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Maria Rita
Biografia
Vida Pessoal
Filha mais nova de Elis Regina e César Camargo Mariano, Maria Rita sofreu com muita
exposição tanto pela prolífica e aclamada carreira musical dos pais quanto pela perda da
mãe aos quatro anos de idade. Maria Rita foi constantemente bombardeada com a
cobrança das pessoas de que cantasse, ao que ela revidava, rebeldemente, com
negativas, apesar de ser esse, também, seu desejo. Chegou a ser backing vocal de uma
banda do irmão, Pedro Mariano, aos 13 anos, mas a ideia de embarcar numa carreira
musical ainda lhe parecia amedrontadora, pela grande proporção que tinha o nome de sua
mãe. Entre 1993 e 1994, por 10 meses, fez estágio na revista Capricho e, quase em
seguida, com 16 anos, teve de sair do Brasil, pois seu pai precisou viajar a trabalho para
os Estados Unidos e, como Maria Rita era menor de idade, teve de ir junto. A expectativa
era de ficar até os 18 anos, o que não aconteceu, e acabou por estender a temporada.
Queria cursar Jornalismo em Nova Iorque, mas, pela falta de vaga, acabou optando
por Comunicação Social na Universidade de Nova York, com a esperança de se transferir
para a formação antes desejada, já que ambos os cursos têm o primeiro período de igual
conteúdo. Ganhou bolsa de estudos por boas notas e, anos depois, estava formada,
também, em Estudos Latino-Americanos. Foi nessa época que estagiou na gravadora com
a qual, mais tarde, assinaria contrato, a Warner Music, no departamento de divulgação.
Durante o período da faculdade, Maria Rita tinha sua voz admirada pelos amigos de
universidade, e chegou a participar, por insistência deles, de um show de calouros, do qual
saiu vitoriosa, cantando, a cappella, uma canção gravada por sua mãe, "Velha Roupa
Colorida" de Belchior. Segundo Maria Rita, a estadia nos Estados Unidos, onde sua família
não era famosa, permitiu a busca de conquistas próprias, e a segurança de que precisava
para voltar ao Brasil e se tornar, enfim, cantora.
Carreira
Quando voltou ao Brasil, Maria Rita foi produtora musical do irmão Pedro Mariano. Em
suas palavras, a partir desse momento, sentia-se "no lugar certo fazendo a coisa errada",
e, em pouco tempo, adquiriu a certeza da necessidade de cantar. Maria Rita começou a
cantar profissionalmente aos 24 anos. Não acha que foi tarde. Em suas palavras: "Sempre
quis cantar. Mas a questão não era querer. Era por quê. Não gosto de fazer nada sem ter
um porquê. O motivo passou a existir quando percebi que ficaria louca se não cantasse".
O início de tudo se deu com apresentações em parceria com o músico Chico Pinheiro e a
cantora Luciana Alves, e, mais tarde, lançou um show solo, intitulado "Jeans e Camiseta".
Também foi apadrinhada por Milton Nascimento, que a convidou para participar de seu
disco Pietá e de algumas apresentações. Logo Maria Rita atraiu a atenção da indústria da
música, sendo cortejada por várias gravadoras, e foi vencedora do Troféu APCA de 2002
como Artista Revelação. No ano seguinte, assinou com a gravadora Warner Music Brasil e
seu primeiro disco começou a ser produzido.
O aprendizado, para Maria Rita, se deu de maneira instintiva e informal. Segundo ela,
quando era jovem, pediu ao pai que lhe ensinasse a tocar piano. Diante de uma negativa,
perguntou se o problema era ele não ter tempo, ao que o pai lhe respondeu que, se a
questão fosse tempo, o conseguiria. O problema é que ele "aprendera sozinho" e não teria
o que lhe passar. Maria Rita seguiu trilha parecida. Sem uma instrução musical formal,
simplesmente subia no palco e soltava a voz. Apesar disso, a cantora, mais tarde, já
profissional, tomou aulas de canto, para aperfeiçoar sua técnica e respiração, além de
"não deixar o instrumento [a voz] perecer antes do previsto". Seu registro vocal é definido
como contralto, diferente de sua mãe, que era meio-soprano.
Maria Rita explorou sua proximidade com o gênero no seu terceiro CD, Samba Meu,
produzido por Leandro Sapucahy e pela própria, com arranjos de Jota Moraes. O primeiro
single foi "Tá Perdoado", composição de Arlindo Cruz e Franco. Em abril do ano seguinte,
o álbum recebeu Disco de Platina por mais de 190 mil cópias vendidas, colocando o álbum
entre os 10 mais vendidos do país naquele ano. Novamente Maria Rita levou o Grammy
Latino de Melhor Álbum de Samba, e também o prêmio de Melhor CD no 15º Prêmio
Multishow de Música Brasileira.
Elo (2011)
Praticamente em seguida ao encerramento da turnê anterior, um convite para uma
minitemporada na Europa fez com que Maria Rita montasse um novo show, sem nome,
com um repertório para piano-baixo-bateria-voz, de músicas que desejava cantar. A
saudade dos palcos a fez esquecer as férias e executar pequenas apresentações desse
show no Brasil. Porém, o espetáculo ganhou tamanha proporção e demanda do público
que, juntamente com o fato de que tinha, por contrato, ainda um disco para cumprir com a
gravadora, o repertório tornou-se o quarto álbum de sua carreira.
"Viva Elis" / "Redescobrir" (2012)
Em 2012, quando se completou 30 anos da morte de sua mãe, Elis Regina, a cantora fez
uma série de homenagens com o espetáculo "Viva Elis", patrocinado pela empresa de
cosméticos Nivea. A ideia inicial do projeto, encabeçado pelo seu irmão João Marcelo
Bôscoli, foi fazer 5 shows gratuitos em praça pública, em 5 cidades diferentes do Brasil,
contando com grandes canções do repertório de Elis. Os shows reuniram um público de
cerca de meio milhão de pessoas por Rio, São Paulo, Porto Alegre, Recife e Belo
Horizonte. Logo após os shows, a cantora anunciou oficialmente seu desligamento da
gravadora Warner e assinou contrato com a Universal Music Brasil.
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...