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Galpões e estruturas

para secagem da
madeira

Professor: Fernando Silva

Alunos: Caio F. Moraes Araújo


Daniel Castro Saab
Érica Gomes Cruz Araújo
secagem

 A secagem é uma das etapas de fundamental importância no
processamento da madeira, pois, além de possibilitar a melhoria
de diversas propriedades dessa matéria prima, conferindo-lhe
qualidade, agrega valor ao produto final, aumentando sua vida
útil. Consequentemente, obtém-se uma maior aceitação junto ao
mercado consumidor, assegurando a continuidade do comércio
de produtos madeireiros. O processo de secagem consiste em
reduzir o teor de umidade da madeira até um valor definido de
acordo com o uso a que essa madeira se destina.
Vantagens e importância do processo de secagem


 - Redução dos riscos de manchas e apodrecimentos.
 - Estabilidade das dimensões da madeira.
 - Redução do peso.
 - Melhor tratabilidade.
 - Aumento da resistência mecânica.
 - Melhora das características de trabalhabilidade
 - Propriedade de pega
Características da madeira que influência na
secagem

 Espécie/densidade

 Espessura
 Cerne/Alburno
 Orientação do corte
Tipos de secagem

 -Secagem natural ou ao ar livre.
Consiste em empilhar a madeira de forma adequada em local
ventilado e, preferencialmente, coberto, a fim de evitar a incidência
dos raios solares e da chuva, fazendo-se o controle do teor de
umidade em intervalos regulares, até atingir o valor de teor de
umidade final desejado, que estará em função do uso da madeira
ou até aonde as condições climáticas da região permitirem.
Tipos de secagem:
Secagem natural ou ao ar livre.


 Vantagens do processo de secagem natural (ao ar
livre):
• Método simples para secar madeira
• Pré-secagem a madeira verde, que será
complementada pela estufa.
• Não exige investimentos com equipamentos
Tipos de secagem
Secagem natural ou ao ar livre.

E desvantagens:
• Depende das condições climáticas da região, que não podem ser
controladas.
• Pode impossibilitar a obtenção de baixos teores de umidade ao
final da secagem, uma vez que esses teores são alcançados em
função da temperatura e da umidade relativa do ar.
• Exige longo tempo para secagem.
• Necessita de grandes estoques para suprir a demanda da
indústria.
• Requer grandes áreas para estocagem.
• Gera maior perda de madeira por ataques de fungos e insetos.

Pátio de secagem
 Inclinação de 8% = plano
 Seco, aerado (sem árvores e/ou construções)
 Tamanho e posição que permitam a estocagem de madeiras
 Próximo á serraria ou indústria processadora

Pátio de secagem
A área o pátio destinada à secagem deve ser bem definida, com limites
determinados. As partes não ocupadas por pilhas de madeira devem ser
deixadas livres para a circulação de ar, movimentação de madeira e de
pessoas. Essas áreas são denominadas de passagens, que podem ser:
principais, transversais e secundárias
Pátio de secagem


• As passagens principais, geralmente de 5 m a 8 m de largura, . Essas passagens
devem ser retas, abertas nos extremos e atravessar completamente o pátio para
permitir a locomoção de empilhadeira.

• As passagens transversais são necessárias em pátios muito grandes, devendo ser


projetadas a cada 60 m a 80 m. Suas funções mais importantes são de ventilação,
proteção contra incêndios e, acesso às passagens principais. Sua largura é de 15
m a 20 m e devem estar livres de vegetação.

• As passagens secundárias são paralelas às principais e às pilhas. Localizam-se


entre duas pilhas. A largura dessas passagens varia de 0,6 m a 1,8 m e a
superfície deve ser livre de poças d'água, vegetação e detritos que dificultam a
movimentação do ar
Empilhamento

O empilhamento é a operação de dispor as peças de
madeira em determinada forma para secagem ou para
armazenamento.
Os métodos de empilhamento existentes são:
 Tipo berço ou gaiola:
Empilhamento


 Tipo tesoura
• Tipo "padrão", "caixa" ou "pilha gradeada"
Recomendações sobre empilhamento
• Usar peças com espessura uniforme.

• Utilizar bases firmes, fortes e bem espaçadas para as pilhas.

• Observar o espaçamento correto entre os separadores e seu alinhamento


vertical.

• Evitar o uso de separadores empenados ou quebrados.

• Não deixar peças de madeira com pontas livres, sem apoio.

• As formas de empilhamento "inclinado" e "tesoura" devem ser usadas por


pouco tempo; 3 a 4 dias para peças de 1" de espessura e, no máximo, uma
semana para peças com espessura maior que 2".
Fonte: Secagem de Madeira | Agriestufa

 Secagem artificial.

Método de secagem em que as condições de temperatura,


umidade relativa e circulação do ar são controladas.

Secagem a baixas temperaturas.
É qualquer tipo de secagem realizada em temperaturas inferiores a
50ºC, em que a circulação de ar pode ser natural ou forçada.

Secagem solar.
Secagem realizada em uma câmara que utiliza a radiação solar, de
forma mais eficiente que a secagem natural, como fonte de energia
necessária à evaporação da água da madeira. Utiliza a mesma
fonte energética da secagem natural, que é a energia solar; porém,
de forma mais eficiente.
Secagem solar.


Secagem realizada em uma câmara que utiliza a radiação solar, de forma mais eficiente
que a secagem natural, como fonte de energia necessária à evaporação da água da
madeira. Utiliza a mesma fonte energética da secagem natural, que é a energia solar;
porém, de forma mais eficiente.
Secagem por desumidificação.

Secagem a baixas temperaturas, com redução da quantidade de vapor d'água
do ar que passa de maneira forçada por um desumidificador.
Termodinamicamente, um desumidificador é semelhante a um condicionador de
ar, isto é, uma bomba de calor, que é um aparelho utilizado para remover calor de
um ambiente com temperatura mais baixa para um ambiente de temperatura
mais alta, com realização de trabalho mecânico.

Secagem a altas temperaturas.
Tipo de secagem em que se utilizam temperaturas iguais ou superiores a 100ºC,
desenvolvida a partir da necessidade de se reduzir o tempo do processo. É
conduzida em estufas com paredes de alumínio ou forradas com alumínio e
ferragens com materiais mais resistentes à corrosão, causada pelas severas
condições de altas temperaturas e umidade relativa impostas durante a secagem.
No interior da câmara, o vapor é superaquecido à pressão normal.
Existem dois processos distintos de secagem à alta temperatura:
• não existe ar dentro da câmara, que contém apenas vapor d'água, e a TBU é
mantida em 100ºC, enquanto a TBS pode chegar até 150ºC;
• existe uma mistura de vapor e ar dentro da câmara, onde a TBU é inferior a
100ºC, frequentemente sem controle preciso.

Secagem convencional.
Método de secagem artificial tradicional em que a madeira é seca em estufa,
operando numa faixa entre 40ºC e 100ºC. As estufas convencionais possuem
sistemas de circulação, ventilação, aquecimento e umidificação do ar que
permitem o total controle da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar.

Secagem convencional em estufa à base de queima de resíduos (IBAMA/INPA).

Utiliza o calor gerado pela queima de resíduos em fornalha como fonte de


energia. Nos tipos mais conhecidos, o ar é aquecido em dutos, que passam
através de uma fornalha, e insuflado dentro da câmara de secagem. Em um
modelo desenvolvido no Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA, os gases
quentes são conduzidos por um duto, que atua como trocador de calor, situado
no interior da estufa, funcionando de maneira bastante semelhante às estufas
convencionais. Apresenta as mesmas vantagens deste tipo de estufa, sem
necessitar de caldeira, o que que reduz os custos de instalação, manutenção e
operação. A umidificação do ar no interior da câmara é obtida pela aspersão de
água sobre a superfície aquecida do trocador.
Defeitos da secagem

São causados por tensões que se desenvolvem na madeira em


decorrência das diferenças de contrações geradas pela anisotropia
e pelo gradiente de umidade.
Armazenamento da madeira

 Armazenamento de toras.
A melhor maneira de estocar a madeira em tora por um longo período é pela sua
total imersão em água. Esse procedimento a protege contra ataques causados
por fungos e insetos, pois a água atua como uma barreira física. A madeira
imersa não seca, mas também não racha. Porém, ela pode sofrer ataques de
bactérias e alguns insetos aquáticos. Quando infestada intensamente por
bactérias, costuma apresentar um odor desagradável. A imersão da madeira em
água corrente minimiza esse problema. Quando a serraria é localizada na
margem do rio, a melhor maneira de estocar as toras é no próprio rio, mantendo-
as com a casca e amarrando-as umas às outras para evitar que as toras mais
pesadas afundem. Esse método de estocagem protege somente a parte da
madeira que fica submersa na água. A parte exposta é susceptível ao ataque de
fungos e insetos e, para sua proteção, recomenda-se fazer uma contínua
aspersão de água, que pode ser obtida por meio de esguichos apropriados.

 Armazenamento de madeira serrada.
Tem por objetivos: evitar que a madeira absorva umidade quando
seca e protegê-la de qualquer tipo de degradação. Os tipos de
armazenamento existentes são: ao ar livre, em galpão aberto e em
galpão fechado. Este último tipo pode ser dividido em: galpão fechado
sem aquecimento, com aquecimento e com ambiente controlado. A
escolha da melhor opção para o armazenamento dependerá do teor
de umidade da madeira e das condições do ambiente ao qual estará
exposta durante o período de estocagem.

 Ao ar livre.
Quando não se tem uma área coberta ou um galpão disponível, o empilhamento ao ar
livre passa a ser a única opção para estocar a madeira. Esse tipo de armazenamento é
satisfatório para madeiras verdes, uma vez que promove a sua secagem (natural ou ao
ar livre), e para madeiras pré-secas, com teor de umidade acima de 20%, que devem
continuar secando. Quando o teor de umidade das peças estiver abaixo de 20% e
nenhuma secagem adicional se fizer necessária, a madeira deverá ser empilhada sem
separadores (empilhamento sólido ou compactado). Com teor de umidade menor ou
igual a 12%, a madeira pode ser estocada nessas condições, em pilhas com ou sem
separadores, somente quando o clima for seco e, mesmo assim, por um período curto
de tempo. Caso contrário, poderá reabsorver umidade. O empacotamento das peças
com papel impermeável ou plástico confere uma proteção temporária ao empilhamento
sólido, sendo aconselhável, principalmente, quando a madeira está em trânsito.

 Em galpão fechado.
- Galpão fechado sem aquecimento.
É apropriado para madeira parcialmente seca ou seca em estufa, pois minimiza
substancialmente a absorção de umidade, principalmente em regiões de clima seco. O
galpão deve ser provido de portas que, quando fechadas, não permitam a entrada do ar
externo. A instalação de ventiladores no interior favorece o armazenamento da madeira.
Madeira parcialmente seca pode ser armazenada, desde que devidamente empilhada.
Caso se deseje uma secagem adicional, empilha-se a madeira com separadores e, caso
contrário, recomenda-se o empilhamento sólido. Normalmente, a temperatura no galpão é
maior que a ambiente, devido à insolação no telhado. Entretanto, esse aumento de
temperatura não produz rachaduras de topo e de superfície, uma vez que a madeira
encontra-se parcialmente seca. O objetivo de armazenar a madeira seca, com teor de
umidade inferior a 12%, é impedi-la de absorver umidade durante o período de estocagem.

-Galpão coberto com aquecimento.
Aquecendo-se o interior do galpão, abaixa-se a URA (Umidade Relativa do
Ar) e, consequentemente, o TUE (Teor de Umidade de Equilíbrio) da
madeira. Portanto, o armazenamento da madeira nesse tipo de galpão
confere uma ótima proteção contra a absorção de umidade pela madeira
seca em estufa, principalmente em regiões de clima frio. A madeira destinada
à fabricação de móveis, que serão utilizados em condições de equilíbrio
inferiores a 12%, como é o caso de ambientes com ar condicionado ou casas
com calefação, deve ser armazenada, preferencialmente, desse modo.
Entretanto, o custo desse tipo de armazenamento é alto, podendo ser
minimizado se a indústria dispuser de caldeira com capacidade ociosa.

 Galpão com ambiente controlado.
É o tipo mais caro de armazenamento dentre os outros descritos
anteriormente, devido ao custo dos equipamentos envolvidos. É
recomendado para regiões de clima frio, onde o teor de umidade da
madeira deve ser mantido em torno de 6%, ou para produtos
madeireiros destinados à exportação, que devem cumprir as rígidas
exigências relacionadas com o teor de umidade. Galpões com ar
condicionado podem proporcionar um bom armazenamento para
esses produtos.

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