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2017

I
II
Rua: Desembargador Hugo Simas, 137
CEP. 83203-742 – Centro Histórico, Paranaguá/PR

VOLUME ÚNICO
Revisto e Atualizado
Novo Acordo Ortográfico e Obras Complementares

Janeiro de 2018
“O Espiritismo é uma racionalidade filosófica” (Alysson Mascaro, 2014).

I
ABREVIAÇÕES DOS LIVROS UTILIZADOS NA APOSTILA DO COEM

A ou E – Animismo ou Espiritismo? – Ernesto Bozzano. (Edição pdf).


CE – O Centro Espírita – José Herculano Pires. (Edição pdf).
CERE – Centro Espírita: Uma Revisão Estrutural – Mauro De Mesquita Spinola (Edição pdf).
CI – O Céu e o Inferno – Allan Kardec. (Edição pdf).
CVV – Caminho, Verdade e Vida – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).
DM – Depois da Morte – Léon Denis. (Edição pdf).
EA – Evolução Anímica – Gabriel Delanne. (Edição pdf).
EDM – Evolução em Dois Mundos – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).
EM – Estudando a Mediunidade – Martins Peralva. (Edição pdf).
EPC – O Espiritismo Perante a Ciência – Gabriel Delanne. (Edição pdf).
ESE – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec. (Edição pdf).
ETC – Entre a Terra e o Céu – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).
FE – O Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne. (Edição pdf).
GE – A Gênese – Allan Kardec. (Edição pdf).
LE – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec. (Edição pdf).
LM – O Livro dos Médiuns – Allan Kardec. (Edição pdf).
ML – Missionários da Luz – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).
MM – Mecanismos da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).
NDM – Nos Domínios da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier (Edição pdf).
NI – No Invisível – Léon Deni (Edição pdf).
OP – Obras Póstumas – Allan Kardec. (Edição pdf).
OVE – Obreiros da Vida Eterna – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).
PHA – Parapsicologia Hoje e Amanhã – José Herculano Pires. (Edição pdf).
PSM – Pesquisa Sobre Mediunidade – Gabriel Delanne. (Edição pdf).
QE – O Que é o Espiritismo – Allan Kardec. (Edição pdf).
RE – Revista Espírita (1858-1869) – Allan Kardec. (Edição pdf).
SM – Seara do Médiuns – Francisco Cândido Xavier. (Edição pdf).

Edição pdf – Livros e artigos disponíveis na Internet para leitura ou download gratuito.

Ibidem – “No mesmo lugar”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonte
repetida, na nota subsequente, da mesma obra (consequentemente, do mesmo autor),
variando as páginas ou itens.

Idem – “Idêntico”. É usado nas citações de um texto para referir uma fonte repetida
(consequentemente, do mesmo autor), na mesma página ou item. Sem precisar repetir a
página ou item.

II
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 1

INTRODUÇÃO
O COEM, CENTRO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO
MEDIÚNICA, é um programa de estudos que tem como base O Livro dos
Médiuns e as demais obras da Codificação, bem como algumas obras
subsidiárias que utilizam o processo preconizado por Allan Kardec do
aprendizado sistemático e gradativo, partindo do simples para o complexo.
O COEM se inspira no plano de 1868, apresentado por Allan
Kardec, que estabeleceu o Estudo Metódico e Sistematizado da Doutrina
Espírita e da Mediunidade, como base essencial do aprendizado.
Este trabalho veio preencher uma lacuna que, há muito se sentia
nas práticas mediúnicas espíritas – a falta de um programa Metódico e
Sistematizado de estudos e de treinamento progressivo da mediunidade.
O COEM compõe-se de sessões teóricas e de sessões de
exercícios práticos, onde se faz o aprendizado teórico dos temas e também
o exercício gradativo da mediunidade, como ensinado por Allan Kardec.
Os exercícios práticos vão gradativamente aumentando o seu tempo de
duração, partindo do treinamento da concentração até atingir o
desenvolvimento de suas potencialidades mediúnicas.
O curso “consiste em indicar os meios de desenvolvimento
da faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam as
disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego
de modo útil, quando ela exista. Esse, porém, não constitui o
fim único a que nos propusemos”. (LM, Introdução).
O COEM está hoje em um Único Volume. Este compreende as
sessões teóricas, as sessões de exercício prático, os roteiros para estudo
dirigido, os testes de fixação e se reserva ao uso dos participantes.
O Manual de Aplicação, apresenta a metodologia do COEM com
orientações detalhadas sobre constituições de grupos, programações,
calendários, estudos em grupo, fichas de controle individual, gabaritos dos
testes de fixação e sistema de avaliação dos participantes, para que possam
ser encaminhados aos diversos trabalhos do Casa Espírita, etc. Esse
manual é para uso dos aplicadores deste programa.
O COEM não tem a pretensão de ser o único e Infalível método
para o conhecimento da mediunidade e sua aplicação, muito menos a de
uniformizar a prática espírita, mas sim é um esforço de uma equipe de
espíritas preocupados com a orientação da mediunidade dentro dos
princípios fundamentalmente codificados por: ALLAN KARDEC.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 2
1a. SESSÃO TEÓRICA
A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS, O SÉCULO XIX E
AS IRMAS FOX, MESAS GIRANTES, DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS
SOBRE A MATÉRIA, MEDIUNIDADE – CONCEITO.
A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A mediunidade, por ser uma faculdade inerente ao ser humano, tem se
manifestado em todos os tempos. Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas
(cerca de dois mil anos A.C.), já se tem notícia de intercâmbio espiritual com os chamados
“mortos”. Tal intercâmbio, porém, era feito somente por homens e mulheres dedicados
especialmente ao mister religioso, eram os iniciados que às vezes levavam dezenas de anos
se preparando para poderem, depois de desenvolvidas as suas faculdades mediúnicas,
exercitar o seu poder sobre o povo, governantes, etc… por isso, eram pessoas temidas e
respeitadas por todos.1
Como tais fenômenos eram tidos como maravilhosos, sobrenaturais, por
desconhecimento das leis que os regem, os indivíduos que podiam manter tal intercâmbio
eram considerados privilegiados. Formados tais círculos sacerdotais, eram eles os
responsáveis pela orientação religiosa da massa. Na índia, na Pérsia, no Egito, na Grécia ou
em Roma, sempre foi utilizada como meio de dominação e poder, dando nascimento a seitas
e fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, e tinham, por fim,
que estabelecer um certo espírito de disciplina e seleção.
Segundo Gabriel Delanne, A iniciação – comportava 3 graus:
➔ No primeiro, eram formados todos os brâmanes do culto vulgar e os ecô-
nomos (sacerdotes) dos pagodes (templos) encarregados de explorar a credu-
lidade da multidão. Ensinava-se-lhes a comentar os três primeiros livros dos
Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios, os brâmanes do pri-
meiro grau estavam em comunicação constante com o povo: eram seus dire-
tores imediatos.
➔ O segundo grau era composto dos exorcistas, adivinhos, profetas evocado-
res de Espíritos que, em certos momentos difíceis, eram encarregados de atu-
ar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais. Eles
liam e comentavam o Athara-Veda, repositório de conjurações mágicas.
➔ No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a
multidão, o estudo de todas as forças físicas e naturais do Universo era a sua
única ocupação, e, quando se manifestavam exteriormente, faziam-no sempre
de longe e por meio de fenômenos aterrorizadores. (O Fenômeno Espírita, p. 7)
Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face
dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de
prestidigitação. Na Bíblia são relatados vários fatos e eles se repetiam com tanta frequência
e de forma tão abusiva que Moisés, obrigado a comandar o povo hebreu pelo deserto em busca
da Terra Prometida, acaba por proibir, no Deuteronômio, o uso da faculdade mediúnica.
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, Nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem
quem consulte os mortos, Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao
SENHOR, e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de
diante de ti. (18: 10, 11 e 12).

1 Jacolliot, Louis – O Espiritismo na Índia. Editora: Edição pdf.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 3

O SÉCULO XIX E AS IRMÃS FOX – AS MESAS GIRANTES


Entre proibir o uso indevido, abusivo, ilícito, da mediunidade e a
comunicabilidade com o plano espiritual de uma forma genérica, há uma grande distância.
Assim é que os espíritos (que nada mais são do que a alma dos que já partiram para o
mundo espiritual), continuaram a usar o canal mediúnico, para testemunharem a sua
existência e imortalidade.2
O Século XIX prenunciava grandes conquistas do homem em todos os setores e o
espiritual não poderia permanecer sob a escravidão do tradicionalismo religioso. Assim que
uma plêiade de espíritos comandados por Jesus, teve a incumbência de reavivar as verdades
espirituais, que jaziam sob o pó do convencionalismo religioso. Este movimento surgiu após
às célebres mesas girantes, que fora o ‘vício’ da sociedade francesa, que por sua vez, se
tornaram populares após os acontecimentos mundialmente conhecidos da pequena cidade de
Hydesville, próxima a Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, onde duas irmãs, Kate
e Margareth, com 11 e 14 anos respectivamente, eram as médiuns de efeitos físicos, nas
manifestações de “raps”.
Meninas criadas em ambiente religioso adverso a tais ideias, pois eram
metodistas, foram as responsáveis pelos fenômenos, graças à mediunidade que possuíam.
No ano de 1848, os fenômenos alcançaram todos os jornais da época, abalando
conceituações científicas, filosóficas e até religiosas, com a evidência de que os mortos nos
rodeiam e que podem usar de vários meios para se comunicarem conosco.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS – DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
Com o advento das mesas girantes3, quis se explicar os seus movimentos usando
as teorias magnéticas, porém, por mais esforço que se fizesse, alguns fenômenos escapavam
de tais explicações. Mesmo porque, desde Hydesville, o responsável pelos “raps” já se
autoafirmava como sendo o espírito do mascate de nome Charles B. Rosma, cujo esqueleto
mais tarde foi encontrado acompanhado de seu baú de quinquilharias numa parede da velha
casa dos Fox.
As mesas girantes não se movimentavam somente, elas também, através de
pancadas, procuravam responder inteligentemente as questões que eram formuladas e
algumas que eram somente pensadas. Isso significava que havia um elemento inteligente por
trás dos fenômenos.4 Seria a inteligência dos encarnados? As comunicações guardavam um
sentido unitário característico de uma personalidade. Seria o desdobramento e a projeção de
uma mente de um encarnado ali presente? As questões respondidas eram de uma
característica superior a capacidade de qualquer um dos assistentes? Seria a mente do
médium que tirava a informação de uma mente ausente e projetava sobre a mesa que se
movimentava, respondendo completamente as questões, mormente quando o próprio
fenômeno teimava em se reconhecer como sendo a manifestação de uma entidade
desencarnada e dando provas de sua identidade?
Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, se
pode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é o
homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre não
poderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre se
comunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivência
da alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas
2 Stecki, Henri. O Espiritismo na Bíblia. CCDPE, 2007.
3 Wantuil, Zêus. As Mesas Girantes e o Espiritismo. Edição pdf.
4 Kardec, Allan, O Livro dos Médiuns, item 60.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 4
estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amou
durante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e que
para isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida não
agia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia os
movimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com um
outro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo para
manifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa que
fala para ser compreendido?
Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis e
admitamos a comunicação como simples hipótese, peçamos que os incrédulos
nos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal não
pode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não é
possível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar os
fatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal alguma
demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provem
pôr a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência da
alma:
1o.) que, o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois da
morte,
2o.) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou,
3o.) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles,
4o.) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado,
5o.) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco,
6o.) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte,
7o.) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um ser
animado,
8o.) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão para
fazê-lo escrever, e
9o.) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nem
lhes transmitir seus pensamentos. (LM, itens 5 e 6.)
MEDIUNIDADE – CONCEITO
Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau, é médium.
Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e
são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar.
Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém,
essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica
bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que
depende de uma organização mais ou menos sensitiva (LM, item 159).
Como vimos, se os espíritos atuam sobre os objetos inanimados, fazendo deles
instrumentos para as suas manifestações inteligentes, nada os impede de atuarem sobre uma
estrutura que já lhes é conhecida (por serem eles as almas dos chamados mortos), e que esta
devidamente preparada para lhes servir de meio de manifestação entre os encarnados.
Assim, só existe mediunidade desde que haja manifestação ou intervenção de
Espíritos. Não existe mediunidade sem a manifestação parcial ou ostensiva de Espíritos. O
que caracteriza a mediunidade é justamente o contato com os Espíritos que nada mais são do
que as almas dos que deixaram a Terra ou de outros mundos e estão felizes ou infelizes,
dependendo de seu grau de adiantamento.
O problema reside no fato de que o corpo que é utilizado pelos desencarnados é
vivo, tem um dono e responsável, esta condicionado socialmente por sua cultura e ao modo
e forma de pensar e à de ser do espírito que o movimenta.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 5
Assim, a faculdade que permite a um espírito encarnado “emprestar” o seu
organismo (não nos referimos somente ao corpo físico, senão ao complexo fisiológico e
espiritual que é a criatura humana), para que através dele, uma inteligência desencarnada se
manifeste em nosso meio, denominamos de Faculdade Mediúnica ou Mediunidade.
RESUMO
A mediunidade é uma faculdade natural da criatura humana e sempre existiu. São
vários os relatos da História de todos os povos.
Para que o homem não se perca pelo materialismo ou pela fantasia religiosa,
vieram os espíritos através da mediunidade, testemunhar que o espírito é imortal, sujeito a
uma evolução permanente, realizada através das reencarnações que se repetem nos
incontáveis mundos habitados e que o Universo se acha regido pelas leis sábias de Deus.
O Século XIX, importante pelas descobertas e invenções, recebeu a atenção do
plano espiritual e os espíritos comandados por Jesus intensificaram suas manifestações que
deram origem ao Pensamento Espírita.
Os fenômenos de Hydesvilie, através das irmãs Fox, têm o significado histórico
do início da Era do Espírito ou do Moderno Espiritualismo.
Podendo atuar sobre a matéria inerte, com muito mais razão podem atuar os
espíritos sobre os encarnados, transmitindo-lhes seus pensamentos e emoções.
A mediunidade, sendo uma faculdade natural (não é privilégio de ninguém)
permite que por meio da sintonia, haja a transmissão do pensamento e da vontade de um ser
desencarnado.

Bibliografia:
Arthur Connan Doyle. História do Espiritismo, Cap. 1 e 5.
Ernesto Bozzano. Breve História dos raps.
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 1 – A Alma é Imortal, Cap. 1.
Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, Cap. 1 a 7 – Espíritos e Médiuns, Cap. I.
Zeus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo, Cap. 1 a 4.
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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Sugestão para a divisão do Trabalho: O Monitor poderá dividir o seu grupo em 4 (quatro)
grupos. Cada um deles estudará e elaborará um relatório de um subtema pesquisado durante
50 minutos. Forma-se novamente o grupo original, apresentam-se os relatórios parciais e or-
ganiza-se um relatório global, após o debate ou esclarecimentos dos pontos levantados nos
relatórios parciais. Cada grupo, na primeira parte do trabalho, deverá ter um coordenador e
um relator. O estudo, nesta primeira parte, deve ser feito em tom baixo de voz (cochicho),
para que se mantenha um bom ambiente de trabalho. A segunda parte do Estudo Dirigido
deverá ser feita em 40 minutos (máximo).
Grupo 1 Grupo 2
A Mediunidade Através Dos Tempos (Histórico) O Século XIX (Os tempos modernos)
a) As crenças antigas a) A Família Fox (Irmãs Fox)
b) A índia b) As Mesas Girantes e Falantes
c) O Egito O Fenômeno Espírita de Gabriel Delanne,
d) China Cap. II (Na América), As Mesas Girantes e o
e) A Pérsia Espiritismo de Zeus Wantuil, ns 1 e 2, A Gê-
f) A Grécia nese, 14:40); O Principiante Espírita, item 31,
g) Os primeiros cristãos 89 (As mesas girantes) e 93 (O Codificador),
h) A escola neoplatônica de Alexandria Revista Espírita, dezembro de 1860 (História
i) As mesas giratórias entre os romanos do Maravilhoso), O Livro dos Médiuns, Itens
j) A Idade Media 60-64.
A Alma é Imortal e O Fenômeno Espírita de
Gabriel Delanne, Cap. I.

Grupo 3 Grupo 4
Da Ação Dos Espíritos Sobre A Matéria Mediunidade – Conceito
LM, itens 52-59. a) Considerações,
b) Conceito de mediunidade
No Invisível de Leon Denis, Cap. IV (A
Mediunidade).

1a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


CONCENTRAÇÃO – NOÇÕES GERAIS
PREPARAÇÃO DO AMBIENTE ÍNTIMO DESDE CEDO.
Convergência de pensamentos para um determinado fim. A convergência
pressupõe a eliminação de todos os pensamentos que não sejam convenientes aos fins
desejados. A abstração ou esquecimento dos problemas comuns que perturbam a nossa vida
íntima, deve ser exercitada. A reunião depende em muito do ambiente formado por todos os
componentes do grupo, Através do exercício dos bons pensamentos e da elevação dos
sentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais (fluídicos) que favorecem o
intercâmbio. Sem o preparo devido que deve começar desde a manhá, evitando-se emoções
violentas. atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem o bom hábito de leituras sadias e o
exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, tem tranquilidade
suficiente para se dedicar tão somente aos fins elevados da sessão.
Consultar: Vinha de Luz, Cap. 21 e Encontro Marcado, Cap. 14 de Francisco Cândido Xavier.
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2a. SESSÃO TEÓRICA
MEDIUNIDADE: CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SEUS EFEITOS
TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS E ESPONTÂNEAS.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SEUS EFEITOS
Os fenômenos mediúnicos podem ser de duas ordens:
1) materiais, físicos ou objetivos,
2) intelectuais ou subjetivos.
FENÔMENOS DE EFEITOS MATERIAIS, FÍSICOS OU OBJETIVOS:
São os que sensibilizam diretamente os órgãos dos sentidos dos observadores.
Podem se apresentar sob variadas formas, tais como:
1) Materializações (de espíritos, objetos, etc),
2) Transfigurações (modificação dos traços fisionômicos do próprio médium),
3) Levitações (erguimento de objetos e pessoas, contrariando a lei da gravidade),
4) Transporte (entrada e saída de objetos de recintos hermeticamente fechados),
5) Bilocação ou Bicorporeidade (aparecimento do espírito do médium desdobrado sob
forma materializada, em lugar diferente ao do corpo),
6) Voz direta (vozes dos espíritos que soam no ambiente, independentemente do
médium, através de uma garganta ectoplásmica),
7) Escrita Direta (palavras, frases, mensagens, escritas sem utilização da mão do médium),
8) Mesas falantes ou Tiptologia (sinais por pancadas formando palavras e frases
inteligentes),
9) Sematologia (movimento de objetos sem contato físico, traduzindo uma vontade, um
sentimento, etc).
FENÔMENOS DE EFEITOS INTELECTUAIS OU SUBJETIVOS
São os que ocorrem na esfera subjetiva, não ferindo os cinco sentidos, senão a
racionalidade e o intelecto. Podem se apresentar de variada forma, tais como:
a) Intuição,
b) Vidência, Fenômenos que ocorrem quando o espírito do próprio
c) Audiência, médium, em fase especial ou não de transe, fica num estado
d) Desdobramento, de lucidez espiritual, percebendo pelos sentidos espirituais.
e) Psicometria,

f) Psicografia, Fenômenos que ocorrem por ação direta de uma entidade


g) Psicofonia. espiritual sobre o médium, ocupando parcial ou totalmente a
sua organização psicofísica para se comunicar.
À generalidade destes dois últimos tipos de fenômenos intelectuais (psicografia e
psicofonia) tem-se denominado vulgarmente de incorporação mediúnica.
Ressalte-se, todavia, que não ocorre a “introdução” do espírito desencarnado no
corpo do médium, senão uma associação de seus fluidos com os do médium, resultantes das
faixas vibratórias em que se encontrem e que pela lei da sintonia e da assimilação se
identificam formando um complexo emissor (espírito desencarnado), transmissor (fluidos
combinados do espírito comunicante e do médium) e receptor (médium).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 8

TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS


Se temos um efeito: o fenômeno físico, ele deve ter uma causa. Se ela não for física
deverá ser transcendental. Vamos nos deter no caso dos fenômenos mediúnicos produzidos pe -
los espíritos desencarnados buscando saber como se opera esta ação, qual seu mecanismo.
Inicialmente esclareça-se: estas teorias não nasceram dos cérebros humanos mas
foram eles próprios, os espíritos desencarnados, quem as deram.
Fizeram-nos conhecer primeiro a sua existência independente da matéria física e
do corpo carnal, em segundo, a existência de um invólucro semimaterial que lhes serve de
corpo no mundo espiritual e que tem possibilidades de ação sobre a matéria física.
O Fluido Cósmico Universal (F.C.U.), sendo uma criação da Divindade é o
elemento primordial para a formação da matéria tal como a conhecemos, sob as mais variadas
formas e também pela da matéria invisível, que da “materialidade” ao mundo espiritual. Os
fluidos, nas suas diversas categorias, são modificações mais ou menos pronunciadas do F.C.U.,
que é o elemento básico da formação do universo (não é a fonte da inteligência, que tem sua
sede no princípio espiritual, não-material por natureza). O perispírito (corpo espiritual) é
constituído pelo F.C.U. modificado, e é variável na sua maior ou menor condensação, o que
lhe das propriedades especiais para agir sobre a matéria. É o intermediário entre o espírito
propriamente dito e o corpo físico, formando-se, dessa forma, o complexo humano (homem
encarnado) é composto de: 1. espírito, 2. perispírito, 3. corpo físico.

Para atuar sobre um objeto inanimado, o espírito desencarnado combina o seu


fluido perispiritual com o fluido que se desprende do médium, satura os espaços
interatômicos e intermoleculares da matéria (sabe-se que ela não é contínua, senão para os
nossos sentidos ainda muito pobres, a matéria é cheia de espaços vazios tendo apenas uma
pequena porcentagem de massa propriamente dita, afirmam alguns que se retirando todos os
espaços vazios da matéria que forma a Terra ela se reduziria ao tamanho de uma bola de
futebol), e com a força do pensamento age movimentando o que e como deseja, podendo
alcançar ou não sucesso no seu empreendimento de acordo com outras circunstâncias. Ha
pois uma continuidade perfeita entre a mente do espírito com o objeto movimentado, através
dos elementos intermediários de natureza fluídica (semimaterial), o perispírito e os fluidos.
Mesmo sem alterar as proporções, muitas vezes é suficiente uma simples modi-
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ficação na forma de agregação molecular para mudar as propriedades. E assim
que um corpo opaco pode tornar-se transparente e vice-versa. Desde que o Es-
pírito, por meio de sua vontade, pode agir tão decisivamente sobre a matéria
elementar, compreende-se que possa formar substâncias e até mesmo desnatu-
rar as suas propriedades, usando a própria vontade como reativo. Esta teoria
nos dá a solução de um problema do magnetismo, bem conhecido, mas até hoje
inexplicável, que é o fato da modificação das propriedades da água pela vonta-
de. Segundo o pensamento espírita, o Espírito agente é o do magnetizador, na
maioria das vezes assistido por um Espírito desencarnado. Ele opera uma trans-
mutação por meio do fluido magnético que, como já dissemos, é a substância
que mais se aproxima da matéria cósmica ou elemento universal. E se ele pode
produzir uma modificação nas propriedades da água, pode igualmente fazê-lo
no tocante aos fluidos orgânicos, do que resulta convenientemente dirigida.
(L.M, itens 130 e 131).
Pelo fato dos espíritos mais atrasados vibrarem em faixas próximas das da Terra
e terem interesses materiais, possuem, em suas organizações perispirituais, por um
fenômeno de absorção automática, resíduos de fluidos grosseiros, materiais, que facilitam a
obtenção de fenômenos mediúnicos físicos, por isto se prestam mais a estes tipos de efeitos
sendo dirigidos, algumas vezes, por espíritos superiores.
Deverá haver uma certa simpatia entre os vários elementos que formam os
“degraus” do processo, desde os que o dirigem até o médium que é o instrumento doador.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Em alguns lugares, tal como aconteceu com as irmãs Fox, em Hydesville,
iniciam-se fenômenos ostensivos, contrariando o modo de encarar tais acontecimentos pelos
habitantes da casa. São “raps”, trans portes, barulhos insólitos e outros fenômenos que
ocorrem sem haver uma predisposição consciente e formal para consegui-los, ocorrem
espontaneamente. Sua finalidade e despertar a atenção dos circunstantes e dos que deles
tomarem conhecimento, para a existência do mundo espiritual, ou se comunicar para
externar algum desejo, ou, ainda, ser causa de perturbação, pois que,às vezes,têm caráter de
perseguição por vingança, podendo estar dentro de um processo obsessivo.
Mas, o mais das vezes, tais fenômenos são produzidos por espíritos levianos e
brincalhões, que se aproveitam das faculdades de um ou de outro encarnado que desconheça
o fato, para manipular tais fluidos, atuando sobre a matéria, com o fim de se divertirem.
Cuidar para não confundir fenômenos autênticos com grosseiras mistificações que ocorrem
com o intuito de autopromoção, ou ainda com fenômenos puramente materiais que os
fanáticos, místicos e mal informados têm na conta de transcendentais.
O melhor que se tem a fazer é: 1) não dar atenção quando o fenômeno for
produzido por espíritos brincalhões, 2) orientar, quando por espíritos ainda perturbados e
vingativos, 3) atender as solicitações, quando justas, daqueles que partiram, se puder
realizar alguma coisa, porém, a prece sincera e partida do íntimo da alma, lhes tocará o
coração e os ajudara naturalmente.
A execução de tais fenômenos é de espíritos ainda inferiores, mais próximos do
meio material, porém a provocação dos fenômenos só ocorre com a permissão dos superiores.
Diante dos fenômenos de efeitos físicos é preciso cautela e analisar friamente se não são:
1. frutos da imaginação ou de alucinações,
2. de causa física conhecida (vento, galhos de árvores, animais),
3. mistificações (fraudes por pessoas inescrupulosas),
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 10
Só então, eliminadas tais possibilidades, aceitar os fenômenos como autênticos e
agora analisá-los para descobrir o motivo pelo qual ocorrem, que pode ser:
1. perseguições,
2. desejo de comunicar-se para pedir alguma coisa
3. brincadeiras para assustar,
4. intenção de provar que o espírito é uma realidade.
Devemos nos precaver não somente contra os relatos que podem ser mais ou
menos exagerados, mas também contra nossas próprias concepções,
criações mentais, e não atribuir origem oculta a tudo o que não se
compreende. Uma infinidade de causas muito simples e muito naturais
podem produzir efeitos estranhos à primeira vista, e seria verdadeiramente
superstição ver em todos os lugares Espíritos ocupados em derrubar móveis,
quebrar louças, enfim, suscitar mil e um inconvenientes no lar, quando é
mais racional atribuí-los a descuidos.
As manifestações espontâneas se produzem muito raramente em locais
isolados, acontecem geralmente em casas habitadas e na presença de
algumas pessoas, que exercem uma influência necessária sem o querer,
essas pessoas são verdadeiros médiuns que ignoram o dom que possuem e
que chamamos, por isso mesmo, de médiuns naturais.
Primeiramente, é preciso que o Espírito o queira, que tenha um objetivo, um
motivo, sem isso, ele não faz nada. Depois, é preciso que encontre
exatamente no lugar em que gostaria de agir uma pessoa apta a ajudá-lo,
coincidência que ocorre muito raramente. Se essa pessoa aparecer no local
inesperadamente, ele tira proveito disso. Apesar do conjunto de
circunstâncias favoráveis, ele pode ainda ser impedido por uma vontade
superior, que não lhe permite agir a seu modo. Pode ser-lhe permitido fazê-
lo apenas dentro de certos limites e caso essas manifestações sejam julgadas
úteis, seja como meio de convicção ou como prova para a pessoa. (LM,91-93)
Ha que se diferenciar dos anteriores, os fenômenos ditos de transporte, nos quais
a intenção dos que o promovem e benévola e a natureza dos objetos é graciosa e a forma
pela qual são trazidos é delicada. Geralmente são flores, perfumes, joias e outros objetos que
não se encontravam antes no recinto. Lembrar que tais fenômenos se prestam a
mistificações, por isso manter-se sempre em guarda contra as fraudes e os embustes. Não
confundi-los com mágica e prestidigitação que dependem da habilidade de quem as
promove. O médium deve ter uma mediunidade especial para esse efeito e o espírito que se
disponha realizá-lo também deve estar em condições e a sintonia entre os dois deve ser a
mais perfeita possível, senão o fenômeno não ocorrerá.
FENÔMENOS DE EFEITOS INTELECTUAIS OU SUBJETIVOS
Na intuição, a mente do médium capta do ambiente espiritual externo ou da
profundeza de seu próprio psiquismo, da mente de um encarnado ou de um desencarnado
próximo ou distante, certas informações que o ajudam a esclarecer uma questão, resolver um
problema, tomar uma atitude, etc...
Na vidência, audiência e psicometria, por um estado de maior ou menor
exteriorização perispiritual com a consequente libertação dos sentidos anímicos que se
acham obscurecidos no seu funcionamento pelo contato com a matéria grosseira do corpo
físico, pode o espírito ouvir e ver o que se passa no plano espiritual e no caso da psicometria
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recapitular ocorrências ligadas a um objeto com que tenha tomado contato. Este estado
especial que definimos como de lucidez espiritual, com ou sem transe aparente, possibilita
maior liberdade ao espírito do médium e o coloca em condições favoráveis de assimilar as
correntes do pensamento das outras entidades do mesmo estado de liberdade espiritual e
transmitir tais ideias, pensamentos e vontades pela escrita automática, semiautomática ou
intuitiva no fenômeno da psicografia, ou enunciá-las através da palavra caracterizando o
fenômeno da psicofonia.
RESUMO
Segundo seus efeitos, a mediunidade pode ser classificada em:
1) de efeitos físicos ou objetivos – é a que sensibiliza diretamente os sentidos e pode se
manifestar como: a) materializações de objetos e de pessoas já falecidas, b)
transfigurações, c) levitações, d) transportes, e) bilocações, f) voz direta, g) escrita
direta, h) tiptologias, i) sematologias.5
2) de efeitos intelectuais ou subjetivos – é a que fere a racionalidade e o intelecto e pode
se manifestar como: a) intuição, b) vidência, c) audiência, d) psicometria, e)
desdobramento, f) psicografia, g) psicofonia.
Os fenômenos de efeitos físicos dependem da mistura de fluidos dos espíritos
com os do médium que às vezes não sabe que o é.
Todas as formas e categorias de fluidos derivam de um elemento primordial: o
Fluido Cósmico Universal.
O perispírito dos encarnados, como dos desencarnados, é formado de Fluido
Cósmico Universal que se modifica individualmente de acordo com a evolução do espírito,
se apresentando denso quando aquele é atrasado, e leve, quando elevado.
A vontade do espírito tem uma ação mecânica acentuada sobre o perispírito e
sobre os fluidos de acordo com a intensidade com que seja projetada e sustentada.
Os fenômenos físicos espontâneos geralmente ocorrem com a finalidade de: a)
assustar as pessoas, b) chamar a atenção para a existência do mundo espiritual, c)
necessidade dos espíritos de se comunicarem para pedirem alguma coisa, d) perseguição,
atormentando as pessoas.
São produzidos por espíritos de categoria ainda inferior e que não poderão, pelo
simples fato de serem espíritos, explicar a mecânica do fenômeno, pois os produzem na
maioria das vezes sem os compreender.
Antes de aceitar um fenômeno como espírita, verificar se não é: a) fruto da
imaginação, b) produzido por causa física conhecida, c) mistificação ou brincadeira de
alguém encarnado.
Nos fenômenos de transporte há uma finalidade de provar a possibilidade que
tem alguns espíritos, usando médiuns especiais, de transportarem, através da matéria, flores,
perfumes, joias, objetos variados, restituindo-os ao local de origem após a constatação do
fenômeno.
Os fenômenos mediúnicos intelectuais dependem de um estado especial da
consciência que se caracteriza pela exteriorização do perispírito do médium que, mais livre
das vibrações grosseiras da matéria, entra na posse dos seus sentidos espirituais podendo
então sentir a amplitude do Mundo Invisível que nos rodeia.

5 Sematologia: (do grego semâ, sinal, e logos, discurso). Linguagem dos sinais. Comunicação dos Espíritos pelo
movimento dos corpos inertes. (LM, Cap. 11).
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Em tal estado, por um fenômeno de associação e assimilação da onda do
pensamento dos desencarnados o médium serve-lhes de instrumento, inconsciente 6 ou
consciente conforme a maior ou menor exteriorização conseguida.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 2 ao 5, 9 ao 15 – Revista Espírita, 1858
(jan, maio e jun), 1859 (maio, ago e sete), 1860 (maio), 1863 (maio), 1864 (out).
Léon Denis. No Invisível, 16 ao 18 – Espíritos e Médiuns, Cap. II..
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 1.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Classificação da Mediunidade Segundo os Classificação da Mediunidade Segundo os
Fenômenos de Efeitos Físicos, Materiais ou Fenômenos de Efeitos Intelectuais ou
Objetivos. Subjetivos.
a) Fenômenos de Efeitos Físicos: Conceitos a) Fenômenos de efeitos intelectuais:
e Significações (LM, itens 60 e 159). Conceitos e Significações (LM, itens
b) As diversas formas de fenômenos de 65, 66, 69, 71 e 139).
efeitos físicos (LM, itens 159, 139 a 142, b) As formas de fenômenos de efeitos
146, 150, 160, 161 e 177). intelectuais (LM, itens 139 a 141,
c) Explicação dos fenômenos de efeitos 157, 164 a 167, 172, 173, 178 e 179).
físicos (LM, itens 92, 93, 73, 74, 146, c) Psicografia e Psicofonia (LM, itens
148, 150, 151, 162 e 163) 157, 178).
d) d) A intuição (LM, item 180).
Grupo 3 Grupo 4
Teoria das Manifestações Físicas Manifestações Físicas Espontâneas
a) Conceitos (significação do fenômeno) a) Tipos de manifestações (LM, itens 82 a 88).
LM, item 60. b) Finalidades dessas manifestações (LM,
b) Explicação do fenômeno (LM, itens itens 85, 89, 90 e 91).
61 a 63, 72 a 79). c) Elementos necessários a ocorrência dessas
c) Ação dos fluidos sobre os objetos manifestações (LM, itens 93 e 94)
(LM, itens 76 e 77).
d) As qualidades dos fluidos (LM, item 74).

6 Não confundir o termo Inconsciente utilizado por Kardec em alguns momentos no sentido de “que não é dotado de
consciência; incônscio, que está privado de consciência”. Com o termo Inconsciente utilizado por Freud na Psicanálise.
a) Um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas; b) Um reservatório de impulsos que constituem fonte de
ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.
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2a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
CONCENTRAÇÃO – RELAXAÇÃO E ABSTRAÇÃO – ELEVAÇÃO.
A relaxação deverá ser completa: muscular e psíquica.
Para tanto, evitar todas as causas, pelo menos no dia da reunião, que levam
o indivíduo a uma tensão.
Preparado convenientemente durante o dia, procurar alimentar-se
frugalmente, evitando problemas de sobrecarga física, vestir-se com sobriedade,
evitando roupas e calçados apertados.
Durante a reunião, manter-se relaxado, respirar calmamente, tomar na ca-
deira uma posição cômoda, solta, evitando contrair os músculos, para facilitar um
bem-estar físico.
A abstração quer dizer desligamento de problemas outros que não digam
respeito às finalidades da sessão, problemas domésticos, particulares, etc.
A relaxação proporcionando um bem-estar fisiológico e a abstração
evitando tensões psíquicas, dão condições para que o indivíduo possa focalizar seu
pensamento em objetivos elevados.
Pensar no bem, no amor, na caridade, nas virtudes que exortam o caráter do
verdadeiro homem de bem. (ESE, 17:3)
O resultado da reunião depende da concentração e da elevação com que é
feita.

Consultar: Caminho, Verdade e Vida, item 178. Emmanuel, Psicografia de Francisco


Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 14
a
3 . SESSÃO TEÓRICA
DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES – COMUNICAÇÕES:
GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SERIAS, INSTRUTIVAS –
MORALIDADE.
DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES
Desde o instante que se observou com cuidado e detalhes as manifestações
objetivas (fenômenos de efeitos físicos), e se pôde concluir pela inteligência extrafísica que
os provocava e dirigia, e que se dizia ser a alma de uma pessoa já falecida dando provas de
identificação, um mundo novo se abriu aos olhos da humanidade: o Mundo Espiritual,
habitado pelos seres invisíveis, que pelo fenômeno da morte já haviam abandonado o
veículo físico.
Notou-se, porém, que os espíritos não somente se manifestavam, senão
procuravam estabelecer um diálogo esclarecedor a respeito das verdades espirituais, agora
reconhecidas, estabelecendo assim uma verdadeira comunicação.
Respondiam perguntas, esclareciam pontos obscuros, discorriam com seriedade
sobre questões controvertidas, faziam revelações.
Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, sendo homem dotado de
extraordinário bom-senso, todavia, concluiu, primeiro, que nem todos os espíritos estão
aptos a responder todas as questões, e que cada um só pode falar daquilo que sabe, não
havendo impedimento porém que espíritos levianos, aproveitando-se da credulidade e do
excesso de fé de alguns, impingissem certas orientações e ensinos que não suportam o mais
leve raciocínio analítico e lógico. Segundo, em decorrência do primeiro juízo, concluiu que
há uma verdadeira hierarquia entre os espíritos, sendo que as suas posições se definem
graças a um desenvolvimento intelectual e moral adquirido na terra. Em consequência, as
comunicações dos espíritos “não devem assemelhar-se mais do que as dos homens, desde o
selvagem até o europeu mais esclarecido”. (LM, item 133). Segundo suas características, as
Comunicações podem ser divididas em:
a) grosseiras,
b) frívolas,
c) sérias,
d) d) instrutivas.
COMUNICAÇÕES: GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SERIAS, INSTRUTIVAS
GROSSEIRAS: São comunicações cheias de termos chulos, baixos e indecorosos, provém de
espíritos inferiores, ignorantes e revoltados que extravasam o que lhes vai na alma.
Geralmente são entidades obsessoras que se comunicam através daqueles a quem
perseguem. Em trabalhos especiais essas entidades podem também se comunicar por
médiuns que caridosamente lhes proporcionem tal oportunidade, porém, a comunicação não
terão caráter grosseiro devido á boa educação mediúnica, que a filtra, reprimindo o que seja
indesejável. De acordo com o caráter dos espíritos grosseiros, elas podem ser:
a) triviais,
b) ignóbeis (desprezível, vil, repugnante ou insignificante),
c) obscenas,
d) insolentes,
e) arrogantes,
f) malévolas,
g) ímpias.
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FRÍVOLAS: Emanam de espíritos:
a) levianos,
b) zombeteiros,
c) brincalhões,
d) maliciosos.
São comunicações verborrágicas e que não trazem conteúdo algum, às vezes
pontilhadas de absurdos, pois são destituídas de todo senso lógico. Nada tem de indecoroso
e também nada tem de sério, são mensagens de irresponsáveis.
Esses Espíritos têm às vezes tiradas espirituosas e mordazes e, no meio
de gracejos banais, dizem, muitas vezes, duras verdades que sempre
ferem com justeza. Espíritos levianos vivem ao nosso redor e aproveitam
todas as situações para se intrometerem nas comunicações, a verdade é o
que menos os preocupa, eis por que sentem um maligno prazer em
enganar os que têm a fraqueza e algumas vezes a presunção de crer no
que eles dizem. As pessoas que se satisfazem com essa espécie de
comunicação fornecem naturalmente acesso aos Espíritos levianos e
embusteiros, os Espíritos sérios se afastam disso, assim como entre nós
os homens sérios se afastam das companhias más. (LM, item 135).
Geralmente são os espíritos que se prestam a revelar o futuro, a fazer predições, a
dar palpites no destino da criatura humana que, com pouca orientação e segurança
doutrinária, busca seus conselhos através das cartomantes, sortistas, etc.
SERIAS: São ponderadas quanto ao assunto e elevadas, elegantes quanto à forma.
Os Espíritos sérios não são todos igualmente esclarecidos, há muitas
coisas que ignoram e sobre as quais podem enganar-se de boa-fé, eis por
que os Espíritos verdadeiramente superiores sempre nos recomendam
submeter todas as comunicações ao exame, ao crivo, da razão e da mais
severa lógica. É preciso, portanto, distinguir as comunicações sérias das
falsas, isto é, das aparentemente sérias, o que nem sempre é fácil, porque
é exatamente usando de uma linguagem pretensiosamente superior e
rebuscada que certos Espíritos presunçosos ou pseudossábios procuram
fazer prevalecer as ideias mais falsas e os sistemas mais absurdos, e para
darem a si mais crédito e mais importância esses Espíritos não têm o
menor escrúpulo de utilizar os mais respeitáveis e até os mais veneráveis
nomes. Eis aí um dos maiores obstáculos do Espiritismo prático.
Voltaremos à questão mais tarde, quando abordaremos todas as faces de um
assunto tão importante ao mesmo tempo em que faremos conhecer o perigo
e os meios de se prevenir contra as falsas comunicações. (LM, item 136).
INSTRUTIVAS: São as que tem o caráter sério, são verdadeiras e induzem a algum
esclarecimento particular ou geral no campo da ciência, da filosofia e da moral. São tanto
mais profundas quanto mais elevado (desmaterializado) for o espírito que as ditam. Tem
como características a continuidade, a regularidade e tal esforço dos espíritos secunda o dos
encarnados interessados no estudo e no esclarecimento, ficando entregue aos espíritos
levianos e zombeteiros os que veem nas comunicações simples diversão e entretenimento.
Em uma reunião de pessoas interessadas somente em passatempo, que faria um homem de
bem e de ciência? O mesmo ocorre no mundo espiritual. o meio seleciona a categoria de
espíritos que atua sobre si.
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Ao dar às comunicações a qualificação de instrutivas, supomos que elas
sejam verdadeiras, porque uma coisa que não é verdadeira não pode ser
instrutiva, mesmo que dita na linguagem mais imponente. Não podemos,
pois, incluir nessas categorias certos ensinamentos que têm de sério
apenas a forma, muitas vezes empolada, rebuscada e enfática, com a qual
os Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que sábios, tentam iludir
os que os recebem. Esses Espíritos, não podendo suprir a substância que
lhes falta, não podem sustentar por muito tempo seu papel, logo se traem
e revelam seu lado fraco, desde que suas comunicações tenham
sequência ou que se exija deles clareza e autenticidade. (LM, item 137).
MORALIDADE
Do latim mores:‘relativo aos costumes’, ‘a ciência dos deveres’ e ‘a arte de bem
viver’. “Na etiologia e na história é termo derivado de costumes (mores) e na sua origem
moralidade significa adesão aos costumes considerados essenciais à sua saúde e à
preservação da sociedade”.7 No Pensamento Espírita, Moral é o Sentimento Deliberativo8 e
não a Moral Estabelecida9 como muitas vezes vemos e ouvimos de alguns. Moral deveria
ser o Oposto de Religião ou Tradição. Quanto mais moralmente se mostra um povo e mais
moralmente nos fazemos presente, menos repressão externa (polícia, exército, radares,
câmeras, religiões, etc) precisamos. A Conduta Moral Espírita entendida por Kardec é em
princípio Platônica (Meditativa) e a posteriori Deliberativa (Kantiana), ou seja, quando
ninguém estiver te olhando você deverá deliberar o que fazer e o que não fazer e não
simplesmente ser uma pessoa ética quando muitos te olham e desonesto quando ninguém te
observa. Isto é bem demonstrado com a história apresentado no livro A República de Platão,
Cap. II onde Giges, um Pastor de ovelhas encontrou o anel da invisibilidade. Quando não
utilizava o anel era cidadão pacato, bom e honesto, simbolicamente tudo o que se espera de
um cidadão honrado (a melhor pessoa do mundo). Porém, quando usava o anel e se tornava
invisível perante os olhos da sociedade, fazia as mais infelizes barbaridades.
Fora de nós há a opinião que nos julga; mas, além disso, como a sociedade está
representada em nós, ela se opõe do interior de nós mesmos a essas veleidades
(leviandades) revolucionárias; temos a impressão de que não podemos nos
abandonar a isso sem que o nosso pensamento deixe de ser pensamento
verdadeiramente humano. É a própria autoridade da sociedade que se estende a
determinadas maneiras de pensar, que são como que as condições
indispensáveis de toda a ação comum.10
No – entanto, muitos confundem a Conduta Moral Deliberativa (dinâmica e
perfectível) com a Moral Estabelecida ou repressora do “não farás”. Para entendermos o
que isso significa é só pensarmos que na Moral Deliberativa você faz por consciência, ou
seja, se tiver uma caixa de sorvete e ao lado uma caixinha para ser depositado o dinheiro,
por Deliberação Moral, você pega o sorvete e coloca o dinheiro na caixa com muita
naturalidade. Na Moral Estabelecida (repressora), você colocará porque acredita que
alguém ou alguma coisa te observa (“os olhos de Deus estão em todos os lugares”, “há a
opinião que nos julga e observa”, “a câmeras de vigilância”), e se não nos sentirmos
observados ou constrangidos por alguém ou por essa força “maior”, não colocamos o
dinheiro e ainda nos gabamos de “espertos”. A Conduta Moral Deliberativa (profundamente

7 Durant, W. Filosofia da Vida, p. 88.


8 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 16-38 (Considerações Gerais sobre a Moral de Princípios).
9 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 39-77 (Considerações Gerais sobre a Moral Estabelecida).
10 Durkheim, É. As Formas Elementares da Vida Religiosa, p. 47.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 17
mais revolucionária11) é um ser sociopessoal, a Moral Estabelecida (Repressora) é um ser de
instâncias sociais.
A necessidade com que as categorias (padrões) se impõem a nós não é,
portanto, efeito de simples hábito cujo poderíamos eliminar com um pouco de
esforço; e menos ainda da necessidade física ou metafísica, já que as categorias
mudam de acordo com os lugares e os tempos; trata-se de uma espécie
particular de necessidade moral que é para a vida intelectual o que a obrigação
moral é para a vontade. (Durkheim, Idem).
Apesar de muitas vezes as palavras Moral e Ética (do grego ethos: ‘modo de ser’)
serem utilizadas como sinônimos de conjunto de princípios ou padrões de conduta, no
sentido filosófico existe uma diferença clara. A Moral é um conjunto de princípios e crenças
organizadas socialmente que orienta o comportamento dos indivíduos, apropriada aos
costumes e ao caráter de um povo, e se modifica com o tempo. 12 A Ética preocupa-se
exclusivamente em detectar princípios de sabedoria filosófica, elaborando reflexões sobre as
razões do porquê se deseja uma justiça e a maneira e os meios para alcançá-los.13
Os costumes são elaborações culturais para nortear a maneira de viver do
humano. “A moral estabelecida pelos costumes e leis civis é uma moral de circunstâncias e
de interesses opostos, incapaz de traçar ao homem normas de conduta em concordância com
o direito natural e com o verdadeiro objeto de sua vida – que não é certamente viver por
viver – e dar-lhe uma lei uniforme e de preferência sobre as ações morais, é uma verdade
que se evidencia por si mesma e seria atrevido quem pretendesse negá-la”. 14
Enquanto os animais possuem um comportamento instintivo determinado pela
natureza, ou seja, em qualquer lugar ou tempo um João-de-barro, uma aranha, um cachorro,
uma pomba, um cavalo, um gato ou qualquer outro animal repetem os mesmos comporta-
mentos de forma automática, atendendo as suas necessidades biológicas de sobrevivência, o
humano, devido a sua plasticidade, possui capacidade de transcender a essas determinações,
criando formas e respostas diversificadas às necessidades que a natureza lhe impõe e inven-
tando novas necessidades.15 Assim, enquanto o animal repete seus atos em qualquer época
ou lugar, sem possibilidade de reflexão sobre si mesmo (ser-em-si), os homens, por meio da
reflexão (ser-para-si) e da busca consciente da finalidade de seus resultados, modificam suas
leis e costumes “segundo as épocas e os lugares, e disso resultam para ele necessidades dife-
rentes e posições sociais correspondentes a essas necessidades”. (LE, item 635)
Certos costumes não passam de meras convenções sem nenhum aspecto moral,
como o modo de usar a faca e o garfo à mesa. Mas certos costumes, como a
monogamia, a poligamia, a endogamia (Casamento entre indivíduos do mesmo
grupo) ou a exogamia (Casamento entre indivíduos pertencentes a grupos
distintos), o não matar da tribo e o matar fora dela, acabam por se tornar vitais
para o bem comum do grupo: desenvolve-se em imperativos categóricos – dos
obedecidos sem exame – e não sustentado por meio de proibições, de
exortações e excomunhões.16
Apesar da relatividade apresentada pela moral e suas possíveis variações filosóficas,
podemos pensar na Moral Deliberativa, a “consciência como um direito natural
imprescritível”17. Assim, faremos tudo honestamente, tendo em vista o bem social de todos.
11 Porteiro, M. S. O Espiritismo Dialético. p. 36.
12 Kardec, A. O Céu e o Inferno – Parte II, 4:5; A Gênese, 18:14.
13 Japiassú, H. e Marcondes, D. Dicionário Básico de Filosofia, p. 93.
14 Porteiro, M. S. Origem das Ideias Morais, págs. 17.
15 Aranha, M. L. A. e Martins, M. H. P. Filosofando – Introdução a Filosofia, itens 1 e 3.
16 Durant, W. Filosofia da Vida, p. 88.
17 Kardec, A. Obras Póstumas, p. 512 (Constituição do Espiritismo).
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RESUMO
A todo efeito inteligente corresponde uma causa inteligente. Os espíritos são
seres inteligentes que atuam sobre a matéria.
Nem todos os espíritos estão aptos a responder certas perguntas, porque cada um
só fala do que sabe.
Como há espíritos de todas as categorias, muitos levianamente falam do que não
conhecem.
A posição transitória de maior ou menor categoria espiritual depende do
desenvolvimento moral e intelectual do espírito.
Segundo suas características, as Comunicações Espirituais podem ser divididas em:
Grosseiras Frívolas Sérias Instrutivas
Comunicações Comunicações com- Comunicações que se Comunicações sérias e
inferiores, maldosas e pridas e que não di- revestem de elegância verdadeiras, que indu-
segundo seu caráter, zem nada. Provém de na apresentação e são zem a criatura a um co-
podem ser: espíritos: elevadas quanto ao as- nhecimento fundamen-
sunto, mas podem ser tado e lógico e ocorrem
a) triviais, a) levianos, falsas no ensino. nos meios interessados
b) ignóbeis, b) zombeteiros, Geralmente espíritos em estudos para se me-
c) obscenas, c) brincalhões , astuciosos lançam mão lhorar e não apenas pa-
desse artifício para im- ra matar a curiosidade.
d) insolentes, d) maliciosos.
pingirem teorias e dou- “São mais ou menos
e) arrogantes, Os que buscam os
trinas mirabolantes e profundas e mais ou
f) malévolas, aconselhamentos de menos verdadeiras, se-
sistemas absurdos e fal-
cartomantes, sortistas, gundo o grau de evolu-
q) ímpias. sos, tomando o nome
etc… naturalmente se ção e de desmateriali-
de veneráveis persona-
afastam dos espíritos zação do Espírito”.
gens (apóstolos, santos,
sérios e bons, ficando (RE 1858 – janeiro)
etc).
como joguetes nas
mãos desses gozadores.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 10 ao 15 – O Que é Espiritismo, Cap.
2, n.34 – Revista Espírita, 1860 (fev).
Léon Denis. No Invisível, Cap. 5 e 6 – Depois da Morte, caps. 16 a 17 – Espíritos e
Médiuns, Cap. III.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 19
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Manifestações Inteligentes – Comunicações Comunicações Inteligentes
a) 1. Da causa inteligente das manifestações, 2. a) A tiptologia por meio de básculo – processo,
Utilidade prática das manifestações, 3. Distin- convenção, inconvenientes (LM, item 139).
ção entre manifestações inteligentes e comuni- b) Distinção entre sematologia e tiptologia
cação, 4) Escala Espírita” e as diferenças das (exemplos). A tiptologia alfabética – tipos, pro-
comunicações espíritas (LM, item 133). cessos, vantagens, desvantagens (LM, item 140).
b) Espíritos imperfeitos (LE item 101). c) A tiptologia interior. Vantagens e desvanta-
c) Bons espíritos (LE item 107). gens entre a tiptologia interior e a escrita (LM,
item 64 e 142).
d) Espíritos puros (LE item 112 e 113)
d) Instrumentos e aparelhos utilizados para ga-
rantir a independência do pensamento do
médium (LM, itens 143 e 144).
e) O erro da generalização dos espíritos batedo-
res (LM, item 145)
Grupo 3 Grupo 4
As Comunicações Grosseiras e as As Comunicações Frívolas e as
Comunicações Sérias Comunicações Instrutivas
a)Características, a)Características,
b)Efeitos que produzem, b)Efeitos que produzem,
c)Tipos de espíritos que as produzem, c)Tipos de espíritos que as produzem,
d)Intenções dos espíritos que as produzem, d)Intenções dos espíritos que as produzem,
e) Recursos de que se utilizam os espíritos, e) Recursos de que se utilizam os espíritos,
f) Distinções necessárias, f) Distinções necessárias,
g)Cuidados necessários. g)Cuidados necessários.
(LM, itens 134 e 136, LE itens 102, 104, (LM, itens 135 e 137, LE itens 103, 104,
105, 107 e 108). 109, 110, 111, 112 e 113).
3a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
MANUTENÇÃO VIBRATÓRIA
Conseguida a concentração após um preparo adequado por parte de todos os
componentes do grupo, é necessário manter-se o ambiente saturado de elementos fluídicos
favorecedores do intercâmbio com o plano espiritual. Manter-se atento às ocorrências da
reunião, evitando dispersar o pensamento para objetivos que não os da mesma. Pela vontade
exercitar-se na doação vibratória em favor de outros componentes do grupo e das entidades
espirituais que porventura estejam no recinto e precisem de vibrações de carinho, afeto,
compreensão. Mentalmente, envolver a todos em pensamentos agradáveis, desejando-lhes o
melhor que se possa dar, como se a nossa mente estivesse emitindo forças e palavras de
conforto e esclarecimento. O cansaço após a concentração, denota esforço em sentido
contrário à boa vibração. Significa que está havendo mau atendimento às normas de
relaxação e tranquilidade. A vibração feita com técnica não cansa, ao contrário, traz um
bem-estar profundo ao emitente, pela troca de bons fluidos que se estabelece nessas
ocasiões.
Consultar: Caminho, Verdade e Vida, item 155 e Encontro Marcado, pag. 41 de Francisco
Cândido Xavier.
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Hora de Exercitar 1!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 1a. Sessão
Teórica, 1a. Sessão de Exercício Prático e 2a. Sessão Teórica.
A) Assinale a resposta MAIS CORRETA.
1) Faculdade Mediúnica É:
(a) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo para que,
através dele, uma inteligência desencarnada se manifeste em nosso meio.
(b) Faculdade que permite a um espírito desencarnado utilizar o organismo do espírito
encarnado, para se comunicar conforme seus desejos.
(c) Faculdade que permite a um espírito encarnado privilegiado emprestar seu organismo
a um espírito desencarnado para santificar-se e fazer milagres.
(d) Faculdade que permite a um espírito encarnado emprestar seu organismo a um espírito
desencarnado de um profeta ou santo, para este desencadear fenômenos sobrenaturais.
2) A Mediunidade Surgiu Com:
(a) Os Vedas.
(b) Os Hebreus.
(c) O Espiritismo.
(d) O SER humano.
3) A Finalidade da Mediunidade É:
(a) Produzir fenômenos aterrorizantes.
(b) Testemunhar a imortalidade do espírito.
(c) Para que o homem desse vazão a sua fantasia.
(d) Facilitar práticas mágicas e curas milagrosas.
4) Os Fenômenos de Hydesville:
(a) Deram início a Era do Espírito ou do Moderno Espiritualismo.
(b) Provaram a existência dos fenômenos sobrenaturais.
(c) Mostraram o desdobramento da mente dos encarnados.
(d) Deram maior realce ao tradicionalismo religioso.
5) Os Fenômenos das Mesas Girantes são Explicados Pela:
(a) Teorias magnéticas.
(b) Ação do “inconsciente” dos encarnados.
(c) Ação dos desencarnados sobre a matéria.
(d) Ação dos encarnados sobre os espíritos.
6) O Transporte é um Fenômeno:
(a) De mistificação.
(b) De efeitos físicos.
(c) De efeitos inteligentes.
(d) Subjetivo.
(e) Magnético.
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7) A Psicografia é um Fenômeno:
(a) De efeitos físicos.
(b) De efeitos intelectuais.
(c) De efeitos sensoriais.
(d) Objetivos.
8) O Elemento Primordial de Todas as Categorias e Fluidos É:
(a) O médium.
(b) O perispírito.
(c) O Fluido Cósmico Universal.
(d) O espírito desencarnado.
(e) O pensamento.
(f) A energia eletromagnética.
9) O Perispírito é Formado:
(a) De fluido elétrico animalizado.
(b) De substância gasosa.
(c) De ectoplasma.
(d) De Fluido Cósmico Universal.
(e) De fluido magnético.
10) A Concentração é Necessária Porque a Reunião Mediúnica:
(a) Depende da força mediúnica dos médiuns principais do grupo.
(b) Depende dos médiuns de sustentação vibratória do grupo.
(c) Depende do ambiente formado por todos os componentes do grupo.
(d) Depende dos guias espirituais do grupo.

Hora de Exercitar 2!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 2a. Sessão de Exercício Prático,
3a. Sessão Teórica e 3a. Sessão de Exercício Prático.
I) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:
1) As comunicações sérias são ______________ quanto ao assunto e __________________
e ___________________ quanto à forma.
2) As comunicações instrutivas induzem a algum _________________________ no campo
da _______________, da ________________ e da _________________.
3) As características das comunicações variam, permitindo a seguinte classificação:
comunicações ________________, comunicações_________________, comunicações
_______________ e comunicações ___________________.
4) Abstração quer dizer desligamento de __________________que não digam respeito às
__________________ da sessão.
5) Para facilitar o __________________ com o mundo espiritual é necessário manter-se o
ambiente saturado de __________________ favoráveis.
6) A doação vibratória depende do __________________ e da __________________.
7) A vibração feita sem ___________________ e ________________leva ao cansaço.
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II) Assinale a Resposta MAIS CORRETA.
8) A Relaxação Deve Ser:
(a) Principalmente muscular.
(b) Essencialmente psíquica.
(c) Muscular e psíquica.
(d) Muscular e psíquica, criando tensão.
9) Durante a Reunião é Indispensável:
(a) Tomar sempre o mesmo lugar a mesa.
(b) Evitar cruzar as pernas, contrair-se e tirar joias.
(c) Pensar com firmeza nos problemas pessoais que deseja resolver.
(d) Manter-se em posição adequada ao bem-estar físico e espiritual.
10) As Comunicações Instrutivas São Tanto Melhores e Profundas Quanto:
(a) Mais elevado for o espírito que as ditar.
(b) Mais importante e culto for o médium.
(c) Mais “forte” for o espírito comunicante.
(d) Mais loquaz e instruído for o espírito comunicante.
11) As Comunicações Grosseiras São:
(a) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de esclarecimen-
to a estes espíritos.
(b) Comunicações de espíritos obsessores e proporcionam oportunidade de comunicação
desses espíritos com seus familiares.
(c) Comunicações de espíritos levianos e se prestam a levantar o futuro.
(d) Comunicações de espíritos enviados especialmente para importantes demonstrações
dos poderes do mundo invisível.
12) Buscar Comunicações que Fazem Predições do Futuro É:
(a) Importante, porque nos orienta para que saibamos a melhor maneira de agir acertada-
mente.
(b) Perigoso, porque podemos ficar como joguetes nas mãos dos espíritos gozadores.
(c) Válido, porque são personagens veneráveis e sábias que se comunicam.
(d) Duvidoso, em certos casos, mas as vezes válido, porque dá oportunidade de certos
médiuns cumprirem a sua missão.
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4a. SESSÃO TEÓRICA
DOS MÉDIUNS – CLASSIFICAÇÃO GERAL.
DOS MÉDIUNS:
Qualquer pessoa que sinta, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por
isso mesmo, médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte,
não constitui privilégio exclusivo; assim, há poucas pessoas nas quais dela não
se encontrem rudimentos. Pode-se, portanto, dizer que todo o mundo é, mais ou
menos, médium. Entretanto, usualmente, esta qualificação só de aplica àqueles
nos quais a faculdade medianímica está nitidamente caracterizada e traduz-se
por efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, então, de uma or-
ganização, mais ou menos, sensitiva. (LM, item 159)
O fluido perispirítico é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se po-
dem produzir pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espíri-
to. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou
menos expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da
sua assimilação pelo dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser
desenvolvida quando exista o princípio; não pode, porém, ser adquirida quando
o princípio não exista. A predisposição mediúnica independe do sexo, da idade
e do temperamento. Há médiuns em todas as categorias de indivíduos, desde a
mais tenra idade, até a mais avançada. (OP, item 34)
As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos res-
pectivos perispíritos, dependendo a facilidade dessas relações do grau de afini-
dade existente entre os dois fluidos. Alguns há que se combinam facilmente,
enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para que
uma pessoa se comunique indistintamente com todos os Espíritos. Há médiuns
que só com certos Espíritos podem comunicar-se ou com Espíritos de certas ca-
tegorias, e outros que não o podem a não ser pela transmissão do pensamento,
sem qualquer manifestação exterior. (OP, item 35)
Combinando os fluidos perispiríticos os Espíritos não só transmitem aos médiuns
seus pensamentos, como também chegam a exercer sobre eles uma influência física, fazem-
nos agir ou falar a sua vontade, obrigam-nos a dizer o que eles queiram. Todavia, a elevação
moral do médium e seu controle sobre a faculdade que possui impedirá que os maus Espíri-
tos se apropriem da sua faculdade e paralisem-lhe o livre-arbítrio.
Podem os Espíritos manifestar-se de uma infinidade de maneiras, mas não o
podem senão com a condição de acharem uma pessoa apta a receber e transmitir
impressões deste ou daquele gênero, segundo as aptidões que possua. Ora, como
não há nenhuma que possua no mesmo grau todas as aptidões, resulta que umas
obtêm efeitos que as outras são impossíveis. Dessa diversidade de aptidões
decorre que há diferentes espécies de médiuns. (OP, item 37)
MÉDIUNS FACULTATIVOS OU VOLUNTÁRIOS
São os que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas
por ato da própria vontade (LM, item 160). Os médiuns facultativos só se en-
contram entre pessoas que têm conhecimento mais ou menos completo dos
meios de comunicação com os Espíritos, o que lhes possibilita servir-se, por
vontade própria, de suas faculdades (…). (OP, item 39).
Não que o médium possa realizar quando queira os fenômenos, pois sem a vontade
do Espírito que se comunicará nada conseguirão, porém, são senhores da faculdade que possu-
em, não permitindo que se deem comunicações extemporâneas e em momentos impróprios. Sa-
bem que possuem a faculdade e se predispõem ao intercâmbio com o mundo dos Espíritos.
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MÉDIUNS INVOLUNTÁRIOS OU NATURAIS


Também denominados Inconscientes, por Kardec, por não terem consciência da
faculdade que possuem. “São aqueles em que a mediunidade se exerce sem que eles saibam”
(LM, item 161). Existem entre as que nenhuma ideia fazem do Espiritismo, nem dos
Espíritos, até mesmo entre as mais incrédulas e que servem de instrumento, sem o saberem e
sem o quererem (OP, item 39). Não têm nenhuma consciência dela e, muitas vezes, o que se
passa de anormal em torno deles não lhes parece extraordinário; isso faz parte deles, exatamente
como as pessoas dotadas da segunda vista que não suspeitam disso (LM, item 161).
Os fenômenos espíritas de todos os gêneros podem operar-se por influência
destes últimos, que sempre existiram, em todas as épocas e no seio de todos os
povos. A ignorância e a credulidade lhes atribuíram um poder sobrenatural e,
conforme os tempos e os lugares, fizeram deles santos, feiticeiros, loucos ou
visionários. O Espiritismo mostra que com eles apenasse dá a manifestação
espontânea de uma faculdade natural. (OP, item 39).
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉDIUNS
Os médiuns possuem geralmente uma aptidão especial para certos gêneros de
fenômenos, o que faz haver tantas variedades quantas são as espécies de
manifestações. No Quadro sinótico do Livro dos Médiuns (LM, Cap. 16) há
setenta e uma, variedades comuns a todas as tipologias de Médiuns. Aqui
estudaremos apenas as principais: médiuns de efeitos físicos; médiuns
sensitivos ou impressionáveis; auditivos; falantes; videntes; sonambúlicos;
curadores; pneumatógrafos; escreventes ou psicógrafos (LM, item 159).
a) Efeitos Físicos: “São os mais aptos, especialmente, à produção de fenômenos
materiais, como o movimento de corpos inertes, os ruídos, a deslocação, o levantamento
e a translação de objetos, etc. Estes fenômenos podem ser espontâneos ou provocados.
Em todos os casos, exigem o concurso voluntário ou involuntário de médiuns dotados
de faculdades especiais. Em geral, têm por agentes Espíritos de ordem inferior, uma vez
que os espíritos elevados só se preocupam com comunicações inteligentes e instrutivas”
(OP, item 41). Podemos dividi-los em médiuns facultativos e médiuns involuntários
(Veja LM, Parte Segunda, capítulos 2 e 4, “Manifestações físicas” e “Teoria das
manifestações físicas”, respectivamente). “Porém, é preciso observar que a faculdade de
produzir efeitos físicos raramente existe nos que possuem meios mais perfeitos de
comunicação, como a escrita ou a palavra. Geralmente, a faculdade diminui num sentido
à medida que se desenvolve em outro” (LM, 160).
b) Sensitivos ou Impressionáveis: “Dá-se esta denominação às pessoas suscetíveis de
pressentir a presença dos Espíritos, por impressão vaga, um como ligeiro atrito em todos
os membros, fato que não logram explicar. Tal sutileza pode essa faculdade adquirir,
que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa
ou má, do Espírito que lhe está ao lado, mas também a sua individualidade, como o cego re -
conhece instintivamente a aproximação de tal ou tal pessoa. Um Espírito bom causa sempre
uma impressão branda e agradável; a de um Espírito mau, ao contrário, é penosa, afliti-
va e desagradável: há um como cheiro de impureza” (OP, item 42 e LM, item 164).
c) Auditivos: “Os médiuns auditivos ouvem a voz dos Espíritos; é, algumas vezes uma
voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo; outras vezes é uma voz exterior, clara e
distinta como a de uma pessoa viva” (LM, item 165). “Aquele que não é médium
audiente pode comunicar-se com um Espírito por via de um médium audiente que lhe
transmite as palavras” (OP. item 43).18
18 Cuidado: Não confundir Mediunidade Audiente com Delírios ou mesmo Esquizofrenia. “A faculdade mediúnica é
indício de um estado patológico qualquer ou simplesmente anormal (diferente)? Algumas vezes, anormal, mas não
patológico; há médiuns com uma saúde vigorosa; os que são doentes o são por outras causas.” (LM, item 221)
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d) Falantes: São aqueles que possibilitam aos Espíritos a comunicação oral com outras
pessoas encarnadas. Neste caso unia terceira pessoa pode travar conversação normal
com o Espírito comunicante (LM, item 166). “Se bem esteja perfeitamente acordado
quando exerce a sua faculdade, raro é que o médium falante guarde lembrança do que
disse. Nem sempre, porém, é integral a sua passividade. Alguns há que têm intuição do
que dizem, no próprio instante em que proferem as palavras” (OP, item 43).
e) Videntes: “Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Para
alguns, essa faculdade se manifesta no estado normal (vigília), quando estão
perfeitamente acordados, e conservam uma lembrança exata do que viram; outros
possuem essa faculdade apenas em estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo.
Essa faculdade é raramente permanente; quase sempre é o efeito de uma crise
momentânea e passageira” (LM, item 167). “O médium vidente acredita ver com os
olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma que vê, e
essa é a razão pela qual ele vê tão bem com os olhos fechados quanto com os olhos
abertos; de onde se segue que um cego pode ver os Espíritos como qualquer um que
possui a vista perfeita” (LM, item 167). Existem médiuns que apresentam a faculdade
de vidência num sentido geral, “são os que veem toda a população espírita ambiente a
movimentar-se (…)” (OP, item 45). “A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida,
desenvolver-se, mas é sempre melhor esperar o seu desenvolvimento natural, sem
provocá-lo, se não se quiser ser joguete da própria imaginação”. “(…) aos médiuns
videntes propriamente ditos, são ainda mais raros, e há muito do que desconfiar
daqueles que pretendem desfrutar dessa faculdade; é prudente dar-lhes crédito apenas
diante de provas positivas. Certas pessoas podem, sem dúvida, se enganar de boa-fé,
mas outras também podem simular essa faculdade por amor-próprio ou por interesse”
(LM, item 171).
O sentido correto da palavra Vidente.19
Essa palavra deveria ser aplicado apenas a médiuns (indivíduos) que conseguem ver
Espíritos em estado de vigília. Como esse sentido muitas vezes é uma mescla entre as
espiritualidades e potencialidades próprias do indivíduo. Essa palavra acabou sendo
associada com indivíduos que “veem os acontecimentos como que desenhados num
quadro”, de forma vaga ou complexa, “donde os frequentes erros de fato e de data nas
previsões”20. Para entendermos melhor essa palavra, devemos caracterizá-la de duas
formas: indireta e direta. A primeira, diz respeito a processos subjetivos do indivíduo
(Visões Psíquicas, Premonições, Psicometrias e etc), podendo ser este sentido
classificado como “clarividência, ou visão da alma, que chamais segunda vista” (RE,
outubro de 1865). Aqui, podemos pensar nas centúrias de Nostradamus, Ezequiel (38-
39), Daniel (11:41), os Rishis (‘videntes’) indianos ou qualquer pessoa que pressinta
acontecimentos futuros por intermédio de seus recursos internos (animismo). A
segunda, possui intervenções objetivas das espiritualidades, ou o nome que quisermos
dar ou adotar, porém sempre terá a presença de uma ou mais hierofanias
(manifestações sagradas). Aqui, entendemos todos os livros que de uma forma ou de
outra, ouve intervenções de espiritualidades para sua efetivação. Exemplos: João
(Apocalipse; 1:1-2), Daniel (10:1-21), Isaías (6:4-8), bem como toda literatura
espiritual que trate de algum tipo de relação entre um médium e uma epifania (do lat.
epiphania. do gr. epipháneia – aparição ou manifestação divina ou espiritual). Como
é o caso clássico do Alcorão, que foi revelado a Mohammad em 23 anos, linha por
linha, verbete por verbete pelo “anjo” Gabriel.
f) Sonambúlicos: “Podemos considerar o sonambulismo como uma variedade da
faculdade mediúnica ou, antes, são duas ordens de fenômenos que frequentemente se
encontram ligadas. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; sua
19 Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 604.
20 Kardec, A. A Gênese: 16:7 e 14:13 e seguintes.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 26
própria alma é que, em momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites
dos sentidos. O que ele exprime haure de si mesmo; suas ideias são, em geral, mais
justas do que no estado normal, os seus conhecimentos mais extensos, porque a alma se
acha livre. Em suma, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao
contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem do
seu próprio eu” (OP, item 46 e LM, item 172).
g) Curadores: “Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste,
principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo
olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação” (LM, item 175);
(OP, item 52; RE 1862, 1864, 1865, 1866 e 1867). Geralmente a faculdade é
espontânea, embora haja a utilização do fluido magnético, alguns médiuns curadores
jamais ouviram falar de magnetismo.
h) Pneumatógrafos: (do grego pneuma = sopro ou espírito + graphein = escrever) –
Escrita direta feita por um Espírito. “Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para
obter a escrita direta”. Esta faculdade é bastante rara. Desenvolve-se pelo exercício; sua
utilidade prática limita-se a uma constatação patente da intervenção de uma força oculta
nas manifestações”. (LM, item 177)
i) Escreventes ou Psicógrafos: “De todos os meios de comunicação, a escrita manual,
ou escrita involuntária, é, sem dúvida, a mais simples, a mais fácil e a mais cômoda,
porque não exige nenhuma preparação e se presta, como a escrita corrente, a expor e
desenvolver as mais amplas ideias. (LM, item 157). A faculdade de escrever, para o
médium, é além de tudo a mais fácil de se desenvolver pelo exercício” (LM, item 179) e
proporciona a todos um exame acurado e minucioso das mensagens recebidas.
RESUMO
Médium – Embora quase todos os homens sintam a influência, maior ou menor, dos
Espíritos, denominamos Médiuns aqueles em que a faculdade se mostra bem caracterizada
através de efeitos patentes e de certa intensidade.
Fluido perispirítico – é o agente de todos os fenômenos espíritas; e estes só se
produzem pela ação recíproca dos fluidos dos que emitem o médium e o Espírito.
Afinidade – As relações entre os Espíritos e os médiuns dependem do maior ou
menor grau de afinidade entre seus fluidos. Assim, não basta ser médium para se comunicar
indistintamente com todos os Espíritos.
Dos Médiuns:
Facultativos ou voluntários – Controlam a faculdade que possuem permitindo
que se dê o fenômeno quando achem conveniente. São os médiuns responsáveis pela facul-
dade que possuem.
Involuntários ou naturais – Não têm consciência da faculdade que possuem.
Ocorrem entre as pessoas que desconhecem a Doutrina Espírita, são incrédulas ou até contrárias
às ideias da sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos. Allan Kardec também os denomina
de Médiuns Inconscientes, por não terem consciência da faculdade que possuem. Não confundir
com Médiuns Falantes Inconscientes, que embora sabendo da existência da faculdade em si,
não têm consciência apenas do conteúdo da mensagem por eles recebida.
Efeitos físicos – São os mais aptos ã produção de fenômenos materiais.
Sensitivos ou impressionáveis – São os suscetíveis de pressentir a presença dos
Espíritos por uma impressão vaga.
Audientes – Ouvem os Espíritos.
Falantes – Possibilitam aos Espíritos a comunicação oral com os encarnados.
Videntes – São os dotados da faculdade de ver os Espíritos ou ambientes e coisas do
plano espiritual.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 27
Sonambúlicos – São aqueles que quando em estado de sonambulismo transmitem a
palavra dos espíritos.
Curadores – São os que possuem a condição de curar pelo toque, pelo olhar, ou
mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação.
Pneumatógrafos – São os que tem aptidão para obter escrita direta.
Escreventes ou psicógrafos – São os que recebem as comunicações dos Espíritos
através da Escrita, podem ser Mecânicos; Intuitivos; Semimecânicos; Inspirados e
Involuntários e de Pressentimentos (LM, item 214 e 179-184).
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 14 – Obras Póstumas, 1a. Parte, Manifestações
dos Espíritos, itens 1 ao 7 – A Gênese, c.16, item 6 – Revista Espírita, 1864 (maio).
Léon Denis. Espíritos e Médiuns, Cap. IV.
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
GRUPO 1 GRUPO 2
Dos Médiuns – Conceituação e Mecânica Médiuns de Efeitos Físicos – LM, itens 160
dos Fenômenos – LM, item 159 e OP, 1a. a 163 e OP, 1a. Parte, Cap. II, §VI item 41.
Parte, Cap. II, § VI Itens 33 a 40.
GRUPO 3 GRUPO 4
a) Médiuns sensitivos ou impressionáveis; a) Médiuns sonâmbulos.
b) Médiuns auditivos; c) Médiuns falantes; b) Médiuns curadores.
d) Médiuns videntes. c) Médiuns pneumatógrafos.
LM, itens 164 a 171 LM, itens 172 a 177
OP, 1a. Parte, Cap. II, § VI Itens 42 a 45. a
OP, 1 . Parte, Cap. II, § VI Itens 46.

4a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


PRECE – ATITUDE E FORMALISMO
Sendo a prece uma manifestação da alma em busca da Presença Divina ou de seus
prepostos, ela deve ser despida de todo e qualquer formalismo.
Atitude convencional, posição externa e ritual são vestes dispensáveis ao ato de orar,
Pela força do pensamento, apos estarmos concentrados, procuramos traduzir a nossa vontade com o
melhor dos nossos sentimentos por uma prece, que não deve ser formulada segundo um esquema
pré-fabricado. Deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando e querendo.
Lembrar que a prece e “uma conversa com Deus” ou com seus prepostos que nos
servirão de intermediários, já que é bastante difícil mentalizarmos Deus (a não ser que nos fixemos
em seus atributos: Bondade, Justiça, Harmonia, Amor, etc.).
Tudo numa “conversa” deve nascer espontaneamente segundo as necessidades e
finalidades da mesma e, não, uma repetição de termos que no mais das vezes são ininteligíveis para
quem os profere.
Ser precisa, objetiva e robusta de sentimentos elevados. Estes devem ser cultivados
sempre, porque não aparecem como por encanto só nos momentos de oração.
A forma de nada vale, o que prevalece é o conteúdo; a atitude é eminentemente
espiritual, íntima. A prece não deve ter nada de convencional (ajoelhar, colocar a mão na testa,
baixar a cabeça, etc.).

Consultar: O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo 27. Pão Nosso, item 108; Fonte Viva,
item 149. O Espírito da Verdade, Capítulo 31 de Francisco Cândido Xavier.
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a
5 . SESSÃO TEÓRICA
MÉDIUNS ESCREVENTES E FALANTES.
ESCREVENTES
Também denominados Psicógrafos; são os médiuns que escrevem sob a
influência dos Espíritos. “De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais
simples, cômodo e, principalmente, o mais completo (LM, item 178),” permitindo aos
estudiosos do fenômeno um estudo acurado da mensagem, tanto no que diz respeito ao
estilo, ao conteúdo, as ideias, como também à comparação com outras mensagens recebidas
anteriormente e ditadas pelo mesmo Espírito. A crítica às mensagens se torna mais fácil quando
a palavra dos Espíritos esta escrita, não podendo ser alterada por interpretações ou depender da
memória dos participantes de determinada reunião em que a mensagem oral foi proferida.
A mediunidade psicográfica, segundo seu modo de execução, apresenta três
variedades bem distintas: os médiuns mecânicos, os intuitivos e os semimecânicos.
Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”.
O Espírito atua diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. “O que
caracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta, por parte do médium, do
que sua mão escreve. O movimento desta independe da vontade do escrevente; movimenta-
se sem interrupção, a despeito do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa a dizer, e
para desde que este último tenha concluído” (OP, item 50).
“Muitas vezes quando o lápis é colocado na mão do médium é lançado longe
com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, agita-se convulsivamente e bate na mesa
com cólera, mesmo que o médium esteja na maior tranquilidade e se admire de não ter
domínio sobre si. Digamos, de passagem, que esses efeitos denotam sempre a presença de
Espíritos imperfeitos; os Espíritos realmente superiores são constantemente calmos, dignos
e benevolentes; se não são ouvidos convenientemente, retiram-se, e outros tomam seu lugar”
(LM, item, 179). Esses médiuns também são denominados passivos, e a faculdade é bastante
preciosa por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que
escreve.
Intuitivos – “O movimento é voluntário e facultativo”.
A transmissão do pensamento se faz por intermédio do espírito do médium. O
espírito estranho, nesse caso, não age sobre a mão para dirigi-la, age sobre a alma
com a qual identifica-se e à qual imprime sua vontade e suas ideias; ela recebe o
pensamento do espírito estranho e o transcreve. Nessa situação, o médium
escreve, voluntariamente, e tem a consciência do que escreve, embora não seja
seu próprio pensamento (OP, item 50).
Mas, sendo assim, dirão, nada prova que seja um Espírito desencarnado quem
escreve, e não o do médium. Fazer essa distinção é, de fato, algumas vezes
bastante difícil, mas pode acontecer de isso não ter muita importância. Entretanto,
pode-se reconhecer o pensamento sugerido por não ser nunca preconcebido; ele
nasce à medida que se escreve, e muitas vezes é contrário à ideia prévia que havia
se formado; pode até mesmo estar fora dos conhecimentos e das capacidades do
médium. O médium mecânico é como se fosse uma máquina; o médium intuitivo
age como o faria um intérprete, porque, de fato, para transmitir o pensamento, deve
compreendê-lo, apropriar-se dele de certo modo, a fim de traduzi- lo fielmente; no
entanto, esse pensamento não é o seu: ele apenas atravessa seu cérebro. Tal é
exatamente o papel do médium intuitivo. (LM, item 180).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 29

Semimecânicos ou Semi-intuitivos
Participa de ambos (Mecânico e Intuitivo): ele sente uma impulsão dada à sua
mão, contra a sua vontade, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do que
escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro, o pensamento segue-
se ao ato da escrita; no segundo, ele o precede; no terceiro, ele o acompanha.
Estes últimos médiuns são os mais numerosos. (LM, item 181).
Classificação Geral dos Médiuns Escreventes ou Psicógrafos (LM, item 191):
Conforme o modo de execução:
Mecânicos – “O movimento da mão é independente da vontade”. (Já estudados acima).
Semimecânicos ou Semi-intuitivos – “Aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas
que têm consciência instantânea das palavras ou das frases, à medida que escrevem. Os mais
comuns”. (Já estudados acima).
Intuitivos – “Aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento, mas que
escrevem por sua vontade”.(Já estudados acima).
Polígrafos – “Aqueles cuja escrita muda conforme o Espírito que se comunica ou que são
aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha quando vivo. O primeiro caso é bastante
comum; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro”. (Ver LM, item 219).
Poliglotas ou Xenoglotas – “Aqueles queles que têm a faculdade de falar ou escrever em
línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros”. (OP, item 51).
Iletrados – “Aqueles que escrevem, como médiuns, sem saber ler nem escrever no estado
normal. Mais raros do que os anteriores, pois há uma dificuldade material muito maior a ser
vencida”. (LM, item 191).
MÉDIUNS FALANTES
“Querendo comunicar-se, o Espírito serve-se do órgão que ele encontra mais
flexível no médium; a um, ele toma emprestada a mão, a um outro, a palavra, a um terceiro,
o ouvido” (LM, item 166). Médiuns falantes são aqueles que propiciam ensejo a que os
Espíritos entrem em comunicação com os denominados encarnados através da palavra
falada, travando conversações. Esta forma de mediunidade é bastante proveitosa,
principalmente pela possibilidade de se estabelecer o diálogo com o comunicante.
O médium falante exprime-se, geralmente, sem ter a consciência do que diz, e,
muitas vezes, diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aos
seus conhecimentos e, até, ao alcance de sua inteligência. (Idem).
Vê-se, às vezes pessoas iletradas e de uma inteligência vulgar, exprimirem-se
nesses momentos, com uma verdadeira eloquência, e tratar, com uma
incontestável superioridade, questões sobre as quais seriam incapazes de emitir
uma opinião no estado comum. (OP, item 44).
Conforme a mecânica do processo mediúnico, os Médiuns Falantes podem ser classificados em:
Conscientes Semiconscientes Inconscientes
Também denominados Intui- Nesta variedade dos médiuns O que caracteriza este tipo de
tivos. A transmissão do pen- falantes, havendo entre o mediunidade é o fato do Es-
samento do Espirito comuni- médium e o Espírito livre, a pírito do médium exteriori-
cante se faz por intermédio indispensável afinidade flu- zar-se temporariamente do
da alma do médium. Trans- ídica, o Espírito comunicante seu corpo, deixando-o, mais
mite-lhe seus pensamentos, entra em contato com o ou menos à disposição do Es-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 30

após identificar-se fluidica- médium que se semi-exterio- pírito que deseja comunicar-
mente com ela, e sob o im- riza perispiritualmente, com- se. Nesta forma o médium al-
pulso do comunicante o binam-se os fluidos perispi- cança sua maior exterioriza-
médium transmitira com seu ríticos de ambos, formando ção permitindo ao Espírito
palavreado, possibilidades in- uma atmosfera fluídica, que comunicante maior possibili-
telectuais e estilo próprio os envolve o cérebro do dade de intervenção “materi-
pensamentos recebidos. O médium. Essa atmosfera se al” no fenômeno, tais como
médium tem consciência do forma pela mistura e troca de modificar o tom de voz, atitu-
que vai dizer e poderá até se fluidos perispiríticos do des próprias e outros detalhes
recusar a transmitir o pensa- médium e do Espírito. Há que lhe são característicos,
mento do Espírito. O papel nesse momento um meio in- chegando, raras vezes, a
do médium consciente é o de termediário entre o Espírito e apresentar no médium altera-
intérprete ou mensageiro en- o médium, sendo através des- ções fisionômicas que o iden-
carregado de transmitir um se condutor que transmite ao tificarão. A esse fenômeno se
recado. O estilo, o vocabulá- cérebro do médium seus pen- dá o nome de transfiguração
rio, a construção das frases samentos e sua vontade. Nes- (LM, itens 122 a 124 e OP,
são suas, mas a ideia é do Es- se caso ainda poderá repetir- item 22). Mas, mesmo haven-
pírito. se palavras, gesto ou fraseado do total exteriorização do
Este tipo de médiuns “são os que o médium habitualmente médium, este não permanece
mais numerosos, e frequente- usa, por reflexos condiciona- inoperante no momento do
mente são encontrados entre dos, porém, o Estilo e a Ideia fenômeno; quando há perfei-
os incrédulos mais obstina- serão do Espírito que se co- ta confiança na Entidade co-
dos, que assim praticam o Es- munica. municante, devido a elevação
piritismo sem saber e sem espiritual já demonstrada, po-
querer. Por isso mesmo, os de afastar-se em estudo, visi-
fenômenos espontâneos são tação espiritual ou outras ta-
de uma importância capital, refas, bem como permanecer
uma vez que não se pode sus- junto ao seu corpo aprovei-
peitar da boa-fé daqueles que tando os ensinamentos e a
os obtêm. Ocorre aqui o que convivência daqueles mo-
se dá com o sonambulismo, mentos sem o Ser que utiliza
que, em certos indivíduos, é sua faculdade; ou, no caso
natural e involuntário, en- contrário, permanece o
quanto que em outros é pro- médium em espírito junto ao
vocado pela ação magnética”. Espírito que se comunica, au-
(A Gênese, 13:12) xiliando-o na adaptação do
fenômeno, amparando-o nas
suas dificuldades ou prepara-
do para retomar seu corpo em
qualquer ocorrência não pre-
vista, pois o médium, mesmo
o inconsciente, quando bem
capacitado ao intercâmbio,
polícia o fenômeno que se dá
por seu intermédio.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 31

RESUMO
Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que escrevem sob a influência dos
Espíritos e podem ser classificados em:
Mecânicos – Recebem mecanicamente a mensagem dos Espíritos. Não sabem o que
escrevem, e o movimento da mão independe de sua vontade. O conhecimento do que foi
escrito é posterior ao fenômeno.
Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e posteriormente o passam para o papel. O
conhecimento do conteúdo da mensagem precede a escrita.
Semimecânicos – Recebem a impulsão na mão e voluntariamente passam a escrever. Têm
consciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas.
Polígrafos – Ao escrever mudam a caligrafia conforme o Espírito que se manifesta.
Desenhistas, Pintores, Músicos, Versejadores21 – Os que, sob a influência dos Espíritos,
realizam essas tarefas.
Xenoglotas ou Poliglotas – Os que escrevem ou falam sob a influência dos Espíritos em
línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.
Falantes – São os que possibilitam aos Espíritos comunicação oral com os encarnados.
Falantes Conscientes ou Intuitivos – Recebem o pensamento do Espírito e com o seu modo
característico transmitem a mensagem. Transmissão de pensamento.
Falantes Semiconscientes – Há uma parcial exteriorização do perispírito do médium e a
ligação com o Espírito comunicante. O estilo e a ideia são do Espírito.
Falantes Inconscientes – O médium exterioriza-se perispiritualmente deixando seus centros
nervosos a disposição do Espírito comunicante, porém, continuando a exercer o controle
sobre o seu veículo fisiológico.
Videntes – São os que dispõem da possibilidade de ver os Espíritos ou os ambientes e coisas
espirituais. Pode ser vidente em estado normal ou somente em estado sonambúlico.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 15; Obras Póstumas, 1a. Parte, Cap. 3;
Revista espírita, 1864 (out), 1865 (set, out), 1866 (set), 1868 (jun).
Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios Da Mediunidade, caps. 6 e 8.
Martins Peralva. Estudando A Mediunidade, Cap. 10.
Gabriel Delanne. O Espiritismo Perante A Ciência, Quinta Parte.
Ernesto Bozzano. Xenoglossia; Telepatia; Os Enigmas da Psicometria; Comunicações
mediúnicas entre vivos; Cinco excepcionais casos de identificação de Espíritos.
Léon Denis. Espíritos e Médiuns, Cap. V.

21 Diz-se daqueles que produzem poesias muito ruins, de péssima qualidade.


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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Médiuns: Escreventes, Falantes e Videntes.
Grupo 1 Grupo 2
a) A comunicação escrita e suas vantagens – a) Médiuns inspirados: Características da
LM, item 178. inspiração e Ocorrência da inspiração – LM,
182 e 183.
b) Características da mediunidade escrevente
mecânica – LM, item 179, EPC, pág. 289. b) Médiuns de pressentimentos: Definição e
c) O médium escrevente intuitivo – EPC, conceituação – LM, item 184.
pág. 294. c) Variedade dos médiuns escreventes segun-
d) Forma de transmissão da mensagem pelo do o modo da execução – LM, item 191.
Espírito e recepção pelo médium. Papel do d) Variedade dos médiuns escreventes se-
médium – LM, item 180. gundo o desenvolvimento – LM, item 192.
e) O médium semimecânico – LM, item 181.
Grupo 3 Grupo 4
a) Variedade dos médiuns escreventes se- a) Definição dos médiuns falantes – LM,
gundo o gênero e a parcialidade da comuni- item 166.
cação – LM, item 193. b) Médium falante inconsciente ou sonam-
b) Variedade dos médiuns escreventes se- búlico – LM, itens 166 e 172.
gundo as qualidades físicas do médium – c) Médiuns videntes – Características – LM,
LM, item 194. item 167 e EPC pág. 355.
c) Variedade dos médiuns escreventes se- d) Distinções entre aparições acidentais e a
gundo as qualidades morais do médium – vidência - LM, item 168.
LM, itens 196 e 197. e) Procedimento diante de um médium vi-
d) O erro de querer-se desenvolver todas as dente – LM, item 171.
faculdades de um médium – LM, item, 198.

5a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


VÁRIOS TIPOS DE PRECE.
A prece, sendo uma manifestação inteligente dos sentimentos da criatura
humana, pode ser catalogada em vários tipos. Assim, há a prece de pedido, de intercessão,
de reconhecimento e de louvor.
Pedido – é a que a criatura faz solicitando alguma coisa. Como o próprio nome diz,
petição é o ato de “rogar”, “pedir” ou “suplicar”. Provavelmente este é o tipo de oração que os
humanos mais praticam. É a oração, pela qual, munidos de um espírito humilde e dependente,
suplicamos a graça, a misericórdia e a bênção de Deus sobre a nossa vida. Por sermos tão
pequenos e frágeis, a oração de petição torna-se um elemento essencial na caminhada humana.
Na maioria das vezes, porém, é feita pedindo o que não se deve. Quando de interesse particular,
deve-se pedir, não o afastamento do sofrimento, do problema ou da dor, mas, sim, condições e
forças para superá-los e com eles aprender alguma coisa. As vezes o remédio é o sofrimento, e
só porque ele é amargo, não vamos deixar de nos beneficiar com ele.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque,
aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.
E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma
pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus,
sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mt 7:7-11).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 33
Intercessão – quando o pedido é intercessório, igualmente deve-se objetivar que
as forças para enfrentar as dificuldades se renovem e haja paz e tranquilidade no trato com a
dor. Em diversos trechos das suas Epístolas, Paulo ora em favor dos irmãos e, ao mesmo
tempo, pede por oração em seu favor e de outros (Rm 1:9-10; 15.30; 2Co 1:11; Ef 1:16; Fp
1:4; Cl 4:12; 2Tm 1:3; Fm 1:4 e 22). As próprias palavras do Apóstolo Paulo concluem bem
a questão: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações,
intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens...” (1Tm 2:1).
Reconhecimento – é feita com vistas a agradecermos as inúmeras bênçãos de que
somos alvos e que nem sempre sabemos reconhecer. A vida, a saúde, a família, os amigos, o
trabalho, enfim, tudo o que nos cerca e deixamos de observar e lhe dar o devido valor,
porque nos preocupamos somente com problemas materiais.
“Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para
sempre o teu nome” (Sl 86:12). “Entrai por suas portas com ações de graças e
nos seus átrios, com hinos de louvor, rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome”
(Sl 100:4). Jesus mesmo dá o exemplo de gratidão antes de partir o pão e
alimentar uma grande multidão: “Então, tendo mandado o povo assentar-se no
cháo, tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos
discípulos, e estes, ao povo” (Mt 15:35-36). Também na celebração da Ceia:
“A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos,
dizendo: Bebei dele todos...” (Mt 26:27). Paulo, ao instruir os Efésios, diz:
“Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se
nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem
palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário,
ações de graças” (5:3-4). Aos filipenses ele também diz: “Não andeis ansiosos
de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Por fim, aos
irmãos de Tessalônica, ele ainda ensina: “Em tudo, dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (5:18).
Louvor – significa, entre outras coisas, “falar bem de”, “elogiar”, “exaltar”,
“enaltecer”, etc. É o reconhecimento e exaltação de Deus em tudo o que Ele criou, é a nossa
aceitação e alegria por tudo o que nos rodeia e que está tão bem feito, tão justo, tão
equilibrado. No início e no término das reuniões espíritas se faz uma prece, com vistas a que
o ambiente espiritual seja favorável e que, com a presença de espíritos elevados, seja
garantida uma proteção contra o mal. Nas reuniões praticas, se usa da oração em benefício
dos demais companheiros e espíritos desencarnados pe lo potencial de forças fluídicas que a
prece consegue aglutinar.
“Não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare
às tuas obras. Pois tu és grande e operas maravilhas; só tu és Deus!” (Sl
86:8,10). Davi expressou muito bem o seu louvor a Deus quando disse:
“Oferecer-te-ei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó SENHOR,
porque é bom”(Sl 54.6). O Profeta Isaías louvou a Deus depois de reconhecer
as suas maravilhas: “SENHOR, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei a ti e louvarei o
teu nome, porque tens feito maravilhas e tens executado os teus conselhos
antigos, fiéis e verdadeiros” (Is; 25:1). Há ainda uma infinitude de orações que
louvam a Deus (Sl 18:46; 57:5,11; 77:13; 99:2-5; 118:5; Dn 9:4).

Consultar: Pão Nosso, Cap. 17; Fonte Viva, Cap. 155; Caminho, Verdade e Vida, Cap. 65 de
Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 34
6a. SESSÃO TEÓRICA
MANIFESTAÇÕES VISUAIS – BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO.
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
“De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são, sem dúvida,
aquelas em que os Espíritos se tornam visíveis”. (LM, item 100).
As aparições, propriamente ditas, ocorrem no estado de vigília e quando se está
no gozo da plenitude e da inteira liberdade de suas faculdades. Geralmente, elas
se apresentam sob uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes, vaga e impre-
cisa; com frequência, a princípio, elas são uma luz esbranquiçada cujos contor-
nos desenham-se pouco a pouco. De outras vezes, as formas são nitidamente
acentuadas e distinguem-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder fa-
zer dele uma descrição muito precisa. Os trejeitos, o aspecto, são semelhantes
aos do Espírito, quando vivo. Como pode tomar todas as aparências, o Espírito
apresenta-se com a que melhor possibilite seu reconhecimento, se este for o seu
desejo. Assim, embora, como Espírito, não tenha mais enfermidade corporal al-
guma, ele se mostrará estropiado, manco, corcunda, ferido, com cicatrizes, se
isto for necessário para constatar sua identidade. (LM, item 102).
Coisa natural é que, salvo em circunstâncias especiais, as partes menos acentua-
das são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o tronco, os braços e as mãos são
sempre claramente desenhados. Daí vem que quase nunca são vistos a andar, mas a deslizar
como sombras. Geralmente os médiuns videntes percebem as aparições tendo algo de vaporoso.
O Espírito que quer ou pode fazer-se visível apresenta às vezes uma forma
muito nítida, com todas as aparências do corpo, a ponto de produzir uma ilusão
completa e fazer acreditar que temos diante de nós um ser corporal. Em alguns
casos, e em especiais circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, ou
seja, podemos tocar a aparição, apalpá-la, sentir a mesma resistência, o mesmo
calor de um corpo vivo, o que não a impede de desaparecer com a rapidez de
um relâmpago. (LM, item 104).
Por sua natureza e no seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de
comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir e que, entretanto,
nunca vimos; mas, assim como certos fluidos, ele também pode passar por
modificações que o tornem perceptível à visão, seja através de uma espécie de
condensação, seja através de uma mudança na disposição molecular; é, então,
que ele nos aparece sob uma forma vaporosa. A condensação (não se deve
tornar esta palavra ao pé da letra; nós só a empregamos por falta de outra e a
título de comparação) a condensação, dizíamos, pode ser tal que o perispírito
adquire as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas pode,
instantaneamente, retomar seu estado etéreo e invisível. Esses diferentes
estados do perispírito são o resultado da vontade do Espírito e não de uma
causa física exterior como acontece com os nossos gases. Quando o Espírito
nos aparece, é porque coloca seu perispírito no estado necessário para torná-lo
visível; mas, para isso, sua vontade não basta, pois a modificação do perispírito
opera-se pela sua combinação com o próprio fluido do médium; ora, esta
combinação nem sempre é possível, o que explica por que a visibilidade dos
Espíritos não é geral. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se;
também não basta que uma pessoa haja entre eles uma espécie de afinidade;
talvez, também, a emissão do fluido da pessoa seja bastante abundante para
operar a transformação do perispírito e, provavelmente ainda, outras condições
que nos são desconhecidas; é preciso, enfim, que o Espírito tenha a permissão
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 35
para se fazer visto por tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido ou só o é
em certas circunstâncias, por motivos que não podemos avaliar.(LM, item 105).
As aparições não constituem novidades, pois em todos os tempos se produziram.
Pensadores e pesquisadores como Lewis Henry Morgan (1818-1881), Herbert Spencer
(1820-1903), Edward Burnett Tylor (1832-1917), James Frazer (1854-1941), Grant Allen
(1848-1899), Daniel Garrison Brinton (1837-1899), Ernesto Bozzano (1862-1943), Fredrich
Myers (1843-1901), Evans-Pritchard (1946-1970), Helmuth von Glasenapp (1891-1963),
Joseph Campbell (1904-1987), Mircea Eliade (1907-1986) poderíamos ficar aqui enchendo
várias páginas de grandes autores e estudiosos das religiões e espiritualidades. Pois, “a
História relata um grande número de aparições; mas sem remontarmos tão distante, elas são
muito frequentes nos nossos dias e muitas pessoas as têm visto e, no primeiro momento,
tomaram-nas pelo que se convencionou chamar de alucinações. Elas são frequentes,
principalmente, nos casos de morte de pessoas ausentes que vêm visitar seus parentes ou
amigos. Muitas vezes, elas não têm objetivo bem determinado, mas pode-se dizer que, em
geral, os espíritos que aparecem, assim, são atraídos pela simpatia”. (LM, item 107).
Todos os autores citados acima, chegaram às mesmas conclusões: não existem
povos por mais primitivos (antigos) que sejam, até onde a nossa mente pode alcançar, sem a
crença na existência de uma alma que sobrevive à morte do corpo ou que se comunique com
os humanos.22 Esses mesmos pensadores também deixam claro que as concepções de
deuses, demônios, anjos e etc são conceitos sociais bem posteriores e monárquicos. 23
Não existem povos, por mais primitivos que sejam, sem religião nem magia.
Assim como não existem, diga-se de passagem, quaisquer raças selvagens que
não possuam atitude científica ou ciência, embora esta falha lhes seja
frequentemente imputada. Em todas as sociedades primitivas, estudadas por
observadores competentes e de confiança, foram detectados dois domínios
perfeitamente distintos, o Sagrado e o Profano; por outras palavras, o domínio
da Magia e da Religião e o da Ciência.24
BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO
“Estes dois fenômenos constituem variedades do das manifestações visuais e, por
mais maravilhosos que eles possam parecer, à primeira vista, fundamentam neste princípio
de que tudo o que foi dito sobre as propriedades do perispírito, depois da morte, aplica-se ao
perispírito dos vivos”. (LM, item 114).
Esses efeitos, sejam materiais ou não, aparentes ou ocultos, não são menos
naturais por terem essa origem. O Espiritismo nada admite de sobrenatural nem
de maravilhoso; segundo ele tudo entra na ordem das leis da Natureza. Quando
a causa de um efeito é desconhecida, deve-se buscá-la na realização dessas leis,
e não em sua perturbação, provocada pelo ato de uma vontade qualquer, o que
seria o verdadeiro milagre. Um homem investido do dom de milagres teria o
poder de suspender o curso das leis que Deus estabeleceu, o que não é
admissível. Mas sendo o elemento espiritual uma das forças ativas da Natureza,
provoca fenômenos especiais, que não parecem sobrenaturais senão porque se
obstinam em buscar sua causa somente nas leis da matéria. Eis por que os
espíritas não fazem milagres, e jamais tiveram a pretensão de os fazer. (RE,
novembro de 1867, p. 451 – FEB).
Bicorporeidade ou Desdobramento: “O Espírito de uma pessoa viva, quando fora do corpo,
pode aparecer como o de uma pessoa morta e ter todas as aparências da realidade; além
22 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades. Ver: Xamanismo.
23 Pires, J. H. Concepção Existencial de Deus, p. 81 (O Mito do Diabo) e Agonia das Religiões, Cap. 10.
24 Malinowski, B. Magia, Ciência e Religião, p. 33
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 36
disso, pelos mesmos motivos que já explicamos, pode adquirir uma tangibilidade
momentânea. É este fenômeno, designado de bicorporeidade, que deu origem às histórias
dos homens duplos, ou seja, indivíduos cuja presença simultânea foi constatada em dois
lugares diferentes”. (LM, item 119).
O fenômeno tem sua mecânica explicada através da liberdade da alma, que
deixando o corpo em sono ou em estado extático, pode transportar-se revestida pelo
perispírito a outro local e aí tornar-se visível pelo mesmo processo de transformação ou
condensação já estudado por ocasião de tópico anterior: Das Manifestações Visuais.
O indivíduo que se mostra, simultaneamente, em dois lugares diferentes possui,
portanto, dois corpos; porém, desses dois corpos, só um é real (físico), o outro é
apenas uma aparência (fluídico); pode-se dizer que o primeiro possui a vida
orgânica e que o segundo tem a vida da alma; ao despertar, os dois corpos se
reúnem e a vida da alma volta ao corpo material. Não parece possível, pelo
menos não temos exemplo algum e a razão parece demonstrá-lo, que no estado
de separação, os dois corpos possam gozar, simultaneamente e, no mesmo
grau, da vida ativa e inteligente. Além disso, ressalta do que acabamos de dizer
que o corpo real não poderia morrer, enquanto que o corpo aparente
permaneceria visível: a aproximação da morte atraindo sempre o Espírito para
o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta, igualmente, que o corpo
aparente não poderia ser morto, porque não é orgânico e porque não é formado
de carne e osso; ele desapareceria, no momento em que o quisessem matar.25
Transfiguração: “em certos casos, pode ser uma simples contração muscular que dá à
fisionomia uma outra expressão, a ponto de tornar a pessoa quase irreconhecível. Temos
observado isso com frequência em sonâmbulos, mas nesses casos a transformação não é
radical (...)” (LM, item 123). O fenômeno de transfiguração real vai mais além da simples
modificação de alguns traços fisionômicos.
Está admitido, em princípio, que o Espírito pode dar a seu perispírito qualquer
aparência; que pela modificação na disposição molecular pode lhe dar
visibilidade, tangibilidade e consequentemente opacidade; que o perispírito de
uma pessoa viva, fora do corpo, pode passar pelas mesmas transformações; que
essa mudança de estado se opera pela combinação de fluidos. Imaginemos
agora o perispírito de uma pessoa viva que, sem estar fora do corpo, irradia-se
ao redor dele de maneira a envolvê-lo como num vapor; nesse estado, pode
sofrer as mesmas modificações que sofreria se dele estivesse separado. Se ele
perde a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível e ficar
oculto, como se estivesse mergulhado num nevoeiro. Ele até mesmo poderá
mudar de aspecto, tornar-se brilhante, se for a vontade do Espírito ou se ele
tiver poder para isso. Um outro Espírito, combinando seu próprio fluido com o
do primeiro, poderá dar a essa combinação de fluidos a sua própria aparência;
de modo que o corpo real desapareça sob um envoltório fluídico exterior, cuja
aparência pode variar de acordo com a vontade do Espírito. Essa parece ser a
verdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém que se diga, da
transfiguração. (Idem).

25 (LM, item 121). Veja a Revista Espírita, janeiro de 1859, O duende de Baione; fevereiro de 1859, Os agêneres; Meu
amigo Hermann; maio de 1859, O laço entre o Espírito e o corpo; novembro de 1859, A alma errante; janeiro de 1860,
O Espírito de um lado e o corpo do outro; março de 1860, Estudos sobre o Espírito de pessoas vivas; O doutor V. e a
senhorita I; abril de 1860, O Fabricante de São Petesburgo; Aparições tangíveis; novembro de 1860, História de Maria
Agreda; julho de 1861, Uma aparição providencial (N. A.K.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 37

RESUMO
As aparições se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo de
plena liberdade de suas faculdades. Ás aparições apresentam-se sob a forma vaporosa e
diáfana, na maior parte das vezes, sendo, porém, em algumas outras, nitidamente
acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia. Podendo tomar todas as
aparências, o Espírito se apresenta sob a que melhor o faça reconhecível. As partes menos
visíveis, isto é, menos acentuadas, são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o
tronco, os braços e as mãos são sempre claramente desenhados.
O perispírito é normalmente invisível, porém, pode sofrer modificações que o
tornem perceptível à vista, e mesmo, ao tato. Todavia, pode retomar instantaneamente seu
estado etéreo e invisível. A vontade do Espírito é que comanda todas essas alterações.
Somente a vontade do Espírito não é suficiente para que a aparição se verifique; há a
necessidade da combinação dos fluidos do Espírito e o do médium. É necessário também
que haja permissão para que ele se faça visível.
O fenômeno da bicorporeidade ou desdobramento se dá devido as propriedades
do perispírito, tanto do ser encarnado como do desencarnado. Consiste na aparição de uma
pessoa em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. O fenômeno se dá por ficar o corpo em
sono ou no estado extático e a alma tornar seu perispírito visível em outro lugar, através da
modificação molecular que se lhe opera, sempre comandado pela sua vontade.
A transfiguração ocorre devido á possibilidade “plástica” que apresenta o
perispírito das pessoas encarnadas de irradiar, formando em torno do corpo uma espécie de
vapor. Nesse estado o perispírito pode sofrer todas as alterações que sofreria estando
separado do corpo material. Um Espírito combinando o seu fluido com os do médium, nesse
estado de irradiação perispiritual, poderá imprimir a aparência que lhe é própria, ficando o
corpo material envolvido por essa emanação fluídica que é passível de tomar a forma que o
Espírito lhe imprimir.

Bibliografia:
Allan Kardec, O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; Obras Póstumas, 1a. Parte, §5;
Revista Espírita, 1859 (mar), 1860 (nov) e 1861 (jul).
Gabriel Delanne, O Fenômeno Espírita, 2a. Parte, Cap. 3; e A Alma é Imortal, 1a. Parte, Cap.
3 e 3a. Parte, Cap. 1.
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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Manifestações Visuais Ensaio Teórico das Aparições -
a) Estado do vidente quando se produz a visão Teoria da Alucinação
dos Espíritos – LM, item 100, 19a. e 20a. a) O perispírito – principio das aparições –
b) A faculdade do ser humano de ver os LM, item 109.
Espíritos – LM, item 100, 25a., 26a.; item b) Estados do perispírito – Condições de se
103 e OP, 1a. Parte, §11, n.20. tornar visível – LM, item 105 e 106.
c) Visões e aparições. Características das c) Ilusões quanto ás aparições (LM, item 108
aparições – LM, itens 101 e 102 e OP 1a. – Considerações gerais rápidas):
Parte, §11, n.17. O Sistema dos Espíritos Glóbulos.
d) Explicação do fenômeno dos Espíritos se Efeitos do humor aquoso do olho.
tornarem visíveis – LM, item 100, 21a., 22a., Discos ou medalhões.
23a. e OP 1a. Parte, §11, n.16.
d) As aparições explicadas pela alucinação –
e) Estado de tangibilidade das aparições – LM, item 111 e 112.
LM, item 100, 23a. e 24a. e OP, 1a. Parte,
§11, n.18. e) A teoria espírita e a alucinação – LM,
itens 113 e 113a.
f) A forma dos Espíritos nas aparições – LM,
item 100, 28a., 29a. e 30a.; OP, 1a. Parte, §11, f) Figuras e imagens no estado de semitranse
n.18. ou semi-adormecimento (LM, item 113b –
Considerações gerais rápidas): Aparições
fantásticas e memória; impressões cere-
brais; alucinações e alma.
Grupo 3 Grupo 4
Bicorporeidade Transfiguração – Invisibilidade
a) Princípio da bicorporeidade – LM, item a) Conceituação do fenômeno e exemplo –
114; OP; 1a. Parte, §V, n.32. LM, item 122; OP, 1a. Parte, §III, n.22.
b) Estado do corpo na bicorporeidade – LM, b) Formas e condições da transfiguração –
item 114 e 118. OP, 1a. Parte, §III, n.22.
c) Ligação do espírito ao corpo na bicorpo- c) Transfiguração e alterações corporais –
reidade – OP, 1a. Parte, item IV. LM, itens 123 e 124.
d) Bicorporeidade e tangibilidade. De exem- d) Transfiguração e invisibilidade – LM,
plos – LM, item 119, 1a., 2a. e 3a. item 124; OP, 1a. Parte, §III, n.22.
e) Explique os dois corpos do indivíduo na e) Transfiguração e contração muscular –
bicorporeidade – LM, item 121 e OP, 1a. LM, item 123.
Parte: Dos homens duplos e das aparições f) Perispírito e transfiguração – explicação
de pessoas vivas. do fenômeno – LM, item 123.
g) A transfiguração, fenômeno extraordinário
– OP, 1a. Parte, §III, n9 23
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6a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
MANIFESTAÇÃO NATURAL DA ALMA ELEVADA.
Vimos que existem vários tipos de preces e podem serem utilizadas conforme as
necessidades e objetivos, mas sempre será mais poderosa se partir de uma alma sincera e
elevada, de um Espírito aperfeiçoado, de uma criatura de bons sentimentos.
Os Espíritos que por vontade própria, por esforço pessoal, já conseguiram se
libertar das paixões animalizantes e dos interesses egoísticos da terra têm uma atividade,
sejam encarnados ou desencarnados, que se assemelha a uma prece permanente.
Os Espíritos superiores cultivam a prece com naturalidade e eficiência
extraordinária, enquanto que nós ainda temos que nos esforçar para que a nossa prece atinja
o objetivo desejado.
Despojados da ignorância e da perturbação que o mal engendra em nós aos
poucos iremos descobrindo que pela prece conseguiremos muita coisa em nosso benefício
espiritual e dos nossos semelhantes e acionaremos com naturalidade o mecanismo do auxílio
que ela nos propicia.
Por depender fundamentalmente da sinceridade e da elevação com que é feita
devemos encarar a prece como manifestação espontânea e pura da alma, e não apenas como
um repetir formal de termos alinhados convencionalmente, de petitório interminável ou de
fórmula magica para afastar o sofrimento e o problema que nos atinge.
A prece é um ato de adoração a Deus. Orar a Deus é pensar nele; é
aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. Pela prece
podemos fazer três coisas: louvar, pedir, agradecer. (LE, item 659).
Consultar: Pão Nosso, Cap. 109; Caminho Verdade e Vida, Cap. 167 e Fonte Viva, Cap. 50
de Francisco Cândido Xavier.
Prece ensinada por Francisco de Assis.
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
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Hora de Exercitar 3!
Para responder este Exercício, consulte o Resumos da 4a. Sessão Teórica,
4a. Sessão de Exercício Prático e 5a. Sessão Teórica.

1) Coloque o número correspondente na coluna da direita:

1. Os fenômenos espíritas se produzem ( ) a sua faculdade e tolham o seu livre-arbítrio.


pela ação recíproca…..
( ) de termos sem significado.
2. O desenvolvimento da faculdade me-
diúnica depende….. ( ) de modo a não aparecerem só nos momen-
tos de oração.
3. A elevação moral e o controle do
médium não permitirão que os maus es- ( ) dos fluidos que emitem tem o médium e os
píritos se apoderem….. Espíritos.
4. Há diferentes espécies de médiuns, de- ( ) do organismo e da existência do princípio
pendendo da….. mediúnico.
5. A prece em busca da presença divina ( ) da alma em busca da presença divina.
deve ser despida…..
( ) diversidade de aptidões.
6. A prece deve nascer espontaneamente
e não ser uma repetição….. ( ) de todo e qualquer formalismo.
7. Os sentimentos elevados devem ser
cultivados sempre…..

2) Numere a coluna da direita, de acordo com a representatividade mediúnica.

( ) revela principalmente a faculdade de produzir fenô-


menos materiais.
1. Médium Sensitivo
( ) possui faculdade que só é permanente em casos raros.
2. Médium Audiente ( ) é instrumento passivo de uma inteligência estranha.

3. Médium De Efeitos Físicos ( ) utiliza o fluido magnético sem o concurso de qual-


quer medicação.
4. Médium Falante ( ) tem aptidão para a escrita direta.
( ) apresenta pressentimento vago da presença dos Es-
5. Médium Vidente
píritos.
6. Médium Sonambúlico ( ) permite a conversação com o Espírito comunicante.
( ) pode receber a comunicação através de uma voz In-
7. Médium Curador terna ou de uma voz exterior.
8. Médium Pneumatógrafo ( ) só se preocupa com comunicações inteligentes.
( ) tem aptidão de receber comunicações através da es-
9. Médium Psicógrafo crita.
( ) depende da pureza do perispírito.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 41
3) Coloque a letra que corresponda a tipologia mediúnica na 2a. coluna:
( ) merece crédito somente diante de provas positivas.
( ) polígrafo.
( ) intuitivo.
a) Falantes ( ) semimecânico.
( ) consciente.
b) Videntes ( ) percebe os Espíritos pela alma e não com os olhos físicos.
( ) mecânico.
c) Escrevente ( ) pneumatógrafo,
( ) de efeitos físicos.
( ) iletrados.
( ) poliglota (xenoglota).

Hora de Exercitar 4!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 5a. Sessão de Exercício Prático,
6a. Sessão Teórica e 6a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
1. ( ) De todas as manifestações espíritas as mais importantes são aquelas por meio das
quais os Espíritos se tornam visíveis.
2. ( ) As aparições exigem o gozo da plena e inteira liberdade das faculdades do vidente.
3. ( ) Em alguns casos as aparições podem oferecer uma tangibilidade real.
4. ( ) O perispírito é constituído de fluidos que nunca são perceptíveis à vista.
5. ( ) Os diferentes estados do perispírito resultam apenas da vontade do Espírito.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes:
6. A utilização da prece depende das ____________________ e _____________________ .
Sua força depende do grau de _____________________ e dos ___________________ da
alma que ora.
7. Um alto grau de aperfeiçoamento moral pode levar a uma atitude que se
____________________ a uma prece ____________________ .
8. O resultado da prece depende sobretudo da _____________________ com que é
_____________________ feita e da _____________________ espiritual.

C) Múltipla Escolha
C.1 – Assinale a resposta MAIS correta.
9. O fenômeno da bicorporeidade:
( ) depende essencialmente da liberdade da alma.
( ) ocorre por vontade do médium.
( ) prova a existência de homens duplos.
( ) provoca o desligamento total do Espírito.
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C.2 – Assinale a resposta MAIS completa.
10. A transfiguração real é:
( ) decorrente de uma contração muscular.
( ) uma simples modificação de traços fisionômicos.
( ) decorrente de uma combinação de fluidos perispiríticos de encarnado e
desencarnado, permitindo a este fazer variar a aparência física do médium.
( ) resultante da irradiação do perispírito do encarnado, permitindo a este imprimir
modificações de seus traços fisionômicos mediante seus poderes mentais.
11. A prece no início e término da reunião espírita é feita:
( ) porque faz parte do condicionamento e do ritualismo necessários para que haja
fenômenos.
( ) porque é recomendável para tomar o ambiente espiritual favorável a realização
das atividades.
( ) para dar oportunidade de cada um pedir em seu próprio favor.
( ) para fortalecer os Espíritos desencarnados necessitados.
D) Combinação
12. Procure na coluna da esquerda a frase que relacione com a coluna da direita:
( ) Quando intercessória deve objetivar a coragem moral para su-
portar as provas.
(a) Pedido ( ) Para ser atendida deve-se prometer algo em retribuição à gra-
ça que se espera receber.
(b) Louvor
( ) Deve demonstrar a conscientização de nossa alma quanto ao
valor da vida.
(c) Reconhecimento
( ) Deve ser feita sempre em favor de si mesmo, pois cada um
deve fazer as suas próprias solicitações.
(d) Intercessão
( ) E uma glorificação ao Criador e às criaturas.
( ) Pode proporcionar o entendimento e aceitação de nossos pro-
blemas e renovação de forças para resolvê-los.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 43
7a. SESSÃO TEÓRICA
ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA
MEDIUNIDADE – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
MEDIÚNICO – FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO.
ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
Seja por entusiasmo, por fascinação dos Espíritos, ou por amor-próprio, em
geral o médium psicógrafo é levado a crer que são superiores os Espíritos que
com ele se comunicam, sobretudo quando tais Espíritos, aproveitando-se dessa
presunção, adornam-se de títulos pomposos, tomando nomes de santos, de
sábios, de anjos e da própria Virgem Maria, conforme a necessidade e segundo
as circunstâncias. E, para desempenhar seu papel de comediantes, chegam até
mesmo a portar a indumentária extravagante das personagens que representam.
Tirai suas máscaras e vereis que se transformam no que sempre foram: ilustres
desconhecidos; é o que necessariamente devemos fazer, tanto com os Espíritos,
quanto com os homens. (RE, outubro de 1858, p. 408 – FEB).
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, Cap. 17, ‘Da Formação dos Médiuns’,
esclarece que nesse capítulo se refere apenas ao desenvolvimento dos médiuns escreventes,
por se tratar do gênero de mediunidade mais espalhado na época. Nesta sessão, contudo, não
vamos limitar-nos ao desenvolvimento deste tipo de mediunidade somente, pois o objetivo
deste tema é de verificar o desenvolvimento dos médiuns em geral (psicógrafos,
psicofônicos, etc). Assim, tiraremos do capítulo acima citado, as instruções que servem
como normas gerais de desenvolvimento e passaremos em seguida ao estudo do processo de
desenvolvimento mediúnico espírita cristão.
Têm-se procurado processos para a formação de médiuns, como se têm
procurado diagnostico para a mediunidade. É importante, porém, que procuremos aquelas
orientações nitidamente espíritas, esclarecedoras e seguras, a fim de que o desenvolvimento
da mediunidade se efetue naturalmente e equilibradamente e, ainda, que o médium o faça
com conhecimento de causa, para evitar os percalços e os desenganos. “Adquirido este
conhecimento, o fato das manifestações nada mais apresenta de surpreendente e entra na
ordem dos fatos naturais”. (LM, item 52)
A pessoa que se apresenta como candidata a médium, deve, antes de tudo,
verificar se possui a faculdade, através de indícios que poderão ser caracterizados como
ocorrência de mediunidade. Todavia, é importante saber que estes sinais não são uniformes
e padronizados, mas se apresentam de múltiplas maneiras e, por eles simplesmente, não se
pode diagnosticar a “existência da faculdade mediúnica; só a experiência pode fazê-la
conhecida” (LM, item 62). Não se pode com eles afirmar ‘a priori’ que alguém possui este
ou aquele tipo de mediunidade. Só a experimentação perseverante, sensata e desprovida de
condicionamentos, poderá confirmar ou não o desabrochamento de uma faculdade.
Se a faculdade for identificada, o candidato a médium devera recorrer a meios
seguros, em locais que lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita,
pois uma faculdade em vias de desenvolvimento requer boa orientação, estudos constantes,
persistência, conhecimento de si mesmo, porque mal orientada é canal para Espíritos
inferiores e perturbação26.

26 Consultar O Livro dos Espíritos – ‘Escala Espírita’, itens 100 a 127


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 44

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO


“O desejo de todo aspirante a médium é, naturalmente, o de poder conversar com
o Espírito das pessoas que lhe são caras, entretanto, deve moderar sua impaciência, pois a
comunicação com um determinado Espírito oferece, muitas vezes, dificuldades materiais
que a tornam impossível para o iniciante” (LM, item 203). Obstáculos naturais da própria
organização mediúnica em desabrochamento e das condições espirituais da entidade. Daí o
não aconselhamento da evocação ostensiva de certos Espíritos, deixando a Sabedoria Divina
agir através dos Orientadores Espirituais do desenvolvimento da faculdade do médium.
É preciso considerar que as relações fluídicas que devem existir entre o Espírito
e o médium jamais se estabelecem completamente desde a primeira vez; a
assimilação não se faz senão com o tempo e gradualmente. Daí resulta que,
inicialmente, o Espírito sempre experimenta uma dificuldade que influi na
clareza, na precisão e no desenvolvimento das comunicações; mas, quando o
Espírito e o médium estão habituados um ao outro; quando seus fluidos estão
identificados, as comunicações se dão naturalmente, porque não há mais
resistências a vencer. (RE, julho de 1866, p. 296 – FEB).
Pode acontecer, portanto, que aquele com quem se deseja comunicar, não esteja
em condições propícias para fazê-lo, embora encontre-se presente, como pode
também acontecer que não haja a possibilidade, nem a permissão para atender
o chamado que lhe é feito. É por isso que é conveniente, no início, não obstinar-
se em chamar um determinado Espírito, com exclusão de qualquer outro, pois
acontece, muitas vezes, que não é com este que as relações fluídicas se
estabelecem com mais facilidade, por maior simpatia que se tenha por ele. Antes,
pois, de pensar em obter comunicações deste ou daquele Espírito, é preciso
impulsionar o desenvolvimento da faculdade e, para isso, necessário é fazer um
apelo geral e dirigir-se, principalmente, ao seu anjo guardião. (LM, item 203).
As condições mais importantes que devem ser observadas no desenvolvimento de
uma faculdade mediúnica, são: “a calma e o recolhimento, juntos a um desejo ardente e a
uma vontade firme de obter êxito; e, por vontade, não entendemos, aqui, uma vontade
efêmera, que age por impulso e que é, a cada minuto, interrompida por outras preocupações;
mas, uma vontade séria, perseverante, mantida, sem impaciência, nem desejo febril. A
solidão, o silêncio e o afastamento de tudo o que possa causar distrações favorece o
recolhimento (concentração)” (LM, item 204). Só um estudo completo e aprofundado da
parte teórica do desenvolvimento mediúnico pode prevenir dissabores, associado a um
exercício com regularidade, assíduo e sério é fundamental para este desenvolvimento.
“Para evitar tentativas inúteis, pode-se interrogar, através de um outro médium,
um Espírito sério e adiantado; mas deve-se observar que, quando se pergunta aos Espíritos
para saber se é médium ou não, eles respondem, quase sempre, afirmativamente, o que não
impede que os ensaios sejam, muitas vezes, infrutíferos” (LM, item 205). A pergunta,
entretanto, deve ser bem formulada para que o Espírito possa responder realmente o que se quer
saber, pois, se inquirirmos aos Espíritos se somos médiuns, eles responderão afirmativamente,
de vez que a faculdade mediúnica é natural no humano. Deve-se observar, também, a
categoria do Espírito que responde. Sabemos existirem Espíritos “(…) tão levianos e tão
ignorantes, que respondem, a torto e a direito, como verdadeiros estúrdios (…)” (Idem).
O desenvolvimento mediúnico dentre de um grupo organizado para tal fim,
apresenta uma série de condições favoráveis. “As pessoas, unidas por uma comunháo de
intenção, formam um todo coletivo cujo poder e sensibilidade encontram-se acrescidos por
uma espécie de influência magnética (…)” (LM, item 207), que satura o ambiente de fluidos
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 45
propícios e, “entre os Espíritos atraídos por este concurso de vontades, haverá aqueles que
encontrarão, nos assistentes, o instrumento que lhes convenha (…)” (Idem)..
A fé, no médium aprendiz, não constitui uma condição rigorosa; ela auxilia os
esforços, sem dúvida, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e
a boa vontade são suficientes. Têm-se visto pessoas completamente incrédulas
ficarem muito espantadas de escrever contra sua vontade, enquanto que crentes
sinceros não conseguem fazê-lo; o que prova que esta faculdade se deve a uma
predisposição orgânica. (LM, item 209)
No caso dos médiuns psicógrafos, “O primeiro indício de uma disposição para
escrever é uma espécie de arrepio no braço e na mão; pouco a pouco, a mão é arrastada por
uma impulsão que ela não pode dominar. Muitas vezes, ela só traça, primeiramente, riscos
insignificantes; depois, os caracteres desenham-se cada vez mais nitidamente e a escrita
termina por adquirir a rapidez da escrita corrente. Em todos os casos, é preciso abandonar a
mão ao seu movimento natural e não oferecer resistência, nem propulsão”. (LM, item 210).
Alguns médiuns escrevem correntemente e com facilidade, desde o começo,
algumas vezes, até, desde a primeira sessão, o que é bastante raro; outros,
traçam durante muito tempo, barras e verdadeiros exercícios de caligrafia; os
Espíritos dizem que é para lhes soltar a mão. Se esses exercícios se
prolongassem demais, ou degenerassem em sinais ridículos, não haveria dúvida
de que se trata de um Espírito que se diverte, porque os bons Espíritos nada
fazem que seja inútil; neste caso, dever-se-ia redobrar de fervor para chamar a
assistência destes. Se, apesar disto, não houver mudança, devesse parar, desde
que se perceba que nada de sério se obtém. A estas observações um Espírito
acrescenta: “Há médiuns cuja faculdade não pode ir além desses sinais;
quando, ao final de alguns meses, só obtêm coisas insignificantes, uns sim ou
uns não, ou letras sem sequência, é inútil persistir, rabiscando papel, em pura
perda: eles são médiuns, porém médiuns improdutivos. (Idem).
O perigo, para a maioria dos médiuns iniciantes, é o de se relacionar com
Espíritos inferiores e devem sentir-se felizes, quando forem apenas Espíritos
levianos. Toda a atenção deles deve concentrar-se em não se deixarem
conduzir, porque uma vez ancorados, nem sempre será fácil livrarem-se deles.
É um ponto tão capital, principalmente no início, que sem as precauções
necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades.
O primeiro ponto consiste em colocar-se, com uma fé sincera, sob a proteção
de Deus e em pedir a assistência do seu anjo guardião; este é sempre bom (...).
O segundo ponto é procurar reconhecer, com um escrupuloso cuidado, através
de todos os indícios que a experiência faculta, a natureza dos primeiros
Espíritos que se comunicam e dos quais é sempre prudente desconfiar. Se os
indícios forem suspeitos, deve-se fazer um apelo fervoroso ao seu anjo
guardião e repelir, com todas suas forças, o mau Espírito, provando-lhe que não
somos de sua laia, a fim de desencorajá-lo. É por isso que o estudo prévio da
teoria é indispensável, se quisermos evitar os inconvenientes inseparáveis da
inexperiência27 (LM, item 211).
Se é importante não cair, sem o querer, sob a dependência dos maus Espíritos,
é mais importante ainda, não se colocar nesta situação, voluntariamente e não
se deve deixar que um desejo imoderado de escrever faça acreditar que seja
indiferente dirigir-se ao primeiro que apareça, salvo para dele livrar-se mais tarde,
caso não convenha, porque não se pede, impunemente, assistência, para o que quer
que seja, a um mau Espírito, que pode cobrar caro os seus serviços. (Ibidem, 212).

27 Consultar O Livro dos Médiuns – Da Obsessão, Cap. 23 e Revista Espírita 1862, dez. p. 491 – FEB.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 46
O médium, mesmo com a faculdade mediúnica desenvolvida e trabalhando
ostensivamente, “seria um grande erro, de sua parte, acreditar-se dispensado de qualquer
outra instrução; ele apenas venceu uma resistência material, mas é, então, que começam para
ele as verdadeiras dificuldades, e que, mais do que nunca, ele necessita dos conselhos da
prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se
desejar voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará a ser a vítima dos Espíritos
mentirosos que procurarão explorar sua presunção”. (LM, item 216).
Uma vez desenvolvida a faculdade no médium, é essencial que dela não abuse.
A satisfação que ela proporciona a alguns, que a comercializam, neles provoca
um entusiasmo, que é importante moderar; devem lembrar-se de que ela lhes
foi dada para o bem e, não, para satisfazer uma vã curiosidade; é por isso que é
útil dela se utilizar somente em momentos oportunos e, não, a todo instante;
não estando os Espíritos constantemente às suas ordens, correm o risco de
serem enganados por mistificadores. É bom adotar, para este efeito, dias e
horas determinados, porque ao trabalho se acrescentam disposições de maior
recolhimento e os Espíritos que desejem vir, estando prevenidos para isso,
consequentemente, se dispõem a auxiliar. (LM, item 217).
Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar, de forma
alguma, será preciso renunciar a ela, como se renuncia a cantar, quando não se
tem voz. (LM, item 218).
FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO MEDIÚNICO:
Allan Kardec define como “o verdadeiro espírita, assim como o verdadeiro
cristão” (ESE, 12:4), aqueles que não se contentam com admirar a moral espírita, que a
praticam e lhe aceitam todas as consequências. “Fazei, portanto, que, ao serdes observados,
se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa,
porque todos aqueles que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o
culto a que pertençam”. (ESE, 15:10). Aproveitam todos os breves instantes da vida terrena
para avançar pela senda do progresso, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus
pensamentos. A caridade é em tudo, a regra de proceder a que obedecem. (LM, item 28).
Sob o ponto de vista espírita “o exercício da mediunidade é uma oportunidade e
não uma causa”28; é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade superior, a fim de
ser fielmente desempenhado. Dessa forma, o aspirante à mediunidade, à luz da Doutrina
Espírita, deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se desde o início de
sua formação e informação mediúnica, por ser um Verdadeiro Espírita.
Processos de Fundamentação Mediúnica:
Evangelho No Lar:
É a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo,
porque o lar é a usina maior das energias de que somos carentes para o nosso trânsito terreno
e e onde compensamos nossas vibrações psíquicas em reajustamento... Evangeliza os
Espíritos, nossos desafetos que se julgam conosco em todas as nossas atividades
cotidianas.29 Para a realização, as providências são simples:
1) um volume de O Evangelho Segundo o Espiritismo;
2) um dia certo por semana;
3) um cômodo onde todos os familiares se reúnem. Sua realização também é singela:

28 Revista Espírita 1863, jan. p.9. ‘As causas da obsessão e os meios de combatê-la’ (Segundo artigo) – IDE.
29 Jacinto, R. Desenvolvimento Mediúnico, p. 30.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 47
4) inicia-se por uma prece, preferentemente uma oração feita de improviso por
um dos presentes, por ser mais afetivo;
5) abre-se o livro ao chamado acaso;
6) leitura em voz alta do trecho aberto;
7) comentários sobre o mesmo pelos presentes;
8) encerramento com uma prece de agradecimento pela orientação noturna,
podendo alongar-se os comentários, depois, sobre a lição, enquanto houver interesse e for
oportuno. Evitar no Culto, qualquer manifestação que o confunda com sessão mediúnica.
Culto da Assistência:
Rompimento com o egoísmo, compelindo-nos a interessar-nos pelo próximo,
auxiliando-o nos seus lances expiatórios, probatórios ou missionários, até o limite de nossa
capacidade de servir (grupo de costura, socorro fluídico pelo passe, visita aos enfermos,
amparo aos órfãos, cooperação com as obras de assistência, conforto moral aos
desesperados, etc).
Reforma Íntima:
Revisão e reconstrução dos hábitos, permutando os vícios por virtudes
legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente e que nos abrirão as
portas de Planos mais elevados que os atuais.
Casa Espírita:
Aniquilamento do orgulho, levando-nos a viver em circunstâncias e
agrupamentos humanos que nos permitirão o exercício da humildade legítima, entrosando-
nos em trabalhos de equipe com esquecimento de nós mesmos. Evitemos as sessões espíritas
nos lares. A organização espiritual não se improvisa. O ambiente do Centro Espírita está em
permanente ação e é formado como um posto de socorro diverso, sob a orientação e
desempenho dos bons Espíritos.
Estudo de Grupo:
Reunidos semanalmente aos companheiros, evitaremos, no compulsar os livros
doutrinários, de emprestar-lhes o colorido de nossas paixões e preferências particulares e,
apesar de sua suficiente clareza, evitaremos de emprestar-lhes interpretações laterais ou
desvirtuadas.
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que
nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-
nos espiritualmente e capacitando-nos para a verdadeira mediunidade com Jesus – a
Mediunidade do Bem.
RESUMO
Na orientação do desenvolvimento mediúnico é importante que procuremos as
instruções realmente espíritas, para evitar dissabores e percalços.
Não há diagnóstico padrão da mediunidade nem métodos infalíveis de
desenvolvimento. Os indicativos mediúnicos não são uniformes e podem variar de pessoa a
pessoa. Pela experimentação perseverante, sensata e livre de condicionamentos é que o
candidato a médium deve procurar o desabrochar de sua faculdade, A faculdade mediúnica
se prende a uma disposição orgânica.
No intercâmbio mediúnico há dificuldades que somente a espiritualidade pode
julgar da possibilidade ou não de superá-las. As relações fluídicas entre médiuns e Espíritos
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 48
não se improvisam. Apenas os desejos dos encarnados não superam os obstáculos de
afinidade. Por Isto o intercâmbio deve obedecer i espontaneidade.
É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados
para isto, pois pessoas bem orientadas que se reúnam com uma intenção comum, formam
um ambiente coletivo favorável ao intercâmbio.
No médium psicógrafo o primeiro indício para escrever é uma espécie de frêmito
no braço e na mão; aos poucos esta é arrastada por um impulso incontrolável . Muitas vezes
traça riscos insignificantes; depois, os caracteres se tornam mais nítidos e a escrita acaba
adquirindo a rapidez normal.
Para evitar a influência de Espíritos inferiores, os médiuns em treinamento
devem aplicar-se com meticuloso cuidado a reconhecer por todos os meios a natureza dos
Espíritos que se comunicam por seu Intermédio, usando sempre a reserva aconselhada pela
prudência.
Todo médium iniciante, para evitar inconvenientes na prática mediúnica, deve
dedicar-se ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais considerar-se dispensado de
qualquer instrução, pois quando supõe-se capaz de voar por suas próprias asas, não tardará a
ser vítima de mil ciladas que Espíritos mentirosos presaram para explorar-lhe a presunção.
É aconselhável que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para
a satisfação da curiosidade.
Paralelamente ao exercício mediúnico, deve o médium espírita realizar o culto do
evangelho no lar; dedicar-se ao culto da assistência ao próximo; esforçar-se pela sua reforma
íntima; desenvolver o habito de frequentar e integrar-se nas atividades do Centro Espírita e
aplicar-se ao estudo em grupo dos livros de Allan Kardec.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Caps. 2a. Parte, Cap. 17.
Francisco Cândido Xavier. Missionários Da Luz, Cap. III.
Roque Jacinto. Desenvolvimento Mediúnico, Cap. VII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 22.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Diagnostico dá Mediunidade a) Relações Fluídicas Entre o Médium e o Es-
a) LM, itens 200 e 205 e OP, 1a. Parte, n.33. pírito Comunicante. LM, item 203 e OP, 1a.
b) Processos de Desenvolvimento. Parte, itens 34, 35 e 36.
LM, itens 31, 202, 207 e 208. b) Condições dos Candidatos ao Desenvolvimen-
to. LM, itens 209, 211 e caps. 31 itens 13 a 15.
Grupo 3 Grupo 4
a) Dificuldades Encontradas Pelos a) Primeiro Indício da Disposição Para Escrever
Médiuns Iniciantes. LM, itens 211 e 212 e e as Primeiras Comunicações. LM, item 210.
LE itens 461, 466 a 469. b) O Uso da Faculdade Mediúnica LM, itens
b) Quando As Tentativas Não Levam Ao 216 e 217
Desenvolvimento. LM, item 218.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 49
7a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IRRADIAÇÃO – BASES DO FENÔMENO.
Vivemos todos nós, os encarnados e os desencarnados, em um meio comum formado de
fluido Cósmico Universal, Mergulhados nos encontramos nessa substância primitiva que
absorvemos automática e inconscientemente, por várias
portas de entrada, destacando-se a respiração e os centros
de força vital, também chamados Chakras.
Vejamos estes Centros de Força Vital, sendo os mais
importantes em número de sete, bem como suas funções
básicas e suas respectivas relações com o físico.
1. Coronário – liga os planos espiritual e material;
relaciona-se materialmente com a epífise neural30.
2. Frontal – é responsável pelo funcionamento dos
centros superiores da inteligência e do sistema nervoso
central; relaciona-se materialmente com os lobos frontais
do cérebro.
3. Laríngeo – é responsável pelo funcionamento das
Glândulas do Timo31, da Tireoide32 e dos órgãos
responsáveis pela fala; está relacionado materialmente
com o plexo cervical.
4. Cardíaco – é responsável pelo funcionamento do
coração e do aparelho circulatório e pelo controle dos
sentimentos; está relacionado com o plexo cardíaco.
5. Gástrico – é responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo; está relacionado
materialmente com o plexo solar.33
6. Esplênico – é responsável pelo funcionamento do baço, pela formação e reposição das defesas
orgânicas através do sangue; relaciona-se materialmente com o plexo mesentérico e baço.
7. Genésico ou Básico – é responsável pelo funcionamento dos órgãos de reprodução e das emoções
daí advindas; relaciona-se materialmente com o plexo sacro e hipogástrico.
O Fluido Cósmico Universal ao ser absorvido por um destes centros de força é
metabolizado em fluido vital e canalizado, para todo o organismo, com maior ou menor intensidade,
de acordo com o estado emocional da criatura, irradiando-se posteriormente em seu derredor,
formando o que poderíamos chamar de aura psíquica.
É fácil compreender que pela tonalidade de nossa aura psíquica, pela sua forma, pelo
seu brilho e pela sensação que causa, seremos facilmente identificáveis .
No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da nossa vontade,
a carga de força vital que dispomos para doar.

Consultar: Evolução em Dois Mundos, Cap. 2 e Fonte Viva, Cap. 150 de Francisco Cândido Xavier.

30 A Glândula Pineal, também conhecida como epífise neural, é uma glândula endócrina de tamanho pequeno
localizado na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo, ou seja, na parte central do cérebro humano.
31 O timo situa-se na porção superior do mediastino anterior. Limita-se, superiormente, com a traqueia, a veia jugular
interna e a artéria carótida comum. Lateralmente, com os pulmões, e inferior e posteriormente com o coração. Sua cor é
variável. Vermelha no feto, branco-acinzentada nos primeiros anos de vida e, depois, amarelada. O timo, plenamente
desenvolvido, é de formato piramidal, encapsulado e formado por dois lobos fundidos.
32 A tiroide ou tireoide é uma glândula que fica na frente do pescoço (região anterior) e tem um formato parecido com
o de uma borboleta. Posiciona-se em cima da traqueia, com um lobo de cada lado, unidos pelo istmo.
33 O plexo solar, também conhecido como plexo celíaco, é uma complexa rede de neurônios que no corpo humano está
localizada atrás do estômago e embaixo do diafragma perto do tronco celíaco na cavidade abdominal a nível da primeira
vértebra lombar
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 50
8a. SESSÃO TEÓRICA
RESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES –
ESTADO DO MÉDIUM NO FENÔMENO MEDIÚNICO – REAÇÃO
DOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS TRANSMITIDOS
PELOS ESPÍRITOS – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPEL
DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES.
RESPONSABILIDADE DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES
Para compreendermos o papel que o médium desempenha nas comunicações
espírita, é preciso, primeiro, que rememoremos alguns pontos já estudados sobre a faculdade
mediúnica e o fenômeno da comunicação. Sabemos que:
1) A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres humanos, como a
faculdade de respirar. O espírito encarnado une-se ao corpo físico molécula a molécula,
“através do perispírito, que possui certas propriedades da matéria” 34, constituindo um todo
indivisível. Daí resulta uma interação psicofisiológica, isto é, um conjunto de ações e
reações recíprocas entre a alma – ser pensante e encarnado, e o corpo – veículo de
manifestações daquela. Assim, se a Alma se manifesta através do organismo, age e reage por
meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica “se deve a uma predisposição
orgânica” e é acionada pela alma – ser inteligente. (LM, item 209).
2) Um Espírito ao comunicar-se com o médium o faz por intermédio da
combinação de fluidos perispiríticos dos dois seres (espírito e médium) formando como que
uma atmosfera fluídico espiritual comum as duas individualidades, atmosfera esta que torna
favorável a transmissão do pensamento, que se faz assim, de espírito (desencarnado) para
alma (encarnada) e, esta, pela ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse
pensamento pelos diferentes tipos de faculdades (psicografia, psicofonia, vidência e etc).
A formação dessa atmosfera depende de dois elementos fundamentais:
a) a afinidade fluídica do médium e do Espirito;
b) a sintonia do pensamento (sintonia vibratória ou assimilação da corrente mental).
Os dois pontos que expusemos acima, são básicos na comunicação e se aplicam a
quase todos os tipos de faculdades mediúnicas e a qualquer grau de passividade do médium
(consciente, semiconsciente ou inconsciente). Essa passividade é apenas una questão de
aptidão própria a cada médium e da forma de manifestação e não da essência do fenômeno,
que se processa sempre dentro da mecânica exposta.
Observamos, assim, que a alma do médium (ou o médium), sempre participa do
fenômeno da comunicação, de uma forma ou de outra. Ele é o veículo e o filtro do
pensamento do Espírito.
Verifiquemos agora com mais detalhes as seguintes questões:
a) os diferentes estados do médium no fenômeno mediúnico;
b) as maneiras pelas quais os Espíritos atuam sobre as possibilidades dos
médiuns e a reação destes diante dos estímulos transmitidos pelos Espíritos;
c) considerações finais sobre o papel dos médiuns,

34 Kardec, A. A Gênese; 11:18.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 51

ESTADO DO MÉDIUM NO FENÔMENO MEDIÚNICO.


No momento que exerce sua mediunidade, o médium esta “num estado particular,
próximo do êxtase”. (LM, item 100, perg. 19).
Conforme o tipo da faculdade que possui (escrevente, por exemplo)5 seu estado
não difere de modo sensível do normal.
O sonambulismo natural é um estado de independência do Espírito em que suas
faculdades adquirem maior amplitude. A alma tem percepções que no estado normal se
acham embotadas. Nesse estado o Espírito poderá servir-se de seu próprio corpo, para
produzir certas ações, como se serve de uma mesa ou de outro objeto no fenômeno das
manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações
escritas (LE, item 425). “O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado; a alma do
extático é ainda mais independente”. (LE, item 439).
Estes dois estados podem favorecer bastante o animismo, isto é, a manifestação
da própria alma do médium que, adquirindo um certo grau de liberdade, pode recobrar suas
qualidades de Espírito e dar comunicações escritas ou verbais pela sua própria organização
física. Pode ainda comunicar-se por outros médiuns, o que já seria uma comunicação
mediúnica entre encarnados.
Para distinguirmos se uma comunicação é de cunho anímico ou de Espírito
desencarnado, é preciso estudo e observação, baseados no conteúdo das comunicações, para
diferenciarmos o que pode pertencer á individualidade do médium e o que pertence
realmente a um Espírito que lhe é estranho.
REAÇÃO DOS MÉDIUNS DIANTE DOS ESTÍMULOS TRANSMITIDOS PELOS
ESPÍRITOS
Na comunicação “é o Espírito do médium que é o intérprete, porque está ligado
ao corpo que serve para falar e porque é necessária uma corrente entre vós e os Espíritos es-
tranhos que se comunicam, como um fio elétrico é necessário para transmitir uma notícia a
grande distância e, na extremidade do fio, uma pessoa inteligente, que a receba e a transmi-
ta”. (LM, item 223, perg. 6).
O Espírito do médium exerce influência patente sobre as comunicações que
transmite, podendo, inclusive, ao assimilar as ideias dos Espíritos, alterá-las conforme as su-
as tendências, sendo, nesse caso, um mau intérprete. Daí, os Espíritos procurarem normal-
mente os intérpretes que mais se afinizam com eles para que a comunicação seja fiel e au-
têntica. Neste caso, diremos que o médium é passivo, por não misturar suas ideias com as do
Espírito comunicante, e não por que deixa de participar do fenômeno, o que jamais ocorre,
mesmo quando considerado inconsciente.
Alguns sistemas que quiseram explicar os fenômenos espíritas, achavam que a
verdadeira mediunidade estava num corpo inerte. O Espírito manifestante se identificava
com o mesmo, transmitindo-lhe vida e inteligência, e deram a esses objetos o nome de
médiuns inertes. Isto, porém, cai por terra, se raciocinarmos sobre a impossibilidade de se
admitir que um papelão que receba esses atributos, fale ou escreva por si mesmo, sem con-
curso de um médium. Seria um efeito singular e um contrassenso um homem se transformar
em máquina, e um objeto inerte adquirir inteligência. Quando um homem agita colérico um
pau, não podemos admitir que o pau está preso de cólera, nem mesmo a mão que o segura,
mas sim o pensamento que dirige a mão. Em síntese, o Espírito não se transforma em objeto
ou em pau, nem se domicilia neles. (LM, item 223, perg. 12).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 52
Para o Espírito só há uma língua – a do pensamento; não dispõe da linguagem ar-
ticulada. Assim, quando “o Espírito, dirigindo-se ao Espírito encarnado do médium, não lhe
fala francês, nem inglês, mas a língua universal, que é a do pensamento; para traduzir suas
ideias, numa linguagem articulada, transmissível, tira suas palavras do vocabulário do
médium”. (LM, item 223, perg. 15).
Os médiuns Xenoglotas35 (que falam e escrevem em idiomas que lhe são
desconhecidos), são raros e os espíritas só produzem esse tipo de fenômeno quando julgam
que isso pode ter alguma utilidade. Uma pessoa analfabeta, poderá, como médium, escrever,
porém com grande dificuldade mecânica. Da mesma forma um médium muito pouco
inteligente poderá transmitir comunicações de ordem elevada.
A mediunidade, propriamente dita, independe da inteligência, bem como das
qualidades morais e, por falta de um instrumento melhor, o Espírito pode se
servir daquele que ele tem à mão; porém, é natural que, para as comunicações
de uma certa ordem, prefira o médium que lhe ofereça menos obstáculos
materiais. (LM, item 223, perg. 19).
Daí decorre que, salvo algumas exceções, o médium exprime o pensamento dos
Espíritos através dos meios mecânicos que estão à sua disposição e que a
expressão deste pensamento pode e deve, mesmo, muito frequentemente,
ressentir-se da imperfeição desses meios; assim, o homem inculto, o camponês,
poderá dizer as mais belas coisas, expressar os pensamentos mais elevados, os
mais filosóficos, falando como um camponês; pois, como se sabe, para os
Espíritos, o pensamento está acima de tudo. Isto responde à objeção de certos
críticos a propósito das incorreções de estilo e de ortografia, que se podem
inculpar os Espíritos, e que podem vir, tanto do médium, quanto do Espírito.
Apegar-se a tais coisas não passa de futilidade. (LM, item 224).
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES
Os Espíritos se comunicam com os encarnados da mesma forma que se
comunicam com os próprios Espíritos, tão só pela irradiação do pensamento. Quando
encontram em um médium o cérebro povoado de conhecimentos latentes, obtidos em vidas
anteriores e na existência atual que facilitam a comunicação, dele se servem de preferência.
Isto ocorre porque o pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito
(sintonia vibratória).
Os Espíritos encontram no cérebro do médium, os elementos próprios a dar a
vestidura da palavra que corresponde a seus pensamentos quer o médium seja intuitivo,
semimecânico ou mecânico.
Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se
comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo
de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é
pessoal. Com efeito, se bem o pensamento lhe seja de todo estranho, se bem o
assunto esteja fora do âmbito em que ele habitualmente se move, se bem o que
nós queremos dizer não provenha dele, nem por isso deixa o médium de
exercer influência, no tocante à forma, pelas qualidades e propriedades
inerentes à sua individualidade. É exatamente como quando observais
panoramas diversos, com lunetas matizadas, verdes, brancas, ou azuis; embora
os panoramas, ou objetos observados, sejam inteiramente opostos e
independentes, em absoluto, uns dos outros, não deixam por isso de afetar uma
tonalidade que provém das cores das lunetas. (RE, julho de 1861, p. 323 – FEB
e LM, item 225).
35 Bozzano, E. Xenoglossia. Categoria I a IV.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 53
Finalizando, concluímos que o conhecimento da teoria para os observadores dos
fenômenos mediúnicos e para os candidatos a médium é fundamental, pois ela explica-lhes
em que condições eles se processam, dando-lhes a segurança para interpretarem todos os
fatos de origem mediúnica, bem como, entenderem a função do médium e dos espíritos nas
comunicações.
RESUMO
O médium, de alguma forma, sempre participa do fenômeno da comunicação
mediúnica. Ele é o veículo e o intérprete do pensamento dos Espíritos.
No momento que exerce a mediunidade, o médium está num estado mais ou
menos de êxtase que se aproxima em alguns momentos a do próprio sonambulismo e que na
condição não se manifestariam. Num destes estados a própria alma do médium pode
comunicar-se, constituindo isto o fenômeno chamado de animismo.
Quando o médium é fiel ao transmitir o pensamento dos Espíritos que por ele se
comunicam, diremos que ele é um médium passivo.
Os Espíritos sempre necessitam de médiuns para transmitir suas comunicações,
não podendo fazê-lo simplesmente através de objetos inanimados, impropriamente
chamados de médiuns inertes. (RE, outubro de 1859).
A língua universal dos Espíritos é o pensamento. Para transmitir suas mensagens
os Espíritos preferem médiuns que possuam no cérebro conhecimentos latentes adquiridos
nesta ou em existências anteriores.
As comunicações dos Espíritos sempre apresentam características próprias dos
médiuns que as transmitem, pois o pensamento deles ao atravessar o cérebro do médium
recebe a sua vestidura peculiar, como a luz ao atravessar vidros de coloridos diferentes
ganha os matizes que lhes são próprios.
O conhecimento da teoria espírita sobre a mediunidade é de fundamental
importância para os estudiosos dos fenômenos mediúnicos e para os médiuns em geral .

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 19 e Revista Espírita, 1859 (outubro) e
1861 (julho e agosto).
Alexandre Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. 3.
Ernesto Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Caps. 1 ao 5.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 50.
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Influência Do Espirito Pessoal Do Médium. Sistema dos Médiuns Inertes.
a a
LM, item 223 da 1 . a 11 . LM, item 223 da 12a. a 14a. e RE, out. de 1859.
Grupo 3 Grupo 4
Á Linguagem dos Espíritos e as Possibilida- Aptidão de Certos Médiuns Para Coisas Que
des dos Médiuns. LM, item 223 da 15a. a 23a. Não Conhecem: Línguas, Musica, Desenho e Etc.
O Papel Dos Médiuns Nas Comunicações LM, item 223 da 15a. a 22a. e item 224.
Espíritas. LM, item 225.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 54
8a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IRRADIAÇÃO – CONDIÇÕES DE QUEM IRRADIA
Como vimos anteriormente, há uma irradiação psíquica constante que realizamos
automaticamente em nosso derredor – é o que André Luiz chama de hálito mental.
Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, no
teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo
de forças vivas que lhe transpiram do “hálito” mental, na esfera de criaturas a
que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento
para a imortalidade.36
O que chamamos de realidade exterior é a troposfera ecológica de cada pessoa,
construída a partir do universo simbólico de seu psiquismo e assim convertido
a um hábitat cultural capaz de atender às necessidades do organismo. Dessa
forma, os modelos ecológicos (mentais) podem variar desde aqueles capazes de
assegurar adaptações ótimas, até aqueles psicotizados e psicotizantes que
deterioram e desintegram a capacidade adaptativa.37
As pessoas sensíveis, mediunicamente falando, sentem com precisão o estado do
ambiente e das pessoas que o compõem pelo fato de perceberem esta irradiação
Outro tipo de irradiação é aquela que se faz à distância projetando o nosso
pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através
da vontade. Desta forma, é fácil entender que somente pode dar alguma coisa boa aquele
que a possui.
Os bons sentimentos, os bons pensamentos, os bons atos vão plasmando na
atmosfera espiritual da criatura, uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos
agradáveis e salutares que poderão ser mobilizados através da vontade dirigida.
As condições básicas para realizar-se uma boa irradiação são: frugalidade na
alimentação; abster-se dos vícios, álcool, fumo, etc; evitar conversação de baixo palavreado
e de imagens pouco dignas; dominar os sentimentos passionais e instintivos; e procurar ter
comportamento ético a fim de dispor de elementos fluídicos de boa qualidade para transmitir
aos necessitados.

Consultar: Vinha de Luz, Cap. 163 e Fonte Viva, Cap. 149 de Francisco Cândido Xavier.

36 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, p. 10.


37 Eksterman, A. Psicossomática: o diálogo entre a Psicanálise e a Medicina. In: MELLO F°, J. Psicossomática Hoje, pag. 95.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 55
9a. SESSÃO TEÓRICA
DA INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM, FUNCIONAMENTO DA
MEDIUNIDADE, FINALIDADE DA MEDIUNIDADE, CARACTERES
DOS MÉDIUNS BONS, SINAIS DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS,
CONSEQUÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE
DA INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM
Sendo a mediunidade uma faculdade natural do humano, e sendo através dela que
se estabelece a comunicação do mundo corporal com o mundo espiritual é interessante que
perguntemos o seguinte:
a) O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento
moral dos médiuns?
b) Por que a mediunidade não constitui privilégio das pessoas de bem?
Em primeiro lugar, esclarecemos que a existência e o funcionamento da
faculdade mediúnica independe das qualidades morais de quem a possui.
Em segundo lugar, devemos considerar a mediunidade como meio de elevação.
Ela é uma dádiva cedida por Deus, um favor. Se há pessoas que a possuem, é que disso
precisam mais do que outras, para se melhorarem, pois Deus multiplica as oportunidades de
melhoras a todos. Além disso, há pessoas de bem que não “possuem” (no sentido ostensivo)
o “dom” da mediunidade, mas dispõem de outras faculdades, como a inteligência, os
sentidos, intuição e etc, que também são dons da vida e pelos quais devem bem utilizá-los,
pois que existem pessoas privadas deles.
FUNCIONAMENTO DA MEDIUNIDADE
Examinemos agora qual a relação que existe entre a moral do médium e o
desenvolvimento da mediunidade. Já vimos em aulas anteriores, que a faculdade mediúnica
propriamente dita, se radica no organismo. Certas organizações fisiológicas apresentam
condições favoráveis ao surgimento de uma faculdade, pela predisposição que oferecem ao
Espírito nele encarnado de liberar-se com mais facilidade e adquirir percepções que no
estado normal se acham embotadas pela densidade do corpo físico. Dessa forma, a faculdade
mediúnica é uma função, por assim dizer, automática, própria de certos organismos não se
relacionando com as qualidades morais do indivíduo que a possui, assim como o coração
trabalha independente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa agasalha.
FINALIDADE DA MEDIUNIDADE
Se o funcionamento da mediunidade independe das qualidades morais do
médium, o mesmo não ocorre com a aplicação ou o uso da faculdade. Um médium poderá
usá-la para o bem ou para o mal, de acordo com suas qualidades.
Sob o ponto de vista Espírita são muito importantes as qualidades morais do
médium, pois, exercem influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que por ele se
comunicam. E ainda mais: o Espiritismo atribui à mediunidade duas finalidades fundamentais:
1a) Dar aos humanos o conhecimento, livrando-nos da incredulidade;
2a) Promover a melhora espiritual do médium (LM, Cap. 17).
Ora, estas finalidades que a Doutrina Espírita dá à mediunidade possuem
implicitamente a exigência que se estabelece como regra para seu uso, isto é a prática do
bem (LE, itens 629 a 648). Isto significa que aqueles médiuns que usarem indevidamente a
faculdade de que são portadores, serão responsabilizados pela Lei de Causa e Efeito. “Em
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 56
assuntos da lei de causa e efeito, é imperioso não olvidar que todos os valores da vida, desde
as mais remotas constelações a mais ínfima partícula subatômica, pertencem a Deus, cujos
inabordáveis desígnios podem alterar e renovar, anular ou reconstruir tudo o que está feito”.38
Sabemos que o conhecimento da realidade espiritual está relacionado com a
maturidade espiritual e ninguém conhece alguma coisa se não estiver amadurecido para
entendê-la. O conhecimento das Leis Superiores da Vida, que normalmente vem ao homem
pelas vias da Revelação, como ocorreu com Moisés, Jesus e tantos outros 39, nos tempos
modernos, com o Espiritismo, através da mediunidade, exige do homem, para que este o
entenda, uma receptividade de ordem espiritual, mais relacionada com as qualidades morais
conquistadas – é o desenvolvimento do senso moral.
Tornando conhecidas novas leis da Natureza, o Espiritismo dá a chave de
fenômenos incompreendidos e problemas até agora insolúveis, e mata, ao
mesmo tempo, a incredulidade e a superstição. Para ele não há sobrenatural
nem maravilhoso; tudo se realiza no mundo em virtude de leis imutáveis.
Longe de substituir um exclusivismo por outro, arvora-se como campeão
absoluto da liberdade de consciência; combate o fanatismo sob todas as formas
e o corta pela raiz (…) (RE, 1866, outubro, p. 397 – FEB).
Jesus definiu este processo de apreensão dessas verdades ao afirmar: “Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e
as revelaste aos pequeninos”. (Lucas; 10:21). E, noutra ocasião afirmou: “Tenho ainda
muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o
que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que háo de vir” (João; 16:12-13). Dessa forma,
segundo o pensamento Espírita, um médium deverá sempre empregar a sua mediunidade
pura e exclusivamente para o bem, esforçando-se por ser bom e desenvolvendo suas
qualidades morais, atraindo, assim, Espíritos de natureza elevada.

Lei das Comunicações:


Se o médium, do ponto de vista da execução, é apenas um instrumento, do
ponto de vista moral, ele exerce uma grande influência. Já que, para
comunicar-se o Espírito estranho identifica-se com o Espírito do médium, esta
identificação não pode ocorrer senão quando haja entre eles simpatia, e se
assim podemos dizer — afinidade. A alma exerce sobre o Espírito estranho
uma espécie de atração ou de repulsão, de acordo com o grau de suas
semelhanças ou de suas diferenças; ora, os bons têm afinidade com os bons e
os maus com os maus; donde se segue que as qualidades morais do médium
têm uma influência capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam
por seu intermédio. Se o médium é vicioso, os Espíritos inferiores vêm
agrupar-se em torno dele e estão sempre prontos para tomar o lugar dos bons
Espíritos que foram evocados. As qualidades que atraem, de preferência, os
bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o
amor ao próximo, o desapego das coisas materiais; os defeitos que os afastam
são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade
e todas as paixões, pelas quais o homem se apega à matéria. (LM, item 227).

38 Xavier, F. C. Ação e Reação, p. 80.


39 Krishna (RE, ago. 1862, p. 331 – FEB), Zoroastro, Confúcio, Apuleio, Pitágoras, Apolônio de Tiana (RE, out. de
1858, p. 25 – FEB), Hindus (RE, dez. 1859, p. 480-481 – FEB), Manu (RE, jun. 1868, p. 255 – FEB), Buda (RE, dez.
1859, p. 419; set. 1867, p. 370, item 29 – FEB) e etc.
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ATRIBUTOS DOS MÉDIUNS BONS


Consideramos aqui os médiuns bons, porque médiuns perfeitos não existem na
terra, pois a perfeição não é apanágio deste planeta. “O médium perfeito seria aquele sobre o
qual os maus Espíritos jamais teriam ousado fazer uma tentativa para enganá-lo (...)” (LM,
item 226 - 9a). Os médiuns bons, que também são raros, são os que, “simpatizando somente
com bons Espíritos, tem sido enganado menos frequentemente” (Idem). Estes, ás vezes,
podem ser enganados e os Espíritos bons o permitem “para lhes exercitar a ponderação e
para lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso” (Ibidem - 10 a); para lhes servir de lição e
mostrar-lhes que não são tão perfeitos que não possam ser atacados em seus pontos fracos;
para que não se ensoberbeçam e não se considerem infalíveis.
Em geral, podemos atribuir aos médiuns bons, as seguintes características:
I. Grande Facilidade de Comunicação: São dotados de sensibilidade mediúnica bastante
acentuada, suscetíveis de fácil sintonia com os Espíritos e transmitem a mensagem
com fidelidade e autenticidade.
II. Bons Espíritos Assistentes: Os Espíritos que habitualmente os assistem, são de
natureza boa e assim se revelam, não pelos nomes, mas pela linguagem que usam.
Esta simpatia pelos bons Espíritos eles a mantêm pelos esforços que empregam
afastando-se dos maus.
III. Consideram a Faculdade Como Instrumento do Bem: Persuadidos de que a sua
faculdade é um dom que só lhes foi outorgado para o bem, de nenhum modo se
prevalecem dela nem a apresentam como demonstração de seus próprios méritos.
IV. Aplicação das Boas Comunicações: Consideram as boas comunicações, que lhes são
transmitidas, como uma graça, de que devem tornar-se cada vez mais dignos,
melhorando-se e aplicando-as primeiro a si mesmos, antes de atribuí-las a outrem.
Jamais se orgulham dessas comunicações.
I. Cultivam As Virtudes Cristãs: Apresentam como marcas de seu caráter a
benevolência, a modéstia, a humildade e são caridosos.
SINAIS DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS:
I. Orgulhosos e Egoístas: O orgulho e o egoísmo são as duas imperfeições morais mais
exploradas pelos maus espíritos. O orgulho, por exemplo, tem perdido muitos
médiuns dotados de belas faculdades, que poderiam tornar-se instrumentos notáveis e
muito úteis. Os traços do orgulho dos médiuns são facilmente reconhecíveis e tornam
suas comunicações suspeitas quanto a veracidade.
II. Confiança Cega Nas Comunicações Que Recebem: Tratam com desdém tudo o que
não venha por eles; julgam ter o privilégio da verdade. Evitam e repelem todo e
qualquer conselho, afastando-se de seus amigos e de quem quer que lhes possa abrir
os olhos. Aborrecem-se com aqueles que fazem a menor crítica ás suas
comunicações, e vão mesmo ao ponto de tomar ódio ás próprias pessoas que lhes têm
auxiliado (LM, item 228).
III. Consideram Infalíveis os Espíritos Que os Assistem: “O prestígio dos grandes
nomes, com os quais se adornam os Espíritos que, supostamente, os protegem,
ofusca-os e, como o amor-próprio deles sofreria se tivessem que confessar que são
enganados, eles rejeitam qualquer espécie de conselho; eles os evitam mesmo,
afastando-se de seus amigos e de quem quer que pudesse abrir-lhes os olhos; se têm a
condescendência de escutá-los, não consideram, de forma alguma, suas opiniões,
pois duvidar da superioridade do Espírito que os assiste, seria quase uma profanação.
Melindram-se com a menor contradição, com uma simples observação crítica e vão,
algumas vezes, ao ponto de tomar ódio das próprias pessoas que lhes têm prestado
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serviço. Em favor desse isolamento provocado pelos Espíritos, que não desejam ter
contraditores, estes se comprazem em mantê-los nas suas ilusões, fazendo-os
facilmente tomar as mais grosseiras absurdidades, como coisas sublimes”. (Idem).
IV. Vítimas Fáceis do Elogio: “Muitas vezes o orgulho se desenvolve no médium à
medida que cresce a sua faculdade; ela lhe dá importância. Procuram-no e ele acaba
por julgar-se indispensável; daí, muitas vezes, um tom de jactância e de pretensão, ou
ares de autossuficiência e de desdém, incompatíveis com a influência exercida por
um Espírito bom. Aquele que cai em semelhante extravagância está perdido, pois
Deus lhe deu sua faculdade para o bem e não para satisfazer a vaidade ou servir de
trampolim para a sua ambição”.(RE, fev. de 1858, p. 58 – FEB) Lembremo-nos com
André Luiz; “O elogio é sempre dispensável” (Conduta Espírita, item 20).
V. Leviandade e Vícios: São defeitos graves, que afastam os bons Espíritos, embora
estes, constantemente os admoestem antes de deixá-los à sua própria sorte, por não
tomarem a si as lições dadas. Por serem “pouco sérios atraem, pois, Espíritos da
mesma natureza; por isso é que suas comunicações se mostram cheias de
banalidades, frivolidades, ideias truncadas e, não raro, muito heterodoxas,
espiriticamente falando. É certo que eles podem dizer, e às vezes dizem, coisas
aproveitáveis; mas, nesse caso, principalmente, é que um exame severo e escrupuloso
se faz necessário, porquanto, em meio a coisas aproveitáveis, Espíritos hipócritas
insinuam, com habilidade e preconcebida perfídia, fatos de pura invencionice,
asserções mentirosas, a fim de iludir a boa-fé dos que lhes dispensam atenção”. (RE,
fev. de 1861, p. 356 – FEB e LM, item 230).
Em síntese, o que caracteriza os médiuns imperfeitos é o seguinte: confiança
absoluta na superioridade do que obtêm; desprezo pelo que deles não venha; irrefletida
importância dada aos grandes nomes; recusa de todo conselho; suspeição sobre qualquer
crítica; afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas e proveitosas.
CONSEQUÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE
Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os
espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas
têm saído pelo mundo fora (1 João; 4:1).
Os fenômenos espíritas, longe de darem crédito aos falsos
cristos e falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer,
vêm, muito ao contrário, dar-lhes o golpe mortal (ESE; 21:6-7).
O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:
a) a ser veículo de comunicações falsas (mistificações) e vítima dos
maus Espíritos;
b) à obsessão, de consequências desastrosas, nas três formas:
simples, fascinação e subjugação (LM, Cap. 23);
c) à perda ou suspensão da mediunidade;
d) a se constituir em veículo de ideias fantasiosas nascidas de seu
próprio Espírito orgulhoso e pretensioso.
Considerações Finais: Os bons Espíritos poderão utilizar-se de médiuns
imperfeitos em circunstâncias tais, que não disponham ao seu alcance de um médium bom,
mas o fazem por necessidade. O Espiritismo já instruiu suficientemente os adeptos sinceros,
para que os Espíritos se vejam constrangidos a usar de maus instrumentos.
Cabe aos dirigentes de sessões mediúnicas, ter habilidade e conhecimento
suficiente para discernir as comunicações autênticas das falsas e diante das opiniões novas
buscar a evidência para não aceitar ensinamentos suspeitos ou, oriundos de médiuns
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 59
desequilibrados. É preciso sempre lembrar com Erasto, “melhor repelir dez verdades do que
admitir uma única mentira, uma única teoria falsa” (LM, item 230). Os médiuns devem
empregar todos os seus esforços na melhoria íntima crescente, através da prática das
virtudes cristãs, aplicando sua faculdade ao Bem, a fim de que a tarefa da mediunidade seja
uma mola propulsora de seu progresso espiritual ante as Eternas.
RESUMO
A mediunidade é uma faculdade natural da criatura humana e seu funcionamento
independe das qualidades morais de quem a possui, assim como o coração pulsa
interindependente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa alimente.
Em muitos casos Deus concede a faculdade mediúnica como oportunidade de
regeneração a certas pessoas.
A aplicação ou o uso da faculdade mediúnica dependem das qualidades morais
do médium, pois conforme ele a empregue para o bem ou para o mal, isto exercerá
influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio.
De acordo com a Filosofia Espírita a mediunidade tem como finalidades dar o
conhecimento o mais próximo da verdade aos homens e promover a melhoria espiritual do
próprio médium. O médium espírita deve, por conseguinte, usar a faculdade que possui
exclusivamente para o Bem.
Pela lei de sintonia, ou afinidade, os bons simpatizam com os bons, atraindo-os;
os maus, por semelhança atraem os maus.
Médiuns perfeitos não existem na terra. Mas todo médium espírita deve esforçar-
se para ser um médium bom.
As características dos médiuns bons são as seguintes: têm grande facilidade de
comunicação; atraem bons Espíritos assistentes; consideram a faculdade que possuem como
instrumento do bem; aplicam as boas comunicações a si mesmos e esforçam-se por merecê-
las e cultivam as virtudes cristãs como a humildade, a simplicidade, a caridade, etc.
Os médiuns imperfeitos são orgulhosos e egoístas; confiam cegamente nas
comunicações que recebem; julgam ter o privilégio da verdade; consideram infalíveis os
Espíritos que os assistem; não aceitam críticas às suas comunicações; afastam-se dos que
poderiam abrir-lhes os olhos; são vítimas fáceis de elogio; são viciosos e dados à
leviandade; dão irrefletida importância aos grandes nomes.
O médium que emprega mal sua faculdade está sujeito facilmente às
mistificações, à obsessão, à perda e suspensão da mediunidade e a se constituir em veículo
de ideias fantasiosas.
Os bons Espíritos somente utilizar-se-ão de médiuns imperfeitos em
circunstancias extremas, quando não dispuserem de um médium bom ao seu alcance, mas o
fazem por necessidade.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. 20 – Revista Espírita, abril de 1861 e
junho de 1863.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 125.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 60

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
O Desenvolvimento da Mediunidade e o De- A Mediunidade do Ponto de Vista da
senvolvimento Moral do Médium. Execução e à Moral do Médium.
– LM itens 226 e 227. – LM itens 227 a 229.
Grupo 3 Grupo 4
Características dos Médiuns Imperfeitos e Influência Moral do Médium nas Comunica-
Características Dos Bons Médiuns. ções.
– LM itens 227, 228, 229 e 243. - LM itens 229 e 230 - ‘Dissertação de Erasto’.

9a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


IRRADIAÇÃO – TÉCNICA A SER SEGUIDA.
Em primeiro lugar devemos lembrar que os fluidos ou forças magnéticas
psíquicas e espirituais, também se submetem a lei das proporções, isto é, não é pelo fato de
alguém pedir excessivamente em favor de muitos, que conseguira o seu desejo, o seu fim.
Cada um de nós movimenta uma certa quantidade relativa dessas forças, que
podem ser ajuntadas com as do mundo espiritual proporcionalmente, sendo então levadas
para o seu objetivo.
Em segundo lugar, devemos focalizar o nosso pensamento, restringindo-o a uma
certa área, pessoa ou grupo de pessoas, para que ele seja o sustentáculo dessa mesma força.
Isto quer dizer que a nossa irradiação deve focalizar alguém, alguns, ou uma situação
determinada, cientes de que os pedidos feitos genericamente em favor de todos os
necessitados, não alcançam objetivamente os seus fins; apenas valem pela intenção de quem
irradia.
O potencial movimentado e aplicado de acordo com o critério que o mundo
espiritual achar conveniente.
Lembrar também que não há multiplicação de forças motivadas por um nosso
pedido, mas sim, que a nossa quota proporcionada se soma com outras com o mesmo
objetivo e são capazes, então, superajuntadas, de auxiliar o objeto de nossa irradiação.
A pessoa que irradia deve inicialmente concentrar-se; orar em seguida, e depois,
pela vontade, focalizar o objeto de sua irradiação e transmitir aquilo que deseja: paz,
conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência, etc...

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 31 de Francisco Cândido Xavier.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 61

Hora de Exercitar 5!
Para responder a este Exercício, consulte os Resumos das: 7 a. Sessão
Teórica, 7a. Sessão da Exercício Prático e 8a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
a) ( ) A faculdade mediúnica propriamente dita, tem raízes orgânicas, dependendo de
certas organizações fisiológicas.
b) ( ) O desabrochamento da mediunidade apresenta sinais e características bem claras,
que tornam muito fácil o reconhecimento da existência de uma faculdade mediúnica.
c) ( ) Uma vez que os Espíritos estão em volta de nós constantemente, devemos exer-
citar nossa faculdade, recorrendo a quaisquer Espíritos, pois assim tornaremos nossa
faculdade mais aprimorada.
d) ( ) A alma do médium nem sempre participa do fenômeno da comunicação, pois ela
é o veículo e o filtro do pensamento do Espírito.
2) Preenchimento de Lacunas.
Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
a) Os Espíritos se ________________ com os homens pela ________________ do
pensamento.
b) O ____________ encarnado une-se ao ____________ molécula a _______________
através do ________________ constituindo um indivisível.
3) Assinale a resposta MAIS CORRETA.
No médium iniciante é natural o desejo de comunicar-se com espíritos de pessoas queridas.
a) ( ) O fato é facilmente realizado pois os Espíritos se comunicam com o médium
pelo pensamento.
b) ( ) O fato não deve ser forçado, pois existem dificuldades materiais e espirituais ex-
cepcionalmente vencidas nessa fase.
c) ( ) O fato não é aconselhável porque causaria profundas perturbações ao Espírito
comunicação.
4) Assinale as alternativas CORRETAS.
I) Para que um espírito desejado consiga comunicar-se conosco, são necessárias as
seguintes condições:
a) ( ) Relações fluídicas entre o médium e o Espírito comunicante.
b) ( ) O Espírito deverá ter permissão e condições para comunicar-se.
c) ( ) O médium deverá ter a aptidão necessária para entrar em contato com esse Espírito .
d) ( ) Simpatia (afinidade) entre o Espírito e o médium.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
II) O médium, no transe mediúnico, pode também estar no estado:
a) ( ) de hipnose, provocado por estímulos musicais (sonoros) dos tipos: alfa, beta e
gama;
b) ( ) de sonambulismo e de êxtase;
c) ( ) de permanente, animismo, possibilitando a comunicação de desencarnados;
d) ( ) de êxtase, no qual a independência de sua alma é maior do que no de
sonambulismo;
e) ( ) de inconsciência espiritual e absolutamente passivo à ação do Espírito
comunicante;
f) ( ) de sonambulismo, que permite à sua alma aumentar o grau de percepção de suas
faculdades.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 62
5) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.
(1) Centro Frontal ( ) Plexo Mesentérico e Baço.
(2) Centro Cardíaco ( ) A Epífise (glândula Pineal).
(3) Centro Esplênico ( ) Plexo Cervical (e Glândulas do Timo e Tireoide).
( ) Plexo Cardíaco.
(4) Centro Genésico
( ) Plexo Solar.
(5) Centro Gástrico
( ) Plexo Sacro e Hipogástrico.
(6) Centro Laríngeo ( ) Sistema Nervoso Periférico e Cerebelo.
(7) Centro Coronário ( ) Com os Lobos Cerebrais e Frontais.

Hora de Exercitar 6!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 8a. Sessão de Exercício Prático,
9a. Sessão Teórica e 9a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) Hálito Mental é a irradiação psíquica feita através da vontade.
2) ( ) A aplicação ou uso da faculdade mediúnica independe das qualidades morais do
médium.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
3) A ________________ e a ________________ ou suspensão da mediunidade são
consequências do ________________ uso da faculdade mediúnica.
4) Os médiuns devem empregar ________________ no sentido de crescimento íntimo,
praticando as ________________ cristãs, para que sua medi unidade seja utilizada
para o ________________.
5) No fenômeno mediúnico a combinação dos fluidos ________________ do médium e
do Espírito comunicante, constituem uma ________________ fluídico espiritual
comum às duas ________________.
6) O ________________ e o ________________ são as duas imperfeições
______________ mais exploradas pelos Espíritos.
C) Assinale a resposta MAIS Correta:
7) A Mediunidade se manifesta:
a) ( ) Como privilégio das pessoas de bem.
b) ( ) Exclusivamente em pessoas de moral elevada.
c) ( ) Como meio de elevação em qualquer pessoa.
d) ( ) Exclusivamente entre pessoas que não apresentam qualidades morais comprovadas.
e) ( ) Como compensação em pessoas que não possuem o dom da inteligência ou dos sentidos.
8) De acordo com o Espiritismo, as duas finalidades fundamentais da Mediunidade são:
a) ( ) Punir os médiuns que usam a faculdade indevidamente;
b) ( ) Dar aos homens o conhecimento da Espiritualidade;
c) ( ) Promover a melhora espiritual do médium;
d) ( ) Exercer influência decisiva sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam;
e) ( ) Dar aos homens maior receptividade de ordem espiritual.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 63
9) A Técnica de Irradiação das forças magnéticas espirituais deve focalizar dois pontos
fundamentais:
a) ( ) Ser submetida à lei das proporções;
b) ( ) Ser movimentada indistintamente em favor dos necessitados;
c) ( ) Focalizar um objeto determinado, restrito;
d) ( ) Atender a pedidos particulares de cada um do grupo;
e) ( ) Deixar sempre a critério dos Amigos da espiritualidade o potencial movimentado.
D) Numere as colunas de acordo com seus respectivos números.

(1) Lei que rege as comunicações espíritas. ( ) Vigilância é


( ) Autenticidade é
(2) Condição para sintonizar com bons Espíritos assistentes.
( ) A perfeição é
(3) Qualidade que permite verificar a conveniência da comunicação.
( ) A sintonia é
(4) Sinal que torna suspeita a comunicação quanto a veracidade.
( ) O espírito crítico é
(5) Defeito que atrai comunicações frívolas e banais. ( ) A comunicação é
(6) Qualidade que permite verificar a fidelidade da comunicação. ( ) A leviandade é
( ) O orgulho é
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 64
10a. SESSÃO TEÓRICA
RISCOS DA MEDIUNIDADE: FRAUDES; MISTIFICAÇÕES;
CONTRADIÇÕES; ABUSOS NO EXERCÍCIO DÁ MEDIUNIDADE.
FRAUDES
Á significação do termo é: galezia, golpe, engano, defraudação, falcatrua,
embrulho, batota, tapeação, trapalhada, fraudação, tramoia, defraudamento, trama,
tratantice, tratantada, farsa, embuste, burla, dolo, ardil, intrujice, logro, ludíbrio,
trampolinice, trapaça; pressupõe uma atitude pensada previamente cem a finalidade de
fazer parecer verdadeira uma coisa que é falsa. Os que não admitem os fenômenos espíritas
tendo como causa uma inteligência invisível, ou melhor, um espírito desencarnado,
atribuem-lhes como causa a fraude. Mas há que se considerar, que ninguém iria falsificar
uma coisa que não existisse realmente. E ninguém frauda sem na intenção de ganho, seja
monetário, seja pessoal, etc.
As fraudes podem ser classificadas em dois grandes grupos:
1a.) Fraudes conscientes ou volitivas – de inteira responsabilidade e conhecimen-
to do médium, que simula um fenômeno com fins escusos;
a
2 .) Fraudes inconscientes – que são simulações provocadas e dirigidas pela ação
das mentes de espíritos desencarnados (obsessores) ou das de encarnados
(assistentes, experimentadores e médiuns). De qualquer forma, porém, o
médium tem parte da responsabilidade porque se deixa trair por influências
negativas, o que demonstra seu pequeno potencial de defesa em função do
despreparo moral.
Nas Fraudes Conscientes podemos ainda considerar que elas podem ser
produzidas por:
a) Falsos Médiuns: espertalhões que usam a terminologia mediúnica para melhor
explorar a ignorância dos que os procuram, utilizando-se de processos mágicos, de
prestidigitação e de ilusionismo, auferindo lucros, seja de natureza pessoal ou financeira.
b) Verdadeiros Médiuns: pessoas que apesar de realmente possuírem a faculdade
mediúnica, desconhecem a nobreza do mandato que lhes foi outorgado e não trepidam em
“ajudar” a realização dos fenômenos quando os Espíritos não comparecem ou estão
demorando para agir.
Geralmente as fraudes dizem mais respeito aos fenômenos físicos como:
materialização, transfiguração, transporte, operações milagrosas, etc. (LM, item 315).
Pelo fato de alguns prestidigitadores conseguirem, por rara habilidade e com uso
de máquinas, de auxiliares, etc. certos fenômenos aparentemente extraordinários, não quer
dizer que os fenômenos mediúnicos não existam, ou que sejam sempre frutos de fraude.
O efeito dos fenômenos espíritas seria, sem dúvida, muito mais eficaz e
benéfico, se, em vez de combatidos, negados ou deformados por parte dos
responsáveis pela orientação espiritual da humanidade, fossem, ao contrário,
esclarecidos e divulgados. Muitos homens de boa vontade poderiam, então,
com menor esforço, avançar mais no rumo da Verdade; não estacionariam
distraídos pelo fogo-fátuo de maravilhas que não levam a parte alguma, nem se
apoiariam confiantes em formalismos inócuos.40
Porque charlatães anunciam e vendem drogas milagrosas que servem para curar
desde calos ate o câncer, não se deduz daí que todos os medicamentos que se vendem em
40 Pereira, Urbano. Operações Espirituais, pag. 12.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 65
farmácias sejam destituídas de qualidades para o tratamento de doenças. E há mais na fator
importante que é o interesse materia l, ou seja, “onde nada há a ganhar, nenhum interesse existe
em enganar e que a melhor de todas as garantias é o desinteresse absoluto. (LM, item 314).
O conhecimento do Espiritismo que explica com detalhes a mecânica dos
fenômenos mediúnicos, é a melhor defesa contra a fraude.
Em todas as coisas, as pessoas mais fáceis de enganar são as que não
pertencem ao ofício; o mesmo acontece com o Espiritismo; as que não o
conhecem são facilmente enganadas pelas aparências; enquanto que um estudo
prévio atento as inicia, não somente na causa dos fenômenos, mas nas
condições normais em que eles podem produzir-se e lhes fornece, assim, os
meios de reconhecer a fraude, se ela existir. (Ibidem, 316).
Em resumo, repetimos, a melhor garantia está na moralidade notória dos
médiuns e na ausência de todas as causas de interesse material ou de amor-
próprio, que poderiam estimular-lhes o exercício das faculdades medianímicas
que possuam, pois essas mesmas causas podem induzi-los a estimular as que
não possuem. (Ibidem, 323).
MISTIFICAÇÕES
Mistificar significa enganar, ludibriar, iludir; burlar; abusando da credulidade
de alguém e fazendo-o crer em uma mentira ou em algo falso.
Podemos enquadrar as mistificações dentro de dois grupos:
1o.) Mistificações conscientes – aquelas em que o médium é responsável pelo
fenômeno e a comunicação é de sua própria criação podendo haver, é claro, associação com
espíritos gozadores que o inspirarão para que desempenhe melhor ainda o papel de bufão.
2o.) Mistificações inconscientes – aquelas em que o médium é dirigido pelo
próprio desejo inconsciente ou por entidades malévolas que; colocam em situação ate
ridícula e, em que mensagens ou comunicações absurdas, mentirosas, vazias de conteúdo e
de ensino moral, trazem a assinatura de nomes famosos ou de espíritos elevados, conhecidos
em nosso movimento como André Luiz, Emmanuel, Bezerra de Menezes, Joana de Ângelis, etc.
Geralmente as mistificações ocorrem com maior frequência nos fenômenos de
natureza inteligente (psicofonia e psicografia), e com pessoas místicas ou interesseiras que
acreditam posam os espíritos lhes dizer e ensinar tudo a respeito de qualquer assunto.
O papel dos Espíritos não é o de vos informar sobre as coisas deste mundo, mas
o de vos guiar, com segurança, naquilo que vos pode ser útil para o outro mun-
do. Quando vos falam das coisas deste mundo, é porque o julgam necessário,
mas não por causa do vosso pedido. Se vedes, nos Espíritos, os substitutos dos
adivinhos e dos feiticeiros, então, é que sereis enganados. (Ibidem, 303).
A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa, algumas vezes, tudo o que se
possa imaginar; a arte com a qual dirigem suas baterias e combinam os meios
de persuadir, seria uma coisa curiosa, se nunca passassem de brincadeiras
inocentes; porém, estas mistificações podem ter consequências desagradáveis
para os que não se mantêm em guarda; ficamos bastante felizes por ter podido
abrir, a tempo, os olhos a várias pessoas que tiveram a boa vontade de nos
pedir a nossa opinião e lhes ter poupado de ações ridículas e comprometedoras.
Entre os meios que esses Espíritos empregam, é preciso colocar, em primeiro
lugar, como sendo os mais frequentes, os que têm por objetivo tentar a cobiça,
como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o anúncio de heranças ou
outras fontes de riquezas. Além disso, devem-se considerar, como suspeitas,
essencialmente, as predições com épocas determinadas, assim como todas as
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 66
indicações precisas relativas aos interesses materiais; preservar-se de todo
encaminhamento prescrito ou aconselhado pelos Espíritos, quando a meta não
for eminentemente racional; jamais deixar-se deslumbrar pelos nomes, que os
Espíritos tomam para dar uma aparência de veracidade às suas palavras;
desconfiar das teorias e sistemas científicos aventureiros; enfim, de tudo o que
se afaste do objetivo moral das manifestações. Preencheríamos um volume dos
mais curiosos com a história de todas as mistificações que têm chegado ao
nosso conhecimento. (Idem, Nota).
CONTRADIÇÕES
É o fato de o ensino dos Espíritos em algumas partes não ser unitário e apresentar
pontos de atrito, de divergências.
As contradições devem ser encaradas por dois ângulos:
1o.) contradições devidas aos homens;
2o.) contradições devidas aos Espíritos.
As contradições devidas aos homens se devem ao fato deles terem eleito uma
série de pontos de vista, de formas de entendimento que os caracterizam, por viverem em
sociedade. Assim, cada grupo, cada sociedade, cada povo, tem suas características próprias.
Os Espíritos, como são atraídos por afinidade, ligam-se a agrupamentos que partilham das
mesmas ideias. Em outros meios essas ideias poderão ser passíveis de críticas e ataques.
Os Espíritos responsáveis pelo esclarecimento de grupos que tem a si próprios
como ponto de referência de tudo o que ocorre à sua volta, somente aos poucos é que estes
os vão orientando, para não chocá-los. Como exemplo temos as correntes espiritualistas
anglo-saxônicas41 que, algumas, não aceitam a reencarnação, e tal ideia e veiculada pelos
próprios Espíritos. Esse pensamento antirreencarnacionista será vencido aos poucos, porque
toda e qualquer doutrina que fale de reencarnação não é aceita.
O Espiritismo, como já vimos e é notório, tem relações com o Cristianismo, no
campo mais geral, porque ambos são Espiritualistas, como tem afinidades
muito acentuadas no campo moral, uma vez que a moral espírita não é outra,
senão a do Evangelho. Isto é o bastante. Não é lógico, entretanto, partir das
Generalidades Espiritualistas para forçar aproximações do Espiritismo com
interpretações e práticas religiosas que não condizem evidentemente, com o
espírito da doutrina. Tudo é Cristianismo – dizem alguns – mas nem tudo
quanto ensinam as igrejas e seitas cristãs pode ser admitido no Espiritismo. Os
princípios comuns não anulam as divergências doutrinárias, notadamente
quanto à tese da reencarnação.42
Essas contradições são devidas aos Espíritos estarem colocados no mundo
espiritual em posições variáveis de entendimento, trazendo nas comunicações o cunho de
sua ignorância, ou do seu saber, da sua inferioridade ou da sua superioridade moral.
É preciso não esquecer que, entre os Espíritos, há, como entre os homens,
falsos sábios e semissábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Como só
aos Espíritos perfeitos é dado tudo conhecer, existem para os outros, como para
nós, mistérios, que eles explicam à sua maneira, conforme suas ideias e sobre
as quais eles podem formar opiniões, mais ou menos justas, em que empenham
o amor-próprio, para que prevaleçam e que gostam de reproduzir nas suas
comunicações. O erro está em alguns de seus intérpretes terem esposado, muito
41 A América Anglo-saxônica é um termo usado para designar os países da América que tem o inglês como idioma
principal. Estes países possuem também laços históricos e culturais com a Inglaterra, pois sofreram colonização inglesa
no passado.
42 Amorin, D. O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, p. 39.
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levianamente, opiniões contrárias ao bom senso e de se terem feito os editores
responsáveis delas. Assim, as contradições de origem espírita não possuem
outra causa, senão a diversidade da inteligência, os conhecimentos, o
discernimento e a moralidade de alguns Espíritos, que ainda não estão aptos
para tudo conhecer e tudo compreender. (LM, item 299).43
ABUSOS NO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE
Sendo a mediunidade uma faculdade que nos é outorgada para facilitar a nossa
evolução, através do bem desinteressado que por seu intermédio possamos fazer; sendo uma
faculdade que exige comportamento ético-moral adequado; sendo uma faculdade que para
seu bom exercício exige estudo e esclarecimento; todas as manifestações de fenômenos que
fujam desta diretiva devem ser consideradas como abuso. Isto é, praticar desordenadamente,
a qualquer hora e em qualquer lugar a mediunidade não se precaver convenientemente
contra certas companhias materiais, acreditar-se um missionário sem o qual o fenômeno não
se realizaria e lançar mão deste argumento para dominar pessoas e instituições: dizer-se
investido de um trabalho importante a realizar e dedicar-se exclusivamente ao mediunismo*,
percebendo vantagens monetárias, tudo isto é abuso e deve ser combatido.
(*) Mediunismo – Essa palavra não é encontrada e nem foi utilizada em
nenhum momento por Allan Kardec, e nos parece mais um eufemismo. Porém,
alguns autores e a pesquisa séria sobre Mediunidade nos deixam claro que
Mediunismo é o uso indiscriminado da Faculdade Mediúnica sem nenhum
controle ou estudo prévio, em que não existe por parte de quem utiliza tal
ferramenta em saber o que é e nem como funciona tal faculdade
(Mediunidade), tendo em vista apenas como objeto final sua fenomenologia
mágico-religioso-espiritual. Esse processo (Mediunismo) é tão antigo como a
humanidade, que o observamos desde a mais remota Antiguidade quando
estudamos as demopsicologias (psicologias dos povos da África, Suméria,
Egito, Babilônia, Assíria, Judeia, Pérsia, China, Japão, Índia, etc.) e
percebemos como esse processo misturava-se às lendas, crenças, canções, aos
costumes e cultos dos ditos fenômenos “naturais” (animismo, naturismo,
totemismo e xamanismo) e aos ritos das tribos, quando por intermédio de um
Xamã ou Pajé “curavam” doenças ou supostamente conversavam com as almas
dos grandes guerreiros mortos em batalha de sua tribo. Nos dias de hoje
observamos esse mesmo método antiquíssimo sendo utilizado por várias
filosofias espiritualistas, tais como: a Wicca (Magia Branca), a Quimbanda, a
Umbanda e o Candomblé, que trabalham com muita intensidade em
incorporações, magias, feitiçarias e os espiritualismos modernos tais como; o
Raciocinalismo Cristão e o Pró-Vida que se propõem a conduzir pessoas
interessadas a reconhecer e despertar o potencial de suas capacidades mentais,
psíquicas e espirituais; e, por fim, as religiões cristãs de cunho evangélico
emocional que se ocupam quase que exclusivamente com as “descidas”
(incorporações) de espíritos “santos” e as chamadas curas milagrosas (mágico-
religiosas) através da imposição das mãos.44

43 Ver O Livro dos Espíritos, “Introdução”, § XIII e “Conclusão”, § IX.


44 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades, p. 355.
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RESUMO
A fraude é um engodo e pode ser:
1. Falsos médiuns;
a) consciente, quando provocada por:
2. Verdadeiros médiuns,

1. Espíritos encarnados;
b) inconsciente, quando provocada por: 2. Mentes dos experimentadores ou
do próprio médium.
A fraude é mais corrente nos fenômenos de efeitos físicos.
Não é pelo fato de um fenômeno poder ser imitado e fraudado que todos os
fenômenos sejam imitação ou fraude
Os que menos conhecem o Espiritismo são os que mais se deixam enganar ou iludir.
A melhor garantia contra a fraude é a moralidade do médium e o desinteresse de
qualquer natureza.
Os fenômenos de efeitos inteligentes são os mais sujeitos a mistificações, que podem
ser conscientes ou inconscientes
Geralmente, quem muito quer ouvir dos Espíritos, acreditando que eles possam falar
sobre qualquer assunto e, em qualquer ocasião, acaba sendo mistificado.
Assuntos de natureza material, como negócios, tesouros, casamentos, sorte, etc, são
os que mais agradam os Espíritos mistificadores.
Um bom sistema para se reconhecer a mistificação numa comunicação ou
mensagem é observar-lhe os fins morais.
As contradições no ensino dos Espíritos podem ser oriundas:
a) da diversidade de opiniões correntes entre os homens no meio em que se
produzem esses ensino;
b) da diversidade de graus de entendimento em que se situam os Espíritos
desencarnados.
Geralmente, os Espíritos inferiores e orgulhosos, quando perguntados sobre assuntos
que desconhecem, acabam dando sua opinião particular, fazendo crer que e um ensino geral.
As características de quem abusa, do exercício mediúnico são:
a) acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;
b) não atender às solicitações de estudo da doutrina na casa espírita, achando que os
desencarnados ensinam tudo;
c) não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer
hora, ocasião e local;
d) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
e) cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela
faculdade mediúnica;
Assim, quem age dessa forma, mais cedo ou mais tarde, ver-se-á em situações
lamentáveis.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 8, 17, 27 e 28. Revista Espírita, 1858
(ago), 1859 (jun) e 1863 (ago).
Léon Denis. No Invisível, Segunda e Terceira Parte.
Francisco Cândido Xavier, Nos domínios da Mediunidade, caps. 1, 3, 6, 16, 23, 25, 28.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 69
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
a) Fraudes espíritas, tipos, falsos médiuns, As contradições e suas fontes – explicar su-
exemplos de simulações; atitudes do bom es- cintamente as duas fontes de contradição;
pírita diante do fato. LM, item 303 a 349. causas e meios de as controlar. LM, itens
297, 298, 299, 300 e 301 (da 1a. a 6a.)
Grupo 3 Grupo 4
Provas possíveis de identidade (LM, Cap. A perda da mediunidade por abusos – Fins a
24) – Médiuns Interesseiros – Mediunidade que se destina a mediunidade (LM, item
Profissional – Charlatanismo (LM, Cap. 28). 220) – Distinção entre bons e maus espíritos
(LM, item 262 a 267).

10a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


Passe – Explicação da Mecânica
O passe é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais; isto é, a passagem
de um para outro indivíduo de uma certa quantidade de energias fluídicas vitais (psíquicas)
ou espirituais propriamente ditas (Gênese, 24:13-21).
Há pessoas que têm uma capacidade de maior absorção e armazenamento dessas
energias que emanam do Fluido Cósmico Universal e da própria intimidade do Espírito. Tal
requisito as coloca em condições de transmitirem esse potencial de energias a outras
criaturas que eventualmente estejam necessitando. A aglutinação dessa força se faz
automaticamente e também atendendo aos apelos do passista (prece, que, então, municiado
com essa carga, a transmite através da imposição das mãos sobre a cabeça da pessoa, sem a
necessidade de tocar-lhe o corpo ou parte dele, porque a força se projeta de uma para outra
aura, estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico
universal são, portanto, a atmosfera dos seres espirituais, o elemento de onde
tiram os materiais sobre os quais eles operam, o meio onde se passam os
fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas que
escapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; é
enfim o meio de transmissão do pensamento, tal como o ar é o meio de
transmissão do som. (A Gênese; 14:13)
O fluxo energético se mantém e se projeta às custas da vontade do passista, como
também de entidades espirituais desencarnadas que o auxilias na composição dos fluidos,
não havendo portanto necessidade de incorporação mediúnica. O médium age somente sob a
influência da entidade e por isso, não precisa falar, aconselhar ou transmitir mensagens
concomitantes ao passe.
As forças fluídicas vitais (psíquicas) dependem do estado de saúde do médium, e
as espirituais do seu grau de desenvolvimento moral. Assim é que o médium passista deverá
estar, o mais possível, em perfeito equilíbrio orgânico e moral.
Consultar: Caminho, Verdade e Vida, Cap. 153 e Religião dos Espíritos, Cap. 59 de
Francisco Cândido Xavier.
Estudando a Mediunidade, Cap. 26 de Martins Peralva.
O Passe – seu estudo, suas técnicas, sua prática, Cap. II de Jacob Melo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 70
11a. SESSÃO TEÓRICA
PERIGOS E INCONVENIENTES DA FACULDADE MEDIÚNICA
E PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA.
PERIGOS E INCONVENIENTES DA FACULDADE MEDIÚNICA
Após uma centena de anos recebendo os mais variados ataques que iam da fraude
às manifestações demoníacas, surgem novos opositores que não discutem quanto à
existência do fenômeno mediúnico espírita, somente, acham que a prática da mediunidade é
suscetível de levar para caminhos perigosos quem a ela se dedicar. Não se pode negar que o
Espiritismo na sua parte prática, realmente oferece perigos aos imprudentes que, sem estudo
e preparo, sem método adequado e sem proteção eficaz se lançam a aventuras experimentais
por passatempo ou frívola diversão atraindo para si elementos inferiores do mundo invisível
cuja influência maléfica fatalmente sofrerão.
Estes perigos, no entanto, são por demais exagerados pelos detratores da
Filosofia Espírita, a fim de desestimular a aproximação do homem da fonte capaz de matar-
lhe a sede de conhecimento acerca de seu destino futuro, terreno este que foi monopolizado
pelas religiões tradicionalistas, as quais não suportam o mais leve exame da lógica e da razão
Ha necessidade de precaução em toda prática ou experimentação que se faça.
Ninguém; por exemplo, sem ter conhecimento, pelo menos rudimentar, sobre química,
entraria em um laboratório e se poria a manipular substâncias desconhecidas, a não ser que
quisesse colocar em risco sua segurança e a sua saúde. Qualquer coisa poderá ser boa ou má,
conforme o uso que se lhe der. É injusto, porém, ressaltar os possíveis perigos da
mediunidade sem assinalar os extraordinários benefícios que propicia dentre os quais a
comprovação da imortalidade da alma, ponto que sozinho é suficiente para anular a angústia
natural do homem, transmitindo-lhe a certeza da continuidade da vida após a sepultura.
Nenhum progresso, nenhum avanço, nenhuma descoberta se alcança sem esforço,
sem sacrifícios e sem certos riscos, Se os grandes navegadores não tivessem intentado suas
viagens através dos oceanos, enfrentando o desconhecido e as forças naturais, até hoje
permaneceríamos vivendo em núcleos isolados e ainda de forma rudimentar, porque a falta
de entrosamento e de troca de experiências nos manteria nos limites tradicionalistas,
herdados de nossos antepassados. No oceano do mundo invisível palpitam outros seres,
outras sociedades, outros mundos que estão à nossa espera, e dos quais nos chegam os
informes, pelo correio da mediunidade, para que deles usufruamos a experiência vivida.
Deus nos colocou em um verdadeiro oceano de vida, que é um reservatório
inesgotável de energias e, dando-nos a inteligência, a consciência e a razão, quis Ele que
conhecêssemos essas forças e aprendêssemos a manipulá-las convenientemente para nosso
benefício espiritual. Este exercício constante permite que nós mesmos nos desenvolvamos
ate alcançar o império sobre a Natureza, o domínio do espirito sobre a matéria.
Essa conquista é o mais elevado objetivo a que possamos consagrar a nossa
vida. Em vez de afastar dele o homem, ensinemos-lhe a caminhar ao seu
encontro, sem hesitação. Estudemos, escrutemos o Universo em todos os seus
aspectos, sob todas as formas. (No Invisível, Cap. XXII)
As dificuldades da experimentação mediúnica estão em proporção com o
desconhecimento das leis psíquicas que regem os fenômenos, desconhecimento este que
mergulha o homem em um lago de ignorância ou no estímulo para a criação de crendices e
absurdos nas quais procura se agarrar.
Em tais condições, pode acontecer que a experimentação espírita reserve
numerosas ciladas, muito mais, entretanto, aos médiuns que aos observadores.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 71
O médium é um ser nervoso, sensível, impressionável; e envolto numa
atmosfera de calma, de paz e benevolência, que só a presença dos Espíritos
adiantados pode criar. A prolongada ação fluídica dos Espíritos inferiores lhe
pode ser funesta, arruinar-lhe a saúde, provocando os fenômenos de obsessão e
possessão. (Idem)
Todo cuidado que tomarmos, incentivando-nos ao conhecimento pelo estudo e ao
aperfeiçoamento moral pela prática das virtudes cristãs, será o cumprimento tão somente dos
nossos deveres perante a mediunidade.
É necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias de
comunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto,
podem servir de veículos de invasão às almas perversas que flutuam em nossa
atmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitas
almas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, têm sofrido em consequência
de seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites e
remorsos os atraem constantemente para perto de nós. (Idem)
Pela lei de afinidade vibratória que condiciona o enlace psíquico entre as criaturas,
criando a simpatia e a antipatia, constantemente estamos rodeados de entidades atraídas a
nós pelo nosso hálito mental, que, se mau, atrairá os maus, se bom, atrairá os bons.
As almas elevadas sabem mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos,
dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria; mas sua proteção será
ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. É
destino do homem desenvolver suas forças, edificar ele próprio sua inteligência
e sua consciência. É preciso que saibamos atingir um estado moral que nos
ponha ao abrigo de toda agressão das individualidades inferiores. Sem isso, a
presença de nossos guias será impotente para nos salvaguardar. (Idem)
Assim, pois, não basta apenas que os mentores nos queiram defender; antes de
mais nada, é preciso que saibamos nos conservarmos em permanente elevação de
propósitos, de pensamentos, de ideias e de ações. Caso contrário, estaremos sujeitos à
obsessão, que é a ação persistente de um mau Espírito determinando uma influência
perniciosa sobre o estado de equilíbrio psíquico da criatura e até sobre sua saúde física. É a
moral descuidada e menosprezada gerando estados lastimáveis de Espírito e de corpos também.
MEDIUNIDADE E ESTADOS PATOLÓGICOS
No início do Movimento Espírita, observações superficiais, constatando o grande
número de pessoas desequilibradas, levantaram a hipótese de que a mediunidade seria um
estado patológico. Perguntados sobre a questão, eis como os Espíritos responderam: “a
faculdade mediúnica é um estado anômalo, às vezes, porém, não patológico; há médium de
saúde robusta; os doentes os são por outras causas”. (LM, item 221)
Acreditava-se também que o exercício prolongado da faculdade mediúnica
produzia alguma fadiga sobre o médium e que isto podia ser motivo de contraindicar o seu
uso. Note-se, porém, que o uso de qualquer faculdade por tempo prolongado causa o
cansaço e a fadiga, porém, estes serão do corpo, do organismo do intermediário e nunca do
Espírito, que até se fortalecerá de acordo com a natureza do trabalho que efetue. (Idem).
Atualmente, as pesquisas no campo da Parapsicologia já evidenciaram o fato
aceito e preconizado pelo Espiritismo há mais de cem anos: “Os fenômenos paranormais
não são patológicos”45. “Até hoje nada indicou qualquer elo especial entre funções
psicopatológicas e parapsicológicas”.46
45 Amadou, R – Parapsicologia, VI parte, Cap. IV, nº 5.
46 Rhine, J. B. Fenômenos e Psiquiatria, pag. 40 – linhas 18 a 20.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 72
A mediunidade poderia produzir a loucura?
“Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja predisposição, por
causa da fraqueza do cérebro. A mediunidade não produzirá a loucura, quando
não exista o princípio; mas quando existe o princípio, o que é fácil de
reconhecer no estado moral, o bom senso diz que deve-se usar de cautela, sob
todos os pontos de vista, pois qualquer causa de abalo, pode ser prejudicial.”
(LM, item 221 – Questão 5a.)
O que se observa na prática é a existência de casos, que são diagnosticados como
Transtornos Mentais47 e nada mais são que perturbação espiritual, que tratada
convenientemente, cede por completo.
Há casos em que a mediunidade não encarada como merecedora de cuidados
especiais, gera obsessões de curto, médio e longo curso, que somente um tratamento
adequado e paciencioso poderá resolver. Assim, nem todos os que apresentam sintomas de
desequilíbrio psíquico devem ser encarados como médiuns em potencial, e até, pelo
contrário, não se deve estimular o exercício mediúnico nas pessoas de caracteres
impressionáveis e fracos, a fim de evitar consequências desagradáveis.
Deve-se desviar, por todos os meios possíveis, as que apresentem os menores
sintomas de excentricidade nas ideias ou enfraquecimento das faculdades
mentais, visto que há, nelas, predisposição evidente para a loucura, que
qualquer causa superexcitante pode fazer desenvolver. (LM, item 222)
MEDIUNIDADE NA INFÂNCIA
Outro perigo e inconveniente da mediunidade é estimulá-la nas crianças. Embora
boa parte do material que serviu para fundamentar o Pensamento Espírita tenha vindo
através da mediunidade de inocentes jovens, despreparadas intelectualmente para
desempenharem papel ativo nas comunicações, devemos levar em conta que o fato se dava à
revelia das próprias médiuns, pois os fenômenos tinham caráter eminentemente espontâneo.
Aquelas crianças que manifestarem espontaneamente a faculdade, devem ser cercada de
cuidados especiais, procurando, por todos os meios, evitar seu incentivo, buscando instruí-
las e formar sua personalidade. Somente depois que elas venham a amadurecer orgânica e
psicologicamente é que se deve orientar o seu desenvolvimento mediúnico propriamente dito.
Haverá inconveniente em desenvolver a mediunidade nas crianças?
“Certamente e afirmo que é muito perigoso, pois essas organizações frágeis e
delicadas ficariam muito abaladas e sua jovem imaginação, excessivamente
excitada; assim, os pais prudentes as afastarão dessas ideias ou, pelo menos,
delas apenas lhes falarão do ponto de vista das consequências morais”. (LM,
item 221 – perg. 6)
RESUMO
A mediunidade oferece perigos e inconvenientes para os que se lançam a
experimentação por espírito de curiosidade e de frívola diversão. Todas as coisas, conforme o uso.,
podem ser perigosas. A mediunidade, quando mal empregada, pode trazer consequências
desagradáveis. Os que procuram experimentar desconhecendo as leis psíquicas que regem os
fenômenos mediúnicos são os que mais se expõem a perigos.
A mediunidade mal usada pode trazer como consequência a obsessão. O contato
demorado com fluidos de baixa categoria pode provocar desequilíbrios orgânicos (doenças) e
47 Transtornos mentais (ou doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou psíquicos, entre outras nomenclaturas) são
condições de sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em geral, um transtorno
representa um significativo impacto na vida do assistido, provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbio
de conduta e enfraquecimento da memória.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 73
problemas psíquicos. A precaução que se deve tomar é a de viver de acordo com os ensinos morais
do Evangelho de Jesus.
Conforme nosso hálito mental, que é resultante dos nossos sentimentos, pensamentos e
ações, atraímos espíritos de natureza mais ou menos elevada. Só a presença dos nossos Amigos
Espirituais é impotente para nos salvaguardar da atuação dos espíritos inferiores, se não
desenvolvermos nossas forças morais.
A faculdade mediúnica não é manifestação patológica, fruto de um desequilíbrio mental
do seu possuidor. A faculdade mediúnica não causa a loucura. Mentes com predisposição, que
fatalmente se desequilibrariam por qualquer motivo, devem evitar a prática mediúnica.
As pessoas que apresentem qualquer sintoma evidente de desequilíbrio menta, devem
ser tratadas convenientemente; não se deve incentivar o seu desenvolvimento mediúnico,
introduzindo-as em trabalhos práticos.
Nas crianças a manifestação da mediunidade pode ser espontânea ou natura, mas,
mesmo nesse caso, deve-se evitar qualquer estimulação, devido aos prejuízos que poderá trazer à
frágil mente infantil.

Em serviço mediúnico
Se abraçaste a mediunidade, previne-te contra o orgulho como quem se acautela contra
um parasita destruidor.
Agente sutil, assume formas diversas na constituição espiritual.
A princípio, tem o caráter avassalante de uma infestação, como a sarna.
É a requisição pruriginosa do personalismo insensato.
As vítimas identificam apenas a si mesmas.
Não veem o mérito dos outros.
Não reconhecem o direito dos outros.
Não observam a aspiração dos outros.
Não admitem a necessidade dos outros.
Fascinadas pelos adjetivos pomposos, caminham enceguecidas da razão, como
alienados mentais. (Xavier. Seara dos Médiuns, item 13).

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 28 – Revista Espírita, 1859 (fev).
Léon Denis. No Invisível, 3a. Parte, cap. 22.
Carlos S. Alvarado. Perspectivas históricas da influência da mediunidade na construção de
ideias psicológicas e psiquiátricas em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a07v34s1.pdf
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 74
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Influência do exercício da mediunidade sobre Influência do exercício da mediunidade em
a saúde. LM, 188 (Médiuns sensitivos), 194, crianças. LM 221 (6a. A a 8a.) e 222
221 (1a. a 5a.) e 222 – NI, 3a. Parte, Cap 22.
Grupo 3 Grupo 4
Suprema Precauções no exercício da mediu- O Espiritismo e a Mediunidade, NI, 3a. Parte,
nidade, NI, 3a. Parte, Cap 22. Cap 22.

11a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


PASSE – FORMAS DE APLICAÇÃO.
Antes de quaisquer considerações a respeito das formas de aplicação do passe
convém lembrar que o passista deve, em primeiro lugar, preparar-se convenientemente
através da elevação espiritual, por meio de preces, meditação, leituras adequadas, etc. Em
segundo lugar, deve encarar a transmissão do passe como um ato eminentemente fraternal,
doando que de melhor tenha em sentimentos e vibrações.
A transmissão do passe se faz pela vontade que dirige os fluidos para atingir os
fins desejados. Daí, concluir-se que antes de quaisquer posições, movimentos ou aparatos
exteriores, a disposição mental de quem aplica e de quem recebe o passe, é mais importante.
Deve-se, na transmissão do passe, evitar condicionamentos que já se tornaram
usuais mas que unicamente desvirtuam a boa prática espírita.
Destacamos, a seguir, aquilo que o conhecimento da mecânica dos fluidos já nos
fez concluir:
➢ Não há necessidade do toque, de forma alguma ou a qualquer pretexto, no assistido, para
que a transmissão do fluido ocorra. A transmissão se da de perispírito para perispírito. O
encostar de mãos em quem recebe o passe causa reações contrárias à boa recepção dos
fluidos e, mesmo, cria situações embaraçosas que convém prevenir.
➢ A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe. “(…),
todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias lhos traziam; e ele os curava, impondo
as mãos sobre cada um” (Lc 4:40).
➢ Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do
passe criaram verdadeiro folclore quando a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira
técnica. Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam
realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos.
➢ Não há posição convencionada para que o beneficiado deva postar-se para que haja a
recepção dos fluidos (pernas descruzadas, mãos em conchas voltadas para o alto, etc). O
importante é a disposição mental para captar os fluidos que lhe são transmitidos e não a
posição do corpo. “(…) ao impor de suas mãos foram curados” (Mc 6:5).
➢ O médium passista transmite o fluido, sem a necessidade de incorporação de um espírito
para realizar a tarefa. Dai decorre que o passe deve ser silencioso, discreto, sem o balbuciar
de preces, a repetição de chavões ou orientações à guisa de palavras sacramentais.
➢ O passe deve ser realizado em sala para isso destinada, evitando-se o inconveniente de
aplicá-lo em público, porque, além de perder em grande parte seu potencial pela curiosidade
dos presentes e pela falta de harmonização do ambiente, foge também a ética e a discrição
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 75
cristã. A câmara de passes fica constantemente saturada de elementos fluídicos espirituais,
permitindo um melhor atendimento aos necessitados e eliminando fatores de dispersão de
fluidos que geralmente ocorre no “passe em público”.
➢ Deve-se evitar os condicionamentos desagradareis, tais como; estalidos de dedos,
palmas, esfregação de mãos, respiração ofegante, sopros, etc.
➢ Antigamente, quando se acreditava que o passe era simplesmente transmissão magnética,
criaram-se certas crendices que o estudo da transmissão fluídica desfez, tais como:
necessidade de dar-se as mãos para que a “corrente” se estabelecesse; alternância dos sexos
para que o passe ocorresse; obrigação do passista de livrar-se de objetos metálicos para não
“quebrar a corrente”, etc.
➢ Estamos mergulhados num “mar imenso de fluidos” e o médium, à medida que dá o
passe, carrega-se automaticamente de fluidos salutares. Portanto, nada mais é que simples
condicionamento a necessidade que certos médiuns passistas apresentam de receberem
passes de outros médiuns ao final do trabalho, afirmando-se desvitalizados. Poderá haver
cansaço físico, mas nunca desgaste fluídico, se o trabalho for bem orientado.
➢ O passe deve ser dado em ambiente adequado, no Centro Espírita. Evitar o passe a
domicílio para não favorecer o comodismo e o falso escrúpulo dos que não querem ser
vistos numa casa espírita porque isso abalaria sua “posição social”. Somente em casos de
doença grave ou impossibilidade total de comparecimento ao Centro é que o passe deverá
ser dado, “por uma pequena equipe”, na residência do necessitado, enquanto perdurar o
impedimento que o mantém sem condições de comparecer à Casa Espírita.
➢ A transmissão do fluído deve ser feita de pessoa a pessoa, devendo-se evitar práticas
esdrúxulas de dar-se passes em roupas, toalhas e objetos pertencentes ao assistido, bem
como não há necessidade alguma de levar-se a sua fotografia para que seja atendido a
distância.
➢ Não existe um número padronizado de passes que o médium poderá dar, acima do qual
ele estará prejudicando-se. A quantidade de passes transmitidos poderá levar o médium a
um cansaço físico mas nunca à exaustão fluídica, se o trabalho for bem orientado, pois a
reposição de fluidos se dá automaticamente à medida que o médium vai atendendo os que
penetram a câmara de passes.
➢ Convém lembrar que os fluidos espirituais transmitidos pelos desencarnados passistas
circula primeiramente na cabeça dos médiuns (Centro Coronário e Frontal), desnecessário,
portanto, que os médiuns esfreguem as mãos, apertem os dedos ou mesmo ergam os braços
para captarem fluidos. “O pensamento influi de maneira decisiva, na doação de princípios
curadores”.48
➢ Aos que participam ou visitam a Casa Espírita, não há obrigatoriedade de tomar passes.
Ora, a proposta é generosa pois deixa ao arbítrio de cada um recebê-lo, ou não.
➢ Não há escala de valores para os passes, uns diferentes dos outros: o comum e o especial,
o forte e o fraco, etc.

Consultar: Pão Nosso, Cap. 110 de Francisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade,
Cap. 27, de Martins Peralva e Desenvolvimento Mediúnico, item 8 de Roque Jacinto.

48 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, p. 87.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 76
12a. SESSÃO TEÓRICA
RISCOS DA MEDIUNIDADE – PERDA E SUSPENSÃO DA
FACULDADE MEDIÚNICA.
PERDA E SUSPENSÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA
A faculdade mediúnica como já dissemos, não é privilegio de quem a possui e
ainda mais, é uma faculdade inerente ao ser humano pois todos a possuem em graus
diversos. Tanto isso e verdade que mesmo aqueles que nada conhecem e até contrários ao
Espiritismo a possuem e por seu intermédio ocorrem fenômenos sem saberem que são deles
a causa. (LM, item 160)
As percepções psíquicas, os sonhos premonitórios, as intuições as visões são
ocorrências verificadas, em alguma época, na vida de todos nós. Mas, costuma-se chamar de
Médium a pessoa através da qual ocorrem consciente ou inconscientemente, manifestações
evidentes, ostensivas, sejam de natureza física ou intelectual.
Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos,
o dom da mediunidade? – “É uma missão de que se incumbiram e cujo
desempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens.”
(LM, item 220 – 12a. Questão)
Não devem, pois, os médiuns se considerarem melhores que outras pessoas, nem
tampouco a mediunidade ser motivo de vaidade e orgulho, mas sim, encará-la no sentido de
tarefa, de serviço, de missão a ser cumprida, com alegria e desinteresse.
Todavia, há médiuns a quem o uso de suas faculdades repugna? – “São
médiuns imperfeitos; não conhecem o valor da graça que lhes é concedida.”
Se se trata de uma missão, como se explica que não seja o privilégio dos
homens de bem e que esta faculdade seja concedida a pessoas que não
merecem nenhuma estima e que dela podem abusar? – “Ela lhes é concedida,
porque precisam dela para o seu próprio melhoramento, a fim de que esteja em
condições de receber bons ensinamentos; se dela não tirarem proveito, sofrerão
as consequências. Jesus não pregava, preferentemente, aos pecadores, dizendo
que deve-se dar àquele que não tem?” (Ibidem, 13a. e 14a.)
Como vemos a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumento
de redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e correção, tem oportunidade
de exercitar as virtudes cristãs como a humildade, o perdão, o amor e a caridade. Sendo uma
faculdade como as outras que possuímos, pode de uma hora para outra sofrer interrupções,
sendo suspensa temporariamente ou não mais funcionar.
O que pode provocar o abandono de um médium pelos Espíritos?
“O uso que ele faz de sua faculdade é o que mais influi sobre os bons
Espíritos. Podemos abandoná-lo, quando ele dela se serve para coisas
frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se recusa a transmitir
nossas palavras ou nossos fatos aos encarnados, que o chamam ou que
necessitam ver para se convencerem. Este dom de Deus não foi
concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para servir sua
ambição, mas tendo em vista sua própria melhoria e para fazer com que
os homens conhecessem a verdade. Se o Espírito percebe que o médium
não corresponde mais às suas expectativas e não aproveita das instruções
e das advertências que lhe dá, ele se retira para buscar um protegido mais
digno.” (Ibidem, 3a.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 77
Podem ser de três categorias as causas que determinam
a perda ou suspensão da Mediunidade:
Advertências Benevolência Provação
1a. Médium é Apenas um Ins- Quando as forças do médium Quando o médium, apesar de
trumento. estão esgotadas e seu poder se conduzir com acerto, ter o
Quando os Espíritos que de defesa fica reduzido, para merecimento por boa conduta
sempre se comunicam por que não caia como presa fácil moral e não necessitar de des-
um determinado médium dei- nas mãos de obsessores, sua canso, tem suas possibilidades
xam de o fazer, o fazem para faculdade é suspensa, tempo- mediúnicas diminuídas ou in-
provar ao médium e a todos rariamente, até que volte ao terrompidas.
que eles (Espíritos) são in- seu estado normal e possa Com que fim isto ocorre?
dispensáveis, para que haja a exercitar com eficiência. É com o objetivo de pôr à
comunicação e que sem o seu A interrupção da faculdade prova sua paciência e avaliar
concurso simpático nada se nem sempre é uma punição; sua perseverança; é por isso
oberá. Objetiva assim, provar ela demonstra, algumas ve- que os Espíritos, em geral,
zes, a solicitude do Espírito não assinalam qualquer ter-
ao médium que ele é um sim-
para com o médium a quem mo para esta suspensão; eles
ples instrumento e que sem o querem ver se o médium se
se afeiçoa; ele quer proporci-
concurso dos Espíritos nada desanima. Muitas vezes, é
onar-lhe um repouso materi-
faria. al, que julga necessário, e, também para lhes dar tempo
2a. Conduta do Médium neste caso, não permite que de meditar nas instruções
No mais das vezes, a suspen- outros Espíritos o substitu- que lhes deram e é por essa
são da mediunidade se pren- a
am. (LM, item 220 – . 4 .) meditação dos nossos ensi-
de à forma pela qual o A intensidade das manifesta- nos, que conhecemos os es-
médium vem se conduzindo, ções está na razão direta do píritas verdadeiramente sé-
deixando a desejar sob o pon- estado físico e mental do rios; não podemos dar esse
to de vista moral e doutriná- médium. A saúde do médium nome àqueles que, na reali-
rio. Se o Espírito verifica que parece-nos ser uma das condi- dade, são apenas amadores de
ções de sua faculdade. Co- comunicações. (Idem, 5a.).
o médium já não corresponde
às suas visitas e já não apro- nhecemos um grande núme- Vê-se, por esta resposta, que
veita das instruções nem dos ro de médiuns que gozam a finalidade da comunicação
conselhos que lhe dá, afasta- perfeita saúde; temos notado é a de instruir as criaturas hu-
mesmo que, quando a saúde manas de como devem se
se, em busca de um protegido
se lhes altera, os fenômenos comportar na vida, a fim de
mais digno. se enfraquecem e cessam de evitar os seus percalços e de-
3a. Mediunidade Como Fri- se produzir. (NI, Cap. IV).
volidade. les saber tirar o bom resulta-
Através de que sinal pode-se do quando são inevitáveis.
Quando o médium se serve reconhecer uma censura nesta
da faculdade mediúnica para interrupção? Meditar, significa ler com
atender a coisas frívolas ou atenção; procurar entender o
Que o médium interrogue a
com propósitos ambiciosos e sua consciência e que se per- verdadeiro significado do que
desvirtuados. Como coisas gunte o uso que tem feito de lê, pensar cuidadosamente
frívolas, citamos a prática dos sua faculdade, o bem que de- sobre o que aprendeu e bus-
“ledores da sorte”. Infelizmen- la tem resultado para os ou- car aplicar o aprendido. Eis
te, este desvirtuamento da ver- tros, o proveito que tem tira- os objetivos que o médium
dadeira prática mediúnica do dos conselhos que lhe tem deve atingir.
existe em larga escala, e, mais sido dados e terá a resposta. A mediunidade é o verdadeiro
cedo ou mais tarde, tais (LM, item 220 – perg. 10). instrumento de redenção da
médiuns terão que prestar con- Quando os bons Espíritos se criatura humana, que, ao usá-
tas da aplicação feita dos ta- afastam por acharem que um la com dignidade e coração,
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 78

lentos recebidos. médium não está agindo cor- tem oportunidade de exercitar
4a. Mediunidade é Transfor- retamente, isto não seria falta as virtudes cristãs como a hu-
mada Em Profissão. de caridade? Inicialmente mildade, o perdão, o amor e a
Os chamados “profissionais eles sempre advertem os caridade. Sendo uma faculda-
da mediunidade” não se agas- médiuns com ensinos que es- de como as outras que possuí-
tam em receber pagamentos, tes nem sempre tomam para mos, pode de uma hora para
quer sob a forma de dinheiro, si mas, sim, endereçam às outra sofrer interrupções. Isto
presentes, favores, privilégios pessoas de seu círculo de re- acontece porque a produção
ou até mesmo dependência lações. Várias são as tentati- mediúnica ocorre através do
afetiva ou emocional.49 vas que eles fazem no sentido concurso dos Espíritos, sem
(…) o médium, habituando- de evitar que o médium caia, eles nada pode o médium; a
se aos negócios e interesses mas, desde que o mesmo se faculdade continua a existir
de baixo teor vibratório, em- em essência mas os Espíritos
torne rebelde aos avisos de
brutece-se, desarmoniza-se não podem ou não querem se
disciplina, estudo, preparo
(…). A mediunidade com Je- utilizar daquele instrumento
doutrinário e vida cristã, se
sus, liberta, edifica e promo- mediúnico.
afastam e deixam-no entre-
ve moralmente o homem, en- Os atributos medianímicos
quanto que, com o mundo, gue as consequências de seus
são como os talentos do
aturde, escraviza e obsidia a atos, sem contudo deixarem Evangelho. Se o patrimônio
criatura.50 de se interessar pela sua sor- divino é desviado de seus
te. Velam à distância, e ainda fins, o mau servo torna-se in-
aqui continuam a amparar o digno da confiança do Se-
decaído de longe, esperando nhor da seara da verdade e
a primeira oportunidade de do amor. (O Consolador,
reabilitação para incentiva- item 389).
rem-no a aproveita lá. Fazem No caso de não mais funcio-
o papel do pai que diante do nar a faculdade mediúnica,
filho teimoso, que por toda a isto jamais se deve ao fato de
lei quer pôr a mão no fogo, o médium ter encerrado a sua
apesar dos conselhos e expli- missão, como se costuma di-
cações, deixam que ele sofra zer, porque toda missão en-
as “consequências” para cerrada com sucesso é pre-
aprender. núncio de nova tarefa que lo-
O médium, então, estaria na go se lhe segue, e assim, su-
posição de uma pessoa que cessivamente. O que ocorre
perdesse, momentaneamen- nestes casos é a perda por abu-
te, a visão e que, nem por is- so da mediunidade ou por do-
so, deixasse de estar cercado ença grave. (LE, item 495).
de seus amigos, embora não
pudesse vê-los. (Idem, 8a.)

49 Marques, L. A. Compendio de Religiões e Espiritualidades, item Mediunidade e Mercadoria.


50 Franco, D. P. Seara do Bem, item Profissionais da Mediunidade.
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RESUMO
Todas as criaturas possuem a faculdade mediúnica, em maior ou menor grau.
Todavia, considera-se médium aquele que traz consigo uma tarefa a desempenhar no campo
da mediunidade.
A mediunidade, qualquer que ela seja, deve ser encarada como uma missão que
Deus ofereceu à criatura.
Os que empregam a sua faculdade de modo errôneo ou de má vontade, são
médiuns que desconhecem o valor da graça que receberam.
A mediunidade não é um privilégio, por isso, geralmente, os que mais necessitam
é que as possuem.
A suspensão da mediunidade é motivada por três causas:
1) Advertência – Provar ao médium que ele é um simples instrumento e que sem
o concurso dos Espíritos nada faria.
2) Benevolência – Ocorre um verdadeiro benefício ao médium porque evita que
ele, que está debilitado por doença física, fique à mercê das entidades inferiores.
3) Provação – O objetivo é o de desenvolver a paciência, a resignação e forçar o
médium a meditar sobre o conteúdo das comunicações recebidas .

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap 17.
Léon Denis. No Invisível, Cap. 25.
Francisco C. Xavier. Seara dos Médiuns, itens 12, 13, 16, 30 a 32, 41 a 44, 48, 61, 67 e 70.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Perda e Suspensão da Mediunidade. Perda e Suspensão da Mediunidade.
(LM, 220 – 1, 2 e 3 ). (Idem – 4, 5, 6 e 7).
Grupo 3 Grupo 4
Perda e Suspensão da Mediunidade. Perda e Suspensão da Mediunidade.
(Idem – 8, 9, 10, 11 e Nota. (Idem – 12, 13, 14, 15 e 16).

12a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


RESULTADOS DO PASSE.
Partindo da definição do passe que é a transfusão de forças ou energias
psicoespirituais de uma para outra criatura, fica fácil entendermos quais os seus resultados.
Temos um receptor, um doador e é preciso considerar o elemento intermediário
que é o Fluido Vital e Fluido Cósmico Universal.
O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver
em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos
casos prolongar a vida prestes a extinguir-se. (LE, perg. 70).
Os encarnados e desencarnados vivem mergulhados em um meio comum, a atmosfe-
ra fluídica derivada do Fluido Cósmico Universal, que preenche o espaço quer na sua forma pri-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 80
mitiva, elementar, quer na forma modificada pela ação da mente, seja a “Mente Divina” (cria-
ção), a dos Espíritos superiores (ambiente espiritual que lhes é próprio) ou a dos Espíritos liga-
dos à Terra, encarnados e desencarnados (formando a atmosfera espiritual em que vivemos). 51
Tanto os encarnados como os desencarnados são possuidores de um organismo
de natureza semimaterial, fluídico – de constituição eletromagnética –, cujo funcionamento
se faz na dependência da mente do Espírito, utilizando, porém, os fluidos. Assim como no
corpo físico o sangue circula por todo o organismo, levando-lhe a alimentação e veiculando
as escórias, no perispírito o que circula são os fluidos comandados pela mente. Alguém que
se perturbe, se desequilibre, passa a ter um “deficit” de fluidos saudáveis (porque saúde é
equilíbrio das forças naturais que nos constituem), e passa a absorver e armazenar fluidos
que sua própria mente, vibrando em padrões inferiores, se encarrega de tornar pesados,
desagradáveis, doentios. Os fluidos de ordem inferior vão aos poucos se infiltrando do
perispírito para as próprias células do corpo físico, levando a um mau funcionamento um
órgão, um sistema ou um aparelho. Quebrada a resistência natural, fica o organismo
entregue ao assalto das várias causas conhecidas ou desconhecidas responsáveis pelas doenças.
No passe o que ocorre é que o agente (o que transmite) é dotado de recursos
vitais e espirituais suficientes para transmiti-los ao assistido (o que recebe), modificando-lhe
momentaneamente o seu estado vibratório, podendo causar uma melhora acentuada ou até
mesmo a cura de uma doença nascida da imprevidência atual do seu portador.
Os resultados podem são de três ordens:
Benéficos Maléficos Nulos
a) Dependem do Passista que 7) Dependem do Passista quan- Dependem do Assistido:
deve estar em condições de do está: 1o. Embora a ajuda seja boa por
transmitir o passe: 1o. Em estado de saúde precária parte do passista o assistido se
1o. Saúde física (o fluido vital (fluido vital deficitário). coloca em posição impermeável
depende do estado de saúde do 2o. Com o organismo intoxicado (descrença leviandade, aversão)
passista). (vícios, como o fumo, o álcool, 2o. Quando consegue neutrali-
2o. Equilíbrio espiritual (o flui- as drogas, etc). zar os fluidos grosseiros trans-
do espiritual depende da eleva- 3o. Em estado de desequilíbrio mitidos pelo médium desprepa-
ção espiritual do passista) espiritual (revolta, vaidade, or- rado.
b) Dependem do Assistido, que gulho, raiva, desespero, descon-
deve estar: fiança, ciúmes, etc).
1o.) Receptivo (favorável ao re- 8) Dependem do Assistido:
cebimento da ajuda, vibrando 1o. Quando as suas defesas es-
mentalmente para melhor ab- tão praticamente nulas e não
sorver o recurso espiritual). pode neutralizar a torrente de
2o.) Disposto a se melhorar es- fluidos grosseiros e inferiores
piritualmente (a ajuda do passe que lhe são transmitidos pelo
é passageira e tais recursos fi- passista despreparado.
xar-se-ão e novos acrescentar-
se-ão quando o indivíduo passar
a viver uma vida mais conscien-
te, plena e equilibrada).

Consultar: Pão Nosso, Cap. 44 e Seara dos Médiuns, item 67 de Francisco Cândido Xavier..

51 Kardec, A. A Gênese; 14:2 a 6.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 81

Hora de Exercitar 7!
Para responder a este teste, consulte os Resumos das: 10a. Sessão Teórica, 10a. Sessão de
Exercício Prático e 11a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) O passe é uma transmissão de energias psíquicas e espirituais.
2) ( ) Todas as pessoas têm a mesma capacidade de absorção e armazenamento de
energias que emanam do Fluido Cósmico Universal.
3) ( ) Há absoluta necessidade de se tocar o assistido com as mãos, para que o passe
seja mais eficiente.
4) ( ) A vontade do passista e a admissão passiva do assistido são condições
imprescindíveis para a transmissão do fluxo magnético.
5) ( ) Um excelente guia espiritual supre perfeitamente a necessidade premente do
estudo da Filosofia Espírita.
6) ( ) Não é recomendável acreditar que todos os Espíritos podem falar sobre qualquer
assunto ou em qualquer ocasião.
7) ( ) Os detratores do Espiritismo exageram os perigos da mediunidade porque
desejam impedir que o homem se esclareça de seu destino futuro.
8) ( ) A Lei de Evolução, criada por DEUS, não exige de nós o desenvolvimento da
inteligência, da razão e da consciência, para alcançarmos o domínio sobre a
Natureza e a matéria.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
9) Um dos riscos da mediunidade é a ________________ que pressupõe uma atitude
pensada previamente com o objetivo de fazer parecer ________________ uma coisa
que é ________________.
10) As fraudes podem ser consideradas em dois grandes grupos: ________________ e
________________
11) A fraude é ________________ de inteira responsabilidade e conhecimento do
médium e na fraude ________________ o médium é responsável parcialmente,
porque esta fraude é resultante do seu ________________ de defesa.
12) As dificuldades práticas ________________ são proporcionais ao desconhecimento
das ________________ que regem os fenômenos.
C) Marque as alternativas corretas:
13) A parte prático mediúnica do espiritismo pode oferecer perigos quando:
a) ( ) realizada com imprudência, a busca de aventuras experimentais e diversão,
atraindo entidades inferiores;
b) ( ) realizada sistematicamente em dias e horários preestabelecidos, com
disciplina e seriedade;
c) ( ) realizada a domicílio com o desejo de comunicação com amigos e familiares
desencarnados, sem verificar as condições do ambiente;
d) ( ) realizada indiscriminadamente pelo médium, que, com a intenção de servir,
trabalha isolado e sem sustentação de um grupo consciente e entrosado;
e) ( ) realizada com a intenção de demonstrar a verdade dos fenômenos espíritas em
trabalhos de assistência heterogênea para convencer os incrédulos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 82
14) Do médium passista exige-se:
I. ( ) o máximo possível de equilíbrio orgânico e moral
II. ( ) que faça preleções durante a aplicação do passe;
III. ( ) incorporação mediúnica no ato do passe;
IV. ( ) retidão moral e educação do pensamento.
15) São características de uma mediunidade exercida corretamente:
I. ( ) fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
II. ( ) fazer trabalhos mediúnicos em qualquer ocasião e local;
III. ( ) atender às solicitações de estudo da Filosofia Espírita;
IV. ( ) estudo do Espiritismo, retidão moral, espírito alerta de pesquisa e crítica;
V. ( ) acreditar-se privilegiado e dono absoluto da prática do bem.

16) Numere as colunas com as Letras correspondentes:


(a) O desconhecimento da Filosofia
( ) nos fenômenos de natureza inteli-
Espírita
gente.
(b) A fraude é mais facilmente útil
( ) observar-lhe os fins morais.
(c) As mistificações ocorrem mais
frequentemente ( ) pontos de atrito e divergência.
(d) Contradição é Um fato devido aos ( ) leva as pessoas a serem enganadas
Espíritos apresentarem mais facilmente nas comunicações fraudu-
(e) A melhor maneira de reconhecer a lentas.
validade de uma comunicação ( ) os de natureza material.
(f) Os assuntos que mais agradam os
( ) nos fenômenos de efeitos físicos.
Espíritos mistificadores são
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 83

Hora de Exercitar 8!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 11a. Sessão de Exercício Prático,
12a. Sessão Teórica e 12a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1. ( ) O passista deve postar-se tranquilamente ã frente do assistido.
2. ( ) Há necessidade da mão do médium tocar o corpo do assistido para que o passe
surta efeito.
3. ( ) O médium que se desvia, cometendo abusos, perde a mediunidade e não tem
chance de recuperá-la,
4. ( ) Durante o passe a mente do médium deve vibrar em favor do reequilíbrio do
assistido,
5. ( ) A faculdade mediúnica pode sofrer interrupções; ser suspensa temporariamente
ou definitivamente.
6. ( ) Na suspensão da faculdade mediúnica por provação o objetivo é evitar que o
médium debilitado por doença física, fique à mercê de Espíritos inferiores
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
7. Os médiuns que empregam sua faculdade de modo errôneo, são médiuns que
desconhecem o ________________ da ________________ que receberam.
8. Meditar significa ler com ________________ , procurar ________________
significado do que lê, ________________ cuidadosamente sobre o que aprendeu e
tentar ________________ aprendido.
9. No passe temos três elementos: um ________________; um ________________ e um
elemento intermediário que é o ________________.
10. Os encarnados e desencarnados estão mergulhados em um ________________
comum que é a ________________ .
11. O ________________ dos encarnados e desencarnados é um organismo de natureza
________________ e ________________ de constituição ________________, que
funciona pela ação da mente do Espírito sobre os fluidos.
C) Marque a resposta MAIS correta:
12. O preparo do passista compreende:
a) ( ) elevação espiritual e abstinência de vícios;
b) ( ) elevação espiritual, técnica, exercício da vontade e condições orgânicas sa-
tisfatórias;
c) ( ) bom estado de saúde;
d) ( ) ritos, oração, ruídos e movimentos exagerados.
13. A perda ou suspensão da mediunidade ocorre:
e) ( ) por advertência, benevolência e provação.
f) ( ) quando o médium não corresponde aos propósitos do Espírito comunicante.
g) ( ) por esgotamento de forças do médium e para experimentar-lhe a paciência e
avaliar-lhe a perseverança.
h) ( ) por vontade do Espírito comunicante.
i) ( ) por decisão do grupo de orientação mediúnica.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 84
D) Combinação
14. Numere a 1a. Coluna de acordo com a 2a.
1) A imposição de mãos do passista ( ) causa-lhe reações contrárias podendo
agravar-lhe o desequilíbrio.
2) O toque das mãos do médium no
corpo do paciente ( ) dependem do seu estado de saúde.

3) A mente equilibrada e a vontade ( ) concentram fluidos sadios sobre o as-


bem dirigida sistido,
( ) dependem do seu estado de elevação
4) As forças espirituais do passista espiritual.
5) As forças psíquicas do passista ( ) facilita a tramitação do fluido vita.

15. Os resultados do passe podem ser de três ordens:


( ) estado de espírito equilibrado do passista.
a) Benefícios ( ) defesas praticamente nulas do assistido.
( ) disposição do assistido de melhorar-se espiritualmente.
b) Malefícios ( ) Impermeabilidade do assistido.
( ) organismo intoxicado do passista.
c) Nulos ( ) receptividade do assistido.
( ) descrença e aversão do assistido.
( ) capacidade de defesa do assistido diante dos fluidos
grosseiros do médium despreparado.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 85
13a. SESSÃO TEÓRICA
DEFINIÇÃO – CONCEITOS E CAUSAS DA OBSESSÃO.
DEFINIÇÃO:
Vejamos primeiramente a definição que os Espíritos deram de obsessão:
A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas
pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo
prazer que experimentam em fazer o mal” (OP, item 56).
A obsessão é a ação persistente que um mau espírito exerce sobre um
indivíduo. Ela apresenta características, muito diferentes que vão desde a
simples influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a perturbação
completa do organismo e das faculdades mentais. (Gênese, 14:24).
Quando um espírito, bom ou mau, quer agir sobre um indivíduo, ele o envolve, por
assim dizer, com seu perispírito como um manto; os fluidos penetram-se, os dois
pensamentos e as duas vontades confundem-se, e o espírito pode, então, servir-se
desse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo sua vontade, falar, escrever,
desenhar, tais são os médiuns. Se o espírito é bom, sua ação é suave, benévola, só
o faz fazer boas coisas, se é mau, faz com que faça as más, se é perverso e
maldoso, enlaça-o como num fio, paralisa até sua vontade, sua consciência mesmo,
que abafa sob seu fluido, como se abafa o fogo sob uma camada de água; fá-lo
pensar, agir por ele, empurra-o contra sua vontade para atos extravagantes ou
ridículos, numa palavra, ele o magnetiza, o cataleptiza moralmente, e o
indivíduo torna-se um instrumento cego de suas vontades. (OP, item 56).
Já que os espíritos sempre existiram, sempre também desempenharam o mesmo
papel, porque esse papel está na Natureza, e a prova está no grande número de
pessoas obsidiadas ou possessas, se o quisermos, antes que estivessem em
questão os espíritos, ou que, nos nossos dias, nunca tivessem ouvido falar de
Espiritismo, nem de médiuns. A ação dos espíritos, bons ou maus, é, portanto,
espontânea; a dos maus produz uma multidão de perturbações na economia
moral e mesmo física que, por uma ignorância da causa verdadeira, atribuía-se
a causas errôneas. Os maus espíritos são inimigos invisíveis tanto mais
perigosos quanto não se supunha sua ação. O Espiritismo, colocando-os a
descoberto, vem revelar uma nova causa a certos males da humanidade;
conhecida a causa, não se procurará mais combater o mal por meios que se
sabe, daqui em diante, inúteis, procurar-se-á os mais eficazes. Ora, que é que
fez descobrir essa causa? A mediunidade; é através da mediunidade que esses
inimigos ocultos traíram sua presença; ela fez por eles o que o microscópio fez
pelos infinitamente pequenos: revelou todo um mundo. O Espiritismo não
atraiu absolutamente os maus espíritos; ele os revelou, e deu os meios para
paralisar sua ação, e, por conseguinte, afastá-los. (Ibidem, 57)
Já que, há maus espíritos que obsediam, há os bons que protegem, perguntamo-
nos se os maus espíritos são mais poderosos que os bons. Não é o bom espírito
que é o mais fraco, é o médium, que não é bastante forte para sacudir o manto
que lançaram sobre ele, para se livrar do aperto dos braços que o enlaçam e nos
quais, é preciso dizer, algumas vezes se compraz. Nesse caso, compreende-se
que o bom espírito não possa levar a melhor, já que se prefere um outro.
Admitamos agora o desejo de se desvencilhar desse envoltório fluídico do qual
o seu está invadido, como uma vestimenta está invadida pela umidade, o desejo
não será suficiente. A vontade não é sempre suficiente. (Ibidem, 58).
Trata-se de lutar contra um adversário; ora, quando dois homens lutam corpo a
corpo, é aquele que tem músculos mais fortes que abate o outro. Com um
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 86
espírito é preciso lutar, não corpo a corpo, mas espírito a espírito, e é ainda o
mais forte que leva a melhor; aqui, a força está na autoridade que se pode ter
sobre o espírito, e essa autoridade está subordinada à superioridade moral. A
superioridade moral é como o Sol que dissipa o nevoeiro pelo poder de seus
raios. Esforçar-se por ser bom, por se tornar melhor, se já é bom, purificar-se
das suas imperfeições, numa palavra, elevar-se moralmente o mais possível, eis
o meio de adquirir o poder de comandar os espíritos inferiores para afastá-los,
de outra maneira, zombam das vossas injunções52. (Idem).
Antes de esperar domar o mau espírito, é preciso domar-se a si mesmo. De
todos os meios para adquirir a força para aí chegar, o mais eficaz é a vontade
secundada pela prece, a prece de coração compreende-se, e não palavras nas
quais a boca tem maior parte que o pensamento. É preciso pedir ao seu anjo
guardião e aos bons espíritos que nos assistam na luta; mas não é suficiente
pedir-lhes que afastem o mau espírito, é preciso lembrar-se dessa máxima:
Ajuda-te, e o céu te ajudará, e pedir-lhes sobretudo a força que nos falta para
vencer nossos maus pendores que são para nós piores que os maus espíritos,
pois são esses pendores que os atraem, como a podridão atrai os pássaros
predadores. (Idem).
É preciso dizer, também, que sobrecarregam-se os espíritos estranhos de
malefícios dos quais são bem inocentes; certos estados doentios e certas
aberrações que atribuem-se a uma causa oculta, partem simplesmente, às vezes,
do espírito do próprio indivíduo. As contrariedades, que mais comumente
concentra-se em si mesmo, as angústias amorosas sobretudo, fizeram cometer
muitos atos excêntricos, que ter-se-ia enganado em colocar na conta da
obsessão. Frequentemente, somos nossos próprios obsessores. Acrescentamos,
finalmente, que certas obsessões tenazes, sobretudo nas pessoas de mérito,
fazem parte, algumas vezes, das provas às quais estão submetidas. “Acontece
mesmo, às vezes, que a obsessão, quando é simples, é uma tarefa imposta ao
obsidiado que deve trabalhar para a melhora do obsessor, como um pai a de um
filho vicioso.” (Idem).
CONCEITOS:
Consultando a primeira obra da Codificação Kardequiana – O Livro dos
Espíritos, temos o seguinte esclarecimento:
Os espíritos influem nos nossos pensamentos e nas nossas ações?
“Sob este aspecto, a influência deles é maior do que imaginais, pois, com muita
frequência, são eles que vos dirigem.” (item 459)
Todavia, os Espíritos completando a explicação, respondem:
(...) quando más influências agem sobre ti, é que tu as atrais, pelo desejo do
mal, pois os espíritos inferiores vêm ajudar-te no mal, quando tens a vontade de
cometê-lo; eles só podem te auxiliar no mal, quando desejas o mal. Pois bem!
Se fores inclinado ao assassínio, terás uma nuvem de espíritos que manterão
este pensamento em ti; mas terás, também, outros que tentarão te influenciar
para o bem, o que faz com que a balança se reequilibre e te deixe senhor dos
teus atos. (LE, 466).
Sabedores que todos vivemos cercados pelo Mundo Espiritual, que não está lá,
distante, afastado do mundo material, mas, sim, ligado entremeado, reagindo
constantemente sobre este último passemos ao estudo da obsessão, que depende
fundamentalmente, da ligação, estabelecida no enunciado acima, entre encarnados e
desencarnados.
52 Consulte Também itens 252 e 279.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 87

CAUSAS:
Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas que deixam o
corpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessão resulta sempre de uma
imperfeição moral que dá ascendência a um espírito mau. (GE, 14:46)
Os motivos da obsessão variam, conforme o caráter do Espírito:
Vingança: o Espírito exerce sobre um indivíduo de quem teve do que se quei-
xar, durante sua vida ou de uma outra existência; frequentemente, também, ele
não tem outra razão, senão o desejo de fazer o mal; como sofre, quer fazer os
outros sofrerem: ele encontra uma espécie de prazer em atormentá-los, em
aborrecê-los; assim, a impaciência que se demonstra com isso, mais o atiça,
porque esse é seu objetivo, enquanto que pela paciência, cansam-no; irritando-
se, mostrando-se despeitado, faz-se, precisamente, o que ele quer. Esses Es-
píritos agem, às vezes, por ódio e inveja do bem, é por isso que lançam seus
olhares malévolos sobre as pessoas mais honestas. (LM, item 245).
Covardia: o Espírito se aproveita da fraqueza moral de certos indivíduos, que
eles sabem incapazes de lhes resistirem. Um desses últimos, que subjugava
um rapaz de inteligência bem limitada, interrogado sobre os motivos desta
escolha, respondeu-nos: Tenho uma necessidade muito grande de atormentar
alguém; uma pessoa razoável me repeliria, ligo-me a um idiota, que nenhuma
força me opõe. (Idem).
Por Orgulho do falso saber: Há Espíritos obsessores sem maldade, que possu-
em, até, algo de bom, mas que têm orgulho do falso saber; possuem suas idei-
as, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a fi-
losofia; querem fazer prevalecer a opinião deles e procuram, para este efeito,
médiuns bastante crédulos para aceitá-los, de olhos fechados, e que eles fasci-
nam para impedi-los de discernir o verdadeiro do falso. São os mais perigosos,
porque os sofismas nada lhes custam e podem credenciar as utopias mais ridí-
culas; como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não têm nenhum escrú-
pulo em se adornarem com aqueles diante dos quais todos se inclinam e não
recuam nem mesmo diante do sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria
ou um santo venerado. Procuram deslumbrar, através de uma linguagem pom-
posa, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e enfeitada
com as grandes palavras: caridade e moral; evitarão dar um mau conselho,
porque sabem bem, que seriam mal recebidos; assim, aqueles que eles enga-
nam os defendem, a todo custo, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau.
Mas a moral, para eles, é apenas um passaporte, é o que menos os preocupa; o
que querem, antes de tudo, é dominar e impor suas ideias, por mais disparata-
das que sejam. (Ibidem, 246).
Médiuns Em Perigo:
Geralmente, o Espírito apodera-se do médium, tendo em vista dominá-lo; não su-
porta o exame crítico de suas comunicações; quando vê que não são aceitas e que
são discutidas, ele não se retira, mas inspira ao médium a ideia de isolar-se e, fre -
quentemente, até, ele o ordena. Todo médium, que se melindra com a crítica das
comunicações que obtém, é o eco do Espírito que o domina e, esse Espírito, não
pode ser bom, desde o momento que lhe inspire um pensamento ilógico, o de se re-
cusar ao exame. O isolamento do médium é sempre uma coisa lamentável para ele,
porque fica sem verificação alguma para suas comunicações. Ele não apenas deve
esclarecer-se pelas opiniões de terceiros, como lhe é necessário estudar todos os gê-
neros de comunicações para compará-las; restringindo-se naquelas que obtém, por
melhores que lhe pareçam, expõe-se a se iludir sobre o valor delas, sem contar que
ele não pode saber tudo e que elas giram, quase sempre, no mesmo círculo. 53 (Ibi-
dem, 248)
53 Consulte Também o Item 192, Médiuns exclusivos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 88
Em vista disso e para prevenir os médiuns quanto ao perigo da obsessão,
achamos conveniente enunciar as nove características dos médiuns obsidiados:
1. Persistência de um Espírito em comunicar-se, por bem ou por mal, pela escrita,
pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos possam
fazê-lo;
2. Ilusão que, apesar da inteligência do médium, impede-o de reconhecer a
falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e
que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4. Confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que com ele se
comunicam;
5. Disposição para afastar-se das pessoas que podem lhe dar úteis conselhos;
6. Levar a mal a crítica, a propósito das comunicações que recebe;
7. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8. Constrangimento físico qualquer, dominando a vontade e forçando a agir ou
falar a contragosto;
9. Ruídos e desordens persistentes ao redor de si e dos quais se é a causa ou o objeto.
RESUMO
A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas
pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter a vontade deles, pelo prazer que
experimentam em fazer o mal. Pode-se dizer, também, que obsessão é a ação persistente que
um Espírito mau exerce sobre um indivíduo
Os caracteres da obsessão variam da simples influência moral, sem sinais
exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais.
A mecânica obsessiva baseia-se no envolvimento fluídico através do perispírito.
Quando um Espírito quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu
perispírito como se fora um manto; interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos e as
vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo como se
fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, etc.
Para libertar-se da influência obsessiva é necessário autoridade sobre o obsessor,
autoridade essa adquirida pela superioridade moral. Para isso, deve o encarnado esforçar-se
para ser bom e purificar-se de suas imperfeições, numa palavra, elevar-se moralmente o
mais possível.
Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma
causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo. As contrariedades que
de ordinário cada um concentra em si mesmo, principalmente os desgostos
amorosos, dão lugar, com frequência, a atos excêntricos, que fora errôneo
considerar-se fruto da obsessão. O homem não raramente é o obsessor de si
mesmo. Algumas obsessões persistentes, sobretudo em certas pessoas de
mérito, fazem parte das provações a que estão sujeitas. (OP, item 58 §9 o. –
itálicos nosso).
Assim como as enfermidades resultam de imperfeições físicas, a obsessão
decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.
As causas da obsessão variam de acordo com o caráter do Espírito obsessor . Às
vezes é uma vingança que o Espírito toma de um Indivíduo de quem guarda queixa de
existências anteriores; muitas vezes não há mais que o desejo de fazer o mal, pois certos
espíritos sentem uma espécie de gozo em atormentar e a impaciência da vítima mais os
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 89
excitará enquanto a sua paciência os leva a cansar-se; alguns Espíritos são levados pelo
sentimento de covardia e se aproveitam da fraqueza moral de certos indivíduos; e há
Espíritos obsessores sem maldade, mas dominados pelo orgulho do falso saber que
procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e por eles fascinados,
deixam de discernir o verdadeiro do falso. (LM, item 245)
Os médiuns devem conhecer bem as características dos médiuns obsedados para
se precaverem da obsessão, mantendo-se sempre alertas e vigilantes.
“Fórmula para se libertar da Obsessão”:
Em geral, a prece é poderoso meio auxiliar da libertação dos ob-
sidiados; nunca, porém, a prece só de palavras, dita com indife-
rença e como uma fórmula banal, será eficaz em semelhante ca-
so. Faz-se mister uma prece ardente, que seja ao mesmo tempo
uma como magnetização mental. Pelo pensamento, pode-se en-
caminhar para o paciente uma corrente fluídica salutar, cuja po-
tência guarda relação com a intenção. A prece, pois, não tem
apenas por efeito invocar um auxílio estranho, mas exercer uma
ação fluídica. O que uma pessoa, só, não pode fazer, podem-no,
quase sempre, muitas pessoas unidas pela intenção numa prece
coletiva e reiterada, visto que o número aumenta a potencialida-
de da ação. (OP, item 58 §11o.).

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 23; Obras Póstumas, §79
( Manifestações dos Espíritos) e A Gênese; 14:45 a 49).

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Definição e Mecanismo da Obsessão Como refrear um Mau Espírito
(OP, item 56 e 58 §8. e GE, 14:45 e 46.) (OP, item 58 §7 e 8).
Meios eficazes de Combater a Obsessão. O Exorcismo como Solução para a Obsessão
(LM, item 249). (OP, item 59).
Grupo 3 Grupo 4
Causas da Obsessão Características da Obsessão
(LM, itens 245 e 246). (LM, item 243).
Médiuns Exclusivos e Obsessão O Espiritismo e à Mediunidade Seriam Per-
(LM, item 248). niciosos ao Homem? (LM, item 244).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 90
13a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
NOÇÕES SOBRE FLUIDOS – EXTERIORIZAÇÕES.
Todos vivemos em um universo constituído de partículas, raios e ondas que não
conseguimos perceber normalmente.
A própria matéria é constituída de pequenas porções chamadas átomos que são
tão pequenas que não podem ser vistas
Mas mesmo assim, sabemos que a matéria compacta que conhecemos e que
compõe uma cadeira, uma mesa, um papel, etc., é formada pela união dessas partículas. Elas
não são imóveis, pelo contrário velocidade intensa que as anima, faz com que pareçam estar
em muitos lugares ao mesmo tempo, dando aos nossos sentidos a impressão de continuidade
da matéria (lembrar as pás de um ventilador desligado quando então se pode passar os dedos
entre elas pelos espaços vazios, o que não se consegue quando o aparelho está ligado).
Estamos imersos em um mundo de matéria sutilizada, refinada invisível porém,
real, e que tem como fonte primeira, uma substância que é denominada Fluido Cósmico
Universal, que dá todas as formas materiais já conhecidas e, provavelmente, muitas outras
que ainda nos são desconhecidas e também a energia nas variadas formas em que se
manifesta.
Os fluidos nada mais são que formas energéticas dessa substância primordial que
o perispírito automaticamente absorve do meio ambiente, transforma de acordo com o
padrão vibratório espiritual em que se encontra e irradia em redor de si formando uma
verdadeira esteira psíquica ou hálito mental
Os fluidos estão sujeitos a impulsão da mente do Espírito, quer encanado ou
desencarnado; o pensamento e as emoções dão-lhes uma determinada estrutura de maior ou
menor intensidade, conforme a pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto mais
elevado são os pensamentos e as emoções os fluidos são mais harmônicos, agradáveis,
luminosos saudáveis. Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, doentios.
Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos, e
impregnando com esse fluido particular as coisas, o ambiente os objetos e influindo sobre as
pessoas que aceitam e assimilam essa energia. “Essa influência, de conformidade com a
hipótese psicométrica, consistiria em tal ou qual propriedade da matéria inanimada para
receber e reter, potencialmente, toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas e
vitais, assim como se dá com a substância cerebral, que tem a propriedade de receber e
conservar em latência as vibrações do pensamento”.54
Educando o nosso pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior de
fluidos de qualidade superior que metabolizamos com a nossa mente. Daí, a importância de
mantê-la sempre em estado de elevação.

Consultar: Seara dos Médiuns, Cap. 38 e Nos Domínios da Mediunidade (introdução) de


Francisco Cândido Xavier.

54 Bozzano, E. Os Enigmas da Psicometria, pags. 4 e 5.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 91
14a. SESSÃO TEÓRICA
DA OBSESSÃO – CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Entre os escolhos que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque na
primeira linha a obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos logram
adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos
inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento
infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem,
retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer
suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e
o conduzem como se fora verdadeira criança. A obsessão apresenta caracteres
diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento e
da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um
termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais
variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. (LM, item 237).
Obsessão Simples Fascinação Subjugação
Ocorre quando um Espírito ma- Apresenta consequências muito É uma opressão que paralisa a
lévolo impõe-se a um médium, mais graves. É uma ilusão pro- vontade daquele que a sofre e o
imiscui-se nas comunicações duzida pela ação direta do Es- faz agir à sua revelia. Numa pa-
que recebe, à sua revelia, im- pírito sobre o pensamento do lavra: ele está sob um verdadei-
pede-o de comunicar-se com médium e que paralisa, de algu- ro jugo.
outros Espíritos e substitui-se ma forma, seu raciocínio, relati- Pode ser moral ou corporal.
àqueles que são evocados. vamente às comunicações. O Moral – o subjugado é solicita-
Ninguém está obsidiado unica- médium fascinado não acredita do a tomar determinações, mui-
mente pelo fato de ser enganado ser enganado: o Espírito possui tas vezes, absurdas e compro-
por um Espírito mentiroso; o a arte de inspirar-lhe uma confi- metedoras que, por uma espécie
melhor médium está exposto a ança cega, que o impede de ver de ilusão, ele acredita sensatas;
isso, principalmente, no come- a fraude e de compreender o ab- é uma espécie de fascinação.
ço, quando ainda lhe falta a ex- surdo que escreve, mesmo
quando salte aos olhos de todo Corporal – Aqui o Espírito age
periência necessária, assim co- sobre os órgãos materiais e pro-
mo, entre vós, os mais honestos o mundo; a ilusão pode mesmo
ir até fazê-lo ver o sublime, na voca movimentos involuntários.
podem ser enganados por viga- No médium escrevente, traduz-
ristas. Pode-se, portanto, ser en- linguagem mais ridícula. Seria
um erro acreditar que este gêne- se por uma necessidade inces-
ganado, sem estar obsidiado; a sante de escrever, mesmo nos
obsessão está na tenacidade do ro de obsessão só pudesse atin-
gir as pessoas simples, ignoran- momentos mais inoportunos.
Espírito, do qual não se pode Vimos alguns que, por falta de
desvencilhar-se. tes e desprovidas de juízo; os
homens mais espiritualizados, pena ou de lápis, simulavam es-
Na obsessão simples, o médium crever com o dedo em qualquer
sabe muito bem que está envol- os mais instruídos e os mais in-
teligentes, sob outros aspectos, parte onde estivessem, até nas
vido com um Espírito engana- ruas, nas portas e nas paredes.
dor e, este, não se esconde; de dela não estão isentos, o que
prova que esta aberração é o A subjugação corporal vai, al-
forma alguma dissimula suas gumas vezes, mais longe: ela
más intenções e seu desejo de efeito de uma causa estranha,
cuja influência eles sofrem. pode levar aos atos mais ridícu-
contrariar. O médium reconhe- los. Conhecemos um homem
ce, sem dificuldade, a vigarice As consequências da fascinação
são muito mais graves; de fato, que não era nem jovem, nem
e, como se mantém em guarda, belo; sob o domínio de uma ob-
raramente é enganado. Este gê- graças a esta ilusão, que dela
decorre, o Espírito conduz sessão desta natureza, ver-se
nero de obsessão é, portanto, constrangido, por uma força ir-
simplesmente desagradável e aquele que ele conseguiu domi-
nar, como o faria com um cego resistível, a ajoelhar-se diante
não apresenta outro inconveni-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 92

ente, senão o de opor um obstá- e pode fazê-lo aceitar as doutri- de uma jovem, sobre a qual ne-
culo às comunicações que se nas mais bizarras, as teorias nhuma pretensão nutria e pedi-
desejaria obter com Espíritos mais falsas, como se fossem a la em casamento. De outras ve-
sérios ou aqueles que são afei- única expressão da verdade; e, zes, ele sentia, sobre as costas e
çoados. muito mais, pode levá-lo a situ- nos tendões das pernas, uma
Podem-se incluir, nesta catego- ações ridículas, comprometedo- pressão enérgica que o forçava,
ria, os casos de obsessão físi- ras e, até, perigosas. apesar da vontade que a isso se
ca55, isto é, a que consiste nas Compreende-se, facilmente, toda opunha, a ajoelhar-se e a beijar
manifestações barulhentas e a diferença que existe entre a ob- o cháo nos lugares públicos e na
obstinadas de alguns Espíritos, sessão simples e a fascinação, presença da multidão. Este ho-
que fazem com que se ouçam, compreende-se, também, que os mem passava por louco entre
espontaneamente, pancadas ou Espíritos que produzem estes seus conhecidos; nós, porém,
outros ruídos. Remetemos, para dois efeitos devem diferir de ca- estamos convencidos de que
este fenômeno, ao capítulo das ráter. Na primeira, o Espírito, que não o era, absolutamente, pois
Manifestações Espontâneas56 se liga a vós, não passa de um ser possuía plena consciência do ri-
(LM, item 238). (Itálicos do importuno pela sua tenacidade e dículo do que fazia, contra a sua
Autor) de quem fica-se impaciente por vontade, e sofria, horrivelmen-
desembaraçar-se. Na segunda, a te, com isso.
coisa é completamente diferente;
Possessão
para chegar a esses fins, é preciso
Dava-se o nome de possessão ao
um Espírito hábil, ardiloso e pro-
domínio exercido por maus Es-
fundamente hipócrita, pois ele
píritos, quando a influência deles
não pode operar a mudança e fa-
ia até a aberração das faculdades.
zer-se aceito, senão com o auxí-
A possessão seria, para nós, si-
lio da máscara que sabe utilizar e
nônimo da subjugação. Se não
do falso aspecto de virtude; os
adotamos este termo, é por dois
grandes termos como: caridade,
motivos: o primeiro, implica na
humildade e amor de Deus são
crença em seres criados para o
para ele como cartas de crédito;
mal e perpetuamente votados ao
porém, através de tudo isso, ele
mal, enquanto que não há senão
deixa passar sinais de inferiorida-
seres mais ou menos imperfeitos
de, que é preciso estar fascinado
e que todos podem melhorar-se;
para não perceber; por isso, teme,
o segundo, implica igualmente a
acima de tudo, as pessoas que ve-
ideia de uma tomada de posse do
em com clareza; é por isso que
corpo por um Espírito estranho,
sua tática é, quase sempre, a de
de uma espécie de coabitação, ao
inspirar ao seu intérprete o afas-
passo que só há constrangimento.
tamento de quem quer que pu-
A palavra subjugação traduz,
desse abrir-lhe os olhos; através
perfeitamente, a ideia. Assim, pa-
desse meio, evitando toda contra-
ra nós, não há possessos, no sen-
dição, está certo de ter sempre ra-
tido vulgar da palavra, há apenas
zão. (LM, item 239) (Itálico do
obsidiados, subjugados e fasci-
Autor).
nados. (LM, item 240 e 241)
(itálicos do Autor).
Possessão57– do latim possessione. Estado ou condição em que o corpo e a mente de um indiví-
duo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou divindade)
que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária. Literal-
mente é a “tomada” do corpo de um indivíduo por um Espírito. “O Espírito não entra num cor-
po como entra em uma casa; ele se assimila ou se integra a um Espírito encarnado que tem os

55 RE, jun. de 1864, p. 231 – FEB


56 Consultar LM, Item 82.
57 Texto extraído do Compêndio de Religiões e Espiritualidades, págs. 437 e 438.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 93
seus mesmos defeitos e as suas mesmas qualidades, para agir conjuntamente; mas é sempre o
Espírito encarnado que age como quer sobre a matéria de que está revestido. Um Espírito não
pode substituir-se ao que se acha encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o
tempo marcado para o termo da existência” (LE, item 473).
Inicialmente, para Allan Kardec não havia possessão propriamente dita no sentido
do termo, tanto que propôs a palavra subjugação para substituir a esta. “A palavra possesso, na
sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natu -
reza má, e a coabitação de um desses seres com a alma, no corpo de um indivíduo. Mas, como
não há demônios nesse sentido, e como dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o
mesmo corpo, também não há possessos, segundo as ideias ligadas a essa palavra. Pela expres-
são possesso não se deve entender senão a dependência absoluta da alma em relação a Espíritos
imperfeitos que a subjuguem”(Ibidem, 474). Como vimos até este momento, Kardec tinha como
certo não haver possessão propriamente dita, talvez porque acreditasse ou pensasse em Posses-
são apenas em relação a um Espírito (desencarnado) malfeitor praticando o mal a outro Espírito
encarnado. Porém, com o tempo, percebeu que a possessão também poderia ser “praticada por
um Espírito bom”, que toma o corpo de um encarnado por empréstimo para causar maior im-
pressão sobre os ouvintes e com o intuito de auxiliar os encarnados em dificuldades extremas.
Como o Espiritismo é uma ciência progressiva e as “ideias só se transformam com o tempo, e
não subitamente” (Ibidem, 798), Allan Kardec retoma onze anos mais tarde este ponto e consi -
dera sua posição a respeito da possessão.
Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica
com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por como numa teia e constrangido a pro-
ceder contra a sua vontade. Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se
substitui, por assim dizer ao Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo, sem, todavia,
que este o deixe definitivamente, o que só pode ter lugar na morte. A possessão é assim
sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitiva-
mente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não
pode operar senão no momento da concepção. O Espírito, em possessão momentânea do
corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos,
age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Já não é mais como na mediunidade falan -
te, na qual o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado; é
este último, que fala e que se agita, e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua lin -
guagem, sua voz, seu gestos e até a expressão de sua fisionomia (transfiguração).
Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito
bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um
encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria sua roupa a outro encarna-
do. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Es-
pírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este
último ao lado do seu substituto para ouvi-lo. Quando um Espírito possessor é mau, as coi-
sas se passam por outro modo; ele não toma emprestado o corpo; ele se apodera dele, se o ti-
tular não tem força moral para resisti-lo. Ele o faz por maldade dirigida contra o possesso, a
quem tortura e martiriza por todas as maneiras até pretender fazê-lo perecer, seja por estran-
gulamento, seja empurrando-o ao fogo ou outros lugares perigosos. Servindo-se dos mem-
bros e dos órgãos do infeliz paciente, ele blasfema, injuria e maltrata os que o rodeiam; en-
trega-se a excentricidade e atos que têm todos os caracteres da loucura furiosa. Os fatos des-
se gênero, em diversos graus de intensidade, são muito numerosos, e muitos casos de loucu-
ra não têm outra causa senão essa. Muitas vezes, dão-se ao mesmo tempo desordens patoló -
gicas, as quais não são senão consequências, e contra as quais os tratamentos médicos são impo -
tentes, enquanto subsistir a causa inicial. O Espiritismo, fazendo conhecer esta fonte de uma par-
te das misérias humanas, indica o meio de remediá-las: este meio é agir sobre o autor do mal,
que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado pela inteligência. (GE, 14:47 e 48)
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 94

RESUMO
A palavra obsessão é um termo genérico pelo qual se define os graus de
constrangimento que Espíritos inferiores impõem a certas pessoas que eles desejam dominar.
Conforme os graus de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz, a
obsessão apresenta caracteres diversos, que constituem suas três variedades: a obsessão simples
a fascinação e a subjugação.
Obsessão Simples – nesta forma, o Espírito malfazejo se imiscui nas comunicações que o
médium recebe; e o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar
destes. O médium sabe que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não dissimula suas
más intenções e propósitos de enganar. O médium ciente disso, mantém-se vigilante e
raramente é enganado, é um gênero de obsessão apenas desagradável não tem outro
inconveniente senão o de opor obstáculo às comunicações que só deseja obter de Espíritos
sérios ou de afeiçoados. Inclui-se nesta categoria a obsessão física, caracterizada por
manifestações ruidosas e obstinadas.
Fascinação – consiste na ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsessor sobre o
pensamento do médium, o que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio relativamente às
comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam engajando, pois o Espírito
obsessor tem a arte de lhe inspirar a confiança que o impede de perceber o embuste e de
compreender o absurdo do que escreve, embora esse absurdo salte aos olhos de toda gente.
Estão sujeitos à fascinação não somente os ignorantes e baldos de senso, mas também os mais
instruídos e inteligentes, o que prova ser tal aberração o efeito de uma causa estranha. Os
Espíritos que a provocam são inteligentes, ardilosos e profundamente hipócritas; apresentam-se
mascarados com falsa virtude e não escrupulizam em usar termos como caridade, humildade,
amor a Deus, porém, através de tudo isto, deixam sinais de sua inferioridade. Daí a razão do
fascinado temer as pessoas que veem claro e dos obsessores usarem a tática de o afastarem de
quem quer que lhe possa abrir os olhos.
Subjugação – é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu
mau grado: é um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral e corporal. Na primeira, o
subjugado é constrangido a tomar resoluções absurdas e comprometedoras. Na segunda, o
Espírito atua sobre os órgãos materiais do obsidiado e provoca movimentos involuntarios.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, c.14 e Revista Espírita,
1859 (set, p. 341 e out, p. 394 – FEB).
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Características da Obsessão Simples. Características da Fascinação.
(LM, item 238). (LM, item 239).
Obsessão – Escolho Da Mediunidade. Como se Reconhece à Obsessão.
(LM, item 242) (LM, item 243).
Grupo 3 Grupo 4
Características da Subjugação. Motivos da Obsessão.
(LM, item 240) (LM, itens 245 e 246)
Possessão e Subjugação. Obsessão e Evangelho.
(LM, item 241) (SM, item 66).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 95
14a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – PERCEPÇÃO E ANÁLISE.
Estamos mergulhados em uma atmosfera fluídica da qual absorvemos
automaticamente energias que metabolizamos dando-lhes características particulares.
Assim é que cada um de nós vive na atmosfera psíquica que cria e recebe
na proporção exata do que tenha semeado.
Todavia, é preciso salientar que não vivemos isolados, e sim que agimos e
reagimos uns sobre os outros. Essa ação, porém, se subordina a lei de afinidade
segundo a qual os semelhantes se atraem e os contrários se repudiam.
No fenômeno mediúnico, durante o transe, ocorre uma exteriorização mais
ou menos acentuada do perispírito do médium, ampliando-lhe percepções que se
acham atenuadas em face do maior estreitamento vibratório que o corpo físico
condiciona. O médium nesse estado tem uma percepção mais acurada e sente em todo
o seu corpo, uma sensação de maior vibratilidade, conseguindo entrar em contato
com os Espíritos pela associação das correntes fluídicas, identificar-lhes a intenção,
sentir-lhes o “peso específico”, sabendo que este tanto maior será quanto mais
grosseiros e desagradáveis forem os fluidos.
Os fluidos projetados de uma pessoa, combinam-se com os de outras e com
os dos Espíritos presentes, formando assim o ambiente fluídico local, que pode ser
percebido pelo médium que está com seus sentidos mais aguçados.
A prática ensina aos médiuns como devem diferenciar os vários tipos de
Espíritos, segundo os fluidos que lhes são particulares. De uma forma geral, são as
seguintes sensações que diferenciam os bons e elevados dos maus e atrasados: Os
bons irradiam em torno de si fluidos leves, agradáveis, suaves, calmos, harmônicos e
o médium tem uma sensação de bem-estar geral e euforia espiritual, por dendo, então,
se entrar na faixa mental do Espírito, perceber-lhe as ideias, intenções e sentimentos.
Os maus irradiam em torno de si fluidos pesados, desagradáveis, fortes, violentos,
desarmônicos e o médium tem uma sensação de mal-estar geral, ansiedade,
desassossego, nervosismo, cabeça pesada, pálpebras chumbadas, bocejos frequentes e
arrepios.
O médium em aprendizado mediúnico, após a concentração e a prece,
ficará em atitude receptiva, relaxado física e psiquicamente, procurando se colocar
em condições de perceber o ambiente espiritual e o de alguma entidade que
porventura dele se aproxime, analisando os efeitos dessa influência, a ela se
associando ou rechaçando.

Consultar:
Seara dos Médiuns, itens 41 e 76 (Ímã) de Francisco Cândido Xavier.
Desenvolvimento Mediúnico, cap. 14 de Roque Jacinto.
Obsessão, o Passe a orientação, Cap. I, itens 6, 7 e 8 de José Herculano Pires.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 96
15a. SESSÃO TEÓRICA
OBSESSÃO: MEIOS DE COMBATÊ-LA – TRABALHOS DE DESOBSESSÃO.
MEIOS DE COMBATÊ-LA
Assim como as enfermidades são o resultado das imperfeições físicas que
deixam o corpo acessível às influências exteriores perniciosas, a obsessão
resulta sempre de uma imperfeição moral que dá ascendência a um espírito
mau. A uma causa física, opomos uma força física; a uma causa moral é
preciso que se contraponha uma força moral. (Gênese; 14:46).
Os meios de combater a obsessão variam, conforme o caráter que ela reveste. O
perigo não existe, realmente, para qualquer médium convencido de estar tendo
assunto com um Espírito mentiroso, como ocorre na obsessão simples; para ele
não passa de uma coisa desagradável. Mas, precisamente porque isto lhe é
desagradável, é uma razão a mais para o Espírito encarniçar-se sobre ele para
aborrecê-lo. Duas coisas essenciais devem ser feitas neste caso: provar ao
Espírito que não está iludido por ele e que lhe é impossível enganar-nos; em
segundo lugar, cansar sua paciência, mostrando-se mais paciente que ele: se
estiver bem convencido de que perde seu tempo, terminará por se retirar, como
o fazem os importunos a quem não se ouve. (LM, item 249)
(…) o que acontece com a fascinação é muito diferente, porque, então, o
domínio que o Espírito exerce sobre aquele de quem se apoderou não tem
limites. A única coisa a fazer com a vítima, é tentar convencê-la de que está
sendo enganada e reconduzir sua obsessão ao caso da obsessão simples; mas
nem sempre é fácil, se não for, algumas vezes, até, impossível. O ascendente do
Espírito pode ser tal, que deixe o fascinado surdo a qualquer espécie de
raciocínio e pode chegar, até, a fazê-lo duvidar, quando o Espírito comete
alguma grande heresia científica, se não é a Ciência que está enganada.
(Ibidem, 250).
A subjugação corporal tira, muitas vezes, do obsidiado a energia necessária
para dominar o mau Espírito, é por isso que se torna precisa a intervenção de
uma terceira pessoa, que aja, quer pelo magnetismo, quer pelo domínio de sua
vontade. Por falta do concurso do obsidiado, esta pessoa deve tomar o
ascendente sobre o Espírito; mas, como este ascendente só pode ser moral, só é
dado a um ser moralmente superior ao Espírito exercê-lo e seu poder será tanto
maior, quanto maior for sua superioridade moral, porque se impõe ao Espírito,
que é forçado a inclinar-se diante dele; é por isso que Jesus tinha um poder tão
grande para expulsar o que se chamava, então, de demônios, isto é, os maus
Espíritos obsessores. (Ibidem, 251).
Para que o obsidiado possa se prevenir contra a obsessão, há a necessidade de
fortalecimento de sua alma. “Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso
auxiliar para agir contra o obsessor”. (Gênese, 14:46).
TRABALHOS DE DESOBSESSÃO
A ação desobsessiva se reveste de atividades várias que tem por finalidade o
reajustamento dos participantes do processo em questão. Assim, encontramos as diretrizes
básicas para nos lançarmos à empreitada desobsessiva em A Gênese:
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e
impregnado de um fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidos
salutares e os repele. É desse fluido pernicioso que é preciso
desembaraçá-lo. Ora, um mau fluido não pode ser eliminado por outro
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 97
mau fluido. Através de uma ação idêntica à do médium curador nos casos
de doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido
melhor.
Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessário
também, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é preciso
ter o direito de falar com autoridade, e esta autoridade só é concedida à
superioridade moral. Quanto maior a superioridade moral, maior a
autoridade(14:46). (Itálicos do Autor).
É a orientação do obsidiado través de palestras educativas, aulas, exposições
evangélicas e o clima fraterno, que o faça buscar, através dos exemplos vivos, sua renovação
espiritual.
Isso ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, é indispensável
levar o espírito perverso a renunciar aos seus maus propósitos; é preciso fazer
nascer nele o arrependimento e o desejo de fazer o bem, com a ajuda de
instruções habilmente ministradas, em evocações particulares tendo em vista a
sua educação moral. Pode-se então ter a dupla satisfação de libertar um
encarnado e de converter um espírito imperfeito. (Idem).
É o denominado trabalho de desobsessão em que se tem a oportunidade de
caridosamente e com energia, fazer-se a tentativa do despertamento do obsessor para a lei de
amor e de perdão.
Algumas Regras Práticas Para o Trabalho de Desobsessão:
1) Não se deve realizar sessão de Orientação do obsessor com o obsidiado presente, pois o
esquecimento do passado por parte do encarnado é fator favorável a solução do processo
obsessivo. Caso contrário, o obsidiado saberá para onde e a quem dirigir sua revolta pelo
sofrimento que passa, fundindo-se muito mais ao seu perseguidor.
2) Quando o obsidiado compreende a sua situação e concorre com sua vontade e preces,
para sua libertação, o trabalho se torna menos difícil.
3) Nunca revelar situações do passado, esclarecidas durante a sessão, ao obsidiado, mas,
sim, de posse desses esclarecimentos, buscar orientá-lo no sentido de vencer os pendores
negativos.
4) Nunca tomar o obsidiado como pobre vítima e o obsessor como cruel algoz; mas, sim,
encarar o processo como merecedor de todo o amor fraternal, e considerar ambos como
irmãos desequilibrados, necessitados de correção enérgica e amparo caridoso.
5) Somente lançar-se à empreitada do Trabalho de Desobsessão se contar com grupo de
médiuns capacitados, harmonizados, conhecedores da Doutrina e de boa condição ético-
moral.
6) Na orientação, estar sempre alerta as sutilezas dos Espíritos obsessores, que sabem
muitas vezes de sua condição de Espirito desencarnado, como e quando devem agir, mas,
muitas vezes, obrigados a comparecer aos trabalhos de orientação fraterna, fingem estar no
estado de perturbação espiritual “post-mortem”, e não saberem da sua morte física,
buscando seduzir o orientador.
7) Esclarecer o obsidiado que consegue os favores dos Amigos Espirituais para sua
libertação das teias da obsessão, da necessidade premente e permanente de continuar
orientando sua vida, num crescendo, no sentido da elevação ético-moral, para conseguir,
realmente, tornar-se de difícil acesso aos Espíritos imperfeitos.
8) Ao obsidiado e à sua família, esclarecer que Espiritismo é muito mais que a chave para a
solução de seus problemas espirituais imediatos, mas, e principalmente, é roteiro de luz para
a vida inteira.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 98

RESUMO
A obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral. A uma causa moral
preciso é se contraponha uma força moral.
Os meios de combate à obsessão variam conforme o caráter que ela reveste.
Na Obsessão Simples, duas coisas se tem que fazer: 1) provar ao Espírito, que
lhe é impossível enganar; 2) cansar-lhe a paciência, demonstrando paciência para com
ele. Convencido de que está a perder tempo, retirar-se-á.
No caso da Fascinação, a única coisa a fazer-se com a vítima é convencê-la
de que está sendo ludibriada e reconduzir-lhe a fascinação ao estado de obsessão
simples, o que nem sempre é fácil e, em alguns casos, impossível, pela ascendência do
Espírito sobre o raciocínio do fascinado, a tal ponto que poderá, diante de uma grossa
heresia científica imposta pelo Espírito, achar que a ciência é que está em erro.
A Subjugação corporal tira ao obsidiado a energia necessária para dominar o
mau Espírito. Daí, ser preciso a intervenção de um terceiro, que atue, ou por
magnetismo, ou pelo império da sua vontade. Em falta do concurso do obsidiado, essa
terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito, Este ascendente só pode ser
moral, e só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo.
Em todos os casos, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para de
mover o obsessor de seus propósitos maléficos.
A ação desobsessiva compõe-se de atividades várias que visam o
reajustamento dos participantes do processo obsessivo.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica envolto e impregnado de um
fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É daquele
fluido que importa desembaraçá-lo. Um fluido mau não pode ser eliminado por outro
igualmente mau. Necessário se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um melhor.
Os trabalhos de passe e de fluidoterapia têm essa ação mecânica.
“Essa é a ação mecânica, mas que nem sempre é suficiente. É necessário
também, e principalmente, agir sobre o ser inteligente, ao qual é preciso ter o direito de
falar com autoridade, e esta autoridade só é concedida à superioridade moral. Quanto
maior a superioridade moral, maior a autoridade” (Idem). É a orientação fraterna, através
de palestras educativas, aulas, exposições evangélicas e o clima fraterno, que levam o
obsidiado a buscar sua renovação espiritual pelos exemplos vivos, é preciso que o
Espírito obsessor seja levado a renunciar seus maus desígnios; que o arrependimento
desponte nele, assim como o deseje do bem, por meio de instruções habilmente
ministradas em evocações particularmente feitas, com o objetivo de dar-lhe educação
moral – é o denominado trabalho de desobsessão, que deve observar algumas regras
práticas, para a sua realização proveitosa e fundamentada em critérios espíritas seguros.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 23 – A Gênese, Cap. 14 – Revista
Espírita (FEB), 1862 (dez, p. 485), 1863 (jan, p. 13; fev, p. 57; abril, p. 145 e maio, p. 187)
e 1866 (jan, págs. 18 e 34; fev, p. 62).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 99
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Algumas orientações para este estudo dirigido:
As questões propostas aos Minigrupos não se encontram em itens específicos da
leitura, mas aparecem misturadas durante toda a leitura. Por este motivo orientamos sobre a
forma de fazer o estudo dirigido, com economia de tempo e com maior facilidade:
1) Verificar bem o sentido da pergunta do seu grupo;
2) Ler todos os itens indicador em uma das obras ou nas duas;
3) Durante a leitura, estar atento para o trecho em que o assunto do seu minigrupo é abordado;
4) Discutir e anotar a ideia central do trecho que se refere ao assunto do seu minigrupo;
5) No final da leitura, fazer a síntese das ideias principais.
Grupo 1 Grupo 2
Como se comporta o obsessor quando são Qual a forma e medida do auxílio de
tomadas medidas para combatê-lo? terceiros ao Médium Obsidiado? (Quem
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61) Pode Ajudar, Como Pode Ajudar, Quanto
Pode Ajudar?)
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)
Grupo 3 Grupo 4
Quais as atitudes do médium obsidiado para Que Relação Ha Entre A Evolução Moral E
livrar-se do obsessor? O Problema Da Obsessão?
(LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61) (LM, itens 249 a 254 e OP, itens 58 a 61)
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 100
15a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
IDENTIFICAÇÃO DE FLUIDOS – TIPOS DE FLUIDOS
FORMA DE ABSORVÊ-LOS OU RECHAÇÁ-LOS.
Os fluidos se diferenciam de acordo com a condição espiritual de quem os emite
ou de acordo com o tipo de ação que a mente sobre eles impõe.
As mais variadas categorias de fluidos existem, pois, cada uma servindo como
vestimenta dos sentimentos, pensamentos e ações de cada um de nós.
De acordo com a frequência vibratória em que eles se situam, no plano espiritual
e para os videntes encarnados, se apresentam em cores com os mais variados matizes, cada
uma delas significando determinados sentimentos predominantes. Cores escuras, fortes e
violentas, sentimentos maus e agressivos, cores suaves, alegres e brilhantes, sentimentos
elevados.
Cada um de nos é um dinamopsiquismo emissor e receptor permanente, daí, não
apenas recebermos influências dos outros, mas também sobre eles mantermos as nossas
influenciações.
Quando estamos em situação favorável, mediunicamente falando, isto é, com
parcial ou total exteriorização do nosso perispírito, percebemos os fluidos emitidos por uma
entidade ou ambiente, a eles nos associando ou não, dependendo do nosso padrão vibratório,
Se vibramos na mesma faixa ou padrão, reforçamos as vibrações recebidas e estabelecemos
o que se chama de sintonia vibratória, graças ao fenômeno da afinidade. Para tanto.
concorrem, não só o nosso estado espiritual como a movimentação de nossa vontade no
sentido de aceitar e concordar com a tonalidade vibratória recebida, reforçando-a. Estamos
pois, diante de um fenômeno de absorção fluídica em que os afins se atraem e se somam.
Assim, se estivermos em um ambiente onde imperam fluidos de natureza grosseira e
inferior, e começamos a emitir pensamentos infelizes, fatalmente entraremos na mesma
faixa vibratória. Se, no entanto, o ambiente estiver saturado de fluidos de natureza superior,
de acordo com o nosso padrão vibratório, podemos ou não, perceber-lhes a existência e
sentir-lhes a influência, podendo no caso positivo, absorvê-los se nos elevarmos até a faixa
vibratória que lhes é própria às custas de bons pensamentos, boas ideias, bons sentimentos.
0 rechaçamento se faz automática ou voluntariamente; lembremos que forças
contrárias se repelem.
Notar a diferença que há entre perceber e absorver, isto porque no primeiro caso,
atua o médium com passividade, apenas percebendo as vibrações em derredor, dentro de um
certo limite, é bem verdade; e no caso de absorção, ele não apenas percebe, como atrai para
si a corrente fluídica através da graduação que dá à sua mente pela força da sua vontade.
Asim cada médium recebe de acordo com as suas obras, segundo o preceito
evangélico, não havendo privilégios nem esquecimentos na Lei de Justiça e Harmonia
Supremas.

Consultar:
Fonte Viva, Caps. 86 e 117 de Francisco Cândido Xavier.
A Gênese, Cap. 14 de Allan Kardec.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 101

Hora de Exercitar 9!
Para responder este Exercício, consulte os Resumos da 13a. Sessão Teórica,
13a. Sessão de Exercício Prático e 14a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) Os Espíritos só muito raramente interferem em nossa vida, porque essa influên-
cia é regulada pela Lei de afinidade psíquica.
2) ( ) Uma obsessão poderá caracterizar-se quando o médium crê cegamente na iden-
tidade de Espíritos que se comunicam com nomes veneráveis por seu intermédio e
afirmam ideias excêntricas.
3) ( ) Hálito mental é a irradiação do Fluido Cósmico Universal absorvido automati-
camente pelo nosso perispírito e modificado pele nosso padrão vibratório espiritual.
4) ( ) Vivemos mergulhados em um mundo de matéria invisível e refinada, porém re-
al, que tem como fonte uma substância chamada Fluido Cósmico Universal.
5) ( ) Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos que formam
o nosso hálito mental são mais agradáveis, saudáveis e luminosos.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
6) Obsessão é o ________________ que os ________________ Espíritos impõem a
determinadas pessoas, com o fim de as ________________ e submeter a sua
________________.
7) O meio de defesa que a Doutrina Espírita oferece contra a ________________ dos
maus ________________ é o da autoridade que se baseia na ________________.
8) O insulamento do ________________ é uma atitude prejudicial a ele porque as
________________ que recebe não são ________________.
9) De acordo com o ________________ de constrangimento e da ________________
dos efeitos, a obsessão pode ser ________________, ________________ e
subjugação.
10) Os fluidos são formas ________________ do Fluido ________________ Universal
que o nosso ________________ absorve ________________ do meio
________________.
C) Marque OS COMPLEMENTOS CERTOS com um “X”.
11) A ação obsessiva de espíritos maus sobre certos encarnados se explica pelo seguinte
mecanismo.
a) ( ) ligação fluídica através de seus perispíritos;
b) ( ) utilização de elementos materiais para confirmar o pacto entre o Espírito
obsessor e o encarnado que deseja prejudicar o obsidiado;
c) ( ) formação de uma atmosfera fluídica que estabelece a interligação do Espíri-
to e do encarnado;
d) ( ) a atitude de revolta do paciente que não quer admitir a ação obsessiva;
e) ( ) interpenetração de flui dos, pensamentos e vontades dos dois protagonistas
do processo obsessivo;
f) ( ) o medo do obsessor diante do eletrochoque, que provoca maior reação de
ódio do Espírito sobre o obsidiado.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 102
12) Para dominar e afastar os espíritos obsessores deve-se servi dos seguintes recursos :
a) ( ) autocontrole sobro as emoções e desejos;
b) ( ) da cólera e da Impaciência em certas circunstancias para amedrontar o Es-
pírito.
c) ( ) solicitar a cooperação dos bons Espíritos e esforçar-se por melhorar moral-
mente;
d) ( ) diante dos desgostos amorosos, contrariar-se profundamente e atribuir a
causa desses desenganos à ação obsessiva dos Espíritos maus;
e) ( ) cultivar a paciência;
f) ( ) manter a coragem, o otimismo, a fé e praticar o bem sempre.
13) A obsessão tem como causas:
a) ( ) a prática disciplinada da mediunidade, porém muito intensa em dois ou
três dias da semana no Centro Espírita;
b) ( ) a imperfeição moral da criatura humana;
c) ( ) a vingança e o desejo de fazer o mal alimentados por Espíritos imperfeitos;
d) ( ) a covardia de certos Espíritos e o orgulho de Espíritos pseudossábios.
14) Um médium está em perigo quando:
a) ( ) reage melindrosamente diante da análise de suas comunicações;
b) ( ) frequenta assiduamente as sessões semanais mesmo diante de dificulda-
des profissionais e domésticas;
c) ( ) recebe comunicações faladas ou escritas constantemente absorvendo mui-
to tempo dos trabalhos;
d) ( ) ocorrem barulhos e desordens excêntricos e insistentes em seu derredor, e
de natureza invisível e não material.
15) Marque a 2a. Coluna de acordo com a 1a.
( ) persistência de um Espírito em comunicar-se.
(A) Obsessão Simples ( ) anula a vontade do obsidiado.
( ) paralisação do raciocínio crítico das comunicações
(B) Subjugação ( ) o espírito mentiroso não se disfarça.
( ) provocada por Espíritos ardilosos e hipócritas.
(C) Fascinação ( ) pode levar a resoluções absurdas e de graves conse-
quências.
(D) Possessão ( ) ideia de coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 103

Hora de Exercitar 10!


Para responder este Exercício, consulte os resumos da 14a. Sessão de Exercício Prático,
15a. Sessão Teórica e 15a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) Obsidiado deve conhecer situações do passado para facilitar o processo de de-
sobsessão.
2) ( ) A ação mental modifica os fluidos.
B) Preencho as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
3) A exteriorização do perispírito do médium, torna a percepção deste mais
______________, permitindo-lhe perceber o _____________ _____________ dos
Espíritos, pela associação das correntes fluídicas que aquele estado possibilita.
4) Cada um de nós é um dinamopsiquismo ________________ e ________________
permanente; não apenas ________________ influências dos outros, mas também
mantemos as nossas ________________ sobre eles.
5) Os fluidos dos Espírito bons proporcionam uma ________________ espiritual,
enquanto que os fluidos dos maus Espíritos provocam sensação de ________________
geral.
6) No fenômeno de absorção fluídica, os fluidos afins se ________________ e se
________________.
C) Marque a resposta MAIS CORRETA:
7) A atmosfera fluídica de cada um depende:
a)( ) das pessoas com as quais convive;
b)( ) de sua própria condição espiritual;
c)( ) da qualidade do fluído Cósmico Universal;
d)( ) do que absorvemos da atmosfera fluídica.
8) A obsessão decorre sempre:
a) ( ) de um ambiente pernicioso à moral cristã;
b) ( ) de uma moléstia psíquica grave;
c) ( ) de uma imperfeição moral;
d) ( ) dos propósitos maléficos do obsessor.
9) A fluidoterapia nos trabalhos de desobsessão tem:
a) ( ) apenas ação mecânica;
b) ( ) função principais ;
c) ( ) poderes ilimitados;
d) ( ) atuação sobre o ser inteligente;
e) ( ) função de expelir maus fluidos com auxílio dos bons fluidos.
10) O trabalho de desobsessão:
a) ( ) beneficia espiritualmente o obsidiado e obsessor;
b) ( ) liberta, um encarnado;
c) ( ) converte um espírito imperfeito;
d) ( ) expulsa os maus Espirites.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 104
11) O rechaçamento de fluidos se faz:
a) ( ) Automaticamente;
b) ( ) Voluntariamente;
c) ( ) Através de rituais;
d) ( ) Automática ou voluntariamente.
D) Numere a 2a. coluna de acordo com a 1a.

( ) necessitam correção e amparo.


(1) A compreensão do obsidiado.
( ) é necessário estar alerta a sutileza dos ob-
sessores.
(2) Os trabalhos de desobsessão.
( ) é condição imprescindível para sua liberta-
ção.
(3) No processo de desobsessão.
( ) devem ser realizados por grupo de médiuns
capacitados.
(4) Tanto o obsessor como o obsidiado.
( ) facilita o trabalho de desobsessão.

(5) A elevação espiritual do obsidiado. ( ) para conseguir ser inatingível pelos espíri-
tos imperfeitos.

( ) deve-se esclarecer também a família do ob-


(6) Na orientação.
sidiado.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 105
16a. SESSÃO TEÓRICA
DAS EVOCAÇÕES – DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS –
UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES PARTICULARES
DAS EVOCAÇÕES
Antes de adentrarmos assunto tão sério como as Evocações e Identidades dos
Espíritos, devemos esclarecer como se formou o Alicerce da Codificação. Assim como O
Livro dos Espíritos (1857), é o Fundamento Filosófico do Espiritismo, O Livro dos Médiuns
(1862) passa a ocupar a estrutura científica, lógica e experimental dos fenômenos de cunho
espirituais, O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864) a parte ético-moral dentro de uma
estrutura cristã. O livro O Céu e o Inferno (1865) ocupa a posição de livro histórico e de
estudo sobre as Mitologias e A Gênese (1868), uma explicação científica para a formação
biológica, social e psicológica do humano, bem como, a formação da Terra e do Universo.
Quando se afirma que a ciência confirma muito dos fatos espíritas,
esclarecemos tratar-se da Ciência Espírita (LM, itens 9 e 74 – perg. 9) e não
das ciências comuns que possuem um domínio de múltiplas certezas, pois o
Espiritismo não é da alçada da ciência. (…) o Espiritismo em seu aspecto
científico e como ciência experimental explica e expõe os fatos antes tidos
como sobrenaturais ou metafísicos no sentido de inexplicados, abstratos e
ininteligíveis. (…) é preciso esclarecer que a fenomenologia espiritual se
expressa de forma diferenciada dos fenômenos “comuns”, por isso a Ciência
Espírita possui seus próprios métodos de pesquisa e investigação.58
O assunto Das Evocações de que trata O Livro dos Médiuns no Cap. 15, merece
algumas considerações preliminares. Allan Kardec contava, então, no seu trabalho, com a
orientação de entidades de alta categoria espiritual e, suas pesquisas com referência à
comunicação de Espíritos e encarnados, ocorreram em condições excepcionais. Dispunha o
Codificador de uma extraordinária equipe de Espíritos desencarnados que lhe assessoraram
a tarefa, bem como de médiuns e pessoas selecionadas espiritualmente, que cooperaram
decididamente para o bom êxito de sua missão.
Em segundo lugar, essa fase de fundamentação teórica desenvolveu-se através da
mediunidade psicográfica, em maior escala de natureza mecânica, onde a independência do
pensamento do Espírito em relação ao do médium é a mais acentuada possível. Estes fatores
possibilitaram, portanto, uma extraordinária segurança para o estudo das comunicações dos
Espíritos quando evocados. No entanto, isso não eximiu Allan Kardec de ler, reler e decidir
através da Lógica (dedução, indução, hipótese, inferência, etc.), acerca do conteúdo das
mensagens recebidas pelos médiuns que o auxiliava na formação do pensamento espírita.
É dentro desses pontos de vista que focalizamos o assunto empolgante, intitulado
Das evocações em O Livro dos Médiuns e que passamos a desenvolver para no seu final
tecermos considerações complementares, conforme a opinião de estudiosos encarnados e
desencarnados, com respeito ao tema.
“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou atender ao nosso apelo,
isto é, vir mediante evocação” (LM, item 269). Afirma Allan Kardec que, estando os
Espíritos em torno de nós, em sua maioria, de condições inferiores, e que outra coisa não
querem senão comunicar-se, não chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos os
que queiram entrar.
A chamada direta de determinado Espírito constitui um laço entre ele e nós;
chamamo-lo pelo nosso desejo, opondo assim uma espécie de barreira aos intrusos. Todavia,
58 Marques, L. A. História das Religiões e a Dialética do Sagrado, p. 517.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 106
tanto as comunicações espontâneas quanto as evocações têm suas vantagens. As
espontâneas não apresentam nenhum inconveniente quando se está ciente dos Espíritos e
certo de não deixar que os maus tomem a dianteira.
(…) então, muitas vezes, é útil esperar pela boa vontade daqueles que querem
manifestar-se; porque o pensamento deles não sofre nenhum constrangimento e
podem obter-se, desta maneira, coisas admiráveis; ao passo que, quem diz que
o Espírito por quem chamais esteja disposto a falar, ou seja, capaz de fazê-lo,
no sentido desejado. O exame escrupuloso que temos aconselhado é, aliás, uma
garantia contra as más comunicações. Nas reuniões regulares, sobretudo
naquelas em que se faz um trabalho continuado, há sempre Espíritos assíduos,
que comparecem ao encontro, sem que sejam chamados, por estarem
prevenidos, em razão da regularidade das sessões; tomam, muitas vezes,
espontaneamente, a palavra para tratar de um assunto qualquer, desenvolver
uma proposta ou prescrever o que se deva fazer, e, então, facilmente são
reconhecidos, quer pela forma da linguagem, que é sempre idêntica, quer pela
escrita, quer por certos hábitos, que lhes são familiares. (Idem).
Podem ser evocados todos os Espíritos, qualquer que seja o grau a que
pertençam na escala espírita: os bons, como os maus, os que deixaram a vida há
pouco, como os que viveram nos tempos mais recuados, os homens ilustres,
como os mais obscuros, nossos parentes, nossos amigos, como aqueles que nos
são indiferentes; mas, isto, não quer dizer que queiram ou possam sempre
atender ao nosso chamado; independente da própria vontade deles ou da
permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, eles podem
ser impedidos de fazê-lo por motivos, que nem sempre nos é dado conhecer.
Queremos dizer que não há impedimento absoluto, que se oponha às
comunicações, salvo o que será dito, logo adiante; os obstáculos que podem
impedir um Espírito de manifestar-se são, quase sempre, individuais e se
devem, muitas vezes, às circunstâncias. (Ibidem, 274)
Entre as causas que podem opor-se à manifestação de um espírito, umas lhe são
pessoais e outras, estranhas. Entre as primeiras, é preciso colocar suas
ocupações ou as missões que desempenha e das quais não pode desviar-se para
ceder aos nossos desejos; neste caso, sua visita fica, apenas, adiada. Há, ainda,
sua própria situação. Embora o estado de encarnação não constitua um
obstáculo absoluto, pode representar um impedimento, em dados momentos,
principalmente, quando ocorre em mundos inferiores e quando o próprio
Espírito está pouco desmaterializado. Em mundos superiores, naqueles em que
os elos entre o Espírito e a matéria são muito fracos, a manifestação é quase tão
fácil quanto no estado errante e, em todo caso, mais fácil do que naqueles
mundos, onde a matéria corporal é mais compacta. As causas estranhas devem-
se, principalmente, à natureza do médium, à da pessoa que evoca, ao meio em
que se faz a evocação e, finalmente, ao objetivo a que se propõe. (Ibidem, 275).
As evocações oferecem, muitas vezes, maiores dificuldades aos médiuns do
que os ditados espontâneos, principalmente, quando se trata de obter respostas
precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns
especiais, ao mesmo tempo, flexíveis e positivos59 e já vimos que estes últimos
são bastante raros, pois, assim como já dissemos, as relações fluídicas nem
sempre se estabelecem, instantaneamente, com o primeiro Espírito que se presente.
Por isso, é útil que os médiuns não se entreguem às evocações detalhadas, senão
depois de estarem seguros do desenvolvimento de suas faculdades, e da natureza

59 Médiuns Positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão que muito se presta às
minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. (Ibidem, 193).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 107
dos Espíritos que os assistem, pois naqueles que são mal assistidos, as
evocações não podem ter qualquer caráter de autenticidade. (Ibidem, 272).
(…) a faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para este, a
obrigação de estar à nossa disposição; que ele pode vir, num dado momento, e,
não, num outro, com este médium ou aquele evocador, que lhe agrade e, não,
com aquele outro; dizer o que quer, sem poder ser constrangido a dizer o que
não queira; ir-se, quando isto lhe convenha; enfim, que por causas dependentes
ou, não, de sua vontade, depois de se ter mostrado assíduo, durante algum
tempo, ele pode, de repente, deixar de vir. (Ibidem, 277).
UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES PARTICULARES
As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito superiores ou daqueles que
animaram grandes personagens da Antiguidade são preciosas, pelo elevado
ensinamento que encerram. Esses Espíritos adquiriram um grau de perfeição,
que lhes permite abarcar um círculo de ideias mais extenso, penetrar mistérios
que ultrapassam o alcance comum da Humanidade e, por conseguinte, melhor
iniciar-nos do que outros, em certas coisas. Não se segue, daí, que as
comunicações dos Espíritos de uma ordem menos elevada sejam inúteis, o
observador nelas colhe muita instrução. Para se conhecer os costumes de um
povo, deve-se estudá-lo em todos os graus da escala. Quem só o tivesse visto
sob um aspecto, mal o conheceria. A história de um povo não é a de seus reis e
das sumidades sociais; para julgá-lo, é preciso vê-lo na sua vida íntima, nos
seus hábitos particulares. Ora, os Espíritos superiores são as sumidades do
mundo espírita; sua própria elevação os coloca tão acima de nós, que ficamos
espantados com a distância que nos separa deles. Espíritos mais burgueses (que
nos relevem esta expressão), tornam-nos mais palpáveis as circunstâncias de
suas novas existências. Neles, a ligação entre a vida corporal e a vida espírita é
mais íntima, nós a compreendemos melhor, porque ela nos toca mais de perto.
Aprendendo, através deles mesmos, o que se tornaram, o que pensam, o que
experimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, tanto
os homens de bem quanto os viciosos, os grandes e os pequenos, os felizes e os
desgraçados do século, numa palavra: os homens que viveram entre nós, os que
vimos e conhecemos, os de quem conhecemos a vida real, as virtudes e os
erros, compreendemos suas alegrias e seus sofrimentos, a eles nos associamos e
deles colhemos um ensinamento moral, tanto mais proveitoso, quanto mais
íntimas forem nossas relações com eles. Mais facilmente nos colocamos no
lugar daquele que foi nosso igual, do que no daquele que só vimos através da
miragem de uma glória celestial. Os Espíritos comuns nos mostram a aplicação
prática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos
ensinam. Aliás, no estudo de uma ciência, nada é inútil: Newton encontrou a lei
das forças do Universo, no fenômeno mais simples. (Ibidem, 281).
Fica assim exposta uma síntese das considerações de Allan Kardec sobre as
evocações dos Espíritos, necessárias e justificáveis na fase de pesquisa em que a Filosofia
Espírita se estabelecia nos seus fundamentos gerais. Hoje, vivemos uma nova fase. O
Espiritismo já sedimentado filosoficamente, alcança a etapa de difusão e reeducação moral
da Humanidade. A comunicabilidade com os Espíritos tem agora características diferentes.
Estamos na fase da aplicação dos conceitos espíritas ao comportamento humano, à sua
reforma ético-moral. Emmanuel, em no livro O Consolador, na questão 369 diz o seguinte,
reportando-se à evocação direta de determinados Espíritos: “Não somos dos que aconselham
a evocação direta e pessoal, em caso algum”.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 108
Se essa evocação é passível de êxito, sua exequibilidade somente pode ser
examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no
complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral
dos aprendizes sinceros do pensamento Espírita. O estudioso bem-intencionado, portanto,
deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera
espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade
de sua posição evolutiva e segundo o seu merecimento.
Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo
a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional
do Codificador, aliada as necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos
aprendizes comuns.
DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS
A questão da identidade dos Espíritos é, depois da obsessão, uma das maiores
dificuldades do Espiritismo prático, devido aos fatores:
a) Os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade;
b) Com facilidade, alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram.
Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questão
secundária e sem importância real. A identidade dos Espíritos das personagens
antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível,
pelo que ficamos adstritos a uma apreciação puramente moral. Julgam-se os
Espíritos, como os homens, pela sua linguagem. Desde que o Espírito só diz
coisas aproveitáveis, pouco importa o nome sob o qual as diga. (Ibidem, 255).
Porém, se se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisas
triviais e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. Os modos
de se distinguirem os bons dos maus Espíritos, estão muito bem explicados em O Livro dos
Médiuns, Cap. 14, que diz:
Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que
presidem os vossos trabalhos, há uma recomendação, que nunca será demais
repetir e que deveríeis ter sempre presente no pensamento, quando vos
entregais aos vossos estudos: é de pesar e de amadurecer, é de submeter ao
controle da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é de não
negligenciar, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de
pedir explicações necessárias para fixar-vos. (Ibidem, 266).
Resume-se nos princípios seguintes os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos (Item, 267):
1o.) Não há outro critério para discernir o valor dos bons Espíritos, senão o bom
senso. Qualquer fórmula dada, para este efeito, pelos próprios Espíritos é ab-
surda e não pode emanar de Espíritos Superiores;
2o.) Julgam-se os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações. As ações dos
Espíritos são os sentimentos que eles inspiram e os conselhos que dão;
3o.) Admitindo que os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tu-
do o que é mal não pode vir de um bom Espírito;
4o.) Os Espíritos superiores têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada,
sem qualquer mistura de trivialidade; tudo dizem com simplicidade e modéstia,
jamais se vangloriam, nunca fazem alarde de seu saber, nem de sua posição en-
tre os outros. A dos Espíritos inferiores ou comuns apresentam sempre algum
reflexo das paixões humanas; toda expressão que denote a baixeza, a presun-
ção, a arrogância, a jactância, a acrimônia é um indício característico de inferi-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 109
oridade ou de mistificação, se o Espírito se apresenta com um nome respeitável
e venerado;
5o.) Não se deve julgar os Espíritos pela forma material e a correção de seu es-
tilo, mas sondar-lhe o sentido íntimo, escrutar suas palavras, pesá-las friamente,
maduramente e sem prevenção. Todo afastamento da lógica, da razão e da sa-
bedoria, não pode deixar dúvida sobre sua origem, qualquer que seja o nome
com o qual se ostente o Espírito60;
6o.) A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quando à for-
ma, pelo menos quando ao fundo. Os pensamentos são os mesmos, quaisquer
que sejam o tempo e o lugar; eles podem ser, mais ou menos, desenvolvidos,
conforme as circunstâncias, as necessidades e as facilidades para se comunicar,
mas não serão contraditórios. Se duas comunicações, trazendo o mesmo nome,
opõem-se uma a outra, uma das duas é, evidentemente, apócrifa e a verdadeira
será a em que nada desminta o caráter conhecido do personagem. Entre duas
comunicações assinadas, por exemplo, por São Vicente de Paulo, uma das
quais pregasse a união e a caridade e a outra tendesse para semear a discórdia,
nenhuma pessoa sensata poderia se enganar;
7o.) Os bons Espíritos só dizem o que sabem; calam-se ou confessam sua igno-
rância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com audácia, sem se pre-
ocupar com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que cho-
que o bom senso demonstra a fraude, se o Espírito se apresenta como um Es-
pírito esclarecido;
8o.) Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos pela facilidade com que predi-
zem o futuro e precisam fatos materiais, que não nos é dado conhecer. Os bons
Espíritos podem fazer as coisas futuras serem pressentidas, quando este conhe-
cimento pode ser útil, mas nunca precisam datas; qualquer anúncio de aconteci-
mento, em época fixa, é indício de uma mistificação;
9o.) Os Espíritos superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade; o
estilo deles é conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, cla-
ro, inteligível para todos, e não exige esforço para ser compreendido; possuem
a arte de dizer muitas coisas, com poucas palavras, porque cada palavra tem
sua importância. Os Espíritos inferiores ou falsos sábios ocultam, sob a presun-
ção e a ênfase, o vazio das ideias. A linguagem deles é, muitas vezes, pretensi-
osa, ridícula ou obscura à força de querer parecer profunda;
10o.) Os bons Espíritos nunca ordenam; eles não se impõem, aconselham e, se
não os escutam, retiram-se. Os maus são impetuosos; dão ordens, querem ser
obedecidos e, entretanto, permanecem. Todo Espírito que se impõe, trai sua
origem. São exclusivistas e absolutos em suas opiniões e pretendem ter, sozi-
nhos, o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão,
porque sabem que a razão os desmascararia;
11o.) Os bons Espíritos não lisonjeiam; aprovam, quando se faz o bem, mas,
sempre, com reserva; os maus fazem elogios exagerados, estimulam o orgulho
e a vaidade, sempre pregando a humildade e procuram exaltar a importância
pessoal daqueles que eles sabem captar.
12o.) Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma em todas as
coisas. Apenas os espíritos comuns podem dar importância a detalhes mesqui-
nhos, incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição me-
ticulosa é um sinal certo de inferioridade e de mistificação da parte de um Es-
pírito que tome um nome imponente;

60 Ver LM, item 224.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 110
13o.) Deve-se desconfiar dos nomes bizarros e ridículos, que alguns Espíritos
adotam, quando querem impor-se à credulidade; seria, soberanamente absurdo,
levar a sério esses nomes;
14o.) Deve-se, igualmente, desconfiar dos Espíritos, que se apresentam muito
facilmente sob nomes extremamente venerados e só aceitar suas palavras, com
a maior reserva; é, aí, principalmente, que uma verificação severa é indispensá-
vel, pois, frequentemente, não passa de uma máscara, que eles usam para fazer
acreditar em pretensas relações íntimas com os Espíritos superiores. Através
desse meio, lisonjeiam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-
lo, muitas vezes, as atitudes lamentáveis ou ridículas.
15o.) Os bons Espíritos são muito escrupulosos acerca das atitudes que podem
aconselhar; qualquer que seja o caso, elas só têm um objetivo sério e eminente-
mente útil. Deve-se, portanto, considerar suspeitas todas as que não tenham es-
te caráter ou sejam condenadas pela razão e, maduramente, refletir, antes de
empreendê-las, pois estariam expostas a mistificações desagradáveis;
16o.) Também reconhecem-se os bons Espíritos pela sua prudente reserva sobre
todas as coisas que podem comprometer; repugna-lhes desvendar o mal; os Es-
píritos levianos ou malévolos ficam satisfeitos em fazê-lo sobressair. Enquanto
os bons procuram atenuar os erros e pregam a indulgência, os maus os exage-
ram e sopram a desarmonia, através de insinuações pérfidas;
17o.) Os bons Espíritos só prescrevem o bem. Toda máxima, todo conselho que
não esteja estritamente de acordo com a pura caridade evangélica não pode ser
obra de bons Espíritos;
18o.) Os bons Espíritos jamais aconselham, senão coisas perfeitamente racio-
nais; qualquer recomendação que se afaste da linha reta do bom senso ou das
leis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito limitado e, por conseguinte,
pouco digno de confiança;
19o.) Os Espíritos maus ou simplesmente imperfeitos, ainda se traem através
dos indícios materiais, sobre os quais ninguém poderia enganar-se. A ação de-
les sobre o médium é, algumas vezes, violenta e provoca, neste, movimentos
bruscos e intermitentes, uma agitação febril e convulsiva, que contrasta com a
calma e a doçura dos bons Espíritos;
20o.) Muitas vezes, os Espíritos imperfeitos se aproveitam dos meios de comu-
nicação de que dispõem para dar conselhos pérfidos; excitam a desconfiança e
a animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos; os que podem desmasca-
rar suas imposturas são, sobretudo, objeto de sua aversão. Os homens fracos
são o alvo deles, para induzi-los ao mal. Utilizando, alternadamente, os sofis-
mas, os sarcasmos, as injúrias e, até, os sinais materiais de seu poder oculto,
para melhor convencer, tentam desviá-los da senda da verdade;
21o.) Os Espíritos dos homens que tiveram, na Terra, uma única preocupação,
material ou moral, se não se desligaram da influência da matéria, ainda estão
sob o império das ideias terrestres e trazem consigo uma parte dos preconcei-
tos, das predileções e até as manias que possuíam, neste mundo. Isto é fácil de
reconhecer pela linguagem deles;
22o.) Os conhecimentos de que alguns Espíritos se enfeitam, muitas vezes, com
uma espécie de ostentação não constituem um sinal de superioridade deles; a
inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira pedra
de toque; 23o) Não basta interrogar um Espírito, para conhecer a verdade.
Deve-se, antes de tudo, saber a quem nos dirigimos; pois os Espíritos inferio-
res, ignorantes como são, tratam com frivolidade as questões mais sérias. Tam-
bém não basta que um Espírito tenha sido um grande homem, na Terra, para
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 111
possuir, no mundo espírita, a soberana ciência. Só a virtude, purificando-o, po-
de aproximá-lo de Deus e alargar seus conhecimentos;
24o.) Da parte dos Espíritos superiores, a brincadeira é, muitas vezes, fina e di-
vertida, mas nunca é trivial. Nos Espíritos zombadores, que não são grosseiros,
a sátira mordaz é, muitas vezes, cheia de intenção.
25o.) Estudando, com cuidado, o caráter dos Espíritos que se apresentam, prin-
cipalmente do ponto de vista moral, reconhecer-se-á a natureza deles e o grau
de confiança que podemos lhes dispensar. O bom senso não poderia enganar;
26o.) Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeira-
mente, saber julgar a si mesmo. Infelizmente, há muita gente que toma suas
próprias opiniões pessoais como medida exclusiva do bom e do mau, do verda-
deiro e do falso; tudo o que lhes contradiga a maneira de ver, suas ideias, o sis-
tema que conceberam ou adotaram, é, aos seus olhos, mau. Evidentemente,
nessas pessoas, falta a primeira qualidade para uma apreciação sã: a retidão do
juízo; mas, disso, nem suspeitam; este é o defeito sobre o qual mais nos iludi-
mos. Todas estas instruções decorrem da experiência e do ensino dado pelos
Espíritos; nós os completamos com as próprias respostas dadas por eles, sobre
os pontos mais importantes.
RESUMO
Allan Kardec ao estruturar a Filosofia Espírita, contou com a cobertura de
Espíritos de alta envergadura espiritual e suas pesquisas sobre a comunicabilidade dos
mesmos ocorreram em condições excepcionais. Dispunha, também, de médiuns e pessoas
espiritualmente selecionados, que colaboraram para o bom êxito de sua missão. Diante
disso, a comunicação dos Espíritos, nessa época, desenvolveu-se através da mediunidade
psicográfica, em maior escala de natureza mecânica, na qual a independência do
pensamento do Espírito em relação ao do médium, é a mais acentuada possível. Tudo isto
possibilitou uma extraordinária segurança ao estudo das comunicações dos Espíritos quando
evocados.
“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou atender ao nosso
chamado, isto é, vir por evocação” (LM, item 269). Tanto as comunicações espontâneas
quanto as evocadas têm suas vantagens e desvantagens. As espontâneas não apresentam
inconvenientes quando se está ciente dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem
a dianteira. Nesse tipo de comunicação nenhum constrangimento sofre o pensamento do
Espírito e podem se obter coisas admiráveis.
Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala
espiritual, podem ser evocados. Isto não quer dizer que eles sempre queiram ou possam
responder ao nosso chamado.
Nos mundos superiores, naqueles em que os laços entre o Espírito e a matéria são
muito fracos, a manifestação é quase sempre tão fácil quanto no estado errante.
Frequentemente as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que os
ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questões
circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e
positivos.
As comunicações que se obtêm dos Espíritos muito elevados, ou dos que
animaram grandes personagens da antiguidade, são preciosas, pelos altos ensinamentos que
encerram. Os Espíritos vulgares nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimes
verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos ministram.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 112
Emmanuel, no livro O Consolador item 269, não aconselha a evocação direta e
pessoal em caso algum, esclarecendo que sua exequibilidade somente pode ser examinada
no mundo espiritual e conclui: “Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela
evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu
esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidade de méritos ainda distantes
da esfera de atividade dos aprendizes comuns”.
Depois da obsessão a questão da identidade dos Espíritos é uma das maiores
dificuldades do Espiritismo prático. Isto porque os Espíritos não nos trazem um ato de
notoriedade, e alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Em muitos
casos, a questão de sua identidade é secundária. Julgam-se os Espíritos como os homens
pela sua linguagem. Desde que um Espírito só diz a verdade, pouco importa o nome sob o
qual as diga; porém, se se apresenta com o nome de uma personagem ilustre e diz coisas triviais
e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa. (ESE, 21:6-11)
O Livro dos Médiuns, no Cap. 24, prescreve que qualquer que seja a confiança
legítima que nos inspirem os Espíritos, devemos pesar e meditar, submeter ao cadinho da
mais severa razão, todas as comunicações que recebermos e não deixarmos de pedir as
explicações necessárias a formarmos opinião segura, desde que um ponto nos pareça
suspeito, duvidoso ou obscuro. Esse capítulo nos fornece vinte e seis princípios por meio
dos quais podemos reconhecer a qualidade dos Espíritos que se comunicam.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 24 e 25 – Revista Espírita (FEB), 1862
(março) e 1866 (julho).
Gabriel Delanne. O Fenômeno Espírita, Cap. 3 – Pesquisas sobre Mediunidade, p. 231.
Léon Denis. No Invisível, 2o. Parte. Cap. 21 e Cristianismo e Espiritismo, n. 12.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Da Identidade dos Espíritos. Da Identidade dos Espíritos.
(LM itens 255, 256, 261, 262, 263, 264 e 265) (LM itens 266 e 267).
Grupo 3 Grupo 4
Das Evocações. Das Evocações.
(LM itens 269, 272, 275, 276, 277, 278 e 279 (LM itens 269, 280, 281 e 285
O Consolador, itens 368 e 369). O Consolador, itens 368 e 369).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 113
16a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – AS VARIAS FASES DO FENÔMENO.
Em todo o tipo de fenômeno mediúnico ocorrem certas fases que podemos
considerar como fundamentais e, dependendo da categoria do fenômeno, acontecem
particularidades que lhe são próprias. Seja o fenômeno mediúnico de efeitos inteligentes,
psicografia ou psicofonia, seja consciente ou inconsciente, mecânico ou intuitivo, sempre
ocorrem fases que podem ser esquematicamente assim estudadas:
FASE DE AFINIDADE FLUÍDICA E ESPIRITUAL:
Antes de ocorrer um fenômeno, e o médium sondado psiquicamente para avaliar a sua
capacidade vibratória, em obediência a lei da combinação fluídica. No caso em que a
entidade passe a se comunicar com frequência, surge a afinidade espiritual, que depende
da posição evolutiva do espírito comunicante, e a do médium. As vezes, dependendo do
tipo de atividade mediúnica, o espírito do médium, em desdobramento natural durante o
sono, dias antes do trabalho mediúnico, é levado pelos mentores espirituais a tomar
contato com a entidade que devera receber mediunicamente, para evitar choques
inesperados durante a reunião, o que poderia ocasionar desequilíbrio vibratório
momentâneo ou demorado, impedindo-o de alcançar os objetivos desejados. Isso ocorre
com frequência com médiuns que colaboram nos trabalhos de desobsessão.
FASE DE APROXIMAÇÃO DA ENTIDADE:
É a sequência natural da fase anterior, só que ocorre no recinto do trabalho mediúnico
como preparação do médium para a tarefa. Pode ocorrer que antes da sessão o médium
sinta a influência espiritual, mas deverá controlar-se para evitar o transe fora de ocasião
oportuna, que é a do trabalho propriamente dito. Geralmente sentirá os fluidos próprios da
entidade, cabendo-lhe o trabalho de analisá-los e, conforme conhecimento anterior,
absorvê-los ou rechaçá-los.
FASE DA ACEITABILIDADE DO ESPÍRITO COMUNICANTE PELO MÉDIUM:
Ativamente o médium começa a vibrar, procurando se afinizar melhor com a mente do
Espírito desencarnado. Manter-se-á calmo, confiante e seguro, certo de que nada de mau
lhe acontecerá porque o equilíbrio do grupo é uma segurança. Sentirá os seus pensamentos
serem dirigidos por uma força estranha e aos poucos terá vontade de falar ou de escrever,
ou apenas ficará na expectativa de novas associações mentais; poderá se sentir diferente,
como se fosse outra pessoa, ver mentalmente outros lugares, ter sensações diferentes que
viverá com maior ou menor intensidade.
FASE DE INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA:
É falsa a ideia de que o desencarnado para se comunicar entra no corpo do médium, 0 que
ocorre são assimilações de correntes fluídicas e mentais numa associação perfeita,
denominada de sintonia vibratória. Os centros cerebrais do perispírito e os do corpo do
médium são estimulados pelas forças fluídicas e mentais da entidade comunicante e
quando há associação, ocorrendo então o fenômeno da “incorporação”. O médium
incorpora as ideias, vivências e sentimentos da entidade comunicante e os transmite
conforme a faculdade que possui (intuição, psicofonia, etc,). É natural que nessa fase o
médium se sinta diferente, com sensações anormais, sudorese, amortecimentos, respiração
ofegante, tremores, nervosismo, etc. O controle das reações orgânicas, deverá surgir
graças à confiança e a serenidade alcançadas com um bom treinamento mediúnico.

Consultar: Palavras da Vida Eterna, Cap. 42, Caminho, Verdade e Vida, Cap. 10 de
Francisco Cândido Xavier. Estudando a Mediunidade, Cap. 10 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 114
17a. SESSÃO TEÓRICA
DAS PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS.
Nas perguntas que se dirigem aos Espíritos deve-se observar duas coisas
importantes: a Forma e o Fundo.
A FORMA:
Com relação à forma, elas devem ser redigidas com clareza e precisão,
evitando as perguntas complexas. Mas há um outro ponto não menos
importante, é a ordem que deve presidir à disposição delas. Quando um assunto
requer uma série de perguntas, é essencial que elas se encadeiem com método,
de maneira que decorram, naturalmente, umas das outras; os Espíritos
respondem a elas muito mais facilmente e mais claramente do que quando são
feitas ao acaso, passando, sem transição, de um tema para outro. É por esta
razão que é sempre muito útil preparálas, antecipadamente, salvo para
intercalar, imediatamente, as que surgem pelas circunstâncias. Além disso, a
redação, que deve ser melhor, sendo feita com a mente descansada; este
trabalho preparatório constitui, como já o dissemos, uma espécie de evocação
antecipada, a que o Espírito pode ter assistido e ter-se colocado à disposição
para responder. (LM, item 286).
O FUNDO:
O fundo da questão requer uma atenção ainda mais séria, pois, frequentemente,
é a natureza da pergunta que provoca uma resposta certa ou falsa; há algumas
sobre as quais os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos
que nos são desconhecidos; portanto, é inútil insistir; mas o que se deve evitar,
acima de tudo, são as perguntas feitas com o objetivo de lhes pôr à prova a
perspicácia. Quando uma coisa existe, dizem, eles a devem saber; ora, é
precisamente porque conheceis a coisa ou que tendes os meios de verificá-la,
vós mesmos, é que eles não se dão ao trabalho de responder; essa suspeita os
melindra e nada se obtém de satisfatório. Não temos, todos os dias, exemplos
disso entre nós? Homens superiores e que têm consciência de seu valor,
gostariam de responder a todas as perguntas tolas que tentassem submetê-los a
um exame, como se fossem estudantes? O desejo de fazer um adepto desta ou
daquela pessoa, não constitui, para os Espíritos, um motivo de satisfazer uma
vã curiosidade; eles sabem que a convicção chegará, cedo ou tarde, e os meios
que empregam para conduzi-la, nem sempre são aqueles que supomos.
Imaginai um homem circunspecto, ocupado com coisas úteis e sérias,
incessantemente atormentado pelas perguntas pueris de uma criança e tereis
uma ideia do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as tolices que
se lhes endereçam. Daí, não se segue que não se possam obter, da parte dos
Espíritos, informações úteis e, principalmente, muitos bons conselhos, mas eles
respondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que eles próprios
possuem, o interesse que merecemos da parte deles e a afeição que nos
dedicam e, finalmente, conforme o objetivo a que nos propomos e a utilidade
que veem; mas se todo o nosso pensamento se limita em considerá-los mais
aptos do que outros para nos esclarecer utilmente sobre as coisas deste mundo,
eles não podem ter por nós uma simpatia profunda; desde então, só fazem
aparições muito curtas e, muitas vezes, conforme o grau de sua imperfeição,
demonstram seu mau humor por terem sido inutilmente incomodados. (Idem).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 115
Algumas pessoas pensam que é preferível abster-se de formular perguntas e
que convém aguardar o ensino dos Espíritos, sem provocá-lo: aí está um erro.
Os Espíritos dão, sem a menor dúvida, instruções espontâneas de elevado
alcance e que seria errôneo negligenciar; mas há explicações que, muitas vezes,
teríamos que aguardar muito tempo, se não as solicitássemos. (...). As
perguntas, longe de apresentar o menor inconveniente, são de uma grandíssima
utilidade, do ponto de vista da instrução, quando se sabe encerrá-las nos limites
desejados. Elas têm uma outra vantagem: a de ajudar a desmascarar os
Espíritos mistificadores que, sendo mais vaidosos do que sábios,
raramente suportam, pelo seu interesse, a prova das perguntas de uma
lógica cerrada, através das quais os empurram às suas últimas trincheiras.
Como os Espíritos verdadeiramente superiores nada têm a temer de
semelhante verificação, são os primeiros a provocar explicações sobre os
pontos obscuros; os outros, ao contrário, temendo ter que enfrentar o
adversário mais forte, têm grande cuidado de evitá-los; também
recomendam, geralmente, aos médiuns a quem desejam dominar e aos
quais desejam fazer que aceitem suas utopias, que se abstenham de toda
controvérsia relativa aos seus ensinos. (Ibidem, 287).
PERGUNTAS SIMPÁTICAS OU ANTIPÁTICAS AOS ESPÍRITOS:
Os Espíritos sérios sempre respondem com prazer às perguntas que têm por objetivo o
bem e os meios de progresso. Os bons Espíritos antipatizam com questões inúteis ou
feitas por pura curiosidade para experimentá-los. Nestes casos não respondem e se
afastam. Os Espíritos imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que
unicamente possam pôr-lhes a descoberto a ignorância ou o embuste, quando procuram
enganar; a não ser isso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade. Nem
todos os Espíritos são aptos a compreender as questões que lhes são dirigidas, como
acontece com os imperfeitos, embora isto não os impeça de responder bem ou mal.
PERGUNTAS SOBRE O FUTURO:
A manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se o homem conhecesse
o futuro, descuidar-se-ia do presente. Se insistirmos em obter respostas sobre o futuro,
recebê-las-emos de Espíritos doidivanas. Pode dar-se que um Espírito preveja coisas
que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas,
espontaneamente; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos
enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias
permite se verifique o grau de confiança que elas merecem. Devemos desconfiar de
todas as previsões que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoais
podem quase sempre ser consideradas falsas. Os Espíritos que anunciam
acontecimentos que se não realizam, fazem-no as mais das vezes para se divertirem
com a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois, riem-se do
desapontamento. A missão dos Espíritos superiores consiste em fazer-nos progredir.
Jamais será enganado aquele que a eles pedir sabedoria; não acreditemos, porém, que
percam o seu tempo precioso em ouvir as nossas futilidades ou a predizer-nos a boa
fortuna. Deixam esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem como
crianças travessas. A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas ao
homem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defeso
revelarem. Aquele que insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritos
inferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços à
nossa credulidade. É verdade que existem pessoas dotadas de uma faculdade especial,
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 116
que as faz entrever o futuro; são aquelas cuja alma se desprende da matéria. Então é o
Espírito que vê. Mas, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisas
para o bem. Todavia, mesmo entre essas pessoas, são em maior número os impostores
e os charlatães.
PERGUNTAS SOBRE AS EXISTÊNCIAS PASSADAS E FUTURAS:
Conforme o objetivo, Deus algumas vezes permite que as nossas existências passadas
nos sejam reveladas. Se for para nossa edificação e esclarecimento, as revelações serão
verdadeiras e, neste caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo
inteiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vã
curiosidade. Os Espíritos brincalhões, todavia, nunca se negam a fazer tais revelações,
para se divertirem a nossa custa. Sempre que essas revelações não tiverem um fim
eminentemente sério, devemos considerá-las falsas ou suspeitas. Os Espíritos
zombeteiros gozam em lisonjear o amor-próprio, revelando as pessoas e médiuns,
origens pomposas (príncipe, rainha, pessoas famosas, etc.). Há médiuns e crentes que
aceitam de bom grado essas revelações sem raciocinarem sequer no estado atual de
seus Espíritos que em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado.
Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para os
homens. Para se dar crédito a uma revelação dessa ordem, seria necessário que fosse
feita espontaneamente, por intermédio de diversos médiuns estranhos uns aos outros.
Contudo, se não podemos ter conhecimento de nossa individualidade anterior,
podemos ter revelações a respeito do gênero da existência que tivemos, da posição
social que ocupamos e dos defeitos que em nós predominaram, das quais deveremos
tirar proveito para nos melhorarmos. Estudando o nosso presente, deduziremos o nosso
passado. Com referência às nossas existências futuras, nada podemos saber
antecipadamente, pois essas serão a consequência da preparação que fizermos pelo
nosso procedimento na Terra e pelas resoluções que tomarmos quando formos
Espíritos. Sabermos, porém, onde e como transcorrerá essa existência é impossível e
tudo o que alguns Espíritos disserem a respeito não passará de gracejo. Isto só
acontece em caso especial e raro para os Espíritos que estão na Terra para
desempenhar uma missão importante.
PERGUNTAS SOBRE OS INTERESSES MORAIS E MATERIAIS:
Os bons Espíritos jamais se recusam a dar bons conselhos, principalmente no que diz
respeito à alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que simulam pedir a luz e se
comprazem nas trevas. Os Espíritos, algumas vezes, conforme o motivo, podem dar
conselhos sobre coisas de interesse privado. Isto também depende daqueles a quem tais
conselhos são pedidos e são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, que
são os que se acham mais ligados à pessoa. Mas, é tão frequente cansarmos esses
Espíritos com perguntas banais que eles nos deixam. A puerilidade das perguntas é
incompatível com a superioridade dos Espíritos. Podem os Espíritos familiares
algumas vezes e de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por
meio de revelações; porém, fiquemos bem cientes de que os bons Espíritos nunca se
prestam a servir à cupidez. Os maus nos fazem brilhar diante dos olhos mil atrativos, a
fim de nos espicaçarem e, depois, mistificarem, pela decepção. Fiquemos ainda certos
de que, se é da nossa prova passarmos tal ou tal vicissitude, os nossos Espíritos
protetores poderão ajudar-nos a suportá-la com mais resignação, poderão mesmo
suavizá-la; mas, no próprio interesse do nosso futuro, não lhes será lícito isentar-nos
dela. Um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 117
QUESTÕES SOBRE A SORTE DOS ESPÍRITOS:
Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo
espiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil, e não a
simples curiosidade. Constituem ainda grandes ensinamentos para nós, as revelações
que os Espíritos nos fazem a respeito da natureza de seus sofrimentos ou da felicidade
de que gozam, iniciando-nos assim, no conhecimento da verdadeira natureza das penas
e das recompensas futuras. Os bons Espíritos se sentem felizes em nos descreverem a
felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos,
a fim de que o arrependimento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma
espécie de alívio: é o desgraçado que lamenta, na esperança de obter compaixão.
QUESTÕES SOBRE A SAÚDE:
Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde. Esta é uma condição necessária
para o trabalho que se deve executar na Terra, pelo que os Espíritos se ocupam de boa
vontade com ela. Mas, como há ignorantes e sábios entre eles, convêm que, para isso,
como para qualquer outra coisa, ninguêm se dirija ao primeiro que apareça. Se nos
dirigirmos ao Espírito de uma celebridade médica, poderemos estar mais certos de
obter um bom conselho? As celebridades terrenas não são infalíveis e alimentam, às
vezes, ideias sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não as
liberta imediatamente. Só os Espíritos superiores possuem a ciência celeste e, sem
usarem os nomes que conheçamos, podem eles saber, sobre todas as coisas, muito
mais do que os nossos sábios. Não é só a ciência o que torna superiores os Espíritos.
PERGUNTAS SOBRE TESOUROS OCULTOS:
Os Espíritos superiores não se ocupam com a revelação dessas coisas; mas, os
zombeteiros, frequentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem em
apontá-los num lugar, quando se acham em lugar oposto. Isso tem a sua utilidade, para
mostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho.
PERGUNTAS SOBRE OS OUTROS MUNDOS:
Quanto à confiança que se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos
diferentes mundos, ela depende do grau de adiantamento real desses Espíritos, pois
compreendemos que Espíritos vulgares são tão incapazes de nos informarem a esse
respeito, quanto o é, entre nós, um ignorante, de descrever todos os países da Terra.
Formulamos, muitas vezes, sobre esses mundos, questões que tais Espíritos não podem
resolver. Se eles estiverem de boa-fé, falarão disso de acordo com suas ideias pessoais;
se forem Espíritos levianos divertir-se-ão em dar-nos descrições estranhas e
fantásticas, tanto mais facilmente quanto esses Espíritos, que na erraticidade não são
menos providos de imaginação do que na Terra, tiram dessa faculdade a narração de
muitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não podemos julgar absolutamente
impossível obtermos, sobre os outros mundos, alguns esclarecimentos. Os bons
Espíritos se comprazem mesmo em descrever-nos os que eles habitam, como ensino
tendente a nos melhorar, induzindo-nos a seguir o caminho que nos conduzirá a esses
mundos. A exatidão dessas descrições reside na concordância que haja entre elas, cujo
fim é o nosso melhoramento moral e que, por conseguinte, é sobre o estado moral dos
habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não sobre o
estado físico ou geológico de tais esferas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 118

RESUMO
Nas perguntas dirigidas aos Espíritos, deve-se observar dois critérios fundamentais:
a forma e o fundo. Quanto à forma, devem ser feitas com clareza e precisão, colocadas numa
ordem lógica e decorrentes umas das outras, o que facilita a resposta dos Espíritos; daí ser
conveniente prepará-las com antecedência. Quanto ao fundo as questões exigem atenção mais
séria, porque a natureza da pergunta pode provocar uma resposta exata ou falsa. Há questões
que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. As
questões são válidas quando objetivam a instrução e concorrem para o desmascaramento de
Espíritos mistificadores ou pretensos sábios e feitas com cerrada lógica.
Os Espíritos superiores respondem com prazer perguntas que visam o bem e os mei-
os de progresso; antipatizam com questões inúteis ou feitas por pura curiosidade e para experi -
mentá-los. Os imperfeitos, ao contrário, antipatizam com perguntas que possam pôr-lhes a des-
coberto a ignorância e o embuste; fora isso, respondem a tudo sem a preocupação da verdade.
As perguntas sobre o futuro são muito delicadas. A Providência pôs limites as reve-
lações possíveis ao homem. Quem insistir por uma resposta, se expõe ao embuste dos Espíritos
inferiores. Se for para nossa edificação e esclarecimento, Deus algumas vezes, permite que exis-
tências passadas nos sejam reveladas e, neste caso, feitas espontaneamente e de modo inteira -
mente imprevisto. Nunca permite para satisfação da curiosidade vã. Espíritos zombeteiros go-
zam em lisonjear o amor-próprio, revelando a pessoas e médiuns, origens pomposas. Com res -
peito a existência futura, onde e como transcorrerá, tudo o que alguns Espíritos disserem não
passará de gracejo. Isto só acontece em caso especial e raro para Espíritos que estão na Terra
em missão importante.
Nas questões sobre interesses morais os Espíritos jamais recusam dar bons
conselhos, principalmente no que diz respeito a alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que
simulam pedir a luz e se comprazem nas trevas. Podem os Espíritos familiares, algumas vezes e
de acordo com as circunstâncias, favorecer os interesses materiais por meio de revelações;
porém, os bons Espíritos nunca se prestam a servir à cupidez. Os maus fazem brilhar diante dos
olhos mil atrativos para excitarem a ambição e mistificarem pela decepção.
Os Espíritos dão esclarecimentos sobre a situação em que se encontram no mundo
espiritual, quando é a simpatia que dita o pedido, ou o desejo de lhes ser útil. Constituem ainda
grandes ensinamentos para nós as revelações sobre a natureza dos sofrimentos dos Espíritos ou
da felicidade que gozam.
Os Espíritos podem dar conselhos relativos à saúde, pois esta é necessária para o
trabalho que se deve executar na Terra. Porém, como ha ignorantes e sábios entre eles, não
convém se dirigir ao primeiro que apareça.
Os Espíritos superiores não se ocupam com tesouros ocultos, mas os zombeteiros
frequentemente indicam tesouros que não existem. A verdadeira riqueza está no trabalho.
Quanto à confiança a depositar nas descrições dos Espíritos sobre outros mundos,
ela depende do grau de adiantamento real deles, pois os vulgares são tao incapazes a esse
respeito, quanto entre nós o é um ignorante de descrever os países da Terra. Os bons descrevem
os que eles habitam como ensinamento para a nossa melhora moral; por conseguinte, é sobre o
estado moral dos habitantes dos outros mundos que podemos ser mais bem informados e não
sobre o estado físico ou geológico de tais esferas.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 26.
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ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
a) As Perguntas Quanto A Forma a) Perguntas Sobre O Futuro.
(LM item 286). (LM item 289 e LE Questões 868, 869 e 870).
b) As Perguntas Quanto Ao Fundo b) Perguntas Sobre as Existências Passadas e
(LM item 286). Futuras (LM item 290 e LE Questões 392,
c) Importância das Perguntas Feitas aos Es- 395, 396, 397 e 398).
píritos (LM item 287).
d) Perguntas Simpáticas ou Antipáticas aos
Espíritos (LM item 288).
Grupo 3 Grupo 4
a) Perguntas Sobre Os Interesses Morais E a) Perguntas Sobre As Invenções e
Materiais (LM item 291). Descobertas (LM item 294).
b) Questões Sobre a Sorte dos Espíritos b) Perguntas Sobre Tesouros Ocultos.
(LM item 292). (LM item 295).
c) Questões Sobre a Saúde (LM item 293). c) Perguntas Sobre os Outros Mundos.
(LM item 296).

17a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – CONDICIONAMENTOS E VICIAÇÕES.
Quando há manifestação mediúnica, geralmente o médium apresenta gestos e
trejeitos que têm por finalidade demonstrar que não é ele quem está se manifestando. É
compreensível que isso tenha acontecido antigamente, por falta de estudo precedendo a
prática mediúnica, pois, os candidatos ao desenvolvimento, observando o que os médiuns
considerados “desenvolvidos” faziam, automática ou conscientemente acabavam por copiar
a “apresentação” do espírito comunicante.
Sendo a reunião realizada com pouca iluminação os médiuns preocupavam-se em
dar um sinal de que estavam sob influência espiritual, daí surgindo os chiados, gemidos, as
contrações bruscas, os ruídos, enfim, algo que chamasse a atenção do orientador ou
dirigente, atitudes essas desnecessárias, desde que a reunião se realize conforme a
orientação sadia e correta.
Ao se aproximar do médium, o espírito, como vimos anteriormente, combina os
seus fluidos perispirituais com os do intermediário podendo este ter percepções diferentes
das que estava tendo na ocasião (poderá sentir frio, calor, bem-estar, dores, ansiedade, paz,
medo, ódio, etc.). Muitas vezes, por falta de educação mediúnica o médium reage através de
espalhafato diante dessas percepções e sensações. Não há necessidade, portanto, de
tremores, pancadas, chiados, assobios, gagueira, voz entrecortada e soturna. Deverá o
médium se controlar para que a comunicação se faça naturalmente, sem “prefixos” de
abertura ou de encerramento da mensagem. Cada espírito que se comunica é diferente do
outro, portanto a repetição das mesmas encenações, caracteriza-se como sendo própria do
médium; exceto em casos de uma entidade que se faça reconhecer por certas
particularidades, no modo de falar, orientar ou dizer as coisas, mas nunca usando uma
“chapa” ou “clichê”, para dar a sua comunicação (Eu vim das alturas infinitas, dos pês do
Pai, trazendo-vos a bandeira branca da paz, etc).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 120
De preferência o médium iniciante deve evitar receber por escrito ou oralmente,
mensagem na 2a. Pessoa do plural (“vós”), para evitar erros de concordância, bem como
barbarismos de linguagem, que acabam por descolorir a comunicação.
O dirigente evitará o sistema de chamar por ordem os médiuns, porque a
comunicação é espontânea e não obedece a colocação dos mesmos na mesa; procurará estar
atento, de olhos abertos; a sala com discreta iluminação e a reunião composta por um
número razoável de pessoas (de 12 a 15 participantes).
Para evitar os condicionamentos e as viciações deve-se guardar respeito íntimo,
confiança, espírito de análise, serenidade e sinceridade em tudo aquilo que se fizer. Na fase
de aprendizado, acolher com simpatia as observações dos dirigentes e monitores que de
alguma forma estão procurando evitar que o fenômeno mediúnico se barateie e se torne
ridículo em nossas casas espíritas.

Consultar: Fonte Viva, Cap. 165 de Francisco Cândido Xavier e Estudando a Mediunidade,
Cap. 10 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 121
18a. SESSÃO TEÓRICA
AS LEIS DA COMUNICAÇÃO ESPÍRITA
1 – LEI DAS ATRAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS
A lei das atrações e correspondências rege todas as coisas; as vibrações, atraindo vi -
brações similares, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos.
Nossos maus desejos e concupiscências criam em torno de nós uma atmosfera flu -
ídica impura, propícia à ação das influências da mesma ordem, ao passo que as nobres
aspirações atraem as salutares vibrações, as irradiações das esferas superiores.
Tal é o princípio da evolução; reside na capacidade, que possui o indivíduo, de
assimilar as forças misteriosas da Natureza, para se elevar, mediante o seu auxílio,
e ascender gradualmente até a Causa das causas, à fonte inexaurível de que
procede toda a vida.
A escala ascensional comporta planos sucessivos e superpostos; em cada um deles
os seres são dotados do mesmo estado vibratório, de meios análogos de percepção
que lhes permitem reconhecer-se mutuamente, ao passo que se lhes conservam
invisíveis e muitas vezes mesmo incognoscíveis os seres dos planos superiores,
em consequência de seu estado vibratório mais acelerado e de suas condições de
vida mais sutis e mais perfeitas.
É o que aos Espíritos acontece, entre si, conforme seus diferentes graus de
purificação, e a nós mesmos em relação a eles. Assim, porém, como se pode
ampliar o campo da visão humana com o auxílio dos instrumentos de óptica,
também se pode aumentar ou reduzir a soma das vibrações, de sorte que atinjam
um estado intermédio em que os modos de existência de dois planos distintos se
combinem e entrem em correspondência.
Para comunicar conosco deverá o Espírito amortecer a intensidade de suas vibra-
ções, ao mesmo tempo em que ativará as nossas. Nisso o pode o homem voluntari-
amente auxiliar; o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade.
Sabemos que a mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedade
que têm alguns dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender do
envoltório carnal e imprimir mais amplitude às suas vibrações psíquicas. Por seu lado,
o Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações
próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium. (No Invisível, Cap. VIII).
2 – LEI DE HARMONIZAÇÃO DE VIBRAÇÕES E PENSAMENTOS DIFERENTES:
É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e os
experimentadores, de um lado, e entre estes e os Espíritos, do outro, que reside
inteiramente a lei das manifestações.
Exatamente como os sons e a luz, os sentimentos e os pensamentos se exprimem
por vibrações, que se propagam pelo espaço com intensidades diferentes. Os
pensamentos de cólera e de ódio, as eternas súplicas de amor, o lamento do
desgraçado, os gritos de paixão, os impulsos de entusiasmo, vão, pela imensidade
afora, referindo a todos a história de cada um e a história da Humanidade. As
vibrações de cérebros pensantes, de homens ou de Espíritos, se cruzam e
entrecruzam ao infinito, sem jamais se confundirem.
Em torno de nós, por toda parte, na atmosfera, rolam e passam, como torrentes in-
cessantes, fluxos de ideias, ondas de pensamentos, que impressionam os sensitivos
e são muitas vezes causa de perturbação e erro nas manifestações. Dizemos: ho-
mens ou Espíritos. Com efeito, o que o cérebro humano emite sob forma de vibra-
ções o cérebro fluídico do Espírito projeta sob forma de ondas mais extensas, de
radiações que vibram com mais largo e poderoso ritmo, por isso que as moléculas
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 122
fluídicas, mais flexíveis, mais maleáveis que os átomos do cérebro físico, obede-
cem melhor à ação da vontade. Entretanto esses cérebros, humanos e espirituais,
encerram as mesmas energias. Ao passo que, porém, em nosso cérebro mortal es-
sas energias dormitam ou vibram debilmente, nos Espíritos atingem o máximo de
intensidade. Uma comparação nos fará melhor apreender esse fenômeno.
Encontramos essa comparação em um bloco de gelo, em que se acham contidas
em estado latente todas as potencialidades que mantêm unidos os cristais de que
ele se compõe. Submetido esse bloco à ação do calor, desprendem-se forças, que
irão crescendo até que, transformado o gelo para o estado de vapor, tenha ele read-
quirido e manifestado todas as energias que encerra. Poder-se-ia comparar o nosso
cérebro a esse bloco de gelo, debilmente vibratório sob a ação restrita do calor, ao
passo que o do Espírito será o vapor tornado invisível, porque vibra e irradia com
demasiada rapidez para que possa ser percebido pelos nossos sentidos.
A diferença dos estados se complica com a variedade das impressões. Sob a
influência dos sentimentos que os animam, desde a calma do estudo às
tempestades da paixão, as almas e os cérebros vibram em graus diversos,
obedecendo a velocidades diferentes; a harmonia não se pode estabelecer entre
eles senão guando se igualam suas ondas vibratórias, como acontece com os
diapasões idênticos ou com as placas telefônicas. Um cérebro de lentas e débeis
excitações não se pode harmonizar com outros cujos átomos são animados de um
movimento vertiginoso. (Idem).
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS A EXPERIMENTAÇÃO:
São duas as condições que se sincronizam:
1a. Quando o médium e experimentadores formam um grupo harmônico;
2a. Vibração e pensamentos em uníssono do médium e experimentadores.
Quando estas condições não existem, pode ocorrer o seguinte:
a) Os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam
reciprocamente;
b)Em meio dessas correntes contrárias, o médium experimenta uma opressão, um
mal-estar indefinível;
c) Em certos casos o médium sente-se como que paralisado, sucumbido;
d) É necessário, então, uma poderosa intervenção espiritual para produzir o mínimo
fenômeno.

“O médium, além de harmonizar as suas ondas vibratórias com as do Espírito comu-


nicante, sofre as interferências dos assistentes, sejam encarnados ou desencarnados”.
Mesmo quando é completa a harmonia entre as forças emanadas dos assisten-
tes, e os pensamentos convergem para um objetivo único, uma outra dificulda-
de se apresenta. Pode essa união de forças e vontade ser suficiente para provo-
car efeitos físicos e mesmo fenômenos intelectuais, que vão logo sendo atribuí-
dos à intervenção de personalidades invisíveis. É prudente e de bom aviso só
admitir, por conseguinte, essa intervenção, quando estabelecida por fatos rigo-
rosos. (No Invisível, Cap. VIII).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 123

GRAU DE SENSITIVIDADE MEDIÚNICA E AÇÃO INTERMEDIARIA:


O desejo de se comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste,
não bastam só por si, são necessárias outras condições determinadas pela lei das vibrações.
O Espírito registra os chamados dirigidos a ele e procura transmitir a resposta ao encarnado,
sabendo que, para alcançar esse propósito, é preciso que o seu cérebro fluídico e o cérebro
físico deste vibrem em uníssono. Aparece aí, a primeira dificuldade. É que seu pensamento
vibra em demasiada velocidade para que o médium o possa perceber. Neste caso, quatro
ocorrências podem se verificar:
1a. O Espírito procura imprimir às suas vibrações um movimento mais lento.
Para isso é preciso um estudo mais ou menos prolongado dessa circunstância,
variando, porém, as probabilidades de êxito, conforme as aptidões e experiên-
cias do operador. Se falha a tentativa, toda comunicação direta se torna impossível.
2a. O Espírito poderá então recorrer a outro Espírito mais poderoso ou mais
hábil à transmissão de seus ditados. Isto ocorre com frequência nas manifesta-
ções em que supomos receber o pensamento direto de um amigo. Entretanto, ele
nos chega graças ao auxílio de um intermediário espiritual. Daí ocorrerem cer-
tas inexatidões ou obscuridades, atribuídas ao transmissor, que nos deixam cho-
cados, enquanto que a comunicação, em seu conjunto, apresenta todos os carac-
teres de autenticidade.
3a. Na hipótese do amigo que está no mundo espiritual dispor dos poderes ne-
cessários, terá que procurar um médium cujo cérebro apresente condições de
harmonizar os movimentos vibratórios com o seu. Há, porém, uma grande vari-
edade entre os cérebros, como entre as vozes ou as fisionomias: identidade ab-
soluta não existe. O Espírito terá que contentar-se com o instrumento menos im-
próprio ao resultado que deseja. Encontrando esse instrumento, dedica-se o Es-
pírito a desenvolver-lhe as qualidades receptivas; o que poderá conseguir em
pouco tempo; algumas vezes, porém, são necessários meses e até anos para con-
duzir o médium ao requerido grau de sensitividade. Daí surge a necessidade do
médium cultivar ao mesmo tempo a paciência, a perseverança, a continuidade, a
regularidade de esforços. Se procede de modo incoerente, hoje com ardor, ama-
nhá fraco, provocando uma variedade ou flutuação considerável de vibrações de
seu cérebro, não pode admirar-se da diferença ou nulidade dos resultados.
4a. Pode acontecer ainda que sentindo-se impotente para ativar em grau sufici-
ente as vibrações do cérebro do médium no estado de vigília, recorra o Espírito
ao “transe” e, pelo sono, torne-o inconsciente. O perispírito deste, então, se ex-
terioriza; suas irradiações aumentam, se dilatam; a transmissão se faz possível;
o médium exprime o pensamento do Espírito. Porém, ao despertar não conserva
lembrança alguma do ocorrido e pelos outros é que saberá o que falou.
ATRAÇÃO GENERALIZADA:
Pela orientação e persistência de nossos pensamentos, podemos modificar as
influências que nos rodeiam e entrar em relação com inteligências e forças similares. Esse
fato não ocorre exclusivamente com os médiuns propriamente ditos mas se dá com todo ser
pensante. E que as influências do mundo dos Espíritos podem irradiar sobre nos, sem que
haja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar na
existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para sentir os seus efeitos. A lei das
atrações é irresistível, tudo no humano lhe está submetido.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 124
Depende do homem receber as mais diversas inspirações, desde as sublimes às
mais grosseiras. O nosso estado mental é como uma brecha por onde amigos ou
inimigos podem penetrar em nós. Os sensuais atraem Espíritos sensuais que se
associam a seus atos e desejos e lhes aumentam a intensidade; os criminosos
atraem violentos que os impelem cada vez mais longe na prática do mal. O
inventor é auxiliado por investigadores do Além. O orador tem a percepção de
imagens, que fixará em arroubos de eloquência próprios a emocionar as
multidões. O pensador, o músico, o poeta receberão as vibrações das esferas
em que o verdadeiro e o belo constituem um objeto de culto; almas superiores e
poderosas lhes transfundirão as opulências da inspiração, o sopro divino que
acaricia as frontes sonhadoras e produz as maravilhas do gênio, do talento.
Assim, de um ao outro plano, responde o Espírito às solicitações do Espírito.
Todos os planos espirituais se ligam entre si. Os instintos de ódio, de
depravação e crueldade atraem os Espíritos do abismo. A frivolidade atrai os
Espíritos levianos; mas a prece do homem de bem, a súplica por ele dirigida
aos Espíritos celestes se eleva e repercute nota a nota, na gama ascensional, até
as mais elevadas esferas, ao mesmo tempo em que das regiões profundas do
Infinito descem sobre ele as ondas vibratórias, os eflúvios do pensamento
eterno, que o penetram de uma corrente de vida e de energia. O Universo
inteiro vibra sob o pensamento de Deus. (Idem).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles
atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que
tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer
que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer
o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que
nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através
dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
(Nos Domínios da Mediunidade – Cap. 1).
RESUMO
A facilidade das comunicações depende do grau de afinidade fluídica existente
entre o Espírito e o médium. Assim, cada médium é mais ou menos apto a
receber a impressão ou a impulsão do pensamento de tal ou qual Espírito; pode
ser um bom instrumento para um e mau para outro, e este fato em nada
desmerece as suas qualidades, pois a condição é mais orgânica do que moral.
Assim, pois, os Espíritos buscam de preferência os instrumentos com os quais
vibram em uníssono; impor-lhes o primeiro que aparecer e crer que deles
possam servir-se indiferentemente, seria a mesma coisa que obrigar um pianista
a tocar violino: em virtude de saber música, deve ser capaz de tocar todos os
instrumentos. (RE, 1865, p. 154 – FEB).
A Lei das Atrações e Correspondências rege todas as coisas; vibrações atraem
vibrações semelhantes, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos. Nossos
maus pensamentos criam em torno de nós uma atmosfera fluídica impura, favorável à ação das
influências da mesma ordem, enquanto que as aspirações nobres atraem as vibrações sadias.
Cada Espírito, conforme o grau de adiantamento, possui uma irradiação cada vez mais rápida,
intensa, luminosa. Para comunicar-se conosco, devera amortecer a intensidade de suas
vibrações, ao mesmo tempo que ativará as nossas. Podemos colaborar voluntariamente para
isso, e, quando o humano atinge a condição necessária à comunicação, isto constitui para ele o
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 125
estado de mediunidade. Esta é a capacidade que têm algumas pessoas de se exteriorizar em
graus diversos e imprimir mais amplitude ao campo de suas vibrações psíquicas; o Espírito por
sua vez atenua suas próprias irradiações, a fim de sintonizar com o médium. É essa
harmonização das ondas vibratórias, a condição fundamental na comunicação espírita.
É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e os
experimentadores de um lado, e entre estes e os Espíritos do outro, que reside inteiramente a lei
das manifestações. As condições favoráveis à experimentação são a formação de um grupo
harmônico e pensamentos em uníssono de médiuns e experimentadores. Se isto não ocorre, o
fenômeno é prejudicado e o médium pode sentir um mal-estar indefinível. Mesmo quando as
condições são favoráveis e ocorrem efeitos físicos ou intelectuais, somente fatos rigorosamente
comprovados devem ser atribuídos a entidades espirituais.
Não basta o desejo de se comunicar com determinado Espírito para que o fenômeno
se verifique; são necessárias outras condições determinadas pela lei das vibrações. As vezes o
Espírito também deseja fazê-lo mas não o consegue. Recorresse então a uma ação intermediária,
que pode ser a intercessão de um Espírito mais poderoso que se utilizará de um médium capaz
de sintonizar com ele ou recorrerá ao transe inconsciente do médium.
Não é necessário acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo
para sentir os seus efeitos. A lei das atrações é irresistível tudo no humano lhe está subordinado.
Na mediunidade não podemos esquecer o problema da sintonia. A mente é a base de todas as
manifestações mediúnicas: é imprescindível enriquecer o pensamento dos tesouros ético-morais
e culturais. Atraímos Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.

Bibliografia:
Allan Kardec. Revista Espírita (FEB), 1864 (fev, p. 78 – a afeição espiritual) e 1865 (abril,
p. 154 – facilidade das comunicações e fenômenos mediúnicos, p. 161).
Léon Denis. No Invisível, Cap. VIII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, Cap. 3.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Leis Das Atrações e Correspondências Lei De Harmonização de Vibrações e Pensa-
(NI Cap. VIII do § 1 ao 17). mentos Diferentes.
(NI Cap. VIII do § 18 ao final).
Grupo 3 Grupo 4
Condições de Experimentação (I). Condições De Experimentação (II).
(NI Cap. IX do § 1 ao 38). (NI Cap. IX do § 39 ao final).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 126
18a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA – ENVOLVIMENTO MEDIÚNICO.
No fenômeno mediúnico da chamada incorporação o que ocorre é um verdadeiro
envolvimento mediúnico, que significa um entrosamento das correntes vibratórias próprias do
médium, emanadas de suas criações mentais e espirituais com as do Espírito comunicante.
Sabemos que os nossos órgãos dos sentidos como ouvidos, olhos, etc. estão
condicionados pela natureza, a fim de perceberem as vibrações dentro de um certo limite.
Assim é que o nosso ouvido não percebe as vibrações que estejam abaixo ou acima do seu
limite normal, bem como a nossa vista não chega a perceber os raios cujo comprimento de onda
esta acima ou abaixo da nossa faixa de normalidade.
No caso da mediunidade, o médium se coloca durante o transe em condições
favoráveis de percepção mais nítida do mundo espiritual que nos rodeia; por haver uma
exteriorização do perispírito, fundamento de todo o fenômeno mediúnico, este passa a vibrar em
regime de maior liberdade, deixando-se influenciar pelo campo vibratório de entidades
desencarnadas. Estas, por sua vez, livres do corpo denso de carne se situam em plano vibratório
diferente do perceptível normalmente pelos encarnados, somente podendo se fazer sentidas e se
comunicarem conosco quando encontram médiuns que vibram dentro da mesma faixa em que
se encontram. Havendo uma perfeita correspondência entre o clima vibratório da entidade
desencarnada e o do médium, estamos diante de um fenômeno chamado envolvimento
mediúnico, em que a pessoa encarnada passa a sentir a presença do Espírito desencarnado,
podendo perceber-lhe as sensações, as emoções, as intenções, os pensamentos e transmiti-los de
acordo com a sua livre vontade, deixando ou não envolver-se por essa nova personalidade. É
aqui que reside o ponto nevrálgico da questão: ou de nos deixarmos arrastar pura e
simplesmente, ou de reagirmos, tentando impor nossa vontade. Se agimos como na primeira
hipótese, corremos o risco de sermos obsidiados facilmente; se agimos como na segunda,
podemos passar uma vida inteira sem desenvolvermos a faculdade, dominados pelo receio de
servirmos de instrumento às entidades desencarnadas. Como se vê, a educação mediúnica,
através do conhecimento e das práticas ordenadas, exige um comportamento equidistante das
duas situações, e ensina o médium a se manter em posição de equilíbrio e vigilância sem que
esta se transforme em refratariedade, tendo então, condições de controlar o fenômeno, isto é,
saber quando e como uma mensagem é conveniente ou causadora de confusão e mal-estar; ter o
bom senso de analisar o que vai filtrar, ou o que está filtrando.
Os Espíritos superiores baixam o seu teor vibratório, aproximando-o do nosso,
envolvendo-se com os fluidos grosseiros de nosso ambiente, tornando-se assim mais acessíveis;
o médium em transe, por sua vez, se eleva através do preparo antecipado e da disciplinação dos
recursos mediúnicos, podendo, então, dar-se a interação entre os dois psiquismos o do
desencarnado e o do médium, criando-se a condição para a comunicação. Um baixa e o outro
sobe vibratoriamente podendo dar-se a comunicação.
O caso contrário também pode acontecer. Médiuns com boa capacidade vibratória
poderão baixar suas vibrações para servirem de instrumento a entidades inferiores, a fim de que
estas sejam esclarecidas e orientadas. Uma vez terminada a tarefa o médium retornará ao seu
padrão vibratório normal não lhe ficando sensações desagradáveis próprias do Espírito
comunicante, mas sim o bem-estar de ter cumprido o seu dever fraterno.

Consultar: Encontro Marcado, Caps. 27 e 28 de Francisco Cândido Xavier e Estudando a


Mediunidade, Cap. 10 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 127

Hora de Exercitar 11!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 16a. Sessão Teórica,
16a. Sessão de Exercício Prático e 17a. Sessão Teórica.
A) Marque V para Verdadeiro ou F se Falso.
1. ( ) A possibilidade de evocar todo e qualquer Espírito exige deste a obrigação de
atender a quem o evoca.
2. ( ) Os bons Espíritos respondem às perguntas de acordo com o conhecimento que
possuem e a utilidade que vejam no que lhes pedimos.
3. ( ) As revelações de existências passadas devem ser provocadas sempre, para que
possamos conhecer a nossa condição social e os defeitos que em nós predo-
minaram em outras vidas.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
4. Das causas que podem impedir a um ________________ evocado manifestar-se,
umas são ________________, como as ________________ e missões, e outras lhe
são ________________.
5. O critério para se avaliar o ________________ dos Espíritos é o ________________ ,
e qualquer ________________ que eles derem para isso não poderá originar-se de
Espíritos ________________.
6. Quando se dirige perguntas aos Espíritos deve-se observar ________________ e o
________________.
C) Marque os complementos corretos:
7. Os espíritos que se comunicam habitualmente nas sessões regulares, podem ser
reconheci dos com facilidade:
a) ( ) pelo modo de falar;
b) ( ) por responderem a todas as perguntas que lhes são dirigidas;
c) ( ) pelo estilo da escrita;
d) ( ) por atenderem sempre aos pedidos dos participantes;
e) ( ) por certos hábitos característicos.
8. Allan Kardec considerou viável a evocação direta de espíritos para evitar:
a) ( ) que qualquer Espírito que esteja em nosso derredor se comunique;
b) ( ) a fraude da identidade de certos Espíritos;
c) ( ) que Espíritos intrusos se comuniquem;
d) ( ) as comunicações espontâneas;
e) ( ) o abuso dos médiuns conscientes.
9. O codificador do espiritismo pude usar com frequência a evocação direta de
espíritos, porque:
a) ( ) os médiuns sempre estavam em condições de satisfazer essa exigência;
b) ( ) fundamentava a estrutura do Pensamento Espírita, a partir da pesquisa das
comunicações dos Espíritos;
c) ( ) podia forçar a comunicação das entidades que desejasse;
d) ( ) considerava o melhor meio de conhecer o mundo espiritual;
e) ( ) tinha a cobertura de Espíritos de elevada categoria e médiuns psicógrafos
mecânicos excelentes.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 128
10. A identidade dos espíritos é uma das questões mais difíceis do Espiritismo pratico porque:
a) ( ) os Espíritos superiores já se despojaram das convenções terrenas;
b) ( ) os nomes das personalidades da antiguidade não existem na memória
perispiritual do médium;
c) ( ) muitos deles tomam nomes que nunca tiveram;
d) ( ) dificilmente um médium pode saber que Espírito está se comunicando por
seu intermédio;
e) ( ) os Espíritos não apresentam um ato de notoriedade;
f) ( ) os Espíritos tiveram nomes diferentes nas suas reencarnações.
D) Marque resposta mais correta.
11. Ao fazermos perguntas aos espíritos, elas devem ser:
a) ( ) feitas ao acaso, sem nenhuma preparação;
b) ( ) claras e precisas, para facilitar a resposta;
c) ( ) complexas, porque eles devem estar aptos a responder tudo;
d) ( ) simples e pueris, ao sabor da nossa curiosidade.
12. Os espíritos superiores quando interrogados seriamente:
a) ( ) não admitem controvérsias a respeito dos seus ensinamentos;
b) ( ) respondem a respeito de qualquer assunto;
c) ( ) não suportam a prova das perguntas feitas com lógica;
d) ( ) temem os questionários muito insistentes;
e) ( ) fazem questão de dar explicações sobre pontos obscuros, conforme seu
conhecimento sobre o assunto.
13. As perguntas sobre o futuro:
a) ( ) são muito válidas, para que possamos nos prevenir dos problemas;
b) ( ) são válidas quando têm um fim de utilidade geral;
c) ( ) comumente são respondidas por Espíritos sérios;
d) ( ) nunca são respondidas por Espíritos sérios.
14. O conhecimento sobre a situação em que os espíritos se encontram no Mundo Espiritual:
a) ( ) deve ser sempre provocado através de perguntas;
b) ( ) deve ser dado sempre pelo Espírito que se comunica;
c) ( ) deve, na maioria das vezes, ser observado através da natureza da comunicação;
d) ( ) deve ser evitado, porque não convém que saibamos a respeito de sua sorte.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 129
15. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.:
( ) sondagem psíquica da capacidade vi-
(1) Aproximação da entidade. bratória do médium.
( ) é uma das fases mais difíceis do fenô-
meno.
( ) ocorre no recinto do trabalho medi-
(2) incorporação mediúnica. único.
( ) ocorre a assimilação das correntes
mentais e fluídicas.
(3) Aceitabilidade do Espírito comunicante. ( ) o médium, em desdobramento natural
tem contato com a entidade dias antes do
trabalho.
( ) os pensamentos do médium são diri-
(4) Afinidade fluídica e espiritual. gidos por uma força estranha e ele poderá
sentir-se outra pessoa.
( ) o médium absorve as ideias, vivências
(5) Questões sobre a saúde. e sentimentos da entidade.
( ) dão oportunidades a Espíritos zombe-
teiros para divertirem-se.
( ) alimentam a vaidade e o amor-pró-
(6) Questões sobre tesouros ocultos.
prio.
( ) devem ser examinadas por equipe es-
(7) Questões sobre outros mundos. pecializada.
( ) podem contribuir para o nosso melho-
ra mento moral, quando levam ao esclare-
cimento do estado moral dos habitantes de
outras esferas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 130

Hora de Exercitar 12!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 17a. Sessão de Exercício Prático,
18a. Sessão Teórica e 18a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque V para Verdadeiro ou F se Falso.
1. ( ) Para que a comunicação espírita ocorra, basta que um determinado Espírito
queira comunicar-se e que o médium deseje essa comunicação.
2. ( ) Mediunidade é sintonia. Atraímos Espíritos que se harmonizam conosco e so-
mos por eles atraídos.
3. ( ) Pelo “médium educado”, a comunicação se faz com naturalidade, sem “prefi-
xos” ou “chavões” e sem viciações que tornam a prática mediúnica ridícula.
4. ( ) A educação do médium, através do conhecimento espírita e de exercícios bem
orientados, lhe dá condições de controlar o fenômeno de “incorporação” sem
cairmos extremos da refratariedade ou da invigilância.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
5. O médium iniciante deve evitar de receber por ________________ ou oralmente,
mensagens na ________________ do plural, para evitar erros de concordância bem como
________________ de linguagem, que acabam por descolorir a ________________.
6. Ao se aproximar do ________________, o Espírito combina os seus
________________ com os do ________________, podendo este ter sensações
________________ ou ________________.
7. Nossos maus ________________ criam em torno de nós uma ________________
impura, favorável à ação de ________________ da mesma ordem.
8. Na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre ______________ e
________________ e os ________________ é que reside a lei das ________________.
C) Marque os complementos corretos:
9. Para que a experimentação mediúnica seja favorável, são necessárias as seguintes
condições:
a) ( ) os pensamentos devem ser os mais diferentes possíveis para se comprovar
a verdade do fato mediúnico;
b) ( ) os médiuns e os observadores devem formar um grupo harmônico;
c) ( ) correntes vibratórias contrárias, para que o médium sinta-se mal e demons-
tre que possui grande potencial mediúnico;
d) ( ) os experimentadores e os médiuns devem vibrar em uníssono, isto é, na
mesma frequência de pensamentos;
e) ( ) todas as alternativas estão erradas.
10. Numa sessão pratica o dirigente não deve adotar o sistema das comunicações pela
ordem de colocação dos médiuns à mesa, porque:
a) ( ) cada mentor espiritual conhece o médium;
b) ( ) a concentração do grupo forma um ambiente fluídico vibratório muito forte;
c) ( ) a comunicação deve ser espontânea;
d) ( ) as comunicações simultâneas tornam o trabalho desordenado;
e) ( ) todas as alternativas estão erradas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 131
11. Para evitar os condicionamentos e viciações o médium iniciante deve:
a) ( ) guardar respeito íntimo, ter serenidade e ser sincero;
b) ( ) observar o que os médiuns ditos “desenvolvidos” fazem, para aprender os
sinais que anunciam uma manifestação de um Espírito;
c) ( ) disciplinar-se de acordo com as orientações doutrinárias;
d) ( ) acolher com simpatia as observações dos dirigentes e orientadores responsá-
veis e amadurecidos no conhecimento e na prática do Pensamento Espírita;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
12. Podemos dizer que a comunicação espírita ocorre da seguinte forma:
a) ( ) exteriorização perispiritual do médium;
b) ( ) penetração do Espírito comunicante no corpo do médium;
c) ( ) aumento do campo de vibrações psíquicas do médium;
d) ( ) o Espírito regula suas radiações para sintonizar com o médium;
e) ( ) todas as alternativas estão erradas.
13. O fenômeno mediúnico chamado “incorporação” se processa da seguinte maneira:
a) ( ) exteriorização do perispírito do médium (base de todo fenômeno mediúnico)
b) ( ) entrosamento das correntes vibratórias do médium com as do Espírito;
c) ( ) “envolvimento mediúnico” do médium que pode perceber as sensações,
emoções, intensões e pensamentos do desencarnado;
d) ( ) no estado de “envolvimento”, o médium pode transmitir o que está per-
cebendo e, de acordo com a sua livre vontade, deixar-se arrastar ou não por essa
nova personalidade;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 132
19a. SESSÃO TEÓRICA
DO LABORATÓRIO DO MUNDO INVISÍVEL: VESTUÁRIO DOS ESPÍRITOS
VESTUÁRIO DOS ESPÍRITOS
Era nossas reuniões, uma das coisas que mais nos chama a atenção é o vestuário
com que os Espíritos se nos apresentam. Quase sempre eles são vistos usando túnicas longas
ou mesmo a roupa comum que os caracterizava quando ainda encarnados. Mas, onde irão
eles buscar vestuários semelhantes em tudo aos que traziam quando vivos, com todos os acessó-
rios que os completavam? A roupa teria um duplo etéreo que acompanharia o desencarnado?
Ou essa roupa seria apenas uma aparência aos nossos olhos sem ter uma constituição definida?
Se lembrarmos que o mundo espiritual está mergulhado, tal como o nosso, em
uma massa de Fluido Cósmico Universal – elemento primordial de constituição de todo o
Universo, sobre a qual a força do pensamento age, plasmando coisas de acordo com o poder
da vontade, ficará fácil entendermos como é que os Espíritos se nos apresentam e se vestem.
De uma forma geral, as entidades de maior porte espiritual, sob o ponto de vista
do seu desenvolvimento intelectual e moral, conseguem acionar com mais ampla liberdade
os mecanismos de domínio mental sobre as linhas de força de sua organização perispiritual,
criando em torno de si um campo vibratório favorável à aglutinação das partículas do Fluido
Cósmico Universal, dando-se a formação da vestimenta com detalhes e características que
eles acharem por bem apresentar.
Na aparição e no fenômeno da vidência eles usam o recurso de se identificarem
por detalhes, desde o modo de se vestir.
Da mesma forma, uma entidade de porte espiritual inferior estará condiciona dá a
se apresentar tal como o automatismo de sua mente comande. Se se considera abandonada,
doente, judiada, apresentar-se-á maltrapilha, andrajosa; se for um espírito suicida guardará
na mente o impacto dos últimos instantes, e ver-se-á com as vestes rasgadas, em chamas,
empapadas de sangue, encharcadas de lodo; se for o espírito de alguém que pertenceu a uma
ordem religiosa aparecerá com a mesma indumentária que o caracterizava.
FORMAÇÃO ESPONTÂNEA DE OBJETOS TANGÍVEIS
Os objetos trazidos pelos Espíritos em suas aparições são somente simulacros, ou
para eles têm uma realidade objetiva? Óculos, cachimbo, bengala, etc, são reais e funcionam
como tal?
A teoria acima pode ser resumida assim: O Espírito age sobre a matéria; tira da
matéria cósmica universal os elementos necessários para formar, como quiser,
objetos com a aparência dos diversos corpos da Terra. Pode também operar,
pela vontade, sobre a matéria elementar, uma transformação íntima que lhe dê
certas propriedades. Essa faculdade é inerente à natureza do Espírito, que a
exerce muitas vezes de maneira instintiva e, portanto, sem o perceber, quando
se faz necessário. Os objetos formados pelo Espírito são de existência
passageira, que depende da sua vontade ou da necessidade: ele pode fazê-los e
desfazê-los a seu bel-prazer. (LM, item 129)
Diante da explicação que, possivelmente, os corpos inertes da Terra têm um cor-
po etéreo formado pelas vibrações intangíveis da própria matéria, e o que se vê no mundo
espiritual seriam esses duplos etéreos, lembremo-nos de que, para haver um duplo etéreo
com vida útil, é indispensável que um dinamopsiquismo o movimente, isto é, que uma men-
te emita as vibrações específicas para a criação de um campo de linhas de força, o qual aglu-
tinará o material necessário para a sua formação. Portanto, o arcabouço do duplo deverá ser
vivo. As formações inanimadas que se encontram no plano espiritual são fruto de combina-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 133
ções dos fluidos manipulados pela capacidade mental dos desencarnados, que vibrando só
ou em conjunto, conseguem formar o molde mental sobre o qual se materializara o objeto,
segundo suas linhas e necessidades. Os Espíritos têm uma ação plasticizante sobre os flui-
dos. O objeto tem, portanto, uma composição sólida para o meio em que se formou, embora
para nós seja intangível e invisível, tais como o são os seres que habitam o mundo espiritual,
ordinariamente. Todavia, “esses objetos podem, em certos casos, parecer para os vivos per-
feitamente reais, tornando-se momentaneamente visíveis e mesmo tangíveis. Trata-se de for-
mação e não de criação, pois o Espírito não pode tirar nada do nada”. (Idem).
Duplo Etérico61 – Emanações neuropsíquicas pertencentes ao campo neurofisiológico, em
que cada indivíduo, através de sua troposfera psíquica, respira e se circunda das ondas que
lhe são característica62. O Duplo Etérico, em conjunto com o fluido perispirítico, formam
“uma das capas do perispírito que, por suas funções de interligações do perispírito propria-
mente dito com o corpo físico, retém uma maior quantidade de consistência organomolecu-
lar (fisiológica) que psíquica. Entretanto, não queiramos inferir daí que o duplo etéreo seja
mais corpo que perispírito, ou vice-versa. O duplo é um campo mais denso que o perispiri-
tual, por onde as energias se ‘condensam’ em direção ao corpo e, de forma reversa, recebe
os impulsos físicos, processando uma conversão para os sentidos psíquicos, direcionando-
os aos arquivos perispiríticos, mentais, inconscientes e espirituais” 63. Esse Duplo, com al-
gumas diferenças moleculares, é também notado em todos os objetos animados e inanima-
dos. Assim poderíamos afirmar que tudo possui o seu duplo. “Não é assim que as coisas se
passam. Sobre os elementos materiais disseminados por todos os pontos do espaço, na vos-
sa atmosfera, os espíritos têm um poder que estais longe de suspeitar. Podem, pois, eles
concentrar à sua vontade esses elementos e dar-lhes a forma aparente que corresponda a
dos objetos materiais”64. Diferente do Duplo Etérico humano que é proporcionado pelo flu-
ído vital, tem função específica de ligar, através do fluido perispiritual ou perispirítico, o
Perispírito ao corpo físico e dispersá-lo após o desencarne. Podemos, para efeito didático,
pensar no Perispírito como uma espécie de duplo do corpo físico, ou seja, uma cópia des-
se65. O chamado Duplo dos objetos sólidos possivelmente se dá em decorrência da consti-
tuição e da agregação molecular de componentes subatômicos, formando assim uma es-
pécie de duplo. Segundo alguns estudiosos, dentre estes, Ernesto Bozzano, Gabriel Delan-
ne, Zöllner e Crookes, esse duplo de objetos são bastante frequentes nos chamados fenô-
menos de transportes e materializações. Esses Pesquisadores mostram através de experi-
mentos e explicações que o fenômeno de transporte quando se opera, o médium costuma
visualizar o Duplo Etérico do objeto na sala onde está se realizando tal fenômeno, antes de
sua materialização66. Quando o objeto é apenas desintegrado (permanecendo no ambiente)
e não transportado – só podemos falar de transporte quando há a penetração da matéria
através da matéria, as moléculas se “espalham” e o objeto “desintegrado” parece ter, para
o médium, uma dimensão gigantesca, todavia a forma original (duplo) permanece intacta 67.
Na rematerialização, as moléculas físicas que compõem a matéria sólida, antes ‘dispersas’,
voltam ao seu lugar primitivo e assumem os mesmos lugares de antes, materializando, aos
olhos de muitos, o objeto. Talvez seja realmente por causa desse “Duplo” que, no momen-
to do transporte (desintegração e reintegração instantânea da matéria), os objetos não per-
dem sua forma molecular conhecida ou original. Caso não existisse esse modelo arquetípi-
co – exemplar originário primitivo – as moléculas, antes dispersas, se reagrupariam em
uma configuração difusa, não conseguindo assim compor o objeto transportado.
61 Compilado de Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 139-140
62 Xavier, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11.
63 Melo, J. O Passe, cap. 4 itens 2.3.2.
64 Kardec, A. O Livro dos Médiuns, item 128, perg. 4ª.
65 Kardec, A. O Livro dos Espíritos, per. 93 ss.; O Livro dos Médiuns, cap. VII; A Gênese, 14:37 e Revista Espírita
1858, p. 329 e 331 – 1859, p. 41 e 197 – 1860, p. 356.
66 Bozzano, E. Fenômeno de Transporte, p. 77.
67 Idem, págs. 90 e 96.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 134

MODIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA MATÉRIA


Sabemos que a matéria se estrutura sobre a existência dos átomos, que se
juntando formam as moléculas e, de acor do com o tipo dos átomos, a substância formada
tem propriedades particulares que as diferenciam das demais. Assim, dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio formam uma molécula de água, substância líquida, inodora,
transparente, elemento básico de nossa existência na Terra; mas se a ela adicionarmos mais
um átomo de oxigênio teremos a água oxigenada de propriedades completamente diferentes.
A existência de uma matéria elementar única é hoje quase geralmente admitida
pela ciência e os Espíritos a confirmam, como acabamos de ver. Essa matéria
dá origem a todos os corpos da Natureza. As suas transformações determinam
as diversas propriedades os corpos. É assim que uma substância salutar pode
tornar-se venenosa por uma simples modificação. A Química nos oferece
numerosos exemplos nesse sentido..(Ibidem, 130).
AÇÃO MAGNÉTICA CURADORA
Desde que o Espírito, através apenas da sua vontade, pode agir tão
decisivamente sobre a matéria elementar, compreende-se que possa formar
substâncias e até mesmo desnaturar as suas propriedades, usando a própria
vontade como reativo. (idem, 130).
Assim é que Espíritos bondosos, sábios, generosos, através da força mental agem
sobre os fluidos, modificando-lhes a estrutura fundamental, dando-lhes propriedades
especiais, tais como: balsamizantes, tranquilizantes, estimuladores, etc., que podem
beneficiar grandemente o encarnado.
Mas só os Espíritos bons e elevados têm condições de manipular os fluidos?
Certamente que não; os Espíritos inferiores também possuem tal possibilidade, porém,
dando aos fluidos qualidades negativas e aí está a base de um sem número de doenças
fantasmas, produzidas por simples intoxicação fluídica, devendo-se, sempre, nesses casos
levar em conta o problema da sintonia vibratória.
Alguns obsessores chegam a anular a ação benéfica dos medicamentos e dos
passes quando a vítima é totalmente passiva.
Esta teoria nos dá a solução de um problema do magnetismo, bem conhecido
mas até hoje inexplicado, que é o fato da modificação das propriedades da água
pela vontade. O Espírito agente é o do magnetizador, na maioria das vezes as-
sistido por um Espírito desencarnado. Ele opera uma transmutação por meio do
fluido magnético que, como já dissemos, é a substância que mais se aproxima
da matéria cósmica ou elemento universal. E se ele pode produzir uma modifi-
cação nas propriedades da água, pode igualmente fazê-lo no tocante aos fluidos
orgânicos, do que resulta o efeito curativo da ação magnética.
Sabe-se o papel capital da vontade em todos os fenômenos magnéticos. Mas
como explicar a ação material de um agente tão sutil? A vontade não é uma en-
tidade, uma substância e nem mesmo uma propriedade da matéria mais eteriza-
da: é o atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. Com a ajuda des-
sa alavanca ele age sobre a matéria elementar e em seguida reage sobre os seus
componentes, com o que as propriedades íntimas podem ser transformadas.
A vontade é atributo do Espírito encarnado ou errante. Daí o poder do magneti -
zador, que sabemos estar na razão da força da vontade. O Espírito encarnado pode
agir sobre a matéria elementar e portanto modificar as propriedades das coisas den-
tro de certos limites. Assim se explica a faculdade de curar pelo contacto e a impo -
sição das mãos, que algumas pessoas possuem num elevado grau. (Ibidem, 131).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 135

SUMARIO
1- A vestimenta dos Espíritos é formada do elemento natural do meio em que se
encontram, isto é, de matéria fluídica, moldada pela própria mente.
2- Não se trata de um simples simulacro ou de algo apenas aparente, tem existên-
cia real, embora formada de substância fluídica, segundo as linhas de impulsão
da mente do próprio interessado.
3- Tais impulsões podem variar de acordo com a vontade livre de Espíritos Superi-
ores, ou de Espíritos ainda sofredores e infelizes que acionam o mecanismo
mental automaticamente.
4- Às vezes, um determinado Espírito se apresenta com uma indumentária idêntica
a que usava quando ainda encarnado com vistas a ser identificado.
5- Os objetos, aparelhos e acessórios de vestimenta não são duplos etéreos sim-
plesmente; são formações moldadas pela manipulação dos fluidos do ambiente,
por parte das entidades desencarnadas, independentemente do seu nível evolutivo.
6- Os Espíritos inferiores também têm a capacidade de moldarem os objetos de seu
uso embora o façam com mais esforço e imperfeitamente.
7- Há limites bem nítidos no mundo espiritual impedindo que os Espíritos compo-
nham o que bem quiserem; tais limites são de ordem moral.
8- A ação da mente (encarnada ou desencarnada) sobre os fluidos é capaz de modi-
ficar-lhes a estrutura e em consequência conferir-lhes propriedades particulares
e especiais.
9- Tais manipulações podem ser feitas por entidades elevadas e também pelas enti-
dades inferiores, podendo estas transmitir aos encarnados desavisados quotas de
fluidos com propriedades tóxicas, causadoras de perturbações chamadas doen-
ças fantasmas.
10- As entidades superiores de posse de seus recursos e facilitados pelo clima de
merecimento de quem necessita, são capazes de manipular fluidos curadores e
transmiti-los, seja pelo passe ou pela água fluidificada.
11- O auxílio espiritual superior, a possibilidade que alguns apresentam mais que
outros, e a vontade bem disciplinada e cristã, podem determinar o restabeleci-
mento de quadros de moléstia física e psíquica, sempre guardando, porém, o res-
peito às Leis Superiores.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, cap. 8.
Ernesto Bozzano. Metapsíquica Humana, Fenômenos de “desdobramento fluídico” ou
“bilocação” no momento da morte (3ª categoria).
Léon Denis. O Porque da Vida, item III e O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Caps.
III e XXIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 136
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Espírito e Matéria. (LE, itens 21 a 31). Ação dos Espíritos Sobre os Fluidos (GE; 14:13
Os Fluidos e o Magnetismo (DM, cap. XVII) e 14). Vestuário dos Espíritos (LM, item 126).
Grupo 3 Grupo 4
Elementos Fluídicos (Gênese; 14:1 a 6). Modificações Das Propriedades Da Matéria
Formação Espontânea de Objetos Tangíveis (LM, itens 129 a 131).
(LM, item 128). Ação Magnética Curadora (LM, item 131 e
Gênese; 14:31 a 34)

19a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS
PELAS SENSAÇÕES – PELA VIDÊNCIA – PELO CONTEÚDO.
Será importante identificar os Espíritos que se comunicam? Sempre devemos nos
preocupar com sua identidade? Haverá alguma ocasião em que ela seja secundaria e até
mesmo desnecessária?
É natural que uma entidade espiritual que constantemente se comunique conosco
acabe por se tornar conhecida e querida a ponto de ser considerada elemento do próprio
grupo. Assim e que fica sendo reconhecida pelo modo de falar, pelo estilo, pelo conteúdo da
mensagem, podendo, no entanto, comunicar-se por outros médiuns e sofrer a influência do
clima mental de quem lhe serve de intermediário. O resultado de uma comunicação, de uma
forma global, é a somatória dos recursos da entidade desencarnada e os do médium.
Dependerá da maior ou menor maleabilidade do médium, a facilidade da comunicação.
Assim, através de um mesmo médium poderá a filtragem mediúnica processar-se com mais
autenticidade, ou o médium sentir dificuldade em manter sintonia perfeita, quer fluídica
quer espiritual com a entidade comunicante.
Reconhece-se o Espírito, porém, nota-se que a contribuição do médium é
ponderável. Quando se trata de uma entidade de categoria superior, conhecida e respeitada
em nosso meio, como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes, etc., geralmente se deve
aceitar a comunicação, devendo-se analisá-la quanto a oportunidade, a necessidade, o conteúdo
e a característica da forma, dando o desconto da qualidade cultural do medianeiro utilizado.
Quando estamos em uma reunião de desobsessão, costumeiramente chamada de
Orientação Fraterna a desencarnados, quase sempre não há necessidade de levantar-se a
identidade do Espírito sofredor, que no mais das vezes encontra-se em estado de grande
perturbação espiritual.
Por isto é reprovável o uso de alguns orientadores que chegam ao absurdo de
pedir nome da entidade ou até detalhes para a sua identificação, quando o que se deve fazer
é atendê-la com o máximo de carinho e amor fraterno possível, proporcionando-lhe
esclarecimento e conforto espiritual, através das vibrações de amor e paz.
De uma forma genérica, podemos distinguir, através da sensibilidade mediúnica
o grau de progresso das entidades espirituais (sensações agradáveis ou desagradáveis,
segundo já estudamos). A repetição da visita de uma mesma entidade nos dá condições de,
com o tempo e a prática, identificar um determinado Espírito pelas sensações peculiares ou
particulares que causa.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 137
Outro recurso é o da vidência; porém, de uso bastante restrito e delicado, porque
cada médium vidente vê de acordo com a sua própria capacidade de exteriorização
perispiritual e sintonia vibratória. Pode ocorrer que dois bons e autênticos videntes, em um
mesmo local e ambiente, na mesma hora, estejam percebendo situações diferentes; um não
poderá confirmar o que outro consegue registrar.
A vidência é um bom recurso para identificar-se o Espírito desencarnado, mas
depende muito do médium, de sua segurança, de seu equilíbrio, não se devendo basear tão
somente neste recurso para firmar-se o juízo quanto a esta identidade.
Tal tipo de médium deve participar dos trabalhos práticos mediúnicos mas, de
forma alguma, devemos promovê-lo a locutor do além, como se tivesse a obrigação de estar
constantemente informando a respeito do que se passa no mundo espiritual. A informação
do vidente sempre deve ser verificada, analisada e comparada com outros fatores auxiliares
e também importantes na identificação dos Espíritos, tais como: qualidade do ambiente,
necessidade e oportunidade da presença do Espírito, sensações causadas nos circunstantes,
conteúdo da comunicação se houver, etc.
E, por fim, os Espíritos sempre revelam sua condição espiritual, justamente pelo
que dizem e como dizem, é lógico, descontando-se as influências do intermediário de que
fazem uso.
Entidades elevadas são objetivas e simples, sendo que a beleza do estilo sempre
ornamenta ideias vigorosas e esclarecedoras, e não se preocupam em tomar nomes
importantes; enquanto que os atrasados, principalmente os mistificadores, usam e abusam
do processo de enganar, através de comunicações cheias de palavras difíceis, amontoadas
em frases brilhantes mas de sentido vazio, e, as vezes, até contraditório.
Finalmente, lembremos que uma ou outra entidade de nome conhecido na Terra
poderá identificar-se, mas para tanto não bastará tão somente o seu nome como autora desta
ou daquela comunicação, é necessário que ela dê elementos probantes de que é tal Espírito;
caso contrário não há necessidade de identificar-se. O Espírito será o primeiro a buscar o
anonimato ou o uso de um nome qualquer.

Consultar: Fonte Viva, Cap. 7 e Caminho, Verdade e Vida, Cap. 69 de Francisco Cândido
Xavier..
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 138
20a. SESSÃO TEÓRICA
O MUNDO ESPIRITUAL – OS FLUIDOS
NATUREZA E PROPRIEDADES
A GRANDE OFICINA OU LABORATÓRIO DA VIDA ESPIRITUAL
Todos nós estamos vivendo em um Universo que se apresenta sob duas formas:
uma visível, material, na qual habitam os seres encarnados ou materiais; outra invisível,
imaterial, na qual habitam os seres desencarnados ou imateriais, aqueles que perderam o seu
invólucro material e retornaram à vida espiritual (LE, itens 149 a 162).
O mundo imaterial começa justamente onde o visível e material termina porque
em a Natureza tudo segue um plano perfeito de continuidade. No Universo visível e material
os fenômenos ocorrem dentro de certos limites, segundo determinadas leis.
No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidos
pela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.
Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém as ver-
sões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados:
sólido, líquido e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários ou
pouco conhecidos. Por exemplo: os vapores, que nada mais são do que uma
passagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás, porém
quando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamente
ao estado líquido; já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, des-
de que exista as trocas de energia necessárias para tal fato. Por isto que diz co-
mumente “vapor d´água”. Se colocarmos os estados físicos da matéria em or-
dem crescente, conforme a quantidade de energia que cada um possui, teremos:
Sólido → Líquido → Gasoso → Plasma → Radiante.
O Plasma é o estado em que a maioria da matéria se encontra no universo.
Sabe-se que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido e
gasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, água em estado líqui-
do e vapor de água. Todavia há pouquíssimas substâncias que se encontram
nestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando o
Universo no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química se
considera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante do
universo subsiste no estado denominado plasma.68
No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macros-
cópica e as posições relativas das suas partículas, as moléculas se encontram
próximas umas das outras com forte atração entre elas, nestas condições, possui
forma e volume próprio, independentemente do corpo onde se encontra e ainda
o movimento é praticamente nada. É particularmente estudado nas áreas da es-
tática e da dinâmica.
No estado líquido, o corpo mantém a sua quantidade de matéria e aproximada-
mente o seu volume. A forma e posição relativa das suas partículas é variável
se adaptando conforme o corpo. As moléculas estão relativamente próximas, e
a força de atração é mediana, assim como os movimentos. É particularmente
estudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica.

68 Em física e em química, o plasma é um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, no qual certa porção das
partículas é ionizada. A premissa básica é que o aquecimento de um gás provoca a dissociação das suas ligações
moleculares, convertendo-o em seus átomos constituintes. Além disso, esse aquecimento adicional pode levar à
ionização (ganho ou perda de elétrons) dessas moléculas e dos átomos do gás, transformando-o em plasma contendo
partículas carregadas (elétrons e íons positivos).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 139
No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo
variar amplamente a forma e o volume, as partículas possuem força de atração
nula e movimentos bruscos (agitação térmica). É particularmente estudado nas
áreas da aerostática e da aerodinâmica.
O condensado de Bose-Einstein é uma coleção de milhares de partículas ultra-
frias ocupando um único estado quântico, ou seja, todos os átomos se compor-
tam como um único e gigantesco átomo possui características, de ambos, esta-
do sólido e estado líquido, como supercondutividade e superfluidez, porém, é
encontrado em temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto),
o que faz com que suas moléculas entrem em colapso. É particularmente estu-
dado na área da mecânica quântica.
A teoria original da Matéria Radiante, foi uma descoberta de William Crookes
(1832-1919), elaborada baseando-se em observações sobre os fenômenos que
acompanham a descarga elétrica num tubo contendo um gás rarefeito. Sua hi-
pótese, de que a matéria radiante constituiria um quarto estado da matéria, não
foi, entretanto, confirmada. Procedendo a investigações sobre os raios catódi-
cos, Crookes mostrou que eles têm a propriedade de excitar a fluorescência das
pedras preciosas e aquecer os metais. Explicou o fenômeno como proveniente
da projeção de moléculas pelo cátodo. Logo após a descoberta dos gases nobres
e da radioatividade, Crookes voltou sua atenção para os novos campos da física
e, em 1895, revelou a presença do hélio no gás que fora extraído de um frag-
mento de urânio por W. Ramsey. Com a intenção de melhor identificar o es-
pectro do hélio, Crookes inventou o espinteroscópio.69 (Enciclopédia Mirador
Internacional; Oxford Dictionary of Scientists)
Como nos é percebido, o nosso chamado Universo Visível já apresenta
determinados estados da matéria em condições de invisibilidade para os nossos parcos cinco
sentidos. Aquilo que não podemos perceber normalmente pelos sentidos que somos dotados,
o fazemos utilizando determinados instrumentos, ou mesmo, cálculos matemáticos.
No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos que também
seguem leis que nos são reveladas pelos seres que nele habitam.
A Ciência deu a solução dos milagres que mais particularmente resultam do
elemento material, seja explicando-os, seja demonstrando-lhes a
impossibilidade, pelas leis que regem a matéria; mas os fenômenos em que o
elemento espiritual tem uma participação preponderante, não podem ser
explicados apenas pelas leis da matéria, escapando às investigações da Ciência.
Esta é a razão por que eles têm, mais do que os outros fenômenos, os caracteres
aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se
pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. Como já foi
demonstrado, o fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos
da Natureza. (A Gênese; 14: 1 e 2).
O mundo imaterial, invisível ou espiritual como é costumeiramente chamado
também é composto de alguma coisa, de algum material, de alguma substância, de algum
elemento – é composto de fluidos. “Se víssemos o mecanismo do mundo invisível que nos
cerca, as ramificações dos fios condutores do pensamento que ligam todos os seres inteligentes,
corpóreos e incorpóreos, os eflúvios fluídicos carregados das impressões do mundo moral, e
que, como correntes aéreas, atravessam o espaço, ficaríamos muito menos surpresos diante de
certos efeitos que a ignorância atribui ao acaso” 70. Tais fluidos têm uma estrutura, uma forma
habitual de agregação, de composição e, de acordo com as variações sofridas nessa estrutura
69 Crookes, W. Fatos Espíritas, págs. 10, 11 e 98.
70 Kardec, A. A Gênese, 15:9, consulte também 14:22 e ss.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 140
apresentam propriedades especiais e diferentes das dos demais. Portanto, ha vários estados e
várias formas pelos quais os fluidos se apresentam, cada um com propriedades específicas, mas
todos se originando de um elemento primordial, o Fluido Cósmico Universal.
Como princípio elementar universal, ele apresenta dois estados distintos: o de
eterização ou de imponderabilidade, que se pode considerar como o estado
normal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que, de certa
maneira, é apenas consecutivo àquele outro”. Cada um desses dois estados dá,
necessariamente, origem a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os
fenômenos do mundo visível, e ao primeiro, os do mundo invisível. Uns, os
chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita; os
outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque eles se
ligam mais especialmente à existência dos espíritos, pertencem às atribuições
do Espiritismo. Porém, como a vida espiritual e a vida corporal estão em
incessante contato, muitas vezes os fenômenos dessas duas categorias ocorrem
simultaneamente. No estado de encarnação, o homem pode perceber apenas os
fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os que pertencem ao
domínio exclusivo da vida espiritual escapam aos sentidos materiais, e só
podem ser percebidos no estado de espírito.
No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme. Sem deixar de ser
etéreo, ele sofre modificações também variadas no seu gênero, talvez mais
numerosas do que no estado de matéria tangível. Essas modificações
constituem fluidos distintos que, embora procedendo do mesmo princípio, são
dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos particulares do
mundo invisível.
Tudo sendo relativo, esses fluidos têm para os espíritos – que também são
fluídicos – uma aparência tão material quanto a dos objetos tangíveis para os
encarnados, sendo para eles o que são para nós as substâncias do mundo
terrestre. Eles os elaboram, os combinam para produzir determinados efeitos,
assim como os homens fazem com os seus materiais, embora por processos
diferentes.
Entretanto, lá, como neste mundo, somente aos espíritos mais esclarecidos é
dado compreender o papel dos elementos constitutivos do seu mundo. Os
ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os
fenômenos a que assistem — e para os quais muitas vezes contribuem
maquinalmente — quanto os ignorantes da Terra o são de explicar os efeitos da
luz ou da eletricidade, de dizer como veem e escutam.
Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos
de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para a matéria tangível e
não para a matéria etérea. Existem alguns que pertencem a um meio tão
diferente do nosso, que só podemos fazer ideia deles mediante comparações tão
imperfeitas como aquelas pelas quais um cego de nascença procura fazer uma
ideia da teoria das cores.(GE; 14:2 a 4).
Como vemos é através do corpo que percebemos os fenômenos do nosso meio
material; somente em condições especiais é que o Espírito encarnado, alcançando uma
maior liberdade de ação, percebe as ocorrências do mundo espiritual.
Os fluidos por sua vez têm propriedades especiais que sob a ação de certos
estímulos podem variar.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico
universal são, portanto, a atmosfera dos seres espirituais, o elemento de onde
tiram os materiais sobre os quais eles operam, o meio onde se passam os
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 141
fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas que
escapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; é
enfim o meio de transmissão do pensamento, tal como o ar é o meio de
transmissão do som.
Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os
homens manipulam os gases, mas com a ajuda do pensamento e da vontade. O
pensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem.
Pelo pensamento, eles imprimem aos fluidos espirituais esta ou aquela direção;
eles os aglomeram, combinam ou dispersam; com eles formam conjuntos tendo
uma aparência, uma forma e uma cor determinadas; mudam as suas
propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outras substâncias,
combinando-as segundo certas leis. Algumas vezes, essas transformações são o
resultado de uma intenção, outras, são o produto de um pensamento
inconsciente. Ao espírito basta pensar em uma coisa para que ela se produza.
Desde o momento em que esses fluidos são o veículo do pensamento, e que o
pensamento pode modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem
estar impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os põem
em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.
Não seria possível fazer uma enumeração ou uma classificação de bons e de
maus fluidos, nem especificar suas qualidades respectivas, considerando-se que
sua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos.
Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do
espírito, seu envoltório perispiritual, que é parte constituinte do seu ser, que
recebe diretamente e de uma maneira permanente a impressão de seus
pensamentos, deve possuir, mais ainda, o cunho dessas qualidades boas os más.
Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem se depurar pelo
afastamento desses espíritos, mas o perispírito deles será sempre o que é,
enquanto o próprio espírito não se modificar.
Sendo os homens espíritos encarnados, eles têm, em parte, as atribuições da vi-
da espiritual, uma vez que vivem essa vida tanto quanto vivem a vida corporal,
inicialmente durante o sono e muitas vezes em estado de vigília. O espírito, ao
encarnar, conserva o seu perispírito com as qualidades que lhe são próprias, e
que, como se sabe, não é circunscrito pelo corpo, mas irradia em torno dele e o
envolve como em uma atmosfera fluídica. Pela sua união íntima com o corpo, o
perispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua expan-
são, ele coloca o espírito encarnado em relação mais direta com os espíritos li-
vres. O pensamento do espírito encarnado atua sobre os fluidos espirituais co-
mo o dos desencarnados; ele se transmite de espírito a espírito pelas mesmas
vias, e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Como o perispírito dos encarnados é de uma natureza idêntica à dos fluidos
espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja que se embebe de
líquido. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação tanto mais direta
quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito se confunde com eles.
Conforme esses fluidos atuam sobre o perispírito, este, por sua vez, reage sobre
o organismo material com o qual está em contato molecular. Se os eflúvios são
de boa natureza, o corpo experimenta uma impressão salutar; se são maus, a
impressão é penosa. Se são permanentes e intensos, os maus eflúvios podem
ocasionar desordens físicas, não sendo outra a causa de certas enfermidades. Os
meios onde predominam os maus espíritos são, assim, impregnados de maus
fluidos que são absorvidos pelos poros perispirituais, tal como se absorve os
miasmas pestilenciais pelos poros do corpo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 142
O mesmo ocorre em uma reunião de encarnados. Uma assembleia é um foco de
irradiação de pensamentos diversos. O pensamento agindo sobre os fluidos, co-
mo o som age sobre o ar, esses fluidos nos trazem os pensamentos como o ar
nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, em realidade, que há nesses fluidos ondas
e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundir, como há no ar ondas e
raios sonoros. Uma assembleia é, como uma orquestra, um coro de pensamen-
tos onde cada um emite sua nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e
de eflúvios fluídicos, cuja impressão cada um recebe através do sentido espiri-
tual, como num coro musical em que cada um recebe a impressão dos sons
através do sentido da audição. Entretanto, do mesmo modo que há irradiações
sonoras harmoniosas ou dissonantes, também existem pensamentos harmônicos
ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, a impressão é agradável; se o
conjunto é discordante, a impressão é desagradável. Ora, para isso não é neces-
sário que o pensamento seja formulado por palavras, quer o pensamento se ex-
terne ou não, a irradiação fluídica existirá sempre, basta, porém, que se mistu-
rem alguns pensamentos maus, para que se produza o efeito de uma corrente de
ar gelado num meio tépido. Esta é a causa da satisfação que sentimos numa
reunião simpática, animada por pensamentos bons e benévolos. Ela é envolvida
por uma salubre atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se dali recon-
fortado, uma vez que somos impregnados de eflúvios fluídicos salutares. Desse
modo, também podemos explicar a ansiedade, o indefinível mal-estar que se
experimenta em um meio antipático, onde pensamentos malévolos provocam
como que correntes de ar nauseabundo.
O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que influência o
moral, fato que só o Espiritismo poderia tornar compreensível. O homem sente
isso instintivamente, uma vez que procura as reuniões homogêneas e simpáti-
cas, onde sabe que pode haurir novas forças morais; poder-se-ia dizer que em
tais reuniões ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradi-
ação do pensamento, como recupera, pelos alimentos, as perdas do corpo mate-
rial. É que efetivamente, o pensamento é uma emissão que ocasiona uma perda
real nos fluidos espirituais e, por consequência, nos fluidos materiais, de tal
maneira que o homem tem necessidade de se retemperar com os eflúvios exter-
nos que recebe. Quando se diz que um médico cura um doente por meio de bo-
as palavras, trata-se de uma verdade, uma vez que o pensamento bondoso traz
consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico tanto quanto sobre o mo-
ral. (Ibidem; 13 a 20).
RESUMO
O Universo apresenta duas formas: uma visível, material, na qual habitam os
seres encarnados ou materiais; outra, invisível, imaterial, na qual habitam os desencarnados
ou imateriais.
No mundo visível a matéria se nos apresenta sob vários estados reconhecidos
pela ciência, alguns deles são: sólido; líquido; gasoso, radiante e plasma.
No Universo invisível e imaterial ocorrem igualmente fenômenos regidos por
leis que os seres que os habitam podem nos revelar. Aí a matéria de que eles se revestem e
que constitui o mundo espiritual, é composto de fluidos. Os fluidos apresentam-se em vários
estados e formas, cada um com propriedades específicas, mas todos originados de um
elemento primordial, base de tudo o que existe, que é o Fluido Cósmico Universal. A
matéria grosseira é o ponto máximo de condensação desse elemento primordial e o outro
extremo, o seu estado de energia pura ou estado elementar em que ele é uniforme.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 143
No estado de eterização o fluido cósmico universal passa por modificações
variadas em seu gênero, e mais numerosas que no estado de matéria tangível. Tais
modificações constituem fluidos distintos, dotados de propriedades especiais e dão lugar aos
fenômenos particulares do mundo invisível. Esses fluidos têm para os Espíritos uma
aparência material quanto os objetos tangíveis para os encarnados e são para eles o que para
nós são as substâncias do mundo terrestre: eles os elaboram, os combinam para produzi
efeitos determinados.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do Fluido Cósmico Uni
versal, são a atmosfera dos seres espirituais; são os elementos donde eles extraem os
materiais sobre os quais operam; são o ambiente no qual se passam fenômenos especiais,
perceptíveis aos Espíritos. Estes agem sobre os fluidos espirituais com auxílio do
pensamento e da vontade e assim imprimem aos fluidos esta ou aquela direção; eles os
aglomeram, os combinam, os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que têm
uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades como um
químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo
determinadas leis. Os fluidos não têm qualidades sui generis, mas as adquirem no meio onde
são elaborados; são permanentes ou temporárias, conforme as circunstâncias. Sob o ponto
de vista moral, trazem a impressão dos sentimentos (amor, bondade, caridade, ódio, inveja,
etc.). Sob o ponto de vista físico são condutores, excitantes, reparadores, tornam-se forças
de transmissão, de propulsão, etc.
Os fluidos são constituídos por estados de matéria eterizada, e que a rapidez do
seu movimento molecular é proporcional ao grau de rarefação das moléculas.
Quanto mais densos, opacos, viscosos, maior resistência oporão a toda e
qualquer modificação: e, contudo, é necessário que a alma chegue a mudar a
direção dos movimentos do seu invólucro, a regularizar-lhe a atividade, para
que possa ela manifestar-se exteriormente. Podemos ter uma ideia dos
sucessivos fenômenos que as diferentes encarnações determinam no perispírito,
imaginando uma grande fonte luminosa, um foco elétrico, por exemplo, metido
numa esfera de vidro cheio de espesso fumo negro, formado de enorme
quantidade de partículas sólidas. (EA, p. 129-130).
O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espirituais e
por isso os assimila com facilidade; tais fluidos agem sobre o perispírito e este, por sua vez,
reage sobre o organismo com o qual está em contato molecular. Se os seus eflúvios forem
de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão é
penosa.
Em resumo, o perispírito é formado de fluidos, em diferentes graus de
condensação, desde os fluidos materiais, que aderem ao cérebro, até os
espirituais, que se aproximam da natureza da alma. De sorte que, se uma
vibração impressiona um nervo sensitivo, este a transmite aos tálamos óticos,
que a refletem para o sensorium; aí chegada essa vibração, age sobre o fluido
perispiritual, que aos poucos adverte o espírito. (EPC, p. 236).

Bibliografia:
Allan Kardec. A Gênese, caps. 14 e 15 – Revista Espírita (FEB), 1866 (março) e 1867 (maio).
Léon Denis, No Invisível, Cap. XV e Depois da Morte, Cap. XVII.
Gabriel Delanne, A Alma é Imortal, 3a. parte, Cap. III e A Evolução Anímica, Cap. III.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 144

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
O Fluido Cósmico Universal – Estados Formação E Propriedades Do Perispírito
(GE, Cap. XIV, itens 1 a 6). (GE, Cap. XIV, itens 7 a 12).
Grupo 3 Grupo 4
Qualidades dos Fluidos Ação Dos Espíritos Sobre Os Fluidos
(GE, XIV, itens 16 a 21) (GE, Cap. XIV, itens 13 e 14)
Força Psíquica – Os fluidos – O magnetismo. Manifestações Físicas
(NI, 2a. parte, Cap. XV). (GE, Qap. XIV, itens 40 a 43).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 145
20a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
DA IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS – OS MISTIFICADORES.
Um dos maiores obstáculos para a divulgação e aceitação do Espiritismo é a
mistificação, que é o ato de uma entidade se comunicar pela escrita ou pela palavra
enganando os presentes quanto ã sua identidade e à sua posição espiritual.
Precisamos distinguir animismo de mistificação, que são dois fenômenos
completamente diferentes.
Animismo71 é o fenômeno produzido pela própria alma do médium, e desde que
espontâneo, é sempre válido. Difere da mistificação que pressupõe engodo, enga no, dolo,
mentira, e pode ser produzida por espíritos desencarnados, bem como, também, pelo próprio
médium, consciente ou inconscientemente.
Na mistificação sempre existe o desejo de enganar, trapacear, dar características
de verdade ao que é falso.
O sr. Pierre Janet72 teve ocasionalmente a oportunidade de estudar esta questão,
ao tratar da escrita automática dos histéricos, e, após uma revisão histórica
incompleta e parcial do espiritismo, diz igualmente: As doutrinas que
acabamos de resumir merecem um estudo atento e uma discussão. O ceticismo
desdenhoso, que consiste em negar tudo que não se compreende e em repetir,
por toda parte e sempre, as palavras fraude e mistificação não faz mais sentido
aqui do que quando se trata dos fenômenos do magnetismo animal. O
movimento que provocou a fundação de meia centena de jornais na Europa,
que inspirou as crenças de um número considerável de pessoas, está longe de
ser insignificante. É geral demais, persistente demais para que se deva a uma
simples brincadeira local e passageira. Por sua vez diz o sr. Richet 73 “Não é
possível que tantos homens distintos da Inglaterra, da América, da França, da
Alemanha, da Itália tenham se enganado tão grosseira e primariamente. Todas
as objeções que lhes foram feitas, eles as tinham pensado e discutido; nada lhes
ensinaram opondo-lhes, seja o possível acaso, seja a fraude; tinham imaginado
isso bem antes que alguém os censurasse, de modo que não consigo crer que o
trabalho deles tenha sido estéril e que tenham meditado, experimentado, com
base em enganadoras ilusões.” Foi analisando escrupulosamente todas as
manifestações espíritas de certos médiuns que alguns sábios, por muito tempo
incrédulos, converteram-se. O dr. R. Hodgson, o prof. Hyslop, Olivier Lodge, o
prof. William James, F. W. Myers, muito bem informados sobre todas as
causas que podem intervir, acabaram por convencer-se da ação dos espíritos e o
confessaram corajosamente, sem medo de prestar homenagem à verdade.
(PSM, p. 12 a 18).
Ha algum meio seguro de reconhecer e evitar as mistificações?
Sem dúvida, e todos eles estão farta e minuciosamente expostos no Livro dos
Médiuns no item 268. (Estudar Todos).

Consultar: O Consolador, perg.379 e 401 e Mecanismos da Mediunidade, Cap, 23 de


Francisco Cândido Xavier.

71 Consultar Bozzano – Animismo ou Espiritismo? Cap. I e Aksakof – Animismo e Espiritismo, Cap. IV.
72 Janet, P., L' Automatisme Psychologique, p. 376.
73 Richet, Charles, Annales des Sciences Psychiques, p. 349.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 146
21a. SESSÃO TEÓRICA
PRINCIPIO VITAL – VIDA E MORTE – ATENDIMENTO AOS SUICIDAS
PRINCIPIO VITAL
Sem falar no princípio inteligente, que é uma questão à parte, existe na matéria
orgânica um princípio especial, imperceptível, e que ainda não pôde ser defini-
do: é o princípio vital. Esse princípio, ativo no ser vivo, é extinto no ser morto,
mas nem por isso deixa de dar à substância as propriedades que a distinguem
das substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior
parte dos compostos inorgânicos, também conseguiu decompor os corpos orgâ-
nicos, mas jamais conseguiu reconstituir sequer uma folha morta, o que prova
que há na matéria orgânica alguma coisa que não existe nos compostos inorgâ-
nicos. (GE, 10:16).
O princípio vital é uma matéria que tem sua origem na matéria universal
modificada. Por si só, o princípio vital não tem uma individualização, não existindo em
estado livre na natureza; sempre se encontra em combinação com um ser vivo. “A matéria é
sempre a mesma, porém nos corpos orgânicos esta animalizada pela sua união com o
princípio vital”. (LE, itens 61 e 62)
Combinando-se o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio e o carbono, sem o
princípio vital, forma-se apenas um mineral ou um corpo inorgânico. O
princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, dá a ele
propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se uma
molécula de matéria orgânica. Durante a vida, a atividade do princípio vital é
mantida pela ação do funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor
gerado pelo movimento de rotação de uma roda. (GE, 10:18).
Célula Vegetal Célula Animal

O princípio vital é uma transformação do Fluido Cósmico Universal que


animaliza a matéria em presença do princípio inteligente. O Espírito somente poderá habitar
o corpo físico enquanto este estiver animalizado pelo princípio vital. O perispírito é o
vínculo que une o Espírito ao corpo físico, numa perfeita interação, constituindo um todo
harmônico. Assim, segundo a Doutrina Espírita o homem é formado por:
Espírito ou Alma; Perispírito e Corpo Físico.
O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de O princípio vital é o mesmo para todos os se-
mecanismo, impulsionado pela atividade íntima res orgânicos, modificado segundo as espéci-
ou princípio vital, que neles existe. O princípio es. É ele que lhes dá movimento e atividade
vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao e os distingue da mate ria inerte, porquanto o
mesmo tempo que o agente vital impulsiona os movimento da matéria não é a vida. Esse mo-
órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o vimento ela o recebe, não o dá. (LE, item 66).
agente vital, mais ou menos como o atrito pro-
duz o calor. (LE, Nota à questão 67-a).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 147

A VIDA E A MORTE
A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos. A morte
poderia ser comparada à cessação do movimento de uma máquina desorganizada. Se a
máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.
Existem órgãos essenciais cuja lesão ocasiona a morte. Quando da morte dos se-
res orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital
volta à massa donde saiu.
Após a morte do ser orgânico, os elementos que o formaram passam por novas
combinações, constituindo novos seres, que haurem na fonte universal o
princípio da vida e da atividade, absorvendo-o e assimilando-o, para novamente
o devolverem a essa fonte, logo que deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a
todas as partes do organismo uma atividade que lhes permite comunicarem-se
entre si, no caso de certas lesões, e restabelecerem funções momentaneamente
suspensas. Mas quando os elementos essenciais do funcionamento dos órgãos
foram destruídos, ou profundamente alterados, o fluido vital não pode
transmitir-lhes o movimento da vida, e o ser morre.
Os órgãos reagem mais ou menos necessariamente uns sobre os outros é da
harmonia do seu conjunto que resulta essa reciprocidade de ação. Quando uma
causa qualquer destrói esta harmonia, suas funções cessam, como o movimento
de um mecanismo cujas engrenagens essenciais se desarranjaram; como um
relógio gasto pelo uso ou desmontado por um acidente, que a força motriz não
pode pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esse
aparelho recebe a eletricidade e a conserva em estado potencial, como todos os
corpos da Natureza. Os fenômenos elétricos, porém, não se manifestam
enquanto o fluido não for posto em movimento por uma causa especial, e só
então se poderá dizer que o aparelho está vivo. Cessando a causa da atividade,
o fenômeno cessa: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos
seriam, assim, como pilhas ou aparelhos elétricos nos quais a atividade do
fluido produz o fenômeno da vida: a cessação dessa atividade ocasiona a morte.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia
segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indiví-
duos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido
vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que
uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se
não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior
quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma
vida prestes a extingui-se. (LE, itens 68 a 70).
ATENDIMENTO AOS SUICIDAS
As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas
e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas
uma consequência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De
resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns
expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior do
que aquela cujo curso interromperam.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 148
A observação mostra, com efeito, que as consequências do suicídio não são
sempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte vi-
olenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistên-
cia mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, porque
esse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rom-
pido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral até
mesmo se desata antes da extinção completa da vida. As consequências desse
estado de coisas são o prolongamento da perturbação espírita, seguido da ilusão
que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda
se encontra no número dos vivos. (LE, item 957).
Durante a vida o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ou
perispírito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório, que
se separa do corpo quando cessa a vida orgânica. A observação prova que no
instante da morte o desprendimento do Espírito não se completa subitamente;
ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para
uns é bastante rápido e pode dizer-se que o momento da morte é também o da
libertação, que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja
vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado, e
dura às vezes alguns dias, semanas e até mesmo meses, o que não implica a
existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno à vi-
da, mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito, afi-
nidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o Es-
pírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identi-
ficado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado, a ativi-
dade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de
desprendimento, mesmo durante a vida corpórea, e quando a morte chega é
quase instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre todos os indi-
víduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que
a afinidade que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo, é às ve-
zes muito penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposi-
ção. Este caso é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-
se em alguns suicídios. (LE, item 155).
A duração da perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumas
horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é me-
nos longa, são os que se identificaram durante a vida com o seu estado futuro,
porque então compreendem imediatamente a sua posição.
Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos
indivíduos e sobretudo de acordo com o gênero de morte. Nas mortes violentas,
por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é sur-
preendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente
que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não com-
preende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, dirige-se a elas
e não entende por que não o ouvem. Esta ilusão se mantém até o completo des-
prendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e com-
preende que não faz mais parte do mundo dos vivos. (LE, item 165).
A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas,
uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim res-
sente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensa-
ção cheia de angústias e de horror. Esse estado pode persistir tão longamente
quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral;
mas em alguns casos o suicida não se livra das consequências da sua falta de
coragem e cedo ou tarde expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 149
que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver
se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a no-
vas provas, tentando suportá-las com mais resignação. (Ibidem, 957).
Recordemos que, suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente,
mas também todo aquele que utiliza agressivamente os valores do mundo contra sua própria
existência. É o que malbarata as energias orgânicas, que abusa das funções naturais, o que se
expõe a riscos e desgastes desnecessários; os prazeres desmedidos, a alimentação
desregrada, o uso de tóxicos (fumo, álcool, drogas, etc) são formas indiretas de suicidar-se.
Os Espíritos suicidas por estarem imantados ainda ao nosso mundo material, são
agrupados, por afinidade, há determinadas zonas da espiritualidade, graças a Bondade
Divina, evitando o seu contato mais direto com as criaturas e a consequente perturbação que
essas presenças causariam aos encarnados.
Os suicidas são, graças a Misericórdia Divina, conduzidos, por Espíritos Amigos,
há sessões mediúnicas onde são envolvidos mediunicamente para serem atendidos em suas
necessidades espirituais. Aí são esclarecidos, confortados, consolados, arrependeu-se do erro
cometido e aprendem a utilizar os recursos da oração, desligando-se gradativamente, dos
fluidos grosseiros e dos condicionamentos próprios da vida que interromperam. Geralmente,
após a fase de esclarecimento e arrependimento, voltam ao plano material através da
reencarnação, refletindo no corpo físico as marcas da violência que se lhes gravaram na
mente e no perispírito. Aleijões, malformações, disfunções orgânicas, esterilidade, etc. são
marcas no presente de abusos do pretérito que só a resignação e o trabalho permanente, em
busca de um equilíbrio espiritual, conseguem apagar. Assim também os desajustes
psíquicos, a ansiedade e a depressão sem causas justificadas, a tendência a novo suicídio são
os graves problemas que o Espírito reencarnado tem que enfrentar e tentar vencer.
O grupo mediúnico que se propõe ao atendimento de Espíritos suicidas deve ser
constituído de pessoas com preparo e equilíbrio mediúnico, bem como, ascendência moral; e
devem realizar suas reuniões em ambiente adequado e sem público.
O processo de aproximação do Espírito suicida do médium que lhe vai servir de
intermediário é lento e cuidadoso; aproveitam os mentores espirituais, o momento em que o
médium se desdobra pelo sono para realizar essa tarefa. Assim o médium e o Espírito vão se
familiarizando um com o outro, para que a reunião mediúnica a ser realizada seja proveitosa
e sem incidentes.

RESUMO
Há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser
definido: o princípio vital.
O princípio vital dá às substâncias propriedades que a distinguem das substâncias inor-
gânicas.
Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto.
Tem sua origem na matéria universal modificada, não existindo em estado livre na
natureza, mas sempre em combinação com um ser.
O Espírito somente poderá habitar o corpo físico enquanto este estiver animalizado pelo
princípio vital.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 150
Segundo o Pensamento Espírita o homem é formado por Espírito ou alma, perispírito e
corpo físico. O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos, modificado segundo as
espécies.
A causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos.
Quando da morte dos seres orgânicos a matéria inerte se decompõe e vai formar novos
organismos, enquanto que o princípio vital volta a massa donde saiu.
Quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou
muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento
da vida, e o ser morre.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos. Não é
constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie.
A quantidade de fluido vital se esgota se não for renovada pela absorção e assimilação
das substâncias que o contêm. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.
A consequência a que nenhum suicida pode escapar é o desapontamento.
A sorte não é a mesma para todos. Depende das circunstancias.
Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que poderá ser pior do
que aquela que foi interrompida.
No suicida há a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao
corpo. Daí o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se a ilusão em que o Espírito se
conserva de que ainda pertence ao número dos vivos.
O desprendimento do perispírito por ocasião da morte se opera gradualmente e com uma
lentidão muito variável conforme os indivíduos.
Nos casos de morte violenta o Espírito fica surpreendido e não acredita estar morto.
Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito.
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma
espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos
da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angustias e de horror.
Suicida não é apenas aquele que tira sua vida violentamente, mas, também, todo aquele
que malbarata as funções orgânicas, abusa das funções naturais, que se expõe a riscos e desgastes
desnecessários.
Reencarnam, após a fase de esclarecimento e arrependimento e trazem marcas que lhes
atestam a violência que cometeram contra si mesmos.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questões 60 a 67; 155 e 165; 943 a 957 – A Gênese,
Cap. X, itens 16 a 19 – O Céu e o Inferno, 2a. Parte Cap. V.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Princípio Vital. Seres Orgânicos e Inorgânicos.
(GE, X, itens 16 a 19). (LE, itens 60 a 67).
Grupo 3 Grupo 4
A Vida e a Morte. O Suicídio.
(LE, 68 a 70). (LE, 155, 165, 943 a 957).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 151
21a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO.
Em se tratando de espíritos que vêm a sessão para serem orientados e con-
solados, para receberem o alívio da prece, não vemos necessidade alguma que levan-
temos seus dados biográficos.
Vivendo problemas angustiantes e estando confusos quanto à noção de
tempo e espaço a que estavam condicionados na Terra, muitos deles são incapazes de
in formar, com segurança, quem realmente são. Todavia, quando espontaneamente
eles se dignam fornecer alguns dados quanto ã sua personalidade, para efeito de estu-
do, sempre é interessante confirmá-los, se houver essa possibilidade.
O médium iniciante não deve preocupar-se por não ter a mínima intuição a
respeito da identidade do Espírito que através de si se comunica. Só com o tempo e o
treinamento é que terá a capacidade de identificar perfeitamente as entidades comuni-
cantes. Determinados detalhes podem levar a presumir-se que se trata desta ou daque-
la entidade. Porém, se é para atender a quem precisa, não vamos perder tempo fazen-
do inquirições sem fim, somente para satisfazer uma vã curiosidade. Lembremos que
será falta de caridade obrigar o Espírito, que busca o socorro em nossas sessões, a re-
velar-se quando prefere permanecer no anonimato.
Quando se trata de uma entidade que procura dar orientações, o nome que
usa é secundário e pouco deve influir quanto à aceitação ou não da mensagem, o con-
teúdo é o elemento primordial. Se se trata de uma personagem conhecida e famosa,
mais cuidado ainda deveremos ter porque, se ela espontaneamente dita o seu nome,
deve dar dados que lhe sirvam de identificação.
Quando ocorre a comunicação por intermédio de um médium seguro e com
a possibilidade de filtrar bem as características do espírito comunicante, pode haver
um impacto na opinião geral e a atitude dos familiares vir comprovar que reconhecem
a mensagem como verdadeira, como sendo de seu familiar desencarnado.
É o caso de Humberto de Campos, que apôs desencarnar, ditou obras atra-
vés de Chico Xavier, dando sobejas demonstrações de sua identidade, e a família, en-
ciumada, moveu um processo para que ela tivesse acesso aos direitos autorais dessas
obras mediúnicas.
De toda a polêmica, o que ocorreu é que Humberto de Campos, o velho
Conselheiro XX, passou a usar o pseudônimo que o anonimizou-se como Irmão X.
Aliás, os espíritos elevados quase sempre se vaiem desse recurso numa demonstração
que para eles o nome pouca importância tem.

Consultar: O Livro dos Médiuns, item 268 de Allan Kardec e Pão Nosso, Cap. 134 de
Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 152

Hora de Exercitar 13!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 19a. Sessão Teórica,
19a. Sessão de Exercício Prático e 20a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1. ( ) Um Espírito poderá apresentar-se com vestes iguais às que usava quando encarna-
do, como característica de identificação.
2. ( ) Espíritos obsessores não podem anular a ação benéfica dos medicamentos e dos
passes, quando a “vítima” é totalmente passiva.
3. ( ) O pensamento e a vontade são para os Espíritos, aquilo que a mão o é para o homem.
4. ( ) Os ambientes povoados de maus Espíritos são impregnados de maus fluidos e, as
pessoas que aí vivem, absorvem-nos pelo perispírito.
5. ( ) Os elementos fluídicos do mundo espiritual raramente escapam aos nossos instru-
mentos e à percepção de nossos sentidos.
6. ( ) Os fluidos espirituais que compõem um dos estados do Fluido Cósmico Uni-
versal, formam a atmosfera dos seres espirituais.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
7. As coisas do mundo espiritual são ________________ e invisíveis para os encarnados,
mas de composição ________________ para os ________________.
8. O Universo invisível ou ________________, é constituído de uma ________________
denominada ________________.
9. A Ciência trata dos ________________ materiais. Os fenômenos ________________
ou ________________, ligados ã vida dos ________________, são de atribuição do
________________.
C) Marque os Complementos Corretos.
10. Os espíritos têm sua Vestimenta Originada:
a) ( ) Do duplo etéreo de sua roupagem quando encarnados;
b) ( ) do condicionamento dos videntes e não tem existência real;
c) ( ) da ação plasticizante de seus pensamentos sobre os fluidos;
d) ( ) da intangibilidade sensorial do mundo espiritual;
e) ( ) da ação automática de suas mentes sobre os fluidos;
f) ( ) do domínio mental sobre as células perispirituais;
g) ( ) da formação de um campo vibratório favorável ã aglutinação das partículas de
Fluido Cósmico Universal.
11. Marque os complementos que têm relação com a formação de objetos usados pelos
espíritos nas aparições:
a) ( ) Modificação da estrutura da matéria plasticizante sob ação mental do Espírito,
dentro das leis espirituais;
b) ( ) vibrações intangíveis da própria matéria inerte que apresenta sempre uma
forma etérea;
c) ( ) habilidades e truques dos Espíritos materializados e dos experimentadores;
d) ( ) combinação de fluidos manipulados conforme a capacidade mental dos
Espíritos;
e) ( ) formação de um “molde mental” sob ação vibratória dos Espíritos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 153
12. A matéria fluídica, sob ação mental de espíritos bondosos, pode:
a) ( ) Adquirir propriedades balsamizantes e saudáveis;
b) ( ) gerar doenças fantasmas, quando os encarnados não sintonizam favoravelmente;
c) ( ) beneficiar grandemente os encarnados, dependendo de certos fatores;
d) ( ) provocar uma intoxicação fluídico psíquica do médium despreparado.
13. Assinale os complementos MAIS CORRETOS sobre as qualidades e classificação
dos fluidos espirituais:
a) ( ) Variam tanto quanto os pensamentos;
b) ( ) modificam-se pelos eflúvios do meio onde são elaborados, como a água pelos
sais das camadas que atravessa;
c) ( ) podem ser temporários ou permanentes;
d) ( ) não tem denominações especiais; são designados pelas suas propriedades e
efeitos;
e) ( ) moralmente, tomam a impressão dos sentimentos (ódio/amor; Inveja/bondade;
violência/doçura, etc);
f) ( ) fisicamente podem ser: excitantes, calmantes, irritantes, reparadores, etc.;
g) ( ) podem transformar-se em força de transmissão, propulsão, etc;
h) ( ) podem ser impressionados pelo pensamento dos encarnados da mesma forma
que dos desencarnados;
i) ( ) são assimiláveis pelo perispírito dos encarnados, pois são de natureza semelhante
a deste;
14). Marque o complemento correto: “No universo material, a matéria manifesta os
seguintes estados comprovados”:
a) ( ) Fluídico, etéreo e visível;
b) ( ) visível ou material e invisível ou imaterial;
c) ( ) gasoso, líquido, sólido e radiante;
d) ( ) sólido, líquido e fluídico.
D) Marque a 2a. coluna de acordo com a 1a. com referência a identidade dos espíritos:
( ) Espíritos elevados usam linguagem objetiva e simples.
(A) Vidência ( ) Os médiuns apresentam fases oscilatórias mediúnicas muito
variáveis.
( ) Recurso restrito e delicado.
(B) Sensações ( ) Espíritos pseudossábios dão comunicações vazias de sig-
nificado e contraditórias.
( ) Depende da capacidade de exteriorização e de sintonia do
(C) Conteúdo médium.
( ) São agradáveis ou desagradáveis, conforme a qualidade
do Espírito comunicante.
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Hora de Exercitar 14!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 20a. Sessão de Exercício Prático,
21a. Sessão Teórica e 21a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque o complemento MAIS CORRETO:
1. O Fluido Vital:
a) ( ) É uma matéria individualizada;
b) ( ) existe em estado livre na natureza;
c) ( ) encontra-se em combinação com um ser vivo;
d) ( ) é uma “matéria” que se combina com um ser vivo.
2. O Perispírito:
a) ( ) É “matéria” fluídica sutilizada;
b) ( ) é princípio vita;
c) ( ) é formado de fluidos vitais;
d) ( ) independe do espírito para existir.
3. O homem, pelos seus sentidos materiais, percebe:
a) ( ) Todos os fenômenos materiais, espirituais e psíquicos;
b) ( ) apenas os fenômenos psíquicos que se ligam ã vida material;
c) ( ) apenas os fenômenos psíquicos de domínio da vida espiritual;
d) ( ) apenas os fenômenos materiais.
4. O estado de eterização do Fluido Cósmico Universal:
a) ( ) Apresenta gradações variadíssimas;
b) ( ) é uniforme;
c) ( ) apresenta-se em quatro estados diferentes;
d) ( ) modifica-se pela ação solar.
5. O que caracteriza essencialmente a mistificação é:
a) ( ) A inconsciência do médium;
b) ( ) a produção da própria alma do médium;
c) ( ) o desejo de enganar;
d) ( ) a espontaneidade.
6. Os espíritos mistificadores atuam com mais sucesso sobre:
a) ( ) Os que valorizam mais as ideias do que as palavras;
b) ( ) os mais modestos e orgulhosos;
c) ( ) os mais instruídos e inteligentes;
d) ( ) os orgulhosos, vaidosos e curiosos.
B) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1. ( ) Mistificar pode ter sentido educativo.
2. ( ) O papel do duplo etérico é estabelecer ligação entre a matéria fluídica do peris-
pírito e a matéria grosseira do corpo físico,
3. ( ) A quantidade de fluido vital não é igual em todos os seres orgânicos.
4. ( ) O homem, em condições especiais, percebe as ocorrências do mundo espiritual.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 155
C) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
5. Os maus fluidos agem diretamente sobre o ________________ que por sua vez reage
sobre o ________________, produzindo ________________ e ________________.
6. Os Espíritos manipulam fluidos através do ______________ e da ________________.
7. Os fluidos do mundo espiritual se combinam para produzir ________________
determinados.
8. O perispírito é o vínculo que une o ________________ ao ________________, numa
perfeita________________, constituindo um todo ________________.
9. A comunicação do mesmo Espírito ao mesmo tempo e em lugares diferentes é
possível tanto mais quanto o Espírito for ________________ e se processa através da
________________ do seu pensamento.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 156
22a. SESSÃO TEÓRICA
MECANISMOS MEDIÚNICOS: PERISPÍRITO E SUA NATUREZA
FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO
PERISPÍRITO
O perispírito, ou corpo fluídico dos espíritos, é um dos mais importantes
produtos do fluido cósmico. Ele é uma condensação desse fluido em torno de
um foco de inteligência ou alma. Já vimos que o corpo carnal também tem a
sua origem nesse mesmo fluido transformado e condensado em matéria
tangível. No perispírito, a transformação molecular ocorre de maneira
diferente, uma vez que o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suas
qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, assim, a sua
origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que sob dois
estados diferentes. (GE, 14:7 – itálicos do autor)
O termo perispírito foi criado por Allan Kardec, o codificador da Doutrina
Espirita, que por seu talento, cultura e por repetidas e metódicas experiências, veio,
desassombradamente, enfrentar concepções dogmáticas, científicas e religiosas, provando a
constituição ternária (Espírito/Perispírito/Corpo Físico) do Homem, pela existência do
mediador plástico entre o corpo e a alma. Envolvendo o gérmen de um fruto há o
perisperma; por comparação criou o codificador o termo perispírito para definir o envoltório
do Espírito propriamente dito.74
(…) o congelamento do corpo ocupado pelo Espírito, em processo de desencar-
nação, pode retê-lo, por algum tempo, junto à forma física, ocasionando para
ele dificuldade e perturbações. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Anti-
go, quando o embalsamento nos retinha, por tempo indeterminado, aos pés das
formas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, só se veri-
fica na pauta da Lei de Causa e Efeito. E, quanto ao congelamento, se alguns
dos interessados – por força da provação deles mesmos – retornarem ao corpo
frio a fím de reaquecê-lo, a Ciência não pode assegurar-lhes um equipamento
orgânico claramente ideal, como seria de desejar, especialmente no tocante ao
cérebro, que o congelamento indeterminado deixará em condições imprevisí-
veis. (Entrevista concedida à Marlene Rossi Severino Nobre, publicada na “Fo-
lha Espírita”, São Paulo, 18 de abril de 1974. Conf. LOUREIRO, Carlos Ber-
nardo. A Visão Espírita da Morte. Salvador, BA: TELMA Edit., 1996, p. 83).
Estudando as religiões e as filosofias que antecederam o Espiritismo, vê-se que mui-
tas procuraram, mais ou menos teoricamente um elemento fluídico ou semimaterial que pudesse
servir de traço de união, numa harmônica gradação vibratória, entre o corpo físico, material, e o
Espírito, quintessenciado e sutil, donde resultou para o perispírito uma variada sinonímia.
No Egito a mais antiga crença, a dos “Começos” (5.000 A.C.), já se acreditava na
existência de um corpo para o Espírito, denominado Kha. Na índia, o Rig-Veda livro sagra-
do dos Vedas, refere em seus cânticos a glória do Ária que retorna às alturas e fala do corpo
em que este se transportará – o linga sharira. Na China, Confúcio falou do Corpo Aeriforme
em se referindo ao invólucro da alma e o Esoterismo Judeu dava-lhe o nome Néphesh. Na
Grécia, os filósofos adotavam variada nomenclatura para definir o envoltório do Espírito;
daí surgirem os nomes Veículo Leve, Corpo Luminoso, Carro Sutil Da Alma, sendo consti-
tuído de uma substância mista chamada Ochema; outros ainda denominavam-lhe Eidôlon
(tradicionalismo grego). Para os Brâmanes era chamado kâma-rupa. Para Hipócrates, Enor-

74 Zimmermann, Z. Perispírito, Cap. I.


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mon, enquanto que para Pitágoras era Carne Sutil da Alma. Paracelso chamou-o de Corpo
Astral ou Evestrum, e Aristóteles Corpo Sutil e Etéreo.
Para a maioria dos pensadores da Escola Neoplatônica de Alexandria, era
denominado Astroeíde, sendo para Plotino e Próclus, dessa mesma escola, respectivamente,
Corpo Aéreo ou Ígneo e Veículo da Alma. Para Leibnitz era Corpo Fluídico; para Ralph
Cudworth Mediador Plástico, para Jean Baptista van Helmont Arqueu; para Leonhard Euler
Influxo Físico, para Carl Reichenbach Luz Ódica; para Isidore Geoffroy Saint-Hilaire
Modelo Ideal; para Adolphe d'Assier era Fantasma Póstumo75; para Hippolyte Ferdinand
Baraduc era Alma. “A divisão da alma não traz consigo a divisão, isto é, a alma se dá ao
corpo por inteira e permanece indivisível na sua totalidade, ainda que, por si mesma se
encontre em todo o corpo, está verdadeiramente distribuída”.76
Dentre os primeiros cristãos, Paulo em suas epístolas, I Coríntios, v. 42 e 44,
refere-se ao Corpo Espiritual ou Corpo Incorruptível. Tertuliano chama-lhe Corpo Vital da
Alma e Orígenes Aura. Os Apologistas Hilário de Poitiers, Basílio de Cesareia, Atanásio de
Alexandria, Methodius, Justino, Minúcio Félix, Fulgêncio, Arnóbio, Cirilo de Alexandria,
Bernardo, Agostinho, João de Tessalônica e muitos outros estudiosos e religiosos,
identificaram o invólucro da alma, e Pneuma era sua denominação. Encontraremos ainda
diversas citações sobre o corpo sutil do Espírito e suas variadas denominações nos Sistemas
Herméticos e Secretistas. Nos escritos Vedanta aparece como Sukshma Sharira (corpo sutil)
e Manomaya kosha (corpo Mental e Emocional); no Zend Avesta Boadhas; na Kabala
Rouach; no Tradicionalismo Latino Ímago; no Tradicionalismo Chinês Khi.
FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO
Os espíritos extraem seu perispírito do meio onde se encontram, isso quer dizer
que esse envoltório é formado dos fluidos ambientes. Resulta daí que os
elementos constituintes do perispírito devem variar segundo os mundos. Sendo
Júpiter considerado um mundo muito adiantado, em comparação à Terra, onde
a vida corpórea não tem a materialidade da nossa, lá os envoltórios
perispirituais devem ser de uma natureza infinitamente mais quintessenciada
que os da Terra. Ora, assim como nós não poderíamos existir naquele mundo
com o nosso corpo carnal, os nossos espíritos não poderiam ali penetrar com o
seu perispírito terrestre. Abandonando a Terra, o espírito ali deixa o seu
invólucro fluídico e reveste um outro apropriado ao mundo onde deve habitar.
A natureza do envoltório fluídico está sempre de acordo com o grau de
adiantamento moral do espírito. Os espíritos inferiores não podem trocar de
envoltório a seu bel-prazer e, por consequência, não podem passar, à vontade,
de um mundo para outro. Existem alguns cujo envoltório fluídico, mesmo
sendo etéreo e imponderável em relação à matéria tangível, ainda é muito
pesado, se assim podemos dizer, em relação ao mundo espiritual, para permitir
que eles saiam do meio onde se encontram. É preciso incluir nessa categoria
aqueles cujo perispírito é bastante grosseiro para que o confundam com o corpo
carnal, razão pela qual continuam achando que estão vivos. Esses espíritos,
cujo número é grande, permanecem na superfície da Terra, como os
encarnados, julgando-se sempre entregues às suas ocupações; outros, um pouco
mais desmaterializados, ainda não o são o suficiente para se elevarem acima
das regiões terrestres.77

75 Essai sur l'humanité posthume et le spiritisme, par un positiviste (1883).


76 Plotino. Enéadas IV-1 – Sobre La Esencia Del Alma, p. 2.
77 Exemplos de espíritos que ainda se julgam deste mundo: Revista Espírita, dez de 1859; nov de 1864; abril de 1865.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 158
A camada de fluidos espirituais que envolve a Terra pode ser comparada às
camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras
que as camadas superiores. Esses fluidos não são homogêneos; são uma
mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais se encontram
necessariamente as moléculas elementares que formam a sua base, porém mais
ou menos modificadas. Os efeitos que esses fluidos produzem são
proporcionais à soma das partes puras que eles contêm.
Os espíritos chamados a viver nesse meio, retiram dele os seus perispíritos; po-
rém, conforme o próprio espírito seja mais ou menos depurado, seu perispírito
se forma das partes mais puras ou das mais grosseiras desse meio. O espírito aí
produz, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reagente
químico que atrai para si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Disso, resulta este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é
idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a
Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo não acontece com o corpo carnal
que, como foi demonstrado, é formado dos mesmos elementos, qualquer que
seja a superioridade ou a inferioridade do espírito. Por isso, em todos eles, os
efeitos produzidos pelo corpo são os mesmos, as necessidades semelhantes,
enquanto que diferem em tudo que é inerente ao perispírito.
Daí também resulta que o envoltório perispiritual de um mesmo espírito se
modifica com o progresso moral que ele realiza em cada encarnação, embora
encarnando no mesmo meio; que os espíritos superiores, encarnando
excepcionalmente em missão num mundo inferior, têm um perispírito menos
grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante pa-
pel no organismo. Pela sua expansão, ele põe o Espírito encarnado em relação
mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como também
sobre o dos desencarnados, transmitindo-se de Espírito a Espírito pelas mesmas
vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu
corpo perispirítico – que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo
direto e permanente a impressão de seus pensamentos – a há de guardar ainda
mais a impressão de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelas
emanações dos maus Espíritos podem se depurar pelo afastamento destes, cujos
perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se
modificar por si próprio.
Como o perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espiritu-
ais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líqui-
do. Esses fluidos exercem sobre o perispírito, por sua expansão e sua irradia-
ção, uma ação tanto mais direta, quanto o perispírito se confunde com eles.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este perispírito, por sua vez, reage
sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se as
emanações são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão saudável; se
são más, a impressão é penosa. Se elas são permanentes e enérgicas, as
emanações más podem ocasionar desordens físicas; esta é a causa de certas
enfermidades.(GE, 14:8 a e 18).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 159

APARIÇÕES
O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é co-
mum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos.
Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificações
que o tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudan-
ça em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira va-
porosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as proprieda-
des de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar ao
seu estado etéreo e invisível. (É necessário não tomar ao pé da letra a palavra
condensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recurso
de comparação.) Podemos entender esse processo ao compará-lo ao do vapor,
que pode passar da invisibilidade a um estado brumoso, depois ao líquido, a se-
guir ao sólido e vice-versa.
Esses diversos estados do perispírito, entretanto, resultam da vontade do Espíri-
to e não de causas físicas exteriores, como acontece com os gases. O Espírito
nos aparece quando deu ao seu perispírito a condição necessária para se tornar
visível. Mas a simples vontade não basta para produzir esse efeito, porque a
modificação do perispírito se verifica mediante a sua combinação com o fluido
específico do médium. Ora, essa combinação nem sempre é possível, e isso ex-
plica porque a visibilidade dos Espíritos não é comum.
Assim, não é suficiente que o Espírito queira aparecer, nem apenas que uma
pessoa o queira ver: é necessário que os fluidos de ambos possam combinar-se,
para o que tem de haver entre eles uma espécie de afinidade. É necessário ainda
que a emissão de fluido da pessoa seja abundante para operar a transformação
do perispírito, e provavelmente há outras condições que desconhecemos. Por
fim, é preciso que o Espírito tenha a permissão de aparecer para aquela pessoa,
o que nem sempre lhe é concedido, ou, pelo menos, não o é em certas circuns-
tâncias, por motivos que não podemos apreciar. (LM, item 105).
BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO
Esses dois fenômenos são variedades de manifestações visuais. Por mais mara-
vilhosos que possam parecer à primeira vista, facilmente se reconhecerá, pelas
explicações que deles se podem dar, que não saem da ordem dos fenômenos
naturais. Ambos se fundam no princípio de que tudo o que foi dito sobre as
propriedades do perispírito após a morte se aplica ao perispírito dos vivos.
O espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo, pode aparecer como o de um
morto, com todas as aparências da realidade. Além disso, pelos motivos que já
explicamos, pode adquirir tangibilidade momentânea. Foi esse fenômeno, de-
signado por bicorporeidade, que deu lugar às estórias de homens duplos, indiví-
duos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos.
A transfiguração pode ocorrer, em certos casos, por uma simples contração
muscular que dá à fisionomia expressão muito diferente, a ponto de tornar a
pessoa irreconhecível. Observamo-la frequentemente com alguns sonâmbulos.
Mas, nesses casos, a transformação não é radical. Uma mulher poderá parecer
jovem ou velha, bela ou feia, mas será sempre mulher e seu peso não aumenta-
rá diminuirá. No caso de que tratamos é evidente que há algo na teoria do peris-
pírito nos vai pôr no caminho.
Admite-se em princípio que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as apa-
rências. Que por uma modificação das disposições moleculares, pode lhe dar a
visibilidade, a tangibilidade e em consequência a opacidade. Que o perispírito
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 160
de uma pessoa viva, fora do corpo pode passar pelas mesmas transformações e
que essa mudança de estado se realiza por meio da combinação dos fluidos.
Imaginemos então o perispírito de uma pessoa viva, não fora do corpo, mas ir-
radiando ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo como espécie de vapor.
Nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações de quando separado. Se
perder a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, velar-se
como se estivesse mergulhado nevoeiro. Poderá mesmo mudar de aspecto, ficar
brilhante, de acordo com a vontade ou o poder do Espírito. Outro Espírito,
combinando o fluido com esse, pode substituir a aparência dessa pessoa, de
maneira que o corpo real desapareça, coberto por um envoltório físico exterior
cuja aparência poderá variar como o Espírito quiser.
Essa parece ser a verdadeira causa do fenômeno estranho e raro, convém dizer,
da transfiguração. (Ibidem, 114, 119 e 123).
PENETRABILIDADE
Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade, inerente à sua natureza etérea.
Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas, como a
luz atravessa os corpos transparentes. Não há pois, meios de impedir a entrada dos
Espíritos, que vão visitar o prisioneiro em sua cela com a mesma facilidade com
que visitam um homem no meio do campo. (Ibidem, 106).
O PERISPÍRITO E A COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA
Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio através da combinação de
seus fluidos perispiríticos com os fluidos do médium, que passam a formar uma espécie de
atmosfera fluídico espiritual, comum as suas individualidades, atmosfera essa que torna
favorável a transmissão do pensamento, que se faz assim de Espírito para alma e esta, pela
ação que exerce sobre o corpo, exterioriza o conteúdo desse pensamento pelos diferentes
tipos de faculdades (psicofonia, psicografia, etc.).
ALTERAÇÃO TRANSITÓRIA DA FORMA PERISPIRITUAL
No magnífico livro Libertação de André Luiz, deparamo-nos com os casos de
perda ou modificação da forma perispiritual por submissão às ações magnéticas de Espíritos
inferiores altamente inteligentes (licantropia), ou mesmo, pela viciação da mente, saturada
de impulsos inferiores e de sentimentos de vingança, não conseguindo elevar-se e gravitan-
do em derredor das paixões violentas e absorventes que por muitos anos elegeram como centro
de interesses fundamentais, modificando a própria forma perispiritual humana (ovóides). 78

– Como compreenderemos a situação dos centros vitais no caso dos


“ovóides”?
– Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual,
restritos na “ovoidização” – apesar de não terdes elementos terminológicos que
a exprimam –, pensando na semente minúscula que encerra dentro dela os
princípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.
– Existem “parasitas ovóides” vampirizando desencarnados?
– Sim, nos processos degradantes da obsessão vindicativa, nos círculos
inferiores da Terra, são comuns semelhantes quadros, sempre dolorosos e
comoventes pela ignorância e paixão que os provocam. (EDM, págs. 164 e 200).

78 Capítulos 6º e 7º, páginas 84 e seguintes, observações sobre estas formas ovóides. Veja também do mesmo autor
Evolução em Dois Mundos – “Parasitas ovóides”.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 161

UNIÃO DO PRINCIPIO ESPIRITUAL À MATÉRIA – ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS


O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo,
na encarnação.
Pela sua essência espiritual o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não po-
de ter ação direta sobre a matéria, sendo indispensável para ele um intermediá-
rio, que é o corpo fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Es-
se envoltório é semimaterial, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espi-
ritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do flui-
do cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial.
Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato — do Espírito
— um ser concreto, definido e apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a
atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderá-
veis, que, como se sabe, são os motores mais poderosos.
Portanto, o fluido perispirítico é o traço de união entre o Espírito e a matéria.
Enquanto o Espírito se acha unido ao corpo, a matéria lhe serve de veículo ao
pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as
quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que as sensações que
os agentes exteriores produzam repercutam no Espírito. Os nervos lhes servem
de fios condutores, como no telégrafo, o fio metálico serve de condutor ao flui-
do elétrico.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação,
um laço fluídico — que não é mais do que uma ampliação do seu perispírito —
o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da
concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a
influência do princípio vital material do embrião, o perispírito — que possui
certas propriedades da matéria — se une, molécula a molécula, ao corpo em
formação, donde podemos dizer que, de certa maneira, o Espírito se enraíza
nesse embrião, por intermédio do seu perispírito, como uma planta na terra.
Quando o embrião chega ao seu pleno desenvolvimento, a união é completa;
nasce então o ser para a vida exterior.
A observação também assinala um fenômeno particular que sempre acompanha
a encarnação do espírito. Uma vez capturado pelo laço fluídico que o prende ao
embrião, o espírito entra em estado de perturbação, que aumenta à medida que
o laço se aperta; nos últimos momentos, o espírito perde toda a consciência de
si mesmo, de sorte que ele jamais é testemunha consciente do seu nascimento.
No momento em que a criança respira, o espírito começa a recobrar as suas
faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e se consolidam os
órgãos que devem servir às suas manifestações. Aqui ainda sobressai a
sabedoria que preside todas as partes da obra da criação. Faculdades muito
ativas usariam e destruiriam órgãos delicados apenas esboçados; eis por que sua
energia é proporcional à força de resistência desses órgãos.. (GE, 11:17, 18 e 20).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 162

RESUMO
✔ O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito é um dos mais importantes produtos do fluido
cósmico universal.
✔ O termo perispírito foi criado por Allan Kardec.
✔ A noção de um corpo que envolvesse o Espírito esteve presente em inúmeras religiões e
filosofias do passado, tomando denominações variadas.
✔ Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, forma esse
envoltório a partir dos fluidos ambientes do mundo em que se encontra.
✔ A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento
moral do Espírito.
✔ A constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou
desencarnados que povoam a Terra.
✔ O envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este
realiza em cada encarnação.
✔ O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados,
e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidos
ambientes.
✔ Os fluidos atuam sobre o perispírito; este, a seu turno, reage sobre o organismo material
com que se acha em contato molecular.
✔ Os fluidos de boa natureza causam uma impressão salutar no corpo. Os maus podem
ocasionar desordens físicas.
✔ Por meio de uma espécie de condensação o perispírito, que normalmente é invisível, pode
tornar-se perceptível à vista.
✔ Pode, o perispírito, chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, con-
servando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
✔ A vontade do Espírito é que lhe imprime as modificações que deseje.
✔ Na comunicação mediúnica forma-se entre Espírito e médium uma atmosfera f1uídico-
espiritual que permite a transmissão do pensamento e da vontade daquele para este.
✔ O perispírito pode sofrer transformações transitórias em sua forma desde que o Espírito
se submeta passivamente às ações magnéticas de Espíritos inferiores e de sentimentos de
vingança ou paixões violentas.
✔ O fluido perispirítico constitui o traço de união entre o Espírito e a matéria.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro Dos Médiuns, 2a. Parte, caps. 6 e 7; A Gênese, Cap. XI – itens 17, 18 e 20 e
Cap. XIV – itens 7 a 11 e 18; O Livro dos Espíritos, itens 93/95 e 257; Obras Póstumas, 1°
parte (Manifestação dos Espíritos) e Revista Espirita – dez 1858; Junho 1861; Jan 1865.
Antônio J. Freire. Da Alma Humana – Cap. IV.
Gabriel Delanne. A Alma é Imortal, 3a. parte – Cap. I; O Espiritismo Perante A Ciência. 4a.
parte; A Evolução Anímica, Cap. I (A ação psicológica do perispírito) – A Reencarnação,
Caps. 2, 7 e 13 e Pesquisas sobre Mediunidade, págs. 24, 53, 56, 69, 192 e 304.
Léon Denis. Depois da Morte, Cap. XXI.
Zalmino Zimmermann. Perispírito, Caps. I, II, III, V, IX ao XVIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 163
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Formação e Propriedades do Perispírito. Ensaio Teórico da Sensação dos Espíritos.
(GE, XIV itens 7 a 11 e LE, itens 93 a 95). (LE Questão 257).
Grupo 3 Grupo 4
O Perispírito Como Princípio Das O Perispírito ou Corpo Espiritual
Manifestações – (OP, 1a. Parte – (DM, 3a. Parte – Cap. XXI).
Manifestação dos Espíritos, itens 9 a 14). (EPC, 4a. Parte – Cap. I – Que é o Perispírito).

22a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE – CONCEITOS GERAIS.
Um dos perigos reais da mediunidade é a obsessão.
Como obsessão entende-se todo e qualquer constrangimento que os Espíritos
inferiores determinam sobre o médium dominando a sua vontade.
Todos os que possuem faculdade mediúnica, sem exceção, estão sujeitos a obses-
são, devendo, no entanto, resistir à influenciação negativa dos Espíritos voltados ao mal.
Geralmente, nos médiuns em desenvolvimento, a obsessão começa sob a forma
simples, usando os obsessores de vários artifícios para conseguirem o seu intento. Pode
evoluir para a fascinação quando o médium acha que é assistido por Espíritos superiores,
que na verdade não passam de mistificadores, que sabem explorar sua vaidade, lisonjeando
suas faculdades e colocando-o como um “missionário” com importante papel no mundo.
A evolução pode seguir seu curso normal chegando o médium ao estágio da sub-
jugação quando o obsessor domina completamente, tanto sua inteligência quanto sua vontade.
Pelo fato do médium possuir a capacidade de se exteriorizar perispiriticamente,
mais acessível se torna à ação dos Espíritos do que as pessoas comuns; Os Espíritos agem
sobre o médium através dos pensamentos, envolvendo-o com os seus fluidos que o
embaraçam. É um verdadeiro processo de enredamento fluídico.
A presença física do obsessor nem sempre é verificada, porém a sua ação é nota-
da pelos resultados de sua influência sobre a mente do médium que lhe está sujeito. À dis-
tância, por um fenômeno telepático, pode o obsessor acionar os mecanismos que deseja co-
mo um operador de rádio. É lógico que para isso acontecer, devem os dois, médium, e ob-
sessor, estar vinculados pelo passado ou por se encontrarem na mesma faixa vibratória, que
os identifica.
A renovação espiritual do médium é fator preponderante na solução do problema.
Quando não existe outro meio mais efetivo, o médium pode ter suspensa a sua faculdade
mediúnica, com vistas a se furtar, pelo menos em parte, da ação perniciosa dos obsessores, e
para que, também, com a sua faculdade exercitada em regime de perturbação, não venha a ilu-
dir e desencaminhar outras criaturas inexperientes que estão em busca de consolo e orientação.
A retirada da faculdade mediúnica deve ser considerada um sinal benéfico e até
mesmo uma caridade proporcionada pelos mentores. Poderá ser temporária ou definitiva,
dependendo da recuperação moral do médium e da sua disposição de bem cumprir sua tarefa.
Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio
divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno de confiança do
Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos medi-
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 164
únicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o in-
sulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem dei-
xar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento,
nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus
débitos irrefletidos. (O Consolador – Questão 389).
Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1) Insistência de um Espírito em comunicar-se queira ou não o médium,
pela escrita, pela audição, pela tiptologia etc., opondo-se a que outros Es-
píritos o façam.
2) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de
reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas.
3) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se
comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades
ou absurdos.
4) Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que se
comunicam por seu intermédio.
5) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.
6) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.
7) Necessidade incessante e inoportuna de escrever.
8) Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe a vontade e
forçando-o a agir ou falar sem querer.
9) Ruídos e transtornos contínuos em redor do médium, causados por ele
ou tendo-o por alvo. (LM, item 243).

Consultar: Encontro Marcado, Cap. 14 de Francisco Cândido Xavier.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 165
23a. SESSÃO TEÓRICA
INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA – ASSIMILAÇÃO DAS CORRENTES MENTAIS
INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA
É a forma de mediunidade que se caracteriza pela transmissão falada das
mensagens dos Espíritos, é, em nossos dias, a faculdade mais encontrada na prática
mediúnica. É uma das mais úteis, pois, além de oferecer a oportunidade de dialogo com os
Espíritos comunicantes, ainda permite a orientação e consolação dos Espíritos pouco
esclarecidos sobre as verdades espirituais.
O papel do médium, seja ele consciente ou não, é sempre passivo, visto que ser-
vindo de intérprete nesse intercâmbio, deve compreender o pensamento do Espírito comuni-
cante e transmiti-lo sem alteração, o que é tanto mais difícil, quanto menos treinado estiver.
A incorporação é também denominada psicofonia, preferindo alguns esta
segunda denominação porque acham que incorporação poderia dar ideia do Espírito
comunicante penetrando o corpo do médium, fato que sabemos não ocorrer.
Os médiuns são classificados em Conscientes, Semiconscientes e Inconscientes.
Conscientes
É aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do que
está ocorrendo. O Espírito comunicante entra em contato com as irradiações pe-
rispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, for-
ma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão do seu pensamento ao
médium, que, ao captá-lo, transmitirá com suas possibilidades: capacidade inte-
lectual, vocabulário, gestos, etc. O médium age como se fosse um intérprete da
ideia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria de
entendimento. Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto
maior for a cultura do médium e suas qualidades morais, a influência de Espíri-
tos bons e sábios, a facilidade e fidelidade na filtração das ideias transmitidas.
Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por
parte do médium.
Assim, quando encontramos num médium o cérebro cheio de co-
nhecimentos adquiridos na sua vida atual, e o seu Espírito rico de
conhecimentos anteriores, latentes, próprios a facilitar as nossas
comunicações, preferimos servir-nos dele, porque então o fenô-
meno da comunicação nos será muito mais fácil do que através de
um médium da inteligência limitada, e cujos conhecimentos ante-
riores fossem insuficientes. (LM, item 225).
Semiconscientes
É a forma de mediunidade psicofônica em que o médium sofre uma semi-exteri-
orização perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra. O médium sofre
uma semi-exteriorização perispirítica em presença do Espírito comunicante,
com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibrató-
rio para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidos
emitidos pelo Espírito e pelo médium; formação da chamada atmosfera fluídica;
e transmissão da mensagem do Espírito para o médium. O médium vai tendo
consciência do que o Espírito transmite à medida que os pensamentos daquele
vão passando pelo seu cérebro, todavia, o médium deverá identificar o padrão
vibratório e a intencionalidade do Espirito comunicante, qualquer possibilidade
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 166

de procedimentos que firam as normas de boa disciplina mediúnica. Ainda na


forma semiconsciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haver
interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos que
lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a faculdade, obser-
vando bem as suas reações nos fenômenos, para prevenir que tal fato seja toma-
do como “mistificação”. Esta é a forma mais disseminada de mediunidade de
incorporação. Geralmente, o médium, precedendo a comunicação, sente uma
frase a lhe repetir insistentemente no cérebro; somente após emitir essa primeira
frase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da mensagem, muitas
vezes, o médium só lembra, vagamente, do que foi tratado.
Inconscientes
Esta forma de mediunidade de incorporação, caracteriza-se pela inconsciência
do médium quanto á mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto se
verifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium.
O fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradação
mais intensa. Exteriorização perispiritual, afinidade com a entidade que se
comunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosfera
necessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos do
médium, são indispensáveis.
Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que
está se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunican-
te, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no Es-
pírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades. O médium, mes-
mo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa ordem do desempe-
nho mediúnico, porque somente com a sua aquiescência, ou com a sua conivên-
cia, poderá o Espírito realizar algo.
Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido do seu
corpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou provocado, e algo
estiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele imediatamente despertara. As-
sim também acontecerá com o médium cuja faculdade se acha bem equilibrada,
mesmo estando em condições de passividade total; se o Espírito comunicante
quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios,
ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.
Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco
recordará do ocorrido ou da mensagem transmitida, Fica uma sensação vaga,
comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vaga
impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar, com certeza, do que se tratou.
Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação mediúnica, não há a
facilidade do intercâmbio, faltando liberdade e segurança; o médium reage à
exteriorização perispirítica, dificulta o desligamento e quase sempre intervém
na comunicação, truncando-a. Algumas vezes se torna necessário, para o
prosseguimento da educação mediúnica, nos chamados exercícios de
incorporação, que os Mentores encarregados de tal desenvolvimento auxiliem o
médium para que a exteriorização se dê totalmente. Para evitar o perigo da
obsessão, eles cuidarão de exercitar o médium com Espíritos comunicantes que
não lhe ofereçam perigo. Todavia, ainda nesse caso, a responsabilidade pelo
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 167

fenômeno mediúnico está entregue ao médium, pois, se algo lhe for acontecer,
ele poderá despertar automaticamente. O mesmo não acontece no fenômeno
obsessivo, como já foi estudado.
A mediunidade inconsciente é das mais raras no gênero. Para que o médium se
entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele
tenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e,
principalmente, no ambiente espiritual da reunião que frequentada.
Vejamos, agora, o que se passa com o médium. Ele é, logo que o
fenômeno começa, absolutamente inconsciente. Momentanea-
mente, seu cérebro fica quase todo a disposição do Espírito, que
dele se serve sem que o encarnado tenha consciência das ideias
que ali se agitam. É uma verdadeira ação reflexa, determinada
por uma influência espiritual, e por intermédio do fluido nervoso.
(EPC, p. 265).
ASSIMILAÇÃO DAS CORRENTES MENTAIS
O fenômeno da psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamado
envolvimento mediúnico que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratórias
próprias do médium com as do Espírito comunicante.
No fenômeno mediúnico, durante o transe, o médium apresenta condições favo-
ráveis à assimilação das correntes mentais com as quais se afiniza. Isso se dá pela irradiação
ou exteriorização perispirítica, que permite ao médium maior liberdade, podendo ser influ-
enciado pelo campo vibratório de Espíritos desencarnados. Havendo a sintonia vibratória o
médium passa a sentir, receber ou entenderas vibrações mentais da entidade comunicante.
Todavia, essa assimilação de correntes mentais não se dá apenas entre os dois
participantes do fenômeno mediúnico, pois as demais pessoas que participam da reunião
têm importância fundamental, podendo colaborar decisivamente para o bom êxito da
empreitada, como também ser causa marcante no fracasso da ligação médium Espírito, por
ter, através de seus pensamentos, determinado um clima contrário à realização do fenômeno.
Assim, todos os participantes, médiuns, orientador, Espírito comunicante, mentores
espirituais, têm grande importância na realização do intercâmbio mediúnico. Muitas vezes,
embora o médium esteja em boas condições, o fenômeno não se dá por falta de ambientação
adequada e segurança para a realização da delicada tarefa do intercâmbio mediúnico sem
riscos para a sua integridade física e psíquica.
RESUMO
Incorporação mediúnica é a forma de mediunidade que se caracteriza pela
transmissão falada das mensagens dos Espíritos.
Oferece a oportunidade de diálogo com os Espíritos, sendo portanto uma das
mais úteis.
Quanto melhor treinado estiver, o médium poderá servir com maior fidelidade de
intérprete da palavra dos Espíritos.
Também denominada psicofonia, preferindo alguns essa denominação porque o
termo incorporação sugeriria penetração do Espírito comunicante no corpo do médium.
Classifica-se a mediunidade em consciente, semiconsciente e inconsciente.
O médium consciente é aquele que durante o transcorrer do fenômeno tem
consciência plena do que está ocorrendo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 168
O médium transmite a mensagem do Espírito conforme sua capacidade intelectu-
al, vocabulário, etc.. O médium è como que um intérprete da ideia sugerida pelo Espírito.
Quanto maior for a cultura do médium e as suas qualidades morais, tanto mais
proveitosa será esta forma de mediunidade.
Na forma de semiconsciência o médium sofre uma semi-exteriorização perispiritual.
Nesta forma o médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite à
medida que os pensamentos vão passando pelo seu cérebro.
Na mediunidade inconsciente o médium não tem consciência quanto à mensagem
que por seu intermédio é transmitida.
Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que
está se verificando.
O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pelo bom
desempenho mediúnico.
Ao recobrar a plena consciência, o médium nada ou pouco recordará do ocorrido.
O fenômeno da incorporação mediúnica é caracterizado pelo chamado envolvimento
mediúnico que significa entrosamento de correntes mentais e vibratórias próprias do
médium com as do Espírito comunicante.

Bibliografia:
Léon Denis. No Invisível – 2a. Parte, Cap. XIX.
Francisco Cândido Xavier. Missionários da Luz, cap. VII e XVI e Nos Domínios da
Mediunidade, Cap. V.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. 9
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 3

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Transe e Incorporação. Psicofonia Consciente.
(ML, Cap. 16 e EM, Cap. 9). (NDM, Cap. VI e EM, Cap. 9).
Grupo 3 Grupo 4
Psicofonia Sonambúlica. Assimilação de Correntes Mentais.
(NDM, Cap. VIII). (NDM, Cap. V e EM, Cap. 10.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 169
23a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE FORMAS DE OBSESSÃO.
Partindo do conceito que obsessão é o constrangimento exercido pelos Espíritos
inferiores sobre a vontade dos encarnados, influenciando-os maleficamente, podemos
figurar o fenômeno obsessivo em inúmeras situações, algumas tão sutis e inaparentes que
somente depois de muito tempo é que são evidenciadas.
Para facilidade do aprendizado a OBSESSÃO pode ser estudada sob TRÊS
VARIEDADES que apresentam características próprias.
Simples – O Espírito inferior procura, através sua tenacidade, sua persistência, intro-
meter-se na vida da pessoa, dando-lhe as mais estranhas sugestões, que no mais das ve-
zes contrariam a forma habitual de proceder e pensar da vítima. Esta, com um pouco
de critério e autoanálise, facilmente identifica que esta sob a influência de um espírito
inferior, e cuidando-se devidamente através de boas leituras, tratamento espiritual, não
lhe oferecera campo mental favorável à sua ação, Procurando viver em clima de eleva-
ção, através de boas leituras, de preces, de convívio com pessoas honestas e sérias, em
ambientes em que se dedicam à prática do bem, estará orientado a sua vida de acordo
com os ditames éticos e morais, livrando-se da ação do espírito obsessor ou sofredor.
Fascinação – É a forma mais difícil de ser tratada, porque o obsidiado se nega a rece-
ber orientação e tratamento, posto que julga não estar sob influência obsessiva, e até,
às vezes, acredita que os demais é que se encontram obsidiados, enquanto ele é o único
certo. Nesta variedade, nota-se que o obsessor se insinua a princípio discretamente e
vai ganhando terreno, enraizando-se pouco a pouco até se instalar definitivamente,
aceito que é, pela pessoa, formando um verdadeiro fenômeno de simbiose psíquica.
Geralmente o médium acredita-se estar sendo guiado por uma entidade espiritual de al-
to gabarito, pois que usa nome de personagens famosos ou de Espíritos de grande en-
vergadura espiritual. Não usando o critério da autoanálise, que no caso inexiste, a pes-
soa se torna extremamente crédula em tudo o que vem por seu intermédio acreditando-
se missionária, e a qualquer objeção ou questionamento sobre o teor das comunica-
ções, suscetibiliza-se, magoa-se e afasta-se das pessoas que a podem esclarecer.
Subjugação – É o fenômeno de uma criatura encarnada estar sob domínio completo e
total de uma entidade desencarnada. É de fácil diagnóstico, porém, para a cura desse
tipo de obsessão há a necessidade da melhora moral do médium e que o Espírito
obsessor seja levado a arrepender-se do mal que está praticando, através de
doutrinações feitas por quem tenha superioridade moral. Não se julgue que nessa
variedade o Espírito obsessor tome lugar no corpo do obsidiado; há sim uma
supremacia da sua vontade, dominando completamente a do médium. A pessoa nesse
estado realiza coisas que no estado normal não realizaria, diz e faz aquilo que não é de
seu hábito.

Consultar: O Consolador, Questões 381 e 393 a 396 de Francisco Cindido Xavier e


Estudando a Mediunidade, Cap. 11 de Martins Peralva.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 170
24a. SESSÃO TEÓRICA
CONHECIMENTO DAS COISAS
A EPÍFISE E OS CENTROS DE ENERGIA VITAL
OS TIPOS DE CONHECIMENTO
O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. O conheci-
mento pretende idealizar o bem-estar do ser humano, logo o conhecimento advém das rela-
ções do homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupos-
tos de interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das re-
lações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A for-
ma de explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: a) Conhecimen-
to Empírico (senso comum), b) Conhecimento Filosófico, c) Conhecimento Científico e o d)
Conhecimento Revelado ou Teológico.
a) O conhecimento empírico surge da relação do ser com o mundo. Todo ser humano
apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade
diária. Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente.
É um conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada
em investigações.
b) O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu cotidiano, porém pre-
ocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento es-
tático, ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo
reflexivo e crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verifica-
ção. As Teorias do Conhecimento expõem o caminho a ser seguido até se alcançar a
Sabedoria.79 Para os filósofos que trataram do assunto, a multiplicidade das opiniões
e das sensações não pode ser considerada como conhecimento. Na obra Teeteto, de
Platão, identificamos várias hipóteses sobre a Teoria do Conhecimento, sendo impos-
sível tomá-las como verdadeiras. No diálogo, um dos personagens, Teeteto, argumen-
ta que sensação e conhecimento são a mesma coisa. Após cuidadosa análise por parte
de Sócrates, esta ideia é descartada. O que aparece na sensação? A mudança inces-
sante. Assim, nunca se poderá dizer de alguma coisa o que ela é efetivamente, mesmo
porque em termos rigorosos, nem sequer podemos dizer que ela “é”, mas apenas que
ela “se torna” isso ou aquilo, sem cessar, pois essa é uma das características da natu-
reza de tudo o que é manifestado.
c) O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida e
comprovado concretamente, gerando leis válidas. É passível de verificação e investi-
gação, então acaba encontrando respostas aos fenômenos que norteiam o ser humano.
Usa os métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais re-
gem a relação do sujeito com a realidade. Uma Ciência particular, como a física, a
química ou a biologia, representa sempre um conjunto de conhecimentos sistemáticos
sobre certos grupos de fenômenos. Esses conhecimentos são adquiridos por processos
metódicos de observação controlada ou de pesquisa rigorosa sobre o campo da res-
pectiva especialização. O caráter dessa forma de conhecimento é essencialmente ana-
lítico. Ex: física, química, biologia etc.
d) O conhecimento teológico é normativo, preocupa-se com verdades absolutas, verda-
des que só a fé pode explicar. “O sagrado é explicado por si só. Não há importância a
verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do
79 Kant, I. Crítica da Razão Pura (Conhecimento); Crítica da Faculdade do Juízo (Estética); Crítica da Razão Prática
(Moral: Como deveríamos Agir) e Fundamentação da Metafisica dos Costumes.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 171
religioso, os valores religiosos são incontestáveis. Esse conhecimento é também ad-
quirido por processos metódicos, mas seu objeto, por ser essencialmente transcenden-
te, não é passível de comprovação discursiva (como das Ciências matemáticas), nem
de observação controlada (como o das Ciências experimentais). Seu princípio funda-
mental é a aceitação das verdades resultantes da revelação sobrenatural”. 80
Todavia, quanto a esta última forma de conhecimento revelado, a Doutrina
Espírita submete-o a duas formas de comprovações, a saber: o fato de não contrariar as leis
da natureza, sendo, portanto, racionalmente admissível (não ferir a razão), e consenso
universal, isto é, ser revelado em vários lugares, por diversas pessoas (médiuns e Espíritos),
não ser fruto do pensamento de uma época ou de uma cultura.
EPÍFISE
A Glândula Pineal (epífise neural) ou Corpo Pineal, é uma glândula endócrina de
tamanho pequeno localizado na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo, ou seja, na
parte central do cérebro humano. “Em todos os vertebrados, a glândula pineal, corpo pineal
ou epífise, origina-se embriologicamente de um divertículo ependimário no teclo do III ven-
trículo, entre as comissuras posterior e habenular”. 81 Tem a “forma de uma pinha”, e é pouco
conhecida pela Ciência, embora desde Galeno (130 a 201 A.C.) e na antiguidade grega já
fosse descrita. Os neurologistas situam-na à frente do Cerebelo, acima dos Tubérculos Qua-
drigêmeos e por baixo do Corpo Caloso. As funções do Corpo Pineal são desconhecidas, po-
rém, a verificação de casos de puberdade precoce (macrogenitossomia) e de tumor da Epífi-
se levou os cientistas a concluírem que a glândula tem papel importante no controle sexual
no período infantil. Sua funcionalidade parece também estar ligada ao sono, produzindo
maior quantidade de melatonina durante a noite. Já durante a claridade da luz do dia é pro-
duzida uma quantidade menor deste hormônio.
Com essa pequena introdução podemos passar ao estudo do que André Luiz nos
revela, traduzindo a palavra do Instrutor Alexandre, a respeito da Epífise em seu livro
Missionários da Luz, recebido mediunicamente por Francisco Cândido Xavier.
A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos
maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a
criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões
vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.
Enquanto o nosso companheiro se aproveitava da organização mediúnica, vali-
me das forças magnéticas que o instrutor me fornecera, para fixar a máxima
atenção no médium. Quanto mais lhe notava as singularidades do cérebro, mais
admirava a luz crescente que a epífise deixava perceber.
A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante e, em derredor, seus
raios formavam um lótus de pétalas sublimes. Sobre o núcleo semelhante agora
a flor resplandecente, caía luzes suaves, de Mais Alto, reconhecendo eu que ali
se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis para mim.
Segundo os orientadores clássicos, circunscreviam–se suas atribuições ao con-
trole sexual no período infantil. Não passava de velador dos instintos, até que
as rodas da experiência sexual pudessem deslizar com regularidade, pelos ca-
minhos da vida humana. Depois, decrescia em força, relaxava-se, quase desa-
parecia, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia ple-
na. Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições – prosseguiu ele. –
É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberda-

80 Santos, Theobaldo Miranda. Manual de Filosofia, Cap.11.


81 Machado, A. Neuroanatomia Funcional, págs. 57 (item 5.0) e 238 (item 2.1.1).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 172
de, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avan-
çado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre.
Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada
expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da
Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na sequência de lutas,
pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades
criadoras de que a criatura se acha investida. As glândulas genitais segregam os
hormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso exprimir assim, segrega
“hormônios psíquicos” ou “unidades-força” que vão atuar, de maneira positiva,
nas energias geradoras.
Limitemo-nos ao assunto inicial e analisemos a epífise, como glândula da vida
espiritual do homem.
Segregando delicadas energias psíquicas – prosseguiu ele –, a glândula pineal
conserva ascendência em todo o sistema endocrínico. Ligada à mente, através
de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não
pode identificar, comanda as forças subconscientes82 sob a determinação direta
da vontade. Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição na
experiência sexual é básica e absoluta. De modo geral, todos nós, agora ou no
pretérito, viciamos esse foco sagrado de forças criadoras, transformando-o num
ímã relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal. Do lastimável
menosprezo a esse potencial sagrado, decorrem os dolorosos fenômenos da he-
reditariedade fisiológica, que deveria constituir, invariavelmente, um quadro de
aquisições abençoadas e puras. À vontade desequilibrada desregula o foco de
nossas possibilidades criadoras. Centros vitais desequilibrados obrigarão a al-
ma à permanência nas situações de desequilíbrio.
Segregando “unidades-força” – continuou –, pode ser comparada a poderosa
usina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação,
refinamento e benefício da personalidade e não relaxada em gasto excessivo do
suprimento psíquico, nas emoções de baixa classe. Refocilar-se no charco das
sensações inferiores, à maneira dos suínos, é retê-la nas correntes tóxicas dos
desvarios de natureza animal, e, na despesa excessiva de energias sutis, muito
dificilmente consegue o homem levantar-se do mergulho terrível nas sombras,
mergulho que se prolonga, além da morte corporal.
Contra os perigos possíveis, na excessiva acumulação de forças nervosas, como
são chamadas às secreções elétricas da epífise, aconselharam aos moços de
todos os países o uso do remo, da bola, do salto, da barra, das corridas a pé. A
medida, embora satisfaça em parte, é, contudo, incompleta e defeituosa.
Incontestavelmente, a ginástica e o exercício controlados são fatores valiosos
de saúde; a competição esportiva honesta é fundamento precioso de
socialização; no entanto, podem circunscrever-se a meras providências, em
benefício dos ossos, e, por vezes, degenera-se em elástico das paixões menos
dignas. O homem vive esquecido de que Jesus ensinou a virtude como esporte
da alma, e nem sempre se recorda de que, no problema do aprimoramento
interior, não se trata de retificar a sombra da substância e sim a substância em
si mesma. (Ibidem, 15, 16, 17 e 18)

82 O termo subconsciência ou subconsciente (literalmente, “abaixo da consciência”). Apesar de ser um termo pouco
usado na terminologia científica, é muito difundido na cultura popular (O Ser Subconsciente de Gustave Geley), onde é
utilizado ora como sinônimo de “inconsciente” ou de “pré-consciente” (termos da teoria psicanalítica), ora, quando não
se deseja fazer referência à obra de Sigmund Freud, para indicar de maneira geral todo o conteúdo da mente que não é
acessível à consciência. Em sentido amplo, o subconsciente é, assim, a parte da mente não diretamente acessível ao
indivíduo, mas alcançável através de técnicas diversas como a hipnose, a psicoterapia, as mensagens subliminares etc.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 173

CENTROS DE FORÇAS
No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel
mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana
intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É
nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande
maioria deles, a potência divina dorme embrionária. (Ibidem, 13).
Estamos imersos num mar de fluidos, derivados do Fluido Cósmico Universal, e
absorvendo e metabolizando o Fluido Vital, que por si só, separado da matéria, que animali-
za, não tem existência. Essa absorção que se da automaticamente é feita pelos denominados
Centros de Força ou Chakras83, “pontos existentes no corpo espiritual em conexão perma-
nente com os plexos (rede ou interconexão de nervos e vasos sanguíneos ou de vasos linfáti-
cos), dos quais flui energia em constante intercâmbio de um para outro. Temos, assim, a
energia se movimentando dentro dos centros de força em comunhão constante com os ple-
xos, produzindo diferentes estados mentais. Temos esses pontos em diversas partes do cor-
po, cada centro correspondendo a um órgão específico do corpo e a um aspecto de nossa vi-
da, desde o instinto básico de sobrevivência até a mais alta frequência de consciência. Na vi-
são orientalista, esses centros de força são considerados e muitas vezes chamados de ‘lótus’
(flor com muitas pétalas), roda (cakra) ou mesmo ‘centros’, que constituem a sede dos ele-
mentos do corpo”.84
André Luiz, no livro Entre a Terra e o Céu, refere-se a denominação Centros de
Força para designar esses centros perispirituais. O instrutor Clarêncio, estudando a fisiologia
do perispírito explica a André Luiz a existência dos Centros de Força e os apresenta em
número de sete principais.
Centro Coronário: Expressão máxima do veículo perispiritual, considerado pela
filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em
razão do seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a
mente, fulgurante sede da consciência. Esse centro recebe em primeiro lugar os
estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando, todavia, com eles em
justo regime de interdependência. Dele emanam as energias de sustentação do
sistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação das
células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos
indispensáveis á estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador das
energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior, capazes de favorecer a
sublimação da alma. Relaciona-se materialmente com a Epífise. (p. 72)
Centro Cerebral: Também denominado Frontal, responsável direto pelo funciona-
mento dos centros superiores do processo intelectivo, bem como do sistema ner-
voso central (visão, audição, tato, etc.). é no Centro Cerebral que possuímos o co-
mando do núcleo endócrino, referentes aos poderes psíquicos. Relaciona-se com
os lobos Frontais.
Centro Laríngeo: Que preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades do
Timo, da Tireoide e das Paratireoides. Está relacionado materialmente com o
plexo cervical.
Centro Cardíaco: Que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral, bem
como é o responsável pelo funcionamento do coração e do aparelho circulatório.
Relaciona-se com o plexo cardíaco.

83 Releia Novamente a 7a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO (p. 47).


84 Marques, L. A. Compêndio de Religiões e Espiritualidades, p. 76.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 174
Centro Esplênico: Que no corpo denso está diretamente relacionado com o plexo
mesentérico e o baço, regulando a distribuição e a circulação adequada dos re-
cursos vitais, da formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue.
Centro Gástrico: Responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo, pela as-
similação de elementos nutritivos e reposição de fluidos em nossa organização
física. Está situado na mesma posição do plexo solar.
Centro Genésico: Também denominado Centro de Força Básico ou
Fundamental, responsável pelos órgãos da reprodução e das emoções sexuais,
relacionando-se materialmente com o plexo hipogástrico.
Não podemos olvidar, porém, que o nosso veículo sutil, tanto quanto o corpo
de carne, é criação mental no caminho evolutivo, tecido com recursos tomados
transitoriamente por nós mesmos aos celeiros do Universo, vaso de que nos
utilizamos para ambientar em nossa individualidade eterna a divina luz da
sublimação, com que nos cabe demandar as esferas do Espírito Puro. Tudo é
trabalho da mente no espaço e no tempo, a valer-se de milhares de formas, a fim de
purificar-se e santificar-se para a Glóri a Divina. (ETC, p. 73).
O Fluido Cósmico Universal é absorvido e metabolizado em Fluido Vital,
circulando por esses diversos Centros de Força, canalizando de acordo com o padrão
vibratório de cada um, irradiando-se em torno de seu possuidor com suas características
particulares, formando o denominado hálito mental ou aura psíquica, A estimulação de um
determinado Centro de Força poderá compensar ou descarregar um outro. Daí a denominada
sublimação de certas energias que, quando bem canalizadas, poderão suprir a falta de
estímulo em um ou em outro Centro de Força.85
Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia
de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escravi-
za aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste.
(ETC, p.73).
RESUMO
As formas de conhecimento, segundo a filosofia são:
Conhecimento Empírico (vulgar ou senso comum), Conhecimento Filosófico,
Conhecimento Científico e o Conhecimento Revelado ou Teológico.
A Doutrina Espírita submete o conhecimento revelado a duas formas de compro-
vações; 1) não contrariar as leis da natureza (não ferir a razão) e 2) Consenso Universal. A
Razão não constitui objetos, mas tem uma função reguladora das ações humanas.
A Epífise ou Glândula Pineal é pouco conhecida pela Ciência, embora já tenha
sido descrita desde a antiguidade grega. Segundo o conhecimento científico não passaria de
glândula controladora do sexo no período infantil.
A revelação espiritual informa ser a Epífise a glândula da vida mental.
Preside os fenômenos nervosos da emotividade, segregando “unidades-força” que
atuam, de maneira positiva, nas energias geradoras.
Segrega delicadas energias psíquicas, conserva ascendência em todo o sistema
endocrínico, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade e
controla o mundo emotivo.

85 Releia Novamente a 8a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO (p. 52).


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 175
A Epífise desempenha o papel mais importante em qualquer modalidade de
exercício mediúnico. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o
poder de emissão e recepção de raios peculiares á esfera espiritual.
Os principais Centros de força do perispírito são em número de sete.
1) Coronário – representa a expressão máxima dentre eles, embora exista um justo
regime de interdependência entre todos. Está ligado diretamente com a mente.
2) Frontal – responsável pelos centros superiores do processo intelectivo.
3) Laríngeo – preside os fenômenos vocais.
4) Cardíaco – sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral da criatura.
5) Esplênico – regula a distribuição e circulação dos recursos vitais bem como a
formação e reposição das defesas orgânicas.
6) Gástrico – responsável pela assimilação de elementos nutritivos e reposição dos
fluidos no organismo físico.
7) Genésico – encarregado dos órgãos de reprodução e pelas emoções daí advindas.
O fluido cósmico universal depois de absorvido e metabolizado em fluido vital,
circula por esses Centros de Força e irradia-se ao derredor do seu possuidor formando a aura
psíquica.

Bibliografia:
Francisco Cândido Xavier – Missionários da Luz; Caps. 1 e 2 e Entre a Terra e o Céu, Cap. 20;
Mecanismos da Mediunidade, Cap. 10 (item Corrente Mental Humana) e Evolução Em Dois
Mundos, Cap. 2.
Gustave Geley – O Ser Subconsciente, 2o. Capítulo, item IX.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
A Epífise. Os Centros De Força.
(ML, Cap. 2). (ETC, Cap. 20).
Grupo 3 Grupo 4
Corrente Mental Humana. Corpo Espiritual.
(MM, Cap. 10). (EDM, Cap. 2).

24a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


PERIGOS E PERDA DA MEDIUNIDADE COMBATE A OBSESSÃO.
O tratamento da obsessão, de uma forma geral, não prescinde do interesse do
obsidiado ou de pessoas a ele ligadas. Isto equivale dizer que ha necessidade do próprio
interessado ou das pessoas que o rodeiam, buscar efetivamente os meios e recursos
necessários à debelação do mal. Como o processo sempre tem raízes espirituais, um dos
primeiros cuidados é no sentido de que haja um entendimento sobre o que está ocorrendo
para que medidas acauteladoras e certas sejam tomadas.
O tratamento deve ser feito por um grupo de médiuns e nunca por um,
isoladamente, e o recinto de preferência deve ser o de um Centro Espírita, ou outro local
especializado, como por exemplo, o de um Sanatório Espírita.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 176
A reunião, para tratamento desses casos, também deve guardar características de
especialidade, a fim de que os esforços e o trabalho em comum sejam orientados tão
somente em um só sentido.
A prática de leituras sadias, instrutivas, moralizantes; a frequência a reuniões de
esclarecimento doutrinário; o tratamento através de passes; a realização frequente de preces
e de meditação sobre assuntos de interesse espiritual, são recursos necessários a serem
movimentados pelo interessado e pelos elementos a ele ligados.
Há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos
serviços de liberação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede
das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e
desejos, sediado no tórax, e o centro mental, mais importante por excelência,
situado no cérebro. (OVE, p. 116).
O ambiente do lar do assistido deve receber uma atenção especial. Os familiares
devem fazer tudo que estiver ao alcance para tornarem-no favorável à recuperação. O
Evangelho no Lar é uma prática indispensável, porque propicia ao recinto doméstico o enri-
quecimento de elementos fluídicos e a sintonia das almas em torno dos sagrados ensinos do
Mestre Jesus.
Como o processo obsessivo quase sempre tem raízes profundas, as melhoras são
muito relativas em termos de nosso tempo. Algumas vezes, não notando sinais externos de
melhora, devido a pressa, achando que tudo deve ser feito rapidamente, abandonam o
tratamento, caindo na descrença ou procuram outros recursos que julgam ser mais eficientes
e rápidos. A perseverança é necessária para seguir com paciência o tratamento e a certeza de
que a Bondade Divina atende a todos mediante o merecimento de cada um.
Além do passe e do esclarecimento do assistido, um dos recursos heroicos no
combate à obsessão é a chamada sessão de desobsessão, ou seja, onde é possível orientar e
esclarecer o Espírito “obsessor”. Um grupo de médiuns seguros, sob a tutela de um
orientador que possua autoridade moral para dirigir-se aos Espíritos obsessores, conhecedor
do assunto, com facilidade para a orientação e que use sempre de bondade, age procurando
orientar, ensinar, esclarecer o obsessor quanto aos males que está praticando.
Reconhecendo que a vítima de hoje foi o verdugo de ontem e que a lei do perdão
liberta o que perdoa, mas não livra o algoz do pagamento de suas dívidas, compreendemos
que a Lei é sabia e justa.
As reuniões de orientação e desobsessão na Casa Espírita, devem ser feitas com
um extremo critério de preparo dos Médiuns e Orientadores. O assistido NUNCA deve estar
presente na sala onde será feito a orientação ao desencarnado, indo para casa após a palestra
e o passe e se possível ficar em preces, leituras ou meditação para auxiliar o trabalho de
Orientação Espiritual ao desencarnado.
Orientado o desencarnado, o assistido deve ser esclarecido quanto a necessidade
de modificação das suas atitudes perante a vida, mormente no que diz respeito à vida moral,
a fim de não ser vítima de novas obsessões. Somente a persistência no bem possibilita que
nos livremos dos maus.

Consultar: Encontro Marcado, Cap. 56 e Pão Nosso, Cap. 175 de Francisco Cindido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 177

Hora de Exercitar 15!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 22a. Sessão Teórica,
22a. Sessão de Exercício Prático e 23a. Sessão Teórica.
A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
1. ( ) Observando o Perisperma que envolve o gérmen de um fruto foi que Allan Kar-
dec, descobriu e deu o nome de perispírito ao mediador fluídico entre a alma e
o corpo.
2. ( ) Obsessão é um constrangimento imposto pelos Espíritos inferiores a um médium,
dominando-lhe a vontade.
3. ( ) Nem todos os médiuns estão sujeitos à obsessão.
4. ( ) A assimilação das correntes mentais se dá pela irradiação ou exteriorização perispi-
rítica do médium, que assim pode ser influenciado pelo campo vibratório de Espíri-
tos desencarnados afins.
B) Assinale as Alternativas INCORRETAS.
5. A formação do perispírito esta ligada ao seguinte:
a) ( ) é um produto do Fluido Cósmico Universal;
b) ( ) é uma matéria em estado igual ao do corpo físico;
c) ( ) é uma condensação do fluido cósmico universal em torno da Alma;
d) ( ) é constituído de fluidos mais ou menos puros conforme a elevação do Espírito;
e) ( ) é composto de um fluido sem qualidades etéreas;
f) ( ) é constituído de elementos fluídicos do mundo onde se encontra o Espírito;
g) ( ) é extraído de um meio diferente daquele onde se encontra o Espírito;
h) ( ) sua constituição íntima é igual em todos os Espíritos;
i) ( ) modifica-se com o progresso moral que o Espírito realiza.
6. São sinais de um processo de Obsessão do Médium:
a) ( ) sensibilizar-se ante as críticas das comunicações que recebe;
b) ( ) insistência de um Espírito em comunicar-se;
c) ( ) ilusão quanto à falsidade e o ridículo das comunicações;
d) ( ) acreditar na infalibilidade dos Espíritos;
e) ( ) aceitação de elogios feitos pelos Espíritos;
f) ( ) todas as alternativas devem ser marcadas;
g) ( ) apenas a alternativa (a) deve ser marcada.
C) Assinale as Alternativas CORRETAS.
7. O Perispírito possuí propriedades importantes, tais como:
a) ( ) Une-se molécula a molécula ao organismo;
b) ( ) pode expandir-se e permitir a relação do Espírito encarnado com os desencarnados;
c) ( ) assimila com facilidade os fluidos espirituais;
d) ( ) transmite ao corpo os fluidos que absorve;
e) ( ) absorvendo maus fluidos para o corpo ocorre desordens orgânicas;
f) ( ) pode irradiar e expandir-se, confundindo-se com os fluidos Espirituais;
g) ( ) apenas duas alternativas estão erradas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 178
D) Médium poderá perder a sua faculdade MEDIÚNICA.
a) ( ) para evitar a ação perniciosa de obsessores;
b) ( ) pela inveja de pessoas maldosas:
c) ( ) quando perturbada e cria prejuízos e ilusão a criaturas necessitadas;
d) ( ) por ordem do d i r i gente da sessão onde trabalha;
e) ( ) como benefício e caridade dos mentores;
f) ( ) pelos obstáculos que oponha às comunicações;
g) ( ) temporária ou definitivamente conforme sua condição moral;
h) ( ) pela dúvida que alimenta com respeito aos sintomas mediúnicos.
E) Preencha as lacunas com as palavras correspondentes.
9. Nos médiuns a obsessão pode iniciar pela sua forma ________________, evoluir para a
________________ e chegar até ________________ ou domínio completo do
________________.
10. Na obsessão o fator principal para a solução desse processo é a ________________
espiritual do ________________.
11. A psicofonia ou ________________ caracteriza-se pelo ________________ mediúnico
que é um entrosamento das ________________ mentais e ________________ do médium
com as do ________________ comunicante.
12. Numere as colunas da direita, de acordo com a sua representatividade.
(1) Começos ( ) Esoterismo ( ) Rig-Veda

(2) Carne Sutil Da Alma ( ) Coríntios ( ) Corpo Aeriforme

(3) Nephesh ( ) Egito ( ) Paulo (apóstolo)

(4) Paracelso ( ) Pitágoras ( ) Confúcio

(5) Escola Néo-Platonica ( ) Corpo luminoso ( ) Astroide

(6) Corpo Espiritual ( ) Corpo Astral ( ) Evestrum

(7) Sistemas Hermético-Secretistas ( ) Substância Mista ( ) Livro dos Vedas

(8) Ochema ( ) Filósofo grego ( ) Tradicionalismo Chinês

(9) Linga Sharira ( ) Judeu ( ) Alexandria

(10) China ( ) Kha ( ) Khi


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 179
13. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.
(1) Bicorporeidade ( ) modificação molecular do perispírito, tor-
nando-se momentaneamente visível e vaporoso.
(2) Perispírito e Comunicação Mediúnica ( ) ovóide.
( ) irradiação do perispírito em torno do corpo,
(3) Alteração Perispiritual podendo este assumir outra aparência.
( ) aparição do perispírito condensado e tan-
(4) Transfiguração gível fora do corpo físico.
( ) ligação fluídica do Espírito ao gérmen.
(5) Aparições ( ) obsessão simples,
( ) atmosfera f1uídico-espiritual necessária à
(6) União Espírito e Corpo Físico
transmissão do pensamento.
( ) modificação perispiritual por ação de Es-
píritos inferiores e inteligentes.
( ) traço de união entre o Espírito e a matéria.
14. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.
( ) intérprete da ideia do Espírito.
( ) inconsciente da mensagem, mas não do fenômeno.
(A) Médium Semiconsciente
( ) pode interferir na comunicação.
( ) transmissão falada da mensagem do Espírito.
( ) semi-exteriorizaçao perispirítica.
( ) é raro; e, a mensagem, pode parecer ao médium como
(B) Incorporação Mediúnica
um sonho vago, impreciso.
( ) o comunicante se entrosa com as irradiações perispi-
ríticas do médium.
( ) se necessário poderá tomar imediato controle do corpo.
(C) Médium Inconsciente ( ) psicofonia.
( ) exteriorização perispiritual total do médium.
( ) poderá auxiliar o comunicante ou afastar se.
( ) após o transe poderá ter uma lembrança vaga do que
(D) Médium Consciente ocorreu.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 180

Hora de Exercitar 16!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 23a. Sessão de Exercício Prático,
24a. Sessão Teórica e 24a. Sessão de Exercício Prático.
A) Jogo da Palavra Chave – Hipogástrico.
H
1 I
2 P
3 O
4 G
5 Á
6 S
7 T
8 R
9 I
10 C
11 O
1) Plexo com o qual se relaciona materialmente o Centro Laríngeo.

2) Glândula da vida mental, segundo o instrutor Alexandre.

3) Centro de força do qual se originam as energias sustentadoras do sistema nervoso; ló-


tus de mil pétalas dos hindus.

4) Centro de força que preside os fenômenos vocais.

5) Centro responsável pelo processo intelectivo e pelo sistema nervoso central.

6) Centro responsável pelos órgãos de reprodução e das emoções.

7) Centro responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo.

8) Sinônimo do Centro Cerebral.

9) Centro regulador de distribuição e circulação dos recursos vitais através do sangue.

10) Centro que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral.

11) Plexo localizado na posição que corresponde ao Centro Gástrico no perispírito.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 181
B) Assinale as Alternativas CORRETAS.
12. A glândula pineal, epífise ou corpo pineal tem as seguintes funções:
a) ( ) o controle do sexo no período infantil;
b) ( ) preside os fenômenos nervosos da emotividade;
c) ( ) segrega “hormônios psíquicos” que atuam positivamente nas energias geradoras;
d) ( ) controla o sistema endocrínico através de energias espirituais sutis;
e) ( ) controla o mundo emotivo com ligação absoluta com a experiência sexual;
f) ( ) comanda as forças subconscientes através de princípios eletromagnéticos do
campo vital;
g) ( ) tem importância fundamental no exercício mediúnico de qualquer modalidade;
h) ( ) todas as alternativas estão corretas;
i) ( ) somente as alternativas 2 e 3 estão erradas.
13. A vontade desequilibrada e o menosprezo aos sagrados potenciais da epífise GERAM:
a)( ) as dolorosas influências obsessivas;
b)( ) os estados patológicos de idiotia e do cretinismo;
c)( ) os fenômenos dolorosos da hereditariedade fisiológica;
d)( ) a esquizofrenia, a histeria e a alucinação;
e)( ) a permanência da alma em situações de desequilíbrio.
14. Para a manutenção do equilíbrio das forças nervosas geradas pela epífise, o instrutor
Alexandre aconselha aos ouvintes as seguintes medidas:
a)( ) a ginástica e o esporte como meios principais;
b)( ) a ginástica e o esporte como recursos relativos e de socialização;
c)( ) o exercício da virtude como esporte da alma;
d)( ) o exercício mediúnico desde a infância;
e)( ) a satisfação das emoções para evitar traumas nervosos.
C) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
15. Para que o tratamento da obsessão tenha efeito positivo, são necessárias as seguintes
condições:
a) ( ) que haja um entendimento do que seja processo obsessivo;
b) ( ) a demora dos resultados justificará a atitude de descrença e abandono do trata-
mento pelo obsidiado;
c) ( ) a prática de leituras instrutivas e moralizantes pelo obsidiado e familiares;
d) ( ) frequência do obsediado a reuniões de esclarecimento doutrinário e de passes;
e) ( ) realização habitual de preces espontâneas e meditação sobre assuntos de inte-
resse espiritual;
f) ( ) cuidado especial com o ambiente familiar e realização do Evangelho no Lar.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 182
16. Uma sessão de desobsessão:
a) ( ) é uma reunião de médiuns seguros sob a tutela de orientador com autoridade
moral e conhecedor do assunto;
b) ( ) deve dar condições de diálogo com o Espírito obsessor, com ausência do obsi -
diado, esclarecendo-o com bondade o mal que prática e a necessidade do perdão;
c) ( ) não necessita de preparo moral e doutrinário dos médiuns. Basta o desejo de
servir, pois a fé remove montanhas.

17. Numere a 2a. Coluna de acordo com a 1a.


( ) ausência de autoanalise e suscetibilidade,
( ) é de fácil diagnóstico.
A) Obsessão Simples
( ) o obsessor imiscui-se na vida do obsidiado com su-
gestões extravagantes.
B) Fascinação ( ) forma de mais difícil tratamento.
( ) facilmente identificável com critério e autoanálise.
C) Possessão ou Subjugação ( ) domínio total do obsessor sobre o obsediado.
( ) o obsessor se impõe ao obsediado sutilmente.
( ) o comportamento cristão do obsediado anulará a ação
do obsessor.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 183
25a. SESSÃO TEÓRICA
O SONO E OS SONHOS. EXTERIORIZAÇÃO DO SER HUMANO.
TELEPATIA. DESDOBRAMENTO. OS FANTASMAS DOS VIVOS;
DESDOBRAMENTO MEDIÚNICO.
O SONO E OS SONHOS
Ainda que, durante a vida, o espírito se encontre preso ao corpo pelo perispíri-
to, ele não se acha tão escravizado que não possa alongar sua corrente e trans-
portar-se para longe, seja sobre a Terra, seja sobre qualquer ponto do espaço. É
com desgosto que o espírito está ligado ao seu corpo, porque sua vida normal é
a liberdade, enquanto que a vida corpórea é a do servo preso à gleba de terra.
O espírito, portanto, sente-se feliz em deixar o corpo, como o pássaro em sair
da gaiola, ele aproveita todas as ocasiões para se libertar dele, fazendo uso de
todos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação.
Ocorre, então, o fenômeno designado sob o nome de emancipação da alma, que
acontece sempre durante o sono: todas as vezes que o corpo repousa e que os
sentidos ficam inativos, o espírito se desprende. (GE, 14:23).
O Espírito encarnado aspira incessantemente à libertação, e quanto mais
grosseiro é o envoltório, mais deseja ver-se desembaraçado.
(...) o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao
corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o
espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
Esta liberdade temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos. Sabeis
que, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que no
estado de vigília. Tem a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro;
adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros Espíritos,
seja deste mundo, seja de outro.
Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o
mundo dos Espíritos, e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam,
sem muita repulsa, em encarnar-se entre vós. Deus quis que, durante o seu con-
tato com o vício, pudessem eles retemperar-se na fonte do bem, para não fali-
rem, eles que vinham instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu
para o contato com os seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquan-
to esperam o grande livramento, a libertação final, que deve restituí-los ao seu
verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas obser-
vai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vis-
tes, ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu
desenvolvimento; frequentemente não vos resta mais do que a lembrança da
perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a
lembrança do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem is-
to, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os mais
sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos também se servem dos so-
nhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.
Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais
independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de
clarividência indefinida, que se estende aos lugares, os mais distantes ou que
jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a
lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência
presente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentes
ao que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 184
do mundo atual, formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não
ter nem senso, nem nexo.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da
lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao
qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos
restantes, sendo reunidos, perderiam toda significação racional.
Os sonhos não são verdadeiros, como entendem os ledores da sorte, pelo que é
absurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeiros
no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito mas que,
frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas
vezes ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim,
algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do
que se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta.
É necessário o sono completo, para a emancipação do Espírito?
-- Não. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem;
ele aproveita, para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo
lhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se
desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre.
A atividade do Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?
-- Sim, porque o Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste.
Ora, da mesma maneira que as sacudidelas do balão abalam o poste, a
atividade do Espírito reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga. (LE,
400 a 412) (Itálicos constantes no livro).
Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente aparentada com a ani-
malidade primitivista, tem a mente como que voltada para si mesma, em qual-
quer expressão de descanso, tomando o sono para claustro remansoso das im-
pressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmen-
te o objeto de seus caprichos.
Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens com
que se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imi-
tando alguém que improvisasse miragens, na antecipação de acontecimentos
que aspira a concretizar.
Atreita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justa-
posta ao veículo físico, como acontece ao condutor que repousa ao pé do carro
que dirige, entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios im-
pulsos afetivos, enquanto a máquina se refaz.
Ensimesmada, a alma, usando os recursos da visão profunda, localizada nos
fulcros do diencéfalo, e, plenamente desacolchetada do corpo carnal, por tem-
porário desnervamento, não apenas se retempera nas telas mentais com que
preliba satisfações distantes, mas experimenta de igual modo o resultado dos
próprios abusos, suportando o desconforto das vísceras injuriadas por ele mes-
mo ou a inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presença
de remorsos constrangedores, à face dos atos reprováveis que pratica, porquan-
to ninguém se livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo. (MM,
Cap. 21 – No Sono Natural).
E referindo-se ao “Sono e Sonho”, André Luiz esclarece:
Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de evolução positiva-
mente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é
quase que absoluto estágio de mero refazimento físico.
No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forças
fragmentárias, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas. No segundo,
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 185
em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito
tempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.
Nesse estágio evolutivo, permanecem milhões de pessoas - representando a fai-
xa de evolução mediana da Humanidade – rendendo-se, cada dia, ao impositivo
do sono ou hipnose natural de refazimento, em que se desdobram, mecanica-
mente, entrando, fora do indumento carnal, em sintonia com as entidades que
se lhes revelam afins, tanto na ação construtiva do bem, quanto na ação deleté-
ria do mal, entretecendo-se-lhes o caminho da experiência que lhes é necessária
à sublimação no porvir. (Ibidem – Sono e Sonho).
EXTERIORIZAÇÃO DO SER HUMANO
O sono, em verdade, outra coisa não é que a evasão da alma da prisão do corpo.
No sono ordinário o ser psíquico se afasta pouco; não readquire senão em parte
a sua independência, e quase sempre fica intimamente ligado ao corpo. No
sono provocado, o desprendimento atinge todas as gradações. Sob a influência
magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco a
pouco. Quanto mais profunda é a hipnose, o transe, mais se desprende e se
eleva a alma. Sua lucidez aumenta, sua penetração se intensifica, o círculo de
suas percepções se dilata. Ao mesmo tempo as zonas obscuras, as regiões
ocultas do “eu” se ampliam, se esclarecem e entram em vibração: todas as
aquisições do passado ressurgem. As faculdades psíquicas – vista a distância,
audição, adivinhação – entram em atividade.
Com os estados superiores da hipnose chegamos aos últimos confins, aos
extremos limites da vida física. O ser já vive então da vida do espírito e utiliza
as suas capacidades. Mais um grau, e o laço fluídico que liga a alma ao corpo
se despedaçaria. Seria a separação definitiva, absoluta – a morte.
Vamos indicar alguns dentre os fatos à vista dos quais se pode estabelecer que
a alma tem uma existência própria, independente do corpo, e possui um
conjunto de faculdades que se exercem sem o concurso dos sentidos físicos.
Em primeiro lugar, durante o sono normal quando o corpo descansa e os
sentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê e
ouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer
distância. No sonho sucedem-se imagens, desenrolam-se quadros, ouvem-se
vozes, travam-se conversações com diversas pessoas. O ser fluídico se desloca,
viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas, ora incoerentes,
ora definidas e claras, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos
materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo. Em certos
casos, a visão psíquica durante o sono caracteriza-se por uma nitidez e exatidão
idênticas às da percepção física no estado de vigília. (NI, 2 Parte, Cap. XII).
TELEPATIA
A ação da alma, a distância, sem o concurso dos sentidos, se revela mesmo no
estado de vigília, nos fenômenos da transmissão de pensamento e da telepatia.
Sabemos que cada ser humano possui um dinamismo próprio, um estado
vibratório que varia ao infinito, conforme os indivíduos, e os torna aptos a
produzir nos outros e perceberem eles próprios sensações psíquicas
extremamente variadas.
As vibrações de nosso pensamento, projetadas com intensidade volitiva, se
propagam ao longe e podem influenciar organismos em afinidade com o nosso,
e depois, suscitando uma espécie de ricochete, voltar ao ponto de emissão.
Assim, duas almas, vinculadas pelas ondulações de um mesmo ritmo psíquico,
podem sentir e vibrar em uníssono.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 186
Para praticar a telepatia são necessárias duas condições: de um lado, no
operador, a concentração e a exteriorização do pensamento. Para agir
mentalmente, a distância, é preciso recolher-se e dirigir com persistência o
pensamento ao alvo predeterminado. Provoca-se, assim, um desprendimento
parcial do ser psíquico e origina-se uma corrente de vibrações que nos põe em
relação com o nosso correspondente. Neste se requer, por sua parte, um grau
suficiente de sensibilidade.
Uma vez fixado o pensamento e estabelecida a corrente vibratória, torna-se
possível a comunicação. Chegamos a corresponder-nos telepaticamente, não só
com os nossos amigos terrestres, mas também com os do Espaço, porque a lei
das correspondências é a mesma nos dois casos. (Idem).
DESDOBRAMENTO – OS FANTASMAS DOS VIVOS
Às vezes, durante o sono ou na vigília, a alma se exterioriza, se objetiva em sua
forma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos.
Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos.
Os fantasmas dos vivos atuam sobre a matéria; abrem e fecham portas, agitam
campainhas, fazem ouvir acordes em pianos fechados.
Impressionam animais domésticos, deixam sinais de mãos e dedos na poeira
dos móveis e, às vezes, mesmo comunicações escritas, que permanecem como
uma irrecusável prova de sua passagem.
Os desdobramentos dos vivos têm sido comprovados em todos os tempos. De-
les relata a História numerosos casos, firmados em valiosos testemunhos.
A mística cristã registra, como fatos miraculosos, casos de bilocação ou bicor-
poreidade, em que facilmente reconhecemos fenômenos de exteriorização.
Santo Afonso de Liguóri foi canonizado por se ter mostrado simultaneamente
em dois lugares diferentes. Achando-se adormecido em Arienzo, pôde assistir à
morte do papa Clemente XIV, em Roma, e anunciou, ao despertar, que, acaba-
va de ser testemunha desse acontecimento. O caso de
Santo Antônio de Pádua é célebre. Estando em Pádua a pregar, interrompeu-se
de repente, em meio do sermão, e adormeceu. Nesse mesmo instante, em Lis-
boa, seu pai, acusado falsamente de homicídio, era conduzido ao suplício. San-
to Antônio aparece, demonstra a inocência de seu pai e faz conhecer o verda-
deiro culpado. (Idem).
Clássico no Espiritualismo moderno, é o caso de Émile Sagée, citado por
Alexandre Aksakof, em seu livro Animismo e Espiritismo.
Em 1845, Emile Sagée, de Dijon, França, era professora no Colégio de Neu-
weleke, na Livônia, Rússia; o colégio era uma instituição para moças nobres e contava com
quarenta e duas internas.
Poucas semanas depois de sua entrada na casa, singulares boatos começaram a
correr a seu respeito entre as alunas. Quando uma dizia tê-la visto em tal parte
do estabelecimento, frequentemente outra assegurava tê-la encontrado em outra
parte, na mesma ocasião, dizendo: “Isso não; não é possível, pois acabo de
passar por ela na escada”, ou antes, garantia tê-la visto em algum corredor
afastado. Acreditou-se a princípio em algum equívoco (…)
Certo dia em que Emília Sagée dava uma lição a treze dessas meninas, entre as
quais a jovem Güldenstubbe, e que, para melhor fazer compreender a sua
demonstração, escrevia a passagem a explicar no quadro-negro, as alunas viram
de repente, com grande terror, duas jovens Sagée, uma ao lado da outra! Elas se
assemelhavam exatamente e faziam os mesmos gestos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 187
Passaram-se meses e fenômenos semelhantes continuaram a produzir-se. Via-
se de tempos em tempos, ao jantar, o duplo da professora de pé, por trás de sua
cadeira, imitando seus movimentos, enquanto ela jantava, porém sem faca, nem
garfo, nem comida nas mãos. Alunas e criadas de servir à mesa testemunharam
o fato da mesma maneira.
Certo dia todas as alunas, em número de quarenta. e duas, estavam reunidas em
um mesmo aposento e ocupadas em trabalhos de bordado. Era um salão do an-
dar térreo do edifício principal, com quatro grandes janelas, ou antes, quatro
portas envidraçadas que se abriam diretamente para o patamar da escada e con-
duziam ao jardim muito extenso pertencente ao estabelecimento. No centro da
sala havia uma grande mesa diante da qual se reuniam habitualmente as diver-
sas classes para se entregarem a trabalhos de agulha ou outros análogos.
Naquele dia as jovens colegiais estavam todas sentadas diante da mesa, e podi-
am ver perfeitamente o que se passava no jardim; ao mesmo tempo em que tra-
balhavam, viam a jovem Sagée, ocupada em colher flores, nas proximidades da
casa; era uma das suas distrações prediletas. No extremo da mesa, em posição
elevada, conservava-se uma outra professora, incumbida da vigilância e senta-
da numa poltrona de marroquim verde. Em dado momento, essa senhora desa-
pareceu e a poltrona ficou desocupada. Mas foi apenas por pouco tempo, pois
que as meninas viram ali de repente a forma da jovem Sagée. Imediatamente
elas dirigiram a vista para o jardim e viram-na sempre ocupada em colher flo-
res; apenas seus movimentos eram mais lentos e pesados, semelhantes aos de
uma pessoa sonolenta ou exausta de fadiga. De novo dirigiram os olhos para a
poltrona, em que o duplo estava sentado, silencioso e imóvel, mas com tal apa-
rência de realidade que, se não tivessem visto a jovem Sagée e não soubessem
que ela tinha aparecido na poltrona sem ter entrado na sala acreditariam que era
ela em pessoa.
Convictas, no entanto, de que não se tratava de uma pessoa real, e pouco habitua-
das com essas manifestações extraordinárias, duas das mais ousadas alunas se
aproximaram da poltrona, e, tocando na aparição, acreditaram sentir uma certa re -
sistência, comparável à que teria oferecido um leve tecido de musselina ou de cre-
pe. Uma delas chegou mesmo a passar defronte da poltrona e a atravessar na reali-
dade uma parte da forma. Apesar disso, essa durou ainda por certo tempo; depois,
desfez-se gradualmente. Imediatamente notou-se que a jovem Sagée tinha recome-
çado a colheita de suas flores com a vivacidade habitual. As quarenta e duas cole -
giais verificaram o fenômeno da mesma maneira.
Algumas dentre elas perguntaram em seguida à jovem Sagée se, naquela ocasião,
ela tinha experimentado alguma coisa de particular; esta respondeu que apenas se
recordava de ter pensado, diante da poltrona desocupada: “Eu preferiria que a pro-
fessora não se tivesse ido embora; certamente, essas meninas vão perder o tempo e
cometer alguma travessura.
Naturalmente, os pais começaram a experimentar escrúpulo em deixar suas filhas
por mais tempo sob semelhante influência, e muitas alunas, que tinham saído em
férias, não mais voltaram. No fim de dezoito meses, havia apenas doze alunas das
quarenta e duas que eram. Por maior que fosse a repugnância que tivessem com is-
so, foi preciso que os diretores sacrificassem Emília Sagée.
Ao ser despedida, a jovem, desesperada, exclamou, em presença da jovem Júlia
de Güldenstubbe: “Oh! já pela décima nona vez; é duro, muito duro de supor-
tar!” Quando lhe perguntaram o que queria dizer com isso, ela respondeu que
por toda a parte por onde tinha passado – e desde o começo de sua carreira de
professora, na idade de dezesseis anos, tinha estado em dezoito casas antes de
ir a Neuwelcke –, os mesmos fenômenos se tinham produzido, motivando sua
destituição. (Cap. IV – item III).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 188
Outras experiências demonstraram a possibilidade, para certos indivíduos, de se
desdobrarem parcialmente, de materializarem determinadas partes de sua forma fluídica e
produzirem vários fenômenos. Médiuns como Eusapia Paladino86 e Peixotinho87,
provocavam a muitos metros de distância e sem contato físico, a deslocação de corpos
inertes em plena luz e deixavam impressões de seus membros fluídicos em substâncias
moles: argila, parafina ou papel enegrecido ao fumo.
FENÔMENO DE MATERIALIZAÇÃO:
Segundo o Prof. Carlos de Brito Imbassahy, os fenômenos de materialização são pro-
duzidos da seguinte forma:
✔ Primeiramente, o médium principal serve de aparelho para que a equipe espiritual
manipule as energias essenciais ao fenômeno.
✔ Posteriormente, o que observamos, em nossos trabalhos, é que a Entidade a se mate-
rializar, retira do médium ou dele faz expandir um campo que o reveste. Dessa
maneira, vê-se a formação inicial do fulcro do fenômeno sobre o médium.
✔ A seguir:
• as energias (de origem ectoplásmica segundo informam) que enchem o am-
biente precipitam-se sobre aquele fulcro, fazendo com que ele se ilumine, fe-
nômeno semelhante ao de fogos de artifício que se queimam e dão origem a
um modelo que é visto pelos assistentes. Esta é a aparição que Crookes intitu-
lou de luminosa.
• A estereológica (nunca tive ocasião de ter uma completa) transforma a
energia em forma palpável e que reveste o perispírito da Entidade manifestan-
te, tornando-a tangível, auscultáveis e se forma de maneira idêntica, só que,
em vez de provocar luminosidade no campo do Espírito dito materializado,
dá-lhe consistência material.
• Um outro tipo de materialização que pude verificar e da qual Crookes não
faz referência é aquela em que o Espírito nos tange, nos toca, faz-se sentir co-
mo se estivesse materializado, mas, os presentes (encarnados) não conseguem
segurar esse corpo. Nossa sessão comprovou a existência de uma cigana que
se materializava e que bailava ao som das músicas que eram tocadas pela nos-
sa vitrola. Sua saia roçava nos presentes, batia nos móveis, ouvíamos e sentía-
mos tudo como se ali estivesse a bailarina dançando e esbarrando nas pessoas,
só que ninguém conseguia segurar esta saia rodada e encorpada.88

DESDOBRAMENTO MEDIÚNICO
Não devemos confundir médium de desdobramento com médium de transporte.
Médium de Transporte é o de efeitos físicos, que serve de instrumento para que os
Espíritos transportem objetos, flores, etc, do exterior para o interior e vice-versa. 89
86 Eusápia Palladino (1854-1918) médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a
experiências pelos cientistas da época, tais como Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, César Lombroso, Charles
Richet, Enrico Morselli, Pierre Curie, Sir Oliver Lodge e outros.
87 Francisco Peixoto Lins (1905-1966), famoso médium de efeito físico e receituário brasileiro. Apesar de sua
eficiência no receituário mediúnico, foi portador de asma, e compreendia ser essa a sua provação terrena. Apesar dos
sofrimentos, era alegre e brincalháo, e por muitos considerado uma criança grande. Como médium nunca cobrou por
seus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército,
reformado que foi no posto de capitão. Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Allan Kardec, em
todos os Grupos ou Centros por ele fundados. Dedicou-se ao tratamento de casos de obsessão, chegando mesmo a, por
várias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios e
sofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca de servir.
88 https://florescendonooutono.blogspot.com.br/2011/06/peixotinho-o-maior-medium-de-efeitos.html
89 Bozzano, E. Fenômenos de Transporte, Categorias I e II.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 189
Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de des-
prender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual, a fim de
colaborar nos serviços, consolando ou curando.
O médium de desdobramento que deseja aprimorar a sua faculdade e aumentar os
seus recursos, não pode prescindir de condições de ordem moral, tais como: vida honesta,
aspirações elevadas, cultivo de pensamentos elevados, disciplinação da vontade e da con-
centração, cultivo da prece e exercício regular em ambiente equilibrado e propício. Deve
ainda contar com a sustentação vibratória, responsável e consciente dos componentes do
grupo e, em certos casos, o auxílio magnético dos encarnados, primando pela espontaneidade.

RESUMO
Espírito embora preso ao corpo pelo perispírito, alonga a cadeia que o prende e
transporta-se a pontos distantes, quer sobre a Terra, quer no espaço.
Este fenômeno é chamado emancipação da alma, fenômeno que se produz
sempre durante o sono.
Quanto mais grosseiro é o invólucro que prende o Espírito, mais deseja este a
libertação.
Durante o sono afrouxam-se os laços que prendem o Espírito ao corpo e ele se
lança pelo espaço e entra em relação direta com os outros Espíritos. Esta liberdade
temporária do Espírito comprova-se através dos sonhos.
Quando o corpo repousa tem o Espírito mais faculdades que no estado de vigília.
Os Espíritos que não se acham muito ligados is coisas materiais quando dormem,
buscam os seres que lhes são superiores; com eles viajam, conversam e se instruem.
Trabalham mesmo em obras espirituais.
Os Espíritos que se comprazem com as coisas materiais e as paixões do mundo,
esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores ã terra, onde os chamam velhas
afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que tanto se deleitam.
Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo
dos Espíritos. Os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e
pusilânimes.
Os sonhos são efeitos da emancipação da alma; daí uma espécie de clarividência
indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí
também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das
existências anteriores.
Sob a influência magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão
afrouxando pouco a pouco e o desprendimento atinge todas as gradações.
A alma aumenta sua lucidez, sua penetração se intensifica, o círculo de suas
percepções se dilata. O ser já vive então da vida do Espírito e utiliza as suas capacidades.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 190
A ação da alma, a distância, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenos
da transmissão do pensamento e da telepatia.
As vezes, durante o sono ou na vigília a alma se exterioriza, se objetiva em sua
forma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno do “fantasma dos vivos”.
Médium de transporte é o de efeitos físicos que permite aos Espíritos o transporte
de objetos para lugares próximos ou distantes.
Médium de desdobramento é aquele cujo Espírito tem a possibilidade de
desprender-se e excursionar por vários lugares, na terra ou no mundo espiritual.

Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, itens 400 a 418 – A Revista Espírita, dez 1858, jul
l865, Jun 1866.
Léon Denis. No Invisível, 2a. Parte, Cap. XII e XIII – Depois da Morte, Cap. XI.
Francisco Cândido Xavier. Mecanismos da Mediunidade, Cap. XXI – Nos Domínios da
Mediunidade, Cap. XI e XIX.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XV.
César Lombroso. Hipnotismo e Mediunidade, Segunda Parte.
R. A. Ranieri. Materializações Luminosas, Primeira Parte e Terceira Parte.
Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. I.
Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. XII, XIV.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
O Sono e os Sonhos. Telepatia e Exteriorização do Ser Humano.
(LE - Questões 400 a 412). (NI – Segunda Parte XII).
Grupo 3 Grupo 4
Desdobramento Mediúnico Desdobramento: Os Fantasmas dos Vivos.
(NDM - Cap. 11 e EM – Cap. XV) (NI – Segunda Parte XII).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 191
25a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
ORIENTAÇÃO AOS ESPÍRITOS NECESSITADOS.
Os Espíritos ao desencarnarem carregam consigo suas virtudes e seus defeitos,
continuando, na vida espiritual, a serem o que eram quando encarnados, pois que a morte
não tem o condão de transformar a criatura naquilo que ela não é. Assim a grande maioria
dos homens, morrendo para a vida física, adentram o mundo espiritual marcados pelos seus
vícios e condicionamentos materiais.
As religiões tradicionais, cheias de fórmulas e de misticismo, calcadas na
intenção de assustar para converter, em vez de esclarecer para iluminar, iludem o Espírito
que não encontra no além aquilo que esperava. As ideias falsas sobre o céu e o inferno e as
de repouso para esperar o julgamento final o decepcionam frente a realidade do mundo
espiritual, fundamentado na existência da lei de Causa e Efeito.
Cada um se mostra tal como é, não havendo a possibilidade de engodo pela
hipocrisia e pela falsa aparência. A ressonância vibratória marcada no perispírito é traduzida
pela aura psíquica de cada um, que reflete a sua condição espiritual, e também o chamado
peso específico que se fundamenta na elevação dos pensamentos, sentimentos e atos da
criatura.
Quanto mais elevados forem estes, seu perispírito será mais rarefeito, e o
contrário o torna grosseiro e pesado, colocando assim cada habitante do mundo espiritual
em seu merecido e devido lugar.
Os que se encontram em posição de perturbação por falta de esclarecimento
adequado, ou por renitência no mal, ignorantes que são da lei de amor, necessitam ser
orientados, para que em se modificando mentalmente, melhorem de situação espiritual. Por
estarem ainda cheios de condicionamentos materiais, repelem a ação mais direta dos
orientadores desencarnados, necessitando, destarte, um contato cos. os Espíritos ainda
mergulhados nos fluidos densos da matéria, ou seja, os encarnados, o que acontece no
fenômeno mediúnico.
Os desencarnados falam a eles, mas não os atingem. Porém, em contato com um
médium, pelo fato das vibrações serem mais similares, há possibilidade de entendimento.
Daí a orientação visar a modificação da forma de pensar e de agir dos Espíritos buscando
sua melhora; ensinando-lhes o caminho do bem e do perdão, despertando-os para a
necessidade da renovação espiritual, ajudamo-los a descobrir o Evangelho de Jesus para a
sua inteira libertação.
Assim a orientação dos Espíritos desencarnados é" de grande importância para
apressar ainda mais o progresso do mundo espiritual, com resultados benéficos no mundo
dos encarnados.

Consultar: Pão Nosso, Cap. 177.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 192
26a. SESSÃO TEÓRICA
FENÔMENO MEDIÚNICO E FENÔMENO ANÍMICO
FENÔMENO MEDIÚNICO E ANÍMICO
O assunto é por demais importante para ser esgotado em poucas considerações,
como as que aqui estão registradas. Existem obras inteiras e teses valiosas que tratam do
tema Animismo e Espiritismo, que devem ser estudadas com interesse por quantos se
inclinem ao conhecimento da mediunidade. Dessa forma, recomendamos a bibliografia citada
no final destas anotações como fontes fidedignas para o estudo sério do assunto em pauta.
O eminente pesquisador italiano Ernesto Bozzano, tendo recebido do Conselho
Diretor do Congresso Espírita Internacional, de Glasgow, Escócia, em 1937, a proposição
para apresentar uma tese sobre o tema “Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o
conjunto dos fatos?”, assim conclui no Prefácio de sua obra Animismo ou Espiritismo?:
Nem um nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos
supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois
que são efeitos dá uma causa única e esta causa é o espírito humano que,
quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a encarnação, determina
os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante á
existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos. Esta e
unicamente esta a solução legítima do grande problema, dado que ela se
apresenta como resultante matemática da convergência de todas as provas que
advêm da coletânea metapsíquica, considerada em seu conjunto.
Convém destacar que na obra citada, o Prof. Ernesto Bozzano resume parte de
seu trabalho de pesquisas e escritos, elaborados ao longo de quarenta anos de experiência e
observação.
O termo ANIMISMO vem do latim anima que quer dizer ALMA.
Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamente
ditos designa um conjunto de manifestações supranormais, de ordem física e
psíquica, que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome de
médium, por se revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é a
sua. Ora, essa vontade tanto pode ser a de um defunto, como a de um vivo.
Quando a de um vivo atua desse modo, à distância, somente o pode fazer em
virtude das mesmas faculdades espirituais que um defunto põe em jogo. Segue-
se que as duas classes de manifestações resultam de naturezas idênticas, com a
diferença, puramente formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo,
entram na órbita dos fenômenos anímicos propriamente ditos, e quando se
verificam por obra de um defunto, entram na categoria, verdadeira e própria,
dos fenômenos espíritas. Evidencia-se, portanto, que as duas classes de
manifestações são complementares uma da outra, a tal ponto que o Espiritismo
careceria de base, dado não existisse o Animismo. (Ibidem, Cap. III).
TELEPATIA – FENÔMENO ANÍMICO PSICOFONIA – FENÔMENO ESPIRÍTICO
Na Classificação dos Fenômenos Anímicos, André Luiz estudando a
Mediunidade e Animismo, esclarece-nos o seguinte: “Temos aqui muitas ocorrências que
podem repontar nos fenômenos mediúnicos de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, com
a própria Inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com dili-
gencia, numa demonstração que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar
com os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante e
organizadora, fora do carro físico”. (MM, Cap. 23).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 193
A causa dos fenômenos anímicos encontra-se nas propriedades do perispírito que
pode desdobrar-se e atuar fora do corpo físico. Os fenômenos anímicos podem ser divididos
em quatro grupos, segundo Alexandre Aksakof em seu livro “Animismo e Espiritismo.
1a. Fenômenos de Telepatia: transmissão de impressões a distância. Ação
extracorpórea do encarnado, comportando efeitos psíquicos.
2a. Fenômenos Telecinéticos: deslocamento de objetos a distância. Ação
extracorpórea do encarnado, sob a forma de efeitos físicos.
3a. Fenômenos Telefânicos: aparições a distância. Ação extracorpórea do
encarnado, traduzindo-se pela aparição de sua própria imagem (duplos).
4a. Fenômenos Teleplásticos: formação de corpos materializados. Ação
extracorpórea do encarnado, manifestando-se sob a forma de aparição de
sua imagem com certos atributos de corporeidade (bicorporeidade).
LIMITES DAS FACULDADES ANÍMICAS
Mas, ao mesmo tempo, cumpre observar que, ainda quando, por ora, não fosse
possível traçar os limites em que se exercitam as faculdades supranormais
subconscientes e que, por conseguinte, houvesse quem se arrogasse o direito de
lhes conceder teoricamente a onisciência divina, as conclusões promanantes da
análise aprofundada dos fenômenos anímicos se conservariam sempre
invulneráveis, pela boa razão de que, quanto mais se divinize a personalidade
integral subconsciente, tanto mais se reforçará a tese aqui propugnada, segundo
a qual o Animismo prova o Espiritismo.
De todo modo, porém, como se conferir a onisciência divina à subconsciência
humana constitui uma pretensão fantástica e filosoficamente absurda, importa
demonstrar, baseado nos fatos, que os opositores caem em erro quando
afirmam que não se podem estabelecer limites à potencialidade investigadora
das faculdades supranormais e, portanto, que é teoricamente legítimo atribuir-
se cada vez maior latitude a essas faculdades, à medida que ocorram casos de
elucidação cada vez mais complexa. (…). Repito que, ao contrário, assim
argumentando, incidem eles em grave erro, pois tudo concorre a demonstrar
que possível já é circunscrever, dentro de limites definidos, a potencialidade
das faculdades supranormais.
Esta possibilidade se deduz, antes de tudo, de uma grande lei cósmica, que
governa o universo físico e o psíquico, a lei de afinidade que, naquele, se
manifesta pelas forças de atração e repulsão, das quais derivam a organização
dos sóis e dos mundos e todas as combinações químicas da matéria cósmica, ao
passo que, em ambiente psíquico, se expressa sob a forma da relação psíquica
que, do ponto de vista que nos diz respeito, circunscreve em limites
relativamente estreitos os poderes investigadores das faculdades supranormais,
o que se pode demonstrar com apoio nas provas por analogia (…).
(…) se é certo que as subconsciências humanas recebem e registram as vibra-
ções psíquicas de pessoas distantes, esse recebimento deverá considerar-se cir-
cunscrito às pessoas vinculadas, ou afetivamente, ou de outras maneiras, à sub-
consciência receptora. Equivale isto a dizer que esta última – como se dá com o
rádio – precisa estar regulada pelo “comprimento de onda” correspondente à
tonalidade vibratória que diferencia de outra qualquer a pessoa ausente que se
procura. Isto que, em termos metapsíquicos, se denomina relação psíquica, en-
sina que os médiuns só chegam a colher informações das subconsciências de
pessoas distantes sob a condição de que ocorram as seguintes modalidades ex-
perimentais: quando o sensitivo ou o médium conhece a pessoa ausente, ou, se
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 194
tal não se dá, quando o experimentador a conheça e, ainda, em falta desta cir-
cunstância, quando seja entregue ao sensitivo ou ao médium um objeto que a
pessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).
Tudo isto significa que a subconsciência humana, singularmente considerada,
não poderá nunca apanhar os pensamentos de pessoas desconhecidas (nos três
sentidos indicados) das próprias personalidades conscientes, porque, não as
conhecendo, ignoram a tonalidade vibratória que as caracteriza e não podem,
portanto, descobri-las. Tenha-se, pois, em mente que, na falta das três
modalidades experimentais acima enumeradas, não é possível que um sensitivo
ou um médium consiga pôr-se em relação com a subconsciência de pessoas
distantes, como não é possível que o rádio entre em relação com uma estação
receptora que não esteja regulada pelo mesmo comprimento de onda. Ora,
todas estas coisas significam que os casos de identificação pessoal de defuntos
desconhecidos de todos os presentes, quando se dão sem o concurso de objetos
psicometrizáveis, levam racionalmente a admitir-se a presença, “na outra
extremidade do fio”, do defunto que se comunica. Torna-se, então, evidente,
que a lei de relação psíquica serve para circunscrever, em limites bem
definidos, as faculdades supranormais investigadoras da subconsciência
humana. (A ou E, Cap. II – Itálicos do Autor).
OBSESSÃO E ANIMISMO
Muitas vezes, conforme as circunstâncias, qual ocorre no fenômeno
hipnótico isolado, pode cair a mente nos estados anômalos de sentido
inferior, dominada por forças retrógradas que a imobilizam,
temporariamente, em atitudes estranhas e indesejáveis. Frequentemente,
pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regenera dora, são
encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexos
estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na
realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos
trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínio
constante dos desencarnados que as subjugam. (MM, Cap. 23).
Neste particular, recomendamos a leitura e o estudo do capítulo 22, intitulado
Emersão do passado do livro Nos Domínios da Mediunidade de André Luiz, psicografia de
Francisco Cândido Xavier. Ali encontra-se perfeitamente elucidado o problema da
Obsessão e Animismo. Esclarecimento este que nos permitirá compreender certas
anormalidades psíquicas e como devemos utilizar os recursos da terapêutica desobsessiva
das personalidades medianímicas, provisoriamente estacionadas em semelhantes provações.
DESOBSESSÃO E ANIMISMO
Nenhuma justificativa existe para qualquer recusa no trato generoso de
personalidades medianímicas provisoriamente estacionadas em
semelhantes provações, de vez que são, em si próprias, Espíritos
sofredores ou conturbados quanto quaisquer outros que se manifestem,
exigindo esclarecimento e socorro. O amparo espontâneo e o auxílio
genuinamente fraterno lhes reajustarão as ondas mentais, concurso esse
que se estenderá, inevitável, aos companheiros do pretérito que lhes
assediem o pensamento, operando a reconstituição de caminhos retos
para os sensitivos corporificados na Terra, tão importantes e tão nobres
em sua estrutura quanto aqueles que os orientadores encarnados se
propõem traçar para os amigos desencarnados menos felizes. Aliás, é
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 195
preciso destacar que o esforço da escola, seja ela o recinto consagrado à
instrução primária ou a instituto corretivo, funciona como recurso
renovador da mente, equilibrando-lhe as oscilações para níveis
superiores. Não há novidade alguma no impositivo da acolhida
magnânima aos obsessos dessa natureza, hipnotizados por forças que os
comandam espiritualmente, a distância. (Idem).
ANIMISMO E HIPNOSE
Imaginemos um sensitivo a quem o magnetizador intencionalmente
fizesse recuar até esse ou aquele marco do pretérito, pela deliberada
regressão da memória, e o deixasse nessa posição durante semanas,
meses ou anos a fio, e teremos exata compreensão dos casos mediúnicos
em que a tese do animismo é chamada para a explicação necessária. O
“sujet”, nessa experiência, declarar-se-ia como sendo a personalidade
invocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realidade
objetiva, mas não deixaria, por isso, de ser ele mesmo sob controle da
ideia que o domina. Nas ocorrências várias da alienação mental,
encontramos fenômenos assim tipificados, reclamando larga dose de
paciência e carinho, porquanto as vítimas desses processos de fixação
não podem ser categorizadas à conta de mistificadores inconscientes,
pois representam, de fato, os agentes desencarnados a elas jungidos por
teias fluídicas de significativa expressão, tal qual acontece ao sensitivo
comum, mentalmente modificado, na hipnose de longo curso, em que
demonstra a influência do magnetizador. (Idem).
O ANIMISMO COMPROVA O ESPIRITISMO
“O Animismo prova o Espiritismo e de tal modo que, sem o Animismo, o
Espiritismo careceria de base” (Bozzano). O fato da alma humana em desdobramento, ati
vando suas faculdades. poder provocar toda série de fenômenos anímicos, é de suma
importância sob o ponto de vista científico. Isto comprova que existe no ser humano um
elemento – a alma, que é capaz de atuar fora do corpo somático e gerar fenômenos de natureza
idêntica aos provocados pelos desencarnados (Espíritos) e obedecendo as mesmas leis.
Estas demonstrações, por conseguinte, destroem as hipóteses contrárias à
comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados, uma vez que os fenômenos anímicos
que são também fenômenos mediúnicos ratificam e afirmam os fenômenos espíritas.
É racional, com efeito, supor-se que o que um Espírito “desencarnado” pode
realizar também deve podê-lo – embora menos bem – um Espírito “encarnado”,
sob a condição, porém, de que se ache em fase transitória de diminuição vital,
fase que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do Espírito
(sono fisiológico, sono sonambúlico, sono mediúnico, êxtase, delíquio 90,
narcose91, coma). (Bozzano. Animismo ou Espiritismo? Conclusões, p. 301).

90 Delíquio – perda de sentidos; desfalecimento, desmaio, estado de fraqueza ou torpor; abatimento.


91 Narcose – nome dado à alteração do estado de consciência devido à intoxicação por determinadas substâncias, como
os narcóticos. Livro: As Portas da Percepção & Céu e Inferno por Aldous Huxley.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 196

RESUMO
Para explicar o conjunto dos fenômenos supranormais, o Animismo e o
Espiritismo são indispensáveis e não podem separai-se, pois são efeitos de uma causa única
– o espírito humano – que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a
encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente,
durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos.
O termo ANIMISMO vem do latim anima que quer dizer alma. Originados da
própria alma do médium ou sensitivo, através do desdobramento do perispírito ou corpo
espiritual, os fenômenos anímicos podem comportar efeitos físicos ou efeitos intelectuais.
Os fenômenos anímicos dividem-se nos quatro grupos seguintes: 1) Fenômenos
de Telepatia – transmissão de impressões a distância; 2) Fenômenos Telecinéticos –
deslocamento de objetos a distância; 3) Fenômenos Telefânicos – aparições a distância; 4)
Fenômenos Teleplásticos – formação de corpos materializados.
As faculdades supranormais subconscientes que se manifestam através dos fenô-
menos anímicos são reguladas pela “lei de afinidade”, que no universo físico apresenta-se
pelas forças de “atração e repulsão” e, em ambiente psíquico se expressa sob a forma de “lei
ação psíquica”, que circunscreve em limites relativamente estreitos os poderes daquelas fa-
culdades.
Conforme a lei de relação psíquica, para que pessoas distantes umas das outras
estabeleçam contato e registrem as vibrações psíquicas, ocorrendo, por conseguinte, o
fenômeno anímico, é necessário que entre elas haja vinculações, ou afetivas ou de outras
maneiras, em obediência ao princípio de sintonia.
De acordo ainda com a lei de relação psíquica, o médium ou sensitivo só chega a
colher informações das subconsciências das pessoas distantes quando o sensitivo ou
médium conhece a pessoa ausente, ou, se tal não se dá, quando o experimentador a conheça
e, ainda, em falta desta circunstância, quando seja entregue ao sensitivo ou médium um
objeto que a pessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).
O animismo pode ocorrer também de forma anômala, nos casos de obsessão,
quando o próprio subconsciente da pessoa projeta situações desequilibradas do passado
reencarnatório.
O animismo demonstra que pela capacidade de desdobramento do perispírito, a
alma do encarnado pode realizar – embora menos bem – o que realiza um Espírito
desencarnado, obedecendo as mesmas leis e em certas condições (sono fisiológico, sono
sonambúlico, etc.).

Bibliografia:
Ernesto Bozzano. Animismo ou Espiritismo? Cap. I a IV e Conclusões.
Alexandre Aksakof. Animismo e Espiritismo, Cap. IV.
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVI.
Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22 – Mecanismos da
Mediunidade, Cap. 23.
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Parte 2. Cap. VIII e O Livro dos Médiuns, Parte 2., Cap. VII.
Hernani Guimarães Andrade. Parapsicologia: Uma Visão Panorâmica, Caps. III, VI a VIII.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 2a. Parte, Cap. 1.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 197
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
O Animismo – Mediunidade e Animismo - Fenômeno Mediúnico e Fenômeno Anímico.
Semelhança das Criaturas (A ou E, Cap. III).
(MM, Cap. 23). Desobsessão e Animismo (MM, Cap.23).
Grupo 3 Grupo 4
Animismo e Mistificação Inconsciente. Animismo e Hipnose – Animismo e
(NDM, Cap. 22). Criminalidade.
Obsessão e Animismo (MM, Cap.23). (MM, Cap.23).

26a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


ORIENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS – MÉTODOS UTILIZADOS
Na Orientação das entidades que se comunicam nas sessões mediúnicas, não há
regra fixa, pois cada caso e um caso diferente e especial.
Contudo, há determinados comportamentos a serem observados, pois são regras
cristãs que devem ser empregadas, como:
➢ Receber com atenção e interesse as comunicações;
➢ ouvi-las com paciência e imbuído da melhor intenção de ajudar;
➢ envolver o Espírito comunicante em um clima de vibrações fraternais, dando oportunidade
para que ele fale;
➢ estabelecer em tempo oportuno um dialogo que deve ser amigo e esclarecedor;
➢ evitar acusações e desafios desnecessários;
➢ confortar e amparar pelo esclarecimento;
➢ não discutir com exaltação procurando impor seu ponto de vista;
➢ não receber a todos como se fossem embusteiros e agentes do mal;
➢ ser preciso e enérgico na hora necessária sem se tornar cruel e agressivo;
➢ evitar o tom discursivo que constrange o Espírito comunicante e também as longas preleções;
➢ ser claro, objetivo, honesto, amigo, fraternal, procurando dar ao comunicante o que
gostaria de receber se no lugar dele estivesse.
Como vemos, um orientador deve, além do conhecimento profundo do Espiritismo,
reunir condições de natureza espirituais favorecedoras do bom desempenho de sua tarefa.
Há de possuir autoridade moral suficiente para que suas doutrinações com vistas ao
despertamento espiritual do comunicante não acabem em verdadeiras acusações contra si mesmo.
De uma forma genérica, pois, podemos resumir os métodos utilizáveis na orientação
de espíritos sofredores e obsessores como:
1o. o da conversação;
2o. o da propriamente dita;
3o. o da persuasão que pode ate incluir técnicas avançadas de sugestão;
4o. o da prece como elemento condicionante de uma modificação vibratória.
Para se orientar espíritos desencarnados é preciso conhecer profundamente o
Espiritismo e a pessoa de conduta a mais digna possível.

Consultar: Caminho, Verdade e Vida, Cap. 145 de Francisco Cândido Xavier.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 198
27a. SESSÃO TEÓRICA
EDUCAÇÃO E FUNÇÃO DOS MÉDIUNS
PREPARO – CUIDADO DOS MÉDIUNS – RADIAÇÕES
EDUCAÇÃO DOS MÉDIUNS
Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Antes de tudo, devemos
procurar um Centro Espírita que, por indicação de espíritas conhecedores da
doutrina mereça nossa confiança; aí, sob a orientação prudente do diretor dos
trabalhos, iniciaremos o nosso desenvolvimento.92
O homem não conquista posição alguma, seja ela profissional, intelectual ou
social, sem um trabalho perseverante. Nenhuma capacidade se desenvolve sem estudo e
trabalho. Nenhuma autoridade se conquista se não estiver estribada no mérito.
A Ciência da Educação comprova que a aprendizagem é o desabrochamento de
uma capacidade interna do indivíduo, provocado por um trabalho, por uma atividade
metódica e intencional da inteligência, obedecendo a leis previamente estudadas. Estas
considerações podem ser sintetizadas em certos ensinamentos imperativos de Jesus, dentre
os quais destacamos:
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que
pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á (Mt; 7:7-8).
Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. (24:13).
Ora, se qualquer conquista humana exige esforço, dedicação, interesse, estudo,
que dizer do desabrochamento de uma faculdade mediúnica e seu aprimoramento, que
coloca em ação valores e forças psíquicas humanas e espirituais? Bem infantil seria a atitude
daqueles que quisessem conquistar os valores psíquicos e espirituais a custa de facilidades e
apadrinhamentos, esquecendo-se das virtudes indispensáveis e do esforço próprio.
Para quem não quiser ficar na superfície (do Espiritismo), não são horas, mas
meses e anos que terá de gastar para sondar todos os seus arcanos. Que se
julgue, diante disso, o grau de conhecimento e o valor da opinião dos que se
arrogam o direito de julgar porque viram uma ou duas experiências, quase
sempre realizadas como distração ou passatempo. Eles dirão, sem dúvida que
não dispõem do tempo necessário para esse estudo. Que seja, mas nada os
obriga a isso. E quando não se tem tempo para aprender uma coisa, não se pode
falar dela, e menos ainda julgá la, se não se quiser ser acusado de leviandade.
Ora, quanto mais elevada é a posição que se ocupe na Ciência, menos desculpável
será tratar-se levianamente um assunto que não se conhece. (LM, item 13)
Se a inteligência para aprimorar-se sofre a diretriz metódica e inflexível da
educação desde os tenros dias da infância até a maturidade, como almejar ai guém as
conquistas mediúnicas aprimoradas sem submeter as faculdades psíquicas ao crivo da
disciplina interior, da orientação do conhecimento superior e dos padrões de moralidade?
Basta que lembremos os estudos feitos nas sessões anteriores deste Centro de Orientação e
Educação Mediúnica, demorando-nos na rememoração de princípios fundamentais da
mediunidade à luz da Filosofia Espírita, para sentirmos que não podemos nos atirar à
mediunidade sem nos submetermos à orientação disciplinadora, séria e esclarecida. Caso
contrário, seremos vítimas de ciladas e desenganos, perigos e dissabores, cuja
responsabilidade será atribuída a nossa invigilância e displicência no trato com as coisas
mais sérias e de importância que ultrapassa os limites da vida física.

92 Rigonatti, E. A Mediunidade Sem Lágrimas, pág., 15.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 199
Dito isto, passemos a focalizar os pontos fundamentais da educação dos médiuns,
tendo em vista a função, o papel, a finalidade social dos médiuns segundo os ensinos do Es-
piritismo. As considerações que se seguem a respeito da Educação e da Função dos Mé-
diuns, são baseadas nas obras No Invisível de Léon Denis e O Livro dos Médiuns de Allan
Kardec.
O desabrochamento de uma faculdade mediúnica se faz através de diferentes fa-
ses, que o médium deve previamente conhecer (daí a importância do estudo preparatório ou
conjugado com a prática do desenvolvimento) para ele cientificar-se das diferentes situações
nesse processo e inclusive poder orientar-se dentro dessas fases, cooperando assim, de ma-
neira consciente e responsável, com os técnicos espirituais encarregados desse trabalho.
Fugiria destas orientações o médium involuntário ou natural em que a
mediunidade se manifesta explosiva e ostensivamente. Porém, aqui estamos tratando da
orientação geral para o aprimoramento mediúnico dentro de princípios estritamente
espíritas. E mesmo os médiuns naturais, é bom se diga, se quiserem conhecer o que se passa
consigo como médiuns e dar uma orientação elevada a sua tarefa, haverão de convencer-se,
ao longo de sua experiência, que essas orientações espíritas são indispensáveis e as mais
positivas para assegurar-lhes o equilíbrio psíquico, mediúnico e o cumprimento de sua
função na prática do bem.
Primeiramente é importante que o médium não procure na mediunidade um
objetivo de simples curiosidade, de diversão ou de interesse particular. Deverá, ao contrário,
considerá-la uma coisa sagrada, que deve utilizar com respeito para o bem de seus
semelhantes. Deve ser sua atitude inicial a de elevação do pensamento às almas generosas
que trabalham no progresso da Humanidade. Essa elevação há de ser feita pelo estudo sério,
pelo cultivo da prece, etc., e assim o médium merecerá a cobertura espiritual dessas almas
generosas, de tal modo que as dificuldades do início, as inevitáveis decepções que
experimentará no começo, não terão desagradáveis consequências, mas servirão para
esclarecer a razão e desenvolver as forças fluídicas.
No período em fase de exercício, de trabalho preparatório, o candidato a médium
não deve aspirar ou pretender realizar os grandes feitos mediúnicos ou supor-se veículo de
Espíritos de elevada categoria, caindo na fascinação por vaidade, julgando-se um
privilegiado ou missionário.
A dificuldade encontrada pela maioria dos médiuns iniciantes é a de ter que
tratar com os Espíritos inferiores, e eles devem considerar-se felizes quando se
trata de Espíritos apenas levianos. Toda a sua atenção deve ser empregada para
não os deixar tomar pé, porque uma vez firmados nem sempre é fácil afastá-
los. Esta é uma questão capital, sobretudo no início, quando, sem as precauções
necessárias poder-se-á pôr a perder as mais belas faculdades.. (LM, item 211).
Esta é, pois, uma fase comum do desenvolvimento da faculdade mediúnica, é
uma escola em que a nossa paciência e discernimento se exercitam, em que aprendemos a
familiarizar-nos com o modo de agir dos habitantes do mundo espiritual. Vamos
comprovando, na prática, a existência das diferentes categorias de Espíritos, conforme tão
bem demonstram as questões 96 a 113 de O Livro dos Espíritos.
Deve, pois, o médium, nessa fase inicial de estudo elementar, estar sempre de
sobreaviso e nunca se afastar de uma reserva prudente; evitar cuidadosamente as questões
ociosas ou interesseiras, os gracejos, tudo, enfim, que revestir caráter frívolo e que atraia
Espíritos levianos. A boa mediunidade se forma lentamente no estudo calmo, silencioso,
recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 200
Terminada essa fase primeira do desenvolvimento de suas faculdades, e cuja
duração não pode ser estabelecida, por diversas razões, o médium colhe o fruto de seus
perseverantes esforços, na consolidação de sua especialidade mediúnica; recebe dos
Espíritos elevados, daqueles que dirigem o movimento de espiritualização da Humanidade,
a consagração de suas faculdades amadurecidas no santuário da alma, abrigadas das sugestões
do orgulho e poderá se tornar cooperador utilíssimo na obra de regeneração do homem.
Somente o nosso aprimoramento mediúnico poderá oferecer campo à atuação dos
Espíritos elevados. Para podermos sintonizar com eles é necessário de nossa parte que man-
tenhamos vontade firme, fé elevada, um veemente desejo de nos tornarmos úteis e um reco-
nhecido valor moral. Reunidas essas condições, aproximam-se de nós; começa então, muitas
vezes sem o sabermos, um demorado trabalho de adaptação de seus fluidos aos nossos. À
medida que se estabelece a harmonia das vibrações, a comunicação se acentua sob formas
apropriadas às aptidões do médium – clarividência, clariaudiência, psicografia, psicofonia,
etc. Outros Espíritos, por um impulso dê dedicação, ligam-se a nós e nos acompanham até o
término de nossa peregrinação terrestre. São os Espíritos familiares ou Espíritos protetores.
A questão da educação e treinamento dos médiuns é, pois, de capital importância.
Os bons médiuns são raros. Isto deve-se, também, ao fato de preciosas faculdades se
perderem a míngua de atenção e de cultura. Quantas faculdades malbaratadas em
experiências frívolas ou empregadas para fins interesseiros e egoístas?
A mediunidade é uma delicada flor que para desabrochar necessita de acura das
precauções e perseverantes cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspirações, os
sentimentos nobres e a conquista de uma boa cobertura espiritual.
Os apressados e inconsequentes são explorados pelos Espíritos atrasados ou
oportunistas que estiolam as promissoras faculdades.
É importante para o iniciante na prática mediúnica que o ambiente seja seguro,
organizado, sério, para evitar os perigos de um falso desenvolvimento me-
diúnico, em que predominam as viciações, os condicionamentos, os automatis-
mos, as falsas concepções dos ditos Espíritos Guias, os estímulos as mistifica-
ções, mediocridades e às obsessões.
FUNÇÃO DOS MÉDIUNS
Não há mais nobre, mais elevado encargo do que participar do trabalho de
divulgação dos princípios sérios da mediunidade, sob a inspiração das Potências Espirituais,
dos Espíritos Benfazejos. Estes incitando-nos ao aprimoramento de si mesmo, através do
estudo perseverante, das leituras edificantes e um forte propósito que levam-nos ao
autoaprimoramento. Tal é o papel da mediunidade.
Surge daí, a questão da responsabilidade. Muitos médiuns procuram no exercício
de suas faculdades a satisfação do amor-próprio ou de interesses comuns. Envaidecem-se da
faculdade que possuem, passando a criar em torno de si uma atmosfera de misticismo, de
personalismo e, aos poucos, afastam-se da verdadeira pratica humanitária, desinteressada e
humilde, achando que tudo o que é bom e respeitável da Espiritualidade tem que ser vertido
aos homens por seu intermédio senão não tem valor. Esquecem-se, muitas vezes, que a
mediunidade é um dos meios de ação por que se executa o plano divino, e que eles não têm
direito de utilizá-la ao sabor de suas fantasias; que pode constituir-se um perigo quando
exercitada sem condições de elevação do pensamento, de moralidade, de desinteresse; que,
ao contrário, deve ter por firme propósito o bem, permitindo ao médium impregnar-se de
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 201
fluidos purificados, criando uma atmosfera em torno de si, preservando-se de cair em erros e
deixar-se envolver nas ciladas do invisível.
Concluindo sobre a função dos médiuns, o Espiritismo atribui à mediunidade
duas finalidades fundamentais: 1a. Dar aos humanos o conhecimento das verdades
espirituais; 2a. promover a melhora espiritual dos médiuns (LM, Cap. XVII).
PREPARO E CUIDADO DOS MÉDIUNS
Sem dúvida alguma, o médium deve conduzir a sua vida dentro do comportamen-
to éticos adequado para colher os frutos da faculdade mediúnica disciplinada e profícua.
Todavia, existem inúmeros cuidados que visam sua preparação interior, que
devem ser observados no dia do trabalho. Assim, o seu preparo antecipado para a reunião da
qual participara mais tarde compreende:
1. No Despertar: Cultivar atitude mental digna desde cedo, através da leitura de
uma página de conteúdo elevado, da oração e da vigilância dos próprios
pensamentos, impedindo que eles resvalem para a vala comum das ideias
negativas e deprimentes, do comentário mordaz ou revoltado. Evitar brigas e
discussões, disciplinando as reações frente aos estímulos desagradáveis,
buscando sustentar a paciência e a serenidade acima de quaisquer transtornos que
sobrevenham durante o dia.
2. A Alimentação: Embora sendo fundamental a preparação espiritual para que o
trabalho se realize a contento, o médium não deve se descuidar com a
alimentação nas horas que antecedem a reunião. Nem deve alimentar-se em
demasia, sobrecarregando o aparelho digestivo, impondo ao organismo uma
sobrecarga desagradável, impeditiva de uma boa participação no trabalho, nem a
frugalidade excessiva que trará a sensação de fraqueza e debilidade. A
alimentação nas horas que precedem o trabalho deve ser normal, sem excessos na
quantidade, evitando-se aquela que seja de digestão mais trabalhosa. “Estômago
cheio, cérebro inábil”.
3. Repouso Físico e Mental: Apos o trabalho profissional ou doméstico, braçal ou
mental, reservar alguns momentos para o refazimento geral, do corpo e da alma,
através do recolhimento a ambiente silencioso, com música suave e elevada, que
permita a relaxação de todo o organismo e que, através de leitura e meditação, a
alma possa desligar-se das preocupações materiais, ou mesmo, inferiores que
ainda a estejam aturdindo. A leitura moralizadora conduzirá o médium à sintonia
com os pensamentos elevados e altruístas, condicionando-o a uma participação
proveitosa no trabalho a realizar.
4. Prece e Meditação: Atingida a pacificação interior dos problemas do dia a dia,
deverá o médium dedicar-se à prece e à meditação no próprio ambiente do lar,
bem como nos momentos que antecedem o trabalho no recinto do próprio Centro.
A meditação permitirá ao médium retirar-se em Espírito das vulgaridades terra a
terra, dando-lhe condições de uma sintonia perfeita com as entidades
responsáveis e participantes do trabalho mediúnico. Orar, buscando a inspiração
da Vida Maior, para que realize o melhor de si. (CVV, 167 e 168).
5. Superação de Impedimentos: Uma série de impedimentos perfeitamente contorná-
veis pelo uso do bom-senso e da disciplina não podem constituir-se em fatos que
afastem o médium da obrigação assumida com sua consciência e com o trabalho a
que participa. As intempéries não podem justificar a ausência do médium às suas
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 202
obrigações, bastando para isso que ele seja precavido e com antecedência deixe o
seu lar com destino ao Centro quando o tempo não for favorável, prevendo possíveis
dificuldades no trânsito, acesso mais difícil à Instituição, etc.
A visita inesperada de alguém que lhe dedica boa amizade, não deverá ser motivo
imperioso para a falta no trabalho. Com franqueza e humildade deverá o médium es-
clarecer o visitante quanto ao motivo da sua ausência do lar dentro de breves minu-
tos, sem esconder o motivo de sua retirada, cumprindo seu dever e demonstrando
sua convicção nos postulados espíritas como também naquilo que realiza no Centro.
Os pequeninos problemas que ocorrem no dia a dia não serão impedimentos para a
ida ao trabalho desde que o médium providencie as soluções razoáveis com a antece -
dência necessária. O hábito de se deslocar para o Centro com antecedência evita inúme-
ros contratempos de última hora que surgem graças à imprevidência do próprio médium.
Ter boa vontade é comparecermos alegres e cheios de satisfação às ses-
sões. É esforçarmo-nos o mais possível durante os momentos consagra-
dos ao nosso desenvolvimento.93
RESUMO
Qualquer conquista humana exige esforço, dedicação, estudo, perseverança. O
desabrochamento de uma faculdade mediúnica e seu aprimoramento, também necessitam de
educação, esforço, disciplina e aquisição de valores morais e espirituais.
A mediunidade à luz do Pensamento Espírita exige orientação disciplinadora,
séria e esclarecida, para evitar ciladas e desenganos, perigos e dissabores que a invigilância,
a indisciplina e o despreparo podem gerar.
O desabrochamento de uma faculdade mediúnica se faz através de diferentes
fases que o médium deve previamente conhecer para colaborar conscientemente com as
entidades espirituais que orientam o seu desenvolvimento.
É importante que o médium não procure na mediunidade um objetivo de simples
curiosidade, de diversão ou de interesse particular, mas encará-la como coisa sagrada que
deve utilizar para o bem do semelhante, sustentada na elevação moral e no estudo sério e
edificante.
Na primeira fase do desenvolvimento, o médium deve evitar qualquer pretensão
vaidosa de supor-se capaz dos grandes feitos mediúnicos, e aplicar toda a atenção para
impedir que Espíritos inferiores e levianos assumam o predomínio de sua mediunidade e
não se percam assim os frutos que ela poderá oferecer.
O médium que se educa espiritualmente e amadurece a sua faculdade através de
esforço, estudo e disciplina moral, passa a ser assistido pelos bons Espíritos que o preservam
das ciladas do mundo invisível.
Os bons médiuns são raros, por falta de uma educação e aprimoramentos seguros.
A faculdade mediúnica é delicada e necessita de acuradas precauções,
perseverantes cuidados, método, aspirações nobres e a conquista de uma cobertura espiritual
de caráter elevado.
O ambiente da prática mediúnica deve ser seguro, organizado, sério para evitar o
perigo de um falso desenvolvimento em que predominam as viciações, os condicionamen-
tos, os automatismos, as falsas concepções do que sejam os Espíritos Guias, as mistificações
e a obsessão.

93 Rigonatti, E. A Mediunidade Sem Lágrimas, pág., 12.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 203
A mediunidade é um dos meios de ação pelo qual se executa o plano divino e os
médiuns não têm o direito de utilizá-la ao sabor de suas fantasias nem formar em torno de si
uma atmosfera de misticismo e de personalismo.
O Espiritismo atribui à mediunidade duas finalidades fundamentais que
são: Dar aos homens o conhecimento da verdade espirituais e promo-
ver a melhora espiritual do médium.
Existem inúmeros cuidados que visam a preparação interior do médium, que de-
vem ser observados no dia do trabalho, como: o despertar, a alimentação, o repouso físico e
mental, a prece e a meditação e a superação de impedimentos de última hora que natural-
mente podem ocorrer.

RADIAÇÕES
Rogando aos companheiros reunidos vibrações de amor e tran-
quilidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas as
tarefas desobsessivas propriamente ditas, suspenderá a palavra,
pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de que
ele mesmo e os integrantes do círculo formem correntes mentais
com as melhores ideias que sejam capazes de articular, seja pela
prece silenciosa, seja pela imaginação edificante.
Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos de
paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequado
clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais
presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos,
em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos de-
sencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de am-
paro espiritual a distância.
Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do con-
junto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na ora-
ção, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencar-
nados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes
dos hospitais e os irmãos carecentes de socorro e de alívio, in-
ternados em casas assistenciais e instituições congêneres.94

Bibliografia:
Léon Denis. No Invisível, 1a. Parte, Cap. V.
Gabriel Delanne, Fenômeno Espírita, 3a. Parte.

94 Xavier F. C. E Vieira, W. Desobsessão, Cap. 51.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 204
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Educação e Função dos Médiuns Educação e Função dos Médiuns
(NI, Primeira Parte, Cap. V, do início até (NI, Primeira Parte, Cap. V, de “Em todo ser
“identificados em um mesmo amor”). humano existem rudimentos de mediunidade”...
até “um sopro de vida lhes transportará o pensa-
mento ás regiões sublimes do Infinito”.
Grupo 3 Grupo 4
Formação Dos Médiuns – Os Médiuns O Desenvolvimento Mediúnico e As
Iniciantes e Os Escolhos Da Mediunidade. Qualidades Morais Do Médium.
(LM, itens 211, 212, 216, 217, 242, 243 e 244). (LM, 226 a 230).

27a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


ORIENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS – RESULTADOS.
Os resultados de uma Boa Orientação dependem do ambiente formado pelas
vibrações do dirigente e dos participantes (encarnados e desencarnados); da condição moral
que o dirigente apresente para orientar os Espíritos; e da própria condição espiritual da
entidade, aceitando ou não os conselhos e esclarecimentos que recebe. Dependem também
dos métodos que são utilizados, os quais devem ser aplicados de acordo com a circunstância
e a necessidade do momento.
A Orientação dos Espíritos objetiva, inicialmente, o esclarecimento da entidade
comunicante quanto ao seu estado transitório de perturbação, as causas de seus sofrimentos
e a forma pela qual poderão encontrar a solução para seus problemas.
Exercita-se com a orientação a prática da caridade, uma vez que o orientador,
bem como os demais componentes da reunião, são convocados a vibrarem amorosamente
em favor do necessitado, demonstrando solidariedade com o sofrimento alheio, emitindo
pensamentos de auxílio e apoio moral.
Os resultados, dessa forma, são duplos, pois o orientador e os componentes da
reunião, médiuns de incorporação, passistas, etc, agem desenvolvendo as virtudes, por um
lado e, por outro, a entidade ganha nova condição espiritual depois de esclarecida e de ter
aceito o novo caminho de realizações.
Assim, o Espírito apresenta modificações no seu modo de agir; se empederni do,
mostra-se tocado e sensível aos ensinamentos cristãos, buscando uma nova forma de encarar
a vida; se revoltado, mostra-se submisso a Lei Suprema, que não injustiça ninguém; se
odioso, observa as consequências em si mesmo de sua semeá dura infeliz e procura dominar
seus maus sentimentos; se desesperado, nota agora novas possibilidades de alcançar a paz
através da esperança e do trabalho contínuo.
A orientação abre para os desencarnados um painel de luz e esperança onde novos roteiros
de realização espiritual se descortinam, com trabalho, amor e felicidade.

Consultar: Vinha de Luz, Caps. 37 e 167 – Fonte Viva, Cap. 149 – Seara dos Médiuns, Caps.
9, 48 e 58, Pão Nosso, Cap. 33; Caminho, Verdade e Vida, Caps. 10, 14, 34, 42, 52, 60, 100
e 148 – O Consolador, Questão 37 e ss. de Francisco Cândido Xavier..
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 205

Hora de Exercitar 17!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 25a. Sessão Teórica,
25a. Sessão de Exercício Prático e 26a. Sessão Teórica.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1) ( ) No humano ancestral, no qual a onda mental está em fase inicial de expansão, o
sonho é, invariavelmente, ação refletida de seu próprio mundo consciencial ou
afetivo.
2) ( ) No animal de evolução superior o sonho é puro reflexo das atividades fisioló-
gicas.
3) ( ) Os fenômenos anímicos, que não são fenômenos mediúnicos, não confirmam os
fenômenos espíritas.
4) ( )A alma humana em desdobramento e ativando suas faculdades supranormais, po-
de provocar os diversos tipos de fenômenos anímicos.
B) Assinale a resposta MAIS CORRETA:
5) Os sonhos são resultantes:
a) ( ) da emancipação do inconsciente durante o sono corporal;
b) ( ) da emancipação dos sentidos físicos pelo repouso;
c) ( ) da emancipação parcial da alma pela suspensão da vida de relação no sono;
d) ( ) da liberação dos recalques verificados durante o sono;
e) ( ) das fantasias oníricas para compensar as frustrações.
6) Podemos dizer que os sonhos são verdadeiros no sentido de que:
a) ( ) constituem a clarividência da alma no sono físico;
b) ( ) são premonições do Espírito encarnado;
c) ( ) têm significados simbólicos;
d) ( ) apresentam imagens que para o Espírito têm realidade;
e) ( ) sempre se concretizam na vida de relação.
7) A ação da alma encarnada a distância, sem o concurso dos sentidos, é demonstrada:
a) ( ) pelos fenômenos de psicografia e de clarividência;
b) ( ) pelos fenômenos da transmissão do pensamento e da telepatia;
c) ( ) pelos fenômenos do sonho e do animismo;
d) ( ) pelos fenômenos de hipnose e de psicocinesia;
e) ( ) pelos fenômenos de telepatia e de voz direta.
8) O desdobramento da alma durante o sono ou no estado de vigília, objetivando-se
fluidicamente a distância corresponde:
a) ( ) ao fenômeno de transporte ou telecinesia;
b) ( ) ao fenômeno de transfiguração ou telepatia;
c) ( ) ao fenômeno de bilocação ou bicorporeidade:
d) ( ) ao fenômeno de pneumatografia ou escrita direta;
e) ( ) ao fenômeno anímico ou supranormal
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 206
9) Médium de desdobramento é aquele:
a) ( ) cuja faculdade lhe permite provocar fenômenos de efeitos físicos;
b) ( ) que serve de instrumento para o transporte de objetos;
c) ( ) tem a faculdade de desprender-se do corpo e realizar tarefas diversas;
d) ( ) cuja alma pode desprender-se durante o sono.

10) A causa dos fenômenos anímicos reside:


a) ( ) na hiperestesia indireta do pensamento;
b) ( ) nas manifestações incontroláveis do inconsciente;
c) ( ) nos resquícios de faculdades primitivas superadas pelo homem;
d) ( ) nas propriedades de desdobramento do perispírito;
e) ( ) nos automatismos psicológicos do subconsciente.

11) O limite de ação das faculdades supranormais (Anímicas) é determinado:


a) ( ) pela lei do peso específico do perispírito;
b) ( ) pela vontade do médium ou sensitivo;
c) ( ) pela lei de causa e efeito (Karma);
d) ( ) pela lei de afinidade ou de relação psíquica;
e) ( ) pelo poder do pensamento do experimentador.

12) Uma Boa Orientação aos desencarnados necessitados dependem:


a) ( ) da rigidez do médium.
b) ( ) da boa alimentação diária dos participantes.
c) ( ) da inteligência do orientador apenas.
d) ( ) da resolução dos sofrimentos do desencarnado.
e) ( ) da assistência eficaz do orientador e dos componentes da reunião.
C) Assinale as ALTERNATIVAS CORRETAS:
13) Fatos que justificam a necessidade de orientação:
a) ( ) Os Espíritos estão em toda parte aguardando oportunidade de se
comunicarem;
b) ( ) somente através da orientação é que os Espíritos inferiores se elevam;
c) ( ) a existência de Espíritos teimosos no mal pela ignorância da lei de amor
d) ( ) os médiuns em geral só desenvolvem sua faculdade pela orientação;
e) ( ) existem Espíritos cujas vibrações são muito carregadas de condicionamentos
materiais.
f) ( ) através da orientação fraterna, o Espírito apresenta modificações no seu
modo de agir.
g) ( ) a orientação abre para os desencarnados um painel de luz e esperança.
h) ( ) pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, em nada ajuda o
desencarnado em sofrimento.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 207

D) Jogo da palavra-chave – ANÍMICO

1 A
2 N
3 Í
4 M
5 I
6 C
7 O

1. Fenômeno anímico de aparição à distância.

2. Fenômeno anímico de deslocamento de objetos à distância.

3. Lei Cósmica que governa o universo físico e psíquico.

4. Palavra latins que deu origem ao termo “animismo”.

5. Fenômeno resultante da ação extracorpórea do encarnado, comportando efeitos psíquicos.

6. Fenômeno anímico de formação de corpos materializados.

7. Sobrenome do pesquisador italiano que escreveu o livro “Animismo ou Espiritismo”?


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 208

Hora de Exercitar 18!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 26a. Sessão de Exercício Prático,
27a. Sessão Teórica e 27a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque “V” para Verdadeiro e “F” para Falso:
1. ( ) Um bom orientador deve ter conduta fraterna e um excelente conhecimento da
do Pensamento Espírita.
2. ( ) Os participantes de uma sessão de orientação espiritual aos desencarnados estão
desenvolvendo suas virtudes e possibilitando aos Espíritos necessitados a me-
lhoria de sua condição espiritual.
B) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
3. Muitos médiuns esquecem que a ________________ é um dos meios de ação pelo
qual se executa o plano ________________ e que eles não têm o direito de ao sabor
de sua ________________.
C) Assinale as alternativas corretas:
4. Para a orientação dos espíritos existem algumas regras que devem ser observadas,
destacando-se dentre elas:
a) ( ) discutir com exaltação para impor um ponto de vista;
b) ( ) acolher as comunicações com interesse e atenção;
c) ( ) ser discursivo para convencer os Espíritos com preleções cansativas;
d) ( ) não considerar os comunicantes como embusteiros;
e) ( ) usar a energia no momento necessário, porém sem agressividade.
5. Os métodos utilizados na orientação dos espíritos podem ser resumidos nos seguintes:
a) ( ) o da hipnose e o do domínio do comunicante;
b) ( ) o da conversação e o da orientação propriamente dita;
c) ( ) o das correntes indiana e africana;
d) ( ) o da persuasão e o da prece;
e) ( ) o das comunicações simultâneas e o do passe.
6. O resultado da orientação dos espíritos depende:
a) ( ) dos métodos utilizados e aplicados adequadamente;
b) ( ) da participação dos bons médiuns clarividentes na sessão;
c) ( ) de um ambiente espiritual favorável e adequado;
d) ( ) de uma segunda corrente de médiuns na sessão para fortalecê-la;
e) ( ) das qualidades do dirigente e dos participantes da sessão.
7. Os objetivos da orientação dos espíritos são:
a) ( ) exercitar a caridade cristã pela solidariedade e apoio moral;
b) ( ) demonstrar a existência de zonas inferiores no mundo espiritual;
c) ( ) esclarecer o comunicante acerca de sua situação transitória;
d) ( ) julgar os erros cometidos pelos Espíritos “maus”;
e) ( ) explicar ao comunicante as causas de seus sofrimentos e perturbações.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 209
8. Para que o médium eduque e aprimore as suas faculdades mediúnicas é necessário
que ele as submeta:
a) ( ) à prática intensa da mediunidade;
b) ( ) ao crivo da disciplina interior;
c) ( ) às experimentações dos pesquisadores para convencê-los;
d) ( ) à orientação do conhecimento superior e aos padrões morais;
e) ( ) à comprovação de especialistas em parapsicologia.
9. O médium em desenvolvimento, na fase de prova e de estudo preparatório, deve:
a) ( ) buscar o es tudo calmo e recolhido, longe das paixões;
b) ( ) aspirar a realização de grandes feitos mediúnicos;
c) ( ) estar sempre de sobreaviso e cultivar uma reserva prudente;
d) ( ) considerar-se veículo de Espíritos elevados, evitando a fascinação;
e) ( ) evitar as questões interesseiras e os gracejos que atraem os levianos.
10. Para que o médium possa sintonizar com os espíritos elevados, são necessárias as
seguintes condições:
a) ( ) um reconhecido valor moral do médium;
b) ( ) um demorado trabalho de adaptação de seus fluidos aos do Espírito;
c) ( ) o médium deve manter uma vontade firme e uma fé elevada;
d) ( ) o médium deve cultivar um veemente desejo de tornar-se útil;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
11. As causas de preciosas faculdades mediúnicas se perderem são:
a) ( ) falta de educação e treinamento dos médiuns;
b) ( ) falta de atenção e de cultura dos médiuns;
c) ( ) emprego de suas faculdades em experiências frívolas;
d) ( ) emprego da medi unidade para fins i interesseiros e egoístas;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
12. A mediunidade, para desabrochar equilibradamente:
a) ( ) exige ambiente preparado, seguro, organizado e sério;
b) ( ) exige acuradas precauções e perseverantes cuidados;
c) ( ) exige método, paciência e altas aspirações;
d) ( ) exige os sentimentos nobres e a conquista de uma boa cobertura espiritual;
e) ( ) todas as alternativas estão erradas.
13. O Espiritismo atribui a mediunidade as seguintes finalidades fundamentais:
a) ( ) realizar fenômenos fantásticos e maravilhosos;
b) ( ) desmascarar os que negam a existência do mundo espiritual;
c) ( ) destruir o sectarismo religioso;
d) ( ) promover a melhoria espiritual do médium;
e) ( ) dar aos homens o conhecimento da verdade.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 210
28a. SESSÃO TEÓRICA
NORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS –
ESQUEMATIZAÇÃO IDEAL DOS TRABALHOS MEDIÚNICOS.
NORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS
O Centro Espírita não é o local somente de reuniões mediúnicas levadas a efeito
por grupos diferentes e alheios entre si.
O Centro Espírita sobretudo é um local de reunião permanente dos espíritas que a
ele acorrem com a finalidade de se esclarecerem, trabalharem, pondo em prática os
ensinamentos da Filosofia Espírita e conviverem em um clima de real fraternidade,
antecipando na terra o ambiente de amor fraternal que forma e sedimenta os laços da
chamada “família espiritual”.
O Centro Espírita deve, portanto, funcionar como uma Fraternidade com os seus
diversos trabalhos interligados entre si e dando continuidade uns aos outros.
Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pes-
soas realmente interessadas no conhecimento doutrinário, cria um ambiente de
fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no en-
trelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores ne-
cessários de uma obra única e concreta. O ideal é o Centro funcionamento. O ideal
é o Centro funcionar em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento de
seus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiência
numa sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependência
de casa familiar. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casas
em que existam motivos impeditivos materiais ou morais. (CE, págs. 12 e 13)
O Centro Espírita, pois, é o Templo-Lar-Escola-Oficina em que procuramos
associar de forma equilibrada os valores espirituais cultivados pelo nosso esforço. Templo,
porque nele nos exercitamos na oração e no respeito, cultuando intimamente os valores
transcendentais; Lar, porque imbuídos de fraternidade pura, a todos consideramos irmãos,
procurando conviver com eles e exaltando na prática o mais importante dos sentimentos, o
sentimento do amor; Escola, porque é aí que vamos aprender o verdadeiro sentido das
coisas, é aí que vamos descerrar o véu da ignorância que nos cobre o entendimento acerca
das verdades espirituais; é aí que aprendemos a disciplina do estudo em conjunto no qual
ninguém busca posições de superioridade no conhecimento, mas em que todos se igualam
no esforço da procura e da análise das conceituações Espírita. Escola, porém, que não se
atêm somente ã teorização, mas que busca também oferecer a leira do solo para que todos
tenham oportunidade do trabalho redentor; portanto, e Escola-Oficina. (Ibidem, Cap. I).
Destarte, notamos quão importante é o papel do Centro Espírita representando a
célula-mãe do movimento espírita, reflexo exato de nosso esforço e dedicação em prol do
Reino do Bem e do Amor entre as criaturas. (Ibidem, Cap. II e III).
NORMAS PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS
As reuniões espíritas podem oferecer grandes vantagens, pois permitem o es-
clarecimento pela permuta de pensamentos, pelas perguntas e observações fei-
tas por qualquer um, de que todos podem aproveitar-se.
As reuniões instrutivas têm características inteiramente diversas, e como é
nelas que podemos obter o verdadeiro ensinamento, insistiremos
particularmente nas condições em que devem realizar-se.
A primeira de todas é a de manterem a seriedade em toda a acepção do termo.
É necessário que todos estejam convencidos de que os Espíritos a que desejam
dirigir-se pertencem a uma natureza especial, que o sublime não podendo se
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 211
misturar ao banal, nem o bem com o mal, se desejamos obter bons resultados é
necessário nos dirigirmos aos Espíritos bons. Devemos, como condição
expressa, estar em situação favorável para que eles queiram atender-nos. Ora,
os Espíritos superiores não comparecem às reuniões de homens levianos e
superficiais, como não compareceriam quando estavam encarnados.
Uma sociedade não é verdadeiramente séria se não se ocupar de assuntos úteis,
com exclusão de todos os outros. Se ela deseja obter fenômenos extraordinários
por curiosidade ou passatempo, os Espíritos que os produzem poderão
comparecer, mas os outros se afastarão. Numa palavra, conforme o caráter da
reunião ela sempre encontrará Espíritos dispostos a atender às suas tendências.
Uma reunião séria afasta-se da sua finalidade se troca o ensinamento pelo
divertimento. As manifestações físicas têm a sua utilidade, como já dissemos.
Aqueles que desejam ver devem participar de reuniões experimentais, e os que
desejam compreender devem dirigir-se a reuniões de estudos. É assim que uns
e outros poderão completar a sua instrução espírita, como no estudo da
medicina uns vão aos cursos e outros à clínica.
A instrução espírita não compreende somente o ensino moral dado pelos
Espíritos, mas também o estudo dos fatos. Abrange a teoria dos fenômenos, a
pesquisa das causas, e como consequência a constatação do que é possível e do
que não é, ou seja: a observação de tudo quanto possa fazer que a ciência se
desenvolva. Seria errôneo acreditar que os fatos estejam limitados aos
fenômenos extraordinários, que os que tocam principalmente os sentidos sejam
os únicos dignos de atenção. Encontram-se a cada passo fatos importantes nas
comunicações inteligentes, que as pessoas reunidas para o estudo não poderiam
negligenciar. Esses fatos, que seria impossível enumerar, surgem de numerosas
circunstâncias fortuitas. Embora menos gritantes, não são de menor interesse
para o observador que neles encontra a confirmação de um principio conhecido
ou a revelação de um novo princípio, que o leva a penetrar mais fundo nos
mistérios do mundo invisível. Nisso há também filosofia.
As reuniões de estudo são ainda de grande utilidade para os médiuns de
manifestações inteligentes, sobretudo para os que desejam seriamente
aperfeiçoar-se e por isso mesmo não comparecem a elas com a tola presunção
da infalibilidade. Uma das grandes dificuldades da prática mediúnica, como já
dissemos, encontra-se na obsessão e na fascinação. Eles poderiam, pois, iludir-
se de muito boa fé quanto ao mérito das comunicações obtidas. Compreende-se
que os Espíritos enganadores encontram caminho aberto quando lidam com a
pessoa que ignorara do assunto. É por isso que procuram afastar o médium de
todo o controle, chegando mesmo, quando necessário, a fazê-lo tomar aversão
quem quer que possa esclarecê-lo. Graças ao isolamento e à fascinação, podem
facilmente levá-lo a aceitar tudo o que quiserem.
Nunca repetiríamos demasiado: aí está não somente uma dificuldade, mas um
perigo. Sim, podemos dizê-lo, um verdadeiro perigo. O único meio de escapar
a ele é submeter-se o médium ao controle de pessoas desinteressadas e
bondosas que, julgando as comunicações com frieza e imparcialidade, possam
abrir-lhe os olhos e levá-lo a perceber o que não pode ver por si mesmo. Ora,
todo médium que teme esse julgamento já se encontra no caminho da obsessão.
Aquele que pensa que a luz só foi feita para ele já está completamente subjugo.
Se leva a mal as observações e as repele, irritando-se com elas, há dúvida
quanto à natureza má do Espírito que o assiste.
Já dissemos que um médium pode carecer dos conhecimentos necessários para
compreender os erros, que pode se deixar enganar pelas palavras bonitas e pela
linguagem pretensiosa, deixando-se seduzir pelos sofismas, tudo isso na maior
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 212
boa fé. Isso porque, na falta de suas próprias luzes, deve modestamente recorrer
às luzes dos outros, segundo os ditados populares de que quatro olhos vêem
melhor do que dois e de que ninguém é um bom juiz em causa própria. É desse
ponto de vista que as reuniões são de grande utilidade para o médium, se ele for
bastante sensato para ouvir os conselhos, porque nelas se encontram pessoas
mais esclarecidas do que ele, capazes de perceber os matizes frequentemente
muito delicados, pelos quais o Espírito revela a sua inferioridade.
Todo médium que sinceramente não queira se transformar em instrumento da
mentira deve procurar produzir nas reuniões sérias, levando para elas o que
tiver obtido em particular. Deve aceitar com reconhecimento, e até mesmo
solicitar o exame crítico das comunicações. Se estiver assediado por Espíritos
enganadores será esse o meio mais seguro de se livrar deles, provando-lhes que
não o podem enganar. Aliás, o médium que se irrita com a crítica, tanto menos
razão tem para isso quanto o seu amor-próprio não está envolvido no assunto,
pois se o que escreve não é dele, ao ler a má comunicação a sua
responsabilidade é semelhante à de quem lesse os versos de um mau poeta.
Insistimos nesse ponto porque se é ele um tropeço para os médiuns, também o
é para as reuniões que não devem confiar levianamente em todos os intérpretes
dos Espíritos. O concurso de qualquer médium obsedado ou fascinado lhes
seria mais prejudicial do que útil.
Toda reunião espírita deve pois procurar a maior homogeneidade possível.
Falamos, bem entendido, das que desejam chegara resultados sérios e
verdadeiramente úteis. Se simplesmente se quer obter quaisquer comunicações,
não se importando com a qualidade, é evidente que todas essas precauções não
são necessárias. Mas então não se deve lamentar a qualidade do produto.
Outra exigência não menos necessária é a da regularidade das sessões. Em
todas sempre encontramos Espíritos que poderíamos chamar de frequentadores
habituais, mas não nos referimos a esses Espíritos que estão por toda parte e
em tudo se intrometem. Falamos dos Espíritos protetores ou dos que são mais
frequentemente evocados.
Não se pense que esses Espíritos nada mais tenham a fazer do que nos dar
atenção. Eles têm as suas ocupações e podem às vezes encontrar-se em
condições desfavoráveis à evocação. Quando as reuniões se realizam em dias e
horas fixos, eles se colocam à disposição nesses momentos e raramente faltam.
Há mesmo os que levam a pontualidade ao excesso. Ofendem-se com o atraso
de um quarto de hora, e se foram eles que marcaram uma reunião será inútil
iniciá-la alguns minutos antes.
Mas acentuemos que embora os Espíritos pretiram a regularidade, os
verdadeiramente superiores não são tão meticulosos. A exigência de rigorosa
pontualidade é sinal de inferioridade, como tudo o que é pueril. Mesmo fora
das horas marcadas eles podem comparecer, e na verdade comparecem espon-
taneamente quando a finalidade é útil. Nada, entretanto, é mais prejudicial à re-
cepção de boas comunicações do que evocá-los a torto e a direito, por simples
capricho ou sem um motivo sério. Como não estão sujeitos aos nossos capri-
chos, poderiam não nos atender. E é sobretudo nessas ocasiões que outros po-
dem tornar-lhes o lugar e o nome.
Já vimos como é importante a uniformidade de sentimentos para obtenção de
bons resultados. Essa uniformidade é naturalmente mais difícil de se obter
quando o número de pessoas é maior. Nas pequenas reuniões, onde todos se co-
nhecem melhor, tem-se mais segurança na introdução de elementos novos. O
silêncio e a concentração tornam-se mais fáceis e tudo se passa como em famí-
lia. (LM, itens 324, 327, 328, 329, 331, 333 e 335 – Itálicos do Livro.)
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 213
Fica claro desta forma que todo e qualquer paramento, vestuário especial, ritual,
exterioridades, ambientes adredemente preparados para despertar o mistério ou o
misticismo, gesticulações e encenações, são meros adereços que não cabem nas práticas
mediúnicas verdadeiramente espíritas.
As reuniões práticas de desobsessão não devem ser públicas.
Há quem aconselhe esse procedimento e acredita que é uma boa forma de
orientação indireta, pois que, assistindo as manifestações mediúnicas e ouvindo as
doutrinações o público se esclarece e se edifica.
Vejamos a opinião do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec:
Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante
de todas as de seus membros e formam, como que um feixe; ora, este feixe terá
ainda mais força, quanto mais homogêneo ele for. Se bem se compreendeu o
que foi dito (item 282, pergunta 5) sobre a maneira por que os Espíritos são
avisados do nosso chamado, facilmente compreender-se-á o poder de
associação do pensamento dos assistentes. Se o Espírito é, de alguma forma,
atingido pelo pensamento, como o somos pela voz, vinte pessoas unindo-se
com a mesma intenção terão, necessariamente, mais força do que uma só; mas
para que todos esses pensamentos concorram para o mesmo objetivo, é preciso
que vibrem em uníssono; que se confundam, por assim dizer, num único, o que
não pode acontecer, sem recolhimento.
A concentração e a comunhão de pensamentos sendo as condições necessárias
de toda reunião séria, compreende-se que o grande número de assistentes é uma
das causas mais contrárias à homogeneidade. Não há, é certo, nenhum limite
absoluto para esse número. Compreende-se que cem pessoas, suficientemente
concentradas e atentas, estarão em melhores condições do que dez pessoas
distraídas e barulhentas. Mas é também evidente que quanto maior o número,
mais dificilmente se preenchem essas condições. É aliás um fato provado pela
experiência que os pequenos círculos íntimos são sempre mais favoráveis às
boas comunicações, e isso pelos motivos que expusemos.
As grandes assembleias não permitem a intimidade pela variedade de elemen-
tos de que se compõem. Exigem locais especiais, recursos pecuniários e um
aparelhamento administrativo que os pequenos grupos dispensam. A divergên-
cia de caracteres, de ideias, de opiniões revela melhor, oferecendo aos Espíritos
perturbadores mais facilitada para semear a discórdia. Quanto mais numerosa a
reunião, mais difícil de se contentar a todos. Cada um quereria que os trabalhos
fossem dirigidos a seu gosto, que fossem tratados de preferência os assuntos
que mais lhe interessam, e alguns julgariam que o título de sócio lhe daria o di-
reito de impor os seus pontos de vista. (LM, item 331, 332, 335).
A condição moral dos participantes de uma reunião é o elemento indispensável
para atrair os Espíritos deste ou daquele padrão espiritual.
A influência do meio decorre da natureza dos Espíritos e da maneira por que
agem sobre os seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por si
mesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire a atrair a
simpatia dos Espíritos bons, obtendo boas comunicações e afastando as más.
Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes.
Podemos resumi-las nos seguintes pontos:
• Perfeita comunhão de ideias e sentimentos;
• Benevolência recíproca entre todos os membros;
• Renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 214
• Desejo uníssono de se instruir e de melhorar pelo ensinamento dos
Espíritos bons e aproveitamento de seus conselhos.
A influência do meio decorre da natureza dos Espíritos e da maneira por que
agem sobre os seres vivos. Dessa influência cada qual pode deduzir por si
mesmo as condições mais favoráveis para uma sociedade que aspire a atrair a
simpatia dos Espíritos bons, obtendo boas comunicações e afastando as más.
Essas condições dependem inteiramente das disposições morais dos assistentes.
Podemos resumi-las nos seguintes pontos:
• Perfeita comunhão de ideias e sentimentos;
• Benevolência recíproca entre todos os membros;
• Renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;
• Desejo uníssono de se instruir e de melhorar pelo ensinamento dos
Espíritos bons e aproveitamento de seus conselhos.
Essas condições serão tão difíceis de preencher que não se encontrem quem
possa satisfazê-las? Não pensamos assim. Esperamos pelo contrário, que as
reuniões verdadeiramente sérias, como as existentes em diferentes lugares, se
multiplicarão e não hesitamos em dizer que a elas o Espiritismo deverá a sua
mais ampla divulgação. Unindo os homens honestos e conscienciosos elas im-
porão silêncio à crítica, e quanto mais pura forem as suas intenções mais serão
respeitadas, até mesmo pelos seus adversários. Quando a zombaria ataca o
bem deixa de provocar o riso e torna-se desprezível. Entre as reuniões dessa
espécie é que se estabelecerão laços de real simpatia, uma solidariedade mútua,
pela própria força das circunstâncias, contribuindo para o progresso geral. (LM,
itens 336 e 341 – Itálicos do Livro).
ESQUEMATIZAÇÃO IDEAL DOS TRABALHOS MEDIÚNICOS DE UM CENTRO ESPIRITA.
Um Centro Espírita, para cumprir bem o papel a que foi chamado a desempenhar,
deve ter condições mínimas exigidas sem as quais servirá de modo incompleto
aqueles que o buscam.
O Centro deve ter trés tipos de tarefas que se ligam umas as outras nas seguintes áreas:
A) Campo Ensino Tórico:
1. Palestras Educativas;
2. Cursos (CERE, item 3.3.1);
3. Aulas de evangelização da infância (CERE, item 3.3.2);
4. Reuniões de estudos para os jovens (CERE, item 3.3.3);
B) Campo Ensino Prático:
1. Reunião de desenvolvimento da mediunidade (CERE, item 2.3.1);
2. Reunião de orientação de Espíritos desencarnados (CERE, item 2.3.2);
3. Reunião de consultas e tratamento espirituais (CERE, item 2.3.3);
4. Reunião de passes, irradiação, etc. (CERE, item 2.3.5);
5. Reunião de desobsessão (CERE, item 2.3.4).
C) Campo Assistencial:
Compreende todos os trabalhos que visem a promoção social das pessoas
assistidas pelo Centro através da reintegração social, valorização da criatura,
ensino de ofícios, etc, sem descurar de oferecer o conhecimento espírita a
todos os que demonstre interesse pelo mesmo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 215
Por mais que se busque vincular o Espiritismo à caridade (muitas vezes
confundida com esmola), não se pode obter uma relação direta entre
Espiritismo e assistencialismo. Parece-me claro que não podemos simplificar a
busca das causas do assistencialismo vinculando-as apenas às características
dos líderes. A nossa condição social e nossa formação cultural certamente
contribuem para esse caráter dos nossos centros. (CERE, p. 29).
Assim, o Centro Espírita deve ser o ponto de convergência de vários grupos
afins, cada um ocupado em tarefa que lhe é específica, mas todos trabalhando em conjunto
numa programação previamente elaborada para que se alcance o fim desejado. Todos os
grupos que constituem a casa devem solidarizar-se entre si, unindo-se cada vez mais, para
que o Centro seja um foco irradiador de paz, entendimento e harmonia. Para que ele seja
realmente o Templo-Lar-Escola-Oficina.
A domesticação clerical dos espíritas ameaças desfibrar todo o nosso povo, que
por sua formação igrejeira tende a um tipo de alienação esquizofrênica que o
Espiritismo sempre combateu, desde a proclamação de fé racional sempre no
Kardec, contra a fé cega e incoerente, submissa e farisaica das pregações
igrejeiras (CE, p. 7)
RESUMO
Centro Espírita deve funcionar como uma unidade fraterna, com trabalhos interli-
gados entre si e em continuidade uns aos outros.
O Centro Espírita, célula-mãe do movimento espírita, é o Templo-Lar-Escola on-
de procuramos aprender e cultivar os valores e as verdades espirituais numa convivência de
fraternidade pura, associando a teoria ao trabalho redentor.
As reuniões espíritas oferecem grandes vantagens pela permuta de ideias e pelas
questões e observações que se façam em proveito de todos os que delas participam.
As reuniões instrutivas são as em que se pode haurir o verdadeiro ensino e por is-
to devem ser sérias e afastar quaisquer propósitos de mera curiosidade.
A instrução espírita abrange o ensinamento moral e o estudo dos fatos pela expli-
cação teórica de todos os fenômenos, a pesquisa das causas, a comprovação do que é possí-
vel e do que não o é, em suma, a observação de tudo o que possa contribuir para o avanço da
Ciência.
As reuniões de estudo são de imensa utilidade para os médiuns, sobretudo para os
que desejam aperfeiçoar-se sem a presunção de infalibilidade.
Graças ao insulamento e à fascinação, os Espíritos enganadores levam o médium
a aceitar tudo o que eles queiram. Aí se encontra um tropeço e um perigo. O único meio pa-
ra o médium escapar disso é a análise das comunicações que recebe, praticada por pessoas
desinteressadas e benevolentes, com sangue frio e imparcialidade. Todo médium que teme
esse juízo está no caminho da obsessão.
Toda reunião espírita deve buscar a homogeneidade possível para chegar a resul-
tados úteis e realizar-se com regularidade, pois os Espíritos protetores possuem outras ocu-
pações e não estão a nossa disposição a qualquer hora.
As reuniões práticas de desobsessão não devem ser públicas, mas privativas e
com seleção prévia dos componentes.
A condição moral dos participantes é ponto fundamental e todos devem ter: per-
feita comunhão de vistas e de sentimentos; cordialidade recíproca; o desejo único de se ins -
truírem e melhorarem, etc.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 216
O local das reuniões mediúnicas deve ser o Centro Espírita que possui as condi-
ções necessárias e específicas para isso.
O ambiente das reuniões deve oferecer as condições que favoreçam o reco-
lhimento e a elevação do pensamento e jamais apresentar quaisquer arranjos ou ornamenta-
ções que cheirem à magia, pois são absurdos e perigosos pelas ideias supersticiosas que ali-
mentam. Para os Espíritos superiores o pensamento é tudo, a forma nada!
Paramentos, vestuário especial, ritual, exterioridades, ambiente que evoque mistério
ou misticismo, gesticulações e encenações litúrgicas, não cabem na verdadeira prática espírita.
É comum encontrarmos nos centros espíritas um grande sincretismo. As
práticas utilizadas possuem origens religiosas, filosóficas e culturais diversas,
devido à falta de compromisso dos grupos com o Espiritismo. Segundo
Herculano PIRES uma das causas está na domesticação católica e protestante,
que “criara em nossa gente uma mentalidade de rebanho” Penso que essa
mentalidade propicia a inserção das ideias assistencialistas (“esmolares”),
salvacionistas e místicas, que se misturam às ideias espíritas. (CERE, p. 28).
O Centro Espírita deve ter trés tipos de tarefas:
1. Campo de Ensino teórico-prático, compreendendo palestras, cursos de orientação, evangelização
da infância e da mocidade;
2. Campo assistência espiritual, abrangendo reuniões de passe, irradiação, desenvolvimento
mediúnico, etc.;
3. Campo assistencial social, compreende a promoção social, a reintegração e a valorização da
criatura humana, o ensino de ofícios.
Bibliografia:
Allan Kardec. O Livro dos Médiuns, 2a. Parte, Cap. XXIX.
Léon Denis. No Invisível, 1a. Parte, Cap. X.
José Herculano Pires. O Centro Espírita. Introdução e Cap. IX.
Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade, Caps. 1, 3, 6, 13, 14, 17, 20, 23
e 25 – Mecanismos da Mediunidade, Caps. 8 a 11, 19, 22, 23 a 26 – Conduta Espírita, Cap.
27 – Desobsessão, Caps. 45 a 52, 60, 65 a 67.
Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, 3a. Parte (Toda).

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Das Reuniões Espiritas: a) Vantagens; Formação Dos Grupos Espíritas
b) Reuniões Frívolas; c) Reuniões (NI, 1a. Parte, Cap. X).
Experimentais; d) Reuniões Instrutivas.
(LM, itens 324 a 333).
Grupo 3 Grupo 4
Subtema: Das Sociedades Propriamente Ditas A influência do meio e dos participantes em
(LM, itens 334 a 337). uma sociedade espírita (LM, itens 338 a 342).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 217
28a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
APLICAÇÃO DA MEDIUNIDADE – FACULDADE MALEÁVEL.
Sendo a mediunidade a faculdade que possibilita ao individuo encarnado re-
lacionar-se com as entidades desencarnadas, captar os seus pensamentos e sentimentos e
transmiti-los aos outros, bem como perceber coisas além dos limites físicos, próprias do
mundo espiritual, ela não representa em si mesma nenhum mérito de quem a possui, porque
o seu aparecimento independe da formação moral do indivíduo.
Desta forma, pessoas sem condição moral podem apresentar a faculdade
mediúnica e sempre encontrarão entidades espirituais que lhes secundem a vontade e o
pensamento, associando-se a elas na rede de desequilíbrio.
Possuir a faculdade mediúnica não é motivo, portanto, nem de orgulho nem de
vaidade, nem tampouco de santificação de quem quer que seja. O que a pessoa realizar com
a sua faculdade mediúnica, pode ser motivo de nosso respeito ou de nossa reprovação; pode
ser conforme os desígnios superiores da Lei de Equilíbrio, de Amor e de Justiça ou não;
pode estar de acordo com o que preceitua o Espiritismo ou não.
Assim, pelo despreparo para a prática mediúnica equilibrada e pelo desinteresse
pelo conhecimento e, ainda, por apresentarem fraquezas morais, muitos deixam-se envolver
pela obsessão e se veem em dificuldades sem conta quando pretendem recompor-se e seguir
no verdadeiro caminho de sua reabilitação moral.
Muitos outros, maravilhados com o fenômeno mediúnico, esquecem que ele é
meio, é via para atingir o fim, o qual é o esclarecimento da criatura humana com a sua
consequente transformação moral e se deixam levar para o profetismo, para o
experimentalismo, para o guiísmo, numa dependência total, ao ponto de não mais decidirem
o que lhes compete sem antes fazerem uma consulta aos Espíritos.
Ha outros ainda, que, além de serem envolvidos pelos elogios fáceis, pela
bajulação, começam a fraquejar e receber pequenos obséquios, pequenos favores materiais,
discretas lembrancinhas, e, por fim, caem num mercenarismo barato que os inutiliza.
Registre-se que não precisa ser o médium quem seja diretamente beneficiado com o
movimento financeiro que se faça em seu derredor para que tal ação seja encarada com
muito cuidado por nos.
Os Espíritos amigos tentam por inúmeras maneiras esclarecer, orientar e
despertar o médium para os perigos da utilização de sua mediunidade sem os critérios
cristãos, mas se este nega-se a acolher os alvitres salutares, continua displicente com o lado
moral da aplicação de sua faculdade, eles simplesmente se afastam, deixando o caminho
livre aos Espíritos que sintonizam com tal modo de pensar e proceder.
As pessoas que possuem a faculdade mediúnica em níveis mais intensos, estão
mais sujeitas as influenciações devido à facilidade de sintonia com os Espíritos. Maior
cuidado, pois, deverão ter com as companhias espirituais que elegem para a sua vida diária.
A mediunidade sendo uma faculdade maleável, tanto serve como instrumento do
bem quanto do mal, de elevação quanto de queda, de construção quanto de derrocada,
dependendo unicamente do modo como se comporta aquele que a possui.

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 42 – O Consolador, Questões 383 e 384 de


Francisco Cindido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 218
29a. SESSÃO TEÓRICA
ESPIRITISMO E LAR – O CULTO DO EVANGELHO NO LAR.
ESPIRITISMO E LAR
Trabalhemos pela implantação do Evangelho no lar, quando estiver ao alcance
de nossas possibilidades. A seara depende da sementeira. Se a gleba sofre o
descuido de quem lavra e prepara, se o arado jaz inerte e se o cultivador teme o
serviço, a colheita será sempre desengano e necessidade, acentuando o
desânimo e a inquietação (Bezerra de Menezes).95
Para muitos que não entenderam ou preferiram colocar acima dos princípios doutri-
nários orientadores da prática mediúnica sua opinião pessoal, os trabalhos mediúnicos podem
ser realizados no próprio lar. Todavia, as orientações dos Espíritos são contrárias a esse modo
de pensar e a prática tem mostrado os inconvenientes das reuniões mediúnicas domiciliares.
O Espiritismo sendo um pensamento eminentemente dinâmico e profundo 96,
alicerçada em ensinamentos transcendentais e com objetivos morais, resolverá o problema
da humanidade, transformando o Homem no verdadeiro cristão, pois este colocará em
prática seus ensinamentos em todas as situações da vida.
A Filosofia Espírita é o elemento mais potente de transformação moral da
criatura humana, porque esta, conhecendo a verdade e as leis que regem a harmonia do
Universo, aprenderá a caminhar de forma tal que não as contrariará e propiciará o seu
próprio crescimento espiritual.
O Espiritismo é uma força moralizadora pelos seus ensinamentos, pelos exemplos de
renovação espiritual que apresenta, pelos ensinamentos claros e racionais que faculta fazendo
desabrochar na criatura o entendimento e esta, de olhos abertos, livre de rituais, de temores,
de superstições, do misticismo, caminha livremente, escolhendo o terreno onde seus pés se
firmam, respeitando e amando as Leis da Vida, porque finalmente as compreendeu. É o
caminho da felicidade, da redenção, da recuperação espiritual pelo ressarcimento dos erros,
e o caminho normal da evolução do ser que um dia atingirá a angelitude.
O homem aprecia o que lhe fala à razão, aquilo de que pode dar-se conta; é que
encontra na filosofia espírita algo mais que um divertimento, qualquer coisa a
preencher-lhe o pungente vazio da incerteza. Adentrando o mundo
extracorporal pelo caminho da observação, nele quisemos que penetrassem
nossos leitores, a fim de fazer que o entendessem. A eles cabe julgar se
alcançamos o nosso objetivo. (RE, dezembro 1858, p. 528 – FEB).
E se a Filosofia Espírita faz eclodir esta força íntima que nos possibilita
renovação espiritual, sua ação se manifesta primeiramente no reduto familiar, no ninho
doméstico, no próprio lar. O Espiritismo tem, portanto, uma importante função no lar. A
função de consolar, de amparar, de orientar, de fortalecer, de impregnar o espírito humano
de compreensão, de paciência, de humildade, de amor e de perdão.
O Espiritismo aí funciona, como fonte límpida e serena, que dessedenta a alma
abrasada nas consequências da sua própria intemperança; funciona como lenço amigo a
enxugar o pranto do desconsolo diante de situações inevitáveis; funciona como mestre
silencioso a indicar a solução dos enigmas da própria vida, incentivando ao estudo e ao
entendimento; funciona como amigo permanente a estimular a que não se perca a esperança,
entregando-se ao desespero, nem que se busque a solução pela fuga covarde, mas que se
mostre fibra na luta e na adversidade, guardando confiança e serenidade espirituais.

95 Xavier, F. C. Temas da Vida, p. 14 (O Evangelho no Lar).


96 Porteiro, M. S. O Espiritismo Dialético. p. 34 e ss.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 219
O Espiritismo é tudo isso e muito mais ainda. Ele é tudo o que dele se espera.
Quando o espiritismo estiver mais difundido e se puder constituir centros de
estudo sérios, ficará fácil experimentar com rigor e método, e temos certeza de
que esses casos convincentes se multiplicarão com tal abundância que não
subsistirão dúvidas para nenhum incrédulo de boa fé.97
Quando a humanidade perceber o tesouro de luz que tem ao seu alcance e que, às
vezes, dele faz mau juízo, dele se aproveita com interesses curtos e rasteiros, dele se acerca
temerosa de se comprometer, de o conhecer, de o entender e de o praticar, instalar-se-á na
terra o Reino. O reino da paz, da concórdia, da honestidade, do trabalho, da humildade, do
bem e do amor. O reino proposto por Jesus.98
Nessa transformação, que está prevista nos programas superiores, há um ele-
mento fundamental – A Família. “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl 5:9).
O lar, pequeno até na expressão gráfica é, no entanto, instituição essencial, sendo
a base de todo aspecto familiar. 99 “Lar é o coração do organismo social. Seremos, lá fora, no
grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidade
de nós mesmos”.100 Espiritismo é a presença divina na Terra, porque propõe a renovação
espiritual tão necessária para as realizações futuras.
No lar deve-se realizar o culto do evangelho, semanalmente, para harmonizar o
ambiente e as pessoas que aí residam. No lar, cadinho das experiências mais difíceis, local
do reencontro dos corações que se amaram ou se odiaram no passado, é que a vida cobra os
débitos contraídos em outras encarnações ou que premia pelos acertos, oferecendo
oportunidades de se reencontrarem almas que muito se querem.
E para a união de todos os integrantes da casa, surge o Culto do Evangelho no
Lar como elemento fundamental e indispensável. “O culto do Evangelho no lar não é uma
inovação. É uma necessidade em toda parte, onde o cristianismo lança raízes de
aperfeiçoamento e sublimação”. (Ibidem, Cap. 1).
O comodismo de muitos e a ignorância sobre as práticas mediúnicas, têm feito
com que as reuniões do Evangelho no Lar se transformem em sessões mediúnicas caseiras,
correndo-se os riscos e os inconvenientes da mediunidade prática em lugar inadequado para
isso. Em outros momentos, alguns desavisados transformam o Evangelho do Lar em debates
filosóficos, antropológicos, históricos e socioculturas intermináveis, cansando a todos. O
Evangelho no Lar deve ser simples, com conteúdo e alegre.
A reunião do O Evangelho no Lar é a oportunidade, a nós todos facultada, para
abrirmos as portas de nossa casa para recebermos a visita dos ensinamentos de nosso
Sublime Mestre Jesus.
Se o Espiritismo é a presença divina entre nós, o cultivo dessa presença se deve
fazer através de um permanente esforço de estudo, de esclarecimento e de práticas dos
ensinamentos que o Evangelho e a moral espírita propicia.101

97 Gabriel Delanne. Pesquisas sobre Mediunidade, p. 548.


98 Mt 6:9-10 e 33; Mc 1:15, 4:26-29, 10:14-15 e 23-27; Lc 9:59-62, 13:18-21 e 29, 17:20-21; Jo 3:3-6 e 18:36; Rm
14:17; 1Co 6:9-11; Gl 5:19-21; Tg 2:5 e 2Pe 1:10-11.
99 A família, antes vista sob ótica meramente patrimonial, com o fito de reprodução, passou à condição de reduto
afetivo de seus integrantes. Sob tal enfoque, necessário reconhecer verdadeiro pluralismo de entidades familiares,
devendo o Ordenamento Jurídico garantir-lhes respeito e proteção, diante das diferentes matizes familiares existentes.
O manto constitucional assegura a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação, conforme estabelecido no artigo 3°, IV, da Constituição Federal de 1988.
100 Xavier, F. C. Luz no Lar, Cap. 9.
101 Consultar nesta Apostila, p. 16 (Moral Deliberativa).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 220

POR QUE FAZER O EVANGELHO NO LAR?


O Estudo do Evangelho no Lar abre as portas da nossa casa aos benefícios
espirituais, da mesma forma que desentendimentos, brigas e xingamentos favorecem o
assalto das sombras. Atrai os bons e afasta ou esclarece os maus espíritos.
Conduz-nos a uma compreensão racional dos ensinamentos do Cristo, levando-nos
ao esclarecimento e à aceitação de tê-los como roteiro seguro para nossas vidas. Ajuda-nos a
superar as dificuldades no lar e fora dele, acendendo-nos a luz da compreensão e da paciência.
Modifica o padrão vibratório dos nossos pensamentos e sentimentos,
desanuviando as nossas mentes congestionadas das criações inferiores, agentes da
enfermidade e dos desequilíbrios. Com Jesus no Lar, pelo estudo e vivência do Evangelho,
tem-se a verdadeira paz.
Com o Evangelho no Lar formamos as defesas magnéticas da nossa casa,
impregnando o ambiente espiritual das energias positivas que desestimulam toda ação maléfica.
É uma verdadeira segurança espiritual que passa a funcionar em benefício de todo o grupo.
Além da ajuda que essa prática proporciona no programa espiritual de todo o
grupo familiar, estende a caridade aos vizinhos e a quantos se sintam também estimulados a
mudar com o nosso exemplo Quantos espíritos igualmente se beneficiam com essa fonte de luz!
ROTEIRO PARA O EVANGELHO NO LAR
Escolha um dia e uma hora da semana em que seja possível a presença de todos
os membros da família ou da maior parte deles. Observar rigorosamente esse dia e horário
para facilitar a assistência espiritual e consolidar o hábito da reunião.
A duração deve ser de no máximo de até 30 minutos, incluindo a prece de
encerramento, em que se agradecerá a assistência espiritual, lembrando a próxima reunião.
Inciar a reunião com uma prece simples e espontânea num loca l da casa menos ex-
posto às perturbações exteriores, em seguida, fazer a leitura de um trecho de O Evangelho Se-
gundo o Espiritismo, aberto ao acaso ou previamente programado para estudo em sequência.
Fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando opiniões com o grupo
quanto à aplicação dos ensinamentos na vida diária, evitando discussões, críticas e
julgamento de membros do grupo ou de conhecidos em função da mensagem evangélica.
A reunião deve ser dirigida por um membro da família ou pela pessoa que tiver
mais conhecimento sobre Espiritismo, que deverá estimular a participação de todos e
conduzir as explicações ao nível do entendimento prático dos presentes. Pode-se fazer
leituras de Livros de Mensagens como Caminho, Verdade e Vida – Pão Nosso – Vinha De
Luz – Fonte Viva – Luz No Lar – Encontro Marcado – Agenda Cristã – Conduta Espírita –
Palavras de Vida Eterna de Francisco Cândido Xavier.
SUGESTÕES
1. Quando houver crianças e adolescentes, estes também deverão participar da reu-
nião e para as crianças podem ser lidas pequenas histórias infantis de conteúdo mo-
ral elevado. Livros como Jesus no Lar, Alvorada Cristã, O Evangelho da Menina-
da, Cartilha do Bem, Histórias que Jesus Contou, Os Meus Deveres dentre outros.
2. Para os adolescentes podem ser lidos contos ou pedir para os mesmos contarem
uma história de um livro previamente escolhido, incentivando assim a leitura.
Livros de Contos: O Espírito da Verdade, Pontos e Contos, Contos e Apólogos de
Francisco Cândido Xavier.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 221
3. Pode-se colocar água para ser fluidificada102 pelos Espíritos presentes, no
transcorrer da reunião. Música suave pode contribuir para melhor ambientação,
auxiliando as vibrações e preces.
4. Podem ser feitas leituras complementares alternativas (jornais, revistas,
atualidades) que ofereçam conteúdo adequado à reflexão, conforme os objetivos do
Evangelho no Lar.
RESUMO
Espíritos não aconselham a prática mediúnica domiciliar.
No lar deve-se realizar o Culto do Evangelho semanalmente.
A força moralizadora do Pensamento Espírita deve manifestar-se primeiramente
no reduto familiar.
O lar é o cadinho de purificações onde os corações que se amaram ou se odiaram
em outras encarnações se reencontram..
O Espiritismo tem no lar a função de consolar, orientar, fortalecer e de impregnar
o espírito humano de compreensão, paciência, humildade, amor e perdão.
O lar, embora considerado ultrapassado por alguns, é instituição essencialmente
divina é a base da humanidade. Lar é o coração do organismo social.
O lar é o sagrado vértice onde nos encontramos para o entendimento
indispensável, é templo, onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente.
Para a união de todos os elementos da família, o Culto do Evangelho no Lar é
elemento fundamental e indispensável.
A falta de conhecimento têm feito com que alguns recorram a práticas
mediúnicas no Evangelho do Lar, transformando-o em sessão mediúnica caseira.
O Culto do Evangelho no Lar poderá ser realizado através do seguinte roteiro: a
escolha de um dia da semana, com horário prefixado; realizar-se com constância e
assiduidade; a reunião deve iniciar-se com uma prece espontânea; leitura e comentários de
uma página de O Evangelho Segundo o Espiritismo; leituras de mensagens de fundo moral e
evangélico, extraídas de livros espíritas consagrados e mais adequados para essa reunião; as
crianças poderão participar do Culto e para elas serem lidas (ou elas mesmas poderão ler)
pequenas histórias infantis de conteúdo moral; a reunião deve encerrar-se com uma prece de
agradecimento. Pode-se, também, preparar um recipiente com água para ser fluidificada.
Música selecionada pode ser um elemento auxiliar na formação do ambiente.
É um verdadeiro banho de luz que procedemos em nosso lar quando abrimos suas portas
para a realização do Culto do Evangelho.

Bibliografia:
Evangelho No Lar (Distribuição Gratuita Impressa e via Internet – é só baixar e praticar).
Martins Peralva. Estudando a Mediunidade, Cap. XVIII – Estudando o Evangelho, Caps. VI e VII.
Léon Denis, No Invisível, 1a. Parte, Cap.VII.
Francisco Cândido Xavier. Desobsessão, Cap. 70 – Lei de Amor, perg. 11 – Temas da Vida, p. 8
Jaci Régis & Marlene S. Nobre & Nancy P. Girolano – A Mulher na Dimensão Espírita.
Friedrich Engels. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Cap. II.
D. W. Winnicott. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

102 Kardec, A. O Livro dos Médiuns, itens 130 e 131.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 222
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.
Grupo 1 Grupo 2
Culto Do Evangelho No Lar. Espiritismo e Matrimonio.
(Luz no Lar, Caps. 1, 23, 60 e 62). (EM, Cap. XVIII e NDM, Cap. 14).
Grupo 3 Grupo 4
As Mulheres têm Alma? (RE, jan. 1866). Noções de Lar
Espiritismo e a Emancipação da Mulher. (CE, Cap. 5 – Luz no Lar, Cap. 1 e 9).
(NI, Cap. VII).

29a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO


APLICAÇÃO DA MEDIUNIDADE – CONHECIMENTO TEÓRICO-PRÁTICO.
A mediunidade sendo inerente ao ser humano pode aparecer em qualquer pessoa,
independente da doutrina religiosa que abrace. Assim é que grandes vultos foram
consagrados pelas doutrinas religiosas católica e protestante em seus vários ramos, por
apresentarem fenômenos inusitados, que fugiam a qualquer consideração humana,
fenômenos que ultrapassavam a craveira comum. Daí serem eles considerados santos,
profetas, missionários, etc.
Por outro lado, são incontáveis os casos de pessoas ligadas a outras religiões ou
sem qualquer princípio religioso, ou mesmo, ditas espíritas, que se encontram envolvidas
em processos de obsessão crucial, sofrendo a consequência da influenciação espiritual,
sendo tratadas como doentes mentais, internadas em casas de saúde especializadas a espera
de um remédio ou de um tratamento salvador.
A mediunidade então será um bem ou um mal?
A mediunidade tal como outras faculdades, surge na criatura independentemente
de seu estado de elevação moral, mas está sujeita à vontade e a diretriz que o seu possuidor
lhe der, podendo se transformar em caminho de redenção ou de sofrimentos inomináveis.
Por ser um instrumento, o resultado de sua aplicação sempre depende de nossa orientação.
Um machado não é um mal em-si, é uma ferramenta de trabalho nas mãos de um lenhador,
no entanto, na mão de um estouvado se torna uma ferramenta criminosa.
À Humanidade seria facultado um poderoso elemento de renovação, se todos
compreendessem que há, acima de nós, um inesgotável manancial de energia,
de vida espiritual, que se pode atingir por gradativo treinamento, por constante ori-
entação do pensamento e da vontade no sentido de assimilar as suas ondas e radi-
ações, e com o seu auxílio desenvolver as faculdades que em nós jazem latentes.
A aquisição dessas forças nos bloqueia contra o mal, nos coloca acima dos con-
flitos materiais e nos torna mais firmes no cumprimento do dever. Nenhum
dentre os bens terrenos é comparável à posse desses dons. Sublimados a seu mais
alto grau, fazem os grandes missionários, os renovadores, os grandes inspirados.
Como podemos adquirir esses poderes, essas faculdades superiores? Descerran-
do nossa alma, pela vontade e pela prece, às influências do Alto. Do mesmo
modo que abrimos as portas da nossa casa, para que nela penetrem os raios do
Sol, assim também por nossos impulsos e aspirações podemos franquear aos
eflúvios celestes o nosso ego interior.
Quantas faculdades preciosas, todavia, não se perdem, à míngua de atenção e
de cultura! Quantas mediunidades malbaratadas em frívolas experiências, ou
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 223
que, utilizadas ao sabor do capricho, não atraem mais que perniciosas influên-
cias e só maus frutos produzem! Quantos médiuns, inconscientes de seu minis-
tério e do valor do dom que lhes é outorgado, deixam inutilizadas forças capa-
zes de contribuir para a obra de renovação!
A mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de acura-
das precauções e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspi-
rações, os sentimentos nobres e, sobretudo, a terna solicitude do bom Espírito
que a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes. Quase sempre, po-
rém, querem fazê-la produzir frutos prematuros, e desde logo ela se estiola e fa-
na ao contacto dos Espíritos atrasados.
É preciso que, ao menos, o médium, compenetrado da utilidade e grandeza de
sua função, se aplique a aumentar seus conhecimentos e procure espiritualizar-
se o mais possível, que se reserve horas de recolhimento e tente então, pela vi-
são interior, alçar-se até as coisas divinas, à eterna e perfeita beleza. Quanto
mais desenvolvidos forem nele o saber, a inteligência, a moralidade, mais apto
se tornará para servir de intermediário às grandes almas do Espaço.
Os dons psíquicos, desviados de seu eminente objetivo, utilizados para fins de
interesses medíocres, pessoais e fúteis, revertem contra os seus possuidores,
atraindo-lhes, em lugar dos gênios tutelares, as potências malfazejas do Além.
Fora das condições de elevação de pensamento, de moralidade e desinteresse,
pode a mediunidade constituir-se um perigo; ao passo que tendo, por fim, firme
propósito no bem, por suas aspirações ao ideal divino, o médium se impregna
de fluidos purificados; uma atmosfera protetora se forma em torno dele, o en-
volve, o preserva dos erros e das ciladas do invisível.
E se, por sua fé e comprovado zelo, pela pureza da alma em que nenhum cálcu-
lo interesseiro se insinue, obtém ele a assistência de um desses Espíritos de luz,
depositários dos segredos do Espaço, que pairam acima de nós e projetam so-
bre a nossa fraqueza as suas irradiações; se esse Espírito se constitui seu prote-
tor, seu guia, seu amigo, graças a ele sentirá o médium uma força desconhecida
penetrar-lhe todo o ser, uma chama lhe iluminar a fronte. Todos quantos toma-
rem parte em seus trabalhos e colherem os seus resultados sentirão reanimar-
se-lhes o coração e a inteligência às fulgurações dessa alma superior; um sopro
de vida lhes transportará o pensamento às regiões sublimes do Infinito. (NI, 1 a.
Parte, Cap. V)
O preparo do conhecimento teórico-prático para o médium significa iluminação
do caminho, dando-lhe roteiro mais seguro e de mais fácil acesso, afastando-o das
enganosas ilusões e das armadilhas preparadas pelos inimigos do bem e da luz.
A moral do médium determina o seu comportamento como criatura humana e
regula as suas relações com os espíritos. A questão moral não surge da
faculdade mediúnica mas da sua consciência. Não se pode dizer que um
médium entregue a práticas maldosas ou a objetivos condenáveis, contrários ao
senso moral, não seja médium. (J. H. Pires. Mediunidade, Cap. IX).

Bibliografia:
Francisco Cândido Xavier. Palavras de Vida Eterna, Cap. 122 – Religião dos Espíritos,
Cap. 16 – O Consolador, Q. 242.
José Herculano Pires. Mediunidade, Caps. I a III, IX e XIII.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 224
30a. SESSÃO TEÓRICA
ESPIRITISMO E KARDEC – METAPSÍQUICA – HIPNOTISMO
PARAPSICOLOGIA – EVANGELHO
ESPIRITISMO E KARDEC
O fenômeno mediúnico é uma ocorrência tão antiga quanto o homem Por ser a
mediunidade uma faculdade inerente ao ser humano, desde todas as épocas ela se tem mani-
festado e sido motivo de espanto, de respeito, ensejando manifestações religiosas em sua de-
corrência. A partir, porém, do século passado, com os estudos sérios realizados pelo Prof.
Hippolyte Leon Denizard Rivail, os fenômenos de efeitos físicos e inteligentes foram obser-
vados em detalhes e tiradas as conclusões necessárias, formando-se então um corpo de co-
nhecimento de nome Espiritismo.
O Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência do Cristi-
anismo em seus fundamentos mais simples. Descerrando a cortina densa, posta-
da entre os dois mundos, nos domínios vibratórios em que a vida se manifesta,
mereceu, desde a primeira hora de suas arregimentações doutrinárias, o interes-
se da ciência investigadora que procura escravizá-lo ao gabinete ou ao labora-
tório, qual se fora mera descoberta de energias ocultas da natureza, como a da
eletricidade, que o homem submete ao seu bel-prazer, na extensão de vantagens
ao comodismo físico. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).
O Espiritismo é uma Nova Ciência nascida da observação e fruto da revelação
dos Espíritos Superiores, tendo sido codificado por Allan Kardec, de 1857 a 1868.
ESPIRITISMO E METAPSÍQUICA
A Ciência oficial não admite as comunicações espirituais ou mesmo a existência
do mundo espiritual, tendo, no decorrer do tempo, formado inúmeras associações,
sociedades e comissões com o fito de desmascarar o grande embuste, como eram
denominadas tais verdades. Todavia, quanto mais se constituíam comissões, algumas delas
presas ao espírito de sistema e à negação do fenômeno, mais aumentava o número dos adeptos.
A ciência (ou o que passa por tal) localiza-se em um campo de saber e nele tem
um papel, que varia conforme as diferentes formações discursivas e que se mo-
difica de acordo com suas mutações.
A influência da ideologia sobre o discurso científico e o funcionamento ideoló-
gico das ciências não se articulam no nível de sua estrutura ideal (mesmo que
nele possam traduzir-se de uma forma mais ou menos visível), nem no nível de
sua utilização técnica em uma sociedade (se bem que esta possa aí entrar em vi-
gor), nem no nível da consciência dos sujeitos que a constroem; articulam-se
onde a ciência se destaca sobre o saber.103
Quando a Ciência sai da observação material dos fatos e trata de apreciá-los e
explicá-los, abre-se para os cientistas o campo das conjecturas (ideológicas):
cada um constrói o seu sistemazinho, que deseja fazer prevalecer e sustenta en-
carniçadamente. Não vemos diariamente as opiniões mais contraditórias serem
preconizadas e rejeitadas, repelidas como erros absurdos e depois proclamadas
como verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos
julgamentos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida é a opi-
nião do homem prudente. (LE, Introdução, Item VII).
Alguns homens de Ciência convenceram-se a respeito da autenticidade dos
fenômenos. Entre eles estava o sábio russo Alexandre Aksakof (1832-1903), que em 1884

103 Foucault, Michel. A Arqueologia do Saber, págs. 206 e 207.


COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 225
assim se referiu a Charles Richet (1850-1935): “O senhor se ocupa de sonambulismo e de
hipnotismo, mas existe ainda uma coisa mais interessante: os fenômenos denominados
espiritistas, isto é, as aparições e os movimentos de objetos sem contato”.
Pouco tempo depois Richet visitava Milão, a convite de Aksakof, onde, em
companhia de César Lombroso (1835-1909), Giovanni Schiaparelli (1835-
1910), Ercole Chaia (1850-1905) e Moses Finzi (1830-1903), assistiu às
experiências que então se faziam com Eusápia Paladino.104 Dali saiu
plenamente convencido da existência de fenômenos cujo estudo, menosprezado
pela Ciência oficial, era do domínio exclusivo da fisiologia experimental.
De retorno ao seu país, prosseguiu na investigação dos fenômenos psíquicos,
que o apaixonaram tanto quanto a Fisiologia; e, depois de novas experiências
com Paladino, que a seu pedido fora à França e se hospedara em uma ilha de
propriedade de Richet, realizadas era companhia de Oliver Joseph Lodge
(1851-1940), Frederic William Henry Myers (1843-1901) e Julian Leopold
Ochorowicz (1850-1917), resolveu criar, em 1891, um periódico especializado
desta nova Ciência, denominado Anais de Ciências Psíquicas…
Conjuntamente com o Gustave Geley (1865-1924), o Professor Rocco
Santoliquido (1854-1930) e Jean Meyer (1855-1931) fundaram tempos depois,
em Paris, o Instituto Metapsíquico Internacional e criaram a Revista
Metapsíquica, sendo ele designado para presidente, cargo que desempenhou
com profunda dedicação, jã que o Instituto era a concretização de um velho
anelo que não supusera ver realizado.
Em 1922, Charles Richet apresentou à Academia de Ciências seu famoso
Tratado de Metapsíquica, obra-prima de seu pensamento luminar e que o imortalizou.
(REFORMADOR, Agosto 1954).
Assim se expressava Richet sobre os fenômenos metapsíquicos:
Pode-se, em três palavras, resumir os três fenômenos fundamentais que
constituem essa nova ciência:
1.°- Acriptestesia (a lucidez dos autores antigos), ou seja, a faculdade de
conhecimento diferente das faculdades sensoriais normais de conhecimento.
2.°- A telecinesia, ou seja, uma ação mecânica diferente das forças mecânicas
conhecidas, a qual, em determinadas condições, tem, à distância, atuação sem
contato sobre objetos ou pessoas.
3.° - A ectoplasmia (a materialização dos autores antigos), ou seja, a formação
de objetos diversos, os quais, as mais das vezes, parece saírem do corpo
humano e tomam a aparência de uma realidade material (vestuário, véus,
corpos vivos). Aí está toda a metapsíquica. Quer-me parecer que ir até lá é já ir
muito longe. Ir mais adiante - não o pertence ainda à ciência.105
Metapsíquica Subjetiva – Quase toda a metapsíquica subjetiva pode resumir-se
num só fenômeno – aquele que os magnetizadores, há um século atrás,
chamaram lucidez ou clarividência (Hellsehen); chama-se agora (com pequenas
mudanças de sentido) telepatia, a que chamo criptestesia. Myers dizia telestesia.
Criptestesia, segundo a etimologia grega, indica que há uma sensibilidade
oculta, uma percepção das coisas, desconhecida quanto ao mecanismo, cujos
efeitos não conhecemos. (Ibidem, Cap. II § 1).

104 César Lombroso – Hipnotismo e Mediunidade, 2a. Parte, Caps. I a IV.


105 Charles Richet. Tratado de Metapsíquica, Volume Único, págs. 9 e 10 (Edições pdf.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 226
Existem fenômenos que têm a aparência criptestésica, mas que não passam de
fenômenos naturais e que decorrem de interpretações falhas de ocorrências normais (má
observação), de coincidências, de fatos viáveis dentro da lei de pro habilidades, de fraudes, etc.
Os fenômenos de criptestesia são tão numerosos, tão variados, tão misteriosos,
que devemos, para por um pouco de ordem nesse caos, tentar uma classificação.
Separaremos primeiramente a criptestesia experimental, aparecida intencional-
mente numa experiência, da criptestesia acidental, que se manifesta de improvi-
so. Poder-se-ia chamá-la espontânea; mas a palavra espontânea não seria com-
pletamente exata, porquanto a criptestesia acidental é provocada por um fenô-
meno exterior. A criptestesia experimental se observa numa experiência provo-
cada, e, por consequência, pelo menos em princípio, ela é mais bem analisada,
tanto que a criptestesia acidental aparece assim repentinamente, sem ser provo-
cada pelo experimentador, mas por acaso, sem esforço, em tais ou tais indiví-
duos normais, no sono ou em estado de vigília, ou meia vigília, que constituem
surpresa para o próprio fenômeno. (Ibidem § 4).
A Criptestesia agrupa os seguintes fenômenos:
Telepatia – faculdade de perceber os pensamentos criados por outras mentes, incluindo
imagens, palavras, sentimentos, sensações.
Clarividência – capacidade de perceber sem usar o sentido da vista cenas, imagens,
seres, tanto visíveis como invisíveis para as pessoas comuns.
Clariaudiência – possibilidade de perceber palavras e sons sem usar a audição comum.
Transposição Dos Sentidos – sensibilidade cutânea a distância, leitura ou identificação
de sabores com as pontas dos dedos; possibilidade também de perceber sensações que
outra pessoa esta registando.
Munições – são a revelação (por uma via que não é aquela dos sentidos normais) de um
acontecimento passado ou presente. As premonições são as revelações atinentes ao futuro.
Xenoglossia – é a faculdade que certas pessoas possuem de falar ou escrever em línguas
estranhas, sem que delas tenha conhecimento.
Dupla Personalidade – pessoa que a partir de um determinado instante passa a se
comportar e a se dizer como uma personalidade completamente diferente da anterior.106
Escrita Automática – a pessoa apresenta a possibilidade de escrever sem que sua
atenção esteja ligada à mão que escreve. Muitas vezes mesmo, esta entretendo
conversação com alguém enquanto sua mão escreve laudas e laudas de papel.
METAPSÍQUICA OBJETIVA subdivide-se em:
A – Telecinesia – movimento de objetos a distância, sem contato. Ruídos e pancadas,
sem que existam formas vivas, materializadas.
Apresenta os fenômenos:
1) Raps – choques sonoros, na intimidade da própria matéria que constitui os corpos.
Tais ruídos são característicos e dificilmente imitados.
2) Levitação – fenômeno de telecinesia em que objetos são deslocados de um para outro
lado, podendo o mesmo ocorrer com o próprio corpo do médium.
3) Transporte de Objetos (Apports) – é a extração ou a introdução de objetos em recintos
hermeticamente fechados.
4) Movimentação de Mesas e Objetos- “Os movimentos de objetos sem contato
constituem o capítulo, senão o mais importante e o mais extraordinário, pelo
menos o mais comumente observado de toda a metapsíquica objetiva. Com
efeito, é pelos movimentos de uma mesa ou os de uma alavanca deslocando-
106 Não confundir com Transtorno Dissociativo de Identidade (DSM-V, Item 300.14 – Edições pdf.). Veja também
Visão Espírita nas Distonias Mentais, Cap. III de Jorge Andréa.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 227
se sobre um alfabeto, que na maioria das vezes se manifestam às ações
exteriores de origem considerada metapsíquica” (Ibidem, Livro Terceiro,
Cap. II, p. 688).
5) Escrita Direta – “A escrita direta ou pneumatografia é a que se produz espontanea-
mente, sem o concurso das mãos do médium nem do lápis” (LM, item 127).
Um pedaço de lápis é colocado em uma lousa fechada, e, após alguns minu-
tos, a lousa fechada, que não tinha nenhuma escrita, contém uma mensagem,
uma resposta por exemplo à pergunta que foi feita. E, no entanto, as mãos
do médium foram vistas e não houve obscuridade senão na caixa onde o
lápis estava fechado com a lousa. 107
6) Bilocação – fenômeno de desdobramento astral em que o elemento desdobrado
se corporifica em outro local, ficando seu corpo verdadeiro no lugar de
origem em estado de sono ou de transe.
B – Ectoplasmia, isto é, materializações de formas vivas, de objetos, de figuras, de
personagens, podendo ser somente visível ou também tangível. Divide-se em:
1) Psicoplástia – Ectoplasmia provocada pela própria mente do médium.
Pode ocorrer que o dinamopsiquismo inconsciente do médium e dos
circunstantes seja o responsável pelo fenômeno.
2) Agênere Ectoplasmático – materialização de seres com aparência dos
que já viveram na Terra; fenômeno que não se pode explicar nem como
psicoplastia nem por outro processo biológico normal conhecido.
C – Casas Assombradas – Poltergeist (Espírito Batedor) - ocorrência que se en-
quadra dentro da categoria dos fenômenos da telecinesia. Acredita-se que o
fenômeno decorra de uma ação psicodinâmica inconsciente. Os fatos de
Poltergeist limitam-se a ruídos insólitos, queda de pedras e de outros objetos
que são arrastados.
ESPIRITISMO E HIPNOTISMO
O Magnetismo no Brasil Império era tão conhecido quanto na velha Europa. In-
forma o pesquisador Zêus Waltuil (1924-2011) que homens ilustres, principalmente médi-
cos homeopatas, traduziam e publicavam obras de conceituados magnetizadores europeus, e
ao mesmo tempo se dedicavam a experiências de sonambulismo. Entre eles, destacavam-se
o famoso Dr. Cesário, e que num interessante artigo publicado no Jornal do Commercio, de
4 de outubro de 1854, dava notícias de várias curas de doentes que consultaram um sonâm-
bulo em seu gabinete, na Rua de S. José nº 56. Escrevia que o sonâmbulo diagnosticava e
formulava o tratamento com a devida precisão, acrescentando estas palavras:
Se um fenômeno extraordinário não pode ser explicado por nenhuma das leis
reguladoras do Universo, isto somente prova que todas elas não nos são conhe-
cidas, e que se fazemos ideia desse mesmo Universo é pelo que nos é conheci-
do e jamais porque nos fosse o seu segredo revelado pela Suprema Inteligência.
Portanto, não havendo nada mais real, como objetar-se que nunca será verdade
que o sonâmbulo possa ver sem os olhos, e descrever qualquer moléstia e os
remédios apropriados? Demais, se ele em 2, 4, ou 6 minutos vê tudo o que se
passa numa distância de léguas, com muito maior razão o fará estando em me-
diata ou imediata relação com o objeto. As provas estão na evidência dos fatos
ministrados já pelos autores e já pelo nosso sonâmbulo, fatos ultimamente ob-
servados por muitos deputados, como Srs. Conselheiro Barreto Pedroso, Mon-
senhor Joaquim Pinto de Campos, Francisco Carlos Brandão, Cândido Mendes
de Almeida, Joaquim Firmino Pereira Jorge, Francisco Mendes da Costa Cor-
107 Charles Richet. Tratado de Metapsíquica, Volume Único, pág. 760 (Edições pdf.).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 228
reia, Antônio José Machado e outros. Aí está hoje também curvado ante os ma-
ravilhosos fenômenos do sonambulismo o nosso colega Sr. Dr. Francisco Fer-
reira de Abreu, que tendo sempre negado a sua existência, é o seu mais decidi-
do entusiasta defensor, com tanto mais ardor quanto é ele mesmo quem magne-
tiza. E não é o Sr. Ferreira de Abreu o nosso eminente químico? Será agora in-
cluído na classe dos néscios, ignorantes e estúpidos?
Esse “Dr. Cesário”, citado por Zêus Wantuil, publicara, no Jornal Do Commercio, aos
12 de agosto de 1853, um artigo sob o título: Magnetismo Animal, em que faz referências às “mesas
girantes”, e acredita, como seus colegas magnetistas europeus, que a rotação das mesas acontecia
em função do fluido magnético. Era este que agia sobre os corpos inanimados, comunicando-lhes
movimento. Ainda nesse artigo, o Dr. Cesário critica o folhetinista do próprio Jornal do Commer-
cio, porque este havia escrito inverdades a respeito do sonâmbulo de quem ele se servia para obter
notáveis e comprovadas curas, e acresceu expressivos documentos em apoio de suas asserções:
(…) da boa lucidez do sonâmbulo, que nunca fora ‘matuto’ já tem convenientes
provas grande número de doentes e muitas de nossas ilustrações médicas e
literárias, entre elas os Exmos. Srs. Visconde de Olinda (Marquês em 1854), de
Monte Alegre, Barão de Cairu, o muito distinto professor de Anatomia da
Escola de Medicina desta Corte, o Dr. José Maurício Nunes Garcia, que
conhecendo profundamente o Magnetismo, assistiu a várias consultas; então
viu a exatidão com que o nosso sonâmbulo costuma indicar no atlas anatômico
o órgão, ou em qual de seu ponto existe a moléstia: a recapitulação, o
diagnóstico, prognóstico e tratamento, coroado afinal de feliz êxito nos casos
compreendidos na órbita do possível.
No jornal O Cearense, que se editava na cidade de Fortaleza, Ceará, em seu número de
26 de agosto de 1853, dava a público um artigo de seu correspondente do Rio de Janeiro, datado de
10 de agosto. Eis o que o articulista dizia: “Por onde começarei hoje a minha epístola? Se não há
grandes acontecimentos a contar, não deixa contudo de haver objetos de interesse secundários em
abundância, se eu não tivesse sempre preguiça e se o seu jornal oferecesse espaço. Mas não me lem-
bro se já falei do Magnetismo, esse prodígio que ocupa o espírito e a atenção de todo o mundo”.
O Magnetismo, até hoje especulação da Ciência, ou do charlatanismo, acredita-
do por poucos, desacreditado por muitos, tido por impostura e mentira pelos
homens de ciência, hoje se acha no domínio público, é entretenimento das fa -
mílias, o brinquedo dos rapazes; pois não há quem não tenha feito girar as mesas,
pratos, chaves, etc.; e não tenham visto estes corpos inertes moverem-se, e, o que é
mais, com inteligência superior responderam todas as questões, e até adivinharem!
Acha isso impossível, ou incrível? Pois experimente, e verá. Será preciso ou recu-
sar a evidência dos sentidos, ou acreditar no fato incontestável. Como se faz? Essa
é boa! Pois eu sei lá como as mesas adquirem movimento, e inteligência?
Por que é que as sementes desabrocham, nascem, e crescem? Porque o ímã
aponta o norte, e atrai o ferro? Porque é que o arame transmite o pensamento e
palavras a centena de léguas, em minutos, por essa maravilhosa descoberta da
eletricidade? Que importa que o homem continue a ignorar a causa dos grandes
fenômenos da Criação, se eles existem?
Por que não podemos compreender, explicar, devemos duvidar? Ridícula
vaidade é esta do orgulho humano, que, para acreditar nas obras da Criação,
quer ser participante de todos os segredos da divindade!.
Após participar de notáveis experiências de mesa girante, eis o que o correspondente
de O Cearense informou através do espaço que o jornal lhe ofereceu: “Depois disso, como
duvidar desse espantoso fenômeno chamado Magnetismo? De minha parte não duvido mais de
nada, ou, se duvidar do que vejo, devo também duvidar de minha existência, para ser ao menos
um cético lógico.”
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 229

ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGIA
Interessada no fenômeno, a especulação analisa-lhe os componentes,
acreditando encontrar, no intercâmbio entre as duas esferas, nada mais que
respostas a velhas questões de filosofia, sem qualquer consequência de ordem
moral, na experiência humana. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 22).
Por volta do ano de 1930 O Prof. Joseph Banks Rhine, iniciou os estudos que
vieram desembocar na estruturação de um novo ramo da Ciência preocupada em estudar os
fenômenos chamados inabituais. Enquanto o método da Metapsíquica se baseava no aspecto
qualitativo do fenômeno e no testemunho pessoal dos que presenciavam os mesmos, a
Parapsicologia introduziu o método quantitativo, procurando estabelecer um meio que
pudesse fazer com que os fenômenos se reproduzissem sob determinadas condições.
Esse novo mundo é somente novo para a ciência. Sempre esteve presente. As
suas manifestações espontâneas exibiram-se em todas as culturas humanas de
que há notícia aos olhos e aos ouvidos dos homens. Quase todos estão mais ou
menos familiarizados com elas; chamam-se comumente de experiências
“psíquicas” ou, mais profissionalmente, ocorrências psi. O ramo da ciência que
resultou do estudo desses fenômenos psíquicos foi conhecido primeiramente
como pesquisa psíquica; chama-se atualmente parapsicologia. Essas
experiências espontâneas ainda servem de introdução ao campo, muito embora
só por si não se considerem como prova suficiente.108
Considera-se como fenômeno normal todo aquele cujo mecanismo causal e efi-
ciente se enquadra no conjunto das leis conhecidas e aceitas que governam os processos na
natureza. O termo paranormal engloba todos os fenômenos que se dizem incomuns e não se
sabe e nem se domina ainda as leis que o regem. Não deve confundir -se paranormal com
sobrenatural que é uma ocorrência absurda, que derroga a lei natural, milagrosa, que não é
aceita pela Ciência e nem pelos que usam o bom-senso, aqueles que sabem que tudo o que
ainda não conhecemos deveremos conhecer futuramente graças à evolução permanente do
Espírito. O que se chama de sobrenatural está no campo da nossa ignorância.
O fenômeno paranormal tem características especiais, que são: Raridade e
fugacidade da ocorrência observável; dificuldade de repetir-se à vontade o fato; o caráter de
inesperado e imprevisível, o que dificulta e complica o preparo do registro; o aspecto
inteligente e intencional de tais fenômenos, que muitas vezes burla o controle e a vigilância
do observador; a insegurança e imprecisão dos testemunhos puramente pessoais; a
semelhança de certos fenômenos paranormais, com acontecimentos tipicamente normais; a
profunda ignorância dos pesquisadores com relação ao mecanismo e às leis desses fenômenos.
Desde então tem havido sujeitos que não se saem igualmente bem nas
experiências de telepatia ou de clarividência, mas tais exceções não contrariam
os resultados primitivos. Indicam somente que outros fatores que não as
aptidões podem influir nos resultados, como, por exemplo, as opiniões do
sujeito ou mesmo do experimentador com relação às aptidões em causa.109
Nem todo fenômeno paranormal é um fenômeno psíquico, podendo ocorrer fora
da esfera psicológica, sobre objetos e coisas, não dependendo diretamente do psiquismo das
pessoas envolvidas na ocorrência.
Todos os fenômenos paranormais, após o Congresso Internacional de Para-
psicologia, na cidade de Utrecht, na Holanda em 1953, passaram a ter a denominação de
Fenômenos PSI proposta por Thouless e Wiesner.
108 Rhine, J. B. O Novo Mundo do Espírito, págs. 6.
109 Ibidem, p. 27.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 230
Os fenômenos Psi (paranormais) dividem-se em: Fenômenos Psi-Gama e
Fenômenos Psi-Kapa.
Os Fenômenos “Psi-Gama”, são os fenômenos subjetivos, que ocorrem na área
intelectual do dotado. Subdividem-se em:
1. Telepatia – comunicação direta de uma mente com outra sem os meios in-
termediários comuns;
2. Clarividência – percepção dos fatos e fenômenos do mundo físico inde-
pendente do uso dos sentidos fisiológicos normais;
3. Post e precognição – conhecimento imediato de fatos já acontecidos ou por
acontecer, sem nenhuma informação normal, previa, direta ou indiretamente
relacionada com eles.
Os Fenômenos “Psi-Kapa” são objetivos, materiais, são os fenômenos de
psicocinesia. Atualmente alguns pesquisadores tendem a admitir uma terceira categoria de
Fenômenos Psi, oriundos de mentes de seres incorpóreos, sobreviventes à morte do corpo
físico, seriam os fenômenos Psi-Theta. Se admitida esta terceira categoria, boa parte dos
fenômenos Psi-Gama e Psi-Kapa passariam a ser considerados Psi-Theta.
Poderíamos situar a Parapsicologia na atualidade como um ramo das pesquisas
paranormais que têm interpretações diferentes. Inclusive a própria Parapsicologia já está
sendo substituída por outras Ciências como a Psicobiofísica, a Psicotrônica, etc. que dão
uma visão mais abrangente do que a Parapsicologia ortodoxa e tradicional.
De uma maneira geral, poderíamos dizer que na atualidade, os referenciais
teóricos que buscam a explicação dos fenômenos paranormais, são:
Teoria Russa – Abrange além da Rússia outros países que formavam a antiga “Cortina de
Ferro”. Exite até mesmo um livro que vale a pena a leitura e o estudo detalhado que trata
dos fenômenos paranormais de nome Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro de
Sheila Ostrander e Lynn Schroeder.
A postura de tais experimentadores é eminentemente materialista dialética, isto é,
todos os fenômenos são explicados pela matéria, embora uma matéria que esteja além dos
limites da física conhecida. O conceito espiritual é inteiramente colocado de lado, o conceito
metafísico é negado. (LE, item 82).
Se amanhá os parapsicólogos russos, por ventura, depararem-se com uma materi-
alização como a de Kate King, não a atribuirão, por certo, à existência do Espírito (conceito
metafísico). Para eles será apenas a forma assumida pelo bioplasma sob a ação de campos este-
reobioenergéticos oriundos de um domínio informacional remanescente de uma pessoa falecida.
Teoria Norte-Americana – Liderada pelo pai da Parapsicologia, Joseph Banks Rhine, tem
uma conotação espiritualista, embora seu autor nunca se tenha afirma do como tal. Rhine
acredita que os fenômenos paranormais são devidos ao chamado fator Psi que estaria fora da
matéria física mas manteria com ela ligações de cunho energético. Como tal conceito se
aproxima muito dos conceitos metafísicos de alma ou Espírito é conhecida como corrente
espiritualista. Admite-se em seu seio que certos fenômenos são produzidos por agentes es-
peciais que vivem em dimensão diferente da nossa depois de aqui terem vivido e morrido fi-
sicamente: são os agentes Theta.
Teoria Francesa – Inicialmente defendida por Robert Amadou (1924-2006), mistura
conceitos sobrenaturais com milagres, derrogações das Leis Divinas com fenômenos nitida-
mente psicológicos. É a corrente católica da parapsicologia que não tem interesse em
investigação, mas apenas o de confundir as coisas com a finalidade de atacar o Espiritismo.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 231

ESPIRITISMO E EVANGELHO
De nada adianta a criatura humana tomar conhecimento da existência de um
outro mundo que nos cerca, e cujos fenômenos constituem sua prova irretorquível, como
pouco ou nada adiantara à criatura humana conhecer de cor a terminologia metapsíquica e
parapsicológica, argumentando com eficiência sobre a fenomenologia paranormal, se não
tomar consciência de que é um ser sujeito à evolução permanente, cabendo a si, dirigir o seu
destino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.
Desde o ano de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos, a humanidade
ganhou o roteiro Filosófico do estudo da espiritualidade. Com O Livro dos Médiuns, passou
a conhecer a Ciência Experimental do mundo invisível e com O Evangelho Segundo o
Espiritismo, as explicações e orientações Morais Deliberativas, baseadas nos ensinos de
Jesus, capazes de permitirem ao homem encontrar o Caminho, a Verdade e a Vida.
As matérias contidas nos Evangelhos podem ser divididas em cinco partes: os
atos comuns da vida do Cristo, os milagres, as predições, as palavras que
serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral.
Se as quatro primeiras partes foram objeto de controvérsias, a última permane-
ceu inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se inclina; é
o território onde todos os cultos podem se encontrar, a bandeira sob a qual to-
dos podem se abrigar, quaisquer que sejam as suas crenças, porque ela jamais
foi o motivo das disputas religiosas, levantadas sempre, e por toda a parte, por
questões de dogma. Aliás, se o discutissem, as seitas nele teriam encontrado
sua própria condenação, porque a maior parte se apega mais à parte mística que
à parte moral, que exige a reforma de si mesmo. (ESE, Introdução, item I).
RESUMO
A mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano e o fenômeno mediúnico
ocorreu em todas as épocas, ensejando, inclusive, manifestações religiosas.
Com o Espiritismo, no Séc. XIX, estudou-se metodicamente o fenômeno
mediúnico nos seus aspectos físicos e inteligentes e, através dele estabeleceu-se a Doutrina
Espírita, codificada por Allan Kardec.
A Ciência oficial não admitiu de pronto as verdades reveladas pelos Espíritos.
O fisiologista francês Charles Richet fundou a metapsíquica e, em 1922, apre-
sentou à Academia de Ciências o seu Tratado de Metapsíquica.
Os fenômenos metapsíquicos podem ser divididos em: criptestesia, teleocinesia e
ectoplasmia.
Em torno de 1930 Joseph Banks Rhine, da Universidade de Duke, Carolina do
Norte, EUA, iniciou seus estudos sobre os fenômenos inabituais, denominados paranormais
e fundou a parapsicologia, utilizando o método quantitativo.
O termo paranormal engloba todos os fenômenos incomuns e não se sabe nem se
domina ainda as leis que o regem.
Não se deve confundir paranormal com sobrenatural. O fenômeno paranormal
tem características especiais.
Os fenômenos paranormais são denominados fenômenos Psi e dividem-se em
Psi-Gama e Psi-Kapa. Admite-se uma terceira categoria de fenômenos paranormais chama-
dos Psi-Theta.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 232
Na atualidade, trés teorias buscam explicar os fenômenos paranormais: a Russa
ou Soviética, a Norte-Americana e a Francesa. Cada uma tendo suas próprias verdades sobre
os chamados fenômenos paranormais.
O humano deve tomar consciência de que é um ser sujeito a evolução permanen-
te, cabendo a si dirigir o seu destino com vistas a um aperfeiçoamento espiritual.

Bibliografia:
Allan Kardec. Revista Espírita, Jan., Fev.e Abr./l866 e Dez./1868.
Carlos Imbassahy. Hipóteses em Parapsicologia – Ciência Metapsíquica: dos Fatos à
Doutrina – Ciência Metapsíquica.
César Lombroso. Hipnotismo e Espiritismo, Edição LAKE ou Hipnotismo e Mediunidade,
Edição FEB e Edição pdf.
Charles Richet. Tratado de Metapsíquica – Volume Único (Edição pdf).
Epes Sargent. Bases Científicas do Espiritismo (Edição pdf).
Ernesto Bozzano. Fenômenos de Telecinesia em relação aos acontecimentos de morte (pdf).
Frederic William Henry Myers, A Personalidade Humana (Edição pdf).
Gustave Geley. Do Inconsciente ao Consciente – Resumo da Doutrina Espírita – O Ser
Subconsciente – A Reencarnação (Edição pdf).
Jorge Andréa. Correlações Espírito-matéria – Visão Espírita nas Distonias Mentais (pdf).
José Herculano Pires. Parapsicologia Hoje e Amanhã (Edição pdf).
Joseph Banks Rhine. O Alcance do Espírito – O Novo Mundo do Espírito (Edição pdf).
Julian Ochorowicz. A Sugestão Mental (Edição pdf).
Oliver Lodge. Raymond: Uma Prova da Sobrevivência da Alma – Porque Creio na
Imortalidade da Alma (Edição pdf).
Zêus Wantuil. As Mesas Girantes e o Espiritismo (Edição pdf).
Hernani Guimarães Andrade. A Matéria PSI (Edição pdf.) – Parapsicologia: Uma Visão
Panorâmica, Editora Fe, 2002.

ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO – Duração 90 minutos.


Grupo 1 Grupo 2
Espiritismo e Metapsíquica. Espiritismo e Parapsicologia.
(Resumos das 26a. e 30a. Sessões Teóricas). (PHA – 2a. Parte – Cap. 15).
Grupo 3 Grupo 4
Espiritismo e Kardec – Resumo Da Doutrina Espiritismo e Evangelho.
Espírita. (LE – Introdução, item VI). (ESE, Cap. I – Consolador – Questões 352,
353 e 355 – Religião dos Espíritos – Cap. 76).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 233
30a. SESSÃO DE EXERCÍCIO PRÁTICO
EVANGELIZAÇÃO ESPIRITUAL
No aprendizado mediúnico o que deve prevalecer, para aquele que realmente
deseja se transformar em instrumento valioso nas mãos sabias dos Espíritos do Senhor, é o
preparo espiritual conveniente de acordo com as normas do Evangelho de Jesus.
Sem a arma da virtude conquistada palmo a palmo, lágrima a lágrima, seremos
instrumentos inermes e sujeitos a servirmos de mediadores das trevas e do mal. Qual flores
infecundas, brilharemos somente um dia, para depois sermos arrancados da situação vaidosa
em que nos colocamos pelos ventos da provação nos confundindo no pó e na lama. Porem,
se formos flores fecundadas pelo amor aos ensinamentos do Sublime Pastor, resistiremos
aos ventos da adversidade, às tempestades, e nos transformaremos no fruto saboroso e
nutriente, pronto a servir aos famintos e desesperançados do caminho.
As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e
encarnados, repousam na mente, não obstantes as possibilidades de fenômenos
naturais, no campo da matéria densa, levados a efeito por entidades menos
evoluídas ou extremamente consagradas à caridade sacrificial.
De qualquer modo, porém, é no mundo mental que se processa a gênese de
todos os trabalhos da comunhão de espírito a espírito.
Daí procede a necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondade
operante e de fé ativa, se pretendemos conservar o contato com os Espíritos da
Grande Luz.
Simbolizemos nossa mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tanto
quanto a do animal, pode demorar-se, por muitos séculos, na ociosidade ou na
sombra, sob a crosta dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsos
degradantes, mas se a expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as
lições, os dilaceramentos e as dificuldades do caminho por golpes abençoados
do buril da vida, esforçando-nos Por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o
coração, tanto quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos
a receber a influência dos grandes gênios da sabedoria e do amor, gloriosos
expoentes da imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentos
da obra assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos
favorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais altas.
A fim de atingirmos tão alto objetivo é indispensável traçar um roteiro para a
nossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar.
Precisamos compreender _ repetimos _ que os nossos pensamentos são forças,
imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.
Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas
idéias, aspirações, invocações e apelos.
Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo
paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais
emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos
consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.
Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.
Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos, com os
quais no colocamos em sintonia.
Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da
correspondência.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 234
Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que
tende a crescer, incorporando elementos corruptores.
Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e
refletirá infinitas cintilações do Sol.
Andorinhas seguem a beleza da primavera.
Corujas acompanham as trevas da noite.
O mato inculto asila serpentes.
A terra cultivada produz o bom grão.
Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas.
Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do
desequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam os
valores do bem.
Ninguém está só.
Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.
Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de
experiência em que situa a própria felicidade.
Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no
Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo
porque, segundo o antigo ensinamento evangélico, “tecemos nosso tesouro
onde colocamos o coração”. (F. C. Xavier. Roteiro, Cap. 28).
Desta forma, ninguém espere alcançar a condição de médium do bem e da luz
sem se incorporar definitivamente no clima do Evangelho do Mestre Jesus.

Consultar: Palavras de Vida Eterna, Cap. 42 e 43 – O Consolador, Questões 409/410 –


Roteiro, Caps. 14 a 21, 27, 28 e 36.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 235

Hora de Exercitar 19!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 28a. Sessão Teórica,
28a. Sessão de Exercício Prático e 29a. Sessão Teórica.
A) Assinale as Alternativas Corretas:
1. O Centro Espírita É:
a) ( ) local de reunião permanente dos espíritas onde exercitam a fraternidade e os
ensinamentos doutrinários;
b) ( ) lugar onde se reúnem vários grupos mediúnicos para só exercitarem a me-
diunidade;
c) ( ) Tempio-lar-escola onde procuramos associar equilibradamente os valores
espirituais.
2. A Doutrina Espírita É:
a) ( ) elemento mais potente de transformação moral da criatura humana;
b) ( ) causa de certos rituais, temores, superstições e misticismo existentes em quem
a conhece;
c) ( ) caminho da felicidade, redenção;
d) ( ) a única religião que leva a criatura à salvação.
3. A Função Do Espiritismo No Lar É:
a) ( ) consolar, amparar, orientar e fortalecer;
b) ( ) impregnar o espírito humano de compreensão, paciência e humildade;
c) ( ) ser o mestre silencioso a nos ensinar a decifração dos enigmas da própria vida;
d) ( ) amigo permanente a nos estimular para que não nos entreguemos ao desespero;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
B) Assinale a Alternativa MAIS CORRETA:
4. Os Centros Espíritas para atenderem aos seus reais objetivos devem ter:
a) ( ) só reuniões doutrinárias;
b) ( ) reuniões doutrinárias e práticas;
c) ( ) reuniões doutrinárias teóricas, práticas e de assistência social.
5. No Campo Teórico, a Casa Espírita deve ter:
a) ( ) reunião de passes, irradiação, desobsessão, palestras educativas, etc.
b) ( ) só reunião prático fenomênica;
c) ( ) aulas de evangelização para infância e mocidade e orientação de desencarnados;
d)( ) palestras, cursos de orientação, aulas de evangelização para a infância e mocidade;
e) ( ) todas as alternativas estio corretas.
C) Assinale As Respostas ERRADAS:
6. Os trabalhos PRÁTICOS devem obedecer as seguintes normas:
a) ( ) não ter lugar e horários certos;
b) ( ) ser privativos com seleção prévia de elementos;
c) ( ) exclusão de tudo o que nas comunicações solicitadas aos Espíritos satisfaça
apenas à curiosidade;
d) ( ) recolhimento e silêncio respeitoso durante as comunicações com os Espíritos.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 236
7. O Estudo Sério e Aprofundado da Mediunidade Poderá Proporcionar:
a) ( ) a segurança e o equilíbrio dos médiuns;
b) ( ) a ilusão dos médiuns;
c) ( ) Fé na infalibilidade mediúnica;
d) ( ) aversão contra a faculdade que possuem.
8. O Uso Correto da Mediunidade Pode Gerar:
a) ( ) obsessão;
b) ( ) fraquezas morais e desinteresse;
c) ( ) melhoria econômica do médium;
d) ( ) elevação espiritual e assistência dos bons Espíritos.
D) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
9. As Reuniões Espíritas Devem:
a) ( ) ter cunho de seriedade absoluta fugindo dos objetivos de diversão e curiosidade;
b) ( ) haver silêncio, recolhimento e regularidade na sua realização;
c) ( ) ter conversação fútil entre os que participam das mesmas para se conhecerem
melhor, pois isso em nada as prejudica;
d) ( ) ser realizadas em quaisquer dias, independente de horário preestabelecido.
10. A Instrução Espírita Compreende:
a) ( ) o ensinamento moral dado pelos Espíritos e o estudo dos fatos;
b) ( ) o estudo superficial das obras espíritas;
c) ( ) ouvir palestras de vez em quando;
d) ( ) só assistir trabalhos práticos mediúnicos.
E) Preencha as lacunas das questões que se seguem com as palavras correspondentes.
11. Uma reunião é verdadeiramente ________________ apenas com a condição de se
ocupar com coisas ________________.
12. O Espiritismo sendo uma doutrina eminentemente ________________ e profunda,
alicerçada em ensinamentos _______________ e com objetivos _______________
auxiliará na Regeneração da humanidade.
13. O Espiritismo no coração da _____________ é a presença _____________ na Terra.
14. A mediunidade sendo uma faculdade _______________, tanto serve como
instrumento do _______________ quanto do _______________.
F) Assinale a 2a. Coluna de Acordo com a 1a.
( ) palestras educativas, orientações;
a) Campo de Estudo Teórico. ( ) reunião de passes, irradiação;
( ) ambulatório médico;
( ) cursos de Espiritismo;
b) Campo de Estudo Prático.
( ) reunião de desobsessão;
( ) aulas de evangelização para a infância e mocidade;
c) Campo Assistencial. ( ) assistência à criança e à gestante;
( ) reunião de desenvolvimento mediúnico.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 237

Hora de Exercitar 20!


Para responder este Exercício, consulte os resumos das 29a. Sessão de Exercício Prático,
30a. Sessão Teórica e 30a. Sessão de Exercício Prático.
A) Marque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa:
1. ( ) O preparo doutrinário que o Espiritismo oferece ao médium o torna melhor médium
e melhor cristão.
2. ( ) O Espiritismo é uma doutrina nascida da observação e fruto da revelação dos Es-
píritos Superiores.
3. ( ) É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade.
4. ( ) A Ciência oficial admitiu de imediato as verdades reveladas pelos Espíritos do
Senhor.
5. ( ) Com o lançamento de O Livro dos Espíritos em 1857 a humanidade recebeu um
avanço seguro de orientações, baseados nos ensinos da Espiritualidade Maior,
oferecendo aos humanos o melhoramento moral.
6. ( ) É preciso não perder de vista que a missão dos espíritos é de nos instruir, de me-
lhorar-nos, mas não de se substituir à iniciativa do nosso livre-arbítrio. (OP)
B) Assinale as Alternativas Corretas:
7. A Faculdade Mediúnica Pode Aparecer Em Qualquer Pessoa:
a) ( ) porque vultos consagrados do passado independente de crenças a possuíram;
b) ( ) porque produz a obsessão em religiosos ou materialistas;
c) ( ) a Mediunidade não é uma exclusividade Espírita;
d) ( ) porque pode produzir doenças mentais de difícil tratamento;
e) ( ) porque é uma faculdade inerente ao espírito humano.
8. Para a assimilação das energias espirituais que desenvolvem as faculdades latentes
que podem dar a humanidade poderoso elemento de renovação, é necessário:
a) ( ) fé permanente, comunicação com os Espíritos e disciplina;
b) ( ) treinamento gradativo e permanente orientação do pensamento e da vontade;
c) ( ) exercício mediúnico e conhecimento da reencarnação e do perispírito;
d) ( ) assimilação de fluidos, disciplina mental e muita cultura.
9. Para que surjam bons médiuns e a ciência do invisível progrida, o Espiritismo
considera de fundamental importância:
a) ( ) o exercício intenso da mediunidade para evitar a obsessão do médium;
b) ( ) a prática mediúnica pública, para que os assistentes se convertam ao bem;
c) ( ) a realização de fenômenos espetaculares para convencer os incrédulos;
d) ( ) a educação e a orientação dos médiuns.
C) Assinale as Alternativas Corretas
10. Para que a faculdade mediúnica desabroche normalmente e com equilíbrio deve-se
observar as seguintes condições:
a) ( ) tomar passe sistematicamente e frequentar sessões de desobsessão;
b) ( ) acuradas precauções, seguir métodos rituais, assíduos cuidados com a aparência;
c) ( ) assistência de bons Espíritos, sentimentos nobres e aspirações elevadas;
d) ( ) desenvolvimento da inteligência, saber e moralidade;
e) ( ) todas as alternativas estão corretas.
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 238
11. Os dons mediúnicos podem prejudicar seus possuidores quando são:
a) ( ) usados para atender interesses mesquinhos;
b) ( ) usados para interferir no “Karma” de outras pessoas;
c) ( ) usados com moralidade e desinteresse;
d) ( ) usados para atender interesses pessoais e fúteis.
D) Jogo da palavra-chave – METAPSÍQUICA

1 M
2 E
3 T
4 A
5 P
6 S
7 Í
8 Q
9 U
10 I
11 C
12 A

1. Capacidade criptestésica de conhecer fatos futuros.


2. Fenômeno que se enquadra na categoria da telecinesia (Espírito batedor).
3. Faculdade da metapsíquica subjetiva de percepção de acontecimentos fora das
vias normais de conhecimento.
4. Ectoplasmia provocada pela própria mente do médium.
5. Fenômeno das materializações em Metapsíquica objetiva.
6. Faculdade de certas pessoas para falar e escrever em línguas estrangeiras.
7. Movimentação de objetos materiais sem contato ou ação de agentes físicos do
mundo material.
8. Ciência que estudou os fenômenos metapsíquicos, criada por Charles Richet.
9. Capacidade de criptestesia geral de perceber palavras e sons, sem usar o sentido
da audição.
10. Fenômeno de telecinesia envolvendo o próprio corpo do médium.
11. Fenômeno metapsíquico de desdobramento astral em que o elemento desdobra
do se corporifica em outro local.
12. Fenômeno de telecinesia de extração ou introdução de objetos em recintos her-
meticamente fechados (transporte de objetos).
COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica 239
E) Assinale a 2a. Coluna de Acordo com a 1a.
( ) Precognição
( ) Robert Amadou (1924-2006)
(1) Parapsicologia ( ) Método quantitativo
( ) Método qualitativo
(2) Metapsíquica
( ) Joseph Banks Rhine

(3) Fenômeno Psi-Gama ( ) Psicocinesia


( ) Paranormal
(4) Fenômeno Psi-Kapa
( ) Psi-Theta
( ) Teoria russa
F) RESPOSTA – PESSOAL
Leia com atenção a 30a. Sessão de Exercício Prático e, nas linhas abaixo, dê sua opinião
com respeito à importância e a necessidade da “Evangelização Espiritual” para os médiuns.

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