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ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA
DE PRODUÇÃO
IMPLANTAÇÃO DO BPM EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA
PRIORIZAÇÃO DE PROCESSOS
Porto Alegre
2020
Tatiana Fatima Stürmer da Rosa
IMPLANTAÇÃO DO BPM EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA
PRIORIZAÇÃO DE PROCESSOS
Porto Alegre
2020
Tatiana Fatima Stürmer da Rosa
IMPLANTAÇÃO DO BPM EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA
PRIORIZAÇÃO DE PROCESSOS
________________________________
Profª Drª Carla Schwenber ten Caten
Orientadora
________________________________
Prof. Dr. Cláudio José Müller
Coorientador
________________________________
Profª. Drª.Christine Tessele Nodari
Coordenadora do Mestrado Profissional
Banca Examinadora:
Meus mais sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma contribuíram para a
concretização desse trabalho, porém cabe listar algumas pessoas em especial:
Às minhas filhas Anabel e Betina, que são a minha maior motivação e fonte de
inspiração para buscar sempre o melhor, em todos os sentidos da vida.
À minha família, pelos valores repassados e pelo incentivo ao estudo.
Ao professor Cláudio Müller pela orientação, apoio e por fazer interessar-me cada vez
mais pelos processos de negócio. Posso dizer que és professor no real sentido da palavra e com
todas as letras maiúsculas.
À professora Carla ten Caten, que apesar de todas as suas demandas institucionais e
responsabilidades, sempre me orientou e respondeu a todas as minhas indagações. És um
exemplo de professora e gestora, poucos sabem exercer tão bem ambos os papéis.
Aos amigos e colegas Gabriela e João por me apresentarem a gestão por processos e
apoiar a todas as iniciativas de BPM no Campus Litoral.
À Vanessa por todo o apoio, você é um diamante!
A Teacher Gerusa por tornar possível a aprovação no meu exame de proficiência da
UFRGS, com suas aulas nada convencionais.
Aos queridos membros da banca, pelas preciosíssimas contribuições que
desencadearam na melhoria significativa desse trabalho.
À Direção do Campus pelo apoio e incentivo na execução do trabalho e a gestão da
UFRGS pela idealização desse projeto especial para os servidores, que em muito vem
contribuindo para o desenvolvimento institucional.
A todos os colegas (técnicos-administrativos e docentes) do Campus Litoral, pela
disponibilidade em participar da pesquisa e pelas excelentes contribuições. Sem vocês nada
seria possível. Este trabalho é nosso!
RESUMO
From the implementation of BPM (Business Process Management) several benefits can be
expected. From the point of view of the organization, it can improve the understanding of the
whole and changing initiatives; as for the client, it can generate positive impacts and
improvements in their satisfaction; as for the management, it can optimize its performance and
analysis of the impact of its actions and, as for employees, it can generate greater security and
knowledge about their specific roles and responsibilities, as which the proper use of working
tools, as well as visibility and recognition. Some of the main aspects of BPM implementation
are the definition of the key processes on which the organization must focus at. In order to
achieve this goal, however, it is necessary to previously define its architecture and process
portfolio. These definitions allow organizations to understand how they create value to their
customers and can provide alignment between strategy, processes and systems. This work aims
to establish a method for prioritizing processes that will cause improvements at the Federal
Institutes of Higher Education (IFES). As a theoretical basis, it was used concepts and studies
related to Business Process Management (BPM), public management, decision making and
prioritization criteria. The research methodology applied was a qualitative approach, of a
descriptive-exploratory nature, using the Design Science Research (DSR) method for the
elaboration of prioritizing processes artefact involving definite criteria based on the literature
studied. The study presented the result of the application of the artifact, after its validation and
fulfillment by BPM specialists and other research participants. It also made possible to define
the priority processes for improvement initiatives in the studied context. The present study can
be applied to similar organizations, since appropriate adjustments are done to the organizational
context. The major contributions of this work focus on the fact that it provides subsidies to
facilitate the definition of key processes of higher education organizations, in search of
generating value for their clients, thus making them more competitive.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA......................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA ........................................................................................ 17
1.4 DELIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................ 18
1.5 MÉTODO ....................................................................................................................... 19
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 65
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 65
3.2 PROCEDIMENTOS ....................................................................................................... 66
3.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO CENÁRIO ..................................................................... 69
3.3.1 Caracterização dos Especialistas .......................................................................... 70
5 CONCLUSÕES................................................................................................................. 115
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 118
1 INTRODUÇÃO
O BPM fornece uma ampla visão das operações de negócio, compreendendo todo o
trabalho executado para entregar o produto ou serviço do processo, independentemente de quais
áreas funcionais ou localizações estejam envolvidas (ABPMP, 2013). A metodologia BPM
permite uma visão integrada do gerenciamento do ciclo de vida dos processos, maximizando a
eficiência e a efetividade do negócio com controles, agilidade nas mudanças, visibilidade da
execução e otimização através de melhoria contínua. Os princípios fundamentais de BPM
enfatizam a visibilidade, a responsabilidade e a capacidade de adaptação dos processos para
constantemente aperfeiçoar resultados e melhor enfrentar os desafios de um ambiente de
negócio globalmente diversificado (ABPMP, 2013). No contexto de BPM, um processo de
negócio é um trabalho que entrega valor para os clientes ou apoia/gerencia outros processos.
Estes processos podem estar presentes em qualquer parte da instituição, não sendo dependentes
de funções ou áreas específicas (WHITE, 2008).
No contexto das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), a demanda por
serviços públicos resulta da considerável participação do Estado na economia, que, aliada a
necessidade de prestação de contas a respeito da gestão de seus recursos, visa suprir as
necessidades dos cidadãos. Por esse motivo, tem sido exigido um desempenho mais
responsável, eficiente e eficaz por parte de seus agentes públicos, que possuem suas ações
norteadas por normas, regulamentos e princípios que determinam que suas ações sejam
planejadas e transparentes, com vistas à prevenção de riscos e desvios, podendo desencadear
no comprometimento dos programas de governo. Para viabilizar essas práticas, algumas
instituições públicas, especialmente as Instituições Federais de Ensino (IFES), têm adotado a
utilização do Gerenciamento de Processos de Negócio, ou Business Process Management
(BPM), como forma de tornar mais eficazes suas políticas públicas.
As IFES são entidades vinculadas e mantidas pelo Ministério da Educação (MEC).
Configuram-se como órgãos executores dos programas e das políticas públicas de ensino
superior e devem desenvolver estruturas integradas de planejamento estratégico e de gestão
pública a fim de atender efetivamente às demandas sociais (BRASIL, 2004). Para tanto, devem
utilizar-se de instrumentos institucionalizados pelo MEC, a exemplo do Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) e do Plano de Gestão de cada universidade. De acordo
com o Plano de Gestão da IFES estudada, 2016-2020, alguns de seus objetivos organizacionais
são: ampliar e aperfeiçoar as práticas de governança institucional; estruturar a área de
15
1.2 OBJETIVOS
1.5 MÉTODO
na arquitetura da IFES, que foi obtido por meio da aplicação da ferramenta tabela de descoberta
de processos e; por fim foi realizada a etapa de aprendizagem e avaliação.
Com base no cumprimento dessas etapas, gerou-se o artefato: um método que permitiu
estabelecer um ranking de processos prioritários para iniciativas de melhorias na unidade,
considerando a média aritmética das avaliações dos especialistas, por meio do estabelecimento
de pesos e contemplando os macroprocessos e processos em nível 2 definidos na IFES. Todas
essas etapas, bem como a classificação da pesquisa, serão detalhadas no capítulo 4.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Qualidade Total, cadeia de valor, Seis Sigma, Lean e ERP (Enterprise Resource Planning).
BPM integra tecnologia da informação e processos de negócio com o objetivo de transformar
ações isoladas de melhoria em atividades interfuncionais integradas e mensuráveis que entrega
vantagens competitivas estratégicas (ANTONUCCI; GOEKE, 2011; NIEHAVES;
PLATTFAUT, BECKER, 2012).
Entre os benefícios do BPM destacam-se foco no cliente, menor tempo de resposta,
aumento da satisfação dos clientes, combate à visão departamental, melhora da comunicação
interna, padronização das atividades, redução da burocracia, aumento da confiabilidade das
operações, melhora na moral das pessoas, foco nos resultados, alinhamento dos objetivos
estratégicos com os objetivos dos processos e aumento dos lucros (HARRINGTON, 1993;
ZAIRI, 1997; DETORO; McCABE, 1997).
As IFES, são organizações que possuem características complexas e estão utilizando o
BPM com a finalidade de atender a fim de melhorar a satisfação dos clientes (discentes e
servidores; organizações públicas e privadas; cidadãos em geral), para alcançar excelência e
manter sua competitividade (DRĂGAN et al., 2014; KARAHAN; METE, 2014). Essas
instituições, passaram nas últimas décadas por mudanças em termos de expansão,
internacionalização, inserção social e avaliação. Diante deste cenário, e também levando em
consideração a pressão social pela excelência nos serviços prestados, as universidades buscam
técnicas para melhorar seus processos e sua gestão (MORITZ et al., 2012). Porém, por ser um
ambiente complexo por natureza, as IFES apresentam particularidades quando vão implementar
novas técnicas de gestão: resistência à mudança, falta de iniciativas de inovação, lentidão na
transformação dos processos. Normalmente encontra-se nas IFES uma vontade de mudar
restrita a um grupo de pessoas e não ao todo (MORITZ et al., 2012).
Um aspecto importante que influencia na inovação institucional é a cultura
organizacional, que pode ser definida, de acordo com Schein e Schein (1992), como um
conjunto de pressuposições básicas compartilhadas que o grupo de pessoas nela envolvido
aprendeu como resolver seus problemas de adaptação externa e integração interna, que tem
funcionado suficientemente bem para ser considerada válida e, da mesma forma, assimilada
pelos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação aos
problemas.
Segundo Monteiro (1999), nas organizações, a cultura impregna todas as práticas e
constitui um conjunto preciso de representações mentais, um complexo muito definido de
saberes. Forma um sistema coerente de significações e funciona como um cimento que procura
unir todos os membros em torno dos mesmos objetivos e dos mesmos modos de agir. A autora
23
afirma que sem referências próprias as organizações ficariam à mercê de convicções individuais
de seus membros diante de situações novas e, certamente, sofreriam prejuízos dada a
disparidade de procedimentos e orientações.
Nesse contexto a implantação do BPM depende da cultura das universidades. Todorut
(2013) afirma que universidades como Oxford, Cambridge e Harvard se tornaram as melhores
a nível mundial, não apenas por sua excelência acadêmica, mas também por sua cultura
organizacional. De acordo com a autora, o balanço entre excelência e cultura pode ser alcançado
implementando-se novas formas de pensar, gestão estratégica e gestão por processos. O
desenvolvimento de uma cultura por processos é uma ferramenta de mudança da percepção que
a sociedade tem em relação à universidade (KARAHAN; METE, 2014).
Para atender a complexidade dessas mudanças emergentes perante as novas demandas
das IFES, o BPM fornece uma ampla visão das operações de negócio, compreendendo todo o
trabalho executado para entregar o produto ou serviço do processo, independentemente de quais
áreas funcionais ou localizações estejam envolvidas (ABPMP, 2013). Essa visão mais ampla
abrange diversos aspectos do processo como tempo, custo, capacidade e qualidade, permitindo
uma visão diferente do desempenho do negócio (ABPMP, 2013).
No contexto de BPM, um processo de negócio é um trabalho que entrega valor para os
clientes ou apoia/gerencia outros processos. Estes processos podem estar presentes em qualquer
parte da instituição, não sendo dependentes de funções ou áreas específicas, para representar
graficamente os processos de negócio, é utilizado o BPMN, que é a notação gráfica padrão da
OMG, utilizada para especificar processos de negócio em modelos de processo de negócio. O
BPMN usa um conjunto específico de elementos gráficos para descrever o processo e como ele
é executado, definindo assim a estrutura básica e o comportamento de um processo de negócio
(WHITE, 2008).
A metodologia BPM permite uma visão integrada do gerenciamento do ciclo de vida
dos processos, maximizando a eficiência e a efetividade do negócio com controles, agilidade
nas mudanças, visibilidade da execução e otimização através de melhoria contínua. Os
princípios fundamentais de BPM enfatizam a visibilidade, a responsabilidade e a capacidade
de adaptação dos processos para constantemente aperfeiçoar resultados e melhor enfrentar os
desafios de um ambiente de negócio globalmente diversificado (ABPMP, 2013).
A implantação do BPM em uma organização geralmente ocorre em duas diferentes
perspectivas: organizacional e de processo. A primeira ocorre em um nível corporativo, sendo
mais ampla e orientada à organização como um todo, ou seja, aplica-se para o conjunto de
processos da organização. Já a segunda, se aplica para cada processo da organização. Um dos
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Processo de negócio pode ser entendido como o trabalho desempenhado por todos os
recursos envolvidos na transformação de entradas em valor entregue ao cliente, ou outros
stakeholders, conforme regras de negócio (BURLTON, 2001; GERSCH; HEWING;
SCHÖLER, 2011). Para Smart et al. (2009), o processo é a anotação conceitual do que a
organização faz. Eles podem ser descritos como transformações que são cross-funcionais, fim-
a-fim por natureza e tem foco no cliente. Para Trkman (2010), um processo de negócio é um
conjunto de atividades completo, dinâmico e coordenado ou tarefas logicamente ligadas que
devem ser executadas para entregar valor ao cliente ou atender a outros objetivos estratégicos.
O BPM, de acordo com Dumas et al. (2013), é a arte e a ciência de supervisionar como
o trabalho é realizado em uma organização para garantir resultados consistentes e aproveitar as
oportunidades de melhoria. O termo “melhoria” pode ser entendido como: redução de custos,
redução de tempos de execução e redução de taxas de erro. As iniciativas de melhoria podem
ser pontuais, mas também exibem uma natureza mais contínua. O BPM trata de gerenciar
cadeias inteiras de eventos, atividades e decisões, chamadas de processos, que agregam valor à
organização e a seus clientes.
Burlton (2011) elaborou o Manifesto sobre Processo de Negócio devido à necessidade
de tornar BPM mais profissional, repetitivo e confiável, necessidade de gerir BPM como um
ativo da organização e necessidade de fundamentação para criação de metodologias úteis. O
manifesto é composto de oito princípios, quais sejam:
1) um processo de negócio descreve o trabalho de uma organização;
2) um processo de negócio cria valor para os clientes e outros stakeholders;
3) um processo de negócio é executado por um conjunto de recursos em várias
organizações ou unidades organizacionais;
4) um processo de negócio existe em um contexto de negócio definido;
5) objetivos e metas de processo de negócio suportam os objetivos estratégicos e metas
do negócio;
6) o nome ideal de um processo de negócio é não ambíguo, adequado a linguagem
específica do negócio e internamente consistente;
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processos são disparados por eventos específicos e apresentam um ou mais resultados que
podem conduzir ao término do processo ou a transferência de controle para outro processo.
Processos são compostos por várias tarefas ou atividades inter-relacionadas que solucionam
uma questão específica no contexto do gerenciamento de processos de negócio. Um "processo
de negócio" é definido como um trabalho ponta-a-ponta que entrega valor aos clientes.
As empresas, para tornarem-se competitivas, precisam agregar valor aos seus produtos
e serviços, para atender adequadamente aos seus clientes. Para tanto, segundo Johansson et al.
(1995), é necessário atuar em duas atividades novas: entender o que gera valor para os clientes
e empenhar-se no esforço de aperfeiçoamento dos processos essenciais da organização. Este
aperfeiçoamento é obtido através do gerenciamento de seus processos de negócios.
Rummler e Brache (1990, p.7) afirmam que “muitos gerentes não entendem de seus
negócios. Eles não compreendem, com um nível suficiente de detalhes, como seus negócios
fabricam, desenvolvem, vendem e distribuem os produtos”. É fato de que a visão tradicional de
uma organização acontece de modo vertical, ou seja, funcionalmente, e geralmente confunde-
se com o organograma da empresa.
Rummler e Brache (1990) chamam este fenômeno de “cultura de silo”, onde os vários
departamentos de uma organização apresentam um comportamento fechado e com falta de
visão do todo. O grande problema desta cultura é a falta de eficiência no tratamento das questões
e problemas interfuncionais, gerando lacunas no gerenciamento destas interfaces. Estas lacunas
impedem que os fluxos de trabalho que fluem entre os departamentos tenham a eficiência e
eficácia desejadas, comprometendo o desempenho de toda a empresa.
Harrington (1993, p. 16) corrobora as argumentações de Rummler e Brache, quando
afirma que “um fluxo de trabalho horizontal, combinado com uma organização vertical, resulta
em muitas lacunas e superposições, e encoraja a subotimização, gerando uma influência
negativa na eficiência e na eficácia do processo”. É fundamental ainda, segundo Harrington
(1993), que toda a estrutura esteja conectada processo total, pois se assim não for, corre-se o
risco de coexistirem dentro da mesma organização pequenas empresas isoladas seguindo
padrões diferentes daqueles que conduziriam aos objetivos estratégicos comuns.
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APQC (American Productivity & Quality Center) Modelo de alto nível, independente do segmento do negócio, que permite ver as
PCF (Process Classification Framework) - atividades a partir de um ponto de vista de processo intersegmento de negócio.
Estrutura e Classificação de Processos Fases: (i) preparar; (ii) planejar; (iii) implementar; e (iv) fazer a transição.
Para tornar mais visível a gestão do portfólio pelas partes interessada na organização,
pode-se utilizar uma ferramenta denominada repositório de processos. Os repositórios são
armazenamentos centrais com informações sobre como uma organização opera. São sistemas
de gerenciamento de documentos, processos e ferramentas de modelagem de processos. Um
repositório de processos fornece uma referência única sobre o que é o processo, como deve ser
aplicado, quem é responsável por sua execução, compreensão clara de suas entradas e
acionadores, bem como dos resultados esperados. Também servem para registrar informações
sobre a propriedade do processo, habilitadores tecnológicos, regras do negócio e controles
financeiros e operacionais. Pode ser utilizado para identificar, simular e validar a solução
apropriada para os problemas verificados. Podem ser conectados a aplicações da organização
para reforçar regras de negócio definidas (ABPMP, 2013).
As organizações criam valor para os seus clientes por meio de seus processos
interfuncionais de negócio, sendo necessário gerenciá-los de ponta a ponta em uma perspectiva
de alto nível de interação e integração, dando origem assim ao Gerenciamento Corporativo de
Processos (EPM - Enterprise Process Management) que inclui estratégia, valores e cultura,
estrutura e papéis, um conjunto completo de processos ponta a ponta, metas de desempenho e
indicadores associados, tecnologias e pessoas (ABPMP, 2013).
A medida que a empresa amadurece em BPM, EPM deixa de se caracterizar como uma
área de conhecimento para assumir o status de institucionalização de processos, ou seja, quanto
mais madura em BPM mais a empresa transforma conhecimento em cultura (ABPMP, 2013).
EPM assegura alinhamento do portfólio de processos de negócio ponta a ponta e
arquitetura de processos com a estratégia da organização e alocação de recursos. Requer
mudança de mentalidade e um novo conjunto de comportamentos de liderança voltados para a
noção de processos interfuncionais. O papel da medição é indispensável para manter o foco
centrado no cliente e assegurar a prestação de contas pelo desempenho dos processos. Como
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Neste contexto, de acordo com Jesus e Costa (2014), onde a organização passa a utilizar
de modelos de boas práticas para alcançar a transparência, o tratamento adequado aos
envolvidos, a prestação correta das contas e o atingimento dos resultados planejados, é que se
encontram as iniciativas de melhorias em outras áreas da organização.
Para Dumas et al. (2013), BPM é inter-níveis, pois envolve gerentes em diferentes níveis
da organização, funcionários administrativos e de campo (chamados de participantes do
processo na caixa), analistas de negócios e de sistemas e equipes de TI.
Quadro 4 - Partes interessadas envolvidas em um processo de negócios em todo o seu ciclo de vida
Grupo Atribuições
Responsáveis pelo sucesso geral dos negócios da empresa e por definir a forma como as operações são configuradas.
Time de
Também responsáveis por supervisionar todos os processos, iniciar iniciativas de redesenho de processos e fornecer
gerenciamento
recursos e orientação estratégica aos envolvidos em todas as fases do ciclo de vida do processo de negócios.
Responsáveis pela operação eficiente e eficaz de um determinado processo, envolvendo planejamento, organização,
Proprietários do monitoramento e controle do processo. Também fornecem orientação para processar os participantes sobre como
processo resolver exceções e erros que ocorrem durante a execução do processo. O proprietário do processo está envolvido
na modelagem, análise, redesenho, implementação e monitoramento de processos.
Realizam as atividades de um processo de negócios no dia-a-dia, de acordo com os padrões e diretrizes da empresa.
Participantes do
Os participantes do processo são coordenados pelo responsável pelo processo, que é responsável por lidar com
processo
aspectos não rotineiros do processo, e apoiam as atividades de redesenho e esforços de implementação.
Conduzem a identificação do processo, a descoberta (em especial a modelagem), a análise e o redesenho das
Analistas de
atividades, coordenam a implementação do processo, bem como o monitoramento e controle do processo. Eles se
processos
reportam aos proprietários de gerenciamento e processo e interagem de perto com participantes do processo.
Estão envolvidos no redesenho e implementação do processo e interagem com os analistas de processo para capturar
Engenheiros do os requisitos do sistema. Eles traduzem requisitos em um design de sistema e são responsáveis pela implementação,
sistema teste e implantação desse sistema, fazem a ligação com o proprietário do processo e processam os participantes
para garantir que o sistema desenvolvido suporte seu trabalho de maneira efetiva.
Responsável por preservar esse conhecimento e documentação e garantir que eles sejam usados para atender aos
Grupo BPM objetivos estratégicos da organização. Responsável por manter a arquitetura de processos, priorizar projetos de
(também chamado de redesenho de processos, dar suporte aos proprietários de processos e analistas de processos e garantir que a
BPM Center of documentação do processo seja mantida de forma consistente e que os sistemas de monitoramento de processos
Excellence) estejam funcionando de forma eficaz, deve manter uma cultura de BPM e garantir que essa cultura esteja apoiando
os objetivos estratégicos da organização.
Fonte: adaptado de Dumas et al. (2013)
34
gestão de processos e a metodologia BPM. Uma série de ações, projetadas de maneira linear,
foram desenvolvidas para a implementação da gestão de processos a partir desta associação,
como mostra a figura 5.
O modelo CBOK envolve valores, crenças, cultura e liderança, sendo desenvolvido para
divulgar o conceito do BPM, a partir de um guia prático, e “padronizar práticas de
implementação” já conhecidas e aplicadas em diversas organizações (MURLICK, 2014).
O modelo CBOK 3.0, representado na Figura 6, é constituído por seis fases distintas
que envolvem diferentes fatores: organização, definição, patrocínio, mensuração e alinhamento
36
O ciclo de vida da metodologia Gressus é composta por fases, representadas por etapas
e contemplam um conjunto de atividades, conforme quadro acima. O ponto de partida para o
desenvolvimento dessa metodologia específica para o setor público foi a dificuldade para
implantar o BPM alinhado aos sistemas de informação, o que ocorre devido a uma estrutura
funcional estabelecida pela legislação. Os sistemas em funcionamento ainda possuem uma
estrutura baseada em funções, ou ainda pelo desconhecimento de uma estratégia para a
implantação do gerenciamento de processos (PINA, 2013).
Com base em revisão da literatura e na condução de um estudo de caso, Oliveira (2018)
propõe um modelo para a implantação do BPM em IFES, na qual apresenta a descrição de cada
etapa, conforme Quadro 6.
37
Os benefícios do BPM são diversos e podem ser classificados de acordo com as partes
interessadas. Sob o ponto de vista da organização, pode melhorar a conformidade, a
visibilidade, o entendimento e prontidão para mudança; quanto ao cliente, podem gerar
impactos positivos quando os compromissos são mais bem controlados; quanto a gerência, pode
proporcionar a otimização de seu desempenho ao longo do processo, melhoria de planejamento
e projeções e organização de níveis de alerta em caso de incidente e análise de impactos.
Referindo-se ao ator do processo, pode gerar maior segurança e ciência sobre seus papéis e
39
De acordo com Conforti et al. (2016), os modelos BPMN consistem apenas em tarefas
e portais. O autor apresenta uma técnica de descoberta de processo automatizada, denominado
BPMN Miner, que gera Modelos BPMN a partir de logs de eventos. Além de explorar
construções de modelagem hierárquica do BPMN, o BPMN Miner utiliza mecanismos para
detectar sub processos, por meio de técnicas de detecção de dependência de exclusão funcional
em um conjunto de grupos de procedimentos correspondentes a processos e sub processos.
De acordo com Dumas et al. (2013), a descoberta de processos baseada em entrevista,
refere-se a métodos que se baseiam em entrevistas com especialistas de domínio sobre como
um processo é executado, deve-se esclarecer quais insumos são esperados de atividades
anteriores, quais decisões são tomadas e em que formato os resultados de uma atividade são
encaminhados para qual parte subsequente. E por fim a descoberta baseada em oficina, oferece
a oportunidade de obter um conjunto rico de informações sobre o processo de negócios. A
configuração pode ser organizada de tal forma que as contribuições para a discussão sejam
usadas imediatamente para modelar o processo. O facilitador cuida de organizar as
contribuições verbais dos participantes.
Damij et al. (2008) argumentam que a descoberta de processos de negócios é um
problema muito difícil que precisa de uma técnica eficaz para ajudar a resolvê-lo. Propõem uma
técnica que consiste em três etapas: as duas primeiras etapas consistem em preparar ideias sobre
os processos de negócios e seus processos de trabalho na empresa, discutidos através da
realização de entrevistas com a gestão nos níveis estratégico, gerenciais e operacionais. O
terceiro e mais importante foca-se na concretização de processos de negócios através do
desenvolvimento da Tabela de Processos (Tabela 1), que requer uma equipe para definir cada
processo de negócio, ligando-o aos seus processos de trabalho envolvidos em diferentes áreas
funcionais da empresa.
envolvidas. Quando surgem problemas sobre detalhes específicos de um processo, pode ser
necessário recorrer a métodos de descoberta baseados em evidências.
2003). Para ABPMP (2013), destacam-se como principais fatores para implementação do BPM,
a liderança executiva, maturidade em processos de negócios, entre outros.
Aspecto mencionado
Deve prover visão hierárquica dos processos da organização: apresenta um modelo hierárquico dos processos que parte do alto
nível, mostrando "o que" a organização faz e sua cadeia de valor, para o baixo nível, mostrando "como" a organização faz e seus
processos operacionais e de suporte.
Deve evidenciar o relacionamento entre os processos da organização: mostra o relacionamento dos processos "fim a fim" entre os
diferentes níveis hierárquicos e áreas funcionais a partir do foco no cliente.
Deve mostrar o alinhamento entre processos e estratégia da organização: desdobra os objetivos estratégicos e de valor para clientes
e stakeholders em ações do dia a dia em todos os processos.
Deve mostrar o alinhamento entre processos e recursos da organização: mostra quais são os recursos da organização que suportam
os processos de negócio. Dois pontos recebem especial atenção: alinhamento com a tecnologia da informação (TI) e entre processos
de gestão de pessoas.
Deve servir como um mecanismo de medição e mudança: define indicadores para cada processos e, por meio da visão dos
relacionamentos entre os processos, permite a mediação do impacto que um processo exerce sobre os outros e na organização,
auxiliando a análise de quais processos que devem ser alvo de iniciativas de projetos de mudança.
Fonte: adaptado de Aredes (2013, p.27)
Modelos de referência são utilizados como parâmetros para acelerar a criação de uma
arquitetura de processos, ajudando a definir os principais processos interfuncionais da
organização. O objetivo é aproveitar experiências e recursos existentes no mundo para que as
organizações encontrem e empreguem as melhores práticas em vez de tentar criar algo que já
existe. Podem ser: aplicáveis para diferentes tipos de organização; específicos para um
49
por sua vez, pode ser decomposta em funções de seleção de fornecedores e de compras
operacionais.
Dijkman, Vanderfeesten e Reijers (2011) argumentam que as duas etapas anteriores da
abordagem descrita levam a uma matriz que tem diferentes tipos de casos como colunas e as
diferentes funções como linhas. A Figura 8 mostra um exemplo de matriz de caso/função.
A matriz mostra uma decomposição dos tipos de casos por tipo de cliente, resultando
em três tipos de casos: um para clientes privados, um para clientes corporativos, e um para
clientes internos. A figura também mostra uma decomposição funcional em três funções
principais e uma decomposição subsequente dessas funções principais. As funções de
gerenciamento e suporte são executadas apenas para clientes internos, enquanto as funções
operacionais são realizadas para clientes privados e corporativos. De acordo com Dijkman,
Vanderfeesten e Reijers (2011), uma matriz de caso/função pode ser dividida em matrizes
múltiplas com o propósito de melhorar a legibilidade.
irá gerenciar a execução dos processos, o seu desempenho e a suas melhorias. Burlton (2010)
destaca seis papéis:
(i). Líder de Processo: responsável por garantir conclusão de uma instância de um
processo específico para um cliente ou requisitante desde a iniciação do processo à
entrega do resultado.
(ii). Gerente de Processo: planeja, direciona e monitora determinado conjunto de
processos, instâncias e recursos a fim de obter os resultados esperados diariamente.
Recebe relatórios dos líderes de processo.
(iii). Regente (steward) de Processo: responsável pelos designs, guias e habilitadores
relacionados a um processo corporativo. Deve planejar e patrocinar o
desenvolvimento e a implantação do processo, bem como monitorar o seu
desempenho e avaliar o alinhamento com as condições de mercado.
(iv). Executivo de Processo: governa um grupo lógico de processos corporativos no
nível de fluxo ou cadeia de valor. É responsável pelo desempenho e mudanças de
supervisão.
(v). Coordenador de “Regência” (stewardship coordinator) – apoia, habilita e treina os
regentes. Fornece serviços requeridos pelos executivos e regentes.
(vi). Conselho de gestão de processos – reúne regentes e executivos para definição de
padrões, coordenação, mudança de prioridades e mudança de resoluções de
problemas.
Burlton (2010) ainda destaca que um conselho de gestão de processos pode ser formado
para propósito de governança, assegurando compartilhamento do conhecimento, motivação,
consistência, controle e sincronização da arquitetura, de acordo com a Figura 9.
53
Samson (1988) e Laurindo, Morita e Shimizu (2001) afirmam que a Teoria da Decisão
pode ser considerada uma filosofia, assim como um processo formal de análise e propõem os
seguintes passos que constituem seu processo: identificação do problema; escolha e
estruturação do modelo de decisão; avaliação das probabilidades e das magnitudes envolvidas;
uso de um critério de decisão para modelar o processo de seleção de alternativas; análise de
sensibilidade, para determinar a consistência das soluções; implementação da estratégia
preferida ou escolhida hierarquicamente.
Clemen (1991) argumenta que os processos de tomada de decisão, indicando
ferramentas de apoio aos tomadores de decisão e sistematizando seu pensamento sobre os
grandes problemas, de modo a melhorar a qualidade das decisões tomadas. Ele menciona quatro
dificuldades para a tomada de decisão: a complexidade do problema, as informações imprecisas
ou incertas, vários objetivos para um único problema e conclusões diferentes, aplicando-se a
mesma sistemática, devido à mudança dos dados. O diagrama da figura 10 mostra
sinteticamente o processo de tomada de decisão de acordo com o autor.
O modelo de incerteza faz uso da estatística e da simulação para obter informações que
complementam os modelos. O modelo de preferência é a representação matemática do
problema, para que o tomador de decisão possa escolher a melhor alternativa, considerando os
objetivos e o equilíbrio entre elementos de conflito, por meio do fator subjetividade.
Na próxima etapa é selecionada a melhor alternativa, então é feita análise de
sensibilidade, que é definida como o processo de observar a variação que o modelo matemático
indicaria se as condições do problema mudassem, ajudando assim a definir se uma solução
necessita ou não de uma análise mais aprofundada até sua implementação. A análise de decisão
ajuda a dar suporte aos processos decisórios e as habilidades intuitivas e cognitivas do decisor.
Estrutura da Organização Nenhuma estrutura estabelecida Estrutura hierárquica estrita possuindo clara linha de autoridade
Para determinar quais processos são críticos para a realização dos objetivos estratégicos
e criação de valor para as partes interessadas, é necessário identificar as lacunas no desempenho
do processo; encontrar os processos que mais precisam de melhorias em relação às necessidades
futuras e iniciar a classificação de processos e capacidades relacionadas para renovação. Após
conhecer os critérios para o que é importante para a empresa e seus stakeholders e quais são os
processos da organização, pode-se voltar atrás e conectar os valores das partes interessadas e
os requisitos de desempenho visando a definição de um ranking (BURLTON, 2010).
Brans et al. (1986) ressaltam que um contexto decisório que envolve multicritérios não
é um problema matematicamente bem definido. Usualmente não é possível achar uma solução
que otimize simultaneamente todos os critérios. Contudo, um método para apoiar a decisão
utilizando múltiplos critérios deve ser simples, ou seja, ter um grau de complexidade que não
59
impeça a compreensão do tomador de decisão. O método a ser adotado não deve ser uma caixa
preta que produza uma solução sem que o decisor compreenda como ela foi obtida.
As melhores oportunidades para elevar o desempenho da empresa serão em processos
que tenham o maior valor potencial para as partes interessadas em suporte à nossa intenção
estratégica e aquelas que também tenham a maior lacuna de desempenho. Para esse fim, pode-
se produzir uma série de matrizes e grades de contribuição de valor de processo versus lacuna
de processo-desempenho. Por meio da referência cruzada da proposição de valor das partes
interessadas aos processos na arquitetura em uma matriz, pode-se avaliar o valor que cada
processo deve ou poderia fornecer a cada relacionamento com as partes interessadas
(BURLTON, 2010).
Segundo Bouyssou (1989), uma das vantagens da abordagem multicritério é dividir o
processo de construção do modelo em duas fases: a primeira ocupa-se da construção dos
critérios de avaliação e a segunda dos parâmetros que serão usados para agregação destes
critérios. Essa abordagem baseia-se na crença de que o uso de diversos critérios de avaliação,
ao invés de um único, influi positivamente no processo de construção de um modelo. Segundo
o autor, essa crença reside em assumir que na maioria dos contextos decisórios é possível
identificar um pequeno número de pontos de vistas, usualmente entre três e não mais do que
dez, segundo os quais é possível construir uma família de critérios que é exaustiva e simples o
suficiente para ser aceita como base na discussão por todos os atores envolvidos no processo
decisório.
Philip Kotler (1975) definiu planejamento estratégico como um processo que se traduz
em uma metodologia gerencial com o intuito de mostrar um caminho a ser seguido pela
organização, almejando gerar uma maior interação com o ambiente no qual faz parte. Para
Lobato (2000, p.68), planejamento estratégico é um processo dinâmico onde são definidos
caminhos que a empresa deverá trilhar por meio de um comportamento proativo, levando em
conta a análise do seu ambiente e em consonância com a sua razão de existir, a fim de construir
seu futuro desejado.
Mintzberg e Quinn (2001) afirmam que o planejamento também pode ser conceituado
como uma atividade interativa e dinâmica que segue uma série de processos para se chegar aos
objetivos. Para Oliveira (2011), o planejamento estratégico deve focar em formas de maximizar
os resultados e minimizar deficiências da organização. Para isso, é necessário realizar,
inicialmente, uma análise, para considerar o ambiente no qual a empresa está inserida, as
oportunidades e ameaças deste ambiente, bem como o conhecimento dos pontos fortes e fracos
da empresa.
Santana (2005) coloca que o planejamento estratégico é um processo que auxilia os
gerentes a tomarem, de forma consciente e racional, um rumo para a empresa, buscando um
ótimo relacionamento entre organização e ambiente.
Com base nos autores Pagnocelli e Vasconcellos (1992) que apresentam uma sequência
básica para formular o plano estratégico, a partir da separação em duas grandes partes:
permanente (definindo como parte as fases de definição do Negócio, Missão e Princípios) e
mutável (definindo as fases de análise do ambiente, definição de objetivos e definição de
61
2.6.2 Materialidade
A definição desse critério teve como base as regulações de iniciativa de órgãos como
Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU), que determinam
que trabalho de controle dos recursos das instituições públicas sejam realizados por suas
unidades de controle interno. A Auditoria Interna, nomenclatura designada as unidades de
controle interno em questão, utiliza-se de um trabalho metódico de controle. De acordo com
Castro (2015, p. 449), auditoria é definida como um conjunto de técnicas que buscam “avaliar
a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, bem como a aplicação de recursos
públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação
encontrada e determinado critério técnico, operacional ou legal”.
As IFES, pertencem ao Setor Público e possuem um vasto campo de trabalho, tendo em
vista a multidisciplinaridade de suas ações, tanto acadêmicas quanto administrativas, com
grande volume dos recursos financeiros. A Auditoria Interna das IFES, realizar a devida análise
documental com foco nos riscos do negócio e possível projeção para o futuro, com o intuito de
embasar as orientações e decisões a gestão da entidade na busca a alcançar melhores resultados
(LÉLIS; PINHEIRO, 2012).
O planejamento das atividades da Auditoria Interna, concernentes às entidades
pertencentes à administração pública federal, é elaborado de acordo com o Plano Anual de
Auditoria Interna (PAINT), conforme a Instrução Normativa 24/2015 (BRASIL, 2015). O
auditor deve traçar as suas atividades identificando as áreas consideradas de risco à entidade e
“programar sobre elas uma série de provas com o objetivo de extrair conclusões relevantes e
pertinentes para efeito de avaliação que deve proporcionar em seu Parecer ou Relatório”,
citando Chaves (2011, p.63).
Com o intuito de identificar as áreas de maior significância e riscos para a gestão
(passíveis de auditoria), o TCU elaborou a Resolução nº 185/2005 que define fatores de risco,
materialidade, relevância e oportunidade como critério para escolha de tais áreas. Castro (2015)
define materialidade nesse contexto como um fator relacionado ao montante de recursos
orçamentários ou financeiros alocados em determinada área, sendo que o contexto deste volume
deve ser considerado e sua importância relativa comparada ao total da entidade. Por sua vez, a
IN CGU 24/2015 estabelece que o planejamento das atividades contenha a relação dos
macroprocessos ou temais passíveis de serem trabalhados no exercício seguinte (BRASIL,
2015).
63
2.6.3 Pessoas
De acordo com Jesus e Costa (2014), para atingir o paradigma da valorização da gestão
de pessoas, o primeiro passo é encará-las como um dos ativos mais importantes da organização.
Dessa forma, programas e atividades que realizem a gestão do conhecimento na organização,
que mantenham a ergonomia e a segurança do trabalho de seus funcionários, que possuam
mecanismos econômicos e financeiros de valorização do servidor público e que estabeleçam
metas de desempenho para que as progressões e promoções ocorram de forma majoritariamente
meritocrática.
De acordo com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BRASIL,
2017), nem sempre o orçamento é a variável mais relevante para a execução de um processo,
podendo ser a dependência de servidores com qualificação técnica específica, por exemplo.
Assim, há a necessidade de que essa variável seja avaliada no presente trabalho.
Trosa (2001) explana a respeito da importância dos resultados que a organização pública
busca, definindo de forma clara seu público-alvo (grupo de pessoas ou instituições que são
64
beneficiários diretos dos resultados propostos). Pacheco (2008) reforça a argumentação quando
cita a importância de a administração pública trabalhar com resultados finalísticos, ou seja,
aqueles que permitem medir e avaliar as transformações ou impactos gerados em seu público-
alvo (usuários/cidadãos), como por exemplo, cursos realizados, cidadãos atendidos, redução do
número de homicídios por 100 mil habitantes, aumento da taxa de sobrevivência das micro e
pequenas empresas brasileiras, etc.), permitindo assim atender a princípios como transparência,
prestação de contas e controle social por parte da sociedade.
Para tornar possível a construção dos artefatos e análise dos resultados com base na
literatura consultada, faz-se necessário definir os procedimentos metodológicos deste trabalho,
quais sejam: classificação da pesquisa, método de trabalho e contextualização do cenário.
65
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A ciência surge no contexto humano como uma necessidade de saber o porquê dos
acontecimentos (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 84), como um modo de compreender e
analisar o mundo através de um conjunto de técnicas e métodos. Metodologia é entendida como
o estudo do método para se buscar determinado conhecimento. Demo (2003, p. 19) diz que
Metodologia “(...) é uma preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida
dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos”.
Com vistas ao exposto, é apresentado neste terceiro capítulo, a classificação da pesquisa,
os métodos de trabalho utilizados, a contextualização da unidade da IFES onde foi realizado o
estudo e dos especialistas participantes desta pesquisa.
partilhar o seu cotidiano para intuir as relações entre os elementos envolvidos e seus
significados. Outro princípio importante na observação participante é integrar o observador à
sua observação, e o conhecedor ao seu conhecimento (QUEIROZ, 2007).
Na pesquisa em organizações, a observação participante tem sido utilizada pelo menos
de duas maneiras: de forma encoberta, quando o pesquisador se torna um empregado da
empresa; e de forma aberta, quando o pesquisador tem permissão para observar, entrevistar e
participar no ambiente de trabalho em estudo (ROESCH, 1999). No estudo em tela, a
observação participante ocorreu de forma encoberta.
Quanto aos procedimentos, foi utilizado o método Design Science Research (DSR).
Manson (2006, p.169) argumenta que o DSR é mais do que uma metodologia, é um processo
que utiliza a teoria como base para a construção de artefatos, que são avaliados por meio de
técnicas analíticas, a fim aperfeiçoar a teoria. Segundo Van Aken (2004), o DSR tem por
finalidade desenvolver conhecimento para ser aplicado na solução de problemas específicos.
Afirma também que o DSR, além de ter foco na solução e não no problema, toma a perspectiva
de participante e não de observador e preenche a lacuna às vezes existente entre a teoria e a
prática. Segundo Hevner et al. (2004), o princípio fundamental do DSR é que, a partir do
conhecimento e da compreensão de um problema, a sua solução seja obtida por meio da
construção de um artefato.
O método foi escolhido por desenvolver artefatos com aplicação imediata em problemas
imediatos, é mais aplicado nas áreas de tecnologia, engenharia, arquitetura e administração
(MARCH; SMITH, 1995) e também pelo fato de que “pesquisas que se dedicam à construção
de artefatos devem poder sustentar como válidas cientificamente com uma abordagem
metodológica rigorosa e apropriada” (LACERDA et al., 2013, p. 743). Na seção subsequente é
apresentado o detalhamento do método de trabalho, bem como a caracterização dos
especialistas e do cenário estudado.
3.2 PROCEDIMENTOS
física dos conceitos de design.". Ou ainda como a organização dos componentes do ambiente
interno para atingir objetivos em um determinado ambiente externo Dresch et al (2020).
Segundo Van Aken (2004), a Desing Science contribui para diminuir a distância entre
a academia e as organizações, apresentando um ciclo de solução de problemas, com base no
desing reflexivo, que resultam em prescrições que devem ser generalizadas para uma
determinada classe de problemas. Isso permitirá que o conhecimento gerado em uma situação
particular possa, posteriormente, ser aplicado a situações similares enfrentadas por diversas
organizações. Quanto a classe de problemas a ser solucionada no presente trabalho, definiu-se
a classe Modelagem e Melhoria de Processos: priorização de processos para iniciativas de
melhoria, por ser considerado um problema recorrente nas IFES na implantação da metodologia
BPM.
O objetivo geral do presente trabalho tem o intuito de “Propor um método de priorização
de processos para iniciativas de melhoria em IFES”, definindo-se assim, como solução para o
problema detectado, o desenvolvimento de um método de priorização de processos para
iniciativas de melhoria em IFES, que foi operacionalizado com base nas seguintes etapas: i)
listar os processos da unidade estudada, com base nos processos já identificados na IFES; com
vistas a enquadrá-los na arquitetura de processos da IFES e definir do portfólio de processos da
unidade; ii) priorizar os processos por meio do estabelecimento de pesos, por parte dos
especialistas em BPM, de acordo com critérios escolhidos com base na literatura, e; iii)
diagnosticar o nível de maturidade dos processos da unidade, com o objetivo de refinar os
processos que forem priorizados, levando em consideração seu nível de maturidade.
A figura 12 define a forma como serão conduzidos os procedimentos do presente
trabalho.
68
Para a realização dos grupos focais - tanto para validação dos artefatos quanto de seus
produtos - foram selecionados seis especialistas, sendo quatro deles especialistas em BPM, um
na área financeira e outro na área de gestão de pessoas. Considerou-se, como critério de seleção,
a experiência com BPM, que fossem servidores públicos federais, que tivessem participado ou
estivessem participando da implantação do BPM, que tivessem conhecimento nos critérios
estabelecidos para priorização de processos, bem como tivessem disponibilidade para participar
ativamente das atividades propostas nesta pesquisa. Abaixo a descrição do perfil dos
especialistas selecionados:
71
Para a realização deste trabalho foram utilizadas as etapas do DSR sugeridas por Van
Aken, Berends e Van Der Bij (2012), quais sejam: definição do problema, análise e diagnóstico,
projeto da solução, intervenção, aprendizagem e avaliação.
O modelo de Van Aken, Berends e Van Der Bij (2012) é fundamentado no design
reflexivo, que por sua vez se baseia no ciclo de solução de problemas (Figura 1). Seu objetivo
não é resolver problemas em um único e particular contexto, e sim encontrar soluções genéricas,
que podem ser aplicadas em contextos diversos.
De acordo com Van Aken, Berends e Van Der Bij (2012) a definição do problema deve
ser operacionalizada da seguinte forma: percebido o problema, é fundamental que ele seja
compreendido e definido. Para atender a etapa de definição do problema, a partir de um trabalho
prático de mapeamento de processos para iniciativas de melhoria na IFES estudada, levantou-
se a questão por parte da autora e dos envolvidos no projeto, se realmente os processos que
estavam sendo mapeados na unidade eram os prioritários para melhorias.
A partir de então, foi elaborado projeto de pesquisa referente ao presente trabalho, no
qual o objetivo geral foi definido como: “Propor um método de priorização de processos para
iniciativas de melhoria em IFES”, e a solução para o problema detectado o desenvolvimento de
um método de priorização de processos para iniciativas de melhoria. A solução proposta foi
posicionada dentro de uma classe de problemas, definida com base em Dresch et al. (2020):
Modelagem e Melhoria de Processos: priorização de processos para iniciativas de melhoria, por
ser considerado um problema recorrente nas IFES durante a implantação da metodologia BPM.
Com vistas a elaboração de um artefato para possível solução do problema levantado,
foi realizada uma revisão de literatura, no período de agosto a novembro de 2019, cuja base foi
pesquisada publicações disponíveis no sistema de Biblioteca da IFES, em plataformas como
Web of Science, Scopus, Portal de Periódicos da Capes, Scielo, Google Acadêmico e LUME, a
respeito de BPM, implantação do BPM, abordando maturidade em processos, metodologias
para implantação do BPM, benefício esperados do BPM, fatores críticos de sucesso para
implantação do BPM, métodos de descoberta de processos, critérios de priorização de
processos, gestão pública e planejamento estratégico, além de governança corporativa e
conceitos de arquitetura de processos.
73
Na etapa de análise e diagnóstico, de acordo com Van Aken, Berends e Van Der Bij
(2012), começa-se a projetar uma solução para o problema. Para dar início a etapa, optou-se
por realizar uma análise da implantação do BPM na IFES estudada, tomando por base o modelo
de implantação de específico para IFES, desenvolvido por Oliveira (2018), de acordo com a
Figura 13.
A análise da implantação do BPM foi realizada com ênfase nas 03 (três) primeiras fases
do modelo proposto.
74
No que se refere aos documentos analisados, o foco principal foi na análise dos objetivos
estratégicos, que são divididos nas seguintes áreas: objetivos acadêmicos, objetivos de inovação
científica e tecnológica, objetivos de impacto social e objetivos organizacionais, conforme
figura 15.
76
responsável pelo processo ponta a ponta, tendo responsabilidade sobre a prestação de contas do
resultado do processo (CAPOTE, 2011).
O coordenador de processo é uma extensão do dono de processo que atua em processos
do nível 2 ou 3. Devem ter conhecimento sobre o processo que coordenam, sobre a arquitetura
de processos e os sistemas que apoiam este processo. Trabalham junto com os outros
coordenadores de processo com o objetivo de alcançar transparência, medição, comparação e
padronização para o conjunto de processos (SCHEER; BRABÄNDER, 2010).
O gestor de processo é responsável pelos projetos e iniciativas de transformação e
melhoria do processo, atuando junto ao dono de processos para promover a integração entre as
áreas que afetam o sucesso do projeto (CAPOTE, 2011). Na unidade estudada, poderiam haver
coordenadores e gestores de processos atuando em conjunto, nas iniciativas de transformação,
em conjunto com o EP.
Essa rede de gerenciamento coordenado nos diversos níveis dos processos da
universidade e nas suas diversas unidades, que atualmente são 29, daria subsídios para o
arquiteto de processos manter a arquitetura atualizada e alinhada com a estratégia e a tecnologia,
resultando assim em esforços conjuntos, podendo desencadear na melhoria global do
desempenho dos processos a nível de organização. Além disso, para um melhor
compartilhamento das informações referente ao desenvolvimento e melhorias executadas nos
processos, poderia haver a criação e manutenção de um repositório de processos próprio de
toda a instituição.
As sugestões descritas no parágrafo anterior culminam para a ideia do Gerenciamento
Corporativo de Processos, métodos otimizados, pessoas preparadas e tecnologias apropriadas e
compartilhado com todas as unidades da IFE, que realizariam o monitoramento dos processos,
acompanhamento de desempenho, gerenciamento e controle de mudança, gerenciando-os de
ponta a ponta em uma perspectiva de alto nível de interação e integração.
Essa perspectiva, por sua vez, culmina com o conceito de Governança Corporativa é
formada por processos e outras estruturas que corroboram entre si para que a organização
funcione corretamente e isso reflita nos resultados econômicos e no atendimento das
regulamentações e imposições de outros interessados.
Sob o ponto de vista da gestão pública, de acordo com os autores consultados na
literatura que compõem o presente trabalho, a Governança trabalha com formas de controle
sobre as unidades executoras de políticas públicas, que seria o caso da IFES públicas,
executando políticas de educação. Resulta no controle social direto, que pode ser por meio da
transparência das informações e da participação em conselhos; e controle hierárquico gerencial
79
Na Figura 17, Branco (2016) apresenta um mapa onde procurou identificar os tipos de
processos (finalísticos, de apoio e gestão) com cores diferentes. Os finalísticos foram
apresentados no centro da figura com a intenção de demonstrar que são eles que geram valor
para os clientes. Os de apoio estão ao seu redor, pois eles têm função de sustentar os finalísticos.
Já os de gestão estão no topo, pois tem papel de orientar a organização.
No trabalho de Branco (2016), após definição dos processos, partiu-se para a etapa
seguinte de caracterização dos processos. Nesta etapa utilizou-se o IGOE (inputs, guides,
outputs, enablers) adaptado (Figura 18). Assim, para todos os macroprocessos foram definidos
81
De acordo com UFRGS (2018), a entrega para a sociedade (formação cultural, científica
e profissional de nossos alunos; produção de conhecimento, cultura e artes; e contribuição ao
desenvolvimento sustentável nos campos político-institucional, social, econômico e ambiental)
é resultado dos macroprocessos finalísticos: graduação, pós-graduação e pesquisa e inovação e
extensão. A realização destes processos permite cumprir a missão da IFES. Para esses
macroprocessos finalístico funcionarem, precisa-se de uma série de macroprocessos de apoio
que dão suporte às atividades da IFES, tais como gestão orçamentária e financeira gestão de
pessoas, assistência estudantil, entre outros. Além desses, tem-se o macroprocesso de gestão
que avalia, orienta e define as diretrizes para os demais macroprocessos.
BPM e gestão pública e são estabelecidos de maneira mais objetiva na literatura apresentada
por Zwicker et al. (2010) que definem cinco fatores para implementação do BPM na
administração pública, quais sejam: o alinhamento estratégico, que deve estar em consonância
com a legitimação política e regulamentos; a governança, métodos, tecnologia da informação,
pessoas e cultura. Desses fatores, foram utilizados o alinhamento estratégico e pessoas
(qualificação dos servidores). Os demais fatores utilizados foram materialidade (definido com
base em orientações dos órgãos de controle da administração pública) e impacto na comunidade
acadêmica; e foi validado pelos especialistas em BPM.
A ferramenta define pontuações para os critérios, estabelecendo relações de importância
classificadas em forte, média e fraca para cada alternativa, ou seja, os macroprocessos (nível 1)
e em seguida, os processos de nível 2. Os objetivos da aplicação dessa ferramenta foram: (i)
definir um ranking de priorização de processos em nível 1 (macroprocessos) e; (ii) a partir do
macroprocesso prioritário; definir o processo prioritário (relacionado a este) em nível 2 para
iniciativas de melhorias na unidade. O esquema para elaboração da ferramenta “Matriz de
Priorização de Processos” (Tabela 04) é representado na Figura 20.
O resultado foi obtido, considerando a média aritmética das avaliações dos especialistas,
por meio do estabelecimento de pesos, contemplando os macroprocessos e processos em nível
2 definidos na IFES como alternativas, de acordo com as Tabela 4.
84
Aluno Regular
Aluno Especial
Aluno Visitante
Aluno Ouvinte
Matrícula Matrícula
Matrícula Curso EAD
Calouro Veterano
Aluno Regular
Aluno Especial
Aluno Visitante
Aluno Ouvinte
Fonte: elaborado pela autora
4.4 INTERVENÇÃO
Para aplicação da ferramenta de descoberta dos processos, foi realizada previamente sua
validação por parte dos especialistas. A partir daí, foram realizados sete workshops com os
responsáveis pelos processos a nível de unidade, para que, em uma segunda etapa, os resultados
fossem validados junto aos especialistas. Os primeiros campos foram preenchidos previamente
pela autora (macroprocessos e processos), cabendo aos responsáveis pelos processos na
unidade, preencherem os campos “sub processos”.
A aplicação da ferramenta de Descoberta de Processos foi realizada nos meses de
outubro a dezembro de 2019. No mês de outubro foi solicitado a todos os setores do campus
documentações relativas às atividades que realizam, além de documentações como o
86
mapeamento de seus processos, se fosse o caso (descrição detalhada, passo a passo), manuais
elaborados, entre outros.
No dia 04 de novembro de 2019, foi realizado um workshop piloto no Núcleo Financeiro
(NFI) da unidade, por ser esse considerado um dos setores com a documentação mais completa
referente aos seus fluxos de trabalho, utilizando a ferramenta demonstrada no Tabela 6.
Macroprocesso Processo
Graduação 1. Ingresso
8.Elaboração Balancetes
Assistência Estudantil 3.Gerenciamento do Uso de espaços destinados à assistência estudantil (casa do estudante)
Pós-Graduação Lato
2. Aprovação do Curso 5. Diplomação
Sensu
3. Seleção 6. Desligamento
FINALÍSTICOS
1. Definição de Grupos e Linhas de
6. Divulgação dos Resultados
Pesquisa
5. Execução
2. Elaboração/Submissão da ação de
6. Prestação de Contas
extensão (programa ou projeto)
Extensão
3. Aprovação 7. Aprovação dos Resultados
4. Execução
Gestão de Tecnologia
2. Gestão de Infraestrutura de Rede 5. Segurança da Informação
da Informação
APOIO
1. Recrutamento de Seleção 6. Avaliação e Acompanhamento
5. Desenvolvimento de Pessoal
Gestão de
2. Gestão de Espaços 5. Segurança Patrimonial
Infraestrutura
3. Gestão Ambiental
planilha eletrônica, contendo uma fórmula em Excel, que calculou a divisão orçamentária nos
seguintes grupos: >=20% do orçamento (forte relação), >= 10%<20% do orçamento (média
relação) e <=10% do orçamento (fraca relação).
Na primeira fase da distribuição dos percentuais orçamentários, esses foram divididos
entre os macroprocessos identificados na unidade que fazem parte da arquitetura de processos
da universidade. Assim foi definido o ranking dos macroprocessos de acordo com os dispêndios
orçamentários. A segunda fase foi realizada, com nova distribuição orçamentária do valor total
do macroprocesso entre seus processos de nível 2, para o macroprocesso definido como
prioritários, após o estabelecimento de pesos para os outros critérios, por parte dos especialistas
em BPM.
Para a efetivação da primeira fase, foi realizado um trabalho robusto de coleta de dados,
no período de 15 de abril de 2020 a 19 de junho de 2020, envolvendo 12 servidores, de três
estruturas diferentes: a unidade, seu órgão auxiliar e a Prefeitura Universitária, dividido em seis
grupos de trabalho, incluindo dados referentes a contratos de serviços terceirizados, folha de
pagamento, suprimentos, projetos de pesquisa e extensão, diárias, entre outros.
Os dados orçamentários e extra-orçamentários foram compilados e analisados por meio
do acesso a sistemas, processos administrativos, notas fiscais e consultas a sede. Para distribuir
os valores gastos com a folha de pagamento, utilizou-se das orientações do Especialista F.
Quanto à folha dos técnicos administrativos, a distribuição foi calculada de acordo com
percentual da folha de pagamento de cada macroprocesso relacionado a área de atuação do
técnico-administrativo. No caso dos setores que atendiam a mais de um macroprocesso, o valor
total foi dividido entre o número de macroprocessos atendidos.
Para o cálculo dos percentuais da folha de pagamento dos docentes, em relação aos
macroprocessos, foi levado em consideração o número de alunos atendidos em cada segmento
de atividades de ensino, quais sejam: graduação (1.127 alunos), pós-graduação stricto-sensu
(45 alunos) e pós-graduação lato-sensu (300 alunos). Foi realizado cálculo relacionando o
número de alunos com a finalidade de gerar um número de horas referentes ao atendimento dos
alunos percentualmente em cada modalidade de atividade de ensino, gerando assim a
distribuição percentual (tendo como referência 20 horas semanais, de acordo com a Portaria n.
475/1987 do MEC) de 76,56% das horas em atividades de ensino de graduação, 20,38% em
atividades de pós-graduação lato sensu e 3.05% em atividades de pós-graduação stricto sensu.
Então o número de horas para cada atividade ficou assim definido: 15,31 horas semanais para
a graduação, 4,07 horas semanais para a pós-graduação lato sensu e 0,61 horas semanais para
a pós-graduação stricto sensu (referência de 20 horas semanais em atividades de ensino).
94
Levando em consideração que não foi encontrada uma definição formal de quantidade
de horas com pesquisa e inovação, porém para as atividades de extensão foi encontrada a
Resolução n. 01/2009 do CEPE/UFRGS (2009) que determina em seu artigo 1º que nos caso
de docentes com 40hs e dedicação exclusiva o limite de horas semanais em atividade de
extensão é 15 horas semanais, optou-se por distribuir as 20 horas restantes das atividades
docentes, para fins do cálculo da folha de pagamento docente, em 15 horas para as atividades
de extensão e 5 horas para atividades de pesquisa e inovação.
Essa escolha deu-se, partindo-se do pressuposto que, uma unidade em implementação
necessita de mais esforço por parte do corpo de servidores de uma maneira geral e também por
ser a primeira unidade fora de sede da IFES estudada, necessita maior interação com a
comunidade para se tornar conhecida, o que pode ser alcançado por meio da realização das
atividades de extensão. Diante do exposto, após relacionou-se o total de 40 horas semanais em
100% da folha de pagamento, efetuando o cálculo do percentual de cada macroprocesso
finalístico (atividades docentes) ao percentual em horas correspondentes para distribuição dos
percentuais da folha de pagamento docente. Os resultados desses cálculos podem ser
visualizados na tabela 8.
Tabela 8 - Distribuição dos gastos com folha de pagamento do corpo docente da unidade
Percentual de alunos Percentual para distribuição na
Horas Semanais para atividades
atendidos em cada folha de pagamento (base 40
de ensino (base 20 horas)
macroprocesso horas semanais)
Graduação 15,31 76,56% 39%
Pós-graduação lato-sensu 4,07 20,38% 10%
Pós-graduação stricto-
0,61 3,05% 1%
sensu
TOTAIS 20 100% 50%
Horas semanais demais
atividades docentes (base 20
horas)
Pesquisa e Inovação 5 - 13%
Extensão 15 - 37%
TOTAIS 20 50%
TOTAL DE HORAS PERCENTUAL TOTAL DA
40 horas 100%
SEMANAIS FOLHA DE PAGAMENTO
Fonte: elaborado pela autora
Como aqui analisado pode-se levar a conclusão de que os sistemas da IFES devem ser
atualizados por meio da utilização do BPM para que atendam de forma satisfatória às suas
necessidades. Após a compilação dos dados de materialidade da unidade estudada, definiu-se
o peso da materialidade sobre cada um dos macroprocessos, com base no percentual de
orçamento em cada um, o que pode ser observado na tabela 9.
5. Extensão 9 26%
8. Gestão de Pessoas 1 2%
9. Comunicação 1 1%
APOIO
10. Suprimento 1 1%
Alinhamento
Pessoas
CRITÉRIOS Estratégico
Impacto na
comunidade Materialidade PONTUAÇÃO
Faz parte dos Acadêmica Depende de
ALTERNATIVAS/ OE qualificação específica
MACROPROCESSOS
Graduação 9 9 9 9 36
Pós-Graduação Lato Sensu 9 9 1 9 28
Pós-Graduação Stricto Sensu 9 9 1 9 28
Pesquisa e Inovação 9 9 3 9 30
Extensão 9 3 9 3 24
Gestão Financeira e
9 9 1 3 22
Orçamentária
Gestão de Tecnologia da
3 3 1 9 16
Informação
Gestão de Pessoas 9 3 1 3 16
Comunicação 9 3 1 3 10
Suprimento 9 9 1 3 22
Gestão de Infraestrutura 9 3 1 3 16
Assistência Estudantil 9 9 1 3 22
Gestão de Acervos 3 1 1 3 8
Graduação 9 9 9 9 36
Pós-Graduação Lato Sensu 9 3 1 3 16
Pós-Graduação Stricto Sensu 9 9 1 9 28
Pesquisa e Inovação 9 9 3 9 30
Extensão 9 9 9 3 30
Gestão Financeira e Orçamentária 3 9 1 3 16
Gestão de Tecnologia da Informação 3 9 1 9 22
Gestão de Pessoas 3 9 1 3 16
Comunicação 1 1 1 9 12
Suprimento 3 3 1 1 8
Gestão de Infraestrutura 3 3 1 9 16
Assistência Estudantil 3 9 1 3 16
Gestão de Acervos 1 1 1 9 12
Alinhamento
CRITÉRIOS Pessoas
Estratégico Impacto na
MACROPROCESSO comunidade Materialidade PONTUAÇÃO
Depende de
ALTERNATIVAS/ Acadêmica
Faz parte dos OE qualificação
PROCESSOS
específica
1.Planejamento do
9 9 1 9 28
Curso
2.Seleção 3 3 1 3 10
GRADUAÇÃO
3.Vida Acadêmica 9 9 9 9 36
4.Diplomação 3 9 1 3 16
5.Desligamento 1 1 1 1 4
Alinhamento
CRITÉRIOS Pessoas
Estratégico Impacto na
MACROPROCESSO comunidade Materialidade PONTUAÇÃO
Acadêmica Depende de
ALTERNATIVAS/
Faz parte dos OE qualificação
PROCESSOS
específica
1.Planejamento do
9 3 1 3 16
Curso
2.Seleção 9 3 1 3 16
GRADUAÇÃO
3.Vida Acadêmica 3 9 9 9 30
4.Diplomação 1 9 1 1 12
5.Desligamento 1 3 1 1 6
Seleção
Ingresso
Graduação
Vida Acadêmica
Diplomação
Desligamento
Para efeitos de atribuir uma maior granularidade ao processo analisando, tendo em vista
desdobrá-lo em nível 3 (sub processo) na ferramenta criada, foi necessário analisar, em conjunto
com o Especialista D, o esquema para análise que deu origem ao macroprocesso de Graduação,
em nível 1, representado na Figura 22.
A partir dessas análises, chegou-se à conclusão que a matrícula deve ser tratada de
forma separada, como um novo processo, já que possui grande complexidade e diversidade de
formas, a começar pelo fato de ser dividida em Matrícula de Ingressantes e Matrícula de
Veteranos, repetindo-se, os dois casos, a cada semestre. A figura 24 mostra o novo esquema
construído para o macroprocesso de Graduação.
105
Seleção
Ingresso
Graduação Matrícula
Diplomação
Desligamento
Gestão da Graduação
Matrícula cursos de Vínculo com a universidade efetuado após realização das etapas do processo de ingresso, em seleção
graduação PEG Presencial prestada para cursos em edição isolada, na modalidade presencial.
Matrícula ingresso de Vínculo com a universidade efetuado após realização das etapas do processo de ingresso, em seleção
diplomado prestada para candidatos portadores de diploma de graduação
Cancelamento justificado Cancelamento de atividade de ensino na qual o aluno está matriculado no semestre vigente, mediante
de matrícula autorização da Comissão de Graduação do curso.
A correção de matrícula é realizada mediante autorização da COMGRAD do curso nos casos em que
Correção de matrícula tenha ocorrido falha da Instituição ou outras razões apuradas em processo administrativo.
Cancelamento Justificado de
Mapeado Mapeado
Matrícula
Matrícula Matrícula
Matrícula Curso PEG EAD
Calouro Veterano
Cancelamento Justificado de
Mapeado Mapeado
matrícula
Matrícula Matrícula
Matrícula Curso PEG Presencial
Calouro Veterano
Matrícula Matrícula
Matrícula Diplomado
Calouro Veterano
Cancelamento Justificado de
Mapeado Mapeado
matrícula
Para ilustrar a definição dos processos em nível 3 apresentada no Quadro 17, criada com
base na arquitetura de processos de Dijkman, Vanderfeesten e Reijers (2011), função de
109
negócio é algo que a organização faz, exemplo: matrícula; tipo de caso: curso de graduação;
tipo de produto: graduação; tipo de cliente: aluno regular, aluno especial, aluno visitante, aluno
ouvinte; localização: qual a unidade da IFES. Quanto a análise da maturidade, de acordo com
a literatura, o processo de matrícula encontra-se em Estado Definido (desenho detalhado), com
a classificação complementar Mapeado e Diagramado. De acordo com a literatura em BPM, a
diagramação de um processo pode ser dividida em dois modos: “As Is” e “To Be”. O modo
“As Is” é definido quando o processo é representado por meio de diagrama, da maneira em que
se encontra sendo operacionalizado na organização. O modo “To Be” é quando o processo após
análise dos atores envolvidos, donos de processos e especialistas em BPM, é melhorado e passa
a ser operacionalizado de acordo com as novas definições de funcionamento. No caso dos
processos analisados no Quadro 17, nenhum dos processos foi melhorado, ou seja, estão
diagramados apenas em modo “As Is”. Após o modo “To Be” o próximo nível de maturidade
é a informatização do processo.
Cabe observar aqui que o processo de matrícula em nível 2, encontra-se informatizado
há mais de quinze anos na IFES, porém a implantação do BPM na IFES iniciou há cerca de oito
anos. A análise aqui realizada refere-se ao nível de maturidade a partir da implantação do BPM
na IFES estudada. A aplicação da ferramenta proporcionou uma análise mais aprofundada do
processo priorizado no presente trabalho, inclusive uma revisão da própria arquitetura do
macroprocesso Graduação. No entanto cabem estudos mais aprofundados para definir, no
presente caso, por qual sub processo iniciar um projeto de iniciativas de melhoria, o que não
foi possível definir no presente estudo por escassez de tempo.
De acordo com Dresch et al. (2020) após a aplicação do ciclo, o pesquisador deve fazer
uma reflexão, com o intuito de analisar o problema e a solução proposta agregadamente, a fim
de generalizar o conhecimento apreendido na pesquisa, desconsiderando detalhes particulares
da organização, definindo prescrições mais gerais para uma determinada classe de problemas.
A avaliação e as aprendizagens geradas pelo ciclo de solução de problemas poderão guiar o
pesquisador a novos problemas que devem ser estudados, iniciando assim um novo ciclo. As
reflexões geradas na aplicação do método de priorização de processos, serão divididas, com
110
base nas sugestões dos autores Van Aken, Berends e Van der Bij (2012), em: reflexão
acadêmica, formulação da design proposition (regra tecnológica) e pesquisas futuras.
Quanto à reflexão acadêmica, é possível afirmar que o trabalho abordou temas bem
importantes com vistas a atingir seu objetivo geral, especialmente implantação do BPM e seus
benefícios, fatores críticos de sucesso, arquitetura de processos, gerenciamento de processos e
tomada de decisão. A partir dos autores estudados é possível resumir a implantação do BPM
nas etapas principais de: entender o negócio, identificar os processos, medir desempenho e
propor melhorias. A arquitetura de processos é o meio por onde se identificam os processos da
organização. A partir do conhecimento dos processos que a organização possui, torna-se
possível o monitoramento e a proposição de ações de melhoria, porém o fato de ter
conhecimento dos processos prioritários da organização, pode tornar sua atuação mais eficaz
com vistas atingir seus objetivos organizacionais, realizando assim, por meio de suas ações, a
satisfação das necessidades de seu público alvo.
Com a realização deste trabalho, foi possível concluir que os pré-requisitos básicos para
aplicar o método proposto de priorização de processos para iniciativas de melhorias é a anterior
definição da arquitetura e do portfólio de processos por parte da organização. Somente assim
será possível proceder a todas as demais etapas propostas para a definição dos processos
prioritários. No entanto, após a aplicação do método, periodicamente a arquitetura e a definição
dos processos prioritários deverão ser atualizadas, já que os processos mudam de acordo com
as mudanças no ambiente externo, no negócio e consequentemente na estratégia organizacional.
Quanto aos benefícios gerados com a implantação do BPM, espera-se que o método
desenvolvido desencadeie na geração de impactos positivos, definindo de forma efetiva os
processos prioritários da organização, já que a elaboração do método aqui proposto enfatiza a
importância do impacto na comunidade acadêmica e alinhamento aos objetivos estratégicos.
Espera-se que o trabalho contribua quanto a melhoria na moral dos colaboradores, pois a
definição clara dos processos que a organização possui, melhor define as atividades pertinentes
a cada cargo e função, melhorando a visibilidade e reconhecimento do trabalho, realizado com
o intuito de eliminar atividades que não agreguem valor. Desta forma, a identificação de pessoas
chave para participarem da implantação do BPM se torna fundamental.
Quanto a particularidades na priorização de processos em IFES, Branco (2016),
argumenta que as universidades federais, em geral, estão estruturadas em ilhas funcionais, onde
há uma forte separação entre administração e academia e pouco conhecimento sistêmico da
instituição. Em sua maioria, são organizações antigas, com estruturas ultrapassadas e com baixa
maturidade gerencial, percebida pelo uso limitado de técnicas e ferramentas de gestão. Diante
111
da realidade exposta, referindo-se às universidades mais antigas, que é o caso da IFES estudada,
após a definição dos processos prioritários para aplicação do método de priorização de
processos desenvolvido é necessário refiná-los, realizando a análise de sua maturidade, pois
nessas organizações tem-se uma diversidade de níveis de maturidade, enquanto muitos
processos encontram-se informatizados, outros ainda estão no estado Ad hoc (pouco ou
nenhuma definição, realizado conforme a decisão do operador). Somente após esta análise
procede-se a implantação do projeto de melhoria dos processos.
No caso da estrutura da IFES a adotar o método ser multiplanta, deve-se levar em
consideração o nível de centralização das atividades na sede, verificando se os processos,
principalmente em nível 3 (sub processos) são executados na íntegra e/ou se executam apenas
atividades e tarefas relacionados nas unidades. No caso de as unidades efetuarem apenas tarefas
ou atividades desses processos, é recomendável que as iniciativas de melhorias sejam
organizadas em conjunto com a sede. No entanto, um repositório de processos para eventuais
bechmarkings e feedbacks poderiam auxiliar na disseminação da cultura de gestão por
processos.
Desta maneira, é necessário preparar o ambiente para receber a arquitetura e a
priorização de processos para iniciativas de melhoria, como ferramentas de gestão e primeiro
ponto passa pelo convencimento da gestão sobre a importância e benefícios da arquitetura e da
priorização de processos. Espera-se que o método desenvolvido traga a tona discussões que
coloquem em questão a estrutura organizacional adotada, com base na definição de “cultura de
silo” definida por Rummler e Brache (1990), com vistas a amenizar, por meio do conhecimento
de sua arquitetura, portfólio e processos prioritários, a concentração de informações em
determinados setores e a utilização de sistemas que não atendam às necessidades as
necessidades organizacionais, como a geração de relatórios gerenciais por exemplo, impedindo
assim a visão do todo organizacional, gerando lacunas nos fluxos de trabalho, que podem
comprometer o desempenho de toda a organização, tendo em vista não facilitar o processo
decisório. O gerenciamento de processos permite controlar essas questões e melhorar o
desempenho dos processos, mas é necessário desenvolver métodos otimizados, preparar as
pessoas e utilizar tecnologia apropriada.
As dificuldades encontradas para a realização deste estudo e que culminaram em
limitações foram o acesso aos dados e informações necessárias e disponibilidade de tempo,
tanto dos especialistas como dos servidores que participaram da pesquisa. O grande número de
processos que resultaram dos workshops de descoberta de processos dificultou a análise de para
concluir se unidade apenas operacionaliza parcialmente ou na íntegra os processos da IFES,
112
tornou inviável a realização de uma investigação mais aprofundada, para que se pudesse chegar
a uma conclusão definitiva que contemplasse caso a caso, assim como a delimitação de tempo
e as demais etapas da pesquisa a serem atendidas.
No entanto, foi possível a formulação da design proposition (regra tecnológica), que, de
acordo com Bunge (1967) refere-se a necessidade de alinhamento e refinamento do
conhecimento existente em prol da resolução de problemas, encontra amparo na regra
tecnológica que é um produto típico de pesquisa em Design Science e pode ser definida como
uma instrução para executar um número finito de ações numa determinada ordem e com um
determinado fim - uma tecnologia.
O artefato proposto no presente trabalho, denominado Método de Priorização para
Implantação do BPM em IFES, pode ser visualizado na Figura 25.
113
Uma regra tecnológica é uma solução geral para um tipo de problema de campo. O
artefato proposto pode ser aplicado na íntegra pelas IFES que buscam iniciar a implantação do
BPM e também por aquelas que já a iniciaram; e assim tomar conhecimento de quais processos
a organização deve dispender mais esforços. Feitas adaptações ao contexto, esse método pode
ser utilizado por outras instituições de ensino, públicas ou privadas, ou até mesmo por
organizações de outros segmentos, como forma de tomar conhecimento de seus processos
prioritários. Porém é necessário garantir que os participantes do processo se apropriem de um
entendimento comum, utilizando um glossário dos conceitos que envolveram a elaboração do
método.
114
Quanto aos trabalhos e pesquisas futuras são diversas as possibilidades, uma delas seria
a realização de uma análise mais minuciosa dos processos em nível 3 da organização, buscando
compreender o nível de descentralização para a execução desses processos das IFES em relação
às suas unidades, bem como sua organização e classificação em tipo de caso e função de
negócio. Sugere-se também elaboração de um método para monitoramento e revisão da
arquitetura e priorização de processos, com vistas a sua atualização constante e; por último,
sugere-se estudos que contemplem modelos de EPM (Enterprise Process Management) para
aplicação em IFES, unindo ao método de priorização desenvolvido, outro método que permita
gerir os processos de negócio de uma maneira global, sob a perspectiva da estratégia, estrutura
e papéis, metas de desempenho e indicadores associados.
115
5 CONCLUSÕES
definição, realizado conforme a decisão do operador). Somente após esta análise procede-se a
implantação do projeto de melhoria dos processos. Dessa forma atingiu-se o terceiro objetivo
específico.
Na IFES estudada pode-se detectar que os donos dos processos a nível corporativo
(nível 1) situam-se na sede, representados principalmente pelas Pró-reitorias. O coordenador de
processo é uma extensão do dono de processo que atua em processos do nível 2 ou 3. Poderiam
haver coordenadores e donos de processos atuando em conjunto, nas iniciativas de priorização
e transformação de processos. Essa rede de gerenciamento coordenado nos diversos níveis dos
processos da universidade e nas suas diversas unidades, daria subsídios para o arquiteto de
processos manter a arquitetura atualizada e alinhada com a estratégia e a tecnologia, resultando
assim em esforços conjuntos, podendo desencadear na melhoria global do desempenho dos
processos.
Quanto às dificuldades no decorrer deste estudo e que culminaram em limitações foram
a dificuldade de acesso a informações na sede e a disponibilidade de tempo, tanto dos
especialistas como dos servidores da IFES. A falta de acesso a dados e a falta de geração de
relatórios gerenciais por meio de seus sistemas dificultaram a realização de uma investigação
mais aprofundada. Cabe ressaltar que o método proposto é apenas uma sugestão de priorização
de processos, podendo ser testado nas demais unidades da IFES estudada, em outras IFES e
organizações similares, para verificação de sua eficácia e adequação ao contexto
organizacional, feitas as devidas adaptações, além da possibilidade de aprimoramento,
sugerindo-se a utilização de métodos quantitativos e estatísticos mais apurados.
Quanto a pesquisas futuras sugere-se uma análise buscando compreender o nível de
descentralização para a execução dos processos das IFES em relação às suas unidades, com
vistas a definição de envolvidos em projetos de melhorias de processos; a elaboração de um
método para monitoramento e revisão da arquitetura e mapa de priorização de processos, com
o intuito de mantê-los atualizados; e, por último sugere-se estudos que contemplem modelos de
EPM para aplicação em IFES, unindo ao método de priorização desenvolvido, outro método
que permita gerir os processos de negócio de uma maneira global, sob a perspectiva da
estratégia, estrutura e papéis, metas de desempenho e indicadores associados.
118
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Pós-Graduação 5. Sanduíche
Stricto Sensu 6. Bolsa
7. Licenças
8. Defesa
9. Diplomação 2. Acompanhamento da disponibilidade de documentação para assinatura da direção da Unidade Assessoria das Direções
10. Desligamento
TOTAL PÓS
PROCESSOS: 2 TOTAL: 2
STRICTO
1. Gerenciamento de elaboração de Editais órgãos de fomento Pedagógico EAD
1.Planejamento do Curso
2. Gerenciamento de elaboração de Editais Fundações da IFES Pedagógico EAD
FINALÍSTICO 2. Aprovação do Curso
Coordenação do curso_Núcleo
3. Avaliação e seleção de candidatos
3.Seleção Acadêmico Especialização
4. Avaliação e seleção de bolsistas (tutores, professores e coordenadores) Pedagógico EAD
Divisão de Atendimento ao
5. Gerenciamento de matrícula de Graduação Presencial
Aluno
Pós-graduação 6. Organização e apuração de provas NACAD
Lato Sensu
Núcleo Acadêmico
7. Gerenciamento de confecção de cartão da IFES
Especialização
4.Vida Acadêmica
Núcleo Acadêmico
8. Gestão de comunicação com os polos EAD
Especialização
Núcleo Acadêmico
9. Gestão de comunicação com as tutores
Especialização
10. Avaliação de trabalho de conclusão de curso CERAM
5.Diplomação
6.Desligamento
TOTAL PÓS
PROCESSOS: 3 TOTAL: 10
LATO
136
1
DILOG – Divisão de Logística e Infraestrutura
2
DTI – Divisão de Tecnologia da Informação
143
TOTAL
ASSISTÊNCIA PROCESSOS: 2 TOTAL: 13
ESTUDANTIL