Você está na página 1de 45

COLÉGIO PADRE EUSTÁQUIO

Curso Técnico em Eletrônica

CIRCUITOS ELÉTRICOS

MÓDULO I – Ensino Pós Médio

I. INTRODUÇÃO:

1. Eletrização:

Thales de Mileto (Grécia) século VI a.C.:


• Atrito âmbar x couro de animal = atração de pequenos corpos.
Gilbert (Inglaterra) 1600:
• Outros corpos também atritados se comportam como o âmbar.
 Eletrizado
ÂMBAR = Elektron  Eletrização
Eletricidade

1.1. Carga Positiva e Carga Negativa:


Realizando experiências com vários corpos eletrizados, verificou-se que eles
podem ser separados em dois grupos distintos:
• Comportam-se como uma barra de vidro atritada com seda:
Eletricidade vítrea.
Eletrizados positivamente.
Carga elétrica positiva.
• Comportam-se como uma barra de borracha atritada com lã:
Eletricidade resinosa.
Eletrizados negativamente.
Carga elétrica negativa.

1.2. Comportamento das cargas:


Experimentalmente observou-se que as cargas do mesmo grupo se repelem e que
as cargas de grupos diferentes se atraem.

+ - Atração - +

+ + Repulsão - -
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 2

2. Estrutura Atômica:

A matéria é constituída por moléculas que por sua vez são constituídas por
átomos. No núcleo do átomo são encontrados os prótons e os nêutrons, enquanto que
nas camadas energéticas encontram-se os elétrons, sendo:
• Prótons: Partículas dotadas de carga elétrica positiva.
• Elétrons: Partículas dotadas de carga elétrica negativa.
• Nêutrons: Partículas desprovidas de carga elétrica.
Num átomo, o número de prótons é, normalmente, igual ao número de elétrons,
tornando-o um sistema eletricamente equilibrado.

2.1. Ions:
Os átomos que apresentam excesso, ou deficiência, de elétrons são chamados
íons.
• Íon positivo: É um átomo com deficiência de um ou mais elétrons. (cátion)
• Íon negativo: É um átomo com excesso de um oi mais elétrons. (ânion)

2.2. Elétrons Livres:


Quando vários átomos se reúnem para formar certos sólidos, como por exemplo
os metais, os elétrons das órbitas mais externas não permanecem ligados aos respectivos
átomos, adquirindo liberdade de se movimentar no interior do sólido. Estes elétrons são
denominados elétrons livres.
Portanto, nos sólidos que possuem elétrons livres, é possível que a carga elétrica
seja transportada através deles.

3. Condutores e Isolantes:

Os materiais que possuem elétrons livres na sua estrutura, notadamente os


metais, permitem a passagem de cargas elétricas e por isto são chamados de condutores.
Por exemplo, o cobre, o alumínio, a prata, o ouro, etc.
Não existe um material 100% condutor, todo material sempre apresenta alguma
dificuldade à passagem das cargas elétricas.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 3

Os materiais que não possuem elétrons livres na sua estrutura não permitem a
passagem de cargas elétricas e por isto são chamados isolantes. Por exemplo, a
borracha, o PVC, a madeira seca, o ar,etc.
Assim como os condutores, também não existe um material 100% isolante,
sempre alguma carga elétrica consegue atravessar o material.

4. Quantidade de Carga Elétrica:

A quantidade de carga elétrica que um corpo possui é determinada pela diferença


entre o número de prótons e o número de elétrons que o corpo contém.
Uma quantidade de 6,25 x 1018 elétrons corresponde a 1 coulomb.

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Carga elétrica Q coulomb C


Assim, a carga de um elétron vale 1,6 x 10-19 C e é chamada de carga elementar.

Exercícios:
1. Um bastão de vidro foi atritado com um pano e perdeu 1,25 x 1010 elétrons.
a) Que tipo de carga elétrica o bastão adquiriu?
b) Qual o valor da quantidade de carga elétrica adquirida?
2. Deseja-se que um corpo fique negativamente carregado, com 16 x 10-6 C.
Quantos elétrons têm que ser fornecidos à este corpo?
3. Qual a quantidade de carga elétrica de um corpo que perdeu 5.000.000 de
elétrons?

5. Revisão de Potências de Dez – Notação Científica:

Quando expressamos um valor devemos destacar a ordem de grandeza desta


medida. Para isso, representamos os valores através de Notação Científica.
500 = 5 x 100 = 5 x 10²
173 = 1,73 x 100 = 1,73 x 10²
0,37 = 37 ÷ 100 = 37 ÷ 10² = 37 x 10-2

Exemplos:
a) Velocidade da luz:
c = 300.000 km/s
c = 300.000 000 m/s
c = 3 x 108 m/s
b) 1 milímetro: c) Massa do elétron:
1 m = 1000 mm m = 9,11 x 10-31 kg
1 mm = 1 ÷ 1000 m
1 mm = 1 ÷ 10³ m d) Massa do Sol:
1 mm = 1 x 10 m -3 M = 2,0 x 1030 kg

Operações com potências de dez:


a) Adição:
2 x 103 + 3 x 102 =
= 2 x 103 + 0,3 x 103 (Todas as parcelas com a mesma potência →Pode colocar
em evidência)
= (2 + 0,3) x 103 =
= 2,3 x 103 (Forma final → Notação Científica)

b) Subtração:
2 x 103 - 2 x 102 =
= 2 x 103 - 0,2 x 103 (Todas as parcelas com a mesma potência →Pode colocar
em evidência)
= (2 - 0,2) x 103 =
= 1,8 x 103 (Forma final → Notação Científica)

c) Multiplicação:
3 x 102 x 2 x 103 =
= 3 x 2 x 102 x 103 =
= 6 x 10 (2+3) = (Mantém a base e soma os expoentes)
= 6 x 105 (Forma final → Notação Científica)

d) Divisão:
8 x 104 ÷ 2 x 102 =
= 8 ÷ 2 x 104 ÷ 102 =
= 4 x 10 (4-2) = (Mantém a base e subtrai os expoentes)
= 4 x 102 (Forma final → Notação Científica)
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 5

e) Potenciação:
(3 x 103)2 =
= 32 x 10 (2 x 3) = (Mantém a base e multiplica os expoentes)
= 9 x 106 (Forma final → Notação Científica)

f) Radiciação:
3
8 x 106 =

= 3 8 x 3 10 6 =
= 2 x 10 (6÷3) = (Mantém a base e divide os expoentes)
= 2 x 102 (Forma final → Notação Científica)

Exercícios:
Efetuar as operações abaixo e indicar os resultados em potências de dez:
a) 1 x 10-3 + 2 x 10-2 = 10 ×10 4
h) =
b) 1 x 10-2 + 1 x 102 = 2 ×10 2
c) 2 x 103 - 2 x 102 = i) (2 x 102)3 =
d) 5 x 10-3 - 2 x 10-4 = j) (3 x 10-4)2 =
3 -2
e) 4 x 10 x 2 x 10 =
k) 16 × 10 8 =
f) 5 x 10-2 x 3 x 10-3 =
g) 6 x 101 ÷ 1 x 10-2 =

6. Lei de Coulomb:

A força exercida entre duas cargas elétricas é diretamente proporcional à


quantidade de carga de cada uma e inversamente proporcional ao quadrado da distância
que as separa.

Q1Q2
F=K
d2

Onde K é o coeficiente de proporcionalidade que depende do meio onde as cargas


se encontram. No vácuo, seu valor é:

K = 9 ×10 9 Nm 2 / C 2
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 6

Exercício:
Calcule o valor da força de atração entre duas cargas de sinais opostos, situadas
no ar, a uma distância de 3 cm uma da outra, sendo:
Q1 = 6 x 10-6 C
Q2 = 8 x 10-6 C

7. Múltiplos e Submúltiplos das Unidades:

Em determinadas aplicações as unidades padronizadas do SI são excessivamente


grandes ou demasiadamente pequenas comparadas com a quantidade a medir.
Nestas ocasiões, usamos os múltiplos e submúltiplos das unidades
correspondentes. Os múltiplos e submúltiplos são aplicados antepondo ao nome da
unidade correspondente o prefixo que corresponde o fator pelo qual a unidade deve ser
multiplicada.

PREFIXO SÍMBOLO FATOR A MULTIPLICAR


Exa E 1.000.000.000.000.000.000 1018
Peta P 1.000.000.000.000.000 1015
Terá T 1.000.000.000.000 1012
Giga G 1.000.000.000 109
Mega M 1.000.000 106
Quilo k 1.000 103
Hecto h 100 102
Deca da 10 10
Deci d 0,1 10-1
Centi c 0,01 10-2
Mili m 0,001 10-3
Micro µ 0,000.001 10-6
Nano n 0,000.000.001 10-9
Pico p 0,000.000.000.001 10-12
Femto f 0,000.000.000.000.001 10-15
Atto a 0,000.000.000.000.000.001 10-18

Exercícios:
1. Indicar as medidas abaixo utilizando os respectivos múltiplos e submúltiplos
das unidades:
a) 5 x 10-6 m =
b) 3 x 10-2 m =
c) 4 x 10-3 s =
d) 2 x 109 Hz =
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 7

2. Indicar as medidas abaixo em unidades do Sistema Internacional, utilizando


potências de dez.
a) 5 daN =
b) 4 hm =
c) 3 mm =
d) 5 ms =

8. Campo Elétrico:

Existe um campo elétrico em toda região do espaço onde uma carga elétrica fica
sujeita a uma força de natureza elétrica.
Este campo é provocado pela existência de uma carga elétrica.
O campo elétrico é representado por diagramas chamados linhas de campo.

+
q
+
Q

+
q

Q = carga que está gerando o campo elétrico.


q = carga que está testando a existência do campo elétrico (carga de prova).

Linhas de campo geradas por


uma carga positiva:

Uma carga positiva gera um


campo elétrico cujas linhas são
divergentes.

+
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 8

Linhas de campo geradas por


uma carga negativa:

Uma carga negativa gera um


campo elétrico cujas linhas são
convergentes.

Linhas de campo entre duas cargas de sinais contrários:

+
+ -
-

As linhas de campo saem da carga positiva e chegam na carga negativa.


• Uma carga positiva tende a se deslocar no mesmo sentido das linhas de
campo.
• Uma carga negativa tende a se deslocar no sentido contrário ao das linhas
de campo.

9. Diferença de Potencial:

Em virtude do seu campo elétrico, uma carga é capaz de realizar trabalho ao


deslocar outra carga por atração ou repulsão. A capacidade de uma carga realizar
trabalho é chamada de potencial.
Tomaremos como exemplo, para o nosso estudo, a idéia física da “geração de
energia” em uma bateria de automóvel.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 9

A B
-
+
+ -
+ -
+ -
+ -
+ -
+ +
-
+ fem -
+ -
+ -

Uma bateria carregada não é, como o nome poderia indicar, um depósito cheio de
elétrons.
Uma bateria é um recipiente onde há um líquido condutor reagindo quimicamente
com duas placas metálicas, de modo que surja uma força empurrando as cargas positivas
(sentido convencional) para uma placa deixando-a positivamente carregada e a outra
negativamente carregada.
A esta força dá-se o nome de força eletromotriz (fem). Esta força vai transportar as
cargas que ficarão estacionadas nas placas, formando um campo elétrico que impede a
chegada de novas cargas.
Podemos dizer que as cargas acumuladas no terminal A têm um potencial maior
do que no terminal B, pois elas podem se deslocar de A até B, bastando para tal um meio
condutor.
VA = Potencial de A.
VB = Potencial de B.
VAB = Diferença de potencial entre A.e B.
A diferença de potencial (DDP) também é conhecida como tensão elétrica ou
voltagem.

10. Corrente Elétrica:

Se, agora, fecharmos o circuito externo da bateria, utilizando um meio condutor,


por ação do campo elétrico, as cargas vão se movimentar, criando um fluxo de cargas
elétricas.
Este fluxo de cargas é a corrente elétrica e sua intensidade é determinada pela
quantidade de cargas movimentada por intervalo de tempo.
∆Q
I=
∆t
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 10

∆Q = quantidade de carga
∆t = intervalo de tempo

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Diferença de potencial V volt V

Corrente elétrica I ampère A

1 A = 1 C/s.
Para cada carga que deixa o pólo positivo da bateria, corresponde uma carga que
chega no pólo negativo, fazendo com que a propagação da corrente elétrica seja
praticamente instantânea.
A medida que as cargas deixam o pólo positivo, há uma redução do campo elétrico
no interior da bateria, permitindo que a força eletromotriz reponha as cargas na placa
positiva, formando assim uma corrente elétrica também no interior da bateria.
Este fluxo de cargas se mantém enquanto a reação química conseguir manter a
força eletromotriz, caso contrário, diz-se que a bateria está descarregada.

11. Resistência elétrica:

Quando fechamos o circuito externo utilizando apenas um condutor, estamos, na


verdade, provocando um curto circuito, pois não havendo qualquer impedimento à
circulação das cargas, a corrente elétrica será elevadíssima.
Para limitarmos este valor, vamos utilizar um outro material que não tenha tantos
elétrons livres. Desta forma, verificamos que este novo material está oferecendo uma
oposição à passagem das cargas elétricas, limitando o valor da corrente.
• Resistência elétrica: É a dificuldade oferecida à passagem das cargas
elétricas.
• Resistor: É o componente fabricado com o objetivo de oferecer
resistência.
• Reostato: É um componente cuja resistência é ajustável.
• Resistividade: É uma característica de cada material que o torna bom ou
mau condutor.
O valor da resistência de um condutor qualquer é dado por:

R = Resistência do condutor.
l ρ = Resistividade do material do qual é feito o
R=ρ condutor.
s
l = Comprimento do condutor.
s = Área da seção transversal do condutor.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 11

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Resistência elétrica R ohm Ω

Resistividade ρ ohm.metro Ωm

Exercícios:
1. Calcule o valor da resistência de um condutor cilíndrico, de cobre, cuja área da
seção transversal é de 3,4 mm², com 400 m de comprimento.
Considere ρCu = 1,7 x 10-8 Ωm
2. Se cortarmos ao meio a resistência de um chuveiro elétrico, ao conectarmos a
mesma de volta ao chuveiro, observamos que:
a) A resistência aumenta e a corrente diminui.
b) A resistência diminui e a corrente diminui.
c) A resistência aumenta e a corrente aumenta.
d) A resistência diminui e a corrente aumenta.
3. Um condutor de cobre, 0,68 mm² de seção transversal, tem resistência de
10 Ω. Qual o seu comprimento?

12. Corrente Contínua e Corrente Alternada:

No exemplo estudado até agora, o campo elétrico que propiciava o movimento das
cargas mantinha-se sempre no mesmo sentido, provocando o deslocamento das cargas
também num único sentido.
Este tipo de corrente, em que as cargas se movimentam num único sentido é
chamado de corrente contínua. Por exemplo, as correntes provocadas por pilhas e
baterias.
Existem algumas fontes em que o sentido do campo elétrico varia periodicamente.
Desta forma, o movimento das cargas elétricas é ora num sentido, ora no sentido
contrário, formando uma corrente denominada corrente alternada.

t
Corrente contínua Corrente alternada
As correntes fornecidas por geradores rotativos normalmente são do tipo
alternada, assim como a corrente fornecida pela concessionária (CEMIG).

13. Sentido Real e Sentido Convencional da Corrente:

Uma carga elétrica positiva na presença de um campo elétrico tende a se mover


no mesmo sentido do campo elétrico, assim como uma carga elétrica negativa tende a se
mover no sentido contrário.

Como convencionamos que as linhas de campo partem do pólo positivo para o


pólo negativo, as cargas positivas também se deslocam do pólo positivo para o negativo.
Da mesma forma, as cargas negativas se deslocam do pólo negativo para o positivo.
Em outra palavra, podemos dizer:
• Cargas positivas se deslocam de um ponto de maior potencial par outro
de menor potencial.
• Cargas negativas se deslocam de um ponto de menor potencial para
outro de maior potencial.
Inicialmente imaginava-se que a corrente elétrica era composta por cargas
positivas e estabeleceu-se como sentido convencional da corrente o movimento de cargas
positivas do pólo positivo para o negativo.
Posteriormente verificou-se que na realidade são as cargas negativas (elétrons)
que se deslocam. Assim, o sentido real da corrente, também chamado de sentido
eletrônico, é formado por cargas negativas se deslocando do pólo negativo para o pólo
positivo.

+
+ - -
+
= -
+ - -
+ + -

14. Capacitores:

Se aplicarmos uma tensão a um circuito aberto, surgirá, entre as extremidades


abertas um campo elétrico.
Observamos ainda um acúmulo de cargas nessas extremidades.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 13

Chamamos de capacitância a capacidade de armazenamento de cargas elétrica


por unidade de tensão.
Q
C=
V

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Capacitância C farad F
C
1 F =1
V
O componente que provoca capacitância é o capacitor.
Se aplicarmos uma tensão a duas placas metálicas, paralelas, a quantidade de
carga acumulada será bem superior.
A capacitância de um capacitor depende da área das placas, da separação entre
as mesmas e da constante dielétrica do material isolante.
Quando submetido a uma corrente contínua, o capacitor se comporta como um
circuito aberto.
Inicialmente, até que as placas se carreguem, há uma corrente transitória que
diminui à medida que o capacitor se carrega e assuma o valor da tensão da fonte. Isso
demora uma pequena fração de segundos.
Uma vez carregado, a corrente passa a ser nula.

V
V, I

II. LEIS BÁSICAS DA ELETRICIDADE:

1. Lei de Ohm:

Fechando o circuito externo de uma bateria por meio de um condutor, observamos


a circulação de uma corrente.
“A corrente que circula por um condutor é diretamente proporcional à tensão
aplicada e inversamente proporcional à resistência deste condutor”.

V
I=
R
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 14

Circuito Elétrico Simples:


Para representarmos um circuito elétrico, utilizaremos a seguinte simbologia:

Fonte de tensão (corrente contínua)

Fonte de tensão (corrente alternada)

Resistência

Reostato

Condutor

Corrente elétrica

Toda vez que uma resistência é submetida à passagem de uma corrente elétrica
observamos uma diferença de potencial entre os extremos desta resistência. Esta
diferença de potencial é denominada queda de tensão.

V AB = RI
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 15

Por outro lado, a razão entre a tensão aplicada à um condutor e a corrente que por
ele circula define o valor da resistência deste condutor.

V
R=
I
Exercícios:
1. Um resistor de 100 Ω é submetido a uma tensão de 12 V. Qual o valor da
corrente que circula por este resistor?
2. Calcule o valor da corrente no circuito ao lado:

3. Uma corrente de 2 A passa por uma resistência de 10 Ω. Calcule a queda de


tensão sobre esta resistência.
4. Qual o valor da resistência de um condutor que submetido a uma tensão de
1,5 V permite a passagem de 3 A?
5. Um certo condutor, quando submetido a 10 V permite a passagem de 2 A.
Qual será o valor da corrente neste mesmo condutor quando submetido a uma
tensão de 25 V?
6. Uma bateria de 12 V pode fornecer no máximo 40 A. Qual o menor valor de
resistência que pode ser ligada a essa bateria?
7. Qual o valor da resistência de um chuveiro de 120 V que solicita uma corrente
de 30 A?
8. Por uma resistência de 0,8 kΩ circula uma corrente de 20 mA.. Qual o valor da
queda de tensão observada entre os terminais desta resistência?
9. A lâmpada da sala de uma casa, alimentada em 120 V, solicita uma corrente
de 0,5 A. Qual o valor da resistência do filamento dessa lâmpada? Qual será o
novo valor da corrente caso essa mesma lâmpada seja alimentada com 80 V?
10. Para aquecer mais a água de um chuveiro elétrico, eu devo aumentar ou
diminuir o valor da resistência do chuveiro? Por que?

2. Primeira Lei de Kirchhoff:

Lei dos nós ou lei das correntes

Nó → Encontro
entre 3 ou mais
componentes de um
circuito.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 16

“Em um nó, a soma das correntes que chegam é igual à soma das correntes dele
partem”.
Considerando o seguinte nó, temos:

I2 I3 Correntes que chegam: I1, I3, I5, I7 e I8.


I4 Correntes que saem: I2, I4 e I6.
I1

I5
I7 I6
I8

Logo:
I1+ I3+ I5+ I7 + I8= I2+ I4 + I6
Ou:
I1- I2+ I3 - I4+ I5- I6 + I7 + I8 = 0
Considerando como positivas as correntes que chegam e como negativas as que
saem, podemos dizer que a corrente total em um nó é sempre nula.

Exercícios:
1. Calcule o valor da corrente I4:

2A

5A

I4

3A
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 17

2. Calcule o valor da corrente na resistência de 6 Ω:

10 A 7A

2A

3. No circuito abaixo, indique o valor da corrente na fonte em função das demais


correntes:

I I1 I2 I3

3. Segunda Lei de Kirchhoff:

Lei das malhas ou lei das tensões

Malha → Caminho fechado para a passagem de corrente.


“Em uma malha, a soma das quedas de tensão é igual à soma das tensões
aplicadas”.

Considerando a malha acima:


Tensões aplicadas: V.
Quedas de tensão: VAB, VBC e VCD.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 18

Logo:
V = VAB + VBC + VCD
Ou:
V - VAB - VBC - VCD = 0
Considerando como positivas as tensões aplicadas e como negativas as quedas
de tensão, podemos dizer que a tensão total em uma malha é sempre nula.

Exercícios:
1. Determine a tensão da bateria, sabendo-se
que cada resistência apresenta uma queda de
tensão de 5 V.

2. No circuito ao lado, VAB = 7 V,


VBC = 5 V e a tensão na fonte vale
15 V.
a) Qual o valor da queda de tensão
em R3?
b) Se R3 = 2 Ω, qual o valor da
corrente da malha?
c) Quais os valores de R1 e R2?

3. No circuito abaixo circula uma corrente de 2 A. Determine a tensão da fonte.

4. Para este circuito a queda de tensão entre A e B vale 6 V. Calcule as quedas


de tensão nas demais resistências e a tensão na fonte.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 19

4. Associação Série de Resistências:

Duas ou mais resistências estão associadas em série quando a corrente que as


percorre é a mesma.

Pela Lei de Ohm, temos:


VAB = R1 I.
VBC = R2 I.
VCD = R3 I.
Da Segunda Lei de Kirchhoff, podemos escrever:
V = VAB + VBC + VCD
V = R1 I + R2 I + R3 I.
V = I (R1 + R2 + R3).
Estas três resistências podem ser substituídas por uma única resistência
equivalente, que desempenhe a mesma função das três juntas.
Logo:
V V = I Req
Re q =
I
Igualando as duas equações, temos:
I Req = I (R1 + R2 + R3).
Req = R1 + R2 + R3.

Num circuito série, o valor da resistência equivalente é igual à soma dos valores
das resistências da associação.

Exercícios:
1. Calcule a resistência equivalente de cada circuito abaixo:
a) b)
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 20

2. Calcule o valor da corrente em cada circuito:


a) b)

3. Para o circuito ao lado, determine:


a) A resistência equivalente.
b) A corrente no circuito.
c) A queda de tensão observada em cada resistência.

4. Calcule a queda de tensão observada sobre 100 resistores, de 1,5 Ω cada,


associados em série, quando percorridos por 20 A.
5. Calcular a queda de tensão sobre cada resistência dos seguintes circuitos:

a) b)

c)

6. No circuito ao lado, a resistência equivalente vale 20 Ω e a queda de tensão


sobre R2 é de 9 V. Se R3 = 9 Ω, calcule:
a) Os valores de R1 e R2. 60 V
b) As quedas de tensão sobre R1 e R3.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 21

5. Associação Paralela de Resistências:

Duas ou mais resistências estão associadas em paralelo quando submetidas à


mesma diferença de potencial.
I

I1 I2 I3

Pela 2ª Lei de Kirchhoff, verificamos que a queda de tensão sobre cada resistência
é igual à tensão da fonte.
V = VAB
Aplicando a Lei de Ohm a cada resistência:
V V V
I1 = I2 = I3 =
R1 R2 R3
Da 1ª Lei de Kirchhoff, temos:
I = I1 + I2 + I3
Logo:
V V V
I= + +
R1 R 2 R3

 1 1 1 
I = V  + + 
 R1 R 2 R3 
Essas três resistências podem ser substituídas por uma única resistência
equivalente, que desempenhe a mesma função das três juntas. Logo:
V
I=
Re q
Igualando as duas equações, temos:

V  1 1 1 
= V  + +  1 1 1 1
Re q = + +
 R1 R 2 R3  Re q R1 R 2 R3

Num circuito paralelo, o inverso do valor da resistência equivalente é igual à soma


dos inversos das resistências da associação.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 22

Exercícios:
1. Calcule a resistência equivalente dos circuitos abaixo:
a)

b)

2. Para o circuito abaixo, determine:


a) A corrente em cada ramo.
b) A corrente na fonte.
c) A resistência equivalente.

3. Calcule a corrente necessária para alimentar um circuito formado por 100


resistências iguais, de 250 Ω cada, associadas em paralelo e alimentadas por
uma fonte de 50 V.

4. No circuito abaixo, a corrente em R3 vale 2 A . Determine:


a) O valor da corrente em cada uma das demais resistências.
b) A resistência equivalente.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 23

Casos Particulares:
5.1.Associação Paralela de Apenas Duas Resistências:

1 1 1
= + mínimo = R1 × R 2 , logo:
Re q R1 R 2
1 R + R2
= 1 invertendo:
Re q R1 × R 2

R1 × R2
Re q =
R1 + R2

Num circuito paralelo de apenas duas resistências, o valor da resistência


equivalente é igual ao valor do produto das resistências dividido pela soma das mesmas.

5.2.Associação Paralela de Resistências de Mesmo Valor:

1 1 1 1 1 3
= + + = invertendo:
Re q R R R Re q R

R
R Re q =
Re q = n
3
Assim:
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 24

Num circuito paralelo onde todas as resistências têm o mesmo valor, o valor da
resistência equivalente é igual a este valor dividido pelo número de resistências.

Exercícios:
1. Calcule a resistência equivalente dos circuitos abaixo:
a)

b)

c)

d)

2. Determine o valor da corrente na fonte de cada circuito do exercício anterior.


3. Determine o valor da corrente em cada resistência dos circuitos do exercício
número 1 e comprove a Primeira Lei de Kirchhoff.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 25

4. Três resistências iguais foram associadas em paralelo, sendo encontrada uma


resistência equivalente Req1. Posteriormente, essas mesmas resistências
foram associadas em série, encontrando-se uma resistência equivalente Req2.
a) O valor de Req2 é maior, menor ou igual ao valor de Req1?
b) Quantas vezes?
5. As resistências do exercício anterior, associadas em série, foram ligadas a
uma bateria de 72 V, solicitando 2 A.
a) Qual o valor de cada resistência?
b) Qual o valor da corrente solicitada por essas mesmas resistências quando ligadas em
paralelo e alimentadas por essa mesma bateria?
6. Quatro resistências foram associadas em série e ligadas em uma bateria. A
queda de tensão sobre a primeira é de 8 V e sobre a segunda é de 6 V. As
demais resistências são de 4 Ω e a corrente sobre esta última é de 2 A.
a) Qual o valor da tensão da bateria?
b) Qual o valor da resistência equivalente?
c) Quais os valores das duas primeiras resistências?
7. Numa residência, alimentada em 120 V, estão instalados os seguintes
aparelhos:
• 1 chuveiro de 40 A.
• 2 lâmpadas de 240Ω, cada.
• 2 lâmpadas de 120 Ω, cada.
• 1 geladeira de 5 A.
• 1 ferro de passar roupas de 10 Ω.
• 1 chave geral de 50 A.
a) Qual será o valor da corrente total quando todos aparelhos forem ligados
simultaneamente?
b) Qual será o máximo de aparelhos que poderão funcionar simultaneamente sem que a
chave geral desarme?
c) Qual deve ser o novo valor da resistência do chuveiro para que todos os aparelhos
possam funcionar sem que a chave desarme?
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 26

Quadro Resumo:
Circuito Série Circuito Paralelo
Mesma em todas as Se divide entre as
Corrente.
resistências. resistências.
Se divide entre as Mesma em todas as
Tensão.
resistências. resistências.
Maior que a maior das Menor que a menor das
Resistência equivalente.
resistências. resistências.
A resistência equivalente A resistência equivalente
Aumentando o número de aumenta. diminui.
resistências.
A corrente diminui. A corrente aumenta.

6. Associação Mista de Resistências:

Chamamos de associação mista aquela que é composta por grupos de


resistências associadas em série e grupos de resistências associadas em paralelo.
Para a solução de circuitos mistos, devemos calcular isoladamente as resistências
equivalentes dos grupos e, a partir da configuração encontrada, calcular a resistência
equivalente do circuito
Grupo de
resistências em
paralelo.
Req1

Grupo de
resistências em
série.
Req2

Este circuito equivale a:

A nova configuração é uma


configuração série simples, assim a
resistência equivalente do circuito é a
soma das Reqs dos grupos.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 27

Exercícios:
1. Calcule a resistência equivalente dos circuitos abaixo:
a)

b)

2. Calcule a queda de tensão sobre cada resistência dos circuitos do exercício


anterior.
3. Calcule a corrente fornecida pelas fontes dos circuitos abaixo:
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 28

b)

4. Determine a resistência equivalente entre os pontos A e B de cada circuito


abaixo:
a)

A B

b)
A

B
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 29

5. Determine a resistência equivalente de cada circuito abaixo:


a)

b)

2A
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 30

7. Divisor de Tensão:

Numa associação série, a tensão se divide entre as resistências,


proporcionalmente aos valores das mesmas.

I
V V
I= I=
Re q R1 + R 2 + R3

V R1
V AB = R1 I V AB = R1 V AB = V
R1 + R 2 + R3 R1 + R 2 + R3

V R2
V BC = R 2 I V BC = R 2 V BC = V
R1 + R 2 + R3 R1 + R 2 + R3

V R3
VCD = R3 I VCD = R3 VCD = V
R1 + R 2 + R3 R1 + R 2 + R3

8. Divisor de Corrente:

Numa associação paralela, a corrente se divide entre as resistências,


proporcionalmente ao invewrso dos valores das mesmas.

I
I1

I2

V
I= V = Re q I
Re q
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 31

R1 R 2 R1 R2
Re q = V= ×I
R1 + R 2 R1 + R 2

V R1 R 2 1 R2
I1 = I1 = ×I × I1 = I ×
R1 R1 + R 2 R1 R1 + R 2

V R1 R 2 1 R1
I2 = I2 = ×I× I2 = I ×
R2 R1 + R 2 R2 R1 + R 2

Exercícios:
1. Sem calcular o valor da corrente, determine o valor da queda de tensão sobre
cada resistência do circuito abaixo:

2. Sem calcular o valor da tensão, determine o valor da corrente em cada


resistência do circuito abaixo:

5Ω
20 A
I1

15 Ω

I2

3. Determine o valor da corrente em cada resistência do circuito abaixo:


CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 32

III. POTÊNCIA ELÉTRICA:

1. Trabalho, Energia e Potência:

Trabalho:
Uma força realiza trabalho quando provoca um deslocamento.
r r
F F
θ θ

A d B

O valor do trabalho realizado por uma força que provoca um deslocamento de um


ponto A para um ponto B é dado por:

T AB = F d cos θ
Onde:
TAB = Trabalho realizado pela força para transportar o corpo de A até B
F = Força aplicada
d = Deslocamento
θ = Ângulo formado entre a força e o deslocamento

Para 0° ≤ θ < 90° → Trabalho positivo.


Para θ = 90° → Trabalho nulo.
Para 90° < θ ≤ 180° → Trabalho negativo.

Energia:
A energia de um corpo pode ser definida como a capacidade que esse corpo
possui para realizar trabalho. Energia e trabalho são expressas na mesma unidade.

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Trabalho T joule J

Energia E joule J

1 J = 1 Nm
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 33

Energia não se cria nem se destrói, ela simplesmente se transforma.


A energia é encontrada na natureza sob várias formas, tais como:
• Energia mecânica,
• Energia luminosa,
• Energia térmica,
• Energia nuclear,
• Energia elétrica, etc.
Quando um trabalho é realizado uma certa quantidade de energia é transformada
de uma forma em outra.

Potência:
A potência de um corpo define a sua capacidade de realizar trabalho por intervalo
de tempo.
T AB ∆E
P= P=
∆t ∆t

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIATURA

Potência P watt W

1 W = 1 J/s

2. Potência Elétrica:

Os equipamentos elétricos, de uma forma geral, são dispositivos que transformam


a energia elétrica em outra forma de energia.

LÂMPADA ENERGIA LUMINOSA

MOTOR ENERGIA MECÂNICA

ENERGIA ELÉTRICA
AQUECEDOR ENERGIA TÉRMICA

TRANSFORMADOR ENERGIA ELÉTRICA


CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 34

Cada equipamento tem maior ou menor capacidae de transformação de energia


par um mesmo intervalo de tempo. Esta capacidade define a potência do equipamento.
Por exemplo, uma lâmpada de 60 W transforma, a cada segundo, 60 J de energia
elétrica em energia luminosa e energia térmica.
A potêncai elétrica sobre um determinado equipamento elétrico pode ser calculada
a partir de:

T AB
V AB = T AB = V AB ∆q
∆q
T AB V AB ∆q ∆q
P= P= P = V AB
∆t ∆t ∆t
∆q
I=
∆t
P = V AB I
A potência de um equipamento, ou componente, elétrico é dada pelo produto entre
a tensão aplicada ao componente e a sua corrente.

Efeito Joule:
Uma resistência elétrica submetida à passagem de corrente elétrica se aquece.
Isso ocorre devido a colisões das cargas elétricas com as partículas constituintes do
material da resistência. Essas colisões provocam um aumento na energia de vibração dos
átomos, causando elevação da temperatura da resistência. Assim, a energia elétrica das
cargas é transferida, sob forma de energia térmica, para a resistência.
P = V AB I V AB = RI

P = RI I P = RI 2

Por outro lado:


V AB
P = V AB I I=
R
2
V AB V
P = V AB P = AB
R R
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 35

Exercícios:
1. Qual a potência de um determinado aparelho elétrico que ligado a uma rede de
220 V solicita 15 A.
2. Qual o valor da resistência do filamento de uma lâmpada de 120 V/100 W?
3. Qual o valor da resistência do filamento de uma lâmpada de 120 V/60 W?
Compare o resultado desse exercício com o do exercício anterior.
4. Qual será o valor da corrente num circuito de 3000 V que alimenta uma carga
de 12 MW?
5. Determine a potência dissipada por um resistor de 1 kΩ quando submetido à
uma corrente de 200 mA?
6. Qual será a potência dissipada por uma lâmpada de 60 W/120 V quando
submetida a 60 V?
7. Calcule a potência dissipada em cada resistência das associações abaixo:

3Ω

20 V 2Ω 12 V 3Ω 4Ω 6Ω

5Ω

8. Duas lâmpadas foram fabricadas para funcionar sob uma diferença de


potencial de 127 V. Uma delas tem potência de 40 W, resistência R1 e corrente
i1 . Para a outra lâmpada, esses valores são, respectivamente, 100 W, R2 e i2.
Assim sendo, é CORRETO afirmar que:
a) R1 < R2 e i1 > i2.
b) R1 > R2 e i1 > i2.
c) R1 < R2 e i1 < i2.
d) R1 > R2 e i1 < i2.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 36

9. Um chuveiro elétrico tem uma chave seletora que altera o comprimento da sua
resistência. Essa chave tem duas posições: Água quente e Água morna. Em
qual das duas posições a resistência tem maior comprimento? JUSTIFIQUE
sua resposta.
10. Um chuveiro elétrico, ligado a uma rede de 120 V, consome 2400 W.
Desejando-se aumentar a potência do chuveiro para 3600 W, a nova
resistência do chuveiro deve ser:
a) Igual a 6 Ω.
b) Menor que 6 Ω.
c) Maior que 6 Ω.
d) Não há dados para responder.
11. O proprietário de uma cantina verificou que os alimentos colocados no interior
de uma estufa elétrica não eram suficientemente aquecidos. Para aumentar a
temperatura desta estufa, ele poderá fazer várias modificações na resistência
que a aquece. Entre as opções seguintes, assinale aquela que não o levará a
obter o resultado desejado:
a) Cortar um pedaço da resistência.
b) Ligar outra resistência em paralelo com a primeira.
c) Ligar outra resistência em série com a primeira.
d) Substituir a resistência por outra de mesmo comprimento e mesma seção, feita
de um material de menor resistividade.

3. Energia Elétrica:

Se um equipamento elétrico permanecer ligado durante um certo intervalo de


tempo, a quantidade de energia elétrica transformada por este aparelho é determinada
pelo produto entre a sua potência e o intervalo de tempo.
∆E = P ∆t

Por exemplo, se desejarmos saber a energia consumida por uma lâmpada de


60 W durante uma hora:
∆t = 1 hora = 3600 s
P = 60 W
∆E = 60 x 3600
∆E = 216000 J
Ou seja, 216000 J de energia elétrica foram transformados em energia luminosa e
térmica.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 37

Se uma casa tem 5 lâmpadas de 60 W que permanecem acesas durante 4 horas


por dia, ao final de 30 dias teremos:
∆t = 30 dias x 4 horas x 3600 segundos = 432000 s
P = 5 x 60 = 300 W
∆E = 300 x 432000
∆E = 129.600.000 J
Observamos então que 1 J é uma unidade muito pequena para medida de energia
elétrica. Apesar de fora do Sistema Internacional, a unidade de medida utilizada para
expressar energia elétrica é o quilowatt.hora (kWh).
Um quilowatt.hora corresponde à quantidade de energia consumida por um
aparelho de 1 kW durante 1 h. Assim, para o nosso exemplo anterior, teremos:
∆t = 30 dias x 4 horas = 120 h
P = 300 W = 0,3 kW
∆E = 0,3 x 120
∆E = 36 kWh

Exercícios:
1. Numa casa, moram 6 pessoas. Cada pessoa toma um banho de 15 minutos,
por dia. Considerando que a potência do chuveiro é de 4000 W e que o custo
do kWh é de R$ 0,50, determine o valor a ser pago à concessionária de
energia elétrica após um período de 30 dias.
2. Considerando que a chave do chuveiro do exercício anterior, quando na
posição VERÃO, reduz a sua potência para 3000 W, calcule a economia
possível de ser realizada ao final de 30 dias.
3. Um chuveiro elétrico, ligado a uma rede de 120 V, consome 2400 W.
a) Qual a intensidade da corrente solicitada pelo chuveiro?
b) Qual o valor da resistência de aquecimento do chuveiro?
c) Desejando-se aumentar a potência do chuveiro para 3600 W, qual deve ser a
nova resistência do chuveiro?
4. Numa certa residência, alimentada em 120 V, funcionam os seguintes
equipamentos elétricos:
• 1 chuveiro, de 4000 W, durante uma hora e meia por dia;
• 1 geladeira de 5,0 A, durante 3 horas por dia;
• 10 lâmpadas, de 100 W cada, durante 3 horas por dia;
• 1 ferro de passar roupa, de 500 W, durante 2 horas, dia sim , dia não;
• 1 aparelho de som e imagem, que consome 5,0 A, durante 2 horas por dia.
Determine o valor a ser pago à concessionária de energia, ao final de 30 dias,
sabendo-se que o kWh custa R$ 0,50.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 38

IV. BATERIAS:
Uma bateria é uma fonte de tensão de origem química, isto é, ela transforma
energia química em energia elétrica.
Uma bateria é definida por duas características principais:
• A sua força eletromotriz, e
• A sua capacidade.
A força eletromotriz de uma bateria transfere, a partir da energia química
acumulada na bateria, energia elétrica para as cargas e define a tensão da bateria.
A capacidade de uma bateria é determinada pelo produto entre as corrente que ela
pode fornecer e o tempo em que ela pode fornecer essa corrente.
A capacidade de uma bateria é expressa em ampère.hora (Ah).
Por exemplo, uma bateria de 12 V/40 Ah, tem:
ε = 12 V (força eletromotriz)
C = 40 Ah (capacidade), ou seja:
• Ela pode fornecer 40 A durante uma hora, ou 20 A durante 2 horas, ou
mesmo 80 A durante meia hora...

1. Associação de Baterias:

1.1. Associação Série:


Numa associação série, as forças eletromotrizes se somam e as capacidades se
mantém.

ε1 ε2
C1 C2

εeq = ε1 + ε2
Ceq = C1 = C2
Numa associação série, devemos usar baterias de mesma capacidade.

1.2. Associação Paralela:

ε1 ε2
C1 C2
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 39

Numa associação paralela, as forças eletromotrizes se mantém e a as


capacidades se somam.
εeq = ε1 = ε2
Ceq = C1 + C2
Numa associação paralela, devemos usar baterias de mesma força eletromotriz.

Exercícios:
1. Determine a força eletromotriz e a capacidade equivalente de cada banco de
baterias abaixo:
a)

12 V 12 V
40 Ah 40 Ah

b)

8V 8V 8V
10 Ah 10 Ah 10 Ah

c)

6V 6V
20 Ah 20 Ah

6V 6V
20 Ah 20 Ah
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 40

2. Determine quanto tempo o banco de baterias abaixo levará para se


descarregar.

4V 4V 4V
2 Ah 2 Ah 2 Ah

4V 4V 4V
2 Ah 2 Ah 2 Ah
3Ω

4V 4V 4V
2 Ah 2 Ah 2 Ah

3. Determine a força eletromotriz de cada banco de baterias abaixo:


a)
1,5 V 1,5 V

b)
1,5 V 1,5 V 1,5 V 1,5 V

2. Resistência Interna:

Sabemos que não existe condutor ideal, ou seja, qualquer condutor sempre
apresenta alguma resistência elétrica.
Quando uma corrente percorre um motor, ou qualquer outro equipamento elétrico,
ela percorre algum meio condutor, normalmente fios e esses condutores apresentam
resistência elétrica, denominada resistência interna do motor ou do equipamento.
Da mesma forma, a bateria, ou qualquer outra fonte de tensão, também oferece
alguma resistência à passagem da corrente elétrica. Assim, verificamos que as fontes
também possuem resistência interna.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 41

As resistências internas se comportam como se estivessem em série com o


equipamento.

r
ε
r EQUIVALE
ε

3. Tensão nos Terminais de uma Fonte:

Considere uma fonte qualquer, com resistência interna, alimentando uma carga. A
corrente fornecida por esta fonte, ao passar por sua resistência interna, provoca uma
queda de tensão interna na bateria. Assim, a tensão nos terminais de uma fonte é obtida
pela força eletromotriz da mesma menos a queda de tensão na sua resistência interna.

I
ε I r
r R EQUIVALE
R
ε

TENSÃO NOS TERMINAIS FORÇA ELETROMOTRIZ QUEDA DE TENSÃO NA


DA BATERIA DA BATERIA RESISTÊNCIA INTERNA

VAB = ε − rI
Assim, podemos observar que:
• Para uma fonte a vazio (circuito aberto), a corrente é nula e a tensão é igual á
força eletromotriz:
V AB = ε − rI
I =0

VAB = ε
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 42

• Quanto maior a corrente, maior a queda de tensão na resistência interna e


menor é a tensão nos terminais da bateria.
• Quanto maior a resistência interna (bateria gasta), maior é a queda de tensão
na mesma e menor é a tensão nos terminais da bateria.

Exercícios:
1. Determine a tensão nos terminais da bateria para os seguintes valores de
resistência externa:
a) R = 2 Ω
b) R = 3 Ω 12 V
1Ω R

2. Para se determinar os valores da força eletromotriz e da resistência interna de


uma bateria, foi feito o seguinte ensaio:
• ligou-se uma chave, um amperímetro e uma resistência em série
com a bateria.
• ligou-se um voltímetro em paralelo com a bateria.
• com a chave aberta o voltímetro registrou 15 V.
• com a chave fechada o voltímetro registrou 12 V e o amperímetro
3 A.
Quais são os valores da força eletromotriz e da resistência interna
desta bateria?

4. Força Contraeletromotriz:

Receptores:
Os geradores transformam outras formas de energia em energia elétrica. Existem
aparelhos que fazem o papel oposto; transformam energia elétrica em outras formas de
energia. Esses aparelhos são os receptores.
Exemplos de receptores:
• Motores,
• Aparelhos eletrônicos,
• Baterias em recarga.
Nestes casos, a força eletromotriz trabalha em sentido inverso; não é o aparelho
que realiza trabalho sobre as cargas elétricas, são elas que realizam trabalho sobre o
aparelho.
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 43

Dispositivos que transformam energia elétrica em calor NÃO são considerados


como receptores. Eles são RESISTORES.
A tensão útil recebe o nome de força contraeletromotriz e constitui uma constante
característica do receptor, assim como a resistência.
A unidade de força contraeletromotriz é o volt (V).
Assim sendo, a tensão recebida é dada por:
V AB = ε '− r ' I

Uma bateria pode funcionar como gerador ou como receptor.

• Quando a bateria está fornecendo energia para o circuito, ela é uma fonte de
fem ou gerador.

• Quando a bateria está em recarga, isto é, recebendo energia do circuito, ela é


um receptor ou um gerador de fcem.

5. Equação do Circuito Série:

Observando o circuito abaixo, podemos escrever que:

I
ε ε’
M
r r’

Na Bateria:
• fem → as cargas elétricas recebem energia elétrica.
• r → as cargas elétricas perdem energia elétrica.
Na Resistência Externa:
• R → as cargas elétricas perdem energia elétrica.
No Motor:
• fcem → as cargas elétricas perdem energia elétrica.
• r → as cargas elétricas perdem energia elétrica.

ε −ε'
I= Equação do Circuito Série
r + R + r'
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 44

Exercícios:
1. Determine o valor da corrente no circuito abaixo:
4Ω

20 V 8V
1Ω 1Ω

2. Sabendo-se que a potência dissipada na resistência externa é de 12 W, determine o


valor da f.e.m. da bateria.
3Ω

ε 10 V
0,5 Ω 0,5 Ω

3. Qual deve ser o valor da resistência externa para que a corrente seja igual a 500 mA?

14 V 10 V
1Ω 1Ω

4. Determine os valores indicados pelos instrumentos de medidas.

12 V 1Ω

3V
7Ω
2Ω
8Ω
CIRCUITOS ELÉTRICOS – Módulo I 45

5. Determine os valores de I1, I2 e I3.

15 V
8Ω 12 Ω 24 Ω
1Ω

Bibliografia:

• GUSSOW, MILTON
Eletricidade Básica – Editora McGraw Hill

• O’MALLEY, JOHN
Análise de Circuitos – Editora McGraw Hill

• FOWLER, RICHARD
Eletricidade, Princípios e Aplicações – Editora Makron Books

• EDMINISTER, JOSEPH
Circuitos Elétricos – Editora McGraw Hill

• ALVARENGA, BEATRIZ e MÁXIMO, ANTÔNIO


Curso de Física volume 3 – Editora Scipione

Você também pode gostar