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)
Renato Aloizio de Oliveira Gimenes (org.)
NARRAR O PASSADO,
REPENSAR A HISTÓRIA
ISBN 9788586572562
CDD – 901
Índices para catálogo sistemático:
7 Apresentação
Margareth Rago & Renato A. de Oliveira Gimenes
Carlo Romani
1
Roma Cidade Aberta. Direção de Roberto Rossellini. Itália, 1946.
2
Sobre a ação política de intelectuais e literatos, através da literatura, durante
a República Velha, ver Nicolau Sevcenko. Literatura como Missão. São Paulo:
Brasiliense, 1983. Cap. II, “O Exercício Intelectual como Atitude Política: os
Escritores-cidadãos.”
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3
Lima Barreto. Os Bruzundangas. Obras de Lima Barreto, Vol. VII. São
Paulo: Brasiliense, 1961.
4
Idem, ibid. p. 47.
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5
Lima Barreto. Vida e Morte de M. J. Gonzaga Sá. Obras de Lima Barreto.
São Paulo: Brasiliense, 1956. In. Nicolau Sevcenko. Op. cit., p. 187.
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6
Brasil, Cazuza/ George Israel e Nilo Romero. LP Ideologia, Philips, Rio de
Janeiro, 1988.
7
Lima Barreto. História e Sonho. Obras de Lima Barreto, op. cit. in Nicolau
SEVCENKO. Op. cit., p. 188.
8
Sílvio Romero. Discurso pronunciado em 31 de maio de 1908 e publicado
como “Provocações de debates” no livro Contribuições para o Estudo do Brasil
Social. Porto. Chardron, 1910, in, Sílvio Romero. Teoria, crítica e história
literária. Seleção e apresentação de Antônio Cândido. São Paulo: Edusp, 1978, no
capítulo “As oligarquias e sua classificação”, p. 197-206.
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9
A vida de Lima Barreto foi biografada por Francisco de Assis Barbosa, em
A vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio Editora, 1952.
10
Euclides da Cunha, Os Sertões. Edições de Ouro, s/d.
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11
Carlo Romani, Oreste Ristori. Uma aventura anarquista. Dissertação de
mestrado. História. IFCH/UNICAMP, 1998.
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12
Euclides da Cunha, op. cit. p. 541.
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13
Sobre as análises do autor inglês acerca da atuação dos anarquistas, ver Eric
Hobsbawm, Revolucionários. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982; Bandidos. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1976.
14
O comunismo libertário idealizado por Malatesta, anarquista italiano,
a partir de 1890, e difundida entre outros por Luigi Fabbri, prega uma sociedade
em que os meios de produção serão comuns, sem controle do Estado, com
a produção dividida segundo a necessidade de cada indivíduo, regulada pela ideal
de máxima liberdade individual e respeito à liberdade alheia. Por isto mesmo não
é uma doutrina fechada e permanece em constante mutação e aprimoramento
conforme o desenvolvimento da sociedade humana e a modificação da necessidade
entre os homens. Uma rápida inserção nos conceitos de Malatesta pode ser feita
através de Errico Malatesta. Textos escolhidos. Seleção e notas Grupo Anarquista
1° de Maio. Porto Alegre: L&PM Editores, 1894; Os grandes escritos anarquistas.
Introdução e seleção de George Woodcock. Porto Alegre: L&PM, 1981.
15
Os individualistas radicalizaram a concepção das liberdades individuais
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18
Sobre o La Battaglia ver as teses de Luigi Biondi, La stampa anarchica
italiana in Brasile: 1904-1915. Tesi di laurea, Università degli Studi di Roma “La
Sapienza”, 1994; e Isabelle Felici, Les italiens dans le mouvement anarchiste au
Brésil. Université de la Sorbonne Nouvelle-Paris III, 1994
19
La Battaglia. São Paulo, n. 2, 26/04/1904.
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assim, seja o que Deus quiser. Mas nenhum dos três era lá humilde, nem
muito crente, principalmente em relação aos males provocados pela Igreja
nesta sociedade moribunda, tanto que o anticlericalismo é uma das marcas
em comum desses homens.
Tampouco é religioso Policarpo Quaresma que, com aquela
vidinha besta que levava, guarda escondidos em seu interior nobres
ideais. Policarpo vivera na década anterior, lá pelos idos de 1893, 1894,
contemporâneo de agruras de Euclides, naquele período meio inquisitorial,
em que se transformou a República sob a tirania do marechal Floriano
de ferro. Policarpo, personagem central do romance de Lima Barreto20,
foi construído à imagem e semelhança de seu autor. Funcionário de uma
repartição pública, vivia da casa para o trabalho, do trabalho para a casa,
lá no distante bairro de São Januário, aquele do bonde para otário, digo,
operário.21 No marasmo, sobrava-lhe todo o tempo do mundo para pensar
num mundo melhor, digamos numa Bruzundanga melhor. Como Euclides,
acreditou na República e em seus políticos. Como Euclides, engajou-se
na construção de uma civilização brasileira em busca de sua identidade.
Às avessas, diga-se de passagem, pois, se para Euclides a civilização
europeizada do litoral é quem deveria acabar com o atraso representado
pelos jagunços crentes do interior, para Policarpo era a civilização do litoral
que deveria sucumbir novamente às suas origens, em busca da Iracema e
do Peri perdidos e finalmente reencontrar sua identidade tupi.
Policarpo Quaresma no decorrer de sua trajetória acabou por
constituir-se na paródia perfeita de Euclides da Cunha. Com este
personagem, Lima Barreto desfere dois golpes de mestre: primeiro
ridicularizando ironicamente a República nos tempos de Floriano,
e segundo parodiando comicamente o austero e incólume Euclides, sem
a ciência deste. Sigamos viagem.
20
Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Editora
Mérito, 1948.
21
O bonde de São Januário. Wilson Batista/ Ataúlfo Alves. RCAVictor, Rio de
Janeiro, 1940. (A pedido do DIP, a palavra otário na letra do samba, foi substituída
por operário)
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22
Lima Barreto. “Os percalços do budismo”. Marginalia, s/d. in Lima Barreto.
Crônicas Escolhidas. Folha de São Paulo. Editora Ática, 1995.
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terra, era a única capaz de traduzir as belezas pátrias, ou era a que melhor
se adaptava aos órgãos cerebrais e vocais da população nativa.
Policarpo defende sua proposição do fundo do coração e assim não
compreende o motivo de tanta chacota de que se torna vítima. Coitado,
aquela gozação que todos lhe faziam, desde seus colegas do trabalho, seus
amigos e até a imprensa não era justa. Era só passar o Policarpo pela rua
e pronto, lá vinha piada, lá vai o sujeito do tupi-guarani. A sua ingênua
intenção tinha sido das melhores, como o beato Conselheiro com a aquela
gente sofrida do sertão que, pela primeira vez na vida, havia encontrado sua
dignidade em Canudos. O que se passou com Policarpo foi um verdadeiro
massacre, que ele teve de suportar mudo e resignado. Mandaram-no para
o Pinel. Passou um tempo pelo hospício esperando que o esquecessem e
quando saiu de lá resolveu mudar-se para um sítio no interior onde iria ter
uma vida tranqüila. Tal qual Euclides, depois do massacre o sossego.
Enquanto isto, em São Paulo, Oreste circula por todo o interior do
Estado propagandeando o anarquismo. Neste tempo, o periódico que ele dirige
transformou-se no principal órgão de defesa do nascente proletariado paulista.
Com uma tiragem entre cinco e oito mil exemplares, em suas páginas o La
Battaglia vem descrevendo implacavelmente as atrocidades cometidas contra os
operários das fábricas e os colonos nas fazendas. O movimento social organiza-
se lentamente (em 1906, ocorre no interior do estado uma grande greve de
ferroviários), e Oreste é um dos que mais dedicadamente empenha-se em sua
construção, idealizando uma sociedade anárquica. É através de seus giros pelo
interior que Oreste, à medida que difunde o anarquismo, vai tomando ciência
da situação de penúria em que vive o trabalhador agrícola. Giros como o que
nos conta o pai de Tito Batini, quando "mesmo de Avanhandava, onde fomos no
ano de 1908, nossa residência era visitada por propagandistas que, disfarçados
de vendedores – lembro-me de Angelo Bandoni que trazia amostras de filtros
– a um tempo, traziam folhetos chegados da França, da Itália e da Espanha e os
de São Paulo e Rio de Janeiro, dirigidos pelos anarquistas Alessandro Cerchiai
ou Oreste Ristori".23
23
Tito Batini. Memórias de um socialista congênito. Editora da UNICAMP:
Campinas, 1991, p. 56.
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24
Mercedes Gomes a companheira de Ristori, era uruguaia nascida em
Montevidéu. Oreste e Mercedes se conheceram em 1903 durante a permanência
dele em Montevidéu. Vieram já como companheiros para São Paulo em 1904 e
viveram juntos até 1936 quando Oreste foi deportado definitivamente do Brasil
pelo Governo de Getúlio Vargas.
25
Eduardo Maffei, op. cit. p.19.
26
Lima Barreto. O triste fim... op. cit. p. 156.
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– Uai, esses estrangeru pensam que tão nas Oropa, so. Num
sabe não que aqui nas Bruzundanga é assim, ou eles acham que
tem tanta mulatinha fia de escrava por obra do Ispitu Santo?
No Espírito Santo, Oreste não podia nem sequer ouvir falar. Ele
é um contumaz opositor da Igreja e é graças a ela que permanece quase um
ano preso, é processado e quase expulso do país, o que vem a lhe causar
uma profunda descrença nos homens e na possibilidade de se alcançar
a anarquia. Explico melhor o caso.
Uma jovem de dez anos de idade chamada Idalina desaparece do
orfanato onde havia sido deixada pelo seu pai. Após uma investigação
levada a cabo pelos anarquistas em São Paulo, chega-se ao padre Faustino
Consoni, diretor do Orfanato Cristóvão Colombo, como o responsável pela
morte da menina. Ao que tudo indica ela foi submetida a violência sexual
pelo padre e atormentada, ameaçava fugir e botar a boca no trombone.
Oreste, junto com outros anticlericais, desvenda o crime passando a
instigar a opinião pública contra a Igreja. Reação imediata das autoridades:
27
“A infâmia das fazendas.” La Battaglia, n. 51, de 09/09/1905.
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28
La Battaglia n. 335,31/12/1911, c/7, in Luigi Biondi, op. cit. p. 112.
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retorna à cena com seu brilhante livro. Que fariam de suas vidas Oreste
e Policarpo?
Em setembro de 1893, o Rio de Janeiro é assediado pelos canhões
dos navios chefiados por Custódio de Melo, ancorados ao largo da baía da
Guanabara. É a Revolta da Armada. A ditadura florianista, cruel com suas
perseguições políticas, gera profundo mal-estar entre seus opositores. Foi
uma questão de tempo a eclosão do movimento que queria a deposição do
governo. Policarpo, fiel ao marechal, atende prontamente ao chamado de
"defesa da República", enviando uma mensagem telegráfica: "Marechal
Floriano, Rio. Peço energia. Sigo já-Quaresma"29
Reunindo em torno de si um significativo grupo de jovens militares
e outros não tão jovens, que sempre se aproximam do poder seja com quem
ele estiver, Floriano Peixoto após alguns meses de luta consegue conter a
sublevação e mantém-se no poder. Seus apaniguados são recompensados
com os mais variados cargos públicos, coisa comum na Bruzundanga,
e Policarpo, que nada queria, a não ser mostrar-se ético e coerente com
os ideais em que acreditava, também se vê favorecido pelas nomeações.
O que se segue ante os olhos de Policarpo, que agora faz parte do poder
instituído, é a realidade nua e crua do governo florianista. A violência
e o arbítrio com que são tratados os opositores do regime e a arrogância
dos jovens arrivistas com que se cercou o governo, trouxe pela segunda
vez, e agora definitivamente, o descrédito em Policarpo sobre qualquer
possibilidade de mudança baseada nos mais óbvios ideais da justiça que
ele defende.
Inconformado, Policarpo, que não consegue calar-se ante as
injustiças, escreve ao presidente denunciando as cenas escabrosas que
havia presenciado durante a repressão ao levante. Triste fim, novamente
a vítima transforma-se em ré nesta Bruzundanga kafkaniana que vivemos e,
desta vez, sem o perdão, nosso personagem é implacavelmente condenado
à morte. Como Euclides, morre traído pelos ideais em que se engajara,
sem ao menos tornar-se um imortal. Lima Barreto também levará muitos
29
Lima Barreto, O triste fim..., op. cit. p. 179.
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anos até ser retirado da marginalidade literária em que faleceu e vir a ter
reconhecida a grandiosidade de sua obra.
E Oreste, por onde anda? Se Euclides e Policarpo foram ao campo
refrescar suas idéias, quanto ao anarquista é bem provável que tenha se
retirado do jornalismo militante para viver uma vida mais tranqüila junto
de sua companheira Mercedes, ganhando seu pão, nas palavras de Tito
Batini30, produzindo clichês em seu laboratório da Rua Aurora. Pode ser.
Prefiro crer que tenha se dedicado ao amor simples e sincero pela sua
companheira, nada muito épico para alguém com o seu passado, mas o que
melhor que o amor para superar a decepção com nossos ideais?
Nestes cinco anos de sumiço, Oreste reconquista forças e confiança
para continuar a propaganda da anarquia. Os 20.432$800 réis expropriados
da companhia química31, fazem-lhe acender novamente o desejo pela
revolução social. Em nossa viagem, chegamos a 1917, época de grandes
convulsões sociais no mundo inteiro e Oreste com o dinheiro no bolso
retorna para a Argentina onde tenta empreender a realização de um antigo
sonho seu, a publicação de um grande diário anarquista. Quase chega ao
seu objetivo, sempre um quase atrapalhando nossas vidas. Depois de todo o
dissabor causado pelo processo movido contra ele pelo clero, Oreste volta
suas farpas contra a Igreja. Em Buenos Aires reencontra companheiros e
rapidamente consegue organizar uma publicação semanal, o anticlericalista
El Burro, em formato tablóide, ricamente ilustrado e impresso em quatro
cores. Um jornal operário de extrema sofisticação. Vamos deixar Juana
Rouco Buela nos contar esta história.
30
Tito Batini, op. cit., p. 119.
31
Conforme a ficha criminal constante do prontuário de Oreste Ristori, pasta
364, no DOPS/SP, sob custódia do Arquivo do Estado/ SP.
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32
A Ley de Residência era uma lei de exceção datada de 1902 e dava ao governo
argentino plenos poderes para expulsar do país cidadãos estrangeiros que fossem
julgados “indesejáveis”. Sobre ela ver Juan Soriano, Trabajadores, anarquismo y
Estado represor: de la Ley de Residência a la Ley de Defensa Social (1902-1910).
Cadernos Conflitos y Procesos. Buenos Aires. Centro Editor de América Latina,
1988.
33
Juana Buela. Historia de un ideal vivido por uma mulher. Buenos Aires:
Editorial Reconstruir, 1964. p. 52.
34
Alessandro Portelli. Sonhos ucrônicos memórias e possíveis mundos dos
trabalhadores, in “Revista Projeto História, História e Cultura”. PUC/São Paulo
– Educ, 1993. p. 50.
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Que Oreste Ristori fratura as duas pernas é fato. Que Oreste também
realiza uma heróica fuga saltando do navio que o deportava nas á-guas
geladas de julho do Rio da Prata, também. Mas isso ocorre em 1903 e ele
não as fraturou naquela ocasião.35 Agora, Oreste foi novamente deportado
de Buenos Aires em 31 de julho de 1919, no episódio relatado por Juana
Rouco como desdobramento dos acontecimentos ocorridos durante
a Semana Trágica de janeiro, quando o governo reprime violenta convulsão
social com mais violência ainda. Fala-se em até mil mortos. Como se
vê, massacres não são privilégios desta Bruzundanga aqui. É certo que
em outubro desse ano já está em Montevidéu à frente do semanário
El Burro, agora em segunda edição. Portanto, em dois meses não teria tido
tempo suficiente para se recuperar de um acidente daquela envergadura,
além do mais, sendo um personagem público como é, este incidente teria
repercussão na imprensa operária, fato que não foi noticiado. E mais
provável que Oreste tenha sofrido algum acidente mais inglório depois de
1922, quando desaparecem as suas pegadas no Uruguai.
Oreste, exímio orador dominava a arte da narrativa. Com seu violão
e um bom copo de vinho, alegrava as noitadas de seus amigos paulistanos
nos anos 30. Para Zélia Gattai, ele conta uma história semelhante àquela
descrita por Juana Buela, ainda mais aventurosa. É Zélia quem nos da sua
versão dos fatos.
35
“A heróica evasão de Ristori”. Carta do companheiro Basterra, Montevidéu,
11/07/1903, in La ProtestaHumana, de Buenos Aires, 18/07/1903. Também
conforme carta reservada de 12/07/1903 de Buenos Aires, enviada ao Ministério
do interior em Roma. Dossiê Oreste Ristori, busta 4342, no Casellario Politico
Centrale, CPC. Archivio Centrale dello Stato, ACS, Roma.
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36
Zélia Gattai, Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1996,
p. 207.
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37
Tito Batini, op. cit., p.164-164.
38
Umanità Nuova, Milão, 30/05/1948.
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"O século 21 não vai ser fácil. A partir destes últimos anos do
milênio, nós que não perdemos a fé na solidariedade, lançamos
esta mensagem de socialismo com liberdade, que vem de uma
experiência muito amarga e muito longa, porém, que dá frutos de
serenidade interior e de esperança, a esperança que se necessita
para enfrentar os desafios que se aproximam."
Luce Fabbri39
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Luce FABBRI, Uma utopia para o século XXI. “Caderno espaço feminino.”
V. 3, n. 1/2, jan./dez 1996. UF/Uberlândia. Luce Fabbri, 88 anos, é filha de Luigi
Fabbri, principal difusor das idéias de Malatesta. Viveu desde 1929 no Uruguai,
foi professora do Dep. de Letras da Universidad de la República e constituiu-se
numa das principais expoentes do pensamento libertário na segunda metade deste
século. Faleceu em 2000, aos 92 anos de idade.