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UNIDADE DE PASSOS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Passos-MG
2021
Nadyana Amante da Cunha Paiva
Passos-MG
2021
Nadyana Amante da Cunha Paiva
Banca Examinadora:
O setor de saúde é um mercado em expansão, porém vem sofrendo pressões para aumento da
qualidade do serviço prestado, ligado a reduções de custos. Diante disso, o presente trabalho
dispõe como tema a implantação de algumas ferramentas da filosofia Lean Healthcare seguindo
as etapas da metodologia DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar e controlar) em um
refeitório de um hospital localizado em Passos-MG. O departamento vinha sofrendo grandes
feedbacks negativos devido ao tempo de espera em filas para entrar e servir a refeição, reposição
de alimentos, fluxos desorganizados de colaboradores, entradas de pombos pela área de
ventilação e alguns defeitos relacionados a qualidade. Com isso, o projeto teve como objetivo
principal reduzir o tempo na fila de espera e aumentar a satisfação dos usuários. Para o alcance
desse objetivo, fez-se necessário o conhecimento e uso das ferramentas Mapa de Fluxo de
Valor, Andon, 5S, diagrama de Pareto, digrama Ishikawa, Histograma, pesquisa de NPS e
Heijunka. Utilizou-se também a elaboração de um plano de ação, por meio da fermenta 5W2H,
com definição de meta, processos e treinamento de equipe. O método de pesquisa adotado foi
o quali-quanti, contendo opiniões e percepções dos colaboradores, como também coleta de
dados por meio das pesquisas de satisfação, medições e análises estatísticas. A partir deste
cenário, o estudo estabeleceu de que forma os conceitos da filosofia Lean Healthcare podem ser
aplicados para tornar as atividades do refeitório mais eficazes e produtivas. Como resultado teve-se
a implantação das atividades da ferramenta 5W2H, alcançando melhorias para o setor e atingindo
a satisfação dos colaboradores que frequentam o refeitório. Por fim, o estudo deixa como
contribuição científica um modelo de embasamento teórico para os próximos projetos de
melhoria baseados na filosofia Lean Healthcare e utilização da metodologia DMAIC.
The health sector is an expanding market, however it has been under pressure to increase the
quality of the service provided, linked to cost reductions. Therefore, the present work has as its
theme the implementation of some tools of the Lean Healthcare philosophy following the steps
of the DMAIC methodology (define, measure, analyze, improve and control) in a cafeteria of a
hospital located in Passos-MG. The department had been suffering great negative feedbacks
due to the waiting time in lines to enter and serve the meal, replacement of food, disorganized
flows of employees, pigeon entries through the ventilation area and some defects related to
quality. As a result, the project's main objective was to reduce the time in the waiting list and
increase user satisfaction. To achieve this goal, it was necessary to know and use the tools Value
Stream Map, Andon, 5S, Pareto diagram, Ishikawa diagram, Histogram, NPS and Heijunka
research. The elaboration of an action plan was also used, through the fermentation 5W2H, with
definition of goal, processes and team training. The research method adopted was quali-quanti,
containing opinions and perceptions of employees, as well as data collection through
satisfaction surveys, measurements and statistical analyzes. From this scenario, the study
established how the concepts of the Lean Healthcare philosophy can be applied to make the
cafeteria activities more effective and productive. As a result, the activities of the 5W2H tool
were implemented, achieving improvements for the sector and reaching the satisfaction of
employees who frequent the cafeteria. Finally, the study leaves as a scientific contribution a
theoretical foundation model for the next improvement projects based on the Lean Healthcare
philosophy and the use of the DMAIC methodology.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15
4 ESTUDO DE CASO.................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 76
APÊNDICE A .............................................................................................................. 82
15
1 INTRODUÇÃO
da satisfação dos usuários. Os objetivos específicos necessários para alcance do objetivo geral
foram:
1. Elaborar o Mapa de Fluxo de Valor (MFV) para obter um detalhamento do
funcionamento do refeitório;
2. Calcular o Tempo de Ciclo (TC), o Lead Time (LT) e o Takt Time (TT) do
local;
3. Realizar a coleta de dados e medições como a quantidade de pessoas que
frequentam o refeitório por horário, disposição dos lugares por horário,
tempo de espera na fila e tempo de permanecia no local;
4. Aplicar uma pesquisa Net Promoter Score (NPS) e elaborar nuvens de
palavras com as respostas, para coletar dados e informações sobre satisfação
dos colaboradores que frequentam o refeitório;
5. Fazer o uso das ferramentas diagrama de Pareto, digrama Ishikawa e
Histograma para análise dos dados e informações coletados citados acima;
6. Fazer o Heijunka dos horários de refeição dos funcionários para evitar as
filas de espera;
7. Aplicação da ferramenta 5S dentro do refeitório.
1.2 JUSTIFICATIVA
definições de autores sobre os conceitos das ferramentas usadas nesse estudo e em seguida, no
capítulo 3, a metodologia de pesquisa utilizada.
Logo após, no capítulo 4, a apresentação do estudo de caso, explicando todo o
funcionamento do refeitório e demostrando como foi a implantação das ferramentas do Lean
Healthcare no local. Na sequência, foi mostrado os resultados do projeto, retratando as
melhorias alcançadas e propostas de continuidade para aperfeiçoar o processo. Por fim,
apresentou-se a conclusão do trabalho, representada no capítulo 5 e as referências bibliográficas
utilizadas.
21
2 REVISÃO DA LITERATURA
De acordo com Womack e Jones (1992), o sistema de produção enxuta teve sua
origem no Japão logo depois da Segunda Guerra Mundial e seus fundadores foram Eiji Toyoda
e Taiichi Ohno da Toyota Motor Company. Da Luz Peralta e Forcellini (2015) relataram que
essa teoria ficou conhecida no início como Sistema Toyota de Produção e depois foi nomeada
por Womack e Jones por Lean Manufaturing. Entretanto os autores explicam que os termos
Lean Manufacturing, Toyota Production System, Lean Production, Lean Thinking e
Manufatura Enxuta possuem o mesmo significado sendo derivadas da mesma filosofia.
Segundo Bertani (2012), a utilização da filosofia Lean se iniciou no setor de
manufatura, porém com o passar do tempo ela passou a ser utilizada por diversos setores,
inclusive os de serviços, juntamente ligado a eles, os hospitais. A Figura 3, apresenta uma
evolução da aplicação do conceito Lean desde seu início na Toyota até sua ampliação nas
demais áreas, incluindo os hospitais.
22
De acordo com Dennis (2009, p. 29), a filosofia Lean “[...] representa fazer mais
com menos - menos tempo, menos espaço, menos esforço humano, menos maquinaria, menos
material - e, ao mesmo tempo, dar aos clientes o que eles querem”. Segundo Onho (1997), o
primeiro passo para aplicar esse sistema é fazer uma identificação dos desperdícios,
eliminando-os e obtendo uma verdadeira melhoria na eficiência. Liker e Morgan (2006)
destacam que a produção enxuta é um conceito de produção que engloba pessoas, ferramentas,
processos e tecnologias tendo como objetivo entregar o valor preciso do cliente, desenvolvendo
uma rotina de trabalho livre de perdas.
Na visão de Eiro e Torres Jr. (2013), a utilização do Lean Healthcare no setor de
saúde vem se fortificando cada vez mais devido aos resultados positivos a longo prazo,
alegando também que sua maior preocupação é a visão e satisfação total do cliente. Mark
Graban dedicou sua ocupação em aprender e ensinar essa filosofia aos profissionais da área da
saúde, no seu ponto de vista, ela promove aos hospitais condições para aprimorar a qualidade
da assistência aos pacientes por meio de redução de erros e do tempo de espera, ajudando
funcionários e médicos a eliminarem as dificuldades e permitindo que eles se concentrem em
fornecer assistência aos clientes (GRABAN, 2013).
De acordo com a pesquisa de Silva (2015), no Brasil o conceito Lean Healthcare
começou a ser implantado em hospitais particulares, e é citado como exemplos os hospitais
“[...] Sírio-Libanês, hospital Israelita Albert Einstein, hospital São José, todos localizados na
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cidade de São Paulo/SP e no hospital São Francisco localizado na cidade de Ribeirão Preto/SP”
(SILVA, 2015, p.18). Segundo Eiro e Torres Jr. (2013), os indicadores de gestão das
organizações ligadas à saúde vêm melhorando cada vez mais após a implantação do Lean.
Pode-se dizer, de acordo com Dennis (2009), que Taiichi Ohno contemplou o
sistema Lean, entretanto ele foi modificado e aperfeiçoado por vários outros praticantes, entre
eles o Hiroyuki Hirano, Seiichi Nakajima e Shigeo Shingo. Porém em todos as teorias
desenvolvidas, esse sistema é apontado como difícil de entender. Ohno (1988) foi o primeiro a
alegar que existem sete tipos de desperdícios encontrados no interior de um processo produtivo,
sendo eles:
1. Desperdício de superprodução: Produzir em muita quantidade ou
antecipadamente, resultando em um excesso de produto;
2. Desperdício de tempo (espera): Longos períodos de ociosidade de
funcionários, peças e informação;
3. Desperdício em transporte: Movimentação excessiva de materiais e
informações, providenciando um aumento no tempo, esforço e custo;
4. Desperdício de processos: Retrabalhos, excesso de correções, inspeção e
reparos;
5. Desperdício de estoque: Produtos finais em excesso;
6. Desperdício de movimento: Movimentação desnecessária de funcionários
dentro da empresa, procurando peças e ferramentas ou armazenando matéria
prima desperdiçando tempo;
7. Desperdício de produtos com defeitos: Problemas na qualidade ou erros
de produção do produto.
Womack e Jones (1998) relatam que é necessário seguir cinco princípios básicos
para aplicar o conceito de produção enxuta, sendo eles:
1. Determinar o que é Valor para o cliente: Passo inicial essencial para a
aplicação dos demais princípios. Cabe a organização determinar qual a
necessidade do cliente e satisfaze-la, designando um preço e prazo para seus
produtos, visando a qualidade e a melhoria contínua nos processos;
2. Identificar o Fluxo de Valor: É o mapeamento do fluxo das atividades
dentro do processo, olhando desde a criação inicial do produto até a entrega
final;
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De acordo com o Léxico Lean (2003), para ajudar a implantar o Lean em uma
organização é necessário o uso de uma série de ferramentas e técnicas fundamentadas nesta
filosofia. Elas são utilizadas principalmente para reduzir ou eliminar desperdícios ou atividades
que não agregam valor. Nos próximos tópicos são exemplificadas as oito ferramentas utilizadas
neste estudo, sendo elas: 2.2.1 Mapa de Fluxo de Valor (MFV); 2.2.2 5W2H e Andon; 2.2.3
5S; 2.2.4 diagrama de Pareto; 2.2.5 diagrama Ishikawa; 2.2.6 Histograma; 2.2.7 Heijunka e
2.2.8 Pesquisa Net Promoter Score (NPS).
Pode-se dizer que o Mapa de Fluxo de Valor é a ferramenta base e mais importante
para o processo de implantação do Lean (WOMACK; JONES, 1997). De acordo com Rother e
Shook (2003), o MFV possibilita que as empresas tenham uma boa visão e compreensão do
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Diante disso, para mapear o fluxo de valor Rother e Shook (2003), estabelecem as
seguintes fases de acordo com a Figura 4.
26
Ainda assim, para mapear o estado atual e futuro do processo, o MFV faz o uso de
uma simbologia específica, caracterizada por ícones de fluxo de materiais, fluxo de informação
e alguns símbolos gerais. Alguns desses símbolos são mostrados na Figura 5.
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Segundo Daychoum (2007) essa ferramenta constitui-se em fazer perguntas com intuito de
obter respostas para apoiar no desenvolvimento e ser referência para as decisões de cada fase
do planejamento, identificando responsabilidades e ações de cada envolvido no decorrer da
execução das atividades. A Figura 6 representa o modelo de um plano de ação 5W2H.
Figura 6 - Modelo plano de ação 5W2H
De acordo com Da Silva et al. (2000), Andon é uma ferramenta de controle visual
semelhante a um semáforo, utilizada para garantir uma linha de produção estável. Como o
próprio nome diz, Andon significa lâmpada e suas cores mais usadas são a verde, representando
a forma correta, amarelo para sinal de alerta de um grande problema e vermelho para sinal de
um problema que deve ser solucionado imediatamente.
Segundo Li e Blumenfeld (2005), essa ferramenta pode ser usada de muitas formas
e em vários setores diferentes de uma mesma empresa. No ponto de vista de Liker (2004), o
andon pode ser usado para indicar um devido problema em algum processo administrativo,
indicando demora para entrega de documentos ou falta de realizações de processos. Assim
como também pode ser usado em um painel em locais com visualizações acessíveis dentro da
empresa, demonstrando o número de cada um dos funcionários e suas correspondentes baias.
Como precaução de aparecer algum problema, o gerente visse o aviso no painel, evitando o
fluxo desnecessário de funcionários pela empresa.
Portanto, de acordo com Manjavachi, a ferramenta Andon também é muito útil para
o chão de fábrica:
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Quando se trata do chão de fábrica, um andon tem que ser um sistema que mostre para
os funcionários se o nível de produção está dentro do esperado. O mesmo deve ser
algo de fácil compreensão e deve conter informações valiosas para que ajudem a todos
notar caso algo esteja fora da normalidade. Esse preceito de ser algo de fácil
entendimento para todos vem do conceito do STP que todo funcionário deve zelar
pela empresa e ajudá-la a evoluir (MANJAVACHI, 2011, p. 24).
2.2.3 FERRAMENTA 5S
De acordo com Silva et al. (2019), Joseph Juran realizou na década de 90 alguns
estudos e análises nos trabalhos do economista Vilfredo Pareto. Segundo Machado (2012, p.
49), “ Vilfredo Pareto foi um economista italiano que descobriu que a riqueza não era
distribuída de maneira uniforme. Ele formulou que, aproximadamente 20% do povo detinha
80% da riqueza, criando uma condição de distribuição desigual”. A partir de então, Joseph
estabeleceu uma relação semelhante à de Pareto, sendo ela 20/80, onde Silva et al. (2019, p.
235) estabelece que “[...] 20% dos defeitos de um determinado sistema era responsável por 80%
dos problemas existentes”.
O Diagrama de Pareto é utilizado para analisar resultados obtidos por meio dos
estudos fundamentados nas quantidades de pedido de depósitos de patentes, ligados a essa
ferramenta (SILVA et al., 2019). O gráfico de Pareto é elaborado sendo o eixo horizontal
identificando os tipos de problemas e o eixo vertical indicando a quantidade de vezes que ele
acontece (BEHR; MORO; ESTABEL, 2008). A Figura 7 exemplifica um modelo desse
diagrama.
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2.2.6 HISTOGRAMA
2.2.7 HEIJUNKA
Castro (2020, p. 36) aponta que “[...] a fórmula do NPS é a subtração do percentual
de clientes promotores menos o percentual de clientes detratores” obtendo assim o percentual
liquido de promotores. Após os resultados encontrados pela utilização dessa ferramenta, as
empresas podem desenvolver um plano para identificar o nível de satisfação dos seus clientes
(OLIVEIRA; SANGUINETO; SANTOS, 2015).
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3 MÉTODO DE PESQUISA
De acordo com Ramos et al. (2014), o método DMAIC, faz parte do programa Seis
Sigma para processos com base na ISO 9000 e no TQM (Total Quality Management) e sua
utilização pode trazer ganhos efetivos em qualidade e custos. Esta ferramenta dispõe-se a
solucionar os problemas por meio de um conjunto ordenado etapas (CLETO; QUINTEIRO,
2011). Essas etapas estão dividias em cinco fases, assim como mostra o Quadro 2.
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Com isso, Ramos et al. (2014, p.11) afirmam que o DMAIC “ [...] possui o poder
analítico das ferramentas estatísticas, proporcionando às empresas desenvolver projetos para
melhorar a satisfação do cliente, aumentar a receita, reduzir custos fixos e variáveis [...]”. Ele
está altamente ligado ao uso das ferramentas da qualidade, pois elas ajudam na identificação,
quantificação e eliminação da causa raiz do problema (LEITE et al., 2018).
Seguindo esse método, de início foi realizada uma análise e definição do problema
do ambiente de estudo, sendo ele o refeitório de um hospital localizado na cidade de Passos-
MG. Dentro desta análise, foi feita uma reunião com a coordenadora do local e com as
funcionárias para definição do problema mais relevante e também uma pesquisa de controle de
satisfação (NPS) com os colaboradores que frequentam o refeitório, contendo perguntas sobre
o funcionamento do ambiente para saber do ponto de vista deles qual o problema que mais
desagradável.
A pesquisa NPS realizada neste estudo, foi baseada em um trabalho realizado por
Costa (2018), que utilizou um questionário com uma série de perguntas ordenadas, em relação
a critérios de qualidade, indicação e sugestões, sendo respondidas por escrito e sem a presença
do entrevistador, contendo uma escala Likert (escala de resposta psicométrica usada
habitualmente em questionários) para simplificar a compilação dos dados. A escritora analisou
um conjunto de fatos investigados cientificamente por meio de uma pesquisa de campo com
levantamento de dados amostrais. As respostas abertas contidas no questionário desse trabalho
foram analisadas por meio de um software chamado WordArt e as fechadas contendo a escala
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de Likert, por meio de compilação de dados no Microsoft Office Excel e execução de gráficos
para análises.
Logo após, foi iniciada a coleta de dados do ambiente. Foi feito visitas in loco nos
horários de almoço do refeitório, na semana do dia 06 até 10 de janeiro de 2020, para
observações do fluxo e cronometragens do tempo gasto por cada colaborador dentro do local.
A observação foi de modo estruturada, direta extensiva e individual com a participação da
autora do projeto. A mesma utilizou para cronometrar o tempo: uma prancheta, para apoio de
uma planilha de marcações, ilustrado no Quadro 3; uma caneta, para fazer as anotações dos
horários e um cronometro.
Ainda por meio da pesquisa NPS realizada com os colaboradores, obteve-se a
relação de funcionários de cada setor e refeições distribuídas por horário de funcionamento.
Também foi adquiro relatórios com o coordenador da sessão pessoal do hospital, contento a
quantidade de colaboradores que frequentam o refeitório por dia. Adquiridos por meio da
relação de funcionários com digitais cadastradas na catraca do refeitório e extraídos por meio
do Excel.
Na etapa de análise de dados, foi feito o desenho do mapa de processo para
encontrar o Tempo de Ciclo (TC), Lead Time (LT) e Takt Time (TT) do local, elaborando uma
relação entre o TT e o TC por meio do diagrama de Pareto. Esse diagrama também foi utilizado
para demonstrar a quantidade de refeições por dia da semana e quais os setores que mais
frequentam o refeitório por horário. Logo em seguida, foi analisada a distribuição de refeições
por horário por meio do histograma. O diagrama de Ishikawa foi utilizado para analisar as
causas dos problemas encontrados no refeitório, por meio das respostas da pesquisa NSP
realizada com os colaboradores.
Finalizando os processos, foi elaborado o plano de ação 5W2H juntamente com o
Heijunka dos horários de almoço dos funcionários de cada setor do hospital e a opção de
instalação de Andons de reposição. Em seguida, realizou-se a implantação ferramenta 5S no
local juntamente com um informativo institucional do funcionamento do refeitório. Para obter-
se um controle maior, foi elaborado uma apresentação pelo PowerPoint para ser apresentada a
gerência do hospital os resultados obtidos com o projeto e algumas sugestões de melhoria
contínua.
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4 ESTUDO DE CASO
contrário, a catraca não libera o funcionário para entrar. É cobrado um valor de R$ 2,50 por
cada refeição realizada, esse valor é descontado em folha de pagamento.
Os médicos residentes e as mães que estão acompanhando seus filhos recém-
nascidos na UTI NEO também podem frequentar o refeitório e não precisam pagar para realizar
as refeições. Entretanto, eles não possuem crachá e nem digital cadastrada na sessão pessoal,
nesses casos, essas pessoas precisam assinar uma folha de presença para a coordenadora do
refeitório quantificar quantas refeições por dia foram realizadas.
Após as reuniões, foram feitas visitas in loco nos horários de almoço do refeitório,
na semana do dia 06 até 10 de janeiro de 2020, para analisar os problemas que ocorriam e se
realmente acontecia o que foi relatado pelas funcionárias do setor.
Para dar início as medições, foi necessário elaborar o Mapa de Fluxo de Valor do
refeitório, seguindo as diretrizes sugeridas por Rother, Shook, Hines e Taylor no tópico 2.2.1
desse trabalho. Para o desenvolvimento dessa ferramenta, foi preciso o preenchimento da
planilha de cronometragem dos tempos, representada pelo Quadro 3. A coleta de dados foi
realizada juntamente a fase de visitas descritas no tópico 4.3.1, na semana do dia 06 até o dia
10 de janeiro de 2020.
Para medir, foi necessário utilizar uma prancheta, para apoio de uma planilha de
marcações; uma caneta, para fazer as anotações dos horários e um cronometro. Como foi
preciso cronometrar e analisar os movimentos de um colaborador por vez, sendo assim, foi
possível coletar 14 medições. O Quadro 5 representa essas medições juntamente com o tempo
em minutos calculado por cada etapa seguida pelos usuários.
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Após as medições foi possível calcular os tempos de espera e o Lead Time dos
processos do refeitório. Algumas esperas para lavar as mãos deram zero porque não eram todos
os funcionários que realizavam esse processo. O Quadro 6 representa os resultados desses
cálculos em minutos.
Quadro 6 - Tempos de espera e Lead Time em minutos do Refeitório
Com as medições foi possível elaborar o Mapa de Fluxo da Valor com as etapas
do setor, baseado na Figura 5, do tópico 2.2.1 desse trabalho. A Figura 15 representa o MFV
do refeitório.
A Figura 15 foi elaborada por meio dos dados coletados representados nos Quadros
5 e 6 anteriormente. Ela ilustra como são os processos seguidos pelos colaboradores do
refeitório e os intervalos de tempo em minutos com as médias das esperas de cada etapa. Ela
também apresenta a média do Lead Time e a diferenciação das atividades do processo do
refeitório.
O processo inicia quando o colaborador chega para passar a digital e liberar a
catraca de entrada do refeitório, em seguida ele faz a higienização das mãos e vai pegar a
bandeja, com prato e talheres para servir o alimento. Logo, ele escolhe um lugar para sentar-se
e consumir a sua refeição. Após consumida, o usuário devolve os objetos no local de descarte
e sai pela mesma catraca que entrou, passando novamente a digital para liberar a saída.
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A seção pessoal do hospital forneceu para a autora do estudo uma planilha com
dados no Excel contendo a relação da catraca do refeitório, no período de janeiro de 2019 até
dezembro de 2019. A planilha não foi divulgada nesse trabalho devido conter informações de
sigilo, como nome completo de colaborador e dados de contratação.
Para ajudar nas medições e coleta de dados, foi realizado uma pesquisa NPS,
baseada no conteúdo citado por Ferreira, Reichheld e Castro no tópico 2.2.8 desse trabalho,
com todos os colaboradores que frequentam o refeitório. O questionário (Apêndice A) foi
adaptado no modelo do trabalho de Costa (2018), citado no método de pesquisa desse trabalho
e sendo aprovado a alteração por especialistas. Ele foi realizado por meio do aplicativo Google
Forms, contendo uma série de perguntas ordenadas em relação ao funcionamento do refeitório
e uma escala de Likert, representada pela Figura 16, em todas as perguntas para ajudar na
compilação dos dados.
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Além disso, as perguntas continham uma opção não obrigatória de resposta curta
para o colaborador citar um ponto crítico e uma sugestão de melhoria para cada pergunta
mensurada. Foi feito o download da planilha de respostas para o formato em Microsoft Office
Excel e os dados foram tratados e organizados, para elaboração de tabelas e gráficos de cada
pergunta. A pesquisa foi divulgada por meio das redes sociais entre os coordenadores e
funcionários que frequentam o refeitório, por um aplicativo chamado Whatsapp. Baseado nos
dados obtidos pela sessão pessoal do hospital, o setor distribui 386 refeições/dia, tirando os
sábados, domingos e feriados. O questionário obteve 255 respostas, o que equivale a uma
porcentagem de 66% das pessoas que frequentam o refeitório.
Figura 16 - Escala de Likert utilizada no questionário do Refeitório.
Após realizar uma análise das respostas da pesquisa, foi realizado o cálculo NPS
para saber a satisfação dos clientes. A fórmula utilizada para calcular foi a subtração do
percentual de clientes promotores menos o percentual de clientes detratores, apresentada pela
Equação 3 no tópico 2.2.8 desse trabalho. A Figura 17 representa como ficou a porcentagem de
promotores do refeitório e o resultado cálculo NPS.
Figura 17 - Cálculo NPS do Refeitório
Figura 19 - Nuvem de palavras dos pontos críticos encontrados no fluxo de entrada e saída do Refeitório
Figura 20 - Nuvem de palavras dos pontos críticos encontrados no processo de servir a refeição
Figura 21 - Nuvem de palavras dos pontos críticos encontrados no processo de devolução de bandejas
Figura 22 - Nuvem de palavras de sobre o ambiente do refeitório com os pontos críticos citados pelos
colaboradores
O uso das nuvens de palavras representadas pelas Figuras 18, 19, 20, 21 e 22
anteriormente serviram para facilitar o entendimento das respostas abertas da pesquisa. Seu uso
foi essencial para indicar aos envolvidos no projeto o que é mais relevante e o que é menos
relevante na visão dos colaboradores do refeitório.
Com os dados coletados na pesquisa NPS e nas visitas in loco, foi possível fazer
uma análise tanto quantitativa quanto qualitativa do refeitório. Por meio das medições foi
calculado que em média o Lead Time de um colaborador no refeitório é de 15,30 minutos,
representado no MFV mostrado na Figura 15 desse trabalho. Também foram identificados na
Figura o tempo máximo e mínimo de uma pessoa dentro do refeitório, sendo eles 27,72 minutos
e 6,64 minutos respectivamente e a classificação das atividades, sendo 10,04 minutos de
atividades que agregam valor; 0,77 minutos de atividades que não agregam valor, mas são
necessárias e 4,49 minutos de atividades que não agregam valor.
Por meio da planilha fornecida pela seção pessoal do hospital foi realizado alguns
cálculos utilizando o Excel para saber a distribuição das refeições do refeitório por semana.
Notou-se que 386 refeições/dia são distribuídas de segunda a sexta e 176 refeições/dia são
distribuídas aos sábados, domingos e feriados. Ou seja, a demanda maior do setor é durante a
semana. O Gráfico 1 representa essa distribuição seguindo o formato padrão do Histograma e
seguindo os passos sugeridos por Lopes, no tópico 2.2.6 desse trabalho.
Gráfico 1 - Distribuição de refeições por dia da semana do Refeitório
0,30 min
0,00 min
Passar Lavar mãos Servir Consumir o Devolução Sair catraca
digital pias alimento pratos
catraca
Por meio do Gráfico 2 é possível notar que existem dois gargalos no refeitório. Eles
se encontram na etapa servir e na etapa de devolução de pratos. O gargalo na etapa servir está
relacionado com as paradas que acontecem devido a funcionária que está servindo ter que deixar
o local para repor os alimentos ou abrir a porta de entrada para os colaboradores sem crachá. Já
o pequeno gargalo existente na devolução de pratos é devido o local ser de pouco espaço,
permitindo apenas que um colaborador por vez faça a devolução.
Em seguida foi calculado a capacidade do setor, por meio da Equação 2 citada no
tópico 2.2.7 desse trabalho, onde foi utilizado a disponibilidade dividida pelo tempo nominal
(lead time), multiplicado pela quantidade de lugares disponíveis, considerando o horário de
10h50min00seg até as 13h30min00seg. A Equação 5 representa esse cálculo.
160 Eq. (6)
Capacidade = (15,3) × 56
25,00% 22%
20,00% 17%
15,00%
11% 11% 9% 9% 8%
10,00% 7% 6%
5,00%
0,00%
começou a funcionar das 10h30min00seg até as 14h00min00seg para almoço. No jantar não
houve alteração de horário, devido a quantidade de colaborador ser mínima. Houveram outras
mudanças, como por exemplo, o colaborador antes da pandemia podia colocar a quantidade de
arroz, feijão e acompanhamento, após a pandemia somente a funcionária do refeitório poderia
servir o alimento e também o distanciamento social nas filas, respeitando 1 metro de distância.
62
Continuação do Quadro 8
63
Continuação do Quadro 8
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Para dar início ao balanceamento e nivelamento de horário foi necessário fazer uma
comparação de capacidade (cadeiras e permanência) e a demanda (quantidade média de pessoas
por horário), de segunda a sexta, que são os dias que geralmente ocorrem as filas de espera. O
Gráfico 7 demonstra como ficou essa comparação por meio dos dados obtidos pela sessão
pessoal do hospital.
Gráfico 7 - Comparação de capacidade X demanda do Refeitório no período de pandemia
Ao analisar o Gráfico 7, notou-se que mesmo com a redução de lugares, ainda era
possível atender toda a demanda do refeitório. O que faltava era um nivelamento nos horários
de pico. Diante disso, o auxiliar e o coordenador do escritório de melhoria foram de setor em
setor do hospital para saber a quantidade de funcionário que frequenta o refeitório e os horários
que os mesmos costumavam ir almoçar. Não foi permitido que a estagiária do escritório de
melhoria continuasse com o estágio presencial, devido a pandemia, o acompanhamento foi por
meio de redes sociais. Após realizada a coleta de dados e baseada na mesma, foi iniciado a
tarefa número 1 do plano de ação, sendo o Heijunka dos horários de acordo com a
disponibilidade de cadeiras e funcionamento do refeitório, seguindo o passo a passo sugerido
por Coleman e Vaghefi, citados no tópico 2.2.7 desse estudo. O Quadro 9 representa como ficou
esse nivelamento.
66
Ao analisar a planta e verificar que iria sobrar mais espaço e melhorar o ambiente
no setor, foi feito a alteração de lugar das mesas. A Figura 25 representa o antes e depois da
alocação.
Posteriormente foi realizado uma limpeza ao lado de fora do refeitório, haviam
algumas plantas que não eram mais cuidadas e estavam ocupando o espaço de ventilação. Em
seguida a equipe de manutenção instalou uma rede para evitar a entrada de pombos.
Aproveitando o espaço liberado, foi colocado duas mesas com dois lugares ao lado de fora para
os colaboradores realizarem suas refeições. As Figuras 26 e 27 representam o antes e depois da
área externa do refeitório.
Figura 25 - Antes e depois da disposição das mesas do Refeitório
Figura 27 - Área externa do Refeitório finalizada com mesa para refeições ao ar livre
Para evitar uma desordem na fila na hora de servir e também para melhorar o
ambiente, foi feito uma alteração na mesa de salada. Antes a salada era servida por último e
ficava separada das outras refeições, agora ela é servida primeiro junto com a sobremesa. A
igura 28 representa essa mudança.
Figura 28 - Alteração da mesa de salada do Refeitório
os pratos e bandejas do refeitório, já que a anterior era bem menor. E para solucionar a falta de
funcionária para servir, foi feito pela coordenadora do setor uma nova escala de funcionárias,
contendo agora duas funcionárias no refeitório nos horários de almoço. A Figura 31 representa
como ficou a mesa com as bandejas, pratos e talheres agora embalados.
A montagem do ar condicionado, descrita na atividade 6 do plano de ação, não foi
realizada porque necessitava da aprovação da gerencia do hospital para aquisição do
equipamento. Porém, com a colocação da tela protetora a porta de ventilação proporcionou um
bom arejamento no local. O vídeo informativo institucional do funcionamento do refeitório,
descrito pela atividade 8 do 5W2H foi iniciado com as gravações da coordenadora e da
estagiária, porém como faltava alguns ajustes da equipe de comunicação do hospital, ele não
foi divulgado para os colaboradores.
Figura 31 - Mesa de estoque de bandejas, pratos e talheres do Refeitório
dificuldades que não provinham com o intuito desse trabalho, então essa parte ficou como
sugestão de melhoria para a gerencia do hospital.
No entanto o refeitório já possuía antes uma segunda porta, colocada para utilizar
como saída, porém não estava sendo usada devido alguns funcionários entrarem por ela após o
horário de fechamento do refeitório e também sem passar a digital para ser cobrado a taxa de
refeição. Devido a pandemia e também ao projeto, foi alcançado a ordem para abrir a segunda
porta do refeitório e a utilizar como saída.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
relação ao Heijunka. No entanto, foi realizado o plano de ação 5W2H contendo oito atividades
de melhoria para o setor estudado.
Mesmo com todas as dificuldades percorridas ao longo do projeto, ele apresentou
um cenário de grandes melhorias, podendo continuar em melhoramento com a evolução de
autodisciplina dos coordenadores do hospital. O estudo contribuiu cientificamente como
embasamento teórico para os próximos projetos de melhoria baseados na filosofia Lean
Healthcare e uso da metodologia DMAIC.
Baseado nos resultados obtidos com a implantação, o trabalho sugere-se aos
gestores e coordenadores do hospital, a importância prevalecer o senso de disciplina com todos
os funcionários, para que sigam os padrões estabelecidos e incentivem uns aos outros a sempre
buscarem melhorias com seus setores. E como sugestão para trabalhos futuros, sugere-se uma
nova medição dos dados para elaborar o MFV futuro e uma reaplicação da mesma pesquisa
NPS para verificação dos dados alcançados com o projeto.
76
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Editora Campus, 1992. 336 p.
81
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS COLABORADORES
( ) Higiene e Limpeza
( ) HRC ADM
( ) HRC Ambulatório
( ) HRC Internação Adulto e Pediátrica
( ) HRC Mastologia
( ) HRC Quimioterapia
( ) HRC Radioterapia
( ) Laboratório Clínico
( ) Laboratório Patologia
( ) Lavanderia
( ) Leitos Especiais
( ) Manutenção Civil
( ) Manutenção Elétrica
( ) Manutenção Obras
( ) Maternidade
( ) OPME
( ) Ortopedia
( ) Pastoral da Saúde
( ) Pediatria
( ) Plano de Saúde
( ) Policlínica e Oftalmologia
( ) Psicologia
( ) Reabilitação Física
( ) Recepção
( ) SAME PRODOC
( ) SCIH
( ) Segurança Patrimonial
( ) Serviço Social
( ) SESMT
( ) SND
( ) Tecnologia da Informação
( ) Transporte paciente
( ) UNEP
( ) Unidade de Medicina Diagnóstica
( ) Urgência e Emergência
( ) UTI Adulto
( ) UTI Neonatal
84
As próximas questões estão relacionadas ao nível/nota para cada etapa no refeitório. Por
favor, utilize a escala abaixo e assinale a alternativa que responda da melhor forma cada
questão.
7. Sobre o ambiente do refeitório, qual (is) outro (s) ponto (s) crítico (s) não relacionado
(s)?
(Texto de resposta longa)
8. Sobre o ambiente do refeitório, qual (is) outra (s) melhoria (s) que você sugere?
(Texto de resposta longa)