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TAINÁ LOUISE PACHECO

“Efeitos da lorcaserina no sistema reprodutor e mecanismos ejaculatórios de


ratos machos”
“Effects of lorcaserin on reproductive system and ejaculatory mechanisms of
male rats”

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Biologia Celular e Estrutural do
Instituto de Biologia da Universidade Estadual
de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Mestra
em Biologia Celular e Estrutural, na área de
Biologia Celular.

Thesis presented to the Institute of Biology of


the University of Campinas in partial
fulfillment of the requirements fot the degree
of Masters in the area of Cellular Biology.

Este arquivo digital corresponde à


versão final da dissertação defendida
pela aluna Tainá Louise Pacheco e
orientada pela Dra. Wilma De Grava
Kempinas.

Orientadora: Profa. Dra. Wilma De Grava Kempinas

CAMPINAS
2019
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 169694/2017-8; CAPES
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8004-1827

Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca do Instituto de Biologia
Mara Janaina de Oliveira - CRB 8/6972

Pacheco, Tainá Louise, 1995-


P115e PacEfeitos da lorcaserina no sistema reprodutor e mecanismos ejaculatórios
de ratos machos / Tainá Louise Pacheco. – Campinas, SP : [s.n.], 2019.

PacOrientador: Wilma De Grava Kempinas.


PacDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de
Biologia.

Pac1. Lorcaserina. 2. Aparelho genital masculino. 3. Ejaculação. 4. Rato. I.


Kempinas, Wilma De Grava. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto
de Biologia. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Effects of lorcaserin on reproductive system and ejaculatory


mechanisms of male rats
Palavras-chave em inglês:
Lorcaserin
Generative organs, Male
Ejaculation
Rats
Área de concentração: Biologia Celular
Titulação: Mestra em Biologia Celular e Estrutural
Banca examinadora:
Wilma De Grava Kempinas [Orientador]
André Sampaio Pupo
Wagner José Fávaro
Data de defesa: 11-01-2019
Programa de Pós-Graduação: Biologia Celular e Estrutural

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)


COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Wilma De Grava Kempinas (Orientadora)


Prof. Dr. André Sampaio Pupo
Prof. Dr. Wagner José Fávaro

Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata de Defesa que se encontra no


processo de vida acadêmica do aluno.
Dedicatória
Este trabalho é dedicado aos meus pais, Tânia e José Donisete, os quais sempre representaram
fonte inesgotável de incentivo e apoio. Cada conquista em minha vida é resultado do amor e
dedicação de vocês. Agradeço por construírem asas para os meus voos e sempre
proporcionarem um ninho caloroso para cada retorno. Amo vocês daqui até a lua, ida e volta.
Agradecimentos
A Deus, pela proteção e luz. A fé de que meus caminhos são guiados pelas mãos divinas,
trouxe coragem e compreensão para cada etapa e desafios.

A minha orientadora Profa. Dra. Wilma De Grava Kempinas, pelas inúmeras oportunidades,
confiança, aprendizado e inspiração. A senhora é a principal responsável pelo meu
crescimento intelectual, profissional e científico nos últimos cinco anos.

A Thamiris, minha melhor amiga e irmã por escolha, por tudo o que vivemos.
Compartilhamos trabalho e vida; você foi rocha nos momentos difíceis e trampolim nos
momentos de felicidade. Gratidão, admiração e amor por você.

A Cibele, pela mão sempre estendida, seja para o trabalho ou para um carinho reconfortante;
pelos anos de convívio fácil e muitos ensinamentos de vida e científicos compartilhados.

Ao Jorge, pelos memes, conversas sinceras e aventuras, especialmente alimentícias, pelos


congressos;

Aos demais integrantes do laboratório Reprotox, pela ajuda, torcida e companheirismo não só
nas tarefas diárias, mas também nas conversas sentimentais ou bobas, nos happy hour com
junk food e nas zoeiras incontáveis.

Ao Luiz, por compartilhar seu conhecimento, por me impulsionar para novos desafios e pela
parceria e paciência enquanto eu navegava em mares desconhecidos.

Ao Matheus, meu melhor amigo e encontro genuíno, por acompanhar toda essa jornada com
ouvidos atentos as minhas ideias e inseguranças; pelo incentivo constante e colo receptivo;
pela cumplicidade, compreensão e amor.

Ao José Eduardo, pelas risadas e duetos musicais sertanejos, além de todo o suporte técnico e
inúmeros salvamentos.

Ao Prof. Dr. Edson Antunes, que abriu as portas de seu laboratório, no qual fui muito bem
recebida.
Aos membros da banca, Dr. Wagner José Fávaro e Dr. André Sampaio Pupo, e Dra. Mary
Anne Heidi Dolder e Dra. Taiza Stumpp, por aceitarem meu convite e contribuírem para o
meu crescimento.

Ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural,

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa


concedida nos primeiros meses do Mestrado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa


concedida nos meses subsequentes, processo 169694/2017-8.
Epígrafe
“If you can dream it, you can do it.
Always remember that this whole thing started with a dream and a mouse”

Walt Disney
Resumo
A obesidade é um grave problema de saúde e entre os tratamentos indicados, destaca-se a
farmacoterapia. Diversos medicamentos foram aprovados para este fim, entretanto, alguns
apresentaram sérios riscos, inclusive para o sistema reprodutor, e foram retirados do mercado.
Sabe-se que os receptores serotoninérgicos, como o 5-HT2C, desempenham um papel na função
sexual masculina. A lorcaserina, fármaco agonista seletivo do receptor 5-HT2C, foi liberada
recentemente como medicamento anorexígeno. Na literatura não existem dados sobre seus
efeitos no sistema reprodutor masculino e na ejaculação. Esse trabalho avaliou, em ratos adultos
Wistar, parâmetros reprodutivos, com ênfase sobre a qualidade espermática e mecanismos
ejaculatórios, utilizando a lorcaserina como agonista. O estudo foi desenvolvido em etapas.
Experimento I, piloto, com 4 grupos experimentais: controle (salina) e tratados com 0,5, 1 e 10
mg/Kg de lorcaserina nos ciclos de luz claro ou escuro, por 14 dias; Experimento II, com 4
grupos: tratados com lorcaserina, 10 mg/Kg por 60 dias e 30 mg/Kg por 30 dias, no ciclo claro,
e seus respectivos grupos controle. Experimento III, estudo farmacológico in vivo e in vitro, o
qual investigou os efeitos da lorcaserina na ejaculação. No experimento I não foram observadas
alterações na maioria dos parâmetros, exceto uma diminuição no ganho de peso corpóreo no
grupo tratado com 10 mg/Kg no ciclo claro e uma aceleração no tempo de trânsito dos
espermatozoides na região da cabeça/corpo do epidídimo no mesmo grupo no ciclo escuro. No
Experimento II houve uma diminuição no ganho de peso e no consumo de ração no grupo
exposto à lorcaserina por 30 dias. Este mesmo grupo apresentou diminuição no peso da vesícula
seminal cheia e vazia, bem como diminuição no número de espermatozoides e aceleração do
tempo de trânsito na região de cabeça/corpo do epidídimo. O grupo exposto a 10 mg/Kg
apresentou aumento no peso do fígado, diminuição no número de espermatozoides e aceleração
do tempo de trânsito na região da cauda do epidídimo. Não houveram alterações na morfologia
e contagem espermática nos testículos, bem como nos níveis de gonadotrofinas. Ambas
exposições causaram dano à motilidade espermática e apenas os animais tratados por 60 dias
apresentaram aumento na concentração de testosterona plasmática e intratesticular. No
Experimento III, a lorcaserina não afetou a contratilidade dos órgãos reprodutores in vitro. In
vivo, foi capaz de causar ejaculações completas sem estímulo sensorial no modelo anestesiado
e na avaliação de penile grooming, e melhorou o desempenho de animais sexualmente
experientes na cópula, diminuindo o limiar ejaculatório. Todos os resultados foram prevenidos
pelo antagonista SB 242084, indicando um papel crucial do 5-HT2C na ejaculação. Assim,
concluímos que a exposição de ratos à lorcaserina, além de apresentar efeitos no ganho de peso
e ingestão de ração, causou impacto direto sobre a reprodução, uma vez que sua utilização
esteve associada a facilitação ejaculatória. Esse trabalho contribui para a caracterização dos
efeitos da lorcaserina no sistema reprodutor masculino, para avanços na compreensão da
neurofisiologia e farmacologia da ejaculação, bem como fornece uma nova perspectiva de
tratamento para homens com ejaculação retardada.
Abstract
Obesity is a serious health problem and among the indicated treatments, pharmacotherapy
stands out. Several drugs were approved for this purpose, however, some presented serious
risks, including for the reproductive system, and were withdrawn from the market. It is known
that serotonergic receptors, such as 5-HT2C, play a role in male sexual function. Lorcaserin, a
selective 5-HT2C receptor agonist, has been released recently as an anorectic drug. In the
literature there are no data on its effects on male reproductive system and on ejaculation. This
study evaluated, in adult Wistar rats, reproductive parameters, with emphasis on sperm quality
and ejaculatory mechanisms, using lorcaserin as an agonist. The study was developed in stages.
Experiment I, a pilot, with 4 experimental groups: control (saline) and treated with 0.5, 1 and
10 mg/Kg lorcaserin in light or dark light cycles for 14 days; Experiment II, with 4 groups:
treated with lorcaserin, 10 mg/Kg for 60 days and 30 mg/Kg for 30 days, in the light cycle, and
their respective control groups. Experiment III, a pharmacological study in vivo and in vitro,
which investigated the effects of lorcaserin on ejaculation. In experiment I, no changes were
observed in most of the parameters except a decrease in body weight gain in 10 mg/Kg group
in light cycle and an acceleration in the transit time of spermatozoa in the caput/corpus region
of the epididymis in the same group in dark cycle. In experiment II, there was a decrease in
weight gain and food intake in the group exposed to lorcaserin for 30 days. This same group
showed a decrease in seminal gland weight, as well as a decrease in the number of spermatozoa
and acceleration of transit time in the caput/corpus region of the epididymis. The group exposed
to 10 mg/Kg had an increase in liver weight, a decrease in the number of spermatozoa and an
acceleration of transit time in the cauda region of the epididymis. No changes were observed in
morphology and sperm count in the testes, such as gonadotrophin levels. Both exposures caused
damage to sperm motility and only animals treated for 60 days showed an increase in plasma
and intratesticular testosterone concentration. In experiment III, lorcaserin did not affect the
contractility of the reproductive organs in vitro. In vivo, it was able to cause complete
ejaculations without sensory stimulation in the anesthetized model and in the evaluation of
penile grooming, and improved the performance of sexually experienced animals in copulation,
reducing the ejaculatory threshold. All results were reversed in the presence of SB 242084
antagonist, indicating a crucial role of 5-HT2C on ejaculation. Thus, we conclude that the
exposure of rats to lorcaserin, besides having effects on weight gain and food intake, had a
direct impact on reproduction, since its use may be associated with ejaculatory facilitation. This
study contributes to the characterization of the effects of lorcaserin in male reproductive system,
for advances in the understanding of neurophysiology and pharmacology of ejaculation, as well
as provides a new perspective of treatment for men with delayed ejaculation.
Sumário
Introdução ................................................................................................................................. 14
1. Sistema Reprodutor Masculino ........................................................................................ 14
1.1 Ejaculação ................................................................................................................... 18
2. Anorexígenos .................................................................................................................... 21
3. Lorcaserina....................................................................................................................... 22
Justificativa ............................................................................................................................... 25
Objetivos................................................................................................................................... 26
Materiais e Métodos ................................................................................................................. 27
Resultados................................................................................................................................. 39
Experimento I – piloto .......................................................................................................... 39
Experimento II ...................................................................................................................... 51
Experimento III ..................................................................................................................... 58
Experimento III.1 – Experimentos funcionais de contração in vitro ................................ 58
Experimento III.2 – Ejaculação em modelo experimental anestesiado ............................ 64
Experimento III.3 – Ejaculação em ratos não anestesiados e sexualmente inexperientes 66
Experimento III.4 – Ejaculação in copula de ratos sexualmente experientes ................... 68
Discussão .................................................................................................................................. 71
Conclusão ................................................................................................................................. 77
Referências ............................................................................................................................... 78
Apêndices ................................................................................................................................. 86
Anexos ...................................................................................................................................... 88
14

Introdução
1. Sistema Reprodutor Masculino
O sistema reprodutor masculino (Figura 1) é responsável pela produção, emissão e
direcionamento do sêmen, além da produção de esteroides. Nos mamíferos, ele é composto
pelas gônadas (testículos), vias espermáticas e as glândulas anexas (Dangelo & Fattini, 2011).
Há alguns anos, o estudo do impacto de compostos químicos nesse sistema tornou-
se uma importante ferramenta para compreender o fenômeno de infertilidade masculina
evidenciado, especialmente, pela diminuição da qualidade espermática ao longo das últimas
décadas. Embora por vezes existam dificuldades na translação de resultados, as investigações
em modelos experimentais animais contribuem significativamente para o entendimento dos
processos envolvidos neste fenômeno (Creasy, 1997).

Figura 1: Esquema dos órgãos do sistema reprodutor masculino no humano.


Fonte: Garcia e Fernández, 2012.
15

Figura 2: Órgãos do sistema reprodutor no rato Wistar.


Fonte: Laboratório de Biologia e Toxicologia da Reprodução e do Desenvolvimento.

Os testículos (Figura 3), órgãos localizados no escroto, são revestidos por uma
membrana fibrosa - a túnica albugínea - e divididos em duas regiões: tubular e intersticial
(Johnson et al., 2015). É no interstício, composto também por vasos sanguíneos e linfáticos e
macrófagos, que as células de Leydig produzem testosterona, o principal hormônio masculino
(Junqueira & Carneiro, 2017; Russel et al., 1990). A testosterona é responsável não só pelas
características sexuais secundárias, como aparecimento de pelos e mudanças na voz, mas
também por arquitetar a espermatogênese. A região tubular é formada por túbulos seminíferos
contorcidos, onde ocorrerá a espermatogênese. Estes túbulos são envoltos por uma lâmina
basal, tecido conjuntivo e células mioides ou peritubulares, que participam no processo contrátil
lento e rítmico dos túbulos seminíferos, auxiliando na movimentação dos espermatozoides e do
fluido testicular. Internamente, estes túbulos são formados pelo epitélio germinativo que
contém as células de Sertoli e células germinativas (Junqueira & Carneiro, 2017; Russel et al.,
1990).
16

Figura 3: Esquema do testículo e vias espermáticas.


Fonte: Garcia e Fernández, 2012.

As células de Sertoli são células somáticas fundamentais para a espermatogênese.


Além de propiciar um ambiente restrito e seguro para as células germinativas através da
compartimentalização do túbulo seminífero por meio de uma barreira formada por junções
estreitas, estas células mantêm a estrutura organizacional e nutrem as células germinativas.
Ademais, são responsáveis pela liberação de espermátides tardias no lúmen tubular, secreção
de vários fatores, fagocitose das células germinativas em degeneração e dos corpos residuais
advindos das espermátides e mediação na produção de testosterona estimulada pelo hormônio
folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) no testículo (França et al., 2005).
A espermatogênese, que tem duração de 56 dias em ratos e 74 dias em humanos, é
um processo cíclico e contínuo pelo qual as células germinativas denominadas espermatogônias
geram os espermatozoides e esta sequência de eventos pode ser dividida em três fases. Durante
a primeira fase, conhecida como proliferativa, as espermatogônias, que são células diploides,
se proliferam por mitose para formar os espermatócitos e, ao mesmo tempo, se autorrenovar.
Na segunda fase, os espermatócitos primários e secundários, passam pelo processo de divisão
celular, originando ao final células haplóides, as espermátides, caracterizando esta fase como
meiótica. Por fim, é na terceira fase, reconhecida como de diferenciação, que as espermátides
17

passam por múltiplas transformações citológicas que resultam no espermatozoide (Clermont,


1972).
Os espermatozoides imaturos deixam o testículo após a espermiogênese através da
rede testis (Figura 3), uma rede de túbulos anastomosados, que dá origem aos túbulos eferentes
(Figura 3), que penetram no epidídimo formando o ducto do epidídimo (Dangelo & Fattini,
2011).
O epidídimo (Figura 3) é uma estrutura alongada em forma de C, dividida
anatômica e funcionalmente em ratos em segmento inicial, cabeça, corpo e cauda, constituída
apenas por este ducto altamente enovelado, que desembocará no ducto deferente (Dangelo &
Fattini, 2011; França et al., 2005). Durante a passagem dos espermatozoides pelo ducto
epididimário, ocorre o processo de maturação espermática, no qual estes espermatozoides
morfologicamente formados adquirem capacidade móvel progressiva e de fertilizar o ovócito
II (Yanagimachi, 1994; Robaire, 2006; Kempinas & Klinefelter, 2010). Para que esse processo
ocorra de maneira adequada, é necessário que o gameta masculino permaneça por um tempo
específico, que varia entre as espécies, no epidídimo. Enquanto este período é de 6 dias, sendo
2 dias na cabeça/corpo e 4 dias na cauda, para os homens, em ratos, é de 8 a 10 dias, sendo 3
na cabeça/corpo e 5 na cauda (França et al., 2005).
O ducto deferente (Figura 3) é um ducto único contínuo responsável por transportar
os espermatozoides estocados na cauda do epidídimo, além de auxiliar no término da maturação
espermática. Uma vez associado aos vasos e nervos testiculares, este forma o funículo
espermático, o qual atravessa o canal inguinal e penetra na cavidade abdominal. Na altura da
bexiga, sofre um alargamento, denominado ampola, e une-se ao ducto da vesícula seminal, para
formar o ducto ejaculatório (Dangelo & Fattini, 2011).
Cada vesícula seminal consiste em um tubo enovelado que inferiormente se estreita
e torna-se reto para formar o ducto excretor, o qual formará o ducto ejaculatório em conjunto
com o ducto deferente, que desembocará na parte prostática da uretra (Dangelo & Fattini, 2011).
Este órgão é responsável pela produção de 70 a 80% do líquido seminal, que compõe o sêmen
(Kierszenbaum, 2016). Sua secreção viscosa é constituída de proteínas seminais coagulantes,
prostaglandinas e frutose, elementos essenciais para a sobrevivência, bem como para a ativação
do espermatozoide (Junqueira & Carneiro, 2017; Risbridger, 2006).
Em conjunto com as vesículas seminais, a próstata faz parte das glândulas anexas
andrógeno-dependente (Kierszenbaum, 2016). Este órgão, composto de musculatura lisa, tecido
fibroso e glândulas produz o volume restante que constituirá o líquido seminal (Dangelo &
Fattini, 2011). A secreção formada por citrato, fosfatase ácida, amilase e fibrinolisina é liberada
18

diretamente na porção prostática da uretra através dos dúctulos prostáticos. Além de auxiliar na
viabilidade espermática, o conteúdo prostático dissolve o plug ejaculatório produzido pelos
fluidos da vesícula seminal, tornando o sêmen liquefeito por um período mais longo (Guyton,
2011; Johnson, 2001).

1.1 Ejaculação
Em homens, o ciclo sexual é divido em várias fases: surgimento da libido, ereção,
excitação sexual, emissão, expulsão e orgasmo (Motofei, 2007). Em ratos, o comportamento
sexual do macho também pode ser descrito em etapas. Na fase de iniciação, o rato examina o
ambiente a fim de determinar se este está seguro e se há uma fêmea receptiva, na fase de estro
do ciclo estral. Durante a fase pré-copulatória, o animal exibe comportamentos exploratórios,
especialmente aproximando-se, seguindo e cheirando a fêmea. A ocorrência de uma monta
marca a transição da fase pré-copulatória para a fase copulatória. Neste estágio, uma série de
sucessivas montas e intromissões (seguidas por autoestimulação genital), conduz, geralmente,
à ejaculação (Veening & Coolen, 2014).
Na ejaculação, os sistemas nervosos somático e autônomo atuam em conjunto
causando emissão seminal, a secreção das glândulas acessórias, e a expulsão, projeção forçada
do esperma através de contrações rítmicas dos músculos estriados perineais, especialmente o
músculo bulboesponjoso, associada a contração do colo da bexiga que impede o refluxo do
sêmen (Giuliano, 2011).
Portanto, a ocorrência de uma ejaculação é resultado de uma complexa resposta
fisiológica, a qual é regulada pelo gerador espinal da ejaculação (GEE) localizado na medula
espinal lombossacral e formado, em parte, por uma população de interneurônios na região
central cinzenta dos níveis lombares L3-5. Este gerador recebe as informações sensoriais, que
podem envolver estímulos somatossensoriais, viscerais, proprioceptivos, relacionados à
temperatura e/ou nocivos, e coordena os mecanismos viscerais e somatomotores que culminam
na ejaculação. A maioria dos estímulos sensoriais ocorrem via nervo pudendo e nervo dorsal
do pênis (NDP). Por sua vez, o GEE está sob controle de influências supraespinais, tanto
inibitórias quanto facilitatórias, originadas de áreas do tronco encefálico, mesencéfalo e
hipotalâmica (Figura 4) (Veening & Coolen, 2014).
Os órgãos viscerais envolvidos na ejaculação recebem tanto inervação simpática,
quanto parassimpática. Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares simpáticos que
inervam a pelve estão localizados na coluna de células intermédiolaterais e no núcleo central
19

dorsal (NCD) dos segmentos lombar e torácico inferior (T13-L2, em roedores). Os neurônios
pré-ganglionares parassimpáticos localizam-se na coluna de células intermédiolaterais dos
segmentos sacrais superiores, denominados núcleos parassimpáticos sacrais (NPS). A ativação
de ambos os nervos simpáticos e parassimpáticos estão associados a emissão seminal (Veening
& Coolen, 2014).
Os eferentes motores, especialmente os motoneurônios pudendais localizados na
medula espinal lombossacral, também estão envolvidos no reflexo ejaculatório. Estes são
responsáveis por inervar os músculos perineais estriados, incluindo os músculos
isquiocavernoso e bulbocavernoso e os esfíncteres externo uretral e anal, e a contração rítmica
desses músculos causa a expulsão do sêmen (Veening & Coolen, 2014).

Figura 4: Neurofisiologia da ejaculação.


Fonte: Adaptado de Giuliano, 2011.

A disfunção ejaculatória é a disfunção sexual mais comum em homens. Nos Estados


Unidos e Europa, estima-se que mais de 30% dos homens apresentem este problema. Dentre os
tipos de disfunção ejaculatória, os mais frequentes são ejaculação precoce, ejaculação retardada
e ejaculação dolorosa (Gray et al., 2018).
20

Cerca de 1 a 4% dos homens sofre de ejaculação retardada, a qual está entre as


disfunções ejaculatórias menos compreendidas e normalmente associada a incapacidade de
ejacular (anejaculação). Este transtorno pode ser vitalício ou adquirido, situacional ou
persistente e está relacionado a um grande estresse para o homem, insatisfação da(o) parceira(o)
e é especialmente delicado quando há o desejo de gravidez. Infelizmente, o tratamento envolve
apenas abordagens psicológicas, uma vez que as opções farmacológicas são limitadas e não
aprovadas por agências regulamentadoras como US Food and Drug Administration (FDA)
(Gray et al., 2018).
Vários estudos científicos identificaram a participação de neurotransmissores e seus
respectivos receptores no processo ejaculatório. A dopamina e a serotonina (5-HT) emergiram
como as principais sinalizadoras neurais para este processo. Inicialmente, os receptores
dopaminérgicos caracterizaram-se pela facilitação na ejaculação (Bitran et al., 1989; Hull et al.,
1992; Eaton et al., 1991) e os serotoninérgicos, de maneira geral, pela inibição (Hull et al. 2004).
Dessa forma, medicamentos inibidores seletivos da recaptura de serotonina, como a paroxetina,
fluoxetina e especialmente a dapoxetina são utilizados off label para o tratamento de ejaculação
precoce (Gray et al., 2018; Buvat et al., 2009; Pryor et al., 2006).
São reconhecidos 14 receptores serotononinérgicos divididos em sete classes (5-
HT1 a 5-HT7). Destes receptores, 13 têm sua ação associada a proteínas G, como a classe 5-
HT2, que inclui três subtipos de receptores nomeados como 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C (Hoyer
et al., 1994; Halberstadt et al., 2009). Além desta grande variedade de receptores, é importante
destacar que suas funções são alteradas de acordo com a via sinalizada, podendo ser excitatórias
ou inibitórias. Por isso, a atuação dos receptores serotoninérgicos na ejaculação ainda é incerta
e discutida, pois seu comportamento se modifica de acordo com o receptor e via desencadeada.
Yonewaza e colaboradores (2008) investigaram os papeis de alguns subtipos de
receptores 5-HT na ejaculação através do m-CPP (1-[3-clorofenil] piperazina), um agonista 5-
HT2, e constataram que em baixas doses (0,3 a 1 mg/Kg), houve um efeito pró-erétil e pró-
ejaculatório, possivelmente associado à ativação do 5-HT2C. Stafford e colaboradores (2006b)
observaram em animais no modelo anestesiado, no qual registros são obtidos para medir
respostas neurais semelhantes a ejaculatória a partir do nervo do ducto deferente, que a ativação
dos receptores 5-HT2C lombossacrais tanto nos animais com a medula intacta quanto com a
medula espinalizada, pode causar emissão seminal associada a respostas semelhantes a
ejaculatória, sugerindo um papel excitatório descendente serotoninérgico, além das vias
inibitórias anteriormente descritas.
21

Além de evidências experimentais em animais, estudos em humanos sugerem que


uma mutação natural do 5-HT2C que leva a perda de função deste receptor está associada a
latência ejaculatória mais longa (Janssen et al., 2018; Okada et al., 2004). Portanto, o 5-HT2C
também parece ser um importante regulador da função ejaculatória em homens.

2. Anorexígenos
A obesidade, quinto mais comum fator de risco para morte, é um grave problema
de saúde pública que consiste em um acúmulo anormal de gordura consequência de um
desequilíbrio no balanço energético. Esta condição médica complexa deixou de atingir apenas
países desenvolvidos, tornando-se uma epidemia global, e tem acometido um maior número de
pessoas em todo o mundo a cada ano (Kakkar & Dahiya, 2015; Patel, 2015; Tan et al., 2005).
Antes associada apenas à adultos, essa doença já apresenta impacto em crianças e adolescentes
e estima-se que em 2050 mais da metade da população de homens e mulheres e 25% das
crianças serão obesas (Nooijen et al., 2016; Kumar & Kelly, 2017; Kakkar & Dahiya, 2015).
Acredita-se que os principais fatores para o desenvolvimento rápido e exacerbado
dessa condição sejam a urbanização e o crescimento econômico, os quais levaram a uma
mudança no estilo de vida humano, que incluem diminuição da atividade física e dietas
hipercalóricas (Kakkar & Dahiya, 2015), e a predisposição genética (Kumar & Kelly, 2017;
Garaulet et al., 2010; Narayanaswami & Dwoskin, 2017).
Além de causar impactos econômicos e sociais, a obesidade está relacionada a
síndrome metabólica e aumento da ocorrência de importantes enfermidades como diabetes,
doenças cardiovasculares, acidente vascular encefálico (AVC), hipertensão, dislipidemias e
câncer (Kakkar & Dahiya, 2015; Patel, 2015; Câmara et al., 2017; Tan et al., 2005; Christopher
et al., 2016).
A perda de peso é determinante no combate aos efeitos da obesidade. A primeira
opção de tratamento para o excesso de gordura é a mudança do estilo de vida, que consiste em
uma conciliação entre dieta, atividade física e mudanças de comportamento. Embora seja mais
saudável e capaz de prevenir além de tratar a doença, este método esbarra no comprometimento
dos pacientes. Para aqueles que desejam resultado imediato, a cirurgia bariátrica aparenta uma
oportunidade, pois é eficiente na perda de peso e capaz de eliminar os riscos importantes
associados ao acúmulo de gordura, como diabetes e doenças cardiovasculares.
Entretanto, este é um método invasivo, caro, com altos riscos e indicado apenas para pacientes
22

com obesidade extrema e que não reagiram a outros tratamentos, como a mudança de estilo de
vida (Patel, 2015; Kakkar & Dahiya, 2015; Narayanaswami & Dwoskin, 2017).
Diante das limitações das opções relatadas acima, a farmacoterapia mostrou-se uma
alternativa para auxiliar na perda de peso e diversos medicamentos foram aprovados nas últimas
décadas para esta finalidade. Esses fármacos, em sua maioria de ação neural em vias de
regulação do balanço energético, podem ser indicados para tratamentos de curta e longa
duração. Contudo, após um período de utilização, algumas dessas drogas apresentaram graves
riscos e foram retiradas do mercado (Patel, 2015; Kakkar & Dahiya, 2015; Narayanaswami &
Dwoskin, 2017; Christopher et al., 2016).
A sibutramina, por exemplo, é um fármaco anti-obesidade que inibe a recaptura
neuronal de serotonina e noradrenalina (Padwal & Majumdar, 2007), neurotransmissores
relacionados com a modulação do apetite. Dessa forma, seu mecanismo de ação causa a perda
de peso aumentando a saciedade e a termogênese (Choi et al., 2011). Contudo, esse
medicamento teve sua comercialização proibida em diversos países da Europa e nos Estados
Unidos após constatarem um aumento no risco cardiovascular (Choi et al., 2011; Bellentani et
al., 2011). Além de causar impacto no sistema cardiovascular, a sibutramina apresentou efeitos
no sistema reprodutor masculino. A administração de sibutramina gerou diminuição do peso de
órgãos como epidídimo, próstata e vesícula seminal, diminuição do número de espermatozoides
e tempo de trânsito espermático na cauda do epidídimo, diminuição da fertilidade e da qualidade
espermática e aumento da contratilidade do epidídimo (Bellentani et al., 2011; Borges et al.,
2013).
Outro medicamento proibido após graves efeitos adversos é a fenfluramina. Sua
eficácia está relacionada ao aumento da concentração de serotonina nas sinapses cerebrais
através de diferentes mecanismos: aumentando a liberação deste neurotransmissor pelos
terminais pré-sinápticos, inibindo sua recaptação e também aumentando a transmissão
serotoninérgica, estimulando diretamente os receptores 5-HT2. Entretanto, seu agonismo no
receptor 5-HT2B foi o responsável por causar disfunção valvular em indivíduos que fizeram uso
contínuo da droga em combinação com a fentermina (Wurtman & Wurtman, 2018; Khorrasani
et al., 2015; Halpern & Halpern, 2015).

3. Lorcaserina
A fim de ampliar as alternativas farmacológicas frente a urgente necessidade de
novos medicamentos para controle da obesidade - especialmente após a extensa proibição de
23

medicamentos da categoria - agências de regulamentação, como o FDA, liberaram


recentemente uma nova droga denominada lorcaserina, comercializada como Belviq®.
A lorcaserina, [(1R)-8-cloro-2,3,4,5-tetrahidro-1-metil-1H-3benzazepina] é um
fármaco agonista seletivo dos 5-HT2C e sua ação anorexígena está associada a sua atuação nos
neurônios pro-opiomelanocortina (POMC) presentes no núcleo arqueado no hipotálamo e,
dessa maneira, induz saciedade a partir da produção do hormônio α-estimulante de melanócitos
(α-MSH). Muito solúvel, permeável, rapidamente absorvida e de meia vida plasmática de 11
horas, a droga é metabolizada pelo fígado, não possui metabólitos ativos e sua absorção não é
alterada pela coadministração com alimentos. Indicado como medicamento para o tratamento
de longa duração da obesidade, a dose recomendada é de 10 mg, duas vezes ao dia, via oral. Os
efeitos colaterais mais comumente relatados são cefaleia, náuseas, constipação e boca seca
(Christopher et al., 2016; Halpern & Halpern, 2015; Narayanaswami & Dwoskin, 2017;
Greenway et al., 2016).

Figura 5: Estruturas químicas da serotonina e lorcaserina, respectivamente.


Fonte: PubChem; Thomsen et al., 2008.

Visto que a lorcaserina exerce baixa atividade nos receptores 5-HT2A e 5-HT2B,
relacionados a alucinações e efeitos cardiovasculares, respectivamente, este fármaco oferece
menos riscos quando comparado aos agonistas de serotonina não seletivos aprovados
anteriormente. Portanto, o Belviq® é eficaz contra a obesidade e mais seguro (Kakkar &
Dahiya, 2015; Christopher et al., 2016; Weissman et al., 2017).
Diante de sua recente aprovação e estudos que demonstram sua segurança e eficácia
(Christopher et al., 2016; Greenway et al., 2016) relacionados a sua aplicação anti-obesidade,
a lorcaserina tem sido alvo de novos estudos investigando outras ações como controle de fumo
(Shanahan et al. 2016) e consumo de cocaína (Banks & Negus, 2017; Gerak et al., 2016). Abdel-
Latif e colaboradores (2017) constataram que o tratamento com lorcaserina em ratas fêmeas em
diferentes doses (5, 10 e 30 mg/Kg) por 28 dias causou alterações no ciclo estral, na histologia
24

ovariana e uterina e nos níveis hormonais. Entretanto, são inexistentes os relatos do impacto
deste fármaco no sistema reprodutor masculino e de sua ação sobre a ejaculação.
25

Justificativa
A alarmante prevalência do excesso de gordura na população mundial e sua
associação com doenças graves, estimulou a liberação e uso extensivo de inúmeros
medicamentos como método de controle da obesidade. Entretanto, a maioria destes fármacos,
principalmente de ação neural, promoveram preocupantes efeitos adversos, inclusive alterações
no sistema reprodutor, impactando a fertilidade masculina. A recente liberação da lorcaserina
está acompanhada da esperança de que seu mecanismo de ação seletivo no receptor 5-HT2C não
esteja associado a importantes efeitos colaterais. Contudo, é interessante ressaltar a contribuição
deste receptor para o processo ejaculatório. Diante da relevância do combate a obesidade e dos
danos que outras drogas, inclusive de influência serotoninérgica, causaram no sistema
reprodutor masculino, justifica-se a realização de um estudo experimental, em ratos, sobre o
impacto do tratamento da lorcarserina em parâmetros reprodutivos masculinos. Além disso,
investigar o papel do receptor 5-HT2C na ejaculação, por meio da lorcaserina.
26

Objetivos
Este estudo teve como objetivo avaliar as possíveis alterações em parâmetros
reprodutivos de ratos adultos Wistar, causadas pelo tratamento em diferentes doses e períodos
com a lorcaserina. Além disso, analisar o papel do receptor 5-HT2C na ejaculação, utilizando a
lorcaserina como agonista.

Objetivos específicos:
- Investigar os efeitos da lorcaserina sobre o peso corpóreo e o consumo de ração
dos animais durante o período de tratamento;
- Investigar os possíveis efeitos tóxicos da lorcaserina sobre o sistema reprodutor
masculino, com ênfase na espermatogênese e qualidade espermática;
- Investigar os efeitos da lorcaserina sobre a contratilidade de órgãos reprodutores;
- Investigar a função do receptor 5-HT2C em diferentes modelos experimentais para
ejaculação.
27

Materiais e Métodos
Animais

Experimentos I e II
Ratos adultos (90 dias de idade, pesando aproximadamente 300g) e fêmeas adultas
(60 dias de idade, pesando aproximadamente 200g) da linhagem Wistar, provenientes do
Biotério Central da UNESP de Botucatu, foram mantidos no Biotério de Pequenos Mamíferos
do Departamento de Morfologia do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu, em
condições controladas de luminosidade (12 horas de luz/12 horas de escuro) e temperatura
(média de 23ºC). Os animais receberam água à vontade e ração para roedores previamente
pesada.
Os animais utilizados neste experimento foram mantidos de acordo com os
Princípios Éticos em Experimentação Animal, adotados pelo Conselho Nacional de Controle
de Experimentação Animal - CONCEA. O projeto está sob protocolo número 1005 junto à
Comissão de Ética em Experimentação Animal do Instituto de Biociências de Botucatu.

Experimento III
Ratos adultos (90 dias de idade, pesando aproximadamente 300g) e fêmeas adultas
(60 dias de idade, pesando aproximadamente 200g) da linhagem Wistar, provenientes do
Biotério Central da UNICAMP (CEMIB), foram mantidos no Biotério do Departamento de
Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, em condições controladas de
luminosidade (12 horas de luz/12 horas de escuro) e temperatura (média de 23ºC). Os animais
receberam água e ração para roedores à vontade.
Os animais utilizados neste experimento foram mantidos de acordo com os
Princípios Éticos em Experimentação Animal, adotados pelo Conselho Nacional de Controle
de Experimentação Animal – CONCEA. O projeto está sob protocolo número 4888-1/2018
junto à Comissão de Ética em Experimentação Animal da UNICAMP.

Delineamento Experimental

Experimento I – piloto
28

Os ratos, previamente pesados, foram alocados em 8 grupos experimentais


(n=6/grupo): controle e tratados, diariamente, com 0,5 mg/Kg, 1 mg/Kg e 10 mg/Kg de
lorcaserina, no ciclo claro; os mesmos 4 grupos experimentais, no ciclo escuro. A dose de 10
mg/Kg foi determinada a partir de estudos anteriores realizados com a sibutramina (Bellentani
et al., 2011; Borges et al., 2013) e as doses de 0,5 mg/Kg e 1 mg/Kg foram idealizadas a fim de
construir um estudo de dose. O tratamento teve a duração de 14 dias a partir do dia pós-natal
(DPN) 90. Os animais do grupo tratado receberam lorcaserina, via gavagem, diluída em solução
fisiológica (veículo) enquanto os ratos do grupo controle receberam apenas o veículo. Os
animais foram eutanasiados no DPN 103 e foram realizadas as avaliações espermáticas, análise
histológica e dosagens hormonais.

Experimento II
Os ratos, previamente pesados, foram distribuídos em 4 grupos experimentais (n=6
a 8/grupo), controle e tratado com 10 mg/Kg por 60 dias e controle 2 e tratado com 30 mg/Kg
por 30 dias. O tratamento se iniciou no dia pós-natal (DPN) 90. Os animais do grupo tratado
receberam lorcaserina diariamente, via gavagem, diluída em solução fisiológica (veículo),
enquanto os ratos do grupo controle receberam apenas o veículo. Os animais foram
eutanasiados no DPN 120 ou 150 para as avaliações espermáticas e dosagens hormonais.

Experimento III
Ratos sem nenhum tratamento foram submetidos a protocolos descritos adiante para
análise da reatividade farmacológica in vitro, avaliação da ejaculação em modelo experimental
anestesiado, comportamento sexual, penile grooming e ambulação.

Parâmetros Avaliados

A Figura 1 sintetiza os parâmetros avaliados em cada Experimento.


29

Figura 1: Tratamentos e parâmetros avaliados nos Experimentos I, II e III.

Coleta, Pesagem e Processamento dos Órgãos Reprodutores e Vitais

Ao final dos tratamentos os ratos foram induzidos à narcose em câmara de CO2,


seguida por punção cardíaca, e o sangue foi colhido em tubos falcon.
Testículo e epidídimo esquerdos foram removidos, pesados e fixados em Bouin
(75% de ácido pícrico saturado, 5% de ácido acético glacial e 25% de formaldeído 37%),
conforme descrito por Russel et al. (1990) para análise histológica. A túnica albugínea testicular
foi seccionada nos polos com o auxílio de uma tesoura cirúrgica pequena antes da imersão na
solução fixadora de Bouin. Os materiais foram processados histologicamente para inclusão em
Paraplast e cortados na espessura de 4µm. Os cortes foram corados com hematoxilina e eosina
para avaliação histopatológica. A vesícula seminal (cheia e vazia, sem a glândula coaguladora),
a próstata ventral, região mais hormônio dependente da próstata no roedor, e órgãos alvo, como,
rins, fígado e adrenal foram pesados e, em seguida, descartados.

Análise Histológica e Cinética do Processo Espermatogênico


30

Até o momento apenas os testículos dos ratos do Experimento I foram avaliados em


ensaios cego e ao acaso.
A inspeção histopatológica foi realizada analisando-se o aspecto do epitélio,
conteúdo da luz e interstício dos testículos, de forma que possíveis lesões morfológicas desse
órgão foram classificadas segundo diretrizes específicas para estudos toxicológicos (Foley,
2001). Os túbulos foram considerados anormais na presença de células acidófilas, células
multinucleadas, espermátides retidas, degeneração de tipos celulares, vacuolização do epitélio
ou esfoliação de células na luz. O aspecto do interstício testicular também foi avaliado, de modo
qualitativo. Para avaliação da cinética do processo espermatogênico, foram avaliadas 100
secções de túbulos seminíferos em três cortes com distância de 50 µm entre eles.
Os túbulos seminíferos foram classificados em 4 categorias (Favareto et al., 2011):
 Estágios I-VI: presença de duas gerações de espermátides, ou seja, espermátides
redondas e alongadas;
 Estágios VII-VIII: presença de espermátide 19 na luz tubular;
 Estágios IX-XIII: presença de uma única geração de espermátides, ou seja,
espermátides alongadas;
 Estágio XIV: presença de espermatócitos em metáfase e/ou anáfase.

Dosagens Hormonais

O sangue foi coletado em tubos falcon de 15 mL e centrifugado a 2400 rpm, por 10


minutos a 4ºC para separação do soro, que foi congelado até o momento dos ensaios hormonais
de testosterona, LH e FSH.
Os ensaios hormonais foram realizados em aparelho automatizado no Laboratório
de Neuroendocrinologia da Faculdade de Odontologia da USP de Ribeirão Preto, utilizando a
metodologia de radioimunoensaio (RIE) de duplo anticorpo através de kits específicos
(National Institute of Arthritis, Diabetes and Kidney Diseases – NIADDK,USA) para as
dosagens hormonais.
Todas as amostras foram analisadas no mesmo ensaio para evitar variabilidade
interensaios.

Avaliações Espermáticas
31

Contagem do Número e Cálculo da Produção Diária de Espermatozoides por Testículo


O testículo direito foi descapsulado logo após a coleta e congelado até a
homogeneização, segundo método previamente descrito por Robb et al. (1978), com as
adaptações descritas a seguir.
O parênquima testicular foi descongelado e homogeneizado numa mistura de NaCl
(9g), Triton X100 (0,5ml) e Thimerosal (0,1g) (Sigma Chemical Co., St. Louis, Mo.), passando
em seguida por um sonicador durante 30 segundos. Após diluição de 10 vezes na mistura
contendo Triton X100, uma pequena amostra foi transferida para câmaras de Neubauer (4
campos por animal), procedendo-se a contagem das espermátides maduras (estágio 19 da
espermiogênese), que são resistentes à homogeneização. Para o cálculo da produção diária de
espermatozoides (PDE) o número de espermatozoides por testículo foi dividido por 6,1, que é
o número de dias em que essas espermátides estão presentes no epitélio seminífero.
Posteriormente, a PDE por grama de testículo foi calculada, a fim de se determinar
a eficiência do processo reprodutivo (Ashby et al., 2003).

Contagem do Número e Cálculo do Tempo de Trânsito dos Espermatozoides no Epidídimo


As partes cabeça/corpo e cauda dos epidídimos foram separadas logo após a coleta,
congeladas até a homogeneização e passaram pelo mesmo procedimento descrito para o
testículo. Após diluições de 20 vezes, a contagem dos espermatozoides foi realizada em
câmaras de Neubauer.
A média aritmética dos campos contados resulta no número de espermatozoides
expresso em milhões por mL, que multiplicado pelas diluições utilizadas, resulta no número de
espermatozoides/órgão que, dividido pela PDE, estima o tempo de trânsito dos espermatozoides
em dias (número de dias requeridos para que eles atravessem as diferentes porções
epididimárias).

Motilidade Espermática
Imediatamente após a eutanásia, os espermatozoides foram coletados da cauda
epididimária direita e diluídos em 2mL de meio de cultura HTF modificado com gentamicina
(Spectrun 90126). Uma alíquota de 10 μL foi transferida para a câmara de Mackler e no
microscópio de contraste de fase (aumento de 20x), 100 espermatozoides foram analisados e
classificados em:
 Tipo A: espermatozoides móveis progressivos.
 Tipo B: espermatozoides móveis não progressivos.
32

 Tipo C: espermatozoides imóveis.


A motilidade espermática foi expressa em porcentagem de espermatozoides em
cada uma das categorias listadas acima (Perobelli et al., 2013).

Morfologia Espermática
Para avaliação da morfologia espermática, 100 µL da amostra contendo HTF com
espermatozoides dispersos no meio de cultura provenientes da cauda do epidídimo direito
perfurada para liberação dos espermatozoides durante a análise da motilidade espermática, foi
adicionada a solução de formolsalina. As amostras foram mantidas a 4°C até o momento da
análise, quando foram feitos esfregaços em lâminas histológicas e 100 espermatozoides por
animal foram avaliados em microscópio de contraste de fase no aumento de 400X (Seed et al.,
1996).
As anormalidades morfológicas foram classificadas em duas categorias:
anormalidades de cabeça (sem curvatura característica e cabeça isolada) e anormalidades de
cauda (isolada, enrolada, quebrada ou dobrada) (Filler, 1993).
Os espermatozoides também foram classificados quanto à presença ou ausência da
gota citoplasmática.

Ensaio de reatividade farmacológica: isolamento e preparação dos órgãos para o registro de


tensão.

Os ratos foram induzidos à narcose em câmara de CO2, seguida por deslocamento


cervical. Após o isolamento da cauda do epidídimo (CE), esta foi desenovelada e segmentos de
aproximadamente 1,5cm da parte distal da cauda foram separados (Hinton et. al., 1979). O
ducto deferente (seccionado em duas partes, epididimal [DDe] e prostática [DDp]) e a vesícula
seminal inteira (VS) foram limpos de seus tecidos adjacentes e lavados internamente com o uso
de uma seringa e agulha contendo solução nutritiva. Posteriormente, os tecidos foram montados
em câmaras musculares para registro difital de desenvolvimento de tensão isométrica. Todos
os tecidos foram mantidos sob 10mN de tensão basal em solução nutritiva de Krebs com a
seguinte composição (mM): NaCl 119, NaHCO3 25, glicose 5,5, KCl 4,7, KH2PO4 1,2, MgSO4
1,2. 7H20 e CaCl2 2,5, pH 7,4, sob uma temperatura constante de 30ºC e continuamente aerada
com misturas carbônicas (95% O2 e 5% de CO2).

Ensaio de reatividade farmacológica in vitro


33

Neste experimento, animais sem nenhum tratamento foram submetidos ao


protocolo acima descrito. Após 30 minutos de estabilização da preparação, a contração ao KCl
80mM foi observada em duas ocasiões separadas entre si por 30 minutos para a avaliação da
viabilidade tecidual e estabilização da contração máxima do tecido. Decorridos os 30 minutos
da última contração ao KCl, uma curva concentração-resposta à noradrenalina, um agonista
adrenérgico, foi construída pela adição cumulativa da droga ao banho (10nM-10µM). O mesmo
protocolo foi realizado para a construção de curvas concentração-resposta à serotonina, um
agonista endógeno de receptores serotoninérgicos de alta eficácia, (1nM-10µM) e lorcaserina
(1nM-1mM). A Figura 2 sintetiza o protocolo experimental.

Figura 2: Protocolo experimental reatividade farmacológica in vitro.

As curvas à serotonina foram repetidas na presença de veículo ou do SB 242084,


um antagonista seletivo para o receptor 5-HT2C, nas concentrações de 3nM e 30nM, as quais
segundo a equação de Hill-Langmuir (Neubig et al., 2003) ocupam a seguinte porcentagem dos
receptores serotoninérgicos do tipo 2 (Bromidge, et al. 1997):

Tabela 1 – Concentração de SB 242084 e % ocupação de 5-HT2.


5-HT2A 5-HT2B 5-HT2C
3nM 1,8% 2,9% 75%
30nM 15,2% 23% 96,7%

Curvas à serotonina foram obtidas na presença de um coquetel contendo: prazosin


100nM (antagonista de adrenoceptores α1), idazoxan 100nM (antagonista de adrenoceptores
α2), propranolol 100nM (antagonista de adrenoceptores β) e paroxetina 1µM (bloqueador de
transportadores de serotonina e noradrenalina) (Figura 3).
34

Figura 3: Protocolo experimental reatividade farmacológica in vitro com SB 242084.

Foram avaliadas a contração máxima induzida por cada agonista (Emax) e a


potência dos diferentes agonistas, estimada a partir do –log EC50 (pD2), na indução de
contração, com auxílio do software GraphPadPrism (versão 5).

Ensaio de estímulo de campo elétrico


Neste experimento, animais sem nenhum tratamento foram submetidos ao
protocolo de isolamento e preparação dos órgãos para o registro de tensão. Após 30 minutos de
estabilização da preparação, a contração ao KCl 80mM foi observada em duas ocasiões
separadas entre si por 30 minutos para a avaliação da viabilidade tecidual e estabilização da
contração máxima do tecido. Decorridos os 30 minutos da última contração ao KCl, uma
sequência de pulsos elétricos foi realizada. CE, DDe e DDp foram estimulados com pulsos de
80V e 1ms de duração repetidos a frequências de 1, 2, 4, 8, 16 e 32Hz, e na VS de 4, 8, 16, 32
e 50Hz durante trains de 10s de duração. Após o estabelecimento desta sequência de estímulo
na ausência de tratamento (controle), os tecidos foram lavados e deixados por 30 minutos sem
estimulação. Decorrido este tempo, uma nova curva frequência-resposta foi obtida na presença
de lorcaserina 300nM (ocupação teórica de 99,7% dos 5-HT2C) incubada por 5 minutos (Figura
4).

Figura 4: Protocolo experimental estímulo de campo elétrico.

Contrações ao EFS na ausência e presença de lorcaserina foram comparadas, com


auxílio do software GraphPadPrism (versão 5).

Ejaculação – modelo animal anestesiado


35

Ratos Wistar machos adultos (90 dias de idade) foram anestesiados com uretano
(1,5 g/Kg, intraperitonial) e a veia jugular direita e a artéria carótida esquerda foram canuladas
para injeção de drogas e registro da pressão arterial, respectivamente. Os músculos
bulboesponjosos foram expostos através de incisão no escroto e um par de eletrodos de prata
foi inserido no músculo bulboesponjoso ventral lateral direito (BSP) (McKeena & Nadelhaft,
1986) e conectado a um sistema de aquisição PowerLab (ADInstruments) para o registro
eletromiográfico (ganho 1000, freqüência de aquisição 1000Hz, filtro bandpass 5-1000Hz).
Adicionalmente, os órgãos sexuais acessórios masculinos foram expostos através de uma
incisão transversal no abdômen. O DD foi amarrado na intersecção entre a região epididimal e
a cauda do epidídimo e preso com fio de algodão a um transdutor de força sob 15 mN de tensão
para o registro isométrico do desenvolvimento de tensão. A VS esquerda foi canulada com uma
cânula de polietileno preenchida com óleo mineral para o registro das variações de pressão
intraluminal.
Os ratos foram distribuídos nos seguintes grupos: lorcaserina (0,1 mg/kg,
intravenosa), lorcaserina (0,3 mg/kg, intravenosa), lorcaserina (0,6 mg/kg, intravenosa) e
lorcaserina (1,0 mg/kg, intravenosa). Visto que o veículo utilizado para a dissolução de
lorcaserina (NaCl 0.9%, salina) não é capaz de induzir ejaculações neste modelo experimental
(resultados obtidos em nosso laboratório e Kozyrev et al., 2016) um grupo tratado somente com
veículo não foi incluído. Entretanto, para demonstrarmos a ausência de efeito do veículo nos
resultados apresentados a seguir, a atividade da VS, DD e BSP foi registrada após a
administração de salina (0,2 ml, intravenosa) nos ratos dos diferentes grupos de tratamento.
Após o período de 30 minutos de estabilização, ratos dos diferentes grupos
receberam veículo (0,2 ml, intravenosa) e a pressão da VS, tensão do DD e atividade elétrica
do BSP foram registrados continuamente por um período de 30 minutos. Após o período de
observação dos efeitos do veículo, os ratos receberam lorcaserina em uma das diferentes doses
especificadas acima e a atividade da SV, DD e BSP foi registrada por 1 hora (Figura 5).

Figura 5: Protocolo experimental ejaculação no modelo anestesiado.

Os seguintes parâmetros foram avaliados:


36

 Porcentagem de animais que demonstram ao menos uma ejaculação após a


administração do tratamento (veículo ou lorcaserina);
 Número de emissões seminais: número de contrações coordenadas da VS e DD;
 Número de ejaculações: número de eventos com contração coordenada do VS,
DD e BSP;
 Latência ejaculatória: intervalo entre a administração da lorcaserina e a
ocorrência da primeira ejaculação;
Após o término do período de análises, os ratos foram eutanasiados por overdose
de uretano por via intravenosa.
O mesmo protocolo foi repetido na presença do antagonista SB 242084 nas doses
de 0,1 e 0,3 mg/Kg. Este foi administrado 10 minutos antes da injeção da lorcaserina (Figura
6).

Figura 6: Protocolo experimental ejaculação no modelo anestesiado com SB 242084.

Comportamento sexual

Ratos Wistar machos adultos (90 dias de idade) foram treinados para o
comportamento sexual durante quatro semanas consecutivas (uma avaliação por semana) e
divididos em três grupos de acordo com o tipo de ejaculação: sluggish (0-1 ejaculação/30min),
normal (2-3 ejaculações/30min) e rápido (4 ou mais ejaculações/30min) (Pattij et al., 2005).
Estes animais sexualmente experientes foram tratados com veículo (NaCl 0,9%, salina,
gavagem), lorcaserina (1, 4 ou 10 mg/Kg, gavagem), SB 242084 (0,3 mg/Kg, intraperitoneal)
ou com tratamento combinado de lorcaserina 4 mg/Kg (gavagem) + SB 242084 0,3 mg/Kg
(intraperitoneal) 30 minutos antes das análises. No grupo lorcaserina + SB 242084 o antagonista
foi administrado 15 minutos antes da lorcaserina. Para a observação do comportamento sexual,
os ratos machos foram colocados em caixas de acrílico transparente, medindo 44x31x16 cm,
15 minutos antes da introdução de uma fêmea adulta ovariectomizada estimulada
hormonalmente. Os animais foram observados no período escuro do ciclo com auxílio de
lâmpada vermelhas. Durante os 30 minutos subsequentes os seguintes parâmetros foram
37

analisados: 1- latências para a primeira monta ou intromissão (intervalo entre a introdução da


fêmea na caixa e a primeira monta ou intromissão); 2- latência ejaculatória (intervalo de tempo
entre a primeira intromissão e a ejaculação em cada série ejaculatória); 3- número de
intromissões até a primeira ejaculação, 4- período refratário pós ejaculatório (intervalo de
tempo entre a ejaculação e a primeira monta ou intromissão da próxima série ejaculatória), 5-
número de ejaculações em 30 minutos. Neste experimento também foi investigado a
movimentação dos animais nos 15 minutos de aclimatização a caixa de comportamento (Figura
7).

Figura 7: Protocolo experimental comportamento sexual.

Ovariectomia

Ratas Wistar fêmeas adultas (60 dias) foram anestesiadas com ketamina e xilazina
(70 mg/Kg ket + 15mg/Kg xil, intraperitonial) e ambos ovários foram removidos após incisões
(1,5 – 2,0 cm) laterodorsais bilaterais. O músculo e a pele foram suturados separadamente com
linha de sutura e as ratas foram utilizadas nos experimentos de análise do comportamento
copulatório 15 dias após a cirurgia.
A receptividade sexual foi induzida através da administração subcutânea de
benzoato de estradiol (20 µg/rata) e progesterona (1 mg/rata) dissolvidos em óleo de milho 52h
e 4 h antes dos testes, respectivamente (Agmo, 1996). As ratas foram utilizadas nos diferentes
testes em intervalos de sete dias.

Penile grooming e ambulação

Ratos Wistar machos adultos inexperientes (90 dias de idade) foram tratados com
veículo (NaCl 0,9%, salina, gavagem), lorcaserina (1, 4 ou 10 mg/Kg, gavagem), SB 242084
(0,3 mg/Kg, intraperitoneal) ou com tratamento combinado de lorcaserina 4 mg/Kg (gavagem)
+ SB 242084 0,3 mg/Kg (intraperitoneal) imediatamente antes das análises. No grupo
38

lorcaserina + SB 242084 o antagonista foi administrado 15 minutos antes da lorcaserina (Figura


8).

Figura 8: Protocolo experimental penile grooming e ambulação com SB 242084.

Para a observação do penile grooming e ambulação, os ratos machos foram


colocados em caixas de acrílico transparente, medindo 44x31x16 cm, marcadas com fitas que
formavam seis quadrados idênticos. Os animais foram observados no período escuro do ciclo
com auxílio de lâmpada vermelhas durante 1 hora. Os seguintes parâmetros foram analisados:
número e latência de penile grooming e ambulação estimada a partir do número de quadrados
explorados.

Análise Estatística

Para a comparação dos resultados entre os grupos experimentais, foram utilizados,


no experimento I, dependendo da natureza da distribuição dos dados, o teste ANOVA seguido
pelo teste de Tukey ou o teste Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn; no experimento II,
dependendo da natureza da distribuição dos dados, os testes t de Student ou o teste de Mann-
Whitney; no experimento III, o teste ANOVA seguido pelo teste de Tukey. As diferenças foram
consideradas significativas quando p< 0,05.
39

Resultados
Experimento I – piloto
O ganho de peso e consumo de ração dos animais do experimento I estão
apresentados nas Figuras 1 e 2, respectivamente. Observa-se que os ratos do grupo exposto à
dose de 10mg/Kg de lorcaserina no ciclo claro apresentaram menor ganho de peso quando
comparado ao grupo controle. Entretanto, não houve diferença estatística no ganho de peso
entre os grupos expostos à lorcaserina no ciclo escuro e no consumo de ração em ambas
exposições.

Figura 1: Ganho de peso dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina no ciclo claro
(A) e escuro (B). Valores expressos como média ± EPM. *p<0,05 (ANOVA seguido por teste
de Tukey).

Figura 2: Consumo de ração dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina no ciclo claro
(A) e escuro (B). Valores expressos como média ± EPM. (ANOVA seguido por teste de Tukey).
40

Os resultados referentes ao peso de órgãos do experimento I do ciclo claro e escuro


estão apresentados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Nota-se que não houve diferença
estatística entre os grupos experimentais em ambas exposições.
A contagem espermática dos animais do experimento I dos ciclos claro e escuro
está apresentada nas Tabelas 3 e 4, respectivamente. Observa-se os animais expostos à dose de
10 mg/Kg de lorcaserina no ciclo escuro apresentaram uma aceleração no tempo de trânsito
espermático na cabeça/corpo do epidídimo.
Os resultados referentes a motilidade e a morfologia espermática dos animais do
experimento I estão apresentados nas Figuras 3 e 4 e Tabelas 5 e 6, respectivamente. Nota-se
que não houve diferença estatística nas duas análises entre os grupos experimentais em ambas
exposições.
41

Tabela 1 – Peso de órgãos – experimento I (ciclo claro).


Parâmetros Grupos experimentais (n=6)
Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Peso corpóreo (g) 453,40 ± 21,22 437,90 ± 16,59 431,90 ± 10,86 419,00 ± 7,978
Peso de órgãos
Testículo (g) 1,72 ± 0,04 1,73 ± 0,06 1,72 ± 0,04 1,72 ± 0,06
Epidídimo (mg) 530,10 ± 20,75 565,00 ± 30,13 562,20 ± 28,60 575,90 ± 20,90
Próstata ventral (mg) 489,20 ± 44,54 441,10 ± 24,95 501,40 ± 38,27 413,30 ± 47,54
Vesícula seminal cheia (g) 1,01 ± 0,08 1,21 ± 0,12 1,23 ± 0,12 0,98 ± 0,09
Vesícula seminal vazia (mg) 450,40 ± 31,09 452,70 ± 24,64 465,60 ± 34,39 473,40 ± 42,47
Rim (g) 1,49 ± 0,10 1,43 ± 0,05 1,56 ± 0,08 1,47 ± 0,03
Adrenal (mg) 37,24 ± 3,38 39,60 ± 2,22 41,90 ± 3,94 29,25 ± 2,26
Fígado (g) 16,47 ± 1,12 14,84 ± 0,61 16,19 ± 0,62 14,90 ± 0,42
Peso relativo de órgãos
Testículo (g/100g) 0,38 ± 0,02 0,40 ± 0,02 0,40 ± 0,01256 0,41 ± 0,01
Epidídimo (mg/100g) 120,61 ± 12,17 129,30 ± 6,10 131,02 ± 8,89 137,40 ± 3,84
Próstata ventral (mg/100g) 108,20 ± 8,41 101,60 ± 7,26 115,90 ± 7,71 98,14 ± 10,02
Vesícula seminal cheia (mg/100g) 223,40 ± 1,29 280,40 ± 3,56 285,30 ± 2,85 232,70 ± 1,78
Vesícula seminal vazia (mg/100g) 100,00 ± 6,94 104,00 ± 6,53 108,20 ± 8,59 112,40 ± 8,13
Rim (g/100g) 0,33 ± 0,01 0,33 ± 0,01 0,36 ± 0,01 0,35 ± 0,01
Adrenal (mg/100g) 8,09 ± 0,51 9,11 ± 0,73 9,63 ± 0,74 7,00 ± 0,66
Fígado (g/100g) 3,62 ± 0,12 3,40 ± 0,15 3,75 ± 0,11 3,56 ± 0,07
Valores expressos como média ± EPM (ANOVA seguido por teste de Tukey).
42

Tabela 2 - Peso de órgãos – experimento I (ciclo escuro).


Parâmetros Grupos experimentais (n=6)
Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Peso corpóreo (g) 410,20 ± 14,15 419,30 ± 17,85 424,20 ± 10,10 417,60 ± 10,38
Peso de órgãos
Testículo (g) 1,76 ± 0,08 1,69 ± 0,04 1,76 ± 0,04 1,76 ± 0,03
Epidídimo (mg) 581,60 ± 49,16 640,60 ± 30,26 632,30 ± 27,06 619,40 ± 15,74
Próstata ventral (mg) 499,70 ± 42,60 541,10 ± 19,07 477,10 ± 42,89 404,20 ± 39,80
Vesícula seminal cheia (g) 1,15 ± 0,04 1,05 ± 0,13 1,13 ± 0,09 1,01 ± 0,06
Vesíula seminal vazia (mg) 471,50 ± 25,73 505,80 ± 42,18 441,20 ± 8,92 458,50 ± 30,44
Rim (g) 1,45 ± 0,06 1,56 ± 0,09 1,57 ± 0,05 1,57 ± 0,05
Adrenal (mg) 34,14 ± 3,23 36,50 ± 2,56 38,35 ± 4,38 41,37 ± 4,18
Fígado (g) 13,21 ± 0,76 13,96 ± 1,01 14,35 ± 0,35 14,59 ± 0,49
Peso relativo de órgãos
Testículo (g/100g) 0,43 ± 0,02 0,41 ± 0,03 0,42 ± 0,01 0,42 ± 0,01
Epidídimo (mg/100g) 142,80 ± 1,30 154,09 ± 9,28 149,69 ± 6,34 148,64 ± 4,09
Próstata ventral (mg/100g) 121,10 ± 6,96 130,10 ± 7,13 112,30 ± 9,43 96,43 ± 8,83
Vesícula seminal cheia (mg/100g) 279,90 ± 9,87 247,70 ± 24,64 268,30 ± 23,35 240,90 ± 12,78
Vesícula seminal vazia (mg/100g) 115,00 ± 5,49 121,90 ± 11,39 104,50 ± 4,13 109,60 ± 6,15
Rim (g/100g) 0,35 ± 0,01 0,37 ± 0,01 0,37 ± 0,01 0,37 ± 0,00
Adrenal (mg/100g) 8,09 ± 0,55 8,77 ± 0,69 9,04 ± 1,03 9,84 ± 0,81
Fígado (g/100g) 3,21 ± 0,10 3,31 ± 0,11 3,39 ± 0,07 3,49 ± 0,07
Valores expressos como média ± EPM (ANOVA seguido por teste de Tukey).
43

Tabela 3 – Contagem espermática – experimento I (ciclo claro).


Parâmetros Grupos experimentais (n=6)
Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Contagem espermática no testículo
Número de espermátides (x106/testículo) 178,40 ± 6,91 179,60 ± 11,78 161,00 ± 15,96 177,60 ± 11,63
Número relativo de espermátides (x106/g/testículo) 112,60 ±5,95 115,40 ± 8,55 102,30 ± 8,65 110,10 ± 18,40
Produção espermática diária (x106/testículo/dia) 29,25 ± 1,13 29,44 ± 1,93 26,40 ± 2,62 29,12 ± 1,91
Produção espermática diária relativa (x106/testículo/dia) 18,46 ± 0,97 18,92 ± 1,40 16,78 ± 1,42 18,04 ± 1,23

Contagem espermática no epidídimo


Cabeça/corpo
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 147,70 ± 12,21 148,20 ± 9,28 136,20 ± 6,67 132,50 ± 6,85
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 484,80 ± 39,75 449,60 ± 15,96 429,40 ± 20,60 406,00 ± 17,34
Tempo trânsito espermático (dias) 5,13 ± 0,51 5,09 ± 0,36 5,33 ± 0,40 4,63 ± 0,31
Cauda
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 160,40 ± 7,93 159,80 ± 19,45 174,30 ± 15,89 179,00 ± 28,67
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 247,40 ± 24,38 263,10 ± 34,25 279,20 ± 23,87 274,40 ± 37,65
Tempo trânsito espermático (dias) 5,52 ± 0,33 5,44 ± 0,63 6,74 ± 0,61 6,10 ± 0,93
Valores expressos como média ± EPM (ANOVA seguido por teste de Tukey).
44

Tabela 4 – Contagem espermática – experimento I (ciclo escuro).


Parâmetros Grupos experimentais (n=6)
Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Contagem espermática no testículo
Número de espermátides (x106/testículo) 159,70 ± 7,72 171,60 ± 9,49 186,40 ± 17,37 197,40 ± 10,77
Número relativo de espermátides (x106/g/testículo) 97,21 ± 3,34 103,60 ± 5,69 115,80 ± 10,22 120,80 ± 6,30
Produção espermática diária (x106/testículo/dia) 26,18 ± 1,27 28,13 ± 1,56 30,56 ± 2,85 32,36 ± 1,77
Produção espermática diária relativa (x106/testículo/dia) 15,94 ± 0,55 16,99 ± 0,93 18,99 ± 1,68 19,80 ± 1,03

Contagem espermática no epidídimo


Cabeça/corpo
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 128,20 ± 25,33 179,00 ± 21,78 141,50 ± 10,59 124,20 ± 8,41
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 374,20 ± 71,93 497,30 ± 35,12 395,80 ± 22,95 369,20 ± 22,00
Tempo trânsito espermático (dias) 5,90 ± 0,37a 6,35 ± 0,65a 4,78 ± 0,47a 3,87 ± 0,28b
Cauda
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 236,20 ± 34,11 225,40 ± 13,74 170,50 ± 25,11 204,20 ± 24,64
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 356,40 ± 35,33 351,50 ± 22,58 304,30 ± 40,56 304,70 ± 21,97
Tempo trânsito espermático (dias) 8,88 ± 0,84 8,13 ± 0,66 5,88 ± 1,11 6,44 ± 0,88
Valores expressos como média ± EPM (ANOVA seguido por teste de Tukey). Letras diferentes indicam significância estatística de
<0,05.
45

Figura 3: Motilidade espermática dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina no ciclo claro. Valores expressos como mediana e intervalos
interquartílicos. (Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn).

Figura 4: Motilidade espermática dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina no ciclo escuro. Valores expressos como mediana e
intervalos interquartílicos. (Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn).
46

Tabela 5 - Morfologia espermática - experimento I (ciclo claro).


Morfologia espermática – Grupos experimentais
Ciclo claro Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Espermatozoides normais (%) 98,5 (92,88-99,50) 98,5 (93,75-99,50) 98,75 (98,00-99,13) 98,5 (95,25-99,25)
Anormalidades de cabeça 2,00 (0,75-5,00) 0,50 (0,00-2,25) 1,50 (0,75-2,25) 2,50 (0,00-9,00)
Anormalidades de cauda 1,50 (0,00-9,25) 2,50 (0,75-11,00) 1,50 (0,00-2,00) 0,50 (0,00-2,00)
Gota citoplasmática (%) 22,75 (15,13-31,00) 22,25 (8,25-32,38) 31,50 (23,63-46,75) 20,00 (10,13-25,25)
Valores expressos como mediana e intervalos interquartílicos (Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn).

Tabela 6 - Morfologia espermática - experimento I (ciclo escuro).


Morfologia espermática – Grupos experimentais
Ciclo escuro Controle 0,5 mg/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg
Espermatozoides normais (%) 98,50 (62,25-99,13) 99,00 (94,75-99,63) 99,00 (97,38-99,63) 98,00 (90,00-99,13)
Anormalidades de cabeça 1,00 (0,75-2,50) 1,00 (0,00-2,00) 1,00 (0,00-2,50) 3,50 (1,00-18,00)
Anormalidades de cauda 1,00 (0,00-9,00) 1,00 (0,75-8,50) 1,50 (0,00-2,75) 1,00 (0,00-2,00)
Gota citoplasmática (%) 17,50 (10,13-37,13) 25,75 (15,13-33,00) 42,50 (27,75-47,38) 21,00 (10,88-27,88)
Valores expressos como mediana e intervalos interquartílicos (Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn).
47

As dosagens hormonais dos animais do experimento I do ciclo claro e escuro estão


apresentados na Figura 5. Observa-se que não houve diferença estatística entre os grupos
experimentais em ambas exposições.

Figura 5: Dosagens hormonais dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina nos ciclos
claro (A) e escuro (B). Valores expressos como média ± EPM. (ANOVA seguido por teste de
Tukey).

Os resultados referentes ao estagiamento dos túbulos seminíferos dos animais do


experimento I estão apresentados na Figura 6. Nota-se que não houve diferença estatística nesta
análise entre os grupos experimentais em ambas exposições.
A histopatologia do testículo dos animais do experimento I do ciclo claro e escuro
estão apresentadas nas Figuras 7 e 8. Observa-se que não houve diferença estatística entre os
grupos experimentais em ambas exposições.
48

Figura 6: Estagiamento dos túbulos seminíferos dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina nos ciclos claro (A-D) e escuro (E-H). Estágio

I-VI (A e E), VII-VIII (B e F), IX-XIII (C e G) e XIV (D e H). Valores expressos como mediana e intervalos interquartílicos (Kruskall Wallis

seguido por teste de Dunn).


49

Figura 7: Histopatologia do testículo dos animais do experimento I, expostos à lorcaserina nos ciclos claro (A) e escuro (B). Valores expressos
como mediana e intervalos interquartílicos (Kruskall Wallis seguido por teste de Dunn).
50

Figura 8: Fotomicrografias das principais anormalidades encontradas na histopatologia do testículo dos animais do experimento I, expostos à
lorcaserina nos ciclos claro e escuro. Aumento de 20x. Acidofilia (setas inteiras), degeneração (*) e vacuolização (#). Int = interstício e Ep =
epitélio.
51

Experimento II
Os resultados referentes ao ganho de peso e consumo de ração dos animais do
experimento II estão apresentados nas Figuras 9 e 10, respectivamente. Nota-se que os ratos do
grupo exposto à dose de 30mg/Kg de lorcaserina por 30 dias apresentaram menor ganho de
peso e menor consumo de ração quando comparado ao grupo controle. Entretanto, não houve
diferença estatística nessas análises entre os grupos expostos à lorcaserina por 60 dias.

Figura 9: Ganho de peso dos animais do experimento II, expostos à lorcaserina por 30 (A) e 60
(B) dias. Valores expressos como média ± EPM. *p<0,05 (Teste t de Student).

Figura 10: Consumo de ração dos animais do experimento II, expostos à lorcaserina por 30 (A)
e 60 (B) dias. Valores expressos como média ± EPM. *p<0,05 (Teste t de Student).

Os pesos de órgãos do experimento II estão apresentados na Tabela 7. Os animais


expostos à lorcaserina por 30 dias na dose de 30mg/Kg apresentaram uma diminuição no peso
absoluto da vesícula seminal cheia e vazia e, além disso, observa-se uma redução do peso
relativo destes mesmos órgãos e um aumento do peso relativo do rim e da adrenal quando
52

comparado ao grupo controle. Os animais expostos à lorcaserina por 60 dias na dose de


10mg/Kg apresentaram um aumento no peso absoluto do fígado e, além disso, nota-se um
aumento do peso relativo deste mesmo órgão e uma diminuição do peso da adrenal quando
comparado ao grupo controle.
Os resultados referentes a contagem espermática dos animais experimento II estão
apresentados na Tabela 8. Os animais expostos à lorcaserina por 30 dias na dose de 30mg/Kg
apresentaram uma diminuição no número absoluto e relativo de espermatozoides na região de
cabeça/corpo do epidídimo e, além disso, nota-se uma aceleração no tempo de trânsito na
mesma região quando comparado ao grupo controle. Os animais expostos à lorcaserina por 60
dias na dose de 10mg/Kg apresentaram um aumento no número relativo de espermatozoides na
região de cabeça/corpo do epidídimo e uma diminuição no número absoluto e relativo de
espermatozoides na região da cauda do epidídimo. Ademais, observa-se uma aceleração no
tempo de trânsito na região da cauda do epidídimo quando comparado ao grupo controle.
Os resultados referentes a motilidade espermática dos animais do experimento II
estão apresentados na Figura 11. Nota-se que os animais expostos à lorcaserina por 30 dias na
dose de 30mg/Kg apresentaram uma diminuição na porcentagem de espermatozoides com
motilidade tipo A (p=0,06) e um aumento na porcentagem de espermatozoides tipo B e tipo C.
Os animais expostos à lorcaserina por 60 dias na dose de 10mg/Kg apresentaram uma
diminuição na porcentagem de espermatozoides com motilidade tipo A e um aumento na
porcentagem de espermatozoides tipo B (p=0,0513) e tipo C (p=0,07).
A morfologia espermática dos animais do experimento II está apresentada na
Tabela 9. Observa-se que não houve diferença estatística entre os grupos experimentais em
ambas exposições.
Os resultados referentes às dosagens hormonais dos animais do experimento II
estão apresentados na Figura 12. Nota-se que os animais expostos à lorcaserina por 60 dias na
dose de 10mg/Kg apresentaram um aumento na concentração de testosterona plasmática
(p=0,06) e testosterona intratesticular.
53

Tabela 7 - Peso de órgãos – experimento II.


Parâmetros Grupos experimentais
Controle (n=6) 10 mg/Kg (n=8) Controle 2 (n=7) 30 mg/Kg (n=7)
Peso corpóreo (g) 428,40 ± 9,63 422,60 ± 11,32 403,20 ± 14,28 397,00 ± 21,52
Peso de órgãos
Testículo (g) 1,76 ± 0,06 1,69 ± 0,07 1,68 ± 0,04 1,58 ± 0,10
Epidídimo (mg) 648,20 ± 22,29 619,00 ± 25,84 585,30 ± 44,53 569,4 ± 35,26
Próstata ventral (mg) 489,40 ± 42,36 534,60 ± 48,49 509,20 ± 52,25 442,90 ± 45,26
Vesícula seminal cheia (g) 1,10 ± 0,10 1,32 ± 0,10 1,17 ± 0,06 0,97 ± 0,06*
Vesícula seminal vazia (mg) 393,40 ± 17,53 423,50 ± 29,27 410,60 ± 14,99 320,30 ± 13,49***
Rim (g) 1,52 ± 0,03 1,57 ± 0,04 1,43 ± 0,07 1,58 ± 0,09
Adrenal (mg) 34,72 ± 3,42 26,68 ± 2,36 a 30,96 ± 2,41 36,16 ± 2,99
Fígado (g) 13,56 ± 0,76 15,44 ± 0,46* 15,01 ± 1,03 15,68 ± 0,95
Peso relativo de órgãos
Testículo (g/100g) 0,41 ± 0,01 0,40 ± 0,01 0,42 ± 0,01 0,41 ± 0,03
Epidídimo (mg/100g) 151,26 ± 3,86 147,01 ± 6,43 145,70 ± 11,18 145,95 ± 11,12
Próstata ventral (mg/100g) 114,40 ± 9,85 125,70 ± 9,84 124,80 ± 8,74 111,70 ± 9,95
Vesícula seminal cheia (g/100g) 0,26 ± 0,02 0,32 ± 0,03 0,29 ± 0,01 0,25 ± 0,01*
Vesícula seminal vazia (mg/100g) 91,79 ± 3,56 100,80 ± 7,40 102,20 ± 3,51 81,48 ± 3,73**
Rim (g/100g) 0,36 ± 0,01 0,37 ± 0,01 0,35 ± 0,01 0,40 ± 0,01**
Adrenal (mg/100g) 8,20 ± 1,00 6,35 ± 0,59 7,62 ± 0,35 9,14 ± 0,65a
Fígado (g/100g) 3,15 ± 0,12 3,65 ± 0,06** 3,71 ± 0,15 3,94 ± 0,06
Valores expressos como média + EPM. *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001 (Teste t-Student).
a p=0,06
54

Tabela 8 – Contagem espermática – experimento II.


Parâmetros Grupos experimentais
Controle 10 mg/Kg Controle 2 30 mg/Kg
(n=6) (n=8) (n=7) (n=7)
Contagem espermática no testículo
Número de espermátides (x106/testículo) 186,80 + 6,38 180,80 + 8,90 182,70 + 7,72 168,50 + 16,60
Número relativo de espermátides (x106/g/testículo) 133,80 ± 3,19 132,10 ± 3,87 139,80 ± 6,64 134,10 ± 7,23
Produção espermática diária (x106/testículo/dia) 30,79 ± 1,12 29,65 ± 1,46 29,94 ± 1,27 27,62 ± 2,72
Produção espermática diária relativa (x106/g/testículo/dia) 21,93 ± 0,52 21,65 ± 0,64 22,92 ± 1,09 21,98 ± 1,18

Contagem espermática no epidídimo


Cabeça/corpo
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 150,90 ± 11,55 169,20 ± 10,95 166,40 ± 12,42 81,01 ± 9,86***
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 400,60 ± 16,97 473,80 ± 23,55* 557,70 ± 57,43 259,60 ± 27,03***
Tempo trânsito espermático (dias) 4,89 ± 0,29 5,72 ± 0,27a 5,62 ± 0,51 3,02 ± 0,35**
Cauda
Número de espermatozoides (x106/epidídimo) 267,60 ± 23,67 193,30 ± 12,88* 243,80 ± 10,49 220,20 ± 30,73
6
Número relativo de espermatozoides (x10 /g/epidídimo) 386,10 ± 23,12 289,70 ± 15,13** 348,70 ± 17,05 295,80 ± 39,16
Tempo trânsito espermático (dias) 8,71 ± 0,71 6,43 ± 0,28** 8,20 ± 0,39 7,92 ± 0,91
Valores expressos como média + EPM. *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001 (Teste t-Student).
55

Figura 11: Motilidade espermática dos animais do experimento II, expostos à lorcaserina por 30 (A) e 60 (B) dias. Tipo A: espermatozoides móveis
com movimento progressivo. Tipo B: espermatozoides móveis sem movimento progressivo. Tipo C: espermatozoides imóveis. Valores expressos
como mediana e intervalos interquartílicos. *p<0,05 (Teste Mann-Whitney).
56

Tabela 9 - Morfologia espermática – experimento II.


Grupos experimentais
Morfologia espermática Controle 10 mg/Kg Controle 2 30 mg/Kg
Espermatozoides normais (%) 98,0 (95,00-99,25) 97,50 (95,50-98,75) 100,00 (99,00-100,00) 100,00 (99,00-100,00)
Anormalidades de cabeça 0,00 (0,00-0,25) 0,00 (0,00-1,75) 0,00 (0,00-0,00) 0,00 (0,00-1,00)
Anormalidades de cauda 1,50 (0,75-5,00) 2,00 (0,00-2,75) 0,00 (0,00-1,00) 0,00 (0,00-1,00)
Gota citoplasmática (%) 1,00 (0,00-2,25) 1,00 (0,25-4,25) 8,00 (4,00-22,00) 8,00 (2,00-14,00)
Valores expressos como mediana e intervalos interquartílicos (Teste Mann-Whitney).
57

Figura 12: Dosagens hormonais dos animais do experimento II, expostos à lorcaserina por 30 (A) e 60 (B) dias, respectivamente. Valores expressos
como média ± EPM. *p<0,05 (Teste t de Student).
58

Experimento III
Experimento III.1 – Experimentos funcionais de
contração in vitro
A noradrenalina, serotonina e lorcaserina induziram contrações de maneira
concentração-dependente na CE, DDe, DDp e VS. As curvas concentração-resposta in vitro dos
órgãos reprodutores com noradrenalina, serotonina e lorcaserina dos animais do experimento
III estão apresentados nas Figuras 13a e b e os resultados referentes à potência e Emax destes
agonistas nestes órgãos estão apresentados na Tabela 10. A contração à serotonina, agonista
endógeno de alta eficácia dos receptores serotoninérgicos, representou cerca de 42, 45, 24 e
12% da contração máxima à noradrenalina na CE, DDe, DDp e VS, respectivamente. A
lorcaserina induziu contrações de pequena magnitude (de 8 a 41% da Emax da serotonina, 3 a
17% da Emax da noradrenalina dos diferentes tecidos) com potência e resposta máxima
reduzida em comparação aos outros agonistas.
As curvas concentração-resposta in vitro destes mesmos órgãos com serotonina e
SB 242084 estão na Figura 14 e suas potências e Emax estão na Tabela 11. Nota-se que a
presença do SB 242084, não foi capaz de alterar o perfil de contração promovido pela
serotonina na cauda do epidídimo e na vesícula seminal. Entretanto, no ducto deferente, tanto
na parte epididimal, quanto na parte prostática, a incubação do SB 242084 30nM não reduziu a
potência da serotonina.
59

Figura 13a: Curvas concentração-resposta da CE e DDe com noradrenalina, serotonina e lorcaserina in vitro dos animais do experimento III.
60

Figura 13b: Curvas concentração-resposta do DDp e VS com noradrenalina, serotonina e lorcaserina in vitro dos animais do experimento III.
61

Tabela 10 – Resposta máxima e potência dos agonistas nos órgãos reprodutores.


CE DDe DDp VS
Noradrenalina Emax 12,05 ± 1,47 11,91 ± 1,36 9,40 ± 1,47 17,32 ± 2,57
pD2 5,42 ± 0,26 5,73 ± 0,27 5,46 ± 0,36 5,26 ± 0,29

CE DDe DDp VS
5-HT Emax 5,09 ± 0,62 7,51 ± 0,86 2,27 ± 0,43 1,77 ± 0,39
pD2 6,00 ± 0,27 5,66 ± 0,23 6,70 ± 0,53 7,49 ± 0,90

CE DDe DDp VS
Lorcaserina Emax 0,65 ± 0,14 0,90 ± 0,17 1,63 ± 0,35 0,64 ± 0,13
pD2 6,13 ± 0,80 4,03 ± 0,35 3,90 ± 0,32 5,39 ± 0,83
Valores expressos como média ± EPM.

Tabela 11 – Resposta máxima e potência da 5-HT na presença e ausência do SB 242084.


CE DDe DDp VS
5-HT Emax 60,95 ± 6,56 51,23 ± 2,92 9,84 ± 1,59 21,72 ± 4,51
pD2 5,95 ± 0,27 6,07 ± 0,15 5,99 ± 0,42 5,03 ± 0,39

CE DDe DDp VS
5-HT + SB 242084 3nM Emax NA 43,45 ± 2,16 8,30 ± 1,43 NA
pD2 NA 6,40 ± 0,15 5,76 ± 0,41 NA

CE DDe DDp VS
5-HT + SB 242084 30nM Emax 77,22 ± 4,69 50,11 ± 9,46 9,51 ± 1,36 15,72 ± 1,67
pD2 6,02 ± 0,16 5,70 ± 0,46 5,54 ± 0,30 5,03 ± 0,17
Valores expressos como média ± EPM. NA: Não avaliado.
62

Figura 14: Curvas concentração-resposta dos órgãos reprodutores com serotonina na presença
do SB 242084.

As curvas frequência-resposta da CE, DDe, DDp e VS a estímulo de campo elétrico


in vitro dos animais do experimento III estão apresentados na Figura 15. Observa-se que a
presença de lorcaserina não afetou as contrações neurogênicas destes órgãos produzidas pela
liberação dos agonistas endógenos.
63

Figura 15: Curvas concentração-resposta da CE, DDe, DDp e VS para determinar a resposta a estímulo de campo elétrico in vitro dos animais do
experimento III.
64

Experimento III.2 – Ejaculação em modelo


experimental anestesiado

Os resultados referentes à ejaculação dos animais no modelo anestesiado estão


apresentados nas Figuras 16 e 17. Nota-se que durante o período de estabilização e após a
administração de salina ou 0,1 mg/Kg de lorcaserina não há alterações da pressão da VS, tensão
do DD e atividade elétrica do BSP. Contudo, os animais expostos à 0,3, 0,6 e 1,0 mg/Kg de
lorcaserina apresentaram reflexos compostos por contração ordenada do DD, VS e BSP, os
quais culminaram em expulsão do conteúdo da uretra contendo espermatozoides e sêmen
coagulado, caracterizando uma ejaculação verdadeira. O aumento no número de ejaculações e
a diminuição na latência até a primeira ejaculação, foram dose-dependente. Além disso, na
presença do antagonista SB 242084, o aparecimento dos reflexos foi prevenido.
65

Figura 16: Fotos dos registros da atividade da VS, DD e BSP dos animais do experimento III, no modelo anestesiado, e do sêmen e plug seminal
coletados após ejaculação (G). Setas inteiras indicam ejaculação; cabeças de seta indicam a administração de lorcaserina; circunferência indica a
administração do SB 242084; *: emissão seminal; # expulsão.
66

Figura 17: Número de ejaculações (A) e latência até a primeira ejaculação (B) dos animais do
experimento III, no modelo anestesiado. Valores expressos como média ± EPM (ANOVA
seguido por teste de Tukey) *p<0,05.

Experimento III.3 – Ejaculação em ratos não


anestesiados e sexualmente inexperientes
O penile grooming e a ambulação dos animais do experimento III estão
apresentados na Figura 18. Observa-se que o tratamento com lorcaserina caracterizou um efeito
dose dependente, no qual aumentou o número de penile groomings e afetou a ambulação,
diminuindo a exploração pela caixa. Quando tratados em conjunto com o antagonista SB
242084, estes resultados foram revertidos, aproximando-se ao controle.
67

Figura 18: Penile grooming (A e B) e ambulação (C) dos animais do experimento III. Valores expressos como média ± EPM (ANOVA seguido
por teste de Tukey) *p<0,05.
68

Experimento III.4 – Ejaculação in copula de ratos


sexualmente experientes

A ambulação dos animais sexualmente experientes do experimento III está


apresentada na Figura 19. Nota-se que o tratamento com lorcaserina reduziu de maneira dose-
dependente a ambulação destes animais durante a cópula. Este efeito foi prevenido pela
administração de SB 242084.

Figura 19: Ambulação dos animais sexualmente experientes do experimento III. Valores
expressos como média ± EPM (ANOVA seguido por teste de Tukey) *p<0,05.

Os resultados referentes ao comportamento sexual dos animais do experimento III


estão apresentados na Tabela 12. A lorcaserina nas doses de 4 e 10mg/Kg reduziu o número de
intromissões necessárias para a primeira/segunda ejaculação, evidenciando uma diminuição do
limiar ejaculatório. O efeito pró-ejaculatório da lorcaserina foi observado em ratos dos
diferentes perfis ejaculatórios (Figura 20). Além disso, na dose de 10 mg/Kg, a lorcaserina
aumentou a latência para a primeira monta/intromissão. O tratamento com lorcaserina não
afetou o número de ejaculações em 30 minutos (Veículo: 2,14 ± 0,31; 1 mg/Kg: 1,90 ± 0,41; 4
mg/Kg: 1,70 ± 0,50; 10 mg/Kg 2,19 ± 0,38; SB: 2,00 ± 0,33; SB+L4,0: 2,64 ± 0,47; p>0,05
ANOVA). Todos os efeitos da lorcaserina na cópula foram prevenidos pelo antagonista SB
242084.
69

Figura 20: Efeitos do veículo ou da lorcaserina no número de intromissões da primeira série


ejaculatória de acordo com o perfil ejaculatório. Circunferências vazias indicam desempenho
no último treinamento; circunferências cheias indicam desempenho no primeiro tratamento
com veículo ou 10 mg/Kg de lorcaserina, respectivamente.
70

Tabela 12- Comportamento sexual – experimento III.


PRIMEIRA EJACULAÇÃO
Lorcaserina (mg/kg)
Veículo 1,0 4,0 10 SB& Lor 4,0 + SB@
LMI (s) 14,3 ± 2,4 15,7 ± 2,2 20,6 ± 2,8 29,9 ± 4,7* 11,5 ± 2,4 18,4 ± 7,0
NI (s) 11,2 ± 1,2 8,6 ± 1,1 5,0 ± 0,7* 6,1± 0,7* 12,0 ± 1,0 10,9 ± 1,5
LE (s) 424,1 ± 52,4 359,4 ± 60,3 410,4 ± 116,7 391,0 ± 50,5 662,6 ± 126,0 469,1 ± 101,0

SEGUNDA EJACULAÇÃO
Lorcaserina (mg/kg)
Veículo 1,0 4,0 10 SB& Lor 4,0+ SB@
LMI (s) 235,8 ± 13,2 275,5 ± 10,0 289,9 ± 17,0 275,6 ± 13,9 235,8 ± 14,3 274,8 ± 11,2
NI (s) 5,4 ± 0,3 4,3 ± 0,5 3,3 ± 0,4* 3,6 ± 0,5* 5,1 ± 0,7 5,4 ± 0,2
LE (s) 223,9 ± 51,1 320,1 ± 84,6 249,0 ± 52,7 192,7 ± 47,1 233,7 ± 44,0 142,0 ± 28,5

LMI: latência para a primeira monta ou intromissão; NI: número de intromissões necessárias para a primeira/segunda
ejaculação; LE: latência até a ejaculação.
& SB 242084 0,3 mg/kg; @Lorcaserina 4,0 mg/kg + SB 242084 0,3 mg/kg.
Valores expressos como média ± EPM de 10-15 animais/grupo. *p<0.05 (ANOVA+Newman-Keuls versus grupo Veículo).
71

Discussão
A obesidade, um dos principais fatores de risco para morte, apresenta um
crescimento alarmante em sua frequência a cada ano e atinge todas as faixas etárias,
independentemente do país de origem. Essa doença possui grave impacto econômico e social,
além de estar relacionada a outras importantes enfermidades, como câncer e doenças
cardiovasculares. (Kakkar & Dahiya, 2015; Patel, 2015; Nooijen et al., 2016; Kumar & Kelly,
2017)
Diante desse cenário e da ineficácia de outros tratamentos como a mudança de
hábitos e cirurgia bariátrica, diversos medicamentos anorexígenos de ação neural foram
aprovados nas últimas décadas a fim de conter o avanço e consequências da obesidade. (Kakkar
& Dahiya, 2015; Patel, 2015; Christopher et al., 2016). Contudo, vários apresentaram uma série
de graves efeitos adversos, inclusive no sistema reprodutor, e alguns tiveram sua
comercialização proibida. (Nojimoto et al., 2009; Bellentani et al., 2011; Borges et al., 2013;
Vieira et al., 2013; Ramos et al., 2016; Santos et al., 2016; Ayala et al., 2018)
Frente a urgente necessidade de novos medicamentos para controle da obesidade, a
lorcaserina, um fármaco agonista do 5-HT2C, foi liberada recentemente. Devido a sua
seletividade, a indústria farmacêutica reforça seu potencial na perda de peso e destaca que os
danos, comparados aos dos fármacos não-seletivos utilizados anteriormente, são menores.
(Kakkar & Dahiya, 2015; Patel, 2015; Christopher et al., 2016; Greenway et al., 2016;
Weissman et al., 2017). Dessa forma, são necessários estudos para investigar os efeitos adversos
dessa droga, especialmente no sistema reprodutor.
Visto que a literatura não apresentava nenhum trabalho relacionado com o tema, foi
realizado um projeto piloto para estudo de dose/resposta da droga, no qual os animais foram
expostos à lorcaserina por 14 dias em diferentes fases do fotoperíodo. Esta decisão foi tomada
a partir da descrição de Jackson e colaboradores (1997) de que a maior parte da ingestão
alimentar dos animais ocorre durante o período escuro.
Os animais tratados com a maior dose, de 10 mg/Kg/dia, apresentaram uma
diminuição no ganho de peso corpóreo no ciclo claro. Por outro lado, no ciclo escuro, houve
uma aceleração no tempo de trânsito dos espermatozoides na região da cabeça/corpo do
epidídimo. Embora várias análises tenham sido realizadas com estes animais e o material
72

coletado, acreditamos que a ausência de efeito, benéfico ou prejudicial, justifica-se pelas baixas
doses de tratamento e curto período de exposição à lorcaserina.
Diante dos resultados mais expressivos no ciclo claro, especialmente relacionados
ao peso corpóreo, e da farmacocinética do medicamento, o qual possui meia vida plasmática de
11 horas e pode ser administrado independentemente dos alimentos, (Christopher et al., 2016),
optamos por realizar o experimento no ciclo claro. Além disso, resultados publicados por
Abdel-Latif e colaboradores (2017) que demonstraram que o tratamento com lorcaserina em
ratas fêmeas em diferentes doses (5, 10 e 30 mg/Kg) causou alterações no ciclo estral, na
histologia ovariana e uterina e nos níveis hormonais, auxiliaram na determinação das doses que
foram utilizadas no experimento. Portanto, o delineamento experimental envolveu uma
exposição aguda de 30 dias à uma alta dose do fármaco (30 mg/Kg), e uma exposição crônica,
de 60 dias, abrangendo toda a espermatogênese, à uma dose baixa efetiva do fármaco.
Nossos resultados demonstraram que o tratamento com lorcaserina por 30 dias
promoveu diminuição do ganho de peso corpóreo e também a redução do consumo de ração.
Tais efeitos estão possivelmente relacionados à ação anorexígena do fármaco, que atua
regulando o balanço energético e a saciedade. (Patel, 2015; Christopher et al., 2016). Entretanto,
não houve diferença significativa nesses parâmetros no tratamento crônico por 60 dias. Abdel-
Latif e colaboradores (2017) também não observaram diferença entre os grupos controle e
tratado com diferentes doses de lorcaserina na variação percentual do peso corporal. Esse
bloqueio na perda de peso pode estar associado à dessensibilização do receptor 5-HT2c. Os
receptores serotoninérgicos são acoplados à proteína G e a dessensibilização atua como um
importante mecanismo celular que modula o funcionamento destes. Ou seja, apesar da presença
contínua do agonista, a intensidade da resposta celular diminui com o tempo. (Cheng et al.
2016; Gergs et al., 2017)
Sabe-se que um importante indicativo de efeito tóxico no sistema reprodutor é a
alteração do peso dos órgãos reprodutores. (Clegg et al., 2001). Os animais tratados com 30
mg/Kg de lorcaserina apresentaram diminuição do peso absoluto e relativo da vesícula seminal
cheia e vazia. Essas observações estão possivelmente relacionadas à ação do receptor 5-HT2c
na ejaculação, uma vez que a vesícula seminal é uma das principais responsáveis pela produção
da parte líquida do sêmen. (Stafford et al., 2006; Yonezawa et al., 2008; Kierszenbaum, 2016).
A ativação desses receptores pelo medicamento aumentou o número de emissões seminais e/ou
ejaculações e pode ter impactado drasticamente a atividade desse órgão, causando a
modificação em seu peso. É importante ressaltar que as emissões seminais estão envolvidas não
só no comportamento sexual, mas também no penile grooming, que acontece na ausência da
73

fêmea. Neste mesmo grupo também foi possível observar um aumento no peso relativo do rim
e da adrenal. Tais resultados indicam que, mesmo com a diminuição do peso corpóreo, esses
órgãos mantiveram-se intactos e em funcionamento adequado. Em contrapartida, o grupo
tratado com 10 mg/Kg de lorcaserina apresentou aumento no peso absoluto e relativo do fígado,
órgão responsável pela metabolização do fármaco, (Christopher et al., 2016), indicando uma
possível toxicidade. Neste mesmo grupo, o peso relativo da adrenal evidenciou uma diminuição
mascarada pelo peso corpóreo no peso absoluto desse órgão.
O estudo de parâmetros espermáticos, como motilidade, morfologia e contagem
fornece informações sobre a toxicidade de um composto químico sobre o sistema reprodutor,
bem como sobre a fertilidade. (Seed et al., 1996). A exposição aguda e crônica à lorcaserina
não provocou alterações na morfologia e contagem espermática no testículo. Entretanto, ambas
exposições causaram danos à motilidade espermática e alterações na contagem espermática no
epidídimo. O aumento da porcentagem de espermatozoides imóveis e móveis com movimento
não-progressivo e diminuição de espermatozoides móveis com movimento progressivo
evidenciam um transtorno durante o processo de maturação espermática que ocorre durante a
passagem dos espermatozoides pelo epidídimo. O número de espermatozoides absoluto e
relativo diminuídos na região de cabeça/corpo no tratamento de 30 dias e região da cauda na
exposição de 60 dias também indicam que a função de estoque foi prejudicada. Visto que houve
uma aceleração do trânsito espermático na região de cabeça/corpo no tratamento de 30 dias e
região da cauda na exposição de 60 dias, podemos inferir que os gametas masculinos não
tiveram tempo suficiente no órgão para adquirir suas características férteis, impactando a
motilidade, bem como para configurar uma reserva espermática.
As gonadotrofinas são hormônios produzidos pela hipófise anterior que atuam nas
gônadas e possuem função essencial na reprodução, especialmente na gametogênese e produção
de hormônios esteroides. (Gilbert et al., 2018). A testosterona, que é fundamental para
espermatogênese, é um hormônio esteroide produzido pelas células de Leydig no testículo e
sua produção é regulada pelo hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante
(LH). Um dos mecanismos de controle da síntese e liberação de testosterona é realizado pelo
LH, através da indução da liberação de 5-HT das células de Leydig por meio de uma via
dependente de AMPc, que promove a secreção do fator liberador de corticotropina, o qual inibe
a produção de andrógenos nas células de Leydig. (Jiménez-Trejo et al., 2012). Alterações nos
níveis de secreção desses hormônios estão relacionadas à danos no sistema reprodutor
masculino e fertilidade. (Yu et al., 2018). Neste protocolo experimental o tratamento com
lorcaserina em ambas exposições não impactou a secreção de FSH e LH. Contudo, na exposição
74

crônica à 10 mg/Kg de lorcaserina, houve um aumento na concentração plasmática e


intratesticular de testosterona. Como comentado anteriormente, é possível que a
dessensibilização do receptor 5-HT2c esteja associada a perda de controle da síntese de
testosterona, a qual acarretou em um aumento exacerbado da concentração deste esteroide no
sangue e nos testículos, de maneira independente das gonadotrofinas.
A lorcaserina induziu ou facilitou a ejaculação em diferentes modelos
experimentais. Em ratos anestesiados, a administração de lorcaserina nas doses de 0,3, 0,6 e 1,0
mg/Kg, intravenosa, induziu ejaculações verdadeiras, as quais resultaram em expulsão de
sêmen e foram dependentes da ativação do 5-HT2C. Cabe ressaltar que as ejaculações foram
induzidas na ausência de estímulos químicos ou sensoriais, demonstrando um papel crucial do
5-HT2C no controle fisiológico da ejaculação. Nossos resultados são semelhantes aos de
Stafford e colaboradores (2006b) que constataram que o Ro 600175, um agonista do receptor
5-HT2C, foi capaz de induzir respostas rítmicas do ducto deferente, semelhantes a ejaculação,
em ratos machos anestesiados. Entretanto, é importante destacar que o efeito pró-ejaculatório
da lorcaserina foi superior ao do Ro 600175 e ao menos três hipóteses podem explicar a
diferença entre os dois agonistas: diferença na potência indutora de ejaculação, diferença na
eficácia na ativação do 5-HT2C e seletividade de ação em relação a outros receptores.
Visto que não existem outros trabalhos que investiguem os efeitos do Ro 600175
na ejaculação, não somos capazes de discutir acerca da adequação do intervalo de dose utilizado
por Stafford e colaboradores (2006b); ainda assim, esse intervalo de dose foi suficiente para
observação do efeito máximo do Ro 600175 na indução da ereção peniana in vivo em ratos.
(Martin et al.,1998).
O efeito de agonistas é dependente em parte de características próprias da droga,
como sua afinidade e eficácia, bem como de características celulares, por exemplo o nível de
expressão de receptor, que afetam a capacidade de amplificação do estímulo gerado pela
ativação do receptor e consequentemente a magnitude de resposta farmacológica (Kenakin &
Beek, 1980; Kenakin, 1984). Neste contexto, o único trabalho que comparou a ativação dos 5-
HT2C pelo Ro 600175 e lorcaserina em um mesmo cenário celular e, portanto, livre de
diferenças na eficiência de amplificação do estímulo, reporta apenas os valores de potência
farmacológica dos dois fármacos, inviabilizando a comparação direta de suas eficácias (Smith
et al., 2007).
A seletividade dos fármacos em relação aos diferentes receptores 5-HT2 pode
influenciar a magnitude do efeito pró-ejaculatório entre estes agonistas. A lorcaserina e o Ro
600175 diferem em suas estruturas químicas sendo a primeira um derivado benzodiazepínico e
75

o segundo um derivado indólico semelhante à estrutura química da serotonina, o agonista


endógeno. Em estudo em ratos não anestesiados, Yonezawa e colaboradores (2007)
demonstraram o efeito antagônico dos receptores 5-HT2B e 5-HT2C na ejaculação. Sabe-se que
o Ro 600175 é uma agonista 5-HT2B/C pois apresenta afinidades e eficácias semelhantes nestes
receptores (Porter et al., 1999). Em contrapartida, a lorcaserina apresenta maior afinidade e
eficácia no 5-HT2C (Thomsen et al., 2008). Dessa forma, podemos inferir que o menor efeito
pró-ejaculatório do Ro 600175 esteja associado com a ativação concomitante dos 5-HT2B/C.
Em consonância com os resultados obtidos nos animais anestesiados, a lorcaserina
induziu de maneira dose dependente ejaculação em ratos não anestesiados, sexualmente
inexperientes e fora do contexto copulatório. Estes resultados corroboram os descritos por
Yonezawa e colaboradores (2007), os quais demonstraram que o m-CPP induz penile grooming
e ejaculação, através da ativação do 5-HT2C. Embora a elevação dos níveis cerebrais de
dopamina frente a um estímulo sexual seja considerado um fator fundamental para a
organização dos eventos neurofisiológicos envolvidos na ejaculação (Dominguez & Hull,
2005), a lorcaserina foi capaz de induzir ejaculações completas nestes animais inexperientes e
fora do contexto copulatório, nos quais este tônus não estava presente. Estes resultados são
corroborados pela constatação de que a ejaculação induzida por um agente dopaminérgico, a
apomorfina, em animais anestesiados não é afetada pelo antagonismo do 5-HT2C (Stafford &
Coote, 2006a), sugerindo, portanto, a existência de uma via serotoninérgica paralela e
independente capaz de induzir ejaculação. Essa facilitação no processo ejaculatório também foi
observada na análise de comportamento sexual, na qual houve uma redução do limiar
ejaculatório. Durante esta análise com animais sexualmente experientes e com estímulos
ambientais e biológicos, podemos identificar um aperfeiçoamento da eficiência da cópula
resultante de um possível sinergismo entre a dopamina endógena e a ativação dos receptores 5-
HT2C pela lorcaserina. É curioso notar que a facilitação da ejaculação pela lorcaserina não foi
acompanhada da redução da latência ejaculatória, um efeito que pode estar relacionado a um
aumento dos intervalos interintromissão resultantes da redução significativa da ambulação dos
animais, induzida pela ativação do 5-HT2C (Halberstadt et al., 2009; Rezvani et al., 2014;
Browne et al., 2017). Também é possível relacionar estes efeitos locomotores a um possível
efeito hedônico da lorcaserina.
Uma vez que a lorcaserina não interfere na contratilidade da musculatura lisa dos
órgãos reprodutores, é possível concluir que os efeitos da lorcaserina na ejaculação não
envolvem mecanismos periféricos.
76

Estes dados contribuem com a hipótese de uma ação pró-ejaculatória dos receptores
5-HT2C na medula espinal lombossacral, sugerindo a existência de uma via excitatória 5-HT
descendente, além da via inibitória massivamente descrita, emergindo como um novo alvo
farmacológico e de estudo para mecanismos ejaculatórios. Ainda, a facilitação da ejaculação
em ratos sluggish, os quais constituem um modelo experimental para ejaculação retardada
(Pattij et al., 2005), fornecem uma nova perspectiva de aplicação da lorcaserina, um fármaco
de uso clínico com segurança comprovada, no tratamento de ejaculação retardada para o qual
não há terapêutica farmacológica efetiva (Gray et al., 2018). Neste contexto, a recente descrição
da estrutura dos 5-HT2C e 5-HT2B fornece ferramentas importantes para a síntese racional de
novos fármacos com melhor seletividade e, possivelmente, maior segurança cardiovascular
(Peng et al., 2018; McCorvy, et al., 2018).
Ademais, é válido destacar que embora os efeitos pró-ejaculatórios da lorcaserina
foram relevantes em todos os modelos experimentais, não há relatos de facilitação da ejaculação
nos ensaios clínicos do fármaco. Isso deve-se, provavelmente, a abordagem inespecífica do
tema nos questionários utilizados.
77

Conclusão
Assim, podemos concluir que a exposição de ratos à lorcaserina, além de apresentar
efeitos no ganho de peso e ingestão de ração, causou impacto direto sobre o comportamento
sexual masculino, uma vez que sua utilização pode estar associada a facilitação ejaculatória. É
válido destacar que essa ação pró-ejaculatória em diferentes modelos experimentais está
intimamente relacionada ao receptor 5-HT2C e pode estar associada aos efeitos negativos deste
medicamento no sistema reprodutor masculino, evidenciados pela diminuição no peso da
vesícula seminal, aceleração no tempo de trânsito espermático no epidídimo e prejuízo no
processo de maturação espermática. Ademais, a ausência de influência sobre a contratilidade
da musculatura lisa dos órgãos reprodutores indica que o mecanismo de ação da lorcaserina na
ejaculação não envolve mecanismos periféricos. Por fim, diante da facilitação ejaculatória e dos
danos à dinâmica espermática promovidos por este fármaco, é importante investigar os efeitos
da lorcaserina na fertilidade masculina. Este trabalho contribui para a caracterização dos efeitos
da lorcaserina no sistema reprodutor masculino, para avanços na compreensão da
neurofisiologia e farmacologia da ejaculação, bem como fornece uma nova perspectiva de
tratamento para homens com ejaculação retardada.
78

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Apêndices
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Figura 1: Evolução do desempenho dos animais durante os treinamentos de aquisição de experiência sexual. LMI: latência para a primeira monta
ou intromissão; NM: número de montas; NI: número de intromissões necessárias para a primeira/segunda ejaculação; LE: latência até a ejaculação;
PR: período refratário.
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Anexos
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