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CURSO DE LUDOTERAPIA

MÓDULO 1
PSICOTERAPIA INFANTIL E A TÉCNICA
LUDOTERÁPICA

Luís Felipe de Carvalho Araújo Morais


CRP 15/5055
Oi Gente!!!
Antes de entrar no universo da Ludoterapia, peço que vocês estejam com o coração aberto
e com isso que vocês se preparem para o turbilhão de emoções que vocês irão sentir ao
estar com uma criança.
Ser criança é ser único e não ligar para o que os outros vão dizer, é arrotar na frente de
todo mundo, é jogar uma bola de plástico no teto de gesso com a intenção de quebrar tudo,
é querer estar perto da mãe como se ela fosse dele, é ser tímido quando está na presença
do responsável, mas ser um “vendaval” quando está na presença de um amigo. Ser criança
é não ter medo de amar, de gostar verdadeiramente sem se preocupar com cor, religião,
orientação sexual. Ser criança é sentir quem se quer por perto, é ter medo do desconhecido
mas depois enfrentá-lo. Ser criança é saber quando se é amado pela mãe e ter medo de
perdê-la, chorar pelo amor dela, mas depois fazer “charme” e birra querendo esse amor
para se sentir único, mas que bom que a criança não tem consciência de que tudo isso é
amor, pois com o tempo, se tiver sorte, perceberá que toda insegurança valeu a pena, pois
ela conseguiu ver com os próprios olhos que o amor sempre esteve presente para ela.
Ser criança é ser além da média!
Aqueça seu coraçãozinho, grandão e veja o melhor da vida.
A Ludoterapia é você!
Sumário
I – A história da Ludoterapia em forma de
história ............................................................................................................ pg. 1
II – Características da
Ludoterapia ....................................................................................................................................
... pg. 4
III – As Técnicas
Ludoterápicas ................................................................................................................................
.............. pg. 4
IV - Considerações sobre como as crianças expressão as
emoções............................................................................ pg. 4
V – Benefícios da
Ludoterapia.....................................................................................................................................
............ pg.5

Anexos - Artigos
1
E para tudo se tem um começo, e que tal entrarmos no mundo de Mágico de Oz para
vivermos nossa fantasia?

Era uma vez uma menina chamada Dorothy, ela vivia em um vilarejo mágico,
onde tudo o que ela precisava era do amor dos tios e do seu cachorrinho, pois todos nós
sabemos que onde há amor, podemos chamar de família. Dorothy tinha duas amigas,
Melanie Klein e Anna Freud, as duas muito bondosas, assim como Dorothy, almejavam
sanar todo tipo de dor que existia no coraçãozinho das crianças do seu vilarejo.
Elas tinham tanta fé que às crianças iriam ser felizes que começaram a conversar
sobre como somente o poder do amor, da compreensão, da escuta, do estar junto e do
amor incondicional, iria ajudar aos pequenos a serem melhores, elas estavam vivendo em
tempos difíceis, século XX, mas a fé em si mesmas era inabalável.
Dorothy era destemida e sabia que seu destino ia ser desbravado com toda a sua
curiosidade, doçura e tino;
Melanie Klein foi tão amada por seus avós que sabia o quanto que brincar era
importante e sabia que brincando, era possível mergulhar com profundidade nas emoções
das crianças, o que depois ela veio chamar de (navegar no inconsciente e acessar todo o
conteúdo recalcado que lá existe). Melanie sabia que brincando, era possível mostrar tudo
de bom que tem na cabecinha de uma criança e tudo que pode ser melhorado na
imaginação dos pequenos, Melanie também sabia que uma família bem estruturada ou
mal estruturada iria influenciar diretamente no comportamento daquelas lindas crianças
que moravam no vilarejo. Uma vez a jovem Melanie viu que uma criança estava falando
palavrões pois a mesma não estava conseguindo compreender o motivo que os pais se
agrediam tanto verbalmente e acabou reproduzindo, mas Melanie chegou na pobre garota
e deu um forte abraço e naquele momento tudo estava certo entre as duas. Melanie
gostava muito de brincar com as crianças, independentemente se a criança havia sofrido
algum trauma, se infelizmente ela havia sofrido algum abuso (de qualquer natureza que
fosse), ou até mesmo se fosse uma criança órfã, Melanie só queria que às crianças do seu
vilarejo pudessem se expressar e se sentissem que ao lado dela, os pequeninos pudessem se
sentir muito seguros a ponto de conversar sobre suas emoções e compreender o que se
estava sendo vivido, Melanie tinha nascido com um dom especial, o amor incondicional;
Ana Freud era uma garota que conseguia ver além e sabia que Melanie também
colocava muito amor no que fazia e complementou o que a amiga tanto dizia e fazia, Ana
conseguiu sentir que nada melhor do que estabelecer um belo laço de confiança entre ela,
Melanie ou Dorothy com a criança e o ponto de partida para o desenvolvimento dessa
aliança era o brinquedo, pois todos os pequenos iriam conseguir se autoexpresar.
O local onde Dorothy e suas amigas moravam era tão mágico que um certo dia um
tornado místico chegou ao vilarejo de Dorothy e a levou com seu cachorrinho para uma
cidade muito a frente do tempo que ela vivia e estavam no século XXI.
Dorothy estava preocupada com o ocorrido, aliás, quem vai lidar de uma forma
tão tranquila com acontecimentos mágicos? Apesar de já estar acostumada. Dorothy
respirou fundo e com muita serenidade começou a desbravar com seu cachorro a nova
cidade. Depois de tanto andar por uma estrada de tijolos amarelos, Dorothy encontrou
uma casinha muito aconchegante e começou a observar onde muitas crianças chegavam
acompanhadas por seus diversos responsáveis, meio tristonhas e saiam com um sorriso
gigantesco. Dorothy se arriscou e entrou e quando viu o local tinha um senhor muito
receptivo pronto para ajudar a menina e ela logo disse:
D - Oi, onde eu estou?
E o senhor respondeu:
2
S - Olá pequenina, você está em um local onde é seu e todos os seus pensamentos
estão seguros, aqui é uma clínica de psicoterapia infantil, um espaço Ludoterapêutico.
E Dorothy retrucou:
D - Mas o que é isso Psicoterapia Infantil? Ludoterapêutico?
S – Aqui é onde todas às crianças podem ser o que elas quiserem ser, elas podem
brincar sem julgamentos, elas podem sorrir, elas podem chorar, elas podem brincar com o
que quiserem, podem falar sobre o que quiserem, podem ser tudo e sempre que elas
precisam da minha ajuda eu estou aqui.
D – Mas o que o Sr. é?
S – Eu sou Psicólogo para crianças e Uso a Ludoterapia.
D – Mas o que é isso?
S – Bom, sabe quando você está se sentindo preocupada e acaba se sentindo triste?
D – Sei..
S – Alguns outros Psicólogos vão tentar melhorar essa tristeza ouvindo cada
palavrinha do adolescente ou adulto que está na frente dele, e com às crianças muitas
vezes não conseguem se expressar por palavras somente, elas precisam brincar e serem
preenchidas pelo amor incondicional.
Nesse momento Dorothy percebeu que suas amigas haviam contribuído muito para
às crianças daquela época e tudo o que elas pensavam naquela época, hoje se chamava
ludoterapia, e disse para o Psicólogo que estava conversando:
D – No local onde eu moro eu tenho duas amigas que fazem a Ludoterapia
acontecer, elas se chamam Melanie Klein e Ana Freud.
S – Pois é pequenina, suas amigas contribuíram muito para o trabalho com às
crianças atualmente. Eu faço a mesma comunicação que seria feito com adolescentes ou
adultos, só que brincando.
S – Minha querida criança, eu sei que você está aqui com um objetivo, chegar ao
final da estrada de tijolos amarelos e você precisa continuar seu caminho. Mas lembre-se
Dorothy, confie em você e no que você sente.
O senhor entregou uma mochila para a menina com alguns mantimentos como
àguas, sucos, lanches e um aconchegante cobertor, ração para seu cachorrinho e um
potinho para pôr a àgua.
Andando pela estrada dos tijolos amarelos, Dorothy e seu cachorrinho viram um
movimento entre os caminhos e viram que tinham alguns galhos que estavam diferentes
das demais plantas e quando se aproximaram viram que se tratava de um espantalho e
além do mais ele tinha vida.
Dorothy se assustou, pegou Totó no braço e perguntou:
D – O que é você?
E – Eu sou um espantalho, mas eu não sei o que estou fazendo aqui, eu tento
pensar mas não consigo, tudo o que eu preciso é chegar ao mágico de Oz para ele me dar
um cérebro.
D – Calma, eu vou te ajudar, o mágico de Oz pode nos ajudar apesar de eu saber
que você tem tudo dentro de você, eu também tenho um amigo que pode te ajudar a ser
melhor, ele é um Psicólogo que me ajudou a pouco.

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E – eu conheço ele, inclusive ele me deu um presente, ele me disse que eu tenho
dentro de mim o método comportamental.
D – E o que é isso, método-comportamental?
E – O bom Psicólogo me disse que meu comportamento (desadaptado) não está
bom para a realidade desse mundo e que eu preciso melhorar (adaptar) eles para que eu
não precise sofrer tanto.
D – Meu Nobre espantalho, eu te entendo e vou te ajudar, você não está só e vamos
encontrar algo pra te fazer melhor.
E – Posso te acompanhar e teu cachorrinho para eu não continuar só?
D – Claro Sr. espantalho.
Dorothy, Totó e Sr. Espantalho continuaram sua jornada e conversando, até que
mais uma vez eles viram uma movimentação e viram um leão rugir e todos ficaram
assustados, mas encararam e foram falar com o Leão e ele se afastou e Dorothy percebeu
que ele não era tão valente como parecia.
D – Olá Sr. Leão!
L – O que você quer menina? Você não vê que eu sou um leão e posso te devorar?
D – Eu percebo que você não irá fazer isso comigo, você parece ser generoso.
L – (começa a chorar).
D – (Dorothy senta ao lado do leão, põe a mão na pata dele e faz um carinho na
juba dele)
D – O que posso fazer para te ajudar meu Nobre Leão?
L – Eu preciso chegar no Mágico de Oz, eu preciso que ele me presenteie com a
Coragem, pois eu não tenho.
D – Eu vejo que você é muito gentil, e isso é um sinal de coragem, mas pena que
você não enxerga dessa forma, mas vou te ajudar a chegar lá.
D – Mas calma, vou te apresentar também o meu amigo Psicólogo.
L – E u já o conheço e ele me deu um presente, ele disse que tem dentro de mim o
Método Psicanalítico, ele disse que vai precisar saber (compreender) do/o meu passado,
entender (interpretar) e para poder me falar (reelaborar) qual motivo de eu não ter muita
coragem.
D – Vamos seu Leão, nós vamos nos ajudando.
E seguiram Dorothy, Totó, o espantalho e o Leão, conversando e esperançosos, até
o momento que viram um homem todo de lata se aproximando deles e para a surpresa de
todos, o homem de lata já veio se comunicando com eles e disse:
HL – Vocês parecem ter muito amor em vocês, vocês podem me ajudar a chegar
no mágico de Oz para conseguir um coração?
L e E – Nós estamos indo para lá!
D – Amigos, vamos tentar usar tudo de bom que nós temos. Homem de lata, você
conhece o Psicólogo do início da estrada dos tijolos amarelos?
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HL – Sim e ele me deu um presente ele disse que tenho dentro de mim o método
fenomenológico, ele viu que a linguagem faz parte de mim, e compreendendo o que eu
vivo, eu vou poder viver de forma melhor.
D – Pois bem meus companheiros de viagem, já consigo avistar o castelo do Mágico
de Oz, creio que andando um pouco mais chegaremos ao nosso destino.
Dorothy e seus amigos chegaram ao castelo do Mágico de Oz e ao chegarem lá
perceberam que o mágico não era bem aquilo que eles imaginavam, mas sim o mágico
vivia sozinho pois tinha medo de se relacionar com as pessoas e os poderes que ele dizia
que tinha era só para que todas as criaturas daquela cidade pensassem nele.
Ela também parou para conversar com seus amigos e percebeu que eles tinham
tudo o que procuravam dentro de si, a inteligência, o afeto e a coragem, mas que por
situações mal resolvidas na infância ainda vinham se sentindo mal. Depois que Dorothy
mostrou isso aos amigos eles retornaram ao Sr. Psicólogo e começaram um momento
individual de Psicoterapia e todos da cidade conseguem perceber que eles estão muito mais
felizes pois tem tudo o que sempre quiseram.
A pequena e seu cãozinho retornaram para o vilarejo que haviam saído e chegando
lá, puderam dar um grande abraço nos tios e nas amigas e Dorothy disse que elas estavam
no caminho certo e que precisavam continuar cuidando das crianças daquele local.
Características da Ludoterapia:
Assim como uma Psicoterapia para adolescentes e adultos, a Psicoterapia para
crianças deve basear no respeito pela vida humana, a confidencialidade e o sigilo,
contando claro com alguns diferenciais como: a permissividade, a liberdade, o potencial de
escolha.
Um detalhe importante é que a criança ainda não compreende de uma forma plena
as suas emoções e elas possuem características importantes pouco desenvolvidas como por
exemplo o autocontrole. A criança compreende o que se está sendo levado para a
Psicoterapia, pois é o que ela vive no dia a dia no contexto familiar e social. A criança por
muitas vezes não gostaria de compartilhar essas situações com os familiares ou não sabe
como compartilhar, esse é um dos motivos da criança sofre Bullying e não compartilhar
com os pais ou responsáveis.
As Técnicas Ludoterápicas:
A principal das técnicas é a linguagem, sem ela o Psicólogo não poderia
desenvolver um laço de confiança com a criança através da fala.
- O faz de conta: permite que através da imaginação, a criança descreva a
dinâmica familiar ou social, através de brinquedos e jogos.
- Os jogos: são inúmeros os jogos que podem ser utilizados, eles permitem
trabalhar a frustração das crianças, a competitividade,
- Desenhos: Através do desenho se é possível descobrir traços de personalidade
pelo tipo do desenho, um dos instrumentos que possibilita a descoberta deste conteúdo é o
teste HTP.
Considerações sobre como as crianças expressão as emoções:
As crianças vão desenvolvendo gradualmente sua capacidade de expressar as
emoções, entre os seis primeiros anos, a criança consegue dizer o que está sentindo mas
tem pouco êxito com relação ao autocontrole das mesmas, após os seis anos e até os 12
anos de idade, a criança consegue ter uma aproximação maior com as emoções, mas
sempre precisando do auxílio dos pais para serem norteados.
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É muito importante perceber que as emoções reprimidas de experiências ruins na
infância e até mesmo na adolescência, retornam na fase adulta como forma de problemas
emocionais e transtornos mentais.
Os benefícios da ludoterapia:
- Encoraja as crianças a expressarem suas emoções;
- Melhora a autoestima das crianças;
- Previne situações emocionais conflitivas no futuro;
- Melhora a qualidade de vida familiar e social da criança.

Referências:
- THERENSE, M. O processo Ludoterapêutico na perspectiva na perspectiva
fenomenológico-existencial das crianças em atendimento clínico. Phenomenological
Studies – Revista da Abordagem Gestáltica, 2019.
- BRITO, R. A. C. et. Al. A Psicoterapia Infantil no Setting Clínico: Uma revisão
sistemática de literatura. Universidade de Fortaleza, 2020.

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