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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 164-ASSEJUR/SSEF/SEF
EB: 64689.010515/2023-11

Brasília, 13 de março de 2023.

Do Subsecretário de Economia e Finanças Interino


Ao Sr Chefe do 2º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: tempo de serviço para fins de cálculo para compensação pecuniária (militar oriundo
da Escola de Sargento das Armas com CDI)
Referências: a) DIEx nº 959-SAGeC/2º CGCFEx, de 30 NOV 22; e
b) DIEx nº 132-AApAJur/VCh DGP/Ch DGP, de 3 MAR 23.
Anexos:
1) DGP-DEODS00013-23; e
2) DIEx_n._869-22.

1. A respeito do assunto, informo que, após consultar o Departamento-Geral do


Pessoal, conforme DIEx nº 869-ASSE1/SSEF/SEF, de 16 de dezembro de 2022,
aquele ODS corroborou o entendimento desta Secretaria a respeito do tempo de serviço para
fim de cálculo da compensação pecuniária.

2. Em resposta contida no DIEx nº 4-SAAJ/DSM, de 11 JAN 23, anexo,


especificamente no tocante aos reflexos remuneratórios no cálculo da compensação
pecuniária, o tempo passado no curso de formação de sargentos é tido como serviço militar
obrigatório e não deve ser computado para fim de cálculo da compensação pecuniária, exceto
para militares possuidores de Certificado de Reservista ou Certificado de Dispensa de
Incorporação.

3. Isso posto, encaminho tais considerações a esse Centro para conhecimento e


orientação da Unidade Gestora Apoiada.

Gen Div ANDRÉ BASTOS SILVA


Subsecretário de Economia e Finanças Interino
"200 ANOS DO TENENTE ANTONIO JOÃO: HERÓI DA EPOPEIA DE DOURADOS"
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 322-ASSEJUR/SSEF/SEF
EB: 64689.013205/2023-41

Brasília, 13 de junho de 2023.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 12º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Ressarcimento de Compensação Pecuniária - Dano ao Erário
Referências: a) DIEx nº 312-S1/12º CGCFEx, de 31 MAR 23; e
b) DIEx nº 305-S1/12º CGCFEx, de 29 MAR 23.
Anexos:
1) PORTARIA_Nº_071-SEF,_DE_29_DE_JULHO_DE_2020.;
2) DIEx_33_CCIEx; e
3) DIEx_n._217-23.

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 305-S1/12º CGCFEx, de 29 MAR


23 e ao DIEx nº 312-S1/12º CGCFEx, de 31 MAR 23, relativos ao ressarcimento da compensação
pecuniária disciplinada pela Lei nº 7.963, de 1989, a ser cobrado de militares reintegrados por
força de decisões judiciais que recaem sobre atos de licenciamentos questionados
judicialmente.

2. Com o intuito de consolidar o entendimento a respeito, esta Secretaria consultou


o Centro de Controle Interno, nos termos do DIEx n° 217-ASSEJUR/SSEF/SEF, de 6 ABR 23, uma
vez que a análise dos questionamentos relacionados a dano ao erário se encontram no atual rol
de competências daquele OADI.

3. Em resposta, esta Secretaria recebeu o DIEx Nº 33-Asse Ap As Jurd/CCIEx, de 30


de maio de 2023, em anexo, explicitando o entendimento no sentido de que não é cabível o
exame da vantajosidade em relação ao momento da cobrança, a qual deve ser feita na ocasião
da restauração do status de militar, vez que o caput do art. 12 da Portaria nº
071-SEF, de 29 de julho de 2020, exige, taxativamente, que tal medida seja empreendida.

4. Por outro viés, ressaltou-se a ausência de lei que atribua ou delegue


competência expressa ao gestor responsável pela apuração do débito para fins de extinção da
cobrança à luz do artigo 54 da Lei nº 9.784/1999 – prerrogativa que seria exclusiva da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional no tocante ao reconhecimento da decadência na via

(DIEx Nº 322-ASSEJUR/SSEF/SEF, 13 de junho de 2023 - EB: 64689.013205/2023-41 ............... 1/2)


administrativa por ocasião da inscrição do débito em dívida ativa, nos termos do § 4º, do art.
2º, da Lei nº 6.830/1980.

5. Vale lembrar que a Portaria nº 10-SEF, de 23 AGO 1990, revogada pela Portaria
nº 071-SEF, de 29 JUL 20, regulava de forma clara que ao retornar ao serviço ativo, por força de
medida liminar, caso já tenha recebido a Compensação Pecuniária de que trata a Lei nº 7.963,
de 21 DEZ 1989, deveria o militar reintegrado restituir integralmente o que lhe foi pago no ato
de sua apresentação à Instituição Militar.

6. Da mesma forma, a Portaria nº 071-SEF, de 29 JUL 20, manteve a determinação


da restituição integral da compensação pecuniária por militar reintegrado no ato da
apresentação, tratando a não devolução como dano ao erário, devendo a administração
instaurar sindicância e proceder conforme a legislação vigente.

7. No que tange a eventuais dúvidas relativas aos índices e critérios de atualização


do débito, estas deverão ser igualmente elucidadas pelo Centro de Controle Interno.

8. Isso posto, encaminho tais considerações a esse Centro para orientação


à unidade apoiada consulente.

Gen Div JOÃO ALBERTO REDONDO SANTANA


Subsecretário de Economia e Finanças

"200 ANOS DO TENENTE ANTONIO JOÃO: HERÓI DA EPOPEIA DE DOURADOS"

(DIEx Nº 322-ASSEJUR/SSEF/SEF, 13 de junho de 2023 - EB: 64689.013205/2023-41 ............... 2/2)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 460-ASSEJUR/SSEF/SEF
EB: 64689.017170/2023-19

Brasília, 2 de outubro de 2023.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 5º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Compensação Pecuniária, Adicional Natalino e Férias - DIEGO FRANCISCO GUARNIERI
Referência: DIEx nº 72-Asse Ap Ass Jurd/5º CGCFEx, de 29 JUN 23

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 72-Asse Ap Ass Jurd /5º CGCFEx,
de 29 JUN 23, que trata de consulta formulada a esta Secretaria, relativa ao pagamento de
compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida à lume:

a. em linhas gerais verifica-se, conforme documentação apensada à presente


consulta, que o 5º Regimento de Carros de Combate (5º RCC) possui dúvidas a respeito de
pagamento de compensação pecuniária, férias proporcionais e adicional natalino ao ex-militar
DIEGO FRANCISCO GUARNIERI, tendo em vista a revogação do ato administrativo que concedeu
a prorrogação de seu tempo de serviço, por ter sido aprovado em processo seletivo (Edital nº
150/23 para o cargo de Condutor Socorrista SAMU), conforme publicado no Boletim Interno nº
112, de 20 JUN 23, do 5º RCC;

b. pela Memória para Decisão nº 03/2023/5º RCC, de 22 JUN 23, a UG


consulente entendeu que “é devido ao militar o seu ajuste de contas referente aos 20 dias do
mês de junho, bem como a 1ª parcela do Adicional Natalino, entretanto o mesmo não faz jus ao
recebimento da compensação pecuniária; e

c. consultada, essa Setorial Contábil entendeu que o ex-Cabo “não faz jus”, à
compensação pecuniária, sendo-lhe devido o pagamento proporcional de adicional natalino,
férias e adicional de férias.

3. Analisado sob o âmbito de competência deste Centro, o assunto comporta as


seguintes considerações:

(DIEx Nº 460-ASSEJUR/SSEF/SEF, 2 de outubro de 2023 - EB: 64689.017170/2023-19 ............... 1/4)


a. no que diz respeito ao mérito, vê-se que a compensação pecuniária é o
benefício devido ao militar temporário excluído do serviço ativo das Forças Armadas por meio
de licenciamento, no gênero ex officio e na modalidade término de prorrogação
de tempo de serviço, conforme disposto na Lei nº 7963, de 21 DEZ 1989, que trata da
compensação pecuniária, a título de benefício, ao militar temporário das Forças Armadas, por
ocasião, de seu licenciamento:

"Art 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação


de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1
(uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente
ao posto ou à graduação na data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração de tempo


igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.

§ 2º O benefício desta lei não se aplica ao período do serviço militar


obrigatório"

b. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6880, de 9 DEZ 1980, que dispõe sobre o Estatuto dos
Militares. O licenciamento é uma das espécies de exclusão, portanto tem o condão de
interromper o serviço militar, consequentemente, obstar a prorrogação do tempo de serviço. A
interrupção pode se dar ao final do tempo a que se obrigou o militar, ou antes, por
conveniência do serviço. A norma, em seu art. 121 da Lei nº 6880/80, assim dispõe:

"...O licenciamento do serviço ativo se efetua:

II - ex officio

(…)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que trata do


serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;

b) por conveniência do serviço; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)

c) a bem da disciplina; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019) d) por


outros casos previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019) (grifos
nossos)

c. a Portaria DGP/C Ex nº 407, de 25 JUL 22, que aprova as Normas para a


Prestação do Serviço Militar Temporário, assim estabelece:

"Art 160. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter voluntário e


visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes

(DIEx Nº 460-ASSEJUR/SSEF/SEF, 2 de outubro de 2023 - EB: 64689.017170/2023-19 ............... 2/4)


denominações:

(...)

III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade de tempo de serviço


do Of Tmpr e Sgt Tmpr.

Parágrafo único. As prorrogações são por um período de 12 (doze) meses,


exceto a última, que pode ser concedida por um período menor, de modo a
não ultrapassar o tempo máximo de 96 (noventa e seis) meses ou a
idade-limite de permanência, conforme legislação vigente. (GN).

(…)

Art. 180. O licenciamento ex officio dos militares temporários ocorrerá:

I - por conclusão de tempo de serviço;

II - por conveniência do serviço;

III - a bem da disciplina; ou

IV - por outras hipóteses previstas em lei.

§ 1º O licenciamento por conclusão de tempo de serviço ocorrerá pelo


término da prestação do Serviço Militar, Obrigatório ou Voluntário, ou por
término de prorrogação de tempo de serviço.

§ 2º O licenciamento por conveniência do serviço dos militares temporários


ocorrerá nas seguintes condições:

I - por falta de adaptação à vida militar;

II - por falta de aproveitamento na instrução militar;

III - por extinção ou mudança de sede da organização militar em que serve o


militar; ou

IV - por ter cessado o motivo que determinou sua convocação ou


prorrogação de tempo de serviço.” (grifos nossos)

d. o licenciamento do militar não se deu pela hipótese prevista no dispositivo


normativo supramencionado, por não se tratar de término de prorrogação do tempo de
serviço, estando, assim, fora dos parâmetros interpretativos estabelecidos pelo Gabinete do
Comandante do Exército, nos termos do Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, mantendo-se
sempre na esteira de compreensão pelo pagamento da compensação pecuniária nos limites da
Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, ou seja, para o militar que tiver o término da
prorrogação de seu tempo de serviço.

4.

(DIEx Nº 460-ASSEJUR/SSEF/SEF, 2 de outubro de 2023 - EB: 64689.017170/2023-19 ............... 3/4)


4.
Isso posto, esta Secretaria conclui que o ex-Cb DIEGO FRANCISCO GUARNIERI
não faz jus à compensação pecuniária por não ter sido licenciado ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço, fora dos parâmetros interpretativos
estabelecidos da Lei nº 7.963, de 1989, sendo-lhe devido o pagamento proporcional de
adicional natalino, férias e adicional de férias.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div JOÃO ALBERTO REDONDO SANTANA


Subsecretário de Economia e Finanças

"200 ANOS DO TENENTE ANTONIO JOÃO: HERÓI DA EPOPEIA DE DOURADOS"

(DIEx Nº 460-ASSEJUR/SSEF/SEF, 2 de outubro de 2023 - EB: 64689.017170/2023-19 ............... 4/4)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.003136/2022-86

Brasília, 16 de maio de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 4º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária - 3º Sgt Vinícius da Silva Henrique
Referência: DIEx nº 217-1ª SEÇÃO/4º CGCFEx, de 10 MAIO 22

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 217-1ª SEÇÃO/4º CGCFEx, de


10 de maio de 2022, que trata de consulta formulada a esta Secretaria, relativa ao pagamento
de compensação pecuniária para o 3º Sgt Vinicius da Silva Henrique, licenciado por ter sido
nomeado para a assunção de cargo na Polícia Rodoviária Federal.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida à lume:

a. Em linhas gerais verifica-se, conforme documentação apensada à presente


consulta, que o 3º Sgt Vinicius da Silva Henrique foi licenciado, conforme publicado no Boletim
Interno nº 239, de 27 de dezembro de 2021, do 4º Esqd C Mec, por ter sido aprovado em
Concurso Público para a Polícia Rodoviária Federal, com efeitos a contar de 27 de dezembro de
2021;

b. por conseguinte, fora solicitado o saque da compensação pecuniária em favor


do militar, por término de prorrogação de tempo de serviço, sendo, sacado em consequência, a
importância de R$ 41.006,56 (quarenta e um mil e seis reais e cinquenta e seis centavos);

c. conforme se extrai da Memória para Decisão nº 0001, do 4º Esqd C mec, de 25


de abril de 2022, o Ordenador de Despesas de Pagamento de Pessoal da Base Administrativa do
Comando da 4ª Bda Inf L Mth, em despacho "informal" com o Comandante do 4º Esquadrão de
Cavalaria Mecanizado, tomou conhecimento que o licenciamento do militar havia sido por ter
obtido aprovação em concurso público permanente e orientou pela instauração do devido
procedimento administrativo para apuração;

d. desta feita, fora instaurado sindicância pelo Comandante do 4º Esqd C Mec,

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 1/7)


visando apurar os fatos administrativos afeitos ao caso, tendo se chegado ao seguinte parecer
final por parte do encarregado de sindicância:

"Diante do acima exposto, no que diz respeito ao


direito de receber a Compensação Pecuniária por ter sido licenciado ex
officio após ter sido aprovado em concurso público para assumir cargo
público permanente, baseado na legislação aqui utilizada como
referência, restou apurado que, o Parecer nº 057/AJ/SEF, de 10 de
outubro de 2005, é anterior nº 1347 do Cmt EB, de 23 de setembro de
2015, e a Portaria nº 71-SEF, de 29 de julho de 2020, que tratam do
assunto, e sendo assim, encontra-se desatualizado. Resta ainda que, a
ausência da citação da Portaria nº 1347 do Cmt EB, de 23 de setembro
de 2015 na legislação de referência do Anexo ¨, assunto C.2 do
manual do CPEx, de outubro de 2020, o torna incompleto. Em face do
que preconiza a Portaria nº 1347 do Cmt EB, de 23 de setembro de
2015, que define a modalidade ex officio do licenciamento do militar
deste caso, e sendo ex-officio, não constante do art 3º da Lei nº 7963,
de 21 de dezembro de 1989, que define os casos em que o militar não
faz jus a Compensação Pecuniária, não há neste momento,
entendimento de que o militar não faça jus ao direito aqui
apresentado. Sendo assim, sou de parecer, salvo outro juízo, que o 3º
Sgt Vinícius Silva, no momento de seu licenciamento, preencheu todos
os requisitos necessários para o recebimento da Compensação
Pecuniária, equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado". (grifo nosso).

e. esse CGCFEx, por sua vez, divergiu do parecer da Unidade Gestora Consulente
não reconhecendo o direito do militar ao recebimento da aludida verba indenizatória e
encaminhou consulta à esta Secretaria por meio do já referenciado DIEx nº 217-1ª SEÇÃO/4º
CGCFEx, de 10 de maio de 2022.

3. Analisado sob o âmbito de competências desta Secretaria, o assunto comporta


as seguintes considerações:

a. no que diz respeito ao mérito, vê-se que a compensação pecuniária é o


benefício devido ao militar temporário excluído do serviço ativo das Forças Armadas por meio
de licenciamento, no gênero ex officio e na modalidade término de prorrogação de tempo de
serviço;

b. é o que se extrai da Lei nº 7963, de 1989:

"Art 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o
valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação na
data de pagamento da referida compensação.

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 2/7)


§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo
serviço, a fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será
considerada um ano.

§ 2º O benefício desta lei não se aplica ao período do


serviço militar obrigatório"

c. já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 de março de 2012, que trata da prestação do


serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, conforme se verifica a seguir:

"Art 149. As prorrogações de tempo de serviço têm


caráter voluntário e visam a atender ao interesse do Exército,
possuindo as seguintes denominações:

(...)

III - prorrogação de tempo de serviço é a


continuidade de tempo de serviço do oficial temporário e do sargento
temporário."

d. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6880, de 1980. O licenciamento é uma das espécies
de exclusão, portanto tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente,
obstar a prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao final do tempo a que
se obrigou o militar, ou antes, por conveniência do serviço. A norma, em seu art. 121 da Lei nº
6880/80, assim dispõe:

"...O licenciamento do serviço ativo se efetua:

II - ex officio (...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da


legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos
de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;"

e. o entendimento da SEF, contido no DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, é


no sentido de ser empregada a interpretação " ex vi legis", ou seja, nos estritos
limites da legalidade, à luz do art. 1º da Lei nº 7936, de 21 de dezembro de 1989, antes
transcrito: "O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias
modalidades de licenciamento ex officio, apenas a hipótese referente ao
término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o recebimento da verba em questão.
" (destaque inexistente no original);

f. ainda sobre o assunto, o Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do


Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, corrobora que o deferimento do direito em tela somente é
permitido quando o militar temporário for excluído do serviço ativo na modalidade

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 3/7)


licenciamento, no tipo ex officio, e na hipótese término de tempo de serviço, a
teor do art. 121, § 3º alínea a do Estatuto dos Militares;

g. cumpre destacar, conforme alude a Memória para Decisão nº 001/ 4º Esqd C


Mec, que o entendimento de que a praça não estabilizada é militar temporário encontra
amparo na letra "d" do parágrafo 2º do art 1º da Lei nº 8071, de 17 de julho de 1990.

"§2º Para efeito desta lei são considerados militares


temporários:

a) os oficiais da reserva não remunerada, quando


convocados;

b) os oficiais e praças de quadros complementares


admitidos ou incorporados por prazos limitados, na forma e condições
estabelecidas pelo Poder Executivo;

c) as praças da reserva não remunerada, quando


convocados ou reincluídos;

d) as praças engajadas ou reengajadas por prazo


limitado; e

e) os incorporados para prestação do Serviço Militar


Inicial."

h. a Memória para Decisão apensada à presente consulta faz referencia ainda a


Portaria nº 71-SEF, de 29 de julho de 2020, que no seu art 3º diz:

"art 3º O militar temporário ou praça não


estabilizada, licenciado ex officio, por término de prorrogação do
tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
uma remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da
referida compensação." (grifo nosso).

i. forçoso é concluir que o licenciamento do militar não se deu pela hipótese


prevista no dispositivo normativo supramencionado, por não se tratar de término de
prorrogação do tempo de serviço por decisão da administração, e sim, conforme Boletim
Interno nº 239, do 4º Esqd C Mec, por ter sido nomeado para cargo público, não se
enquadrando na hipótese prevista no artigo 1º da Lei nº 7963/89 e no art. 3º da Portaria nº 071
da SEF, estando assim, fora dos parâmetros interpretativos estabelecidos pelo Gabinete do
Comandante do Exército, nos termos do Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, bem como, pela
SEF, no DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18;

j. ademais, a SEF já pacificou o presente debate, como se vê no DIEx nº 183 -


ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021, e na Nota Técnica nº 012/ASSE1/SSEF/SEF, se
mantendo sempre na esteira de compreensão pelo pagamento da compensação pecuniária nos

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 4/7)


limites da Lei nº 7963, de 21 de dezembro de 1989, ou seja, para o militar que tiver o término
da prorrogação de seu tempo de serviço, não havendo que se falar em mudança de
entendimento por parte desta Secretaria no lapso temporal dos documentos trazidos a baila no
presente caso;

k. De volta ao caso concreto, depreende-se da citada Memória para Decisão, que


a Unidade Gestora Consulente realizou o saque, em favor do militar, na importância de R$
41.006,56 (quarenta e um mil e seis reais e cinquenta e seis centavos), valor do qual, conforme
exposição, o militar não faz jus, enquadrando-se portanto em hipótese de dano ao erário
passível de ressarcimento.

l. desta feita, orienta-se pela instauração de sindicância à guisa de apurar


eventuais responsabilidades, quantificar o ressarcimento e possível incidência do princípio da
boa fé objetiva do art. 3º, art. 4º e alíneas do inciso III do art. 7º, todos da Portaria nº 1324 C Ex,
de 13 de outubro de 2017, que aprova as Normas para Apuração de Irregularidades
Administrativas e dá outras providências, in verbis:

"art 3º Na ocorrência de fatos ou da prática de atos


de qualquer natureza que contenham indícios de dano ao erário, o
Comandante (Cmt), Chefe (Ch) ou Diretor (Dir) da Organização Militar
(OM), como autoridade administrativa competente, sob pena de
responsabilidade solidária, deve, imediatamente, adotar medidas
administrativas para caracterização ou elisão do dano, apuração dos
fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e
obtenção do ressarcimento, observados os princípios norteadores dos
processos administrativos.

(...)

art 4º A sindicância é o procedimento formal,


apresentado por escrito, que tem por objetivo a apuração de fatos de
interesse da administração militar, quando julgado necessário pela
autoridade competente, ou de situações que envolvam direitos.
Quando identificada a figura do sindicado, a sindicância permitirá
também resguardar os direitos dos administrados e os interesses da
administração militar, possibilitando atender ao devido processo legal,
permitir o exercício do contraditório, a ampla defesa e a utilização dos
meios e recursos decorrentes.

(...)

art 7º O sindicante deverá observar desde o início da


sindicância, fazendo constar na parte conclusiva do relatório parecer
contemplando, obrigatoriamente, manifestação específica conforme as
situações a seguir:

(...)

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 5/7)


III - nos casos de pagamentos indevidos relativos ao
pessoal da ativa, inativos e pensionistas:

a) indicação, como sindicado, daquele que foi


beneficiado com a implantação da verba indevida;

b) relato sobre contexto fático que levou à


implantação da verba imerecida;

c) a data de implantação da verba;

d) se houve influência ou interferência, por parte do


beneficiado, na implantação;

e) se havia dúvida plausível sobre interpretação,


validade ou incidência da norma em que se fundamentaria o direito à
verba, no momento da edição do ato que autorizou o pagamento da
mesma;

f) se era razoável, ainda que errônea, a


intepretação, pela administração, da norma em que se fundamenta
o direito à verba; e

g) se houve boa-fé ou comprovada má-fé por parte


do beneficiado.

(grifo nosso)

m. ainda sobre o caso em comento, impende fazer alusão a tese firmada no


Tema Repetitivo STJ nº 1009, que sustenta pela devolução de pagamentos indevidos a
servidores públicos quando não embasado em interpretação errônea ou equivocada da norma.

"Os pagamentos indevidos aos servidores públicos


decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo), não
embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela
Administração estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em
que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva,
sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o
pagamento indevido."

n. na mesma esteira, em entendimento recente, constante do DIEx nº 12-Asse


Ap As Jurd/CCIEx, de 14 de março de 2022, o Centro de Controle Interno do Exército, em caso
similar, sustentou pela devolução dos valores com a eventual responsabilização subsidiária do
agente da administração responsável em caso de manifesta interpretação errônea da norma, a
saber:

"A “errônea interpretação” para fins de dispensa da


devolução de valores recebidos indevidamente de boa-fé, a atrair a
incidência da tese fixada no julgamento repetitivo - Tema 531 do STJ,

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 6/7)


se aplica nos casos em que se verifique a existência de dúvida plausível
sobre a interpretação, validade ou incidência da norma infringida, no
momento da edição do ato que autorizou o pagamento da vantagem
impugnada. Não cabe aqui, portanto, a simulação de tal situação
mediante forçada construção argumentativa. Sabe-se, enfim, que o
pagamento indevido no caso em concreto decorreu de aplicação,
explicitamente, contra legem. Inapropriada, assim, a aplicação da
Súmula 249 do TCU ao caso. (...)

Ratifica-se, portanto, a necessidade de persecução


da devolução dos referidos valores, sob pena de se fazer necessária a
busca da responsabilidade subsidiária do agente da administração
responsável pelo pagamento, nos termos dos parágrafos 3º e 4º do
Art. 137 do Regulamento de Administração do Exército - RAE,
EB10-R-01.003, 1ª Edição, aprovado pela Portaria – Cmt Ex Nº 1.555,
de 9 de Julho de 2021, vez que o erro também não foi decorrente de
falha operacional ou de automação mas, humano, de aplicação
indevida da norma, até prova em contrário." (grifo nosso).

4. Isso posto, verifica-se que o 3º Sgt Vinícius da Silva Henrique não faz jus à
Compensação Pecuniária pelo licenciamento ex officio para nomeação em cargo público,
devendo ser instaurada sindicância para apuração de responsabilização, persecução dos valores
pagos indevidamente e eventual incidência do princípio da boa-fé objetiva, nos termos da
Portaria nº 1324 C Ex, de 17 de outubro de 2021.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

(DIEx Nº 269-ASSE1/SSEF/SEF, 16 de maio de 2022 - EB: 64689.003136/2022-86 ............... 7/7)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 356-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.004197/2022-61

Brasília, 28 de junho de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 5º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: pagamento de compensação pecuniária, indenização de férias e adicional de férias a
militar reintegrado judicialmente - Cb Cleiton Adriano Soares Matoso
Referência: DIEx nº 563-SAGeC/5º CGCFEx, de 23 JUN 22

1. Trata o presente expediente a respeito de consulta encaminhada à esta


Secretaria por meio do DIEx nº 563-SAGeC/5º CGCFEx, indagando quanto aos limites legais e
normativos referentes ao pagamento de compensação pecuniária, indenização de férias e
adicional de férias a militar reintegrado judicialmente, tendo sido posteriormente licenciado
por determinação judicial, relativo ao ex-militar Cb Cleiton Adriano Soares Matoso, do 5º RCC.

2. Nessa senda, cumpre resgatar, de posse da documentação apensada à presente


consulta, que o ex-militar incorporou ao Exército no Serviço Militar Obrigatório em 1º de março
de 2008 e deixou de ser licenciado em 28 de fevereiro de 2016, permanecendo na situação de
adido até 26 de janeiro de 2018, quando foi licenciado "ex offício" por término de prorrogação
de tempo de serviço.

3. Por conseguinte, o militar fora reintegrado por decisão judicial a contar da data
de seu licenciamento, conforme Parecer de Força Executória encaminhado pelo Ofício nº
00222/2018/PROT/PSUJVE/PGU/AGU, de 20 de fevereiro de 2018, com a Liminar Tutela
Antecipada Antecedente nº 5000215.2018.4.04.7214/SC, entretanto, houve a cassação da
Tutela Antecipada que determinou a reintegração do militar em 9 de junho de 2022,
determinando que o ex-militar ficasse apenas encostado, conforme Parecer de Força Executória
nº 00349/2022/COREMASSES/PRU4R/PGU/AGU.

4. Em virtude do acima exposto, a unidade de vinculação do militar aventou


dúvidas quanto ao pagamento da compensação pecuniária devida ao militar, bem como o
pagamento de indenização de férias e férias proporcionais, exarando entendimento constante
da Memória para Decisão nº01/2022/5º RCC, sustentando pelo direito do militar a 07 (sete)

(DIEx Nº 356-ASSE1/SSEF/SEF, 28 de junho de 2022 - EB: 64689.004197/2022-61 ............... 1/4)


remunerações à título de compensação pecuniária, referente ao primeiro ano de engajamento,
após o serviço militar inicial, e seu licenciamento ex officio em 26 de janeiro de 2016. No que se
refere ao pagamento do Adicional de Férias e Indenização de Remuneração de Férias, entendeu
que o militar fez jus à percepção de tal direito até a data de seu licenciamento, excluindo, desta
feita, o tempo que passou como reintegrado por decisão judicial, entre 26 de janeiro de 2018 à
9 de junho de 2022.

5. Este CGCFEx, por sua vez, conforme entendimento constante da Memória para
Decisão nº 013 -SAGeC/5º CGCFEx, de 22 de junho de 2022, invocou a interpretação exposada
no DIEx nº 757-ASSE1/SSEF/SEF, de 9 de dezembro de 2021, concordando parcialmente com o
posicionamento da UGA consulente, reconhecendo o direito do militar à 07 (sete)
remunerações a título de Compensação Pecuniária, referente aos anos de efetivo serviço até a
data de seu licenciamento ex officio, excluindo o ano de serviço militar inicial, no entanto,
retificando o entendimento da UGA consulente, reconhecendo o direito à indenização de férias
e adicional de férias para o período compreendido entre 22 MAR 18 até 9 JUN 22, período que
o militar estava na condição de reintegrado por decisão judicial.

6. Nessa monta, importa rever o entendimento constante da Cartilha de Orientação


do DGP e pacificado por esta Secretaria à guisa de reconhecer o caráter constitucional do
direito à férias, que, muito embora não possa ser concedida para o militar em tratamento de
saúde, não concede caráter de solvência ao referido direito, fazendo jus portanto, à
concernente indenização associada ao devido adicional de férias, convergindo assim, com
entendimento pretérito do Supremo Tribunal Federal no RE 593448/STF, em que o Ministro
Edson Fachin defende que a Constituição não prevê nenhuma restrição ao direito de férias,
desta feita, leis infraconstitucionais também não podem limitar essa garantia, não podendo se
confundir tratamento com descanso remunerado.

7. Depreende-se, portanto, que o militar fará jus à indenização pelas férias não
gozadas até data da decisão judicial que derrubou a Tutela Antecipada, ou seja, 9 de junho de
2022, somado do devido Adicional de Férias, nos termos da Portaria nº 287-DGP, de 15 de
dezembro de 2020, que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados para análise e
pagamento de férias não gozadas, por se considerar que o militar em tratamento de saúde não
pode interromper sua recuperação para o gozo de férias, sem no entanto, haver a perda do
direito.

8. No entanto, no que concerne à Compensação Pecuniária é preciso se ater aos


ditames da Lei nº 7963/1989, que concede Compensação Pecuniária, a título de benefício, ao
militar temporário das Forças Armadas, por ocasião de seu licenciamento:

"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o
valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na
data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo


serviço, a fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será

(DIEx Nº 356-ASSE1/SSEF/SEF, 28 de junho de 2022 - EB: 64689.004197/2022-61 ............... 2/4)


considerada um ano.

§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período


do serviço militar obrigatório."

9. Percebe-se, pelas informações constantes da presente consulta, que o


licenciamento ex offício do militar se dá em 26 de janeiro de 2018, entretanto, a prorrogação
de tempo de serviço se encerra em 28 de fevereiro de 2016, perfazendo portanto, 07 (sete)
anos de efetivo serviço excluindo, para tanto, o ano de serviço militar obrigatório, em atenção
ao §2º do art 1º da Lei 7963/1989, não computando o tempo de reintegração judicial do militar,
por não se enquadrar nos estreitos limites do diploma legal referenciado.

10. Ademais, impende ainda destacar que o tempo de cálculo fica limitado ao
término de prorrogação de tempo de serviço do militar, qual seja, 28 de fevereiro de 2016, por
se considerar que o tempo como adido, passado até 26 de janeiro de 2018, não conta como
tempo de serviço, pela limitação importa pelo §3º do art. 27 da Lei do Serviço Militar e pelo
posicionamento consolidado na Cartilha do DGP e, ainda, pelo amparo vigente à época,
conforme inciso I do art. 430 da Portaria C Ex nº 749, de 17 de setembro de 2021.

"Art. 430. À praça temporária, que não estiver


prestando o serviço militar inicial, considerada incapaz
temporariamente para o serviço do Exército (incapaz B1 ou incapaz B2)
aplicam-se as seguintes disposições:

I - se a causa da incapacidade estiver enquadrada


em uma das hipóteses elencadas nos incisos I a V do art. 108 da Lei nº
6.880/80, não será excluída do serviço ativo enquanto essa situação
perdurar, passando à situação de adido à sua unidade ao término do
tempo de serviço militar a que se obrigou, término de engajamento,
reengajamento ou prorrogação de tempo de serviço, para fins de
continuação do tratamento médico, até que seja emitido um parecer
que conclua pela aptidão (apto A) ou pela incapacidade definitiva
(incapaz C), quando será licenciada ou reformada, conforme o caso, na
forma da legislação em vigor."

11. Nesse ínterim, deve-se também afastar quaisquer entendimentos com fito de
reconhecer o tempo passado como reintegrado por decisão judicial para fim de percepção de
compensação pecuniária, para tanto, deve-se transcrever o item 11.3 da Cartilha de Orientação
do DGP, de 1º de junho de 2019, que padroniza procedimentos dispensados a militares ou
ex-militares adidos, agregados, reintegrados, encostados e incapazes por motivo de saúde:

"Normalmente as decisões judiciais não tratam


desse tema e, no silêncio do julgador, não compete à Administração
Militar conceder ao autor direitos não contemplados no provimento
judicial. Ademais, se o autor sequer cumpre expediente na OM a qual
está vinculado para fins de tratamento de saúde, não há que se falar
em cômputo do tempo de serviço se a decisão judicial não lhe
assegurou esse direito. Do contrário, a Administração estaria criando

(DIEx Nº 356-ASSE1/SSEF/SEF, 28 de junho de 2022 - EB: 64689.004197/2022-61 ............... 3/4)


espontaneamente uma situação favorável ao reintegrado, que poderia
se valer do cômputo desse tempo de serviço para pleitear outros
supostos direitos, a exemplo da estabilidade estatutária". (grifo nosso).

12. Do acima exposto, esta Secretaria coaduna com entendimento apresentado pelo
5º CGCFEx e ratifica o posicionamento pela concessão de 07 (sete) remunerações à título de
Compensação Pecuniária, referente ao tempo anterior ao término do tempo de serviço em 28
de fevereiro de 2016, excluindo o tempo de serviço militar obrigatório, o tempo passado como
adido entre 28 FEV 16 à 26 JAN 18, bem como o tempo passado na condição de reintegrado por
determinação judicial de 27JAN 19 à 9 JUN 22.

13. Por fim, reconhece-se o direito do militar à percepção da indenização aos


períodos de férias não gozados até a data da decisão judicial que derrubou a Tutela Antecipada,
em 9 JUN 22, somado do respectivo adicional de férias, resguardando, assim, direito
constitucional, nos termos da Portaria nº 287-DGP, de 15 de dezembro de 2020, retificando,
dessa forma, o entendimento da UGA consulente, incluindo para tal percepção, o período
passado como reintegrado por decisão judicial.

14. Nesses termos, encaminho as presentes considerações para a adoção de


procedimentos julgados cabíveis e orientações à UGA consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

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EXÉRCITO BRASILEIRO
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(Contadoria Geral-1841)

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Brasília, 18 de julho de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 12º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária - VALDERI BATISTA VIEIRA
Referência: DIEx nº 812-S1/12º CGCFEx, de 11 JUL 22

1. A respeito do assunto faço, menção ao DIEx nº 812-S1/12º CGCFEx, de 11 de


julho de 2022, que trata de consulta formulada a esta Secretaria acerca de pagamento de
compensação pecuniária, de interesse do Cb EP VALDERI BATISTA VIEIRA.

2. Diante do assunto, convém destacar alguns pontos pertinentes à consulta, de


acordo com a documentação e informações apresentadas a conhecimento:

a. inicialmente, imperioso destacar, que a documentação acostada não


apresentada contextualização pormenorizada dos fatos, cabendo assim pontuar o que esse
Centro apontou:

“a. consta na Folha de Alterações – 1º Semestre de 2004 –,


em FEV 04, Parecer Médico recomendando que o militar seja inspecionado
pela JISGuRBO, para fins de licenciamento;

b. consta, ainda, na Folha de Alterações – 1º Semestre de


2004 –, em MAR 04, o militar deixou de ser licenciado por ter sido julgado
incapaz temporariamente pera o serviço do Exército, passando à situação
de adido;

c. o militar supracitado estava adido para fins de


tratamento de saúde, desde 9 MAR 04;

d. o militar foi julgado “Incapaz C. Não é inválido”,


conforme o Parecer Técnico nº 10/2021, de 15 MAR 21, do Cmdo 12ª RM,
exarado de acordo com o preconizado no nº “4)” do Art 52 do Dec nº 57.654,

(DIEx Nº 449-ASSE1/SSEF/SEF, 18 de julho de 2022 - EB: 64689.004762/2022-90 ............... 1/4)


de 20 JAN 1996, que regulamenta a Lei do Serviço Militar (Lei nº 4.375, de 17
AGO 1964);

e. o militar foi licenciado por término de tempo de serviço,


em 18 MAIO 21, publicado no BI nº 095, de 18 MAIO 21, em cumprimento ao
Despacho nº 011-Cmdo 12ª RM, de 14 ABR 21;

f. o militar foi licenciado com um total de tempo de serviço


de 24 anos, 02 meses e 16 dias (vinte e quatro anos, dois meses e dezesseis
dias), conforme consta do DIEx nº 1113-Sl-SSPP/Sl/7 BEC, anexo;

g. em consequência, a UGA suscitou a dúvida em relação à


quantidade de cotas de compensação pecuniária: se seria do período
compreendido da primeira prorrogação de tempo de serviço até a adição do
militar (7 cotas) ou da primeira prorrogação até o licenciamento ex-officio
(24 cotas); e

h. consta da Ficha Cadastro – SiCaPEx do militar que a sua


data de praça é 10 MAR 1997.”

b. pelo que se denota, o interessado tem data de praça em 10 de março de 1997


e deveria ter sido licenciado do serviço ativo em 9 de março de 2004, o que não ocorrera em
virtude do parecer incapaz temporariamente para o serviço do Exército exarado por Junta de
Inspeção de Saúde;

c. ocorre, que após sucessivas inspeções de saúde no intuito de verificar o estado


de higidez do interessado, o mesmo fora julgado “ Incapaz C. Não é inválido ”,
conforme o Parecer Técnico nº 10/2021, de 15 de março de 2021, sendo finalmente licenciado
das fileiras do Exército em 18 de maio de 2021; e

d. a dúvida, assim, recai em definir o período a ser considerado para fins de


pagamento da compensação pecuniária ao interessado.

3. A fim de esclarecer a questão, é preciso verificar o que rezam as normas de


regência sobre o assunto:

a. a compensação pecuniária é o benefício devido ao militar temporário excluído


do serviço ativo das Forças Armadas por meio de licenciamento, no gênero ex
officio e na modalidade término de prorrogação de tempo de serviço;

b. é o que se extrai da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989:

"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.”

(DIEx Nº 449-ASSE1/SSEF/SEF, 18 de julho de 2022 - EB: 64689.004762/2022-90 ............... 2/4)


c. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do
serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6.880/80. O licenciamento é uma das espécies de
exclusão, portanto, tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente, obstar
a prorrogação do tempo de serviço, conforme exposto abaixo:

Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o


consequente desligamento da organização a que estiver vinculado o militar
decorrem dos seguintes motivos:

(..)

V - licenciamento;

(..)

Art. 121. “O licenciamento do serviço ativo se efetua:

(...)

II ex officio.

(...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da


legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada
Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio”;


(grifos nossos)

d. a compensação pecuniária se reveste de natureza indenizatória, sendo assim,


é importante destacar que o período passado como adido para tratamento de saúde, não
computa para fim de tempo de serviço, ao passo que também não é computado para fim de
pagamento de compensação pecuniária, ou seja, inexiste direito ao pagamento de 24 (vinte e
quatro) cotas de compensação pecuniária, como suscitado pela UG consulente;

e. vale destacar, que a base de cálculo para pagamento da compensação


pecuniária estará limitada ao número máximo de prorrogações previstas na legislação à época
do licenciamento – 07 (sete) anos –, descontado, em todo caso, o tempo correspondente ao
serviço militar obrigatório, conforme prescreve o § 2º do art. 1º, da Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, e o art. 15 da Portaria nº 600 – Cmt Ex, de 7 de novembro de 2000:

Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989

§ 2º O benefício desta lei não se aplica ao período do


serviço militar obrigatório"

Portaria nº 600 – Cmt Ex, de 7 de novembro de 2000

(DIEx Nº 449-ASSE1/SSEF/SEF, 18 de julho de 2022 - EB: 64689.004762/2022-90 ............... 3/4)


“Art. 15. O tempo máximo de permanência no serviço
ativo para as praças temporárias é de 7 (sete) anos.

f. apesar da Portaria nº 600 – Cmt Ex, de 7 de novembro de 2000, trazer a


possibilidade, de acordo com o interesse da Força, de prorrogação do tempo de
serviço, além dos 7 (sete) anos até o limite de 9 (nove) anos, aos cabos e soldados que ocupam
cargos cujo desempenho exija qualificações ou habilitações especiais,
destaque-se que não restou evidenciado tal interesse por parte da UG
consulente. Pelo contrário, as próprias folhas de alterações trazem a expressão “Deixou de ser
licenciado” ao término do limite inicial de 7 (sete) anos de serviço ativo.

4. Do exposto, esta Secretaria entende que o Cb EP VALDERI BATISTA VIEIRA faz jus
a 6 (seis) cotas a título de compensação pecuniária, em decorrência do número
máximo de prorrogações previstas na legislação à época do licenciamento, qual seja, 7 (sete)
anos, descontado o tempo correspondente ao serviço militar obrigatório, conforme prescreve o
§ 2º do art. 1º, da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, e o art. 15 da Portaria nº 600 – Cmt
Ex, de 7 de novembro de 2000.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

(DIEx Nº 449-ASSE1/SSEF/SEF, 18 de julho de 2022 - EB: 64689.004762/2022-90 ............... 4/4)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 518-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.005353/2022-19

Brasília, 9 de agosto de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 10º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Compensação Pecuniária de militar aprovado em concurso público - 2º Sgt ALBERTO
DA SILVA MOURA FILHO
Referências: a) DIEx nº 1321-S1/10º CGCFEx, de 27 JUN 22; e
b) DIEx nº 654-AApAJur/VCh DGP/Ch DGP, de 4 AGO 22.

1. Trata o presente expediente acerca do pagamento de Compensação Pecuniária


de militar aprovado em concurso público.

2. Diante dos desdobramentos do assunto convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:

a. em linhas gerais, verifica-se que, conforme consignado na Memória para Decisão


nº 01/2022 17° GAC, de 23 MAR 22, anexa, que o 2º Sgt ALBERTO DA SILVA MOURA FILHO,
praça de carreira não estabilizada, faria jus à compensação pecuniária, por ter sido convocado
para matrícula no Curso de Formação Profissional da Polícia Rodoviária Federal (PRF),
apresentando-se na UNIPRF, para a realização no período de 24 SET 21 a 22 DEZ 21;

b. dentro dessa realidade, foi solicitado à Diretoria de Controle de Efetivos e


Movimentações (DCEM), a agregação do militar, conforme inciso XII do art. 82 da Lei nº 6.880
de 9 de dezembro de 1980 (Estatuto dos Militares), a contar de 24 SET 21, sendo publicado no
Adt da DCEM 5A ao Boletim do DGP nº113, de 8 OUT 21;

c. o militar não apresentou o requerimento para prorrogação de tempo de serviço,


finalizando o tempo a que se propôs em 29 NOV 21, porém não foi licenciado por estar em
conformidade com a letra b) do inciso I do art. 2° da Portaria n° 1.347, de 23 SET 15
(afastamento temporário de militares aprovados em concurso público), permanecendo na
situação de agregado enquanto perdurar o mencionado curso de formação;

d. ainda cabe destacar que o militar foi promovido, por antiguidade à graduação de

(DIEx Nº 518-ASSE1/SSEF/SEF, 9 de agosto de 2022 - EB: 64689.005353/2022-19 ............... 1/4)


2° Sargento em 1° DEZ 21, por estar amparado pela letra a), do inciso II, do art. 13, do R-196
(Aprova o Regulamento de Promoções de Graduados do Exército (R-196);

e. nota-se que o militar apresentou-se na Organização Militar em 27 DEZ 21, por


término de realização do Curso de Formação Profissional, sendo solicitado a reversão de sua
agregação à DCEM, com publicação realizada no Adt da DCEM 5A ao Boletim do DGP nº 113, de
8 OUT 21;

f. foi publicada a nomeação pela Portaria DG n° 1-A, de 22 DEZ 21 do Diretor-Geral


da Polícia Rodoviária Federal, no Diário Oficial da União de 24 DEZ 21, Edição 242, com seus
efeitos, inclusive a posse, a contar de 27 DEZ 21, podendo ocorrer em um prazo de 30 dias,
conforme parágrafo 1° do art. 13 da Lei n° 9.527, de 10 DEZ 1997; e

g. diante de todo o exposto, o militar foi licenciado e excluído do estado efetivo do


Grupo, a contar de 27 DEZ 21, por término de prorrogação de tempo de serviço, por não ter
apresentado requerimento solicitando nova prorrogação de tempo de serviço, assumindo a
posse em cargo público em 28 DEZ 21.

3. Dentro dessa análise, o Comando do 17° Grupo de Artilharia de Campanha,


emitiu o seguinte entendimento, conforme transcrição abaixo:

" 5. PARECER DA 1° SEÇÃO/17° GAC

Sou de parecer favorável ao pagamento da compensação pecuniária, devido


o militar supracitado ter sido licenciado em 27 de dezembro de 2021 por
término de prorrogação de tempo de serviço devido não ter apresentado
requerimento e ter assumido posse de cargo público no dia 28 de dezembro
de 2021, não caracterizando acumulação em outro cargo público".

4. O tema foi encaminhado para esse Centro, que emitiu o seguinte parecer:

"5. PARECER DA 1ª SEÇÃO:

Em face do exposto, sou de parecer, salvo outro juízo, que o licenciamento


do referido militar deve ocorrer a contar de 29 de novembro de 2021, o que
implica na anulação do ato administrativo que o licenciou a contar de 27 de
dezembro de 2021, assim, com efeito ex tunc sobre esse período, consoante
o estatuído no art. 50, caput e inciso VIII; e art. 53, da Lei nº 9.784, de 29 de
janeiro de 1999 (Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal), nesses termos fazendo jus à compensação
pecuniária, todavia, considerando os possíveis valores já recebidos pelo
ex-militar."

5. O assunto foi encaminhado para esta Secretaria e comporta as seguintes


considerações:

a. preliminarmente, o licenciamento do referido militar deve ocorrer a contar de 29


NOV 21, o que implica na anulação do ato administrativo que o licenciou a contar de 27 DEZ 21;
e

(DIEx Nº 518-ASSE1/SSEF/SEF, 9 de agosto de 2022 - EB: 64689.005353/2022-19 ............... 2/4)


b. em consequência, a promoção por antiguidade à graduação de 2° Sargento em
1° DEZ 21, deve ser anulada.

6. Sobre o tema e considerando que a competência para disciplinar o tema se


encontra no rol de atribuições do Departamento-Geral do Pessoal, esta Secretaria solicitou
manifestação da área técnica competente daquele Departamento, que assim se manifestou:

"Este Departamento entende que o militar (praça de carreira não estabilizada) ao


deixar de requerer a prorrogação de tempo de serviço, em momento oportuno,
deve ser licenciado.

8. Em razão das considerações retrocitadas, este ODS sugere que o Comandante do


17º GAC anule o ato que licenciou o militar, a contar de 27 DEZ 21, e licencie a
contar da data do término da prorrogação do tempo de serviço, uma vez que o
interessado não requereu a sua prorrogação em tempo oportuno.

9. Cumpre destacar que confirmada a retificação da data de licenciamento do


militar, mormente porque deixou de requerer a prorrogação de tempo de serviço,
nos termos do art. 4º, inciso I, da Portaria nº 047-DGP, de 28 MAR 05, deve este
ODS ser informado para que sejam adotadas as medidas decorrentes.

10. Diante do exposto, este Departamento alinha-se ao entendimento manifestado


por essa Secretaria e pelo 10º CGCFEx, conforme razões acima mencionadas e por
entender que os argumentos manifestados observam as normas em vigor."

7. Diante do exposto, esta Secretaria é de parecer que o licenciamento do


ex-militar, o 2º Sgt ALBERTO DA SILVA MOURA FILHO deve ocorrer a contar de 29 NOV 21, o
que implica na anulação do ato administrativo que o licenciou a contar de 27 DEZ 21
, destacando o efeito ex tunc, fazendo jus à compensação pecuniária. Neste
aspecto deve ser observado possíveis valores já recebidos em favor do ex-militar.

8. Por fim, a promoção por antiguidade à graduação de 2° Sargento em 1° DEZ 21,


deve ser anulada.

9. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à UG consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx Nº 518-ASSE1/SSEF/SEF, 9 de agosto de 2022 - EB: 64689.005353/2022-19 ............... 3/4)


"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
SOBERANIA E LIBERDADE."

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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 612-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.006424/2022-92

Brasília, 21 de setembro de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 3º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Compensação Pecuniária - 3º Sgt SCT MATHEUS WAGNER GOMES PEREIRA
Referência: DIEx nº 512-S1/Ch/3º CGCFEx, de 14 SET 22

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 512-S1/Ch/3º CGCFEx, de 14 SET


22, que trata de consulta formulada a esta Secretaria, relativa ao pagamento de compensação
pecuniária para o 3º Sgt SCT MATHEUS WAGNER GOMES PEREIRA, licenciado e encostado para
fim de tratamento médico, à contar de 22 JUN 22.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida à lume:

a. em linhas gerais verifica-se, conforme documentação apensada à presente


consulta, que o 3º Sgt SCT MATHEUS WAGNER GOMES PEREIRA do Centro de Preparação de
Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR/PA) foi licenciado, à contar de 22 JUN 22, conforme
publicação em BAR nº 085, de 22 JUN 22, do CPOR/PA, nos moldes da Portaria nº 749, de 17
SET 12, do Comandante do Exército, art. 430, §2º, combinado com a Portaria nº 046-DGP, de 26
MAR 12, art. 169, inciso III e da Lei nº 13.954, de 16 DEZ 29, art. 31;

b. por conseguinte, a fim de garantir o contraditório e ampla defesa, bem como


resguardar a administração militar, foi instaurada Sindicância no âmbito do CPOR/PA, por
intermédio da Portaria nº 020 – Sect.2, de 5 MAIO 22, para apurar se o fato relatado no DIEx nº
213 – Sgte Cia C Sv/Cia C Sv/CPOR/PA, relativo ao 3º Sgt MATHEUS WAGNER GOMES PEREIRA,
deu-se em serviço, bem como juntar a documentação referente ao tempo em que o militar se
encontrava em LTSP e verificar acerca do licenciamento;

c. cumpre destacar que não restou configurado acidente em serviço, sem relação
de causa e feito com o serviço militar, bem como ficou comprovado que o ato de licenciamento
decorreu de um imperativo legal em vista que o militar esteve afastado de suas atividades por
mais de 90 (noventa) dias;

(DIEx Nº 612-ASSE1/SSEF/SEF, 21 de setembro de 2022 - EB: 64689.006424/2022-92 ............... 1/3)


d. conforme se extrai dos documentos apresentados não houve solicitação do
saque da compensação pecuniária em favor do ex-militar 3º Sgt MATHEUS WAGNER GOMES
PEREIRA;

e. desta feita, conforme Memória para Decisão nº 01/2022 – CPOR/ PORTO


ALEGRE, datada de 22 AGO 22, conclui-se que “(...) o 3º Sgt MATHEUS WAGNER
GOMES PEREIRA não faz jus à compensação pecuniária após o seu licenciamento, não havendo
nenhum irregularidade administrativa no processo em tela”; e

f. esse CGCFEx, por intermédio do DIEx Nº 512-S1/Ch/3º CGCFEx, datado de 14


SET 22, concorda com o parecer da Unidade Gestora Consulente não reconhecendo o direito do
militar ao recebimento da aludida verba indenizatória e encaminhou consulta à esta Secretaria
por meio do já referenciado documento.

3. Analisado sob o âmbito de competências desta Secretaria, o assunto comporta


as seguintes considerações:

a. no que diz respeito ao mérito, vê-se que a compensação pecuniária é o


benefício devido ao militar temporário excluído do serviço ativo das Forças Armadas por meio
de licenciamento, no gênero ex officio e na modalidade término de prorrogação
de tempo de serviço;

b. é o que se extrai da Lei nº 7.963, de 1989:

"Art 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação na data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração


de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.

§ 2º O benefício desta lei não se aplica ao período do serviço


militar obrigatório"

c. já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 de março de 2012, que trata da prestação do


serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, conforme se verifica a seguir:

"Art 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter


voluntário e visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes
denominações: (...)

III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade de tempo


de serviço do oficial temporário e do sargento temporário."

d. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do

(DIEx Nº 612-ASSE1/SSEF/SEF, 21 de setembro de 2022 - EB: 64689.006424/2022-92 ............... 2/3)


serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6.880/1980. O licenciamento é uma das espécies de
exclusão, portanto tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente, obstar a
prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao final do tempo a que se obrigou
o militar, ou antes, por conveniência do serviço;

e. o entendimento da SEF, contido no DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, é


no sentido de ser empregada a interpretação "ex vi legis", ou seja, nos estritos limites da
legalidade, à luz do art. 1º da Lei nº 7.936, de 21 DEZ 1989, antes transcrito: "O dispositivo é
claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de licenciamento ex officio, apenas a
hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o recebimento
da verba em questão. "

f. forçoso é concluir que o licenciamento do militar não se deu pela hipótese


prevista no dispositivo normativo supramencionado, por não se tratar de término de
prorrogação do tempo de serviço por decisão da administração, e sim, conforme imperativo
legal em vista que o militar esteve afastado de suas atividades por mais de 90 (noventa) dias; e

g. ademais, a SEF já pacificou o presente debate, como se vê no DIEx nº 183 -


ASSE1/SSEF/SEF, de 5 MAIO 21, e na Nota Técnica nº 012/ASSE1/SSEF/SEF, mantendo-se
sempre na esteira de compreensão pelo pagamento da compensação pecuniária nos limites da
Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, ou seja, para o militar que tiver o término da prorrogação de seu
tempo de serviço, não havendo que se falar em mudança de entendimento por parte desta
Secretaria no lapso temporal dos documentos trazidos a baila no presente caso.

4. Isso posto, esta Secretaria conclui que o 3º Sgt SCT MATHEUS WAGNER GOMES
PEREIRA não faz jus à compensação pecuniária pelo licenciamento ex officio haja
vista que o militar esteve afastado de suas atividades por mais de 90 (noventa) dias e o
licenciamento se deu por esse motivo, não havendo enquadrando no art. 1º da Lei nº
7.963/1989.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

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EB: 64689.008162/2022-09

Brasília, 23 de novembro de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 11º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Compensação pecuniária - 1º Ten OTT CLEBERSON NUNES DE ALMEIDA SANTOS
Referência: DIEx nº 243-Asse Ap Ass Jur/11º CGCFEx, de 21 NOV 22

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 243-Asse Ap Ass Jur/11º CGCFEx,


de 21 NOV 22, que trata de consulta formulada a esta Secretaria, referente ao pagamento de
Compensação Pecuniária de interesse do 1º Ten OTT CLEBERSON NUNES DE
ALMEIDA SANTOS, conforme dados a seguir:

a. o 1º Ten OTT CLEBERSON NUNES DE ALMEIDA SANTOS incorporou às fileiras


do Exército em 8 AGO 17. Em 14 MAR 22, inicio o processo de prorrogação de tempo de
serviço, através de requerimento e publicado no BI nº 22, de 22 MAR 22, conforme prescreve o
art. 155 e o nº 2, alínea “c”, inciso I, do art. 159, ambos da Portaria nº 46-DGP, de 27 MAR 12;

b. por meio do DIEx nº 1040-SPE/DAp/CDS, de 20 ABR 22, foi encaminhado o


Processo de Prorrogação de Tempo de Serviço, com parecer favorável do Ch do CDS, a 11ª
Região Militar, conforme prescreve o nº 4, alínea “b”, inciso II do art. 159;

c. o Adt nº 035-Esc Pes, ao Bol Reg nº 120, de 30 JUN 22, da 11ª RM, transcrito
no BI nº 47, de 5 JUL 22, do CDS, publicou o Deferimento da Prorrogação do Tempo de Serviço
do Militar;

d. por intermédio do DIEx nº 244-SAnD/DAAD/CDS, de 13 JUL 22, o militar


solicitou tornar sem efeito a sua Prorrogação de Tempo de Serviço, alegando que havia
conseguido uma ocupação fora da força, inerente a sua área de atuação. O seu pleito foi
encaminhado ao Cmt da 11ª RM, através do DIEx nº 1834-SPE/DAp/CDS, de 15 JUL 22;

e. diante do requerimento, o Cmt da 11ª RM revogou o ato administrativo de


Prorrogação de Tempo de serviço do militar, conforme o Adt nº 43-Esc Pes, ao Bol Reg nº 136,
de 22 JUL 22, da 11ª RM, transcrito no BI Nr 53, de 26 JUL 22, do CDS; e

(DIEx Nº 794-ASSE1/SSEF/SEF, 23 de novembro de 2022 - EB: 64689.008162/2022-09 ............... 1/4)


f. ocorre que, o militar permaneceu no serviço ativo até 7 AGO 22, término do
tempo de serviço ao qual se obrigou, o que caracteriza a não execução do ato administrativo
que revogou o pedido de Prorrogação de Tempo de serviço do militar, conforme BI BI Nr 53, de
26 JUL 22, do CDS.

2. Diante do caso concreto, a Memória para Decisão Nº 01/2022 - SPE/DAp/ CDS,


de 10 OUT 22, emitiu o seguinte parecer:

"O caput do art. 1° da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989,


prevê que o oficial ou a praça, licenciado ex officio, fará jus à compensação
pecuniária por término de prorrogação de tempo de serviço.

Ressalta-se que o militar temporário ou a praça de carreira não


estabilizada poderão ser licenciados, ex officio, do serviço ativo do Exército, a
contar da data do término do tempo de serviço militar a que se obrigou
(prorrogação), mediante revogação do ato administrativo de concessão de
prorrogação do tempo de serviço."

3. O assunto foi encaminhado para esse Centro que assim se manifestou, vejamos:

"Isto posto, este Centro entende que o 1º Ten OTT CLEBERSON


NUNES DE ALMEIDA SANTOS faz jus à compensação pecuniária, uma vez que foi
licenciado ao término do tempo de serviço ao qual se obrigou."

4. Contudo, considerou necessária a remessa do assunto a esta Secretaria por meio


do DIEx nº 243-Asse Ap Ass Jur/11º CGCFEx, de 21 NOV 22.

5. Analisando sobre a competência desta Secretaria, o assunto comporta as


seguintes considerações:

a. inicialmente, o pagamento de compensação pecuniária tem por fundamento o


disposto no art. 1° da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, a seguir:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração


de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.

§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço


militar obrigatório.

b. o licenciamento, modalidade de exclusão do serviço ativo mencionado no


inciso V do art. 94 do Estatuto dos Militares (Lei n° 6.880, de 9 de dezembro de 1980), é
subdividido em duas modalidades, a saber: a pedido ou ex officio, conforme

(DIEx Nº 794-ASSE1/SSEF/SEF, 23 de novembro de 2022 - EB: 64689.008162/2022-09 ............... 2/4)


preceitua o art. 121 desse dispositivo legal:

"Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:

I - a pedido; e

II - ex officio.

§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que


não haja prejuízo para o serviço:

I - ao oficial da reserva convocado, após prestação do serviço


ativo durante 6 (seis) meses; e

II - à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no


mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação


que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;

b) por conveniência do serviço; e

c) a bem da disciplina."

c. a Portaria n° 046-DGP, de 27 de março de 2012, que aprova as Normas


Técnicas para a Prestação do Serviço Técnico Temporário, ao tratar das hipóteses de
licenciamento ex officio dos militares temporários em seu art. 169, assim
estabelece em sua redação original:

"Art. 169. O licenciamento ex officio ocorre por:

I - atingimento:

a) do tempo máximo de serviço público permitido pela legislação


vigente; e

b) da idade máxima permitida;

II - término da incorporação ou da prorrogação de tempo de


serviço a que se obrigou;

III - conveniência do serviço;

IV - a bem da disciplina;

V - condenação transitada em julgado;

VI - posse em cargo, emprego ou função pública permanente ou

(DIEx Nº 794-ASSE1/SSEF/SEF, 23 de novembro de 2022 - EB: 64689.008162/2022-09 ............... 3/4)


temporário;

VII - registro de candidatura a cargo de natureza política;

VIII - decisão judicial; e

IX - ingresso na Marinha, na Aeronáutica, em Força Auxiliar ou


em Escola de Formação no Exército;"

6. Nesse tipo de avaliação, a revogação ensejou o licenciamento por término da


prorrogação do tempo de serviço, fazendo com que o militar perceba o benefício da
compensação pecuniária, ainda, de maneira complementar o militar cumpriu integralmente o
serviço que a que se comprometeu contratualmente no serviço militar voluntário no Exército
Brasileiro.

7. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e informação à unidade gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.008259/2022-11

Brasília, 29 de novembro de 2022.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército
Assunto: consulta sobre ato de licenciamento e pagamento de compensação pecuniária - Ex Sd
WALLACE GARCIA DOS SANTOS
Referência: DIEx nº 32478-AsseJurd/VCh EME/EME, de 31 OUT 22

1. Versa o presente expediente acerca de ato de licenciamento e pagamento de


compensação pecuniária, do Ex Sd WALLACE GARCIA DOS SANTOS, desse ODG.

2. De acordo com a documentação e informações trazidas a lume, temos os


seguintes fatos em destaque relacionados à questão em tela.

a. narra esse ODG, que o então Sd WALLACE GARCIA DOS SANTOS, foi licenciado
em 13 JUN 22 , por conveniência do serviço e encostado à OM, para fim de
tratamento do problema e saúde, em razão de acidente sofrido em 12 FEV 22, sem relação de
causa e efeito com o serviço;

b. em decorrência desse fato, ele não recebeu a compensação pecuniária, por


ocasião do ajuste de contas. Após posterior exame do caso concreto e da legislação aplicável,
essa OM constatou possível equívoco, em que o ex-militar teria direito ao
licenciamento por término de prorrogação do tempo de serviço , diante da
provável aplicabilidade do art. 431, inciso II e §2º, inciso I do RISG; e

c. assim, formulou consulta a esta Secretaria com vistas a instruir reexame de


ato de licenciamento de militar e o consequente reconhecimento do cabimento do pagamento
da compensação pecuniária prevista no art. 1º do Decreto nº 99.425, de 30 JUL 1990, que
regula a Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989.

3. Analisado sob o âmbito de competências desta Secretaria, o assunto comporta


as seguintes considerações:

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 1/6)


a. a compensação pecuniária é o benefício devido ao militar temporário excluído
do serviço ativo das Forças Armadas por meio de licenciamento, no gênero ex
officio e na modalidade término de prorrogação de tempo de serviço, conforme
se extrai da Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a


fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um
ano.

§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do


serviço militar obrigatório." (grifos nossos)

b. já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 MAR 12, que trata da prestação do serviço


militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a
continuidade do tempo de serviço e possui duração de 12 meses, conforme se verifica a seguir:

Art. 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter


voluntário e visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes
denominações:

I - engajamento é a primeira prorrogação de tempo de


serviço militar do Cb/Sd;

II - reengajamentos são as prorrogações de tempo de


serviço militar do Cb/Sd, após o engajamento; e

III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade de


tempo de serviço do Of Tmpr e Sgt Tmpr. (grifos nossos)

c. essa norma foi substituída pela Portaria - DGP/C Ex nº 407, DE 25 JUL 22, que
aprova as Normas para a Prestação do Serviço Militar Temporário (EB30-N-30.009), a qual
manteve a mesma literalidade norma extinta;

d. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6.880, de 9 DEZ 1980. O licenciamento é uma das
espécies de exclusão, portanto, tem o condão de interromper o serviço militar,
consequentemente, obstar a prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao
final do tempo a que se obrigou o militar, ou antes, por conveniência do serviço. Essa norma,
em seu art. 121 assim dispõe:

O licenciamento do serviço ativo se efetua:

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 2/6)


(...)

II ex officio

(...).

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da


legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada
Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio”;


(grifos nossos)

e. a Portaria nº 749-Cmt Ex, de 17 SET 12, em vigor à época do licenciamento do


militar, alterou dispositivos do Regulamento Interno dos Serviços Gerais - (RISG), aprovado pela
Portaria nº 816-Cmt Ex, de 19 DEZ 03, para o efeito de conferir aos art. 430 e art. 431 desse
diploma a seguinte redação:

Art. 430. À praça temporária, que não estiver prestando o


serviço militar inicial, considerada incapaz temporariamente para o serviço
do Exército (incapaz B1 ou incapaz B2) aplicam-se as seguintes disposições:

(...)

II - se a causa da incapacidade temporária estiver


enquadrada na hipótese elencada no inciso VI do art. 108 da Lei nº 6.880/80,
será licenciada ex officio, por conveniência do serviço ou por término do
tempo de serviço militar a que se obrigou (término de engajamento,
reengajamento ou prorrogação de tempo de serviço); e

(...)

§ 2º Na hipótese do inciso II deste artigo, observar-se-ão as


seguintes disposições:

I - aplicar-se-á o licenciamento por conveniência do


serviço após 90 (noventa) dias de incapacidade, consecutivos ou não, sem
prejuízo da aplicação do licenciamento por conclusão do tempo de serviço,
caso o requisito para esta forma de licenciamento ocorra em prazo inferior a
90 (noventa) dias;

II - ao licenciado, embora já excluído do serviço ativo, será


garantido o encostamento à OM de origem unicamente para fins de
tratamento do problema de saúde que deu origem à incapacidade, em OMS,
até o seu restabelecimento; e

III - a inspeção de saúde deverá indicar expressamente se,


além da incapacidade temporária para o serviço do Exército, existe inaptidão
temporária para o exercício das atividades laborativas civis (impossibilidade

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 3/6)


temporária para qualquer trabalho). Existindo a inaptidão temporária para o
exercício de atividades laborativas civis, o militar não será excluído do serviço
ativo, permanecendo adido enquanto essa situação perdurar. Superada a
situação de inaptidão para o exercício das atividades laborativas civis, será
licenciado.”

Art. 431. Ao oficial temporário que for julgado incapaz


temporariamente para o serviço ativo do Exército (incapaz B1 ou incapaz B2)
aplicam-se as seguintes disposições:

(...)

II - se a causa da incapacidade temporária estiver


enquadrada na hipótese elencada no inciso VI do art. 108 da Lei nº 6.880/80,
será licenciado ex officio, por conveniência do serviço ou por término do
tempo de serviço militar a que se obrigou (convocação ou término de
prorrogação de tempo de serviço).

(...)

§ 2º Na hipótese do inciso II deste artigo, observar-se-ão as


seguintes disposições:

I - aplicar-se-á o licenciamento por conveniência do serviço


após 90 (noventa) dias de incapacidade, consecutivos ou não, sem prejuízo
da aplicação do licenciamento por conclusão do tempo de serviço, caso o
requisito para esta forma de licenciamento ocorra em prazo inferior a 90
(noventa) dias; (grifos nossos)

f. cabe observar que a Portaria - C Ex nº 749, de 17 SET 12, foi revogada pela
Portaria - C Ex nº 1.774, de 15 JUN 22, que altera o Regulamento Interno e dos Serviços Gerais
(RISG), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 816, de 19 DEZ 03, entrando em
vigor na data da sua publicação, em 1º JUL 22;

g. prosseguindo a análise, de acordo com as informações prestadas por essa UG,


em 27 DEZ 21, o então Sd WALLACE GARCIA DOS SANTOS foi submetido a inspeção de saúde
para fim de Permanência ou Saída do Serviço Ativo de Militar Temporário, cujo parecer atestou
“Apto A”;

h. em 20 FEV 22, durante seu período de férias, o citado ex-militar sofreu


acidente automobilístico, o que ocasionou incapacidade temporária para atividades laborativas
militares e civis, com reconhecimento de que os fatos não configuraram acidente em serviço,
mediante sindicância;

i. em razão da aludida inaptidão, em 11 MAR 22, foi publicado despacho que,


expressamente, deixou de prorrogar o tempo de serviço ou de licenciar o

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 4/6)


referido militar, com determinação de sua inclusão no número de adidos da
Organização Militar (OM), enquanto persistisse a inaptidão para o exercício de atividades
laborativas civis;

j. desde o fato gerador (acidente), foram concedidas sucessivas licenças para


tratamento de saúde própria (LTPS), totalizando 150 (cento e cinquenta dias), e em 6 JUN 22, o
então Soldado foi submetido à inspeção de saúde para fim de Término de Incapacidade
Temporária (perícia que se segue ao término de um período de LTPS, visando a reavaliação do
estado de saúde do militar), cujo parecer atestou que a incapacidade temporária está
enquadrada no inciso VI, do art. 108, da Lei 6.880 , de 09 DEZ 80 (Estatuto dos
Militares), bem como a aptidão para o exercício de atividades laborativas civis;

k. em consequência, em ainda em 13 JUN 22, o então militar foi licenciado por


conveniência do serviço e encostado à OM, para fins de tratamento do problema e saúde que
deu origem à incapacidade para o serviço militar, situação que se encontra até o presente
momento, com aplicação do art. 430, inciso II e § 2º, incisos I, II e III da Portaria 749 – Cmt Ex,
de 17 SET 12 (RISG);

l. diante do licenciamento por conveniência do serviço, o ajuste de contas do


referido militar não contemplou a compensação pecuniária prevista no art. 1º do Decreto nº
99.425, de 30 JUL 1990, que regula a Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, devida aos oficiais e às
praças licenciados ex officio por término de prorrogação de serviço;

m. após posterior exame do caso concreto e da legislação aplicável, essa OM


constatou possível equívoco no ato de licenciamento do militar, que teria direito ao
licenciamento por término de prorrogação do tempo de serviço, diante da provável
aplicabilidade do art. 431, inciso II e §2º, inciso I do RISG;

n. o entendimento da SEF, contido no DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, é


no sentido de ao caso ser empregada a interpretação ex vi legis, ou seja, nos
estritos limites da legalidade, à luz do art. 1º da Lei n° 7.963, de 21 DEZ 1989, antes transcrito:

O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias


modalidades de licenciamento ex officio, apenas a hipótese referente ao
término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o recebimento da
verba em questão. (grifos nossos)

o. ainda sobre o assunto, Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do


Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, corrobora que o deferimento do direito em tela
somente é permitido quando o militar temporário for excluído do serviço ativo
na modalidade licenciamento, no tipo ex-officio, e na hipótese término de tempo
de serviço, a teor do art. 121, § 3° alínea a do Estatuto dos Militares;

4. Do exposto, esta Secretaria entende que o Ex Sd WALLACE GARCIA DOS SANTOS,


desse ODG, não faz jus ao saque de compensação pecuniária, haja vista o seu
licenciamento não ter ocorrido por término de término de tempo de serviço, à luz do inciso do
art. 1º, da Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, combinado com o inciso II e alínea a), § 3°, do art. 121,
da Lei nº 6.880, de 9 DEZ 1980.

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 5/6)


Gen Div AIRES DE MELO JUREMA
Subsecretário de Economia e Finanças

"1822 - 2022 - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


SOBERANIA E LIBERDADE."

(DIEx Nº 806-ASSE1/SSEF/SEF, 29 de novembro de 2022 - EB: 64689.008259/2022-11 ............... 6/6)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 104-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.001643/2021-02

Brasília, DF, 29 de março de 2021.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 11º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Restituição de compensação pecuniária após a reintegração do militar
Referência: DIEx nº 237-S1/11ªICFEx, de 17 AGO 20
Anexo: PARECER_1087-2018._NKCMV._SEF._CONSULTA._COMPENSAÇÃO_PECUNIÁRIA

1. Trata-se de consulta versando solicitação da 11ª RM com o fito de promover a


uniformização, bem como a padronização de procedimentos referentes a restituição de valores
recolhidos pela Administração, à título de Compensação Pecuniária, quando o cidadão é
reintegrado à Força a fim de tratamento de saúde.

2. Por intermédio do DIEx nº 631-AsseJur/CMDO/11ª RM, em 3 de agosto de 2020, a


11ª RM solicitou emissão de Nota Técnica sobre o assunto de modo a viabilizar uniformização/
atualização/ nova orientação de tese para padronização de subsídios da União, em casos futuros,
ou mesmo dar efeito itinerante para a SEF, caso seja o Órgão a dar orientação sobre o tema
exposto.

3. Por ocasião do licenciamento do serviço ativo, na modalidade ex officio por término


de tempo de serviço, o militar temporário faz jus à percepção de uma verba de natureza
indenizatória denominada compensação pecuniária. O benefício em tela está previsto na lei
nº 7.963/1989, regulamentada pelo Decreto nº 99.425/1990.
Lei nº 7.963/1989: “Art. 1° O oficial ou a praça, licenciado ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação”.
Decreto nº 99.425/1990:“Art. 4° Os Ministros Militares, no âmbito de
seus Ministérios, baixarão os atos necessários à execução deste Decreto, bem como
aqueles alusivos à identificação do pessoal beneficiado”.

(DIEx nº 104-ASSE1/SSEF/SEF, de 29 de março de 2021 - EB 64689.001643/2021-02 ...... 1/


3)
4. No âmbito desta Força, a Portaria Ministerial n° 675, de 2 de agosto de 1990, do
Ministro de Estado do Exército, determinou que a Secretaria de Economia e Finanças baixasse
os atos necessários à execução do Decreto nº 99.425/1990. Os mencionados atos foram
estabelecidos pela Portaria n° 10, do Secretário de Economia e Finanças, de 23 de agosto de
1990. No que atine ao objeto da presente consulta, o n° 10, da citada Portaria estabelece:
10. O militar enquadrado no item Nr 1 desta Portaria que retornar ao
serviço ativo, por força de medida liminar, caso já tenha recebido a Compensação
Pecuniária de que trata a Lei Nr 7.963, de 21 de dezembro de 1989, terá que
restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi pago no ato da sua apresentação.
Caso não o faça, terá descontado de sua remuneração mensal dentro dos limites
estabelecidos na Lei Nr 5.787, de 27 de junho de 1972 - LEI DE REMUNERAÇÃO
DOS MILITARES - os valores correspondentes, até que se complete o
ressarcimento integral.

5. Importante se faz destacar que o raciocínio é simples, se o militar teve o seu


licenciamento tornado sem efeito, sendo reintegrado por determinação judicial ao Exército, a
compensação pecuniária dele decorrente deve ser restituída, eis que não há como subsistir o
consequente sem o antecedente necessário, isto é, não há como subsistir a compensação
pecuniária sem o ato de licenciamento ex officio que lhe deu ensejo. O fato gerador do
pagamento da compensação pecuniária é o licenciamento por término de tempo de serviço,
de maneira que tornado sem efeito o ato, deixa de existir a causa para o seu pagamento.

6. Outro ponto a se destacar é que, muito embora a Portaria fale em retorno ao serviço
ativo por força de medida liminar, deve-se compreender a expressão em seu sentido amplo, ou
seja, havendo retorno ao serviço ativo por meio de decisão judicial precária, passível de reforma,
o militar reintegrado tem o dever de restituir o benefício que lhe foi pago em razão do seu
licenciamento.

7. Respondendo a consulta, em tese, sobre a questão em tela, esta Secretaria se


manifesta pela obrigatoriedade da devolução dos valores recebidos a título de Compensação
Pecuniária, nos termos determinados pela Portaria 10-SEF/1990, também pela concretização do
princípio da moralidade, na medida orienta a administração a agir em consonância com os
preceitos éticos na situação posta.

8. Ademais, vale, ainda, deixar registrado PARECER n.


01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, emitido em 22 de agosto de 2018, oportunidade em que,
além da obrigatoriedade, in casu, da devolução dos valores recebidos a título de Compensação
Pecuniária, houve, também, análise sobre a possibilidade de restituição antes do trânsito em
julgado, ressaltando que a precariedade da decisão não constitui óbice a restituição dos valores
devidos a Administração.

9. Esse entendimento, inclusive, tem sido adotado pelo Tribunal Regional Federal da
4ª Região ao se pronunciar sobre a restituição de valores pagos a título de compensação
pecuniária, quando omissa a esse respeito a decisão judicial que determinou a reintegração,
senão vejamos:
E M E N TA: ADMINISTRATIVO. EMBARGOS À EXECUÇÃO.
MILITAR TEMPORÁRIO. REINTEGRAÇÃO. VALORES RECEBIDOS EM
RAZÃO DO LICENCIAMENTO ANULADO JUDICIALMENTE.
COMPENSAÇÃO. AJG CONCEDIDA NO PROCESSO DE CONHECIMENTO.
EXTENSÃO AO PROCESSO DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE. A anulação do
ato de desligamento das Forças Armadas enseja, simultaneamente, efeitos

(DIEx nº 104-ASSE1/SSEF/SEF, de 29 de março de 2021 - EB 64689.001643/2021-02 ...... 2/


3)
financeiros favoráveis - restabelecimento do pagamento dos soldos - e desfavoráveis
em relação ao militar - recomposição ao Erário dos valores pagos por ocasião do
licenciamento posteriormente revertido -, sob pena de enriquecimento sem causa de
quaisquer das partes envolvidas. Diante disso, e considerando o brocardo de que "o
acessório segue o principal", devem ser descontadas do total almejado em execução
as quantias recebidas pelo militar quando e em virtude do desligamento
posteriormente anulado por sentença transitada em julgado. O benefício da
assistência judiciária gratuita concedido ao exequente no processo de conhecimento
estende-se a todos os atos do processo executivo e às eventuais ações incidentais,
independentemente de ratificação. Nesse sentido, o disposto no artigo 9º da Lei n.
1.060/50 - segundo o qual a benesse compreende todos os atos do processo até
decisão final do litígio, em todas as instâncias. Precedentes desta Corte. (TRF4
5006751- 51.2015.4.04.7110, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE
PANTALEÃO CAMINHA, juntado aos autos em 18/05/2018).

10. Em resumo, no que diz respeito à devolução da Compensação Pecuniária por


militares reintegrados à Força a fim de tratamento de saúde, esta Secretaria deixa de emitir Nota
Técnica, salientando que já há entendimento emitido pela Consultoria Jurídica Adjunta ao
Comando do Exército no PARECER n. 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, emitido em 22 de
agosto de 2018. Sendo assim, esta Secretária apresenta as seguintes conclusões:
a. observado o contraditório e a ampla defesa, a OM deve adotar, de
imediato, as medidas administrativas necessárias para restituição dos valores
recebidos a título de Compensação Pecuniária por militares reintegrados às fileiras
do Exército em razão de decisão judicial precária, conforme estabelecidos pela
Portaria nº 10-SEF/2009, independentemente da União ter ou não apresentado
reconvenção com esse objetivo;
b. caso a decisão judicial seja revertida, restaurando-se o ato de
licenciamento, a Administração deve devolver ao militar os valores descontados,
com retorno da situação ao status quo ante;
c. nos casos onde houver o trânsito em julgado da ação, em sentido
favorável ao pleito do administrado, situação em que a revogação do ato de
licenciamento torna-se definitiva, se a Administração verificar que ainda não houve
a devolução dos valores recebidos a título de compensação pecuniária, seja pela via
administrativa ou pela via judicial, deve, observados o contraditório e a ampla
defesa, providenciar as medidas necessárias visando à restituição desses valores ao
erário, de maneira integral ou, na impossibilidade, mediante desconto na
remuneração mensal, respeitados os limites estabelecidos na legislação.

11. Diante do exposto, encaminho para conhecimento o PARECER n.


01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, emitido em 22 de agosto de 2018, anexo, ao passo que
encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para conhecimento e orientação à Unidade
Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"UM SÉCULO DE BLINDADOS NO BRASIL.


BRAÇO FORTE NA DEFESA DA PÁTRIA. AÇO!"

(DIEx nº 104-ASSE1/SSEF/SEF, de 29 de março de 2021 - EB 64689.001643/2021-02 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 183-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.002661/2021-01

Brasília, DF, 5 de maio de 2021.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 11º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: direito à compensação pecuniária para militar desincorporado
Referência: DIEx nº 102-S1-11º CGCFEx, de 27 ABR 21

1. Esta Secretaria recebeu consulta versando sobre o direito à compensação


pecuniária para militar desincorporado.

2. Diante dos desdobramentos do assunto convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:
a. trata-se de consulta formulada pelo 11º Grupo de Artilharia Antiaérea (11º GAAAe)
a esse Centro, atinente à estudo sobre direito à compensação pecuniária para militar
desincorporado cuja incorporação foi anulada por doença preexistente à data da incorporação;
b. segundo a UG consulente, o militar desincorporado deveria receber compensação
pecuniária. No entanto, reconhece que o pedido não tem amparo, eis que a SEF entende que a
Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, não permite. A Organização Militar sugere que se faça
nova interpretação da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, a fim de que o militar
desincorporado faça jus ao benefício; e
c. consultada a respeito, essa Setorial entendeu que não há amparo legal pra que o
militar desincorporado faça jus à compensação pecuniária previsto na Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, e em razão da divergência, remeteu consulta a esta Secretaria por meio do
DIEx nº 102-S1/11º CGCFEx, de 27 de abril de 2021.

3. A fim de esclarecer a questão, é preciso verificar o que rezam as normas de


regência sobre o assunto:
a. a compensação pecuniária é o benefício devido ao militar temporário excluído do
serviço ativo das Forças Armadas por meio de licenciamento, no gênero ex officio e na
modalidade término de prorrogação de tempo de serviço;
b. é o que se extrai da Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989:

"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação


de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1 (uma)

(DIEx nº 183-ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021 - EB 64689.002661/2021-01 ...... 1/3)


remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como
base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na
data de pagamento da referida compensação. (grifos nossos)

c. já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 de março de 2012, que trata da prestação do


serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, bem como que um dos tipos de licenciamento ex
officio seria por término de prorrogação de tempo de serviço, conforme se verifica a seguir:

Art. 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter voluntário e visam a


atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes denominações:

I - engajamento é a primeira prorrogação de tempo de serviço militar do Cb/Sd;

II - reengajamentos são as prorrogações de tempo de serviço militar do Cb/Sd, após


o engajamento; e

(...)

Art. 169. O licenciamento ex officio ocorre por:

(...)

II - término da incorporação ou da prorrogação de tempo de serviço a que se


obrigou; (grifos nossos)

d. o ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no Art. 94 da Lei nº 6.880/80. O licenciamento é uma das espécies de
exclusão, portanto, tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente, obstar a
prorrogação do tempo de serviço, conforme exposto abaixo:

Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o consequente


desligamento da organização a que estiver vinculado o militar decorrem dos
seguintes motivos:

(..)

V - licenciamento;

(..)

VII - desincorporação;

(...)

Art. 121. “O licenciamento do serviço ativo se efetua:

(...)

II ex officio.

(...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que trata do serviço


militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:

(DIEx nº 183-ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021 - EB 64689.002661/2021-01 ...... 2/3)


a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio”; (grifos nossos)

e. sobre o licenciamento e a desincorporação, a Lei 13.954, de 16 de dezembro de


2019, que alterou a Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar), assim aduz:

Art. 31. O serviço ativo das Forças Armadas será interrompido:

( ... )

§ 6º Os militares temporários licenciados por término de tempo de serviço ou


desincorporados que estejam na condição de incapazes temporariamente para o
serviço militar em decorrência de moléstia ou acidente deverão ser postos na
situação de encostamento, nos termos da legislação aplicável e dos seus
regulamentos.

( ... )

§ 8º O encostamento a que se refere o § 6º deste artigo é o ato de manutenção do


convocado, voluntário, reservista, desincorporado, insubmisso ou desertor na
organização militar, para fins específicos declarados no ato e sem percepção de
remuneração. (grifos nossos).

f. esta Secretaria se manifestou sobre o tema por meio do DIEx nº


36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, no sentido da interpretação literal em relação ao pagamento
da compensação pecuniária, em observância ao princípio da estrita legalidade administrativa, à
luz do que traz o art. 1º da n° 7.963, de 21 de dezembro de 1989, estabelecendo que “O
dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de licenciamento ex officio,
apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o
recebimento da verba em questão.”;
g. assim, o direito a compensação pecuniária contempla apenas os licenciados ex
offício por término de prorrogação do tempo de serviço. Não há possibilidade de estender esse
direito ao militar excluído do serviço ativo, em virtude de desincorporação, por falta de amparo
no ordenamento jurídico castrense; e
h. a mudança de entendimento não depende desta Secretaria, pois somente
com alteração da legislação que rege a matéria, o desincorporado faria jus à compensação
pecuniária.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que não é possível amparar militar
desincorporado com à compensação pecuniária, por ofensa a interpretação literal da Lei
nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"UM SÉCULO DE BLINDADOS NO BRASIL.


BRAÇO FORTE NA DEFESA DA PÁTRIA. AÇO!"

(DIEx nº 183-ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021 - EB 64689.002661/2021-01 ...... 3/3)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.005569/2021-95

Brasília, 20 de agosto de 2021.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 10º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária - ADRIANA TORRES DOURADO
Referência: DIEx nº 1849-S1/10º CGCFEx, de 17 AGO 21

1. A respeito do assunto, faço menção ao DIEx nº 1849-S1/10º CGCFEx, de 17 de


agosto de 2021, que trata de consulta formulada a esta Secretaria, relativa a possibilidade de
pagamento de compensação pecuniária para ex Oficial Temporária, 2º Ten OTT ADRIANA
TORRES DOURADO, licenciada ex ofício e excluída do número de adidos do 3º BEC por estar
apta para exercer atividades laborativas civis.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida à lume:

a. Em linhas gerais, verifica-se, com base nos anexos do documento


referenciado, que a ex-Oficial Temporária, 2º Ten OTT Adriana Torres Dourado, incorporou ao
exército Brasileiro em 1º de março de 2017;

b. Conforme Boletim Interno nº 138, de 24 de julho de 2019, do 3º BEC, a


referida militar foi incluída no número de "adidos" a contar de 6 de julho de 2019, por ter
ultrapassado 90 (noventa) dias de incapacidade temporária (Incapaz B1) para o serviço do
Exército, de acordo com o inciso III, § 2º, art. 431, da Portaria nº 749 - C Ex, de 17 de setembro
de 2012, que altera dispositivos do Regulamento Interno dos Serviços Gerais - (RISG), aprovado
pela Portaria do Comandante do Exército nº 816, de 19 de dezembro de 2003;

c. Em 18 de fevereiro de 2021, a militar foi licenciada ex officio do serviço ativo


do Exército por ter sido julgada apta para exercer atividades laborativas civis em Inspeção de
Saúde, tendo sua incapacidade enquadrada no inciso VI do art. 108 da Lei nº 6880, de 9 de
dezembro de 1980 (Estatuto dos Militares);

"Art 108. A incapacidade definitiva pode sobrevir em

(DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF, 20 de agosto de 2021 - EB: 64689.005569/2021-95 ............... 1/5)


consequência de:

(...)

VI - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação


de causa e efeito com o serviço"

d. Ainda, de posse do Boletim Interno de 18 de fevereiro do 3º BEC, extrai-se que


a militar permaneceu "adido" desde 6 de julho de 2019 e que deixou de ter seu tempo de
serviço prorrogado por não ter obtido parecer Apto "A" em inspeção de saúde, ficando apenas
encostada para fins de tratamento;

e. Na Memória para Decisão nº 01/SPP/S1/3º BEC, de 19 de agosto de 2021, o


Comando do 3º BEC opina pela procedência do pagamento de Compensação Pecuniária para a
ex militar. Em que pese o fato de a militar não ter sido licenciada por término de prorrogação
de tempo de serviço e sim por ter sido julgada apta para exercer a atividades civis, a UG
considera que o caso seria similar ao parecer emitido pela SEF no Ofício 069 - Asse Jur, de 31 de
maio de 2005 e com o DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de Outubro de 2015;

f. A UG argumenta ainda que, em 1º de março de 2020, a militar possuía todas as


condições para ser licenciada e não fora por fato alheio a sua vontade, no caso em tela, a
necessidade do tratamento de saúde;

g. Por sua vez, o 10º CGCFEx, por meio da Memória para Decisão nº 008, de 12
de agosto de 2021, apresentou posicionamento diametralmente oposto ao da UG da militar
requerente, por considerar que o caso em comento não se enquadra na hipótese prevista no
art. 1º da Lei 7963, de 21 de dezembro de 1989, "...o oficial ou a praça,
licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária..." e reforça tal interpretação pelo amparo no entendimento expresso
no DIEx nº 183 - ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021;

h. Por fim, a Memória para Decisão nº 008 do 10º CGCFEx alude que os
documentos produzidos pela SEF e citados pela Memória sobre o caso, produzida pela UG da
militar, seriam, em verdade, casos relacionados a militares licenciados ex officio por término de
prorrogação do tempo de serviço, portanto, estariam enquadrados nos parâmetros do art. 1º
da Lei 7963/89; e

i. Nessa senda, aquele Centro, consultou esta Secretaria para pacificação da


presente divergência, por meio do DIEx ora referenciado.

3. Analisado sob o âmbito de competências desta Secretaria, o assunto comporta


as seguintes considerações:

a. No que diz respeito ao mérito, vê-se que a compensação pecuniária é o


benefício devido ao militar temporário excluído do serviço ativo das Forças Armadas por meio
de licenciamento, no gênero ex officio e na modalidade término de prorrogação de tempo de
serviço;

b. É o que se extrai da Lei nº 7963, de 1989:

(DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF, 20 de agosto de 2021 - EB: 64689.005569/2021-95 ............... 2/5)


"Art 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação na data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração


de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.

§ 2º O benefício desta lei não se aplica ao período do serviço


militar obrigatório"

c. Já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 de março de 2012, que trata da prestação do


serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, conforme se verifica a seguir.

"Art 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter


voluntário e visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes
denominações:

(...)

III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade de tempo


de serviço do oficial temporário e do sargento temporário."

d. O ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no art. 94 da Lei nº 6880, de 1980. O licenciamento é uma das espécies
de exclusão, portanto tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente,
obstar a prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao final do tempo a que
se obrigou o militar, ou antes, por conveniência do serviço. A norma, em seu art. 121 da Lei nº
6880/80, assim dispõe:

"...O licenciamento do serviço ativo se efetua:

II - ex officio (...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação


que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;"

e. O entendimento da SEF, contido no DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, é


no sentido de ser empregada a interpretação " ex vi legis", ou seja, nos estritos
limites da legalidade, à luz do art. 1º da Lei nº 7936, de 21 de dezembro de 1989, antes
transcrito: "O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias
modalidades de licenciamento ex officio, apenas a hipótese referente ao
término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o recebimento da verba em questão.
" (destaque inexistente no original);

(DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF, 20 de agosto de 2021 - EB: 64689.005569/2021-95 ............... 3/5)


f. Ainda sobre o assunto, o Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do
Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, corrobora que o deferimento do direito em tela somente é
permitido quando o militar temporário for excluído do serviço ativo na modalidade
licenciamento, no tipo ex officio, e na hipótese término de tempo de serviço, a
teor do art. 121, § 3º alínea a do Estatuto dos Militares;

g. Cumpre destacar, conforme alude a Memória para Decisão nº 008 - 1ª


Sec/10º CGCFEx, que os documentos emitidos pela SEF e citados na Memória para Decisão nº
01 do 3º BEC, em verdade, se referem a casos de licenciamento ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, neste contexto cumpre transcrever trecho do DIEx nº
190-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de outubro de 2015.

"...assim, se o militar EV passar à situação de adido para


tratamento de saúde, por exemplo, no sétimo mês de serviço militar obrigatório, e
permanecer nessa condições por nove anos, fará jus à compensação pecuniária,
desde que, ao fim, seja licenciado ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço, equivalente a sete remunerações, isto é, relativa a oito anos
(máximo permitido) menos o período de serviço militar obrigatório" (grifo
inexistente no original).

h. Indubitavelmente, o trecho acima transcrito evidencia que o DIEx nº 190 de


2015 debate se o tempo de adido contaria para a concessão da aludida verba indenizatória e
deixa claro a vinculação do pagamento da verba indenizatória ao licenciamento por término de
prorrogação de tempo de serviço.

i. Restando ainda a apreciação do Ofício 069, de 2005, onde podemos destacar,


conforme transcrição:

"(...)

i. Para o caso apresentado, não pairam dúvidas: tendo o militar


sido licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço,
impõe-se o pagamento da compensação pecuniária..."

i. Forçoso é concluir que também o Ofício nº 069, de 2005, da SEF, refere-se à


caso de licenciamento ex officio por não prorrogação de tempo de serviço, desta feita, nenhum
dos casos acima citados tem o condão de amparar interpretação diversa para o caso em
comento;

j. Ademais, a SEF já pacificou o presente debate, como se vê no DIEx nº 183 -


ASSE1/SSEF/SEF, de 5 de maio de 2021, e na Nota Técnica nº 012/ASSE1/SSEF/SEF, se
mantendo sempre na esteira de compreensão pelo pagamento da compensação pecuniária nos
limites da Lei nº 7963, de 21 de dezembro de 1989, ou seja, para o militar que tiver o término
da prorrogação de seu tempo de serviço, não havendo que se falar em mudança de
entendimento por parte desta Secretaria no lapso temporal dos documentos trazidos a baila no
presente caso;

k. De volta ao caso concreto, depreende-se da publicação no Boletim Interno de

(DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF, 20 de agosto de 2021 - EB: 64689.005569/2021-95 ............... 4/5)


18 de fevereiro de 2021, que a ex 2º Ten OTT Adriana Torres Dourado fora licenciada ex oficio
por ter sido julgada apta para realização de atividades laborativas civis, em data anterior ao
término dos 12 meses relativos ao contrato vigente, não podendo se falar em licenciamento
por término de prorrogação de tempo de serviço, saindo, assim, do escopo do art. 1º da Lei nº
7963/89.

4. Isso posto, é de ser afirmar que a ex 2º Ten OTT Adriana Torres Dourado não faz
jus à compensação pecuniária de que trata a Lei nº 7963, de 1989, por ter sido
licenciada ex oficio estando apta para atividade laborativas civis, se enquadrando no inciso VI
do art. 108 do Estatuto dos Militares, ainda que permaneça encostada para tratamento de
saúde.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa chefia, para


conhecimento e orientação à Unidade Gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"UM SÉCULO DE BLINDADOS NO BRASIL.


BRAÇO FORTE NA DEFESA DA PÁTRIA. AÇO!"

(DIEx Nº 440-ASSE1/SSEF/SEF, 20 de agosto de 2021 - EB: 64689.005569/2021-95 ............... 5/5)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 557-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.006828/2021-03

Brasília, 6 de outubro de 2021.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do 11º Centro de Gestão Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação legal de dívidas contraídas perante o Fundo de Saúde do Exército
(FuSEx) de militares temporários, com créditos a título de pecuniária concedida pela
Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989
Referências: a) DIEx nº 85-Asse Ap As Jurd/CCIEx, de 29 SET 21; e
b) DIEx nº 5-Asse Ap Ass Jur/11º CGCFEx, de 9 SET 21.

1. Esta Secretaria foi instada a se manifestar sobre possibilidade de se abater da


compensação pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 1989, valores atinentes a danos ao
erário.

2. Diante dos desdobramentos do assunto convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:

a. trata-se de consulta formulada por esse Centro de Gestão e Contabilidade e


Finanças do Exército, atinente à possibilidade de compensação legal de dívidas contraídas
perante o Fundo de Saúde do Exército (FUSEx) de militares temporários, com créditos a título
de pecuniária concedido pela Lei nº 7.963/1989;

b. em linhas gerais, verifica-se que, em observância ao entendimento


desse Centro, que a Lei nº 7.963/1989 foi peremptória ao caracterizar a compensação
pecuniária como benefício, e não seria indenização;

c. ainda, atribuir à compensação pecuniária a natureza indenizatória seria o


mesmo de dizer que a União estaria reparando um dano ou prejuízo ao militar licenciado; e

d. nesse sentido, o abatimento de dívidas devidamente reconhecidas no


momento da assinatura da guia de encaminhamento perante o FUSEx já afasta a necessidade
de sindicância para novo reconhecimento de dívida, sendo juridicamente possível o desconto
de valores da compensação pecuniária.

(DIEx Nº 557-ASSE1/SSEF/SEF, 6 de outubro de 2021 - EB: 64689.006828/2021-03 ............... 1/2)


3. Sobre o assunto, como é cediço, por força da Portaria nº 1.324, de 4 OUT 17,
assuntos afetos à matéria ora discutida (dano ao erário) deixaram a órbita da SEF, passando à
competência para o Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx), motivo pelo qual foi
encaminhada toda a documentação, por intermédio do DIEx nº 483-ASSE1/SSEF/SEF, de
13 SET 21, solicitando análise do caso demandado.

4. Em resposta, o Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx), por intermédio do


DIEx nº 85-Asse Ap As Jurd/CCIEx, de 29 SET 21, emitiu o seguinte parecer:

"4. No caso específico da consulta, caso a Organização Militar


não tenha tempo hábil para concluir a sindicância em toda a sua plenitude antes do
licenciamento do militar temporário, caberia a OM avaliar se a situação não
poderia ser resolvida por meio do Termo Circunstanciado Administrativo
(EB10-N-13.009) de modo que as guias de encaminhamento assinadas pelo militar
fossem reunidas neste procedimento sumário e o montante a indenizar ao FuSEx
fosse consolidado em um Termo de Reconhecimento de Dívidas assinado pelo
militar

5. Em face de todo o exposto, este Centro entende que não é


possível realizar a compensação de dívidas contraídas por militares temporários
perante o FuSEx por militares temporários, com viés de dano ao Erário, com
créditos a título de compensação pecuniária, considerando-se como
reconhecimento da dívida apenas o momento da assinatura do militar na guia de
encaminhamento gerada para o atendimento. A compensação dos valores a
indenizar ao FuSEx com os valores a receber a título de compensação pecuniária
somente poderia ocorrer em virtude do valor do dano ao Erário ser apurado por
meio de sindicância ou Termo Circunstanciado Administrativo completamente
concluídos até a data do licenciamento do militar."

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e providências julgadas cabíveis.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"UM SÉCULO DE BLINDADOS NO BRASIL.


BRAÇO FORTE NA DEFESA DA PÁTRIA. AÇO!"

(DIEx Nº 557-ASSE1/SSEF/SEF, 6 de outubro de 2021 - EB: 64689.006828/2021-03 ............... 2/2)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.000666/2020-19

Brasília, DF, 10 de fevereiro de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: militar reintegrada - gratificação de localidade especial e compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 2748-S1/10ICFEx, de 4 DEZ 19

1. Versa o presente expediente acerca de gratificação de localidade especial e


compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com as informações e documentos trazidos a lume:
a. Trata-se de questão oriunda do 2º Batalhão de Engenharia e Construção (2º BEC),
sediado em Teresina, PI, de interesse da 1º Ten OTT JARDYLA MARIA NORMANDO
MATOS SANTOS;
b. Em linhas gerais, verifica-se que a aludida militar foi incorporada ao Exército como
Oficial Dentista Temporária em 28 FEV 05, junto ao 2º BEC. Em 2017, foi licenciada por
término de prorrogação de tempo de serviço, recebendo a compensação pecuniária de que trata a
Lei nº 7.963, de 1990. Não obstante, como fruto de decisão exarada pelo Juízo da 20ª Vara
Federal da Seção Judiciária de Brasília nos autos do processo nº 32731-10.2016.4.01.3400, em 5
NOV 18, DF, a interessada teve seu licenciamento anulado, com consequente reincorporação,
inclusive com o pagamento de remuneração, para fins de tratamento médico-hospitalar;
c. Reintegrada ao 2º BEC, pois, a militar requereu, em 7 NOV 18, por intermédio de
advogado constituído, que seu tratamento de saúde fosse realizado no 1º Grupamento de
Engenharia (1º Gpt E), em João Pessoa, PB. Atendida pela Administração Militar, a oficial em
tela passou à disposição daquele Grande Comando a contar de 3 JAN 19, conforme publicado no
Boletim Interno nº 3, de 4 de Janeiro de 2019. Todavia, manteve-se o pagamento da gratificação
de localidade especial em seu favor;
d. De acordo com a OM de vinculação da militar – 2º BEC –, não existiria amparo
para o saque da verba em comento, devendo a interessada ter suspenso o pagamento respectivo
e, ainda, restituir os valores recebidos indevidamente. Por essa razão, encaminhou consulta a
respeito a essa Setorial Contábil, nos termos do DIEx nº 560-S1/2ºBEC, de 29 OUT 19;
e. Instada a se manifestar, essa Inspetoria solicitou à OM a remessa de informações
complementares, bem como documentos comprobatórios, que restaram encaminhados de forma
anexa ao DIEx nº 98-Asse Ap As Jurd/2º BEC, de 14 NOV 19;

(DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF, de 10 de fevereiro de 2020 - EB 64689.000666/2020-19 ...... 1/


5)
f. Nos termos da Memória para Decisão nº 09-1ª Seção, de 4 DEZ 19, essa ICFEx
recapitulou os fatos bem como a legislação incidente, manifestando o entendimento de que a
interessada, de fato, não tem direito à gratificação de localidade especial, eis que se encontra à
disposição de OM situada em localidade ordinária e não especial. Com efeito, observou que o
escopo da verba em tela é compensar os efeitos nocivos que caracterizam localidades inóspitas e
que a cidade de João Pessoa não é assim considerada, inexistindo, dessa forma, a razão principal
para concessão do direito controverso; e
g. Por fim, o assunto foi encaminhado a esta Secretaria, para pacificação.

3. Analisado sob o âmbito de competências deste Órgão de Direção Setorial, o tema


comporta as seguintes considerações:
a. Inicialmente, há que se verificar o direito da militar em tela em receber a
gratificação de localidade especial. Tal verba encontra-se definida pelo inciso VII do art. 3º da
Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 AGO 01, como a “parcela remuneratória mensal devida
ao militar, quando servindo em regiões inóspitas, conforme regulamentação”;
b. Complementando essa disposição, a Tabela I do Anexo III da aludida MP fixa o
índice de 20% (vinte por cento) incidente sobre o soldo a ser pago aos militares que servem em
localidades classificadas como Categoria A, e 10% (dez por cento) àqueles que servem em
localidades classificadas como Categoria B;
c. A regulamentação, no nível infralegal, é dada pelo Decreto nº 4.307, de 18 JUL 02,
cujos arts. 11 e seguintes preveem (destaques acrescidos):
“Art. 11. O direito do militar à gratificação de localidade
especial, quando for transferido, começa no dia da sua apresentação à OM
de destino e cessa no seu desligamento.
Art. 12. É assegurado ao militar o direito à continuidade da
percepção da gratificação de localidade especial nos afastamentos sem
desligamento da OM.
Art. 13. O Ministro de Estado da Defesa, ouvidos os
Comandantes de Força, especificará as localidades consideradas inóspitas,
classificando-as em categorias, conforme critérios previamente
estabelecidos, para fins de percepção da gratificação de localidade
especial.”
d. A Portaria Normativa nº 13-MD, de 5 JAN 06, do Ministro da Defesa, classifica as
localidades e guarnições para efeito de pagamento da Gratificação de Localidade Especial, bem
como reforça, no ponto que interessa, o prosseguimento do saque da verba em tela àquele que
deixa momentaneamente a localidade especial em que serve. Observe-se:
“Art. 1º (...).
§ 2º O deslocamento do militar para exercer atividades em outra
localidade, por necessidade do serviço e em caráter temporário, não
implicará na perda da Gratificação de Localidade Especial.”
e. Como se percebe, o fator principal a ser considerado para fins de pagamento da
GLE é a OM a que se encontra vinculada a militar. Em uma leitura sumária, pode-se concluir,
diante desse contexto, que mesmo realizando tratamento em João Pessoal, PB, a militar
interessada permaneceria fazendo jus à gratificação em tela, eis que mantido vínculo com a OM
em que foi reintegrada permaneceu intacto;
f. Contudo, não é essa a exegese a ser empregada. De acordo com a orientação da
Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Defesa, contida no Parecer nº
00393/2015/CONJUR-MD/CGU/AGU, de 6 MAIO 15, o vínculo de que trata a o Decreto nº
4.307, de 2002, há de ser entendido como o vínculo de subordinação, e não, necessariamente,
como vínculo administrativo. Confirme-se:

(DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF, de 10 de fevereiro de 2020 - EB 64689.000666/2020-19 ...... 2/


5)
“O pagamento da gratificação de localidade especial prevista
nos arts. 1º, inc. III, alínea ‘a’ e 3º, inc. VII, da Medida Provisória nº
2.215-10/01 e 11 a 13 do Decreto nº 4.307/02 tem como fato gerador a
transferência do vínculo de subordinação do militar a Organização Militar
(OM) situada em localidade considerada inóspita nos termos da
legislação” (destaque acrescido).”
g. Ainda que emitido em face de situação inversa – quando o militar que não serve em
localidade especial se desloca em caráter temporário para localidade inóspita – o raciocínio
permanece válido. Vale dizer: para que se determine se o militar faz jus ou não à verba em
comento, há que se observar em relação a qual OM seu vínculo de subordinação encontra-se
estabelecido;
h. No caso concreto, observa-se que a 1º Ten ODT JARDYLA MARIA
NORMANDO MATOS SANTOS foi reintegrada junto ao 2º BEC, sediado em Teresina, PI,
localidade especial Categoria “B”, para fins de remuneração e tratamento médico. Em tal
condição, faria jus, sem dúvida, à GLE correspondente, eis que Teresina, PI, é classificada como
tal pela Portaria Normativa nº 13-MD, de 2006;
i. No entanto, a própria militar requereu que seu tratamento médico fosse realizado no
1º Gpt E, sediado em João Pessoa, PB, localidade não classificada como especial. O pleito,
perceba-se, foi atendido, passando a militar à disposição daquele Grande Comando. Ainda que
atrelada para fins administrativos ao 2º BEC, fato é que a oficial em tela teve transferido seu
vínculo de subordinação para a nova OM, deixando, assim, de fazer jus à verba em tela;
j. De fato, não se pode perder de vista que o escopo da GLE é compensar o desgaste
sofrido pelo militar que serve em regiões inóspitas, conforme se extrai da definição dada pela
MP nº 2.215-10, de 2001. Ora, se a militar encontra-se em localidade que não é assim
considerada, desaparece, em decorrência lógica, seu direito em receber tal compensação. Por
isso, razão assiste ao 2º BEC no momento em que levanta dúvidas acerca do pagamento
respectivo. Razão assiste, por consequência, a essa Inspetoria, que endossa o entendimento
quanto à inexistência do direito à GLE no caso sob exame;
k. Uma vez que o direito à gratificação de localidade especial é indevido desde o
momento em que a militar passou à disposição do 1º Gpt E, necessária se torna a supressão de tal
parcela de sua remuneração, bem como a restituição ao erário dos valores percebidos sob tal
rubrica;
l. Para tanto, deve o Ordenador de Despesas do 2º BEC adotar os procedimentos
previstos nas Normas para a Apuração de Irregularidades Administrativas (EB10-N-13.007),
aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 4 OUT 17, com a instauração de sindicância prévia
de molde a oferecer à interessada o contraditório e a ampla defesa. Assim, somente depois de
vencido esse procedimento é que se poderá falar em supressão da verba e restituição de valores;
m. Não obstante, deve o OD do 2º BEC, ainda, instaurar um segundo processo
administrativo, com vistas a obter a restituição dos valores pagos à militar reintegrada a título de
compensação pecuniária;
n. Conforme se infere de sua Ficha Financeira relativa a 2017, a aludida oficial
recebeu, por intermédio de seu Prec-CP original (305320601) o valor de R$ 88.788,00 (oitenta e
oito mil, setecentos e oitenta e oito reais) quando de seu licenciamento, em junho daquele ano.
Todavia, com o licenciamento desfeito pela ordem judicial de reintegração, desapareceu o
motivo autorizador para o saque do pecúlio, impondo-se, assim, a restituição da quantia paga a
esse título, conforme prevê o item 10 da Portaria nº 010-SEF, de 23 AGO 1990:
“10. O militar enquadrado no item Nr 1 desta Portaria que
retornar ao serviço ativo, por força de medida liminar, caso já tenha
recebido a Compensação Pecuniária de que trata a Lei Nr 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, terá que restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi
pago no ato da sua apresentação. Caso não o faça, terá descontado de sua
remuneração mensal dentro dos limites estabelecidos na Lei Nr 5.787, de

(DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF, de 10 de fevereiro de 2020 - EB 64689.000666/2020-19 ...... 3/


5)
27 de junho de 1972 - LEI DE REMUNERAÇÃO DOS MILITARES - os
valores correspondentes, até que se complete o ressarcimento integral.”
o. É de se destacar, por oportuno, que a restituição em tela pode ser buscada antes
mesmo do trânsito em julgado da demanda judicial que trata da reintegração -- como é o caso,
eis que o processo continua em trâmite, atualmente no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Tal raciocínio vale para qualquer caso de reintegração que tenha desconstituído licenciamento
anterior. É o que se infere do Parecer nº 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18,
que examinou o tema a partir de situação concreta levantada por esta Secretaria (destaques
acrescidos):
“34. Ante o exposto, entende-se ser legal a disposição constante
no item 10, da Portaria nº10, da SEF, de 23 de agosto de 1990, que
determina que "o militar enquadrado no item nº 1 desta Portaria que
retornar ao serviço ativo, por força de medida liminar, caso já tenha
recebido a Compensação Pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, terá que restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi
pago no ato da sua apresentação".
35. Tendo em vista que a consulta formulada, conforme expresso
pelo órgão assessorado, servirá não apenas para subsidiar a decisão do
caso concreto posto, mas também para balizar o entendimento da
administração em casos futuros, duas observações devem ser feitas sobre o
tema.
36. Caso a decisão concedendo a liminar de reintegração
determine que a Administração não deve cobrar valores pagos a título de
compensação pecuniária ao militar no momento do seu desligamento antes
do trânsito em julgado, o órgão assessorado, em observância ao princípio
da separação dos poderes, deverá cumpri-la integralmente a despeito no
disposto no item 10, da Portaria nº 10, da SEF, de 23 de agosto de 1990.
37. Outrossim, sugere-se à Administração que, nas situações
como a ora analisada, avalie a oportunidade e a conveniência (mérito
administrativo) de exigir, antes do trânsito em julgado da decisão, a
restituição da compensação pecuniária paga. Não se está dizendo que o
entendimento hoje adotado é ilegal, conforme já esclarecido ao longo deste
parecer, mas suscitando uma reflexão sobre o tema, já que a decisão
liminar tem natureza precária e poderá, de fato, ser revertida ao final do
processo, o que obrigaria a Administração a devolver os valores
restituídos, podendo gerar gastos extras."

4. Isto posto, esta Secretaria entende que:


a. Por estar à disposição do 1º Gpt E, realizando tratamento médico como
consequência de reintegração determinada pelo Judiciário, a 1º Ten ODT JARDYLA MARIA
NORMANDO MATOS SANTOS não faz jus à gratificação de localidade especial;
b. Em vista disso, deve o OD da OM à qual se vincula administrativamente a militar –
2º BEC – adotar providências contidas nas EB10-N-13.007, aprovadas pela Portaria nº
1.324-Cmt Ex, de 4 OUT 17, com a instauração de sindicância para, à luz do devido processo
legal, suprimir o saque da aludida parcela remuneratória em desfavor da interessada, bem como
a restituição dos valores pagos a esse título a contar da data de sua apresentação no 1º Gpt E; e
c. Deve o OD do 2º BEC, ainda, instaurar uma segunda sindicância, também de
acordo com as EB10-N-13.007, aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 4 OUT 17,
objetivando a devolução, pela militar, da quantia que lhe foi paga a título de compensação
pecuniária, tendo em vista a desconstituição de seu licenciamento.

(DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF, de 10 de fevereiro de 2020 - EB 64689.000666/2020-19 ...... 4/


5)
5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para
conhecimento, orientação ao 2º BEC, e informação ao 1º Gpt E.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"INTENDÊNCIA: SOLDADO DO ACANTO, UM SÉCULO DE EXCELÊNCIA NA


LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE"

(DIEx nº 30-ASSE1/SSEF/SEF, de 10 de fevereiro de 2020 - EB 64689.000666/2020-19 ...... 5/


5)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 118-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.002596/2020-25

Brasília, DF, 28 de abril de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 11ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 94-S1/11ªICFEx, de 30 MAR 20

1. Versa o presente expediente acerca de compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:
a. Trata-se de questão oriunda do 11º Grupamento de Artilharia Antiaérea (11º
GAAAe). Em linhas gerais, verifica-se que militares temporários daquela OM foram indiciados
em Inquérito Policial Militar (IPM) e que foram licenciados por término do tempo de serviço,
daí surgindo a indagação se haveria direito ao saque da compensação pecuniária de que trata a
Lei nº 7.963, de 1989;
b. Em face desse contexto, o Cmt daquela OM encaminhou a questão ao Comando
Militar do Planalto, nos termos do DIEx nº 25-Sect/11º GAAAe, de 17 FEV 20, opinando que na
situação apresentada não haveria amparo legal para o pagamento do benefício em tela, eis que a
Lei nº 13.954, de 16 DEZ 19, teria criado nova modalidade de licenciamento, não abrangida
pelas hipóteses de saque previstas na referida Lei nº 7.963, de 1989;
c. Ouvido a respeito, o Chefe do Estado-Maior da 1º Brigada de Artilharia Antiaérea
(1ª Bda AAAe) encaminhou ao Comandante do 11º GAAAe o DIEx nº 18-Asse Ap As Jurd/Ass
Ger/Cmt Bda, de 27 FEV 20, manifestando entendimento contrário, isto é, de que mesmo o
militar respondendo a IPM teria direito à compensação pecuniária se licenciado por término de
tempo de serviço;
d. Opinião semelhante – pelo deferimento – foi manifestada pelo Chefe do
Estado-Maior do Comando Militar do Planalto, por considerar que a Lei nº 13.954, de 2019, não
teria criado nova modalidade de licenciamento. Não obstante, sugeriu que o assunto fosse
encaminhado a esta Secretaria, nos termos do DIEx nº 153-1/Asse Ap As Jurd/CMP, de 5 MAR
20, também endereçado ao Cmt do 11º GAAAe;
e. A documentação em questão foi remetida a essa Setorial Contábil pelo DIEx nº
37-Sect/11º GAAAe, de 9 MAR 20, acompanhada da Memória nº 001-SECT, da mesma data,

(DIEx nº 118-ASSE1/SSEF/SEF, de 28 de abril de 2020 - EB 64689.002596/2020-25 ...... 1/3)


reforçando o argumento originalmente exposto, no sentido de que a Lei nº 13.954, de 2019, teria,
sim, criado nova modalidade de licenciamento, não prevista na Lei nº 7.963, de 1989, e que,
dessa forma, não autorizaria o saque da aludida compensação; e
f. Instada a se manifestar, pois, essa Inspetoria o fez nos termos do DIEx nº
94-S1/11ªICFEx, de 30 MAR 20, pugnando pela prevalência da tese de que o benefício seria,
sim, devido, não tendo a Lei nº 13.954, de 2019, criado nova modalidade de licenciamento. Por
fim, solicitou a análise do tema por esta Secretaria, a fim de pacificar a questão.

3. Examinado sob o âmbito de atribuições deste Órgão de Direção Setorial, o assunto


comporta as seguintes considerações:
a. A compensação pecuniário é o benefício devido ao militar temporário excluído do
serviço ativo das Forças Armadas por meio de licenciamento, no gênero ex officio e na
modalidade término de prorrogação de tempo de serviço. É o que se extrai da Lei nº 7.963, de
1989:
“Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.”
b. É válido apontar que as modalidades de licenciamento ex officio são aquelas
previstas no §3º do art. 121e no caput do art. 122, tudo da Lei nº 6.880, de 9 DEZ 1980 (Estatuto
dos Militares), com redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019: conclusão de tempo de serviço,
conveniência do serviço, a bem da disciplina, posse em cargo público estranho à atividade
militar, além de outras, previstas em lei. Em todo caso, apenas a primeira delas autoriza o saque
da aludida compensação. Observe-se:
"Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I - a pedido; e
II - ex officio .
(...)
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação
que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força
Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço;
c) a bem da disciplina;
d) por outros casos previstos em lei.
Art. 122. Os Guardas-Marinha, os Aspirantes a Oficial e as
demais praças empossados em cargos ou empregos públicos permanentes
estranhos à sua carreira serão imediatamente, por meio de licenciamento
de ofício, transferidos para a reserva não remunerada, com as obrigações
estabelecidas na legislação do serviço militar, observado o disposto no art.
121 desta Lei quanto às indenizações."
c. Importa saber se o licenciamento por que passam os militares sujeitos a IPM se
enquadra em alguma das hipóteses previstas nos dispositivos acima. A versão original da Lei do
Serviço Militar (Lei nº 4.375, de 1964) era silente a esse respeito. Apenas seu Regulamento
(Decreto nº 57.654, de 1966) previa que o incorporado respondendo a IPM não poderia ser
licenciado (art. 145); e que se o inquérito fosse de natureza civil, o licenciamento poderia
ocorrer, desde que se comunicasse a autoridade policial ou judiciária (art. 154);

(DIEx nº 118-ASSE1/SSEF/SEF, de 28 de abril de 2020 - EB 64689.002596/2020-25 ...... 2/3)


d. Com o advento da Lei nº 13.954, de 2019, a Lei do Serviço Militar (Lei nº 4.375,
de 17 AGO 1964) passou a contar com dispositivo específico atinente ao licenciamento de
militares temporários indiciados em IPM, consistente no art. 34-A:
"Art. 34-A. Os militares temporários indiciados em inquérito
policial comum ou militar ou que forem réus em ações penais de igual
natureza, inclusive por crime de deserção, serão licenciados ao término do
tempo de serviço, com a comunicação à autoridade policial ou judiciária
competente e a indicação dos seus domicílios declarados."
e. Nesse contexto, observa-se que a Lei nº 13.954, de 2019, ao acrescentar o art. 34-A
à LSM, passou a permitir que a Administração promovesse o licenciamento de oficiais e praças
que respondem a IPM, hipótese até então restrita a incorporados que respondessem a inquéritos
policiais comuns;
f. A inovação, perceba-se, não se constituiu em nova modalidade de licenciamento,
mas de autorização expressa para licenciamento de oficiais e praças temporários que respondem
a IPM – hipótese, repita-se, até então inexistente – aludindo de forma expressa que o
desligamento se dê ao término do tempo de serviço;
g. Se o art. 34-A se constituísse em nova modalidade de licenciamento, não haveria
razão para se aludir ao término de tempo de serviço, bastando o mero indiciamento no IPM para
autorizar a exclusão. Não foi essa, como visto, a opção do legislador. Ao mencionar de forma
expressa o término do tempo de serviço, restou clara sua intenção de se permitir a permanência
do militar em atividade até o fim do período de engajamento ou de reengajamento, devendo-se
respeitar os consectários legais; e
h. Portanto, se o militar completar o tempo de serviço a que se obrigou, sendo
licenciado ao término desse interregno, fará jus à compensação pecuniária de que trata a Lei nº
7.963, de 1989, enquadrando-se na alínea a do §3º do art. 121 do Estatuto dos Militares, ainda
que esteja respondendo a IPM, enquadrando-se o art. 34-A da LSM nessa hipótese.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que razão assiste a essa ICFEx, ao Cmdo da 1ª
Bda AAAe e ao Ch EM CMP, no sentido de que oficiais e praças licenciados ex officio por
término de tempo de serviço têm direito à compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de
1989, hipótese que também abrange os militares licenciados a teor do art. 34-A da Lei nº 4.375,
de 1964.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

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(DIEx nº 118-ASSE1/SSEF/SEF, de 28 de abril de 2020 - EB 64689.002596/2020-25 ...... 3/3)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 166-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.004103/2020-91

Brasília, DF, 19 de junho de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 9ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referências: a) DIEx nº 214-S1/9ªICFEx, de 20 MAIO 20; e
b) DIEx nº 213-S1/9ªICFEx, de 20 MAIO 20.
Anexo: Nota Técnica nº 012/ASSE1/SSEF/SEF, de 17 JUN 20

Em atenção aos documentos constantes da referência, encaminho a essa Chefia a Nota


Técnica nº 012/ASSE1/SSEF/SEF, de 17 JUN 20, com o entendimento desta Secretaria acerca
do caso concreto, para conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"INTENDÊNCIA: SOLDADO DO ACANTO, UM SÉCULO DE EXCELÊNCIA NA


LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE"
M I N I S T É R I O DA D E F E S A
EXÉRCITO BRASILEIRO
S E C R E T A R I A DF. E C O N O M I A F. F I N A N Ç A S
(Controladoria Geral/1848)

Nota Técnica n° 0 1 2 / A S S E 1 / S S E F / S E F Brasília-DF, 17 de j u n h o de 2020.


EB: 64689.004033/2020-71

1. E M E N T A - C O M P E N S A Ç Ã O P E C U N I Á R I A . 9 a ICEX. 2 a C O M P A N H I A
DE F R O N T E I R A . M I L I T A R I N C A P A Z B2. L I C E N C I A M E N T O EX-OFFICI O POR
T É R M I N O DE P R O R O G A Ç Ã O DE T E M P O S E R V I Ç O . DIREITO. P A G A M E N T O

2. O B J E T O

Verificar a possibilidade de pagamento da compensação pecuniária de que trata a


Lei n° 7.963/1989 a militar da 2 a Cia Fron que sofreu acidente fora do serviço, com parecer
incapaz B2. licenciado por término de prorrogação de tempo de serviço.

3. L E G I S L A Ç Ã O P E R T I N E N T E
a. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988;

b. Lei n° 6.880. de 9 de dezembro de 1980 - Estatuto dos Militares;

c. Medida Provisória n° 2.215-10. de 31 de agosto de 2001 - Reestrutura a


remuneração dos militares das Forças Armadas;

d. Lei n° 7.963. de 21 de dezembro de 1989 - Concede compensação pecuniária, a


título de benefício, ao militar temporário das Forças Armadas, por ocasião, de seu licenciamento;

e. Lei n° 13.954. de 16 de dezembro de 2019 - Dispõe sobre a reestruturação da


carreira militar e sobre o Sistema de Proteção Social dos Militares;

f. Decreto n° 99.425. de 30 de julho de 1990 - Regulamenta a Lei n° 7.963, de 21


de dezembro de 1989. que concede compensação pecuniária, a titulo de beneficio, ao militar
temporário das Forcas Armadas, por ocasião de seu licenciamento;

g. Decreto n° 4.307. de 18 de julho de 2002 - Regulamenta a MP 2.215-10, de 2001;

h. Decreto n° 5.751, de 2006 - Aprova a Estrutura Regimental do C o m a n d o do


Exército;

i. Portaria n° 816-Cmt Ex. de 19 de dezembro de 2003 - Aprova o Regulamento


Interno dos Serviços Gerais - (RISG);

j. Portaria n° 156-Cmt Ex. de 18 de março de 2013 - Aprova as Instruções Gerais


sobre as Assessorias de Apoio para Assuntos Jurídicos no Âmbito do Exército (EB 10-IG-
09.002);

(Nota Técnica n° 0 1 2 / A S S E l / S S E F / S E F - N U P 6 4 6 8 9 . 0 0 4 0 3 3 / 2 0 2 0 -
k. Portaria n° 457-Cmt Ex. de 6 de maio de 2020 - Aprova o Regulamento da
Secretaria de Economia e Finanças (EB10-R-08.001): e

1. Portaria n° 046 - DGP. de 27 de março de 2012 - Trata da prestação do serviço


militar temporário.

4. R E L A T Ó R I O

a. Em 27 MAR 20, a 2 a Cia Fron encaminhou o DIEx n° 624-S1 /2 a Cia Fron à 9 a


Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (9 a ICFEx) indagando sobre a possibilidade
de pagamento da compensação pecuniária ao Sd EP R A M Ã O ALEX S A N A B R I A PACHECO,
militar que sofreu acidente fora do serviço, com parecer incapaz B2, e que foi licenciado ex
officio, por término de prorrogação de tempo de serviço.

b. Nesse sentido, informou que o militar foi licenciado com parecer INCAPAZ
B2, e sua incapacidade está enquadrada no inciso VI do Art. 108 da Lei n° 6.880, de 9 DEZ
1980. podendo exercer atividades laborativas civis, e ficando na situação de E N C O S T A D O ,
unicamente para fins de tratamento de saúde.

c. O assunto foi analisado pela 9 a ICFEx, nos termos dos DIEx n° 213-S1 e n°
214-S1, ambos de 20 M A I O 20. tendo a Inspetoria se manifestado favoravelmente à concessão
do benefício.

5. A P R E C I A Ç A O

a. Preliminarmente, há que se observar que a competência desta Secretaria para a


análise da questão trazida a lume decorre do previsto no art. 16 da Estrutura Regimental do
Comando do Exército, aprovada pelo Decreto n° 5.751, de 2006, com redação dada pelo Decreto
n° 7.299. de 2010:

"Art. 16. À Secretaria de Economia e Finanças compete:

I - superintender e realizar as atividades de planejamento, acompanhamento e execução


orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer
natureza alocados ao Comando do Exército;

II - efetuar o pagamento do pessoal do Comando do Exército;

III - integrar, como órgão complementar, o Sistema de Planejamento Administrativo do


Exército:

IV - administrar o Fundo do Exército; e

V - orientar e coordenar as atividades de registro patrimonial do Comando do Exército."

b. Seguindo essa premissa, observa-se o inciso II do art. 8 o do Regulamento da


SEF (EB10-R-08.001). aprovado pela Portaria n° 457-Cmt Ex. de 2020:

"Art. 7o À Assessoria 1 compete: (...)

II - emitir parecer sobre direitos relativos à estrutura remuneratória no âmbito do


Exército;

(Nota Técnica n° 012/ASSE1/SSEF/SEF - NUP 64689.004033/2020-71


Ill - analisar e propor respostas às consultas no âmbito de competências da SEF, sob o
aspecto jurídico;"

c. Portanto, uma vez que à SEF incumbe pronunciar-se acerca de direitos relativos
à estrutura remuneratória no âmbito do Exército e também analisar consultas acerca de matérias
relativas ao pagamento do pessoal do Comando do Exército, conclui-se pela competência deste
Órgão de Direção Setorial para análise da questão em pauta.

d. No que diz respeito ao mérito vê-se que a compensação pecuniária é o


benefício devido ao militar temporário excluído do serviço ativo das Forças Armadas por meio
de licenciamento, no gênero ex officio e na modalidade término de prorrogação de tempo de
serviço.

e. É o que se extrai da Lei n° 7.963. de 1989: "Art. 1° O oficial ou a praça,


licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou
à graduação, na data de pagamento da referida compensação. § 1" Para efeito de apuração dos
anos de efetivo serviço. a fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será
considerada um ano. § 2" O beneficio desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
obrigatório." (grifos nossos)

f. Já a Portaria n° 046 - DGP, de 27 de março de 2012. que trata da prestação do


serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, conforme se verifica a seguir "Art. 149. As
prorrogações de tempo de serviço têm caráter voluntário e visam a atender ao interesse do
Exército, possuindo as seguintes denominações: I - engajamento é a primeira prorrogação de
tempo de serviço militar do Cb/Sd; II - reengajamentos são as prorrogações de tempo de serviço
militar do Cb/Sd. após o engajamento; e III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade
de tempo de serviço do Of Tmpr e Sgt Tmpr.

g. (3 ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do


serviço ativo, previsto no art 94 da Lei 6.880. de 1980. O licenciamento é uma das espécies de
exclusão, portanto, tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente, obstar a
prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao final do tempo a que se obrigou o
militar, ou antes, por conveniência do serviço. A norma, em seu art. 121 da Lei 6.880/80: dispõe
que "O licenciamento do serviço ativo se efetua: II ex officio (...). § 3" O licenciamento ex officio
será feito na forma da legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de
cada Força Armada: a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio

h. A Portaria n° 749-Cmt Ex, de 17 de setembro de 2012, alterou dispositivos do


Regulamento Interno dos Serviços Gerais - (RISG). aprovado pela Portaria n° 816-Cmt Ex, de 19
de dezembro de2003, para o efeito de conferir ao art. 430 desse diploma a seguinte redação: "À
praça temporária, que não estiver prestando o serviço militar inicial.considerada incapaz
temporariamente para o serviço do Exército (incapaz BI ou incapaz B2) aplicam-se as seguintes
disposições: II - se a se a causa da incapacidade temporária estiver enquadrada na hipótese
elencada no inciso VI do art. 108 da Lei n" 6.880. de 1980. será licenciada ex officio, por
conveniência do serviço ou por término do tempo de serviço militar a que se obrigou (término
de engajamento, reengajamento ou prorrogação de tempo de serviço).

i. De acordo com a memória da 2a Cia Fron, o Sd SANABRIA durante a


prorrogação do seu tempo de serviço em tela. sofreu acidente. A sindicância instaurada para
apurar o fato concluiu que não foi o caso de acidente em serviço. Posteriormente, foi submetido
a Inspeção de saúde, cuja AIS n° 20086/20. de 20 de fevereiro de 2' )20. com a finalidade d

(Nota Técnica n° 012/ASSE1/SSEF/SEF - N U P 64689.004033/2020-71


término de incapacidade temporária, enquadrada no VI do art. 108 da Lei 6.880, de 9 de
dezembro de 1980, atestou que não houve relação causa e efeito do seu acidente com o serviço.
Em decorrência disso, o militar foi licenciado conforme o previsto no o inciso II. do parágrafo
2 o , do art. 430, da Portaria n° 749-Cmt Ex, de 1 7 de setembro de 2012, vale dizer, por término de
prorrogação de tempo de serviço, ficando na situação de E N C O S T A D O , unicamente para fins de
tratamento de saúde.

j. O entendimento da SEF, contido no DIEx n° 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV


18. é no sentido de ao caso ser empregada a interpretação ex vi legis, ou seja, nos estritos limites
da legalidade, à luz do art. I o da Lei n° 7.963, de 21 de dezembro de 1989. antes transcrito: " O
dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de licenciamento ex officio,
apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o
recebimento da verba em questão " (destaque inexistente no original)

k. Ainda sobre o assunto. Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do


Ofício n° 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, corrobora que o deferimento do direito em tela somente é
permitido quando o militar temporário for excluído do serviço ativo na modalidade
licenciamento, no tipo ex-officio, e na hipótese término de tempo de serviço, a teor do art. 121, §
3 o alínea a do Estatuto dos Militares-Lei 6880. de 1980.

1. Noutro giro verbal, verifica-se que o militar tivera seu tempo de serviço
prorrogado por doze meses, a contar de 01 MAR 19. e que seu licenciamento se deu exatamente
em 29 FEV 20. vale dizer, ao término do período a que se obrigou. Dessa forma, também por ter
cumprido de modo completo o interregno de 12 meses a que se comprometera, o militar fará j u s
à compensação pecuniária, conforme reiterados entendimentos nesse sentido (v. DIEx n° 93-
ASSE1 /SSEF/SEF. de 16 de abril de 2019)

6. C O N C L U S Ã O

Isso posto, é de se afirmar que o Sd EP R A M Ã O ALEX S A N A B R I A


PACHECO, da 2 a Cia Fron. faz jus à compensação pecuniária de que trata a Lei n° 7.963, de
1989, por ter sido licenciado ex officio na modalidade término de prorrogação de tempo de
serviço, ainda que permaneça encostado para tratamento de saúde.

É o Parecer.

GUSTAVO CASTRO'ARAUJO - A l a j Q C O ^ D i r
Chefe da /ísse Ap As Jura/SEF

7. D E C I S Ã O

1. Concordo com o Parecer.


2. Encaminhe-se à 9 a ICFEx.

S DE A N D R A D E
Economia e Finanças

" I N T E N D Ê N C I A : S O L D A D O DO A C A N T O , UM S É C U L O DE E X C E L Ê N C I A NA
LOGÍSTICA MILITAR T E R R E S T R E "

(Nota Técnica n° 012/ASSEI/SSEF/SEF - N U P 64689.004033/2020-71 4/4)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 158-ASSE1/SSEF/SEF - CIRCULAR


EB: 64689.003990/2020-81

Brasília, DF, 15 de junho de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 11ª
Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 12ª Inspetoria de
Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 1ª Inspetoria de Contabilidade e
Finanças do Exército, Chefe da 2ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército,
Chefe da 3ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 4ª Inspetoria
de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 5ª Inspetoria de Contabilidade e
Finanças do Exército, Chefe da 6ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército,
Chefe da 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 8ª Inspetoria
de Contabilidade e Finanças do Exército, Chefe da 9ª Inspetoria de Contabilidade e
Finanças do Exército
Assunto: supressão dos adicionais ocupacionais em desfavor de servidores e empregados
públicos em trabalho remoto - Parecer da AGU
Anexo: Supressão.Adicionais

1. Versa o presente expediente acerca da supressão dos adicionais ocupacionais em


desfavor dos servidores e empregados públicos que estejam em trabalho remoto.

2. Em 21 ABR 20, o Departamento de Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos


da Consultoria-Geral da União exarou o Parecer nº 00038/2020/DECOR/CGU/AGU, acerca da
legalidade do art. 5º da Instrução Normativa nº 28, de 25 MAR 20.

3. Tal dispositivo previa a possibilidade de supressão de adicionais ocupacionais de


insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por atividades com raios-x ou
substâncias radioativas em desfavor de servidores ou empregados públicos que se encontrem em
trabalho remoto ou que estejam afastados de suas atividades.

4. O referido opinativo foi aprovado pelo Advogado-Geral da União nos termos do


Despacho nº 220, de 27 ABR 20, que assim fixou a interpretação da matéria a ser
uniformemente seguida pelos órgãos e entidades da Administração Federal, a teor do inciso X do
art. 4º da Lei Complementar nº 73, de 1993.

(DIEx nº 158-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de junho de 2020 - EB 64689.003990/2020-81 ...... 1/


2)
5. O tema foi encaminhado à Consultoria Jurídica Adjunta ao Comando do Exército,
que por sua vez exarou a Cota nº 303/2020/CONJUR-EB/CGU/AGU, em 14 MAIO 20,
ressaltando a necessidade de remessa do assunto ao Departamento-Geral do Pessoal, para ciência
e eventuais providências relacionadas aos servidores que estejam executando suas atividades
remotamente ou que esteja afastados de sua atividades presenciais e estejam percebendo os
adicionais acima citados.

6. Nesse aspecto, a documentação pertinente foi remetida à Assessoria 2 do Gabinete


do Comandante doo Exército, para conhecimento, o que restou feito pelo DIEx nº
1471-CONJUR-EB/GabCmtEx, de 18 MAIO 20. Aquele OADI, em consequência, encaminhou
o tema ao DGP, conforme sugerido e também a esta Secretaria, para conhecimento e
providências decorrentes, a teor do DIEx nº 461-A2.3/A2/GabCmtEx - CIRCULAR, de 5 JUN
20.

7. Em vista do exposto, encaminho a presente documentação a essa Inspetoria, para


conhecimento e difusão às Unidades Gestoras Vinculadas, ressaltando que expediente de igual
teor foi remetido ao CPEx e ao CCIEx, para conhecimento.

8. Finalmente, por se tratar de tema de competência do Departamento Geral do


Pessoal, ressalto que caberá àquele Departamento a emissão de eventuais orientações quanto à
aplicabilidade concreta das orientações da AGU.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"INTENDÊNCIA: SOLDADO DO ACANTO, UM SÉCULO DE EXCELÊNCIA NA


LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE"

(DIEx nº 158-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de junho de 2020 - EB 64689.003990/2020-81 ...... 2/


2)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 183-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.004457/2020-36

Brasília, DF, 1º de julho de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária - termo inicial para atualização de valores referentes a
devolução por militares reintegrados
Referência: DIEx nº 1325-S1/10ICFEx, de 8 JUN 20

1. Em atenção ao documento constante da referência, que trata do envio da Memória


nº 005-S1/10ICFEx a respeito do termo inicial para atualização de valores referentes a devolução
da compensação pecuniária, a que alude a Lei nº 7.963, de 1989, por militares reintegrados à
Força, informo que este Órgão de Direção Setorial manifesta concordância com a conclusão
exposta por essa Setorial.

2. Informo, ainda, que, por se tratar de simples medida de recomposição do valor da


moeda, bem como, havendo boa-fé por parte do administrado, a dívida será atualizada
monetariamente com base na variação do IPCA, não havendo incidência de juros.

3. Nesse sentido, a quantia a ser ressarcida por oficiais e praças temporários


reintegrados, por decisão judicial, deve ser atualizada a contar da data em que passou a ser
exigível, qual seja, a data em que ocorreu a reintegração do militar.

4. Isso posto, encaminho as presentes informações a essa Inspetoria, para


conhecimento e difusão às unidades gestoras vinculadas.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"INTENDÊNCIA: SOLDADO DO ACANTO, UM SÉCULO DE EXCELÊNCIA NA


LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE"
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 418-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.009094/2020-25

Brasília, DF, 14 de dezembro de 2020.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 11ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária - RAFAEL DE OLIVEIRA BARRETO
Referência: DIEx nº 308-S1/11ªICFEx, de 28 OUT 20

1. Versa o presente expediente acerca de Compensação Pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida a lume:
a. Trata-se de consulta formulada pelo 3º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado a essa
Inspetoria, atinente à possibilidade de pagamento de Compensação Pecuniária e Indenização de
Férias a militar temporário, que sofreu acidente em serviço, pleiteou reforma via
judiciário, obtendo antecipação e tutela, e que foi licenciado por determinação judicial;
b. A UG consulente traz os principais marcos temporais acerca do 1º Ten RAFAEL
DE OLIVEIRA BARRETO:
- 3 DEZ 05: foi declarado Aspirante a Oficial R/2, pelo CPOR/RJ;
- 9 JUL 07: foi excluído por término de prorrogação de tempo de serviço;
- 28 FEV 08: convocado para o Estágio de Instrução Complementar no 3º Esq C Mec;
- 22 SET 11; sofreu um acidente em serviço durante a realização de uma instrução;
- 28 FEV 13: passou à condição de adido;
- 8 AGO 13: passou à situação de agregado;
- 16 DEZ 14: ingressou com ação judicial pleiteando sua reintegração, tratamento de
saúde, reparação de danos e reforma;
- 22 ABR 15: solicitou reforma pela via administrativa;
- 27 SET 17: obteve antecipação de tutela, sendo reintegrado na situação de adido,
para fins de tratamento de saúde, com percepção de soldo e vantagens remuneratórias;
- 18 DEZ 19: pedido de reforma e demais pleitos foram negados pela justiça;
- 28 ABR 20: negativa do pedido de reforma pela via administrativa;
- 23 JUN 20: transcrição em BI da negativa do pleito judicial;

(DIEx nº 418-ASSE1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2020 - EB 64689.009094/2020-25 ...... 1


/3)
- 23 JUN 20: licenciado por determinação judicial; e
- 2 JUL 20: solicitou o pagamento de compensação pecuniária relativa ao período em
que esteve nas fileiras do Exército;
c. A OM foi de parecer de que o militar não faz jus à Compensação Pecuniária em
virtude de seu licenciamento ter ocorrido por decisão judicial, mas que lhe é devido o pagamento
dos adicionais de férias referentes ao período de 2013 a 2017, bem como suas respectivas
indenizações; e
d. Instada a se posicionar, essa setorial acompanhou o entendimento da UG
consulente e remeteu consulta a esta Secretaria, para ratificar ou retificar o parecer exarado.

3. A fim de esclarecer a questão, é preciso verificar o que rezam as normas de


regência sobre o assunto:
a. A compensação pecuniária é o benefício devido ao militar temporário excluído do
serviço ativo das Forças Armadas por meio de licenciamento, no gênero ex officio e na
modalidade término de prorrogação de tempo de serviço;
b. É o que se extrai da Lei nº 7.963, de 1989:
"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto
ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.
c. Já a Portaria nº 046 - DGP, de 27 de março de 2012, que trata da prestação do
serviço militar temporário, informa que a prorrogação do tempo de serviço é a continuidade do
tempo de serviço e possui duração de 12 meses, bem como que um dos tipos de licenciamento ex
officio seria por decisão judicial, conforme se verifica a seguir:
Art. 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter voluntário e
visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as seguintes denominações:
I - engajamento é a primeira prorrogação de tempo de serviço militar do
Cb/Sd;
II - reengajamentos são as prorrogações de tempo de serviço militar do
Cb/Sd, após o engajamento; e
III - prorrogação de tempo de serviço é a continuidade de tempo de serviço
do Of Tmpr e Sgt Tmpr.
(...)
Art. 169. O licenciamento ex officio ocorre por:
VIII - decisão judicial;
d. O ato que impõe o término do vínculo com a instituição militar é a exclusão do
serviço ativo, previsto no Art. 94 da Lei nº 6.880/80. O licenciamento é uma das espécies de
exclusão, portanto, tem o condão de interromper o serviço militar, consequentemente, obstar a
prorrogação do tempo de serviço. A interrupção pode se dar ao final do tempo a que se obrigou o
militar, ou antes, por conveniência do serviço. A norma, em seu Art. 121 da Lei nº 6.880/80:
dispõe que:
“O licenciamento do serviço ativo se efetua:
II ex officio (...).
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que trata
do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio”;

(DIEx nº 418-ASSE1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2020 - EB 64689.009094/2020-25 ...... 2


/3)
e. Esta Secretaria se manifestou sobre o tema por meio do DIEx nº
36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 FEV 18, no sentido da interpretação literal em relação ao pagamento
da compensação pecuniária, em observância ao princípio da estrita legalidade administrativa, à
luz do que traz o art. 1º da n° 7.963, de 21 de dezembro de 1989, estabelecendo que “O
dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de licenciamento ex officio,
apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o
recebimento da verba em questão.”
f. No que tange à percepção tanto dos adicionais, quanto às indenizações referentes
aos períodos de férias regulamentares não usufruídos, o entendimento consolidado neste ODS é
no sentido de que o militar reintegrado, mesmo não cumprindo expediente faz jus a direitos
remuneratórios como se em plena atividade estivesse, especialmente nos casos em que o
magistrado oficiante, ao deferir a reintegração, alude a “remuneração” ou a “vencimentos". Com
efeito, o fato de o militar reintegrado não cumprir expediente não pode servir de escusa para que
se lhe retire parcela pecuniária que integra a estrutura remuneratória a que faz jus. Do contrário,
o reintegrado que não cumpre expediente sequer precisaria receber remuneração, eis que não
trabalha efetivamente; e
g. Assim sendo, uma vez que o adicional de férias integra o conceito de remuneração,
necessário se torna o saque respectivo em favor do militar reintegrado, mesmo que não cumpra
expediente, uma vez que complete o período aquisitivo. Nesse sentido, vide os recentes DIEx nº
371-Asse1/SSEF/SEF, de 14 DEZ 17, DIEx nº 405-Asse1/SSEF/SEF, de 21 DEZ 17 e DIEx nº
152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:


a. O 1º Ten RAFAEL DE OLIVEIRA BARRETO não faz jus ao pagamento das
verbas atinentes à compensação pecuniária, haja vista que o mesmo não fora licenciado,
conforme estipula a norma de regência do tema, por término de prorrogação de tempo de
serviço; e
b. No que tange às férias, melhor sorte assiste ao interessado, uma vez que conforme
entendimentos já emanados pela SEF o requerente faz jus tanto aos adicionais, quanto às
indenizações de férias regulamentares não usufruídos, referentes ao período em que passou
reintegrado.

5. Nesses termos, encaminho as presentes informações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div AIRES DE MELO JUREMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"INTENDÊNCIA: SOLDADO DO ACANTO, UM SÉCULO DE EXCELÊNCIA NA


LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE"

(DIEx nº 418-ASSE1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2020 - EB 64689.009094/2020-25 ...... 3


/3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 9-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.011130/2019-87

Brasília, DF, 23 de janeiro de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 12ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: pagamento de compensação pecuniária para tempo de efetivo serviço inferior a 01
(um) ano - (16ª Bda Inf Sl)
Referência: DIEx nº 62-S1-12ª ICFEx, de 15 JAN 19

1.Expediente versando sobre pagamento de compensação pecuniária a militar


licenciada ex-officio, por término de tempo de serviço.

2. Em linhas gerais, nota-se que, conforme informações contidas no BI nº 221, de 03


de dezembro de 2018, e na Memória para a Decisão s/n, ambos anexos do DIEx nº
471-SPP/AjG/Base Adm, que a 2° Ten LAIANA DA SILVA MIRALHA - Oficial Médica
Temporária -, após ter obtido a redução do Tempo de Serviço Militar Inicial a que se obrigou,
foi excluída das fileiras do Exército na modalidade licenciamento, no tipo ex-officio, na espécie
término de prorrogação de tempo de serviço, a contar de 30 de novembro de 2018, computando
10 (dez) meses e 03 (três) dias, como tempo total de serviço.

3. A dúvida, objeto da consulta a esta Secretaria, está relacionada ao tempo mínimo


para o recebimento da referida pecúnia, em razão da militar ter cumprido menos de um ano de
efetivo serviço, em que pese a previsão quanto ao fracionamento, conforme o previsto no §1°, do
art. 1°, da Lei 7.963, de 1989.

4. Após a análise legalista, essa Setorial Contábil entendeu que a 2º Ten LAIANA DA
SILVA MIRALHA, por ter sido licenciada ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço, estaria amparada pelo previsto no caput e no §1° da Lei 7.963/89, fazendo jus a 01
(uma) remuneração mensal a título de compensação pecuniária.

5. Sobre o assunto, cabe salientar, objetivamente, que se encontra pacificada no


âmbito desta Secretaria a orientação de que a compensação pecuniária prevista no art. 1º da Lei
nº 7.963, de 1989, é devida apenas e tão-somente na hipótese de exclusão do serviço ativo na
modalidade licenciamento, do tipo ex-officio, na espécie término de prorrogação de tempo de
serviço, coincidindo, pois, com o disposto na alínea a do §3° do art. 121 do Estatuto dos
Militares (Lei n° 6.880, de 09 DEZ 1980).

(DIEx nº 9-ASSE1/SSEF/SEF, de 23 de janeiro de 2019 - EB 64689.011130/2019-87 ...... 1/2)


6. Pelo que se denota no caso concreto a referida militar se enquadra na possibilidade
de recebimento de 01 (uma) remuneração mensal a título de compensação pecuniária,
considerando que foi licenciada ex-officio por término de prorrogação de tempo de serviço
militar e no quesito tempo mínimo esta devidamente amparada no §1°do Art. 1° da Lei
7.963, de 1989, que assim estabelece:
“Art. 1° O oficial ou praça, licenciado ex-officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1
(uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado tomando-se
como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação.
§1° Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração de
tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerado um ano.”

7. Diante do exposto, esta Secretaria ratifica o entendimento dessa Setorial Contábil,


no sentido de que a 2º Ten LAIANA DA SILVA MIRALHA faz jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal, pois para efeito de apuração dos anos de efetivo
serviço, a fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias será considerada
como um ano.

8. Nesses termos, encaminho as presentes informações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Bda JOÃO ALBERTO REDONDO SANTANA


Rsp p/ Expt do Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 9-ASSE1/SSEF/SEF, de 23 de janeiro de 2019 - EB 64689.011130/2019-87 ...... 2/2)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 54-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.012281/2019-52

URGENTÍSSIMO
Brasília, DF, 13 de março de 2019.

Do Secretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Departamento de Engenharia e Construção
Assunto: compensação pecuniária e danos ao erário
Referência: DIEx nº 26-A6-DEC, de 11 MAR 19

1. Expediente versando sobre possibilidade de se abater da compensação pecuniária


de que trata a Lei nº 7.963, de 1989, valores atinentes a danos ao erário.

2. A respeito do assunto, esta Secretaria passa a expor o seguinte:

a. A compensação pecuniária prevista na citada Lei nº 7.963, de 1989, consiste no


pagamento em favor de militares temporários licenciados ex-officio, por término de prorrogação
de tempo de serviço, equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

b. Conforme atesta farta jurisprudência (v. STJ, Recurso Especial nº 1107991), a


compensação pecuniária apresenta natureza indenizatória, eis que se destina a contrapor a perda
financeira advinda do desligamento do serviço ativo. Como fator de recomposição que é, não
representando disponibilidade econômica, a compensação pecuniária é inalcançável por
eventuais deveres do beneficiário junto ao ente público.

c. Esta Secretaria manifestou-se nesse sentido quando indagada sobre a possibilidade


de abaterem-se, da compensação pecuniária a ser paga a militar temporário, valores devidos a
título e dívidas para como o Fundo de Saúde do Exército. Com efeito, nos termos do DIEx nº
64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018, este ODS apontou que tal desconto seria
juridicamente incabível, por inexistir previsão legal para tanto, repetindo, aliás, orientação
exarada em 06 out 06, contida no Of nº 198-Asse Jur-06 (A1/SEF).

d. O caso trazido a lume por esse Departamento alude a danos oriundos de


pagamentos indevidos a título de adicional de habilitação, não correspondendo, portanto, a

(DIEx nº 54-ASSE1/SSEF/SEF, de 13 de março de 2019 - EB 64689.012281/2019-52 ...... 1/2


)
dívidas para com o FUSEx. Todavia, o raciocínio é o mesmo: valores devidos por militares à
Administração Castrense, ainda que confirmados à luz do devido processo legal, não devem ser
descontados da compensação pecuniária, em face da natureza distinta de tal instituto.

e. Na realidade, no que tange à cobrança de débitos de responsabilidade de militares


licenciados, ou em vias de licenciamento, há que se observar as Normas para a Apuração de
Irregularidades Administrativas (EB10-N-13.007), aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de
04 OUT 17. Na espécie, pois, o dano há de ser apurado mediante sindicância, delimitando-se a
responsabilidade, quantificando-se o dano e, por fim, notificando-se o responsável para recolher
os valores pertinentes aos cofres públicos mediante Guia de Recolhimento da União (GRU).

f. Diante da possível falta de pagamento, o processo respectivo deverá ser


encaminhado ao órgão competente da Procuradoria-Geral da União (PGU), por intermédio da
Região Militar a que a unidade gestora se encontrar vinculada, para fins de ajuizamento de ação
de cobrança, independentemente do valor devido, conforme prevê o art. 33, § 5º, das aludidas
EB10-N-13.007.

3. Nesses termos, encaminho a V Exa as considerações acima, para conhecimento e


adoção de providências julgadas cabíveis. Informo, por oportuno, que eventuais dúvidas
remanescentes, acerca dos procedimentos específicos para recomposição do erário, poderão ser
analisadas com maior profundidade se remetidas ao Centro de Controle Interno do Exército,
acompanhada da documentação completa atinente ao caso concreto.

Gen Ex MARCOS ANTONIO AMARO DOS SANTOS


Secretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 54-ASSE1/SSEF/SEF, de 13 de março de 2019 - EB 64689.012281/2019-52 ...... 2/2


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 93-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.013253/2019-52

Brasília, DF, 16 de abril de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 6ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 38-S1-6ª ICFEx, de 13 FEV 19

1. Expediente versando acerca de compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida a lume.

a. Em 3 DEZ 18, o 1º Ten ODT GILBERTH TADEU DOS SANTOS ACIOLE,


servindo na 1ª Companhia de Infantaria (1ª Cia Inf), tomou posse em cargo público na Prefeitura
Municipal de Aracaju, SE, fruto de sua aprovação em concurso público daquele ente federativo.

b. Em 4 DEZ 18, o Cmdo da 1ª Cia Inf, observando que o militar em tela já ocupava
cargo público na Prefeitura Municipal de Lagarto, SE, ainda que dele licenciado, instaurou
sindicância a fim de apurar a legalidade quanto à assunção do cargo em Aracaju, SE. Durante as
apurações, o sindicante elaborou a Memória para Decisão nº 001/2018-Sind, apontando a
existência de posicionamentos divergentes acerca dessa possibilidade, por parte do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF1), pelo deferimento em situação análoga, e pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), pelo indeferimento. Em face da controvérsia, solicitou o
pronunciamento dessa ICFEx, nos termos do DIEx nº 1775-CMDO, de 26 DEZ 18.

c. Analisando o assunto, essa Setorial elaborou a Memória para Decisão nº 2, de 16


JAN 19, entendendo que o militar deveria optar pela manutenção de apenas dois dos cargos
públicos considerados, à luz do art. 37, XVI, c, da Constituição Federal, não havendo respaldo
para assunção do terceiro cargo público ainda que estivesse licenciado do segundo cargo.
Demais disso, não haveria, a princípio, como conciliar os horários. A Memória em tela foi
encaminhada a esta Secretaria pelo DIEx nº 14-S1/6ª ICFEx, de 17 JAN 19.

d. Este Órgão de Direção Setorial, ao examinar a questão, concordou com essa


Setorial, nos termos do nº 19-ASSE1/SSEF/SEF, de 28 JAN 19, no sentido de que a
Constituição Federal somente permitiria a acumulação de dois cargos públicos nos estritos
termos do inciso XVI de seu art. 37, desde que houvesse compatibilidade de horários. Dessa
forma, o militar deveria optar por somente dois dos cargos públicos considerados, não havendo
possibilidade para que assumisse o terceiro cargo mesmo encontrando-se em gozo de licença em
relação ao segundo deles.

(DIEx nº 93-ASSE1/SSEF/SEF, de 16 de abril de 2019 - EB 64689.013253/2019-52 ...... 1/4)


e. Em 31 JAN 19, antes que a autoridade solucionasse a sindicância instaurada, o
militar em tela foi licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço. Tal fato,
em tese, fundamentaria o pagamento da compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de 21
DEZ 1989, em seu favor. Contudo, segundo o Cmt da OM, a solução do procedimento
apuratório poderia levar à alteração da modalidade de licenciamento – de término de
prorrogação de tempo de serviço, para posse em cargo público estranho à Força, ocorrido em 3
DEZ 18 – inviabilizando, assim, o saque do benefício. Nesse aspecto, os valores recebidos pelo
militar, a partir dessa data, seriam considerados ilegais, traduzindo-se em dano ao erário,
passíveis de restituição.

f. Com efeito, nos termos da Memória para Decisão nº 02/2019, a 1ª Cia Inf levantou
três linhas interpretativas em relação à situação ora analisada: a primeira, no sentido de que,
conforme orientação do Gab Cmt Ex, o militar deveria ser licenciado a contar da data da posse
no terceiro cargo, inviabilizando o pagamento da compensação pecuniária; a segunda, no sentido
de que o militar, por ter cumprido o tempo de serviço a que se obrigou, teria, sim, direito ao
saque do benefício; e a terceira, no sentido que o militar teria direito à compensação em tela
porque não poderia ser penalizado pela demora da Administração em solucionar as controvérsias
surgidas. Ao final, à luz da legislação sobre o tema, posicionou-se conforme a primeira linha
sugerida, ou seja, pela impossibilidade de pagamento do benefício.

g. A referida Memória foi submetida à apreciação dessa ICFEx pelo DIEx nº


192-CMDO, de 4 FEV 19. Essa Setorial, em consequência, elaborou a Memória para Decisão nº
3, de 11 FEV 19. entendendo que, de fato, o licenciamento por término de prorrogação de tempo
de serviço deveria ser anulado, conforme o art. 53 da Lei nº 9.784, de 1999, passando a se
considerar, como razão do desligamento do serviço ativo, a posse em cargo público ocorrida em
3 DEZ 18. Dessa forma, não haveria o que se falar em pagamento de compensação pecuniária.
Quanto aos valores remuneratórios recebidos posteriormente à assunção do terceiro cargo,
destacou essa ICFEx que não se poderia exigi-los em ressarcimento por ostentarem natureza
alimentar, conforme orientação desta Secretaria contida no DIEx nº 54-ASSE1/SSEF/SEF, de 16
FEV 17.

h. Por fim, o assunto foi trazido a exame pelo DIEx nº 38-S1/6ª ICFEx, de 13 FEV 19.

3. A demanda deve ser analisada de acordo com a legislação de regência.

a. A compensação pecuniária é, em linhas gerais, o benefício concedido ao militar,


oficial ou praça, em decorrência de seu licenciamento. Para que faça jus a essa verba, essencial
se faz a observância de algumas condições pré-estabelecidas em lei. Nesse sentido, o art. 1º da
Lei n° 7.963, de 21 DEZ 1989:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto
ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

b. O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de


licenciamento ex officio, apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de
serviço autorizará o recebimento da verba em questão. Para melhor compreender dessa assertiva,
trazem-se a lume os arts. 121 e 122 do Estatuto dos Militares (E1-80) – Lei nº 6.880, de 9 DEZ
1980:

(DIEx nº 93-ASSE1/SSEF/SEF, de 16 de abril de 2019 - EB 64689.013253/2019-52 ...... 2/4)


Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I - a pedido; e
II - ex officio
(...)
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que
trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.
(...)
Art. 122. O Guarda-Marinha, o Aspirante-a-Oficial e as demais praças
empossados em cargos ou emprego público permanente, estranho à sua carreira,
serão imediatamente, mediante licenciamento ex officio, transferidos para a
reserva não remunerada, com as obrigações estabelecidas na legislação do serviço
militar.

c. Nessa senda, apenas os licenciamentos realizados conforme a alínea a do art. 121


do E1-80 é que levarão ao saque da compensação pecuniária. Outras modalidades, como as
previstas nas alíneas b e c do mesmo dispositivo, assim como aquela constante do caput do art.
122, não permitem o pagamento do benefício.

d. Trata-se de aplicação do princípio da estrita legalidade administrativa,


entendimento corroborado pelo Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do Ofício nº
021-A2.2.6, de 16 JAN 12, nos termos do Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12.
“o deferimento do direito em tela somente é permitido quando o militar
temporário for excluído do serviço ativo na modalidade licenciamento, no tipo ex
officio, e na hipótese término de tempo de serviço, a teor do art. 121, § 3° alínea a
do Estatuto dos Militares-Lei 6880, de 1980). Modalidades outras de exclusão do
serviço ativo como a desincorporação, p. ex, ou hipóteses diversas de
licenciamento, ainda que ex officio, como a aprovação em concurso público, não
ensejam o pagamento do benefício.”

e. Diante desse contexto, em tese, o 1º Ten ODT GILBERTH TADEU DOS SANTOS
ACIOLE faria jus ao saque da compensação pecuniária, já que foi licenciado por término de
prorrogação de tempo de serviço em 31 JAN 19. A questão que se levanta é se fato posterior,
solucionando questão pendente, pode alterar essa modalidade de licenciamento.

f. Conforme consta do DIEx nº 19-Asse1/SSEF/SEF, de 2019, esta Secretaria opinou


que o então militar deveria optar entre dois dos cargos públicos considerados. Esse direito de
escolha, que deveria constar da solução da sindicância instaurada na OM, jamais foi apresentado
ao interessado tendo em vista a superação de seu prazo de permanência junto a esta Força
Singular. Em vista disso, pretende-se agora considerar que a assunção do terceiro cargo público
tornou ilícita sua permanência no Exército, razão pela qual deveria ser entendido como
licenciado das fileiras castrenses a contar da data da posse na Prefeitura Municipal de Aracaju,
SE, ou seja, desde 3 DEZ 18.

g. Com a devida vênia, trata-se de raciocínio equivocado na medida em que impõe ao


militar uma solução à sua revelia. Com efeito, a posse no terceiro cargo – Prefeitura de Aracaju,

(DIEx nº 93-ASSE1/SSEF/SEF, de 16 de abril de 2019 - EB 64689.013253/2019-52 ...... 3/4)


SE – jamais poderia levar, necessariamente, à quebra de vínculo com o Exército, ou melhor, ao
licenciamento do interessado à luz do art. 122 do E1-80. Em verdade, a assunção do terceiro
cargo poderia, em tese, conforme orientação da SEF, provocar o rompimento do vínculo com a
Prefeitura de Lagarto, SE, mantendo-se o vínculo com esta Força Singular.

h. Isso significa que ao impor ao interessado o licenciamento do Exército a contar da


data da posse no terceiro cargo – Prefeitura de Aracaju, SE – a Administração Militar termina
por substituí-lo em sua vontade, atuando em sentido oposto ao recomendado por este ODS, que
garantiu a ele o direito de optar.

i. Demais disso, qualquer sansão pecuniária ou, em um espectro mais amplo, qualquer
responsabilização administrativa, deveria advir do órgão em relação ao qual o vínculo funcional
se estabeleceu por último, ou seja, da Prefeitura de Aracaju, SE. Àquele ente da Administração
Pública é que caberia, em suma, apurar a vinculação prévia do interessado com outros órgãos
públicos e, eventualmente, proceder às sanções pertinentes. Nesse cenário, não pode o Exército,
além de substituir o interessado em seu direito de opção, atuar como órgão de controle
supra-administrativo, agindo acima das demais prefeituras municipais e impingindo sua própria
vontade ao ex-militar.

j. Seguindo essa linha de argumentação, não se pode olvidar que em momento algum
restou comprovada eventual má-fé por parte do interessado, que permaneceu servindo na 1ª Cia
Inf até a data de seu licenciamento, em 31 JAN 19. Atrelado a isso, o fato de ter cumprido
integralmente o período a que se obrigou junto à Administração Castrense, faz com que se
aperfeiçoe o direito à compensação pecuniária.

k. Portanto, não há amparo para que se altere a modalidade de licenciamento do


ex-militar interessado.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que o ex-1º Ten ODT GILBERTH TADEU
DOS SANTOS ACIOLE, da 1ª Cia Inf, faz jus à compensação pecuniária de que trata a Lei nº
7.963, de 1989, por ter sido licenciado ex officio na modalidade término de prorrogação de
tempo de serviço. Nesses termos, encaminho as presentes informações a essa Chefia, para
conhecimento e orientação à UG consulente.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 93-ASSE1/SSEF/SEF, de 16 de abril de 2019 - EB 64689.013253/2019-52 ...... 4/4)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 154-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.015812/2019-69

Brasília, DF, 15 de julho de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 4ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Militar reintegrado e posteriormente desligado
Referência: DIEx nº 266-1ª SEÇÃO/4ª ICFEX, de 28 JUN 19

1. Versa o presente expediente acerca de Militar reintegrado e posteriormente


desligado das fileiras do Exército Brasileiro.

2. Por intermédio do DIEx nº 266-1ª SEÇÃO/4ª ICFEx, de 28 de junho de 2019, esta


Secretaria foi instada a se manifestar acerca de militar reintegrado e posteriormente desligado
das fileiras do Exército Brasileiro.

3. Trata-se de consulta originária do Hospital Militar de Resende, Rio de Janeiro,


encaminhada a 4ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (4ª ICFEx), acerca dos
procedimentos administrativos a serem adotados em face de militares reintegrados e
subsequentemente desligados por decisão Judicial.

4. Identifica-se que as considerações da Memória nº 01 - SPP, de 10 de junho de


2019, foram analisadas e redirecionadas a essa ICFEx, que, por sua vez, nos termos do
documento citado na referência, solicitou o pronunciamento desta Secretaria acerca das matérias
inseridas nos respectivos âmbitos de competência.

5. A dúvida apresentada no DIEx de referência se refere ao adicional de férias,


indenização de remuneração de férias e compensação pecuniária devido ao ex-3º Sgt TT
ABÍLIO RODRIGUES JÚNIOR, que por decisão judicial provisória foi reintegrado e
posteriormente, com base na sentença, foi desligado do Exército Brasileiro, conforme se extrai
dos autos do Processo nº 0006866-53.2014.4.01.3400, com tramitação na 9ª Vara da Secção
Judiciária de Brasília e no Tribunal Regional da 1ª Região.

6. Em relação ao assunto, com base na documentação encaminhada em anexo, um


breve histórico a partir do ingresso do então 3º Sgt TT ABÍLIO RODRIGUES JÚNIOR no
Exército Brasileiro, vejamos:

(DIEx nº 154-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de julho de 2019 - EB 64689.015812/2019-69 ...... 1/4


)
a) O militar foi convocado como sargento técnico temporário, lotado no Centro de
Recuperação de Itatiaia/RJ, em 24 de fevereiro de 2012 (data de praça);
b) Em 8 maio de 2013, o militar sofreu acidente que foi caracterizado como "acidente
em serviço", ficando incapaz temporariamente, conforme BI nº 082 - CRI, de 9 de maio de 2013,
do Centro de Recuperação de Itatiaia. Na data do acidente, o militar não havia gozado as férias
referentes ao período aquisitivo de 24 de fevereiro de 2012 a 24 de fevereiro de 2013;
c) Em 13 de março de 2014, foi publicado no BI nº 049-CRI, do Centro de
Recuperação de Itatiaia, o término da incapacidade temporária do mencionado militar, e, em ato
contínuo, o seu licenciamento ex-officio por término de prorrogação de tempo de serviço;
d) Em 14 de março de 2014, um dia após o licenciamento, foi publicado o BI nº 050 -
CRI, do Centro de Recuperação de Itatiaia, referente à reintegração do militar em tela, por
decisão judicial da Juíza Federal Lana Lígia Galati, da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária do
Distrito Federal, nos autos do Processo nº 0006866-53.2014.4.01.3400, expedida em 24 de
fevereiro de 2014, conforme:
"Assim, DEFIRO o pedido de liminar para determinar que a ré proceda
à Agregação do Autor e o afastamento do cumprimento do expediente militar, com
o recebimento de tratamento médico de que necessita e dos respectivos vencimentos
, até decisão ulterior em sentido contrário." (grifo nosso)
e) Em 19 de novembro de 2018, em fase de sentença, por meio de decisão judicial
favorável à União, o Juiz Federal Substituto Rodrigo Aparente Paiva Bentemuller ratificou o ato
de licenciamento e julgou improcedente o pedido de reforma do militar, conforme ato publicado
no BARE nº 09-HMR, de 29 de março de 2019, do Hospital Militar de Resende.
7. Nota-se, na menciona Memória oriunda do Hospital Militar de Resende, que até o
momento da notificação, em 22 de março de 2018, da decisão judicial (favorável à União), por
intermédio do DIEX 1247-SeçDU/AsseAPAsJu/Cmdo 1ª RM, de 18 de março de 2019, o ajuste
de contas do militar, por parte da Seção de Pagamento de Pessoal (SPP), não foi realizado.

8. A mencionada Memória também informa que, após a publicação da decisão


favorável à União, a Seção de Pagamento de Pessoal (SPP) do referido Hospital, em ato
administrativo, incluiu o militar em cálculo 3, que determina bloqueio de saques e descontos
automáticos do militar.

9. Ainda, foi realizada a análise das fichas financeiras do militar no período de 2012 a
2019 com as seguintes conclusões:
a) que o militar faz jus aos adicionais de férias dos anos de 2012, 2013, 2014, 2015,
2016, 2017, bem como às respectivas indenizações de férias na integralidade;
b) faz jus ao adicional de férias e à indenização de remuneração de férias, na
proporção de 9/12, relativos ao período aquisitivo de 24 de fevereiro de 2018 a 19 de novembro
de 2019;
c) faz jus a 02 (duas) indenizações de compensação pecuniária, referente ao período
de 2012 a 2014, por ter sido reintegrado por decisão judicial em 14 de março de 2014;
d) deverá devolver aos cofres públicos, todos os vencimentos recebidos
indevidamente, após 19 de novembro de 2018, data da expedição da sentença favorável à União,
que corresponde aos meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2019, vencimentos integrais
do mês de dezembro de 2018 e 11 (onze) dias do mês de novembro de 2018.
10. O assunto deve ser analisado de acordo com os aspectos jurídicos incidentes.
a) Primeiramente, há que se apontar que compete a esta Secretaria de Economia e
Finanças emitir entendimentos sobre direitos remuneratórios no âmbito do Exército, conforme se
extrai do Regulamento da SEF (R-25), aprovado pela Portaria nº 015-Cmt Ex, de 16 JAN 04:

(DIEx nº 154-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de julho de 2019 - EB 64689.015812/2019-69 ...... 2/4


)
"Art. 5º À Assessoria 1 compete: (...)
II - emitir parecer sobre direitos relativos à estrutura remuneratória no
âmbito do Exército; (...)"
b) No que tange ao mérito, de fato, o entendimento deste ODS é no sentido de que o
militar reintegrado, mesmo não cumprindo expediente faz jus a direitos remuneratórios como se
em plena atividade estivesse, especialmente nos casos em que o magistrado oficiante, ao deferir
a reintegração, alude a “remuneração” ou a “direitos remuneratórios”.
c) A reintegração de militar por ordem judicial – mesmo liminar, isto é, provisória e
precária – leva à agregação, resultando no pagamento de todos os direitos remuneratórios (ou
seja, de todas as verbas previstas nos artigos 1º e 2º da MP 2.215-10, de 2001), a teor do art. 84
do E1-80, a não ser que haja menção expressa, por parte do juízo competente, em sentido
contrário.
d) A conclusão acima atinge tanto militares na situação de efetivo profissional, como
também aqueles do efetivo variável.
e) Nesse sentido, no que se refere ao adicional de férias, necessário se torna o saque
respectivo em favor do militar reintegrado, mesmo que não cumpra expediente.
f) É evidente que o direito constitucional às férias compreende não apenas o seu
efetivo gozo, mas também a conversão em pecúnia, excepcionalmente. Desta sorte, o militar
deverá receber a conversão em pecúnia das férias não gozadas dentro do período concessivo
correspondente, acrescidas por um terço da remuneração a título de adicional.
g) Para o caso concreto, esta Secretaria ratifica o entendimento da mencionada
Memória que descreveu como direito do militar os adicionais de férias dos anos 2012, 2013,
2014, 2015, 2016, 2017, bem como do adicional proporcional de 9/12, tendo o período
aquisitivo: 24 de fevereiro de 2018 a 19 de novembro de 2019. De igual forma, ratifica também
o entendimento quanto ao pagamento das indenizações de remuneração de férias.
h) No tocante à compensação pecuniária, esta se reveste de natureza indenizatória,
contemplando o militar temporário que, ao término da sua prorrogação do tempo de serviço, vem
a ser licenciado ex officio do serviço ativo – não sendo devida em relação ao tempo que foi
reintegrado por força de liminar, exceto se houver determinação judicial em sentido diverso.
i) No caso em tela, o ex-militar, tem direito, em tese, a 2 (duas) indenizações de
compensação pecuniária, referentes ao período passado como 3º Sgt TT até o seu licenciamento
ex officio, ocorrido em 13 de março de 2014, isso se o período de fevereiro de 2012 a fevereiro
de 2013 não for considerado como sendo período de prestação do serviço militar obrigatório,
conforme determina a Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, regulamentada pelo Decreto nº 99.245, de
30 JUL 1990, que prevê o seguinte:
"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto
ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.(...)
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
o b r i g a t ó r i o .
(...)"
j) Nesse sentido, à autoridade competente caberá confirmar quais as condições do
ex-3º Sgt TT em relação ao serviço militar obrigatório e ao período de incorporação, para que
seja possível determinar com segurança a quantidade de compensação pecuniária.
k) Sem prejuízo de ser verificado se há algum comando judicial específico para tal
tema, é importante destacar que o período passado como reintegrado por decisão liminar, que foi
cassada no final de 2018 com a sentença de mérito, não é computado para fim de pagamento de

(DIEx nº 154-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de julho de 2019 - EB 64689.015812/2019-69 ...... 3/4


)
compensação pecuniária. Vale observar, a propósito, a Portaria nº 010-SEF/1990 inclusive
determina a restituição integral da compensação pecuniária recebida por militar que vier a ser
reintegrado ao serviço ativo por força de medida liminar.
l) A liminar concedida ao militar é considerada provimento judicial provisório carente
de confirmação ou revogação, haja vista que quando de sua concessão o juízo de valor é
superficial, sem estudo acurado do direito material objeto da ação. Sujeita-se, portanto, à
ratificação ou revogação subsequente dada pela sentença de julgamento de mérito.
m) Uma vez que a sentença de mérito julgue improcedente o pedido autoral, ou
cassada a liminar em outro momento processual, a decisão revogatória tem efeito ex tunc
(retroativo), recolocando as coisas em seu estado anterior.
n) A respeito dessa questão, há diversos precedentes dos Tribunais Superiores e,
disciplinando situação similar, o Supremo Tribunal Federal (STF) inclusive tem entendimento
sumulado de que a sentença denegatória do Mandado de Segurança fulmina a liminar concedida,
com efeitos retroativos. Confira-se a respeito o teor da Súmula 405, daquela egrégia Corte:
“Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no julgamento
do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os
efeitos da decisão contrária”.
o) Assim sendo, o direito à indenização de compensação pecuniária estaria limitado
ao período anterior à data do licenciamento ex officio ocorrido em 2014.
p) Por fim, no que se refere à restituição da remuneração percebida pelo militar no
período após a decisão judicial favorável à União, expedida em 19 de novembro de 2018, que
ratificou o ato de licenciamento e julgou improcedente o pedido de reforma do 3º Sgt ABÍLIO,
recomenda-se a adoção dos procedimentos pertinentes para a cobrança da devolução pelo
ex-militar. Vale lembrar que, embora o pagamento indevido não possa ser a ele atribuído, o
saque de tais valores pelo ex-militar não pode ser considerado de boa-fé, uma vez que era
sabidamente indevido após a decisão judicial.
q) Após esgotadas as diligências administrativas na busca de uma solução
extrajudicial, se não houver êxito, cabe comunicar o débito às autoridades competentes para sua
cobrança judicial do ex-militar, podendo, ainda, ser encaminhada consulta ao Centro de Controle
Interno do Exército, nos termos do Regimento Interno daquele OADI, aprovado pela Portaria nº
460-Cmt Ex, de 16 MAIO 17.
11. Isso posto, encaminho as presentes considerações a Setorial Contábil, para
conhecimento e adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 154-ASSE1/SSEF/SEF, de 15 de julho de 2019 - EB 64689.015812/2019-69 ...... 4/4


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.019367/2019-14

Brasília, DF, 6 de novembro de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: restituição de compensação pecuniária por militares reintegrados - prazo prescricional
Referência: DIEx nº 361-SJ.1-SecJur-CPEx, de 30 SET 19

1. Versa o presente expediente acerca de restituição de compensação pecuniária por


militar reintegrado judicialmente.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:
a. Trata-se de consulta procedente desse Centro de Pagamento do Exército, de
interesse do Cb NB EVANDRO MARTINS FERREIRA e do Sd NB DANILO DOS SANTOS
OLIVEIRA, ambos reintegrados às fileiras do Exército Brasileiro por decisão judicial;
b. No que tange ao Cb NB EVANDRO MARTINS FERREIRA, tem-se que foi
licenciado em 28 de fevereiro de 2003, recebeu a pecuniária em março de 2003 e foi reintegrado
em fevereiro de 2012, a contar de 20 de dezembro de 2011; já no tocante ao Sd NB DANILO
DOS SANTOS OLIVEIRA, o licenciamento ocorreu em 28 de fevereiro de 2013, o pagamento
da pecuniária em março de 2013, e a reintegração em 26 de maio de 2014;
c. Em atenção ao DIEx nº 51-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 de março de 2019, esse Centro
determinou a instauração de sindicância no intuito de buscar a restituição de valores recebidos a
título de compensação pecuniária por ambos os militares. O encarregado, no entanto, entendeu
que tal restituição seria impossível nesses casos, tendo em vista a superação do prazo
prescricional inscrito no Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, e na Lei nº 9.784, de 29 de
janeiro de 1999; e
d. Analisando o assunto, essa Chefia entendeu que razão não assistiria ao sindicante,
devido aos seguintes motivos:
1) as Normas Internas para a administração de reintegrados e encostados
judicialmente com direito a tratamento médico, aprovadas pela Portaria nº 19.003-11ª RM, de 21
de janeiro de 2019, previram expressamente em seus artigos 11, 12, 13 e 14 a necessidade de
devolução dos valores recebidos a título de compensação pecuniária por militares reintegrados
judicialmente, sem aludir ao prazo decorrido desde a reintegração;
2) o Parecer nº 0945/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, da Consultoria Jurídica Adjunta

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 1/


7)
ao Comando do Exército, de 31 de julho de 2018, dispôs sobre as medidas a serem adotadas em
casos dessa natureza, aludindo unicamente à necessária observância do devido processo legal;
3) esta Secretaria, nos termos do citado DIEx nº 51-ASSE1/SSEF/SEF, de 2019,
manifestou concordância quanto às referidas Normas Internas para a administração de
reintegrados e encostados judicialmente com direito a tratamento médico, aprovadas pela
Portaria nº 19.003-11ª RM, de 21 de janeiro de 2019;
4) o sindicante utilizou, como fundamento para suas conclusões, o Parecer nº
048/AJ/SEF, de 13 de agosto de 2009, e o Parecer nº 111/AJ/SEF, de 30 de setembro de 2013,
documentos que, na verdade, se voltam para apuração de valores recebidos indevidamente, por
erro da Administração, o que não abarca a hipótese em tela; e
5) ao utilizar a Lei nº 9.784, de 1999, mais especificamente seu art. 54, o sindicante
deveria especificar o ato administrativo que foi desfeito pelo Judiciário – o licenciamento ou o
pagamento da compensação pecuniária. Uma vez que identificasse o ato, deveria o sindicante
analisar quando a Administração tomou conhecimento do fato a ser anulado, definindo, assim, o
prazo prescricional e, ainda, o primeiro ato válido visando a interrupção desse prazo.
e. Em todo caso, entende essa Chefia que mesmo que incidisse o prazo prescricional,
o termo inicial para tanto deveria coincidir com a comunicação judicial que desconstituiu o ato
de licenciamento e que a interrupção se daria com o ato de publicação da Portaria de instauração
da sindicância;
f. Ao final, solicitou o pronunciamento desta Secretaria sobre o assunto.

3. O tema deve ser analisado de acordo com os aspectos jurídicos pertinentes:


a. Inicialmente, é preciso recordar que a Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, estabeleceu os
critérios para concessão de compensação pecuniária aos militares temporários que são
licenciados por término de prorrogação de tempo de serviço, nos termos a seguir transcritos:
"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.
§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a
fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada
um ano.
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço
militar obrigatório".
b. Pois bem, ocorre que em determinadas oportunidades, o militar licenciado – que
recebeu o benefício em tela – obtém na Justiça o direito à reintegração ao serviço ativo. No mais
das vezes, tais determinações são exaradas em sede provisória, como liminar ou antecipação de
tutela, mas que, ainda assim devem ser cumpridas;
c. Para que tal cumprimento se efetive, há de ser intimado o órgão competente da
Advocacia-Geral da União (AGU), que se encarregará de transmitir a ordem do magistrado
oficiante ao órgão militar com competência para cumpri-la. Para tanto, a AGU expedirá Parecer
de Força Executória, esmiuçando o pronunciamento judicial. Em geral, esse pronunciamento se
dará no sentido de anular o licenciamento, revogá-lo ou torná-lo sem efeito, o que, na prática,
fará com que o militar, outrora licenciado, seja readmitido nas fileiras do Exército;
d. Em vista dessa reintegração, cabe à Administração adotar providências decorrentes
da decisão judicial, como por exemplo a reimplantação do militar no sistema de pagamento e a
reinclusão no Fundo de Saúde do Exército. Não obstante, cabe ao ente público, ainda, observar
outros consectários que não necessariamente figuram no pronunciamento judicial. De fato, não

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 2/


7)
se pode esperar que a determinação da Justiça preveja todas as consequências da reintegração,
sendo natural que a Administração aja de ofício para cumpri-las;
e. Exemplo desses desdobramentos é a necessidade de restituição, pelo militar
reintegrado, dos valores que lhe foram pagos a título de compensação pecuniária por ocasião do
licenciamento. Ora, se o licenciamento foi desfeito por ordem judicial, ainda que em sede de
cognição sumária, é imperioso que se retorne ao status quo ante, isto é, à situação fática que
vigia previamente à exclusão do militar do serviço ativo;
f. Não se trata de discussão nova. Em verdade, desde a edição da Lei nº 7.963, de
1989, a Administração Militar cuidou para que essa restituição ocorresse, conforme se infere da
Portaria nº 10-SEF, de 23 de agosto de 1990, que regulou o pagamento da compensação
pecuniária no âmbito do Exército. Com efeito, no ponto que interessa, tal diploma restou assim
redigido:
“10. O militar enquadrado no item nº 1 desta Portaria que
retornar ao serviço ativo, por força de medida liminar, caso já tenha
recebido a Compensação Pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, terá que restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi
pago no ato de sua apresentação. Caso não o faça, terá descontado de sua
remuneração mensal, dentro dos limites estabelecidos na Lei nº 5.787, de
27 de junho de 1972 – Lei de REMUNERAÇÃO DOS MILITARES – os
valores correspondentes, até que se complete o ressarcimento integral.”
g. A fim de atestar a validade desse dispositivo, esta Secretaria encaminhou o DIEx nº
207-ASSE1/SSEF/SEF, de 20 JUL 18, à Consultoria Jurídica Adjunta ao Comando do Exército
(CONJUR-EB), solicitando pronunciamento a respeito. Em resposta, aquele órgão encaminhou à
SEF o Parecer nº 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18, assim ementado
(destaques acrescidos):
ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO EX
OFFICIO. PAGAMENTO DE COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA,
PREVISTA NO ART. 1º, DA LEI Nº 7.963/1989. DECISÃO LIMINAR
QUE DETERMINA A REINTEGRAÇÃO. DEVER DE RESTITUIR AO
ERÁRIO.
I - Militar que foi licenciado ex officio faz jus, por força do art.
1º, da Lei nº 7.963/1989, ao recebimento de compensação pecuniária,
indenização devida em razão do desligamento.
II - A decisão judicial que determina a reintegração do
militar, ainda que precária, gera para o demandante o ônus de restituir
a compensação pecuniária recebida no momento do licenciamento.
III - Legalidade do item 10, da Portaria nº10, da SEF, de 23 de
agosto de 1990. IV - MP 2.215-10, de 2001, autoriza o desconto em folha
para fins de restituição, desde que respeitados os limites estabelecidos em
seu art. 14, §3º.
h. Dúvidas, portanto, não existem quanto à legalidade/necessidade da restituição ao
erário dos valores recebidos a título de compensação pecuniária pelo militar que, outrora
licenciado, vê-se reintegrado ao Exército por força de decisão judicial – o que deve ocorrer à luz
do devido processo legal, por meio da instauração de sindicância que garanta ao interessado o
exercício do contraditório e da ampla defesa;
i. Tal entendimento, aliás, foi informado à 11ª Região Militar, por meio do DIEx nº
51-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 MAR 19, quando da análise, pela SEF, das referidas Normas
Internas para a administração de reintegrados e encostados judicialmente com direito a
tratamento médico, aprovadas pela Portaria nº 19.003-11ª RM, 21 JAN 19, daquele Grande
Comando Administrativo;
j. A dúvida que surge neste momento refere-se à possibilidade, denotada em caso

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 3/


7)
concreto, de que tal restituição seja buscada quando o licenciamento e o pagamento da
compensação pecuniária ocorreram há mais de cinco anos. Conforme exposto, o sindicante
entendeu que pelo fato de ter sido ultrapassado o quinquênio previsto no art. 1º do Decreto nº
20.910, de 1932, e no art. 54 da Lei nº 9.784, de 1999, à Administração seria vedado perquirir o
ressarcimento – raciocínio que é rebatido por esse Centro;
k. Pois bem, observe-se o que rezam os dispositivos apontados:
"Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932:
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos
Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda
federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em
cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
..................................
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer
medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade
do ato".
l. À primeira vista, de fato, pode-se entender que o intuito da Administração em ver
restituídos os valores pagos a título de compensação pecuniária estará fulminado pela prescrição
e pela decadência quando o saque desse benefício tiver ocorrido há mais de cinco anos.
m. Entretanto, tal entendimento merece ponderação. É que o pagamento da aludida
compensação dá-se em virtude de ato administrativo que depois é tornado controverso na esfera
judicial, demandando discussão e dilação probatória naquela seara. Nesse contexto, não há o que
se falar em prescrição, eis que aplicável o art. 202 do Código Civil, verbis:
"Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá
ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual";
n. Seguindo essa linha de raciocínio, não se pode admitir que haja fluência do prazo
prescricional, eis que a questão de fundo – legalidade do licenciamento – permanece em aberto,
findando, apenas, com o trânsito em julgado da demanda, ocasião em que não se admitem mais
recursos na esfera do Judiciário, pacificando-se as discussões;
o. Dito de outra forma, enquanto o Judiciário estiver debatendo a legalidade do
licenciamento, não se pode considerar que suas consequências são incontroversas. Dessa
maneira, somente quando a Justiça manifestar-se conclusivamente – vale dizer, somente quando
houver trânsito em julgado –, é que se poderá falar em consolidação dos procedimentos e, aí sim,
admitir-se o início da contagem do prazo prescricional;
p. Em suma, não pode a demora do Judiciário, em solucionar a questão que lhe foi
submetida, operar em favor daquele que recebeu direito duvidoso, mormente quando há indícios
de prejuízo para a Administração. O julgado abaixo, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região
(TRF5), embora emitido em função de caso distinto, demonstra o raciocínio ora deduzido
(destaque acrescido):
"PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO DE

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 4/


7)
TÍTULO JUDICIAL. NÃO SE ATRIBUÍ A QUALQUER DAS PARTES
A DEMORA DO JUDICIÁRIO EM ATENDER REQUERIMENTO DE
DESARQUIVAMENTO DO FEITO. INEXISTE PRESCRIÇÃO. FALECIDA
A EXEQUENTE, SUSPENDE-SE O PROCESSO E O CURSO
DA PRESCRIÇÃO PARA OS SUCESSORES ATÉ A SUA HABILITAÇÃO.
1. A prescrição tem como objetivo punir o titular da ação que
permanece inerte por um determinado lapso de tempo, resguardando a
segurança jurídica e a ordem social.
2. No caso dos autos, foi requerido o desarquivamento do feito
em 22.11.2002 (fl. 134), ou seja, antes de decorridos 5 (cinco) anos do
trânsito em julgado, atendendo-se o pleito somente em 12.8.2008 (fl. 149v),
entendo que essa demora deve ser atribuída ao judiciário, e não a parte
autora, afastando assim a ocorrência da prescrição. Com o falecimento da
exeqüente PEDRINA ANTONIA DA SILVA, ocorrido em 14.2.2006 (fl.
144), suspendeu-se o processo e o curso da prescrição para seus sucessores
até que se procedesse à sua habilitação. Assim, merece reforma a sentença
recorrida.
3. Apelação provida.
(TRF 5 - Apelação Civel – 218680, Rel. Desembargador Federal
Manoel Erhardt, DJE - Data::02/06/2011)"
q. Significa dizer, então, que é possível à Administração buscar os valores pagos a
título de compensação pecuniária desde o momento em que o juiz competente determina o
desfazimento do licenciamento e a reintegração do militar, ainda que em sede provisória (liminar
ou antecipação de tutela). O prazo prescricional – ou mesmo decadencial – para tanto, porém,
somente começará a correr quando houver trânsito em julgado nesse sentido, quando a matéria
deixará de ser controversa.
r. Diante desse contexto, é preciso analisar os casos concretos trazidos a lume por esse
Centro. No que diz respeito ao Cb NB EVANDRO MARTINS FERREIRA, observa-se que
primeiramente o militar ajuizou ação cautelar visando à sua reintegração ao serviço ativo.
Autuada sob o nº 2003.34.00.010597-7 e distribuída à 21ª Vara Federal da Seção Judiciária de
Brasília, DF, em 2 de abril de 2003, a ação teve liminar deferida em 3 de abril de 2003.
s. Ato contínuo, o interessado ajuizou ação ordinária visando à reforma em processo
autuado sob o nº 2003.34.00.013241-9 e distribuído por prevenção à 21ª VF DF em 5 de maio de
2003. Em 31 de janeiro de 2008, o pedido do autor teve o mérito julgado procedente, o que
motivou a União a interpor apelação para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Naquela
Corte, o recurso foi admitido e, em 1º de junho de 2016, julgado improcedente nos seguintes
termos (destaques acrescidos):
"ADMINISTRATIVO. MILITAR TEMPORÁRIO.
ESTABILIDADE DECENAL ASSEGURADA. FÉRIAS E LICENÇAS NÃO
GOZADAS. CONTAGEM EM DOBRO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. DOENÇA VENOSA NOS MEMBROS
INFERIORES CONSTATADA EM PERÍCIA E INSPEÇÃO OFICIAL.
AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. INEXISTÊNCIA DO DIREITO À
REFORMA.
1. Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
“Têm direito adquirido à estabilidade decenal os militares temporários
que, após serem reengajados, com a obtenção de prorrogação de tempo de
serviço, foram licenciados ex officio dentro do prazo da prorrogação, cinco
dias antes de completarem dez anos para aquisição da estabilidade, sem a
devida motivação.” (AR 200602576739, Maria Thereza de Assis Moura,
Terceira Seção, DJE:10/12/2010);
2. O autor foi desligado das fileiras do Exército dois dias antes

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 5/


7)
de completar o prazo previsto no artigo 50, IV, ‘a’, da Lei 6.880/80, para a
estabilidade decenal. O ato de licenciamento não foi, contudo,
adequadamente motivado, o que assegura estabilidade ao militar;
3. Por outro lado, “aos militares temporários é vedado computar
em dobro, para fins de estabilidade, férias e licenças não gozadas com o
fito de alcançar a estabilidade, por força do disposto no § 2º, do artigo 137,
V da Lei 6.880/80.” (AgRg no Ag 602.056/DF, Rel. Ministro Gilson Dipp,
Quinta Turma, DJ 14/03/2005, p. 409), sendo, pois, improcedente, quanto
ao ponto, o pedido formulado pelo autor;
4. A reforma é assegurada ao militar, nos termos da Lei
6.880/80, nos casos de enfermidade ou doença sem causa e efeito com a
atividade castrense, desde que constatada incapacidade para toda e
qualquer atividade laboral;
5. No caso, a perícia judicial confirma que a doença venosa, no
grau que o autor apresenta, não o torna incapaz ou inválido para qualquer
atividade laborativa e que o tratamento cirúrgico realizado o teria
reabilitado às atividades laborativas, incluindo a atividade militar; e
6. Apelações do autor e da União e remessa necessária
desprovidas."
t. Após a oposição de sucessivos embargos de declaração, julgados improcedentes, a
União interpôs Recurso Extraordinário e Recurso Especial, visando à remessa da questão ao
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. Tanto um quanto outro tiveram
seguimento denegado, em 27 de julho de 2018, o que motivou a apresentação de dois agravos
internos em 14 de agosto de 2018. Desde 24 de setembro de 2018, ambos encontram-se sob
análise de admissibilidade pela Vice-Presidência do TRF;
u. Portanto, no que tange ao Cb NB EVANDRO MARTINS FERREIRA, a questão
permanece em aberto, não havendo, ainda, trânsito em julgado. Por tal razão, resta possível à
Administração perquirir a devolução do benefício da compensação pecuniária que foi paga ao
militar em decorrência de seu licenciamento; e
v. No que se refere ao Sd NB DANILO DOS SANTOS OLIVEIRA, verifica-se que o
processo foi autuado sob o nº 0032683-22.2014.4.01.3400 e distribuído em à 4ª Vara Federal da
Seção Judiciária de Brasília em 25 de maio de 2014. No dia seguinte, foi proferida antecipação
de tutela em favor do autor, determinando sua reintegração. Desde 26 de agosto de 2018, os
autos encontram-se conclusos para sentença. Como se percebe, não há, a exemplo da situação
anterior, trânsito em julgado, sendo lícito à Administração proceder à cobrança da compensação
pecuniária que foi paga ao militar quando de seu licenciamento.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:


a. De acordo com o Parecer nº 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18,
é possível à Administração buscar os valores pagos a título de compensação pecuniária a militar
temporário reintegrado judicialmente, ainda que a decisão nesse sentido tenha sido proferida em
sede provisória (liminar ou antecipação de tutela);
b. O prazo prescricional – ou mesmo decadencial – para tanto, somente começará a
correr quando transitar em julgado a decisão de mérito que confirme a insubsistência do
licenciamento; e
c. No tocante aos casos concretos trazidos a lume por esse Centro, mostra-se cabível a
busca pela restituição da aludida compensação tanto em relação ao Cb NB EVANDRO
MARTINS FERREIRA como em relação ao Sd NB DANILO DOS SANTOS OLIVEIRA, eis
que inexistente trânsito em julgado em suas respectivas demandas judiciais.

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 6/


7)
5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a esse Centro, para
conhecimento e adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Bda JOÃO ALBERTO REDONDO SANTANA


Rsp p/ Expt Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 245-ASSE1/SSEF/SEF, de 6 de novembro de 2019 - EB 64689.019367/2019-14 ...... 7/


7)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.019530/2019-31

Brasília, DF, 11 de novembro de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Vice-Chefe do Departamento de Engenharia e Construção
Assunto: restituição de compensação pecuniária por militar reintegrado judicialmente
Referência: DIEx nº 106-A6/DEC, de 26 SET 19

1. Versa o presente expediente acerca de restituição de compensação pecuniária por


militares reintegrados judicialmente.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume:
a. Em 28 FEV 15, o Cb ISAAC FARIAS DOS SANTOS, então vinculado à Diretoria
de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente do Exército (DPIMA) foi licenciado do serviço
ativo. Em vista disso, recebeu a compensação pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 21 DEZ
1989, equivalente a sete remunerações;
b. Por entender que seu licenciamento ocorrera à revelia de problemas médicos, o
militar propôs ação ordinária pleiteando sua reintegração. Distribuída à 7ª Vara Federal da Seção
Judiciária de Brasília, DF, a demanda foi autuada sob o nº 1011754-09.2018.4.01.3400. Ao
apreciar o pedido, em 20 JUN 18, a magistrada oficiante antecipou os efeitos da tutela de mérito
para suspender o ato de licenciamento e determinar a reintegração do autor ao serviço ativo, o
que foi acatado pela Administração;
c. Em 21 JAN 19, nos termos da Portaria nº 19.003-11ª RM, o Comandante da 11ª
Região Militar aprovou as Normas Internas para a administração de reintegrados e encostados
judicialmente com direito a tratamento médico, contendo orientações, no ponto que interessa, no
sentido de se buscar o ressarcimento da compensação pecuniária paga aos militares reintegrados;
d. Diante desse contexto, o Diretor de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente
determinou a instauração de sindicância por meio da Portaria nº 7-APGRI/DPIMA, de 25 MAR
19, visando à restituição ao erário dos valores pagos ao Cb ISAAC FARIAS DOS SANTOS,
reintegrado, a título de compensação pecuniária;
e. Após as apurações, o encarregado da sindicância concluiu que a quantia paga ao
interessado deveria ser mesmo ressarcida, conforme se infere do Relatório firmado em 17 JUN
19. Ao apreciar o procedimento, em 18 JUN 19, a autoridade instauradora determinou a
realização de diligências complementares, a fim de que fossem juntados os documentos atinentes
ao dano ao erário, seguindo o que preceituam as Normas para a Apuração de Irregularidades

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


1/6)
Administrativas (EB10-N-13.007), aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 4 OUT 17.
Tendo sido juntada a documentação pelo sindicante, a solução de mérito foi assinada em 9 JUL
19, com a autoridade ratificando a necessidade de o militar reintegrado proceder à aludida
devolução;
f. Em 15 JUL 19, foi expedido o Of nº 2-APGRI/DPIMA ao interessado,
notificando-o acerca da aludida restituição e estabelecendo prazos para tanto. Na ocasião, foram
juntados documentos comprobatórios da apuração, o Termo de Reconhecimento de Dívida e a
Guia de Recolhimento da União com os valores atualizados para pagamento. Embora a tenha
assinado a notificação, o militar deixou de recolher os valores pertinentes, razão pela qual foi-lhe
encaminhado o Of nº 3-APGR/DPIMA, de 8 AGO 19, reapresentando-lhe o TRD. Novamente, o
interessado deixou de assinar o aludido termo e tampouco realizou o pagamento devido; nessa
senda, manifestou, por intermédio de advogado constituído, discordância expressa quanto ao
desconto demandado pela Administração;
g. Diante desse cenário, o Subdiretor da DPIMA encaminhou ao Chefe de Gabinete
desse Departamento de Engenharia e Construção o DIEx nº 760-DPIMA/DEC, de 18 SET 19,
solicitando orientações sobre o assunto, especialmente no tocante à ratificação ou à retificação
dos procedimentos;
h. Em 26 SET 19, o Chefe de Gabinete do DEC expediu o DIEx nº 106-A6/DEC –
CIRCULAR aos Chefes de Gabinete desta Secretaria e do Departamento-Geral do Pessoal
(DGP), informando sobre os fatos em tela à luz dos aspectos jurídicos incidentes. Nessa senda,
entendeu que as orientações contidas nas Normas Internas para a administração de reintegrados e
encostados judicialmente com direito a tratamento médico, da 11ª RM, seriam dissonantes
daquelas constantes da Cartilha de Orientação, Padronização de procedimentos dispensados a
Militares ou Ex-militares Adidos, Agregados, Reintegrados, Encostados e Incapazes por motivo
de saúde, editada em junho de 2019 pelo DGP; e
i. Ao final, indagou quais orientações deveriam ser seguidas, se o DEC poderia incluir
o caso concreto no Sistema de Acompanhamento de Dano ao Erário (SISADE) e se poderia,
ainda, determinar o desconto dos valores atualizados recebidos pelo militar a título de
compensação pecuniária.

3. O tema deve ser analisado à luz de suas regras gerais para só então examinar-se a
questão concreta trazida a lume por esse ODS:
a. Inicialmente, é preciso recordar que a Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989, estabeleceu os
critérios para concessão de compensação pecuniária aos militares temporários que são
licenciados por término de prorrogação de tempo de serviço, nos termos a seguir transcritos:
"Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto
ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.
§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração de
tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
obrigatório."
b. Pois bem, ocorre que em determinadas oportunidades, o militar licenciado – que
recebeu o benefício em tela – obtém na Justiça o direito à reintegração ao serviço ativo. No mais
das vezes, tais determinações são exaradas em sede provisória, como liminar ou antecipação de
tutela, mas que, ainda assim devem ser cumpridas;
c. Para que tal cumprimento se efetive, há de ser intimado o órgão competente da
Advocacia-Geral da União (AGU), que se encarregará de transmitir a ordem do magistrado
oficiante ao órgão militar com competência para cumpri-la. Para tanto, a AGU expedirá Parecer

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


2/6)
de Força Executória, esmiuçando o pronunciamento judicial. Em geral, esse pronunciamento se
dará no sentido de anular o licenciamento, revogá-lo ou torná-lo sem efeito, o que, na prática,
fará com que o militar outrora licenciado seja readmitido nas fileiras do Exército;
d. Em vista da reintegração, cabe à Administração adotar providências decorrentes da
decisão judicial, como por exemplo a reimplantação do militar no sistema de pagamento e a
reinclusão no Fundo de Saúde do Exército. Não obstante, cabe ao ente público, ainda, observar
outros consectários que não necessariamente figuram no pronunciamento judicial. De fato, não
se pode esperar que a determinação da Justiça preveja todas as consequências da reintegração,
sendo natural que a Administração aja de ofício para cumpri-las;
e. Exemplo desses desdobramentos é a necessidade de restituição, pelo militar
reintegrado, dos valores que lhe foram pagos a título de compensação pecuniária por ocasião do
licenciamento. Ora, se o licenciamento foi desfeito por ordem judicial, ainda que em sede de
cognição sumária, é imperioso que se retorne ao status quo ante, isto é, à situação fática que
vigia previamente à exclusão do militar do serviço ativo;
f. Não se trata de discussão nova. Em verdade, desde a edição da Lei nº 7.963, de
1989, a Administração Militar cuidou para que essa restituição ocorresse, conforme se infere da
Portaria nº 10-SEF, de 23 AGO 1990, que regulou o pagamento da compensação pecuniária no
âmbito do Exército. Com efeito, no ponto que interessa, tal diploma restou assim redigido:
“10. O militar enquadrado no item nº 1 desta Portaria que retornar ao
serviço ativo, por força de medida liminar, caso já tenha recebido a Compensação
Pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, terá que
restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi pago no ato de sua apresentação.
Caso não o faça, terá descontado de sua remuneração mensal, dentro dos limites
estabelecidos na Lei nº 5.787, de 27 de junho de 1972 – Lei de REMUNERAÇÃO
DOS MILITARES – os valores correspondentes, até que se complete o
ressarcimento integral.”
g. A fim de atestar a validade desse dispositivo, esta Secretaria encaminhou o DIEx nº
207-ASSE1/SSEF/SEF, de 20 JUL 18, à Consultoria Jurídica Adjunta ao Comando do Exército
(CONJUR-EB), solicitando pronunciamento a respeito. Em resposta, aquele órgão encaminhou à
SEF o Parecer nº 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18, assim ementado
(destaques acrescidos):
"ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO EX OFFICIO.
PAGAMENTO DE COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA, PREVISTA NO ART. 1º, DA
LEI Nº 7.963/1989. DECISÃO LIMINAR QUE DETERMINA A REINTEGRAÇÃO.
DEVER DE RESTITUIR AO ERÁRIO.
I - Militar que foi licenciado ex officio faz jus, por força do art. 1º, da Lei
nº 7.963/1989, ao recebimento de compensação pecuniária, indenização devida em
razão do desligamento.
II - A decisão judicial que determina a reintegração do militar, ainda
que precária, gera para o demandante o ônus de restituir a compensação
pecuniária recebida no momento do licenciamento.
III - Legalidade do item 10, da Portaria nº10, da SEF, de 23 de agosto de
1990. IV - MP 2.215-10, de 2001, autoriza o desconto em folha para fins de
restituição, desde que respeitados os limites estabelecidos em seu art. 14, §3º."
h. Dúvidas, portanto, não existem quanto à legalidade/necessidade da restituição ao
erário dos valores recebidos a título de compensação pecuniária pelo militar que, outrora
licenciado, vê-se reintegrado ao Exército por força de decisão judicial – o que deve ocorrer à luz
do devido processo legal, por meio da instauração de sindicância que garanta ao interessado o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
i. Tal entendimento refletiu-se nas Normas Internas para a administração de
reintegrados e encostados judicialmente com direito a tratamento médico, aprovadas pela

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


3/6)
Portaria nº 19.003-11ª RM, 21 JAN 19, como se vê abaixo:
"12) Caso o militar reintegrado judicialmente tenha recebido a
compensação pecuniária equivalente a 1(uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado, conforme o art. 10 da Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, terá que restituir, integralmente, o pecúlio que lhe foi pago no
ato da sua apresentação. Caso não o faça, terá descontado de sua remuneração
mensal, dentro dos limites estabelecidos na Lei nº 5.787, de 27 de junho de 1972 -
LEI DE REMUNERAÇÃO DOS MILITARES, os valores correspondentes, até que
se complete o ressarcimento integral.
13) Porquanto retornando o autor à condição de militar da ativa,
inclusive para recebimento de vencimentos, deve devolver aos cofres públicos a
compensação pecuniária recebida em virtude do desligamento, por força da Lei n°
7.963/89, sob pena de enriquecimento ilícito."
j. Paralelamente, refletiu-se, ainda, na disposição constante do item 11.4 da Cartilha
de Orientação, Padronização de procedimentos dispensados a Militares ou Ex-militares Adidos,
Agregados, Reintegrados, Encostados e Incapazes por motivo de saúde, editada em junho de
2019, pelo DGP. Observe-se:
"11.4 O militar reintegrado tem a obrigação de devolver a compensação
pecuniária que recebeu? A Administração Militar pode providenciar o desconto no
contracheque do militar de ofício ou precisa instaurar processo administrativo para
esse fim?
Vai depender do conteúdo do provimento judicial. Assim, se o juiz
determinar o encostamento do autor para fins de tratamento ou seu retorno à Força
apenas para esse fim (tratamento de saúde), sem anular o ato de licenciamento ou
de desincorporação, não há a obrigação de devolução da compensação pecuniária
e nem sua inclusão em folha de pagamento."
k. Conforme se denota a partir de tais orientações, há dois tipos de decisão judicial no
que concerne ao tema em debate. Primeiramente, há aquelas que determinam a reintegração do
militar licenciado para todos os efeitos, inclusive remuneratórios, o que leva, em regra, ao
desfazimento do ato de licenciamento. Sendo desfeito o licenciamento, isto é, havendo
determinação no sentido de tornar insubsistente tal ato, desaparecido estará o fundamento
para a concessão da compensação pecuniária, razão pela qual poderá, ou mesmo deverá, a
Administração buscar a restituição dos valores correspondentes;
l. De outro vértice, há decisões que determinam a reintegração somente para
tratamento de saúde daquele que foi licenciado, situação que se traduz como encostamento.
Nesta hipótese, não há propriamente retorno do interessado ao serviço ativo; não há, muito
menos, desfazimento do ato de licenciamento. Na espécie, o Judiciário apenas compele o ente
público a fornecer ao licenciado o tratamento médico para sua completa recuperação. Como o
ato de licenciamento resta intacto, permanece o fundamento para saque da compensação
pecuniária, razão pela qual não se pode falar em restituição de qualquer valor;
m. Compreendida essa diferença, é possível abordar o caso concreto trazido a lume
por esse Departamento;
n. Conforme se infere da documentação pertinente, o Cb ISAAC FARIAS DOS
SANTOS, obteve na Justiça a antecipação da tutela de mérito no sentido de ter suspenso seu
licenciamento e reintegração ao serviço ativo. É o que se extrai da decisão firmada pela
magistrada oficiante em 20 JUN 18 (destaques acrescidos):
“Assim, é razoável que ele continue vinculado ao Exército, não devendo
ser dispensado até decisão final de mérito, recebendo os atendimentos médicos
que necessita, sem prejuízo da remuneração, uma vez que o militar temporário,
assim como o efetivo, também tem direito ao tratamento de saúde, a teor do inciso
II do § 1º do art. 3º c/c a letra “e” do inciso IV do art. 50 da Lei 6.880/80 (...).

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


4/6)
(...)
Ante o exposto, defiro o pedido de tutela de urgência, com base no art.
300 do NCPC, pelo que suspendo o ato de licenciamento do autor e determino sua
reintegração e permanência no serviço ativo do Exército Brasileiro, como adido,
pelos fatos e fundamentos aqui tratados, até decisão final de mérito.”
o. Diante das orientações emanadas pela 11ª RM, pela SEF e pelo DGP, o Diretor de
Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente determinou a instauração de sindicância por meio da
Portaria nº 7-APGRI/DPIMA, de 25 MAR 19, visando à restituição ao erário dos valores pagos
ao reintegrado a título de compensação pecuniária. Como visto, após a apuração, concluiu-se
que, de fato, o militar reintegrado deveria restituir ao erário a quantia em tela, entendimento esse
que foi corroborado pela solução emitida pela autoridade instauradora;
p. Bem se denota que a determinação judicial fez com que o militar fosse readmitido
junto ao serviço ativo do Exército, levando, por consequência, à insubsistência do ato de
licenciamento. Não por outro motivo, o autor foi reintegrado com direito à remuneração e ao
tratamento de saúde;
q. Com efeito, ao utilizar a expressão “suspendendo o ato de licenciamento”, o juiz
oficiante suprimiu tal ato do mundo jurídico, ao menos por ora, tendo, como consequência, sua
reintegração. Pelo desaparecimento do ato de licenciamento, pois, deixou de existir o
fundamento para o saque da compensação pecuniária, razão mais do que suficiente para que a
Administração buscasse – como buscou corretamente – o ressarcimento dos valores
correspondentes pagos ao militar;
r. Há que se concordar, portanto, com o entendimento do sindicante e com a solução
da autoridade instauradora da sindicância, no sentido de que o militar interessado deve restituir
ao erário a quantia que recebeu pelo licenciamento desfeito pelo Judiciário, mediante desconto
em contracheque, observada sua margem consignável;
s. Não é demais lembrar que tal procedimento, além de encontrar-se previsto na
Portaria nº 010-SEF, de 1990, possui amparo da CONJUR-EB, conforme o apontado Parecer nº
01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18;
t. Assim sendo, uma vez que a sindicância em tela observou o contraditório e a
ampla defesa, em respeito ao devido processo legal, o militar interessado, ainda que não tenha
assinado o TRD, pode sofrer os descontos atinentes à quantia por ele devida diretamente em
contracheque, respeitando-se sua margem consignável, em atenção ao art. 14 e, ainda, ao inciso
V do art. 15, tudo da Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 AGO 01:
"Art. 14. Descontos são os abatimentos que podem sofrer a remuneração
ou os proventos do militar para cumprimento de obrigações assumidas ou impostas
em virtude de disposição de lei ou de regulamento.
§ 1o Os descontos podem ser obrigatórios ou autorizados.
§ 2o Os descontos obrigatórios têm prioridade sobre os autorizados.
§ 3o Na aplicação dos descontos, o militar não pode receber quantia
inferior a trinta por cento da sua remuneração ou proventos.
Art. 15. São descontos obrigatórios do militar:
(...)
V - indenização à Fazenda Nacional em decorrência de dívida;"
u. Por fim, por tratar de débito para com o erário, o caso em tela deverá ser incluído
no Sistema de Acompanhamento de Dano ao Erário (SISADE), a teor do art. 8º, IV, das Normas
para a Apuração de Irregularidades Administrativas (EB10-N-13.007), aprovadas pela Portaria
nº 1.324-Cmt Ex, de 04 OUT 17:
"Art. 8º Na solução da sindicância, o Cmt, Ch ou Dir OM deverá se
manifestar, obrigatoriamente, no mínimo, acerca dos seguintes pontos:

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


5/6)
(...)
IV - determinar que os documentos previstos no art. 13 destas normas
sejam registrados no Sistema de Acompanhamento de Dano ao Erário (SISADE) ou
em sistema equivalente que venha a substituí-lo."

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:


a. De acordo com o Parecer nº 01087/2018/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 22 AGO 18,
é possível à Administração buscar os valores pagos a título de compensação pecuniária a militar
temporário reintegrado judicialmente, ainda que a decisão nesse sentido tenha sido proferida em
sede provisória (liminar ou antecipação de tutela);
b. No caso concreto, a decisão judicial proferida nos autos
1011754-09.2018.4.01.3400, ao suspender os efeitos do licenciamento do Cb ISAAC FARIAS
DOS SANTOS, retirou tal ato do plano de existência jurídica, fazendo desaparecer, por
consequência, o fundamento do saque da compensação pecuniária. Assim sendo, correto o
entendimento da DPIMA quanto à necessária restituição dos valores respectivos, à luz do devido
processo legal;
c. Uma vez que a sindicância em tela observou o contraditório e a ampla defesa, o
interessado, ainda que não tenha assinado o TRD, pode sofrer os descontos atinentes à quantia
por ele devida diretamente em contracheque, respeitando-se sua margem consignável; e
d. Por se tratar de dano ao erário, devem ser seguidas as orientações contidas nas
EB10-N-13.007, aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 04 OUT 17, no que tange ao
registro no SISADE.

5. Nesses termos, encaminho as presentes informações a esse Departamento, para


conhecimento e adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

(DIEx nº 249-ASSE1/SSEF/SEF, de 11 de novembro de 2019 - EB 64689.019530/2019-31 ......


6/6)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.000687/2018-10

Brasília, DF, 8 de fevereiro de 2018.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: licenciamento intempestivo de militar
Referência: DIEx nº 142-S1-10ICFEx, de 12 JAN 18

1. Por meio do DIEx da referência, essa Inspetoria de Contabilidade e Finanças


encaminhou consulta oriunda do 16º Batalhão de Infantaria Motorizado, versando sobre possível
dano ao erário em função de licencimento intempestivo de militar.

2. Em síntese, relata a Memória para decisão nº 001/16º BIMTZ, de 29 de dezembro


de 2017, que:

a. O ex cabo WALDEYR RODRIGUES, sofreu acidente fora do serviço no dia 18 de


junho de 2016.
b. Em decorrência, sucessivas inspeções de saúde indicaram a incapacidade
temporária do militar, observando a UG que em todas as atas de inspeção de saúde consta a
observação de que a incapacidade temporária era unicamente relativa à prestação do serviço
militar e sem implicação quanto à aptidão ou incapacidade para o exercício de atividades
laborativas civis.
c. O Cb WALDEYR deveria ter sido licenciado ex officio, por conveniência do
serviço, após 90 (noventa) dias do início da incapacidade para o serviço, conforme determina o §
2º do Art 430 do Regulamento Interno e dos serviços Gerais (RISG). Em outras palavras, a OM
deveria ter licenciado o militar "ex officio", na modalidade "por conveniência do serviço", após
90 (noventa) dias, consecutivos ou não, de incapacidade temporária.
d. O militar continuou vinculado à organização militar, na situação de incapaz B1, até
o dia 27 de outubro de 2017, quando foi licenciado, após ter recebido o parecer Apto (A) em
inspeção de saúde datada de 23 de outubro de 2017.
e. A não observância da legislação teve como consequência a permanência do ex Cb
WALDEYR RODRIGUES no serviço ativo até o dia 27 de outubro de 2017, ocasião em que foi
licenciado.
f. Em razão do licenciamento intempestivo do Ex Cb, a UG levantou duas questões: a
possibilidade de ter ocorrido dano ao erário pela percepção de remuneração no período

(DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 de fevereiro de 2018 - EB 64689.000687/2018-10 ...... 1/


4)
posterior aos 90 (noventa) dias de incapacidade para o serviço, até o licenciamento realizado em
27 de outubro de 2017; e sobre o direito do reservista de receber a compensação pecuniária.
g. Em relação à remuneração percebida pelo reservista, o parecer da UG foi no
sentido da não configuração de dano ao erário e que, tampouco, haveria necessidade de se
restituir os valores percebidos no período. Por outro lado, o reservista em tela não faria jus a
receber a compensação pecuniária.

3. Em resumo, pontuou essa ICFEx que o período passado pelo militar, para além dos
noventa dias de incapacidade temporária careceram de amparo legal, em razão da inobservância
do estabelecido no art. 430, inciso II e § 2º do RISG, tornando-se esse período de tempo de
serviço passível de anulação, mediante a instauração prévia de sindicância, a teor do art. 53 da
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Para as questões levantadas pela UG, o parecer dessa
ICFEx foi no sentido de que tanto o valor da compensação pecuniária, quanto os valores
percebidos pelo militar no período de 17 SET 16 a 27 OUT 17, deveriam ser repostos ao erário.

4. É incontroverso que, à luz do que dispõe o RISG, o ex Cb WALDEYR deveria ter


sido licenciado ex officio, por conveniência do serviço, após 90 (noventa) dias, consecutivos ou
não, na situação de incapacidade temporária. Dessa forma, passível de anulação o
período passado em contrariedade ao que prevê o RISG, com a consequente aplicação do
licenciamento, por conveniência do serviço, no momento correto e de acordo com os ditames
daquele regulamento.

5. A memória da UG afirmou que a permanência do reservista passou a ser indevida a


partir de 17 de dezembro de 2016. Já a memória dessa ICFEx indicou como marco para o correto
licenciamento o dia 16 de setembro de 2016. A consulta não possui elementos documentais que
permitam essa análise por esta Secretaria, contudo, é fato que ultrapassado o lapso de 90
(noventa) dias de incapacidade, consecutivos ou não, o militar deveria ter sido licenciado por
conveniência do serviço. A data exata poderá e deverá ser apurada no bojo da sindicância
instaurada na UG, sendo esse o marco a partir do qual a permanência do administrado no serviço
do Exército tornou-se indevida.

6. Outro descompasso observado na consulta foi o parecer dessa ICFEx ter indicado
que o valor correspondente à compensação pecuniária deveria ser "resposto ao erário". Em outro
sentido, a memória da UG pede orientação quanto ao direito do reservista receber compensação
pecuniária, em razão de seu licenciamento intempestivo, emitindo opinião pelo não pagamento
da pecúnia em questão. A maneira como formulada a consulta e a análise inicial das fichas
financeiras do ano de 2016 e 2017 levam ao entendimento de que a UG não teria pago, ainda, a
compensação pecuniária.

7. Partindo, então, do pressuposto de que ainda não houve o pagamento da


compensação pecuniária, esta Secretaria passa a analisar esse ponto da consulta:

a. A compensação pecuniária é um benefício concedido ao militar, Oficial ou Praça,


em decorrência de seu licenciamento. Para que faça jus a essa verba, essencial se faz a
observância de algumas condições pré-estabelecidas em lei. Nesse sentido, o art. 1º da n° 7.963,
de 21 de dezembro de 1989:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar

(DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 de fevereiro de 2018 - EB 64689.000687/2018-10 ...... 2/


4)
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente
ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

b. O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de


licenciamento ex officio, apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de
serviço autorizará o recebimento da verba em questão.
c. Esta Secretaria tem se manifestado no sentido de que em relação ao pagamento da
compensação pecuniária, deve-se adotar a interpretação literal do Art 1º da Lei nº 7.963/1989
em observância ao princípio da estrita legalidade administrativa, entendimento corroborado pelo
Gabinete do Comandante do Exército, nos termos do Ofício nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12:

o deferimento do direito em tela somente é permitido quando o militar


temporário for excluído do serviço ativo na modalidade licenciamento, no tipo ex
officio, e na hipótese término de tempo de serviço, a teor do art. 121, § 3° alínea a
do Estatuto dos Militares-Lei 6880, de 1980). Modalidades outras de exclusão do
serviço ativo como a desincorporação, p. ex, ou hipóteses diversas de
licenciamento, ainda que ex officio, como a aprovação em concurso público, não
ensejam o pagamento do benefício. (trecho extraído do Ofício nº 021-A2.2.6, de 16
JAN 12)

d. Dessa maneira, considerando que ao militar em questão aplica-se o regramento


jurídico estabelecido no inciso II do caput e inciso I do § 2º, ambos do art. 430 do RISG, ou seja,
licenciamento ex officio por conveniência do serviço, e levando-se em conta, ainda, a
prevalência do princípio da estrita legalidade, é inevitável constatar que o reservista em tela não
faz jus à compensação pecuniária. Caso tal benefício já tenha sido pago, haverá necessidade de
se buscar a restituição desses valores aos cofres públicos.

8. No que atine à remuneração percebida pelo militar no período em que permaneceu


vinculado à Força, contrariando os dispositivos do RISG e, portanto, sem amparo legal, há que
ser ouvido o Centro de Controle Interno do Exército, nos termos do Regimento Interno daquele
OADI, aprovado pela Portaria nº 460-Cmt Ex, de 16 MAI 17. Assim, apenas no que diz respeito
a esse ponto (possível dano ao erário e necessidade de restituição da remuneração percebida em
razão do licenciamento intempestivo) a consulta deve ser redirecionada ao CCIEx, solicitando
que aquele Centro oriente essa ICFEx em relação ao caso concreto.

9. Isto posto, à luz da legislação vigente e conforme considerações acima, entende


esta Secretaria que:

a. De acordo com as disposições do RISG, o ex Cb WALDEYR deveria ter sido


licenciado ex officio, por conveniência do serviço, após completar 90 (noventa) dias,
consecutivos ou não, na situação de incapacidade temporária. Dessa forma, observados o
contraditório e a ampla defesa, passível de anulação o período passado em contrariedade ao que
prevê aquele regulamento; e
b. considerando que ao militar em questão aplica-se o regramento jurídico
estabelecido no inciso II do caput e inciso I do § 2º, ambos do art. 430 do RISG, o reservista em
tela não faz jus à compensação pecuniária. Caso tal benefício já tenha sido pago, haverá
necessidade de se buscar a restituição desses valores.

10. Apenas no que atine à necessidade de restituição da remuneração percebida pelo

(DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 de fevereiro de 2018 - EB 64689.000687/2018-10 ...... 3/


4)
reservista, desde o momento em que deveria ter sido aplicado o art. 430 do RISG (após 90 dias
de incapacidade) até o sua licenciamento intempestivo (27 OUT 17), a consulta deverá
ser redirecionada, por essa ICFEx, ao CCIEx para fins de análise e orientação.

Gen Div EXPEDITO ALVES DE LIMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"BRASIL NO HAITI, UM CASO DE SUCESSO (2004 - 2017)"

(DIEx nº 36-ASSE1/SSEF/SEF, de 8 de fevereiro de 2018 - EB 64689.000687/2018-10 ...... 4/


4)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.001907/2018-14

URGENTÍSSIMO
Brasília, DF, 21 de março de 2018.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Subdiretor de Saúde
Assunto: ressarcimento de saldo devedor junto ao FUSEx
Referência: DIEx nº 45-SSAS-D Sau, de 15 MAR 18

1. Expediente versando sobre ressarcimento de saldo devedor junto ao FUSEx por


militares licenciados do serviço ativo do Exército.

2. Especificamente, trata-se de indagação acerca da possibilidade de quitação de


dívida por meio de Guia de Recolhimento Único (GRU), seja em sua totalidade, seja de modo
parcelado, eis que a norma incidente sobre o tema – Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 04 OUT 17 –
não traria orientações a esse respeito.

3. Demais disso, indaga-se sobre a possibilidade de que a dívida em tela seja abatida
da compensação pecuniária eventualmente paga aos militares licenciados nos termos da Lei nº
7.963, de 21 DEZ 1989.

4. O tema deve ser analisado de acordo com os aspectos jurídicos incidentes.

a. Há que se iniciar examinando a possibilidade de abatimento de dívidas junto ao


FUSEx da compensação pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 1989, cujo art. 1º assim prevê:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.

b. Importante, para o deslinde da matéria, é entender a natureza jurídica de


indenização que recai sobre a compensação pecuniária, conforme lição do eminente Prof. De

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 1/6


)
Plácido e Silva (in “Vocabulário Jurídico”, 17ª ed. Forense. Rio de Janeiro, 2000. p. 425):
“Derivado do latim indemnis (indene), de que se formou no
vernáculo o verbo indenizar (reparar, recompensar, retribuir), em sentido
genérico quer exprimir toda compensação ou retribuição monetária feita
por uma pessoa a outrem, para a reembolsar de despesas feitas ou para
ressarcir de perdas tidas.
E, neste sentido, indenização, tanto se refere ao reembolso de
quantias que alguém despendeu por conta de outrem, ao pagamento, feito
para recompensa do que se fez ou para reparação do prejuízo ou dano que
se tenha causado a outrem.
É, portanto, em sentido amplo, toda reparação ou contribuição
pecuniária, que se efetiva para satisfazer um pagamento, a que se está
obrigado ou que se apresenta como um dever jurídico.
Traz a finalidade de integrar o patrimônio da pessoa daquilo que
se desfalcou pelos desembolsos, de recompô-lo pelas perdas e prejuízos
sofridos (danos), ou ainda de acresce-lo dos proventos , a que faz jus a
pessoa, pelo seu trabalho.
Em qualquer aspecto que se apresente constituindo um direito,
que deve ser atendido por quem, correlatamente, se colocou na posição de
cumpri-lo, corresponde sempre a uma compensação de caráter monetário,
a ser atribuída ao patrimônio da pessoa.”

c. Em outro giro verbal, indenizar significa reparar, compensar, isto é, trazer


equilíbrio, recompor. Trazendo essa idéia ao âmbito da compensação pecuniária constante da Lei
nº 7.963, de 1989, é forçoso concluir que a mesma destina-se a servir como contrapeso
financeiro ao militar temporário que, ex officio, é licenciado das fileiras de qualquer das Forças
Armadas.

d. A jurisprudência é pacífica nesse sentido: verbas indenizatórias não representam


aquisição ou disponibilidade econômica de renda ou de proventos de qualquer natureza. Ao
contrário, pois, como visto, indenizações, como é o caso da compensação pecuniária ora
discutida, têm o escopo de compensar a perda financeira com a qual o militar temporário passará
a se defrontar, a partir do momento em que for licenciado ex officio, sendo inalcançáveis por
eventuais haveres que o ente público possua com relação a ele, mormente quando não houver
qualquer previsão a respeito.

e. Nesse sentido, há que se ressaltar que foi justamente a falta de previsão legal a
razão maior para que o antigo Departamento-Geral de Serviços, ao ser consultado pela SEF (ex
vi do Of nº 045-Asse Jur-00 (A/1-SEF), de 10 OUT 2000, se pronunciasse, nos termos do
Parecer nº 192-A/5, de 29 Nov 2000, pela impossibilidade de abatimento de débitos junto ao
FUSEx dos valores a serem pagos a título de compensação pecuniária. Verifique-se:
“6. Pelo exposto, esta Assessoria é do seguinte parecer:
a. que, por ausência de disposição normativa (lei ou
regulamento), as despesas referentes à indenização pela prestação de
assistência médico-hospitalar, devidas pelos militares temporários, não
poderão ser descontadas do valor recebido a título de indenização
pecuniária, a não ser que haja autorização expressa do militar licenciado ou
a ser licenciado.”

f. Contudo, quando o assunto voltou à baila, por ocasião de consulta da 7ª ICFEx a

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 2/6


)
este ODS, exarada nos termos do Of nº 008-S/1, de 26 Fev 2005, vigiam as Instruções
Reguladoras do Sistema de Prestação de Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários do
FUSEx - (IR-30-06), aprovadas pela Portaria 046-DGP, de 26 Abr 02, que continham previsão
expressa quanto ao abatimento de dívida junto ao FUSEx da compensação pecuniária – nos
termos da alínea e do item 3 de seu Anexo C. Por essa razão, no caso então debatido, a SEF se
manifestou favoravelmente quanto a tal possibilidade, conforme assentado no Of nº 047-Asse
Jur-05 (A1/SEF), de 28 MAR 05.

g. Em 29 JUN 06, porém, o Departamento-Geral do Pessoal, de acordo com o Encam


nº 326/06-DGP/Asse Jur.5, de 29 JUN 06, entendeu que não existiria fundamento legal para a
cobrança de dívidas do FUSEx na compensação pecuniária e que o órgão técnico da Força
deveria realizar estudos visando sanar a inconsistência verificada entre o art. 7º e a alínea e do
Anexo C das IR 30-06.

h. Com efeito, entendeu aquele ODS que, à luz do Princípio da Legalidade, insculpido
na Constituição Federal, ninguém poderia fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.
Ainda, que nos termos do Decreto 92.512, de 1986 combinado com o art. 14 da MP 2.215-10, de
2001, as dívidas para com o FUSEx não poderiam constar na base de descontos do sistema
remuneratório militar. Em suma, considerou aquele Departamento que o disposto nas IR 30-06
não poderiam autorizar o desconto de dívidas para com o FUSEx quando do pagamento da
compensação pecuniária.

i. Ao se manifestar novamente sobre o tema, a SEF, nos termos do Of nº 198-Asse


Jur-06 (A1/SEF), de 06 OUT 06, em resposta a consulta formulada pela 2ª ICFEx, adotou a linha
de raciocínio do DGP. Aprofundando a argumentação, asseverou, ainda, que o inciso LV do art.
5º da Constituição Federal previa que o devido processo legal era garantido a todo e qualquer
indivíduo cuja esfera patrimonial pudesse ser atingida por decisões administrativas -- previsão
essa ainda em vigor.

j. Dessa forma, arrematou a SEF que aqueles que se encontrassem em dívida para com
o FUSEx somente poderiam ser compelidos a arcar com seus haveres nessa senda depois de
ser-lhes garantido o exercício do contraditório e da ampla defesa, por meio de processo
administrativo específico, carreado à luz da Lei nº 9.784, de 29 JAN 1999, não havendo o que se
falar em qualquer espécie de abatimento desses valores na compensação pecuniária de que trata
a Lei nº 7.963, de 1989.

k. Corroborando com essa linha de argumentação, a previsão existente nas IR 30-03,


aprovadas pela Portaria 046-DGP, de 26 Abr 2002, deixaram de existir quando vieram a lume as
Instruções Reguladoras para a Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários do Fundo de
Saúde do Exército (IR 30-38), aprovadas pela Portaria nº 048-DGP, de 28 FEV 08.

l. Tem-se, em suma, que é juridicamente incabível o abatimento de dívidas para com o


FUSEx da compensação pecuniária por absoluta falta de amparo legal.

m. Volta-se, assim, para a maneira como as dívidas podem ser cobradas daqueles que
não mais se encontram vinculados com a Administração Militar - caso de militares licenciados.
Nesse sentido, há que se verificar a Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 2017, que regula o tema.

n. Em linhas gerais, verifica-se que o débito não saldado para com o FUSEx consistirá
em dano ao erário, cujo valor deverá ser apurado mediante sindicância a ser instaurada na OM a

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 3/6


)
que o militar se encontrava vinculado, à luz do devido processo legal, conforme já exposto.
Finalizado o procedimento, delimitada a responsabilidade, quantificado o dano e adotadas as
demais providências previstas na norma em tela, aquele a quem se imputar o débito deverá ser
notificado para recolher os valores pertinentes aos cofres públicos. Tal recolhimento dá-se
mediante Guia de Recolhimento da União (GRU), conforme prevê o caput art. 20 da portaria em
tela:
Art. 20. Após o ciente do responsável notificado, e não tendo
sido recolhido o valor no prazo estipulado por meio de Guia de
Recolhimento da União (GRU), o Cmt, Ch ou Dir OM adotará as
seguintes providências: (...)

o. Ou seja, num primeiro momento, o responsável será notificado para recolher o


valor devido por meio de GRU. Tal recolhimento deverá ser realizado de uma só vez,
considerando que o responsável não se encontra mais vinculado à Administração Militar. É de se
destacar tal aspecto: para o devedor que não se encontra vinculado à Administração Militar,
inexiste possibilidade de parcelamento da dívida, conforme se infere do art. 150 do Regulamento
de Administração do Exército – RAE (R3), aprovado pelo Decreto nº 98.820, de :
Art. 150. As indenizações a imputar ou imputadas aos militares
deverão ser dimensionadas, sempre que possível, de modo a permitir que os
descontos sejam concluídos antes do respectivo licenciamento ou exclusão
do serviço ativo.

p. Não por outro motivo, a SEF pronunciou-se de modo desfavorável à possibilidade


de parcelamento de dívida de oficiais demissionários do Quadro de Engenheiros Militares
(QEM), nos termos do DIEx nº 193-Asse1/SSEF/SEF, de 27 de junho de 2016, conforme se
observa abaixo:
k. Como se denota, o parcelamento dos débitos para com a
União, citado no Parecer nº 111/AJ/SEF, de 2013, interpretado à luz do
RAE, não pode ser entendido como uma obrigação da administração, mas
sim como uma possibilidade, devendo ser dimensionado de modo que a
conclusão do pagamento se dê antes da exclusão do serviço ativo do militar.
Ou seja, é possível o parcelamento, à luz do RAE, desde que o devedor
esteja vinculado à Administração Castrense.
l. A questão trazida a exame difere da hipótese acima. Com
efeito, refere-se a oficiais que, depois de demitidos, passam à condição de
devedores em face da Fazenda Pública. Vale dizer, refere-se a ex-militares,
indivíduos não mais pertencer aos quadros das Forças Armadas e que, por
isso, não são alcançados pelo cabedal normativo antes citado. Vale dizer:
por não estarem mais vinculados ao Exército, os oficiais demissionários do
QEM não mais podem se valer do parcelamento a que alude o R3 quando
do pagamento de suas dívidas junto ao erário

q. Ao caso ora analisado deve ser empregado o mesmo raciocínio, ou seja, militares
que foram excluídos do serviço ativo e que deixaram dívidas para com o FUSEx, devem ser
ressarcir aos cofres públicos os valores pertinentes de uma só vez, mediante GRU, não havendo
o que se falar em parcelamento. Inexistindo recolhimento nesse sentido, a Administração
Castrense deverá adotar as providências para inscrever o responsável na Dívida Ativa da União,
conforme prevê o inciso II do art. 20 da Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 2017, acima citado:
Art. 20 (...)
II - na impossibilidade de implantação do desconto no
contracheque, face ao elevado valor da dívida, à limitação da margem

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 4/6


)
consignável do militar ou outras razões que impossibilitem o referido
desconto, deverão ser tomadas as providências para inscrição na Dívida
Ativa da União e, observada a legislação correlata, a instauração de TCE,
nos termos do parágrafo único do art. 10 e dos art. 32 e 33 destas normas.

r. A inscrição na Dívida Ativa da União é regulada pelos artigos 32 e 33 da Portaria nº


1.324-Cmt Ex, de 2017. De tais dispositivos extrai-se a necessidade de que os documentos
pertinentes sejam reunidos em processo e encaminhados à Região Militar (ou à Grande Unidade)
a que a OM se encontre vinculada, para que seja remetida, posteriormente, à Procuradoria da
Fazenda Nacional, órgão da Advocacia-Geral da União encarregado da execução judicial dos
haveres da União. Verifique-se:
Art. 33. O processo de inscrição em dívida ativa da união será
encaminhado à PGFN por intermédio da RM e será composto dos seguintes
documentos:
I - cópia da sindicância, como documento essencial, contendo a
ciência do responsável nos termos do § 3º do art. 5º destas normas;
II - Ficha de Qualificação do Responsável;
III - Demonstrativo Financeiro do Débito individualizado;
IV - Notificação do Débito; e
V - Termo de Reconhecimento de Dívida.

s. Destaque-se que na hipótese de o devedor não pertencer à Administração Militar –


ou ter deixado de pertencer, por ter sido excluído do serviço ativo –, a remessa da documentação
em tela deverá seguir da Grande Unidade de vinculação da OM para a Procuradoria da União,
para fins de ajuizamento de ação de cobrança – e não para a PFN, onde se faria a execução –
independentemente do valor do débito. É o que prevê o §5º do art. 33, supracitado. Observe-se:
§ 5º Nos casos em que os devedores da União são pensionistas,
nas suas diversas modalidades, ou aqueles que não têm qualquer vínculo
com a Administração Militar, ou ainda, diante do indeferimento, por parte
da PGFN, quanto à inscrição de qualquer débito na dívida ativa da união, o
processo deverá ser encaminhado ao órgão competente da
Procuradoria-Geral da União (PGU), por intermédio da RM, da Divisão
de Exército (DE) ou da OM valor Grande Unidade (GU), a que a OM de
origem estiver diretamente vinculada, para fins de ajuizamento de ação
de cobrança, independentemente do valor devido.

t. Vale lembrar, encerrando a hipótese em tela, que somente o órgão da AGU atuante
no feito – agora no âmbito do Judiciário – terá competência para aceitar eventual parcelamento
do débito de acordo com a Lei nº 9.469, de 10 JUL 1997, com redação dada pela Lei nº 13.140,
de 26 JUN 15:
Art. 1º O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante o
delegação, e os dirigentes máximos das empresas públicas federais, em
conjunto com o dirigente estatutário da área afeta ao assunto, poderão
autorizar a realização de acordos ou transações para prevenir ou terminar
litígios, inclusive os judiciais. (...)
Art. 2º O Procurador-Geral da União, o Procurador-Geral
Federal, o Procurador-Geral do Banco Central do Brasil e os dirigentes das
empresas públicas federais mencionadas no caput do art. 1º poderão o

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 5/6


)
autorizar, diretamente ou mediante delegação, a realização de acordos para
prevenir ou terminar, judicial ou extrajudicialmente, litígio que envolver
valores inferiores aos fixados em regulamento.
(...)
§2º O acordo de que trata o caput poderá consistir no pagamento
do o débito em parcelas mensais e sucessivas, até o limite máximo de
sessenta.

5. Isso posto, entende esta Secretaria que:

a. É juridicamente incabível o abatimento de dívidas para com o FUSEx da


compensação pecuniária de que trata a Lei nº 7.963, de 1989, por absoluta falta de amparo legal.

b. Dívidas para com o FUSEx, por parte de militares que foram licenciados do serviço
ativo, devem ser apuradas mediante sindicância, à luz da Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de 2017.

c. Finalizado o procedimento, delimitada a responsabilidade, quantificado o dano e


adotadas as demais providências previstas na portaria em tela, aquele a quem for imputado o
débito deverá ser notificado para recolher os valores pertinentes aos cofres públicos, mediante
GRU

d. Não havendo vínculo do devedor para com a Administração (caso de militares


licenciados do serviço ativo), não será possível o parcelamento da dívida.

e. Na hipótese de não recolhimento dos valores devidos, a documentação pertinente


deverá ser encaminhada pela OM à Grande Unidade a que estiver subordinada, para posterior
remessa ao órgão da AGU competente para execução ou cobrança dos valores em juízo.

6. Nesses termos, encaminho as presentes informações a V Exa, para conhecimento e


adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div RICARDO MARQUES FIGUEIREDO


Subsecretário de Economia e Finanças

"BRASIL NO HAITI, UM CASO DE SUCESSO (2004 - 2017)"

(DIEx nº 64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018 - EB 64689.001907/2018-14 ...... 6/6


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.004290/2018-99

Brasília, DF, 7 de junho de 2018.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 3ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: adicional de férias e compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 98-S1/Ch/3ª ICFEx, de 7 MAIO 18

1. Expediente versando sobre férias e compensação pecuniária devidos a militar


reintegrado e posteriormente desligado do serviço ativo.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida a lume.

a. Trata-se de questão oriunda do 16º Grupo de Artilharia de Campanha


Autopropulsado (16º GAC AP), atinente ao Sd ADELIR ARAUJO.

b. Em linhas gerais, verifica-se que o militar em tela incorporou na referida unidade


em 13 MAR 1995, a fim de cumprir o serviço militar inicial. Em 11 AGO 1998, porém, sofreu
acidente, conforme publicado em Boletim Interno. Em 11 ABR 2000, o militar foi incluído no
número de adidos da unidade, a contar de 13 MAR 2000, à luz do art. 350 do RISG. Em 18 ABR
02, foi licenciado das fileiras do Exército a teor do nº 38) do art. 18 do RISG, do inciso V do art.
94 do Estatuto dos Militares, amparado, todavia, pelo art. 149 do Regulamento da Lei do Serviço
Militar (RLSM), para fins de tratamento médico.

c. Em 05 JUN 02, o militar foi reincluído no estado efetivo do 16º GAC AP, para fins
de tratamento médico e percepção de vencimentos, em virtude de ordem judicial de antecipação
de tutela proferida pela 1ª Vara Federal de Novo Hamburgo, RS, nos autos
2002.71.08.005235-7.

d. Tal decisão foi refletiu-se em expediente exarado pela 3ª Região Militar (3ª RM),
publicado no Boletim Interno de 23 OUT 02 daquela OM, no sentido de manter o autor
reintegrado para fins de tratamento de saúde, com o pagamento da remuneração, até a
recuperação de sua lesão no cotovelo direito. Nesse sentido, prosseguiu aquele Grande
Comando, o militar deveria ser submetido a inspeção de saúde ao término do tratamento; uma

(DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018 - EB 64689.004290/2018-99 ...... 1/5)


vez considerado apto, seriam tomadas providências junto à Advocacia-Geral da União visando à
suspensão da decisão judicial de reintegração.

e. Em 30 JUL 03, o magistrado oficiante no feito proferiu sentença confirmando os


efeitos da tutela antecipada. A Remessa Oficial apreciada pela 4ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região em 24 MAIO 06, confirmou a sentença de primeiro grau no tocante à
reintegração do militar para fins de tratamento médico

f. Em 09 NOV 17, o 16º GAC AP requereu orientações ao escalão superior tendo em


vista a emissão de parecer apto em favor do militar, por Junta de Inspeção de Saúde. Em
resposta constante do DIEx 1-E1/Cmdo Art Ex, de 29 DEZ 17, foram recapitulados os fatos e,
ao final, exarado o entendimento de que a alta médica teria esgotado a prestação jurisdicional
que determinara a reintegração do autor. Nesse sentido, o 16º GAC AP foi orientado a promover
a exclusão do militar do número de adidos, encaminhando cópia da decisão ao Cmdo Art Ex.

g. Em consequência, o Sd ADELIR ARAUJO foi desligado do número de adidos da


OM, a contar de 31 DEZ 17, “tendo em vista a conveniência administrativa para fins de
pagamento de pessoal”. O Cmdo da OM, nesse sentido, determinou que o Cmdo Art Ex fosse
informado a respeito e que o Ch do FUSEx providenciasse a exclusão do militar e de seus
dependentes do CadBen; ainda, que o Chefe do Setor de Pagamento adotasse as providências
decorrentes, de acordo com as orientações do escalão superior.

h. No tocante ao pagamento, pois, entendeu o ordenador de despesas que o agora


ex-militar faria jus aos adicionais de férias e às remunerações de férias não pagas em face do
período em que permaneceu reintegrado. Porém, dúvidas surgiram quanto à eventual incidência
da prescrição quinquenal, considerando-se que a reintegração ocorreu em 2002. No que se refere
à compensação pecuniária, entendeu aquele OD que o interessado teria direito ao benefício
referente ao período de 13 MAR 1996 a 18 ABR 02, excluindo, portanto, o interregno atinente à
reintegração. No entanto, também nesse aspecto haveria dúvidas quanto à incidência da
prescrição.

i. Instada a se pronunciar, essa Inspetoria entendeu que “o adicional de férias deveria


ter sido pago durante todo o período em que o militar esteve reintegrado. Entretanto, esta
dívida foi afetada pela prescrição em parte. Desta forma, seriam devidos apenas os adicionais
referentes aos últimos 5 anos (não abrangidos pela prescrição)”. Quanto à compensação
pecuniária, “deveria ter sido paga tendo como base o período de 13 MAR 96 a 18 ABR 02.
Entretanto, esta dívida foi abrangida pela prescrição.” De todo modo, restariam dúvidas quanto
à “aplicabilidade da prescrição quinquenal em virtude da reintegração do Sr ADELIR
ARAUJO”, razão pela qual solicitou a apreciação do caso por esta Secretaria.

3. O assunto deve ser analisado de acordo com a legislação de regência.

a. O cerne da questão refere-se ao eventual direito a férias e a compensação pecuniária


por militar reintegrado e posteriormente licenciado. O entendimento consolidado neste ODS é no
sentido de que o militar reintegrado, mesmo não cumprindo expediente faz jus a direitos
remuneratórios como se em plena atividade estivesse, especialmente nos casos em que o
magistrado oficiante, ao deferir a reintegração, alude a “remuneração” ou a “vencimentos” ,
como é o caso.

b. Nesse sentido, verifique-se o DIEx nº 030-Asse1/SSEF/SEF, de 18 MAR 13, que,

(DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018 - EB 64689.004290/2018-99 ...... 2/5)


respondendo a consulta procedente do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto
Alegre (CPOR/PA), encaminhada por intermédio dessa ICFEx, relativa a à agregação
judicialmente determinada, assim concluiu:
a. A reintegração de militar por ordem judicial – mesmo liminar,
isto é, provisória e precária – leva à agregação do mesmo, resultando no
pagamento de todos os direitos remuneratórios (ou seja, de todas as verbas
previstas nos artigos 1º e 2º da MP 2.215-10, de 2001), a teor do art. 84 do
E1-80, a não ser que haja menção expressa, por parte do juízo competente,
em sentido contrário.
b. A conclusão acima atinge tanto militares na situação de
efetivo profissional, como também aqueles do efetivo variável.

c. É sabido que o militar reintegrado não deve ser “agregado”, eis que tal instituto
somente se aplica a militares de carreira, mas sim “adido” à Força (ex vi do DIEx nº
796-A2.3/A2, de 11 JUL 16, do gab Cmt Ex, e do Parecer nº 510-2010-VCh/AJur, de 04 NOV
10, do EME). No entanto, inúmeras decisões judiciais não fazem essa distinção, determinando a
agregação do militar reintegrado, o que é corroborado pelos pareceres de força executória
consequentemente expedidos pelos órgãos da Advocacia-Geral da União que atuam nos
respectivos feitos, o que termina cumprido pelas OM envolvidas.

d. De todo modo – isto é, quer se trate de agregação, quer se trate de adição – se a


decisão judicial aludir expressamente a remuneração ou a vencimentos, de modo genérico, o
militar reintegrado fará jus a todas as verbas que compõem a estrutura remuneratória
correspondente a seu posto ou graduação, quer cumpra expediente, quer não cumpra, bem como
estará sujeito aos descontos aplicáveis. De fato, o conceito de remuneração abrange todas as
verbas que compõem a retribuição pecuniária do militar, conforme esclarece o Ofício nº
061-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 27 ABR 05:
j. Importante, pois, é distinguir as vantagens pecuniárias
permanentes das transitórias. Aquelas fazem parte dos vencimentos, estas
englobam apenas a remuneração, que vem a ser justamente a soma dos
vencimentos com as vantagens pecuniárias transitórias. As primeiras fazem
parte do patrimônio jurídico dos agentes públicos, não podendo lhes ser, por
hipótese alguma, retiradas; as segundas, pela própria transitoriedade, não
são intangíveis. Daí se falar em irredutibilidade de vencimentos e não de
remuneração (art. 37, XV, CF). Na esfera militar, portanto, a remuneração
engloba o soldo, os adicionais e gratificações permanentes e, também os
adicionais e vantagens transitórios.

e. Com efeito, o fato de o militar reintegrado não cumprir expediente não pode servir
de escusa para que se lhe retire parcela pecuniária que integra a estrutura remuneratória a que faz
jus. Do contrário, o reintegrado que não cumpre expediente sequer precisaria receber
remuneração, eis que não trabalha efetivamente.

f. Não por outro motivo, esta Secretaria já se manifestou favoravelmente quanto ao


direito a férias por parte de militar preso (Parecer nº 004/AJ/SEF, de 11 JAN 06) e também por
militar que se encontra em LTSP (Parecer nº 049/AJ/SEF, de 03 JUL 06), cujo raciocínio foi
corroborado pelo Núcleo de Assuntos Militares da Consultoria-Geral da União, nos termos do
Parecer nº 56/2015/CTV/GARE/NAMI/CGU/AGU, de 15 JUN 15.

g. Assim sendo, uma vez que o adicional de férias integra o conceito de remuneração,
necessário se torna o saque respectivo em favor do militar reintegrado, mesmo que não cumpra

(DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018 - EB 64689.004290/2018-99 ...... 3/5)


expediente, uma vez que complete o período aquisitivo. Nesse sentido, vide os recentes DIEx nº
371-Asse1/SSEF/SEF, de 14 DEZ 17, e DIEx nº 405-Asse1/SSEF/SEF, de 21 DEZ 17.

h. No caso concreto, pois, infere-se que ao interessado não foram concedidas as férias
relativas ao período em que esteve reintegrado (com exceção do ano de 2010), impondo-se, por
isso, a indenização respectiva, acrescida dos respectivos adicionais. Tratando-se de períodos de
férias que não foram utilizadas para qualquer fim, o prazo prescricional de cinco anos somente
começa a contar a partir do momento em que o militar não pode mais gozá-las, ou seja, a partir
do momento em que deixa o serviço ativo e ingressa na inatividade, quer remunerada, quer não
remunerada. É o que se infere do Despacho Decisório nº 265/2017, do Sr Comandante do
Exército:
À vista dos documentos e das razões acima expendidas, tem-se
que a questão envolvendo o direito às férias não gozadas, cujos períodos
foram adquiridos anteriormente a 29 DEZ 00, foi exaustivamente apreciada
pela Consultoria Jurídica-Adjunta ao Comando do Exército, verificando-se
que: (...)
b. o militar na inatividade fará jus à indenização de férias não
gozadas observando-se o prazo prescricional de cinco anos, cujo termo
inicial deverá coincidir com a data de sua inativação;

i. Portanto, o interessado, ex-Sd ADELIR ARAUJO tem direito a indenização de


todas as férias que deixou de fruir enquanto esteve reintegrado, acrescidas dos respectivos
adicionais, considerando que deixou o serviço ativo em 31 DEZ 17, isto é, há menos de cinco
anos.

j. No tocante à compensação pecuniária, é preciso apontar de plano que não restou


clara a modalidade pela qual o militar foi desligado do serviço ativo do Exército. Tal informação
é de fundamental importância, eis que a compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de
1989, somente pode ser sacada em favor do militar temporário que é desligado mediante
licenciamento ex officio na modalidade término de tempo de serviço. Vale dizer, desligamentos
outros – como aqueles previstos no art. 94 do Estatuto dos Militares –, licenciamentos a pedido
ou mesmo licenciamentos ex officio por conveniência do serviço ou a bem da disciplina não
permitem o saque do benefício em tela.

k. Portanto, o ex-Sd ADELIR ARAUJO somente fará jus à compensação pecuniária


se, e somente se, tiver sido licenciado ex-officio por término de prorrogação de tempo de serviço.

l. Sendo esse o caso, aplica-se o entendimento contido no Of nº 298-Asse Jur-10


(A/1-SEF), de 07 DEZ 10, ratificado pelo DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 OUT 15, no
sentido de que a base de cálculo para pagamento deve se limitar ao número máximo de
prorrogações previstas na legislação – 07 (sete) anos, conforme o art. 15 das Instruções Gerais
para a Prorrogação do Tempo de Serviço Militar de Cabos e Soldados (IG 10-06), aprovadas
pela Portaria nº 257-Cmt Ex, de 30 ABR 09 –, descontado, em todo caso, o tempo
correspondente ao serviço militar obrigatório.

m. Assim sendo, terá direito o ex-Sd ADELIR ARAUJO a seis remunerações a título
de compensação pecuniária (de 13 MAR 1995 a 02 ABR 02, descontado o ano de serviço militar
obrigatório), desde que tenha sido licenciado por término de tempo de serviço. Não há o que se
falar em prescrição, nesse caso, porque o nascedouro do direito coincide com o desligamento do
militar do serviço ativo. É a partir desse evento que se conta o quinquênio prescricional, e não
dos anos a que se refere o benefício.

(DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018 - EB 64689.004290/2018-99 ...... 4/5)


4. Isso posto, esta Secretaria entende que:

a. O ex-Sd ADELIR ARAÚJO tem direito a indenização de todas as férias que deixou
de fruir enquanto esteve reintegrado, acrescidas dos respectivos adicionais, considerando que
deixou o serviço ativo em 31 DEZ 17, isto é, há menos de cinco anos.

b. O interessado terá direito, ainda, à compensação pecuniária equivalente a seis


remunerações, desde que tenha sido licenciado por término de tempo de serviço.

5. Nesses termos, encaminho a essa Chefia as presentes considerações, para


conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div RICARDO MARQUES FIGUEIREDO


Subsecretário de Economia e Finanças

"SIGAM-ME OS QUE FOREM BRASILEIROS: 150 ANOS DA BATALHA DE ITORORÓ"

(DIEx nº 152-ASSE1/SSEF/SEF, de 7 de junho de 2018 - EB 64689.004290/2018-99 ...... 5/5)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.008734/2018-65

Brasília, DF, 19 de outubro de 2018.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 9ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: anulação de licenciamento
Referência: DIEx nº 415-S19ªICFEx, de 24 SET 18

1. Expediente versando sobre anulação de ato administrativo, pagamento de


vencimentos e pagamentos de Compensação Pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação e as informações trazidas a lume.

a. Trata-se de demanda procedente do 47º Batalhão de Infantaria, atinente aos


ex-cabos GABRIEL EVAN MIRANDA, EDILSON DE ASSIS PEREIRA DA SILVA e
EVERSON JHONIS ALVES DA SILVA.

b. Em linhas gerais, verifica-se que os militares em tela foram incorporados ao


Exército em 01 MAR 08. Em 14 AGO 14, foram convocados para matrícula no Curso de
Formação deSoldados da Policia Militar do Mato Grosso do Sul, cujo edital fora lançado em
2013. Em 01 SET 14, foi homologado o resultado oficial do concurso em tela, fazendo com que
os interessados fossem licenciados ex officio a contar de 31 AGO 14, pelo Comandante do 47º
BI, e posteriormente incluídos no estado efetivo daquela Força Auxiliar, como alunos-soldados,
em diferentes municípios daquele ente da Federação.

c. Em 04 AGO 18, os interessados protocolaram requerimentos solicitando que os


respectivos atos de licenciamento fossem anulados, citando como fundamento o inciso IX do art.
169 das Normas Técnicas para Prestação do Serviço Militar Temporário (EB30-N-30.009),
aprovada pela Portaria nº 046-DGP, de 30 MAR 12, cumulado com o parágrafo único e inciso
III do art. 2º da Portaria nº 151-Cmt Ex, de 22 ABR 02. Em consequência das anulações
pretendidas, apontaram que teriam direito às remunerações até o término do prazo de
prorrogação de tempo de serviço a que haviam se obrigado, à luz do art. 4º da Portaria nº
151-Cmt Ex, de 2002. Em face disso, teriam direito também à compensação pecuniária prevista
na Lei nº 7.963, de 1989.

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 1/


7)
d. Em virtude dos aludidos requerimentos, o Cmt do 47º BI determinou a instauração
de sindicâncias. Após as apurações, os encarregados dos procedimentos concluíram que houve
irregularidade nos licenciamentos, vez que deveriam, em face da aprovação no concurso em tela,
ter passado à situação de adidos, até o término do prazo de prorrogação do tempo de serviço a
que tinham se obrigado. Dessa forma, os atos de licenciamentos deveriam ser anulados, com o
consequente pagamento das remunerações atinentes ao período em que deveria ter sido adido,
bem como a compensação pecuniária referente a todo o período de vinculação ao Exército.

e. Solucionando os procedimentos, em julho de 2018, o Comandante do 47º BI


concordou com o entendimento de que os atos de licenciamento foram praticados de forma
irregular e que, por isso, deveriam ser anulados, a teor dos ars. 53 e 54 da Lei nº 9.784, de 09
JAN 1999. Com efeito, no entender daquela autoridade, à luz da legislação vigente na época, os
militares deveriam ter sido excluídos do estado efetivo da OM, passando à situação de adidos a
contar do resultado do concurso para o curso de formação, em 01 SET 14.

f. Nesse sentido, ainda de acordo com aquela autoridade, pelo fato de os ingressos
efetivos na PM MS terem ocorrido a contar de 25 de maio de 2015, conforme Portaria ‘P’
118/DGP-5/DGP/MMS, de 1º de setembro de 2015, publicada no Diário Oficial nº 8.997, de 03
SET 15, os interessados teriam direito às remunerações correspondentes ao período de adição,
limitadas à data em que os licenciamentos corretos deveriam ter ocorrido, 28 FEV 15. Do
mesmo modo, uma vez que teriam cumprido o tempo de serviço a que tinham se obrigado,
fariam jus também à compensação pecuniária equivalente a seis remunerações.

g. A questão foi encaminhada a essa ICFEx por meio dos DIEx nº 73-SPP/47º BI, nº
74-SPP/47º BI, e nº 75-SPP/47º BI, todos de 16 AGO 18, acompanhados de Memórias. Em
síntese, tais documentos endossam as apurações realizadas, bem como as soluções propostas
para as sindicâncias.

h. Pronunciando-se sobre o assunto, essa Setorial trouxe à baila expedientes desta


Secretaria acerca da anulação de atos administrativos, em especial o DIEx nº
3-ASSE1/ASSE/SEF, de 3 JAN 18. Com base nisso, entendeu que os militares em tela deveriam,
realmente, ter passado à condição de adidos quando da divulgação do resultado do concurso para
a PM MS, isto é, não deveriam ter sido licenciados. Contudo, tal fato não se traduziria em
ilegalidade, mas em mera falha administrativa. Nessa senda, não haveria o que se falar em
anulação do ato de licenciamento.

i. Prosseguindo, no tocante à compensação pecuniária, essa Inspetoria também aludiu


a documentos expedidos pela SEF, em especial ao DIEx nº 200-Asse1/SSEF/SEF, de 4 NOV 15,
e ao Ofício nº 022-Asse Jur - 12 (A1/SEF), da SEF, de 23 JAN 12, concluindo não haver amparo
para o saque do benefício.

3. O assunto deve ser analisado de acordo com a legislação de regência.

a. Inicialmente, é preciso recordar que no âmbito do Exército, os atos administrativos


decorrentes da aprovação de militares em concursos públicos, inclusive para Forças Auxiliares,
encontrava-se, à época dos fatos, regido pela Portaria nº 151-Cmt Ex, de 22 ABR 02, que, no
ponto que interessa à consulta, assim dispunha:
Art. 2º A praça aprovada em concurso público para ingresso na
Marinha e na Aeronáutica será:

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 2/


7)
I - excluída do estado efetivo da OM pelo Cmt, Ch ou Dir,
permanecendo a ela adida, a contar da data de divulgação oficial do
resultado do concurso;
II - mandada apresentar-se em sua nova Força; e
III - excluída do número de adidos e licenciada na véspera do seu
ingresso na Força Armada de destino, pelo Cmt, Ch ou Dir da OM,
independente do disposto nos arts. 146 e 150 do RLSM.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à praça
aprovada em concurso público para ingresso em Força Auxiliar, exceto
àquela que estiver prestando o Serviço Militar Inicial, para a qual será
observado o que dispõe o art. 146 do RLSM.

b. Para esmiuçar a questão, o Gab Cmt Ex expediu a Nota n° 004/A2.3.5-Gab Cmt


Ex, de 18 NOV 13, que depois seria aperfeiçoada e transformada nas Instruções Gerais para o
Afastamento Temporário de Militares Aprovados em Concurso Público (EB10-IG- 09.006),
aprovadas pela Portaria nº 1347, de 23 SET 15.

c. Em todo caso, a Nota então em vigor dispunha que o militar temporário aprovado
em concurso público para ingresso em Força Auxiliar, realizado em duas ou mais fases, sendo
uma delas correspondente ao curso de formação, deveria ser excluído do estado efetivo da OM
em que se encontrasse servindo no Exército, passando à situação de adido, permanecendo,
todavia, com a remuneração equivalente à do posto ou da graduação que ocupasse. Verifique-se:
1. Com a finalidade de dirimir dúvidas acerca de concessão de
autorização para afastamento de militar aprovado em concurso público,
visando ao provimento de cargo em órgão da Administração Pública
(Federal, Estadual, Distrital ou Municipal), nas Forças Singulares (Marinha
e Aeronáutica), Escolas de Formação do Exército ou nas Forças Auxiliares,
colimando harmonizar os entendimentos manifestados nos Pareceres nº
096-CONJUR/MD/2006, de 17 JUL 06, 108- CONJUR/MD, de 10 JUL 07
e 493-CONJUR/MD, de 15 DEZ 09, todos do Ministério da Defesa, com a
legislação pertinente aplicável à matéria no âmbito da Força Terrestre, o
Comandante do Exército recomenda a observância das orientações gerais a
seguir descritas.
(...)
b. Militar temporário (oficial ou praça temporário) aprovado em
concurso para provimento de cargo
(...)
4) Na Força Auxiliar
(...)
b) Concurso público realizado em duas ou mais fases, uma das
quais correspondendo à realização do curso de formação, quando o
respectivo curso ocorrer ANTES da incorporação à Força Auxiliar:
(1) o interessado será excluído do estado efetivo da OM,
passando à situação de adido, a contar da data da publicação oficial do
resultado do concurso (candidatos aprovados no Exame Intelectual);
(2) por falta de previsão legal, o militar não terá direito à opção
de remuneração, permanecendo com a do posto ou da graduação que ocupa;

d. Pois bem, o Concurso Público de Provas para Ingresso no Curso de Formação de

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 3/


7)
Soldados PM/2013 e posterior investidura em cargo de Soldados PM da Carreira Polícia Militar
do MS foi regido pelo Edital nº 1/2013, das Secretarias de Administração e de Justiça e
Segurança Pública daquela unidade da Federação. O certame, especificamente falando,
desenvolveu-se em cinco fases distintas:
7.1 - O Concurso Público de Provas para Ingresso no Curso de
Formação de Soldados PM/2013 constará das seguintes fases:
a) Fase I - Prova Escrita Objetiva, de caráter eliminatório e
classificatório;
b) Fase II - Exame de Aptidão Mental (Exame Psicotécnico), de
caráter eliminatório;
c) Fase III - Exame de Saúde, Antropométrico e Clínico, de
caráter eliminatório;
d) Fase IV - Exame de Capacitação Física, de caráter
eliminatório;
e) Fase V - Investigação Social, de caráter eliminatório.

e. Como consequência, a matrícula no curso de formação propriamente dito se daria


após a aprovação em todas essas etapas, conforme se no seguinte trecho:
15.1 -Após homologação do Concurso Público de Provas para
Ingresso no Curso de Formação de Soldados PM/2013, os candidatos
aprovados serão convocados para efetuar a matrícula no Curso de Formação
de Soldados PM, segundo a ordem de classificação final e de acordo com as
normas e procedimentos estabelecidos por edital, pelo Comando-Geral da
Polícia Militar e segundo a legislação vigente.

f. Uma leitura apressada poderia fazer concluir que o curso de formação


propriamente dito não se constituiu em fase integrante do certame em tela. Nesse raciocínio, o
curso seria um fim, e não um meio para a investidura posterior no cargo de policial militar
daquela unidade da Federação. Dessa forma, pelo fato de não se constituir em fase do concurso,
o curso de formação não exigiria que os interessados permanecessem adidos ao Exército nesse
interregno.

g. Contudo, uma interpretação sistemática da legislação então vigente permite


concluir que o curso era, de fato, condição indispensável para a aludida investidura. Tanto é que
os interessados só ingressaram no estado efetivo da PM MS em 25 MAIO 15, vale dizer, depois
da aprovação no curso de formação. Com efeito, à luz do Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880, de
09 DEZ 1980), os interessados somente poderiam ser licenciados depois da posse em cargo
público estranho ao Exército. Confirme-se:
Art. 122. O Guarda-Marinha, o Aspirante-a-Oficial e as demais
praças empossados em cargos ou emprego público permanente, estranho à
sua carreira, serão imediatamente, mediante licenciamento ex officio,
transferidos para a reserva não remunerada, com as obrigações estabelecidas
na legislação do serviço militar.

h. Diante desse contexto, não há dúvidas de que os cabos GABRIEL EVAN


MIRANDA, EDILSON DE ASSIS PEREIRA DA SILVA e EVERSON JHONIS ALVES DA
SILVA deveriam ter sido excluídos do estado efetivo do 47º BI quando da divulgação do
resultado do concurso para o curso de formação de soldados da PM MS, em 01 SET 14,
passando à condição de adidos àquela OM, percebendo a remuneração da graduação em que se
encontravam.

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 4/


7)
i. Nesse contexto, é possível afirmar que foram ilegais os licenciamentos ocorridos
em 31 AGO 14, eis que contrários à legislação vigente, não havendo o que se falar em mera
“falha administrativa”. Portanto, correto o raciocínio contido nas soluções das sindicâncias
instauradas no âmbito da OM, no sentido de declarar nulo aquele ato de desligamento do serviço
ativo, com o necessário restabelecimento do status quo ante.

j. Com a anulação do ato de licenciamento ocorrido em 31 AGO 14 tem-se que os


militares deveriam ser considerados adidos até a data de efetivo ingresso na PM MS quando
seriam licenciados ex officio. Caso expirado o prazo de último reengajamento, seriam
licenciados ex officio nessa data. É essa a dicção do art. 4º da então vigente Portaria nº 151-Cmt
Ex, de 2002:
Art. 4º A praça não estabilizada, aprovada em concurso previsto
nos arts. 2º e 3º desta Portaria, que tiver expirado o tempo de serviço a que
se obrigou, antes do ingresso em nova Força ou posse em cargo civil, será
licenciada por término de tempo de serviço.

k. A Nota n° 004/A2.3.5-Gab Cmt Ex, de 18 NOV 13, por sua vez, complementou
essa diretiva, nos seguintes termos:
1. (...).
b. (...).
4) (...).
b) (...).
(3) na hipótese de a duração do curso de formação NÃO
EXCEDER o prazo de prorrogação de tempo de serviço
(convocação/prorrogação, engajamento ou reengajamento) a que se obrigou,
o interessado será mantido nessa situação (adido) enquanto perdurar o
curso, devendo ser licenciado, ex offício, na véspera da data da posse; e
(4) na hipótese de a duração do curso de formação EXCEDER o
prazo de prorrogação de tempo de serviço (convocação/prorrogação,
engajamento ou reengajamento) a que se obrigou, o interessado será
mantido nessa situação (adido) até o término da prorrogação concedida,
quando, então, será licenciado, ex offício.

l. Considerando que o prazo de último reengajamento finalizaria em 28 FEV 15 e que


o ingresso efetivo na PM MS ocorreria somente a contar de 25 MAIO 15, há que se concluir que
os interessados somente deveriam ter sido licenciados ex officio em 28 FEV 15, na modalidade
término de prorrogação de tempo de serviço.

m. Tal hipótese permite o pagamento da compensação pecuniária prevista no art. 1º da


Lei nº 7.963, de 1989. Observe-se:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 5/


7)
n. Assim, considerando que ingressaram no Exército em 01 MAR 08, para o
cumprimento do serviço militar obrigatório, e que seriam licenciados em 28 FEV 14, têm direito
à compensação pecuniária equivalente a seis remunerações.

o. Paralelamente há que se verificar se, na condição de adidos, os interessados fariam


jus à remuneração da graduação em que se encontravam. De acordo com a alínea a do inciso II
do art. 3º da Portaria nº 151-Cmt Ex, de 2002, o fato de o ingresso na PM MS demandar a
realização de um curso de formação após o concurso, exigiria dos militares a entrada em Licença
para Tratar de Interesse Particular (LTIP). Confirme-se:
Art. 3º (...)
II - no caso de concurso realizado em duas etapas, a segunda
exigindo formação específica:
a) a partir da data de convocação oficial para realização da
segunda etapa, à praça interessada caberá requerer licença para tratar de
interesse particular (LTIP), mesmo que conte com menos de dez anos de
serviço, conforme previsto nas Instruções Gerais para Concessão de
Licenças aos Militares da Ativa do Exército (IG 30-07), a fim de poder
realizar a segunda etapa e independente do prescrito no art. 150 do RLSM;
b) finda a segunda etapa, se aprovada e assumir o cargo, a praça
será licenciada na véspera da assunção, pelo Cmt, Ch ou Dir da OM;

p. Enquanto em LTIP seria vedado o pagamento de remuneração, conforme se extrai


do inciso I do art. 6º da Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 AGO 01:
Art. 6º Suspende-se temporariamente o direito do militar à
remuneração quando:
I - em licença para tratar de interesse particular;

q. Portanto, à luz da MP vigente desde de 2001, os interessados, uma vez na condição


de adidos, em LTIP, para realizarem o curso de formação de soldado, não fariam jus à
remuneração paga pelo Exército.

r. Por outro lado, consideremos, apenas para efeitos de argumentação, que não
houvesse previsão normativa concernente à necessária entrada em LTIP por militares aprovados
em concurso público contendo uma fase de formação. Nessa hipótese, considerando-se anulado
o licenciamento ocorrido em 31 AGO 14, seria possível afirmar que teriam direito às
remunerações respectivas até a data de efetivo desligamento do serviço ativo do Exército.

s. Ocorre, entretanto, que os interessados receberam remuneração enquanto alunos do


curso de formação da PM MS, nos termos do art. 58 da Lei Estadual nº 3.808, de 18 DEZ 09,
cumulado com o Anexo I da Lei Estadual nº 4.351, de 27 MAIO 13. Nessa senda, autorizar
agora o pagamento de valores atrasados, que deveriam, na hipótese ventilada, da alçada do
Exército, se traduziria em locupletamento ilícito por parte dos militares, eis que, na prática,
receberiam valores salariais tanto da PM MS como do Exército, isto é, acumulariam
indevidamente vencimentos de dois entes públicos.

t. Dito de outra forma, se fosse considerada não compulsória a entrada em LTIP, os


militares, vinculados ao Exército, continuariam a receber sua remuneração por esta Força
Singular, vedando-se o pagamento de salários pela PM MS por impossibilidade de acumulação
de cargos. Todavia, como efetivamente receberam salários daquela Corporação Policial durante

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 6/


7)
o respectivo curso de formação, inviável se torna o pagamento de qualquer valor a título de
remuneração pelo Exército.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:

a. Foi ilegal o licenciamento ex officio dos cabos GABRIEL EVAN MIRANDA,


EDILSON DE ASSIS PEREIRA DA SILVA e EVERSON JHONIS ALVES DA SILVA
ocorrido em 31 AGO 14, considerando-se o que previa a legislação vigente à época, em especial
a Portaria nº 151-Cmt Ex, de 2002.

b. Ao serem aprovados no concurso para o curso de formação de soldados da PM MS,


tais militares deveriam ter sido excluídos do estado efetivo e passados à condição de adidos ao
47º BI, sendo licenciados somente quando do término do reengajamento a que haviam se
obrigado, em 28 FEV 15.

c. Em vista desse contexto, fazem jus à compensação pecuniária prevista na Lei nº


7.963, de 1989, equivalente a seis remunerações, que poderão ser solicitados pela via de
Exercícios Anteriores, à luz da Portaria nº 1054-Min Ex, de 11 DEZ 1997.

d. Não fazem jus, contudo, a quaisquer valores remuneratórios atrasados,


atinentes ao período em que deveriam ter permanecido adidos, porque a legislação da época
determinava que entrassem em LTIP, daí suspendendo-se o direito a remuneração, conforme a
MP nº 2.215-10, de 2001.

e. Em todo caso, mesmo que não houvesse obrigatoriedade quanto à entrada em LTIP,
o fato de os interessados terem recebido vencimentos da PM MS no período considerado faria
com que o pagamento de valores remuneratórios atrasados, pelo Exército, neste momento, fosse
compreendido como burla ao princípio da inacumulabilidade de cargos e vencimentos, sendo,
portanto, inaceitável.

5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Chefia, para


conhecimento e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div RICARDO MARQUES FIGUEIREDO


Subsecretário de Economia e Finanças

"SIGAM-ME OS QUE FOREM BRASILEIROS: 150 ANOS DA BATALHA DE ITORORÓ"

(DIEx nº 304-ASSE1/SSEF/SEF, de 19 de outubro de 2018 - EB 64689.008734/2018-65 ...... 7/


7)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 47-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.000937/2017-22

Brasília, DF, 13 de fevereiro de 2017.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 1ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 98-C Leg/S1/Subchefia, de 29 DEZ 16

1. Por intermédio do DIEx n° 98-C Leg/S1/Suchefia, de 29 de dezembro de 2016, essa


Inspetoria remeteu a esta Secretaria consulta oriunda do Laboratório Químico Farmacêutico do
Exército (LQFEx), versando sobre pagamento de compensação pecuniária referente ao período
em que a Cap Farm LUCIENE BARBOZA AZEVEDO serviu como Oficial Temporária na
mencionada OMS.

2. Das informações constantes nos documentos remetidos a esta Secretaria, serão


destacados cronologicamente os aspectos necessários ao deslinde da questão posta em análise:
a. em 2003, a requerente foi convocada, em caráter voluntário, para a realização do
Estágio de Adaptação ao Serviço (EAS), assentando praça em 28 de fevereiro daquele ano;
b. em 2005, a militar foi aprovada no Concurso de Admissão à Escola de Saúde do
Exército (EsSEx), estando apta a frequentar o Curso de Formação de Oficiais (CFO) no ano
seguinte, com data de apresentação em 13 de março de 2006;
c. em 28 de fevereiro de 2006, a militar passou à situação de adida, permanecendo no
aludido status até 12 de março de 2016, véspera de sua apresentação na EsSEx;
d. registre-se o fato de não ter sido pago verbas a título de compensação pecuniária;
e. em 7 de junho de 2010, foi solicitado, por intermédio do DIEx n° 024-SPP
(HGuBa), informações acerca dos motivos que impossibilitaram o pagamento da compensação
pecuniária à época. Em resposta, foi dito que em função da data de desligamento da militar não
seria possível o pagamento da referida verba, nos termos da legislação então em vigor;
f. em 15 de agosto de 2016, a militar questionou novamente a Administração Militar,
o que fez por meio do DIEx n° 030/SPPM, reiterando, mais uma vez, seu direito ao recebimento
da verba em comento. Diante disso, o Ordenador de Despesas (OD) da OMS consulente
considerou possível o pagamento da compensação pecuniária, diante do suposto erro
administrativo vislumbrado;
g. instada a se pronunciar, a Setorial Contábil considerou que a matéria em análise
encontra-se maculada pelo manto da prescrição, não sendo possível conceder a compensação

(DIEx nº 47-Asse1/SSEF/SEF, de 13 de fevereiro de 2017 - EB 64689.000937/2017-22 ...... 1/


3)
pecuniária, mesmo diante de erro administrativo; e
h. por fim, a questão foi direcionada a este ODS, para fins de conhecimento e
pronunciamento definitivo.

3. O assunto deve ser analisado a luz dos aspectos jurídicos decorrentes.


a. a militar solicitou o recebimento das verbas atinentes à compensação pecuniária por
duas vezes. Em um primeiro momento, a Administração Militar negou, alegando que a
modalidade de licenciamento adotada impedia o pagamento. Obteve êxito em sua segunda
solicitação, na medida em que o OD do LQFEx, atual OM de vinculação, foi de parecer
favorável, alegando erro administrativo quando do licenciamento da militar;
b. sobre a questão, a 1ª ICFEx considerou que mesmo diante de evidente erro
administrativo, não há que se falar em pagamento de compensação pecuniária, pois incide sobre
o pedido a regra da prescrição quinquenal, estabelecida no art. 1° do Decreto n° 20.910, de 6 de
janeiro de 1932;
c. a interessada em ver um ato administrativo modificado deveria, dentro de um prazo
previamente estabelecido, demonstrar seu inconformismo e solicitar novo estudo. O mecanismo
apropriado para tal denomina-se reclamação administrativa e, nos termos do art. 6° do Decreto
n° 20.910, de 6 de janeiro de 1932, deverá ser proposto no prazo máximo de 1 (um) ano a contar
da emissão do ato que se deseja alterar, salvo se não for estabelecido em lei novo prazo, a
depender do caso concreto;
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que não
tiver prazo fixado em disposição de lei para ser formulada,
prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato do qual a
mesma se originar.
d. nada impede que a Administração venha a se manifestar sobre reclamações
administrativas que tenham sido propostas fora do prazo previsto no art. 6°, citado
anteriormente. Justifica-se tal possibilidade com base nos princípios da legalidade e poder de
autotutela da Administração. Contudo, a segurança jurídica impõe um limite temporal específico
quanto à possibilidade de rever tais atos. Esse limite temporal é a prescrição da ação judicial,
prevista no art. 1° do mencionado Decreto, in verbis:
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e
dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a
sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato
ou fato do qual se originarem.
e. no caso concreto, a interessada se insurgiu contra seu licenciamento, solicitando
maiores esclarecimentos fora do prazo estabelecido no Decreto. Entretando, a Administração
não deixou de se pronunciar, o que fez por intermédio do Ofício n° 029/SPPM, de 15 de junho
de 2010;
f. ademais, verifica-se que a militar questionou a decisão contida no ofício
mencionado no parágrafo anterior somente em agosto de 2016, 6 (seis) anos após a negativa
administrativa. Mais uma vez, o prazo estabelecido no art. 6° do Decreto n° 20.910/1932 não foi
observado. Não obstante, o LQEx se manifestou novamente sobre a demanda;
h. além do mais, vislumbra-se no caso a prescrição quinquenal, relacionada ao direito
de ação judicial. Ressalte-se, ainda, que a reclamação administrativa tem o condão de suspender,
e não interromper a prescrição quinquenal. Descontado os períodos em que a demanda esteve
sob a análise da Administração Castrense, verifica-se o transcurso de prazo superior a 5 (cinco)
anos; e
i. em resumo, há de se concluir que o pleito da interessada encontra-se maculado pelo
manto prescricional. Não é possível questioná-lo após transcurso de tão grande lapso temporal,
tendo por fundamento o princípio da segurança jurídica.

(DIEx nº 47-Asse1/SSEF/SEF, de 13 de fevereiro de 2017 - EB 64689.000937/2017-22 ...... 2/


3)
4. Diante do exposto, esta Secretaria ratifica o posicionamento adotado por essa
Setorial Contábil, considerando estar prescrito o pleito formulado pela Cap Farm LUCIENE
BARBOZA AZEVEDO, com base nas razões aduzidas anteriormente.

5. Isso posto, remeto a essa Chefa o presente expediente, para conhecimento e


orientação junto à UG consulente.

Gen Div EXPEDITO ALVES DE LIMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"150 ANOS DA RETIRADA DA LAGUNA E DA RETOMADA DE CORUMBÁ:


PERSEVERANÇA NA DEFESA DO TERRITÓRIO E NA INTEGRAÇÃO DO OESTE"

(DIEx nº 47-Asse1/SSEF/SEF, de 13 de fevereiro de 2017 - EB 64689.000937/2017-22 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.001089/2017-79

Brasília, DF, 16 de fevereiro de 2017.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 332-S2-10ICFEx, de 7 FEV 17

1. Trata o presente expediente a respeito de consulta relacionada a compensação


pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do caso concernente ao documento da referência,


convém realizar um breve resgate dos fatos pertinentes, à luz da documentação trazida a baila.

a. Em 02 MAR 10, o Cb Mus ANDRÉ GOMES DA SILVA foi incorporado às


fileiras do Exército, como especialista temporário. Em outubro de 2016, durante inspeção da
Pasta de Habilitação à Pensão Militar (PHPM) realizada no âmbito do 16º Batalhão de Infantaria
Motorizado (16º B I Mtz), constatou-se a existência de declaração de serviço público prestado à
Prefeitura de São José do Mipibu/RN, em nome do militar, correspondente a 2 (dois) anos, 5
(cinco) meses e 26 (vinte e seis) dias, tempo que, uma vez considerado, faria com que
ultrapassasse o limite de permanência no serviço ativo, desde 26 SET 15.

b. A questão foi levada à apreciação do Comando da 7ª Região Militar (Cmdo 7ª RM).


Após análise da Assessoria de Apoio para Assuntos Jurídicos (Asse Ap As Jurd) respectiva, nos
termos do DIEx nº 1075-Asse Ap As Jurd/Ch EM/7ª RM, de 20 DEZ 16, verificou-se que, de
fato, tal período deveria ser considerado como “tempo de serviço público” e, em razão de não ter
sido computado, tornou-se ilegal o ato de prorrogação de tempo de serviço, impondo-se a
anulação à luz do devido processo legal, mediante instauração de sindicância prévia.

c. Na sequência, o assunto foi levado à apreciação dessa Inspetoria pelo Ordenador de


Despesas do 16º B I Mtz, que informou sobre a sindicância instaurada e indagou se o ato de
prorrogação em tela deveria ser anulado ou revogado. Nessa senda, consultou também sobre o
eventual direito do militar à compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989.

d. Ao analisar o assunto, essa Setorial, abordando a legislação pertinente, opinou que

(DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de fevereiro de 2017 - EB 64689.001089/2017-79 ...... 1/


5)
o ato de prorrogação deveria ser revogado e não anulado, fazendo jus o militar à compensação
pecuniária calculada sobre todo o período de serviço militar prestado, inclusive o excedente.
Citou nesse sentido, o Of nº 021-A2.2.6, de 16 JAN 12, do Gab Cmt Ex, e o DIEx nº
210-Asse1/SSEF/SEF, de 18 JUL 16, deste Órgão de Direção Setorial (ODS).

e. Por fim, a questão foi encaminhada a esta Secretaria, para análise e pacificação.

3. O tema deve ser examinado de acordo com a legislação de regência.

a. Conforme apontado, o Cb Mus ANDRÉ GOMES DA SILVA foi incorporado ao


Exército em 02 MAR 10, como cabo especialista temporário. Em 02 OUT 16, ocasião em que se
desenrolou a inspeção de sua PHPM, atingiu, a princípio, 06 (seis) anos e 07 (sete) meses de
serviço. Contudo, nessa oportunidade, verificou-se a existência de 02a 05m 26d de tempo de
serviço público municipal.

b. De acordo com o inciso I do §1º do art. 149 das Normas Técnicas para a Prestação
do Serviço Militar Temporário (EB30-N-30.009), aprovadas pela Portaria nº 046-DGP, de 27
MAR 12, com redação dada pela Portaria nº 11-DGP, de 22 JAN 14, tal período, se considerado,
faria ultrapassar o limite de permanência junto ao Exército. Confirme-se:

Art. 149. As prorrogações de tempo de serviço têm caráter


voluntário e visam a atender ao interesse do Exército, possuindo as
seguintes denominações:

(...)

§ 1º As prorrogações são por um período de doze meses, exceto a última,


que pode ser concedida por um período menor, de modo a não
ultrapassar o tempo máximo de:

II - oito anos para os Cb/Sd

c. Importante trazer à baila a disposição contida no inciso IV do §1º do art. 134 das
citadas EB30-N-30.009 para entender o que se compreende no limite de oito anos:

Art. 134. A incorporação [para o EST, o EBST e para o EBCT] fica


condicionada a que o candidato tenha, além de outras exigências
previstas na legislação:

(...)

§ 1º Não podem ser convocados para os estágios citados nos incisos do


caput deste artigo:

(...)

IV - candidatos que tenham, na data da incorporação, mais de cinco anos


de serviço público, contínuo ou interrompido, computados, para esse fim,
todos os tempos de serviço em órgãos públicos da administração direta,
indireta, autárquica ou fundacional de qualquer dos poderes da União,

(DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de fevereiro de 2017 - EB 64689.001089/2017-79 ...... 2/


5)
dos Estados, do Distrito Federal, dos antigos Territórios e dos
Municípios e o tempo de serviço militar (inicial, estágios, dilação,
prorrogações e outros);

d. Diante desse contexto normativo, o período passado no serviço público municipal


pelo Cb Mus ANDRÉ GOMES DA SILVA, se considerado, teria feito com que seu tempo
máximo de permanência no serviço ativo fosse atingido em 25 SET 15, ocasião, pois, em que
deveria ser licenciado ex officio, na modalidade “conclusão de tempo de serviço”, à luz do art.
121 do Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880, de 09 DEZ 1980):

Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:

(...)

II - ex officio.

(...)

b) à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no mínimo, a metade


do tempo de serviço a que se obrigou.

(...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que trata


do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;

e. Considerando-se que o militar que deveria ter sido licenciado em 25 SET 15, todo o
período por ele passado junto ao Exército daí por diante carece de amparo legal. Vale dizer, o
reengajamento operado em 02 MAR 15 deveria ter previsto como prazo final a data de 25 SET
15. Ao prevê-lo para doze meses, ou seja, até 01 MAR 16, a Administração procedeu de modo
contrário à legislação de regência, o que se repetiu com a concessão de novo reengajamento a
contar de 02 MAR 16.

f. Fato é que a não observância da legislação pertinente fulminou a legalidade de


ambos os atos de prorrogação, tornando-os passíveis de anulação a teor do art. 53 da Lei nº
9.784, de 29 JAN 1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

g. Não se trata, com a devida vênia, de mera revogação, pois tal conceito pressupõe a
existência de ato válido cujos efeitos não mais se mostram interessantes para a Administração. O
caso sob exame traduz-se em flagrante ilegalidade, vez que a Administração Castrense, de
acordo com a legislação de regência, deveria ter computado o tempo passado pelo militar junto
ao poder público municipal quando da aferição dos limites de permanência junto ao Exército.
Tratando-se de ilegalidade, pois, os atos decorrentes devem ser anulados.

h. Entretanto, tal anulação, por atingir o patrimônio pessoal do militar, isto é, por
afetar sua esfera de interesses, há de ser precedida de procedimento que lhe garanta o exercício

(DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de fevereiro de 2017 - EB 64689.001089/2017-79 ...... 3/


5)
do contraditório e da ampla defesa por intermédio de sindicância específica, conforme
acertadamente orientado pelo Cmdo 7ª RM, nos termos do DIEx nº 1075-Asse Ap As Jurd/Ch
EM/7ª RM, de 20 DEZ 16.

i. É preciso lembrar, em todo caso, que os efeitos da anulação retroagem à origem,


buscando-se o status quo ante, ou seja, em tese a anulação tornaria ilegais, ou se preferir,
inexistentes juridicamente os meses trabalhados a partir de 26 SET 16, fazendo crer, num
raciocínio apressado, que deveria o militar restituir até mesmo os salários recebidos.

j. No entanto, é preciso ponderar que inexiste possibilidade de o interessado


destrabalhar o período agora entendido como excedente, ou seja, é fato que lícita ou ilicitamente
o militar trabalhou, empregou seus esforços e conhecimentos em prol da Instituição, sendo por
isso inarredável seu direito à remuneração. Trata-se, ademais, de verba alimentar, não havendo o
que se falar em repetição de indébito.

k. Diga-se, ainda, que se mostra evidente a boa-fé do interessado, calcada na aparente


legalidade que permeava sua relação jurídica para com a Administração Castrense. Em suma,
ainda que no caso se imponha a necessidade de anulação dos atos administrativos de prorrogação
além de 25 SET 15, faz jus o militar à contraprestação remuneratória, mesmo que se refira a
período fora da abrangência da legislação.

l. Por fim, no que se refere à compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de


1989, há entendimento consolidado desta Secretaria de que todo o período passado junto ao
Exército – inclusive o excedente – deve ser considerado para o cálculo, excetuando-se apenas
eventual tempo de serviço militar obrigatório. É este o teor do Ofício n° 069-Asse Jur-05
(A1/SEF), de 31 MAIO 05, do Parecer nº 092/AJ/SEF, de 27 OUT 06, do DIEx nº
156-Asse1/SSEF/SEF, de 11 OUT 13, e do DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 OUT 15.

m. No caso ora analisado, tal orientação é reforçada pelo fato de o militar ter
permanecido vinculado ao Exército, além do tempo permitido, por erro da Administração. Sendo
assim, não pode ser prejudicado pela indolência do ente público.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:

a. O tempo passado pelo Cb Mus ANDRÉ GOMES DA SILVA junto à Prefeitura


Municipal de São José do Mipibu, RN, deve ser computado para fins de aferição do limite de
permanência no serviço ativo, a teor das EB30-N-30.009.

b. A prorrogação do tempo de serviço para além de 26 SET 15 carece de legalidade,


devendo-se anular os atos administrativos respectivos mediante a instauração prévia de
sindicância, conforme orientação expedida pela Asse Ap as Jurd/7ª RM. Superado tal
procedimento, deverá o militar ser licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço, a contar de 26 SET 15, de acordo com a alínea a do §3º do art. 121 da Lei nº 6.880, de
1980.

c. Com base em precedentes desta Secretaria, ao ser excluído do serviço ativo fará jus
o militar à compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de 1989; a base de cálculo do
benefício deverá abranger todo o período passado junto ao Exército, inclusive o excedente,
excepcionando-se apenas eventual interregno de serviço militar obrigatório.

(DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de fevereiro de 2017 - EB 64689.001089/2017-79 ...... 4/


5)
5. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a essa Setorial, com vistas à
orientação da Unidade Gestora consulente.

Gen Div EXPEDITO ALVES DE LIMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"150 ANOS DA RETIRADA DA LAGUNA E DA RETOMADA DE CORUMBÁ:


PERSEVERANÇA NA DEFESA DO TERRITÓRIO E NA INTEGRAÇÃO DO OESTE"

(DIEx nº 54-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de fevereiro de 2017 - EB 64689.001089/2017-79 ...... 5/


5)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 251-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.006713/2017-24

Brasília, DF, 15 de agosto de 2017.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Comandante do 16º Batalhão de Infantaria Motorizado
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 115-SPP-16º BIMtz, de 28 JUL 17

1. Expediente versando sobre pagamento de compensação pecuniária a militar que


teve sua incorporação anulada.

2. Trata-se de indagação formulada por esse Comando em vista das assertivas


exaradas por esta Secretaria no DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 05 JUL 17, com relação ao Cb
THELES RIBEIRO DA COSTA.

3. Com efeito, informa ter realizado consulta à 10ª ICFEx indagando sobre os direitos
devidos em virtude da exclusão do serviço ativo do aludido militar, especificamente sobre o
adicional natalino, o adicional de férias e a compensação pecuniária eventualmente devidos.
Nesse sentido, aponta que as orientações constantes do DIEx da SEF, antes citado, solucionaram
as questões atinentes aos referidos adicionais, não tendo havido, entretanto, pronunciamento
deste ODS acerca da citada compensação.

4. Encontra-se pacificada no âmbito desta Secretaria a orientação de que a


compensação pecuniária prevista no art. 1º da Lei nº 7.963, de 1989, é devida apenas e
tão-somente na hipótese de exclusão do serviço ativo na modalidade licenciamento, do tipo
ex-officio, na espécie término de prorrogação de tempo de serviço, coincidindo, pois, com o
disposto na alínea a do §3º do art. 121 do Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880, de 09 DEZ 1980).
Nesse sentido, vide Of nº 022-Asse Jur-12 (A1/SEF), Circular, de 23 JAN 12.

5. Em suma, há que se aplicar o critério de legalidade estrita à questão, conforme,


aliás, definido pelo Superior Tribunal de Justiça em caso análogo, nos termos do AGRESP
200600059178, DJe 13.10.2008.

6. Isso posto, entende esta Secretaria que o Cb THELES RIBEIRO DA COSTA não
faz jus à compensação pecuniária por absoluta falta de amparo legal, uma vez que a hipótese

(DIEx nº 251-Asse1/SSEF/SEF, de 15 de agosto de 2017 - EB 64689.006713/2017-24 ...... 1/2


)
prevista na Lei nº 7963, de 1989, que rege a matéria, não contempla a anulação de incorporação
como fator hábil para ensejar o pagamento do benefício vindicado.

Gen Div EXPEDITO ALVES DE LIMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"150 ANOS DA RETIRADA DA LAGUNA E DA RETOMADA DE CORUMBÁ:


PERSEVERANÇA NA DEFESA DO TERRITÓRIO E NA INTEGRAÇÃO DO OESTE"

(DIEx nº 251-Asse1/SSEF/SEF, de 15 de agosto de 2017 - EB 64689.006713/2017-24 ...... 2/2


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.007287/2017-46

Brasília, DF, 4 de setembro de 2017.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 11ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 136-S1-11ªICFEx, de 26 JUN 17

1. Expediente versando sobre pagamento da compensação pecuniária prevista na Lei


nº 7.963, de 21 DEZ 1989.

2. Diante dos desdobramentos do assunto em epígrafe, convém resgatar os fatos que


lhe são pertinentes, de acordo com a documentação trazida a lume.

a. Nos termos do documento citado na referência, informa essa ICFEx que em 02


MAR 09, RODRIGO NOBRE CAVALCANTE incorporou às fileiras do Exército a fim de
prestar serviço militar inicial. Em 03 MAR 13, já na graduação de cabo, foi reengajado na
Diretoria de Saúde (D Sau). Em 23 JUN 13, aquela OM anulou tal ato de prorrogação sob o
fundamento de inexistência de claro (Adt D Sau nº 27 ao Bol/DGP nº 50, de 26 JUN 13). Como
consequência, o militar foi licenciado a contar de 23 JUN 13, tendo seu requerimento de saque
de compensação pecuniária deferido (Adt 2 Bol DGP nº 055, de 17 JUL 13), com o posterior
pagamento de três cotas do benefício.

b. Em 24 JUN 13, o militar foi matriculado no Curso de Formação de Sargento


Técnico Temporário (STT), sendo designado para o Estado-Maior do Exército (EME), onde
permaneceu até 28 FEV 17, sendo licenciado por término de prorrogação de tempo de serviço
(BI nº 45, de 07 MAR 17, do EME) por ter atingido o limite máximo de permanência no
Exército.

c. Fruto de seu licenciamento, o EME solicitou o saque de quatro cotas de


compensação pecuniária (DIEx nº 9288-SG-1/Gab/EME, de 27 ABR 17), referentes, pois, ao
período de STT. O Centro de Pagamento do Exército (CPEx), em resposta, indeferiu o pedido (
ex vi do DIEx nº 126-S1/Gab/CPEx, de 08 MAIO 17), por considerar que o primeiro
licenciamento não teria ocorrido por término de prorrogação de tempo de serviço. Nesse
contexto, sugeriu a remessa de consulta à ICFEx de vinculação, para análise e pronunciamento.

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 1/


6)
d. Examinando o tema nos termos da Memória nº 001-S Pag EME, de 16 MAIO 17, o
Ordenador de Despesas do EME entendeu, de início, que o benefício deveria ser pago ao militar,
em atenção ao prazo de 30 (trinta) dias previsto na legislação para tanto. Sobre a questão
levantada pelo CPEx, porém, julgou-se incapaz de opinar, eis que os fatos apontados pelo Centro
teriam ocorrido em UG diversa. Dessa maneira, a fim de resguardar o erário, determinou a
remessa de consulta a essa Setorial Contábil, o que restou feito pelo DIEx nº
11306-SG-1/Gab/EME, de 19 MAIO 17.

e. Analisando o assunto, essa Inspetoria, nos termos do documento citado na


referência, entendeu como “estranho” o fato de o reengajamento ocorrido em março de 2013, na
D Sau, ter sido anulado por falta de claro cerca de três meses mais tarde, ainda mais porque no
dia seguinte à anulação o militar foi matriculado no Curso de Formação de STT. Nesse sentido,
considerou que o desfazimento da prorrogação, em junho 2013, não teria decorrido de vício de
legalidade, constituindo-se, na verdade, em controle de mérito, derivado do que se mostrava
mais conveniente. Assim, ante ao desvio de finalidade, concluiu que os valores a serem pagos ao
militar, agora, por conta de seu licenciamento pelo EME, deveriam sofrer o abatimento das
quantias que lhe foram pagas indevidamente, em 2013, conforme se posicionara o CPEx.

3. O assunto deve ser analisado de acordo com a legislação de regência.

a. Como se denota, trata-se de militar que vinculou-se ao Exército de duas fases


distintas. A primeira, desde sua incorporação, ocorrida em 02 MAR 09, até a data de seu
licenciamento em 23 JUN 13; a segunda, da data de sua matrícula no Curso de Formação de
STT, em 24 JUN 13, até seu licenciamento em 01 MAR 17.

b. Uma vez que ambos os licenciamentos foram classificados como ex-officio, na


modalidade término de prorrogação de tempo de serviço, surgiu, para o militar, em ambas as
oportunidades, o direito de receber a compensação pecuniária prevista no art. 1º da Lei nº 3.765,
de 1989:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação


de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1
(uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente
ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

c. O benefício foi pago ao militar quando de seu licenciamento ocorrido em 2013,


conforme demonstra a documentação acostada à consulta. No licenciamento ocorrido em 2017,
porém, o saque foi indeferido pelo CPEx ante a justificativa de irregularidade ocorrida na
primeira ocasião. A necessidade de suspensão do pagamento foi corroborada por essa Setorial,
deduzindo-se daí que dos valores a serem pagos ao militar em face do licenciamento de 2017
deveria ser descontada a quantia indevidamente paga em 2013.

d. A ideia que surge desse raciocínio é de compensação. De fato, há dispositivo legal


nesse sentido, conforme se extrai do art. 368 do Código Civil Brasileiro – CCB (Lei nº 10.406,
de 10 JAN 02):

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 2/


6)
e. Assim, se é possível considerar-se, em tese, que a Administração Castrense seja,
por um lado, devedora do militar interessado, tendo em vista o licenciamento ocorrido em 2017,
e, por outro lado, credora desse mesmo militar, em face da irregularidade existente em 2013,
tem-se como caracterizada a hipótese prevista no CCB, em seu art. 368, acima transcrito, afinal,
a depender da ocasião (2013 e 2017), os papéis de devedor e credor se invertem. Nesse contexto,
seria factível, sim, reter-se o pagamento da compensação em face do licenciamento de 2017, até
o limite devido em vista da irregularidade ocorrida em 2013.

f. Todavia, é necessário observar também o art. 369, do mesmo diploma legal:

Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de


coisas fungíveis.

g. Infere-se daí que a compensação será possível desde que as dívidas de parte a parte
sejam líquidas e vencidas. Ou seja, para que haja compensação, não podem restar dúvidas acerca
da exigibilidade dos débitos de uma parte para com a outra, isto é, deve haver certeza de que
ambos são credores e também devedores entre si.

h. Pois bem, não existem dúvidas quanto ao fato de a Administração Castrense ser
devedora do militar em virtude do licenciamento ocorrido em 2017, eis que processado na
modalidade ex officio por término de tempo de serviço, amoldando-se, pois, à previsão do art. 1º
da Lei nº 7.963, de 1989. Nessa vertente, a Administração é devedora e o militar, credor da
obrigação.

i. De outro vértice, é preciso analisar se a obrigação do militar para com a


Administração Castrense, em virtude do licenciamento ocorrido em 2013, também se mostra
líquida e certa, a ponto de permitir a compensação prevista nos artigos 368 e 369 do Código
Civil.

j. A esse respeito, o entendimento do CPEx, corroborado por essa Setorial, foi no


sentido de que o licenciamento ocorrido em 2013 – fruto da anulação da prorrogação de tempo
de serviço concedida ao então Cb CAVALCANTE – não resultou de controle de legalidade,
como aparenta, mas de controle de mérito, praticado para atender interesses de conveniência e
oportunidade, traduzindo-se em desvio de finalidade e, portanto, em ato ilícito.

k. Examinando as razões da anulação do ato de prorrogação verifica-se que o


fundamento utilizado para tanto foi a inexistência de claro. De fato, as Instruções Gerais para a
Prorrogação do Tempo de Serviço Militar de Cabos e Soldados, aprovadas pela Portaria nº
257-Cmt Ex, de 30 de abril de 2009, preveem a existência de claro como fator indispensável
para a concessão do reengajamento ao militar temporário. Verifique-se:

Art. 9º São condições básicas para a concessão da prorrogação do tempo de


Serviço Militar:

I - o interesse do Exército;

II - a existência de claro no NB da OM; e

III - o atendimento, por parte do voluntário, dos requisitos para a


prorrogação, de acordo com o art. 13 destas IG. (...)

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 3/


6)
l. À luz de tal dispositivo, realmente, a inexistência de claro torna a prorrogação ilegal
, passível, pois, de anulação que deve ser informada aos escalões enquadrantes, seguindo a
dicção do art. 14 das mesmas IG:

Art. 14. Quando for constatado erro ou irregularidade na concessão de


engajamento ou de reengajamento, a autoridade que concedeu a prorrogação
do tempo de serviço deve anulá-la.

Parágrafo único. A anulação deve ser comunicada aos escalões superiores


(até o nível Comando Militar de Área), que devem publicá-la em Boletim
Interno.

m. Fato é que a OM em que servia o então Cb CAVALCANTE – D Sau – levou mais


de três meses, desde o reengajamento, para perceber a inexistência de claro na OM e, assim,
proceder à anulação do ato e ao posterior licenciamento do militar. Coincidentemente, no dia
seguinte ao desligamento, o militar foi matriculado no Curso de Formação de STT.

n. Nesse contexto, não é desarrazoado supor a existência de desvio de finalidade na


aplicação da norma, como sugerem o CPEx e essa Setorial Contábil. Ou seja, a princípio seria
correta a anulação da prorrogação face à inexistência de claro na OM, mas ao considerar-se que
foi praticada depois de três meses do reengajamento, em data imediatamente anterior à matrícula
do militar em curso de formação de STT, torna-se possível concluir que o ato foi praticado para
se atingir fim diverso, qual seja, a percepção de benefício financeiro indevido.

o. É válido recordar, nesse jaez, que esta Secretaria há tempos consolidara o


entendimento de que militares matriculados em cursos de sargento ou oficiais temporários,
oriundos de situação militar anterior, em que serviam como praças, somente teriam direito à
compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de 1989, se, e somente se, fossem
desvinculados dessa primeira situação mediante licenciamento por término de prorrogação de
tempo de serviço, isto é, se cumprissem na integralidade o período a que se obrigaram a
permanecer na Força, equivalente, pois, a um ano. Nesse sentido, vide o Parecer nº 069/AJ/SEF,
de 10 AGO 12.

p. Ora, se ao Cb CAVALCANTE fora deferido o reengajamento em 02 MAR 13, sua


obrigação para com o Exército, em tal situação, deveria se estender até 01 MAR 14. Nessa
senda, para que fosse matriculado no Curso de Formação de STT, com início em 24 JUN 13, isto
é, durante o período a que tinha se obrigado a permanecer como Cabo, o militar teria que ser
licenciado ou a pedido ou por conveniência do serviço, hipóteses essas que não autorizariam o
saque da compensação pecuniária. Todavia, como visto, houve a D Sau por anular o
reengajamento concedido em março de 2013, permitindo, assim, o pagamento do benefício em
tela e, na sequência, a matrícula do militar no citado curso de formação.

q. Diante desses fatos, é razoável considerar que sob aparente legalidade – a falta de
claro na OM – procurou-se beneficiar o militar. Como visto, o então Cb CAVALCANTE
deveria ter sido licenciado a pedido ou mesmo por conveniência do serviço para ser matriculado
no curso de formação de STT, como aliás, é a regra. Não deveria, portanto, ter sido licenciado
sob o fundamento de término de prorrogação de tempo de serviço, eis que, como apontado pelo
CPEx, jamais cumpriu, como Cabo, o período a que se obrigara para com a Administração.

r. Em princípio, pois, diante das particularidades da situação apresentada, é possível


entender que houve desvio de finalidade na anulação de reengajamento promovida pela D Sau,
em 2013 (Adt D Sau nº 27 ao Bol/DGP nº 50, de 26 JUN 13). Contudo, há que se assentar que

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 4/


6)
não cabe a esta Secretaria exarar juízo definitivo nesse jaez, ante à falta de competência para
tanto e, principalmente, pela necessidade de que a eventual apuração correlata se desdobre à luz
do devido processo legal, conforme previsto no inciso LV do art. 5º da Constituição Federal.

s. Com efeito, por se tratar de eventual dano ao erário – o pagamento de compensação


pecuniária decorrente de desvio de finalidade – o assunto deve ser encaminhado ao Centro de
Controle Interno do Exército. Àquele órgão, nos termos do inciso XII do art. 10 de seu
Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 460-Cmt Ex, de 16 MAIO 17, caberá avaliar a
necessidade de apuração dos fatos e a eventual responsabilização dos encarregados do
pagamento imerecido, mediante a instauração de processo administrativo que garanta aos
supostos envolvidos o exercício do contraditório e da ampla defesa.

t. Assim sendo, até que haja apuração cabal e comprovação irrefutável quanto à
irregularidade do pagamento da compensação pecuniária em favor do então Cb CAVALCANTE
por ocasião de seu licenciamento ocorrido em 2013, não se poderá considerar a Administração
Castrense como sua credora. Dessa forma, ante à falta de certeza e de liquidez acerca do suposto
débito do interessado para com o Exército, não há o que se falar em compensação de valores,
não há o que se falar em aplicação do art. 368 do Código Civil.

u. A questão que surge, por fim, é quanto à possibilidade de se aguardar o deslinde do


assunto pelo CCIEx – com a instauração e solução do processo administrativo ou com o
arquivamento da demanda – para que então se proceda o pagamento da compensação pecuniária
decorrente do licenciamento ocorrido em 2017, seja na integralidade, seja considerando-se o
abatimento.

v. Como visto, quanto aos valores decorrentes do licenciamento ocorrido em 2017,


especificamente, não pairam dúvidas. Demais disso, a Lei nº 7.963, de 1989, é cristalina ao fixar
prazo para o saque respectivo: 30 (trinta dias).

Art. 2º O pecúlio será pago dentro de trinta dias do licenciamento, de uma


só vez ou parcelamento, mediante acordo com o interessado.

w. Portanto, ainda que seja questionável o licenciamento ocorrido em 2013, o mesmo


não ocorre em face do licenciamento de 2017. Quanto a este, por inexistirem ponderações,
cabível se mostra o pagamento da compensação pecuniária imediatamente; quanto àquele, em
vista das razões apontadas, há de ser procedida a apuração, se assim entender o CCIEx, com a
consequente responsabilização dos envolvidos pelo dano ao erário verificado.

x. Em suma, para o pagamento da compensação pecuniária advinda do licenciamento


ocorrido em 2017, em sua integralidade, não há necessidade de se aguardar o pronunciamento do
CCIEx, eis que a análise do controle interno se dará sobre fato diverso, ou seja, sobre o
licenciamento ocorrido em 2013. Havendo, ao final, comprovação de dano, a responsabilização
dos envolvidos e a eventual reposição ao erário se dará nos termos da Portaria nº 008-SEF, de
2003, ou norma que a venha substituir, aplicando-se, se necessário o Parecer nº 111/AJ/SEF, de
30 SET 13.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que:

a. O 3º Sgt RODRIGO NOBRE CAVALCANTE faz jus ao pagamento imediato e


integral da compensação pecuniária prevista na Lei nº 7.963, de 1989, em face do período

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 5/


6)
compreendido entre 24 JUN 13 e 17 FEV 17, eis que licenciado ex officio, por término de
prorrogação de tempo de serviço, equivalente, pois, a 4 (quatro) remunerações mensais.

b. Não há o que se falar em suspensão do pagamento da quantia em tela ou mesmo em


abatimento de valores em face de suposta irregularidade ocorrida em licenciamento praticado em
2013, no âmbito da D Sau.

c. Nesse sentido, cabe ao CCIEx, em paralelo, no exercício de suas atribuições,


verificar a necessidade de apuração dos fatos atinentes ao licenciamento apontado como
irregular e consequentemente acompanhar a responsabilização dos envolvidos, de acordo com a
legislação aplicável.

5. Nesses termos, encaminho o presente expediente a essa Chefia, para conhecimento


e orientação à UG consulente, informando, ainda, que uma cópia deste expediente será
encaminhada ao Centro de Controle Interno do Exército, para adoção de providências julgadas
cabíveis.

Gen Div EXPEDITO ALVES DE LIMA


Subsecretário de Economia e Finanças

"150 ANOS DA RETIRADA DA LAGUNA E DA RETOMADA DE CORUMBÁ:


PERSEVERANÇA NA DEFESA DO TERRITÓRIO E NA INTEGRAÇÃO DO OESTE"

(DIEx nº 269-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de setembro de 2017 - EB 64689.007287/2017-46 ...... 6/


6)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 207-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.006265/2016-88

Brasília, DF, 18 de julho de 2016.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 11ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: consulta sobre adicional de férias
Referência: DIEx nº 366-S1-11ªICFEx, de 4 JUL 16

1. Por meio do DIEx nº 366-S1/11ª ICFEx, de 04 de julho de 2016, essa Inspetoria


encaminhou consulta formulada pela Prefeitura Militar de Brasília – PMB, acerca de pagamento
de adicional de férias relativas ao ano de 2008:
a. Consta na documentação carreada à consulta que o Maj ALEX ESPOSITO
BARREIRO requereu em 15 SET 15 o pagamento do adicional de férias do ano de 2008.
b. Diz a consulta que o militar em pauta gozou as férias relativas ao ano de 2008, em
dezembro daquele ano, todavia não recebeu o pagamento do respectivo adicional de férias.
c. Somente em setembro de 2015, o militar pleiteou o pagamento da mencionada
verba, mediante requerimento de pagamento de despesas de exercícios anteriores.

2. Essa Inspetoria, em consonância com o parecer da Unidade Gestora, entende que,


tendo em vista o requerimento ter sido apresentado apenas no ano de 2015, resta prescrita a
pretensão ao adicional, relativo às férias do ano de 2008, eis que decorridos mais de cinco anos
entre a geração do direito e a entrada do requerimento.

3. Com razão essa ICFEx, no entendimento desta Secretaria, aplica-se ao caso em


comento, o disposto no Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, que estabelece prescrever em
cinco anos todo e qualquer direito ou ação movida contra a Fazenda Pública:

Decreto nº 20.910/32:

Artigo 1º: As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim
todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja
qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do
qual se originarem.

4. No mesmo sentido, o disposto nas Normas para o Pagamento de Despesas de

(DIEx nº 207-Asse1/SSEF/SEF, de 18 de julho de 2016 - EB 64689.006265/2016-88 ...... 1/2)


Exercícios Anteriores, aprovadas pela Portaria nº 1.054, de 11 de dezembro de 1997, do Ministro
do Exército, in verbis:

“11. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

(...)

c. Prescrição qüinqüenal do direito

1) O pagamento de Despesas de Exercícios Anteriores sofre a incidência de


prescrição qüinqüenal, ficando o efeito retroativo do direito limitado pela data que
antecede, em cinco anos, a data de entrada do requerimento na UG.

(...)”

5. Diante do exposto, esta Secretaria ratifica a posição dessa ICFEx, no sentido de que
resta prescrita a pretensão do Maj ALEX ESPOSITO BARREIRO, da PMB, de receber o
adicional relativo às férias do ano de 2008.

Gen Div PAULO CESAR SOUZA DE MIRANDA


Subsecretário de Economia e Finanças

"150 Anos de TUIUTI e ILHA DA REDENÇÃO - Homenagem aos heróis da defesa do Brasil"

(DIEx nº 207-Asse1/SSEF/SEF, de 18 de julho de 2016 - EB 64689.006265/2016-88 ...... 2/2)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 186-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.014700/2015-67

Brasília, DF, 23 de outubro de 2015.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 1ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 41-C Leg-S1-Subchefia, de 7 OUT 15

1. Por meio do documento citado na referência, esta Secretaria foi instada a se


manifestar sobre pagamento de verba correspondente a compensação pecuniária, relativa a 3
(três) anos de serviço, a militar que prestou serviços como 3° Sargento Técnico Temporário.

2. Preliminarmente, necessário se faz tecer breves comentários acerca dos pormenores


que envolvem a questão posta em estudo.
a.a então 3º STT LUCIENE CRISTINA DE SOUZA SANTANA foi incorporada às
fileiras do Exército em 28 de fevereiro de 2007, passando a servir, desde a 2° fase do Estágio
Básico de Sargento Temporário (EBST), na 1ª ICFEx;
b.em 25 de fevereiro de 2010, foi enviada ao Chefe da 1ª ICFEx a Mensagem Fax n°
39 SSMR/1.CSE, de 25 de fevereiro de 2010, do Chefe do Estado-Maior do Comando da 1ª
Região Militar, versando sobre convocação a aludida militar para o Estágio de Serviço Técnico;
c. por consequência, em 27 de fevereiro de 2010, a miltar foi licenciada, excluída e
desligada ex officio, tendo cumprido o tempo de serviço com que havia se comprometido, sendo
convocada, ato contínuo, em caráter voluntário, para realizar o Estágio de Serviço Técnico;
d. em 26 de fevereiro de 2015, a militar foi licenciada do serviço ativo do Exército, ex
officio, por término de prorrogação de tempo de serviço recebendo, por consequência, 5 (cinco)
remunerações mensais, correspondentes ao período em que serviu como oficial técnica
temporária;
e. em 25 de fevereiro de 2015, foi solicitado ao Chefe da 1ª ICFEx a compensação
pecuniária referente ao período de 28 de fevereiro de 2007 a 27 de fevereiro de 2010,
correspondente ao interregno em que a interessada serviu como sargento temporário;
f. em sindicância instaurada com o fito de apurar o direito da militar solicitante,
constatou-se uma falha cronológica dos eventos. O Comando Militar Regional, por intermédio
da Msg Fax n° 39-SSMR/1-CSE, de 25 de fevereiro de 2010, determinou à 1ª ICFEx que a

(DIEx nº 186-Asse1/SSEF/SEF, de 23 de outubro de 2015 - EB 64689.014700/2015-67 ...... 1/


2)
militar fosse licenciada dia 27 de fevereiro de 2010, porém o curso para o qual foi designada
teve início em 26 de fevereiro de 2010, conforme consta no Adit n° 003-SSMR/1.CSE ao Bol R
n° 16, expedido somente em 2 de março de 2010; e
g. após ser consultada, a Setorial Contábil entendeu que a interessada faz jus ao
solicitado, vez que foi licenciada no último dia de reengajamento para o qual havia se
obrigado, se adequando o caso concreto à norma vigente, e que o licenciamento somente se deu
naquela data tendo em vista a determinação expressa do Comando Militar Regional quanto à
forma de licenciamento.

3. Analisando o caso posto em estudo, este ODS entende ser aplicável o disposto no
art. 54 da Lei 9.784, de 29 de janeiro de 199, in verbis:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.

4. Dessa forma, não se vislumbra a má-fé, já que o ato de licencimento, ocorrido em


data errônea, se deu em cumprimento a determinação expressa do Comando Militar Regional.
Além do mais, já se passaram mais de 5 (cinco) anos do ato administrativo em estudo.

5. Por fim, esta Secretaria ratifica o entendimento exarado por essa Setorial
Contábil,com base nas razões acima aduzidas, devendo a solicitante receber compensação
pecuniária relativa, também, ao período que serviu como 3° Sgt STT, utilizando-se, como base
de cálculo, a remuneração afeta a essa graduação.

6. Nesses termos, remeto-vos o presente expediente para fins de conhecimento e


adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div PAULO CESAR SOUZA DE MIRANDA


Subsecretário de Economia e Finanças

"FEB 70 ANOS - EM DEFESA DOS IDEAIS DE LIBERDADE E DEMOCRACIA"

(DIEx nº 186-Asse1/SSEF/SEF, de 23 de outubro de 2015 - EB 64689.014700/2015-67 ...... 2/


2)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.014704/2015-45

Brasília, DF, 21 de outubro de 2015.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 1061-S1/Gab/CPEx, de 23 SET 15

1. Por intermédio do DIEx citado na referência, esse Centro de Pagamento indica a


existência de conflito de entendimentos exarados por esta Secretaria acerca do pagamento da
compensação pecuniária, constantes do Parecer nº 092/AJ/SEF, de 27 OUT 06, e do Ofício nº
298-Asse Jur-10 (A1/SEF), de 07 DEZ 10.

2. Com efeito, o Parecer nº 092/AJ/SEF, de 2006, analisou a possibilidade de saque do


benefício em tela em favor de soldado do efetivo variável (EV) que, ao fim do serviço militar
obrigatório, permaneceu vinculado ao Exército, na condição de adido, para tratamento de saúde.
Na ocasião, esta Secretaria entendeu que o período passado na condição de adido, visando à
realização de tratamento médico, deveria ser computado para o cálculo do benefício, ainda que
não tivesse havido prorrogação formal do tempo de serviço. Nesse sentido, deveria descontar-se
apenas o período equivalente ao serviço militar obrigatório.

3. Já o Ofício nº 298-Asse Jur-10 (A1/SEF), de 2010, ao debater situação semelhante –


pagamento de compensação pecuniária a soldado do EV que permaneceu adido ao Exército além
do período afeto ao serviço militar obrigatório para tratamento de saúde – concluiu que o
benefício teria como base de cálculo apenas as prorrogações de tempo de serviço legalmente
admitidas.

4. O conflito trazido a lume por esse Centro é, na realidade, inexistente. A questão, aliás,
foi dirimida por esta Secretaria nos termos do DIEx nº 156-Asse1/SSEF/SEF, de 11 OUT 13,
que analisou a aparente dissonância entre o Parecer nº 092/AJ/SEF, de 2006, e o Ofício nº
298-Asse Jur-10 (A1/SEF), de 2010.

5. Recordou-se, nesse sentido, que os entendimentos exarados em 2006 e em 2010


trataram de situações específicas e peculiares. Confirme-se:

5. Nessa senda, cumpre evidenciar que o Ofício nº 298 - Asse Jur -

(DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de outubro de 2015 - EB 64689.014704/2015-45 ...... 1/


3)
10 (A1/SEF), de 07 de dezembro de 2010, não enseja qualquer
entendimento no sentido de que o tempo passado como adido não
poderá ser computado para fins de pagamento da compensação
pecuniária.

6. Com efeito, o aludido documento trazia a lume o caso de


Sargento Temporário que permaneceu na ativa por 11 (onze) anos, 06
(seis) meses e 18 (dezoito) dias, em razão de adição e agregação por
motivo de saúde. Dos argumentos apontados, verificou-se que a
consulente advogava pelo pagamento de compensação pecuniária à
proporção de 11 (onze) remunerações.

(...)

8. Por conseguinte, cumpre esclarecer que não existe qualquer


impedimento ao pagamento da compensação pecuniária também pelo
período correspondente ao tempo em que a 2º Ten OTT CAROLINA
DA SILVA CORREA permaneceu nas fileiras do Exército Brasileiro,
na condição de adida, como bem esclarecido por meio do Parecer nº
092/AJ/SEF, de 27 de outubro de 2006 (...).

6. Pois bem, não se pode perder de vista que a compensação pecuniária é direito devido a
oficiais ou praças temporários “equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço militar prestado”, de acordo com o art. 1º da Lei nº 7.963, de 21 DEZ 1989. A expressão
“ano de efetivo serviço” utilizada pelo legislador abrange os períodos passados na condição de
adido ou de agregado, conforme se infere do Of nº 069-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 31 MAIO 05:

j. A dúvida que poderia surgir refere-se ao período a ser


computado para o cálculo do direito em debate. Com efeito, o dilema
provável poderia recair sobre o fato de se incluir ou não o interregno
passado sob a situação de adido na avaliação da compensação
pecuniária. Na realidade, a SEF já se manifestou acerca do assunto:
o período a ser considerado para o efeito de percepção da
compensação pecuniária deve ser igual à totalidade de tempo de
efetivo serviço, conforme se infere do caput do art. 1º da Lei
7.963/89. Com efeito, o período passado sob a situação de adido ou
mesmo de agregado não teria o condão de descaracterizar o tempo de
efetivo serviço. Nesse sentido, reza o art. 136 do Estatuto dos
Militares:

Art. 136. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo


computado dia a dia entre a data de ingresso e a
data-limite estabelecida para a contagem ou a data do
desligamento em conseqüência da exclusão do serviço
ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

l. Vale afirmar, portanto, que não há na legislação, qualquer


ressalva sobre a possibilidade de se abater do tempo de efetivo
serviço, o período passado sob tratamento médico, seja na situação
de adido ou mesmo na de agregado. É dizer: o tempo de efetivo
serviço engloba todo o intervalo passado entre a data de ingresso e a
data de exclusão do serviço ativo.

7. Significa dizer que os entendimentos constantes do Parecer nº 092/AJ/SEF, de 2006, e


do Ofício nº 298-Asse Jur-10 (A1/SEF), de 2010, são complementares e não conflitantes. Dessa

(DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de outubro de 2015 - EB 64689.014704/2015-45 ...... 2/


3)
forma, o soldado EV que permanece vinculado ao Exército, além do período afeto ao serviço
militar obrigatório, terá direito a compensação pecuniária, ainda que não exista prorrogação
formal do tempo de serviço, considerando-se o tempo passado na condição de adido. A base de
cálculo para pagamento, no entanto, estará limitada ao número máximo de prorrogações
previstas na legislação atual – 08 (oito) anos –, descontado, em todo caso, o tempo
correspondente ao serviço militar obrigatório.

8. Assim, se o militar EV passar à situação de adido para tratamento de saúde, por


exemplo, no sétimo mês de serviço militar obrigatório, e permanecer nessa condição por nove
anos, fará jus à compensação pecuniária – desde que, ao fim, seja licenciado ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço –, equivalente a sete remunerações, isto é, relativa a
oito anos (máximo permitido) menos o período de serviço militar obrigatório.

9. Nesses termos, encaminho as presentes considerações a V Exa, para conhecimento e


adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div PAULO CESAR SOUZA DE MIRANDA


Subsecretário de Economia e Finanças

"FEB 70 ANOS - EM DEFESA DOS IDEAIS DE LIBERDADE E DEMOCRACIA"

(DIEx nº 190-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de outubro de 2015 - EB 64689.014704/2015-45 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 200-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.015036/2015-73

Brasília, DF, 4 de novembro de 2015.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 1082-S1/Gab/CPEx, de 30 SET 15

1. Trata-se de solicitação oriunda desse Centro de Pagamento visando ao


pronunciamento desta Secretaria sobre possibilidade de pagamento de compensação pecuniária a
militar temporário aprovado em concurso público, à luz da Nota n° 004/A2.3.5-Gab Cmt Ex, de
18 de novembro de 2013.

2. O pagamento da aludida verba indenizatória tem por fundamento o disposto no


caput do art. 1° da Lei 7.963, de 21 de dezembro de 1989: o oficial ou a praça, licenciado ex
officio por término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado,
tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação (destaques acrescidos).

3. Dessa forma, deve ser conferida interpretação restritiva ao citado dispositivo,


admitindo-se o pagamento do benefício em tela apenas quando houver o licenciamento ex officio
por término de prorrogação de tempo de serviço. Em diversas oportunidades, a SEF se
manifestou nesse sentido.

4. Em verdade, todos os expedientes deste ODS sobre o tema são anteriores a


destacada Nota do Sr. Comandante do Exército. Por conta disso, dúvida surgiu no âmbito desse
Centro quanto ao pagamento da compensação pecuniária nas hipóteses elencadas, dando origem
ao elaborado estudo, cujos pontos principais serão esmiuçados a seguir.

5. A Nota n° 004/A2.3.5-Gab Cmt Ex, de 18 de novembro de 2013, trouxe orientações


para o afastamento temporário de militares aprovados em concurso público, estabelecendo
diversas situações fáticas, conforme se pode observar:

.....

(DIEx nº 200-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de novembro de 2015 - EB 64689.015036/2015-73 ...... 1/


3)
(3) na hipótese de a duração do curso de formação
NÃO EXCEDER o prazo de prorrogação de tempo de serviço
(convocação/prorrogação, engajamento ou reengajamento) a
que se obrigou, o interessado será mantido nessa situação
(adido) enquanto perdurar o curso, devendo ser licenciado, ex
officio, na véspera da data da posse; e

(4) na hipótese de a duração do curso de formação


EXCEDER o prazo de prorrogação de tempo de serviço
(convocação/prorrogação, engajamento ou reengajamento) a
que se obrigou, o interessado será mantido nessa situação
(adido) até o término da prorrogação concedida, quando, então,
será licenciado, ex officio,...

6. Diante das questões apresentadas, a Seção Jurídica do CPEx elaborou o seguinte


entendimento:

18. Pelo exposto acima, nota-se que o militar fará jus


ao recebimento da compensação pecuniária nos seguintes casos:

a. na hipótese de a duração do curso de formação


NÃO EXCEDER o prazo de prorrogação de tempo de serviço
(convocação/prorrogação, engajamento ou reengajamento) a
que se obrigou, pois o interessado será mantido na situação de
adido enquanto perdurar o curso, devendo ser licenciado, ex
officio, na véspera da data da posse; somente sendo tal data
posterior ao término da prorrogação de tempo de serviço; pois o
militar não mais estará nas fileiras da Força Terrestre;

b. na hipótese de a duração do curso de formação


EXCEDER o prazo de prorrogação de tempo de serviço
(convocação/prorrogação, engajamento ou reengajamento) a
que se obrigou, pois o interessado será mantido na situação de
adido até o término da prorrogação concedida, quando, então,
será licenciado, ex officio, pois o licenciamento ocorrerá por
término de prorrogação do tempo de serviço; durante o curso de
formação.

7. A outra hipótese constante da Nota n° 004/A2.3.5-Gab Cmt Ex, de 18 de


novembro de 2013, mais complexa, por envolver revogação de ato administrativo, é assim
definida (destaques acrescidos):

c. Disposições gerais

(...)

4) Na hipótese de o ingresso em cargo público civil na


Administração Pública Federal, Estadual, Distritual ou
Municipal, ou especificamente para incorporação em Força

(DIEx nº 200-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de novembro de 2015 - EB 64689.015036/2015-73 ...... 2/


3)
Auxiliar, ocorrer antes de o militar temporário ou a praça de
carreira não estabilizada completar metade do tempo de serviço
a que se tenha obrigado (art. 121, § 1°, alíneas "a" e "b", da Lei
6.880/1980; art. 32, § 1°, incisos I e II, do Decreto n°
4.502/2002; e art. 150 do Decreto n° 57.654/1966), poderá ser
adotado o seguinte procedimento:

a) o militar temporário ou a praça de carreira não


estabilizada poderão ser licenciados, ex officio, do serviço ativo
do Exército, a contar da data do término do tempo de serviço
militar a que se obrigou (convocação/prorrogação,
engajamento/reengajamento), mediante revogação do ato
administrativo de concessão de prorrogação do tempo de
serviço, o qual deverá conter uma exposição de motivos
circunstanciada, consoante o estatuído no art. 50, caput e inciso
VIII; e 53, caput, 2ª parte, da Lei 9.784, de 29 JAN 1999 (regula
o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal);

8. Na situação acima aventada, os efeitos da revogação serão ex nunc, isto é, valerão


do momento em que foi proferida a decisão, não retroagindo à época dos fatos, pois a retirada do
ato administrativo se deu por questões de conveniência e oportunidade, e não por ilegalidade.
Por consequência, a revogação ensejará somente a interrupção de tempo de serviço e não o
licenciamento por término da prorrogação do tempo de serviço, fazendo com que o militar não
perceba o benefício da compensação pecuniária.

9. Por fim, opinou pela remessa do estudo a esta Secretaria, para fins de conhecimento
e posterior manifestação de entendimento.

10. Esta Secretaria ratifica entendimento defendido por esse Centro, eis que os
argumentos trazidos à baila refletem o previsto na legislação e jurisprudência correlata,
conforme restou demonstrado, não abrindo espaço para qualquer questionamento em sentido
contrário.

11. Dessa forma, remeto a V Exa o presente expediente para fins de conhecimento e
adoção de providências julgadas cabíveis.

Gen Div PAULO CESAR SOUZA DE MIRANDA


Subsecretário de Economia e Finanças

"FEB 70 ANOS - EM DEFESA DOS IDEAIS DE LIBERDADE E DEMOCRACIA"

(DIEx nº 200-Asse1/SSEF/SEF, de 4 de novembro de 2015 - EB 64689.015036/2015-73 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 246-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.016387/2015-00

Brasília, DF, 14 de dezembro de 2015.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: parcelas remuneratórias que compõem o cálculo da compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 1081-S1/Gab/CPEx, de 30 SET 15

1. Por meio do DIEx n° 73-SJ.4/SecJur/CPEx, de 17 de setembro de 2015, esta


Secretaria foi instada a se manifestar a respeito das parcelas remuneratórias que compõem a
compensação pecuniária, benefício este concedido a militar temporário, licenciado ex-officio por
término de prorrogação de tempo de serviço, nos moldes do que estabelece o art. 1°, caput, da
Lei n° 7.963, de 21 de dezembro de 1989.

2. Em linhas gerais, a presente consulta tem por objetivo verificar se o rol de parcelas
que não compõem a base de cálculo da compensação pecuniária (ex vi art. 1°, inciso III, do
Decreto n° 99.425, de 30 de julho de 1990) é taxativo ou exemplificativo.

3. Cabe, assim, a transcrição do art. 1°, caput, da Lei n° 7.963, de 21 de dezembro de


1989, e do art. 1°, inciso III, do Decreto n° 99.425, de 30 de julho de 1990, que pontuam a
matéria:

Lei nº 7.963/1989

Art. 1º O oficial ou o praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.

Decreto nº 99.425/90

(DIEx nº 246-Asse1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2015 - EB 64689.016387/2015-00 ...... 1/


4)
Art. 1º A compensação pecuniária, a título de benefício, atribuída
ao oficial ou à praça licenciado ex officio por término de prorrogação de
serviço, instituída pela Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, para sua
concessão, obedecerá, além dos preceitos estabelecidos na referida lei, aos
seguintes critérios:
(...)
III - para fins de pagamento do pecúlio, não integram a
remuneração as parcelas percebidas a título de:
a) diárias;
b) ajuda de custo;
c) indenização de transporte;
d) auxílio ou adiantamento para aquisição de uniformes;
e) indenização de etapas;
f) décimo terceiro salário (gratificação de natal);
g) adicional de férias.

4. Com vistas a solucionar a discussão posta em estudo, esse Centro de Pagamento


valeu-se da construção teórica desenvolvida no Ofício n° 061-Asse Jur-05 ( A1/SEF), de 27 de
abril de 2005, ao tratar sobre as espécies de retribuição pecuniária, em especial, a remuneração,
podendo ser resumida nos seguintes termos:
a. a remuneração, forma mais comum de contraprestação pecuniária, constituiu-se de
três círculos concêntricos. O menor deles é o vencimento ou vencimento básico; o intermediário
consiste nos vencimentos; e o maior constitui a remuneração;
b. o vencimento ou vencimento básico é a retribuição pecuniária paga ao ocupante de
cargo, emprego ou função públicos pelo simples exercício e corresponde ao padrão ou valor de
referência fixado em lei. No âmbito militar, corresponde ao soldo (art. 3°, inciso I, da Medida
Provisória n° 2.215-10, de 31 de agosto de 2001);
c. vencimentos, dito no plural, compreendem a soma dos valores correspondentes ao
padrão definido legalmente para o cargo, função ou emprego acrescido das parcelas outorgadas
como vantagens que são garantidas em caráter permanente e fixo, para o agente. Dessa forma, os
vencimentos equivalem ao soldo mais os adicionais e gratificações de caráter permanente; e
d. ademais, efetua a distinção entre as vantagens pecuniárias permanentes das
transitórias. Aquelas fazem parte dos vencimentos, estas englobam apenas a remuneração, que
vem a ser justamente a soma dos vencimentos com as vantagens pecuniárias transitórias. Na
esfera militar, portanto, a remuneração engloba o soldo, os adicionais e as gratificações
permanentes e, também, os adicionais e as vantagens transitórios.

5. Após, o aludido estudo desse Centro concluiu acerca das parcelas que compõem a
remuneração:
a. em que pese as vantagens pecuniárias façam parte da remuneração, para fins de
cálculo da compensação pecuniária, não serão consideradas aquelas de natureza transitória e/ou
de caráter indenizatório; e
b. como consequência, o Decreto n° 99.425, de 30 de julho de 1990, traz um rol
exemplificativo e não taxativo acerca das parcelas que não venham a compor o pagamento da
compensação pecuniária.

(DIEx nº 246-Asse1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2015 - EB 64689.016387/2015-00 ...... 2/


4)
6. Por fim, esse Centro solicitou a remessa da matéria a esta Secretaria, com vistas à
emissão de posicionamento definitivo.

7. Assim, passar-se-á ao estudo comparativo dos dispositivos exaustivamente citados


ao longo do estudo e analisados, no momento, sob uma perspectiva comparativa:
NORMA MP N° 2.215-10, de 31 AGO 2001 Dec n° 99.425, de 30 JUL 1990
Dispositivo estudado art. 2°, incisos I e II. art. 1°, inciso III.
estabelece as parcelas que não
Conteúdo estabelece as vantagens pecuniárias. compõem a base de cálculo do
pecúlio.
I - observadas as definições do art. III - para fins de pagamento do
3º desta Medida Provisória: pecúlio, não integram a
a) diária; remuneração as parcelas
b) transporte; percebidas a título de:
c) ajuda de custo; a) diárias;
d) auxílio-fardamento; b) ajuda de custo;
e) auxílio-alimentação; c) indenização de transporte;
f) auxílio-natalidade; d) auxílio ou adiantamento para
g) auxílio-invalidez; e aquisição de uniformes;
h) auxílio-funeral; e) indenização de etapas;
II - observada a legislação f) décimo terceiro salário
específica: (gratificação de natal);
a) auxílio-transporte; g) adicional de férias.
b) assistência pré-escolar;
c) salário-família;
d) adicional de férias; e
e) adicional natalino.

8. Encontram-se destacadas acima as vantagens não relacionadas no Decreto nº


99.425/1990. Diante disso, busca-se saber se tais poderão fazer parte da base de cálculo da
compensação pecuniária.

9. Em verdade, a adoção de um entendimento estritamente normativo poderia resultar


em situação desproporcional injustificável. Por exemplo, auxílio-natalidade e auxílio-fardamento
são duas parcelas indenizatórias, aquela não prevista no rol do art. 1°, inciso III, do Decreto nº
99.425/1990, e essa expressamente referenciada.

10. Num primeiro momento, se fossemos levar em consideração que o rol do inciso
III do art. 1º do Decreto nº 99.425/1990, exclui o auxílio-fardamento da remuneração, e não faz
referência ao auxílio-natalidade, ter-se-ia que a primeira verba indenizatória não faria parte da
base de cálculo, porém a segunda poderia sugerir a sua inclusão nessa base. Isto é, verificaria-se
que duas verbas indenizatórias teriam tratamento diferenciado.

11. Contudo, o que se está buscando no presente estudo é a mens legis do dispositivo,
em outras palavras, a finalidade atribuída ao texto jurídico que consiste, repita-se mais uma vez,
em afastar do pagamento do pecúlio as parcelas temporárias e as de natureza indenizatória.

12. Nesse sentido, não devem integrar, também, a remuneração, para fins de
pagamento do pecúlio aos militares temporários, as parcelas percebidas a título de
auxílio-natalidade, auxílio-invalidez, auxílio-funeral, auxílio-transporte, entre outras, que
venham a ser criadas e que se constituam em parcelas temporárias e as de natureza indenizatória.

(DIEx nº 246-Asse1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2015 - EB 64689.016387/2015-00 ...... 3/


4)
13. Destarte, esta Secretaria, em sentido uníssono ao defendido por esse Centro,
entende que o legislador, ao estabelecer a norma vedatória, teve por objetivo afastar do
pagamento da compensação pecuniária as parcelas tidas como temporárias, bem como as de
natureza indenizatória, sendo o rol estabelecido no inciso III do art. 1° do Decreto nº
99.425/1990, meramente exemplificativo.

14. Isso posto, remeto a V Exa o presente expediente, para fins de conhecimento e
adoção de providências decorrentes.

Gen Div PAULO CESAR SOUZA DE MIRANDA


Subsecretário de Economia e Finanças

"FEB 70 ANOS - EM DEFESA DOS IDEAIS DE LIBERDADE E DEMOCRACIA"

(DIEx nº 246-Asse1/SSEF/SEF, de 14 de dezembro de 2015 - EB 64689.016387/2015-00 ...... 4/


4)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 137-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.011635/2014-37

Brasília, DF, 21 de agosto de 2014.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Controle Interno do Exército
Assunto: adicional de tempo de serviço
Referência: DIEx nº 309-SAPes/CCIEx, de 5 AGO 14

1. Em 6 de agosto de 2014, foi remetido a esta Secretaria o DIEx n°


309-SAPes/CCIEx, de 4 de agosto de 2014, oriundo desse Centro de Controle Interno,
solicitando orientações quanto às consequências advindas do reconhecimento do direito ao
recebimento de verba remuneratória devida à militar integrante da OM.

2. O 1° Ten OTT Renato Villela Mendes foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes
do Exército ( EsPCEx) pelo período compreendido entre 19 de fevereiro de 1994 a 1° de
fevereiro de 1995, totalizando 11 (onze) meses e 13 (treze) dias de permanência na Força.

3. Em 5 de maio de 2014, por força do DIEx n° 169-SAPes/CCIEx, o militar solicitou


a incorporação de 1% do soldo em seus vencimentos, a título de adicional de habilitação, de
acordo com o que prescreve a Portaria n° 466-Cmt Ex, de 13 de setembro de 2001. Por
consequência, foi instaurado sindicância, por intermédio da Portaria n° 002-Gab/CCIEx, de 16
de maio de 2014.

4. Após a conclusão da fase instauradora, a Autoridade Competente determinou a


realização de diligências complementares, dentre as quais se destaca observações quanto às
possíveis consequências do reconhecimento do direito.

5. Por oportuno, o sindicante entendeu por bem remeter a este ODS a consulta, objeto
da referência, solicitando resposta a determinados questionamentos por ele levantados.

6. Cabe, nesse momento, responder, após análise, cada uma das dúvidas suscitadas, ou
seja:
a. quanto ao primeiro questionamento, a única consequência remuneratória advinda
do reconhecimento do tempo de serviço é o recebimento da compensação pecuniária proporcial

(DIEx nº 137-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de agosto de 2014 - EB 64689.011635/2014-37 ...... 1/2


)
ao período em que serviu na Força como Oficial Técnico Temporário (OTT). Resta claro que o
militar será licenciado em 27 de fevereiro de 2015, contando com 7 ( sete) anos, 11 (onze) meses
e 15 (quinze) dias, e não o período máximo a que teria direito após sucessivas prorrogações de
contrato, na medida em que está sendo computado como tempo de serviço público anterior à
convocação o período em que esteve na EsPCEx; e
b. em relação ao segundo questionamento, diante de tal reconhecimento, o militar fará
jus ao recebimento mensal de 1% sobre seu soldo a título de adicional de tempo de serviço. Em
relação aos valores pretéritos, deverá ser aplicada a regra da prescrição quinquenal, a contar da
data em que o militar requereu tal direito (Art 1°, do Decreto n° 20.910, de 06 de janeiro de
1932).

7. Assim sendo, remeto a V.Exa o presente expediente para adoção de providências


julgadas cabíveis.

Gen Div JOSÉ CARLOS NADER MOTTA


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 137-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de agosto de 2014 - EB 64689.011635/2014-37 ...... 2/2


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 138-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.011636/2014-81

Brasília, DF, 21 de agosto de 2014.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 2ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Pedido de anulação de licenciamento de militar estabilizado
Referência: DIEx nº 46-S1/2ª ICFEx, de 10 JUL 14

1. Por meio do DIEx nº 46-S1-2ICFEX, de 17 JUL 14, essa Setorial Contábil traz a
lume questionamento envolvendo um militar que, pensando ainda não ter obtido a estabilidade,
solicitou por sua vontade própria, licenciamento das fileiras do Exército.

2. Segundo relatado na consulta encaminhada, o militar foi matriculado, dentre as


vagas disponíveis para militares, junto à Escola de Sargentos das Armas, em 03 FEV 03, ocasião
em que apresentou à Administração Castrense a documentação referente ao serviço militar
obrigatório, prestado em Tiro de Guerra, consubstanciando 3 meses e 25 dias.

3. Em 08 OUT 12, o militar protocolou requerimento de reengajamento, o que restou


deferido pelo Comandante da OM em que servia. Porém, a despeito do deferimento, em 28 JAN
13, decidiu dar baixa, mediante licenciamento ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço.

4. Destarte, a seção de pagamento da OM realizou, via FAP, o pagamento de 08 (oito)


vencimentos, a título de compensação pecuniária e enviou ao Centro de Pagamento do Exército
o processo relativo ao pagamento de outros 02 (dois) vencimentos, que entendia fazer jus o
militar, oportunidade em que foram juntadas as informações dando conta do tempo passado
em Tiro de Guerra.

5. Ocorre que, ao analisar a documentação, aquele Centro verificou que o militar,


somados os períodos como sargento e como atirador, já havia ultrapassado o tempo necessário
para aquisição da estabilidade e informou que, na verdade, o interessado não possuía direito
algum à versada verba indenizatória.

6. E, diante desse quadro, sob a alegação de que apenas pleiteou o licenciamento


porque desconhecia sua condição de estável, pretende retornar ao serviço ativo, dispondo-se a

(DIEx nº 138-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de agosto de 2014 - EB 64689.011636/2014-81 ...... 1/3


)
devolver os aludidos valores recebidos de compensação pecuniária. Ressalta que, tanto em
sua Ficha Individual, quanto em sua Ficha do SiCaPEx, constava, equivocadamente, a sua data
de praça como a de matrícula na Escola de Sargentos das Armas, o que demonstra, conforme seu
entendimento, que foi induzido em erro pela Administração.

7. A OM a que se vinculava o militar assevera que não foi comprovada sua má fé.
Demais disso, sustenta que o ato de seu licenciamento, por ilegal, deve ser anulado, devendo
ocorrer o seu retorno à atividade e, ainda, há de se providenciar a homologação da sua
estabilidade. A partir desse ponto, indica duas linhas de ação. A primeira expressa que os valores
recebidos, a título de compensação pecuniária, não devem ser devolvidos, porque foram
recebidos de boa fé, bem como o tempo em que permaneceu afastado não deve ser remunerado.
A segunda aponta que, por ser estável, deve receber valores pelo período não trabalhado, como
também deve devolver os valores recebidos equivocadamente como compensação pecuniária.

8. Por sua vez, essa ICFEx advoga que o ato de licenciamento, porquanto ilegal, deve
ser anulado e que o valor da compensação pecuniária deve ser restituído, nos termos da Portaria
nº 008 - SEF, de 23 DEZ 03, com a devida atualização. Outrossim, quanto ao período de
afastamento, entende que este não deve ser computado como tempo de serviço ativo, não
ensejando o direito ao militar de receber quantia qualquer pelo lapso temporal não trabalhado.

9. Pois bem, a questão trazida a exame tangencia elementos afetos a este ODS e ao
Departamento-Geral do Pessoal. Assim, se de um lado a dúvida recai sobre a necessidade de
devolução de verbas ou percepção de alguma remuneração, de outro, e antes disso, há de se
descortinar se o militar possui direito de retorno às fileiras do Exército, em razão da aquisição da
estabilidade.

10. Com efeito, consultado no que se refere a sua esfera de competência, o citado
Departamento orientou esta Secretaria nos termos que se seguem:

4. Embora tenha apresentado a documentação referente ao tiro de


Guerra (cópia do certificado de Reservista) a fim de comprovar que
tinha cumprido o tempo de serviço militar obrigatório no Órgão de
Formação (Escola de Sargentos das Armas - EsSA), constava em sua
ficha individual e na ficha do SICAPEx como data de praça o seu
período inicial (matrícula) na EsSA. 5. Assim, conforme apurado em
Sindicância, o militar não agiu em nenhum momento com má fé e se
dispôs a devolver os valores percebidos a título de compensação
pecuniária. Importante salientar que o ex-militar não fez o
requerimento solicitando a estabilidade porque sempre acreditou que a
mesma se daria em 03 FEV 13, e por esse motivo, solicitou seu
licenciamento ex officio em 28 JAN 13. 6. Isso posto, a Assessoria
Jurídica deste Departamento entende que a melhor linha de ação a ser
adotada, devido ao erro relativo ao período referente ao Tiro de
Guerra não constar da Ficha Individual e da Ficha do SICAPEx, seja
determinar a reintegração do militar (...), que seja homologada a
aquisição de estabilidade e que o ex-militar seja instado a cumprir o
expediente.

11. Por conseguinte, observa-se que o militar faz jus ao retorno às fileiras do Exército,
devendo, também, ser reconhecida sua estabilidade.

(DIEx nº 138-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de agosto de 2014 - EB 64689.011636/2014-81 ...... 2/3


)
12. No que atine à questão financeira, urge asseverar que, diante da sua reintegração,
deverá o militar devolver aos cofres públicos os valores percebidos como compensação
pecuniária. Até porque, mesmo tendo recebido dada verba de boa fé, participou do ato causador
do saque, já que requereu seu licenciamento ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço, mesmo que de modo equivocado. Além disso, em verdade, a não devolução seria, sem
dúvida, flagrante enriquecimento sem causa de sua parte, o que é vedado pelo ordenamento
jurídico brasileiro.

13. Note-se que sobre tal quantia, além da correção monetária, incidirá o estabelecido
pela Portaria nº 008 - SEF, de 23 DEZ 03, razão assistindo a essa ICFEx, cujo posicionamento
não merece reparos.

14. Quanto ao período de afastamento, cumpre assinalar que é razoável que este não
deva ser computado como tempo de serviço ativo e, bem assim, não venha acarretar
qualquer direito ao militar à percepção de remuneração, pois, no período em que
permaneceu afastado, também deixou de prestar a sua contrapartida laboral.

15. Nesses termos, remeto-vos o presente expediente a fim de que sejam adotadas as
providências julgadas cabíveis.

Gen Div JOSÉ CARLOS NADER MOTTA


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 138-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de agosto de 2014 - EB 64689.011636/2014-81 ...... 3/3


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 218-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.018858/2014-25

Brasília, DF, 16 de dezembro de 2014.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 1018-S1/Gab/CPEx, de 5 DEZ 14

1. Por meio do DIEx n° 1018-S1/Gab/CPEx, de 4 DEZ 14, esta Secretaria foi instada
a se manifestar sobre pagamento de compensação pecuniária a Oficial Temporário, referente ao
período em que o mesmo serviu na Força Terrestre na condição de Sargento Técnico
Temporário.

2. De início, necessário se faz tecer breves considerações sobre os pormenores que


norteam a questão em comento, ou seja:
a. o requerente adentrou às fileiras do Exército em 28 FEV 06, por conta de
convocação, em caráter voluntário, para a realização do Estágio Básico de Sargento Temporário
(EBST);
b. após a conclusão da 1° fase do EBST, foi transferido para o Hospital Central do
Exército (HCE), tendo permanecido nessa organização militar até 04 JAN 11, quando foi
excluído, desligado e licenciado do estado efetivo da Força;
c. em 05 JAN 11, o militar foi reincluído, na condição de Oficial Técnico Temporário
(OTT), após convocação para realização da 1° fase do Estágio de Serviço Técnico (EST), no
Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR/RJ);
d. em 04 MAR 14, foi licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço, fazendo jus ao pagamento de compensação pecuniária no valor de 3 soldos no posto de
2° Tenente;
e. irresignado, o solicitante entende ter recebido o importe a menor, na medida em que
não foi contabilizado o período que serviu como sargento temporário. Administrativamente, teve
seu pedido negado após consulta ao HCE, 1° ICFEx e CPEx. A 1° RM é favorável ao pleito do
requerente;
f. diante da dúvida quanto a existência do direito à percepção do valor solicitado e,
consequentimente, quanto ao seu pagamento, o Chefe da 1° Seção do CPEx considerou por bem
consultar a Seção Jurídica desse Centro de Pagamento, a fim de fornecer maiores subsídios para
a tomada de decisão;

(DIEx nº 218-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de dezembro de 2014 - EB 64689.018858/2014-25 ...... 1/


3)
g. em resposta à consulta formulada, a Seção Jurídica do CPEx posicionou-se no
sentido de que o militar não faz jus a sua solicitação, visto que "inexiste direito à compensação
pecuniária referente ao período cumprido como 3° Sgt. Tal compensação foi devida tão somente
em face do período referente ao EST, eis que o licenciamento se deu, aí sim, por término de
tempo de serviço";e
h. a matéria trazida à baila está sendo apreciada em sede judicial Após rápida consulta
no sítio da Justiça Federal- Seção Judiciária do Rio de Janeiro ( http://www.jfrj.jus.br),
constatou-se que o pedido foi julgado improcedente sem resolusão do mérito, por falta de
interesse processual. No momento, encontra-se em fase recursal.

2. Defende o requerente que, ao ser licenciado no dia 04 JAN 11 e convocado no dia


seguinte, não teria ocorrido a interrupção do tempo de serviço militar e sim mudança na
situação, de sargento técnico temporário para oficial técnico temporário. Dessa forma,
admissível seria a contagem de tempo anterior a 05 JAN 11 para fins de recebimento de
compensação pecuniária.

3. Com a devida vênia, esta Secretaria discorda do entendimento defendido, com base
nas razões a seguir delineadas:
a. o licenciamento é um instituto regulamentado pelos artigos 121 e 122 do Estatuto
dos Militares, considerado como uma das modalidades de exclusão do serviço ativo (Art 94, V,
E1). Como consequência, por mais que tenha observado um curto lapso temporal entre o
licenciamento e o ato de convocação, aquele estanca a relação entre o militar e a instituição;
b. verdade que apenas uma das modalidades de licenciamento admite o recebimento
da estudada verba indenizatória. De acordo com o Art 1° da Lei 7.963/89, "o oficial ou a praça,
licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus a compensação
pecuniária (...)". Observe que não há previsão no tocante às demais modalidades, tais como a
bem da disciplina, a pedido ou por conveniência do serviço, sendo esta última observada no caso
em comento. É preciso ater-se ao Princípio da Legalidade Estrita, um dos cânones norteadores
do Direito Administrativo;
c. em abril de 2006, o militar recebeu um soldo de Terceiro Sargento a título de
auxílio-fardamento (Tabela II, anexo IV, da MP 2.215-10, 2001). Em março de 2011, o mesmo
benefício lhe foi concedido, no entanto, com base no soldo de Aspirante. Ora, se a tese de que
não houve interrupção de tempo de serviço prosperasse, a militar não receberia um soldo integral
e apenas a diferença de soldos (Art 61, caput, Lei 4.307/2002); e
d. todas as evidências acima delineadas demonstram que houve a interrupção no
tempo de serviço do militar. Portanto, considerar que houve apenas mudança de condição, de
sargento técnico temporário para oficial técnico temporário, está a se admitir a existência de
situação fática contrária à legislação castrense que trata sobre o tema.

4. Dessa forma, esta Secretaria ratifica entendimento defendido pelo CPEx, no sentido
de que o militar não faz jus ao direito pleiteado. É oportuno ressaltar que o Parecer n°
069/AJ/SEF, de 10 AGO 12 enfrentou situação análoga, pacificando a questão posta em
discussão. Nesses termos, remeto a V Exa as presentes considerações, para as providências
julgadas cabíveis.

Gen Div JOSÉ CARLOS NADER MOTTA


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 218-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de dezembro de 2014 - EB 64689.018858/2014-25 ...... 2/


3)
(DIEx nº 218-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de dezembro de 2014 - EB 64689.018858/2014-25 ...... 3/
3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 8-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.000620/2013-62

Brasília, DF, 18 de janeiro de 2013.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste
Assunto: compensação pecuniária e indenização de transporte
Referência: DIEx nº 2-E4/CMSE, de 03 JAN 13

1. Expediente versando sobre pagamento de compensação pecuniária e indenização de


transporte.

2. Trata-se de indagação oriunda desse Comando Militar de Área acerca da validade


do Parecer nº 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010, bem como sobre a abrangência da
expressão “convocado” constante do art. 29 do Decreto 4.307, de 18 de julho de 2002.

3. O aludido Parecer nº 004/AJ/SEF, de 2010, analisou a possibilidade de pagamento


da compensação pecuniária prevista na Lei 7.963, de 1989, a sargento formado pela Escola de
Sargentos das Armas (EsSA) que deixou de requerer prorrogação de tempo de serviço, ou seja,
antes de adquirir estabilidade. Com efeito, tal documento assim concluiu:

“a. O militar não estabilizado (inclusive os sargentos de


carreira nessa situação) que cumprir o período a que se
obrigou deverá ser licenciado ex-officio por término de tempo
de serviço, nos termos da alínea a do §3º do art. 121 do
Estatuto dos Militares).

b. A ausência de requerimento de reengajamento não tem o


condão de descaracterizar tal modalidade, eis que se trata de
exigência não prevista em lei.

c. Sendo ex officio, por término de tempo de serviço, o


licenciamento levará ao pagamento (além da compensação
pecuniária) da indenização de transporte, devendo-se
considerar para cálculo o local onde o militar residia ao ser
convocado (ou outro por ele indicado, se mais barato), nos
termos do art. 29 do Decreto nº 4.307, de 2002.”

(DIEx nº 8-Asse1/SSEF/SEF, de 18 de janeiro de 2013 - EB 64689.000620/2013-62 ...... 1/3)


4. As assertivas em tela permanecem válidas, eis que representam a jurisprudência
dominante a respeito do assunto, refletindo, também o posicionamento adotado no âmbito desta
Secretaria desde 2005, conforme o Parecer nº 035/AJ/SEF, de 15 de agosto daquele ano, o
Parecer nº 049/AJ/SEF, de 16 de setembro, também daquele ano.

5. Paralelamente, cabe verificar o alcance da expressão “convocado”, constante do art.


29 do Decreto 4.307, de 2002:

Art. 29. O militar da ativa licenciado ex officio por conclusão


do tempo de serviço ou de estágio e por conveniência do
serviço, previsto nas alíneas "a" e "b" do § 3o do art. 121 da Lei
no 6.880, de 1980, terá direito ao transporte para si e seus
dependentes, até a localidade, dentro do território nacional,
onde tinha sua residência ao ser convocado, ou para outra
localidade cujo valor do transporte pessoal e de bagagem seja
menor ou equivalente.

6. De acordo com o Regulamento da Lei do Serviço Militar (RLSM), aprovado pelo


Decreto 57.654, de 20 de janeiro de 1966, o termo “convocação” admite diversas modalidades
de ingresso nas Forças Armadas. Confirme-se:

Art. 3° Para os efeitos dêste Regulamento são estabelecidos os


seguintes conceitos e definições:

(...)

6) convocação - (nas suas diferentes finalidades) - Ato pelo qual


os brasileiros são chamados para a prestação do Serviço
Militar, quer inicial, quer sob outra forma ou fase.

7. Nesse sentido, cuidou o RLSM de esclarecer que o ingresso – ou, se preferir, a


convocação – se dá mediante matrícula ou incorporação:

Art. 3º. (...)

(...)

7) convocação à incorporação ou matrícula (designação) - Ato


pelo qual os brasileiros, após julgados aptos em seleção,
são designados para incorporação ou matrícula, a fim de
prestar o Serviço Militar, quer inicial, quer sob outra forma ou
fase. A expressão "convocado à incorporação", constante do
Código Penal Militar (Art. 159), aplica-se ao selecionado para
convocação e designado para a incorporação ou matrícula em
Organização Militar, à qual deverá apresentar-se no prazo que
lhe fôr fixado.

8. Diante desse contexto normativo, isso significa a expressão “convocado”, constante


do art. 29 do Decreto 4.307, de 2002, abrange ambas as modalidades de ingresso no Exército,
matrícula ou incorporação.

9. Nessa senda, denota-se que a intenção do legislador, ao dispor sobre a matéria no

(DIEx nº 8-Asse1/SSEF/SEF, de 18 de janeiro de 2013 - EB 64689.000620/2013-62 ...... 2/3)


mencionado art. 29 do Decreto 4.307, de 2002, foi de possibilitar o regresso do militar (seja o
matriculado, seja o incorporado) à sua localidade de origem, por ocasião de seu eventual
licenciamento por término de tempo de serviço (art. 121, 3º, a e b).

10. Posto isso, informo a V Exa que permanecem válidas as conclusões contidas no
Parecer nº 004/AJ/SEF, de 2010, no sentido da desnecessidade de requerimento de prorrogação
de tempo de serviço para o pagamento da compensação pecuniária de que trata a Lei 7.963, de
1989. Nesse sentido, informo ainda, que a expressão “convocado”, constante do art. 29 do
Decreto 4.307, de 2002, compreende o militar que é matriculado ou incorporado às Forças
Aramadas.

Por ordem do Sr Secretário de Economia e Finanças.

Gen Bda RICARDO MARQUES FIGUEIREDO


Subsecretário de Economia e Finanças

"FREI ORLANDO - SOLDADO DA FÉ"

(DIEx nº 8-Asse1/SSEF/SEF, de 18 de janeiro de 2013 - EB 64689.000620/2013-62 ...... 3/3)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 126-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.010800/2013-52

Brasília, DF, 5 de setembro de 2013.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército - CPEx
Assunto: Compensação pecuniária a militar temporária dentista em acúmulo de cargos públicos
Referência: DIEx nº 140, de 5 AGO 13

1. Cuida-se de consulta sobre o pagamento de compensação pecuniária.

2. Por intermédio do DIEx da referência, esse Centro submeteu a esta Secretaria


questão envolvendo a 1º Ten ODT JANAYNA GOMES PAIVA OLIVEIRA, licenciada por
conveniência do serviço, ao final da prorrogação do tempo de serviço (não foi deferida nova
prorrogação), devido à possível ilicitude no acúmulo de cargos públicos.

3. Compulsando a documentação disponibilizada, denota-se que o indeferimento do


pedido de prorrogação e o consequente licenciamento citado, a teor do Boletim Interno Nr 43,
de 05 de março de 2013, da 14ª Companhia de Polícia do Exército, teve nascedouro na decisão
exarada pelo Conselho de Recursos Administrativos dos Servidores Municipais, na esfera do
Município de Campo Grande - MS. Para o órgão, configurado ficou o acúmulo ilícito de cargos
públicos pela sua servidora que desempenhava, junto àquele ente federativo e à OM, atividade
de dentista ou odontóloga, conforme se extrai do Diário Oficial de Campo Grande nº 3.712, de
25 de fevereiro de 2013:

EMENTA: ANÁLISE FUNCIONAL - ACUMULAÇÃO


REMUNERADA DO CARGO DE ODONTÓLOGO NO MUNICÍPIO
DE CAMPO GRANDE E DE OFICIAL TEMPORÁRIO NO
EXÉRCITO BRASILEIRO, COM A PATENTE DE 2º TENENTE -
IMPOSSIBILIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART. 142, § 3º, INCISO II,
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - POSSIBILIDADE DE OPÇÃO DE
PERMANÊNCIA EM UM DOS CARGOS ACUMULADOS. I - À
servidora detentora do cargo de Odontólogo no Município de Campo
Grande é vedado o exercício, em regime de acumulação, do cargo de
Oficial do Exército Brasileiro, consoante disposições dos artigos 37,
inciso XVI c/c 142, parágrafo 3º, inciso II, ambos da Constituição
Federal. II - A vedação constitucional de acumulação de cargos
públicos não excepciona a situação do militar integrante do Quadro de

(DIEx nº 126-Asse1/SSEF/SEF, de 5 de setembro de 2013 - EB 64689.010800/2013-52 ...... 1/


4)
Oficiais de Saúde, haja vista que o art. 37, inciso XVI, alínea “c” da
Constituição Federal (CF) não se aplica ao mesmo, por força do
regime compreendido no art. 142, § 3º, inciso VIII, do mesmo Códex.
III - Ilicitude na acumulação de cargos perpetrada pela servidora. IV -
Afastada a presunção de má-fé, possibilidade de opção de permanência
em um dos cargos acumulados, conforme art. 9º, do Decreto n.
11.983/2012. ACÓRDÃO Visto, relatado e discutido o processo,
acordam os conselheiros do Conselho de Recursos Administrativos
dos Servidores Municipais - CORAD, em sessão ordinária realizada
no dia 7 de fevereiro de 2013, por unanimidade de votos, pela ilicitude
da acumulação. (destaques acrescidos)

4. Desta feita, a militar foi licenciada por conveniência do serviço, não teve deferido
nova prorogação, e não recebeu a compensação pecuniária, de modo que esse Centro agora
questiona a possibilidade - ou não - da percepção da versada verba, nos termos delineados pelo
caso concreto.

5. Em verdade, a problemática a ser enfrentada na presente consulta cinge-se em dois


aspectos: (1) a (i)licitude no acúmulo de cargos públicos por militar da área de saúde; e (2) o
licenciamento no instante em que se daria nova prorrogação do seu tempo de serviço.

6. Pois bem. Sobre o primeiro dos temas, sabe-se que a ilicitude no acúmulo de cargos
públicos por militares da área de saúde e do magistério ainda não encontrou pacificação nos
tribunais pátrios. Nessa senda, merece destaque a decisão exarada pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ), in verbis:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.


ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS PÚBLICOS DE MÉDICO NAS
ESFERAS CIVIL E MILITAR. POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO
SISTEMÁTICA DO ART. 37, XVI, "C", COM OS ARTS. 42, § 1º, E 142,
§ 3º, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSO PROVIDO. 1.
Discute-se nos autos a possibilidade de acumulação de cargos,
considerando que o impetrante ocupa dois cargos públicos de médico,
sendo um junto ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de
Goiás e o outro na Secretaria Estadual de Saúde. 2. A interpretação
sistemática do art. 37, XVI, alínea "c", c/c os arts. 42, § 1º, e 142, §
3º, II, da Constituição Federal de 1988 permite concluir pela
legalidade na acumulação a servidor militar com outro cargo na
esfera civil, ambos na área de saúde. 3. Este Superior Tribunal de
Justiça, em sintonia com o posicionamento firmado pelo Supremo
Tribunal Federal (RE 182.811/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ
30.6.2006), decidiu que "é possível acumular dois cargos privativos na
área de saúde, no âmbito das esferas civil e militar, desde que o
servidor público não desempenhe as funções tipicamente exigidas
para a atividade castrense, e sim atribuições inerentes a profissões de
civis" (RMS 33550/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma,
julgado em 21/06/2011, DJe 01/09/2011). 4. Agravo regimental não
provido. (STJ, AgRg no RMS 33703, Rel. Min. Castro Meira, J.
21.06.12)

(destaques acrescidos)

7. Logo, se ainda existe controvérsia a envolver o assunto, não há motivo cabal que

(DIEx nº 126-Asse1/SSEF/SEF, de 5 de setembro de 2013 - EB 64689.010800/2013-52 ...... 2/


4)
justifique o licenciamento em razão de tal, tanto que, inclusive, tem-se notícia de que ocorreu a
reintegração da militar, por ordem da 4ª Vara Federal de Campo Grande - Tribunal Regional
Federal - 3ª Região (processo nº 0004650-59.2013.4.03.6000).

8. Nesse sentido, a título explicativo, impende ressaltar também que, em consulta ao


sítio eletrônico do tribunal, verificou-se que, em sede de recurso, a ordem de reintegração foi
mantida (processo nº 2013.03.00.016630-7), como se verifica adiante:

JANAYNA GOMES PAIVA OLIVEIRA propôs a presente ação


contra a UNIÃO alegando, em síntese, que, na condição de Cirurgiã
Dentista, ingressou na carreira militar, mediante concurso. Depois,
assumiu cargo público de Dentista neste Município, também por
concurso. Diz ter sido chamada no Município para fazer opção por um
dos cargos, enquanto que o Exército licenciou-a sob a alegação de que
não seria possível a acumulação. Pede a antecipação da tutela para
que seja reintegrada no serviço ativo do Exército, por entender que não
há empecilho à acumulação. Com a inicial vieram os documentos de
fls. 26-105. Deferi os benefícios da justiça gratuita à autora, ao tempo
em que determinei a oitiva da União acerca do pedido de antecipação
da tutela (f. 107). A União sustenta que o licenciamento da autora não
decorreu somente da acumulação, mas por conveniência do serviço.
Ademais, a cumulação pretendida é vedada pelo inciso II, 3º, do art.
142, da CF. Decido. O motivo determinante do licenciamento
"ex-offício" da autora por conveniência do serviço, foi o acúmulo de
cargo permanente, como se vê da averbação constante da folha de
alterações de f. 68. Sucede que a jurisprudência firmada pelo
Superior Tribunal de Justiça, diante da interpretação sistemática do
art. 37, XVI, alínea "c", c/c os arts. 42, 1º, e 142, 3º, II, todos da
Constituição Federal de 1988, admite a acumulação de dois cargos
privativos na área de saúde, no âmbito das esferas civil e militar,
desde que o servidor público não desenvolva, em ambos os casos,
funções tipicamente militares. Precedentes: RMS 32.930/SE, Rel.
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 27/9/2011;
AgRg no RMS 28.234/PA, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA,
Desembargador Convocado do TJ/RS, Sexta Turma, DJe 9/11/2011;
RMS 22.765/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, DJe 23/8/2010. O eventual excesso de carga horária,
conquanto não comprovado nos presentes autos, poderá ser levado em
consideração pela Administração no momento em que ficar
caracterizado (AgRg no RMS 23.736/TO, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 21/05/2013, DJe
31/05/2013). Logo, presente o requisito da verossimilhança das
alegações da autora, assim como o fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação, consubstanciado na impossibilidade do
exercício de atividade lícita pela autora, conquistado a custa de
concurso público, impõe-se a antecipação da tutela. Assim, antecipo os
efeitos da tutela para determinar que a autoridade militar reintegre a
autora e prorrogue o seu tempo de serviço de oficial temporário. (...)
Conforme bem asseverou o MM. Juízo a quo, verifica-se que o
licenciamento da agravada se deu em razão do acúmulo de cargo
público, conforme se infere no documento de fl. 75. Desse modo, a
decisão agravada deve ser mantida, pois está em consonância com o
entendimento jurisprudencial no sentido da possibilidade da
acumulação de dois cargos por servidor público da área da saúde.

(DIEx nº 126-Asse1/SSEF/SEF, de 5 de setembro de 2013 - EB 64689.010800/2013-52 ...... 3/


4)
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento, com
fundamento no art. 557 do Código de Processo Civil. (destaques
acrescidos)

9. No que se refere ao segundo tópico, urge esclarecer que, se a militar em questão


cumpriu efetivamente o último período a que se submeteu mediante prorrogação, é cediço
que o seu licenciamento deveria se dar na espécie "ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço" e não por "conveniência do serviço".

10. Ante todo o exposto, a par do novo vínculo surgido da ordem de reintegração,
devido é o pagamento da compensação pecuniária à 1º Ten ODT JANAYNA GOMES PAIVA
OLIVEIRA, cabendo a revisão do ato de licenciamento e a autorização de saque da verba em
apreço, conforme preceitua a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo
o valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação,
na data de pagamento da referida compensação.

11. Nesses termos, encaminho a VExa o presente expediente para as providências


julgadas cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

"FREI ORLANDO - SOLDADO DA FÉ"

(DIEx nº 126-Asse1/SSEF/SEF, de 5 de setembro de 2013 - EB 64689.010800/2013-52 ...... 4/


4)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 156-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.012131/2013-53

Brasília, DF, 11 de outubro de 2013.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 7ª ICFEx
Assunto: Compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 196, de 26 SET 13

1. Cuida-se de consulta acerca de compensação pecuniária.

2. Por meio do DIEx da referência, essa Setorial Contábil solicita orientação sobre
pagamento de compensação pecuniária à 2º Ten OTT CAROLINA DA SILVA CORREA, a
qual permaneceu por um período na condição de adida, antes de seu licenciamento ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço.

3. Segundo informações disponibilizadas, em 1º de setembro de 2011 a militar


ingressou no Exército Brasileiro, permanecendo adida a partir de 1º de setembro de 2012 até
ser licenciada em 04 de março de 2013.

4. Consta que, por ocasião do seu licenciamento, o Ordenador de Despesas da Escola


de Formação Complementar do Exército e Colégio Militar de Salvador (EsFCEx/CMS), OM a
qual se vinculava, concluiu que o período passado na situação de adida não seria computado
como tempo de serviço, tendo em vista o exarado na letra "e", do item 2, do Ofício nº 298-Asse
Jur - 10 (A1/SEF), de 07 de dezembro de 2010, in verbis:

e. De qualquer forma, à primeira vista, e sem prejuízo de futura


reapreciação da situação fática à luz de novos documentos e
informações, esta Secretaria entende que, se a hipótese não for de
reforma ou estabilidade, a Administração Militar deverá realizar o
pagamento da compensação pecuniária, limitando a base de cálculo ao
número de prorrogações de tempo de serviços legalmente admitido.
Vale dizer, deve ser considerado o número de prorrogações de tempo
de serviço concluídas pelo militar. Deve-se observar, também, se a
hipótese se amolda à previsão normativa de desincorporação, caso este
que não contemplará o pagamento do referido direito.

(DIEx nº 156-Asse1/SSEF/SEF, de 11 de outubro de 2013 - EB 64689.012131/2013-53 ...... 1/


3)
5. Nessa senda, cumpre evidenciar que o Ofício nº 298 - Asse Jur - 10 (A1/SEF), de 07
de dezembro de 2010, não enseja qualquer entendimento no sentido de que o tempo passado
como adido não poderá ser computado para fins de pagamento da compensação pecuniária.

6. Com efeito, o aludido documento trazia a lume o caso de Sargento Temporário que
permaneceu na ativa por 11 (onze) anos, 06 (seis) meses e 18 (dezoito) dias, em razão de adição
e agregação por motivo de saúde. Dos argumentos apontados, verificou-se que a consulente
advogava pelo pagamento de compensação pecuniária à proporção de 11 (onze)
remunerações.

7. De sua parte, esta Secretaria respondeu, em tese, tendo em vista as parcas


informações disponibilizadas, que a solução poderia repousar numa das três opções a seguir: ou
o militar, possuindo mais de 10 (dez) anos de serviço, já teria atingido a estabilidade e, via de
consequência, poderia ser reformado; ou poderia ser desincorporado, em razão da sua
incapacidade; ou, ainda, poderia ser licenciado, em virtude do término da prorrogação de seu
tempo de serviço, devendo, entretanto, o número de remunerações, a título de compensação
pecuniária, limitar-se ao lapso temporal permitido aos militares temporários (por exemplo, se o
militar poderia permanecer nas fileiras do Exército, na condição de militar temporário, por 07
(sete) anos, mesmo tendo passado 11 (onze) anos, apenas lhe seria devido o pagamento de 07
(sete) remunerações). É o que se extrai do trecho adiante transcrito:

c. Ainda, de acordo com os documentos anexados,


especificamente a parcial transcrição da apreciação jurídica
levada a efeito pela 7ª RM sobre a situação do militar, transcrita
no BI nº 102, de 8 de junho de 2010, verifica-se que, em
decorrência do acidente de serviço, foi realizado transplante de
córnea no militar, havendo rejeição decorrente da cirurgia, a
partir de quando, de acordo com a Região Militar, a contagem
de tempo deveria ter sido interrompida. Todavia, não foram
recebidos documentos e informações suficientes para
corroborar tal conclusão, muito menos para afastar as
hipóteses de reforma ou estabilidade do militar, que excluiriam
a compensação pecuniária.

d. Em face da exigüidade de documentos e de informações, esta


Secretaria não dispõe de elementos suficientes para concluir
sobre o tempo de serviço a ser efetivamente considerado, o que
é fundamental para definir se a compensação pecuniária é
devida ou não no caso concreto, particularmente em virtude dos
indícios sugerirem ser caso de reforma ou de estabilidade, o que
deve ser esclarecido com base em informações provenientes da
Junta Médica.

e. De qualquer forma, à primeira vista, e sem prejuízo de futura


reapreciação da situação fática à luz de novos documentos e
informações, esta Secretaria entende que, se a hipótese não for
de reforma ou estabilidade, a Administração Militar deverá
realizar o pagamento da compensação pecuniária, limitando a
base de cálculo ao número de prorrogações de tempo de

(DIEx nº 156-Asse1/SSEF/SEF, de 11 de outubro de 2013 - EB 64689.012131/2013-53 ...... 2/


3)
serviços legalmente admitido. Vale dizer, deve ser considerado o
número de prorrogações de tempo de serviço concluídas pelo
militar. Deve-se observar, também, se a hipótese se amolda à
previsão normativa de desincorporação, caso este que não
contemplará o pagamento do referido direito. (destaques
acrescidos)

8. Por conseguinte, cumpre esclarecer que não existe qualquer impedimento ao


pagamento da compensação pecuniária também pelo período correspondente ao tempo em
que a 2º Ten OTT CAROLINA DA SILVA CORREA permaneceu nas fileiras do Exército
Brasileiro, na condição de adida, como bem esclarecido por meio do Parecer nº 092/AJ/SEF,
de 27 de outubro de 2006, do qual se extrai o seguinte trecho:

...pode-se afirmar de modo cabal que o lapso temporal em que o


militar encontra-se adido é computado no cálculo do tempo
efetivo de serviço, essa é a regra. Trata-se de fazer implícita a
ocorrência de prorrogação do tempo de serviço.
(destaques acrescidos)

9. Nesses termos, encaminho-vos o presente expediente para as providências julgadas


cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

"FREI ORLANDO - SOLDADO DA FÉ"

(DIEx nº 156-Asse1/SSEF/SEF, de 11 de outubro de 2013 - EB 64689.012131/2013-53 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 185-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.013753/2013-07

Brasília, DF, 21 de novembro de 2013.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército
Assunto: Pagamento de compensação pecuniária a militar portador de CDI
Referência: DIEx nº 228, de 31 OUT 13

1. Cuida-se de consulta acerca de pagamento de compensação pecuniária a militar


portador de Certidão de Dispensa de Incorporação (CDI).

2. Mediante DIEx da referência, esse Centro de Pagamento do Exército (CPEx) traz a


lume entendimento jurídico a respeito de militar que, mesmo sendo portador de CDI, por ocasião
do seu licenciamento, não recebeu os valores correspondentes ao primeiro ano de seu serviço
militar, sob a alegação de que este se equipararia ao serviço militar obrigatório.

3. Segundo argumentos seus, em apertada síntese, os dispensados de incorporação o


foram por razões e critérios da própria Administração Militar e, em razão disso, não é admissível
considerá-lo como não quite com o Serviço Militar Obrigatório.

4. Nessa esteira, assevera que o abatimento dos valores pagos a título de compensação
pecuniária pelo primeiro ano de serviço, com base na escusa de que o portador de CDI não
estaria em dia com sua obrigação militar, não merece prosperar, haja vista que o indivíduo, em
tal condição, não se encontra também impedido à assunção de cargo público, situação que
depende inafastavelmente da comprovação do cumprimento dessa obrigação.

5. Por fim, aponta que este ODS já sinalizou favoravelmente ao pagamento da


compensação pecuniária em casos assim, conforme se extrai do Ofício nº 144 - Asse Jur, de 29
de junho de 2007: "para os dispensados de incorporação, tendo, por isso, superado o serviço
militar inicial, os doze meses iniciais deverão integrar a base de cálculo da compensação
pecuniária".

6. Com efeito, razão assiste à Seção Jurídica desse Centro, eis que o portador de
CDI já cumpriu com sua obrigação militar. Se dispensado, o foi por razões alheias a sua vontade.
Cogitar que ele não se encontra quite com a obrigação militar é bis in idem, ou seja, exigir dele a

(DIEx nº 185-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de novembro de 2013 - EB 64689.013753/2013-07 ...... 1/


2)
mesma obrigação por duas vezes, o que macularia, ainda, o princípio da isonomia.

7. Por conseguinte, se em dia com suas obrigações militares, o portador de CDI faz
jus ao pagamento da compensação pecuniária por todo o período a que se submeteu, não se
subtraindo, pois, o primeiro deles, por não se tratar de serviço militar obrigatório, de forma que
não há reparos a serem feitos no documento analisado.

8. Nesses termos, encaminho a VExa o presente expediente para as providências


julgadas cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

"FREI ORLANDO - SOLDADO DA FÉ"

(DIEx nº 185-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de novembro de 2013 - EB 64689.013753/2013-07 ...... 2/


2)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 199-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.014713/2013-74

Brasília, DF, 10 de dezembro de 2013.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 10ª ICFEx
Assunto: Compensação Pecuniária
Referência: DIEx nº 2437, de 6 DEZ 13

1. Cuida-se de consulta sobre compensação pecuniária.

2. Por meio do DIEx da referência, essa ICFEx traz a lume caso envolvendo três
militares temporários, oriundos do Estágio Básico de Cabo Temporário (EBCT), que tiveram
seus respectivos requerimentos de engajamento indeferidos, sendo licenciados ex officio, após
um ano de efetivo serviço, sem perceberem a verba correspondente à compensação pecuniária.

3. Da documentação encaminhada, verifica-se que a questão cinge-se nos termos


seguintes: os militares temporários, do Estágio Básico de Cabo Temporário (EBCT), com apenas
um ano de efetivo serviço, ao serem licenciados, fazem jus ao pagamento da compensação
pecuniária?

4. Segundo argumentos dessa Setorial Contábil, a Portaria nº 610, do Comandante do


Exército, de 23 de setembro de 2011, ao regular o serviço militar especialista temporário em
tempo de paz, estabelece:

Art. 1º Regular, no âmbito do Comando do Exército, o Serviço Militar


Especialista Temporário (Sv Mil Esp Tmpr) em tempo de paz, a ser
prestado na graduação de Cabo Temporário do Núcleo-Base, por
reservistas ou dispensados de incorporação, que tenham habilitações
profissionais de interesse do Exército.

(destaques acrescidos)

5. Mais ainda, a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, delineia o pagamento da


compensação pecuniária, como se vê a seguir:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de

(DIEx nº 199-Asse1/SSEF/SEF, de 10 de dezembro de 2013 - EB 64689.014713/2013-74 ...... 1/


3)
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.

(...)

§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar


obrigatório.

(destaques acrescidos)

6. Outrossim, a Portaria nº 046-DGP, de 27 de março de 2012, ao dispor sobre as


normas técnicas para a prestação do serviço militar, entabula:

Art. 141 O Mil Tmpr licenciado ex officio, por término de prorrogação,


faz jus à compensação pecuniária equivalente a uma remuneração
mensal por ano de efetivo serviço prestado, excetuado o ano em que
prestou o Serviço Militar obrigatório, tomando-se como base de
cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação.

(destaques acrescidos)

7. E, dando prosseguimento, a Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1974 - Lei do Serviço


Militar - determina:

Art 75. Constituem prova de estar o brasileiro em dia com as suas


obrigações militares:
a) o Certificado de Alistamento, nos limites da sua validade;
b) o Certificado de Reservista;
c) o Certificado de Isenção;
d) o Certificado de Dispensa de Incorporação.

(destaques acrescidos)

8. Por derradeiro, conclui conforme o que adiante se transcreve:

...não é forçoso concluir que os brasileiros que se voluntariam para o


EBCT e que apresentam, para efeitos de comprovação da situação
militar, o Certificado de Reservista ou o Certificado de Dispensa de
Incorporação (CDI), (...) estão em dia com as obrigações militares.
Portanto, o período que não deve ser incluído na base de cálculo da
compensação pecuniária é aquele relativo ao serviço militar inicial. No
caso, aqueles que foram dispensados da incorporação no serviço
militar inicial, tiveram essa fase superada. Assim, se forem
convocados, mesmo que voluntários, a prestar 'outra fase' de serviço
militar, como EBCT, todo o período passado nessa 'nova fase' haverá
de compor a base de cálculo da compensação pecuniária.

(destaques acrescidos)

(DIEx nº 199-Asse1/SSEF/SEF, de 10 de dezembro de 2013 - EB 64689.014713/2013-74 ...... 2/


3)
9. Em verdade, com razão se encontra essa consulente. Todavia, antes de se adentrar
no mérito, apenas a título elucidativo, urge lembrar que a condição de reservista ou dispensado
de incorporação, nesta ocasião abordada, não se adéqua ao caso dos militares temporários
médicos, veterinários, farmacêuticos e dentistas (MFDV), por força do artigo 40-A, da Lei nº
4.375, de 17 de agosto de 1974, Lei do Serviço Militar, in verbis:

Art. 40-A. O Certificado de Isenção e o Certificado de Dispensa de


Incorporação dos brasileiros concluintes dos cursos de Medicina,
Farmácia, Odontologia e Veterinária terão validade até a diplomação
e deverão ser revalidados pela região militar competente para ratificar
a dispensa ou recolhidos, no caso de incorporação, a depender da
necessidade das Forças Armadas. (Incluído pela Lei nº 12.336, de
2010)

(destaques acrescidos)

10. Pois bem, no que tange aos dispensados de incorporação, esta Secretaria já
externou, em outras ocasiões que, aos dispensados de incorporação, tendo, por isso, superado o
serviço militar inicial, os doze meses iniciais deverão integrar a base de cálculo da compensação
pecuniária. É o que se extrai, ressalvadas as adaptações necessárias, do Ofício nº 144 - Asse Jur,
de 29 de junho de 2007, bem como do Ofício nº 075-Asse Jur, de 19 de maio de 2011, ambos
disponíveis para consulta em http://intranet.sef.eb.mil.br/sef/assessoria1/oficios.htm.

11. Quanto aos reservistas, classificados em remunerados e não remunerados, sendo


estes subclassificados em de 1ª ou de 2ª classes, é sabido que se tratam, por óbvio, de militares
da reserva. E se são militares, correto é afirmar que, de um modo ou de outro, o serviço militar
inicial fora satisfeito.

12. Portanto, como a composição do quadro, ao qual pertencem os militares


temporários, oriundos do Estágio Básico de Cabo Temporário (EBCT), é a de reservistas e
dispensados de incorporação e se estes completaram o tempo de serviço a que se
comprometeram, já que foram licenciados ex officio por ocasião da renovação, lhes é devida a
compensação pecuniária.

13. Nesses termos, encaminho-vos o presente expediente para que sejam adotadas as
providências julgadas cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

"FREI ORLANDO - SOLDADO DA FÉ"

(DIEx nº 199-Asse1/SSEF/SEF, de 10 de dezembro de 2013 - EB 64689.014713/2013-74 ...... 3/


3)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)
ASSESSORIA JURÍDICA

Brasília, 23 de janeiro de 2012.


Of nº 022 – Asse Jur – 12 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças


CIRCULAR
Ao Sr Chefe da Inspetoria de Contabilidade e
Finanças

Assunto: Compensação pecuniária

Anexo: Of n° 021- A2.2.6- Gab Cmt Ex, de 16 de


janeiro de 2012

1. Versa o presente expediente sobre concessão de compensação pecuniária a militar


licenciado ex officio, antes do término do tempo de serviço a que estava obrigado, em virtude de
aprovação em concurso para o provimento de cargo público.

a. A discussão originou-se de consulta formulada pelo Centro de Pagamento do Exército


( CPEX), o qual sustentava a necessidade de manutenção do entendimento pretérito a respeito do caso em
análise, privilegiando-se dessa forma o princípio da legalidade em detrimento dos critérios de
oportunidade e conveniência.

b. Este Órgão de Direção Setorial, deparando-se com a vexatia quaestio e verificando


que a nova interpretação mudava o entendimento defendido pelo CPEX, submeteu a questão à apreciação
do Gabinete do Comandante do Exército, conforme teor do Of. n° 209- Ass Jur- 11 ( A1/SEF), composto
por minucioso estudo sobre o tema, demonstrando que a concessão de compensação pecuniária a militar
licenciado ex officio, antes do término de serviço, por conta de aprovação em concurso para provimento
de cargo público, não violava a legislação vigente.

c. Em resposta, o referido Órgão de Alto Assessoramento enviou a essa secretaria o Of.


n° 021- A2.2.6- Gab Cmt Ex, de 16 de janeiro de 2012, recomendando a adoção do entendimento stricto
legis.

2. Por tais razões, encaminho a essa Setorial o documento anexo, para conhecimento,
divulgação e adoção das providências cabíveis junto às Unidades Gestoras de vinculação.

_____________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SECULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 007
EB NUD: 64689.001979/2012-76

Brasília, DF, 29 de março de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento de Exército
Assunto: Incidência de Imposto de Renda em Compensação Pecuniária
Rfr: Of nº 27 - S1.Ch, de 23 de março de 2012

1. Versa o presente expediente sobre consulta acerca da incidência do imposto


de renda na compensação pecuniária.

2. A questão teve seu nascedouro no Simpósio de Pagamento realizado na


SEF, onde foi constatado que a Marinha do Brasil, em ação divergente das demais
Forças, faz incidir o Imposto de Renda sobre o montante das verbas pagas a título de
compensação pecuniária aos militares licenciados ex officio, por término de prorrogação
de tempo de serviço.

3. A discussão é recorrente e recomenda o exame de alguns pontos que se


fazem de extrema importância para consolidação do entendimento. Assim posto,
passemos à análise dos conceitos julgados essenciais:
a. Fato Gerador do Imposto de Renda
- O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, ou simplesmente
imposto de renda, é de competência da União e está previsto no art. 153, inc. III da
Constituição Federal. Os termos “renda” e “proventos” referidos na Constituição
Federal adiantam a delimitação da incidência deste imposto, sendo, portanto, seu fato
gerador. Dessa forma, tem-se que o ponto de partida para a definição dos elementos do
imposto de renda será o art. 43 do Código Tributário Nacional, que assim dispõe:

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre renda


e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I- de
renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho
ou da combinação de ambos; II- de proventos de qualquer
natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no inciso anterior.
(Continuação do DIEx nº 007 - AJ/SEF, de 29 de março de 2012 ....................... pg 2)

- Por isso, afirma-se que o fato gerador do imposto é a aquisição de riqueza nova
que pode decorrer do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Portanto,
constitui fato gerador do imposto de renda a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, nos termos do art. 153, III, da
CF/88 e do art. 43, I e II, do CTN.

- Resta claro, destarte, que, sem acréscimo patrimonial, não haverá renda, muito
menos proventos. Cabe lembrar que não é permitido ao legislador ordinário adotar
critério distinto para inventar novas hipóteses de incidência do imposto de renda, uma
vez que a Constituição Federal já definiu a amplitude do campo de percussão deste
tributo.

b. Renda
- É o acréscimo ou aumento do patrimônio decorrente do emprego do capital, do
trabalho ou da combinação de ambos, expresso em dinheiro e apurado em certo período
de tempo.
c. Proventos
- Constituem-se pelos acréscimos patrimoniais (riquezas novas que venham
incorporar-se ao patrimônio), não compreendidos no conceito de renda.

d. Indenização
- Indenizar, de um modo geral, tem por fim repor o patrimônio no estado
anterior em que se encontrava antes do dano, compensando alguém da perda de alguma
coisa que, voluntariamente, não perderia. Implica, de modo geral, dever, obrigação da
parte de quem paga, e direito, crédito, da parte de quem recebe.

e. Compensação Pecuniária
- O art.1º da Lei nº 7.963/89 assim dispõe:
O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por
ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como
base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.
§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a
fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias
será considerada um ano.
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do
serviço militar obrigatório.

4. Uma vez estabelecidos esses conceitos, constata-se que o deslinde da


questão estará indubitavelmente cingido à elucidação da natureza jurídica do direito
intitulado “Compensação Pecuniária”, ou seja, do seu perfeito enquadramento como
renda/provento ou indenização. Para tanto e uma vez considerada a singeleza da
legislação que trata da matéria, cabe valer-se da analogia e apoiar-se em instituto
semelhante definido como Programa de Demissão Voluntário – PDV.
(Continuação do DIEx nº 007 - AJ/SEF, de 29 de março de 2012 ....................... pg 3)

- Este programa é adotado pelas empresas principalmente quando há interesse na


diminuição do quadro de funcionários, o que também acontece nas FA que precisam
reduzir a base na medida em que se eleva a cadeia hierárquica.

- Assim, as empresas, através deste planejamento estratégico, têm a chance de


reorganizarem suas atividades. Para isto, definem os incentivos e os empregados alvos
do programa. É oferecida ao empregado uma oferta vantajosa em troca do seu
desligamento, sendo que este varia de empregado para empregado. Esta oferta é
representada por uma quantia incentivadora, em face da perda do emprego, sem prejuízo
de todos os demais direitos a que fizerem jus.

- A questão, então, reside em saber qual a natureza jurídica dos valores


oferecidos espontaneamente pelo empregador ao empregado neste acordo. A doutrina
de um modo geral entende que os valores pagos a título de incentivo à adesão ao PDV
possuem natureza de indenização, por não resultar qualquer enriquecimento, mas apenas
uma compensação, em que o empregado privado do trabalho recebe em troca
determinado valor monetário.

- Assim, o montante recebido pelo referido programa demissionário


correspondente a uma verdadeira indenização, pois é pago aos trabalhadores que aderem
ao programa oferecido pelos empregadores em decorrência de abrupta e imotivada
rescisão do contrato de trabalho. Por conseguinte, considerando o caráter indenizatório
desta verba, é lícito afirmar que sobre ela não deverá incidir o imposto de renda.

- Os tribunais pátrios também já se manifestaram a respeito do assunto:


TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - DEMISSÃO
INCENTIVADA – SÚMULA 215/STJ.
1. Nos termos da Súmula 215/STJ, a indenização
recebida pela adesão a programa de incentivo à
demissão voluntária não está sujeita à incidência do
imposto de renda. 2. Recurso especial improvido. (STJ,
Segunda Turma, REsp 869083/SP, Ministro Humberto
Martins, data de julgamento 24/10/2006).

TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – PESSOA


FÍSICA – VERBAS RECEBIDAS EM
DECORRÊNCIA DE ADESÃO A PROGRAMA DE
DEMISSÃO VOLUNTÁRIA – NÃO-INCIDÊNCIA –
SÚMULA 215/STJ – PRETENDIDA VERIFICAÇÃO
DA ORIGEM DAS VERBAS – SÚMULA 7/STJ –
COMPETE AO STJ A APLICAÇÃO DO DIREITO À
ESPÉCIE.
1. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de
que as verbas indenizatórias recebidas pelo
empregado, incluídas as rescisórias decorrentes de
dispensa incentivada, são isentas do imposto de renda;
porquanto, a indenização não é produto do capital, do
trabalho ou da combinação de ambos. 2. aferir se as
verbas recebidas pelo recorrido não são decorrentes de
(Continuação do DIEx nº 007 - AJ/SEF, de 29 de março de 2012 ....................... pg 4)

plano de demissão voluntária, tendo o Tribunal de origem


afirmado o contrário, tal como requer a agravante,
demandaria o reexame de todo o contexto fático-
probatório dos autos, o que é defeso a esta Corte em vista
do óbice da Súmula 7/STJ. 3. In casu, ao considerar os
termos do voto condutor do acórdão a quo, que informou
tratar-se as verbas indenizatórias decorrentes de adesão à
plano de demissão voluntária, a decisão valeu-se do art.
257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
para examinar a pretensão, segundo o qual cabe a esta
Corte, tão-somente, a aplicação do direito à espécie.
Agravo regimental improvido.
(STJ, Segunda Turma, AgRg no REsp 912760/RJ,
Ministro Humberto Martins, Data de julgamento
15/05/2007).

- Como se depreende, há estreita ligação entre a base motivadora de ambos os


institutos, o que nos leva a concluir que a Compensação Pecuniária se enquadra como
verba indenizatória e sobre ela, portanto, não deverá incidir a tributação específica para
rendas/proventos.

5. Finalmente, cabe frisar que o entendimento reinante no EB e exposto por


esse Centro deverá persistir, posto que o simpósio de pagamento realizado deva limitar-
se tão somente a apontar as divergências existentes no tratamento de assuntos
semelhantes, pelas diversas Forças. Caberá, então, ao MD, tão logo cientificado a
respeito, coordenar a homogeneização dos conceitos e fornecer o respaldo jurídico
necessário à retificação ou retificação da interpretação que lhe for oferecida.

Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO


Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 032 A1.CH/A1/SEF

EB: 64689.003740/2012-31

Brasília, DF, 14 de maio de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Centro de Controle Interno do Exército
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 62-Asse Jur/CCIEx, de 2 de maio de 2012.

1. Versa o presente expediente sobre consulta acerca da possibilidade de pagamento


de compensação pecuniária a Oficial Técnica Temporária-OTT.

2. Para melhor elucidar a questão, necessário se faz transcrever breve resumo dos
fatos ligados à OTT, que motivaram o caso em comento:

a. Em 22 de fevereiro de 2012, entrou em gozo de férias;


b. Em 28 de fevereiro de 2012, teve prorrogado seu tempo de serviço;
c. Em 03 de março de 2012, foi convocada pela INFRAERO para ocupar o cargo de
Analista Superior II – AS-II;
d. Em 07 de março de 2012, solicitou anulação de seu requerimento para
prorrogação de tempo de serviço;
e. Em 01 de abril de 2012, foi licenciada ex-officio por assunção de cargo público
permanente;
f. Em 02 de abril de 2012, assumiu o cargo previsto na INFRAERO; e
g. Solicitou, em oportunidade não definida na consulta encaminhada, o
reconhecimento da data de 07 de fevereiro de 2012 como sendo aquela em que a convocação se
concretizou.

3. Iniciando a análise do problema, cabe uma pequena digressão sobre o ato da


prorrogação de tempo de serviço. Como se sabe, esse fato se consubstancia mediante
requerimento do interessado ao órgão da Administração responsável por tal controle. Trata-se de
um negócio jurídico-NJ – contrato de trabalho –, bilateral e sinalagmático, ou seja, um acordo de
vontades onde são gerados direitos e deveres para ambas as partes. A validade desse tipo de
(Continuação do DIEx nº 032 AJ/SEF, de 14 maio de 2012........................................... pg 2)

avença dependerá da ocorrência, simultaneamente, de três condições: agente capaz; objeto lícito,
possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei.

4. Considerando as premissas acima mencionadas e afastando de pronto as duas


últimas, cabe o estudo mais aprofundado sobre a primeira. Na consolidação do NJ, a ‘capacidade
do agente’ deve se manifestar em sua plenitude, posto que qualquer restrição a ela impingida
repercutirá decisivamente na manifestação da vontade, elemento essencial para concretização do
acordo inter partes. Tanto é assim que o Código Civil-CC prevê a nulidade ou a anulabilidade do
NJ se ele contrariar condições de validade ou estiver contaminado pelos vícios do
consentimento, respectivamente.

5. Tendo a certeza de que o NJ foi plenamente válido quanto ao objeto e a forma,


resta examinar a possibilidade de incidência de algum dos vícios do consentimento na
capacidade do agente. O CC elenca os seguintes: erro ou ignorância; dolo; coação; lesão; e a
fraude contra credores. Os art. 138 e 139 do Códex citado assim se manifestam a respeito do
‘erro’:

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as


declarações de vontade emanarem de erro substancial que
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio. (G.N.)

Art. 139. O erro é substancial quando:


I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da
declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a
quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído
nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for
o motivo único ou principal do negócio jurídico. (G.N)

6. Voltando ao caso concreto, observa-se que a única possibilidade de anulação do


ato jurídico estaria vinculada à existência de erro por parte da OTT, quando da oportunidade em
que manifestou sua vontade de prorrogar seu tempo de serviço, seja em decorrência da falta de
informações oportunas por parte da Administração, seja porque os dados necessários à formação
de sua decisão lhe foram repassados de forma truncada ou sem expressar a realidade dos
acontecimentos.

7. Dessa forma, entende-se que somente a apuração detalhada dos fatos, mediante
procedimento administrativo, poderá subsidiar a decisão dessa Chefia sobre a incidência ou não
de erro possível de viciar a vontade da OTT e, consequentemente, anular o ato jurídico já
consumado.

8. Pelo exposto, remeto a VExa as considerações ora expendidas, como subsídio,


para a tomada de providências julgadas oportunas e pertinentes.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx Nº 064 A1.CH/A1/SEF

EB:

Brasília, DF, 19 de junho de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 4ª ICFEX
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 009-S1/4ª ICFEx, de 24 de maio de 2012.

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Por meio do documento constante da referência, essa Setorial Contábil


encaminhou consulta a esta Secretaria, acerca da possibilidade de pagamento de compensação
pecuniária a sargento de carreira não estabilizado, referente ao período compreendido entre 08
FEV 06 a 08 NOV 06 (período em que esteve na força como aluno do Curso de Formação de
Sargentos antes do trancamento da matrícula).

3. Para melhor entendimento dos fatos, faz-se necessário um breve resumo de todo o
ocorrido, levando-se em consideração o marco temporal de tais eventos:

a. O 3° Sgt MB David Junqueira Correia, adentrou a força em 06 de fevereiro de


2006, como aluno do curso de formação de Sargento de Carreira (CFS). Em 08 de novembro de
2006 trancou sua matrícula, tendo retomado à atividade em 11 de junho de 2007. O militar foi
licenciado ex-officio em 27 de novembro de 2011.

b. No tocante ao pagamento da compensação pecuniária, a UG consulente


manifestou-se no sentido de que o ex-militar faz jus ao benefício relativo ao período
correspondente do retorno até seu licenciamento (11 JUN 07 a 28 NOV 11), caracterizando o
pagamento de 4 cotas. Quanto ao período que permaneceu na força antes do trancamento,
entende não ser possível, pois a legislação que trata da compensação pecuniária é bem clara ao
explicitar que tal benefício pecuniário é devido apenas na hipótese de licenciamento, na
modalidade ex officio.
(Continuação do DIEx nº 064 - AJ/SEF, de 19 de junho de 2012........................................... pg 2)

c. Quanto à dúvida suscitada, essa Setorial Contábil entende que é possível o


pagamento da compensação pecuniária relativo ao período que esteve na força até a data de
trancamento, pois tal situação constitui mera suspensão do serviço.

4. A questão deverá ser analisada de acordo com os aspectos jurídicos


correspondentes.

5. O término do vínculo do militar com a FTer dar-se-á por meio da exclusão do


serviço ativo. Suas diversas modalidades encontram-se previstas no art. 94 do E1:

Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o


conseqüente desligamento da organização a que estiver
vinculado o militar decorrem dos seguintes motivos: (Vide
Decreto nº 2.790, de 1998) ( G.N)

I - transferência para a reserva remunerada;


II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - anulação de incorporação;
VII - desincorporação;
VIII - a bem da disciplina;
IX - deserção;
X - falecimento; e
XI - extravio.

6. Para fins de concessão de compensação pecuniária, apenas uma das hipóteses


retro mencionadas autoriza o pagamento do citado benefício indenizatório, qual seja, o
licenciamento ex officio. É o que prescreve o art. 1° da Lei 7.963, de 21 Dez 1989:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à
compensação pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração
mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-
se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação. (G.N)

6. Após breve leitura conclui-se que o ato de trancamento de matrícula não


autorizaria o pagamento da compensação pecuniária, já que o dispositivo é bastante claro a
respeito. Todavia, paira sobre o caso o seguinte questionamento: o ato de trancamento da
matrícula pode ser considerado como uma hipótese de exclusão do serviço ativo?

7. Ressalta-se que o art. 94 do E1 possui rol taxativo, não devendo o aplicador do


direito inserir hipóteses que não se encontram devidamente regulamentadas.

8. Outro ponto que deve ser citado diz respeito à conseqüência decorrente da exclusão
do serviço ativo. Nos moldes do art. 94 “(...) consequente desligamento da organização a que
(Continuação do DIEx nº 064 - AJ/SEF, de 19 de junho de 2012........................................... pg 3)

estiver vinculado”. Conclui-se que a consequência imediata da exclusão do serviço ativo é a


perda total de vínculo com a OM. Ora, meses após o trancamento o militar realizou nova
matrícula, concluiu o curso, permanecendo na força até novembro de 2011. Se houvesse perda de
vínculo com a OM tais atos não poderiam ser observados.

9. Depois de realizadas tais considerações, é possível responder questionamento


anteriormente levantado: o trancamento de matrícula não deverá ser considerado hipóteses de
exclusão de serviço ativo. Diante de tal assertiva, um segundo questionamento paira sobre o
caso: qual a natureza jurídica do trancamento de matrícula?

10. A Portaria n° 549, Cmt Ex, de 06 de outubro de 2006, aprova o Regulamento de


Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino do Exército (R- 126), quanto ao trancamento
de matrícula, assim disciplina:

Art. 29. O trancamento de matrícula será concedido ao


aluno a pedido, ou ex officio, somente uma vez, pelo
Comandante do EE, nos termos da legislação específica.
(G.N)

Art. 32. Pode ser concedida uma segunda matrícula ao ex


aluno que a requeira, desde que sua exclusão tenha sido
decorrente de trancamento de matrícula após ser
considerado apto em inspeção de saúde e exame físico, bem
como atenda a quaisquer outras exigências previstas no
Regulamento do EE. ( G.N)

Parágrafo Único. A segunda matrícula somente será


efetivada no início do ano ou período letivo, em prazo a ser
fixado pelo Regulamento do EE.

11. Nenhum dos artigos retro citados responde o questionamento levantado. Vale
afirmar, por conseguinte, que não há na legislação castrense relativa à ensino dispositivo
específico quanto ao tema.

12. Diante de tal omissão, este ODS realizou diversas pesquisas e encontrou uma
manifestação do Conselho Nacional de Educação a respeito do tema. In facto, tal órgão
diretamente subordinado ao Ministério da Educação (MEC), ao analisar determinado caso por
meio do Parecer n° 365/2003 CNE/CES1, resolveu conceituar o instituto denominado
trancamento de matrícula:

( ...) De igual modo, é também “aluno regular” aquele que


mantém o seu vínculo com a instituição (matrícula) e com o
curso (ocupando a vaga conquistada no processo seletivo),
mas interrompe temporariamente os estudos através do
instituto jurídico denominado “trancamento”, termo este
que significa não dar continuidade aos estudos,
temporariamente, sem a perda do vínculo (matrícula) e do
direito à vaga, durante determinado período postulado pelo

1
Acesso em 14/06/12: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2003/pces365_03.pdf
(Continuação do DIEx nº 064 - AJ/SEF, de 19 de junho de 2012........................................... pg 4)

aluno, se assim e na forma como for deferido pela


instituição, porque se trata de simples possibilidade jurídica
e não de um direito adquirido. ( G.N)

13. Não restam dúvidas quanto a aplicabilidade desse Parecer no caso em tela, pois a
Escola de Sargento das Armas ( EsSA) é uma instituição de ensino do Exército Brasileiro que
visa formar sargentos combatentes de carreira das armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia,
Engenharia e Comunicações.

14. Neste momento, o segundo questionamento poderá ser respondido no sentido de


que o trancamento da matrícula caracteriza-se como a suspensão do vínculo do aluno com a
instituição de ensino por prazo determinado. Ora, se há a mera suspensão, o período anterior a tal
ato deverá ser considerado para fins de percepção de compensação pecuniária.

14. Para melhor entendimento no tocante a quantidade de cotas a ser recebida pelo
ex-militar, cabe visualizar a “linha do tempo”, onde se observa a junção entre o evento de
interesse e o período em que tal se sucedeu:

06/02/06 08/11/06 11/06/07 28/11/11


trancamen
Retorno licenciamento
Início to

15. Ressalte-se que, para fins de cálculo de compensação pecuniária, considera-se


como integral a fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias (§1º do art.1º da
Lei 7963/89). Conclui-se, então, que o requerente faz jus a 1 ( uma) remuneração mensal,
correspondente ao período compreendido entre o início e a data de trancamento da matrícula.
Quantos as demais cotas não restam dúvidas quanto ao seu pagamento, fato este que já foi
realizado.

16. Concluindo o raciocínio, esta Secretaria ratifica entendimento exarado por essa
Setorial Contábil no sentido de que o ex-militar faz jus ao pagamento de 1 (uma) remuneração
mensal, correspondente ao período em que adentrou a força e o trancamento de matrícula, visto
que tal ato configurou mera suspensão do vínculo. Em verdade, o prazo deve ser único, a
começar de 06 Fev 06, sendo suspenso durante o período de trancamento e retomando em 11
JUN 07, e concluso em 28 NOV 11, quando houve o licenciamento ex officio.

Nesses termos, remeto-vos o presente expediente para conhecimento e providências


julgadas cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 27-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.007960/2012-33

Brasília, DF, 10 de agosto de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr S Cmt do COLOG
Assunto: Compensação Pecuniária
Referência: DIEx nº 129, de 5 JUL 12
Anexo: PAREC.069-12

1. Versa a presente consulta sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Em atenção ao documento da referência, encaminho-vos o entendimento desta


Secretaria a respeito do tema, consubstanciado no Parecer n° 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de
2012, anexo, para conhecimento e adoção de providências decorrentes.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

PARECER Nº 69/AJ/SEF Brasília, 10 de agosto de 2012.

1. EMENTA – compensação pecuniária; Estágio Básico de Sargento Temporário (EBST);


período anterior ao Estágio; licenciamento ex officio por conveniência do serviço; impossibilidade.

2. OBJETO – verificar a possibilidade de pagamento de compensação pecuniária a militar


licenciado ex officio por conveniência do serviço com posterior convocação para o EBST.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição da República Federativa do Brasil, 05 outubro de 1988.


b. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980 – Estatuto dos Militares.
c. Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989 - Lei que versa sobre a concessão de compen-
sação pecuniária a militar temporário por ocasião de seu licenciamento.
d. Portaria n° 046-DGP, de 27 de março de 2012 - Aprova as normas técnicas para a
prestação do Serviço Militar Temporário (EB 30-N-30. 009).

4. RELATÓRIO

Consulta oriunda do Comando Logístico (COLOG), com a finalidade de elucidar dúvidas a


respeito de pagamento de compensação pecuniária a Sargento Temporário, referente ao período em que o
mesmo serviu no Exército Brasileiro antes da realização do Estágio Básico de Sargento Temporário
(EBST).

5. APRECIAÇÃO

a. Este Parecer tem por objetivo responder consulta formulada pelo COLOG, consistente
no pagamento de compensação pecuniária referente ao período em que o militar esteve na Força antes de
ingressar no EBST.

b. Em linhas gerais, o militar ingressou no Exército no dia 1° de março de 2004, tendo sido
licenciado ex officio por conveniência do serviço em 14 de dezembro de 2008 a fim de freqüentar o
EBST, a contar de 15 de dezembro de 2008. Foi licenciado ex officio, por término de prorrogação de
tempo de serviço, em 27 de julho de 2012.

c. Não restam dúvidas a respeito da obrigatoriedade do pagamento da compensação


pecuniária relativo ao período em que o militar esteve na força na condição de Sargento Técnico
Temporário, na medida em que o mesmo foi licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo
de serviço em 27 de julho de 2012. O questionamento, objeto de estudo da presente memória, diz respeito
ao período anterior ao EBST.
(Continuação do Parecer 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de 2012 – página 2)

d. O Estágio Básico de Sargento Temporário, uma das formas de admissão no serviço


técnico temporário, tem por objetivo preencher vagas de 3° Sargento não ocupadas por militares de
carreira. Devem tais militares concluírem, no mínimo, curso técnico nas áreas de interesse da
Administração Militar.

e. Acerca do caso apresentado, destacam-se os seguintes dispositivos, com suas devidas


considerações:

1) A Portaria n° 046-DGP, de 27 de março de 2012, versa sobre as normas técnicas para a


prestação do Serviço Militar Temporário. Em diversas passagens, faz referência ao Estágio Básico de
Sargento Temporário. Cumpre destacar o disposto nos artigos 54 e 55, que estabelecem o que se segue:

Art. 54. Os militares temporários e da reserva não


remunerada podem ser voluntários para o EST e o EBST,
desde que não haja regressão hierárquica.
Art. 55. No caso de militar temporário, este deve:
I-Realizar a inscrição junto à RM responsável pelo processo
seletivo; e
II- Caso aprovado, aguardar:
a) Chamada para a incorporação; e
b) O licenciamento, seja por término de tempo de
serviço ou a pedido. (G.N)

2) O licenciamento é, em linhas gerais, uma das formas de exclusão do serviço ativo, sendo
subdividido em duas modalidades, a saber: a pedido e ex officio, conforme preceitua o disposto no art.
121, da Lei 6880/80:
Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I - a pedido; e
II - ex officio .
§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde
que não haja prejuízo para o serviço:
a) ao oficial da reserva convocado, após prestação do serviço
ativo durante 6 (seis) meses; e
b) à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no mí-
nimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legisla-
ção que trata do serviço militar e dos regulamentos específi-
cos de cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.

3) A compensação pecuniária é um benefício concedido ao militar, Oficial ou Praça, em


decorrência de seu desligamento. Para que faça jus a essa verba, essencial se faz a observância de algu-
mas condições pré-estabelecidas em lei. A normativa que trata do tema é a Lei n° 7.963, de 21 de dezem-
bro de 1989. Em seu art. 1°, regulamenta as condições mínimas a serem verificadas a fim de que seja con-
cedido tal direito:
(Continuação do Parecer 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de 2012 – página 3)

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à
compensação pecuniária equivalente a 1 (uma)
remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na
data de pagamento da referida compensação. (G.N)

4) O dispositivo é claro ao estabelecer que, dentre as várias modalidades de licenciamento


ex officio, apenas a hipótese referente ao término de prorrogação de tempo de serviço autorizará o
recebimento da estudada verba indenizatória.

f. O tema “Compensação Pecuniária” é objeto de diversas consultas dirigidas a esta


Secretaria. Em especial, cumpre destacar situação relacionada a pagamento da aludida verba indenizatória
no caso de aprovação em concurso público. Por não haver manifestação normativa específica e em face
de divergências de idéias a respeito do tema, este ODS entendeu ser mais prudente consultar o Gabinete
do Comandante do Exército que, a fim de pacificar o entendimento a respeito deste delicado tema, emitiu
o Ofício n° 021-A2.2.6, de 16 de janeiro de 2012, onde determinou a adoção da interpretação stricto
legis do art. 1° da Lei 7963/89. Nesse sentido, cabe transcrever parte da referida manifestação:

“5. Como se observa, a interpretação quanto ao pagamento da


compensação pecuniária deve se subsumir ao Princípio da
Estrita Legalidade Administrativa (art. 37 da Constituição
Federal), não se admitindo sua concessão fora da exclusiva
hipótese prevista no art. 1° da Lei 7963, de 1989. Vale dizer: o
deferimento do direito em tela somente é permitido quando o
militar temporário for excluído do serviço ativo na modalidade
licenciamento, no tipo ex officio, e na hipótese término de tempo
de serviço, a teor do art. 121, § 3° alínea a do Estatuto dos
Militares-Lei 6880, de 1980). Modalidades outras de exclusão
do serviço ativo como a desincorporação, p. ex, ou hipóteses
diversas de licenciamento, ainda que ex officio, como a
aprovação em concurso público, não ensejam o pagamento do
benefício. ( G.N)

g. No âmbito da Administração Pública, vigora a estrita legalidade, consistente na


aplicação literal da norma jurídica. Não cabe ao intérprete aplicar determinado dispositivo a situações que
não estão taxativamente regulamentadas. Nos dizeres de Seabra Fagundes 1 “Administrar é aplicar a lei, de
ofício”. Ainda a respeito do Princípio da legalidade, cabe colacionar a este Parecer entendimento
doutrinário:

“(...) Observando este princípio, a Administração só pode fazer


aquilo que a lei autoriza ou determina, instituindo-se um
critério de subordinação à lei. Nesse caso, a atividade
administrativa deve não apenas ser exercida sem contraste com
a lei, mas, inclusive, só pode ser exercida nos termos da
autorização contida no sistema legal”2.

1
FAGUNDES, Seabra. O controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, 19779. In MARINELA, Fernanda. Direito
Administrativo. 6ª Ed. Niterói: Impetus, 2012. p. 31.
2
In MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 6ª Ed. Niterói: Impetus, 2012. p. 31.
(Continuação do Parecer 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de 2012 – página 4)

h. Por fim, observa-se que a jurisprudência pátria é uníssona em determinar a interpretação


literal do art. 1° da Lei 7963/89 (destaques acrescidos):

APELAÇÃO CÍVEL. COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA. MILITAR.


APROVAÇÃO EM CONCURSO. INADMISSIBILIDADE.
1. A compensação pecuniária prevista no art. 1º da Lei
7963/89 é devida, unicamente, na hipótese de licencia-
mento “ex officio” do militar, decorrente do término da
prorrogação do tempo de serviço.
2- É ilegítimo, por não encontrar previsão legal (princípio
da estrita legalidade administrativa – art. 37, caput, da
CF), o pagamento da mencionada compensação pecu-
niária ao militar temporário dispensado a pedido, em vir-
tude de aprovação em concurso público para outra For-
ça Armada, como é o caso dos autos, em que o autor,
outrora militar do Exército, foi exonerado a pedido, tendo
em vista aprovação para o cargo de Soldado da Polícia
Militar do Estado de São Paulo. Precedentes.
3- Apelação improvida.
(AC n° 371 SP 2004.61.21.000371-1, TRF3-Turma Z, Rel. Leo-
nel Pereira- Juiz Convocado, julgamento: 25/05/2011, DJF
3: 08/06/2011, p.92)
......................................................................................................

MILITARES TEMPORÁRIOS. TERCEIROS-SARGENTOS. COM-


PENSAÇÃO PECUNIÁRIA. TEMPO DE SERVIÇO. LEI-7963/89.
DIREITO ADMINISTRATIVO. 1. Nos termos da Lei-7963/89, só
é viável o pagamento de compensação pecuniária pelo
licenciamento de militares temporários, relativamente ao
tempo de efetivo serviço prestado, àqueles que foram
desligados ex officio, por término de reengajamento ou
prorrogação. 2. Tendo os autores, terceiros-sargentos tem-
porários, pleiteado diferença da indenização paga, refe-
rente ao período em que foram reincorporados via con-
cessão de liminar, é de ser julgada improcedente a ação.
3. Apelação e remessa oficial improvidas.
(AC 9604632159, TRF 4-Quarta Turma, Rel. José Luiz Borges
Germano da Silva, julgamento: 29/04/1997, DJ:
09/07/1997, p. 52796).
......................................................................................................
ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR NOMEA-
ÇÃO E POSSE EM CONCURSO PÚBLICO. BENEFÍCIO DE
COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA INDEVIDO.
1. Em atendimento ao princípio da legalidade estrita, o
administrador público, na sua atuação, está limitado aos
balizamentos contidos na lei, sendo descabido imprimir
interpretação extensiva ou restritivamente à norma,
quando esta assim não permitir. Precedentes.
(Continuação do Parecer 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de 2012 – página 5)

2. O art. 1.º da Lei n.º 7.963/89 prevê de forma clara que a


compensação pecuniária somente é devida ao militar li-
cenciado ex officio por término de prorrogação de tem-
po de serviço, não abarcando a hipótese dos autos de li-
cenciamento em decorrência de nomeação e posse em
concurso público.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp 809.259/RJ, STJ, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJe
13/10/2008).

i. Considerando que o militar em questão foi licenciado, em 2008, na modalidade


licenciamento officio por conveniência do serviço ( art. 121, §3°, alínea “b”, do Estatuto dos Militares) e,
levando-se em conta, ainda, a prevalência do Princípio da Estrita Legalidade é inevitável constatar que
inexiste direito à compensação pecuniária referente ao período compreendido entre 2004 e 2008. O
benefício será devido tão somente em face do período referente ao EBST, eis que o licenciamento se deu,
aí sim, por término de tempo de serviço.

j. Esta Secretaria, aliás, já se manifestou nesse sentido, conforme se infere do Ofício n°


106- Asse Jur- 06 (A1/SEF), de 25 de maio de 2006:

“g. Como se denota, os três oficiais temporários possuem,


basicamente, dois períodos de serviço. A questão é saber, então,
se realmente todos esses períodos são computáveis para a
compensação pecuniária, como assevera essa ICFEx.

h. No que tange à 1º Ten Regina, é de se concordar com o


parecer dessa Inspetoria. Ambos os períodos são computáveis
pois em ambas as oportunidades a oficial foi licenciada ex
officio na modalidade término de tempo de serviço. Trata-se,
em suma, de perfeito amoldamento à previsão contida no art. 1º
da Lei 7.963/89. Por se tratar de oficial do seguimento
feminino, não há o que se falar em qualquer desconto relativo a
período de serviço militar obrigatório ou inicial.

i. Já a 1º Ten Valéria e o 1º Ten Felipe Vital apresentam


situações que se diferenciam da vivenciada pela 1º Ten Regina.
Tanto a 1º Ten Valéria como o 1º Ten Felipe Vital foram, em
determinado momento, licenciados a pedido. Isso, por si,
impede que à luz do art. 1º da Lei 9.763/89, façam jus à
compensação pecuniária relativamente a seus primeiros
períodos ligados ao Exército. Não há dúvidas de que o referido
diploma legal somente autoriza o pagamento do benefício em
tela àqueles licenciados ex officio por término de tempo de
serviço. Ou seja, quaisquer outros tipos de licenciamento –
incluídos aqueles realizados a pedido – afastam a percepção do
aludido direito em relação ao período anterior considerado.
Tais oficiais fazem jus, apenas, à compensação pecuniária
calculada a partir do momento de suas respectivas
reconvocações.”
(Continuação do Parecer 069/AJ/SEF, de 10 de agosto de 2012 – página 6)

6. CONCLUSÃO

a. Em face do exposto, é de se afirmar que o militar não faz jus ao recebimento de


compensação pecuniária durante o período em que esteve na força antes da realização do EBST, por falta
de amparo legal, eis que, seu licenciamento, em 2008, deu-se na modalidade officio por conveniência do
serviço ( art. 121, §3°, alínea “b”, do Estatuto dos Militares). Manifestações do Gabinete do Comandante
do Exército, doutrina e jurisprudência são convergentes no sentido de observar a estrita legalidade no
âmbito da Administração Pública, admitindo-se a concessão da referida verba indenizatória apenas na
hipótese de licenciamento ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço.

b. Como conseqüência, deverá receber a aludida verba relativa ao período compreendido


entre 15 de dezembro de 2008 (ingresso no EBST) até 27 de julho de 2012 (licenciamento ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço), perfazendo o total de 4 cotas, referentes a 3 prorrogações
mais período superior a 180 dias referente a dezembro de 2011 a julho de 2012.

É o Parecer.
S.M.J.

_____________________________________________
THALITA MEIER PERANTONI- 1° TEN QCO Dir
Adjunta da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

________________________________________________
GUSTAVO CASTRO ARAUJO – CAP QCO Dir
Chefe da Assessoria Jurídica/SEF
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 28-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.007967/2012-55

Brasília, DF, 10 de agosto de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 5ª ICFEx
Assunto: Compensação Pecuniária
Referência: DIEx nº 059, de 4 JUL 12

1.Versa o presente expediente sobre pagamento da compensação pecuniária prevista


na Lei 7.963, de 21 de dezembro de 1989.

2. Visando sanar dúvida presente no DIEx n° 025 A1.CH/A1/SEF, de 07 de maio de


2012, em especial quanto a número de cotas a ser recebida por militar licenciado, essa Setorial
Contábil enviou o documento citado na referência, com suas alegações a esta Secretaria, visando
à emissão de esclarecimentos.

3. O questionamento surgiu no tocante ao número de cotas por anos de serviço a ser


paga ao militar. O DIEx n° 025 A1.CH/A1/SEF estabeleceu no item 14 uma " linha do tempo",
tendo como marco inicial a data de incorporação (02 de março de 2001) e marco final o
momento em que houve o licenciamento ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço (28 de outubro de 2011). Após as devidas considerações a respeito do previsto no art.
1°, §§ 1° e 2° da Lei 7.963, de 1989, concluiu-se pelo pagamento de 9 (nove) remunerações
mensais por ano de efetivo serviço militar.

4. Essa Inspetoria Contábil entende, no entanto, que o correto seria o pagamento de 10


cotas, tendo em vista que o período compreendido entre março de 2011 e outubro de 2011 é
superior a 180 (cento e oitenta) dias, o que autorizaria a adição da décima cota. Diante disso,
requereu a esta Secretaria a ratificação ou a retificação do entendimento, visando ao correto
pagamento da verba.

5. Com razão essa ICFEx. De fato, o período apontado, entre março de 2011 e outubro
de 2011 deve ser computado para efitos de pagamento da verba em questão, conforme
preceituado na legislação acima mencionada. Faz jus o militar, portanto, a 10 cotas, ao
contrário do exposto no DIEx n° 025 A1.CH/A1/SEF, de 07 de maio de 2012.

(DIEx nº 28-Asse1/SSEF/SEF, de 10 de agosto de 2012 - EB 64689.007967/2012-55 ...... 1/2)


6. Nesses Termos, remeto-vos o presente expediente para conhecimento e
providências julgadas cabíveis.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 28-Asse1/SSEF/SEF, de 10 de agosto de 2012 - EB 64689.007967/2012-55 ...... 2/2)


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 95-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.011146/2012-13

Brasília, DF, 16 de outubro de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 1ª ICFEx
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 59-CLEG/S1/SubChefia, de 26 SET 12

1. Expediente versando sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Para a análise apropriada do tema em epígrafe, é conveniente realizar um breve


resgate dos fatos pertinentes.

a. Trata-se de consulta oriunda do 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado - Escola


(15º R C Mec (Es)), encaminhada a essa Setorial Contábil, acerca da possibilidade de pagamento
do benefício em epígrafe a militar excluído do serviço ativo mediante desincorporação.

b. Após abrangente estudo, opinou o Ordenador de Despesas (OD) da citada unidade


gestora, que a verba em tela seria devida tendo em vista sua natureza indenizatória, similar à do
FGTS, e considerando, também, que em nenhum momento houve, por parte do militar, qualquer
conduta que o desabonasse. Para fundamentar esse entendimento, aludiu aquele OD a
expedientes pretéritos e dissonantes desta Secretaria, além de mencionar jurisprudência
favorável à tese, nos termos da Apelação Cível 1999.02.01.049213, julgada em 17 de janeiro de
2007 pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2).

c. Analisando o assunto, essa Inspetoria se posicionou favoravelmente ao pagamento


do direito em tela, apontando que o militar em questão somente deixou de ser excluído do
serviço ativo, mediante licenciamento por término de tempo de serviço, por motivos clínicos
alheios à sua vontade.

3. O assunto merece ser analisado à luz dos aspectos jurídicos que o permeiam:

a. O tema atinente ao pagamento da compensação pecuniária por conta de

(DIEx nº 95-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de outubro de 2012 - EB 64689.011146/2012-13 ...... 1/3


)
desincorporação já foi analisado pela SEF. De fato, inicialmente, esta Secretaria manifestou o
entendimento de que o benefício seria devido nessa hipótese de exclusão do serviço ativo,
conforme constou do Of nº 048-Asse Jur-04 (A1/SEF), de 3 de maio de 2004.

b. Contudo, esse posicionamento foi revisto, em vista do julgamento do Recurso


Especial 1.105.478, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relatado pelo Ministro Celso
Limongi, em 20 de agosto de 2009:

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR.


COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA. DESINCORPORAÇÃO DO
SERVIÇO. ART. 1º DA LEI 7.963/99. IMPOSSIBILIDADE.
RECURSO ESPECIAL A QUE SE DÁ PROVIMENTO.

c. Do voto condutor do Acórdão destaca-se o seguinte trecho:

“(...) o art. 1º da Lei nº 7.953/89 estabelece, muito claramente, os


pressupostos para o pagamento da compensação pecuniária.
Segundo este dispositivo, para a percepção do benefício, é
necessário que o militar tenha sido licenciado ex officio por
término de prorrogação de tempo de serviço. No caso dos autos,
não houve licenciamento ex officio, mas sim, desincorporação
por incapacidade definitiva, não devendo, tal dispositivo ser
interpretado de modo a abranger situações nele não previstas.

Sendo assim, tendo em vista que o recorrente não preencheu os


requisitos para a concessão do benefício, nos termos do art. 1º
da Lei 7.963/89, não lhe é devida a compensação pecuniária.”

d. É importante apontar que esse Recurso Especial reformou o entendimento do TRF


2 mencionado pelo OD do 15º R C Mec (Es), utilizado como amparo à tese de possibilidade do
pagamento. Vale dizer: o julgado daquele Tribunal Regional Federal não subsiste ante à
orientação exarada pelo STJ.

f. Não por outro motivo, a orientação emanada daquela Corte Superior é a que vem
sendo adotada no seio desta Secretaria, conforme se infere do Of nº 91-Asse Jur-10 (A1/SEF), de
5 de maio de 2010, e do Of nº 179-Asse Jur-11 (A1/SEF), de 6 de outubro de 2011 (disponíveis
no endereço eletrônico http://intranet.sef.eb.mil.br/sef/ assessoria1/home.htm). Do último,
destaca-se o seguinte trecho:

“6. Por conseguinte, levando-se em consideração o princípio da


legalidade, insculpido no artigo 37, caput, da Constituição da
República Federativa do Brasil, o qual dita que, se ao particular
é dado fazer tudo quanto não estiver proibido, ao administrador
somente é franqueado o que estiver permitido por lei, já que a
atuação administrativa encontra-se subordinada de forma
indelével à vontade legal, esta Secretaria assevera que, por
inexistência de amparo legal, o pleito não possui meios de
prosperar.”

g. Dessa forma, é possível afirmar que, conquanto relevante sob o aspecto social, não
se pode aceitar como válido, à luz do Princípio da Legalidade a que se encontra adstrita a
Administração Castrense, o argumento de que a verba em discussão possa ser paga em outra

(DIEx nº 95-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de outubro de 2012 - EB 64689.011146/2012-13 ...... 2/3


)
hipótese que não o licenciamento ex officio por término de tempo de serviço.

4. Dessa forma, entende esta Secretaria que, à luz do Princípio da Legalidade, o


militar excluído do serviço ativo mediante desincorporação não tem direito à compensação
pecuniária de que trata a Lei 7.963, de 1989. Tal direito, ressalte-se uma vez mais, é devido
unicamente na hipótese de licenciamento ex officio por término de tempo de serviço.

Gen Div GERSON FORINI


Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 95-Asse1/SSEF/SEF, de 16 de outubro de 2012 - EB 64689.011146/2012-13 ...... 3/3


)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF
EB: 64689.013894/2012-31

Brasília, DF, 21 de dezembro de 2012.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 1ª ICFEx
Assunto: compensação pecuniária
Referência: DIEx nº 79, de 6 DEZ 12

1. Expediente versando sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos do caso em epígrafe, é apropriado realizar um breve


resgate dos fatos históricos correspondentes, à luz da documentação trazida a lume.

a. Trata-se de questão oriunda do 25º Batalhão Logístico (Escola), referente ao ex-2º


Sgt MARCO ANTÔNIO MENESES.

a. Em linhas gerais, denota-se que o aludido militar foi incorporado às fileiras do


Exército em 29 de janeiro 1996, após aprovação em concurso público para o Curso de Formação
de Sargentos de Intendência na Escola de Instrução Especializada (EsIE). Concluído o referido
curso, o graduado obteve sucessivas prorrogações até ser aprovado em concurso público para o
cargo de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em 2005.

b. À luz da legislação vigente à época, notadamente a Portaria 151-Cmt Ex, o 25º B


Log (Es) promoveu o licenciamento do militar, a contar de 18 de julho de 2005, conforme o
Boletim Interno (BI) nº 127, daquela data, a teor do art. 122 do Estatuto dos Militares (Lei 6.880,
de 9 de dezembro de 1980) e da alínea b do inciso I do art. 3º da Portaria 151-Cmt Ex, de 22 de
abril de 2002.

Art. 122. O Guarda-Marinha, o Aspirante-a-Oficial e as


demais praças empossados em cargos ou emprego público
permanente, estranho à sua carreira, serão
imediatamente, mediante licenciamento ex officio,
transferidos para a reserva não remunerada, com as
obrigações estabelecidas na legislação do serviço militar.

.............................................................................

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 1/


6)
Art. 3º Para a praça aprovada em concurso público para
admissão em cargo civil, será observado:

I -- no caso de concurso realizado em etapa única, com ou


sem estágio probatório:

(...)

b) será excluí-da do número de adidos e licenciada na


véspera de sua posse no cargo, pelo Cmt, Ch ou Dir da
OM, independente do disposto no art. 150 do RLSM;

c. Como se infere daquele BI, a Administração Militar considerou que o militar


deveria ser licenciado tendo em vista a convocação para “prestar prova de estágio experimental
”, a contar de 19 de julho de 2005, conforme designação do Juiz de Direito Auxiliar da
Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

d. Discordando do licenciamento, o interessado buscou o Judiciário. Argumentou que


o concurso em tela seria composto por duas fases – uma, de avaliação de conhecimentos, já
superada, e outra, de formação, correspondente ao aludido estágio – e que, por isso, não se
aplicaria o enquadramento promovido pela Administração Castrense, atinente, segundo ele, a
concursos de etapa única. Nesse sentido, argumentou que não deveria ter sido licenciado, mas
colocado em Licença para Tratar de Interesse Particular (LTIP), à luz da alínea a do inciso II do
art. 3º da Portaria 151-Cmt Ex, de 2002. Assim, superada a segunda etapa do concurso, seu
licenciamento se daria conforme a aliena b do mesmo dispositivo:

Art. 3º Para a praça aprovada em concurso público para


admissão em cargo civil, será observado:

(...)

II -- no caso de concurso realizado em duas etapas, a


segunda exigindo formação especí-fica:

a) a partir da data de convocação oficial para realização


da segunda etapa, à praça interessada caberá requerer
licença para tratar de interesse particular (LTIP), mesmo
que conte menos de dez anos de serviço, conforme
previsto nas Instruções Gerais para Concessão de
Licenças aos Militares da Ativa do Exército (IG 30-07), a
fim de poder realizar a segunda etapa e independente do
prescrito no art. 150 do RLSM;

b) finda a segunda etapa, se aprovada e assumir o cargo,


a praça será licenciada na véspera da assunção, pelo
Cmt, Ch ou Dir da OM;

e. O magistrado atuante no feito foi sensível ao raciocínio do autor e, quando da


prolação da sentença, em julho de 2007, determinou a anulação do licenciamento promovido
pela Administração. Dessa forma, o interessado deveria ser considerado como em LTIP no
período afeto à segunda etapa do concurso, e licenciado na véspera da assunção definitiva do
cargo. Tal decisão transitou em julgado em 13 de novembro de 2009, data a partir da qual
tornou-se imodificável.

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 2/


6)
f. O 25º B Log (Es), foi informado do julgado pelo Chefe da Divisão Jurídica da 1ª
Região Militar, em 6 de outubro de 2011, que encaminhou Parecer procedente da Consultoria
Jurídica-Adjunta do Comando do Exército (CJACEx), de 15 de setembro de 2011, solicitando “a
retificação do ato de licenciamento do autor passando a constar o disposto na alínea ‘b’ do
inciso II, do art. 3º da Portaria 151/2002, ante à nomeação do militar em concurso público”.

g. O cumprimento efetivo da decisão judicial deu-se nos termos do Boletim Interno


(BI) nº 213, de 11 de novembro de 2011, do 25º B Log (Es). Interpretando o julgado, aquela
OM, ao empregar o enquadramento definido pelo Judiciário, entendeu que o militar deveria ser
considerado como licenciado por término de tempo de serviço a contar de 18 de julho de 2005.

h. Como consequência, de acordo com o BI nº 233, de 13 de dezembro de 2011, do


25º B Log (Es), o interessado solicitou o pagamento da compensação pecuniária de que trata a
Lei 7.963, de 1989. O pedido foi deferido e, considerando-se o tempo computável para o saque
correspondente, faria jus o interessado a 09 (nove) cotas.

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por


término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à
compensação pecuniária equivalente a 1 (uma)
remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar
prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na
data de pagamento da referida compensação.

§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço,


a fração de tempo igual ou superior a cento e oitenta dias
será considerada um ano.

§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do


serviço militar obrigatório.

i. O Setor de Pagamento da unidade gestora solicitou, assim, o saque dos recursos ao


Centro de Pagamento do Exército (CPEx), através de FIP Pecuniária, referente ao pagamento de
janeiro de 2012. A solicitação, contudo, foi rejeitada por aquele Centro. Em 16 de fevereiro de
2012, o Comandante do 25º B Log (Es) solicitou ao CPEx informações sobre as razões do
indeferimento. A resposta, datada de 17 de abril, exortou a autoridade a consultar a Setorial
Contábil de vinculação, o que ocorreu em 20 de setembro de 2012.

j. Instada a se pronunciar, pois, essa Inspetoria realizou amplo resgate fático e


documental atinente ao caso. No ponto que nos interessa, apontou que a interpretação dada pelo
25º B Log (Es) acerca da decisão judicial – no sentido de considerar a data de 18 de julho de
2005 como data do licenciamento – fora equivocada. Na realidade, de acordo com essa ICFEx, a
data correta seria, a princípio, a véspera efetiva da assunção do novo cargo, ou seja, em 23 de
janeiro de 2006.

k. Contudo, após a realização de diligências, constatou essa Setorial que o último


período ao qual se obrigara o militar a permanecer junto ao Exército terminaria em 21 de
novembro de 2005. Nesse sentido, essa seria a data para o cômputo da compensação pecuniária.
Entretanto, não se poderia considerar para tanto o período passado em LTIP, já que o art. 32 das

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 3/


6)
Instruções Gerais para a Concessão de Licença aos Militares da Ativa do Exército (IG 30-07),
aprovadas pela Portaria nº 470-Cmt Ex, de 17 de setembro de 2001, dispõe que o período
passado nessa condição não é considerado como de efetivo serviço:

Art. 32. O afastamento do serviço provocado pela LTIP


não é remunerado e não deve ser computado como tempo
de efetivo serviço, exceto para fins de indicação para a
quota compulsória.

l. Sendo assim, segundo essa Inspetoria, no tocante à compensação pecuniária, o


interessado faria jus a 09 (nove) cotas, considerando-se para tanto a data de ingresso na EsIE (29
de janeiro de 1996) e a data em que o militar entrou em LTIP (18 de julho de 2005), descontado
o período de serviço militar obrigatório.

3. O assunto deve ser abordado à luz dos aspectos jurídicos pertinentes:

a. O licenciamento originalmente promovido pela Administração não ensejava o


pagamento da compensação pecuniária, eis que se fundava no art. 122 do estatuto dos Militares e
na alínea b do inciso I do art. 3º da Portaria 151-Cmt Ex, de 2002.

b. Entretanto, com a determinação judicial no sentido de que os fatos deveriam ser


enquadrados na alínea b do inciso II do art. 3º da Portaria 151-Cmt Ex, de 2002, passou a ser
aplicável o art. 4º do mesmo diploma legal:

Art. 4° A praça não estabilizada, aprovada em concurso


previsto nos arts. 2° e 3° desta Portaria, que tiver
expirado o tempo de serviço a que se obrigou, antes do
ingresso em nova Força ou posse em cargo civil, será
licenciada por término de tempo de serviço.

c. Dessa forma, uma vez ser considerado por término de tempo de serviço, o
licenciamento levaria, aí sim, ao pagamento da compensação pecuniária.

d. Remanesce, contudo, a dúvida a respeito da quantidade de cotas devidas. O caput


da Lei 7.963, de 1989, dispõe que o valor do benefício é equivalente a 1 (uma) remuneração
mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da compensação.
Nessa senda, a apuração dos anos de efetivo serviço há de considerar a fração de tempo igual ou
superior a cento e oitenta dias como um ano. De todo modo, o benefício não se aplica ao
período do serviço militar obrigatório.

e. Urge responder, então, quais os parâmetros a serem considerados como termo


inicial e final para o cômputo da compensação em tela.

f. Pois bem, de acordo com a tabela constante de fls 2438 e 2439 do BI nº 233, de 13
de dezembro de 2011, do 25º B Log (Es), verifica-se que a data de praça de MARCO ANTONIO
MENESES é 29 de janeiro de 1996. Naquela ocasião, segundo a tabela, teria se iniciado o
serviço militar obrigatório na EsIE, estendendo-se até 29 de novembro de 1996. A partir daí, o
graduado passou por 9 (nove) prorrogações anuais de tempo de serviço, até ser licenciado por
conta da aprovação no concurso para técnico judiciário do TJ RJ.

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 4/


6)
g. Nesse sentido, descontado o serviço obrigatório, tem-se como termo inicial para o
cômputo da compensação pecuniária o dia 29 de novembro de 1996.

h. Já o termo final para tanto demanda uma abordagem mais detida. Conforme
apontado por essa Setorial, a interpretação da decisão do Judiciário, formulada pelo do 25º B
Log (Es), foi equivocada ao considerar o dia 18 de julho de 2005 como data de licenciamento do
militar. À luz do enquadramento fixado pela Justiça, o militar seria colocado em LTIP, a contar
dessa data, mas o licenciamento propriamente dito deveria coincidir com a véspera da assunção
do cargo para o qual foi aprovado, ou seja, 23 de janeiro de 2006. Num primeiro momento,
concluiríamos ser essa a data do termo final para o cálculo da compensação pecuniária.

i. Entretanto, nos termos da documentação trazida a lume, o último período de


engajamento ao qual se obrigara o militar findaria em 21 de novembro de 2005. Ou seja, se não
tivesse sido aprovado no concurso público, estaria obrigado a permanecer vinculado ao Exército
até tal data, quando seria licenciado por término de tempo de serviço ou reengajaria. Num
segundo momento, pois, a conclusão seria de que o termo final para efeitos de compensação
pecuniária corresponderia a essa data.

j. Contudo, de acordo com o asseverado por essa Inspetoria, o período passado em


LTIP, não é computável para efeitos de compensação pecuniária, conforme se depreende do art.
69 do Estatuto dos Militares:

Art. 69. Licença para tratar de interesse particular é a


autorização para o afastamento total do serviço,
concedida ao militar, com mais de 10 (dez) anos de
efetivo serviço, que a requeira com aquela finalidade.
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será
sempre concedida com prejuízo da remuneração e da
contagem de tempo de efetivo serviço, exceto, quanto a
este último, para fins de indicação para a quota
compulsória.

k. Sendo assim, o termo final para fins de cálculo da compensação pecuniária deve
coincidir com a data em que o militar foi colocado em LTIP: 18 de julho de 2005.

l. Sendo assim, o período a ser considerado para cálculo da compensação pecuniária


no caso em apreço, descontado o serviço militar obrigatório, tem como termo inicial a data da
primeira prorrogação de tempo de serviço (29 de novembro de 1996) e, final, a data em que o
militar entrou em LTIP (18 de julho de 1996), perfazendo 08 (oito) anos, 7 (sete) meses e 19
(dezenove) dias. O valor do benefício, assim, será igual a 09 (nove) cotas de segundo-sargento.

4. Posto isso, esta Secretaria entende que:

a. O ex-2º Sgt MARCO ANTÔNIO MENESES tem direito à compensação pecuniária


por ter sido licenciado ex officio por término de tempo de serviço, à luz da alínea b do inciso II
do art. 3º, e também em função do art. 4º, tudo da Portaria 151-Cmt Ex, de 2002, conforme os
desdobramentos da decisão judicial proferida nos autos do processo 2005.51.16.000923-2; e

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 5/


6)
b. Nos termos da fundamentação acima, o Ex-2º Sgt MARCO ANTÔNIO MENESES
faz jus ao pagamento de compensação pecuniária equivalente a 9 (nove) cotas calculadas sobre a
remuneração de segundo sargento.

Gen Bda JOSÉ ORLANDO RIBEIRO CARDOSO


Resp / Pelo Subsecretário de Economia e Finanças

(DIEx nº 132-Asse1/SSEF/SEF, de 21 de dezembro de 2012 - EB 64689.013894/2012-31 ...... 6/


6)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 19 de maio de 2011.


Of nº 075 - Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças


CIRCULAR
Ao Sr Chefe da Inspetoria de Contabilidade e
Finanças do Exército

Assunto: Compensação pecuniária a militar temporário


(MFDV)

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária a militares


temporários médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários – MFDV.

2. Diante dos desdobramentos ocasionados pelas alterações promovidas na Lei nº 4.375, de


17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar – LSM) e na Lei nº 5.292, de 08 de junho de 1967 (que
dispõe sobre a prestação do serviço militar pelos MFDV), esta Secretaria julgou pertinente o
encaminhamento das seguintes orientações.

3. Com efeito, oportunamente, podem surgir questionamentos envolvendo o entendimento


consolidado pelo Ofício nº 122 – Asse Jur – 10, de 11 de junho de 2010, e as inovações ao ordenamento
jurídico trazidas pela Lei nº 12.336, de 26 de outubro de 2010, conforme se depreende, in verbis:

Ofício nº 122 – Asse Jur – 10, de 11 de junho de 2010:

“7. Logo, esta Secretaria entende que não prestam serviço militar em caráter inicial
obrigatório os militares temporários (MFDV) já dispensados, outrora, desse mesmo
serviço, possuindo, assim, se preenchidos os requisitos outros, como o caráter ex officio
do licenciamento, o direito à compensação pecuniária por todos os anos completos,
inclusive o primeiro ...”

Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (alterada pela Lei nº 12.336, de 2010):

“Art 16. Serão convocados anualmente, para prestar o Serviço Militar inicial nas Fôrças
Armadas, os brasileiros pertencentes a uma única classe.”

“Art 17. A classe convocada será constituída dos brasileiros que completarem 19
(dezenove) anos de idade entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano em que deverão ser
incorporados em Organização Militar da Ativa ou matriculados em Órgãos de Formação
de Reserva.

§ 1o Os brasileiros das classes anteriores ainda em débito com o serviço militar, bem
como os médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários possuidores de Certificado de
Dispensa de Incorporação, sujeitam-se às mesmas obrigações impostas aos da classe
(Continuação do Ofício 075 Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 19 de maio de 2011– página 2)
convocada, sem prejuízo das sanções que lhes forem aplicáveis na forma desta Lei e de
seu regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 29 Poderão ter a incorporação adiada:


e) os que estiverem matriculados ou que se candidatarem à matrícula em institutos de
ensino (IEs) destinados à formação, residência médica ou pós-graduação de médicos,
farmacêuticos, dentistas e veterinários até o término ou a interrupção do curso.”

“Art. 30 São dispensados de incorporação os brasileiros da classe convocada;

§ 6o Aqueles que tiverem sido dispensados da incorporação e concluírem os cursos em


IEs destinados à formação de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários poderão ser
convocados para a prestação do serviço militar. (Incluído pela Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 40-A. O Certificado de Isenção e o Certificado de Dispensa de Incorporação dos


brasileiros concluintes dos cursos de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária
terão validade até a diplomação e deverão ser revalidados pela região militar competente
para ratificar a dispensa ou recolhidos, no caso de incorporação, a depender da
necessidade das Forças Armadas. (Incluído pela Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 75. Constituem prova de estar o brasileiro em dia com as suas obrigações militares:

d) o Certificado de Dispensa de Incorporação

§ 3o Para os concluintes de curso de ensino superior de Medicina, Farmácia, Odontologia


e Veterinária, o Certificado de Dispensa de Incorporação de que trata a alínea ‘d’ do
caput deste artigo deverá ser revalidado pela região militar respectiva, ratificando a
dispensa, ou recolhido, no caso de incorporação, a depender da necessidade das Forças
Armadas, nos termos da legislação em vigor.”

Lei nº5.292, de 08 de junho de 1967 (alterada pela Lei nº 12.336, de 2010):

“Art. 4o Os concluintes dos cursos nos IEs destinados à formação de médicos,


farmacêuticos, dentistas e veterinários que não tenham prestado o serviço militar inicial
obrigatório no momento da convocação de sua classe, por adiamento ou dispensa de
incorporação, deverão prestar o serviço militar no ano seguinte ao da conclusão do
respectivo curso ou após a realização de programa de residência médica ou pós-
graduação, na forma estabelecida pelo caput e pela alínea ‘a’ do parágrafo único do art.
3o, obedecidas as demais condições fixadas nesta Lei e em sua regulamentação. (Redação
dada pela Lei 12.336, de 2010)”

(destaques acrescidos)

4. Em verdade, à luz da nova legislação, o pagamento da compensação pecuniária, aos


militares temporários médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários, passou a envolver uma gama de
novos pressupostos a saber:

a. Os MFDV do segmento feminino, continuam fazendo jus à compensação pecuniária


por todo o período trabalhado, eis que, em tempo de paz, prestam serviço militar voluntário;

b. Quanto ao segmento masculino, abrem-se as seguintes possibilidades:


(Continuação do Ofício 075 Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 19 de maio de 2011– página 3)
(1) Os MFDV que já prestaram serviço militar obrigatório, fazem jus à compensação
pecuniária por todo o período em que serviram como profissionais destas áreas, haja vista que já se
encontram em dia com o dever cívico de servir à Pátria;

(2) Os MFDV que adiaram a incorporação e que, diante da conclusão do curso superior,
apresentam-se para o cumprimento do serviço militar obrigatório, não fazem jus à compensação
pecuniária pelo primeiro ano, vez que ainda pendente o cumprimento do dever de servir à Pátria;

(3) Os MFDV que receberam o CDI e que tiveram o ato de dispensa ratificado, fazem
jus à compensação pecuniária pelo primeiro ano de serviço, já que a dispensa foi confirmada, não
havendo que se falar em qualquer pendência quanto ao serviço militar obrigatório; e

(4) Os MFDV que receberam o CDI e que tiveram o ato de dispensa retificado, mediante
recolhimento do aludido certificado, não fazem jus à compensação pecuniária pelo primeiro ano
trabalhado, porquanto se encontram em serviço militar obrigatório.

5. Assim, observa-se que poderão ocorrer casos em que a convocação do militar ocorreu
sob a égide da Lei antiga (sem as alterações trazidas pela Lei nº 12.336, de 26 de outubro de 2010) e que
o seu licenciamento se deu pela Lei nova (com as alterações trazidas pela Lei nº 12.336, de 26 de outubro
de 2010) gerando discussões sobre qual legislação deverá incidir para fins de pagamento de compensação
pecuniária.

6. De fato, pelos ditames da norma inaugurada, é imprescindível saber se o Certificado de


Dispensa de Incorporação - CDI, por ocasião da conclusão do curso de Medicina, Farmácia, Odontologia
ou Veterinária, foi revalidado ou recolhido, falando-se, pois, em ratificação ou retificação do ato de
dispensa para fins de incorporação, o que, em diversos casos, não terá ocorrido à época de ingresso às
fileiras da Força Terrestre, porque tal exigência, antes das alterações anunciadas pela Lei do Serviço
Militar, ainda não existia.

7. Assim, em homenagem ao princípio da razoabilidade que, basicamente, impõe ao


administrador eleger a solução mais razoável para o problema jurídico concreto, a decisão que se impõe é
a de que, dentro dos standards de aceitabilidade, os militares médicos, farmacêuticos, dentistas e
veterinários:

(1) convocados antes das alterações promovidas na Lei do Serviço Militar, se portadores
do Certificado de Dispensa de Incorporação e se preenchidos os demais requisitos, como o caráter ex
officio do licenciamento, fazem jus à compensação pecuniária por todos os anos trabalhados, inclusive o
primeiro; e
(2) convocados após as alterações, desde que já implementadas pelas Regiões Militares
as exigências quanto à ratificação da dispensa ou ao recolhimento do CDI, submetem-se aos novos
parâmetros legais, discorridos no item 4, de modo que fica revisto o entendimento consolidado pelo
Ofício nº 122 – Asse Jur – 10, de 11 de junho de 2010, no que dispõe em contrário.

8. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das


providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças
(Continuação do Ofício 075 Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 19 de maio de 2011– página 4)
“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília – DF, 25 de maio de 2011.

Of nº 084 – Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército.

Assunto: pagamento de exercícios anteriores.

Ref: Of nº 161 S/1, de 13 de abril de 2011.

An: Parecer Nr 044 - Asse Jur – 11 (A1/SEF).

1. Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária.

2. Acerca do assunto, remeto-vos o parecer anexo, para conhecimento e providências


decorrentes.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(CONTADORIA GERAL 1841)
ASSESSORIA JURÍDICA

PARECER Nr 044/AJ/SEF Brasília – DF 24 de maio de 2011.

1.ASSUNTO: Compensação Pecuniária.

2. EMENTA: Compensação pecuniária; término de prorrogação de tempo de serviço;

3. OBJETO: versa o presente sobre consulta formulada pelo 16º BIMtz, concernente à compensação
pecuniária solicitada por militar daquela OM, após concluir a quinta prorrogação de tempo de serviço.

4. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
a. Constituição da República Federativa do Brasil – CF/88;

b. Lei 6.880, de 9 de dezembro de 1980;

c. Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989

d. Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001;

e. Decreto nº 99.425, de 30 de julho de 1990

f. Decreto nº 4.307, de 18 de julho de 2002; e

g. Portaria nº 251 – DGP, de 11 de novembro de 2009.

5. RELATÓRIO

a. O objeto da consulta, como visto, versa sobre compensação pecuniária solicitada por militar que
concluiu a quinta prorrogação de tempo de serviço.

b. Acerca do caso apresentado, a 10ª ICFEx, após análise, destaca os seguintes aspectos
normativos ligados ao tema, no âmbito da Força, que a seguir se reproduz:

1) A Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, dispõe o seguinte:

Art. 1º O oficial ou praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço,
fará jus a Compensação Pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor correspondente ao posto ou à
graduação, na data da referida compensação;

2) O Decreto nº 99.425, de 30 de julho de 1990, que regulamentou a retro citada Legislação,


estipulou o que a seguir consta:
Art 1º A Compensação Pecuniária, a título de benefício, é atribuída ao oficial ou à praça licenciada
ex-officio por término de prorrogação de serviço.

3) O Estatuto dos Militares dispõe, em seu artigo 121 § 3º, o seguinte:

O licenciamento ex-officio será feito na forma da legislação que trata do serviço militar e dos
regulamentos específicos de cada Força Armada:

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;

b) por conveniência do serviço; e

c) a bem da disciplina.

4) A Portaria nº 251 – DGP, de 11 de novembro de 2009, por sua vez, assim preceitua:

Art. 187. O Mil Tmpr licenciado ex officio, por término de prorrogação do tempo de serviço, fará
jus a compensação pecuniária equivalente a 01 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo ser-
viço prestado, excetuando o ano em que prestou o Serviço Militar Inicial, por ser este de caráter
obrigatório por ocasião da incorporação.

Parágrafo único. Não fará jus ao benefício citado anteriormente o Mil Tmpr que for licencia-
do ex officio a bem da disciplina ou por condenação transitada em julgado.

5) A Setorial Contábil comenta, também, acerca de documento emanado pela SEF, ofício nº 053
– Asse Jur – 10 (A1/SEF), de 23 de março de 2010, no qual a Administração Militar se mostra favorável
ao pagamento de Compensação Pecuniária a militar licenciado ex-officio das fileiras do Exército por tér-
mino de prorrogação de tempo de serviço, equivalente a 01 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço militar prestado, excetuando-se o período cumprido como serviço militar obrigatório.

6) No seguimento, a consulente, em seu parecer, se reporta também à mensagem SIAFI


2010/0552817, de 17/05/2010, do CPEx que, em seu item 2, assim se pronuncia:

“os militares excluídos do serviço ativo por reforma, demissão, perda de posto e da patente, anula-
ção de incorporação, deserção, licenciado a pedido, licenciado ex-officio por conveniência do
serviço, a bem da disciplina ou por condenação transitada em julgado não fazem jus ao pagamen-
to da compensação pecuniária, por não estarem enquadrados na situação descrita no artigo 1º da
Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989”.

c. Observa-se, portanto, possível confronto de posicionamento entre as orientações preconizadas


pela SEF e pelo CPEx, conforme consta nos itens 5) e 6) acima mencionados.

d. Observando os documentos supracitados, pode-se afirmar que a Compensação Pecuniária so-


mente é devida ao oficial ou à praça licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de ser-
viço, excetuando-se o período cumprido como serviço militar obrigatório.

e. Como decorrência deste estudo, a 10ª ICFEx é de parecer que o militar do 16º BIMtz faz jus à
compensação pecuniária de 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, ex-
cetuando o período cumprido como serviço militar obrigatório, por entender que o seu licenciamento das
fileiras do Exército caracteriza-se como: ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço,
situação idêntica a constante do ofício nº 053 – Asse Jur – 10 (A1/SEF).
6. APRECIAÇÃO

a. À luz do ora exposto, cumpre, a priori, verificar a Legislação concernente à compensação


pecuniária, conforme preceitua o ordenamento jurídico:

1) O Decreto nº 99.425, de 30 de julho de 19901, dispõe o seguinte:

Art. 1º A compensação pecuniária, a título de benefício, atribuída ao oficial ou à praça licen -


ciado ex officio por término de prorrogação de serviço, instituída pela Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, para sua concessão, obedecerá, além dos preceitos estabelecidos na referi-
da lei, aos seguintes critérios:

(...)

Art. 4º Os Ministros Militares, no âmbito de seus Ministérios, baixarão os atos necessários à


execução deste decreto, bem como aqueles alusivos à identificação do pessoal beneficiado.

2) O que se verifica, pois, é que o Legislador delegou, outrora, a cada Força Singular a definição
dos atos necessários à execução do Decreto que regulamenta a concessão de compensação pecuniária, a
título de benefício, ao militar temporário das Forcas Armadas, por ocasião de seu licenciamento.

b. No caso específico do Exército, o documento que regula tal concessão é a Portaria nº 251 – DGP,
de 11 de novembro de 20092, o que ocorre de forma consentânea com a Legislação ordinária.

1) No referente ao caso em comento, a Portaria dispõe o que a seguir se enuncia:

Art. 182. O licenciamento ex officio poderá ocorrer por:

................................................................................................................................................

IV - conveniência do serviço;

...............................................................................................................................................

§ 3º O licenciamento previsto no inciso IV deste artigo, no caso de Of Tmpr, cabe ao Comandante


de RM e, para os demais incisos, aos Comandantes, Chefes ou Diretores de OM.

§ 4º Para o caso específico do inciso IV, a expressão licenciado por conveniência do serviço
deve ser complementada com o motivo do licenciamento, como: “licenciado por conveniência
do serviço devido à falta de adaptação a vida militar” ou “licenciado por conveniência do
serviço devido à falta de aproveitamento”, dentre outras possíveis.

1
Regulamenta a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, que concede compensação pecuniária, a titulo de beneficio,
ao militar temporário das Forcas Armadas, por ocasião de seu licenciamento.

2
Aprova as Normas Técnicas para Inscrição, Seleção, Convocação, Incorporação, Cadastramento, Controle, Distribui-
ção e Prestação do Serviço Militar Temporário para Oficiais e Sargentos (NT 13 - DSM).
2) Em que pese a expressão “licenciado por conveniência do serviço” exigir fundamentação, até
para se dar legitimidade ao ato do licenciamento, eliminando, assim, eventuais casuísmos, contudo, o ali
prescrito não é fator impeditivo, tampouco exigível, para o recebimento da compensação pecuniária, haja
vista que os impedimentos estão capitulados em outro excerto da Legislação que, por pertinente, se repro-
duz e também se assinala:

Art. 187. O Mil Tmpr licenciado ex officio, por término de prorrogação do tempo de serviço,
fará jus a compensação pecuniária equivalente a 01 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo
serviço prestado, excetuando o ano em que prestou o Serviço Militar Inicial, por ser este de caráter
obrigatório por ocasião da incorporação.

Parágrafo único. Não fará jus ao benefício citado anteriormente o Mil Tmpr que for licencia-
do ex officio a bem da disciplina ou por condenação transitada em julgado.

c. Assim, para fazer jus à compensação pecuniária, o Mil Tmpr deverá ter sido licenciado ex offi-
cio; com a ressalva de que esse licenciamento não tenha ocorrido a bem da disciplina, nem por condena-
ção transitada em julgado; o que não é o caso do Militar objeto desta Apreciação.

d. Por pertinente, cumpre acrescentar que para a percepção da pecúnia aqui considerada, faz-se ne-
cessário que a OM publique em seu Boletim Interno que essa compensação é decorrente de ‘término de
tempo de serviço’; e não somente por ter sido o militar ‘licenciado por conveniência do serviço’.

e. Por conseguinte, verifica-se plena conformidade do exarado pela Setorial Contábil.

7. PARECER

Ex positis, cumpre a esta Secretaria apenas ratificar o Parecer da 10ª ICFEx.

É o Parecer. S.M.J.

Francisco Siqueira Filho – Cel R/1


Assistente da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

Octavio Augusto Guedes de Freitas Costa – Cel R/1


Chefe da Assessoria Jurídica/SEF

8. DECISÃO
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília – DF, 13 de outubro de 2011.

Of nº 182 – Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Diretor de Gestão Orçamentária.

Assunto: processo de danos ao erário.

Ref: Of nº 162 – Sseç Cont Ct/SGFEx/DGO

Anexo: Parecer Nr 091/AJ/SEF, de 13 de outubro de 2011.

1. Versa o presente documento sobre processo de danos ao erário decorrente de acidente


envolvendo viatura pertencente ao Exército e terceiro.

2. Acerca do assunto, remeto a V Exa o Parecer solicitado por essa Diretoria.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

PARECER Nº 091/AJ/SEF Brasília – DF, 13 de outubro de 2011.

1. EMENTA: danos ao erário; acidente de viatura; envolvimento de terceiro; responsabilidade


objetiva do Estado.

2. OBJETO: indenização de danos causados a terceiros.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição da República Federativa do Brasil – CF/88;

b. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002: Institui o Código Civil;

c. IG 10 – 11: Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército


Brasileiro (Portaria do Comandante do Exército nº 202, de 26 de abril de 2000); e

d. IG 10 – 44: Instruções Gerais para a Apuração de Acidentes Envolvendo Viaturas Pertencentes


ao Exército e Indenizações de Danos Causados à União e a Terceiros (Portaria do Comandante do
Exército nº 039, de 28 de janeiro de 2010).

4. RELATÓRIO

a. A consulta, efetivada pela Diretoria de Gestão Orçamentária – DGO, se refere à indenização de


terceiro, decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura pertencente ao Pq R Mnt/6, Organização
Militar subordinada ao Comando da 6ª Região Militar.

b. Assinalar, no caso em estudo, que a ocorrência foi devidamente apurada por sindicância, em
conformidade com a Legislação1 vigente e que findou por concluir pela culpa do motorista militar, assim
como pela necessidade de correspondente indenização dos danos.

c. Discorrer também que nos autos do processo consta que a proprietária do veículo acidentado
acionou o seguro, para conserto dos danos causados ao seu automóvel, sendo que o valor da franquia foi o
de R$ 583,00 (quinhentos e oitenta e três reais).

d. Para o pagamento da indenização devida, o Comando da 6ª RM solicitou à Diretoria de Gestão


Orçamentária2 (DGO) a importância de R$5.428,90 (cinco mil, quatrocentos e vinte e oito reais e noventa
centavos).

1
IG 10 – 11: Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro, aprovadas pela Portaria do
Comandante do Exército nº 202, de 26 de abril de 2000.
2
Art. 22 da IG 10 – 44: A SEF, por intermédio da Diretoria de Gestão Orçamentária, efetuará a provisão diretamente à OM
que procedeu a sindicância e/ou IPM, mediante solicitação do Comando da Região Militar (Cmdo RM) enquadrante.
(Continuação do Parecer Nr 091/AJ/SEF, de 13 de outubro de 2011 – página 2 )

e. No que concerne à DGO, esta considera que a indenização deve se limitar apenas ao valor
referente à franquia do Seguro do veículo, R$583,00 (quinhentos e oitenta e três reais), e não à
importância solicitada pela 6ª RM, sendo esta divergência o fulcro deste parecer.

5. APRECIAÇÃO

a. A priori, cumpre verificar que a questão apresentada pela Consulente está inserta no contexto da
“Responsabilidade Objetiva do Estado”, circunstância que se verifica quando o interessado comprova a
relação causal entre o fato e o dano3, o que ocorreu por intermédio de sindicância 4, em consonância com a
Legislação vigente5. Ademais, trata-se da plena aplicação do Princípio da Responsabilidade Civil da
Administração6.

b. Desta forma, verifica-se que a fundamentação para a solução aplicável é constitucional e


também cível, consoante o que a seguir se demonstra:

1) Dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil – CF/88:


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (Grifei)

2) O Código Civil, por sua vez, assim dispõe:

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos
dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. (Grifei)

3) Cotejando
o disposto no Código Civilista com o que preceitua a Constituição Federal, verifica-
se compatibilidade normativa plena; assim, não resta dúvida quanto à sujeição do Estado à Teoria da
Responsabilidade Objetiva.

c. Neste abrangente contexto releva assinalar a questão doutrinária, com realce para a definida por
Alexandre de Moraes, emérito constitucionalista, de cuja publicação se extrai consistentes fragmentos:

“As características básicas do preceito constitucional consagrador da responsabilidade civil


objetiva do Poder Público (CF, §6º do Art. 37 da CF/88) são7:

- as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos de seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurados o
direito de regresso contra os responsáveis nos casos de dolo ou culpa;8

- a obrigação de reparar danos patrimoniais decorre de responsabilidade civil objetiva. Se o


Estado, por suas pessoas jurídicas de direito público ou pelas de direito privado prestadoras de

3
Apud CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, “Curso” cit., p. 441. José dos Santos Carvalho Filho p. 523
4
Portaria nº 014-S/1.1, de 24 NOV 10, do Dir Pq R Mnt/6.
5
Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro (IG 10 – 11).

6
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007, p. 673.
7
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007, p. 351.
8
STF – 2ª Turma – RE nº 212.724-8/MG – Rel. Min. Maurício Corrêa, Diário da Justiça, Seção I, 6 ago, p. 48 apud Alexandre
de Moraes, 2006, p. 351.
(Continuação do Parecer Nr 091/AJ/SEF, de 13 de outubro de 2011 – página 3 )

serviços públicos, causar danos ou prejuízos aos indivíduos, deverá reparar esses danos,
indenizando-os, independente de ter agido com dolo ou culpa;9

- os requisitos configuradores da responsabilidade civil do Estado são: ocorrência do dano;


nexo causal entre o eventus damni e a ação ou omissão do agente público ou do prestador de
serviço público; oficialidade da conduta lesiva; inexistência de causa excludente da
responsabilidade civil do Estado;10

(...)

- a responsabilidade civil do Estado não se confunde com as responsabilidades criminal e


administrativa dos agentes públicos, por tratar-se de instâncias independentes. 11 Assim, a
absolvição do servidor no juízo criminal não afastará a responsabilidade civil do Estado, se não
ficar comprovada culpa exclusiva da vítima;12

- a indenização do dano deve abranger o que a vítima efetivamente perdeu, o que despendeu, o
que deixou de ganhar em conseqüência direta e imediata do ato lesivo do Poder Público , ou
seja, deverá ser indenizada nos danos emergentes e nos lucros cessantes, bem como
honorários advocatícios, correção monetária e juros de mora, se houver atraso no
pagamento. Além disso, nos termos do Art. 5º, V, da Constituição Federal, será possível a
indenização por danos morais;13 (Grifei)

d. No seguimento, destacar também o fundado posicionamento de Carvalho Filho, consagrado


Administrativista, de cuja obra se extrai os seguintes excertos:

O fato de ser o Estado sujeito à Teoria da Responsabilidade Objetiva não vai ao extremo de
lhe ser atribuído o dever de reparação de prejuízos em razão de tudo o que acontece no meio
social.

(...)

Para que se configure a responsabilidade do Estado, é necessário que seja verificado o


comportamento do lesado no episódio que lhe provocou o dano.
Se o lesado em nada contribuiu para o dano que lhe causou a conduta estatal, é apenas o
Estado que deve ser civilmente responsável e obrigado a reparar o dano14. (Grifei)

e. Dessa forma, verifica-se que também a Doutrina se alinha à Legislação Constitucional, assim
como à Cível que, aplicada ao caso em estudo, deve considerar não somente o prejuízo arcado pela
franquia desembolsada pela acidentada, mas também as questões subjacentes, onde estão compreendidos
os requisitos configuradores da responsabilidade civil do Estado.

f. No mesmo sentido, a Legislação castrense15:


9
STF – 1ª Turma-RE nº 327.904-1/SP – Rel. Min. Carlos Britto, Diário da Justiça, Seção I, 8set. 2006, p. 43 apud Alexandre
de Moraes, 2007, p. 351.
10
STF – 1ª Turma-RE nº 170.014-9/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, Diário da Justiça, Seção I, 13 fev. 1998, p. 12; STF-2ª Turma
RE nº 179.147-1/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, Diário da Justiça, Seção I, 27 fev. 1998, p. 18 apud Alexandre de Moraes,
2007, p. 352.
11
(...) A absolvição no juízo criminal não impede a propositura da ação civil, quando pessoa que não concorreu para o evento
sobre o dano não tive culpa” (STJ – 1ª Turma – Resp. nº 111.843/PR – Rel. Min. José Delgado, decisão: 24-4-1997).
12
STJ – 1ª Turma – REsp nº 111.843-0/PR – Rel. Min. José Delgado, Diário da Justiça, Seção I, 9 jun. 1997 – Ementário STJ
18/110.
13
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007, p. 352.
14
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 22ª ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris,
2009, p. 533.
15
Art. 21. caput - das Instruções Gerais para a Apuração de Acidentes Envolvendo Viaturas Pertencentes ao Exército e
Indenizações de Danos Causados à União e a Terceiros (IG 10 – 44).
(Continuação do Parecer Nr 091/AJ/SEF, de 13 de outubro de 2011 – página 4 )

Art. 21. A indenização dos danos causados a terceiros será efetuada pelo valor concluído pela
sindicância.
Parágrafo único: O dano causado a veículo de terceiro será indenizado na sua totalidade,
limitado ao valor de mercado do veículo, descontado o valor do salvado (material aproveitável).
Art. 22. A SEF, por intermédio da Diretoria de Gestão Orçamentária, efetuará a provisão
diretamente à OM que procedeu a sindicância e/ou IPM, mediante solicitação do Comando
da Região Militar (Cmdo RM) enquadrante. (Grifei)

g. Assim sendo, acertada está a Decisão da 6ª RM em buscar o ressarcimento no valor total


apurado em sindicância.

h. Por oportuno, finalmente, cabe lembrar que a indenização do dano deve ser feita a quem
realmente arcou com os custos da reparação, sob pena de se promover o enriquecimento ilícito daquele
que, tendo despendido apenas parte dos recursos necessários à recuperação do bem, venha a receber o
montante do valor estimado. Em outras palavras, a situação deve retornar ao status quo ante (dano
reparado, indenização a quem pagou as custas, bonificação do segurado preservada).

6. PARECER

Pelo exposto, cumpre apenas ratificar a pertinência do solicitado pelo Comando da 6ª Região
Militar que, após o recebimento dos recursos referentes à indenização de danos causados a terceiros,
deverá efetivar a provisão diretamente ao Pq R Mnt/6, por ter sido a OM que procedeu a sindicância 16
correspondente ao ressarcimento aqui considerado.

É o Parecer. S.M.J.

Francisco Siqueira Filho – Cel R/1


Assistente da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

Octavio Augusto Guedes de Freitas Costa – Cel R/1


Chefe da Assessoria Jurídica/SEF

7. DECISÃO

Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO


Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”

16
Portaria nº 014-S/1, de 24 de novembro de 2010, do Dir Pq R Mnt/6.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 24 de novembro de 2011.


Of nº 208 – Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Comandante da 1ª Região Militar

Assunto: devolução de descontos

Ref: Of nº 6616 - Div Jur/1-JM-S-4.4, de 06 de outubro


de 2011

1. Versa o presente expediente sobre consulta acerca da possibilidade de devolução de


descontos promovidos em face do Ten Cel Martins Filho.

2. Por intermédio do documento da referência, esta Secretaria foi instada, por esse
Grande Comando, a se pronunciar sobre a possibilidade de devolução de valores, supostamente
descontados de forma indevida, da remuneração do citado militar.

3. Segundo o requerente, no ano de 2002, por meio de orientação da 8ª ICFEx, restou


determinado ao mesmo que ressarcisse ao Erário o valor de R$ 36.394,00 (trinta e seis mil trezentos e
noventa e quatro reais), o que foi efetivado mediante desconto em sua folha de pagamento. Ainda,
conforme argumento por ele trazido, não houve concordância de sua parte, com relação aos descontos,
tampouco processo administrativo para tanto.

4. Ademais, o interessado colaciona documentos que informam que, na esfera criminal,


houve arquivamento do IPM, com fundamento no artigo 397, do Código de Processo Penal Militar:

Art. 397. Se o procurador, sem prejuízo da diligência a que se refere o art. 26 , nº I,


entender que os autos do inquérito ou as peças de informação não ministram os
elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia, requererá ao auditor que os
mande arquivar. Se êste concordar com o pedido, determinará o arquivamento; se dêle
discordar, remeterá os autos ao procurador-geral.

5. Por fim, acresce que, na esfera civil, foi prolatada decisão pela improcedência do
pedido de ressarcimento ao Erário, por inexistência de provas (atualmente, o processo encontra-se junto
ao TRF – 1ª Região, em fase de reexame necessário, não tendo, por óbvio, transitado em julgado).
(Continuação do Ofício nº 208 – Asse Jur – 11 (A/1-SEF), de 24 de novembro de 2011 – página 2)

6. De sua parte, esse Grande Comando Administrativo sustenta que o pedido de


restituição de valores – cujo deferimento pressupõe, necessariamente, a revisão de consideração da
determinação referente à responsabilização do requerente – deve ser protocolado no órgão que proferiu a
decisão que responsabilizou o militar e determinou o desconto em seu contracheque e, ainda, salienta a
existência de divergência entre os objetos tratados no IPM (“desaparecimento de peças e acessórios de
fábrica de pré-moldados”) e no processo judicial (“deterioração da fábrica de pré-moldados”).

7. Pois bem, por primeiro, cumpre esclarecer que esta Secretaria restitui a V Exa o
presente expediente para fins de atendimento da Portaria nº 004-SEF, de 6 de novembro de 2002, a qual
aprovou as normas para a realização e tramitação de pedidos de informações e de consultas,
estabelecendo o seguinte:

Art. 3o Os Pedidos de Informações e de Consultas das UG, que se referem à matéria inserida na
legislação econômico financeira e de controle interno, deverão ser encaminhados à SEF por
intermédio das respectivas ICFEx, às quais as UG estão vinculadas.

Art. 4o Os Pedidos de Informações e de Consultas, referentes aos assuntos que já tenham sido
objeto de solução pela SEF, não deverão ser encaminhados, sendo respondidos pelas próprias
ICFEx.

Art. 5o As Consultas serão sempre formuladas em documentos específicos, contendo


informações abrangendo o assunto, a legislação pertinente, o estudo comparativo das razões
favoráveis à tese da Consulta e/ou dos motivos que lhes são contrários, além do entendimento
da questão em estudo, pela UG ou pela ICFEx, conforme o caso. (destaques acrescidos)

8. Outrossim, somente a título de esclarecimento, considerando que foram


disponibilizados escassos documentos, compete asseverar que esta Secretaria não poderia exarar qualquer
posicionamento, sem compulsar demais informações sobre as condições em que se deu, na via
administrativa, perante a 8ª ICFEx, a implantação dos descontos, bem como sem ter acesso a maiores
informações sobre os processos existentes na via judicial.

9. Nesses termos, incumbiu-me o Sr Secretário de Economia e Finanças de restituir o


presente expediente, orientando para que a formulação de nova consulta seja feita em conformidade com
o disposto na citada Portaria nº 004-SEF, de 2002, o que permitirá a devida instrução da demanda pela 1ª
ICFEx.

__________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 30 de junho de 2011.


Of nº 112 – Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 4ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: Indenização de férias e compensação


pecuniária para ex-soldado (consulta)

Referência: Of nº 059 – S1, de 20 de junho de 2011

1. Versa o presente expediente sobre consulta acerca de pagamento de indenização de


férias, adicional de férias proporcional e compensação pecuniária para ex soldado.

2. Por meio da documentação constante da referência, essa Inspetoria apresenta estudo


referente à possibilidade de pagamento de indenização e adicional de férias retroativos ao interregno
compreendido entre os anos de 2004 e 2011 e compensação pecuniária relativa ao mesmo período,
supostamente devidos a ex soldado, desligado em 17 de março de 2011, após ter passado pela condição de
agregado e posteriormente a de adido, em razão de problemas de saúde decorrentes de acidente em
serviço.

3. O estudo apresentado não merece reparos. De fato, o ex soldado faz jus a percepção de
indenização e de adicional de férias, tendo em vista o entendimento desta Setorial, exarado no Parecer
049/AJ/SEF de 03 de julho de 2006, no sentido de que a permanência de militar em licença para
tratamento de saúde própria (LTSP) não é fator suficiente para que se deixe de lhe conceder o direito a
férias, devendo ser empregado o mesmo raciocínio se o militar passar à situação de agregado. Vale
ressaltar que, em situações similares, esta Secretaria manifestou-se no mesmo sentido, a exemplo da
ocasião em que entendeu cabível o direito a férias por parte de militar que não se encontrava em efetivo
serviço, eis que preso (vide Parecer 082/AJ/SEF, de 16 Dez 2005, encaminhado à 11ª RM por intermédio
do Of nº 206-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 19 Dez 2005, bem como Parecer 004/AJ/SEF, de 11 jan 2006,
encaminhado à 12ª ICFEx pelo Of nº 011-Asse Jur-06 (A1/SEF), de 11 Jan 2006). Ou seja, o efetivo
serviço não é condição imprescindível para que o direito a férias – ou a respectiva indenização – se
aperfeiçoe.

4. No que se refere ao direito à percepção de compensação pecuniária deve ser observado


o que dispõe a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, instituidora da compensação pecuniária, verbis:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
(Continuação do Ofício 112 -Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 30 de junho de 2011– página 2)

militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração


correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da
referida compensação. (grifo nosso)

a. Nesse sentido, colaciona-se julgado exarado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça
(STJ):

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR


INCAPACIDADE DEFINITIVA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 1º da lei 7.963/99, o benefício da
compensação pecuniária é devido ao militar apenas na hipótese de
licenciamento ex officio por término da prorrogação do tempo de serviço.
2. Hipótese em que o militar foi licenciado por incapacidade definitiva e
antes do término da prorrogação, motivo pelo qual o benefício não lhe é
devido. 3. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 803.595/RN, Rel.
Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ 05/11/2007).” (g.n.)

b. Por conseguinte, reconhece-se que o entendimento a imperar, reside na impossibilidade


de pagamento da compensação pecuniária em situações como a da questão em análise.

5. Diante das considerações expedidas, ratifica-se o entendimento dessa Inspetoria,


exarado no ofício de referência, de modo que sejam efetuados os pagamentos da indenização e adicional
de férias referentes ao período acima considerado. O mesmo não ocorre, todavia, quanto à compensação
pecuniária, tendo em vista que o ex soldado em questão não fez jus a este benefício.

6. Nesses termos, remeto-vos o presente expediente para conhecimento e providências


julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 06 de outubro de 2011.


Of nº 179- Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr. Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: Compensação pecuniária em caso de


desincorporação

Ref: Of nº 657 – S1, de 22 de setembro de 2011

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária em caso de


desincorporação.

2. Por meio do ofício da referência, essa Setorial Contábil traz questionamento a respeito
da possibilidade de pagamento da aludida verba compensatória a militar temporário desincorporado, em
razão de ter sido julgado “Incapaz B1” (incapaz temporariamente para o serviço militar, por doença ou
lesão ou defeito físico recuperável em curto prazo, que para efeito do Serviço Militar será de um ano).

3. Compulsando os documentos carreados, infere-se que o OD apresenta parecer


desfavorável ao citado pagamento, ao passo que essa ICFEx advoga que “... a exclusão do militar do
serviço ativo das Forças Armadas não deveria ter sido realizada por anulação de incorporação nem por
desincorporação, pois, por exclusão, o ato administrativo mais apropriado ao caso em pauta seria o
licenciamento, sendo dessa forma, de parecer favorável ao pagamento da compensação pecuniária ao
ex-militar [...], e, portanto contrária ao parecer apresentado pelo OD/1º BECsnt.” (destaques no
original)

4. Antes de se adentrar no mérito, impende afiançar que esta Secretaria, na competência


que lhe é conferida, pode somente tratar das questões remuneratórias que permeiam o caso trazido a lume,
não cabendo-lhe alcançar a minúcia que envolve o modo como se deu a exclusão do militar do serviço
ativo.

5. Destarte, passando-se ao que lhe é realmente afeto, esta Secretaria, tal qual já se
pronunciou outrora, perdura sustentando que não há meios de se perfazer o pagamento da compensação
pecuniária, em caso de desincorporação, por ausência de amparo legal para tanto, como é de se extrair do
contido no Ofício nº 091 – Asse Jur – 10 (A1/SEF), de 05 de maio de 2010, a seguir colacionado:

“6. Passando-se à análise do caso em concreto, fundamentalmente, há de se notar que


a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, instituidora da compensação pecuniária,
teve claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviços prestados,
(Continuação do Ofício 179 - Asse Jur – 11 (A/1-SEF), de 06 de outubro de 2011 – página 2)

limitando a sua concessão à exclusão do serviço ativo por meio do licenciamento ex-
officio, como se depreende do transcrito a seguir:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração
correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da
referida compensação. (grifo nosso)

7. Corroborando com esse pensamento, colaciona-se julgado exarado pelo Egrégio


Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR


INCAPACIDADE DEFINITIVA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 1º da lei 7.963/99, o benefício da
compensação pecuniária é devido ao militar apenas na hipótese de
licenciamento ex officio por término da prorrogação do tempo de serviço.
2. Hipótese em que o militar foi licenciado por incapacidade definitiva e
antes do término da prorrogação, motivo pelo qual o benefício não lhe é
devido. 3. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 803.595/RN, Rel.
Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ 05/11/2007).” (g.n.)

8. Por conseguinte, reconhece-se que o entendimento a imperar, hodiernamente, reside


na impossibilidade de pagamento da compensação pecuniária em situações como essa
suportada pelo ex-Sd ....”

6. Por conseguinte, levando-se em consideração o princípio da legalidade, insculpido no


artigo 37, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil1, o qual dita que, se ao particular é
dado fazer tudo quanto não estiver proibido, ao administrador somente é franqueado o que estiver
permitido por lei, já que a atuação administrativa encontra-se subordinada de forma indelével à vontade
legal, esta Secretaria assevera que, por inexistência de amparo legal, o pleito não possui meios de
prosperar.

7. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das


providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”

1
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 24 de outubro de 2011.


Of nº 188 - Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Comandante da 2ª Região Militar

Assunto: Compensação pecuniária a militar temporário


(MFDV)

Anexo: Ofício nº 075 – Asse Jur – 11(A1/SEF), de 19


de maio de 2011.

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária a militares


temporários médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários – MFDV.

2. Compulsando os documentos trazidos a lume, infere-se que esse órgão consulente


questiona acerca da “... possibilidade de recebimento de compensação pecuniária dos MFDV, licenciados
após 01 (um) ano de efetivo serviço, em que pese o artigo 1º, da Lei nº 7.963/89, uma vez que chegou ao
conhecimento deste Comando que existem Unidades que vêm realizando o pagamento do referido
efetivo, com base no Parecer nº 002/SEF, de 06 de janeiro de 2006”. Outrossim, argui, ainda, “se
permanece o mesmo entendimento quanto ao seguimento feminino do MFDV, uma vez que não é
previsto serviço militar obrigatório para mulher.”

3.Pois bem, nesta oportunidade, cumpre esclarecer que, a partir das alterações promovidas
na Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar – LSM) e na Lei nº 5.292, de 08 de
junho de 1967 (que dispõe sobre a prestação do serviço militar pelos MFDV), em razão da Lei nº 12.336,
de 26 de outubro de 20101, o entendimento atualmente adotado por esta Secretaria, resume-se nos termos
seguintes (a teor do exarado no Ofício nº 075 – Asse Jur – 11 A1/SEF, de 19 de maio de 2011):
1
Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (alterada pela Lei nº 12.336, de 2010):

“Art 16. Serão convocados anualmente, para prestar o Serviço Militar inicial nas Fôrças Armadas, os brasileiros
pertencentes a uma única classe.”

“Art 17. A classe convocada será constituída dos brasileiros que completarem 19 (dezenove) anos de idade entre 1º de janeiro
e 31 de dezembro do ano em que deverão ser incorporados em Organização Militar da Ativa ou matriculados em Órgãos de
Formação de Reserva.

§ 1o Os brasileiros das classes anteriores ainda em débito com o serviço militar, bem como os médicos, farmacêuticos,
dentistas e veterinários possuidores de Certificado de Dispensa de Incorporação, sujeitam-se às mesmas obrigações impostas
aos da classe convocada, sem prejuízo das sanções que lhes forem aplicáveis na forma desta Lei e de seu regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 29 Poderão ter a incorporação adiada:


(Continuação do Ofício 188 Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 24 de outubro de 2011– página 2)

a. Em verdade, à luz da nova legislação, o pagamento da compensação pecuniária, aos


militares temporários médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários, passou a envolver uma gama de
novos pressupostos a saber:

(1). Os MFDV do segmento feminino, continuam fazendo jus à compensação pecuniária


por todo o período trabalhado, eis que, em tempo de paz, prestam serviço militar voluntário;

(2). Quanto ao segmento masculino, abrem-se as seguintes possibilidades:

(2.1) Os MFDV que já prestaram serviço militar obrigatório, fazem jus à compensação
pecuniária por todo o período em que serviram como profissionais destas áreas, haja vista que já se
encontram em dia com o dever cívico de servir à Pátria;

(2.2) Os MFDV que adiaram a incorporação e que, diante da conclusão do curso superior,
apresentam-se para o cumprimento do serviço militar obrigatório, não fazem jus à compensação
pecuniária pelo primeiro ano, vez que ainda pendente o cumprimento do dever de servir à Pátria;

(2.3) Os MFDV que receberam o CDI e que tiveram o ato de dispensa ratificado, fazem
jus à compensação pecuniária pelo primeiro ano de serviço, já que a dispensa foi confirmada, não
havendo que se falar em qualquer pendência quanto ao serviço militar obrigatório; e

e) os que estiverem matriculados ou que se candidatarem à matrícula em institutos de ensino (IEs) destinados à formação,
residência médica ou pós-graduação de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários até o término ou a interrupção do
curso.”

“Art. 30 São dispensados de incorporação os brasileiros da classe convocada;

§ 6o Aqueles que tiverem sido dispensados da incorporação e concluírem os cursos em IEs destinados à formação de
médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários poderão ser convocados para a prestação do serviço militar. (Incluído pela
Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 40-A. O Certificado de Isenção e o Certificado de Dispensa de Incorporação dos brasileiros concluintes dos cursos de
Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária terão validade até a diplomação e deverão ser revalidados pela região
militar competente para ratificar a dispensa ou recolhidos, no caso de incorporação, a depender da necessidade das Forças
Armadas. (Incluído pela Lei nº 12.336, de 2010)”

“Art. 75. Constituem prova de estar o brasileiro em dia com as suas obrigações militares:

d) o Certificado de Dispensa de Incorporação

§ 3o Para os concluintes de curso de ensino superior de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária, o Certificado de
Dispensa de Incorporação de que trata a alínea ‘d’ do caput deste artigo deverá ser revalidado pela região militar
respectiva, ratificando a dispensa, ou recolhido, no caso de incorporação, a depender da necessidade das Forças Armadas,
nos termos da legislação em vigor.”

Lei nº5.292, de 08 de junho de 1967 (alterada pela Lei nº 12.336, de 2010):

“Art. 4o Os concluintes dos cursos nos IEs destinados à formação de médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários que não
tenham prestado o serviço militar inicial obrigatório no momento da convocação de sua classe, por adiamento ou dispensa de
incorporação, deverão prestar o serviço militar no ano seguinte ao da conclusão do respectivo curso ou após a realização de
programa de residência médica ou pós-graduação, na forma estabelecida pelo caput e pela alínea ‘a’ do parágrafo único do
art. 3o, obedecidas as demais condições fixadas nesta Lei e em sua regulamentação. (Redação dada pela Lei 12.336, de
2010)”

(destaques acrescidos)
(Continuação do Ofício 188 Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 24 de outubro de 2011– página 3)
(2.4) Os MFDV que receberam o CDI e que tiveram o ato de dispensa retificado,
mediante recolhimento do aludido certificado, não fazem jus à compensação pecuniária pelo primeiro
ano trabalhado, porquanto se encontram em serviço militar obrigatório.

b. Assim, observa-se que poderão ocorrer casos em que a convocação do militar ocorreu
sob a égide da Lei antiga (sem as alterações trazidas pela Lei nº 12.336, de 26 de outubro de 2010) e que
o seu licenciamento se deu pela Lei nova (com as alterações trazidas pela Lei nº 12.336, de 26 de outubro
de 2010) gerando discussões sobre qual legislação deverá incidir para fins de pagamento de compensação
pecuniária.

c. De fato, pelos ditames da norma inaugurada, é imprescindível saber se o Certificado de


Dispensa de Incorporação - CDI, por ocasião da conclusão do curso de Medicina, Farmácia, Odontologia
ou Veterinária, foi revalidado ou recolhido, falando-se, pois, em ratificação ou retificação do ato de
dispensa para fins de incorporação, o que, em diversos casos, não terá ocorrido à época de ingresso às
fileiras da Força Terrestre, porque tal exigência, antes das alterações anunciadas pela nova Lei do Serviço
Militar, ainda não existia.

d. Assim, em homenagem ao princípio da razoabilidade que, basicamente, impõe ao


administrador eleger a solução mais razoável para o problema jurídico concreto, a decisão que se impõe é
a de que, dentro dos standards de aceitabilidade, os militares médicos, farmacêuticos, dentistas e
veterinários:

(1) convocados antes das alterações promovidas na Lei do Serviço Militar, se portadores
do Certificado de Dispensa de Incorporação e se preenchidos os demais requisitos, como o caráter ex
officio do licenciamento, fazem jus à compensação pecuniária por todos os anos trabalhados, inclusive o
primeiro; e
(2) convocados após as alterações, desde que já implementadas pelas Regiões Militares
as exigências quanto à ratificação da dispensa ou ao recolhimento do CDI, submetem-se aos novos
parâmetros legais, discorridos no presente expediente, sendo pertinente ocasional consulta ao Ofício nº
075 – Asse Jur – 11(A1/SEF), de 19 de maio de 2011 (anexo).

4. Nestes termos, remeto a V Exa o presente expediente para conhecimento e providências


julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília – DF, 21 de dezembro de 2011.


Of nº 230 - Asse Jur – 11 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 3ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército.

Assunto: Compensação Pecuniária.

Ref: Ofício nº 089-S1, de 07 de dezembro de 2011.

1. Versa o presente expediente sobre Consulta formulada por essa Setorial Contábil, decorrente de
expediente encaminhado pelo Ordenador de Despesas do 1º Regimento de Carros de Combate (1º RCC),
envolvendo militares temporários reintegrados por força de medida liminar.

2. Como conseqüência dessa reintegração, observa-se a obrigatoriedade de devolução dos valores


recebidos a título de Compensação Pecuniária, conforme preconiza a Legislação1 vigente, cujo fragmento
a seguir se transcreve:

10. O militar enquadrado no item nº 1 desta Portaria que retornar ao serviço ativo, por força de
medida liminar, caso já tenha recebido a Compensação Pecuniária de que trata a Lei nº 7.693. de
21 de dezembro de 1989, terá que restituir, integralmente, o pecúlio que foi pago no ato de sua
apresentação. Caso não o faça, terá descontado de sua remuneração mensal, dentro dos limites
estabelecidos na Lei nº 5.787, de 27 de junho de 1972 – LEI DE REMUNERAÇÃO DOS
MILITARES – os valores correspondentes, até que se complete o ressarcimento integral. (grifei)

3. Deve-se atentar, ainda, que a restituição deverá ser integral e no ato da apresentação do militar,
somente sendo compulsoriamente descontado da remuneração mensal no caso de a primeira hipótese não
se concretizar, aplicando-se, então, o estipulado pela MP 2.015/20012.
1
Portaria nº 10, de 23 de agosto de 1990: compensação pecuniária, a título de benefício, ao militar temporário, por ocasião de
seu licenciamento.

2
Art. 14. Descontos são os abatimentos que podem sofrer a remuneração ou os proventos do militar para cumprimento de
obrigações assumidas ou impostas em virtude de disposição de lei ou de regulamento.

§ 1o Os descontos podem ser obrigatórios ou autorizados.

§ 2o Os descontos obrigatórios têm prioridade sobre os autorizados.

§ 3o Na aplicação dos descontos, o militar não pode receber quantia inferior a trinta por cento da sua remuneração ou
proventos. (grifei)
(Continuação do Ofício nº 230 – Asse Jur–11 (A/1-SEF), de 21 de dezembro de 2011– página 2)

4. Finalmente, em que pese a Consulente considerar que a UG deva aguardar o julgamento da


Liminar impetrada pelo militar, para só então tomar as medidas para o ressarcimento ao erário, vale
destacar que tal procedimento não será permitido ao administrador castrense, posto que, como bem
assinala Carvalho Filho, se a situação de fato já está delineada na norma legal3, o que está a ocorrer4,
não restará alternativa que não a do seu cumprimento.

5. Isso posto, encaminho o presente expediente a essa Setorial Contábil, para conhecimento e
providências julgadas pertinentes.

________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“ACADEMIA MILITAR: DOIS SÉCULOS FORMANDO OFICIAIS PARA O EXÉRCITO”

3
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 22. ed. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2009, p. 108.
4
Portaria 010-SEF, de 23 de agosto de 1990: compensação pecuniária, a título de benefício, ao militar temporário, por ocasião
de seu licenciamento.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 5 de janeiro de 2010.

Of nº 006 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)


Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 2ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 038 – S/1, de 15 dez 09

1. Versa o presente sobre consulta encaminhada pela 11ª Brigada de Infantaria Leve a essa
Setorial Contábil com a finalidade de elucidar controvérsia relativa ao pagamento de compensação
pecuniária a militares temporárias aprovadas em concurso da Escola de Saúde.

2. Das informações constantes nos documentos remetidos a esta Secretaria, serão


destacadas as necessárias para a elucidação da dúvida posta, a saber:

a. A 1º Ten Giselle Rocha de Abreu Pizzolato, incorporada em 24 fev 04, permaneceu nas
fileiras da Força Terrestre até 2009 e não requereu a prorrogação anual do tempo de serviço, em razão de
sua aprovação no concurso referido, razão pela qual presume-se que concluiu sua última prorrogação de
tempo de serviço como militar temporária ainda em fevereiro de 2009;

b. A 1º Ten Andréia Nara Christo Fructuoso da Costa, incorporada em 26 fev 1999, foi
licenciada em 27 fev 01 por término de prorrogação de tempo de serviço; em 28 fev 01, foi incorporada
novamente às fileiras da Força Terrestre, nas quais permaneceu até 2004, quando foi licenciada,
novamente, por término de prorrogação de tempo de serviço. Afirma-se que, em 2004, a militar não
requereu a prorrogação do tempo de serviço em razão de sua aprovação na Escola de Saúde.

c. Antes de cinco anos após o licenciamento, ambas as militares pleitearam o pagamento da


compensação orgânica relativa aos períodos de serviço temporário.

3. Não foram localizadas informações relativas à incorporação das militares na Escola de


Saúde, porém, considerando que as sucessivas prorrogações do tempo de serviço temporário ocorrem pelo
prazo legal de um ano, presume-se que, se a incorporação / matrícula ocorreu depois do decurso de um
(Continuação do Ofício 006 -Asse Jur–10 (A/1-SEF), de 5 de janeiro de 2010 – página 2)

ano após a última prorrogação e se as militares, então temporárias, não postularam a prorrogação, ambos
os licenciamentos se deram por término de tempo de serviço (ex ofício) e devem ter ocorrido exatamente
um ano após a data da última incorporação (ainda que outra data conste das alterações). Verificando-se tal
hipótese, é devido o pagamento da compensação pecuniária, conforme o número de anos de serviço
temporário.

4. Vale ressaltar que, por ser o serviço temporário marcado pela voluntariedade do
profissional, é indiferente, para efeito de percepção da verba ora discutida, se as militares temporárias não
prorrogaram o tempo de serviço pelo número máximo de anos permitido legalmente, devendo-se
considerar que cada ano de serviço concluído constitui requisito para o pagamento da compensação
pecuniária equivalente.

5. Salienta-se a peculiaridade do caso específico, que envolve militares do segmento


feminino que prestaram serviço temporário voluntário, em especial:

a. O art 15 do Regulamento para o Corpo de Oficiais da Reserva do Exército-RCORE, no


que tange à situação jurídico-militar no ato da incorporação, prescreve que os médicos, farmacêuticos,
dentistas e veterinários – MFDV poderão ingressar na Força na para a realização do Estágio de Adaptação
e Serviço, sendo convocados, em caráter obrigatório, para prestar o Serviço Militar Inicial, ou como
voluntários, caso já tenham cumprido com suas obrigações para com o serviço militar. Pode-se observar,
portanto, que no ato da incorporação para a realização do Estágio de Adaptação e Serviço – EAS, os
aspirantes ao oficialato podem ostentar duas situações para com o serviço militar.

Art. 15. O EAS será realizado pelos médicos, farmacêuticos, dentistas e


veterinários - MFDV convocados, em caráter obrigatório, para prestar o
Serviço Militar Inicial, e se destina a:
(...)
§ 2º Em caráter voluntário, poderão ser convocados para o EAS os MFDV
que já tenham prestado o Serviço Militar Inicial.
§ 3º É permitida, em caráter voluntário, a convocação para o EAS de
mulheres diplomadas pelos institutos de ensino destinados à formação de
MFDV.
§ 4º O EAS terá duração de doze meses, em duas fases:
I - a primeira, destinada à instrução técnico-militar, com duração de
quarenta e cinco dias e realizada, obrigatoriamente, em OFOR ou unidade
de tropa; e
II - a segunda, destinada à aplicação de conhecimentos técnico-profissionais
e realizada nas OM para as quais os estagiários tenham sido convocados.

b. É necessário ponderar acerca da prestação do Serviço Militar inicial. A dispensa de


incorporação, assim como a efetiva prestação, gera a quitação das obrigações para com o serviço militar,
nos exatos termos dos art 36 c/c art 75, da LSM.

c. Para o cômputo do período a ser considerado para fins de pagamento da compensação


pecuniária deve-se analisar caso a caso. Como se observa, podem ocorrer duas situações distintas: a
incorporação como convocados, para o cumprimento das obrigações militares, e como voluntários, de
cidadãos que efetivamente já prestaram serviço militar, bem como daqueles dispensados do serviço
militar inicial.
(Continuação do Ofício 006 -Asse Jur–10 (A/1-SEF), de 5 de janeiro de 2010 – página 3)

d. Em situação especialíssima enquadra-se o segmento feminino da Força. Não estando as


mulheres obrigadas ao serviço militar obrigatório em tempo de paz, como reza o art 2º da Lei do Serviço
Militar1 e também o § 2º do artigo 1º da Lei nº 5.292, de 8 de junho de 1967 2, a qual dispõe sobre a
prestação do serviço militar pelos Médicos, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários (MFDV), o lapso
temporal de realização dos estágios não poderá ser considerado como serviço militar obrigatório ou,
melhor dizendo, inicial, devendo, portanto, integrar a base de cálculo da compensação pecuniária.

6. Destaca-se, finalmente, que as carreiras do oficial temporário e do oficial permanente


são absolutamente distintas, razão pela qual não se deve considerar que não houve interrupção do serviço
na transição de um regime para outro. Efetivamente, houve o licenciamento das militares, encerrando-se o
vínculo temporário com a Força Terrestre. Na seqüência, um novo e distinto vínculo foi iniciado com as
respectivas matrículas das militares na Escola de Saúde, iniciando-se uma outra carreira, inclusive por
outra forma de acesso. Não se trata, portanto, de simples migração entre carreiras ou movimentação entre
organizações militares, o que, aliás, é vedado para militares temporários pelo Regulamento respectivo3.

7. Em resumo: se a última prorrogação do tempo de serviço militar temporário foi


cumprida integralmente e se o término desse último período ocorreu antes do ingresso efetivo das
militares no outro regime, ambos os licenciamentos devem ter ocorrido por término de tempo de serviço,
o que autoriza o pagamento da compensação pecuniária correspondente.

8. Nesses termos, remeto-vos o presente expediente para a adoção das providências


julgadas pertinentes.

____________________________________
Gen Div MARCIO ROSENDO DE MELO
Subsecretário de Economia e Finanças
1

Art 2º Todos os brasileiros são obrigados ao Serviço Militar, na forma da presente Lei e sua regulamentação.
§ 1º A obrigatoriedade do Serviço Militar dos brasileiros naturalizados ou por opção será definida na regulamentação da
presente Lei.
§ 2º As mulheres ficam isentas do Serviço Militar em tempo de paz e, de acordo com suas aptidões, sujeitas aos
encargos do interesse da mobilização.
2
Art 1º Em tempo de paz, o Serviço Militar prestado nas Forças Armadas - Exército, Marinha e Aeronáutica - pelos
brasileiros, regularmente matriculados nos Institutos de Ensino, oficiais ou reconhecidos, destinados à formação de Médicos,
Farmacêuticos, Dentistas ou Veterinários (IEMFDV), ou diplomados pelos referidos Institutos, obedecerá às prescrições da
presente Lei e sua regulamentação. Na mobilização, compreenderá todos os encargos de defesa nacional determinados por
legislação especial.
§ 1º Os brasileiros que venham a ser diplomados por Institutos de Ensino (IE) congêneres, de país estrangeiro, ficarão sujeitos
ao disposto neste artigo, desde que os diplomas sejam reconhecidos pelo Govêrno brasileiro.
§ 2º As mulheres diplomadas pelos IE citados ficam isentas do Serviço Militar em tempo de paz e de acôrdo com as suas
aptidões e especialidades, sujeitas aos encargos do interêsse da mobilização.
3
O R-68 (RCORE), aprovado pelo Decreto nº 4.502, de 9 de dezembro de 2002, que assim dispõe:
Art. 48. Não haverá movimentação de oficiais temporários.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 25 de janeiro de 2010.


Of nº 018 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do


Sul

Assunto: indenização de transporte

Anexo: Parecer nº 004/AJ/SEF, de 25 jan 10

1. Versa o presente expediente sobre indenização de transporte requerido por sargento de


carreira não estabilizado que deixou de requerer reengajamento.

2. Encaminho a Vossa Excelência o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em


epígrafe, nos termos do Parecer anexo, para conhecimento e adoção de providências julgadas cabíveis.

_____________________________________
Gen Div MARCIO ROSENDO DE MELO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO – 200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

PARECER Nº 004/AJ/SEF Brasília, 25 de janeiro de 2010.

1. EMENTA – sargento de carreira não estabilizado; requerimento expresso quanto à


prorrogação do tempo de serviço; ausência; licenciamento ex-officio; indenização de transporte.

2. OBJETO – esclarecer se o sargento de carreira não estabilizado, que deixa de,


expressamente, requerer a prorrogação de seu tempo de serviço, é licenciado a pedido ou ex-officio e,
bem assim, se faz jus ou não à indenização de transporte e bagagem.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição Federal, de 05 Out 1988;


b. Lei 6.880, de 09 Dez 1980 – Dispõe sobre o Estatuto dos Militares;
c. Lei 7.963, de 21 Dez 1989 – Concede compensação pecuniária, a título de benefício,
ao militar temporário das Forças Armadas, por ocasião, de seu licenciamento;
d. Medida Provisória 2.215-10, de 31 ago 01 – Reestrutura a Remuneração dos Militares
das Forças Armadas;
e. Decreto 57.654, de 20 Jan 1966 – Aprova o Regulamento da Lei do Serviço Militar
(RLSM)
f. Decreto 4.307, de 18 jul 02 – Regulamenta a MP 2.215-10, de 2001.
g. Portaria 047-DGP, de 28 mar 05 – Aprova as Normas Reguladoras das Prorrogações
de Tempo de Serviço dos Sargentos de Carreira ainda não estabilizados;

4. RELATÓRIO

a. Trata-se de questão originária do Comando Militar do Sul (CMS), atinente ao 3ª Sgt Inf
NARDAY DA SILVA LIMA.

b. Em 02 out 09, o Boletim Interno nº 182, do 3º Batalhão de Polícia do Exército (3º BPE)
publicou que por ter o aludido graduado “deixado de apresentar na 1ª Seção do Batalhão, dentro do
prazo previsto, o requerimento de solicitação de prorrogação de tempo de serviço, e de acordo com o
que prescreve o Art. 7º da Port Nr 047-DGP, de 28 mar 05”, considerou-se que o mesmo não teria
“interesse em obter a prorrogação do tempo de serviço, conforme prescreve o Art. 8º da referida
Portaria. Em conseqüência, o S1, Cmt 1ª Cia PE e os demais interessados, tomem conhecimento e as
providências necessárias para o licenciamento do referido militar”.

c. A Parte de Opção do militar em tela foi apresentada conforme fez público o Boletim
Interno nº 203, do 3º BPE, de 04 nov 09. Como conseqüência, a Fiscalização Administrativa do 3º BPE
remeteu Ofício ao Chefe do Estado-Maior do CMS visando ao planejamento do crédito necessário à
indenização de transporte a que faria jus o interessado, tendo em vista o licenciamento ex-officio ocorrido.
(Continuação do Parecer 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010 – página 2 )

d. Em 12 jan 10, o Chefe da Divisão Administrativa do CMS dirigiu consulta à Assessoria


Jurídica do CMS, questionando o direito do aludido militar em receber a indenização de transporte
requerida, uma vez que, no entender daquela autoridade, o fato de não ter havido requerimento expresso
para prorrogação do tempo de serviço por parte do interessado, indicando o não interesse em tal
prorrogação, caracterizaria o licenciamento decorrente como a pedido e não como ex-officio. Dessa
forma, não haveria direito à mencionada indenização.

e. Por fim, o CH EM do CMS, por intermédio da Assessoria Jurídica, remeteu a dúvida a


esta Secretaria de Economia e Finanças, a fim de dirimi-la.

5. APRECIAÇÃO

a. O cerne da questão reside na classificação do licenciamento do 3º Sgt NARDAY DA


SILVA LIMA, ou como ex-officio, ou como a pedido, para que se possa apontar a existência ou não,
respectivamente, do direito à indenização de transporte.

b. Com efeito, o art. 29 do Decreto 4.307, de 2002, dispõe que fará jus à aludida verba o
militar licenciado ex-officio por término de tempo de serviço ou por conveniência do serviço. Vale dizer,
não são previstas outras hipóteses para o pagamento de tal direito.
Art. 29. O militar da ativa licenciado ex officio por
conclusão do tempo de serviço ou de estágio e por
conveniência do serviço, previsto nas alíneas "a" e "b" do §
3o do art. 121 da Lei no 6.880, de 1980, terá direito ao transporte
para si e seus dependentes, até a localidade, dentro do
território nacional, onde tinha sua residência ao ser
convocado, ou para outra localidade cujo valor do transporte
pessoal e de bagagem seja menor ou equivalente.

c. Diante disso, surge como fundamental a análise dos aspectos jurídicos atinentes ao
licenciamento. Valemo-nos, para tanto, da disciplina encartada no Estatuto dos Militares, especificamente
em seus artigos 121 e seguintes.

d. De regra, observa-se que o licenciamento pode ser operado a pedido ou ex-officio.


Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I - a pedido; e
II - ex officio .

e. Paralelamente, é necessário recordar que conforme as Normas Reguladoras das


Prorrogações de Tempo de Serviço dos Sargentos de Carreira ainda não Estabilizados, o militar de tal
graduação, egresso de curso de formação, deve, anualmente, solicitar, mediante requerimento, sua
prorrogação de tempo de serviço.
Art. 3° O aluno de Curso de Formação de Sargentos de
carreira que o conclua com aproveitamento e for promovido a
3° sargento ou o candidato promovido à graduação de 3°
sargento músico por motivo de aprovação em concurso para
sargento músico terá o seu tempo de serviço prorrogado,
automaticamente, por 1(um) ano a contar da data de
promoção a 3° Sargento.
(Continuação do Parecer 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010 – página 3 )

Art. 4° O reengajamento ocorrerá nas seguintes condições:


I - Após o término da prorrogação de tempo de serviço
concedida de acordo com o Art 3° destas Normas, desde que
o interessado requeira, poderão ser concedidos
reengajamentos por períodos sucessivos de 1(um) ano,
contados a partir do término de cada prorrogação, desde que
atendidos os requisitos gerais constantes do Art 2° destas
Normas, até atingir 9 (nove) anos e 10 (dez) meses de
efetivo serviço, considerados todos os períodos computáveis;

f. Vale dizer, então, que o militar egresso de curso de formação de sargentos, ao requerer
seu engajamento e, daí por diante, seus reengajamentos, obriga-se com a Administração Militar a
permanecer na ativa durante sucessivos prazos de um ano.

g. Entretanto, durante esse período ao qual se obrigou, o militar pode pedir seu
licenciamento, desde que tenha cumprido, no mínimo, a metade do tempo acertado. É o que dispõe a
alínea b do §1º do art. 121 do Estatuto dos Militares:
Art. 121. (...).
§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde
que não haja prejuízo para o serviço:
a) ao oficial da reserva convocado, após prestação do serviço
ativo durante 6 (seis) meses; e
b) à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no
mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.

h. O licenciamento a pedido, pois, tem como pressuposto uma atuação inequívoca do


interessado, que, mediante solicitação expressa, manifesta seu desejo de ver-se excluído do serviço ativo,
desde que conte com um tempo mínimo de serviço. Igual disposição consta do art. 150 do RLSM:
Art. 150. Às praças engajadas ou reengajadas com mais de
metade do tempo de serviço, a que se tiverem obrigado, será
facultado o licenciamento, desde que o requeiram e não haja
prejuízo para o Serviço Militar.

i. Já o licenciamento ex-officio admite quatro modalidades:


Art. 121 (...).
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da
legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos
específicos de cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.
(...)
Art. 122. O Guarda-Marinha, o Aspirante-a-Oficial e as
demais praças empossados em cargos ou emprego público
permanente, estranho à sua carreira, serão imediatamente,
mediante licenciamento ex officio, transferidos para a
reserva não remunerada, com as obrigações estabelecidas na
legislação do serviço militar.
(Continuação do Parecer 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010 – página 4 )

i. Significa dizer, portanto, que se a permanência do militar não for mais conveniente para
o serviço, deverá ser licenciado ex-officio. Se cometer reiterados atos de indisciplina, se passar a exercer
cargo ou emprego público estranho à sua carreira e se concluir o tempo de serviço a que se obrigou
deverá, da mesma forma, ser licenciado nessa mesma modalidade.

j. Sendo assim, se o sargento de carreira não estabilizado cumprir o tempo de engajamento


ou reengajamento a que se obrigou e não requerer nova prorrogação, deverá ser licenciado ex-officio, por
conclusão de tempo de serviço (ex vi da alínea a do §3º do art. 121 do Estatuto dos Militares).

l. É bem verdade que o art. 8º das Normas Reguladoras das Prorrogações de Tempo de
Serviço dos Sargentos de Carreira ainda não Estabilizados dispõe que o sargento que deixa de apresentar
requerimento de prorrogação deve ser considerado como não interessado.
Art. 8° No caso do militar não apresentar o requerimento até
esgotar-se o prazo previsto no Art. 7° anterior será
considerado que o mesmo não tem interesse em obter
prorrogação de tempo de serviço devendo seu Cmt, Ch ou
Dir mandar publicar imediatamente tal fato em Boletim
Interno da OM (BI) e tomar as providências necessárias para
o seu licenciamento até o término da prorrogação em curso.

m. No entanto, o dispositivo em comento não estipula, em momento algum, que o militar,


nesse caso, deve ser licenciado a pedido. E nem poderia, pois, como visto, o licenciamento a pedido
pressupõe a protocolização de requerimento expresso nesse sentido durante o prazo a que o militar se
obrigou.

n. Em outro dizer, a falta de solicitação quanto à prorrogação do tempo de serviço não


pode ser confundida com a intenção expressa de desligar-se do serviço durante o prazo inicialmente
acertado. Ou seja, a ausência de requerimento de prorrogação não tem o mesmo efeito do licenciamento a
pedido, simplesmente porque não há, nas normas pertinentes, qualquer disposição nesse sentido.

o. É importante lembrar que idêntico raciocínio vem sendo empregado no que tange à
compensação pecuniária eventualmente devida a sargentos de carreira não estabilizados: a ausência de
requerimento de reengajamento ao final do período acertado não faz pressupor que o licenciamento seja a
pedido, mas sim, ex-officio, levando, dessa maneira, ao pagamento daquele benefício (vide Parecer nº
049/AJ/SEF, de 16 set 05, que inclui jurisprudência a respeito)1.

p. Tal assunto, diga-se de passagem, foi posto em discussão quando da 1ª Reunião de


Trabalho – Assessoramento Jurídico, ocorrida nos dias 23 e 24 Set 2004, no âmbito dos Órgãos de
Direção Setorial. Acerca da compensação pecuniária, o entendimento vitorioso foi traduzido nos termos
abaixo:
“o benefício não é devido nos casos de licenciamento a bem da
disciplina, condenação criminal transitada em julgado,
licenciamento por término do serviço militar obrigatório e
licenciamento a pedido (art. 150 da RLSM); é devida nos
demais casos, inclusive quando o militar não tiver requerido a
prorrogação de tempo de serviço, mesmo sendo ele oriundo de
escola de formação de sargentos e não seja estabilizado.”

1
Lei 7.963, de 1989:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de
cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.
(Continuação do Parecer 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010 – página 5 )

q. Ora, se em se tratando de compensação pecuniária a ausência de requerimento ao final


do período a que se obrigou o militar não é suficiente para descaracterizar seu licenciamento como ex-
officio, o mesmo deve valer no que tange ao pagamento da indenização de transporte.

r. Dessa forma, impõe-se a observância da alínea a do §3º do art. 121 do Estatuto dos
Militares: se o militar obrigou-se a permanecer junto a esta Força Armada pelo prazo de um ano e, ao
final desse período, não houver renovação (seja por desinteresse do próprio militar em fazê-lo, seja por
desinteresse do Exército), deverá o mesmo ser licenciado ex-officio por término de tempo de serviço.

s. Tratando-se, assim, de licenciamento ex-officio, impõe-se o pagamento da indenização


de transporte por ocasião do desligamento do militar, nos termos do art. 29 do Decreto 4.307, de 2002,
acima transcrito.

t. É importante ressaltar que o Parecer nº 323/CONJUR-MD/2009, de 18 de agosto de


2009, considerou tal deslocamento como de interesse público, conforme disposto no Of nº 392-Asse Jur-
09 (A1/SEF), de 10 nov 09 (Circular), evidenciando-se, também por esse prisma, a necessidade de
pagamento.

5. CONCLUSÃO -

Isso posto, é de se afirmar que:

a. O militar não estabilizado (inclusive os sargentos de carreira nessa situação) que


cumprir o período a que se obrigou deverá ser licenciado ex-officio por término de tempo de serviço, nos
termos da alínea a do §3º do art. 121 do Estatuto dos Militares).

b. A ausência de requerimento de reengajamento não tem o condão de descaracterizar tal


modalidade, eis que se trata de exigência não prevista em lei.

c. Sendo ex officio, por término de tempo de serviço, o licenciamento levará ao pagamento


(além da compensação pecuniária) da indenização de transporte, devendo-se considerar para cálculo o
local onde o militar residia ao ser convocado (ou outro por ele indicado, se mais barato), nos termos do
art. 29 do Decreto nº 4.307, de 2002.

É o Parecer.
S.M.J.

________________________________________________
GUSTAVO CASTRO ARAUJO – 1º Ten QCO - Direito
Adjunto da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

__________________________________________________________
OCTAVIO AUGUSTO GUEDES DE FREITAS COSTA– Cel R/1
Rsp p/ Chefe da Assessoria Jurídica /SEF
(Continuação do Parecer 004/AJ/SEF, de 25 de janeiro de 2010 – página 6 )

7. DECISÃO –

________________________________________________
Gen Div MARCIO ROSENDO DE MELO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO – 200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 23 de março de 2010.


Of nº 053 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 5ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 025 SATT, de 10 de março de 2010

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Por meio do documento constante da referência, essa Setorial Contábil encaminhou


consulta a esta Secretaria, acerca da possibilidade de pagamento desta verba remuneratória a sargento de
carreira não estabilizado que teve indeferido seu pedido de reengajamento e, em conseqüência, foi
licenciado ex-offício das fileiras do Exército ao término de sua quarta prorrogação de tempo de serviço.

3. A decisão administrativa referente ao licenciamento em comento foi amparada no art


121, Inc II, § 3º, letra b) da Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos Militares, abaixo descrito:

Capítulo II
Da exclusão do Serviço Ativo
SEÇÃO VI
Do Licenciamento
Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I - a pedido; e
II - ex officio .
§ 1º ........
§ 2º .........
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que
trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força
Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina. (grifos nosso)
(Continuação do Ofício 053 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 23 de março de 2010 – página 2)

4. Verifica-se, no caso em apreço, que o licenciamento ex-offício, retro citado, constituiu-


se na exclusão do militar do serviço ativo das Forças Armadas, levando-se em conta, única e
exclusivamente, o interesse maior da Instituição, materializado na modalidade “por conveniência do
serviço” e consumado na data de término do tempo de serviço ao qual o praça se obrigou a cumprir.

5. A Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989 que instituiu a compensação pecuniária teve


claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviço prestados, excluindo expressamente
deste direito, o militar licenciado ex-offício a bem da disciplina e/ou por condenação transitada em
julgado. Destaca-se que o citado benefício não se aplica ao período do serviço militar obrigatório.

6. Há que se observar que o art. 1.º desta Lei, abaixo transcrito, prevê de forma clara que a
compensação pecuniária somente é devida ao militar licenciado ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço, não abarcando, por exemplo, outras hipóteses como a desincorporação ou o
licenciamento em decorrência de nomeação e posse em concurso público.

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.

7. No caso em concreto, o praça requereu o reengajamento para um novo período de 12


(doze) meses a ser efetivado a partir do último dia da prorrogação, então, em vigor. Teve seu pedido
indeferido pela administração militar, fundamentando sua decisão na conveniência do serviço. Em
seguida, o referido militar foi licenciado por interesse da administração pública ao findar a quarta
prorrogação de tempo de serviço, caracterizando-se desta forma, o licenciamento no tipo ex-offício e
consumado após ter concluído o tempo de serviço ao qual se obrigou a cumprir.

8. Desta forma, resta evidente que os requisitos legais exigidos pela legislação que regula a
concessão da compensação pecuniária foram satisfeitos e que o militar, faz jus, à indenização requerida
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, excetuado o
período cumprido como serviço militar obrigatório.

9 Nesses termos, encaminho o presente expediente a essa Setorial, para divulgação e


orientação da unidades gestora consulente.

__________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 27 de abril de 2010.


Of nº 081 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Vice-Diretor do Hospital das Forças Armadas

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 834/SEC/HFA, de 30 de março de 2010

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Por meio do documento constante da referência, essa Unidade Hospitalar encaminhou


consulta a esta Secretaria, acerca da possibilidade de pagamento da verba remuneratória em comento à
Oficial Técnico Temporário (OTT), segmento feminino, que pertenceu ao efetivo deste Hospital e que foi
desincorporada por ter sido julgada incapaz definitivamente para o serviço do Exército e apta para o
exercício de atividades laborais civis.

3. Fundamentalmente, o amparo legal para a execução desse ato administrativo deu-se com
base no art 94, Inc VII da Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos Militares, abaixo descrito:

Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o conseqüente


desligamento da organização a que estiver vinculado o militar decorrem
dos seguintes motivos:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - anulação de incorporação;
VII - desincorporação; (g.n.)
VIII - a bem da disciplina;
IX - deserção;
X - falecimento; e
XI - extravio.

4. A Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989 que instituiu a compensação pecuniária teve


claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviço prestados, limitando a sua
concessão à exclusão do serviço ativo por meio do licenciamento e restringindo-o à modalidade ex-
officio. Não abarcou, por exemplo, outras hipóteses como a desincorporação, a exclusão a bem da
disciplina ou o licenciamento a pedido, conforme se depreende da seguinte transcrição legal:
(Continuação do Ofício - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de de abril de 2010 – página 2)

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação. (g.n.)

5. Corroborando com esse pensamento, apresentam-se recentes julgados apreciados pelo


Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR NOMEAÇÃO E


POSSE EM CONCURSO PÚBLICO. BENEFÍCIO DE COMPENSAÇÃO
PECUNIÁRIA INDEVIDO. 1. Em atendimento ao princípio da legalidade
estrita, o administrador público, na sua atuação, está limitado aos
balizamentos contidos na lei, sendo descabido imprimir interpretação
extensiva ou restritivamente à norma, quando esta assim não permitir.
Precedentes. 2. O art. 1.º da Lei n.º 7.963/89 prevê de forma clara que a
compensação pecuniária somente é devida ao militar licenciado ex officio
por término de prorrogação de tempo de serviço, não abarcando a
hipótese dos autos de licenciamento em decorrência de nomeação e posse
em concurso público. 3. Agravo regimental desprovido.”
(STJ – AGREsp 809259; 5ª Turma; j. 18.09.2008; dec. unânime; DJE
13.10.2008, Rel. Min. Laurita Vaz)-g.n.

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR


INCAPACIDADE DEFINITIVA. BENEFÍCIO DE COMPENSAÇÃO
PECUNIÁRIA INDEVIDO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 1º da Lei 7.963/99, o benefício da
compensação pecuniária é devido ao militar apenas na hipótese de
licenciamento ex officio por término da prorrogação do tempo de serviço.
2. Hipótese em que o militar foi licenciado por incapacidade definitiva e
antes do término da prorrogação, motivo pelo qual o benefício não lhe é
devido. 3. Recurso especial conhecido e improvido.”
(STJ –REsp 803595; 5ª Turma; j. 18.10.2007; dec. unânime; DJ
05.11.2007, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima)- .gn.

6. Destaca-se que no caso em apreço, a militar não foi licenciada, foi desincorporada por
incapacidade física para a atividade militar. Desta forma, esta Secretaria entende que estão ausentes as
condições legais que amparem o pagamento da referida compensação pecuniária à militar requerente.

7. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das


providências julgadas cabíveis

__________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 27 de abril de 2010.


Of nº 082 Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr. Chefe da 10ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 026 – S1, de 6 de abril de 2010.

1. Versa o presente expediente sobre consulta encaminhada pelo Ordenador de Despesas,


do Hospital Geral de Fortaleza, a essa 10ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército com a
finalidade de elucidar controvérsia relativa ao pagamento de compensação pecuniária a militar temporário
aprovado em concurso da Escola de Saúde.
2. Por meio do documento em apreço, essa Setorial Contábil solicitou consulta a esta
Secretaria, no que se refere à possibilidade de pagamento da versada remuneração ao 2º Ten OMT
MAURÍCIO DE OLIVEIRA que, convocado para o Estágio de Adaptação ao Serviço (EAS), em 04 ago
08; obteve a prorrogação do serviço, em 04 ago 09; e dele restou licenciado, em 28 fev 10, por motivo de
aprovação em concurso público, para o Curso de Formação de Oficiais de Saúde (CFO), no qual acabou
por ser matriculado em 1º mar 10.
3. De acordo com o constante no ofício em comento, a solicitação de esclarecimento
possui nascedouro no aparente conflito entre o que dita o artigo 1º, da Lei Nr 7963, de 21 de dezembro de
1989 e o explicitado no Ofício Nr 006 – Asse Jur – 10 (A1/SEF), eis que, no entendimento do OD do
Hospital Geral de Fortaleza, ambos abordam – de modo díspar – sobre o período mínimo necessário ao
cômputo de tempo de serviço para fins de compensação pecuniária. Entretanto, o caso em tela possui
como deslinde questão outra, sobre a qual se passa a versar adiante.
4. Fundamentalmente, o licenciamento do 2º Ten OMT MAURÍCIO DE OLIVEIRA
possui amparo legal no artigo 94, inciso VII, da Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos Militares, in verbis:
Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o conseqüente
desligamento da organização a que estiver vinculado o militar decorrem dos
seguintes motivos:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - anulação de incorporação;
VII - desincorporação;
VIII - a bem da disciplina;
(Continuação do Ofício 082 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 27 de abril de 2010 – página 2)

IX - deserção;
X - falecimento; e
XI - extravio. (g.n.)

5. Note-se que a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, que instituiu a compensação


pecuniária, teve claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviço prestados,
limitando a sua concessão à exclusão do serviço ativo por meio do licenciamento ex-officio. Não
abarcou, destarte, outras hipóteses como a desincorporação, a exclusão a bem da disciplina ou o
licenciamento a pedido, como se depreende a seguir:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1 (uma)
remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se
como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação. (g.n.)

5. Corroborando com esse pensamento, apresentam-se recentes julgados apreciados pelo


Superior Tribunal de Justiça (STJ):
ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR NOMEAÇÃO E POSSE
EM CONCURSO PÚBLICO. BENEFÍCIO DE COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA
INDEVIDO. 1. Em atendimento ao princípio da legalidade estrita, o
administrador público, na sua atuação, está limitado aos balizamentos contidos
na lei, sendo descabido imprimir interpretação extensiva ou restritivamente à
norma, quando esta assim não permitir. Precedentes. 2. O art. 1.º da Lei n.º
7.963/89 prevê de forma clara que a compensação pecuniária somente é devida
ao militar licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço,
não abarcando a hipótese dos autos de licenciamento em decorrência de
nomeação e posse em concurso público. 3. Agravo regimental desprovido.”
(STJ – AGREsp 809259; 5ª Turma; j. 18.09.2008; dec. unânime; DJE 13.10.2008,
Rel. Min. Laurita Vaz)- (g.n.)

6. Por conseguinte, esta Secretaria entende que estão ausentes as condições legais que
amparem o pagamento da referida compensação pecuniária ao 2º Ten OMT MAURÍCIO DE
OLIVEIRA.
7. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das
providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 27 de abril de 2010.


Of nº 083 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército

Assunto: compensação pecuniária relacionada ao


EIPOT

Ref: - Of nº 069-S1.1, de 14 de dezembro de 2010.

1. Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária relacionada ao Estágio de


Instrução e Preparação para Oficiais Temporários (EIPOT).

2. Por meio da documentação da referência, esse Centro de Pagamento solicitou


posicionamento desta Secretaria acerca da definição da natureza do referido estágio, concluso pelos
Aspirantes a Oficial oriundos dos Órgãos de Formação de Oficiais da Reserva (OFOR), a fim de serem
caracterizados os possíveis reflexos pecuniários relacionados com esta verba remuneratória.

3. O cerne da questão se resume em esclarecer se o EIPOT integra o período de tempo


caracterizado como Serviço Militar Inicial ou se faz parte das posteriores convocações às quais esses
militares temporários se voluntariam a cumprir. A principal conseqüência deste esclarecimento se faz na
órbita remuneratória quando da contagem do tempo de efetivo serviço a ser considerado para fins de
concessão da compensação pecuniária, conforme estabelecida nos § 1º e 2º, do art. 1º da Lei nº 7.963, de
21 de dezembro de 1989, assim descrito:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.
§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração de
tempo igual ou superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
obrigatório.g.n.
(Continuação do Ofício nº - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de de abril de 2010 – página 2)

4. Para tanto, importante se faz destacar as normativas afetas à matéria em estudo.

a. Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 – Lei do Serviço Militar (g.n.)

Art 4º Os brasileiros nas condições previstas nesta Lei prestarão o Serviço


Militar incorporados em Organizações da Ativa das Forças Armadas ou
matriculados em Órgãos de Formação de Reserva.

Art 17. A classe convocada será constituída dos brasileiros ..... que
deverão ser incorporados em Organização Militar da Ativa ou
matriculados em Órgãos de Formação de Reserva.
§ 1º ....... .
§ 2º ....... .
§ 3º Órgãos de Formação de Reserva é a denominação genérica dada aos
órgãos de formação de oficiais, graduados e soldados para a reserva.

b. Decreto nº 57.654, de 20 de janeiro de 1966 – Regulamenta a lei do Serviço Militar

Art. 22. O Serviço Militar inicial dos matriculados em Órgãos de


Formação de Reserva terá a duração prevista nos respectivos
regulamentos.

Art. 123. O aperfeiçoamento, atualização e complementação da instrução


dos oficiais, aspirantes a oficial ou guardas-marinha, da reserva de 2ª
classe ou não remunerada, serão estabelecidos nos Regulamentos para o
Corpo de Oficiais da Reserva de cada Força e serão realizados através de
Estágios de Instrução.
§ 1º O caráter obrigatório ou voluntário dos Estágios de Instrução será
estabelecido pelo ato de convocação.

c. Decreto nº 4.502, de 9 de dezembro de 2002 - Aprova o Regulamento para o Corpo de


Oficiais da Reserva do Exército (RCORE).

Art. 10. Os estágios para oficiais e aspirantes-a-oficial da Reserva de 2ª


Classe são os seguintes:
I - Estágio de Instrução e de Preparação para Oficiais Temporários -
EIPOT;
II - Estágio de Instrução Complementar - EIC;
III - Estágio de Adaptação e Serviço - EAS;
IV - Estágio de Instrução e Serviço - EIS;
V - Estágio de Instrução Complementar de Engenheiro Militar - EICEM; e
VI - Estágio de Serviço Técnico - EST.

Art. 13.O EIPOT será realizado, voluntariamente, pelo aspirante-a-oficial


R/2 das Armas, do QMB e do Serviço de Intendência egresso de OFOR,
que possua conceito favorável para ser convocado para o estágio, o qual
se destina a:
I - aprimorar a formação realizada nos OFOR;
II - desenvolver o desempenho para as funções de oficial subalterno;
III - ambientá-lo nas atividades correntes de uma OM;
IV - habilitá-lo à promoção ao posto de segundo-tenente - 2º Ten; e
V - habilitar os concludentes à convocação para o EIC, bem como para
emprego em caso de mobilização.
(Continuação do Ofício nº - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de de abril de 2010 – página 3)

Parágrafo único. O EIPOT seguir-se-á à declaração de aspirante-a-


oficial R/2, sendo o período de realização fixado pelo Departamento-
Geral do Pessoal - DGP.

Art. 24. Após a realização de curso necessário à sua formação e do


EIPOT, o aspirante-a-oficial R/2 ou o oficial R/2 das Armas, do QMB e do
Serviço de Intendência egresso de OFOR poderá ser convocado para os
estágios previstos neste Decreto, como oficial temporário, por doze meses,
podendo este prazo ser prorrogado sucessivamente, até o limite de oito
anos de serviço, computados, para este efeito:
I - todos os tempos de efetivo serviço - Serviço Militar Inicial, estágios,
prorrogações e outros; e

Art. 60. Fica revogado o Decreto nº 2.354, de 20 de outubro de 1997.

d. O revogado Decreto nº 2.354, de 20 de outubro de 1997 assim dispunha a respeito do


Estágio de Instrução (EI) e do Estágio Preparatório para Oficiais Temporários (EPOT):

Art. 7º Os estágios para Oficiais e Aspirantes-a-Oficial da 2ª Classe da


Reserva são os seguintes:
I - Estágio de Instrução (EI);
Il - Estágio Preparatório para Oficiais Temporários (EPOT);

Art. 8º O EI será realizado, em caráter obrigatório, pelos Aspirantes-a-


Oficial R/2 das Armas, do Quadro de Material Bélico e do Serviço de
Intendência, egressos dos OFOR, e se destina a:
I - complementar-lhes a instrução do Serviço Militar Inicial;
II - habilitá-los à promoção ao posto de 2º Tenente;
III - ambientá-los nas atividades correntes de uma Organização Militar;
IV - integrá-los ao círculo dos Oficiais Subalternos que freqüenta,
desenvolvendo o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e
confiança, sem prejuízo do respeito mútuo;
V - identificar os mais indicados à convocação como Oficial Temporário
(Of Tmpr).

Art 9º O EPOT será realizado, voluntariamente, pelos Aspirantes-a-


Oficial R/2 que concluírem com aproveitamento o El e tenham obtido
conceito favorável à convocação como Oficial Temporário, destinando-se a:
I - complementar a formação realizada nos OFOR;
II - capacitar os Aspirantes-a-Oficial R/2 ao desempenho das funções de
Oficial Subalterno;

e. Portaria n° 462, de 21 de agosto de 2003 - Instruções Gerais para a Convocação, os


Estágios, as Prorrogações de Tempo de Serviço, as Promoções e o Licenciamento dos Integrantes da
Reserva de 2ª Classe (IG 10-68)

Art. 5° Os estágios têm a seguinte duração:


I - EIPOT: três meses e meio, conforme previsto em Programa-Padrão de
Instrução específico;

5. Do acima exposto, não restam dúvidas de que a LSM e seu Regulamento permitem aos
militares matriculados nos Órgãos de Formação da Reserva, dos quais os Centros de Preparação de
(Continuação do Ofício nº - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de de abril de 2010 – página 4)

Oficiais da Reserva e os Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva fazem parte, a prestação do


serviço militar inicial. Além disso, estabelecem que a duração e complementação desta formação e seu
caráter de obrigatoriedade ou não serão objeto da edição de normas reguladoras específicas de cada
Força.

6. Nesse sentido, o Regulamento para o Corpo de Oficiais da Reserva do Exército


(RCORE) é o instrumento normativo hábil a regular situações, dentre outras, referentes à situação militar,
às convocações e aos estágios que se relacionam com os oficiais temporários do Exército. Desta forma,
algumas considerações se fazem necessário:

a. A partir de 2002, com a publicação do novo RCORE (Decreto nº 4.502/02), o EI (de


caráter obrigatório e integrante do período de cumprimento do serviço militar inicial) e o EPOT (de
caráter voluntário e complementar ao período de formação) foram substituídos pelo EIPOT;
b. Apesar desta nova nomenclatura, o EIPOT manteve em sua essência o mesmo caráter
finalístico e de voluntariedade que caracterizavam o antigo EPOT;
c. Em 2003, as IG 10-68 estipularam o tempo de duração do EIPOT em três meses e meio,
atribuindo ao DGP a competência de fixar o período de sua realização; e
d. Tanto o EPOT quanto o EIPOT não fazem parte do período de prestação do serviço
militar inicial.

7. Assim, para fins de caracterização do tempo de efetivo serviço militar prestado pelo
oficial concludente dos OFOR e conseqüente repercussão na concessão da compensação pecuniária,
chega-se à conclusão de que o período durante o qual o militar realizou seja o EPOT, seja o EIPOT, deve
ser considerado para fins de percepção do direito remuneratório em comento.

8. Isso posto, remeto a V Exa as presentes considerações para conhecimento e


providências julgadas cabíveis.

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Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 5 de maio de 2010.


Of nº 091 Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr. Comandante da 3ª Região Militar

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 156/10 – Div Jur/3.5

1. Versa o presente expediente sobre consulta encaminhada pelo 29º Batalhão de Infantaria
Blindado a essa 3ª Região Militar com a finalidade de elucidar controvérsia atinente ao pagamento de
compensação pecuniária a ex-militar.

2. Por meio do documento em apreço, esse Grande Comando solicitou consulta a esta
Secretaria, no que se refere à possibilidade de pagamento da versada remuneração ao ex-Sd JACIEL
SOARES XAVIER.que, por sua vez, serviu junto àquele Batalhão de Infantaria no período compreendido
entre 2006 e 2008 e dele restou licenciado por incapacidade física para o serviço do Exército, em 4 de
julho daquele último ano.

3. De acordo com o contido no ofício em comento, a solicitação de esclarecimento possui


nascedouro no aparente conflito entre o constante no Of nº 68 – Asse Jur – 05 (A1/SEF), de 31 de maio
05 - no qual esta Secretaria firmou posicionamento favorável ao pagamento da verba compensatória a
militar desincorporado - e a decisão antagônica exarada pelo Superior Tribunal de Justiça, no RE
1.105.478 – RJ (2008/254295-7).

4. Ademais, esse Grande Comando explicita que, em que pese a decisão prolatada por
aquela Egrégia Corte, o artigo 94, caput e parágrafo 1º, do E-1 estabelece que os desincorporados
incluem-se no rol dos que fariam parte da reserva das Forças Armadas, o que os equipararia aos militares
licenciados e, via de conseqüência, tornaria o direito à compensação pecuniária uma medida eqüitativa,
eis que, se possuem os mesmos deveres, ainda que já na vida civil, certo seria que pudessem fazer jus,
outrossim, ao auxílio em apreço.

5. Ao final, subsidiariamente, sugere que possa o ex-soldado ser indenizado pelos anos em
que poderia ser licenciado e não o foi, desprezando-se, desse modo, apenas o ano em que apresentou a
enfermidade determinante de seu afastamento.
(Continuação do Ofício 091 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 5 de maio de 2010 – página 2)

6. Passando-se à análise do caso em concreto, fundamentalmente, há de se notar que a Lei


nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, instituidora da compensação pecuniária, teve claro intuito de
indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviços prestados, limitando a sua concessão à exclusão
do serviço ativo por meio do licenciamento ex-officio, como se depreende do transcrito a seguir:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação. (grifo nosso)

7. Corroborando com esse pensamento, colaciona-se julgado exarado pelo Egrégio


Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR


INCAPACIDADE DEFINITIVA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 1º da lei 7.963/99, o benefício da
compensação pecuniária é devido ao militar apenas na hipótese de
licenciamento ex officio por término da prorrogação do tempo de serviço.
2. Hipótese em que o militar foi licenciado por incapacidade definitiva e
antes do término da prorrogação, motivo pelo qual o benefício não lhe é
devido. 3. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 803.595/RN,
Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ 05/11/2007).” (g.n.)

8. Por conseguinte, reconhece-se que o entendimento a imperar, hodiernamente, reside na


impossibilidade de pagamento da compensação pecuniária em situações como essa suportada pelo ex-Sd
JACIEL SOARES XAVIER.

9. Contudo, cumpre asseverar que esta circunstância peculiar, envolvendo compensação


pecuniária de militares que passam à reserva, encontra-se em tempo de novel exame, havendo, inclusive,
de se ressaltar o fato de que o Estado Maior do Exército passa a debruçar-se sobre o tema, buscando
aprimoramento quanto à sua interpretação, de modo que, oportunamente, poderá exsurgir novo paradigma
para esses casos.

10. De outra parte, ainda merece destaque a afirmação de que, ao final, havendo alguma
alteração no entendimento, de forma a ensejar a autorização de prestação da verba compensatória em
exame, aqueles que não obtiveram êxito no seu pagamento, poderão solicitá-lo, oportunamente, desde que
respeitado o prazo prescricional para tanto.
(Continuação do Ofício 091 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 5 de maio de 2010 – página 3)

11. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das
providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

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MINISTÉRIO DA DEFESA
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(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 11 de junho de 2010.


Of nº 121 - Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr. Chefe da 11ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: Compensação Pecuniária

Ref: Of nº 170 – S/2, de 21de maio de 2010.

1. Versa o presente sobre consulta encaminhada pela 11ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército com a finalidade de elucidar controvérsia relativa ao pagamento de compensação
pecuniária à ex-militar temporária, a Sra. LUCIANA RIBEIRO ALVES SÁ.

2. Das informações constantes nos documentos remetidos a esta Secretaria, serão


destacados cronologicamente os aspectos necessários ao deslinde da questão posta, a saber:
a. em 2006 a requerente foi convocada, em caráter voluntário, para a realização do Estágio
Básico de Sargentos Temporários – EBST, sendo o dia 01 de março daquele ano, sua data de praça;
b. no dia 27 de fevereiro de 2007, a então 3º Sargento LUCIANA SÁ, restou licenciada em
caráter ex officio por término de convocação;
c. em 28 de fevereiro de 2007, a militar acabou por ser convocada para a realização do
Estágio de Serviço Técnico, sendo reincluída na Força Terrestre, como Oficial Técnico Temporário; e
d. no dia 27 de fevereiro de 2010, a militar teve seu licenciamento por término de
prorrogação de tempo de serviço, sendo-lhe pagos, em razão disso, 03 (três) vencimentos, a título de
compensação pecuniária pelos anos em que trabalhou como oficial técnico temporário;

3. Destarte, esta Secretaria foi instada a se pronunciar sobre a possibilidade de pagamento


da compensação pecuniária referente ao período em que a ex-militar permaneceu nas fileiras do Exército
como sargento temporário, havendo, desde já, articulação dessa Setorial Contábil no sentido de que a
mesma não faz jus à citada verba compensatória, porquanto, seu licenciamento - por término de período
de convocação - não se amolda à previsão contida na Lei 7.963/89.

4. Nesta ocasião, merece destaque o fato do Centro Integrado de Telemática do Exército –


CITEx manifestar-se pelo pagamento da verba indenizatória em discussão, conforme se extrai do Of Nr
009/SSP.2, de 13 de maio de 2010.

5. Fundamentalmente, a vexatia quaestio deve ater-se ao período em que a Sra. LUCIANA


RIBEIRO ALVES SÁ prestou serviço militar temporário como sargento, pois, é tão somente nele que
repousa a falta de certeza sobre o pagamento da compensação pecuniária.
(Continuação do Ofício nº 121 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 11 de junho de 2010 – página 2)

6. Nesse sentido, cumpre ressaltar que se trata de militar temporário do segmento


feminino, ou seja, de pessoa dispensada do serviço militar obrigatório em tempo de paz não havendo que
se falar em serviço militar inicial.

7. Oportunamente, merece destaque o contido no Parecer 002/AJ/SEF, de 6 de janeiro de


2006:
“Há que se apontar, por último, a existência de situação peculiar, no que diz respeito às
mulheres. Na esteira do que determina o art. 2º da LSM, as mesmas não estão sujeitas ao
serviço militar obrigatório em tempo de paz, de forma que para elas, os doze meses
relativos ao EST ou ao EBST não poderão ser considerados como serviço militar
obrigatório ou, melhor dizendo, inicial. Vale afirmar, portanto, que em relação às
estagiárias, o EST ou o EBST deverão, sempre, integrar a base de cálculo da
compensação pecuniária.”

8. Não obstante, as considerações trazidas pelo supracitado documento, essa Setorial


Contábil entende que tal raciocínio não deve ser aplicado indistintamente, dada a especificidade de cada
situação, como demonstrado pelo caso em apreço, cuja análise não se prende à inexistência de serviço
militar inicial, mas quanto à modalidade de seu licenciamento, que é o fundamento para a concessão da
verba compensatória.

9. Por todo o exposto, nota-se que imprescindível se faz o uso da hermenêutica jurídica,
sendo esse o caminho mais seguro para o deslinde da demanda:
a. em verdade, interpretar a lei nada mais é que descortinar a mens legis e a voluntas
legislatoris contidas no bojo do texto positivado; seria como buscar a “vontade da lei” e a “vontade do
legislador”, pois a lei, isolada em sua abstração e generalidade, seria letra morta, se não houvesse a
interpretação a determinar o seu verdadeiro significado;
b. para desvendar a acepção mais verossímil da lei, contudo, impende ao intérprete analisar
a norma positivada desde a inspiração do legislador até a sua inserção na realidade social presente, não
olvidando, jamais, de preservar o equilíbrio entre segurança e justiça;
c. assim, o marco inicial desta apreciação há de ser uma interpretação gramatical, por
meio da qual se estabelece, num primeiro momento, o sentido objetivo da lei com base na sua letra. No
entanto, assevera Paulo Dourado de Gusmão1, “como as palavras podem mascarar um significado, não
manifestado com fidelidade, o intérprete não pode se satisfazer com os resultados dessa interpretação,
partindo então para a investigação da ratio legis, ou melhor, do fim perseguido pela lei, de modo a que,
em função dele, possa estabelecer exatamente o sentido decorrente da ‘letra da lei’.” É quando se passa à
interpretação lógica, que, por sua vez, é a perseguição da razão de ser da lei, do seu fim último, “com o
objetivo de clarear o seu real sentido”2;
d. de outro giro, também ao intérprete cabe buscar a “... investigação das razões sociais
motivadoras da lei, de seus efeitos sociais e de seu sentido atual”3 de modo que pela interpretação
sociológica alcance o real sentido da norma, ainda que, para tanto, necessite se afastar da interpretação
gramatical dada prematuramente;
10. Note-se que a Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989, que instituiu a compensação
pecuniária, teve claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviço prestados, quando
da exclusão do serviço ativo por meio de licenciamento ex officio, independendo se “por término de
prorrogação” ou “por término de convocação”. Até porque tais nomenclaturas surgiram posteriormente, a
partir da Portaria nº 169 – DGP, de 1º de dezembro de 2004;

1
in Introdução ao Estudo do Direito. 23ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p. 230.
2
Idem, ibidem.
3
Idem, ibidem.
(Continuação do Ofício nº 121 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 11 de junho de 2010 – página 3)

11. Destarte, cumpre repisar que a Lei da Compensação Pecuniária pretende premiar o
militar (não estável) pelos anos de serviço prestados, limitando a sua concessão à exclusão do serviço
ativo por meio do licenciamento ex-officio (gênero), não abarcando somente outras hipóteses como a
desincorporação, a exclusão a bem da disciplina ou o licenciamento a pedido, como se depreende a
seguir:
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de
tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1 (uma)
remuneração mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se
como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação. (g.n.)

12. No caso em tela, a pleiteante teve seu desligamento na modalidade ex officio, bem
como, por se tratar de militar do segmento feminino, realizou, indubitavelmente, o serviço em caráter
voluntário, fazendo, pois, jus ao pagamento da verba compensatória em discussão, como já abordado de
forma promissora no Parecer 002/AJ/SEF, de 6 de janeiro de 2006, citado anteriormente.

13. Por conseguinte, esta Secretaria entende que estão presentes as condições a amparar o
pagamento da referida compensação pecuniária a Sra. LUCIANA RIBEIRO ALVES SÁ, o que deveria
ter sido efetuado ainda quando do seu primeiro desligamento, em 27 de fevereiro de 2007, momento em
que ocorreu a ruptura entre a antiga carreira de sargento técnico temporário e a nova de oficial técnico
temporário, de forma que ainda devido a ex-militar o pagamento correspondente a uma remuneração na
graduação de 3º sargento.

14. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das
providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
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(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 11 de junho de 2010.


Of nº 122 - Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr. Chefe da 12ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: Compensação Pecuniária

Ref: Of nº 18 – S1, de 18 de maio de 2010; Of nº 055 –


Jus – O1 – Div Jur/12, de 07 de abril de 2010, do
Cmdo 12ª RM e Parecer nº 159 – O1 – DIV JUR/
12ª RM.

1. Versa o presente expediente sobre consulta relativa ao pagamento de compensação


pecuniária.

2. Por meio dos documentos em apreço, essa Setorial Contábil consultou esta Secretaria,
quanto à possibilidade de pagamento da versada remuneração aos militares temporários médicos,
farmacêuticos, dentistas e veterinários – MFDV.

3. Das informações constantes no ofício de referência, destacam-se os seguintes aspectos


necessários ao deslinde da questão posta, a saber:
a. segundo o entendimento trazido à baila, entre os MFDV, somente são prestadores do
serviço militar temporário voluntário, as mulheres - em tempo de paz – e os que já prestaram o serviço
militar obrigatório; ficando todos os demais classificados como que a prestar o serviço militar inicial;
c. assim, para aquele Grande Comando, os que pediram adiamento do dever cívico, bem
como os que restaram dele dispensados ou reservistas de 3ª categoria, se convocados para o MFDV, terão
o primeiro ano de serviço computado como se cumprindo o serviço militar inicial, sem direito à
compensação pecuniária correspondente ao ano trabalhado;
d. em conformidade com a UG, o respaldo para tal interpretação encontrar-se-ia na Lei
4.375/641 – Lei do Serviço Militar, quando dito que há a possibilidade de convocação a posteriori, até 31
de dezembro do ano em que o concludente completar 45 anos de idade, de modo que, até atingir aquela
idade superior, o cidadão ficaria sujeito ao chamamento do serviço militar, ainda que já dispensado,
outrora;

1
Art 5º A obrigação para com o Serviço Militar, em tempo de paz, começa no 1º dia de janeiro do ano em que o cidadão
completar 18 (dezoito) anos de idade e subsistirá até 31 de dezembro do ano em que completar 45 (quarenta e cinco) anos.
(Continuação do Ofício nº 122 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 11 de junho de 2010 – página 2)

e. a seguir, cita a 12ª RM que essa interpretação é corroborada pela Lei 5.2922, de 08 de
junho de 1967 que, por sua vez, estabelece a sujeição dos dispensados ou reservistas de 3ª categoria à
prestação do serviço militar, ainda, em caráter obrigatório, até os 38 anos de idade;
f. por outro lado, essa Setorial entende que, salvo melhor juízo, os argumentos trazidos por
aquele Grande Comando não merecem prosperar e, para tanto, cita a própria Lei do Serviço Militar 3, em
seus artigos 36 e 75, que estabelece as situações em que há a quitação das obrigações militares; e
g. ao final, cita o Parecer nº 002/AJ SEF, de 06 de janeiro de 2006, o qual apresenta
posicionamento favorável a que os 12 primeiros meses do serviço militar, nos casos análogos ao colocado
sub examinen, devam integrar a base de cálculo para fins de pagamento da compensação pecuniária.

4. Preliminarmente, mister se faz tecer as considerações a seguir:


a. no que se refere ao segmento feminino, impera o reconhecimento de que o serviço
militar temporário possui caráter voluntário, razão assistindo ao pagamento da compensação pecuniária
correspondente ao primeiro ano trabalhado; e
b. quanto ao segmento masculino, no que se refere à verba compensatória, cumpre
ressaltar que: a uma, fazem jus à mesma, pelo primeiro ano como oficial temporário, os militares que já
prestaram serviço militar obrigatório; a duas, não possuem tal direito, pelo primeiro ano trabalhado, os
médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários que adiaram (antiga dispensa por adiamento espécie
pertencente à dispensa em sentido lato) a incorporação e que, diante do término do período de formação
na respectiva área, devem prestar o serviço militar inicial ainda pendente; a três, fazem jus àquela os
MFDV dispensados (atual dispensa stricto sensu) do serviço militar obrigatório.

5. Fundamentalmente, há de se reconhecer que sujeitar os cidadãos dispensados do serviço


militar obrigatório a novo dever de servir, aviltaria:
a. o princípio da segurança jurídica, na medida em que tornaria instável a relação
jurídica advinda do alistamento, ao não se respeitar o ato de dispensa já aperfeiçoado; e
b. o princípio da legalidade, eis que, não respeitaria os ditames trazidos pela própria Lei
do Serviço Militar, quando assegura ao dispensado o status de “em dia com suas obrigações militares”,
como se extrai inequivocamente dos seus artigos 36 e 75, já citados.

6. Por oportuno, cabe examinar os comentários à citada Lei do Serviço Militar, objeto da
fundamentação da 12ª Região Militar:
a. aquele Grande Comando defende entendimento de que a prestação do serviço militar
obrigatório pode estender-se até os 45 anos de idade, o que o faz com fulcro no artigo 5º da lei em apreço.
No entanto, a mesma norma determina que os dispensados de incorporação sejam considerados em dia
com o serviço militar inicial. É o que dita o seu artigo 36, em análise;
b. ora, coadunando a intenção de um artigo com a do outro, extrai-se que a razão de ser do
serviço militar obrigatório tardio reside na possibilidade de cumprimento do dever cívico por aqueles que
não se apresentaram quando do atingimento dos 18 anos de idade, não havendo que se falar em extensão
de tal obrigação para aqueles que já se dispuseram ao serviço na oportunidade mais acertada e dele foram
2
Art 4º Os MFDV que, como estudantes, tenham obtido adiamento de incorporação até a terminação do respectivo curso
prestarão o serviço militar inicial obrigatório, no ano seguinte ao da referida terminação, na forma estabelecida pelo art. 3º e
letra a de seu parágrafo único, obedecidas as demais condições fixadas nesta Lei e na sua regulamentação.

[...]
§ 2º Os MFDV que sejam portadores de Certificados de Reservistas de 3ª Categoria ou de Dispensa de Incorporação, ao
concluírem o curso, ficam sujeitos a prestação do Serviço Militar de que trata o presente artigo.
[...]
§ 4º A Prestação do Serviço Militar a que se refere a letra a do parágrafo único do art. 3º é devida até o dia 31 de dezembro
do ano em que o brasileiro completar 38 (trinta e oito) anos de idade
3
Art 36. Os dispensados de incorporação, para efeito do parágrafo 3º do art. 181 da Constituição da República, são
considerados em dia com o Serviço Militar inicial.
Art 75. Constituem prova de estar o brasileiro em dia com as suas obrigações militares:
[...]
d) o Certificado de Dispensa de Incorporação
(Continuação do Ofício nº 122 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 11 de junho de 2010 – página 3)

desincumbidos por interesse da própria Administração, ficando a exceção somente quando da ocorrência
de premente necessidade, como ocorre em caso de guerra;
c. no mesmo passo, deve ser a extração da vontade do legislador da Lei 5.292/67, ficando
certo que os MFDV ou são sujeitos ao serviço militar em situações particulares, como os que postergam
o dever cívico em virtude dos estudos; ou voluntários, como aqueles que já se desincumbiram das
obrigações com as Forças Armadas (ainda que tenham sido dispensados por excesso de contingente, por
exemplo); e
d. por conseguinte, afasta-se a argumentação sustentada pela 12ª Região Militar, eis que
deve prevalecer a certeza de que lex non est textus sed contextus (a lei não é o texto, mas o contexto).

6. Observe-se o que traz o Parecer nº 002/AJ SEF, de 06 de janeiro de 2006, diante das
alegações trazidas até então:

“... os brasileiros que se voluntariam para o EST ou para o EBST e que apresentam, para
efeitos de comprovação da situação militar, o Certificado de Dispensa de Incorporação
(CDI), à luz do art. 75 da LSM, encontram-se em dia com as obrigações militares. [...]
Significa dizer que, ao comparecerem ao recrutamento para o serviço militar inicial, esses
brasileiros foram alistados e passaram pela seleção, sendo, contudo, por motivos
diversos, dispensados de incorporar, recebendo o correspondente CDI. Nessa linha de
raciocínio, é razoável considerar que cumpriram suas obrigações para com o serviço
militar inicial, muito embora estejam, ainda, até os 45 anos de idade, obrigados para
com o serviço militar como um todo.”. (grifo nosso)

7. Logo, esta Secretaria entende que não prestam serviço militar em caráter inicial
obrigatório os militares temporários (MFDV) já dispensados, outrora, desse mesmo serviço, possuindo,
assim, se preenchidos os requisitos outros, como o caráter ex officio do licenciamento, o direito à
compensação pecuniária por todos os anos completos, inclusive o primeiro, forte no entendimento do
artigo 1º, da Lei nº 7963/89, in verbis:

“Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de


serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por
ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da referida
compensação.
§ 1º Para efeito de apuração dos anos de efetivo serviço, a fração de tempo igual ou
superior a cento e oitenta dias será considerada um ano.
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar obrigatório.”

8. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das


providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 16 de junho de 2010.


Of nº 127 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 059 – S/1/7ª ICFEx, de 01 de junho de 2010

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Por meio do documento constante da referência, essa Setorial Contábil encaminhou


consulta a esta Secretaria, acerca da possibilidade de pagamento da verba remuneratória em comento à
militar desincorporado da Força Terrestre, em razão de ter sido julgado incapaz temporariamente para o
serviço militar.

3. Fundamentalmente, o amparo legal para a execução desse ato administrativo deu-se com
base no art 94, Inc VII da Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos Militares, abaixo descrito:

Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o conseqüente


desligamento da organização a que estiver vinculado o militar decorrem
dos seguintes motivos:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - anulação de incorporação;
VII - desincorporação;
VIII - a bem da disciplina;
IX - deserção;
X - falecimento; e
XI - extravio. (g.n.)

4. A Lei nº 7.963, de 21 de dezembro de 1989 que instituiu a compensação pecuniária teve


claro intuito de indenizar o militar (não estável) pelos anos de serviço prestados, limitando a sua
concessão à exclusão do serviço ativo por meio do licenciamento e restringindo-o à modalidade ex-
officio. Não abarcou, por exemplo, outras hipóteses como a desincorporação, a exclusão a bem da
disciplina ou o licenciamento a pedido, conforme se depreende da seguinte transcrição legal:
(Continuação do Ofício 127 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 16 de junho de 2010 – página 2)

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de


prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação. (g.n.)

5. Corroborando com esse pensamento, apresentam-se recentes julgados apreciados pelo


Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR


INCAPACIDADE DEFINITIVA. BENEFÍCIO DE COMPENSAÇÃO
PECUNIÁRIA INDEVIDO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
IMPROVIDO. 1. Nos termos do art. 1º da Lei 7.963/99, o benefício da
compensação pecuniária é devido ao militar apenas na hipótese de
licenciamento ex officio por término da prorrogação do tempo de serviço.
2. Hipótese em que o militar foi licenciado por incapacidade definitiva e
antes do término da prorrogação, motivo pelo qual o benefício não lhe é
devido. 3. Recurso especial conhecido e improvido.”
(STJ –REsp 803595; 5ª Turma; j. 18.10.2007; dec. unânime; DJ
05.11.2007, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima)”.

“ADMINISTRATIVO. MILITAR. LICENCIAMENTO POR NOMEAÇÃO E


POSSE EM CONCURSO PÚBLICO. BENEFÍCIO DE COMPENSAÇÃO
PECUNIÁRIA INDEVIDO. 1. Em atendimento ao princípio da legalidade
estrita, o administrador público, na sua atuação, está limitado aos
balizamentos contidos na lei, sendo descabido imprimir interpretação
extensiva ou restritivamente à norma, quando esta assim não permitir.
Precedentes. 2. O art. 1.º da Lei n.º 7.963/89 prevê de forma clara que a
compensação pecuniária somente é devida ao militar licenciado ex officio
por término de prorrogação de tempo de serviço, não abarcando a
hipótese dos autos de licenciamento em decorrência de nomeação e posse
em concurso público. 3. Agravo regimental desprovido.”
(STJ – AGREsp 809259; 5ª Turma; j. 18.09.2008; dec. unânime; DJE
13.10.2008, Rel. Min. Laurita Vaz” (g.n.)

6. Destaca-se que no caso em apreço, o militar não foi licenciado, mas desincorporado por
incapacidade física para a atividade militar. Desta forma, esta Secretaria entende que não restam presentes
as condições legais que possam amparar o pagamento da referida compensação pecuniária ao militar
requerente.

7. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para conhecimento e adoção das


providências julgadas cabíveis

__________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 06 de julho de 2010.


Of nº 141 – Asse Jur – 10 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército

Assunto: Compensação Pecuniária

Ref.: Of nº 119-S1.8, de 24 de junho de 2010

1. Versa o presente expediente sobre base de cálculo da compensação pecuniária.

2. Trata-se de dúvida oriunda da 1ª Seção de Pagamento desse Centro a respeito da base


salarial que deve ser adotada para o cálculo da compensação pecuniária devida a militar que prestou
serviços como 3º Sargento Técnico Temporário durante três anos e foi licenciado por término de tempo
de prorrogação em 27 fev 10, ocasião em que postulou o pagamento da compensação pecuniária.

a. De acordo com as informações trazidas, a Unidade deixou de implantar o militar no


SIAPPES para fins de solicitação do pagamento da compensação pecuniária.

b. No dia 08 mar10, o referido militar foi aprovado e matriculado no curso de formação


de oficiais do quadro complementar (CFO/QC 2010). Em maio de 2010, a Escola de Administração do
Exército realizou a implantação do aluno como 1º Tenente.

c. Concomitantemente, a Organização Militar onde o militar serviu como 3º Sargento


Técnico Temporário solicitou o pagamento da compensação pecuniária, ensejando a dúvida a respeito da
base de cálculo a ser adotada - 3º Sargento ou 1º Tenente – considerando que a Lei nº 7.963, de 21 de
dezembro de 1989, dispõe o seguinte:

Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo


de serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração
mensal por ano de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de cálculo o
valor da remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de pagamento da
referida compensação. (destaques acrescidos)

3. No estudo elaborado pela Assessoria Jurídica desse Centro, prepondera o acertado


entendimento de que o conteúdo normativo do dispositivo legal transcrito contempla a intenção do
legislador de evitar eventual defasagem do valor da remuneração correspondente ao posto ou graduação
até a data do pagamento, devendo, contudo, ser tomada como base de cálculo a remuneração do maior
posto ou graduação efetivamente ocupados no decorrer do tempo de efetivo serviço militar prestado.
(Continuação do Ofício 141 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 07 de julho de 2010 – página 2)

4. De fato, no caso em comento, qualquer outro raciocínio deixaria de atender à


razoabilidade, pois, se o efetivo tempo de serviço militar foi prestado na condição de 3º Sargento
Temporário, somente uma interpretação descolada da finalidade legal poderia chegar à conclusão de que,
por razões operacionais que motivaram eventual atraso, seria aceitável adotar como base de cálculo a
remuneração de 1º Tenente apenas porque em tal condição se encontra implantado no sistema.

5. Em outras palavras, se os três anos de efetivo serviço foram prestados como 3º


Sargento Temporário, nenhum procedimento ou atraso operacional pode justificar a adoção da
remuneração de 1º Tenente como base de cálculo da compensação pecuniária devida, ainda que assim o
militar esteja implantado no sistema, na data do pagamento, sendo certo que eventual atraso injustificado
enseja apenas a correção monetária.

6. Nesses termos, remeto a VExa o presente expediente, para conhecimento e


providências julgadas cabíveis.

__________________________________________________
Gen Bda JOSÉ CARLOS NADER MOTTA
Rsp p/ expediente do Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO – 200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 07 de dezembro de 2010.


Of nº 298 - Asse Jur – 10 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças

Assunto: Compensação Pecuniária

Anexos: - cópia do Of nº 254 - S1.1, de 23 nov 10;


- cópia do Of nº 061 – SPP, de 30 nov 10;

1. Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária.

2. Em homenagem ao princípio da celeridade, reenvio a essa Setorial, para fins de


cumprimento da Portaria nº 4 – SEF, de 6 nov 02, bem como de apreciação e orientação da UG vinculada
a essa Setorial1, consulta anteriormente formulada pelo 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, para
elucidar dúvida a respeito da compensação pecuniária devida a militar licenciado, em 22 set 10, após
decorridos mais de 11 (onze) anos de permanência na Força.

a. De acordo com os documentos anexos, a UG de vinculação consultou essa Setorial


Contábil, nos termos do Of nº 053-SPP, de 22 nov 10, a respeito da compensação pecuniária devida a
militar temporário, especificamente para saber se o pagamento da referida verba deveria considerar o
período de adição e agregação decorrente de motivo de saúde; como base da consulta, a UG vinculada
indagou a aplicabilidade, ao caso concreto, do entendimento contido no Of nº 068 – Asse Jur – 05
(A1/SEF), de 31 de maio de 2005, e no Parecer nº 092/AJ/SEF, de 27 de outubro de 2006.

b. Em resposta, a UG vinculada foi orientada por essa ICFEx “a proceder conforme


estabelece o art. 3º da Portaria nº 008-SEF, de 23 dez 03”, nos termos da Mensagem SIAFI
2010/1410206; persistindo a dúvida do consulente, foi elaborada nova consulta ao Centro de Pagamento
do Exército e a esta Secretaria.

c. Ainda, de acordo com os documentos anexados, especificamente a parcial transcrição da


apreciação jurídica levada a efeito pela 7ª RM sobre a situação do militar, transcrita no BI nº 102, de 8 de
junho de 2010, verifica-se que, em decorrência do acidente de serviço, foi realizado transplante de córnea
no militar, havendo rejeição decorrente da cirurgia, a partir de quando, de acordo com a Região Militar, a
contagem de tempo deveria ter sido interrompida. Todavia, não foram recebidos documentos e

1
Tal como preconiza a Portaria nº 4-SEF, de 6 de novembro de 2002.
(Continuação do Ofício 298 - Asse Jur – 10 (A/1-SEF), de 07 de dezembro de 2010 – página 2)

informações suficientes para corroborar tal conclusão, muito menos para afastar as hipóteses de reforma
ou estabilidade do militar, que excluiriam a compensação pecuniária.

d. Em face da exigüidade de documentos e de informações, esta Secretaria não dispõe de


elementos suficientes para concluir sobre o tempo de serviço a ser efetivamente considerado, o que é
fundamental para definir se a compensação pecuniária é devida ou não no caso concreto, particularmente
em virtude dos indícios sugerirem ser caso de reforma ou de estabilidade, o que deve ser esclarecido com
base em informações provenientes da Junta Médica.

e. De qualquer forma, à primeira vista, e sem prejuízo de futura reapreciação da situação


fática à luz de novos documentos e informações, esta Secretaria entende que, se a hipótese não for de
reforma ou estabilidade, a Administração Militar deverá realizar o pagamento da compensação
pecuniária, limitando a base de cálculo ao número de prorrogações de tempo de serviços legalmente
admitido. Vale dizer, deve ser considerado o número de prorrogações de tempo de serviço concluídas
pelo militar. Deve-se observar, também, se a hipótese se amolda à previsão normativa de
desincorporação, caso este que não contemplará o pagamento do referido direito.

f. Por fim, salienta-se que, na eventualidade de retorno do militar às fileiras da Força


Terrestre por força de decisão judicial, por qualquer fundamento, a compensação pecuniária deverá ser
restituída.

3. Nestes termos, encaminho-vos o presente expediente para a adoção das providências


cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Subsecretário de Economia e Finanças

“SAMPAIO-200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 09 de outubro de 2009.


Of nº 348 – Asse Jur – 09 (A1/SEF)

Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Comandante do 9º Batalhão de Engenharia de


Construção

Assunto: compensação pecuniária, cômputo de tempo


de serviço durante a reintegração judicial

Ref: Of nº 038-SPP, de 17 Set 09

Anexo: Parecer 025 /AJ/SEF, de 12 de julho de 2005

1. Versa o presente expediente sobre cômputo de período passado junto ao Exército, por
força de liminar judicial, para efeito de percepção da compensação pecuniária.

2. Inicialmente, destaca-se que as consultas encaminhadas a este ODS devem seguir o


prescrito na Portaria nº 004/SEF, de 06 de novembro de 2002, disponibilizada no sítio
http://intranet.sef.eb.mil.br/sef/assessoria1/legis/geral/P004-02.htm.

3. Esse Comandante reconheceu a aplicabilidade do Parecer nº 021/AJ/SEF, de 01 Abr 08,


afirmando que o interessado não teria direito à compensação pecuniária. Apesar das poucas informações
trazidas a estudo pelo expediente originário dessa OM, observa-se que este caso específico difere do
objeto analisado no referido Parecer, nos seguintes termos:
a. Não há decisão judicial, transitada em julgado, denegando os efeitos da antecipação da
tutela;
b. A administração militar confirmou que, à época do licenciamento(fevereiro/2007), o
cidadão apresentava patologia que necessitava de tratamento médico (“ a patologia foi constatada”); e
c. O então Cb E SILVA deveria ter passado à situação de ADIDO até sua perfeita
recuperação física e, consequentemente, o período passado sob tratamento médico poderia ser
considerado para fins de cálculo dessa indenização pecuniária, conforme se depreende do contido no
Parecer nº 025/AJ/SEF, de 12 de julho de 2005, em anexo.

4. Diante das considerações acima apresentadas, sugere-se as seguintes providências:


(Continuação do Ofício 348 -Asse Jur–08 (A/1-SEF), de 09 de outubro de 2008 – página 2 )

a. Remessa ao juízo competente, por intermédio da AGU e nos termos do art 4621 do
Código de Processo Civil, das informações sobre as atuais condições de higidez do referido cidadão, o
que poderá acarretar a perda do objeto da ação; e
b. Que se aguarde o trânsito em julgado da ação ordinária impetrada pelo então militar,
para implementação de qualquer ato administrativo que guarde relação com o mérito da demanda.

5. Isso posto, encaminho-vos o presente, para conhecimento e adoção das providências


decorrentes.

__________________________________________________
Gen Div CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Rsp pelo Subsecretário de Economia e Finanças

1
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 9 de dezembro de 2009.


Of nº 417 – Asse Jur – 09 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército

Assunto: dívida com o FUSEx e compensação


pecuniária

Ref: Of nº 047-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 28 mar 05,


remetido à 7ª ICFEx

1. Versa o presente expediente sobre abatimento de dívida com o Fundo de Saúde do


Exército (FUSEx) do montante a ser pago como compensação pecuniária.

2. Em 28 mar 05, esta Secretaria expediu o documento citado na referência, em resposta a


consulta formulada pela 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (7ª ICFEx), opinando que
débitos remanescentes junto ao FUSEx, assumidos por militares temporários em vias de licenciamento,
poderiam ser deduzidos do montante referente à compensação pecuniária, prevista na Lei nº 7.963, de
1990, a ser paga aos mesmos.

3. Tal entendimento fundamentou-se na previsão contida na alínea e do item 3 do Anexo C


das então vigentes Instruções Reguladoras do Sistema de Prestação de Assistência Médico-Hospitalar aos
Beneficiários do FUSEx (IR30-06), aprovadas pela Portaria nº 046-DGP, de 26 abr 02, em que pese a
natureza indenizatória da referida compensação.

4. Esse Centro, acatando o entendimento vigente neste ODS, a propósito fez incluir no
Manual do Usuário (Militar da Ativa, Anexo 6, Assunto C.2, pag. 10, Data: 11/2009) a aludida
possibilidade de abatimento.

5. Todavia, as referidas IR 30-06 foram revogadas e substituídas pelas Instruções


Reguladoras para a Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários do Fundo de Saúde do Exército (IR
30-38), aprovadas pela Portaria nº 048-DGP, de 28 fev 08, diploma esse que não previu a possibilidade de
abatimento de dívidas com o FUSEx da compensação pecuniária.

6. Significa dizer, portanto, que deve prevalecer o entendimento de que a compensação


pecuniária tem natureza indenizatória e não pode ser alcançada por dívidas junto ao FUSEx,
impondo-se a revisão do entendimento constante do Of nº 047-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 28 mar 05.

7. Débitos remanescentes com o Fundo de Saúde devem ser buscados à luz da Portaria nº
008-SEF, de 23 dez 03, por intermédio de processo administrativo e, se necessário, com a remessa do
mesmo à Região Militar de vinculação e, em conseqüência, à Procuradoria da Fazenda Nacional
competente, para inscrição devedor na Dívida Ativa da União.
(Continuação do Ofício 417 - Asse Jur – 09 (A/1-SEF), de 9 de dezembro de 2009 – página 2)

8. Isso posto, remeto o presente expediente a Vossa Excelência, para conhecimento e


providências julgadas cabíveis, visando à alteração do item a esse respeito, existente no Manual do
Usuário – Militares da Ativa – expedido por esse Centro.

_____________________________________
Gen Div MARCIO ROSENDO DE MELO
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 9 de dezembro de 2009.


Of nº 418 – Asse Jur – 09 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças
CIRCULAR
Ao Sr Chefe da Inspetoria de Contabilidade e
Finanças do Exército

Assunto: dívida com o FUSEx e compensação


pecuniária

Ref: Of nº 047-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 28 mar 05,


remetido à 7ª ICFEx

1. Versa o presente expediente sobre abatimento de dívida com o Fundo de Saúde do


Exército (FUSEx) do montante a ser pago como compensação pecuniária.

2. Em 28 mar 05, esta Secretaria expediu o documento citado na referência, em resposta a


consulta formulada pela 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (7ª ICFEx), opinando que
débitos remanescentes junto ao FUSEx, assumidos por militares temporários em vias de licenciamento,
poderiam ser deduzidos do montante referente à compensação pecuniária, prevista na Lei nº 7.963, de
1990, a ser paga aos mesmos.

3. Tal entendimento fundamentou-se na previsão contida na alínea e do item 3 do Anexo C


das então vigentes Instruções Reguladoras do Sistema de Prestação de Assistência Médico-Hospitalar aos
Beneficiários do FUSEx (IR30-06), aprovadas pela Portaria nº 046-DGP, de 26 abr 02, em que pese a
natureza indenizatória da referida compensação.

4. O Centro de Pagamento do Exército (CPEx), acatando o entendimento vigente neste


ODS, a propósito fez incluir no Manual do Usuário (Militar da Ativa, Anexo 6, Assunto C.2, pag. 10,
Data: 11/2009), a aludida possibilidade de abatimento.

5. Todavia, as referidas IR 30-06 foram revogadas e substituídas pelas Instruções


Reguladoras para a Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários do Fundo de Saúde do Exército (IR
30-38), aprovadas pela Portaria nº 048-DGP, de 28 fev 08, diploma esse que não previu a possibilidade de
abatimento de dívidas com o FUSEx da compensação pecuniária.

6. Significa dizer, portanto, que deve prevalecer o entendimento de que a compensação


pecuniária tem natureza indenizatória e não pode ser alcançada por dívidas junto ao FUSEx,
impondo-se o a revisão do entendimento constante do Of nº 047-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 28 mar 05.

7. Débitos remanescentes com o Fundo de Saúde devem ser buscados à luz da Portaria nº
008-SEF, de 23 dez 03, por intermédio de processo administrativo e, se necessário, com a remessa do
mesmo à Região Militar de vinculação e, em conseqüência, à Procuradoria da Fazenda Nacional
competente, para inscrição do devedor na Dívida Ativa da União.
(Continuação do Ofício 418 - Asse Jur – 09 (A/1-SEF), de 9 de dezembro de 2009 – página 2)

8. Isso posto, remeto o presente expediente a essa Setorial para conhecimento e divulgação
junto às unidades gestoras vinculadas, ressaltando que documento de igual teor foi encaminhado ao
CPEx, visando à necessária alteração do Manual do Usuário – Militares da Ativa – expedido por aquele
Centro.

_____________________________________
Gen Div MARCIO ROSENDO DE MELO
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 01 de abril de 2008.


Of nº 066 – Asse Jur – 08 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª Inspetoria de Contabilidade e


Finanças do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 011-S1, de 03 Mar 08

Anexo: Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 Abr 08

1. Versa o presente expediente sobre cômputo de período passado junto ao Exército, por
força de liminar judicial, para efeito de percepção da compensação pecuniária.

2. Encaminho-vos o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, nos termos


do Parecer em anexo, para conhecimento e adoção de providências decorrentes, visando à orientação do
Colégio Militar de Fortaleza, por essa Setorial.

_______________________________________
Gen Div SEBASTIÃO PEÇANHA
Subsecretário de Economia e Finanças

OSÓRIO 200 ANOS


“É fácil a missão de comandar homens livres: basta mostrar-lhes o caminho do dever”
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

PARECER Nº 021 /AJ/SEF Brasília, 01 de abril de 2008.

1. EMENTA – militar temporário; permanência na Força por decisão judicial;


compensação pecuniária; base de cálculo; cômputo do período passado sob vigência de medida liminar;
sentença denegatória; efeito ex tunc da decisão; impossibilidade.

2. OBJETO – esclarecer se o período em que o militar mantém-se no serviço ativo por


força de medida liminar é computável para fim de pagamento de compensação pecuniária.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição Federal, de 05 Out 1988;


b. Lei 6.880, de 09 Dez 1980 – Dispõe sobre o Estatuto dos Militares;
c. Lei 7.963, de 21 Dez 1989 – Concede compensação pecuniária, a título de benefício,
ao militar temporário das Forças Armadas, por ocasião, de seu licenciamento;
d. Decreto 99.425, de 30 Jul 1990 – Regulamenta a Lei 7.963, de 21 Dez 1990;

4. RELATÓRIO

a. Trata-se de questão encaminhada pela 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do


Exército (7ª ICFEx). Refere-se o assunto ao 1º Ten OIT LEONARDO PEREIRA DA SILVA, vinculado
ao Colégio Militar de Fortaleza (CMF) e mantido no serviço ativo por força de liminar até 25 de janeiro
de 2008, data em que foi licenciado face a sentença denegatória do pedido autoral.

b. Em expediente encaminhado pelo CMF àquela Setorial Contábil, informou-se que o


oficial temporário em tela realizou o Estágio de Instrução Complementar (EIC) entre 30 Jan 1985 e 29
Jan 1986 e, após sucessivas prorrogações de tempo de serviço, veio a ser licenciado ex-officio por término
de prorrogação de tempo de serviço, em 29 Jan 1991.

c. Por força de medida liminar concedida em autos de mandado de segurança, procedeu-se


à sua reinclusão no serviço ativo, vindo a ser novamente licenciado em 15 Jun 1993, ocasião em que lhe
foram sacadas, a título de compensação pecuniária, seis quotas, referentes ao interregno compreendido
entre o início do EIC e a data do primeiro licenciamento, 29 Jan 1991.

d. Em cumprimento de decisão prolatada em autos de mandado de segurança, foi


novamente reincluído em 05 Jul 1993, tendo permanecido no serviço ativo até 25 Jan 2008, ocasião em
que se deu o seu licenciamento por terem cessados os motivos de sua permanência nas fileiras do
Exercito. Cumpre observar que, quando da sua reinclusão, não houve ressarcimento do montante recebido
a título de compensação pecuniária.
(Continuação do Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 de abril de 2008 – página 2)

e. Com o licenciamento, passou-se a questionar o direito à percepção da compensação


pecuniária referente ao período passado no serviço ativo por força da liminar. O OD do CMF após
compulsar a legislação de regência manifestou-se pela inexistência do direito ao recebimento da verba.
Instada a se manifestar, aquela Setorial Contábil concordou com o posicionamento da OM de vinculação,
aduzindo que não se poderia computar o período posterior a 29 Jan 1991, transcorrido sob a égide de
medida liminar, haja vista a denegação do reconhecimento do direito à permanência do oficial em tela no
serviço ativo.

f. Todavia, diante da ausência de dispositivo legal a fundamentar cabalmente o


entendimento daquela Inspetoria, o assunto foi remetido a esta Secretaria para estudo e parecer.

5. APRECIAÇÃO

a. A Lei nº 7.963, de 21 Dez 1989, regulamentada pelo Decreto nº 99.245, de 30 Jul 1990,
prevê a compensação pecuniária em favor de militar licenciado ex officio por término de prorrogação do
tempo de serviço, especificando os beneficiários, fixando o montante da vantagem, a forma e a época do
pagamento.
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação pecuniária
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da
remuneração correspondente ao posto ou à graduação, na data de
pagamento da referida compensação.
(...)
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
obrigatório.
(...)
Art. 3º O oficial ou a praça que for licenciado ex officio a bem da
disciplina ou por condenação transitada em julgado não fará jus ao
benefício de que trata esta Lei.

b. O Estatuto dos Militares, nos termos da Lei 6.880, de 09 Dez 1980, ao tratar do gênero
exclusão do serviço ativo, relacionou o licenciamento como uma de suas possibilidades, prevendo-o em
duas modalidades: a pedido ou ex officio. Ao dispor sobre a modalidade ex officio o fez admitindo três
hipóteses de ocorrência, conforme o estatuído nas alíneas do § 3º, de seu art. 121:
Art. 94 A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o
conseqüente desligamento da organização a que estiver vinculado o
militar decorrem dos seguintes motivos: (...)
V - licenciamento;
..................................................................................................
Art. 121 O licenciamento do serviço ativo se efetua:
(...)
II - ex officio.
(...)
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que
trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada Força
Armada:
(Continuação do Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 de abril de 2008 – página 3)

a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;


b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.

c. Pode-se, então, afirmar que é devida ao militar temporário a compensação pecuniária


por ocasião de seu licenciamento ex officio, contanto que este se dê na modalidade “por término de
prorrogação de tempo de serviço”. Cabe ressaltar, ainda, que o texto legal especificou os casos em que
não se concederia a referida compensação: por término do serviço militar obrigatório, por ocasião de
licenciamento ex officio a bem da disciplina ou por condenação transitada em julgado.

d. É preciso recordar que a compensação pecuniária se reveste de natureza indenizatória,


premiando o militar temporário que, ao término da sua prorrogação do tempo de serviço, vem a ser
licenciado ex officio. Nesse diapasão, há que se considerar que o caso sub examine não se enquadra de
modo específico nessa previsão mas que, entretanto, tampouco se amolda a qualquer das possibilidades
legais que prevêem a denegação da verba.

e. De qualquer forma, é lícito considerar que o licenciamento ocorrido em 25 Jan 08


operou-se de modo ex-officio na modalidade “término de prorrogação de tempo de serviço”, ainda que o
desligamento tenha sido postergado por decisão judicial. Nessa senda, em princípio, restaria
inquestionável o direito do militar à percepção verba indenizatória, devendo o período passado no
Exército, mesmo por força de liminar judicial, integrar a base de cálculo do benefício.

f. Contudo, há que se observar a presente questão sob outro prisma. Com efeito, é
necessário esclarecer o mandamus impetrado pelo autor, que visava a prorrogação do tempo de serviço
ativo, foi julgado improcedente, com a denegação da segurança, com a conseqüente cassação da liminar.
Daí, repete-se o questionamento inicial: é possível considerar o interregno compreendido entre 29 Jan
1991 e 25 Jan 08, lapso temporal de vigência da liminar, no cômputo para saque da compensação
pecuniária?

g. Em outras palavras: quais os efeitos produzidos pela sentença que, não reconhecendo o
direito material, cassa a medida liminar? Nesse sentido, indaga-se ainda: os efeitos da cassação da liminar
no tempo, ou seja, por força de sentença que julga improcedente o direito vindicado na exordial,
anteriormente exercido a título precário, por força de liminar, produz efeito ex tunc (retroativo) ou ex
nunc, (de agora em diante)?

h. A liminar, medida cautelar de provimento judicial provisório, que antecipa a decisão da


lide, é carente de confirmação, haja vista que quando de sua concessão o juízo de valor é superficial, sem
estudo acurado do direito material objeto da ação. Sujeita-se, portanto, a ratificação ou revogação
subseqüente dada pela sentença de julgamento de mérito. Equivale dizer: a sentença concessiva da
segurança que antecipa o objeto vindicado garante o exercício do direito a título precário.

i. Dada a não definitividade da liminar, sua concessão não consolida os efeitos dela
decorrentes, até o trânsito em julgado de sentença que julgue procedente o pedido autoral. Uma vez não
reconhecido o direito do autor, com sentença denegatória, retorna-se ao estado anterior, tratando-se, nesse
sentido de efeitos ex tunc.

j. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que, com a ulterior sentença denegatória, a
liminar perde sua eficácia desde a autuação do processo de conhecimento, retornando-se ao status quo
ante. Tal entendimento encontra-se consubstanciado na Súmula 405, daquela egrégia Corte.
(Continuação do Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 de abril de 2008 – página 4)

“Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no


julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar
concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária”.

l. Os Tribunais Regionais Federais, acatando o posicionamento da Corte Constitucional,


têm decidido pelo não reconhecimento do período passado sob a vigência de liminar para fins de
pagamento de compensação pecuniária. Confirme-se:

ACÓRDÃO AC 347370/CE TRF – 5ª REGIÃO ÓRGÃO JULGADOR:


TERCEIRA TURMA
ADMINISTRATIVO. MILITAR TEMPORÁRIO. LICENCIAMENTO.
INDENIZAÇÃO. ART. 1º DA LEI Nº 7.936/89. NÃO CÔMPUTO DO
TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR FORÇA DE LIMINAR,
POSTERIORMENTE CASSADA PELA SENTENÇA, COM TRÂNSITO
EM JULGADO. EFEITOS EX-TUNC DA DECISÃO.
1. A Lei nº 7.963/89 prevê a concessão de compensação
pecuniária, a título de benefício, ao militar temporário das
forças armadas, por ocasião de seu licenciamento, em valor
equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de
efetivo serviço militar prestado.
2. O tempo de serviço prestado em virtude de liminar, cujos
efeitos foram cassados com a prolação da sentença de
improcedência da ação, com trânsito em julgado, não pode
ser considerado para fins de pagamento da pleiteada
indenização, em razão dos efeitos ex-tunc da decisão final.
Apelação improvida.

..............................................................................................................

ACÓRDÃO AC 362357-CE TRF – 5ª REGIÃO ORGÃO: PRIMEIRA


TURMA
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. MILITAR TEMPORÁRIO.
COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA E AUXÍLIO FARDAMENTO. DIREITO
A PERCEPÇÃO REFERENTE AO TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO
SOB O AMPARO DE LIMINAR POSTERIORMENTE CASSADA.
IMPOSSIBILIDADE.
- Nos termos do art. 1º da Lei 7963/89, o oficial ou praça,
licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de
serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a
uma remuneração mensal por ano efetivo de serviço militar
prestado. Contudo, tendo o autor, Terceiro-Sargento
Temporário, pleiteado diferença da indenização paga
referente ao período em que permaneceu nas Forças
Armadas além do tempo legalmente previsto, sob o amparo
de medida liminar que veio a ser cassada, é de ser julgado
improcedente o pedido.
- O tempo de serviço obtido por força de liminar,
posteriormente cassada por ter sido julgada improcedente a
ação, não se conta para efeitos da supracitada indenização,
em razão do efeito ex-tunc que se dá ao referido decisum.
(Continuação do Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 de abril de 2008 – página 5)

- (...)
- Apelação improvida. ACÓRDÃO Vistos, etc. Decide a
Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por
unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do
Relatório, Voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que
ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Recife
(PE), 28 de julho de 2005.(Data de julgamento).

m. Nesse diapasão, pela intelecção da súmula supracitada e à luz da jurisprudência pátria,


pode-se afirmar que não se conta o tempo de serviço passado na vigência de liminar quando a sentença
denega a segurança. Ou seja: este período não compõe a base de cálculo para pagamento da compensação
pecuniária, uma vez que retroagem os efeitos da sentença.

6. CONCLUSÃO -

a. Isso posto, deve-se afirmar que, tendo o julgamento de mérito não reconhecido o direito
do 1º Ten OIT LEONARDO PEREIRA DA SILVA de permanecer no serviço ativo, não é possível
admitir, que por força de liminar anteriormente concedida, venha a se considerar o tempo de serviço com
o objetivo de conceder a diferença da indenização pecuniária, tendo em vista que o período em apreço
transcorreu sob a égide de provimento judicial cujos efeitos foram, ao final, cassados.

b. Ademais, com o pagamento das quotas relativas ao período compreendido entre o início
do EIC e o 1º licenciamento, sustado pela concessão da liminar, sem que se houvesse procedido a
restituição por ocasião da reinclusão no serviço ativo, nenhum valor lhe é devido a título de Compensação
Pecuniária.

É o Parecer.
S.M.J.

_______________________________
ELIANY DE OLIVEIRA GALVÃO
Auxiliar da Assessoria Jurídica/SEF

______________________________________________
GUSTAVO CASTRO ARAUJO – 1º Ten QCO Dir
Adjunto da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

________________________________________
ETIVALDO MAIA MONTEIRO FILHO - Cel
Chefe da Assessoria Jurídica /SEF
(Continuação do Parecer 021 /AJ/SEF, de 01 de abril de 2008 – página 6)

6. DECISÃO –

________________________________
Gen Div SEBASTIÃO PEÇANHA
Subsecretário de Economia e Finanças

OSORIO 200 ANOS


“É fácil a missão de comandar homens livres: basta mostrar-lhes o caminho do dever”
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Of nº 277 – Asse Jur – 08 (A1/SEF)


Brasília, 30 de setembro de 2008.

Senhor Advogado,

Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária de interesse de ex-


militares do Exército vinculados ao 28º Batalhão Logístico.

2. Atendendo à solicitação contida no Ofício nº 01 – Adv-AMM, de 01 set 08,


referente ao pleito dos reservistas ADRIANO SANTOS DE JESUS, MARCELO DE BRITO e
MARNO MIGUEL SCHWINGEL, informo-vos o que se segue:

a. A Lei nº 7.963, de 21 Dez 1989, regulamentada pelo Decreto nº 99.245, de 30 Jul


1990, prevê a compensação pecuniária em favor de militar licenciado ex officio por término de
prorrogação do tempo de serviço, especificando os beneficiários, fixando o montante da vantagem,
a forma e a época do pagamento.
Art. 1º O oficial ou a praça, licenciado ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço, fará jus à compensação
pecuniária equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano
de efetivo serviço militar prestado, tomando-se como base de
cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação.
(...)
§ 2º O benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço
militar obrigatório.
(...)
Art. 3º O oficial ou a praça que for licenciado ex officio a bem da
disciplina ou por condenação transitada em julgado não fará jus
ao benefício de que trata esta Lei.

b. O Estatuto dos Militares, nos termos da Lei nº 6.880, de 09 Dez 1980, ao tratar do
gênero exclusão do serviço ativo, relacionou o licenciamento como uma de suas possibilidades,
prevendo-o em duas modalidades: a pedido ou ex officio. Ao dispor sobre a modalidade ex officio o
fez admitindo três hipóteses de ocorrência, conforme o estatuído nas alíneas do § 3º, de seu art. 121:
Art. 94 A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o
conseqüente desligamento da organização a que estiver
Ao Dr
PAULO CÉSAR NUNES DA SILVA
Advogado
OAB/MS 12.293
Dourados – MS
(Continuação do Ofício nº 277 -Asse Jur–08 (A/1-SEF), de 30 de setembro de 2008 – página 2)

vinculado o militar decorrem dos seguintes motivos: (...)


V - licenciamento;
.........................................................................................
.........
Art. 121 O licenciamento do serviço ativo se efetua:

I - a pedido; e

II - ex officio .

§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que


não haja prejuízo para o serviço:

a) ao oficial da reserva convocado, após prestação do serviço


ativo durante 6 (seis) meses; e

b) à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no


mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.

(...)

§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação


que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de
cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.

c. Colidindo a legislação acima, pode-se então afirmar que ao militar temporário é


devida a compensação pecuniária por ocasião de seu licenciamento ex officio, contanto que este se
dê na modalidade “por término de prorrogação de tempo de serviço”. Cabe ressaltar, ainda, que o
primeiro texto legal especificou os casos em que não se concederia a referida compensação: por
término do serviço militar obrigatório, por ocasião de licenciamento ex officio a bem da disciplina
ou por condenação transitada em julgado.

d. É preciso recordar que a compensação pecuniária se reveste de natureza


indenizatória, premiando o militar temporário que, ao término da sua prorrogação do tempo de
serviço, venha a ser licenciado ex officio.

e. O Boletim Interno nº 116, de 17 jun 08, que tornou pública a Exclusão, o


Desligamento e o Licenciamento do Soldado (Sd) do Efetivo Permanente (EP) MARNO MIGUEL
SCHWINGEL, e o Boletim Interno nº 125, de 30 jun 08, que tornou público o desligamento e o
Licenciamento dos Cabos (Cb) MARCELO DE BRITO e ADRIANO SANTOS DE JESUS,
documentos do 28º B Log anexados os Ofício nº 01 – Adv-AMM, fazem referência ao previsto na
letra “b)”, do inciso II, do art. 3º da Port Cmt Ex nº 151, de 22 abr 02, transcrito a seguir:

Art. 3º Para a praça aprovada em concurso público para


admissão em cargo civil, será observado:

I - no caso de concurso realizado em etapa única, com ou sem


estágio probatório:
(Continuação do Ofício nº 277 -Asse Jur–08 (A/1-SEF), de 30 de setembro de 2008 – página 3)

a) será excluída do estado efetivo da OM pelo Cmt, Ch ou Dir,


permanecendo a ela adida, a contar da data de convocação
oficial; e

b) será excluída do número de adidos e licenciada na véspera


de sua posse no cargo, pelo Cmt, Ch ou Dir da OM,
independente do disposto no art. 150 do RLSM;

II - no caso de concurso realizado em duas etapas, a segunda


exigindo formação específica:

a) a partir da data de convocação oficial para realização da


segunda etapa, à praça interessada caberá requerer licença
para tratar de interesse particular (LTIP), mesmo que conte
com menos de dez anos de serviço, conforme previsto nas
Instruções Gerais para Concessão de Licenças aos Militares da
Ativa do Exército (IG 30-07), a fim de poder realizar a segunda
etapa e independente do prescrito no art. 150 do RLSM;

b) finda a segunda etapa, se aprovada e assumir o cargo,


a praça será licenciada na véspera da assunção, pelo
Cmt, Ch ou Dir da OM. (grifamos)

f. Após acurada análise da legislação pertinente, bem como da documentação


apensada ao Of nº 01 –Adv-AMM, conclui-se que estão ausentes os documentos necessários ao
correto entendimento, notadamente no que diz respeito à modalidade de licenciamento dos
requerentes.

3. Cabe ressaltar que as informações necessárias deverão ser obtidas por intermédio
de requerimento dirigido ao 28º Batalhão Logístico, Organização Militar à qual os requerentes
pertenciam, responsável por instruir o pleito e tomar a decisão que alude ao objeto desta solicitação.

4. Nesses termos, remeto a V Sª o presente expediente, como informação, colocando-


me à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

Atenciosamente,

O original assinado encontra-se


arquivado na Asse Jur/SEF
General-de-Divisão SEBASTIÃO PEÇANHA
Subsecretário de Economia e Finanças do Exército

OSORIO 200 ANOS


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Brasília, 29 de junho de 2007.


Of nº 144 – Asse Jur – 07 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª ICFEx

Assunto: requerimento de compensação pecuniária.

Anexo: - cópia do Of. nº – Asse Jur – 07, A1/SEF,


de 19 Jun 2007
- cópia do Requerimento s/nº, de 27 Dez 2006

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária solicitado por


militares da Reserva de 2ª Classe, em requerimento protocolado junto a esta Secretaria de Economia e
Finanças, em 07 Mai 07.

2. Trata-se de pedido formulado por ex-oficiais médicos temporários, classificados no


Hospital Geral de Salvador, visando o recebimento de compensação pecuniária. Aduzem os autores que,
apesar do licenciamento ter ocorrido ao cabo do tempo de serviço contratado, não lhes foi paga a referida
verba.
3. Preliminarmente, impende ressaltar que a competência para atender o direito vindicado
cabe ao Ordenador de Despesas da Organização Militar na qual serviam os ex-militares por ocasião dos
licenciamentos, ou seja, o HGeS, à luz do § 2º, do art 23, do RAE.

4. Ademais, cumpre observar que o encaminhamento diretamente do requerimento a este


ODS contraria a Portaria n° 004-SEF, 06 Nov 02, que versa sobre as normas para a realização e
tramitação de pedidos de informações e de consultas à Secretaria de Economia e Finanças.

5. Todavia, visando a celeridade processual, bem como a necessidade de se difundir no


âmbito da Força o entendimento sobre a matéria, entende-se por bem transcrever excertos do Of nº 131-
AJ/SEF, de 28 Out 04, que consolidou o posicionamento adotado no âmbito desta Secretaria sobre
compensação pecuniária, oportunidade na qual estabeleceu-se que a modalidade de licenciamento a dar
azo à sua percepção seria, única e exclusivamente, licenciamento ex-officio por término de prorrogação
de tempo de serviço.

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6. Resta evidente que se o oficial temporário for licenciado ex officio, na modalidade “por
término da prorrogação de tempo de serviço” fará jus à compensação pecuniária. Por outro giro verbal,
cabe afirmar que em quaisquer outras modalidades de licenciamento que venham a pôr fim ao tempo de
serviço pactuado não geram direito ao pagamento da indenização pecuniária.

7. A par das considerações expendidas, passa-se ao estudo do caso nos termos


apresentados pelo representante dos requerentes. Deve-se, contudo, ressaltar que toda a análise será feita
subsumindo-se verdadeiras as alegações formuladas. Portanto, a apreciação do objeto requerido somente
poderá ser efetuada em caráter definitivo após a verificação, pela autoridade competente, da veracidade
das argumentações apresentadas.

8. Preliminarmente, deve-se considerar que as informações a subsidiar a configuração do


direito vindicado devem noticiar a modalidade em que se deu o licenciamento, fator determinante na
concessão da compensação pecuniária. Dos documentos apresentados encontra-se prejudicada a análise
do pedido formulado por Rose Pereira da Silva, Tânia Cristina Carvalho D Borges e Érika
Gonçalves da Silva Castro, haja vista que, inexistindo a cópia do Boletim Interno referente à época do
licenciamento, não se pode saber a modalidade sob a qual foram licenciadas as ex-oficiais em tela.

9. Cabe ressaltar que em relação à Rose Pereira da Silva, vindo a se confirmar a data de
seu licenciamento, em 27 Fev 01, como informado no requerimento, seu pleito encontra-se prescrito. Tal
assertiva funda-se no decurso do prazo qüinqüenal, considerando-se a data entre o licenciamento e a
protocolização do requerimento junto a esta Secretaria, em 07 Mai 07.

10. Compulsando a documentação acostada ao requerimento constata-se que os demais


requerentes, Sérgio Oliveira Vasconcelos da Silva, Marcelo da Silva Barreto, Ana Rita de Luna Freire
Peixoto, Maria José Molina Soares e Michele de Bonis Almeida Simões, após solicitação de prorrogação
de tempo de serviço, antes de seu deferimento, manifestaram desejo de não mais permanecer nas fileiras
do Exército, tendo interesse no licenciamento a contar da data de conclusão do período anteriormente
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deferido. O que efetivamente ocorreu, tendo sido todos os ex-militares licenciados na data fatal do tempo
de serviço a qual haviam se obrigado.
11. Assim sendo, partindo-se da premissa de que são verdadeiros os fatos, é incontroverso
concluir que o licenciamento, uma vez findo o prazo acordado, deu-se, de fato, na modalidade “por
término de prorrogação de tempo de serviço”. Contudo, alegam os requerentes não terem percebido a
compensação em comento. O não pagamento da indenização pecuniária, pelo que se infere, se deu por
engano da Administração Militar que entendeu a desistência manifesta de não permanência na Força após
o período aprazado como licenciamento a pedido, modalidade esta que pode ser entendida como quebra
contratual, que efetivamente interrompe o tempo de serviço previamente deferido, não ensejando ao
pagamento da verba indenizatória.

12. Vale ressaltar a dissensão entre o fato gerador do licenciamento, término de


prorrogação de tempo de serviço, e o embasamento legal dado a tal fato, inciso I, art 32, do Decreto
4.502, de 09 Dez 02: a pedido. É patente a incongruência entre eles. O licenciamento por término de
tempo de serviço constitui-se modalidade de licenciamento ex-officio, já o licenciamento a pedido não
comporta modalidades.

13. Neste diapasão impende afirmar que, independentemente do enquadramento legal dado
pela Administração Militar, o licenciamento operou-se na modalidade ex-officio por término de tempo de
serviço, gerando direito à percepção da Compensação Pecuniária.

14. É importante ressaltar que, noutro giro verbal, este ODS já se manifestou, por
intermédio do Parecer 035/AJ/SEF, de 15 Ago 05, sobre a desnecessidade de requerer-se a prorrogação de
tempo de serviço para a concessão do benefício.A compensação pecuniária é devida independentemente
de pleito por escrito de nova prorrogação.

15. É oportuno tecer considerações sobre o período a ser considerado para fins de
pagamento da verba indenizatória, equivalente a uma remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao posto ou à
graduação, na data de pagamento da referida compensação, ex vi do art 1º, do Decreto 99.425, de 30 Jul
90.
16. Entretanto, como consabido, o período passado a título de serviço militar obrigatório
não o integraliza, é o que dispõe a Lei 7.963/89, que trata da compensação pecuniária: “o benefício desta
Lei não se aplica ao período do serviço militar obrigatório”.

17. Esta Secretaria ao tratar do cálculo da indenização pecuniária adotou no Parecer


002/AJ/SEF, de 6 Jan 06, o seguinte posicionamento:

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18. Pois bem, o direito à percepção da compensação pecuniária advém do licenciamento


ex-officio por término de prorrogação de tempo de serviço, computado com base no período passado em
efetivo serviço, excetuando-se o período de doze meses referente ao serviço militar inicial.

19. Trazendo tais considerações a luminar o caso ora em comento, que versa sobre oficiais
médicos temporários, insta mencionar o que prescreve o Regulamento para o Corpo de Oficiais da
Reserva do Exército-RCORE, no que tange à situação jurídico-militar no ato da incorporação. O art 15 do
citado diploma prescreve que os médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários – MFDV poderão
ingressar na Força na para a realização do Estágio de Adaptação e Serviço, sendo convocados, em caráter
obrigatório, para prestar o Serviço Militar Inicial, ou como voluntários, caso já tenham cumprido com
suas obrigações para com o serviço militar. Pode-se observar, portanto, que no ato da incorporação para a
realização do Estágio de Adaptação e Serviço – EAS, os aspirantes ao oficialato podem ostentar duas
situações para com o serviço militar.

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20. Neste ponto é necessário ponderar acerca da prestação do Serviço Militar inicial. A
dispensa de incorporação, assim como a efetiva prestação, gera a quitação das obrigações para com o
serviço militar, nos exatos termos dos art 36 c/c art 75, da LSM.

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21. Destarte, para o cômputo do período a ser considerado para fins de pagamento da
compensação pecuniária deve-se analisar caso a caso. Como se observa, podem ocorrer duas situações
distintas: a incorporação como convocados, para o cumprimento das obrigações militares, e como
voluntários, de cidadãos que efetivamente já prestaram serviço militar, bem como daqueles dispensados
do serviço militar inicial.

22. Em situação especialíssima enquadra-se o segmento feminino da Força. Não estando as


mulheres obrigadas ao serviço militar obrigatório em tempo de paz, como reza o art 2º da LSM, o lapso
temporal de realização dos estágios não poderá ser considerado como serviço militar obrigatório ou,
melhor dizendo, inicial, devendo, portanto, integrar a base de cálculo da compensação pecuniária.

23. Diante de todo o exposto, pode-se concluir que:

a. A competência para determinar o pagamento da compensação requerida pertence ao


OD do HGeS.

b. A desistência do pedido de prorrogação de tempo de serviço não se confunde com


pedido de licenciamento. O oficial temporário licenciado ex officio, na modalidade “por término da
prorrogação de tempo de serviço”, faz jus à compensação pecuniária, ainda que não tenha requerido nova
prorrogação ou que tenha manifestado sua desistência do pedido anteriormente formulado.

c. A análise do pedido formulado pelas ex-oficiais Rose Pereira da Silva, Tânia Cristina
Carvalho D Borges e Érika Gonçalves da Silva Castro, não pode ser realizada, haja vista a ausência de
documentação referente à época do licenciamento. No que refere à Rose Pereira da Silva confirmando-
se a data de seu licenciamento, 27 Fev 01, é de se afirmar que o pleito encontra-se prescrito.

d. Partindo-se da premissa da verdade dos fatos aduzidos, resta claro o direito à percepção
dos demais requerentes, Sérgio Oliveira Vasconcelos da Silva, Marcelo da Silva Barreto, Ana Rita de
Luna Freire Peixoto, Maria José Molina Soares e Michele de Bonis Almeida Simões, devendo,
contudo, para sua concessão, ser analisada caso a caso a situação dos ex-militares por ocasião das
respectivas incorporações, apurando-se a quitação ou não para com as obrigações militares, enquadrando-
os em uma das situações abaixo:

- para os ainda não alistados, ou já alistados, mas não incorporados ou matriculados,


incluindo-se aqui aqueles que obtiveram o adiamento da incorporação, os doze meses relativos aos
estágios deverão ser entendidos como serviço militar inicial e, assim, excluídos da base de cálculo da
compensação pecuniária;
- para os dispensados de incorporação, tendo, por isso, superado o serviço militar inicial,
os doze meses iniciais deverão integrar a base de cálculo da compensação pecuniária;

- para aqueles que já prestaram o serviço militar inicial, os doze meses iniciais serão
considerados na íntegra para o cálculo da compensação pecuniária.

24. Em resposta ao requerimento, informou-se ao representante dos postulantes ser


atribuição do OD da OM à qual encontravam-se vinculados os ex-militares por ocasião do licenciamento,
ou seja, do OD do HGeS, à determinação para o estipêndio da verba em apreço.

25. Neste sentido, solicito que essa Setorial remeta o presente expediente e todo o processo
a que se refere ao Hospital Geral de Salvador, orientando aquela Unidade Gestora quanto ao
posicionamento desta Secretaria, para as providências julgadas cabíveis.
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26. Por oportuno, remeto, também em anexo, cópia do ofício encaminhado por esta
Secretaria ao Sr.Maurício Fernandes da Cunha, representante dos requerentes.

_____________________________________
Gen Div SEBASTIÃO PEÇANHA
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral/1841)

Brasília, 19 de dezembro de 2007.


Of nº 319 – Asse Jur – 07 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 4ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 600/S1, de 05 Nov 07

1. Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária para militar temporário


aprovado em concurso público.

2. Diante dos desdobramentos que recaem sobre o tema em análise, é fundamental, para
entendê-lo, realizar uma breve recapitulação de seus fatos, de acordo com os documentos trazidos a lume.

a. Encaminha essa Setorial Contábil extenso estudo acerca da possibilidade de pagamento


da compensação pecuniária a militar que, aprovado em concurso público, é licenciado ex officio. Com
efeito, relata que o Sd EP LÚCIO FLÁVIO MARQUES LIMA, incorporado às fileiras do 55º Batalhão
de Infantaria (55º BI), em 06 Mar 03, foi licenciado ex officio em 30 Set 07, por ter tomado posse no
cargo de Soldado de 1ª Classe da Polícia Militar de Minas Gerais.

b. Embora conhecendo o entendimento desta Secretaria sobre a questão, essa ICFEx


discorreu difusas linhas de argumentação, apontando para a viabilidade do pagamento do benefício ao
militar em tela. Discordando, de modo enérgico, da interpretação deste ODS sobre a matéria e, ao mesmo
tempo, defendendo o emprego de uma interpretação estrutural das normas aplicáveis, asseverou essa
Inspetoria que a aprovação em concurso público se configuraria em uma hipótese de término de tempo de
serviço, permitindo ao militar licenciado a percepção da pecúnia, em face do sucesso em concurso de
admissão para preenchimento de cargo estranho à sua carreira, nos termos do art. 1º da Lei 7.963, de
1989.

c. Traçando um paralelo entre a compensação pecuniária e o FGTS, aduziu essa Setorial,


também, que mesmo o Centro de Pagamento do Exército (CPEx) e até mesmo a Divisão Jurídica da 3ª
Região Militar comungariam da idéia de que o benefício seria devido, inclusive, no caso de aprovação de
militar em concurso público.

d. Em suma, pretende essa ICFEx ver modificada a opinião vigente neste ODS sobre a
matéria, permitindo a qualquer militar temporário aprovado em concurso público para cargo efetivo
estranho ao Exército a percepção da compensação pecuniária, descontado o período correspondente à
prestação do serviço militar inicial.
(Continuação do Ofício 319-Asse Jur–07 (A/1-SEF), de 19 de dezembro de 2007 – página 2)

3. A questão deve ser analisada à luz dos aspectos jurídicos que a permeiam.

a. Conforme ressalta o doutrinador JOSÉ RICARDO CUNHA (in “Fundamentos


axiológicos da hermenêutica”. Artigo constante de “Hermenêutica Plural – possibilidades jusfilosóficas
em contextos imperfeitos”. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 309-351), a hermenêutica ocupa papel de
vital importância no âmbito do direito, pois assegura a função ôntica do sujeito (relativa ao seu estudo, às
suas características) na constituição da regulação jurídica, recuperando o teor essencialmente humanístico
que deve permear o direito em todas as suas situações. "Diferentemente das verdades naturais que a
epistemologia positivista entende, equivocadamente, como verdades universais e necessárias, as
verdades jurídicas estão em constante mutação, num devir permanente cadenciado por uma
hermenêutica que liga o mundo da vida e o mundo jurídico, o fato e a norma, sujeito e objeto. Nesse
dinamismo a tentação das crenças metafísicas e axiomáticas não resiste à necessidade de contínua
refundamentação, uma vez que tudo é provisório e precisa, por isso mesmo, ser reafirmado
constantemente, sob pena de desaparecer ou se tornar obsoleto."

b. Por isso mesmo, é de se louvar as opiniões trazidas a lume por essa Setorial a respeito
do tema em debate. Em verdade, as idéias expostas terminam por elevar o nível do debate jurídico sobre a
questão, permitindo a visualização da mesma sob diversos ângulos.

c. Contudo, em que pese a dilatada argumentação exarada por essa ICFEx, há que se
reafirmar e ratificar o posicionamento adotado no âmbito desta Secretaria, nos termos do Parecer nº
057/AJ/SEF, de 10 Out 05, cujo conteúdo esgota o assunto. Com o devido respeito a opiniões em
contrário, o entendimento presente no aludido Parecer reflete a idéia vigente nas Cortes brasileiras. Com
efeito, a própria Apelação Cível 2003.71.02.008844-3, julgada pelo 4º Tribunal Regional Federal,
mencionada naquele documento, não deixa margem a dúvidas quanto à impossibilidade de pagamento de
compensação pecuniária a militar temporário licenciado ex-officio por aprovação em concurso público.

d. O TRF da 4ª Região, aliás, não está só: também o TRF da 1ª Região (Apelação Cível
1998.01.00.044134-1), o TRF da 2ª Região (Apelação em Mandado de Segurança 7004), o TRF da 5ª
Região (Apelação Cível 396.057 e Apelação Cível 306.012) entendem dessa maneira. Não há, pois,
modificações a realizar quanto ao posicionamento defendido por este ODS sobre o assunto.

4. Isso posto, entende esta Secretaria que militares temporários licenciados ex-officio por
aprovação em concurso público para o preenchimento de cargos estranhos ao Exército não fazem jus à
compensação pecuniária por falta de amparo legal. Ratifica-se, assim, o entendimento vigente neste ODS,
constante do Parecer nº 057/AJ/SEF, de 2005, que, por refletir a posição do Judiciário sobre a matéria,
não merece reparos. Nesses termos, remeto-vos o presente expediente para conhecimento e providências
julgadas cabíveis.

____________________________________
Gen Div SEBASTIÃO PEÇANHA
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 9 de janeiro de 2006.


Of nº 008 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 8ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 350 S/1, de 19 Out 2005

Anexo: Parecer 002/AJ/SEF, de 06 Jan 2006

1. Versa o presente expediente sobre direito à compensação pecuniária por parte de


terceiros-sargentos técnicos temporários, licenciados após 01 (um) ano de efetivo serviço.

2. Remeto o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, nos termos do


documento em anexo, para conhecimento e providências julgadas cabíveis.

_______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

PARECER Nº 002/AJ/SEF Brasília, 6 de janeiro de 2006.

1. EMENTA – compensação pecuniária; sargentos temporários; serviço militar inicial.

2. OBJETO – esclarecer se terceiros-sargentos temporários, ao serem licenciados, tendo


completado 01 (um) ano de efetivo serviço, têm direito à compensação pecuniária.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição Federal de 05 Out 1988;


b. Lei 4.375, de 17 Ago 1964 – Lei do Serviço Militar (LSM);
c. Lei 7.963, de 21 Dez 1989 – Institui a Compensação Pecuniária;
d. Decreto 57.654, de 20 Jan 1966 – Regulamento da LSM;
e. Portaria 148-EME, de 17 dez 1998 – Aprova as Normas Reguladoras da Qualificação,
Habilitação, Condições de Acesso e Situação das Praças do Exército;
f. Portaria 169-DGP, de 01 Dez 2004 – Aprova as Normas Técnicas para a Inscrição,
Seleção, Convocação, Incorporação e Prestação do Serviço Militar Temporário (NT
08-DSM)

4. APRECIAÇÃO

a. Dos Fatos

1) Trata-se de consulta oriunda da 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl)
dirigida à 8ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (8ª ICFEx). Questiona aquela Unidade
Gestora se terceiros-sargentos técnicos temporários, licenciados após 01 (um) ano de efetivo serviço
fazem jus à compensação pecuniária. A dúvida consiste, especificamente, em saber se o referido lapso
temporal deve ser entendido como serviço militar obrigatório e, por isso, excluído do cálculo do
benefício ou, ao contrário, computado para aferição do mesmo.

2) A Inspetoria, diante dos fatos expostos, considerou, primeiramente, nos termos do Of nº


165-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 06 Out 2005, que é necessário averiguar caso a caso a situação dos
militares envolvidos. Citando aquele expediente, asseverou a ICFEx que “se o requerente tiver origem
militar, o período anterior deverá ser considerado para o cálculo daquele benefício, no que tange ao
serviço militar obrigatório a que se obrigava a cumprir; por outro lado, se o requerente tiver origem
civil (alistado ou dispensado da incorporação), o período inicial de 12 (doze) meses do EST equivalerá
ao serviço militar obrigatório e, portanto, não computável para efeitos de saque da compensação
pecuniária”.
3) Não obstante, traz à baila a Setorial, também, situação que envolve oficiais técnicos
temporários (OTT). Na contramão do posicionamento adotado pela SEF em relação aos sargentos
temporários, cita a Inspetoria, o Manual do Usuário / Militar da Ativa, do Centro de Pagamento do
Exército, que prevê, com fulcro no Of nº 054/Asse, de 15 Mai 2001, do Departamento-Geral do Pessoal
(DGP), que os OTT possuem direito à compensação pecuniária ao término do primeiro ano de
convocação. Foi mais longe a ICFEx, ao mencionar, também, o Of nº 143-Asse Jur-03 (A1/SEF), de 22
Out 2003, em que se deferiu o pagamento da compensação pecuniária a OTT correspondente a todo o
período de efetivo serviço, sem qualquer restrição aos primeiros doze meses.

4) Diante dessa diferença de interpretações em relação a sargentos técnicos temporários e a


oficiais técnicos temporários, remete a Setorial a questão para análise, visando à unificação de
procedimentos.

b. Do Direito

1) Vem a lume uma vez mais a questão relativa a compensação pecuniária. De modo
especial, o assunto diz respeito à previsão de exclusão, para fins de cálculo dessa verba, do período
relativo ao serviço militar obrigatório, conforme se infere do §2º do art. 1º da Lei 7.963, de 21 Dez 1989:
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2) Pois bem, surge como condição imprescindível, compreender a noção de serviço militar
obrigatório, contida no dispositivo acima. Para tanto, faz-se necessário trazer à baila conceitos
estabelecidos pela Lei do Serviço Militar:
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3) De acordo com a LSM, a obrigação para com o serviço militar inicia-se aos 18 anos e
se estende até os 45 anos de idade. Significa dizer que durante esses 26 anos, os brasileiros devem,
primeiramente, concorrer para a prestação do serviço militar inicial e/ou, posteriormente, responder às
mobilizações e convocações por ventura realizadas.

4) Isso significa que, no âmbito da obrigação para com o serviço militar, encontra-se
inserida a noção de serviço militar inicial, o período de 12 meses aos quais brasileiros de determinada
classe – isto é, nascidos em determinado ano – ultrapassado o recrutamento, tendo sido alistados,
convocados, incorporados ou matriculados, passam a ter instrução de cunho militar em órgãos da ativa ou
de formação da reserva por um prazo de doze meses.
3

5) Clara resta, então, a diferença entre obrigatoriedade para com o serviço militar e
prestação do serviço militar inicial. É fundamental compreender essa distinção, pois é corrente a prática
de se tomar um pelo outro, inclusive em sede legisferante. Com efeito, são inúmeros os exemplos em que
se vislumbram alusões ao “serviço militar obrigatório” quando, na verdade, pretendia-se dizer “serviço
militar inicial”.

6) A redação do §2º do art. 1º da Lei 7.963/89, que trata da compensação pecuniária, é


exatamente um desses casos: “o benefício desta Lei não se aplica ao período do serviço militar
obrigatório”. Ora, se adotássemos a interpretação literal desse comando, não haveria possibilidade real de
se proceder ao pagamento dessa verba, eis que o a obrigatoriedade para com o serviço militar se estende
até os 45 anos de idade, ocasião a partir da qual dificilmente haveria militares temporários licenciados
aptos a recebê-la.

7) Naturalmente, aplicando-se ao caso a interpretação restritiva, pode-se chegar a real


intenção do legislador: onde se lê “serviço militar obrigatório” deve-se entender “serviço militar inicial”.
Vale dizer: para o cálculo da compensação pecuniária não se deve considerar os primeiros doze meses
passados pelo militar imediatamente após sua incorporação ou matrícula – estas, por sua vez, fruto do
processo de alistamento e seleção. Em suma, deve-se excluir da base de cálculo da compensação
pecuniária, o período relativo ao serviço militar inicial.

8) De acordo com a LSM, ainda, é possível observar que, após o serviço militar inicial, há
casos em que, ao invés de serem licenciados, os militares podem ser engajados, ou reengajados, ou
convocados (como é o caso, p.ex, de oficiais temporários). Tanto o engajamento, como o reengajamento,
como a convocação, são considerados, para efeitos legais, como “outras fases” do serviço militar, não
podendo, portanto, serem entendidos como serviço militar inicial, eis que tal fase restará superada.

9) O interregno relativo a essas “outras fases”, superado o serviço militar inicial, é que
termina por ser computado em sua integralidade para o cálculo da compensação pecuniária.

10) Uma vez entendida a composição da base de cálculo da compensação pecuniária em


relação àqueles que já prestaram o serviço militar inicial, surge como importante esclarecer, também, a
situação jurídica do dispensado de incorporação para o serviço militar inicial e que, posteriormente, vem
a ser convocado para prestar “outra fase” do serviço militar, como por exemplo o Estágio de Serviço
Técnico (EST, para oficiais temporários) ou o Estágio Básico de Sargento Temporário (EBST, para
sargentos temporários).

11) Nessas hipóteses, é salutar jogar luzes sobre o que se entende por “dispensa de
incorporação”, de acordo com o que estipula o Regulamento da LSM:
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12) Pois bem, os brasileiros que se voluntariam para o EST ou para o EBST e que
apresentam, para efeitos de comprovação da situação militar, o Certificado de Dispensa de Incorporação
(CDI), à luz do art. 75 da LSM, encontram-se em dia com as obrigações militares:
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13) Significa dizer que ao comparecerem ao recrutamento para o serviço militar inicial,
esses brasileiros foram alistados e passaram pela seleção, sendo, contudo, por motivos diversos,
dispensados de incorporar, recebendo o correspondente CDI. Nessa linha de raciocínio, é razoável
considerar que cumpriram suas obrigações para com o serviço militar inicial, muito embora estejam,
ainda, até os 45 anos de idade, obrigados para com o serviço militar como um todo.

14) Recordando, constatou-se que o período a ser excluído da base de cálculo da


compensação pecuniária é aquele relativo ao serviço militar inicial. No caso daqueles que foram
dispensados de incorporação no serviço militar inicial, pode-se considerar que essa fase se encontra
superada. Assim, se forem convocados, mesmo que voluntários, a prestar “outra fase” de serviço militar,
como EST ou EBST, todo o lapso passado nessa “outra fase” haverá de compor a base de cálculo da
compensação pecuniária.

15) Com tais considerações em mente, impende observar, também, o que rezam as NT 08-
DSM, aprovadas pela Portaria 169-DGP, de 2004:

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16) A partir de tais dispositivos, levando-se em consideração o já exposto, é de se


asseverar que os candidatos ao EST ou ao EBST podem ostentar as seguintes situações:

- aos ainda não alistados, ou já alistados, mas não incorporados ou matriculados (já que a
incorporação para esses estágios pode ocorrer a partir dos 18 anos) os doze meses do EST ou o EBST
deverão ser entendidos como serviço militar inicial e, assim, excluídos da base de cálculo da
compensação pecuniária;

- aos dispensados de incorporação, tendo, por isso, superado o serviço militar inicial, os
doze meses do EST ou do EBST deverão integrar a base de cálculo da compensação pecuniária;

- aqueles que já prestaram o serviço militar inicial como fruto do recrutamento, por
natural, os doze meses do EST ou do EBST serão considerados na íntegra para o cálculo da compensação
pecuniária.

17) Dessa maneira, insta salientar que a situação dos convocados para o EST ou para o
EBST deve ser analisada caso a caso, eis que, por ocasião do licenciamento, o indivíduo poderá ou não
computar o período de doze meses do respectivo estágio para a compensação pecuniária.
18) Há que se apontar, por último, a existência de situação peculiar, no que diz respeito às
mulheres. Na esteira do que determina o art. 2º da LSM, as mesmas não estão sujeitas ao serviço militar
obrigatório em tempo de paz, de forma que para elas, os doze meses relativos ao EST ou ao EBST não
poderão ser considerados como serviço militar obrigatório ou, melhor dizendo, inicial. Vale afirmar,
portanto, que em relação às estagiárias, o EST ou o EBST deverão, sempre, integrar a base de cálculo da
compensação pecuniária.

d. Da necessidade de retificação de aspectos conclusivos do Of nº 165-Asse Jur-05


(A1/SEF), de 06 Out 2005

1) O mesmo raciocínio acima exposto deve ser empregado em relação ao Of nº 165-Asse


Jur-05 (A1/SEF), de 06 Out 2005 que deve, assim, ser retificado.

2) Tratava esse expediente sobre a possibilidade de sargentos de carreira receberem a


compensação pecuniária se licenciados ex officio por término de tempo de serviço antes de atingir a
estabilidade – direito este já reconhecido pela SEF. A dúvida surgida, na realidade, recaía sobre a
possibilidade de se considerar o período passado nas Escolas de Formação como equivalentes ao serviço
militar inicial e assim, excluído da base de cálculo do aludido benefício.

3) Na ocasião, entendeu esta Secretaria que “a compensação pecuniária devida ao militar


de carreira não estabilizado deve ser calculada do seguinte modo: se o requerente tiver origem militar
(v.g. soldado, cabo, sargento temporário ou reservista), o período passado na formação de sargentos de
carreira (EsSA, por exemplo), deverá ser considerado para o cálculo daquele benefício, eis que o serviço
militar obrigatório terá sido cumprido anteriormente; por outro lado, se o requerente tiver origem civil
(alistado ou dispensado da incorporação), o período de formação equivalerá ao serviço militar
obrigatório e, portanto, não computável para efeitos de saque da compensação pecuniária”.

4) Não obstante, conforme exaustivamente exposto no presente parecer, tendo em vista o


Poder de Autotutela da Administração, a conclusão deve ser outra: se o requerente tiver origem militar
(v.g. soldado, cabo, sargento temporário ou reservista), o período passado na formação de sargentos de
carreira (EsSA, por exemplo), deverá ser considerado para o cálculo daquele benefício, eis que o serviço
militar obrigatório terá sido cumprido anteriormente; o mesmo deve ser considerado em relação àquele
que foi dispensado da incorporação; por outro lado, se o requerente encontrar-se na situação de
alistado, o período de formação equivalerá ao serviço militar obrigatório e, portanto, não computável
para efeitos de saque da compensação pecuniária

5. CONCLUSÃO -

Isso posto, é de se afirmar que, relativamente ao caso que motivou as presentes


considerações, não se pode generalizar o direito à compensação pecuniária devida aos sargentos
temporários licenciados após 01 (um) ano de efetivo serviço. Com efeito, deve-se verificar a situação
militar peculiar a cada qual:

a) Se já prestou anteriormente o serviço militar inicial ou, alternativamente, foi dispensado


da incorporação, o período passado por conta de Estágio de Básico de Sargento Temporário (EBST)
deverá ser computado quando do cálculo da compensação pecuniária.
L

b) No entanto, em se tratando de cidadão alistado ou em vias de alistamento, o interregno


equivalente aos 12 meses do EBST deverá ser entendido como de serviço militar obrigatório e, por isso,
excluído do cômputo da compensação pecuniária quando do licenciamento do militar.

O mesmo raciocínio deve ser empregado no que tange à situação dos Oficiais Técnicos
Temporários, pelo que se sugere a modificação do Manual do Usuário / Militar da Ativa, do Centro de
Pagamento do Exército. Dessa forma insta informar o CPEx sobre os termos do presente parecer a fim de
que se proceda a essa alteração, comunicando ao Centro e demais Setoriais Contábeis, ainda sobre a
retificação de aspectos conclusivos do contido do Of nº 165-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 06 Out 2005.

É o Parecer.
S.M.J.

________________________________________________
GUSTAVO CASTRO ARAUJO – 1º Ten QCO - Direito
Adjunto da Assessoria Jurídica/SEF

De Acordo:

______________________________________________
VALTER DE CARVALHO SIMÕES JUNIOR - Cel
Chefe da Assessoria Jurídica /SEF

6. DECISÃO –

_______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 9 de janeiro de 2006.


Of nº 009 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe do Centro de Pagamento do Exército

Assunto: compensação pecuniária

Ref: - Of nº 321-S/1-Ch, de 21 Set 05, do CPEx


- Of nº 165-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 06 Out 05,
da SEF

Anexo: Parecer 002/AJ/SEF, de 06 Jan 2006

1. Versa o presente expediente sobre direito à compensação pecuniária por parte de


prestadores de serviço técnico temporário, licenciados após 01 (um) ano de efetivo serviço.

2. Remeto a esse Centro o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, de


acordo com o Parecer constante do anexo, para conhecimento e providências julgadas necessárias,
lembrando, ainda, que devem ser observadas as retificações de aspecto conclusivo no Of nº 165-Asse Jur-
05 (A1/SEF), de 06 Out 2005.

_______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 25 de maio de 2006.


Of nº 106 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 12ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 037-S1, de 11 Mai 2006

1. Versa o presente expediente sobre compensação pecuniária.

2. Encaminha essa Setorial situações envolvendo três oficiais temporários lotados no


Hospital Geral de Manaus (HGeM), AM, a saber:

a. 1º Ten ODT Regina Kaori Nakano, convocada para realizar a 1ª fase do Estágio de
Adaptação e Serviço (EAS) no Comando de Fronteira do Rio Negro e 5º Batalhão de Infantaria de Selva
(CFRN/5º BIS); em seguida, realizou o Estágio de Instrução e Serviço (EIS) no Hospital de Guarnição de
São Gabriel da Cachoeira (H Gu SGC), onde permaneceu até ser licenciada ex officio por término de
prorrogação de tempo de serviço em 31 Jan 2001; posteriormente, foi reconvocada, em 28 Fev 2003 no
HGeM, com previsão de licenciamento ex officio em 27 Fev 2006, por término de prorrogação de tempo
de serviço. Em relação a essa oficial, entende essa Inspetoria que é devida a compensação pecuniária
relativamente a todo o período em que a mesma esteve ligada ao Exército. Em relação a ela, não haveria
desconto de qualquer período passado a título de serviço militar obrigatório (nos termos do §2º do art. 1º
da Lei 7.963/89).

b. 1º Ten OTT Valéria Sovat de Freitas Costa, convocada para o Estágio de Serviço
Técnico no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, DF, em 21 Jun 2002, tendo sido licenciada
a pedido em 27 Fev 2003; no dia seguinte, foi reconvocada no HGeM, com previsão para ser licenciada
ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço em 27 Fev 2006. Relativamente a essa oficial,
essa ICFEx entende que é devida a compensação pecuniária relativamente a todo o período passado junto
ao Exército. Opina, nesse sentido, que o licenciamento a pedido não tem o condão de se configurar em
interrupção de tempo de serviço, eis que a mesma foi reconvocada no dia seguinte para outra guarnição.
O licenciamento a pedido, na realidade, teria sido a maneira encontrada para que se contornasse a
proibição legal quanto à movimentação de oficiais temporários.

c. 1º Ten OIT Felipe Bernardo Vital, convocado em 23 Jun 2003 no Comando da 17ª
Bda Inf Sl e licenciado a pedido em 27 Fev 2005; foi reconvocado no dia seguinte no HGeM, com
previsão de licenciamento ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço em 27 Fev 2006.
No que respeita a esse oficial, considerou essa Inspetoria que é devida a compensação pecuniária
relativamente a todo o período passado junto ao Exército. Entende, nessa linha, que o licenciamento a
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pedido não tem o condão de se configurar em interrupção de tempo de serviço, eis que o mesmo foi
reconvocado no dia seguinte para outra guarnição. O licenciamento a pedido, na realidade, teria sido a
maneira encontrada para que se contornasse a proibição legal quanto à movimentação de oficiais
temporários

3. A questão deve ser analisada à luz dos aspectos jurídicos pertinentes. É de se ressaltar o
estudo realizado por essa Setorial Contábil, colacionando extensa legislação, bem como desenvolvendo
intensa pesquisa junto a expedientes desta Secretaria. De todo modo, insta trazer a baila argumentações
outras, de modo a fundamentar a decisão final da SEF sobre as situações que envolvem os três militares
em tela.

a. É salutar transcrever o art. 1º da Lei 7.963, de 21 Dez 1989, que instituiu a compensação
pecuniária aos militares temporários:
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b. O cerne das questões ora debatidas recaem sobre noções de tempo de serviço, e de
serviço militar obrigatório, enquanto fatores que se relacionam à base cálculo do benefício em tela. Esta
Secretaria já se pronunciou acerca desses temas. O Parecer 002/AJ/SEF, de 06 Jan 06, encaminhado pelo
Of nº 008-Asse Jur-06 (A1/SEF), de 06 Jan 06, é o expediente mais recente a abordar a questão relativa
ao serviço militar obrigatório. Insta, pois, repetir trechos da fundamentação exposta na referida peça:

2) Pois bem, surge como condição imprescindível, compreender a noção de


serviço militar obrigatório, contida no dispositivo acima. Para tanto, faz-se necessário
trazer à baila conceitos estabelecidos pela Lei do Serviço Militar:

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(...)

18) Há que se apontar, por último, a existência de situação peculiar, no


que diz respeito às mulheres. Na esteira do que determina o art. 2º da LSM, as mesmas
não estão sujeitas ao serviço militar obrigatório em tempo de paz, de forma que para elas,
os doze meses relativos ao EST ou ao EBST não poderão ser considerados como serviço
militar obrigatório ou, melhor dizendo, inicial. Vale afirmar, portanto, que em relação às
estagiárias, o EST ou o EBST deverão, sempre, integrar a base de cálculo da
compensação pecuniária.
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c. É importante, da mesma forma, recordar entendimentos emanados deste ODS no que


tange a tempo de serviço. O of nº 069-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 31 Mai 05 traz relevantes considerações
sobre o tema, quando tratou do direito à compensação pecuniária por parte de militar que, estando para
ser licenciado, não o foi, permanecendo na condição de adido, in verbis:

h. De qualquer forma, não é possível desconsiderar o comando da Lei


7.963/89: a compensação pecuniária é devida após o término da prorrogação do tempo de
serviço, sendo o militar licenciado ex-officio. Não há, na lei, qualquer ressalva acerca do
término de qual período de engajamento ou reengajamento. Ou seja, se o licenciamento se
der, ex-officio, após o fim, seja do primeiro reengajamento, seja do último possível, seja
de qualquer um entre eles, o benefício será devido da mesma forma, por conta do fim da
prorrogação do tempo de serviço, sem qualquer margem a dúvidas. (...)

j. A dúvida que poderia surgir refere-se ao período a ser computado para o


cálculo do direito em debate. Com efeito, o dilema provável poderia recair sobre o fato de
se incluir ou não o interregno passado sob a situação de adido na avaliação da
compensação pecuniária. Na realidade, a SEF já se manifestou acerca do assunto: o
período a ser considerado para o efeito de percepção da compensação pecuniária deve
ser igual à totalidade de tempo de efetivo serviço, conforme se infere do caput do art. 1º
da Lei 7.963/89. Com efeito, o período passado sob a situação de adido ou mesmo de
agregado não teria o condão de descaracterizar o tempo de efetivo serviço. Nesse sentido,
reza o art. 136 do Estatuto dos Militares:

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d. Ou seja, para o militar que permanecera como adido, o período correspondente a essa
situação teve de ser computado, eis que compreendido na concepção de tempo de efetivo serviço. Nessa
linha de raciocínio, a SEF já havia se manifestado (vide Of nº 068-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 12 Mai
2005, bem como no Parecer 025/AJ/SEF, de 12 Jul 2005, transcrito por essa ICFEx). Essa situação,
todavia, não pode ser aproveitada em favor de quaisquer dos oficiais tratados na presente consulta, eis que
ausente a similitude fática necessária.

e. Não obstante, essa Setorial utilizou os argumentos acima expendidos para fundamentar a
opinião de que a compensação pecuniária seria devida a todos os três oficiais, relativamente à totalidade
dos tempos passados junto ao Exército.

f. Recordando, a 1º Ten Regina foi convocada para o EAS em 26 Fev 1999 no CRFN/5º
BIS, sendo licenciada ex officio por término de tempo de serviço em 31 Jan 2001 e, novamente
reconvocada em 28 Fev 2003 no HGeM, com previsão de licenciamento em 27 Fev 2006. A 1º Ten
Valéria foi convocada para o EST, em 21 Jun 2002, no HFA, sendo licenciada a pedido em 27 Fev 2003 e
reconvocada em 28 Fev 2003 no HGeM, com previsão de licenciamento em 27 Fev 2006. Já o 1º Ten
Felipe Vital foi convocado como OIT em 23 Jun 2003, no Cmdo da 17ª Bda Inf Sl, sendo licenciado a
pedido em 27 Fev 2005 e reconvocado no dia seguinte no HGeM, com previsão de licenciamento em 27
Fev 2006.

g. Como se denota, os três oficiais temporários possuem, basicamente, dois períodos de


serviço. A questão é saber, então, se realmente todos esses períodos são computáveis para a compensação
pecuniária, como assevera essa ICFEx.
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h. No que tange à 1º Ten Regina, é de se concordar com o parecer dessa Inspetoria. Ambos
os períodos são computáveis pois em ambas as oportunidades a oficial foi licenciada ex officio na
modalidade término de tempo de serviço. Trata-se, em suma, de perfeito amoldamento à previsão contida
no art. 1º da Lei 7.963/89. Por se tratar de oficial do seguimento feminino, não há o que se falar em
qualquer desconto relativo a período de serviço militar obrigatório ou inicial.

i. Já a 1º Ten Valéria e o 1º Ten Felipe Vital apresentam situações que se diferenciam da


vivenciada pela 1º Ten Regina. Tanto a 1º Ten Valéria como o 1º Ten Felipe Vital foram, em determinado
momento, licenciados a pedido. Isso, por si, impede que à luz do art. 1º da Lei 9.763/89, façam jus à
compensação pecuniária relativamente a seus primeiros períodos ligados ao Exército. Não há dúvidas de
que o referido diploma legal somente autoriza o pagamento do benefício em tela àqueles licenciados ex
officio por término de tempo de serviço. Ou seja, quaisquer outros tipos de licenciamento – incluídos
aqueles realizados a pedido – afastam a percepção do aludido direito em relação ao período anterior
considerado. Tais oficiais fazem jus, apenas, à compensação pecuniária calculada a partir do momento de
suas respectivas reconvocações.

j. Nem mesmo as alegações de que foram licenciados em um local para serem


reconvocados noutro, de forma a contornar a impossibilidade de movimentação de oficiais temporários,
teriam o condão de modificar esse entendimento. De fato, a SEF já se manifestou no sentido de que o
licenciamento, mesmo com reconvocação ou matrícula efetuados em ato contínuo (no dia seguinte),
configura-se em interrupção de serviço. Com efeito, no Of nº 050-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 31 Mar 2005,
asseverou-se:

p. Confirma-se, assim, a tese de que tanto oficiais temporários, como sargentos,


aprovados em concurso público para ingresso em estabelecimento de ensino de formação
de militares de carreira são licenciados e depois matriculados. Ao serem licenciados, o
vínculo anterior desaparece, iniciando-se uma outra relação jurídica com o Exército,
aperfeiçoada mediante a matrícula e confirmada com a conclusão do curso e nomeação
ao novo posto. (grifamos)

m. Ademais, o próprio Estatuto dos Militares relaciona o licenciamento como uma das
espécies do gênero exclusão do serviço ativo. Não há pois, como sustentar qualquer tese de que, na
oportunidade de ser o militar licenciado não haja solução de continuidade. A interrupção é evidente e
inegável. E, tratando-se de licenciamento a pedido, com mais razão ter-se-á como incabível o pagamento
da compensação pecuniária, eis que se tratará de hipótese não contemplada pelo art. 1º da Lei 7.963/89.

4. Isso posto, esta Secretaria entende que em relação à 1º Ten ODT Regina Kaori Nakano,
encontra-se correta a opinião dessa Inspetoria: a militar faz jus a compensações pecuniárias distintas,
relativas ao primeiro e ao segundo período de convocação, eis que, em ambas as oportunidades, foi
licenciada ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço. Contudo, no que respeita à 1º Ten
OTT Valéria Sovat de Freitas Costa e ao 1º Ten OIT Felipe Bernardo Vital, não há como considerar os
respectivos primeiros períodos de convocação, uma vez que seus licenciamentos se deram a pedido; para
ambos, no que tange à compensação pecuniária, deve-se computar somente os respectivos segundos
períodos, eis que licenciados ex officio por término de tempo de serviço somente nessa oportunidade.
Nesses termos, remeto o presente expediente, para conhecimento e providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 6 de outubro de 2006.


Of nº 198 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 2ª ICFEx

Assunto: desconto de FUSEx na compensação


pecuniária

Ref: Of nº 018-S/1, de 19 Set 2006

1. Versa o presente expediente sobre desconto de dívida junto ao Fundo de Saúde do


Exército na compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos que recaem sobre o tema em análise, é fundamental, para
entendê-lo, realizar uma breve recapitulação de seus fatos, de acordo com os documentos trazidos a lume.

a. Aponta essa Inspetoria divergência entre o entendimento manifestado sobre esta


Secretaria, nos termos do Of nº 055-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 08 Abr 2005, e pelo Departamento-Geral
do Pessoal (DGP), de acordo com o Parecer Administrativo nº 095/05-DGP/Asse Jur.2, de 31 Out 2005.

b. Em 28 Mar 2005, esta Secretaria foi instada a se manifestar, pela 7ª ICFEx, sobre a
possibilidade de se descontar, do montante a ser pago a título de compensação pecuniária, valores
eventualmente devidos pelo militar junto ao FUSEx. Diante da legislação de amparo, de modo especial,
de acordo com a alínea e do item 3 do Anexo C às Instruções Reguladoras do Sistema de Prestação de
Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários do FUSEx - (IR30-06), aprovadas pela Portaria 046-
DGP, de 26 Abr 2002, a SEF entendeu, nos termos do Of nº 047-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 28 Mar 2005,
que o desconto seria, sim, possível.

c. Essa opinião foi mantida quando a SEF foi novamente consultada sobre tal assunto,
dessa feita pela 9ª ICFEx, nos termos do aludido Of nº 055-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 08 Abr 2005.

d. Não obstante, paralelamente, o DGP, por intermédio de sua Assessoria Jurídica, emitia
entendimento divergente. Em linhas gerais, opinava que não existiria fundamento legal para a cobrança
de dívidas do FUSEx na compensação pecuniária e que o órgão técnico da Força deveria realizar
estudos visando sanar a inconsistência verificada entre o art. 7º e a alínea e do Anexo C das IR 30-06.

e. Essa opinião foi mantida por aquele ODS, quando novamente consultado sobre o tema,
nos termos do Encam nº 326/06-DGP/Asse Jur.5, de 29 Jun 2006.

f. Em virtude do dissenso entre a SEF e o DGP, veio a 2ª ICFEx, neste momento,


questionar qual a orientação a ser seguida, visando à padronização de procedimentos.
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3. O assunto deve ser abordado à luz do hodierno contexto legal que o permeia.

a. É de se observar que o posicionamento adotado pela SEF, nas citadas oportunidades,


deu-se no seguinte sentido:

i. Assim, embora ostente natureza jurídica de indenização, a


compensação pecuniária pode sofrer descontos, desde que previstos
expressamente em lei – aqui entendida em sentido amplo. Bem por isso,
válida é a disposição contida a alínea e do item 3 do Anexo C da Portaria
046-DGP, de 26 Abr 2002, que aprovou as Instruções Reguladoras do
Sistema de Prestação de Assistência Médico-Hospitalar aos Beneficiários
do FUSEx - (IR30-06):

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b. Vale dizer, diante do contido no citado dispositivo, entendeu a SEF ser possível o
desconto das quantias devidas ao FUSEx do montante a ser pago a título de compensação pecuniária.

c. Contudo, a Asse Jur do DGP manifestou opinião diferente. Em linhas gerais apontou
que, à luz do Princípio da Legalidade, insculpido na Constituição Federal, ninguém pode fazer ou deixar
de fazer algo senão em virtude de lei. Ainda, que a majoração de tributo somente pode advir de lei, nos
termos do art. 150 da Carta Magna. Também, que nos termos do Decreto 92.512, de 1986 combinado
com o art. 14 da MP 2.215-10, de 2001, as dívidas para com o FUSEx não poderiam constar na base de
descontos do sistema remuneratório militar. Em suma, considerou aquela Asse Jur, que o disposto nas IR
30-06 não poderiam autorizar o desconto de dívidas para com o FUSEx quando do pagamento da
compensação pecuniária. O amparo legal invocado pela SEF, desse modo, restaria inaplicável.

d. É de se observar que o próprio órgão responsável pela edição das citadas IR 30-06
asseverou ser incongruente o comando inserido na alínea e do item 3 do Anexo C das citadas instruções.
Isso, em verdade, termina por fulminar o amparo legal utilizado pela SEF quando da emissão do
entendimento deste ODS nos termos dos citados ofícios 047-05 e 055-05.

e. No entanto, há fatores outros que nos levam a meditar com mais profundidade sobre o
caso. Tem ganhado força, tanto na doutrina como na jurisprudência, a tese de que ingerências sobre o
patrimônio de servidores civis e também de militares, deve ser precedida de processo administrativo em
que se garanta aos mesmos o direito ao contraditório e à ampla defesa, nos termos do inciso LV do art. 5º
da Constituição Federal.:
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f. O uso da expressão “litigantes” deve ser entendida em sua máxima plenitude. Com
efeito, deve abranger todo aquele sujeito às lides com a Administração. De modo especial, deve abarcar
também os servidores públicos civis e militares que, por ventura, estejam adstritos às ingerências do
Poder Público em seus vencimentos e indenizações. Vale dizer, havendo dívida presumida por parte de
determinado militar, deve ser-lhe dar oportunidade de contrapor argumentos atinentes a essa presunção,
exercendo o contraditório e a ampla defesa, o que somente pode ser efetuado mediante competente
processo administrativo, carreado nos termos da Lei 9.784, de 1999, processo esse instaurado no mês
anterior ao licenciamento do militar.

g. Dessa maneira, há que se concordar com o posicionamento adotado pelo DGP e, por
isso mesmo, rever o entendimento manifestado por esta Secretaria. Isso significa que, na hipótese de
existirem dívidas junto ao FUSEx por parte de militares temporários não se poderá abater o montante
devido da compensação pecuniária a que faz jus esse militar.

4. Em face do exposto, entende esta Secretaria que:

a. Tendo em vista o exarado pelo DGP, opinando pela invalidade da alínea e do item 3 do
Anexo C das IR 30-06, deixa de existir o amparo legal utilizado por este ODS para que se pudesse abater,
da compensação pecuniária, os valores devidos a título de FUSEx. Uma vez que o órgão competente pela
elaboração daquelas IR assim se pronunciou, deve-se tornar sem efeito o disposto no Of nº 047-Asse Jur-
05 (A1/SEF), de 28 Mar 2005, bem como no Of nº 055-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 08 Abr 2005.

b. Deve-se, pois, concordar com a opinião daquele Departamento-Geral, no sentido de que


na hipótese de existirem dívidas junto ao FUSEx por parte de militares temporários, não se poderá abater
o montante devido da compensação pecuniária a que o mesmo fizer jus. Se dívida houver, deve-se buscar
a quitação por intermédio de processo administrativo, à luz da Lei 9.784, de 1999, carreado no mês
anterior ao licenciamento do militar e, se for o caso, encaminhar os autos ao órgão competente visando à
inscrição do devedor na Dívida ativa da União para posterior cobrança via executivo fiscal.

5. Nesses termos, remeto o presente expediente para conhecimento e providências julgadas


cabíveis.

_________________________________________________
Gen Bda CARLOS HENRIQUE CARVALHO PRIMO
Rsp p/ Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 27 de outubro de 2006.


Of nº 211 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 4ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 485-S1, de 21 Set 2006

Anexo: Parecer 092/AJ/SEF, de 27 Out 2006

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Remeto o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, nos termos do


documento constante do anexo, para conhecimento e providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

PARECER Nº 092/AJ/SEF Brasília, 27 de outubro de 2006.

1. EMENTA – compensação pecuniária; soldado do efetivo variável; licenciamento


adiado; permanência na condição de adido; licenciamento ex officio.

2. OBJETO – esclarecer se faz jus à compensação pecuniária o militar temporário que, ao


término do serviço militar obrigatório, passou à situação de adido por se encontrar em tratamento de
saúde.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição Federal, de 05 Out 1988;


b. Lei 6.880, de 09 Dez 1980 – Dispõe sobre o Estatuto dos Militares;
c. Lei 7.963, de 21 Dez 1989 – Concede compensação pecuniária, a título de benefício,
ao militar temporário das Forças Armadas, por ocasião, de seu licenciamento;
d. Decreto 57.654, de 20 Jan 1966 – Aprova o Regulamento da Lei do Serviço Militar
(RLSM)
e. Decreto 99.425, de 30 Jul 1990 – Regulamenta a Lei 7.963, de 21 Dez 1990;
f. Portaria Ministerial 816, de 19 Dez 2003 – Aprova o Regulamento Interno e dos
Serviços Gerais (RISG).

4. RELATÓRIO

1) Trata-se de questão oriunda da 4ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (4ª


ICFEx), Juiz de Fora, MG. Refere-se o assunto ao Sd EV Leonardo Costa Gomes, incorporado no 10º
Batalhão de Infantaria, em 01 de março de 2001.

2) Em expediente encaminhado pela referida OM àquela Setorial Contábil, foi comunicado


que o soldado em tela não fora licenciado no ano subseqüente à sua incorporação por encontrar-se
enfermo, tendo permanecido adido até 29 de maio de 2006, data em que foi licenciado, após ter sido
julgado apto em inspeção de saúde. Ato contínuo, postulou o militar o pagamento da compensação
pecuniária, referente ao período em que permanecera adido. Ressaltou a UG, ainda, que a passagem do
militar à condição de adido não foi precedida de prorrogação de tempo de serviço, fato este que gerou
dúvidas quanto ao recebimento do direito buscado.

3) Instada a se manifestar, aquela Inspetoria, alegando tratar a legislação vigente apenas


dos casos em que tenha havido prorrogação do tempo de serviço e entendendo que a compensação
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pecuniária teria o condão de substituir o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, opinou que ao
militar assistiria o direito ao pagamento.

4) Todavia, diante da ausência de dispositivo legal cabal a fundamentar o entendimento


daquela Inspetoria, o assunto foi remetido a esta Secretaria para estudo e parecer.

5. APRECIAÇÃO

1) A lei 7.963/89, de 21 de dezembro de 1989, prevê a compensação pecuniária em favor


de militar licenciado ex officio por término de prorrogação do tempo de serviço, especificando os
beneficiários, fixando o montante da vantagem, a forma e a época do pagamento.
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2) O Decreto 99.425, de 30 de julho de 1990, regulamentando a matéria assim dispôs:

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3) Pode-se, então, afirmar que é devida ao militar temporário a compensação pecuniária


por ocasião de seu licenciamento ex officio, contanto que este se dê na modalidade “por término de
prorrogação de tempo de serviço”. Cabe ressaltar, ainda, que o texto legal especificou os casos em que
não se concederia a referida compensação: por término do serviço militar obrigatório, por ocasião de
licenciamento ex officio a bem da disciplina ou por condenação transitada em julgado.

4) Infere-se, portanto, que a compensação em tela se reveste de caráter indenizatório ao


militar temporário que, ao término da sua prorrogação do tempo de serviço, vem a ser licenciado ex
officio. Visa compensar, assim, a exclusão involuntária do serviço ativo.

5) O Estatuto dos Militares, criado pela Lei 6.880, de 9 de dezembro de 1980, ao tratar do
gênero exclusão do serviço ativo, relacionou o licenciamento como uma de suas possibilidades, prevendo-
o em duas modalidades: a pedido ou ex officio. Ao dispor sobre a modalidade ex officio o fez admitindo
três hipóteses de ocorrência, conforme o estatuído nas alíneas do § 3º, do art. 121:
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6) Disso se extrai que, nos termos do Estatuto dos Militares, apenas a modalidade de
licenciamento ex officio prevista na alínea “a”, do §3º, do art. 121 enseja ao pagamento de compensação
pecuniária. Como asseverado em expedientes anteriores desta Secretaria, isso independe do fato de o
militar requerer ou não a prorrogação de serviço (ex vi do Parecer 035/AJ/SEF, de 15 Ago 2005).

7) Diante de tais considerações é possível afirmar que o âmago da presente consulta reside
na possibilidade de pagamento da compensação pecuniária sem que tenha ocorrido prorrogação de tempo
de serviço, o que deve ser buscado junto à conceituação técnica trazida pelo Regulamento da Lei do
Serviço Militar.

8) Prima facie a situação apresentada não se coaduna com nenhuma das hipóteses
previstas, tanto para a concessão como para denegação de tal beneficio. Contudo, em que pese tal lacuna,
o tema comporta considerações. Impende, então, verificar se a passagem à situação de adido de Sd EV em
tratamento de saúde pode ser entendida como prorrogação do tempo de serviço.

9) Nesse diapasão, é imprescindível tecer considerações acerca do período passado na


condição de adido para fins de cálculo do tempo de serviço. Como anteriormente colacionado, o cálculo
do valor a ser pago a título de compensação pecuniária é realizado com base no tempo de efetivo serviço.
Estatui o RISG, no seu art 135, que tempo de efetivo serviço deve ser entendido como o lapso temporal
entre a data de ingresso e data da exclusão do serviço ativo.

10) Esta Secretaria ao se manifestar sobre o direito à compensação pecuniária de militar


que, depois de sucessivos reengajamentos, por motivo de saúde, passou à situação de adido, assim
entendeu, nos termos do Of nº 069-Asse Jur-05 (A1/SEF), de 31 Mai 2005:

“j. A dúvida que poderia surgir refere-se ao período a ser


computado para o cálculo do direito em debate. Com efeito, o dilema
provável poderia recair sobre o fato de se incluir ou não o interregno
passado sob a situação de adido na avaliação da compensação
pecuniária. Na realidade, a SEF já se manifestou acerca do assunto: o
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período a ser considerado para o efeito de percepção da compensação


pecuniária deve ser igual à totalidade de tempo de efetivo serviço,
conforme se infere do caput do art. 1º da Lei 7.963/89. Com efeito, o
período passado sob a situação de adido ou mesmo de agregado não
teria o condão de descaracterizar o tempo de efetivo serviço. Nesse
sentido, reza o art. 136 do Estatuto dos Militares:

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l. Vale afirmar, portanto, que não há na legislação, qualquer


ressalva sobre a possibilidade de se abater do tempo de efetivo serviço, o
período passado sob tratamento médico, seja na situação de adido ou
mesmo na de agregado. É dizer: o tempo de efetivo serviço engloba todo
o intervalo passado entre a data de ingresso e a data de exclusão do
serviço ativo.”

11) Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se afirmar de modo cabal que o lapso temporal
em que o militar encontra-se adido é computado no cálculo do tempo efetivo de serviço, essa é a regra.
Trata-se de fazer implícita a ocorrência de prorrogação do tempo de serviço. Assim, não teria a ausência
do engajamento – aqui entendido como o ato formal da prorrogação de tempo de serviço – o condão de
suprimir o período de adição na totalização do tempo efetivo de serviço.

12) Da análise do caso em comento faz surgir, ainda, a necessidade de se recordar o


tratamento dispensado ao soldado do efetivo variável, não licenciado por encontrar-se em tratamento de
saúde, que permanece ligado à Força na condição de adido.

13) Estipula o RISG que o militar temporário – tanto aquele que concluiu o tempo de
serviço a que voluntariamente se obrigou, como aquele que cumpriu o serviço militar obrigatório – uma
vez julgado temporariamente incapaz, será colocado adido à sua unidade, até seja emitido parecer
definitivo sobre sua condição de saúde.
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14) Note-se que tal previsão equipara os militares temporários, quer tenha ou não havido
prorrogação expressa do tempo de serviço, mantendo-os adidos. Em vista disso, pode-se afirmar que a
manutenção nas fileiras do Exército do militar temporário enfermo não é ato discricionário e sim
vinculado, ao qual se encontra adstrita a Administração Militar. Vale dizer: por determinação legal, e não
por expressão de vontade e conveniência, permanece o temporário ligado ao Exército na situação de
adido, até que seja expedido parecer médico conclusivo.
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15) Nessa senda, é plausível considerar que ocorre prorrogação tácita, haja vista a
existência de imposição legal a determinar a permanência do militar nas fileiras do Exercito, prescindindo
assim de prorrogação expressa. Cabe observar que, nesse sentido, defere-se ao soldado EV adido, por
problemas de saúde, o soldo de soldado engajado, quando ultrapassa o prazo dos doze meses iniciais do
serviço militar obrigatório, conforme estipula o Manual da Ativa nº 06, do Centro de Pagamento do
Exército – CPEx. Existe, pois, equiparação para fins remuneratórios.

6. CONCLUSÃO -

Isso posto, é de se afirmar que o período passado por militar na condição de adido, visando
à realização de tratamento médico, deve ser computado para o cálculo da compensação pecuniária,
independentemente da prorrogação formal do tempo de serviço. Nesse sentido, descontar-se-á somente os
primeiros doze meses, equivalentes ao serviço militar obrigatório. In casu, faz jus o Sd Leonardo Costa
Gomes à compensação pecuniária, a qual deve ser computada levando-se em consideração o período
compreendido entre 01 Mar 2002 e 29 Mai 2006, calculada sobre o soldo de soldado engajado.

É o Parecer. S.M.J.

__________________________________
ELIANY DE OLIVEIRA GALVÃO
Assessoria Jurídica/SEF

____________________________________
JOSÉ CLAÚDIO DINIZ BERNARDES
Assessor Jurídico/SEF

De Acordo:

______________________________________________
VALTER DE CARVALHO SIMÕES JUNIOR - Cel
Chefe da Assessoria Jurídica /SEF

6. DECISÃO –

______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 14 de novembro de 2006.


Of nº 217 – Asse Jur – 06 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 105-S1, de 19 Out 2006

Anexo: Parecer 097/AJ/SEF, de 14 Nov 2006

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Remeto o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, nos termos do


documento constante do anexo, para conhecimento e providências julgadas cabíveis.

_________________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

PARECER Nº 097 /AJ/SEF Brasília, 14 de novembro de 2006.

1. EMENTA – compensação pecuniária; licenciamento por término de prorrogação do


tempo de serviço; aprovação em concurso público; cabimento.

2. OBJETO – esclarecer se é cabível o pagamento da compensação pecuniária a militar


aprovado em concurso público licenciado por término do tempo de serviço.

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

a. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 Out 1988;


b. Lei 6.880, de 09 Dez 1980 (E1/80) – Dispõe sobre o Estatuto dos Militares;
c. Lei 7.963, de 21 Dez 1989 – Concede compensação pecuniária, a título de benefício,
ao militar temporário das Forças Armadas, por ocasião de seu licenciamento;
d. Decreto 99.425, de 30 Jul 1990 – Regulamenta a Lei 7.963/90;
e. Portaria 151 - Cmt Ex, de 22 Abr 2002 – Estabelece procedimentos para a praça prestar
concurso público para ingresso na Marinha, na Aeronáutica, em Força Auxiliar ou para
admissão em cargo civil e dá outras providências.

4. APRECIAÇÃO

a. Dos Fatos

1) A questão é originária da 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (7ª


ICFEx). Refere-se o assunto a militar temporário, 3º Sgt SCT, adido ao 16º Batalhão de Infantaria
Motorizado, aprovado em concurso público para soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
Relata que o militar em questão passou à situação de adido em 27 de julho de 2006 por estar freqüentando
o Curso de Formação de Soldado.

2) Entende o OD do 16º BIMtz que ao militar não assiste o direito à compensação


pecuniária devido à aprovação em concurso. Ocorre que, segundo as informações trazidas, o término do
tempo de serviço poderá efetivar-se durante a realização do curso de formação. Desta forma posiciona-se
aquela Setorial Contábil de modo diverso, citando a legislação básica, manifesta-se pelo deferimento do
pleito, caso seu licenciamento se dê por término de tempo de serviço, antes do ingresso na PMRN.

3) Destarte, o assunto foi encaminhado a esta Secretaria para estudo e parecer.


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b. Do Direito

1) Insta começar observando o que reza a lei que instituiu a compensação pecuniária:

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2) Regulamentando a questão, o Decreto 99.425, de 30 de Julho de 1990 estipulou que:

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3) O Estatuto dos Militares, instituído pela Lei 6.880, de 9 de dezembro de 1980, ao tratar
do gênero exclusão do serviço ativo, relacionou o licenciamento como uma das possibilidades, prevendo-
o em duas modalidades; a pedido ou ex officio. Ao dispor sobre a modalidade ex officio o fez admitindo
três hipóteses de ocorrência: conforme o estatuído nas alíneas do § 3º, do art. 121, in verbis:

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licenciamento ex officio prevista na alínea “a”, do §3º, do art. 121 enseja ao pagamento de compensação
pecuniária. Vale dizer: se o militar temporário – oficial ou praça – for licenciado ex officio, na modalidade
“por término da prorrogação do tempo de serviço”, fará jus à compensação pecuniária.

5) O caso sob exame trata de praça temporária aprovada em concurso público para Força
Auxiliar. A Portaria 151 – Cmt Ex, de 22 de abril de 2002, regulamenta os procedimentos a serem
adotados quando da realização de concurso público e posterior aprovação.
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7) Tem-se que a aprovação enseja em dois momentos distintos: a passagem à situação de


adido a partir da divulgação do certame; e, o licenciamento na data imediatamente anterior ao ingresso na
Força de destino, na modalidade ex officio, sendo ato vinculado da autoridade militar, face ao estatuído no
inciso II do citado artigo.

8) De fundamental importância a referência contida neste dispositivo, devendo, contudo,


ser interpretada à luz do que reza o art 4º da citada portaria, que de modo inequívoco, determina que o
licenciamento da praça aprovada em concurso público será sob a modalidade “por término do tempo de
serviço” se o ingresso em nova Força não ocorrer no período no qual se tenha obrigado o militar.

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9) Infere-se, portanto, que o fator a determinar a modalidade de licenciamento será a data


de entrada em exercício no novo cargo. Na realidade, a aprovação somente será relevante se a posse se
der antes de expirado o tempo de serviço. Vale dizer: se o ingresso ou posse se efetivar durante a
prorrogação do tempo de serviço anteriormente deferida o licenciamento de dará por “haver sido
aprovado em concurso para o exercício de cargo público”, de modo diverso, se expirada a prorrogação,
será por término de tempo de serviço. Ou seja, sendo aprovado ou não, uma vez atingido o tempo máximo
de prorrogação o licenciamento será por término da prorrogação do tempo de serviço.

11) Insta, a fim de elucidar a consulta ora formulada, determinar sob qual modalidade se
dará a exclusão do serviço militar ativo. In casu, como relata aquela Setorial Contábil, o término do
tempo de serviço a que se obrigou o militar em questão ocorrerá ainda durante o curso de formação. Ex
pósitis, o licenciamento por término do tempo de serviço se impõe. Sendo essa, então, a modalidade sob a
qual, exclusivamente, deverá ser licenciado o militar em tela se o seu tempo de serviço expirar antes do
ingresso na Força de destino. Configurando-se, portanto, enquadramento perfeito à previsão legal contida
no art. 1º da Lei 7.963/89. Tem-se como resultado o direito à percepção da compensação pecuniária.

5. CONCLUSÃO -

Isso posto, é de se concordar com o posicionamento desta ICFEx, afirmando que o 3º Sgt
SCT, vindo a ser licenciado ex officio, na modalidade por término do tempo de serviço, antes do seu
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ingresso na PMRN, faz jus à compensação pecuniária, mesmo tendo sido aprovado em concurso. Vale
dizer: sua modalidade de licenciamento amolda-se de modo perfeito à previsão legal contida Lei
7.963/89, razão pela qual faz o militar jus à compensação pecuniária.

É o Parecer.
S.M.J.

_______________________________
ELIANY DE OLIVEIRA GALVÃO
Auxiliar da Assessoria Jurídica/SEF

__________________________________
JOSÉ CLÁUDIO DINIZ BERNARDES
Assessor Jurídico/SEF

De Acordo:

______________________________________________
VALTER DE CARVALHO SIMÕES JUNIOR - Cel
Chefe da Assessoria Jurídica /SEF

6. DECISÃO –

_______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 31 de maio de 2005.


Of nº 069 – Asse Jur – 05 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 12ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 040-S1, de 12 Mai 2005

1. Versa o presente expediente sobre pagamento de compensação pecuniária.

2. Diante dos desdobramentos que recaem sobre o tema em análise, é fundamental, para
entendê-lo, realizar uma breve recapitulação de seus fatos, de acordo com os documentos trazidos a lume:

a. O Sd Gessé Oliveira Chaves, do 7º B E Cnst, foi incorporado à Força Terrestre em 01


Mar 2000 e depois de sucessivos reengajamentos, por motivo de saúde, passou à situação de adido em 01
Mar 2004, nela permanecendo até 08 Abr 2005. Em 30 Abr 2005 foi julgado apto para o serviço do
Exército e, nessa mesma data, licenciado ex-officio.

b. O Ordenador de Despesas daquela OM é de parecer que o referido militar faz jus ao


pagamento da compensação pecuniária. Essa Inspetoria, por sua vez, citando a legislação de amparo e
expedientes pretéritos da SEF, no entanto, discordou daquele entendimento e, assim, remeteu o assunto a
esta Secretaria, para estudo e orientações.

3. A questão deve ser analisada de acordo com os aspectos jurídicos correspondentes:

a. O assunto relativo à compensação pecuniária já foi debatido por esta Secretaria, ainda
que de modo não exaustivo, no Ofício 131-Asse Jur-04 (A1/SEF), de 28 Out 2004. Com efeito, nessa
ocasião, opinou a SEF que essa verba somente seria devida quando do término da prorrogação de tempo
de serviço. Indo mais longe e tratando da hipótese de o militar temporário ser aprovado em concurso
público, defendeu-se a idéia de que o benefício não seria cabível a não ser na eventualidade de se tratar do
último ano possível de serviço.

b. Em todo caso, é salutar repetir alguns dos argumentos proferidos naquele expediente.
Iniciamos pela observância da legislação geral que dá suporte ao pagamento da compensação pecuniária,
Lei 7.963, de 21 Dez 1989:
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c. Vê-se que a lei que instituiu a compensação pecuniária tratou de diferentes modalidades
do gênero licenciamento ex-officio: uma, ensejando o pagamento da referida verba (por término de
prorrogação de tempo de serviço, ex vi do caput do art. 1º) e outras, que não (a bem da disciplina e por
condenação transitada em julgado, ex vi do art. 3º).

d. Na ocasião em que o mencionado diploma foi publicado, 21 Dez 1989, a base sobre a
qual se assentou a possibilidade de se pagar – ou não – a compensação pecuniária, consistia nas
modalidades de licenciamento ex-officio existentes no Estatuto dos Militares (Lei 6.880, de 09 Dez 1980):
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e. Como defendido no Ofício 131-Asse Jur-04 (A1/SEF), de 28 Out 2004, pela letra do
Estatuto dos Militares, as alíneas a, b e c do §3º do art. 121 tratam das modalidades de licenciamento ex
officio. Nesse sentido, a rigor, a penas a primeira (alínea a) dá ensejo à percepção da compensação
pecuniária, eis que coincidente com a previsão do caput do art. 1º da lei 7.963/89. Nesse diapasão, as
demais hipóteses (alíneas b e c), como visto, não levam ao dito recebimento, eis que correspondem ao
disposto no art. 3º da lei 7.963/89.

f. No caso apresentado, observa-se que o fundamento do parecer dessa Inspetoria, para


negar o benefício ao militar em questão, assenta no seguinte trecho do expediente emitido pela SEF,
acima aludido:
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8. Contudo, antes de finalizarmos, é necessário tecermos um breve comentário acerca do


oficial ou praça temporário, aprovado em concurso público durante o último ano possível
de prorrogação de tempo de serviço. Trata-se de um caso ímpar, em que haverá a
necessidade do pagamento da compensação pecuniária se a posse no cargo respectivo se
der após a conclusão do tempo na Força. Vale dizer: o benefício deverá ser pago tendo
em vista o fim da prorrogação, não importando que o resultado do concurso tenha-se
dado durante a prestação do serviço; neste caso, com o fim do tempo e da prorrogação, e
com a posterior nomeação e posse no novo cargo público, estará cumprido o requisito
legal, inscrito no art. 1º da Lei 7.963/89, ou seja, ter-se-á por finda a prorrogação do
tempo de serviço.

9. Ex positis, esta Secretaria entende que, somente oficiais ou praças licenciados ex officio
por término de prorrogação do tempo de serviço fazem jus à compensação pecuniária.
Nesse sentido, oficiais ou praças aprovados em concurso público e nomeados para
assumir o cargo respectivo, estranho ao Exército, não têm direito a perceber essa verba.
Desse modo, a fim de unificar procedimentos e a não deixar margem a dúvidas ou
interpretações equivocadas, remeto o presente expediente solicitando que oriente suas
UG, acerca do entendimento adotado pela SEF.

g. Com efeito, considerou essa Setorial, que por não se tratar do último ano possível de
reengajamento do soldado em tela, a compensação pecuniária não seria devida a ele. Contudo, há que se
ressaltar que a interpretação por parte dessa ICFEx do Ofício 131-Asse Jur-04 (A1/SEF), de 28 Out 2004,
resulta equivocada, eis que adstrita somente a um determinado trecho, deixando de considerar o inteiro
teor do documento. Na realidade, o expediente acima referido destinou-se a responder indagações acerca
do licenciamento ocorrido pela aprovação em concurso público e não a delimitar prazos para a concessão
do direito ora em debate.

h. De qualquer forma, não é possível desconsiderar o comando da Lei 7.963/89: a


compensação pecuniária é devida após o término da prorrogação do tempo de serviço, sendo o militar
licenciado ex-officio. Não há, na lei, qualquer ressalva acerca do término de qual período de engajamento
ou reengajamento. Ou seja, se o licenciamento se der, ex-officio, após o fim, seja do primeiro
reengajamento, seja do último possível, seja de qualquer um entre eles, o benefício será devido da mesma
forma, por conta do fim da prorrogação do tempo de serviço, sem qualquer margem a dúvidas. De modo
mais específico, não existe no texto legal disposição alguma asseverando que a compensação pecuniária
somente será paga se tratar-se do último ano possível de serviço. A assertiva da SEF, nesse sentido
decorreu do raciocínio de que tratar-se-ia de aprovação em concurso público, ocasião em que, aí sim, o
aprovado fará jus à compensação pecuniária, o que não ocorre quando essa aprovação se dá em outros
períodos de reengajamento.

i. Para o caso apresentado, não pairam dúvidas: tendo o militar sido licenciado ex-officio
por término de prorrogação de tempo de serviço, impõe-se o pagamento da compensação pecuniária, não
importando se trata-se do último reengajamento possível ou do primeiro. Pelo que se infere dos fatos, em
01 Mar 2004 o soldado em tela deixou de ser licenciado, tendo passado à situação de adido para
tratamento de saúde. Na realidade, como se observa, o mesmo somente veio a ser considerado apto em 08
abr 2005, tendo sido licenciado em 30 Abr do mesmo ano. Vale observar, por isso, que em 01 Mar 2004
esse militar reunia todas as condições para ser licenciado, o que não ocorreu por problemas médicos, fato
alheio a sua vontade. De todo modo, tão logo cessado o motivo que obstava seu licenciamento, com sua
recuperação e conseqüente aptidão para serviço do Exército, o mesmo veio, de fato, a ser excluído do
serviço ativo, por meio do licenciamento ex-officio. Não há, por isso, como lhe negar o benefício da
compensação pecuniária.
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j. A dúvida que poderia surgir refere-se ao período a ser computado para o cálculo do
direito em debate. Com efeito, o dilema provável poderia recair sobre o fato de se incluir ou não o
interregno passado sob a situação de adido na avaliação da compensação pecuniária. Na realidade, a SEF
já se manifestou acerca do assunto: o período a ser considerado para o efeito de percepção da
compensação pecuniária deve ser igual à totalidade de tempo de efetivo serviço, conforme se infere do
caput do art. 1º da Lei 7.963/89. Com efeito, o período passado sob a situação de adido ou mesmo de
agregado não teria o condão de descaracterizar o tempo de efetivo serviço. Nesse sentido, reza o art. 136
do Estatuto dos Militares:
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l. Vale afirmar, portanto, que não há na legislação, qualquer ressalva sobre a possibilidade
de se abater do tempo de efetivo serviço, o período passado sob tratamento médico, seja na situação de
adido ou mesmo na de agregado. É dizer: o tempo de efetivo serviço engloba todo o intervalo passado
entre a data de ingresso e a data de exclusão do serviço ativo.

m. Tendo por evidente que a data de incorporação do Sd Gessé Oliveira Chaves ocorreu
em 01 Mar 2000 e que a data de seu desligamento foi em 30 Abr 2005 e, ainda, que de acordo com o
disposto no §2º do art. 1º da Lei 7.963/89, a compensação pecuniária não se aplica ao período do serviço
militar obrigatório, faz jus o militar à percepção de quatro vencimentos.

4. Isso posto, esta Secretaria discorda da opinião exarada por essa Setorial e entende que o
Sd Gessé Oliveira Chaves, faz jus à percepção da compensação pecuniária, nos termos da fundamentação
retro. É de se esclarecer, porém, que o referido benefício está adstrito ao tempo de efetivo serviço passado
pelo militar, pelo que lhe assiste o direito a receber quatro vencimentos, consideradas suas datas de
incorporação e de exclusão do serviço ativo. Nesses termos, remeto o presente expediente para as
providências julgadas cabíveis.

________________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças

“SEF – 50 ANOS SERVINDO AO EXÉRCITO E AO BRASIL”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 27 de julho de 2005.


Of nº 117 – Asse Jur – 05 (A1/SEF)
Do Chefe da Assessoria 1

Ao Sr Chefe de Gabinete da SEF

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Enc nº 11-SG1.2/SEF, de 22 Jul 05

Anexo: Enc nº 087-SG1 – CPEx, de 30 Jul 05

1. Versa o presente expediente sobre requerimento em que Oficial Temporário do CPEx


solicita o pagamento de compensação pecuniária.

2. Esta Assessoria dispõe de uma página na Intranet da SEF, onde disponibiliza os ofícios
e pareceres, dos anos de 2004 e 2005, referentes a direitos remuneratórios de militares. Essa ferramenta
eletrônica foi criada para agilizar a propagação de entendimentos da Assessoria Jurídica da SEF, sobre os
mais diversos assuntos, objetivando uniformizar os procedimentos no âmbito das Unidades Gestoras da
Força Terrestre.

3. Em 28 de outubro de 2004, por intermédio do ofício nº 131-Asse Jur-04 (A/1-SEF), a


SEF manifesta-se a respeito da compensação pecuniária para militares temporários, da seguinte maneira:
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
3................................................................................................................................................

4. Percebe-se que a palavra-chave para o deslinde da questão reside na expressão “ex


officio”. Por isso mesmo deve-se atentar ao que dispõe o Estatuto dos Militares (Lei 6.880
de 9 de dezembro de 1980 – E1/80), sobre a mesma:.

a. O §3º do art. 121 do E1/80, estabelece três hipóteses distintas para licenciamento ex
officio, que doravante chamaremos “modalidades”:

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2 3 1

b. Como se denota, não existe, no dispositivo supra, a modalidade de licenciamento ex


officio relativa ao militar aprovado em concurso público e nomeado para exercer o cargo
respectivo, estranho ao Exército. Com efeito, tal hipótese é tratada em outros artigos, de
modos diferentes, em relação a oficiais e praças.

c. Em se tratando de oficiais, o exercício de cargo público estranho ao Exército tratar-se-ia,


a rigor, de demissão ex officio e não de licenciamento, conforme disposto no art. 117 do
Estatuto:

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6. Passamos, assim, à análise da situação dos oficiais temporários e a compensação


pecuniária.

a. O Decreto 4.502, de 9 de dezembro de 2002, que aprovou o Regulamento para o Corpo


de Oficiais da Reserva do Exército (RCORE – R-68), dispôs sobre as modalidades de
licenciamento ex officio:
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b. Se fôssemos seguir a fria letra da Lei e os ensinamentos básicos da moderna


hermenêutica jurídica, constataríamos uma ofensa ao melhor Direito. O Decreto
4.502/2002, na realidade, criou uma nova modalidade de licenciamento ex officio,
traduzida no inciso III acima. De fato, tal hipótese não existe no modelo consagrado no
E1/80 e que, a priori, deveria ser seguido eis que estipulou os limites para tanto.

c. Não obstante, deve-se empregar aos diplomas a interpretação dita “histórico-


sistemática”, revelando a real intenção do legislador que, salvo melhor juízo, pretendeu
disciplinar um fato que, após a Constituição de 1988 passou a se tornar constante. Com
efeito, após a promulgação de nossa Lei Maior, tornou-se obrigatória a necessidade de
concursos públicos de provas e títulos visando ao preenchimento de cargos na
Administração Pública. Na época em que foi publicado o Estatuto dos Militares, em 1980,
a realidade de nosso país era outra, não havendo a dita obrigatoriedade. No entanto, com o
advento de uma nova Lex Mater, a realidade mudou e novas situações passaram a ocorrer,
sem que existisse o correto amparo legal.

d. No ponto em que nos interessa, a partir de 1988, com a nova Carta Política Nacional,
oficiais e praças temporários que fossem aprovados em concurso público e fossem
nomeados a exercer o cargo respectivo, estranho à Força Terrestre, não encontravam, na
Lei, o devido respaldo para que fossem licenciados ex officio. Nesse diapasão, houve por
bem ser publicado o referido Decreto 4.502/2002, inserindo a nova modalidade. Tem-se
por natural que o mais correto seria modificar o próprio E1/80 e, mais especificamente, o
art. 121. Nesse sentido, deve-se adotar a lição do mestre Hely Lopes Meirelles, que ensina
que decretos podem, sim, disciplinar situações ainda não previstas em lei.

e. Em qualquer caso, pode-se considerar, como visto alhures, que tanto a Lei 7.963/89
como o Decreto 99.425/90 não deixam dúvidas que a compensação pecuniária é devida ao
oficial ou praça licenciado ex officio por término de prorrogação de tempo de serviço. É
exata e exclusivamente a hipótese prevista no inciso I do §2º do art. 32 do RCORE.

f. Significa afirmar que as outras modalidades de licenciamento ex officio, previstas nesse


regulamento, seja “por conveniência do serviço” (II), seja “quando o oficial ou aspirante-
a-oficial temporário passar a exercer cargo ou emprego público permanente, estranho à
sua situação de militar temporário do Exército” (III), seja “a bem da disciplina, conforme
previsto no RDE”(IV), não ensejam direito à percepção da compensação pecuniária.

g. Desse modo, em se tratando de oficiais temporários, aprovados em concurso público e


nomeados para exercer o cargo respectivo estranho ao Exército, tem-se, indubitavelmente,
um perfeito amoldamento à previsão do inciso III do §2º do art. 32 do RCORE,
modalidade esta que não enseja o pagamento da compensação pecuniária. Não se trata,
por óbvio, de término do período de prorrogação do tempo de serviço e, assim, não há o
que se falar em percepção da verba prevista na Lei 7.963/89.
..................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
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9. Ex positis, esta Secretaria entende que, somente oficiais ou praças licenciados ex officio
por término de prorrogação do tempo de serviço fazem jus à compensação pecuniária.
Nesse sentido, oficiais ou praças aprovados em concurso público e nomeados para
assumir o cargo respectivo, estranho ao Exército, não têm direito a perceber essa
verba. Desse modo, a fim de unificar procedimentos e a não deixar margem a dúvidas ou
interpretações equivocadas, remeto o presente expediente solicitando que oriente suas UG,
acerca do entendimento adotado pela SEF.
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................

4. Assim sendo, esta Assessoria ratifica o entendimento de que o requerimento da referida


oficial temporário, aprovada em concurso público, deverá ser indeferido quanto a sua pretensão de
compensação pecuniária.

__________________________________________________
VALTER DE CARVALHO SIMÕES JUNIOR – Cel R/1
Chefe da Assessoria Jurídica da SEF

“SEF – 50 ANOS SERVINDO AO EXÉRCITO E AO BRASIL”


MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília, 16 de agosto de 2005.


Of nº 125 – Asse Jur – 05 (A1/SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª ICFEx

Assunto: compensação pecuniária

Ref: Of nº 086-S/1, de 30 Jun 2005

Anexo: cópia do Parecer nº 035/AJ/SEF, de 12 Ago 05

1. Versa o presente expediente sobre direito à compensação pecuniária por parte de oficial
temporário que deixa de, expressamente, requerer a prorrogação do tempo de serviço.

2. Encaminho o entendimento desta Secretaria sobre o assunto em epígrafe, para


conhecimento e providências julgadas cabíveis.

_______________________________________________
Gen Div ANTONIO CÉSAR GONÇALVES MENIN
Subsecretário de Economia e Finanças

“SEF – 50 ANOS SERVINDO AO EXÉRCITO E AO BRASIL”

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