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APRESENTAÇÃO
Vilmar Gusberti
A primeira coisa que deve ficar clara é que nenhum livro, site ou vídeo aula irá
substituir as aulas de um bom professor, porém podem ser alternativas para quem por qualquer
motivo não puder frequentar aulas regulares. Mesmo para quem já estuda com um professor,
este livro pode servir de referência ou complemento, pois é um material bem completo e
organizado.
Se você é iniciante e não possui nenhum conhecimento sobre música e sobre guitarra,
recomendo o estudo do livro na ordem, página por página, capítulo por capítulo, sempre
buscando entender bem cada conteúdo antes de passar para o próximo. Da mesma forma nos
exercícios de técnica, somente siga para o próximo exercício quando sentir que praticou
suficientemente o exercício atual e que já consegue tocá-lo corretamente, mesmo que bem
devagar.
Você pode também estudar diferentes capítulos ao mesmo tempo, por exemplo,
paralelamente ao estudo dos exercícios de técnica é importante que você tente aprender a
tocar suas músicas preferidas, e também vá estudando alguns conceitos de teoria musical.
Assim você pode intercalar estudos de técnica, teoria musical e repertório em sua rotina diária.
Se você já consegue tocar alguma coisa e já possui alguns conhecimentos, ou se tiver
acompanhamento de um professor, você não precisa necessariamente seguir a ordem
proposta no livro, mas pode ir direto aos assuntos que mais lhe interessarem.
Procure sempre ler com atenção todas as orientações antes de tentar tocar os
exemplos, e assista aos vídeos de apoio da playlist, clicando neste link:
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tirar dúvidas, interagir e enviar vídeos tocando para obter feedback. Acesse os links abaixo:
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Tenha bastante paciência, estude com disciplina e regularidade, mas sem pressa, pois
o aprendizado é gradual e você pode demorar um pouco para perceber os resultados. Lembre-
se que todos os guitarristas que você admira, um dia já foram iniciantes e passaram pela fase
em que você se encontra.
Mãos à obra!
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 2
COMO ESTUDAR ESTE LIVRO ................................................................................................. 3
SUMÁRIO .................................................................................................................................... 4
1. CONHECENDO A GUITARRA ................................................................................................ 5
1.1. BREVE HISTÓRIA DA GUITARRA ELÉTRICA ..................................................................................................................................... 5
1.2. PARTES DA GUITARRA:.............................................................................................................................................................. 7
1.3. POSTURA: .............................................................................................................................................................................. 9
1. CONHECENDO A GUITARRA
A Guitarra Elétrica (Electric Guitar), conhecida aqui no Brasil apenas como Guitarra, é
descendente direta do violão, que nos países de língua inglesa é chamado Acoustic Guitar. Os
violões, assim como seus possíveis ancestrais e instrumentos similares, como o Alaúde, a
Gitara Romana e a Vihuela, possuem séculos e até milênios de história, sendo todos
instrumentos bastante antigos. Fazendo uma comparação, podemos dizer que a Guitarra
Elétrica é um instrumento muito jovem, pois possui menos de um século de história.
Tudo começou nos Estados Unidos, no final do século XVIII e início do século XIX,
quando as apresentações musicais começaram a se caracterizar por públicos e configurações
de concertos e de conjuntos cada vez maiores, fazendo com que o som do violão ficasse cada
vez mais difícil de ser ouvido pelos expectadores e até pelos próprios músicos.
Por causa desta dificuldade, diversos músicos e fabricantes de instrumentos
concentraram seus esforços em tentar desenvolver instrumentos com maior volume de som,
alterando a estrutura, usando cordas de aço, aumentando o tamanho dos instrumentos e até
construindo instrumentos inteiros de metal. Enquanto isso, outros tentavam amplificar o som
através da eletricidade até que em 1931, um americano chamado George Beauchamp
implantou um captador magnético no instrumento. Apesar de conseguir amplificar o sinal para
uma caixa de som o resultado final não foi o ideal, pois as ressonâncias sonoras na caixa do
violão criavam microfonias altas.
Foi então que George Beauchamp em parceria com Adolph Rickenbacker, construíram
a primeira guitarra elétrica de corpo sólido, apresentada ao público pela primeira vez em 1932,
e chamada "The Frying Pan", por causa de sua semelhança com uma frigideira. Na verdade
era uma guitarra de estilo havaiano Lap Steel, para ser usada deitada no colo do guitarrista.
O primeiro modelo de guitarra sólida com o formato que conhecemos hoje foi
desenvolvido pelo famoso guitarrista e inventor Les Paul, entre 1945 e 1946. Inicialmente seu
protótipo foi rejeitado por fabricantes, mas em 1951 conseguiu firmar uma parceria com a
Gibson Guitar Corporation, que no ano seguinte resultou no lançamento da famosa Gibson Les
Paul, um dos modelos de guitarra mais populares até hoje.
Ainda em 1951, Leo Fender apresentou o protótipo da guitarra de corpo sólido
chamado Telecaster, e em 1954 lançou o modelo Stratocaster, que é talvez o mais popular de
todos até hoje. A partir daí não pararam mais de surgir novos fabricantes e novos modelos de
guitarra. Veja a seguir alguns dos modelos de guitarra mais conhecidos:
Nos exemplos acima, procurei identificar cada modelo com a marca que o criou, porém
atualmente existem modelos que são copiados e fabricados por diversas marcas, como por
exemplo a Stratocaster, Telecaster, Les Paul, SG, etc...
Alguns modelos foram criados para homenagear alguns guitarristas famosos ou
seguindo especificações dos mesmos, como é o caso da PRS SE Santana (Carlos Santana),
EVH Wolfgang (Eddie Van Halen), Ibanez JS (Joe Satriani), Ibanez JEM (Steve Vai), Jackson
Flying V RR (Randy Rhoads)...
01 – Corpo: normalmente é sólido, feito com madeiras como mogno, cedro, alder, maple,
basswood ou marupá. O formato varia conforme o modelo, e o peso varia conforme a madeira
utilizada. É dentro do corpo da guitarra que está instalada toda a parte elétrica do instrumento.
02 – Ponte: é a peça pela qual as cordas são presas ao corpo do instrumento. Os principais
tipos de pontes são: Fixa, Fixa Tune-O-Matic, Tremolo Standard e Flutuante (Floyd Rose).
03 – Captadores: são os dispositivos que captam as vibrações das cordas e as convertem em
sinais elétricos que são amplificados pelo amplificador. Os captadores podem ser simples
(Single Coil), com um som mais agudo e definido, ou duplos (Humbucker) com um som mais
grave e pesado.
04 – Roldanas: são os parafusos onde prendemos a correia na guitarra para tocarmos em pé.
05 – Jack de Entrada: é onde ligamos o cabo que leva o sinal da guitarra para o amplificador.
Em geral utilizamos cabos com plugues padrão P10.
06 – Botões de Tone: permitem alterar um pouco o timbre dos captadores cortando
freqüências agudas caso seja necessário. Com o botão aberto, no 10, o som não é alterado,
mas conforme o fechamos, as freqüências agudas são diminuidas deixando o som mais
"abafado".
07 – Botão de Volume: possibilita controlar o volume de saída do som da guitarra.
08 – Chave Seletora: serve para selecionar os captadores a serem utilizados, ligando uns e
desligando outros. Pode ser de 3 ou 5 posições, dependendo da quantidade de captadores e
da configuração de cada guitarra.
09 – Alavanca: é uma peça que permite movimentar a ponte da guitarra (exceto nas pontes
fixas) afrouxando as cordas, fazendo a entonação descer ou esticando-as, fazendo a
entonação subir. A alavanca permite executar diversos efeitos interessantes, desde um simples
vibrato até a imitação de sons de animais.
10 – Escudo: é uma peça de plástico que protege a parte elétrica da guitarra e também a sua
pintura, já que às vezes pode-se raspar a palheta nesta região do corpo da guitarra ao tocar. O
escudo serve também como peça decorativa da guitarra, pois há diversos modelos, de várias
cores.
11 – Cordas: a guitarra convencional possui 6 cordas, contadas de baixo para cima e
nomeadas como 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª. As cordas da guitarra são de aço e podem ter diferentes
espessuras, gerando diferentes tensões. Ex.: Encordoamento 009 = tensão média,
encordoamento 008 = tensão leve, encordoamento 010 = tensão pesada.
12 – Marcação de Casa: é um recurso visual que serve para ajudar na localização ao longo do
braço da guitarra. Como padrão, as marcações ficam nas casas ímpares, com exceção da 12 e
da 24, que recebem uma marcação especial.
13 – Casa: é o espaço entre dois trastes, no qual colocamos a ponta do dedo e pressionamos
para obter uma determinada nota. O número de casas de uma guitarra varia de acordo com o
modelo, mas geralmente fica entre 22 e 24.
14 – Trastes: são os filamentos metálicos que dividem o braço da guitarra em casas.
15 – Capotraste: é considerado o traste zero, onde as cordas estão apoiadas próximo à mão
da guitarra, e a partir de onde começam a soar. Pode ser feito de diferentes materiais como
plástico ou até osso.
16 – Abaixador de Corda: serve para deixar a corda mais alinhada com a altura das tarraxas,
possibilitando que a corda seja enrolada de forma mais uniforme.
17 – Mão: é a parte que fica na ponta do braço da guitarra, onde geralmente aparece a marca
do instrumento e também onde estão fixadas as tarraxas.
18 – Tarraxas: são as peças metálicas fixadas na mão da guitarra, e servem para enrolar e
afinar as cordas.
19 – Parafuso do Tensor: serve para ajustar o tensor (também chamado de alma) que fica
dentro do braço da guitarra, possibilitando regular a curvatura e corrigir problemas de
empenamento.
20 – Braço: é onde posicionamos os dedos e pressionamos as cordas para tocarmos notas e
acordes. Ele é formado por duas peças de madeira coladas, a parte de trás, onde apoiamos o
polegar, e a parte da frente, chamada escala, onde estão os trastes.
1.3. Postura:
Antes de falarmos sobre qual seria a postura mais adequada para tocar guitarra,
devemos pensar em duas palavras: conforto e relaxamento. Se você praticar sempre prestando
atenção no seu corpo, buscando o máximo de conforto e relaxamento, estará dando um grande
passo para que seu aprendizado seja mais eficiente.
Quanto à postura, quando for tocar em pé, ajuste o tamanho da correia para que altura
da guitarra fique confortável. Ao tocar ou estudar sentado, você tem três opções de posturas,
baseadas na tradição do violão:
Popular: apoie a guitarra na perna direita, se precisar use algum apoio embaixo do seu
pé direito ou então cruze a perna direita sobre a esquerda para que a guitarra fique um pouco
mais alta. Esta postura deixa a guitarra em uma posição mais horizontal.
Flamenco: tem esse nome por ser uma postura utilizada pelos violonistas do gênero
flamenco. Você deve apoiar a guitarra na perna direita e colocar o pé direito sobre o joelho
esquerdo, fazendo com que o instrumento fique um pouco mais alto e inclinado com o braço
para cima.
Clássico: a postura tem este nome por ser utilizada por quem toca violão clássico.
Consiste em apoiar a guitarra na perna esquerda e usando um apoio embaixo do pé para que
esta perna fique mais alta. Nesta postura a guitarra fica em uma posição diagonal, com o braço
virado para cima.
Se você observar com atenção os seus guitarristas preferidos, verá que cada um
segura a palheta de forma diferente, e mesmo assim todos eles obtêm um bom resultado. De
qualquer forma vou detalhar as posturas e formas de segurar a palheta que considero mais
eficientes, com base em anos de experiência tocando e ensinando.
Você deve apoiar o antebraço direito no corpo da guitarra e a palma da mão sobre a
ponte, onde saem as cordas. Se você segura a palheta com polegar e indicador, deixando a
mão aberta, pode apoiar os outros dedos no corpo da guitarra abaixo dos captadores. Mas
você pode também segurar a palheta com a mão fechada, neste caso apoiando a mão nas
cordas que não estiver tocando, dependendo da situação.
A dica mais importante é que você deve segurar a palheta bem perto da ponta, de
forma que ela fique bem encaixada na mão e você não precise fazer força para segurá-la.
Assim também a ponta fica mais curta e permite tocar de forma mais fluente sem que ela
tranque nas cordas. Isso também permite que você encoste a lateral do polegar nas cordas
acima da que estiver tocando, abafando-as e deixando o som mais limpo.
Vamos entender como serão representados os dedos de ambas as mãos, tanto nas
cifras quanto nas tablaturas, quando necessário:
Mão esquerda: a que utilizamos para Mão direita: a que utilizamos para fazer
pressionar as notas e acordes no braço da soar as cordas, na guitarra geralmente
guitarra. O dedo polegar fica atrás do braço usamos a palheta, porém quando tocamos
da guitarra servindo apenas como apoio, e com os dedos, estes são representados
os demais dedos são representados da pelas letras iniciais, exceto o dedo mínimo,
seguinte forma: que não é utilizado:
1 = Indicador P = Polegar
2 = Médio I = Indicador
3 = Anular M = Médio
4 = Mínimo A = Anular
Obs.: Este é o padrão para pessoas destras. Para quem é canhoto, as duas mãos se
invertem, a esquerda faz os dedilhados ou segura a palheta, enquanto a direita pressiona as
notas e acordes no braço da guitarra.
Cifras são desenhos que mostram como fazer acordes no braço da guitarra, indicando
a casa e a corda onde devemos posicionar cada dedo da mão esquerda, e também quais
cordas deverão ser tocadas.
O diagrama representa uma parte do braço da guitarra na vertical, de modo que as
linhas na vertical são as cordas e as linhas na horizontal são os trastes. A 1ª corda é
representada pela 1ª linha vertical da direita e a 6ª corda está posicionada do lado esquerdo.
As bolinhas pretas dentro do diagrama mostram onde posicionar cada dedo e o número em
cada bolinha representa o dedo a ser usado. As bolinhas brancas acima do diagrama mostram
as cordas soltas que devem ser tocadas, pois fazem parte do acorde, e os X acima do
diagrama mostram quais cordas não devemos tocar. Veja a imagem a seguir:
Os nomes dos acordes são formados por letras do alfabeto que representam as notas
musicais:
C D E F G A B
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
Quando o nome do acorde é formado somente pela letra que representa a nota
musical, significa que é um acorde do tipo MAIOR, porém nome do acorde pode ser
acompanhado de outros símbolos que possuem diferentes significados dependendo do tipo e
das alterações presentes no mesmo. Veja alguns exemplos:
Você pode memorizar estes 8 acordes, mas para isso você precisará repeti-los muitas
e muitas vezes, e também precisará ter muita paciência e perseverança, pois não se consegue
de um dia para o outro, pode levar algumas semanas até que eles estejam memorizados e que
você consiga montá-los com rapidez e fazê-los soarem bem. O lado bom é que, com estes
acordes, você já poderá tocar um grande número de canções, por isso vale à pena o esforço!
Vamos ver agora como devemos ler as cifras dentro de uma canção, para isso
utilizaremos como exemplo um trecho da música Yellow Submarine (The Beatles):
Yellow Submarine
The Beatles
G D C G
In the town where I was born
Em Am C D
Lived a man who sailed to sea
G D C G
And he told us of his life
Em Am C D
In the land of submarines
Repare que os nomes dos acordes aparecem acima da letra da música, posicionados
na direção de determinadas palavras ou sílabas. Significa que no momento em que cantamos
aquela palavra ou sílaba, devemos executar o respectivo acorde. Procure ouvir bastante esta
música prestando atenção nas mudanças que acontecem no som para entender melhor o
momento das trocas de acordes.
A tablatura é uma notação usada para escrever Solos, Riffs ou Bases de uma forma
mais detalhada, para se tocar exclusivamente em instrumentos de cordas que possuem
trastes, como por exemplo, violão, guitarra, contrabaixo elétrico e cavaquinho.
A tablatura para guitarra e violão consiste em um sistema de 6 linhas, onde cada linha
corresponde a uma corda, porém a 1ª linha, que fica em cima, representa a 1ª corda (a mais
aguda), que fica embaixo quando tocamos. Para que não haja confusão, você deve sempre
lembrar que a contagem das cordas é invertida: na tablatura é de cima para baixo, enquanto
que no instrumento é de baixo para cima. Os números nas linhas indicam as casas onde
devemos pressionar as respectivas cordas, e quando aparecer 0, é porque a corda deve ser
tocada solta.
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Uma tablatura pode ser escrita em softwares específicos como o Power Tab Editor e o
Guitar Pro, que geram automaticamente uma partitura referente à tablatura escrita, mas
também é comum a escrita de tablaturas em formato de texto, com a fonte Courrier New.
Vamos utilizar como exemplo o riff principal da música Day Tripper, dos Beatles. Veja:
Agora que você já sabe ler cifras e tablaturas, você pode pedir para seu professor ou
pode procurar na internet as músicas que você mais gosta, e tentar aprendê-las. Porém é
muito importante que você comece com músicas que tenham nível de dificuldade adequado
para o estágio que você se encontra. Por isso é muito importante estudar com a orientação de
um bom professor!
De qualquer forma você encontrará diversas sugestões de músicas ao longo deste
livro.
3. TÉCNICA BÁSICA
Consiste em alternar o sentido das palhetadas para baixo ( ) e para cima ( ). É uma
das técnicas mais importantes para se tocar guitarra, e também uma das mais demoradas para
se desenvolver precisão e velocidade. Por isso é preciso estudo diário com disciplina e muita
paciência.
Vamos começar a exercitar a palhetada alternada com as cordas soltas, para que
possamos focar toda a atenção na mão direita, cuidando para mantê-la relaxada e realizar
movimentos curtos e precisos. Alguns exercícios estão escritos somente na direção da 6ª para
a 1ª corda. Execute-os também no sentido contrário.
Agora que já prestamos bastante atenção na mão direita, já nos familiarizamos com a
palhetada alternada, podemos começar a exercitar simultaneamente a coordenação motora e
precisão da mão esquerda, com exercícios de digitação utilizando os 4 dedos. Pratique
devagar, procurando sempre pressionar as cordas com as pontas dos dedos, posicionadas
próximas aos trastes. Cuide também para que suas mãos se mantenham relaxadas.
Muito utilizada por guitarristas de todos os estilos, é uma técnica que possibilita
economizar palhetadas e tocar em alta velocidade, proporcionando uma sonoridade mais fluida
ao fraseado de quem a domina. Porém o objetivo principal dos próximos exercícios é
desenvolver a coordenação motora e a precisão da mão esquerda, por isso procure praticar
lentamente, cuidando para manter as mãos bem relaxadas e pressionar as cordas com as
pontas dos dedos próximas aos trastes. Também é importante usar a mão direita para ajudar a
“limpar” o som, abafando as cordas que não estão sendo tocadas.
Ex. 33 - Combinando Hammer-on & Pull-off com digitações 2-1, 3-1 e 4-1:
Dó Agudo (alto)
Si
Lá
Sol
Fá
Mi
Ré
Grave (baixo)
Dó
Ritmo: é a organização dos sons e silêncios (pausas), com suas diferentes durações,
ao longo de um tempo constante, que também chamamos de pulso ou pulsação. Em outras
palavras, é a forma como todos os sons de uma música estão encaixados no tempo da
mesma. É o elemento mais importante da música e, portanto, devemos ter sempre como
objetivo compreendê-lo e dominá-lo.
Melodia: é uma sequência de diferentes notas musicais tocadas ou cantadas, uma de
cada vez, formando um discurso musical com sentido. Uma música pode conter mais de uma
melodia ao mesmo tempo, mas geralmente a melodia principal é o que cantamos em uma
canção ou também o solo de algum instrumento, como a guitarra, por exemplo.
Harmonia: é a combinação de notas musicais executadas ao mesmo tempo, formando
o que chamamos de Acordes. As notas de uma harmonia podem ser todas executadas em um
único instrumento, como o piano, o violão ou a guitarra, por exemplo, ou executadas cada uma
em um instrumento diferente, como acontece em uma orquestra de cordas (contrabaixo,
violoncelo, viola e violino), naipe de sopros ou em um coro com diferentes vozes. Na prática, na
guitarra, a Harmonia é o conjunto dos acordes de uma música.
No sistema musical ocidental são utilizadas sete notas musicais chamadas Dó, Ré, Mi,
Fá, Sol, Lá e Si (nomes originados do latim), que também costumam ser representadas com
as sete primeiras letras do alfabeto A, B, C, D, E, F, G (sistema anglo-germânico), porém os
dois sistemas têm pontos de partida diferentes, a letra A corresponde à nota Lá, a letra B
corresponde à nota Si, a letra C corresponde à nota Dó, e assim por diante. Veja a tabela:
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
A B C D E F G A B
É essencial que você memorize os nomes das notas bem como a letra que representa
cada uma delas.
Ex. 34 - Pratique as notas musicais tentando imitá-las com a voz:
São unidades usadas para medir a distância entre as notas, a menor delas é o
Semitom (ST), que equivale à distância de uma casa no braço da guitarra. Também podemos
dizer que um semitom equivale a meio Tom (½T). Assim, um Tom (T) equivale a dois Semitons,
que na prática é igual à distância de duas casas no braço da guitarra. Resumindo:
1 ST = ½ T = 1 casa
1 T = 2 ST = 2 casas
Veja na tabela abaixo como estão definidas as distâncias entre as notas musicais:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
C D E F G A B C
T T ST T T T ST
Note que as distâncias entre E e F, assim como entre B e C são de 1 ST, enquanto que
as demais (C-D, D-E, F-G, G-A, A-B) são de 1 T.
Ex. 36 - Complete a tabela com as distâncias entre as notas em tons e semitons:
Obs.: Conte os semitons em ordem ascendente, ou seja, do grave para o agudo.
= Bequadro: Símbolo usado na partitura para anular o efeito de qualquer uma das
alterações.
Com estas alterações, podemos obter sons intermediários entre as notas musicais que
possuem distância de um tom. Entre C e D, podemos ter C# ou Db, que na prática
representam o mesmo som. Da mesma forma, entre D e E podemos ter D# ou Eb, entre F e G
podemos ter F# ou Gb, entre G e A podemos ter G# ou Ab e entre A e B podemos ter A# ou
Bb. Quando temos notas com nomes diferentes, mas que representam um mesmo som, como
por exemplo C# e Db, dizemos que são Notas Enarmônicas.
Adicionando as possíveis alterações entre as notas com distância de um tom, teremos
uma escala com 12 sons, com distâncias de um semitom cada, chamada Escala Cromática:
C# D# F# G# A#
C D E F G A B C
Db Eb Gb Ab Bb
Veja que entre E e F, assim como entre B e C não há espaço para alterações # ou b.
Por isso raramente usamos na escrita as notas E#, Fb, B# e Cb, pois E# é igual a F, Fb é igual
a E, B# é igual a C e Cb é igual a B.
cordas são contadas de baixo para cima, sendo a 1ª a mais aguda e a 6ª a mais grave,
seguindo a seguinte afinação:
1ª corda solta – Mi ( E )
2ª corda solta – Si ( B )
3ª corda solta – Sol ( G )
4ª corda solta – Ré ( D )
5ª corda solta – Lá ( A )
6ª corda solta – Mi ( E )
Ex. 39 - Escreva no braço TODAS as notas naturais mais as com bemol (b):
Ex. 40 - Escreva apenas as notas naturais (sem alterações), e depois tente tocá-las:
Fazendo isso, você estará tocando ao mesmo tempo a escala de Dó Maior.
Atualmente a forma mais fácil de afinar uma guitarra é utilizando um dos diversos tipos
de afinadores eletrônicos disponíveis no mercado. Porém é de extrema importância saber
afinar o instrumento “de ouvido”, e para isso vamos estudar três métodos.
É um método muito eficiente, pois gera uma afinação mais precisa. Consiste em
comparar o som de uma mesma nota em oitavas diferentes, ou seja, uma grave e outra aguda.
Temos diversas possibilidades de comparação de notas, mas vamos utilizar somente as que
possibilitam utilizar uma das cordas solta:
Harmônicos Naturais são sons que obtemos encostando bem de leve a ponta de um
dos dedos da mão esquerda, em qualquer corda, em determinadas posições, como por
exemplo, sobre o 5º, 7º ou 12º traste. Veja como afinar utilizando harmônicos naturais:
Harmônico na 6ª corda (E) sobre o traste 5 = Harmônico na 5ª corda (A) sobre o traste 7;
Harmônico na 5ª corda (A) sobre o traste 5 = Harmônico na 4ª corda (D) sobre o traste 7;
Harmônico na 4ª corda (D) sobre o traste 5 = Harmônico na 3ª corda (G) sobre o traste 7;
Harmônico na 6ª corda (E) sobre o traste 7 = 2ª corda (B) solta;
Harmônico na 2ª corda (B) sobre o traste 5 = Harmônico na 1ª corda (E) sobre o traste 7.
Pela tradução poderiam ser chamados de “Acordes de Potência”, e têm este nome
porque realmente proporcionam um som mais “pesado”. Porém tecnicamente não são acordes,
pois são formados por apenas 2 notas, enquanto que um acorde é formado por 3 ou mais
notas. Podemos dizer então que o Power Chord é uma simplificação de um acorde.
Pelo que se sabe, o Power Chord teve sua origem com guitarristas de Blues e
principalmente com as primeiras bandas de Rock que começaram a usar a saturação do
amplificador e posteriormente a distorção como principais efeitos em suas músicas. Ele passou
a ser muito utilizado no Rock pelo fato de combinar bem com a distorção, não gerando
dissonâncias, ao contrário dos acordes, que quando tocados com distorção ficam com o som
meio “sujo” ou “embolado”.
Outro aspecto que contribuiu para a popularização do Power Chord é a simplicidade e
facilidade de execução, por isso é uma das primeiras coisas que um estudante da guitarra
Rock deve aprender.
O Power Chord básico é feito tocando a nota tônica (que dá nome ao Power Chord),
também chamada de fundamental e mais uma nota em intervalo de 5J (Quinta Justa).
Provavelmente você ainda não possui o conhecimento de intervalos, então por enquanto
vamos pensar na distância de 3 tons e meio (3,5 tons = 7 semitons). Também podemos pensar
que é a Tônica e mais a 5ª nota dentro da escala. Por isso a representação de um Power
Chord por cifra leva sempre o número 5. Exemplos:
Na prática o Power Chord pode ser executado em duas cordas e também em três,
repetindo a tônica uma oitava acima. Veja abaixo, como as digitações dos Power Chords se
mantém iguais, mudando apenas a corda e a casa em que cada um se encontra:
Ex. 41 – Power Chords com Tônica na 6ª corda:
É a técnica de abafar parcialmente o som das cordas com a lateral da palma da mão
direita enquanto palheta notas, Power Chords ou acordes. É muito utilizada nas vertentes mais
pesadas do Rock, como o Heavy Metal, pois faz com que o som fique mais definido e pesado.
É representada pelo símbolo "P.M.-------|" acima da tablatura.
Para conseguir o efeito desejado, você deve posicionar a lateral da palma da mão
direita sobre ponte da guitarra, encostando-a nas cordas enquanto palheta. Experimente mover
a mão direita um pouco para os lados e perceberá que conforme for se afastando da ponte em
direção aos captadores, o som vai ficando mais abafado, até que perde a entonação das notas.
Fazendo isso você encontrará a posição ideal da mão para obter som que procura.
Uma característica muito importante e que deixa o som dos riffs muito interessante é
justamente o contraste entre as notas tocadas com Palm Muting e as notas e Power Chords
tocados sem Palm Muting, sendo naturalmente acentuados em relação aos outros.
Vamos exercitar o Palm Muting com alguns riffs conhecidos:
Se você ainda não conseguir tocar alguns destes riffs na velocidade original, não se
preocupe, continue praticando devagar e cuidando principalmente para que suas mãos fiquem
relaxadas enquanto toca.
Repare que a cada casa que avançamos mantendo a mesma digitação, o acorde
assume um novo nome, seguindo a ordem da Escala Cromática.
Como você pode perceber, este modelo exige grande abertura dos dedos, tornando-se
desconfortável. Podemos simplificá-lo omitindo a 1ª corda e usando um dedo a menos:
Figuras
de nota
Pausas
As figuras musicais podem conter até 3 partes: cabeça da nota, haste e colchete.
Cada grupo de figuras ligadas por seus colchetes é chamado de Célula Rítmica.
Nenhuma das figuras rítmicas possui uma duração fixa, porém existe uma relação de
proporcionalidade entre elas. Assim, partindo da Semibreve, as demais figuras surgem na
proporção de metade em relação à anterior, e de dobro em relação à posterior. Veja:
Figura
Número 1 2 4 8 16 32 64
O valor exato de cada figura depende da fórmula de compasso, que aparece sempre
no início da partitura, na forma de uma fração, onde o numerador mostra a quantidade de
tempos do compasso, e o denominador indica a figura a ser adotada como unidade de tempo,
ou seja, a que valerá um tempo no compasso.
A fórmula de compasso mais comum no Rock é a 4/4, onde temos 4 tempos e a figura
que vale 1 tempo é a Semínima (figura representada pelo número 4), portanto neste compasso,
cabem 4 semínimas. Nesta fórmula de compasso as figuras assumem os seguintes valores:
Figuras
de nota
½ tempo = ¼ de tempo =
4 tempos: 2 tempos: 1 tempo:
2 notas por tempo: 4 notas por tempo:
Duração Preenche todo Cabem 2 em Cabem 4 em
Cabem 8 em um Cabem 16 em um
o compasso. um compasso. um compasso.
compasso. compasso.
Devemos também perceber que para cada palhetada para baixo, a mão deve executar
em seguida um movimento para cima e vice-versa, mesmo sem tocar nas cordas, para que
tenhamos um movimento uniforme da mão dentro do tempo da música. Por isso vamos
representar a “batida” do exemplo anterior assim:
Ex. 102 – Similar ao Ex. 94: Ex. 103 – Similar ao Ex. 95:
Ex. 104 – Similar ao Ex. 96: Ex. 105 – Riff de Immigrant Song (Led Zeppelin):
A Quiáltera é uma alteração do valor padrão de uma figura, de forma a fazer caber
mais notas dentro do mesmo tempo. Por exemplo, em um tempo onde normalmente cabem 2
colcheias, podemos fazer caber 3, utilizando a figura Tercina de Colcheia.
Ex. 106 – Tercinas de Colcheias aplicadas em acordes típicos de Blues:
Ex. 107 – Tercinas de Colcheias aplicadas no riff de For Whom The Bell Tolls (Metallica):
Veremos agora um ritmo típico de Blues chamado Shuffle, também conhecido como
levada do trem. Este ritmo possui 2 toques por tempo, porém é obtido a partir da figura Tercina
de Colcheia. Para tocar este ritmo, basta omitir o 2º toque em cada grupo de 3, deixando o 1º
toque soar por mais tempo.
Para escrever o Shuffle na partitura, usamos ligaduras de valor, indicando que o 2º
toque será um prolongamento da duração do 1º. Assim, palhetamos somente a 1ª e a 3ª notas
ou acordes de cada célula rítmica, executando 2 toques por tempo, porém pensando em 3.
Veja no exemplo a seguir:
Ex. 108 – Ritmo Shuffle aplicado em acordes típicos de Blues:
Também podemos escrever o mesmo ritmo Shuffle utilizando duas figuras: Tercina de
Semínima e Tercina de Colcheia. O resultado prático e sonoro é o mesmo. Veja:
Outra forma de escrever o ritmo Shuffle, podemos dizer que é uma forma simplificada,
Ex. 124 – Base do solo e versos finais de Stairway To Heaven (Led Zeppelin):
Muito usado no violão, podemos ouvir este ritmo e suas variações em canções como
Last Kiss (Pearl Jam), Stand By Me (Ben E. King), Brown Eyed Girl (Van Morrison), Big Me
(Foo Fighters), Hey Ya! (Outkast), Good Riddance (Green Day), Natasha (Capital Inicial),
Meninos e Meninas (Legião Urbana), Quase Sem Querer (Legião Urbana), Há Tempos (Legião
Urbana), Geração Coca-Cola (Legião Urbana).
Você encontra este ritmo e suas variações em canções como Proud Mary, Have You
Ever Seen The Rain, (Creedence Clearwater Revival), Sultans Of Swing (Dire Straits), Lady
Writer (Dire Straits), Losing My Religion (R.E.M.), Whisky a Go Go (Roupa Nova).
Este é provavelmente o ritmo mais utilizado no Pop Rock atual. Presente em canções
como Stand By Me (Oasis), Don’t Let Me Down (The Beatles), One (U2), Missunderstood (Bon
Jovi), Fácil (Jota Quest).
Este ritmo é utilizado no Pop Rock e também em música sertaneja. Você encontra este
ritmo em canções como Cedo Ou Tarde (NX Zero), Tudo Que Você Quiser (Luan Santana).
5.6.2. Reggae:
Ex. 130 – Ritmo Reggae #1:
Estes ritmos se encontram, por exemplo em canções como Three Little Birds, One
Love, Is This Love (Bob Marley), Uma Brasileira (Paralamas do Sucesso), Do Lado de Cá
(Chimarruts).
Apesar de ser característico do Heavy Metal, este ritmo também é usado em Rock em
geral, Country e até em música sertaneja. Este ritmo e suas variações podem ser encontrados
em músicas como Overkill (Men At Work), Your Love (The Outfield), Basket Case (Green Day),
The Number Of The Beast (Iron Maiden), Na Sua Estante (Pitty).
Este ritmo conhecido como “cavalgada” está muito presente nas músicas da banda Iron
Maiden e de outras bandas do estilo, principalmente de Heavy Metal Tradicional e Melódico.
Você encontra em músicas como The Trooper, Flight Of Icarus, Powerslave, Run To The Hills
(todas do Iron Maiden), só para citar algumas…
Aqui estão transcritos mais alguns riffs que não poderiam ficar de fora deste material,
seja pela importância histórica, pela técnica utilizada ou pela diversão que proporcionam ao
tocá-los.
Ex. 134 – Riff de (I Can’t Get No) Satisfaction (The Rolling Stones):
Todos os riffs mostrados até aqui funcionam como exercícios para aplicação dos
fundamentos estudados e desenvolvimento da técnica, porém também servem como
sugestões de repertório, e é essencial que você procure aprender as músicas inteiras, do início
ao fim, exceto as que ainda forem muito difíceis para o nível em que você se encontra. Por isso
é muito importante a orientação de um bom professor, que poderá avaliar e indicar as músicas
mais adequadas para você.
6.1. Vibrato:
É a técnica de fazer uma nota oscilar sua entonação para cima e para baixo
repetidamente, por meio de pequenos bends sucessivos, deslocando levemente a corda para
cima e retornando ao seu estado natural repetidas vezes. Pode-se também executar o vibrato
com a alavanca da guitarra.
O vibrato possibilita tornar o som da guitarra muito mais expressivo e por isso, como
acontece no canto, sua utilização é essencial, principalmente nas notas mais longas em finais
de frases.
Para se convencer da importância de um bom vibrato, sugiro que ouça atentamente e
se possível assista vídeos de solos do seu guitarrista predileto e de guitarristas como B.B.
King, Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton, David Gilmour (Pink Floyd), Jeff Beck,
Santana, Brian May (Queen), Jimmy Page (Led Zeppelin), Angus Young (AC/DC), Eddie Van
Halen, Zack Wylde, Slash, Yngwie J. Malmsteen, Joe Satriani, só para citar alguns... Podemos
dizer também que o vibrato é uma marca pessoal de cada guitarrista
Depois de ouvir com atenção e ver vídeos dos guitarristas que você gosta, tente imitar
o vibrato, prestando atenção também na postura e no movimento da mão de cada guitarrista.
Este é o primeiro passo para desenvolver uma boa técnica de vibrato, porém há uma série de
detalhes que fazem muita diferença:
a) Amplitude: pratique o vibrato prestando atenção na amplitude das oscilações, buscando
torna-las uniformes, ou seja, esticando e soltando a corda sempre com mesma intensidade;
b) Ritmo: as oscilações do vibrato devem ser regulares e devem se encaixar no ritmo da
música. Exercite o vibrato com metrônomo tentando imitar as figuras rítmicas básicas já
estudadas, fazendo 1 oscilação por tempo, depois 2, depois 3 e 4;
c) Mecânica do movimento: a melhor forma de executar o vibrato é com um movimento
levemente circular da mão esquerda, como se ela fosse um pêndulo sustentado pelo
polegar. Evite fazer o vibrato somente com movimento e força do dedo que pressiona a nota;
d) Emoção: pratique o vibrato mentalizando e tentando expressar diferentes emoções como
felicidade, tristeza, tranquilidade, raiva, etc...
e) Limpeza: ao fazer um vibrato mais agressivo é comum esbarrarmos sem querer em outras
cordas produzindo ruídos indesejados. Pratique prestando atenção nestes ruídos e procure
uma forma de eliminá-los abafando as cordas com ambas as mãos.
6.2. Bends:
Bend é a técnica de esticar a corda empurrando-a para cima ou puxando-a para baixo,
fazendo com que a entonação suba, de modo a alcançar outra nota. Assim como o vibrato, o
bend é um dos principais elementos de expressão do guitarrista, pois possibilita tornar o
fraseado mais parecido com o canto.
Para uma boa execução dos bends, a mecânica é semelhante à do vibrato: procure
fazer um movimento levemente circular com mão esquerda, como se ela fosse um pêndulo
sustentado pelo polegar. Evite fazer os bends somente com movimento e a força do dedo que
pressiona a nota.
Devemos também tomar o cuidado de abafar as outras cordas, pois é inevitável
esbarrar em alguma delas enquanto se executa os bends. Para se obter um som mais “limpo”,
somente da nota que tocamos, sem som ou ruídos de outras cordas, devemos aprender a
abafá-las com as duas mãos em conjunto.
Bend Simples: Após tocar a nota, esticamos a corda até a altura desejada e
“cortamos” o som dela antes de deixar que volte ao seu estado original. Desta forma, só
ouviremos a nota subindo, e não descendo.
Bend e Release: Após tocar a nota e esticar a corda, com a mesma ainda soando
devemos deixar que ela volte ao seu estado original. Assim ouviremos a nota subindo e
descendo.
Pre-bend e Release: Também chamado de Reverse Bend, consiste em tocar a nota
com a corda previamente esticada e em seguida deixar que ela volte ao seu estado original, de
forma que ouviremos somente a nota descendo.
Bend Uníssono: Consiste em tocar duas notas ao mesmo tempo em cordas
diferentes, executando o bend na nota mais grave e esticando até afinar, ou seja, igualar à nota
mais aguda. Apesar do nome “Uníssono” ele gera um efeito dissonante pelo fato de a afinação
não ficar perfeitamente precisa, mas este é o objetivo.
Bend Duplo: É quando fazemos um bend em duas cordas ao mesmo tempo.
Geralmente são bends de ¼ de tom ou, no máximo, ½ tom, e não precisamos nos preocupar
tanto com a afinação, pois geralmente o objetivo é gerar uma sonoridade mais tensa.
Bend Oblíquo: Tem a mesma mecânica do bend uníssono, porém não tem o objetivo
igualar as notas das duas cordas, mas simplesmente tocar duas notas diferentes ao mesmo
tempo e fazer com que uma suba ou desça enquanto a outra se mantém estática.
Veja e toque os exemplos a seguir:
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Ex. 144 – Bend Simples: Ex. 145 – Bend e Release: Ex. 146 – Reverse Bend:
Ex. 147 – Bend Uníssono: Ex. 148 – Bend Duplo: Ex. 149 – Bend Oblíquo:
Quanto à altura, o bend pode ser de um quarto de tom (¼), um semitom (½), um tom
(Full), um tom e meio (1 ½), dois tons (2) ou até mais. Porém nesta fase do estudo,
exercitaremos somente até a altura de um tom e meio (1 ½) e já está de bom tamanho!
Para conseguir uma boa afinação dos bends, pratique tocando antes a nota que
pretende alcançar, usando-a como referência. É também um exercício para o ouvido. Veja:
Ex. 150 – Semitom: Ex. 151 – Tom: Ex. 152 – Um Tom e Meio:
Treine os bends em todas as cordas e com todos os dedos. Como regra geral
recomenda-se fazer o movimento empurrando para cima nas três primeiras cordas (1ª E, 2ª B,
3ª G) e puxando para baixo nas outras (4ª D, 5ª A, 6ª E).
Ex. 153 – Exercitando bends de 1 Semitom (½ Tom):
6.3. Slide:
Slide significa literalmente escorregar, neste caso, de uma nota até outra na mesma
corda da guitarra. Esta técnica também é conhecida como Portamento (termo muito utilizado
no violão clássico) ou Glissando (termo utilizado na música em geral para diversos
instrumentos). A técnica de slide possibilita fraseados e riffs com sonoridades mais fluidas.
O slide pode ser ascendente, do grave para o agudo, ou descendente, do agudo para o
grave. Pode-se executar o slide com dois ataques, palhetando a nota de partida e a nota de
chegada, ou com um só ataque, palhetando somente a nota de partida. Vamos exercitar os
slides com um só ataque e aproveitaremos para exercitar também o vibrato:
Ex. 165 – Com distância de duas e três casas, na Escala Pentatônica de C e Am:
6.4. Harmônicos:
Quando tocamos uma corda solta na guitarra, o que ouvimos não é somente uma nota
musical, mas um som que é resultado da soma de vários sons com frequências diferentes, que
chamamos de harmônicos.
Para ouvirmos o som de cada harmônico isoladamente, a forma mais simples é tocar
uma corda encostando bem de leve a ponta de um dos dedos da mão esquerda em
determinadas posições, como por exemplo, sobre o 4º, 5º, 7º, 9º ou 12º traste. Os sons obtidos
desta forma são chamados Harmônicos Naturais. Mãos à obra!
Ex. 168 – Principais Harmônicos Naturais em todas as cordas:
Após ter estudado todos os exemplos deste e dos capítulos anteriores, você estará
mais preparado, não só para tocar, mas também para ouvir e identificar os ritmos e técnicas
empregadas nas músicas que você gosta.
Acordes com fundamental C# (Dó sustenido), também servem para Db (Ré bemol):
Acordes com fundamental D# (Ré sustenido), também servem para Eb (Mi bemol):
Acordes com fundamental F# (Fá sustenido), também servem para Gb (Sol bemol):
Acordes com fundamental G# (Sol sustenido), também servem para Ab (Lá bemol):
Acordes com fundamental A# (Lá sustenido), também servem para Bb (Si bemol):
ARPEJOS – VOL. 1
Uma apostila com tudo sobre Arpejos tríades com a técnica de Sweep
Picking, organizado em pequenos degraus para você dominar esta técnica,
com vídeos de apoio.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a VOCÊ que está lendo, pois é o motivo de eu ter
escrito este material!
Agradeço a todos que me seguem, assistem meus vídeos, se inscrevem no meu canal
e apoiam o meu trabalho! Um agradecimento especial também a todos os meus alunos e ex-
alunos e guitarristas que estão estudando através dos meus materiais e cursos, pois além de
me ajudarem financeiramente, contribuem para o meu desenvolvimento como músico e como
professor!
Por fim, agradeço também à minha família por todo o apoio e suporte, e a Deus por ter
me possibilitado viver trabalhando com o que eu mais gosto de fazer!