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OBALUAYÊ E NANÃ – TRONO DA EVOLUÇÃO

Obaluaye – Pólo Positivo - Universal


Obaluayê é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da Linha da Evolução,
que é a sexta Linha de Umbanda. É o Trono Masculino da Evolução, que representa e irradia a Vibração
Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e elementos da Criação.
Como Orixá Universal, Obaluayê irradia, o tempo todo, Sagradas Energias que nos fazem dar
um passo à frente; inclusive transmutando ou modificando de forma positiva todo e qualquer
sentimento, pensamento ou energia contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz
violeta, essencialmente transmutadora, a freqüência mais alta de todas as cores do arco-íris. Por trás da
simplicidade com que o Divino Pai Se manifesta entre nós, está presente “a chama violeta”, preciosa e
Divina.
Muito associam Obaluayê apenas à idéia do Orixá Curador, “o Médico Sagrado da Umbanda”,
que Ele realmente é. Mas Obaluayê representa mais que isto: Ele é o Senhor das Passagens de um plano
para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito
para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono Divino que
cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos Fatores
Transmutador e Evolucionista.
O Fator Transmutador de Pai Obaluayê tem por função transmutar não apenas uma situação
particular da nossa vida, como também a de transmutar a ação dos outros Fatores: é a Transmutação
Divina atuante em toda a Criação. Transmutar significa transformar o negativo em positivo. Já o seu
Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por função criar as condições necessárias para a evolução dos
seres, correspondendo, portanto, à Presença da Evolução atuante na Criação.
Na Umbanda, Obaluayê é geralmente sincretizado com São Roque e com São Lázaro. Em
poucas regiões do país seu sincretismo é com São Sebastião.
São Roque, celebrado em 16 de agosto, é o santo católico protetor contra a peste e também o
padroeiro dos inválidos e dos cirurgiões. Sua imagem mostra que tem ferimentos nas pernas; ao seu
lado aparece um cachorro. Por sua vez, São Lázaro é um santo católico muito invocado para a cura de
dores morais e físicas, sendo festejado em 17 de dezembro. Sua imagem mostra o santo coberto de
feridas e um cachorro que lambe essas feridas. Observa-se que o cachorro, que aparece ao lado dos dois
santos, é um animal que também entra no Mistério de Obaluayê e de Omolu.
O nome Obaluayê significa: “o Rei e Senhor da Terra” (Oba=Rei; Lu= Senhor; Ayê= Terra).
Obaluayê é o Rei e Senhor do elemento terra e da matéria ou do mundo material. É conhecido como o
Rei das Almas do Ayê, o Senhor das Almas.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos Essenciais que formam a Coroa Divina Regente do
nosso planeta. Na Umbanda, ele projeta a Linha da Evolução, que é regida por Obaluayê (Orixá
Masculino e Universal) e Nanã (Orixá Feminino e Cósmico).
Obaluayê e Nanã são Orixás que cuidam das passagens dos estágios evolutivos de todos os
seres e elementos. Dão a sustentação energética Divina para que alcancemos o próximo passo do
caminho evolutivo, para a subida dos degraus do caminho da evolução. Eles nos encaminham para dar o
passo à frente e deixar para trás o que não serve mais para a nossa vida, despertando em nosso íntimo o
desapego, a perseverança, a humildade, a paciência, a sabedoria adquirida com a experiência etc. Por
isso, Obaluayê e Nanã regem o Mistério Ancião, dentro do qual trabalham os Pretos Velhos. O Mistério
Ancião também está ligado aos Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, envolvendo as noções de Espaço-Tempo.
Este Mistério de Deus está voltado para a estrutura daqueles que se manifestam como “Velhinhos”-
trazendo Sabedoria, Paciência, Experiência, Vivência, ausência de ansiedade diante do tempo e tudo o
que representa a libertação pelo conhecimento verdadeiro, um conhecimento adquirido e posto na
prática, trazendo a Sabedoria. O “Velho” (curvado, com o caminhar lento etc.) é o arquétipo daquele
que passou pelas eras e se estabilizou no tempo, carregando Conhecimento e Sabedoria. O “Velho” é
aquele que nos faz acreditar, que nos emociona e que nos convence porque toca lá dentro da nossa

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alma. Quem nunca se emocionou diante da Simplicidade, da Humildade e do extremado Amor de um


Preto Velho? Quantas vezes “o olhar” de um Preto Velho transformou vidas, trouxe esperança,
abrandou corações? Os Pretos Velhos carregam justamente o magnetismo da Sabedoria, da Humildade
e da Bondade, com o poder transformador das Energias que lhes são características e que provêm das
Irradiações do Sagrado Trono da Evolução.
Evoluir é sair de um nível de consciência e alcançar outro, alcançar outra realidade. Evoluir é
fazer uma passagem de uma condição para outra condição melhor. Obaluayê é o Orixá que nos ajuda a
fazer a passagem, já que passagem é aqui sinônimo de evolução. O maior simbolismo de passagem é o
desencarne, a passagem do mundo material para o mundo espiritual. Logo, o campo santo ou cemitério
é um lugar sagrado, é o sítio sagrado de Obaluayê, assim como de Nanã Buroquê e de Omolu. O
cemitério é “a casa de Obaluayê”, para onde todos nós iremos um dia. Precisamos aprender a enxergar
o cemitério como lugar sagrado, aprender a ver a Presença de Deus e de Obaluayê naquele lugar
sagrado que está destinado a receber nossos restos mortais, afastando idéias de medo e temor, que não
se justificam mais nos tempos de agora.
Os pontos de força de Pai Obaluayê são o cemitério (a calunga pequena) e o mar, este chamado
também de calunga grande (porque nele eram jogados os corpos dos escravos mortos nas viagens
forçadas da África para o Novo Mundo).
No processo da reencarnação, é também marcante a Presença de Pai Obaluayê e de Mãe Nanã.
A reencarnação é a passagem do ser do plano espiritual para a realidade material.
O Mistério Obaluayê reduz o corpo plasmático do espírito ao tamanho do corpo carnal alojado
no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu novo corpo
carnal, já formado. O Divino Pai Obaluayê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo
(feto). E Mãe Nanã decanta o mental dos espíritos que irão reencarnar, apagando a memória das suas
encarnações anteriores, para que possam recomeçar de forma proveitosa.
Obaluayê é associado à Sabedoria, à Maturidade e à Ponderação, bem como aos planetas
Saturno e Júpiter.
Seu número é o quatro, que representa: o mundo material; os 4 pontos cardeais; os 4
elementos; o Alto/Embaixo/Direita/Esquerda; o quadrado. Simboliza a concretização do Divino no plano
material.
Seu primeiro elemento é a terra e o 2º elemento é a água.
Obaluayê e Nanã são Orixás que atuam magneticamente nos elementos terra e água. Obaluayê
é ativo no elemento terra e passivo no elemento água. É um Orixá terra/água. Inversamente, e como
seu par complementar, Mãe Nanã é ativa no elemento água e passiva no elemento terra. Ela é um Orixá
água/terra.
Obaluayê é o Médico dos pobres e o Senhor dos cemitérios. Usa o azê (capacete de palha da
costa) ou o filah (capuz de palha da costa) e carrega na mão o xaxará (feixe de fibra de palmeira,
enfeitado com búzios).
Seu dia é a segunda-feira.
Sua comida de axé é o doburu ou deburu, feito com pipocas sem sal, cobertas com fatias bem
finas de coco e regadas com mel.
A pipoca representa o axé de Obaluayê, porque ela é “o milho que evoluiu ao se permitir
transformar pela ação do fogo”. Fazendo uma comparação: quando nós aceitamos nos transformar
perante as dificuldades, então conseguimos evoluir, sob o amparo de Obaluayê. E o milho que não
estoura? Este é chamado de piruá, sendo comparado aos seres “de cabeça dura”, de mente fechada,
que não aceitam transformar-se diante dos desafios da vida e resistem em se preparar para isso...
Costuma-se dizer que as pipocas são “as flores” deste Sagrado Orixá.

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Divindades assemelhadas
Caronte- Divindade grega- O barqueiro velho que atravessava o rio Aqueronte, pelo qual os
mortos tinham de passar para chegar ao mundo subterrâneo. Todos precisavam pagar pela viagem e
por isso os gregos colocavam uma moeda na boca de seus mortos.
Osíris- Divindade egípcia- Venceu a morte e se tornou rei no mundo dos mortos. Quando
morriam, os faraós eram vestidos de Osíris, para contar com sua proteção.
Taliesin- Divindade celta- O Ancião, Senhor da sabedoria, da transmutação, da evolução e da
magia.
Enki- A mais antiga Divindade sumeriana- O Senhor da Terra; é filho de Namur, a velha Mãe
água. Deus da sabedoria e do renascer pelas águas; podia trazer os mortos à vida; tinha toda a fonte do
conhecimento mágico da vida e da imortalidade.
Dumuzzi- Divindade sumeriana- Guardião do Portal dos céus de Anu. Passa metade do ano no
mundo subterrâneo.
Ninazu- Divindade babilônica- Filho de Enlil e Ninlil, foi concebido depois que ambosdesceram
ao mundo subterrâneo. Deus da cura, da mágica e dos encantamentos.
Mimir- Divindade nórdica. Sábio enviado para fazer a paz entre os Aesir e os Vanir, é morto
pelos últimos. Odin coloca sua cabeça junto a uma fonte, que fica conhecida como Fonte de Mimir. Odin
bebe dessa fonte para adquirir sabedoria.
Shou Lao- Divindade chinesa- Seu nome significa “estrela da vida longa”. Aparece como um
velho cansado; traz a longevidade e carrega um pêssego que simboliza a imortalidade.
Gotsitemo- Divindade japonesa invocada para curar moléstias.
(Fonte: O livro “Deus, “Deuses” e Divindades”, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004.)
Características dos filhos de Obaluayê
No positivo, os filhos de Obaluayê são cordiais, corteses, falantes, criativos, elegantes e
generosos. Apreciam a boa mesa, as bebidas suaves, as festas, as roupas elegantes, as viagens e
reuniões animadas e companhias interessantes. Gostam de ser o centro das atenções. Não apreciam a
monotonia, o silêncio, a solidão, as companhias tolas ou inconseqüentes e o trabalho repetitivo ou em
ambientes fechados.
Os filhos de Obaluayê são pessoas que ocultam sua individualidade sob uma máscara de
austeridade. Apresentam pouco brilho em seus rostos e um semblante sério, com raros momentos de
descontração. Parecem carregar todo o sofrimento do mundo.
Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas. São capazes de se consagrar ao bem-
estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades.
Por isso, têm muita afinidade com profissões ligadas à área da saúde.
Têm dificuldade em se relacionar, pois são muito fechados e de pouca conversa.
Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, isto é, por figuras
extrovertidas e sensuais. Gostam de ver o ser amado brilhar, embora sintam uma espécie de inveja do
seu jeito extrovertido, coisa que para eles é difícil.
Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Não são de levar desaforos para casa e nem
de falar pelas costas. Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.
A solidão é muito peculiar a essas pessoas, devido à sua própria personalidade.
São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos. Muito independentes,
têm a necessidade de crescer por suas próprias forças e recursos.
Não costumam sentir medo da morte, pois têm a convicção íntima de que ela é apenas uma
renovação.
Uma característica negativa que pode aparecer nos filhos de Obaluayê é o masoquismo: não se
sentem satisfeitos quando a vida corre tranquila, precisam mostrar seu sofrimento e às vezes exageram

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nesse tipo de comportamento. Podem atingir situações materiais invejáveis e, um belo dia, rejeitar
todas essas vantagens em virtude de escrúpulos imaginários.
Oferenda: Velas brancas e violetas e ou bicolores branco/preto; vinho rosê licoroso, água
potável, água de coco, mel; uma porção de pipocas estouradas na areia ou em azeite de oliva virgem;
coco seco fatiado e coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos brancos ou de cor lilás.
Montagem: Cobrir o solo com as pipocas, no formato de uma cruz, e sobre ela dispor o coco fatiado
coberto com mel e pipocas. Em torno, despejar os líquidos. Circular com as flores. Firmar as velas,
fechando com elas toda a oferenda.
Local da oferenda: No cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
Quando oferendar: Em toda situação na qual precisemos superar uma grande dificuldade, para
alcançar uma condição melhor. Exemplos: para atravessar uma doença de difícil tratamento; para obter
a cura de males físicos e morais; para enfrentar e superar vícios; para superar pensamentos,
sentimentos e emoções negativos que se repetem; para recuperar autoestima e autoconfiança; para
superar qualquer atuação negativa que esteja nos atingindo (magias negativas, projeções mentais
negativas etc.). Pedir ao Divino Obaluayê que nos dê sabedoria, paciência e tranquilidade para enfrentar
e superar aquela condição negativa e assim alcançarmos um estágio mais favorável, evoluindo até
chegar à cura. A cura é sempre um processo interno, pois depende primeiro que o indivíduo se disponha
intimamente a modificar suas reações aos problemas externos, para então conseguir superá-los
definitivamente.
Amaci: Água de fonte, rio ou lago, com folhas de louro e manjericão maceradas e curtidas por
três dias.
Cozinha ritualística:
1- Arroz branco ligeiramente cozido e coberto com pipocas feitas no azeite de oliva. Cobrir o
arroz com a pipoca. Enfeitar com fatias de pão integral (ou de pão preto) regadas com azeite de oliva,
cuidadosamente cortadas em forma de cruz.
2-Milho de pipoca estourado numa panela com areia. Depois de peneirar a areia, essa pipoca é
colocada num alguidar ou tigela (de louça branca ou de barro) e enfeitada com uma bisteca de porco
passada no dendê e com pedacinhos de coco. Também se usa colocar apenas tirinhas de coco sobre a
pipoca.
3-Costela de porco com fava branca: Cozinhar ligeiramente meio quilo de costela de porco.
Refogar no dendê, com 1 cebola roxa picadinha, e reservar.
Em separado, cozinhar por alguns minutos meio quilo de fava branca e escorrer a água.
Aquecer um pouquinho de azeite de dendê e nele passar ligeiramente a fava.
Colocar a fava numa vasilha de louça branca ou então num alguidar forrado com folhas de
taioba ou folhas de mostarda. Sobre a fava, colocar a costela de porco.
4- Purê de mandioca com feijão preto: Cozinhar a mandioca, amassar e preparar o purê:
refogar no azeite de oliva 1 cebola picada (branca ou roxa), colocar a mandioca, uma pitada de sal e um
pouco de leite, mexendo até dar o ponto.
Em separado, cozinhar ligeiramente o feijão preto e escorrer a água. Refogar em azeite de oliva
com cebola picada e uma pitada de sal.
Forrar uma louça branca ou um alguidar com folhas frescas de sálvia e por cima colocar: na
metade do vasilhame, o purê de mandioca; na outra metade, o feijão. (Fica um prato “branco e preto”.)
5- Estourar pipocas no azeite de oliva consagrado e com elas formar quatro fios de pipoca
(enfiando-as em pedaços de linha branca ou violeta). Dispor os fios de pipoca em forma de cruz e
rodear com crisântemos brancos. Aspergir água de coco em torno (colocar um pouco de água de coco
na boca e ir “soprando”, para que ela vá caindo em volta da cruz).
Alguns Caboclos de Obaluayê: Caboclo Beira-Mar (regência de Yemanjá e Obaluayê), Caboclo
Guiné (Oxóssi/Obaluayê), Caboclo Arruda (Oxóssi/Obaluayê).

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Também os Caboclos Velhos ou Pajés Curadores. Alguns deles: Caboclo Pena Branca Velho
(Oxalá/Obaluayê), Caboclo Tupinambá Velho (Oxalá/Obaluayê) etc.
Alguns Exus de Obaluayê: Exu das Almas, Exu Caveira (Omulu/Obaluayê), Exu Bananeira, Exu
Molambo, Exu Porteira, Exu Sete Porteiras, Exu do Lodo (de Obaluayê,Yemanjá e Nanã).

TRONO Masculino da Evolução

Linha Linha da Evolução (6ª. Linha de Umbanda)

Fator Transmutador (Fator Puro) e Evolucionista (Fator Misto)

Sentido/Essência Evolução/Transmutação

Elemento Terra (1º. Elemento) e água (2º. Elemento)

Polariza com Nanã

Cor Branco, violeta, prateado, bicolor branco/preto

Fio de Contas Contas brancas e pretas; ou de contas brancas com listras pretas; ou de
contas brancas e vermelhas entremeadas de búzios

Ferramentas O xaxará (espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com


búzios); o manto e o capuz de palha da costa.

Ervas Ervas quentes ou agressivas: Folhas de chorão (para decantação e limpeza);


alho desidratado ou a casca do alho (ácido consumidor); cebola desidratada
ou a casca da cebola; cipó cruz (cura espiritual de obsessores); valeriana;
garra do diabo; mamona; picão preto; fumo (tabaco). Ervas mornas ou
equilibradoras: Sálvia (equilibradora, limpeza leve, erva da sabedoria); sete
sangrias (fortalecedor, protetora e estimuladora da cura); sabugueiro
(equilibrador e poderoso curador espiritual); barba de velho; damiana;
salsaparrilha; trapoeraba; folhas de beterraba; catinga de mulata; ipê roxo;
lantana; umbaúba; arroz; velame. Fonte: Adriano Camargo.

Outras: Agoniada; alamanda; alfavaca roxa; alfazema; aroeira; babosa (ou


aloés); arrebenta-cavalo; assa-peixe; barba de milho; beldroega; camomila;
canena ou coirana; canela de velho; capixingui; carnaúba; cinco chagas; cipó
chumbo; carobinha do campo; cordão de frade; erva-moura; erva de bicho;
erva de passarinho; estoraque brasileiro (sua resina é reduzida a pó,
misturada com benjoim e utilizada em defumações pessoais, para arrancar
males); figo benjamim; folhas de bananeira; fortuna; guararema; guanxuma;
hortelã brava; hera; jamelão; jenipapo (folhas); jurubeba; levante ou
alevante; mangue vermelho (folhas); malolô ou araticum de areia; mamona

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branca; manjericão roxo; musgo; panacéia; picão da praia; piteira imperial;


quitoco; zínia.

Símbolos O cruzeiro; a cruz; o octógono (a “cruz” de oito braços, cujo desenho lembra
um asterisco); a palha da costa.

Ponto na Natureza O cemitério (a calunga pequena) e o mar (a calunga grande)

Flores Crisântemos (de cor branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas

Essências Alecrim, guiné

Pedras Turmalina negra, basalto. Dia indicado para a consagração da pedra: 2ª feira-
Hora indicada: 11 horas. A Turmalina Negra transforma campos magnéticos
negativos em positivos. Em nosso corpo, temos: do lado esquerdo, íons
negativos (carga negativa eletromagnética, o que não significa “negativo de
ruim”), é o nosso lado Yin ou receptivo (por onde recebemos influências do
Universo). Se tivermos excesso desses íons negativos, sentiremos o corpo
pesado e para ter equilíbrio podemos usar uma turmalina negra, pois ela
absorve o excesso de íons negativos e os transforma em íons positivos,
equilibrando-nos. Do lado direito do nosso corpo temos cargas positivas ou
íons positivos, é nosso lado Yang ou ativo. Um excesso de íons positivos faz a
pessoa ficar “fora do ar”. E a turmalina preta também traz equilíbrio,
absorvendo o excesso de íons positivos e transformando-os em íons
negativos, equilibrando nossa carga eletromagnética. A turmalina preta
também ajuda a tirar dores e inchaços (no joelho, por exemplo), retirando o
excesso de íons que ali se localizou. Fonte: Angélica Lisanty.

Metal e Minérios Minério - Cassiterita- Dia indicado para a consagração: sábado- Hora
indicada: 11 horas.

Metal: Chumbo

Chakra Esplênico (na altura do baço). Glândula relacionada: Pâncreas, que


desempenha um papel importante na digestão dos alimentos e na secreção
de insulina pelo organismo.

Saúde Abdomem, estômago, fígado, parte inferior das costas, sistema digestivo,
sistema nervoso central, bílis e bexiga.

Planeta Saturno e Júpiter

Dia da Semana Sábado (Umbanda) Segunda Feira (Candomblé)

Saudação Salve nosso Pai Obaluayê! Resposta: - Atotô, Obaluayê! (Significa: Silêncio, o

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Velho e Sábio chegou e deve-se fazer silêncio diante d’Ele).

Bebida Vinho rosê licoroso, água potável ou mineral, água de coco, suco de laranja
lima (também conhecida como serra d’água, é uma laranja bem docinha),
café, café com aguardente, café com canela

Animais Cachorro

Comidas Pipocas, fruta do conde, abacaxi, uva preta, coco seco, ameixa escura,
amendoim, café, carambola, mandioca, amendoim, milho verde, laranja lima
(ou serra d’água).

Números 04

Data Comemorativa 16 de agosto

Sincretismo São Roque, celebrado em 16 de agosto.

Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em 17 de dezembro.

NANÃ – Pólo Negativo - Cósmico


Nanã é a Divindade que está assentada no pólo negativo (ou absorvedor) da Linha da Evolução,
que é a sexta Linha de Umbanda, na qual polariza com Pai Obaluayê.
Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres desequilibrados que, ao receberem
suas Irradiações, se aquietam; e podem ter suas evoluções paralisadas, se necessário, até passarem por
uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.
As Irradiações de Mãe Nanã contêm duas Qualidades Divinas que nos induzem a evoluir: a
maleabilidade e a decantação. Através delas, Nanã transmuta as energias negativas e paralisantes
geradas por conceitos negativos e errôneos que os seres desenvolvem a respeito das coisas Divinas
(sentimentos, pensamentos, emoções, atos etc.), de modo a reequilibrá-los e então reconduzi-los a um
caminho de evolução. Nanã manifesta essas duas Qualidades ao mesmo tempo e por isso dizemos que é
um Orixá Cósmico dual.
A primeira Qualidade de Nanã (maleabilidade) vai desfazendo o que está paralisado ou
petrificado nos seres, dando-lhes maleabilidade. Quanto o ser estaciona num padrão vibratório negativo
(pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele se
petrifica, fica impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe
Nanã, para readquirir maleabilidade.
E a segunda Qualidade de Mãe Nanã (decantação) vai decantando os seres dos seus vícios,
desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias desequilibradas.
Isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”. O seu primeiro elemento de atuação é a
água e o segundo é a terra. O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido (“amolece”,
torna permeável, permite adquirir e absorver outros valores). Então, a terra se junta à água, formando
“um barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo
que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado no ser, ele poderá
recomeçar sua evolução.
Mãe Nanã atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e cujo
emocional está desequilibrado. Ela os atrai magneticamente, para operar o processo de: a) dar
maleabilidade àqueles seres- quebrando seus vícios e desfazendo suas resistências e negatividades;

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também “amolecendo” e dissolvendo os medos ou bloqueios inexplicáveis, de fundo inconsciente, e as


memórias traumáticas do ser; b) decantar todo esse negativismo- que vai se soltando, e vai se depositar
no fundo “do barro” (encontro dos elementos água e terra, que constituem Seus domínios); c) e,
finalmente, dar estabilidade ao que ficou de positivo em todo este processo, para que o ser retome sua
evolução de forma equilibrada, aqui o entregando aos domínios de Obaluayê.
Em todas as situações, temos duas opções básicas: a) decidir trilhar o caminho do Bem,
respeitando a Ordem Divina; caso em que os Orixás Universais (irradiantes, positivos) irão “nos puxar
para cima”, potencializando os pontos fortes que já desenvolvemos e, através deles, nos ajudando a
evoluir e vencer nossas dificuldades. Neste caso, os Orixás Cósmicos nos darão amparo também,
protegendo-nos de ataques externos, magias negativas etc., uma vez que são os pares complementares
dos Universais; b) ou estacionar num caminho negativo; caso em que os Orixás Cósmicos (absorvedores,
negativos) irão nos atrair diretamente para os seus campos absorvedores de atuação, ali esgotando
nosso negativismo, até recuperarmos o equilíbrio e voltarmos ao amparo dos Universais.
Isso explica as diferentes atuações de Pai Obaluayê (Universal) e de Mãe Nanã (Cósmica), que
se complementam, na Linha da Evolução. Nanã faz com que os seres retomem sua evolução,
decantando-os de todo o negativismo, afixando-os no seu “barro” (água + terra) e deixando-os prontos
para a atuação de Obaluayê, que os irá remodelar e estabilizar, para colocá-los novamente em
movimento numa senda evolutiva.
A Energia de Nanã é Decantadora por excelência. Seu Fator Puro é o Decantador, que nos faz
evoluir. Então, o outro Fator de Nanã é o Evolutivo (Fator Misto).
Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe
Nanã. Vamos pensar num lago. Um lago tem a superfície calma, de águas tranquilas, que parecem estar
paradas. Mas ele puxa para o fundo qualquer coisa que nele seja atirada, ele decanta silenciosamente.
Assim é a Energia de Nanã, a Mais Velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe Oxum, simbolizada
pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a Energia da Mãe Jovem.
Diferente também de Yemanjá, a Grande Mãe, simbolizada pela imensidão do mar. Todas Elas
lidam com as nossas emoções, porque a água está relacionada ao emocional. E Nanã representa a
calmaria, a decantação das nossas emoções e sentimentos; motivo pelo qual Ela também pode nos
curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional (raiva, inquietação, impaciência, ansiedade,
nervosismo, ciúme, inveja etc.). Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã
nos acalma e nos transforma. Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras
palavras: evoluímos.
Como portadora dessas Qualidades, Nanã também é o Mistério de DEUS que atua sobre o
espírito que vai reencarnar.
No processo da reencarnação, o Orixá Nanã dilui todos os acúmulos energéticos daquele ser e
decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos. Em consequência, Ela adormece (“apaga”) a
memória daquele espírito. E quando o espírito adormece em sua memória, entra a atuação de Pai
Obaluayê, que é o Regente desse Mistério, para reduzi-lo ao tamanho do feto que está no útero da mãe,
aonde o espírito irá se alojar para renascer; e, ao renascer, não se lembrará de nada do que vivenciou
anteriormente.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o
raciocínio, Ela adormece os conhecimentos do espírito, para que não interfiram com o destino traçado
para a sua nova encarnação. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, período no qual a
pessoa começa a se esquecer de coisas que vivenciou na atual encarnação.
Mãe Nanã rege também sobre a maturidade. Em outra linha da vida, encontramos
sua atuação na menopausa. No inicio desta linha está Oxum, estimulando a sexualidade
feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a
sexualidade quanto a geração de filhos. Mas esta paralisação nada tem de negativo, pois faz parte do
processo natural da vida e ainda facilita a canalização daquelas energias (antes concentradas na função
procriadora) para outros campos e horizontes.
Nanã, em seus aspectos positivos, forma pares com os outros treze Orixás, sem nunca perder
suas qualidades “água-terra”. Ela favorece a Evolução em todos os Sentidos da vida.
Nanã é “a mais velha das Mães”, é nosso aconchego, é a experiência, a sabedoria, a paciência, é
nossa Divina “Avozinha”. Daí o seu sincretismo com Nossa Senhora de Santana, a santa católica que foi a
avó de Jesus.
Mãe Nanã é associada aos planetas Saturno e Vênus e também aos números 06 e 13.

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OBALUAYÊ E NANÃ – TRONO DA EVOLUÇÃO

Divindades assemelhadas
Perséfone- Divindade grega casada com Hades, que se tornou a rainha do mundo
subterrâneo. Seus movimentos refletiam as estações do ano.
Maia- Divindade grega. Mãe de Hermes e avó de Pã. Divindade de culto tão antigo que é
considerada pré-helênica. Anciã de grande sabedoria e Senhora da noite.
Hécate- Divindade grega considerada Senhora dos mortos e da noite, tinha o dom de proteger
contra os maus espíritos.
Shitala- Divindade hindu feminina da varíola, ligada, portanto, às doenças e à cura.
Hell- Divindade nórdica da região dos mortos. Antiga deusa da terra. Aparecia com partes do
corpo infectadas por doenças.
Cerridwen- Divindade celta. Senhora da noite e a magia. Traz o arquétipo da velha senhora
detentora da sabedoria antiga, que possui o caldeirão mágico onde decanta suas poções.
Ereshkigal- Divindade sumeriana e babilônica. “Rainha da grande terra”, “Rainha da Terra”. Avó
de Inanna em alguns mitos e sua irmã, em outros. Deusa dos mortos, do Mundo Subterrâneo.
Befana- Antiga Divindade da região itálica. Representa a anciã que trazia presentes para as
crianças e espantava os espíritos do mal.
Baba Yaga- Divindade eslava. Anciã, enorme velha com cabelos desgrenhados. Construía sua
casa com os ossos dos mortos. Viajava montada em um socador de grãos. Destruidora do que é
superficial.
Madder-akka- Divindade finlandesa. “A velha”, padroeira dos partos e das almas das crianças
até que elas estivessem prontas para encarnar.
Cailleach- Divindade celta. Pouco conhecida, trazia as doenças, a velhice e a morte. É uma velha
senhora ou velha bruxa. Guardiã do portal que leva aos períodos de escuridão do ano, ela é também a
Divindade evocada perante a morte e a transformação.
(Fonte: O livro “Deus, “Deuses” e Orixás”, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004.)

Características dos filhos de Nanã


No positivo, os filhos de Nanã são pessoas extremamente calmas. No modo de agir, e até
fisicamente, aparentam mais idade. São lentas no cumprimento das suas tarefas, parecem ter a
eternidade à sua frente. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. Gostam de crianças e as
educam com excesso de doçura e mansidão, assim como fazem as avós.
São bondosos, decididos, simpáticos, mas principalmente respeitáveis. Agem com segurança e
majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no
caminho da sabedoria e da justiça.
O tipo psicológico dos filhos de Nanã é introvertido e calmo, temperamento severo
e austero. Podem até ser um tanto rabugentos, motivo pelo qual às vezes são mais temidos do
que amados.
As pessoas que têm Nanã como Orixá de cabeça podem lembrar principalmente a figura da
avó: carinhosa, às vezes até em excesso; levam o conceito de mãe ao exagero. Mas também podem ser
ranzinzas e preocupadas com detalhes, inclinando-se a censurar os outros. Não têm muito senso de
humor e tendem a valorizar demais pequenos incidentes e a transformar pequenos problemas em
grandes dramas. Ao mesmo tempo, têm uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como
se fossem muito mais velhas. Por isso, têm uma habilidade natural para perdoar aos que erram e para
consolar quem está sofrendo. Voltados para a comunidade, sempre tentam realizar as vontades e
necessidades dos outros. Porém, exigem a atenção e o respeito que julgam devidos, quando não os
recebem das pessoas à sua volta.
Os filhos de Nanã são um pouco mais conservadores do que o restante da sociedade. Parecem
desejar um mundo previsível, estável ou até voltado para trás; reclamam dos novos costumes, da nova
moralidade etc. Muito compenetrados e responsáveis, não conseguem entender como algumas pessoas
cometem enganos triviais ou como adotam comportamentos e atitudes que lhes parecem
evidentemente inadequados. Assim, têm dificuldade em compreender direito as opiniões alheias e em
aceitar que nem todos pensem como eles.
No negativo, os filhos de Nanã podem ser teimosos e ranzinzas, daquelas pessoas que adiam
muito uma decisão, ou que guardam por longo tempo um rancor.

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Podem apresentar precocemente problemas de idade, como a tendência a viver no passado,


de recordações. Fisicamente, tendem a apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações
em geral.
A filha de Nanã pode ter uma aparência que, no seu modo de pensar, não tem maiores
atrativos. Isso tende a fazê-la sentir medo de amar, de ser abandonada e sofrer, por não confiar na
própria sexualidade; então, irá dedicar sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.

Oferenda: Velas brancas, lilases e cor-de-rosa; champanhe rosado; calda de ameixa ou de figo;
soda limonada; melancia, uva, figo, ameixa e melão; folha de bananeira para forrar o solo. Lavar e secar
a folha de bananeira. Umedecer um tufo de algodão em azeite de oliva (de preferência, já consagrado) e
untar a folha de bananeira já limpa. Dispor as frutas no centro da folha. Circular com as bebidas,
despejando-as diretamente no solo. Firmar as velas rodeando toda a oferenda.
Local para a oferenda: À beira de um lago ou mangue.
Quando oferendar: Para aprender a agir com paciência, sabedoria e perseverança diante de
obstáculos; para a cura de males físicos, morais e espirituais; para superar vícios e padrões negativos de
sentimentos, pensamentos e emoções; para vencer bloqueios internos (fobias, medos injustificáveis);
para superar lembranças traumáticas ligadas a experiências da encarnação atual; para nos
desapegarmos do passado (em todos os sentidos e aspectos), a fim de nos situarmos no presente,
aceitando a vida como ela se apresenta no momento, mas sempre trabalhando por melhorar aquilo que
podemos melhorar (interna e externamente). Em pedidos de proteção para a família, os filhos, as
crianças em geral, as gestações difíceis e os partos. Em todas as situações em que nos deparamos com
dificuldades para seguir um caminho de evolução.
Amaci:
1- Água de rio ou de lago com crisântemos e guiné, macerados e curtidos por três dias.
2- Orientações de Adriano Camargo- Ervas que podemos usar para um bom Amaci de Mãe
Nanã: Folhas de chorão ou salgueiro, folhas de assa-peixe, arnica, melão de São Caetano, alfavaca,
trapoeraba (ou coração roxo) e flores de cor lilás.
As ervas escolhidas (se a pessoa não usar todas as indicadas) deverão ser lavadas e secadas,
para depois serem quinadas (picadas com as mãos), maceradas e curtidas em água mineral (ou de rio ou
de lago), junto com as flores, por três dias.
Cozinha ritualística
1-Feijão preto com purê de batata doce roxa: Cozinhar por uns 15 minutos o feijão e escorrer a
água, para então refogá-lo em dendê e cebola roxa picada. Reservar. Em separado, cozinhar a batata
doce, amassar e fazer o purê, adicionando um pouco de leite de coco e de mel. Colocar o feijão num
alguidar forrado com folhas de bananeira (ou de taioba ou de mostarda). Em volta, colocar o purê e
decorar com tirinhas de coco.
2-Quirela: Meio quilo de quirela branca (milho quebradinho) cozida. Escorrer a água. Refogar
no azeite de oliva 1 cebola roxa e, em seguida, juntar a quirela. Colocar num prato ou num alguidar
forrado com folhas de mostarda ou de taioba. Cobrir com coco ralado e flores de cor lilás.
3-Canjica branca cozida em leite de coco e açúcar (mugunzá). Oferendar sobre folha de
bananeira regada com mel. Polvilhar a canjica com canela (ou colocar sobre ela pedacinhos de canela, se
não quiser usar canela em pó). Enfeitar com coco ralado, uvas brancas e uvas escuras.
4-Arroz branco com folhas de taioba (ou de mostarda ou de espinafre). Passar muito
rapidamente a verdura em azeite de oliva e uma pitada de sal. Desligar o fogo e tampar a panela. Em
separado, cozinhar um pouco de arroz branco e colocar num alguidar forrado com folhas de beterraba.
Deixar um buraco no meio do arroz e ali colocar a verdura. Enfeitar com beterraba cortada em fatias
finas (rodeando a borda do alguidar).
5-Berinjela com inhame- Cortar a berinjela em quatro, na vertical, e aferventar. Em separado,
cozinhar ligeiramente um inhame cortado em rodelas e com a casca. Cozinhar tudo apenas em água.
Colocar num alguidar forrado com folhas de berinjela e regar com mel.
6-Sarapatel- Lavar bem os miúdos de porco e depois passá-los em água e limão. Cortar em
pedaços pequenos e temperar com coentro, louro, cravos da índia, caldo de limão e sal. Cozinhar.
Quando estiver macio, juntar sangue de porco e ferver. Servir num alguidar, sobre uma porção de arroz
branco. Polvilhar com farinha de mandioca e azeite de oliva.

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7-Paçoca de amendoim- Amendoins torrados e moídos, misturados com farinha de mandioca


crua, açúcar e uma pitada de sal. Colocar num alguidar forrado com folhas de bananeira (ou outra erva
de Nanã).
8-Aberum- Milho torrado e pilado ou moído, do qual se faz um fubá, acrescentando-se açúcar
ou mel. Colocar sobre folha de bananeira untada com azeite de oliva
Alguns Caboclos de Nanã: Caboclo Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Caboclo dos Lagos, Caboclo
Pedra Roxa (Oxalá/Nanã), Caboclo do Mangue, Caboclo Arco-Íris (todos os Orixás), Caboclo da Lagoa,
Caboclo 7 Lagoas (de Oxalá e Nanã), Caboclo 7 Lagos (Oxalá/Nanã).

Alguns Exus de Nanã: Exu do Lodo (de Obaluayê, Iemanjá e Nanã), Exu 7 Lagoas (Oxalá/Nanã),
Exu do Lago, Exu do Poço, Exu Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Exu da Pedra Roxa (Oxalá e Nanã), Exu dos
7 Lagos (de Oxalá e Nanã).

TRONO Feminino da Evolução

Linha Evolução (6ª Linha de Umbanda)

Fatores Decantador (Fator Puro) e Evolucionista (Fator Misto).


O Fator Decantador tem por função decantar as energias
emitidas pelos outros Fatores, ou mesmo decantá-los de um
lugar onde estão concentrados e recolhê-los em si mesmos,
anulando-os.
O Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por função criar as
condições para a evolução dos seres.

Sentido/Essência Evolução/Decantação/Transmutação

Elemento Primeiro elemento: água.


Segundo elemento: terra.

Polariza com Obaluayê

Cor Lilás (voltada para o Sentido da Evolução, tem a função de


trazer carinho, ternura, maturidade etc.).
Também o roxo e o rosa.

Fio de Contas Contas, firmas e miçangas de cristal lilás; ou de contas de


porcelana branca com listras roxas.

Ferramentas Bastão ou cajado curvo feito de hastes da folha da palmeira


de dendê (o Ibirí).

Ervas 1- Fonte: Adriano Camargo: a) Quentes ou agressivas: Folhas


de chorão ou salgueiro (para decantação e limpeza), arnica
(purificadora), periquito ou penicilina (purificadora de larvas
e miasmas astrais), cipó suma, pinhão roxo, peregum roxo;
b) Mornas ou equilibradoras: Assa peixe (fortalecedora e
curadora); Trapoeraba ou coração roxo (protetora e
estimuladora da mediunidade); Melão de São Caetano
(equilibrador e poderoso curador espiritual); Sete sangrias

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(regenerador astral, fortalecedor); alfavaca; alfazema; folhas


de bardana; camomila (as flores); cana do brejo; capim
rosário; confrei; erva de Santa Maria; macela; mentruz;
hibisco (flor); mulungu (casca e raiz); noz moscada.
2- Outras: Agoniada, agrião, alfavaca cravo; avenca, canela
de velho, cavalinha, cedinho, cipreste, colônia, dália
vermelho-escuro, dama da noite, erva cidreira, erva mate,
erva quaresma, erva macaé, erva de passarinho, espinafre,
eucalipto; folhas de bananeira, folhas de batata doce, folhas
de berinjela, folhas de mostarda, folhas de limoeiro, folha da
quaresma, folhas de taioba, hortênsia, ipê roxo, jaqueira,
língua de vaca, manjericão comum, manjericão roxo,
manacá, noz moscada; rosa vermelho-escuro, salsa da praia,
tuia, tradescância. (* Tradescância é um gênero de plantas
de ramagem colorida, que inclui os gerânios, as begônias e
os filodendros.)

Símbolos 1-A cruz


2-A lua minguante
3-O ibirí- um cajado feito da fibra central da folha da
palmeira de dendê. Dizem que esse cajado nasceu junto
com Nanã, na sua placenta. Representa a multidão de
eguns, que são seus filhos na terra dos homens; e Nanã o
carrega como se mimasse uma criança.
4-Os búzios- que simbolizam a morte (por estarem vazios),
mas também a fecundidade (porque lembram os órgãos
genitais femininos). De búzios são feitos os colares
chamados brajás, dois a dois, que seus filhos usam cruzados
no peito.
5-O grão- símbolo que melhor sintetiza Nanã, pois todo grão
tem de morrer para germinar. Na tradição africana, Nanã é o
Orixá que assegura uma vida saudável e com bastante força
àqueles que a respeitam; pode ajudar as mães numa
gestação difícil; mas sua principal função é garantir o grão e
“o pão” de cada dia a todos que fazem por merecer.
6-Um coração com uma cruz dentro- símbolo usado mais
modernamente e que representa o Amor e o Mistério da
Cruz atuando para a nossa Evolução. É uma alusão também
à Qualidade de Nanã como a Divina “Vovó” que é sábia,
experiente e severa, porém amorosa, ao nos encaminhar
para a evolução.

Ponto de força na Natureza Lagos, águas profundas, mangues, pântanos, cemitério.

Flores Crisântemo branco e lilás; campânula; trapoeraba; manacá


da serra; hibisco; violetas; flores do campo de cor lilás; lírio;
orquídea; narciso; begônias.

Essências Guiné; noz moscada; camomila; cravo

Pedras Ametista, fluorita lilás, rubelita, sugilita.


Dia indicado para a consagração: 4ª feira. Hora indicada: 19

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horas.

Metal e Minérios Metal: Latão ou Níquel


Minério: Prata.
Dia indicado para consagrar: 2ª feira. Hora indicada: 18
horas.

Chakra Esplênico (na altura do baço).


Glândula relacionada: Pâncreas, que desempenha um papel
importante na digestão dos alimentos e na secreção de
insulina pelo organismo.

Saúde Abdomem, estômago, fígado, parte inferior das costas,


sistema digestivo, sistema nervoso central, bílis e bexiga.
Portais de cura (cf. Adriano Camargo): Folhas de chorão,
agulhas antigas, água mineral ou de rio; velas lilases.

Dia da Semana A 6ª feira é usualmente o dia consagrado a Nanã (regência


de Vênus, planeta ao qual é associada, e que inspira o amor,
a paciência, a calma, o cuidado com a família e os filhos).
Também lhe são dedicados: a 2ª feira (regência da Lua,
ligada à água, que é o principal elemento deste Orixá); e
ainda o sábado (regência de Saturno, ao qual Ela também se
relaciona, e que está ligado à terra, que é o segundo
elemento de Mãe Nanã).

Planeta Saturno e Vênus.

Saudação Salve nossa Mãe Nanã! Resposta: “Saluba, Nanã!” (Diz-se


que é o equivalente a “Salve!”. No Candomblé, porém, esta
saudação tem este significado: “Com Nanã, nos
refugiaremos da morte”.)

Bebida Champanhe rosado; água mineral, de rio ou de lago; calda


de figo e de ameixa escura; limonada; suco de laranja lima
(ou serra d’água); sumo de guiné (macerar guiné em água
mineral ou em água de rio ou de lago, e depois coar).

Animais Galinha branca; pata branca; cabra branca; rã.

Comidas Laranja lima, figo, ameixa, melancia, uva escura, melão,


limão, fruta do conde, coco seco, banana da terra, frutas
aquosas em geral, mandioca, inhame, batata doce de casca
roxa, berinjela, arroz.

Números 06 e 13

Data Comemorativa 26 de julho

Sincretismo Nossa Senhora de Santana

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