Você está na página 1de 17

Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

TEMPOS DE PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO

H oje vivemos em um tempo onde tudo que lembra Deus está sob um forte ataque: a fé, a
natureza e a família. Há um movimento orquestrado (conf. Salmos 2) para destruir a obra-prima
de Deus, que é o ser humano. Assim, precisamos tomar uma posição clara para que a nossa família
não seja engolfada nessa onda destruidora. A nossa forma de pensar, de viver tem sido afetada por
essa enxurrada de coisas que tentam destruir o homem, principalmente os valores que sustentam a
família. Lembremo-nos que famílias destruídas levarão fatalmente o homem à sua própria destruição.

Antes da nossa entrada no Reino de Deus tínhamos padrões que manifestavam a ausência
Dele em nossa vida e família. Após deixarmos para trás o império das trevas, os nossos padrões de
comportamento nos negócios, os conceitos de relacionamento familiar, a forma de encarar a Igreja e,
principalmente, o nosso comprometimento com o Senhor Jesus foram radicalmente mudados. Desde
então, os princípios da família cristã têm sido estabelecidos em nosso espírito pelo ministério do
Espírito Santo, usando a palavra de Deus.

Temos visto que muitos problemas que acontecem no casamento podem ser evitados se
forem tratados antes do mesmo. Então, chegamos em um momento em que precisamos fazer acertos
em nossas vidas, de tal forma que muitos problemas no casamento desapareçam antes de
começarem.

Um namoro equivocado fatalmente provocará problemas no casamento. Um casal que não se


respeitou, não se preservou no tempo anterior ao casamento terá sérios problemas para se respeitar
depois do mesmo. Haverá desconfianças, traumas e sombras. Por isso, o tempo de relacionamento do
futuro casal deve ser muito santo, assim como deve ser após o casamento.

Um exemplo: suponhamos que você vá comprar um bolo e o atendente coloque à sua frente
diversos tipos para você “olhar” e “escolher”. No entanto, você começa a tocar e experimentar os
mesmos até encontrar um que goste. O fato é que você só pode tocar naquele que comprou, que já
lhe pertence. Conversando com um jovem, ele me disse que a fase anterior ao casamento é
justamente para “experimentar”, e usou uma palavra muito infeliz para isso: “test-drive”. Então eu
lhe disse: “Você está com o dinheiro, vai na concessionária e escolhe o carro mais lindo. Mas o
vendedor lhe diz: eu tenho um carro mais barato, que é o do test-drive. Então, você compraria aquele
carro?” Ele respondeu: “É claro que não!”. Assim, não existe test-drive ou “experimentar antes” na
questão do relacionamento para casamento.

Alguns jovens me perguntam: “Mas o que é permitido nesse relacionamento chamado de


‘namoro’?” Minha receita é simples: “Tudo o que você puder fazer com sua mãe e com sua irmã (ou
pai e irmão), pode fazer também. Você não comprou, não é seu, ninguém lhe deu... então não

1
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

toque!” A partir do casamento, um é do outro. Já houve o contrato, as assinaturas, a aliança, um já


pertence ao outro. Mas, antes disso, não!

Dessa forma, precisamos estabelecer bases sólidas de caráter e comportamento enquanto


solteiros. É preciso que se compreenda que relacionamentos mal fundamentados trazem sequelas
para o casamento, assim como um alicerce ruim compromete todo o edifício.

O livro de Provérbios nos traz a seguinte recomendação:

“Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e depois edifica tua casa." (Pv 24:27)

Isso significa que primeiro é preciso uma fonte para sustentar a casa, antes de tê-la. Em
Cantares, a Palavra nos diz:

“Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não acordeis nem despertais o amor, até que este o queira” (Ct 2:7; 3:5;
8:4)

Essa frase se repete três vezes. O irmão Cristian Chen, mostrando um padrão de
comportamento do Senhor nas Escrituras, diz que quando Deus toca no assunto uma vez, Ele fala; na
segunda vez, Ele confirma; na terceira vez, Ele estabelece como regra de conduta para os cristãos. Ou
seja, há um tempo correto para isso acontecer. O que vemos hoje é uma erotização precoce dos
nossos jovens e isso tem minado a família e a sociedade.

Jesus nos fez uma pergunta chave para todas as nossas decisões:

"Qual dentre vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se
tem os meios para concluir? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo
acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde
acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho
sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o
outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz." (Lc 14:28-32)

O Senhor está falando sobre segurança, prevenção, prudência. A prudência é a capacidade de


ver com antecedência as consequências dos nossos atos. Se, para construir uma torre devemos nos
cercar de cuidados antecipados, o que precisamos então para construir nosso casamento? Assim,
devemos saber exatamente quais são os custos envolvidos.

Esses textos citados mostram que existe uma pré-qualificação para o casamento. Tudo tem
seu tempo de preparação. Até entre os seres irracionais há um tempo certo para acasalamento, e
esse não ocorre senão na idade e estação determinadas por Deus em sua natureza e em seus
instintos. Tudo, absolutamente TUDO, tem seu tempo estabelecido pelo Senhor dos Tempos e das
Épocas, e um homem está na vontade de Deus quando vai descobrindo esses tempos de Deus em sua
vida e se adaptando ao querer de Deus em seus dias.

Encontramos na Bíblia histórias de alguns casais no período que antecedeu seus casamentos.
Nessas histórias encontramos alguns princípios iguais, expressos tanto em suas características
próprias, como nas circunstâncias que envolveram aqueles momentos. Vejamos:

2
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Primeiro casal: Adão e Eva


Gênesis 2: (15) E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. (16) E
ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, (17) Mas da árvore
do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
(18) E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. (19)
Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão,
para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. (20) E
Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se
achava ajudadora idônea. (21) Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e
tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; (22) E da costela que o Senhor Deus tomou do
homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. (23) E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da
minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. (24) Portanto deixará o homem o seu
pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (25) E ambos estavam nus, o homem e a
sua mulher; e não se envergonhavam.”

Aqui está absolutamente claro que o primeiro objetivo da existência desse casal foi a
glorificação do Nome do Senhor através do trabalho que Adão e Eva iriam fazer, que era a
administração da obra Dele: o Jardim e toda a Terra. Ao cuidar das coisas de seu Senhor, eles
encontrariam a sua fonte de realização e satisfação.

1) V. 18 - Primeiro princípio: antes de envolvimento com pessoas, está o envolvimento com Deus.

Adão estava envolvido com o trabalho do Senhor e com o próprio Senhor. É Deus quem
constrói nosso caráter, nossa identidade. Ele primeiro nos forma para que depois possamos nos unir a
outra pessoa. Quando Paulo cita Efésios 5:31: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá
a sua mulher; e serão dois numa carne”, significa que Deus mantém a individualidade do casal para,
completos em Deus, formarem um casamento correto. Os dois são completos, apesar de continuarem
sendo seres individuais.

2) Vs. 18,19 - Segundo princípio: maturidade.

Adão cuidou dos negócios lá fora e só depois edificou sua casa (Pv 24:27, acima). Ele recebeu a
incumbência de dar nome a todos os animais, fixou a identidade de cada ser criado. Isso é trabalho
para alguém maduro. Interessante é que Deus deixou Adão chegar ao amadurecimento sem uma
companheira, ainda que Ele já sabia que não era bom que Adão estivesse só. Não parta para uma
relação se você estiver carente, incompleto, pois isso será uma carga muito pesada para a pessoa que
se casar com você. Seja completo(a), maduro(a) em Deus primeiro.

3) V. 20 - Terceiro princípio: o casamento é para satisfazer o coração de Deus, e não para que o
homem tenha uma maneira legal de satisfazer seus instintos.

Deus colocou o homem no Jardim para que esse trabalhasse para Ele e, então, lhe deu Eva
para ser sua ajudadora idônea nessa missão. Ora, se o homem não trabalhasse, para que uma
ajudante? O casamento não é um lugar de ócio, mas de trabalho para Deus.

3
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

4) V. 20 - Quarto princípio: idoneidade.

A palavra “idôneo” não está relacionada a integridade, mas a “capacitação. Isto significa
alguém que tem as qualificações necessárias para cumprir uma tarefa, e Deus capacitou Eva para isso.

5) V. 23 - Quinto princípio: identificação.

É importante que haja uma concordância entre os dois em termos de alvos, padrão de vida,
maturidade, vida com Deus, compromisso, expectativas de vida e ministério. Interessante que Deus
fez o homem com a mulher dentro dele. Depois a tirou de dentro dele e a devolveu no casamento. Na
língua hebraica a palavra para homem é “Iysh” e para mulher é “Isha”, ou seja, “meu outro eu”.

6) V. 21 - Sexto princípio: o homem não escolheu.

Deus fez cair um sono profundo sobre o homem e de seu lado tirou uma costela da qual
formou a mulher; Ele a trouxe pronta para o homem. Note que o homem não ajudou a fazê-la, mas
Deus lhe fez dormir para que ele aprendesse a descansar Nele.

O fato é que nós não sabemos escolher, principalmente os jovens. Se casarmos errado será até
o fim da vida, pois não há divórcio. Jesus disse que o divórcio foi dado por causa da dureza do coração
do homem, mas o nosso coração não é duro, pois foi renovado pelo Senhor. Então, não conte com
essa opção, pois ela não existe. Assim, é Deus quem tem de escolher por nós. A Palavra diz: “...porque
o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor
olha para o coração" (1 Samuel 16:7). Nunca teremos capacidade de fazer escolhas corretas e, por
isso, sempre precisaremos Dele para isso.

Um homem integrado nas coisas de Deus agrada o coração do Senhor e Este, então procura
uma mulher especial para dá-la de presente a esse homem que Ele deseja agradar. Meninas, sejam,
então, esse presente de Deus. E presente não se oferece - é comprado, tem valor, tem um alto preço.

7) V. 20 – Sétimo princípio: o homem é autoridade sobre a mulher (ajudadora).

O homem não é superior à mulher, não tem mais capacidade ou inteligência do que ela. Deus
disse que o homem é o cabeça da mulher pelo fato dela ter sido criada depois: “Porque primeiro foi
formado Adão, depois Eva” (1 Timóteo 2:13). A questão, então, é de autoridade funcional e não de
superioridade. O homem tem a função de conduzir, profetizar, dirigir, orientar; a mulher tem a unção
de pastorear, de cuidar da casa dando condições para chegar ao destino.

Não há “macho ou fêmea” diante do Senhor (Gálatas 3:28), mas no trabalho que
desenvolvemos na Terra é necessário ter alguém com a função de liderar e alguém com a função de
pastorear a casa para que os dois cheguem a um só lugar.

8) V. 24 – Oitavo princípio: desligamento da cultura anterior para o estabelecimento de uma nova


cultura.

4
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

O casamento é a junção de duas pessoas provenientes de culturas completamente distintas, e


esta é uma das áreas onde mais existe conflitos (além de criação de filhos, problemas no
relacionamento íntimo e finanças). Se essa questão da cultura não for muito bem trabalhada irá gerar
inúmeros problemas na relação do casal. “Deixar pai e mãe” não fala de geografia, mas de coração.
Porém, para adquirir uma nova cultura é necessário abandonar a anterior. Se não fizerem isso não
haverá unidade no casamento.

Minhas três filhas têm outras culturas. Elas criam seus filhos em cima de padrões que eu
ensinei, mas tomaram esses padrões e estabeleceram outras culturas com formas diferentes. E elas
estão certas, pois têm que criá-los da maneira como Deus instruiu a elas, e não conforme o meu jeito.

9) V. 25 - Nono princípio: clareza, transparência.

Os dois estavam nus e não se envergonhavam. Não andar em trevas, não andar às escondidas,
não tomar decisões às ocultas que não possam ser sustentadas às claras. Honestidade e sinceridade
diante do Senhor.

Segundo casal: Isaque e Rebeca

Isaque era da idade de 40 anos quando seu pai, Abraão, enviou o seu servo Eliezer para a
cidade de Naor em busca de uma esposa para o filho. A atitude de Isaque foi de total confiança na
posição do pai. O princípio de que os filhos não escolhiam é claro nessa história.

Quando Eliezer saiu em busca da esposa, ele assumiu uma posição de procurador de Isaque. A
moça que ele escolhesse seria aquela que Isaque receberia por esposa. A única ressalva colocada por
Abraão foi que a moça não deveria ser de outra nação, e sim da sua parentela. Aqui está um princípio
fundamental no Reino de Deus para o casamento: o casal tem que ter a mesma experiência de
salvação em Deus, sendo os dois, portanto, da família de Deus. Se o casamento foi instituído por Deus
para que Sua vontade possa ser estabelecida na Terra, somente duas pessoas que conhecem a Deus
podem andar nessa vontade.

Vamos analisar essa história olhando para Eliezer como se ele fosse o próprio Isaque em busca
da esposa e, assim, veremos as qualidades que haviam nele que o fizeram encontrar a esposa certa.

Eliezer: o homem da confiança plena de Abraão, em busca da esposa para o filho da promessa.

“Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o SENHOR em tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais
antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, para que eu te faça
jurar pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre
os quais habito; mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho” (Gn 24:4)

5
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

As condições desse homem:

1) V. 2 – era um mordomo fiel.

Ele tinha consciência de que era um servo de Deus e que as coisas que administrava eram do
Senhor. Era totalmente fiel na casa, a ponto de Abraão confiar plenamente nele para a escolha de
uma esposa para seu filho.

2) Vs. 6,8 – tinha compromisso com a vontade de Abraão.

O jovem deve ter compromisso com seus pais, com a igreja, com seu trabalho, pois, se não o
tiver nessa idade da vida, não terá depois. Isso deve ser ensinado a ele desde pequeno, pois, na hora
em que se apaixonar não ouvirá a mais ninguém, pois seu coração estará “congestionado”.

3) V. 12 – tinha relacionamento com Deus.

Vemos isso nas condições que ele colocou ao Senhor para reconhecer quem era a futura
esposa de Isaque, ou seja, ele falava com o Senhor e ouvia Sua voz.

4) V. 14 – tinha um abandono confiante e completo no mover de Deus

Abraão se abandonou confiado em Eliezer, este se abandonou na resposta de Deus e Isaque se


abandonou confiado em Abraão. Há, então, um descanso geral, todos confiados no Senhor.

5) V. 21 – tinha prudência diante dos sinais.

Ele diz ao Senhor exatamente as palavras que queria ouvir da moça e, quando Rebeca repete
as mesmas palavras, ele ainda se dobra diante de Deus e pede confirmação.

6) V. 22 – estabeleceu uma proposta de compromisso

Sua proposta não era meramente para conhecimento, mas para um compromisso. Isso é algo
que o mundo hoje definitivamente não quer. Por isso existe a questão do “ficar”, que nada mais é do
que um “experimentar sem o desejo de comprar”.

7) Vs. 26,27 – tinha um coração grato a Deus

Ao entender que Rebeca era aquela que Deus estava dando a Isaque seu coração se encheu de
gratidão, pois soube que foi Deus quem fizera aquilo.

8) Vs. 33,56 – era compenetrado de sua missão

estava muito certo de sua missão, da responsabilidade que pesava sobre si. Aplicou seu coração nisso
e se responsabilizou pelo sucesso da missão recebida.

9) V. 53 – pagou o preço da moça

Ele levou prata, ouro, joias etc. e pagou o preço devido por Rebeca.

6
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

10) V. 65 – tinha consciência de que a moça não era sua.

Quando voltou para casa, ao encontrar Isaque, entregou a moça a ele reconhecendo que ela
não lhe pertencia e, sim, ao seu senhor. As pessoas não são nossas, pois nem nós somos nossos, mas
de Deus. Por isso não somos proprietários, mas propriedades do Senhor. Então eu não posso
dominar, controlar marido, esposa, filhos e nem posso ser controlado por eles. Sendo todos do
Senhor, servimos uns aos outros.

Rebeca: a mulher escolhida.

Alguns sinais que mostram que ela era uma moça escolhida:

1) V. 11 – era responsável no trabalho de casa

2) V. 16 – era formosa (simpática, agradável) e virgem

Não era volúvel, de relacionamentos superficiais. Guardou-se para a pessoa certa.

3) V. 18-20 – tinha um coração de serva e prontidão no servir

Considerando que: (a) um camelo bebe aproximadamente 40 litros de água; (b) Eliezer tinha
pelo menos três camelos, totalizando 120 litros cada; (c) ela teria que abaixar seu cântaro e retirar
toda essa quantidade de água manualmente, concluímos que ela não era uma moça preguiçosa. A
lição é: não se case com um(a) jovem preguiçoso(a). A preguiça é uma das coisas que mais atrapalham
nossa vida espiritual, pois nos impede de orar mais, de estudar mais a Bíblia, de servir mais as
pessoas, de visitar mais, de se comprometer mais etc.

4) V. 19 – tinha um coração guiado por Deus.

Ele precisava ser guiada por Deus para falar exatamente as palavras que Eliezer havia pedido a
Deus e, por isso, precisava ouvir ao Senhor.

5) V. 25 – era hospitaleira

Tinha consciência que sua casa era para hospedar pessoas, para servir ao Senhor.

6) V. 28 – tinha bom relacionamento com sua família, de forma que se abriu para contar o ocorrido.

Labão ouviu a Rebeca, algo que não era costume daquela cultura. Entretanto, ela tinha uma
atitude que criou em sua família um respeito por ela.

7) V. 58 – tinha consciência e determinação na vontade de Deus.

8) V. 67 – consolou o seu marido e tomou o lugar da mãe.

7
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Pontos salientes dessa história:

1) V. 2 - Foi uma iniciativa de Abraão

2) Vs. 3, 37, 38 - Rebeca era uma mulher escolhida de um povo específico (conf. Nee 10:30 e 13:23-
26). Nascida de novo, comprometida com Deus e com a mesma experiência espiritual de Isaque.

3) Vs. 7, 13 – em todos eles havia uma confiança na provisão de Deus.

4) V. 18 - Rebeca guardou-se pura.

5) V. 18 – ela era sensível às necessidades dos outros.

6) Vs. 18, 20 – era prestativa, esforçada e diligente.

7) V. 25 – era hospitaleira.

8) V. 28 – era comunicativa.

Outras lições deste texto:

1) O lugar onde Isaque ia meditar é bem sugestivo. Um poço que tinha o nome de Beer-Laai-Roi, que
significa o “Poço que Vive” (vs. 62,63). Nesse “poço” deve meditar todo jovem que espera sua esposa
aparecer.

2) Perto desse poço eles se encontraram e Rebeca reconheceu Isaque como seu senhor, submetendo-
se à sua autoridade, cobrindo-se com o véu. Só o seu senhor poderia descobri-la (vs. 64, 65).

3) O lugar onde Isaque foi morar: junto ao “Poço que Vive” (25:11)

Terceiro casal: Jacó e Raquel

Características de Jacó Características de Raquel


29:7; 30:20 – Pastor 29:6 - Pastora
29:20; 27:35 - Tenacidade e determinação Formosa de porte, semblante simpático,
simpática, agradável
25:31; 28:20,21 - Clareza de objetivos 29:12 - Comunicação com a família
25:27 – Pacato, submisso a Labão e à sua mãe Submissa, mesmo quando Labão entregou Lia
para seu amado
Trabalhador 29:6 – Trabalhadora
Maduro - Foi amadurecido nas provas Responsável

8
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

29:20 - Pagou o preço da moça


29:20,27 - Sabia esperar
Todas essas características devemos ter em nossas vidas e naqueles que se preparam para o
casamento.

Alguns fatos salientes da história

1) V. 11 - Jacó viu a moça e se identificou como familiar.

Somos filhos de Deus e, antes de qualquer coisa, precisamos nos identificar com o Pai. Quando
não estabelecemos isso logo, corremos o risco que o relacionamento se deteriore e se transforme em
algo que Deus não aprova. O que estabelece nosso relacionamento é a nossa vinculação com o
Senhor. Isso se torna um freio, uma vigilância, uma proteção para nós – saber de quem somos família.

2) V. 18 – ele conversou com o pai da moça.

3) Ele trabalhou para pagar o preço, mostrando que Raquel era preciosa e valia os 14 anos de
trabalho.

4) Ele conhecia a moça como filha na casa, como pastora, como prima, mas não tinha qualquer tipo
de intimidade, a ponto de ser enganado no dia do matrimônio.

Nos padrões de hoje, primeiro se conhece na intimidade e depois se conhece como pessoa, e
isso , sem antes de conversar com os pais.

Quarto casal: José e Maria

Características de José

1) Era um homem justo (Mateus 1:19).

2) Sabia honrar Maria, a ponto de perder sua fama para deixá-la em paz diante da sociedade.

3) Estava disposto a perder a mulher amada para que ela não fosse difamada.

Ele assumiu a culpa para que ela fosse poupada – o nome disso é amor. O amor respeita e
honra o outro e não exige “provas” disso antes do casamento.

4) Era um homem que ouvia a Deus, era obediente (Mt 1:20; 2:13; 2:19,22).

9
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Ele foi obediente numa situação complicada, vendo sua esposa grávida e não se importando
com o que as pessoas falavam, mas com o que Deus falava. Preocupe-se com o que Deus pensa
acerca do que você faz e não com aquilo que as pessoas possam dizer.

5) Era temente a Deus.

6) Tinha uma profissão com a qual sustentava a sua casa.

Características de Maria

1) Era temente a Deus.

2) Tinha relacionamento com o Senhor.

3) Guardava a Palavra de Deus em seu coração.

4) Era disposta à vontade de Deus (Lc 1:38).

Primeiro a vontade de Deus, depois o que José e os outros iriam pensar. Ela estava disposta a
pagar o preço de aparecer grávida diante da sociedade.

5) Tinha um bom relacionamento com a família (vs. 39,40).

Mesmo grávida, foi ajudar Isabel e sua família.

6) Era uma mulher de adoração (vs. 46,55)

Lições que podemos tirar destes quatro casos:

1) Maturidade - todos passaram por um período de crescimento psicológico, emocional e físico;

Pais, não cedam às pressões de seus filhos, pois eles precisam amadurecer para o tempo certo
de suas vidas.

2) Tinham consciência de um plano de Deus em suas vidas e puderam cooperar com esse plano;

3) Tinham a necessidade de casar, mas não se deixaram dominar por essa necessidade; não se
casaram por carência;

4) Deixaram Deus escolher; descansaram no mover de Deus; souberam esperar o tempo certo;

5) Não se casaram com pessoas de fora da família de Deus;

Por que isso? Ora, se o homem foi feito para servir a Deus e se o casamento é para ajudá-lo
nesse objetivo, sua mulher tem que ser alguém que vai ajudá-lo a cumprir essa missão. Se a moça não
tem a compreensão desse ministério, serviço ou chamamento ela não terá como ajudá-lo.

10
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Outro fato é que somos constituídos de espírito, alma e corpo. Quando nos entregamos a
Cristo, o espírito que estava morto é vivificado pelo Espírito Santo e passamos a ser seres completos.
Quando um casal cujo espírito foi vivificado pelo Senhor, cuja alma está debaixo do controle de Deus
e cujo corpo é santificado ao Senhor se junta, esse casamento será completo. Entretanto, quando o
homem ou a mulher se casa com alguém que não tem seu espírito vivificado, como será a ligação
dessas três partes? Assim, os dois precisam ser seres inteiramente vivos para que o casamento seja
completo.

Não é uma questão de que “a igreja proíbe”, mas, sim, de que ela ensina qual é o padrão do
Senhor. É uma questão de lógica: eu não posso me relacionar com alguém que não nasceu de novo,
porque essa pessoa não me ajudará na minha vida com Deus e no meu ministério.

6) A moça não tinha a iniciativa;

7) A questão de submissão e autoridade estava bem clara para os dois, dentro de suas casas;

8) Tinham um bom relacionamento com seus parentes (devemos lembrar que nos casamos também
com a família do outro(a).

Diante disso tudo, a nossa posição deve ser a mesma de Maria: “Aqui está a tua serva, Senhor;
que se cumpra em mim conforme a Tua Palavra “ (Lc 1:38)

Nos quatro exemplos de casais estudados, tiramos algumas lições preciosas:

1) Antes de assumir qualquer compromisso com uma moça, o rapaz precisa ter maturidade em três
áreas básicas:

a) Física e moral - Uma pessoa em formação não pode ter uma responsabilidade tal como um
casamento.

b) Profissional - Dentro da cultura moderna, cabe à mulher ter um trabalho fora de casa, mas o
desejável é que o rapaz tenha condições de suprir as necessidades de sua família para que a esposa
seja uma boa dona de casa (Tt 2:3-5)

c) Espiritual - O Senhor criou o homem para Sua Glória a fim de cumprir o Seu propósito, e a
mulher para ser sua ajudadora idônea. É importante, pois, que o homem conheça sua
responsabilidade, seu papel na igreja, para que a mulher possa ser a auxiliadora dessa obra espiritual.

11
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

2) É fundamental que a iniciativa de falar com a escolhida esteja sob a orientação dos pais e pastores.
Significa que não é aconselhável um rapaz expressar seus sentimentos a uma moça sem antes estar
orando e se aconselhando com aqueles que são responsáveis por sua vida e que velam por sua alma,
que são, antes de tudo, seus pais. Vale ressaltar que os pais devem ser ovelhas sob pastoreamento
para que os filhos sejam abençoados pela unidade entre a família e a igreja.

Um casamento, segundo a história, era definido pela (a) bênção dos pais, (b) o acordo dos
jovens e (c) a relação sexual. Nos tempos modernos os jovens SE casam e SE dão em casamento,
como nos dias de Noé. Os pais não se envolvem e a atração física (sem falar da relação sexual) é o
determinante para o início do relacionamento. Isso sem que os pais orem e busquem ao Senhor para
juntos entenderem o querer de Deus. No Reino de Deus os relacionamentos devem ser pautados em
alianças.

3) Não há base bíblica para um casamento fora do corpo de Cristo. Isto seria um casamento misto, o
que trouxe no passado muitos problemas para a vida do povo de Deus (Nee 13:23-28; 1 Co 7
especialmente versículo 39: “...somente no Senhor”).

A igreja não pode pedir que o Senhor abençoe uma união que Ele de antemão desaprova. O
casamento foi instituído para que o Senhor fosse servido e glorificado. Quando Ele criou o homem, o
colocou no jardim para que cuidasse do mesmo. Mas, antes que o homem percebesse, o Senhor disse
que não era bom que ele estivesse só e, então, criou para ele uma ajudadora idônea. Isso nos fala que
a mulher foi criada para ajudar o homem a servir a Deus.

Nesse ponto podemos perguntar: como alguém que não conhece ao Senhor pode serví-Lo ou
ajudar alguém a serví-Lo? O homem é alma vivente, que tem um espirito (a sua interface com Deus) e
um corpo (a sua interface com o mundo). Se o homem ou a mulher não são nascidos de novo, o
espirito está morto. Se há um casamento e uma das partes tem o espírito morto, esse casamento é
incompleto na sua realização e no seu alvo de servir ao Senhor.

Lembrando que, se as suas orações não podem ser interrompidas pois são coherdeiros da
mesma graça de Deus, como pode alguém se casar sabendo de antemão que não terá um parceiro(a)
de oração, de adoração e de ministério?

4) Não é recomendável que tempo entre o compromisso e o casamento seja longo, pois atrapalharia a
vida dos dois em relação a outros compromissos e os exporia a tentações sem necessidade. É sensato
que, ao chegar diante dos pais da moça, o pretendente tenha condições de apresentar uma proposta
condizente e com o tempo do casamento já em sua mente. Isto significa que ele deve ter condições
de arcar com a responsabilidade de suprir as necessidades básicas de uma família, tais como moradia,
alimentação, vestuário etc.

12
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

5) É de suma importância que se compreenda a parte dos pais nesse momento e na decisão do
relacionamento para o casamento. O conceito de Igreja na Casa deve privilegiar o ensino sobre a
formação de novas casas, para que os próximos casamentos sejam a multiplicação de mais casas que
sirvam ao Senhor e manifestem a glória de Deus no lugar onde a nova família for estabelecida.

Os pastores devem cuidar que esse ensino seja dado, antes de tudo, aos pais. Devemos
compreender que o discipulador ou o presbítero não substitui os pais. A preparação para o
casamento começa ainda na infância dos filhos, pelo exemplo dos pais e pela transmissão de
princípios. Portanto, os pais devem ser preparados para ensinar, preparar e ajudar os filhos a discernir
a vontade de Deus. Não é uma questão de impor a eles algum mandamento sobre com quem devem
se casar, mas, junto com eles, buscar a mente de Deus sobre a pessoa certa. Devemos lembrar que
são os pais quem dão os filhos em casamento, e não os pastores.

No ensino aos pais deve estar claro que eles são os responsáveis pela decisão que tomarem
junto com seus filhos, e que também devem ensinar essa mesma responsabilidade aos mesmos em
caso de não estarem de acordo em qualquer aspecto. No caso de pais incrédulos, os pastores têm sua
responsabilidade aumentada e devem ter o cuidado de se envolverem ao máximo possível com esses
pais no sentido de ajudá-los a criar seus filhos.

Resumindo, esses pontos significam que nenhum moço deveria propor a uma irmã um
relacionamento que não seja para casamento sem ter condições de sustentá-la, sem ter vida moral
correta, sem ter envolvimento com a igreja de Deus, sem acompanhamento de seus pais e pastores e
sem antes falar com os pais da pretendida. Acima de tudo, ele deve entender que o casamento é para
servir a Deus antes de qualquer outro objetivo.

A moça precisa ser uma serva do Senhor e deve guardar em sua mente que a boa esposa é um
presente de Deus para aquele que é servo do Senhor. Um presente não se oferece, mas é comprado
por alguém para ser dado a uma pessoa querida. Ela deve compreender que, no casamento, ela passa
a ter como cabeça o seu marido. Assim, o homem que vai guiá-la precisa ter um coração
comprometido com o Senhor.

Conclusão

A salvação e depois o casamento são as duas coisas mais importantes na vida do ser humano.
Então, não podemos brincar com essas coisas. Que Deus nos ajude a fazermos as coisas do jeito Dele,
e não do nosso jeito. Amém!

13
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

TESTEMUNHO – ANNE KARINE E JACKSON

Jackson:

Nossa experiência foi todo um processo, não foi algo rápido. Comecei a observar a Kaká em
nossa viagem para Moçambique, mas demorou quase dois anos para começarmos a conversar sobre
nós. Depois de um ano dessa viagem, fomos para Piancó (PB) e eu continuava a observando como ela
era com as pessoas, com os pais dela e com Deus, pois isso é o mais importante.

Sempre fomos bem instruídos a ver, durante o relacionamento, se a outra pessoa nos leva
para mais perto do Senhor ou não. Então fui observando isso, vendo o compromisso dela com Deus e
por isso foi um processo demorado.

Quando chegamos da viagem em Piancó, conversei com o Pr. Tony e lhe disse que ela era a
mulher com quem eu queria me casar. Ele me disse para orarmos sobre isso e, depois de um tempo,
comecei a ser discipulado por Derik, que se propôs a orar comigo. Fomos buscando isso passo e passo
e ele teve muita sabedoria, sempre me perguntando o que eu achava disso, daquilo etc.

Essa foi uma fase muito importante para mim, todo esse processo de buscar ao Senhor em
oração e me preparando. Eu ficava pensando em como seria nossa vida, ela cursando Faculdade etc.
Mas isso tudo foi acontecendo bem devagar e em todo tempo eu estava orando, buscando
confirmações de Deus, observando qual era o chamado dela, se completava com o meu etc., e vi que
éramos bem parecidos quanto a isso, pois ela havia sido chamada para estar com pessoas e eu
também.

As coisas estavam fluindo. É lógico que quando chegava alguém perto dela eu ficava pensando:
“Preciso fazer alguma coisa!” Mas Deus foi direcionando todas as coisas e a pessoa do Derik foi muito
importante nisso tudo. Creio que precisamos contar com outras pessoas, com nossos pais, com
aqueles que nos acompanham, pois é necessário termos pessoas buscando a Deus conosco e
confirmando o que fazemos. Talvez se eu tivesse deixado por minha conta já teria chegado logo e
estragado toda uma história que deveria ser construída; por isso eu digo que foi todo um processo.

Passou essa fase, recebi um “sinal verde” e fui conversar com o pai dela (João). Então ele me
deu algumas orientações e eu comecei a obedecer, a me colocar debaixo da autoridade dele também.
Dias depois, na casa do Derik, finalmente conversei com a Kaká sobre nós e foi uma alegria muito
grande. Aí, então, as pessoas comentavam: “Eu já sabia!” e queriam “nos casar logo”, mas eu sabia
que tínhamos de tomar cuidado, porque essa fase é muito importante e, se deixarmos, as pessoas
acabam inflamando antecipadamente nosso coração e podem nos atrapalhar. Assim, mantivemos isso
em segredo até o dia em que anunciamos a todos.

14
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Depois disso começou a fase de confirmação. Eu já tinha essa confirmação, mas a Kaká ainda
não, e ela sempre buscava a Deus por isso. Interessante é que quando eu me decidi por ela, Deus me
deu uma palavra, um texto que eu li, que eu entendi que confirmava nosso relacionamento.

Quando eu fui para as Ilhas Canárias no casamento do Bill e fiquei lá por alguns dias, esse foi o
tempo em que ela ficou sem mim para poder pensar melhor e buscar mais a Deus sobre isso e, então,
o Senhor confirmou para ela também. Assim, a partir desse momento, as coisas começaram a fluir.
Deus trouxe paz aos nossos corações, começamos a conversar, estudar datas para o casamento etc.

Então, eu diria que a questão da confirmação foi muito importante, pois senão, com o tempo a
dúvida sobre se ela era ou não a pessoa certa poderia entrar em meu coração. Mas Deus me
confirmou claramente isso antes. Eu sempre a considerei minha melhor opção e hoje posso dizer que
ela é um presente de Deus para mim, e agora vamos nos casar.

Anne Karine:

Ele deu uma boa resumida em nossa história, mas o que mais me marcou e que estou levando
disso tudo para minha vida é o “ouvir a voz do Senhor”. Ele fala conosco pessoalmente e fala através
de pessoas. Ele trouxe paz ao coração da minha família, trouxe paz até ao coração da minha avó, que
mal conhecia o Jackson, e ela me deu palavras do Senhor confirmando que era ele.

Então, eu acredito muito na necessidade de confirmação do Senhor, não só para nós, pois às
vezes estamos apaixonados e interpretamos coisas que não são, mas também através de outras
pessoas. É muito importante ter pessoas ao nosso redor que possam nos cobrir, nos guiar, nos
direcionar e nos auxiliar nesse processo.

Assim, um conselho que dou a todos os jovens é: contem com a igreja, ouçam seus pais,
ouçam a igreja. Isso nos guarda de muitos problemas.

Jackson:

Quando confirmamos que era de Deus as coisas fluíram muito rápido. Todo esse processo foi
muito bom, pois se não tivéssemos esperado e caminhado passo a passo talvez tivéssemos atropelado
muitas coisas. Assim, a parte de conquistá-la e de esperar em Deus foi muito importante e continuará
sendo para o resto de nossas vidas, pois foi algo que fomos construindo.

15
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

TESTEMUNHO – YOLANDA E ALEX

Alex:

Creio que o mais importante em nossa experiência foi a amizade que desenvolvemos antes do
relacionamento. Tanto eu como a Yolanda já tínhamos um relacionamento com Cristo e estávamos
buscando a Ele diariamente, mas a nossa amizade prévia foi muito importante, pois fez com que eu a
conhecesse normalmente no seu dia a dia, visse as suas características, sua relação com a família etc.

Outro fator importante foi perceber a questão da missão. Minha convicção veio quando
percebi que as coisas que ela tinha ouvido de Deus acerca da sua missão tinha tudo a ver também
com a minha. Isso foi crucial em minha decisão e foi quando eu falei com Deus sobre ela, pois percebi
que estava tudo muito claro. Às vezes até estranhamos quando tudo é muito óbvio, pois nem sempre
é assim, mas entendo que foi uma decisão minha. Não foi algo místico, não veio nenhum “anjo” me
falar, mas foi uma convicção, uma clareza pessoal ao perceber que a nossa missão era a mesma e que
ela tinha todas as características que eu desejava em uma esposa. Então decidi ir em frente e tomar
os próximos passos.

Mais um fator de suma importância foi a cobertura da igreja. Conversei com ela, com os pais
dela e com os meus pais, mas tivemos pessoas mais próximas na igreja que nos aconselharam, oraram
conosco, deram palavras etc. Isso é muito importante, pois a Palavra de Deus traz fé, encorajamento
e segurança. Isso fortaleceu muito a nossa caminhada – não só essas palavras dos irmãos, mas
também nós buscando sempre ao Senhor. Mesmo na correria, morando em cidades diferentes, nos
poucos tempos que tínhamos juntos sempre orávamos ao Senhor para ouvir Dele e compartilhar o
que Ele nos falava. Fazíamos isso até por telefone, pois às vezes, devido à nossa rotina, era o único
meio de comunicação que tínhamos. Esse tempo que gastamos com Deus foi muito importante para
nossa relação.

Durante nosso tempo de relacionamento pré-casamento, o fato de nos guardarmos também


foi muito valioso. Conversávamos sobre esse assunto, sobre os desejos que tínhamos de estar juntos,
e o Curso de Noivos que fizemos nos ajudou muito a entender sobre os limites que deveríamos ter e
que julgamos ser necessário respeitar. É claro que tínhamos desejos, afinal, estávamos prestes a
casar, um achando o outro bonito, querendo estar juntos. Mas o Curso nos ajudou a conversar e
entender sobre manter limites claros. Muitas vezes existe aquela situação implícita – queremos nos
beijar, nos tocar etc., mas, quando trazemos à luz o que está no coração de cada um, não geramos
frustrações, moldamos as expectativas um do outro e tudo fica muito claro. Não fica aquela questão
de “um quer uma coisa” e “outro quer outra coisa”. Assim, o fato de conversarmos e termos
transparência nesse assunto foi muito importante para nós.

16
Tempos de preparação para o Casamento (Jamê Nobre) Jundiaí, 25 / 10 / 2015

Separar tempo para Deus sempre foi importante para nós. Desde o dia em que conversei com
os pais dela, nos dedicamos a separar tempo em orações e jejuns, colocando diante de Deus todas as
conversas que teríamos. Também nos dedicamos a conversar sobre assuntos diversos, como, por
exemplo, finanças. Fazíamos planejamentos de como viabilizar os recursos que tínhamos para não ter
de começar o projeto de casamento e parar no meio. Nem que fosse necessário adiar, achar outra
data, mas era de fundamental importância conversarmos essas coisas.

Finalmente, outra coisa que acho muito importante é a disposição de mudar. Estamos lendo
um plano de leitura bíblica e isso provoca em nós a intenção de mudança. É necessário desejarmos
sempre mudar, progredir, crescer e não ficar parados, estagnados. Se acontecer algo de ruim no
casamento a responsabilidade é nossa, principalmente minha, como líder. Então, se queremos que o
nosso casamento cresça saudável, precisamos criar hábitos saudáveis desde o começo, que edifiquem
nossa casa e nos amadureçam com Deus, principalmente.

Yolanda:

Para mim, o mais importante foi a cobertura da igreja e dos meus pais, os exemplos de outros
casais e ver tudo na luz. Também nunca ficar sozinha, mas o máximo de tempo com outras pessoas.

Transcrição e adaptação de texto: Luiz Roberto Cascaldi (luizcascaldi@terra.com.br)

17

Você também pode gostar