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2023-10-02T12:00:00-03:00 Arthur Pazin

Dulce Maria: a última rebelde

Do palco, hinos de liberdade e rebeldia levantam multidões em estádios


lotados. A turnê global, esgotadíssima, precisou ser estendida no Brasil
após a demanda de fãs, desesperados entre páginas de venda e longas
filas por bilheterias como a do estádio do Pacaembu, em São Paulo. A
comoção é legítima - e repete o feito de fenômenos como U2 ou
Coldplay. Dessa vez, porém, cantando em bom espanhol latino: o RBD
está de volta para um último ato.

+++ LEIA MAIS: RBD inicia 'Soy Rebelde Tour' nos Estados Unidos;
confira setlist

Quando as luzes do Engenhão, no Rio de Janeiro, se acenderem no


próximo dia 9 de novembro, o RBD encerrará um hiato de seis anos
desde a última passagem de Dulce Maria, Anahí, Christian Chávez,
Christopher von Uckermann e Maite Perroni pelo Brasil - Alfonso
Herrera, o sexto integrante, não aderiu à turnê de 2023. Depois da
estreia, a banda parte para outras sete apresentações pelo país onde o
fenômeno de quase duas décadas reverbera forte até hoje.

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Dulce Maria: capa digital da Rolling Stone Brasil (foto por Uriel Santana
@urielsantanafoto, arte por Felipe Fiuza @felipepontofiuza)

“Brasil é como uma casa, uma família, é algo muito intenso”, afirma
Dulce Maria, capa digital da Rolling Stone Brasil em outubro. Tão
intenso, de fato, é o público do país, que fez o grupo dobrar as datas de
apresentações por aqui, de quatro para oito shows - uma "semi
residência", que repete casos emblemáticos como a catártica passagem
de Taylor Swift por aqui, também em novembro de 2023.

“Sei que as pessoas esperariam que estivéssemos um ano


inteiro em cada canto do Brasil, mas é muito difícil. Só de
conseguirmos dobrar a logística para fazer a turnê de quatro
meses e encaixar em nossas vidas...”, reflete a cantora, que
garante: “Sempre tem uma bandeira [do país] em todo
show”.

Entre a nostalgia e a despedida


Fenômeno global nos anos 2000, Rebelde estreou como uma novela,
exibida no México entre 2004 e 2006 e no Brasil entre 2005 e 2006 - e
reprisada atualmente pelo SBT. A primeira vez que o RBD veio ao país
foi no início de 2006, quando a banda já começava a estourar por aqui
em decorrência do folhetim. Naquele ano, Nuestro Amor, o segundo
álbum do grupo, ficaria entre os 20 mais vendidos no país.

Mais de 15 anos depois, porém, o sucesso da turnê de retorno grupo


superou expectativas - ao todo, foram 1,5 milhão de ingressos vendidos
por quatro países, apenas nas primeiras 24 horas, batendo a marca
atingida pela própria banda nos shows realizados de 2005 a 2008,
segundo a Live Nation.
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Para Dulce Maria, é um reflexo de um retorno das pessoas aos


fenômenos da indústria nos anos 2000: “O pop não morreu”, reflete. O
momento, para ela, seria um "oásis" em meio à cena, marcada pela
Além dessa "sede de nostalgia", o sucesso da Soy Rebelde Tour 2023
pelo Brasil parece ter a ver também com um "prazo final", anunciado
pelo grupo.

“A intenção é encerrar um ciclo e dar esse último adeus ao


público. Isso é o que planejamos agora e sempre. Amo fazer
música, adoro escrever, adoro comunicar e ver como a
música ultrapassa fronteiras e ideologias”, explica Dulce.

A cantora conta que existe um acordo vigente até dia 21 de dezembro,


quando acontecerá o último show da turnê, no Estadio Azteca, na
Cidade do México. Diante do contrato, a estrela afirma estar ciente de
que este é o projeto e que vai durar muito pouco porque cada um possui
seu projeto profissional e também pessoal - ela própria, hoje às voltas
com a maternidade recente de Maria Paula, de dois anos.

“É muito complicado criar toda a logística para que isto seja


possível. Realmente, todos estamos fazendo um grande
esforço para fazer acontecer. Então eu tento aproveitar,
valorizar e levar no coração cada momento, cada cena e
obviamente temos expectativa de entregar todo o amor e
devolver tudo que nos deram: toda a gratidão por tudo que
nos apoiaram”.
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Dulce Maria, de Guns 'N Roses a Marília Mendonça


Para a turnê que marca o encerramento de um ciclo, Dulce Maria
resgatou um de seus símbolos que mais a aproxima do grupo: o cabelo
vermelho, ícone da personagem Roberta Pardo, da novela Rebelde. No
palco, os cinco integrantes flertam com o passado da banda, em uma
set list de 24 músicas, que incluem interlúdios, como o de Dulce antes
da canção "No Pares".

“No pares”, aliás, é um dos pontos altos do show - a música do RBD


escrita por Lynda Thomas e interpretada por Dulce no álbum Live in
Hollwood, em 2006, conquistou prêmios e consagrou a voz de da
cantora entre os fãs:

“Essa euforia que voltou a nascer parece até mais forte do


que antes. Quando eu paro no palco e volto a cantar ‘No
Pares’ depois de 15 anos sem fazer isso junto ao RBD eu me
dou conta do amor tão grande da geração Rebelde e de novas
gerações que estão se unindo”, afirma.
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Para ela mesma, a turnê é uma chance de mostrar aos fãs de todas as
Américas também a sua própria evolução como cantora - que começa
ainda na infância, entre influências de Guns N’ Roses e Metallica, e
2021, ela gravou ao lado de Kevin O Chris o hit "Ela tá movimentando",
que viralizou no TikTok em meio à pandemia.

“Tive a grande honra e o prazer de cantar com Kevin o Chris.


É uma loucura e eu adoro que estejam funcionando as
músicas colombianas, mexicanas, brasileira, de muitos
estilos."

No mesmo ano, Dulce gravou uma música ao lado de Marília


Mendonça, lançada em dezembro, um mês após a morte da brasileira.
Intitulada "Amigos con Derechos", a canção foi uma parceria que
acabou virando homenagem, uma vez que a sertaneja era fã da estrela
latina.

“Ter cantado com ela pra mim foi uma honra, ter conhecido
ela, ainda que sem conhecê-la fisicamente, conhecer sua
história, cantar em espanhol com ela.”

Por ora, Dulce Maria tem focado suas inspirações nas composições de
canções, onde ela precisa além de escrever, fazer caber em uma música,
em uma melodia. Durante a entrevista, ela conta sobre a criação de uma
música muito importante para esta turnê, chamada "Gracias".

“É uma maneira de fechar este ciclo. É claro que ‘Gracias’ pode ser
interpretada de muitas formas, mas me emociona muito porque me
conecta de uma maneira diferente com as experiências da vida, com o
que cresci, com o que vivi e outras coisas que gostaria de dizer”,
adianta a cantora, que conclui o bate-papo garantindo que “ainda há
algo de amor” entre todos os integrantes. “Mais do que nunca, eu
acredito”, finaliza.
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Fotógrafo: Uriel Santana @urielsantanafoto


Make Up: Vicente Montoya @chentechapitas
A i t t M k M t M t @ t t
Hair: Geraldo Maldonado @lilttle_lee
Stylist: Roberto Coss @robertocoss
Arte Capa: Felipe Fiuza @felipepontofiuza
Produção Executiva: Ariel Quirino
Assessoria de imprensa: Ariel Quirino @arielquirino / AriPrensa
@ariprensaoficial
Look preto: ARTEMISI @artemisigallery

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