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Buenas!

aqui Marcello Caminha

Neste livro vamos falar sobre violão. E aqui, como não seria de estranhar, o Vio-

lão Gaúcho, ou melhor: o violão que tem o sotaque próprio do Sul do Brasil. O violão

que, mesmo sendo um instrumento presente nos mais variados gêneros musicais,

quando chega aqui nos pagos do sul adquire uma sonoridade própria e presta serviço

a uma cultura musical que é um dos patrimônios deste País: a cultura gaúcha do Sul

do Brasil.

Quando falamos em Violão Gaúcho, surge a pergunta: o que torna o violão tão

diferente em sonoridade quando ele dá com os costados aqui pelo Sul? Qual o misté-

rio que há neste som que encanta tanto e desperta a curiosidade de muitas pessoas

mundo a fora?

Com mais de trinta anos de pesquisas sobre o Violão Gaúcho e a oportunidade de to-

car ao lado da maioria dos artistas da cultura gaúcha, ter atuado no estúdios das

grandes gravadoras, com os maiores nomes da música gaúcha, ter criado solos de

violão e arranjos famosos de muitas músicas conhecidas, ter vencido, como composi-

tor, a maioria dos Festivais de Música Nativista do sul do Brasil, ter recebido inúmeros

prêmios dentro e fora do circuito Nativista, ter viajado várias vezes para a Europa le-

vando a cultura gaúcha nos tentos, eu me motivei a criar este livro pra te contar mais

um pouco sobre a minha experiência, desde que comecei do absoluto zero no violão

até os dias atuais, onde me sinto um artista realizado pois hoje, ao lado da minha famí-

lia, vivo para o meu sonho, um sonho realizado, de a música como atividade principal.

Mas, para que eu te conte tudo isso de forma resumida e útil para o teu apren-

dizado do violão, vamos fazer um passeio. Sim. A partir de agora, vamos sair para ca-

minhar juntos, com um destino estabelecido. Não sei se na tua cidade tem prédios al-

tos, destes que a gente tem que torcer o pescoço pra cima para avistar. Se não tiver,

não tem problema. Te convido, a partir de agora, para nós visitarmos e subirmos jun-

tos a escadaria de um prédio imaginário que terá uma altura imensa e que, aqui, preci-

saremos subir inevitavelmente.

Bom. A nossa missão é chegarmos ao último andar do prédio. Lá, onde a gente

tem uma vista incrível, que nos mostra a amplidão da paisagem e nos traz muitas ve-

zes um sentimento de plenitude que raramente sentimos. Este é o nosso destino a

partir de agora.

Então, vem comigo… (tu que estás lendo este texto, aqui tu usas o teu nome).

Comecemos nosso percurso.

- x -x -

(…) Caminhando pela rua, avisto o prédio mais alto da cidade. Coincidentemen-

te, um amigo meu mora nesse prédio. Eu te convido para subirmos até lá e fazermos

uma breve visita a ele. Pelo WhatsApp, confiro se o parceiro está em casa. Combina-

mos tudo. Ok. Continuamos. Com isso, a minha intenção também é aproveitar para

chegar no andar mais alto que conseguirmos para apreciar a vista lá de cima, que é

famosa na cidade. Na portaria do edifício, nos identificamos ao porteiro, um senhor de

uns sessenta e poucos anos, cabelo bem penteado, lambido pra trás e óculos de grau

bastante elevado, que imediatamente autoriza nossa subida sob consentimento do

meu amigo. Eu falo que gostaríamos de ir pelas escadas. Surpreso, pois o edifício tem
28 andares e o meu amigo mora lá no último, ele me sugere que usemos o elevador,

pois o prédio é muito alto e pelas escadas vai ser difícil. Agradeço, informando a ele

que a subida pelas escadas é intencional, “visando o exercício das pernas”. O senhor

da portaria, surpreso, fica nos olhando e continua o serviço dele.

Porém, não satisfeito, ele nos chama novamente. Reforça o aviso e diz que mui-

tas pessoas ja tentaram subir pelas escadas e não conseguiram. Diz que “acabaram

desistindo e a maioria desceu até o térreo e nem mesmo quis tornar a subir pelo ele-

vador”. Simplesmente foi embora. Ele acrescenta que o elevador é mais confortável e

rápido, que o prédio é muito alto e são dezenas de lances de escadas. Mas, eu não

abro mão da decisão de subirmos o prédio pelas escadas.

Peço licença ao “sinhorzinho” da portaria e começamos a subida.

A cada momento vem aquele cansaço e a vontade de desistir.

A todo instante tu me perguntas: “Marcello, por que estamos fazendo isso?” e

uma força querendo te puxar pra baixo parece que surge de todos os lados.

E uma vontade de me pegar pela mão e me puxar pra baixo te vem na mente.

Mas a gente segue em frente, pois o nosso objetivo é muito claro: tomar um

café com o meu amigo e aproveitar para chegar ao último andar e ter a sensação de

plenitude que só os que chegam lá sabem o que é.

E seguimos.

Degrau a degrau.

Andar a andar.

Uma forte sensação de missão cumprida toma conta de nós a cada andar que

completamos a subida.

A gente comemora. A dor nas pernas é grande mas o nosso objetivo é forte e,

agora, parece que algo começa a nos puxar pra cima, dizendo que falta pouco, que é

só mais alguns andares e chegaremos lá.

O alcance daquela sensação de plenitude começa a se passar como um filme

na nossa cabeça e, surpreendentemente, tu que querias desistir, começa a mudar de

ideia.

Neste momento, começam a surgir questionamentos na tua cabeça e tu come-

ça a me fazer perguntas.

E curiosamente, as perguntas vão surgindo numa sequência que se confunde

com a subida da escadaria, talvez pelo efeito do cansaço que ja esteja tomando conta

de ti.

Eu, surpreso com o teor da nossa conversa, misturada com a respiração ofe-

gante do exercício gerado pelo esforço da subida, começo a te responder as pergun-

tas como se cada uma delas correspondesse a um degrau do nosso percurso. O as-

sunto? como tocar violão do ZERO.

Degrau 1

- Marcello, será que eu quero mesmo aprender violão?

- Bom, se tu já chegaste até aqui, ao ponto de estar com este livro em mãos, o gosto

pelo violão é o que não te falta. Sendo assim, penso que o aprendizado do violão é

um presente que tu vais te dar, um investimento em ti mesmo, uma coisa que talvez

há muito tempo tu estejas pensando em fazer. Com certeza que, se tu gostas de vio-

lão, não há nada que te impeça de aprender a tocar. Talvez haja na tua cabeça muitas

fantasias e mitos. Lembra do senhor da portaria lá embaixo, quando ele disse que a
gente não ia conseguir subir o prédio pelas escadas? pois é. O adiamento do teu so-

nho provavelmente esteja sendo alimentado por ideias destruidoras como “não tenho

tempo”, estou velho demais”, a família não apóia”, “meus dedos estão duros”, um vio-

lão é muito caro”, "o curso de violão do Caminha é muito caro”, e outras frases que te

colocam pra baixo e adiam (ou matam) o teu sonho. A resposta é: Sim, tu queres

aprender violão. Segue em frente e mãos à obra!.

Degrau 2

- Marcello, O violão que aquele violão que eu tenho serve para começar?

- Sim, aquele violão que tu tem em casa, usa aquele mesmo. Não sai pra loja deses-

perado querendo comprar um violão novo, porque não é um violão novo que vai te

fazer aprender e sim a motivação que tu vais ter de estar colocando um novo desa-

fio na tua vida! Em termos práticos, um violão pra tu começar a estudar precisa

acima de tudo estar “segurando” a afinação. Pra ver se ela afina tu pede ajuda

para aquele parceiro teu que já toca há um certo tempo, que toca la no Bar do Chi-

co.

- Ah, certo, o Juquinha.

- Ele mesmo. Pois já tem experiência com violão e pode fazer uma boa revisão no teu

violão pra ti. Dai, se ele te der o ok, coloca cordas novas, e não te esquece que tem

que ser cordas de nylon.

Degrau 3

- Marcello, mas acho que tu tá enganado. Eu não tenho um violão. Daí, qual o violão

comprar?

- Bom, se tu não tens um violão, o que vai mandar na decisão de compra é o teu bol-

so. Existem ótimos violões pra estudo que começam com um preço de R$ 300,00. E

aí tu vais encontrar violão de tudo que é preço. É certo que tem aqueles bem caros

também, mas ai é tu que manda nos teus pilas.

Faz assim. Vai la na Pinho Gaudério, que é uma loja boa, tem uma grande variedade

de violões, de preferência, convida o Juquinha pra ir junto contigo pra te ajudar a ex-

perimentar o teu novo violão. Só diz pra ele que lembre de cuidar se está afinando, se

o circuito elétrico está funcionando bem, porque acho interessante tu investir num

violão que tu possa plugar pra tocar ligado, lembra que o violão seja para cordas de

nylon e, se tu gostou do violão, se tu te adaptou bem com ele no colo, se não é gran-

de demais, pequeno demais, te atraca.

Degrau 4

- Marcello, mas eu tava pensando aqui, enquanto tu falava, será que eu tenho tempo

para estudar violão?

- Eu te pergunto o seguinte: quantas atividades tu faz, a maioria delas por obrigação,

que tu nem te perguntas se tu tens tempo ou não? Será que para realizar o teu so-

nho, tu não podes fazer uma forcinha e espremer a tua agenda diária, fazendo caber

30 minutinhos para o estudo do violão? eu, com toda certeza, te digo que sim. A ex-

periência com muitos alunos ao longo de duas décadas me mostrou que aqueles que
priorizaram o estudo do violão na sua agenda, por mais ocupado que fossem, conse-

guiram sim aprender violão. Uma coisa está provada cientificamente: as pessoas

mais ocupadas são as que rendem mais em termos de produtividade.

Degrau 5

- Tudo bem que eu arrume esse tempo para estudar. Mas, será que o estudo vai ren-

der? Será que eu tenho dom? talento para música?

- Então. Lembra do senhorzinho lá embaixo? Lembra quando ele disse que a gente

não conseguiria chegar ao topo do edifício pelas escadas. Pois é. Todo dia vai ter gen-

te dizendo que tu não tem dom ou talento pra música e o primeiro a dizer vai ser tu

mesmo. Teríamos que ser videntes ou adivinhos para saber se uma pessoa tem talento

para uma determinada atividade antes mesmo de começá-la. O sonho realizado, o de

tocar violão, não é um privilégio de poucos “talentosos”. Talento existe sim, mas eu

acredito muito mais na disciplina e motivação, que são o combustível de tudo, in-

clusive desse esforço que estamos fazendo pra subir o prédio pelas escadas.

Degrau 6

- Bah Marcello, eu nunca tinha pensado nisso. Agora sei que posso vir a ser um músi-

co talentoso! Tá, então, onde posso começar a procurar material para estudar? posso

procurar na internet?

- Sim, deves. Porém com cautela. Na Rede, existem materiais didáticos de tudo que é

tipo. Deves desconfiar daqueles que são gratuitos e te prometem “mundos e fun-

dos”, deves evitar métodos desconhecidos e principalmente os que fazem promessas

mirabolantes. Segue sites e pessoas idôneas e tu terás um material didático de confi-


ança na internet. Acho que os bons materiais na internet podem e devem ser aprecia-

dos e utilizados, porém não substituindo uma metodologia porque eles geralmente são

“espalhados” e não têm a função de te levar de um ponto A para um ponto B, coisa

que existe em uma metodologia previamente pensada para este fim. Te deixo aqui

uma dica: quer um método que funcione? então pague por ele.

Degrau 7

- Bueno. Com isso que tu tá me dizendo vejo que há o perigo de eu me jogar de cabe-

ça na busca de material estudando só pela internet e a coisa não dar certo. Então eu

devo procurar um orientador?

- Sim, sempre. Nem que seja um professor pra te dar as primeiras dicas, seja ele pre-

sencial ou online, até mesmo que nem seja um professor, seja alguém que tenha expe-

riência no assunto e que possa te guiar nos primeiros passos. Avalie o professor pelo

histórico dele, pelas referências e pela metodologia que ele aplica.

Degrau 8

- A gente tá subindo as escadas e tu já falou várias vezes a palavra método. Te per-

gunto: Que método devo usar?

- Existem vários métodos de violão. Se tu escolheres um professor (já falamos os crité-

rios pra isso) confia no método dele. Segue o método. Lembra sempre de buscar a

metodologia de aprendizado aplicada ao gênero musical que tu aprecias. Se gostas de

Rock, busca um método que te ensine o violão aplicado ao Rock; se buscas música

gaúcha, acha um método de violão gaúcho e assim por diante.

Degrau 9

- Tu falou que estudo exige tempo e, principalmente agora que vou investir num méto-

do, que tempo por dia vou precisar para estudar violão?

- Bom, o próprio método vai te sugerir o tempo necessário. Na metodologia do Violão

Gaúcho, por exemplo, eu peço aos meus alunos que reservem não mais que 30 a 40

minutos diários do seu tempo para estudo do violão. Com isso, eu já consegui resul-

tados muito bons com inúmeros alunos que ja passaram pela Academia do Violão

Gaúcho.

Degrau 10

- Putz, mas o brabo é achar este tempo. Como faço isso?

- Muito simples. Priorizando a realização do teu sonho. Só lembrando: que sonho é

este? o sonho de tocar um violão de fundamento. Tira tempo de outras atividades

que possam não ser tão relevantes e que tu não te deu conta disso. Não vou entrar em

detalhes aqui, porque cada um tem as suas atividades mas te digo com toda experi-

ência: devem haver no mínimo duas atividades diárias que tu realizas, muitas vezes

sem te dar conta, e que nem são tão importantes assim.

Degrau 11

- Marcello, e se eu começar a estudar pelo método Violão Gaúcho, onde vou chegar

daqui a, por exemplo, um mês?

- Vai depender do teu esforço e dedicação, porque o método é pensado para dar todo

subsídio a quem se dedica a ele. Mas eu te asseguro que, seguindo o método, tu terás

condições de tocar no mínimo três músicas bem tocadas e cantadas.

Degrau 12

- Marcello, e se, nos primeiros dias de estudo, der aquela vontade de desistir, o que

fazer?

- O início de qualquer atividade nova sempre é muito delicado. É quando a gente dedi-

cou o que o foi pedido no método mas ainda, por estar no início, não colheu os bene-

fícios. Tu tens que fazer esta fase passar o mais rápido possível. Como? “afinando o

teu foco”. Eu uso como uma “máxima” aqui na Academia do Violão Gaúcho, para to-

dos os cursos, a frase seguinte: O produto final é música! Creio que uma ação podero-

sa anti-desânimo inicial é o que eu chamo de “estabelecer o namoro com uma músi-

ca”, ou seja, aquela música que tu tens vontade de tocar, procura enxergar la na fren-

te, quando tu estiver tocando esta música. Todos os meus cursos já começam com

uma música a partir da segunda aula, justamente como preventivo para este desânimo

inicial que pode atacar a todos nós mortais.

Degrau 13

- Marcello, se eu começar a estudar hoje, onde eu vou chegar daqui há 1 ano?

- No aprendizado do violão, nem sempre o retorno em habilidade técnica é proporcio-

nal ao tempo empregado no estudo. Por exemplo, não adianta tocar 8 horas por dia,

uma vez na semana e sim, 30 minutos todos os dias. Sendo assim, daqui há um ano o

resultado que tu vais ter vai depender do teu tempo diário de estudos, não só em
quantidade de tempo e sim em qualidade deste tempo. E, volto a dizer: se uma meto-

dologia é eficiente, ela vai te conduzir neste processo e tu vais chegar a um ano to-

cando, no mínimo, umas 24 músicas.

Degrau 14

- E se eu seguir a metodologia, onde vou chegar daqui há 3 anos?

- Bem, a tendência é que tu vá buscando cada vez mais desenvoltura técnica no vio-

lão e com isso tendo condições de tocar músicas mais complexas. Assim, se tu vais

começar do zero, é muito importante a disciplina mantida no período inicial conforme

falamos anteriormente, sabendo que tudo tem que ser aprendido dentro de um passo-

a-passo, e tudo o que for aprendido deve-se saber o porquê da utilização ou aplicação

daquela ferramenta. Sendo assim, em termos de evolução metodológica, o processo

de aprendizado é moderado, nem lento nem rápido. Visto pelo foco pessoal, cada um

tem o seu tempo para aprender as coisas e, respondendo a tua pergunta, em 3 anos

tu podes te tornar um ótimo violonista, tanto no acompanhamento de músicas quanto

nos solos.

Degrau 15

- E o que eu preciso fazer para atingir estas metas?

- Se tu realmente escolheu um bom método, agora é confiar na metodologia.

Degrau 16

- Agora, indo para o lado técnico do violão, qual das duas mãos eu preciso desenvol-

ver primeiro as habilidades necessárias?

- Na realidade, em ambas porque usam-se as duas mãos para tocar violão, mas, aqui

dentro do método Violão Gaúcho, a gente foca primeiro na mão direita que é quem vai

“colocar a música em movimento” através da condução rítmica e, já que falamos em

ritmos, é de suma importância para o Violão Gaúcho que dominemos todos os ritmos

musicais gaúchos no violão.

Degrau 17

- Marcello, quais são as três dicas fundamentais para o bom desempenho da mão di-

reita?

1) colocar todos os movimentos “dentro da mão”, ou seja, todo membro superior

(ombro, braço, antebraço, punho, mão e dedos) devem se movimentar obedecen-

do a uma hierarquia de movimentos na qual tudo parta de “dentro da mão” e se

dissipe pelas demais estruturas.

2) saber realizar o abre-e-fecha da mão com precisão, pois, principalmente para os

ritmos musicais, os rasqueios estão muito presentes e para desenvolver os ras-

queios precisamos da mão “abrindo e fechando” com toda agilidade possível.

3) Para os solados, ponteios e fraseios melódicos em geral, é imprescindível que

mantenhamos em dia a sincronização e velocidade de alternância entre os dedos

Indicador e Médio da mão direita.

Degrau 18

- E a mão esquerda, como fica?

- Ambas as mãos devem se manter em plena forma física porque, não esqueçamos

que violão é esforço físico! Com isso, cada uma das mãos requer cuidados específicos
que são trabalhados dentro da metodologia violão gaúcho nos mínimos detalhes. Da

mão direita já falamos. Quanto à mão esquerda, temos que focar em:

1) força

2) abertura de dedos

3) independência dos dedos

4) velocidade

5) aptidão física dos cinco dedos uniformemente.

Degrau 19

- O que eu preciso para desenvolver esta aptidão toda nas mãos?

- Entender que quase todos os exercícios relacionados a estes quesitos são “exercíci-

os de musculação para as mãos”. Considerar que pegar o violão para estudá-los é a

mesma coisa que ir para a academia de musculação. O resumo disso é que, para

mantermos a forma física, temos que dar continuidade aos exercícios e tornar a reali-

zação deles um hábito.

Degrau 20

- Marcello, tu tá falando muito das duas mãos em separado. Mas, no violão, não to-

camos as duas juntas?

- Claro que sim. Eu mesmo já te falei isso antes. Para tal, temos que dar total impor-

tância à sincronização das duas mãos, procedimento que pode ser considerado o ter-

ceiro passo do processo, vindo após o estudo mão-a-mão, dos ritmos musicais (mão

direita) e acordes (mão esquerda).

Degrau 21

- Digamos que eu já esteja com a habilidade suficiente na sincronização das duas

mãos, ou seja, estou tocando uma condução rítmica encima de uma sequência de

acordes (base) e estou dedilhando perfeitamente com Indicador e Médio na execução

de uma frase musical (solo). E agora, o que vem pela frente?

- Agora a gente vai para a “melhor parte” que é a música, considerado o quinto passo

da metodologia Violão Gaúcho. É no tema musical que se aplicam todas as situações

estudadas.

Degrau 22

- E para “tirar” uma música no violão, o que eu preciso?

- Além da habilidade técnica e auditiva que tu vais adquirir com o estudo, é muito im-

portante o que eu chamo de fonte, que é o lugar de onde tu vais tirar as informações

referentes à música. Geralmente, temos 3 fontes das quais tiramos o conteúdo para

estudar uma música:

1) Sonora - Cds, plataformas digitais, ou videos.

2) Visual - videos, videoaulas.

3) Escrita - partituras, tablaturas, cifras, letras.

Para o sucesso desta tarefa é muito importante reunir todo material antes de come-

çar a estudar. Isto vai te economizar tempo na hora de aprender a música. Depois

que o material estiver reunido, tu vais submetê-lo ao FT que é o que eu chamo de

“fase de treinamento”. Nesta fase tu vai analisar parte por parte da música, dividir em

etapas o teu estudo e aprender cada uma delas separadamente, procurando discernir
todas as técnicas envolvidas e tudo o mais que tu precises ter de conhecimento para

tocar cada parte da música. Depois disso, vem a FE que é a “fase de execução”. Nes-

te momento tu vais juntar todas as partes estudadas e o objetivo aqui vai ser tocar a

música inteira. Por último, na FI, que é a “fase de interpretação”, tu vai transformar

aquilo que era simplesmente uma execução musical em uma apresentação artística.

Aqui, vai entrar a interpretação, as dinâmicas, os ornamentos, e a emoção em geral.

Aqui, aquilo que era uma simples execução músicas se transforma em arte.

Degrau 23

- Marcello, e para formar uma sequência de músicas, como faço? porque com uma só

eu não vou muito longe.

- Bom, aí estamos falando de um repertório. A partir do momento que tu vais apren-

dendo as músicas, tu vais colocando, uma a uma, após chegarem à FI, em uma lista

em sequência, uma espécie de roteiro, que é o que chamamos de repertório. Neste

momento, tu já tens material pra te apresentar em público.

Degrau 24

- Para formar um repertório, o que eu preciso?

- Primeiramente, escolher uma lista de músicas que tu gostes. Depois, ver se estas

músicas combinam umas com as outras pra não haver muita diversidade de gêneros

musicais no teu repertório, a menos que seja a tua intenção. Após isso, deves escolher

um “lugar” para cada música dentro do repertório, que geralmente começa com as

músicas mais lentas e culmina com as mais embaladas, ou que tem mais poder de
contagiar o público, por serem mais alegres, mais embaladas etc., se bem que isso

não é uma regra.

Degrau 25

- Formado o repertório, vou tocar para quem?

- Acho que tu deves começar escolhendo o público, na seguinte ordem:

1) pra ti mesmo

2) para a tua familia e/ou amigos

3) em pequenos eventos (churrascos, aniversários)

4) em eventos coletivos de comunidades (festa de bairro, igreja, CTG etc.)

5) em festivais de música

6) em shows teus, sem cobrar cachê

7) em shows teus, já no âmbito profissional, cobrando cachê e com todo o aparato

de marketing e divulgação.

Degrau 26

- Ja tenho o repertório, já faço apresentações. Como mantenho o repertório ensaiado?

- Tenha sempre um repertório plano A, aquele que tu vai usar sempre. Mantenha-o

em dia, ensaiando-o pelo menos uma vez por semana.

Degrau 27

- Posso mudar, alterar ou acrescentar novas músicas neste repertório?

- Sim, deve. Mas tem que ser uma música que “trabalhe para o repertório”, pois agora

tu já tens o repertório montado e qualquer música que entre ou que saia poderá fazer

grande diferença.

Degrau 28

- Dentro da atividade musical, como atuar no mercado comercialmente?

- Em primeiro lugar, busque a orientação de um produtor de carreira. O que é isso? É

um profissional que te dê consultoria, te orientando sobre as coisas relacionadas à tua

atividade profissional como, marketing pessoal, aparência, divulgação do teu nome,

divulgação da tua marca, postura profissional e uma série de outras coisas que so-

mente um bom profissional dessa área pode te ajudar.

Degrau 29

- Atuando no mercado, como me sustentar de música?

- Bom, não é uma pergunta fácil de responder. Eu posso te dizer que as chances de tu

dar certo serão muito maiores se tu:

1) for um bom artista

2) souber trabalhar a tua carreira (orientado por um produtor)

3) for competente

4) for disciplinado

5) cumprir os horários

6) for “gente boa”

7) manter o teu trabalho em evolução constante

8) estabelecer uma boa comunicação com o teu público.

9) entre outras coisas.

Degrau 30

- Vivendo de música, quais são os fatores que vão motivar a minha vontade de levar a

minha carreira adiante?

1) o gosto pelo que tu faz

2) a certeza de que aquilo é o teu propósito de vida

3) a tua habilidade de superar crises e momentos ruins.

Degrau 31

- Trabalhando com música até o fim, qual o legado que posso deixar para os meus fi-

lhos e netos e para os filhos e netos de milhares de famílias gaúchas (riograndenses ou

não) que serão meus fãs?

- Eu te daria três conselhos:

1) seja um compositor - “O intérprete vai, o compositor fica”. Esta é uma frase dura

de dizer mas é verdadeira. O que fica é a criação. Um bom intérprete, instrumentis-

ta fica na lembrança dos seus fãs? sim, com certeza.Mas, uma composição perdu-

ra por várias gerações mesmo que os fãs do futuro nem te conheçam como ins-

trumentista ou intérprete, te conhecerão porque vão ver o teu nome em partituras,

livros, discos etc.

2) registra a tua criação - escreve as tuas músicas e letras, seja em partitura, tablatura

ou o que for. A gravação, os vídeos também valem mas o registro escrito é imbatí-

vel no sentido de perpetuar uma obra.

3) entenda que o teu público, depois da tua saúde e da tua família, é o teu patrimônio

maior. Portanto, respeita-o, comunica-te com ele, seja atencioso e educado com

todos e mantenha sempre uma boa relação com quem quiser divulgar a tua obra,

em especial a imprensa.

Degrau 32

- Cheguei até aqui, consegui tudo o que queria. E agora, o que faço?

- Agradece a Deus diariamente por tu teres chegado ao topo. Por Ele ter te dado saú-

de para chegar até onde tu estás; por estares cumprindo a tua tarefa; por teres no teu

trabalho a tua diversão e por ter a oportunidade de melhorar, nem que seja um pou-

quinho, a qualidade de vida dos teus semelhantes.

Degrau 33

- E então Marcello, o que tu me dizes pra finalizar?

- Te digo que, se de alguma forma eu te ajudei a subir a escadaria, agora que estamos

juntos no topo do prédio, saiba que estou muito feliz por isso e, tendo te ajudado na

subida, também subi degraus semelhantes no meu processo de aprendizado pois,

sim, ainda estou aprendendo e, com certeza, tu que és meu seguidor, admira o que

faço e confia no meu trabalho também estás me ajudando nessa subida.

O topo deste prédio não é o fim. Outros virão. Esteja eu contigo ou não quando tiveres

que subir o próximo, lembra-te sempre do que conversamos nesta nossa subida da

escadaria. Lembra sempre deste mestre e amigo aqui que torce e sempre estará tor-

cendo por ti.

Bom. Chegamos lá.

Finalmente, a bela paisagem. Atingimos nosso sonho maior, chegar ao topo do

prédio que tu já deves saber que se trata de uma simbologia e que estamos aqui fa-

lando é da nossa evolução musical. Sãos e salvos, percebemos que nem foi assim tão

difícil quanto o porteiro do prédio previu. Que as pernas doeram menos do que achá-

vamos que iam doer e que, superado o desafio, agora é só desfrutar do mérito de ter

alcançado o topo.

Desta forma, usando esta historinha como ilustração, o porteiro do prédio re-

presentando aquelas pessoas que sempre querem te puxar pra baixo, a facilidade do

elevador simbolizando os atalhos que muitas vezes buscamos, na intenção de facilitar

as coisas, mas que nem sempre emes são recomendados, a escadaria imensa como

um símbolo do esforço permanente para atingir um objetivo…

Pois é assim que eu te convido para nós conversarmos sobre a escadaria a ser

subida por quem quer alcançar a plenitude de ser um músico, um violonista de funda-

mento, uma pessoa que quer tornar realidade o seu sonho, aquele sonho que esteve

guardado por tantos anos e que agora, tu resolveu tornar realidade. Assim, te convido

para conhecer a Academia do Violão Gaúcho. Temos vários cursos de Violão Gaúcho

Online, tanto para quem quer subir a escadaria “a partir do primeiro degrau”, quanto

para quem já está no topo do prédio. Coube-me a responsabilidade de ser o pioneiro

em cursos de música gaúcha online e, em 2018, fundei a Academia do Violão Gaúcho.

Agora que estivemos juntos nesta historinha que eu te contei, vem comigo dar

um passo a mais. Eu fico aguardando o teu contato para te ajudar a realizar o teu so-

nho.

Tocar o Violão Gaúcho.

Estou em todas as redes sociais e pra me achar é muito fácil.

Mas, se quiseres me chamar no E-mail violaogaucho@gmail.com

Estarei te aguardando.

Grande abraço, que Deus nos abençoe.

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