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estudo dos Brasões. Por suas especificidades, a heráldica é a arte, enquanto se refere ao
modo de representar os escudos de armas e, é uma ciência enquanto estuda, com rigor
científico, suas normas de composição, suas leis, sua história, a maneira de usá-las,
descrições, explicação do significado dos esmaltes, peças e figuras que a compõem.
A heráldica é um precioso auxiliar da história:
Entre as ciências históricas que contribuem para melhor conhecimento do
passado, a heráldica aufere um lugar de eleição entre os estudiosos.
Abrangendo a história régia ou sensorial, religiosa ou militar, sem esquecer
as instituições científicas e as artes e ofícios, é por meio da heráldica que se
esclarecem biografias e se desvenda o tecido social, o que animou a vida das
nações. Quem não fica impressionado perante um brasão que emoldura uma
casa nobre ou face à insígnia familiar que decora uma sepultura? E, no
entanto, esse ramo da investigação histórica, que a todos atrai pela força do
simbolismo, conta ainda um restrito número de culturas, por serem árduos os
caminhos que conduzem ao seu integral domínio de conhecimento. (in
SERRÃO, Goncalves e Cabrita , p 37)
Alguns autores discorrem que o surgimento dos símbolos e sinais nos escudos de armas,
remonta da antiguidade greco-romana e, alguns antes até do cristianismo.
Porém é com a “ascensão dos Senhores feudais à nobreza fortaleze a instituição da
Cavalaria e mudou o comportamento social do homem medieval.” (TOSTES, ).
Contudo, é durante as cruzadas cristãs que se dá o apogeu da representação heráldica,
pois com a participação da nobreza Europeia, ela é usada na identificação e com o
propósito de se reconhecerem entre si, dando-se a conhecer suas famílias.
Sua regulamentação se dá a partir do século XIII.
A Heráldica das corporações militares origina-se claramente das velhas armas coletivas
das antigas corporações de combatentes.
Mais tarte, no século XVIII, as corporações militares passaram a ter a Bandeira
Nacional como elemento comum, embora mantivessem seus estontardes.
Os brasões são figuras com a finalidade de representar simbolicamente a missão das
organizações militares. Seu estudo, bem como sua elaboração e descrição seguem
padrões que competem a heráldica.
Na Marinha do Brasil, os brasões recebem o nome de distintivos, e o uso pelas
organizações militares teve início em 1946, com o Navio Escola Duque de Caxias, por
necessidade diplomática, quando da viagem dos cardeais da América do Sul para o
Concílio, em Roma.
A partir de abril de 1954, os distintivos passaram a ser regulamentados para todos os
navios da Marinha do Brasil (MB).
FORMA
*desenho esquemático
PARTIÇÕES
O campo do escudo pode ser todos no mesmo esmalte ou dividido.
Estas divisões permitem usar mais de um esmalte no escudo, e obedece a regras fixas.
Quando a linha que divide o escudo é na vertical, fala-se partido. Quando esta está na
horizontal, chama-se cortado. E, se este corte está posto em uma linha que sai do centro
destro superior para o sinistro inferior, é cortado em banda ou fundido.
Em contrabanda ou talhado, o escudo está dividido por uma linha que sai do canto
sinistro superior para o destro inferior.
Quando está partido e cortado: esquartelado; quando está fundido e talhado:
esquartelado; com as quatro divisões do mesmo tempo: agirolado.
Existem na heráldica outros tipos de partições, porém, só colocamos neste manual as
mais usadas pela MB.
ESMALTES
Os esmaltes são cores com que são cobertos os campos do escudo, suas peças e figuras.
São dois metais: ouro e prata. E, as cores mais usadas são: blau (azul), goles (vermelho),
sinopla (verde), sanguinho (púrpura) e sable (preto).
As cores possuem os seguintes significados heráldicos:
a) Azul- simboliza a liberdade; das virtudes, a justiça; das qualidades humanas, a
nobreza, a perseverança e a lealdade.
b) Vermelho- simboliza a valentia; das virtudes, a caridade; das qualidades
humanas, a magnanimidade, a honra, o valor e a intrepidez.
c) Verde- simboliza a esperança; das qualidades humanas, a honra, a amizade e o
respeito.
d) Púrpura- simboliza a sabedoria: das qualidades humanas, a dignidade, a justiça,
a verdade e a grandeza.
e) Preto- simboliza o pudor; das qualidades humanas, a prudência, o rigor, a
honestidade, a dor e a obediência. Pode também significar a tristeza. Nos metais,
chumbo e ferro.
No que se refere aos metais, seu significado é:
a) Ouro- simboliza a justiça; das virtudes, a clemência; das qualidades humanas, a
riqueza, a generosidade, o esplendor, a força e o poder.
b) Prata- simboliza a felicidade; das qualidades humanas, a pureza, a obediência, a
firmeza e a integridade.
Quando aparece a representação humana, admite-se o rosado, ou seja, a carnação. E, há
ainda peças que são representadas em sua cor natural.
Quando não é possível usar a cor, estas podem ser representadas graficamente.
LEIS HERÁLDICAS
Na ciência da heráldica, algumas normas são fixas e mundialmente usadas. Elas se
referem ao uso das cores ou seja, dos esmaltes e quanto as pecas móveis.
Como regra básica, não se usa esmalte sobre esmalte. Para o uso de peças ou partições
com o mesmo esmalte do campo, elas são separadas por um filete negro, ou seja
cozidas.
Não se usa metal sobre metal, ou seja, o ouro e o prata.
PEÇAS HERÁLDICAS
São figuras que estão desenhadas sobre o campo do escudo. Sua função é distinguir as
armas heráldicas.
Recebem a classificação de peças e figuras. As peças são os desenhos formados por
linhas geométricas e figuras as representações humanas, vegetais, animais, minerais,
instrumentos, barcos, fortificações, etc.
As peças são classificadas como fundamentais, diminutas ou derivadas. E, são postas
sobre o campo do escudo, devendo portanto, ter relevo sobre ele. Quando uma peça não
assenta diretamente sobre o campo do escudo, mas sobre outra peça, diz-se que esta
carregada.
Nos brasões heráldicos da Marinha do Brasil, as peças fundamentais mais usadas são: a
banda, barra ou contrabarra, bordadura, chefe, contra chefe, faixa e pala.
Banda
Colocada diagonalmente, do canto destro ao canto sinistro do contra chefe, ocupando a
terça parte do campo. Simboliza a cabeça do cavalheiro e a faixa que os guerreiros
usavam cruzadas do ombro direito para o lado esquerdo.