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CURSO INTENSIVO DOS GUARDIÕES DAS SAGRADAS MEDICINAS!

XAMANISMO

O Xamanismo é uma experiência mística própria de religiões primitivas, é a mais antiga prática
espiritual, médica e filosófica da humanidade, centrada na pessoa do Xamã, que se acredita
capaz de curar e de se comunicar com os espíritos. Os seus poderes se devem à técnica do êxtase,
que consiste em poder abandonar o corpo quando em estado de transe.

O Xamã tem um papel muito importante e respeitado, ele exerce as funções de curador, mago,
sacerdote, artista, médico, exorcista, condutor de almas e contador de estórias.

Os povos que admitem o Xamanismo acreditam que a doença é provocada pela perda da alma.
Assim, o Xamã deve, primeiramente, descobrir onde se encontra a alma perdida ou sequestrada
por algum espírito do mal. Para isso, inicia uma difícil e perigosa viagem ao outro mundo, com
a finalidade de resgatar a alma e devolvê-la, saudável, ao corpo do enfermo.

O termo Xamanismo é usado pela Antropologia para designar manifestações mágico/religiosas,


em que um Xamã, por meio de estados extáticos, contato com animais de poder (seus guardiões
e auxiliares), danças e toques de tambor, consegue fazer a ponte entre o mundo dos homens e o
dos espíritos. Pode ser considerado a forma mais antiga de religiosidade, presente em todos os
continentes e é a raiz de um grande número de religiões.

Atualmente, médicos, advogados, donas de casa, psicólogos, espiritualistas, místicos,


estudantes, executivos, e pessoas das mais variadas crenças estão estudando e aplicando o
xamanismo.

A prática do xamanismo estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter
conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranquilidade, paz, profunda concentração,
estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual. Os rápidos resultados, introvisões de
profundo significado, o contato com realidades ocultas, a obtenção de autoconhecimento, a
busca do poder pessoal, contribuem para o interesse nas práticas.

ALDEIA XAMÂNICA PEDRA DA LUA


Avenida Aricanduva, 5090
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O xamã pode ser homem ou mulher. É o mago, o curandeiro, o bruxo, o médico, o terapeuta, o
conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual, etc. Ele é o explorador da consciência
humana. O praticante é levado a sair do torpor convencional, reconhecendo os seus limites, a
sua limitada visão pessoal do mundo, buscando um plano mais universal. Através de um
chamado interior ele vive um confronto existencial, que o força a sair de uma zona de conforto,
do falso brilho, da alienação, expandindo a sua consciência..

Reforçando a coragem e a determinação, o praticante mobilizado por visões, introvisões e


vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas
proporções em sua vida. O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta.
Praticar xamanismo é ir à busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por
trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado,
- acessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

A premissa básica é o reconhecimento que todos façam parte da Família Universal e que tudo
está interligado. O praticante compreende o "Espírito Essencial" que está dentro dele mesmo, na
natureza e em todos os seres. Ele sabe quem ele é, e como se relaciona com o Universo. O
reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão que o
verdadeiro poder está dentro de cada praticante, e provém do desenvolvimento de seus próprios
dons.

Hoje, no Planeta, a vibração está mais alta do que nunca. As pessoas se preocupam cada vez
mais com o autoconhecimento e fazem a si mesmo uma pergunta: "O que eu realmente devo
fazer na vida? "Nesta busca depararn-se com barreiras, seja com relacionamentos, trabalho,
saúde, carreira e etc.

O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o
indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida. Cria falta de vitalidade,
de criatividade e predispõe ao papel de vítima. A consciência se limita a fugir, a ter rnedo. A
vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro.

As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente ignorante
seja destruída. Isso se manifesta quando o ser se revela espontaneamente, o antigo modo de
viver se acaba, abrindo caminho para uma forma mais consistente e inteira.

Quando se aproxima o verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem a tona e a
pessoa entra em um processo mais rápido de transformação pessoal.

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O praticante explora a estrutura de sua própria consciência e vai compreendendo com os fatos
acontecem na sua vida, deixando de ser vítima das circunstâncias e aprendendo a lidar com os
desafios utilizando a energia de forma a caminhar na luz, no amor e na paz.

Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual, o trabalho do


xamanismo é feito com tambores, canções, meditações, instrumentos de poder, danças,
respirações, visualizações, histórias, vivências e muito amor.

A iniciação de um Xamã é um rito de passagem espontâneo similar do homem que subiu ao céu:
ficou doente ou foi abandonado, foi socorrido por um animal (ou outro ser), foi curado por este,
dele recebeu poderes, testou-os, e foi mandado embora, para os seus com os novos poderes.

Uma pessoa que deseja entender algo sobre o xamanismo precisa primeiro experenciar a sua
própria morte, e essa é uma árdua tarefa. Mas como Indra Gurung, um xamã guru do Nepal, diz,
“sem a experiência da morte, não há xamanismo”. A pessoa que não morreu alguma vez como
ser humano, que não morreu para a sua forma de pensar e para o seu conjunto de verdades, não
pode entender nada sobre a natureza do xamanismo.

O Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Êxtase

Uma primeira definição desse fenômeno complexo, e possivelmente, a menos arriscada, é


definir desta forma:

Xamanismo = Técnica do Êxtase.

Atualmente existe à disposição urn montante de obras sobre o xamanismo, algumas com
enfoque antropológico, outras com enfoque histórico, outras com enfoque ficcional e outras
ainda com um enfoque místico que poderíamos chamar de new age. É preciso deixar claro que é
o primeiro enfoque, o antropológico, que produz a maior parte do material sobre o qual os
outros enfoques se sustentam, sendo a literatura new age aquela que mais tende a distorcer este
material em benefício de ideologias do momento.

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O Xamanismo e as técnicas arcaicas do êxtase é uma das mais influentes obras até hoje sobre
xamanismo, escrita pelo historiador das religiões romeno Mircea Eliade.

"Apesar das numerosas reservas que atualmente se fazem a esta imponente obra",
aponta lucidamente Bernard S. D'Anglure, "ela permanece a melhor introdução ao xamanismo,
no tocante tanto aos temas abordados quanto à diversidade de tradições culturais descritas"
(1996). Apesar de a influência desta definição de xamanismo ter sido mais explícita nas
pesquisas de cunho histórico (cf.Sullivan,1988) e fenomenológico (cf.Ripinsky-Naxon, 1993),
ela também pode ser percebida em pesquisas antropológicas e etnográficas de outras
orientações, que mesmo quando não fazem referência direta à obra de Eliade adotam o
conceito de técnicas do êxtase para tratar das experiências xamânicas (cf.Langdon, 1992 e
1996). O motivo da ausência de referências explícitas a Eliade por parte dos antropólogos e
etnólogos é de fácil compreensão: Eliade é famoso por nunca ter pesquisado o xamanismo fora
das bibliotecas e, principalmente, por ter distorcido informações para que se encaixassem em
seu prometo purista e essencialista de descobrir "o verdadeiro xamanismo Siberiano".

No entanto como explicar a ampla influência, mesmo que anônima, de sua definição de
xamanismo como técnica do êxtase?

Falar de xamanismo é uma atividade controversa, pois a ideia de que exista um


"xamanismo" em geral independente dos "xamãs" particulares é apenas uma ficção
metodológica. Cada sociedade tem seus próprios rituais de iniciação ao xamanismo, e mesmo
dentro de uma mesma sociedade estes rituais podem variar de acordo com o caso. Além disso,
atualmente já se sabe que a palavra "xamã", apesar de designar a pessoa, não indica exatamente
uma propriedade da pessoa, mas sim uma qualidade dela, um poder que ela adquire e que ela
pode também perder; não é algo que se é, e sim algo que se tem ou que se pode. A produção de
conhecimento influencia no próprio conhecimento produzido, sintetizada no slogan "saber é
poder" e o olhar que cada antropólogo em cada época e contexto lançou a cada xamã certamente
influenciou aquilo que ele viu.

Jeremy Narby e Francis Huxley mostram isso muito bem na coletânea Shamans
Through Time: 500 Years on the Path to Knowledge:

Se há alguma coisa que mudou nos últimos cinco séculos de pesquisas sobre o
xamanismo, foi "o olhar dos pesquisadores" (Narby e Huxley, 2001).

Assim não podemos, a princípio, falar de "xamanismo" a não ser como um "tipo-ideal"
construído a partir de muitos estudos particulares de casos particulares e ainda em processo de
formação.

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Mas se a análise comparativa de práticas xamânicas de uma grande quantidade de tribos
diferentes não nos oferece mais do que um "tipo-ideal", isso não nos impede de usar esta
tipologia como recurso interpretativo. É preciso apenas atentar para que a forma "xamanismo"
nunca deixe de se informar sobre as singularidades da matéria dos xamãs, nunca se torne um
molde acabado que então só reduziria esta matéria a uma forma pré-estabelecida.

O conceito Eliadeano de "xamanismo como técnica do êxtase" tem tido uma boa
aceitação na antropologia, apesar dos problemas de seu criador, pelo simples fato de que ele dá
conta do fenômeno e é capaz de se deixar informar por cada nova descoberta feita sobre o
fenômeno. Ele se disseminou, pois conseguiu captar, mesmo que por vias equivocadas, uma
característica fundamental do fenômeno, que é a capacidade do Xamã de controlar tecnicamente
o êxtase seu e o êxtase alheio. Quanto mais se conhece os xamãs mais se percebe que é
justamente isso que os caracteriza.

Suas viagens para os mundos espirituais, seus transes, suas canções, seus mitos, seus
rituais de cura, adivinhação etc., apesar de todas as singularidades contextuais, podem ser
definidos como diferentes formas de operar um transporte para a dimensão pré-individual das
relações, com o objetivo de transformá-las de acordo com as necessidades (como quem
consegue dirigir seu próprio sonho, só que o tornando realidade), a experiência extática é
considerada a experiência religiosa por excelência, é o xamã, e apenas ele, o grande mestre do
êxtase".

Se por 'xamã' se entender qualquer mago, feiticeiro, medicine-man ou extático, a


tradução para o português acrescenta ainda "curandeiro" e "pajé" encontrado ao longo da
história das religiões e da etnologia religiosa.

Embora o xamã tenha, entre outras qualidades, a de mago, não é qualquer mago que pode ser
qualificado de xamã. A mesma precisão se impõe a propósito das curas xamânicas: todo
medicine-man cura, mas o xamã emprega um método que lhe é exclusivo. As técnicas
xamânicas do êxtase, por sua vez, não esgotam todas as variedades da experiência extática
registradas na história das religiões e na etnologia religiosa; não se pode, portanto, considerar
qualquer extático como um xamã: este é o especialista em um transe, durante o qual se acredita
que sua alma deixa o corpo para realizar ascensões celestes ou descensões infernais."

Além disso, Eliade nunca dissimulou a sua busca por um xamanismo "ideal", e para isso
empregou uma impressionante quantidade de livros e artigos, principalmente sobre o
xamanismo asiático. Por isso, quando dizia "xamanismo em si", ele se referia menos às práticas
rituais do xamã em seu contexto social particular e mais a uma "simbologia do êxtase",

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cristalizada naquilo que ele chamou de "ideologia xamânica". Talvez pudéssemos dizer que os
principais méritos de sua pesquisa foram dois:

- organizar e sintetizar a enorme quantidade de pesquisas disponíveis até então sobre


xamanismo, dando início a uma nova fase no estudo do fenômeno;

- propor uma terminologia unificada, mesmo sem tê-la desenvolvido plenamente, composta
pelas noções de "xamanismo stricto sensu" e, principalmente, "técnicas do êxtase". Não se trata
aqui, portanto, de criticar a ambição de Eliade por uma definição do "fenômeno xamânico em
si" a partir de conceitos obscuros e pouco atentos à realidade etnográfica, isto já foi feito a
contento pela antropologia. Pelo contrário, partimos da constatação de que esta definição de
xamanismo se aplica com enorme propriedade às mais diversas manifestações do fenômeno,
sendo nosso objetivo, na verdade, retomá-la a partir de urna revisão crítica da própria noção de
"técnica do êxtase", tarefa esta que não foi realizada nem por Eliade e nem por mais ninguém -
o que parece surpreendente, visto que, tudo leva a crer, uma das principais causas da confusão
terminológica que assola os estudos de fenômenos classificados como "religiosos" e que finda
por comprometer a sua aplicação para além de um misticismo nebuloso, é justamente a ausência
de uma maior preocupação com o rigor conceitual.

É graças à sua capacidade de viajar para os mundos sobrenaturais e de ver os seres sobre-
humanos, deuses, demônios, espíritos dos mortos etc. que o xamã pôde contribuir de maneira
decisiva para o conhecimento da morte. É provável que grande número de características da
'geografia funerária' e que certo número de temas da mitologia da morte sejam resultado das
experiências extáticas dos xamãs. As paisagens que o xamã avista e as personagens que
encontra em suas viagens extáticas para o além são minuciosamente descritas por ele mesmo,
durante ou após o transe. Aos poucos, o mundo dos mortos vai-se tornando cognoscível, e a
própria morte acaba assumindo o valor de rito de passagem para um modo de ser espiritual."

O conhecimento adquirido pelo xamã em suas experiências extático-mórbidas seria, assim,


numa espécie de autopoiese, a própria matéria prima da qual seriam compostos os mitos e as
crenças relativas à morte. Mas dentre as habilidades xamânicas tornadas possíveis por estas
experiências de "morte ritual", uma é de especial interesse para nós. Trata-se da "psicopompia",
e sua relevância reside no fato de que ela apresenta, em forma condensada, os principais
elementos daquilo que Eliade denominou "as técnicas do êxtase:

"O xamã é curandeiro e psicopompo porque conhece as técnicas do êxtase, isto é, porque sua
alma pode abandonar impunemente o corpo e vagar por enormes distâncias, entrar nos Infernos
e subir ao Céu”.

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Ele conhece, por experiência extática pessoal, os itinerários das regiões extraterrenas. Pode
descer aos Infernos e subir ao Céu porque já esteve lá. O risco de perder-se nessas regiões
proibidas é sempre grande, mas, santificado pela iniciação e munido de seus espíritos guardiões,
o xamã é o único ser humano que pode correr esse risco e aventurar-se numa geografia mística.

A centralidade das "técnicas xamânicas" para esta visão do xamanismo pode ser confirmada
pela sua permanência nos estudos de Lawrence E. Sullivan (1988) sobre o "xamanismo sul
americano como técnica do êxtase".

Sullivan consegue ir muito além de Eliade naquilo que ele chamou de "total hermeneutics of the
religious condition of mankind" (Sullivan,1988), certamente por ter se beneficiado pelos
"criticismos recentes e inovações das ciências culturais, especialmente a antropologia"
(Sullivan, 1988), mas principalmente por empregar, na dimensão temporal, um esquema
tripartido (primórdios, cosmos e apocalipse), em lugar do "dualismo trágico" eliadeano entre o
"tempo histórico" e o "tempo mítico".

É importante perceber que, para Sullivan, assim como para Eliade no caso do xamanismo
siberiano, o xamã não é o único "ecstatic specialist", mas apenas "o mais importante e bem
conhecido na América do Sul", e que portanto o que o caracteriza não é o êxtase em si, mas sim
a sua especialização "no conhecimento e cuidado das almas dos outros".

O Xamã

A palavra “Xamã” deriva do tungue, idioma dos Evencos, da Sibéria e significa “Homem
Inspirado pelos Espíritos”. Como em todas as religiões primitivas, o papel do líder religioso –
repositório das tradições, conhecimento e crenças – é de vital importância.

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A organização da hierarquia xamânica difere ligeiramente nas diferentes etnias, em alguns casos
esse ofício é hereditário, já em outros não. Contudo, em toda parte o dom sobrenatural é uma
qualificação necessária para se tornar Xamã.

Aceitar o chamado de ser Xamã significa acolher diversos espíritos, protetores, trabalhadores –
ou pelo menos um – como Guia Protetor, pois o Xamâ entra em comunicação direta com o
mundo espiritual.

A convocação xamânica, as vezes, se manifesta por intermédio de um animal, planta ou algum


outro objeto ou evento natural que a pessoa encontra no momento certo. Muitas vezes é uma
voz interior que convida a pessoa a entrar em contato direto com os espíritos.

Em geral, os xamãs são muito vinculados à sua vocação, apesar das perseguições e ameaças que
sofrem por conta do preconceito e da posição que ocupam, tendo seus objetos sagrados e
tambores queimados. Muitos foram mortos, e até recentemente em 2011, houve uma grande
perseguição aos Xamãs Peruanos, onde alguns, até hoje estão desaparecidos.

O Estar Xamã

O xamã interior é um estado de perfeita harmonia e integração com a natureza e o cosmos, a


matéria e o espírito. Não se "é" xamã, se "está" xamã. A palavra xamã tem muito mais a ver
com um estado de espírito e receptividade do que com um tipo social. Estudos, testes, rituais e
provas, podem não ser fatores determinantes em alguns momentos de nossas vidas. Estar em
conexão com tudo e com todos sendo grato ao Grande Espírito, não pode ser garantido por vias
culturais, racionais e lógicas. Não existe um método para ser xamã. Aprender a viver a vida em
harmonia, agindo sempre com amor, é a maior iniciação para o espírito, isto o torna xamã, este é
o verdadeiro xamanismo. Quando perdemos a confiança em nós mesmos, quando ficamos com
medo, não amamos. Neste momento não estamos xamã.

Os cinco inimigos do Xamã

EGO

MEDO

CLAREZA

PODER

VELHICE

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O primeiro inimigo é o Ego, mas não no sentido do egocentrismo, mas sim no sentido do
egoísmo, ou seja, acreditar que é o “SER”, quando é apenas um “Ser”, uma espécie de sonda
que envia sinais, sentimentos e impressões ao Espírito ou Eu Superior, que está pulsando em
alguma parte do Universo, e de acordo com as informações enviadas pelo personagem do ego
tridimensional, evolui ou estagna.

O segundo inimigo é o Medo do conhecimento, porque quando se depara com tudo aquilo que
se quer conhecer, quer ter e quer saber, vê-se a sua ignorância, mas para transpor este inimigo é
necessário que se enfrente o medo e não fuja da escuridão, assim descobre-se a clareza e com
lucidez revelada, aprende que a paciência e dedicação vencem o inimigo.

O terceiro inimigo passa a ser a Clareza porque se pode parar neste estágio, pensando que já
se sabe de tudo. Porém a clareza é o sinal que começou a jornada para aprender ter a visão do
todo e assim perder o medo da escuridão, ou seja, do desconhecido e adquirir o poder de
enfrentar mais este obstáculo.

O quarto inimigo é o Poder, pois já passou pelo medo, adquiri-se a clareza e se conscientiza da
sua potencialidade, do poder que se tem e pode o Xamã parar neste estágio achando que é
poderoso o suficiente para desejar ser dono de tudo e de todos, com isto, confundir este poder,
com uma autoridade autoritária se tornando um déspota. Este é o grande momento de
transcendência porque o poder compreendido, desvinculado da virtude se torna sedutor e
destruidor, e perdermos o sentido da autoridade do conhecimento que reconhece, que somos
nada diante do todo, que é o universo. Contudo podemos passar por este estágio tendo o poder
do conhecimento e resgatar a história da humanidade quando a velhice chegar.

O quinto inimigo é a Velhice, o tempo cronológico passa, nesta jornada da busca do


conhecimento, após transpor o terceiro inimigo que é sutil e tentador se depara com a idade e
com a crença que nada mais se pode fazer porque está ficando velho. È um fato que o corpo
físico pode estar com menos agilidade que outrora, mas é neste exato momento que é necessário
compreender a bioquímica do corpo como um sistema vibracional macro-micro e a consciência
atravessada por crenças limitantes criam as reações químicas que sustentam a vida de cada
célula. Uma célula que envelhece é o produto final da consciência que se esqueceu de como
permanecer jovem. É neste exato momento que é necessário desconstruir a crença de vítima do
envelhecimento, da doença e da morte. Essas coisas são partes do cenário e não daquele que
sabe ver e vê com o olhar do sábio: - Vê o espírito.

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OS PRINCIPAIS GUARDIÕES DAS SAGRADAS MEDICINAS
Fonte: http://historiadaayahuasca.net/s/

A TRADIÇÃO DO DAIME
RAIMUNDO IRINEU SERRA: MESTRE IMPERADOR JURAMIDAM

Um jovem nascido no Maranhão zarpa num navio rumo ao desconhecido. Quais


seriam os sonhos deste jovem? O que será que ele esperava do mundo ao embarcar no rio
caudaloso da vida e desaguar na Amazônia? Quais seriam seus passos rumo ao eterno…
encontro com o Vinho das Almas? A final, quem foi Raimundo Irineu Serra e quem é o
Mestre Imperador Juramidam?
Nascido em São Vicente de Ferrer no interior do Maranhão, o líder espiritual e
fundador da Tradição do Daime era descendente de uma numerosa família, filho de Sanches
Martinho de Matos e Joana Assunção Serra, o primogênito da família é batizado com o nome
de Raimundo Irineu de Matos, herdando o sobrenome de seu genitor paterno: MATOS. O
casal Sanches e Joana viria a ter outros dois filhos homens e quatro mulheres, completando sete
rebentos no lar do Maranhão (…). Raimundo Irineu adotou o sobrenome Serra em respeito ao
padrinho que lhe criou como um filho. Nascido em 15 de dezembro… o jovem garoto se criou
na roça com influência do catolicismo popular, crescendo também cercado pelos terreiros dos
Tambores da Casa de Mina, cobertos pela ‘Encantaria Sagrada’ da nação Mina-Jeje. Seu ano de
nascimento geralmente é descrito em 1892, todavia temos nos arquivos desta pesquisa outra
fonte de informação…
Vencendo as adversidades humanas, Mestre Irineu se fez um grande guerreiro e
testificou o valor do sagrado em sua jornada, deixou um grande legado espiritual que hoje é
recordado com estima, carinho e admiração por milhares e milhares de corações. Sua trajetória
humana em nada desmerece o valor de sua Obra! Ainda em vida ele se tornou um mito, fator
que demonstra o respeito alcançado por um homem que viveu com dignidade e honra a
trajetória que lhe coube e, acima de tudo, soube ensinar aos seus companheiros os preceitos
elevados de sua missão espiritual, que busca o aperfeiçoamento constante da condição humana
através de uma conduta séria e responsável na Comunhão da Ayahuasca e nos embates da vida.
A história do Daime e a história do Mestre Irineu se fundem numa só: eis a força do legado
deixado por ele

PRIMEIRO PERÍODO (1912 A 1930): O ENCONTRO COM A AYAHUASCA

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Irineu Serra tinha um mundo novo a desvelar, sua sobrevivência dependia do suor de
seu rosto e de sua agilidade ao tratar com a vida na mata, com certeza foi um tempo de
descobertas para o jovem retirante e aos poucos a Amazônia foi se apresentando. Sabemos que
numa colocação sozinho ele ficou, numa choupana de madeira e palha seu lar edificou – sem
assistência médica do Estado ou qualquer outro meio de saúde pública, o curso da vida logo lhe
conduziu ao encontro dos velhos curandeiros, trazendo ensinos, rezas e raízes, adentrando
pouco a pouco ao universo misterioso do xamanismo. Também pouco registro desse tempo
ficou: não sabemos se seus companheiros esqueceram-se ou se ele pouco contou.

A GRANDE REVELAÇÃO
Nesta misteriosa noite, uma revelação aconteceu pelo que foi transmitido pelo próprio
Mestre Irineu: todos os seus discípulos sempre prestaram muita atenção nesta história, pois aqui
é o início da missão que viria levar o Daime ao mundo inteiro, marcando uma nova geração de
comunhão da antiga e sagrada tradição. Mestre Irineu estava dentro da cabana, quando um
amigo – para muitos, Antônio Costa – veio lhe trazer a informação que uma distinta senhora
apareceu em sua visão, dizendo ser Clara, alguém que lhe acompanhava desde que partiu do
Maranhão: Irineu de ninguém se lembrou, pois em sua memória só havia homens naquele navio
que zarpou de São Luís, mas perguntou ao amigo o que ela queria… ao passo que esse trazia
uma mensagem: era para Irineu tomar novamente a bebida na quarta-feira à noite, a próxima
Lua cheia, sem falta e sem indisposição, era para tomar a bebida e aguardar o efeito chegar, pois
na hora certa Clara viria pessoalmente com ele se encontrar.
Eis o início da jornada do jovem peregrino rumo ao eterno posto de Mestre Imperador
Juramidam. Nos relatos de seus discípulos, incluindo dona Percília Matos, uma das discípulas
mais influentes da Doutrina do Daime, nesta noite encantada, Mestre Irineu recebeu a inspiração
do primeiro “Hino” da Tradição, era o Lua Branca.

OS CAMINHOS ATÉ O INÍCIO DA MISSÃO


Homem trabalhador e de saúde forte, Mestre Irineu viveu até 1971 – se considerarmos
a referência de seu nascimento em 1890, foram 81 anos; na outra possibilidade de 1892, 79
anos. Se estes acontecimentos ocorreram por volta de 1912 ou 1914, teremos cerca de 60 anos
dedicados à formação de sua comunidade espiritual e a consequente transformação dos ritos de
comunhão da Ayahuasca no Brasil, atravessando diferentes gerações e marcos históricos
importantes.
Por volta de 1930, o bravo peregrino saiu em busca da “terra prometida”, local que
poderia juntar outros irmãos e formar a comunidade espiritual. Por volta de 1930, o bravo
peregrino saiu em busca da “terra prometida”.

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Sem muito demorar, logo lhe apareceu à terra esperada, como posseiro iria habitar sem
nenhuma guerra, melhor assim para quem trazia a paz no coração e uma comunidade espiritual
começar.

A CRUZ DE CARAVACA

A bebida e o mestre receberam nova unção, um batismo renovando as energias do


passado, gerando a identidade da missão! Forte clamor para os peregrinos que vinham de
distantes paragens, imbuídos pelo mais autêntico sentimento de fé e devoção, um povo se pôs ao
Trabalho, iniciando na Terra uma comunidade de raiz espiritual: o mestre era um mensageiro
das estrelas, com um caminho já predestinado à missão. Nasce neste movimento, um símbolo de
grande poder, vindo de longínquas idades… uma cruz de dois braços abarca o Trabalho, era
o Santo Cruzeiro, contendo em sua essência um mistério oculto. O símbolo também viveu
novo batismo, uma vez que seu nome mais conhecido é Cruz de Caravaca – donde teria
aparecido na Espanha, numa manifestação de ‘Anjos Celestiais’ à época do domínio
muçulmano.

DESENVOLVIMENTO DA TRADIÇÃO: COMANDO, HINÁRIO E BAILADO


Por volta de meados da década de 30, o Hinário da Doutrina começa a nascer, dando
forma ao que antes estava disperso e nome ao que antes era invisível, a profecia da missão
parece se realizar na Terra diante dos olhos de toda a comunidade: “Cruzeiro Universal” foi o
nome escolhido para estes ensinos coroar, um Hinário que completo alcança 132 Hinos,
cantados nos rituais mais importantes do calendário que viria ser instituído pelo chefe da
missão.

A TERRA PROMETIDA: O ALTO DA SANTA CRUZ


Novos tempos estavam chegando… também com um crescimento urbano em Rio
Branco, o que não agradava Irineu, buscando no silêncio da mata um templo adequado para
realizar os Trabalhos. Em toda essa situação, a Igreja Católica ainda buscava despertar o ódio
contra a Ayahuasca, mas justamente pela força de caráter do líder e a disciplina dos seguidores,
que demonstravam serem pessoas pacíficas e respeitosas, sem agressões a inocentes ou

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provocação de brigas, as autoridades públicas reconheceram se tratar de um povo que se
destacava naquela terra de fronteiras, num tempo distante em que as instituições eram precárias
e mais frágeis que hoje.
No Alto da Santa Cruz se inicia o Terceiro Período da história do Daime (1945 a
1971), marcado pelos tempos do Mestre Irineu presente na expressão da vida material… se
assim podemos dizer. Este período será identificado como a época de institucionalização do
Rito de Comunhão da Ayahuasca na Tradição do Daime, com a sistematização da Doutrina,
abarcando a liturgias, rituais e legalidade – também será o momento das palavras finais de
Mestre Irineu, deixando seu ensino firmado com honra e dignidade. Sendo este um momento
decisivo da história, os acontecimentos são amplos e intensos, recebendo também versões
distintas nas recordações dos remanescentes do passado.

A DESPEDIDA DE MESTRE IRINEU


O caminho já estava preparado e as portas abertas, o velho Juramidam iria partir…
Com estas últimas medidas, Mestre Irineu completava sua missão no plano terreno de
formação do rito, mantendo sempre sua esperança de que a comunidade pudesse se unir e
trabalhar com os mesmo propósitos ensinados por ele ao longo de toda a travessia, o incansável
guerreiro permanecia firme em seu posto de comandante. A longa década de 60 representou o
empenho de sintetizar todo o corolário de virtudes conquistado em árduas batalhas, o Estatuto
estava elaborado e firmado com instruções claras sobre os mais diversos campos de ação e
atuação dos membros da ‘Doutrina da Rainha’, prevendo, inclusive, meios de suspensão e até
exclusão para quem manifestasse condutas díspares com os princípios espirituais.

A BARQUINHA DA SANTA CRUZ

DANIEL PEREIRA DE MATTOS: FREI DANIEL, UM NOBRE PLEBEU

A história da Barquinha da Santa Cruz começa de modo singular, marcada pelos


elos de amizade, fraternidade respeito entre dois homens, que fizeram a si como sujeitos de um
processo histórico inovador e crucial para as antigas tradições caboclas de comunhão da

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Ayahuasca. Daniel Pereira de Mattos foi recebido por Raimundo Irineu Serra em sua casa, lá
conheceu o Daime e dele recebeu a cura e as instruções para o início dos Trabalhos numa
simples Capelinha… edificada ao amor de São Francisco.
A jornada de Daniel Mattos também tivera origem nas terras do Maranhão e de lá
literalmente zarpou nas águas da vida, navegando em diferentes marés e igarapés: alguns com
águas turbulentas, outros com mansidão. Em sua travessia, por vezes as ondas o levou a portos
que lhe causaram dor, mas numa dessas paragens conheceu o velho timoneiro Irineu Serra,
encontrando o apoio para revigorar sua saúde e equilibrar as diversas esferas do viver, se ergueu
no alto da tempestade, renasceu e fez nascer na Terra uma nova vertente no ‘Rito de Comunhão
da Ayahuasca’. Palavras podem ficar emocionadas… para muitos, mas pequenas em face às
epopeias travadas. Nos longínquos e conturbados anos 30 do século passado, nas distantes
paragens do Acre, uma amizade selou o firme compromisso entre os fundadores das tradições
que transpuseram, em definitivo, o rito caboclo à seara urbana.
Quando Daniel Pereira de Mattos encontra o Daime, já havia percorrido muito
caminho, trabalhando como marinheiro, músico e carpinteiro… era também boêmio e afeito às
serenatas noturnas que rasgavam o véu da madrugada, regadas ao álcool e todos os prazeres
dados à ocasião, e também aos dissabores destas experiências. Ao ser recebido no salão do
‘Santo Cruzeiro’, Daniel sofria com os sinais da boemia – o vício do álcool e doenças
provocadas pelo alcoolismo.
As recordações são muitas sobre o encontro dos dois maiores vultos na história do
Daime, em ambas as linhagens, a reminiscência do passado é narrada com alegria e saudosismo,
prova viva das pegadas de um passado que foi edificado com honra e respeito. Ressaltamos que
nos idos de 1945, Mestre Irineu e sua comunidade passavam por intensas mudanças, esta
ocasião foi àquela em que o velho combatente havia suspendido os Trabalhos do Daime e
deixado a Vila Ivonete. Nestes dias demonstrou a força de um caráter altivo, indo além das
fronteiras humanas da segregação, abençoou a missão de Daniel Pereira de Mattos e entregou
em seu punho, o Daime feito por suas mãos: exemplo maior de honra e respeito são raros de se
encontrar num mundo marcado pela ganância, hipocrisia e egoísmo – que todos os herdeiros
destas casas e de todas as outras possíveis, vejam esta lição e apreendam o valor da honra em
ação.
Por estes méritos, nasceu a Capelinha de São Francisco das Chagas, edificada com
simplicidade numa choupana de barro e palha, atendendo aos doentes, necessitados e aflitos
deste mundo e de outros também… numa Obra de Caridade: a Barquinha da Santa Cruz, como
mais tarde foi identificada – uma tradição com doutrina e rituais específicos, orientados por um
conjunto de ‘Hinos e Salmos’ inspirados na ‘luz do Daime’ por Daniel Pereira de Mattos. Sua
maestria é reconhecida por seus discípulos, o que faz com que hoje o reverenciem como Mestre,

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contudo em vida ele nunca fez uso deste título, se identificava simplesmente como irmão e
comandante da missão – em verdade, o primeiro soldado.

ORIGENS NO MARANHÃO
O líder desta saga nasceu no Maranhão em 13 de julho de 1888 – dois meses após a
abolição da escravidão – na freguesia de São Sebastião de Vargem Grande – berço de devoção,
romarias e festejos populares a ‘São Raimundo Nonato’. Daniel, um homem negro, filho de
Thomás Pereira de Mattos e Anna Francisca do Nascimento Mattos, a freguesia de seu
nascimento era uma antiga feitoria de escravos… logo, as raízes africanas em sua cultura e
educação, eram mais do que latentes, e sim, centrais. As informações sobre sua vida também
são escassas, contudo, nesta pesquisa incluímos um passo além! De início já temos a
confirmação, por registros públicos, do nome de seu batismo e de sua data de nascimento.

A CHEGADA AO ACRE
Em 1905 ocorre um grande marco em sua vida: realiza pela primeira vez uma viagem
ao Acre, território recém-incorporado ao Estado brasileiro, por isso o esforço de guerra em
enviar soldados à defesa do território, uma vez que o medo do contra-ataque boliviano era
constante. Os sonhos de riqueza com a borracha eram grandes, as promessas maiores ainda, no
mínimo, era uma terra de oportunidades que via à sua frente, um lugar a ser criado… O que hoje
é a capital do Estado, naquela época era a Villa Rio Branco, um povoado cravado no meio da
floresta com um pouco mais de vinte casas às margens direita do rio Acre – e raras eram as
casas que não fossem de barro e palha: paxiúba.

O ENCONTRO COM O DAIME


Por sorte, nosso aventureiro foi acolhido no berço do Daime pelo velho timoneiro da
saga, assim iniciou seu longo tratamento, que perdurou por oito anos de intensos Trabalhos e
magnífica transformação, batalha que contou com altos e baixos… momentos de ascensão,
quedas e recaídas, mas que manteve a direção do leme em atravessar a tempestade do mar
revoltoso e dos corações aflitos, contando sempre com a palavra amiga de Irineu Serra e o
exemplo de sua maestria, coragem e esperança. Ambos já se conheciam, conterrâneos, fizeram
amizade em algum momento passado, entre as idas e vindas da história, todavia, não temos o
registro de como, por ventura, tenha nascido tal relação, apenas que até este trágico
acontecimento, Daniel nunca havia tomado parte nas ‘Sessões do Daime’ ou mesmo
experimentado a Ayahuasca entre os caboclos da floresta. No auge de sua dor, sofrimento e
vergonha, sem entregou sem forças à ruína… ao saber do estado de seu amigo, Mestre Irineu
pediu a alguns dos irmãos de sua comunidade, que fossem da Vila Ivonete ao Papôco resgatá-lo:

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esta travessia ocorreu num carro de boi, manifestando com a simplicidade dos fatos, o âmago da
experiência sagrada de resgate, cura e fraternidade.

A SAGRADA REVELAÇÃO DO LIVRO AZUL


Dentre o vão das lacunas na narrativa, algo fenomenal se preservou! Conta-se que no
intercurso do tratamento, Mestre Irineu ministrava pequenas dosagens de Daime a Daniel
Mattos, talvez por medidas de cautela defronte à debilidade do corpo físico, ou por orientação
espiritual em como proceder à ‘iniciação’, todavia, o iniciante num certo momento pediu para
comungar um “copo cheio”, desejando vivenciar um Trabalho mais forte, pois era isto o que a
intuição lhe revelara. Atendendo ao pedido, Mestre Irineu assim procedeu e o acompanhou
naquela jornada espetacular: foram dois dias consecutivos de Trabalho… ao final a mensagem
havia sido anunciada, uma antiga recordação de sonhos da infância lhe voltava à recordação:
seres de luz lhe entregava um Livro Azul anunciando que essa era a ‘Missão’ que o mandaram
cumprir sobre a Terra. Este sonho vinha dos longínquos dias de menino e ali… diante das
maravilhas de um Trabalho sagrado com a Ayahuasca, os mesmos seres de luz, apresentando-se
desta vez na condição de soldados de um batalhão celestial, entregaram o Livro Azul em suas
mãos, consagrando a revelação com as seguintes palavras:

AQUI ESTÁS A MISSÃO QUE TENS QUE CUMPRIR.


VOCÊ TEM QUE SAIR DAQUI, QUE NÃO É A TUA LINHA E
ABRIR OS TEUS PRÓPRIOS CAMINHOS ESPIRITUAIS EM
CONFORMIDADE COM O QUE ESTÁ NESTE LIVRO.

O INÍCIO DA MISSÃO
Mestre Daniel chamou as Forças Armadas que vinham do céu para combater o mal
em todos os mundos, a missão recebe a patente de Exército de Jesus: seus membros, soldados
do batalhão divino para servir aos Trabalhos de Caridade: o atendimento aos necessitados que
percorriam longínquos desertos a fim de encontrar a cura – a estes nos referimos também aos
irmãos em procissão com a ‘Alma dos Mortos’, uma vez que as Obras de Caridade da Capelinha
eram dedicadas a eles pelas premissas de um Trabalho de expansão da consciência com a
incorporação de espíritos pelas raízes africanas e caboclas.
A ordem da missão já estava anunciada e determinada pelos seres de luz que
trouxeram o Livro Azul, o serviço era de redimir os sofredores e batizá-los com um nome
cristão em frente ao altar de São Francisco, os soldados celestiais amparavam as batalhas e os
aparelhos humanos eram preparados para receber os mentores e doutrinar àqueles de estirpe
rebelde – ainda presos aos mundos de sombra da ilusão. O Livro Azul é a fonte de sabedoria e

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inspiração, a matriz da Doutrina da Barquinha e somente pelo trabalho árduo de seu mestre
fundador, os segredos do Livro Azul seriam codificados e transmitidos à humanidade, assim
nasceu a ‘Romaria de Salmos’ do Mestre Daniel, que identifica seus ensinos na forma de um
“Hinário” inspirado por sua consciência.

OS RITOS DE CURA E EXORCISMO


A expressão maior de sua cura veio com o modo de vida franciscano, em renúncia ao
“mundo” e as tentações do “maldito”. Viver de modo simples lhe traria a honra almejada, o
homem estava entregue ao Trabalho e tão-somente a ele seu coração traria versos e melodias em
louvor a Deus e toda magia da encantaria sagrada do sincretismo cultural brasileiro –
agregando valores, cultos e símbolos das matrizes fundamentais de nossa história, a Capelinha
de São Francisco rezava o terço romano, incorporava santos, batizava eguns, doutrinava almas,
louvava os Salmos, cantava Hinos e consagrava a Ayahuasca: de um sincretismo espiritual se
manifestava a cultura híbrida da história. A vertente pluralista da Barquinha se firmou no tempo
como um dos elos fundamentais de sua identidade, reconhecendo no interior do rito a riqueza
herdada pela fé popular, inclusive pela expressão maior de uma capela, que desde outrora se
converteu em templos erguidos pelas mãos e devoção do “povo”, sem licença ou ordem do
padroado diocesano – herança de toda a história colonial e imperial do Nordeste, que
presentemente brotava naágora de um seringal.

PRIMERIA IRMANDADE
Outros irmãos foram chegando à ordem, os primeiros mensageiros transmitiam as
boas novas de paz e curas, assim em treze anos a Capelinha cresceu em graças e bênçãos,
enfrentando adversidades que não eram pequenas, a exemplo simples da travessia por aquela
pinguela sobre o igarapé Fundo. Tornou-se costume levar roupas secas em sacos plásticos, pois
em muitas estações, os adeptos atravessavam as águas a nado, já que não havia outro modo.
Este elemento na narrativa da comunidade representa um turbilhão de mensagens e símbolos,
que cada um possa apreender dele, aquilo que melhor lhe expressa o legado do passado… o
legado do sagrado.
São Francisco das Chagas, além de depositário da fé devocional, configurava-se no
quadro de significados do rito de Frei Daniel como o verdadeiro protetor da ordem e da
comunidade, sendo dele a missão de conduzir cada passo dos devotos, rumo à salvação aos pés
do Senhor. Um santo pessoal e partícipe dos desafios íntimos de cada um… um santo humano
que compreendia os sentimentos humanos, inclusive àqueles relacionados ao que na Barquinha,
convencionou-se chamar de pecado: pela fé, São Francisco é quem abençoa cada irmão a
cumprir com firmeza todas as “Santas Romarias”, perdoando as culpas e dando a salvação.

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A IDENTIDADE ESPIRITUAL DE FREI DANIEL


Indo além em suas pegadas, Frei Daniel apresenta-se aos discípulos em sua
manifestação espiritual, consagrando através do Hinário, os atributos recebidos do ‘Astral’ no
cumprimento da missão: assim ele é um Zelador, um Patriarca, um Sacerdote, um Pastor e um
Professor.

A UNIÃO DO VEGETAL

JOSÉ GABRIEL DA COSTA: AUTOR DO CONSELHO

Com a licença… do tempo, viemos narrar estas palavras – cumprindo com o propósito
de investigação em amor à sabedoria. Nada mais nos falta, a não ser dar curso ao que já está em
curso e assim avançar no caminho de análise e reflexão a respeito da historicidade do ‘Rito de
Comunhão da Ayahuasca’ no Brasil, por isso traçaremos, nestas simples páginas, a narrativa
que for possível sobre a formação da União do Vegetal, a terceira tradição forjada nas fornalhas
dos seringais.
Este peregrino é José Gabriel da Costa e suas pegadas iniciaram-se na Bahia de Todos
os Santos: em 10 de fevereiro de 1922 nasceu no povoado Coração de Maria, filho de Manuel
Gabriel da Costa e Prima Feliciana da Costa.

ORIGENS DA BAHIA
José Gabriel da Costa nasceu na fazenda “Pedra Nova”, no município “Coração de
Maria” – próximo a Feira de Santana, Estado da Bahia.

A PARTIDA PARA SALVADOR


Um dos maiores paradoxos de sua história diz respeito justamente a sua mudança para
Salvador. De acordo com a crônica oficial da “doutrina”, isto ocorreu em 1942, aos vinte anos.
Porém, tal testemunho não coincide com outras informações importantes, como sua partida à
Amazônia em 1943, aos 21 anos de idade. Inúmeros relatos acerca de suas atividades em
Salvador incluem uma ampla experiência, que não poderia ser vivida em apenas um ano, a
exemplo dos serviços de comerciante, operador de bonde, militar, enfermeiro, estivador e a
intensa adesão à “ciência espírita”, incluindo sua consagração como “Pai de Terreiro”: o
mesmo “Pai de Santo” conhecido em outras manifestações culturais.

CAMINHOS PELOS SERINGAIS

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O tempo entre a chegada do jovem Gabriel (já com 22 anos em setembro de 1943),
seu encontro com a Ayahuasca será dezesseis anos após a chegada, pois somente em 1º de abril
1959 foi iniciado por Chico Lourenço, um caboclo dos seringais. Um registro histórico se
sobressai acima do abismo de desinformações, tal fato diz respeito à reportagem da revista “O
Cruzeiro” na data de 14 de julho de 1971, um pouco menos de dois meses antes do falecimento
de José Gabriel da Costa. A reportagem que se intitula: “Aioasca o LSD da Amazônia”, aborda
vários temas, alguns de cunho espirituais e ritualísticos, outros de cunho histórico – ressaltamos
que a revista “O Cruzeiro” era um dos maiores periódicos nacionais pelos idos das décadas de
60. Trataremos agora as questões históricas, transpondo do mesmo modo os recortes da
reportagem que fazem menção às “Origens”: um relato inédito sobre os anos de cativeiro em
seringais, nos quais o jovem Gabriel teria sido até mesmo “vendido” e permanecido cativo, sem
condições de fuga ou esperança de libertação. Esta descrição é narrada pela reportagem,
acrescentando a informação que durante o período de escravidão, José Gabriel da Costa “chegou
à beira da loucura”, encontrando uma fuga somente quando viu a face da morte e por uma
enfermidade foi abatido, sendo socorrido no Hospital de Porto Velho.

INICIAÇÃO À AYAHUASCA
Muitos foram os caminhos percorridos entre as lidas diárias e os trabalhos do Sultão
das Matas, ressaltando o valor de uma sabedoria singular ao compreender que “os maior erros
da pessoa tá na cabeça”… na mente que faz um neófito acreditar que algum ‘mau’ pode cair
sobre si – desprezando em seu interior as potências universais de vida. Nos ritos para
“desmanchar feitiços”, o Pai de Terreiro trabalhava com noções de psicologia social, capazes de
promover um estado mental renovado, superando os temores de feitiços ou traumas de uma
experiência árdua e causticante. O terreno dos seringais promovera seus “estados de terror e
morte”, torturas físicas e mentais, a resistência brotou pelas mãos dos sábios que se ocultavam
nas florestas sagradas do Caldeirão da Ayahuasca. Assim a cultura híbrida dos caboclos
lentamente penetrou na jornada de Gabriel, seu terreiro em “Órion” vivenciou a experiência do
sincretismo africano e indígena, ao incorporar a força dos tambores da Bahia de Todos os
Santos, invocava a herança cultural da pajelança.

FUNDAÇÃO DA UNIÃO DO VEGETAL NO SERINGAL SUNTA: 1961


O narrador, Jair Gabriel da Costa, continua dizendo que após este momento ainda
continuaram muitas vezes a encontrar com Chico Lourenço, até que um dia… Mestre Gabriel
trabalhando nas matas do seringal “Sunta”, na Bolívia, vivencia uma experiência que o leva à
revelação final! O Mestre já andava procurando saber como ele iria “trazer a União do Vegetal
pros mestre curioso que ainda existia por lá”. Num momento, quando parou para descansar

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encostado a uma árvore, viu um cipó crescer de modo extraordinário, desconhecido por
todos: “Um pé de mariri aqui? Sendo todo dia… toda vez eu corto essa estrada… um pé de
mariri?” – o cipó ainda subia… Com um metro e meio ele abria um galho: de um lado era
mariri, do outro tingui – o “três quina”, uma espécie venenosa de cipós da família dos “timbós”.
Vendo aquilo, ele compreendeu sua revelação: “Então tá demonstrando as duas coisa: a
linha negra… e eu que tô trabalhando pela realidade. Vou fazer um Vegetal com esse
mariri e vou declarar a União do Vegetal”.

O Mestre Gabriel quando ele, é… bebeu o Vegetal pela primeira vez, foi
dado pelo Mestre chamado Chico Lourenço. Uma vez ele se encontrou
com Chico Lourenço num barracão do seringal chamado Guarapari. E o
Chico Lourenço na época ele tava batendo um pandeiro e cantando
toada, que ele gostava de cantar. E o Mestre Gabriel se aproximou, que
uma pessoa tinha falado pra ele que ele era um mestre que dava o
Vegetal. E ele chegou perante o mestre, que era o Chico Lourenço, e
perguntou: “Você dá o mariri?”. Ele falou: “Dou sim!”. Mestre Gabriel:
“Eu tô querendo beber”. Aí ele falou: “Pronto! Na hora que você
quiser”. Então naquela época no seringal, 1° de Abril era feriado. Que
era o dia da mentira, o pessoal seringueiro, brincava um com o outro
sobre mentira. Ele disse: “Chico então faz o seguinte, a semana que vem
é um feriado, que é 1° de Abril, se você quiser ir dar o Vegetal você vai
dar lá na minha colocação”. E o Chico Lourenço: “Não… eu vou!”. E o
Chico Lourenço foi para o seringal Barro Alto, nessa época ele morava
lá, e nós fomos para colocação chamada Capinzal. Quando foi dia 1° de
Abril, nós ficamos aguardando o Chico Lourenço, que era um dia que
ninguém trabalhava e a hora que ele tinha marcado pra chegar… para
dar o vegetal, já tava tarde. E aí tinha uma pessoa que se chamava Chico
Paiva. O Chico Paiva disse: “Ah Gabriel! O Chico Lourenço não vem
não, rapaz! Hoje é 1° de Abril, ele deve estar mentindo por aí!”. Mestre
Gabriel falou: “Não, mas ele ficou de vir!”. Quando já foi já pra umas
sete horas da noite, o Chico Lourenço chegou com o mariri num saco
que chamou “saco de seringa”. Aí foi aquela alegria né, o Chico
Lourenço trouxe o vegetal. Aí ele tomou banho, jantou, aí quando foi
oito horas… que os ‘mestre da curiosidade’ naquele tempo já oito horas
eles já atendiam nesse horário. Aí ele: “Vamos beber o Vegetal”. Já
usava também uma mesa na frente dele, a mesa era até de sacupemba,

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feita de sacupemba. Aí o Mestre Gabriel… ele chamou, o Chico
Lourenço chamou pra beber o Vegetal…
(…)
Aí o Mestre Gabriel, daí pra frente continuou. Aí nóis bebemos o
Vegetal várias vezes com o Chico Lourenço nesse período né, aí nóis
fiquemo bebendo Vegetal desse período aí até sessenta e um. Então
nóis bebemos Vegetal aí no Guarapari uma porção de tempo, aí foi
quando nóis mudemo pro seringal Sunta, pra morar na Sunta. Fomos
morar no barracão. Chegando lá, fomos trabalhar em seringa. E o
Mestre Gabriel, aí ele já contando, ele procurando como ele devia
trazer a União do Vegetal pros ‘mestre curioso’…
(…)
Mas… preparou o Vegetal, aí quando foi oito horas da noite ele
distribuiu o Vegetal. Ele primeiro bebeu! Aí esperou quinze minutos,
com quinze minuto a burracheira chegou, aí distribuiu pra todo mundo
que tava bebendo Vegetal, que tinha bastante gente. Não sei assim a
quantidade. Aí continuou a Sessão, aí foi quando o Mestre Gabriel fez a
primeira ‘chamada’ da Sagrada União, não é a chamada do mariri
com a chacrona não… a ‘chamada’ A Sagrada União… foi feita nesse
dia e a chamada de Todo o Cipó que existe na Hoasca. E depois do dia
06 de Janeiro… aí vem 1º de Novembro.

Dia de Reis, 06 de Janeiro de 1962.


Acontecimento narrado pelo mestre Jair Gabriel.

Essa data da União do Vegetal do dia 06 de janeiro, o acontecimento foi


na cidade de Vila Plácida. Quando o mestre Gabriel já tinha criado a
União do Vegetal, nós morava no Seringal Sunta e ele já tinha feito
algumas viagem pra Vila Plácida, com os mestre que existia naquela
época lá. E quando ele viajava ficava a Mestre Pequenina e o Mestre
Pernambuco distribuindo Vegetal na Sunta. Quando era um, era outro.
Quando chegou dia 06 de Janeiro ele falou com os mestre… antes do dia
seis ele falou pros mestre que existia naquela época, que ele queria fazer
uma sessão pra saber quem era o mestre superior. E quando foi dia 06 de
Janeiro de 62, o mestre Gabriel foi até a vila Plácida e lá se reuniu num
lugar que era uma olaria, e nesse lugar ele reuniu com doze mestre…

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Um fato notório, que além de confirmar a União do Vegetal no ‘Astral Superior’,


confirma também seu mestre fundador como rei… um fato como este até hoje repercute de
modo intenso no seio da tradição, o que diríamos então da ressonância naquela época… todo o
cenário de constituição de uma missão sagrada estava formado, os próximos passos seriam em
direção à esfera urbana. Antes, porém, acompanhemos o relato do caso por Jair Gabriel da
Costa:

INÍCIO DA FASE URBANA: 1965


O ano de 1965 foi de crucial importância para a formação inicial de uma comunidade,
agregando outras pessoas de expressões além da Umbanda. A partir deste momento Mestre
Gabriel teria mais seis anos em vida para consolidar sua missão, uma vez que o mesmo veio a
falecer em 1971. Outras rupturas se manifestarão em sua vida, além daquelas de cunho
estritamente religiosos, mudará as atividades de trabalho e não mais exercerá atividades
políticas, desta vez ao invés de trabalhar como enfermeiro ou comércio de bebidas, se dedicará a
uma olaria de sua própria posse, fazendo tijolos com as suas próprias mãos. O ano de sessenta e
cinco se destaca fundamentalmente pelo início de institucionalização do rito, criando as bases da
organização social que viria a ser uma nova religião brasileira, nesta época identificada
simplesmente como União do Vegetal.

6.11 – INSTALAÇÃO EM PORTO VELHO


Em 29 de julho de 1967 ocorreu a primeiro marco histórico de crescimento da União
do Vegetal, a fundação do primeiro núcleo na cidade de Manaus, Estado do Amazonas –
considerando que nesta época o espaço de Porto Velho era identificado como ‘Sede Geral’ e não
um núcleo, atualmente é a ‘Sede Histórica’ e também o “Núcleo Mestre Gabriel”. Em Manaus o
espaço será identificado como “Núcleo Caupuri”, nome dado a um gênero de cipós –
componente da Ayahuasca – que desenvolvem grandes “nós” em seu talo. De acordo com
nossas pesquisas, o “mestre Cruzeiro” foi o responsável em implantar a União do Vegetal em
Manaus, tal feito é celebrado por Mestre Gabriel como o marco inicial da expansão universal da
missão: a partir de Manaus a organização iria crescer ao ponto de conquistar o domínio do
mundo. Exatamente desta forma… pelo sonho do peregrino, o domínio do mundo viria pela
compreensão das pessoas e pelo domínio da paz, mas num dia… todos os povos do mundo
estariam dominados pela ordem da União do Vegetal, falando uma só língua e manifestando
uma única fé… primeiramente a UDV iria absolver as religiões ayahuasqueiras, inclusive o
Daime e a Barquinha, para depois absorver todas as demais religiões da humanidade.

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6.12 – A PRISÃO DE MESTRE GABRIEL
O ano de 1967 foi marcado pelo fato de maior vulto social na história da União do
Vegetal: Mestre Gabriel foi preso em Porto Velho. Esta passagem, por certo, é nebulosa em
todos os sentidos. Perseguição já havia à comunhão da Ayahuasca, Mestre Irineu e Frei Daniel
sofreram atentados, mas nenhum foi encarcerado. O fato cabal deste episódio fatídico, só pode
ter ligação direta com atividades relacionadas à União do Vegetal e todo o contexto social de
iniciação dos novos discípulos e expansão da doutrina. Nenhum indício de desordem social
promovido pessoalmente por José Gabriel da Costa é identificado, tampouco suas atividades
ligadas à capoeira ou Umbanda – pois se assim fosse, tal fato já teria ocorrido anos antes,
quando ele se destacava de forma notória como “Pai de Santo”, além de que pelos idos dos anos
sessenta, mesmo com os ditames do regime militar, as tradições religiosas afrodescendentes já
gozavam de certa tolerância legal. O fato cabal deste episódio fatídico só pode ter ligação direta
com as atividades relacionadas à União do Vegetal e todo o contexto social de iniciação dos
novos discípulos e expansão da doutrina.

A DESPEDIDA SOLITÁRIA DE MESTRE GABRIEL


Os últimos dias de Mestre Gabriel não foram fáceis, perseguido pela polícia e
acometido por uma grave doença, o peregrino se despediu deste mundo aos 49 anos de idade,
ainda na formação de sua missão. Desde o início da “Fase Urbana” em 1º de janeiro de 1965,
até seu falecimento em 24 de setembro de 1971, foram apenas seis anos à frente das Sessões,
considerando a data de fundação em 22 de julho de 1961, foram dez anos… e ainda a data de
sua primeira experiência com a Ayahuasca em 1º de abril de 1959, apenas doze anos se
completaram. Selando os passos do final desta jornada, o ano de 1970 foi marcado por dois
acontecimentos importantes…

POR TRÁS DOS VÉUS DA DOUTRINA


Um passo além necessita ser dado nesta jornada, o sistema religioso da União do
Vegetal só pode ser compreendido após adentrarmos ao “misterioso” mundo dos segredos
velados pela doutrina. O quadro de significados religiosos implantado por Mestre Gabriel possui
uma gama enorme de símbolos ocultos e instruções veladas, trazendo em si a mensagem de um
grande segredo. Os silêncios sobre a narrativa da história de Mestre Gabriel podem ser
compreendidos após a compreensão dos códigos de valores secretos escondidos pela doutrina.

ANIMAL DE PODER

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Em todas as tradições nativas os animais são vistos como arquétipos, símbolos
de energias que existem e que podemos contatar, encontrar e manifestar dentro de nós.
Desde os primórdios da Humanidade, os animais sempre tiveram importante
participação na vida do ser humano, não apenas fornecendo alimento, vestuários e
utensílios ritualísticos, mas também conferindo poderes, atuando na vida externa,
realidade comum e na vida interna, realidade incomum.

A Natureza é uma obra de arte de si mesma, uma família de cores que se


misturam dinamicamente, os animais são nossos irmãos mais jovens, tons de instinto,
energia vital, força e sabedoria.

Vários povos de cultura xamânica tinham certeza de que os homens e os animais


são parentes. E que existe uma relação espiritual com os animais que transcende ao
tempo e ao espaço, acessível com maior clareza quando em estado alterado de
consciência.

Como se sabe, desde a Antiguidade há rituais em que os homens e animais se


faziam presentes, que o animal e o homem eram uma coisa só.

Carminha Levy, considerada a Avó do Neoxamanismo no Brasil, afirma que o


animal de poder irá evoluir em outros três aspectos, formando o séquito dos quatros
animais sagrados: Animal de Poder (é dele o nosso poder Egoico); Animal Negro (é
dele o poder da nossa Sombra); Animal Dourado (é dele o nosso poder Mental) e
Animal Alado (é dele o poder do nosso Espírito).

Cada animal possui uma essência, e assim cada um possui sua própria medicina
e sabedoria.

SIMBOLOGIA ANIMAL

Acredita-se que houve uma época, em que os humanos ficavam cercados de


animais e reconheciam o parentesco com eles. Os animais possuem forças espirituais
assim como os homens.

A Simbologia animal está profundamente gravada no inconsciente coletivo da


humanidade. Herdamos sentimentos e recordações inconscientes que condicionam
nosso comportamento consciente.

ANTA - Medicina da longevidade. Gentileza, compreensão.

ALDEIA XAMÂNICA PEDRA DA LUA


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CURSO INTENSIVO DOS GUARDIÕES DAS SAGRADAS MEDICINAS!
ANTÍLOPE - A medicina da cautela, do silêncio. A consciência mística através da
meditação. A ação, a calma. Com ele compartilhamos a disciplina de sermos calmos e
silenciosos. Podemos evoca-lo para conseguir um estado de meditação. Sua medicina é
a sabedoria para poder saber quando permanecer quieto e quando tomar a ação
apropriada.
ARARA / PAPAGAIO - É a medicina do arco-íris. Para rituais de cura, preces e para
evocar a energia do Sol. Para conexão com o poder de cura das cores (cromoterapia).
Ponte entre o reino dos pássaros e o homem. Ajuda no senso de diplomacia. Excelente
para trabalhar a retórica, comunicação com o público, palestras, aulas, apresentações,
etc.
ARANHA - É a medicina da criação. Para compreender melhor a “teia da vida”. Evocar
para criatividade e imaginação. Inspira a visão, e o poder para trazer nossos sonhos até a
realidade. Para obter independência e coragem para rompermos com armadilhas que
criamos sejam emocionais, ou espirituais. Para rompermos a teia da ilusão,
construirmos novos sonhos, para sonharmos mais, para tecer sua própria vida.
ARRAIA - A Medicina da Adaptação e da Graça, ajudando nas transições. Ensina
como tocar profundamente nas emoções com graça, elegância e a ser persistente na vida
e também a se defender quando atacado. Inspira a limpeza e asseio em todos os aspectos
da vida, para compreender as diferenças. Habilidade para nadar lentamente através das
águas emocionais.
AVESTRUZ - É a medicina da segurança, do centramento. Para que os conhecimentos
de outros reinos possam ser colocados em prática. Para esfriar a cabeça, dominar
impulsos calmamente. Para tornar-se discreto, invisível, passar despercebido. Para
aumentar o apetite e facilitar o processo digestivo. Assimilar novos conhecimentos com
os pés no chão.
BALEIA - É a medicina dos registros, da recordação, sabedoria. Proteção contra
energias negativas, poder físico, O poder da sabedoria ancestral, da inteligência. Os
registros antigos da Mãe Terra. Acessar o subconsciente, para explorar a história do
planeta. Os mistérios profundos. A cura do corpo físico e o equilíbrio do corpo
emocional, aliviar tensões. Para ouvir e cantar canções e explorar a individualidade,
desenvolver telepatia. Conexão com a Mente Universal. Para contar histórias e recordar
histórias antigas, sejam as suas próprias, ou as da humanidade.
BABUÍNO - Medicina da defesa da família. Conexão com o sagrado e sabedoria.
BEIJA-FLOR - A medicina do amor, da suavidade, da alegria, da claridade. Evocado
para a graça, beleza, delicadeza, força, paixão. Para clarear conflitos emocionais e
questões envolvidas com o amor. Evocar para a felicidade, boa sorte, cura física. Para
abrir o coração e a mente a se moverem para outras direções, em momentos que são
necessárias mudanças. Para trazer mais alegria, mais colorido, poder voar em várias
direções. Para o amor romântico. É o mensageiro da cura.
BESUROS, JOANINHA, ESCARAVELHO - É a medicina do renascimento.
Associado com o Sol, para evocar deidades solares, mudanças, nova vida,
transformações, proteção, rever aspectos da vida, autoconhecimento, paz. Para trabalhar
com vidas passadas, alinhamento espiritual.

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BORBOLETA - É a medicina da transcendência e da transformação. Para termos
consciência e compreendermos nossos sonhos, viagens astrais. Obtermos inspiração e
transformarmos momentos difíceis em momentos de crescimento e evolução. Evocada
para obtermos ajuda para o nosso desenvolvimento espiritual, buscar a transcendência e
transformação, liberdade e novas etapas, ir para dentro e transformar-se, clareza mental
para encontrar o próximo passo.
BÚFALO - A medicina da paz e da harmonia. Evocado para rezar. Para que nossas
preces sejam atendidas. Para buscar a paz e buscarmos a nós mesmos. Simboliza a
energia ancestral. Ajuda na conexão com a Sabedoria Universal, com nosso corpo
mental, nosso intelecto. Pose ser chamado para trazermos mais resistência nos desafios
da vida. Ressonância harmônica, tolerância, abundância, gratidão, louvar e honrar o
nosso caminho, o sentido do sagrado, também são atributos do búfalo. É o pacificador.
Burro/Jumento. É a medicina da humildade. Ajuda-nos a aprender lições. Evocar
quando precisar manter uma posição fixa, defender uma ideia. Para paciência,
humildade, despertar o potencial, obter reconhecimento após um trabalho árduo.
BURRO/ASNO/JUMENTO - Medicina da resistência e obstinação. Habilidade para
tomar decisões. Para dizer não e fixar firme uma opinião.
CABRA/CABRITO/CAPRICÓRNIO - É a medicina da determinação para ir ao topo.
Para vencer obstáculos que nos impedem de subir, vencer as dificuldades naturais,
continuar nosso caminho em direção a luz. Para sensualidade e sexualidade (Pan). Para
nutrir-se de energias, proporcionar bom humor. Subir para encontrar o Eu Superior.
Novos empreendimentos que exijam esforço. Novas escaladas, novos desafios.
CACHORRO - É a medicina da lealdade, o guia, a habilidade para amar
incondicionalmente. Ensina-nos amor e fidelidade. Proteção em ataques inesperados.
Quando precisar ser guiado, conduzido em seus pensamentos e tomadas de decisões.
Precisar de segurança. Para inspirar-nos a amar incondicionalmente. Quando tiver algo
a guardar, a vigiar.
CAMALEÃO - É a medicina da clarividência, da sensitividade. Para estimular a
terceira visão, capacidade de distinguir luz da escuridão, verdade e ilusão. Habilidades
psíquicas e intuição para captar energias e saber distingui-las. Ajuda a sentir a aura. Para
aqueles que trabalham com bioenergética, acupuntura, foto kirlian, etc.
CAMELO - É a medicina da tolerância e da resistência. Evocado também, para
economia, conservação, obter paciência, administrar recursos.
CAMUNDONGO / RATO - É a medicina da introspecção, observação, do senso
aguçado. Evocar para a adaptabilidade. Tomar consciência das coisas pequenas e sutis
da vida. Para apreciar as coisas simples e pequenas. Ensina a ter sucesso em atitudes
simples, mas de grande sabedoria e poder, a nos auto preservarmos. Observar detalhes.
CANGURU - É a medicina dos poderes maternais, da coragem para seguir. Quando
precisar se sentir protegido e seguro, de estabilidade, de calor humano. Evoca-lo quando
sentir-se muito vulnerável. Para nutrir a criança interior. Para cuidados com filhos. Para
saltar longe de confusões. Para se adaptar a novas situações
CAPIVARA - Medicina da fecundidade e da maternidade. Pode ser evocada para
habilidades de natação, nutrição, trabalho em grupo.

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CARANGUEJO - É a medicina do lar, da comunidade. Para obter várias soluções para
a mesma situação. Para evocar o poder da dança, habilidade para fazer fluírem as
emoções, achar novas formas, e proteção do lar.
CARACOL/CARAMUJO - Medicina da mobilidade. Habilidade para usar o
movimento lento. Defesa através do recuo. Compreender o valor do humor.
CASTOR - A medicina da construção, dos novos pensamentos. Evocado também,
quando precisamos de alternativas e sabedoria para não cair em armadilhas. Ajuda a
construir novas ideias, novos canais de comunicação, novas áreas de conhecimento.
Para obter conforto e segurança. Para as mulheres desenvolverem um lado mais forte e
os homens um lado mais doce. Evocar para construções de casas, ou de qualquer coisa,
colocar projetos em prática, trabalhar em grupo.
CAVALO - É a medicina do poder interior, da ação, das jornadas xamânicas. Evocado
para a liberdade de espírito, força, clarividência. É uma grande medicina. Nos mostra
como carregar nossa carga, com calma e dignidade. Mostra-nos que devemos sempre
ser livres. Evoca-lo para aumentar o poder pessoal, para acessar nosso próprio poder.
Ajuda-nos a achar o nosso próprio lugar no mundo, a tornar-nos independentes.
Também para novos estudos e pesquisas, novos projetos, iniciar alguma coisa. Para
deixar nosso espírito achar seu próprio ritmo e caminhar na beleza e na graça. Simboliza
a viagem xamânica, a projeção astral. Para evocar o poder em qualquer situação. Ensina
a compartilhar o conhecimento recebido com os demais.
CAVALO MARINHO - É a medicina da suavidade. Evocar para fluir emoções,
suavidade, elegância, leveza, brincadeiras, conquistas amorosas, danças.
CERVO/VEADO - É a medicina da gentileza e da delicadeza. Sua medicina ajuda a
nos alertar nos momentos de perigo e sair delicadamente e com graça de situações
difíceis. Para evocarmos a ternura, a benevolência a suavidade. Nos ajuda a tocarmos
com delicadeza no coração de outras pessoas. É uma medicina sutil e penetrante, para
trabalhar nossa própria densidade. Faz a conexão do coração com o espírito, traz
sensitividade, adaptabilidade.
CIGARRA - Cigarras estão relacionadas com a colheita. Aqueles que têm a cigarra
como totem são apressados para descobrirem a realidade. Dirigem seus estudos para
saber da sua jornada pessoal da alma e passam tempo buscando seu eu verdadeiro.Essa
medicina ensina a mover-se rapidamente, assim como fazer seus parceiros moverem-se.
Éa medicina dos sons acústicos. Ensina a comunicação através dos sons que pode
ouvido de muito longe. Medicina para buscar coisas escondidas, verdades
escondidas.Ela nos ensina como entrar no mundo subterrâneo, profundo, sem medo de
descobrir segredos que estão guardados no fundo, para trazer à superfície.É uma
medicina para explorar a natureza e trazer o entendimento sobre o que é realidade e
ilusão
CISNE - É a medicina do galanteio. Evocado para celebrar o amor, para guardar e
proteger nosso amor, fidelidade, fé, superar separações. Para compreendermos e
aceitarmos as transformações necessárias e aceitar os acontecimentos da vida. Na sua
medicina incluem graça, beleza, suavidade, paixão, criatividade romântica. Habilidade
para navegar suavemente em estados alterados de consciência, desenvolver a intuição,
premonição, dons proféticos. Para evocar elegância e charme.

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COBRA - É a medicina da transmutação, cura, sexualidade. Associada com morte e
renascimento, sua medicina permite que deixemos de lado nossa pele velha (velhos
hábitos). Evocar para aumento da energia sexual, sensualidade cura física,
transformações, habilidades ocultas, sabedoria ancestral. O poder de transformar
venenos (energias negativas), em remédios (energias positivas). Elevação espiritual,
acessar energia Kundaliní.
COELHO - É a medicina da fertilidade, do crescimento. Para ter filhos, e para ter
ideias férteis. Ensina a nos tornarmos cuidadosos, evitando perigos. Para ficarmos
alertas, atenciosos, conscientes. Evocar para abundância, crescimento, prosperidade.
COIOTE - Á a medicina do otimismo, do humor, da malícia. Evocado para contatar
com a criança interior, com a fé e a inocência. Para evocar o sucesso na vida. Quando
precisar sair de problemas. Para animar reuniões e festas, para que possamos rir mais,
fazer mais brincadeiras (é a sagrada irreverência), exercitar o nosso corpo. Considerado
o “Espírito Trapaceiro”, derruba nossa seriedade quando queremos ser adultos demais e
não nos permitimos expressar nossas emoções. Para buscar nossa essência verdadeira.
CORVO - É a medicina dos conhecimentos mágicos. Para obter ajuda nas cerimônias,
conhecer mistérios, viagens astrais, para transcender as limitações do corpo físico.
Como mensageiro nas preces de cura, para dons proféticos. Mudança de consciência,
processos de transformação.
CONDOR / GAVIÃO / HARPIA - Possuem os atributos da águia. O Condor ainda
pode ser evocado para morte e renascimento, dons proféticos, amor da mãe, purificação.
CORUJA - É a medicina das habilidades ocultas, sabedoria antiga, a vigília. Para
descobrir verdades ocultas, mistérios, intuição profunda. Evocar para auxílio nos
obstáculos quem impedem a presença de seus talentos e habilidades. Para que seus
talentos se apresentem de acordo com a situação. Para aceitação do lado escuro
(sombras) da realidade. Também para a benevolência. Evocar quando quiser conhecer o
lado sutil da consciência, áreas inexploradas da consciência. Para discernimento da
verdade, do que nós estamos buscando. Ligação com a lua. Para conhecer as sombras,
poderes psíquicos, habilidades ocultas. Para melhor observar, prestar atenção.
DONINHA, FURÃO, MARTA - É a medicina para olhar além do superficial. Para não
subestimar, nem superestimar os outros ou situações. Para intuição, ser inspirado por
poderes sobrenaturais dentro de nós mesmos. Para determinação, coragem, tenacidade.
A arte da dissimulação, da persuasão. Para perceber o que competidores farão. Poder de
observação, de esconder, de manter segredos, da vidência. Habilidade de ver razões
escondidas atrás das coisas, poder de observação, astúcia, ação secreta.
ELEFANTE - É a medicina da memória ancestral. Evocar para guiar caminhos. Inspira
amor próprio, auto-suficiência, força, longevidade, cura. Para ser guiado em caminhos
ancestrais. Para obter boa memória e habilidade para aprender. Pode ser evocado para
estudos, provas e trabalhos intelectuais.
ESCORPIÃO - É a medicina da intensidade. Para força, inteligência, sexualidade.
Torna as coisas mais intensas, ir profundamente a tudo, instinto de sobrevivência.
ESQUILO - É a medicina da poupança. Evocar para fazer investimentos, projetos
futuros, orçamentos. Para ajudar a encontrar objetos perdidos, ou muito bem guardados.
Para conseguir reservas (dinheiro, energia, etc.) Guardar apenas o que é de utilidade,

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guardar e proteger coisas. Para observar pequenos detalhes óbvios para divertimentos,
programação de férias ou lazer.
ESTRELA DO MAR - É a medicina da flexibilidade, da intuição, dos instintos. Ensina
a manobrar as situações. Para dar a volta por cima e sair fortalecido, regeneração,
determinação para seguir em frente, movimentos lentos e firmes, força interior,
sabedoria das emoções para achar a própria estrela. Inspira a enxergar novas
possibilidades, renovação, a ser original.
FALCÃO - É o mensageiro! É a medicina da precisão. Ajuda a levar preces ao
Universo, a olhar em volta, a estar atento nos detalhes, observar à distância, a enxergar
oportunidades. Desenvolver capacidades não conhecidas, ocultas.
FLAMINGO - Medicina para filtrar as aguas emocionais. Para manter a finalidade da
alma, da vida em grupo. Para obter equilíbrio.
FOCA / LEÃO MARINHO - É a medicina da imaginação, sonhos lúcidos. Evocar
para criatividade, sonhos significativos, estimular a imaginação, lembrar-se de sonhos.
Para colocar a criatividade em ação, inspiração, saber ouvir, imaginação ilimitada,
equilíbrio emocional. Para conectar com o reino das fadas.
FORMIGA - Nós podemos evocar sua sabedoria para aprendermos como construir
uma sociedade sustentável. É a medicina da paciência, cooperação, a habilidade para
trabalhar duro e em harmonia com os outros. É o símbolo da construção, do trabalho
bem-feito, do planejamento meticuloso, da resistência. Ela reúne o poder de 4 animais :
a força do leão, organização da abelha, a agressividade do texugo, e o poder construtor
do castor.
GAFANHOTO - É a medicina da voz interior. Para que sua voz interior te ajude a
mover qualquer área da vida, ouvir a própria voz. Evocar para meditação, despertar
instintos, saltar obstáculos, para ir avante.
GAIVOTA - É a medicina da busca pela excelência. Evocar para fazer conexão com o
reino das fadas, espíritos da água, para trabalhar em outras dimensões. Mudança na
comunicação, nova formas de comunicação. Para trabalhar na ecologia, para ter
consciência ecológica. Para limpar certas áreas em nossa vida.
GALO - É a medicina da sexualidade, da fertilidade. Para potencializar a sexualidade,
elegância, altivez, nas cerimônias (sociais, espirituais, artísticas, familiares, etc) e
oferendas de energia. O poder da voz, proteção da família e da comunidade, ouvir a voz
interior.
GAMBÁ - É a medicina do campo de proteção. Habilidade de ver ou perceber coisas
que os outros não veem. Quando precisar mudar pontos de vista ultrapassados,
ortodoxos. Para quebrar paradigmas. Para aumentar a criatividade, encontrar novas
formas de se fazer a mesma coisa. Para evitar a violência e confrontos passivos de
resistência agressiva. Para estabelecer limites, para não chamar atenção. Para afastar
pessoas que nos respeitam.
GATO - É a medicina do entendimento de mistérios. Sempre associado com a magia,
sensualidade, intuição, inteligência. Pode ser evocada para independência, liberdade,
habilidade para andar só, achar conforto, graça. Para obter visões místicas.

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GIRAFA - É a medicina para ver grandes distâncias. A ponte entre o alto e o baixo.
Quando você tiver que olhar mais para frente, ver pessoas por outra perspectiva, e como
ver novas perspectivas afetam a sua vida, deve evoca-la. Para elevar sua mente e seus
pensamentos. Obter imaginação para a solução de problemas. Clarear a visão para ver
antecipadamente o que vem vindo. Para empatia e simpatia. .
GOLFINHO - É a medicina do alinhamento, do amor incondicional, dos
relacionamentos harmônicos. Para se conectar com as profundezas de nosso ser, a cura
através do amor, para propósitos terapêuticos. Sua medicina inspira inteligência,
diversões, jogos, comunicação e sociabilidade. Evocado para a cura, iluminação do ser,
pureza, paz, harmonia com a natureza e a conexão com nossa força vital.
GORILA - É a medicina da sabedoria. A sabedoria ancestral, ouvir nossa própria
sabedoria. Para obter paz interior, serenidade, tolerância. Para evocar energia, força e
poder, adaptabilidade. Para agir com firmeza e poder.
GUAXINIM - É a medicina do poder não mão, das práticas mágicas. Habilidade em
disfarces, bom humor, habilidades para jogos e brincadeiras, são também seus atributos.
Ajudam na produção de shows, apresentações, comédias. Para versatilidade, poderes
místicos, energia e habilidade nas mãos. Para compreendermos nossas máscaras e nossa
verdadeira face.
HIPOPÓTAMO - É a medicina do aterramento e desenvolvimento psíquico. Ligação
da água com a terra. Para tocar a intuição, emoções e sensitividade e ao mesmo tempo
ser prático (com os pés no chão). Para terminar trabalhos com eficiência. Para
relaxamento. Um caminho para os ancestrais. Ele ensina a caminhar calmo e sempre, e
nossa conexão com todos os seres.
HIENA - Medicina dos segredos selvagens. Adaptação, paciência, perseverança,
cooperação, defesa dos limites, comunicação no escuro. Para compreender o valor da
comunidade e para ajudar nas epidemias
ÍBIS - É a medicina do alinhamento. Para conexão com as deidades egípcias. Evocar
para entender a sabedoria ancestral, sabedoria, trabalhar em magia.
JACARÉ / CROCODILO - É a medicina do inconsciente profundo, da iniciação.
Ensina-nos a acharmos boas amizades e a fazermos alianças com pessoas que são
diferentes de nós. Para transformar energias agressivas em positiva energia de ação.
Para tocar em energias prima, reorganização após o caos (morte e renascimento),
instinto de sobrevivência. Profunda visão e clarividência.
JAVALI - É a medicina da comunicação entre pares. Evocar habilidade para sentir o
perigo, expressividade, inteligência, coragem, proteção. Habilidade para achar a verdade
JOANINHA (BESOURO) - Medicina de vidas passadas. Para conduzir ao centro do
universo, iluminação espiritual, morte e renascimento.
KOALA - É a medicina do movimento lento. Habilidade para superar obstáculos, para
evitar brigas e desgastes. Evocar para práticas de yoga e tai chi
LAGARTO - Ë a medicina do otimismo, dos sonhos. Ensina sobre o passado,
sobrevivência. Para questões de transformações, quando não sabemos ao certo o que e
se devemos transformar algo. Para obter coragem para ir em frente, em tempos difíceis.
Para deixar coisas velhas e criar novas coisas. Para renovar, adaptar-se ao novo. Para
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obter clareza em lados sóbrios da realidade. Para obter sonhos esclarecedores, e prestar
maior atenção a eles.
LEÃO/LEOA - É a medicina da liderança, da força, do poder, da coragem. Associado
ao Sol. Evocado para os poderes de força, vitalidade, potência sexual, saúde, energia,
prosperidade, proteção. Para aumentar a autoconfiança. Quando tiver pela frente tarefas
difíceis, desafiadoras. Para ter ousadia, audácia de iniciar algo. Para ter a paciência
necessária, fazer com que a inteligência, vença o instinto. Quando necessitar de forças
para vencer limitações, bloqueios. Para equilibrar mente e coração, emoção e intelecto,
consciente e subconsciente. Trabalhar com luz e escuridão.
LEÃO MARINHO - A Medicina da Atenção. Ensina a ouvir as vozes interiores,
criatividade, imaginação, inspiração, discernimento sobre os acontecimentos,
brincadeiras, movimentos corporais.
LEMUR - Medicina para acessar o conhecimento das florestas. Para ser despercebido.
Habilidade de agarrar, segurar conceitos, ideias. Para ficar acima das brigas.
LEOPARDO - É a medicina para estudo dos mistérios das nossas próprias sombras.
Para compreender melhor o subconsciente, mistérios da escuridão, desenvolvimento de
poderes ocultos e sensibilidades psíquicas. Maior acesso à mente consciente. A encarar
nossas sombras com coragem, força, dignidade e graça.
LIBÉLULA / VAGA LUME - É a medicina da iluminação, dos ventos da mudança.
Evocar parra amadurecer as ideias, clareza mental, autocontrole. Para tornar a vida mais
leve, novas perspectivas, mudanças. Conexão com espíritos da natureza, enxergar
através da ilusão, ir buscar a nossa própria luz, enxergar as maravilhas da vida,
misticismo, para trabalhar cromoterapia.
LINCE - Ë a medicina do segredo, do conhecimento oculto. Para conexão com
mistérios ancestrais, sabedoria oculta, desenvolvimento de poderes psíquicos, sabedoria
intuitiva, usar o poder de forma positiva. Usar esta medicina quando se sentir muito
preso no chão, é uma medicina forte. Para tornar-se alerta. Para compreender melhor as
decepções de outros. Compreender o valor do silêncio pode ser evocado para obter
atmosfera de silencio e concentração. Para saber coisas importantes sobre si mesmo.
Poderes de clarividência. Segredos interiores.
LOBO - É a medicina do ensinamento, do amor, dos relacionamentos saudáveis. Para
trabalhar os nossos medos, através de sua ligação com a Lua. Ajuda a eliminar as nossas
fraquezas e pensamentos negativos, não produtivos. Para eliminar sentimentos e
pensamentos que enfraquecem o espírito. Para defender, ou conquistar nosso espaço.
Ensina a caminhar longe, seja física, mental ou espiritualmente. Para minimizar
conflitos ou situações tensas. Evocar para saúde, relacionamento familiar, amor
romântico, esperteza, força, habilidades de liderança, para seguir adiante e liderar os
outros a caminharem junto com você. Para quem é professor, instrutor, consultor,
técnico, líder espiritual, etc. Para visão criativa, sabedoria, ação, fidelidade, para
aprender novas coisas, ensinamento do inconsciente. O lobo é o professor, o mestre.
LONTRA - É a medicina da eficiência. Para tornar seu trabalho eficiente e
proporcionar tempo para lazer, diversões etc. Para sensitividade, intuição, perceber as
emoções dos outros.Para compreender o feminino que está dentro de cada um
(homem/mulher).Para desenvolver maior expressão verbal, eloquência. Evocar para

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criatividade, capacidade de inventar, improvisar, jogos, brincadeiras, festas. Para evitar
ciúmes, desconfianças. Para evocar os poderes femininos.
LOUVA-DEUS - É a medicina da calma. Evocar para obter sonhos reveladores,
meditação, concentração. Para acalmar a mente, os pensamentos, o corpo, e outras
pessoas. Estimulam dons proféticos, a terapia alternativa, prática de respiração, artes
marciais. Introspecção e silêncio profundo cura física e emocional.
MACACO - É a medicina da inteligência, da comunicação. Para realizar tarefas
mentais importantes. Promover o bom humor em festas e comemorações. Para conexão
com a irreverência e alegria. Para solidificar amizade, obter perícia e agilidade.
MARIPOSA - É a medicina da transformação, movimento nas sombras, encontro da
luz.
MINHOCA - É a medicina da renovação, da regeneração. Para rejuvenescimento,
regeneração de tecidos, para a pele. Evocar para auto-suficiência. Transformação,
reparos, consertos, cura, regeneração de maus hábitos.
MORCEGO - É a medicina da Iniciação. As habilidades ocultas, os poderes psíquicos.
A habilidade para ver nas sombras, na escuridão. Evocar para expandir conhecimentos
intuitivos. A ouvir nossos ecos, como o morcego, e sairmos de confusões. Quando
precisamos abandonar velhos hábitos, padrões, comportamentos (morte simbólica), nos
abrindo para novas experiências (renascimento).
ORANGOTANGO - Medicina da Gentileza. Conexão com espíritos da floresta.
Capacidade para tratar problemas e movimentar-se acima das confusões.
OURIÇO-DO-MAR: - A Medicina da Arte. Ensina o movimento paciente e tenaz,
evolução, transformação, como tirar reflexões profundas da mente, aterramento, como
absorver melhor informações do dia-a-dia.
PANDA - É a medicina para entender o valor de diminuir o ritmo. Conexão com
crenças orientais, equilíbrio, adaptabilidade. Conexão com o Reino das Plantas.
PANTERA / JAGUAR OU ONÇA / JAGUATIRICA - É a medicina da coragem,
liberação de instintos, sensualidade, poder. Evocar para esperteza, para marcar
território (conquistar espaço) eliminar medos, para facilidade de julgar à distância. Para
insight’s, conhecimento interior, desenvolver clarividência, clariaudiência (ouvir
mensagens de outras dimensões), saber escutar, sensitividade. Poderosas energias
sexuais, para resolver traumas e bloqueios sexuais, força, proteção, disciplina,
renascimento. A pantera negra é ligada a lua, símbolo feminino de poder, sensualidade,
sexualidade, sedução. Ajuda a compreender as sombras, paixão, mistérios, elimina
medos, e controla instintos e impulsos. O Jaguar promove a interação entre a mente e a
alma, é o mensageiro.
PATO - É a medicina da proteção maternal, conforto, nutrição de energia. Para nutrir-se
emocionalmente. Para mostrar afeição e carinho. Evocar para equilibrar as emoções
com graça e conforto. Para lidar com as diversas situações que a vida apresenta. Ligado
a lua.
PAVÃO - É a medicina da proteção psíquica. Para coragem, sensualidade, beleza,
exuberância. Para danças e peças teatrais e movermos nosso corpo com sensualidade e

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suavidade, danças cerimoniais. Para celebrar a vida. Ajuda proporcionando serenidade,
paz mental, relaxamento, auto expressão, dignidade.
PEIXES - É a medicina do oculto, mediunidade, espiritualidade, mística. Abundância,
fertilidade, criança, harmonia, regeneração. Balanço entre a mente e a emoção. Para
situações que envolvam emoções, o psiquismo, transformações. O esturjão:
determinação, sexualidade, profundidade, consistência. O salmão: força, perseverança,
ir contra a correnteza (desafios) determinação, coragem. O pirarucu: sabedoria
ancestral.
PELICANO - É a medicina da reconstrução. Evocar para abundância, controlar o ego,
descobrir soluções quando se sente perdido, fluir através das emoções, controlar o ego,
habilidade para reconstruir.
PERIQUITO - É a medicina da comunidade. Evocar para a habilidade para mudar
suavemente de direção, imitação, amor, confiança. Ajuda nas metas comunitárias.
PERU - É a medicina das benções, da purificação, da nobreza, dignidade. Para ter
consciência daquilo que é sagrado. Iluminação e o despertar do Eu Superior. Evoca a
compaixão, a solidariedade, de colher o que plantamos. É o símbolo das bênçãos, da
boa colheita, de honrar a vida. Para afastar maus espíritos, más energias, expandir a
terceira visão. Conexão com energias da Mãe Terra.
PICA-PAU - É a medicina da limpeza, ritmo e amor curativo. Conexão com novo
ritmo, mudanças. Para ultrapassar limites, crescimento espiritual. Talento, intuição,
dons maternais. Para aumentar a criatividade, criar novas imagens mentais, estimular
para novas atividades. Evocar para tocar ou aprender a tocar instrumentos de percussão
(tambor, bateria, maracás, etc.) Energia de cura, manifestada no ritmo do poder do
amor. Para mudanças ou transformações rápidas e urgentes. Vibrar ao ritmo da Mãe
Terra e dos Espíritos do Trovão. Para inteligência, esperteza, regeneração.
PINGÜIM - A medicina de viver em comunidade, adaptação ao novo. Para aumentar a
sociabilidade, para ser feliz com seu companheiro (a), fidelidade conjugal, lealdade nos
romances. Para preservar relacionamentos e relações. Evocar para se adaptar às novas
situações, para enriquecer nossa vida com maiores relacionamentos e com maior
qualidade de interação. Entender a energia feminina no homem, paternidade.
POLVO - Medicina da invisibilidade. Inteligência. Para se mover rapidamente fora do
perigo e destruir barreiras negativas.
PORCO-ESPINHO - É a medicina da fé, da inocência. Para ter habilidades que
necessitamos no momento. Simboliza a proteção da não ação. Boa-memoria,
inteligência, inspiração para realizar coisas grandes, habilidade para expressar-se de
maneira original, natural.Humildade, alegria de viver, o poder da fé, liberar a criança
interior, conectar com a essência.
PREGUIÇA - É a medicina da contemplação e longevidade.Compreensão sobre os
espíritos da árvore, sabedoria de mover-se lentamente. O valor do ócio. Ócio criativo.
Habilidade de alcançar as bibliotecas dentro das árvores onde todo o conhecimento da
terra é preso.Ver o mundo de cabeça para baixo. Tenacidade.
PUMA/ LEÃO DA MONTANHA - É a medicina da liderança, do mistério, do
psiquismo. Conexão com outros reinos, mediunidade, poderes psíquicos, o poder do

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silêncio. Para nos responsabilizarmos por nós mesmos. Habilidade para permanecer em
silêncio e coragem para andar só. Para compreendermos e seguirmos nossas intuições.
Capacidade de assumir responsabilidades. A graça, a força, a iniciativa, a velocidade, a
coragem.
RAPOSA - É a medicina da astúcia, sutileza, esperteza. É evocada para adaptabilidade,
para harmonização com a natureza, invisibilidade (habilidade para não despertar
atenção, passar despercebido) Para reagir rapidamente ás situações que apareçam, para
observar mais, ouvir mais, sentir mais, melhorar a memória, criar estratégias.
RINOCERONTE - É a medicina da sabedoria ancestral. Para ficar em harmonia
consigo mesmo. Para estabelecer conexão espiritual através de rituais e cerimônias.
Evocar para formar alianças e trocas de serviços. Para ter satisfação em suas atividades,
inspira aos prazeres da vida. Evocar para longevidade e saúde.
SAPO - É a medicina da evolução, da transformação. Evocado para a fertilidade, amor,
parto. Habilidade para mudanças, crescimento, amor romântico. Para trazer abundância,
criatividade, purificação e limpeza. Pedir poder para o curador. Para limpar a mente, as
ideias, expulsar energias negativas e zombeteiras.
SALAMANDRA - Medicina de conexão entre a terra e água. Liga com memórias de
vidas na Terra. Mudança. Conforto na escuridão. Habilidade para passar despercebido.
TAMANDUÁ - Medicina para encontrar objetos perdidos. Conexão ao mundo dos
insetos. * A habilidade de sentir, perceber cheiros. Valor do enraizamento. Para
encontrar soluções em casos difíceis.
TARTARUGA - É a medicina da estabilidade. Para obter estabilidade, perseverança,
resistência, paciência, conhecimento ancestral, sabedoria, proteção. Evocar o poder
medicinal da longevidade e a ligação com a Mãe-Terra. Para estar no lugar certo e na
hora certa. Proteção contra inveja, ciúmes, más palavras, da ignorância. Experiência,
energia de cura, organização, para construir imóveis e etc.
TATU - A medicina de estabelecer limites. Em situações de estresse, a proteção de sua
casca como um escudo protetor, estabelecendo limites emocionais. Um excelente aliado
para resistirmos injustiças. Evocado quando é necessários compreendermos nossos
próprios limites e quando precisamos dar o limite para alguém.
TEXUGO - Há uma ideia aceita no xamanismo que sua medicina é a da agressividade.
Prefiro colocar como a medicina da persistência, da luta pelos objetivos. A
agressividade no sentido de obter coragem, ousadia, iniciativa, dar o primeiro passo. Ele
ensina a nunca deixar de lado um sonho. Evocar para que a frustração, não nos abata de
prosseguirmos em nossa caminhada. Bom evocar para a comunicação em público, para
formar alianças, relacionamento com vários tipos de pessoas e seres.
TIGRE - É a medicina da preparação meticulosa. Para aproveitar as oportunidades que
chegam fazer boas estratégias/planos, a dar pausas para reavaliar a situação. Encoraja a
agir rapidamente, ensina iniciativa e persistência, dá independência e autossuficiência.
Para interagir com qualquer tipo de pessoa. Aprender a aproximar lentamente.
TOURO - A medicina da fertilidade. É evocado para paixão, sexualidade, poder. Sua
medicina também desenvolve o espírito guerreiro que há em nós. Proteção contra
energias negativas. Poder, liderança, potência.

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TOUPEIRA - Medicina para conexão com as energias da terra. Para obter
conhecimento de planta, raízes, minerais, sementes, rios e tudo o que há dentro da terra.
Ter orientação em locais de pouca visibilidade, para andar no escuro.
TUBARÃO - Medicina da Sobrevivência. Para adaptabilidade, independência, coragem
(destemor), proteção, transformação emocional, afastar pessoas ou situações
desagradáveis. Para acessar acuidades sensoriais, visões. Evocar para tarefas difíceis,
desafiantes.
TUCANO - Medicina para descobrir caminhos em meio a obstáculos. Para afastar
situações difíceis. Agilidade, destreza. Habilidade para projeção astral. Uso da cor na
cura (cromoterapia) Habilidade para achar a paz em pequenos lugares.
URSO - A medicina introspecção e da Cura Física. É hibernando (poder do silêncio e
da meditação) na caverna do urso (subconsciente) que vamos encontrar respostas para
nossas perguntas. Pode ser evocado para poderes curativos. O Urso polar pode ser
evocado para resistir a um ambiente hostil, e para trazer calor aos nossos corações.
Desperta o poder feminino profundo. Na caverna do urso digerimos as nossas ideias,
nossos pensamentos. É o Poder da cura física.
URSO POLAR - Medicina para navegar nas águas das emoções. Habilidade de
navegação até os limites, introspecção, solidão, sobrevivência em locais estéreis,
comunicação com o espírito, sonhos e visões. Para obter força em momentos de
adversidade.
URUBÚ - A medicina do urubu é de purificação e limpeza, morte e renascimento. Ele
faz um ser iço sagrado para todos os seres animais que é limpar o material animal
decomposto, evitando doenças potenciais, nunca matando ou ferindo uma coisa viva ou
suas próprias criaturas Olhando de cima ele vê o que acontece na Terra. Também é a
medicina do Amor pela Terra, pelas Deusas. Traz uma nova visão da vida e da morte,
dons proféticos, mistérios.Tem uma clara ligação com o Fogo/Sol em várias
culturas.Desliza suave firme nos ventos, mas usa pouca energia. Usa as correntes de ar,
a gravidade, ou seja, ele usa as energias da Terra, assim como o xamã.
VICUNHA/LHAMA - É a medicina da resistência. Evocar para superar materialismo,
mover-se acima das barreiras, confortar a outras pessoas, resistir ao frio.
ZEBRA - É a medicina do equilíbrio. Evocar para equilíbrio, clareza sem filtros,
segurança no caminho a ser seguido, manter a individualidade dentro de um grupo.

RESGATE DE ALMA 1

Compreendendo um pouco mais o que é doença


No xamanismo as doenças - emocionais físicas e espirituais - são tratadas da mesma
maneira, mostra a desarmonia na vida de uma pessoa.

Sinais que uma pessoa perdeu seu poder são problemas crônicos de saúde, sempre
adoecendo com diversas coisas...

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Depressão crônica, tendências suicidas são outras indicações que pessoa pode estar
sofrendo perda de poder. Desgraça crônica é outra indicação, talvez caia da escada,
depois torça o pé, depois sofra um acidente de trânsito, depois um assalto. Acho que
todos nós conhecemos casos assim. Uma corrente de
"má sorte" é outra indicação de que alguém perdeu poder.

O papel do animal de poder é manter a pessoa protegida do "mal". O animal também


conserva a pessoa saudável e bem equilibrada. A maioria das pessoas não trabalha nem
se relaciona regularmente com seu animal de poder, e isso pode os entediar4, e nos
abandonar após alguns anos. Às vezes um novo animal surge para substitui-lo, mas é
um grande problema quando outro não aparece para substituí-lo.

Geralmente temos que buscar o velho animal que volte para ajudar.

As vezes ele pode estar preso, ser roubado, além de ter decidido partir.

Esses detalhes serão explicados detalhadamente mais adiante no curso, à medida que
formos progredindo na arte da cura xamânica.

Às vezes pode acontecer também de uma pessoa estar sofrendo de uma intrusão
espiritual, pois toda doença possui uma identidade espiritual. As vezes quando
jornadeamos até o corpo de um cliente podemos encontrar um réptildentelado, um bicho
de forma repugnante ou assustadora. Ou seja, a doença irá se manifestar de forma
repulsiva para o "xamã", que está a procurar a causa.

Existem também vários meios de tratar isso e serão também abordados mais adiante.
Mas essas intrusões espirituais não são espíritos malignos, são espíritos deslocados no
corpo do paciente. Por exemplo, uma aranha dentro de sua casa... Ela não é maligna, ela
está apenas deslocada, ou seja, lá dentro ela pode te atacar, te morder, mas retirando a
aranha e devolvendo para fora da casa, ela estará de volta ao local aonde pertence, não
te fará mal.. Nessas doenças os espíritos intrusos "acreditam" que o corpo do paciente é
a casa deles. Colocando de volta ao seu lugar, ela ficará neutralizada. Técnicas para isso
serão dadas mais tarde.

Mas outro fator da pessoa ficar doente é a perda da alma. A alma pode ter fugido
assustada para fora (escolhido partir), ter sido perdida, até mesmo "roubada". Pessoas
que perderam a alma se descrevem como dissociadas e muitas vezes não se lembram de
determinados segmentos de suas vidas. Depressão crônica, tendências suicidas, doenças
crônicas, desânimo e falta de alegria na vida são também sinais de perda de alma.É
doloroso emocionalmente a pessoa ser fragmentada, dissociada, e não se sentir parte da
vida.

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Às vezes as pessoas queixam-se de que "não fui mais o mesmo" depois de trauma, uma
cirurgia, um acidente, divórcio, ou morte de alguém próximo. Sempre desconfiamos de
perda de alma, mas detalhes serão dados no decorrer das explicações de resgate de alma.

Quando falamos em perda de alma falamos em perdas parciais de alma. Uma pessoa em
estado de como já pode estar experimentando uma perda total de alma. No coma a alma
pode estar tentando passar por cima da morte e tornar-se perdida, as vezes pode haver
questões não-resolvidas na realidade comum que impedem a pessoa de fazer essa
transição. Talvez a alma não saiba como voltar para o corpo. Em qualquer caso, a perda
da alma já é quase completa e a pessoa é incapaz de atuar na realidade comum.
Mas o diagnóstico de fato do que está acontecendo vem de nosso animal de poder.
Nunca tomamos nossas próprias decisões no trabalho; trabalhamos com o poder do
universo, nunca usamos nossa energia pessoal, nossa própria energia.

Pedimos ao nosso animal de poder para que ele veja o que o paciente preciso neste
momento, qual é o problema ou questão dele. Ele vai nos mostrar o que acontece com o
paciente: perda de alma, ou energia intrusa, ou perda/roubo/falta do animal de poder
desse cliente, amarras energéticas/implantes, ou seja, o diagnóstico será dado por nosso
animal de poder.

Como no caso agora estamos tratando de RESGATE DE ALMA, nosso animal de poder
é quem nos levará ao local das partes de alma que irão voltar naquele momento (não
significa que sejam todas as partes) e nos guiará sobre o que fazer.

Resgate de Alma 2

Às vezes aparecem alguns sintomas para perda de alma:

- dificuldade em permanecer "presente" no corpo. Como se estivesse "fora do corpo",


observando-se como se a um filme.
- sensação de estar entorpecido, apático, enfraquecido.
- depressão
- problemas com o sistema imunológico e dificuldades em resistir a doenças.
- doenças crônicas ou debilidade na infância.
- ter vazios na memória de sua vida após os 5 anos de idade. Apagar traumas
significativos na vida
- lutar contra vícios: álcool, drogas, comida, sexo ou jogo.
- flagra-se olhando para coisas externas para preencher um vazio interior.
- sofrer de síndrome de personalidade múltipla.

Mas a perda de alma pode ocorrer, também, após certos acontecimentos:


- separação ou morte de alguém querido ("uma parte minha ficou com ele...")
- acidentes, cirurgias

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- traumas diversos, violências de vários níveis, abusos (emocionais, físicos, sexuais)
- separação de algum lugar querido ou coisas boas

Quando os xamãs jornadeiam, vai através do tambor (ao vivo ou através de CD), em
estado alterado de consciência, buscar as partes de alma que estão prontas para retornar
naquele momento.
Existem outros tipos de instrumentos que podem criar esse estado de transe, mas o
tambor é o mais utilizado.

Usualmente os xamãs levam nas jornadas suas "sacolas de medicina" (medicine bag),
contendo cristais, ervas, objetos mágicos, pós, bolas de luz. Essas medicines bags
podem ser "vestidas no astral" antes de começar a jornada, e o que vai ser retirado dela
pode surgir no momento da necessidade, além das coisas que usualmente leva. Por
exemplo, posso encontrar a parte de alma de alguém ferida, e nesse momento retirar um
unguento do astral, um pó curativo, aquilo que precisar no momento.

Usualmente vai nosso animal de poder, mas podemos sentir necessidade no momento de
levar outros animais, além de mestres, guardiões, e espíritos auxiliares. Não há uma
regra fixa, o "xamã" deve ter sua intuição e sensibilidade aguçada para sentir no
momento aquilo ou aqueles, que necessita. Mas a presença de seu animal de poder é
obrigatória.

No momento de começar uma sessão de resgate de alma, o xamã deve se comunicar


com seu mundo espiritual, cantar uma canção de poder, fazer uma oração, convocar
todos os espíritos que o auxiliarão nessa jornada, pedir que seja um canal do universo,
por onde toda essa energia do universo fluirá, para ser capaz de ajudar no resgate dessas
almas. Convocar seu animal de poder e pedir que ele o guie ao local onde estão as almas
daquele paciente, que podem voltar naquele dia. Confie sempre em seu animal de poder,
que vai sempre te guiando, e no decorrer da sessão, havendo qualquer dúvida, peça para
ele decidir o que será feito.

Mas SEMPRE, SEMPRE, confie.

Resgate de alma 3

NEGOCIAR COM A ALMA

A escolha em retornar deve partir da própria alma, uma vez que ela aprenda, fique
sabendo, o quanto a situação original mudou. Explico à parte perdida que as coisas
mudaram desde sua infância, ou desde o momento onde teve origem sua "fuga".
Explicamos que a pessoa, da qual ela faz parte, está num outro momento, precisa muito
dela, e agora possui muito mais controle sobre sua vida.

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Às vezes as partes da alma encontraram um agradável mundo espiritual que é preferível
àquele que deixaram para trás e não querem retornar. Outras vezes a alma fugiu para
outro mundo que não é particularmente agradável, mas no qual ela se encontra perdida
ou aprisionada.
Num ou noutro caso é meu trabalho fazer a parte da alma entender que seu devido lugar
é "em casa", no corpo do cliente, e que nenhum dos dois pode ser inteiro e feliz sem o
outro.

PARTILHANDO

Ao retornar da jornada conto os eventos que ocorreram na jornada, ajudando o cliente a


compreender a natureza de sua aflição, de seu vazio, enfim, de sua questão... Se recebo
orientações sobre ervas específicas ou remédios físicos, banhos, exercícios, ou mesmo
conselhos,eles serão repassados também.

De uma maneira geral, costumo partilhar com o cliente vários detalhes do que vivenciei
em minha jornada.

MAS DEVEMOS TER ALGUNS CUIDADOS!

Se não sei se um cliente está ciente de incesto ou violência sexual em sua formação, eu
não deveria partilhar nenhuma informação sobre abuso que recebo na jornada. Posso me
referir à sua idade apenas.Geralmente quando partilho uma cena ou imagem de uma
jornada, mesmo sem entrar em detalhes, o cliente sente profunda ressonância. Mesmo
quando o que relatamos seja uma fantasia para o cliente ou não faça sentido algum a
nível consciente, a informação terá efeitos calmantes e de transformação. ESTE É UM
DOS MISTÉRIOS DO TRABALHO.

Aliás, após a jornada, ao partilhar com o cliente, sempre digo assim:

"Vou partilhar com você o que vi em minha jornada ao encontrar essas suas partes de
alma. A informação pode ser precisa, fazer todo o sentido para você, e você pode se
reconhecer de fato no relato, mas a informação também pode não fazer sentido nenhum
a você, e seu consciente não reconhecer nada do que vou relatar. É que às vezes a
informação me vem como símbolo, fantasia e não é mesmo para o consciente saber.
Fique tranquilo que vai funcionar de todo modo".

E se vejo cenas de violência e abuso, tomo aqueles cuidados que falei.

Regate de alma 4

A JORNADA

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Prepare seu ambiente, tornando-o sagrado para esse momento. Eu sempre abro o espaço
sagrado bem antes de o cliente chegar, saúdo as 4 direções, chamo todos os meus
mestres, meus guardiões, meus guias, ancestrais de linhagem espiritual, peço que me
tornem um verdadeiro canal do universo capaz de trazer as partes de alma daquele
cliente que estão prontas para voltar nesse momento. Por último chamo meu animal de
poder e tenho uma profunda conexão com ele, pois me guiará por toda a jornada. Confio
a ele a missão de me levar às partes prontas para retornar nessa jornada, Confie sempre
nele, inclusive se ocorrer, durante a jornada, algum momento de dúvida ou se não
souber o que fazer. Pergunte a ele, mas geralmente nem é necessário, ele conduz o rumo
para a direção certa sempre.

Coloco o paciente deitado, e me preparo interiormente. Perto de mim fica a maracá, que
vai selar cada sopro, e um aparelho onde o CD de tambor vai tocar.

Quando me sinto pronta deito ao lado do paciente, tocando nossos pés, quadris, ombros
e dando as mãos.

E vou seguindo meu animal em busca das partes, ou parte, de alma. Conforme vou
resgatando e tomando nos braços as partes, pergunto a meu animal se ainda há mais
alguma para resgatar. Às vezes a própria parte de alma que está sendo resgatada avisa
que há mais uma a ser buscada. Não há uma regra geral e fixa, estejam sempre
confiantes, abertos, relaxados e conectados com o animal de poder e o momento.
Quando todas as partes foram resgatadas, retorno, sento e vou soprar todas as partes
juntas, em cada um dos seguintes chakras: plexo solar, coração e coronário. Após soprar
em cada local, selo com a maracá, tendo essa intenção interna bem firme.

Após soprar e selar, digo suavemente:"Bem vindo em casa novamente". E deixo meu
cliente descansando alguns minutos, ou até sentir que ele abre os olhos e pode estar
querendo ouvir o relato.
Sinta o momento de começar a partilha.

Resgate de alma 5

APÓS O RESGATE

Antigamente, nas antigas comunidades nativas, de onde se originou essa prática de cura
milenar, toda a comunidade apoiava a pessoa "necessitada de cura", aquele que
precisava "ser curado". Todos se envolviam nesse processo e se responsabilizavam por
ajudar.

Completamente diferente do que ocorre atualmente, em nossas sociedades ditas


"complexas". Hoje em dia ninguém se preocupa, não tem tempo, e nem gosta mesmo de
ser solicitado para levar a algum exame, dormir em hospital, ouvir os relatos de

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sofrimento de alguém. As pessoas se tornaram mais individualistas, trabalhando fora de
seu grupo social e familiar, e os compromissos colocam todos completamente sem
tempo de vínculos mais profundos e duradouros.

E nessa técnica, tão importante quanto o resgate das partes, é o depois do resgate. Como
fazer então?
Falo com o cliente sobre isso que mencionei acima e digo que agora a responsabilidade
é totalmente e individualmente sua apenas. Para isso sugiro chegar em casa e conversar
com as partes que voltaram, demonstrando sua alegria em tê-las de volta e,
principalmente, se comprometendo em estar atento aos chamados e necessidades dessas
partes, principalmente se responsabilizando por mantê-las integradas e presentes. Pode
ser feito um ritual de celebração. Alguns gostam e fazer bolos e "festinhas" se as partes
eram crianças, outros fazem um banho ritualístico, outros apenas mantêm essa conexão,
acendem velas, levam suas partes para caminhar na natureza.

Diga ao cliente para sentir em seu coração qual o procedimento a ser feito. E se as
partes não se sentirem realmente conectadas haverá risco de saírem novamente, e o
resgate dessa vez será muito mais complicado.

É sempre bom indicar um floral para ser tomado imediatamente após o resgate. Gosto
muito do RESCUE, e geralmente recomendo 4 gotas 7 vezes ao dia.

O cliente pode não sentir nada no dia do resgate nem nos dias seguintes. Mas pode
sentir também tristeza, angústia, sensação de inadequação, de "estranheza". Aviso que
todas essas sensações e sentimentos podem ocorrer, pois essas partes vieram de um
momento não muito pleno, acolhedor ou feliz de sua vida. Mesmo que as recordações
não sejam claras, a estranheza ocorre porque essas partes de alma não pertencem ao
momento presente, mas vieram de um passado, e estão se encaixando agora. Realmente,
são partes "estranhas" a esse momento presente. E o cliente vai ter que continuar
conversando com elas para que se integrem plenamente.

Em casos mais intensos, sugiro uma massagem, ofurô, andar na natureza, mas estou
sempre aberta a receber seus telefonemas e conversar, dar suporte, ouvir suas
necessidades do cliente.
.
Usualmente não faço resgates seguidos. Um intervalo de 1 mês é necessário, até suas
partes estarem integradas. Mas esse intervalo não é fixo, nem rígido, depende de cada
pessoa. Tenho a sensibilidade de sentir isso. Se ficar na dúvida, peça informações a seu
animal de poder e confie em seu coração.

Resgate de alma 6

CAVERNA DAS CRIANÇAS PERDIDAS

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Resgatei uma moça Helena dessa caverna. Seus pais se separaram quando tinha 5 anos
de idade e sua mãe era uma alcoólatra. Ela sabe que perdeu a capacidade de confiar
naquela idade e que isso afetou sua capacidade de experimentar intimidade com alguém.
Quando relato que a garotinha disse que a raiva da Helena adulta tinha a intenção de
proteger a Helena garotinha, ela compreende (foi o que ocorreu na jornada).

Nessa jornada fui a um nível árido e vazio. Não havia um pontinho verde ou qualquer
coisa viva. Meu animal de poder caminhava comigo pela terra macia, sentindo o vazio
total do lugar. Lentamente nos aproximamos da boca de uma caverna, situada numa
montanha, com pedras caídas ao redor. Havia um negror no breu da caverna. Senti que
estava na Caverna das Crianças Perdidas, um dos lugares mais capazes de partir o
coração em todos os mundos interiores. No meio da escuridão podia distinguir as
silhuetas de centenas de crianças de todas as raças amontoadas na caverna. Centenas de
olhos enormes e tristes - castanhos, azuis, negros - fixam de longe. São crianças
perdidas, não desejadas, assustadas. Sempre esperando.

E nesse local ocorreu o resgate.

Descrevi a caverna para que possam sentir a energia que rola por lá.Provavelmente a
descrição nunca será idêntica, mas é essa a energia de vazio, solidão, abandono, medo,
tristeza, não serem desejadas....

Resgate de alma 7

EXEMPLIFICANDO COM ALGUNS RESGATES

Já deu para perceber, em nossas partes práticas, que a maioria de nós teve mais de uma
de suas almas perdidas. Experimentamos uma série de dores, traumas, dificuldades, em
diferentes períodos de vida, causando a partida de muitos pedaços de nossa essência.
Quantas partes podemos perder? Isso realmente depende do indivíduo e de sua história.
As pessoas perdem a si mesmo e ficam mais fora do que dentro de si mesmas.

Pode-se resgatar de 1 a mais de 6 partes de uma só vez.


Em um resgate com Gerson descobri uma parte dele que partira à idade de 5 anos,
quando levou um tombo de bicicleta, outra que o deixara aos 14, durante operação de
apendicite, e uma terceira que o abandonou aos 19 quando foi servir o exército.

Trabalhei com Célia, que experimentou perda da alma durante a dissolução do


casamento, aos 28 anos. Ela também perdeu sua alma aos 4, ao se sentir abandonada
quando seus pais se divorciaram. Encontrei Celia de 4 anos ainda em seu quarto, no
mundo do Meio, trêmula de medo. A parte de 28 anos estava comigo, e ela pegou a de 4
anos amorosamente e segurou-a junto a seu coração, embalando-a. Uma dupla feliz

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retornou à cliente agora com 44 anos deitada a meu lado, esperando para se reunir com
sua essência ferida.

Quando a teimosa Luiza de 13 anos não quis retornar comigo à realidade comum, sua
enérgica parte de 5 anos foi quem convenceu a parte mais velha a vir conosco.

Com Silvio, que vi sofrendo abuso sexual (já falei para o cuidado ao relatar isso...),
relatei que via alguma coisa aos 7 anos... "Lembra de algo?" Somente quando ele me
contou ter sofrido de abuso por parte do tio, então continuei a inserir detalhes.
Outra cliente, Catarina, não tinha lembrança de seus 4 anos, por esse motivo não
partilhei o que vi de abuso em minha jornada...

As pessoas resgatam lembranças de acordo com seu próprio timing inerente.

Uma pessoa só pode fazer retornar um certo número de partes de alma de cada vez. A
razão para isso é simples. Quando a alma retorna, ela vem com toda a dor que
experimentou ao partir. As lembranças que circundam o trauma ou o momento que foi
triste ou doloroso, com frequência tardam um instante para voltar. Por isso quando o
animal de poder diz que por agora basta, nossa busca termina naquele momento. Como
já falei antes, o cliente muitas vezes não experimenta emoções ou sensações tristes,
pode ocorrer apenas uma estranheza, uma sensação esquisitae algumas vezes, nem isso.

Resgate de Alma 8

QUANDO ALMAS FORAM ROUBADAS

Às vezes constatamos que uma alma pode ter sido roubada por outra pessoa.
Ouço sobreviventes de incesto que nada sabem de xamanismo dizendo "Meu pai roubou
minha alma" ou "Aquele homem roubou minha alma"

Por falta de um termo melhor, uso a palavra "ladrão" para uma pessoa que rouba alma.
Mas é empregada sem julgamento ou censura.
O roubo de alma é com frequência perpetrada por ignorância, em vez de uma intenção
de prejudicar. O roubo de alma é um conceito difícil de ser entendido por muitos de nós.

Por que alguém praticaria o que equivale a um grande furto num nível humano? Como
explicar isso? E como podemos tomar uma atitude de compaixão na questão do roubo
de alma?

Na maioria dos casos de roubo de alma o ladrão é também uma vítima de roubo de
alma.

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Geralmente pessoas que praticam abusos foram elas próprias vítimas de abusos,
inclusive a psicologia contemporânea fala sobre isso.

Da mesma forma o roubo de alma é, digamos "hereditário".Logo, ao se fazer um resgate


de alma para uma pessoa cuja alma foi roubada, pode-se acabar num karma de família.

Trazer a alma de volta e educar o cliente acerca do conceito de roubo e perda de alma
evita que este comportamento seja passado para gerações futuras.

Mas por que se rouba a alma de outra pessoa? Uma das razões é o poder. O ladrão
invejaria o poder da pessoa e tentaria tomar este poder para uso pessoal, colocando o
ladrão na posição de poder sobre a vítima.
É triste, mas muito comum que uma pessoa que se sinta impotente mude para uma
atitude de poder sobre alguém.

Por exemplo, se um pai sente-se impotente porque é incapaz de criar inteireza em sua
própria vida, ele poderia tender ao roubo de alma de seu jovem e indefeso filho, por
estupro, ou batendo na criança, ou amedrontando muito, ou em sua esposa.

Desta forma é como se dissesse "Sou mais poderoso que você". Ainda assim está
criando um falso senso de Eu interior, do Self.

Em nossa sociedade a palavra "poder" é entendida pela maioria de nós como "poder
sobre" outra pessoa.

As duas palavras parecem seguir juntas. Como as pessoas geralmente não fazem idéia
do que significa o poder pessoal, a maioria dos clientes, em especial as mulheres, não
sabe como evitar a perda de seu poder pessoal para outra pessoa.

Esta falta de compreensão do poder anda de mãos dadas com o roubo da alma. Uma
pessoa que esteja disposta a dar seu poder pessoal para outra torna-se vulnerável ao
roubo de alma. Crianças, que em geral não sabem se proteger fisicamente, são as mais
suscetíveis de ter suas almas roubadas.

Outra razão para o roubo de alma é a crença errônea de que a essência, vitalidade e
poder de uma pessoa possam ser usados por alguém mais.

Por exemplo, uma mulher cuja alma foi roubada por sua mãe aos 3 meses de idade. A
mãe via tanta paz e energia no bebê que sentia que se pudesse ter apenas uma parte
desta criança restauraria sua própria vitalidade.

Um padrão comum observado é que clientes que têm sua alma roubada em tenra idade
tendem a serem crianças com doenças constantes ou crônicas. Perdem parte de sua

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vitalidade e assim não têm o poder ou a vontade de lutar contra a doença. Após o
resgate, nesses casos, costuma-se ouvir o cliente recitar uma lista de doenças na
infância.

Muitas vezes, para se protegerem na batalha psíquica contra um pai, as crianças


submetem-se à vontade dele. Vão se tornar adultos fechados, com medo de mostrar a
própria luz,, ensimesmados, melancólicos, com falta de vontade e esperança em suas
vidas.
Mas existem outros modos de roubar uma alma.

Resgate de alma 9

DE QUE OUTROS MODOS PODEM SER ROUBADOS UMA ALMA?

Num divórcio ou rompimento de uma relação sem comum acordo, a parte magoada
pode tentar permanecer ligada com a alma do ex-companheiro. Mas o que isto faz com a
outra pessoa é que puxa sua força vital, deixando-lhe uma sensação de estar sendo
drenada, e interfere com a capacidade de criar novas situações de nutrição em sua
própria vida. Há ainda uma conexão ou vínculo com o ex-amante e uma falta de
liberdade de criar novas opções para ambos.

Quando uma pessoa morre, ela poderia estar solitária por ter sido deixada para trás pelo
ser amado. Aqui, novamente, é possível para o defunto levar consigo a essência da
pessoa viva. O efeito desse tipo de perda é tal qual se a alma tivesse sido levada pelo ex-
amante: fadiga, incapacidade de criar novos e amorosos relacionamentos.

Em alguns casos a vítima fica doente numa tentativa de se juntar ao falecido. O


problema aqui é que ao manter conexão com a pessoa viva, o falecido é incapaz de
mover-se em sua jornada para a luz. As duas almas estão num estado de limbo.

Davi veio numa condição física extremamente frágil. Estava com uma coleção de
infecções. Quando falou sobre si, disse que pouco antes de ficar doente, sua garota,
Suzana, cometera suicídio.

Fiz uma jornada diagnóstica para ver o que seria útil para Davi a esta altura. Fui até meu
animal de poder que me disse claramente que a alma de Davi tinha sido roubada pela
namorada dele. Voltei de minha jornada e fiz as preparações habituais para um resgate
de alma, deixando Davi e eu prontos.

Começando a jornada fui parar no Mundo do Meio, parando numa floresta, cheia de
árvores, chão coberto de folhas secas, que faz muito barulho quando ando. Chego a uma
árvore onde Davi está amarrado com uma corda. Ele parece muito desolado e abatido
espiritualmente, sua cabeça pende para um lado, e não há muita vitalidade.Sinto uma

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sensação de perigo, mas meu animal de poder está ao lado. De repente, uma mulher pula
detrás da árvore onde estava escondida e investe contra mim, suas unhas em direção de
meu rosto.

Meu animal pula na minha frente criando à nossa volta um campo de força que ela é
incapaz de transpor Ela repetidamente investe contra o campo, com raiva, mas continua
impedida. Por fim, quando já está cansada, cuidadosamente baixamos o campo de força
e chegamos perto dela. Procuro expandir amor em sua direção (às vezes podemos tirar
bolas de luz de nossa "bolsinha xamânica" ou do astral), e ela rompe em lágrimas e
começa a soluçar.

É Suzana.

- "Sabe que você está morta?" - pergunto e ela responde que sim.
Então lhe explico que posso ajudá-la a se mudar para um lugar confortável, cheio de luz
e paz, se lhe agradasse vir comigo.
"Mas você deve liberar a alma de Davi, ou não pode se mudar para lá"
"Nunca!" ela resiste.
Sinto que vai ser difícil, olho para meu animal de poder e ele diz para eu continuar
falando.
E eu continuo dizendo que Davi está morrendo na realidade comum porque ela mantém
a alma dele cativa.
Ela retruca que é isso mesmo que quer, que ele morra, para vir ficar junto dela.
Sinto dentro de mim frustração e irritação contra essa atitude dela, mas não posso
prejudicar Suzana. Todas as coisas devem retornar ao seu devido lugar, lembram-se?
Retiro de minha bolsinha um cristal de quartzo lindo, que me ocorreu naquele momento,
e dei a ela. Ela adora essa luz cintilante que começa a rodopiar em seu redor, e fica
muito embebida de luz.
Daí proponho levá-la para um lugar onde a luz brilha o tempo todo, e ela se interessa em
ir, quer saber como.
Peço que devolva a alma de Davi que a levarei. E ela olha para o cristal, para Davi, e
então para mim, e finalmente ela concorda.
Desamarro Davi da árvore, ele cai no chão, imóvel, com a respiração entrecortada. Peço
que meu animal de poder o proteja e o cure. Ponho Suzana em meus braços e flutuamos
para cima e para fora daquele lugar, através do espaço, até vermos uma luz ceganteà
distância.
Sei que não posso ir mais além.

"Suzana, vá até a luz" - nesse momento eu a impulsiono para a direção daquela luz e
observo-a desaparecendo naqueles raios luminosos.

Retomo o caminho de volta até onde deixei Davi. Sua condição crítica já melhorou
muito e nesse instante aparece um tigre dizendo que quer ajudar Davi.

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O tigre vai até a alma de Davi e lhe infunde energia e vitalidade.
Pergunto então a Davi se está pronto a ir para casa, ele concorda, e então seguimos
todos atrás do tigre. Agradeço ao meu animal de poder pela ajuda.
Ao retornar à realidade comum sopro a alma de Davi e o tigre, nos 3 chakras, selando,
como requer a técnica, e depois lhe conto a história.
Esses casos de almas roubadas por pessoas que morrem nada têm a ver com a ida ao
Mundo dos Mortos, que é uma coisa totalmente diferente, e que trataremos na próxima
vez.

Resgate de Alma 10

MAIS SOBRE ALMA ROUBADA

Resgatar uma alma roubada às vezes pode ser complicado. Tipicamente, ladrões de
alma acreditam que sua sobrevivência depende da força vital de outra pessoa. (isso não
é a nível consciente). Usualmente eles não concordam em devolver a alma, ou estão tão
apegados à pessoa que não deixam a alma ir. Ainda assim, na prática xamânica, deve-se
agir de acordo com a harmonia do universo, o que significa que ninguém pode
prejudicar uma pessoa que roubou a alma de outra. Nas jornadas costumamos deparar
com 2 meios comuns para resgatar almas roubadas.

O primeiro método é argumentar com o ladrão, explicando como as ações e


comportamentos do ladrão estão causando prejuízo a outra pessoa. E até a ele mesmo,
pois ele também não pode ser inteiro enquanto achar que a energia de outra pessoa pode
deixá-lo bem. Costumamos pedir que liberte a alma em troca de um presente. Um
presente comum parece ser bolas de luz dourada, e mesmo coloridas. As vezes o
praticante/terapeuta poderia resgatar um animal de poder para o ladrão, um espírito
guardião que irá então prover uma fonte pessoal de energia e vigor. Essas técnicas em
geral funcionam bem para conseguir que o ladrão liberte uma alma capturada.

Quando se olha xamanicamente para o "ladrão", vê-se que ele também sofre de perda da
alma. Portanto, um meio realmente eficaz de lidar com esta questão talvez seja fazer um
resgate de alma para o ladrão, que uma vez recupere seu poder pessoal e vitalidade, não
terá mais necessidade de usar alguém mais.

O segundométodo de libertar uma alma é usar uma forma de trapaça. Por exemplo, meu
animal de poder distrairia o ladrão enquanto pego a alma. Este tipo de resgate me
provoca um conflito interior, porque também não podemos prejudicar esse ladrão.
Lembrem-se da lei de causa e efeito.Saber que o ladrão também sofre do mesmo mal me
aperta o coração, então devemos evitar fazer essa prática.

A CAMINHO DA TERRA DOS MORTOS

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Para entrar na terra dos mortos, que não é a mesma coisa que resgatar uma alma presa
com um morto (já explicamos isso) temos que ter o véu da invisibilidade e ter permissão
de nossos guias e mestres, pois eles sabem até que ponto iremos nos sair bem dessa
jornada.

Para isso, efetue, com seu animal de poder, uma jornada até o circulo dos Mestres,
Sábios e Guardiões.
Pergunte se tem permissão nesse momento de entrar no Mundo dos Mortos. Caso tenha,
receba também seu véu ou manta, tanto faz, da Invisibilidade, para poder entrar lá.
Nessa mesma jornada, mesmo não recendo autorização, você deve receber sua roupa
xamânica e sua bolsinha xamânica, que possui "todas as possibilidades".
Recebendo autorização, agradeça, pegue o manto da invisibilidade, a roupa e a bolsinha,
e retorne. Não recebendo autorização, pegue sua roupa, bolsinha e retorne, sabendo que
essa negativa não dura para sempre, ela se refere a esse momento. E não queira
desobedecer, porque, já falamos, somos apenas canal do universo que atua através de
nós, e somos sempre guiados e protegidos por esses mesmos Mestres e Guias.

ATENÇÃO: TERRA DOS MORTOS NÃO É ENCONTRAR COM PESSOAS


MORTAS.
TERRA DOS MORTOS É LOCAL ONDE A ALMA ESTÁ EM SITUAÇÃO
DIFICÍLIMA.
QUANTO AS PESSOAS MORTAS QUE VOCE ENCONTRAR SEGURANDO A
ALMA DA CLIENTE É AQUILO QUE JÁ CONVERSAMOS: LIBERAR E LEVAR
PARA A LUZ.

FALANDO SOBRE A TERRA DOS MORTOS

Ocasionalmente a alma do cliente pode ter sido roubada por espíritos malévolos ou
mesmo pelos mortos, que em geral a carregam para a Terra dos Mortos. (não são os
amados e parentes, ou pessoas conhecidas, amadas e abandonadas que roubaram a
alma). Quando isso acontece, o cliente parece ter morrido embora possa ser curado pelo
xamã, cuja própria alma entra na Terra dos Mortos com grande risco para resgatar a
alma do cliente.

Para resgatar almas da Terra dos Mortos você deve estar muito bem, ser forte e
habilidoso. Ao entrar lá, você precisa andar furtivamente, se tornar invisível, não ser
notado em hipótese alguma, e lutar se for preciso.

Uma das jornadas à Terra dos Mortos foi assim: vou para lá seguindo meu animal de
poder e já vestindo minha capa da invisibilidade.
Tento me acalmar o máximo possível porque para caminhar despercebida por lá tenho
que assumir o modo de alguém que morreu.

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Apesar da capa, minha luz não pode ser intensa, tenho que manter minha pele escura,
cabeça caída, aparência de fraca,débil, vergada. Se meu animal de poder entrar junto,
ele também tem que estar apagado, frágil, se arrastando debilmente sob a capa, ou seja,
ambos apagamos ao máximo nossa luz, que pode aparecer através da capa.
E isso pode ser muito perigoso, então temos que ser rápidos para não ficar muito tempo
com nossa luz débil, o que pode nos enfraquecer e impedir nossa saída, mas ao mesmo
tempo lentos para não sermos despercebidos.
Vi o chão cheio de ossos, costelas gigantescas. No centro havia centenas de seres se
esgueirando em circulo, todos melancólicos, perdidos na intemporalidade. Os passos se
arrastavam silenciosos, até eu, após alguns segundos, comecei a sentir o desânimo me
dominar, comecei a perder minha vontade de viver.
Sei então que preciso agir rápido, para não me prejudicar. Ergo minha visão tanto
quanto possível e minha intenção e propósito, e meu animal de poder rastejante
também, é que o faremospara identificar o cliente.
Sinto que uma moça é Diana, minha cliente, e ao me aproximar confirmo:"Você é
Diana?" bem baixo e sussurrando. Ela confirma. Pego-a pela mão e a envolvo com
minha capa. E começamos os 3 a deslizar lentamente para os portões. A única coisa que
me garante sair de lá e manter viva minha luz e a do animal de poder. (sempre se
lembrem de que quando deprimimos muito a luz, por muito tempo, ela começa a
minguar).
Diana não tem capacidade de mover-se, meu animal ajuda prendendo-a na boca, até que
ultrapassamos os portões, ficando a salvos. Inspiro profundamente e permito que a
energia volte, minha luz aumente novamente, o mesmo faz meu animal. Mas usamos a
capa para segurança até estarmos longe.Não podemos trazer Diana assim, e me ocorre
na hora de pegar uma poção do astral para ela. Meu animal a envolve em ervas e lhe dá
de beber um unguento. Imediatamente ela se refaz, e só então trazemos Diana, depois de
totalmente recuperada, para soprar na cliente.
Meu animal de poder me conta que o primo de Diana estava amargurado, ele próprio
tinha sofrido abuso. Ele descarregou sua raiva, frustração, sentimento de impotência,
sobre Diana, usando o estupro e a idéia de ter poder sobre ela para lidar com seus
próprios problemas. Ele havia tomado a alma de Diana abandonando-a na Terra dos
Mortos ao perceber que tinha agido errado.
Este exemplo talvez possa dar uma idéia do que é a Terra dos Mortos.
Apesar dos exemplos citados, nunca fazemos um único resgate igual a outro, por isso
não há regras, nem passos fixos. Temos que ter confiança em nós, nos guias e mestres,
em nosso animal de poder, nas forças do universo que nunca irão mandar algo além de
nossas forças. Confiem nisso e se entreguem nas mãos dos Mestres.
Espero que possam ter uma idéia geral do Resgate de Alma, e continuamos sempre
disponíveis para mais explicações e partilhas.

FAÇA UMA JORNADA AO MUNDO PROFUNDO ATÉ O CÍRCULO DOS


MESTRES E GUIAS PARA RECEBER SUA CAPA DA INVISIBILIDADE E
PERGUNTAR SE JÁ TEM PERMISSÃO DE ENTRAR NA TERRA DOS MORTOS.

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SE RESPONDEREM QUE AINDA NÃO POSSUI ESSA AUTORIZAÇÃO, SEMPRE


NO MOMENTO EM QUE FOR ORAR E CHAMAR SEU ANIMAL DE PODER,
ANTES DE INICIAR O RESGATE, PEÇA AO UNIVERSO QUE NÃO SURJA
NENHUMA ALMA NO MUNDO DOS MORTOS PARA SER RESGATADA.

CASO NÃO TENHA AUTORIZAÇÃO DE ENTRAR NO MUNDO DOS MORTOS,


AGUARDE UM TEMPO, TALVEZ UNS MESES, E FAÇA A JORNADA
NOVAMENTE.
SÓ ENTRE LÁ, COMA CAPA DA INVISIBILIDADE, QUANDO RECEBER
AUTORIZAÇÃO

Referências Bibliográficas

ELIADE, Mircea. O Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Êxtase. 1ª edição. São Paulo:

Biblioteca Universal. 1953.

HARNER, Michael. O Caminho do Xamã. 1ª edição. São Paulo: Cultrix, 1980.

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CZAPLICKA, M.A. Xamanismo Origens e Mistérios. 1ª edição. São Paulo: Aquarolli Books.

2005.

SAMS, Jamie. Cartas Xamânicas. 1ª edição. Rio de Janeiro: Rocco. 1988.

KING, Kahili Serge, Xamã Urbano. 1ª edição. São Paulo: Vida e Consciência. 2010.

WHITAKER, Cordel Kay. A Iniciação de um Xamã. 1ª edição. Rio de Janeiro: Record. 1991.

ARTESE, Léo. O voo da Águia. 1ª edição. São Paulo: C. Roka. 2000..

GROF, Stanslav. Emergência Espiritual. 1ª edição. São Paulo: Cultrix, 1989.

ARTESE, Léo. O Espírito Animal. 1ª edição. São Paulo: C. Roka. 2001. SCULLY, Nick.

Meditações dos Animais de Poder. 1ª edição. São Paulo: Pensamento. 2001.

CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. 1ª edição. São Paulo: Palas Athena. 1986.

KARPINSKI, Glória D. As Sete Etapas de uma Transformação Consciente. 1ª edição. São

Paulo: Pensamento. 1997.

LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual de Alta Magia. 1ª edição. São Paulo: Pensamento. 1896.

ARTESE, Léo. Pesquisa sobre Xamanismo. Disponível em

http://www.xamanismo.com.br/Universo/SubUniverso1186617496

http://historiadaayahuasca.net/s/

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