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CORA

e o CARACOL

Lara Plumari
Lara Plumari

Cora e o Caracol
1ª edição
2022
Dedico esse livro à minha Nan.
Aonde quer que você vá,
saiba que sempre poderá
voltar para casa.
Este livro pertence a:
Cora era uma menina
doce, divertida e
adorável. Todos aqueles
que conheciam a
menina, se encantavam
com seu jeito tímido.
Cora costumava ter os
cabelos pretos, mas
sonhava que fossem azuis.
Seus olhos eram curiosos
e hipnotizantes. Eram
gigantes como uma
floresta, com troncos e
folhas, nem mesmo ela
sabia ao certo.
A menina Cora era
muito bondosa com as
pessoas e com os
animais, principalmente
com os gatos.
Ah... ela era
apaixonada por gatos,
não podia ver um
dando sopa na rua que
já queria levar pra casa.
A mãe de Cora parecia
atriz. Dizia que tinha
escolhido esse nome para
a menina por causa de um
filme que havia assistido
certa vez.
Vai entender...
Caracol era um molusco
muito sozinho. Vivia na
imensa e profunda
floresta dos olhos de Cora.
E ela só conseguia o ver
em seus sonhos.
Certa noite, Cora estava
passeando e conhecendo os
insetos e os animais que lá
habitavam, quando por pouco,
não pisou no Caracol, que deu
um grito ao se deparar com um
pé de galochas vindo em sua
direção.
Ela rapidamente segurou
a perna no ar, impedindo
que atingisse aquele
pequeno molusco.
Ufa!
A menina se abaixou para se
desculpar com ele e
aproveitou para puxar papo.
Ela se apresentou e
descobriu que o nome do
caracol era... Caracol!
"Que mãe sem criatividade".
Pensava ela.
O Caracol era um bicho muito
falante, e contou por horas
sobre sua vida para Cora, que
escutava atenta, encantada com
aquele molusco tão empolgado
ao contar sua cor favorita, sua
comida preferida, e os lugares
pelos quais já havia rastejado.
Cora se deu conta que já estava
ficando tarde e se despediu do
Caracol, que a fez prometer
que voltaria na noite seguinte.
Ela, sem hesitar, fez a
promessa e não via a hora de
voltar para lá.
Na noite seguinte, a mãe da
menina deu um beijo em sua
testa e aconchegou a coberta
ao redor de Cora, que se
entregou ao sono para
mergulhar em seus sonhos.
De repente ela se viu no meio
de tanto verde e tantas
nuances em tons de marrom,
onde os troncos das árvores
se mostravam presentes.
A menina Cora gritava pelo
nome do Caracol, que escutou
e rapidamente saiu para fora
da concha, se movimentando
por entre as folhas para
chamar a atenção dela.
E assim foi por meses, os dois
não se desgrudaram nem por um
segundo sequer. Cora o amava
com toda a força que ela tinha, e
Caracol se apaixonava cada dia
mais por ela.
Depois que Cora ia embora
logo de manhã, o Caracol
entrava dentro de sua
grande casca e não parava
de pensar na menina.
Ele queria que ela soubesse o
quanto era amada por ele.
Cora era carinhosa e
encantadora. Ela era dona dos
olhos mais profundos que ele
já tinha conhecido. O Caracol
conseguia enxergar a
imensidão no olhar da menina,
e ficava hipnotizado com
aquela infinidade de cores.
Até que certo dia, a mãe da
menina a chamou para lhe dar
uma notícia. Ela havia sido
convidada para atuar num
filme em Hollywood, e eles
precisariam se mudar para lá,
que era bem longe da casa
onde moravam agora.
Ela sabia que não havia nada
que pudesse ser feito, já
estava decidido. A mãe de
Cora se sentia culpada por
tirar a felicidade da filha, e a
menina chorava em seus
braços sem saber o que fazer.
A menina era a coisa
mais admirável que
aquele mísero molusco já
tinha visto em toda a sua
vida. E ele não suportaria
a dor de perdê-la.
Certa hora da noite, todos os
animais se calavam para a
tão esperada Hora da Estrela,
onde todos os pedidos
poderiam ser realizados.
Ao saber que a menina iria
embora, o Caracol entrava todos
os dias dentro da casca no
profundo silêncio da floresta, e
desejava que Cora fosse tão
pequena que coubesse dentro de
sua concha, e assim, não a
deixaria ir a lugar nenhum.
Porém, as súplicas dele não foram
ouvidas. Só lhe restava pedir
sabedoria para lidar com a
separação. O pequeno molusco só
conseguia sentir medo, tristeza e
angústia. Ele não conseguia aceitar.
Cora estava partindo, e dessa vez,
não voltaria na noite seguinte.
E então, chegou o grande dia.
A última noite que Cora e
Caracol se veriam. O último
adeus. Nenhum deles estava
pronto.
O choro foi inevitável. E no
momento em que o Caracol viu a
menina se afastando no
horizonte, olhando para trás
para ver se ele ainda a observava,
ficava cada vez mais claro para
ele. Seu mundo tinha acabado.
O Caracol sentia a ausência da
menina dos olhos profundos
todos os dias, mas sabia que
ela o guardava no coração, e
era capaz de sentir seu amor
mesmo de tão longe.
Cora e o Caracol nunca deixaram
de se amar nem por um segundo
de suas vidas, e sabiam que não
seria nada fácil, mas descobriram
dentro de si o sentimento mais
puro e verdadeiro que sentiam
um pelo outro.
O amor!
Que viveria para sempre dentro
de seus corações.
FiM
Cora terá de lidar com uma
despedida que estava fora
de seus planos. Ela e o
Caracol irão descobrir um
sentimento novo, que
mudará suas vidas para
sempre.

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