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Brazilian Journal of Development 71494

ISSN: 2525-8761

Adequação de um painel elétrico à NR-10 e NBR 5410 – Estudo de


caso: em uma empresa do polo industrial de Manaus

Suitability of an electric panel to NR-10 and NBR 5410 – Case study:


in a company in the industrial polo of Manaus

DOI:10.34117/bjdv8n11-051

Recebimento dos originais: 30/10/2022


Aceitação para publicação: 04/11/2022

Felipe Paiva da Rocha


Acadêmico em Engenharia Elétrica
Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL)
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus - AM
E-mail: paivafelipe938@gmail.com

Maria dos Anjos Fernandes Pacheco


Pós-graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Estado do
Amazonas (UEA)
Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL)
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus - AM
E-mail: ma.dp@uol.com.br

Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro


Especialização em Tutoria e Docência em Educação a Distância e Especialização em
Didática no Ensino e Especialização em Engenharia em Segurança no Trabalho pela
Universidade Nilton Lins (UNL)
Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL)
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus - AM
E-mail: erikamarquespinheiro@gmail.com

RESUMO
Processos industriais são projetados para funcionar ininterruptamente, nas últimas
décadas pudemos vivenciar grandes avanços tecnológicos, porém muitas indústrias não
conseguiram seguir esta evolução. Assim como os processos industriais vêm evoluindo
ao longo dos tempos, as norma regulamentadoras também evoluiram, a fim de assegurar
a integridade fisica do trabalhador e os ativos das industrias, fez-se necessário a
aplicação das Normas NBR 5410 e NR-10 em processos produtivos, tornando-os cada
vez mais seguros e confiáveis, evitando assim a perda de vidas. Os paineis elétricos são
partes importantes dentro da industria e em um processo industrial tem a finalidade de
controlar e assegurar o seu perfeito funcionamento, garantindo a tanto integridade fisica
de quem os opera quanto a sua produtividade.

Palavras-chave: processos industriais, integridade física, perfeito funcionamento,


produtividade.

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ABSTRACT
Industrial processes are designed to run uninterrupted, in recent decades we have been
able to experience great technological advances, but many industries have not been able
to follow this evolution.As industrial processes have evolved over time, regulatory
standards have also evolved, in order to ensure the physical integrity of the worker and
the assets of the industries, it was necessary to apply the NBR 5410 and NR-10 Standards
in production processes. , making them increasingly safe and reliable, thus preventing
loss of life. Electrical panels are important parts within the industry and in a
manufacturing process it has the purpose of controlling and ensuring its perfect
functioning, guaranteeing both the physical integrity of those who operate them and their
productivity.

Keywords: industrial processes, physical integrity, perfect functioning, productivity.

1 INTRODUÇÃO
Atualmente a indústria vem se tornando cada vez mais automatizada, com a era
4.0 tudo está conectado e trocando informações, podemos notar que essa evolução está
presente nos processos produtivos, nos equipamentos e nos dispositivos, porém, em
algumas indústrias essa era ainda não chegou, ainda existe muitas industrias que pararam
no tempo, certas delas possuem processos e equipamentos defasados.
A norma NBR 5410, estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações
elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens (NBR 5410, 2004).
Esta Norma Regulamentadora – NR-10 estabelece os requisitos e condições
mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. (NR-10, 2004)
A aplicação das normas de segurança se faz necessárias para manter a segurança
do trabalhador e garantir todo e qualquer respaldo ao empregador em caso de uma
fatalidade. Os processos indústrias assim como as máquinas elétricas são comandadas
através de painéis elétricos que possuem acionamentos responsáveis pela movimentação
de esteiras e atuadores, a operação desses processos muitas vezes ocorrem de forma
automática sem que haja a interação humana.
A adequação de um painel elétrico de acordo com as normas de segurança garante
não só o processo e a produtividade, mas também torna o ambiente de trabalho mais
seguro e confiável, tornando a identificação de falhas e o tempo de manutenção mais
rápido e assertivo.

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1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivos gerais
Adequar às normas NBR 5410 (Norma Brasileira de Instalações Elétricas Em
Baixa Tensão) e NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade) em um
painel elétrico de em uma empresa do polo industrial de Manaus.

1.1.2 Objetivos específicos


• Identificar as não conformidades de acordo com as normas NBR 5410;
• Identificar as não conformidades de acordo com as normas NR-10;
• Realizar as correções que venham a surgir;
• Identificar as melhorias após adequação conforme diretrizes normativas.

1.1.3 Justificativas
Um sistema produtivo é dotado de um conjunto de dispositivos elétricos,
pneumáticos e mecânicos que funcionam simultaneamente para realizar determinada
tarefa, o painel elétrico é o local onde toda a parte de potência, controle e segurança se
concentra, manter o bom funcionamento e integridade física de um painel elétrico, além
de propiciar o correto funcionamento do maquinário a ele integrado também reduz a
possibilidade de anomalias, minimiza o tempo de manutenção e por consequência
aumentando a produtividade.
A identificação das não conformidades às normas vigentes visa relatar e salientar
quanto a necessidade de se manter os padrões de segurança e integridade de painéis
elétrico em processos produtivos, uma vez que o tempo de manutenção corretiva implica
diretamente nos indicadores relacionados à produção.

2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 NORMA REGULAMENTADORA 10 (NR-10)
A norma regulamentadora foi originalmente editada pela Portaria MTb nº 3.214,
de 08 de junho de 1978, sob o título “Instalações e Serviços de Eletricidade”, de maneira
a regulamentar os artigos 179 a 181 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
conforme redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o
Capítulo V (Da Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da CLT.

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Caracterizada como Norma Especial pela Portaria SIT nº 787, de 28 de novembro


de 2018, a redação original da NR-10 estabelecia as condições exigíveis para garantir a
segurança do pessoal envolvido com o trabalho em instalações elétricas, em seu projeto,
execução, reforma, ampliação, operação e manutenção, bem como segurança de usuários
e terceiros. (MTP, 2020)

2.2 ABNT NBR 5410


A norma brasileira NBR-5410 é que estipula as condições adequadas para o
funcionamento usual e seguro das instalações elétricas de baixa tensão, ou seja, de até
1000V em tensão alternada e 1500V em tensão contínua. A NBR-5410 é aplicada
principalmente em instalações prediais, públicas, comerciais etc. Funcionando como um
guia para o profissional, em relação ao que se deve ou não fazer. A norma tem um texto
diferenciado, explicando e colocando regras em instalações de baixa tensão, sendo assim
faz grande diferença conhecê-la e principalmente aplicá-la. O principal objetivo da NBR-
5410 é estabelecer as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa
tensão a fim de garantir a segurança, o funcionamento adequado da instalação e
conservação dos bens. (MATTEDE, 2022)

2.3 ELETRICIDADE
A eletricidade é uma fonte de perigo, que se mal utilizada pode causar a morte de
pessoas se não forem tomados cuidados especiais. Ela é perigosa mesmo quando utilizada
em “baixas tensões”, como, por exemplo, as de 127 VCA. Portanto, para prevenir
acidentes, toda instalação elétrica deve ser executada e mantida de forma segura por um
profissional qualificado e a supervisão de um profissional legalmente habilitado.
(FUNDACENTRO, 2021).

2.4 ARCO VOLTAICO


De acordo com Mattede (2022), “o arco voltaico caracterizado pelo fluxo de
corrente elétrica através de um meio isolante, como o ar, é geralmente produzido quando
da conexão e desconexão de dispositivos elétricos e em caso de curto-circuito”. Um arco
elétrico produz calor que pode exceder a barreira de tolerância da pele e causar
queimadura de segundo ou terceiro grau.

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2.5 PAINEL DE COMANDO


Conforme Bertolucci (2018), um painel de comando é uma caixa ou quadro de
metal que aloca todos os disjuntores, interruptores, temporizadores, reles, CLPs e
dispositivos utilizados para o controle de um sistema elétrico. Importante notar que
enquanto um painel elétrico pode ter a função tanto de distribuir a energia quanto de
controlar um sistema, o painel de comando tem o objetivo de comandar ou realizar o
controle do sistema.

2.6 CHOQUE ELÉTRICO


Choque elétrico é o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma corrente
elétrica, a chamada corrente de choque, através do corpo de uma pessoa ou de um animal.
No estudo da proteção contra choques elétricos devemos considerar 3 elementos
fundamentais: parte viva, massa e elemento condutor estranho à instalação.
(PRYSMIAN, 2010)

2.7 CONDUTOR ELÉTRICO


Os fios e os cabos, também chamados de condutores elétricos, são os responsáveis
pela condução e distribuição de energia elétrica. Os fios são formados por apenas um
filamento metálico e rígido. Já os cabos são compostos por vários fios torcidos e
entrelaçados e, além disso, são mais flexíveis. (EDUARDA, 2022)

2.8 DISJUNTOR MOTOR


Um disjuntor motor se assemelha internamente à um disjuntor comum, oferecendo
a proteção magnética contra curtos-circuitos e a proteção térmica contra a sobrecarga
através de um disparador magnético e de um disparador térmico, respectivamente.
(MATTEDE, 2022)

2.9 CHAVE SECCIONADORA


São dispositivos destinados a realizar manobras de seccionar e isolar um circuito
elétrico. Em condições normais e com seus contatos fechados, elas devem manter a
condução de sua corrente nominal, inclusive de curto-circuito até a abertura do disjuntor,
sem sobreaquecimento. (BONFIM, 2016)

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2.2.1 Plugues e tomadas


Os plugues e as tomadas devem ser protegidos contra penetração de umidade ou
água. É obrigatório o uso do conjunto plugue/tomada para a ligação de máquinas,
ferramentas elétricas portáteis e equipamentos elétricos móveis ao circuito de
alimentação. Não ligar mais de um equipamento à mesma tomada, a menos que o circuito
de derivação tenha sido projetado para tal. (FUNDACENTRO, 2021).

2.2.2 Contator
Os contatores elétricos são dispositivos eletrônicos especializados em transportar
a corrente para diferentes partes de um circuito, onde cada tipo de contato terá a sua
própria função e um campo eletromagnético é gerado quando a corrente flui através dos
contatos. (SANTOS, 2022)

2.2.3 Rele de segurança


O rele de segurança é um dispositivo responsável por monitorar uma função de
segurança como parada de emergência, porta de proteção, cortina de luz, proteção de
perímetro ou controle com duas mãos. (BERTULUCCI, 2018)

2.2.4 Fonte alimentação


A fonte 24v nada mais é do que uma fonte de alimentação que recebe na sua
entrada 110V ou 220V em corrente alternada e converte para 24V em corrente contínua
(24 vcc) ou alternada (24vca) com o intuito de alimentar circuitos eletrônicos e circuitos
de comando. (BERTULUCCI, 2018)

2.2.5 Botoeiras
As botoeiras são dispositivos de comando, que tem como função ligar/desligar a
carga de um circuito, a partir de um acionamento manual. (SOPRANO, 2019)

2.2.6 Sinalizadores
Os sinalizadores são utilizados para indicar o Status de operação em algum
equipamento ou alertar o operador em caso de alguma anomalia. (SOPRANO, 2019)

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2.2.7 Botão De Parada De Emergência


Os botões de parada de emergência são dispositivos acionadores, colocados em
um local visível na máquina ou próximo a ela, sempre ao alcance do operador e que,
quando acionados, têm a finalidade de parar o movimento da máquina, desabilitando seu
comando. (SCHMERSAL, 2020)

3 METODOLOGIA
O desenvolvimento desse trabalho será abordado em duas etapas. A primeira é a
revisão da literatura relacionada a segurança em instalações elétricas e proteção de
máquinas, seguido pelo levantamento das principais não conformidades encontradas no
painel elétrico. Na segunda, através do levantamento bibliográfico será possível
compreender os principais pontos de não conformidades.
Os objetivos da pesquisa serão classificados como exploratória, já que será
realizado a utilização de informações de Normas técnicas, artigos ou sites relacionados e
o portal do Ministério do Trabalho e Emprego. Como procedimento de abordagem a
pesquisa é classificada como qualitativa, a escolha desse tipo de pesquisa teve como
objetivo um maior estudo sobre os aspetos relacionados a segurança em painéis elétricos,
máquinas e processos, tendo uma maior compreensão sobre o tema.
Os painéis elétricos tema deste estudo de caso podem ser vistos nas figuras 2 e 3,
os mesmo fazem parte de um processo de encaixotamento de produtos sanitários em uma
indústria química e são responsáveis pelo controle de 3 esteiras transportadoras, 5
atuadores eletropneumáticos, além de realizar a troca de informações com parte do
processo produtivo através de entradas e saídas digitais do CLP, o painel ainda interage
mandando e recebendo informações para o Robô colaborativo responsável pela
paletização de caixas.
Com base na NBR 5410 e NR-10, será realizado a verificação das não conformidades e
mediante os pontos encontrados será realizado as correções devidas. Como melhoria e
visando na eficiência energética serão substituídos todos os acionamentos (Inversores)
por modelos mais compactos, além da instalação de relés de segurança que farão o
monitoramento das botoeiras e scanners de segurança, todo o comando do painel elétrico
será dimensionado para tensão segura de 24V em corrente continua, os motores estarão
ligados através de plugues e tomadas na cor padrão para a tensão de trabalho, para facilitar
durante a manutenção ou em caso de troca, haverá sinalização na porta do painel elétrico

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indicando em caso de falha de um ou mais motores além de indicar o status de ligado ou


desligado, há ainda a possibilidade de realizar o acionamento manual através de botão
liga e desliga de cada motor, para o seccionamento e bloqueio elétrico do painel será
instalado uma chave seccionadora do tipo Lock Out com dispositivo porta cadeados, afim
de facilitar o tempo e identificação de falhas ou mesmo uma simples adequação ou
correção na lógica de programação do CLP será instalado uma tomada padrão RJ45 para
acesso do mesmo.

4 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso foi realizado em uma Industria Química do polo Industrial de
Manaus, devido a procedimentos internos sua localização não pode ser citada.
Os painéis elétricos tema deste estudo de caso pode ser visto nas Figura 2 e Figura
3. A Figura 2 trata-se de um painel elétrico de força e controle que é responsável pelo
acionamento e automação do processo de encaixotamento automático e a na Figura 3,
temos o painel que possui os relés de segurança, que é responsável pelo monitoramento

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das botoeiras de emergência ao longo da linha de produção, este processo já possui cerca
de 05 anos em operação, contudo ao longo do tempo foram sendo agregados processos
menores tais como a utilização de robôs colaborativos de maneira aleatória sem a mínima
preocupação com as normas vigentes, além da depreciação interna dos mesmos, segundo
relatos da equipe de manutenção, o processo produtivo funciona 7 dias por semana em 3
turnos e devido a isso as manutenções ocorridas nos painéis elétricos era apenas de ordem
corretivas, nesses anos ocorreram alguns sinistros tais como, queima de componentes
devido a curto circuito e fadiga dos componentes eletrônicos.

Figura 2 – Painel Elétrico atual.

Fonte: autor.

Figura 3 – Painel da Segurança.

Fonte: Autor.

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4.1 NÃO CONFORMIDADES ENCONTRADAS


Através de uma análise minuciosa realizada no painel elétrico e no estudo
realizado na revisão da literatura foi possível a identificação das não conformidades de
acordo com as diretrizes das normas NBR 5410 e NR-10. Os defeitos encontrados
caracterizam como defeitos funcionais, pois havia componentes queimados e danificadas.
As não conformidades com as normas vigentes estarão descritas de maneira sucinta nos
subitens a seguir, destacando os itens das normas em questão que eles venham a se
adequar.

4.1.1 Condutores fase fora de padrão


Podemos notar na Figura 4 o condutor na cor azul foi utilizado como cor padrão
para fase, no entanto de acordo com a NBR 5410 (2004), o item 6.1.5.3.4 cita que
qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou multipolar utilizado como condutor de fase
deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, pode
ser utilizada qualquer cor, observadas as restrições estabelecidas em 6.1.5.3.1, 6.1.5.3.2
e 6.1.5.3.3.
6.1.5.3.1 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar
utilizado como condutor neutro deve ser identificado conforme essa função. Em caso de
identificação por cor, deve ser usada a cor azul clara na isolação do condutor isolado ou
da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar. (NBR 5410, 2004)

Figura 4 – Condutor fase na cor azul.

Fonte: Autor.

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4.1.2 Ausência de aterramento


Conforme visto na Figura 5 não foi identificado nenhum barramento ou borne de
aterramento bem como o condutor elétrico destinado a isso, de acordo com o item 6.4.1.1
da NBR 5410 (2004) toda edificação deve dispor de uma infraestrutura de aterramento,
denominada aterramento sendo admitidas as seguintes opções:
a) eletrodo de preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das
fundações ou;
b) b) uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos
no concreto das fundações ou;
c) uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a
área da edificação e complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou
cabos dispostos radialmente (galinha);
d) ou pés de no mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o
perímetro da edificação e complementado, quando necessário, por hastes verticais
e/ou cabos dispostos radialmente (pés-de-galinha)

Figura 5 – Ausência do Condutor Terra.

Fonte: Autor.

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4.1.3 Proteção de motores contra curto-circuito


Não foi evidenciado nenhum disjuntor de proteção contra curto-circuito no painel
elétrico, existe um disjuntor de proteção geral do painel elétrico presente em um quadro
de distribuição com corrente nominal de 40A conforme Figura 6, vale ressaltar que a
corrente nominal do painel elétrico é de 16A.
6.5.1.5 Os condutores dos circuitos que alimentam motores forem protegidos
contra correntes de sobrecarga por dispositivos que se limitem a essa proteção, como relés
térmicos, a proteção contra correntes de curto-circuito, conforme 5.3.5, pode ser
assegurada por dispositivo de proteção exclusivamente contra curtos-circuitos. (NBR
5410, 2004)

Figura 6 – Disjuntor Superdimencionado.

Fonte: Autor.

4.1.4 Ausência de medidas de proteção coletiva


Não foi evidenciado nenhum dispositivo de bloqueio ou seccionamento seguro do
painel elétrico, na Figura 7, há presença de condutores energizados, sem a isolação
adequada e identificação devida caracterizando uma não conformidade com a NR-10.

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Figura 7 – Condutor Energizado.

Fonte: Autor.

De acordo com a NR-10 (2004) as medidas de proteção coletiva compreendem,


prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua
impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.
10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem
10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação
das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático
de alimentação, bloqueio do religamento automático. (NR-10, 2004)

4.1.5 Ausência de identificação nos condutores e componentes


Podemos na notar na Figura 2 que os componentes não estão devidamente
identificados, porém conforme NBR 5410 (2004), o item 6.5.4.9 cita que todos os
componentes de um conjunto devem ser identificados, e de tal forma que a
correspondência entre componente e respectivo circuito possa ser prontamente
reconhecida. Essa identificação deve ser legível, indelével, posicionada de forma a evitar
qualquer risco de confusão e, além disso, corresponder à notação adotada no projeto
(esquemas e demais documentos).

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4.1.6 Segurança em instalações desenergizadas


Neste painel elétrico além dos pontos já mencionados acima, foi observado que
ele não possui seccionadora, que é o dispositivo destinado a desenergização e bloqueio
seguro da instalação elétrico neste caso do painel elétrico. Os meios de seccionamento de
emergência, inclusive a parada de emergência, devem atuar tão diretamente quanto
possível sobre os condutores de alimentação pertinentes e garantir que uma única ação
seja suficiente para realizar o seccionamento desses condutores. (NBR 5410, 2004)
5.6.4.2 Devem ser previstas medidas apropriadas para impedir qualquer
religamento inadvertido do equipamento durante sua manutenção mecânica, a menos que
o dispositivo de seccionamento esteja permanentemente sob controle do pessoal
encarregado dessa manutenção.
NOTA Essas precauções podem incluir uma ou mais das seguintes medidas:
Travamento do dispositivo de seccionamento com cadeado;
Afixação de placas de advertência;
Instalação em local ou invólucro fechado a chave.

4.2 ADEQUAÇÃO
Durante o processo de levantamento das não conformidades com as normas NBR
5410 e NR-10, foi observado que boa parte da estrutura física do painel elétrico está
deteriorada devido a presença de umidade impossibilitando a sua reutilização. Foi
dimensionado um painel adequado a quantidade de acionamentos (Inversores).
Durante o levantamento das cargas que o painel elétrico acionava foi observado
que os inversores de frequência estavam superdimensionados para potência dos motores,
visto que os dois inversores de frequência que ainda estavam em perfeito funcionamento
eram de 5CV enquanto os motores elétricos eram de 0,5CV havia um Soft start instalado
no painel, porém ele estava danificado e devido a isso foi substituído pela equipe de
manutenção por uma partida direta.
Mediante aos pontos assinalados foi proposto um novo layout interno conforme
Figura 8, nesse, é possível verificar que toda a parte de potência ficou concentrada na
parte superior do painel, ao centro ficaram o CLP e demais dispositivos de comando, na
parte inferior ficaram os acionamentos e na lateral direita a régua de bornes destinada a
interligação de sensores, válvulas e demais sinais de controle, conforme Figura 9.

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Figura 9 – Layout Interno.

Fonte: Autor.

Após definição do layout interno foi solicitado a instalação dos acionamentos


manuais na porta do painel elétrico, antes, esse acionamento estava danificado e gerava
grande desconforto em situações em que as esteiras transportadoras necessitavam de
ajustes, o layout foi aceito pela engenharia da empresa, com a ressalva de incluir os
acionamentos manuais de todas as esteiras transportadoras e realizar a instalação de
tomadas para a interligação dos motores elétricos que acionam as esteiras transportadoras,
na Figura 10 é possível verificarmos o layout interno do painel elétrico já montado.

Figura 10 – Layout Interno Painel Montado.

Fonte: Autor.

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Na parte superior do painel elétrico temos toda a porte de proteção bem como o
disjuntor geral, disjuntores motores responsáveis pela proteção dos motores das esteiras
transportadoras, disjuntor de comando, que neste caso protege a alimentação da fonte de
comando 24VCC e os fusíveis de proteção dos demais circuitos alimentados em tensão
24VCC, vale ressaltar que seguindo a NR-10, todos os componentes foram convertidos
para tensão de comando em 24VCC enquanto no painel elétrico anterior essa alimentação
era realizada em 220V, na Figura 11, vemos com clareza todos os componentes de
proteção.
Nota-se que todos os condutores elétricos estão devidamente identificados e
dimensionados conforme corrente nominal das cargas.

Figura 11 – Proteções.

Fonte: Autor.

Na Figura 12 temos o CLP e componentes de segurança, nota-se que o CLP foi


substituído, o CLP do painel atua seria reutilizado, porém devido a necessidade de
monitorar o processo via rede Ethernet ele foi substituído por um mais atual. Para garantir
a integridade física e aumentar a vida útil das saídas do CLP, foram instalados relés de
interface, esses acionam as cargas, tais como, válvulas solenoides que acionam os
cilindros pneumáticos.

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Figura 12 – CLP e Segurança.

Fonte: Autor.

Na Figura 13 temos os acionamentos responsáveis pelo controle das esteiras


transportadoras, foi dimensionado uma partida direta e dois inversores de frequência do
modelo 4M do fabricante Allen Bradley, esse inversor de frequência foi dimensionado
devido a sua tecnologia, ele oferece até 30% de economia em energia, que vem a ser um
dos diferenciais dessa adequação além das conformidades com as normas NBR5410 e
NR-10.
Fonte 13 – Partidas dos Motores.

Fonte: Autor.

Na Figura 14 temos a borneira de interligação. A borneira de interligação foi


disposta na vertical afim de facilitar durante a manutenção preventiva e corretiva,
diferente da maneira de instalar na parte inferior do painel elétrico, dessa forma ficará
ergonomicamente melhorar para o mantenedor.

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Figura 14 – Borneira de Interligação.

Fonte: Autor.

Durante instalação houve a necessidade de criar uma estrutura física em perfil


metálico para elevar o painel elétrico, com a finalidade de atender ergonomicamente tanto
a operação quanto a manutenção, na Figura 15, temos o painel montado sobre a estrutura,
nota-se que foi instalado botões para o acionamento manual das esteiras transportadoras,
foi instalado ainda sinalizadores responsáveis pela gestão visual do estado de
funcionamento das esteiras transportadoras, através da gestão visual será possível
verificar se o equipamento está em funcionamento ou em falha, além da possibilidade de
certificar que há tensão 220V através do sinaleiro branco, na parte inferior temos um
botão de pulso na cor azul, este é responsável por realizar o reset do relé de segurança
quando ocorre um acionamento do botão de emergência.

Fonte 15 – Painel Elétrico Montado em Estrutura Metálica.

Fonte: Autor.

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Foi instalado um dispositivo de bloqueio coletivo do tipo Look Out na lateral do


painel elétrico, foi realizado ainda a instalação de tomadas do tipo Steck para a
interligação dos motores de tração das esteiras transportadoras, além dessas, foi instalado
uma tomada do tipo RJ 45, essa é destinada para acesso direto ao CLP sem a necessidade
de abrir o painel elétrico caso haja necessidade de qualquer ajuste na lógica de
programação ou mesmo realização de Backup ou atualização de firmware, os pontos
mencionados acima, estão dispostos na Figura 16.

Figura 16 – Chave Look Out, Tomada de Alimetação das Esteiras e Porta RJ45

Fonte: Autor.

Foi desenvolvido o diagrama elétrico de força e controle do painel contemplando


todos os acionamentos de maneira a atender as normas NBR 5410 e NR-10, o diagrama
elétrico foi disponibilizado em mídia e impresso a equipe de manutenção, na Figura 17,
é possível visualizar parte do diagrama elétrico.

Figura 17 – Diagrama Elétrico.

Fonte: Autor.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa de estudo de caso teve a finalidade de identificar as não conformidades
com as normas NBR 5410 e NR-10 em painéis elétricos e a importância de se praticar
suas diretrizes, durante a execução ficou claro que é bem mais fácil e barato manter a
organização e manutenção preventiva que agir corretivamente, as normas estão a
disposição para manter em primeiro lugar a segurança de quem os opera e mantem.
Com a adequação do painel elétrico através do estudo de caso foi possível reduzir
o consumo de energia através da utilização de inversores de frequência mais eficazes,
além da eliminação de componentes quem ficavam ligados mesmo sem funcionalidade.
Foi possível ainda reduzir fisicamente o tamanho do painel elétrico e mesmo assim
atender os requisitos previstos nas normas vigentes. A partir dos resultados e do
diagnóstico da pesquisa, os objetivo do trabalho foram alcançados de maneira sucinta e
eficaz.
Para os próximos estudos aproveitando a modernização não só do painel elétrico
assim como os periféricos em seu interior, tais como o CLP e inversores de frequência,
será possível a implementação através de um sistema supervisório o monitoramento do
consumo de energia, da produtividade, do tempo de máquina parada, da manutenção
preventiva através da quantidade de horas em que os componentes funcionam e quando
devem ser substituídos visando sempre o melhor desempenho e proporcionando sempre
a segurança de todos a sua volta.

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REFERÊNCIAS

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baixa tensão. 2ª Edição, 2004.

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https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-nbr-
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