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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS - ESALQ / USP

LCF-522 FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES DA FÍSICA DA MADEIRA


1ª PROVA PARCIAL 2° SEMESTRE 2021

ALUNOS : Andre Yuji Iuanami


Vinicius Moizes Burguês NOTA :

1. Em uma construção residencial na cidade de São Paulo, o arquiteto responsável decidiu


revestir uma parede com lambri de Mogno, com 15 cm de largura. Essa parede tem 2,4m
de largura e 2,7m de altura, sendo que o lambri foi colado na parede. Sabendo-se que o
comprimento das peças do lambri está no sentido da altura da parede, e que essa
madeira foi usada com umidade média de 24,0%, pergunta-se :
a) qual será a reação (movimentação dimensional) desse lambri com o tempo ?
Com o tempo, a reação desse lambri é de retração. Pois a diferença da umidade da
madeira quando colocada em relação ao ambiente é diferente, ou seja, a umidade da
madeira vai tender ao equilíbrio com o ambiente, sendo assim, a madeira com umidade
relativa de 24% vai diminuir até entrar em equilíbrio com o ambiente com sua umidade
relativa em 15,5% ( GALVÃO, 1975), consequentemente perdendo massa e retraindo.
Levando em consideração que essa retração pode sofrer pequenas variações de acordo
com a umidade do ar, que se altera em determinados períodos do ano.

b) se surgirem frestas entre as peças do lambri, qual será a largura máxima dessas
frestas ?

Para fazermos o cálculo, utilizamos a fórmula do Coeficiente de variação:


CV = Variação total / PSF
Variação: UM = Umax - Umin
Contração Tangencial - 5,96%
Variação Tangencial: VT = UM * CV
Variação dimensional: VD = (VT/100) * largura madeira
Umidade de SP : Umax: 17% / Umin: 13,9% / Umed:15,4%

- CV = 5,96% / 28 = 0,213
- UM = 17% - 13,9% = 3,1%
- VD = ((3,1* 0,213)/100) * 15cm = 0,099 cm

Portanto as frestas que surgirem entre os lambris de Mogno são de 0,099cm de largura.

c) qual a variação previsível na largura das peças após o lambri entrar em equilíbrio
higroscópico com o clima local ?

Para fazer o cálculo dessa variação, primeiros precisaremos fazer o cálculo da


variação: Var = (largura madeira * contração tangencial * (diferença de umidade do
ambiente local para madeira)/ PSF
Var= ((15* 5,96 *(15,5- 24))/28)/100 = 0,27cm
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Variação dimensional = 15 - 0,25 = 14,75cm.


VarMin= {[14,75*5,96(13,9 - 15,5)/28]/100} = 0,05 cm
VarMax= {[14,75*5,96(17 - 15,5)/28]/100} = 0,047 cm

variação do lambri depois de entrar em equilíbrio higroscópico com o clima local:


(15+0,047) - (15 - 0,05) = 0,097 cm

Sendo assim, o equilíbrio higroscópico com o ambiente é de 0,097cm

d) se, ao invés de lambri com 15 cm de largura, fosse usado um lambri com 6,0 cm de
largura, quais diferenças poderiam ser observadas ?
Supondo que usássemos um lambri de 6 cm ao invés do de 15 cm, teríamos maior
facilidade de alcançar o equilíbrio pois as variações seriam menores quando comparadas
com o lambri de 15cm, sendo assim em qualidade de madeira, um lambri de menor
espessura se torna mais viável pois a sua variação dimensional é menor, ocasionando em
menos riscos de prejudicar a madeira por variações frequentes devido a umidade.
e) com base na resolução desta questão, faça uma análise tendo em vista o melhor uso
da madeira e dos recursos florestais.
Quando analisada, percebemos que a madeira de mogno é muito utilizada em
diversos ramos da indústria madeireira, pois é considerada uma madeira nobre, além de
sua resistência contra pragas quando comparadas com outras espécies. Essa madeira
perdura por 18 anos em crescimento para ser utilizadas, ao menos em alguns lugares,
Além de não apresentar uma retratibilidade grande como algumas espécies apresentam é
preciso tomar devido cuidado, pois ainda apresenta retratibilidade, mesmo que pouca,
então devido a isso, podemos ter alguns ramos que madeiras com menor retração
desempenham um papel melhor. Mas o mogno ainda segue como uma das melhores
madeiras, servindo para móveis, assoalhos, construções, etc.

2. Uma empresa localizada no Estado de São Paulo apresenta as seguintes condições :


- utiliza mensalmente 450 m³ de madeira de Copaíba;
- essa madeira é adquirida recém cortada na região próxima a Belém, no Pará;
- o custo do frete é da ordem de 80 dólares/tonelada.
Pergunta-se :
a) Quanto do valor do frete (custo mensal) representa o custo para o transporte de água?
A Copaíba pode ser utilizada na construção civil como esquadrias, ripas, marcos de janelas,
tacos para assoalhos, tábuas, entre outros. Segundo o instituto de pesquisas tecnológicas
do estado de São Paulo a densidade de massa verde aparente da Copaíba é de 690 kg/m³.
Resultando em um custo mensal de 24840 dólares por tonelada(IPT, S.I.).
b) Qual seria a economia admitindo-se uma pré-secagem até o PSF ?
Admitindo a pré-secagem até PSF da copaíba, a economia seria de economia seria de
4140 dólares.
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3. Procure, na literatura, informações sobre 8 (oito)


espécies de madeiras tropicais, com massas
específicas variando de 0,4 a 1,0 g/cm³. Faça gráficos
relacionando a massa específica com a massa
máxima de água higroscópica e com a massa máxima
de água capilar (seguindo o exemplo). Analise e
interprete criteriosamente os resultados dos seus
gráficos.
Cuidado para não usar exatamente as mesmas
espécies de outro colega.

No primeiro gráfico à direita,


percebemos que não temos grande
discrepância entre os valores para as
distintas espécies, podemos notar que
os dados da massa específica são
igualmente proporcionais à massa de
água higroscópica em cada espécie.
Podemos fazer ligação com a
densidade da madeira, pois quanto
maior sua densidade maior espaço de
reserva ela possui.

Já no segundo gráfico à direita,


percebemos que que temos uma maior
discrepância entre os valores
apresentados para cada espécie,
podemos notar que os dados de massa
específica são inversamente
proporcionais a massa de água capilar,
pois quanto menor a massa específica
maior é a massa de água capilar. Isso
se deve ao fato de que madeiras
menos densas possuem lumens
maiores, e assim podem acumular
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água líquida junto ao auxílio da força de capilaridade.

4. Busque, na literatura, informações sobre duas madeiras indicadas madeira para a


produção de pisos. Descreva as principais propriedades (e características) dessas
madeiras e justifique essa indicação de uso.
A madeira de cumaru possui características sensoriais recomendadas para a aplicação de
pisos, por possuir cerne castanho-claro-amarelado, brilho moderado, cheiro e gosto
imperceptíveis, densidade alta, dura ao corte. A madeira possui densidade básica de 908
kg/m³. Outra madeira que pode ser utilizada é o jatobá que possui o cerne variando do
castanho-amarelado ao castanho-avermelhado, alburno branco-amarelado,cheiro e gosto
imperceptíveis, densidade alta, dura ao corte textura média, superfície pouco lustrosa,
possuindo densidade básica de 800 kg/m³(IPT).

5. Localize um artigo publicado em um periódico qualquer, que traga informações sobre


propriedades físicas da madeira (uma ou mais propriedades). Faça a citação (correta)
desse artigo e um resumo das principais conclusões apresentadas pelo(s) autor(es).
Resumo: AVALIAÇÃO DA USINAGEM E CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS
DA MADEIRA DE MOGNO AFRICANO (Khaya ivorensis A. Chev.).
O trabalho foi realizado com o objetivo de caracterizar as propriedades físicas e avaliar a
usinagem da madeira de mogno africano (Khaya ivorensis A. Chev.). Os corpos-de-prova
produzidos tinham dimensões de 30 cm x 12 cm x 2,3 cm, para os testes de usinagem e de 2
cm x 3 cm x 5 cm, para as propriedades físicas, densidade aparente, densidade básica e
contração volumétrica. As avaliações dos testes de usinagem foram feitas seguindo a norma
ASTM-D 1666-87. O mogno africano apresentou densidade média e baixa correlação entre sua
densidade e sua contração volumétrica. Já nos testes de usinagem, a madeira apresentou boa
qualidade no acabamento, mostrando grande potencial para utilização na indústria de
movelaria e para acabamento interno de construções

ATENÇÃO: em todas as questões, faça a citação (correta) das fontes utilizadas na resposta.

CARVALHO, A.M et al. AVALIAÇÃO DA USINAGEM E CARACTERIZAÇÃO DAS


PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA DE MOGNO AFRICANO (Khaya ivorensis A.
Chev.). CERNE, vol. 16, julio, 2010, pp. 106-114. Universidade Federal de Lavras. Lavras.
Disponível em:<https://www.redalyc.org/pdf/744/74459381014.pdf>. Acesso em 5 nov
2021.
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GALVÃO, A. P. M. Estimativas da Umidade de Equilíbrio da Madeira em Diferentes


Cidades do Brasil. IPEF, 1975. Disponível em:
<https://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr11/cap04.pdf>. Acesso em 05 de nov. 2021.

Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Jatobá. S.I. Disponível


em:<http://www.ipt.br/informacoes_madeiras/14.htm>. Acesso em: 5 nov 2021.

Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Copaíba. S.I. Disponível


em:<http://www.ipt.br/informacoes_madeiras/14.htm>. Acesso em: 5 nov 2021.

Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Cumaru. S.I. Disponível


em:<http://www.ipt.br/informacoes_madeiras/14.htm>. Acesso em: 5 nov 2021.

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