueta, para que haja uma
comunicação verdadeira”
“Se o meu funcionário entregar o trabalho dentro do prazo, eu não me importo, que fique direto
no MSN.”
185

3º Encontro: 18/09/2012 das 18hs às 19hs

Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a 2ª hipótese do
trabalho para discussão: Constata-se que em algumas instituições as ferramentas
disponibilizadas não são usadas em sua plenitude;

De acordo com o grupo utiliza-se paralelamente outros meios, por que não há eficiência pelo que
a instituição oferece. Apesar da maioria já ter entrado e atualizado o perfil, não há como se
manter uma conversar off-line o que dirá on-line. Para o grupo o problema é do setor de
informática e as dificuldades e empecilhos que o próprio sistema oferece, apesar de
aparentemente oferecer facilidades, elas não são viáveis, como por exemplo: ao tentar teclar com
alguém que esteja on-line, não se consegue.

O grupo aponta que seria interessante se ter um grupo geral, mas também o próprio grupo ter o
seu grupo para manter uma discussão. No fórum aparece o curso de outros polos.

O grupo afirma que seria interessante se dentro do fórum do MKT, por exemplo, ter as
informações das ATPS por matéria. Assim o aluno já saberia todos os esclarecimentos, como as
perguntas e respostas ou a melhor resposta para a aquela dúvida.
Outros problemas citados forma com a conexão a outros links para que o aluno entre e já consiga
ir tirando as dúvidas.

Frases:
“Existem ferramentas que facilitam a comunicação, como o twiter e outros e não como os chats
que são muito chatos”
“É importante que se preocupem com o layout, fazer um curso de Marketing sem um bom visual,
isso desanima qualquer aluno”
“Quando você tem uma ferramenta mais clara, bonita isso anima para que se tenha mais
interatividade”
“Se não tiver uma tecnologia que encontramos no Mercado o que ocorre é uma defasagem”
“Não temos nem campo de sugestão”
186

“Não temos nenhum canal de comunicação que seja dinâmico e bonito”


“A maioria que trabalha não consegue ficar atento o dia inteiro.”
“Se há uma dificuldade que eu já tenha passado, eu respondo o que consideramos como
Educação net. Etiqueta. A comunicação on-line deixa de ser de um para todos e passa de ser
como no fórum de muitos para muitos, mas para que isso ocorra é necessário ter educação.”
“O fato de teclar limita ao aluno a colocar poucas informações e prejudica a comunicação”
“O Google APPs poderia ser mais útil, mas chega a ser ridículo, usar o Google como ferramenta
e não usar o Google Talks, nem o cara do EAD usa o Google Talk”
“Sempre a comunicação é off-line, não temos nunca alguém on-line para nos ajudar”
“Quando se há busca de trabalhos que são digitalizados como livros, encontra-se material que
tem apenas 10 anos, não é permitido digitalizar livros atualizados, sem a autorização dos autores”
“Se não tivéssemos os hiperlinks teríamos que ir até a Biblioteca e localizar livros que tratassem
do mesmo assunto”
“Os livros eram todos de confiança, hoje em dia nem sempre podemos confiar 100% em um
artigo digital”
“Só confio em um artigo quando ele é impresso, os tradicionais”
“Creio que os artigos que encontramos no site da USP sejam confiáveis”
“O que está no papel tem valor de custo, normalmente o que está no papel tem mais relevância”
“O impresso tem mais fidedignidade”
“Há muita porcaria na internet, mas também por conta da globalização tem muita coisa boa”
“Internet não é tudo”
“Muitos cobram de você o que está na internet, tive um amigo que perguntou sobre uma música
que eu não conhecia e ficou braço comigo porque não havia ouvido. Disse a ele que na internet
tem de tudo até como se faz uma bomba, mas só vou acessar o que tenho interesse e não o que é
modismo”
“No lugar de revirar os sites procurando o que é importante, eu vou e compro uma revista com a
certeza de que lá está o que é mais relevante. Se o professor que ministrou a aula fizesse isso
facilitaria muito a vida do aluno e não colocar links que estão defasados a mais de 2 anos,
acredita-se que o professor que ministra a aula tem conhecimento do assunto e das pessoas que
estão trabalhando sobre o tema na atualidade”
187

“Apenas a maturidade faz você fazer a pergunta certa, para encontrar o que é mais confiável na
internet”
188

4º Encontro: 25/09/2012 das 18hs às 19hs

Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a hipótese 3 do
trabalho para discussão: As mídias digitais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da
rede do EAD, por serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais
descontraído, permitem maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as
vivenciadas na rede EAD;

O grupo afirma que não consegue utilizar o sistema por ser um site que demora para entrar, além
de ter várias janelinhas que se deve ficar clicando. Uma aluna que estudou na metodista diz que é
muito diferente toda a comunicação é feita pelo EAD e não se utiliza outro sistema.

Para o grupo as pessoas que optam pelo EAD, são pessoas que já estão no mercado e tem uma
idade mais avançada do que os alunos de curso presencial.

Para eles as dificuldades estão no sistema e é muito moroso corrigir algo que deveria ser visto
com mais rapidez. A comunicação dentro do EAD está muito difícil, para o grupo a instituição
conta com a pro-atividade e criatividade do aluno.

De acordo com a visão do grupo o que diferencia a Anhanguera é a quantidade de polos, cursos e
preços, mas a parte de tecnologia ficou muito a desejar.

A proposta EAD é essa de se ter uma comunicação em que é reproduzido o modelo antigo
presencial. A importância de se interagir é fundamental, mas afirma que não acontece nos cursos.

Frases:

“Chegam pra mim mais ou menos mais de 1000 objects, através dos feeds e rss que assino, é
muito grande a necessidade de tempo para nos informar.”
189

“Eu adoro e amo revista todos podem ter a mesma informação on-line, mas todas as informações
que estão lá vão parar na revista impressa e se não está lá é que não são tão relevantes.”
“O ministro da comunicação estava falando que os jornais que estão sendo entregues em farol é
uma forma de passar a informação mais rápida e com maior facilidade.”
“Antigamente ou ainda hoje temos o que chamamos de grupo de discussão, onde as informações
chegavam a todos os participantes do grupo, hoje o que você posta no faceboock ou no twiter
chega para todos que assinam.
“Mudou-se a plataforma, mas a usabilidade no fundo só se modernizou continua a mesma coisa,
só muda o nome. Por exemplo, para quem está dirigindo ao falar para trocar a marcha no três
terei o mesmo resultado se eu orientar para trocar a marcha no C. ou seja, o Skype o MSN por
exemplo, são os mensageiros da informação, ou seja ainda não temos interação efetiva, apenas
passamos as informações no mesmo jeito que era antigamente, só que agora de uma forma mais
dinâmica, mas isso não significa que tenhamos mais interatividade”
“Falando sobre as aulas que são assistidas no vídeo é importante a presença do prof. presencial
que ajuda também na hora de tirar as próprias dúvidas e a possibilidade de assistir as aulas várias
vezes para esclarecimento e registrar mais o que foi apresentado, diferente do presencial que se
você perder a aula não há mais como pegar as informações passadas pelo professor. As vezes
perde-se um detalhe na primeira vez, mas é possível resgatar assistindo na segunda.”
“Quando é possível ver e ouvir e poder fazer as anotações é muito mais fácil de se gravar a
transmissão.”
“Prefiro o sistema de vídeo aula em que se visualiza e ouve por mais fácil de assimilar.”
“A aula a distancia ajuda bastante, com a vantagem de poder assistir novamente e tirar as
dúvidas, ao contrário do presencial que você assistiu naquele momento e se houver dúvidas não
conseguirá esclarecer mais tarde”
“Quando vejo e ouço para mim fica mais clara a informação “
“Há vários locais para se procurar a informação e não apenas a biblioteca”
“Vamos nos transformando com a convivência do outro”
“ O fato de estarmos presentes no polo, nos dá algum contato e isso nos ajuda muito é diferente
de um contato apenas virtual, é muito importante conhecermos as pessoas pessoalmente, ainda
que seja poucas vezes por semana”
“Se não tivesse o presencial a relação apenas on-line seria mais difícil”
190

“O Tutor presencial nos ajuda a resolver várias dúvidas que se fosse apenas on-line seria mais
difícil conseguirmos.”
191

5º Encontro: 02/10/2012 das 18hs às 19hs

Retomou-se o que foi realizado na sessão anterior e lançou-se o tema relacionado a hipótese 4 do
trabalho para discussão: A comunicação interativa referente às necessidades acadêmicas, que
deveria acontecer no sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma mais fluida
em outras redes, como, por exemplo, nos MSN; Facebook; Orkut;

Para o grupo uma Universidade que tem cursos voltados para o designer, como o curso de MKT
em que, o aluno quando acessa o portal e vê a carência de um layout fica muito desapontado e
começa a duvidar se o curso poderá proporcionar o que foi buscar.

Afirmou-se que quando se vai para a utilização de seus próprios produtos não há esses recursos,
bem pelo contrário, encontra-se vários problemas com as tecnologias que a instituição oferece.

O grupo sente a falta de interfaces com o próprio Google apps com o Google talks por exemplo, e
afirma que vai para outras redes para discutir temas pertinentes ao curso. Afirmam ainda que é
interessante perceber o quanto que os recursos facilitados pelas tecnologias e oferecidos
gratuitamente têm auxiliado a vida profissional e educacional e o quanto o que as instituições
oferecem traz morosidade no processo.

Frase:
”Eu não tenho acesso ao sistema da Instituição, mas consigo me comunicar com todos por e-
mail”
“Não é funcional o sistema que é oferecido pela instituição”
“A maioria busca alternativas para que a comunicação ocorra”
“Eu não consigo visualizar nada na minha área, isso pra mim é complicado porque eu não tenho
acesso as informações, só consigo porque o tutor presencial ou os colegas me passam”
“O que nós temos é muita capacidade de improviso o que faz com que consigamos prosseguir no
curso, mas a instituição não me dá suporte”
“A parte de tecnologia da instituição deixou a desejar”
192

“A comunicação se dá na interatividade com a possibilidade de termos esclarecimentos, o que


não é possível”
“Ainda estamos um modelo unipresencial”
“é importante que seja um sistema que permita a participação e os esclarecimentos para as
turmas”
“A comunicação interativa que deveria acontecer no sistema da instituição ocorre de forma mais
interativa nas redes paralelas”
“Diferencia o produto, não apenas pela qualidade mas também pelo designer que tem”
“Admira-me muito, fazer um curso de marketing em que não há nenhuma preocupação com o
designer”
“O Orkut já era, está fora do mercado e não é mais utilizado hoje, o que estamos usando é o
faceboock e o twiter para a comunicação entre amigos e o linkedin para os relacionamentos
profissionais.”
“Há duas formas de plataformas as sociais e de comunicação sociais”
“Quem tem o e-mail da faculdade ou o próprio g-mail pode puxar os usuários de outros
aplicativos para dialogar o que falta é a divulgação disso. Uma apostila em PDF já ajudaria a
divulgar melhor as infinitas possibilidades que as ferramentas e os aplicativos podem trazer para
o nosso dia-a-dia e a um custo insignificante, como por exemplo, o custo do skype com 15,00
reais/mês você pode falar com todo o país.”
“Há as ferramentas que permite a comunicação muitos para muitos e aquela que ainda é um a
um. A interatividade seria facilitada se houvesse uma ferramenta social que permitisse ao grupo
como grupo de salas ou turmas para trocar ideias, conteúdos no facebbock”
“Lembra da brincadeira se não consegue vencê-lo junte-se a ele, se é o faceboock que consegue
atingir um número maior de pessoas e fazer com que a comunicação flua, então vamos nos unir a
eles.”
“É importante perceber que não é só para a faculdade, mas temos que nos preparar para o
mercado, se o mercado quer que usemos o skype, ou outra ferramenta, não há como a academia
fugir disso, só porque quer que usemos suas ferramentas.”
“E importante se colocar no outro lado do negócio, como alguém faz um curso de EAD se não
tem o mínimo de condições em acompanhar o processo é importante que o aluno tenha um pouco
mais de conhecimento ou ao menos mais vontade de correr a atrás.”
193

“Hoje se usa MSN, Skype e se a pessoa que vou contratar nunca ouviu falar de Skype, já na
seleção percebo que ela terá dificuldades, se tiver outra que conheça mais as tecnologias e esteja
melhor ou igualmente qualificada em outros quesitos, irei optar por quem conhece as ferramentas
utilizadas pela empresa.”
“Quem quer saber mais de informática vai fazer um curso, a parte.”
“Existe o curso no site de informática, então o aluno que quiser se atualizar pode se nivelar e
ainda ganhar as horas complementares. Ética profissional é outro curso que temos no site.”
“Hoje a era da informática está muito rápida e eu estou um pouquinho parada, mas quero me
atualizar. Não tenho vergonha de dizer isso, estou aqui porque todos onde trabalho, são formados,
então quando alguém fala algo de informática pra mim é tudo muito novo, preciso correr atrás do
tempo perdido. Tenho que ter algo a mais para oferecer.”
“Hoje dentro desse curso vejo a oportunidade de abrir o leque, com esse diploma não pretendo
ficar no cargo que estou agora, eu quero algo a mais, mas sei que tenho que me atualizar.”
“Com o tempo aprende-se a filtrar o que é de fato importante.”
“A interação é pouco usada a forma que é postada as atividade, não há interação continua sendo
de um para muitos.”
“O objetivo é falar sobre a faculdade se você olhar o fórum é muito chato, além de muitas
pessoas terem problemas com o acesso, como vamos usar algo que ainda não funciona.”
“Existe a ferramenta, mas tem gente que não consegue acessar e isso é problema, a ferramenta
precisa estar disponível e tem que ser bonita e atrativa para facilitar a comunicação e a
interatividade entre as pessoas.”
“A ferramenta tem que ser funcional e atrativa.”
“A pessoa só acessa por que é obrigada ou por necessidade, fora disso não quer usar.”
“O que ocorre é que você tenta usar e aí envia mensagem e ninguém responde, então no inicio
você começa a usar e não continua, pois não tem comprometimento e muito menos interatividade
por parte dos tutores EAD.”
194

APÊNDICE E - QUADRO DE DIMENSÕES E ASSERTIVAS

1 - Conhecimento e utilização das Mídias digitais sociais oferecidos pela Instituição.


ASSERTIVAS

A1 - Conheço os recursos das Mídias digitais sociais oferecidos pela Instituição


A2 - A comunicação no ambiente AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem flui de forma aberta e
eficaz.
A3 - Realizei os Cursos oferecidos pela Instituição para alcançar um nivelamento digital.
A4 - Utilizo o sistema da Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino para comunicar
com os meus professores.
A5 - Utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino para comunicar com
os meus colegas de sala.
A6 - Utilizo o sistema Mídia Digital Social oferecido pela instituição de ensino para comunicar com
outros agentes da universidade como: coordenador; tutor EAD; funcionários da secretaria.
A7 - Percebo que na instituição onde estudo as ferramentas disponibilizadas são usadas em sua
plenitude.
A8 - O processo de tomada de decisão por parte da minha Instituição de ensino, para ajustar
possíveis problemas no AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem é rápido e eficiente.

2 - Grau de utilização das Mídias digitais sociais oferecidos pelo Mercado


ASSERTIVAS
A9 - Utilizo outras Mídias digitais sociais como: facebook; Orkut; MSN; Skype para comunicar com
os meus professores.
A10 - Utilizo outras Mídias digitais sociais como: facebook; Orkut; MSN; Skype para comunicar
com os meus colegas da sala.
A11 - Utilizo outras Mídias digitais sociais como: facebook; Orkut; MSN; Skype para comunicar
com outros agentes da escola da universidade como: coordenador; tutor EAD; funcionários da
secretaria.

3 - Grau de domínio das ferramentas existente na internet para recursos oferecidos como
ferramenta para as pesquisas de trabalhos acadêmicos e compartilhamento do conhecimento.
ASSERTIVAS
A12 - As ferramentas adequadas estimulam os alunos a criar e trocar conhecimentos e pode se tornar
um agente participativo no processo de aprendizagem.
A13 - Utilizo a internet como ferramenta para pesquisa de trabalhos acadêmicos.
A14 - Utilizo algumas ferramentas como os wikis, os blogs e outros, quando quero criar, trocar ou
compartilhar conhecimentos do meu processo de aprendizagem.
A15 - Conheço e utilizo sites ou base de dados científicos para pesquisas acadêmicas como: Google
acadêmico; Scielo do Brasil; Sites de bibliotecas de Universidade como da USP e/ou outros
A16 - Utilizo os hiperlinks para consulta acadêmica.
A17 - As Mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio para o desenvolvimento do
processo comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem.
A18 - Contribuo com conteúdos nos wikis, blogs e em outras ferramentas.
195

4 - Comunicação dentro do EAD


ASSERTIVAS
A19 - O diálogo poderia ser mais dinâmico se houvesse por parte dos professores ou tutores EAD
maior interação on-line.
A20 - As Mídias digitais sociais são de grande importância no auxílio do meu processo
comunicacional dentro da relação de ensino-aprendizagem.
A21 - utilização dos recursos das Mídias digitais sociais, no processo da EAD entre professores e
alunos, e entre os alunos em si, torna a comunicação mais interativa, dialógica, colaborativa e,
consequentemente, ajuda o aluno a alcançar sua autonomia.
A22 - O processo comunicacional na relação ensino-aprendizagem no EAD poderia ser mais
dinâmico se o designer/layout fosse mais interativo, intuitivo, descontraído, ágil e com um visual
agradável.

5 - Comunicação nas REDES


ASSERTIVAS
A23 - As Mídias Digitais Sociais e suas ferramentas, quando utilizadas fora da rede do EAD, por
serem interativas e intuitivas e estarem vinculadas a um ambiente mais descontraído, permitem
maior colaboração e uma comunicação muito mais ágil do que as vivenciadas na rede EAD.
A24 - A comunicação interativa referente às necessidades acadêmicas, que deveria acontecer no
sistema disponibilizado pela instituição, ocorre de forma mais fluída em outras redes, como, por
exemplo, nos MSN; Facebook; Orkut; MSN; e-mail e outros.

6 - Grau de adaptação e satisfação ao curso EAD


ASSERTIVAS
A25 - Consigo me adaptar com facilidade ao modelo oferecido pelo EAD.
A26 - Estou satisfeito com os recursos e ferramentas digitais utilizados e oferecidos por minha
Instituição para facilitar o meu aprendizado.
A27 - Quando terminar o curso que estou realizando, pretendo dar continuidade aos meus estudos na
modalidade EAD.
A28 - Aconselho parentes e amigos a fazerem cursos EAD.

7 - Envolvimento em estratégias para amenizar possíveis problemas que podem surgir


relacionados a tecnologia.
ASSERTIVAS
A29 - Sempre que há um problema com a transmissão da tele aula procuro assistir depois as aulas
que são disponibilizadas, para ter conhecimento do conteúdo ministrado.
A30 - Quando não consigo visualizar o material que é disponível para estudo, procuro obter as
informações com os meus colegas, monitores/tutores e/ou professores para não ficar sem as
informações.
A31 - Quando um link de um artigo que foi disponibilizado pelo professor para aprofundamento do
conteúdo ministrado apresentar problemas (artigo retirado da Web que não abre a página), procuro
temas semelhantes em outras fontes confiáveis.
A32 - A transmissão da teleaula ao vivo é um diferencial para o meu aprendizado.
196

APÊNDICE F - QUESTÃO ABERTA - METODISTA

Questão Aberta - Metodista

Relate um pouco de sua experiência com a utilização das Mídias Digitais Sociais no
Processo Comunicacional na relação de ensino-aprendizagem
1 A resposta em tempo real é o maior incentivo.
2 A seriedade é importante para o aprendizado, porém tem que ser mais dinâmico,
mais rápido e com mais eficiência. Nos finais de semana deveria haver um
ambiente descontraído, incentivando os alunos a interagir entre si com assuntos
diversos relacionados a educação e experiência profissional. É importante a
comunicação entre os alunos da mesma sala para troca de informações. No EAD
sinto falta dessa troca de experiência e de comunicação entre professores e alunos.
3 Acho bem legal.
4 Ajuda bastante, porque pode acessar em qualquer lugar que eu esteja.
5 As mídias reduzem ou minimizam o tempo e espaço para comunicação.
6 Auxilia no desenvolvimento educacional e maiormente nos ensina a se manter
atualizado com o conteúdo de aprendizado.
7 Comprei um curso de Inglês.
8 Comprei uma bolsa através de compras coletivas, estudei por 2 meses, porém a
escola mudou a configuração e não conseguir mais abrir o link eles prometeram o
curso por 60 dias, porém só utilizei por 2 meses.
9 Consigo as informações necessárias para tirar minhas dúvidas e conseguir
entender a matéria ministrada naquela semana
10 E muito diferente do estudo e aprendizado pessoal, pois neste estilo EAD, não há
muito auxilio pessoal e explicações repetidas, portanto, precisa se de muita
disciplina, para atingir o aprendizado de maneira eficaz.
11 Este é meu primeiro curso EAD, achei que teria muito mais dificuldade,
relacionado a problemas digitais, embora haja inúmeros meios, que ainda eu não
uso e não aprendi usar, mas estou conseguindo desenvolver minhas atividades.
12 Estou começando a utilizar, mas acredito que será algo fundamental para o futuro
das pessoas, pois ninguém tem mais tempo para nada.
13 Fácil utilização do AVA. É a primeira vez que faço um curso EAD, claro tem suas
dificuldades, pois muitas vezes a matéria é confusa, mas pesquisando na net e
conversando com colegas e professores e monitor, consigo sanar minhas dúvidas.
14 Foi muito interessante e produtivo para minha experiência.
Foi uma novidade que me adaptei rápido. É interessante o processo de
comunicação a distância com pessoas que convivemos em aula e outras não. É um
diferencial no mundo de novos sistemas que vivemos nos dias de hoje.
15 Identifico-me com esta experiência devido a limitação de tempo que tenho para
estudar. Desta forma posso me organizar, na questão tempo, para cumprir a carga
horária necessária para o aprendizado.
16 Muito.
197

17 Muito boa.
18 Na verdade não costumo utilizar as redes sociais, pois não adapto a utilização das
mesmas, apesar de ter um perfil em uma delas, uso mais os emails para me
comunicar e tirar dúvidas com os colegas de sala e o próprio Ava para me
comunicar com os professores.
19 Na verdade, em toda dúvida que surge, procuro na rede informações referentes ao
assunto sempre tomando o cuidado de consultar fontes confiáveis.
20 Não encontro problemas com as Mídias Digitais, fácil acesso e utilização.
21 Não tenho total conhecimento.
22 Não uso hoje.
23 Os artigos deveriam ser mais claros, pois nos é passado entre 6 e 7 artigos e as
informações começam a se repetir isto quando as informações não entram em
contradição, deixando-nos sem um entendimento do conteúdo. Outro item que
deveria mudar é que os artigos não deveriam ser os que os alunos fazem, pois os
mesmos repetem demais as informações para fazerem o conteúdo ficar com várias
páginas, o que deveria ser feito é que a Metodista deveria fazer um resumo dos
pontos importantes que fossem úteis para o aprendizado e que o aluno conseguisse
captar melhor o conteúdo do artigo.
24 São fundamentais, porém exigem muito tempo para fundamentação.
25 Seria melhor se houvessem mais aulas em vídeos durante a semana disponível no
AVA.
26 Tem me acrescentado muito em conhecimento e base pedagógica e profissional.
27 Tem me ajudado e me incentivado muito a dar continuidade nos estudos.
28 Tudo funcionaria muito bem se a comunicação fosse em tempo real (on line),
sabemos que é impossível e sendo assim torna-se menos dinâmico .
29 Um diferencial.
30 Utilização do AVA constantemente quando disponível.
Utilizo apenas aquilo que acho necessário no meu aprimoramento.
31 Utilizo principalmente e-mails e telefone para contato, pois os integrantes do meu
grupo de estudo não utilizam outros recursos como Face book.
32 Utilizo somente o AVA.
198

Questão Aberta - Anhanguera


Relate um pouco de sua experiência com a utilização das Mídias Digitais Sociais no
Processo Comunicacional na relação de ensino-aprendizagem
Acho prático, objetivo, com pessoas realmente interessadas no que estão estudando.
Nos obriga a ser mais disciplinado e organizado para o estudo, acho uma questão de
1 ajuste para ser mais ágil na comunicação e de forma mais simplificada.
2 As mídias digitais são úteis em pesquisas e trocas de informações.
Através das mídias digitais, conseguimos obter informações que precisamos nas
3 nossas Atps e no dia a dia.
Cada dia que passa a evolução cresce muito então as vezes fica difícil para
4 acompanhar por falta ate mesmo de informação.
5 É de fácil acesso e sempre atualizado.
É maravilhoso ter a oportunidade de resolver pequenos ou grandes problemas a
distância, poder enviar trabalhos ou parte deles com tanta rapidez. Ou seja, resolver
6 qualquer coisa ligada á disciplina apenas teclando.
Geralmente trocamos informações e enviamos arquivos sobre as Atps's enviando
7 informações por e-mail e trocando informações por MSN, facebook, etc.
Minha experiência está sendo ótima, uma vez que posso assistir a aula quantas vezes
8 forem necessárias e em qualquer lugar.
9 Muito importante na minha vida.
10 Não tenho muito tempo para os acessos.
11 Nenhum conhecimento.
Normalmente uso bastante o google para adquirir algum aprendizado sobre o curso
que estou fazendo ou para tirar dúvidas de matérias e outras formas de explicações de
uma certa matéria, pois as vezes as tele aulas deixam um pouco a desejar pois passa
rápido e não podemos tirar duvidas na hora, creio que as tele aulas teriam um melhor
aproveitamento se fosse interativa ou até mesmo no fim de cada aula um questionário
onde os alunos poderiam responder questões sobre a aula avaliando cada aluno em
cada aula, sendo assim teríamos pontos que somados no fim de cada bimestre teria o
valor da Atps, não sendo preciso juntar grupos para fazer atps, até mesmo porque
nessa forma de avaliação alguns alunos sempre acabam fazendo muito pouco ou quase
nada, obtendo notas sem ter o mínimo de conhecimento sobre a matéria dada e já
outros alunos que tem algumas noções e experiências acabam fazendo os trabalhos
12 quase sozinhos.
13 O site é bem mais fácil e mais rápido do que o da instituição.
Obtive ótimas amizades e com isso quando tenho alguma dificuldade vou me interagir
com eles, pois é o meio de comunicação e de resolução do que estou precisando no
14 momento de aperto.
Pesquisas a sites, livros, troca de informações com professores e colegas de ensino,
15 para realização de trabalhos e esclarecimentos de dúvidas.
16 Pouco conheço.
17 Praticamente para realização de trabalhos acadêmicos.
18 Sempre uso e as considero benéficas.
19 Tenho feito muitas consultas nas realizações de atps e para tirar dúvidas que ficaram
199

nas aulas.
20 Uso muito pouco.
21 Uso muito pouco.
22 Útil.
23 Utilizo muito pouco para estes fins.
Utilizo-as plenamente para pesquisar sobre potenciais clientes, como os atuais estão
indo, para prospectar novos e para mantê-los informados dos novos produtos e
24 promoções.
200

ANEXO A – MARCO CIVIL DA INTERNET PROJETO PL 2126/11

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