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COLÉGIO PADRE EUSTÁQUIO

Curso Técnico em Eletrônica

ELETRÔNICA DIGITAL

Ensino Pós - Médio MÓDULO I


ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 2

Sinais Elétricos Analógicos e Digitais

Um Sinal Analógico apresenta uma variação contínua ao longo do tempo, podendo ter
características de amplitude e freqüência bastante variáveis.
As ondas sonoras correspondentes à
voz podem ser consideradas como
sinais de Dados Analógicos (devido às
características de variação contínua que
apresentam ) e são , por exemplo,
convertidas no aparelho telefônico ,
num sinal elétrico. Os dados
analógicos representados por sinais
elétricos ocupam em geral um espectro
de freqüências relativamente limitado.
Por isso a largura de banda necessária
para a sua transmissão é, no caso dos
sinais de áudio, de valor bastante
aceitável.

A maior parte da energia presente na voz humana está compreendida numa faixa de
freqüências reduzida, no sistema telefônico a banda de freqüências está compreendida
entre 300 e 3400 Hz.

Um Sinal Digital do tipo binário é uma


seqüência de dois níveis de pulsos de
tensão ou de corrente com amplitude
definida, e sucedendo-se a intervalos de
tempo regulares.

A sua transmissão ao longo dos circuitos


de telecomunicações, exige, contudo uma
grande largura de banda.

Não estando as linhas dos circuitos


telefônicos tradicionais preparadas, ainda, em grande parte para satisfazer a esta exigência,
usam-se assim com freqüência , dispositivos que convertem os Sinais Digitais que
representam Dados de natureza Digital (como os armazenados sob a forma de arquivos,
no interior dos computadores ) em Sinais Analógicos com largura de banda relativamente
reduzida.
Estes dispositivos são designados por Modem (modulator-demodulator). Assim, os
Modems Analógicos que operam nas linhas telefônicas analógicas, modulam um sinal
senoidal em freqüência, amplitude e (ou ) em fase ,dando origem ao aparecimento de uma
série de sinais elétricos com freqüências que "cabem" no canal telefônico, ou seja na
largura de banda deste (cerca de 4 khz ).
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 3

Com o advento dos Circuitos Digitais nas


Redes de Telecomunicações, houve uma
significativa redução de custo provocado
pela produção em massa, tornou-se
possível a transmissão de sinais digitais
através de linhas de elevada qualidade ,
denominadas linhas digitais, com muito
melhor relação sinal/ruído e permitindo a
utilização de grandes larguras de banda) .
Foi assim necessário transformar os
Sinais Analógicos relativos à voz ou a
vídeo, em Sinais Digitais e vice-versa, a
para possibilitar a transmissão através das
linhas digitais de elevada qualidade.

Assim, esta função é realizada com o auxílio de conversores A/D (Analógico-Digital),


conversores D/A ( Digital- Analógico ) e da técnica designada por PCM, pelo Codec
(Coder-Decoder).
Vantagens da ELETRÔNICA DIGITAL
Uma saída digital apresenta um número finito de valores e por isso fica muito mais
simples o trabalho com estes sinais, já um dispositivo analógico, com infinitos valores,
precisa de uma análise muito detalhada, para que o trabalho seja executado sem que ocorra
perdas de partes do sinal.
Para simplificar ainda mais o processamento de sinais digitais, foi retomada uma
antiga técnica de numeração, a numeração BINÁRIA, que usa apenas dois símbolos para a
representação de números. Como os sinais são discretos e, portanto mensuráveis
facilmente, se enumerarmos esses valores usando a numeração BINÁRIA teremos um
Conjunto com apenas dois elementos distintos para representarmos os sinais desejados.
Isso tudo quer dizer que num dispositivo digital eletrônico teremos o processamento
conjuntos finitos cujos elementos se apresentam em apenas dois valores. A esses conjuntos
dá-se o nome de BYTES e aos seus elementos, o nome de BITs.
Pode ser que até esse instante esses conceitos ainda estejam confusos para você,
mas no decorrer do curso as coisas se esclarecerão facilmente e de forma natural. Vamos
nos concentrar agora em um ponto muito importante: a conversão de números decimais
para binário e vice-versa.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 4

Conversão ou mudanças de bases:

Conversão da Base DECIMAL para a Base BINÁRIA


A base de um sistema de numeração é o número de algarismos usados para a
representação dos números. Em nosso dia-a-dia, usamos a base decimal para
representarmos nossas quantidades como: idade, dinheiro, datas, peso, medidas, etc. Os
dez algarismos usados são:

0, 1, 2, 3,4, 5, 6, 7, 8 e 9

A combinação destes símbolos nos permite infinitas representações de quantidades.


Como já foi dito, a Eletrônica Digital usa a base BINÁRIA para o processamento de
seus sinais e por analogia podemos concluir que esta base é formada por apenas dois
algarismos:

0 e 1

Usando apenas esses dois símbolos, também podemos representar infinitas


quantidades e de forma totalmente equivalente à numeração DECIMAL conforme mostram
os exemplos abaixo:

(5)10 = ( 101)2 (10)10 = ( 1010)2 (15)10 = ( 1111)2


(63)10 = ( 111111)2 ( 1)10 = ( 1)2 (1024)10 = (10000000000)2

A regra básica para fazermos a conversão de DECIMAL para BINÁRIO é a divisão


sucessiva por 2, esquematizada logo a seguir:

23 2 30 2
22 30
11 2 15 2
1 0
10 5 14
2 7 2
1 4 1
6
2 2 3 2
1 1
2 2
1 1
0 1

(23)10 = ( 10111)2 (30)10 = ( 11110)2

O algoritmo para a execução desta conversão é:

1. Dividir por 2 o número que se deseja converter ;


2. Se o quociente (resultado) for diferente de 1, dividir este quociente por 2;
3. Se o novo quociente for diferente de 1 repetir os itens 1 e 2 até que o quociente seja
igual a 1;
4. O BINÁRIO equivalente ao DECIMAL é o último quociente colocado lado-a-lado com
todos os restos das divisões, de baixo para cima.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 5

Exercícios:

Converter os números representados em DECIMAL para a representação BINÁRIA:

a) 33
b) 27
c) 45
d) 31
e) 32

Conversão de Base BINÁRIA para a Base DECIMAL

Também podemos fazer a conversão de bases de maneira inversa, isto é, a


partir de um número em BINÁRIO chegamos ao seu equivalente em DECIMAL. Da
mesma forma que os números DECIMAIS podem ser decompostos em múltiplos de
10 os números em BINÁRIO podem ser decompostos em múltiplos de 2:

(47602)10 = 40000 + 7000 + 600 + 00 + 2 =


= 4 3 2 1 0
4x10 + 7x10 + 6x10 + 0x10 + 2x10

(10010)2 = 10000 + 0000 + 000 + 10 + 0 =


= 4 3 2 1 0
1x2 + 0x2 + 0x2 + 1x2 + 0x2 =
= 1x16 + 0x8 + 0x4 + 1x2 + 0x1= (18)10

Em ambos casos, o valor do algarismo usado para a representação do


número é multiplicado pela base do número que é elevada a n-1, onde n é o número
de algarismos que compõem o número. Observe que a na segunda linha do segundo
exemplo é que ocorre a conversão da base BINÁRIA para a DECIMAL e na terceira
linha temos apenas "contas" para resolver.

Exercícios:
Converter os números representados em BINÁRIO para a base DECIMAL:

a) 1001010

b) 101010

c) 111101

d) 1000000

Conversão entre as Bases 2 e 8


Existe uma relação de multiplicidade entre as bases binária e octal. A base binária com 2
elementos e a base octal com 8 elementos. A relação é de 23=8, portanto podemos
compreender que para representar todos os elementos da base octal é necessário que o
número na base binária possua três elementos. Dada esta relação, podemos realizar
facilmente a conversão apenas considerando que para cada elemento da base octal são
necessários três elementos da base binária. A recíproca também é verdadeira, para cada
três elementos da base binária temos um elemento correspondente na base octal.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 6

Exemplos:

a) (111010111)2
(111) (010) (111)
727
(727)8

Neste caso temos um número em binário e convertemos para um número na base octal.
Observe a solução: Agruparam-se os elementos binários em grupos de 3 da direita para a
esquerda.

b) (1010011111)2
(010) (011) (111)
1237
(1237)8

Este exemplo foi solucionado da mesma forma, porém observe que ao ser dividido em
grupos de 3 o elemento bem da esquerda ficaria sozinho, então acrescenta-se 0 (zeros) a
esquerda até completar os três elementos necessários.

c) (327)8
(011) (010) (111)
(011010111)2

De forma semelhante, ao transformarmos da base octal para a base binária também


trabalhamos com três elementos. Neste caso, cada elemento da base octal equivale e três
elementos correspondentes na base binária. Observe que os zeros a esquerda permanecem
na conversão.

d) (673)8
(110) (111) (011)
(110111011)2
Conversão entre as Bases 2 e 16
Assim como a base octal, a base hexadecimal também é múltipla da base binária pois
24 = 16, portanto a conversão entre estas bases é feita da mesma forma que a base binária
e octal, porém são considerados 4 elementos. Para a conversão de um número binário para
hexadecimal divide-se da direita para a esquerda em grupos de 4 e representa-se o
correspondente em hexadecimal. Para converter um número hexadecimal em binário,
busca-se na tabela o correspondente sempre com 4 elementos binários.

Exemplos:

a) (111010111)2
(0001) (1101) (0111)
(1D7)16

Observe a divisão em grupos de 4 elementos para depois buscar o equivalente em


hexadecimal, quando o grupo mais a esquerda não contém 4 elementos este grupo deve ser
preenchido com zeros a esquerda.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 7

b) (1010011111)2
(0010) (1001) (1111)
(29F)16
c) (306)16
(0011) (0000) (0110)
(001100000110)2
d) (F50)16
(1111) (0101) (0000)
(111101010000)2
No caso da conversão de hexadecimal para binário observe que cada elemento
hexadecimal é representado por um conjunto de 4 elementos em binários, observe que os
zeros a esquerda devem permanecer.

Conversão entre as Bases 8 e 16


As bases octal e hexadecimal são múltiplas da base binária, porém não são múltiplas entre
si por isso para a conversão entre estas base é necessário utilizar a base binária como
intermediária. Quando se quer converter da base octal para a base hexadecimal faz-se a
conversão da base octal para a binária, com três elementos e depois este número binário é
convertido para a base hexadecimal com os quatro elementos correspondentes. Portanto,
utiliza-se as regras já definidas acima de conversões entre as bases octal e hexadecimal e a
base binária. Para converter um número da base hexadecimal para a base octal segue a
regra de converter da base hexadecimal para a binária e depois da base binária para a base
octal. Os exemplos abaixo mostram a relação entre estas bases.

Exemplos:

a) (2365)8 - Número na base octal


(010) (011) (110) (101) - da base octal (número acima) foi feita a conversão para a
base 2 de cada algarismo nos três correspondentes da base 2

(010011110101)2 - número na base binária (sem a divisão dos grupos)


(0100) (1111) (0101) - número na base binária, dividido em grupos de quatro
elementos para transformar para a base hexadecimal
(4F5)16 - Número na base hexadecimal

b) (1B2A)16 - Número na base hexadecimal


(0001) (1011) (0010) (1010) - Da base hexadecimal cada elemento foi substituído pelo
seu correspondente na base binária observando os quatro elementos necessários.
(0001101100101010)2 - número na base binária (sem a divisão dos grupos)
(000) (001) (101) (100) (101) (010) - número na base binária, dividido em grupos de três
elementos para transformar para a base octal
(015452)8 Número na base octal
Conversão de uma Base B para a Base 10
Para a conversão de uma base B para a base 10, aplica-se a fórmula geral da base 10.
N = dn-1 x B n-1+ dn-2 x B n-2...
N = número
d = cada elemento do número
n = quantidade de elementos que compõe o número
B = base de origem do número
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 8

Exemplos:

a) (101101)2 = ( )10
1 x 25 + 0 x 24 + 1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 1 x 20
32 + 0 + 8 + 4 + 0 + 1 = (45)10

b) (27)8 = ( )10
2 x 81 + 7 x 80
16 + 7 = (23)10
c) (2A5)16 = ( )10
2 x 162 + 10 x 161 + 5 x 160
512 + 160 + 5 = (677)10
Para converter números da base hexadecimal para a decimal devemos observar que
quando ele possui letras, estas devem ser substituídas pelo valor em decimal
correspondente. No exemplo acima o A foi substituído pelo 10.

Conversão da Base 10 para uma Base 8


Neste caso faz-se a divisão do número decimal pela base desejada, o resto encontrado
(deve ser sempre menor que a base) é o algarismo menos significativo do valor na base B
(mais a direita). Em seguida, divide-se o quociente encontrado pela base B; o resto é o
algarismo seguinte (a esquerda) e assim sucessivamente.

Exemplo:

a) (3964)10 = ( )8

Resposta: (7574)8

b) (3964)10 = ( )16

Resposta: (EDC)16

Neste caso como queremos converter para a base hexadecimal devemos observar que o
resto (sempre menor que a base) se estiver no intervalo de 10 até 15 deve ser transformado
na letra correspondente. O número 12 corresponde a letra C, o número 13 a letra D, e o
número
Conversão de uma Bases B para a Base 10
Para a conversão de uma base B para a base 10, aplica-se a fórmula geral da base 10.
N = dn-1 x b n-1+ dn-2 x b n-2...
N = número
d = cada elemento do número
n = quantidade de elementos que compõe o número
b = base de origem do número
Exemplos:

a) (101101)2 = ( )10
1 x 25 + 0 x 24 + 1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 1 x 20
32 + 0 + 8 + 4 + 0 + 1 = (45)10
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 9

b) (27)8 = ( )10
2 x 81 + 7 x 80
16 + 7 = (23)10

c) (2A5)16 = ( )10
2 x 162 + 10 x 161 + 5 x 160
512 + 160 + 5 = (677)10

Para converter números da base hexadecimal para a decimal devemos observar que
quando ele possui letras, estas devem ser substituídas pelo valor em decimal
correspondente. No exemplo acima o A foi substituído pelo 10.

Conversão da Base 10 para uma Base 8


Neste caso faz-se a divisão do número decimal pela base desejada, o resto encontrado
(deve ser sempre menor que a base) é o algarismo menos significativo do valor na base B
(mais a direita). Em seguida, divide-se o quociente encontrado pela base B; o resto é o
algarismo seguinte (a esquerda) e assim sucessivamente.
b) (3964)10 = (EDB)16
Exemplo: a) (3964)10 = ( 7574)8

Resposta: (7574)8 Resposta: (EDB)16

Neste caso como queremos converter para a base hexadecimal devemos observar que o
resto (sempre menor que a base) se estiver no intervalo de 10 até 15 deve ser transformado
na letra correspondente. O número 12 corresponde a letra C, o número 13 a letra D, e o
número 14 que não é resto mas o quociente menor que a base é o equivalente a letra E.
Portanto o número 3964 na base decimal equivale a EDC na base hexadecimal. Sempre o
último quociente que é menor que a base é o algarismo mais significativo, ou seja, o
algarismo mais a esquerda.

FUNÇÕES LÓGICAS E PORTAS LÓGICAS

No início da era eletrônica, todos os problemas eram resolvidos por sistemas


analógicos, também conhecidos por sistemas lineares.
Com o avanço da tecnologia, esses mesmos problemas começaram a ser
solucionados através da eletrônica digital. Esse ramo da eletrônica emprega nas suas
máquinas, tais como: computadores, processadores de dados, sistemas de controle e de
comunicação digital, apenas um pequeno grupo de circuitos lógicos básicos, que são
conhecidos como portas OU, E Não e Flip Flops.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 10

Através da utilização conveniente desses circuitos, podemos “implementar” todas as


expressões geradas pela álgebra de Boole, que constituem uma poderosa ferramenta para
os projetos das máquinas referidas acima.

Nas funções lógicas, teremos apenas dois estados:

Estado 0 (ZERO) Estado 1 (UM)

O estado zero (0) representará, por exemplo: Portão fechado, aparelho desligado,
ausência de tensão, chave aberta, não, condição falsa, etc; o estado um (1) representará,
então: portão aberto, aparelho ligado, presença de tensão, chave fechada, sim, condição
verdadeira, etc.
Note, então, que se representarmos por zero (0) uma situação, representaremos por um
(1) a situação contrária. Para qualquer bloco lógico faremos o estudo somente desses dois
estados. Cada terminal de um bloco lógico pode assumir somente duas situações distintas:
0 e 1.

1 . Função E (AND)
Realiza a multiplicação de duas ou mais variáveis de entrada. É conhecida como
função AND, nome derivado do inglês. É equivalente a um circuito elétrico constituído por
duas ou mais chaves ou interruptores ligados em série, como mostra a figura abaixo:

E A B L

Condições de funcionamento do circuito acima:

Chave aberta (desligada) = 0 Chave fechada (ligada) = 1

Lâmpada apagada = 0 Lâmpada acesa = 1

Situações possíveis:

1º - Se tivermos a chave A aberta (0) e a chave aberta (0), nesse circuito não
circulará corrente, logo, a lâmpada permanecerá apagada (0).
2º - Se tivermos a chave A aberta (0) e a chave B fechada (1), logo a lâmpada
permanecerá apagada, pois no circuito não haverá corrente elétrica circulando.
3º - Se tivermos a chave A fechada (1) e a chave B aberta (0), a lâmpada continuará
apagada. O circuito ainda está interrompido, não há passagem de corrente elétrica.
4º - Se tivermos, agora, a chave A fechada (1) e a chave B fechada (1) a lâmpada irá
acender, pois circulará corrente elétrica através do circuito.

Analisando as situações, concluímos que:

Só teremos a lâmpada acesa quando as chaves A e B estiverem fechadas A=1 e B=1 .


ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 11

Tabela da Verdade de uma função E ou And:

Chamamos Tabela da Verdade um mapa onde colocamos todas as possíveis


situações com seus respectivos resultados. Nesta tabela, iremos encontrar o modo com a
função se comporta.

A e B são as variáveis S é a variável de


de entrada
saída.

A B S
Tabela
Verdade da 0 0 0
função And 0 1 0
1 0 0
1 1 1 Observe que apenas na
situação em que A=1 e B=1 é
que a saída será também igual
a 1.

Dessa tabela podemos considerar o seguinte:

1. Variáveis que têm valor 0 são chamada de Não A ou A barra são representadas por A,

B, C etc. As variáveis que têm valor 1 são denominadas A, B, C, etc.

2. As combinações das variáveis de entrada que levam a saída para o valor 1 são
denominadas minitermos e as combinações das variáveis de entrada que levam a saída
para 0 são chamadas de maxitermos.
3. Toda tabela verdade contém uma função lógica e uma equação denominada equação
Booleana.
4. A equação Booleana é obtida através somatória ( soma ) dos minitermos da tabela
verdade.

Função lógica And (E):

A combinação de A=1 e B=1 faz a saída S =1. A B S


Nesse caso temos um minitermo que é Nesta tabela, os bits 0 e 1, que
0 0 0 são os valores possíveis das
representado por A . B, que se lê S
0 1 0 variáveis A e B, recebem a
igual a A e B denominação de NIVÉIS
1 0 0 LÓGICOS.
1 1 1

Função lógica AND f (s) = f (A, B) = m3

Equação Booleana da função AND :


Importante !!!
Como se lê ?
S=A.B
S é igual a A e B
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 12

Existe um circuito lógico que executa a função AND ( E ) que é denominado Porta And ou
Porta E.

Para uma porta E, a saída terá nível lógico 1 se e somente se todas as entradas tiverem nível
lógico 1

Símbolo da porta And ( E ) Símbolo da porta And ( E )


de duas entradas : de três entradas :
A
A
B S
S
B C

Variável de saída Variável de saída

Variáveis de entrada Variáveis de entrada

2. Função Ou (Or) :
A função Ou é aquela que assume valor um (1) quando uma ou mais variáveis da
entrada forem iguais a um (1) e assume valor zero (0) se, e somente se todas as variáveis
de entrada forem iguais a zero (0).
Para melhor entendermos a função OU, vamos representá-la pelo circuito abaixo:

E
L
B

1º - Se a chave A estiver aberta (0) e a chave B estiver aberta (0), no circuito


não circulará corrente, logo, a lâmpada permanecerá apagada.
2º - Se a chave A estiver aberta (0) e a chave B estiver fechada (1), circulará
uma corrente pela chave B e a lâmpada acenderá.

3º - Se a chave A estiver fechada (1) e a chave B estiver aberta (0), passará corrente
através da chave A e a lâmpada ficará acesa.
4º - Se as duas chaves A e B estiverem fechadas a corrente passará pelas duas
chaves e a lâmpada permanecerá acesa.

Notamos pelas situações, que teremos a lâmpada ligada quando a chave A ou a


chave B ou ambas estiverem ligadas.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 13

Tabela Verdade da Função Ou (Or) : Nesta função temos três condições em


que a saída vai assumir o valor 1.
Minitermos
Temos três minitermos :
A B S
A.B
0 0 0 A.B A.B e A.B
0 1 1
1 0 1
A.B 1 1 1

A.B

Função lógica Or:

f (s) = f (A . B ) = Σm ( 1, 2, 3 )

Equação Booleana da função Or :

S=(A.B) + (A.B) + (A.B) S=A + B

Como se lê?
S é igual a A ou B

Símbolo lógico de uma porta Or Símbolo lógico de uma porta Or


de duas entradas: de três entradas:

Variáveis de entrada A
A S
S B
B C

Variável de Saída
Variáveis de entrada Variável de Saída

Para uma porta OU, a saída terá nível lógico 1 se, pelo menos uma das entradas tiver nível lógico 1.

Bloco Não (Inversor)


Realiza a função NÃO que corresponde à operação complemento, ou inversão.
Tabela verdade:
A S
0 1
1 0
Pela tabela observa-se que a saída será igual a 1 quando a variável de entrada for igual a
zero, ou seja , a saída é igual a Não A. .
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 14

Equação Booleana :
S=A

Símbolo do Inversor :

Quando o inversor estiver na saída de


um circuito ele é representado assim:

Quando o inversor estiver na entrada de


um circuito ele é representado assim:

Para um bloco inversor, a saída terá nível lógico 1 (um) se e somente se a entrada tiver nível lógico 0 (zero) .
Combinação de portas lógicas :

a) Porta NE ou NAND GATE


Esta porta resulta da combinação de uma porta “E” com um bloco “NÃO”, realizando assim
o complemento da função E.
Esta função é o inverso da função AND, ou seja, a saída será 1 se pelo menos uma das
entradas for igual a zero, como mostra a tabela abaixo:

Tabela Verdade da porta NAND:


Circuito lógico da função NAND

A B S A
A.B 0 0 1
0 1 1 B
A.B
1 0 1 S
A.B
1 1 0

Função lógica : f (s) = f ( A, B ) = Σm ( 0, 1, 2 )

Equação lógica :

S=(A.B) + (A.B) + (A.B) ou S=A.B

Para uma porta NE, a saída terá nível lógico 1 (um) se pelo menos uma das entradas tiver
nível lógico 0 (zero).
Símbolo da Porta Nand (NE) :

A
S
B
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 15

b) Porta NOU ou NOR GATE

Esta porta resulta da combinação de uma porta “OU” com um bloco “NÃO”, realizando
assim o complemento da função OU.
Esta função é o inverso da função OR, ou seja, a saída será 1 se todas as entradas forem
iguais a zero, como mostra a tabela abaixo:

Tabela Verdade da porta NOR:

A B S
A.B 0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
Função lógica :
f (s) = f ( A, B ) = m0
Equação lógica :

S=(A.B) ou S=A+B

Para uma porta NOU, a saída terá nível lógico 1 (um) se todas as entradas tiverem nível
lógico 0 (zero).

Símbolo da Porta NOU (NOR) :

A
S
B
c) Porta OU EXCLUSIVO ou OR EXCLUSIVE GATE
Esta porta resulta da combinação de portas “E” , “OU” e “NÃO”

Tabela Verdade da porta OR EXCLUSIVE:

A B S
A.B 0 0 0
0 1 1
1 0 1
A.B 1 1 0

Função lógica :

f (s) = f ( A, B ) = Σm ( 1, 2 )

Equação lógica :

S=(A.B) + (A.B) ou S=A + B


ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 16

Circuito lógico da função OR EXCLUSIVE:

A
B
S

Para uma porta OU EXCLUSIVO, a saída terá nível lógico 1 (um) se as entradas forem
diferentes entre si.

Símbolo da Porta OU EXCLUSIVO (OR EXCLUSIVE ) :

A
S
B

d) Porta NOU EXCLUSIVO ou NOR EXCLUSIVE GATE

Esta porta resulta da combinação de portas “E”, “OU” e “NÃO”

Tabela Verdade da porta NOR EXCLUSIVE:

A B S
A.B 0 0 1
0 1 0
1 0 0
A.B 1 1 1

Observe pela tabela verdade, que esta porta deteta níveis lógicos iguais nas entradas, sendo por
este motivo, denominada também de porta comparadora.

Função lógica :

f (s) = f ( A, B ) = Σm ( 0, 3 )

Equação lógica :

S=(A.B) + (A.B) ou S=A + B

B
S
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 17

Para uma porta NOU EXCLUSIVO, a saída terá nível lógico 1 (um) se as entradas
forem iguais.

Símbolo da Porta OU EXCLUSIVO (OR EXCLUSIVE ) :

A
S
B
Exercícios
1. Desenhe o circuito lógico que gera a equação booleana abaixo indicada:

S=(A.B) + (A.B) + (A.B)

2. Desenhe o circuito lógico que gera a equação correspondente à função:

f (S) = f ( A, B ) = Σm ( 0, 2 e 3)
3. Dada a tabela verdade abaixo, pede-se:

A B S

0 0 1 a. Escreva a função lógica da tabela.


b. Escreva a equação Booleana correspondente à
0 1 1 tabela verdade.
c. Desenhe o circuito lógico correspondente à
1 0 1 equação Booleana.
1 1 0

4. Qual é a definição das portas AND e OR ?

Resposta

PORTAS LÓGICAS
FUNÇÕES LÓGICAS TTL
Podemos contar com uma boa quantidade de circuitos integrados contendo as principais
funções lógicas em tecnologia TTL. Damos a seguir alguns dos mais importantes, já que
para obter informações sobre a totalidade será interessante contar com um manual TTL.

a) 7400 - Quatro Portas


NAND de duas entradas
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 18

b) 7402 - Quatro Portas NOR de duas entradas

Este circuito integrado em invólucro DIL de 14 pinos tem a pinagem mostrada na figura 24 e
cada unidade exige uma corrente de 12 mA.

b) 7402 - Quatro Portas


NOR de duas entradas

c) 7404 - Seis Inversores (Hex Inverter)


Os seis inversores deste circuito integrado podem ser usados de forma independente. A
pinagem está na figura 25.

c) 7404 – Seis Inversores

d) 7408 - Quatro Portas AND de duas entradas


Este circuito integrado tem a pinagem da figura 26 e cada unidade exige uma corrente
de 16 mA.

d) 7408 - Quatro Portas


AND de duas entradas

e) 7410 - Três portas NAND de três entradas


Cada uma das três portas NAND deste circuito integrado pode ser usada de forma
independente. A corrente exigida pelo circuito é de 6 mA.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 19

e) 7410 - Três Portas


AND de três entradas

f) 7420 - Duas portas NAND de quatro entradas


Este circuito integrado contém duas portas NAND que podem ser usadas de forma
independente. A pinagem é mostrada na figura 28. O consumo por unidade é de
aproximadamente 4 mA

f) 7420 - Duas Portas


NAND de quatro entradas

g) 7432 - Quatro portas OR de duas entradas


As portas OR deste circuito integrado podem ser usadas de modo independente e a
corrente total exigida é da ordem de 19 mA. A pinagem está na figura 29.

g) 7432 - Quatro Portas


OR de duas entradas
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 20

h) 7486 - Quatro PortasOR-Exclusivo


As portas OU-exclusivo ou Exclusive OR deste circuito integrado podem ser usadas de
forma independente.O consumo é de 30 mA e a pinagem está na figura 30.

h) 7486 - Quatro Portas


OR EXCLUSIVOde duas entradas

FUNÇÕES LÓGICAS CMOS


Também podemos contar com uma boa quantidade de
circuitos integrados CMOS contendo funções lógicas.

a) 4001 - Quatro Portas NOR de duas entradas


Este circuito integrado contém quatro portas NOR em invólucro DIL de 14 pinos com a
pinagem mostrada na figura 31.O consumo por circuito integrado é da ordem de 10 nW.

a) 4001 - Quatro Portas


NOR de duas entradas

b) 4011 - Quatro portas NAND de duas entradas


Em invólucro DIL de 14 pinos encontramos quatro portas NOR de duas entradas de
funcionamento independente.O invólucro com a identificação dos terminais é mostrado
na figura 32.

b) 4011 - Quatro Portas


NAND de duas entradas
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 21

c) 4012 - Duas portas NAND de quatro entradas


As quatro portas NOR de duas entradas deste circuito integrado podem ser usadas de
forma independente.A identificação dos terminais deste circuito integrado está figura 33.

c) 4012 Duas Portas


NAND de quatro entradas

d) 4023 - Três portas NAND de


três entradas
As três portas NAND deste
circuito integrado podem ser
usadas de maneira
independente. A pinagem é
mostrada na figura 34.

d) 4023 Três Portas


NAND de três entradas

A ÁLGEBRA DE BOOLE
Em meados do século passado George Boole, um matemático inglês, desenvolveu
uma teoria completamente diferente para a época, baseada em uma série de postulados e
operações simples para resolver uma infinidade de problemas da área de eletrônica.
Apesar da álgebra de Boole, como foi chamada, poder resolver problemas práticos
de controle e fabricação de produtos, na época não havia Eletrônica e nem as máquinas
eram suficientemente avançadas para utilizar seus princípios. A álgebra de Boole veio a se
tornar importante com o advento da Eletrônica Digital, que gerou os modernos
computadores. Boole estabelece em sua teoria que só existem no universo duas condições
possíveis ou estados que são empregados nos circuitos lógicos digitais. Assim, uma
lâmpada só pode estar acesa ou apagada, uma torneira só pode estar aberta ou fechada,
uma fonte só pode ter ou não ter tensão na sua saída, uma pergunta só pode ter como
resposta verdadeira ou falsa. Dizemos de
maneira simples que na álgebra de Boole as
variáveis lógicas só podem adquirir dois estados:
0 ou 1
Verdadeiro ou Falso Aberto ou Fechado Alto ou
Baixo (H ou L) Ligado ou Desligado Na Eletrônica
Digital partimos justamente do fato de que um
circuito só pode trabalhar com dois estados
possíveis, ou seja, encontraremos presença do
sinal ou a ausência do sinal, o que se adapta
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 22

perfeitamente aos princípios da álgebra de Boole. Tudo que um circuito lógico digital pode
fazer está previsto pela álgebra de Boole. Desde as mais simples operações ou decisões,
como acender um LED quando dois sensores são ativados de uma determinada maneira ou
quando uma tecla é pressionada, até girar no espaço uma imagem tridimensional.

Os níveis lógicos
Partimos então do fato de que nos circuitos
digitais só encontraremos duas condições
possíveis: presença ou ausência de sinal, para
definir alguns pontos importantes para o nosso
entendimento.
Nos circuitos digitais a presença de uma
tensão será indicada como 1ou H (de HIGH
ou Alto) enquanto que a ausência de uma tensão
será indicada por 0 ou L (de LOW ou baixo).O 0 ou L será sempre uma tensão nula, ou
ausência de sinal num ponto do circuito, mas o nível lógico 1 ou H pode variar de acordo
com o circuito considerado (figura 1). Nos microcomputadores a tensão usada para a
alimentação de todos os circuitos lógicos, por exemplo, é de 5 V. Assim, o nível 1 ou H de
seus circuitos será sempre uma tensão de 5 V. Nos laptops é usada uma tensão de
alimentação menor, da ordem de 3,2 V, portanto, nestes circuitos um nível 1 ou HI sempre
corresponderá a uma tensão desse valor.
Os circuitos digitais que empregam componentes de tecnologia CMOS e que são alimentados
tipicamente por tensões entre 3 e 15 V.Nestes casos um nível lógico 1 ou HI poderá ter
qualquer tensão entre 3 e 15 V, dependendo apenas da tensão de alimentação.Na verdade, a
idéia de associar a presença de tensão ao nível 1 e a ausência ao nível 0, é mera questão de
convenção. Nada impede que se adotem um critério inverso e projetemos os circuitos, pois
eles funcionarão perfeitamente. Assim, quando dizemos que ao nível alto (1) associamos a
presença de tensão e ao nível baixo a ausência de tensão (0), estamos falando do que se
denomina “lógica positiva”. Se associarmos o nível baixo ou 0 a presença de tensão e o nível
alto ou 1 a ausência de tensão, estaremos falando de uma “lógica negativa”.. Para não causar
nenhum tipo de confusão, trataremos exclusivamente da lógica positiva, o mesmo
acontecendo com os dispositivos eletrônicos tomados como exemplos. Portanto, em nossa
lógica, é possível associar os seguintes estados de um circuito aos valores 0 e 1: 0 V Falso
Desligado Nível baixo ou L 1 - 5 V (ou outra tensão positiva, conforme o circuito).

Propriedades das operações lógicas


As portas realizam operações com os valores binários aplicados às suas entradas.
Assim, podemos representar estas operações por uma simbologia apropriada, facilitando o
projeto dos circuitos e permitindo visualizar melhor o que ocorre quando associamos muitas
funções. No entanto, para saber associar as diversas portas e com isso realizar operações
mais complexas, é preciso conhecer as propriedades que as operações apresentam.
Exatamente como no caso das operações com números decimais, as operações lógicas
com a álgebra Booleana se baseiam numa série de postulados e teoremas algo simples. Os
principais são dados a seguir e prová-los fica por conta dos leitores que desejarem ir além.
Para entender, entretanto, seu significado não é preciso saber como provar sua validade,
mas sim memorizar seu significado.
Representações
As operações E, OU e NÃO são representadas por símbolos da seguinte forma:
a) Operação E
A operação E é representada por um ponto final(.). Assim, para uma porta E de duas
entradas (A e B) e saída S podemos fazer a representação:

1. S = A . B
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 23

b) Operação OU
Esta operação é representada pelo sinal (+). A operação de uma porta OU de entradas A e
B e saída S pode ser representada como:

2. S = A + B
c) Operação NÃO
Esta operação é indicada por uma barra da seguinte forma:

3. S = A
Partindo destas representações, podemos enumerar as seguintes propriedades das
operações lógicas:
1) Propriedade comutativa das operações E e OU:

A.B=B.A
A+B=B+A
2) Propriedade associativa das operações E e OU:

A.(B.C) = (A.B).C
A+(B+C) = (A+B)+C
3) Teorema da Involução:
(A negação da negação é a própria afirmação)

A=A
4) A operação E é distributiva em relação à operação OU:
A.(B+C) = A.B + A.C
5) Propriedades diversas:
a) A . A = A b) A + A = A c) A . 0 = 0 d) A . 1 = A

e) A + 0 = A f) A + 1 = 1 g) A . A = 0 h) A + A = 1

i) A + A.B = A

6) Teoremas de De Morgan:
Aplicando a operação NÃO a uma operação E, o resultado obtido é igual ao da operação
OU aplicada aos complementos das variáveis de entrada.

A.B =A+B
Aplicando a operação NÃO a uma operação OU o resultado é igual ao da operação E
aplicada aos complementos das variáveis de entrada.

A+B=A.B

Fazendo tudo com portas NAND


As portas NÃO-E, pelas suas características, podem ser usadas para obter qualquer
outra função que estudamos. Esta propriedade torna essas portas blocos universais nos
projetos de circuitos digitais já que, na forma de circuitos integrados, as funções NAND são
fáceis de obter e baratas.A seguir vamos mostrar de que modo podemos obter as funções
estudadas simplesmente usando portas NAND.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 24

Inversor

Para obter um inversor a partir de uma porta NAND basta unir suas entradas ou colocar uma
das entradas no nível lógico 1, conforme figura 20. Uma porta E (AND) é obtida
simplesmente agregando-se à função NÃO-E (NAND) um inversor em cada entrada, (figura
21). A função OU (OR) pode ser obtida com o circuito mostrado na figura 22. O que se faz é
inverter a saída depois de aplicá-la a uma porta NAND.

Conclusão
Os princípios em que se baseiam os
circuitos lógicos digitais podem parecer
algo abstratos, pois usam muito de
Matemática e isso talvez desestimule os
leitores. No entanto, eles são apenas o
começo. O esforço para entendê-los
certamente será recompensado, pois
estes princípios estão presentes em tudo
que um computador faz. Nas próximas
lições, quando os princípios estudados
começarem a tomar uma forma mais
concreta, parecendo em circuitos e
aplicação prática será fácil entendê-los
melhor. Nas próximas lições, o que foi
estudado até agora ficará mais claro
quando encontrarmos sua aplicação
prática.
QUESTIONÁRIO
1. Se associarmos à presença de uma tensão o nível lógico 1 e à sua ausência o nível 0,
teremos que tipo de lógica:
a) Digital
b) Positiva
c) Negativa
d) Booleana
2. Na entrada de uma função lógica NÃO aplicamos o nível lógico 0. A saída certamente
será:
a) 0
b) 1
c) Pode ser 0 ou 1
d) Estará indefinida
3. O circuito que realiza a operação lógica NÃO é denominado:
a) Porta lógica
b) Inversor
c) Amplificador digital
d) Amplificador analógico
4. Se na entrada de uma porta NAND aplicarmos os níveis lógicos 0 a saída será:
a) 0
b) 1
c) Pode ser 0 ou 1
d) Estará indefinida
5. Em qual das seguintes condições de entrada a saída de uma porta OR será 0:
a) 0,0
b) 0,1
c) 1,0
d) 1,1
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 25

6. Qual é o nome da função lógica em que obtemos uma saída 1 quando as entradas
tiverem níveis lógicos diferentes, ou seja, forem 0 e 1 ou 1 e 0.
a) NAND
b) NOR
c) AND
d) Exclusive OR

7. Qual é a porta que pode ser utilizada para implementar qualquer função lógica:
a) Inversor (NÃO)
b) AND
c) c) NAND Respostas
d) d) OR 1-b
2-b
3-a
4-a
5-a
6-d
7-c

SIMPLIFICAÇÃO DE EQUAÇÕES BOOLEANAS

Uma conseqüência da possibilidade de construir funções complexas a partir de


portas básicas como OR e AND (OU e E) é a otimização de um projeto aproveitando poucos
tipos de circuitos integrados básicos.
Assim, se tivermos uma função que seja obtida utilizando-se portas AND e OR como
a mostrada na figura 12, ela terá o inconveniente de precisar de dois tipos diferentes de
circuitos integrados. Se quisermos esta função com circuitos TTL, por exemplo,
aproveitaremos três das três portas de três entradas de um circuito 7411 e também
precisaremos aproveitar uma das quatro portas OR de duas entradas de um circuito
Integrado 7432. Evidentemente, estaremos usando dois circuitos integrados, desperdiçando
1/3 de um e 3/4 do outro. Podemos simplificar consideravelmente este circuito se usarmos
apenas portas NAND com a configuração equivalente mostrada na figura 13. Este circuito,
que apresenta a mesma função do anterior, usa as três portas de um circuito integrado
7410. Utilizamos apenas um circuito integrado que é totalmente aproveitado, sem nenhuma
parte ociosa.

DIAGRAMAS DE KARNAUGH
Um processo bastante interessante para representar uma tabela verdade e a partir
dela obter uma simplificação dos circuitos utilizados para sua implementação é o que faz
uso dos chamados diagramas ou mapas de Karnaugh. O diagrama de Karnaugh consiste
numa tabela retangular com número de quadros que corresponde a 2n, onde n é o número
de variáveis do circuito. Cada variável lógica ocupa no gráfico metade da sua extensão e
seu complemento ocupa a outra metade.

Mapa de Karnaugh para equação de duas variáveis:


Exemplo 1: Usando o mapa de Karnaugh simplifique a equação Booleana abaixo:

S=(A.B)+(A.B)+(A.B)
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 26

Em primeiro lugar temos que determinar o número de células que o mapa deverá conter.
Como a equação tem duas variáveis teremos:
Número de células = 22 = 4 célula
A
0 1 Esta célula corresponde a A . B
B
Esta célula corresponde a A . B
0 2
0
Esta célula corresponde a A . B
1 3 Esta célula corresponde a A . B
1

NOTA: Todos os minitermos da equação são colocados no mapa como 1 e os maxitermos como 0

A
0 1
B
0 1
Par2 = B 0 0 1

2 3
1 1 1
Par1 = A

EQUAÇÃO SIMPLIFICADA
S = Par1 + Par2 S=A+B

Mapa de Karnaugh para equação de três variáveis

AB
C 00 01 11 10
00 2 6 4
0

1 1 3 7 5

Nesse mapa deve-se considerar em primeiro lugar os agrupamentos chamados QUADRAS


em seguida consideram-se a formação dos pares.
Exemplo
Utilizando o mapa de Karnaugh simplifique a equação correspondente à função lógica:
f (S) = f (A, B, C) = Σm ( 0, 1, 2, 3 e 5 )

AB PAR = B . C
C 00 01 11 10

1 2 6 4
0 1 0 0

QUADRA = A 0
11 1 1 31 7 5 1
1
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 27

EQUAÇÂO SIMPLIFICADA

S = QUADRA + PAR S= A + (B.C)

Circuito S
simplificado C

A
Mapa de Karnaugh para equação de quatro variáveis

AB
00 01 11 10
CD

00 0 4 12 8

1 5 13 9
01

3 7 15 11
11

10 2 6 14 10

Exemplo
Utilizando o mapa de Karnaugh simplifique a equação correspondente à função lógica
abaixo:

f (S) = f (A, B, C, D) = Σm ( 0, 1, 2, 3, 5, 6, 7,8, 9,10, 12,13 e )

QUADRA = B . C
AB
00 01 11 10
CD

00 1 1
1

01 1 1 1

11 1 1 PAR = B . C . D

1 1 1
10

OITAVA = A
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 28

EQUAÇÂO SIMPLIFICADA

S = OITAVA + QUADRA + PAR S= A + (B.C) + (B.C.D)


Desenhe o circuito simplificado:
Resposta

EXERCÍCIOS:
1. Dada a tabela abaixo, pede-se:
A B S
0 0 0 a) Escreva a função lógica correspondente à tabela.
b) Escreva a equação booleana.
0 1 1
c) Simplifique a equação usando o mapa de Karnaugh.
1 0 1 d) Desenhe o circuito lógico simplificado.
1 1 1
2. Dada a tabela verdade abaixo, pede-se:
A B C S

0 0 0 1

0 0 1 1 a) Escreva a função lógica correspondente à


tabela.
0 1 0 1 b) Escreva a equação booleana.
c) Simplifique a equação usando o mapa de
0 1 1 0 Karnaugh.
d) Desenhe o circuito lógico simplificado.
1 0 0 1

1 0 1 1

1 1 0 0

1 1 1 0

3. Dada a função lógica abaixo pede-se: a) Desenhe a tabela verdade da função.


b) Escreva a equação booleana.
c) Simplifique a equação usando o mapa
f(S) = f( A, B ) = Σm ( 0, 1, 2 ) de Karnaugh.
d) Desenhe o circuito lógico simplificado.

4. Dada a função lógica abaixo, pede-se: a) Desenhe a tabela verdade da função.


b) Escreva a equação booleana.
c) Simplifique a equação usando o mapa
de Karnaugh.
d) Desenhe o circuito lógico simplificado.
ELETRÔNICA DIGITAL – Módulo I 29

f(S) = f( A, B, C ) = Σm ( 0, 1, 2, 3 e 5 )
5. Dada a função lógica abaixo, pede-se:
f(S) = f( A, B, C, D ) = Σm ( 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 14 e 15)

a) Desenhe a tabela verdade da função.


b) Escreva a equação booleana.
c) Simplifique a equação usando o mapa de Karnaugh.
d) Desenhe o circuito lógico simplificado.

6) Escreva, nos quadros abaixo, as equações correspondentes a cada uma das saídas do
circuito abaixo:

S1

S2

7) Dada a tabela verdade abaixo, pede-se:

A B C S a) Escreva a função lógica da tabela.


0 0 0 1 b) Escreva a equação Booleana correspondente.
0 0 1 1 c) Simplifique a equação usando o mapa de
Karnaugh.
0 1 0 1
d) Desenhe o circuito lógico simplificado.
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 1 Resposta
1 1 0 0
1 1 1 0

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