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Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Certicado do CEUA
CEUA
COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS
CERTIFICADO
Certificamos que o projeto intitulado "Desenvolvimento e Padronização de Uma Caixa de Condicionamento
Microcontrolada, de Baixo Custo e com Grande Escalabilidade e Flexibilidade Experimental", protocolo do CEUA:
250/2016 sob a responsabilidade de Marcio Flavio Dutra Moraes que envolve a produção, manutenção e/ou
utilização de animais pertencentes ao filo Chordata, subfilo Vertebrata (exceto o homem) para fins de pesquisa
científica (ou ensino) - encontra-se de acordo com os preceitos da Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008, do
Decreto nº 6.899 de 15 de julho de 2009, e com as normas editadas pelo Conselho Nacional de Controle da
Experimentação Animal (CONCEA), e foi aprovado pela COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS (CEUA) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, em reunião de 23/09/2016.
Considerações posteriores:
23/09/2016 Aprovado na reunião do dia 19/09/2016.
Atenciosamente,
1/1
Agradecimentos
Para ser sincero, tenho que admitir que dicilmente eu teria conseguido con-
cluir meu trabalho de mestrado se não fosse pelo amparo, tanto intelectual como
espiritual, de inúmeras pessoas que conviveram comigo durante essa jornada na
universidade.
Sendo assim, gostaria de começar por agradecer aos meus pais, Paulo e Silvana,
e à minha irmã, Carol. Todo o seu carinho e amor para comigo são de grande
sustentação e incentivo, e sou muito grato por todas as bênçãos e alegrias que vocês
já me proporcionaram na vida.
Também gostaria de agradecer à minha companheira, Luiza, com quem com-
partilho grande amor e amizade. Muito obrigado, Linda, pelo interesse que você
tem em saber sobre os meus sonhos, as minhas diculdades, meus medos e ansieda-
des. Seu companheirismo e sensibilidade são, para mim, fonte de muita inspiração
e força. Quero dizer-lhe também que você enche o meu coração de alegria e me faz
sonhar como nunca, e isso sem dúvida me ajudou bastante em meu trabalho. Muito
obrigado.
Agradeço também, de uma forma geral, às minhas famílias Amaral e Barbosa,
que são um rico repertório de pessoas amorosas, inteligentes, simples, humildes,
batalhadoras e de pessoas que tomo, sem dúvida alguma, como verdadeiros exemplos
de vida. Com todos vocês, tenho a oportunidade de aprender princípios e valores
morais da mais alta importância. Eu sei que muitos de vocês torcem verdadeiramente
por mim e queria dizer que esse incentivo me sensibiliza de uma forma que talvez
vocês nem imaginem. Muito obrigado.
Também sou muito grato ao meu caro Prof. Hermes Aguiar Magalhães, que já
me acompanha de perto há aproximadamente três anos. Fiquei muito feliz quando
vi diante de mim a oportunidade de tê-lo como meu orientador, pois eu sabia o
quanto eu tinha a aprender com o senhor. Saiba que eu te admiro muito por sua
conduta e seus valores de vida, por sua competência prossional e por sua coragem
em retornar ao meio acadêmico depois de tantos anos afastado dele. Esteja certo de
que seu exemplo, seus conselhos e nossas conversas do dia a dia muito contribuíram
para o meu aprimoramento como ser humano. E muito obrigado por ter me oferecido
a oportunidade de participar da sua equipe na Ocina de Gestão de Projetos e
Empreendedorismo. Assim como eu aprendi bastante, tenho certeza que os alunos e
viii
por tê-los conhecido e desejo a todos muita força e coragem ante os desaos da
ciência e da vida. Muito obrigado a todos!
Ao meu caro amigo Pedro Lopes, muito obrigado por sua ajuda espontânea
no período mais difícil do meu trabalho. Saiba que tê-lo de volta trabalhando no
NNC seria uma grande honra para todos do laboratório, mas, acima de tudo, quero
desejar-lhe muitas alegrias e realizações, independente do caminho que você decidir
trilhar. Grande abraço, Pedrão.
Agradeço à CAPES, a agência de fomento que me auxiliou nanceiramente ao
longo da realização deste trabalho, e também ao CNPq e à FAPEMIG, por nancia-
rem projetos de pesquisa com os quais tive proveitoso contato durante meu trabalho
de mestrado.
Por m, agradeço à vida, pela beleza do universo e dos seres que se relacionam
comigo, que tocam o meu coração e me ajudam a crescer. Agradeço à vida por
diariamente me oferecer meios de me aprimorar moralmente e intelectualmente, de
ajustar minha conduta, meus sentimentos e pensamentos de tal forma a garantir
uma felicidade cada vez mais inabalável. Eu sinceramente sinto o envolvimento de
uma força maior, uma causa, que não o acaso, para essa harmonia e beleza innita
do universo, e por isso não queria deixar de agradecer a que eu chamo de Deus, por
tudo o que já me aconteceu na vida. Muito obrigado!
x
Resumo
Abstract
Sumário
4 Conclusões 97
Referências Bibliográcas 103
xiv
Lista de Abreviaturas
ADC Analog-to-Digital Converter
CI Colículo Inferior
CS Estímulo Condicionado ou Conditioned Stimulus
CMRR Common-Mode Rejection Ratio
ECG Eletrocardiograma
EEG Eletroencefalograa
ECoG Eletrocorticograa
LFP Local Field Potential
FFT Fast Fourier Transform
FSK Frequency-Shift Keying
GPIO General Purpose Input/Output
IoT Internet of Things
MCU Microcontroller Unit
NNC Núcleo de Neurociências da Universidade Federal de Minas Gerais
PEARP Potencial Evocado Auditivo em Regime Permanente
PEART Potencial Evocado Auditivo em Regime Transitório
PWM Pulse-Width Modulation
RF Rádio Frequência
RISC Reduced Instruction Set Computer
SAR ADC Successive Approximation Register Analog-to-Digital Converter
TDT Tucker-Davis Technologies
TCP Transmission Control Protocol
UDP User Datagram Protocol
US Estímulo Incondicionado ou Unconditioned Stimulus
Lista de Figuras
xv
xvi
Lista de Tabelas
Capítulo 1
Introdução
1.4 Objetivos
Objetivos Gerais
De um ponto de vista mais geral, são dois os objetivos deste trabalho de mestrado:
Objetivos Especícos
De um ângulo mais especíco, podemos dividir cada um dos dois objetivos gerais
em subitens, a saber:
1. Sistema de registro:
Eletroencefalograa (EEG)
O termo eletroencefalograa é atribuído ao registro de potenciais por meio de
eletrodos no couro cabeludo (NIEDERMEYER; SILVA, 2005). Nesse caso, as in-
formações trazidas pelos sinais estão fortemente relacionadas à atividade neural em
camadas superciais do córtex, em um raio de aproximadamente 10 cm2 em torno
do eletrodo.
Eletrocorticograa (ECoG)
Por sua vez, a eletrocorticograa (ECoG) consiste em registrar a atividade neural
em regiões superciais do cérebro, diretamente no córtex, e não no escalpo, através
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 8
Registros Multi-unitário
É possível ainda detectar potenciais de ação de um único neurônio (ANDER-
SEN; BLISS; SKREDE, 1971). Nesse tipo de registro, é exigida alta frequência de
amostragem, de 15 kHz a 20 kHz, para que os potenciais de ação tenham sua forma
de onda bem denida. Além disso, é comum que a atividade de mais de um neurônio
seja captada pelo eletrodo (por isso dizemos registro multi-unitário), mas os poten-
ciais de ação de neurônios diferentes geralmente possuem ocorrências e pers tem-
porais distintos, o que permite sua discriminação por meio de técnicas como análise
em componentes principais ou análise em componentes independentes (LEWICKI,
1998).
sobre a cabeça, com o objetivo de tornar os biopotenciais menos susceptíveis aos ar-
tefatos de movimento do cabo de conexão ao sistema de aquisição de sinais. Uma
vez que a linha de base (valor médio) dos sinais pode não estar em torno de 0 V com
relação à referência do circuito de aquisição, o ganho deve ser pequeno (da ordem
de 10 vezes) para que não haja saturação dos pré-amplicadores nesse estágio.
Em seguida, ltros passa-altas são usados para colocar a linha de base dos sinais
próxima de 0 V, bem como para atenuar oscilações indesejadas de baixa frequência.
No terceiro estágio, novamente são usados amplicadores de instrumentação,
responsáveis por elevar ainda mais a amplitude dos sinais eletrosiológicos a uma
faixa apropriada para os conversores analógico-digitais utilizados em estágio pos-
terior (amplitude da ordem de Volts). Aqui, o ganho pode ser bem mais elevado
(da ordem de até 100 vezes), pois não há tanta preocupação com a possibilidade
de saturação, já que os sinais de baixa frequência já foram atenuados no estágio
anterior.
No quarto estágio, são usados ltros passa-baixas para atenuar oscilações indese-
jadas de alta frequência que não carregam informações biológicas, sendo atribuídas
a outras fontes. A frequência de corte ideal para o ltro passa-baixas deve satisfazer
o critério de Nyquist, ou seja, deve ser menor que ou igual à metade da frequência
de amostragem, para que oscilações de alta frequência não sejam equivocadamente
interpretadas como de baixa frequência (efeito denominado aliasing ).
Na etapa seguinte, pode haver vários conversores AD (um por canal) ou um
multiplexador analógico que permite a amostragem de vários canais usando um único
conversor AD. Finalmente, os sinais são digitalizados e enviados a um computador.
Figura 1.2: Sistema de registro sem o com tecnologia Bluetooth, baseado no chip
ADS1298 da Texas Instruments e no módulo PAN1721 da Panasonic. Adaptado de
Ghomashchi et al. (2014).
pois corresponde a mais de 20% do peso dos animais (como será visto na Seção 1.6,
consideramos 5% do peso do animal na fase adulta um valor apropriado para o peso
do sistema de registro).
Um sistema simples para registro sem o, mas que integra o conceito de opto-
genética à headstage é o apresentado no artigo de Ameli et al. (2013). O sistema é
simples porque possui apenas dois canais para registro eletrosiológico, com resolu-
ção de apenas 8 bits, e um único canal para estimulação óptica com optogenética. O
sistema completo pesa apenas 7,4 g e taxa de transmissão de dados é de 320 kbits/s
(20 kHz em cada um dos dois canais de 8 bits), implementada com o módulo CC430
da Texas Instruments (tem suporte para comunicação por rádio frequência na faixa
sub-1 GHz). A alimentação do circuito da headstage é feita por um supercapaci-
tor, periodicamente recarregado através de um sistema de transferência de energia
por acoplamento indutivo (KIANI; JOW; GHOVANLOO, 2011) (RAMRAKHYANI;
MIRABBASI; CHIAO, 2011).
Por sua vez, objetivando registrar a atividade eletrosiológica durante paradig-
mas comportamentais em ratos, um grupo de pesquisa da universidade de Harvard
(SZUTS et al., 2011) projetou um sistema de registro sem o de 64 canais, com
elevada taxa de transmissão de dados (mais de 20 Mbits/s). A comunicação sem o
é baseada em transmissão serial por rádio frequência a 2,380 GHz, com o módulo
SDX-21LP, muito utilizado em aplicações que requerem stream de vídeo em tempo
real (por isso a taxa de transmissão do sistema é elevada). É interessante notar
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 14
que, nesse sistema, a digitalização dos sinais não é realizada na headstage, nem na
backpack. Os dados são transmitidos analogicamente e digitalizados logo após o sis-
tema receptor dos sinais de RF, que ca acoplado a um computador remoto com a
interface do sistema de registro. Foi possível detectar ruído de aproximadamente 4
µV na transmissão dos sinais e no algoritmo de reconstrução, bem como uma ligeira
distorção dos sinais devida à não-linearidades no circuito transmissor. A autonomia
do sistema, que é alimentado por duas baterias CR2 de 3 V, é de 6 horas. Mais
uma vez, salientamos a questão do peso do sistema, que parece-nos excessivo para
utilização em ratos adultos com tipicamente 270 g: a headstage pesa 27 g e backpack
pesa 40 g.
Figura 1.5: Sistema de registro utilizado em primatas rhesus monkey, com transmissão
sem o de dados eletrosiológicos de 100 canais a 7,8 kHz/canal. (a) Projeto 3D assistido
por computador (CAD) dos componentes do neurosensor sem o; (b) Ilustração do
experimento realizado para validação in vivo do sistema desenvolvido. A seta vermelha
indica o neurosensor sem o; (c) Trechos de 3 segundos dos sinais adquiridos em 96
canais com o sistema de registro sem o; (d) Representação do neurosensor em diagrama
de blocos; (e) Trecho de 1 segundo do sinal coletado no canal 6. De cima para baixo: sinal
original (sem tratamento), ocorrências de disparos de 3 neurônios, sinal ltrado com ltro
passa-altas e, por m, potencial de campo local (sinal ltrado com ltro passa-baixas).
Adaptado de: Yin et al. (2014).
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 16
Tabela 1.1: Compilação das características principais de alguns sistemas sem o para
registro de atividade eletrosiológica relatados na literatura.
seus experimentos, ele utilizou um modelo de caixa comercializada por uma empresa
brasileira chamada Insight. Esta caixa permite congurar apenas a amplitude do
choque na faixa de 100 µA a 1000 µA e a duração dos estímulos auditivos.
• O nível de ruído referente aos eletrodos de registro deve ser menor do que 5
µV pico a pico.
• O estímulo sonoro da caixa deve ser um tom puro com possibilidade de modu-
lação em amplitude. Os parâmetros duração, intensidade, frequência da porta-
dora e frequência da moduladora do som devem ser programáveis. Além disso,
a intensidade sonora máxima medida dentro da caixa de condicionamento deve
ser igual ou superior a +110 dB. Estabelecemos esse requisito de projeto por-
que parte da pesquisa em epilepsia no NNC utiliza ratos Wistar audiogênicos
(WAR) como modelo de crises convulsivas audiogênicas ou reexas, sendo que
a indução dessas crises ocorre por estimulação sonora em intensidade próxima
de +110 dB.
• O estímulo elétrico aversivo deve ter amplitude ajustável entre 400 µA e 1000
µA e deve ser aplicado sequencialmente através das barras que formam o piso
da caixa, na forma de pulsos de corrente elétrica (alternada ou contínua) com
alguns milissegundos de duração.
5. Os sistemas de registro da Open Ephys (abordada no nal da Seção 1.3) são ba-
seados na família RHD2000, de forma que, baseando também nossos projetos
nesses mesmos chips, estaremos facilitando uma possível colaboração com essa
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 23
Tabela 1.2: Compilação das características principais dos circuitos integrados que
julgamos interessantes para a interface de eletrosiologia.
Tabela 1.3: Compilação das características principais dos circuitos integrados que
julgamos interessantes para transmissão sem o de dados.
aos módulos e funcionam apenas como uma ponte serial-wireless. Eles, portanto,
requerem o uso de um microcontrolador externo, mas essa arquitetura parece-nos
pouco interessante.
Por outro lado, todos os outros módulos que constam na Tabela 1.3 possuem
microcontrolador integrado. Os chips da Espressif se destacam por seu elevado poder
de processamento (80 MHz no ESP8266 e 240 MHz no ESP32) e elevada capacidade
de transmissão de dados via WiFi (54 Mbits/s no ESP8266 e 150 Mbits/s no ESP32).
No entanto, o ESP32 parece ainda não estar disponível para comercialização. No
mínimo, sua aquisição é ainda muito restrita.
Optamos por trabalhar com o módulo ESP8266 pelos seguintes motivos:
Tabela 1.4: Alguns modelos comerciais de baterias interessantes para aplicações com
sistemas de registro sem o.
recem grande suporte aos desenvolvedores. Esses são os motivos que nos levaram
a escolher o Arduino como a plataforma que será usada para controlar a caixa de
condicionamento customizável.
Como será visto no Capítulo 3, para dispensar a necessidade de conectar a placa
Arduino diretamente a um computador para operação da caixa, resolvemos utilizar o
ESP8266 (o mesmo modelo de microcontrolador utilizado no sistema de registro pro-
posto) como uma ponte WiFi entre o Arduino e o PC. Arquitetamos um protocolo
de comunicação entre os dois microcontroladores para que o ESP8266 participasse
do esquema de controle da caixa e transferisse para o Arduino os parâmetros pro-
gramados pelo usuário através de uma interface web.
Capítulo 2
Uma Proposta de Sistema Sem Fio
Para Registro Eletrosiológico
Pela gura, notamos que no chip RHD2000 da Intan, 16 canais para eletrosiolo-
gia são multiplexados no tempo e amostrados por meio de um conversor analógico-
digital de 16 bits. Cada canal é formado por dois amplicadores em cascata: o pri-
meiro tem ganho de apenas duas vezes e realiza um ltro passa-altas, com frequência
de corte programável dinamicamente (0,1 Hz a 500 Hz) através de registradores in-
ternos ao chip; já o segundo tem ganho de 96 vezes e realiza um ltro passa-baixas,
com frequência de corte também programável (100 Hz a 20 kHz) via registradores.
Através de uma Interface Periférica Serial (SPI) de 16 bits, as amostras digitalizadas
são enviadas para o ESP8266, que as armazena em um buer circular e as despacha
em pacotes de dados via interface WiFi (socket UDP ) a um computador remoto, que
recebe e exibe os dados eletrosiológicos em painéis próprios, bem como os armazena
em disco para análises posteriores.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 31
Por sua vez, a Figura 2.2 ilustra os componentes do sistema de registro por meio
de fotos da headstage, da backpack, da interface de usuário desenvolvidas e outras
ilustrações.
protocolo SPI deve seguir o mesmo padrão, amostrando a linha MISO na borda de
subida do clock serial (nesse caso, a interface periférica serial do dispositivo mestre
deve ser congurada com clock polarity (CPOL) = 0 e clock phase (CPHA) = 0).
Note que o conversor AD do RHD2000 inicia a amostragem do sinal analógico no
canal especicado pelos comandos CONVERT(C) na borda de descida do sinal CS .
Esse sinal deve ser retornado para +3,3V entre transferências sucessivas de 16 bits na
interface, mesmo quando o comando enviado não estiver requisitando uma conversão
analógico-digital.
Figura 2.4: Diagrama temporal da comunicação via interface periférica serial com o
RHD2000.
• possui suporte aos protocolos WiFi (IEEE 802.11 g/b/n), I2C, SPI e UART;
• 17 pinos GPIO, que podem ser multiplexados com outras funções (UART, I2C,
PWM, entre outras);
• 32 kB de RAM, aproximadamente;
• os módulos comerciais com o ESP8266 vêm com uma memória FLASH externa
de 512 kB para armazenar as rotinas programadas no ESP8266;
• possui dois modos principais de operação: modo UART download, que permite
programar o chip com novas rotinas, e modo FLASH, em que o chip inicializa
executando a rotina pré-programada na memória FLASH.
Figura 2.6: Chip ESP8266, suas dimensões físicas e seus módulos comerciais.
mostrados na Figura 2.6, que também tem uma foto do chip ESP8266 e um desenho
com algumas de suas características.
No Brasil, os módulos mais comuns são o ESP-01 e o ESP-12. O primeiro possui
a limitação de ter apenas 8 pinos para acesso externo, sendo 2 para alimentação, 2
para reset e enable, 2 para comunicação UART e 2 pinos GPIO. Logo, o ESP-01
não é apropriado para aplicações que requerem o uso da SPI.
Por sua vez, o módulo ESP-12 possui vários pinos para acesso externo, inclusive
os do protocolo SPI, como mostra a Figura 2.7. Esse módulo apresenta-se no padrão
de grade com 2 mm de espaçamento entre seus pinos, o que é inconveniente para
sua conexão direta com placas de prototipagem, cujo padrão de grade é 2,54 mm. É
necessário, portanto, certo trabalho de bancada para adaptar o módulo para conexão
com o padrão tradicional de grade. Optamos por ligar, por meio de solda, os 16 pinos
laterais do ESP-12 a duas barras de 8 pinos no padrão 2,54 mm. Convém ressaltar
que isto é necessário apenas na etapa de prototipagem com o ESP8266, uma vez que
os projetos de placa de circuito impresso podem incluir footprints com o tamanho
exato dos módulos ou mesmo os dispensarem, incluindo apenas o chip ESP8266.
O interesse despertado pelo ESP8266 resultou na elaboração de uma biblioteca
para o chip no ambiente Arduino, com funções muito similares às das tradicionais
placas Arduino. O download dessa biblioteca pode ser feito através do repositório
que a Espressif mantém no GitHub.
Quanto às rotinas desenvolvidas com base nessa biblioteca, elas podem ser trans-
feridas para a memória FLASH do ESP8266 via comunicação UART com o micro-
controlador inicializado em seu modo UART download. A Tabela 2.1 mostra os
modos de operação do ESP8266 e como eles podem ser selecionados através dos
pinos GPIO0, GPIO2 e GPIO5 do módulo. O status desses pinos quando o chip é
energizado (ou seja, se eles estão em 0 V ou em +3,3 V) determinam se o modo de
operação será o UART download ou o modo FLASH.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 36
Figura 2.8: Esquemático em software KiCad do circuito eletrônico que permite colocar
o ESP8266 em seus modos de execução ou de programação.
sionada. Para programar o chip utilizando portas USB, seus pinos TX e RX devem
ser conectados, respectivamente, aos pinos RX e TX de um conversor USB-Serial
(utilizamos o CP2102, da Silicon Labs ).
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 38
Por sua vez, a Figura 2.11, mostra o projeto da placa de circuito impresso e
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 39
Figura 2.11: Placa de circuito impresso da headstage: (1) projeto da face de cima da
placa da headstage; (2) foto da face de cima da placa fabricada; (3) projeto da face de
baixo da placa da headstage; (4) foto da face de baixo da placa fabricada. À direita, foto
comparativa do tamanho da headstage com o de uma moeda de 10 centavos.
Nossa backpack, por sua vez, recebeu o restante dos componentes do sistema de
registro: o ESP8266, três resistores (necessários para garantir a inicialização do mó-
dulo WiFi em modo de execução) e a bateria. Seu circuito eletrônico está mostrado
na Figura 2.12. Na parte superior dessa gura, podemos notar o conector com os
os da comunicação SPI e os os de alimentação. Abaixo desse conector, está o
ESP8266, com seus três resistores de conguração à sua direita e a bateria à sua
esquerda.
A backpack e seus componentes, mostrados na Figura 2.13, cabem em um com-
partimento de 2,2 cm x 3,0 cm x 2,0 cm, que pode ser xado sobre as costas do
animal com o auxílio de jaquetas comerciais próprias para pesquisa com roedores.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 40
1. frequência de amostragem, em Hertz: fS ∈ {1k, 2k, 3k, 4k, 5k, 10k, 20k, 30k,
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 41
2.3 Metodologia
Inicialmente, realizamos alguns testes para avaliarmos a velocidade de transmis-
são de dados nos dois protocolos de comunicação do sistema de registro sem o: a
comunicação SPI entre o ESP8266 e o RHD2000 da Intan e a comunicação WiFi
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 43
(pode ser baseada tanto em sockets UDP quanto ou sockets TCP) entre o ESP8266 e
a interface de usuário em um PC remoto. A Figura 2.16 ilustra a ideia para avaliar a
velocidade de comunicação dos protocolos em questão. Esse exame foi relevante uma
vez que revelou a taxa de amostragem máxima do sistema que estamos propondo
(ou ao menos uma estimativa dela), um parâmetro muito importante dos sistemas
de registro eletrosiológico.
1. Congura interface WiFi TCP, gerando uma rede WiFi com nome 'NNC WiFi
Ephys ' e senha especicada no código da rotina.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 44
Repetimos esses procedimentos para pacotes TCP com 2/3 e 1/3, aproximada-
mente, do tamanho máximo permitido, para avaliarmos a inuência do tamanho do
pacote de dados na velocidade efetiva da comunicação.
Procedemos de maneira análoga para avaliarmos a velocidade da transmissão de
dados na comunicação WiFi baseada em socket UDP, com as diferenças de que: (1)
o tamanho máximo permitido para um pacote UDP é de 512 bytes (considerando a
versão 2.1.0 da biblioteca para o ESP8266); (2) o tempo de espera no loop antes da
próxima iteração foi reduzido para 100 ms, para diminuir o tempo de execução do
teste. Isto foi possível porque, como esperado e constatado na Seção 2.4, os pacotes
UDP são enviados a uma velocidade muito maior do que os pacotes TCP.
Em seguida, avaliamos a velocidade da interface periférica serial, seguindo no-
vamente a metodologia empregada para avaliar a comunicação WiFi TCP e WiFi
UDP. Apesar de, teoricamente, a velocidade do barramento SPI poder ser calculada
pela velocidade do clock SPI, que determina diretamente o tempo necessário para
se transmitir cada bit, temos ciência de que pequenos atrasos na execução das ro-
tinas da biblioteca SPI para o ESP8266 podem implicar em redução da velocidade
esperada da interface. Por esse motivo, decidimos examinar também a velocidade da
interface SPI. A rotina que elaboramos para esse teste realiza o seguinte algoritmo:
Figura 2.17: Ilustração do método para estimar a porcentagem média de pacotes UDP
recebidos com sucesso pela interface do sistema de registro sem o, considerando
diferentes cenários de uxo de dados e distância de transmissão.
Nesse teste, a interface periférica serial foi mantida inativa, pois nossa intenção foi
avaliar apenas a interface WiFi, com o mínimo de variáveis que pudessem interferir
em nossa análise (os dados escritos no buer dos pacotes UDP correspondiam ao
valor de uma variável em software que incrementávamos após cada intervalo de
amostragem). Além disso, para cada valor de fS e de dist, realizamos 5 testes de
envio de 10000 pacotes e procedemos com análise de variância com medidas repetidas
no segundo fator (método ANOVA two way, com Frequência de Amostragem versus
Distância) e, quando necessário, foi feita análise post hoc de Tukey.
Em seguida, repetimos o teste anterior, colocando, dessa vez, a interface periférica
serial em operação com um clock a 20 MHz. Nesse teste, os dados escritos no buer
dos pacotes UDP correspondiam a valores recebidos durante o envio dos comandos
de conversão de amostra ao RHD2216 através da SPI (lembre-se de que o SPI é
um protocolo full-duplex, o que signica que ao mesmo tempo em que o ESP8266
envia dados ao RHD22166, ele também recebe dados do RHD2216 de comandos
anteriores). No entanto, esses valores eram aleatórios, uma vez não era necessário
registrar atividade eletrosiológica durante esse teste. A relevância do teste com a
SPI em funcionamento consiste em certicarmo-nos de que as interrupções geradas
durante o envio das mensagens de aquisição de dados ao RHD22166, operação que
tem prioridade máxima, não prejudicam a transmissão dos pacotes UDP, que tem
prioridade inferior. A análise estatística empregada foi a mesma que a do teste
anterior.
Feito isto, prosseguimos com mais um teste de bancada, ilustrado na Figura 2.18,
desta vez destinado a mensurar a inuência do parâmetro T XP OW ER no desempe-
nho da comunicação sem o com UDP. Importa-nos esclarecer a inuência desse
parâmetro pois ele afeta diretamente o consumo do nosso sistema de registro, bem
como a qualidade do sinal da rede WiFi. Obviamente, objetivamos o menor consumo
possível, no entanto, sem reduzir a intensidade do sinal da rede a ponto de prejudicar
a eciência da comunicação sem o. Procedemos da seguinte maneira:
Figura 2.18: Ilustração do método para estimar a porcentagem média de pacotes UDP
recebidos com sucesso pela interface do sistema de registro sem o, considerando
diferentes cenários de distância de transmissão e potência da antena WiFi.
1. O ESP foi programado com a rotina NNC WiFi Ephys.ino sem quaisquer
alterações, a não ser no início da função Requisitar_Amostra(), em que os
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 49
simplicidade, não quisemos embutir esse dado nos pacotes UDP com dados eletro-
siológicos). Procedendo dessa forma, obtivemos curvas de descarga das baterias ao
longo do tempo, além de uma estimativa do tempo de duração delas no sistema de
registro proposto.
Finalmente, para completar nossa avaliação sobre o sistema de registro sem o
proposto, realizamos alguns testes que envolveram, de fato, registros de atividade ele-
trosiológica. Em todos esses testes, utilizamos simultaneamente o sistema proposto
neste trabalho e um sistema comercial da Tucker-Davis Technologies (TDT), for-
mado por um pré-amplicador PZ2 e um processador digital de biopotenciais RZ2.
O sistema da TDT é extremamente moderno, porém, é baseado em transmissão
cabeada dos dados. Atualmente, ele é utilizado em grande parte dos experimentos
cientícos do NNC que envolvem registro eletrosiológico. Por esse motivo, o ado-
tamos como um padrão de qualidade para comparação dos dados adquiridos pelo
sistema de registro sem o.
Primeiro, registramos o eletrocardiograma (ECG) de um rato Wistar anestesiado,
posicionando uma agulha gengival abaixo do músculo peitoral maior esquerdo e outra
agulha abaixo do músculo peitoral maior direito.
Em seguida, realizamos outro tipo de registro eletrosiológico: o de potenciais
evocados auditivos em regime permanente (PEARP) e também em regime transitó-
rio (PEART), vericados na atividade neuronal registrada com eletrodo implantado
no colículo inferior (CI) no mesmo rato em que medimos o ECG. O CI é uma estru-
tura do mesencéfalo que faz parte da via auditiva do rato e, por isso, participa do
processamento de estímulos sonoros (MALMIERCA, 2004). Optamos por realizar o
registro de PEARP e PEART em particular pelo fato de serem um excelente marca-
dor de atividade siológica, favorecendo a análise crítica a realizar sobre o sistema
de registro sem o em validação. O procedimento cirúrgico se deu como descrito a
seguir:
3. Durante todo o procedimento cirúrgico, o animal foi mantido sobre uma manta
térmica com água quente, para auxiliar a manutenção da sua temperatura em
37,5 ◦ C .
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 51
Figura 2.24: Avaliação da taxa real de transmissão de dados via Interface Periférica
Serial.
TP rocessamento
Ciclo de trabalho [%] = × 100 (2.1)
TP rocessamento + TDisponivel
No caso da nossa rotina NNC_WiFi_ephys, o ciclo de trabalho depende princi-
palmente da frequência de amostragem de dados eletrosiológicos (quanto maior for
ela, mais tempo de processamento é gasto no stream dos dados) e da velocidade ajus-
tada para oclock SPI (quanto mais rápido for ele, menos tempo é gasto para enviar
mensagens via SPI). Por exemplo, para um clock de 20 MHz e uma frequência de
amostragem total de 50 kHz, calculamos um ciclo de trabalho de aproximadamente
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 57
35%. A Figura 2.25 ilustra as sinalizações feitas pelo ESP8266 através de dois pinos
GPIO, indicando início e m da execução da função Requisitar_Amostra() (curva
em amarelo) e da função que despacha os pacotes UDP com os dados eletrosioló-
gicos (curva em azul). É importante entender que, teoricamente, o ciclo de trabalho
máximo ocorre quando o término do envio de um pacote UDP é imediatamente
seguido do envio do próximo pacote.
Pela mesma gura, podemos perceber que mesmo durante o envio de pacotes
UDP, a função Requisitar_Amostra() é executada regularmente, pois essa função é
crítica. Esse comportamento tem o efeito de estender em quase 60% (aproximada-
mente 304 µs para 480 µs) o tempo necessário para enviar os pacotes UDP (processa-
dores com recursos de Acesso Direto à Memória (DMA) para operação do protocolo
SPI não teriam este problema, mas não é o caso do ESP8266).
A m de detectarmos qual a frequência de amostragem máxima que não viola
os limites do ciclo de trabalho do ESP8266, aumentamos gradativamente o valor
do parâmetro fS , até que, em 110 kHz, o microcontrolador passou a interromper
a execução da rotina NNC WiFi Ephys.ino logo que o processo de aquisição de
dados se iniciava, retornando uma mensagem de erro 'Watchdog Timer Reset'. Dessa
forma, constatamos que não é suciente a capacidade do ESP8266, carregado com
a versão atual da nossa rotina, para processar o uxo de dados resultante de uma
taxa de amostragem total tão alta quanto 110 kHz. Portanto, para que a aquisição
de dados possa se dar continuamente e sem erros, a soma das taxas de amostragem
empregadas em cada canal não deve exceder 100 kHz, aproximadamente. Esta é
uma restrição imposta pela interface de usuário que criamos para o sistema, que
impede que o limite para fS seja violado. A Tabela 2.3 indica algumas possibilidades
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 58
Pela Figura 2.26, podemos notar como o número de pacotes recebidos com sucesso
é bastante elevado, com valor médio acima dos 99,6% em todos os cenários avaliados.
A análise estatística realizada (explicada em 2.3) indicou que houve redução no
desempenho da comunicação sem o quando aumentamos o valor do parâmetro
Frequência de Amostragem [F(5, 24) = 16,00, η 2 = 0,77, p < 0,01], mas não o
parâmetro Distância [F(3, 72) = 1,00, η 2 = 0,03, p = 0,47]. Pela análise post hoc,
concluímos que para fS = 90 kHz e fS = 100 kHz, o desempenho é inferior com
relação aos casos com fS = 10 kHz, 30 KHz, 50 kHz e 70 kHz. Na interação entre
os fatores Frequência de Amostragem e Distância não houve diferença signicativa
de desempenho [F(15, 72) = 1,00, η 2 = 0,20, p = 0,30].
Em termos práticos, uma perda de 0,4% de pacotes signica que os registros
eletrosiológicos oriundos do sistema proposto possuem fragmentos com informação
faltosa, que ao longo de 1 minuto de experimento completariam apenas 240 ms
de registro perdido. Apesar de não termos encontrado um valor de referência para
comparar a estatística dos dados perdidos durante a transmissão, consideramos que
esse efeito é desprezível frente às vantagens que o sistema de registro sem o oferece
se comparado aos sistemas com transmissão cabeada, ainda mais porque a posição
dos itens faltosos na série temporal dos registros é conhecida.
Algo que importa esclarecer na Figura 2.26, bem como nas Figuras 2.27 e 2.28,
mostradas a seguir, é que a faixa do desvio-padrão em torno dos valores médios
de desempenho ultrapassa, em alguns casos, o valor máximo de 100%. Isso pode
causar um certo estranhamento, mas há uma explicação plausível para isso. Nesses
testes, estamos estimando o valor da probabilidade de que um pacote UDP enviado
com dados eletrosiológicos seja recebido com sucesso pela interface do sistema de
registro. Assim sendo, o recebimento dos pacotes pode ser considerado como uma
variável aleatória, designada X, com distribuição de Bernoulli: P (X = 1) = p e
P (X = 0) = 1 − p, sendo X=1 pacote recebido e X=0 pacote perdido. O estimador,
designado X̄ , que consideramos para avaliar o valor de p baseia-se na média de 5
realizações de um experimento que consistiu no envio de 10000 pacotes. Portanto,
como se trata de uma variável de Bernoulli, temos E[X] = p e V ar[X] = p(1 − p)
e, dessa forma, a média e a variância do estimador é calculada de acordo com a
equação 2.2, onde IID signica que as variáveis aleatórias Xi são independentes e
identicamente distribuídas.
P
Xi IID E[X]
E[X̄] = E[ ] ⇒ E[X̄] = ×
N = E[X] = p
P N N
Xi IID V ar[X] V ar[X]
V ar[X̄] = V ar[ ] ⇒ V ar[X̄] =
×
N = (2.2)
N N2 N
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 60
afeta o desempenho da comunicação sem o [F(12, 60) = 3,00, η 2 = 0,38, p < 0,01].
Cabe notar, entretanto, que apesar das diferenças apontadas, o desempenho me-
dido em todos os cenários foi muito elevado (97,5% de sucesso no pior caso). Logo,
é plausível ajustar uma potência de transmissão de apenas 10% (+2 dBm) visando
aumentar a autonomia do sistema de registro sem o.
Figura 2.29: Decaimento da tensão das baterias LS14250 (3,6 V) e CR2 (3 V),
candidatas à alimentação do sistema de registro sem o proposto. A última amostra de
cada uma das curvas mostradas corresponde ao momento em que o sistema deixou de
funcionar.
Tabela 2.4: Precisão dos intervalos de amostragem obtidos com o ESP8266 para
diferentes valores de fS . Os dados de média e desvio-padrão foram calculados com base
em 5000 amostras.
Pelos dados da tabela, percebemos que o desvio-padrão é cada vez maior quando
aumentamos a frequência de amostragem. Na verdade, os desvios temporais no envio
dos comandos de conversão para o chip da Intan são mais ou menos constantes,
independente da frequência de amostragem congurada. No entanto, o efeito deles
é cada vez mais grave à medida em que o intervalo a ser temporizado se torna
menor. Por exemplo, um atraso de 1 µs no envio de um comando de conversão
representaria um desvio de apenas 0,1 % se estivéssemos amostrando a 1 kHz. Porém,
se estivéssemos amostrando a 50 kHz, esse mesmo desvio representaria um erro de
5 %.
Apesar de não conhecermos um valor padrão de desvio máximo aceitável para
a frequência de amostragem em um experimento de registro eletrosiológico, nosso
bom senso sugere que os valores observados, como o de 722 ns para fS = 50 kHz,
não são desprezíveis e podem ameaçar a conabilidade dos dados coletados durante
algum experimento. Tal irregularidade poderia acarretar, por exemplo, a distorção
do espectro de frequências do sinal, uma vez que os métodos de estimação, em sua
maioria ou talvez todos eles, levam em consideração um período de amostragem
ideal, ou seja, constante ao longo do tempo.
Assim sendo, buscamos entender o motivo dessas oscilações nas temporizações
e descobrimos que esse motivo é simples: esses desvios não estão relacionados ao
temporizador em si, ou seja, o temporizador consegue gerar os intervalos de amos-
tragem com precisão elevada, da ordem de nanossegundos. O fato é que o ESP8266
possui funções intrínsecas responsáveis por gerenciar seu protocolo WiFi, funções
essas que possuem prioridade superior à da rotina Requisitar_Amostra(). Dessa
possibilitasse congurar a prioridade da rotina de interrupção associada ao temporizador, que
é a função Requisitar_Amostra(), responsável por enviar comandos periódicos de conversão ao
RHD2000. Por sua vez, o timer1 possui uma API (Application Programming Interface) mais ela-
borada e permite congurar a prioridade da sua rotina de interrupção. Isto nos é importante pois a
função Requisitar_Amostra() deve ter prioridade mais alta dentre todas as outras funções execu-
tadas pelo microcontrolador. Por esse motivo, o timer1 foi o que nós utilizamos durante os testes
de avaliação da regularidade da frequência de amostragem.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 64
Tabela 2.5: Precisão dos intervalos de amostragem obtidos com o ESP8266 para
diferentes valores de fS , após modicação no arquivo core_esp8266_timer.c. Os dados de
média e desvio-padrão foram calculados com base em 5000 amostras em fS .
Por sua vez, a Figura 2.30 dá uma noção visual da considerável melhora na
regularidade dos intervalos de amostragem para fS = 50kHz .
Apesar de ainda ser possível perceber oscilações nos intervalos de amostragem,
elas se tornaram eventos pontuais, de modo que estamos, agora, muito mais segu-
ros com relação à delidade dos dados eletrosiológicos obtidos com esse sistema.
Diferentemente do cenário anterior, acreditamos que não há ameaça às interpreta-
ções decorrentes da análise dos dados. Além disso, como podemos notar no detalhe
destacado na gura, essas oscilações tendem a se compensar em temporizações con-
secutivas. Apesar de este comportamento não ter sido planejado por nós, ele ajuda
a manter a referência temporal associada às amostras do registro. Por exemplo, se
os erros de temporização produzissem, em sua maioria, intervalos de amostragem
4 A alteração que zemos foi na linha 45 do arquivo core_esp8266_timer.c. Substituí-
mos ETS_FRC_TIMER1_INTR_ATTACH(timer1_isr_handler, NULL) por ETS_FRC_TI-
MER1_NMI_INTR_ATTACH(timer1_isr_handler).
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 65
plitude do sinal registrado pelo sistema sem o. Isso pode estar associado à ligeiras
diferenças entre as respostas em frequência dos ltros dos dois sistemas. Apesar de
termos congurado as mesmas frequências de corte inferior fL e superior fH (passa-
altas em 0,5 Hz e passa-baixas em 100 Hz) para todos os registros simultâneos que
realizamos com os dois sistemas, os ltros do chip RHD2000 apresentam uma ate-
nuação em frequências próxima de fH e fL dentro da faixa de passagem, o que não
acontece no sistema da TDT. Como indicado na gura, a oscilação do sinal eletro-
cardiográco no complexo QRS se aproxima de uma oscilação senoidal de 83 Hz. Se
consultarmos as especicações do RHD2000, veremos que a resposta em frequência
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 67
Por sua vez, as Figuras 2.33 e 2.34 ilustram os sinais coletados no teste com
estimulação auditiva e registro de potenciais evocados em regime permanente no
colículo inferior. Em adição, elas mostram os espectrogramas dos respectivos sinais
(janelas de aproximadamente 2,5 segundos de duração, com sobreposição pela me-
tade e com 4096 pontos para cálculo do espectro de frequências com o algoritmo da
transformada de Fourier de tempo curto (STFT)). Conforme explicado em 2.3, o
som reproduzido foi um tom de 10 kHz modulado em amplitude a 53,71 Hz. Como
medida para comparação dos registros obtidos pelos dois sistemas, tomamos a ener-
gia do potencial evocado em regime permanente, calculada numa faixa de 2 Hz de
comprimento centrada na frequência de modulação sonora. Além disso, normaliza-
mos o cálculo da energia com base no valor da energia basal média na mesma faixa de
frequências durante o período de silêncio inicial, cuja duração é de aproximadamente
40 segundos.
Já na Figura 2.35, que destaca a energia normalizada do PEART ao longo do
protocolo experimental para os dois sistemas, podemos notar que, no registro da
TDT a energia aumentou cerca de 6 vezes com relação à energia basal média. Por
sua vez, no registro do sistema sem o, este aumento foi de aproximadamente 4
vezes. Se lembrarmo-nos das observações feitas nos registros de ECG, a amplitude
relativamente menor do potencial evocado registrado pelo sistema sem o já era
esperada, mas talvez de uma forma mais branda (em 53,71 Hz, a atenuação dos
ltros do RHD2216 é aproximadamente 1%). Portanto, aqui levantamos uma ou-
tra hipótese para a causa de discrepâncias entre os sinais medidos: uma possível
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 68
Figura 2.33: Sinal puro e espectrograma do registro no colículo inferior de rato Wistar
anestesiado obtido com o sistema da TDT.
Figura 2.34: Sinal puro e espectrograma do registro no colículo inferior de rato Wistar
anestesiado obtido com o sistema sem o.
diferença entre a impedância dos eletrodos de registro dos dois sistemas. Apesar
de não termos medido esse parâmetro quando da realização dos testes em questão,
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 69
Por m, após esses protocolos experimentais com rato anestesiado, realizamos
procedimento para conrmação da posição do eletrodo implantado no colículo in-
ferior. Constatamos que o procedimento cirúrgico de implante foi realizado com
sucesso, conforme pode ser observado na Figura 2.38.
CAPÍTULO 2. SISTEMA DE REGISTRO SEM FIO 71
Capítulo 3
Uma Proposta de Aparato
Microcontrolado para
Condicionamento Comportamental
Figura 3.2: Caixa de acrílico transparente com barras cilíndricas de aço inox
eletricadas formando o piso.
barras ele está fazendo contato físico em certo momento, o que se faz é uma varredura
sequencial pelas barras de tal forma que, onde quer que o animal esteja no interior da
caixa, ele sinta a sensação provocada pelo choque praticamente de forma contínua.
A Figura 3.3 ilustra o circuito do estímulo elétrico aversivo. Que o leitor sinta-se
à vontade para consultar essas guras ao longo das explicações que se seguirão a
respeito dos componentes do circuito.
Para criar diferenças de potencial entre as barras, conectamos cada uma delas
à saída de um tradicional circuito com transistor em conguração emissor-comum,
de tal forma que podemos controlar seu potencial por meio de sinais de controle
aplicados por um microcontrolador à base dos transistores.
Para gerar os potenciais das barras, usamos uma fonte de tensão construída a
partir de um transformador isolado 1:2, de 1 A, em cujo circuito primário conectamos
a tensão da rede elétrica (127 VAC), e em cujo circuito secundário conectamos uma
ponte reticadora de diodos e um capacitor eletrolítico de 100 µF por 350 V, para
xar (praticamente) a tensão de saída do circuito em um valor próximo de 310 V
√
(aproximadamente 220 2 V ). Esse potencial de 310 V é que de fato usamos para
eletricar o assoalho da caixa.
É importante salientar que, em nenhum momento, tamanha diferença de poten-
cial é aplicada diretamente ao rato, mas é aplicada a um conjunto de resistores em
série, entre os quais o resistor equivalente representado pelo animal, o que resulta
em um nível de corrente elétrica limitado e de acordo com valores relatados e aceitos
na literatura (entre 400 µA e 1000 µA). Dessa forma, a diferença de potencial que
de fato se cria no corpo do animal (com valores típicos de resistência equivalente de
10 kΩ) é da ordem de 5 V.
Aqui, cabe notar que existe certa variabilidade na condutância do corpo dos
animais de laboratório (WALTERS; TULLIS, 1966), tanto entre diferentes animais
(diferenças de peso é um fator importante) quanto para um mesmo animal ao longo
dos dias de experimentação, e esse é um parâmetro que invariavelmente faz parte do
circuito e sobre o qual não temos controle. Essa variabilidade implica, por sua vez,
em variações indesejadas na amplitude da corrente elétrica programada para o expe-
rimento. Poder-se-ia perguntar se este efeito é capaz de ameaçar a conabilidade dos
dados obtidos em um experimento realizado na caixa. Se, no entanto, trabalharmos
com tensões relativamente elevadas no circuito das barras, estaremos menos suscep-
tíveis quanto a esta questão, já que os resistores do circuito do choque deverão ter
valores relativamente mais elevados, tornando o ajuste da intensidade do choque
menos sensível a variações na condutância do animal (ou na resistência equivalente
do mesmo). Circuitos baseados em fontes de corrente não seriam susceptíveis a tais
variações, no entanto, julgamos não haver a necessidade de trabalharmos com fontes
desse tipo.
A Figura 3.3 mostra como sinais de controle gerados pelo Arduino Due, em 8
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 77
pinos GPIO, excitam a base de transistores de junção bipolar (BC548) com pulsos
de +3,3V. Cada pulso desses tem o efeito de saturar o transistor bipolar com uma
corrente de 2,5 mA em sua base, fazendo com que a corrente IF ∼= 20 mA percorra
o LED dentro do optoacoplador (PC817), que por sua vez emite luz com intensidade
suciente para saturar o fototransistor pareado com esse LED dentro do encapsu-
lamento do PC817. Em consequência, o potencial da barra correspondente se torna
praticamente nulo. Isso é feito de maneira rápida e sequencial pelas barras, de forma
que, eventualmente, o animal estará se apoiando simultaneamente em uma barra
que está conectada à referência do circuito e em outra que não está. Neste cenário, o
corpo do animal oferece um caminho para a passagem de corrente elétrica que tende
a uir entre os potenciais de +310 V e GND (pinos de saída da ponte reticadora).
O resistor de 100 kΩ presente no circuito de cada barra, bem como os resistores de
100 kΩ e de 500 kΩ (este último ajustável), comum ao circuito de todas as barras e
conectados em série com o terminal de +310 V, limitam a corrente elétrica a valores
menores do que 1,55 mA, aproximadamente.
Projetamos uma placa com o circuito do choque, mas alguns ajustes ainda estão
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 78
sendo feitos antes de encaminhar o projeto para fabricação. A versão atual da placa,
mostrada na Figura 3.4 contém 3 optoacopladores PC817 para cada barra, pois o
modelo que temos no laboratório não suporta 310 V sozinho. Além disso, ela tem
os transistores de controle do potencial das barras e alguns resistores para ajuste da
corrente na base daqueles transistores e no circuito de entrada dos optoacopladores.
Por m, podemos notar a presença de alguns furos circulares regularmente espaça-
dos, colocados dessa forma para permitir o encaixe da placa pela extremidade das
barras, que é rosqueada e facilita a xação por meio de porcas, bem como o contato
das barras com o circuito na placa.
Figura 3.4: Placa de circuito impresso com o circuito do choque elétrico aplicado pelas
barras da caixa. Na parte superior, o aspecto da placa como visto do editor de placas do
KiCad e na parte inferior, sua vista tridimensional.
Com base nos valores desses quatro parâmetros, que são especicados através
da interface web da caixa, construímos a forma de onda do som por meio de um
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 80
que podemos notar também o amplicador de áudio sob a caixa de blindagem com
o alto-falante e a mangueira exível.
3.3 Metodologia
Implementadas as rotinas de geração e controle dos estímulos condicionado e
incondicionado, criada a interface para programação do experimento e operação da
caixa e montado os circuitos de som e choque, realizamos testes de bancada para
comprovar o quão regular são os estímulos sonoros gerados pelo Arduino Due ao
longo de trechos longos (30 s). Esse teste é extremamente relevante para nós, uma
vez que nos experimentos que envolvem medição do potencial evocado auditivo no
colículo inferior, o planejamento do local exato para se implantar o eletrodo depende
da frequência da portadora, pois devemos levar em consideração a característica de
tonotopia da via auditiva do rato (de forma semelhante aos humanos), ou seja, sons
com diferentes frequências excitam neurônios de diferentes regiões do CI (MAL-
MIERCA et al., 2008) (CHEUNG et al., 2012). Portanto, é necessário atestar que
não há irregularidades no som reproduzido pela caixa que ameacem a medição dos
potenciais evocados auditivos no CI.
Os registros do padrão sonoro foram feitos a uma taxa de amostragem de 96
kHz por meio de um microfone (posicionado sempre a aproximadamente 10 cm da
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 83
3. Obtivemos, assim, três conjuntos de amostras (um para cada trecho) com me-
didas do período da portadora efetivamente reproduzida pela caixa. Por meio
do inverso desses valores, conseguimos estimativas de (fportadora ) e calculamos
a média e o desvio-padrão desse parâmetro.
3. Obtivemos, assim, três conjuntos de amostras (um para cada trecho) com me-
didas do período da moduladora efetivamente reproduzida pela caixa. Por meio
do inverso desses valores, conseguimos estimativas de (fmoduladora ) e calculamos
a média e o desvio-padrão desse parâmetro.
Y [Z] 1
= (3.2)
E[Z] 1 + a1 z + a2 z −2
−1
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 90
Como pode ser apreciado na Figura 3.12, essa técnica possibilitou a obtenção de re-
sultados com desvio-padrão consideravelmente menor em comparação com a técnica
anterior.
No pior caso, que foi para a portadora de 15 kHz, o valor médio de fCARRIER
foi apenas 0,92% diferente do valor esperado. Não acreditamos que esse desvio seja
signicativo a ponto de prejudicar a medição do potencial evocado (como discutido
na Seção 3.3). Logo, a nosso ver, o ajuste da frequência da portadora está sendo
realizado de maneira satisfatória.
A Figura 3.13, por sua vez, mostra sinais de áudio com portadora em 1 kHz e
com diferentes moduladoras, reproduzidos pela caixa de condicionamento e medidos
na saída do amplicador de áudio por meio de um osciloscópio com frequência de
amostragem de 50 kHz. À esquerda, podemos ver trechos de 50 ms de duração de
CAPÍTULO 3. CAIXA DE CONDICIONAMENTO 91
sinais modulados em 53,71 Hz, 92,77 Hz e 200 Hz, de cima para baixo. À direita, está
a densidade de potência espectral nesses trechos, calculada por meio do algoritmo da
transformada rápida de Fourier (FFT). Pela análise dessa gura, é possível notar os
pico de potência espectral na frequência da portadora, bem como dois picos laterais,
distantes do pico central pelo valor da frequência de modulação. Essa característica
é típica de sinais modulados em amplitude. Além disso, nota-se a presença de picos
de potência associados à interferência eletromagnética da rede elétrica (60 Hz e
harmônicos).
Figura 3.16: Padrão de estimulação elétrica bifásica aversiva (400µA) nas barras que
formam o assoalho da caixa de condicionamento customizada.
Capítulo 4
Conclusões
(cerca de 3 vezes menos do que 100 mA), provavelmente nosso sistema passaria a
funcionar continuamente por algo como 24 horas com uma bateria LS14250 ou com
uma CR2. Além disso, com uma faixa de consumo menor seria possível trabalhar
com baterias mais leves, o que reduziria o peso da backpack.
Apesar de não termos realizado testes para vericar os detalhes e as diculda-
des inerentes à xação e estabilidade das partes do sistema de registro junto ao
corpo dos animais em experimentação, presumimos que isso não será um grande
problema e poderá ser tratado nos próprios experimentos com utilização do sistema
aqui proposto. Antes de tudo, já temos algumas ideias, como a utilização de ímãs
de Neodímio (que já adquirimos e já se encontram no laboratório) para auxiliar
na xação da headstage e da backpack, como relatado em Rolston, Gross e Potter
(2009).
As características principais do sistema de registro desenvolvido estão resumidas
na Tabela 4.1, que é uma nova versão da Tabela 1.1 apresentada no Capítulo 2,
atualizada com os dados do sistema desenvolvido neste trabalho.
Tabela 4.1: Compilação das características principais de alguns sistemas sem o para
registro de atividade eletrosiológica relatados na literatura.
Como pode ser apreciado na tabela, o parâmetro peso é um aspecto em que nosso
sistema muito se destacou. Nossa headstage tem peso 10 vezes inferior ao da heads-
CAPÍTULO 4. CONCLUSÕES 100
CATON, R. Electrical currents of the brain. Journal of Nervous & Mental Disease,
v. 2, n. 4, p. 610, 1875. 6
103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 104
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2016. Disponível em: <http://www.saftbatteries.com/force_download/LS14250.
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