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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE

DEPARTAMENTO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS - DLCH

DISCIPLINA: Literatura Portuguesa B


PROFESSOR: Antony Cardoso
Alunas: Camily Santos
Janaina Viana Norat

Resumo da obra: MADEIRA, Beja, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa - Ministério da


Educação. A Geração de 70 - Uma Revolução Cultural e Literária. ed. oficinas gráficas
de Minerva do Comércio, 3º ed. Lisboa,1986.

O Romantismo em Portugal foi marcado por gerações de culturas que refletiam


processos históricos distintos, sendo assim, as obras dos diversos autores românticos e
ultra românticos de 1830 a 1870 são resultados de ideologias presentes numa dada época
e particulares dos próprios autores. Os autores da geração de 30 tinham como principal
objetivo fortalecer o nacionalismo do povo lusitano — marcados por um contexto
político-social de instabilidade — através de suas obras, são eles: Almeida Garret e
Alexandre Herculano. Por outro lado, surgia os considerados "ultra românticos" que, entre
os anos de 1850 e 1870 (pág. 13), foram acomodados literariamente com a estabilidade do
país que foi “dominado pelos vícios do parasitismo econômico da burguesia capitalista [...]”
(pág.19) , sendo assim, autores como Camilo Castelo Branco e Soares Passos buscavam
transcrever em suas obras padrões que se encaixavam nos gostos burgueses da época.
Por fim, a geração de 70 “[...]veio arrancar dessa modorra de degenerescência romântica
[...]” (pág. 13), dando origem a estéticas e culturas literárias distintas que refletiam as
individualidades ideológica de seus autores, mas que ainda assim partilhavam de um
objetivo em comum “[...] redescobrir Portugal no seu todo” (pág. 33), partindo da temática
social. A última geração foi dividida em duas partes com os “socialistas utópicos" — Antero
de Quental e Eça de Queirós — e os “partidários do republicanismo pequeno-burguês” —
Teófilo Braga, Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Antero de Quental foi um grande inspirador da geração e 70, via a literatura como
um meio de protesto, um chamamento à ação e uma arma contra a política do período.
Antero sente e pensa intensamente, sua obra Odes Modernas, o romantismo portugues
entra em uma fase mais filosófica, consequentemente mais racional. Racionalidade essa
que chega ao extremo da loucura, culminando em seu suicídio em 1891.
Oliveira Martins foi o grande historiador da geração de 70 e teve sua vida e obra
muito influenciadas por Antero de Quental, que era seu amigo próximo. Martins era
ferrenhamente contrário às ideias socialistas que eram bastante efervescentes na época,
ele é tomado por um nacionalismo que chega ao desejo do retorno da monarquia.
Eça de Queiroz, é um dos grandes nomes da literatura portuguesa e mundial, sua
história de vida influencia diretamente as suas obras que são repletas de ironia. Sua
trajetória começa a ganhar destaque quando ele vai estudar direito em Coimbra e se junta
ao grupo intitulado Cenáculo. Eça escrevia para alguns jornais da época e trabalhava como
Cônsul. Assim como outros da geração de 70 é contra o regime socialista e ao mesmo
tempo do republicanismo, como fuga dessa realidade política, parte no final da sua carreira
para uma literatura fantástica.

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