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Estudo de caso extraido da dissertacao de Mestrado do Arquiteto Benedito Abbud apresentada na FAUUSP. © Zoneamento e o Plano de Massas do pavimento de uso Comum de Edificio Residencial Multifamiliar_em Higiendpolis_ - Sao Paulo INTRODUGAO Mas ultimas décadas, o bairro de Higiendpolis (S40 Paulo — Capital) sofreu um intenso proceso de verticalizacdo. Das mansées situadas em grandes lotes que caracterizavam o bairro jardim, hoje restam poucas testemunhas. Agora, a nova paisagem constituida pela seqiiéncia de edificios de apartamentos residenciais de alto padrao. Arua Bahia, onde se situa 0 terreno em questo, nao faz excecdo a regra. Suas casas foram substituidas por espigdes e onde antes existiam jardins arborizados, hoje se apresentam jardins dominados por arbustos plantados e finos colchdes de terra sobre laje, resultantes da ocupagao de quase todo 0 terreno pelas garagens de subsolo. Nessa condigdo, a sua fisionomia se apresenta com caracteristicas muito diversas daquelas que tinham quando cresciam em solos mais profundos. A exigilidade de terra limita a sobrevivéncia da vegetagao de porte arbéreo permitindo apenas as forragdes o estrato arbustivo. A vegetacdo crescera ate quando suas raizes ocuparem o maximo do volume de terra disponivel. As calgadas da rua Bahia ainda preservam suas tipuanas em condigoes razoaveis. Essas arvores, plantadas a distncias compativeis com o seu diémetro, encontram-se hoje com o porte adulto. ‘Suas copas praticamente se cruzam sobre 0 leito carrogavel, formando um “pergolado verde”, um teto semitransparente que reduz a visualizacao dos prédios e delimita um espago sombreado muito agradavel para o transeunte. Corte Transversal da rua Bahia em frente ao terreno do projeto. Esse estudo de caso mostra a elaboragao do projeto do pavimento térreo de_um edificio de apartamentos residenciais de alto padrao (unidades com 4 dormitérios e 300 m2 de laje), em terreno de aproximadamente 3.000 m2 Nesse caso, quando fomos contratados, 0 projeto de arquitetura ja havia definido a localizagao da torre, assim como a distribuigo da parte interna do terreno. A implantagao do prédio, por sua vez, ja definia a organizagao das vagas de garagem no subsolo, os pés direitos e 0 dimensionamento das rampas de carros também estavam definidos. Como o projeto estrutural ainda estava se iniciando, houve possibilidade de intervengao nna forma tradicional de se projetar as lajes do térreo, As vigas foram invertidas, ganhando-se o espago que elas normalmente ocupam no teto do subsolo, para a colocagao de terra. Assim, as plantas ficaram no nivel do chao eliminando-se os canteiros elevados que denotam laje sobre o jardim e restringem o espago. MANEIRAS DE SE PROJETAR AS LAJES QUE RECEBERAO OS JARDINS Situagao 1 Canteiros elevados, delimitados por muretas. A vegetagao nunca se encontrara plantada no nivel do pe do observador. Forma freqiiente de se projetar a laje do térreo dos edificios de apartamentos, denota a Pequena preocupacao com o aspecto final do jardim. Essa laje é conceituada como um Suporte inteiramente plano, base para a implantacao dos pisos dos ambientes internos do prédio, como das dreas pavimentadas e canteiros externos. Normalmente, 0 calculista considera uma sobrecarga constante na laje externa {hormaimente o peso de 30 a 40 cm de terra), e depois 0 arquiteto “distribui” canteiros envolvidos por muretas para dar um "verde" ao jardim. Em qualquer projeto sobre laje, a terra estar envazada em canteiros. Porem, quando as muretas que delimitam esses canteiros aparecem acima do piso, 0 aspecto de *vazo" e enfatizado no jardim, Nunca se tera planta no nivel do piso, ela nunca nascer do chéo ‘como normalmente acontece nas situagdes de jardins “sobre terra’. Essas muretas também restringem a fluidez das circulagées, cortam a amplidao visual do espago disponivel. Estara sempre presente a situagao do encontro do revestimento do piso com a mureta (plano horizontal e plano vertical construido);aumentando a sensago de aridez do espaco extemo. Situagao 2 Canteiros “embutidos”. A vegetagao se encontra no nivel do pe do observador. _ Me ; \ Esta situagao visualmente e mais interessante, pois, alem de dar a sensagao de se estar num jardim sobre terra, contribui para ampliar 0 espago disponivel, Permite solugdes de pavimentos com canteiros entre os pisos, muretas ou muros (a vegetagao como intersegao do plano horizontal com o vertical construido), minimizando a aridez do espago. Essa solugao permite caminhos de circulagao com largura menor (as muretas estreitam psicologicamente 0 espago de acesso), diminuindo a area pavimentada. Whi L a'eoyertien pivteentade. ay fs suretas (a) sorran a continuldage espucter ¢ estrettn pescolegicamente 0 espa¢0. GPcantetre APtouthaa® peralte"s ertaclo’ce Juntas de grama'ne pli (8 sa processo dessa execucdo facilitado quando a laje do “miolo” do prédio e concretada separadamente da laje extema. Isso era geral ocorre, uma vez que a laje intema construida na ocasiao da concretagem da torre, e a laje periférica e feita posteriormente, juntamente com a estrutura do restante do subsolo. Depois da impermeabilizagdo da laje p se faréo enchimentos (de material leve como argila expandida, pumex, etc, ) nos locais onde existam os pisos continuos, tomando-se © cuidado de prever ralo no nivel do piso para captagao das aguas de chuva, regas lavagens @ no nivel da laje,como prevengao a possiveis infilragses de agua no enchimento. Essa situagao pode ser tecnicamente resolvida de duas maneiras: OPGAO A - A laje da periferia e projetada abaixo da laje do miolo we 4) ‘ AV, eRe, ate, 30 ZINN ow [ 1 és Ba Perera, Orcho A Essa op¢ao exige urna dimensao relativamente grande (minimo de 1,0 m) entre o piso interno acabado e o teto sob as vigas do primeiro subsolo, Considerando que 0 nivel do térreo em relagao calgada tem altura maxima estipulada por lei, isso implica no rebaixamento dos niveis dos pisos dos subsolos e, conseqiientemente, numa maior area para o desenvolvimento das rampas. Esses aspectos podem ser problematicos nos casos de terrenos em aclive, quando as alturas dos arrimos. ‘aumentam, ou naquelas situagdes de lengol freditico alto, quando a profundidade da escavagao sempre ¢ indesejada. Por outro lado, pode ser uma solugao interessante para terrenos em declive que possibilitam subsolos com “folga” de pe direito. Essa solugdo tras grandes vantagens no sentido de facilitar a execugao das formas e da coneretagem, assim como evita pontos fr de impermeabilizago causados pela Opgao B. OPGAO B - A laje da “periferia” projetada com as vigas invertidas. JAE DA peeiemRs veR. par Credo & Nessa opgo o vazio ocioso entre as vigas do teto do subsolo (fig. 1) e “virado" para a parte de cima da laje. Agora esse espago sera ocupado pela terra do jardim (fig. 2). , rena av, re [ fav reo vazio Pe binsi7> PR pieet7O SUE PERMITE PASHRGEM Ue PERMITE PAENAEM, sue s0L0 sve soo FIG. 1 FIG.2 Assim, a dimensao entre 0 piso interno acabado e 0 teto do primeiro subsolo praticamente a mesma, permitindo niveis e pés direitos semelhantes a situagao 1 Essa op¢ao economiza aproximadamente 50 om de excavagao, porem a construcao de formas e a concretagem e mais trabalhosa. A viga “trabalha’ de maneira menos eficiente podendo exigir dimensées maiores e mais ferro. © fato de a viga estar para cima possibilita 0 acumulo de agua sobre a laje. E necessério furar a viga na horizontal para permitir a comunicagao entre os panos de laje. Esse furo sera um ponto fragil para a impermeabilizagao, e podera apresentar vazamentos no subsolo, caso nao seja cuidadosamente bem protegido. [na sesnorrsente Detalhe construtivo do enchimento e impermeabilizagées da Op¢ao B (No caso da Op¢éo A, a viga esta para baixo, no subsolo). DADOS RECEBIDOS E INFORMAGOES NECESSARIAS PARA ELABORACAO DO PROJETO Nesse caso, as plantas de prefeitura do edificio estavam aprovadas. Assim, alem desse jogo de plantas, recebemos os desenhos dos estudos iniciais. Desse material foram selecionados os desenhos que nos dessem informagées para 0 inventario: Levantamento plano-altimetrico Orientagdo; niveis da calgada; cortes e aterros necessarios para a implantagao dos subsolos e seus respectivos assentamentos em relacao as divisas vizinhas; ‘ocalizag das arvores, bocas de lobo e postes da calgada. Planta do Pavimento térreo e sua locagao no terreno: A distribuicéo dos ambientes internos e sua respectiva relagéo com o espaco extemo disponivel; desnivel entre a laje intema e os varios pontos da calgada para estabelecer os acessos. Planta do Pavimento Tipo Distribuigdo interna do apartamento e sua relagao visual com os espagos livres do térreo e do entomo. Planta dos Sub Solos Recuos reais em relagao a rua (largura da verificagao das rampas de acesso e possiveis interferéncias do desenho da laje do téreo com a ocupagao do subsolo; localizagao da sauna (1° subsolo) e seu jardim respectivo. Cortes Pés direitos dos subsolos e suas interferéncias com as vigas, tubulagdo € desenho da edificagao no terreno Elevagées Dimensées e posicionamento das aberturas (portas ¢ janelas) ¢ sua respectiva possibilidade de relacionamento visual entre o espaco intemo/externo. Estudo do Pavimento Térreo com Zoneamento Inicial Base para analise dos problemas e potencialidades verificados. PROGRAMAS E RECOMENDAGOES FORNECIDAS Tendo e vista a parte social (Hall, sala servigos, Saléo de Festas), a parte dos servigos (Hall, Casa do Zelador) e a sauna, localizada no primeiro subsolo, pediam-se os seguintes equipamentos: 1. Quadra de ténis (com a maior dimensao possivel); 2. Piscinas com cascatas (mostrou-se como referencia um postal do Hotel Princess em Acapulco); 3. Pracas de Estar (sugerimos que essas pragas funcionassem como apoio as atividades do Salao de Festas); 4. Mini Play Ground para atender as poucas criangas moradoras e eventuais visitas; Guarita controlando visualmente todos os acessos; Acesso de veiculos com desembarque coberto pela marquize do projeto de arquitetura, junto porta principal; Acesso de servigos completamente desvinculado do acesso principal; Muros e gradis frontais altos (maximizando a seguranga do prédio) 9. Estacionamento de cortesia, se possivel. Recomendagées Gerais — A piscina nao poderia estar “embutida” no sub solo, urna vez que nao havia vagas sobrando nas garagens. — Nao mudar a posigéo do edifici. Recomendagées quanto Vegetacao — Vegetacao densa e alta justificando 0 nome do empreendimento: “Parque Silva Pereira’, O INVENTARIO Através dos desenhos elencados no item anterior, 0 programa inicial e analise no local, pudemos obter as seguintes informagoes: Entorno em Transformagao A area do entomo préximo encontra-se em plena verticalizagao. Nas trés residéncias atualmente existentes na quadra, ja existem placas de construtoras anunciando futuros edificios. Orientagao Como mostra a figura abaixo o edificio foi implantado com sua lateral (sala dormitérios) orientados para norte, ficando a face com as janelas de servigos para sul. A proximidade das futuras torres vizinhas faz com que o terreno, embora grande, venha a ser sombreado pela manha e tarde (numa area menor) em quase toda a sua extensdo. 10 Visuais do Entorno para o Terreno (de fora para dentro) Os transeuntes da Rua Bahia enxergam a faixa do terreno préxima a rua, porem o restante do seu espago externo e devassado visualmente pelos moradores dos prédios vizinhos. em conten Visuais do Terreno para o Entorno (de dentro para fora) Hoje a viséo dos fundos do terreno para o Pacaembu e magnifica, porem ela serd entrecortada pelos futuros prédios. Nesse processo, talvez ela perca a sua importancia e predominancia na paisagem, uma vez que agora esse espago e muito amplo, iluminado, e com bastante presenca do céu (horizonte baixo), permitindo longas e belas visuais. Na frente existe 0 contato com os transeuntes da rua. Nessa parte do terreno, 0 horizonte préximo definido pelas copas das arvores (tipuanas) da rua Bahia; no segundo plano aparecem os edificios altos. Nas laterais as torres vizinhas sao bastante presentes na paisagem, apesar da dimensdo dos recuos. Morfologia do Relevo O terreno atual ¢ em declive (ver Cortes), porem sobre a laje ele sera plano. A necessidade de subir com a piscina para seu fundo néo ocupar vagas no subsolo traré possibilidades de movimentagdo do “relevo sobre a laje” A calgada e praticamente plana; o piso interno do hall num nivel pouco acima, permitira rampas suaves para o acesso dos veiculos e desembarque junto a porta principal A rampa maior acontece no acesso ao subsolo, cujo desenvolvimento em helicoidal devera vencer o desnivel do pe direito do subsolo, mais a espessura da laje, com as respectivas vigas. ul © ZONEAMENTO Pelas dimensdes das areas livres a vegetagao ter condigdes de nao apenas recobrir os muros € paredes, mas aparecer independentemente, compondo os espagos. Havera possibilidade de se utilizar arborizagao no recuo do subsolo como continuagao das tipuanas ("puxando-as" para dentro do terreno), assim como na area elevada da piscina ande conseguiremos aproximadamente 1 m de profundidade de terra (embora o sombreamento nessa area seja indesejével).. Os arbustos altos ajudaréo a vedar trechos do gradil frontal, muros de divisa, al de Participar do processo de “esconder e mostrar’ criando surpresas na paisagem. Os arbustos baixos entraréo nas areas onde as visuais devem ser liberadas @ os gramados poderao funcionar como area de apoio aos decks do solarium (possibilidade de deitar com toalha sobre o gramado). Sempre que possivel o prédio “nascera” do jardim, senda revestido pe vegetagao arbustiva, Pré Zoneamento A distribuigéo dos ambientes intemos do edificio e a disponibilidade espacial externa induzem ao pré-zoneamento croquizado a seguir: ;. (.) D alld ii aes 12 Zoneamento Definitive A esse zoneamento primordialmente funcional sobrepée-se o zoneamento espacial, cujas intengdes sao as seguintes: Zona 4 rea de acesso e transito de veiculos abrange praticamente toda a frente do edificio, Este espaco e delimitado pelas arvores existentes na calcada, pelo gradil do alinhamento a leste e pela torre a oeste. A norte e a sul, a intengao e delimité-lo com arvores altas e arbustos, escondendo as edificacées vizinhas. Na verdade e 0 Unico local sem problemas para receber arborizagao. Os portées de acesso (Ae C - veiculos e B - pedestres) precisam ser visualizados pela quarita, evitando a possibilidade de plantio de arvores copadas. O trajeto de entrada do veiculo ser feito no sentido A, D, E; assim no ponto A, sob a copa da arvore, o espago devera ser largo e amplo na horizontal para se tornar estreito sob a marquise (B) e depois se alargar novamente na horizontal quando o carro ‘mergulhar * para a garagem. Zona 2 Espago de transigao entre 0 acesso garagem e a praga de apoio ao Salao de Festas/Piscina. Esse espago sera utilizado como acesso extemo ao Salao de Festas. Assim devera ser bastante fechado para que a amplidao dos espacos posteriores 3 ¢ 4 seja enfatizada. Por outro lado a visual do Hall social para as cascatas do conjunto aqutico deve ser preservada Zona 3 Essa praga de apoio ao Salao de Festas, que na area F funciona como transigao entre © salo e 0 conjunto aquatico elevado, deve ser relativamente ampla para desempenhar suas fungées, porem delimitada por vegetacao nas suas laterais junto a torre e a quadra. Assim serd necesséria drea para os canteiros. A tela da quadra e um elemento alto (4 m) e feio. Os bancos fixos dessa praca deverdo estar localizados no seu perimetro sob a copa de uma arvore ou arvoreta. A area G — serd mais fechada, mais intimista, funcionando como um ‘cant: Saldo de Festas e, ao mesmo tempo, como praga de espera da Quadra. parao Zona 4 (© conjunto aqui se relaciona diretamente com o espago 3 = 0 que os separa eo desnivel de um metro. Para enfatizar esse relacionamento usaremos aqua também (espelho d’gua) no nivel do espaco 3 , com cascata e floreiras desniveladas entre ambos. © conjunto aquatico foi locado nessa area por sua insolacao. Assim, a visdo do sol e do céu devera ser preservada, contribuindo para a ampliddo do espago desejado. Junto ao muro da divisa, elevaremos floreiras, de onde sairdo cascatas, que somadas a anterior (desnivel como espago 3), serdo visualizadas de toda a area social. 13, A drea H— devera receber gramado e arbustos densos para vedar as visuais da rua, que devassam as piscinas. A area I recebera apenas arbustos baixos e Palmeiras altas para nao obstruir, as possiveis visuais para o Pacaembu, que foi enfatizado pela elevagao do plato. As Palmeiras nesse local so visualizadas em silhueta, permitem a visao do vale do Pacaembu e suas grandes folhas nao sujam a agua da piscina pois dificilmente caem quando envelhecem, épaca em que so removidas pela manutengao normal do jardim. Zona 5 © Play Ground, muito pequeno,recebera brinquedos de madeira para se relacionar com a densa vegetacdo arbustiva, a ser plantada na interseceao do espaco 3e 5. Aquia presenca do sol também e important Zona 6 ‘O espago da quadra ¢ sempre érido, tentaremos vedar a alta tela com trepadeiras (leves na lateral da vista para o Pacaembu) e arbustos estreitos, densos e altos (bambus, por exemplo) na divisa com as pracas e Play Ground. Zona7 Circulagao de servigos e espaco de transigao entre o estacionamento de cortesia {aberto) e a praca de espera da Quadra (mais fechada). Assim, suas caracter de corredor, jé definidas pelas edificagdes (prédio e muro), deverao ser enfatizadas pela vegetacao, Zona 8 ‘Ojardim da sauna, tem caracteristicas de patio, Localizado junto a sala de repouso, sera 0 cenario desse local, onde as pessoas estarao efetivamente na condigaio de observadores. Assim devera receber tratamento minucioso com canteiros de seixos, espécies com desenhos, cores e texturas interessantes. A composicao entre os volumes e os contrastes devera ser cuidadosa, Zona 9 ( estacionamento de cortesia funcionara como ampliacao da area A quando estiver sem carros. Na area sul, © prédio garante o sombreamento dos carros dispensando as copas da vegetagao para isso. Devera receber vegetacao arbustiva e arbérea (copa vertical) para vedar o alto muro e o edificio vizinho. 14 Zoneamento do Plano de Mas: ial Esse desenho utiliza os volumes vegetais para traduzir as intengdes espaciais declaradas anteriormente. E ainda: 4. Ozoneamento das reas que receberao pavimentos (e equipamentos) 2. Ozoneamento das dreas que receberdo vegetagao. Procuramos dimensionar as Areas necessérias para abrigar a vegetacdo que pudessem delimitar os espagos pretendidos. 16 © PLANO DE MASSAS Nas trés pranchas a seguir estudamos mais detalhadamente, através de maneira como os volumes vegetais poderdo organizar cada espa elo observador (relembrar a visao serial de Gi 4. AREA FRONTAL (ZONAS 1 E 9 DO ZONEAMENTO) Gan rican Cones te sis aaa 2. AREA LATERAL (ZONAS 2, 3, 4, 5,E 6 DO ZONEAMENTO) 3. AREA DOS FUNDOS (ESPAGOS 7, 9, E 8 DO ZONEAMENTO) Especificagao dos niveis, atividades e equipamentos para melhor compreensao do lano de massas definitivo ecuas panes PLANO DE MASSAS FINAL © DETALHAMENTO DO PLANO DE MASSAS As situagSes de relativa distancia entre o observador @ a vegetagao, que ja comegam a existir nesse projeto, diferenciam seu detalhamento do plano de massas do projeto anterior. ‘Aqui ja temos espécies do estrato arbéreo que permite tirar maior partido do aspecto sazonal da folhage! Nesse caso, como no anterior, temos o jardim da sala de repouso da sauna, onde as mindcias serao bastante notadas, pela prdpria condicao fisica e psicolégica do observador. Também temos as situagdes onde o transeunte passa ao lado de algumas espécies, permanece sob a copa de outras, senta-se ao lado da piscina para tomar sol e observar © jardim; ate aquela em que a vegetacdo sempre sera visualizada a distancia, como no caso das Tipuanas situadas na calgada, pano de fundo e ponto de partida para a 22 CRITERIOS PARA ESCOLHA DAS ESPECIES E DE SEUS AGRUPAMENTOS Como todo o projeto sobre lajes, nos restringimos ao repertorio de espécies que sobrevivem nessa situagao (profundidades de solos com aproximadamente 40 cme a trechos com 1,00 m), com excegdo da faixa de recuo do subsolo, Normaimente, em edificios multifamiliares, o jardim muito aguardado, pois ele ameniza © aspecto das lajes aridas vivenciadas pelos condéminos no processo da construgao. © jardim ajuda a “vestir’ 0 conjunto, e em alguns casos funciona como elemento de venda para os apartamentos. Assim 0 aspecto inicial muito importante, mesmo porque temos notado que quando o jardim e "bonito", logo no inicio, dispensa-se cuidados maiores com a sua manutencao {a rega, por exemplo, fundamental nos jardins sobre laje) do que naqueles casos onde a vegetagdo necessitara de algum tempo para a sua configuragao final Esse caso néo foge a regra; 0 aspecto “pronto” do jardim foi multo requisitado. Assim essa variavel teve um peso grande na escolha das espécies. —* Nesse projeto chegamos a utilizar espécies anuais como primulas, petiinias e salvias, tendo consciéncia que seu aspecto florido compensaria a manutengao e o custo da sua {roca durante o ano, 23 PROJETO DE PLANTIO A VISAO SERIAL COMO INSTRUMENTO DE AVALIACAO DO PROJETO ‘As dimensdes do espago livre disponivel permitiram que a vegetagdo exercesse papeis variados no projeto’ 1, Vedando, para depois mostrar determinadas cenas; 2. Delimitando espagos mais intimistas e mais amplos (coletivos), etc. Assim houve condigdes de se criar varias possibilidades de cendrios para o percurso, criando opgées de escolha, mesmo que a vegetagdo arbérea estivesse restrita aos espagos determinados onde ela pudesse se desenvolver. A AVALIAGAO DO PROJETO EXECUTADO © cliente e 0 condominio, configurado por uma comissdo de condéminos; porem o construtor teve muito peso nas decisdes do projeto e no processo da sua respectiva execucdo. Nesse caso foram efetuadas varias alteragdes de materiais de revestimento. Por exigéncia do condominio o concreto a vista foi eliminado depois dos projetos prontos. Assim as sacadas passaram a ser empastilhadas e, conseqiientemente, as muretas 6 pisos, que eram de conereto, foram revestidos. ( deck de madeira teve que ser substitufdo por piso de pedra. © mesmo ocorreu com a ponte sobre a piscina, o que empobreceu sobremaneira a percepgao da solugao. Em edificios dessa natureza normaimente acontecem problemas com os prazos da construgao que freqiientemente sofrem atrasos no cronograma. Como a construgao do pavimento térreo e seu jardim, nessa ordem, so os ltimos elementos a serem executados, eles sofrem as conseqiiéncias, de eventuais economias. Muitas vezes tomam-se decisées imediatistas, visando apenas a rapidez da exegiiibilidade, o que pode comprometer o aspecto conceitual fundamental que gerou a propria solugao. Problemas de orgamento também comprometeram 0 aspecto da vegetacéo Contratou- se a firma de jardinagem cujo baixo prego dificilmente conseguiria pagar as plantas especificadas no projeto, Esse fato, aliado ao atraso da obra numa época de grande inflagao, fez com que a firma colocasse terra de péssima qualidade e iniciasse o plantio com quantidades e porte das espécies muito aquém do requisitado, Foi necessario um contrato adicional para salvar o jardim. Porem, mesmo havendo esforgo por parte do responsavel pela firma, a execugdo fugiu um pouco das especificagées it 25

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