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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE CLÍNICA E DA SAÚDE

REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS DO ABUSO SEXUAL


INFANTIL NO SEIO FAMILIAR

Autora:

Raquel

Pereira N.º

191715

LUANDA / 2023

Raquel

Pereira N.º

191715
REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS DO ABUSO SEXUAL
INFANTIL NO SEIO FAMILIAR

Trabalho de Conclusão do Curso (TCC)


apresentado, à Faculdade de Ciências Sociais da
Universidade Independente de Angola, para
obtenção do grau académico de Licenciatura em
Psicologia Clínica e da Saúde.

Orientador:MSc. Adão Casimiro

LUANDA / 2023
À

Coordenação do Curso de Psicologia da Faculdade


de Ciências Sociais da Universidade Independente
de Angola – (UnIA)

Luanda

PARECER DE TUTORIA

Eu Adão Ambrósio na qualidade de orientador do Trabalho de Conclusão de Curso


(TCC), da estudante finalista Raquel Pereira, matriculada sob o nº 191715, no curso de
Psicologia na especialidade Clínica e da Saúde, da Faculdade de Ciências Sociais
(FCS), da Universidade Independente de Angola (UnIA), subordinada ao tema:
REPERCUSSÕES PSICOLOGICAS DO ABUSO SEXUAL INFATIL NO SEIO
FAMILIAR.

Declaro favoravelmente a título de ciência de que o TCC ora apresentado reúne os


requisitos de ser avaliado em sede de prova pública, para efeitos de obtenção do Grau
Académico de Licenciada em Psicologia Clínica e da Saúde.

Luanda, / /20

O tutor

Prof. Adão Ambrósio Casimiro


FICHA DE APROVAÇÃO

Cidade: Luanda
País: Angola
Data: de de 20

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, aprovada a de do ano

Comissão examinadora

Presidente de Júri
Prof. Dr. Instituição:
Faculdade (unidade
orgânica):

1º Vogal
Prof. Instituição:
Faculdade (unidade orgânica):

2º Vogal
Prof. Instituição:
Faculdade (unidade orgânica):

Avaliação quantitativa:
Média Curricular dos 5 anos de formação: Valores
Pré-avaliação do trabalho escrito: Valores
Avaliação do trabalho defendido: Valores
Média global: Valores

LUANDA / 2023
DEDICATÓRIA

A Deus, por ter me dado forças para chegar até aqui.

A todos os psicólogos clínicos que têm ajudado crianças que são vitimas de
abuso sexual.

II
AGRADECIMENTOS

A Deus, que me permitiu chegar até aqui, durante toda essa jornada acadêmica
e por me permitir concluir este trabalho.

Aos meus pais, por terem contribuído arduamente no processo da minha


formação.

Aos meus familiares, pelo apoio, por cada palavra de inspiração que me
concederam e a compreensão que cada um teve para comigo.

Aos meus colegas que de certa forma participaram arduamente no processo de


crescimento acadêmico, e com as suas palavras de apoio sempre me incentivaram para
dar sequência com a minha formação.

A universidade independente de Angola.

A todos os professores do curso de psicologia que contribuíram para o meu


processo de formação e desenvolvimento cognitivo.

Ao meu orientador Dr Adão Casimiro.

I
EPIGRAFE

Diga não ao abuso sexual.


Não se o prima mais denuncie. Se
liberta!

Agatha Filano

IV
LISTA DE ABREVIATURAS

TCC – Terapia cognitiva comportamental

TEPT - transtorno do estresse pós-traumático

Unia – Universidade Independente de Angola

OMS – Organização mundial da saúde

III
RESUMO

Esta pesquisa teve como objectivo compreender as repercussões psicológicas do abuso


infantil sexual no seio familiar. É uma pesquisa bibliográfica em que consultou-se o
material das áreas de ciências sociais e humanas. Com base na literatura estudada
considerou-se que: Abuso sexual infantil no seio familiar é um problema de saúde
pública que afecta muitas crianças a nível mundial, muitas crianças que são vitimas
desta problemática apresentarem muitos problemas psicológicos,o abuso sexual é
caracterizado por contactos de conotação sexual com pessoas adultas, sejam familiares
ou não, nos quais as crianças ou mesmo adolescentes são feitos objectos que tragam
gratificação ao abusador para suas necessidades ou desejos sexuais. As principais
repercussões psicológicas em crianças vítimas de abuso sexual são nomeadamente:
transtorno de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, dependência químicas,
isolamento social, crianças vitimas de abuso sexual são veneráveis a desencadear o
transtorno de estresse pós traumático na vida adulta, o acompanhamento psicológico em
crianças vítimas de abuso sexual e de suma importância porque ajuda o individuo a lidar
melhor com o seu estado emocional, o psicólogo deve trabalhar para reverter os
sentimentos da vítima, aquele desespero, desamparo, impotência, aprisionamento, culpa
e isolamento que a paralisam, sendo fundamental o resgate da autoestima e da
esperança, pois se entende que o abuso sexual distorce a visão que as crianças têm de si
mesmo e do mundo, a terapia cognitiva comportamental e muito eficaz no tratamento de
crianças que foram abusadas sexualmente, trabalhando diretamente no sentido de ajudar
as crianças que foram abusados sexualmente.

Palavras chaves: abuso sexual, repercussões psicológicas, infância, família.

IVV
ABSTRAT

This research aimed to understand the psychological repercussions of child sexual abuse
within the family. It is a bibliographic research in which material from the areas of
social sciences and humanities was consulted. Based on the literature studied, it was
considered that: sexual abuse is characterized by contacts with a sexual connotation
with adults, whether family members or not, in which children or even adolescents are
made objects that bring gratification to the abuser for his sexual needs or desires , the
main psychological repercussions in children victims of sexual abuse are namely:
anxiety disorder, depression, eating disorders, chemical dependency, social isolation,
children victims of sexual abuse are venerable to trigger the stress disorder because it is
traumatic in adult life, monitoring psychological in child victims of sexual abuse and of
paramount importance because it helps the individual to deal better with his emotional
state, the psychologist must work to revert the victim’s feelings, those of despair,
helplessness, impotence, imprisonment, guilt and isolation that the paralyze, and it is
essential to rescue self-esteem and hope, as it is understood that sexual abuse distorts
the vision that children have of themselves and of the world. Cognitive behavioral
therapy is very effective in treating sexually abused children, it works directly towards
changing the dysfunctional children of sexually abused individuals.

Keywords: sexual abuse, psychological repercussions, childhood, family.

VI
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.............................................................................................1

CAPITULO – I REFERÊNCIAL TÉORICO...............................................3


1. Definição de Conceitos...................................................................................................3

1.2 Infância.........................................................................................................................3

1.3 Abuso sexual...............................................................................................................3

1.4 Família.........................................................................................................................3

1.5 Breve historico do abuso sexual infantil......................................................................3

1.6 Abuso sexual................................................................................................................5

1.7 Sintomas em crianças e adolescentes violentados sexualmente..................................7

1.8 Abuso sexual na esfera familiar...................................................................................7

1.9 Tipos de violência......................................................................................................13

1.10 Consequências comportamentais e emocionais da vítima deabuso sexual.............14

1.11 Papel da família no desenvolvimento biopsicossocial Dos indivíduos...................18

1.12. Repercussões psicológicas do abuso sexual no seio familiar.................................19

1.13 Intervenção Psicológica em crianças vitimas de abuso sexual no seio familiar......20

1.14 Terapia Cognitiva comportamental em casos de abuso sexual no seio familiar.....22

CAPITULO II – MÉTODOLOGIA............................................................24
2.1 Caracterização do campo de estudo...........................................................................24

2.2 Tipo de pesquisa........................................................................................................24

2.6 Métodos e técnicas de colheita de dados...................................................................24

2.8 Critério de inclusão e exclusão..................................................................................24

CAPITULO – III ANALISE E INTERPETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS...........................................................................................25
3.1 Resultados da pesquisa..............................................................................................25
3.2 Discussão dos resultados...........................................................................................25

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................27

RECOMENDAÇÕES.................................................................................. 28

REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS...............................................................29

VII
I
INTRODUÇÃO
O abuso sexual infantil é definido como toda situação em que uma criança ou
adolescente é utilizado para gratificação sexual de pessoas, geralmente mais velhas.

A violência sexual infantil no seio familiar é algo que tem sido discutido em
todas as esfera por ser um problema que envolve questões relacionadas a criança ou
menor vulnerável. Quando na maioria das vezes o agressor é um parente, amigo ou até
mesmo faz parte de laço primário da família, pai, mãe ou irmão. A criança quando
abusada traz consigo prejuízos físicos, e psicológicos.

A violência sofrida pela criança no ambiente familiar é bastante comum, sendo


praticada, na maioria das vezes, por uma das figuras parentais, que convivem com a
vitima e mantém vinculo afectivo duradouro.

Muitas crianças são alvos de violência sexual no seio familiar, este acto
compromete o desenvolvimento da personalidade.

A criança, como parte principal afectada, necessita urgentemente de


acompanhamento com profissional em psicologia, visto que esta se encontra em fase de
transição de criança para adolescência e sequencialmente vida adulta, lembrando que, os
traumas na maioria das vezes são levados para o resto da vida.

Deste modo, vamos abordar o tema “repercussões psicológicas do abuso


sexual no seio familiar”

Justificativa

A abordagem do tema “repercussões psicológicas do abuso sexual no seio


familiar” é importante porque todos os dias observa-se na sociedade muitas crianças
que são vítimas de abuso sexual no seio familiar, este facto os deixa vulneráveis a
desenvolverem quadros psicopatológicos tais como: estresse pós-traumático, ansiedade,
depressão, etc.

Abuso sexual contra crianças é uma prática que constitui crime de acordo com o
código penal da republica de Angola.

Quando o abuso sexual ocorre na família as consequências são maiores visto


que, são as pessoas que deviam proteger e cuidar da criança que abusam da mesma.
O que
1
deixa sequelas, muitas das vezes irreversíveis na criança, afecta todas as esferas da sua
vida, compromete o seu desenvolvimento e a vida adulta.

Com isto, procuramos trazer com base na literatura contribuições de diversos


autores que já se deparam com o tema em questão.

Problema de pesquisa

Para a presente pesquisa formulou-se o seguinte problema de pesquisa:

Quais são as repercussões psicológicas do abuso sexual na infância no seio


familiar?

Objectivo geral

Compreender as repercussões psicológicas do abuso sexual na infância no seio


familiar

Específicos

 Definir as palavras chaves: repercussões psicológicas, abuso sexual, infância,


família;
 Analisar as repercussões psicológicas do abuso sexual na infância no seio
familiar;
 Sugerir medidas que visam diminuir o índice de abuso sexual na infância no
seio familiar.

O presente trabalho conta com uma estrutura de três capítulos nomeadamente:


capitulo- I Referencial teórico, capitulo- II Metodologia e capitulo-III Análise,
discussão e interpretação dos resultados.

2
CAPITULO – I REFERÊNCIAL TÉORICO
1. Definição de Conceitos

1.2Infância
De acordo com Nascimento (2020) a infância é o “período de crescimento, no
ser humano, e que se estende do nascimento até a puberdade”. Marcado pela inserção do
ser no ambiente social, do aprendizado das primeiras palavras e da construção da sua
personalidade, a infância é uma das grandes fases de crescimento e de enorme
importância para a vida do sujeito.

Já para Ramos (2018) a infância é a etapa inicial da vida humana que se


estende desde o nascimento do individuo até a chegada da puberdade, entre os 11 e 12
anos de idade.

1.3 Abuso sexual


Para Santos (2020) o abuso sexual é caracterizado por contatos de conotação
sexual com pessoas adultas, sejam familiares ou não, nos quais as crianças ou mesmo
adolescentes são feitos objetos que tragam gratificação ao abusador para suas
necessidades ou desejos sexuais.

De acordo com Silva (2019) OMS descreve a violência sexual como


envolvendo maus-tratos e, no caso de crianças, implicando que ela seja vítima de uma
pessoa mais velha com a finalidade de satisfação sexual.

1.4 Família
Na óptica de Costa e Aquaroli (2009) família conjunto de pessoas ligadas entre
si pelo matrimónio e pelo parentesco. Grupo fechado de pessoas, composto de pais e
filhos, com certa unidade de relações jurídicas, tendo comunidade de nome, económico,
domicílio e nacionalidade, e estando unido por identidade de interesses e fins morais e
materiais.

Segundo Silva (2017) a família é um agrupamento humano formado por duas


ou mais pessoas com ligações biológicas, ancestrais, legais ou afectivas que,
geralmente, vivem ou viveram na mesma casa.

1.5 Breve histórico do abuso sexual infantil


De acordo com Santos (2020) alude que o abuso sexual existe desde o início
dos tempos e não se limita a uma determinada classe social ou grupo de pessoas,

3
ocorrendo

4
para os dois sexos, ou seja, tanto para o masculino como o feminino, tendo este mais
incidência.

Na visão de Vieira (2018) o abuso sexual infantil não se restringe a alguns


casos isolados, é algo que assombra crianças, adolescentes, pais, familiares, enfim toda
a sociedade.

Ainda na visão do mesmo autor, Só na década de 1980, surgiram as primeiras


publicações abordando o “abuso” sexual infantil nos contextos médicos, onde foi dado
maior ênfase em caracterizar essa prática sexual como um problema, começaram então,
a aparecer numerosas publicações a respeito do assunto, onde foram incluídos técnicas
que abrangiam o atlas fotográfico da anatomia genital de crianças que haviam sido
“abusadas” e outras que não haviam sido abusadas, e ainda condutas seguidas pelos
médicos nos exames de crianças que sofreram “abusos.

Para Conselho Federal de Psicologia (2020) o abuso sexual infantil acomete


crianças e adolescentes tanto do sexo masculino quanto feminino, ocorre quando a
criança tem desenvolvimento psicossexual inferior ao abusador, expondo a estímulos
sexuais impróprios para a idade ou mesmo utiliza-a para satisfação sexual própria ou de
outra pessoa.

Ainda na óptica do mesmo autor, a violência sexual infantojuvenil configura-


se, há bastante tempo, não só como relevante problema social para a família e a
sociedade em geral, mas também como um enorme desafio para os gestores do poder
público, por envolver as áreas de saúde, assistência social, educação, segurança pública,
economia, política, justiça e cultura. Assim, trata-se de uma questão desafiadora que
assume dimensões socialmente alarmantes, permeadas por dinâmicas complexas,
principalmente por desenvolver-se em cenários envolvendo diversos atores, bem como
variados fatores.

Ao entender as situações de violência sexual a que são submetidas crianças e


adolescentes como uma questão social, cultural, econômica e política, faz-se necessário
ampliar concepções e formas sociais de enfrentá-la, na medida em que há uma tendência
a sua naturalização.

5
1.6 Abuso sexual
Segundo Conselho Federal de Psicologia (2020) a violência configura-se
dentre um dos mais graves e sérios problemas de saúde pública, situação que atinge os
países, independente do seu nível de desenvolvimento.

Ainda na visão do mesmo autor, a violência se configura como uma verdadeira


epidemia ocorrendo de forma silenciosa, uma vez que se destacam alguns episódios,
mas não se tem a percepção da dimensão. Referências técnicas para actuação de
psicólogas(os) na rede de protecção às crianças e adolescentes em situação de violência
sexual 15 total deste problema, que tem grande repercussão social, especialmente no
sector Saúde.

De acordo com Miranda e Santos (2021) a violência é um fenómeno complexo


que envolve os contextos económico, histórico, cultural e político e tem sido realidade
de muitas famílias da sociedade actual, provocando consequências drásticas em vítimas
de todas as idades, dentre os principais públicos alvo da violência, têm-se as crianças.

Ainda na visão do mesmo autor, a violência é o ato que afecta a cada ano
milhões de crianças, familiares e comunidades. Dentre as principais formas de
demonstrar violência contra o público infantil, têm-se a negligência, as agressões
físicas, psicológicas e sexuais, o abandono e os maus tratos, as quais abrangem traços
agravantes pela subnotificação e pelo desamparo das vítimas.

Segundo Freitas (2020) os agravos à saúde da população infantojuvenil


afectam tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos, causando graves obstáculos
para o desenvolvimento saudável da infância e da adolescência, especialmente por
constituir flagrante violação aos direitos humanos.

Ainda na visão do mesmo autor, a violação à dignidade da população


infantojuvenil não se configura como novidade, pois se vive numa sociedade
historicamente violenta, marcada pelas desigualdades de classe, gênero, raça e etnia.

Além disso, a violência sexual muitas vezes perpetua-se encoberta por pactos
silenciosos, frequentemente responsáveis pela manutenção de situações violadoras de
direitos humanos para inúmeras crianças e adolescentes.

Segundo Lima (2015) o abuso sexual é um assunto de difícil abordagem por


ser delicado e perturbador, muitas vezes envolto em tabus sociais, como incesto
6
e/ou

7
violência contra crianças de tenra idade, que geram desconforto entre a sociedade de
uma forma geral.

Ainda na óptica do mesmo autor, essa violação de direito pode ser definida
como o relacionamento de criança ou adolescente em actividades sexuais com um
adulto, ou com qualquer pessoa um pouco mais velha, onde exista diferença de idade,
de tamanho ou de poder, em que a criança é usada como objecto sexual para satisfação
das necessidades ou dos desejos do adulto.

O abuso sexual é um tipo de violência cometida muitas vezes por pessoas do


universo familiar da criança e do adolescente e não envolve, necessariamente,
trocas financeiras, a exploração sexual comercial implica vantagens comerciais
do trabalho sexual (prostituição) de crianças e adolescentes por agentes
intermediários, os quais são quase sempre externos ao universo familiar da
vítima, embora, em alguns casos, possam também pertencer ao seu núcleo
familiar (Santos, 2020, p.34).

De acordo com Lima (2015) fornece uma dimensão do que é abuso sexual:
abrange todo ato, exploração, jogo, relação hétero ou homossexual, ou vitimização, de
crianças e adolescentes por um adulto, por um adolescente, ou por uma criança mais
velha que, pelo uso do poder, da diferença de idade, de conhecimento sobre o
comportamento sexual, age visando o prazer e a gratificação própria.

Pode acontecer com toque físico (beijos, carícias, penetração digital,


penetração com objectos, sexo oral, anal, vaginal) ou sem qualquer tipo de contacto
físico (assédio, cantadas obscenas, exibicionismo, voyeurismo, participação em fotos
pornográficas.

Almeida (2019) os abusos na óptica de se materializam através de práticas


eróticas e sexuais imposta à vítima pela violência física, ameaça ou indução de sua
vontade, as formas podem variar desde actos que não produzem contacto físico.

De acordo com o mesmo autor, até diferentes tipos de acções que incluem o
contacto sexual. sem ou com penetração, sendo caracterizado quando a diferença de
conhecimento do ato sexual implica incompreensão, por parte da criança ou
adolescente, do significado e das consequências potenciais da actividade sexual.

Em alguns casos o abusador se aproveita do estado de desenvolvimento sexual


da vítima, usando sua experiência para despertar prazer e assim gerar a culpa, pois uma
vez que a criança sente a sensação de prazer, ela passa a acredita que houve o
consentimento e se cala diante do ocorrido.
8
Cardoso e Caniço (2015) a maioria dos abusos sexuais contra crianças e
adolescentes ocorre dentro das casas da vítima e configuram-se como abusos sexuais
incestuosos, sendo que o pai biológico e o padrasto aparecem como principais
perpetradores. Ocorre, também, uma maior prevalência em meninas, principalmente
entre os abusos incestuosos.

1.7 Sintomas em crianças e adolescentes violentados sexualmente


De acordo com Lima (2019) a violência sexual contra crianças e adolescentes
tende a ocorrer em seis fases ou estágios: preparação, episódios, silenciamento,
narrativas, repressão e superação.

Ainda na visão do mesmo autor, violência sexual pode trazer graves


consequências para o desenvolvimento, saúde e aprendizagem das crianças e
adolescentes”.

A vítima de abuso sexual pode exibir vários sintomas de dissociação, tais


como: não estar centrada, dissociada, ou seja, sentindo-se fora do corpo, sem dar-se
conta de que é uma vítima e perdendo contato com a realidade ou olhando.

A violência e o abuso sexual na infância, caso não seja identificado


precocemente, pode ser que acarrete grande dano ao desenvolvimento da
criança e do adolescente, inclusive no tocante à sua respectiva socialização,
cujas consequências estão diretamente relacionadas a fatores, tais como:
idade da vítima, recorte temporal, condições em que ocorreram - envolvendo
violência ou ameaça; grau de relacionamento o abusador; a ausência de
figuras parentais protetoras; e questões de gênero (Santos, 2020, p.26).

Ramos (2019) diz que as principais consequências relativas às vítimas de


violência sexual infantil podem ser agrupadas em quatro conjuntos específicos
explicitados por consequências físicas, consequências emocionais, consequências
cognitivas e consequências comportamentais”.

1.8 Abuso sexual na esfera familiar


Para Santos (2020) A violência intrafamiliar pode ser compreendida em razão
da natureza doméstica, pois tende a ser caracterizada em função das agressões
materializadas contra a criança e adolescente dentro do seio da família.

De acordo com o mesmo autor, o maior número das registradas ocorre dentro
da própria casa da vítima, ou seja, o ato criminoso é praticado por algum membro da
família ou por pessoas que fazem parte do convívio social, sem necessariamente haver
laços de consanguinidade ou parentalidade.

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Manter-se em silêncio é um dos sinais frequentes em crianças abusadas
sexualmente e isso tem dificultado a identificação do ato, geralmente o abusador coloca
a culpa na vítima, entregando à mesma a responsabilidade do abuso, como se a criança
tivesse seduzido o abusador ou o atraído.

Ademais, o abusador usa da ingenuidade e insegurança da criança para


influenciá-lo a crer que qualquer queixa a respeito do ato praticado será ignorada,
apresentando também ameaças às vítimas, e assim estabelece a lei do silencio.

Miranda e Santos (2021) muitas crianças em virtude da sua idade, imaturidade,


vulnerabilidade e discernimento incompleto não conseguem distinguir com certa clareza
as carícias com segundas intenções do agressor, e por esta razão convivem com
situações de abuso sexual frequentes sem ao menos notar o que está acontecendo,
percebendo só depois de adquirir maturidade suficiente para identificar o abuso.

De acordo com o mesmo autor, sendo assim, é válido ressaltar que no


momento que vítimas de abuso sexual compreendem a natureza dos atos do violentador
encontram- se tão confusas e aterrorizadas que demostram receio, medo e vergonha em
pedir ajuda.

Quando uma criança retrata com alguém sobre o abuso sexual que vem
sofrendo, ela se encontra com um conflito enorme dentro de si, e ao relatar sobre o
abuso sofrido, nunca deverá ser culpada pelo acontecido. A criança vítima de abuso
sexual precisa de orientação e ser bem tratada de todo e qualquer trauma que possa ter
vivenciado em sua vida e que possa vir a desenvolver

A criança pode ser violentada por membros de seu ciclo familiar como também
por aqueles que não fazem parte de sua família. A violência sexual infantil no ambiente
familiar contribui para transformar as relações em algo totalmente deturpado, pois a
identificação de qualquer notificação fica cada vez mais difícil, visto que o abusador é
geralmente alguém que a criança confia, ou possui algum cargo de autoridade na
sociedade,

Lima (2019) refere que os casos de abuso sexual intrafamiliar, outra questão
preocupante é o fato de que o agressor tenha um grau de parentesco com a vítima, isto
implica dizer que aponta para a caracterização de um tipo de relação específica,
tipificada de incestuosa.
10
Ainda na óptica do mesmo autor, nas situações de abuso sexual contra crianças
e adolescentes, a dinâmica familiar. Apresenta inversão da hierarquia entre pais e filhos.
Nesse contexto delineado, a família sente vergonha e, por isso, não conseguem atentar
para essa problemática envolvendo seus familiares, tendo dificuldade para acreditar que
a violência e o abuso sexual estão ocorrendo dentro do ambiente doméstico.

Da mesma forma que a literatura geral indica quando o abuso sexual ocorre no
espaço doméstico e familiar há uma maior predominância do homem como agressor e
da menina como sendo a vítima.

Abuso sexual infantil é facilitador para o aparecimento de psicopatologias


graves, prejudicando a evolução psicológica, afetiva e social da vítima. Os efeitos do
abuso na infância podem se manifestar de várias maneiras, em qualquer idade da vida.

Os efeitos psicológicos causados nas crianças e adolescentes podem torná-las


reservadas e temerosas de se expor. a criança se vê numa situação absolutamente
confusa, por vezes aterrorizantes, perpetrada por alguém com quem ela mantém laços
afetivos importantes e significativos.

Muitas situações de abuso sexual intrafamiliar transformam-se em segredos,


cujas vítimas são silenciadas pelo medo e insegurança, sem deixar de ocasionar
inúmeras sequelas prejudiciais à criança ou ao adolescente, que pode apresentar
sintomas e dificuldades decorrentes da experiência nefasta e abusiva.

Tais dificuldades repercutem também sobre a família que tem acesso à


veracidade do crime cometido no ambiente doméstico e, de certa forma, a omissão e o
fato de não denunciar a violência sexual e o abuso infantil refletem as estatísticas que
evidenciam a subnotificação dos casos existentes.

Para Santos (2020) a violência intrafamiliar pode ser compreendida em razão


da natureza doméstica, pois tende a ser caracterizada em função das agressões
materializadas contra a criança e adolescente dentro do seio da família.

De acordo com o mesmo autor, o maior número das registradas ocorre dentro
da própria casa da vítima, ou seja, o ato criminoso é praticado por algum membro da
família ou por pessoas que fazem parte do convívio social, sem necessariamente haver
laços de consanguinidade ou parentalidade.

11
Embora a violência intrafamiliar remeta a parentes que vivem ou não na
mesma casa, a revela que “a probabilidade de ocorrência é maior entre parentes que
convivem cotidianamente no mesmo domicílio”. Nos casos de abuso sexual
intrafamiliar, outra questão preocupante é o fato de que o agressor tenha um grau de
parentesco com a vítima, isto implica dizer que aponta para a caracterização de um tipo
de relação específica, tipificada de incestuosa.

Nas situações de abuso sexual contra crianças e adolescentes, a dinâmica


familiar apresenta inversão da hierarquia entre pais e filhos.

Nesse contexto delineado, a família sente vergonha e, por isso, não conseguem
atentar para essa problemática envolvendo seus familiares, tendo dificuldade para
acreditar que a violência e o abuso sexual estão ocorrendo dentro do ambiente
doméstico.

Da mesma forma que a literatura geral indica quando o abuso sexual ocorre no
espaço doméstico e familiar há uma maior predominância do homem como agressor e
da menina como sendo a vítima. É de se esperar que a consequência de tal ato
incestuoso e criminoso provoque traumas psicossociais na vítima, mesmo que elas não
tenham plena consciência da gravidade da situação abusiva na qual estão inseridas.

Na visão de Viera (2018) o abuso sexual infantil é facilitador para o


aparecimento de psicopatologias graves, prejudicando a evolução psicológica, afetiva e
social da vítima. Os efeitos do abuso na infância podem se manifestar de várias
maneiras, em qualquer idade da vida.

De acordo com o autor acima citado, portanto, muitas situações de abuso


sexual intrafamiliar transformam-se em segredos, cujas vítimas são silenciadas pelo
medo e insegurança, sem deixar de ocasionar inúmeras sequelas prejudiciais à criança
ou ao adolescente, que pode apresentar sintomas e dificuldades decorrentes da
experiência nefasta e abusiva.

Tais dificuldades repercutem também sobre a família que tem acesso à


veracidade do crime cometido no ambiente doméstico e, de certa forma, a omissão e o
fato de não denunciar a violência sexual e o abuso infantil refletem as estatísticas que
evidenciam a subnotificação dos casos existentes.

Na violência intrafamiliar, destacam-se dois aspectos: o primeiro é a


violência interpessoal, a qual é realizada contra as crianças por pessoas que
foram investidas com a função parental, e o segundo aspecto advém de uma
12
violência

13
cuja prática não se restringe somente ao espaço familiar, sendo cometida
pelos pais e responsáveis também em lugares públicos (Miranda & Santos,
2021, p.20).

Já na visão de Santos (2020) os pais são pessoas consideradas como de imensa


importância na vida das crianças e, ao praticarem atos de violência contra as mesmas,
acabam desencadeando sérias implicações afetivas, as quais são capazes de afetar o
desenvolvimento biopsicossocial dos seus filhos.

De acordo com o mesmo autor, o abuso sexual intrafamiliar está vinculado ao


nível de parentesco em meio a criança e o agressor e pode ocorrer entre pai-filha; irmão-
irmã; mãe-filha; pai-filho; mãe-filho, bem como aqueles com avós, tios, padrastos,
madrastas, primos, e se configura, ainda, como uma relação incestuosa.

Deste modo, quando há ocorrência de violência sexual, torna-se nítido que esta
afeta, consideravelmente, a natureza mental e física da vítima, uma vez que a violência
sexual infantil dentro do âmbito familiar deixa vestígios ainda mais graves em suas
vidas, provocando o desenvolvimento de transtornos como ansiedade e depressão na
vida da criança, isto em decorrência de o agressor ser uma pessoa de confiança da
vítima e com quem possui vínculos afetivos.

Para Almeida (2012) o abuso sexual intrafamiliar perturba a família, em termos


de coesão, hierarquia, afetividade, conflito e relações de identificação.

De acordo com o mesmo autor, a coesão é definida como proximidade


emocional ou apego entre membros da família; a hierarquia. Diz respeito às relações de
poder estabelecidas entre eles. Por sua vez, afetividade e conflito são, respectivamente,
sentimentos positivos e geradores de estresse e agressividade. As relações de
identificação, por sua vez, tratam da incorporação de padrões de pensamento e
comportamento de um modelo, neste caso, um membro familiar.

Menezes (2020) existe uma violência estrutural, solidamente apoiada nas


diferenças políticas e socioeconômicas, sustentadas pela marginalização, pela imposição
do poder, bem como pelas desigualdades.

Ainda na óptica do mesmo autor, quanto mais há uma apropriação cultural das
classes e dos grupos sociais, maior é a violência estrutural. Esse fenômeno tem se
manifestado ao longo dos séculos, voltando-se para as relações de dominação que foram

14
construídas desde a concepção de família, da manifestação do patriarcado, até mesmo
nas dominações raciais e étnicas.

Vieira (2018) embora menos contundente que a violência intrafamiliar, a


estrutural atinge covardemente crianças e adolescentes, com maior frequência e de mais
difícil intervenção, pois depende de políticas de proteção social e econômica, o que
praticamente inexistem.

Já a violência intrafamiliar, é a que ocorre na esfera privada, ou seja, na família


dos indivíduos independentemente do local de ocorrência. São muitos os seus
causadores, mas os entes mais próximos normalmente são os culpados. “O conceito de
violência intrafamiliar admite apenas a violência que ocorre nas relações familiares, ou
seja, entre os membros da família. Ela pode ser praticada tanto no ambiente doméstico
quanto público.

Na óptica Freitas (2020) a Violência Intrafamiliar Infantil é definida como


aquela que acontece dentro da família ou até mesmo no lar onde a criança convive;
cometida por algum parente ou pessoas que tenham função parental, ainda que sem laço
de consanguinidade, e pode ser caracterizada de formas diferentes como: física,
psicológica, sexual e negligência.

Ainda na visão do mesmo autor, a criança é vítima não apenas quando sofre a
violência diretamente, mas a cada instante com a convivência. O causador na maioria
das vezes possui convívio social normal. Esses fatores só tornam ainda mais difícil a
criação de um perfil. A família falha, em seu aspecto funcional ao não atingir seus
objetivos, de proteger, educar e prover o melhor à criança.

15
De acordo com Almeida (2012) Na violência intrafamiliar, o poder do
vínculo afectivo é posto à prova quotidianamente.
Ainda na visão do mesmo autor, os entes creem que devido à afectividade e
seus laços, as vítimas de violência se negarão a qualquer reacção. Por sua vez,
Azevedo assevera que a violência familiar contra crianças e adolescentes assume
alguns aspectos a saber.
É uma violência interpessoal e intersubjectiva; é um abuso do poder
disciplinar e coercitivo dos pais ou responsáveis; é um processo que pode se
prolongar por meses e até anos; é um processo de completa objectificação da
vítima, reduzindo-a à condição de objecto de maus-tratos; é uma forma de violação
dos direitos essenciais da criança e do adolescente enquanto pessoas e, portanto,
uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a
segurança; tem na família sua ecologia privilegiada.
Como esta pertence à esfera do privado, a violência doméstica acaba se
revestindo da tradicional característica de sigilo.
Quando a violência é uma forma de relação que se estabelece no interior das
famílias ou na convivência social, é preciso denunciá-la e “desnaturalizá-la”, tratando-a
como um problema a ser resolvido, buscando formas “civilizadas” de trabalhar com os
conflitos.

Na visão de Vieira (2012) a família em que acontece o abuso sexual


intrafamiliar é um sistema fragilizado, na qual o segredo dá a ilusão de unidade e de que
a situação está sob controle. Historicamente, esse segredo ficou por muito tempo
escondido na intimidade dos grupos familiares, qualquer que fosse a condição social das
vítimas e dos ofensores.

Ainda na óptica do mesmo autor, a violência no contexto familiar não é


somente um problema da família, mas constitui um problema social, com prejuízos não
apenas no nível individual, mas também no social, com impacto sobre as áreas do
trabalho, educação, saúde, sociedade, segurança e economia.

1.9 Tipos de violência


De acordo com Menezes (2020) existem vários tipos de violência dentre os
quais:

16
 Violência sexual: todo ato o jogo sexual, relação hétero ou homossexual,
entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por
finalidade estimular sexualmente esta criança ou adolescente ou utiliza- los
para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa.
 Violência psicológica: a violência psicológica como toda a ação ou omissão
que visa causar danos à subjetividade dos indivíduos. Tais aspectos dizem
respeito à autoestima, identidade e ao pleno desenvolvimento dos sujeitos.
Não obstante, incluem-se nesse rol as ameaças, humilhações, chantagens,
discriminação e exploração. Por mais que ocorra com maior frequência, é
difícil de ser identificada. Exige uma avaliação familiar e individual feita
por profissionais habilitados, mas pode ser detectada a partir das mudanças
comportamentais de crianças e adolescentes, principalmente nos ambientes
de convivência externa, como ocorre na escola.
 Negligência: Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua a
negligência como sendo a ausência de comprometimento familiar no
desenvolvimento da criança ou do adolescente, no que tange a saúde,
educação, segurança, abrigo, afeto e nutrição, em que os cuidadores
atendem às necessidades físicas e psicológicas dos filhos de maneira
inadequada, deixando de prover o desenvolvimento e o bem-estar da
criança/adolescente. A negligência infantil é uma das formas de violência
intrafamiliar mais comum, caracterizada pela falta de atenção e descaso
físico e emocional dos cuidadores para com seus filhos, podendo causar
implicações socio afectivas para a criança e o adolescente.

1.10 Consequências comportamentais e emocionais da vítima de abuso


sexual
Para Ramos (2015) o abuso sexual na infância tem sido relacionado a severas
consequências para o desenvolvimento infantil, incluindo prejuízos cognitivos,
emocionais, comportamentais e sociais.

Ainda na óptica do mesmo autor, este tipo de violência sexual infantil teve
grande crescimento dentro da própria família, tornando o fato ainda mais preocupante,
justamente em decorrência da necessidade de se preservar a família, por não saber lidar
com a situação ou até por medo do abusador.

17
A criança abusada sexualmente, na maioria dos casos é vítima ainda de
violência psicológica. Tais autores trazem a definição de que há uma interferência
negativa do adulto sobre a criança, tratada com comportamento abusivo.

O abuso sexual pode representar o fim da infância, pois a criança começa a


sentir as marcas do trauma e perde sua inocência por conta destas cicatrizes. Por isso os
cuidadores devem ficar bem atentos às mudanças que as crianças vítimas de abuso
geralmente apresentam.

Estas mudanças geralmente envolvem a diminuição da autoestima, o aumento


da hiperatividade, o surgimento de uma ansiedade exagerada, a rebeldia, a fuga de casa,
as mentiras, o roubo, os distúrbios alimentares, as ideias e tentativas de suicídios, os
pesadelos, a agressividade e o choro fácil.

A criança ou adolescente que fora violentada sexualmente, poderá carregar


consigo marcas, lesões físicas, lesões genitais, gravidez com vários problemas, doenças
sexualmente transmissíveis, disfunções sexuais e psicológicas como sentimento de
culpa, auto desvalorização, sentimento depressivo, medo, se sente constrangido perto de
pessoas adultas, tem forte tendência a prostituição, distúrbios sexuais, negação afetiva
quando adultas, suicídio, problemas de identidade e personalidade.

A criança quando passa por esse tipo de situação traz em si a sensação de estar
marcada pelo resto da vida, tem ansiedade, irritação, melancolia, sentimento de perda,
confusão mental, se sente insegura em relacionamento com outras pessoas e se sente
impotente perante a situação que se encontra.

Segundo Almeida (2018) o aumento do absenteísmo e a diminuição do


rendimento laboral e escolar, a violência no âmbito escolar, às consequências para a
saúde física e mental, as fugas de casa, as condutas de risco, a violência social e juvenil,
os homicídios e as lesões corporais dentro da família, os delitos sexuais, bem como o
incremento dos gastos nos setores da saúde, educação, segurança e justiça, são algumas
das consequências da violência familiar

Portanto, esse fenômeno não provoca impacto negativo somente sobre as


relações familiares e o desenvolvimento físico e psicológico das vítimas, mas apresenta
repercussões sociais e econômicas importantes.

18
Tanto em condições típicas do desenvolvimento quanto em condições
inesperadas, como no caso do abuso sexual intrafamiliar, a família exerce forte
influência sobre a vítima e sobre a forma como ela lida com o problema. O ambiente
familiar pode funcionar como mediador das consequências do abuso sexual.

Na óptica de Vieira (2012) crianças vítimas de abuso sexual que além das
lesões físicas e genitais sofridas, essas crianças tornam-se mais susceptíveis a outras
formas de violência e ao longo da vida podem emitir comportamentos como o de uso de
drogas, prostituição e tentativa de suicídio, além de poder apresentar distúrbios sexuais
e depressão entre outros.

Na óptica Miranda e Santos (2021) a criança vítima de abuso sexual pode


apresentar mudanças na autoestima, comportamentos agressivos, autodestruição, perda
de interesse nas brincadeiras pelos estudos, isolamento social, ansiedade e baixa
concentração.

De acordo com o mesmo autor, desvios de conduta com mentiras, fugas de


casa, roubos, violência, drogas, ideias suicidas ou uma representação anormal da
sexualidade. Deste modo, essas são as características que retratam as mudanças
comportamentais que surgem como sinais de que uma criança foi vítima de abuso
sexual.

Para Santos (2020) os indícios de abusos sexuais podem variar de sinais


comportamentais e físicos a sinais emocionais e psicológicos, por ora, esses
sinalizadores podem não estar claros à família ou aos cuidadores da criança, mas estão
presentes e levantam suspeitas de riscos no desenvolvimento biopsicossocial das
crianças

De acordo com o autor acima citado, a criança pode vir a apresentar diversos
indicadores relativos à violência sexual que vem sofrendo, pode-se dizer que é um
pedido de socorro indireto, pois dificilmente a criança consegue falar que sofreu abuso
sexual, ou nem mesmo sabe que está sofrendo um abuso.

As vítimas que sofreram ou sofrem de abuso apresentam comportamentos


infantis amadurecidos, alterações no humor, retraimento, aparência descuidada, sono
desregulado, vergonha excessiva, brincadeiras de cunho sexual, realiza desenhos ou
verbaliza palavras referindo-se a partes íntimas, apresenta marcas de agressão, e
desenvolvem problemas de saúde.
19
A criança pode sinalizar dores de cabeça, vômitos, lesões na pele, dificuldade
em digerir alimentos, e isso ocorre devido aos problemas emocionais e psíquicos
referentes ao abuso. Ademais, é importante levar em consideração nestes casos a
negligência, ou seja, quando a criança, não é bem cuidado pelos familiares e não recebe
a atenção necessária, facilita o abuso para o violentador.

Santos (2020) os efeitos psicológicos causados nas crianças e adolescentes


podem torná-las reservadas e temerosas de se expor. A criança se vê numa situação
absolutamente confusa, por vezes aterrorizantes, perpetrada por alguém com quem ela
mantém laços afetivos importantes e significativos.

De acordo com o mesmo autor, quando ocorre abuso sexual intrafamiliar a


criança fica aterrorizada, confusa e muito temerosa de contar a alguém o incidente,
permanecendo em silêncio por não desejar prejudicar o abusador ou provocar uma
desagregação familiar ou ainda por ter medo de ser considerada culpada ou castigada.

A manutenção da síndrome do segredo gera consequências de variados níveis.


Uma das piores consequências desta síndrome é a continuação do convívio com o
agressor e a reincidência do abuso. As crianças induzidas pelo agressor mentem, pois,
sob ameaça, o agressor impõe que o ocorrido entre eles é segredo.

Miranda e Santos (2021) vítimas de abuso sexual podem apresentar múltiplos


transtornos psicopatológicos, tais como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT),
transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dissociação, depressão,
transtornos psicossomáticos, comportamento delinquente e até mesmo abuso de
substâncias.

Ainda na óptica do mesmo autor, os transtornos estão conectados a


experiências incomuns da vivência do ser humano que acabam ocasionando um choque
emocionalmente brusco no indivíduo acarretando consequências que afetam a saúde
física e mental, estudos comprovam que há uma intensa relação entre ter lidado com
abuso sexual na infância e transtornos de comportamento na adolescência e na vida
adulta.

A criança que sofre violência sexual nos primeiros anos de vida pode
apresentar comprometimento no desenvolvimento cerebral e no sistema imunológico e
nervoso, resultando em incapacidade cognitivas e sociais, além do mais, muitas dessas
crianças
20
desenvolvem baixa autoestima, descuido com o próprio corpo e problemas em interagir
nas relações sociais, sendo estas as consequências em longo prazo.

As consequências da violência em longo prazo refletem em traumas que se


estendem por anos, uma vez que o sujeito que sofre abusos quando criança tende a ser
um adulto extremamente problemático, cujas características podem ser manifestadas em
sinais de psicopatia, falta de empatia e crueldade, não sendo incomum tornarem-se
abusadores.

Para Barbosa (2020) o sentimento de culpa da criança origina-se de seu senso


equivocado de responsabilidade, que deriva do fato de ter sido uma participante no
abuso. Essa confusão muitas vezes é reforçada pelas ameaças da pessoa que cometeu o
abuso, de que a criança será responsável pelas consequências se revelar o abuso.

1.11 Papel da família no desenvolvimento biopsicossocial Dos indivíduos


Segundo Menezes (2020) no seio familiar, a criança é o componente mais
fragilizado, uma vez que é natural e judicialmente dependente de seus progenitores ou
responsáveis. A família é reconhecida como o primeiro contexto no qual atividades,
papéis e relações iniciam sua construção.

De acordo com o mesmo autor, o nascer, à criança é totalmente dependente do


ambiente da sua volta para sobreviver, as relações que se estabelecem serão cruciais
para o seu desenvolvimento. Quando a criança nasce ela é como um livro aberto com
páginas em branco não conhece nada, mas vem disposta a apreender novas coisas, ela
não é capaz de fazer comparativos – certo e errado, bom e mau-apenas absorve tudo.

A família corresponde a um lugar privilegiado de afeto, no qual estão inclusos


os relacionamentos íntimos, expressão de emoções e de sentimentos. Deste modo, pode-
se dizer que é no seio familiar que a criança irá ter seus primeiros relacionamentos
interpessoais, estabelecendo trocas emocionais que funcionam como um suporte efetivo
para a vida adulta.

Para Almeida (2012) a família é um espaço de socialização, a primeira


instituição a mediar a relação que a criança irá construir em sociedade. E é a partir do
processo de socialização que a criança irá elaborar sua identidade e subjetividade,
adquirindo, no interior da família, os valores, as normas, as crenças, as ideias, os
modelos e os padrões de comportamento necessários para a sua atuação na sociedade.

21
Ainda para o mesmo autor, as interações familiares, padrões de
comportamentos, hábitos, atitudes e linguagens, usos, valores e costumes são
transmitidos. e as bases da subjetividade, da personalidade e da identidade são
desenvolvidas.

Vieira (2012) é no seio familiar que a criança reconhece o “outro”, aprendendo


a ser humano, observar seu entorno e com ele interagir.

Ainda na visão do mesmo autor, a criança que não tem uma organização
familiar capaz de garantir a segurança afetiva poderá passar por um processo de rutura
que ocasionará diversos problemas, pois é na convivência familiar que inicia seu
processo de subjetivação, ou seja, de sua construção enquanto sujeito.

Por trás de cada criança desajustada devemos procurar uma família. A


desorganização do grupo familiar tem consequências graves no nível das relações
humanas.

Para o desenvolvimento dos indivíduos, a família precisa garantir a boa


qualidade das relações entre seus membros. Não obstante, as trocas familiares devem
ocorrer de forma saudável para que a saúde mental seja preservada. Assim, é dever da
família zelar pela harmonia, qualidade das relações afetivas, provimento de sustento e
saúde. Tais aspectos complementam o desenvolvimento pleno dos indivíduos que pode
ser comprometido quando crianças e adolescentes sofrem de violência intrafamiliar.

1.12. Repercussões psicológicas do abuso sexual no seio familiar


De acordo com Santos (2020) a criança por ser mais vulnerável, é um alvo
mais fácil para a prática do abuso, a falta de acompanhamento psicológico pode trazer
consequências irreparáveis na sua vida. Dessa forma, assim que a família tomar
conhecimento do dano psicológico que a criança vem sofrendo, é necessário denunciar e
procurar tratamento.

Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual que apresentam os sintomas


descritos acima ficam propensos a desenvolverem transtorno de ansiedade, sintomas
depressivos e agressivos, transtorno afectivo, transtorno de estresse pós-traumático,
distúrbios alimentares, dependência química e transtornos psicossexuais grande
correlação entre as experiências de abuso sexual na infância e um conjunto de
transtornos psiquiátricos e comportamentais na vida adulta.

22
Segundo Vieira (2012) o abuso sexual em crianças pode acarretar prejuízos
cognitivos, emocionais, comportamentais e sociais.

De acordo com o mesmo autor, elas podem apresentar sentimentos de culpa,


dificuldades em confiar nas pessoas, comportamento hipersexualizado, medos,
pesadelos, isolamento, sentimento de desamparo e ódio, fugas de casa, baixa auto-
estima, perda de interesse pelos estudos e brincadeiras, sintomas somáticos e
agressividade.

Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual que apresentam os sintomas


descritos acima ficam propensos a desenvolverem transtorno de ansiedade, sintomas
depressivos e agressivos, transtorno afectivo, transtorno de estresse pós-traumático,
distúrbios alimentares, dependência química e transtornos psicossexuais grande
correlação entre as experiências de abuso sexual na infância e um conjunto de
transtornos psiquiátricos e comportamentais na vida adulta.

O ASI pode se constituir como um fator de risco tanto para sequelas no âmbito
psicológico quanto no neurobiológico influenciando negativamente no
neurodesenvolvimento infantil. Os eventos traumáticos na infância activam os sistemas
neurobiológicos do estresse, do Sistema Nervoso Central, na busca de uma resposta
adaptativa do cérebro.

1.13 Intervenção Psicológica em crianças vitimas de abuso sexual no seio


familiar
Miranda e Santos (2021) o atendimento psicológico às crianças vítimas de
violência sexual deve estar inserido na atenção psicossocial, contendo um conjunto de
procedimentos técnicos e especializados cujo objectivo é estruturar acções que sirvam
como apoio para proteção das crianças.

Ainda na visão do mesmo autor, o atendimento psicológico pode proporcionar


às crianças condições que ofereçam o fortalecimento da autoestima, dos direitos e das
melhores garantias de convivência familiar, comunitária e condições de vida,
possibilitando à vítima a superação da situação, bem como, a reparação da violência
sofrida

Os profissionais de psicologia no âmbito social surgem com o trabalho


comunitário para romper com o ciclo de violência sexual sofrido pelas crianças e

23
adolescentes, tendo como finalidade a contribuição para a construção de identidades
pessoais e grupais destes que vivem em meio à opressão.

Cabe ao profissional psicólogo acolher a criança de maneira incondicional,


visto que se deve levar em consideração o contexto histórico do desenvolvimento da
criança e as suas vivências, mantendo uma visão empática e estabelecendo uma relação
autêntica com a criança, possibilitando o enfrentamento das consequências geradas pela
violência sexual sofrida.

O profissional psicólogo deverá proporcionar um atendimento ou acolhimento


humanizado à vítima, oferecendo apoio para a situação traumática que a acometeu.
Nesse sentido, o atendimento ou acompanhamento psicológico é de extrema relevância
para acolher a vítima e dar a ela a capacidade para refletir, compartilhar e elaborar suas
vivências dolorosas, isso se faz independentemente do modo como à história tenha sido
narrada ao profissional psicólogo. Portanto, a criança precisa ser respeitada e deverá ser
escutada como indivíduo que detêm uma realidade física e psíquica mais frágil,
recebendo o devido apoio no momento em que estiver retratando a situação abusiva que
ocorreu.

A psicoterapia individual é uma ferramenta estratégica que é indispensável


para investigar e intervir junto às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual,
pois ao mesmo tempo que a mesma trabalha os factores proveniente da situação
abusiva, organizando o inconsciente e as emoções, ela também auxilia crianças a
reconhecer os seus sentimentos de raiva, mágoa, dor, revolta, ajudando-o a reconhecer e
eliminar toda a desordem causada pelo ato de violência.

Entende-se que o psicólogo deve trabalhar para reverter os sentimentos da


vítima, aqueles de desespero, desamparo, impotência, aprisionamento, culpa e
isolamento que a paralisam, sendo fundamental o resgate da autoestima e da esperança,
pois se entende que o abuso sexual distorce a visão que as crianças têm de si mesmo e
do mundo. Além de ouvir a criança, o psicólogo precisa ouvir também a família que
sofre junto após descobrir o abuso, sempre com uma escuta empática e humanizada,
estando atento ao que está acontecendo com ambos dentro do ambiente familiar e
promovendo a escuta diferenciada dos sentimentos deles

O terapeuta pode orientar aqueles que convivem com a criança a acolhê-la, pois
a criança precisa sentir que tem alguém para protegê-la e é nesse momento em que a

24
psicologia intervém no contexto familiar nos casos de abuso sexual infantil.

25
Diante disso, a família então deixa de ser autônoma e perde a autonomia sobre
a criança, envolvendo, assim, um trabalho multidisciplinar como possíveis intervenções
jurídicas de proteção à criança seguindo as diretrizes da lei do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

1.14 Terapia Cognitiva comportamental em casos de abuso sexual no seio


familiar
Vieira (2012) o uso da TCC como método de intervenção psicológica para casos
de violência sexual infantil, tanto individual quanto em grupo é potencialmente benéfico
por incluir no tratamento estratégias que tem como objetivo principal identificar
sintomas específicos.

Ainda na óptica do mesmo autor, a TCC é a psicoterapia com maior suporte


empírico para o tratamento de TEP e têm apresentado melhores resultados quando
comparadas com outras formas de tratamento não focais para crianças e adolescentes
com sintomas de ansiedade, depressão e problemas comportamentais decorrentes de
violência sexual. E ainda, TCC focada no trauma tem apresentado alta eficácia na
redução de sintomas do transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e na
reestruturação de crenças disfuncionais com relação à experiência abusiva.

O psicoterapeuta Cognitivo-comportamental trabalha a ansiedade e a esquiva


com a técnica de exposição gradual e dessensibilização sistemática, inoculação de
estresse, treino de relaxamento e interrupção e substituição de pensamentos
perturbadores por outros que recuperem o controle das emoções.

Trabalham-se também as Crenças e os sentimentos negativos relacionados à


culpa pela ocorrência do abuso comum nas vitimas e em seus pais. E conversas
informativas sobre o abuso com os pais e filhos, tais como dados epidemiológicos,
consequências do trauma e o papel dos pais como influenciadores na forma como os
filhos lidarão com os traumas, contribuem para a redução da angustia diante do trauma.
Técnicas como a exposição gradual como citada acima possibilitam aos indivíduos a
evocação de memórias de conteúdos traumáticos relacionados ao abuso sexual.

A presença dos pais no tratamento, sobretudo para as crianças menores, tem


um efeito positivo no prognostico do TEPT e de outras consequências do abuso. Tal
participação pode ajudar as crianças a expressar os problemas causados pelo trauma e
pode melhorar o relacionamento com os pais.

26
Miranda e Santos (2021) a psicoterapia na abordagem cognitiva
comportamental torna-se um mediadora quanto ao impacto da violência sexual
acometida na infância adolescência, pois é nela que são alteradas as crenças,
pensamentos e comportamentos disfuncionais devido à violência.

De acordo com o mesmo autor, as vítimas que receberam intervenções


psicológicas adequadas após a descoberta da violência sexual manifestam a redução de
sintomas de ansiedade, depressão e transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).
Ademais, o tratamento psicoterápico realizado ainda na infância consiste em reduzir
danos, oferecer a revitalização do indivíduo e diminuir o surgimento dos
comportamentos agressivos, contribuindo para que não haja a repetição dos ciclos de
violência no âmbito familiar.

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), ao ser utilizada pelos


psicólogos demonstra bons resultados na vida das crianças que sofreram
abuso sexual infantil, principalmente as que apresentam TEPT, visto que a
TCC da ênfase no trauma através de explanação gradual dos pensamentos
negativos e das crenças disfuncionais, evocando memórias e lapsos do evento
traumático através da psicoeducação, do enfrentamento e da reestruturação
cognitiva. Portanto, a terapia cognitiva comportamental trabalha muito bem
as crenças falsas existentes frente ao abuso que são carregadas pela vítima e
com elas os sentimentos de culpa, medo e tristeza (Santos, 2020, p.30).

27
CAPITULO II – MÉTODOLOGIA
2.1 Caracterização do campo de estudo

Todo a pesquisa de investigação científica careci de campo de estudo,


escolhemos a biblioteca por ser o local ideal que nos permitiu colher informações
inerentes ao tema da pesquisa.
2.2 Tipo de pesquisa

De acordo com os objectivos da nossa pesquisa optamos em escolher a


pesquisa de procedimento bibliográfico.

De acordo com Padronov e Freitas (2013) dizem que a pesquisa qualitativa


considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um
vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números.

2.6 Métodos e técnicas de colheita de dados

Foi usado a observação como método que nos permitiu recolher informações
em livros revistas e artigos científicos para execução do trabalho em causa.

2.8 Critério de inclusão e exclusão

A pesquisa incluiu todos manuais artigos científicos da área de ciência sociais,


e foram incluídos todos matérias bibliográficos que fazem parte da área de ciências
sociais.

28
CAPITULO – III ANALISE E INTERPETAÇÃO E
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
3.1 Resultados da pesquisa
Está é uma pesquisa de revisão bibliográficas que teve como palco de estudo a
biblioteca, onde utilizou-se como instrumento e técnica de colecta dos dados a
observação, que nos levou a termos acesso a diversos referências biográficas de
diversos autores que já se deparam com o tema em questão.

A colecta dos dados ocorreu durante um período de três meses onde foi
consultado no universo de 30 obras materiais bibliográficos da área de ciência socias
tais como: livros, artigos científicos, monografias, e dissertações de mestrado.

3.2 Discussão dos resultados


Neste capítulo faremos a discussão dos resultados de acordo com os diversos
autores já abordaram sobre as repercussões psicológicas do abuso sexual no seio
familiar.

Abuso sexual infantil no seio familiar é um problema de saúde pública que


afecta muitas crianças a nível mundial, muitas crianças que são desta problemática no
seio familiar estão veneráveis apresentarem muitos problemas psicológicos.

A literatura alude que crianças que foram vítimas de abuso sexual no seio
familiar podem desencadear transtorno de ansiedade, depressão, e comportamentos
agressividade. Tal como concorda Silva (2020) crianças que são vitimas de abuso
sexual no ambiente familiar são propensos a desenvolverem transtorno de ansiedade,
depressão e agressivos, transtorno afectivo, transtorno de estresse pós-traumático,
distúrbios alimentares, na vida adulta.

As crianças que são vítimas de abuso sexual no seio familiar se não tiverem
assistência psicológica estarão veneráveis a desenvolverem muitas repercussões
psicológicas tais como: ansiedade, depressão, isolamento, traumas, e problemas
conjugais no futuro.

Evidencias cientificas mostram que, as crianças vítimas de abuso sexual


apresentam problemas neurológico e psicológico. Para Santos (2021) crianças vitimas
de abuso sexual apresentam sequelas no âmbito psicológico quanto no âmbito
neurobiológico.

29
A literatura mostra que a terapia cognitiva comportamental é a mais eficientes
em casos de crianças que são vitimas de abuso sexual na infância. De acordo com
Santos (2020) a terapia Cognitiva comportamental (TCC), ao ser utilizada pelos
psicólogos demonstra bons resultados na vida das crianças que sofreram abuso sexual
infantil, principalmente as que apresentam TEPT, visto que a TCC da ênfase no trauma
através de explanação gradual dos pensamentos negativos e das crenças disfuncionais,
evocando memórias e lapsos do evento traumático através da psicoeducação, do
enfrentamento e da reestruturação cognitiva.

A literatura alude que crianças que são vítimas de abuso sexual, que recebem
uma assistência psicológica ajudar a reduzir sintomas de ansiedade, depressão. Segundo
Silva (2020) as vítimas que receberam intervenções psicológicas adequadas após a
descoberta da violência sexual manifestam a redução de sintomas de ansiedade,
depressão e transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).

As crianças que são vitimas de abuso sexual no seio familiar se não tiverem
assistências psicológicas estarão veneráveis a desenvolverem muitas repercussões
psicológicas tais como: ansiedade, depressão, isolamento, traumas, e problemas
conjugais no futuro.

30
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Feito a pesquisa de revisão bibliográfica sobre “ repercussões psicológica do


abuso sexual infantil no seio familiar” permitiu-nos chegar as seguintes considerações
finais:

O abuso sexual é caracterizado por contactos de conotação sexual com pessoas


adultas, sejam familiares ou não, nos quais as crianças ou mesmo adolescentes são
feitos objectos que tragam gratificação ao abusador para suas necessidades ou desejos
sexuais. As principais repercussões psicológicas em crianças vitimas de abuso sexual
são nomeadamente: transtorno de ansiedade, depressão, transtornos alimentares,
dependência
químicas, isolamento social.

Crianças vitimas de abuso sexual são vulneráveis a desencadear o transtorno de


estresse pós traumático na vida adulta.

O acompanhamento psicológico em crianças vítimas de abuso sexual e de


suma importância porque ajuda o individuo a lidar melhor com o seu estado emocional.

O psicólogo deve trabalhar para reverter os sentimentos da vítima, aqueles de


desespero, desamparo, impotência, aprisionamento, culpa e isolamento que a paralisam,
sendo fundamental o resgate da autoestima e da esperança, pois se entende que o abuso
sexual distorce a visão que as crianças têm de si mesmo e do mundo.

A terapia cognitiva comportamental e muito eficaz no tratamento de crianças


que foram abusadas sexualmente, trabalha duramente no sentido de mudar as crianças
disfuncionais dos indivíduos que foram abusados sexualmente.

31
RECOMENDAÇÕES

Ao INAC recomenda-se o seguinte:


Criar programas de assistências psicológicas em crianças vítimas de abuso
sexual na infância.

Criar politicas de intervenção psicológica nas comunidades em crianças vitimas


de abuso sexual

Criação de palestras nas comunidades que visam chamar atenção sobre a prática
de abuso sexual na infância

Ao universidade independente fazer a reabertura do laboratório de psicologia no


intuito de assistir as crianças que são vitimas de abuso sexual na infância.

As escolas recomenda-se o seguinte:

Criar palestras sobre educação sexual infantil nas escolas, dar assistência
psicológica aos alunos.

Criar programas dentro das escola como: roda da conversa, dinâmicas que
previne o abuso sexual como, não toque nas minhas partes íntimas e outros programas.

Recomendo que as escolas contratem mais psicólogos, para ajudar nesse quesito
de prevenção contra o abuso sexual.

32
REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS
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Crianças Vítimas de Violência Doméstica. Monografia.Faculdade de Ciências
Da Saúde Archimedes Theodoro, Fundação Educacional de Além Paraíba

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Violência sexual na Cidade de Miracema do Tocantins. Monografia.
Universidade Federal do Tocantins.

Costa, W. V. Aquaroli, M. (2009) Dicionário Jurídico. São Paulo. Editora. Madras

Conselho Federal de Psicologia (2020). Referências Técnicas Para Atuação de


Psicólogas(os) na Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes em Situação
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Lima, P. F. (2019) Consequências do abuso Sexual na infância. Monografia.


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Freitas, R. D. C. D. (2020). Buso Sexual de Crianças e Adolescentes: Perfil da


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Menezes, L. S. (2020). A violência Intrafamiliar e Suas Consequências no Contexto


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(Unirv) Campus Caiapônia.

Miranda, S. O. Santos, T. M. O. (2021). Violência Sexual Infantil E os Impactos à


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violênciasexual de crianças e adolescentes.Universidade federal da Paraíba.

Silva, G. H. (2018) Abuso sexual Extrafamiliar. Monografia. Universidade de Minas


Geras.

Ramos, A. B. (2015) Abuso sexual infantil: consequências emocionais e


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