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SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – SEDEC CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ENGENHARIA E DEFESA CIVIL – CEPED
Secretário Coordenador Geral
Alexandre Lucas Alves Prof. Amir Mattar Valente, Dr.
CURSO 3
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:
GESTÃO DE RISCO
30 horas
JORNADA
DO ALUNO
CURSO 2
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:
ATUAÇÃO NO ÂMBITO MUNICIPAL CURSO 4
30 horas PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:
GESTÃO DE DESASTRE
30 horas
GUIA DE AMBIENTAÇÃO – COMO LER O E-BOOK
O objetivo deste Guia de Ambientação é orientá-lo na leitura e utilização correta dos conteúdos dos cursos da Capacitação em Proteção e Defesa Civil.
Este guia deve servir de base para que você encontre as informações necessárias para resolver suas dúvidas relacionadas ao que encontrar em cada tópico do material.
Trazendo
para a realidade
Nota Exemplifica como
Esclarece um determinada diretriz, lei,
termo ou aprofunda regra ou determinação
uma informação que aplica-se na prática.
está no corpo
do texto.
Atenção!
Destaca informações Você sabia?
importantes que precisam Direciona
ser vistas com maior atenção. para materiais
complementares a
fim de aprofundar
conhecimentos sobre
Está na lei determinado assunto.
Reproduz o texto de uma
lei, normativa ou decreto.
SIGLAS E ABREVIATURAS
No Curso 1 – Proteção e Defesa Civil: introdução à Política Nacional, você pôde conhecer o histórico,
os principais conceitos e os contextos acerca da P&DC. Neste curso, você irá acompanhar como
se dá uma abordagem prática na redução de riscos de desastres com ênfase na atuação
municipal. Para explicar melhor esses assuntos, o curso foi organizado em sete módulos.
SUMÁRIO
Realizando o curso com dedicação e atenção, ao final de seus estudos, você deve ser capaz de:
Observe que, inicialmente, será abordado sobre o conceito, as principais atribuições e as competências do
órgão municipal de P&DC. Em seguida, serão apresentados os requisitos e os passos para a formalização
do órgão, além de questões que devem ser observadas na sua composição e no orçamento, bem como os
instrumentos básicos de gestão de riscos de desastres e as políticas públicas setoriais em P&DC.
O ÓRGÃO
MUNICIPAL
DE P&DC
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
ela trata das atribuições dos Entes Federados, deter- criar os respectivos órgãos de P&DC para compor o
minando que é dever do município a adoção de me- Sinpdec de forma articulada e integrada aos demais
didas necessárias à Redução de Riscos de Desastres órgãos e instituições, conforme a exigência da legisla-
(RRD), cabendo ao órgão municipal de P&DC uma atu- ção brasileira (Lei nº 12.608/12).
ação integrada com a União e os estados, com vistas Meirelles (2010) menciona o poder administrativo
à redução de desastres e à promoção do desenvolvi- como sendo uma
mento sustentável. Por isso, deve-se ter sempre em
mente que o conceito de P&DC está associado a uma
atuação sistêmica e pautada na articulação de:
» Setores: público, privado, não governamental e [...] autoridade para remover os interesses
comunitário. particulares que se opõem ao interesse público.
Nessas condições, o poder de agir se converte
» Níveis: municipal, estadual e federal. no dever de agir. Assim, se no Direito Privado
o poder de agir é uma faculdade, no Direito
» Fases: antes, durante e após o desastre. Público é uma imposição, um dever para o É nesse sentido que este curso foca em ações prá-
agente que o detém, pois não se admite a ticas de P&DC e apresenta ferramentas que facilitem
» Políticas públicas: planejamento urbano, saú- omissão da autoridade diante de situações que e orientem os gestores públicos no cumprimento de
de, educação, ambiente, saneamento, infraes- exigem sua atuação. (MEIRELLES, 2010, p. 107). suas responsabilidades. Entenda a composição do
trutura etc. Sinpdec, observando o esquema a seguir.
COMPOSIÇÃO DO SINPDEC Responsável por coordenar as ações de P&DC em todo o território nacional
ÓRGÃO CENTRAL
Representado pelos órgãos de P&DC e Representado pelos órgãos de P&DC e órgãos setoriais Representado pelos órgãos de P&DC
órgãos setoriais em âmbito federal, em âmbito estadual, com coordenação de cada e órgãos setoriais em âmbito municipal,
com coordenação da Sedec Coordenadoria e/ou Secretaria Estadual com coordenação de cada órgão municipal
de Proteção e Defesa Civil
Responsável pela articulação, coordenação Responsável pela articulação, coordenação Responsável pela articulação, coordenação
e execução do Sinpdec em nível federal e execução do Sinpdec em nível estadual e execução do Sinpdec em nível municipal
AFINAL, O QUE É O ÓRGÃO MUNICIPAL DE P&DC? De acordo com o disposto no Decreto n°10.593/2020, pode-se definir que o órgão municipal de P&DC é a unidade
da administração pública municipal responsável pela execução das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação, além das demais ações de
gerenciamento de riscos e de desastres. Ou seja, a nível municipal, é o órgão responsável pela articulação das ações de P&DC previstas pelo Sinpdec.
Como você pode ver, o órgão de P&DC é o princi- relação com os demais órgãos da administração local, VOCÊ SABIA?
pal elo de conexão do município com o Sinpdec. Além realizando uma articulação sistemática e valendo-
disso, cada município tem liberdade para definir o -se da perspectiva de que a P&DC corresponde a um A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, em
formato do órgão, ou seja, se será uma secretaria conjunto de ações coordenadas e multidisciplinares. 2010, a campanha Cidades Resilientes, que indica 10
municipal, uma assessoria direta ao gabinete do pre- A definição dessa estrutura cabe ao prefeito, como passos essenciais rumo à resiliência.
feito, ou uma estrutura integrada a outra secretaria. chefe do Poder Executivo municipal, que deve auxiliar
De qualquer modo, é necessário que o órgão seja es- o município nas ações de GRD, com vistas à constru-
tabelecido, e seu formato dependerá da característica ção de cidades resilientes e sustentáveis.
de cada município (pequeno, médio ou grande porte).
Em português, há um guia
para gestores públicos locais
– Como Construir Cidades
Destaca-se que cabe ao
Como visto no Curso 1 desta Capacitação, em mais Resilientes – que pode
órgão municipal de P&DC todo resumo, entende-se como resiliência a capacidade auxiliar sua atuação.
que uma comunidade tem de resistir, absorver, se
o planejamento, articulação,
adaptar e se recuperar dos efeitos de um evento Além disso, a ONU realizou ainda o Projeto 100RC,
coordenação, mobilização e adverso de maneira eficiente. Para relembrar esse para auxiliar 100 cidades ao redor do mundo a se
e mais conceitos, você pode sempre retornar ao tornarem mais resistentes aos desafios físicos, sociais
gestão das ações de redução
Curso 1 – “PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: Introdução e econômicos. A definição de resiliência do “100RC”
de riscos e de desastres no à Política Nacional”. inclui não somente desastres, mas também tensões
âmbito do município. capazes de enfraquecer a estrutura de uma cidade
de maneira cíclica. O projeto propõe a criação de
um cargo dentro do gabinete do prefeito, intitulado
Por isso, é muito importante promover o fortaleci- Neste módulo de estudos, você teve uma breve in- Chief Resilience Officer’s (CRO), para fortalecer o papel
mento institucional da P&DC, fazendo com que o muni- trodução sobre o órgão municipal de P&DC e seu pa- do prefeito, a fim de cumprir com a transversalidade
cípio tenha uma melhor capacidade de resposta e, por pel numa atuação sistêmica e articulada em setores, necessária em situações emergenciais ao lidar com
meio de uma equipe multi e interdisciplinar, trabalhe níveis, fases e políticas públicas a fim de coordenar as diversos departamentos simultaneamente.
também com o objetivo de reduzir os riscos de desas- ações de P&DC no âmbito do município. No próximo
tres. Assim, para que exerça as ações esperadas, é es- módulo, você verá as principais atribuições e compe- Para mais informações, acesse o site e leia sobre o
sencial que o órgão municipal mantenha uma estreita tências desse órgão. “100 Resilient Cities Project”.
PRINCIPAIS
ATRIBUIÇÕES E
COMPETÊNCIAS
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Lembre-se de que, quando se fala de planejamento, municípios vizinhos, quando afetados por uma mes-
o que fazer, como fazer,
é preciso considerar que as atividades de P&DC não se ma ocorrência de desastre. Nesse contexto, diversas
quem será o responsável resumem apenas à atuação durante e após os desas- formas de articulação intermunicipal são possíveis, a
tres, mas fundamentalmente devem ser pensadas em exemplo de:
pelas ações, metas, prazos,
relação às ações de prevenção, mitigação e prepara-
custos, acompanhamento e ção, correspondentes às fases que os precedem, como » Associações ou consórcios de municípios;
prestação de contas. já abordado em detalhes no Curso 1 desta capacitação. » Estabelecimento de microrregiões homogêneas;
Entre as atribuições do município, destaca-se » Agrupamento em torno de uma microbacia hi-
também a necessidade de atuação articulada com drográfica.
ESTÁ NA LEI
SEDEC, ARQUIVO
Art. 8º Compete aos municípios:
I – Executar a Política Nacional de Proteção preventiva e a evacuação da população das áreas de suprimentos em situações de desastre;
e Defesa Civil - PNPDEC em âmbito local; de alto risco ou das edificações vulneráveis; XIII – Proceder à avaliação de danos e prejuízos
II – Coordenar as ações do Sistema Nacional de VIII – Organizar e administrar abrigos provisórios para das áreas atingidas por desastres;
Proteção e Defesa Civil (Sinpdec) no âmbito local, assistência à população em situação de desastre, em XIV – Manter a União e o estado informados sobre
em articulação com a União e os estados; condições adequadas de higiene e segurança; a ocorrência de desastres e as atividades de
III – Incorporar as ações de proteção e defesa civil IX – Manter a população informada sobre áreas de proteção civil no município;
no planejamento municipal; risco e ocorrência de eventos extremos, bem como XV – Estimular a participação de entidades
IV – Identificar e mapear as áreas de risco de sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as privadas, associações de voluntários, clubes
desastres; ações emergenciais em circunstâncias de desastres; de serviços, organizações não governamentais
V – Promover a fiscalização das áreas de risco de X – Mobilizar e capacitar os radioamadores para e associações de classe e comunitárias nas
desastre e vedar novas ocupações nessas áreas; atuação na ocorrência de desastre; ações do Sinpdec e promover o treinamento de
VI – Declarar situação de emergência e estado de XI – Rrealizar regularmente exercícios simulados, associações de voluntários para atuação conjunta
calamidade pública; conforme Plano de Contingência de Proteção e com as comunidades apoiadas; e
VII – Vistoriar edificações e áreas de risco e Defesa Civil; XVI – Prover solução de moradia temporária às
promover, quando for o caso, a intervenção XII – Promover a coleta, a distribuição e o controle famílias atingidas por desastres.
E inclui no seu artigo 9º, as competências compar- Ressalta-se que, para cumprir com suas atribuições
tilhadas com União e estados. e competências, os municípios têm a oportunidade de
contar com apoio e incentivos da União e dos estados,
o que fortalece o conceito de P&DC como um siste-
ESTÁ NA LEI ma, conforme preconiza o Sinpdec.
A atuação integrada ocorre tanto com o objetivo de in-
Art. 9º Compete à União, centivar os municípios a promover a GRD como também
aos estados e aos municípios: no apoio de ações complementares, comuns na fase
de resposta e recuperação de um desastre, executadas
I – Desenvolver cultura nacional de prevenção conjuntamente com os estados e o Governo Federal.
de desastres, destinada ao desenvolvimento da
consciência nacional acerca dos riscos SEDEC, ARQUIVO
de desastre no país;
II – Estimular comportamentos de prevenção
capazes de evitar ou minimizar a ocorrência
de desastres;
III – Estimular a reorganização do setor
produtivo e a reestruturação econômica das
áreas atingidas por desastres;
IV – Estabelecer medidas preventivas de
segurança contra desastres em escolas e
hospitais situados em áreas de risco; TRAZENDO PARA
V – Oferecer capacitação de recursos humanos A REALIDADE
para as ações de proteção e defesa civil;
VI – Fornecer dados e informações para o
sistema nacional de informações e Você pode acompanhar exemplos dessas ações no
monitoramento de desastres. material complementar “Boas Práticas”, anexado na
plataforma de disponibilização deste curso.
Observe os esquemas a seguir para visualizar melhor o Após ter visto as principais atribuições e compe-
papel articulado do Sinpdec, ou seja, o trabalho articulado tências de um órgão municipal de P&DC, no próximo
entre vários órgãos das três esferas do governo e a comu- módulo, você conhecerá os passos para a sua formali-
nidade (acadêmica, população em geral e setor privado). zação e estruturação.
ARTICULAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL ESFERAS DE ATUAÇÃO DO SINPDEC COM A SOCIEDADE CIVIL
REQUISITOS PARA
A FORMALIZAÇÃO E
ESTRUTURAÇÃO
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
REQUISITOS PARA
EDSON LOPES JR, A2 FOTOGRAFIA, DEFESA CIVIL DE SÃO PAULO, SP
A FORMALIZAÇÃO
E ESTRUTURAÇÃO
Neste módulo, você irá entender que não existe um
modelo padrão que defina os requisitos mínimos
para a formalização e estruturação de um órgão
municipal de P&DC, visto que esse processo depende
de certas particularidades de cada município.
Portanto, é muito importante, durante essa etapa,
considerar a diversidade da organização e do tamanho
populacional e territorial dos municípios brasileiros.
INSTITUCIONAL
RECURSOS HUMANOS
INFRAESTRUTURA FÍSICA
dos órgãos setoriais. o atendimento das comunicações com plantão 24 horas para receber informações sobre ocorrências de
PLANEJAMENTO
Independentemente do tamanho e, da
quantidade de pessoal e da logística
disponíveis, o órgão municipal de P&DC só é
eficiente e eficaz se estiver preparado para
coordenar ações com os demais órgãos
e atores sociais envolvidos nas etapas de
prevenção, mitigação, preparação, resposta e
recuperação dos desastres.
Os passos para a formalização do órgão municipal de P&DC se dão mediante recomendações contidas na legislação, diretrizes do Sinpdec e condução
de atos legais, que você pode ver resumidamente a seguir. Para efeitos deste módulo, fica entendido que o órgão municipal será uma Compdec.
PREFEITURA DE CAMPINAS, SP
2 ENCAMINHAMENTO À CÂMARA
PARA APRECIAÇÃO E APROVAÇÃO 3 APROVAÇÃO DO PL NA CÂMARA
DE VEREADORES E PUBLICAÇÃO DO 4 COMPOSIÇÃO DA
O Poder Executivo elabora o PL DECRETO DE REGULAMENTAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
criando a defesa civil municipal e
encaminha para apreciação da Câmara A lei que cria uma Compdec traz uma Indicação e seleção dos integrantes que
de Vereadores, contendo as linhas inovação na administração pública, fixando irão compor a estrutura organizacional
básicas de sua organização, composição, atribuições iniciais. Depois da conversão da Compdec. Pode ser algo simples, com
objetivos e funcionamento. do projeto em lei, por meio da aprovação apenas um gestor (secretário, coordenador,
na Câmara de Vereadores, é publicado diretor ou superintendente) proporcional à
um decreto regulamentador, que vai tratar estrutura administrativa do município.
mais detalhadamente de como será a
atividade da nova unidade criada. CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA »
Observações:
* Ao realizar o cadastro
no S2ID, o município já
estará integrado à estrutura
nacional. É importante
observar se seu estado
IVAN FEITOSA, PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP
também possui algum
sistema para cadastro e
Para entender melhor as etapas da formalização da Compdec, observe o esquema ilustrado a seguir.
É CRIADA A
PREFEITO
O PL, se aprovado, é transformado COMPDEC
em lei de criação da Compdec. E Capacitação básica
a regulamentação da lei se dá por dos integrantes
meio de decreto que contém as
atribuições do órgão
Cadastro da
Aprovação do PL Compdec no S2ID
PL = Projeto de Lei
Fonte: Ceped/UFSC (2021).
Agora que você aprendeu sobre a formalização do órgão municipal de P&DC, que mediante os atos legais passa ser Compdec, entenda a seguir a composição do órgão.
COMPOSIÇÃO DO ÓRGÃO
SEDEC, ARQUIVO
INSTRUMENTOS
ORÇAMENTÁRIOS
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
INSTRUMENTOS ORÇAMENTÁRIOS
TV BRASIL
MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA
Preste atenção quanto aos prazos dos instrumentos administrativos, pois eles são necessários
para que o poder público possa desempenhar suas funções com critérios de prioridades.
Plano no qual são registradas as metas e Legislação na qual são registradas as metas e Legislação que contém um planejamento de
prioridades para quatro anos (desde o início do prioridades para o ano seguinte (deve ser enviado gastos que define e orienta as obras e os serviços
segundo ano do mandato do prefeito até o fim para a Câmara Municipal até 15 de abril) que precisam prioritários para o município, levando em
do primeiro ano do mandato de seu sucessor). ser compatíveis com o PPA. Sua aprovação orienta conta os seus recursos disponíveis (deve ser
o orçamento do ano seguinte. enviado para a Câmara até 30 de setembro).
Dessa forma, todos os setores devem, ano a ano, pla- ano. Ações de médio e longo prazo como programas de Portanto, tão logo seja criado o órgão municipal
nejar suas ações, orçá-las e incluí-las na LOA. Por isso, o capacitação continuada, obras estruturantes de grande de P&DC, deve-se prestar atenção para que o plane-
planejamento das ações rotineiras do órgão munici- porte, entre outras, também precisam ser previstas e in- jamento de suas ações seja considerado na Lei Orça-
pal de P&DC deve ser pensado para o período de um cluídas no PPA, com parcelamentos anuais na LOA. mentária Municipal.
SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
INSTRUMENTOS
BÁSICOS
DE GESTÃO
DE RISCO
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
VOCÊ SABIA? O ideal é que o órgão municipal de P&DC atue de tais, climatológicos, geológicos, hidrológicos, sociais,
forma articulada com os demais órgãos setoriais para de infraestrutura e outros, sempre com foco na cons-
CAPACIDADE é a combinação de todos os pontos uma ação integrada na elaboração de estudos, plane- trução de cidades resilientes e sustentáveis.
fortes, atributos e recursos disponíveis dentro de uma jamentos e preparação de políticas públicas de quali- Essas informações, coletadas por intermédio da
organização, comunidade ou sociedade para gerenciar dade, garantindo sua multidisciplinaridade a partir da avaliação de riscos, geram dados e servem para en-
e reduzir os riscos de desastres e fortalecer a resiliência. análise de variados aspectos, com destaque para as tender o histórico dos desastres, além de auxiliar no
Pode incluir infraestruturas, instituições, conhecimentos questões de proteção associadas a aspectos ambien- planejamento da gestão de risco.
e habilidades humanas, além de atributos coletivos
como relações sociais, liderança e gestão.
REPRODUÇÃO
BASE DE DADOS
IPT, DIVULGAÇÃO
PRODUTOS
CARTOGRÁFICOS
Fonte: CPRM
CARTAS DE SUSCETIBILIDADE
EXEMPLO
As Cartas de Suscetibilidade são documentos carto- Veja, na ilustração, um trecho de uma carta de suscetibilidade
gráficos que representam a propensão, ou seja, a possibi-
lidade de ocorrência de um determinado evento relacio-
nado à movimentos gravitacionais de massa, enxurradas
e inundações. Além de auxiliar na GRD, também servem
para o planejamento urbano de estados e municípios. Corridas de massa
Os levantamentos são realizados a partir de uma
modelagem matemática feita em escritório e, poste-
riormente, validada em trabalho de campo por uma Enxurradas
equipe de pesquisadores que percorre toda a exten-
são do município.
As áreas mapeadas nas cartas são classificadas em
alta, média e baixa suscetibilidade a movimentos gra-
vitacionais de massa (deslizamentos e corridas de mas- Áreas suscetíveis a deslizamentos (tons em marrom):
sa) e a processos hidrológicos (inundações e enxurra- Alta Média Baixa
das) em toda a extensão do município, ocupada ou não.
O CPRM destaca em seu site que as “[...] informa- Inundações (tons em azul):
ções geradas para a elaboração da carta estão em Alta Média Baixa
conformidade temática com as escalas 1:50.000 ([nos Você encontra
estados do] AC, AM, AP, PA, RO e RR) e 1:25.000 (demais Corridas de massa (linha preta tracejada). as Cartas de
estados), podendo a carta eventualmente ser apresen- Suscetibilidade
tada em escalas menores.” (BRASIL, [2021a]). Enxurradas (linha vermelha tracejada). Fonte: CPRM (2021). no site do CPRM.
Elas são de acesso
público e, atualmente,
estão disponíveis
A escala cartográfica representa a relação constante entre as dimensões dos para 526 municípios
elementos representados no mapa e suas correspondentes dimensões reais. brasileiros.
LOCUSGIS, REPRODUÇÃO
representada de forma numérica, como nesse caso,
1:50.000, o que significa que a representação está re- de Geografia e
duzida 50 mil vezes; ou por escala gráfica, normal- Estatística (IBGE)
mente inserida nos mapas como uma barra preta e publicou, em 2019,
branca (ROSSETTO, 2018). um estudo sobre
Você pode observar que, enquanto os mapas de deslizamentos
risco devem considerar os elementos expostos à de- no país, no qual
terminada ameaça e tentar dimensionar o impacto mostra que 5,7% do
caso ela se concretize, os mapas de suscetibilidade território nacional
baseiam-se somente na avaliação da probabilidade tem suscetibilidade
de determinado evento ou processo ocorrer e de sua muito alta a
magnitude. Eles devem abranger e classificar toda a deslizamentos e
área de interesse, por exemplo, todo o município, ca- 10,4% possui alta
racterizando-se por instrumento relevante para diver- suscetibilidade. A
sas áreas, como o planejamento urbano. maior parte dessas
Veja na prática o exemplo do uso de um mapa de áreas se concentram
suscetibilidade: nas regiões Sul e
Sudeste.
Fonte: Agência
IBGE Notícias (2019).
SETORIZAÇÃO DE
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO
A setorização de áreas de risco geológico serve alto ou muito alto, sendo os dois últimos os objetos
para orientar o trabalho de prevenção de desastres das principais de estudo do mapa.
prefeituras e órgãos de P&DC, ao apontar as áreas prio- Os trabalhos de mapeamento são realizados em
ritárias para a implantação de ações de gestão de risco escala de detalhe, juntamente com as defesas civis
e preparação para resposta frente aos desastres natu- municipais, e consistem na avaliação de áreas que
rais. Em função dos indícios observados em campo, o apresentam potencial ou maior histórico de ocorrên-
grau de risco pode ser classificado em baixo, médio, cia de desastres.
» estudos climáticos;
Monitoramento Alertas Alarmes » previsão de tempo;
» nowcasting (previsão de curto prazo);
» acompanhamento hidrológico;
pios possam organizar sua estrutura técnica, visando MONITORAMENTO, ALERTA e ALARME
gerenciar as informações de monitoramento de seus
desastres locais, para o planejamento de tomada de ALERTA: define os parâmetros A Portaria n°3.027/2020
decisão do gestor de P&DC frente aos desastres, não de emissão de aviso sobre o define os procedimentos
esquecendo também de colaborar com o fornecimen- risco de ocorrência de um desastre para o envio de alertas
to de informações locais para os órgãos nacionais e es- à população sobre a
(antes de acontecer o evento).
taduais que, de forma complementar também o fazem, possibilidade de ocorrência
ajudando no processo de retroalimentação do sistema de desastres, em
de informações sobre desastres. articulação com os órgãos
Visto isso, o município deve ter o compromisso de: e entidades estaduais,
distritais e municipais de
» Realizar o monitoramento local, por meio de ob- proteção e defesa civil, e
servação e utilização de instrumentos como plu- para utilização do sistema
viômetros e réguas de nível de cheias de rios, por Interface de Divulgação
exemplo. de Alertas Públicos
» Identificar quais órgãos atendem sua região e para envio de alertas via
acompanhar as informações fornecidas para, com mensagem de texto (SMS),
elas, planejar a emissão de alertas e alarmes. MONITORAMENTO: televisão por assinatura
prevê a possibilidade ou plataforma de avisos
Sendo assim, enquanto o monitoramento tem o públicos.
de um desastre
objetivo de prever a possibilidade de uma ocorrência
e acompanha o
de um desastre determinado, o alerta, a partir de crité-
rios pré-definidos, tem o objetivo de definir os parâme-
quadro de evolução
tros de emissão e comunicação de um aviso toda vez dos riscos. ALARME: desdobramento Você verá mais
que o monitoramento identifica uma situação poten- do alerta em ações detalhes sobre sistemas
cial de desastre. Por sua vez, o alarme tem o objetivo práticas diretamente com a de monitoramentos,
de definir como será o acionamento desse aviso, que população e acionamento alertas e alarmes no
deve se desdobrar em ações práticas e ativar o plano Curso 3 desta
do plano de contingência.
de contingência. Observe a imagem a seguir para en- Capacitação.
tender melhor esse sistema.
CEMADEN, DIVULGAÇÃO
Dessa forma, os alertas do Cemaden (emitidos por dade de ocorrência e do impacto potencial, podendo
uma equipe multidisciplinar) são enviados ao Cenad, ser moderado, alto e muito alto. Esse processo você
que os repassa para os órgãos de Defesa Civil Estadual pode ver no fluxograma a seguir, que integra as ações
e Municipal, e resultam da combinação da possibili- do Cemaden e das demais instituições envolvidas.
PROCESSO DE MONITORAMENTO
Defesa
Cemaden Cenad Civil Sinpdec
local
Por isso, o município deve estar sempre atento aos minimizar os efeitos de um desastre. Por enquanto, é VOCÊ SABIA?
alertas emitidos pelos órgãos de monitoramento, sen- fundamental que você verifique se seu município está
do o alerta antecipado um dos principais elementos da na lista dos aptos a receber alertas do Cemaden e ou- A Sedec e a Anatel têm parceria para emissão
redução dos riscos de desastres e, consequentemen- tras informações enviadas pelo Cenad, e que entenda de alertas via SMS.
te, da redução de danos humanos. o funcionamento do cadastramento para receber os
Você irá aprofundar seu conhecimento sobre este alertas via SMS.
tema no Curso 3, no qual irá estudar com mais detalhes Procure o Cenad ou a Defesa Civil do seu estado, A Anatel coordena com as operadoras
o conteúdo dos avisos e alertas e como utilizá-los para caso necessite de maiores esclarecimentos. de telefonia móvel, de TV por Assinatura
e com os órgãos vinculados à Defesa
RENATO ARAUJO, AGÊNCIA BRASÍLIA Civil, representados pelo Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos
e Desastres – Cenad, [...] a implantação
do sistema de notificação de alertas
de riscos de desastres naturais junto à
população. (ANATEL, 2017).
PLANO DE CONTINGÊNCIA
O que é o Plano de Contingência de um órgão pú- Nesse sentido, considerando que a primeira res-
blico? É um planejamento alternativo e preventivo. A posta a um desastre ocorre localmente, a elaboração
ação de planejar nada mais é do que visualizar uma de planos de contingência pelos órgãos municipais de
situação futura desejável e determinar meios efetivos P&DC pode ser considerada como um instrumento bá-
para concretizar essa situação idealizada. Por sua vez, a sico de gestão de risco. Esse processo deve estar ba-
expressão contingência significa incerteza sobre algo seado em cenários de risco, ou seja, em estimativas de
que poderá, ou não, vir a acontecer. como um determinado evento em potencial pode afetar
Logo, um Plano de Contingência (Plancon) é um as comunidades e os espaços em que habitam.
documento de planejamento que serve para a prepa- Independentemente do cenário de risco a ser con-
ração de recursos (humanos, materiais e logísticos) em siderado no Plancon, devem ser observados os requi-
relação às medidas a serem tomadas na ocorrência de sitos legais, com destaque para um processo participa-
um desastre. tivo e amplamente divulgado.
1 2 3
6 5 4
A Lei n°12.608/2012 define que Veja bem, a consulta pública e a audiência pública são instrumentos de participação
o Plancon deve ser submetido à popular garantidos pela Constituição Federal de 1988, por meio dos quais o poder
avaliação e à prestação de contas público obtém informações e pode opinar a respeito de um assunto de interesse
anual, por meio de audiência da sociedade. Sendo assim, são mecanismos importantes para transparência e
pública, com ampla divulgação. fortalecimento da atuação conjunta entre instituições e comunidade.
7 8 9
REVISAR
(após ocorrência de desastre,
OPERACIONALIZAR
VALIDAR E DIVULGAR simulado ou não, cronograma de
(em situação real ou simulada)
revisão ou mudanças significativas na
administração pública).
Por sua vez, a organização do documento final pode a dinâmica de ocupação dos territórios faz com que ra- Um dos modelos disponíveis está no portal do
seguir diversos modelos e a escolha deve considerar a pidamente se alterem características importantes para a S2ID, por meio do qual é possível acessar o guia com-
realidade local de cada município. Além disso, o Plan- resposta, e mesmo os recursos disponíveis nas adminis- pleto. Outros modelos de Plancon, com características
con deve ser constantemente atualizado, uma vez que trações públicas são passíveis de mudanças constantes. mais abrangentes e com maior detalhamento, estão
disponíveis em publicação do MDR.
VINÍCIUS MENDONÇA, IBAMA O site do MDR disponibiliza também um manual de
Planos de Contingência para Desastres de Movimen-
to de Massa, produto do projeto Fortalecimento da
Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos de
Desastres (Gides), que pode ser encontrado também
no site da Sedec, junto às demais publicações.
Por fim, cabe citar a importância dos municípios
onde existem barragens de estarem articulados ao
Plano de Segurança de Barragens, elaborado pelo em-
preendedor, além de produzir um Plancon específico
para situações com tal empreendimento. Você pode
buscar mais orientações sobre o Plano de Segurança
de Barragens no Guia rápido sobre Planos de Segu-
rança de Barragens, publicado pelo DNPM, ou em
Orientações para apoio à elaboração de Planos de
Contingência Municipais para barragens publicado
pela Sedec.
Para entender como funciona na prática, acompanhe os exemplos de PMRRs abaixo. Ambos foram executados
com a utilização de recursos do Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precá-
rios, do antigo Ministério das Cidades (atual MDR).
TRAZENDO PARA
A REALIDADE
O Plano Municipal de Redução de Risco de São Ação 1.2 – Definição da metodologia para a cons- Outro bom exemplo, nesse contexto, é o PMRR para
Gonçalo (PMRRSG) foi elaborado pela Fundação Eu- trução do mapa de risco de inundação dividido em escorregamentos, elaborado mediante cooperação ce-
clides da Cunha de Apoio Institucional à Universidade riscos (baixo, médio, alto e muito alto) e proposi- lebrada entre a Universidade Federal de Santa Catarina
Federal Fluminense (UFF), em parceria firmada entre a ções de soluções. (UFSC) e a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF),
Prefeitura Municipal de São Gonçalo com apoio da Cai- no período de maio a dezembro de 2006. O plano foi
xa Econômica Federal; e, no seu desenvolvimento, um baseado no mapeamento de risco de deslizamentos, da
grupo multidisciplinar atuou na preparação das ações, Ação 1.3 – Elaboração do relatório de risco de ins- estimativa de custos, da hierarquização das intervenções
dividindo a equipe nas funções de Coordenador, Equi- tabilidade de encostas, incluindo a classificação de e das matrizes de alternativas de ação. Ao final, os valo-
pe de Apoio Técnico e Consultores, de forma que riscos de deslizamentos, as propostas de solução e a res necessários estimados para a execução do plano fo-
empregou-se professores, engenheiros, arquitetos, estimativa orçamentária das intervenções propostas ram previstos nas despesas orçamentárias do município
biólogos, consultores e estagiários. Dessa interação, nas bacias e sub-bacias hidrográficas do município. e o prazo para a sua execução foi adequado às disponi-
resultou o PMRRSG, que englobou diversas etapas e bilidades de recursos para a gestão do plano em si.
ações, das quais destacam-se:
Etapa 2.
Realização de uma audiência pública e apresenta-
Etapa 1. ção da matriz de alternativas de ação para a imple- Você pode conferir os detalhes e o
Programa Detalhado de Trabalho mentação do projeto, a fim de assegurar a ampla passo a passo do planejamento do
Ação 1.1 – Realização de seminário, trabalhos de participação popular e cientificar a população em PMRR no documento Plano Municipal
mobilização e treinamento das equipes. geral sobre o PMRRSG. de Redução de Riscos (PMRR).
Considerando a
necessidade que o órgão
municipal de P&DC
tem de realizar um
planejamento de suas
atividades e utilizar os
instrumentos básicos de
gestão de risco, elaborou-
se um resumo destacando
alguns conteúdos deste
módulo com o objetivo de
facilitar esse trabalho.
MANTÉM RELAÇÃO
TIPO O QUE É E PARA QUE SERVE PRINCIPAL UTILIZAÇÃO
COM AS AÇÕES DE
MANTÉM RELAÇÃO
TIPO O QUE É E PARA QUE SERVE PRINCIPAL UTILIZAÇÃO
COM AS AÇÕES DE
Aqui você viu alguns instrumentos e ferramentas que estão disponíveis para o uso dos ges-
tores públicos nas ações e políticas públicas de RRD. Na sequência, para concluir os estudos,
serão abordados os temas de políticas públicas setoriais e seus efeitos nas ações de P&DC.
TRAZENDO PARA
A REALIDADE
» o plano diretor;
» a lei de uso e ocupação do solo;
» o PMRR;
Ordenamento Desenvolvimento Saúde » a carta geotécnica de aptidão à urbanização;
territorial urbano » o plano de saneamento básico.
Assim, o planejamento de um órgão de P&DC é o pon- Um exemplo bastante claro de políticas setoriais é a
to de partida para determinar como identificar os órgãos articulação dos órgãos federais para monitoramento O Cenad foi criado com o intuito de gerenciar
locais de articulação e como efetivar esse processo. Con- de riscos e desastres, mencionada no módulo anterior. as ações estratégicas de preparação e resposta
sidere também a necessidade de planejar os processos Eles desenvolvem ações para apoiar os municípios e a desastres em território nacional. Coordenado
de participação social, ou seja, o envolvimento de outras estados na geração de informações sobre riscos, pre- pela Sedec, do MDR, tem como objetivo atuar na
instâncias além da esfera da administração pública, como: visão de clima e tempo, elaboração de avisos e alertas preparação e resposta ao desastre, bem como
(como visto no tópico anterior), e difusão das informa- a mobilização de recursos humanos para atuar
ções. Com diferentes contribuições, cada órgão realiza durante a ocorrência de um desastre. Dessa
análises e gera informações que dão suporte à gestão forma, cabe ao Cenad consolidar as informações
de risco local e regional. sobre riscos no país, tais como mapas de áreas de
Como exemplos, citam-se as seguintes institui- risco, de deslizamentos e inundações, além dos
ções que atuam em nível nacional, ressaltando que é dados relativos à ocorrência de desastres e os
Setores Universidades importante e cabe ao próprio município identificar e se seus danos associados. O gerenciamento dessas
produtivos e institutos de articular com esses e outros órgãos setoriais, tanto da informações possibilita ao centro apoiar estados
pesquisa esfera nacional como estadual: e municípios nas ações de preparação para
desastres junto às comunidades mais vulneráveis.
ANDRÉA RÊGO BARROS, PREFEITURA DO RECIFE, PE
O Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil A Agência Nacional de Águas (ANA) tem como
(INMET) é um órgão federal da administração direta principal função regular o uso das águas dos rios e
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lagos de domínio da União e implementar o Sistema
(Mapa), com a missão de prover informações Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
meteorológicas por meio de monitoramento, (SINGREH), garantindo o seu uso sustentável,
análise e previsão do tempo e clima, concorrendo evitando a poluição e o desperdício, e assegurando
com processos de pesquisa aplicada para fornecer água de boa qualidade e em quantidade suficiente
informações adequadas em situações diversas, como para a atual e as futuras gerações.
no caso de desastres naturais, tais quais inundações e
secas extremas que afetam, limitam ou interferem nas A ANA dispõe de uma sala de situação, onde monitora
atividades cotidianas da sociedade brasileira. e analisa a evolução das chuvas, dos níveis e da vazão
dos principais rios, reservatórios e bacias hidrográficas
O órgão trabalha com imagens de satélites e modelos do país. Todas as informações são compartilhadas por
físico-matemáticos de última geração e alta resolução, meio de boletins e de sistemas de monitoramento,
processados em supercomputadores, que simulam servindo de suporte para a decisão das autoridades
o comportamento futuro da atmosfera. O INMET, por responsáveis pela gestão de eventos hidrológicos
intermédio de seu corpo técnico de meteorologistas, críticos. Promove, ainda, ações destinadas à prevenção
elabora boletins de previsão de tempo com dias de e redução dos efeitos dos desastres, especialmente
antecedência, dentro de padrões internacionais. ligados às secas e inundações no Brasil.
Encontre mais informações sobre o INMET. Encontre mais informações sobre a ANA.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
é o principal centro de previsão meteorológica do Brasil. Entre seus principais produtos estão: oferta de previsão
de tempo, previsão climática, modelagem numérica, satélites, monitoramento de queimadas, qualidade do ar,
energia e ondas. O CPTEC vem constantemente aperfeiçoando seus modelos para gerar previsões com mais dias de Encontre mais informações sobre o CPTEC.
antecedência, além de prever chuvas e eventos extremos com maior confiabilidade.
Você viu que o processo de formalização e estrutu- ligadas direta ou indiretamente aos programas e ações jamento. Por fim, acompanhou a atuação integrada entre
ração de um órgão municipal de P&DC, bem como as de RRD para que o órgão municipal atue de maneira arti- órgãos de P&DC em um exemplo da articulação dos ór-
articulações e atores que estão dentro de sua estrutura culada aos demais órgãos e políticas setoriais. Além dis- gãos federais para monitoramento de riscos e desastres
fazem parte do ponto de vista intrainstitucional; um ponto so, você conheceu alguns exemplos de políticas setoriais por meio das ações desenvolvidas para apoiar os muni-
de vista interinstitucional, por sua vez, possui instituições e como elas derivam nos instrumentos locais de plane- cípios e estados na geração de informações sobre risco.
» o conceito de órgão municipal de P&DC e viu que ele está associado a uma atu-
ação sistêmica, pautada na articulação de setores (público, privado, não governa-
mental e comunitário), níveis (municipal, estadual e federal), fases (antes, durante
e após o desastre) e políticas públicas (planejamento urbano, saúde, educação);
» as principais atribuições do órgão municipal de P&DC, que se resumem em
planejar, executar, coordenar e supervisionar as ações de P&DC, o que lhe per-
mitiu refletir sobre a identificação dos riscos de desastres e como ocorre a inte-
gração da gestão de riscos no planejamento do desenvolvimento municipal;
» os requisitos para a formalização e estruturação do órgão, tendo em vista
que é primordial levar em consideração a diversidade de organização e tama-
nho populacional e territorial dos municípios brasileiros, e que, por isso, não
existe um modelo padrão para definir os requisitos mínimos para a formalização
e estruturação de um órgão municipal de P&DC;
» a importância dos instrumentos orçamentários, pois são eles que garantem
a operacionalização do órgão municipal de P&DC a partir da organização do
orçamento público. Dessa maneira, todos os órgãos devem planejar suas ações
KATITO, PREFEITURA DE MARICÁ, RJ
de redução de riscos de desastres, contemplando os recursos orçamentários
disponíveis para torná-las possíveis;
» os instrumentos e as ferramentas básicas de gestão de risco, que estão dispo-
níveis para o uso por parte dos gestores públicos municipais nas ações e políticas
públicas de RRD, sabendo como encontrá-los e utilizá-los nas atividades de ava-
liação de riscos e preparação para o enfrentamento dos desastres; e, por último,
» as políticas públicas setoriais, que tratam sobre como a P&DC municipal deve
estar internamente composta e organizada (ponto de vista intrainstitucional),
assim como o órgão deve atuar de maneira articulada com os demais órgãos e
políticas setoriais (ponto de vista interinstitucional).
Sendo assim, você está apto para dar continuidade aos seus estudos com o pró-
ximo curso desta capacitação. Fique atento e estude o material complementar “Boas
Práticas”, anexado à plataforma de ensino.
CAPACITAÇÃO EM PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Visto isso, com base no Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, foi
elaborado um material complementar para você, contendo alguns exem-
plos de boas práticas espalhadas pelo país.
REFERÊNCIAS
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