Você está na página 1de 90

Rubrica: EXERCÍCIO 2020

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG


Página: 1 de 90

PROCESSO DE TOMBAMENTO
QUADRO II-B – PROTEÇÃO

TEATRO GRANDE
OTELO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 2 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 3 de 90

FOLHA DE ROSTO – QUADRO II

DATA DE ENCAMINHAMENTO AO
UBERLÂNDIA
IEPHA: 10/12/2018
Av. Anselmo Alves dos Santos, n° 600/
ENDEREÇO DA PREFEITURA
Bairro Santa Mônica - CEP 38.408-150

NOME DO PREFEITO Odelmo Leão Carneiro Sobrinho

NOME DO SETOR DE PATRIMONIO Diretoria de Memória e Patrimônio


CULTURAL DA PREFEITURA Histórico - Secretaria Municipal de Cultura

Praça Coronel Carneiro, n° 89/ Bairro


ENDEREÇO DO SETOR
Fundinho - CEP 38.400-214

TELEFONE DO SETOR (34) 3255-8252

valqueirozlopes@gmail.com -
ENDEREÇO ELETRÔNICO DO SETOR
diretoriadememoria@uberlandia.mg.gov.br

NOME DO CHEFE DE SETOR Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes

PROCESSO DE TOMBAMENTO DE BEM IMÓVEL

Teatro Grande Otelo

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 4 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 5 de 90

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
2. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E DO BEM CULTURAL .......................................... 9
2.1. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO ............................................................................................................ 9
2.2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................................................................... 13
2.3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM NO MUNICÍPIO E HISTÓRICO DO BEM ........................... 13
2.4. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS ................................................................................................... 24
3. CARTOGRAFIA DO MUNICÍPIO ............................................................................. 27
3.1. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ................................................................................................... 27
3.2. LOCALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL ......................................................................................... 29
4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DO BEM ...... 31
4.1. TRANSFORMAÇÕES E INTERVENÇÕES .................................................................................... 40
5. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ...................................... 43
6. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ............................................ 45
7. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO..................................... 47
8. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO .......... 49
9. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO................ 51
10. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO .... 53
11. LEVANTAMENTO MÉTRICO DO BEM .............................................................. 55
12. PLANO DE GESTÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA ............................ 65
12.1. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E AMEAÇAS AO BEM CULTURAL ....................................... 65
12.2. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DO BEM TOMBADO ............................................................ 66
12.3. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO .................................................... 69
13. REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA ........................................ 71
14. RITO LEGAL ............................................................................................................. 73
14.1. PARECER DO CONSELHO SOBRE O TOMBAMENTO .............................................................. 73
14.2. TERMO DE ANUÊNCIA AO PROCESSO DE TOMBAMENTO PROVISÓRIO DO TEATRO
GRANDE OTELO............................................................................................................................................ 77
14.3. ATA DE APROVAÇÃO DO TOMBAMENTO PROVÍSÓRIO....................................................... 79
14.4. NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO ............................................................................................. 85
14.5. HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO ........................................................................................ 87
15. FICHA TÉCNICA ...................................................................................................... 89

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 6 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 7 de 90

1. INTRODUÇÃO

A Prefeitura Municipal de Uberlândia em conjunto com o seu Conselho de Patrimônio e as


Instituições atuantes e sociedade civil deste município, conscientes do valor da cultura e
memória de seu povo, buscam através de ações de proteção e preservação do patrimônio uma
política cultural eficaz e comprometida com seu resultado. Amparada pela Lei de Proteção do
Patrimônio Cultural Municipal e em obediência às condições prescritas na Deliberação
Normativa CONEP 06/2018, o município coloca-se como instrumento de identificação,
documentação, proteção e promoção do patrimônio local.

O Processo de Tombamento apresentado a seguir constitui esforço para auxiliar na construção


da identidade municipal baseada no conceito de desenvolvimento sustentável. Sob a ótica da
proteção e preservação do patrimônio, o bem foi tombado em resposta a uma ação judicial,
uma vez que foi solicitado pelo Ministério Público os processos de Tombamento do teatro.

Este documento é dividido em itens que abrangem a história do município e do bem em


questão, assim como sua contextualização com a comunidade e região na qual está inserido.
Além disso, apresenta descrição detalhada, fotografias, plantas ilustrativas, definição dos
perímetros de tombamento e entorno, diretrizes de intervenção, ficha de inventário, laudo
técnico de conservação, assim como os documentos necessários para legalização do
tombamento municipal. A metodologia utilizada neste trabalho tem como ferramenta
principal o levantamento de campo no município, a consulta à bibliografia geral e específica
sobre o tema, além de relatos orais, bases cartográficas e fotográficas.

Diante do exposto, a Prefeitura Municipal de Uberlândia apresenta ao IEPHA/MG para o


Exercício 2019, o Dossiê de Tombamento do Teatro Grande Otelo.

Belo Horizonte, 30 de novembro de 2018.

Racchel Santiago Chaves


Arquiteta e Urbanista
Rogério Stockler de Mello
Coordenação Geral - MGTM Ltda.

Agradecimentos
Nossos agradecimentos a todos que com seu apoio, depoimentos e sugestões colaboraram para a elaboração do
trabalho e em especial à equipe de funcionários da Prefeitura Municipal de Uberlândia - MG.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 8 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 9 de 90

2. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E DO BEM CULTURAL

2.1. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

A região onde hoje se situa o município de Uberlândia se estabeleceu no século XIX, em uma
faixa de terras compreendidas entre os Rios Grande e Paranaíba, enquanto rota de passagem
de bandeirantes, com destino às zonas mineradoras já estabelecidas na região Centro Oeste.
Conhecida como “Sertão da Farinha Podre” em referência aos alimentos à base de farinha de
mandioca enterrados pelos índios Caiapós - antigos habitantes locais, que eram encontrados
apodrecidos pelos bandeirantes que por lá passavam, a região permaneceu por várias décadas
como ponto de apoio aos núcleos migratórios regionais do Centro Oeste.
Inicialmente, o povoamento do chamado Triângulo Mineiro, se deu de forma irregular. Existia
desde 1740 uma importante atividade mineradora em um lugarejo conhecido como
Desemboque, próximo ao Rio Araguari, que atraía expressivo número de exploradores. Com a
escassez de metais nessa região, acelerou-se o declínio do povoado ali estabelecido,
deflagrando uma incipiente produção agrícola em diferentes arraiais próximos ao local.
Assim, alteraram-se as configurações geográficas da região, sendo constituídos vários outros
povoados e entre eles o arraial chamado de São Pedro de Uberabinha, do qual se originou
Uberlândia.
O arraial citado teve suas origens em fazendas criadas a partir da concessão de sesmarias pela
Coroa Portuguesa, e deu origem a atual cidade de Uberlândia. Entre os pioneiros que as
adquiriram, estava João Pereira da Rocha, natural de Alto Paraopeba, fundador da Fazenda
São Francisco, em 1821. Vários outros sesmeiros receberam terras para cultivo na região,
entretanto, somente com a chegada dos irmãos Carrijo, em 1827, o povoamento efetivo
culminaria em desenvolvimento de fato. Naturais de Santana do Jacaré, Estado de Minas
Gerais, foram para a região por insistência do mais velho dos quatro irmãos, Luiz Alves
Carrijo, entusiasmado com as notícias dos atos de bravura por parte do então Sargento-mor,
Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira.
Chegando à região, Luiz Alves Carrijo adquiriu terras na Freguesia de Campo Belo, hoje
Campina Grande, posteriormente permutadas pela Fazenda do Rio das Velhas, Freguesia de
Santo Antônio de Oberaba. Após a escolha definitiva do local para sua fixação, teve de
finalmente convencer os irmãos a se mudarem, tendo gastado para isso três longos anos já
que, naquela época, a região era considerada inóspita e selvagem.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 10 de 90

A transferência do restante da família se deu em 1835, quanto adentraram o território


juntamente com sua comitiva, guarnecida de escravos e animais domésticos. Coube a
Felisberto Alves Carrijo, a grande contribuição da família em relação à formação do primeiro
núcleo urbano local. Ele se mudou da Fazenda da Tenda quando adquiriu outras terras na
Fazenda do Salto, onde iniciou-se a construiu a Capela Curada.
Em 1842, Felisberto foi nomeado administrador das obras da capela, que há muito
queria erigir, sendo autorizado pela Prelazia, em 1846. O deferimento da solicitação efetivou-
se na mesma data. A partir daí, tiveram de constituir o patrimônio da capela. Para tal, foram
nomeados dois procuradores, Felisberto Alves Carrijo e Francisco Alves Pereira, que
negociaram a compra das terras em nome de toda a população.
A capela foi inaugurada em 1853, e ficava às margens da confluência do Ribeirão São Pedro
com o Rio Uberabinha. A primeira missa foi celebrada pelo Padre Antônio Martins, vigário
da aldeia de Santana do Rio das Velhas. Já em 1858, a capela foi elevada à Matriz, tendo sido
ampliado seu espaço físico entre 1858 e 1876, quando foram sepultados em seu interior os
corpos de Felisberto e Francisco Alves Carrijo.
Paralelamente, o arraial continuou a se desenvolver e, em 1852, foi criado o Distrito de Paz,
sendo que, em 1857, tal Distrito foi elevado à Freguesia. Segundo estudos feitos por
Teixeira1, mesmo nesse contexto primitivo era possível perceber uma vocação comercial, que
mais tarde seria marcante na história do município. As relações iniciais resumiam-se à compra
e venda de artigos de primeira necessidade, mas a criação de armazéns numa área denominada
Largo do Comércio, já indicava a importância da atividade. Fato que corrobora a tese
mencionada, diz respeito ao processo de elevação do Distrito à Vila. Ao enviar requerimento
ao governador da Província de Minas Gerais, o Deputado Augusto César anexou documentos
arrolando os estabelecimentos comerciais já existentes no Distrito, além de outras melhorias
verificadas no perímetro urbano, sugerindo assim, ser o comércio fator relevante para o
desenvolvimento da região.
O Distrito foi elevado à categoria de Vila em 07 de junho de 1888, tendo logo em
seguida, conquistado o título de Município, em 31 de agosto do mesmo ano. Em 07 de março
de 1892, houve a instalação da primeira Câmara Municipal constituída pelos seguintes

1
TEIXEIRA, Tito. Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central. Uberlândia: Uberlândia Gráfica, 1970, v.1. p.
30.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 11 de 90

membros: Presidente e Agente Executivo: Augusto César Ferreira e Souza; Vice-Presidente:


Pe. Pio Dantas Barbosa; Vereadores gerais: Arlindo Teixeira, José Inácio Rodrigues, Manoel
Alves dos Santos, Antônio Alves Pereira, José Joaquim Coelho, José Teófilo Carneiro,
Honório Marra da Silva; Conselheiro: Joaquim Carrejo Peixoto da Cunha; Vereadores
especiais pelos distritos: José de Lelles França e Antônio Maximiano Ferreira Pinto.
Mesmo após a emancipação, Uberabinha ainda não havia conquistado o progresso almejado e
continuava sendo uma das menores cidades da região. A inauguração da Estrada de Ferro
Mogiana, em 1895, representou um incentivo a seu desenvolvimento, facilitando a
comunicação com grandes centros urbanos, como Campinas e São Paulo, entretanto, também
não serviu para alavancar o desenvolvimento contínuo como se esperava.
As perspectivas começaram se modificar em 1898 pelo engenheiro da Mogiana, o inglês
James John Mellor. Em oposição às pequenas e tortuosas ruas do Fundinho, foram traçadas
seis largas e simétricas avenidas, avançando o cerrado e indo ao encontro da Estação. Estas
avenidas foram abertas a partir do ponto onde terminavam as construções da “cidade velha”,
sendo que os terrenos da Praça Clarimundo Carneiro delimitavam este espaço.
É nesse contexto que surge a denominação de “cidade nova”, passando a designar a área
urbana que sugeria novas possibilidades de crescimento futuro ao município, fazendo com
que a cidade começasse a se destacar no cenário regional.
A implantação do serviço de iluminação elétrica em 1909 é um fato que se destaca para
exemplificar as modificações ocorridas após a implantação do plano de expansão urbanística.
A construção de uma ponte na região, fez com que se pudesse avançar em termos de
infraestrutura e desenvolvimento urbano.
Nos anos 10 e 20 do século passado, começou a se firmar o carater identitário do município.
A imagem do antigo arraial subordinado a Uberaba, começava e ser substituída através de
jogos politícos que forjavam o progresso local. No final da década de 1910, foram construídos
o Colégio Estadual de Uberlândia e o Paço Municipal, atual Museu Municipal, referências
importantes que refletem os ideais de progresso incutidos desde aquela época. Outro fato a
se destacar é a alteração definitiva do nome do município para Uberlândia, ocorrida em 19 de
outubro de 1929. Também em 1920, foi feita a primeira remodelação da chamada Praça da
República, que até então havia sido negligenciada pelo plano de expansão urbanística,
demonstrando a emergência dos valores culturais que promoveram as transformações no
espaço urbano local.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 12 de 90

Na década de 1940, houve um período de crescimento com a instalação de algumas fábricas e


a diversificação do comércio e do setor de serviços, acarretando novas transformações no
espaço urbano. Em 1944, foi inaugurado o edifício do Mercado Municipal. A presença de
profissionais com formação específica em arquitetura e engenharia, como João Jorge Coury,
primeiro arquiteto a se fixar na cidade em 1940, constituiu um marco na história da
arquitetura local, a partir da introdução de ideias modernistas, intensificadas na década de
1950, com a atuação de outros arquitetos, a maioria, discípulos do próprio Coury.
Os anos 1950 foram de crescimento econômico e social em Uberlândia. Após quatro décadas
da elaboração do primeiro plano urbanístico municipal, foi encomendado um novo projeto,
tendo em vista o acelerado desenvolvimento da cidade, e a constituição de novos espaços. O
foco do novo plano era a remodelação do espaço urbano. As propostas abrangiam questões de
tráfego, urbanização, zoneamento e arborização, entretanto, não foram previstas iniciativas
relativas ao parcelamento do solo e à produção de novas moradias. Ele pretendeu elaborar
uma planta cadastral da cidade tendo em vista diversos loteamentos aprovados pela Prefeitura
e também fazer uma revisão tributária urbana. O maior interesse do plano era a abertura de
avenidas de desafogo para melhoria do tráfego urbano, abertura de artérias de penetração para
suportar o tráfego pesado entre o centro comercial e os bairros. Para isso, o plano previa a
abertura de artérias de cinturão distribuindo o tráfego por toda a cidade e ainda a construção
de nova estação ferroviária, rodoviária e centro.
Na década de 1960, a construção da nova capital, Brasília, beneficiou o crescimento da
cidade, por se posicionar no caminho em direção a São Paulo. Após a inauguração da nova
capital, a economia de Uberlândia atraiu um grande fluxo migratório advindo de outras
regiões. O município então, finalmente se consolidou como polo de desenvolvimento
regional. É nesse contexto das décadas de 1950 e 1960 que se situa a inauguração da Cine
Vera Cruz, em que a cidade também passou a receber investimentos da indústria
cinematográfica.
Os anos 1970 viram a população do município duplicar em número de habitantes. A década
de 1980 evidenciou o caráter comercial da cidade, principalmente nos setores atacadista e
varejista, ambos bastante diversificados.
A década de 1990 trouxe mais um plano de estruturação urbana para o município, elaborado
pela equipe do arquiteto Jaime Lerner, e iniciando as discussões em torno do Plano Diretor do
município, aprovado em meio a várias polêmicas, em 1984.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 13 de 90

2.2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Uberlândia é o segundo maior de Minas Gerais e está localizado na


mesorregião do Triângulo Mineiro, a oeste da capital do estado, Belo Horizonte, distando
cerca de 537 quilômetros desta. O tamanho do município corresponde a uma área de 4.115,
206 km².
No ano de 2017, a população de Uberlândia corresponde a 676.613 habitantes. O município é
o primeiro mais populoso do Triângulo Mineiro e segundo mais populoso de Minas Gerais,
ocupando a colocação atrás apenas de Belo Horizonte. É também o quarto município mais
populoso do interior do Brasil.
A altitude média de Uberlândia é de 887 metros. O seu ponto culminante está localizado no
Córrego Cachoeirinha, que mede 930 metros. Já o seu ponto mais baixo se encontra na foz do
Rio Uberabinha, com 662 metros. Uberlândia está situada do domínio dos Planaltos e
Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, por isso, seu relevo é de chapada. Sua vegetação é
o cerrado e suas variáveis, sendo os solos ácidos e pouco férteis.
Uberlândia está localizada junto à bacia do rio Paranaíba, sendo seu território drenado pela
bacia hidrográfica do rio Tejuco e do rio Araguari. Seu clima é o tropical de altitude com
temperatura média anual em torno de 21,5 ºC.
Por fim, a economia de Uberlândia é predominantemente de prestação de serviços. A indústria
é o segundo setor relevante para a economia do município e a agricultura é o setor menos
relevante. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Uberlândia é um dos mais altos de
Minas Gerais, sendo o terceiro do estado.
APONTAMENTOS HISTÓRICOS SOBRE

2.3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM NO MUNICÍPIO E HISTÓRICO DO BEM

A construção do prédio que hoje abriga o Teatro Grande Otelo integra um amplo processo de
urbanização do então bairro Vila Operária, ocorrido na década de 1960. Dentro deste
contexto, repleto de transformações, a Praça Nossa Senhora Aparecida impõe-se como obra
primordial, responsável pelo desenvolvimento de um ambiente sociocultural em um bairro até
então considerado periférico e exclusivamente residencial. A inauguração de uma praça
naquela localidade representou um fomento às relações sociais, na medida em que proveu os
espaços de sociabilidade e lazer onde era possível encontrar pessoas e realizar atividades antes
circunscritas ao centro da cidade. Os articulistas da época publicaram textos nos periódicos
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 14 de 90

locais enfatizando os aspectos paisagísticos e arquitetônicos de um logradouro que, naquele


momento, simbolizava o progresso e sofisticação da cidade em crescimento. O trecho abaixo
traduz com perfeição o caráter laudatório das descrições efetuadas na época:

A praça (...) é das mais modernas e bonitas do Brasil. Tem a estética funcional,
perfeitas segundo os rigores da arte moderna aplicada à arquitetura. Uma fonte
sonora-luminosa, fogos artificiais, jardins suspensos, concha acústica, palco para
exibições teatrais e tudo mais.2
Como podemos perceber, a praça, projetada pelo arquiteto João Jorge Coury, além de ser um
elemento de estetização do espaço urbano, era também um local apropriado à realização de
eventos artísticos e culturais, fato que vem corroborar a hipótese de que o poder público
pretendia promover o desenvolvimento de novos hábitos culturais na população da vila,
considerando que uma cidade moderna e progressista precisava ter uma vida social
efervescente. Neste sentido, poderíamos dizer que a construção da praça, e do cinema numa
etapa posterior, simbolizou, entre outras coisas, a tentativa de vencer o caráter provinciano do
pequeno burgo através do incentivo ao comércio de entretenimento e da extensão das áreas
urbanizadas, e potencialmente culturais, para além dos limites centrais.

Foto 1. Processo de urbanização do Vila Operária. Sem data. Acervo Arquivo Público de Uberlândia

2 Jornal Correio de Uberlândia. Uberlândia, Terça / Quarta-feira, 30/31 de agosto de 1966, nº 10287. P. 1.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 15 de 90

Na época em que foi inaugurado o Cine Vera Cruz (primeiro nome do hoje Teatro Grande
Otelo), a imprensa foi enfática ao destacar a importância urbanística das diversas obras em
construção naquele bairro, dentre as quais se destacam: a Praça Nossa Senhora Aparecida e o
Ginásio Cristo Rei. Na noite de inauguração da praça, o vereador Calcir José Pereira proferiu
um extenso discurso no qual evocava a história da vila e de sua evolução através dos anos,
desde o pequeno núcleo inicial até às “extraordinárias” construções do presente. 3 O teor desta
declaração, e de muitas outras congêneres, é naturalmente exaltado e de certa forma
hiperbólico, pois, tratando-se de obras públicas, as autoridades políticas, sempre julgam
necessário exagerar a beleza e relevância de suas obras para transmitir uma aparência de
magnitude. Entretanto, cumpre mencionar estes discursos, para alertar sobre os aspectos
simbólicos subjacentes as obras em debate.
O projeto para o estabelecimento de um cinema na Vila Operária vinha sendo veiculado pela
imprensa escrita desde janeiro de 1966, portanto, nove meses antes de sua efetiva
inauguração. Durante todo este período que antecede o advento da casa cinematográfica, as
matérias jornalísticas versam, geralmente, sobre problemas relativos à segurança pública e a
aparência das vias e logradouros, ao mesmo tempo em que enaltecem os projetos de
edificações já iniciados. Em tais circunstâncias, o Cinema Vera Cruz surge como
empreendimento seminal, visto que poderia tornar-se, juntamente com outros
estabelecimentos, o polo aglutinador e dinamizador de futuras ações. Talvez por esta razão, a
obra tenha sido acompanhada com tanto interesse e assiduidade pela imprensa. Na edição do
dia 07 de janeiro de 1966, no Jornal Correio de Uberlândia, foi publicada a primeira nota
referente à construção do cinema. Neste texto, o colunista destaca o pioneirismo do
empreendimento, ao colocar que este, quando inaugurado, seria a primeira casa de espetáculos
a ser construída na periferia da cidade:
FILHO DE UBERLÂNDIA INSTALA CINEMA EM VILA OPERÁRIA
Segundo apurou nossa reportagem, está sendo construído em Vila Operária, Av.
João Pinheiro com Rua Monte Alegre, modelar casa de espetáculos
cinematográficos, que virá beneficiar grandemente o entretenimento daquela zona
urbana da cidade. Está na frente do movimento, entre outros, o Sr. José Gomes
Pereira, filho de Uberlândia, que não tem medido esforços para dar à cidade o

3 Ver: Jornal Correio de Uberlândia. Uberlândia. Sexta-feira / Sábado, 2/3 de setembro de 1966, nº 10289, p. 6,
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 16 de 90

primeiro cinema em sua periferia. Apuramos também que este cinema deverá ser
inaugurado em março ou abril deste ano e contará com 700 poltronas estofadas. 4
O projeto e o cálculo da obra foram realizados pelo engenheiro civil Nelson Gonçalves Prado
(cart. Prof. 2165 D – 4ª região do CREA) e aprovado na Prefeitura em 07 de janeiro de 1966.
O terreno situado na Avenida João Pinheiro, nº 1789, tinha área de 463,50 m². O projeto
arquitetônico inicial previa uma edificação em dois pavimentos, cuja área construída total
seria de 523,50 m², sendo que o pavimento térreo ocuparia toda a área do terreno, enquanto
que o pavimento superior teria apenas 60m².
A fase de construção deste prédio foi exaustivamente documentada pelo Jornal Correio de
Uberlândia, que em suas seções culturais como “Trapézio” e “Divertimentos”, anunciou
sucessivas datas de inauguração, muitas vezes canceladas devido a problemas de ordem
técnica. Primeiramente, a inauguração estava prevista para julho, porém no dia 02 de agosto a
obra ainda não havia sido concluída e, sem maiores explicações, o evento foi adiado para o
dia 31 de agosto. Nesta ocasião, o jornal divulgou a provável data de início de atividade do
cinema na coluna “Pessoas & Firmas” de Evangelista Ferreira, onde também foi informado
um detalhe técnico específico da casa:

P&F
VERA CRUZ – Quase concluído o prédio do Cine Vera Cruz (Empresa Teatral Vera
Cruz LTDA) na Av. João Pinheiro, proximidades da Praça Nossa Senhora
Aparecida. O equipamento “Phillips” já está sendo montado e a nova casa,
primeira a ser construída no populoso Bairro Operário, será entregue nos próximos
dias à população citadina...5

Anúncios desse gênero foram publicados outras vezes e, quase sempre, primavam pelo tom
enfático do texto, no qual percebemos a preocupação em reiterar a extrema relevância e o
alcance social do projeto. Não obstante, parece evidente que tais ações não eram
simplesmente iniciativas abnegadas visando ao bem-estar da população da Vila Operária,
considerando que havia um comércio cinematográfico em pleno desenvolvimento e que,
diante da saturação do circuito na região central, os empresários buscavam novos campos para
expansão da atividade. Prova disso é que a concessão seria explorada por uma nova empresa,
a Empresa Teatral Vera Cruz Ltda., que ingressava no mercado como concorrente da firma já

4 Jornal Correio de Uberlândia. Uberlândia. Ano XXVIII, nº 10.143, 07 de janeiro de 1966. S/ autor, p.1.
5 Jornal Correio de Uberlândia, não XXIX, nº 10271, 2/3 de agosto de 1966. Coluna Pessoas & Firmas, p. 5
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 17 de 90

atuante.
Em 31 de agosto, a inauguração foi novamente cancelada sob a alegação de que as 600
poltronas estofadas não foram entregues no tempo previsto. O colunista responsável pela
matéria aproveitou a ocasião para arrolar algumas características do estabelecimento que,
segundo consta, traria novidades no que diz respeito à acomodação e ao conforto do público
cinéfilo:
Será inaugurado no dia 20 de setembro próximo o moderníssimo Cine Vera Cruz,
localizado na Praça Nossa Senhora Aparecida, em Vila Operária, de propriedade
da Empresa Vera Cruz LTDA. Dirigida pelos Srs Ilídio de Oliveira, José Gomes e
Célio Ferreira da Silva. O novo cinema, de modernas instalações, tem 600 poltronas
estofadas (primeira classe) e mais duas galerias, sendo uma popular e outro estilo
(tribuna de honra para convidados e altas autoridades). É o único do Triângulo
Mineiro com tais características.6
Na mesma edição em que se publicou esta notícia, havia outro artigo anunciando o
cancelamento do evento de inauguração, fato que traduz a extrema confusão de datas que se
fez na época e que também pode ser um sinal do grande alvoroço causado pela iminência de
um acontecimento cultural de considerável importância para a cidade.

Somente em 29 de setembro de 1966 o jornal apresenta um artigo na coluna “Divertimentos”


no qual confirma a inauguração para o dia 08 de outubro daquele ano. Neste texto aparece a
primeira programação do Cine Vera Cruz para o período de 08 a 19 de outubro. O repertório
desta primeira temporada era plural, variando entre o far west, policial e espionagem, em
filmes estrelados por célebres atores da época, como Alain Delon, Robert Taylor, Patricia
Grawlery, Jeanne Moreau, Greta Garbo, Elizabeth Taylor, entre outros. O colunista, cujo texto
impressiona pela jovialidade e a linguagem coloquial, anuncia entusiasticamente a seleção de
filmes em exibição:

Cinemeiros .... sabem a nova? Que que isso meu Deus... não sabem mesmo? só uns
minutinhos, porque, porque, estão com pressa! A grande nova é ... a primeira e
grande programação do “Vera Cruz”. Vejam só se não é barra limpa mora!
Dia 08 de Outubro no Cine Vera Cruz “Duelo na Cidade Fantasma”, cabe a Robert
Tayor e Richard Widmark a honra de ser os primeiros astros a serem vistos na tela
do Vera
Dias 09 e 10 de Outubro no Vera: “Honra a um Homem mau” staring James

6 Jornal Correio de Uberlândia, ano XXIX, nº 10.287, 30/31 de agosto de 1966. S/ autor, manchete, p. 1.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 18 de 90

Gogney e Irene Papas.


Dias 11 e 12 no Vera: “Terei direito de matar”. Desempenhos empolgantes de Alain
Delon, Leci Massari e George Geret.
Dias 15 e 14 no Vera: “Para agarrar um espião”, com Robert Vanglon e Patricia
Grawlery.
Em seguida vem “o Sheik Vermelho”, dia 15; Os Criminosos não merecem prêmio,
dias 16 e 17. E nos dias 18 e 19 “Ouro para os imperadores”. É ou não é algo
mais?7
Por ocasião das solenidades de inauguração, o Jornal Correio ainda veiculou outras manchetes
exaltando a beleza, o conforto e a funcionalidade do novo cinema, que, na verdade, não tinha
nenhuma peculiaridade que merecesse destaque, exceto o fato de estar situado em zona
periférica. Isto significa que este cinema, embora não fosse algo extraordinário, era portador
de um notável valor simbólico, uma vez que a sua fundação promoveu o alargamento do
campo cultural, além de democratizar, em certo sentido, o acesso ao entretenimento
cinematográfico. Nessa perspectiva, acreditamos que a sua importância reside não na
edificação, que de resto não apresenta significativo valor arquitetônico, mas no lugar ocupado
por esta instituição no contexto sociocultural da época, quando grande parte das casas de
espetáculo estava situada no centro da cidade. Assim, o cinema representa não só um aumento
das possibilidades de vida social, mas também o crescimento do circuito, o que, por extensão,
era visto como um indicativo do desenvolvimento cultural da cidade como um todo.

7 Jornal Correio de Uberlândia, ano XXIX, nº 10. .304, 29 de setembro de 1966. Seção Divertimentos, p. 2.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 19 de 90

Foto 2. Cine Vera Cruz. Sem Data. Acervo Arquivo Público de Uberlândia
Em princípio, o cinema deveria apresentar uma seção diária de segunda a sexta-feira e três
sessões aos sábados e domingos, sendo uma matinê às 13 horas e duas sessões noturnas às 19
horas e 21 horas. Porém, já no mês de estreia, as sessões de domingo foram suspensas, bem
como as matinês aos sábados. Como justificativa para esse ato, os proprietários alegaram
“motivos de ordem técnica”8, sem esclarecer de forma satisfatória esta atitude. Contudo,
considerando a novidade da empreitada, podemos supor que o motivo da suspensão tenha sido
a escassez de público naquelas sessões de final de semana, pois nesses dias os frequentadores
dessas casas certamente preferiam os cinemas badalados do centro.
Inicialmente, o Cine Vera Cruz manteve uma programação independente, projetando
exclusivamente filmes produzidos pela empresa Metro Goldwyn Meyer, com temas e gêneros
bastante diversificados. Porém, já em fevereiro de 1967, a casa perde autonomia no que se
refere à programação, pois em virtude da fusão entre a Empresa Teatral Vera Cruz e a Brasil
Central de Cinemas, a programação do Vera Cruz foi então vinculada à do Cine Avenida,
integrando uma espécie de circuito, em que um mesmo filme era exibido nos dois cinemas
simultaneamente. Essa transação comercial foi saudada como um movimento evolutivo no
campo do comércio cinematográfico, visto que o novo esquema de projeção simultânea
viabilizaria a atualização do Cine Vera Cruz no que diz respeito à programação. Isto é o que
podemos inferir dos comentários depreciativos publicados sobre este cinema quando do

8 Jornal Correio de Uberlândia, ano XXIX, nº 10315, 18 e 19 de outubro de 1966. Seção Divertimentos, p.2.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 20 de 90

processo de fusão. Na coluna Divertimentos do Jornal Correio surge a seguinte nota:


Com o circuito dos mais jovens cinemas da cidade, ou seja, Vera Cruz e Avenida. Quem
vai lucrar será o povo do Bairro Operário. Uma vez que antigamente o Vera Cruz tinha
uma programação fraca e a maioria dos filmes era reprises. 9

Aparentemente, o Cine Avenida detinha a primazia sobre os lançamentos de filmes, de forma


que ao Vera Cruz só era possível exibir filmes em segunda ocasião, ou seja, sua programação
se restringia a filmes já estreados em outros cinemas, fato muito prejudicial para o público
frequentador daquela casa. Neste sentido, a união dessa sala periférica e do “suntuoso” Cine
Avenida foi alardeada como um grande aprimoramento do serviço prestado ao público da Vila
Operária, quando na verdade a negociação e a própria criação do circuito eram estratégias
mercadológicas dos empresários interessados em deter o monopólio no ramo do
entretenimento cinematográfico.

Sejam quais forem as razões que levaram a este processo de fusão, o fato é que ele parece ter
sido vitorioso, pois em maio de 1967, os proprietários das duas empresas anunciaram a
aquisição de uma outra sala, o Cine Fátima, que se encontrava desativado há alguns meses e
que a partir de então passaria a integrar o circuito Avenida – Vera Cruz.

Ainda no ano de 1967, a direção da empresa recorreu a novas estratégias de marketing com o
objetivo de atrair clientela para as duas casas. No Vera Cruz foi introduzida a chamada Sessão
das Moças, uma sessão especial direcionada ao público feminino juvenil, na faixa etária de 14
a 18 anos. O evento acontecia todas as sextas-feiras e consistia de projeção gratuita de
películas voltadas para este público específico. Concomitantemente, a empresa tratou de
ampliar a dimensão dos anúncios publicados no jornal, os quais passaram a ser elaborados em
formato semelhante ao cartaz, no intuito de despertar o interesse do público pela película
anunciada.

Outro projeto com finalidades promocionais foi implantado em outubro de 1967 e


denominava-se “Desfile de Atrações Vera Cruz”. Tratava-se de um programa de variedades
apresentado nas tardes de Domingo e que incluía, além da projeção de filmes infantis, show
com o grupo local “Os Milionários de Minas”.10

9 Jornal Correio de Uberlândia, ano XXX, nº 10394, 5 e 6 de março de 1967. Seção Divertimentos, p. 2.
10 Ver: Jornal Correio de Uberlândia, ano XXX, Nº 10.516, 10, 11 de outubro de 1967. Seção Divertimentos.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 21 de 90

Foto 3. Projetor do Cine Vera Cruz que funcionava a Foto 4. Projetor do Cine Vera Cruz que funcionava a
base de carvão. 09/10/17. Autoria: Cláudia Fantini base de carvão. 09/10/17. Autoria: Cláudia Fantini

Foto 5. Cartazes de filmes exibidos no Cine Vera Cruz. 09/10/17.


Autoria: Cláudia Fantini

Até março de 1968, os dirigentes do Circuito Brasil Central continuaram investindo em


campanhas publicitárias ou eventos paralelos que contribuíssem para a divulgação do
empreendimento. Contudo, a partir desta data, os primorosos anúncios até então
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 22 de 90

predominantes, foram completamente suspensos e a propaganda resumiu-se a breves


referências sobre o filme em exibição. Nesta modalidade propagandística já não havia espaço
para os comentários laudatórios e quase exultantes sobre as novidades fílmicas. Analisando as
matérias jornalísticas publicadas neste período, podemos concluir que tal mudança marca o
declínio da atividade de entretenimento cinematográfica no município, fenômeno resultante
da difusão do aparelho de T.V. na sociedade uberlandense. No trecho a seguir é possível
constatar a realidade de abandono que permeava as salas de cinema de Uberlândia:

Tem sido freqüente a reclamação de que nossos cinemas não oferecem quase
nenhuma condição de serem freqüentados normalmente pelas famílias. E isso vem
sendo constatado pelos jornais. A algazarra, os gracejos e até mesmo a balbúrdia
fazem com que nossos cinemas sejam os últimos locais de entretenimento (...). Com
o advento da televisão a freqüência nos cinemas está cada vez mais reduzida e os
poucos que ainda vão às essas casas de espetáculo voltam decepcionadas para
casa...”11

Ainda que um dos proprietários do Vera Cruz, Alexandrino Alves do Santos, tenha contestado
essa crítica relativa ao problema da frequência, não se pode negar que parece ter havido um
arrefecimento da atividade no município, pois os jornais, que são os grandes veículos
divulgadores dos filmes e dos próprios espaços culturais, reduziram consideravelmente o
espaço dedicado à programação de cinema e, por vezes, observa-se uma descontinuidade no
registro dos filmes em exibição, o que pode ser visto com um gesto sintomático do
desinteresse dos periódicos relativamente a esta atividade.

Neste contexto, a pesquisa em jornais mostra-se pouco profícua do ponto de vista heurístico já
que traz pouca ou nenhuma informação relevante para um trabalho histórico sobre a criação e
manutenção de uma casa de espetáculos. Por esta razão, julgamos ser inútil apresentar listas
de programação que nada acrescentam à história construída do prédio, que inclusive não
sofreu transformações profundas neste período de 15 anos. Além disso, devemos ponderar que
em certos casos é impossível esclarecer alguns aspectos obscuros da história de um prédio
cujo uso manteve-se inalterado durante um longo tempo, visto que permanências e incógnitas
são inerentes à história da cidade de um modo geral, uma história que se constrói segundo um
itinerário nem sempre recuperável pelo historiador, e que somente se revela

11 Jornal Correio de Uberlândia, não XXXI, nº 10.639, 14/15 de maio de a968. Manchete, p. 1.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 23 de 90

fragmentariamente, em situações excepcionais de mudança.

A história particular do Teatro Grande Otelo é permeada por estas ausências e é, por assim
dizer, difícil construir um corpus documental que possibilite reconstituir a história que se faz
e se esfacela diariamente. Por este motivo, longo foi o tempo de esquecimento, até que novos
acontecimentos trouxessem à tona os fatos relacionados à fundação do prédio, permitindo que
as pessoas soubessem de sua existência e se conscientizassem de sua importância cultural.
Tais acontecimentos tiveram lugar em 1984, ano de criação da Secretaria Municipal de
Cultura. Com a implantação de uma nova gestão democrática, surgiu a preocupação em se
promover e incentivar os valores culturais próprios da região e, com isso, corporifica-se a
ideia de investimento na cultura local e na criação de projetos que possibilitassem o
desenvolvimento das potencialidades culturais aqui gestadas. Uma das ações empreendidas
com esse objetivo foi a criação do Teatro Grande Otelo, que tornar-se-ia possível mediante a
adaptação do antigo cinema, que se encontrava desativado desde 1977. A negociação entre a
Prefeitura Municipal e a Empresa de Cinemas São Paulo Minas (com sede em Ribeirão
Preto), resultou em desapropriação amigável orçada em CZ$2.500.000 (dois milhões e
quinhentos mil cruzados), a ser paga em três parcelas pelo município, então representado por
Zaire Rezende.

O projeto de reforma e adaptação da sala foi elaborado por Ricardo Pereira, então arquiteto da
Secretaria Municipal de Cultura, sendo que a coordenação da obra ficou a cargo de Haroldo
Gilbert Marinho Júnior, então engenheiro da Secretaria Municipal de Obras, que afirmou que
a reforma conferiu ao prédio as condições mínimas para o funcionamento de um teatro e que,
a partir de então, o palco estaria disponível para apresentações de peças teatrais, danças,
shows e exibição de filmes. As obras foram concluídas em 1985 e, dentre as intervenções
realizadas, podemos citar:
a reforma de 360 cadeiras, revestimento das paredes internas com isolantes
acústicos, palco com estrutura metálica, passarela para sustentação de
equipamentos operacionais, reforma de parcela da ventilação, execução de dois
camarins com instalações sanitária na lateral do prédio.”12
Em 30 de junho deste mesmo ano, o Teatro Vera Cruz foi inaugurado. Das solenidades
participaram o Coral da UFU e Iolanda de Lima Freitas, Secretária Municipal de Cultura na

12 Jornal Correio, 28 de Agosto de 1996, Revista: “Mutirão para lavar a alma”, p. 1.


Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 24 de 90

época, que proferiu discurso.

Em 1993, as atenções voltaram-se mais uma vez para o teatro. Dessa vez, o motivo foi o
debate em torno da mudança de denominação. A ideia de alterar o nome do teatro adveio do
interesse demonstrado pelos políticos locais em homenagear o ator Grande Otelo, uma grande
personalidade das artes cênicas brasileiras, nascido em Uberlândia, mas que se mudou da
cidade ainda jovem, tornando-se nacionalmente conhecido por suas atuações nas chanchadas,
filmes humorísticos de notável apelo popular, nos quais contracenou com o célebre Oscarito e
outros grandes atores brasileiros. O projeto de alteração de nome foi aprovado na Câmara e a
casa passou a denominar-se Teatro Grande Otelo.

Para comemorar essa nova fase que nascia com a nova denominação, a Secretaria de Cultura
planejou uma série de eventos para o período compreendido entre os dias 12 e 15 de
novembro de 1993, quando também seria realizada a Festa em Louvor a Nossa Senhora do
Rosário e São Benedito ou Festa da Congada, uma das manifestações culturais mais
expressivas da cidade. Na programação, estava incluída a visita do próprio Grande Otelo, que,
no entanto, não compareceu devido a problemas de saúde. Pouco tempo depois, em 26 de
novembro de 1993, o ator veio a falecer na cidade de Paris, onde receberia homenagens.

Desde o início da década de 2000 o Teatro Grande Otelo encontra-se interditado devido a uma
série de problemas verificados em suas instalações.

2.4. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS

ALVES, Kelen Borges. LEITE, Fábio Rodrigues Pereira. Projeto Arquitetônico de


Reforma do Teatro Grande Otelo: Memorial. Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano, Secretaria Municipal de Cultura. Uberlândia. Fevereiro, 2009.

ALVES, Luciana Villela. LEITE, Fábio Rodrigues Pereira. Teatro Grande Otelo: Memorial
de Projeto de Reforma. Arquivo Público Municipal. Agosto, 2001.

COSTA, Michele Pereira. DANTAS, Rafaela Maximiano. O resgate histórico da


industrialização de Uberlândia. Anais do VII Seminário Estadual de Estudos Territoriais, II
Jornada de Pesquisadores sobre a questão agrária no Paraná.

LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001. 144 p

MARIANO, Flávia Gabriella Franco. Nos trilhos de uma urbanidade excludente: produção
do espaço em Uberlândia/MG.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 25 de 90

SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec. (1993).

SANTOS, Tadeu Pereira dos. Entre Grande Otelo e Sebastião: tramas, representações e
memórias. 2016. 597 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, 2016.

SOUZA, Maria Núbia Alves Martins. CANDELOT, Vânia Lúcia Rende. Teatro Grande
Othelo: de Cine Vera Cruz à Teatro Grande Othelo. Projeto de Pesquisa : Desenvolvido
pelo Setor de Pesquisa do museu Municipal de Uberlândia da Secretaria Municipal de Cultura
da Prefeitura de Uberlândia. 2002.

GIACOMELLI, Samuel. Cronologia Teatro Grande Otelo [Internet]. Disponível em <


http://vamosaoteatrograndeotelo.blogspot.com.br>. Acesso em 8 de agosto de 2017.

MOREIRA, Eduardo. Teatro Grande Otelo em Uberlândia [Internet]. Site Grupo Galpão.
Disponível em < http://www.grupogalpao.com.br/blog/index.php/teatro-grande-otelo-em-
uberlandia/>. Acesso em 29 de setembro de 2017.

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA. Teatro Grande Otelo [Internet].


Disponível em < http://www.uberlandia.mg.gov.br>. Acesso em 29 de setembro de 2017.

MENESES, Ulpiano Toledo B. de. O campo do Patrimônio Cultural: uma revisão de


premissas. Fórum acional do Patrim nio Cultural: Sistema acional de Patrim nio
Cultural: desafios, estratégias e experi ncias para uma nova gestão. ras lia: P A , 2 12, p
25-41.

OLIVEIRA, Luis Humberto Garcia de. Pelos Trilhos do Wagão: o Teatro de Wagner
Salazar. 2013. 132 f. Dissertaçao (Mestrado em Artes) - Universidade Federal de Uberlândia,
2013.

Documentos:

Dossiê de Tombamento Imagem Nossa Senhora do Carmo de Uberlândia. Secretaria de


Cultura/Prefeitura de Uberlândia, 2007.

Entrevistas:

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Carlos Guimarães Coelho (Produtor
Cultural e Jornalista) – 09/10/17

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Maria Aparecida Rocha Perfeito
(Funcionária pública, ex-coordenadora do Teatro Grande Otelo) – 09/10/17

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Susilene Ferreira de Oliveira (Atriz)
– 09/10/17

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 26 de 90

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Kátia Bizinotto Macedo Soares
(Atriz) – 09/10/17

Entrevista concedida à Marcella Valadares dos Santos por Maria Aparecida Rocha Perfeito,
gestora cultural.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 27 de 90

3. CARTOGRAFIA DO MUNICÍPIO

3.1. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Figura 1. Mapa do Estado de Minas Gerais com a indicação do Município de Uberlândia/MG.


Fonte: wikipedia.com. Data: outubro de 2017. Escala: sem escala.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 28 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 29 de 90

3.2. LOCALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL

Teatro Grande Otelo

Figura 2. Mapa de localização do bem.


Base: Google Maps. Elaboração: Marcella Valadares. Data: outubro de 2017. Escala: Sem escala.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 30 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 31 de 90

4. DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DO BEM

É importante salientar, antes de qualquer descrição, que o bem se encontra em estado


deplorável de conservação, devido aos danos sofridos por infiltrações e por exposição direta
às intempéries com os problemas da cobertura durante mais de quinze anos. Assim, pode-se
considerar que todos os materiais de revestimento aqui citados, como pisos, forros,
coberturas, louças, esquadrias, alvenarias e estrutura possuem danos consideráveis a severos,
e que o teatro de forma geral encontra-se impróprio para utilização para quaisquer finalidades.

Implantado nos alinhamentos do lote de esquina entre a Avenida João Pinheiro e a Rua Monte
Alegre, avistado pela Praça Nossa Senhora Aparecida, encontra-se o prédio de dois
pavimentos do Teatro Grande Otelo, antigo Cine Vera Cruz. Projetado pelo engenheiro
Nelson Gonçalves Prado e construído em 1966, a edificação não possui um estilo
arquitetônico definido, tendo algumas evidentes referências do estilo art déco.

Foto 6. Vista das principais fachadas do Teatro Grande Otelo, em terreno de esquina.
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

A volumetria consiste em um bloco retangular único que ocupa quase que a totalidade do
terreno, possuindo ligeiro avanço na projeção do pavimento superior e uma marquise que
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 32 de 90

acompanha a fachada da Avenida João Pinheiro, se encerrando em forma curva para o


acabamento na esquina. Nessa mesma fachada, duas aberturas, hoje fechadas por alvenaria,
faziam o acesso ao teatro e a galeria de exposições adjacente.

Foto 7. Fachada principal do Teatro Grande Otelo


Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

O acesso principal é pela referia Avenida, que hoje se encontra fechado por uma alvenaria
improvisada, mas que dava acesso ao pequeno foyer do teatro, por meio de alguns degraus em
piso de granilite paginado com a inscrição "Cine Vera Cruz".

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 33 de 90

Foto 8. Piso em granilite com inscrição do antigo Foto 9. Vista do pequeno espaço destinado à bilheteria
nome do bem, Cine Vera Cruz. e seu guichê de vendas.
Uberlândia - MG Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017 Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Esse espaço de espera e convivência é apoiado por instalações em suas extremidades laterais:
do lado esquerdo, o sanitário masculino com bacias e mictórios; e do lado direito, um
pequeno espaço para um funcionário com guichê para a bilheteria e o sanitário feminino. Os
sanitários possuem acabamento cerâmico até meia altura com peças quadradas na cor branca,
e última fileira com barrado vermelho. A iluminação e a ventilação dos mesmos são
realizadas por pequenos vãos com esquadria metálica e vidro liso do tipo basculante, que não
são suficientes para proporcionar um ambiente salubre, segundo os parâmetros de ventilação e
iluminação atuais.

Foto 11. Lado direito do foyer, escada em plurigoma


Foto 10. Pequena basculante de iluminação e dá acesso às salas técnicas/administrativas, porta
ventilação do sanitário. central do banheiro feminino e, à direita, porta da
Uberlândia - MG bilheteria.
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017 Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 34 de 90

Também pelo foyer podem ser acessadas as salas técnicas e administrativas, através de uma
escada estreita de 60 centímetros de largura, com piso em plurigoma preto, sendo uma
circulação de acesso restrito e fechada por uma porta de madeira.
Em posição de destaque, como não poderia deixar de ser, tem-se centralizado no foyer os
acessos à sala de espetáculos. A capacidade da sala, quando ainda utilizada, chegava a uma
lotação de 600 pessoas bem acomodadas em poltronas de madeira com estofado revestido por
material vinílico na cor bege. A grande sala, de pé direito alto e sensação de amplitude,
possuía revestimento acústico de placas de fibra de cana-de-açúcar nas paredes, que foi
retirado. Existia ainda um forro acústico no salão com parte em forro de madeira. Ainda há no
local um barrado decorativo de madeira, instalado na porção inferior das paredes. O palco foi
demolido em uma empreitada para reforma do teatro e, atualmente, encontra-se em seu lugar
uma estrutura de concreto que seria a base para construção de um novo palco. Quando
existente, o palco possuía um pequeno urdume e uma passarela técnica de acesso às varas de
luz. Para se chegar à passarela técnica, existem duas escadas marinheiro, uma de cada lado da
boca de cena. Havia uma saída de emergência na lateral direita para a Rua Monte Alegre, que
foi fechada, assim como as demais portas, por alvenaria de blocos de concreto.
Em relação à sala de espetáculos, o teatro seguia o estilo de palco italiano, fechado em uma
caixa, onde os espectadores assistem à representação pela frente, chamada de boca de cena.
As coxias possuíam dimensões fartas, o que era considerado bom pelos artistas. A relação
visual de palco e plateia, no entanto, não era satisfatória. O palco ficava a 1,20m do nível de
piso da plateia, o que prejudicava a visibilidade nos assentos das primeiras fileiras. Além da
saída de emergência, a fachada lateral direita possuía uma outra porta de duas folhas de
madeira de correr ligando o palco ao exterior, na Rua Monte Alegre, passagem que servia
para carga e descarga do material cênico. Já na lateral esquerda, havia também a conexão por
um vão, porém feita para a coxia lateral, as instalações sanitárias e camarins.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 35 de 90

Foto 12. Vista da primeira porta e grade de proteção


Foto 13. Atual estado da sala de espetáculos, com uma
para entrada no teatro. Recebeu vedação no lado
estrutura de concreto erguida no lugar do palco.
externo de alvenaria de concreto.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Foto 14. Vista da sala de espetáculos em direção ao Foto 15. Lateral direita da sala de espetáculos, com
fundo desta, acima veem-se as aberturas de salas barrado decorativo na parede e escada marinheiro de
técnicas. acesso à passarela luminotécnica.
Uberlândia - MG Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017 Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

O palco possuía piso tabuado de madeira e forro também em madeira. O piso em taco de
madeira assentado em formato de espinha de peixe, existente na plateia, foi retirado e hoje é
possível observar apenas as marcas do rejuntamento. Há uma pintura artística colorida como
um barrado lateral em toda a plateia, cuja data de execução não foi identificada. A cobertura
atual encontra-se totalmente danificada.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 36 de 90

Foto 16. Vista lateral da área do palco a partir do vão


Foto 17. Cobertura atual sem estanqueidade nenhuma.
lateral esquerdo.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Seguindo pelo vão lateral esquerdo e pela coxia chega-se às instalações sanitárias, duas para
bacia e duas para banho, além do lavatório externo às cabines. Na parte posterior, a copa com
piso de granilite e paredes revestidas com cerâmica na cor branca. As áreas molhadas citadas
possuem laje em alvenaria. Na parede posterior da copa, há uma porta metálica com painéis
de vidro que dá acesso aos fundos do terreno, uma pequena circulação remanescente, que
segue até chegar à Rua Monte Alegre, onde há um pequeno portão. Ainda a partir das áreas
molhadas, seguindo-se são encontrados os camarins, masculino e feminino, com piso em
granilite que possuem mobiliário executado em alvenaria para guarda e apoio dos artistas, um
lavatório em cada, ar condicionado e espelhos.

Foto 18. Vista de um dos camarins, em situação


Foto 19. Prateleiras dos camarins.
deplorável.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 37 de 90

Foto 20. Conjunto de cabines de bacias sanitárias e Foto 21. Esquadrias metálicas com vidro liso da copa
chuveiros. para a circulação de fundos.
Uberlândia - MG Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017 Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Continuando pela circulação, encontra-se uma porta que dá acesso ao espaço onde funcionava
a Galeria de Arte Ido Finotti. Essa sala possui também uma porta principal de acesso pela
Avenida João Pinheiro, com esquadrias metálicas e painéis de vidro liso. Uma janela também
foi instalada nessa parede no trecho curvo de recuo da porta.

Foto 22. Vista lateral da área do palco a partir do vão


Foto 23. Cobertura atual sem estanqueidade nenhuma.
lateral esquerdo.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 38 de 90

Foto 25. Vista da fachada com fechamento no local da


Foto 24. Vista da amplitude da sala de exposições.
porta da antiga galeria.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Na parte interna, além da pequena porta de acesso à galeria, há também uma escada que leva
ao pavimento superior, onde se encontram as salas técnicas e administrativas. Na chegada, à
direita há um sanitário, e após, salas de uso administrativo, copa, e salas técnicas onde
ficavam os projetores cinematográficos. Os sanitários e a copa possuem revestimento
cerâmico nas paredes, até meia altura. Os antigos projetores hoje se encontram expostos na
Casa de Cultura de Uberlândia. Essa sala não é centralizada em planta com o palco, fato que
desencadeava inúmeras críticas. Atravessando-se essa área técnica, administrativa e restrita, é
possível descer pela outra extremidade, por uma outra pequena escada que chega no foyer ao
lado do sanitário feminino e da bilheteria.

Foto 26. Cobertura diferenciada para a área de


Foto 27. Vãos na parede da sala de projeções.
camarins e apoio.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017
Marcella Valadares dos Santos, agosto/2017

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 39 de 90

A cobertura da edificação é dividida em duas porções: a maior, que contempla o foyer e seus
apoios, a plateia e o palco, com telhado de duas águas em telhas metálicas; e outra,
independente, que cobre a porção lateral onde ficam os camarins, sanitários e galeria. O
pavimento superior avança um pouco sobre a fachada, não fazendo o mesmo desenho do
pavimento térreo. Há dois recuos de paredes que dão movimento à fachada. Também foram
instalados quatro ventiladores do tipo industrial na fachada. A marquise frontal acompanha
toda a fachada da edificação para a Avenida João Pinheiro, tendo acabamento recurvado na
esquina, avançando um pouco para a fachada da Rua Monte Alegre. Na calçada externa, o
piso é em ladrilho hidráulico quadrado de dimensões 25x25cm, e a largura da calçada é de
aproximadamente dois metros em média. Na fachada principal aparecem quatro esquadrias do
pavimento superior, duas com requadros pintados na cor branca, e as outras duas, de mesma
proporção, porém sem requadros. As duas portas no térreo também possuem requadro com
pintura branca.

Apesar de ser um terreno de esquina, não há uma grande visibilidade do bem a partir das vias,
a não ser pela Praça Nossa Senhora Aparecida. O entorno é composto predominantemente por
edificações de até dois pavimentos, no entanto, na esquina oposta ao bem foi erguido um
prédio residencial com 16 pavimentos, que impacta bastante na paisagem. Fora este, não há
mais grandes intervenções de impacto no entorno.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 40 de 90

4.1. TRANSFORMAÇÕES E INTERVENÇÕES

Desde sua inauguração, o bem passou por algumas intervenções. Inicia-se pela construção do
anexo, sem data determinada, mas já presente nas fotos datadas de 1985. Na sequência
destaca-se a publicidade anexada à marquise, também existente em uma fotografia de 1985,
com as inscrições “Vera Cruz” na mesma. Essa publicidade não existe mais, até por não ser
mais essa a denominação do equipamento.

Foto 1. Imagem do Cine Vera Cruz pouco antes de sua inauguração. Fotografia veiculada no Jornal Primeira
Hora, em junho de 1985, em matéria anunciando a sua iminente inauguração.
Fonte: Arquivo da Casa de Cultura de Uberlândia.
Elaboração: Jornal Primeira Hora. 20 de Junho/1985.

Existe no arquivo municipal um projeto arquitetônico de reforma e adaptação do Cine Vera


Cruz para o uso como teatro, cujo resultado é muito próximo da conformação atual do Teatro
Grande Otelo. Assina como arquiteto chefe de seção o Sr. Ricardo Ribeiro Pereira, e o projeto
data de 08 de junho de 1984. Era previsto, além dos camarins e da adequação de sanitários, o
tratamento acústico da sala de espetáculos. Ressalta-se aqui que embora executado, tal projeto
passou por alterações durante as obras, como por exemplo, a instalação de quatro exaustores
na fachada.

Em 1996 há registro de outra reforma, dessa vez para manutenção e reparo de alguns danos,
que foi executada por funcionários do local e por sistema de mutirão dos artistas para pintura

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 41 de 90

do prédio. Houve ainda o registro de um projeto de autoria de Paulo Pontes, engenheiro de


Belo Horizonte, para reforma daquele prédio, não tendo sido executado. O projeto previa a
reforma e ampliação do número de lugares, de 370 para 700, além de aumento na inclinação
do piso da plateia, para maior conforto visual dos espectadores.

Ouro documento encontrado de projeto de reforma é de 2001, que sabemos não ter sido
executado, mas relata que o estado, nesse momento da cobertura, era de quatro águas de
telhas de fibrocimento, no primeiro volume, e um telhado improvisado também em
fibrocimento no segundo.

Em 2002, após vistorias que indicaram a precariedade e insegurança da edificação, o teatro foi
interditado. Havia empenho de alguns atores para a execução de um novo projeto de reforma,
porém a obra não ocorreu e o edifício foi se degradando, já que se encontrava sem uso.

Foto 2. Fachada da edificação em 2001. Foto 3. Vista da fachada lateral do teatro em 2001.
Uberlândia - MG Uberlândia - MG
Fábio Leite e Luciana Villela, agosto/2001 Fábio Leite e Luciana Villela, agosto/2001

Foto 5. A cobertura até então possuía quatro águas, em


Foto 4. Vista da plateia.
telhas de fibrocimento.
Uberlândia - MG
Uberlândia - MG
Fábio Leite e Luciana Villela, agosto/2001
Fábio Leite e Luciana Villela, agosto/2001

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 42 de 90

Em documento encontrado com data de 10 de outubro de 2011, explicita-se a ausência de


manutenção no imóvel já há 12 anos, ou seja, desde o ano de 1999 não haviam sido feitas
manutenções ou recuperações substanciais.
Recentemente, como forma de impedir qualquer tentativa de acesso ao bem, todas as portas
foram fechadas por alvenaria de bloco de concreto, sendo totalmente vedado o acesso ao
interior da edificação, a não ser pelo pequeno portão dos fundos. A cobertura provisória não
oferece estanqueidade ao imóvel.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 43 de 90

5. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

Coordenadas Geográficas:
P01 - 18°54'28.3"S, 48°16'20.0"O
P02 - 18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O
P03 - 18°54'29.4"S, 48°16'19.5"O
P04 - 18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O

Área do Perímetro de Tombamento – 728,92m²

ase: Plantas do Arquivo da Prefeitura e Google Maps. Elaboração: Marcella Valadares dos Santos. Data: Outubro de 2017. Escala Gráfica.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 44 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 45 de 90

6. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

O perímetro de tombamento do Teatro Grande Otelo, definido pela poligonal P01-P04,


contempla toda a edificação, o terreno no qual está implantada e o passeio à sua frente, já que
edificação avança sobre o mesmo. A área total da poligonal é de 728,92m².

O primeiro ponto da poligonal, P01 (18°54'28.3"S, 48°16'20.0"O), localiza-se na interseção


entre o prolongamento da linha de divisa posterior do terreno e o meio fio. A partir de P01,
percorre-se em linha reta ao longo de 33,67m, no sentido Sudeste, acompanhando a linha do
meio fio, em direção a P02 (18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O), que localiza-se na interseção entre
os prolongamentos dos passeios da Rua Monte Alegre e da Avenida João Pinheiro. Daí,
prossegue-se na direção Sudoeste no alinhamento da Avenida João Pinheiro por mais 21,89m,
até o P03 (18°54'29.4"S, 48°16'19.5"O). Então, pela divisa do terreno na direção Noroeste,
segue mais 33,65m até o P04 (18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O). Deste, segue-se pela divisa
posterior do terreno, sentido Nordeste, com distância de 21,53m até o P01, ponto de partida,
fechando o perímetro de tombamento do bem.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 46 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 47 de 90

7. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

O perímetro de tombamento do edifício do Teatro Grande Otelo tem como objetivo garantir a
preservação da estrutura edificada, colocando as decisões relacionadas ao bem subordinadas
ao interesse público na preservação de sua memória.

A edificação do Teatro Grande Otelo integra o referencial coletivo da população do bairro


Vila Operária e do município como espaço cultural prógono na cidade, através de sua
arquitetura, de forma que a preservação de seu ambiente construído e de seu uso para fins
culturais é de extrema importância. Logo, o perímetro de tombamento do bem corresponde ao
próprio perímetro do terreno da edificação, quase que integralmente ocupado por ela,
acrescido do passeio, já que há trechos de avanços do pavimento superior.

A relevância histórico-cultural desse espaço é inegável. Foi um marco ao trazer para um


bairro periférico e operário um equipamento cultural de uma arte que costuma muitas vezes
ser tratada de forma elitizada. Por muitos anos, foi palco de artistas da cidade e de fora dela,
recebeu artistas renomados e cumpriu o importante papel de possibilitar o desenvolvimento e
apresentações de espetáculos menores – dado o tamanho e lotação do teatro – fato que
fortaleceu a cena cultural de Uberlândia.

O Teatro Grande Otelo, além de homenagear o grande artista uberlandense, faz parte do
imaginário coletivo como espaço artístico onde um grande desenvolvimento cultural ocorria,
e o gatilho para o acesso a essa memória é sua imagem, sua materialidade, suas paredes e sua
volumetria. Sua importância histórica e como espaço cultural é reconhecido e requerido pela
comunidade. O tombamento do Teatro Grande Otelo é um ato de respeito à memória local e
ao interesse público da população.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 48 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 49 de 90

8. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO

Coordenadas Geográficas:
P01 - 18°54'28.3"S, 48°16'20.0"O
P02 - 18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O
P03 - 18°54'27.8"S, 48°16'14.8"O
P04 - 18°54'30.3"S, 48°16'17.1"O
P05 - 18°54'29.7"S, 48°16'17.9"O
P06 - 18°54'32.0"S, 48°16'19.8"O
P07 - 18°54'30.6"S, 48°16'21.7"O

Área do Perímetro de Tombamento – 728,92m²

Área do Perímetro de
Entorno de Tombamento – 18.931,20 m²

Base: Plantas do Arquivo da Prefeitura e Google Maps. Elaboração: Marcella Valadares dos Santos. Data: Outubro de 2017. Escala Gráfica.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 50 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 51 de 90

9. DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO

O perímetro de entorno do tombamento do Teatro Grande Otelo definido pela poligonal P01-
P07, contempla a poligonal de tombamento, a Praça Nossa Senhora Aparecida, parte da
quadra em que se encontra o bem e algumas edificações da Rua Monte Alegre e da Avenida
João Pinheiro voltadas para a Praça Nossa Senhora Aparecida. A área total da poligonal é de
18.931,20 m².

O primeiro ponto da poligonal, P01(18°54'28.3"S, 48°16'20.0"O), localiza-se na interseção


entre o prolongamento da linha de fundos do terreno onde está inserido o Teatro Grande Otelo
e o meio fio na Rua Monte Alegre. A partir de P01, percorre-se em linha reta ao longo de
102,15 m, no sentido Nordeste, em direção a P02 (18°54'28.9"S, 48°16'20.4"O), que fica no
alinhamento da Rua Prata, após atravessá-la. Daí, percorre-se em linha reta ao longo de
120,63m junto ao alinhamento da Rua Prata, no sentido Sudeste, em direção a P03
(18°54'27.8"S, 48°16'14.8"O), que se encontra no prolongamento da face Sudeste da Praça
Nossa Senhora Aparecida. Daí, perpendicularmente ao trajeto anterior, seguindo mais
101,99m, pelo alinhamento da face Sudeste da Praça Nossa Senhora Aparecida, atravessando
a Rua Monte Alegre, chega-se ao P04 (18°54'30.3"S, 48°16'17.1"O) que se localiza no
alinhamento da Rua Monte Alegre. De P04, segue-se pelo alinhamento da Rua Monte Alegre
por mais 47,44 m até o chegar a P05 (18°54'29.7"S, 48°16'17.9"O). Daí,
perpendicularmente, no sentido Sudoeste, seguindo 86,95 m chega-se ao P06 (18°54'32.0"S,
48°16'19.8"O), localizado no alinhamento da Rua Tupaciguara. Do P06 seguindo-se o
alinhamento da Rua Tupaciguara, na direção noroeste, segue-se mais 73,84m até chegar em
P07 (18°54'30.6"S, 48°16'21.7"O). De lá segue-se em linha reta, no sentido Nordeste, por
87.50m até chegar em P01, ponto de partida do perímetro de entorno do tombamento.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 52 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 53 de 90

10. JUSTIFICATIVA DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO TOMBAMENTO

Considerando a relação do bem tombado com a Praça Nossa Senhora Aparecida e tendo em
vista que esta fornece a ambiência aprazível e afastamento para contemplação do bem, torna-
se imprescindível que a mesma esteja contida dentro do perímetro de entorno do tombamento.
O edifício e a praça estão ligados não apenas pela história que se conflui uma com a outra,
mas por uma relação harmônica e funcional. O lazer e a cultura estão muito próximos em suas
atividades, e se complementam. No caso da praça, até mesmo algumas companhias de teatro,
como o Grupo Galpão, já fizeram uso de seu espaço para apresentações, de forma integrada
com o Teatro Grande Otelo. A preservação da praça é essencial para a manutenção da boa
ambiência e de um conjunto coerente de lazer e cultura nesse espaço.

Foram ainda inseridos no perímetro de entorno os trechos de edificações lindeiras à Rua


Monte Alegre, na quadra do bem e de frente para a Praça Nossa Senhora Aparecida, e os
trechos das edificações da Avenida João Pinheiro também voltados para a praça.

Como o zoneamento municipal é favorável ao adensamento em alguns trechos nas vias


estruturais, como a Avenida João Pinheiro, é necessário que haja certo controle nas
edificações adjacentes ao bem para evitar a sua obstrução na paisagem.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 54 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 55 de 90

11. LEVANTAMENTO MÉTRICO DO BEM

Figura 1. Planta de Situação do Teatro Grande Otelo, numerado com (1). Escala Gráfica.
Fonte: Levantamentos do Arquivo Público da Prefeitura Municipal de Uberlândia e visita técnica.
Elaboração: Marcella Valadares. Outubro/2017.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 56 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 57 de 90

Figura 2. Planta baixa do Pavimento térreo do Teatro Grande Otelo. Escala: 1:200.
Fonte: Levantamentos do Arquivo Público da Prefeitura Municipal de Uberlândia e visita técnica.
Elaboração: Marcella Valadares. Outubro/2017.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 58 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 59 de 90

Figura 3. Planta baixa do Primeiro Pavimento do Teatro Grande Otelo. 1:200.


Fonte: Levantamentos do Arquivo Público da Prefeitura Municipal de Uberlândia e visita técnica.
Elaboração: Marcella Valadares. Outubro/2017.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 60 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 61 de 90

Figura 4. Planta de Cobertura do Teatro Grande Otelo. Escala: 1:200.


Fonte: Levantamentos do Arquivo Público da Prefeitura Municipal de Uberlândia e visita técnica.
Elaboração: Marcella Valadares. Outubro/2017.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 62 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 63 de 90

Figura 5. Fachada Principal - Sudeste. Escala 1:100.


Fonte: Levantamentos do Arquivo Público da Prefeitura Municipal de Uberlândia e visita técnica.
Elaboração: Marcella Valadares. Outubro/2017.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 64 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 65 de 90

12. PLANO DE GESTÃO DAS MEDIDAS DE SALVAGUARDA

12.1. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E AMEAÇAS AO BEM CULTURAL

A cidade de Uberlândia, como é recorrente em inúmeros outros municípios, passa por um


processo de aumento de sua densidade demográfica e verticalização do espaço urbano, o que
requer a ocupação de terrenos ociosos ou, na ausência desses, a substituição de imóveis
antigos de gabarito menor por edificações verticalizadas com maior aproveitamento do
potencial construtivo do terreno. Essa tendência aumenta o valor especulativo de edificações
situadas em boas localizações que possam ser demolidas para dar lugar a novos
empreendimentos. Esse é um processo comum e inevitável, no entanto, cabe ao poder público
o controle e a determinação, segundo o interesse público, das zonas e imóveis que necessitam
de proteção.

É também evidente e fato conhecido que a cultura e seus equipamentos não costumam ser
prioridades de investimento das agendas e políticas públicas, de onde decorrem o abandono
dos espaços públicos culturais e o enfraquecimento das cenas artísticas.

Através das questões expostas é possível compreender como o Teatro Grande Otelo se
encontra hoje em um estado extremamente precário de conservação, e dar-se conta da
situação de vulnerabilidade dessa edificação perante as tendências de crescimento e
verticalização da cidade. O processo de arruinamento dessa edificação não vem acontecendo
por outro motivo senão o abandono e a falta de interesse político na manutenção desse espaço
cultural.

O teatro, que recebeu seu último espetáculo em 2002, segue fechado e abandonado,
interditado devido ao seu precário estado estrutural. Em 2011, a cobertura do teatro cedeu em
forte vendaval, o que deixou a estrutura vulnerável às intempéries e, apesar de ter sido
instalada uma cobertura provisória para mitigar danos, esta se encontra com enormes falhas
na vedação, e os danos à estrutura e demais elementos construtivos só se agravam durante os
anos. A parede externa no alinhamento com a Rua Monte Alegre possui grande instabilidade
estrutural, ameaçando ruir.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 66 de 90

12.2. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DO BEM TOMBADO

Dentro do Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo de Uberlândia, definido pela Lei Nº


525/2011, o bem se encontra Zona Mista – ZM, onde predominam atividades de habitação,
comércio e serviços, com expressiva densidade habitacional. Também está relacionado ao
Setor de Vias Estruturais – SVE, onde equipamentos sociais comunitários – tanto locais como
gerais – são considerados adequados, o que inclui o uso como equipamento cultural. Assim,
visando o retorno do uso como sala de espetáculos, e para que a preservação do bem em
questão seja efetiva, é necessário que dentro do perímetro de tombamento sejam observadas
as ações e as restrições que se seguem.

 Realizar uma avaliação imediata da estrutura do teatro para ponderar a necessidade de


um reforço estrutural provisório e a recuperação da sua cobertura provisória é a medida
mais urgente que deve ser tomada para a conservação do bem e a interrupção do avanço
de seus danos, o que deve ocorrer com acompanhamento de profissionais devidamente
habilitados.

 A elaboração de um projeto de restauro e reforma para reabertura do bem, desenvolvido


por um profissional devidamente habilitado, que mantenha as características formais do
bem e preveja a adequação em relação à segurança e à acessibilidade é outra medida de
extrema importância e urgente.

 A execução, o quão breve possível, do projeto acima referido e a reabertura do teatro


são medidas essenciais para a perpetuação do bem ao longo do tempo e para que haja a
manutenção constante e cumprimento da função social.

 Os trechos que não apresentarem condições estruturais de permanecerem no conjunto,


quando tiverem que ser descartados devido a danos severos, devem receber a
reconstituição adequada, com material compatível com o original e mantendo as
características estilísticas do imóvel;

 As intervenções devem deixar a marca de seu tempo e ser diferenciada dos originais, a
fim de evitar falsificações ou inverdades históricas. No entanto, tais intervenções não
devem ser evidenciadas para que não se destaquem sobre as características autênticas da
edificação.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 67 de 90

 A edificação não poderá ser demolida ou ter sua área de piso ampliada, exceto mediante
documentação e justificativa conceitualmente consistente.

 O projeto para a sala de espetáculos deve prever estudos de visibilidade que assegure
uma boa relação de altura e distâncias entre palco e assentos.

 Devem ser mantidas a volumetria e proporções da edificação, as quais só poderão ser


alteradas mediante documentação e justificativa conceitualmente consistente.

 Os elementos compositivos significativos do estilo como a marquise frontal e as linhas


compositivas de fachada só poderão ser alterados no sentido de reverter eventuais
descaracterizações, buscando resgatar a originalidade da edificação desde que haja uma
justificativa comprovadamente consistente. Os ventiladores exaustores da fachada estão
incluídos nas eventuais descaracterizações.

 É aconselhável produzir um documento registrando todas as intervenções que forem


realizadas no bem, para que as características originais do imóvel não caiam no
esquecimento, como é comum acontecer com bens patrimoniais antigos.

 Ações de educação e conscientização patrimonial podem ocorrer no próprio espaço do


teatro, pois este será um exemplo real e palpável de como a preservação do patrimônio
cultural repercute no ambiente urbano e na qualidade de vida da sociedade.

 Elaboração, anualmente, de Laudo Técnico do Estado de Conservação por profissional


devidamente habilitado, para avaliação do bem e para fundamentar a definição das
medidas de manutenção e conservação.

 Definição, anualmente, das medidas prioritárias para manutenção e conservação do


bem.

 As características originais da edificação devem ser preservadas por meio de


restauração, tendo em vista que devem ser respeitadas a autenticidade, a originalidade e
as contribuições dos diversos períodos pelos quais a edificação passou, devendo ser
removido apenas aquilo que não tiver significado, desde que devidamente justificados
na conceituação e fundamentação do projeto.

 Todas as propostas de intervenções deverão ser elaboradas por arquiteto(a) com


experiência comprovada em patrimônio histórico, apresentadas em forma de projeto
com justificativas teóricas baseadas nas normas de proteção ao patrimônio edificado,
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 68 de 90

acompanhado de memorial descritivo e laudo com diagnóstico do estado de


conservação e levantamento fotográfico. Toda a documentação deverá, primeiro, ser
apresentada ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Cultural de Uberlândia (COMPHAC), responsável pela aprovação, solicitação de
adequação, ou recusa.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 69 de 90

12.3. DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO

A relação do bem com a Praça Nossa Senhora Aparecida é o fator que conduz a delimitação
da área de entorno. Assim, para que a preservação da ambiência do bem em questão seja
efetiva, é necessário que dentro da área de entorno do bem sejam observadas as ações e as
restrições que se seguem.

 Dentro do entorno, não devem ser erguidas construções que impeçam ou obstruam a
percepção volumétrica do bem, de modo que, para cada edificação nova, deve-se fazer
um estudo de impacto de visibilidade, contendo fotos e análise dos eventuais impactos
visuais.

 Não poderá ser locado ponto de ônibus ou bancas de revistas em frente ao bem tombado.

 Se possível, implantar iluminação elétrica pública com fiação subterrânea, através de


sistema adequado.

 É necessário o alargamento das calçadas na esquina onde se encontra implantado o bem,


dando maior segurança e conforto ao usuário do espaço cultural.

 Retirada dos postes de energia localizados na calçada da fachada frontal da edificação.

 Providenciar para que a fiação atual seja substituída por cabeamento subterrâneo.

 Não deverá ser plantada árvore na calçada em frente ao bem. Na calçada da lateral, a
indicação da localização e da espécie das árvores deve ser feita no projeto de restauro, a
ser aprovado pelo COMPHAC, de modo a minimizar qualquer impacto visual no bem.

 Manutenção da pavimentação das vias dentro do entorno, tanto de seu calçamento quanto
das faixas de sinalização já existentes. Estudar a possibilidade de utilização de travessias
do tipo “speed table” em volta da Praça Nossa Senhora Aparecida e na ligação com o
bem.

 Conservação da boa ambiência da Praça Nossa Senhora Aparecida e sua arborização.

 Estudar a possibilidade de impedir estacionamentos de longa duração à frente do bem e


liberar espaço para carga e descarga para uso do teatro;

 Realizar trabalhos de educação ambiental e patrimonial com os cidadãos de Uberlândia,


apresentando os motivos e benefícios do tombamento do bem e as consequências para seu
entorno, promovendo a conscientização e valorização do patrimônio cultural.
Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho
Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 70 de 90

 A aprovação de intervenções e de projetos na área do entorno ficam condicionadas à


análise prévia, caso a caso, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Cultural de Uberlândia (COMPHAC).

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 71 de 90

13. REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA

ALVES, Kelen Borges. LEITE, Fábio Rodrigues Pereira. Projeto Arquitetônico de


Reforma do Teatro Grande Otelo: Memorial. Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano, Secretaria Municipal de Cultura. Uberlândia. Fevereiro, 2009.

ALVES, Luciana Villela. LEITE, Fábio Rodrigues Pereira. Teatro Grande Otelo: Memorial
de Projeto de Reforma. Arquivo Público Municipal. Agosto, 2001.

COSTA, Michele Pereira. DANTAS, Rafaela Maximiano. O resgate histórico da


industrialização de Uberlândia. Anais do VII Seminário Estadual de Estudos Territoriais, II
Jornada de Pesquisadores sobre a questão agrária no Paraná.

LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001. 144 p

MARIANO, Flávia Gabriella Franco. Nos trilhos de uma urbanidade excludente: produção
do espaço em Uberlândia/MG.

SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec. (1993).

SANTOS, Tadeu Pereira dos. Entre Grande Otelo e Sebastião: tramas, representações e
memórias. 2016. 597 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, 2016.

SOUZA, Maria Núbia Alves Martins. CANDELOT, Vânia Lúcia Rende. Teatro Grande
Othelo: de Cine Vera Cruz à Teatro Grande Othelo. Projeto de Pesquisa : Desenvolvido
pelo Setor de Pesquisa do museu Municipal de Uberlândia da Secretaria Municipal de Cultura
da Prefeitura de Uberlândia. 2002.

GIACOMELLI, Samuel. Cronologia Teatro Grande Otelo [Internet]. Disponível em <


http://vamosaoteatrograndeotelo.blogspot.com.br>. Acesso em 8 de agosto de 2017.

MOREIRA, Eduardo. Teatro Grande Otelo em Uberlândia [Internet]. Site Grupo Galpão.
Disponível em < http://www.grupogalpao.com.br/blog/index.php/teatro-grande-otelo-em-
uberlandia/>. Acesso em 29 de setembro de 2017.

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA. Teatro Grande Otelo [Internet].


Disponível em < http://www.uberlandia.mg.gov.br>. Acesso em 29 de setembro de 2017.

MENESES, Ulpiano Toledo B. de. O campo do Patrimônio Cultural: uma revisão de


premissas. I Fórum acional do Patrim nio Cultural: Sistema acional de Patrim nio
Cultural: desafios, estratégias e experi ncias para uma nova gestão. ras lia: P A , 2 12, p
25-41.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 72 de 90

OLIVEIRA, Luis Humberto Garcia de. Pelos Trilhos do Wagão: o Teatro de Wagner
Salazar. 2013. 132 f. Dissertaçao (Mestrado em Artes) - Universidade Federal de Uberlândia,
2013.

Documentos:

Dossiê de Tombamento Imagem Nossa Senhora do Carmo de Uberlândia. Secretaria de


Cultura/Prefeitura de Uberlândia, 2007.

Entrevistas:

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Carlos Guimarães Coelho (Produtor
Cultural e Jornalista) – 09/10/17

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Maria Aparecida Rocha Perfeito
(Funcionária pública, ex-coordenadora do Teatro Grande Otelo) – 09/10/17

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Susilene Ferreira de Oliveira (Atriz)
– 09/10/17

Entrevista concedida a Cláudia Regina Rossi Fantini por Kátia Bizinotto Macedo Soares
(Atriz) – 09/10/17

Entrevista concedida à Marcella Valadares dos Santos por Maria Aparecida Rocha Perfeito,
gestora cultural.

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 73 de 90

14. RITO LEGAL

14.1. PARECER DO CONSELHO SOBRE O TOMBAMENTO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 74 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 75 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 76 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 77 de 90

14.2. TERMO DE ANUÊNCIA AO PROCESSO DE TOMBAMENTO


PROVISÓRIO DO TEATRO GRANDE OTELO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 78 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 79 de 90

14.3. ATA DE APROVAÇÃO DO TOMBAMENTO PROVÍSÓRIO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 80 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 81 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 82 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 83 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 84 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 85 de 90

14.4. NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 86 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 87 de 90

14.5. HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 88 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
Rubrica: EXERCÍCIO 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 89 de 90

15. FICHA TÉCNICA


CONSULTORIA TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL
Rogério Stockler de Mello
COORDENAÇÃO TÉCNICA:

Avenida Prudente de Morais, nº 135.


5º andar. Santo Antônio – Belo Horizonte/MG.
Tel./Fax. (31) 3503 - 5900
_________________________________
mgtm@mgtm.com.br Racchel Santiago Chaves
CAU: A69971-3
Arquiteta e Urbanista – MGTM Ltda.
LEVANTAMENTO | DATA: Agosto / 2017
ELABORAÇÃO | DATA: Outubro / 2017
EQUIPE DE TRABALHO
Trabalho de Campo

_______________________________
________________________________
Marcella Valadares dos Santos
Cláudia Regina Rossi Fantini
CAU: 122.185-0
Antropóloga – MGTM Ltda.
Arquiteta e Urbanista – MGTM Ltda.
Revisão do Trabalho

_____________________________________ _____________________________________
Valéria Queiroz Cavalcante Lopes Thalita Asperti Travençolo
Diretoria de Memória e Patrimônio Histórico Diretoria de Memória e Patrimônio Histórico
Secretaria Municipal de Cultura Secretaria Municipal de Cultura
Elaboração do Trabalho
Marcella Valadares dos Santos | CAU: 122.185-0 Cláudia Regina Rossi Fantini
Arquiteta e Urbanista – MGTM Ltda. Antropóloga – MGTM Ltda.

Assessoria Técnica MGTM


Racchel Santiago Chaves
Arquiteta Urbanista
Simone Isabel Batista da Cruz
Gestora de Patrimônio Histórico e Cultural
Rogério Stockler de Mello
Administrador de Empresa
Revisão | Data: novembro/2018
Equipe de Coordenação Técnica MGTM Ltda. Prefeitura Municipal de Uberlândia/MG

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes
EXERCÍCIO 2020
Rubrica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA-MG
Página: 90 de 90

Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Sobrinho


Data: 30/11/2018
Nome do chefe do setor: Valéria Maria Queiroz Cavalcante Lopes

Você também pode gostar