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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

EGIPTO, TERRA DE FARAÓS! 1

ATIVIDADE DE DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA UTILIZANDO TECNOLOGIAS DE APOIO

ARMANDA PEREIRA | CARLA TOMÉ | JORGE GUEDES | NUNO TOMÉ

PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

(DOMÍNIOS COGNITIVO E MOTOR)

Professora: Susana Tavares

2019
“Não sou, junto de vós, mais que um camarada um bocadinho mais velho. Sei coisas
que vocês não sabem, do mesmo modo que vocês sabem coisas que eu não sei ou já esqueci.
Estou aqui para ensinar umas e aprender outras. Ensinar, não. Falar delas. Aqui e no pátio e 2

na rua e no vapor e no comboio e no jardim e onde quer que nos encontremos."

(Sebastião da Gama. Diário)

Não há, não,

Duas folhas iguais em toda a criação.

Ou nervura a menos, ou célula a mais,

Não há, de certeza, duas folhas iguais.

(António Gedeão)
SUMÁRIO

A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA… EM JEITO DE INTRODUÇÃO 4

REFLEXÃO EM TORNO DA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE APOIO E 5


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DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA

CASO PRÁTICO 8

GPS – GUIA PARA O SUCESSO: ALGUMAS PROPOSTAS EM TORNO DA 17


OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA

SÍNTESE CONCLUSIVA 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA … EM JEITO DE INTRODUÇÃO

As turmas que temos nas nossas escolas são, regra geral, muito heterogéneas,
coexistindo numa mesma sala de aula alunos com uma grande diversidade de culturas, de
classes sociais, de capacidades, de motivações e de expectativas. Estes factos obrigam-nos a
refletir em torno de formas de tornar a nossa escola mais inclusiva. Torná-la mais inclusiva
significa potenciar igualdade no acesso à aprendizagem, garantindo as características
individuais de cada um. 4

Na construção dessa escola dever-se-ão privilegiar momentos de trabalho em equipa,


de forma autónoma e colaborativa, assim como um maior envolvimento dos alunos no
processo de aprendizagem, levando-os à reflexão e ao desenvolvimento de comportamentos
autorregulatórios. Devem ser definidos, em conjunto com os alunos, momentos de
planificação, motivação, execução e avaliação. A avaliação deverá assumir um carácter
formativo e centrar-se nos descritores associados ao “perfil do aluno”. O processo de avaliação
deve envolver os alunos e enfatizar a sua responsabilidade em relação à aprendizagem,
envolvendo-os em processos de auto, co e heteroavaliação, construindo, em conjunto, o saber
e formas de monitorizar o progresso e fornecendo informações durante o percurso formativo.

No contexto de aula, deverão ser aplicadas as metodologias definidas no Decreto-Lei


nº 54/2018 e no Decreto-Lei nº 55/2018, permitindo aos alunos o contacto com múltiplas
formas de aprendizagem, quer em contexto formal, quer em contexto informal, e com
diversificadas formas de trabalhar, insistindo-se na metodologia do trabalho de projeto. Desta
forma, pretende-se desenvolver nos alunos a autonomia, a responsabilidade, o pensamento
crítico e o pensamento criativo. A multiplicidade de instrumentos de recolha e a insistência na
avaliação formativa potenciarão o sucesso. Uma aula deve procurar ser um espaço de reflexão
conjunta e um espaço de partilha de experiências, insistindo-se em metodologias ativas, pois
entendemos que uma aula, seja dada dentro ou fora das paredes de uma sala, deve ser um
espaço potenciador de um clima de aprendizagem onde todos possam aprender consoante os
seus ritmos e interesses, utilizando instrumentos diferenciados, assim como as tecnologias de
informação e comunicação, só assim se poderá construir uma escola verdadeiramente
inclusiva.
REFLEXÃO EM TORNO DA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE APOIO E DIFERENCIAÇÃO
PEDAGÓGICA

Todo o conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar
desconhecido em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das
profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como professores podemos
pedir uma coisa: contem-nos os vossos sonhos, para que possamos sonhar juntos! 5

Ruben Alves

Se pelo sonho é que vamos, já dizia o poeta, peguemos nas palavras de Ruben Alves e
embarquemos por essa aventura que é sonhar. Sonhemos com uma escola para todos e onde
cada um possa aprender à sua maneira e à sua velocidade. Ouçamos os alunos e as suas
expectativas. Conheçamos múltiplas estratégias de motivação e de promoção da
aprendizagem e construamos, pari passu, uma sala de aula de inclusão. O Decreto-Lei nº
54/2018 e o Decreto-Lei nº 55/2018 propõem a educação como algo acessível a todos,
verdadeiramente justa para com cada um de forma a se tornar um meio para o
desenvolvimento emocional e intelectual que permita aos alunos a construção de projetos de
vida fortes para serem pessoas competentes, conscientes, críticas, tolerantes e
comprometidas com uma sociedade mais justa, solidária, humana e inclusiva.

Uma escola deve assumir-se como uma forma de ensinar e de aprender, excelente e
inclusiva, colocando o aluno no centro do processo ensino aprendizagem, integrando
conhecimento e saber de forma a proporcionar um desenvolvimento pessoal harmonioso e a
uma integração profissional equilibrada.
A publicação da Declaração de Salamanca, em 1994, pôs em evidência a importância
de permitir que todas as crianças, independentemente da sua condição, tivessem igualdade de
acesso e sucesso educativos. Além de reafirmar o direito à educação por todas as pessoas, já
defendida em documentos anteriores, esta declaração admite que cada criança é individual
em termos de características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem.
Considerando esta diversidade devem adaptar-se os programas educativos para que todas as
crianças tenham acesso a um ensino adequado às suas características, nas escolas de ensino
regular. Em Portugal, o Decreto-Lei 54/2018, tem como grande objetivo criar condições para a
adequação do processo de ensino e aprendizagem às necessidades dos alunos com limitações
a nível da atividade e da participação. As suas limitações resultam de alterações a nível
funcional e estrutural, sendo de carácter permanente e afetando as competências do aluno a
nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento
interpessoal e da participação social. No mesmo Decreto estão previstas as medidas
educativas que podem ser implementadas com o objetivo de adequar o processo de ensino e
aprendizagem às necessidades de cada criança, desde medidas universais, medidas seletivas e
medidas adicionais. A operacionalização dessas medidas poderá incluir, sempre que
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necessário, a utilização de Tecnologias de Apoio (TA), que são dispositivos destinados a
melhorar a funcionalidade do aluno, permitindo-lhe desempenhar determinadas tarefas que
culminem no seu sucesso educativo. As TA incluem recursos muito diversificados, desde os
mais simples (como um engrossador para lápis) aos mais complexos (como sejam softwares
específicos). É importante ter em consideração toda a condição do aluno aquando da escolha
do equipamento que mais se adeqúe às suas necessidades e lhe permita ter maior sucesso.

Existem milhares de produtos de apoio, desde os mais simples, de reduzido


desenvolvimento tecnológico (como um lápis ou um talher adaptado), aos produtos mais
sofisticados que incorporam um elevado grau de desenvolvimento tecnológico (Encarnação et
alii, 2018). Assim, é importante que clarifiquemos o conceito de Tecnologia de Apoio. Dada a
designação de tecnologia, muitas vezes pensa-se apenas nos equipamentos associados às
tecnologia de informação e comunicação, mais concretamente nos computares, de secretária
ou portáteis, e nos tablets. No entanto, este conceito é muito mais abrangente, apesar de
também poder incluir este tipo de equipamentos. De acordo com Filho (2013), citado por
Isabel Paixão (2016), o conceito de Tecnologias de Apoio nem sempre tem sido unânime e
constante, tendo mesmo atravessado diferentes fases e etapas e continuando, ainda, em
desenvolvimento. Contudo, torna-se cada vez mais evidente que as TA têm um carácter
interdisciplinar (não estando apenas relacionadas com recursos na área da saúde, como se
considerou numa fase anterior).

Segundo Paixão (2016), em 2004, o “American with Disabilities Act”, definiu o conceito
de TA (tradução do conceito assistive technology) como sendo todo e qualquer item,
equipamento, ou produto, que seja utilizado para aumentar, manter ou melhorar as
capacidades funcionais de indivíduos que apresentem deficiências/incapacidades. Estes
equipamentos, se usados de forma correta e adequada ao utilizador, têm como principal
objetivo proporcionar à pessoa com deficiência maior autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social. Esta definição tem em consideração alguns aspetos importantes,
nomeadamente: o facto de incluir uma enorme variedade de equipamentos e aplicações e de
focar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência, pondo em evidência a
necessidade de promover a sua autonomia. No fundo, as Tecnologias de Apoio pretendem que
a pessoa com deficiência tenha uma melhor qualidade de vida. O sucesso de uma tecnologia,
ou seja estar adequado à pessoa com deficiência a que se destina e permitir que esta se torne
autónoma na função para a qual está a ser utilizada, depende de uma escolha correta e
acertada do mesmo. Assim, a escolha de uma TA não deve ser feita sem uma cuidada reflexão;
deve ser efetuada uma minuciosa e criteriosa análise da situação. Caso contrário pode
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verificar-se um desuso ou abandono completo do equipamento. A utilização das TA deve
garantir a acessibilidade de cada um.

A utilização de TA por alunos com alguma incapacidade está prevista no Decreto-Lei


54/2018, como já foi referido anteriormente. Este Decreto-Lei pretende promover uma escola
democrática e inclusiva, orientada para o sucesso educativo de todas as crianças e jovens, ou
seja, pretende a inclusão de todas as crianças, independentemente das suas características e
necessidades. O mesmo Decreto-Lei prevê que, atendendo cada caso de forma individualizada,
sejam ativados apoios especializados que respondam às limitações apresentadas pela criança
a nível da atividade e da participação. É nestes apoios que se inclui a utilização de TA, como
uma medida educativa que, adequando o processo de ensino e de aprendizagem, permita a
aprendizagem e a participação destas crianças. Segundo Paixão (2016) têm sido desenvolvidos
alguns estudos acerca da utilização de TA por alunos com Necessidades Educativas Especiais.
Estes estudos têm sido bastante diversificados, centrando-se em determinados problemas
apresentados pelas crianças ou em equipamentos específicos. Na sua maioria estes estudos
pretendem verificar se estes equipamentos são eficazes e permitem que o desempenho
académico dos alunos melhore. Num estudo publicado na Assistive Technology Magazine, em
2010, pretendeu-se saber quais os recursos de TA utilizados por alunos com deficiências físicas
(com idade entre os 8 e os 18 anos) e qual o seu nível de satisfação e experiência em relação
aos mesmos. Concluiu-se que 49,7% utilizavam diariamente hardware de introdução de texto e
45,7% recorriam, também diariamente, a soluções alternativas de acesso. Em relação ao
último grupo de TA referido, 47,6% dos inquiridos consideraram que a sua utilização era muito
importante na promoção da participação em atividades escolares. No geral, os estudos
demonstraram que a utilização dos diferentes softwares teve um impacto positivo no
desenvolvimento das competências nos alunos, verificando-se uma diminuição no número de
erros ortográficos, e melhorias a nível do reconhecimento de palavras, da leitura, da
compreensão de texto, da deteção e correção de palavras homófonas, da organização e
estrutura da escrita, da produtividade e motivação em relação à escrita e um aumento da
oralidade (diversificação dos tópicos falados). Em todos os estudos consultados verificou-se
que as TA são importantes para a inclusão dos alunos, permitindo que os mesmos consigam
ter acesso e sucesso no seu percurso educativo. Os estudos analisados centraram-se em
determinado problema apresentado pelos alunos ou restringiram-se a uma área geográfica ou
nível de escolaridade, não dando uma perspetiva geral da importância das TA na inclusão de
alunos no ensino regular. A nossa prática pedagógica diz-nos que a utilização de Tecnologias
de Apoio em contexto de sala de aula inclusiva é uma mais-valia para o sucesso dos alunos,
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assentando em atividades diferenciadas potenciadoras da aprendizagem individual de cada
um.
CASO PRÁTICO

O João começou a frequentar a creche com oito meses de idade. Aos vinte
meses mudou de educadora, que o acompanhou desde essa data até à sua entrada no
primeiro ciclo. Segundo relatório da educadora, após diversas observações realizadas,
começou a notar, em relação ao comportamento e à interacção com adultos e
crianças, um desfasamento em relação aos pares que se acentuava cada vez mais.
Estas diferenças traduziam-se pelo isolamento em actividades muito próprias, como
nos jogos. Todavia, nestes apresentava uma boa capacidade cognitiva, conseguindo 9
fazê-los sozinho. No entanto ao nível da motricidade observava-se comprometimento
nos movimentos finos. Outro comportamento que chamou a atenção, traduzia-se em
rotinas muito acentuadas, como entrar na sala de aula sempre da mesma maneira,
sentar-se no mesmo lugar. Se alguém mudasse de sítio alguma coisa, ficava baralhado,
tentando repor tudo na ordem anterior. Reagia mal à mudança.

O João não dialogava apenas respondia quando lhe faziam uma pergunta. A
iniciativa do contacto nunca partia dele para interagir com os pares. Por vezes falava
sozinho, não se percebendo o que estava a dizer, assim como dispersava a sua
atenção, dando a sensação de que não se concentrava em nada, nem reagia às
chamadas de atenção.

Depois de um diálogo com a mãe sobre estes comportamentos, foi marcada


uma consulta de pedopsiquiatria com a intenção de se obter uma ajuda do ponto de
vista clínico, por forma a interligar as informações que permitissem uma orientação e
intervenção pedagógicas adequadas. O relatório elaborado referia que o “João é
portador de Perturbação de Espectro do Autismo, apresentando dificuldades de
interacção social, com tendência para o isolamento”.

Depois de uma análise de toda a documentação, foi iniciado o processo de


referenciação, ao abrigo do Decreto-Lei nº 3/2008. O aluno começou a beneficiar do
apoio da Equipa de Intervenção Precoce. Iniciou a escolaridade obrigatória, tendo
concluído o primeiro ciclo fazendo um percurso direto de sucesso. Terminou o
segundo ciclo do Ensino Básico, já integrado em medidas seletivas e adicionais de
suporte à aprendizagem, ao abrigo dos artigos 9º e 10º do Decreto-Lei nº 54/2018,
nomeadamente, a adaptações curriculares não significativas, a antecipação e reforço
das aprendizagens, o apoio tutorial (medidas seletivas) e as adaptações curriculares
significativas e o desenvolvimento de competências sociais (medidas adicionais).
Beneficiou do apoio do professor de educação especial em contexto de dinâmica de
sala de aula inclusiva.

No presente ano letivo, frequenta o sétimo ano de escolaridade. Beneficia das


medidas anteriormente propostas e inscritas nos respetivos documentos de
operacionalização (Relatório Técnico Pedagógico e Programa Educativo Individual).
Beneficia de apoio do Professor de Educação Especial em contexto de dinâmica de sala
de aula inclusiva, acontecendo uma dessas sessões na aula de História. Tem apoio
tutorial com o Professor de História.

O João continua a apresentar, por vezes, um comportamento perturbador,


sobretudo quando está ansioso, necessitando de ser acalmado para que consiga
realizar as tarefas propostas. A maioria das vezes, mostra-se colaborador e com
vontade de aprender. Realizou grandes progressos ao longo do seu percurso.
Apresenta algumas dificuldades ao nível da comunicação oral e da escrita,
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nomeadamente ao nível da motricidade fina estando comprometida a preensão e os
movimentos grafo-motores. Consegue ler pequenos textos e orientações, utiliza um
computador portátil com um rato standard para aceder a muitas das atividades das
aulas. Participa, de forma diferenciada, nas diferentes tarefas propostas. Domina, sem
dificuldade, a utilização do computador e do rato, assim como o uso do tablet. Nas
sessões de apoio tutorial, têm sido trabalhadas as competências da leitura e da escrita,
da autonomia e do desenvolvimento de comportamentos autorregulatórios.

“O aluno apresenta limitações, na atividade e participação, decorrentes


sobretudo de problemas nas funções mentais globais e específicas, ligadas à
perturbação do espectro do autismo. Deve, por isso, ser redutor de turma (…)” (Cf.
Relatório de Avaliação Psicológica).

O aluno, ao abrigo do Decreto-Lei nº 54/2018, beneficia de adequações no


processo de avaliação (artigo 28º), utilizando-se uma diversificação de elementos que
assentam, sobretudo, em exercícios curtos e orientados, utilizando o computador
(powerpoint, fichas diferenciadas através de formulários, aplicações de recolha de
dados).
GPS – GUIA PARA O SUCESSO:
“EGIPTO, TERRA DE FARAÓS!” - ATIVIDADE DE DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA

A atividade proposta trata-se de uma adaptação, utilizando o programa “power


point”, da sequência didática: “As Primeiras Civilizações Urbanas: O Exemplo Egípcio”,
e está integrada numa série de outras atividades, potenciadoras de uma aprendizagem
inclusiva. Todas as atividades foram desenvolvidas em contexto de sala de aula
inclusiva, beneficiando do apoio do professor de Educação Especial que coadjuva a 11
turma na aula de História.
As atividades desenvolvidas tiveram como grandes objetivos:

 Possibilitar a participação ativa do aluno na dinâmica de sala.


 Elevar a auto-estima do aluno
 Potenciar o espírito de grupo e a colaboração e cooperação entre pares
 Diversificar o leque de instrumentos para aprendizagem
 Promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento das capacidades de
motricidade fina
 Promover atividades integradoras e inclusivas
 Utilizar as TIC de forma a promover o sucesso escolar
 Utilizar instrumentos e materiais diversificados
 Permitir ao aluno o acesso e compreensão dos conceitos e conteúdos da aula.

Integradas no currículo da disciplina de História, previsto para o sétimo ano de


escolaridade, as atividades dão resposta às aprendizagens essenciais definidas para o
respetivo ano, assim como, às competências definidas no Programa Educativo
Individual do aluno que, por sua vez, vão ao encontro do Perfil dos Alunos à Saída da
Escolaridade Obrigatória. Assim, com a realização das atividades, pretende-se que o
aluno seja capaz de:

 Compreender fontes historiográficas;


 Desenvolver as noções de temporalidade e de espacialidade;
 Conhecer algumas das características da Civilização Egípcia Antiga,
relacionando e aplicando conhecimentos;
Apresentamos, de seguida, a planificação diferenciada da sequência didática, com
a operacionalização das diferentes atividades.

PLANIFICAÇÃO DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA DIFERENCIADA

HISTÓRIA – 7º ANO
TEMA: EGIPTO, TERRA DE FARAÓS
APRENDIZAGENS ESSENCIAIS
A. Relacionar a organização socioeconómica e política institucional das primeiras 12
civilizações urbanas com os recursos existentes nos espaços em que se implantaram;

B. Conhecer e Compreender as características da Civilização Egípcia.

COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS A DESENVOLVER

COMPREENSÃO HISTÓRICA ANÁLISE DE COMUNICAÇÃO


TEMPORALIDADE ESPACIALIDADE CONTEXTUALIZAÇÃO FONTES

OPERACIONALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Primeiro Momento – DIAGNÓSTICO (AULA 1)

Os alunos realizam uma pequena atividade de diagnóstico. Utilizando a aplicação


“mentimeter”, registam três palavras que associem ao termo “EGIPTO”. Os alunos
respondem à atividade utilizando o seu smartphone. Todos os alunos participam, uma vez
que o professor de Educação Especial coadjuva a aula e pode realizar a atividade junto dos
alunos que acompanha. No quadro, constrói-se uma nuvem de palavras com as respostas
obtidas.

Segundo Momento – MOTIVAÇÃO (AULA 1)

Os alunos contactam com diferentes objetos alusivos ao Egipto Antigo. Contacto com fontes
historiográficas – Questionamento das fontes.

Terceiro Momento – EXPLORAÇAO DO “POWER POINT” DIDÁTICO (AULAS 2 e 3)

Os alunos acompanham a sequência didática recorrendo à realização de diversas atividades,


utilizando a apresentação “power point” disponibilizada nos tablets fornecidos pelo
professor. O aluno com medidas adicionais integrado na turma, realiza a atividade na
apresentação “power point” diferenciada, utilizando o seu computador portátil e
beneficiando do acompanhamento do professor de Educação Especial e do Professor Titular
da Disciplina (encontra-se integrado num grupo, desenvolvendo-se trabalho colaborativo
entre pares). Os alunos realizam a atividade em grupo, estando a sala organizada em ilhas.
Os dois professores percorrem os diferentes grupos, orientando o processo de ensino-
aprendizagem.
Quarto Momento – ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO FORMATIVA (AULA 4)

Os diferentes grupos realizam uma pequena atividade de avaliação, recorrendo à aplicação


“Wheeldecide.com” (utilizando o link disponibilizado pelo professor), respondendo a três
das questões sorteadas pela roda. De seguida, partilham com o grande grupo as respostas
obtidas.

Quinto Momento – SISTEMATIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS (AULA 4)

Individualmente, os alunos realizam uma pequena ficha, construída utilizando a


funcionalidade “formulários do Word”. 13
Sexto Momento – AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS (AULA 5)

Procede-se à avaliação das aprendizagens, recorrendo-se a um conjunto de questões,


utilizando a ferramenta “Kahoot”.

AVALIAÇÃO

Avaliação Diferenciada de carácter formativo, centrada na observação direta e nos


resultados das atividades realizadas. Monitorização dos progressos. Auto e Co-Avaliação.

ATIVIDADE 1 – DIAGNÓSTICO

ATIVIDADE 2 – MOTIVAÇÃO
Os alunos, com a sala organizada em ilhas, contactam com diferentes objetos que os
transportam ao Egipto Antigo, observando-os e partilhando as suas conclusões.

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ATIVIDADE 3 – EXPLORAÇÃO DO “POWER POINT” DIFERENCIADO

A apresentação em formato power point elaborada insere-se no Desenho Universal para a


Aprendizagem pensado para uma turma de sétimo ano, onde está integrado o aluno atrás
descrito. Trata-se de uma apresentação construtivista, na medida em que o aluno poderá ir
construindo o seu conhecimento à medida que progride nos vários conteúdos. Inicia-se com
um menu através do qual o aluno acede aos diferentes conteúdos, utilizando um rato
standard. De salientar que o aluno beneficia de apoio, em dinâmica de sala de aula inclusiva,
do professor de Educação Especial. A aplicação propõe diferentes atividades que conjugam
texto, imagem e som com exercícios de arrastamento e de “clique”. Importa salientar que os
diferentes conteúdos que integram a aplicação foram elaborados em contexto de sala de aula,
nas disciplinas de História e de Cidadania e Desenvolvimento (integrando um Domínio de
Articulação Curricular), por alunos das turmas A, E e F do sétimo ano do Agrupamento de
Escolas Aquilino Ribeiro.
A Construção do Projeto

ATIVIDADE 4 – ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO FORMATIVA

Resposta a um questionário, utilizando a aplicação “Wheeldecide.com”


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https://wheeldecide.com/index.php?c1=Em+que+continente+se+localiza+o+Egito
%3F&c2=Que+rio+atravessa+o+Egito%3F+&c3=Qual+a+principal+atividade+econ
%C3%B3mica+do+Egito+antigo%3F+&c4=Que+poderes+tem+o+Fara
%C3%B3%3F&c5=Quais+os+grupos+grupos+sociais+privilegiados
%3F&c6=Indica+o+nome+de+tr%C3%AAs+desses+Eg%C3%ADpcios
%3F&c7=O+que+era+um+Hipogeu%3F&c8=Refere+duas+caracter
%C3%ADsticas+da+pintura+Eg%C3%ADpcia%3F&t=Egipto+terra+de+Fara%C3%B3s&time=5
ATIVIDADE 5 – AVALIAÇÃO FORMATIVA – “FORMULÁRIO WORD”

Individualmente, os alunos realizam uma pequena ficha, construída utilizando a


funcionalidade “formulários do Word”.

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ATIVIDADE 6 – SISTEMATIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS

De forma a sistematizarem conhecimentos, os alunos realizam uma pequena atividade,


recorrendo à ferramenta “Kahoot”.
SÍNTESE CONCLUSIVA

Mudar o mundo requer vontade, consciência e sabedoria. A Construção de uma


educação inclusiva para todos é uma tarefa árdua, mas essencial para a escola de hoje.

A elaboração deste trabalho foi enriquecedora pois levou-nos a pensar e refletir as


diferentes abordagens Tecnológicas que pudemos utilizar com os alunos e de que forma como
professores conseguimos apropriar estas alterações e fazer a diferença na nossa escola, na 17
nossa equipa e com os alunos. Sim porque a certeza de que é preciso mudar e de que é preciso
insistir, persistir e não desistir neste caminho de uma educação inclusiva.

A escola deve ser um espaço de todos, com todos e para todos, os professores devem
perceber que “incluir” está diretamente ligado à nossa capacidade de entender e reconhecer o
outro, conviver e partilhar experiências, vivências e aprendizagens com pessoas diferentes de
nós. A inclusão não é um decreto imposto, é uma realidade em cada escola e cada sala e neste
processo todos têm um papel ativo, é nesta perspetiva que se deve orientar pois não se inclui
somente por decreto mas sim porque efetivamente se considera uma forma de educar e
ensinar.

As tecnologias são um fator essencial para a inclusão visto ter o objetivo de promover
a funcionalidade do aluno bem como possibilitar a sua participação no mundo que o rodeia,
são essenciais para a minimização ou supressão barreiras, que impossibilitam o aluno de
atingir os objetivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ENCARNAÇÃO, Pedro; AZEVEDO, Luís; LONDRAL, Ana Rita (2015); Tecnologias de Apoio
para Pessoas com Deficiência; Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 FILHO, T. A. G. (2013). A construção do conceito de Tecnologia Assistiva: alguns novos


interrogantes e desafios. Revista Entreideias, 2, 1, 25-42.
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 GÂNDARA, R. I. V. (2013). A Utilização das TIC como Meio de Aprendizagem na


Educação Especial (Dissertação de Mestrado não publicada). Escola Superior de
Educação João de Deus, Lisboa.

 LIMA JUNIOR, A. S. e SANTANA, E. (2010). Tecnologia Assistiva: Uma Proposta de


Inclusão das Pessoas com Deficiência nas Escolas Públicas Regulares. Renote – Novas
Tecnologias na Educação: XV Ciclo de Palestras Novas Tecnologias na Educação – 19 a
22 de julho, 8, 2.

 PAIXÃO, Isabel (2016). A Importância das Tecnologias de Apoio em Alunos com NEE.
Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa.

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