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AULA 6

GESTÃO DE EQUIPES DE
MANUTENÇÃO

Prof. Newton Nauro Tasso Faraco


TEMA 1 – NR 8: EDIFICAÇÕES

1.1 O que é Norma Regulamentadora (NR)?

Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (Brasil, 2019), as


Normas Regulamentadoras (NRs), relativas à segurança e à medicina do trabalho,
são de observância obrigatória por empresas privadas e públicas, órgãos públicos
da administração direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário que
tenham empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

1.2 Estabelecimento da NR 8

De acordo com o MTE (Brasil, 2019), a NR 8 estabelece requisitos técnicos


mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e
conforto aos que nelas trabalhem. Os locais de trabalho devem ter a altura do piso
ao teto (pé-direito) de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições
de conforto, segurança e salubridade estabelecidas por portarias.
Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de
materiais. As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma
que impeçam a queda de pessoas ou objetos.
Os pisos, as escadas e as rampas devem oferecer resistência suficiente
para suportar as cargas móveis e fixas para as quais a edificação se destina. As
rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser construídas de acordo com
as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito estado de conservação.
Em pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho
em que houver perigo de escorregamento, serão empregados materiais ou
processos antiderrapantes. Os andares acima do solo devem dispor de proteção
adequada contra quedas, de acordo com as normas técnicas e legislações
municipais, atendidas as condições de segurança e conforto.
Proteção contra intempéries, as partes externas, bem como todas as que
separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem
sua estrutura, devem, obrigatoriamente, observar as normas técnicas oficiais
relativas a resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento
acústico, resistência estrutural e impermeabilidade.

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Os pisos e as paredes dos locais de trabalho devem ser, sempre que
necessário, impermeabilizados e protegidos contra a umidade. As coberturas dos
locais de trabalho devem assegurar proteção contra as chuvas. As edificações
dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de modo a evitar
insolação excessiva ou falta de insolação.

TEMA 2 – NR 10

2.1 Estabelecimento da NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em


Eletricidade

Segundo o MTE (Brasil, 2019), a NR 10 estabelece os requisitos e as


condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade.
É subdividida em tópicos, e cada um deles está relacionado a um tema
dentro do assunto global, que diz respeito à segurança em instalações e serviços
em eletricidade, a saber (Brasil, 2004):

 10.1 - Objetivo e Campo de Aplicação;


 10.2 - Medidas de Controle;
 10.3 - Segurança em Projetos;
 10.4 - Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção;
 10.5 - Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas;
 10.6 - Segurança em Instalações Elétricas Energizadas;
 10.7 - Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT);
 10.8 - Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos
Trabalhadores;
 10.9 - Proteção Contra Incêndio e Explosão;
 10.10 - Sinalização de Segurança;
 10.11 - Procedimentos de Trabalho;
 10.12 - Situação de Emergência;
 10.13 - Responsabilidades;
 10.14 - Disposições Finais.

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2.2 Objetivo e campo de aplicação da NR 10

Conforme Oliveira (2019), o objetivo é estabelecer requisitos e condições


mínimas para a implementação de sistemas preventivos e medidas de controle
que resguardem a segurança e a saúde de trabalhadores que interajam, direta ou
indiretamente, com serviços em eletricidade, instalações elétricas e/ou suas
proximidades.
Essa norma é aplicável às etapas de geração, transmissão, distribuição e
consumo de energia elétrica, contemplando cinco fases: projeto, construção,
montagem, operação e manutenção.

2.3 Medidas de controle

As empresas são obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados de


suas instalações elétricas com as especificações do sistema de aterramento e dos
demais equipamentos e dispositivos de proteção. No entanto, em casos de
estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW, deve ser constituído e
mantido o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE) contendo todas as
informações pertinentes às instalações elétricas e aos trabalhadores.
De acordo com Oliveira (2019), informes, tais como medidas de proteção
coletiva e individual, especificação de equipamentos e ferramentas disponíveis,
também devem estar contidas no prontuário.

2.4 Segurança em projetos

Segundo Oliveira (2019), o projeto deve estar sempre atualizado e


acessível às partes competentes, com o memorial descritivo contendo todas as
informações pertinentes às instalações elétricas. Além disso, devem ser
contemplados dispositivos de desligamento de circuitos que tenham recursos para
impedimento de reenergização, incluindo, quando possível, os de ação
simultânea.
No que se refere às atividades de construção e manutenção, os espaços
de segurança devem ser considerados, assim como o que diz respeito ao aspecto
ergonômico e aos demais dispostos nas NRs de Saúde e Segurança no Trabalho.

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2.5 Segurança na construção, montagem, operação e manutenção

Sob a supervisão de um profissional autorizado, todas as atividades devem


ocorrer de forma a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores, utilizando
equipamentos e ferramentas aprovadas compatíveis com a instalação elétrica.
Devem ser considerados também todos os perigos e riscos adicionais possíveis
junto às suas respectivas medidas preventivas.

2.6 Segurança em instalações elétricas desenergizadas

Na NR 10, temos os seguintes subitens (Quadro 1):

Quadro 1 – Subitens da NR 10

10.5.1 Somente serão consideradas 10.5.2 O estado de instalação


desenergizadas as instalações elétricas desenergizada deve ser mantido até a
liberadas para trabalho mediante os autorização para reenergização,
procedimentos apropriados, obedecida a devendo ser reenergizada respeitando a
sequência sequência de procedimentos
a) retirada das ferramentas, utensílios e
a) seccionamento;
equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os
b) impedimento de reenergização; trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da
c) constatação da ausência de tensão; equipotencialização e das proteções
adicionais;
d) instalação de aterramento temporário com
d) remoção da sinalização de impedimento
equipotencialização dos condutores dos
de reenergização;
circuitos;
e) proteção dos elementos energizados e) destravamento, se houver, e religação
existentes na zona controlada; dos dispositivos de seccionamento.
f) instalação da sinalização de impedimento de
reenergização.
Fonte: Adaptado de Brasil, 2004.

2.7 Segurança em instalações elétricas energizadas

Em instalações elétricas de baixa tensão, não são consideradas atividades


restritas as operações básicas, como ligar e desligar circuitos elétricos, desde que
utilizados materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação,
adequados para operação.
Todavia, na ausência de impedimentos, as intervenções de complexidade
superior às operações básicas citadas anteriormente somente podem ser
realizadas por trabalhadores qualificados, habilitados, capacitados e autorizados
nas definições da NR 10. Já o trabalhador que ingressar na zona controlada

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deverá respeitar distâncias de segurança delimitadas e realizar procedimentos
específicos.

2.8 Trabalhos envolvendo Alta Tensão (AT)

Conforme Oliveira (2019), além do treinamento básico da NR 10, o


trabalhador deve fazer o treinamento específico em Sistemas Elétricos de
Potência (SEP) e em suas proximidades, com duração mínima de 40 horas.
Também é importante salientar que, em instalações elétricas energizadas em AT
e SEP, serviços não podem ser realizados individualmente.
É dever do trabalhador atentar-se às orientações da norma, no que se
refere, por exemplo, ao uso de equipamentos que permitam a comunicação
permanente com a equipe e ao cumprimento de uma ordem de serviço específica,
devidamente autorizada para data e local.

2.9 Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores

A norma prevê ações necessárias para habilitação, capacitação e


autorização dos trabalhadores (Brasil, 2004):

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar


conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema
Oficial de Ensino.
10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador
previamente qualificado e com registro no competente conselho de
classe.
10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às
seguintes condições, simultaneamente: receba capacitação sob
orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e
trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.
[...]
10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou
capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da
empresa.

2.10 Proteção contra incêndio e explosão

Segundo a referida norma (Brasil, 2004), ambientes com atmosferas


potencialmente explosivas deverão contar com instalações elétricas constituídas
de componentes em conformidade. Tais componentes devem atender a requisitos
do Sistema Brasileiro de Certificação (SBC).
Ademais, somente serão permitidas atividades em áreas classificadas nos
casos de supressão do agente de risco, que determina a classificação da área, ou
mediante devida autorização com liberação formalizada.
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2.11 Sinalização de segurança

Conforme Oliveira (2019), identificações e advertências deverão ser feitas


utilizando sinalizações adequadas, considerando o disposto no item 26.1.1 da NR
26 (Sinalização de Segurança). A sinalização visa atender, por exemplo, à
demanda de identificação de circuitos elétricos, identificação de impedimento,
entre outros.

2.12 Procedimentos de trabalho

Segundo Oliveira (2019), antes de iniciar trabalhos em equipe, os seus


membros, junto ao responsável pela execução do serviço, devem realizar uma
avaliação prévia, no intuito de compreender e planejar da melhor forma possível
as atividades a serem desenvolvidas.
Além disso, as atividades devem ser precedidas por ordens de serviço
específicas, contendo a autorização do responsável e todas as demais
informações necessárias ao cumprimento do trabalho.

2.13 Situações de emergência

A partir de Oliveira (2019), entende-se que a empresa deve incluir ações


de emergência relacionadas às instalações e aos serviços com eletricidade no
plano de emergência empresarial.
Métodos de resgate padronizados adequados às atividades, bem como os
meios para a sua aplicação, devem ser providos pela empresa. Trabalhadores
autorizados devem estar aptos a prestar primeiros socorros a acidentados e a
operar equipamentos de prevenção e combate a incêndios.

TEMA 3 – NR 12

3.1 NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

Conforme o MTE (Brasil, 2011), a NR 12 define referências técnicas,


princípios fundamentais e medidas de proteção que visam garantir a saúde e a
integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a
prevenção de acidentes e doenças do trabalho aplicáveis desde a concepção de
máquinas e equipamentos até o seu desmonte.

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Desde sua primeira redação, aprovada com a publicação da Portaria n.
3.214, de 8 de junho de 1978 (Brasil, 1978), a NR 12 sofreu alterações pontuais:
em 1995, foi incluído o anexo de motosserras; em 1996, o de cilindros de massa;
em 1997, houve uma pequena alteração nesse anexo. Finalmente, mais de 30
anos após o início de sua vigência, a norma ganhou nova redação com a
publicação da Portaria n. 197, de 17 de dezembro de 2010 (Brasil, 2010). Ao longo
dos últimos anos, ocorreram ainda novas alterações.
Para Camisassa (2018), o atual texto da NR 12 tem conceitos fundamentais
sobre proteção de máquinas já consagradas em outras normas de segurança
nacionais e internacionais, e busca acompanhar a evolução tecnológica e a
crescente entrada no mercado de máquinas e equipamentos que empregam
tecnologias de última geração.
A norma também tem uma abordagem mais adaptada à nova realidade do
mercado, sem muitas “amarras”, como havia na redação anterior. Conforme diz a
norma, é importante lembrar que as máquinas devem atender aos princípios de
falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização.

3.2 Responsabilidade

Conforme o MTE (Brasil, 2019), o item 12.3 da NR 12 estabelece que o


empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e
equipamentos capazes de garantir a saúde e a integridade física dos
trabalhadores, bem como medidas apropriadas sempre que houver pessoas com
deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho.
No item 12.4, são consideradas medidas de proteção a ser adotadas nessa
ordem de prioridade: medidas de proteção coletiva; medidas administrativas ou
de organização do trabalho; e medidas de proteção individual.

3.3 Itens da NR 12

No documento oficial da NR 12 (Brasil, 2011), são apresentadas medidas


preventivas de acidentes relativas aos seguintes itens:

a. Arranjo físico e instalações;


b. Instalações e dispositivos elétricos;
c. Dispositivos de partida, acionamento e parada;
d. Sistemas de segurança;

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e. Dispositivos de parada de emergência;
f. Meios de acessos permanentes;
g. Componentes pressurizados;
h. Transportadores de materiais;
i. Aspectos ergonômicos;
j. Manutenção, inspeção, preparação, ajustes e reparos, entre outros.

3.4 Máquinas e seus riscos

No documento oficial da NR 12 (Brasil, 2011), são máquinas que


apresentam riscos aquelas que têm:

 Movimentos giratórios;
 Movimentos alternados;
 Movimentos retilíneos.

Assim, podem ocorrer riscos como os de puxar, esmagar, decepar, furar e


queimar, além de alguma peça “voar” e cair sobre os membros inferiores (pés e
pernas). Vale lembrar ainda o cuidado com os demais riscos de substâncias
químicas, choque elétrico e superfície quente.

3.5 Riscos de acidentes

Geralmente, acidentes relativos a máquinas e equipamentos ocorrem


quando os operadores violam a regra básica na prevenção de acidentes com
máquinas, que é:

 Desligar a máquina;
 Cortar (bloquear) a energia para que esta não volte a ser religada
acidentalmente;
 Sinalizar;
 Comunicar e somente depois agir.

Em muitos casos, quem ligou a máquina não sabia que tinha alguém com
o dedo nas engrenagens, ou quem entrou em zona de perigo de uma máquina
não avisou ou sinalizou para alguém não a ligar.

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3.6 Necessidade de capacitação na NR 12

Muitos acidentes ocorreram por falta de comunicação, sinalização e


principalmente por falta de treinamento adequado. Por isso, o MTE estabelece a
obrigatoriedade de o empregador oferecer o treinamento para garantir a
prevenção por meio da informação sobre as principais medidas de segurança que
o trabalhador irá aplicar no seu dia a dia.

TEMA 4 – NR 13

4.1 NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão

Conforme o MTE (Brasil, 2014a), a NR 13 estabelece requisitos mínimos


para a gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e
suas tubulações de interligação nos aspectos relacionados a instalação, inspeção,
operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores,
sendo o empregador responsável pela adoção das medidas determinadas.
Segundo o MTE (Brasil, 2014a), é subdividida em tópicos, e cada um deles
está relacionado a um tema dentro do assunto global, que diz respeito
à segurança em instalações e serviços em eletricidade:

 13.1 Introdução;
 13.2 Abrangência;
 13.3 Disposições Gerais;
 13.4 Caldeiras 1;
 13.5 Vasos de Pressão;
 13.6 Tubulações;
 13.7 Glossário.

4.2 Caldeiras

Para o MTE (Brasil, 2014a), caldeiras a vapor são equipamentos


destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia, projetados conforme códigos pertinentes,
excetuando-se refervedores e similares. As caldeiras são classificadas em duas
categorias:

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1. Caldeiras da categoria A: são aquelas cuja pressão de operação é igual
ou superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2), com volume superior a 50 l;
2. Caldeiras da categoria B: são aquelas cuja pressão de operação é
superior a 60 kPa (0,61 kgf/cm2) e inferior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2),
volume interno superior a 50 l e o produto entre a pressão de operação em
kPa e o volume interno em m³ superior a seis.

As caldeiras devem ser dotadas dos seguintes itens:

a. Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou


inferior à Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA), considerados
os requisitos do código de projeto relativos a aberturas escalonadas e
tolerâncias de calibração.
b. Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado.
c. Injetor ou sistema de alimentação de água independente do principal que
evite o superaquecimento por alimentação deficiente, acima das
temperaturas de projeto, de caldeiras de combustível sólido não atomizado
ou com queima em suspensão.
d. Sistema dedicado de drenagem rápida de água em caldeiras de
recuperação de álcalis, com ações automáticas após acionamento pelo
operador.
e. Sistema automático de controle do nível de água com intertravamento que
evite o superaquecimento por alimentação deficiente.

Os documentos gerados após uma inspeção de caldeiras que deverão


estar no relatório são: i. dados constantes na placa de identificação da caldeira; ii.
categoria da caldeira; iii. tipo da caldeira; iv. tipo de inspeção executada; v. data
de início e término da inspeção; vi. descrição de inspeções e testes executados;
vii. resultado das inspeções e providências; viii. relação dos itens da NR 13 ou de
outras exigências legais que não estão sendo atendidas; ix. conclusões; x.
recomendações e providências necessárias; xi. data prevista para a nova
inspeção da caldeira; xii. nome legível, assinatura e número do registro no
conselho profissional do Profissional Habilitado, e nome legível e assinatura de
técnicos que participaram da inspeção.

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4.3 Vaso de pressão

Segundo registra o MTE (Brasil, 2014a), vasos de pressão são


equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa diferente da
atmosférica. São classificados em categorias segundo a classe de fluido e o
potencial de risco.
Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme
descrito no Quadro 2:

Quadro 2 – Categorias de vasos de pressão

Grupo potencial de risco


1 2 3 4 5
Classe de Fluidos P.V = 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
P.V = 30 P.V = 2,5 P.V = 1

Categoria
A
-Fluidos inflamáveis, e fluidos
combustíveis com temperatura igual ou
superior a 200 ºC I I II III III
- Tóxico com limite de tolerância = 20
ppm
- Hidrogênio
- Acetileno
B
-Fluidos combustíveis com temperatura
I II III IV IV
menor que 200 ºC
-Fluidos tóxicos com limite de tolerância
> 20 ppm
C
- Vapor de água I II III IV V
- Gases asfixiantes simples
- Ar comprimido
D II III IV V V
- Outro fluido
Fonte: Brasil, 2014a.

Notas:

 Considerar volume em m³ e a pressão em MPa.


 Considerar 1 MPa correspondente a 10,197 kgf/cm².

4.3.1 Profissional habilitado e responsável técnico pela inspeção

O engenheiro mecânico é o profissional habilitado, sendo responsável por


identificar os vasos, classificá-los confrontando a forma como estão inseridos no
processo com a norma, verificar se estão protegidos contra sobrepressão

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indesejada, se seguem a Norma de Caldeiras e Vasos de Pressão (ASME), Seção
VIII, divisão 1, calcular a PMTA e a Pressão Máxima de Trabalho Permitida
(PMTP), juntar tudo num prontuário, garantir o correto cadastramento no sistema
de manutenção, definir o intervalo de inspeções e treinar operadores, inspetores
e supervisão, tarefas que podem ser desenvolvidas pela empresa de engenharia
especializada no assunto.
Mais importante que adequar a documentação, corrigir os desvios de
projetos, respeitar prazos de inspeção e exigir projeto adequado de novos vasos
e caldeiras é manter a operação e a manutenção treinadas, pois têm papel
fundamental na prevenção de acidentes de toda natureza.

4.4 Tubulações

Conforme o MTE (Brasil, 2014a), as empresas que têm tubulações e


sistemas de tubulações enquadradas na NR 13 devem apresentar um programa
e um plano de inspeção que considere, no mínimo, as seguintes variáveis,
condições e premissas:

a. Os fluidos transportados;
b. A pressão de trabalho;
c. A temperatura de trabalho;
d. Os mecanismos de danos previsíveis;
e. As consequências para os trabalhadores, instalações e meio ambiente
trazidas por possíveis falhas das tubulações.

As tubulações ou sistemas de tubulação devem ter dispositivos de


segurança de acordo com os critérios do código de projeto utilizado, ou em
atendimento às recomendações de estudo de análises de cenários de falhas.
Também devem ter indicador de pressão de operação, conforme definido no
projeto de processo e instrumentação.
Todo estabelecimento que tenha tubulações, sistemas de tubulação ou
linhas deve ter a seguinte documentação devidamente atualizada:

 Especificações aplicáveis às tubulações ou sistemas, necessárias ao


planejamento e à execução da sua inspeção (segundo prazo na Portaria n.
594, de 28 de abril de 2014 – Brasil, 2014c).
 Fluxograma de engenharia com a identificação da linha e seus acessórios.

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 Projeto de Alteração ou Reparo (PAR) em conformidade com os itens
13.3.6 e 13.3.7.
 Relatórios de inspeção.

Os documentos, quando inexistentes ou extraviados, devem ser


reconstituídos pelo empregador, sob a responsabilidade técnica de um PH. A
documentação deve estar sempre à disposição para fiscalização pela autoridade
competente do Órgão Regional do MTE, e para consulta por operadores, pessoal
de manutenção, de inspeção e das representações dos trabalhadores e do
empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), devendo
ainda o empregador assegurar esse acesso à representação sindical da categoria
profissional predominante no estabelecimento, quando formalmente solicitado.

TEMA 5 – NR 35

5.1 NR 35 – Trabalho em altura

Conforme o MTE (Brasil, 2014b), a NR 35 estabelece os requisitos mínimos


e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento,
a organização e a execução, de modo a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com essa atividade.
Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2 m do
nível inferior em que haja risco de queda. O empregador é o responsável pela
adoção das medidas determinadas nessa NR.
De acordo com o MTE (2014b), a NR 35 é subdividida em tópicos, e cada
um deles está relacionado a um tema dentro do assunto global, que diz respeito
à segurança em instalações e serviços em eletricidade:
 35.1. Objetivo e campo de aplicação;
 35.2. Responsabilidades;
 35.3. Capacitação e treinamento;
 35.4. Planejamento, organização e execução;
 35.5 Sistemas de proteção contra quedas;
 35.6. Emergência e salvamento;
 Glossário;
 Anexo I - Acesso por cordas;
 Anexo II - Sistemas de ancoragem.

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5.2 Deveres do empregador

Para o MTE (2014b), os deveres do empregador em relação à NR 35 são:

 Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nessa


norma;
 Assegurar a realização da Análise de Risco (AR) e, quando aplicável, a
emissão da Permissão de Trabalho (PT);
 Desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de
trabalho em altura;
 Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do
trabalho em altura, por meio de estudo, planejamento e implementação das
ações e das medidas complementares de segurança aplicáveis;
 Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das
medidas de proteção estabelecidas na norma pelas empresas contratadas;
 Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as
medidas de controle;
 Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas
as medidas de proteção definidas;
 Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação
ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização
imediata não seja possível;
 Estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para
trabalho em altura;
 Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades
da atividade;
 Assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista na
norma.

5.3 Responsabilidades do empregado

Para o MTE (2014b), as responsabilidades do empregado em relação à NR


35 são:

 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura,


inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;

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 Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas
na norma;
 Interromper suas atividades, exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança
e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu
superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis;
 Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser
afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

5.4 Capacitação e treinamento

Segundo registra o MTE (2014b), o empregado é considerado capacitado


para trabalho em altura quando submetido e aprovado em treinamento, teórico e
prático, com carga horária mínima de oito horas, cujo conteúdo programático
deve, no mínimo, incluir:

 Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;


 Análise de risco e condições impeditivas;
 Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de
prevenção e controle;
 Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para trabalho em altura:
seleção, inspeção, conservação e limitação de uso;
 Acidentes típicos em trabalhos em altura;
 Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de
resgate e de primeiros socorros.

5.5 Planejamento para o trabalho em altura

No planejamento do trabalho, devem ser adotadas na seguinte hierarquia:

1. Medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio


alternativo de execução;
2. Medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na
impossibilidade de execução do trabalho de outra forma;
3. Medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de
queda não puder ser eliminado.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras


(Português). 2019. Disponível em: <http://www.trabalho.gov.br/seguranca-e-
saude-no-rabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>. Acesso em: 28 fev.
2019.

_____. NR 8 – Edificações. 2001. Disponível em:


<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR8.pdf>. Acesso em:
7 mar. 2019.

_____. NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 2004.


Disponível em:
<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf>. Acesso
em: 28 fev. 2019.

_____. NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. 2011.


Disponível em: <http://www.trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-12-
seguranca-no-trabalho-em-maquinas-e-equipamentos>. Acesso em: 28 fev.
2019.

_____. NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. 2014a. Disponível


em: <http://www.trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-13-
caldeiras-vasos-de-pressao-e-tubulacoes>. Acesso em: 28 fev. 2019.

_____. NR 35 – Trabalho em Altura. 2014b. Disponível em:


<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR35.pdf>. Acesso em: 28
fev. 2019.

_____. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília,


DF, 9 jun. 1978. Disponível em:
<https://www.natal.rn.gov.br/sms/covisa/nucleos/medicamentos/Drogaria/Portari
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