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PROFESSOR: TOM
Trava Língua.
R.:
As rosas de Israel são rubras
O rato roeu as ricas rendas da rainha Dona Urraca de Bombarral
Comprei uma arara rara em Araraquara
S.:
O sábio centenário assistiu à sessão solene sem se cansar
O sapo subiu as cinco salas do palácio-real
A seleção sabia satisfazer as sete torcidas do estádio
T. :
Titia pôs o distintivo no vestidinho da Cidinha
Tadeu tinha todos os tipos de testemunhas talentosas
L. :
General do Bananal
Salto alto
Planalto central
Azul do pantanal
Sacha saiu na chuva sem saber que Natacha saiu sem seu xale chinês.
Exercício de agilidade. (Falar com rapidez de locutor de futebol.)
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V - Respiração
Exercício de dicção
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1 - EXERCICIO DE DICÇÃO E SUSTENTAÇÃO DE AR
DIAFRAGMAL.
\/ - respiração
/ - pausa
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“Zé Grande passa a boiada com berrante a tiracolo, e continua calado,
observando. Para sabença do gado, ele é o melhor vaqueiro da Tampa, homem
ledor de todos os sestros e nequícias do bicho boi. Só pelo assim do marruaz
bulir ou estacionar, mede ele o seu grau de má fúria, calcula a potência de
arremesso e adivinha para que lado será o mais dos ataques, e qual a pata de
apoio, o giro de grampos, e o tempo de volta para segunda ofensiva.
Apura o passo por entre as campinas ricas, onde pastam ou ruminam
outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas,
porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: Alarga-se e comprime-se,
sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que
não o deslocamento normal do gado em marcha – sempre alguns disputam a
colocação de vanguarda, outros procuram o centro e muitos se deixam levar,
empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e
os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão.
Galhudos, gaiolos, estrelos, espácios, combucos, cubetos, lobunos,
lombardos, caldeiros, cambraias, chamurros, chirriados, corombos, cornetos,
bolcalvos, borralhos, chumbados, chitados, vareiros, silveiros...”
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Antes do Caos, da Terra, do Tártaro e de Eros, antes das potestades
que pulsam nas Origens, tenebrosas potências do abismo primordial, antes
que as dez mil válvulas abertas de Gaia parissem Gigantes, Titãs e
Ciclopes, antes da guerra entre os monstros da noite e a lúcida força do
dia, antes de tudo, filho de um rio e de uma ninfa da água, Narciso, o filho
da Náiade, deitava de bruços e se olhava no trêmulo espelho da fonte,
Narciso de olho em Narciso, beleza de olho em si mesma, cego, surdo e
mudo aos apelos de Eco, a ninfa apaixonada, chamando Narciso, Narciso,
a água da fonte repete o rosto de Narciso, reflexos de Narciso nos ecos da
ninfa, água na água, como a luz na luz, luz dentro da água. Esta lenda é a
pedra de Sísifo, a pedra que Sísifo rola até o alto da montanha, e a pedra
volta, sempre volta, penas de Hércules, trabalhos de Dédalo, labirintos,
lembra que és pedra, Sísifo, e toda pedra em pó vai se transformar, e sobre
esse pó, muitas lendas se edificarão.
O olhar de Narciso cai na água como ícaro das alturas, e ícaro cai na
água, um ruído de púrpura que se rasga, Poseidon!, e afunda num coral
de sereias.0 olhar de Narciso volta, tonto de tanta beleza, pedra de Sísifo,
queda de ícaro, e torna a cair na água, rodas gerando rodas.
Na água, agora sangue, bóiam o pênis e os testículos de Urano,
cortados pela foice que Titéia, a Terra, deu ao filho Cronos para mutilar o
pai.Destes testículos cortados, ela nasceu, Afrodite, saída das espumas do
mar, a beleza, o gozo, a paixão, a delícia, que livrou os homens de final
patético.