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JOVENS BRASILEIROS EM CONECTIVIDADE CONTÍNUA:

ESTUDOS E TENDÊNCIAS

Brasilina Passarelli

Como citar
PASSARELLI, Brasilina. Jovens brasileiros em conectividade contínua: estudos e tendências.
Revista Juventude e Políticas Públicas, Brasília, v. 1, Edição Especial, p. 1-16, fev. 2020.
DOI 10.22477/rjpp.v1iEE.125

Resumo
O artigo apresenta breve estado da arte acerca do comportamento dos jovens brasileiros em co-
nectividade contínua. Inicia conceituando políticas públicas e os principais modelos conceituais,
além de esboçar um perfil demográfico atual da juventude brasileira. Expõe, então, os desafios do
contemporâneo hiperconectado no imbricamento da internet das coisas (IoT); inteligência artificial
e big data, ressaltando a importância das literacias de mídia e informação neste contexto. A seguir
são apresentados os principais resultados de diferentes estudos e pesquisas sobre a juventude bra-
sileira conectada tais como: pesquisa #JuventudeConectadaBrasil realizada pelo NACE Escola do
Futuro - USP em parceria com o IBOPE e financiados pela Fundação Telefonica VIVO; pesquisa sobre
hábitos de consumo de produtos digitais de jovens em São Caetano do Sul - SP; dados sobre jo-
vens conectados apresentados pela TIC Online 2018 Jovens . O artigo contempla, ainda, informações
acerca da Nova Rede Social de Jovens mais usada no Brasil atualmente — a chinesa TikTok. As con-
siderações finais apresentam reflexões sobre a importância da disseminação das literacias de mídia
e informação como política pública para o desenvolvimento do capital humano dos jovens brasileiros
e otimismo para aprovação do decreto Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-digital).

Palavras chave: Juventude conectada. Literacias de mídia e informação. Tecnologia digital.


Juventude brasileira

Abstract
This article presents a small state of the art regarding studies on brazilian youth attitudes towards
continuous connectivity. It begins presenting the field of policy analysis and its conceptual models,
and draws the demographic profile of the brazilian youth nowadays. The article, then, exposes the
challenges of everyday life in the convergence of IoT, artificial intelligence and big data highlighting
the importance of media and information literacy in this context. Some studies abstracts are pre-
sented as: #connectedyouthBrazil a survey developed by IBOPE Intelligence and analized by NACE
School of the Future - USP funded by Telefonica VIVO Foundation. Next survey abstract presented
relates to connected youngsters at São Caetano do Sul - São Paulo. Also are presented the newest
data on youngsters published in 2019 by TIC Online Brazil . To close the section are presented info on
the newest and most used social media by brazilian youngsters - the chinese TicTok. Final considera-
tions reinforce the importance of a public policy on media and information literacy devoted to young
people and the optimism regarding the approval, in 2020, of a Digital Transformation Law (E-Digital).

Keyword: Connected youth - brazil; media and information literacy - brazilian youngsters ; surveys
on brazilian connected youth; challenges of digital technologies on everyday life.

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JOVENS BRASILEIROS EM CONECTIVIDADE CONTÍNUA: ESTUDOS E TENDÊNCIAS

1. INTRODUÇÃO

São várias as maneiras de conceituar políticas públicas. Apesar de se tratar de um termo aquém
de consenso, empreender um retorno à sua origem pode se mostrar uma maneira interessante de
compreender a questão. Considerados os “pais” fundadores dos estudos em políticas públicas,
H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton foram responsáveis por tornar o termo caro não
apenas à comunidade acadêmica, como ao poder público.

Ao introduzir a expressão “análise de política pública” (do inglês policy analysis), Laswell (1936)
inaugurou um debate protagonizado por cientistas sociais, grupos de interesse e governo que se
estende até hoje (SOUZA, 2006). Lindblom (1959; 1979), por sua vez, propôs que campo de estudos
fundado por seu predecessor também assumisse como objeto as relações de poder, a integração
entre as diferentes fases do processo decisório e o papel das eleições na análise de políticas públi-
cas. As contribuições de Eastone (1965), por fim, encerraram esse primeiro momento de avanços ao
definir políticas públicas como um sistema que se estrutura a partir da relação entre formulação de
ações e programas, os resultados desses e o ambiente no qual foram implementados.

Souza (2006) compreende a formulação de políticas públicas como uma preocupação de governos
democráticos que criam programas e ações a partir de propostas eleitorais. Apesar de não negar a
sua vertente prática, a autora define política pública como: “o campo do conhecimento que busca,
ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e,
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente)”.

Saravia (2006, p. 29) concorda com Souza que o sistema de decisões do governo que se traduzem
em programas e ações — ou seja, as políticas públicas — tem por finalidade modificar ou manter
um ou diversos setores da vida social, a partir de ações ou omissões, que podem ter natureza
preventiva ou corretiva. Defende, também, que a única maneira de conduzir a ação estatal é por
meio da definição de objetivos e estratégias capazes de justificar desde a alocação de recursos e
de pessoal até o orçamento empregado.

O estudo de políticas públicas pode ser amparado por uma série de modelos conceituais. Saravia
(2006) destaca o ciclo de políticas públicas (policy cycle), que é formado pelas etapas de constru-
ção da agenda (agenda setting), elaboração, formulação, implementação, execução, acompanha-
mento e avaliação. Com uma proposta parecida, Souza (2006) constitui outro ciclo de políticas pú-
blicas com os estágios de definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções,
seleção das opções, implementação e avaliação. Em essência, a autora concorda com Saraiva, visto
que apenas divide a etapa de elaboração em identificação e avaliação das alternativas, além de
agrupar implementação com execução e acompanhamento com avaliação (SABINO, 2014).

A partir do estudo das diversas definições e modelos sobre políticas públicas, este trabalho iden-
tificam como elementos principais:

a. A política pública permite distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato, faz.
b. A política pública envolve vários atores e níveis de decisão, embora seja materializada
através dos governos, e não necessariamente se restringe a participantes formais, já que os
informais são também importantes.
c. A política pública é abrangente e não se limita a leis e regras.
d. A política pública é uma ação intencional, com objetivos a serem alcançados.

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e. A política pública, embora tenha impactos no curto prazo, é uma política de longo prazo.
f. A política pública envolve processos subseqüentes após sua decisão e proposição, ou seja,
implica também implementação, execução e avaliação.

O estudo sobre o estado da arte do campo de políticas públicas — mesmo que preliminar — foi
capaz de definir os contornos de um conceito que vai ao encontro dos objetivos deste artigo.
Assim, podemos concluir que políticas públicas são um sistema de decisões públicas que visa
ações — preventivas ou corretivas — destinadas a atuar em um ou vários setores da vida social.
Essa atuação se dá por meio da definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos
recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos.

Portanto, ao tratar de Políticas Públicas de Juventude — ou seja, de políticas que identificam o


seu público no extrato jovem de uma determinada população — mostra-se imperativo definir,
também, o que é a juventude brasileira, objeto da seguinte seção. Podemos adiantar, por hora,
que se trata de um corte etário que envolve uma complexidade dimensional, de forma que as po-
líticas públicas de juventude devem, necessariamente, ser vistas como multidimensionais (atra-
vessadas por vários temas) e integradas.

Este artigo identifica o seu principal objeto na relação entre a juventude brasileira e a conectivi-
dade, por meio da exposição e análise de estudos que analisam a conectividade contínua. Assim,
a autora avalia os desafios e oportunidades que se apresentam em cenários nos quais o campo
contemporâneo hiperconectado no imbricamento da internet das coisas (IoT) e a inteligência
artificial se apresentam integrados à experiência juvenil brasileira. O trabalho avalia, também, a
importância das literacias de mídia e informação nesse contexto.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Perfil da juventude brasileira

A juventude no Brasil, por questões legais, são os indivíduos com idade entre 15 a 29 anos, repre-
sentando uma grande parcela da população do país, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) era composto por 51,3 milhões de pessoas. Essa população, se-
gundo o Censo 2010, é urbana, com 84%, com maior parte católica (56% dos declarantes), sendo
27% de evangélicos e 16% que não declararam a sua religião. Outros aspectos observados são
as questões de gênero, 50,4% jovens do sexo feminino e 49,6%, do sexo masculino, as questõe
sobre educação e emprego, isto é, indivíduos que estudam, trabalha, ou ambos.

Apesar de pesquisas e levantamentos estatísticos proporcionarem um panorama rico a respeito das


realidades da juventude brasileira, estas nunca estarão completamente contempladas em relató-
rios. Partimos do princípio que não é possível reduzir a juventude a um mero estrato social definido
pela faixa etária de 15 a 29 anos. A única chance da iniciativa pública de se aproximar dos anseios e
demandas de uma classe tão ampla e plural é conduzir pesquisas com vistas às fases de desenvol-
vimento social nos locais mais variados. Isso se traduz na transição complexa entre escola trabalho,
novos aspectos de saúde dessa faixa etária, vulnerabilidades sociais, dificuldades de inserção no
mercado de trabalho, mobilidade urbana e suas correlações com as demais políticas.

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Entretanto, mesmo com todas as diferenças, um dos pontos de intersecção entre todos os possí-
veis subgrupos da juventude é o alto uso de tecnologia. Nesse sentido, o presente estudo tem por
objetivo, apresentar os resultados de pesquisa sobre o comportamento de consumo dos jovens
brasileiros no contemporâneo hiperconectado. Este estudo tem amparo no projeto do Sistema
Nacional da Juventude (SINAJUVE), de forma a apresentar um cenário sobre o comportamento
dos jovens sob o aspecto do uso de tecnologia.

2.2 Desafios da Tecnologia Digital na Vida Contemporânea

A centralidade da tecnologia digital na vida contemporânea caracterizada pela conectividade


contínua aprofunda o DNA disruptivo da revolução da Internet agora no imbricamento da Inter-
net das coisas (IoT), Big Data e Inteligência Artificial. A reboque da emergência de novos públicos
e novos hábitos de consumo destaca-se o interesse, desde o início da segunda década do século
XXI, pelos jovens e seu entorno.

Nesse contexto, vários estudos tanto acadêmicos como de organizações independentes de pes-
quisa estão sendo desenvolvidos para desvendar os hábitos e anseios deste jovem, uma vez que
nele reside o futuro do nosso futuro.

O contemporâneo hiperconectado do futuro-agora alimenta a emergência de novas lógicas, no-


vas semânticas e novas literacias (conjunto de habilidades e/ou competências construídas a re-
boque do uso de diferentes tecnologias) em uma sociedade de “atores em rede” (LATOUR, 2005),
que não mais comporta a dualidade emissor-receptor do século passado e que agora pressupõe
a reciprocidade das ações comunicacionais, desencadeando novos modelos de negócios e novas
práticas alicerçando os desafios da reconfiguração das relações sociais em todas as suas ver-
tentes. Nesse caldo da cultura do remix os “atores em rede” consomem e produzem conteúdos
digitais interativos disseminados em diferentes mídias digitais como blogs, e redes sociais num
jogo onde produtor e consumidor se plasmam na figura do prosumer (TOFLER, 1980) constituin-
do assim uma nova ecologia das redes e, consequentemente redefinindo identidades, sociabi-
lidades, valores e interações.

A conectividade contínua do presente corrobora insights de McLuhan (1974) quando, em mea-


dos do século passado referindo-se a meios de comunicação de massa como a TV, o cinema, o
rádio e a mídia impressa , revolucionou a teoria da comunicação introduzindo conceitos semi-
nais como: “ os meios de comunicação como extensões do homem”, aldeia global e globaliza-
ção. As teorias de McLuhan (1974) impactaram sobremaneira os estudos sobre comunicação
desde então. O pesquisador Derrek De Kerkhove, discípulo de M. McLuhan, com o qual traba-
lhou por diversos anos na Universidade de Toronto, expandiu o conceito dos meios de comuni-
cação como extensões do homem para a tecnologia como a pele da cultura e, indo ainda mais
longe, considera que na transposição para a sociedade tecnológica contemporânea o conceito
do totemismo se traduz em um continuum entre a mente humana e a máquina, cujo resultado
é uma profunda e decisiva alteração nas formas como se constituem e se constroem as novas
identidades, sociabilidades e sensibilidades dos indivíduos na atualidade. Self e redes digitais
se interpenetram e se criam em relações de mútua interdependência; máquinas e tecnolo-
gias tornam-se extensões do corpo; identidades eletrônicas e avatares circulam no ciberespaço
constituindo novas formas de habitar e de existir no mundo e a internet torna-se via estrutu-
rante da produção, circulação e compartilhamento das expressões, emoções, informações e da
própria ação social (PASSARELLI, 2014).

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A primeira década deste século testemunhou um Big Bang, i.e. uma expansão monumental da
comunicação em rede reforçando conceitos e processos informacionais como conectividade
contínua, horizontalização das relações sociais, interatividade, desintermediação, mobilidade,
velocidade e globalização. A caminho da consolidação dos sistemas digitais, de uma Internet
permanente e onipresente (IoT); de uma gigantesca rede de dados acessíveis e tratáveis (big data)
e da exacerbação do conceito de inteligência artificial para sistemas que aprendem, observa-se
uma mudança estrutural para uma sociedade que se organiza a partir da hiperconectividade.
A contemporaneidade hiperconectada exige o inescapável desenvolvimento de competências e
habilidades inovadoras que devem se tornar, em muito pouco tempo, um dos principais recursos
das nações mundiais na determinação de seu valor agregado à economia global, cada vez mais
dinâmica, criativa e compartilhada.

2.3 Novos Tempos Novos Saberes: Emergência das Literacias de Mídia e Informação (MIL) e das
Transliteracias

Para Passarelli (2010, p.72), na perspectiva sócio-histórica das duas últimas décadas, distin-
guem-se duas “ondas” na sociedade em rede: a primeira cujo núcleo central é definido pelas pre-
ocupações políticas e programas de inclusão digital, e a segunda que se concentra nas diferentes
formas de apropriação e de produção de conhecimentos na WEB. Vislumbra-se, atualmente, a
emergência de uma terceira onda, no imbricamento da IoT, Big Data e Inteligência Artificial nos
domínios da conectividade contínua, abarcando as interações entre humanos e não-humanos e
transcendendo os limites da rede virtual alastrando-se por todas as instâncias da vida social.

Nas interfaces sociais da Comunicação, da Informação e da Educação os atores em rede recriam


os sentidos da aprendizagem e as habilidades de interação, que exigem novas competências: as
literacias emergentes. Esta ecologia educacional descentralizada baseia-se no paradigma das
redes, que pressupõe a colaboração entre pares, a mediação, a intersubjetividade e a afetivida-
de nas relações estabelecidas entre ator e rede. Pesquisas etnográficas e netnográficas sobre
consumo da informação e produção do conhecimento entre os jovens conectados desenvolvidos
pelo NACE Escola do Futuro - USP constatam as profundas alterações comportamentais decor-
rentes da conectividade contínua.

As literacias emergentes nas redes sociais necessitam de revisão de conceitos. Dicotomias como
modernidade x contemporâneo pós-moderno; autoria individual x coletivos digitais; copyright x
copyleft; invisibilidade e anonimato x diluição da privacidade e exposição exacerbada; relações
verticais de poder x horizontalidade das relações na WEB são condições geradas a reboque da
sociedade em rede e pedem uma nova compreensão do mundo contemporâneo conectado.

Neste universo inundado pela tecnologia digital o desenvolvimento do pensamento computacional,


expressa-se por algoritmos que potencializam o processamento de grandes volumes de informa-
ções (Big Data), pela inteligência artificial (IA) e pela IoT (internet das Coisas) exigem o desenvol-
vimento de novas literacias, competências e habilidades que permitam a participação dos “atores
em rede” nesse cenário, também denominado “infoesfera”. Segundo Suaiden e Leite (2016, p. 15)

“a informação só se realiza no trinômio: cultura, comunidade e experiência do sujeito, sem isso ela
não passa de um dado (...) a informação impulsiona os elementos com os quais trabalha de forma
a determinar: convergência tecnológica (manual-analógica-digital); convergência cultural (conte-
údos, confluência dos meios e comunicação por diferentes suportes); convergência de linguagens
(imagens, sons, textos) e convergência de realidade (presencial, virtual, etc)”.

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3. ESTUDOS SOBRE A JUVENTUDE CONECTADA BRASILEIRA: BREVE ESTADO


DA ARTE
3.1. #juventudeconetadaBrasil

Um estudo seminal sobre a juventude brasileira e seus hábitos de consumo foi desenvolvido em
2013 e publicado em 2014 intitulado #juventudeconetadaBrasil, financiado pela Fundação Te-
lefônica e desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), respon-
sável pela realização da coleta nacional tanto do survey com 1440 respondentes, com cobertura
nacional, como das entrevistas e procedimentos qualitativos e pelo NACE Escola do Futuro –
USP , encarregado pela análise dos dados e redação do relatório final da pesquisa transformado
em ebook para download gratuito no portal da Fundação Telefônica1.

O estudo teve como objeto mapear o comportamento do jovem brasileiro em tempos de conecti-
vidade. Os dados, que começaram a ser levantados em maio de 2013, apontam para um cenário
de intensas transformações, trazidas pela tecnologia na vida dos jovens. A pesquisa foi dividida
em quatro eixos: comportamento, empreendedorismo, educação e ativismo. Durante a sonda-
gem, diversas metodologias foram adotadas em um universo de pesquisa composto por mais de
1440 jovens em todas as regiões do Brasil. Além da aplicação de formulários, foram realizados
grupos de discussão, entrevistas em profundidade com oito especialistas e monitoramento de
navegação na internet de 10 jovens.

Por meio de uma metodologia de monitoramento de navegação adotada durante a fase de le-
vantamento de dados, foi possível perceber que não existe um padrão único de acesso a sites,
portais e redes sociais. De certa forma, o estudo contrasta com uma suposta ideia de que os
jovens investem a maior parte de seu tempo em sites de relacionamento, por exemplo. De acor-
do com os dados levantados, muitos jovens utilizam a internet como ferramenta de preparação
para entrada no mercado de trabalho. A novidade fica por conta do tipo de informação que esses
meninos e meninas buscam. Ainda na categoria mundo do trabalho, um tema que apareceu for-
temente foi o empreendedorismo.

Outro ponto interessante do estudo, entre os diversos recortes e cruzamentos utilizados, diz
respeito à conectividade. Apesar de não representar necessariamente uma novidade, o estudo
comprova a ideia de que o jovem brasileiro é um dos mais conectados do mundo. Surpreen-
dente é a importância que as tecnologias móveis têm na vida dessa população – cerca de 71%
dos entrevistados acessam a internet pelo celular, e 42% o apontam como principal meio de
acesso. Em segundo lugar, está o computador de mesa (33%), seguidos de notebooks (22%) e
tablets (2%). Isso significa que o jovem brasileiro deseja estar conectado a maior parte de seu
tempo, onde quer que esteja.

Como usar a internet a serviço do conhecimento foi um dos pontos centrais da pesquisa. Nesse
sentido, o estudo indica diversidade de conexão entre educação e tecnologia. O desafio é como
levar essas novas plataformas para dentro da sala de aula. Na opinião de 47% dos jovens brasi-
leiros, um bom professor é aquele que sabe utilizar a internet e os recursos tecnológicos para
ajudar no aprendizado.

Os anseios dos jovens, assim como os novos desenhos da sociedade atual, devem provocar gran-
des mudanças nos papéis de educadores e estudantes. Para 53% dos entrevistados, a internet
1 www.fundacaotelefonica.org.br

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melhora o relacionamento entre alunos e professores – o que representa um cenário repleto de


oportunidades e desafios para a Educação no Brasil.

Os principais achados da pesquisa, considerando os resultados tanto do survey quanto das en-
trevistas revelam: o celular como protagonista da democratização do acesso à internet; a resi-
dência como local de acesso mais frequente; além do celular os acessos se fazem via notebooks
e tablets. As atividades mais populares são a comunicação interpessoal, redes sociais e e-mails.
Também foram analisados os comportamentos dos jovens em suas relações com a educação e
aprendizagem; suas atitudes como ativistas e futuros empreendedores. Finalizando a pesquisa
foram propostas uma categorização para os jovens estudados na sua utilização da tecnologia
caracterizando-os como exploradores iniciantes, intermediários e avançados.

Os resultados, embora retratem a realidade de 2013-14, são reiterados por estudos mais recentes
onde se constata que os jovens são diferentes nos múltiplos “brasis” de características continen-
tais e, ao mesmo tempo, também fortalecem a percepção de homogeneização dos comportamen-
tos dos atores em rede. Neste fluxo e refluxo de informações e conhecimentos se constrói a teia
que nos ajuda a melhor conhecer e , assim, melhor projetar políticas públicas para que o futuro
desta juventude conectada e globalizada transcenda o passado de desigualdade.

3.2. Conectividade Contínua e acesso móvel: jovens brasileiros em perspectiva

Em recente artigo publicado na revista Informação e Sociedade: Estudos v.28 n.2 (2018) p. 197-
208 intitulado Conectividade contínua e acesso móvel à informação digital: jovens brasileiros em
perspectiva, o pesquisador Alan Angeluci e eu apresentamos os resultados de uma pesquisa vi-
sando mapear os novos hábitos e comportamentos dos jovens brasileiros em rede. Um fenômeno
contemporâneo que reflete esses novos hábitos e comportamentos refere-se ao deslocamento
de mídias digitais: jovens que usam a Internet para suas atividades diárias têm recentemente mi-
grado de plataformas baseadas em ambiente desktop, nominalmente os computadores pessoais,
para dispositivos móveis com uso individual e telas menores, como tablets e smartphone.

Participaram da coleta de dados 150 alunos de escolas públicas e privadas do ensino fundamental
e médio, na cidade de São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, com idades entre 14
e 17 anos – considerados “jovens” no escopo da definição formulada pela Organização das Nações
Unidas (ONU). No outono de 2016, o questionário foi disponibilizado aos respondentes de forma
online via Qualtrics® por um período de três meses. Foram coletados 104 questionários completos
(N=104), sendo 44,2% do gênero feminino, 53,8% do masculino e 1,9% de outros gêneros. Com re-
lação à renda, tomando por referência o salário mínimo base brasileiro de 2015 (R$788), 16,3% dos
respondentes informaram que o ganho atual da família é de R$788; 18,2% entre R$789 e R$2.364;
24% entre R$2.365 e R$3.940; 25% entre R$3.941 e R$11,820; e 16,3% acima de R$11,821.

Dentre os principais achados destaca-se que os jovens entrevistados utilizam fortemente os smar-
tphones em diferentes situações cotidianas, com ênfase em atividades de diversão e relacionamen-
to. Informação e educação não se apresentam como atividades centrais da vida dos respondentes,
embora seja válido registrar que eles consomem mais conteúdos dessas duas categorias via pla-
taformas móveis, em razão da facilidade e da agilidade do processo, demonstrando significativo
deslocamento de plataformas desktop para plataformas móveis. Os dados coletados corroboram a
hipótese original do trabalho e reiteram como a crescente intensidade de uso e apropriação de con-
teúdos digitais atua como vetor central da migração das plataformas fixas para as mídias móveis.

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3.3. Retrato das Crianças e Jovens Brasileiros na TIC Kids Online Brasil 2018

Em 2018, a pesquisa TIC Kids Online Brasil entrevistou 2964 crianças e adolescentes com idades
entre 9 e 17 anos, assim como seus pais e responsáveis, com o objetivo de entender as formas de
uso da Internet, os riscos e as oportunidades decorrentes do acesso à rede. As entrevistas acontece-
ram entre outubro de 2018 e março de 2019 e os referenciais metodológicos estão alinhados com a
rede EU Kids Online da London School of Economics e o projeto Global Kids Online da Unicef.

De acordo com a pesquisa, publicada em 2019, 83% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos
utilizam a Internet para assistir a vídeos, programas, filmes ou séries on-line. Dentre os entrevis-
tados 82% escutam música on-line, 60% jogam pela Internet sem conexão com outros jogadores
e 55% jogam em rede com outros jogadores. No que diz respeito a usos educacionais 74% pes-
quisam na Internet para realização de trabalhos escolares, 63% pesquisam por curiosidade ou
vontade própria e 53% leem ou assistem a notícias na Internet.

As dinâmicas de uso propiciadas pela conectividade são configuradas por 24,3 milhões de indi-
víduos conectados, o que corresponde a 86% das crianças e adolescentes brasileiros com idade
entre 9 e 17 anos. Há desigualdades no acesso e uso da rede por esse público, nas áreas urbanas
(90%) e áreas rurais (68%), classes AB (98%) e classes DE (73%). A pesquisa estima que aproxi-
madamente 3,8 milhões de crianças e adolescentes de 9 a 17 anos não tiveram acesso à Internet
em 2018 por falta de acesso à rede no domicílio (8%) e impossibilidades de usar à Internet na
escola (5%), estes foram os motivos mais citados pelos entrevistados.

O acesso à rede por meio do celular é indicado por 93% dos internautas, sendo que 53% deste
público acessam exclusivamente pelo dispositivo e nas classes DE essa proporção foi de 71%.
Segundo Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br e responsável pela divulgação da pesquisa, tam-
bém houve aumento do acesso exclusivo pelo celular entre os jovens das classes mais altas e das
áreas urbanas, reforçando o protagonismo do celular no acesso à Internet. O acesso à rede pela
televisão também aumentou entre os jovens em 2018, representando 32% dos entrevistados, que
em 2014 representavam 5% da amostra. Essa tendência também foi observada pela TIC Domicí-
lios 2018, que indicou o uso da televisão para acessar a rede por 7% dos usuários com 10 anos ou
mais de idade, proporção que passou para 30% em 2018.

Em relação à conexão pelas redes sociais, 82% das crianças entre 9 e 17 anos têm perfil em
redes, com destaque para a presença dos adolescentes de 15 a 17 anos, que representam 97%
nessas plataformas, dentre as quais WhatsApp foi a mais citada (72%), superando pela primei-
ra vez, na série histórica da pesquisa, os entrevistados que declararam ter perfil no Facebook
(66%). O Instagram é a terceira plataforma com maior número de perfis (45%), demonstrando
crescimento em relação a 2013 (16%). Entre as crianças de 9 e 10 anos, 58% possuem perfis nas
redes sociais, sendo WhatsApp (46%), Facebook (23%) e Instagram (14%).

Sobre consumo e conteúdo mercadológico das crianças e adolescentes de 11 a 17 anos usu-


ários de internet, em 2018, houve diminuição do índice de contato com a propaganda pela
televisão (64%) em comparação à 2016 (80%), ficando no mesmo patamar dos sites de vídeos
(67%). Em relação à exposição e divulgação de produtos e marcas na Internet, o índice é de
74% e os principais conteúdos estão associados a pessoas ensinando como usar algum pro-
duto (55%), abrindo embalagens de produtos (49%), mostrando produtos de marcas ofertadas
a elas (48%). A exposição maior está nas áreas urbanas (77%) em comparação às áreas rurais
(55%). Dentre os jovens de 15 a 17 anos (78%) e, ainda, entre aqueles da classe AB (87%).

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Nesse contexto vale ressaltar a participação de influenciadores digitais e/ou Youtubers no pro-
cesso comunicacional, com temas relacionados a maquiagens, material escolar, bonecas e sli-
mes (massas de modelagem).

3.4. Tendências Emergentes de Consumo de Mídias Sociais entre Jovens Brasileiros

Reportagem do Link, do jornal O Estado de São Paulo versão digital em novembro de 2019, desta-
ca o crescimento do aplicativo chinês TikTok, uma febre entre adolescentes no Brasil e no mundo.
A plataforma, que aposta em vídeos de até 15 segundos, filtros divertidos e ferramentas bacanas
de edição, tem mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo.

O sucesso do TikTok não é novidade, mas seu efeito no mercado sim: de olho em sua posição de
destaque, várias empresas estão apostando em recursos semelhantes. É o caso, por exemplo,
do também chinês Kwai, que chegou oficialmente ao Brasil na semana passada. Com o mesmo
formato de vídeos curtos, a plataforma abriu um escritório local para entender o gosto de seus 7
milhões de usuários ativos diários no País.

Estas redes sociais chinesas estão rivalizando fortemente com o Facebook e o Instagram de Mark
Zuckerberg. Tanto que o Instagram lançou, recentemente, uma nova aposta para rebater a inves-
tida das chinesas. Trata-se do Cenas, uma ferramenta presente no Instagram Stories que come-
çará a ser testada apenas pelos brasileiros. Com ela, qualquer pessoa poderá gravar um filme de
até 15 segundos, fazendo coreografias ou até interpretações dramáticas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reboque das informações reveladas pelos diferentes estudos aqui reunidos nota-se a crescente
importância das literacias de mídia e informação entre os jovens. Cada vez mais eles se expressam
através das imagens paradas ou em movimento, além da criação de códigos linguísticos segmen-
tados por questões de gênero e outras minorias, além de memes divertidos . Estas constatações
reforçam a urgência da reconfiguração das relações sociais no imbricamento da Internet das Coi-
sas (IoT), Big Data e Inteligência Artificial permeados pela conectividade contínua, pedindo pela
criação de uma ética digital, educação digital, medicina digital, direito digital e assim por diante.

Felizmente podemos apontar, no fechamento deste artigo, a iniciativa de marco legal publi-
cada em 2018 intitulada Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-digital) Decreto
9.319/2018 com 100 ações para impulsionar a digitalização de processos produtivos e da própria
sociedade. Dentre os eixos temáticos do decreto, destacam-se: “infraestrutura de redes e acesso
à internet”, “pesquisa, desenvolvimento e inovação”, “confiança no ambiente digital”, “educação
e capacitação profissional”, “eixo dimensão internacional”, “transformação digital”.

A respeito deste decreto cumpre ressaltar o amplo engajamento do setor produtivo, da comuni-
dade científica e acadêmica e da sociedade civil, em diversas etapas do trabalho. Houve expres-
siva participação nos seminários e workshops durante o processo de formulação da Estratégia,
assim como na Consulta Pública ao documento-base, que recebeu milhares de acessos e contri-
buições. Isso ensejou a revisão e o aperfeiçoamento da E-Digital, que se consolida como política
pública a ser implementada.

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JOVENS BRASILEIROS EM CONECTIVIDADE CONTÍNUA: ESTUDOS E TENDÊNCIAS

A E-Digital foi estruturada em dois grandes grupos de eixos temáticos: eixos habilitadores e eixos
de transformação digital.

Last, but not least vale a pena relembrar o insight precioso do escritor William Gibson em seu
livro Neuromancer, um clássico da ficção científica e da cultura cyberpunk de 1984 ... o futuro já
chegou...só não está uniformemente distribuído...

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