Você está na página 1de 186

2

AUTORES
Fernanda Ziegler
Jaúna Argenta
Rodrigo Buenavides Rodrigues
4
5

GESTORES DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

Topázio Silveira Neto


PREFEITO MUNICIPAL

Katherine Schreiner
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE LICITAÇÕES,
CONTRATOS E PARCERIAS

Marcelo Savas Fuhrmeister


SECRETÁRIO MUNICIPAL ADJUNTO DE
LICITAÇÕES, CONTRATOS E PARCERIAS

Willyan Kayser da Rosa


SUPERINTENDENTE DE LICITAÇÕES E
CONTRATOS
6
7

MENSAGEM AOS AGENTES PÚBLICOS


RESPONSÁVEIS PELAS LICITAÇÕES E
CONTRATOS NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

Não deveis combater somente


vossas paixões e trabalhar para
vosso aperfeiçoamento, mas
tereis, ainda, de combater outros
inimigos da Humanidade, como
sejam os hipócritas, que a
enganam, os pérfidos, que a
defraudam, os ambiciosos, que a
usurpam, e os corruptos e sem
princípios, que abusam da
confiança dos povos

Consta do Preâmbulo da Constituição


Federal, que nosso país está instituído em um Estado
Democrático destinado a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos.
As ficções geográficas da União e do
Estado, impõem ao Município o acolhimento das
demandas primeiras da sociedade. Aqui falamos em
creches, pavimentação das ruas, atendimento médico,
8

acolhimento das crianças vítimas de violência, varrição


das ruas e transporte coletivo.
E para que tudo isso possa ser concretizado,
há uma força de trabalho praticamente invisível aos
olhos dos contribuintes, mas fundamental para a boa
aplicação dos recursos do erário e para o atendimento
eficaz e eficiente dos interesses públicos.
Estes bravos são todos vocês, meus colegas
que atuam nos setores de licitações e contratos da
Prefeitura, fazendo de seus dias um interminável
desembaraçar de documentos, certidões e
procedimentos. São vocês, que não buscam o aplauso e
são recompensados todos os dias ao olhar pela janela e
ver que a vida de seus vizinhos, amigos, conhecidos e
desconhecidos é melhor em razão daquilo que vocês
produziram.
Parabéns por buscar o aprimoramento
constante! E muito obrigada por estarem sempre
vigilantes pela legalidade, moralidade e economicidade.

Katherine Schreiner
Secretária Municipal de Licitações, Contratos
e Parcerias
9

SUMÁRIO

TÍTULO 1 – DAS LICITAÇÕES 15


CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO 15
CAPÍTULO 2 – DOS OBJETIVOS 16
CAPÍTULO 3 – DOS AGENTES PÚBLICOS 17
SEÇÃO I - AGENTE DE CONTRATAÇÃO 19
SUBSEÇÃO I - PREGOEIRO 20
SUBSEÇÃO II - COMISSÃO DE CONTRATAÇÕES
21
SEÇÃO II - SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES 22
SEÇÃO III - GESTOR E FISCAL 28
SEÇÃO IV - RESPONSABILIDADES E VEDAÇÕES
30
CAPÍTULO 4 – DAS MODALIDADES 34
SEÇÃO I - PREGÃO 34
SEÇÃO II - CONCORRÊNCIA 35
SEÇÃO III - CONCURSO 35
SEÇÃO IV - LEILÃO 35
SEÇÃO V - DIÁLOGO COMPETITIVO 36
CAPÍTULO 5 – DA CONTRATAÇÃO DIRETA 37
SEÇÃO I – DISPENSA DE LICITAÇÃO 37
SEÇÃO II – INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 39
CAPÍTULO 6 – DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES
43
10

SEÇÃO I - CREDENCIAMENTO 43
SEÇÃO II - PRÉ QUALIFICAÇÃO 44
SEÇÃO III - PROCEDIMENTO DE
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE 45
SEÇÃO IV - SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO
47
SEÇÃO V - REGISTRO CADASTRAL 47
CAPÍTULO 7 – CRITÉRIOS DE JULGAMENTO 49
SEÇÃO I - MENOR PREÇO 49
SEÇÃO II - MAIOR DESCONTO 49
SEÇÃO III - MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO
ARTÍSTICO 50
SEÇÃO IV - TÉCNICA E PREÇO 50
SEÇÃO V - MAIOR LANCE, NO CASO DE LEILÃO
50
SEÇÃO VI - MAIOR RETORNO ECONÔMICO 50
TÍTULO 2 – DO PLANO DE CONTRATAÇÕES ANUAIS
52
TÍTULO 3 – DAS FASES 59
CAPÍTULO 1 – FASE PREPARATÓRIA 59
SEÇÃO I – PLANEJAMENTO 61
SEÇÃO II – ORÇAMENTOS 62
SEÇÃO III – ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR 69
SEÇÃO IV – MAPA DE RISCO X MATRIZ DE
RISCO 79
11

SUBSEÇÃO ÚNICA - ELABORAÇÃO DO MAPA


DE RISCOS 79
SEÇÃO V – TERMO DE REFERÊNCIA 85
SEÇÃO VI – EDITAL 92
SEÇÃO VII – PARECER JURÍDICO 94
CAPÍTULO 2 – FASE EXTERNA 95
SEÇÃO I - DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE
LICITAÇÃO 95
SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM
OBSERVADOS 96
SEÇÃO II - QUESTIONAMENTOS E
IMPUGNAÇÕES 97
SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM
OBSERVADOS 98
SEÇÃO III - RETIFICAÇÃO 100
SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM
OBSERVADOS 100
SEÇÃO IV - PARECERES TÉCNICOS DE
PROPOSTA/QUALIFICAÇÃO TÉCNICA 100
SEÇÃO V - PARECERES TÉCNICOS DE RAZÕES
RECURSAIS 101
SEÇÃO VI - ADJUDICAÇÃO/HOMOLOGAÇÃO 102
TÍTULO 4 – DOS INSTRUMENTOS CONTRATUAIS 103
CAPÍTULO I - DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS 103
12

SEÇÃO I - GARANTIAS 104


SEÇÃO II - DURAÇÃO DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS 107
SEÇÃO III - ALOCAÇÃO DE RISCOS 108
SEÇÃO IV - RECEBIMENTO DO OBJETO DO
CONTRATO 111
SEÇÃO V - DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS
CONTRATOS 113
CAPÍTULO II - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
119
SEÇÃO I - REAJUSTE 119
SEÇÃO II - REPACTUAÇÃO 120
SEÇÃO III - PRAZO 122
SEÇÃO IV - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
E DOS PREÇOS 124
SEÇÃO V - APOSTILAMENTO 128
SEÇÃO VI - AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO
129
TÍTULO 5 - MICRO EMPRESAS E EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE 131
CAPÍTULO I – CONCEITOS 131
CAPÍTULO II - TRATAMENTO PRIVILEGIADO E
DIFERENCIADO 133
SEÇÃO I – DA REGULARIDADE FISCAL 133
13

SEÇÃO II - CRITÉRIOS DE DESEMPATE E


EMPATE FICTO 134
SEÇÃO III – PRIORIDADE/EXCLUSIVIDADE PARA
ME E EPP COM SEDE LOCAL OU REGIONAL 135
SEÇÃO IV - INAPLICABILIDADE DAS
LICITAÇÕES DIFERENCIADAS 137
TÍTULO 6 - DO CONTROLE 139
SEÇÃO I - SUSPENSÃO 139
SEÇÃO II - REVOGAÇÃO 139
SEÇÃO III - ANULAÇÃO 141
SEÇÃO IV - SANÇÕES E INFRAÇÕES
ADMINISTRATIVAS 141
SEÇÃO V - ADESÃO AO PORTAL NACIONAL DE
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS 142
SEÇÃO VI - RETORNO DOS AUTOS PARA
SANEAMENTO 146
TÍTULO 7 - DISPOSIÇÕES GERAIS 149
CAPÍTULO I - COMPRAS 149
SEÇÃO I - PADRONIZAÇÃO 149
SEÇÃO II - PARCELAMENTO 150
SEÇÃO III - AMOSTRA OU PROVA DE CONCEITO
DE BEM 153
SEÇÃO IV - CARTA DE SOLIDARIEDADE 154
CAPÍTULO II - OBRAS E SERVIÇOS DE
ENGENHARIA 155
14

SEÇÃO I - PROJETO BÁSICO 159


SEÇÃO II - PROJETO EXECUTIVO 161
SEÇÃO III - EMPREITADA POR PREÇO
UNITÁRIO, PREÇO GLOBAL E INTEGRAL 161
SEÇÃO IV - CONTRATAÇÃO INTEGRADA, SEMI
INTEGRADA E POR TAREFA 165
CAPÍTULO III - SERVIÇOS EM GERAL 167
SEÇÃO I - TERCEIRIZAÇÕES E SERVIÇOS COM
REGIME DE MÃO DE OBRA EXCLUSIVA 169
SEÇÃO II - LOCAÇÃO DE IMÓVEIS 174
SEÇÃO III - LICITAÇÕES INTERNACIONAIS 176
SEÇÃO V - LICITAÇÕES DE CONTRATAÇÕES DE
PUBLICIDADE 177
CONCLUSÃO 181
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 182
15

TÍTULO 1 – DAS LICITAÇÕES

CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO
O Município de Florianópolis, entidade de
direito público, apresenta este manual em decorrência
da publicação da Lei 14133 2021.
O intuito da presente peça é normatizar,
supervisionar, orientar e formular políticas de gestão de
licitações e contratos, para fins de orientação aos
agentes públicos municipais de Florianópolis,
responsáveis pela elaboração dos documentos que
instruem a fase preparatória dos processos licitatórios,
bem como aos atinentes a questionamentos e
pareceres, até norma regulamentadora ser editada pelo
Município.
Com o advento da Lei nº 14.133 publicada
em 1º de abril de 2021 alguns procedimentos previstos
na Lei nº 8.666 de 22 de junho de 1993 sofreram
alteração e outros incluídos, sendo os novos
procedimentos tratados neste Manual.
Importante destacar que aos agentes
públicos cabe a observância das Leis e princípios,
assim, observar-se-á, os princípios previstos no art. 5º
da Lei nº 14.133/2021, quais sejam: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
16

interesse público, probidade administrativa, igualdade,


do planejamento, da transparência, eficácia, segregação
de funções, motivação, vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, segurança jurídica, razoabilidade,
competitividade, proporcionalidade, celeridade,
economicidade e do desenvolvimento nacional
sustentável, bem como a observância da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro e demais
normativas utilizadas de forma subsidiária em processos
licitatórios.
A partir disso, apresenta-se orientações das
peças que compõem o processo licitatório, como Termo
de Referência, Orçamentação, Estudo Técnico
Preliminar, Mapa de Risco, Matriz de Risco, formatação
de Pareceres de Proposta, entre outros.

CAPÍTULO 2 – DOS OBJETIVOS


Este Manual tem por objetivo orientar a
formatação dos documentos de instrução processual
emitidos pelos órgãos da Administração Pública
Municipal para deflagração de processos licitatórios e
seus desdobramentos.
Observa-se, ainda, que faz parte da
competência definida em lei, que o executivo municipal
tem o dever de orientar de forma contínua os agentes
17

públicos que participam do processo de compras


públicas. Sendo assim, e devido a nossa legislação ser
orgânica e sofrer constantes atualizações, sempre que
for necessário este manual será atualizado, bem como
orientações pertinentes serão repassadas.

CAPÍTULO 3 – DOS AGENTES PÚBLICOS


Antes de adentrar nos processos licitatórios
em si, é importante mencionar a importância dos
agentes públicos neste processo, seus atos e
responsabilidades.
Ressalta-se que a Lei nº 14.133/21, art. 7º,
determina que a autoridade máxima do órgão promova a
gestão por competências, essa definida no Anexo da
Resolução nº 347/CNJ, de 13.10.2020, define como
Gestão por Competências:

X– Gestão por Competências: práticas


integradas de gestão de pessoas,
fundamentadas pela identificação, gerenciamento
e alinhamento das competências em seus
diferentes níveis, de forma a agregar valor à
visão, à missão e aos objetivos da organização”).

A pessoa do agente público é importante


para fins de desempenho no decorrer dos processos
licitatórios, desde a fase preparatória até a gestão na
18

execução do contrato administrativo oriundo desses


processos. A esse cabe a observância da lei e dos
princípios, para garantir a lisura do certame.
O art. 7º da Lei nº 14.133/2021 dispõe que:

Caberá à autoridade máxima do órgão ou da


entidade, ou a quem as normas de organização
administrativa indicarem, promover gestão por
competências e designar agentes públicos para o
desempenho das funções essenciais à execução
desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
I - Sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou
empregado público dos quadros permanentes da
Administração Pública;
II - Tenham atribuições relacionadas a licitações
e contratos ou possuam formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida
pelo poder público; e
III - não sejam cônjuge ou companheiro de
licitantes ou contratados habituais da
Administração nem tenham com eles vínculo de
parentesco, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista e civil.

Desta forma, deverá ser levado em


consideração a "competência técnica" dos agentes
públicos que irão atuar na área e isto, poderá se dar
com a indicação da formação do agente, perfil de
atuação, histórico funcional, entre outros, observando-se
os incisos acima descritos.
19

SEÇÃO I - AGENTE DE CONTRATAÇÃO


A figura do Agente de Contratação está
inserida no art. 6º, inciso LX, art. 8º e 61, neste, incluída
a pessoa do Pregoeiro, prevista no § 5º, art. 8º. A
Comissão de Contratação se encontra prevista nos art.
8º, 32 e 61, 64. Todos artigos da Lei nº 14.133/2021.
Infere-se do texto legal da Lei nº
14.133/2021 que o Agente de Contratação é designado
pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou
empregados públicos dos quadros permanentes da
Administração Pública, cabendo-lhe tomar decisões,
acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao
procedimento licitatório e executar quaisquer outras
atividades necessárias ao andamento do certame até a
homologação e, ainda, negociar condições mais
vantajosas com o primeiro colocado e também com os
demais licitantes, seguindo a ordem de classificação
inicialmente estabelecida, quando o primeiro colocado,
mesmo após a negociação, for desclassificado, devendo
a negociação, depois de concluída, ter seu resultado
divulgado a todos os licitantes.
A escolha do Agente de Contratação dar-se-
á preferencialmente pela nomeação de servidores
efetivos ou empregados públicos. No entanto, nada
impede que a autoridade escolha agentes
20

comissionados para tais atividades, desde que


devidamente justificado, considerando o princípio da
razoabilidade e proporcionalidade.
Importante frisar o que dispõe o inciso II do
art. 7º, da Lei nº 14.133/2021, sobre a competência
técnica dos agentes de contratação:

II – Tenham atribuições relacionadas a licitações


e contratos ou possuam formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida
pelo poder público.

A observância deste inciso é fundamental,


pois não é qualquer agente público que poderá ser
nomeado como Agente de Contratação, faz-se
necessário observar que o mesmo deverá desempenhar
atividades relacionadas às compras públicas e ter
formação certificada ou ter especialização sobre o tema.
Cabe ainda mencionar que o mesmo
responderá individualmente pelos atos que praticar,
salvo quando induzido a erro pela atuação da Equipe de
Apoio.

SUBSEÇÃO I - PREGOEIRO
O Pregoeiro é o responsável pela condução
do Pregão. Há de se observar que se trata de mera
21

nomenclatura, pois, ao Pregoeiro são imputadas as


mesmas responsabilidades e vedações designadas aos
agentes de contratação.
SUBSEÇÃO II - COMISSÃO DE CONTRATAÇÕES
A Comissão de Contratações é criada pela
Administração Pública Municipal com a função de
receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações públicas. Os
membros devem ser pessoas de conhecimento técnico
sobre o objeto licitado, para que, desta forma, possam
dar a assistência necessária ao Agente de Contratação
ou Pregoeiro para a devida condução dos trabalhos.
A Lei nº 14.133/2021 dispõe em seu art. 8º o
seguinte:

§2º (...) o agente de contratação poderá ser


substituído por comissão de contratação formada
por, no mínimo, três membros, que responderão
solidariamente por todos os atos praticados pela
comissão, ressalvado o membro que expressar
posição individual divergente fundamentada e
registrada em ata lavrada na reunião em que
houver sido tomada a decisão.

A lei ainda, dispõe que as regras de atuação


tanto dos Agentes de Contratação, pregoeiro e sua
equipe de apoio, quanto o funcionamento da Comissão
de Contratação e a atuação de fiscais e gestores de
22

contratos serão estabelecidas em regulamento e, ainda,


que esses atores deverão contar com o apoio dos
órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno.
No art. 32, da Lei nº 14.133/2021, § 1º,
inciso XI, a Lei traz expresso que:

(...) o diálogo competitivo será conduzido por


comissão de contratação composta de pelo
menos três servidores efetivos ou empregados
públicos pertencentes aos quadros permanentes
da Administração, admitida a contratação de
profissionais para assessoramento técnico da
comissão. (grifo nosso)

Por fim, nos termos do § 1º, art. 64, Lei nº


14.133/2021, a Comissão de Contratação poderá, ainda,
sanar erros ou falhas que não alterem a substância dos
documentos e sua validade jurídica, desde que a
fundamentação para tal ato esteja registrado e tenha
sua publicidade para fins de eficácia nas decisões de
habilitação e classificação.

SEÇÃO II - SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES


O princípio da segregação de funções está
previsto no §1º do art. 7º da Lei nº 14.133/2021 e se
caracteriza pela repartição das diversas funções entre
agentes distintos, de forma que nenhum servidor atue
de forma simultânea em funções que sejam mais
23

suscetíveis a riscos, reduzindo, assim, a ocorrência de


ocultação de erros e de fraudes na respectiva
contratação.
Este princípio ainda tem a finalidade de inibir
condutas reprováveis e conflitos de interesses, induz à
especialização de tarefas e alivia a sobrecarga de
serviços em determinados agentes públicos, com
evidentes ganhos de eficiência e produtividade no
desempenho das rotinas atinentes aos processos
licitatórios.
Pelo princípio da segregação de funções,
elimina-se a figura do servidor que “faz tudo”, e que
normalmente justifica os erros cometidos pelo acúmulo
de tarefas. Ainda, pressupõe que cada um dos agentes
públicos deve se responsabilizar pela qualidade dos
serviços que lhe incumbem, uma vez que, num processo
em que há a definição clara de “quem faz o quê”, não há
espaço para a omissão de tarefas e nem para assunção
de competências alheias, permitindo, assim, o controle
dos limites das responsabilidades individuais.
Nesse sentido é importante conceituar a
diferença entre erro e fraude. A fraude significa
“qualquer ato ou omissão intencional concebido para
enganar os outros, resultando em perdas para a vítima
e/ou em ganho para o autor” (Managing the business
24

risk of fraud: a practical guide, THE INSTITUTE OF


INTERNAL AUDITORS, 2008). Já o erro, ainda que
possua grande potencial de prejuízo, não ocorre
propositalmente. Estes temas ainda serão tratados
neste Manual, na seção IV deste Capítulo.
Para fins de elucidar, e tornar mais claro,
traz-se apenas alguns exemplos concretos de
segregação de funções segundo a jurisprudência do
Tribunal de Contas da União:
● O agente fiscalizador não pode ser ao mesmo
tempo executor, em um mesmo contrato administrativo
(Acórdão 140/2007-Plenário);
● Agente que atesta liquidação de serviços não
pode ser o mesmo a autorizar o pagamento (Acórdão
185/2012-Plenário);
● Fiscalização e a supervisão do contrato devem
ser realizadas por agentes administrativos distintos
(Acórdão 2296/2014-Plenário);
● Verificação de legalidade não deve ser realizada
por instância diretamente subordinada à área
responsável pela contratação (Acórdão 1682/2013-
Plenário);
● É vedado o exercício, por uma mesma pessoa,
das atribuições de pregoeiro e de fiscal do contrato
celebrado (Acórdão 1375/2015-Plenário);
25

● Solicitação de compra não deve ser efetuada por


comissão de licitação (Acórdão 4227/2017-Primeira
Câmara);
● Um mesmo servidor não pode ser integrante da
comissão de licitação e responsável pelo setor de
compras (Acórdão 686/2011-Plenário);
● Servidor não pode participar da fase interna do
pregão eletrônico (como integrante da equipe de
planejamento) e da condução da licitação, como
pregoeiro ou membro da equipe de apoio (Acórdão
1278/2020-Primeira Câmara);
● Pregoeiro não deve ser responsável pela
elaboração do edital (Acórdão 3381/2013-Plenário).
● Em observância ao princípio da segregação de
funções, não se deve permitir, em certames licitatórios
para a contratação de serviços de monitoramento
ambiental, a participação de empresa já contratada para
a execução de outros serviços que podem causar
impacto no ambiente a ser monitorado (Acórdão
4204/2014- Segunda Câmara);

Ainda, como exemplo, expomos uma


possibilidade de divisão sintética das principais funções:
26

Figura 1: fonte:http://www.priscilaviana.com.br/visualizacao-de-
noticias/ler/52/o-principio-da-segregacao-de-funcoes-e-a-nova-lei-de-
licitacoes, acesso agosto/2022

Ressalta-se que na aplicação do princípio da


segregação de funções se faz necessário entender
quais funções trazem riscos para o órgão ou processo,
avaliando e classificando o grau de risco envolvido, pois,
do contrário, corre-se o risco de se utilizar o mesmo
padrão para conflitos de graus e severidade totalmente
diferentes.
Em muitos casos, atingir a segregação plena
pode ser complicado, em decorrência tanto da falta de
mão de obra como da sua pouca qualificação para o
desempenho das funções requeridas. Nesse caso, por
exemplo, pode-se incluir um passo de aprovação
obrigatória por alçada competente, ou seja, ainda que a
27

mesma pessoa consiga realizar as duas atividades,


haverá uma aprovação de seu gestor envolvido no
processo. Pode-se também efetuar um monitoramento
das ocorrências, que pode ser realizada de forma
manual (por meio da extração e revisão de relatórios),
ou automatizada com uso dos recursos tecnológicos.
A segregação de funções deverá ser
conduzida por cada órgão da Administração Pública
Municipal, utilizando-se ferramentas administrativas,
como a gestão por competências, preconizada pela Lei
nº 14.133/21, sendo que o desenvolvimento das
competências inerentes a função, prevê que os
servidores devem possuir uma formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida pelo
poder público.
Portanto, todo agente público precisa possuir
um conjunto de competências básicas para desenvolver
suas tarefas, sendo necessário, que a Administração
Pública Municipal faça a gestão por competências,
imprescindíveis para a realização de determinadas
atividades, principalmente nas contratações públicas,
conduzindo adequadamente as seleções, recrutamentos
e até as alocações dos agentes públicos dentro dos
órgãos da Administração Pública Municipal.
28

SEÇÃO III - GESTOR E FISCAL


Convém expor neste capítulo a diferença
entre “gestor do contrato” e o “fiscal do contrato''.
Ao fiscal do contrato, cita-se o conceito dado
pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná: “servidor
responsável por fiscalizar a execução contratual, em
seus aspectos técnicos e administrativos”.
Para conceituação de gestor do contrato
traz-se o disposto no art. 40, inciso I, da Instrução
Normativa SEGES/ME 05/2017:

Gestão da Execução do Contrato é a


coordenação das atividades relacionadas à
fiscalização técnica, administrativa, setorial e
pelo público usuário, bem como dos atos
preparatórios à instrução processual e ao
encaminhamento da documentação pertinente ao
setor de contratos para formalização dos
procedimentos quanto aos aspectos que
envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio,
pagamento, eventual aplicação de sanções,
extinção dos contratos, dentre outros.

Conforme prescreve o art. 117, caput, da Lei


nº 14.133/2021, todo contrato administrativo precisa ter
um fiscal, podendo ainda ser designado (por meio de
portaria) até mais de um fiscal, desde que definidas as
atribuições de cada um, sendo que, devido à
segregação de funções não podem ser designados
29

como fiscais, agentes públicos que tenham atuado como


Pregoeiro, Agente de Contratação e/ou Membro de
Comissão de Contratação.
Da mesma forma, não poderão ser
designados como fiscais de contratos cônjuge ou
companheiro de licitantes ou contratados habituais da
Administração ou que tenham com eles vínculo de
parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira, trabalhista e civil.
É importante ressaltar, para conhecimento
da Administração Pública Municipal, que é possível
figurar quatro espécies de fiscais, sendo:
● Fiscal técnico - aquele que acompanha a
execução do objeto;
● Fiscal administrativo - aquele que auxilia o gestor
em aspectos administrativos do contrato;
● Fiscal setorial - é aquele que acompanha o
objeto ou serviço quando estes ocorrem de forma
concomitante entre dois ou mais órgãos;
● Público usuário - neste caso a fiscalização é
acompanhada ou exercida por pesquisa de satisfação
junto aos usuários.
O agente público designado para fiscalizar
um contrato, deve ter atribuição relacionada a licitações
30

e contratos ou possuir formação compatível ou


qualificação atestada por escola de governo (art. 7º,
inciso II, da Lei nº 14.133/2021). Já no caso de
fiscal técnico, este deve ter conhecimento no objeto e
tempo hábil para acompanhar periodicamente a
execução do contrato.
Preferencialmente, o fiscal deverá ser
designado entre os servidores efetivos ou empregado
público dos quadros permanentes da Administração
Pública (art. 7º, I, da Lei nº 14.133/2021), sendo possível
contratar um terceiro para apenas assistir e subsidiar o
fiscal de contrato (art. 117, caput da Lei nº 14.133/2021).
Ainda, segundo Acórdão 1174/2016 Plenário
Tribunal de Contas da União:

A falta de capacitação do agente público para a


realização de tarefa específica a ele atribuída
não impede sua responsabilização por eventual
prejuízo causado ao erário. Ciente de sua falta
de habilitação para o exercício da tarefa, deve o
servidor negar-se a realizá-la, uma vez que, ao
executá-la, assume os riscos inerentes aos
resultados produzidos.

SEÇÃO IV - RESPONSABILIDADES E VEDAÇÕES


O agente público está sujeito à
responsabilidade civil, penal e administrativa decorrente
do exercício do cargo, emprego ou função que exerce
31

na Administração Pública Municipal, sendo que as


orientações sobre o tema proposto nesta seção se
encontram em diversos dispositivos legais, como no
Código Penal Brasileiro, no Código Civil, na Lei nº
13.655/2018 e na Lei nº 14.230/2021, entre
outros.
Parte-se do pressuposto que todo e qualquer
agente público ao assumir um cargo ou função deve se
inteirar tanto sobre os bônus como sobre o ônus que
vem com essa nomeação.
Dentre as vedações impostas pela Lei nº
14.133/2021, elenca-se as seguintes:
● Situações que estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, sede ou domicílio
dos licitantes, exceto os casos previstos na Lei
123/2006, tratados no título 5 deste manual.
● Estabelecimento de tratamento diferenciado, seja
de cunho comercial, legal, trabalhista, previdenciária,
monetário entre empresas brasileiras e estrangeiras.
● Tolerância a qualquer situação que possa
comprometer, restringir ou frustrar a competitividade da
licitação, em estrita observância aos princípios da
competitividade e da impessoalidade
● O acúmulo de funções, impedindo que o mesmo
agente possua atribuições incompatíveis entre si, como
32

agente de contratação e fiscal, ao mesmo tempo, ou a


acumulação da função de fiscal e responsável pelo
pagamento, entre outros, como já tratado na seção
anterior
● A participação em certames licitatórios de
cônjuges ou companheiros, assim como de parentesco
até o 3º (terceiro grau), dos agentes públicos, bem como
não podem ter relação técnica, comercial,
econômica/financeira, trabalhista ou civil com qualquer
dos licitantes
Outro artigo da Lei nº 14.133/2021 que se
destaca é o art. 73 o qual dispõe que:

Na hipótese de contratação direta indevida


ocorrida com dolo, fraude ou erro grosseiro, o
contratado e o agente público responsável
responderão solidariamente pelo dano causado
ao erário, sem prejuízo de outras sanções legais
cabíveis.

Ainda, conforme Decreto Federal nº


9.830/2019, que regulamentou a Lei nº 13.655/2018:

Art. 12. O agente público somente poderá ser


responsabilizado por suas decisões ou opiniões
técnicas se agir ou se omitir com dolo, direto ou
eventual, ou cometer erro grosseiro, no
desempenho de suas funções.
§ 1º Considera-se erro grosseiro aquele
manifesto, evidente e inescusável praticado
33

com culpa grave, caracterizado por ação ou


omissão com elevado grau de negligência,
imprudência ou imperícia. (grifo nosso)

Em entendimento recente da Segunda


Câmara do Tribunal de Contas da União (Acórdão
3768/2022), para fins de responsabilização pode ser
tipificado como erro grosseiro o ateste da execução de
serviços em quantidades maiores que as efetivamente
executadas.
Esclarece-se que o “erro grosseiro” pode ser
avaliado em relação a três etapas do processo de
contratação administrativa: na identificação da
necessidade a ser satisfeita pelo contrato, na descrição
do objeto contratual e na elaboração do orçamento
estimado.
Assim, diante do que foi tratado, verifica-se
que se faz imprescindível que o agente público
mantenha uma conduta diligente, prudente e
principalmente com competência técnica exigida no
cargo ou função que ocupa.
34

CAPÍTULO 4 – DAS MODALIDADES

SEÇÃO I - PREGÃO
O pregão será utilizado, de forma
obrigatória, nos casos de aquisições de bens e serviços
comuns, tendo como critério de julgamento o menor
preço ou maior desconto.
Ainda, o pregão se faz na forma eletrônica
ou presencial, priorizando-se, contudo, a forma
eletrônica. Quando se optar pela forma presencial, esta
deve ser ato motivado, ou seja, deverá apresentar
fundamentos que subsidiam de forma concreta a
escolha da forma presencial.
Insta citar o Acórdão 4958/2022 - Primeira
Câmara do Tribunal de Contas da União:

Quando cabível a utilização da modalidade


pregão é irregular o uso do pregão presencial
sem a comprovação da inviabilidade técnica da
utilização da forma eletrônica (art. 1º, parágrafo
4º, do Decreto 10.024/2019).

A forma eletrônica segue as regras do


Decreto Federal nº 10.024/19, bem como a forma
presencial passa a obedecer às normas da Lei nº
14.133/2021. E caso haja um novo entendimento dos
órgãos de controle, sobre a justificativa para o executivo
35

municipal aplicar o pregão presencial em detrimento do


pregão eletrônico, a mesma será exposta neste manual
durante as suas atualizações.
SEÇÃO II - CONCORRÊNCIA
A Concorrência é a modalidade de licitação
utilizada para a contratação de bens e serviços
especiais e de obras e serviços comuns e especiais de
engenharia, utilizando-se como critério de julgamento o
menor preço, melhor técnica e conteúdo artístico,
técnica e preço, maior retorno econômico e maior
desconto.

SEÇÃO III - CONCURSO


O Concurso é utilizado para processos que
tenham por objetivo a escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, tendo como forma de julgamento a
melhor técnica ou conteúdo artístico, e, para concessão
de prêmio ou remuneração ao vencedor.

SEÇÃO IV - LEILÃO
Em caso de alienação de bens imóveis ou
bens móveis inservíveis (bens desativados, danificados)
ou legalmente apreendidos será utilizada a modalidade
leilão, a quem oferecer o maior lance pelos bens.
36

SEÇÃO V - DIÁLOGO COMPETITIVO


O diálogo competitivo é o instrumento
utilizado pela Administração Pública Municipal para fins
de realizar diálogos com licitantes previamente
selecionadas mediante critérios objetivos para que seja
desenvolvido uma ou mais alternativas capazes de
atender às suas necessidades, devendo os licitantes
apresentar proposta final após o encerramento dos
diálogos.
No diálogo competitivo, quando a
Administração Pública Municipal não possuir expertise e
conhecimento pleno de mercado para contratação
específica, de objetos complexos, poderá selecionar
prestadores de serviços para elaboração de peças
específicas ou projetos que integrarão o escopo do
projeto final.
Ainda, no mesmo processo, haverá
competição entre empresas para a contratação do
objeto final, sendo que, a empresa participante que
realizou a modelagem do objeto, caso não logre
vencedora, poderá ser ressarcida mediante previsão no
edital.
37

CAPÍTULO 5 – DA CONTRATAÇÃO DIRETA

SEÇÃO I – DISPENSA DE LICITAÇÃO


A Lei nº 14.133/2021 prevê em seu art. 75
quando pode ocorrer a dispensa de licitação, elencando
as hipóteses em que o processo pode ser deflagrado.
Registra-se que a Lei nº 14.133/2021 não
traz a obrigatoriedade de execução da dispensa
eletrônica em todos os casos. Todavia, o art. 2º da
Instrução Normativa SEGES/ME 67/2021 obriga a
utilização de dispensa eletrônica nos casos de
envolvimento de recurso provindos da União.
Para tanto, no momento de se deflagrar o
processo de dispensa de licitação, a Administração
Pública Municipal deve observar a normatização
municipal vigente.
Para realização do procedimento de
dispensa eletrônica, caso seja o adotado pelo executivo
municipal, o processo deverá ser formalizado e instruído
com os seguintes elementos, em conformidade com o
art. 5º da Lei nº 14.133/2021:

I – Documento de formalização de demanda e,


se for o caso, estudo técnico preliminar, análise
38

de riscos, termo de referência, projeto básico ou


projeto executivo;
II – Estimativa de despesa;
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for
o caso, que demonstrem o atendimento dos
requisitos exigidos;
IV – Demonstração da compatibilidade da
previsão de recursos orçamentários com o
compromisso a ser assumido (no caso de
Sistema de Registro de Preço, os recursos serão
exigidos quando da formalização do contrato ou
de outro instrumento hábil, §1º da Lei nº
14.133/2021);
V – Comprovação de que o contratado preenche
os requisitos de habilitação e qualificação
mínimos necessários;
VI – Razão de escolha do contratado;
VII – justificativa de preço, se for o caso; e
VIII – autorização da autoridade competente.

A abertura do procedimento de dispensa


eletrônica não será inferior a três dias úteis contados da
data de divulgação do aviso de contratação direta (art.
6º, parágrafo único, da Instrução Normativa SEGES/ME
nº 67/2021, e art. 75, §3º, da Lei nº 14.133/2021). Tal
publicidade deverá ocorrer no sítio eletrônico oficial do
órgão ou entidade promotora do procedimento (art. 5º,
§2º, da Instrução Normativa SEGES/ME nº 67/2021), e
no Portal Nacional de Contratações Públicas (art. 7º da
Instrução Normativa SEGES/ME nº 67/2021).
Ao encaminhar sua proposta pelo sistema, o
fornecedor interessado poderá parametrizar o seu valor
39

final mínimo, conforme regras previstas no art. 9º


da Instrução Normativa SEGES/ME nº 67/2021, o qual
terá caráter sigiloso para os demais fornecedores e para
o órgão ou entidade contratante.
A partir da data e horário estabelecidos, o
procedimento será automaticamente aberto pelo sistema
eletrônico para o envio de lances públicos e sucessivos
por período nunca inferior a 6 horas ou superior a 10
horas (art. 11 da Instrução Normativa SEGES/ME nº
67/2021).
Caso o procedimento resulte fracassado ou
deserto, o órgão ou entidade poderá, nos termos do art.
22 da Instrução Normativa SEGES/ME nº 67/2021:

I - Republicar a dispensa eletrônica;


II - Fixar prazo para adequação de propostas ou
habilitação; ou
III - valer-se de proposta obtida na pesquisa de
preços, realizada na etapa de planejamento, se
houver (privilegiando-se, sempre que possível, os
menores preços), e atendidas as condições de
habilitação definidas.

SEÇÃO II – INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO


A inexigibilidade de licitação é tratada no
artigo 74 da Lei nº 14.133/2021 e, entende-se inexigível
a licitação em que é “inviável a competição”.
40

O conceito de inviabilidade de competição,


por sua vez, decorre de causas nas quais há a ausência
de pressupostos que permitam a escolha objetiva da
proposta mais vantajosa para a Administração Pública
Municipal.
A inexigibilidade, nas palavras de Marçal
Justen Filho, é uma “imposição da realidade extra
normativa". Como decorrência disso, o rol dos incisos do
artigo 74 da Lei nº 14.133/2021 se afigura como
meramente exemplificativo – “Numerus apertus”. Isso
porque é impossível sistematizar todos os eventos dos
quais decorrem uma inviabilidade de competição.
Basicamente, existem alguns bens,
situações ou sujeitos que, por suas características
inerentes, podem levar a uma contratação direta por
inexigibilidade:
● ausência de pluralidade de competidores no
mercado (ex.: o bem licitado apenas é fornecido por um
único sujeito);
● circunstância inerente ao sujeito a ser contratado
(ex.: contratação de artista para realizar um show);
● a natureza do objeto licitado (ex.: parecer jurídico
de renomado advogado).
41

A Lei nº 14.133/2021, em seu artigo


74, enumera cinco casos específicos de inexigibilidade:
● Aquisição de materiais, equipamentos, gêneros
ou serviços por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo: A lei permite a contratação direta
nos casos de exclusividade do objeto licitado ou de
exclusividade de empresa ou de representante
comercial.
● Contratação de profissional do setor artístico
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública: É possível a contratação direta de artista com
notório reconhecimento público, podendo ser
intermediada por empresário exclusivo.
● Contratação de serviços técnicos especializados,
de natureza intelectual: O inciso III do artigo 74 da Lei nº
14.133/2021 possibilita ao gestor público a contratação
por inexigibilidade de serviços de notória especialização.
● O serviço deve ser executado por profissional ou
empresa cujo reconhecimento na área de atuação seja
essencial e reconhecidamente adequado à satisfação do
objeto a ser contratado.
● A lei ainda traz os objetos que devam ou possam
ser contratados por meio de credenciamento, que é
procedimento que não constava expressamente como
42

causa de inexigibilidade da Lei nº 8.666/1993, e foi


incluído na atual redação da Lei nº 14.133/2021.
Como exemplo, de inexigibilidade, cita-se a
aquisição ou locação de imóvel, onde a Administração
Pública Municipal pode adquirir ou alugar imóvel por
meio de inexigibilidade de licitação, nos casos em que
as características de instalações e de localização
tornem indispensável a escolha. Devendo, no entanto,
observar os requisitos para essa espécie de
contratação, conforme preconiza o § 5º, art. 74 da Lei nº
14.133/2021, bem como aqueles dispostos na
INSTRUÇÃO NORMATIVA SEGES/ME Nº 103, DE 30
DE DEZEMBRO DE 2022.
Quanto à delimitação do preço a ser pago
pelo objeto do contrato, este deve ser estimado, sempre
que possível, com base em pesquisa de mercado,
contratações similares feitas pela Administração Pública
e utilização de sistemas de custos.
O art. 23, §4º, da Lei nº 14.133/2021,
estipula que nas contratações diretas por inexigibilidade
(aplica-se também para a dispensa), nos casos em que
não for possível estimar o valor do objeto, o contratado
deverá comprovar que os preços estão em
conformidade:
43

● com os praticados em contratações semelhantes


de objetos de mesma natureza - por meio de
apresentação de notas fiscais emitidas por outros
contratantes; ou
● por outros meios idôneos.

CAPÍTULO 6 – DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES

SEÇÃO I - CREDENCIAMENTO
O Credenciamento se trata de um processo
administrativo de chamamento público em que a
Administração Pública Municipal convoca interessados
em prestar serviços ou fornecer bens para que,
preenchidos os requisitos necessários, se credenciarem
para executar o objeto quando convocados.
O credenciamento poderá ser usado nas
seguintes hipóteses, segundo o art. 79 da Lei nº
14.133/2022:
I - Paralela e não excludente: caso em que é
viável e vantajosa para a Administração a
realização de contratações simultâneas em
condições padronizadas;
II - Com seleção a critério de terceiros: caso
em que a seleção do contratado está a cargo
do beneficiário direto da prestação;
III - em mercados fluidos: caso em que a
flutuação constante do valor da prestação e
das condições de contratação inviabiliza a
44

seleção de agente por meio de processo de


licitação.

O procedimento de credenciamento também


poderá ser utilizado para licenciamento em caráter
exclusivo dos direitos e obrigações para uso,
exploração, desenvolvimento, industrialização e
comercialização da criação ou marca protegida.
O credenciamento poderá ser aplicado nas
contratações em que é possível a execução simultânea
do serviço por mais de uma empresa, devendo o preço
ser previamente determinado e fixado em edital.
No credenciamento não haverá uma forma
de julgamento como prioridade. Porém deverá constar o
modo de avaliação e classificação dos interessados no
edital de Chamada Pública, que no caso da Lei nº
14.133/2021 será denominado “chamamento de
interessados” e não mais “edital”.

SEÇÃO II - PRÉ QUALIFICAÇÃO


Procedimento seletivo prévio à licitação,
convocado por meio de edital, destinado à análise das
condições de habilitação, total ou parcial, dos
interessados ou do objeto.
45

SEÇÃO III - PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO


DE INTERESSE
O Procedimento de Manifestação de
Interesse está regulamentado no Decreto Federal nº
8.428/2015 que dispõe sobre projetos de Parceria
Público Privada, concessão ou permissão de serviços
públicos, arrendamento de bens públicos ou concessão
de direito real de uso e pelo Decreto nº 10.104/2019 que
ampliou a utilização do Procedimento de Manifestação
de Interesse para apresentação de estudos de
desestatização de empresa e contratos de parceria.
Este procedimento pode ser utilizado pela
Administração Pública Municipal para que pessoas
físicas ou jurídicas de direito privado, por sua conta e
risco, apresentem estudos de viabilidade de um projeto,
para fins de subsidiar a Administração Pública Municipal
com informações para estruturação de concessões e
Parcerias Público Privadas
A Lei nº 14.133/2021, na Seção IV do Título
X, elenca os procedimentos a serem adotados quando
da utilização do Procedimento de Manifestação de
Interesse.
Assim, a Administração Pública Municipal
deverá proceder a publicação de edital de Chamamento
46

Público para que interessados (pessoas físicas ou


jurídicas de direito privado) apresentem seu interesse
em realizar os estudos. Os interessados que atendam
aos requisitos do edital estarão autorizados, em prazo
pré-definido, a entrega desses estudos.
Os estudos que forem aprovados poderão
ser utilizados, total ou parcialmente, na estruturação do
projeto de concessão ou Parcerias Público Privadas.
Para justificar o risco ao que o proponente
incorre, este poderá ser ressarcido financeiramente,
caso se utilize algumas ou todas as etapas de seu
estudo em uma Concorrência Pública deflagrada pela
Administração Pública Municipal.
Por fim, cabe diferenciar o Procedimento de
Manifestação de Interesse e a modalidade de licitação
Diálogo Competitivo.
O Procedimento de Manifestação de
Interesse possibilita o diálogo entre o setor privado e a
Administração Pública Municipal na fase preparatória da
licitação e não assegura que o objeto dos estudos
realizados pelo setor privado seja efetivamente licitado
pela Administração Pública Municipal. Ao contrário, o
Diálogo Competitivo é realizado quando o processo
licitatório já foi deflagrado, buscando a solução técnica
47

mais adequada à Administração Pública Municipal e


que, ao final, haverá efetivamente a contratação.

SEÇÃO IV - SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO


Conjunto de procedimentos para realização,
mediante contratação direta ou licitação nas
modalidades Pregão ou Concorrência, de registro formal
de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a
aquisição e locação de bens para contratações futuras,
sendo que preços registrados implicará compromisso de
fornecimento nas condições estabelecidas, mas não
obrigará o órgão requisitante a contratar.
O prazo de vigência do registro de preços
será de um ano e poderá ser prorrogado, por igual
período, desde que comprovado o preço vantajoso.
SEÇÃO V - REGISTRO CADASTRAL
O Registro Cadastral tem o intuito de criar
um banco unificado de fornecedores para a
Administração Pública Municipal, visando facilitar o
procedimento de habilitação. Uma vez aderido ao
registro cadastral no Portal Nacional de Contratações
Públicas, a Administração Pública Municipal poderá
substituir a apresentação individual dos documentos de
habilitação para participação certame. São
características do registro cadastral:
48

I - O Registro Cadastral será único e eletrônico


no Portal Nacional de Contratações Públicas.

Nota: Segundo o PARECER n.


00002/2021/CNMLC/CGU/AGU - O registro cadastral é
um banco de documentos, que traz a documentação de
habilitação mais genérica do licitante. A Nova Lei tenta
unificar o registro cadastral do Portal Nacional de
Contratações Públicas, tanto como o banco de
documentos (que utilizamos para fazer a habilitação da
parte documental que conste do registro cadastral),
quanto para documentar o histórico do contratado
(desde a execução do objeto quanto ao cadastro de
penalidades. Contudo, o parecer entendeu que apesar
do registro cadastral unificado constante do Portal
Nacional de Contratações Públicas, não impede de os
órgãos/entidades terem e utilizarem seus próprios
registros cadastrais.
II - Será permanente e aberto.
III - Chamamento anual para renovação.
IV - Vedado a exigência de outros cadastros
“locais” para participar de processos licitatórios.
V - Licitações restritas para empresas
cadastradas, atendidos os critérios, as condições
e os limites estabelecidos em regulamento, bem
como a ampla publicidade dos procedimentos
para o cadastramento.
VI - O cadastro conterá o histórico de todas as
contratações de todas as empresas, constando
49

as multas, advertências e impedimentos entre


outros.
VII - O bom desempenho na execução contratual
servirá como critério de preferência no
desempate das propostas, priorizando empresa
já cadastrada;
VIII - A qualquer tempo poderá ser alterado,
suspenso ou cancelado o registro de inscrito que
deixar de satisfazer exigências determinadas por
esta Lei ou por regulamento.
IX - O certificado será renovado sempre que o
interessado atualizar o registro.
X - Os inscritos serão classificados em categorias
conforme qualificação técnica e econômico-
financeira avaliada, de acordo com regras
objetivas divulgadas em sítio eletrônico oficial.

CAPÍTULO 7 – CRITÉRIOS DE JULGAMENTO


Serão observados os preceitos trazidos pela
Lei 14.133/2021 bem como os dispostos na
INSTRUÇÃO NORMATIVA SEGES/ME Nº 73, DE 30
DE SETEMBRO DE 2022.
SEÇÃO I - MENOR PREÇO
Considera-se vencedora a proposta com o
valor mais baixo (menor preço) e que atenda os critérios
do Edital, aplicando-se no Pregão Eletrônico e
Concorrência.

SEÇÃO II - MAIOR DESCONTO


Considera-se vencedora a proposta com o
maior percentual de desconto e que atenda os critérios
50

do Edital, aplicando-se no Pregão Eletrônico e


Concorrência (não usual).

SEÇÃO III - MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO


ARTÍSTICO
Analisa tão somente a proposta técnica ou
conteúdo artístico, sendo aplicado no Concurso e
Concorrência.

SEÇÃO IV - TÉCNICA E PREÇO


Ponderação/Análise entre técnica e preço,
atribui-se uma nota para o preço e uma nota para a
técnica, válido para a modalidade de Concorrência.

SEÇÃO V - MAIOR LANCE, NO CASO DE LEILÃO


Critério exclusivo para modalidade Leilão em
que será considerada vencedora a proposta que
apresentar maior valor para a Administração Pública.

SEÇÃO VI - MAIOR RETORNO ECONÔMICO


São os chamados contratos de eficiência
onde será vencedora a proposta que gere mais
economia. O pagamento será de acordo com a
economia gerada para a Administração Pública, sendo
aplicado para a Concorrência.
51
52

TÍTULO 2 – DO PLANO DE CONTRATAÇÕES


ANUAIS
O Plano de Contratações Anual – É uma
ferramenta de planejamento das contratações públicas
que garante a integração ao planejamento estratégico e
orçamentário das unidades requisitantes. É necessário,
no entanto, não o confundir com seu antecessor, o
Plano Anual de Contratações.
Embora a elaboração do plano não seja
obrigatória, ela é de todo recomendável, pelo seu
potencial de contribuir para reduzir desperdícios e
falhas, aprimorar a gestão de aquisições e contratos e
conferir maior realismo à elaboração dos orçamentos,
além da promoção de economia de escala,
padronização de produtos e serviços e redução de
custos processuais.
O Decreto Federal nº 10.947/2022, dispõe
em seu Art. 2º - V, que o Plano de Contratações Anual é
um “documento que consolida as demandas que o
órgão ou a entidade planeja contratar no exercício
subsequente ao de sua elaboração”. Sendo seus
objetivos tratados no art. 5º do referido Decreto:

I - Racionalizar as contratações das unidades


administrativas de sua competência, por meio da
promoção de contratações centralizadas e
53

compartilhadas, a fim de obter economia de


escala, padronização de produtos e serviços e
redução de custos processuais;
II - Garantir o alinhamento com o planejamento
estratégico, o plano diretor de logística
sustentável e outros instrumentos de governança
existentes;
III - subsidiar a elaboração das leis
orçamentárias;
IV - Evitar o fracionamento de despesas; e
V - Sinalizar intenções ao mercado fornecedor,
de forma a aumentar o diálogo potencial com o
mercado e incrementar a competitividade.

Para elaboração do plano de contratações


anual, é necessário que o requisitante preencha o
documento de formalização de demanda no Plano Geral
de Contratações1 com as seguintes informações:

I - Justificativa da necessidade da contratação: Explicitar


as razões que fundamentam a demanda dos produtos
ou dos serviços que se pretende contratar. Tentando
responder às seguintes questões:

1
Plano Geral de Contratações - é ferramenta informatizada
integrante da plataforma do Sistema Integrado de Administração de
Serviços Gerais - SIASG, disponibilizada pelo Ministério da
Economia, para elaboração e acompanhamento do plano de
contratações anual. Sendo que a Secretaria de Gestão da Secretaria
Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
Ministério da Economia poderá ceder o uso do Plano Geral de
Contratações, por meio de termo de acesso, à Administração Pública
Municipal.
54

• Por que é necessária a aquisição do


produto/contratação do serviço?
• Qual o consumo previsto?
• Que quantidade precisa?
• Como vai utilizar?
• Quais os benefícios diretos e indiretos que
resultarão da aquisição ou contratação
pretendida?

II - Descrição sucinta do objeto: Descrever sucintamente


o objeto a ser contratado considerando o limite máximo
de caracteres por item.
Ex.: Caneta esferográfica na cor preta, Serviço de
Dedetização, Manutenção de equipamento, etc.

III - quantidade a ser contratada, quando couber,


considerada a expectativa de consumo anual: Indicar
em numerais a quantidade a ser contratada, inclusive
com indicação explícita da unidade de fornecimento do
item. Ex: Unidade, litro, metro, quilo, pacote, caixa, caixa
com 100 unidades, etc.

IV - Estimativa preliminar do valor da contratação, por


meio de procedimento simplificado: Indicar o preço
unitário do produto com base na unidade de
55

fornecimento. Para a elaboração do Plano de


Contratações Anual não há necessidade de elaboração
de orçamentos, porém é desejável que o solicitante
conheça os preços praticados no mercado.

V - Indicação da data pretendida para a conclusão da


contratação, a fim de não gerar prejuízos ou
descontinuidades das atividades da Administração
Pública Municipal. Neste item o órgão deverá incluir as
datas que irão realizar as contratações conforme o
planejamento efetuado.

VI - Grau de prioridade da compra ou da contratação em


baixo, médio ou alto, de acordo com a metodologia
estabelecida pelo órgão ou pela entidade contratante:
Essa indicação poderá ser levada em conta no momento
da priorização quando da execução do Plano de
Contratações Anual, podendo ser revista pelo órgão
requisitante se assim for o caso. Quando o grau de
prioridade da contratação for classificado como ALTO,
deverá ser apresentada justificativa embasada em
planejamento prévio ou condicionada à demonstração
da correlação com atividade essencial do órgão
requisitante.
56

VII - indicação de vinculação ou dependência com o


objeto de outro documento de formalização de demanda
para a sua execução, com vistas a determinar a
sequência em que as contratações serão realizadas,
nesse item específico o órgão requisitante deverá
verificar quais os objetos demandam requisitos
vinculantes a outras contratações. Por exemplo, caso o
órgão indique no Plano de Contratações Anual que vai
contratar a locação de um imóvel deverá vincular as
demandas necessárias, como a contratação dos
serviços de manutenção de elevadores, execução da
rede lógica, etc.

VIII - nome da área requisitante ou técnica com a


identificação do responsável: Área requisitante é a
unidade responsável por identificar a necessidade de
contratação de bens, serviços e obras. Informar o nome
completo de quem identificou a necessidade de
aquisição/contratação, documento de identificação, e-
mail institucional e o telefone de contato da pessoa
solicitante a fim de facilitar o contato por parte de outras
pessoas ou setores envolvidos no processo de
elaboração do Plano de Contratações Anual.
57

O plano de contratações anual poderá ser


revisado e alterado por meio de inclusão, exclusão ou
redimensionamento de itens, sendo que a alteração
deverá ser justificada e aprovada pela autoridade
competente do órgão, pois as contratações planejadas e
não realizadas deverão ser justificadas quanto aos
motivos de sua não consecução.
Após a aprovação do Plano de Contratações
Anual, o mesmo será disponibilizado automaticamente
no Portal Nacional de Contratações Públicas.
Em relação aos prazos de elaboração do
Plano de Contratações Anuais, o Decreto Federal nº
10.947/2022 traz bem definido os seguintes prazos:

Prazos para revisão do Plano


Prazos para elaboração do de Contratações Anual
Plano de Contratações Anual

período ação período ação

Até 1º de abril A área de 15 de poderá ser


do ano de requisitante/t setembro a 15 de revisado e
elaboração do écnica deve novembro do ano alterado por
plano de formalizar no de elaboração do meio de
contratações Plano Geral plano de inclusão,
anual de contratações exclusão ou
Contratações anuais redimension
suas amento de
demandas. itens para a
sua
58

Até 30 de abril O setor de adequação


do ano de sua contratações à proposta
elaboração concluirá a orçamentári
consolidação a do órgão
do plano de ou da
contratações entidade
anual encaminhad
a ao Poder
Legislativo

Até a primeira A autoridade Na quinzena adequação


quinzena de competente posterior à do plano de
maio do ano de aprovará as publicação da Lei contrataçõe
elaboração do contratações Orçamentária s anuais ao
plano de nele Anual orçamento
contratações previstas, por aprovado
anual meio do para aquele
Plano Geral exercício
de
Contratações

Figura 2
Fonte: Autores, 2022
59

TÍTULO 3 – DAS FASES

CAPÍTULO 1 – FASE PREPARATÓRIA


Na fase preparatória será observado o art.
12 da Lei nº 14.133/2021:

I - Os documentos serão produzidos por escrito,


com data e local de sua realização e assinatura
dos responsáveis;
II - Os valores, os preços e os custos utilizados
utilizarão a moeda corrente nacional, ressalvado
o disposto no art. 52 da Lei nº 14.133/2021;
(...)
VI - Os atos serão preferencialmente digitais, de
forma a permitir que sejam produzidos,
comunicados, armazenados e validados por meio
eletrônico.

Para deflagração de processos em sua fase


preparatória, caso já haja regulamentado o Plano de
Contratações Anual no Município, conforme dispõe o
inciso VII do art. 12 da Lei nº 14.133/2021, os órgãos
que compõem à Administração Municipal poderão
encaminhar relatórios de demandas à autoridade
competente no pleito de se executar o PCA.
Em caso de emissão do Plano de
Contratações Anual, este deverá ser divulgado e
mantido à disposição do público junto ao Portal Nacional
de Contratações Públicas e facultativamente em sítio
60

eletrônico oficial e deverá, igualmente, ser observado


quando da realização da licitação e execução do
contrato.
Ainda que a Lei não obrigue a elaboração do
Plano de Contratações Anual, é recomendável que o
faça, pois este tem o condão de aprimorar a gestão de
aquisições e contratos, reduzir despesas inúteis e
contribuir na elaboração dos orçamentos.
O Decreto Federal nº 10.947/2022, pode
servir de subsídio para elaboração tanto do Plano Geral
de Contratações quanto Plano de Contratações Anual,
pois o mesmo regulamenta o inciso VII, do art, 12 da Lei
nº 14.133/2021, que dispõe sobre o plano de
contratações anual e institui o Sistema de Planejamento
e Gerenciamento de Contratações no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, conforme tratado em capítulo próprio deste
manual
Por fim, todos os atos praticados serão
públicos, ressalvadas as hipóteses de informação cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado, na forma da lei, podendo ser diferida apenas
quanto ao conteúdo das propostas até a sua abertura e
quanto ao orçamento da Administração Pública
Municipal, nos termos do art. 24 da Lei nº 14.133/2021.
61

SEÇÃO I – PLANEJAMENTO
Planejar é estabelecer diretrizes para ações
concretas que impedem que se instale a situação de
emergência. É a capacidade para decidir previamente o
quê, por quê, onde, quanto custa, como e quando
fazer, além de indicar quem deve fazer a
contratação, observando quando couber a alínea “a”,
inciso XVIII do art. 6º; inciso VII do art. 12; § 2º do art.
14; inciso II, § 1º do art. 18; art. 40; alínea “a”, inciso III
do art. 74; inciso III do art. 174, todos da Lei nº
14.133/2021.
Para o planejamento das contratações, faz-
se uso das ferramentas de planejamento, pois as
mesmas são pensadas para não deixar nenhum detalhe
importante de lado. Dentro da literatura administrativa há
diversas ferramentas que poderão ser utilizadas para
efetuar o planejamento. Porém, independente do critério
adotado para elaboração do planejamento, os órgãos
deverão adotar necessariamente os seguintes
procedimentos:
● Solicitação da área requisitante com as devidas
justificativas;
● Formação da equipe para condução do
planejamento;
● Elaboração do Estudo Técnico Preliminar;
62

● Realização de gerenciamento de riscos que


possam impactar na efetividade da contratação como
um todo;
● Elaboração do Termo de Referência ou projeto
básico.
No tocante à contratação de obras e
serviços de engenharia, há que se atentar às peças que
se referem ao Projeto Básico e Executivo, que serão
abordadas no capítulo respectivo.

SEÇÃO II – ORÇAMENTOS
Inicialmente se faz necessário explicar as
diferenças conceituais:
 Preço de referência: é o parâmetro para
julgamento da licitação, obtido por meio da pesquisa de
preços e confecção do Mapa de Preços pela unidade.
 Pesquisa de preços: é o procedimento
realizado ainda na fase preparatória do processo de
contratação, cuja finalidade é verificar se existem
recursos suficientes para que a administração pública
realize o processo de aquisição.
 Mapa de Preços: é o conjunto obtido por meio
de pesquisa de preços onde serão documentados os
valores obtidos, assinado por servidor responsável pelas
pesquisas e convalidado por servidor hierarquicamente
63

superior. É o documento que indica qual é o preço de


referência obtido.
 Pesquisa de mercado: é o procedimento de
consulta junto às condições existentes no mercado,
relacionadas ao objeto a ser licitado, fundamentais para
o processo de definição correta do objeto, bem como
preparo para sua logística de aquisição. Exemplo:
prazos de entrega, garantias, forma de execução,
especificações, qualidades, desempenho etc.
 Média: obtém-se somando os valores de todos
os dados e dividindo a soma pelo número de dados.
 Mediana: representa o valor central de um
conjunto de dados. A vantagem da mediana em relação
à média é que a mediana pode dar uma ideia melhor de
um valor porque não é tão distorcida por valores
extremamente altos ou baixos.
 Preços inexequíveis: Inexequível é aquilo que
não pode ser executado, realizado ou cumprido. Ou
seja, um orçamento se torna inexequível quando o valor
pesquisado não é capaz de garantir a execução do
contrato.
 Preços inconsistentes ou excessivamente
elevados: são preços que são distorcidos da realidade,
devido geralmente a análise do orçamentista. São os
preços discrepantes, e é essencial descartar os preços
64

que destoam, ou seja, aqueles excessivamente altos ou


os que pareçam ser inexequíveis antes de calcular o
preço estimativo para um determinado objeto.
Antes de adentrar nos parâmetros definidos
em lei é essencial observar a estimativa de preço, esta
deverá traduzir o real valor de mercado, será essencial
uma especificação adequada do objeto, pois, tem-se
constatado de forma recorrente que as especificações
superficiais de objetos, manifestadas pelos setores
requisitantes, ocasiona grandes dificuldades para
cotação por parte do orçamentista, pois este não dispõe
de informações suficientes para realizá-la.
Fazem parte da especificação do objeto,
além das suas características fundamentais, as
condições de fornecimento, envolvendo aspectos como:
local e prazos de entrega, frete, condições efetivas de
pagamento, periodicidade da compra, garantia,
treinamento, suporte técnico, entre outros.
O esmero na construção do preço de
referência é fator mitigante para que a Administração
Pública Municipal não licite objetos com sobrepreço ou
realize aquisições com superfaturamento, ou que
venham a resultar desertas ou fracassadas.
Segundo o art. 23 da Lei nº 14.133/2021, os
preços constantes de bancos de dados públicos e as
65

quantidades a serem contratadas devem ser


considerados, observando a economia de escala e as
peculiaridades do local de execução do contrato.
A pesquisa para determinação do valor
estimado do objeto licitatório, para a AQUISIÇÃO DE
BENS E CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL
será realizada mediante a utilização dos seguintes
parâmetros, empregados de forma combinada ou não,
conforme Instrução Normativas nº 73 e 65, emitidas pela
SEGES/ME em 2020 e 2021, respectivamente:
● Preços constantes do Portal Nacional de
Contratações Públicas;
● Preços de contratações SIMILARES feitas pela
Administração Pública, em execução ou concluídas no
período de 1 (um) ano antes, inclusive mediante sistema
de registro de preços, observado o índice de atualização
de preços correspondente;
● DADOS DE PESQUISA publicada em mídia
especializada, TABELA DE REFERÊNCIA formalmente
aprovada pelo Poder Executivo federal e SÍTIOS
ELETRÔNICOS especializados ou de domínio amplo,
desde que contenham a data e hora de acesso.
Observamos que os sites de intermediação
comercializam os produtos diretamente, e não há
nenhum regramento que impeça a utilização dos
66

mesmos na composição dos custos, contudo deve ser


feita uma análise crítica da composição dos preços
apresentados, isto porque um marketplace não é o
titular da venda.
Abaixo segue relação de alguns sites
considerados de intermediação:
 Amazon
 Ebay
 bom negócio
 Americanas
 Casas Bahia
 Extra
 Magazine Luiza
 Ponto Frio
 Shoptime
 Submarino
 Walmart etc.
Esclarecemos ainda, que os sites de
intermediação como Mercado livre, OLX, Enjoei,
Shopee, Ali Express, não são recomendados para
cotação de preços, pois admitem que terceiros se
cadastrem para vender seus próprios produtos, de modo
que o site não é o fornecedor titular, podendo ocasionar
uma cotação inconsistente do item almejado.
67

● Pesquisa DIRETA com no mínimo 3


fornecedores, mediante solicitação formal de cotação,
desde que seja apresentada JUSTIFICATIVA da
escolha desses fornecedores e que os orçamentos não
tenham sido obtidos com mais de 6 meses de
antecedência da data de divulgação do edital; Deve-se
observar ainda a formalidade do ato, ou seja, a
apresentação dos orçamentos devem ser legíveis e
conter o prazo da proposta, a descrição do objeto, do
valor unitário e total, o CPF ou CNPJ do proponente, o
endereço e telefone de contato, a data de emissão e
assinatura. E, ainda deverão ser observadas as
condições comerciais praticadas, incluindo prazos e
locais de entrega, instalação e montagem do bem ou
execução do serviço, formas de pagamento, fretes,
garantias exigidas, marcas e modelos, quando for o
caso.
● Pesquisa na base nacional de notas fiscais
eletrônicas (conforme regulamentação).
A Lei nº14.133/2021, no § 2º do art. 23,
dispõe que o valor estimado para obras e serviços de
engenharia será acrescido do percentual de Benefícios
e Despesas Indiretas de referência e dos Encargos
Sociais cabíveis, e deverá seguir os parâmetros na
seguinte ordem:
68

I - Composição de custos unitários menores ou


iguais à MEDIANA do item correspondente NA
TABELA SICRO, para serviços e obras de
infraestrutura de transportes, ou da TABELA
SINAPI, para as demais obras e serviços de
engenharia;
II - Utilização de dados de pesquisa publicada em
mídia especializada, de tabela de referência
formalmente aprovada pelo Poder Executivo
federal e de sítios eletrônicos especializados ou
de domínio amplo, desde que contenham a data
e a hora de acesso;
III - contratações similares feitas pela
Administração Pública, em execução ou
concluídas no período de um ano anterior à data
da pesquisa de preços, observado o índice de
atualização EXPRESSO NO INSTRUMENTO
CONTRATUAL que foi pesquisado;
IV - Pesquisa na base nacional de notas fiscais
eletrônicas, (conforme regulamentação).

Já para as dispensas de licitação e


inexigibilidades de licitação, a Lei nº 14.133/2021 traz no
art. 23 § 4º que, quando não for possível estimar o valor
do objeto nos parâmetros estabelecidos em Lei ou
Instruções Normativas sobre o tema, o órgão
requisitante deverá comprovar previamente que os
preços estão em conformidade com os praticados em
contratações semelhantes de objetos de mesma
natureza, por meio da apresentação de notas fiscais
emitidas para outros contratantes no período de até um
69

ano anterior à data da contratação pela Administração,


ou por outro meio idôneo.
Ainda, para a contratação de obras e
serviços de engenharia sob os regimes de contratação
integrada ou semi-integrada, o valor estimado da
contratação será calculado nos parâmetros
estabelecidos em Lei, acrescido ou não de parcela
referente à remuneração do risco e, sempre que
necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa de
preço será baseada em orçamento sintético, balizado
em sistema de custo definido no inciso I do § 2º, art. 23
da Lei nº 14.133/2021, devendo a utilização de
metodologia expedita ou paramétrica e de avaliação
aproximada baseada em outras contratações similares
ser reservada às frações do empreendimento não
suficientemente detalhadas no anteprojeto.
Por fim, é necessário ainda esclarecer que a
pesquisa de preços deficiente também sujeita os
agentes públicos responsáveis à imputação das
responsabilidades tratadas no título I deste manual.

SEÇÃO III – ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR


O Estudo Técnico Preliminar é uma
ferramenta de gestão que possibilitará a criação do
documento constitutivo da primeira etapa da instrução
70

da contratação requerida, e que deverá ser elaborado


conjuntamente por servidores que compõem o quadro
da Secretaria requisitante, podendo estes serem da área
técnica, jurídica e financeira, entre outros.
O Estudo Técnico Preliminar deverá
evidenciar o problema a ser resolvido e a melhor
solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade
técnica, socioeconômica e ambiental da contratação.
A Lei nº 14.133/2021, assim definiu o estudo
técnico preliminar:
Estudo técnico preliminar: documento
constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma
contratação que caracteriza o interesse público
envolvido e a sua melhor solução e dá base ao
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico
a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da
contratação
O principal objetivo do Estudo Técnico
Preliminar é demonstrar a viabilidade técnica e
financeira das soluções identificadas, fornecendo as
informações necessárias para subsidiar o respectivo
processo licitatório.
A elaboração dos estudos técnicos
preliminares possui itens obrigatórios para contratação,
seja aquisição, serviços ou obras, pois sem este, a
71

elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico


fica prejudicado.
Ressalta-se que uma contratação sem o
respectivo Estudo Técnico Preliminar, demonstra falta
de planejamento e, por isso, em tese seria ilegal, visto
ser o planejamento um dos princípios previstos na Lei nº
14.133/2021.
Os elementos constitutivos para orientar
a elaboração do Estudo Técnico Preliminar, deste
Manual, constam da Instrução Normativa Federal
SEGES/ME nº 58/2022.

ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR


OBJETO: Descrever objetiva e
especificamente o objeto requerido
1. Introdução: descrição sintética do
pretendido neste documento
2. Necessidade/justificativa da
contratação, considerando o problema a ser
resolvido sob a perspectiva do interesse público: A
justificativa deve conter o diagnóstico da necessidade da
aquisição bem como a adequação do objeto aos
interesses da Administração. A justificativa há de ser
clara, precisa e suficiente, sendo vedadas justificativas
72

genéricas, incapazes de demonstrar de forma cabal a


necessidade da Administração.
3. Alinhamento entre a contratação e o
plano de compras da Administração Pública
Municipal: Indicar se a aquisição está alinhada aos
planos instituídos pelo órgão tais como: planejamento
estratégico do órgão, Planejamento Contratações Anual,
projeto de curso, projeto de extensão entre outros.
Informar a política pública a que esteja vinculada ou a
ser instituída pela aquisição, quando couber.
4. Requisitos da contratação:
4.1. Requisitos Internos: definir os requisitos
para o atendimento da necessidade, incluindo os
padrões mínimos de qualidade e condições
indispensáveis, evitando a restrição da competição de
forma indevida. Incluir, por exemplo, as obrigações da
contratada, o local de execução ou utilização, os
procedimentos e técnicas para execução, o tipo de
natureza do objeto, o tempo de contratação, de
execução, a habilitação necessária, etc.
4.2. Requisitos Externos (legais): descrever
a legislação que embasa a contração, por exemplo, para
pregão eletrônico citar o Decreto 10.024/2019.
5. Estimativa das quantidades,
acompanhadas das memórias de cálculo e dos
73

documentos que lhe dão suporte, considerando a


interdependência com outras contratações, de modo
a possibilitar economia de escala: Descrever as
especificidades técnicas dos itens ou serviços
pretendidos.
6. Justificativa da escolha do tipo de
solução a contratar: denominar a partir das
características do objeto qual a modalidade, qual tipo de
instrumento contratual é o mais adequado.
7. Estimativa do valor da contratação,
acompanhada dos preços unitários referenciais, das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão
suporte: Definir e documentar o método para estimativa
de preços ou meios de previsão de preços referenciais,
devendo ser observado a Instrução Normativa
SEGES/ME 65/2021 e anexar o planilhamento da
estimativa de custo apurada preferencialmente em
Excel.
Nesse item, é necessário fazer referência ao
enunciado do TCU nº 17 de 2022:

A estimativa do valor da contratação


realizada por meio dos estudos técnicos
preliminares, de que trata o art. 18 parágrafo
1º inciso VI, será, via de regra, uma análise
inicial dos preços praticados no mercado por
74

servir unicamente à análise da autoridade


competente quanto à viabilidade econômica
da contratação. De forma diferente, uma
estimativa do valor da contratação realizada
pelo setor competente do órgão, conforme o
art. 6º, inciso XXIII, “i”, que servirá como
base à análise da aceitabilidade das
propostas na fase externa do processo
licitatório e, por isso, utilizará dos parâmetros
do art. 23 e seus parágrafos, combinados,
sempre que possível, em uma “cesta de
preços”, priorizando os preços públicos (...)

Descrição da solução, inclusive das


exigências relacionadas à manutenção e à
assistência técnica, quando for o caso,
acompanhada das justificativas técnica e econômica
da escolha do tipo de solução: Descrever o conjunto
de todos os elementos (bens, serviços e outros)
necessários para, de forma integrada, gerar os
resultados que atendam à necessidade que gerou a
contratação.
9. Justificativa para o parcelamento ou
não da solução: As compras efetuadas pela
Administração Pública Municipal serão divididas em
tantas parcelas que se comprovarem técnica e
economicamente viáveis, com vistas ao melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e
75

à ampliação da competitividade sem perda da economia


de escala. É essencial a diferenciação conceitual entre:
- Bens divisíveis são os que se podem
fracionar sem alteração na sua substância, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
- Bens indivisíveis são aqueles que perdem
a identidade ou perdem o valor, quando fracionado.
Deve – se avaliar se a solução é divisível ou
não, levando em conta o mercado que a fornece e se a
solução deve ser parcelada quando a resposta a todas
as 04 (quatro) perguntas a seguir forem positivas:
1 – É tecnicamente viável dividir a solução?
2 – É economicamente viável dividir a
solução?
3 – Não há perda de escala ao dividir a
solução?
4 – Há o melhor aproveitamento do mercado
e ampliação da competitividade ao dividir a solução?
10. Resultados pretendidos, contratações
correlatas e/ou interdependentes: Declarar os
benefícios diretos e indiretos que o Órgão visa alcançar
com a aquisição do material ou equipamento ou serviço,
considerando a economicidade, a eficiência, a eficácia e
76

o melhor aproveitamento de recursos humanos,


materiais e financeiros disponíveis.
11. Providências para adequação do
ambiente do órgão: Descrever as adequações
necessárias para a utilização ou operacionalização do
material ou equipamento objeto do processo de
aquisição. As adequações poderão ser de natureza
estrutural (mudanças na estrutura física da edificação)
ou relacionada à necessidade de recursos humanos
e/ou de capacitação de servidores para a
operacionalização do material ou equipamento, como
por exemplo a infraestrutura lógica, elétrica, hidráulica,
estrutural, mobiliário, capacitação, mobiliário, layout,
obtenção de licenças, outorgas e autorizações entre
outros.
12. Resultados pretendidos, em termos
de efetividade e de desenvolvimento nacional
sustentável e possíveis impactos ambientais e
respectivas medidas mitigadoras, incluídos
requisitos de baixo consumo de energia, logística
reversa, etc.: Descrever, observando os parâmetros do
ESG (melhores práticas ambientais, sociais e
gerenciamento para administração pública) quais
materiais e equipamentos que atendam a critérios de
sustentabilidade serão empregados, tais como
77

segurança, durabilidade e eficiência, de modo a gerar


menos resíduos, menor desperdício e menor impacto
ambiental. Observar como deverá ser feito o descarte de
peças e materiais.
Os órgãos municipais devem buscar o
equilíbrio entre o meio ambiente, o social e a sua
governança, observando critérios atrelados aos art. 11,
IV; art. 144; art. 18, XII; art. 147, II; art.14, VI; art. 18,
XIII, art. 26 da Lei nº 14.133/2021, e principalmente ao
desenvolvimento nacional sustentável, como por
exemplo:
● percentual mínimo (MO) no edital para mulheres
vítimas de violência domésticas ou egressos do sistema
prisional;
● margem de preferência para bens reciclados,
recicláveis ou biodegradáveis (art. 26 da Lei
14.133/2021)
● consideração do ciclo de vida do objeto
requerido, durante o julgamento das propostas (art. 6,
inciso XXIII, alínea c, da Lei 14.133/2021);
● critérios de desempate, por ações de equidade
de gênero (art. 60, III, da Lei 14.133/2021);
● logística reversa para desfazimento e reciclagem
de bens e refugos, quando aplicável;
78

● obras ou serviços devem observar parâmetros


ambientais, socioambientais e de acessibilidade;
● impedir empresas que tenham sido condenadas
por trabalho infantil, trabalho análogo a escravidão ou
contratação de menores de 18 anos, salvo condição de
aprendiz participem do certame;
● desenvolvimento pelo licitante de programa de
integridade, conforme orientações dos órgãos de
controle poderá ser parâmetro de desempate, desde
que previsto no edital
● previsão de incentivos para contratações com
redução de emissões de CO², entre outros.
Observar, no que couber, os critérios de
sustentabilidade ambiental, contidos no Decreto Federal
nº 7.746, de 05/06/2012, que regulamentou a Lei
Federal 10.305 de 2010.
13. Posicionamento conclusivo sobre a
adequação da contratação para o atendimento da
necessidade a que se destina: Declarar se a
contratação é viável ou não a partir da análise dos itens
anteriores dos Estudos Preliminares.
O Estudo Técnico Preliminar deverá ser
assinado pelos agentes públicos que o elaboraram.
79

SEÇÃO IV – MAPA DE RISCO X MATRIZ DE RISCO


Segundo a Chefe da Seção de Gestão de
Contratos – SEGEC, do Tribunal Regional Eleitoral de
Alagoas, a Sra. Lindineide Cardoso:

(...) mapa de riscos não pode ser confundido com


a matriz de riscos, posto tratar-se de instrumento
que não influencia diretamente na elaboração da
proposta do contratado, diversamente da matriz,
definida como cláusula contratual que integra a
equação econômico-financeira do contrato.

Então para melhor entendimento conceitua-


se:
 Mapa de risco: é o documento que materializa a
matriz de riscos. Mapear significa identificar, avaliar e
tratar. Listados os riscos, elabora-se a matriz de riscos.
 Matriz de risco: é cláusula contratual que
integra a equação econômico-financeira do contrato e
influencia diretamente na elaboração da proposta de
preço do particular (art. 6º, XXVIII da Lei 14.133/21)

SUBSEÇÃO ÚNICA - ELABORAÇÃO DO MAPA DE


RISCOS
O mapeamento dos riscos é precisamente a
materialização documental do gerenciamento de riscos,
e consiste em:
80

-Identificar os riscos que possam


comprometer a efetividade da contratação nas fases de
planejamento, seleção de fornecedor e gestão
contratual;
-Avaliá-los segundo probabilidade e impacto;
tomar ações para diminuir sua probabilidade de
ocorrência; e,
-Para os riscos que persistirem, definir ações
de contingência e os responsáveis por tomá-las caso se
materializem.
O gerenciamento de riscos permite ações
contínuas de planejamento, organização e controle dos
recursos relacionados aos riscos que possam
comprometer o sucesso da contratação, da execução do
objeto e da gestão contratual.
Observa-se que para cada contratação
efetuada, deverá ser elaborado um mapa de riscos, visto
as especificidades de cada objeto, ou seja, não há
receita pronta para elaboração do mapa de risco, no
entanto, para facilitar expomos um modelo de formulário
que poderá ser utilizado pelos órgãos requisitantes:
O primeiro passo na elaboração de um mapa
de riscos é:
81

● Definir as fases do mapa: Sugerimos dividir o


mapa em 3 fases, podendo o órgão requisitante, no
entanto adotar outro critério:

1.FASE DE PLANEJAMENTO
2.FASE DE ANÁLISE (seleção de fornecedor)
3.FASE DA CONTRATAÇÃO (gestão do contrato)
● Após a definição das fases cabíveis para cada
contratação almejada, identifica-se os riscos. Para isso,
é fundamental reconhecer e anotar qualquer tipo de
inconsistência que possa afetar o andamento do
processo.
● Na terceira etapa da formatação do mapa de
riscos configura-se as probabilidades e seus possíveis
impactos.

As probabilidades podem ser definidas em


três grupos, sendo:
 Baixo: Danos que não comprometem o
processo/serviço.
 Médio: Danos que comprometem parcialmente o
processo/serviço,
 Alto: Danos que comprometem a essência do
processo/serviço, impedindo-o de seguir seu curso.
82

Serão utilizados parâmetros escalares para


representar os níveis de probabilidade e impacto. Como
por exemplo:

Classificação da Probabilidade (P)

Classificação Valor

baixo 1

médio 2

alto 3
Figura 3
Fonte: autores, 2022

Classificação do Impacto (I)

Classificação Valor

baixo 1

médio 2

alto 3
Figura 4
Fonte: autores,2022
83

Figura 5
Fonte:https://www.google.com/search?q=matriz+de+risco&rlz=1C1G
CEA_enBR997BR997&sxsrf=ALiCzsYPoSU2Q1s66aLvSXdcq6dKA
OLgFw:1661462504041&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUK
EwiypPGS9uL5AhVms5UCHQLTD_IQ_AUoAXoECAEQAw&biw=19
20&bih=961&dpr=1#imgrc=9JCeabSZQUGeIM, agosto 2022

O produto (P x I) da probabilidade pelo


impacto de cada risco deve se enquadrar em uma
região da matriz probabilidade x impacto. Caso o risco
enquadre-se entre os valores de 1 a 2 (destacado em
verde), seu nível de risco é entendido como baixo, logo
admite-se a aceitação ou adoção das medidas
preventivas. Se estiver entre os valores de 3 a 5
(destacado em amarelo), entende-se como médio; e se
estiver entre os valores de 6 a 9 (destacado em
vermelho), entende -se como nível de risco alto.
Caso o risco seja classificado como médio
ou alto, serão adotadas obrigatoriamente as medidas
preventivas previstas.
84

Para cada risco identificado, define-se: a


probabilidade de ocorrência dos eventos, os possíveis
danos e impacto caso o risco ocorra, possíveis ações
preventivas e de contingência (respostas aos riscos), a
identificação de responsáveis pelas ações, bem como o
registro e o acompanhamento das ações de tratamento
dos riscos.

MAPA DE RISCOS

( ) FASE DE PLANEJAMENTO
( ) FASE DE ANÁLISE
( ) FASE DE CONTRATAÇÃO

RISCO 01: descrever o risco

Probabilidade ( ) Baixa ( ) média ( ) alta

Impacto ( ) Baixa ( ) média ( ) alta

ID DANO

1 descrever o possível dano

id Ação preventiva Responsável


85

1 O que? Quem?

id Ação contingência Responsável

1 O que? Quem?

id Ação contingência Responsável

1 O que? Quem?
Figura 6
Fonte: adaptação autores, 2022

SEÇÃO V – TERMO DE REFERÊNCIA


O Termo de Referência é o documento que
subsidia a elaboração do Edital da licitação, sendo
essencial que se detalhe todas as características do
objeto e as condições para a sua contratação e para a
cabal execução, incluindo prazos de entrega, garantia,
procedimentos de recebimento, condições de
pagamento, sanções administrativas que poderão ser
aplicadas à contratada inadimplente, obrigações da
contratante e da contratada, condições de reajuste do
objeto, valor estimado do objeto, dentre outras regras
importantes, as quais poderão constar no termo de
referência.
As informações mínimas para a elaboração
do Termo de Referência, que subsidiará a construção do
edital, são as seguintes:
86

● Descrição do objeto, incluídos sua natureza de


forma precisa, suficiente e clara;
● Especificação dos itens e seus quantitativos,
quando necessários, com as unidades de medidas
pertinentes, determinação de unidades e quantidades a
serem adquiridas em função de consumo e utilização
prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas;
● Fundamentação da contratação, que consiste na
referência aos estudos técnicos preliminares
correspondentes ou, quando não for possível divulgar
esses estudos, deverão ser observados as informações
sigilosas contidas no Estudo Técnico Preliminar que não
serão divulgadas, devido a Lei Geral de Proteção de
Dados;
● Formas e critérios de seleção do fornecedor;
● Definição da qualificação técnica, se necessário;
demonstrada mediante indicação das parcelas de maior
relevância técnica ou valor significativo do objeto;
observar que há qualificação técnico operacional que é
a capacidade técnica da pessoa jurídica proponente e
há a qualificação técnica profissional que é a
capacidade técnica do profissional responsável técnico
pela execução do serviço;
87

● Qualificação econômico-financeira, se
necessário, visando demonstrar a aptidão econômica do
licitante para cumprir as obrigações decorrentes do
futuro contrato, devendo ser comprovada de forma
objetiva, por coeficientes e índices econômicos,
devidamente justificados, e será restrita à apresentação
da seguinte documentação: - balanço patrimonial,
demonstração de resultado de exercício e demais
demonstrações contábeis dos dois últimos exercícios
sociais; e, certidão negativa de feitos sobre falência
expedida pelo distribuidor da sede do licitante;
● Critérios de aceitabilidade da proposta (no caso
de amostra, folder e catálogo) se necessária, deverá ser
justificado e compatível com as especificações técnicas
e com os valores unitários e globais estimados. O
pedido de amostra deverá ser justificado e também
conter os critérios de apresentação / aceitação, tais
como:-Prazo para apresentação das amostras; -Local e
forma de entrega das amostras; -Responsável pela
análise das amostras; -Critérios objetivos para análise
das amostras (aprovação/reprovação); -Previsão, local e
prazo para devolução das amostras;
● Exigência de vistoria, se necessária; (justificar)
88

● Prova de conceito, com forma de pontuação


objetiva, conforme descrito no Estudo Técnico
Preliminar, se necessária; (justificar)
● Estimativas do valor da contratação,
acompanhadas dos preços unitários referenciais, das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão
suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção
dos preços e para os respectivos cálculos, que devem
constar de documento separado e classificado;
● Adequação orçamentária completa;
● Especificação da garantia exigida e das
condições de manutenção e assistência técnica, quando
for o caso;
● Indicação dos locais de entrega dos produtos e
das regras para recebimentos provisório e definitivo;
● Condições de guarda e armazenamento do
objeto;
● Subcontratação, se necessário. Sendo informado
a parte do objeto que poderá́ ser subcontratada, bem
como percentual;
● Condições e prazo de pagamentos com critérios
objetivos de medição;
● Cronograma físico-financeiro, se for o caso;
● Critérios do instrumento contratual, tais como:
89

. Definição do índice de reajustamento de preço,


com data-base vinculada à data do orçamento
estimado e com a possibilidade de ser
estabelecido mais de um índice específico ou
setorial, em conformidade com a realidade de
mercado dos respectivos insumos.
a. Definição do prazo de execução que é o
tempo que o particular tem para executar o objeto
ou serviço e está, portanto, englobado no prazo de
vigência e prazo de duração contratual, se for o
caso;
b. Definição do prazo de vigência é o
período de duração do contrato; e
c. Garantia de execução contratual entre
outros definidos na legislação;
● Obrigações das partes envolvidas (contratada e
contratante), observadas as cláusulas mínimas
obrigatórias previstas na Lei nº 14.133/2021;
● Definição da gestão do contrato, que descreve
como a execução do objeto será acompanhada e
fiscalizada pelo órgão; Definição das atribuições e
competências do fiscal do contrato;
● Definição da gestão dos contratos plurianuais;
● Sanções e penalidades;
90

● Nas contratações de serviços, com ou sem


fornecimento de bens, deve-se observar a possibilidade
de inclusão de critérios de sustentabilidade. Para tanto,
deve-se previamente verificar se o respectivo objeto de
contratação possui correspondência aos embasamentos
de ações e especificações que visam contribuir para o
tema em questão, em consonância com a legislação
ambiental vigente, e eventuais riscos envolvidos;
● Nas contratações deve ser dada prioridade para
produtos reciclados e recicláveis e para bens, serviços e
obras que considerem critérios compatíveis com
padrões de consumo social e ambientalmente
sustentável. E, se pertinente, deve-se descrever as
medidas necessárias para demonstrar tanto a
vantajosidade como os impactos positivos que as
contratações sustentáveis causam, com elaboração de
demonstrativos da relação custo/benefício a médio ou
longo prazo quando comparadas às que se valem do
critério de menor preço;
● Condições gerais.

Para elaboração do Termo de referência de


serviços de manutenção preventiva e corretiva, dada
a sua especificidade, o mesmo deverá conter ainda:
91

● Periodicidade das visitas, se diária, semanal,


quinzenal, mensal, por exemplo;
● Horário das visitas de manutenção;
● Prazo para atendimento das chamadas;
● Equipe mínima ou composição da equipe
técnica, com registro na entidade profissional
competente;
● Existência de plantonistas, quando for o caso;
● Relação do material de reposição que deverá
ficar a cargo do futuro contratado;
● Material mínimo necessário para estoque no
local onde serão executados os serviços;
● Exigência de oficina, quando for o caso;
● Endereço do local onde serão consertados
aparelhos, equipamentos etc., quando o reparo não
puder ser feito no prédio do contratante.
Para elaboração do Termo de referência dos
serviços terceirizados, o órgão requisitante deve ater-
se às recomendações da Instrução Normativa
SEGES/ME n. 05 de 25 de maio de 2017
(https://www.in.gov.br), que regulamenta a contratação
de serviços, continuados ou não, com destaque especial
para serviços terceirizados definidos pelo Decreto
Federal no 2.271/97 como:
92

(...) atividades essenciais ao funcionamento


do ente ou órgão e ao atingimento de sua
finalidade institucional, mas diversas de suas
funções precípuas, correspondentes à sua
atividade-fim

Ainda, quando da formulação do Termo de


Referência, a depender do objeto, poderão surgir outros
requisitos necessários para que se possa realizar o
procedimento de forma clara e objetiva.

SEÇÃO VI – EDITAL
A Administração Pública Municipal adotará
minutas padronizadas de edital e de contrato com
cláusulas uniformes, as quais possuirão variações a
depender da modalidade adotada, e deverão ser objeto
de padronização por parte do controle interno da
Administração Pública Municipal;
Todos os elementos do edital, incluídos
minuta de contrato, termos de referência, anteprojeto,
projetos e outros anexos, deverão ser divulgados em
sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgação do
edital e obrigatoriamente no Portal Nacional de
Contratações Públicas a partir do dia 01/04/2023;
As minutas também observarão as cláusulas
obrigatórias, as quais terão por base as informações
93

advindas das peças que compõem a instrução da fase


preparatória, como Termo de Referência, Projeto
Básico, entre outros.
Cláusulas recomendadas para elaboração
do edital:
● Objeto da licitação;
● Regras relativas à convocação;
● Critérios de julgamento de propostas e
habilitação;
● Recursos;
● Penalidades da licitação;
● Fiscalização e gestão do contrato;
● Entrega do objeto;
● Condições de pagamento.
● Prazo de duração do contrato
Será obrigatória a previsão no edital de
índice de reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado e com a
possibilidade de ser estabelecido mais de um índice
específico ou setorial, em conformidade com a realidade
de mercado dos respectivos insumos.
Para obras, serviços e fornecimentos de
grande vulto será necessário o detalhamento de
implantação de Programa de Integridade, pelo licitante
94

vencedor, no prazo de até 06 meses contados da


celebração do contrato.

SEÇÃO VII – PARECER JURÍDICO


Caberá à Assessoria Jurídica do órgão
requisitante realizar o controle prévio de legalidade
mediante análise jurídica da contratação. Sendo que o
parecer jurídico deverá:
● Apreciar o processo licitatório conforme critérios
objetivos prévios de atribuição de prioridade (SMS,
SME, SMSP);
● Expressar sua manifestação em linguagem
simples e compreensível e de forma clara e objetiva,
com apreciação de todos os elementos indispensáveis à
contratação e com exposição dos pressupostos de fato
e de direito levados em consideração na análise jurídica;
● O parecer jurídico que desaprovar a continuidade
da contratação, no todo ou em parte, poderá ser
motivadamente rejeitado pela autoridade máxima do
órgão ou entidade, hipótese em que esta passará a
responder pessoal e exclusivamente pelas
irregularidades que, em razão desse fato, lhe forem
eventualmente imputadas;
● É dispensável a análise jurídica nas hipóteses
previamente definidas em ato da autoridade jurídica
95

máxima competente, que deverá considerar o baixo


valor, a baixa complexidade da contratação, a entrega
imediata do bem ou a utilização de minutas de editais e
instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes
previamente padronizados pelo órgão de
assessoramento jurídico.
Em 19/12/2022, a Câmara Nacional de
Modelos de Licitações e Contratos Administrativos da
AGU aprovou parecer parametrizado para análise
jurídica de pregão eletrônico para compras e serviços
sem dedicação exclusiva de mão de obra, com o
objetivo de dar celeridade ao processo, contudo o
parecer parametrizado não dispensa a verificação de
peculiaridades nem tampouco a análise individual do
processo administrativo.

CAPÍTULO 2 – FASE EXTERNA

SEÇÃO I - DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE


LICITAÇÃO
Conforme a Lei nº 14.133/2021, na redação
do seu art. 54, a divulgação dos editais se dará pela
disponibilização das peças no Portal Nacional de
Contratações Públicas, quando couber.
96

Art. 54. A publicidade do edital de licitação será


realizada mediante divulgação e manutenção do
inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos
no Portal Nacional de Contratações Públicas.

Essa publicidade será realizada após o


encaminhamento do edital devidamente aprovado pela
Assessoria Jurídica do órgão requerente e demais
normas internas que venham a ser expedidas.

Figura 7
Fonte: autores,2022

SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM


OBSERVADOS
Publicado o edital, serão observados os
prazos preconizados no art. 55 da Lei nº 14133/22021
até a realização da sessão.
97

Figura 8
Fonte: autores, 2022

SEÇÃO II - QUESTIONAMENTOS E IMPUGNAÇÕES


É prerrogativa dos interessados no certame,
bem como direito de qualquer cidadão, questionar ou
impugnar os termos dos editais de licitação expedidos
pelo Município.
Tanto os questionamentos, quanto às
impugnações são peças que se apresentam no período
entre a divulgação do edital e um prazo de dias
específico que antecede a sessão de abertura. A
legislação vigente determina o prazo limite para
interposição de impugnação ou questionamento, bem
como um prazo máximo para que estes sejam
respectivamente decididos e respondidos.
98

SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM


OBSERVADOS
Nas modalidades presenciais, em
concordância com a Lei nº 14.133/2021, o texto assim
dispõe:

Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para


impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei ou para solicitar
esclarecimento sobre os seus termos, devendo
protocolar o pedido até três dias úteis antes da
data de abertura do certame.
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao
pedido de esclarecimento será divulgada em sítio
eletrônico oficial no prazo de até três dias úteis,
limitado ao último dia útil anterior à data da
abertura do certame.

Quanto ao Pregão Eletrônico, a regra é


semelhante conforme exposto pelo Decreto Federal nº
10.024/19:

Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos


referentes ao processo licitatório serão enviados
ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data
fixada para abertura da sessão pública, por meio
eletrônico, na forma do edital.
§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de
esclarecimentos no prazo de dois dias úteis,
contado da data de recebimento do pedido, e
poderá requisitar subsídios formais aos
99

responsáveis pela elaboração do edital e dos


anexos.
Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os
termos do edital do pregão, por meio eletrônico,
na forma prevista no edital, até três dias úteis
anteriores à data fixada para abertura da sessão
pública.
§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo
e caberá ao pregoeiro, auxiliado pelos
responsáveis pela elaboração do edital e dos
anexos, decidir sobre a impugnação no prazo de
dois dias úteis, contado da data de recebimento
da impugnação.

Ou seja, até três dias subsequentes antes da


sessão de abertura da licitação, independente da
modalidade, qualquer pessoa poderá impugnar ou
questionar os termos do edital.
Quando apresentada impugnação ou
questionamento e estes relacionarem suas razões a
questões pertinentes ao Termo de Referência, planilhas
ou outra peça elaborada pelo órgão requisitante,
encaminharemos a este os pedidos.
O órgão incumbido de responder aos
questionamentos ou decidir a impugnação deverá se
atentar ao prazo da lei. Caso entenda que não haverá
condições de decidir no período estipulado em lei,
deverá solicitar a suspensão do certame, o qual
dependerá de nova publicação para sua continuidade,
100

independente de alteração ou não do edital, podendo


ser necessária nova contagem de prazo.

SEÇÃO III - RETIFICAÇÃO


A retificação do edital se dará nos casos em
que, por motivação (impugnações, questionamentos) ou
de ofício, verificar-se a necessidade de alteração dos
termos do edital.

SUBSEÇÃO ÚNICA - PRAZOS A SEREM


OBSERVADOS
A publicação da retificação do edital
observará os mesmos prazos de lançamento deste art.
55 da Lei nº 14.133/22021 até a realização da sessão.

SEÇÃO IV - PARECERES TÉCNICOS DE


PROPOSTA/QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
O andamento do processo licitatório
demandará pareceres dos órgãos requisitantes, visto
que os responsáveis pela elaboração do Termo de
Referência e descrições das contratações são os que
possuem capacidade técnica para deliberar acerca das
especificações do produto/serviço e de eventual
qualificação técnica, assim os agentes de contratações
101

ou comissões poderão solicitar-lhes parecer vinculativo


para embasar a decisão final.
No momento em que se considerar
necessária a emissão de pareceres será solicitada ao
órgão requerente para que o providencie.
Atente-se ao fato de que, em regra, a
validade das propostas, quando não estipulada outra,
em edital, será de 60 (sessenta) dias. Ou seja, nesse
intervalo de tempo o processo deverá ser encerrado.
Para tanto, não pode haver demora excessiva na
emissão de tal parecer, considerando que este será
apenas um dos atos que decorrem do procedimento
como um todo.

SEÇÃO V - PARECERES TÉCNICOS DE RAZÕES


RECURSAIS
Assim como pode se fazer necessário
parecer quanto às propostas ou qualificações técnicas
apresentadas pelas licitantes, também pode incorrer a
necessidade de parecer de razões recursais, quando
estas tiverem seu mérito atribuído às mesmas condições
técnicas da avaliação preliminar.
Durante a decisão do recurso administrativo,
o prazo da proposta não é suspenso. Por tanto, deve-se
102

atentar ao tempo de resposta ao recurso para que não


haja vencimento da proposta.

SEÇÃO VI - ADJUDICAÇÃO/HOMOLOGAÇÃO
Encerradas as fases de julgamento e
habilitação, e exauridos os recursos administrativos, o
processo licitatório, quando exitoso, passará à fase de
adjudicação do objeto e homologação da licitação.
O primeiro ato, em geral, é feito pelo Agente
de Contratação ou pregoeiro, sendo que após isso, o
processo seguirá para o órgão requisitante para que a
autoridade competente realize a homologação deste.
A partir da homologação do processo é que
poderá ser efetivada a contratação do licitante, bem
como obrigatoriamente deve se informar o Portal
Nacional de Contratações Públicas.
103

TÍTULO 4 – DOS INSTRUMENTOS CONTRATUAIS

CAPÍTULO I - DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS


As cláusulas contratuais deverão estar
previamente definidas na minuta, anexo ao edital e,
deverão conter, no mínimo, o previsto no art. 92 da Lei
nº 14.133/21.
Após a adjudicação e homologação do
processo licitatório, formaliza-se o Contrato
Administrativo, com a elaboração, assinatura e
publicação.
Após a conclusão da elaboração do
Contrato, a Secretaria requisitante se responsabilizará
pela convocação da licitante vencedora para a
assinatura do Contrato, devendo após a assinatura,
encaminhar o instrumento contratual para sua efetiva
publicação, dentro do prazo estipulado no Termo de
Referência, podendo ser prorrogado dentro da
legislação pertinente.
A divulgação no Portal Nacional de
Contratações Públicas é condição indispensável para a
eficácia do contrato e seus aditamentos e deverão
ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua
assinatura: → vinte dias úteis, no caso de licitação; →
dez dias úteis, no caso de contratação direta.
104

Em caso de recusa da assinatura do


Contrato, poderá ser solicitada a convocação dos
remanescentes no processo, com proposta nos mesmos
moldes do primeiro colocado, ressalvada a possibilidade
de aplicação de sanções/penalidades nos termos da Lei.

SEÇÃO I - GARANTIAS
Os art. 96 até 102, tratam das garantias,
quais sejam: caução em dinheiro ou títulos, seguro-
garantia e fiança bancária, também estabelece deveres
e obrigações tanto para o contratante como para o
contratado, perante a garantia prestada ou a suspensão
da mesma.
O edital poderá prever, a critério da
autoridade competente, a prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e fornecimento,
cabendo, portanto, ao Contratado, optar por uma das
modalidades de garantia.
Para a modalidade seguro-garantia, o edital
fixará o prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da
homologação e anterior à assinatura do contrato para
apresentação do seguro garantia.
O contratado fica desobrigado de renovar a
garantia ou de endossar a apólice de seguro na hipótese
de suspensão do contrato por ordem ou inadimplemento
105

da Administração, e a renovação da garantia se dá a


partir da ordem de reinício ou adimplemento da
Administração.
O objetivo do seguro garantia é o
cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado
perante a Administração Pública, observadas as regras
nas contratações regidas pela Lei nº 14.133/2021.
Nas contratações de obras, serviços e
fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% do valor
inicial do contrato, chegando até 10%, justificada
mediante a análise da complexidade técnicas e riscos
envolvidos. Para as contratações de serviços
continuados com vigência superior a 1 ano bem como
suas prorrogações, será utilizado o valor anual do
contrato para aplicação dos percentuais de garantia.
Nas contratações de obras e serviços de
engenharia de grande vulto, poderá ser exigida a
prestação de garantia, na modalidade seguro-garantia,
com cláusula de retomada prevista no art. 102 desta Lei,
em percentual equivalente até 30% (trinta por cento) do
valor inicial do contrato.
A garantia prestada pelo contratado será
liberada ou restituída após a fiel execução do contrato
ou após a sua extinção por culpa exclusiva da
106

Administração pública e, quando em dinheiro, atualizada


monetariamente.
Nos casos de contratos que impliquem a
entrega de bens pela Administração, dos quais o
contratado ficará depositário, o valor desses bens
deverá ser acrescido ao valor da garantia.
O Edital poderá exigir a prestação de
garantia na modalidade de seguro-garantia, na
contratação de obras e serviços de engenharia e prever
a obrigação de a seguradora, em caso de
inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e
concluir o objeto do contrato conforme condições
regidas pela Lei nº 14.133/2021.
No seguro-garantia, a seguradora poderá
subcontratar a conclusão total ou parcial do contrato.
Caso ela execute e conclua o objeto do contrato, estará
isenta de pagar a importância segurada, se ela não
assumir a execução do contrato, pagará a integralidade
da importância segurada na apólice.
Deve-se observar que nas contratações de
obras e de prestação de serviços se faz necessário que
a garantia esteja regulada segundo a Lei nº 8.078/1990 -
CDC (código de defesa do Consumidor).
107

SEÇÃO II - DURAÇÃO DOS CONTRATOS


ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos, com cláusulas
previamente previstas no Termo de Referência e minuta
do edital, poderão ter duração de 5 (cinco) anos,
devendo, contudo, ter justificado maior vantajosidade
econômica em razão da contratação plurianual e,
atestar, no início de cada contratação e de cada
exercício, a existência de créditos orçamentários
vinculados à contratação e a vantagem em sua
manutenção.
Nos termos do art. Art. 107 Lei nº
14.133/2021, o contrato de serviços continuados poderá
ser prorrogado sucessivamente, respeitado o prazo
máximo de 10 (dez) anos, desde que, igualmente, esteja
previsto em edital e que se demonstre a vantajosidade
para a Administração. As hipóteses estão transcritas nas
alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI
do caput do art. 75 desta Lei.
Fato importante a se destacar diz respeito às
notas de bloqueio, sabe-se que ao gestor do contrato
cabe a responsabilização pela boa condução na
execução do contrato como, fiscalização e pagamento e,
para que este seja efetivado, o valor referente ao serviço
ou obra deverá estar devidamente garantido/bloqueado.
108

O bloqueio se dá ao exercício financeiro, conforme Lei


Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal).
Desta forma, em contratos plurianuais,
caberá ao gestor a garantia, por meio da emissão do
bloqueio anual, de disponibilização do valor para
pagamento. Informação esta, que comporá o edital e as
cláusulas contratuais, devendo dar publicidade legal.

SEÇÃO III - ALOCAÇÃO DE RISCOS


Os riscos podem ser entendidos como um
evento futuro e incerto do qual decorre uma
consequência, que pode ser positiva ou negativa. Para
resguardar os interesses e os recursos envolvidos nos
contratos administrativos, é preciso identificar os riscos
que possam comprometer a satisfação da necessidade
que motivou a celebração do ajuste e adotar
procedimentos e controles que impeçam esse
resultado.
Já a alocação representa, por sua vez, a
repartição objetiva desses riscos entre as partes. Logo,
a locação de riscos quando feita de forma clara e
eficiente possibilita diminuir as incertezas quanto ao
futuro, proporcionando maior segurança jurídica e
reduzindo o custo global.
109

Nos termos do art. 103 da Lei nº


14.133/2021, a alocação de riscos abrange todos os
tipos de contratação, com a possibilidade de inserir no
termo de contrato administrativo uma matriz que
antecipe os riscos que podem se materializar durante a
execução do objeto e os aloque à parte que tem mais
condições de impedir sua ocorrência ou de mitigar os
seus efeitos com o menor custo.
Com isso, ambas as partes podem se
preparar para as respectivas responsabilizações e
adoção das medidas necessárias no caso da
concretização do risco e, ainda:
● Permite aos licitantes quantificar suas propostas,
através da precificação dos bens ou serviços prestados
e dos seus riscos envolvidos na contratação, visto que
esses, os riscos, devem ter previsão em edital;
● A alocação de riscos contratuais evita a
necessidade de reequilíbrios econômicos financeiros,
uma vez que já está definido as responsabilidades das
partes para eventuais eventos futuros que possam
impactar nos valores acordados. O estabelecimento dos
riscos no contrato serve à segurança da relação
contratual e não à paralisação da execução do contrato,
como as duas únicas exceções a serem consideradas
110

no reequilíbrio econômico, disposta no § 5º do art. 103,


Lei nº 14.133/2021;
● Serão preferencialmente transferidos ao
contratado os riscos que tenham cobertura oferecida por
seguradoras (art. 103 Lei nº 14.133/2021, §2º).
Como instrumento de identificação dos
riscos contratuais previstos e presumíveis a Lei
14133/21 em seu art. 22, estabelece a matriz de
alocação de riscos, que deverá estar prevista em edital
e, trata-se de uma elaboração executada na fase
preparatória.
A elaboração da matriz de risco foi tratada
neste manual na Seção IV.
Logo a matriz de riscos é o instrumento que
permite a identificação das situações futuras e incertas
que possam repercutir sobre os objetivos da
contratação, bem como a mensuração do grau de risco
de cada uma dessas situações.
A partir da sua elaboração, torna-se possível
prever ações de prevenção, com o objetivo de eliminar
ou reduzir a probabilidade de os riscos identificados se
efetivarem, bem como ações de contingenciamento,
para o caso de ser necessário lidar com os efeitos da
ocorrência de riscos cuja probabilidade não seja
possível eliminar totalmente.
111

Não obstante essa faculdade, estabelecida


pelo art. 22 a Lei nº 14.133/2021, prescreve que nas
contratações de obras e serviços de grande vulto
(aquelas cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00)
ou quando forem adotados os regimes de contratação
integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente
deverá contemplar a matriz de alocação de riscos entre
o contratante e o contratado. E para demais
contratações a lei não traz a obrigatoriedade, e sim que
o edital poderá contemplar matriz de alocação de
riscos entre o contratante e o contratado.

SEÇÃO IV - RECEBIMENTO DO OBJETO DO


CONTRATO
O objeto do contrato será recebido de forma
provisória ou definitiva, sendo:
Definitivamente, para obras, serviços e
compras, por servidor ou comissão designada pela
autoridade competente, mediante termo detalhado que
comprove o atendimento das exigências contratuais;
Provisoriamente, para obras e serviços, pelo
responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo detalhado, quando verificado o
cumprimento das exigências de caráter técnico;
112

Provisoriamente, para compras, de forma


sumária, pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, com verificação posterior da conformidade
do material com as exigências contratuais;
Os §§ 1º ao 6º, art. 140 da Lei nº
14.133/2021, trata da rejeição do objeto do contrato no
todo ou em parte, quando estiver em desacordo com o
contrato e suas implicações.
O recebimento provisório ou definitivo não
excluirá a responsabilidade civil pela solidez e pela
segurança da obra ou serviço nem a responsabilidade
ético-profissional pela perfeita execução do contrato,
nos limites estabelecidos pela lei e pelo contrato.
Prazos e métodos para os recebimentos
provisórios e definitivos serão definidos em regulamento
ou no contrato.
Salvo disposição em contrário constante do
edital ou de ato normativo, os ensaios, os testes e as
demais provas para aferição da boa execução do objeto
do contrato exigidos por normas técnicas oficiais
correrão por conta do contratado.
Em se tratando de projeto de obra, o
recebimento definitivo pela Administração não eximirá o
projetista ou o consultor da responsabilidade objetiva
por todos os danos causados por falha de projeto.
113

Em se tratando de obra, o recebimento


definitivo pela Administração não eximirá o contratado,
pelo prazo mínimo de cinco anos, admitida a previsão
de prazo de garantia superior no edital e no contrato, da
responsabilidade objetiva pela solidez e pela segurança
dos materiais e dos serviços executados e pela
funcionalidade da construção, da reforma, da
recuperação ou da ampliação do bem imóvel, e, em
caso de vício, defeito ou incorreção identificados, o
contratado ficará responsável pela reparação, pela
correção, pela reconstrução ou pela substituição
necessárias.

SEÇÃO V - DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS


CONTRATOS
As possibilidades de extinção dos contratos
estão previstas no art. 137, 138 e 139 da Lei nº
14.133/21.
O art. 137 especifica os casos em que
resultará, de forma obrigatória, a extinção dos contratos,
garantidos os preceitos legais de contraditório e ampla
defesa.
Quando da ocorrência de algum dos casos
previstos na lei e transcritos a seguir, o órgão gestor
114

deverá instaurar procedimento específico para que se


dê a extinção do contrato.

Art. 137. Constituirão motivos para extinção do


contrato, a qual deverá ser formalmente motivada
nos autos do processo, assegurados o
contraditório e a ampla defesa, às seguintes
situações:
I - Não cumprimento ou cumprimento irregular de
normas editalícias ou de cláusulas contratuais,
de especificações, de projetos ou de prazos;
II - Desatendimento das determinações regulares
emitidas pela autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar sua execução ou por
autoridade superior;
III - alteração social ou modificação da finalidade
ou da estrutura da empresa que restrinja sua
capacidade de concluir o contrato;
IV - Decretação de falência ou de insolvência
civil, dissolução da sociedade ou falecimento do
contratado;
V - Caso fortuito ou força maior, regularmente
comprovados, impeditivos da execução do
contrato;
VI - Atraso na obtenção da licença ambiental, ou
impossibilidade de obtê-la, ou alteração
substancial do anteprojeto que dela resultar,
ainda que obtida no prazo previsto;
VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a
desapropriação, a desocupação ou a servidão
administrativa, ou impossibilidade de liberação
dessas áreas;
VIII - razões de interesse público, justificadas
pela autoridade máxima do órgão ou da entidade
contratante;
IX - Não cumprimento das obrigações relativas à
reserva de cargos prevista em lei, bem como em
outras normas específicas, para pessoa com
115

deficiência, para reabilitado da Previdência Social


ou para aprendiz.
§ 1º Regulamento poderá especificar
procedimentos e critérios para verificação da
ocorrência dos motivos previstos no caput deste
artigo.

O § 2º do art. 137 da Lei nº 14.133/21


transcreve as hipóteses em que será concedido ao
contratado a possibilidade de pleitear a extinção do
contrato, ou seja, a empresa terá adquirido o direito de
rescindi-lo. Vejamos:

§ 2º O contratado terá direito à extinção do


contrato nas seguintes hipóteses:
I - supressão, por parte da Administração, de
obras, serviços ou compras que acarrete
modificação do valor inicial do contrato além do
limite permitido no art. 125 desta Lei;
II - Suspensão de execução do contrato, por
ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 3 (três) meses;
III - repetidas suspensões que totalizam noventa
dias úteis, independentemente do pagamento
obrigatório de indenização pelas sucessivas e
contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas;
IV - Atraso superior a dois meses, contado da
emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de
parcelas de pagamentos devidos pela
Administração por despesas de obras, serviços
ou fornecimentos;
V - Não liberação pela Administração, nos prazos
contratuais, de área, local ou objeto, para
execução de obra, serviço ou fornecimento, e de
fontes de materiais naturais especificadas no
116

projeto, inclusive devido a atraso ou


descumprimento das obrigações atribuídas pelo
contrato à Administração relacionadas a
desapropriação, a desocupação de áreas
públicas ou a licenciamento ambiental.

Ainda, os § 3º e 4º do art. 137 da Lei nº


14.133/21 traz questões pontuais que devem ser
observadas quando da adoção do procedimento de
extinção do contrato.

§ 3º As hipóteses de extinção a que se referem


os incisos II, III e IV do § 2º deste artigo
observarão as seguintes disposições:
I - Não serão admitidas em caso de calamidade
pública, de grave perturbação da ordem interna
ou de guerra, bem como quando decorrerem de
ato ou fato que o contratado tenha praticado, do
qual tenha participado ou para o qual tenha
contribuído;
II - assegurarão ao contratado o direito de optar
pela suspensão do cumprimento das obrigações
assumidas até a normalização da situação,
admitindo o restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, na forma da
alínea “d” do inciso II do caput do art. 124 desta
Lei.
§ 4º Os emitentes das garantias previstas no art.
96 desta Lei deverão ser notificados pelo
contratante quanto ao início de processo
administrativo para apuração de descumprimento
de cláusulas contratuais.
117

O artigo 138 da Lei nº 14.133/21 menciona


as formas com que o contrato pode ser extinto e a
hipótese de ressarcimento quando for o caso.

Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:


I - Determinada por ato unilateral e escrito da
Administração, exceto no caso de
descumprimento decorrente de sua própria
conduta;
II - Consensual, por acordo entre as partes, por
conciliação, por mediação ou por comitê de
resolução de disputas, desde que haja interesse
da Administração;
III - determinada por decisão arbitral, em
decorrência de cláusula compromissória ou
compromisso arbitral, ou por decisão judicial.
§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da
Administração e a extinção consensual deverão
ser precedidas de autorização escrita e
fundamentada da autoridade competente e
reduzidas a termo no respectivo processo.
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa
exclusiva da Administração, o contratado será
ressarcido pelos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido e terá direito a:
I - Devolução da garantia;
II - Pagamentos devidos pela execução do
contrato até a data de extinção;
III - pagamento do custo da desmobilização.

Por fim, destaca-se que a extinção do


contrato acarretará, observado o caso concreto,
consequências específicas, além das sanções previstas
em lei. Estes casos são desmembrados no art. 139 da
Lei nº 14.133/2021.
118

Art. 139. A extinção determinada por ato


unilateral da Administração poderá acarretar,
sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as
seguintes consequências:
I - Assunção imediata do objeto do contrato, no
estado e local em que se encontrar, por ato
próprio da Administração;
II - Ocupação e utilização do local, das
instalações, dos equipamentos, do material e do
pessoal empregados na execução do contrato e
necessários à sua continuidade;
III - execução da garantia contratual para:
a) ressarcimento da Administração Pública por
prejuízos decorrentes da não execução;
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e
previdenciárias, quando cabível;
c) pagamento das multas devidas à
Administração Pública;
d) exigência da assunção da execução e da
conclusão do objeto do contrato pela seguradora,
quando cabível;
IV - Retenção dos créditos decorrentes do
contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração Pública e das multas aplicadas.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos
incisos I e II do caput deste artigo ficará a critério
da Administração, que poderá dar continuidade à
obra ou ao serviço por execução direta ou
indireta.
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste
artigo, o ato deverá ser precedido de autorização
expressa do ministro de Estado, do secretário
estadual ou do secretário municipal competente,
conforme o caso.
119

CAPÍTULO II - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS

SEÇÃO I - REAJUSTE
O art. 6º, LVIII, da lei nº 14.133/2021
disciplina o reajuste como sendo a (...) forma de
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro de
contrato consistente na aplicação do índice de correção
monetária previsto no contrato, que deve retratar a
variação efetiva do custo de produção, admitida a
adoção de índices específicos ou setoriais.
Em sua concepção clássica, o reajuste tem
por fim recuperar o poder aquisitivo da moeda corroída
em face da inflação. Nos termos do art. 3º da Lei nº
10.192/2001, aplica-se o reajuste (como direito do
interessado) quando o prazo de execução contratual
ultrapassar 12 meses, de modo que fica vedada a
concessão de reajuste por periodicidade inferior a tal
prazo.
O § 7º do art. 25 e o § 3º do art. 92 da Lei nº
14.133/2021 veiculam norma imperativa no sentido de,
independentemente do prazo de duração do contrato
(mesmo se for previsto menos de 12 meses de
duração), ser obrigatória no edital a previsão de índice
de reajustamento de preço, com data-base vinculada à
data do orçamento que estimou o valor de referência da
120

contratação e com a possibilidade de ser estabelecido


mais de um índice específico ou setorial, em
conformidade com a realidade de mercado dos
respectivos insumos.
Adicionalmente, nos termos do art. 92, V, da
Lei nº 14.133/2021, a previsão dos critérios, da data-
base e da periodicidade e do índice oficial a ser utilizado
para o reajustamento de preços é cláusula essencial nas
minutas do edital e dos contratos administrativos.

SEÇÃO II - REPACTUAÇÃO
O inciso LIX do art. 6º da Lei nº 14.133/2021
apresenta o conceito legal do instituto da repactuação,
compreendendo-o como a:

(...) forma de manutenção do equilíbrio


econômico-financeiro de contrato, utilizada para
serviços de natureza continuada com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra ou
predominância de mão de obra, por meio da
análise da variação dos custos contratuais,
devendo estar prevista no edital com data
vinculada à apresentação das propostas, para os
custos decorrentes do mercado, e com data
vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao
dissídio coletivo ao qual o orçamento esteja
vinculado, para os custos decorrentes da mão de
obra.
121

Ao contrário do reajuste – no qual o índice é


previsto obrigatoriamente na minuta de edital e contrato
– na repactuação é necessária a demonstração analítica
da variação dos componentes dos custos que integram
o contrato, conforme determina o art. 92, § 4º, inciso II,
da Lei nº 14.133/2021, ou seja, é instituto mais preciso,
técnico e recompõe as perdas inflacionárias de forma
mais justa.
De acordo com o § 3º do art. 135 da Lei nº
14.133/2021, deve ser observado “o interregno mínimo
de um ano”. Dispõe o § 6º do art. 135 da Lei
nº 14.133/2021 que a repactuação “será precedida de
solicitação do contratado, acompanhada de
demonstração analítica da variação dos custos, por
meio de apresentação da planilha de custos e formação
de preços, ou do novo acordo coletivo da categoria,
convenção ou sentença normativa que fundamenta a
repactuação”.
Considerando que o direito à repactuação se
relaciona à variação dos componentes dos custos que
integram o contrato, nas contratações para a prestação
de serviços em sede de contratos administrativos
contínuos com dedicação exclusiva de mão de obra o
termo inicial para a contagem do interregno de 12
122

meses poderá variar de acordo com a natureza do


custo:
● Custos com materiais, equipamentos e insumos
aplicados na execução dos serviços (reajuste em
sentido estrito): data-limite para a apresentação da
proposta ou do orçamento a que está se referir,
conforme estabelecido no instrumento contratual (art. 3º,
§ 1º, da Lei no 10.192/2001); e
● Custos decorrentes de mão de obra: data-base
prevista no instrumento coletivo de trabalho vigente à
época da apresentação da proposta. Cabe a solicitação
de repactuação do contratado mesmo após o transcurso
de período inferior a um mês de execução contratual.
Observa-se aqui que a repactuação para a
recomposição do contrato em razão de novo acordo,
convenção ou dissídio coletivo de trabalho deve
repassar integralmente o aumento de custos da mão de
obra decorrente desses instrumentos, sendo vedada a
inclusão de benefícios não previstos na proposta inicial,
ressalvado os que se tornarem obrigatórios por força de
norma coletiva de trabalho.

SEÇÃO III - PRAZO


A regra geral é que os contratos sejam
firmados levando em consideração o exercício financeiro
123

do orçamento, o qual se finda em 31 de dezembro.


Todavia, o art. 105 Lei nº 14.133/2021, menciona que a
duração dos contratos “será a prevista em edital”,
podendo se estender além daquele prazo nos seguintes
casos:
● Possibilidade de vigência inicial de até 5 anos,
para contratos de serviços e fornecimento considerados
de natureza continuada;
● Possibilidade de prorrogação desses contratos,
chegando a 10 anos de vigência; (a possibilidade de
prorrogação até 10 anos deve ser exposta em edital)
● Contratos específicos, celebrados por dispensa
de licitação, com vigência inicial de até 10 anos;
(Submetido à regra dos pontos acima)
● Contratos com prazos indeterminados, quando
versarem sobre serviços prestados em regime de
monopólio;
● Contratos de receita podendo chegar a trinta e
cinco anos de vigência;
● Prorrogação automática de contratos de escopo
ou resultado, enquanto o objeto não for concluído.
Nos termos do artigo 84 da Lei nº
14.133/2021, o prazo de vigência da Ata de Registro de
Preços será de um ano e poderá ser prorrogado, por
igual período, desde que comprovado o preço vantajoso.
124

Os órgãos e entidades que não participaram


da Intenção de Registro de Preço, poderão aderir à Ata
de Registro de Preços na condição de não participantes.
É a figura do "carona" — aquele que não faz a licitação
para registro de preços, mas aproveita a ata realizada
por outro órgão. Contudo, devem ser observados os
seguintes requisitos (artigo 86, §2º):

I – Apresentação de justificativa de adesão,


inclusive em situações de provável
desabastecimento ou descontinuidade de serviço
público;
II – Demonstração de que os valores registrados
estão compatíveis com os valores praticados
pelo mercado na forma do artigo 23 desta Lei; ou
da Lei nº 14,133/2021
III – prévias consulta e aceitação do órgão ou
entidade gerenciadora e do fornecedor.

SEÇÃO IV - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E


DOS PREÇOS
Os contratos regidos pela Lei nº 14.133/2021
podem ser alterados unilateralmente pela administração,
ou por acordo entre as partes.
Unilateralmente, quando houver modificação
no projeto ou suas especificações, melhor adequação
técnica ou modificação no valor contratual, com
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto nos
limites permitidos por esta Lei.
125

Por acordo entre as partes, nos termos do


inciso II, do art. 124, da citada Lei:

a) Quando conveniente a substituição da garantia


de execução;
b) Quando necessária a modificação do regime
de execução da obra ou do serviço, bem como
do modo de fornecimento, em face de verificação
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) Quando necessária a modificação da forma de
pagamento por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado
e vedada a antecipação do pagamento em
relação ao cronograma financeiro fixado sem a
correspondente contraprestação de fornecimento
de bens ou execução de obra ou serviço;
d) Para restabelecer o equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato em caso de força
maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em
decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis
de consequências incalculáveis, que inviabilizam
a execução do contrato tal como pactuado,
respeitada, em qualquer caso, a repartição
objetiva de risco estabelecida no contrato.

Nas alterações unilaterais a que se refere o


inciso I do caput do art. 124 da Lei, o contratado será
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato que se
fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e, no
126

caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite


para os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).
Se o contrato não contemplar preços
unitários para obras ou serviços cujo aditamento se fizer
necessário, esses serão fixados por meio da aplicação
da relação geral entre os valores da proposta e o do
orçamento-base da Administração sobre os preços
referenciais ou de mercado vigentes na data do
aditamento, respeitados os limites estabelecidos no art.
125 da Lei nº 14.133/2021.
Nas contratações de obras e serviços de
engenharia, a diferença percentual entre o valor global
do contrato e o preço global de referência não poderá
ser reduzida em favor do contratado em decorrência de
aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária.
Ou conforme explicado por José Anacleto Abduch
Santos:

(...) esta hipótese diz respeito à definição de


preços para fins de acréscimos de insumos,
materiais, obras e serviços que já estão previstos
no contrato. Assim, a cada alteração contratual, é
preciso identificar o preço atual de mercado
daquilo que será objeto de acréscimo. Sobre este
preço atual de mercado, será aplicado o mesmo
desconto dado pelo contratado, em relação ao
orçamento de referência, para se sagrar
vencedor da disputa licitatória.
127

Trata-se de incorporação expressa do método do


desconto, preconizado pelo Tribunal de Contas
da União por intermédio do Acórdão nº
1.755/2004, para manter, após cada alteração
contratual, o desconto original entre o valor
global contratado e o valor estimado pela
Administração Pública.

Nas alterações contratuais para supressão


de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver
adquirido os materiais e os colocado no local dos
trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração
pública pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente reajustados, podendo
caber indenização por outros danos eventualmente
decorrentes da supressão, desde que regularmente
comprovados.
Caso haja alteração unilateral do contrato
que aumente ou diminua os encargos do contratado, a
Administração deverá restabelecer, no mesmo termo
aditivo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
A extinção do contrato não configura óbice
para o reconhecimento do desequilíbrio econômico-
financeiro, hipótese em que será concedida indenização
por meio de termo indenizatório.
O pedido de restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro deverá ser formulado durante a
128

vigência do contrato e antes de eventual prorrogação


nos termos do art. 107 da Lei nº 14.133/2021.
Os preços contratados serão alterados, para
mais ou para menos, conforme o caso, se houver, após
a data da apresentação da proposta, criação, alteração
ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou
a superveniência de disposições legais, com
comprovada repercussão sobre os preços contratados.
Os preços dos contratos para serviços
contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão
de obra ou com predominância de mão de obra serão
repactuados para manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro, mediante demonstração analítica da variação
dos custos contratuais, com data vinculada, conforme
trata os itens I e II e §§ 1º ao 6º do art. 135 da Lei nº
14.133/2021.

SEÇÃO V - APOSTILAMENTO
Trata-se de uma anotação ou registro
administrativo de modificações contratuais que não
alteram a essência do contrato.
Os apostilamentos são utilizados para
registrar variações no valor do contrato que não
caracterizam alteração do mesmo. Estas variações
podem ser decorrentes da aplicação dos reajustes
129

previstos no próprio contrato, de atualizações,


compensações ou penalizações financeiras decorrentes
das condições de pagamento nele previstas, bem como
do empenho de dotações orçamentárias suplementares.
Podem ser decorrentes, ainda, de questões atinentes ao
âmbito interno do órgão ou entidade que não afetem a
relação entre contratado e contratante, como por
exemplo a mudança da fonte de recursos designada no
contrato, conforme dispositivo da Secretaria De Estado
Da Fazenda//SC - OT Nº 0002/10.
A utilização de apostilamento não supre a
exigência legal de formalização de termo aditivo para
alterações quantitativas e qualitativas de objeto.
Nos termos do Acórdão 43/2015 TCU -
Plenário “(...) a obrigatoriedade de formalização de
termo aditivo em todas as alterações de objeto não
previstas no contrato original (...)”.

SEÇÃO VI - AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO


Com base na disciplina do caput do art. 95
da nova Lei de Licitações, o instrumento de contrato
será obrigatório. Essa é a regra. Contudo, cumpre
destacar que essa regra não é absoluta, pois o próprio
dispositivo legal admite a substituição do instrumento de
contrato por outro instrumento hábil, como carta-
130

contrato, nota de empenho de despesa, autorização de


compra ou ordem de execução de serviço.
Considerando esse cenário, naqueles casos
em que se verifique a ausência de complexidade
técnica, a inexistência de riscos futuros para a
Administração contratante e o baixo valor envolvido na
contratação, o legislador entendeu ser possível
flexibilizar a obrigatoriedade do uso do instrumento de
contrato, admitindo que a relação contratual seja
formalizada por outro instrumento hábil, mais simples.
Ressalta-se que não havendo obrigação
futura, pode-se adotar o instrumento contratual dentro
dos citados no primeiro parágrafo desta seção,
observando a vigência de no máximo trinta dias
sucessivos.
131

TÍTULO 5 - MICRO EMPRESAS E EMPRESAS DE


PEQUENO PORTE

CAPÍTULO I – CONCEITOS
A Constituição da República, em seu artigo
37, XXXI, prescreve que, ressalvados os casos
especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, nos seguintes termos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta


de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
(...)
XXI - ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações

Então, percebe-se que a Lei Maior, no que


tange às licitações, assegura igualdade de condições a
132

todos os concorrentes. Todavia, como prenunciado, isso


não significa a necessidade de um tratamento
formalmente igualitário, desprezando-se as diferenças
existentes entre os participantes. A alusão a “condições
de igualdade” deve ser interpretada levando-se em
consideração as diferenças legalmente reconhecidas às
micro e pequenas empresas.
A própria Constituição Federal, em outras
passagens, reconhecendo a importância social e
econômica das micro e pequenas empresas,
expressamente consignou a necessidade de se conferir
tratamento diferenciado e favorecido para esta categoria
empresarial, a exemplo dos art. 146 e 179, que assim
prescrevem:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


(...)
d) definição de tratamento diferenciado e
favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes
especiais ou simplificados no caso do imposto
previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239.
(...)
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios dispensarão às microempresas e
às empresas de pequeno porte, assim definidas
em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias,
133

previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação


ou redução destas por meio de lei.

Neste contexto, a Lei Complementar nº


126/2006 prescreve que nas contratações públicas
deverá ser concedido tratamento diferenciado e
simplificado para as microempresas e empresas de
pequeno porte objetivando a promoção do
desenvolvimento econômico e social no âmbito
municipal e regional, a ampliação da eficiência das
políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

CAPÍTULO II - TRATAMENTO PRIVILEGIADO E


DIFERENCIADO

SEÇÃO I – DA REGULARIDADE FISCAL


A Lei Complementar nº 123/2006, confere a
possibilidade de que, nas licitações públicas, a
comprovação de regularidade fiscal das microempresas
e empresas de pequeno porte somente será exigida
para quando da assinatura do contrato, sendo ainda
assegurado, em existindo alguma restrição na
comprovação da regularidade fiscal, o prazo de 2 (dois)
dias úteis, prorrogável por igual período, a critério da
Administração Pública, para a regularização da
documentação, pagamento ou parcelamento do débito,
134

e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas


com efeito de certidão negativa, o que não é extensível
às empresas de grande porte, nos termos seguintes:
Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação
de regularidade fiscal das microempresas e
empresas de pequeno porte somente será
exigida para efeito de assinatura do contrato
Art. 43. As microempresas e empresas de
pequeno porte, por ocasião da participação em
certames licitatórios, deverão apresentar toda a
documentação exigida para efeito de
comprovação de regularidade fiscal, mesmo que
esta apresente alguma restrição.
o
§ 1 Havendo alguma restrição na comprovação
da regularidade fiscal, será assegurado o prazo
de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial
corresponderá ao momento em que o proponente
for declarado o vencedor do certame,
prorrogáveis por igual período, a critério da
Administração Pública, para a regularização da
documentação, pagamento ou parcelamento do
débito, e emissão de eventuais certidões
negativas ou positivas com efeito de certidão
negativa.

SEÇÃO II - CRITÉRIOS DE DESEMPATE E EMPATE


FICTO
A Lei Complementar nº 123/2006, em seu
artigo 44, estabelece que nas licitações públicas deverá
ser assegurada, como critério de desempate,
preferência de contratação para as microempresas e
empresas de pequeno porte, entendendo-se por empate
aquelas situações em que as propostas apresentadas
135

pelas microempresas e empresas de pequeno porte


sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à
proposta mais bem classificada, sendo esse percentual
de 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço,
quando a modalidade licitatória for pregão.
Destaca-se aqui que, quando da ocorrência
do empate ficto, que nada mais é que a disputa de
preços, durante a sessão, entre os preços ofertados por
uma grande empresa e os de uma pequena empresa,
será concedida, após o encerramento da disputa, à
microempresa ou empresa de pequeno porte, a
possibilidade de cobrir o preço ofertado pela primeira
colocada.

SEÇÃO III – PRIORIDADE/EXCLUSIVIDADE PARA


ME E EPP COM SEDE LOCAL OU REGIONAL
Outra forma de tratamento diferenciado
conferido às microempresas e empresas de pequeno
porte consiste na obrigação de realização de certames
licitatórios exclusivos para contratação de itens cujo
valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), e cota
de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto, para a
contratação de microempresas e empresas de pequeno
porte, previsto no artigo 48, I e III, da Lei Complementar
123/2006, que assim dispõe:
136

Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art.


47 desta Lei Complementar, a administração
pública:
I - Deverá realizar processo licitatório destinado
exclusivamente à participação de microempresas
e empresas de pequeno porte nos itens de
contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00
(oitenta mil reais);
(...)
III - deverá estabelecer, em certames para
aquisição de bens de natureza divisível, cota de
até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para
a contratação de microempresas e empresas de
pequeno porte.

Neste toar, é preciso registrar que, da


mesma forma que ocorre em relação à aplicação da
preferência de contratação na situação de empate antes
tratada, para que se possa aplicar a licitação exclusiva e
a cota reservada é imprescindível que haja, mínimo, três
fornecedores competitivos enquadrados como
microempresas ou empresas de pequeno porte
sediados local ou regionalmente capazes de cumprir as
exigências estabelecidas no instrumento convocatório,
bem como que não reste configurada a ausência de
vantajosidade para a Administração Pública ou haja
indicativo de prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto
a ser contratado.
137

SEÇÃO IV - INAPLICABILIDADE DAS LICITAÇÕES


DIFERENCIADAS
O artigo 49 da Lei Complementar nº 123/06
prevê as exceções para a não aplicação do tratamento
diferenciado que preveem os artigos 47 e 48 da referida
lei que, em suma são:
 Quando não houver um mínimo de 3 (três)
fornecedores competitivos enquadrados como
microempresas ou empresas de pequeno porte
sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir
as exigências estabelecidas no instrumento
convocatório;
 Quando o tratamento diferenciado e simplificado
para as microempresas e empresas de pequeno porte
não for vantajoso para a administração pública ou
representar prejuízo ao conjunto ou pela complexidade
do objeto a ser contratado;
 Quando a licitação for dispensável ou inexigível,
nos termos dos art. 75 e da Lei nº 14.133/2021,
excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II
do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra deverá ser
feita preferencialmente de microempresas e empresas
de pequeno porte, aplicando-se o disposto no inciso I do
art. 48." (LC 123/2006).
138
139

TÍTULO 6 - DO CONTROLE

SEÇÃO I - SUSPENSÃO
A suspensão do processo licitatório
pressupõe a necessidade de verificação de atos
administrativos constantes no procedimento que devem
ser reavaliados e, devido sua complexidade demandam
de tempo, necessitando de suspensão em sua
execução.
A suspensão pode se dar de ofício pela
Administração Pública, quando identificada sua
necessidade ou pode ser determinada cautelarmente
pelos órgãos de controle ou pelo Poder Judiciário.
O ato da suspensão deve ser expedido pela
autoridade competente investida no cargo daquela que
assinou o edital ou autorizou a deflagração do processo.

SEÇÃO II - REVOGAÇÃO
Uma das prerrogativas da Administração
Pública é a possibilidade de revogar atos que não sejam
mais necessários para o atendimento do interesse
público, assim como anulá-los em caso de ilegalidade.
A Súmula nº 473 do Supremo Tribunal
Federal assim dispõe:
140

A administração pode anular seus próprios


atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Com efeito, a regra geral é a possibilidade


de a administração pública, com base no poder de
autotutela* revogar os seus atos discricionários, por
motivo de oportunidade e conveniência, devendo ser
devidamente justificados.
Em geral, como a revogação parte de uma
discricionariedade da Administração Pública, ela não é
determinada por órgãos externos de controle.
*O princípio da autotutela estabelece que a
Administração Pública possui o poder de controlar os
próprios atos, anulando-os quando ilegais ou
revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos.
Assim, a Administração não precisa recorrer ao Poder
Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo
diretamente.
141

SEÇÃO III - ANULAÇÃO


A anulação também encontra seu
fundamento na Súmula nº 473 do STF, porém parte de
um pressuposto distinto da revogação.
A anulação de uma licitação segue as
mesmas regras aplicáveis à anulação dos atos
administrativos em geral: com base no poder de
autotutela, a administração pública deve anular a
licitação, de ofício ou provocada, sempre que constatar
ou ficar demonstrada ilegalidade ou ilegitimidade no
procedimento. Paralelamente a esse controle
administrativo, o Poder Judiciário, desde que provocado,
tem também competência para anular o procedimento
licitatório em que se comprove a existência de vício
(ilegalidade ou ilegitimidade).

SEÇÃO IV - SANÇÕES E INFRAÇÕES


ADMINISTRATIVAS
As infrações e sanções administrativas estão
previstas nos art. 155 a 163 da Lei nº 14.133/21 e
devem compor as minutas de edital e contrato. A
Secretaria requisitante deverá estar atenta a estes
dispositivos quando da elaboração do Termo de
142

Referência, bem quando da ocorrência de uma das


causas para fins da efetiva aplicação das sanções.
Ainda, deverão ser observados os art. 337-E
a 337-P do Decreto-Lei nº 2.848/40 - capitulo II-B - dos
Crimes em Licitações e Contratos administrativos, os
quais foram incluídos pela Lei Nova Lei de Licitações e
Contratos Administrativos.
SEÇÃO V - ADESÃO AO PORTAL NACIONAL DE
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
O Portal Nacional de Contratações Públicas
é o sítio eletrônico oficial destinado à divulgação
centralizada e obrigatória dos atos exigidos pela Lei nº
14.133/2021. Os sistemas de informação, os portais
públicos e os órgãos detentores de sistemas, mediante
credenciamento prévio, devem integrar-se ao Portal
Nacional de Contratações Públicas para, de forma
automática, enviar as informações de contratações
públicas. Credenciamento disponível em:
https://www.gov.br/compras/pt-br/pncp/credenciamento.
O Portal Nacional de Contratações Públicas
para, de forma automática, enviar as informações de
contratações públicas, tem como objetivo permitir maior
transparência e facilidade de acesso aos dados de
licitações e contratos, para tanto, o Portal Nacional de
Contratações Públicas possui sistema funcional de
143

registro cadastral unificado; painel para consulta de


preços, banco de preços em saúde e acesso à base
nacional de notas fiscais eletrônicas; sistema de
planejamento e gerenciamento de contratações; sistema
eletrônico para a realização de sessões públicas;
acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
Suspensas (CEIS) e ao Cadastro Nacional de Empresas
Punidas (CNEP); e sistema de gestão compartilhada
com a sociedade de informações referentes à execução
de contratos, entre outros.
O Portal Nacional de Contratações Públicas
possui ainda possibilidade de cadastramento e consulta
aos planos de contratações anuais, catálogos
eletrônicos padronizados, editais de credenciamento e
de pré qualificação, avisos de contratações diretas e
editais de licitação e respectivos anexos, atas de
registro de preço, contratos e termos aditivos, ou seja,
o Portal Nacional de Contratações Públicas além da
publicidade exigida por lei como condição indispensável
para a eficácia das contratações, também é uma fonte
imprescindível para administração pública estudar e
melhorar seus atos administrativos.
Entre as informações relativas a licitações e
contratos que devem necessariamente ser inseridas
pelos órgãos públicos no Portal Nacional de
144

Contratações Públicas, estão os planos de contratação


anuais; catálogos eletrônicos de padronização; editais
de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de
contratação direta e editais de licitação, com seus
respectivos anexos; atas de registro de preços;
contratos e termos aditivos; e notas fiscais eletrônicas.
A Lei Nº 14.133/21, em seu art. 175, § 2º
estabeleceu que os Municípios terão até 31 de
dezembro de 2023 para realizar divulgação
complementar de suas contratações mediante
publicação de extrato de edital de licitação em jornal
diário de grande circulação local. Possibilitando com
essa medida uma transição amena e prazo adequado
para que a administração pública possa se preparar com
as qualificações e características necessárias ao
enquadramento obrigatório que o Portal Nacional de
Contratações Públicas exige.
Segundo o Tribunal de Contas do Município
de São Paulo, os indicadores necessários no Portal
Nacional de Contratações Públicas são:
1. Plano de Contratações Anuais;
2. Empresas favorecidas da margem de
preferência;
3. Catálogos Eletrônicos de padronização;
145

4. Divulgação dos valores atualizados da Lei


14133/2021 pelo IPCA-E ou outro índice que venha a
substituí-lo;
5. Resposta de impugnação e pedidos de
esclarecimentos;
6. Editais de credenciamento, de pré
qualificação e de licitação com todos os seus anexos;
7. Após a homologação da licitação, integrar
os documentos da fase preparatória;
8. Divulgação dos quantitativos e dos
preços unitários e totais da obra contratada, inclusive
das obras paralisadas por mais de um mês;
9. Extrato dos contratos e termos aditivos,
se por licitação, em até 20 dias úteis;
10.Extrato das contratações diretas
decorrentes de dispensa de licitação em razão do valor;
11.Sistema de Registro Cadastral Unificado;
12.Painel para Consulta de Preços, BPS e
Notas Fiscais Eletrônicas;
13.Sistema de Planejamento e
Gerenciamento de Contratações;
14.Sistema Eletrônico para a realização das
sessões públicas;
15.Acesso ao Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS);
146

16.Acesso ao Cadastro Nacional de


Empresas Punidas (CNEP);
17.Sistema de Gestão Compartilhada com a
Sociedade de Informações nas Execuções Contratuais,
com disponibilização, registro e armazenamento de:
. mensagem de texto ou imagens pelo
interessado previamente identificado;
a. sistema informatizado de
acompanhamento de obras;
b. Comunicação entre a população,
Administração pública e contratado, conforme
regulamento;
c. Relatório final dos objetivos alcançados e
que justificaram a contratação.

SEÇÃO VI - RETORNO DOS AUTOS PARA


SANEAMENTO
O saneamento do processo está previsto no
art. 71 da Lei nº 14.133/21, na fase de encerramento do
processo. Contudo, alguns erros são passíveis de
saneamento no transcurso do processo.
A Administração Pública deve sempre que
possível sanar as inconsistências encontradas no
processo para fins de reduzir os impactos financeiros,
147

riscos sociais, ambientais e à segurança da população,


de uma possível revogação ou anulação do processo.
Essas inconsistências, na fase preparatória
podem ser sanadas por meio das análises prévias dos
documentos de instrução do processo, por isto, os
agentes públicos devem estar sempre atentos a todos
os atos administrativos inerentes a esta fase.
Ainda, quando da elaboração do edital, os
agentes públicos responsáveis poderão verificar a
necessidade de saneamento, remetendo os autos para
correção pelos responsáveis.
Na fase externa, após o lançamento do
edital, as inconsistências podem ser verificadas tanto de
ofício quanto apontadas pelos interessados no certame
licitatório, momento em que será retificado o edital para
saneamento.
Ainda, na fase externa, quando da análise
de documentos de habilitação das empresas
participantes do processo licitatório, a Comissão de
Contratação poderá proceder à diligências para fins de
atualização de documentos. A lei veda a substituição de
documentos ou entrega de novos documentos, salvo
para complementação de informações dos documentos
já apresentados pelos licitantes. No entanto, existem
decisões que entendem que poderão ser juntado
148

documentos para fins de prosseguimento do processo


licitatório, na busca da proposta mais vantajosa à
Administração.
Por fim, há a possibilidade ainda, do
saneamento quando da elaboração do contrato e sua
execução, momento que deverá ser observado se as
inconsistências podem ser sanadas, devendo o gestor e
o fiscal do contrato proceder o saneamento e, não o
fazendo, deverá ser responsabilizado pelos erros na
execução ou inexecução dos contratos.
149

TÍTULO 7 - DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I - COMPRAS
SEÇÃO I - PADRONIZAÇÃO
A Lei nº 14.133/21, em seu art.19, trata a
padronização como um dever da administração pública,
além de ser um princípio a ser atendido no planejamento
das compras públicas.
A padronização propicia uma maior
segurança, rapidez e estabilidade, devendo ser
observadas algumas exigências específicas para instituir
catálogos eletrônicos para compras, serviços e obras,
criação de minutas de editais, termos de referência e
contratos padronizados, tais como os disposto no art. 43
da Lei nº 14133/2021:

I - Parecer técnico sobre o produto,


considerados especificações técnicas e
estéticas, desempenho, análise de
contratações anteriores, custo e condições
de manutenção e garantia;
II - Despacho motivado da autoridade
superior, com a adoção do padrão;
III - síntese da justificativa e descrição
sucinta do padrão definido, divulgadas em
sítio eletrônico oficial.
150

A padronização poderá ter como base os


processos de outro órgão ou entidade, desde que
hierarquicamente superior, ou seja, o Município só
poderá aderir aos processos de padronização já
existentes dos Estados da Federação ou da União.
Devendo o ato de adesão ser devidamente motivado,
com indicação da necessidade e dos riscos decorrentes
de tal ato, além da publicação do mesmo.
Ainda, destaca-se que a padronização traz
agilidade e diminuição de custos e trabalhos na
administração pública, privilegiando os princípios da
eficiência, transparência e economicidade. Porém, no
decorrer da realização de contratações sucessivas, os
processos de padronização devem ser aprimorados,
incorporando novas tecnologias e ferramentas
administrativas e descartando aquilo que não
demonstrou vantajoso para administração, ou seja, os
agentes públicos precisam entender que a padronização
não é um “Ctrl c + Ctrl v”, um “cópia e cola”.

SEÇÃO II - PARCELAMENTO
A primazia do parcelamento é ampliar o
universo de competidores e oportunizar aos
fornecedores, como as ME e EPP, a possibilidade de
contratar com a administração pública. No entanto o
151

parcelamento, não deve ser entendido como um


princípio absoluto, devendo ser adotado somente
quando se revelar técnica e economicamente vantajoso
de forma concomitante.
A Lei traz expressamente que para as
contratações deve ser considerada a viabilidade da
divisão do objeto em lotes, pois entende-se que esse
fator pode ampliar a competição, desde que não haja
prejuízo na sua utilização. Vejamos o disposto no § 2º
art. 40:

I - A viabilidade da divisão do objeto em lotes;


II - O aproveitamento das peculiaridades do
mercado local, com vistas à economicidade,
sempre que possível, desde que atendidos os
parâmetros de qualidade; e
III - o dever de buscar a ampliação da
competição e de evitar a concentração de
mercado.
A Lei também é bastante clara quando traz casos
em que a administração não poderá adotar o
parcelamento, vejamos o disposto no § 3º art. 40:
I - a economia de escala, a redução de custos de
gestão de contratos ou a maior vantagem na
contratação recomendar a compra do item do
mesmo fornecedor;
II - o objeto a ser contratado configurar sistema
único e integrado e houver a possibilidade de
risco ao conjunto do objeto pretendido;
III - o processo de padronização ou de escolha
de marca levar a fornecedor exclusivo.
152

Nesse ponto é necessário explicar ao agente


público que “economia de escala” é a economia gerada
pela aquisição de uma quantidade grande de bens,
quanto maior a quantidade de bens a serem adquiridos
menor seria o seu preço final, observando, entretanto,
que a regra não se aplica a todos os objetos, devendo a
economia de escala ser verificada de acordo com a
realidade de mercado do objeto a ser adquirido. Em
resumo, caso o parcelamento prejudique a economia de
escala ele não poderá ser utilizado pela administração
pública.
Quando o parcelamento de um objeto gerar
vários contratos para administração é necessário avaliar
o custo de gerenciar esses contratos, assim o estudo
técnico preliminar pode considerar a recomendação de
que a compra seja realizada por meio de um único
fornecedor.
Em suma, a administração pode realizar
compras de modo parcelado, desde que tecnicamente
viável e economicamente vantajoso, observando a
economia de escala, a redução de custos na gestão de
contratos e a maior vantagem na contratação de um
único fornecedor.
153

SEÇÃO III - AMOSTRA OU PROVA DE CONCEITO DE


BEM
A apresentação de amostra para fins de
verificação do atendimento do produto ofertado ao
exigido pelo edital é prerrogativa prevista na nova lei de
licitações. O art. 41 da Lei 14133/2021 expõe a
possibilidade de apresentação de amostras, todavia sem
detalhar um procedimento padrão a ser seguido.

Art. 41. No caso de licitação que envolva o


fornecimento de bens, a Administração poderá
excepcionalmente:
(...)
II - Exigir amostra ou prova de conceito do bem
no procedimento de pré-qualificação permanente,
na fase de julgamento das propostas ou de
lances, ou no período de vigência do contrato ou
da ata de registro de preços, desde que previsto
no edital da licitação e justificada a necessidade
de sua apresentação;

Se recorrermos ao entendimento doutrinário


da questão de amostras, a primeira evidência a que
temos que nos ater é a de que a amostra só pode ser
exigida do vencedor da etapa de lances, e no caso de
desclassificação deste, dos seguintes, respeitada a
ordem de classificação.
154

Se for o caso de apresentação de amostras,


afigura-se evidente o descabimento de impor-se a
exigência em relação a todos os licitantes. A única
alternativa será determinar que o licitante cuja oferta
sagrar-se vencedora deverá apresentar a amostra antes
da assinatura do contrato. Ou seja, os licitantes terão
conhecimento de que, se saírem vencedores do
certame, terão de encaminhar imediatamente a amostra
do objeto ofertado” (cf. Marçal Justen Filho in Pregão –
Comentários à Legislação do Pregão Comum e
Eletrônico, 2ª ed., Dialética, São Paulo, 2003, p. 116).
Como a fase de amostras se trata de um ato
constante do procedimento licitatório, o estudo técnico
preliminar, bem como o termo de referência, os quais
embasaram a edição do edital, devem elucidar a forma,
prazos, quantitativos e locais de entrega de amostras.
Também é necessário que se exponha a informação de
como será realizada a análise da amostra e como se
procederá a disponibilização desta para que os demais
interessados possam analisá-la se necessário.

SEÇÃO IV - CARTA DE SOLIDARIEDADE


A Lei nº 14.133/2021 estatui de forma
expressa no inciso IV de seu art. 41, relativo a compras,
que, excepcionalmente, a Administração pública poderá,
155

de forma justificada, requerer declaração do fabricante


de modo a assegurar a execução do objeto:

Art. 41. No caso de licitação que envolva o


fornecimento de bens, a Administração poderá
excepcionalmente:
(...)
IV - Solicitar, motivadamente, carta de
solidariedade emitida pelo fabricante, que
assegure a execução do contrato, no caso de
licitante revendedor ou distribuidor. (grifou-se)

De forma sucinta, podemos exemplificar o


caso imaginando que a administração pública licite a
aquisição de móveis. No caso de uma empresa de
varejo vencer a licitação e for adquirir tais móveis de
uma fabricante específica, pode-se, de modo justificado,
requerer do vencedor, carta de solidariedade, que
envolve a responsabilidade da entrega de modo
solidário entre o vencedor da licitação e a empresa
fabricante.

CAPÍTULO II - OBRAS E SERVIÇOS DE


ENGENHARIA
As especificações tratadas para obras e
serviços de engenharia estão dispostas nos art. 45 e 46
da Lei nº 14.133/21.
156

Faz-se de suma importância a atenção na


elaboração do estudo técnico preliminar e mapa de
risco, como já tratado, pois estes permitem ações
contínuas de planejamento, organização e controle dos
recursos relacionados aos riscos que possam
comprometer o sucesso da contratação, da execução do
objeto e da gestão contratual.
O art. 6º da Lei nº 14.133/2022 dispõe de
conceituações para facilidade de entendimento de
alguns aspectos.
Assim, temos:
● Obra: toda atividade estabelecida, por força de
lei, como privativa das profissões de arquiteto e
engenheiro que implica intervenção no meio ambiente
por meio de um conjunto harmônico de ações que,
agregadas, formam um todo que inova o espaço físico
da natureza ou acarreta alteração substancial das
características originais de bem imóvel;
● Serviço de engenharia: toda atividade ou
conjunto de atividades destinadas a obter determinada
utilidade, intelectual ou material, de interesse para a
Administração e que, não enquadradas no conceito de
obra a que se refere o inciso XII do caput deste artigo,
são estabelecidas, por força de lei, como privativas das
157

profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos


especializados, que compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de
engenharia que tem por objeto ações,
objetivamente padronizáveis em termos de
desempenho e qualidade, de manutenção, de
adequação e de adaptação de bens móveis e
imóveis, com preservação das características
originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por
sua alta heterogeneidade e complexidade, não
pode se enquadrar na definição constante da
alínea “a” deste inciso;
● Obras, serviços e fornecimentos de grande vulto:
aquelas cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00
(duzentos milhões de reais);
● Anteprojeto: peça técnica com todos os
subsídios necessários à elaboração do projeto básico,
que deve conter, no mínimo, os seguintes elementos:
a) demonstração e justificativa do programa de
necessidades, avaliação de demanda do público-
alvo, motivação técnico-econômico-social do
empreendimento, visão global dos investimentos e
definições relacionadas ao nível de serviço
desejado;
158

b) condições de solidez, de segurança e de


durabilidade;
c) prazo de entrega;
d) estética do projeto arquitetônico, traçado
geométrico e/ou projeto da área de influência,
quando cabível;
e) parâmetros de adequação ao interesse público,
de economia na utilização, de facilidade na
execução, de impacto ambiental e de
acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de
engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que
embasaram a concepção proposta;
h) levantamento topográfico e cadastral;
i) pareceres de sondagem;
j) memorial descritivo dos elementos da edificação,
dos componentes construtivos e dos materiais de
construção, de forma a estabelecer padrões
mínimos para a contratação.

Nas contratações de obras e serviços de


engenharia, terão como responsáveis técnicos
Engenheiros e/ou Arquitetos, devendo ser observados
as normativas dos Conselhos Profissionais respectivos
159

A qualificação técnica a ser exigida em


edital, previamente determinada no Termo de
Referência, deverá atender ao art. 67 da Lei nº
14.133/21.
SEÇÃO I - PROJETO BÁSICO
Projeto Básico é conjunto de elementos
necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado para definir e dimensionar a obra ou o
serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto
da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegure a
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento e que possibilite a
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e
do prazo de execução, devendo conter entre outros
documentos pertinentes os seguintes elementos, que
deverão ser encaminhados por meio eletrônico e físico
ao órgão centralizador das contratações públicas:
a) levantamentos topográficos e cadastrais,
sondagens e ensaios geotécnicos, ensaios e análises
laboratoriais, estudos socioambientais e demais dados e
levantamentos necessários para execução da solução
escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas,
suficientemente detalhadas, de forma a evitar, por
160

ocasião da elaboração do projeto executivo e da


realização das obras e montagem, a necessidade de
reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao
preço e ao prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a
executar e dos materiais e equipamentos a incorporar à
obra, bem como das suas especificações, de modo a
assegurar os melhores resultados para o
empreendimento e a segurança executiva na utilização
do objeto, para os fins a que se destina, considerados
os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a
definição de métodos construtivos, de instalações
provisórias e de condições organizacionais para a obra,
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de
licitação e gestão da obra, compreendidos a sua
programação, a estratégia de suprimentos, as normas
de fiscalização e outros dados necessários em cada
caso;
f) orçamento detalhado do custo global da
obra, fundamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório
exclusivamente para os regimes de execução previstos
161

nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta


Lei;

SEÇÃO II - PROJETO EXECUTIVO


É o conjunto de elementos necessários e
suficientes à execução completa da obra, com o
detalhamento das soluções previstas no projeto básico,
a identificação de serviços, de materiais e de
equipamentos a serem incorporados à obra, bem como
suas especificações técnicas, de acordo com as normas
técnicas pertinentes.

SEÇÃO III - EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO,


PREÇO GLOBAL E INTEGRAL
Inicialmente cabe destacar a conceituação
trazida também pelo art. 6º da Lei nº 4133/21.

XXVIII - empreitada por preço unitário:


contratação da execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas;
XXIX - empreitada por preço global: contratação
da execução da obra ou do serviço por preço
certo e total;
XXX - empreitada integral: contratação de
empreendimento em sua integralidade,
compreendida a totalidade das etapas de obras,
serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade do contratado até sua entrega
ao contratante em condições de entrada em
operação, com características adequadas às
162

finalidades para as quais foi contratado e


atendidos os requisitos técnicos e legais para sua
utilização com segurança estrutural e
operacional;

Para identificação do melhor regime de


empreitada a ser adotado entre preço unitário e preço
global, cita-se o Acórdão TCU nº 1.977/2013 – Plenário

EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO


VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADO PARA
Pagamento apenas · Exige rigor nas · Contratação de
pelos serviços medições dos serviços de
efetivamente serviços; gerenciamento e
executados; · Maior custo da supervisão de
· Apresenta menor Administração para obras;
risco para o acompanhamento da · Obras executadas
construtor, na obra; "abaixo da terra" ou
medida em que ele · Favorece o jogo de que apresentam
não assume risco planilha; incertezas
quanto aos · Necessidade intrínsecas nas
quantitativos de frequente de aditivos, estimativas de
serviços (riscos para inclusão de novos quantitativos, a
geológicos do serviços ou alteração exemplo de:
construtor são dos quantitativos dos - Execução de
minimizados); e serviços contratuais; fundações, serviços
· A obra pode ser · O preço final do de terraplanagem,
licitada com um contrato é incerto, pois desmontes de
projeto com grau é baseado em rocha, etc.;
de detalhamento estimativa de - Implantação,
inferior ao exigido quantitativos que pavimentação,
para uma podem variar durante a duplicação e
empreitada por execução da obra; restauração de
preço global ou · Exige que as partes rodovias;
163

integral. negociem preços - Canais, barragens,


unitários quando adutoras,
ocorrem alterações perímetros de
relevantes dos irrigação, obras de
quantitativos saneamento;
contratados; e - Infraestrutura
· Não incentiva o urbana;
cumprimento de - Obras portuárias,
prazos, pois o dragagem e
contratado recebe por derrocamento;
tudo o que fez, mesmo - Reforma de
atrasado. edificações;
- Poço artesiano.
Figura 8
Fonte:https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comiss
oes/comissao-de-controle-administrativo-e-
financeiro/atuacao/manual-do-ordenador-de-
despesas/obras/regime-de-execucao-empreitada-por-
preco-global-ou-unitario

EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL

VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADA PARA


164

· Simplicidade nas · Como o construtor · Contratação de


medições assume os riscos estudos e
(medições por associados aos projetos;
etapa concluída); quantitativos de · Elaboração de
· Menor custo serviços, o valor global pareceres e
para a da proposta tende a laudos técnicos;
Administração ser superior, se · Obras e serviços
Pública na comparado com o executados
fiscalização da regime de preços "acima da terra"
obra; unitários; que apresentam
· Valor final do · Tendência de haver boa precisão na
contrato é, em maior percentual de estimativa de
princípio, fixo; riscos e imprevistos no quantitativos, a
· Restringe os BDI do construtor; e exemplo de:
pleitos do · A licitação e - Construção de
construtor e a contratação exigem edificações; e
assinatura de projeto básico com - Linhas de
aditivos; elevado grau de Transmissão.
· Dificulta o jogo detalhamento dos
de planilha; e serviços (art. 47 da Lei
· Incentiva o nº 8.666/1993).
cumprimento de
prazo, pois o
contratado só
recebe quando
conclui uma
etapa.

Figura 9
Fonte:https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comiss
oes/comissao-de-controle-administrativo-e-
financeiro/atuacao/manual-do-ordenador-de-
despesas/obras/regime-de-execucao-empreitada-por-
preco-global-ou-unitario

Ressalta-se que a empreitada por preço


unitário estabelece um critério mais objetivo, sendo mais
165

vantajosa para a Administração Pública, pois reflete


maior exatidão dos quantitativos do objeto a ser
executado.
Por fim, a empreitada integral deverá ser
utilizada apenas em grandes empreendimentos e
quando da contratação de empresa para execução do
projeto básico e executivo, a efetiva construção com
mão de obra e equipamentos e maquinários
necessários.

SEÇÃO IV - CONTRATAÇÃO INTEGRADA, SEMI


INTEGRADA E POR TAREFA
As contratações integrada e semi-integrada
são utilizadas quando se estabelece a empreitada por
preço integral. Essas contratações versam sobre
serviços de natureza complexa que envolvam desde o
desenvolvimento do projeto até a execução,
fornecimento de materiais e demais medidas
necessárias para que o objeto seja entregue finalizado
para o funcionamento.
A diferença entre a contratação integrada e
semi-integrada é que a primeira, a empresa fica
responsável pela elaboração dos projetos básico e
executivo, tendo por base o anteprojeto disponibilizado
pela Administração e, na semi-integrada, a empresa
166

elabora o projeto executivo, sendo o projeto básico já


fornecido pela Administração juntamente com o edital.
Tanto na contratação integrada quanto na
semi-integrada a Administração deve possibilitar que a
empresa utilize da sua expertise para desenvolver a
solução mais eficiente e econômica para a execução do
serviço. Conforme art. 6º da Lei nº 14.133/2021:

XXXI - contratação por tarefa: regime de


contratação de mão de obra para pequenos
trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;
XXXII - contratação integrada: regime de
contratação de obras e serviços de engenharia
em que o contratado é responsável por elaborar
e desenvolver os projetos básico e executivo,
executar obras e serviços de engenharia,
fornecer bens ou prestar serviços especiais e
realizar montagem, teste, pré-operação e as
demais operações necessárias e suficientes para
a entrega final do objeto;
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de
contratação de obras e serviços de engenharia
em que o contratado é responsável por elaborar
e desenvolver o projeto executivo, executar obras
e serviços de engenharia, fornecer bens ou
prestar serviços especiais e realizar montagem,
teste, pré-operação e as demais operações
necessárias e suficientes para a entrega final do
objeto.
167

CAPÍTULO III - SERVIÇOS EM GERAL


Nos termos do art. 47 da Lei nº 14.133/2021,
as licitações que envolvam serviços deverão atender
aos princípios da padronização, a qual será previamente
estabelecida por critérios técnicos e, do parcelamento,
quando tecnicamente viável, a exemplo, contratação de
serviço jurídico separadamente ao serviço de
contabilidade, assim, deverá ser observados, no
princípio do parcelamento:

I - A responsabilidade técnica;
II - O custo para a Administração de vários
contratos frente às vantagens da redução de
custos, com divisão do objeto em itens;
III - o dever de buscar a ampliação da
competição e de evitar a concentração de
mercado.

Na contratação de serviço, o edital definirá o


local de realização dos serviços, podendo prever a
exigência de deslocamento de técnico ao local da
repartição ou a exigência de que o contratado tenha
unidade de prestação de serviços em distância
compatível com as necessidades da Administração.
Essas especificações deverão estar, igualmente,
previamente previstas no Termo de Referência.
A Administração poderá terceirizar os
serviços referentes as atividades materiais acessórias,
168

instrumentais ou complementares, vedada a contratação


de serviços que:
● Indiquem pessoas expressamente nominadas
para executar direta ou indiretamente o objeto
contratado;
● Fixe salário inferior ao definido em lei ou em ato
normativo a ser pago pelo contratado;
● Estabeleça vínculo de subordinação com
funcionário de empresa prestadora de serviço
terceirizado;
● Defina forma de pagamento mediante exclusivo
reembolso dos salários pagos;
● Demande a funcionário de empresa prestadora
de serviço terceirizado a execução de tarefas fora do
escopo do objeto da contratação;
● Preveja em edital exigências que constituam
intervenção indevida da Administração na gestão interna
do contratado.
Poderá a Administração, contratar mais de
uma empresa para execução do mesmo serviço, desde
que a contratação não implique perda de economia de
escala e que, o objeto puder ser executado de forma
concorrente e simultânea por mais de um contratado e,
que está múltipla execução seja conveniente para
169

atender à Administração, devendo, por fim, que os


contratos sejam individualizados.
Registra-se ainda, que durante a vigência do
contrato, o contratado é vedado a contratação de
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de
dirigente do órgão ou entidade contratante ou de agente
público que desempenhe função na licitação ou atue na
fiscalização ou na gestão do contrato, devendo essa
proibição constar expressamente do edital de licitação.
Por fim, deverá ser observado, quando da
elaboração do valor estimado, que este deverá ser
compatível com os valores praticados pelo mercado,
considerados os preços constantes de bancos de dados
públicos e as quantidades a serem contratadas,
observadas a potencial economia de escala e as
peculiaridades do local de execução do objeto, conforme
tratado no Capítulo XXX, da Lei 14.133/2021.

SEÇÃO I - TERCEIRIZAÇÕES E SERVIÇOS COM


REGIME DE MÃO DE OBRA EXCLUSIVA
O art. 6º, XVI da Lei 14.133/21 define que os
serviços com regime de Mão de Obra exclusiva são
aqueles que apresentam os seguintes elementos:
170

● Os empregados terceirizados ficam a disposição


nas dependências da administração pública para
prestação dos serviços;
● A empresa terceirizada não poderá fazer uso de
seus recursos humanos e materiais em execução
simultânea, ou seja, os terceirizados lotados na
administração pública não serão compartilhados pela
empresa terceirizada em outros contratos por ela
assumidos;
● A administração pública poderá fiscalizar a
distribuição, o controle e a supervisão dos recursos
humanos alocados aos seus contratos.
Como é facultado à administração pública
essa fiscalização, e a mesma não exercendo-a,
responderá solidariamente pelos encargos
previdenciários e subsidiariamente pelos encargos
trabalhistas, conforme previsto no art. 121, parágrafo 2º
da Lei nº 14.133/2021.
Para fins deste manual iremos orientar a
administração pública a aplicar na instrução para
contratação de serviços com regime de Mão de Obra
exclusiva, a Instrução Normativa Federal nº 05 de 25 de
maio de 2017, aplicando ainda o que couber a Lei nº
14.133/2021. Sendo assim é necessário discorrermos
alguns pontos principais da referida Instrução Normativa
171

que os agentes públicos deverão ater-se ao instruir


demanda desses serviços.
Durante a elaboração dos Estudos Técnicos
Preliminares é necessário considerar além dos itens
regulamentados pela Instrução Normativa SEGES/ME
nº 58/2022, o que segue:
● A necessidade da contratação? Trazendo a
justificativa da necessidade da contratação explicitando
a opção pela terceirização dos serviços e considerando
o planejamento Estratégico, se for o caso.
● Referência a outros instrumentos de
planejamento do órgão ou entidade, se for o caso?
● Requisitos da contratação? como a quantidade
de serviço a ser contratada; a previsão de data em que
deve ser iniciada a prestação dos serviços
● Estimativa das quantidades, acompanhadas das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão
suporte?
● Levantamento de mercado e justificativa da
escolha do tipo de solução a contratar?
● Estimativas de preços ou preços referenciais?
● Demonstrativo dos resultados pretendidos em
termos de economicidade e de melhor aproveitamento
dos recursos humanos, materiais ou financeiros
disponíveis?
172

As diretrizes do Anexo III da Instrução


Normativa Federal 05/2017 poderão servir de ponto de
partida para a construção do Estudo Preliminar e por
consequência o Termo de Referência ou Projeto básico.
O anexo recomenda listar os normativos a respeito do
serviço a ser contratado o que reduzirá a possibilidade
de erro, além de indicar a análise do histórico da
contratação o que poderá indicar possíveis falhas
ocorridas e o estudo de melhores formas de realizar o
serviço diminuindo a incidência de erros e falhas.
Poderemos alinhar essas falhas em grau de risco e já
utilizar a informação obtida para ser um dos indicadores
do Gerenciamento de Risco.
O art. 25 da Instrução Normativa Federal
05/2017, descreve as atividades que constituem o
processo de Gerenciamento de Riscos. Possibilitando a
identificação da etapa do processo e a ação a ser
tomada, bem como a possibilidade de uso de
ferramentas administrativas de forma a obter um estudo
analítico da questão.
No art. 26, da referida Instrução Normativa,
encontramos que “O Gerenciamento de Riscos se
materializa no documento Mapa de Riscos”, onde este,
mapa de riscos, deve ser atualizado conforme o §1° do
art.26 que segue:
173

I - Ao final da elaboração dos Estudos


Preliminares;
II - Ao final da elaboração do Termo de
Referência ou Projeto Básico;
III - Após a fase de Seleção do fornecedor; e
IV - Após eventos relevantes, durante a gestão
do contrato pelos servidores responsáveis pela
fiscalização.

Para elaboração do Mapa de Riscos poderá


ser observado o modelo constante do anexo IV da IN
05/2017.
O uso correto da Instrução Normativa
Federal 05/2017 pode colaborar para uma contração
mais adequada para a administração pública, tanto na
especificação do serviço a ser executado quanto na
elaboração de um novo cronograma a ser seguido com
métodos, prazos, funções e um acompanhamento do
serviço bem definido resultando em um planejamento
efetivo.
A Instrução Normativa Federal 05/2017 pode
ser acessada no portal oficial do Governo Federal por
meio do link https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-
informacao/legislacao/instrucoes-
normativas/midias/INn05de26demaiode2017Hiperlink.pd
f.
174

SEÇÃO II - LOCAÇÃO DE IMÓVEIS


O artigo 51 da Lei nº 14.133/2021,
estabelece que a locação de imóveis "deverá ser
precedida de licitação e avaliação prévia do bem, do seu
estado de conservação, dos custos de adaptações e do
prazo de amortização dos investimentos necessários",
ressalvando, para tanto, o disposto no inciso V do caput
do artigo 74 da referida lei.
Por seu turno, o sobredito inciso V do caput
do artigo 74 assinala que é inexigível a licitação quando
inviável a competição, em especial nos casos de, entre
outros, "aquisição ou locação de imóvel cujas
características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha".
Da leitura desses dispositivos, extrai-se
conclusão no sentido de que quando a Administração
adota o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021, entre os
vários imóveis que podem satisfazer as condições por
ela desejadas para ocupação, não mais se encontra na
esfera do poder discricionário do gestor público a
efetivação de sua locação por dispensa de licitação. A
solução será, necessariamente, a realização de
processo licitatório.
175

Por outro lado, se somente um único imóvel


for capaz de atender à necessidade da Administração,
estará, então, justificada a inexigibilidade de licitação,
por inviabilidade de competição, devendo ser
observados, na contratação direta, os seguintes
requisitos previstos no parágrafo 5º do artigo 74 da Lei
nº 14.133/2021:
1) avaliação prévia do bem, do seu estado
de conservação, dos custos de adaptações, quando
imprescindíveis às necessidades de utilização, e do
prazo de amortização dos investimentos, executado por
profissional devidamente qualificado e habilitado para
este fim;
2) certificação da inexistência de imóveis
públicos vagos e disponíveis que atendam ao objeto; e
3) justificativas que demonstrem a
singularidade do imóvel a ser locado pela Administração
e que evidenciem vantagem para ela.
Para deflagração de processo com finalidade
de locação, seja como procedimento licitatório ou via
inexigibilidade de licitação, a fase preparatória deverá
observar todos os ritos já descritos neste manual.
O Governo Federal expediu a Instrução
Normativa SEGES/ME 103/2022, em 30 de dezembro
176

de 2022, a qual orienta a forma de instrução de


processo para fins de locação de imóveis.

SEÇÃO III - LICITAÇÕES INTERNACIONAIS


As licitações internacionais estão previstas
na Lei nº 14.133/2021, mais precisamente no inciso
XXXV, art. 6º.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


(...)
XXXV - licitação internacional: licitação
processada em território nacional na qual é
admitida a participação de licitantes estrangeiros,
com a possibilidade de cotação de preços em
moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto
contratual pode ou deve ser executado no todo
ou em parte em território estrangeiro;

A licitação internacional precisa ter um edital


inteiramente preparado para competitividade com
presença de estrangeiros, inclusive quanto a:
● credenciamento de representantes;
● legalização de documentos estrangeiros;
● habilitação e propostas de estrangeiros,
inclusive, tratando de moedas e equalização;
● temas atinentes ao comércio exterior, como
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e Termo de
Comércio Internacional (Incoterm), entre outros.
177

Assim, não se trata de um edital que apenas


permite licitantes estrangeiros, mas visa buscar
empresas sediadas fora do país, em razão de limitação
do mercado brasileiro, portanto, edital com várias regras
próprias para a participação de licitantes estrangeiros,
ao contrário dos modelos padronizados de editais das
licitações nacionais. Esse tipo de licitação também
dependerá de uma fase preparatória específica para tal.

SEÇÃO V - LICITAÇÕES DE CONTRATAÇÕES DE


PUBLICIDADE
É preciso esclarecer que os serviços de
publicidade prestados à Administração Pública somente
poderão ser feitos por intermédio de agências de
propaganda e que tenham obtido o Certificado de
Qualificação Técnica, fornecido pelo Conselho Executivo
de Normas-Padrão - CENP, ou seja, a licitação será
realizada para a contratação de agências de
publicidade, sendo possível contratar mais de uma
agência.
A agência é a empresa que desempenha as
atividades que tenham por objetivo o estudo, o
planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a
execução interna, a intermediação e a supervisão da
execução externa e a distribuição de publicidade aos
178

veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo


de promover a venda de bens ou serviços de qualquer
natureza, difundir ideias ou informar o público em geral.
A contratação das agências deve se dar por
meio de processo licitatório, na modalidade
concorrência, regida pela Lei nº 12.232/2010, a qual terá
como subsidiária a Lei nº 14.133/2021.
Para deflagração de um processo de
licitação para a referida contratação, além dos
documentos comuns que instruem a fase preparatória
dos demais processos, é necessária a apresentação de
um briefing, documento técnico elaborado por equipe
qualificada.
Em suma, o processo correrá com os
seguintes feitos:
● A licitação deverá ser por melhor técnica ou
técnica e preço (critério de julgamento);
● As agências deverão ter o Certificado de
Qualificação Técnica, fornecido pelo Conselho Executivo
de Normas-Padrão – CENP;
● Além da Comissão de Licitação, que coordena
os trabalhos, há a figura da subcomissão técnica, que
analisará as propostas técnicas e deve ser nomeada
pela autoridade do órgão que deflagra o processo;
179

● A subcomissão técnica deverá ser formada, no


mínimo, por três membros especializados na área de
comunicação, publicidade ou marketing e sua escolha
se dará por sorteio, em sessão pública, entre os nomes
de uma relação que conterá, no mínimo, o triplo do
número de integrantes;
● A relação dos nomes da subcomissão deverá ser
publicada no diário oficial no mínimo dez dias antes da
sessão pública, e qualquer interessado poderá impugnar
a pessoa integrante dessa relação em até 48 horas
antes da realização da sessão pública;
● As propostas técnicas são apresentadas em vias
não identificadas e vias identificadas, sendo
encaminhadas para a análise da subcomissão técnica
as vias não identificadas, com o escopo de se garantir a
impessoalidade da análise;
● Somente após a divulgação de planilha geral
com as pontuações do julgamento das propostas
técnicas é que se identificará as licitantes, ao unir as
propostas não identificadas (já analisadas) com as de
igual teor identificadas;
● Há a inversão de fases, ou seja, primeiro são
analisadas as propostas e depois os documentos de
habilitação;
180

● A contratação poderá ser formalizada com mais


de uma agência para prestação dos serviços de
publicidade, desde que justificado.
181

CONCLUSÃO
Neste Manual foram trazidos pontos para
ensejar a efetividade do processo licitatório, cabendo
aos agentes públicos a observância dos seus atos, da
instrumentalização, dos princípios e normativas.
Demonstrou-se a importância de se ter o
planejamento, com objetos detalhados, orçamentos bem
executados, Termos de Referência, Mapas e Matriz de
Risco eficientemente elaborados para que se conclua o
processo licitatório com êxito.
Por fim, destaca-se que este Manual serve
de orientação para elaboração da instrução processual
até que sejam regulamentados os dispositivos legais,
devendo ser observado também o prescrito em Lei na
Lei nº 4133/21.
182

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. https://repositorio.enap.gov.br/ acesso 08/08/22
2. http://www.sef.eb.mil.br/images/cadernos_de_ori
entacao/Caderno_de_Orienta%C3%A7%C3%A3o_9-
1_ETP.pdf, acesso 08/08/22
3. https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/ato
-
normativo/*/TIPO%253A%2528Portaria%2529%2520NU
MATO%253A444%2520NUMANOATO%253A2018/scor
e%2520desc/0/%2520?uuid=eb11f140-f3a0-11ea-afdc-
f135a6748786, acesso 08/08/22
4. https://www.tcesc.tc.br/sites/default/files/leis_nor
mas/Nota%20t%C3%A9cnica%201%20-
%20Controle%20Externo.pdf
5. https://zenite.blog.b
6. https://www.viannaconsultores.com.br/nova-lei-
licitacao-
14133#:~:text=A%20Nova%20Lei%20tenta%20unificar,
quanto%20ao%20cadastro%20de%20penalidades).
7. MARINA FONTÃO ZAGO
https://www.jota.info/coberturas-especiais/nacao-
inovadora/dialogo-competitivo-diferencas-e-
semelhancas-com-outros-institutos-06062021
8. Augusto Schreiner Haab (Revista Consultor
Jurídico - https://www.conjur.com.br/2021-abr-15/haab-
183

dialogo-competitivo-versus-manifestacao-
interesse#author)
9. https://www.gov.br/fazenda/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/plano-de-gestao-de-
logistica-sustentavel-pls/arquivos/2014/contratacoes-
sustentaveis.pdf
10. https://www.gov.br/compras/pt-
br/pncp/documentos/manual-de-integracao-pncp-2013-
versao-2-1-1.pdf/view
11. file:///C:/Users/jauna/Downloads/Manual%20de%
20Integra%C3%A7%C3%A3o%20PNCP%20%E2%80%
93%20Vers%C3%A3o%202.1.1.pdf
12. https://www.novaleilicitacao.com.br/2022/02/18/n
ova-funcionalidade-do-compras-gov-facilita-envio-de-
contratos-ao-pncp/
13. https://www.gov.br/infraestrutura/pt-
br/assuntos/conjur/nova-lei-de-improbidade
14. http://www.priscilaviana.com.br/visualizacao-de-
noticias/ler/52/o-principio-da-segregacao-de-funcoes-e-
a-nova-lei-de-licitacoes - 17/08/22
15. https://www.conjur.com.br/2021-mai-
06/interesse-publico-segregacao-funcoes-licitacoes-
contratos - - 17/08/22
184

16. https://portal.tcu.gov.br/jurisprudencia/boletins-e-
informativos/informativo-de-licitacoes-e-contratos.htm -
17/08/22
17. https://zenite.blog.br/erro-grosseiro-no-processo-
da-contratacao-publica/ 18/08/2022
18. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2021/Lei/L14230.htm - 18/08/2022
19. https://www.novaleilicitacao.com.br/2021/12/09/a
-lei-de-licitacoes-no-14-133-2021-velhos-atores-para-
uma-nova-lei-afinal-quem-licita-e-quem-fiscaliza-os-
contratos/ 18/08/22
20. https://www.conjur.com.br/2021-abr-15/haab-
dialogo-competitivo-versus-manifestacao-
interesse#author
21. https://zenite.blog.br/empreitadas-por-preco-
unitario-e-por-preco-global-quando-adotar-regime-de-
execucao-misto/
22. https://jus.com.br/artigos/90535/a-nova-lei-de-
licitacoes-e-o-plano-anual-de-contratacoes
23. https://www.novaleilicitacao.com.br/2019/11/04/o
-pl-no-1292-95-e-a-importancia-do-planejamento-das-
contratacoes/#:~:text=O%20planejamento%20e%20o%2
0plano%20anual%20das%20Contrata%C3%A7%C3%B
5es&text=12%2C%20inciso%20VII%2C%20que%20%C
185

3%A9,mais%20transpar%C3%AAncia%20%C3%A0s%2
0compras%20p%C3%BAblicas.
24. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/decreto/d8428.htm
25. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D10104.htm
26. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instruiio-
normativa-in-n-58-de-26-de-janeiro-de-2022-377172852
27. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2022/Decreto/D10947.htm#art1
28. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2021/lei/L14133.htm#art75xvi
29. https://bernardocesarcoura.jusbrasil.com.br/notici
as/245041627/empreitadas-por-preco-unitario-e-por-
preco-global-quando-adotar-regime-de-execucao-misto
30. https://www.opiniaosimoneamorim.com.br/os-
regimes-de-execucao-na-nova-lei-de-licitacoes/
31. https://www.novaleilicitacao.com.br/2019/10/29/c
ontratacao-integrada-e-contratacao-semi-integrada-no-
projeto-da-nova-lei-de-licitacoes-visao-
geral/#:~:text=6%C2%BA%20do%20projeto%20de%20l
ei,servi%C3%A7os%20especiais%20e%20realizar%20
montagem%2C
186

32. https://www.conjur.com.br/2021-ago-
06/licitacoes-contratos-saneamento-nulidades-processo-
contratacao-publica
33. https://www.conjur.com.br/2021-dez-
17/licitacoes-contratos-lei-141332021-indevida-
aglutinacao-objetos-licitacao
34. https://dimitriviana.jusbrasil.com.br/artigos/23841
1570/terceirizacao-no-ambito-da-administracao-publica
35. http://www.sef.sc.gov.br/arquivos_portal/orientac
oes/29/ot_0002_10_alteracao_de_contratos_site.pdf
36. https://zenite.blog.br/alteracoes-contratuais-na-
nova-lei-de-licitacoes/ acesso em 24/08/2022
37. VAZ, Levi Rodrigues. Manual da Nova Lei de
Licitações: Lei nº 14.133/21.Curitiba,PR: Editora Via
Jurídica, 2022.
38. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, 18. ed. São
Paulo: RT, 2019, p. 594

Você também pode gostar