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Modelos Informacionais:

Espaço Urbano e Regional

AULA 6 – Parte 3

- Cartografia Temática

Profª Ivana Arruda S. Saraiva


Representações Ordenadas

10. REPRESENTAÇÕES ORDENADAS

Considerações:

 As representações ordenadas são indicadas quando as categorias dos


fenômenos se inscrevem numa seqüência única e universalmente
admitida.

A relação entre os objetos é de ordem. Definem-se, assim, as hierarquias!!!

• O tempo também se apresenta naturalmente ordenado.

Exemplo: Seqüência da ocupação dos espaços agrícolas no tempo, etc;


Representações Ordenadas

 A variável visual mais adequada para o caso é o VALOR!!!


 Secundariamente, a GRANULAÇÃO pode sugerir também a ordenação.

• A ordem também é percebida Exemplos de saturação:


nas modulações do valor e
saturação de uma só cor de
base. Constitui a harmonia
monocromática!!!

Exemplo de valor:
Cartografia Temática SÓLIDO DE OSTWALD

• As cores tem três dimensões:


SÓLIDO DE OSTWALD
-MATIZ: está associado a uma
radiação espectral pura. É a cor
pura. Corresponde a um único
comprimento de onda bem definido
na faixa do visível.

- SATURAÇÃO é a variação que assume um


mesmo matiz, indo desde o neutro absoluto
(cinza) até a cor pura espectral.

- VALOR é a quantidade de energia refletida e


se manifesta através da variação de tonalidade.
- Uma série de valores pode ser comparada a
uma seqüência de cinzas, indo desde o preto
até o branco, organizados em eqüidistâncias
perceptivas.
Cartografia Temática

Dados Ordenados: modulações do valor (variação da tonalidade / intensidade) e também na


saturação de uma só cor de base.

SÓLIDO DE OSTWALD
Representações Ordenadas

 Para representações ordenadas em implantação pontual fixamos o


tamanho e a forma elementar e variamos seu valor visual.

• Para representações ordenadas em implantação linear fixamos a espessura


do traço e variamos seu valor visual.
Cartografia Temática

Para representações ordenadas em implantação zonal consideramos uma


variação visual de valor na extensão da ocorrência.
VARIAÇÃO VISUAL DO CLARO PARA O ESCURO!!!
Variação da intensidade de um único matiz: Variação da intensidade de uma textura:

Cores Harmônicas (cores vizinhas no círculo cromático):

Síntese:

Pontual Linear Zonal


Cartografia Temática

Cores Harmônicas
Círculo Cromático

Variação da intensidade de
um único matiz
Cartografia Temática

Granulação:
Cartografia
Temática

Geologia do Brasil em
nível ordenado:

• As rubricas da
legenda, no aspecto
Litologia, seguem a
ordem cronológica dos
conjuntos espaciais no
tempo geológico.

• A ordem cronológica
será transcrita por uma
ordem visual no mapa,
usando a variável valor.
Cartografia Temática

11. REPRESENTAÇÕES QUANTITATIVAS

Considerações:

• As representações quantitativas em mapas são empregadas para


evidenciar a relação de proporcionalidade entre objetos (B é quatro
vezes maior que A);

• Conforme os fenômenos se manifestam em pontos, linhas ou áreas, no


mapa, utilizamos respectivamente pontos, linhas e áreas que terão uma
variação com propriedade perceptiva compatível com a
proporcionalidade: a proporcionalidade visual!!!

Esta relação deve ser transcrita por uma relação visual de mesma natureza
 a única variável visual que transcreve corretamente esta relação é a de
TAMANHO!!!
Cartografia Temática

 Na implantação pontual modulamos o tamanho, proporcional à


ocorrência.
Esta solução é ideal para a representação de fenômenos localizados
com efetivos elevados, como é o caso da população urbana.

O tamanho de uma forma escolhida - o círculo, por exemplo - é


proporcional à intensidade da ocorrência em valores absolutos!!!

As variações quantitativas traduzem-se pela variação do TAMANHO dos


elementos.
Representações
Quantitativas

1. Método das Figuras Geométricas


Proporcionais

É um método recomendado para


representação quantitativa de
fenômenos localizados  ideal para
valores absolutos!!!

Exemplo: População dos Municípios em


2000
• Nível de organização: Quantitativo
• Variável visual: Tamanho
• Tipo de implantação: Pontual
Representações
Quantitativas

Exemplo:
• Tema: Famílias em
Ocupações e Famílias
Assentadas
• Nível de organização:
- Quantitativo
- Seletivo
• Variável visual:
- Q: Tamanho (Método
das Figuras Geométricas
Proporcionais)
- : Cor
• Tipo de implantação:
Pontual
Representações
Quantitativas

Método das figuras geométricas proporcionais – Aplicações:


• Quando é necessário representar mais de uma informação quantitativa com
implantação pontual, pode-se utilizar:

 Mapa de Círculos Concêntricos (ver mapa: Crescimento das Capitais) 


permite a comparação de uma mesma variável obtida em períodos diferentes;

ou

 Mapa de Semicírculos Opostos (ver mapa: Soja e Cana-de-Açucar) 


permite a comparação de duas variáveis em um mesmo período.
Representações
Quantitativas

Mapa de
Círculos
Concêntricos
com informação
quantitativa no
modo de
implantação
pontual

Disponível em:
http://confins.revues.org/
docannexe/image/3483/i
mg-7.png
Representações
Quantitativas

Mapa de
Semicírculos
Opostos com
informação
quantitativa no
modo de
implantação
pontual

Disponível em:
http://confins.revues.org/doca
nnexe/image/3483/img-8.png
O círculo pode ser subdividido em setores
proporcionais às parcelas que compõem os
totais, como por exemplo, a população urbana e
Representações rural, componentes da população total residente.

Quantitativas

Exemplo:
Círculos subdivididos em setores
proporcionais às parcelas de transporte
aéreo internacional e doméstico.
• Nível de organização:
- Quantitativo
- Seletivo
• Variável visual:
- Q: Tamanho (Método das Figuras
Geométricas Proporcionais
Subdivididas)
- : Cor
• Tipo de implantação: Pontual
Representações
Quantitativas

Método das Figuras Geométricas


Proporcionais Subdivididas
Exemplo:
- Círculo com a PEA, subdividido em setores
proporcionais às parcelas de atividades nos
setores primário, secundário e terciário.
• Nível de organização:
- Quantitativo
- Seletivo
• Variável visual:
- Q: Tamanho (Método das Figuras
Geométricas Proporcionais Subdivididas)
- : ???  Cor, Orientação e Forma
• Tipo de implantação: Pontual
Representações
Quantitativas

Método das Figuras


Geométricas Proporcionais
Subdivididas

• Tema: População
Economicamente Ativa
• Nível de organização:
- Quantitativo
- Seletivo
• Variável visual:
- Q: Tamanho (Método das
Figuras Geométricas
Proporcionais Subdivididas)
- : Cor
• Tipo de implantação:
Pontual
Fluxo de Comercialização das Madeiras Amazônicas

Representações
Quantitativas

Na implantação
linear, variamos a
espessura da
linha
proporcionalmente
à intensidade do
fenômeno.

Dessa maneira,
podemos
representar a
intensidade de
fluxo entre dois
pontos.
Representações Quantitativas
Representações
Quantitativas

2. Método dos pontos de


contagem: considera um
número de pontos iguais,
proporcional à quantidade a
ser representada,
distribuídos adequadamente
na área de ocorrência.

 Este método é ideal


para a representação
de fenômenos com um
padrão de distribuição
disperso, como é o
caso da população
rural.
1 ponto = 500 hab
Representações Quantitativas

Método dos pontos


de contagem:

Fonte: Archela e Thery, 2008.

Disponível
em:http://pt.slideshare.net/daianert/aula-1-
parte2
Representações Quantitativas

3. Método Coroplético:

 Considera que a ordem das quantidades (em valores


relativos), agrupadas em classes, seja transcrita por uma
ordem visual, que será lançada nas respectivas áreas de
ocorrência.

 é uma solução amplamente utilizada, porém traduz


apenas a noção de ORDEM e não das quantidades reais!!!

 para valores relativos, que tem no denominador a área


de ocorrência, expressa a idéia de densidade.
Representações Quantitativas

Embora os dados sejam quantitativos, são representados em


classes visualmente ordenadas e utilizam a variável valor.

Assim: Os mapas coropléticos são elaborados com dados


quantitativos, mas apresentam sua legenda ordenada em classes,
conforme as regras próprias de utilização da variável visual valor, por
meio de:

- tonalidades de cores;

- seqüência ordenada de cores frias ou


quentes, que aumentam de intensidade
conforme a seqüência de valores apre-
sentados nas classes estabelecidas.
Representações Quantitativas

 São indicados para representação de valores relativos, por


exemplo:

- a distribuição das densidades (habitantes por quilômetro


quadrado);

- produção (toneladas por hectare);

- índices expressos em percentagens os quais refletem a


variação da densidade de um fenômeno (médicos por
habitante, taxa de natalidade, consumo de energia por hora).
Representações
Quantitativas

Exemplo - Mapa coroplético

• Tema: Densidade Demográfica


(hab/km²)
• Nível de organização: quantitativo
• Variável visual: valor
• Tipo de implantação: zonal

Fonte: GIRARDI e ROSA, p. 17, 2005


Representações
Quantitativas

Exemplo:

• Tema: Rendimento médio


(salários mínimos por
município)
• Nível de organização:
quantitativo
• Variável visual: valor
• Tipo de implantação: zonal
Representações Quantitativas

Exemplo:

• Tema: Taxa média


geométrica de crescimento
populacional anual
(2000/2010)
• Nível de organização:
quantitativo
• Variável visual: valor
• Tipo de implantação: zonal
Representações Quantitativas

Assim:
Este método é
adequado para a
representação de
valores relativos,
como a densidade
demográfica.

Exemplo Mapa Coroplético:


Densidade Demográfica -
Brasil - 2000
Representações
Quantitativas

Exemplo:
Método das Figuras
Geométricas
Proporcionais,
sobrepostas ao Mapa
Coroplético,
representando aspectos
de um único fenômeno.

O método pode usar


matizes variando do claro
ao escuro, ou texturas que
vão das mais clara às mais
escuras
Representações Quantitativas

4. Método isarítmico: considera o traçado das linhas de igual valor - as


isolinhas - unindo pontos de igual valor da intensidade do fenômeno.

 Este método convém para a representação de fenômenos com


continuidade espacial, como o caso das chuvas, das temperaturas
e das altitudes do relevo.
Representações
Quantitativas

Exemplo Mapa Isaritmico:


Altitude do Relevo - Brasil

Fonte: BARRETO, p. 42, 2005


Níveis de Leitura

12. NÍVEIS DE LEITURA DE UM


MAPA: são 3 os níveis de
leitura:

 Global (ou de conjunto):


enxerga a imagem de
forma global, vista de um
só golpe de vista;

 Intermediária: leitura por


regiões. Ex: como se
agrupam os caracteres?

 Elementar: leitura
localizada. Ex: neste
lugar, o que tem?
Análise Crítica de um Mapa
13. ANÁLISE CRÍTICA DE UM MAPA

 Metodológica: analisa o porquê da adoção de tal método frente à


especificidade da realidade a ser representada;

 Interpretativa: avalia a característica da distribuição do


fenômeno, isto é, verificando como é seu arranjo espacial, para
poder declarar, enfim, o que o mapa revelou.

A elaboração de um mapa pressupõe a seguinte definição prévia:

 “o quê” você quer representar;


 “para quê” você precisa desta representação;
 “para quem” você precisa representar.

Verificar se tais objetivos foram atendidos.


Análise
Crítica de
um Mapa

• Metodológica

• Interpretativa

• Nível(is) de
leitura do mapa

• Técnica
cartográfica
Análise Crítica de um Mapa

• Metodológica

• Interpretativa

• Nível(is) de
leitura do mapa

• Técnica
cartográfica
Análise Crítica de um Mapa
Análise Crítica de um Mapa
Análise Crítica de um Mapa
Análise Crítica de um Mapa
Análise Crítica de um Mapa
Referências Bibliográficas

 MARTINELLI, Marcello. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991.

 UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. GeoLab – Laboratório de


Geoprocessamento - GeoCart - Laboratório de Aerofotogeografia e Cartografia. SOLUÇÃO
COLEÇÃO DE MAPAS. In:
http://www.geolab.faed.udesc.br/sites_disciplinas/Cartografia_tematica/CartografiaTematic
a%201.pdf. Acesso: 2011.

 Rosely Sampaio Archela e Hervé Théry, « Orientação metodológica para construção e


leitura de mapas temáticos », Confins [Online], 3 | 2008, posto online em 23 juin 2008,
Consultado o 13 octobre 2011. URL : http://confins.revues.org/3483 ; DOI :
10.4000/confins.3483

 SALICHTCHEV, K. A. In: Cartographica, Monograph 19 University of Toronto Press, 1977.

 LE SANN, Janine G. “ Documento Cartográfico: Considerações Gerais”. In: Revista


Geografia e Ensino, IGC/UFMG, 1983.

 FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas Geográfico – Espaço Mundial. São Paulo: Ed.
Moderna, 2005.

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