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2019
“Não sou, junto de vós, mais que um camarada um bocadinho mais velho. Sei coisas
que vocês não sabem, do mesmo modo que vocês sabem coisas que eu não sei ou já esqueci.
Estou aqui para ensinar umas e aprender outras. Ensinar, não. Falar delas. Aqui e no pátio e 2
(António Gedeão)
SUMÁRIO
CASO PRÁTICO 8
SÍNTESE CONCLUSIVA 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA … EM JEITO DE INTRODUÇÃO
As turmas que temos nas nossas escolas são, regra geral, muito heterogéneas,
coexistindo numa mesma sala de aula alunos com uma grande diversidade de culturas, de
classes sociais, de capacidades, de motivações e de expectativas. Estes factos obrigam-nos a
refletir em torno de formas de tornar a nossa escola mais inclusiva. Torná-la mais inclusiva
significa potenciar igualdade no acesso à aprendizagem, garantindo as características
individuais de cada um. 4
Todo o conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar
desconhecido em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das
profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como professores podemos
pedir uma coisa: contem-nos os vossos sonhos, para que possamos sonhar juntos! 5
Ruben Alves
Se pelo sonho é que vamos, já dizia o poeta, peguemos nas palavras de Ruben Alves e
embarquemos por essa aventura que é sonhar. Sonhemos com uma escola para todos e onde
cada um possa aprender à sua maneira e à sua velocidade. Ouçamos os alunos e as suas
expectativas. Conheçamos múltiplas estratégias de motivação e de promoção da
aprendizagem e construamos, pari passu, uma sala de aula de inclusão. O Decreto-Lei nº
54/2018 e o Decreto-Lei nº 55/2018 propõem a educação como algo acessível a todos,
verdadeiramente justa para com cada um de forma a se tornar um meio para o
desenvolvimento emocional e intelectual que permita aos alunos a construção de projetos de
vida fortes para serem pessoas competentes, conscientes, críticas, tolerantes e
comprometidas com uma sociedade mais justa, solidária, humana e inclusiva.
Uma escola deve assumir-se como uma forma de ensinar e de aprender, excelente e
inclusiva, colocando o aluno no centro do processo ensino aprendizagem, integrando
conhecimento e saber de forma a proporcionar um desenvolvimento pessoal harmonioso e a
uma integração profissional equilibrada.
A publicação da Declaração de Salamanca, em 1994, pôs em evidência a importância
de permitir que todas as crianças, independentemente da sua condição, tivessem igualdade de
acesso e sucesso educativos. Além de reafirmar o direito à educação por todas as pessoas, já
defendida em documentos anteriores, esta declaração admite que cada criança é individual
em termos de características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem.
Considerando esta diversidade devem adaptar-se os programas educativos para que todas as
crianças tenham acesso a um ensino adequado às suas características, nas escolas de ensino
regular. Em Portugal, o Decreto-Lei 54/2018, tem como grande objetivo criar condições para a
adequação do processo de ensino e aprendizagem às necessidades dos alunos com limitações
a nível da atividade e da participação. As suas limitações resultam de alterações a nível
funcional e estrutural, sendo de carácter permanente e afetando as competências do aluno a
nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento
interpessoal e da participação social. No mesmo Decreto estão previstas as medidas
educativas que podem ser implementadas com o objetivo de adequar o processo de ensino e
aprendizagem às necessidades de cada criança, desde medidas universais, medidas seletivas e
medidas adicionais. A operacionalização dessas medidas poderá incluir, sempre que
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necessário, a utilização de Tecnologias de Apoio (TA), que são dispositivos destinados a
melhorar a funcionalidade do aluno, permitindo-lhe desempenhar determinadas tarefas que
culminem no seu sucesso educativo. As TA incluem recursos muito diversificados, desde os
mais simples (como um engrossador para lápis) aos mais complexos (como sejam softwares
específicos). É importante ter em consideração toda a condição do aluno aquando da escolha
do equipamento que mais se adeqúe às suas necessidades e lhe permita ter maior sucesso.
Segundo Paixão (2016), em 2004, o “American with Disabilities Act”, definiu o conceito
de TA (tradução do conceito assistive technology) como sendo todo e qualquer item,
equipamento, ou produto, que seja utilizado para aumentar, manter ou melhorar as
capacidades funcionais de indivíduos que apresentem deficiências/incapacidades. Estes
equipamentos, se usados de forma correta e adequada ao utilizador, têm como principal
objetivo proporcionar à pessoa com deficiência maior autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social. Esta definição tem em consideração alguns aspetos importantes,
nomeadamente: o facto de incluir uma enorme variedade de equipamentos e aplicações e de
focar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência, pondo em evidência a
necessidade de promover a sua autonomia. No fundo, as Tecnologias de Apoio pretendem que
a pessoa com deficiência tenha uma melhor qualidade de vida. O sucesso de uma tecnologia,
ou seja estar adequado à pessoa com deficiência a que se destina e permitir que esta se torne
autónoma na função para a qual está a ser utilizada, depende de uma escolha correta e
acertada do mesmo. Assim, a escolha de uma TA não deve ser feita sem uma cuidada reflexão;
deve ser efetuada uma minuciosa e criteriosa análise da situação. Caso contrário pode
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verificar-se um desuso ou abandono completo do equipamento. A utilização das TA deve
garantir a acessibilidade de cada um.
O João começou a frequentar a creche com oito meses de idade. Aos vinte
meses mudou de educadora, que o acompanhou desde essa data até à sua entrada no
primeiro ciclo. Segundo relatório da educadora, após diversas observações realizadas,
começou a notar, em relação ao comportamento e à interacção com adultos e
crianças, um desfasamento em relação aos pares que se acentuava cada vez mais.
Estas diferenças traduziam-se pelo isolamento em actividades muito próprias, como
nos jogos. Todavia, nestes apresentava uma boa capacidade cognitiva, conseguindo 9
fazê-los sozinho. No entanto ao nível da motricidade observava-se comprometimento
nos movimentos finos. Outro comportamento que chamou a atenção, traduzia-se em
rotinas muito acentuadas, como entrar na sala de aula sempre da mesma maneira,
sentar-se no mesmo lugar. Se alguém mudasse de sítio alguma coisa, ficava baralhado,
tentando repor tudo na ordem anterior. Reagia mal à mudança.
O João não dialogava apenas respondia quando lhe faziam uma pergunta. A
iniciativa do contacto nunca partia dele para interagir com os pares. Por vezes falava
sozinho, não se percebendo o que estava a dizer, assim como dispersava a sua
atenção, dando a sensação de que não se concentrava em nada, nem reagia às
chamadas de atenção.
HISTÓRIA – 7º ANO
TEMA: EGIPTO, TERRA DE FARAÓS
APRENDIZAGENS ESSENCIAIS
A. Relacionar a organização socioeconómica e política institucional das primeiras 12
civilizações urbanas com os recursos existentes nos espaços em que se implantaram;
Os alunos contactam com diferentes objetos alusivos ao Egipto Antigo. Contacto com fontes
historiográficas – Questionamento das fontes.
AVALIAÇÃO
ATIVIDADE 1 – DIAGNÓSTICO
ATIVIDADE 2 – MOTIVAÇÃO
Os alunos, com a sala organizada em ilhas, contactam com diferentes objetos que os
transportam ao Egipto Antigo, observando-os e partilhando as suas conclusões.
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https://wheeldecide.com/index.php?c1=Em+que+continente+se+localiza+o+Egito
%3F&c2=Que+rio+atravessa+o+Egito%3F+&c3=Qual+a+principal+atividade+econ
%C3%B3mica+do+Egito+antigo%3F+&c4=Que+poderes+tem+o+Fara
%C3%B3%3F&c5=Quais+os+grupos+grupos+sociais+privilegiados
%3F&c6=Indica+o+nome+de+tr%C3%AAs+desses+Eg%C3%ADpcios
%3F&c7=O+que+era+um+Hipogeu%3F&c8=Refere+duas+caracter
%C3%ADsticas+da+pintura+Eg%C3%ADpcia%3F&t=Egipto+terra+de+Fara%C3%B3s&time=5
ATIVIDADE 5 – AVALIAÇÃO FORMATIVA – “FORMULÁRIO WORD”
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A escola deve ser um espaço de todos, com todos e para todos, os professores devem
perceber que “incluir” está diretamente ligado à nossa capacidade de entender e reconhecer o
outro, conviver e partilhar experiências, vivências e aprendizagens com pessoas diferentes de
nós. A inclusão não é um decreto imposto, é uma realidade em cada escola e cada sala e neste
processo todos têm um papel ativo, é nesta perspetiva que se deve orientar pois não se inclui
somente por decreto mas sim porque efetivamente se considera uma forma de educar e
ensinar.
As tecnologias são um fator essencial para a inclusão visto ter o objetivo de promover
a funcionalidade do aluno bem como possibilitar a sua participação no mundo que o rodeia,
são essenciais para a minimização ou supressão barreiras, que impossibilitam o aluno de
atingir os objetivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENCARNAÇÃO, Pedro; AZEVEDO, Luís; LONDRAL, Ana Rita (2015); Tecnologias de Apoio
para Pessoas com Deficiência; Fundação para a Ciência e Tecnologia.
PAIXÃO, Isabel (2016). A Importância das Tecnologias de Apoio em Alunos com NEE.
Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa.