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I
II
Rua: Desembargador Hugo Simas, 137
CEP. 83203-742 – Centro Histórico, Paranaguá/PR
VOLUME ÚNICO
Revisto e Atualizado
Novo Acordo Ortográfico e Obras Complementares
Janeiro de 2018
“O Espiritismo é uma racionalidade filosófica” (Alysson Mascaro, 2014).
I
ABREVIAÇÕES DOS LIVROS UTILIZADOS NA APOSTILA DO COEM
Edição pdf – Livros e artigos disponíveis na Internet para leitura ou download gratuito.
Ibidem – “No mesmo lugar”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonte
repetida, na nota subsequente, da mesma obra (consequentemente, do mesmo autor),
variando as páginas ou itens.
Idem – “Idêntico”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonte repetida
(consequentemente, do mesmo autor), na mesma página ou item. Sem precisar repetir a
página ou item.
II
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 1
INTRODUÇÃO
O COEM, CENTRO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO
MEDIÚNICA, é um programa de estudos que tem como base O Livro dos
Médiuns e as demais obras da Codificação, bem como algumas obras
subsidiárias que utilizam o processo preconizado por Allan Kardec do
aprendizado sistemático e gradativo, partindo do simples para o complexo.
O COEM se inspira no plano de 1868, apresentado por Allan
Kardec, que estabeleceu o Estudo Metódico e Sistematizado da Doutrina
Espírita e da Mediunidade, como base essencial do aprendizado.
Este trabalho veio preencher uma lacuna que, há muito se sentia
nas práticas mediúnicas espíritas – a falta de um programa Metódico e
Sistematizado de estudos e de treinamento progressivo da mediunidade.
O COEM compõe-se de sessões teóricas e de sessões de
exercícios práticos, onde se faz o aprendizado teórico dos temas e também
o exercício gradativo da mediunidade, como ensinado por Allan Kardec.
Os exercícios práticos vão gradativamente aumentando o seu tempo de
duração, partindo do treinamento da concentração até atingir o
desenvolvimento de suas potencialidades mediúnicas.
O curso “consiste em indicar os meios de desenvolvimento
da faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam as
disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego
de modo útil, quando ela exista. Esse, porém, não constitui o
fim único a que nos propusemos”. (LM, Introdução).
O COEM está hoje em um Único Volume. Este compreende as
sessões teóricas, as sessões de exercício prático, os roteiros para estudo
dirigido, os testes de fixação e se reserva ao uso dos participantes.
O Manual de Aplicação, apresenta a metodologia do COEM com
orientações detalhadas sobre constituições de grupos, programações,
calendários, estudos em grupo, fichas de controle individual, gabaritos dos
testes de fixação e sistema de avaliação dos participantes, para que possam
ser encaminhados aos diversos trabalhos do Casa Espírita, etc. Esse
manual é para uso dos aplicadores deste programa.
O COEM não tem a pretensão de ser o único e Infalível método
para o conhecimento da mediunidade e sua aplicação, muito menos a de
uniformizar a prática espírita, mas sim é um esforço de uma equipe de
espíritas preocupados com a orientação da mediunidade dentro dos
princípios fundamentalmente codificados por: ALLAN KARDEC.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 2
1a. SESSÃO TEÓRICA
A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS, O SÉCULO XIX E
AS IRMAS FOX, MESAS GIRANTES, DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS
SOBRE A MATÉRIA, MEDIUNIDADE – CONCEITO.
A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A mediunidade, por ser uma faculdade inerente ao ser humano, tem se
manifestado em todos os tempos. Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas
(cerca de dois mil anos A.C.), já se tem notícia de intercâmbio espiritual com os chamados
“mortos”. Tal intercâmbio, porém, era feito somente por homens e mulheres dedicados
especialmente ao mister religioso, eram os iniciados que às vezes levavam dezenas de anos
se preparando para poderem, depois de desenvolvidas as suas faculdades mediúnicas,
exercitar o seu poder sobre o povo, governantes, etc… por isso, eram pessoas temidas e
respeitadas por todos.1
Como tais fenômenos eram tidos como maravilhosos, sobrenaturais, por
desconhecimento das leis que os regem, os indivíduos que podiam manter tal intercâmbio
eram considerados privilegiados. Formados tais círculos sacerdotais, eram eles os
responsáveis pela orientação religiosa da massa. Na índia, na Pérsia, no Egito, na Grécia ou
em Roma, sempre foi utilizada como meio de dominação e poder, dando nascimento a seitas
e fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, e tinham, por fim,
que estabelecer um certo espírito de disciplina e seleção.
Segundo Gabriel Delanne, A iniciação – comportava 3 graus:
➔ No primeiro, eram formados todos os brâmanes do culto vulgar e os ecô-
nomos (sacerdotes) dos pagodes (templos) encarregados de explorar a credu-
lidade da multidão. Ensinava-se-lhes a comentar os três primeiros livros dos
Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios, os brâmanes do pri-
meiro grau estavam em comunicação constante com o povo: eram seus dire-
tores imediatos.
➔ O segundo grau era composto dos exorcistas, adivinhos, profetas evocado-
res de Espíritos que, em certos momentos difíceis, eram encarregados de atu-
ar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais. Eles
liam e comentavam o Athara-Veda, repositório de conjurações mágicas.
➔ No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a
multidão, o estudo de todas as forças físicas e naturais do Universo era a sua
única ocupação, e, quando se manifestavam exteriormente, faziam-no sempre
de longe e por meio de fenômenos aterrorizadores. (O Fenômeno Espírita, p. 7)
Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face
dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de
prestidigitação. Na Bíblia são relatados vários fatos e eles se repetiam com tanta frequência
e de forma tão abusiva que Moisés, obrigado a comandar o povo hebreu pelo deserto em busca
da Terra Prometida, acaba por proibir, no Deuteronômio, o uso da faculdade mediúnica.
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, Nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem
quem consulte os mortos, Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao
SENHOR, e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de
diante de ti. (18: 10, 11 e 12).
Bibliografia:
Arthur Connan Doyle. História do Espiritismo, Cap. 1 e 5.
Ernesto Bozzano. Breve História dos raps.
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 1 – A Alma é Imortal, Cap. 1.
Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, Cap. 1 a 7 – Espíritos e Médiuns, Cap. I.
Zeus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo, Cap. 1 a 4.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 6
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Sugestão para a divisão do Trabalho: O Monitor poderá dividir o seu grupo em 4 (quatro)
grupos. Cada um deles estudará e elaborará um relatório de um subtema pesquisado durante
50 minutos. Forma-se novamente o grupo original, apresentam-se os relatórios parciais e or-
ganiza-se um relatório global, após o debate ou esclarecimentos dos pontos levantados nos
relatórios parciais. Cada grupo, na primeira parte do trabalho, deverá ter um coordenador e
um relator. O estudo, nesta primeira parte, deve ser feito em tom baixo de voz (cochicho),
para que se mantenha um bom ambiente de trabalho. A segunda parte do Estudo Dirigido
deverá ser feita em 40 minutos (máximo).
Grupo 1 Grupo 2
A Mediunidade Através Dos Tempos (Histórico) O Século XIX (Os tempos modernos)
a) As crenças antigas a) A Família Fox (Irmãs Fox)
b) A índia b) As Mesas Girantes e Falantes
c) O Egito O Fenômeno Espírita de Gabriel Delanne,
d) China Cap. II (Na América), As Mesas Girantes e o
e) A Pérsia Espiritismo de Zeus Wantuil, ns 1 e 2, A Gê-
f) A Grécia nese, 14:40); O Principiante Espírita, item 31,
g) Os primeiros cristãos 89 (As mesas girantes) e 93 (O Codificador),
h) A escola neoplatônica de Alexandria Revista Espírita, dezembro de 1860 (História
i) As mesas giratórias entre os romanos do Maravilhoso), O Livro dos Médiuns, Itens
j) A Idade Media 60-64.
A Alma é Imortal e O Fenômeno Espírita de
Gabriel Delanne, Cap. I.
Grupo 3 Grupo 4
Da Ação Dos Espíritos Sobre A Matéria Mediunidade – Conceito
LM, itens 52-59. a) Considerações,
b) Conceito de mediunidade
No Invisível de Leon Denis, Cap. IV (A
Mediunidade).
5 Sematologia: (do grego semâ, sinal, e logos, discurso). Linguagem dos sinais. Comunicação dos Espíritos pelo
movimento dos corpos inertes. (LM, Cap. 11).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 12
Em tal estado, por um fenômeno de associação e assimilação da onda do
pensamento dos desencarnados o médium serve-lhes de instrumento, inconsciente 6 ou
consciente conforme a maior ou menor exteriorização conseguida.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 2 ao 5, 9 ao 15 – Revista Espírita, 1858
(jan, maio e jun), 1859 (maio, ago e sete), 1860 (maio), 1863 (maio), 1864 (out).
Léon Denis. No Invisível, 16 ao 18 – Espíritos e Médiuns, Cap. II..
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 1.
6 Não confundir o termo Inconsciente utilizado por Kardec em alguns momentos no sentido de “que não é dotado de
consciência; incônscio, que está privado de consciência”. Com o termo Inconsciente utilizado por Freud na Psicanálise.
a) Um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas; b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte de
ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 13
2a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
CONCENTRAÇÃO – RELAXAÇÃO E ABSTRAÇÃO – ELEVAÇÃO.
A relaxação deverá ser completa: muscular e psíquica.
Para tanto, evitar todas as causas, pelo menos no dia da reunião, que levam
o indivíduo a uma tensão.
Preparado convenientemente durante o dia, procurar alimentar-se
frugalmente, evitando problemas de sobrecarga física, vestir-se com sobriedade,
evitando roupas e calçados apertados.
Durante a reunião, manter-se relaxado, respirar calmamente, tomar na ca-
deira uma posição cômoda, solta, evitando contrair os músculos, para facilitar um
bem-estar físico.
A abstração quer dizer desligamento de problemas outros que não digam
respeito às finalidades da sessão, problemas domésticos, particulares, etc.
A relaxação proporcionando um bem-estar fisiológico e a abstração
evitando tensões psíquicas, dão condições para que o indivíduo possa focalizar seu
pensamento em objetivos elevados.
Pensar no bem, no amor, na caridade, nas virtudes que exortam o caráter do
verdadeiro homem de bem. (ESE, 17:3)
O resultado da reunião depende da concentração e da elevação com que é
feita.
RESUMO
A todo efeito inteligente corresponde uma causa inteligente. Os espíritos são
seres inteligentes que atuam sobre a matéria.
Nem todos os espíritos estão aptos a responder certas perguntas, porque cada um
só fala do que sabe.
Como há espíritos de todas as categorias, muitos levianamente falam do que não
conhecem.
A posição transitória de maior ou menor categoria espiritual depende do
desenvolvimento moral e intelectual do espírito.
Segundo suas características, as Comunicações Espirituais podem ser divididas em:
Grosseiras Frívolas Sérias Instrutivas
Comunicações Comunicações com- Comunicações que se Comunicações sérias e
inferiores, maldosas e pridas e que não di- revestem de elegância verdadeiras, que indu-
segundo seu caráter, zem nada. Provém de na apresentação e são zem a criatura a um co-
podem ser: espíritos: elevadas quanto ao as- nhecimento fundamen-
sunto, mas podem ser tado e lógico e ocorrem
a) triviais, a) levianos, falsas no ensino. nos meios interessados
b) ignóbeis, b) zombeteiros, Geralmente espíritos em estudos para se me-
c) obscenas, c) brincalhões , astuciosos lançam mão lhorar e não apenas pa-
desse artifício para im- ra matar a curiosidade.
d) insolentes, d) maliciosos.
pingirem teorias e dou- “São mais ou menos
e) arrogantes, Os que buscam os
trinas mirabolantes e profundas e mais ou
f) malévolas, aconselhamentos de menos verdadeiras, se-
sistemas absurdos e fal-
cartomantes, sortistas, gundo o grau de evolu-
q) ímpias. sos, tomando o nome
etc… naturalmente se ção e de desmateriali-
de veneráveis persona-
afastam dos espíritos zação do Espírito”.
gens (apóstolos, santos,
sérios e bons, ficando (RE 1858 – janeiro)
etc).
como joguetes nas
mãos desses gozadores.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 10 ao 15 – O Que é Espiritismo, Cap.
2, n.34 – Revista Espírita, 1860 (fev).
Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, caps. 16 a 17 – Espíritos e
Médiuns, Cap. III.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 19
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Manifestações Inteligentes – Comunicações Comunicações Inteligentes
a) 1. Da causa inteligente das manifestações, 2. a) A tiptologia por meio de básculo – processo,
Utilidade prática das manifestações, 3. Distin- convenção, inconvenientes (LM, item 139).
ção entre manifestações inteligentes e comuni- b) Distinção entre sematologia e tiptologia
cação, 4) Escala Espírita” e as diferenças das (exemplos). A tiptologia alfabética – tipos, pro-
comunicações espíritas (LM, item 133). cessos, vantagens, desvantagens (LM, item 140).
b) Espíritos imperfeitos (LE item 101). c) A tiptologia interior. Vantagens e desvanta-
c) Bons espíritos (LE item 107). gens entre a tiptologia interior e a escrita (LM,
item 64 e 142).
d) Espíritos puros (LE item 112 e 113)
d) Instrumentos e aparelhos utilizados para ga-
rantir a independência do pensamento do
médium (LM, itens 143 e 144).
e) O erro da generalização dos espíritos batedo-
res (LM, item 145)
Grupo 3 Grupo 4
As Comunicações Grosseiras e as As Comunicações Frívolas e as
Comunicações Sérias Comunicações Instrutivas
a)Características, a)Características,
b)Efeitos que produzem, b)Efeitos que produzem,
c)Tipos de espíritos que as produzem, c)Tipos de espíritos que as produzem,
d)Intenções dos espíritos que as produzem, d)Intenções dos espíritos que as produzem,
e) Recursos de que se utilizam os espíritos, e) Recursos de que se utilizam os espíritos,
f) Distinções necessárias, f) Distinções necessárias,
g)Cuidados necessários. g)Cuidados necessários.
(LM, itens 134 e 136, LE itens 102, 104, (LM, itens 135 e 137, LE itens 103, 104,
105, 107 e 108). 109, 110, 111, 112 e 113).
3a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA
Conseguida a concentração após um preparo adequado por parte de todos os
componentes do grupo, é necessário manter-se o ambiente saturado de elementos fluídicos
favorecedores do intercâmbio com o plano espiritual. Manter-se atento às ocorrências da
reunião, evitando dispersar o pensamento para objetivos que não os da mesma. Pela vontade
exercitar-se na doação vibratória em favor de outros componentes do grupo e das entidades
espirituais que porventura estejam no recinto e precisem de vibrações de carinho, afeto,
compreensão. Mentalmente, envolver a todos em pensamentos agradáveis, desejando-lhes o
melhor que se possa dar, como se a nossa mente estivesse emitindo forças e palavras de
conforto e esclarecimento. O cansaço após a concentração, denota esforço em sentido
contrário à boa vibração. Significa que está havendo mau atendimento às normas de
relaxação e tranquilidade. A vibração feita com técnica não cansa, ao contrário, traz um
bem-estar profundo ao emitente, pela troca de bons fluidos que se estabelece nessas
ocasiões.
Consultar: Caminho, Verdade e Vida, item 155 e Encontro Marcado, pag. 41 de Francisco
Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 20
Hora de Exercitar 1!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 1a. Sessão
Teórica, 1a. Sessão de Exercício Prático e 2a. Sessão Teórica.
A) Assinale a resposta MAIS CORRETA.
1) Faculdade Mediúnica É:
(a) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo para que,
através dele, uma inteligência desencarnada se manifeste em nosso meio.
(b) Faculdade que permite a um espírito desencarnado utilizar o organismo do espírito
encarnado, para se comunicar conforme seus desejos.
(c) Faculdade que permite a um espírito encarnado privilegiado emprestar seu organismo
a um espírito desencarnado para santificar-se e fazer milagres.
(d) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo a um espírito
desencarnado de um profeta ou santo, para este desencadear fenômenos sobrenaturais.
2) A Mediunidade Surgiu Com:
(a) Os Vedas.
(b) Os Hebreus.
(c) O Espiritismo.
(d) O SER humano.
3) A Finalidade da Mediunidade É:
(a) Produzir fenômenos aterrorizantes.
(b) Testemunhar a imortalidade do espírito.
(c) Para que o homem desse vazão a sua fantasia.
(d) Facilitar práticas mágicas e curas milagrosas.
4) Os Fenômenos de Hydesville:
(a) Deram início a Era do Espírito ou do Moderno Espiritualismo.
(b) Provaram a existência dos fenômenos sobrenaturais.
(c) Mostraram o desdobramento da mente dos encarnados.
(d) Deram maior realce ao tradicionalismo religioso.
5) Os Fenômenos das Mesas Girantes são Explicados Pela:
(a) Teorias magnéticas.
(b) Ação do “inconsciente” dos encarnados.
(c) Ação dos desencarnados sobre a matéria.
(d) Ação dos encarnados sobre os espíritos.
6) O Transporte é um Fenômeno:
(a) De mistificação.
(b) De efeitos físicos.
(c) De efeitos inteligentes.
(d) Subjetivo.
(e) Magnético.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 21
7) A Psicografia é um Fenômeno:
(a) De efeitos físicos.
(b) De efeitos intelectuais.
(c) De efeitos sensoriais.
(d) Objetivos.
8) O Elemento Primordial de Todas as Categorias e Fluidos É:
(a) O médium.
(b) O perispírito.
(c) O Fluido Cósmico Universal.
(d) O espírito desencarnado.
(e) O pensamento.
(f) A energia eletromagnética.
9) O Perispírito é Formado:
(a) De fluido elétrico animalizado.
(b) De substância gasosa.
(c) De ectoplasma.
(d) De Fluido Cósmico Universal.
(e) De fluido magnético.
10) A Concentração é Necessária Porque a Reunião Mediúnica:
(a) Depende da força mediúnica dos médiuns principais do grupo.
(b) Depende dos médiuns de sustentação vibratória do grupo.
(c) Depende do ambiente formado por todos os componentes do grupo.
(d) Depende dos guias espirituais do grupo.
Hora de Exercitar 2!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 2a. Sessão de Exercício Prático,
3a. Sessão Teórica e 3a. Sessão de Exercício Prático.
I) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:
1) As comunicações sérias são ______________ quanto ao assunto e __________________
e ___________________ quanto à forma.
2) As comunicações instrutivas induzem a algum _________________________ no campo
da _______________, da ________________ e da _________________.
3) As características das comunicações variam, permitindo a seguinte classificação:
comunicações ________________, comunicações_________________, comunicações
_______________ e comunicações ___________________.
4) Abstração quer dizer desligamento de __________________que não digam respeito às
__________________ da sessão.
5) Para facilitar o __________________ com o mundo espiritual é necessário manter-se o
ambiente saturado de __________________ favoráveis.
6) A doação vibratória depende do __________________ e da __________________.
7) A vibração feita sem ___________________ e ________________leva ao cansaço.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 22
II) Assinale a Resposta MAIS CORRETA.
8) A Relaxação Deve Ser:
(a) Principalmente muscular.
(b) Essencialmente psíquica.
(c) Muscular e psíquica.
(d) Muscular e psíquica, criando tensão.
9) Durante a Reunião é Indispensável:
(a) Tomar sempre o mesmo lugar a mesa.
(b) Evitar cruzar as pernas, contrair-se e tirar joias.
(c) Pensar com firmeza nos problemas pessoais que deseja resolver.
(d) Manter-se em posição adequada ao bem-estar físico e espiritual.
10) As Comunicações Instrutivas São Tanto Melhores e Profundas Quanto:
(a) Mais elevado for o espírito que as ditar.
(b) Mais importante e culto for o médium.
(c) Mais “forte” for o espírito comunicante.
(d) Mais loquaz e instruído for o espírito comunicante.
11) As Comunicações Grosseiras São:
(a) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de esclarecimen-
to a estes espíritos.
(b) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de comunicação
desses espíritos com seus familiares.
(c) Comunicações de espíritos levianos e se prestam a levantar o futuro.
(d) Comunicações de espíritos enviados especialmente para importantes demonstrações
dos poderes do mundo invisível.
12) Buscar Comunicações que Fazem Predições do Futuro É:
(a) Importante, porque nos orienta para que saibamos a melhor maneira de agir acertada-
mente.
(b) Perigoso, porque podemos ficar como joguetes nas mãos dos espíritos gozadores.
(c) Válido, porque são personagens veneráveis e sábias que se comunicam.
(d) Duvidoso, em certos casos, mas as vezes válido, porque dá oportunidade de certos
médiuns cumprirem a sua missão.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 23
4a. SESSÃO TEÓRICA
DOS MÉDIUNS – CLASSIFICAÇÃO GERAL.
DOS MÉDIUNS:
Qualquer pessoa que sinta, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por
isso mesmo, médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte,
não constitui privilégio exclusivo; assim, há poucas pessoas nas quais dela não
se encontrem rudimentos. Pode-se, portanto, dizer que todo o mundo é, mais ou
menos, médium. Entretanto, usualmente, esta qualificação só de aplica àqueles
nos quais a faculdade medianímica está nitidamente caracterizada e traduz-se
por efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, então, de uma or-
ganização, mais ou menos, sensitiva. (LM, item 159)
O fluido perispirítico é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se po-
dem produzir pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espíri-
to. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou
menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da
sua assimilação pelo dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser
desenvolvida quando exista o princípio; não pode, porém, ser adquirida quando
o princípio não exista. A predisposição mediúnica independe do sexo, da idade
e do temperamento. Há médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde a
mais tenra idade, até a mais avançada. (OP, item 34)
As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos res-
pectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afini-
dade existente entre os dois fluidos. Alguns há que se combinam facilmente,
enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para que
uma pessoa se comunique indistintamente com todos os Espíritos. Há médiuns
que só com certos Espíritos podem comunicar-se ou com Espíritos de certas ca-
tegorias, e outros que não o podem a não ser pela transmissão do pensamento,
sem qualquer manifestação exterior. (OP, item 35)
Combinando os fluidos perispiríticos os Espíritos não só transmitem aos médiuns
seus pensamentos, como também chegam a exercer sobre eles uma influência física, fazem-
nos agir ou falar a sua vontade, obrigam-nos a dizer o que eles queiram. Todavia, a elevação
moral do médium e seu controle sobre a faculdade que possui impedirá que os maus Espíri-
tos se apropriem da sua faculdade e paralisem-lhe o livre-arbítrio.
Podem os Espíritos manifestar-se de uma infinidade de maneiras, mas não o
podem senão com a condição de acharem uma pessoa apta a receber e transmitir
impressões deste ou daquele gênero, segundo as aptidões que possua. Ora, como
não há nenhuma que possua no mesmo grau todas as aptidões, resulta que umas
obtêm efeitos que as outras são impossíveis. Dessa diversidade de aptidões
decorre que há diferentes espécies de médiuns. (OP, item 37)
MÉDIUNS FACULTATIVOS OU VOLUNTÁRIOS
São os que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas
por ato da própria vontade (LM, item 160). Os médiuns facultativos só se en-
contram entre pessoas que têm conhecimento mais ou menos completo dos
meios de comunicação com os Espíritos, o que lhes possibilita servir-se, por
vontade própria, de suas faculdades (…). (OP, item 39).
Não que o médium possa realizar quando queira os fenômenos, pois sem a vontade
do Espírito que se comunicará nada conseguirão, porém, são senhores da faculdade que possu-
em, não permitindo que se deem comunicações extemporâneas e em momentos impróprios. Sa-
bem que possuem a faculdade e se predispõem ao intercâmbio com o mundo dos Espíritos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 24
Consultar: O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo 27. Pão Nosso, item 108; Fonte Viva,
item 149. O Espírito da Verdade, Capítulo 31 de Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 28
a
5 . SESSÃO TEÓRICA
MÉDIUNS ESCREVENTES E FALANTES.
ESCREVENTES
Também denominados Psicógrafos; são os médiuns que escrevem sob a
influência dos Espíritos. “De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais
simples, cômodo e, principalmente, o mais completo (LM, item 178),” permitindo aos
estudiosos do fenômeno um estudo acurado da mensagem, tanto no que diz respeito ao
estilo, ao conteúdo, as ideias, como também à comparação com outras mensagens recebidas
anteriormente e ditadas pelo mesmo Espírito. A crítica às mensagens se torna mais fácil quando
a palavra dos Espíritos esta escrita, não podendo ser alterada por interpretações ou depender da
memória dos participantes de determinada reunião em que a mensagem oral foi proferida.
A mediunidade psicográfica, segundo seu modo de execução, apresenta três
variedades bem distintas: os médiuns mecânicos, os intuitivos e os semimecânicos.
Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”.
O Espírito atua diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. “O que
caracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta, por parte do médium, do
que sua mão escreve. O movimento desta independe da vontade do escrevente; movimenta-
se sem interrupção, a despeito do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa a dizer, e
para desde que este último tenha concluído” (OP, item 50).
“Muitas vezes quando o lápis é colocado na mão do médium é lançado longe
com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, agita-se convulsivamente e bate na mesa
com cólera, mesmo que o médium esteja na maior tranquilidade e se admire de não ter
domínio sobre si. Digamos, de passagem, que esses efeitos denotam sempre a presença de
Espíritos imperfeitos; os Espíritos realmente superiores são constantemente calmos, dignos
e benevolentes; se não são ouvidos convenientemente, retiram-se, e outros tomam seu lugar”
(LM, item, 179). Esses médiuns também são denominados passivos, e a faculdade é bastante
preciosa por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que
escreve.
Intuitivos – “O movimento é voluntário e facultativo”.
A transmissão do pensamento se faz por intermédio do espírito do médium. O
espírito estranho, nesse caso, não age sobre a mão para dirigi-la, age sobre a alma
com a qual identifica-se e à qual imprime sua vontade e suas ideias; ela recebe o
pensamento do espírito estranho e o transcreve. Nessa situação, o médium
escreve, voluntariamente, e tem a consciência do que escreve, embora não seja
seu próprio pensamento (OP, item 50).
Mas, sendo assim, dirão, nada prova que seja um Espírito desencarnado quem
escreve, e não o do médium. Fazer essa distinção é, de fato, algumas vezes
bastante difícil, mas pode acontecer de isso não ter muita importância. Entretanto,
pode-se reconhecer o pensamento sugerido por não ser nunca preconcebido; ele
nasce à medida que se escreve, e muitas vezes é contrário à ideia prévia que havia
se formado; pode até mesmo estar fora dos conhecimentos e das capacidades do
médium. O médium mecânico é como se fosse uma máquina; o médium intuitivo
age como o faria um intérprete, porque, de fato, para transmitir o pensamento, deve
compreendê-lo, apropriar-se dele de certo modo, a fim de traduzi- lo fielmente; no
entanto, esse pensamento não é o seu: ele apenas atravessa seu cérebro. Tal é
exatamente o papel do médium intuitivo. (LM, item 180).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 29
Semimecânicos ou Semi-intuitivos
Participa de ambos (Mecânico e Intuitivo): ele sente uma impulsão dada à sua
mão, contra a sua vontade, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do que
escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro, o pensamento segue-
se ao ato da escrita; no segundo, ele o precede; no terceiro, ele o acompanha.
Estes últimos médiuns são os mais numerosos. (LM, item 181).
Classificação Geral dos Médiuns Escreventes ou Psicógrafos (LM, item 191):
Conforme o modo de execução:
Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”. (Já estudados acima).
Semimecânicos ou Semi-intuitivos – “Aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas
que têm consciência instantânea das palavras ou das frases, à medida que escrevem. Os mais
comuns”. (Já estudados acima).
Intuitivos – “Aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento, mas que
escrevem por sua vontade”.(Já estudados acima).
Polígrafos – “Aqueles cuja escrita muda conforme o Espírito que se comunica ou que são
aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha quando vivo. O primeiro caso é bastante
comum; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro”. (Ver LM, item 219).
Poliglotas ou Xenoglotas – “Aqueles queles que têm a faculdade de falar ou escrever em
línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros”. (OP, item 51).
Iletrados – “Aqueles que escrevem, como médiuns, sem saber ler nem escrever no estado
normal. Mais raros do que os anteriores, pois há uma dificuldade material muito maior a ser
vencida”. (LM, item 191).
MÉDIUNS FALANTES
“Querendo comunicar-se, o Espírito serve-se do órgão que ele encontra mais
flexível no médium; a um, ele toma emprestada a mão, a um outro, a palavra, a um terceiro,
o ouvido” (LM, item 166). Médiuns falantes são aqueles que propiciam ensejo a que os
Espíritos entrem em comunicação com os denominados encarnados através da palavra
falada, travando conversações. Esta forma de mediunidade é bastante proveitosa,
principalmente pela possibilidade de se estabelecer o diálogo com o comunicante.
O médium falante exprime-se, geralmente, sem ter a consciência do que diz, e,
muitas vezes, diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aos
seus conhecimentos e, até, ao alcance de sua inteligência. (Idem).
Vê-se, às vezes pessoas iletradas e de uma inteligência vulgar, exprimirem-se
nesses momentos, com uma verdadeira eloquência, e tratar, com uma
incontestável superioridade, questões sobre as quais seriam incapazes de emitir
uma opinião no estado comum. (OP, item 44).
Conforme a mecânica do processo mediúnico, os Médiuns Falantes podem ser classificados em:
Conscientes Semiconscientes Inconscientes
Também denominados Intui- Nesta variedade dos médiuns O que caracteriza este tipo de
tivos. A transmissão do pen- falantes, havendo entre o mediunidade é o fato do Es-
samento do Espirito comuni- médium e o Espírito livre, a pírito do médium exteriori-
cante se faz por intermédio indispensável afinidade flu- zar-se temporariamente do
da alma do médium. Trans- ídica, o Espírito comunicante seu corpo, deixando-o, mais
mite-lhe seus pensamentos, entra em contato com o ou menos à disposição do Es-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 30
após identificar-se fluidica- médium que se semi-exterio- pírito que deseja comunicar-
mente com ela, e sob o im- riza perispiritualmente, com- se. Nesta forma o médium al-
pulso do comunicante o binam-se os fluidos perispi- cança sua maior exterioriza-
médium transmitira com seu ríticos de ambos, formando ção permitindo ao Espírito
palavreado, possibilidades in- uma atmosfera fluídica, que comunicante maior possibili-
telectuais e estilo próprio os envolve o cérebro do dade de intervenção “materi-
pensamentos recebidos. O médium. Essa atmosfera se al” no fenômeno, tais como
médium tem consciência do forma pela mistura e troca de modificar o tom de voz, atitu-
que vai dizer e poderá até se fluidos perispiríticos do des próprias e outros detalhes
recusar a transmitir o pensa- médium e do Espírito. Há que lhe são característicos,
mento do Espírito. O papel nesse momento um meio in- chegando, raras vezes, a
do médium consciente é o de termediário entre o Espírito e apresentar no médium altera-
intérprete ou mensageiro en- o médium, sendo através des- ções fisionômicas que o iden-
carregado de transmitir um se condutor que transmite ao tificarão. A esse fenômeno se
recado. O estilo, o vocabulá- cérebro do médium seus pen- dá o nome de transfiguração
rio, a construção das frases samentos e sua vontade. Nes- (LM, itens 122 a 124 e OP,
são suas, mas a ideia é do Es- se caso ainda poderá repetir- item 22). Mas, mesmo haven-
pírito. se palavras, gesto ou fraseado do total exteriorização do
Este tipo de médiuns “são os que o médium habitualmente médium, este não permanece
mais numerosos, e frequente- usa, por reflexos condiciona- inoperante no momento do
mente são encontrados entre dos, porém, o Estilo e a Ideia fenômeno; quando há perfei-
os incrédulos mais obstina- serão do Espírito que se co- ta confiança na Entidade co-
dos, que assim praticam o Es- munica. municante, devido a elevação
piritismo sem saber e sem espiritual já demonstrada, po-
querer. Por isso mesmo, os de afastar-se em estudo, visi-
fenômenos espontâneos são tação espiritual ou outras ta-
de uma importância capital, refas, bem como permanecer
uma vez que não se pode sus- junto ao seu corpo aprovei-
peitar da boa-fé daqueles que tando os ensinamentos e a
os obtêm. Ocorre aqui o que convivência daqueles mo-
se dá com o sonambulismo, mentos sem o Ser que utiliza
que, em certos indivíduos, é sua faculdade; ou, no caso
natural e involuntário, en- contrário, permanece o
quanto que em outros é pro- médium em espírito junto ao
vocado pela ação magnética”. Espírito que se comunica, au-
(A Gênese, 13:12) xiliando-o na adaptação do
fenômeno, amparando-o nas
suas dificuldades ou prepara-
do para retomar seu corpo em
qualquer ocorrência não pre-
vista, pois o médium, mesmo
o inconsciente, quando bem
capacitado ao intercâmbio,
polícia o fenômeno que se dá
por seu intermédio.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 31
RESUMO
Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que escrevem sob a influência dos
Espíritos e podem ser classificados em:
Mecânicos – Recebem mecanicamente a mensagem dos Espíritos. Não sabem o que
escrevem, e o movimento da mão independe de sua vontade. O conhecimento do que foi
escrito é posterior ao fenômeno.
Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e posteriormente o passam para o papel. O
conhecimento do conteúdo da mensagem precede a escrita.
Semimecânicos – Recebem a impulsão na mão e voluntariamente passam a escrever. Têm
consciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas.
Polígrafos – Ao escrever mudam a caligrafia conforme o Espírito que se manifesta.
Desenhistas, Pintores, Músicos, Versejadores21 – Os que, sob a influência dos Espíritos,
realizam essas tarefas.
Xenoglotas ou Poliglotas – Os que escrevem ou falam sob a influência dos Espíritos em
línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.
Falantes – São os que possibilitam aos Espíritos comunicação oral com os encarnados.
Falantes Conscientes ou Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e com o seu modo
característico transmitem a mensagem. Transmissão de pensamento.
Falantes Semiconscientes – Há uma parcial exteriorização do perispírito do médium e a
ligação com o Espírito comunicante. O estilo e a ideia são do Espírito.
Falantes Inconscientes – O médium exterioriza-se perispiritualmente deixando seus centros
nervosos a disposição do Espírito comunicante, porém, continuando a exercer o controle
sobre o seu veículo fisiológico.
Videntes – São os que dispõem da possibilidade de ver os Espíritos ou os ambientes e coisas
espirituais. Pode ser vidente em estado normal ou somente em estado sonambúlico.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 15; Obras Póstumas, 1a. Parte, Cap. 3;
Revista espírita, 1864 (out), 1865 (set, out), 1866 (set), 1868 (jun).
Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios Da Mediunidade, caps. 6 e 8.
Martins Peralva. Estudando A Mediunidade, Cap. 10.
Gabriel Delanne. O Espiritismo Perante A Ciência, Quinta Parte.
Ernesto Bozzano. Xenoglossia; Telepatia; Os Enigmas da Psicometria; Comunicações
mediúnicas entre vivos; Cinco excepcionais casos de identificação de Espíritos.
Léon Denis. Espíritos e Médiuns, Cap. V.
Consultar: Pão Nosso, Cap. 17; Fonte Viva, Cap. 155; Caminho, Verdade e Vida, Cap. 65 de
Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 34
6a. SESSÃO TEÓRICA
MANIFESTAÇÕES VISUAIS – BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO.
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
“De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são, sem dúvida,
aquelas em que os Espíritos se tornam visíveis”. (LM, item 100).
As aparições, propriamente ditas, ocorrem no estado de vigília e quando se está
no gozo da plenitude e da inteira liberdade de suas faculdades. Geralmente, elas
se apresentam sob uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes, vaga e impre-
cisa; com frequência, a princípio, elas são uma luz esbranquiçada cujos contor-
nos desenham-se pouco a pouco. De outras vezes, as formas são nitidamente
acentuadas e distinguem-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder fa-
zer dele uma descrição muito precisa. Os trejeitos, o aspecto, são semelhantes
aos do Espírito, quando vivo. Como pode tomar todas as aparências, o Espírito
apresenta-se com a que melhor possibilite seu reconhecimento, se este for o seu
desejo. Assim, embora, como Espírito, não tenha mais enfermidade corporal al-
guma, ele se mostrará estropiado, manco, corcunda, ferido, com cicatrizes, se
isto for necessário para constatar sua identidade. (LM, item 102).
Coisa natural é que, salvo em circunstâncias especiais, as partes menos acentua-
das são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o tronco, os braços e as mãos são
sempre claramente desenhados. Daí vem que quase nunca são vistos a andar, mas a deslizar
como sombras. Geralmente os médiuns videntes percebem as aparições tendo algo de vaporoso.
O Espírito que quer ou pode fazer-se visível apresenta às vezes uma forma
muito nítida, com todas as aparências do corpo, a ponto de produzir uma ilusão
completa e fazer acreditar que temos diante de nós um ser corporal. Em alguns
casos, e em especiais circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, ou
seja, podemos tocar a aparição, apalpá-la, sentir a mesma resistência, o mesmo
calor de um corpo vivo, o que não a impede de desaparecer com a rapidez de
um relâmpago. (LM, item 104).
Por sua natureza e no seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de
comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir e que, entretanto,
nunca vimos; mas, assim como certos fluidos, ele também pode passar por
modificações que o tornem perceptível à visão, seja através de uma espécie de
condensação, seja através de uma mudança na disposição molecular; é, então,
que ele nos aparece sob uma forma vaporosa. A condensação (não se deve
tornar esta palavra ao pé da letra; nós só a empregamos por falta de outra e a
título de comparação) a condensação, dizíamos, pode ser tal que o perispírito
adquire as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas pode,
instantaneamente, retomar seu estado etéreo e invisível. Esses diferentes
estados do perispírito são o resultado da vontade do Espírito e não de uma
causa física exterior como acontece com os nossos gases. Quando o Espírito
nos aparece, é porque coloca seu perispírito no estado necessário para torná-lo
visível; mas, para isso, sua vontade não basta, pois a modificação do perispírito
opera-se pela sua combinação com o próprio fluido do médium; ora, esta
combinação nem sempre é possível, o que explica por que a visibilidade dos
Espíritos não é geral. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se;
também não basta que uma pessoa haja entre eles uma espécie de afinidade;
talvez, também, a emissão do fluido da pessoa seja bastante abundante para
operar a transformação do perispírito e, provavelmente ainda, outras condições
que nos são desconhecidas; é preciso, enfim, que o Espírito tenha a permissão
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 35
para se fazer visto por tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido ou só o é
em certas circunstâncias, por motivos que não podemos avaliar.(LM, item 105).
As aparições não constituem novidades, pois em todos os tempos se produziram.
Pensadores e pesquisadores como Lewis Henry Morgan (1818-1881), Herbert Spencer
(1820-1903), Edward Burnett Tylor (1832-1917), James Frazer (1854-1941), Grant Allen
(1848-1899), Daniel Garrison Brinton (1837-1899), Ernesto Bozzano (1862-1943), Fredrich
Myers (1843-1901), Evans-Pritchard (1946-1970), Helmuth von Glasenapp (1891-1963),
Joseph Campbell (1904-1987), Mircea Eliade (1907-1986) poderíamos ficar aqui enchendo
várias páginas de grandes autores e estudiosos das religiões e espiritualidades. Pois, “a
História relata um grande número de aparições; mas sem remontarmos tão distante, elas são
muito frequentes nos nossos dias e muitas pessoas as têm visto e, no primeiro momento,
tomaram-nas pelo que se convencionou chamar de alucinações. Elas são frequentes,
principalmente, nos casos de morte de pessoas ausentes que vêm visitar seus parentes ou
amigos. Muitas vezes, elas não têm objetivo bem determinado, mas pode-se dizer que, em
geral, os espíritos que aparecem, assim, são atraídos pela simpatia”. (LM, item 107).
Todos os autores citados acima, chegaram às mesmas conclusões: não existem
povos por mais primitivos (antigos) que sejam, até onde a nossa mente pode alcançar, sem a
crença na existência de uma alma que sobrevive à morte do corpo ou que se comunique com
os humanos.22 Esses mesmos pensadores também deixam claro que as concepções de
deuses, demônios, anjos e etc são conceitos sociais bem posteriores e monárquicos. 23
Não existem povos, por mais primitivos que sejam, sem religião nem magia.
Assim como não existem, diga-se de passagem, quaisquer raças selvagens que
não possuam atitude científica ou ciência, embora esta falha lhes seja
frequentemente imputada. Em todas as sociedades primitivas, estudadas por
observadores competentes e de confiança, foram detectados dois domínios
perfeitamente distintos, o Sagrado e o Profano; por outras palavras, o domínio
da Magia e da Religião e o da Ciência.24
BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO
“Estes dois fenômenos constituem variedades do das manifestações visuais e, por
mais maravilhosos que eles possam parecer, à primeira vista, fundamentam neste princípio
de que tudo o que foi dito sobre as propriedades do perispírito, depois da morte, aplica-se ao
perispírito dos vivos”. (LM, item 114).
Esses efeitos, sejam materiais ou não, aparentes ou ocultos, não são menos
naturais por terem essa origem. O Espiritismo nada admite de sobrenatural nem
de maravilhoso; segundo ele tudo entra na ordem das leis da Natureza. Quando
a causa de um efeito é desconhecida, deve-se buscá-la na realização dessas leis,
e não em sua perturbação, provocada pelo ato de uma vontade qualquer, o que
seria o verdadeiro milagre. Um homem investido do dom de milagres teria o
poder de suspender o curso das leis que Deus estabeleceu, o que não é
admissível. Mas sendo o elemento espiritual uma das forças ativas da Natureza,
provoca fenômenos especiais, que não parecem sobrenaturais senão porque se
obstinam em buscar sua causa somente nas leis da matéria. Eis por que os
espíritas não fazem milagres, e jamais tiveram a pretensão de os fazer. (RE,
novembro de 1867, p. 451 – FEB).
Bicorporeidade ou Desdobramento: “O Espírito de uma pessoa viva, quando fora do corpo,
pode aparecer como o de uma pessoa morta e ter todas as aparências da realidade; além
22 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades. Ver: Xamanismo.
23 Pires, J. H. Concepção Existencial de Deus, p. 81 (O Mito do Diabo) e Agonia das Religiões, Cap. 10.
24 Malinowski, B. Magia, Ciência e Religião, p. 33
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 36
disso, pelos mesmos motivos que já explicamos, pode adquirir uma tangibilidade
momentânea. É este fenômeno, designado de bicorporeidade, que deu origem às histórias
dos homens duplos, ou seja, indivíduos cuja presença simultânea foi constatada em dois
lugares diferentes”. (LM, item 119).
O fenômeno tem sua mecânica explicada através da liberdade da alma, que
deixando o corpo em sono ou em estado extático, pode transportar-se revestida pelo
perispírito a outro local e aí tornar-se visível pelo mesmo processo de transformação ou
condensação já estudado por ocasião de tópico anterior: Das Manifestações Visuais.
O indivíduo que se mostra, simultaneamente, em dois lugares diferentes possui,
portanto, dois corpos; porém, desses dois corpos, só um é real (físico), o outro é
apenas uma aparência (fluídico); pode-se dizer que o primeiro possui a vida
orgânica e que o segundo tem a vida da alma; ao despertar, os dois corpos se
reúnem e a vida da alma volta ao corpo material. Não parece possível, pelo
menos não temos exemplo algum e a razão parece demonstrá-lo, que no estado
de separação, os dois corpos possam gozar, simultaneamente e, no mesmo
grau, da vida ativa e inteligente. Além disso, ressalta do que acabamos de dizer
que o corpo real não poderia morrer, enquanto que o corpo aparente
permaneceria visível: a aproximação da morte atraindo sempre o Espírito para
o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta, igualmente, que o corpo
aparente não poderia ser morto, porque não é orgânico e porque não é formado
de carne e osso; ele desapareceria, no momento em que o quisessem matar.25
Transfiguração: “em certos casos, pode ser uma simples contração muscular que dá à
fisionomia uma outra expressão, a ponto de tornar a pessoa quase irreconhecível. Temos
observado isso com frequência em sonâmbulos, mas nesses casos a transformação não é
radical (...)” (LM, item 123). O fenômeno de transfiguração real vai mais além da simples
modificação de alguns traços fisionômicos.
Está admitido, em princípio, que o Espírito pode dar a seu perispírito qualquer
aparência; que pela modificação na disposição molecular pode lhe dar
visibilidade, tangibilidade e consequentemente opacidade; que o perispírito de
uma pessoa viva, fora do corpo, pode passar pelas mesmas transformações; que
essa mudança de estado se opera pela combinação de fluidos. Imaginemos
agora o perispírito de uma pessoa viva que, sem estar fora do corpo, irradia-se
ao redor dele de maneira a envolvê-lo como num vapor; nesse estado, pode
sofrer as mesmas modificações que sofreria se dele estivesse separado. Se ele
perde a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível e ficar
oculto, como se estivesse mergulhado num nevoeiro. Ele até mesmo poderá
mudar de aspecto, tornar-se brilhante, se for a vontade do Espírito ou se ele
tiver poder para isso. Um outro Espírito, combinando seu próprio fluido com o
do primeiro, poderá dar a essa combinação de fluidos a sua própria aparência;
de modo que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cuja
aparência pode variar de acordo com a vontade do Espírito. Essa parece ser a
verdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém que se diga, da
transfiguração. (Idem).
25 (LM, item 121). Veja a Revista Espírita, janeiro de 1859, O duende de Baione; fevereiro de 1859, Os agêneres; Meu
amigo Hermann; maio de 1859, O laço entre o Espírito e o corpo; novembro de 1859, A alma errante; janeiro de 1860,
O Espírito de um lado e o corpo do outro; março de 1860, Estudos sobre o Espírito de pessoas vivas; O doutor V. e a
senhorita I; abril de 1860, O Fabricante de São Petesburgo; Aparições tangíveis; novembro de 1860, História de Maria
Agreda; julho de 1861, Uma aparição providencial (N. A.K.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 37
RESUMO
As aparições se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo de
plena liberdade de suas faculdades. Ás aparições apresentam-se sob a forma vaporosa e
diáfana, na maior parte das vezes, sendo, porém, em algumas outras, nitidamente
acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia. Podendo tomar todas as
aparências, o Espírito se apresenta sob a que melhor o faça reconhecível. As partes menos
visíveis, isto é, menos acentuadas, são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o
tronco, os braços e as mãos são sempre claramente desenhados.
O perispírito é normalmente invisível, porém, pode sofrer modificações que o
tornem perceptível à vista, e mesmo, ao tato. Todavia, pode retomar instantaneamente seu
estado etéreo e invisível. A vontade do Espírito é que comanda todas essas alterações.
Somente a vontade do Espírito não é suficiente para que a aparição se verifique; há a
necessidade da combinação dos fluidos do Espírito e o do médium. É necessário também
que haja permissão para que ele se faça visível.
O fenômeno da bicorporeidade ou desdobramento se dá devido as propriedades
do perispírito, tanto do ser encarnado como do desencarnado. Consiste na aparição de uma
pessoa em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. O fenômeno se dá por ficar o corpo em
sono ou no estado extático e a alma tornar seu perispírito visível em outro lugar, através da
modificação molecular que se lhe opera, sempre comandado pela sua vontade.
A transfiguração ocorre devido á possibilidade “plástica” que apresenta o
perispírito das pessoas encarnadas de irradiar, formando em torno do corpo uma espécie de
vapor. Nesse estado o perispírito pode sofrer todas as alterações que sofreria estando
separado do corpo material. Um Espírito combinando o seu fluido com os do médium, nesse
estado de irradiação perispiritual, poderá imprimir a aparência que lhe é própria, ficando o
corpo material envolvido por essa emanação fluídica que é passível de tomar a forma que o
Espírito lhe imprimir.
Bibliografia:
Allan Kardec, O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; Obras Póstumas, 1a. Parte, §5;
Revista Espírita, 1859 (mar), 1860 (nov) e 1861 (jul).
Gabriel Delanne, O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 3; e A Alma é Imortal, 1a. Parte, Cap.
3 e 3a. Parte, Cap. 1.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 38
Hora de Exercitar 3!
Para responder este Exercício, consulte o Resumos da 4a. Sessão Teórica,
4a. Sessão de Exercício Prático e 5a. Sessão Teórica.
Hora de Exercitar 4!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 5a. Sessão de Exercício Prático,
6a. Sessão Teórica e 6a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
1. ( ) De todas as manifestações espíritas as mais importantes são aquelas por meio das
quais os Espíritos se tornam visíveis.
2. ( ) As aparições exigem o gozo da plena e inteira liberdade das faculdades do vidente.
3. ( ) Em alguns casos as aparições podem oferecer uma tangibilidade real.
4. ( ) O perispírito é constituído de fluidos que nunca são perceptíveis à vista.
5. ( ) Os diferentes estados do perispírito resultam apenas da vontade do Espírito.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:
6. A utilização da prece depende das ____________________ e _____________________ .
Sua força depende do grau de _____________________ e dos ___________________ da
alma que ora.
7. Um alto grau de aperfeiçoamento moral pode levar a uma atitude que se
____________________ a uma prece ____________________ .
8. O resultado da prece depende sobretudo da _____________________ com que é
_____________________ feita e da _____________________ espiritual.
C) Múltipla Escolha
C.1 – Assinale a resposta MAIS correta.
9. O fenômeno da bicorporeidade:
( ) depende essencialmente da liberdade da alma.
( ) ocorre por vontade do médium.
( ) prova a existência de homens duplos.
( ) provoca o desligamento total do Espírito.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 42
C.2 – Assinale a resposta MAIS completa.
10. A transfiguração real é:
( ) decorrente de uma contração muscular.
( ) uma simples modificação de traços fisionômicos.
( ) decorrente de uma combinação de fluidos perispiríticos de encarnado e
desencarnado, permitindo a este fazer variar a aparência física do médium.
( ) resultante da irradiação do perispírito do encarnado, permitindo a este imprimir
modificações de seus traços fisionômicos mediante seus poderes mentais.
11. A prece no início e término da reunião espírita é feita:
( ) porque faz parte do condicionamento e do ritualismo necessários para que haja
fenômenos.
( ) porque é recomendável para tomar o ambiente espiritual favorável a realização
das atividades.
( ) para dar oportunidade de cada um pedir em seu próprio favor.
( ) para fortalecer os Espíritos desencarnados necessitados.
D) Combinação
12. Procure na coluna da esquerda a frase que relacione com a coluna da direita:
( ) Quando intercessória deve objetivar a coragem moral para su-
portar as provas.
(a) Pedido ( ) Para ser atendida deve-se prometer algo em retribuição à gra-
ça que se espera receber.
(b) Louvor
( ) Deve demonstrar a conscientização de nossa alma quanto ao
valor da vida.
(c) Reconhecimento
( ) Deve ser feita sempre em favor de si mesmo, pois cada um
deve fazer as suas próprias solicitações.
(d) Intercessão
( ) E uma glorificação ao Criador e às criaturas.
( ) Pode proporcionar o entendimento e aceitação de nossos pro-
blemas e renovação de forças para resolvê-los.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 43
7a. SESSÃO TEÓRICA
ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA
MEDIUNIDADE – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
MEDIÚNICO – FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO.
ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
Seja por entusiasmo, por fascinação dos Espíritos, ou por amor-próprio, em
geral o médium psicógrafo é levado a crer que são superiores os Espíritos que
com ele se comunicam, sobretudo quando tais Espíritos, aproveitando-se dessa
presunção, adornam-se de títulos pomposos, tomando nomes de santos, de
sábios, de anjos e da própria Virgem Maria, conforme a necessidade e segundo
as circunstâncias. E, para desempenhar seu papel de comediantes, chegam até
mesmo a portar a indumentária extravagante das personagens que representam.
Tirai suas máscaras e vereis que se transformam no que sempre foram: ilustres
desconhecidos; é o que necessariamente devemos fazer, tanto com os Espíritos,
quanto com os homens. (RE, outubro de 1858, p. 408 – FEB).
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, Cap. 17, ‘Da Formação dos Médiuns’,
esclarece que nesse capítulo se refere apenas ao desenvolvimento dos médiuns escreventes,
por se tratar do gênero de mediunidade mais espalhado na época. Nesta sessão, contudo, não
vamos limitar-nos ao desenvolvimento deste tipo de mediunidade somente, pois o objetivo
deste tema é de verificar o desenvolvimento dos médiuns em geral (psicógrafos,
psicofônicos, etc). Assim, tiraremos do capítulo acima citado, as instruções que servem
como normas gerais de desenvolvimento e passaremos em seguida ao estudo do processo de
desenvolvimento mediúnico espírita cristão.
Têm-se procurado processos para a formação de médiuns, como se têm
procurado diagnostico para a mediunidade. É importante, porém, que procuremos aquelas
orientações nitidamente espíritas, esclarecedoras e seguras, a fim de que o desenvolvimento
da mediunidade se efetue naturalmente e equilibradamente e, ainda, que o médium o faça
com conhecimento de causa, para evitar os percalços e os desenganos. “Adquirido este
conhecimento, o fato das manifestações nada mais apresenta de surpreendente e entra na
ordem dos fatos naturais”. (LM, item 52)
A pessoa que se apresenta como candidata a médium, deve, antes de tudo,
verificar se possui a faculdade, através de indícios que poderão ser caracterizados como
ocorrência de mediunidade. Todavia, é importante saber que estes sinais não são uniformes
e padronizados, mas se apresentam de múltiplas maneiras e, por eles simplesmente, não se
pode diagnosticar a “existência da faculdade mediúnica; só a experiência pode fazê-la
conhecida” (LM, item 62). Não se pode com eles afirmar ‘a priori’ que alguém possui este
ou aquele tipo de mediunidade. Só a experimentação perseverante, sensata e desprovida de
condicionamentos, poderá confirmar ou não o desabrochamento de uma faculdade.
Se a faculdade for identificada, o candidato a médium devera recorrer a meios
seguros, em locais que lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita,
pois uma faculdade em vias de desenvolvimento requer boa orientação, estudos constantes,
persistência, conhecimento de si mesmo, porque mal orientada é canal para Espíritos
inferiores e perturbação26.
27 Consultar O Livro dos Médiuns – Da Obsessão, Cap. 23 e Revista Espírita 1862, dez. p. 491 – FEB.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 46
O médium, mesmo com a faculdade mediúnica desenvolvida e trabalhando
ostensivamente, “seria um grande erro, de sua parte, acreditar-se dispensado de qualquer
outra instrução; ele apenas venceu uma resistência material, mas é, então, que começam para
ele as verdadeiras dificuldades, e que, mais do que nunca, ele necessita dos conselhos da
prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se
desejar voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará a ser a vítima dos Espíritos
mentirosos que procurarão explorar sua presunção”. (LM, item 216).
Uma vez desenvolvida a faculdade no médium, é essencial que dela não abuse.
A satisfação que ela proporciona a alguns, que a comercializam, neles provoca
um entusiasmo, que é importante moderar; devem lembrar-se de que ela lhes
foi dada para o bem e, não, para satisfazer uma vã curiosidade; é por isso que é
útil dela se utilizar somente em momentos oportunos e, não, a todo instante;
não estando os Espíritos constantemente às suas ordens, correm o risco de
serem enganados por mistificadores. É bom adotar, para este efeito, dias e
horas determinados, porque ao trabalho se acrescentam disposições de maior
recolhimento e os Espíritos que desejem vir, estando prevenidos para isso,
consequentemente, se dispõem a auxiliar. (LM, item 217).
Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar, de forma
alguma, será preciso renunciar a ela, como se renuncia a cantar, quando não se
tem voz. (LM, item 218).
FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO:
Allan Kardec define como “o verdadeiro espírita, assim como o verdadeiro
cristão” (ESE, 12:4), aqueles que não se contentam com admirar a moral espírita, que a
praticam e lhe aceitam todas as consequências. “Fazei, portanto, que, ao serdes observados,
se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa,
porque todos aqueles que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o
culto a que pertençam”. (ESE, 15:10). Aproveitam todos os breves instantes da vida terrena
para avançar pela senda do progresso, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus
pensamentos. A caridade é em tudo, a regra de proceder a que obedecem. (LM, item 28).
Sob o ponto de vista espírita “o exercício da mediunidade é uma oportunidade e
não uma causa”28; é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade superior, a fim de
ser fielmente desempenhado. Dessa forma, o aspirante à mediunidade, à luz da Doutrina
Espírita, deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se desde o início de
sua formação e informação mediúnica, por ser um Verdadeiro Espírita.
Processos de Fundamentação Mediúnica:
Evangelho No Lar:
É a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo,
porque o lar é a usina maior das energias de que somos carentes para o nosso trânsito terreno
e e onde compensamos nossas vibrações psíquicas em reajustamento... Evangeliza os
Espíritos, nossos desafetos que se julgam conosco em todas as nossas atividades
cotidianas.29 Para a realização, as providências são simples:
1) um volume de O Evangelho Segundo o Espiritismo;
2) um dia certo por semana;
3) um cômodo onde todos os familiares se reúnem. Sua realização também é singela:
28 Revista Espírita 1863, jan. p.9. ‘As causas da obsessão e os meios de combatê-la’ (Segundo artigo) – IDE.
29 Jacinto, R. Desenvolvimento Mediúnico, p. 30.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 47
4) inicia-se por uma prece, preferentemente uma oração feita de improviso por
um dos presentes, por ser mais afetivo;
5) abre-se o livro ao chamado acaso;
6) leitura em voz alta do trecho aberto;
7) comentários sobre o mesmo pelos presentes;
8) encerramento com uma prece de agradecimento pela orientação noturna,
podendo alongar-se os comentários, depois, sobre a lição, enquanto houver interesse e for
oportuno. Evitar no Culto, qualquer manifestação que o confunda com sessão mediúnica.
Culto da Assistência:
Rompimento com o egoísmo, compelindo-nos a interessar-nos pelo próximo,
auxiliando-o nos seus lances expiatórios, probatórios ou missionários, até o limite de nossa
capacidade de servir (grupo de costura, socorro fluídico pelo passe, visita aos enfermos,
amparo aos órfãos, cooperação com as obras de assistência, conforto moral aos
desesperados, etc).
Reforma Íntima:
Revisão e reconstrução dos hábitos, permutando os vícios por virtudes
legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente e que nos abrirão as
portas de Planos mais elevados que os atuais.
Casa Espírita:
Aniquilamento do orgulho, levando-nos a viver em circunstâncias e
agrupamentos humanos que nos permitirão o exercício da humildade legítima, entrosando-
nos em trabalhos de equipe com esquecimento de nós mesmos. Evitemos as sessões espíritas
nos lares. A organização espiritual não se improvisa. O ambiente do Centro Espírita está em
permanente ação e é formado como um posto de socorro diverso, sob a orientação e
desempenho dos bons Espíritos.
Estudo de Grupo:
Reunidos semanalmente aos companheiros, evitaremos, no compulsar os livros
doutrinários, de emprestar-lhes o colorido de nossas paixões e preferências particulares e,
apesar de sua suficiente clareza, evitaremos de emprestar-lhes interpretações laterais ou
desvirtuadas.
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que
nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-
nos espiritualmente e capacitando-nos para a verdadeira mediunidade com Jesus – a
Mediunidade do Bem.
RESUMO
Na orientação do desenvolvimento mediúnico é importante que procuremos as
instruções realmente espíritas, para evitar dissabores e percalços.
Não há diagnóstico padrão da mediunidade nem métodos infalíveis de
desenvolvimento. Os indicativos mediúnicos não são uniformes e podem variar de pessoa a
pessoa. Pela experimentação perseverante, sensata e livre de condicionamentos é que o
candidato a médium deve procurar o desabrochar de sua faculdade, A faculdade mediúnica
se prende a uma disposição orgânica.
No intercâmbio mediúnico há dificuldades que somente a espiritualidade pode
julgar da possibilidade ou não de superá-las. As relações fluídicas entre médiuns e Espíritos
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 48
não se improvisam. Apenas os desejos dos encarnados não superam os obstáculos de
afinidade. Por Isto o intercâmbio deve obedecer i espontaneidade.
É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados
para isto, pois pessoas bem orientadas que se reúnam com uma intenção comum, formam
um ambiente coletivo favorável ao intercâmbio.
No médium psicógrafo o primeiro indício para escrever é uma espécie de frêmito
no braço e na mão; aos poucos esta é arrastada por um impulso incontrolável . Muitas vezes
traça riscos insignificantes; depois, os caracteres se tornam mais nítidos e a escrita acaba
adquirindo a rapidez normal.
Para evitar a influência de Espíritos inferiores, os médiuns em treinamento
devem aplicar-se com meticuloso cuidado a reconhecer por todos os meios a natureza dos
Espíritos que se comunicam por seu Intermédio, usando sempre a reserva aconselhada pela
prudência.
Todo médium iniciante, para evitar inconvenientes na prática mediúnica, deve
dedicar-se ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais considerar-se dispensado de
qualquer instrução, pois quando supõe-se capaz de voar por suas próprias asas, não tardará a
ser vítima de mil ciladas que Espíritos mentirosos presaram para explorar-lhe a presunção.
É aconselhável que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para
a satisfação da curiosidade.
Paralelamente ao exercício mediúnico, deve o médium espírita realizar o culto do
evangelho no lar; dedicar-se ao culto da assistência ao próximo; esforçar-se pela sua reforma
íntima; desenvolver o habito de frequentar e integrar-se nas atividades do Centro Espírita e
aplicar-se ao estudo em grupo dos livros de Allan Kardec.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Caps. 2a. Parte, Cap. 17.
Francisco Cândido Xavier. Missionários Da Luz, Cap. III.
Roque Jacinto. Desenvolvimento Mediúnico, Cap. VII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 22.
Consultar: Evolução em Dois Mundos, Cap. 2 e Fonte Viva, Cap. 150 de Francisco Cândido Xavier.
30 A Glândula Pineal, também conhecida como epífise neural, é uma glândula endócrina de tamanho pequeno
localizado na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo, ou seja, na parte central do cérebro humano.
31 O timo situa-se na porção superior do mediastino anterior. Limita-se, superiormente, com a traqueia, a veia jugular
interna e a artéria carótida comum. Lateralmente, com os pulmões, e inferior e posteriormente com o coração. Sua cor é
variável. Vermelha no feto, branco-acinzentada nos primeiros anos de vida e, depois, amarelada. O timo, plenamente
desenvolvido, é de formato piramidal, encapsulado e formado por dois lobos fundidos.
32 A tiroide ou tireoide é uma glândula que fica na frente do pescoço (região anterior) e tem um formato parecido com
o de uma borboleta. Posiciona-se em cima da traqueia, com um lobo de cada lado, unidos pelo istmo.
33 O plexo solar, também conhecido como plexo celíaco, é uma complexa rede de neurônios que no corpo humano está
localizada atrás do estômago e embaixo do diafragma perto do tronco celíaco na cavidade abdominal a nível da primeira
vértebra lombar
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 50
8a. SESSÃO TEÓRICA
RESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES –
ESTADO DO MÉDIUM NO FENÔMENO MEDIÚNICO – REAÇÃO
DOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS TRANSMITIDOS
PELOS ESPÍRITOS – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPEL
DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES.
RESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES
Para compreendermos o papel que o médium desempenha nas comunicações
espírita, é preciso, primeiro, que rememoremos alguns pontos já estudados sobre a faculdade
mediúnica e o fenômeno da comunicação. Sabemos que:
1) A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres humanos, como a
faculdade de respirar. O espírito encarnado une-se ao corpo físico molécula a molécula,
“através do perispírito, que possui certas propriedades da matéria” 34, constituindo um todo
indivisível. Daí resulta uma interação psicofisiológica, isto é, um conjunto de ações e
reações recíprocas entre a alma – ser pensante e encarnado, e o corpo – veículo de
manifestações daquela. Assim, se a Alma se manifesta através do organismo, age e reage por
meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica “se deve a uma predisposição
orgânica” e é acionada pela alma – ser inteligente. (LM, item 209).
2) Um Espírito ao comunicar-se com o médium o faz por intermédio da
combinação de fluidos perispiríticos dos dois seres (espírito e médium) formando como que
uma atmosfera fluídico espiritual comum as duas individualidades, atmosfera esta que torna
favorável a transmissão do pensamento, que se faz assim, de espírito (desencarnado) para
alma (encarnada) e, esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse
pensamento pelos diferentes tipos de faculdades (psicografia, psicofonia, vidência e etc).
A formação dessa atmosfera depende de dois elementos fundamentais:
a) a afinidade fluídica do médium e do Espirito;
b) a sintonia do pensamento (sintonia vibratória ou assimilação da corrente mental).
Os dois pontos que expusemos acima, são básicos na comunicação e se aplicam a
quase todos os tipos de faculdades mediúnicas e a qualquer grau de passividade do médium
(consciente, semiconsciente ou inconsciente). Essa passividade é apenas una questão de
aptidão própria a cada médium e da forma de manifestação e não da essência do fenômeno,
que se processa sempre dentro da mecânica exposta.
Observamos, assim, que a alma do médium (ou o médium), sempre participa do
fenômeno da comunicação, de uma forma ou de outra. Ele é o veículo e o filtro do
pensamento do Espírito.
Verifiquemos agora com mais detalhes as seguintes questões:
a) os diferentes estados do médium no fenômeno mediúnico;
b) as maneiras pelas quais os Espíritos atuam sobre as possibilidades dos
médiuns e a reação destes diante dos estímulos transmitidos pelos Espíritos;
c) considerações finais sobre o papel dos médiuns,
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 19 e Revista Espírita, 1859 (outubro) e
1861 (julho e agosto).
Alexandre Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. 3.
Ernesto Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Caps. 1 ao 5.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 50.
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Influência Do Espirito Pessoal Do Médium. Sistema dos Médiuns Inertes.
a a
LM, item 223 da 1 . a 11 . LM, item 223 da 12a. a 14a. e RE, out. de 1859.
Grupo 3 Grupo 4
Á Linguagem dos Espíritos e as Possibilida- Aptidão de Certos Médiuns Para Coisas Que
des dos Médiuns. LM, item 223 da 15a. a 23a. Não Conhecem: Línguas, Musica, Desenho e Etc.
O Papel Dos Médiuns Nas Comunicações LM, item 223 da 15a. a 22a. e item 224.
Espíritas. LM, item 225.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 54
8a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IRRADIAÇÃO – CONDIÇÕES DE QUEM IRRADIA
Como vimos anteriormente, há uma irradiação psíquica constante que realizamos
automaticamente em nosso derredor – é o que André Luiz chama de hálito mental.
Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, no
teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo
de forças vivas que lhe transpiram do “hálito” mental, na esfera de criaturas a
que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento
para a imortalidade.36
O que chamamos de realidade exterior é a troposfera ecológica de cada pessoa,
construída a partir do universo simbólico de seu psiquismo e assim convertido
a um hábitat cultural capaz de atender às necessidades do organismo. Dessa
forma, os modelos ecológicos (mentais) podem variar desde aqueles capazes de
assegurar adaptações ótimas, até aqueles psicotizados e psicotizantes que
deterioram e desintegram a capacidade adaptativa.37
As pessoas sensíveis, mediunicamente falando, sentem com precisão o estado do
ambiente e das pessoas que o compõem pelo fato de perceberem esta irradiação
Outro tipo de irradiação é aquela que se faz à distância projetando o nosso
pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através
da vontade. Desta forma, é fácil entender que somente pode dar alguma coisa boa aquele
que a possui.
Os bons sentimentos, os bons pensamentos, os bons atos vão plasmando na
atmosfera espiritual da criatura, uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos
agradáveis e salutares que poderão ser mobilizados através da vontade dirigida.
As condições básicas para realizar-se uma boa irradiação são: frugalidade na
alimentação; abster-se dos vícios, álcool, fumo, etc; evitar conversação de baixo palavreado
e de imagens pouco dignas; dominar os sentimentos passionais e instintivos; e procurar ter
comportamento ético a fim de dispor de elementos fluídicos de boa qualidade para transmitir
aos necessitados.
Consultar: Vinha de Luz, Cap. 163 e Fonte Viva, Cap. 149 de Francisco Cândido Xavier.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 20 – Revista Espírita, abril de 1861 e
junho de 1863.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 125.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 60
Hora de Exercitar 5!
Para responder a este Exercício, consulte os Resumos das: 7 a. Sessão
Teórica, 7a. Sessão da Exercício Prático e 8a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
a) ( ) A faculdade mediúnica propriamente dita, tem raízes orgânicas, dependendo de
certas organizações fisiológicas.
b) ( ) O desabrochamento da mediunidade apresenta sinais e características bem claras,
que tornam muito fácil o reconhecimento da existência de uma faculdade mediúnica.
c) ( ) Uma vez que os Espíritos estão em volta de nós constantemente, devemos exer-
citar nossa faculdade, recorrendo a quaisquer Espíritos, pois assim tornaremos nossa
faculdade mais aprimorada.
d) ( ) A alma do médium nem sempre participa do fenômeno da comunicação, pois ela
é o veículo e o filtro do pensamento do Espírito.
2) Preenchimento de Lacunas.
Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
a) Os Espíritos se ________________ com os homens pela ________________ do
pensamento.
b) O ____________ encarnado une-se ao ____________ molécula a _______________
através do ________________ constituindo um indivisível.
3) Assinale a resposta MAIS CORRETA.
No médium iniciante é natural o desejo de comunicar-se com espíritos de pessoas queridas.
a) ( ) O fato é facilmente realizado pois os Espíritos se comunicam com o médium
pelo pensamento.
b) ( ) O fato não deve ser forçado, pois existem dificuldades materiais e espirituais ex-
cepcionalmente vencidas nessa fase.
c) ( ) O fato não é aconselhável porque causaria profundas perturbações ao Espírito
comunicação.
4) Assinale as alternativas CORRETAS.
I) Para que um espírito desejado consiga comunicar-se conosco, são necessárias as
seguintes condições:
a) ( ) Relações fluídicas entre o médium e o Espírito comunicante.
b) ( ) O Espírito deverá ter permissão e condições para comunicar-se.
c) ( ) O médium deverá ter a aptidão necessária para entrar em contato com esse Espírito .
d) ( ) Simpatia (afinidade) entre o Espírito e o médium.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
II) O médium, no transe mediúnico, pode também estar no estado:
a) ( ) de hipnose, provocado por estímulos musicais (sonoros) dos tipos: alfa, beta e
gama;
b) ( ) de sonambulismo e de êxtase;
c) ( ) de permanente, animismo, possibilitando a comunicação de desencarnados;
d) ( ) de êxtase, no qual a independência de sua alma é maior do que no de
sonambulismo;
e) ( ) de inconsciência espiritual e absolutamente passivo à ação do Espírito
comunicante;
f) ( ) de sonambulismo, que permite à sua alma aumentar o grau de percepção de suas
faculdades.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 62
5) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.
(1) Centro Frontal ( ) Plexo Mesentérico e Baço.
(2) Centro Cardíaco ( ) A Epífise (glândula Pineal).
(3) Centro Esplênico ( ) Plexo Cervical (e Glândulas do Timo e Tireoide).
( ) Plexo Cardíaco.
(4) Centro Genésico
( ) Plexo Solar.
(5) Centro Gástrico
( ) Plexo Sacro e Hipogástrico.
(6) Centro Laríngeo ( ) Sistema Nervoso Periférico e Cerebelo.
(7) Centro Coronário ( ) Com os Lobos Cerebrais e Frontais.
Hora de Exercitar 6!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 8a. Sessão de Exercício Prático,
9a. Sessão Teórica e 9a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) Hálito Mental é a irradiação psíquica feita através da vontade.
2) ( ) A aplicação ou uso da faculdade mediúnica independe das qualidades morais do
médium.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
3) A ________________ e a ________________ ou suspensão da mediunidade são
consequências do ________________ uso da faculdade mediúnica.
4) Os médiuns devem empregar ________________ no sentido de crescimento íntimo,
praticando as ________________ cristãs, para que sua medi unidade seja utilizada
para o ________________.
5) No fenômeno mediúnico a combinação dos fluidos ________________ do médium e
do Espírito comunicante, constituem uma ________________ fluídico espiritual
comum às duas ________________.
6) O ________________ e o ________________ são as duas imperfeições
______________ mais exploradas pelos Espíritos.
C) Assinale a resposta MAIS Correta:
7) A Mediunidade se manifesta:
a) ( ) Como privilégio das pessoas de bem.
b) ( ) Exclusivamente em pessoas de moral elevada.
c) ( ) Como meio de elevação em qualquer pessoa.
d) ( ) Exclusivamente entre pessoas que não apresentam qualidades morais comprovadas.
e) ( ) Como compensação em pessoas que não possuem o dom da inteligência ou dos sentidos.
8) De acordo com o Espiritismo, as duas finalidades fundamentais da Mediunidade são:
a) ( ) Punir os médiuns que usam a faculdade indevidamente;
b) ( ) Dar aos homens o conhecimento da Espiritualidade;
c) ( ) Promover a melhora espiritual do médium;
d) ( ) Exercer influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam;
e) ( ) Dar aos homens maior receptividade de ordem espiritual.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 63
9) A Técnica de Irradiação das forças magnéticas espirituais deve focalizar dois pontos
fundamentais:
a) ( ) Ser submetida à lei das proporções;
b) ( ) Ser movimentada indistintamente em favor dos necessitados;
c) ( ) Focalizar um objeto determinado, restrito;
d) ( ) Atender a pedidos particulares de cada um do grupo;
e) ( ) Deixar sempre a critério dos Amigos da espiritualidade o potencial movimentado.
D) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.
RESUMO
A fraude é um engodo e pode ser:
1. Falsos médiuns;
a) consciente, quando provocada por:
2. Verdadeiros médiuns,
1. Espíritos encarnados;
b) inconsciente, quando provocada por: 2. Mentes dos experimentadores ou
do próprio médium.
A fraude é mais corrente nos fenômenos de efeitos físicos.
Não é pelo fato de um fenômeno poder ser imitado e fraudado que todos os
fenômenos sejam imitação ou fraude
Os que menos conhecem o Espiritismo são os que mais se deixam enganar ou iludir.
A melhor garantia contra a fraude é a moralidade do médium e o desinteresse de
qualquer natureza.
Os fenômenos de efeitos inteligentes são os mais sujeitos a mistificações, que podem
ser conscientes ou inconscientes
Geralmente, quem muito quer ouvir dos Espíritos, acreditando que eles possam falar
sobre qualquer assunto e, em qualquer ocasião, acaba sendo mistificado.
Assuntos de natureza material, como negócios, tesouros, casamentos, sorte, etc, são
os que mais agradam os Espíritos mistificadores.
Um bom sistema para se reconhecer a mistificação numa comunicação ou
mensagem é observar-lhe os fins morais.
As contradições no ensino dos Espíritos podem ser oriundas:
a) da diversidade de opiniões correntes entre os homens no meio em que se
produzem esses ensino;
b) da diversidade de graus de entendimento em que se situam os Espíritos
desencarnados.
Geralmente, os Espíritos inferiores e orgulhosos, quando perguntados sobre assuntos
que desconhecem, acabam dando sua opinião particular, fazendo crer que e um ensino geral.
As características de quem abusa, do exercício mediúnico são:
a) acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;
b) não atender às solicitações de estudo da doutrina na casa espírita, achando que os
desencarnados ensinam tudo;
c) não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer
hora, ocasião e local;
d) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
e) cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela
faculdade mediúnica;
Assim, quem age dessa forma, mais cedo ou mais tarde, ver-se-á em situações
lamentáveis.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 8, 17, 27 e 28. Revista Espírita, 1858
(ago), 1859 (jun) e 1863 (ago).
Léon Denis. No Invisível, Segunda e Terceira Parte.
Francisco Cândido Xavier, Nos domínios da Mediunidade, caps. 1, 3, 6, 16, 23, 25, 28.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 69
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
a) Fraudes espíritas, tipos, falsos médiuns, As contradições e suas fontes – explicar su-
exemplos de simulações; atitudes do bom es- cintamente as duas fontes de contradição;
pírita diante do fato. LM, item 303 a 349. causas e meios de as controlar. LM, itens
297, 298, 299, 300 e 301 (da 1a. a 6a.)
Grupo 3 Grupo 4
Provas possíveis de identidade (LM, Cap. A perda da mediunidade por abusos – Fins a
24) – Médiuns Interesseiros – Mediunidade que se destina a mediunidade (LM, item
Profissional – Charlatanismo (LM, Cap. 28). 220) – Distinção entre bons e maus espíritos
(LM, item 262 a 267).
Em serviço mediúnico
Se abraçaste a mediunidade, previne-te contra o orgulho como quem se acautela contra
um parasita destruidor.
Agente sutil, assume formas diversas na constituição espiritual.
A princípio, tem o caráter avassalante de uma infestação, como a sarna.
É a requisição pruriginosa do personalismo insensato.
As vítimas identificam apenas a si mesmas.
Não veem o mérito dos outros.
Não reconhecem o direito dos outros.
Não observam a aspiração dos outros.
Não admitem a necessidade dos outros.
Fascinadas pelos adjetivos pomposos, caminham enceguecidas da razão, como
alienados mentais. (Xavier. Seara dos Médiuns, item 13).
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 28 – Revista Espírita, 1859 (fev).
Léon Denis. No Invisível, 3a. Parte, cap. 22.
Carlos S. Alvarado. Perspectivas históricas da influência da mediunidade na construção de
ideias psicológicas e psiquiátricas em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a07v34s1.pdf
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 74
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Influência do exercício da mediunidade sobre Influência do exercício da mediunidade em
a saúde. LM, 188 (Médiuns sensitivos), 194, crianças. LM 221 (6a. A a 8a.) e 222
221 (1a. a 5a.) e 222 – NI, 3a. Parte, Cap 22.
Grupo 3 Grupo 4
Suprema Precauções no exercício da mediu- O Espiritismo e a Mediunidade, NI, 3a. Parte,
nidade, NI, 3a. Parte, Cap 22. Cap 22.
Consultar: Pão Nosso, Cap. 110 de Francisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade,
Cap. 27, de Martins Peralva e Desenvolvimento Mediúnico, item 8 de Roque Jacinto.
lentos recebidos. médium não está agindo cor- tem oportunidade de exercitar
4a. Mediunidade é Transfor- retamente, isto não seria falta as virtudes cristãs como a hu-
mada Em Profissão. de caridade? Inicialmente mildade, o perdão, o amor e a
Os chamados “profissionais eles sempre advertem os caridade. Sendo uma faculda-
da mediunidade” não se agas- médiuns com ensinos que es- de como as outras que possuí-
tam em receber pagamentos, tes nem sempre tomam para mos, pode de uma hora para
quer sob a forma de dinheiro, si mas, sim, endereçam às outra sofrer interrupções. Isto
presentes, favores, privilégios pessoas de seu círculo de re- acontece porque a produção
ou até mesmo dependência lações. Várias são as tentati- mediúnica ocorre através do
afetiva ou emocional.49 vas que eles fazem no sentido concurso dos Espíritos, sem
(…) o médium, habituando- de evitar que o médium caia, eles nada pode o médium; a
se aos negócios e interesses mas, desde que o mesmo se faculdade continua a existir
de baixo teor vibratório, em- em essência mas os Espíritos
torne rebelde aos avisos de
brutece-se, desarmoniza-se não podem ou não querem se
disciplina, estudo, preparo
(…). A mediunidade com Je- utilizar daquele instrumento
doutrinário e vida cristã, se
sus, liberta, edifica e promo- mediúnico.
afastam e deixam-no entre-
ve moralmente o homem, en- Os atributos medianímicos
quanto que, com o mundo, gue as consequências de seus
são como os talentos do
aturde, escraviza e obsidia a atos, sem contudo deixarem Evangelho. Se o patrimônio
criatura.50 de se interessar pela sua sor- divino é desviado de seus
te. Velam à distância, e ainda fins, o mau servo torna-se in-
aqui continuam a amparar o digno da confiança do Se-
decaído de longe, esperando nhor da seara da verdade e
a primeira oportunidade de do amor. (O Consolador,
reabilitação para incentiva- item 389).
rem-no a aproveita lá. Fazem No caso de não mais funcio-
o papel do pai que diante do nar a faculdade mediúnica,
filho teimoso, que por toda a isto jamais se deve ao fato de
lei quer pôr a mão no fogo, o médium ter encerrado a sua
apesar dos conselhos e expli- missão, como se costuma di-
cações, deixam que ele sofra zer, porque toda missão en-
as “consequências” para cerrada com sucesso é pre-
aprender. núncio de nova tarefa que lo-
O médium, então, estaria na go se lhe segue, e assim, su-
posição de uma pessoa que cessivamente. O que ocorre
perdesse, momentaneamen- nestes casos é a perda por abu-
te, a visão e que, nem por is- so da mediunidade ou por do-
so, deixasse de estar cercado ença grave. (LE, item 495).
de seus amigos, embora não
pudesse vê-los. (Idem, 8a.)
RESUMO
Todas as criaturas possuem a faculdade mediúnica, em maior ou menor grau.
Todavia, considera-se médium aquele que traz consigo uma tarefa a desempenhar no campo
da mediunidade.
A mediunidade, qualquer que ela seja, deve ser encarada como uma missão que
Deus ofereceu à criatura.
Os que empregam a sua faculdade de modo errôneo ou de má vontade, são
médiuns que desconhecem o valor da graça que receberam.
A mediunidade não é um privilégio, por isso, geralmente, os que mais necessitam
é que as possuem.
A suspensão da mediunidade é motivada por três causas:
1) Advertência – Provar ao médium que ele é um simples instrumento e que sem
o concurso dos Espíritos nada faria.
2) Benevolência – Ocorre um verdadeiro benefício ao médium porque evita que
ele, que está debilitado por doença física, fique à mercê das entidades inferiores.
3) Provação – O objetivo é o de desenvolver a paciência, a resignação e forçar o
médium a meditar sobre o conteúdo das comunicações recebidas .
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap 17.
Léon Denis. No Invisível, Cap. 25.
Francisco C. Xavier. Seara dos Médiuns, itens 12, 13, 16, 30 a 32, 41 a 44, 48, 61, 67 e 70.
Consultar: Pão Nosso, Cap. 44 e Seara dos Médiuns, item 67 de Francisco Cândido Xavier..
Hora de Exercitar 7!
Para responder a este teste, consulte os Resumos das: 10a. Sessão Teórica, 10a. Sessão de
Exercício Prático e 11a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) O passe é uma transmissão de energias psíquicas e espirituais.
2) ( ) Todas as pessoas têm a mesma capacidade de absorção e armazenamento de
energias que emanam do Fluido Cósmico Universal.
3) ( ) Há absoluta necessidade de se tocar o assistido com as mãos, para que o passe
seja mais eficiente.
4) ( ) A vontade do passista e a admissão passiva do assistido são condições
imprescindíveis para a transmissão do fluxo magnético.
5) ( ) Um excelente guia espiritual supre perfeitamente a necessidade premente do
estudo da Filosofia Espírita.
6) ( ) Não é recomendável acreditar que todos os Espíritos podem falar sobre qualquer
assunto ou em qualquer ocasião.
7) ( ) Os detratores do Espiritismo exageram os perigos da mediunidade porque
desejam impedir que o homem se esclareça de seu destino futuro.
8) ( ) A Lei de Evolução, criada por DEUS, não exige de nós o desenvolvimento da
inteligência, da razão e da consciência, para alcançarmos o domínio sobre a
Natureza e a matéria.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
9) Um dos riscos da mediunidade é a ________________ que pressupõe uma atitude
pensada previamente com o objetivo de fazer parecer ________________ uma coisa
que é ________________.
10) As fraudes podem ser consideradas em dois grandes grupos: ________________ e
________________
11) A fraude é ________________ de inteira responsabilidade e conhecimento do
médium e na fraude ________________ o médium é responsável parcialmente,
porque esta fraude é resultante do seu ________________ de defesa.
12) As dificuldades práticas ________________ são proporcionais ao desconhecimento
das ________________ que regem os fenômenos.
C) Marque as alternativas corretas:
13) A parte prático mediúnica do espiritismo pode oferecer perigos quando:
a) ( ) realizada com imprudência, a busca de aventuras experimentais e diversão,
atraindo entidades inferiores;
b) ( ) realizada sistematicamente em dias e horários preestabelecidos, com
disciplina e seriedade;
c) ( ) realizada a domicílio com o desejo de comunicação com amigos e familiares
desencarnados, sem verificar as condições do ambiente;
d) ( ) realizada indiscriminadamente pelo médium, que, com a intenção de servir,
trabalha isolado e sem sustentação de um grupo consciente e entrosado;
e) ( ) realizada com a intenção de demonstrar a verdade dos fenômenos espíritas em
trabalhos de assistência heterogênea para convencer os incrédulos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 82
14) Do médium passista exige-se:
I. ( ) o máximo possível de equilíbrio orgânico e moral
II. ( ) que faça preleções durante a aplicação do passe;
III. ( ) incorporação mediúnica no ato do passe;
IV. ( ) retidão moral e educação do pensamento.
15) São características de uma mediunidade exercida corretamente:
I. ( ) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
II. ( ) fazer trabalhos mediúnicos em qualquer ocasião e local;
III. ( ) atender às solicitações de estudo da Filosofia Espírita;
IV. ( ) estudo do Espiritismo, retidão moral, espírito alerta de pesquisa e crítica;
V. ( ) acreditar-se privilegiado e dono absoluto da prática do bem.
Hora de Exercitar 8!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 11a. Sessão de Exercício Prático,
12a. Sessão Teórica e 12a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1. ( ) O passista deve postar-se tranquilamente ã frente do assistido.
2. ( ) Há necessidade da mão do médium tocar o corpo do assistido para que o passe
surta efeito.
3. ( ) O médium que se desvia, cometendo abusos, perde a mediunidade e não tem
chance de recuperá-la,
4. ( ) Durante o passe a mente do médium deve vibrar em favor do reequilíbrio do
assistido,
5. ( ) A faculdade mediúnica pode sofrer interrupções; ser suspensa temporariamente
ou definitivamente.
6. ( ) Na suspensão da faculdade mediúnica por provação o objetivo é evitar que o
médium debilitado por doença física, fique à mercê de Espíritos inferiores
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
7. Os médiuns que empregam sua faculdade de modo errôneo, são médiuns que
desconhecem o ________________ da ________________ que receberam.
8. Meditar significa ler com ________________ , procurar ________________
significado do que lê, ________________ cuidadosamente sobre o que aprendeu e
tentar ________________ aprendido.
9. No passe temos três elementos: um ________________; um ________________ e um
elemento intermediário que é o ________________.
10. Os encarnados e desencarnados estão mergulhados em um ________________
comum que é a ________________ .
11. O ________________ dos encarnados e desencarnados é um organismo de natureza
________________ e ________________ de constituição ________________, que
funciona pela ação da mente do Espírito sobre os fluidos.
C) Marque a resposta MAIS correta:
12. O preparo do passista compreende:
a) ( ) elevação espiritual e abstinência de vícios;
b) ( ) elevação espiritual, técnica, exercício da vontade e condições orgânicas sa-
tisfatórias;
c) ( ) bom estado de saúde;
d) ( ) ritos, oração, ruídos e movimentos exagerados.
13. A perda ou suspensão da mediunidade ocorre:
e) ( ) por advertência, benevolência e provação.
f) ( ) quando o médium não corresponde aos propósitos do Espírito comunicante.
g) ( ) por esgotamento de forças do médium e para experimentar-lhe a paciência e
avaliar-lhe a perseverança.
h) ( ) por vontade do Espírito comunicante.
i) ( ) por decisão do grupo de orientação mediúnica.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 84
D) Combinação
14. Numere a 1a. Coluna de acordo com a 2a.
1) A imposição de mãos do passista ( ) causa-lhe reações contrárias podendo
agravar-lhe o desequilíbrio.
2) O toque das mãos do médium no
corpo do paciente ( ) dependem do seu estado de saúde.
CAUSAS:
Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas que deixam o
corpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessão resulta sempre de uma
imperfeição moral que dá ascendência a um espírito mau. (GE, 14:46)
Os motivos da obsessão variam, conforme o caráter do Espírito:
Vingança: o Espírito exerce sobre um indivíduo de quem teve do que se quei-
xar, durante sua vida ou de uma outra existência; frequentemente, também, ele
não tem outra razão, senão o desejo de fazer o mal; como sofre, quer fazer os
outros sofrerem: ele encontra uma espécie de prazer em atormentá-los, em
aborrecê-los; assim, a impaciência que se demonstra com isso, mais o atiça,
porque esse é seu objetivo, enquanto que pela paciência, cansam-no; irritando-
se, mostrando-se despeitado, faz-se, precisamente, o que ele quer. Esses Es-
píritos agem, às vezes, por ódio e inveja do bem, é por isso que lançam seus
olhares malévolos sobre as pessoas mais honestas. (LM, item 245).
Covardia: o Espírito se aproveita da fraqueza moral de certos indivíduos, que
eles sabem incapazes de lhes resistirem. Um desses últimos, que subjugava
um rapaz de inteligência bem limitada, interrogado sobre os motivos desta
escolha, respondeu-nos: Tenho uma necessidade muito grande de atormentar
alguém; uma pessoa razoável me repeliria, ligo-me a um idiota, que nenhuma
força me opõe. (Idem).
Por Orgulho do falso saber: Há Espíritos obsessores sem maldade, que possu-
em, até, algo de bom, mas que têm orgulho do falso saber; possuem suas idei-
as, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a fi-
losofia; querem fazer prevalecer a opinião deles e procuram, para este efeito,
médiuns bastante crédulos para aceitá-los, de olhos fechados, e que eles fasci-
nam para impedi-los de discernir o verdadeiro do falso. São os mais perigosos,
porque os sofismas nada lhes custam e podem credenciar as utopias mais ridí-
culas; como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não têm nenhum escrú-
pulo em se adornarem com aqueles diante dos quais todos se inclinam e não
recuam nem mesmo diante do sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria
ou um santo venerado. Procuram deslumbrar, através de uma linguagem pom-
posa, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e enfeitada
com as grandes palavras: caridade e moral; evitarão dar um mau conselho,
porque sabem bem, que seriam mal recebidos; assim, aqueles que eles enga-
nam os defendem, a todo custo, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau.
Mas a moral, para eles, é apenas um passaporte, é o que menos os preocupa; o
que querem, antes de tudo, é dominar e impor suas ideias, por mais disparata-
das que sejam. (Ibidem, 246).
Médiuns Em Perigo:
Geralmente, o Espírito apodera-se do médium, tendo em vista dominá-lo; não su-
porta o exame crítico de suas comunicações; quando vê que não são aceitas e que
são discutidas, ele não se retira, mas inspira ao médium a ideia de isolar-se e, fre -
quentemente, até, ele o ordena. Todo médium, que se melindra com a crítica das
comunicações que obtém, é o eco do Espírito que o domina e, esse Espírito, não
pode ser bom, desde o momento que lhe inspire um pensamento ilógico, o de se re-
cusar ao exame. O isolamento do médium é sempre uma coisa lamentável para ele,
porque fica sem verificação alguma para suas comunicações. Ele não apenas deve
esclarecer-se pelas opiniões de terceiros, como lhe é necessário estudar todos os gê-
neros de comunicações para compará-las; restringindo-se naquelas que obtém, por
melhores que lhe pareçam, expõe-se a se iludir sobre o valor delas, sem contar que
ele não pode saber tudo e que elas giram, quase sempre, no mesmo círculo. 53 (Ibi-
dem, 248)
53 Consulte Também o Item 192, Médiuns exclusivos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 88
Em vista disso e para prevenir os médiuns quanto ao perigo da obsessão,
achamos conveniente enunciar as nove características dos médiuns obsidiados:
1. Persistência de um Espírito em comunicar-se, por bem ou por mal, pela escrita,
pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos possam
fazê-lo;
2. Ilusão que, apesar da inteligência do médium, impede-o de reconhecer a
falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e
que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4. Confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que com ele se
comunicam;
5. Disposição para afastar-se das pessoas que podem lhe dar úteis conselhos;
6. Levar a mal a crítica, a propósito das comunicações que recebe;
7. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8. Constrangimento físico qualquer, dominando a vontade e forçando a agir ou
falar a contragosto;
9. Ruídos e desordens persistentes ao redor de si e dos quais se é a causa ou o objeto.
RESUMO
A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas
pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter a vontade deles, pelo prazer que
experimentam em fazer o mal. Pode-se dizer, também, que obsessão é a ação persistente que
um Espírito mau exerce sobre um indivíduo
Os caracteres da obsessão variam da simples influência moral, sem sinais
exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais.
A mecânica obsessiva baseia-se no envolvimento fluídico através do perispírito.
Quando um Espírito quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu
perispírito como se fora um manto; interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos e as
vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo como se
fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, etc.
Para libertar-se da influência obsessiva é necessário autoridade sobre o obsessor,
autoridade essa adquirida pela superioridade moral. Para isso, deve o encarnado esforçar-se
para ser bom e purificar-se de suas imperfeições, numa palavra, elevar-se moralmente o
mais possível.
Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma
causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades que
de ordinário cada um concentra em si mesmo, principalmente os desgostos
amorosos, dão lugar, com frequência, a atos excêntricos, que fora errôneo
considerar-se fruto da obsessão. O homem não raramente é o obsessor de si
mesmo. Algumas obsessões persistentes, sobretudo em certas pessoas de
mérito, fazem parte das provações a que estão sujeitas. (OP, item 58 §9 o. –
itálicos nosso).
Assim como as enfermidades resultam de imperfeições físicas, a obsessão
decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.
As causas da obsessão variam de acordo com o caráter do Espírito obsessor . Às
vezes é uma vingança que o Espírito toma de um Indivíduo de quem guarda queixa de
existências anteriores; muitas vezes não há mais que o desejo de fazer o mal, pois certos
espíritos sentem uma espécie de gozo em atormentar e a impaciência da vítima mais os
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 89
excitará enquanto a sua paciência os leva a cansar-se; alguns Espíritos são levados pelo
sentimento de covardia e se aproveitam da fraqueza moral de certos indivíduos; e há
Espíritos obsessores sem maldade, mas dominados pelo orgulho do falso saber que
procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e por eles fascinados,
deixam de discernir o verdadeiro do falso. (LM, item 245)
Os médiuns devem conhecer bem as características dos médiuns obsedados para
se precaverem da obsessão, mantendo-se sempre alertas e vigilantes.
“Fórmula para se libertar da Obsessão”:
Em geral, a prece é poderoso meio auxiliar da libertação dos ob-
sidiados; nunca, porém, a prece só de palavras, dita com indife-
rença e como uma fórmula banal, será eficaz em semelhante ca-
so. Faz-se mister uma prece ardente, que seja ao mesmo tempo
uma como magnetização mental. Pelo pensamento, pode-se en-
caminhar para o paciente uma corrente fluídica salutar, cuja po-
tência guarda relação com a intenção. A prece, pois, não tem
apenas por efeito invocar um auxílio estranho, mas exercer uma
ação fluídica. O que uma pessoa, só, não pode fazer, podem-no,
quase sempre, muitas pessoas unidas pela intenção numa prece
coletiva e reiterada, visto que o número aumenta a potencialida-
de da ação. (OP, item 58 §11o.).
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 23; Obras Póstumas, §79
( Manifestações dos Espíritos) e A Gênese; 14:45 a 49).
ente, senão o de opor um obstá- e pode fazê-lo aceitar as doutri- de uma jovem, sobre a qual ne-
culo às comunicações que se nas mais bizarras, as teorias nhuma pretensão nutria e pedi-
desejaria obter com Espíritos mais falsas, como se fossem a la em casamento. De outras ve-
sérios ou aqueles que são afei- única expressão da verdade; e, zes, ele sentia, sobre as costas e
çoados. muito mais, pode levá-lo a situ- nos tendões das pernas, uma
Podem-se incluir, nesta catego- ações ridículas, comprometedo- pressão enérgica que o forçava,
ria, os casos de obsessão físi- ras e, até, perigosas. apesar da vontade que a isso se
ca55, isto é, a que consiste nas Compreende-se, facilmente, toda opunha, a ajoelhar-se e a beijar
manifestações barulhentas e a diferença que existe entre a ob- o cháo nos lugares públicos e na
obstinadas de alguns Espíritos, sessão simples e a fascinação, presença da multidão. Este ho-
que fazem com que se ouçam, compreende-se, também, que os mem passava por louco entre
espontaneamente, pancadas ou Espíritos que produzem estes seus conhecidos; nós, porém,
outros ruídos. Remetemos, para dois efeitos devem diferir de ca- estamos convencidos de que
este fenômeno, ao capítulo das ráter. Na primeira, o Espírito, que não o era, absolutamente, pois
Manifestações Espontâneas56 se liga a vós, não passa de um ser possuía plena consciência do ri-
(LM, item 238). (Itálicos do importuno pela sua tenacidade e dículo do que fazia, contra a sua
Autor) de quem fica-se impaciente por vontade, e sofria, horrivelmen-
desembaraçar-se. Na segunda, a te, com isso.
coisa é completamente diferente;
Possessão
para chegar a esses fins, é preciso
Dava-se o nome de possessão ao
um Espírito hábil, ardiloso e pro-
domínio exercido por maus Es-
fundamente hipócrita, pois ele
píritos, quando a influência deles
não pode operar a mudança e fa-
ia até a aberração das faculdades.
zer-se aceito, senão com o auxí-
A possessão seria, para nós, si-
lio da máscara que sabe utilizar e
nônimo da subjugação. Se não
do falso aspecto de virtude; os
adotamos este termo, é por dois
grandes termos como: caridade,
motivos: o primeiro, implica na
humildade e amor de Deus são
crença em seres criados para o
para ele como cartas de crédito;
mal e perpetuamente votados ao
porém, através de tudo isso, ele
mal, enquanto que não há senão
deixa passar sinais de inferiorida-
seres mais ou menos imperfeitos
de, que é preciso estar fascinado
e que todos podem melhorar-se;
para não perceber; por isso, teme,
o segundo, implica igualmente a
acima de tudo, as pessoas que ve-
ideia de uma tomada de posse do
em com clareza; é por isso que
corpo por um Espírito estranho,
sua tática é, quase sempre, a de
de uma espécie de coabitação, ao
inspirar ao seu intérprete o afas-
passo que só há constrangimento.
tamento de quem quer que pu-
A palavra subjugação traduz,
desse abrir-lhe os olhos; através
perfeitamente, a ideia. Assim, pa-
desse meio, evitando toda contra-
ra nós, não há possessos, no sen-
dição, está certo de ter sempre ra-
tido vulgar da palavra, há apenas
zão. (LM, item 239) (Itálico do
obsidiados, subjugados e fasci-
Autor).
nados. (LM, item 240 e 241)
(itálicos do Autor).
Possessão57– do latim possessione. Estado ou condição em que o corpo e a mente de um indiví-
duo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou divindade)
que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária. Literal-
mente é a “tomada” do corpo de um indivíduo por um Espírito. “O Espírito não entra num cor-
po como entra em uma casa; ele se assimila ou se integra a um Espírito encarnado que tem os
RESUMO
A palavra obsessão é um termo genérico pelo qual se define os graus de
constrangimento que Espíritos inferiores impõem a certas pessoas que eles desejam dominar.
Conforme os graus de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz, a
obsessão apresenta caracteres diversos, que constituem suas três variedades: a obsessão simples
a fascinação e a subjugação.
Obsessão Simples – nesta forma, o Espírito malfazejo se imiscui nas comunicações que o
médium recebe; e o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar
destes. O médium sabe que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não dissimula suas
más intenções e propósitos de enganar. O médium ciente disso, mantém-se vigilante e
raramente é enganado, é um gênero de obsessão apenas desagradável não tem outro
inconveniente senão o de opor obstáculo às comunicações que só deseja obter de Espíritos
sérios ou de afeiçoados. Inclui-se nesta categoria a obsessão física, caracterizada por
manifestações ruidosas e obstinadas.
Fascinação – consiste na ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsessor sobre o
pensamento do médium, o que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio relativamente às
comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam engajando, pois o Espírito
obsessor tem a arte de lhe inspirar a confiança que o impede de perceber o embuste e de
compreender o absurdo do que escreve, embora esse absurdo salte aos olhos de toda gente.
Estão sujeitos à fascinação não somente os ignorantes e baldos de senso, mas também os mais
instruídos e inteligentes, o que prova ser tal aberração o efeito de uma causa estranha. Os
Espíritos que a provocam são inteligentes, ardilosos e profundamente hipócritas; apresentam-se
mascarados com falsa virtude e não escrupulizam em usar termos como caridade, humildade,
amor a Deus, porém, através de tudo isto, deixam sinais de sua inferioridade. Daí a razão do
fascinado temer as pessoas que veem claro e dos obsessores usarem a tática de o afastarem de
quem quer que lhe possa abrir os olhos.
Subjugação – é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu
mau grado: é um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral e corporal. Na primeira, o
subjugado é constrangido a tomar resoluções absurdas e comprometedoras. Na segunda, o
Espírito atua sobre os órgãos materiais do obsidiado e provoca movimentos involuntarios.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, c.14 e Revista Espírita,
1859 (set, p. 341 e out, p. 394 – FEB).
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Características da Obsessão Simples. Características da Fascinação.
(LM, item 238). (LM, item 239).
Obsessão – Escolho Da Mediunidade. Como se Reconhece à Obsessão.
(LM, item 242) (LM, item 243).
Grupo 3 Grupo 4
Características da Subjugação. Motivos da Obsessão.
(LM, item 240) (LM, itens 245 e 246)
Possessão e Subjugação. Obsessão e Evangelho.
(LM, item 241) (SM, item 66).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 95
14a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – PERCEPÇÃO E ANÁLISE.
Estamos mergulhados em uma atmosfera fluídica da qual absorvemos
automaticamente energias que metabolizamos dando-lhes características particulares.
Assim é que cada um de nós vive na atmosfera psíquica que cria e recebe
na proporção exata do que tenha semeado.
Todavia, é preciso salientar que não vivemos isolados, e sim que agimos e
reagimos uns sobre os outros. Essa ação, porém, se subordina a lei de afinidade
segundo a qual os semelhantes se atraem e os contrários se repudiam.
No fenômeno mediúnico, durante o transe, ocorre uma exteriorização mais
ou menos acentuada do perispírito do médium, ampliando-lhe percepções que se
acham atenuadas em face do maior estreitamento vibratório que o corpo físico
condiciona. O médium nesse estado tem uma percepção mais acurada e sente em todo
o seu corpo, uma sensação de maior vibratilidade, conseguindo entrar em contato
com os Espíritos pela associação das correntes fluídicas, identificar-lhes a intenção,
sentir-lhes o “peso específico”, sabendo que este tanto maior será quanto mais
grosseiros e desagradáveis forem os fluidos.
Os fluidos projetados de uma pessoa, combinam-se com os de outras e com
os dos Espíritos presentes, formando assim o ambiente fluídico local, que pode ser
percebido pelo médium que está com seus sentidos mais aguçados.
A prática ensina aos médiuns como devem diferenciar os vários tipos de
Espíritos, segundo os fluidos que lhes são particulares. De uma forma geral, são as
seguintes sensações que diferenciam os bons e elevados dos maus e atrasados: Os
bons irradiam em torno de si fluidos leves, agradáveis, suaves, calmos, harmônicos e
o médium tem uma sensação de bem-estar geral e euforia espiritual, por dendo, então,
se entrar na faixa mental do Espírito, perceber-lhe as ideias, intenções e sentimentos.
Os maus irradiam em torno de si fluidos pesados, desagradáveis, fortes, violentos,
desarmônicos e o médium tem uma sensação de mal-estar geral, ansiedade,
desassossego, nervosismo, cabeça pesada, pálpebras chumbadas, bocejos frequentes e
arrepios.
O médium em aprendizado mediúnico, após a concentração e a prece,
ficará em atitude receptiva, relaxado física e psiquicamente, procurando se colocar
em condições de perceber o ambiente espiritual e o de alguma entidade que
porventura dele se aproxime, analisando os efeitos dessa influência, a ela se
associando ou rechaçando.
Consultar:
Seara dos Médiuns, itens 41 e 76 (Ímã) de Francisco Cândido Xavier.
Desenvolvimento Mediúnico, cap. 14 de Roque Jacinto.
Obsessão, o Passe a orientação, Cap. I, itens 6, 7 e 8 de José Herculano Pires.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 96
15a. SESSÃO TEÓRICA
OBSESSÃO: MEIOS DE COMBATÊ-LA – TRABALHOS DE DESOBSESSÃO.
MEIOS DE COMBATÊ-LA
Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas que
deixam o corpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessão
resulta sempre de uma imperfeição moral que dá ascendência a um espírito
mau. A uma causa física, opomos uma força física; a uma causa moral é
preciso que se contraponha uma força moral. (Gênese; 14:46).
Os meios de combater a obsessão variam, conforme o caráter que ela reveste. O
perigo não existe, realmente, para qualquer médium convencido de estar tendo
assunto com um Espírito mentiroso, como ocorre na obsessão simples; para ele
não passa de uma coisa desagradável. Mas, precisamente porque isto lhe é
desagradável, é uma razão a mais para o Espírito encarniçar-se sobre ele para
aborrecê-lo. Duas coisas essenciais devem ser feitas neste caso: provar ao
Espírito que não está iludido por ele e que lhe é impossível enganar-nos; em
segundo lugar, cansar sua paciência, mostrando-se mais paciente que ele: se
estiver bem convencido de que perde seu tempo, terminará por se retirar, como
o fazem os importunos a quem não se ouve. (LM, item 249)
(…) o que acontece com a fascinação é muito diferente, porque, então, o
domínio que o Espírito exerce sobre aquele de quem se apoderou não tem
limites. A única coisa a fazer com a vítima, é tentar convencê-la de que está
sendo enganada e reconduzir sua obsessão ao caso da obsessão simples; mas
nem sempre é fácil, se não for, algumas vezes, até, impossível. O ascendente do
Espírito pode ser tal, que deixe o fascinado surdo a qualquer espécie de
raciocínio e pode chegar, até, a fazê-lo duvidar, quando o Espírito comete
alguma grande heresia científica, se não é a Ciência que está enganada.
(Ibidem, 250).
A subjugação corporal tira, muitas vezes, do obsidiado a energia necessária
para dominar o mau Espírito, é por isso que se torna precisa a intervenção de
uma terceira pessoa, que aja, quer pelo magnetismo, quer pelo domínio de sua
vontade. Por falta do concurso do obsidiado, esta pessoa deve tomar o
ascendente sobre o Espírito; mas, como este ascendente só pode ser moral, só é
dado a um ser moralmente superior ao Espírito exercê-lo e seu poder será tanto
maior, quanto maior for sua superioridade moral, porque se impõe ao Espírito,
que é forçado a inclinar-se diante dele; é por isso que Jesus tinha um poder tão
grande para expulsar o que se chamava, então, de demônios, isto é, os maus
Espíritos obsessores. (Ibidem, 251).
Para que o obsidiado possa se prevenir contra a obsessão, há a necessidade de
fortalecimento de sua alma. “Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso
auxiliar para agir contra o obsessor”. (Gênese, 14:46).
TRABALHOS DE DESOBSESSÃO
A ação desobsessiva se reveste de atividades várias que tem por finalidade o
reajustamento dos participantes do processo em questão. Assim, encontramos as diretrizes
básicas para nos lançarmos à empreitada desobsessiva em A Gênese:
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e
impregnado de um fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidos
salutares e os repele. É desse fluido pernicioso que é preciso
desembaraçá-lo. Ora, um mau fluido não pode ser eliminado por outro
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mau fluido. Através de uma ação idêntica à do médium curador nos casos
de doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido
melhor.
Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessário
também, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é preciso
ter o direito de falar com autoridade, e esta autoridade só é concedida à
superioridade moral. Quanto maior a superioridade moral, maior a
autoridade(14:46). (Itálicos do Autor).
É a orientação do obsidiado través de palestras educativas, aulas, exposições
evangélicas e o clima fraterno, que o faça buscar, através dos exemplos vivos, sua renovação
espiritual.
Isso ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, é indispensável
levar o espírito perverso a renunciar aos seus maus propósitos; é preciso fazer
nascer nele o arrependimento e o desejo de fazer o bem, com a ajuda de
instruções habilmente ministradas, em evocações particulares tendo em vista a
sua educação moral. Pode-se então ter a dupla satisfação de libertar um
encarnado e de converter um espírito imperfeito. (Idem).
É o denominado trabalho de desobsessão em que se tem a oportunidade de
caridosamente e com energia, fazer-se a tentativa do despertamento do obsessor para a lei de
amor e de perdão.
Algumas Regras Práticas Para o Trabalho de Desobsessão:
1) Não se deve realizar sessão de Orientação do obsessor com o obsidiado presente, pois o
esquecimento do passado por parte do encarnado é fator favorável a solução do processo
obsessivo. Caso contrário, o obsidiado saberá para onde e a quem dirigir sua revolta pelo
sofrimento que passa, fundindo-se muito mais ao seu perseguidor.
2) Quando o obsidiado compreende a sua situação e concorre com sua vontade e preces,
para sua libertação, o trabalho se torna menos difícil.
3) Nunca revelar situações do passado, esclarecidas durante a sessão, ao obsidiado, mas,
sim, de posse desses esclarecimentos, buscar orientá-lo no sentido de vencer os pendores
negativos.
4) Nunca tomar o obsidiado como pobre vítima e o obsessor como cruel algoz; mas, sim,
encarar o processo como merecedor de todo o amor fraternal, e considerar ambos como
irmãos desequilibrados, necessitados de correção enérgica e amparo caridoso.
5) Somente lançar-se à empreitada do Trabalho de Desobsessão se contar com grupo de
médiuns capacitados, harmonizados, conhecedores da Doutrina e de boa condição ético-
moral.
6) Na orientação, estar sempre alerta as sutilezas dos Espíritos obsessores, que sabem
muitas vezes de sua condição de Espirito desencarnado, como e quando devem agir, mas,
muitas vezes, obrigados a comparecer aos trabalhos de orientação fraterna, fingem estar no
estado de perturbação espiritual “post-mortem”, e não saberem da sua morte física,
buscando seduzir o orientador.
7) Esclarecer o obsidiado que consegue os favores dos Amigos Espirituais para sua
libertação das teias da obsessão, da necessidade premente e permanente de continuar
orientando sua vida, num crescendo, no sentido da elevação ético-moral, para conseguir,
realmente, tornar-se de difícil acesso aos Espíritos imperfeitos.
8) Ao obsidiado e à sua família, esclarecer que Espiritismo é muito mais que a chave para a
solução de seus problemas espirituais imediatos, mas, e principalmente, é roteiro de luz para
a vida inteira.
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RESUMO
A obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral. A uma causa moral
preciso é se contraponha uma força moral.
Os meios de combate à obsessão variam conforme o caráter que ela reveste.
Na Obsessão Simples, duas coisas se tem que fazer: 1) provar ao Espírito, que
lhe é impossível enganar; 2) cansar-lhe a paciência, demonstrando paciência para com
ele. Convencido de que está a perder tempo, retirar-se-á.
No caso da Fascinação, a única coisa a fazer-se com a vítima é convencê-la
de que está sendo ludibriada e reconduzir-lhe a fascinação ao estado de obsessão
simples, o que nem sempre é fácil e, em alguns casos, impossível, pela ascendência do
Espírito sobre o raciocínio do fascinado, a tal ponto que poderá, diante de uma grossa
heresia científica imposta pelo Espírito, achar que a ciência é que está em erro.
A Subjugação corporal tira ao obsidiado a energia necessária para dominar o
mau Espírito. Daí, ser preciso a intervenção de um terceiro, que atue, ou por
magnetismo, ou pelo império da sua vontade. Em falta do concurso do obsidiado, essa
terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito, Este ascendente só pode ser
moral, e só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo.
Em todos os casos, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para de
mover o obsessor de seus propósitos maléficos.
A ação desobsessiva compõe-se de atividades várias que visam o
reajustamento dos participantes do processo obsessivo.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica envolto e impregnado de um
fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É daquele
fluido que importa desembaraçá-lo. Um fluido mau não pode ser eliminado por outro
igualmente mau. Necessário se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um melhor.
Os trabalhos de passe e de fluidoterapia têm essa ação mecânica.
“Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessário
também, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é preciso ter o direito de
falar com autoridade, e esta autoridade só é concedida à superioridade moral. Quanto
maior a superioridade moral, maior a autoridade” (Idem). É a orientação fraterna, através
de palestras educativas, aulas, exposições evangélicas e o clima fraterno, que levam o
obsidiado a buscar sua renovação espiritual pelos exemplos vivos, é preciso que o
Espírito obsessor seja levado a renunciar seus maus desígnios; que o arrependimento
desponte nele, assim como o deseje do bem, por meio de instruções habilmente
ministradas em evocações particularmente feitas, com o objetivo de dar-lhe educação
moral – é o denominado trabalho de desobsessão, que deve observar algumas regras
práticas, para a sua realização proveitosa e fundamentada em critérios espíritas seguros.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, Cap. 14 – Revista
Espírita (FEB), 1862 (dez, p. 485), 1863 (jan, p. 13; fev, p. 57; abril, p. 145 e maio, p. 187)
e 1866 (jan, págs. 18 e 34; fev, p. 62).
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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Algumas orientações para este estudo dirigido:
As questões propostas aos Minigrupos não se encontram em itens específicos da
leitura, mas aparecem misturadas durante toda a leitura. Por este motivo orientamos sobre a
forma de fazer o estudo dirigido, com economia de tempo e com maior facilidade:
1) Verificar bem o sentido da pergunta do seu grupo;
2) Ler todos os itens indicador em uma das obras ou nas duas;
3) Durante a leitura, estar atento para o trecho em que o assunto do seu minigrupo é abordado;
4) Discutir e anotar a ideia central do trecho que se refere ao assunto do seu minigrupo;
5) No final da leitura, fazer a síntese das ideias principais.
Grupo 1 Grupo 2
Como se comporta o obsessor quando são Qual a forma e medida do auxílio de
tomadas medidas para combatê-lo? terceiros ao Médium Obsidiado? (Quem
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61) Pode Ajudar, Como Pode Ajudar, Quanto
Pode Ajudar?)
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)
Grupo 3 Grupo 4
Quais as atitudes do médium obsidiado para Que Relação Ha Entre A Evolução Moral E
livrar-se do obsessor? O Problema Da Obsessão?
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61) (LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)
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15a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – TIPOS DE FLUIDOS
FORMA DE ABSORVÊ-LOS OU RECHAÇÁ-LOS.
Os fluidos se diferenciam de acordo com a condição espiritual de quem os emite
ou de acordo com o tipo de ação que a mente sobre eles impõe.
As mais variadas categorias de fluidos existem, pois, cada uma servindo como
vestimenta dos sentimentos, pensamentos e ações de cada um de nós.
De acordo com a frequência vibratória em que eles se situam, no plano espiritual
e para os videntes encarnados, se apresentam em cores com os mais variados matizes, cada
uma delas significando determinados sentimentos predominantes. Cores escuras, fortes e
violentas, sentimentos maus e agressivos, cores suaves, alegres e brilhantes, sentimentos
elevados.
Cada um de nos é um dinamopsiquismo emissor e receptor permanente, daí, não
apenas recebermos influências dos outros, mas também sobre eles mantermos as nossas
influenciações.
Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, com
parcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos emitidos por uma
entidade ou ambiente, a eles nos associando ou não, dependendo do nosso padrão vibratório,
Se vibramos na mesma faixa ou padrão, reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemos
o que se chama de sintonia vibratória, graças ao fenômeno da afinidade. Para tanto.
concorrem, não só o nosso estado espiritual como a movimentação de nossa vontade no
sentido de aceitar e concordar com a tonalidade vibratória recebida, reforçando-a. Estamos
pois, diante de um fenômeno de absorção fluídica em que os afins se atraem e se somam.
Assim, se estivermos em um ambiente onde imperam fluidos de natureza grosseira e
inferior, e começamos a emitir pensamentos infelizes, fatalmente entraremos na mesma
faixa vibratória. Se, no entanto, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior,
de acordo com o nosso padrão vibratório, podemos ou não, perceber-lhes a existência e
sentir-lhes a influência, podendo no caso positivo, absorvê-los se nos elevarmos até a faixa
vibratória que lhes é própria às custas de bons pensamentos, boas ideias, bons sentimentos.
0 rechaçamento se faz automática ou voluntariamente; lembremos que forças
contrárias se repelem.
Notar a diferença que há entre perceber e absorver, isto porque no primeiro caso,
atua o médium com passividade, apenas percebendo as vibrações em derredor, dentro de um
certo limite, é bem verdade; e no caso de absorção, ele não apenas percebe, como atrai para
si a corrente fluídica através da graduação que dá à sua mente pela força da sua vontade.
Asim cada médium recebe de acordo com as suas obras, segundo o preceito
evangélico, não havendo privilégios nem esquecimentos na Lei de Justiça e Harmonia
Supremas.
Consultar:
Fonte Viva, Caps. 86 e 117 de Francisco Cândido Xavier.
A Gênese, Cap. 14 de Allan Kardec.
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Hora de Exercitar 9!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 13a. Sessão Teórica,
13a. Sessão de Exercício Prático e 14a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) Os Espíritos só muito raramente interferem em nossa vida, porque essa influên-
cia é regulada pela Lei de afinidade psíquica.
2) ( ) Uma obsessão poderá caracterizar-se quando o médium crê cegamente na iden-
tidade de Espíritos que se comunicam com nomes veneráveis por seu intermédio e
afirmam ideias excêntricas.
3) ( ) Hálito mental é a irradiação do Fluido Cósmico Universal absorvido automati-
camente pelo nosso perispírito e modificado pele nosso padrão vibratório espiritual.
4) ( ) Vivemos mergulhados em um mundo de matéria invisível e refinada, porém re-
al, que tem como fonte uma substância chamada Fluido Cósmico Universal.
5) ( ) Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos que formam
o nosso hálito mental são mais agradáveis, saudáveis e luminosos.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
6) Obsessão é o ________________ que os ________________ Espíritos impõem a
determinadas pessoas, com o fim de as ________________ e submeter a sua
________________.
7) O meio de defesa que a Doutrina Espírita oferece contra a ________________ dos
maus ________________ é o da autoridade que se baseia na ________________.
8) O insulamento do ________________ é uma atitude prejudicial a ele porque as
________________ que recebe não são ________________.
9) De acordo com o ________________ de constrangimento e da ________________
dos efeitos, a obsessão pode ser ________________, ________________ e
subjugação.
10) Os fluidos são formas ________________ do Fluido ________________ Universal
que o nosso ________________ absorve ________________ do meio
________________.
C) Marque OS COMPLEMENTOS CERTOS com um “X”.
11) A ação obsessiva de espíritos maus sobre certos encarnados se explica pelo seguinte
mecanismo.
a) ( ) ligação fluídica através de seus perispíritos;
b) ( ) utilização de elementos materiais para confirmar o pacto entre o Espírito
obsessor e o encarnado que deseja prejudicar o obsidiado;
c) ( ) formação de uma atmosfera fluídica que estabelece a interligação do Espíri-
to e do encarnado;
d) ( ) a atitude de revolta do paciente que não quer admitir a ação obsessiva;
e) ( ) interpenetração de flui dos, pensamentos e vontades dos dois protagonistas
do processo obsessivo;
f) ( ) o medo do obsessor diante do eletrochoque, que provoca maior reação de
ódio do Espírito sobre o obsidiado.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 102
12) Para dominar e afastar os espíritos obsessores deve-se servi dos seguintes recursos :
a) ( ) autocontrole sobro as emoções e desejos;
b) ( ) da cólera e da Impaciência em certas circunstancias para amedrontar o Es-
pírito.
c) ( ) solicitar a cooperação dos bons Espíritos e esforçar-se por melhorar moral-
mente;
d) ( ) diante dos desgostos amorosos, contrariar-se profundamente e atribuir a
causa desses desenganos à ação obsessiva dos Espíritos maus;
e) ( ) cultivar a paciência;
f) ( ) manter a coragem, o otimismo, a fé e praticar o bem sempre.
13) A obsessão tem como causas:
a) ( ) a prática disciplinada da mediunidade, porém muito intensa em dois ou
três dias da semana no Centro Espírita;
b) ( ) a imperfeição moral da criatura humana;
c) ( ) a vingança e o desejo de fazer o mal alimentados por Espíritos imperfeitos;
d) ( ) a covardia de certos Espíritos e o orgulho de Espíritos pseudossábios.
14) Um médium está em perigo quando:
a) ( ) reage melindrosamente diante da análise de suas comunicações;
b) ( ) frequenta assiduamente as sessões semanais mesmo diante de dificulda-
des profissionais e domésticas;
c) ( ) recebe comunicações faladas ou escritas constantemente absorvendo mui-
to tempo dos trabalhos;
d) ( ) ocorrem barulhos e desordens excêntricos e insistentes em seu derredor, e
de natureza invisível e não material.
15) Marque a 2a. Coluna de acordo com a 1a.
( ) persistência de um Espírito em comunicar-se.
(A) Obsessão Simples ( ) anula a vontade do obsidiado.
( ) paralisação do raciocínio crítico das comunicações
(B) Subjugação ( ) o espírito mentiroso não se disfarça.
( ) provocada por Espíritos ardilosos e hipócritas.
(C) Fascinação ( ) pode levar a resoluções absurdas e de graves conse-
quências.
(D) Possessão ( ) ideia de coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 103
(5) A elevação espiritual do obsidiado. ( ) para conseguir ser inatingível pelos espíri-
tos imperfeitos.
59 Médiuns Positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão que muito se presta às
minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. (Ibidem, 193).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 107
dos Espíritos que os assistem, pois naqueles que são mal assistidos, as
evocações não podem ter qualquer caráter de autenticidade. (Ibidem, 272).
(…) a faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para este, a
obrigação de estar à nossa disposição; que ele pode vir, num dado momento, e,
não, num outro, com este médium ou aquele evocador, que lhe agrade e, não,
com aquele outro; dizer o que quer, sem poder ser constrangido a dizer o que
não queira; ir-se, quando isto lhe convenha; enfim, que por causas dependentes
ou, não, de sua vontade, depois de se ter mostrado assíduo, durante algum
tempo, ele pode, de repente, deixar de vir. (Ibidem, 277).
UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES PARTICULARES
As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito superiores ou daqueles que
animaram grandes personagens da Antiguidade são preciosas, pelo elevado
ensinamento que encerram. Esses Espíritos adquiriram um grau de perfeição,
que lhes permite abarcar um círculo de ideias mais extenso, penetrar mistérios
que ultrapassam o alcance comum da Humanidade e, por conseguinte, melhor
iniciar-nos do que outros, em certas coisas. Não se segue, daí, que as
comunicações dos Espíritos de uma ordem menos elevada sejam inúteis, o
observador nelas colhe muita instrução. Para se conhecer os costumes de um
povo, deve-se estudá-lo em todos os graus da escala. Quem só o tivesse visto
sob um aspecto, mal o conheceria. A história de um povo não é a de seus reis e
das sumidades sociais; para julgá-lo, é preciso vê-lo na sua vida íntima, nos
seus hábitos particulares. Ora, os Espíritos superiores são as sumidades do
mundo espírita; sua própria elevação os coloca tão acima de nós, que ficamos
espantados com a distância que nos separa deles. Espíritos mais burgueses (que
nos relevem esta expressão), tornam-nos mais palpáveis as circunstâncias de
suas novas existências. Neles, a ligação entre a vida corporal e a vida espírita é
mais íntima, nós a compreendemos melhor, porque ela nos toca mais de perto.
Aprendendo, através deles mesmos, o que se tornaram, o que pensam, o que
experimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, tanto
os homens de bem quanto os viciosos, os grandes e os pequenos, os felizes e os
desgraçados do século, numa palavra: os homens que viveram entre nós, os que
vimos e conhecemos, os de quem conhecemos a vida real, as virtudes e os
erros, compreendemos suas alegrias e seus sofrimentos, a eles nos associamos e
deles colhemos um ensinamento moral, tanto mais proveitoso, quanto mais
íntimas forem nossas relações com eles. Mais facilmente nos colocamos no
lugar daquele que foi nosso igual, do que no daquele que só vimos através da
miragem de uma glória celestial. Os Espíritos comuns nos mostram a aplicação
prática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos
ensinam. Aliás, no estudo de uma ciência, nada é inútil: Newton encontrou a lei
das forças do Universo, no fenômeno mais simples. (Ibidem, 281).
Fica assim exposta uma síntese das considerações de Allan Kardec sobre as
evocações dos Espíritos, necessárias e justificáveis na fase de pesquisa em que a Filosofia
Espírita se estabelecia nos seus fundamentos gerais. Hoje, vivemos uma nova fase. O
Espiritismo já sedimentado filosoficamente, alcança a etapa de difusão e reeducação moral
da Humanidade. A comunicabilidade com os Espíritos tem agora características diferentes.
Estamos na fase da aplicação dos conceitos espíritas ao comportamento humano, à sua
reforma ético-moral. Emmanuel, em no livro O Consolador, na questão 369 diz o seguinte,
reportando-se à evocação direta de determinados Espíritos: “Não somos dos que aconselham
a evocação direta e pessoal, em caso algum”.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 108
Se essa evocação é passível de êxito, sua exequibilidade somente pode ser
examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no
complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral
dos aprendizes sinceros do pensamento Espírita. O estudioso bem-intencionado, portanto,
deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera
espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade
de sua posição evolutiva e segundo o seu merecimento.
Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo
a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional
do Codificador, aliada as necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos
aprendizes comuns.
DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS
A questão da identidade dos Espíritos é, depois da obsessão, uma das maiores
dificuldades do Espiritismo prático, devido aos fatores:
a) Os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade;
b) Com facilidade, alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram.
Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questão
secundária e sem importância real. A identidade dos Espíritos das personagens
antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível,
pelo que ficamos adstritos a uma apreciação puramente moral. Julgam-se os
Espíritos, como os homens, pela sua linguagem. Desde que o Espírito só diz
coisas aproveitáveis, pouco importa o nome sob o qual as diga. (Ibidem, 255).
Porém, se se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisas
triviais e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. Os modos
de se distinguirem os bons dos maus Espíritos, estão muito bem explicados em O Livro dos
Médiuns, Cap. 14, que diz:
Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que
presidem os vossos trabalhos, há uma recomendação, que nunca será demais
repetir e que deveríeis ter sempre presente no pensamento, quando vos
entregais aos vossos estudos: é de pesar e de amadurecer, é de submeter ao
controle da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é de não
negligenciar, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de
pedir explicações necessárias para fixar-vos. (Ibidem, 266).
Resume-se nos princípios seguintes os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos (Item, 267):
1o.) Não há outro critério para discernir o valor dos bons Espíritos, senão o bom
senso. Qualquer fórmula dada, para este efeito, pelos próprios Espíritos é ab-
surda e não pode emanar de Espíritos Superiores;
2o.) Julgam-se os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações. As ações dos
Espíritos são os sentimentos que eles inspiram e os conselhos que dão;
3o.) Admitindo que os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tu-
do o que é mal não pode vir de um bom Espírito;
4o.) Os Espíritos superiores têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada,
sem qualquer mistura de trivialidade; tudo dizem com simplicidade e modéstia,
jamais se vangloriam, nunca fazem alarde de seu saber, nem de sua posição en-
tre os outros. A dos Espíritos inferiores ou comuns apresentam sempre algum
reflexo das paixões humanas; toda expressão que denote a baixeza, a presun-
ção, a arrogância, a jactância, a acrimônia é um indício característico de inferi-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 109
oridade ou de mistificação, se o Espírito se apresenta com um nome respeitável
e venerado;
5o.) Não se deve julgar os Espíritos pela forma material e a correção de seu es-
tilo, mas sondar-lhe o sentido íntimo, escrutar suas palavras, pesá-las friamente,
maduramente e sem prevenção. Todo afastamento da lógica, da razão e da sa-
bedoria, não pode deixar dúvida sobre sua origem, qualquer que seja o nome
com o qual se ostente o Espírito60;
6o.) A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quando à for-
ma, pelo menos quando ao fundo. Os pensamentos são os mesmos, quaisquer
que sejam o tempo e o lugar; eles podem ser, mais ou menos, desenvolvidos,
conforme as circunstâncias, as necessidades e as facilidades para se comunicar,
mas não serão contraditórios. Se duas comunicações, trazendo o mesmo nome,
opõem-se uma a outra, uma das duas é, evidentemente, apócrifa e a verdadeira
será a em que nada desminta o caráter conhecido do personagem. Entre duas
comunicações assinadas, por exemplo, por São Vicente de Paulo, uma das
quais pregasse a união e a caridade e a outra tendesse para semear a discórdia,
nenhuma pessoa sensata poderia se enganar;
7o.) Os bons Espíritos só dizem o que sabem; calam-se ou confessam sua igno-
rância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com audácia, sem se pre-
ocupar com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que cho-
que o bom senso demonstra a fraude, se o Espírito se apresenta como um Es-
pírito esclarecido;
8o.) Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos pela facilidade com que predi-
zem o futuro e precisam fatos materiais, que não nos é dado conhecer. Os bons
Espíritos podem fazer as coisas futuras serem pressentidas, quando este conhe-
cimento pode ser útil, mas nunca precisam datas; qualquer anúncio de aconteci-
mento, em época fixa, é indício de uma mistificação;
9o.) Os Espíritos superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade; o
estilo deles é conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, cla-
ro, inteligível para todos, e não exige esforço para ser compreendido; possuem
a arte de dizer muitas coisas, com poucas palavras, porque cada palavra tem
sua importância. Os Espíritos inferiores ou falsos sábios ocultam, sob a presun-
ção e a ênfase, o vazio das ideias. A linguagem deles é, muitas vezes, pretensi-
osa, ridícula ou obscura à força de querer parecer profunda;
10o.) Os bons Espíritos nunca ordenam; eles não se impõem, aconselham e, se
não os escutam, retiram-se. Os maus são impetuosos; dão ordens, querem ser
obedecidos e, entretanto, permanecem. Todo Espírito que se impõe, trai sua
origem. São exclusivistas e absolutos em suas opiniões e pretendem ter, sozi-
nhos, o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão,
porque sabem que a razão os desmascararia;
11o.) Os bons Espíritos não lisonjeiam; aprovam, quando se faz o bem, mas,
sempre, com reserva; os maus fazem elogios exagerados, estimulam o orgulho
e a vaidade, sempre pregando a humildade e procuram exaltar a importância
pessoal daqueles que eles sabem captar.
12o.) Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma em todas as
coisas. Apenas os espíritos comuns podem dar importância a detalhes mesqui-
nhos, incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição me-
ticulosa é um sinal certo de inferioridade e de mistificação da parte de um Es-
pírito que tome um nome imponente;
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 24 e 25 – Revista Espírita (FEB), 1862
(março) e 1866 (julho).
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 3 – Pesquisas sobre Mediunidade, p. 231.
Léon Denis. No Invisível, 2o. Parte. Cap. 21 e Cristianismo e Espiritismo, n. 12.
Consultar: Palavras da Vida Eterna, Cap. 42, Caminho, Verdade e Vida, Cap. 10 de
Francisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade, Cap. 10 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 114
17a. SESSÃO TEÓRICA
DAS PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS.
Nas perguntas que se dirigem aos Espíritos deve-se observar duas coisas
importantes: a Forma e o Fundo.
A FORMA:
Com relação à forma, elas devem ser redigidas com clareza e precisão,
evitando as perguntas complexas. Mas há um outro ponto não menos
importante, é a ordem que deve presidir à disposição delas. Quando um assunto
requer uma série de perguntas, é essencial que elas se encadeiem com método,
de maneira que decorram, naturalmente, umas das outras; os Espíritos
respondem a elas muito mais facilmente e mais claramente do que quando são
feitas ao acaso, passando, sem transição, de um tema para outro. É por esta
razão que é sempre muito útil preparálas, antecipadamente, salvo para
intercalar, imediatamente, as que surgem pelas circunstâncias. Além disso, a
redação, que deve ser melhor, sendo feita com a mente descansada; este
trabalho preparatório constitui, como já o dissemos, uma espécie de evocação
antecipada, a que o Espírito pode ter assistido e ter-se colocado à disposição
para responder. (LM, item 286).
O FUNDO:
O fundo da questão requer uma atenção ainda mais séria, pois, frequentemente,
é a natureza da pergunta que provoca uma resposta certa ou falsa; há algumas
sobre as quais os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos
que nos são desconhecidos; portanto, é inútil insistir; mas o que se deve evitar,
acima de tudo, são as perguntas feitas com o objetivo de lhes pôr à prova a
perspicácia. Quando uma coisa existe, dizem, eles a devem saber; ora, é
precisamente porque conheceis a coisa ou que tendes os meios de verificá-la,
vós mesmos, é que eles não se dão ao trabalho de responder; essa suspeita os
melindra e nada se obtém de satisfatório. Não temos, todos os dias, exemplos
disso entre nós? Homens superiores e que têm consciência de seu valor,
gostariam de responder a todas as perguntas tolas que tentassem submetê-los a
um exame, como se fossem estudantes? O desejo de fazer um adepto desta ou
daquela pessoa, não constitui, para os Espíritos, um motivo de satisfazer uma
vã curiosidade; eles sabem que a convicção chegará, cedo ou tarde, e os meios
que empregam para conduzi-la, nem sempre são aqueles que supomos.
Imaginai um homem circunspecto, ocupado com coisas úteis e sérias,
incessantemente atormentado pelas perguntas pueris de uma criança e tereis
uma ideia do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as tolices que
se lhes endereçam. Daí, não se segue que não se possam obter, da parte dos
Espíritos, informações úteis e, principalmente, muitos bons conselhos, mas eles
respondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que eles próprios
possuem, o interesse que merecemos da parte deles e a afeição que nos
dedicam e, finalmente, conforme o objetivo a que nos propomos e a utilidade
que veem; mas se todo o nosso pensamento se limita em considerá-los mais
aptos do que outros para nos esclarecer utilmente sobre as coisas deste mundo,
eles não podem ter por nós uma simpatia profunda; desde então, só fazem
aparições muito curtas e, muitas vezes, conforme o grau de sua imperfeição,
demonstram seu mau humor por terem sido inutilmente incomodados. (Idem).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 115
Algumas pessoas pensam que é preferível abster-se de formular perguntas e
que convém aguardar o ensino dos Espíritos, sem provocá-lo: aí está um erro.
Os Espíritos dão, sem a menor dúvida, instruções espontâneas de elevado
alcance e que seria errôneo negligenciar; mas há explicações que, muitas vezes,
teríamos que aguardar muito tempo, se não as solicitássemos. (...). As
perguntas, longe de apresentar o menor inconveniente, são de uma grandíssima
utilidade, do ponto de vista da instrução, quando se sabe encerrá-las nos limites
desejados. Elas têm uma outra vantagem: a de ajudar a desmascarar os
Espíritos mistificadores que, sendo mais vaidosos do que sábios,
raramente suportam, pelo seu interesse, a prova das perguntas de uma
lógica cerrada, através das quais os empurram às suas últimas trincheiras.
Como os Espíritos verdadeiramente superiores nada têm a temer de
semelhante verificação, são os primeiros a provocar explicações sobre os
pontos obscuros; os outros, ao contrário, temendo ter que enfrentar o
adversário mais forte, têm grande cuidado de evitá-los; também
recomendam, geralmente, aos médiuns a quem desejam dominar e aos
quais desejam fazer que aceitem suas utopias, que se abstenham de toda
controvérsia relativa aos seus ensinos. (Ibidem, 287).
PERGUNTAS SIMPÁTICAS OU ANTIPÁTICAS AOS ESPÍRITOS:
Os Espíritos sérios sempre respondem com prazer às perguntas que têm por objetivo o
bem e os meios de progresso. Os bons Espíritos antipatizam com questões inúteis ou
feitas por pura curiosidade para experimentá-los. Nestes casos não respondem e se
afastam. Os Espíritos imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que
unicamente possam pôr-lhes a descoberto a ignorância ou o embuste, quando procuram
enganar; a não ser isso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade. Nem
todos os Espíritos são aptos a compreender as questões que lhes são dirigidas, como
acontece com os imperfeitos, embora isto não os impeça de responder bem ou mal.
PERGUNTAS SOBRE O FUTURO:
A manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se o homem conhecesse
o futuro, descuidar-se-ia do presente. Se insistirmos em obter respostas sobre o futuro,
recebê-las-emos de Espíritos doidivanas. Pode dar-se que um Espírito preveja coisas
que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas,
espontaneamente; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos
enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias
permite se verifique o grau de confiança que elas merecem. Devemos desconfiar de
todas as previsões que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoais
podem quase sempre ser consideradas falsas. Os Espíritos que anunciam
acontecimentos que se não realizam, fazem-no as mais das vezes para se divertirem
com a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois, riem-se do
desapontamento. A missão dos Espíritos superiores consiste em fazer-nos progredir.
Jamais será enganado aquele que a eles pedir sabedoria; não acreditemos, porém, que
percam o seu tempo precioso em ouvir as nossas futilidades ou a predizer-nos a boa
fortuna. Deixam esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem como
crianças travessas. A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas ao
homem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defeso
revelarem. Aquele que insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritos
inferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços à
nossa credulidade. É verdade que existem pessoas dotadas de uma faculdade especial,
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 116
que as faz entrever o futuro; são aquelas cuja alma se desprende da matéria. Então é o
Espírito que vê. Mas, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisas
para o bem. Todavia, mesmo entre essas pessoas, são em maior número os impostores
e os charlatães.
PERGUNTAS SOBRE AS EXISTÊNCIAS PASSADAS E FUTURAS:
Conforme o objetivo, Deus algumas vezes permite que as nossas existências passadas
nos sejam reveladas. Se for para nossa edificação e esclarecimento, as revelações serão
verdadeiras e, neste caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo
inteiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vã
curiosidade. Os Espíritos brincalhões, todavia, nunca se negam a fazer tais revelações,
para se divertirem a nossa custa. Sempre que essas revelações não tiverem um fim
eminentemente sério, devemos considerá-las falsas ou suspeitas. Os Espíritos
zombeteiros gozam em lisonjear o amor-próprio, revelando as pessoas e médiuns,
origens pomposas (príncipe, rainha, pessoas famosas, etc.). Há médiuns e crentes que
aceitam de bom grado essas revelações sem raciocinarem sequer no estado atual de
seus Espíritos que em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado.
Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para os
homens. Para se dar crédito a uma revelação dessa ordem, seria necessário que fosse
feita espontaneamente, por intermédio de diversos médiuns estranhos uns aos outros.
Contudo, se não podemos ter conhecimento de nossa individualidade anterior,
podemos ter revelações a respeito do gênero da existência que tivemos, da posição
social que ocupamos e dos defeitos que em nós predominaram, das quais deveremos
tirar proveito para nos melhorarmos. Estudando o nosso presente, deduziremos o nosso
passado. Com referência às nossas existências futuras, nada podemos saber
antecipadamente, pois essas serão a consequência da preparação que fizermos pelo
nosso procedimento na Terra e pelas resoluções que tomarmos quando formos
Espíritos. Sabermos, porém, onde e como transcorrerá essa existência é impossível e
tudo o que alguns Espíritos disserem a respeito não passará de gracejo. Isto só
acontece em caso especial e raro para os Espíritos que estão na Terra para
desempenhar uma missão importante.
PERGUNTAS SOBRE OS INTERESSES MORAIS E MATERIAIS:
Os bons Espíritos jamais se recusam a dar bons conselhos, principalmente no que diz
respeito à alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que simulam pedir a luz e se
comprazem nas trevas. Os Espíritos, algumas vezes, conforme o motivo, podem dar
conselhos sobre coisas de interesse privado. Isto também depende daqueles a quem tais
conselhos são pedidos e são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, que
são os que se acham mais ligados à pessoa. Mas, é tão frequente cansarmos esses
Espíritos com perguntas banais que eles nos deixam. A puerilidade das perguntas é
incompatível com a superioridade dos Espíritos. Podem os Espíritos familiares
algumas vezes e de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por
meio de revelações; porém, fiquemos bem cientes de que os bons Espíritos nunca se
prestam a servir à cupidez. Os maus nos fazem brilhar diante dos olhos mil atrativos, a
fim de nos espicaçarem e, depois, mistificarem, pela decepção. Fiquemos ainda certos
de que, se é da nossa prova passarmos tal ou tal vicissitude, os nossos Espíritos
protetores poderão ajudar-nos a suportá-la com mais resignação, poderão mesmo
suavizá-la; mas, no próprio interesse do nosso futuro, não lhes será lícito isentar-nos
dela. Um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 117
QUESTÕES SOBRE A SORTE DOS ESPÍRITOS:
Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo
espiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não a
simples curiosidade. Constituem ainda grandes ensinamentos para nós, as revelações
que os Espíritos nos fazem a respeito da natureza de seus sofrimentos ou da felicidade
de que gozam, iniciando-nos assim, no conhecimento da verdadeira natureza das penas
e das recompensas futuras. Os bons Espíritos se sentem felizes em nos descreverem a
felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos,
a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma
espécie de alívio: é o desgraçado que lamenta, na esperança de obter compaixão.
QUESTÕES SOBRE A SAÚDE:
Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde. Esta é uma condição necessária
para o trabalho que se deve executar na Terra, pelo que os Espíritos se ocupam de boa
vontade com ela. Mas, como há ignorantes e sábios entre eles, convêm que, para isso,
como para qualquer outra coisa, ninguêm se dirija ao primeiro que apareça. Se nos
dirigirmos ao Espírito de uma celebridade médica, poderemos estar mais certos de
obter um bom conselho? As celebridades terrenas não são infalíveis e alimentam, às
vezes, ideias sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não as
liberta imediatamente. Só os Espíritos superiores possuem a ciência celeste e, sem
usarem os nomes que conheçamos, podem eles saber, sobre todas as coisas, muito
mais do que os nossos sábios. Não é só a ciência o que torna superiores os Espíritos.
PERGUNTAS SOBRE TESOUROS OCULTOS:
Os Espíritos superiores não se ocupam com a revelação dessas coisas; mas, os
zombeteiros, frequentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem em
apontá-los num lugar, quando se acham em lugar oposto. Isso tem a sua utilidade, para
mostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho.
PERGUNTAS SOBRE OS OUTROS MUNDOS:
Quanto à confiança que se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos
diferentes mundos, ela depende do grau de adiantamento real desses Espíritos, pois
compreendemos que Espíritos vulgares são tão incapazes de nos informarem a esse
respeito, quanto o é, entre nós, um ignorante, de descrever todos os países da Terra.
Formulamos, muitas vezes, sobre esses mundos, questões que tais Espíritos não podem
resolver. Se eles estiverem de boa-fé, falarão disso de acordo com suas ideias pessoais;
se forem Espíritos levianos divertir-se-ão em dar-nos descrições estranhas e
fantásticas, tanto mais facilmente quanto esses Espíritos, que na erraticidade não são
menos providos de imaginação do que na Terra, tiram dessa faculdade a narração de
muitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não podemos julgar absolutamente
impossível obtermos, sobre os outros mundos, alguns esclarecimentos. Os bons
Espíritos se comprazem mesmo em descrever-nos os que eles habitam, como ensino
tendente a nos melhorar, induzindo-nos a seguir o caminho que nos conduzirá a esses
mundos. A exatidão dessas descrições reside na concordância que haja entre elas, cujo
fim é o nosso melhoramento moral e que, por conseguinte, é sobre o estado moral dos
habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não sobre o
estado físico ou geológico de tais esferas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 118
RESUMO
Nas perguntas dirigidas aos Espíritos, deve-se observar dois critérios fundamentais:
a forma e o fundo. Quanto à forma, devem ser feitas com clareza e precisão, colocadas numa
ordem lógica e decorrentes umas das outras, o que facilita a resposta dos Espíritos; daí ser
conveniente prepará-las com antecedência. Quanto ao fundo as questões exigem atenção mais
séria, porque a natureza da pergunta pode provocar uma resposta exata ou falsa. Há questões
que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. As
questões são válidas quando objetivam a instrução e concorrem para o desmascaramento de
Espíritos mistificadores ou pretensos sábios e feitas com cerrada lógica.
Os Espíritos superiores respondem com prazer perguntas que visam o bem e os mei-
os de progresso; antipatizam com questões inúteis ou feitas por pura curiosidade e para experi -
mentá-los. Os imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que possam pôr-lhes a des-
coberto a ignorância e o embuste; fora isso, respondem a tudo sem a preocupação da verdade.
As perguntas sobre o futuro são muito delicadas. A Providência pôs limites as reve-
lações possíveis ao homem. Quem insistir por uma resposta, se expõe ao embuste dos Espíritos
inferiores. Se for para nossa edificação e esclarecimento, Deus algumas vezes, permite que exis-
tências passadas nos sejam reveladas e, neste caso, feitas espontaneamente e de modo inteira -
mente imprevisto. Nunca permite para satisfação da curiosidade vã. Espíritos zombeteiros go-
zam em lisonjear o amor-próprio, revelando a pessoas e médiuns, origens pomposas. Com res -
peito a existência futura, onde e como transcorrerá, tudo o que alguns Espíritos disserem não
passará de gracejo. Isto só acontece em caso especial e raro para Espíritos que estão na Terra
em missão importante.
Nas questões sobre interesses morais os Espíritos jamais recusam dar bons
conselhos, principalmente no que diz respeito a alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que
simulam pedir a luz e se comprazem nas trevas. Podem os Espíritos familiares, algumas vezes e
de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por meio de revelações;
porém, os bons Espíritos nunca se prestam a servir à cupidez. Os maus fazem brilhar diante dos
olhos mil atrativos para excitarem a ambição e mistificarem pela decepção.
Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo
espiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil. Constituem ainda
grandes ensinamentos para nós as revelações sobre a natureza dos sofrimentos dos Espíritos ou
da felicidade que gozam.
Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde, pois esta é necessária para o
trabalho que se deve executar na Terra. Porém, como ha ignorantes e sábios entre eles, não
convém se dirigir ao primeiro que apareça.
Os Espíritos superiores não se ocupam com tesouros ocultos, mas os zombeteiros
frequentemente indicam tesouros que não existem. A verdadeira riqueza está no trabalho.
Quanto à confiança a depositar nas descrições dos Espíritos sobre outros mundos,
ela depende do grau de adiantamento real deles, pois os vulgares são tao incapazes a esse
respeito, quanto entre nós o é um ignorante de descrever os países da Terra. Os bons descrevem
os que eles habitam como ensinamento para a nossa melhora moral; por conseguinte, é sobre o
estado moral dos habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não
sobre o estado físico ou geológico de tais esferas.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 26.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 119
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
a) As Perguntas Quanto A Forma a) Perguntas Sobre O Futuro.
(LM item 286). (LM item 289 e LE Questões 868, 869 e 870).
b) As Perguntas Quanto Ao Fundo b) Perguntas Sobre as Existências Passadas e
(LM item 286). Futuras (LM item 290 e LE Questões 392,
c) Importância das Perguntas Feitas aos Es- 395, 396, 397 e 398).
píritos (LM item 287).
d) Perguntas Simpáticas ou Antipáticas aos
Espíritos (LM item 288).
Grupo 3 Grupo 4
a) Perguntas Sobre Os Interesses Morais E a) Perguntas Sobre As Invenções e
Materiais (LM item 291). Descobertas (LM item 294).
b) Questões Sobre a Sorte dos Espíritos b) Perguntas Sobre Tesouros Ocultos.
(LM item 292). (LM item 295).
c) Questões Sobre a Saúde (LM item 293). c) Perguntas Sobre os Outros Mundos.
(LM item 296).
Consultar: Fonte Viva, Cap. 165 de Francisco Cândido Xavier e Estudando a Mediunidade,
Cap. 10 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 121
18a. SESSÃO TEÓRICA
AS LEIS DA COMUNICAÇÃO ESPÍRITA
1 – LEI DAS ATRAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS
A lei das atrações e correspondências rege todas as coisas; as vibrações, atraindo vi -
brações similares, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos.
Nossos maus desejos e concupiscências criam em torno de nós uma atmosfera flu -
ídica impura, propícia à ação das influências da mesma ordem, ao passo que as nobres
aspirações atraem as salutares vibrações, as irradiações das esferas superiores.
Tal é o princípio da evolução; reside na capacidade, que possui o indivíduo, de
assimilar as forças misteriosas da Natureza, para se elevar, mediante o seu auxílio,
e ascender gradualmente até a Causa das causas, à fonte inexaurível de que
procede toda a vida.
A escala ascensional comporta planos sucessivos e superpostos; em cada um deles
os seres são dotados do mesmo estado vibratório, de meios análogos de percepção
que lhes permitem reconhecer-se mutuamente, ao passo que se lhes conservam
invisíveis e muitas vezes mesmo incognoscíveis os seres dos planos superiores,
em consequência de seu estado vibratório mais acelerado e de suas condições de
vida mais sutis e mais perfeitas.
É o que aos Espíritos acontece, entre si, conforme seus diferentes graus de
purificação, e a nós mesmos em relação a eles. Assim, porém, como se pode
ampliar o campo da visão humana com o auxílio dos instrumentos de óptica,
também se pode aumentar ou reduzir a soma das vibrações, de sorte que atinjam
um estado intermédio em que os modos de existência de dois planos distintos se
combinem e entrem em correspondência.
Para comunicar conosco deverá o Espírito amortecer a intensidade de suas vibra-
ções, ao mesmo tempo em que ativará as nossas. Nisso o pode o homem voluntari-
amente auxiliar; o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade.
Sabemos que a mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedade
que têm alguns dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender do
envoltório carnal e imprimir mais amplitude às suas vibrações psíquicas. Por seu lado,
o Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações
próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium. (No Invisível, Cap. VIII).
2 – LEI DE HARMONIZAÇÃO DE VIBRAÇÕES E PENSAMENTOS DIFERENTES:
É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e os
experimentadores, de um lado, e entre estes e os Espíritos, do outro, que reside
inteiramente a lei das manifestações.
Exatamente como os sons e a luz, os sentimentos e os pensamentos se exprimem
por vibrações, que se propagam pelo espaço com intensidades diferentes. Os
pensamentos de cólera e de ódio, as eternas súplicas de amor, o lamento do
desgraçado, os gritos de paixão, os impulsos de entusiasmo, vão, pela imensidade
afora, referindo a todos a história de cada um e a história da Humanidade. As
vibrações de cérebros pensantes, de homens ou de Espíritos, se cruzam e
entrecruzam ao infinito, sem jamais se confundirem.
Em torno de nós, por toda parte, na atmosfera, rolam e passam, como torrentes in-
cessantes, fluxos de ideias, ondas de pensamentos, que impressionam os sensitivos
e são muitas vezes causa de perturbação e erro nas manifestações. Dizemos: ho-
mens ou Espíritos. Com efeito, o que o cérebro humano emite sob forma de vibra-
ções o cérebro fluídico do Espírito projeta sob forma de ondas mais extensas, de
radiações que vibram com mais largo e poderoso ritmo, por isso que as moléculas
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 122
fluídicas, mais flexíveis, mais maleáveis que os átomos do cérebro físico, obede-
cem melhor à ação da vontade. Entretanto esses cérebros, humanos e espirituais,
encerram as mesmas energias. Ao passo que, porém, em nosso cérebro mortal es-
sas energias dormitam ou vibram debilmente, nos Espíritos atingem o máximo de
intensidade. Uma comparação nos fará melhor apreender esse fenômeno.
Encontramos essa comparação em um bloco de gelo, em que se acham contidas
em estado latente todas as potencialidades que mantêm unidos os cristais de que
ele se compõe. Submetido esse bloco à ação do calor, desprendem-se forças, que
irão crescendo até que, transformado o gelo para o estado de vapor, tenha ele read-
quirido e manifestado todas as energias que encerra. Poder-se-ia comparar o nosso
cérebro a esse bloco de gelo, debilmente vibratório sob a ação restrita do calor, ao
passo que o do Espírito será o vapor tornado invisível, porque vibra e irradia com
demasiada rapidez para que possa ser percebido pelos nossos sentidos.
A diferença dos estados se complica com a variedade das impressões. Sob a
influência dos sentimentos que os animam, desde a calma do estudo às
tempestades da paixão, as almas e os cérebros vibram em graus diversos,
obedecendo a velocidades diferentes; a harmonia não se pode estabelecer entre
eles senão guando se igualam suas ondas vibratórias, como acontece com os
diapasões idênticos ou com as placas telefônicas. Um cérebro de lentas e débeis
excitações não se pode harmonizar com outros cujos átomos são animados de um
movimento vertiginoso. (Idem).
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS A EXPERIMENTAÇÃO:
São duas as condições que se sincronizam:
1a. Quando o médium e experimentadores formam um grupo harmônico;
2a. Vibração e pensamentos em uníssono do médium e experimentadores.
Quando estas condições não existem, pode ocorrer o seguinte:
a) Os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam
reciprocamente;
b)Em meio dessas correntes contrárias, o médium experimenta uma opressão, um
mal-estar indefinível;
c) Em certos casos o médium sente-se como que paralisado, sucumbido;
d) É necessário, então, uma poderosa intervenção espiritual para produzir o mínimo
fenômeno.
Bibliografia:
Allan Kardec. Revista Espírita (FEB), 1864 (fev, p. 78 – a afeição espiritual) e 1865 (abril,
p. 154 – facilidade das comunicações e fenômenos mediúnicos, p. 161).
Léon Denis. No Invisível, Cap. VIII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, Cap. 3.
SUMARIO
1- A vestimenta dos Espíritos é formada do elemento natural do meio em que se
encontram, isto é, de matéria fluídica, moldada pela própria mente.
2- Não se trata de um simples simulacro ou de algo apenas aparente, tem existên-
cia real, embora formada de substância fluídica, segundo as linhas de impulsão
da mente do próprio interessado.
3- Tais impulsões podem variar de acordo com a vontade livre de Espíritos Superi-
ores, ou de Espíritos ainda sofredores e infelizes que acionam o mecanismo
mental automaticamente.
4- Às vezes, um determinado Espírito se apresenta com uma indumentária idêntica
a que usava quando ainda encarnado com vistas a ser identificado.
5- Os objetos, aparelhos e acessórios de vestimenta não são duplos etéreos sim-
plesmente; são formações moldadas pela manipulação dos fluidos do ambiente,
por parte das entidades desencarnadas, independentemente do seu nível evolutivo.
6- Os Espíritos inferiores também têm a capacidade de moldarem os objetos de seu
uso embora o façam com mais esforço e imperfeitamente.
7- Há limites bem nítidos no mundo espiritual impedindo que os Espíritos compo-
nham o que bem quiserem; tais limites são de ordem moral.
8- A ação da mente (encarnada ou desencarnada) sobre os fluidos é capaz de modi-
ficar-lhes a estrutura e em consequência conferir-lhes propriedades particulares
e especiais.
9- Tais manipulações podem ser feitas por entidades elevadas e também pelas enti-
dades inferiores, podendo estas transmitir aos encarnados desavisados quotas de
fluidos com propriedades tóxicas, causadoras de perturbações chamadas doen-
ças fantasmas.
10- As entidades superiores de posse de seus recursos e facilitados pelo clima de
merecimento de quem necessita, são capazes de manipular fluidos curadores e
transmiti-los, seja pelo passe ou pela água fluidificada.
11- O auxílio espiritual superior, a possibilidade que alguns apresentam mais que
outros, e a vontade bem disciplinada e cristã, podem determinar o restabeleci-
mento de quadros de moléstia física e psíquica, sempre guardando, porém, o res-
peito às Leis Superiores.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 8.
Ernesto Bozzano. Metapsíquica Humana, Fenômenos de “desdobramento fluídico” ou
“bilocação” no momento da morte (3ª categoria).
Léon Denis. O Porque da Vida, item III e O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Caps.
III e XXIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 136
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Espírito e Matéria. (LE, itens 21 a 31). Ação dos Espíritos Sobre os Fluidos (GE; 14:13
Os Fluidos e o Magnetismo (DM, cap. XVII) e 14). Vestuário dos Espíritos (LM, item 126).
Grupo 3 Grupo 4
Elementos Fluídicos (Gênese; 14:1 a 6). Modificações Das Propriedades Da Matéria
Formação Espontânea de Objetos Tangíveis (LM, itens 129 a 131).
(LM, item 128). Ação Magnética Curadora (LM, item 131 e
Gênese; 14:31 a 34)
Consultar: Fonte Viva, Cap. 7 e Caminho, Verdade e Vida, Cap. 69 de Francisco Cândido
Xavier..
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 138
20a. SESSÃO TEÓRICA
O MUNDO ESPIRITUAL – OS FLUIDOS
NATUREZA E PROPRIEDADES
A GRANDE OFICINA OU LABORATÓRIO DA VIDA ESPIRITUAL
Todos nós estamos vivendo em um Universo que se apresenta sob duas formas:
uma visível, material, na qual habitam os seres encarnados ou materiais; outra invisível,
imaterial, na qual habitam os seres desencarnados ou imateriais, aqueles que perderam o seu
invólucro material e retornaram à vida espiritual (LE, itens 149 a 162).
O mundo imaterial começa justamente onde o visível e material termina porque
em a Natureza tudo segue um plano perfeito de continuidade. No Universo visível e material
os fenômenos ocorrem dentro de certos limites, segundo determinadas leis.
No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidos
pela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.
Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém as ver-
sões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados:
sólido, líquido e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários ou
pouco conhecidos. Por exemplo: os vapores, que nada mais são do que uma
passagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás, porém
quando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamente
ao estado líquido; já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, des-
de que exista as trocas de energia necessárias para tal fato. Por isto que diz co-
mumente “vapor d´água”. Se colocarmos os estados físicos da matéria em or-
dem crescente, conforme a quantidade de energia que cada um possui, teremos:
Sólido → Líquido → Gasoso → Plasma → Radiante.
O Plasma é o estado em que a maioria da matéria se encontra no universo.
Sabe-se que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido e
gasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, água em estado líqui-
do e vapor de água. Todavia há pouquíssimas substâncias que se encontram
nestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando o
Universo no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química se
considera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante do
universo subsiste no estado denominado plasma.68
No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macros-
cópica e as posições relativas das suas partículas, as moléculas se encontram
próximas umas das outras com forte atração entre elas, nestas condições, possui
forma e volume próprio, independentemente do corpo onde se encontra e ainda
o movimento é praticamente nada. É particularmente estudado nas áreas da es-
tática e da dinâmica.
No estado líquido, o corpo mantém a sua quantidade de matéria e aproximada-
mente o seu volume. A forma e posição relativa das suas partículas é variável
se adaptando conforme o corpo. As moléculas estão relativamente próximas, e
a força de atração é mediana, assim como os movimentos. É particularmente
estudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica.
68 Em física e em química, o plasma é um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, no qual certa porção das
partículas é ionizada. A premissa básica é que o aquecimento de um gás provoca a dissociação das suas ligações
moleculares, convertendo-o em seus átomos constituintes. Além disso, esse aquecimento adicional pode levar à
ionização (ganho ou perda de elétrons) dessas moléculas e dos átomos do gás, transformando-o em plasma contendo
partículas carregadas (elétrons e íons positivos).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 139
No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo
variar amplamente a forma e o volume, as partículas possuem força de atração
nula e movimentos bruscos (agitação térmica). É particularmente estudado nas
áreas da aerostática e da aerodinâmica.
O condensado de Bose-Einstein é uma coleção de milhares de partículas ultra-
frias ocupando um único estado quântico, ou seja, todos os átomos se compor-
tam como um único e gigantesco átomo possui características, de ambos, esta-
do sólido e estado líquido, como supercondutividade e superfluidez, porém, é
encontrado em temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto),
o que faz com que suas moléculas entrem em colapso. É particularmente estu-
dado na área da mecânica quântica.
A teoria original da Matéria Radiante, foi uma descoberta de William Crookes
(1832-1919), elaborada baseando-se em observações sobre os fenômenos que
acompanham a descarga elétrica num tubo contendo um gás rarefeito. Sua hi-
pótese, de que a matéria radiante constituiria um quarto estado da matéria, não
foi, entretanto, confirmada. Procedendo a investigações sobre os raios catódi-
cos, Crookes mostrou que eles têm a propriedade de excitar a fluorescência das
pedras preciosas e aquecer os metais. Explicou o fenômeno como proveniente
da projeção de moléculas pelo cátodo. Logo após a descoberta dos gases nobres
e da radioatividade, Crookes voltou sua atenção para os novos campos da física
e, em 1895, revelou a presença do hélio no gás que fora extraído de um frag-
mento de urânio por W. Ramsey. Com a intenção de melhor identificar o es-
pectro do hélio, Crookes inventou o espinteroscópio.69 (Enciclopédia Mirador
Internacional; Oxford Dictionary of Scientists)
Como nos é percebido, o nosso chamado Universo Visível já apresenta
determinados estados da matéria em condições de invisibilidade para os nossos parcos cinco
sentidos. Aquilo que não podemos perceber normalmente pelos sentidos que somos dotados,
o fazemos utilizando determinados instrumentos, ou mesmo, cálculos matemáticos.
No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos que também
seguem leis que nos são reveladas pelos seres que nele habitam.
A Ciência deu a solução dos milagres que mais particularmente resultam do
elemento material, seja explicando-os, seja demonstrando-lhes a
impossibilidade, pelas leis que regem a matéria; mas os fenômenos em que o
elemento espiritual tem uma participação preponderante, não podem ser
explicados apenas pelas leis da matéria, escapando às investigações da Ciência.
Esta é a razão por que eles têm, mais do que os outros fenômenos, os caracteres
aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se
pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. Como já foi
demonstrado, o fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos
da Natureza. (A Gênese; 14: 1 e 2).
O mundo imaterial, invisível ou espiritual como é costumeiramente chamado
também é composto de alguma coisa, de algum material, de alguma substância, de algum
elemento – é composto de fluidos. “Se víssemos o mecanismo do mundo invisível que nos
cerca, as ramificações dos fios condutores do pensamento que ligam todos os seres inteligentes,
corpóreos e incorpóreos, os eflúvios fluídicos carregados das impressões do mundo moral, e
que, como correntes aéreas, atravessam o espaço, ficaríamos muito menos surpresos diante de
certos efeitos que a ignorância atribui ao acaso” 70. Tais fluidos têm uma estrutura, uma forma
habitual de agregação, de composição e, de acordo com as variações sofridas nessa estrutura
69 Crookes, W. Fatos Espíritas, págs. 10, 11 e 98.
70 Kardec, A. A Gênese, 15:9, consulte também 14:22 e ss.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 140
apresentam propriedades especiais e diferentes das dos demais. Portanto, ha vários estados e
várias formas pelos quais os fluidos se apresentam, cada um com propriedades específicas, mas
todos se originando de um elemento primordial, o Fluido Cósmico Universal.
Como princípio elementar universal, ele apresenta dois estados distintos: o de
eterização ou de imponderabilidade, que se pode considerar como o estado
normal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que, de certa
maneira, é apenas consecutivo àquele outro”. Cada um desses dois estados dá,
necessariamente, origem a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os
fenômenos do mundo visível, e ao primeiro, os do mundo invisível. Uns, os
chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita; os
outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque eles se
ligam mais especialmente à existência dos espíritos, pertencem às atribuições
do Espiritismo. Porém, como a vida espiritual e a vida corporal estão em
incessante contato, muitas vezes os fenômenos dessas duas categorias ocorrem
simultaneamente. No estado de encarnação, o homem pode perceber apenas os
fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os que pertencem ao
domínio exclusivo da vida espiritual escapam aos sentidos materiais, e só
podem ser percebidos no estado de espírito.
No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme. Sem deixar de ser
etéreo, ele sofre modificações também variadas no seu gênero, talvez mais
numerosas do que no estado de matéria tangível. Essas modificações
constituem fluidos distintos que, embora procedendo do mesmo princípio, são
dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos particulares do
mundo invisível.
Tudo sendo relativo, esses fluidos têm para os espíritos – que também são
fluídicos – uma aparência tão material quanto a dos objetos tangíveis para os
encarnados, sendo para eles o que são para nós as substâncias do mundo
terrestre. Eles os elaboram, os combinam para produzir determinados efeitos,
assim como os homens fazem com os seus materiais, embora por processos
diferentes.
Entretanto, lá, como neste mundo, somente aos espíritos mais esclarecidos é
dado compreender o papel dos elementos constitutivos do seu mundo. Os
ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os
fenômenos a que assistem — e para os quais muitas vezes contribuem
maquinalmente — quanto os ignorantes da Terra o são de explicar os efeitos da
luz ou da eletricidade, de dizer como veem e escutam.
Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos
de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para a matéria tangível e
não para a matéria etérea. Existem alguns que pertencem a um meio tão
diferente do nosso, que só podemos fazer ideia deles mediante comparações tão
imperfeitas como aquelas pelas quais um cego de nascença procura fazer uma
ideia da teoria das cores.(GE; 14:2 a 4).
Como vemos é através do corpo que percebemos os fenômenos do nosso meio
material; somente em condições especiais é que o Espírito encarnado, alcançando uma
maior liberdade de ação, percebe as ocorrências do mundo espiritual.
Os fluidos por sua vez têm propriedades especiais que sob a ação de certos
estímulos podem variar.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico
universal são, portanto, a atmosfera dos seres espirituais, o elemento de onde
tiram os materiais sobre os quais eles operam, o meio onde se passam os
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 141
fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas que
escapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; é
enfim o meio de transmissão do pensamento, tal como o ar é o meio de
transmissão do som.
Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os
homens manipulam os gases, mas com a ajuda do pensamento e da vontade. O
pensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem.
Pelo pensamento, eles imprimem aos fluidos espirituais esta ou aquela direção;
eles os aglomeram, combinam ou dispersam; com eles formam conjuntos tendo
uma aparência, uma forma e uma cor determinadas; mudam as suas
propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outras substâncias,
combinando-as segundo certas leis. Algumas vezes, essas transformações são o
resultado de uma intenção, outras, são o produto de um pensamento
inconsciente. Ao espírito basta pensar em uma coisa para que ela se produza.
Desde o momento em que esses fluidos são o veículo do pensamento, e que o
pensamento pode modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem
estar impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os põem
em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.
Não seria possível fazer uma enumeração ou uma classificação de bons e de
maus fluidos, nem especificar suas qualidades respectivas, considerando-se que
sua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos.
Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do
espírito, seu envoltório perispiritual, que é parte constituinte do seu ser, que
recebe diretamente e de uma maneira permanente a impressão de seus
pensamentos, deve possuir, mais ainda, o cunho dessas qualidades boas os más.
Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem se depurar pelo
afastamento desses espíritos, mas o perispírito deles será sempre o que é,
enquanto o próprio espírito não se modificar.
Sendo os homens espíritos encarnados, eles têm, em parte, as atribuições da vi-
da espiritual, uma vez que vivem essa vida tanto quanto vivem a vida corporal,
inicialmente durante o sono e muitas vezes em estado de vigília. O espírito, ao
encarnar, conserva o seu perispírito com as qualidades que lhe são próprias, e
que, como se sabe, não é circunscrito pelo corpo, mas irradia em torno dele e o
envolve como em uma atmosfera fluídica. Pela sua união íntima com o corpo, o
perispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua expan-
são, ele coloca o espírito encarnado em relação mais direta com os espíritos li-
vres. O pensamento do espírito encarnado atua sobre os fluidos espirituais co-
mo o dos desencarnados; ele se transmite de espírito a espírito pelas mesmas
vias, e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Como o perispírito dos encarnados é de uma natureza idêntica à dos fluidos
espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja que se embebe de
líquido. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação tanto mais direta
quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito se confunde com eles.
Conforme esses fluidos atuam sobre o perispírito, este, por sua vez, reage sobre
o organismo material com o qual está em contato molecular. Se os eflúvios são
de boa natureza, o corpo experimenta uma impressão salutar; se são maus, a
impressão é penosa. Se são permanentes e intensos, os maus eflúvios podem
ocasionar desordens físicas, não sendo outra a causa de certas enfermidades. Os
meios onde predominam os maus espíritos são, assim, impregnados de maus
fluidos que são absorvidos pelos poros perispirituais, tal como se absorve os
miasmas pestilenciais pelos poros do corpo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 142
O mesmo ocorre em uma reunião de encarnados. Uma assembleia é um foco de
irradiação de pensamentos diversos. O pensamento agindo sobre os fluidos, co-
mo o som age sobre o ar, esses fluidos nos trazem os pensamentos como o ar
nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, em realidade, que há nesses fluidos ondas
e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundir, como há no ar ondas e
raios sonoros. Uma assembleia é, como uma orquestra, um coro de pensamen-
tos onde cada um emite sua nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e
de eflúvios fluídicos, cuja impressão cada um recebe através do sentido espiri-
tual, como num coro musical em que cada um recebe a impressão dos sons
através do sentido da audição. Entretanto, do mesmo modo que há irradiações
sonoras harmoniosas ou dissonantes, também existem pensamentos harmônicos
ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, a impressão é agradável; se o
conjunto é discordante, a impressão é desagradável. Ora, para isso não é neces-
sário que o pensamento seja formulado por palavras, quer o pensamento se ex-
terne ou não, a irradiação fluídica existirá sempre, basta, porém, que se mistu-
rem alguns pensamentos maus, para que se produza o efeito de uma corrente de
ar gelado num meio tépido. Esta é a causa da satisfação que sentimos numa
reunião simpática, animada por pensamentos bons e benévolos. Ela é envolvida
por uma salubre atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se dali recon-
fortado, uma vez que somos impregnados de eflúvios fluídicos salutares. Desse
modo, também podemos explicar a ansiedade, o indefinível mal-estar que se
experimenta em um meio antipático, onde pensamentos malévolos provocam
como que correntes de ar nauseabundo.
O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que influência o
moral, fato que só o Espiritismo poderia tornar compreensível. O homem sente
isso instintivamente, uma vez que procura as reuniões homogêneas e simpáti-
cas, onde sabe que pode haurir novas forças morais; poder-se-ia dizer que em
tais reuniões ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradi-
ação do pensamento, como recupera, pelos alimentos, as perdas do corpo mate-
rial. É que efetivamente, o pensamento é uma emissão que ocasiona uma perda
real nos fluidos espirituais e, por consequência, nos fluidos materiais, de tal
maneira que o homem tem necessidade de se retemperar com os eflúvios exter-
nos que recebe. Quando se diz que um médico cura um doente por meio de bo-
as palavras, trata-se de uma verdade, uma vez que o pensamento bondoso traz
consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico tanto quanto sobre o mo-
ral. (Ibidem; 13 a 20).
RESUMO
O Universo apresenta duas formas: uma visível, material, na qual habitam os
seres encarnados ou materiais; outra, invisível, imaterial, na qual habitam os desencarnados
ou imateriais.
No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidos
pela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.
No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos regidos por
leis que os seres que os habitam podem nos revelar. Aí a matéria de que eles se revestem e
que constitui o mundo espiritual, é composto de fluidos. Os fluidos apresentam-se em vários
estados e formas, cada um com propriedades específicas, mas todos originados de um
elemento primordial, base de tudo o que existe, que é o Fluido Cósmico Universal. A
matéria grosseira é o ponto máximo de condensação desse elemento primordial e o outro
extremo, o seu estado de energia pura ou estado elementar em que ele é uniforme.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 143
No estado de eterização o fluido cósmico universal passa por modificações
variadas em seu gênero, e mais numerosas que no estado de matéria tangível. Tais
modificações constituem fluidos distintos, dotados de propriedades especiais e dão lugar aos
fenômenos particulares do mundo invisível. Esses fluidos têm para os Espíritos uma
aparência material quanto os objetos tangíveis para os encarnados e são para eles o que para
nós são as substâncias do mundo terrestre: eles os elaboram, os combinam para produzi
efeitos determinados.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do Fluido Cósmico Uni
versal, são a atmosfera dos seres espirituais; são os elementos donde eles extraem os
materiais sobre os quais operam; são o ambiente no qual se passam fenômenos especiais,
perceptíveis aos Espíritos. Estes agem sobre os fluidos espirituais com auxílio do
pensamento e da vontade e assim imprimem aos fluidos esta ou aquela direção; eles os
aglomeram, os combinam, os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que têm
uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades como um
químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo
determinadas leis. Os fluidos não têm qualidades sui generis, mas as adquirem no meio onde
são elaborados; são permanentes ou temporárias, conforme as circunstâncias. Sob o ponto
de vista moral, trazem a impressão dos sentimentos (amor, bondade, caridade, ódio, inveja,
etc.). Sob o ponto de vista físico são condutores, excitantes, reparadores, tornam-se forças
de transmissão, de propulsão, etc.
Os fluidos são constituídos por estados de matéria eterizada, e que a rapidez do
seu movimento molecular é proporcional ao grau de rarefação das moléculas.
Quanto mais densos, opacos, viscosos, maior resistência oporão a toda e
qualquer modificação: e, contudo, é necessário que a alma chegue a mudar a
direção dos movimentos do seu invólucro, a regularizar-lhe a atividade, para
que possa ela manifestar-se exteriormente. Podemos ter uma ideia dos
sucessivos fenômenos que as diferentes encarnações determinam no perispírito,
imaginando uma grande fonte luminosa, um foco elétrico, por exemplo, metido
numa esfera de vidro cheio de espesso fumo negro, formado de enorme
quantidade de partículas sólidas. (EA, p. 129-130).
O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espirituais e
por isso os assimila com facilidade; tais fluidos agem sobre o perispírito e este, por sua vez,
reage sobre o organismo com o qual está em contato molecular. Se os seus eflúvios forem
de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão é
penosa.
Em resumo, o perispírito é formado de fluidos, em diferentes graus de
condensação, desde os fluidos materiais, que aderem ao cérebro, até os
espirituais, que se aproximam da natureza da alma. De sorte que, se uma
vibração impressiona um nervo sensitivo, este a transmite aos tálamos óticos,
que a refletem para o sensorium; aí chegada essa vibração, age sobre o fluido
perispiritual, que aos poucos adverte o espírito. (EPC, p. 236).
Bibliografia:
Allan Kardec. A Gênese, caps. 14 e 15 – Revista Espírita (FEB), 1866 (março) e 1867 (maio).
Léon Denis, No Invisível, Cap. XV e Depois da Morte, Cap. XVII.
Gabriel Delanne, A Alma é Imortal, 3a. parte, Cap. III e A Evolução Anímica, Cap. III.
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71 Consultar Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Cap. I e Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. IV.
72 Janet, P., L' Automatisme Psychologique, p. 376.
73 Richet, Charles, Annales des Sciences Psychiques, p. 349.
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21a. SESSÃO TEÓRICA
PRINCIPIO VITAL – VIDA E MORTE – ATENDIMENTO AOS SUICIDAS
PRINCIPIO VITAL
Sem falar no princípio inteligente, que é uma questão à parte, existe na matéria
orgânica um princípio especial, imperceptível, e que ainda não pôde ser defini-
do: é o princípio vital. Esse princípio, ativo no ser vivo, é extinto no ser morto,
mas nem por isso deixa de dar à substância as propriedades que a distinguem
das substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior
parte dos compostos inorgânicos, também conseguiu decompor os corpos orgâ-
nicos, mas jamais conseguiu reconstituir sequer uma folha morta, o que prova
que há na matéria orgânica alguma coisa que não existe nos compostos inorgâ-
nicos. (GE, 10:16).
O princípio vital é uma matéria que tem sua origem na matéria universal
modificada. Por si só, o princípio vital não tem uma individualização, não existindo em
estado livre na natureza; sempre se encontra em combinação com um ser vivo. “A matéria é
sempre a mesma, porém nos corpos orgânicos esta animalizada pela sua união com o
princípio vital”. (LE, itens 61 e 62)
Combinando-se o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio e o carbono, sem o
princípio vital, forma-se apenas um mineral ou um corpo inorgânico. O
princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, dá a ele
propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se uma
molécula de matéria orgânica. Durante a vida, a atividade do princípio vital é
mantida pela ação do funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor
gerado pelo movimento de rotação de uma roda. (GE, 10:18).
Célula Vegetal Célula Animal
A VIDA E A MORTE
A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos. A morte
poderia ser comparada à cessação do movimento de uma máquina desorganizada. Se a
máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.
Existem órgãos essenciais cuja lesão ocasiona a morte. Quando da morte dos se-
res orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital
volta à massa donde saiu.
Após a morte do ser orgânico, os elementos que o formaram passam por novas
combinações, constituindo novos seres, que haurem na fonte universal o
princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamente
o devolverem a essa fonte, logo que deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a
todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite comunicarem-se
entre si, no caso de certas lesões, e restabelecerem funções momentaneamente
suspensas. Mas quando os elementos essenciais do funcionamento dos órgãos
foram destruídos, ou profundamente alterados, o fluido vital não pode
transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros é da
harmonia do seu conjunto que resulta essa reciprocidade de ação. Quando uma
causa qualquer destrói esta harmonia, suas funções cessam, como o movimento
de um mecanismo cujas engrenagens essenciais se desarranjaram; como um
relógio gasto pelo uso ou desmontado por um acidente, que a força motriz não
pode pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esse
aparelho recebe a eletricidade e a conserva em estado potencial, como todos os
corpos da Natureza. Os fenômenos elétricos, porém, não se manifestam
enquanto o fluido não for posto em movimento por uma causa especial, e só
então se poderá dizer que o aparelho está vivo. Cessando a causa da atividade,
o fenômeno cessa: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos
seriam, assim, como pilhas ou aparelhos elétricos nos quais a atividade do
fluido produz o fenômeno da vida: a cessação dessa atividade ocasiona a morte.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia
segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indiví-
duos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido
vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que
uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se
não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior
quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma
vida prestes a extingui-se. (LE, itens 68 a 70).
ATENDIMENTO AOS SUICIDAS
As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas
e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas
uma consequência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De
resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns
expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior do
que aquela cujo curso interromperam.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 148
A observação mostra, com efeito, que as consequências do suicídio não são
sempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte vi-
olenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistên-
cia mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, porque
esse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rom-
pido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral até
mesmo se desata antes da extinção completa da vida. As consequências desse
estado de coisas são o prolongamento da perturbação espírita, seguido da ilusão
que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda
se encontra no número dos vivos. (LE, item 957).
Durante a vida o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ou
perispírito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório, que
se separa do corpo quando cessa a vida orgânica. A observação prova que no
instante da morte o desprendimento do Espírito não se completa subitamente;
ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para
uns é bastante rápido e pode dizer-se que o momento da morte é também o da
libertação, que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja
vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado, e
dura às vezes alguns dias, semanas e até mesmo meses, o que não implica a
existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno à vi-
da, mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito, afi-
nidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o Es-
pírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identi-
ficado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado, a ativi-
dade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de
desprendimento, mesmo durante a vida corpórea, e quando a morte chega é
quase instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre todos os indi-
víduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que
a afinidade que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo, é às ve-
zes muito penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposi-
ção. Este caso é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-
se em alguns suicídios. (LE, item 155).
A duração da perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumas
horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é me-
nos longa, são os que se identificaram durante a vida com o seu estado futuro,
porque então compreendem imediatamente a sua posição.
Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos
indivíduos e sobretudo de acordo com o gênero de morte. Nas mortes violentas,
por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é sur-
preendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente
que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não com-
preende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, dirige-se a elas
e não entende por que não o ouvem. Esta ilusão se mantém até o completo des-
prendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e com-
preende que não faz mais parte do mundo dos vivos. (LE, item 165).
A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas,
uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim res-
sente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensa-
ção cheia de angústias e de horror. Esse estado pode persistir tão longamente
quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral;
mas em alguns casos o suicida não se livra das consequências da sua falta de
coragem e cedo ou tarde expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 149
que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver
se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a no-
vas provas, tentando suportá-las com mais resignação. (Ibidem, 957).
Recordemos que, suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente,
mas também todo aquele que utiliza agressivamente os valores do mundo contra sua própria
existência. É o que malbarata as energias orgânicas, que abusa das funções naturais, o que se
expõe a riscos e desgastes desnecessários; os prazeres desmedidos, a alimentação
desregrada, o uso de tóxicos (fumo, álcool, drogas, etc) são formas indiretas de suicidar-se.
Os Espíritos suicidas por estarem imantados ainda ao nosso mundo material, são
agrupados, por afinidade, há determinadas zonas da espiritualidade, graças a Bondade
Divina, evitando o seu contato mais direto com as criaturas e a consequente perturbação que
essas presenças causariam aos encarnados.
Os suicidas são, graças a Misericórdia Divina, conduzidos, por Espíritos Amigos,
há sessões mediúnicas onde são envolvidos mediunicamente para serem atendidos em suas
necessidades espirituais. Aí são esclarecidos, confortados, consolados, arrependeu-se do erro
cometido e aprendem a utilizar os recursos da oração, desligando-se gradativamente, dos
fluidos grosseiros e dos condicionamentos próprios da vida que interromperam. Geralmente,
após a fase de esclarecimento e arrependimento, voltam ao plano material através da
reencarnação, refletindo no corpo físico as marcas da violência que se lhes gravaram na
mente e no perispírito. Aleijões, malformações, disfunções orgânicas, esterilidade, etc. são
marcas no presente de abusos do pretérito que só a resignação e o trabalho permanente, em
busca de um equilíbrio espiritual, conseguem apagar. Assim também os desajustes
psíquicos, a ansiedade e a depressão sem causas justificadas, a tendência a novo suicídio são
os graves problemas que o Espírito reencarnado tem que enfrentar e tentar vencer.
O grupo mediúnico que se propõe ao atendimento de Espíritos suicidas deve ser
constituído de pessoas com preparo e equilíbrio mediúnico, bem como, ascendência moral; e
devem realizar suas reuniões em ambiente adequado e sem público.
O processo de aproximação do Espírito suicida do médium que lhe vai servir de
intermediário é lento e cuidadoso; aproveitam os mentores espirituais, o momento em que o
médium se desdobra pelo sono para realizar essa tarefa. Assim o médium e o Espírito vão se
familiarizando um com o outro, para que a reunião mediúnica a ser realizada seja proveitosa
e sem incidentes.
RESUMO
Há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser
definido: o princípio vital.
O princípio vital dá às substâncias propriedades que a distinguem das substâncias inor-
gânicas.
Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto.
Tem sua origem na matéria universal modificada, não existindo em estado livre na
natureza, mas sempre em combinação com um ser.
O Espírito somente poderá habitar o corpo físico enquanto este estiver animalizado pelo
princípio vital.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 150
Segundo o Pensamento Espírita o homem é formado por Espírito ou alma, perispírito e
corpo físico. O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos, modificado segundo as
espécies.
A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos.
Quando da morte dos seres orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos
organismos, enquanto que o princípio vital volta a massa donde saiu.
Quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou
muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento
da vida, e o ser morre.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos. Não é
constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie.
A quantidade de fluido vital se esgota se não for renovada pela absorção e assimilação
das substâncias que o contêm. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.
A consequência a que nenhum suicida pode escapar é o desapontamento.
A sorte não é a mesma para todos. Depende das circunstancias.
Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que poderá ser pior do
que aquela que foi interrompida.
No suicida há a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao
corpo. Daí o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se a ilusão em que o Espírito se
conserva de que ainda pertence ao número dos vivos.
O desprendimento do perispírito por ocasião da morte se opera gradualmente e com uma
lentidão muito variável conforme os indivíduos.
Nos casos de morte violenta o Espírito fica surpreendido e não acredita estar morto.
Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito.
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma
espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos
da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angustias e de horror.
Suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente, mas, também, todo aquele
que malbarata as funções orgânicas, abusa das funções naturais, que se expõe a riscos e desgastes
desnecessários.
Reencarnam, após a fase de esclarecimento e arrependimento e trazem marcas que lhes
atestam a violência que cometeram contra si mesmos.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questões 60 a 67; 155 e 165; 943 a 957 – A Gênese,
Cap. X, itens 16 a 19 – O Céu e o Inferno, 2a. Parte Cap. V.
Consultar: O Livro dos Médiuns, item 268 de Allan Kardec e Pão Nosso, Cap. 134 de
Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 152
APARIÇÕES
O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é co-
mum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos.
Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificações
que o tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudan-
ça em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira va-
porosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as proprieda-
des de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar ao
seu estado etéreo e invisível. (É necessário não tomar ao pé da letra a palavra
condensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recurso
de comparação.) Podemos entender esse processo ao compará-lo ao do vapor,
que pode passar da invisibilidade a um estado brumoso, depois ao líquido, a se-
guir ao sólido e vice-versa.
Esses diversos estados do perispírito, entretanto, resultam da vontade do Espíri-
to e não de causas físicas exteriores, como acontece com os gases. O Espírito
nos aparece quando deu ao seu perispírito a condição necessária para se tornar
visível. Mas a simples vontade não basta para produzir esse efeito, porque a
modificação do perispírito se verifica mediante a sua combinação com o fluido
específico do médium. Ora, essa combinação nem sempre é possível, e isso ex-
plica porque a visibilidade dos Espíritos não é comum.
Assim, não é suficiente que o Espírito queira aparecer, nem apenas que uma
pessoa o queira ver: é necessário que os fluidos de ambos possam combinar-se,
para o que tem de haver entre eles uma espécie de afinidade. É necessário ainda
que a emissão de fluido da pessoa seja abundante para operar a transformação
do perispírito, e provavelmente há outras condições que desconhecemos. Por
fim, é preciso que o Espírito tenha a permissão de aparecer para aquela pessoa,
o que nem sempre lhe é concedido, ou, pelo menos, não o é em certas circuns-
tâncias, por motivos que não podemos apreciar. (LM, item 105).
BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO
Esses dois fenômenos são variedades de manifestações visuais. Por mais mara-
vilhosos que possam parecer à primeira vista, facilmente se reconhecerá, pelas
explicações que deles se podem dar, que não saem da ordem dos fenômenos
naturais. Ambos se fundam no princípio de que tudo o que foi dito sobre as
propriedades do perispírito após a morte se aplica ao perispírito dos vivos.
O espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo, pode aparecer como o de um
morto, com todas as aparências da realidade. Além disso, pelos motivos que já
explicamos, pode adquirir tangibilidade momentânea. Foi esse fenômeno, de-
signado por bicorporeidade, que deu lugar às estórias de homens duplos, indiví-
duos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos.
A transfiguração pode ocorrer, em certos casos, por uma simples contração
muscular que dá à fisionomia expressão muito diferente, a ponto de tornar a
pessoa irreconhecível. Observamo-la frequentemente com alguns sonâmbulos.
Mas, nesses casos, a transformação não é radical. Uma mulher poderá parecer
jovem ou velha, bela ou feia, mas será sempre mulher e seu peso não aumenta-
rá diminuirá. No caso de que tratamos é evidente que há algo na teoria do peris-
pírito nos vai pôr no caminho.
Admite-se em princípio que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as apa-
rências. Que por uma modificação das disposições moleculares, pode lhe dar a
visibilidade, a tangibilidade e em consequência a opacidade. Que o perispírito
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 160
de uma pessoa viva, fora do corpo pode passar pelas mesmas transformações e
que essa mudança de estado se realiza por meio da combinação dos fluidos.
Imaginemos então o perispírito de uma pessoa viva, não fora do corpo, mas ir-
radiando ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo como espécie de vapor.
Nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações de quando separado. Se
perder a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, velar-se
como se estivesse mergulhado nevoeiro. Poderá mesmo mudar de aspecto, ficar
brilhante, de acordo com a vontade ou o poder do Espírito. Outro Espírito,
combinando o fluido com esse, pode substituir a aparência dessa pessoa, de
maneira que o corpo real desapareça, coberto por um envoltório físico exterior
cuja aparência poderá variar como o Espírito quiser.
Essa parece ser a verdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém dizer,
da transfiguração. (Ibidem, 114, 119 e 123).
PENETRABILIDADE
Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade, inerente à sua natureza etérea.
Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas, como a
luz atravessa os corpos transparentes. Não há pois, meios de impedir a entrada dos
Espíritos, que vão visitar o prisioneiro em sua cela com a mesma facilidade com
que visitam um homem no meio do campo. (Ibidem, 106).
O PERISPÍRITO E A COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA
Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação de
seus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar uma espécie de
atmosfera fluídico espiritual, comum as suas individualidades, atmosfera essa que torna
favorável a transmissão do pensamento, que se faz assim de Espírito para alma e esta, pela
ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentes
tipos de faculdades (psicofonia, psicografia, etc.).
ALTERAÇÃO TRANSITÓRIA DA FORMA PERISPIRITUAL
No magnífico livro Libertação de André Luiz, deparamo-nos com os casos de
perda ou modificação da forma perispiritual por submissão às ações magnéticas de Espíritos
inferiores altamente inteligentes (licantropia), ou mesmo, pela viciação da mente, saturada
de impulsos inferiores e de sentimentos de vingança, não conseguindo elevar-se e gravitan-
do em derredor das paixões violentas e absorventes que por muitos anos elegeram como centro
de interesses fundamentais, modificando a própria forma perispiritual humana (ovóides). 78
78 Capítulos 6º e 7º, páginas 84 e seguintes, observações sobre estas formas ovóides. Veja também do mesmo autor
Evolução em Dois Mundos – “Parasitas ovóides”.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 161
RESUMO
✔ O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito é um dos mais importantes produtos do fluido
cósmico universal.
✔ O termo perispírito foi criado por Allan Kardec.
✔ A noção de um corpo que envolvesse o Espírito esteve presente em inúmeras religiões e
filosofias do passado, tomando denominações variadas.
✔ Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, forma esse
envoltório a partir dos fluidos ambientes do mundo em que se encontra.
✔ A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento
moral do Espírito.
✔ A constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou
desencarnados que povoam a Terra.
✔ O envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este
realiza em cada encarnação.
✔ O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados,
e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidos
ambientes.
✔ Os fluidos atuam sobre o perispírito; este, a seu turno, reage sobre o organismo material
com que se acha em contato molecular.
✔ Os fluidos de boa natureza causam uma impressão salutar no corpo. Os maus podem
ocasionar desordens físicas.
✔ Por meio de uma espécie de condensação o perispírito, que normalmente é invisível, pode
tornar-se perceptível à vista.
✔ Pode, o perispírito, chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, con-
servando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
✔ A vontade do Espírito é que lhe imprime as modificações que deseje.
✔ Na comunicação mediúnica forma-se entre Espírito e médium uma atmosfera f1uídico-
espiritual que permite a transmissão do pensamento e da vontade daquele para este.
✔ O perispírito pode sofrer transformações transitórias em sua forma desde que o Espírito
se submeta passivamente às ações magnéticas de Espíritos inferiores e de sentimentos de
vingança ou paixões violentas.
✔ O fluido perispirítico constitui o traço de união entre o Espírito e a matéria.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; A Gênese, Cap. XI – itens 17, 18 e 20 e
Cap. XIV – itens 7 a 11 e 18; O Livro dos Espíritos, itens 93/95 e 257; Obras Póstumas, 1°
parte (Manifestação dos Espíritos) e Revista Espirita – dez 1858; Junho 1861; Jan 1865.
Antônio J. Freire. Da Alma Humana – Cap. IV.
Gabriel Delanne. A Alma é Imortal, 3a. parte – Cap. I; O Espiritismo Perante A Ciência. 4a.
parte; A Evolução Anímica, Cap. I (A ação psicológica do perispírito) – A Reencarnação,
Caps. 2, 7 e 13 e Pesquisas sobre Mediunidade, págs. 24, 53, 56, 69, 192 e 304.
Léon Denis. Depois da Morte, Cap. XXI.
Zalmino Zimmermann. Perispírito, Caps. I, II, III, V, IX ao XVIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 163
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Formação e Propriedades do Perispírito. Ensaio Teórico da Sensação dos Espíritos.
(GE, XIV itens 7 a 11 e LE, itens 93 a 95). (LE Questão 257).
Grupo 3 Grupo 4
O Perispírito Como Princípio Das O Perispírito ou Corpo Espiritual
Manifestações – (OP, 1a. Parte – (DM, 3a. Parte – Cap. XXI).
Manifestação dos Espíritos, itens 9 a 14). (EPC, 4a. Parte – Cap. I – Que é o Perispírito).
fenômeno mediúnico está entregue ao médium, pois, se algo lhe for acontecer,
ele poderá despertar automaticamente. O mesmo não acontece no fenômeno
obsessivo, como já foi estudado.
A mediunidade inconsciente é das mais raras no gênero. Para que o médium se
entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele
tenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e,
principalmente, no ambiente espiritual da reunião que frequentada.
Vejamos, agora, o que se passa com o médium. Ele é, logo que o
fenômeno começa, absolutamente inconsciente. Momentanea-
mente, seu cérebro fica quase todo a disposição do Espírito, que
dele se serve sem que o encarnado tenha consciência das ideias
que ali se agitam. É uma verdadeira ação reflexa, determinada
por uma influência espiritual, e por intermédio do fluido nervoso.
(EPC, p. 265).
ASSIMILAÇÃO DAS CORRENTES MENTAIS
O fenômeno da psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamado
envolvimento mediúnico que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratórias
próprias do médium com as do Espírito comunicante.
No fenômeno mediúnico, durante o transe, o médium apresenta condições favo-
ráveis à assimilação das correntes mentais com as quais se afiniza. Isso se dá pela irradiação
ou exteriorização perispirítica, que permite ao médium maior liberdade, podendo ser influ-
enciado pelo campo vibratório de Espíritos desencarnados. Havendo a sintonia vibratória o
médium passa a sentir, receber ou entenderas vibrações mentais da entidade comunicante.
Todavia, essa assimilação de correntes mentais não se dá apenas entre os dois
participantes do fenômeno mediúnico, pois as demais pessoas que participam da reunião
têm importância fundamental, podendo colaborar decisivamente para o bom êxito da
empreitada, como também ser causa marcante no fracasso da ligação médium Espírito, por
ter, através de seus pensamentos, determinado um clima contrário à realização do fenômeno.
Assim, todos os participantes, médiuns, orientador, Espírito comunicante, mentores
espirituais, têm grande importância na realização do intercâmbio mediúnico. Muitas vezes,
embora o médium esteja em boas condições, o fenômeno não se dá por falta de ambientação
adequada e segurança para a realização da delicada tarefa do intercâmbio mediúnico sem
riscos para a sua integridade física e psíquica.
RESUMO
Incorporação mediúnica é a forma de mediunidade que se caracteriza pela
transmissão falada das mensagens dos Espíritos.
Oferece a oportunidade de diálogo com os Espíritos, sendo portanto uma das
mais úteis.
Quanto melhor treinado estiver, o médium poderá servir com maior fidelidade de
intérprete da palavra dos Espíritos.
Também denominada psicofonia, preferindo alguns essa denominação porque o
termo incorporação sugeriria penetração do Espírito comunicante no corpo do médium.
Classifica-se a mediunidade em consciente, semiconsciente e inconsciente.
O médium consciente é aquele que durante o transcorrer do fenômeno tem
consciência plena do que está ocorrendo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 168
O médium transmite a mensagem do Espírito conforme sua capacidade intelectu-
al, vocabulário, etc.. O médium è como que um intérprete da ideia sugerida pelo Espírito.
Quanto maior for a cultura do médium e as suas qualidades morais, tanto mais
proveitosa será esta forma de mediunidade.
Na forma de semiconsciência o médium sofre uma semi-exteriorização perispiritual.
Nesta forma o médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite à
medida que os pensamentos vão passando pelo seu cérebro.
Na mediunidade inconsciente o médium não tem consciência quanto à mensagem
que por seu intermédio é transmitida.
Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que
está se verificando.
O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pelo bom
desempenho mediúnico.
Ao recobrar a plena consciência, o médium nada ou pouco recordará do ocorrido.
O fenômeno da incorporação mediúnica é caracterizado pelo chamado envolvimento
mediúnico que significa entrosamento de correntes mentais e vibratórias próprias do
médium com as do Espírito comunicante.
Bibliografia:
Léon Denis. No Invisível – 2a. Parte, Cap. XIX.
Francisco Cândido Xavier. Missionários da Luz, cap. VII e XVI e Nos Domínios da
Mediunidade, Cap. V.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. 9
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 3
82 O termo subconsciência ou subconsciente (literalmente, “abaixo da consciência”). Apesar de ser um termo pouco
usado na terminologia científica, é muito difundido na cultura popular (O Ser Subconsciente de Gustave Geley), onde é
utilizado ora como sinônimo de “inconsciente” ou de “pré-consciente” (termos da teoria psicanalítica), ora, quando não
se deseja fazer referência à obra de Sigmund Freud, para indicar de maneira geral todo o conteúdo da mente que não é
acessível à consciência. Em sentido amplo, o subconsciente é, assim, a parte da mente não diretamente acessível ao
indivíduo, mas alcançável através de técnicas diversas como a hipnose, a psicoterapia, as mensagens subliminares etc.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 173
CENTROS DE FORÇAS
No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel
mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana
intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É
nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande
maioria deles, a potência divina dorme embrionária. (Ibidem, 13).
Estamos imersos num mar de fluidos, derivados do Fluido Cósmico Universal, e
absorvendo e metabolizando o Fluido Vital, que por si só, separado da matéria, que animali-
za, não tem existência. Essa absorção que se da automaticamente é feita pelos denominados
Centros de Força ou Chakras83, “pontos existentes no corpo espiritual em conexão perma-
nente com os plexos (rede ou interconexão de nervos e vasos sanguíneos ou de vasos linfáti-
cos), dos quais flui energia em constante intercâmbio de um para outro. Temos, assim, a
energia se movimentando dentro dos centros de força em comunhão constante com os ple-
xos, produzindo diferentes estados mentais. Temos esses pontos em diversas partes do cor-
po, cada centro correspondendo a um órgão específico do corpo e a um aspecto de nossa vi-
da, desde o instinto básico de sobrevivência até a mais alta frequência de consciência. Na vi-
são orientalista, esses centros de força são considerados e muitas vezes chamados de ‘lótus’
(flor com muitas pétalas), roda (cakra) ou mesmo ‘centros’, que constituem a sede dos ele-
mentos do corpo”.84
André Luiz, no livro Entre a Terra e o Céu, refere-se a denominação Centros de
Força para designar esses centros perispirituais. O instrutor Clarêncio, estudando a fisiologia
do perispírito explica a André Luiz a existência dos Centros de Força e os apresenta em
número de sete principais.
Centro Coronário: Expressão máxima do veículo perispiritual, considerado pela
filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em
razão do seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a
mente, fulgurante sede da consciência. Esse centro recebe em primeiro lugar os
estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando, todavia, com eles em
justo regime de interdependência. Dele emanam as energias de sustentação do
sistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação das
células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos
indispensáveis á estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador das
energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior, capazes de favorecer a
sublimação da alma. Relaciona-se materialmente com a Epífise. (p. 72)
Centro Cerebral: Também denominado Frontal, responsável direto pelo funciona-
mento dos centros superiores do processo intelectivo, bem como do sistema ner-
voso central (visão, audição, tato, etc.). é no Centro Cerebral que possuímos o co-
mando do núcleo endócrino, referentes aos poderes psíquicos. Relaciona-se com
os lobos Frontais.
Centro Laríngeo: Que preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades do
Timo, da Tireoide e das Paratireoides. Está relacionado materialmente com o
plexo cervical.
Centro Cardíaco: Que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral, bem
como é o responsável pelo funcionamento do coração e do aparelho circulatório.
Relaciona-se com o plexo cardíaco.
Bibliografia:
Francisco Cândido Xavier – Missionários da Luz; Caps. 1 e 2 e Entre a Terra e o Céu, Cap. 20;
Mecanismos da Mediunidade, Cap. 10 (item Corrente Mental Humana) e Evolução Em Dois
Mundos, Cap. 2.
Gustave Geley – O Ser Subconsciente, 2o. Capítulo, item IX.
Consultar: Encontro Marcado, Cap. 56 e Pão Nosso, Cap. 175 de Francisco Cindido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 177
DESDOBRAMENTO MEDIÚNICO
Não devemos confundir médium de desdobramento com médium de transporte.
Médium de Transporte é o de efeitos físicos, que serve de instrumento para que os
Espíritos transportem objetos, flores, etc, do exterior para o interior e vice-versa. 89
86 Eusápia Palladino (1854-1918) médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a
experiências pelos cientistas da época, tais como Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, César Lombroso, Charles
Richet, Enrico Morselli, Pierre Curie, Sir Oliver Lodge e outros.
87 Francisco Peixoto Lins (1905-1966), famoso médium de efeito físico e receituário brasileiro. Apesar de sua
eficiência no receituário mediúnico, foi portador de asma, e compreendia ser essa a sua provação terrena. Apesar dos
sofrimentos, era alegre e brincalháo, e por muitos considerado uma criança grande. Como médium nunca cobrou por
seus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército,
reformado que foi no posto de capitão. Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Allan Kardec, em
todos os Grupos ou Centros por ele fundados. Dedicou-se ao tratamento de casos de obsessão, chegando mesmo a, por
várias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios e
sofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca de servir.
88 https://florescendonooutono.blogspot.com.br/2011/06/peixotinho-o-maior-medium-de-efeitos.html
89 Bozzano, E. Fenômenos de Transporte, Categorias I e II.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 189
Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de des-
prender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual, a fim de
colaborar nos serviços, consolando ou curando.
O médium de desdobramento que deseja aprimorar a sua faculdade e aumentar os
seus recursos, não pode prescindir de condições de ordem moral, tais como: vida honesta,
aspirações elevadas, cultivo de pensamentos elevados, disciplinação da vontade e da con-
centração, cultivo da prece e exercício regular em ambiente equilibrado e propício. Deve
ainda contar com a sustentação vibratória, responsável e consciente dos componentes do
grupo e, em certos casos, o auxílio magnético dos encarnados, primando pela espontaneidade.
RESUMO
Espírito embora preso ao corpo pelo perispírito, alonga a cadeia que o prende e
transporta-se a pontos distantes, quer sobre a Terra, quer no espaço.
Este fenômeno é chamado emancipação da alma, fenômeno que se produz
sempre durante o sono.
Quanto mais grosseiro é o invólucro que prende o Espírito, mais deseja este a
libertação.
Durante o sono afrouxam-se os laços que prendem o Espírito ao corpo e ele se
lança pelo espaço e entra em relação direta com os outros Espíritos. Esta liberdade
temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos.
Quando o corpo repousa tem o Espírito mais faculdades que no estado de vigília.
Os Espíritos que não se acham muito ligados is coisas materiais quando dormem,
buscam os seres que lhes são superiores; com eles viajam, conversam e se instruem.
Trabalham mesmo em obras espirituais.
Os Espíritos que se comprazem com as coisas materiais e as paixões do mundo,
esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores ã terra, onde os chamam velhas
afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que tanto se deleitam.
Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo
dos Espíritos. Os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e
pusilânimes.
Os sonhos são efeitos da emancipação da alma; daí uma espécie de clarividência
indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí
também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das
existências anteriores.
Sob a influência magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão
afrouxando pouco a pouco e o desprendimento atinge todas as gradações.
A alma aumenta sua lucidez, sua penetração se intensifica, o círculo de suas
percepções se dilata. O ser já vive então da vida do Espírito e utiliza as suas capacidades.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 190
A ação da alma, a distância, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenos
da transmissão do pensamento e da telepatia.
As vezes, durante o sono ou na vigília a alma se exterioriza, se objetiva em sua
forma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno do “fantasma dos vivos”.
Médium de transporte é o de efeitos físicos que permite aos Espíritos o transporte
de objetos para lugares próximos ou distantes.
Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de
desprender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, itens 400 a 418 – A Revista Espírita, dez 1858, jul
l865, Jun 1866.
Léon Denis. No Invisível, 2a. Parte, Cap. XII e XIII – Depois da Morte, Cap. XI.
Francisco Cândido Xavier. Mecanismos da Mediunidade, Cap. XXI – Nos Domínios da
Mediunidade, Cap. XI e XIX.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XV.
César Lombroso. Hipnotismo e Mediunidade, Segunda Parte.
R. A. Ranieri. Materializações Luminosas, Primeira Parte e Terceira Parte.
Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. I.
Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. XII, XIV.
RESUMO
Para explicar o conjunto dos fenômenos supranormais, o Animismo e o
Espiritismo são indispensáveis e não podem separai-se, pois são efeitos de uma causa única
– o espírito humano – que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a
encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente,
durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos.
O termo ANIMISMO vem do latim anima que quer dizer alma. Originados da
própria alma do médium ou sensitivo, através do desdobramento do perispírito ou corpo
espiritual, os fenômenos anímicos podem comportar efeitos físicos ou efeitos intelectuais.
Os fenômenos anímicos dividem-se nos quatro grupos seguintes: 1) Fenômenos
de Telepatia – transmissão de impressões a distância; 2) Fenômenos Telecinéticos –
deslocamento de objetos a distância; 3) Fenômenos Telefânicos – aparições a distância; 4)
Fenômenos Teleplásticos – formação de corpos materializados.
As faculdades supranormais subconscientes que se manifestam através dos fenô-
menos anímicos são reguladas pela “lei de afinidade”, que no universo físico apresenta-se
pelas forças de “atração e repulsão” e, em ambiente psíquico se expressa sob a forma de “lei
ação psíquica”, que circunscreve em limites relativamente estreitos os poderes daquelas fa-
culdades.
Conforme a lei de relação psíquica, para que pessoas distantes umas das outras
estabeleçam contato e registrem as vibrações psíquicas, ocorrendo, por conseguinte, o
fenômeno anímico, é necessário que entre elas haja vinculações, ou afetivas ou de outras
maneiras, em obediência ao princípio de sintonia.
De acordo ainda com a lei de relação psíquica, o médium ou sensitivo só chega a
colher informações das subconsciências das pessoas distantes quando o sensitivo ou
médium conhece a pessoa ausente, ou, se tal não se dá, quando o experimentador a conheça
e, ainda, em falta desta circunstância, quando seja entregue ao sensitivo ou médium um
objeto que a pessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).
O animismo pode ocorrer também de forma anômala, nos casos de obsessão,
quando o próprio subconsciente da pessoa projeta situações desequilibradas do passado
reencarnatório.
O animismo demonstra que pela capacidade de desdobramento do perispírito, a
alma do encarnado pode realizar – embora menos bem – o que realiza um Espírito
desencarnado, obedecendo as mesmas leis e em certas condições (sono fisiológico, sono
sonambúlico, etc.).
Bibliografia:
Ernesto Bozzano. Animismo ou Espiritismo? Cap. I a IV e Conclusões.
Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. IV.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVI.
Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22 – Mecanismos da
Mediunidade, Cap. 23.
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Parte 2. Cap. VIII e O Livro dos Médiuns, Parte 2., Cap. VII.
Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. III, VI a VIII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 1.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 197
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
O Animismo – Mediunidade e Animismo - Fenômeno Mediúnico e Fenômeno Anímico.
Semelhança das Criaturas (A ou E, Cap. III).
(MM, Cap. 23). Desobsessão e Animismo (MM, Cap.23).
Grupo 3 Grupo 4
Animismo e Mistificação Inconsciente. Animismo e Hipnose – Animismo e
(NDM, Cap. 22). Criminalidade.
Obsessão e Animismo (MM, Cap.23). (MM, Cap.23).
RADIAÇÕES
Rogando aos companheiros reunidos vibrações de amor e tran-
quilidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas as
tarefas desobsessivas propriamente ditas, suspenderá a palavra,
pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de que
ele mesmo e os integrantes do círculo formem correntes mentais
com as melhores ideias que sejam capazes de articular, seja pela
prece silenciosa, seja pela imaginação edificante.
Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos de
paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequado
clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais
presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos,
em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos de-
sencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de am-
paro espiritual a distância.
Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do con-
junto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na ora-
ção, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencar-
nados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes
dos hospitais e os irmãos carecentes de socorro e de alívio, in-
ternados em casas assistenciais e instituições congêneres.94
Bibliografia:
Léon Denis. No Invisível, 1a. Parte, Cap. V.
Gabriel Delanne, Fenômeno Espírita, 3a. Parte.
Consultar: Vinha de Luz, Caps. 37 e 167 – Fonte Viva, Cap. 149 – Seara dos Médiuns, Caps.
9, 48 e 58, Pão Nosso, Cap. 33; Caminho, Verdade e Vida, Caps. 10, 14, 34, 42, 52, 60, 100
e 148 – O Consolador, Questão 37 e ss. de Francisco Cândido Xavier..
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 205
1 A
2 N
3 Í
4 M
5 I
6 C
7 O
Bibliografia:
Evangelho No Lar (Distribuição Gratuita Impressa e via Internet – é só baixar e praticar).
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVIII – Estudando o Evangelho, Caps. VI e VII.
Léon Denis, No Invisível, 1a. Parte, Cap.VII.
Francisco Cândido Xavier. Desobsessão, Cap. 70 – Lei de Amor, perg. 11 – Temas da Vida, p. 8
Jaci Régis & Marlene S. Nobre & Nancy P. Girolano – A Mulher na Dimensão Espírita.
Friedrich Engels. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Cap. II.
D. W. Winnicott. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
Bibliografia:
Francisco Cândido Xavier. Palavras de Vida Eterna, Cap. 122 – Religião dos Espíritos,
Cap. 16 – O Consolador, Q. 242.
José Herculano Pires. Mediunidade, Caps. I a III, IX e XIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 224
30a. SESSÃO TEÓRICA
ESPIRITISMO E KARDEC – METAPSÍQUICA – HIPNOTISMO
PARAPSICOLOGIA – EVANGELHO
ESPIRITISMO E KARDEC
O fenômeno mediúnico é uma ocorrência tão antiga quanto o homem Por ser a
mediunidade uma faculdade inerente ao ser humano, desde todas as épocas ela se tem mani-
festado e sido motivo de espanto, de respeito, ensejando manifestações religiosas em sua de-
corrência. A partir, porém, do século passado, com os estudos sérios realizados pelo Prof.
Hippolyte Leon Denizard Rivail, os fenômenos de efeitos físicos e inteligentes foram obser-
vados em detalhes e tiradas as conclusões necessárias, formando-se então um corpo de co-
nhecimento de nome Espiritismo.
O Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência do Cristi-
anismo em seus fundamentos mais simples. Descerrando a cortina densa, posta-
da entre os dois mundos, nos domínios vibratórios em que a vida se manifesta,
mereceu, desde a primeira hora de suas arregimentações doutrinárias, o interes-
se da ciência investigadora que procura escravizá-lo ao gabinete ou ao labora-
tório, qual se fora mera descoberta de energias ocultas da natureza, como a da
eletricidade, que o homem submete ao seu bel-prazer, na extensão de vantagens
ao comodismo físico. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).
O Espiritismo é uma Nova Ciência nascida da observação e fruto da revelação
dos Espíritos Superiores, tendo sido codificado por Allan Kardec, de 1857 a 1868.
ESPIRITISMO E METAPSÍQUICA
A Ciência oficial não admite as comunicações espirituais ou mesmo a existência
do mundo espiritual, tendo, no decorrer do tempo, formado inúmeras associações,
sociedades e comissões com o fito de desmascarar o grande embuste, como eram
denominadas tais verdades. Todavia, quanto mais se constituíam comissões, algumas delas
presas ao espírito de sistema e à negação do fenômeno, mais aumentava o número dos adeptos.
A ciência (ou o que passa por tal) localiza-se em um campo de saber e nele tem
um papel, que varia conforme as diferentes formações discursivas e que se mo-
difica de acordo com suas mutações.
A influência da ideologia sobre o discurso científico e o funcionamento ideoló-
gico das ciências não se articulam no nível de sua estrutura ideal (mesmo que
nele possam traduzir-se de uma forma mais ou menos visível), nem no nível de
sua utilização técnica em uma sociedade (se bem que esta possa aí entrar em vi-
gor), nem no nível da consciência dos sujeitos que a constroem; articulam-se
onde a ciência se destaca sobre o saber.103
Quando a Ciência sai da observação material dos fatos e trata de apreciá-los e
explicá-los, abre-se para os cientistas o campo das conjecturas (ideológicas):
cada um constrói o seu sistemazinho, que deseja fazer prevalecer e sustenta en-
carniçadamente. Não vemos diariamente as opiniões mais contraditórias serem
preconizadas e rejeitadas, repelidas como erros absurdos e depois proclamadas
como verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos
julgamentos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida é a opi-
nião do homem prudente. (LE, Introdução, Item VII).
Alguns homens de Ciência convenceram-se a respeito da autenticidade dos
fenômenos. Entre eles estava o sábio russo Alexandre Aksakof (1832-1903), que em 1884
ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA
Interessada no fenômeno, a especulação analisa-lhe os componentes,
acreditando encontrar, no intercâmbio entre as duas esferas, nada mais que
respostas a velhas questões de filosofia, sem qualquer consequência de ordem
moral, na experiência humana. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).
Por volta do ano de 1930 O Prof. Joseph Banks Rhine, iniciou os estudos que
vieram desembocar na estruturação de um novo ramo da Ciência preocupada em estudar os
fenômenos chamados inabituais. Enquanto o método da Metapsíquica se baseava no aspecto
qualitativo do fenômeno e no testemunho pessoal dos que presenciavam os mesmos, a
Parapsicologia introduziu o método quantitativo, procurando estabelecer um meio que
pudesse fazer com que os fenômenos se reproduzissem sob determinadas condições.
Esse novo mundo é somente novo para a ciência. Sempre esteve presente. As
suas manifestações espontâneas exibiram-se em todas as culturas humanas de
que há notícia aos olhos e aos ouvidos dos homens. Quase todos estão mais ou
menos familiarizados com elas; chamam-se comumente de experiências
“psíquicas” ou, mais profissionalmente, ocorrências psi. O ramo da ciência que
resultou do estudo desses fenômenos psíquicos foi conhecido primeiramente
como pesquisa psíquica; chama-se atualmente parapsicologia. Essas
experiências espontâneas ainda servem de introdução ao campo, muito embora
só por si não se considerem como prova suficiente.108
Considera-se como fenômeno normal todo aquele cujo mecanismo causal e efi-
ciente se enquadra no conjunto das leis conhecidas e aceitas que governam os processos na
natureza. O termo paranormal engloba todos os fenômenos que se dizem incomuns e não se
sabe e nem se domina ainda as leis que o regem. Não deve confundir -se paranormal com
sobrenatural que é uma ocorrência absurda, que derroga a lei natural, milagrosa, que não é
aceita pela Ciência e nem pelos que usam o bom-senso, aqueles que sabem que tudo o que
ainda não conhecemos deveremos conhecer futuramente graças à evolução permanente do
Espírito. O que se chama de sobrenatural está no campo da nossa ignorância.
O fenômeno paranormal tem características especiais, que são: Raridade e
fugacidade da ocorrência observável; dificuldade de repetir-se à vontade o fato; o caráter de
inesperado e imprevisível, o que dificulta e complica o preparo do registro; o aspecto
inteligente e intencional de tais fenômenos, que muitas vezes burla o controle e a vigilância
do observador; a insegurança e imprecisão dos testemunhos puramente pessoais; a
semelhança de certos fenômenos paranormais, com acontecimentos tipicamente normais; a
profunda ignorância dos pesquisadores com relação ao mecanismo e às leis desses fenômenos.
Desde então tem havido sujeitos que não se saem igualmente bem nas
experiências de telepatia ou de clarividência, mas tais exceções não contrariam
os resultados primitivos. Indicam somente que outros fatores que não as
aptidões podem influir nos resultados, como, por exemplo, as opiniões do
sujeito ou mesmo do experimentador com relação às aptidões em causa.109
Nem todo fenômeno paranormal é um fenômeno psíquico, podendo ocorrer fora
da esfera psicológica, sobre objetos e coisas, não dependendo diretamente do psiquismo das
pessoas envolvidas na ocorrência.
Todos os fenômenos paranormais, após o Congresso Internacional de Para-
psicologia, na cidade de Utrecht, na Holanda em 1953, passaram a ter a denominação de
Fenômenos PSI proposta por Thouless e Wiesner.
108 Rhine, J. B. O Novo Mundo do Espírito, págs. 6.
109 Ibidem, p. 27.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 230
Os fenômenos Psi (paranormais) dividem-se em: Fenômenos Psi-Gama e
Fenômenos Psi-Kapa.
Os Fenômenos “Psi-Gama”, são os fenômenos subjetivos, que ocorrem na área
intelectual do dotado. Subdividem-se em:
1. Telepatia – comunicação direta de uma mente com outra sem os meios in-
termediários comuns;
2. Clarividência – percepção dos fatos e fenômenos do mundo físico inde-
pendente do uso dos sentidos fisiológicos normais;
3. Post e precognição – conhecimento imediato de fatos já acontecidos ou por
acontecer, sem nenhuma informação normal, previa, direta ou indiretamente
relacionada com eles.
Os Fenômenos “Psi-Kapa” são objetivos, materiais, são os fenômenos de
psicocinesia. Atualmente alguns pesquisadores tendem a admitir uma terceira categoria de
Fenômenos Psi, oriundos de mentes de seres incorpóreos, sobreviventes à morte do corpo
físico, seriam os fenômenos Psi-Theta. Se admitida esta terceira categoria, boa parte dos
fenômenos Psi-Gama e Psi-Kapa passariam a ser considerados Psi-Theta.
Poderíamos situar a Parapsicologia na atualidade como um ramo das pesquisas
paranormais que têm interpretações diferentes. Inclusive a própria Parapsicologia já está
sendo substituída por outras Ciências como a Psicobiofísica, a Psicotrônica, etc. que dão
uma visão mais abrangente do que a Parapsicologia ortodoxa e tradicional.
De uma maneira geral, poderíamos dizer que na atualidade, os referenciais
teóricos que buscam a explicação dos fenômenos paranormais, são:
Teoria Russa – Abrange além da Rússia outros países que formavam a antiga “Cortina de
Ferro”. Exite até mesmo um livro que vale a pena a leitura e o estudo detalhado que trata
dos fenômenos paranormais de nome Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro de
Sheila Ostrander e Lynn Schroeder.
A postura de tais experimentadores é eminentemente materialista dialética, isto é,
todos os fenômenos são explicados pela matéria, embora uma matéria que esteja além dos
limites da física conhecida. O conceito espiritual é inteiramente colocado de lado, o conceito
metafísico é negado. (LE, item 82).
Se amanhá os parapsicólogos russos, por ventura, depararem-se com uma materi-
alização como a de Kate King, não a atribuirão, por certo, à existência do Espírito (conceito
metafísico). Para eles será apenas a forma assumida pelo bioplasma sob a ação de campos este-
reobioenergéticos oriundos de um domínio informacional remanescente de uma pessoa falecida.
Teoria Norte-Americana – Liderada pelo pai da Parapsicologia, Joseph Banks Rhine, tem
uma conotação espiritualista, embora seu autor nunca se tenha afirma do como tal. Rhine
acredita que os fenômenos paranormais são devidos ao chamado fator Psi que estaria fora da
matéria física mas manteria com ela ligações de cunho energético. Como tal conceito se
aproxima muito dos conceitos metafísicos de alma ou Espírito é conhecida como corrente
espiritualista. Admite-se em seu seio que certos fenômenos são produzidos por agentes es-
peciais que vivem em dimensão diferente da nossa depois de aqui terem vivido e morrido fi-
sicamente: são os agentes Theta.
Teoria Francesa – Inicialmente defendida por Robert Amadou (1924-2006), mistura
conceitos sobrenaturais com milagres, derrogações das Leis Divinas com fenômenos nitida-
mente psicológicos. É a corrente católica da parapsicologia que não tem interesse em
investigação, mas apenas o de confundir as coisas com a finalidade de atacar o Espiritismo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 231
ESPIRITISMO E EVANGELHO
De nada adianta a criatura humana tomar conhecimento da existência de um
outro mundo que nos cerca, e cujos fenômenos constituem sua prova irretorquível, como
pouco ou nada adiantara à criatura humana conhecer de cor a terminologia metapsíquica e
parapsicológica, argumentando com eficiência sobre a fenomenologia paranormal, se não
tomar consciência de que é um ser sujeito à evolução permanente, cabendo a si, dirigir o seu
destino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.
Desde o ano de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, a humanidade
ganhou o roteiro Filosófico do estudo da espiritualidade. Com O Livro dos Médiuns, passou
a conhecer a Ciência Experimental do mundo invisível e com O Evangelho Segundo o
Espiritismo, as explicações e orientações Morais Deliberativas, baseadas nos ensinos de
Jesus, capazes de permitirem ao homem encontrar o Caminho, a Verdade e a Vida.
As matérias contidas nos Evangelhos podem ser divididas em cinco partes: os
atos comuns da vida do Cristo, os milagres, as predições, as palavras que
serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral.
Se as quatro primeiras partes foram objeto de controvérsias, a última permane-
ceu inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se inclina; é
o território onde todos os cultos podem se encontrar, a bandeira sob a qual to-
dos podem se abrigar, quaisquer que sejam as suas crenças, porque ela jamais
foi o motivo das disputas religiosas, levantadas sempre, e por toda a parte, por
questões de dogma. Aliás, se o discutissem, as seitas nele teriam encontrado
sua própria condenação, porque a maior parte se apega mais à parte mística que
à parte moral, que exige a reforma de si mesmo. (ESE, Introdução, item I).
RESUMO
A mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano e o fenômeno mediúnico
ocorreu em todas as épocas, ensejando, inclusive, manifestações religiosas.
Com o Espiritismo, no Séc. XIX, estudou-se metodicamente o fenômeno
mediúnico nos seus aspectos físicos e inteligentes e, através dele estabeleceu-se a Doutrina
Espírita, codificada por Allan Kardec.
A Ciência oficial não admitiu de pronto as verdades reveladas pelos Espíritos.
O fisiologista francês Charles Richet fundou a metapsíquica e, em 1922, apre-
sentou à Academia de Ciências o seu Tratado de Metapsíquica.
Os fenômenos metapsíquicos podem ser divididos em: criptestesia, teleocinesia e
ectoplasmia.
Em torno de 1930 Joseph Banks Rhine, da Universidade de Duke, Carolina do
Norte, EUA, iniciou seus estudos sobre os fenômenos inabituais, denominados paranormais
e fundou a parapsicologia, utilizando o método quantitativo.
O termo paranormal engloba todos os fenômenos incomuns e não se sabe nem se
domina ainda as leis que o regem.
Não se deve confundir paranormal com sobrenatural. O fenômeno paranormal
tem características especiais.
Os fenômenos paranormais são denominados fenômenos Psi e dividem-se em
Psi-Gama e Psi-Kapa. Admite-se uma terceira categoria de fenômenos paranormais chama-
dos Psi-Theta.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 232
Na atualidade, trés teorias buscam explicar os fenômenos paranormais: a Russa
ou Soviética, a Norte-Americana e a Francesa. Cada uma tendo suas próprias verdades sobre
os chamados fenômenos paranormais.
O humano deve tomar consciência de que é um ser sujeito a evolução permanen-
te, cabendo a si dirigir o seu destino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.
Bibliografia:
Allan Kardec. Revista Espírita, Jan., Fev.e Abr./l866 e Dez./1868.
Carlos Imbassahy. Hipóteses em Parapsicologia – Ciência Metapsíquica: dos Fatos à
Doutrina – Ciência Metapsíquica.
César Lombroso. Hipnotismo e Espiritismo, Edição LAKE ou Hipnotismo e Mediunidade,
Edição FEB e Edição pdf.
Charles Richet. Tratado de Metapsíquica – Volume Único (Edição pdf).
Epes Sargent. Bases Científicas do Espiritismo (Edição pdf).
Ernesto Bozzano. Fenômenos de Telecinesia em relação aos acontecimentos de morte (pdf).
Frederic William Henry Myers, A Personalidade Humana (Edição pdf).
Gustave Geley. Do Inconsciente ao Consciente – Resumo da Doutrina Espírita – O Ser
Subconsciente – A Reencarnação (Edição pdf).
Jorge Andréa. Correlações Espírito-matéria – Visão Espírita nas Distonias Mentais (pdf).
José Herculano Pires. Parapsicologia Hoje e Amanhã (Edição pdf).
Joseph Banks Rhine. O Alcance do Espírito – O Novo Mundo do Espírito (Edição pdf).
Julian Ochorowicz. A Sugestão Mental (Edição pdf).
Oliver Lodge. Raymond: Uma Prova da Sobrevivência da Alma – Porque Creio na
Imortalidade da Alma (Edição pdf).
Zêus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo (Edição pdf).
Hernani Guimarães Andrade. A Matéria PSI (Edição pdf.) – Parapsicologia: Uma Visão
Panorâmica, Editora Fe, 2002.
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5 P
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