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GOIÂNIA
iii
Área de concentração:
Produção Animal
Orientador:
Profa. Dra. Eliane Sayuri Miyagi Okada – EVZ-UFG
Comitê de Orientação:
Profª. Dra. Cintia Pelegrineti T. de A. Brito-ICB-UFG
Prof. Dr. Reginaldo Nassar Ferreira – ICB-UFG
GOIÂNIA
2020
iv
v
vi
DEDICO.
vii
AGRADECIMENTOS
À Deus, por guiar-me com sabedoria em meio a tantos obstáculos, para que pudesse
chegar à conclusão de mais uma etapa em minha vida profissional.
Ao INCT em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (EECBio); Ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; A Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG, por disponibilizarem recursos para a
execução deste experimento e, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.
Às empresas Koneksi e Primasea, por viabilizarem recursos financeiros para tornar
o experimento possível.
À Universidade Federal de Goiás e ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia,
pelo respaldo físico e pessoal, representado pelas estruturas anexas e funcionários de excelência
sempre a prontidão ao cumprimento de nossas demandas.
Em especial aos meus pais Ana Clesia Freitas da Silva e Luciano Alasmar, pelo
apoio incondicional aos meus objetivos, por tanto amor e compreensão, por serem a minha fonte
de inspiração e amparo.
Aos meus avós, Odete de Freitas e Gentil Honório e, Antônio Carlos Croce e Ruth
Maria Croce que me transbordaram de carinho e amor sempre.
A minha irmã Anna Rita Freitas Alasmar, pelo carinho retribuído, puxões de orelha
nos momentos de petulância e pelo companheirismo no momento de estudo.
Ao meu irmão Thiago Freitas Croce, pelas meias palavras que dizem tudo,
mensagens que me encorajam, e que independe da distância me motiva a seguir seus passos.
A minha cunhada Jessica França, por ser tão querida quanto uma irmã.
Ao meu companheiro de vida Fernando Dias, que me deu força nos momentos de
tormenta, conselhos nos momentos de fraqueza além de, muita compreensão e carinho em todos
os momentos.
Aos meus familiares, que por tanto tempo me ausentei, e me fizeram sempre
presente.
Em especial, ao meu tio tão querido Gesvaldo Pinto Brasileiro, que sem dúvida
alguma estaria presente na minha defesa, aplaudindo mais uma conquista da sua filha postiça,
in memoriam.
viii
Chico Xavier
xi
SUMÁRIO
ABSTRACT ..........................................................................................................................xviii
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
Resumo ..................................................................................................................................... 20
1. Introdução ............................................................................................................................ 21
2. Material e métodos............................................................................................................... 22
3. Resultados ............................................................................................................................ 25
xii
3.1 Efeito da suplementação com aditivo tamponante sobre os parâmetros ruminais ........................ 25
3.2 Sequenciamento do gene 16S rRNA e Identificação das bactérias ruminais por metabarcoding . 26
4. Discussão ............................................................................................................................. 27
5. Conclusão............................................................................................................................. 32
8. Agradecimentos ................................................................................................................... 32
9. Referências........................................................................................................................... 33
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
< - menor
> - maior
ABIEC - Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carne
°C - graus celsius
A:P - relação acetato propionato
AGCC - Ácidos Graxos de Cadeia Curta
BIC - bicarbonato de sódio
CEUA - Comitê de Ética no Uso de Animais
CNF - carboidrato não fibroso
CO2 - dióxido de carbono
CON - controle
CONCEA - Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal
DNA - ácidos desoxirribonucléicos
EDTA - ácido etilenodiamino tetra-acético
FA - fosfatase alcalina
FDR - taxa de falsa descoberta
g - gramas
g/dL - gramas por decilitro
Gb - gigabases
GLI - glicose
h - horas
H+ - hidrogênio livre
H2 - hidrogênio
HTS - Sequenciamento em Alta Perfomance
kg - quilogramas
kg/hab/ano - quilogramas por habitante por ano
L - litros
L45 - lithothamnium calcareum 45g
L90 - lithothamnium calcareum 90g
LGBio - Laboratório de Genética e Biodiversidade
LS - lactato plasmatico
xvi
RESUMO
ABSTRACT
Increasing feed efficiency is a key objective for ruminant science, where it requires a better
understanding of the composition of the rumen microbial community. Starting from the context
that most of the digestion of the ruminant diet is carried out by the microbial community, the
objective was to use the DNA metabarcoding strategy to identify the bacteria present in the
rumen liquid of Nelores cattle fed diets rich in concentrate, in response to modulatory effect of
buffering additives limestone kelp (lithothamnium calcareum) and sodium bicarbonate. We
sought to characterize the richness and diversity indexes of the ruminal bacterial community,
as well as to investigate the impact of the potentially acidic diet on ruminal pH, blood
parameters and short-chain fatty acid profile. For that, four Nellore cattle were used, distributed
in a 4 x 4 Latin square (four treatments and four periods). The treatments were composed by
the same highly concentrated basal diet, being: T1- without additive (CON); T2- inclusion of
90 g of sodium bicarbonate (BIC); T3- inclusion of 90 g of Lithothamnium calcareum (L90);
and T4- inclusion of 45 g Lithothamnium calcareum (L45). For the construction of the 16S
DNA library, the total DNA from ruminal fluid samples was extracted and used to amplify the
gene of interest through the use of specific primers. The libraries were sequenced on the Miseq
Sequencing platform, Illumina. The predictions of the operational taxonomic units (OTUs)
were made in the UPARSE program and the assignment of the sequences in the RDP database
using the 97% identity percentage. The data were analyzed using the statistical program R,
where diversity and abundance at the gender level were analyzed by ANOVA, using the non-
parametric method, adopting the Freedman test with the means adjusted by the FDR correction.
The analysis of pH, biochemical parameters and AGCC were analyzed by the parametric
method, using the Scott-Knott test. For both tests, the averages were assessed at 10%
significance (p<0.10). A total of one thousand four hundred and seventy-four OTUs belonging
to 52 genera and sixteen phyla from the Bacteria domain were identified. The results revealed
that the bacterial microbiota was dominated by the phyla Firmicutes (44.12%), Bacteroidetes
(28.29%) and Proteobacteria (5.88%). Animals fed with L90 showed a greater abundance and
ruminal diversity for bacteria of the genus Prevotella (p<0.06% and p<0.09%), respectively.
Cattle supplemented with L45, resulted in greater diversity of the genus Fibrobacter (p<0.05).
There was a difference in the molar ratio for acetic (p<0.07%) and valeric (p<0.03%) acids in
the moment before feeding. Higher blood lactate concentrations were observed in the animals
without the addition of additives (p<0.06%). More research on the microbial community
associated with the metabolic profile should be carried out, mainly in response to different diets,
in order to optimize the animal production system.
por sequenciamento parcial do gene 16S rRNA; bem como, avaliar a resposta dos aditivos
tamponantes bicarbonato de sódio e a alga marinha calcaria (lithothamnium calcareum) sob os
índices de riqueza e diversidade, pH ruminal, parâmetros sanguíneos e concentração de ácidos
graxos de cadeia curta (AGCC).
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Caracterização do microbioma ruminal
Os ruminantes são definidos pelo seu modo em que digerem o alimento vegetal.
Possuem o estômago dividido em quatro cavidades: rúmen, retículo, omaso e abomaso. Dentre
eles, o rúmen é considerado uma cavidade especial, sendo um órgão que permite a digestão
4
O bicarbonato de sódio tem sido utilizado como o tampão dietético mais popular
nos últimos anos47, justamente por ser considerado eficaz ao neutralizar a acidez e assegurar a
estabilidade do pH do rúmen48 a fim de garantir o processo fermentativo42. Além disso, melhora
a eficiência da digestão das fibras e contribui para uma melhoria na síntese de proteína
microbiana49. Entretanto, como tampão solúvel, o bicarbonato possui uma curta duração no
rúmen, não podendo tamponar a produção contínua de ácidos no ambiente ruminal de maneira
satisfatória50.
As algas marinhas voltadas para nutrição animal são consideradas como fonte
alternativa de cálcio52, tornando o seu uso como “tendência” por ser advindo de fontes
biológicas marinhas e mais facilmente absorvidos do que os de origem geológica, o que garante
um fator ambiental positivo56. Elas são compostas basicamente por carbonato de cálcio e
mangnésio, além de conter mais de 20 oligoelementos, os quais estão presentes em quantidades
variáveis, tais como ferro, manganês, boro, níquel, cobre, zinco, molibdênio, selênio e
estrôncio.
As principais características que potencializam a atuação das algas marinhas como
reguladores do pH ruminal estão atribuídas à maior disponibilidade dos micronutrientes que se
encontram adsorvidos nas paredes celulares. Deste modo, eles são facilmente assimiláveis pelas
plantas e animais, tendo como principal atributo a capacidade de liberação lenta dos minerais
em ambientes ácidos como o rúmen52, 50.
Em pesquisas recentes, Lithothamnium calcareum vem sendo estudado na nutrição
animal como aditivo tamponante, principalmente por apresentar potencial regulador de pH e
parâmetros ruminais. A incorporação de lithothamnium calcareum em dietas com altos níveis
de concentrado promoveu uma elevação no pH ruminal, atribuindo a alga marinha uma função
tamponante57. Além disso, os pesquisadores avaliaram o efeito tamponante das algas marinhas
calcárias em relação ao bicarbonato de sódio e constataram que as algas propiciaram um maior
efeito de pH no rúmen, como também relataram um aumento na produção e composição do
leite50.
3. Objetivo Geral
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20
1 Artigo científico redigido conforme normas da Frontiers in Microbiology
5 Laís Gabrielly Freitas Lima1, Cíntia Pelegrineti Targueta3, Mariana Pires de Campos
6 Telles4, Rhewter Nunes3, Amanda Martins Apolinário1, Emmanuel Arnhold1, Renata
7 Rodrigues Gomes1, Luis Fernando de Sousa Caixeta2, Eliane Sayuri Miyagi1, Reginaldo
8 Nassar Ferreira2*
1
9 Departamento de Zootecnia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade
10 Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
2
11 Laboratório de Fisiologia da Digestão, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal
12 de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
3
13 Laboratório de Genética & Biodiversdade, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade
14 Federal de Goiás, Goiás, Brasil
4
15 Escola de Ciências Agrárias e Biológicas, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia,
16 Goiás, Brasil
17 *Correspondence:
18 Reginaldo Nassar Ferreira
19 reginaldonassar@gmail.com
20 Palavras-Chave: Bicarbonato de sódio1; diversidade bacteriana2; illumina miseq3;
21 Lithothamnium calcareum4; microbiota5; Nelore6; rúmen7; sequenciamento de alta
22 perfomance8.
23 Resumo
24 Neste estudo, usamos uma estratégia DNA metacarcoding para sequenciar a região 16S rRNA
25 de amostras do líquido ruminal de bovinos Nelores alimentados com dietas ricas em
26 concentrado, em resposta ao efeito modulatório dos aditivos tamponantes alga marinha calcarea
27 (Lithothamnium calcareum) e bicarbonato de sódio. Além de caracterizar os índices de riqueza
28 e diversidade da comunidade bacteriana do rúmen, como investigar o impacto da dieta
29 potencialmente acidotica no pH do rúmen, parâmetros sanguíneos e no perfil de ácidos graxos
30 de cadeia curta (AGCC). Foram utilizados quatro bovinos Nelores machos, distribuídos em um
31 quadrado latino 4 x 4 (quatro tratamentos e quatro períodos). Os tratamentos consistiram na
32 mesma dieta basal altamente concentrada: T1 - sem aditivo (CON); T2- inclusão de 90 g de
33 bicarbonato de sódio (BIC); T3 - inclusão de 90 g de Lithothamnium calcareum (L90); e T4 -
34 inclusão de 45 g de Lithothamnium calcareum (L45). Os dados foram analisados no programa
35 estatístico R, onde a diversidade e abundância em nível de gênero foram analisadas pelo teste
36 de Freedman, com as médias ajustadas pela correção de FDR. As análises de pH, parâmetros
37 bioquímicos e AGCC foram analisadas pelo teste de Scott-Knott. Para ambos, as médias foram
38 avaliadas com nível de significância de 10% (p<0,10). Foram identificadas 1.474 unidades
39 taxonômicas operacionais (OTUs) pertencentes a 52 gêneros e dezesseis filos do domínio
21
40 Bactéria. Os resultados revelaram que a microbiota bacteriana foi dominada pelos filos
41 Firmicutes (44,12%), Bacteroidetes (28,29%) e Proteobacteria (5,88%). Os animais
42 alimentados com L90 apresentaram maior abundância e diversidade ruminal para bactérias do
43 gênero Prevotella (p<0,07% e p<0,09%), respectivamente. Os bovinos suplementados com L45
44 resultaram em maior diversidade do gênero Fibrobacter (p<0,05). Houve diferença na
45 proporção molar para os ácidos acético (p<0,07%) e valérico (p<0,03%) no período antes da
46 alimentação. Maiores concentrações de lactato sanguíneo foram observadas em animais
47 suplementados com L45 (p<0,06%). Mais pesquisas sobre a comunidade microbiana associada
48 ao perfil metabólico devem ser realizadas, principalmente em resposta a diferentes dietas, a fim
49 de otimizar o sistema de produção animal.
50 1. Introdução
51 Estima-se que a população mundial atinja 9,15 bilhões no ano de 2050 (Opio et al. 2013). Isso
52 implicará em demandas crescentes em sistemas de produção de alimentos, exigindo uma
53 disponibilidade adicional de colheitas voltadas para a alimentação animal, a fim de atender à
54 crescente necessidade humana pela produção de carne e leite (Alexandratos and Bruinsma,
55 2012).
56 Uma vez que a alimentação é responsável pelo maior custo nos sistemas de produção de
57 ruminantes (Finneran et al. 2010), o interesse global concentrou-se em compreender uma das
58 comunidades microbianas mais complexas conhecidas pelo homem, o rúmen. Caracterizar,
59 quantificar e entender o papel do microbioma ruminal é de grande interesse científico,
60 econômico e ambiental (John Wallace et al. 2019).
61 O rúmen é caracterizado por sua alta densidade populacional, diversidade e complexidade de
62 interações, tendo os microrganismos procarióticos (bactérias e arquéias) e eucarióticos
63 (protozoários e fungos) como componentes deste ecossistema. As bactérias são os
64 microrganismos mais abundantes no rúmen, sendo responsáveis por converter simbioticamente
65 alimentos ingeridos em biomassa microbiana e produtos finais de fermentação como os ácidos
66 graxos de cadeia curta (AGCC), os quais fornecem mais de 70% da energia necessária para o
67 animal (Sun et al. 2019; Wang et al. 2017).
68 Durante as últimas décadas, grandes esforços têm sido realizados para explorar a comunidade
69 do rúmen. Com o desenvolvimento e a melhoria contínua das plataformas de sequenciamento
70 de alto rendimento, tornou-se possível acessar as comunidades microbianas complexas,
71 atribuindo tais descobertas como “peça chave” para a ciência que estuda nutrição de ruminantes
72 (Pollock et al. 2018).
73 Para caracterizar a comunidade ruminal é utilizado a ferramenta de metabarcoding, a qual
74 consiste em um método de identificação de espécies baseadas em sequências de DNA extraídos
75 de comunidades ambientais. Dessa forma, identifica-se várias espécies com papéis distintos no
76 ecossistema, utilizando o sequenciamento para obter “códigos de barras” e acessar com sucesso
77 a biodiversidade de um ambiente. Desta forma, o metabarcoding combina duas tecnologias: o
78 sequenciamento de alta performance (HTS) e a identificação taxonômica de organismos
79 baseadas no DNA para a identificação das espécies (Taberlet et al. 2012).
80 Nos últimos anos, a plataforma de sequenciamento mais popular para estudar a composição da
81 comunidade microbiana é a tecnologia Illumina (D’Amore et al. 2016), tendo como alvo o
82 metabolismo do gene 16S rRNA, onde esses genes taxonomicamente informativos são
83 amplificados e sequenciados, fornecendo uma gama de dados qualitativos e quantitativos
84 (Pollock et al. 2018). A análise desses genes, permite a detecção de microrganismos não
85 cultivados, como também são amplamente utilizados para identificar microrganismos
22
95 2. Material e métodos
96 Os procedimentos experimentais deste estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso
97 de Animais (CEUA) da Universidade Federal de Goiás, e estavam de acordo com o Conselho
98 Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), (CEUA; protocolo número
99 079/19). O experimento foi realizado no setor de campo do Laboratório de Fisiologia da
100 Digestão da Universidade Federal de Goiás, por um período de 60 dias. Após a execução da
101 parte de campo, as análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Genética e
102 Biodiversidade (LGBio) do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás
103 (ICB – UFG).
105 Com objetivo de verificar a influência dos aditivos tamponantes sobre a população de bactérias
106 do rúmen, foram utilizados quatro bovinos machos adultos da raça Nelore, castrados, fistulados
107 no rúmen, com idade aproximada de 18 meses e peso médio de 520 kg. Inicialmente, os animais
108 foram pesados, identificados com brincos e submetidos ao controle de endo e ectoparasitas,
109 logo, foram mantidos em baias individuais providas de comedouro e bebedouro, recebendo uma
110 dieta com alta participação de concentrado e a água oferecida ad libitum.
111 A dieta basal foi formulada para ser potencialmente acidótica na tentativa de induzir a acidose
112 subaguda (SARA). O fornecimento da dieta foi realizado duas vezes ao dia, às 07:00 h (50%
113 da dose diária) e às 15:00 h (50% da dose diária), de forma a manter as sobras em torno de 5%
114 do fornecido, em base de matéria seca, compreendendo um consumo entre 2,0 e 2,2% do peso
115 vivo ao dia. Sua composição foi dada pela mistura do: Milho Moído (47,47%); Casca de Soja
116 (43,00%); Farelo de Soja (6,53%); Optigen (1,00%); Calcário (0,85%); Cloreto de Sódio
117 (0,45%); Fosfato Bicálcico (0,35%) e Premix Mineral (0,35%), sendo expressos com base na
118 matéria seca. Os níveis dos nutrientes fornecidos na dieta de alto concentrado comportaram:
119 74,0% de NDT; 3,0% de Extrato Etéreo; 13,6% de Proteína Bruta e 15,5% de Fibra Efetiva.
120 A adaptação dos animais foi realizada por 20 dias, com a substituição gradativa do volumoso
121 pela mistura de concentrado e a incorporação do aditivo de acordo com o tratamento.
122 Eles foram distribuídos em um delineamento experimental do tipo quadrado latino 4 x 4 (quatro
123 tratamentos e quatro períodos) e, compreendendo um período experimental segmentado em
124 quatro subperíodos de 10 dias, sendo os 8 primeiros dias destinados ao processo de eliminação
125 de resíduos do tratamento anterior, dois dias destinado à coleta das amostras de líquido ruminal
126 e sangue. Todos os animais receberam os quatro tratamentos durante o experimento. As
127 diferenças entre os tratamentos foram atribuídas à inclusão dos aditivos tamponantes na dieta
128 dos animais. O aditivo foi incorporado e homogeneizado à dieta rica em concentrado no
129 momento do fornecimento do trato aos ruminantes, com intuito de promover um consumo mais
130 uniforme e evitando a seleção do alimento. Foram utilizados neste estudo as algas marinhas
23
132 Os tratamentos aos quais os animais foram submetidos foram compostos por: T1 – dieta de alto
133 concentrado sem aditivo (CON); T2 – dieta de alto concentrado com a inclusão de 90 g de
134 bicarbonato de sódio (BIC); T3 – dieta de alto concentrado com a inclusão de 90 g de
135 Lithothamnium calcareum (L90); e T4 – dieta de alto concentrado com a inclusão de 45 g
136 Lithothamnium calcareum (L45).
137 As amostras de digesta ruminal foram coletadas via fístula ruminal em quatro regiões (dorsal
138 anterior, ventral anterior, dorsal posterior e ventral posterior) no interior do rúmen-retículo.
139 Para coleta foi utilizado um béquer esterilizado, onde foi obtido cerca de 200 g de conteúdo
140 ruminal, que compreende tanto a parte líquida quanto a sólida. As amostras foram bem
141 misturadas e filtradas em duas camadas de gaze, visando à obtenção de aproximadamente 100
142 ml de líquido ruminal. Elas foram colhidas imediatamente antes da primeira refeição
143 (correspondente à hora zero), e as demais nos tempos 1; 3; 6; 9; 12; 18 e 24 horas após a
144 alimentação.
145 Ressalta-se que as amostras foram coletadas o mais próximo possível entre os animais nos seus
146 respectivos tempos, e que este período foi dependente do comportamento inerente a cada
147 animal, que por sua vez, não excedeu o período de 10 minutos entre as coletas do mesmo
148 tempo.
149 Imediatamente após a coleta do líquido ruminal, 50 ml de fluído foram utilizados para
150 determinação do pH em potenciômetro manual de mesa. No tempo 12 horas (após a alimentação
151 dos animais), foi coletado líquido ruminal em maior quantidade, o qual foi destinado para a
152 determinação de AGCC e extração de DNA para análises por metabarcoding.
153 Em seguida, as amostras foram transportadas em caixas isotérmicas e armazenadas por no
154 máximo uma hora em tubos de ensaio vedados e estéreis e foram armazenadas a -80ºC.
155 As amostras destinadas a determinação AGCC foram previamente preparadas. Sendo
156 adicionados 8 mL de ácido fosfórico para cada 40 mL de líquido ruminal. As amostras foram
157 imediatamente congeladas após o preparo, e enviadas a Escola Superior de Agricultura Luiz de
158 Queiroz, Piracicaba, SP. A determinação foi realizada de acordo com os protocolos internos do
159 laboratório.
160 Para as análises hematológicas, foram coletadas duas amostras de sangue em tubos com vácuo
161 mediante punção da veia jugular, sendo um tubo com fluoreto de sódio/ EDTA para
162 determinação da glicose (GLI) e lactato plasmáticos (LS), e um tubo siliconizado para obtenção
163 do soro para determinação dos triglicerídeos (TRI), proteína total sérica (PT) e fosfatase alcalina
164 (FA). Os parâmetros séricos foram dosados por testes colorimétricos no Laboratório de
165 Análises Clínicas e Ensino em Saúde da UFG (LACES – UFG), com leitura em
166 espectrofotômetro automático.
173 O DNA total extraído foi utilizado para a amplificação da região hipervariável V5-V6 do gene
174 ribossomal 16S rDNA por meio da técnica de PCR. Foram usados os primers V5-BacTB-F:
175 5'AAC RGG ATT AGA TAC CC-3' e V6R-BacTB-R: 5' CGA CRR CCA TGC ANC ACC T-
176 3' (Fliegerova et al. 2014). Foi adicionado ao terminal 5' dos primers um adaptador-Illumina:
177 F- 5’ TCG TCG GCA GCG TCA GAT GTG TAT AAG AGA CAG 3’, e: R- 5’ GTC TCG
178 TGG GCT CGG AGA TGT GTA TAA GAG ACA G 3’ para serem utilizados no momento de
179 preparação das bibliotecas para sequenciamento.
180 A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) foi realizada utilizando 20 ng de DNA total em uma
181 reação com os reagentes Kapa Taq Hotstat PCR Kit (Roche). Foram realizadas 3 replicatas de
182 PCR para cada amostra extraída. As reações foram submetidas a seguintes termociclagens: 1
183 minuto a 80ºC e 5 minutos a 94ºC para desnaturação inicial, seguido por 25 ciclos de 94ºC
184 durante 1 minuto, 55ºC por dois minutos e 72ºC por 2 minutos, os dois últimos ciclos foram de
185 72ºC durante 10 minutos para extensão final e 4ºC por 15 minutos. As amostras amplificadas
186 foram quantificadas utilizando o fluorômetro Qubit 2.0 (Thermo Fisher Scientific Inc.,
187 Waltham, EUA). As triplicatas da reação de PCR foram agrupadas e foram purificadas usando
188 o AMPure XP Beads e utilizadas para preparação das bibliotecas.
189 A construção das bibliotecas contendo os fragmentos de 16S rDNA foram preparadas de acordo
190 com o protocolo 16S Metagenomic Sequencing Library Preparation (Illumina)(Illumina 2013)
191 de acordo com as recomendações do fabricante. Para cada amostra, foi inserido os index de
192 acordo com o kit Nextera XT Index 2. As amostras foram, novamente, purificadas utilizando
193 AMPure XP Beads. As bibliotecas indexadas foram quantificadas por Real Time PCR com o
194 Kapa Library Quantification kit (Roche) e validadas pelo sistema Agilent Bioanalyzer 2100
195 (Agilent Technologies Inc., Santa Clara, EUA) com o kit High Sensitivity DNA (Agilent). As
196 bibliotecas de amplicons foram diluídas a 4nM e combinadas. Ao pool de bibliotecas foi
197 adicionado PhiX a 20%. As bibliotecas foram desnaturadas e logo foram submetidas ao
198 sequenciamento. O sequenciamento foi realizado utilizando a plataforma MiSeq (Illumina, Inc.,
199 San Diego, EUA), para isso foi utilizado o Kit Miseq v2 500 ciclos com sequenciamento bi-
200 direcional (2 x 250pb).
201 Após o sequenciamento foram realizadas análises de qualidade das sequências obtidas
202 utilizando o software FastQC (http://www.bioinformatics.bbsrc.ac.uk/projects/fastqc). Cortes
203 de qualidade e retirada dos adaptadores foram feitos pelo software Trimmomatic v0.33 (Bolger,
204 Lohse, and Usadel 2014). Para obter leituras de alta qualidade, foram removidas as bases com
205 phred<20 e reads menores que 100 pb.
206 As predições das OTU’s foram realizadas no programa UPARSE
207 (http://drive5.com/usearch/manual/uparse_pipeline.html). A predição taxonômica foi realizada
208 pela atribuição das sequências representativas das OTUs contra o banco de dados RDP
209 (https://rdp.cme.msu.edu/) usando o percentual de identidade de 97%. As sequências mais
210 abundantes em cada OTU foram definidas como sequências representativas, e foram utilizadas
211 para anotação taxonômica em cada nível (filo, classe, ordem, família, gênero e espécie).
212 Em função de se normalizar os dados do presente estudo, a curva de rarefação foi construída
213 com intuito de revelar a eficácia da amostragem e do sequenciamento quanto à cobertura de
214 espécies que compõe o ambiente ruminal.
216 Antes da análise dos dados de abundância relativa no nível de filo e gênero, a conformidade
217 dos dados com as premissas de normalidade e homogeneidade das variações foram examinadas
25
228 3 Resultados
229 3.1 Efeito da suplementação com aditivo tamponante sobre os parâmetros ruminais
230 Os efeitos dos tratamentos nos valores de pH do rúmen são apresentados na Tabela 1. Os
231 tratamentos não apresentaram diferença significativa (p>0,05) para valores de pH. Entretanto,
232 na presente condição da pesquisa, observou-se que ao desafiar as moléculas potencialmente
233 tamponantes em um ambiente extremante ácido com a inclusão de 15,5% de Fibra Efetiva, os
234 animais apresentaram um quadro de acidose sub-clínica em resposta as baixas concentrações
235 de pH ruminal. No entanto, do ponto de vista biológico, flutuações de pH indicam que a
236 presença do aditivo tampontante promoveu uma maior concentração do pH quando comparado
237 ao tratamento CON, ou seja, conseguiram estabilizar o pH mantendo a ação tamponante no
238 rúmen, tendo maiores níveis observados nos animais suplementados com BIC.
239 O efeito dos tratamentos nos padrões de pH do rúmen durante todo período diurno é
240 representado na Figura 1. O pH do rúmen tendeu a diminuir em todos os tratamentos após a
241 alimentação matinal. Deste modo, embora os aditivos tenham apresentado uma redução do pH
242 após a primeira alimentação, a redução foi mais evidente nos animais que receberam o
243 tratamento CON. O efeito do tratamento sobre a acidez foi claramente visível, especialmente
244 no período entre 10 h às 19 h, quando o pH do rúmen permaneceu com níveis bem baixos, em
245 torno de 5,0 por um longo período de tempo (13 h). No entanto, pH do rúmen não foi superior
246 a 6,0, independentemente do tratamento. O tempo em que o pH ruminal permaneceu abaixo de
247 5,5 continuamente, durante um período de 24 horas, não diferiu entre os tratamentos, sendo
248 assim, durante todo o experimento ele se manteve em níveis baixos.
249 Os resultados referentes a concentração de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) durante o
250 período antes e após a alimentação estão representados na Tabela 2. Os dados revelaram uma
251 diferença significativa para a concentração molar de ácido valérico (p<0,08) no período que
252 antecede a alimentação, correspondendo à hora zero.
253 A proporção molar de ácidos graxos de cadeia curta está representada na Tabela 3. A proporção
254 molar de acetato seguiu o mesmo padrão que os dados referentes a concentração, ou seja,
255 maiores níveis de acetato, seguidos por propionato e butirato.
256 Ressalta-se que as proporções molares do ácido valérico durante o período que antecede a
257 alimentação, diferiram-se entre os tratamentos avaliados, especialmente para o ácido acético
258 (p<0,07) e valérico (p<0,03). No entanto, a dieta altamente concentrada com a inclusão do
259 aditivo tamponante não influenciou as demais concentrações e proporções de AGCC no rúmen,
260 assim, não apontou diferenças significativas para os ácidos graxos (p>0,10).
261 Para os parâmetros bioquímicos, foram observados maiores níveis de lactato sanguíneo (LS)
262 nos animais suplementados L45 durante o período que antecede a alimentação, apresentando
26
263 diferença significativa (p<0,06). Já para os demais parâmetros sanguíneos como triglicerídeos,
264 glicose, fosfatase alcalina e proteínas totais não diferiram estatisticamente entre os tratamentos
265 avaliados (p>0,10), conforme apresentado na Tabela 4.
266 Entretanto, do ponto de vista biológico, níveis de triglicerídeos (TRI) mais elevados foram
267 observados nos animais que receberam a suplementação com o aditivo L45, seguidos pelo
268 tratamento BIC, L90 e sem suplementação CON. As proteínas totais (PT) encontradas no
269 presente estudo, refletem maiores concentrações nos bovinos que foram alimentados com o
270 tratamento BIC quando comparada aos demais tratamentos, apresentaram 8,09 g/dL e 7,98 g/dL
271 para coletas referentes ao período antes da alimentação (hora zero) e após a alimentação (hora
272 doze).
273 Os resultados encontrados para o parâmetro sanguíneo fosfatase alcalina (FA) mostraram níveis
274 mais elevados para animais que tiveram inclusão do aditivo BIC, apresentando um valor médio
275 de 158,50 U/L. Os animais suplementados com a alga marinha calcária, apresentaram maiores
276 concentrações de glicose plasmática (GLI), com valores médios de 77,75 e 78,28 mg/dL para
277 as diferentes dosagens de 45 e 90 gramas.
278
279 3.2 Sequenciamento do gene 16S rRNA e Identificação das bactérias ruminais por
280 metabarcoding
281 O DNA obtido para as amostras de líquido ruminal apresentaram cerca de 100 ng/µl. Após
282 amplificação por PCR, os amplicons obtidos apresentaram o comprimento de aproximadamente
283 250 pb, como esperado para a região amplificada.
284 O sequenciamento de amplicons Illumina Miseq geraram um total de 2.519.335 reads totais do
285 fragmento amplificado, em um total de 2,5 Gb de dados. Evidencia-se que 96,3% das
286 sequências geradas passaram pelo controle de qualidade. Após o sequenciamento e
287 processamento de dados, foi alcançado um número total de 1.474 unidades taxonômicas
288 operacionais (OTUs).
289 Entre o total de filos encontrados, apenas 10% das OTUs não foram identificadas, ou ainda não
290 haviam sido descritas para o ambiente ruminal, visto que suas funções podem ser tão
291 importantes quanto os filos identificados.
292 Os resultados apontaram uma variação entre a riqueza observada de 181 a 757 OTUs para as
293 amostras de líquido ruminal para os diferentes tratamentos. A curva de rarefação apontou que
294 as 255.824 sequências não estavam muito próximas de atingirem a compleição total da
295 comunidade avaliada, ficando distante de atingir uma estabilidade na curva, conforme
296 apresentado na Figura 2. Deste modo, a amostragem não foi suficiente segundo a rarefação e,
297 portanto, mais análises são consideradas necessárias para identificar novos táxons. Apesar
298 disso, ressalta-se que os resultados quanto a diversidade de OTUs presente no rúmen é bastante
299 consistente.
300 Após a realização da rarefação dos dados, foi obtido um total de 1.276 OTUs, representados na
301 Figura 3. Dezesseis filos foram classificados no rúmen de bovinos Nelore. Dentre os filos há
302 uma predominância dos Firmicutes (44,12%), Bacteroidetes (28,29%) e Proteobactéria
303 (5,88%), seguidas por Spirochaetes (5,17%) e Tenericutes (1,65%), os quais representam
304 85,11% dos filos identificados na comunidade bacteriana do rúmen.
305 Entretanto, os outros filos encontrados [Actinobacteria (0,86%); Elusimicrobia (0,78%);
306 Synergistetes (0,55%); Fibrobacteres (0,47%); Planctomycetes (0,47%); Verrumicrobia
27
328 Os gêneros mais abundantes compreendem todos os dados da sequência bacteriana, sendo
329 detectados em todos os tratamentos avaliados como L45, L90, BIC e CON; podendo ser
330 considerados as bactérias ruminais “dominantes”. Eles foram Prevotella (77,84%), Fibrobacter
331 (11,37%), Treponema (4,68%), Rumunobacter (1,26%), Alistipes (1,09%), Elusimicrobium
332 (0,83%), Ruminococcus (0,67%) e Anaeroplasma (0,65%), sendo observadas na Figura 6.
333 Conforme apresentado na Tabela 6, a comunidade bacteriana dos bovinos foi avaliada quanto
334 a abundância de espécies entre os tratamentos ofertados.
335 Os animais que receberam uma a inclusão do aditivo BIC, apresentaram uma maior abundância
336 de bactérias ruminais, (26,27%, 23.742 OTUs), seguidas por L90 (25,94%, 23.451 OTUs),
337 CON (24,37%, 22.033 OTUs) e L45 (23,42%, 21.166 OTUs).
338 Ressalta-se que ao desafiar as moléculas potencialmente tamponantes no rúmen, a
339 suplementação com o aditivo com L90 apresentou uma riqueza total de espécies superior para
340 o gênero Prevotella em comparação aos demais tratamentos (p<0,07), apontando que ele
341 promoveu um maior controle do ambiente ácido nas presentes condições. A quantidade de
342 bactérias do gênero Fibrobacter apresentou um aumento nos tratamentos que tiveram a inclusão
343 dos aditivos. Por outro lado, quando o pH está controlado com a presença dos aditivos, tem-se
344 uma redução na abundância bacteriana pertencentes ao gênero Ruminobacter e Oscillibacter.
345 No entanto, esses grupos bacterianos foram considerados igualmente abundantes em todos os
346 tratamentos avaliados (p>0,10).
347 4 Discussão
348 4.1 Variações nos parâmetros ruminais e bioquímicos em função da alimentação
349 No presente estudo, avaliou-se as condições dos bovinos Nelores quanto a alimentação rica em
350 concentrado associada ao uso de aditivos tamponantes, como a alga marinha calcaria
28
398 As concentrações e proporções molares dos AGCC, seguiram o mesmo padrão quanto aos
399 tratamentos, entre 60:30:10. Da mesma forma, Cruywagem e colaboradores (Cruywagen et al.
400 2015) ao avaliarem o efeito da alga marinha e do bicarbonato de sódio, observaram que seus
401 resultados seguiram o mesmo padrão, tanto para concentração quanto para proporção deste
402 ácido no ambiente ruminal.
403 Ao ofertar aos animais suplementação tamponante a base de alga marinha e bicarbonato de
404 sódio, observou-se uma redução na concentração de ácido acético no rúmen, resultando em
405 concentrações maiores aos animais sem a inclusão do aditivo na alimentação. Fato este
406 contrário ao encontrado por um grupo de pesquisadores ao fornecer aditivos tamponantes aos
407 bovinos, onde houve um incremento nos níveis de ácido acético no ambiente ruminal
408 (Cruywagen et al. 2015; Khorasani and Kennelly 2001; Xu et al. 1994),
409 Concentrações maiores de ácido propiônico foram identificadas antes da alimentação para
410 animais suplementados com a alga marinha calcaria L90. Já referente ao período pós
411 alimentação, concentrações maiores foram observadas para animais alimentados com
412 tratamento CON. Da mesma forma, Cruywagen e colaboradores (Cruywagen et al. 2015)
413 observaram que a concentração de propionato foi maior para o tratamento CON quando
414 comparado a suplementação com alga marinha e bicarbonato de sódio.
415 Menores concentrações de propionato no rúmen de animais alimentados com dietas de alto
416 concentrado sugerem que do ponto de vista biológico pode estar ocorrendo modificações nos
417 padrões fermentativos ou até mesmo de absorção entre os animais (McGovern et al. 2018). Foi
418 sugerido que, essas variações podem estar relacionadas à utilização de aditivos tamponantes,
419 uma vez que são responsáveis por modificar a fermentação do alimento no ambiente ruminal.
420 Os achados do presente estudo, apontam que maiores concentrações do ácido butírico foi
421 observada no tratamento L90 no período que antecede a alimentação, e durante a avalição
422 vespertina, o tratamento que apresentou um maior nível deste ácido foi BIC. Uma vez que,
423 biologicamente, o aumento do butirato em animais ruminantes tem sido associado a uma maior
424 eficiência alimentar (Shabat et al. 2016).
425 Em relação aos níveis séricos sanguíneos, observou-se que os animais submetidos aos
426 tratamentos CON e L45 apresentaram maiores níveis de lactato sanguíneo, apontando uma
427 diferença significativa entre todos os tratamentos avaliados no período que antecede a
428 alimentação (p<0,06).
429 Desta forma, os níveis de lactato sanguíneo compreendendo a faixa de 5,13 a 14,50 mg/dL no
430 presente estudo, indicam que os animais não se encontravam em um quadro de acidose ruminal,
431 visto que a acidose lática é caracterizada quando o nível de lactato sanguíneo excede a 5
432 mmol/L, ou seja, 90 mg/dL. Uma vez que, nos ruminantes, a acidose lática é observada quando
433 uma dieta básica de forragem é subitamente modificada para carboidratos facilmente
434 fermentáveis (concentrados), sem que se tenha realizado um período prévio de adaptação.
435 Valores ideais de lactato sanguíneo para as diferentes espécies, em geral, se encontram em torno
436 de 20 mg/dL (González 2000). Desta forma, nossos achados revelam que os bovinos
437 mantiveram sua atividade microbiana normal, sem apresentarem quadros clínicos de acidose
438 ruminal.
439 Os demais parâmetros avaliados como triglicerídeos, proteínas totais, fosfatase alcalina e
440 glicose, foram considerados estatisticamente iguais (p>0,10). Por outro lado, ao avaliar os
441 parâmetros bioquímicos do ponto de vista biológico, a literatura apresenta uma amplitude em
442 relação aos níveis de triglicerídeos em bovinos Nelore, pois resultados foram considerados
443 adequados por González e Scheffer quando se encontraram acima de 100 mg/dL (González and
444 Scheffer 2003). Por outro lado, Kaneko e colaboradores sugerem que os níveis ideais deste
30
445 parâmetro compreendem a faixa entre 0 a 14 mg/dL (Kaneko et al. 1997). Resultados estes que
446 corroboram com o presente estudo, pois os níveis de triglicerídeos variaram entre 13,50 a 16,63
447 mg/dL.
448 As proteínas totais observadas no perfil sanguíneo dos animais submetidos a suplementação
449 com aditivos tamponantes, apontam valores médios de 7,82 g/dL para todos os tratamentos
450 avaliados, atribuindo maiores concentrações aos animais alimentados com o aditivo BIC.
451 Valores de referência em soro sanguíneo de bovinos para proteínas totais situam-se entre 60 a
452 85 g/L (Lindsey 1996). Paiva e colaboradores (Paiva et al. 2013) observaram em sua pesquisa,
453 variações de proteína totais para machos e fêmeas entre 8,94 e 8,76g/dL, respectivamente. Por
454 outro lado, Prado (Prado 2018) observou uma variação entre 7,3 g/dL para animais da raça
455 Nelore e 6,8 g/dL para bovinos cruzados.
456 Níveis de fosfatase alcalina considerados ideais são atribuídos a valores de até 490 U/L
457 (Veterinária 2016). Corroborando com esses índices, Kaneko e colaboradores estabelecem que
458 níveis ótimos para esta enzima variam de 0 a 488 U/L (Kaneko et al. 2008). Desta forma, nossos
459 resultados revelam que animais submetidos a suplementação com o aditivo BIC apresentaram
460 níveis mais elevados de 159,88 U/L que os demais tratamentos, consequentemente uma maior
461 atividade enzimática, sendo considerados dentro do padrão aceitável.
462 A exigência de glicose para animais ruminantes é praticamente a mesma exigência de outras
463 espécies, apresentando seu nível sanguíneo em torno de 40 a 60 mg/dL (Fraser 1993). Kaneko
464 e colaboradores (Kaneko et al. 2008) relatam que a variação de glicose em animais sadios
465 compreende a faixa entre 50 a 80 mg/dL. Por outro lado, Gonzáles e Sheffer (González and
466 Scheffer 2003) atribuem valores referências para glicose inferiores a 40 mg/dL. Assim, os
467 resultados obtidos apontam concentrações acima de 70 mg/dL para todos os tratamentos, tendo
468 maiores valores para L45 e L90, seguidos pelo tratamento CON e BIC.
469
470 4.2 Metabarcoding: Principais filos e gêneros
471 A partir dos dados rarefeitos, foi possível identificar as OTUs na comunidade ruminal em
472 função da dieta fornecida. Os resultados obtidos quanto à abundância de espécies e a
473 diversidade, demonstraram que a microbiota bacteriana ruminal é bastante rica e diversa.
474 Um alto nível de biodiversidade na comunidade bacteriana do rúmen foi revelado neste estudo.
475 No total, 1.276 OTUs foram identificadas no rúmen de animais alimentados com dieta de alto
476 concentrado, com inclusão da alga marinha calcária (Lithothamnium calcareum) e bicarbonato
477 de sódio como aditivos tamponantes. Dentre as OTUs identificadas, 90% (1.148 OTUs)
478 compreendem bactérias já conhecidas, e apenas 10% (128 OTUs) não apresentam sequências
479 disponíveis no banco de dados utilizado.
480 Foi possível identificar no conteúdo ruminal bovino 16 filos distintos, número este menor do
481 que o verificado por McGovern e colaboradores (McGovern et al. 2018), Wang e colaboradores
482 (Wang et al. 2017) que encontraram 19 e 32 filos respectivamente, utilizando as mesmas
483 técnicas de sequenciamento. Apesar das diferenças nas quantidades de filos encontradas por
484 diversos autores, os filos mais dominantes identificados em grande parte dos trabalhos na
485 literatura, se assemelham aos obtidos no presente estudo, uma vez que se alternam entre os
486 principais filos Firmicutes, Bacteroidetes e Proteobactéria (Sun et al. 2019; McGovern et al.
487 2018; Wang et al. 2017).
488 Dentre os filos mais abundantes, Firmicutes se destacou por estar presente em 44,12% do total
489 de táxons analisados. Resultados próximos foram encontrados por Sun(Sun et al. 2019), onde
490 para o mesmo filo foram identificados 50,29% das OTUs. Neste filo, os autores destacaram o
31
491 gênero com maior expressão, como Ruminococcus. Este gênero apresenta como espécies
492 Ruminococcus flavefaciens, que, juntamente com Ruminococcus albus são consideradas
493 altamente celulolíticas, essenciais para degradação microbiana da celulose no rúmen (Præsteng
494 et al. 2013). Ambas espécies possuem capacidade de aderir rapidamente à superfície dos
495 vegetais ingeridos pelo hospedeiro para digerir celulose, sendo nomeadas como bactérias
496 aderentes (Brulc et al. 2009; Koike et al. 2003) .
497 Outro importante gênero pertencente a este filo, é o Butyrivibrio, cujas espécies estão
498 diretamente associadas à fermentação de carboidratos solúveis, estruturais e desempenham um
499 papel de extrema importância na degradação do amido (McAllister et al. 1990). Henderson
500 apresentou em sua pesquisa que este gênero era mais abundante no rúmen de bovinos e bison
501 alimentados com misturas de forragem e concentrado quando comparados a dietas à base de
502 forragem (Henderson et al. 2015). Outro gênero como Eubacterium, possui espécies que atuam
503 tanto na degradação da celulose como Eubacterium cellulosolvens, quanto na degradação da
504 hemicelulose como os representantes Eubacterium uniformis e Eubacterium xylanophilum
505 (Miura et al. 1980).
506 Bacteroidetes como o segundo maior filo encontrado com 28,29% das sequências analisadas.
507 Apresenta uma maior porcentagem de indivíduos relacionados ao gênero Prevotella. Dentre as
508 espécies com maior predominância neste gênero destaca-se Prevotella bryantii, Prevotella
509 ruminicola e Prevotella melaninogenica, cujas principais funções no rúmen são degradação e
510 utilização do amido (Cotta 1992), além de serem responsáveis pela degradação de proteínas
511 (Russell 1983), como também dos polissacarídeos como pectinas e xilanas da parede celular de
512 plantas (Matsui et al. 2000). Outros estudos têm demonstrado, que este gênero é o mais
513 abundante no rúmen de bovinos, e que, as espécies pertencentes a esse gênero atuam em
514 diferentes funções metabólicas no ecossistema ruminal podendo influenciar em um maior
515 ganho de peso (Fouts et al. 2012; Hungate 1966; Wu et al. 2012).
516 O filo Proteobactéria, terceiro maior filo identificado no presente estudo (5,88%), é responsável
517 pela maior porção de bactérias gram-negativas presentes no rúmen (Gupta 2000). A maior parte
518 das OTUs atribuídas ao filo, possuem como representantes os gêneros Ruminobacter,
519 Campylobacter e Actinobacter, desempenhando no ambiente ruminal a função de degradar
520 proteínas da dieta (Arcuri et al., 2011).
521 Em relação ao filo Spirochaetes, todas as reads identificadas pertencem ao gênero Treponema,
522 que possuem como espécies mais importantes deste gênero, Treponema Bryantii e Treponema
523 saccharophilum. Segundo relatos, as espécies pertencentes a esse gênero são capazes de utilizar
524 polímeros como pectina e xilana como substratos fermentáveis, mas não celulose, o que explica
525 a maior ocorrência deste filo em dietas de alta energia (Paster and Canale-Parola 1982).
526 Fibrobacteres, foi identificado com menor expressão numérica quanto a quantidade de OTUs,
527 no entanto, a riqueza de espécies que este filo possui é relevante (11,37%). Evidencia-se que
528 este grupo possui um papel funcional de extrema importância no rúmen, sendo conhecido por
529 degradar com eficiência a celulose da parede celular (Miller 1978).
530 Ao contrário de outras bactérias do rúmen que derivam energia de inúmeras fontes de
531 polissacarídeos, espécies como Fibrobacter succinogenes são especializadas apenas em utilizar
532 celulose como substrato. O genoma desta bactéria codifica numerosas enzimas, as quais são
533 capazes de degradar uma grande variedade de polissacarídeos. Deste modo, foi sugerido o uso
534 dessas enzimas para remover hemicelulose da parede celular das plantas, com finalidade de
535 obter acesso à celulose. Supõe-se que, esses produtos da decomposição da hemicelulose
536 forneçam substratos de crescimento para outras bactérias presentes no ambiente ruminal (Suen
537 et al. 2011)
32
538 Estima-se que tal mecanismo seja sustentado por nossos dados, uma vez que a riqueza do gênero
539 Fibrobacter apresentou maiores resultados para animais suplementados com o a alga marinha
540 L45, apresentaram 38% do total de OTUs identificadas. Por conseguinte, os resultados à cerca
541 da diversidade bacteriana apresentam uma dissimilaridade para o gênero em estudo (p<0,05),
542 levantando a hipótese de que a alga pudesse potencializar o aumento na atividade celulolítica
543 do rúmen por promover substrato ao ruminante e as outras populações microbianas.
544 Ressalta-se que o papel dos filos de baixa abundância como Elusimicrobia, Synergistetes,
545 Tenericutes Verrumicrobia dentro dos ecossistemas ruminais permanece comparativamente
546 vaga, uma vez que não há muita informação disponível sobre as respectivas espécies (Deusch
547 et al. 2017).
548 5 Conclusão
549 Observou-se uma variação entre a abundância e a diversidade bacteriana ruminal de 16 filos
550 bacterianos em função da alimentação. Dentre os quais, refletiram em uma maior riqueza e
551 diversidade de bactéria Prevotella nos animais suplementados com Lithothamnium calcareum
552 a 90g. Além de, uma maior diversidade bacteriana do gênero Fribrobacter para os tratamentos
553 avaliados.
554 Em relação aos parâmetros ruminais, do ponto de vista biológico observou-se que o aditivo BIC
555 manteve o pH mais elevado em comparação aos demais tratamentos.
556 Para os ácidos graxos de cadeia curta, foi observado uma diferença na concentração e proporção
557 molar do ácido valérico, como também da proporção molar do ácido acético no período que
558 antecede a alimentação.
559 Os parâmetros sanguíneos apontaram variações para os níveis séricos de lactato sanguíneo,
560 indicando que animais suplementados com o aditivo L45 apresentaram maiores concentrações,
561 demonstrando modificações nos parâmetros fermentativos que promovem a acidose ruminal.
563 RF, CT, MT e EM projetaram a pesquisa; RF, LL, LC e RR conduziram a pesquisa; LL, CT,
564 RN, AA e EA analisaram os dados; LL escreveu o manuscrito; CT ajudou a interpretar os dados
565 e a revisar o artigo. Todos os autores aprovaram o manuscrito final.
567 Os autores declaram que a pesquisa foi realizada na ausência de quaisquer relações comerciais
568 ou financeira que pudessem ser interpretadas como um potencial conflito de interesses.
569 8 Agradecimentos
570 Agradecemos aos órgãos financiadores CNPq, FAPEG, CAPES, INCT em EECBio, FUNAPE,
571 PRIMASEA e KONEKSI pela concessão da bolsa e/ou apoio financeiro que viabilizaram a
572 execução deste projeto.
33
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737 Journal of Dairy Science 77 (3): 782–88. https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(94)77013-2.
738
38
Material Suplementar
ANEXO A - APROVAÇÃO DA COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS
39
EPM: Erro Padrão da Média; CV: Coeficiente de variação; Médias avaliadas a 10% de
significância (p<0,10), sob o teste de Scott-Knott.*
Tabela 3. Proporção molar de ácidos graxos de cadeia curta do liquido ruminal de bovinos
Nelore sob inclusão de aditivos tamponantes em uma dieta de alto concentrado, avaliados no
período que antecede e pós alimentação.
Período antes da alimentação – hora 0
Parâmetro CON L45 L90 BIC EPM CV% P-value*
Acético 62,20 64,59 49,09 51,42 3,90 13,73 0,0734*
Propiónico 24,07 22,60 34,41 32,20 3,33 23,54 0,1114
Isobutírico 0,59 0,64 0,52 0,57 0,09 29,81 0,8079
Tabela 5. Diversidade bacteriana ruminal a nível de gênero de bovinos Nelore sob inclusão
de aditivos tamponantes em uma dieta de alto concentrado, utilizando a ferramenta
metabarcoding 16S rRNA.
Diversidade
Gêneros P-value*
CON L 45 L 90 BIC
Tabela 6. Abundância bacteriana ruminal a nível de gênero de bovinos Nelore sob inclusão
de aditivos tamponantes em uma dieta de alto concentrado, utilizando a ferramenta
metabarcoding 16S rRNA.
Abundância
Gêneros P-value*
CON L 45 L 90 BIC
Alistipes 75,50 26,00 44,00 101,75 0,9725
Anaeroplasma 18,00 7,25 10,75 110,00 0,2675
Butyrivibrio 12,00 12,75 8,50 6,00 0,1616
Clostridium_XlVa 3,75 3,50 2,75 29,25 0,3225
Elusimicrobium 53,00 13,25 78,50 43,00 0,5374
Fibrobacter 294,00 988,00 545,25 742,75 0,2123
Oscillibacter 28,75 15,00 7,25 10,50 0,7192
Prevotella 4494,50 3934,25 4834,25 4327,75 0,0752*
Ruminobacter 265,00 5,50 2,25 13,00 0,149
Ruminococcus 15,00 32,75 18,75 84,50 0,5519
Selenomonas 9,25 4,00 9,00 35,25 0,8964
Treponema 209,00 231,00 223.75 392,50 0,2725
*Teste de Friedman com as médias ajustadas pela correção de FDR; Médias avaliadas a 10%
de significância (p<0,10).
43
pH do rúmen
5,8
5,6
5,4
5,2
5
4,8
4,6
4,4
4,2
0 1 3 6 9 12 18 24
Controle Lithothamnium calcareum 45g
Lithothamnium calcareum 90g Bicarbonato
Figura 1. Variação do pH ruminal ao longo do dia em uma dieta rica em concentrado, em função
do uso de aditivos tamponantes.
Actinobacteria
Armatimonadetes
Bacteroidetes
Candidatus_Saccharibacteria
Elusimicrobia
Fibrobacteres
Firmicutes
Fusobacteria
Filo
Lentisphaerae
NA
Planctomycetes
Proteobacteria
Spirochaetes
SR1
Synergistetes
Tenericutes
Verrucomicrobia
g:Anaeroplasma
g:Treponema Bacteroidetes
g:Ruminobacter
g:Campylobacter Elusimicrobia
g:Acinetobacter
g:Selenomonas
Fibrobacteres
g:Schwartzia
g:Ruminococcus
g:Oscillibacter Firmicutes
g:Eubacterium
g:Clostridium_XlVa Proteobacteria
g:Butyrivibrio
g:Fibrobacter
Spirochaetes
g:Elusimicrobium
g:Prevotella
g:Alistipes Tenericutes
Figura 4. Riqueza de espécies a nível de gênero dos sete principais filos bacterianos, a partir das
sequencias do gene 16S rRNA do conteúdo ruminal de bovinos Nelore, através da plataforma
Illumina Miseq.
45
100%
90% g:Treponema
g:Selenomonas
80%
g:Ruminococcus
70%
g:Ruminobacter
60% g:Prevotella
50% g:Oscillibacter
g:Megasphaera
40%
g:Fibrobacter
30%
g:Clostridium_XlVa
20% g:Butyrivibrio
10% g:Anaeroplasma
g:Alistipes
0%
CONTROLE L 45 L 90 BICARBONATO
Figura 5. Diversidade dos principais gêneros bacterianos com base nas sequencias do gene 16S
rRNA do conteúdo ruminal de bovinos Nelore, através da plataforma Illumina Miseq.
100%
90% g:Treponema
g:Selenomonas
80%
g:Ruminococcus
70% g:Ruminobacter
60% g:Prevotella
g:Oscillibacter
50%
g:Megasphaera
40% g:Fibrobacter
g:Elusimicrobium
30%
g:Clostridium_XlVa
20% g:Butyrivibrio
10% g:Anaeroplasma
g:Alistipes
0%
Controle L 45 L 90 Bicarbonato
Figura 6. Abundância dos principais gêneros bacterianos identificados com base nas sequencias
do gene 16S rRNA do conteúdo ruminal de bovinos Nelore, através da plataforma Illumina
Miseq.
46