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MADEIRA
Árvores
Madeira serrada
Produtos de madeira
Madeira plástica
Painéis de madeira
Tratamentos químicos para madeira
Conectores para madeira
Componentes manufaturados de madeira
Tipos de construção em madeira

Um madeireiro derruba uma grande conífera. (Weyerhauser Company Photo)

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94 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Secando minada “MC 15”. É de pouca utili- mensionais. Ela também é mais leve,
A madeira em crescimento contém dade a secagem de madeira serrada o que a torna mais econômica para
uma quantidade de água que pode comum para estruturas até um teor transportar. A secagem em estufa é,
variar de 30 a 300% do peso da ma- de umidade abaixo de 13%, porque a geralmente, preferida à secagem ao ar,
deira seca em estufa. Depois que madeira é higroscópica e irá absor- pois pode ser feita de maneira mais
uma árvore é cortada, esta água co- ver ou liberar umidade, dilatando-se rápida e produz uma madeira com
meça a evaporar. A primeira a deixar ou se contraindo à medida que isto menores distorções e com qualidade
a madeira é a água livre, que está acontece, de modo a permanecer mais uniforme.
contida nas cavidades das células. em equilíbrio com a umidade do ar A madeira não se retrai e dilata
Quando a água livre se for, a madei- circundante. As madeiras para aca- uniformemente com mudanças no
ra contém de 26 a 32% de umidade, bamentos internos de carpintaria e conteúdo de umidade.
sob a forma de água de impregna- para elementos arquitetônicos são,
ção, contida no interior da celulose normalmente, secas até um con-
das paredes das células. Na medida teúdo de umidade na faixa de 5 até Nem jamais venha eu a uma serraria,
em que a água de impregnação co- 11%, trazendo-a tão próximo quan- com seu aspecto citadino, de massas
meça a evaporar, a madeira começa to possível ao seu teor de umidade graduadas de shingles, tábuas e vigas
a se retrair, e a resistência e rigidez de equilíbrio (EMC) final, ou seja, o frescas, sem uma profunda aspiração
da madeira começam a aumentar. conteúdo de umidade que se espera
de sua fragrância, vendo nela a flores-
A retração, a rigidez e a resistên- seja alcançado no edifício completo
e climatizado. ta tornada baixa, através de processos
cia aumentam gradualmente, na
medida em que o teor de umidade A maior parte da madeira serra- que a cortam e moldam na escala do
decresce. A madeira pode ser seca da é seca na serraria, seja ao ar, em arquiteto, de pés e polegadas....
até qualquer conteúdo de umidade pilhas espaçadas, por um período de Frank Lloyd Wright, Architecture Record,
desejado, porém a madeira serrada meses, ou, mais comumente, seja pela Dezembro, 1928
para estruturas é considerada seca secagem no interior de uma estufa,
quando o seu teor de umidade for de sob condições cuidadosamente con-
19% ou menos. Para aplicações es- troladas de temperatura e umidade, A retração decorrente da varia-
truturais, que requerem um controle por um período de dias (Figuras 3.10 ção do teor de umidade, ao longo do
mais preciso da retração, é produzi- e 3.11). A madeira seca é mais forte comprimento da tora (retração lon-
da uma madeira serrada seca com e rígida do que a madeira não seca gitudinal), é desprezível para efeitos
um teor de umidade de 15%, deno- (verde) e mais estável, em termos di- práticos. A retração na direção axial

Figura 3.10
Para uma apropriada secagem ao ar, a madeira serrada é mantida bem afastada do solo. Os Figura 3.11
tabiques que mantêm as placas separadas para ventilação são cuidadosamente posicionados, Medição do teor de umidade em tábuas, em
um acima do outro, para evitar a curvatura da madeira, e o telhado impermeável protege cada uma estufa de secagem. (Cortesia da Wes-
pilha da chuva e da neve. (Cortesia do Forest Products Laboratory, Forest Service, USDA) tern Wood Products Association)

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Capítulo 3 Madeira 95

(retração radial) é, comparativamen- dem ser ignoradas no projeto de uma de madeira com carregamento per-
te, muito grande, e a retração em tor- edificação. Ao construir estruturas pendicular às fibras, de um lado da
no da circunferência da tora (retração de edifícios com madeira de corte estrutura até o outro, a fim de evitar
tangencial) é cerca de meia vez maior normal, uma simples distinção é fei- perceptíveis inclinações do piso e
do que a retração radial (Figura 3.12). ta entre a retração paralela à fibra, a fissuras dos materiais de acabamen-
Se uma tora inteira for seca antes do qual é desprezível, e a retração per- to das paredes, que de outro modo
corte, ela irá se retrair muito pouco pendicular à fibra, que é considerá- poderiam ocorrer. A posição, em um
ao longo de seu comprimento, porém vel. A diferença entre a retração tan- tronco, da qual uma peça de madeira
irá se tornar notavelmente menor em gencial e a radial não é considerada, é serrada determina, de modo signi-
diâmetro, e a diferença entre a retra- pois a orientação dos anéis anuais na ficativo, a forma como ela irá se de-
ção tangencial e a radial causará fissu- madeira de corte normal é aleatório e formar, durante o seu processo de se-
ras, ou seja, rachará ao longo de todo imprevisível. Como veremos no Capí- cagem. A Figura 3.14 ilustra o modo
o seu comprimento (Figura 3.13). tulo 5, edificações com estrutura em como as diferenças entre as retrações
Essas diferenças nas taxas de re- madeira são cuidadosamente proje- tangencial e radial fazem isto aconte-
tração são tão grandes que não po- tadas para uniformizar a quantidade cer. Esses defeitos são pronunciados

8 Figura 3.12
Retração (porcentagem de dimensão verde)

Retração de uma típica madeira macia


7 com o decréscimo no conteúdo de umida-
de. A retração longitudinal, não mostrada
6 neste gráfico, é tão pequena, em compa-
ração com as retrações tangencial e ra-
5 dial, que não tem nenhuma consequência
tan prática para as edificações em madei-
ge
4 nc ra. (Cortesia do Forest Products Laboratory,
ial
Forest Service, USDA)
rad
3 ial

1
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
Conteúdo de umidade (por cento)

Figura 3.14
A diferença entre a retração ra-
dial e a tangencial também pro-
duz distorções resultantes da
secagem da madeira. A natu-
reza das distorções depende da
posição que a peça de madeira
ocupava na árvore. As deforma-
ções são mais pronunciadas na
madeira de corte normal (direita
superior, extrema direita, di-
reita inferior). (Cortesia do Fo-
rest Products Laboratory, Forest
Service, USDA)

Figura 3.13
Sendo a retração tangencial muito maior do
que a retração radial, altas tensões internas são
criadas em uma tora, na medida em que ela
seca, resultando, inevitavelmente, na formação
de fendas radiais, chamadas rachaduras.

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96 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

e são prontamente previstos e obser- frequentemente, comercializada e lâminas rotatórias alisam as super-
vados na prática diária. utilizada para muitos propósitos. fícies da peça e arredondam leve-
No entanto, a madeira beneficiada é mente seus cantos. A maior parte
Beneficiando mais fácil de ser trabalhada, uma vez da madeira serrada é aparelhada em
que é mais reta e uniforme em suas todos os quatro lados, aplainada nos
A madeira serrada é beneficiada, dimensões e menos nociva às mãos quatro lados (surfaced four sides –
para que fique mais lisa e tenha di- dos carpinteiros. O beneficiamento S4S); no entanto, madeiras duras são
mensões mais precisas. A madeira é feito por máquinas automáticas geralmente aplainadas em dois lados
serrada bruta (não beneficiada) é, de alta velocidade ou plainas, cujas (surfaced two sides – S2S), deixando

Figura 3.15
As características da superfície frequentemente observadas em uma madeira incluem, à esquerda, de cima para baixo, um nó cortado atravessa-
do, um nó cortado longitudinalmente e um bolsão de casca (bark pocket). À direita, o selo de classificação, o esmoado nas duas bordas da mesma
peça e uma pequena rachadura. O selo de classificação indica que a peça foi classificada de acordo com as regras do American Forest Products
Association, que é #2 grade Spruce-Pine-Fir e que foi beneficiada após a secagem. O número 27 é um código para a serraria que produziu a
madeira serrada. (Fotos de Edward Allen)

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Capítulo 3 Madeira 97

as duas bordas para serem finaliza- to e os danos por insetos, que ocor- direitados, cortando ou aplainando a
das pelo artesão. reram durante a vida de uma árvore, coroa, antes de serem recobertos pela
A madeira serrada é, usualmente, podem, ou não, afetar as propriedades chapa de parede, subpiso ou recobri-
seca antes de ser beneficiada, o que úteis de uma peça de madeira, o que mento. Peças severamente torcidas
permite que o processo de aplaina- depende da existência de organismos são separadas, para serem cortadas
mento remova algumas das distor- ainda vivos na madeira e da extensão e usadas como peças enrijecedoras.
ções que ocorrem durante a etapa de do dano. Os efeitos de encanoamento no piso
secagem. Porém, para algumas peças As características de manufatura e nos rodapés e arremates internos
estruturais, o processo é o inverso. surgem, predominantemente, a partir são usualmente minimizados pelo
A denominação S-DRY, no selo de de mudanças que ocorrem durante o uso de estoques bem secos e serrados
classificação de uma madeira serra- processo de secagem, devido às dife- em quartos, e também por meio do
da, indica que a peça foi beneficiada renças nas taxas de retração, relacio- beneficiamento das peças, de modo a
(aplainada), em uma condição seca, e nadas com a variação da orientação reduzir a probabilidade de distorções
a denominação S-GRN, que foi aplai- das fibras. Fendas e rachaduras são (Figura 3.17).
nada ainda verde. comumente causadas pelas tensões
de retração. Arqueamento, encurva-
mento, empenamento torcido ou torci-
Defeitos da madeira serrada mento e encanoamento decorrem da
Quase todas as peças de madeira ser- retração não uniforme. Esmoado é o
rada contêm uma ou mais desconti- arredondamento irregular das bor-
nuidades na sua estrutura, causadas das ou faces, causado pelo corte das
pelas características de crescimento peças muito próximo ao perímetro da
da árvore de origem ou pelas carac- tora. Carpinteiros experientes julgam
terísticas de manufatura, criadas na a extensão desses defeitos e distor-
serraria (Figuras 3.15 e 3.16). Entre as ções em cada peça de madeira serra-
características mais comuns de cres- da e decidem, com base nisso, onde Fundo aliviado
cimento estão os nós, locais onde os e como usar a peça na edificação. As
galhos estavam conectados ao tronco rachaduras causam menores conse-
da árvore; os nós ocos, cavidades dei- quências para madeiras estruturais,
xadas por nós soltos que se despren- mas um barrote ou um caibro ar-
deram da madeira; o apodrecimento; queado é, geralmente, colocado com
e os danos por insetos. Nós e nós ocos a borda convexa (a “coroa”) voltada
reduzem a resistência de uma peça de para cima, para permitir que as cargas
madeira serrada, tornam mais difíceis do piso ou do telhado endireitem a
o corte e o beneficiamento e são, ge- peça. Montantes de paredes, barrotes
ralmente, considerados prejudiciais de piso ou caibros de cobertura seve-
para a sua aparência. O apodrecimen- ramente encurvados podem ser en-

Figura 3.17
Os efeitos das deformações de secagem po-
dem ser, frequentemente, minimizados por
meio práticas de detalhamento conhecidas.
Como um exemplo, esse rodapé em madeira,
visto em corte transversal, foi fabricado com
um fundo aliviado, um amplo e raso entalhe,
que permite que a peça tenha um ajuste pla-
no junto à parede, mesmo se ela sofrer um
ARQUEAMENTO ENCANOAMENTO encanoamento (linhas pontilhadas). A parte
inferior inclinada do rodapé assegura que
ela possa ser instalada firmemente contra o
piso, apesar do encanoamento. A orientação
das fibras nesta peça é a pior possível, no
que diz respeito ao encanoamento. Se uma
madeira serrada em quartos não estivesse
ENCURVAMENTO EMPENAMENTO TORCIDO
OU TORCIMENTO disponível, a próxima melhor alternativa se-
ria produzir o rodapé com o centro da árvo-
Figura 3.16 re direcionado para o ambiente, em vez de
Quatro tipos de deformações de secagem em peças espessas. direcioná-lo para a parede.

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Classificando a madeira serrada te, de acordo com a espécie e a clas-


Cada peça de madeira serrada é clas- sificação. Por exemplo, a resistência
sificada ou por sua aparência ou por admissível de compressão paralela às
sua resistência estrutural e rigidez, fibras, para classificações disponíveis
dependendo do uso pretendido, an- comercialmente e espécies de madei-
tes de deixar a serraria. A madeira ra para estruturas, variam de 2.24 até
serrada é vendida conforme sua es- 11,71 MPa, uma diferença de mais de
pécie e classificação: quanto mais cinco vezes. A Figura 3.21 compara as
alta a classificação, mais alto o preço. propriedades estruturais médias da
A classificação oferece ao arquite- madeira para estruturas, com aque-
las de alguns outros materiais estru-
to e ao engenheiro a oportunidade
turais comuns – alvenaria de tijolos,
de construir tão economicamente
aço e concreto. Dos quatro materiais,
quanto possível, pela utilização de
somente a madeira e o aço possuem
uma classe superior, somente se isto
uma resistência útil à tração. A ma-
for requerido para um uso particular.
deira livre de defeitos é comparável
Em uma edificação específica, as vi-
ao aço, no que diz respeito a uma re-
gas ou colunas principais podem re-
sistência tendo por base a unidade de
querer uma classificação estrutural
peso; porém, com a ocorrência ordi-
superior de madeira, enquanto que
nária de defeitos, uma peça média de
os membros restantes da estrutura Figura 3.18
Um classificador marca a classificação em
madeira serrada é algo inferior ao aço,
podem ter um desempenho adequa-
peça, com um lápis para madeira, como uma com base nesse parâmetro.
do em uma classificação intermediá- Ao projetar uma estrutura de
ria, mais barata. Para elementos enri- preparação para a aplicação de um selo de
classificação. (Cortesia do Western Wood Pro- madeira, o arquiteto ou engenhei-
jecedores, a classificação mais baixa ro determinam as máximas tensões
ducts Association)
é perfeitamente adequada. Para re- prováveis de ocorrer em cada um dos
cortes de acabamento, que receberão componentes estruturais e selecio-
uma cobertura clara, uma classifica- nam uma espécie e uma classifica-
ficação por aparência para madeira
ção alta para a aparência é desejável; ção apropriadas para cada um. Em
serrada não estrutural. Madeiras
para arremates pintados, uma classi- um determinado local, um número
para estruturas leves de casas e de
ficação inferior bastará. limitado de espécies e classificações
outras edificações pequenas são,
A classificação estrutural da ma- estão usualmente disponíveis no va-
usualmente, ordenadas como “#2 e
deira serrada pode ser realizada vi- rejo, em pátios de serrarias, e é destas
superior” (uma mistura das classi-
sualmente ou por máquina. Em uma que é feita a seleção. É prática comum
ficações #1 e #2), para barrotes de
classificação visual, fiscais treinados pisos e caibros de cobertura, e com usar uma espécie mais forte, porém
examinam cada peça, verificam a a classificação “Montante”, para es- mais cara (Douglas fir ou Southern
densidade de anéis e as caracterís- truturas de paredes. A classificação pine, por exemplo), para componen-
ticas de crescimento e manufatura, “Econômica”, não apresentada na ta- tes principais altamente tensiona-
e então a avaliam e lhe atribuem bela, é reservada para a madeira sem dos, e usar uma espécie mais fraca e
um selo, com uma classificação em finalidade estrutural. mais barata (como Eastern hemlock)
concordância com as regras de clas- ou grupos de espécies (Hemlock fir,
sificação da indústria (Figura 3.18). Spruce Pine Fir) para o restante da
Em uma classificação por máquina, Propriedades estruturais estrutura. Dentro de cada espécie, o
um dispositivo automático avalia as da madeira projetista seleciona classificações ba-
propriedades estruturais da madeira A resistência de uma peça de madei- seadas em tabelas existentes de ten-
e grava um selo automaticamente ra depende, principalmente, de sua sões admissíveis. Quanto mais alta a
sobre a peça. Esta avaliação é feita espécie, classificação e direção em classificação estrutural, maior será
seja flexionando cada peça entre ci- que a carga atua relativamente às fi- a tensão admissível. Porém, quanto
lindros e medindo a sua resistência bras. Por exemplo, tanto na tração mais baixa a classificação estrutural,
à flexão (máquina de avaliação de como na compressão a madeira é, menor o custo da madeira.
tensão), seja escaneando eletronica- tipicamente, várias vezes mais resis- Existem muito fatores, além das
mente a madeira, para determinar tente no sentido paralelo do que no espécies e da classificação, que exer-
sua densidade. A classificação por perpendicular às fibras. Com a sua cem influência sobre a resistência
aparência, naturalmente, é feita de usual variedade de defeitos, ela é mais útil da madeira. Entre eles o período
forma visual. A Figura 3.19 mostra resistente na compressão do que na de tempo em que a madeira estará
um típico esquema de classificação tração. Resistências admissíveis (ten- sujeita ao seu carregamento máximo,
norte-americano para madeira para sões estruturais que incluem fatores as condições de temperatura e umi-
estruturas, e a Figura 3.20, a classi- de segurança) variam tremendamen- dade às quais ela estará submetida e

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Capítulo 3 Madeira 99

Figura 3.19
Classificações estruturais padrão para madeira serrada macia ocidental. Para cada espécie de madeira, as tensões estruturais admissíveis, para
cada uma dessas classificações, são tabuladas na literatura de engenharia estrutural. (Cortesia do Western Wood Products Association)

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Figura 3.20
Chapas não estruturais são classificadas de acordo com a aparência. (Cortesia do Western Wood Products Association)

Resistência de Resistência de trabalho


Material trabalho em tração1 em compressão¹ Densidade Módulo de elasticidade

Madeira (madeira para 300-1.000 psi 600-1.700 psi 30 pcf 1.000.000 – 1.900.000 psi
estrutura) 2,1 – 6,9 MPa 4,1 – 12 MPa 480 kg/m3 6.900 – 13.000 MPa
Alvenaria de tijolos (incluindo 0 250-1.300 psi 120 pcf 700.000 – 3.700.000 psi
argamassa, não armada) 1,7-9,0 MPa 1.900 kg/m3 4.800 – 25.000 MPa
Aço estrutural 24.000-43.000 psi 2.400-43.000 psi 490 pcf 29.000.000 psi
170 – 300 MPa 170 – 300 MPa 7.800 kg/m3 200.000 MPa
Concreto (não armado) 0 1.000-4.000 psi 145 pcf 3.000.000 – 4.500.000 psi
6,9-28 MPa 2.300 kg/m3 21.000 – 31.000 MPa
1 Tensão admissível ou tensão máxima aproximada, sob condições normais de carga.
Figura 3.21
Propriedades físicas comparativas de quatro materiais estruturais comuns: madeira (linha sombreada), alvenaria de tijolos, aço e concreto.
A madeira tem uma resistência significativa, tanto para tração como para compressão. A amplitude de valores de resistência e rigidez da
madeira reflete diferenças entre espécies e classificações da madeira serrada.

a dimensão e a forma da peça. Certos


tratamentos com retardadores de
chama também reduzem levemente
a resistência da madeira. Todos esses
fatores são levados em consideração
ao projetar a estrutura de madeira
de uma edificação.

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Capítulo 3 Madeira 115

utilizações são em recobrimento de


coberturas, para casas geminadas e
em esqueleto de divisórias não estru-
turais e outros componentes internos,
na construção de edifícios resistentes
ao fogo. A madeira tratada com agen-
tes preservantes é utilizada quando a
resistência ao apodrecimento ou a
insetos é necessária, como a madeira
que é usada em contato com o solo
ou próxima dele, que fica exposta
à umidade em estruturas externas,
como docas marinhas, cercas e de-
ques, ou que seja utilizada em áreas
de alto risco de cupins. O creosoto é
um derivado oleoso do carvão, o qual
é amplamente utilizado para tratar
madeira para estruturas de engenha-
ria. Entretanto, o odor, a toxicidade
e a impossibilidade de pintura da
madeira tratada com creosoto a tor-
na inadequada para a maioria dos
usos na construção. O pentaclorofe-
nol também é impregnado como uma
solução oleosa e, assim como ocorre
com outros preservativos oleosos, a
madeira tratada com ele não pode ser
pintada. A madeira tratada com pre-
servativos é frequentemente referida
como madeira autoclavada, embora,
mais precisamente, esse último termo
se refira a tratamentos preservativos
e de retardamento do fogo, uma vez
que ambos são tipicamente aplicados,
utilizando-se processos de impregna-
ção sob pressão.
O tratamento preservativo da ma-
deira mais amplamente utilizado na
construção é o tratamento com sais
hidrossolúveis, que permite subse-
TRATAMENTOS QUÍMICOS quente pintura ou tingimento. Por
muitas décadas, o mais comum desse
PARA MADEIRA tipo de tratamento foi o CCA (arsenia-
Tratamentos químicos são utilizados to de cobre cromatado), o qual confere
para neutralizar duas das maiores uma coloração esverdeada à madeira.
fraquezas da madeira: sua combusti- Porém, por causa de preocupações
bilidade e sua suscetibilidade ao ata- sobre sua toxicidade, especialmente
que por insetos e apodrecimento. O para crianças, a madeira tratada com
tratamento de retardamento do fogo é CCA tem sido gradualmente elimina-
realizado ao se colocar a madeira em da da maioria das construções de edi-
um reservatório, impregnando-a, sob ficações residenciais e comerciais, em
pressão, com certos sais químicos, favor da madeira tratada com sais que
que reduzem significativamente sua não contenham arsênico. O cobre alca-
combustibilidade. A madeira tratada lino quaternário (ACQ) e o azol de cobre
com retardantes de fogo é cara e por e boro (CBA e CA) são compostos que
isso pouco usada na construção de re- dependem, principalmente, de altas
sidências unifamiliares. Suas maiores concentrações de cobre para suas pro-

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priedades preservativas. Entretanto, tável e uma melhor opção para traba- resistentes a cupins. Pelo fato do al-
preservativos livres de arsênico, à base lhos de acabamento, cuja aparência é burno dessas espécies não ser mais
de cobre, também são considerados importante. resistente a ataques do que a madeira
potencialmente perigosos e devem ser A concentração de preservativos de qualquer outra árvore, a classifi-
manipulados com as precauções apro- necessária para proteger um dado cação “Totalmente Cerne” (all heart)
priadas. Compostos de boro, como o produto de madeira varia, de acordo deve ser especificada. Uma lista mais
borato de sódio (SBX), são os menos com o produto químico específico abrangente de espécies e suas resis-
tóxicos aos humanos. Todavia, a ma- de tratamento, a espécie da madeira tências ao apodrecimento pode ser
deira tratada com borato pode apenas e o rigor do ambiente no qual o pro- encontrada no Wood Handbook, do
ser utilizada acima do solo e em aplica- duto será usado. Para simplificar a USDA Forest Products Laboratory,
ções protegidas das intempéries. especificação e a seleção da madeira listado nas referências, ao final deste
Os preservativos podem ser apli- tratada, é utilizado o Sistema de Ca- capítulo. WPCs e madeira plástica, os
cados com pincel ou por meio de tegoria de Uso (Use Category System), quais são imunes ao apodrecimento
spray na madeira, mas a proteção de da American Wood Preservers Asso- ou ao ataque de insetos, também es-
longa duração (30 anos ou mais) só ciation (AWPA), no qual os números tão se tornando alternativas cada vez
pode ser realizada por impregnação mais altos da Categoria de Uso cor- mais populares à madeira tratada.
sob pressão, a qual leva os químicos respondem aos tratamentos mais in- A maioria dos organismos que
preservativos profundamente à fibras tensos e mais apropriados para expo- atacam a madeira precisa de ar e
da madeira. Para melhorar a absor- sições mais severas (Figura 3.36). Por umidade para sobreviver. Consequen-
ção, algumas espécies de madeira são exemplo, pilares de um deque de ma- temente, a entrada da maioria deles
perfuradas com um arranjo de peque- deira, com as bases em contato dire- na madeira pode ser impedida ao se
nos cortes na sua superfície, chama- to com a terra, deveriam ser tratados construir e fazer a manutenção da
dos de incisões, antes do tratamento com uma Categoria de Uso (UC4A) edificação, de modo que seus com-
preservativo. As incisões melhoram a mais alta do que um deque cujo uso ponentes de madeira sejam mantidos
retenção dos preservativos químicos, pretendido é elevado do chão (UC3B). secos. Isso inclui: manter a madeira
mas também, de alguma forma, dimi- O cerne de algumas espécies de sem tocar o solo, ventilar sótãos e po-
nuem a capacidade estrutural da peça madeiras é naturalmente resisten- rões para remover umidade, utilizar
de madeira (Figura 3.35). A madeira te ao apodrecimento e aos insetos e bons detalhes de construção para es-
tratada com sais hidrossolúveis pode pode ser utilizado no lugar de madei- correr a água e mantê-la longe das co-
ser vendida sem estar seca, o que é ra tratada com agentes preservantes. nexões do edifício, utilizar ar e retar-
apropriado para o uso em contato O IBC reconhece a sequoia, o cedro, dadores de vapor de maneira correta,
com o solo ou para estruturas brutas. a acácia e a nogueira-negra como es- em conjunto com o isolamento, para
Contudo, a madeira seca em estufa pécies resistentes ao apodrecimento, prevenir a acumulação de condensa-
após tratamento é mais leve, mais es- e a sequoia e o cedro vermelho, como ção no interior de paredes externas

Figura 3.35
Madeira tratada sob pressão. Marcas das
incisões podem ser vistas nas superfícies
das tábuas. Cada peça possui uma etiqueta
grampeada em uma das extremidades, in-
dicando o grau de tratamento conservante,
nesse caso, suficiente para uso acima do
solo. Isso significa que as tábuas são apro-
priadas, por exemplo, para deques e corri-
mãos externos, ou para uso como vigas de
sustentação. No entanto, elas não são apro-
priadas para uso em contato direto com o
solo. Como parte do processo de tratamento,
essa madeira foi também tingida com uma
coloração de marrom claro para conferir
uma aparência mais atrativa de acabamen-
to. (Foto de Joseph Iano)

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Capítulo 3 Madeira 117

Categoria de uso Condições de serviço Usos típicos

UC1 Construção interior, acima do solo, seco Estrutura de interiores, carpintaria e mobiliário;
apenas para resistência ao ataque de insetos
UC2 Construção interior, acima do solo, úmido Construção interior; para resistência ao ataque
de insetos e/ou umidade
UC3 Construção exterior, acima do solo
UC3A Não exposto a condições de umidade prolongadas, Revestimentos, cordões e arremates externos
acabamento de revestimento, rápida drenagem da água pintados ou tingidos
UC3B Exposto a condições de umidade prolongadas, sem Pisos externos, estruturas de piso, corrimãos
revestimento ou precariamente drenadas e cordões não revestidos
UC4 Contato com o solo ou água doce
UC4A Condições normais de exposição; componentes não Postes e pilares para cercas e estruturas de
críticos, substituíveis deques
UC4B Alto potencial de decomposição; componentes críticos Fundações permanentes em madeira
ou de difícil reposição
UC4C Extremo potencial de decomposição; componentes Estacas e postes de serviços em ambientes
críticos com sério risco de decomposição

Figura 3.36
Parte do Sistema de Categoria de Uso da AWPA, listando as categorias mais comumente especificadas para madeira tratada sob pressão utili-
zada na construção. A madeira da Figura 3.35, indicada para o uso acima do solo, foi tratada de acordo com os requisitos da Categoria de Uso
UC3B. (Material reproduzido com a permissão da American Wood Preservers Association, www.awpa.com)

e coberturas e consertar vazamentos gum outro metal que não seja afetado
no telhado e nos encanamentos tão pelo cobre contido nesses químicos.
logo eles ocorram. De forma contrária Os tratamentos químicos preserva-
à expectativa lógica, a madeira que é tivos continuam a evoluir. Novas e
total e continuamente submersa em aperfeiçoadas formulações de cobre,
água está imune ao apodrecimento, tratamentos alternativos não metá-
porque a água não fornece oxigênio licos e processos de tratamento com
suficiente para a sobrevivência de calor estão surgindo no mercado.
organismos causadores da decompo- Tais alternativas podem se equiparar
sição. Por outro lado, onde a madeira em níveis de proteção aos produtos
é apenas parcial ou periodicamente atualmente estabelecidos, e são me-
submersa a umidade ou/e o oxigênio nos perigosas ao ambiente, utilizam
são abundantes, ela é altamente vul- menos energia na sua produção e são
nerável ao apodrecimento. A submer- menos corrosivas aos conectores e
são em água salgada não previne a equipamentos metálicos.
deterioração, pois os organismos ma-
rinhos conseguem atacar a madeira
sob tais condições.
As altas concentrações de cobre,
utilizadas nos preservativos mais
comuns, tornam a madeira tratada
com esses químicos corrosiva a mui-
tos metais. Conectores (ver abaixo) e
outros equipamentos de aço comum
ou alumínio não devem ser utiliza-
dos em contato com tais madeiras.
De preferência, pregos, parafusos,
apoios de vigotas, hold-downs, ba-
ses de pilares e outros componentes
similares devem ser feitos de metais
resistentes à corrosão, como aço ino-
xidável ou aço galvanizado, ou de al-

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124 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

específica ou cria um projeto para a confortáveis, quando submetidos às


mesma e desenvolve os padrões de cargas normais dos ocupantes. Ele-
corte necessários para as suas partes mentos extra enrijecedores ou vigas
constituintes. A manufatura e o trans- superdimensionadas podem ser utili-
porte das tesouras são mostrados na zados para contrabalançar essa ten-
Figura 3.47, e diversas aplicações de dência. O Capítulo 5 mostra o uso das
tesouras são descritas no Capítulo 5. vigas-I em estruturas de madeira.
As tesouras de cobertura utilizam
menos madeira do que uma estrutura Painéis
comparável de caibros e travessas de
Peças espessas e painéis estruturais de
forro convencional. Assim como as te-
madeira são adequados para muitas
souras de piso, elas vencem o vão da
formas de pré-fabricação. Em compa-
largura total do edifício, na maioria
ração com os métodos de construção
das aplicações, conferindo ao proje-
in loco, a pré-fabricação em fábrica
tista uma ampla liberdade para o po-
permite equipes menores em obra,
sicionamento das divisões internas,
uma construção mais rápida, com
onde quer que sejam necessárias. As
qualidade mais consistente, menor
principais desvantagens das tesouras
probabilidade de atrasos em função de
de cobertura, considerando o uso ge-
intempéries, e uso eficiente dos mate-
ral, são a inutilização do espaço do só-
riais, além de desperdício reduzido.
tão e, a comum restrição do projetista
De forma simplificada, a pré-
à monotonia espacial de um teto pla-
-fabricação pode consistir em painéis
no em toda a edificação. Entretanto,
estruturados montados em fábrica, ge-
podem ser desenvolvidas e manufatu-
ralmente, com seções de 4 pés (1,220
radas formas de tesouras que superam
mm) de largura, recobertos com folhas
essas limitações (Figura 3.47c).
de compensado ou OSB, transportados
até o canteiro de obras e rapidamente
Vigas-I em madeira pregados uns aos outros, gerando uma
Componentes manufaturados de ma- estrutura completa, revestida e pronta
deira com formato I, chamados vigas- para receber os acabamentos.
COMPONENTES -I, são empregados para estruturar Para uma maior eficiência estrutu-
MANUFATURADOS DE MADEIRA coberturas e pisos (Figura 3.48). As ral, painéis de parede portante, pisos e
mesas dos componentes podem ser coberturas podem ser pré-fabricados,
Peças espessas, painéis estruturais,
feitas de madeira maciça, de madeira utilizando folhas superiores e infe-
fixadores mecânicos e adesivos
po-dem ser usados em combinação micro laminada ou de peças de fitas riores de compensado ou OSB, como
para a manufatura de um número de laminadas. As almas podem ser de membros primários para absorção de
com-ponentes estruturais madeira compensada ou de OSB; no cargas. Essas folhas são unidas firme-
altamente efi-cientes, que entanto, nesta particular aplicação, a mente, ou por um núcleo de espuma
oferecem vantagens ao projetista maior resistência ao cisalhamento do plástica rígida, gerando um painel
de edificações em madeira. OSB o torna uma escolha superior em estrutural isolante (structural insula-
relação ao compensado. Assim como ted panel – SIP), ou por um esqueleto
as tesouras, esses componentes utili- estrutural de peças espessas, confor-
Tesouras zam a madeira de maneira mais efi- mando um painel com revestimento
As tesouras para a construção, ciente do que caibros e barrotes maci- tensionado (stressed-skin panel – SSP).
tanto de estruturas de pisos como ços convencionais, além de vencerem SIPs, são, especificamente, uma es-
de co-berturas, são manufaturadas vãos maiores entre apoios. Eles tam- colha popular para a construção de
em pe-quenas fábricas altamente bém são mais leves do que os com- casas e pequenos edifícios de alta efi-
eficientes em cada parte da América ponentes maciços correspondentes, ciência energética (Figura 3.49).
do Norte. A maioria tem como não apresentam arqueamentos ou Em construções com painéis, se-
base peças de 2  4 e 2  6, unidas curvamentos, são dimensionalmente ções inteiras de paredes ou pisos são
por conectores de chapa dentada. O mais estáveis e disponibilizados em estruturadas e recobertas em fábrica,
projetista ou o construtor precisam comprimentos de até 40 pés (12,2 m). e então transportadas até o local da
somente especi-ficar o vão, a Uma vez que vigas-I vencem maiores construção e rapidamente instaladas
inclinação do telhado e o detalhe vãos do que a estrutura convencional em série. Apesar da pré-fabricação de
desejado do beiral. O fabri-cante de de madeira, pisos estruturados com elementos mais complexos – incluin-
tesouras utiliza, então, um projeto esses componentes são, algumas ve- do isolamento, instalação elétrica, ja-
pré-estabelecido para a tesoura zes, mais propensos a vibrações des- nelas, portas e acabamentos internos

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Capítulo 3 Madeira 125

Figura 3.47
Manufatura e transporte de tesouras em
madeira. (a) Trabalhadores alinham os com-
ponentes de madeira de uma tesoura de co-
bertura e posicionam os conectores de chapa
dentada nos pontos de união, pregando-os
com um martelo para encaixá-los levemen-
te e mantê-los no lugar. O cilindro “Gantry”,
então, passa rapidamente sobre a mesa de
montagem e pressiona firmemente as cha-
pas na madeira. (b) As tesouras são trans-
portadas até o local da obra, em um reboque
especial. (c) As tesouras podem ser concebi-
das e produzidas em praticamente qualquer
configuração. (Fotos cortesia do Wood Truss
Council of America)

(a)

(b)

(c)

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126 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Figura 3.48
Conjunto de vigas-I entregues no canteiro de
obras. As almas são em OSB e as mesas em
madeira maciça. (Foto de Joseph Iano)

e externos – ser tecnicamente viável,


ela utilizada com menos frequência
pelas dificuldades adicionais de se
juntar todos esses tipos de sistemas
no canteiro e de obtenção das inspe-
ções exigidas pelo código de edifica-
ções, em um ambiente de fábrica.

Habitação pré-fabricada
Casas completas podem ser cons-
truídas em uma fábrica, algumas ve-
zes até mesmo com mobiliário, para
serem transportadas até fundações
prontas, onde são posicionadas e
preparadas para a ocupação em uma
questão de horas ou dias. Uma casa
manufaturada (chamada de casa
móvel no passado) é construída no

PAINEL ESTRUTURAL PAINEL ESTRUTURAL ISOLANTE PAINEL COM REVESTIMENTO TENSIONADO

Figura 3.49
Três tipos de painéis pré-fabricados em madeira. O painel estrutural é idêntico a um segmento de estrutura convencional de parede, piso ou co-
bertura. As faces do painel com revestimento tensionado (SSP) são unidas por adesivo a finos espaçadores de madeira, configurando uma unidade
estrutural, na qual as faces absorvem as maiores tensões. Um SIP, algumas vezes também chamado de painel sanduíche, funciona estruturalmen-
te da mesma forma que um SSP; no entanto, suas faces são coladas a um núcleo de espuma isolante, em vez de aos espaçadores de madeira.

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Capítulo 3 Madeira 127

seu próprio chassi rebocável perma- valente a uma fração das casas, de
nente e é projetada para atender aos mesma área, construídas da forma
códigos de edificações federais ad- convencional. Isso acontece, em parte,
ministrados pelo U. S. Department devido à economia da produção em fá-
of Housing and Urban Development. brica e da comercialização em massa e,
Uma casa modulada pré-fabricada em parte, em função do uso de compo-
é projetada respeitando o código de nentes mais leves e mais baratos, e as-
construção em vigor no local onde sim, de menor vida útil. Por outro lado,
será construída e é transportada em tanto as casas pré-fabricadas como as
um trator de reboque com base plana. casas modulares também podem ser
Casas pré-fabricadas e modulares são construídas com níveis de qualidade e
construídas em unidades, com largu- custo iguais aos daquelas de constru-
ras de 14 a 16 pés (4,27 a 4,88 m), que ção convencional, mas com potencial
permitem, dessa forma, o transporte de reduzir significativamente o tempo
em vias públicas. Múltiplas unidades de construção no canteiro de obras.
podem ser combinadas, lado a lado, Embora mais frequentemente asso-
ou mesmo empilhadas verticalmente ciadas à construção residencial, as téc-
para compor a casa completa. nicas modulares também podem ser
As casas pré-fabricadas mais ba- aplicadas a tipologias maiores de edifi-
ratas são vendidas por um valor equi- cações comerciais ou institucionais.

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