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EMICP – DONS MINISTERIAIS E DONS ESPIRITUAIS

ESCOLA MINISTERIAL IGREJA COM PROPÓSITOS


EMICP
DISCIPLINA: DONS ESPIRITUAIS

1. O ALUNO E O CURSO

MÉTODO PEDAGÓGICO
Sejam bem-vindos à Escola Ministerial Igreja com Propósitos. Seguem aqui
algumas considerações para melhor aproveitamento da matéria:
● Mantenha-se ativo seu relacionamento com Deus.
● Procure estudar esse material com atenção e conferindo as referências
bíblicas.
● Bíblia, dicionário, atlas e/ou concordância bíblica podem te ajudar nesse
estudo.
● Seja organizado no seu estudo (leia, sublinhe, faça resumos curtos,
destaque o que é essencial.
● Faça uma leitura geral, uma leitura mais detalhada e depois tente retirar
os ensinamentos que respondem a seguinte pergunta: "O que aprendi,
que uma vez praticando posso cumprir a missão do EMICP?".

O nosso empenho está em fazer de você um aluno-servo de excelência


cumprindo assim com a visão de Deus para o Ministério Smart Church e com a
missão para a nossa Escola.

MISSÃO EMICP
Até 2025, reconhecer pastores, profetas, evangelistas e mestres, formar equipes
fortes de socorros e implantar extensões da Igreja da Árvore.

VISÃO MSC
Garantir a expansão do Reino de Deus em nosso estado por meio de um
crescimento saudável de cada discípulo baseado no ensino bíblico e na vida em
comunidade.

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2. APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA

EMENTA
A matéria “Dons Espirituais” tratará das dádivas do Espírito Santo concedidas a
todos os que foram imersos no Corpo de Cristo.

OBJETIVO
Convocar os alunos a viverem grandes experiências com o Espírito Santo,
conhecendo o que Deus preparou para nós em Sua Palavra no que diz respeito
aos dons espirituais.

3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

INTRODUÇÃO

“Se eu fosse Satanás e meu objetivo final fosse frustrar os propósitos de Deus e
seu reino, uma de minhas estratégias seria levar os frequentadores de igrejas a
ignorar o Espírito Santo” Francis Chan

Através desta matéria expandiremos o nosso conhecimento a respeito dos dons


espirituais para que venhamos a praticá-los para proporcionar crescimento e
edificação ao corpo de Cristo e sermos mais eficazes na expansão do Evangelho.
Conceitos importantes serão passados, fundamentos serão colocados e muitas
experiências com Deus iremos vivenciar juntos, aprendendo e praticando os
dons estabelecidos e disponibilizados pelo Espírito Santo a todo aquele que crê,
pois esse é o desejo do Senhor:

“Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu
Espírito sobre eles" (Nm 11.29).

"E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos
e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até
sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias.” (Jl
2.28,29).

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Por meio de Cristo, o desejo desses profetas foi cumprido quando Deus celebrou
uma nova aliança conosco. A Sua Lei passou a ser escrita no nosso coração (Jr
31.33-34). A plenitude e o poder do Espírito Santo se manifestam na PESSOA DE
JESUS:

“Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito, e por toda aquela região se
espalhou a sua fama.” (Lucas 4:14)

“Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês
o Reino de Deus.” (Mateus 12:28)

“Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o
princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do
diabo.” (1 João 3:8)

Jesus manifestou o Reino de Deus e seu poder , mas esse poder do Espírito não
se limitou apenas ao ministério de Jesus, em Mateus 10.7,8 vemos ele enviando
os discípulos para anunciarem o Reino andando em poder: “Por onde forem,
preguem esta mensagem: ‘O Reino dos céus está próximo’. Curem os enfermos,
ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês
receberam de graça; dêem também de graça.” (Mateus 10:7,8). E em Atos 2
vemos o derramar do Espírito, cumprindo a profecia de Joel.

O derramamento do Espírito Santo era a distribuição dos dons espirituais, uma


capacitação da nova aliança pelo Espírito Santo (1Co 12-14; Gl 3.5; Tg 5.14-15).
Os dons espirituais são dados para EQUIPAR A IGREJA a fim de que ela
desenvolva seu ministério até que Cristo volte (1Co1.7; 1Co 13.10). Todos que
fazem parte da Nova Aliança são chamados para pregar através não “de palavras
persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do poder do Espírito, para que
a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de
Deus” (1Co 2.4,5).

CAPÍTULO 1 - O ESPÍRITO SANTO


Antes de adentrarmos no assunto dos dons, é preciso compreendermos quem é
o Espírito Santo. A doutrina do Espírito Santo ocupa uma das mais importantes
posições nas Escrituras. Com exceção de 2 e 3 João, cada livro do Novo
Testamento contém uma referência à obra do Espírito; cada Evangelho começa
com uma promessa de Seu derramamento, sucessivas vezes Suas ações são

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mencionadas dirigindo os passos da Igreja Primitiva, as cartas apostólicas – além


de inspiradas em Si – ressaltam Sua importante atuação na santificação e
capacitação do Homem para a realização da obra divina.

O Espírito Santo é uma pessoa ou apenas uma influência? O Espírito é


frequentemente descrito de uma forma impessoal - como a Respiração que
preenche, o Fogo que ilumina e aquece a Água que é derramada, o Dom do qual
todos participam. No entanto, essas são apenas descrições de Suas operações. O
Espírito é descrito de forma a não deixar dúvidas quanto à Sua personalidade.
Ele exerce os atributos da personalidade - mente (Romanos 8.27), vontade
(1Coríntios 12.11), sentimento (Efésios 4.30). Atividades pessoais são atribuídas
a Ele: Ele revela (2Pedro 1.21), ensina (João 14.26), testemunha (Gálatas 4.6),
intercede (Romanos 8:26), fala (Apocalipse 2.7), comanda (Atos 16.6-7), testifica
e pode se entristecer (Efésios 4.30).

Sua missão especial nesta era é glorificar a Cristo (João 16.14). Seu trabalho
especial está relacionado Àquele que viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu. Ele
torna real nos crentes o que Cristo fez por eles. O Cristo glorificado está
presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo. O Espírito Santo torna
possível e real a onipresença de Cristo no mundo (Mateus 18.20) e Sua
habitação nos crentes. O livro de Atos reconhece que o ESPÍRITO SANTO É DEUS:

“Depois de passarmos ali vários dias, desceu da Judéia um profeta chamado


Ágabo. Vindo ao nosso encontro, tomou o cinto de Paulo e, amarrando as suas
próprias mãos e pés, disse: "Assim diz o Espírito Santo: ‘Desta maneira os judeus
amarrarão o dono deste cinto em Jerusalém e o entregarão aos gentios.’" (Atos
21:10,11).

“Então perguntou Pedro: "Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o
seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma
parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? Ela não lhe pertencia? E,
depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder? O que o levou a pensar
em fazer tal coisa? Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus".” (Atos 5:3,4).

“Discordaram entre si mesmos e começaram a ir embora, depois de Paulo ter


feito esta declaração final: "Bem que o Espírito Santo falou aos seus
antepassados, por meio do profeta Isaías:” (Atos 28:25)

O próprio Jesus se refere à divindade do Espírito Santo e também há diversos


registros do apóstolo Paulo se referindo ao Espírito Santo como o próprio Deus:

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“Então levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo, e Jesus o curou,


de modo que ele pôde falar e ver. Todo o povo ficou atônito e disse: "Não será
este o Filho de Davi? " Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: "É
somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios".
Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Todo reino dividido contra
si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não
subsistirá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como,
então, subsistirá seu reino? E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os
expulsam os filhos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês. Mas
se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o
Reino de Deus.” (Mateus 12:22-28).

“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos
santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o
edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele
vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de
Deus por seu Espírito.” (Efésios 2.19-22).

“Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade


do Senhor. Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas
deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos
espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças
constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo.” (Efésios 5:17-20).

“Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em
todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem
comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de
conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro,
dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro,
profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e
ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são
realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada
um, conforme quer.” (1 Coríntios 12:6-11).

Desde o Antigo Testamento vemos a atuação do Espírito Santo como iluminador,


potencializador e capacitador:

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"Eu escolhi a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do
Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística
para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e
esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal”
(Êx 31.2-5).

“A nuvem cobriu a Tenda do Encontro, e a glória do Senhor encheu o


tabernáculo” (Êx 40.34).

“Davi: entregou-lhe [a Salomão] também as plantas de tudo o que o Espírito


havia posto em seu coração acerca dos pátios do templo do Senhor e de todas as
salas ao redor, acerca dos depósitos dos tesouros do templo de Deus e dos
depósitos das dádivas sagradas” (1Cr 28.12).

“Uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não


podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de
Deus” (2Cr 5.13,14).

Durante a jornada de Israel no deserto, Moisés e os anciãos escolhidos são


descritos como capacitados com o Espírito para liderar os israelitas (Nm 11.17).
Mais tarde, Josué também foi escolhido e capacitado pelo Espírito para conduzir
o povo para entrar na Terra Prometida (Dt 34.9). Também vemos na Escritura a
influência do Espírito Santo em juízes e governos como nos casos de Otoniel (Jz
3.10), Gideão (Jz 6.34), Sansão (13.25), Saul e Davi (1 Sm 11.6; 1 Sm 16.13).
Dentro da nação de Israel, o Espírito de Deus agia para PROTEGER, INSTRUIR e
CONDUZIR, para que a Sua vontade fosse realizada (Ag 2.5; Zc 4.6). O Espírito de
Deus sempre atuou também como uma FORÇA DINÂMICA, DOADORA de PODER
(Zc 4.6,7). Ele não é uma força cega, despropositada, mas é o PODER DE DEUS
para permitir ao profeta perceber e declarar o propósito de Deus.

1.2 ALGUNS SÍMBOLOS QUE REPRESENTAM O ESPÍRITO SANTO NA BÍBLIA:

O SELO

“Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que


os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa,” (Efésios 1.13
NVI).

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O FOGO

“João respondeu a todos: ‘Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais
poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar
as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo’”
(Lucas 3.16 NVI).

A ÁGUA

• “Respondeu Jesus: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de


Deus, se não nascer da água e do Espírito’.” (João 3.5 NVI).

• “mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo
contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para
a vida eterna" (João 4.14 NVI).

• “‘Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva’. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele
cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não
fora glorificado.” (João 7.38,39 NVI)

O Espírito é a fonte de água viva, a mais pura, a melhor, porque Ele é um


verdadeiro Rio da vida - inundando, jorrando sobre nossas almas, limpando o pó
do pecado. O poder do Espírito faz no espiritual o que a água faz na ordem
material. A água purifica, refresca, mata a sede e torna a esterilidade fecunda. É
um símbolo adequado da graça divina que não apenas limpa a alma, mas
adiciona a ela uma beleza divina. A água é um elemento indispensável da vida
física; o Espírito Santo é um elemento indispensável da vida espiritual.

VENTO

• “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem
nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito" (João 3.8
NVI).

• “E eu profetizei conforme a ordem recebida. E, enquanto profetizava, houve


um barulho, um som de chocalho, e os ossos se juntaram, osso com osso. Olhei,
e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele, mas não
havia espírito neles. A seguir ele me disse: Profetize ao espírito; profetize, filho
do homem, e diga-lhe: ‘Assim diz o Soberano Senhor: Venha desde os quatro
ventos, ó espírito, e sopre dentro desses mortos, para que vivam’. Profetizei

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conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se


puseram de pé. Era um exército enorme!” (Ezequiel 37.7-10 NVI).

• “De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu
toda a casa na qual estavam assentados.” (Atos 2.2 NVI).

ÓLEO

O óleo é talvez o símbolo mais familiar e comum do Espírito. Sempre que o óleo
era usado ritualmente no Antigo Testamento, falava de utilidade, fecundidade,
beleza, vida e transformação. Era comumente usado como alimento, luz,
lubrificação, cura e calmante da pele. Da mesma forma na ordem espiritual, o
Espírito fortalece, ilumina, liberta, cura e acalma a alma.

CAPÍTULO 2 – CONCEITOS E FUNDAMENTOS DOS DONS ESPIRITUAIS

“A vida cristã em todos os seus aspectos – intelectual, ético, devocional,


relacional, nas explosões de adoração e no testemunho público -, é sobrenatural;
apenas o Espírito pode dar início e sustentação a ela. Por isso é que, longe dele,
não só deixam de existir quaisquer tipos de cristãos e congregações vivas, como
também deixam de existir quaisquer tipos de cristãos e congregações”. J.I. Packer
O Espírito Santo é o GPS que nos auxilia a seguir os passos de Jesus através da
sua Palavra. Ele é aquele que nos ensina todas as coisas na jornada da fé (João
14.26) e é aquele que nos concede os dons que são ferramentas que nos
capacitam a exercer as boas obras que ele planejou para nós. Como afirmou o
Apóstolo Paulo, é de suma importância que todos nós que cremos em Cristo e
recebemos o Espírito Santo, conheçamos sobre os dons espirituais (1 Coríntios
12.1). Os dons espirituais são um resultado da ação do Espírito Santo dentro de
nós, nos capacitando com o poder de Deus para o bem comum da Igreja (1
Coríntios 12.7). Outro conselho deixado pelo Apóstolo é que esses dons devem
ser almejados pelos cristãos (1 Coríntios 12.31).

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de


ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o
mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Coríntios 12.4-6, ARA)

Paulo enfatiza que, mesmo os dons sendo diversos, há um só Doador: O mesmo


ESPÍRITO, o mesmo SENHOR e o mesmo DEUS. Ele usa três palavras diferentes

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para os dons: CHARISMATA (v.4), dons da graça de Deus; eles são DIAKONIAI
(v.5), maneiras de servir e ENERGÊMATA (v.6), energias, atividades ou poderes.
Um dom espiritual é a capacidade que qualifica uma pessoa para um ministério
e esses dons são distribuídos de acordo com a sua soberana vontade.

DONS PARA O PRÓXIMO

“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem
o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé.” (Romanos 12.6)

Todos os dons espirituais tem por base a GRAÇA DE DEUS e são igualmente
alicerçados neste PROPÓSITO DIVINO.

“Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom
é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é
contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça
com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.” (Romanos 12.6-8)

PROFECIA: A profecia tem duas dimensões: a previsão é o atributo mais


comumente conhecido do ministério profético e a predição é a capacidade de
conhecer e declarar o futuro. A profecia é a habilidade sobrenatural de
expressar uma mensagem de Deus em idioma conhecido, recebendo-a do
Espírito Santo enquanto se está falando. O que profetiza deve transmitir só o
que recebe do Espírito Santo. O propósito da profecia sempre será edificar,
exortar e consolar (1 Coríntios 14.3). Este conhecimento acerca da profecia deve
existir para que as profecias sejam julgadas de acordo com a Palavra de Deus (1
Coríntios 14.29). Este dom deve ser almejado pela Igreja (1 Coríntios 14.1).

SERVIÇO: Se aplica ao serviço físico e ao serviço espiritual para a igreja de Cristo.


(At 6.1-7). A palavra servir deriva do vocábulo diácono (diácono) que significa
servo ou mensageiro (Mt 20.28; Tg 2.14-20). O dom do serviço traz uma
capacitação extra nesses exercícios.

ENSINO: O dom espiritual do ensino trata da comunicação de princípios bíblicos


para transformação de vidas. Esse dom é muito necessário pois nos auxilia no
cumprimento da instrução clara dada aos crentes na Grande Comissão (Mt
28.20). O ensino tem por objetivo ativar o conhecimento intelectual na vida
prática cristã e trazer transformação de vida.

EXORTAÇÃO: A exortação (paráklesis) visa o encorajamento (At 4.36).


Capacidade notória de encorajar outros a continuarem na caminhada cristã.

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CONTRIBUIÇÃO: É o ato de contribuir de forma atípica com liberalidade ou


generosidade (Mt 25:40). Não se trata de um hábito comum de contribuir, mas
uma inclinação extra motivada pelo Espírito.

LIDERANÇA: Trata-se de uma capacitação derrama pelo Espírito para as funções


administrativas na igreja local, envolvendo aqueles que são responsáveis pelo
funcionamento da igreja (1 Tm 3.4-5; Rm 12.8; 1 Pe 5.2).

MISERICÓRDIA: Compaixão extravagante acompanhada de grande alegria em


compadecer-se (Tg 1.27; Jo 13:5-17).

DONS DE MANIFESTAÇÃO DE PODER

Os dons do Espírito, ao contrário do fruto do Espírito, não são marcas da nossa


maturidade em Deus. Andar no poder de Deus jamais substituirá o
desenvolvimento de um grande caráter no cristão. Mas não podemos anular a
importância de andarmos em poder para edificarmos uma igreja saudável.

“Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho
realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o
Pai.” (João 14.12).

“Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de


conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro,
dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro,
profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e
ainda a outro .” (1 Coríntios 12.8-10)

Palavra de Sabedoria: Capacidade de aplicar corretamente o conhecimento de


forma a edificar para o futuro aquilo que foi vislumbrado pelo Criador e, assim,
produzir vida. Não se trata da sabedoria que vem da experiência, mas sim do
poder de Deus. As duas dimensões da sabedoria de Deus: a sabedoria da
MENTE DE CRISTO e a sabedoria que é um DOM DO ESPÍRITO SANTO. Nós não
conquistamos o dom da sabedoria por nosso esforço, ele nos é concedido pelo
Espírito quando pedimos, para solucionar situações específicas. Esse dom pode
atuar em paralelo a outros dons, por exemplo, ao exercemos o poder para curar,
podemos utilizar a palavra de sabedoria para direcionar o indivíduo que está
sendo curado, de forma a não apenas conceder uma cura localizada, mas
direcioná-lo de forma específica para que ele possa caminhar em cura.

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Palavra de Conhecimento: Um fato, ou um conjunto de fatos, comunicados a


nós pelo Senhor, relacionadas ao tempo presente. Maneiras pelas quais
podemos receber palavras de conhecimento: SONHOS, VISÕES e “SENSAÇÃO
CORPORAL”. Novamente utilizando o exemplo da cura: Alguém que está sendo
usado para exercer cura sobre outra pessoa, pode receber uma palavra de
conhecimento através de sensação corporal na mesma região onde ele irá
exercer a cura no outro, é um tipo de identificação que gera compaixão. Esses
tipos de experiências são muito comuns em pessoas que são chamadas no dom
de governo do evangelista por exemplo.

Fé: O Espírito Santo pode efetuar coisas poderosas em favor da igreja, através do
poder de fé extraordinário. A fé é necessária a todo crente, mas o dom da fé é
um plus que nos capacita a feitos extraordinários, como no caso dos mártires. A
fé normalmente também está associada ao exercício de sinais, maravilhas, curas
e milagres. O dom da fé também está envolvido no MINISTÉRIO DE ENSINO.
Algumas pessoas possuem uma confiança tão grande no Senhor, que ao
ensinarem outras, conseguem conduzi-las a esse lugar de confiança. Esse poder
autentica o evangelho pregado.

Poder para Operar Milagres: Nesse caso, estamos nos referindo à palavra
“dynameis” que significa “poderes” (2 Coríntios 12.12). É diferente do dom de
curar, um exemplo de operação de milagres é a multiplicação de pães e peixes
feita por Jesus.

Cura: Esse era um dom tão comum na Igreja Primitiva que foi separado por
Paulo do dom de poder para operar milagres, podemos ver alguns exemplos nas
seguintes passagens: Mt 4.23; 10.1; Lc 10.8; At 5.15, Tg 5.14.

Discernimento de Espíritos: Capacidade de conhecer a origem da atividade


espiritual que está operando em, ou por meio de uma pessoa ou organização. É
poder de distinguir entre as operações DO ESPÍRITO SANTO e as operações DE
ESPÍRITOS MALIGNOS E ENGANADORES (1 Timóteo 4.1/ 1 João 4.1).

Variedade de Línguas e Interpretação de Línguas: É uma linguagem de oração e


é a porta de entrada para uma vida intensa no Espírito Santo.

“...o que fala em línguas edifica-se a si mesmo” (1 Coríntios 14.4).

• Edificação significa CRESCIMENTO; fala de construir algo mais sobre o alicerce


da fé em Jesus.

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“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais,


principalmente o dom de profecia. Pois quem fala em língua não fala aos
homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios.
Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos
homens. Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica
a igreja. Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que
profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser
que as interprete, para que a igreja seja edificada”. (1 Coríntios 14.1-5)

O que podemos extrair desse ensino de Paulo?

1. ORAÇÃO EM LÍNGUAS: o falar em línguas é uma linguagem de oração. Um


falar seu pessoal com Deus, para edificação pessoal.

2. PROFECIA: Deus fala aos homens. Todos entendem. Edificação coletiva.

3. INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS: Línguas com interpretação é profecia para a


igreja. É a língua estranha interpretada para quem a ouve.

Ainda existe a manifestação da variedade de línguas como SINAL AOS


INCRÉDULOS, que é o que visualizamos em Atos 2:

“Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De


repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a
casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se
separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.
Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do
mundo. Ouvindo-se este som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois
cada um os ouvia falar em sua própria língua. Atônitos e maravilhados, eles
perguntavam: ‘Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando?
Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna?
Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia,
Ponto e da província da Ásia, Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia
próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao
judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus
em nossa própria língua!’” (Atos 2:1-11)

Essa manifestação do Espírito como sinal aos incrédulos tende a ocorrer em


grandes conferências ou outros locais em que há pessoas de diferentes
nacionalidades e idiomas.

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CAPÍTULO 3 – O EXERCÍCIO DOS DONS NOS CULTOS PÚBLICOS E NAS CÉLULAS

Vemos, na carta de Paulo aos coríntios, uma grande quantidade de informações


a respeito do exercício dos dons dentro das Celebrações (1 Coríntios 14).
Traremos esses ensinamentos aplicados pelo apóstolo na Igreja de Corinto a
respeito dos dons espirituais para a realidade das nossas Celebrações e Células.

ORIENTAÇÕES SOBRE ORAR EM LÍNGUAS

A oração em línguas é para edificação pessoal do cristão (1 Coríntios 14.4). O


apóstolo nos orienta que se alguém fala em línguas e não há intérprete (se trata
de oração e não de variedade de línguas), fale consigo mesmo e com Deus (1
Coríntios 14.28). Paulo deixa essa orientação por conta dos incrédulos, para que
eles não tenham os cristãos como loucos ao entrarem em uma Comunidade de
fé cristã (1 Coríntios 14.23). Por isso não oramos em línguas em tom alto se não
houver interpretação. O mesmo princípio vale para as Células. É importante
salientar que a prática de falar em línguas (sem interpretação) coletivamente só
é vetada pelo apóstolo quando há indoutos, incrédulos presentes.

ORIENTAÇÕES SOBRE PROFECIAS E VARIEDADE DE LÍNGUAS COM


INTERPRETAÇÃO
O propósito desses dons, quando manifestos em Celebrações e Células, é a
edificação, exortação e/ou consolação coletiva, pois, como está sendo expresso
em público é importante que todos sejam edificados, consolados e/ou exortados
(1 Coríntios 14.2-5).

Paulo orienta que esses dons sejam derramados sobre a Igreja (1 Coríntios 14.5)
porque, além de trazer bênçãos coletivas para os fiéis, também ministra a vida
dos não crentes, fazendo-os convencidos da existência e da manifestação de
Deus, levando-os ao arrependimento seguido de adoração a Deus (1 Coríntios
14.24-25). Todas as nossas movimentações a respeito dos dons devem ser feitas
de maneira decente e com ordem (1 Coríntios 14.39-40).

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EMICP – DONS MINISTERIAIS E DONS ESPIRITUAIS

COM QUE MOTIVAÇÃO DEVEMOS BUSCAR OS DONS?

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei
como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom
de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé
capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê
aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas
não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso.
Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus
interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com
a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas
cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte
profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito
desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como
menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás
as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em
espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então,
conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles,
porém, é o amor.” (1 Coríntios 13:1-13)

A agenda de Jesus era pautada no amor. Nossa principal motivação para buscar
os dons deve ser servir ao corpo de Cristo, alcançar os incrédulos e manifestar o
Reino de Deus. Jamais por glória própria ou status, até porque fluir nos dons não
nos faz pessoas mais espirituais se nosso caráter não sustentar a unção. O fruto
do Espírito (Gálatas 5.22) precisa ser desenvolvido em nós todos os dias, isso sim
nos faz pessoas mais parecidas com Jesus, que naturalmente buscam fluir nos
dons.

CONCLUSÃO
Em que nossa matéria nos ajuda a cumprir com a visão da expansão do Reino
em nosso estado? Temos uma grande missão, norteada por uma grande visão e,
para que nós cumpramos tudo o que Deus tem planejado para nós, precisamos
fluir cada vez mais nos dons espirituais manifestando, aos de dentro e aos de
fora, as maravilhas do Reino vindouro. Só existe uma forma de conquistarmos as

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EMICP – DONS MINISTERIAIS E DONS ESPIRITUAIS

almas e é por meio dos dons que Ele nos concedeu. O Espírito distribui os dons
espirituais a cada pessoa, segundo a vontade dele para a promoção do bem e da
edificação da igreja.

“Assim acontece com vocês. Visto que estão ansiosos por terem dons espirituais,
procurem crescer naqueles que trazem a edificação para a igreja” (1Co 14.12).

“Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é
muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu
permaneça no corpo. Convencido disso, sei que vou permanecer e continuar com
todos vocês, para o seu progresso e alegria na fé” (Fl 1.23-25).

O sinal da operação do Espírito Santo é o engrandecimento de Cristo e não das


pessoas. A manifestação dos dons do Espírito Santo é a chave para as cidades
pecadoras do mundo (Mateus 11.20-24). Se houver um exército de santos,
cheios do Espírito Santo, levando o poder de Deus para as circunstâncias
impossíveis, as cidades se arrependerão.

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