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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável

CAPÍTULO 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS


Dados, informações e indicadores podem apoiar o entendimento sobre as característi-
cas socioculturais, econômico-financeiras, urbano-ambientais e político-institucionais
do território das cidades. Ao olharmos para esse retrato, é possível identificar para onde
a cidade precisa avançar. Além disso, as características podem ser avaliadas em diferen-
tes configurações e escalas: nas relações de um município com seus vizinhos, nos seus
limites internos, em cada região, bairro ou até mesmo por rua, quadra e lote.

O diagnóstico pode ser feito para cada eixo programático de desenvolvimento urbano:
informação, planejamento, gestão, governança, financiamento, monitoramento e ava-
liação. Pode ser feito também para os eixos programáticos de outras políticas relacio-
nadas ao desenvolvimento urbano sustentável, como saneamento, mobilidade urbana,
habitação, saúde e educação. Os dados são a matéria-prima para identificar e descrever
as possibilidades e as fragilidades nos municípios. Eles também podem ser usados para
diagnosticar as desigualdades socioespaciais.

Neste capítulo, discutiremos o significado de dados, informações, indicadores e conhe-


cimento. Mostraremos como os dados são utilizados na gestão pública e qual é a sua im-
portância para se criar políticas públicas.

1.1 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO


Dados são símbolos (ou sequências de símbolos) que podem ser medidos ou quantifi-
cados (SETZER, 1999). Os dados podem ser letras, números ou outros. Por exemplo, um
texto é um dado formado por letras, que são os símbolos. As notas de uma turma escolar,
o registro da temperatura em uma cidade, uma música e até mesmo imagens também são
dados.

E qual é a diferença entre dado e informação? A informação é uma organização dos


dados com o objetivo de transmitir um significado dentro de um contexto (SETZER,
1999). Os dados são a matéria-prima da informação. A frase “As atrações de Gramado
são bonitas” é um exemplo de informação. A pessoa que lê precisa saber que Gramado é
uma cidade turística para que a informação da frase tenha significado para ela. Assim, o
significado da informação varia de acordo com a pessoa que a recebe.

O conhecimento é adquirido por meio de aprendizados e experiências, com o apoio de


informações. No exemplo acima, uma pessoa vai obter conhecimento das atrações da
cidade de Gramado quando as visitar.
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Informações são dados processados sobre algo ou alguém. O conhecimento é uma


abstração interior e pessoal de alguma coisa sobre a qual se obteve informações e se
experimentou.

Figura 1 – Hierarquia entre dados, informação e conhecimento


Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022.

Sistemas de informações conseguem guardar dados e informações, mas não o conheci-


mento, que está ligado a uma pessoa específica. A formulação, a revisão, a implementa-
ção, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas se baseiam em dados e infor-
mações, assim como nos indicadores.

1.2 INDICADORES
Os indicadores são medidas que nos ajudam a ava-

7
PARA MAIS
liar pontos diferentes de uma certa situação da rea-
INFORMAÇÕES
lidade. Geralmente, os indicadores são quantitativos,
SOBRE O TEMA
mas também podem ser qualitativos. Eles organizam VER TAMBÉM O
dados diferentes para representar diversos pontos de MÓDULO 7.
vista de uma realidade ou problema complicado. Em
geral, eles também permitem que se compare diferen-
tes realidades sobre certo tema ou temas conectados.

Suponhamos que o governo federal, um estado ou um município queira construir um in-


dicador sobre inclusão urbana de empreendimentos habitacionais. Na proposta, o indica-
dor precisa relacionar a localização dos empreendimentos à infraestrutura urbana básica
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existente na região. Esse indicador pode considerar dados sobre os percentuais de mora-
dias com calçadas, energia elétrica, iluminação pública, abastecimento de água, serviço de
esgoto, bueiros ou bocas de lobo e coleta de lixo, entre outras variáveis (LABHAB, 2021).

?
Outros exemplos de indicadores sociais são as
taxas de analfabetismo, o rendimento médio
do trabalho, as taxas de mortalidade infantil, VOCÊ SABIA
as taxas de desemprego, o índice de Gini e a O programa Bolsa Família reduziu em
16% a mortalidade de crianças de 1 a 4
proporção de crianças matriculadas em esco-
anos. Essa informação foi obtida em um
las. Existem muitos outros indicadores, que estudo liderado pelas pesquisadoras
são escolhidos de acordo com o que será ava- Dandara Ramos e Nívea Bispo da Silva.
Elas usaram indicadores com dados
liado. Por exemplo, indicadores importantes
de mais de 6 milhões de crianças com
para o acompanhamento de programas de menos de 5 anos, entre 2006 e 2015.
Saúde Pública são a taxa de mortalidade in- A redução foi maior para famílias com
mães negras (26%) e nos municípios
fantil, a proporção de crianças com baixo peso
mais pobres (28%).
ao nascer e a proporção de moradias com sa-
neamento adequado (JANNUZZI, 2005).

Deve-se escolher com cuidado os dados para a construção de indicadores. Os dados e


os indicadores devem ser adequados ao tema que se deseja avaliar, ou seja, devem real-
mente representar a realidade sobre o tema. Também é desejável que cubram boa parte
ou todo o território e/ou toda a população. Um exemplo de dado com boa cobertura são
os levantados pelos censos demográficos. Outro ponto a ser considerado é de quanto
em quanto tempo os dados e indicadores podem ser atualizados. No exemplo do censo
demográfico, a atualização é feita geralmente de dez em dez anos. Dessa forma, é possí-
vel monitorar melhor os resultados das políticas públicas e compará-los com outros anos
e com outros locais.

O Ministério do Desenvolvimento Regional (2021) traz alguns exemplos de indicado-


res que medem as condições de vida nas cidades: Índice de Vulnerabilidade Social, IVS
(IPEA, 2015), Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, IDHM (IPEA/PNUD) e os
usados para formar a Tipologia Intraurbana no Brasil (IBGE).

Dentro de Sistemas de Informações Geográficas, os indicadores poderão ser acessa-


dos e visualizados por recortes espaciais e temporais, como na Figura 1. Nos recortes
espaciais, é possível ver os dados por região, município ou bairro, por exemplo. Já os
recortes temporais permitem ver os dados em cada momento, de acordo com o perío-
do de atualização do indicador. Na Figura 2 é apresentado o percentual de domicílios
particulares permanentes com rede geral de esgoto e fossa séptica no Município de
Alvorada, Rio Grande do Sul. Os dados são separados por setor censitário e vêm do
Censo 2010 do IBGE. Além disso, são apresentados com uma escala de cores de acor-
do com o percentual de residências com destinação adequada de esgoto. Segundo o
IBGE, há destinação adequada quando existe coleta de esgotos seguida de tratamento
ou quando se usa fossa séptica.
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Figura 2 – Município de Alvorada/RS: proporção de domicílios particulares permanentes com rede


geral de esgoto e fossa séptica por setor censitário
Fonte: Elaborado pela autora. Adaptado do Censo Demográfico de 2010 (IBGE). 2022.

Utilizar uma apresentação visual dos dados faz com que todas as pessoas interessadas
entendam e acompanhem as ações de governos e as políticas públicas. Imagine que de-
sejássemos avaliar a melhora do indicador “destinação adequada de esgoto” ao longo
dos anos. É mais fácil identificar onde esses indicadores melhoraram na cidade, se usar-
mos a mesma escala de cores e o mesmo recorte espacial. Pode ser que esse indicador
ainda faça parte de outro indicador, por exemplo, das desigualdades socioespaciais em
Alvorada. Assim, poderemos também medir se essas desigualdades diminuíram ou não.

AULA 1
MÓDULO 3
APROFUNDE-SE
Caso tenha interesse em se
aprofundar mais sobre indicadores
sociais e seu uso em políticas
públicas, acesse o livro Indicadores
Sociais no Brasil. Conceitos, Fontes de
Dados e Aplicações.
JANNUZZI, P. M. Indicadores Aula 1: Dados,
Sociais no Brasil: conceitos, fontes informações e
de dados e aplicações. 3. ed. São indicadores
Paulo: Editora Alínea, 2006.
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1.3 TIPOS DE DADOS


Os dados podem ser de dois tipos. O primeiro tipo é de dados espaciais, que também po-
dem ser chamados de geográficos. O segundo tipo, de dados alfanuméricos, que também
podem ser chamados de descritivos ou não espaciais.

Os dados alfanuméricos costumam ser chamados de atributos. Eles são associados a ele-
mentos gráficos na tela, também chamados de feições. As feições são: 1) os polígonos que
representam as Unidades Federativas e os municípios; 2) as linhas que representam ruas,
estradas e rios; e 3) os pontos que representam as sedes municipais. Os atributos trazem
informações descritivas sobre as feições.

Na Figura 3 abaixo, as localizações do Município de Parobé e de Taquara (RS) são repre-


sentadas por pontos. Esses pontos contêm um atributo que é o nome do município asso-
ciado a ele. Os atributos de nomes ficam armazenados em uma tabela e eles são associa-
dos aos elementos gráficos.
Os diferentes tipos de dados representam a importância da informação para o desen-
volvimento urbano sustentável. É possível construir um conhecimento sobre a relação
espacial entre centro geométrico do município e uma imagem aérea, como visto na figura
abaixo. Num sentido mais amplo, permite ainda informar o planejamento, gestão, gover-
nança, financiamento, projetos e obras, como se verá adiante.

Figura 3 – Exemplo de associação de ponto com atributo de nome


Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022.
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Outros exemplos desse tipo de relação entre dados espaciais e atributos são: 1) curvas
de nível que armazenam as respectivas altitudes; 2) polígonos com indicação de tipo de
solo e bioma; e 3) polígonos que representam a planta de um loteamento de uma área
urbana, delimitando cada terreno e as edificações associadas a ele.

Os dados também podem estar agregados ou desagregados. Dados agregados são da-
dos sumarizados, já os dados desagregados são informações divididas nas suas partes. O
índice de desemprego para um município inteiro é um dado agregado, por exemplo. Mas
esse mesmo índice pode ser apresentado desagregado por​​ sexo, faixa etária ou bairro.
O tipo de informação desagregada depende da forma como o dado foi coletado. Então,
é muito importante saber quais informações são desejadas na hora de planejar e coletar
os dados ou de escolher os que serão usados.

Dados desagregados permitem análises mais detalhadas de uma situação, já que é possí-
vel avaliar as questões do município a partir de pontos de vista específicos. Se pegarmos
a análise da evasão escolar do município como exemplo, embora haja um índice munici-
pal, é interessante que a administração pública analise esse dado separado por sexo, ren-
da familiar, faixa etária, bairro, série escolar ou outros fatores. Isso permite um melhor
direcionamento das políticas públicas.

Um aspecto interessante da agregação dos dados é a possibilidade de comparar indica-


dores entre países, estados, municípios, regiões e bairros. Em geral, o dado é coletado de
forma desagregada e apresentado para as pessoas com algum tipo de agregação.

1.3.1 DADOS ESPACIAIS


Os dados espaciais contêm a forma e a posição das característi-
cas geográficas. Esses dados são separados em dois grupos: os
dados vetoriais e os dados matriciais.

Os dados vetoriais são uma representação de características


geográficas como rios, lotes e limites de municípios. Eles podem
ser de três tipos: ponto, linha e polígono. Além disso, eles arma-
zenam a posição no mundo ou as coordenadas (latitude e longi-
tude) dessas características geográficas.

VOCÊ SABIA
O globo terrestre é cruzado
?
por linhas imaginárias, chamadas
de latitude e longitude. As linhas que
cruzam o globo de norte a sul são a latitude
e, de leste a oeste, a longitude. Essas linhas
são chamadas de coordenadas geográficas.
Elas funcionam como um endereço para a
localização de todos os elementos que
estão na superfície da Terra.
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A figura abaixo apresenta os três tipos de dados espaciais no caso de uma bacia hidrográ-
fica. O contorno da bacia hidrográfica é um polígono. O desenho dos cursos d’água são
linhas. Por fim, a localização das sedes municipais são pontos.

Figura 4 – Exemplo de representação de dados espaciais do tipo polígono, linha e ponto


Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022.

Cada um dos três tipos de dados vetoriais armazena um tipo de informação diferente.
Um conjunto de pontos pode representar a localização das escolas no município, por
exemplo.

O segundo tipo de dado espacial é o raster ou matricial. Dados raster são compostos por
uma matriz de inúmeros quadrados. Eles são os pixels ou células e cobrem uma área geo-
gráfica. O tamanho dos pixels de uma imagem raster é chamado de resolução. Podemos
ter pixels com tamanho de 10 x 10 m, de 30 x 30 m ou de outros tamanhos. Quanto menor
o pixel, maior será a resolução e mais fiel a representação das características geográficas.
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Isso fica visível na figura abaixo, que mostra o impacto do tamanho do pixel na repre-
sentação de um lago. Quanto maior a largura do pixel, menos pixels são utilizados para
representar o polígono do lago. A representação do lago fica mais distante da realidade
quando utilizamos pixels maiores. Mas por outro lado, a imagem fica mais leve e mais
fácil de ser processada.

Figura 5 – Impacto do tamanho do pixel na representação das características geográficas.


Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. Adaptada de https://desktop.arcgis.com/en/
arcmap/latest/manage-data/raster-and-images/cell-size-of-raster-data.htm.

Para cada dado espacial são armazenadas outras informações importantes. Essas informa-
ções vêm de dados alfanuméricos, como o nome de uma escola, se ela é pública ou privada
e as etapas de ensino que oferece. Ao olhar para esses dados em um mapa do município é
possível retirar diferentes informações: qual região municipal possui maior e menor con-
centração de escolas públicas e privadas, e quais bairros possuem mais ou menos creches
e escolas. Os atributos dos dados espaciais ficam armazenados em tabelas (Figura 6). Cada
conjunto de dados espaciais possui uma tabela de atributos associada a ele.

Figura 6 – Representação dos dados espaciais do tipo ponto, linha, polígono e raster em SIG, e sua relação com a
tabela de atributos
Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022.
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No caso de dados do tipo raster, cada célula guarda um dado


de alguma característica do local que representa, como eleva-
ção, temperatura, índice pluviométrico ou um valor espectral.
Rasters são muito utilizados em mapas de cobertura vegetal,
por exemplo. Cada pixel guarda o tipo de cobertura vegetal na-
quele quadrado (floresta, campo, cerrado etc). Esse conjunto de
pixels forma uma imagem quando a olhamos de longe. Outro
exemplo de raster são as imagens de satélite e as ortofotos, fo-
tografias aéreas corrigidas geometricamente. Falaremos sobre
elas no Capítulo 2.

Todos os dados, informações, indicadores e conhecimentos


podem estimular o desenvolvimento urbano sustentável. Mas
os dados espaciais são especialmente importantes, pois permi-
tem articular informações por meio do espaço. Ou seja, é pos-
sível entender a conexão entre acesso a infraestrutura urbana,
área de fragilidade ambiental e renda familiar, por exemplo.
Conexões como essa são fundamentais e permitem construir
novos tipos de informações. Elas também devem ser entendi-
das a partir da sua escala de análise, como veremos a seguir.

1.4 ESCALA DE ANÁLISE


Escala é uma relação entre o tamanho real de algo e sua repre-
sentação. A escala define o nível de detalhes geográficos re-
presentados. Quando olhamos algo mais aproximado e vemos
mais detalhes, a escala é maior; quando olhamos algo menos
aproximado e com menos detalhes, a escala é menor.

É como se olhássemos uma paisagem com e sem um binóculo.


Com o binóculo, vemos as coisas mais de perto e podemos dis-
tinguir alguns detalhes, como um pássaro, uma flor ou galhos
de uma árvore. Porém, não conseguimos mais ver toda a pai-
sagem e o contexto em que esses elementos estão. Portanto,
a escala que escolhemos define quais informações são as mais
importantes e serão ressaltadas, e quais não serão representa-
das. Escolher a escala depende do que desejamos analisar e de
qual é o objetivo dessa análise. Se quisermos fazer um cadas-
tro imobiliário, é melhor usar uma escala maior, como 1:2.000.
Mas para o planejamento de rodovias, podemos utilizar uma
escala menor, como 1:10.000.
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Cada questão territorial enfrentada pelos


municípios se reflete de maneira diferente de-
pendendo da distância escolhida para discuti- PARA MAIS
-la. Na Figura 7, temos um exemplo de como
diferentes aproximações (escalas) permitem
INFORMAÇÕES
SOBRE O TEMA
VER TAMBÉM OS
1,4
diferentes percepções sobre um mesmo local.
MÓDULOS 1 E 4.
Usamos diferentes aproximações para dife-
rentes objetivos de planejamento territorial.

Figura 7 – Exemplo de como diferentes aproximações


permitem perceber diferentes aspectos de um mesmo
local (Brasília/DF) APROFUNDE-SE
Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do
LabHab. 2022. Caso tenha interesse em ler mais sobre
como diferentes escalas são utilizadas
para planejar as cidades, recomendamos
o livro Cidades para Pessoas.
GEHL, J. Cidades para pessoas. São
Paulo: Editora Perspectiva, 2013.
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável

Um município pode querer avaliar a adequação da acessibilidade de suas calçadas, com


o objetivo de identificar quais regiões precisam de maior atenção nesse ponto. Para isso,
faz mais sentido usar uma escala com aproximação por bairro ou recortes de regiões
menores. Fica difícil representar e visualizar essa informação com o nível de detalhe
adequado em um mapa do município inteiro. Em um recorte territorial menor, pode-se
visualizar os dois lados da rua e incluir mais detalhes como a acessibilidade para pessoas
com deficiência. Na Figura 8, vemos um exemplo de representação de acessibilidade uti-
lizando uma escala maior (mais próxima).

Figura 8 – Exemplo de representação de acessibilidade em calçadas (escala


próxima): rotas acessíveis no Pelourinho (Salvador/BA)
Fonte: BAHIA (Estado). Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.
Projeto piloto de acessibilidade no centro histórico de Salvador. Salvador, 2013.

Quando analisamos a expansão urbana do município, faz mais


sentido utilizarmos uma escala menor. Em muitos casos, é ne-
cessário inclusive visualizar municípios vizinhos em conjunto.
Um outro extremo de escala seria para analisar a propagação
global ou nacional de epidemias, um fenômeno que ocorre em
uma escala muito maior.

Para as ações de desenvolvimento urbano, a escolha da esca-


la também tem relação com a diversidade territorial brasilei-

2
PARA MAIS
ra. Afinal, as cidades são muito diferentes entre si. Além disso,
INFORMAÇÕES
diferentes escalas contarão com diferentes participantes, pa-
SOBRE O TEMA
péis, regras, meios de ação específicos e formas de aplicação de VER TAMBÉM O
instrumentos. MÓDULO 2.

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