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Presidente do Conselho de Administração Janguiê Diniz
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Tipos de comunicação......................................................................................................... 29
A comunicação verbal ................................................................................................... 29
A comunicação oral . ...................................................................................................... 31
A comunicação escrita................................................................................................... 31
A comunicação não verbal............................................................................................. 32
Os signos visuais.............................................................................................................. 33
Sintetizando............................................................................................................................ 36
Referências bibliográficas.................................................................................................. 38
Elaboração de respostas..................................................................................................... 42
As conversações.............................................................................................................. 43
Denotação e conotação.................................................................................................. 44
Comandos de questão e elaboração de respostas.................................................... 48
Respostas subjetivas e objetivas................................................................................... 49
Comunicação e expressão.................................................................................................. 50
Texto e textualidade......................................................................................................... 51
Tipos de discurso e o contexto...................................................................................... 52
Diversidade linguística.................................................................................................... 53
Variantes linguísticas e estilo......................................................................................... 53
Composição............................................................................................................................ 54
Planejamento e organização de textos........................................................................ 55
Tema.................................................................................................................................... 55
Coesão textual....................................................................................................................... 56
Tipos de coesão textual................................................................................................... 58
A referência textual – relações anafóricas e catafóricas........................................ 59
Recursos da coesão textual........................................................................................... 61
Sintetizando............................................................................................................................ 64
Referências bibliográficas.................................................................................................. 66
Cara(o) aluna(o),
Esta disciplina apresenta conceitos relativos ao ato de comunicação e seus
processos, considerando a importância que têm para o ser humano e sua in-
teração social.
Dessa forma, observaremos as características específicas tanto da comunica-
ção oral como da comunicação escrita e da comunicação não verbal, estimulando
o estudo dos signos linguísticos e dos signos visuais, a fim de ampliar a competên-
cia comunicativa dos alunos por meio da observação dos elementos da comunica-
ção e das funções da linguagem, o que pode levar à produção de atos comunicati-
vos com maior eficiência, tanto no aspecto pessoal quanto no profissional.
Também é alvo de consideração a importância da leitura e da interpreta-
ção de texto, assim como a necessidade da ampliação de repertório cultural
na esfera individual. Ambos ajudam na conquista de maior autonomia quanto
ao reconhecimento de procedimentos de leitura que permitam desenvoltura
e compreensão de sentidos dos diversos tipos textuais com os quais temos
contato diariamente, além das intenções comunicativas de seus produtores.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1186750490003710
1 PROCESSOS DE
COMUNICAÇÃO
ORAL, ESCRITA, NÃO
VERBAL, LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
Tópicos de estudo
A comunicação e a sua impor- A comunicação não verbal
tância para o ser humano Os signos visuais
A linguagem
Os signos Leitura e interpretação de
Os processos de comunicação textos
Os elementos da comunicação Procedimentos de leitura
As funções da linguagem
Competência comunicativa
Os ruídos na comunicação
Tipos de comunicação
A comunicação verbal
A comunicação oral
A comunicação escrita
EXPLICANDO
A palavra comunicação, do latim communicatio, representa o ato de re-
partir, distribuir e tornar comum; de communis, público, geral, compartido
por vários. A palavra notícia, do latim notitia, significa informação, conhe-
cimento; tornar conhecido, de notus, ser conhecido famoso etc.
Alteração ou
Interesse Linguagem Comunicação não da realidade
circundante
CITANDO
Conjunto das palavras e dos métodos de combiná-las, usado e compre-
endido por uma comunidade; capacidade de expressão de ideias; meio
sistemático de expressão de ideias ou sentimentos com o uso de marcas,
sinais ou gestos convencionados; qualquer sistema de símbolos e sinais,
código; linguajar (HOUAISS, 2004, p. 458).
Progresso
Cultura
Sentido e
Linguagem comunicação
EXPLICANDO
Semiótica é a ciência que estuda a relação entre os signos, linguísticos ou
não, e seus significados, semiologia.
c – a – s – a (letras):
significante (estímulo físico)
Casa
Figura 1. Exemplo de signo linguístico. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/08/2019. (Adaptado).
Os processos de comunicação
Em nossos estudos, a língua é entendida como um sistema de comunica-
ção verbal, um idioma; um conjunto de palavras e de regras que as combinam,
usado por uma determinada comunidade linguística como principal meio de
comunicação e de expressão, falado ou escrito.
Diariamente, como usuários da língua, a usamos com diferentes fins, tentan-
do expressar nossos sentimentos, opiniões e necessidades, materiais ou não,
pois precisamos realizar diversas tarefas, como comprar e vender, discutir, argu-
mentar, veicular informações de categorias distintas. Em suma, precisamos nos
comunicar com os demais, caso contrário, nossa existência será afetada.
No entanto, acreditar que o constante uso do sistema de comunicação
verbal e o simples envio de uma mensagem resultará em uma comunicação
efetiva não correspondente à realidade, pois há elementos que precisam ser
observados para que o processo comunicativo seja eficaz e a comunicação seja
estabelecida.
Isso quer dizer que somente há a ocorrência da comunicação se uma
mensagem passada for compreendida pelo receptor; ou seja, se o fa-
lante enviar uma mensagem, mesmo que seja para outro participante da
mesma comunidade linguística. Caso o segundo não entenda o conteúdo
dessa mensagem, não ocorrerá sua assimilação e o processo comunicativo
não se efetivará.
Os elementos da comunicação
O estudioso de linguística russo Roman Jakobson (1896 – 1982) é o responsável
pela teoria que define os elementos da comunicação e sua relação nos atos discur-
sivos, ou seja, nas situações comunicativas em geral, observando as intenções dos
indivíduos envolvidos no processo; de acordo com sua teoria, utilizamos funções
específicas, conforme nossas intenções durante o ato da comunicação.
Assim, a partir dos estudos de Jakobson, temos o esquema da teoria da
comunicação, conforme mostra o Diagrama 3.
As funções da linguagem
Considerando os fatores envolvidos no ato da comunicação, ou seja, emissor,
receptor, mensagem, canal, referente e código, e as intenções do emissor da men-
sagem, predominam um ou mais desses fatores, estabelecendo-se o uso das fun-
ções da linguagem. Ainda, é importante ressaltar, conforme afirma Jakobson:
[...] embora distingamos seis aspectos básicos da linguagem, di-
ficilmente lograríamos, contudo, encontrar mensagens verbais
que preenchessem uma única função. A diversidade reside não
no monopólio de alguma dessas diversas funções, mas numa
diferente ordem hierárquica de funções. A estrutura verbal de
uma mensagem depende basicamente da função predominante
( JAKOBSON, 2010, p. 157).
Sendo assim, iniciando o estudo das funções da linguagem, é preciso evi-
denciar que elas devem ser observadas como de predominância, uma não ex-
cluindo outra. Inicialmente, observamos que prevalece determinada função a
partir da ênfase dada ao elemento da comunicação, a saber:
• Quando a ênfase é encontrada no emissor, temos a função emotiva (ou
expressiva). Ela ocorre quando o fator mais importante é o próprio remetente
ASSISTA
Antônio Abujamra interpreta um trecho deste poema neste
vídeo, cujo arquivo original pertence ao programa Provo-
cações. Assista-o para entender melhor as entonações
usadas quando uma mensagem tem função emotiva.
Competência comunicativa
Competência comunicativa é a capacidade do integrante de uma comunidade
linguística de fazer uso da linguagem com propriedade, ou seja, com o conhecimen-
to, conseguindo se apropriar dos seus mecanismos em favor de seu ato comunica-
tivo e adaptando-o às diferentes situações vivenciadas para atingir seus objetivos.
Em linhas gerais, essa competência diz respeito à capacidade do usuário da
língua conseguir não apenas produzir textos adequados às situações específicas,
mas também à capacidade de compreender outros textos produzidos, conseguin-
do dominar e utilizar os mecanismos da língua em situações reais de comunicação.
Dentre as necessidades existentes para o desenvolvimento da competência
comunicativa está a capacidade de fazer uso do código estabelecido e a capacida-
de de sua descodificação.
Segundo Chalhub (1998, p. 11-12):
[...] código é a organização dos elementos que compõem um con-
junto com regras de permissão e de proibição que determinam
o modo de ocorrência da combinação desses sinais físicos. Por
exemplo, convencionou-se que no código da língua portuguesa
não é possível começar palavras com três consoantes, já no in-
glês essa regra não existe: through. É claro que a mensagem re-
quer um contexto para se referir, um referente, um “sobre o que
fala”, o assunto em torno do qual a mensagem está organizada.
Observa-se que o código é o resultado de “uma convenção, uma norma, um
consenso segundo o qual se controla a relação entre significante e significado. De-
Os ruídos na comunicação
A comunicação adequada é aquela que se concretiza sem que ocorram
mal-entendidos, atingindo objetivos definidos pelos interlocutores, ou seja, o
emissor e o receptor da mensagem, portanto, “[...] é bidimensional. Para que
ela ocorra, é necessário que haja resposta e validação das mensagens ocorri-
das” (SILVA, 2002, p. 18), isso quer dizer que é preciso que emissor e receptor se
entendam efetivamente.
No entanto, a comunicação adequada encontra dificuldades em muitos mo-
mentos, pois dentro do seu processo muitos estímulos são realizados, contan-
do com o conjunto de ideias, valores e experiências individuais, muitas vezes os
sinais são lidos não só de modo denotativo, mas também conotativo.
Lembrando que o uso da linguagem denotativa dirige o sujeito do ato co-
municativo para a realidade, já o uso da linguagem conotativa leva-o a outras
interpretações, o que pode causar interferências quanto à decodificação.
Além disso, ocorrem também as chamadas mensagens quentes, que são
aquelas que transmitem um grande número de informações, com um alto grau
de definição, de formalização, de rigidez e de tensão, devendo acontecer exi-
gência e esforço para sua decodificação e tornando-se pouco atraentes para os
interlocutores. Em contrapartida e temos as chamadas mensagens frias, cujas
características evidenciam-se pelo uso de uma linguagem mais objetiva e com
poucas informações, sem rigor e mais descontraída, exigindo pouco esforço de
seus destinatários para sua decodificação.
EXPLICANDO
Semântica: ramo da linguística que estuda a evolução e as alterações
sofridas pelo significado das palavras no tempo e no espaço; diz respeito
ao significado das palavras.
A comunicação verbal
A comunicação verbal é aquela que utiliza como código a língua, oralmen-
te ou por escrito, para expressar ideias e impressões, representando coisas
e seres em geral, ou seja, quando o ser humano faz uso da linguagem verbal
e de sua língua.
Entende-se por língua o sistema de representação constituído por pala-
A comunicação escrita
Como já verificamos, o uso da língua, no processo de comunicação, pode se
efetivar em enunciados falados ou escritos. Portanto, temos duas formas de inte-
ração social com o uso da linguagem verbal, baseadas na oralidade ou na escrita.
A linguagem falada é adquirida naturalmente, o significante (representa-
ção material do signo) é sonoro, apresentado pelo conjunto de sons que cha-
mamos de fonemas – fonema é a menor unidade sonora de uma língua, com
valor distintivo.
Na escrita, o significante é gráfico, pois usamos conjuntos de letras, ou
seja, representações gráficas dos sons da língua. Assim, a modalidade escrita
precisa ser aprendida.
Desse modo, existem particularidades que devem ser observadas durante
a produção de enunciados, ocorrendo marcas da escrita e marcas da oralida-
de que as caracterizam, tais como dependência ou não do contexto vigente,
necessidade ou não do planejamento sobre a produção da fala, predomínio
Figura 4. Texto de linguagem mista (verbal e não verbal). Fonte: Cultura Mix, [s.d.]. Acesso em: 11/08/2019.
Os signos visuais
Os signos visuais são componentes básicos dos códigos, que possibili-
tam a expressão de uma ideia em substituição a determinados objetos.
Um condutor de veículo e um pedestre entendem que um sinal ver-
melho significa que devem parar sua ação e que um sinal verde indica
que podem prosseguir, conforme se convencionou. Assim, sinal ver-
melho ou sinal verde são signos visuais.
Além disso, é importante destacar que o signo visual pode assumir diferentes
representações, tais como:
• Icone – signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o objeto
a que se refere, como a planta de uma casa, um diagrama;
• Índice – signo que mantém uma relação natural causal ou de contiguidade
física com o objeto a que se refere, como fumaça, que indica fogo, uma pegada,
que indica a passagem de alguém;
• Símbolo – signo que se fundamenta numa convenção social e que, por isso,
mantém uma relação convencional com o objeto a que se refere, ocorrendo a ar-
bitrariedade com o signo linguístico, como a pomba branca, que representa a paz,
a auréola, representação de santidade, de inocência.
Procedimentos de leitura
A leitura está presente em nossas vidas, pois encontramos constantemente
ao nosso redor textos de diversos gêneros, como cartazes, outdoors, notícias em
jornais, revistas e meios eletrônicos, e-mails, rótulos de produtos, propagandas,
dentre outros exemplos.
Alguns desses textos exigem que confrontemos o conjunto de informações
que carregam com as informações presentes em nossa realidade, comprovando
sua veracidade, como notícias, artigos e outros gêneros que pertencem à esfera
jornalística; para isso, é necessário que tenhamos um repertório de conhecimen-
tos, repertório esse que precisamos enriquecer de forma constante e paulatina e
que não pode estar restrito aos bancos escolares.
Nesse sentido, é importante nossa ciência sobre alguns procedimentos de leitu-
ra a fim de que consigamos ler nas entrelinhas, ou seja, o que não está escrito ex-
plicitamente, pois frequentemente completamos as informações fornecidas pelos
textos com outras das quais dispomos em nossa bagagem de informações, realizan-
do deduções que acabam contribuindo para a construção dos sentidos dos textos.
Entre esses procedimentos, destacam o trabalho com os pressupostos, ou
seja, a percepção de uma ideia, uma circunstância, um juízo ou fato considerado
como antecedente necessário de algo que foi dito em determinado texto. Em ou-
tras palavras, o produtor do texto, ao elaborá-lo, conta com a ideia de que o leitor
carrega em si uma determinada bagagem para poder entender o que foi dito.
Em outros momentos, para a leitura, precisamos perceber aquilo que está im-
plícito, ou seja, temos que ir além do que foi dito, revelando aquilo que ficou su-
bentendido ou sugerido pelo texto, dependendo da capacidade do leitor de resga-
2 COMUNICAÇÃO
ESCRITA, EXPRESSÃO,
DIVERSIDADE
LINGUÍSTICA E
COESÃO TEXTUAL
Tópicos de estudo
Elaboração de respostas Composição
As conversações Planejamento e organização
Denotação e conotação de textos
Comandos de questão e ela- Tema
boração de respostas
Respostas subjetivas e obje- Coesão textual
tivas Tipos de coesão textual
A referência textual – relações
Comunicação e expressão anafóricas e catafóricas
Texto e textualidade Recursos da coesão textual
Tipos de discurso e o contexto
Níveis de linguagem
Diversidade linguística
Variantes linguísticas e estilo
CITANDO
Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunican-
do, e sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais
etc. Além disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorren-
do. Tanto é que sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem.
Sabemos que tanto os produtores de mensagens quanto os destinatários
são, na verdade, intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que
realmente só ocorre quando se dá a troca entre eles, quando interagem
efetivamente ao ato de comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47).
As conversações
As conversas costumam ter características mais ou menos informais, envol-
vendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de trabalho,
nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação escolar
ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas formas bá-
sicas de comunicação.
Especificamente, as conversações envolvem acordos e negociações para as
Denotação e conotação
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indi-
víduo não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um
“contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão.
Apesar disso, ele também afirma que a fala é sempre individual e que a língua
é necessária para que a fala produza seus efeitos.
A utilização da fala e da linguagem dependem das competências comunicativas
dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados (emissor/falante)
ou atribuindo-lhes significados (receptor/ouvinte ou leitor). Além disso, a ideologia
e a cultura dos interlocutores também se evidenciam na formulação e na leitura
que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo as influências de aspecto psi-
cológico dos indivíduos no momento exato do ato comunicativo, tais como humor
e capacidade de tolerância, que podem interferir tanto na enunciação quanto na
interpretação, além da formulação dos enunciados, de modo que permitam ao
interlocutor o reconhecimento de suas formas (TERRA; NICOLA, 2008).
Sentido Sentido
Denotação Conotação figurado
literal
Falante: competência
comunicativa, ideologia,
cultura, aspecto psicológico,
uso da língua – denotação ou
conotação
Interlocutor: competência
linguística, ideologia,
Intenção e contexto
cultura, aspecto
psicológico, repertório
Referente, mensagem,
código, canal
EXPLICANDO
O conceito de verossimilhança prende-se à característica do que é veros-
símil, ou seja, que aparenta ser ou é considerado verdadeiro.
Comunicação e expressão
Comunicar é partilhar informações, pensamentos, sentimentos e opiniões,
tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo.
Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita
por gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações, con-
siderando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e pela
escrita (BERLO, 2003).
Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 16/08/2019.
Texto e textualidade
Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de in-
teração marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases não
podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado juntas. Só
podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes estiverem ligadas e
organizadas de tal modo que apresentem sentido.
Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade lin-
guística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa comunidade, ou
seja, partilhamos uma mesma língua e apagar seus códigos de expres-
são, fazendo uso deles para nossas atividades de interação.
A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja,
um vocabulário, que é usado de acordo com um conjun-
to de regras que chamamos de gramática. O uso da lín-
gua deve obedecer, também, regras de textualização, ou
seja, normas de composição de textos, e normas sociais de
atuação, na situação interativa (SARMENTO, 2012).
EXPLICANDO
Neologismo corresponde a uma palavra criada na própria língua ou adap-
tada de outra, ou a uma palavra antiga sendo utilizada com sentido novo
(MICHAELLIS, 2009).
Composição
A composição de textos depende das intenções do emissor, que faz escolhas
que precisam se adequar aos diferentes contextos e aos interlocutores envolvi-
dos ou previstos, e dos objetivos que pretende alcançar com sua produção.
De modo geral, nossas enunciações têm o objetivo de narrar fatos, realizar
descrições, argumentar em favor de nossas opiniões, ou dissertar, quando ex-
planamos nossas ideias e interpretações.
A partir da determinação dos objetivos de nossos enunciados, buscamos es-
quemas de produções textuais que as caracterizam e definimos as funções que
pretendemos com elas, considerando funções estéticas ou funções utilitárias.
A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de
significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a
conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significa-
tiva e diferente da usual, tentando impressionar nossos
interlocutores.
A função utilitária está presente em textos cujo
maior significado encontra-se no que é dito, utilizan-
do a função referencial e a denotação, quando bus-
camos a exatidão e as palavras designam os elementos
aos quais tradicionalmente estão associadas.
Tema
O tema é o assunto que é desenvolvido no texto, seu desenvolvimento depen-
de dos conhecimentos adquiridos pelo emissor e do repertório que este adquiriu
até o momento da produção.
É certo que, dependendo da etapa de escolarização de um indivíduo, da sua
falta de contato com um ensino formal ou da sua experiência de vida, há
fatores que podem acarretar limitações quando ao desenrolar
de determinados temas e subtemas, isto é, assuntos a eles
relacionados.
Entretanto, também é certo que podemos discorrer so-
bre os mais diversos assuntos, de modo superficial ou especí-
Coesão textual
Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas
partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma sequência
lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações que auxiliam o
entendimento do texto.
A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarra-
ção entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à comuni-
cação, pois apresentam sentido para o interlocutor.
Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão tex-
tual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura provoca fal-
ta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos interlocutores
que recebem as mensagens.
Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos, re-
gências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros. O
seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe um
exemplo que demonstra falta de coesão textual:
“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito.
Fazem cinco anos que estou na seleção brasileira.
Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito
para marcar.
Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro des-
se grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa
que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país,
CITANDO
A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical
e o semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos,
observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e
coerentes dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos
linguísticos que fazem referência a um determinado campo semântico
(NICOLA; TERRA, p. 98).
O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresen-
ta quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos diversos
sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019), lembrando
que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em uma língua.
Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada
e do contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significa-
dos. Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico,
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”, “quebrar”,
“espatifar” etc. (PACHECO, 2019).
Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos
lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao con-
junto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua.
Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos, ob-
servando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de conhe-
cimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser formado por
palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”, “sindicato”, “profis-
CITANDO
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas
pelo encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semân-
tica a que damos o nome de textualidade. O encadeamento que produz a
textualidade chama-se coesão. Podemos definir coesão, mais especifica-
mente, dizendo que se trata de uma maneira de recuperar, em uma sen-
tença B, um termo presente em uma sentença A (ABREU, 2004, p. 13).
Contexto
extratextual: Anafórica -
Exofórica Endofórica
Referenciação
Contexto
textual: Catafórica -
Endofórica Endofórica
3 COERÊNCIA TEXTUAL,
RELAÇÕES COESIVAS,
PRODUÇÕES
TEXTUAIS E TIPOS DE
ARGUMENTO
Tópicos de estudo
Coerência textual Produção de gêneros textuais e
Tipos de coerência específicos contextualizados
Relação entre coerência e Tipologias textuais
coesão Gêneros textuais
A coerência e os tipos textuais
Relações coesivas e coerentes
em diferentes situações Tipos de argumentos
Buscando a coesão e a coe- Argumento por citação
rência Argumento por comprovação
Paralelismo sintático Argumento por raciocínio
Paralelismo semântico lógico
Armadilhas do texto: ambigui-
dade e redundância
EXPLICANDO
Coerência: estado ou qualidade de coerente; ligação, harmonia, conexão
ou nexo entre os fatos e as ideias (MICHAELIS, 2008, p. 192).
Tipos de coerência
Não imagine que está diante de uma batalha que não pode ser vencida; é certo
que a elaboração de textos é tarefa difícil, mas os conhecimentos sobre os usos da
língua, a leitura como um hábito e o treinamento constante da escrita, aos poucos,
levam ao sucesso de uma expressão escrita ou oral coerente e coesa.
Assim, com base nos estudos de Koch e Travaglia (2008), evidenciamos al-
guns tipos de coerência, para que fiquemos atentos em relação a alguns cuida-
dos que precisamos tomar durante a elaboração de nossos textos.
Os autores relacionam:
Coerência semântica: refere-se à relação entre os significados dos ele-
mentos das frases, colocados em sequência em um texto, ou entre os elemen-
tos do texto como um todo, isto é, uma palavra escolhida, devido ao significado
que apresenta, entra em contradição com as demais, ou seja, as palavras não
combinam, como observamos em:
“A família executou bem o problema na semana passada.”
O verbo “executou” não combina com a ideia de “problema”, então, talvez
Coesão Coesão
referencial sequencial
Por Por
substituição recorrência
Por Por
reiteração progressão
Paralelismo sintático
Na frase, o paralelismo sintático corresponde à ordenação de elementos de
natureza sintática gramatical semelhante. Em geral, somente aqueles que conhe-
cem detalhadamente as regras da gramática normativa conseguem reconhecer o
problema da coesão por falta de paralelismo sintático. Observe:
“Operários cogitam uma nova manifestação e isolar o presidente.”
A ocorrência de falta de paralelismo sintático acontece porque o ver-
bo “cogitar” apresenta dois complementos, sendo que o nú-
cleo do primeiro está representado pelo substantivo “mani-
festação”, enquanto o segundo aparece na forma da oração
reduzida de infinitivo “isolar o presidente”, ou seja, os dois
Paralelismo semântico
Já o paralelismo semântico se refere ao encadeamento de ideias comparáveis,
pertencentes ao mesmo plano de significado. Veja:
“No próximo domingo, o Santos vai jogar contra a Espanha.”
Nesse caso, ocorre falta de paralelismo semântico, pois “Santos” é um time de
futebol, enquanto “Espanha” corresponde a uma seleção. Assim, deveríamos ter,
por exemplo:
“No próximo domingo, o Santos vai jogar contra o Barcelona.”
Tipologias textuais
Conforme as características que apresentam, como a estrutu-
ra, ou seja, sua organização como um todo, a maneira de orga-
nização das frases, os termos usados, a linguagem escolhida,
os tempos verbais explorados e o modo de interação com o
leitor, temos os diferentes tipos textuais.
Alguns deles apresentam características predominan-
tes de organização, porém aceitam a presença de outras ti-
pologias em sua constituição, como em um conto, que é predominantemente
narrativo, mas pode apresentar trechos descritivos.
Para maior clareza, tomamos como base a organização apresentada no Qua-
dro 2.
Características das
Objetivo e temática Marcas linguísticas
tipologias
Tipologias textuais e
sequências textuais
Injunção: sequência
Descrição: sequência Exposição: sequência
injuntiva ou
descritiva expositiva
instrucional
Argumentação:
Narração: sequência
sequência
narrativa
argumentativa
Gêneros textuais
Gêneros textuais são grupos de textos que apresentam características em
comum. Em nossos atos comunicativos do cotidiano ou em situações dialó-
gicas, produzimos, transmitimos e interpretamos informações sem a preocu-
pação quanto ao gênero textual que empregamos. Entretanto, escrevendo,
conforme a intenção comunicativa e a situação de interlocução, escolhemos o
emprego de algum gênero textual.
Os gêneros textuais orais costumam ter a espontaneidade como uma das ca-
racterísticas, mas também apresentam formas de organização, pois,
em conversas e entrevistas, por exemplo, ocorrem trocas de
turnos, quando cada interlocutor toma a palavra, e sobre-
posição de turnos, quando os interlocutores falam ao
mesmo tempo; aparecem marcadores conversacionais,
como expressões fáticas ou para a finalização do turno;
CURIOSIDADE
No Brasil, as cartas chegaram com os primeiros portugueses. Assim que a
esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou, o escrivão Pero Vaz de Cami-
nha enviou uma carta ao rei D. Manuel I, comunicando o descobrimento
das novas terras.
Textos Narrativos
CONTEXTUALIZANDO
Monteiro Lobato (1882 – 1948) participou ativamente da vida cultural
brasileira. Deixou uma extensa obra, composta de contos, crônicas, en-
saios, artigos e uma série de livros para crianças que o transformaram no
verdadeiro iniciador de nossa literatura infantil. Foi promotor, fazendeiro e
jornalista. Foi também um ousado editor, contribuindo muito para o de-
senvolvimento de nosso mercado editorial e para a ampliação do público
leitor (TUFANO, 2012, p. 481).
Tipos de argumentos
Durante a interação social, é comum que expressemos nossa forma de
pensar sobre um determinado assunto. Nesses momentos, argumentamos,
ou seja, expressamos um posicionamento em relação a determinado tema
e temos como objetivo principal infl uenciar nossos interlocutores, para que
cada um altere seu ponto de vista, adotando o nosso.
Para que alcancemos nossas intenções, tentando convencer o outro, não bas-
ta apresentar as ideias, elas precisam ser organizadas de modo encadeado, e é
necessário apresentar um raciocínio lógico que faça sentido para o interlocutor.
Cada receptor está mais ou menos propenso a aceitar um ou outro ar-
gumento, por isso cabe ao emissor da mensagem se preparar com vários
recursos linguísticos, pois o que convence um interlocutor pode não con-
vencer outro.
E, partindo do princípio de que todo enunciado é carregado de intencio-
nalidade, nesse caso, persuadir é evidente e, para isso, precisamos explorar
diferentes recursos persuasivos durante o ato discursivo.
Dessa forma, procure treinar no seu cotidiano o uso desses recursos de per-
suasão, mas, para isso, procure enriquecer seu repertório, pois seu interlocutor
pode apresentar argumentos que sejam mais consistentes que os seus.
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4 USO DE
VOCABULÁRIO
ADEQUADO, FERRAMENTAS
DE PRODUÇÃO DE
TEXTO, PERSUASÃO E
ARGUMENTAÇÃO
E TÓPICOS GRAMATICAIS
Tópicos de estudo
Uso de vocabulário adequado Persuasão e argumentação
Linguagem denotativa e lin- Argumentação em textos
guagem conotativa Lógica, silogismo e sofisma
Uso de sinônimos
O uso de sufixos Tópicos gramaticais
Modalizadores discursivos Acentuação gráfica
Pontuação
Ferramentas de produção de Novas regras ortográficas
textos Colocação pronominal
Resumo Novas regras ortográficas
Resenha Mudanças nas regras de
Relatório acentuação
Dissertação Uso do hífen
EXPLICANDO
Também conhecido como emoticon, os emojis se tornaram cada vez mais
populares com o avanço da internet e das redes sociais e já são conheci-
dos pela maioria das pessoas. Consistem em representações gráficas que
servem para completar ou até substituir as mensagens escritas, demons-
trando emoção ou dando significado a algo.
O brasileiro carrega essa dificuldade que poderia ser combatida com o há-
bito de leitura constante de todos os tipos de textos e a tentativa de diversifi-
cação do uso dos termos no dia a dia. Como isso não ocorre com a maioria da
população, o uso do léxico, que é o conjunto de palavras da língua, é limitado
às conversas do cotidiano e aos termos específicos da atuação profissional.
Muitas vezes, até nas situações que exigem o registro formal da língua, são
usados termos coloquiais e o falante não consegue comunicar o que pretendia,
CITANDO
Quando um escritor seleciona o vocabulário a ser empregado em seu
texto, leva em consideração a situação geral de comunicação em que o
seu texto se insere: assim, há circunstâncias que exigem vocábulos de
conteúdo semântico geral, como ferramenta, doença, militar, morrer etc.,
enquanto outras circunstâncias podem permitir um vocábulo de conteúdo
mais específico, como martelo, osteoporose, coronel, parecer etc. Nos
textos infantis, por exemplo, predominam os vocábulos gerais, enquanto
nos textos especializados, dominam os específicos. O importante é verifi-
car se a seleção do vocábulo foi adequada, pois, a priori, nenhum vocábu-
lo é melhor do que o outro (CARNEIRO, 1998, p. 20).
Hiperônimos Hipônimos
Assim, é importante verificar que alguns termos que usamos no dia a dia
podem ser substituídos e um exercício interessante é tentar fazer essas substi-
tuições, como podemos observar no quadro a seguir, conforme Carneiro (1998).
Desse modo, com empenho e dedicação, aos poucos você ampliará seu
repertório e terá maior segurança ao expor suas ideias e argumentos.
Uso de sinônimos
Chamamos de sinônimos as palavras que estão ligadas por um sentido co-
mum, fundamental; no entanto, cada termo de uma sequência de sinônimos pos-
sui um aspecto característico, peculiar, de sentido, e isso precisa ser observado
quando elaboramos nossos textos.
O uso de sinônimos, ou seja, de sinonímia, auxilia os mecanismos de coesão
e coerência textuais. Nesse caso, trabalhamos com a coesão lexical, lembrando
que, em resumo, a coesão corresponde às ligações que fazemos entre os termos,
as orações, as frases e os parágrafos de um texto, a coerência corresponde ao seu
sentido e o léxico é o conjunto das palavras da língua.
Observe o exemplo:
O gato da vizinha é muito bonito! Eu adoro aquele felino!
Assim, ao escolhermos os termos para nossas produções, precisamos ga-
rantir também a coesão textual e a unidade de sentido do texto, o que reforça
a necessidade de ampliação nossa bagagem quanto ao conhecimento dos
significados das palavras.
Uso de sufixos
Você já deve ter percebido que temos muitas possibilidades dentro de nosso
idioma, o que nos dá a impressão de que é difícil dominar suas regras relativas à
variedade culta norma padrão.
Mas existem nuances quanto ao uso das palavras, aspectos que trazem dife-
renças interessantes. Um deles é o uso de sufixos; em especial, destacamos quan-
EXPLICANDO
Sufixo é um elemento acrescentado após o radical para produzir formas
derivadas ou flexionadas, quanto a gênero, número e grau (HOUAISS, 2004).
Modalizadores discursivos
Conforme Pacheco (2019), modalizadores discursivos são elementos responsá-
veis por evidenciar nossa opinião tanto na fala quanto na escrita, ou seja, o enun-
ciador deixa em evidência uma determinada atitude em relação ao conteúdo de
sua própria mensagem.
São denominamos de modalizadores discursivos os elementos que agem
como indicadores de argumentação, evidenciam o ponto de vista assumido pelo
falante e asseguram o modo como ele elabora o seu discurso.
Podemos destacar entre os modalizadores da língua:
• O uso de advérbios: os advérbios apresentam circunstâncias que podem ser
atribuídas aos verbos, aos adjetivos e aos próprios advérbios, trazendo ideias de
tempo, modo, lugar, afirmação, negação, concessão, matéria, instrumento, meio
e preço, mas também podem apresentar ideias que podem ser atribuídas a toda
uma oração, veja:
“Infelizmente, nem todos os corruptos são punidos por seus atos.”
Resumo
A elaboração de um resumo tem várias finalidades. Pode atender à solicitação
de um professor, por exemplo, no contexto escolar, mas pode ter como finalidade
auxiliar a compreender e fixar determinados conteúdos.
A produção de um resumo consiste em reduzir um texto, conservando suas
ideias mais importantes, eliminando aquelas que são apresentadas para reforço
ou embasamento e, ao fazer isso, conseguimos identificar o fio condutor do racio-
cínio do autor do texto original.
Leila Lauar Sarmanto (2006) sugere como etapas de elaboração de um re-
sumo:
• Leitura atenta do texto, quantas vezes forem necessárias, a fim de identificar
os itens essenciais, que podem ser destacados ou anotados em separado;
Resenha
A resenha é um gênero bastante comum, encontrado em jornais e revistas,
mas também é alvo de solicitação nos bancos de estudos. Consiste na ava-
liação de um determinado produto, obra, livro, filme ou evento artístico, por
exemplo, apresentando uma reflexão crítica sobre os pontos positivos e nega-
tivos encontrados nesse produto.
O objetivo da resenha é oferecer um parecer crítico ao leitor, com informa-
ções e opiniões que podem levá-lo ou não ao consumo do produto em foco. As
resenhas geralmente são estruturadas da forma mostrada na Tabela 1 a seguir.
Dissertação
Dissertar significa expor um assunto de modo sistemático,
abrangente e profundo, oralmente ou por escrito (HOUAISS,
2004). Já um texto dissertativo-argumentativo é aquele que
expõe ideias e tenta explicá-las da melhor forma.
Inicialmente, no texto, há o estabelecimento de uma tese, ou
seja, um ponto de vista, que é sustentada por argumentos e que remetem a uma
conclusão em concordância com a tese apresentada.
O texto dissertativo-argumentativo é encontrado em editoriais de jornais
ou revistas, em artigos de opinião, em cartas argumentativas, em seminários,
entre outros. Faz parte da rotina escolar a sua elaboração e é o mais solicitado
nos exames vestibulares. Uma possibilidade de estruturação para um texto
dissertativo-argumentativo pode ser vista na tabela seguir.
Persuasão e argumentação
Constantemente, tentamos convencer nossos interlocutores a respeito de
nossas ideias, defendendo-as, a fim de que consigamos atingir nossos objetivos.
Para isso, lançamos mão de informações que pretendem alterar os pensamen-
tos e os comportamentos daqueles que participam de nossos atos dialógicos.
Alguns interlocutores conseguem fazer bom uso da retórica, que é enten-
dida como a arte de persuadir o interlocutor com o uso da linguagem, ou seja,
por meio da língua e dos recursos que essa disponibiliza.
Quando o enunciador consegue fazer um bom uso das palavras, pode levar
alguém a se submeter às ideias que embasam seu discurso, fazendo uso de ra-
ciocínios que podem ter como apoio provas científicas ou a lógica. Nesse caso,
consegue convencer o interlocutor por meio da persuasão.
Ao ser persuadido, o interlocutor adere às ideias propostas livremente,
aceita e aprova as ideias expostas, sendo convencido e não obrigado a isso.
Para que isso ocorra, é preciso apresentar argumentos, isto é, recursos de lin-
guagem que são usados para persuadir e tornar uma proposição mais interes-
sante para o interlocutor que outra.
O que ocorre é uma espécie de batalha de ideias, vencendo aquela que pa-
recer mais atraente para o interlocutor. Mas é preciso ressaltar que alguém
pode ser convencido a fazer algo, mas isso não quer dizer que foi persuadido,
isto é, concordar não significa aderir a uma ideia com liberdade.
Uso de
Retórica Persuasão
argumentos
Argumentação em textos
A estruturação do texto baseado em argumentação depende da forma de
argumentar, costumamos dizer que o texto passa a ter um “caminho” escolhido
pelo autor para defender suas ideias. Conforme Valença (2006), uma argumen-
tação sustenta-se basicamente em:
• Uso de argumentos de valor universal – são aqueles argumentos inques-
tionáveis. Com eles, conquistamos a adesão completa do leitor são argumen-
tos fortes, relevantes e devem ser adequados à defesa de um ponto de vista;
• Uso de dados retirados da realidade – são informações exatas e de co-
nhecimento de todos, devem estar baseadas em fonte confiáveis; nesse caso,
podemos utilizar dados estatísticos, pesquisas e informações científicas;
• Uso de citações de autoridades – são declarações de pessoas que podem
falar a respeito de determinados assuntos, com conhecimento reconhecido, ou
seja, são autoridades em relação ao tema abordado. Assim, podemos fazer uso
de suas palavras, pois a voz de uma autoridade traz credibilidade à argumenta-
ção, mas é preciso lembrar que a citação deve ser acompanhada de argumen-
tação autoral, isto é, ideias do enunciador;
• Uso de exemplos e ilustrações – a exemplificação fortalece a argumen-
tação, desde que os exemplos e os fatos apresentados tenham relevância de
sejam de conhecimento geral.
É preciso ressaltar que afirmações que têm como base emoções, sentimen-
tos, preconceitos e crenças devem ser evitadas, pois apresentam um caráter
Argumentação
Tópicos gramaticais
Sem dúvida alguma, dificilmente
encontramos pessoas que não se sin-
tam incomodadas com o estudo da
gramática. Gramática e dificuldade são
termos que, constantemente, apare-
cem associados no vocabulário dos
estudantes que veem as regras da nor-
ma culta como uma imposição que não
tem qualquer relação com seus interes-
ses e muitos acabam concluindo a vida
escolar sem o domínio da leitura e da
escrita. Entretanto, é necessário fazer
uma distinção entre a gramática nor-
mativa e a gramática da língua.
Conforme as autoras Paschoalin e Spadotto (2008), a gramática estuda as
relações estabelecidas entre as palavras na oração e as relações das próprias
orações dentro de um texto.
Os autores Ernani Terra e José Di Nicola, em seu livro Práticas de linguagem,
leitura e produção de textos (2008), observam que os falantes de uma língua ad-
quirem de forma natural e, gradativamente, os conhecimentos necessários para
usar a língua de sua comunidade linguística.
Pontuação
Conforme Cereja (2013), a linguagem verbal não é constituída apenas de
palavras. Na fala, há outros elementos que participam da interação verbal e
tornam mais preciso o sentido do que falamos. É o caso, por exemplo, da en-
tonação, dos gestos, da expressão facial, da ênfase sobre algumas palavras,
do ritmo da fala, etc.
A pontuação, até certo ponto, cumpre o papel de tornar mais claro e preciso o
sentido dos textos, transpondo os recursos citados para a linguagem escrita. Os
sinais de pontuação são estes:
• Ponto (.): o ponto é empregado no final de frases declarativas.
• Ponto de interrogação (?): É empregado no final de frases interrogativas
diretas.
• Ponto de exclamação (!): O ponto de exclamação é empregado no final de fra-
ses exclamativas, com a finalidade de indicar estados emocionais, como surpresa,
espanto, dor, alegria, entre outros.
• Dois-pontos (:): o dois-pontos é usado para introduzir uma explicação, um
esclarecimento, uma citação ou a fala de um personagem.
• Ponto e vírgula (;): emprega-se o ponto e vírgula:
Colocação pronominal
A colocação pronominal determina a posição dos pronomes oblíquos áto-
nos (me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes), ou seja, antes, no meio ou de-
pois do verbo. São regras usadas em situações que pedem o uso do registro
formal, durante as quais o falante encontra-se em contexto de avaliação, por
exemplo.
De acordo com a posição do pronome em relação ao verbo, temos a prócli-
se, a mesóclise e a ênclise. Veja:
Uso do hífen
Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h, como
super-homem e anti-higiênico, por exemplo.
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial, agroindustrial,