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Questão 01)
Os enunciados da coluna da direita constituem um excerto de texto retirado
de Veja, 25/06/08, p.11. Numere uma coluna de acordo com a outra,
observando a organização desse texto.
(1) Introdução.
(2) Argumentos que iniciam a sustentação da defesa da tese apresentada.
(3) Informações que funcionam como argumentos finais em defesa da tese.
(4) Causas responsáveis pelo fato que fundamenta a tese.
(5) Conclusão.
A seqüência correta é:
a) 5, 2, 1, 2, 4, 3, 4.
b) 2, 3, 1, 4, 4, 2, 5.
c) 1, 5, 3, 2, 2, 4, 4.
d) 5, 4, 1, 4, 3, 2, 2.
e) 5, 3, 1, 2, 4, 2, 4.
Questão 02)
1. Leia os textos dados a seguir e analise as idéias neles apresentadas.
TEXTO I
Um homem da capital, perdido numa estrada de terra, parou seu carro
diante de um velho sentado num tronco de árvore e lhe perguntou como
chegar ao povoado que buscava. O homem lhe indicou um caminho que lhe
pareceu muito complicado.
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– Esse é o caminho mais curto? – insistiu.
– Não, respondeu o outro. Esse é o caminho mais bonito.
TEXTO II
Os relógios digitais marcam as horas com absoluta precisão. Já o relógio
da igreja matriz de minha cidade está parado há mais de dez anos. Quando
estou muito ansioso, cheio de compromissos, é para aquele velho relógio
quebrado que olho, com uma vontade enorme de acertar por ele as horas do
meu infalível relógio de pulso.
TEMA
Muitas vezes a pressa não é inimiga da perfeição, é inimiga da felicidade.
Questão 03)
Sobre a formação de técnicos
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Quanto à estrutura, o texto organiza-se como:
a) simples narração de fatos.
b) exposição argumentativa de idéias.
c) exposição descritiva de idéias.
d) integração descritivo-narrativa.
e) descrição argumentativa.
Questão 04)
Os gatos
Questão 05)
Leia atentamente o texto abaixo.
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Construa um parágrafo que sirva de conclusão ao texto acima, a partir dos
dados apresentados.
Questão 06)
TEXTO II
MODOS , RAPAZIADA
GOLPISTA DE DIREITA:
É um sujeito espertíssimo que anda pelo acostamento mesmo sabendo que
este está impedido mais à frente. Ao tentar voltar para a pista, ele empata de
vez o trânsito.
CONSERVADOR DE ESQUERDA:
Xerife da estrada, ele vai pela pista da esquerda exatamente no limite de
velocidade, para ensinar à Humanidade como se comportar. Acaba
provocando ultrapassagens pela direita e multiplicando os riscos de acidente.
Jason Vogel. O Globo, 17/08/05.
Questão 07)
Abaixo você encontra um editorial de O Globo sobre o aquecimento global e
seus riscos. Em um texto de aproximadamente 25 linhas, você vai dar sua
opinião sobre o problema aí aludido; você pode utilizar, ou não, as
informações presentes no texto, mas não esqueça de sugerir uma solução
para o problema.
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PIOR CENÁRIO
Questão 08)
Para elaborar sua redação você deve escolher UM entre os três temas
indicados e assinalar a opção correspondente.
Observe rigorosamente as instruções a seguir.
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INSTRUÇÕES
1. Não se esqueça de focalizar o tema proposto.
2. A sua redação deve necessariamente referir-se ao texto de apoio ou
dialogar com ele. Atenção, evite mera colagem ou reprodução.
3. Organize sua redação de modo que preencha entre 20 (mínimo) e 25
(máximo) linhas plenas, considerando-se letra de tamanho regular.
4. Observe o espaçamento que indica início de parágrafo.
5. Use a prosa como forma de expressão.
6. Crie um título para a sua redação e coloque-o na linha adequada.
7. Comece a desenvolver o texto na linha 1.
8. Use caneta esferográfica para transcrever a redação para a folha de
versão definitiva. Evite rasuras.
9. Verifique se, na folha de versão definitiva da redação, o número impresso
corresponde ao de sua inscrição.
Comunique ao Fiscal qualquer irregularidade.
10. O tempo para a transcrição da redação na folha de versão definitiva está
contido na duração da prova, que é de quatro horas.
TEMA 1
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TEMA 2
TEMA 3
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Considerando a abordagem do autor, escreva um texto dissertativo
discutindo as motivações que regem a exploração dos recursos
naturais na atualidade, situando nesse contexto a subordinação da
condição feminina.
Questão 09)
Para elaborar sua redação, considere os textos que são apresentados a
seguir, com novos pontos de vista acerca da passagem do tempo.
Lembre-se de que o objetivo dos textos desta prova é oferecer a você
subsídios para o desenvolvimento de suas idéias.
TEXTO IV
CANÇÃO DO AMOR-PERFEITO
1
arranjo
2
vegetação pobre
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TEXTO V
TEXTO VI
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TEXTO VII
Questão 10)
Para elaborar sua redação, além dos textos anteriores, considere os que se
seguem com novos pontos de vista sobre o tema Acomodação e
Transgressão.
Lembre-se, porém, de que o objetivo da apresentação desses textos é
oferecer a você subsídios para o desenvolvimento de suas idéias. Sua
redação deverá demonstrar elaboração própria.
TEXTO III
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TEXTO IV
(...)
Tu sabes,
Conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(...)
EDUARDO ALVES DA COSTA http://www.culturabrasil.pro.br
Redija um texto que apresente, com clareza, uma situação diante da qual,
freqüentemente, costumamos nos calar e desenvolva os argumentos
necessários para defender a idéia de que, frente a tal situação, é que
deveríamos, justamente, levantar nossa voz.
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Questão 11)
TEMA 1: O PROBLEMA DA ÁGUA
Questão 12)
TEMA 2: UMA “ÍNDIA”
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Observe o quadro reproduzido e, em seguida, desenvolva um texto tendo por
base UMA das duas opções a seguir:
a) uma DESCRIÇÃO da gravura em si, com referência óbvia aos elementos
que a compõem;
b) uma DISSERTAÇÃO a partir do que os motivos lhe sugerirem, como, por
exemplo, a visão falsa da índia, que se encontra muito “branqueada” e
numa inexistente harmonia com a natureza.
Questão 13)
TEMA 3: FORMAS DE ALIMENTAÇÃO HUMANA
Minhas razões para ser vegetariano são muito simples: os animais têm
capacidade de sofrer. Quando são criados para nos fornecer carne, eles
sofrem de muitas e desnecessárias maneiras.
Nós não precisamos comer carne. Qualquer que tenha sido a situação no
passado, nos primórdios da evolução humana, hoje as pessoas de classe
média dos países desenvolvidos têm uma gama enorme de alimentos
nutritivos a sua disposição. Uma dieta vegetariana não impede o acesso a
proteínas e outros nutrientes essenciais. Comemos carne porque apreciamos
o sabor, não porque ela seja necessária a nossa saúde.
O desejo de saborear a carne dos animais não justifica fazê-los sofrer.
Portanto, não deveríamos comer animais que sofrem só para isso – para nos
fornecer sua carne.
O sofrimento a que me refiro não ocorre apenas nos matadouros. Muitas
pessoas ainda não sabem como funcionam as modernas fazendas
industriais. Nelas, a mecanização e os métodos de negócios corporativos são
aplicados de acordo com o princípio de que os animais são objetos a ser
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consumidos. Para baratearem o custo, os produtores confinam e amontoam
os animais de maneira tal que os condenam a passar a vida inteira em
condições horríveis.
Tudo isso acontece por um equívoco ético fundamental. Os racistas
pensavam que um ser humano que não pertencesse a sua raça se situava
fora da esfera da ética. Podia, portanto, ser capturado e vendido como
escravo. Não acreditamos mais que as fronteiras raciais demarquem os
limites para além dos quais os seres humanos se transformem em objetos
para nosso uso. Mas ainda achamos que os seres que estão fora das
fronteiras de nossa espécie não passam de coisas úteis. Não há base moral
para essa crença. A escravidão animal deveria ser enterrada, juntamente
com a escravidão humana, no cemitério do passado.
(Peter Singer, filósofo australiano, professor de bioética na Universidade
Princeton)
Questão 14)
Tema no. 1: “Canção das cores”
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Este primeiro tema deve ser desenvolvido a partir da letra de “Canção das
cores”, música de Paulo Marinho e Renato Bagre, vencedora do Festival da
Canção de Itacoatiara (FECANI), em 2005. Se você o escolher, deve, em
primeiro lugar, entender o sentido expresso pela letra e, a partir disso, redigir
em UMA das seguintes perspectivas:
a) Comentar o poema a partir de sugestões por ele transmitidas e captadas
por sua sensibilidade;
b) Desenvolver o assunto de que ele trata, expressando suas próprias
opiniões sobre esse estigma que persegue a humanidade há séculos.
Carrossel
O mundo é um carrossel
Gigantesco arranha-céu
Vai mudando tudo o que criou
Qual a cor?
Diz aí: qual é tua cor?
Não me afaste, meu amor
Hoje somos um só
Um só
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Da paz que agora vai vingar
E o vento a soprar tão colorido
Questão 15)
Tema no. 2: Uma sugestiva gravura
Questão 16)
Tema no. 3: Hidropirataria
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Enquanto as grandes embarcações estrangeiras recriam a pirataria do
século 16, a burocracia impede o bloqueio desta nova forma de saque das
riquezas nacionais.
Os cálculos preliminares mostram que cada navio tem se abastecido com
250 milhões de litros. A ingerência estrangeira nos recursos naturais da
região amazônica tem aumentado significativamente nos últimos anos.
A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de
água doce. Somente o local do deságüe do Amazonas no Atlântico tem 320
km de extensão e fica dentro do território do Amapá. Nesse lugar, a
profundidade média é em torno de 50 m, o que suportaria o trânsito de um
grande cargueiro. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização
da área.
Mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), ainda não foi
possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região,
que acontece também através da ação de empresas multinacionais, de
pesquisadores estrangeiros autônomos ou das missões religiosas
internacionais.
O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do
mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo
desastroso para a Amazônia. E isto surge num momento crítico, com os
esforços sendo concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna,
abrandando pressão internacional pela conservação dos ecossistemas
locais.
Questão 17)
Leia com atenção o tema proposto e, em seguida, os textos motivadores e o
comentário:
A UNIVERSIDADE E O PROFISSIONAL
TEXTO I
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(...). O resultado é paradoxal, mas inegável: nascida no bojo de um processo
de modernização e democratização, já que universaliza o saber, a
universidade vem a ser ocupada por duas aparentes elites: a dos que
trabalham nela, tidos como “melhores”, porque os “piores” não conseguiram
suplantar os graus inferiores de trabalho, e a dos que a freqüentam,
igualmente classificados como “melhores”, porque os “piores” não
conseguiram suplantar os graus inferiores da educação...
ZILBERMAN, R. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Contexto,
1988. p.140.
TEXTO II
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Questão 18)
SITUAÇÃO A
Observações:
1. Não se esqueça de que você deverá fazer um texto expositivo ou
argumentativo
2. Não deixe de dar um título a sua redação, de acordo com a orientação
geral
3. Não copie trechos dos textos motivadores
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Questão 19)
Leia atentamente o que se segue:
Texto I
“Lá em casa é assim: quando a mulher reclama que está sentindo frio na
barriga, digo-lhe para aquecer-se junto ao fogão; quando está sentindo calor,
a solução está no tanque de lavar roupa; se está faminta, e não há nada para
comer, mando-a procurar emprego. E, finalmente, quando me questiona
alegando seus direitos, respondo-lhe em cima da bucha: Você só tem dois
direitos: o primeiro é não ter direito algum, e o segundo é não reclamar dos
direitos que tem.”
Texto II
Mulher proletária
Texto III
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Texto IV
TEMA II
Questão 20)
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Você foi contratado(a) por uma ONG (Organização Não Governamental), que
atua no combate à fome no Brasil e/ou no mundo, para escrever o texto de
uma campanha publicitária. O objetivo maior dessa campanha é convencer
a sociedade e os governos a desperdiçar menos e a doar mais (alimentos,
recursos) à população de baixa renda.
Ao desenvolver o tema, não se esqueça de apresentar argumentos (dados,
fatos) para fundamentar seu ponto de vista e de articulá-los por meio dos
conectores adequados, de modo a construir um texto consistente, coeso e
coerente. Lembre-se, também, de que a situação de produção requer o uso
da norma culta da língua portuguesa escrita e de que o gênero solicitado
(texto publicitário) apresenta determinadas características que devem ser
respeitadas. Observe, finalmente, que se trata de elaborar o texto verbal, o
que exclui qualquer forma de linguagem não-verbal (desenhos, símbolos etc).
Organize o seu texto para que ele apresente, no mínimo, 20 (vinte) e, no
máximo, 30 (trinta) linhas completas, considerando-se letra de tamanho
regular.
PAINEL DE LEITURA
Leia os textos que seguem, com atenção. Eles trazem subsídios (dados,
informações) importantes para sua redação. Naturalmente, você também
poderá recorrer ao seu “conhecimento de mundo” para abordar o tema
proposto.
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Texto 1
VOCÊ DESPERDIÇA COMIDA?
Texto 2
A fome aflige milhões no mundo
Texto 3
“Vamos criar condições para que todas as pessoas no nosso país possam
comer decentemente três vezes ao dia, todos os dias, sem precisar de
doações de ninguém. O Brasil não pode mais continuar convivendo com tanta
desigualdade. Precisamos vencer a fome, a miséria, a exclusão social. Nossa
guerra não é para matar ninguém, é para salvar vidas.”
Trecho do discurso oficial de Luís Inácio Lula da Silva como presidente
eleito (28/10/02).
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Questão 21)
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
Fragmento 01
Fragmento 02
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• Produza um texto coeso e coerente, com um mínimo de 20 linhas e um
máximo de 25 linhas, de cunho argumentativo posicionando-se a respeito do
tema proposto:
A exposição pessoal de adolescentes via Internet: caso de
exibicionismo ou violação de privacidade?
Questão 22)
REDAÇÃO
Questão 23)
Para desenvolver o tema da redação, leia o texto:
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Questão 24)
TEMA 1
O que se pede:
Produza um texto argumentativo, em que aborde o uso da tecnologia
genética na identificação e cura de doenças, com a finalidade de
explicitar seu ponto de vista acerca da interrupção da gestação em
casos de doenças genéticas sem possibilidade de cura.
Questão 25)
TEMA 2
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de descaso com a situação das vítimas por serem, em sua maioria, negros e
pobres.
No início de setembro passado, ao visitar um abrigo improvisado em um
estádio na cidade de Houston, Texas, a mãe do presidente declarou que
muitas pessoas pobres encontraram melhores condições de vida no abrigo
no Texas do que em suas casas (quadro abaixo).
O que se pede:
Produza um texto argumentativo, dando sua interpretação às palavras
da exprimeira dama norte- americana, e mãe do atual presidente, na
entrevista concedida ao programa de rádio. Percebe-se nelas algum
traço de preconceito? Ou de insensibilidade, diante da gravidade da
situação? Ou deve-se entendê- las como expressão de uma análise
racional dos fatos?
Questão 26)
TEMA 3
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O que se pede:
Escreva um texto argumentativo, explicitando seu ponto de vista acerca
da concepção de que jogos eletrônicos, ao mostrarem como naturais
imagens consideradas agressivas à convivência social, prejudicam a
formação da personalidade dos jovens, incitando- os à criminalidade e
à violência.
Questão 27)
Estão transcritas abaixo duas cartas de leitores, da revista ISTO É nº 1850 ,
abordando a presença de tropas da ONU, no Haiti, formadas por soldados
brasileiros. Os pontos de vista dos dois leitores sobre o tema divergem.
Haiti
Questão 28)
REDAÇÃO
Texto I
Cada vez mais os filhos prolongam sua estada na casa dos pais,
desfrutando de carinho e apoio quase inesgotáveis, liberdade, a comidinha
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predileta e outros confortos. Os pais parecem aceitar essa adolescência
quase perpétua numa boa e, em muitos casos, estimulam a permanência dos
filhos em casa até como uma estratégia para enfrentar o próprio
envelhecimento.
Liane Alves
Texto II
Uma pesquisa que ouviu 2.425 jovens em seis capitais e no interior de
São Paulo aponta que 82% deles têm pouca ou nenhuma vontade de morar
longe dos pais. A principal razão é o bom relacionamento dentro de casa.
Apenas 7% da garotada se dão mal com o pai e só 3% não se dão bem com
a mãe.
Revista Veja
Texto III
A adolescência vem se tornando cada vez mais longa. Parece que boa
parte dos jovens insiste em não crescer, em não assumir tarefas e
responsabilidades que caracterizam a idade adulta. Ao mesmo tempo, cresce
a marginalização de jovens das classes média e alta, o aumento do uso de
drogas, da violência e do consumismo, e o estabelecimento da cultura do
prazer e do lazer, que dispensa toda espécie de responsabilidade.
Adaptado da Editora Record
Questão 29)
TEMA 1
Leia os excertos a seguir:
Excerto 1
"...ladrões há dos quais podemos dizer que têm mais mãos que um
gigante (...) porque não lhes escapa conjunção, lugar, nem tempo. Como se
tiveram mil mãos, à direita e à esquerda, não erram o lançamento. E isto vem
a ser furtar com mãos próprias, que não é muito; mas furtar até com as
alheias é destreza própria desta arte, que vence na malícia e na sutileza
todas as artes".
Arte de Furtar. Texto anônimo do século XVII [1652].
Excerto 2
"Nós vivemos num ambiente de lassitude moral que se estende a todas
as camadas da sociedade. Esse negócio de dizer que as elites são corruptas,
mas o povo é honesto é conversa fiada. Nós somos um povo de
comportamento desonesto de maneira geral, ou pelo menos de um
comportamento pouco recomendável".
João Ubaldo Ribeiro. Revista Veja, 18 de maio de 2005.
Excerto 3
"Tanto o escândalo do mensalão quanto o atestado falso são casos claros
de roubo. (...) A cola é roubo de conhecimento, para passar sem saber, isto
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é, enganar o sistema de controle de qualidade da escola. (...) Professor que
não dá aula na hora em que deveria dar está roubando tempo do Estado e
do aluno, pois tempo é o que compra o seu salário."
Cláudio de Moura e Castro. Revista Veja, de 28 de setembro de 2005.
Questão 30)
TEMA
"(...) as lojas travam guerra para emprestar dinheiro e dar mais crédito. A
razão é simples: o consumidor."
Adaptação do texto da Revista Veja, edição 1953, ano 39, n.º 16, de
26/04/2006.
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Você poderá utilizar as informações dos excertos acima, sem, contudo,
copiá-las integral ou parcialmente. Selecione, organize e relacione
argumentos, fatos e opiniões que defendam e justifiquem seu ponto de vista.
Questão 31)
PROPOSTA 2
Questão 32)
1. Leia com atenção os textos abaixo e analise as idéias neles apresentadas.
Texto I
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Há quem goste. Os jovens se deixam guiar pela variedade das batidas;
distinguem-se por tribos. Voltamos, assim, à função mais primitiva da
música: fazer dançar ao som do tambor.
(Hilton Albuquerque)
Texto II
Cada época tem seu próprio som. A música contemporânea não prima pela
harmonia refinada, ou pela melodização sutil do mundo; o nosso tempo é
áspero, violento, e não poderia mesmo se traduzir senão pelo volume
provocador do som e pela dança agressiva dos jovens. O hip hop, o funk, o
house são algumas das inúmeras modalidades que compõem o dinamismo
da dança ao som pesado, quase um protesto. O mundo perdeu a música, a
música antiga, para se deixar ritmar pela explosão de uma juventude que está
celebrando a vida, a seu modo. Não se fale, portanto, em regressão ou perda
da sensibilidade musical.
(Josué de Moura)
Questão 33)
TEMA PARA DISSERTAÇÃO
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Questão 34)
DISSERTAÇÃO
1.
CAPRICÓRNIO
22/12 a 20/1
Você é livre, completamente livre para tudo, exceto para tentar ser alguém
que você não é. Esse é seu destino infalível, dar voltas e mais voltas, mas
no fim reconhecer que seu caminho é, apenas, ser quem você é.
2.
3.
É possível ser alguém com identidade própria e livre – ser você mesmo
– num mundo de idéias e comportamentos tão massificados como este
em que vivemos?
4.
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Questão 35)
DISSERTAÇÃO
1.
2.
Questão 36)
DISSERTAÇÃO
1.
Inácio da Catingueira, que homem! Foi uma das figuras mais interessantes
da literatura brasileira, apesar de não saber ler. Como os seus olhos
brindados de negro viam as coisas! É certo que temos outros sabidos demais.
Mas há uma sabedoria alambicada que nos torna ridículos.
(Graciliano Ramos, Viventes das Alagoas, 17.ed. Rio de Janeiro: Record, s.d.,
p. 121)
Com base nos comentários acima, desenvolva suas idéias num texto
dissertativo, com a argumentação que as justifique, a respeito da questão:
2.
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Questão 37)
1. Redija um texto dissertativo, em que você exponha suas idéias acerca do
assunto, apresentando argumentos.
2. A dissertação deve ter a extensão mínima de 20 linhas e máxima de 30,
considerando-se letra de tamanho regular.
Questão 38)
Os altos índices de repetência escolar não são mais perversos que o
conformismo da nossa sociedade com esse absurdo. Um absurdo que está
presente de modo significativo entre as classes sociais mais ricas e de modo
esmagador entre as classes mais pobres.
A verdade é que o fracasso na escola passou a ser encarado de forma
tão natural quanto a chuva, o sol, o calor e o frio. Tão natural que passou a
fazer parte da nossa cultura.
(VEJA , 59, 17/08/1994)
Questão 39)
Leia este trecho:
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prinçipalmente os adoleçentes. O “C” duro e o “QU” em que o “U” não é
pronunçiado çerão trokados pelo “K”, já ke o çom é ekivalente [...]
Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano,
kuando o problemátiko “H” mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum
eliminados. O “CH” çera çimplifikado para “X” e o “LH” pra “LI” ke da no
mesmo e e mais façil [...]
No terçeiro ano [...] o governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas
que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as
peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço, todos
konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos aspas e
traveçaum tambem çaum difiçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio
já vaum tarde.
No kuarto ano todas as peçoas ja çeraum reçeptivas a koizas komo a
eliminaçaum do plural nos adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U
nas palavra toda ke termina kom L como fuziu xakau ou kriminau [...] Os
karioka talvez naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de
falar xxx nos finau das palavra mas vaum akabar entendendo. Os paulista
vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar com o D nos
jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.
No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no
infinitivo ja ke ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke
ningem pronunçia komo por exemplo roba toca e enjenhero e de uzar O ou
E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I [...] os çinau di
interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam [...]
Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum
çoçiau e çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi
intende muitu melio i di forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu
vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us blogeru us
adivogado us iskrito i ate us pulitiko i u prezidenti.
Olia ço ki maravilia!”
http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/11/108883. Acesso: 3 jul. 2006.
Questão 40)
Estatísticas apontam que, em 2020, os idosos deverão representar 13% da
população brasileira, ou seja, mais de 30 milhões de pessoas. Com essa
previsão, o Brasil não poderá ser mais rotulado como “um país de jovens”.
Isso tem suscitado uma discussão sobre a necessidade de prepararmo-nos
para a velhice e, conseqüentemente, sobre o papel do idoso em nossa
sociedade.
Segundo Dalmo Dallari(*), professor da Faculdade de Direito da USP, há
divergência de opiniões. Para uns, o idoso “já deu a sua contribuição à
sociedade”; agora ele “é só um consumidor”, “deve conversar menos e
atrapalhar menos”. Para outros, o fato de ter mais idade e ter-se aposentado
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não implica, necessariamente, “demissão da vida” e “começo da morte”, mas,
sim, mudança de atividades.
(*) Disponível em:<www.dhnet.org.br/direitos/militantes/dalmodallari/dallari_
idosos.htm>. Acesso em: 25 agosto 2006.
Questão 41)
Leia o texto do filósofo Bertrand Russell: “Três paixões, simples, mas
irresistivelmente fortes, governam-me a vida: o anseio do amor, a busca do
conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade”.
Questão 42)
ALTERNATIVA A
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As telenovelas refletem uma crise moral do brasileiro?
COLETÂNEA
TEXTO 1
TEXTO 2
O que se tem visto é que as personagens do mundo político e econômico, de
um modo geral, quando são ricas ou poderosas, podem praticar crimes sem
serem punidas. Parece que isso provocou uma espécie de cinismo, de
amarga aceitação de que o crime compensa.
Renata Pallottini, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Telenovela da ECA-
USP
TEXTO 3
Eu acho que o Foguinho, personagem de Lázaro Ramos, dá à novela uma
característica mais humanista porque ele não é nem o mocinho, nem o vilão.
Ele é um Macunaíma que tem empatia, mas que tem também um lado do
safado, do esperto, do romântico, do mentiroso e do sobrevivente. É um
pouco ético e um pouco anti-ético, assim como todos nós. Por isso, o público
se identifica com o Foguinho.
João Emanuel Carneiro, autor da novela Cobras e Lagartos
TEXTO 4
A moral brasileira está em frangalhos.
Sílvio de Abreu, autor de Belíssima.
TEXTO 5
A telenovela não consegue problematizar pra valer a prepotência da elite
brasileira.
Lisandro Nogueira, professor de Cinema da UFG e autor do livro O autor da
televisão.
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Questão 43)
ALTERNATIVA C
Proposta: É comum, no Brasil, políticos comprovadamente corruptos não
sofrerem nenhuma punição e ainda retornarem ao poder por meio do voto.
Nas próximas eleições, um número significativo de políticos envolvidos em
escândalos de corrupção se apresentará candidato e alguns já se
consideram eleitos. Esse é um quadro assustador que demonstra o fracasso
das leis contra crimes de corrupção e o despreparo político dos eleitores. Leia
o editorial do jornal O Popular, de 23 de julho de 2006 e, com base também
em suas outras leituras e informações, redija um texto dissertativo em que
discuta o seguinte tema:
TEXTO 1
O repúdio do eleitor
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Questão 44)
PROPOSTA (1):
A maior parte das críticas volta-se para a forma de grafia usada nas
mensagens eletrônicas.
São muitas abreviações, com troca de letras, simplificações de toda parte
que – dizem os críticos – estariam empobrecendo ‘a língua portuguesa’.”
(Revista Língua Portuguesa, ano 1, 2006 – nº 2)
Questão 45)
PROPOSTA 2
Uma prática cada vez mais comum para os donos de cães e gatos é deixar
seus animais de estimação em hotéis, enquanto viajam, ou em creches,
enquanto estão no trabalho. É lógico que os proprietários procuram oferecer
a seus animais o que há de melhor. Existem hotéis que funcionam como SPA,
com direito, inclusive, a banho de ofurô. Mesmo com tanta pompa, alguns
animais se sentem abandonados e, por isso, precisam passar por um período
de adaptação.
No início, os donos devem levar os bichinhos para passarem apenas algumas
horas. Depois, para pernoitarem no hotel. Mas é indispensável deixar um
telefone de contato de alguém que possa buscar o animal, no caso de ele
não se acostumar com tanto mimo".
Cata-palavra, Coquetel, no 6, Ediouro.
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Questão 46)
TEMA
[...] Aprende-se aos dois anos, aos 15, aos 40, aos 80 anos. E isso serve
para indivíduos, casais, grupos, empresas, corporações, governos. Quando
se instala o faz-de-conta, a conseqüência, cedo ou tarde, é o inevitável
emburrecer. Ou seja: faz de conta que somos o centro do mundo, faz de
conta que somos os reis da cocada preta, faz de conta que não erramos. E
junto com a burrice vem a sua inseparável parceira, a arrogância.
(MELLO, Hélio Campos. O ser, o ter e o parecer. Isto É.
São Paulo: Três, n. 1879, p. 19, 19 out. 2005.)
Questão 47)
TEMA
I.
Bengalada
Nenhum cidadão patriota, por mais que esteja chispando ódio com o estado
de putrefação em que se encontra o Brasil, é favorável à prática da violência,
por mais que o bandoleiro mereça. O episódio em que o escritor Yves
Humblet brindou uma velha figura política com uma bengalada é mais uma
prova de indignação do povo brasileiro. Não obstante, percebo que os caras-
pintadas, em plena era da internet, estão prostrados, perdendo a capacidade
de se indignar, aceitando essa indecência com naturalidade. E o pior é ver o
STF interferir nos trabalhos da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados,
estuprando, assim, a Constituição, relativamente à independência dos
poderes.
Ufa, cada macaco no seu galho.
(VASCONCELOS, Vasco. Bengalada. A Tarde, Salvador, 3 dez. 2005. Opinião,
p. 2. Espaço do leitor.)
II.
Frestão ou Fristão
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ferozes em moinhos de vento (livro 1, cap. 8), para tirar de D. Quixote a glória
de vencê-los. Mais ou menos como José Dirceu manchou a glória do PT
vencedor. Há também um personagem Fristão (em espanhol, Fristón), fingido
autor do livro “Dom Belianis de Grécia”, de modo que o ilustre escritor teria
acertado referindo-se tanto a Frestão quanto a Fristão.
(RAMOS, Mário Amora. Frestão ou Fristão. A Tarde, Salvador, 3 dez. 2005.
Opinião, p. 2. Espaço do leitor.
Questão 48)
• Escreva sua Redação, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara
e legível.
• Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maiúsculas.
• O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Questões.
• Na Folha de Resposta, utilize apenas o espaço a ela destinado.
• Será atribuída pontuação ZERO à Redação que
– não se atenha ao tema proposto;
– esteja escrita a lápis, ainda que parcialmente;
– apresente texto incompreensível ou letra ilegível;
– esteja escrita em verso;
– não seja respondida na respectiva Folha de Resposta;
– esteja assinada fora do local apropriado;
– possibilite, de alguma forma, a identificação do candidato;
– apresente texto padronizado, comum a vários candidatos.
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PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Tradução Rualdo Menegat et al. 4.
ed.
Porto Alegre: Bookman, 2006. p.173-185. Adaptado.
III. TERRA
[...]
Eu estou apaixonado
por uma menina terra
Signo de elemento terra
do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
[...]
De onde nem tempo nem espaço,
que a força mãe dê coragem
Pra gente te dar carinho,
durante toda a viagem
Que realizas do nada,
através do qual carregas
o nome da tua carne
Terra, terra,
Por mais distante
o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
VELOSO, Caetano. Terra. Disponível em: <http://
caetano-veloso.letras.terra.com.br/letras/44780/>.
Acesso em: 23 jul. 2006.
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IV. CIO DA TERRA
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo
o milagre do pão
e se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana
a doçura do mel,
se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação
De fecundar o chão
NASCIMENTO, Milton; BUARQUE, Chico. Cio
da terra. Disponível em: <http://miltonnascimento.
letras.terra.com.br/letras/47414/>.
Acesso em: 23 jul. 2006.
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contra a piçarra da Caatinga
será fácil amansar
esta aqui, tão feminina.
MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina e outros poemas em voz
alta. 4. ed.
Rio de Janeiro: Sabiá, 1969. p. 88-89.
VI. ASSENTAMENTO
[...]
Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Chico Buarque
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A relação do homem com a terra.
Questão 49)
No texto A novela pestilenta, o autor faz a seguinte afirmação:
Questão 50)
Elabore um comentário opinativo, no qual você responda à seguinte questão:
Questão 51)
Desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre a relação entre
estados de humor e experiências da vida cotidiana, tomando por base os
fragmentos abaixo:
(Ditos populares)
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“Para Freud, o senso de humor é o principal sinal de um psiquismo sadio. Ele
o considerava a forma privilegiada pela qual adultos mantêm a capacidade
de brincar e de não ser esmagados pelos imperativos da vida em sociedade.”
ORIENTAÇÕES
Questão 52)
PROPOSTA 1
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2. A beleza é, em sua própria essência, algo muito relativo. Prova disto é
que os padrões de beleza se modificaram no decorrer da história da
humanidade. Antes considerada um atributo da natureza, a beleza passou a
ser encarada como uma questão de “conquista” e, nesta lógica, é necessário
investir muito dinheiro e tempo a fim de se alcançar a aprovação da
sociedade. A beleza, ou melhor, a feiúra, acabou gerando um lucrativo
mercado no mundo capitalista. Com muita propriedade, a escritora americana
Noemi Volf afirma, em seu livro O mito da beleza, que “a beleza é um sistema
monetário assim como o ouro”.
(Rosângela Angelin. Adaptado de Rev.
Espaço Acadêmico, março/2005).
3. Como afirma Maria Rita Kehl: “A maior beleza está no corpo livre,
desinibido em seu jeito de ser, gracioso porque todo ser vivo é gracioso
quando não vive oprimido e com medo. É a livre expressão de nossos
humores, desejos e odores; é o fim da culpa e do medo que sentimos pela
nossa sensualidade natural; é a conquista do direito e da coragem a uma vida
afetiva mais satisfatória; é a liberdade, a ternura e a autoconfiança que nos
tornarão belos. É essa a beleza fundamental.”
(Retirado de espaçoacademico.com.br).
Questão 53)
Leia o texto e responda.
O racionalismo pode ser definido como doutrina que, por oposição ao
cetismo, atribui à Razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e de
estabelecer a Verdade; por oposição ao empirismo considera a Razão como
independente da experiência sensível, posto ser ela inata, imutável e igual
em todos os homens; contrariamente ao misticismo, rejeita toda e qualquer
intervenção dos sentimentos e das emoções, pois, no domínio do
conhecimento, a única autoridade é a Razão.
Milton Japiassu
Questão 54)
Leia o texto e responda
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raças, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No caso
particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca.
Como posso saber se o que passou na cabeça dele era mesmo ofender os
negros? Eu, Carmem Mayrink Veiga, não tenho idéia. Mas o que posso dizer
é que, se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar
com toda a razão.
(Revista Veja)
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece
fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta
curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...) O hábito
suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
REZENDE, Otto Lara, Folha de S. Paulo, São Paulo, 23.02.92
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Questão 55)
Sobre o texto, é correto afirmar:
a) O narrador, em terceira pessoa, não participa subjetivamente, apenas
sugere que o leitor veja as coisas de outra maneira.
b) Há um apelo para que o leitor observe mais atentamente a realidade ao
seu redor, assim possibilitando uma compreensão mais apurada das
coisas e a construção de um mundo melhor.
c) O enunciador aconselha que se preste mais atenção ao que se vê
rotineiramente, com isso posicionando-se objetivamente, dispensando
floreios e adjetivações desnecessárias.
d) Trata-se de um texto dissertativo, pois o enunciador emite juízos e
opiniões.
e) Quando sugere que se veja mais atentamente a realidade, o enunciador
exagera na argumentação, daí porque o texto apresenta momentos de
obscuridade, fazendo-se quase incompreensível à expectativa do leitor.
Texto I
Leitura e subdesenvolvimento
“(...) 2.
1
Se pensarmos nas condições materiais de existência da literatura, o fato
básico talvez seja o analfabetismo, que nos países de cultura pré-colombiana
adiantada é agravado pela pluralidade lingüística ainda vigente, com as
diversas línguas solicitando o seu lugar ao sol. Com efeito, ligam-se ao
analfabetismo as manifestações de debilidade cultural: falta de meios de
comunicação e difusão (editoras, 5bibliotecas, revistas, jornais); inexistência,
dispersão e fraqueza dos públicos disponíveis para a literatura, devido ao
pequeno número de leitores reais (muito menor que o número já reduzido de
alfabetizados); impossibilidade de especialização dos escritores em suas
tarefas literárias, geralmente realizadas como tarefas marginais ou mesmo
amadorísticas; falta de resistência ou discriminação em face de influências e
pressões externas. O quadro dessa debilidade se completa por fatores de
ordem econômica e política, 10como os níveis insuficientes de remuneração
e a anarquia financeira dos governos, articulados com políticas educacionais
ineptas ou criminosamente desinteressadas. Salvo no tocante aos três
países meridionais que formam a ‘América branca’ (no dizer dos europeus),
tem sido preciso fazer revoluções para alterar as condições de analfabetismo
predominante, como foi o caso lento e incompleto do México e o caso rápido
de Cuba.
15
Os traços apontados não se combinam mecanicamente e sempre do
mesmo modo, havendo diversas possibilidades de dissociação e
agrupamento entre eles. O analfabetismo não é sempre razão suficiente para
explicar a fraqueza de outros setores, embora seja o traço básico do
subdesenvolvimento no terreno cultural. (...) Nas metrópoles que ainda hoje
têm áreas subdesenvolvidas (Espanha e Portugal), a literatura foi e continua
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sendo um bem de consumo restrito, em comparação com os países
plenamente desenvolvidos, 20onde os públicos podem ser classificados pelo
tipo de leitura que fazem, e tal classificação permite comparações com a
estratificação de toda a sociedade. Mas tanto na Espanha e em Portugal
quanto em nossos países cria-se uma condição negativa prévia, o número
de alfabetizados, isto é, os que podem eventualmente constituir os leitores
das obras. Esta circunstância faz com que os países latino-americanos
estejam mais próximos das condições virtuais das antigas metrópoles do que,
em relação às suas, os países25subdesenvolvidos da África e da Ásia, que
falam idiomas diferentes dos falados pelo colonizador e enfrentam o grave
problema de escolher o idioma em que deve manifestar-se a criação literária.
(...)
Isto é dito para mostrar que são maiores as possibilidades de
comunicação do escritor latinoamericano no quadro do Terceiro Mundo,
apesar da situação atual, que reduz muito os seus públicos eventuais. No
entanto, é também possível imaginar que o escritor latino-americano esteja
condenado a ser 30sempre o que tem sido: um produtor de bens culturais para
minorias, embora no caso estas não signifiquem grupos de boa qualidade
estética, mas simplesmente os poucos grupos dispostos a ler. Com efeito,
não esqueçamos que os modernos recursos audiovisuais podem motivar
uma tal mudança nos processos de criação e nos meios de comunicação,
que quando as grandes massas chegarem finalmente à instrução, quem sabe
irão buscar fora do livro os meios de satisfazer as suas necessidades de
ficção e poesia.
35
Dizendo de outro modo: na maioria dos nossos países há grandes
massas ainda fora do alcance da literatura erudita, mergulhando numa etapa
folclórica de comunicação oral. Quando alfabetizadas e absorvidas pelo
processo de urbanização, passam para o domínio do rádio, da televisão, da
história em quadrinhos, constituindo a base de uma cultura de massa. Daí a
alfabetização não aumentar proporcionalmente o número de leitores da
literatura, como a concebemos aqui; mas atirar os alfabetizados, 40junto com
os analfabetos, diretamente da fase folclórica para essa espécie de folclore
urbano que é a cultura massificada. No tempo da catequese os missionários
coloniais escreviam autos e poemas, em língua indígena ou em vernáculo,
para tornar acessíveis ao catecúmeno os princípios da religião e da
civilização metropolitana, por meio de formas literárias consagradas,
equivalentes às que se destinavam ao homem culto de então. Em nosso
tempo, uma catequese às avessas converte rapidamente o homem rural à
45
sociedade urbana, por meio de recursos comunicativos que vão até à
inculcação subliminar, impondo-lhe valores duvidosos e bem diferentes dos
que o homem culto busca na arte e na literatura.
Aliás, este problema é um dos mais graves nos países subdesenvolvidos,
pela interferência maciça do que se poderia chamar o know-how cultural e
dos próprios materiais já elaborados de cultura massificada, provenientes dos
países desenvolvidos. Por este meio, tais países podem não apenas difundir
50
normalmente os seus valores, mas atuar anormalmente através deles para
orientar a opinião e a sensibilidade das populações subdesenvolvidas no
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sentido dos seus interesses políticos. É normal, por exemplo, que a imagem
do herói de far-west se difunda, porque, independente dos juízos de valor, é
um dos traços da cultura norte-americana incorporado à sensibilidade média
do mundo contemporâneo. Em países de larga imigração japonesa, como o
Peru e sobretudo o Brasil, está-se difundindo de maneira 55também normal a
imagem do samurai, sobretudo por meio do cinema. Mas é anormal que tais
imagens sirvam de veículo para inculcar nos públicos dos países
subdesenvolvidos atitudes e idéias que os identifiquem aos interesses
políticos e econômicos dos países onde foram elaboradas. Quando
pensamos que a maioria dos desenhos animados e das histórias em
quadrinhos são de copyright norte-americano, e que grande parte da ficção
policial e de aventura vem da mesma fonte, ou é decalcada nela, é fácil
avaliar 60ª ação negativa que podem eventualmente exercer, como difusão
anormal junto a públicos inermes.
A este respeito convém assinalar que na literatura erudita o problema das
influências pode ter um efeito estético bom, ou deplorável; mas só por
exceção repercute no comportamento ético ou político das massas, pois
atinge um número restrito de públicos restritos. Porém, numa civilização
massificada, onde predominem os meios não-literários, paraliterários ou
subliterários, como os citados, tais públicos 65restritos e diferenciados tendem
a se uniformizar até o ponto de se confundirem com a massa, que recebe a
influência em escala imensa. E, o que é mais, por meio de veículos onde o
elemento estético se reduz ao mínimo, podendo confundir-se de maneira
indiscernível com desígnios éticos ou políticos, que, no limite, penetram na
totalidade das populações. (...)”
Texto II
Para construir leitores
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da média de leitura dos brasileiros, que é de 1,8 livro por pessoa, por ano, de
acordo com a CBL (Câmara Brasileira do Livro). (...)
Por não ter freqüentado a escola o quanto deveria e por não ter tido o
estímulo para a leitura dentro de casa, Evando é um contra-exemplo.
Segundo os especialistas ouvidos pela reportagem, o gosto e o interesse
pelos livros são adquiridos socialmente, apesar de a leitura ser um ato
individual. (...)
Para Vera Masagão, da ONG Ação Educativa, o principal ambiente em
que as pessoas podem ser acostumadas ao universo da leitura é a escola,
“com todas as deficiências que ela tem”. Ao lado dela, está a família. “Quem
nasceu em uma família de leitores, independentemente do poder aquisitivo
dessa família, tem muita chance de se tornar um grande apreciador dos
livros”, acredita o presidente do Instituto Brasil Leitor, William Nacked. Um
dado do Inaf (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional) parece
sustentar essa opinião: a mãe é indicada por 41% dos entrevistados como
uma das duas pessoas que mais influenciam o gosto pela leitura -
professores são citados por 36%, e o pai, por 24%. (...)”
Questão 56)
Observe, com atenção, a figura ao lado, reprodução de foto de Fernando
Priamo, publicada na Tribuna de Minas, em sua edição de 29 de junho de
2003.
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TEXTO: 3 - Comum à questão: 57
TEXTO I
A COLONIZAÇÃO DO CIBERESPAÇO
Fratura digitall
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mundo da comunicação, da cultura e da educação de amanhã, com todos os
riscos que isso trará para a liberdade de espírito dos cidadãos e para a
democracia.
RAMONET, Ignácio. Cadernos Le Monde Diplomatique. São Paulo,
Fundação Abaporu S/C / Editora UNESP. n.º 3, Janeiro 2002, p. 41.
Questão 57)
Podemos caracterizar o texto “A colonização do ciberespaço” como
argumentativo.
a) Qual é o pressuposto defendido pelo autor?
b) Retire do texto um argumento usado para comprovar o pressuposto.
1
Imaginemos que tenho uma teoria sobre nutrição e que esta desemboca
na minha dieta 2para emagrecer. Se, pisando na balança, descubro que meu
peso aumentou, posso até 3continuar insistindo na excelência da minha teoria
e afirmando que a balança não interessa. 4Mas, na lógica da ciência, minha
teoria está errada – salvo enguiço da balança.
5
Em um ensaio anterior, defendi a idéia de que as decisões em educação
deveriam ser 6respaldadas pela evidência científica que possa existir na área.
As palavras encantadas dos 7gurus e as impressões pessoais devem ser
confrontadas com o mundo real. É como no 8exemplo acima, em que as
minhas teorias nutricionais são checadas pela balança. Precisamos 9de
teorias e de interpretações, mas, se elas não têm correspondência com a
observação da 10realidade, não sobrevivem.
11
Recebi muitos e-mails louvando a idéia de que é saudável olhar a
evidência. Contudo, 12um número alarmante de professores, como sugerem
seus e-mails, pensa de modo diferente. 13Para eles: 1) Não é olhando a
evidência que se decide entre o certo e o errado. Esta pode ser
14
olimpicamente ignorada, sendo um desaforo questionar as verdades
reveladas. 2) O que está 15escrito no texto não é considerado. Portanto, tiram
conclusões, assestam ataques e dirigem 16vitupérios ao que acham haver
sido dito, mas que na realidade não está escrito. O alvo 17principal das
indignações é o que consideram ser as minhas "opiniões" contra os
professores.
18
Várias mensagens rejeitam, mais ou menos assim, uma afirmativa que
eu teria feito: "O 19Claudio acha que os professores sem diploma de professor
são melhores do que os com 20diploma". Argumentam que a sua opinião é
certa; e a minha, errada.
21
Vejamos um e-mail representativo: "[...] fiquei indignada ao saber que
alguém pode 22pensar que professores formados em pedagogia possam
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atuar menos em sala de aula em 23relação a outros formados em outras
disciplinas. Quem conhece o processo ensinoaprendizagem 24das séries
iniciais [...] jamais poderia fazer tal afirmação. A avaliação citada (do
25
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, Saeb) não pode servir
de parâmetro para 26qualquer julgamento sobre a qualidade da Educação".
27
Contudo, rejeita-se o que eu não disse! Eu escrevi o seguinte: nas
tabulações do Saeb, 28"os alunos de professores que cursam magistério ou
pedagogia têm notas piores do que os de 29professores que têm diploma
superior em outra carreira". O trecho é mera leitura de uma 30tabela. Portanto,
não é minha "opinião". Digo em seguida: "Aprende mais quem aprende com
31
quem não é professor? Não sabemos ao certo". Veja-se que a interpretação
é apresentada na 32forma de uma pergunta, convidando a um esforço a
entender o porquê de um resultado tão 33antiintuitivo (o presente ensaio não
é propriamente sobre educação, mas sobre como entender 34o mundo;
portanto, não entro aqui nas explicações cabíveis).
35
Nega-se a idéia de que encontramos tais respostas mediante a
observação do mundo 36real. Implicitamente, afirma-se o inverso, isto é,
desvendamos o mundo real filosofando, 37"achando" ou nos referindo a uma
observação pessoal. É como se o Saeb fosse uma teoria 38alternativa que
pudéssemos escolher – quando, na verdade, é o teste da teoria. É como a
39
balança que verifica o resultado das minhas teorias nutricionais – mas não
as substitui. Será 40que essas mesmas pessoas gostariam de consultar-se
com um médico que receita por palpite?
41
As mensagens conduzem a outra interpretação paralela, mas que
tampouco é otimista: 42os missivistas não leram com atenção o ensaio.
Responderam emocionalmente ao que 43pensam que o autor quis dizer. Só
que o autor quis dizer exatamente o que escreveu, e não o 44que imaginam
ter dito. Ou seja, nossos alunos estão aprendendo a ler com alguns
professores 45que não são capazes, eles próprios, de decifrar com rigor um
texto.
46
Isso nos remete tristemente a outro resultado do Saeb não mencionado
no ensaio 47anterior: os níveis de compreensão de leitura dos nossos alunos
são baixíssimos. De fato, são 48calamitosos. Haverá alguma conexão?
Questão 58)
Considerando a relação entre as idéias constantes na introdução do texto e
aquelas desenvolvidas nos parágrafos subseqüentes, é correto afirmar que
o primeiro parágrafo
a) expõe a tese, justificada nos parágrafos subseqüentes, de que a teoria
nutricional do autor, apresentada neste ensaio, está equivocada, ao
contrário da sua teoria sobre educação, apresentada em um ensaio
anteriormente escrito.
b) lança a idéia, fundamentada nos parágrafos seguintes, de que é preciso
ponderar, ou seja, colocar na balança os prós e os contras antes de tomar
qualquer decisão.
c) apresenta uma situação análoga à que é discutida nos parágrafos
subseqüentes.
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d) propõe-se a discutir, no desenvolvimento do texto, os equívocos
cometidos no processo de testagem das teorias.
e) direciona-se para um foco temático posteriormente abandonado no texto.
1
A morte do livro como veículo da literatura já foi profetizada várias vezes
na chamada 2época moderna. E não por inimigos da literatura, mas pelos
próprios escritores. Até onde me 3lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi
nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no 4começo do século 20.
5
Entusiasmado com a invenção do gramofone (ou vitrola), acreditou que
os poetas em 6breve deixariam de imprimir seus poemas em livros para
gravá-los em discos, com a vantagem 7– segundo ele, indiscutível – de o
antigo leitor, tornado ouvinte, ouvi-los na voz do próprio 8poeta. A profecia
estava equivocada, mas o erro do poeta é compreensível, já que, com o
9
gramofone, os poetas modernos estariam mais próximos dos antigos
aedos2. De qualquer 10modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-se
um mau profeta, já que os poetas 11continuaram a se valer do livro para
difundir seus poemas, enquanto o disco veio servir mesmo 12foi aos cantores
e compositores de canções populares, que são de fato os aedos*2 modernos.
E 13a tal ponto que houve quem afirmasse a substituição do poema pela
canção popular: a poesia 14teria, assim, por morte do poema, se transferido
do livro para o disco.
15
Mas ainda desta vez os propagadores de maus presságios pisaram na
bola, uma vez 16que, décadas depois dessa profecia, os livros de poemas
continuaram a ser editados, com a 17ajuda, hoje – vejam vocês! – da
revolucionária tecnologia da informática. (Mas já há quem 18garanta que o
livro – e não só o de literatura – vai morrer agora, substituído pelo
computador. 19Mal sabe essa gente que há 40 anos inventei o livro-poema,
que o computador não pode 20substituir.)
21
O mais recente profeta do fim do livro é o romancista norte-americano
Philip Roth, que 22numa entrevista fez o prenúncio. Na verdade, ele anunciou
o fim da própria literatura, e não por 23falta de escritores, mas de leitores.
Certamente referia-se a certo tipo de literatura, pois obras 24de ficção como
“O Código Da Vinci” e “Harry Potter” atingem tiragens de milhões de
25
exemplares em todos os idiomas.
26
Outro fenômeno que contradiz a tese de que as pessoas lêem cada vez
menos é o 27crescente tamanho dos best-sellers: ultimamente, os volumes
ultrapassam as 400 ou 500 28páginas, havendo os que atingem mais de 800.
Tais dados invalidam, mais uma vez, as 29previsões da morte do livro e da
literatura.
30
Não concordo com elas, quando mais não seja porque me parece que
essa visão 31simplificadora não leva em conta alguns fatores que estão
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ocultos, mas atuantes na sociedade 32de massa: fatores qualitativos que a
avaliação meramente quantitativa ignora.
33
É indiscutível que as obras literárias de qualidade – não as que
constituem mero 34passatempo –, que influem na construção do universo
imaginário de uma época, atingem 35inicialmente um número reduzido de
leitores, mas é verdade também que através deles, com o 36passar do tempo,
influem sobre um número cada vez maior de indivíduos – e especialmente
37
sobre aqueles que constituem o núcleo social irradiador das idéias.
38
Costumo, a propósito dessa discussão, citar o exemplo de um livro de
poemas que 39nasceu maldito: “As Flores do Mal”, de Charles Baudelaire,
cuja primeira edição, em reduzida 40tiragem, data de 1857. Naquela mesma
época, havia autores cujos livros alcançavam tiragens 41consideráveis, que
às vezes chegavam a mais de 30 mil exemplares. Esses livros cumpriram
42
sua missão, divertiram os leitores e foram esquecidos, como muitos best-
sellers de nossa 43época. Enquanto isso, o livro de poemas de Baudelaire –
cuja venda quase foi proibida pela 44Justiça –, que vem sendo reeditado e
traduzido em todas as línguas, já deve ter atingido, no 45total das tiragens,
muitos milhões de exemplares. O verdadeiro best-seller é ele ou não é?
*1 Texto adaptado.
*2 Na Grécia antiga, cantor que apresentava suas composições religiosas ou
épicas, acompanhando-se ao som da cítara.
Questão 59)
Em seu texto, Ferreira Gullar utiliza vários argumentos para refutar a possível
morte do livro. Tendo isso em vista, assinale o item cujo argumento não
reforce seu ponto-de-vista:
a) O número de páginas dos best-sellers está cada vez maior.
b) Os best-sellers, como “O Código da Vinci” e “Harry Potter”, vendem cada
vez mais.
c) A profecia do poeta Guillaume Apollinaire que afirmava que o livro deixaria
de ser veículo de literatura.
d) Os best-sellers alcançam grandes tiragens em vários idiomas.
e) Alguns dos livros mais vendidos chegam a ter 800 páginas.
Sou uma nulidade no uso do celular. Mal conheço a senha para tirar as
mensagens lá de dentro e, pelo que vejo, meu aparelho é forte candidato a
uma dessas explosões que têm acontecido ultimamente.
Pinóquio não primava pela responsabilidade nos compromissos
assumidos, mas seu Grilo Falante, de cartola e guarda-chuva, conhecia as
virtudes da polidez e da adequação. Não tomava a palavra antes de um
minúsculo pigarro de advertência.
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Inseto mutante, o celular está para o grilo de Pinóquio um pouco como a
guitarra elétrica para o antigo violão. Adota os tons mais estridentes,
descabelados e imperativos, a que as pessoas obedecem numa coreografia
alucinada. A pose mais estudada da grã-fina se estilhaça em aflição e pânico
enquanto ela remexe na bolsa à procura do aparelho; o taxista mais inerte e
distraído pula ao menor toque, como se tivesse uma aranha dentro do carro.
E nem se sabia que aquilo era carregado de dinamite.
COELHO, M. Folha de S. Paulo, São Paulo, 10 maio 2006, p. E 10.
Ilustrada. [Adaptado].
Questão 60)
O trecho “Inseto mutante, o celular está para o grilo de Pinóquio um pouco
como a guitarra elétrica para o antigo violão” estrutura-se em uma relação
lógica de
a) antagonismo.
b) causalidade.
c) gradação.
d) analogia.
1
Tudo começou em tom frugal e inócuo. Um jornal dinamarquês decidiu
testar a susceptibilidade muçulmana e 2marcar pontos banais no quesito
‘liberdade de expressão’.
3
Consciente de que a fé islamita proíbe a representação icônica do profeta
Maomé, um editor do “Jullands-Posten” 4[sic] convocou os cartunistas do país
a submeterem charges ironizando a inflexibilidade canônica dos maometanos
e 5satirizando seu profeta. Uma dúzia de desenhistas prontificou-se a cumprir
a tarefa. Uma vez publicadas, as caricaturas 6deflagraram a mais do que
prevista ira dos ofendidos, e a tentativa por parte de clérigos islamitas
residentes na Dinamarca 7de censurarem a crítica jocosa. Jornais da
Noruega, e mais tarde de outros países europeus, reeditaram os desenhos,
num 8ato de solidariedade à sacrossanta liberdade de imprensa, uma
fortaleza inexpugnável da democracia ocidental.
9
O incidente, até esse ponto, limitava-se à altercação de natureza verbal.
Líderes de comunidades muçulmanas 10estabelecidas na Europa
argumentavam que a liberdade de expressão não deveria servir de pretexto
para a ridicularização 11da fé alheia; apologistas das caricaturas justificavam
que ofender era uma prerrogativa das sociedades abertas.
12
Indiferente à tempestade que aos poucos ia ganhando consistência ao
seu redor, o Primeiro Ministro dinamarquês 13esnobou a petição de um grupo
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de embaixadores árabes para um encontro formal, onde a questão seria
abordada de forma 14diplomática.”
http://www.duplipensar.net/dossies/crise-das-charges-de-maome/algo-de-
podre-no-reino-da-dinamarca-ou-no-senso-de-humor-islamico.html
(acessado em 1º de março de 2006)
Questão 61)
O estabelecimento de um jogo semântico confere ao texto uma riqueza não
despercebida ao leitor competente.
Assim, supondo um texto que critique o aumento do preço das passagens
aéreas, fica evidente que o título “Aumenta o preço da passagem aérea” é
menos rico lingüisticamente que “Decola o preço da passagem aérea”.
NO RASTRO DA FALA
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Seguindo essas pistas, os antropólogos costumam registrar um
florescimento cultural bastante significativo por volta de 50 mil anos atrás.
Para alguns, este florescimento cultural, inimaginável sem a linguagem, é
indício de que ela já estava plenamente estruturada 20naquela época.
Ao confrontar a data do surgimento da espécie com a do florescimento da
cultura, há lingüistas que defendem a hipótese de que a linguagem teve
desenvolvimento vagaroso, crescendo em complexidade ao longo dos
milênios.
Outros, porém, consideram intrínseca a relação entre a espécie e a
linguagem e 25prodigioso o processo pelo qual um bebê se torna um falante.
Afinal, uma criança não começa a falar por simples imitação ou por puro
aprendizado a partir de um estágio zero, como se o cérebro fosse uma caixa
vazia. Por isso, defendem que a linguagem como a conhecemos surgiu junto
com a espécie e está relacionada a uma mutação radical no conglomerado
de genes dos hominídeos mais antigos.
30
No momento, a Lingüística não tem nenhuma base para optar entre
essas hipóteses. A linguagem falada é um bem imaterial. Assim, de seu
passado nada sobrou. Não temos, por exemplo, o menor indício de como
teria sido o estágio semiótico imediatamente anterior à linguagem
propriamente humana, isto é, aquela anterior à nossa linguagem. (...)
[FARACO, Carlos Alberto. No rastro da fala. Revista Discutindo Língua
Portuguesa, ano 1, n. 3, p. 18-21. (fragmento adaptado)]
Questão 62)
Com relação à estrutura do texto lido, classifique as assertivas abaixo como
verdadeiras ou falsas e, em seguida, identifique a seqüência CORRETA:
a) VVFFV
b) VFFFV
c) FVFVV
d) FVVVF
e) FFVFF
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Questão 63)
Com relação à argumentação, no texto lido, é CORRETO afirmar que:
a) O autor não observou o procedimento da unidade temática, ao recorrer,
simultaneamente, à Paleontologia, à Antropologia, à Genética e à
Lingüística para tratar do surgimento da linguagem no homem;
b) O autor não recorreu ao argumento de autoridade, pois mencionou
resultados de pesquisas em diferentes áreas, sem, entretanto, proceder
ao discurso direto de seus pesquisadores;
c) O autor propositadamente deixou de argumentar em favor de qualquer
das hipóteses apresentadas para o surgimento da linguagem humana,
dado que fugiria ao propósito do texto;
d) Ao comparar o desenvolvimento da linguagem no homem à aquisição da
fala pelo bebê, o autor valeu-se do procedimento de exemplificação para
ratificar a tese por ele defendida;
e) Ao caracterizar a linguagem humana como imaterial e sem registro, o
autor pretendeu refutar um argumento contrário à tese por ele defendida.
Ele, Ela
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tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a ressonância magnética
funcional (RMf), com as quais é possível observar o cérebro em ação.
As divergências não são apenas idiossincrasias curiosas para explicar por
que os homens gostam mais dos Três Patetas do que as mulheres. Elas
suscitam a possibilidade de precisarmos desenvolver tratamentos
específicos de acordo com o sexo para problemas como depressão, vício,
esquizofrenia e transtorno do stress pós-traumático. Estudiosos da estrutura
e do funcionamento do cérebro devem levar em consideração o sexo de seus
objetos de pesquisa ao analisar dados – e incluir tanto homens quanto
mulheres em estudos futuros, para evitar resultados enganosos.
(Adaptado de Scientific American Brasil, Edição 37, jun. 2005.)
Questão 64)
O texto acima se organiza em quatro parágrafos que apresentam,
respectivamente, como temas centrais:
a) a hipótese da inferioridade intelectual feminina – semelhanças e
diferenças entre os cérebros do homem e da mulher – novas tecnologias
e novas descobertas – possíveis aplicações das novas descobertas.
b) o cientista machista – as semelhanças entre os cérebros masculino e
feminino – novas descobertas – idiossincrasias curiosas.
c) diferenças no tamanho dos cérebros e suas implicações – a não
inferioridade intelectual da mulheres – descobertas surpreendentes –
doenças mentais do homem e da mulher.
d) por que há poucas mulheres pesquisadoras – diferenças comprovadas
entre os cérebros masculino e feminino – progressos recentes –
diferenças culturais entre os sexos.
e) a opinião de Summers – as mulheres pesquisadoras – novas técnicas e
suas revelações – novos estudos sobre o comportamento feminino.
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Nessa hipótese, e não se quer aqui evocar o doutor Pangloss, aquele
personagem de Voltaire para quem todos vivíamos no melhor dos mundos, é
uma ótima notícia o presidente ter admitido que o horizonte anda carregado.
Pelo simples motivo de que, para sanar um problema, qualquer que seja ele,
é preciso antes de mais nada reconhecer sua existência. Caberia agora a
Lula contribuir para que a resolução da crise seja efetiva, não deixando
margem à impressão olfativa de que tudo terminará em pizza. O presidente
volta e meia afirma que não tem como interferir no andamento das
investigações e das punições. Não é verdade. Pelo peso de seu cargo, e
sem extrapolar suas atribuições constitucionais, Lula pode, sim, proceder a
que corrompidos e corrompedores, no Legislativo e no Executivo, sintam na
carne e na biografia que não sairão impunes dos crimes de desvio de dinheiro
público, formação de quadrilha e tráfico de influência. Ao empenhar-se com
afinco nesse objetivo, movido pela razão e sem emocionalismos, o presidente
prestaria ao mesmo tempo um grande serviço ao Brasil e a si próprio.
(Veja, Editorial, 07 jul. 2005.)
Questão 65)
“Na análise do relatório, constatou-se um desvio de recursos que se supõe
ter sido feito pelo diretor afastado. Para que os fatos sejam apurados, decidiu-
se encaminhar o caso para as instâncias superiores.”
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2 – Em situações como essas, sempre se constata que é necessário ter
atitudes firmes na hora certa. Se se deixam as decisões urgentes para
outras pessoas, corre-se o risco de se perder o controle sobre os
acontecimentos.
IV. 1 – Eu constatei, após fazer uma análise cuidadosa, que os dados que
recolhi não eram suficientes para justificar a conclusão. Assim, resolvi
buscar mais evidências a fim de apresentar uma análise que tivesse mais
respaldo.
2 – Constatei, após fazer cuidadosa análise, que são insuficientes os
dados recolhidos para que se justifique a conclusão. Resolveram-se,
assim, buscar mais evidências a fim de uma análise ser apresentada com
mais respaldo.
No Limite
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verdade. Os protagonistas fazem diante das lentes coisas que não fariam em
circunstâncias normais. Cria-se uma situação em que é impossível “observar”
sem, ao fazê-lo, alterar o observado.
Nem mesmo para o telespectador o “reality show” guarda realismo. Para
começar, as imagens são todas devidamente editadas. E é exclusivamente
nessa edição que a história é contada. Não existe uma narrativa natural, um
ponto de vista absoluto. A temporalidade da ação também é totalmente
alterada. É fácil imaginar o quão maçante seria um “No Limite” em tempo real,
em que cada segundo transcorrido na chapada fosse levado sem edição à
casa do telespectador. As várias câmeras necessárias para contar
integralmente as histórias de todos os personagens exigiriam um tempo de
transmissão equivalente às 24 horas do dia multiplicadas pelo total de dias e
pelo número de participantes. Seria uma programação que irritaria até
faquires pacifistas em coma profundo.
Realidade na TV é uma impossibilidade teórica. Mesmo eventos sobre os
quais a câmera em princípio não atua, como uma partida de futebol, têm sua
narrativa definida pelas câmeras e pelo editor, de modo não-natural. [...]
Num certo sentido, quando um “reality show” se proclama “real”, está
tentando dizer que é uma ficção de outra ordem, uma representação que
permanece representação, mas que tem a pretensão de ser uma ficção
menos fictícia do que, digamos, a novela.
Parece haver aí uma tentativa de aproximar o mundo da TV do
telespectador. A ação que de fato transcorre num “No Limite” é pífia. Em
termos objetivos, os eventos não passam de uma gincana de adolescentes –
e adolescentes particularmente imbecilizados, acrescente-se. O que seduz
no programa não é, portanto, seu conteúdo propriamente dito, mas o fato de
ser protagonizado por gente “de verdade” e não artistas. É notável que os
participantes, ao serem escolhidos, já se tornam astros, esvaziando um
pouco a proposta de levar gente normal à tela. O programa passa a operar
como loteria. Pessoas comuns obtêm a chance de se tornar astros. Há o
prêmio em dinheiro, a fama rápida, a possibilidade de posar para revistas
masculinas, femininas ou gays – mais dinheiro.
Todo o processo lembra um pouco o poeminha “Do Rigor na Ciência”, de
Jorge Luis Borges, em que o escritor argentino conta a história do Império
que levou a arte da cartografia à perfeição. O mapa de uma Província era tão
detalhado que tinha o tamanho de uma cidade. O mapa do Império ocupava
uma Província. O Colégio de Cartógrafos, contudo, achou que era pouco.
Fizeram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com
ele ponto a ponto. As gerações seguintes, menos viciadas no estudo da
cartografia, entenderam que um mapa assim era inútil. Deixaram-no ser
destruído pelas inclemências do sol e dos invernos.
“No Limite, 1, 2 ou 3” é um programa meio chatinho, mas um excelente
problema filosófico.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de S.Paulo, 18 fev. 2001.)
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Questão 66)
Escreva no mínimo 8 (oito) e no máximo 12 (doze) linhas dando continuidade
ao trecho abaixo, de maneira que a continuação e a conclusão propostas por
você formem, com a introdução, um todo coerente.
Os programas do tipo “reality shows” parecem ter vindo para ficar, pois a cada
ano surgem novas versões que continuam atingindo picos de audiência,
como as várias edições do Big Brother Brasil. O ingresso do indivíduo comum
e de sua realidade banal no domínio da mídia de massa tem sido alvo de
diferentes posicionamentos sobre o fenômeno que se tornou conhecido como
espetacularização da vida cotidiana.
Esses programas provocam reações bastante antagônicas nos
telespectadores. De um lado,
ORIENTAÇÃO GERAL
Há a seguir três propostas de dissertação. Você deverá escolher uma
delas e desenvolver o seu texto, em prosa, observando atentamente as
orientações que acompanham cada proposta. Observe que todas as
propostas pressupõem uma tomada de posição diante de um tema polêmico.
Você deverá valer-se dos textos ou de fragmentos da coletânea, bem como
de seu conhecimento de mundo e dos fatos da atualidade.
Questão 67)
ALTERNATIVA B
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TEXTO I
Quando estão em mãos erradas, telefones celulares podem ser tão
poderosos quanto um fuzil AR-15 – com alcance ainda maior. A informação
foi comprovada na última semana. Através de telefones celulares, o PCC
articulou o maior ataque de guerrilha urbana já visto no país. Em 2001,
também fazendo uso da telefonia móvel, o mesmo PCC promoveu rebeliões
simultâneas nos principais presídios do Estado de são Paulo. Naquela
ocasião, a exemplo do que assistimos hoje, autoridades políticas e policiais
prometiam bloquear o uso da telefonia móvel em presídios. Nada foi feito. Na
quarta-feira, dia 17, quando o país vivia o rescaldo da ação do PCC, os
ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, editaram um decreto obrigando as operadoras de telefonia a colocar
bloqueadores de celulares em todos os presídios do país.
ISTOÉ, 24 de maio de 2006. p. 54.
TEXTO II
Os presidentes da Vivo e da TIM, Mario Cesar Pereira de Araujo,
defenderam, como medida mais apropriada, a instalação de detectores de
metal e aparelhos de Raio-X para impedir que os celulares entrem nos
presídios. Ambos disseram, na CPI, que o bloqueador de celulares não é a
melhor opção. O presidente da TIM afirmou que não há garantia de que esses
aparelhos bloquearão toda a forma de comunicação, porque existem outras
tecnologias, como o telefone fixo sem fio, telefone por satélite e rádio, por
exemplo. Ele disse que, se forem usados bloqueadores para todas as
freqüências, as autoridades penitenciárias correrão o risco de ficar
incomunicáveis com o simples corte do fio dos telefones fixos.
Disponível em: http://noticias.correioweb.com.br/materias. Acesso em
29/05/2006.
TEXTO III
Barrar a entrada de armas e celulares nos estabelecimentos penais do
Estado é impossível, segundo avaliação do presidente do Sinsap/MS
(Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso do Sul), Fernando
Ferreira de Anunciação, em entrevista exclusiva ao Midiamax. O motivo,
conforme ele, seria a quantidade de visitantes e o reduzido número de
agentes para fazer as revistas. De acordo com Anunciação, os presídios de
Campo Grande e Dourados, por exemplo, recebem em média 400 visitantes
por domingo. “Na Máxima, tem domingo que tem 600 e até 1,2 mil visitantes.
Nós temos três servidores na portaria, quatro no máximo, para fazer a revista
do visitante e dos objetos que ele traz. É humanamente impossível três
servidores revistarem 600 pessoas e mais os objetos que eles levam. Então
por ali pode passar muita coisa”, garante.
Disponível em: http://www.midiamaxnews.com.br/view.php?mat_id=217860.
Acesso em 29/05/2006.
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TEXTO IV
Questão 68)
ALTERNATIVA C
TEXTO I
Enquanto a lei tem coibido a violência praticada contra adultos, nas mais
diversas formas, a violência contra crianças tem sido admitida, disfarçada de
recurso pedagógico. O castigo físico imposto a uma criança, ainda que
‘moderado’, é ato de violência e provoca traumas significativos [...] Com muito
mais razão, o castigo físico aplicado a uma criança deverá ser
completamente abolido da legislação, como forma de educação. Educar pela
violência é, certamente, uma abominação, incompatível com o atual estágio
de evolução da sociedade.
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TEXTO II
A “proibição das palmadas”, anunciada na semana passada com orgulho
pela deputada gaúcha Maria do Rosário, que aprovou na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara o projeto 2654/03, deveria ser considerada,
no mínimo, uma vergonha. Resta-nos saber se é o ócio o pai dessa
criatividade ou a falta de competência para levar adiante assuntos tão mais
relevantes, como o combate à prostituição infantil nesse país.
A garantia à criança e ao adolescente do direito de não serem submetidos
a qualquer forma de punição corporal, incluindo castigos “moderados ou
imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, inda que pedagógicos”
significa, no mínimo, mais problemas para a sociedade.
A começar pelos pais instruídos, que sabem a diferença de uma “palmada
pedagógica” e de uma agressão, e que, na maioria das vezes, não vão além
da ameaça de fazê-lo para controlar seus filhos. Esses pais são educadores,
e a “palmada pedagógica”, um alerta de respeito, que jamais vai causar
danos (ainda que emocionais) aos filhos. Esses pais, a partir de agora, não
poderão mais levantar a mão, sob pena de responderem na justiça o
atrevimento de tentar impedir os excessos dos próprios filhos!
E a mãe de Alvorada, conhecida hoje em todo o Brasil – e que recebeu
congratulações pela sua coragem de pais de todos os cantos do país –, que
salvou o filho do crack por acorrentá-lo? O que ela deve para a justiça? O
filho, por mais que tenha se sentido “agredido”, hoje só tem agradecimentos
a fazer, por ter sua vida de volta.
JANTA, Cláudio. Palmada da vergonha.
Disponível em: http://www.fsindical-
rs.org.br/fiqueinformado_artigos_integra.php?idArtigo=10.
Acesso em 2/3/2003.
TEXTO III
Em outubro de 2004, a TV Câmara fez um debate sobre a palmada na
educação familiar. Todos os convidados disseram ser contra a violência
como forma de educar. Foi debatido o Projeto de Lei 2654/03, da deputada
Maria do Rosário (foto), que proíbe a punição corporal de crianças e
adolescentes, inclusive a palmada. O projeto altera o Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) e o Código Civil, e está na Comissão de Educação e
Cultura, relatado pela deputada e professora Raquel Teixeira. Na ocasião, o
deputado e pediatra Eduardo Barbosa disse que a violência contra crianças
deveria ser assunto abordado nos consultórios médicos. Ele lamentou o fato
de que raramente os pediatras perguntam aos pais como educam seus filhos,
e condenou a chamada ‘’palmada pedagógica’’ – o tapa com suposta
intenção de educar. Infelizmente, muitos pais acreditam que a palmada faz
parte da educação. Devemos evitar o uso da força. Bem sabemos que
existem outros métodos de se estabelecer limites para a criança. Por meio
de algum gesto, você pode fazê-la perceber que está se excedendo, o que é
muito diferente de estar com raiva, com vontade de reprimir.
ARAÚJO, Washington. A palmada pedagógica.
Disponível em: http://www.cidadaodomundo.org/?p=250#comments. Acesso
em 2/3/2003.
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TEXTO IV
Os argumentos para que tal projeto fosse aprovado se sustentam em
pesquisas “científicas” que atestam que a palmada é traumática e não educa
as crianças. Se tais bases científicas fossem verdadeiras (devolvo ao leitor a
pergunta que me acossa), seria minha mãe uma mulher sádica quando me
deu aquelas palmadas quando me atirei no chão e exigi que ela comprasse
um brinquedo para mim? Minha mãe não era ou é sádica, assim como
suponho que os pais dos meus leitores também não o eram. Da mesma
forma, eu não sou, assim como você leitor, um desequilibrado traumatizado
por ter tomado umas palmadas na infância. Se as teses “científicas” fossem
verdadeiras, teríamos gerações de desequilibrados e ou traumatizados, o
que suponho não seja verdadeiro. [...]
É preciso lembrar aos nossos legisladores que a infância e a adolescência
neste país precisam mais de outras ações de caráter humanizador do que
desse absurdo projeto. Temos milhares de crianças e adolescentes
desesperançados, largados nas ruas, sem família ou assistência pública;
temos milhares de meninas que engravidam entre os 12 e os 17 anos; temos
a sina de possuir ainda entre nós o trabalho e a exploração infantil; milhares
de abortos clandestinos são feitos todos os anos em adolescentes; outro
flagelo nacional, somos um dos paraísos do turismo sexual. Poderia aqui
arrolar outros tantos problemas que qualquer cidadão que vive neste país
sabe. São escândalos que mereceriam ações firmes do Estado, mas é mais
fácil legislar sobre a vida do cidadão comum, inventando leis que afrontam a
liberdade e o direito de se educar os filhos, agredindo os princípios
elementares de uma vida republicana.
Queria poder ter elementos para entender tais medidas que não a
constatação de um poder público decrépito, dono de um humanismo
enviesado e torto. Nele a compreensão e o entendimento sobre os limites do
Estado e da liberdade do cidadão parecem ainda obscuros, sendo mais fácil
desferir tapas na maioria silenciosa a enquadrar a minoria indigna que nos
governa.
DONATELLI, Dante. Um tapa na sociedade brasileira. Disponível em:
www.aol.com.br . Acesso em 2/3/2006.
TEXTO I
DA FLORESTA AO DESERTO
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Virou deserto. Aos tristes números sobre a floresta, acrescentou-se mais um.
O Ministério do Meio Ambiente anunciou a segunda maior taxa de
5
desmatamento da história da selva brasileira. Entre os anos de 2003 e 2004,
sumiram do mapa 26.140 quilômetros quadrados de mata – área equivalente
a mais de dezessete vezes o tamanho da cidade de São Paulo. É quase uma
Bélgica.
(...)
Na Indonésia, de 1967 a 1998, a exploração das matas ficou a cargo de
duas madeireiras ligadas ao ditador 10Suharto. Hoje, o país tem 70% de sua
vegetação devastada. “A exploração predatória no Brasil, facilitada pela
corrupção, percorre um caminho parecido”, diz o biólogo americano Philip
Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Reverter
essa tendência é possível. Uma série de países já conseguiu. A Suécia, que
chegou a ter seu solo totalmente devastado, hoje tem 74% do território
coberto por matas. Na Costa Rica, o governo adotou a cobrança de taxas
para cada área desmatada, inclusive em regiões onde a derrubada de
árvores é 15legalizada. O dinheiro arrecadado é aplicado em projetos
ambientais ligados ao turismo, que se tornou uma das principais indústrias
do país. Ao mesmo tempo, a Costa Rica criou uma política de pagamento por
serviços ambientais a quem preserva as florestas em sua propriedade. Com
essas medidas, o país conseguiu conciliar os interesses econômicos com o
equilíbrio ecológico.
Os especialistas dizem que o Brasil também tem condições de crescer
sem devastar. Para isso, duas medidas 20são fundamentais. A primeira é
estimular o plantio da soja em outras regiões além da floresta (os agricultores
buscam as terras da Amazônia não porque são boas, mas porque são mais
baratas). A segunda é criar condições para um melhor uso do solo no plantio
da soja. “O Brasil pode ser o maior produtor do mundo, superando até os
Estados Unidos, sem degradar a terra – desde que haja investimento no
tratamento do solo”, diz Ariovaldo de Oliveira, professor de geografia agrária
da Universidade de São Paulo. Como a terra custa pouco, devasta-se uma
região 25inteira, e, depois que o solo perde qualidade, basta partir para outra
área e reiniciar o plantio. Ao contrário da cobiça humana, porém, a floresta
tem um limite. A cada medição feita por especialistas, constata-se que o da
Amazônia está mais e mais próximo.
MIZUTA, Erin e PORTELA, Fábio. Revista Veja, 8 de junho de 2005
(Adaptação).
TEXTO II
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Conseqüência de vários projetos de colonização aprovados pelo INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), tanto oficiais quanto
da iniciativa privada, a década de 1970 ficou marcada pela derrubada sem
precedentes da floresta amazônica. Grandes clareiras deram lugar, da noite
para o dia, a cidades. O barulho das máquinas e de pequenos aviões se
somava ao burburinho de homens e mulheres de diversas regiões do Brasil,
sobretudo do Sul, 5que chegavam a lugares tão distantes quanto Rondônia e
Mato Grosso seguindo as precárias estradas abertas na mata. Os jornais e
as propagandas do governo e das empresas privadas estimulavam esse
novo bandeirantismo. Faziam alarde das riquezas da região, da abundância
de terras e das inúmeras oportunidades de trabalho que iam surgindo. O que
se chamou de “colonização” pelos governos militares se encaixava numa
narrativa majestosa sobre a grandeza do Brasil. Era a versão moderna do
mito do Eldorado amazônico.
10
Esses projetos de colonização passaram a ser um instrumento de poder
do Estado para direcionar o deslocamento, sobretudo de pequenos
proprietários, do Sul para o Norte. Para a ditadura militar, era prioritário
controlar os movimentos sociais no campo. A “questão da terra” era um
problema de segurança nacional. Por isso, as empresas de colonização se
beneficiaram dos incentivos financeiros do Estado, através da
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da
Superintendência do Desenvolvimento Sustentável do Centro-Oeste
(Sudeco) e outros programas ou projetos 15governamentais, como o
Polocentro, o Proterra, o Polonoroeste e o Prodeagro. Programas
desenvolvidos com recursos obtidos pelo governo federal junto ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou ao Banco Mundial.
NETO, Regina Beatriz Guimarães. Revista Nossa História, maio 2005, ano 2,
nº. 19.
TEXTO III
A MÁRTIR DA FLORESTA
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ocupação de mão-de-obra. Para esses10homens, lideranças como a irmã
Dorothy são como pedras na frente de seus tratores. Para o Brasil, casos
como esse são a oportunidade de ver um detalhe ampliado de uma realidade
cotidiana na Amazônia. [...]
COUTINHO, Leonardo. Revista Veja, 25 de fevereiro de 2005, p. 54.
Questão 69)
Situação I:
Questão 70)
Tema 03: A era da informação e as novas tecnologias
Questão 71)
Tema 01:
Questão 72)
Tema 02:
Questão 73)
Tema 01: A mulher e o mercado de trabalho
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TEXTO: 15 - Comum à questão: 74
Texto I
Ética dos advogados e ensino jurídico
Diante da crescente evidência de envolvimento de advogados com
traficantes, é razoável e até necessário que a OAB reveja seus mecanismos
de controle do exercício da profissão. Que acione com mais vigor sua
Comissão de Ética, 5como quer seu presidente, Roberto Busato. Mas serão
essas comissões suficientes? Ou estão elas também aprisionadas pela
armadilha tradicional – a dificuldade estrutural de qualquer corporação em
controlar a si mesma? Dificuldade não exclusiva dos advogados, mas de
qualquer corporação: 10médicos, juízes e políticos, por exemplo.
Aliás, foi justamente a evidência de que as corregedorias judiciais eram
insuficientes para controlar o comportamento ético-disciplinar dos
magistrados que levou o ministro Cézar Peluso, ao defender a
constitucionalidade do Conselho 15Nacional de Justiça, a ressaltar: "(...) os
atuais instrumentos orgânicos de controle ético-disciplinar dos juízes, porque
praticamente circunscritos às corregedorias, não são de todo eficientes,
sobretudo nos graus superiores de jurisdição (...)". A tarefa é difícil. Exige
mais do que controles internos 20corporativos.
Nessa perspectiva, surgiu proposta de tornar obrigatória a disciplina Ética
Profissional nas faculdades de Direito. A proposta, aparentemente adequada,
deve ser vista com cuidado. Mais importante do que ensinar ética é praticar
um 25comportamento ético. Isso quer dizer que uma escola de Direito só tem
legitimidade para ensinar ética se tiver antes implantado a prática cotidiana
da ética entre professores, alunos e funcionários. Tiver antes implantado a
educação como prática da ética, parafraseando o grande educador Paulo
30
Freyre, quando pregava a educação como prática da liberdade.
Infelizmente, em grande número de faculdades de Direito existem práticas
antiéticas de muitos alunos e até de alguns professores. Práticas que, nesta
crise de perda de indignação do brasileiro, de tão corriqueiras, parecem até
normais. Dou 35exemplo de duas: a cola na prova e o plágio no trabalho de
curso.
Qual a política efetiva que as escolas têm para controlar a cola? Que
punições ou reeducação as escolas têm para o aluno que é pego colando?
No nível institucional, 40provavelmente nenhuma. Tudo fica ao arbítrio do
professor cansado, sem formação didática renovada, mal pago, a dar aula a
um número excessivo de alunos empacotados numa sala, em situação que
a boa didática jamais recomendaria. A ele cabe decidir se o aluno vai perder
a questão, perder a 45prova, ou apenas laisser passer.
Isso é suficiente? Difícil dizer. As estratégias para violação se
sofisticaram. A cola tradicional, olhar e copiar a prova do aluno ao lado,
insinuante, quase provocativa, que se autoconvida, dá lugar a "métodos"
mais sofisticados, celulares 50e outros meios eletrônicos. Tudo facilitado pelo
fato de que a prova pede mais a memorização da doutrina alheia do que o
raciocínio original do aluno.
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O plágio em trabalhos escritos está em ascensão. Culpa do Google, da
familiaridade das novas gerações de alunos 55com a tecnologia de busca na
internet, e da facilidade de se atribuir a autoria de um texto. Essa situação é
agravada pelo fato de que os trabalhos de disciplinas e de conclusão de curso
são, sobretudo, pesquisas bibliográficas, estruturadas pelo que o professor
Luciano de Oliveira chama de ideologia 60da "manualização". Assim como a
maioria dos manuais de Direito são apenas uma colagem de autores, textos,
doutrinas e jurisprudência sem necessariamente maior arte, assim também
são os trabalhos de classe e de conclusão de curso. A pesquisa dos alunos
começa e termina nos manuais 65de sempre.
Incluir, pois, um curso de ética profissional no currículo pode nos levar a
um paradoxo. O currículo ensinando ética, e o aluno praticando a antiética,
ao usar a tecnologia para plagiar autores e colar nas provas e trabalhos do
curso. Em outras 70palavras: não vamos resolver o grave problema do
comportamento antiético de alguns advogados tornando obrigatório o ensino
de uma nova disciplina – Ética Profissional – num ambiente marcado pela
cola e plágio.
Temos o mesmo problema nas disciplinas de ética 75profissional nos
cursos de formação dos juízes. Não raramente, essas disciplinas se
transformam em discussões filosóficas ou dogmáticas europeizadas.
Raramente se estruturam a partir da análise crítica dos problemas éticos
disciplinares que existem em seus próprios tribunais.
80
Soluções existem. Há escolas privadas, no Brasil e no exterior, onde os
alunos assinam, além do contrato de prestação de serviços educacionais
com a faculdade, um código de ética que se obriga a respeitar. Algumas
escolas já têm Conselhos de Ética, nos quais a cola e o plágio são
85
discutidos e julgados por alunos, professores e funcionários: as sanções
vão desde a advertência até a expulsão, passando pela perda da bolsa.
Razões pragmáticas favorecem uma postura mais rigorosa. O aluno que
cola pode apresentar um currículo igual ou 90melhor do que aquele que se
esforçou sozinho. Isso é concorrência desleal num mundo em que é cada vez
mais difícil obter emprego. Em algumas escolas, os alunos estão se
conscientizando e contribuindo para o controle ético de seus colegas. Sem
falar que está em jogo o próprio nome e 95reputação da escola – o que
também começa a ser percebido pelos alunos. De uma maneira ou de outra,
o mercado empregador acaba descobrindo quais as escolas que facilitam a
aprovação do aluno e quais as que exigem um comportamento mais ético
profissionalmente.
(Joaquim Falcão. Correio Braziliense, 20/7/06)
Questão 74)
O texto I deve ser classificado como:
a) narrativo.
b) descritivo.
c) dissertativo expositivo.
d) dissertativo-argumentativo.
e) epistolar.
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TEXTO: 16 - Comum à questão: 75
TEXTO 1
O RESPEITO AOS VELHOS
Questão 75)
O modo predominante de organização discursiva do texto é
a) narrar para emocionar.
b) expor para informar.
c) argumentar para convencer.
d) descrever para definir.
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Uma pessoa humilde, ora pleiteando sua aposentadoria junto ao INSS,
em São Paulo, recebeu a seguinte "carta de exigências" da instituição. Os
nomes, tanto da pessoa que pleiteia a aposentadoria quanto de 05quem
assina a carta, serão omitidos. O texto vai em sua conturbada e sofrida
literalidade:
"Para dar andamento ao processo do Benefício em referência, solicito-vos
comparecer, no endereço: Av. Santa Marina 1217, no horário de 07:00 às
15:00, 10para que as seguintes exigências sejam cumpridas:
- retirar a carteira profissional que se encontra em seu processo para que
empregador atualiza as alterações de salarios em vista da ultima anotação
foi 1990 e o salario de contribuição está divergente da 15ultima alteração
- recolher o 13 referente ao período de 1995 a 2004 que não foram
recolhidos e 1 de férias conforme consta os meses a serem recolhidos na
carteira profissional Comunico-vos que vosso pedido de Benefício será
20
indeferido por desinteresse, se não comparecerdes dentro de 10 dias a
contar desta data.
Deveis apresentar esta carta no ato do comparecimento".
Impressiona o ucasse desferido na penúltima 25linha contra o contribuinte:
"...o Benefício será indeferido se não comparecerdes..." Mais impressionante
ainda se torna quando se tem em conta que, antes de corridos os dez dias,
o INSS entrou em greve, parou tudo e que se danem os solicitantes, os
pleiteantes e os queixosos. 30Caso se queira mais uma dose de estupefação,
acrescente-se que a carta foi emitida em maio, as exigências foram
cumpridas, uma vez terminada a greve, e até agora nada. O benefício ainda
não foi concedido. Mas releve-se. Não é esse o nosso ponto. 35Nem bem
seriam as aflições infligidas à língua portuguesa, ao longo daquelas poucas
linhas em que o idioma de Camões caminha aos trancos e barrancos, como
um veículo desgovernado que despenca ladeira abaixo e bate um pára-lama
aqui e outro ali, cai num 40buraco, sofre bruscos solavancos, corcoveia, raspa
a porta no barranco, capota, desliza – para enfim se estatelar sem remédio
contra um último e insuperável obstáculo.
É este último obstáculo que nos interessa: o 45pronome "vós". É verdade
que a opção pelo vós, como tudo o mais, vai no vai-da-valsa, e sofre um
retrocesso quando se fala em "seu processo", a alturas tantas, mas sem
dúvida é a da preferência do autor da carta, tanto assim que se afirma,
triunfal, nas duas últimas linhas. 50Que razão teria conduzido a tal
preferência? Arrisquemos algumas hipóteses.
A primeira é a busca da elegância. O "vós" faz bonito em textos como o
célebre soneto de Bilac: "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/ Perdeste o senso!
E eu vos 55direi no entanto/ Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto/ E abro
as janelas, pálido de espanto". A segunda seria a intenção de mostrar-se
educado, num comunicado que afinal representa a palavra do próprio Estado
brasileiro. Seria aconselhável, dada essa alta 60responsabilidade, o recurso
a um pronome que assinala respeito e deferência. Mas... será? Elegância?
Educação? São hipóteses que de saída sabemos pouco críveis. Tampouco
se pode acreditar que o redator tenha empregado o "vós" porque lhe sai
natural. Para isso, 65precisaríamos supô-lo alguém que tem a segunda
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pessoa do plural como ferramenta tão banal que é com ela que se comunica
com a mulher em casa, os colegas no trabalho, os vendedores na feira. Não,
não é possível.
70
Examinemos de novo o documento. Pensemos nele no contexto da
relação do Estado com os cidadãos, no Brasil. Essa relação, segundo expôs
recentemente a cientista política Lucia Hippolito, é de desconfiança. "Para a
burocracia", escreveu ela, "o cidadão tem 75sempre culpa, está sempre
devendo, está sempre na obrigação de provar sua inocência com mais um
documento, mais uma firma reconhecida, mais uma certidão autenticada em
cartório." Uma suspeita começa a se firmar. A crase não foi feita para
humilhar ninguém, 80mas o "vós" foi. O desejo de acuar o cidadão, de
encostar-lhe no peito a ponta da espada, de fazê-lo sentir-se pequeno, diante
da majestade do Estado, foi esse, sim, só pode ter sido esse, o motivo pelo
qual o redator da carta escolheu o "vós".
85
O "vós", tal qual se apresenta no texto, ressoa amedrontador como um
castigo. Humilhar? Não, ainda é pouco. A intenção é aterrorizar. Volte-se ao
texto: "Se não comparecerdes..." Isso é muito mais assustador do que "se
você não 90comparecer", ou "se o senhor não comparecer". Soa como
decreto vindo das alturas inatingíveis, dos príncipes incontrastáveis, do céu.
Faz tremer como um trovão. E esse "vós" é tristemente significativo do Brasil.
Simboliza o massacre cotidiano a que o Estado submete os cidadãos, os
mais humildes 95em primeiro lugar. Entra governo e sai governo, entra
década e sai década, essa é uma situação que permanece, inelutável como
fenômeno da natureza. O presidente, os ministros, as CPIs, estes estão
sempre 99preocupados com outras coisas. Cá em baixo, a relação entre o
Estado e o cidadão comum sempre foi, e continua sendo, feita de pequenas
atrocidades.
Extraído da Revista Veja. Edição de 2 de novembro de 2005.
Questão 76)
Uma das formas que o autor encontra para dar propriedade a sua
argumentação, no que diz respeito às relações desiguais entre Estado e
cidadão, pode ser encontrada:
a) na citação do soneto de Olavo Bilac. (linhas 53 a 56)
b) na afirmação “...a opção pelo vós, como tudo o mais, vai no vai-da-
valsa...” (linhas 45 e 46)
c) ao citar a socióloga Lúcia Hippollito (linhas 74 a 78), bem como pelo uso
da palavra “ucasse” (linha 24), cujo significado é ‘decisão dogmatista,
autoritária’.
d) na afirmação: “...o idioma de Camões caminha aos trancos e barrancos...”
(linha 37)
e) no trecho: “...alguém que tem a segunda pessoa do plural como
ferramenta tão banal que é com ela que se comunica com a mulher em
casa...” (linhas 65 a 67)
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TEXTO: 18 - Comum à questão: 77
Uma das certezas que movem a lógica global é a de que a China e a Índia
manterão as trajetórias atuais de estabilidade política e altas taxas de
crescimento econômico.
As projeções de longo prazo supõem uma contínua melhora 5de renda
dos 2,4 bilhões de chineses e indianos – que constituem 25% da população
mundial –, mantendo o vigor do capitalismo globalizado.
É curioso como não aprendemos com a história e com nossos inúmeros
erros de previsão; a arrogância não nos deixa perceber que 10é preciso
suportar um futuro freqüentemente além da nossa percepção, tantas são as
variáveis que nele influem. Lidamos com o tempo que virá de forma pouco
responsável.
Na verdade, não agüentamos não saber. E, por isso, transformamos
meras hipóteses em certezas, deixando na beira da 15estrada justamente as
dúvidas que nos poderiam salvar. Basta verificar que boa parte das projeções
de mais de 10 anos, feitas durante o século 20, foi equivocada. Crises
imprevistas são inerentes ao capitalismo, que delas se nutre, renovando-se
em meio a cinzas e sucatas.
20
Se analisarmos o complexo quadro atual, não é difícil enxergar graves
impasses estruturais que o mundo pode ter de enfrentar ainda na próxima
década.
Alguns são decorrentes justamente do padrão de inserção da China e da
Índia numa lógica global que se aproveita deles para um 25casamento de
interesses, à primeira vista, virtuoso.
Suponhamos, em primeiro lugar, que essas duas nações apenas
pretendam atingir, em 10 anos, um padrão de vida equivalente à média atual
do Brasil e do México, que ainda são pobres. Na verdade, a maioria dos
analistas internacionais espera muito mais que isso.
30
Vamos tentar indicar – de maneira simplificada – que impactos isso
poderia causar. A renda anual média de cada brasileiro, medida pelo Banco
Mundial (2005), é de US$ 8.195 e a do mexicano, de US$ 9.803. Ou seja, a
média dos dois é de US$ 8.999. A China tem, hoje, US$ 5.896 por
habitante/ano e a Índia, US$ 3.139, o que dá 35uma média de US$ 4.518.
Para que esse valor atinja a média de Brasil e México em 10 anos, será
necessário adicionar US$ 4.518 a cada cidadão chinês e indiano; se
multiplicarmos esse valor pelos seus 2.375 milhões de habitantes, teremos
um total de US$ 10.647 bilhões.
40
Ora, esse imenso valor, a ser criado em apenas uma década, seria
próximo do PIB norte-americano (US$ 11.641 bilhões), que responde, hoje,
por 28% do total mundial.
Imagine-se o impacto brutal que isso significaria em recursos naturais,
matérias-primas, poluição ambiental e efeito estufa em nível 45planetário.
Alguns cenários, bem mais pessimistas, se delineiam. Um deles poderá
eclodir por meio de tensões sociais e políticas na China, que conduzam a
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distúrbios e rupturas; cenário, aliás, muito possível para um país gigantesco
em tamanho e desafios.
50
Outro eventual impasse estrutural é a tendência declinante de salários
mundiais a partir da pressão por competitividade global.
O custo médio salarial de uma faixa-padrão de trabalhador qualificado, na
União Européia, é de US$ 25 por hora; nos EUA, é de US$ 20; no Leste da
Europa e no Brasil, é de US$ 4; mas, na 55China, é de US$ 0,7.
Diante dessa assimetria brutal, o México já perdeu para os chineses
quase metade dos empregos de suas maquiadoras; a Europa tem
dificuldades em utilizar os “baixos” salários dos países do Leste; e a América
Latina fica fora das oportunidades que a fragmentação 60da produção global
gera, porque não consegue competir com os salários de fome da Ásia.
Pelo visto, parece que uma diminuição do nível de emprego no mundo
não-asiático e uma convergência geral dos salários globais em direção a um
nível inferior, puxada pela Ásia, é uma das alternativas 65concretas de médio
prazo.
Isso significaria redução geral de renda, pressão contínua para
rebaixamento de proteção social e mais uma forte diluição das classes
médias tradicionais.
Para além da euforia com o crescimento do mundo puxado 70pela China
e pela Índia, nuvens carregadas também tingem o céu do futuro. O
pretensioso mundo global quer viver de certezas; no entanto é bom estarmos
preparados para surpresas.
DUPAS, Gilberto. “Impasses na lógica global?”. Disponível em
www.jornaldaciencia.org.br, de 18 dez. 2006. Acesso: 26 dez. 2006. (Texto
adaptado)
Questão 77)
Entre os recursos utilizados pelo autor, nesse texto, para fundamentar sua
argumentação, NÃO se inclui a apresentação de
a) dados estatísticos.
b) elementos factuais.
c) exemplos contextualizados.
d) resultados conclusivos.
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É consenso entre especialistas que não basta urbanizar favelas. É preciso
integrá-las às cidades, com transporte, geração de renda, educação. Dois
projetos das maiores cidades brasileiras o Favela-Bairro, do Rio de Janeiro
e o Cingapura, de São Paulo, frustraram a expectativa de que seriam o início
de um processo de inclusão dos habitantes. O aumento no número de
favelados é resultado de uma trágica equação do mercado de trabalho:
ocupação transitória, baixa remuneração, má formação. As pessoas se
concentram nas áreas ricas da cidade ou nas suas proximidades para ter
oportunidade de emprego e renda.
O programa carioca Favela-Bairro começou em 1994, com um objetivo
ambicioso: integrar a favela à cidade. Favelas consideradas de médio porte
passaram por obras de urbanização, desde abertura e pavimentação de ruas
à construção de creches e quadras de esporte. A iniciativa rendeu prêmios
internacionais à Prefeitura do Rio e foi citada pela ONU como exemplo de
política habitacional. Mas ela coleciona críticas contundentes de especialistas
em questões urbanas e de moradores. A primeira é que faltou a visão
integrada que era prometida para a abordagem das favelas, onde se
concentram mais de um milhão de pessoas marcadas pela violência e pela
presença de traficantes de drogas.
Segundo um economista, a abordagem foi focada no urbanismo e não no
componente econômico-social. Assim, não adianta apenas reformar o
equipamento urbano, se o favelado continua sem alfabetização e sem
emprego.
(Adaptado de Clarissa Thomé. O Estado de S. Paulo, C1-3, 26 de
novembro de 2006)
Questão 78)
Considerando-se o último parágrafo do texto, está INCORRETO o que se
afirma em:
a) Os dois pontos colocados após com um objetivo ambicioso introduzem no
contexto um segmento explicativo.
b) O emprego da ressalva Mas ela coleciona críticas garante a coesão
do parágrafo, garantindo-lhe também a coerência.
c) A oração integrar a favela à cidade pode ser corretamente substituída,
mantendo-se o mesmo sentido original, por a integração da favela à
cidade.
d) O advérbio Assim estabelece no texto uma referência, equivalente a uma
conclusão: Desse modo, portanto ...
e) A referência aos prêmios internacionais e à citação da ONU constituem o
argumento em que se apóia a autora, na defesa de sua opinião.
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TEXTO: 20 - Comum às questões: 80, 79, 81
1
Entre os mitos do amor – não provados, porém muito acreditados –
encontra-se o da beleza.
Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e nosso querido poeta
Vinícius de Moraes chegou ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem,
mas beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da guerra de Tróia,
atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando a crença no poder da
5
estética e em sua importância para o florescimento do amor.
No entanto, as coisas não se passam bem assim na realidade. Se a
beleza fosse imprescindível para o amor, onde ficariam todos os feios e as
feias que conhecemos, provavelmente a maior parte da população? Eles
precisariam perguntar ao poeta para que seria a beleza fundamental. Como
a beleza é menos freqüente do que a feiúra, podemos presumir que a maioria
formada pelos feios dê valor à 10qualidade que lhes é ausente, e, por essa
razão, haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até
excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um(a)
parceiro(a). Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o exemplo do
próprio Vinícius de Moraes, que certamente já não primava pela beleza na
época em que criou a famosa frase.
Freqüentemente, vemos casais que nos chamam a atenção exatamente
por serem singularmente 15díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o
outro é bem o contrário. É provável que isso se deva a um fenômeno bastante
comum – a atração dos opostos. Tanto quanto uma pessoa feia pode
valorizar a beleza como qualidade que busca em seu parceiro, a pessoa
bonita pode se desinteressar por uma qualidade que, para ela, não passa de
um dom natural, em geral escassamente apreciado por não ser fruto de um
especial esforço, por não ser uma conquista, mas algo recebido, por assim
dizer, de mão 20beijada.
Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza – como característica
desejada no parceiro que buscamos – deve vir numa posição não muito
destacada, visto que existem muitas outras qualidades que são de fato mais
fundamentais quando procuramos nosso companheiro de viagem pela vida.
Honestidade, inteligência, capacidade de amar, diligência, generosidade,
bondade, disciplina pessoal e 25saúde são algumas das qualidades que
valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua formosura. Daí a
sabedoria popular afirmar que “beleza não põe mesa”.
Não resta a menor dúvida de que a beleza abre portas, facilita um primeiro
contato, cria uma impressão favorável e uma predisposição positiva nas
pessoas. Até porque ela tende a ser vista como a expressão externa de algo
interno, ou seja, mostra-se como uma prévia de qualidades a serem
30
percebidas posteriormente. Tendemos a acreditar que uma pessoa é boa e
inteligente simplesmente porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca
de dois gumes na medida em que se passa a esperar um melhor
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desempenho e um maior leque de qualidades em uma pessoa, apenas pelo
fato de ela ser bonita.
É muito comum encontrarmos entre as mulheres – como corolário do mito
da beleza 35fundamental – um outro mito: o da capa de revista. Muitas
mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam um namorado com outra
que consideram mais bonita ou quando percebem seu homem manifestar
interesse por uma mulher do tipo “capa de revista”. Na imaginação, acolhem
a idéia de que os homens tenderiam a procurar mulheres especialmente
bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se encaixar com a idéia de
que a beleza seria mesmo a qualidade mais valorizada por eles. Podem até
40
existir aqueles que colocam a beleza em primeiro lugar, mas é muito
provável que sejam minoria. A maior parte dos homens está em busca de
mulheres com outras qualidades consideradas mais fundamentais.
A qualidade de fato mais importante está na capacidade de cada indivíduo
tirar partido dos aspectos positivos de sua aparência. Com isso, cada um de
nós mostra que, mais fundamental do que 45ser bonito, é revelar uma atitude
de amor, carinho e cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por
sinais exteriores que, por serem realmente mais valiosos do que a beleza
natural, acabam se confundindo com ela. O que acontece, muitas vezes, é
que uma pessoa se torna atraente e nos parece bonita devido somente às
suas outras qualidades.
Luiz Alberto Py
Questão 79)
Assinale a única alternativa que NÃO apresenta palavra ou expressão, entre
as destacadas, que sinaliza atitudes avaliativas, julgamentos do autor.
a) “... podemos tomar o exemplo do próprio Vinícius de Moraes, que
certamente já não primava pela beleza na época em que criou a famosa
frase.” (linhas 12-13)
b) “Podem até existir aqueles que colocam a beleza em primeiro lugar, mas
é muito provável que sejam minoria.” (linhas 39-40)
c) “Tendemos a acreditar que uma pessoa é boa e inteligente
simplesmente porque é bela.” (linhas 30-31)
d) “... haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até
excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um(a)
parceiro(a).” (linhas 10-11)
Questão 80)
No texto, o autor utiliza duas frases, uma do poeta Vinícius de Moraes, e outra
um ditado popular, com o objetivo de
a) divulgar uma e ironizar a outra.
b) exaltar uma e corrigir a outra.
c) dar relevo a uma e novo sentido a outra.
d) refutar uma e endossar a outra.
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Questão 81)
No texto, a frase interrogativa presente no 3º parágrafo (linhas 6-8),
representa
a) um argumento no qual acreditamos, devido ao fato de ter sido elaborado
na variante culta da língua.
b) um argumento baseado em relações lingüísticas de causa e
conseqüência.
c) um argumento de comprovação da idéia defendida, baseado na
capacidade do leitor de perceber a realidade.
d) um argumento generalizante, sem o apoio de um dado fidedigno,
pertinente.
1
Para muitos, ciência e religião estão permanentemente em guerra.
Desde a famosa crise entre Galileu Galilei e a Inquisição, no século 17,
quando o cientista foi forçado a abjurar sua convicção de que o Sol e não a
Terra era o centro do cosmo, razão e fé aparentam ser incompatíveis. Aos
crentes, a religião oferece não só apoio espiritual em momentos difíceis e
uma comunidade fraterna e acolhedora, 5mas também respostas a questões
de caráter fundamental e misterioso, como a origem do universo, da vida ou
da mente.
Na sua maioria, as respostas são relatadas em textos sagrados, escritos
por homens que recebem a sabedoria por meio de um processo de revelação
sobrenatural, de Deus (ou de deuses) para os profetas. Para as pessoas de
fé, é absurdo contestar a veracidade desses textos, visto que são expressão
10
direta da palavra divina.
A atitude descrita acima faz parte da ortodoxia de muitas religiões. Nem
todos os crentes adotam uma posição radical com relação à veracidade, ou
literalismo, dos textos sagrados. Uma posição mais comum é interpretar os
textos como representações simbólicas, um corpo de narrativas dedicadas a
construir uma realidade espiritual baseada em certos preceitos morais.
Galileu criticou os 15teólogos católicos, dizendo que a função da Bíblia não é
explicar os movimentos dos planetas, mas como obter a salvação eterna
(“Não é explicar como os céus vão, mas como se vai para o Céu.”).
A adoção de uma postura menos ortodoxa permite uma visão de mundo
menos radical, onde a religião e a ciência podem viver em harmonia, cada
uma cumprindo sua missão social. O conflito entre as duas não é, de forma
alguma, necessário. Basta saber distinguir o que uma ou outra pode e não
pode 20fazer. Isso serve também aos cientistas, em especial aos que têm
atitudes ortodoxas contra a religião.
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Acho extremamente ingênuo imaginar ser possível um mundo sem
religião. Ingênuo e desnecessário. A função da ciência não é tirar Deus das
pessoas. É oferecer uma descrição do mundo natural cada vez mais
completa, baseada em experimentos e observações que podem ser repetidos
ou ao menos contrastados por vários grupos. Com isso, a ciência contribui
para aliviar o sofrimento 25humano, seja ele material ou de caráter metafísico.
A distinção essencial entre ciência e religião está no que cada uma delas
pressupõe ser a natureza da realidade. Enquanto a religião adota uma
realidade sobrenatural coexistente e capaz de interferir na realidade natural,
a ciência aceita apenas uma realidade, a natural. Aqui aparece a razão
principal do conflito entre as duas. Para a ciência, não é preciso supor que o
que ainda não é acessível 30ao conhecimento necessite de explicação
sobrenatural. O que não sabemos hoje pode, em princípio, vir a ser explicado
no futuro. Em outras palavras, a ciência abraça a ignorância, o não-saber,
como parte necessária de nossa existência, sem lançar mão de causas
sobrenaturais para explicar o desconhecido.
Sem dúvida, esse tem sido o seu caminho: explicar de forma clara e
racional um número cada vez maior de fenômenos naturais, do
funcionamento dos átomos à formação de galáxias e a transmissão 35do
código genético entre os seres vivos. As tecnologias que tanto definem a vida
moderna, da revolução digital aos antibióticos, dos meios de transporte ao
uso da física nuclear no tratamento do câncer, são fruto desse
questionamento. Negar isso é tentar olhar para o mundo de olhos fechados.
A conciliação entre ciência e religião só ocorrerá quando ficar claro o papel
social de cada uma. Negar uma ou outra é ignorar que o homem é tanto um
ser espiritual quanto racional.
(Folha de São Paulo, 25/6/06)
Questão 82)
Na seguinte frase do texto: [A função da Bíblia] “Não é explicar como os céus
vão, mas como se vai para o Céu.” (linha 16), seu autor
a) atenuou o impacto que uma idéia poderia causar no interlocutor, por meio
de um eufemismo.
b) expressou-se figurativamente, por meio de um recurso denominado
trocadilho.
c) intensificou o impacto de uma idéia, por meio de um recurso denominado
hipérbole.
d) afirmou uma idéia que, na verdade, quis negar, por meio de um recurso
denominado antífrase.
Questão 83)
Em sua totalidade, esse texto é composto por frases assertivas. As assertivas
prestam-se mais, no texto, a
a) expressar ideais de verdade e convicções do autor.
b) expressar idéias com certo tom de amargor.
c) expressar idéias com as quais o autor se surpreende.
d) expressar idéias das quais se duvida.
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TEXTO: 22 - Comum à questão: 84
Propostas:
Cada proposta apresenta um recorte temático a ser trabalhado de acordo
com as instruções específicas. Escolha uma das três propostas para a
redação (dissertação, narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da
página de resposta.
Coletânea:
A coletânea é única e válida para as três propostas. Leia toda a coletânea e
selecione o que julgar pertinente para a realização da proposta escolhida.
Articule os elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão.
O uso da coletânea é obrigatório.
Apresentação da coletânea
A produção agrícola afeta as relações de trabalho, o uso da terra, o comércio,
a pesquisa tecnológica, o meio ambiente. Refletir sobre a agricultura significa
colocar em questão o próprio modo de configuração de uma sociedade.
1) O açúcar
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
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ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em
Ipanema.
(Ferreira Gullar, Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1975, p. 44, 45.)
2)
Se eu pudesse alguma coisa para com Deus, lhe rogaria quisesse dar
muita geada anualmente nas terras de serra acima, onde se faz o açúcar;
porque a cultura da cana tem sido muito prejudicial aos povos: 1º) porque tem
abandonado ou diminuído a cultura do milho e do feijão e a criação dos
porcos; estes gêneros têm encarecido, assim como a cultura de trigo, e do
algodão e azeites de mamona; 2º) porque tem introduzido muita escravatura,
o que empobrece os lavradores, corrompe os costumes e leva ao desprezo
pelo trabalho de enxada; 3º) porque tem devastado as belas matas e reduzido
a taperas muitas herdades; 4º) porque rouba muitos braços à agricultura, que
se empregam no carreto dos africanos; 5º) porque exige grande número de
bestas muares que não procriam e que consomem muito milho; 6º) porque
diminuiria a feitura da cachaça, que tão prejudicial é do moral e físico dos
moradores do campo.
(Adaptado de José Bonifácio de Andrada e Silva [1763-1838], Projetos para o
Brasil. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998, p. 181, 182.)
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3)
Uma parceria entre órgãos públicos e iniciativa privada prevê o
fornecimento de oleaginosas produzidas em assentamentos rurais paulistas
para a fabricação de biodiesel. De um lado, a parceria proporcionará aos
assentados uma nova fonte de renda. De outro, facilitará o cumprimento da
exigência do programa nacional de biodiesel que estabelece que, no Estado
de São Paulo, 30% das oleaginosas para a produção de biodiesel sejam
provenientes da agricultura familiar, para que as indústrias tenham acesso à
redução dos impostos federais.
(Adaptado de Alessandra Nogueira, “Alternativa para os assentamentos”.
Energia Brasileira, nº 3,
jun. 2006, p. 63.)
4)
Parece que os orixás da Bahia já previam. O mesmo dendê que ferve a
moqueca e frita o acarajé pode também mover os trios elétricos no Carnaval.
O biotrio, trio elétrico de última geração, movido a biodiesel, conquista o folião
e atrai a atenção de investidores. Se aproveitarem a dica dos biotrios e
usarem biodiesel, os sistemas de transporte coletivo dos centros urbanos
transferirão recursos que hoje financiam o petrodiesel para as lavouras das
plantas oleaginosas, ajudando a despoluir as cidades. A auto-suficiência em
petróleo, meta conquistada, é menos importante hoje do que foi no passado.
O desafio agora é gerar excedentes para exportar energias renováveis por
meio de econegócios que melhorem a qualidade do ambiente urbano, com
ocupação e geração de renda no campo, alimentando as economias rurais e
redistribuindo riquezas.
(Adaptado de Eduardo Athayde, “Biodiesel no Carnaval da Bahia”. Folha
de S. Paulo, 28/02/2006, p. A3.)
5)
Especialistas dizem que, nos EUA, com o aumento dos preços do
petróleo, os agricultores estão dirigindo uma parte maior de suas colheitas
para a produção de combustível do que para alimentos ou rações animais. A
nova estimativa salienta a crescente concorrência entre alimentos e
combustível, que poderá colocar os ricos motoristas de carros do Ocidente
contra os consumidores famintos nos países em desenvolvimento.
(Adaptado de “Menos milho, mais etanol”. Energia Brasileira, nº 3, jun. 2006, p.
39.)
6)
O agronegócio responde por um terço do PIB, 42% das exportações e
37% dos empregos. Com clima privilegiado, solo fértil, disponibilidade de
água, rica biodiversidade e mão-de-obra qualificada, o Brasil é capaz de
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colher até duas safras anuais de grãos. As palavras são do Ministério da
Agricultura e correspondem aos fatos. Essa é, no entanto, apenas metade da
história.
Há uma série de questões pouco debatidas: Como se distribui a riqueza
gerada no campo? Que impactos o agronegócio causa na sociedade, na
forma de desemprego, concentração de renda e poder, êxodo rural,
contaminação da água e do solo e destruição de biomas? Quanto tempo essa
bonança vai durar, tendo em vista a exaustão dos recursos naturais? O
descuido socioambiental vai servir de argumento para a criação de barreiras
não-tarifárias, como a que vivemos com a China na questão da soja
contaminada por agrotóxicos?
(Adaptado de Amália Safatle e Flávia Pardini, “Grãos na Balança”. Carta
Capital, 01/09/2004, p. 42.)
7)
No que diz respeito à política de comércio internacional da produção
agrícola, não basta batalhar pela redução de tarifas aduaneiras e pela
diminuição de subsídios concedidos aos produtores e exportadores no
mundo rico. Também não basta combater o protecionismo disfarçado pelo
excesso de normas sanitárias. Este problema é real, mas, se for superado,
ainda restarão regras de fiscalização perfeitamente razoáveis e necessárias
a todos os países. O Brasil não está apenas atrasado em seu sistema de
controle sanitário, em relação às normas em vigor nos países mais
desenvolvidos. A deficiência, neste momento, é mais grave. Houve um
retrocesso em relação aos padrões alcançados há alguns anos e a economia
brasileira já está sendo punida por isso.
(Adaptado de “Nem tudo é protecionismo”. O Estado de S. Paulo,
14/07/2006, p. B14.)
8)
A marcha para o oeste nos Estados Unidos, no século XIX, só se tornou
realidade depois da popularização do arado de aço, por volta de 1830. A partir
do momento em que o solo duro pôde ser arado, a região se tornou uma das
mais produtivas do mundo. No Brasil, o desbravamento do Centro-Oeste, no
século XX, também foi resultado da tecnologia. Os primeiros agricultores do
cerrado perderam quase todo o investimento porque suas sementes não
vingavam no solo da região. Johanna Döbereiner descobriu que bactérias
poderiam ser utilizadas para diminuir a necessidade de gastos com adubos
químicos. A descoberta permitiu a expansão de culturas subtropicais em
direção ao Equador.
(Adaptado de Eduardo Salgado, “Tecnologia a
serviço do desbravamento”. Veja, 29/09/2004, p. 100.)
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9)
Devido às pressões de fazendeiros do Meio-Oeste e de empresas do setor
agrícola que querem proteger o etanol norte-americano, produzido com base
no milho, contra a competição do álcool brasileiro à base de açúcar, os
Estados Unidos impuseram uma tarifa (US$ 0,14 por litro) que inviabiliza a
importação do produto brasileiro. E o fizeram mesmo que o etanol à base de
açúcar brasileiro produza oito vezes mais energia do que o combustível fóssil
utilizado em sua produção, enquanto o etanol de milho norte-americano só
produz 130% mais energia do que sua produção consome. Eles o fizeram
mesmo que o etanol à base de açúcar reduza mais as emissões dos gases
responsáveis pelo efeito estufa do que o etanol de milho. E o fizeram mesmo
que o etanol à base de cana-de-açúcar pudesse facilmente ser produzido nos
países tropicais pobres da África e do Caribe e talvez ajudar a reduzir sua
pobreza.
(Adaptado de Thomas Friedman, “Tão burros quanto quisermos”. Folha de S.
Paulo, 21/09/2006, p. B2.)
Questão 84)
Proposta A
Instruções:
1) Discuta o que significa destinar a produção agrícola brasileira para a
geração de bioenergia.
2) Trabalhe seus argumentos no sentido de apontar os impactos positivos,
negativos e os impasses dessa destinação.
3) Explore tais argumentos de modo a justificar seu ponto de vista.
1
Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo é de azar. Falo
assim referindo-me ao futebol que, ao contrário da roleta ou da loteria, implica
tática e estratégia, sem falar no principal, que é o talento e a habilidade dos
jogadores. Apesar disso, não consegue eliminar o azar, isto é, o acaso.
5
E já que falamos em acaso, vale lembrar que, em francês, “acaso”
escreve-se “hasard”, como no célebre verso de Mallarmé, que diz: “um lance
de dados jamais eliminará o acaso”. Ele está, no fundo, referindo-se ao fazer
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do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, está ainda assim
sujeito ao azar, ou seja, ao acaso.
Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22
jogadores se 10movendo num campo de amplas dimensões. Se é verdade
que eles jogam conforme esquemas de marcação e ataque, seguindo a
orientação do técnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador
tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direção,
ou manter-se parado, certo de que a bola chegará a seus pés. Nada disso se
pode prever, daí resultando um alto índice de probabilidades, ou seja, de
ocorrências 15imprevisíveis e que, portanto, escapam ao controle.
Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de
gol: o tiro de canto. Não é à toa que, quando se cria essa situação, os
jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que têm os
adversários de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da
imprevisibilidade. O time adversário desloca para a área do que sofre 20o tiro
de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para
cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por
aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro
de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a defesa, as
dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma
vez que o batedor do escanteio, por mais exímio que 25seja, não pode com
precisão absoluta lançar a bola na cabeça de determinado jogador. Além do
mais, a inquietação ali na área é grande, todos os jogadores se movimentam,
uns tentando escapar à marcação, outros procurando marcá-los. Essa
movimentação, multiplicada pelo número de jogadores que se movem,
aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrerá quando
a bola for lançada. A que altura chegará 30ali? Qual jogador estará, naquele
instante, em posição propícia para cabeceá-la, seja para dentro do gol, seja
para longe dele? Não existe treinamento tático, posição privilegiada, nada
que torne previsível o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance
deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não.
Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja
apenas fruto 35do acaso, mas a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste
campo, como em outros, não se vai muito longe; jogadores, técnicos e
torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado “pé
frio”. Como não pretendo passar por supersticioso, evito aderir abertamente
a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu time perder “gols
feitos”, nasce-me o desagradável temor de que aquele não é um bom dia
40
para nós e de que a derrota é certa.
Que eu, mero torcedor, pense assim, é compreensível, mas que dizer de
técnicos de futebol que vivem de terço na mão e medalhas de santos sob a
camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam
e murmuram orações? Isso para não falar nos que consultam pais-de-santo
e pagam promessas a Iemanjá. É como se dissessem: 45treino os jogadores,
traço o esquema de jogo, armo jogadas, mas, independentemente disso,
existem forças imponderáveis que só obedecem aos santos e pais-de-santo;
são as forças do acaso.
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Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua
sobre os jogadores de qualquer esporte; tanto isso é certo que, hoje, entre
os preparadores 50das equipes há sempre um psicólogo. De fato, se o jogador
não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de
si.
Exemplifico essa crença na psicologia com a história de um técnico inglês
que, num jogo decisivo da Copa da Europa, teve um de seus jogadores
machucado. Não era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O médico
da equipe, depois de atender o 55jogador, disse ao técnico: “Ele já voltou a si
do desmaio, mas não sabe quem é”. E o técnico: “Ótimo!Diga que ele é o
Pelé e que volte para o campo imediatamente”.
(Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.)
Questão 85)
Considere as seguintes afirmações sobre a argumentação no texto:
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
“Muito barulho por quase nada. Essa é uma boa descrição da nova reforma
ortográfica que o Brasil cogita implementar já a partir do ano que vem. Sob a
justificativa de unificar a grafia de todos os países lusófonos, foi celebrado,
em 1990, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Na prática, o que o
tratado faz é eliminar um pequeno número de consoantes mudas ainda
escritas em Portugal (‘óptimo’, ‘adopção’), sepultar o trema e promover
algumas poucas mudanças nas regras de acentuação e do uso de hífen.
Parece pouco. E, em termos qualitativos, de fato o é. Só que, para proceder
às modificações, será preciso empenhar uma energia desproporcional. Entre
as providências necessárias destacam-se a atualização de todos os
professores e alfabetizadores do país e a revisão de todo o material didático,
para ficar nos itens mais custosos. Tal esforço parece bem maior do que os
ganhos potenciais do acordo. Nunca foi o ‘p’ de ‘óptimo’ nem as demais
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minudências da reforma que dificultaram a intercomunicação entre leitores e
escritores dos dois lados do Atlântico. Se há barreiras lingüísticas, dizem
respeito à escolha das palavras e a expressões idiomáticas, fatores culturais
que estão ao abrigo das iniciativas dos reformadores. (...) Antes de
embrenhar-se na terceira reforma ortográfica em menos de um século (já
houve outras em 1943 e 1971), é preciso ao menos ter certeza de que
Portugal irá segui-la, ou o ganho potencial, que já é pequeno, praticamente
desaparecerá.”
(Adaptado de: Sem pressa (editorial). Disponível em:
www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2708200702.htm. Acesso em: 31 out.
2007.)
Questão 86)
Com base no texto, considere as afirmativas a seguir:
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contrabaixo –, o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem
pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e
ancas plenas; cultivada, mas sem jactância2; relutante 15em exibir-se, a não
ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas
sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e
apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-
contrabaixo.
20
(...) Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo
o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono!
E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola
d’amore3, como a prenunciar o doce 25fenômeno de tantos corações
diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira
de ser tocado – contra o peito – lembra a mulher que se aninha nos braços
do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos
que ele a 30tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame
acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.
Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca!
Um violoncelo? Talvez, mas 35só se por trás dele houvesse um Casals4. Um
bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos5, lhe
perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila
num céu alto? E eu vos responderei: um violão. Pois dentre os instrumentos
40
musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de
entender a Lua.
Vinicius de MORAES
Para viver um grande amor.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.
Vocabulário:
1
mot d’esprit – dito espirituoso
2
jactância – arrogância, orgulho, vaidade
3
viola d’amore – viola de amor, antigo instrumento musical
4
Casals – Pablo Casals, famoso violoncelista do século passado
5
tremolos – repetições rápidas de uma ou duas notas musicais
Questão 87)
Algumas estratégias argumentativas são empregadas para persuadir o leitor
de que a opinião do enunciador é, na verdade, um fato.
A estratégia de persuasão presente nesse texto não inclui o uso de:
a) imagem poética
b) pergunta retórica
c) interlocução direta
d) argumento de autoridade
Questão 88)
O violão é não só a música (...) em forma de mulher, como, de todos os
instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina (...), o único que
representa a mulher ideal: (l. 7-12)
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Para defender o ponto de vista acima apresentado, o enunciador organiza o
segundo parágrafo com base em um processo de:
a) definição
b) associação
c) exemplificação
d) contextualização
texto 1
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No Brasil, o Senado está preparando uma lei que 50considera como
“identificação do usuário” não apenas sua senha, mas também “nome
completo, data de nascimento, endereço completo e todos os demais dados
que sejam requeridos”.
Ou seja, cybercafés, telecentros comunitários e 55universidades, por
exemplo, terão que manter por cinco anos, endereço, data de nascimento,
nome completo, número de CPF e sites visitados por cada usuário.
Adaptado de Gustavo Gindre
www.consciencia.net
Questão 89)
Os dois últimos parágrafos cumprem um papel na construção argumentativa
do autor, ou seja, na defesa do ponto de vista por ele defendido.
Explicite o ponto de vista central defendido no texto e o recurso utilizado nos
dois últimos parágrafos para sustentar esse ponto de vista.
1
O tiroteio crítico é quase tão intenso quanto os choques entre policiais e
bandidos na tela. Tropa de Elite (Brasil1, 22007) só entrou em cartaz na sexta-
feira no Rio e em São Paulo (a exibição no resto do país começa no dia 12),
mas há 3tempos é um filme discutido, e também um dos mais vistos no país:
pelo menos 1 milhão de DVDs piratas foram vendidos 4desde agosto. Depois
de sua exibição no Festival do Rio, no mês passado, a patrulha ideológica
abriu fogo: o filme do 5diretor José Padilha foi acusado de aceitar a tortura
(veja quadro na coletânea da prova de redação) e criminalizar o usuário 6de
drogas. A indefectível pecha de "fascista" também foi levantada. Tudo bala
perdida: Tropa de Elite não é nada disso. Só é 7um retrato desassombrado
da violência urbana brasileira (ou, mais especificamente, carioca), do ponto
de vista dos policiais 8que matam e morrem na guerrilha das favelas – de
certa forma, é uma perspectiva complementar à de Cidade de Deus, que
9
apresentava a mesma tragédia pelo lado de favelados e traficantes.
Protagonista e narrador do filme, o capitão Nascimento, 10interpretado com
uma convicção assustadora por Wagner Moura, espanca drogados,
aterroriza moradores inocentes, 11tortura a mulher de um bandido e executa
traficantes. Ele expõe suas razões com uma sinceridade fria. Tropa de Elite
12
apresenta o ponto de vista de Nascimento, mas não o referenda. É um filme
incômodo, o que talvez seja seu maior mérito.
13
A tropa de elite referida no título é o Batalhão de Operações Especiais
da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Bope. 14Treinados para a guerrilha
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urbana, seus membros só entram em ação em situações excepcionais, no
combate em favelas. "O 15Bope é uma espécie de aerossol da criminalidade.
Quando as moscas se acumulam, você passa o inseticida e elas morrem –
16
mas logo vêm outras. Da mesma forma, o Bope entra na favela, mata uns
marginais, mas logo aparecem outros", diz José 17Vicente de Silva Filho, ex-
secretário nacional de Segurança Pública. O filme se passa em 1997, época
em que o Bope tinha 18pouco mais de 100 integrantes. "O PM que conseguia
passar nas provas de admissão do Bope entrava para uma verdadeira 19seita,
cujos valores incluíam a recusa de toda forma de corrupção, mas também o
exercício de uma violência sem limites", 20explica o antropólogo Luiz Eduardo
Soares, autor, ao lado dos policiais André Batista e Rodrigo Pimentel, do livro
Elite da 21Tropa (Objetiva), que inspirou o filme. Hoje, o Bope já conta com
400 integrantes – o que representa cerca de 10% do 22efetivo da PM carioca
– e perdeu esse caráter de seita fechada. As queixas registradas contra o
batalhão na ouvidoria da 23Polícia Militar, porém, ainda dizem respeito quase
exclusivamente a casos de violência e abuso, e não de corrupção. O Bope
24
só participa de ações localizadas e portanto não convive com a população,
o que diminui as oportunidades para pedir 25propinas. Seus membros
também são mais bem remunerados do que o PM convencional – têm uma
gratificação de 500 26 reais sobre o salário básico de 780 reais.
27
A história de Tropa de Elite se centra no esforço do capitão Nascimento
para deixar o Bope. Ele está para ganhar 28um filho e não quer mais participar
de ações arriscadas. Precisa encontrar alguém que o substitua na tropa. Os
melhores 29candidatos são os novatos Neto (Caio Junqueira) e André Matias
(André Ramiro, ex-bilheteiro de cinema que também é 30novato na carreira
de ator). O Bope aparece para os dois como uma ilha de honestidade no meio
da podridão da PM 31convencional. Cada um dos dois aspirantes tem seus
méritos e limitações. Neto gosta da dureza militar, mas é impetuoso 32demais,
a ponto de às vezes colocar os companheiros em risco desnecessário. Matias
é um homem dividido. Cursa direito 33em uma faculdade privada e esconde
dos colegas que é policial.
34
O núcleo dramático formado por Matias e seus colegas é um dos pontos
mais polêmicos – e acertados – do filme. 35Os estudantes são críticos da
violência policial, mas condescendentes com os bandidos de quem compram
drogas. Alguns 36fazem trabalho voluntário em uma ONG que opera no Morro
do Turano em virtual cumplicidade com o tráfico. O filme é 37duro na sua
caricatura dos "playboyzinhos" que sustentam a bandidagem, mais duro até
do que no retrato de bandidos e 38policiais. Estes têm clareza do papel brutal
que lhes cabe na guerra das favelas. O comprador de drogas, ao contrário,
vive 39no inferno das boas intenções: escuda-se nas "passeatas pela paz"
para justificar suas contravenções hedonistas. "O usuário 40recreativo sabe
que as drogas que ele compra vêm de grupos armados que controlam
comunidades carentes. Ele faz uma 41escolha consciente de sustentar o
crime. Não há como argumentar contra esse fato", diz Padilha.
42
Na exibição de Tropa de Elite no Festival do Rio de Janeiro, houve gente
da platéia "torcendo" pelo Bope, com 43gritos de "caveira, caveira" (o logotipo
do batalhão é uma caveira atravessada por um punhal). Tropa de Elite parece
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estar 44isolado entre duas formas de incompreensão: a patrulha ideológica e
uma claque difusa que, revoltada ou confusa com o 45cerco da criminalidade,
acredita que o policial "justiceiro" é a solução. Tropa de Elite, afinal, se vale
de algumas convenções 46do filme policial americano – por exemplo, o policial
que vinga a morte do parceiro –, em que justiceiros como o "Dirty" 47Harry de
Clint Eastwood têm uma longa tradição. Mas há diferenças óbvias: nem o
truculento vingador interpretado por 48Charles Bronson na série Desejo de
Matar ameaçaria empalar com um cabo de vassoura um garoto cujo único
crime foi ter 49aceito um par de tênis de presente dos traficantes. A torcida da
caveira talvez seja mais um sintoma da crise moral e 50institucional que ronda
a segurança pública no Brasil. Há algo de profundamente errado em uma
sociedade que só aplaude 51sua polícia quando ela se comporta como o
bandido.
(adaptado de veja – 10/10/2007)
Questão 90)
O texto intercala momentos em que o autor procura manter uma certa
neutralidade em relação aos fatos apresentados e outros em que ele revela
suas opiniões sobre esses fatos. Marca a alternativa abaixo cujas passagens
expressem respectivamente tais funções.
a) “Treinados para a guerrilha urbana (...)” (linha 14) “Tudo bala perdida”
(linha 6)
b) “Ele expõe suas razões com uma sinceridade fria” (linha 11) “Quando as
moscas se acumulam (...)” (linha 15)
c) “Tropa de Elite não é nada disso” (linha 6) “O capitão Nascimento (...)
espanca drogados (...)” (linhas 9-10)
d) “O núcleo dramático formado por Matias e seus colegas é um dos mais
polêmicos (...)” (linha 34) “Tropa de Elite apresenta o ponto de vista de
Nascimento” (linhas 11-12)
e) “O tiroteio crítico é quase tão intenso quanto os choques entre policiais e
bandidos (...)” (linha 1) “Cursa direito em uma faculdade privada e
esconde dos colegas que é policial.” (linhas 32-33)
TEXTO I
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se numa espécie de gerência do tempo velada em quadrinhos. Uma idéia de
ordem categorizante e de um entrelaçamento entre uma “onda e outra”.
Mas é a negação do trajeto do tempo um dos 10grandes recursos para que
os quadrinistas fujam desses enquadramentos perfeitos, construindo novas
sensações na cabeça daqueles acostumados com as linguagens dos contos
e das fábulas. Nas HQs, somente é necessário fazer valer uma iconografia(*)
representativa. O leitor que 15vê, no primeiro quadro, um garoto olhando
atentamente para um frasco com doces e, no segundo quadro, um frasco de
doces extremamente violentado e aos trapos pode facilmente imaginar o que
se passou entre um quadro e outro. Tal situação é o que se pretende chamar
de linguagem 20do não-quadro. Quadros que têm verdades encobertas e que
mais tarde serão desvendadas pelo leitor.
Ao analisar o contexto das HQs, Scott McCloud, em seu livro
Desvendando os Quadrinhos, separa o discurso quadrinista da pretensão do
real. As imagens geradas 25possuem um potencial muito maior, que permite,
por exemplo, confundir passado, presente e futuro, e com isso construir um
novo tempo: o tempo de cada leitor, de cada leitura. Nessa leitura intervalada
quadro-a-quadro, há o financiamento de várias interpretações. O leitor atua
como o destruidor dos 30espaços-obstáculo que interrompem uma cena e
outra; ele abre o caminho entre um quadro e outro, criando novos cenários.
Moacy Cirne, em Quadrinhos, Paixão e Sedução, diria que “quadrinhos são
uma narrativa gráfico-visual, impulsionada por sucessivos cortes [...]. O lugar
significante 35do corte [...] será sempre o lugar de um corte espácio temporal,
a ser preenchido pelo imaginário do leitor”.
Entender como funciona esse tipo de leitura não é das tarefas mais fáceis.
Como se dá esse processo de reconstrução do “quadro perdido”? (...) Nós,
40
os leitores, somos o consolo das continuidades entre um quadro e outro,
refazendo o tempo de cada história.
In: Revista Continuum. São Paulo: Instituto Itaú Cultural, no 2, julho de
2007, p. 9. Disponível on- line:www.itaucultural.org.br
(*) Iconografia – arte de representar por meio de imagem.
Questão 91)
São recursos argumentativos presentes no texto I:
a) emprego de exemplificação relevante e levantamento de hipóteses
diversas para explicar um mesmo fato.
b) uso do discurso de autoridades no assunto e emprego de exemplificação
relevante.
c) comparação entre duas situações distintas e utilização de elementos
interjetivos para enfatizar uma idéia.
d) levantamento de hipóteses diversas para explicar um mesmo fato e uso
de pergunta retórica.
e) utilização de elementos interjetivos para enfatizar uma idéia e uso de
pergunta retórica.
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TEXTO: 29 - Comum à questão: 92
NOVAS BULAS
Questão 92)
E como substituílo sem sacrificar em demasia a precisão técnica?
Por que o produtor do texto optou por fazer u,a pergunta para expor esse
problema?
a) É um recurso retórico, pois confere destaque ao que se afirma.
b) Para imprimir um tom moralizante ao assunto.
c) Para expressar um juízo de valor acerca do assunto.
d) É um recurso sintático, porque o texto apresenta resposta a essa questão.
e) Porque o assunto é tratado com irreverência pelo jornal.
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TEXTO: 30 - Comum às questões: 93, 94
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comparação foi feita primeiro pelo colunista Charles Krauthammer na revista
“Time” de algumas semanas, no ótimo artigo sobre esse tema intitulado
“Hipocrisia liberal da limusine”).
Além disso, o sistema todo cria distorções hilariantes, não fosse a
gravidade do assunto. Segundo reportagem recente do “New York Times”,
há fazendeiros africanos sendo expulsos das terras em que criam gado, como
faziam seus antepassados por milhares de anos, para que possam ser
plantadas as árvores que vão pagar pela poluição do jato do executivo de
Wall Street.
Para voltar aos anos 70, sugiro um tema para a iniciativa: “Plante, que o
Al Gore garante”.
(Sérgio Dávila, Revista da Folha, 01/04/2007)
Questão 93)
Considere as afirmações a seguir.
Está(ão) correta(s)
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas IV
e) I e II
Questão 94)
Compare os trechos a seguir.
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A palavra destacada no primeiro trecho cria um pressuposto. Pressupostos
são idéias que, embora não estejam expressas explicitamente no texto,
podem ser percebidas pelo leitor a partir do emprego de certas palavras ou
expressões.
Indique o pressuposto marcado pela palavra “até” em I.
a) incompatibilidade
b) conformidade
c) similaridade
d) quebra de expectativa
e) comparação
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Questão 95)
A respeito das estratégias empregadas na composição do texto, assinale o
que for correto.
01. No primeiro parágrafo o autor sintetiza a idéia geral do texto e antecipa
elementos da conclusão.
02. O terceiro parágrafo se vale grandemente do recurso da exemplificação.
04. O último parágrafo se restringe à retomada do primeiro parágrafo,
articulando, assim, o início com o final do texto.
08. O autor optou pela estratégia das afirmações não-taxativas, em todos os
parágrafos, para não prescindir a capacidade de reflexão do leitor.
TEXTO II
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a presidente, todos, indistintamente, de direita e de esquerda, prometem
“progresso”. Mas nenhum deles promete preservar a natureza. Qualquer
menino sabe que a bolha de sabão é frágil. Não pode crescer sempre. Se
crescer além do limite ela estoura. E nossa terra é precisamente uma bolha
frágil que navega pelos espaços vazios, bolha onde apareceram,
miraculosamente, as condições para que 25a vida viesse a existir. Mas, se
essas condições desaparecerem, a vida deixará de existir. Muitas críticas
justas já se fizeram ao capitalismo, de um ponto de vista ético, em virtude de
sua tendência de produzir pobreza e concentrar riqueza. Mas raramente se
fala sobre o capitalismo como um sistema autodestrutivo que, para existir e
gozar saúde, tem de estar num processo de crescimento constante: mais
empregos, mais trabalho, mais devastação da natureza, mais monóxido de
carbono 30no ar, mais lixo – seis bilhões de quilos por dia! –, mais exploração
dos recursos naturais, mais florestas cortadas, mais poluição dos
mananciais... Até quando a frágil bolha suportará?...
Rubem Alves
(www.rubemalves.com.br)
Vocabulário:
1sibipirunas – árvores com flores amarelas e vistosas
Questão 96)
Um texto, ao dialogar com outras manifestações culturais, pode estabelecer
com elas diferentes relações: de paráfrase, quando lhe mantém o sentido
original; de estilização, quando complementa esse sentido; ou de paródia,
quando lhe inverte o sentido original.
Transcreva um fragmento do primeiro parágrafo da narrativa em que haja
referência a outra manifestação cultural e indique o modo como o texto de
Rubem Alves se relaciona com ela se na forma de paráfrase, estilização ou
paródia.
TEXTO I
O desemprego dos idiotas
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econômico. Sem contar que, com melhor educação profissional, se
conseguiria distribuir mais a renda.
O desemprego dos idiotas ocorre, entre outros motivos, porque se dá mais
atenção aos cursos superiores tradicionais, os quais, muitas vezes, são de
péssima qualidade e cuja empregabilidade é baixíssima. Isso com estímulo
oficial que dá bolsas a alunos mais pobres para cursarem faculdades
medíocres.
Para reduzir esse problema, bastaria conhecer as vocações econômicas
locais e preparar mão-de-obra para elas, acrescentando ensino
profissionalizante ao ensino regular. Tudo isso pode ser feito com a ajuda dos
recursos de educação à distância. Nada disso é novidade e já temos, no
Brasil, vários casos de sucesso. É muito mais barato um curso superior para
tecnólogo do que a graduação normal. Mas muitos jovens não sabem disso
na hora de prestar o vestibular.
O melhor que se pode fazer pela inclusão de verdade dos jovens é ampliar
a oferta de ensino profissionalizante, transformando as escolas de ensino
médio numa porta de saída ao mercado de trabalho.
Gilberto Dimenstein. Folha Online, 7/10/2007, www.folha.com.br. consulta
23/07/2008.
Questão 97)
Julgue certas (C) ou erradas (E) as assertivas abaixo em relação ao gênero
do texto:
I. A presença de seqüências expositivas e narrativas determina o gênero
artigo de opinião.
II. As seqüências tipológicas expositivas e argumentativas estão
compatíveis com o gênero artigo de opinião.
III. Ao declarar a expressão: “É preciso muita idiotice pública (muita
mesmo)...” o autor se utiliza de um recurso estilístico que enfatiza sua
argumentação.
IV. O registro lingüístico característico do gênero é formal devido às muitas
vozes que nele estão presentes.
V. O registro lingüístico do texto é formal, embora haja expressões
coloquiais.
A seqüência correta é:
a) ECCEE.
b) ECCEC.
c) EECCC.
d) EECEC
e) CECEE.
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TEXTO: 34 - Comum à questão: 98
TEXTO II
A genética da paixão
(...)
1
Quanto mais se estudam os genes, mais se atribuem a eles um papel
decisivo na escolha de nossos parceiros amorosos. A antropóloga e
pesquisadora americana Helen Fisher, da Universidade Rutgers, de Nova
Jersey, considerada uma das 5maiores autoridades em comportamento
amoroso, avaliza essa teoria e está prestes a lançar um livro sobre ela. Helen
relaciona as características de comportamento à predominância de
determinados tipos de hormônios e neurotransmissores no organismo. A
produção dessas 10substâncias é controlada pelo sistema endócrino, que
funciona de acordo com o perfil genético de cada ser humano. Ela sustenta
que há, basicamente, quatro tipos de personalidade. Indivíduos com
predominância de dopamina seriam os exploradores; de serotonina, os
construtores; de 15estrógeno, os negociadores; e de testosterona, os
diretores. "Todos nós somos uma combinação dos quatro tipos, mas um
deles se expressa com mais destaque em nossa personalidade", disse Helen
a VEJA. Para chegar a esses quatro perfis humanos, a psicóloga submeteu
um questionário 20baseado em sua teoria a assinantes da agência americana
de namoro pela internet Chemistry.com. Após avaliar 20.000 respostas, ela
concluiu que os negociadores, com altos níveis de estrógeno, se sentem mais
atraídos pelos diretores, ricos em testosterona. Já os exploradores e
construtores sentem 25mais desejo por pessoas do seu próprio grupo. (....)
Lima, R. Abreu .www.revistaveja.com.br, 21/05/08.
Questão 98)
No trecho: “Ela sustenta que há, basicamente, quatro tipos de
personalidade”, pode-se afirmar que há
a) uma relação de intertextualidade.
b) uma afirmação categórica.
c) uma refutação na argumentação.
d) ênfase na idéia expressa pelo autor.
e) verossimilhança na argumentação.
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algum momento deste ano, de acordo com estimativas das Nações Unidas,
pela primeira vez na história o número de pessoas que vivem em áreas
urbanas ultrapassará o de moradores do campo. Segundo o mesmo estudo,
nas próximas décadas praticamente todo o crescimento populacional do
planeta ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete em cada dez pessoas
em 2050. A população rural ainda deve aumentar nos próximos dez anos,
antes de entrar em declínio gradativo. A atual migração para as cidades é de
tal ordem que se pode compará-la, de forma alegórica, a um novo salto na
evolução. O Homo sapiens cedeu lugar a seu sucessor, o Homo urbanus.
(Trecho do texto O Planeta Urbano. Veja, 16.04.2008)
Questão 99)
Entre as estratégias empregadas no texto para dar a ele consistência e maior
credibilidade, levando o leitor a crer no que lê, encontra-se
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GABARITO:
17) Gab:
1) Gab: A
18) Gab:
2)
19) Gab:
3) Gab: B
20) Gab:
4) Gab: C
21) Gab:
5) Gab:
22) Gab:
6) Gab:
O título deve manter relação 23) Gab:
necessária com a caracterização O tema da Fatec é bastante atual,
feita para o motorista. A propondo uma reflexão sobre a
caracterização é livre, mas deve influência da sociedade na
manter-se relacionada à formação da personalidade. Ao
realidade que cerca experiências questionar se "as aparências
comuns no trânsito das grandes enganam", o candidato é levado
cidades. O texto deve, ainda, a discutir sobre o uso de
apresentar as marcas lingüísticas "máscaras" para facilitar a
e estilísticas que caracterizam os aceitação das pessoas em
textos acima: por exemplo, o determinados grupos.
emprego da ironia, uma Bom tema, com várias
linguagem centrada no humor, possibilidades de abordagem.
uso de registro coloquial etc.
24) Gab:
7) Gab:
25) Gab:
8) Gab:
26) Gab:
9) Gab:
27) Gab:
10) Gab:
28) Gab:
11) Gab:
29) Gab:
12) Gab:
30) Gab:
13) Gab:
31) Gab:
14) Gab:
32) Gab:
15) Gab:
33) Gab:
16) Gab:
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34) Gab:
54) Gab: B
35) Gab:
55) Gab: D
36) Gab:
56) Gab:
37) Gab:
57) Gab:
38) Gab: Parágrafo contendo um a) A era da eletrônica agrava as
argumento... (Possibilidade diferenças socioeconômicas.
de variedade de parágrafos). b) Respostas possíveis:
- Em 1999, 97,6% da
39) Gab: população mundial nunca
tinham utilizado Internet!
40) Gab: - ‘Até o momento, a Internet é
Espera-se que o candidato utilizada apenas por
desenvolva um artigo de opinião indivíduos relativamente
posicionando-se acerca dos abastados e instruídos: 88%
comentários focalizados e dos internautas vivem em
fundamentando seu ponto de países industrializados que,
vista em argumentos. juntos, representam apenas
17% da população mundial’.
41) Gab: - “As pessoas ‘ligadas’
dispõem de uma vantagem
42) Gab: enorme em relação aos
pobres que não têm acesso a
43) Gab: esses meios e que,
conseqüentemente, não
44) Gab: podem fazer com que sejam
ouvidas suas vozes na
45) Gab: conversação mundial.”
- “As redes mundiais ligam os
46) Gab: que têm recursos e,
silenciosamente, quase
47) Gab: imperceptivelmente, excluem
todos os outros.”
48) Gab: - “O número de computadores
pessoais em uso no mundo é
49) Gab: de cerca de 200 milhões, para
uma população global de 6
50) Gab: bilhões de indivíduos. A
possibilidade de acessar a
51) Gab: Internet, portanto, é limitada a
3% de pessoas.”
52) Gab: - “Mais da metade do planeta
nunca usou um telefone.”
53) Gab: C
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- “Em 47 países, um quarto
dos Estados do mundo, não 73) Gab:
há sequer uma linha de
telefone para cem habitantes! 74) Gab: D
“
- “Em toda a África negra, há 75) Gab: C
menos linhas telefônicas do
que na única cidade de 76) Gab: C
Tóquio, ou do que na única
ilha de Manhattan, em Nova 77) Gab: D
York.”
- “Em janeiro de 2000, 78) Gab: E
estimava -se que mais da
metade dos computadores 79) Gab: A
conectados à Internet
pertenciam a norte - 80) Gab: D
americanos.”
81) Gab: C
58) Gab: C
82) Gab: B
59) Gab: C
83) Gab: A
60) Gab: D
84) Gab:
61) Gab: A
85) Gab: A
62) Gab: A
86) Gab: E
63) Gab: C
87) Gab: D
64) Gab: A
88) Gab: B
65) Gab: A
89) Gab:
66) Gab: O autor considera o controle uma
ameaça à liberdade da Internet.
67) Gab: O recurso é a enumeração de
detalhes que demonstram o
68) Gab: exagero do controle proposto.
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94) Gab: D
95) Gab: 10
96) Gab:
Mas há tantas músicas
esperando ser escritas!
Estilização.
97) Gab: A
98) Gab: B
99) Gab: C
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