Você está na página 1de 53

MÉTODOS DE TRATAMENTO DE MADEIRA

 Maioria dos produtos derivados de madeira  necessitam


de tratamento preservativo

 Carvão  não precisa de tratamento


 Papel  necessitaria  mas não tem

 Muitas vezes  madeira tratada  eficiente e de baixo


custo
 Outras espécies

 extremamente resistentes à impregnação

 tornando difícil e cara

Métodos preservativos

Método Preventivos
 Métodos curativos

 métodos sem pressão (caseiros)

 métodos com pressão


Métodos caseiros (sem
pressã o)
• Tais métodos se caracterizam:
• baixo grau de sofisticação,
• dispensando-se investimentos com infra-estrutura e equipamentos
• aplicados, em geral, pelo próprio usuário da madeira, que determinará
a qualidade do produto final.

• Fumigação
• Pincelamento
• Aspersão/pulverização
• Imersão simples / difusão (rápida ou prolongada)
• Banho quente-frio
• Substituição de seiva
• Processo Boucherie
Métodos caseiros (sem
pressã o)
• Capilaridade – é o fenômeno que ocorre quando um líquido sobe
num tubo capilar (poros da madeira), quando molha as paredes do
tubo, devido a uma forte força de adesão entre o líquido e a parede.
Métodos caseiros (sem
pressã
• Difusão
o)
• Capilaridade

• Difusão – é o fenômeno que ocorre devido a uma diferença de


potencial químico entre a solução preservativa e a solução
existente no interior da madeira verde(seiva).
Fumigação ou Expurgo

 Tratamento curativo

 Substância utilizada na fase gasosa

 Método utilizado

 madeiras  não podem ser tratadas  outros métodos

 peças ornamentais, móveis raros e outros

 sem causar danos ao revestimento e aparência

Fumigação  Não possui caráter preventivo


 Procedimento

 Cobre-se a peça  lona plástica

 vedando completamente

 Libera-se o gás  fica retido no interior da lona

 penetra na madeira e elimina os insetos

 Gases utilizados  Fosfina (Fosfeto


( de Alumínio) ou
brometo de metila

Expurgo  posteriormente  aplicação de produto


preservante

 mata ratos, insetos, fungos.


 Fosfina  pastilha  dentro de uma cápsula

 em contato com o ar  desmancha  gás

 corrói metais  não deixa resíduo

 alta umidade  pode explodir

Dosagem  0,75 a 1,50 g de fosfina por metro cúbico de


madeira

 Brometo de metila  cápsula com gás

 deixa uma pequena quantidade de resíduo (2%)

Dosagem  32 a 50 gramas (equivalente a 18 ou 29 ml) por


metro cúbico de madeira
Pincelamento
• É um dos processos mais simples, requerendo o mínimo de
investimento e pode ser realizado com preservativos hidrossolúveis
ou com preservativos oleossolúveis, de baixa viscosidade.

• O efeito do método é apenas superficial, fornecendo uma proteção


limitada; em madeiras permeáveis, a penetração pode variar de 1 a
5 mm; em madeiras pouco permeáveis, a penetração raramente
ultrapassa 1 mm.

• Aplicação de creosoto em postes, sob pincelamento, revelam um


aumento de vida útil de 1 a 3 anos.
Pincelamento

• O pincelamento deve ser utilizado em circunstâncias de baixa


incidência de organismos xilófagos e não é recomendado para
situações em que a madeira fique em contato com o solo e a água
ou em contato constante com fontes de umidade.

• Para ser submetida ao pincelamento, a madeira deve apresentar


uma umidade abaixo de 30%, em relação ao seu peso seco.

• A aplicação do produto difere do método tradicional de pintura,


onde o pincel ou brocha deve estar encharcado e deve ser aplicado
sempre na mesma direção, permitindo a maior absorção possível do
produto, que deve ser reaplicado por algumas vezes.
Aspersã o
• Em situações semelhantes às do pincelamento, a aspersão é um
método que fornece limitada proteção à madeira, sendo
recomendado em circunstâncias de baixa incidência de organismos
xilófagos, não sendo recomendado em situações em que a madeira
fique em contato com o solo ou a água.

• A camada protegida raramente ultrapassa 5mm.

• A madeira deve apresentar umidade inferior a 30% e é executada


através de pulverizadores; o preservativo deve ser aplicado até que
comece a escorrer sobre a madeira, para permitir uma maior
absorção

• A operação deve ser repetida algumas vezes.


Aspersã o
• A vantagem da pulverização sobre o pincelamento é a possibilidade
de se aplicar o produto em peças já montadas, que contenham
partes difíceis de serem atingidas

• A desvantagem é que a pulverização pode apresentar problemas de


inalação e/ ou absorção do produto pelo aplicador, exigindo-se
maiores cuidados e investimentos com equipamentos de
segurança.

•  deve ser utilizada somente em lugares abertos e ventilados

• Nos dois métodos citados, existem problemas de baixa penetração


do produto, não atingindo alguns pontos como fendas e rachaduras.
TRATAMENTO PREVENTIVO SEM PRESSÃ O

Fonte: Brazolin et al. (2007)


Pincelamento / aspersão
 Baixa penetração  pontos da peça tratada

 Métodos indicados  madeira em local

 baixa incidência de organismos xilófagos

 Pincelamento  3 à 5 vezes com intervalos de minutos

 Pincelamento ou pulverização

 baixo investimento e cuidados na aplicação


Imersão Simples
• A retenção obtida pelo método de imersão também é superficial e
pequena.

• Não se recomenda a utilização da madeira tratada por este método


para ser usada em contato com o solo ou próximo a fonte de
umidade.

• A madeira a ser tratada é colocada em tanques de metal ou


concreto, contendo a solução preservativa.

• Os tempos de imersão podem variar de alguns segundos até alguns


dias (Imersão a Longo Prazo),
Prazo) dependendo da permeabilidade da
madeira, do produto preservante utilizado e, principalmente, da
proteção desejada.
Imersão Simples
 Aplicado para madeira não - estrutural

Imersão curta da madeira  alguns minutos ou segundos

 Tratamento  um pouco mais caro que pincelamento e aspersão

 Vantagem  produto penetra melhor  rachadura ou outras


aberturas

 Aplicado  madeiras destinadas a fabricação de móveis, janelas e


portas
 Utilizado também contra fungos em madeira recém
serrada

 Madeira úmida  hidrossolúvel


 Madeira seca  oleossolúvel ou oleoso

 Preservante penetra na madeira por difusão


Imersão a Longo Prazo

 Madeira estrutural

 mais eficiente em função do tempo de exposição

 Imersão por alguns dias / semanas

 dependendo da espécie e dimensões

 Absorção mais rápida  nos 2 ou 3 primeiros dias

Recomendação  1 semana a dez dias

Diferente do método de substituição de seiva


Banho quente-frio
• Esse processo é indicado para o tratamento de madeiras secas,
com a utilização de preservativos de natureza oleosa (quando este
permanecer estável ao ser aquecido  creosoto ou alcatrão).

• É comumente utilizado em madeiras que ficarão em contato com o


solo ou em ambientes de alta umidade, como estacas, mourões e
palanques.

• A madeira a ser tratada deve estar com umidade abaixo de 30% em


relação ao peso seco; no caso de eucalipto, as peças são cortadas,
descascadas e gradeadas para secagem, por um tempo aproximado
de três meses.
• O tratamento é relativamente simples e de baixo custo, consistindo
de dois recipientes: um, para o banho quente, e o outro, para o
banho frio.

• Na primeira fase do tratamento, as peças são colocadas num tanque


contendo solução aquecida (preservativo), por um período de tempo
suficiente para que a madeira entre em equilíbrio térmico com a
solução (2 a 8 horas e depende da condutividade térmica da
madeira).
Banho quente-frio
• Recomenda-se extrema cautela no controle da temperatura para
evitar o superaquecimento do produto oleoso, devido à sua
natureza inflamável.

• Temperatura do banho quente varia entre 70 a 100oC

• O banho quente, além de abaixar a viscosidade do óleo, provoca a


expansão do ar contido nas cavidades celulares, expulsando-o
parcialmente e libertando a água das camadas interiores da
madeira, abrindo os seus poros

• Caso se perceba que a solução esteja entrando em ebulição


(fervendo), recomenda-se retirar ou diminuir a fonte de calor.

• Em termos de segurança, recomenda-se o uso de luvas compridas,


macacão, botas, avental e máscara antigases.
Banho quente-frio
• Segunda fase do tratamento consiste em transferir as peças para o banho
frio, onde se utiliza a temperatura ambiente;

• A transferência do banho quente para o banho frio não deverá ultrapassar


10 minutos.

• Nessa condição, as peças são mantidas submersas por um período de 2 a 4


horas.

• Nessa condição, o ar e o vapor d’água remanescentes saem da madeira e


ocorre uma ligeira contração, formando um vácuo parcial que permite a
penetração do produto preservante na madeira.

• Repetir o processo 2 a 4 vezes


Método de
substituiçã o
de seiva
para
moirõ es

Método Caseiro
Método Caseiro Mais
Utilizado
• Método para pequenas quantidade de peças
• Baixo investimento
• Eficiência satisfatória

• Apenas para peças roliças


• Peças verdes (recém-cortadas 24-48 horas de corte)
• Diâmetro máximo de 15 cm e 3 metros de comprimento
• Difícil controle de qualidade
Instalaçõ es
• Local deve ser coberto (sem sol e chuva)
• Aberto nas laterais para maior ventilação
• Afastado de habitações e de animais
Preparo da Madeira
• Usar madeira roliça
• Peças verdes (recém-cortadas 24-48 horas de corte)
• A peça deverá ser descascada manual ou mecanicamente
• Descascar no próprio local de tratamento
• Deve-se remover, também, a parte cambial,
utilizando-se uma escova grossa de aço
• Preferencialmente reta e sem nós
• Diâmetro entre 7,5 e 15 cm (classificar)
• Comprimento entre 2,20 e 3 metros
• Cortar as extremidades em chanfro ou bisel
• Não pode ser furada, lascada ou serrada
antes do tratamento
Preparo da Madeira
• Furos e encaixes nos moirões deverão ser feitos somente após o
tratamento para não deixar as partes do cerne expostas.

• Nas espécies onde houver uma predominância de cerne, o processo


é de eficiência quase nula.

• Os moirões recém-cortados, já descascados, devem ser colocados


verticalmente, com sua parte mais grossa (base) voltada para
baixo, permanecendo imersa na solução preservativa.

• Por questões de segurança (derramamento e respingos) e facilidade


de condução dos trabalhos, recomenda-se colocar a solução
preservativa somente após o arranjo das peças, normalmente em
número de dez a doze unidades, dentro dos recipientes.
Preparo da Soluçã o
• Utilizar um tambor de 200 litros e com
aproximadamente 57 cm de diâmetro de abertura
• Altura superior a 90 cm  Esta altura é justificada
pela profundidade do aterramento (50 cm) e,
principalmente, pela faixa da zona de
afloramento (30 cm),

Uso de EPI’s
 Máscara
 Luvas de borracha
 Avental impermeável
 Botas de borracha

Cuidado com Dicromato de sódio/potássio é um


metal pesado, que não é eliminado pelo corpo
Preparo da soluçã o
• 1.892 (aproximadamente 1.900 gramas) de Dicromato de sódio (fixador)
• 1.632 (aproximadamente 1.650 gramas) de Sulfato de cobre (ação fungicida)
• 1.202 (aproximadamente 1.200 gramas) de ácido bórico (ação inseticida)

R$ 14,90/Kg R$ 10,90/Kg R$ 5,50/Kg


Atençã o
• Evitar substituir o Dicromato de sódio (fixador) por
Dicromato de potássio por ser
mais caro e consumir maior quantidade para equilibrar a solução

Seguir a risca a quantidade recomendações


Não economizar para não comprometer a eficácia do tratamento
Preparo da soluçã o
• Misturar os 3 produtos (1900 +1600 + 1200 gramas) a 100
litros de água e misturar com um pedaço de madeira

• Recomendação
• 1º colocar 20 litros de água e parte dos produtos e misturar
• 2º aos poucos, acrescentar mais 20 litros de água e continuar
misturando
• 3º repetir até dar os 100 litros de água + 3 produtos

• Menor esforço físico


• Mistura mais homogênea sem a formação de borras ou
resíduos no fundo do tambor
Procedimentos para o
tratamento
• 1º coloque as peças no tambor
• 2º adicione a solução até atingir 80 cm de
altura
• 3º colocar aproximadamente 1 cm de óleo
queimado para evitar a evaporação
• 4º completar diariamente o nível da
solução (80 cm de altura) até o fim do
tratamento ( 8 dias)
• 5º pode-se inverter as peças e deixar mais
3 a 5 dias (menos eficiente)
Empilhamento e Secagem
• 3 primeiros dias – secagem em
local coberto (fixação primária)

• Secagem por 30 dias ao tempo


Se chover cobrir com lona
(fixação secundária)

Empilhada de forma gradeada


Acabamento
• Para garantir maior eficiência, recomenda-se o pincelamento
da base da peça utilizando um produto impermeabilizante a
uma altura mínima de 80 cm para impedir a lixiviação dos
sais e evitar rachaduras.
Balanço químico
• O que norma da ABPM / AWPA Standards pede

• cromo hexavalente, calculado como CrO3 .......... 63,5%


• cobre, calculado como CuO ................................ 26,0%
• boro, calculado como B(elemento) ..................... 10,5%
Balanço químico
• A madeira estará suficientemente protegida quando se utilizam
6,5 quilogramas de ingrediente ativo por metro cúbico de madeira
tratada (norma da ABPM);

• A solução preservativa deverá ser preparada com 2,0% de


ingredientes ativos para cada metro cúbico de madeira tratável;

• Considera-se madeira tratável de eucalipto o alburno, que


corresponde a 70% do volume da madeira e 100% do volume da
madeira de Pinus sp. e outras madeiras brancas.
Balanço químico
• cromo hexavalente, calculado como CrO3 ........... 63,5%
• cobre, calculado como CuO ................................ 26,0%
• boro, calculado como B(elemento) ..................... 10,5%

• Dicromato de sódio - Na2Cr207 . 2H20 ............ 2Cr03 ............... 63,5%


• Sulfato de cobre – CuS04 . 5H20 ................... Cu0 ......... 26,0%
• Ácido bórico – H3B03 ........................ B ...........10,5%

63,5 x 2 = 1,27 kg de Cr03


26,0 x 2 = 0,52 kg de Cu0
10,5 x 2 = 0,21 kg de B
2,0 kg de ingredientes
ativos
• Dicromato de sódio - Na2Cr207 . 2H20 ........ 2Cr03 ................... 63,5%
• Sulfato de cobre – CuS04 . 5H20 ................... Cu0 ......... 26,0%
• Ácido bórico – H3B03 ........................ B ...........10,5%

• Considerando-se 2,0% de ingredientes ativos que são diluídos em 100


litros d’água, conclui-se que serão necessários 2,0 Kg de produtos.

a) dicromato de sódio ........ Na2Cr207 . 2H20 ..................... 2Cr03


Peso molecular
1,27 x 298 (massa atômica) 298 200
200
= 1892,3 gramas de dicromato de sódio

b) sulfato de cobre ........ CuS04 . 5H20 ............................ Cu0


Peso molecular
0,52 x 249,5 ....... 249,5 ............................ 79,5
79,5
= 1631,9 gramas de sulfato de cobre

c) ácido bórico .............. H3B03 .............. ................................. B


0,21x61,8
Peso molecular
10,8
......... 61.8 ........................................... 10,8
Balanço químico
• A preparação da solução consiste em se ajuntar os três
produtos (1.892 + 1.632 + 1.202 gramas = 4.726 gramas) e
dissolvê-los em 100 litros d’água.
Volume a ser absorvido por moirã o (litros),
através do método de substituiçã o de seiva
Boucherie
 Mesmo que substituição de seiva

 diferenças nas dimensões  peças mais compridas

 Utilizado para postes ou madeira roliça com casca e


verdes

 Toras colocadas inclinadas  apoiadas sobre estrados

 face de maior diâmetro mais alta

 Extremidade mais grossa  colocados mangotes

 ajustados ao diâmetro da madeira


 conectados a mangueiras ligadas com a solução
 Preservante  penetra  por pressão hidráulica

 empurrando a seiva pela outra extremidade da peça

 Quando o preservativo

 começa a gotejar na outras extremidade

 suspende-se tratamento

 Colocar um corante no preservante

 para ver que parou de pingar seiva

 e começou a pingar preservante


 Solução penetra  1,5 m por dia

 Final do processo  toras descascadas

 tratamento superficial por imersão

 Normalmente  usa-se sulfato de cobre

 Utilização deste método  madeira recém cortada

 Vantagem

 não ser necessário descascar a madeira  porém

 processo demorado que pode levar vários dias e


requer pátios grandes
Tratamento pelo Processo Boucherie Modificado
Obrigado !!!

Você também pode gostar