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GESTÃO DE PESSOAS E LIDERANÇA
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Sumário
APRESENTAÇÃO......................................................................................7
2.1 – MOTIVAÇÃO.........................................................................................................................31
2.2 – CORRENTES TEÓRICAS CLÁSSICAS...........................................................................32
2.2.1 – TEORIAS DE CONTEÚDO.............................................................................................32
2.2.1.1 – TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES.................................................33
2.2.1.2 – TEORIA DOS DOIS FATORES......................................................................................34
2.2.1.3 – MODELO DAS TRÊS FORÇAS MOTRIZES............................................................35
2.2.1.4 – TEORIA X E Y................................................................................................................36
2.2.2 – TEORIAS DO PROCESSO.............................................................................................36
2.2.2.1 – TEORIA DA EXPECTATIVA........................................................................................37
2.2.2.2 – ESTABELECIMENTO DE METAS..............................................................................37
2.2.2.3 – TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO........................................................................38
2.3 – ESTRATÉGIAS CONTEMPORÂNEAS............................................................................39
2.3.1 – EMPOWERMENT.............................................................................................................39
2.3.1.1 – BASES DO EMPOWERMENT....................................................................................40
2.3.2 – HOLACRACIA / HOLOCRACIA......................................................................................42
2.3.2.1 – ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA HOLACRACIA............................................43
UNIDADE 05 – LIDERANÇA..................................................................61
5.1 – LIDERANÇA..........................................................................................................................61
5.2 – COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DO LÍDER....................................................................63
5.3 – TEORIA DA CAPACIDADE DE LIDERANÇA..................................................................63
5.4 – TEORIA DO CAMINHO-OBJETIVO..................................................................................64
5.5 – TEORIA SITUACIONAL......................................................................................................65
5.6 – HIERARQUIAS DE LIDERANÇA.......................................................................................67
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6.1 – FINALIDADE.........................................................................................................................69
6.2 – DIFICULDADES DE AVALIAÇÃO.....................................................................................70
6.3 – INDICADORES DE DESEMPENHO QUANTITATIVOS................................................70
6.4 – ESTRUTURAS DAS PERGUNTAS...................................................................................71
6.4.1 – ESCALA GRÁFICA...........................................................................................................72
6.4.1.1 – ESCALA GRÁFICA CONTÍNUA..................................................................................72
6.4.1.2 – ESCALA GRÁFICA SEMICONTÍNUA........................................................................73
6.4.1.3 – ESCALA GRÁFICA DESCONTÍNUA.........................................................................73
6.4.2 – ESCOLHA FORÇADA......................................................................................................74
6.4.2.1 – EXEMPLO ESCOLHA FORÇADA..............................................................................74
6.4.3 – FRASES DESCRITIVAS..................................................................................................75
6.4.3.1 – EXEMPLO – FRASES DESCRITIVAS.......................................................................75
6.4.4 – INCIDENTES CRÍTICOS.................................................................................................75
6.4.4.1 – EXEMPLO – INCIDENTES CRÍTICOS......................................................................76
6.5 – INSTRUMENTOS AVALIATIVOS......................................................................................76
6.5.1 – QUESTIONÁRIO...............................................................................................................77
6.5.1.1 – EXEMPLO DE QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO.................................................77
6.5.1.2 – EXEMPLO DE QUESTIONÁRIO COM PERGUNTAS ABERTAS........................78
6.6 – MÉTODOS AVALIATIVOS..................................................................................................79
6.6.1 – AUTOAVALIAÇÃO............................................................................................................79
6.6.2 – AVALIAÇÃO VIA ÚNICA OU 90O....................................................................................80
6.6.3 – AVALIAÇÃO EM MÃO-DUPLA OU 180º.......................................................................81
6.6.4 – AVALIAÇÃO 360º..............................................................................................................81
6.6.4.1 – OPERACIONALIZAÇÃO...............................................................................................82
6.6.4.2 – RESULTADO ESPERADO...........................................................................................83
6.6.5 – OBSERVAÇÃO DIRETA..................................................................................................83
6.6.6 – ENTREVISTA.....................................................................................................................84
6.7 – DISTORÇÕES DOS PROCESSOS AVALIATIVOS.......................................................85
6.8 – ELIMINAÇÃO DAS DISTORÇÕES...................................................................................85
9.1 – COMPETÊNCIA.................................................................................................................115
9.1.1 – DEFINIÇÕES...................................................................................................................115
9.1.2 – PAPEL DAS COMPETÊNCIAS....................................................................................116
9.1.3 – VANTAGENS...................................................................................................................117
9.2 – IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS...............................................117
9.2.1 – CRITÉRIOS......................................................................................................................118
9.2.2 – PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO...................................................118
9.2.3 – ABORDAGEM ALTERNATIVA.....................................................................................119
9.2.4 – CONSTANTE REVISÃO................................................................................................120
9.3 – IMPACTOS E BENEFÍCIOS.............................................................................................120
9.3.1 – SELEÇÃO POR COMPETÊNCIA.................................................................................121
9.3.2 – PROCEDIMENTOS DE SELEÇÃO..............................................................................121
9.3.2.1 – ENTREVISTA DE SELEÇÃO.....................................................................................122
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Apresentação
A disciplina Gestão de Pessoas e Liderança tem o objetivo de promover os
conhecimentos e habilidades sobre variados tópicos ligados a uma das principais
tarefas do gestor, que é saber lidar com as pessoas, no sentido de mantê-las
motivadas e empenhadas no atingimento dos objetivos da empresa. É uma
disciplina que auxilia na compreensão sobre quais as estratégias passíveis de
serem adotadas na promoção de mudanças das atitudes e comportamentos das
pessoas nas diferentes áreas da cadeia produtiva de uma empresa.
Para tanto, ela inicia apresentando conceitos e reflexões sobre a relação dos
conceitos organização, cultura, cultura organizacional e poder com as pessoas nos
espaços corporativos. E na sequência apresenta o resgate de algumas das
principais teorias de motivação que permitem compreender como estruturar e
implementar estratégias voltadas a motivar e manter os profissionais de sua
equipe engajados e produtivos, esclarecendo as razões das mudanças em
andamento das formas de relações interpessoais nos espaços empresariais.
No decorrer da disciplina são trabalhados também os seguintes tópicos:
» Percepção das mudanças no mundo contemporâneo e seu impacto na
gestão de pessoas;
» Identificação do alinhamento necessário entre a gestão de pessoas e o
clima interno das organizações;
» Análise e resolução de situações de conflito por meio de uma
comunicação não violenta.
» Compreensão e utilização de diferentes abordagens de liderança para
promoção da valorização e do desenvolvimento da maturidade dos
funcionários, de maneira que eles compreendam como podem assumir
mais responsabilidade e contribuir de forma mais criativa e ágil para os
objetivos estratégicos da empresa.
» Entender a relevância de uma abordagem mais sustentável, a partir das
premissas do ESG – Environment, social and Governance (Meio
Ambiente, Social e Governança) aplicadas à gestão de pessoas.
» Apresentação da influência que os fenômenos indústria 4.0 e sociedade
5.0 tem sobre os processos de formação e treinamento da mão de obra
nas empresas, nos dias atuais.
» Identificar como gerir o desempenho.
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Unidade 01 – ORGANIZAÇÃO,
CULTURA, CULTURA
ORGANIZACIONAL E PODER
Nesta unidade são apresentados alguns dos principais conceitos ligados a
temas estruturantes do ambiente corporativo, como organização, cultura e a
integração de ambos, que resulta na cultura organizacional. São trabalhados
também os elementos que compõem as relações de poder derivadas desse
contexto de cultura organizacional.
Você tem clareza sobre qual é o seu propósito de vida, sobre qual é a atividade que
o/a deixa realizado em termos pessoais?
Essas são algumas das reflexões que, enquanto gestores, devemos fazer a nós
mesmos e a todos os membros de nossas equipes.
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Peter Drucker (2001) reflete que não se trata de descartar os recursos anteriores,
mas de entender que eles passaram a um segundo plano. Nos tempos atuais, ao se
investir constantemente no aprimoramento do conhecimento especializado, os fatores
anteriores podem ser adquiridos:
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Daí a relevância desses atores estarem alinhados e concordarem com tais objetivos e
metas, de maneira a atuarem para o atingimento dos mesmos. Suas expectativas pessoais
precisam estar de alguma forma alinhadas com as expectativas da organização, sob risco
de não dedicarem esforços adequados para o atingimento das mesmas, o que pode
comprometer até mesmo a saúde da organização.
A competitividade é cada vez mais acirrada, sendo que manter-se atualizado e até
mesmo à frente de seu setor, inovando sempre, torna-se cada vez mais um grande
desafio.
Robbins (2009) explica que uma organização se estrutura por meio de um conjunto
de tarefas agrupadas e distribuídas sob uma coordenação específica. Ele aponta que há
seis elementos essenciais que devem ser considerados sempre na estrutura
organizacional: especialização do trabalho, departamentalização, cadeia de comando,
amplitude de controle, centralização e descentralização e formalização.
Segundo ele, há cinco mecanismos básicos que podem ser adotados na coordenação
dessas tarefas, para seu controle e comunicação. São elas:
Ajustamento mútuo
Supervisão direta
coordenação das tarefas é realizada por uma pessoa responsável por instruir e
monitorar as ações de uma equipe;
comunicação formal;
comunicação formal;
comunicação formal;
controle indireto.
1.1.4.2 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Trata-se de definir áreas da organização com base nos tipos de atividades, tarefas e
focos que cada uma delas terá. Uma das formas mais utilizadas para a definição e
departamentalização é a partir do agrupamento de funções desenvolvidas por área.
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1.1.4.5 – CENTRALIZAÇÃO E
DESCENTRALIZAÇÃO
Esses dois termos referem-se aos processos de tomada de decisão de uma
organização e à distribuição de responsabilidades entre os profissionais.
Quanto maior a concentração de tomada de decisão em um único ponto da
organização, mais centralizada ela é. E quanto mais distribuído o poder de tomada de
decisão em vários pontos da estrutura organizacional, mais descentralizada é a mesma.
1.1.4.6 – FORMALIZAÇÃO
Refere-se a como estão instituídos os processos de padronização das atividades
desenvolvidas na organização. Quanto mais formal for o processo de padronização, menor
é autonomia dos profissionais que as desenvolvem quanto a decisões sobre oque
executar, como e em quais tempos.
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Complexidade
Número de componentes ou diferenciação da organização;
Formalização
Definição ou padronização das atividades dos cargos da organização;
Centralização
Localização da autoridade que toma decisões na organização.
Tamanho
Capacidade física, pessoal disponível, insumos, produtos e recursos da
organização;
Tecnologia
Operações e conhecimento técnico, com base na natureza da tarefa da
produção ou da prestação de serviços;
Ambiente
Social, emocional e físico em que se insere a organização.
Escolha estratégica
Definição, a longo prazo, de metas e objetivos básicos do
empreendimento, adoção de linhas de ação e alocação de recursos para
a obtenção das metas estabelecidas.
1.2 – CULTURA
Procure pensar sobre quais seus hábitos e comportamentos no seu dia a dia, em sua
casa, com seus familiares ou amigos, bem como quais são seus hábitos e
comportamentos quando está na organização onde atua profissionalmente.
Reflita sobre como eventualmente você se adaptou rapidamente aos hábitos e cultura
dessa organização, ou mesmo, como teve dificuldade para que isso ocorresse. Reflita
sobre quais as crenças e valores que influenciam esses elementos.
Trata-se de um conceito que abrange diversos elementos, ligados inclusive a
aspectos pedagógicos, sociológicos e antropológicos. Nosso objetivo aqui é que você,
enquanto gestor, desenvolva uma melhor compreensão sobre este tema a partir dos
olhares de alguns pesquisadores.
A palavra culture foi cunhada por Edevand Tylor (1832 – 1917), a partir de dois
termos:
Kultur – palavra germânica que significa o que simboliza aspectos espirituais de
uma comunidade; e
Civilization – palavra francesa que, à época, estava relacionada às relações
materiais que um povo apresenta.
Segundo esse pesquisador, culture consiste em um:
todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade.
Para que a cultura organizacional tenha na sua composição elementos que estimulem
o comportamento ético, ele desenvolve um subconjunto da cultura organizacional, a cultura
ética. (Treviño; Butterfiel; McCabe, 1998).
A cultura ética é representada por vários sistemas formais como o código de conduta
ética, lideranças pautadas no comportamento ético, treinamentos, bem como todas as
ações que tenham como diretriz estimular e legitimar a conduta ética do indivíduo na
organização.
A força e o conteúdo da cultura de uma organização influenciam o clima
e o comportamento ético. (ROBBINS, 2009)
Embora não seja um processo fácil, a mudança cultural é possível e de longo prazo.
E seu início, inegavelmente, começa pela liderança e seu engajamento no processo.
Magaldi (2019) aponta como principais elementos para a transformação cultural, sete
elementos:
A transição de culturas – o processo deve ter um início formal, comunicado
pela liderança à toda organização. O projeto deve ser apontado como sendo
de mais alta prioridade;
Cadência e consistência – o projeto deve ter etapas planejadas
tempestivamente, pois instabilidades acontecerão ao longo do processo, mas o
importante é replanejar e seguir com o ritmo das atividades;
Pessoas certas no lugar certo – mudanças culturais exigem nova
mentalidade, muitos profissionais da própria companhia abraçarão o projeto,
mas se há resistência, há que se avaliar como gerenciar ou mover os
resistentes. Esta pode ser uma parte dolorosa do processo. Pode incluir ainda
a contratação de um CEO com perfil específico para promover os processos
de mudança de cultura;
O ambiente que estimule o aprendizado – a cultura de aprendizagem deve
estar no cerne da organização que quer ser inovadora, onde haja espaço e
estímulo à colaboração e à gestão do conhecimento. Mais do que ensinar
conteúdo, deve-se estimular seus membros a pensar e propor inovação;
O tempo – como já dito, este é um processo de longo prazo, iniciar uma
transição como essa, sob pressão de tempo é estar fadado a sucumbir no
primeiro revés que exija revisão da duração do projeto;
Os sistemas de recompensa e reconhecimento – para a transformação
cultural ser consistente, ela deve estar alinhada com seu sistema de
reconhecimento, deve haver um alinhamento que mostre o quão valioso é para
a própria empresa;
A comunicação – “o que não é percebido, não existe”. Para que haja real
engajamento das pessoas, a comunicação não pode ser acessória, deve ser
parte integrante do projeto e formalmente planejada.
Mesmo sendo difícil, uma mudança cultural pode ser construída. O ponto central é
que ela deve ser administrada e feita de maneira gradual, deve-se evitar mudanças
radicais e imediatas na cultura organizacional.
Para melhor administrar a mudança cultural, devemos:
Reconhecer que as pessoas são resistentes às mudanças;
Educação e comunicação
Propiciar a comunicação pode minimizar a resistência uma vez que isso ajuda
os funcionários a compreenderem a lógica da mudança.
Participação
1.4 – PODER
O poder nas organizações pode ser observado nas relações entre os indivíduos,
principalmente nas relações hierárquicas, mas também entre os grupos de trabalho.
Segundo Morgan, o poder é o meio pelo qual os conflitos de interesse são resolvidos.
Segundo Robbins (2009), o poder, na perspectiva organizacional, é a capacidade de um
indivíduo influenciar o comportamento do outro, dada uma determinada dependência do
segundo em relação ao primeiro.
O poder sobre determinada pessoa só ocorre:
quando ela deseja obter alguma coisa controlada por uma outra pessoa;
1.4.9 – COALIZÕES
Segundo Robbins, quando a busca do poder individual não é possível de ser
realizada, o poder é exercido por meio de formação de coalizões.
A coalizão ocorre quando pessoas se juntam por meio da combinação de recursos
próprios e aumentam seus ganhos individuais.
As coalizões mais bem sucedidas são aquelas que se formam rapidamente e logo
desaparecem, após a realização dos objetivos.
Em muitas organizações, segundo Morgan, uma coalizão dominante pode controlar
importantes áreas da vida organizacional. Tais coalizões são construídas em torno de
figuras-chave da organização – os diretores ou o presidente.
Cada membro participa da coalizão, a partir de alguma exigência feita, vista como o
preço da participação.
Há ocasiões em que as coalizões são formadas por atores menos poderosos que
buscam apoio de outros atores, com vistas ao aumento do poder de forma conjunta.
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E há outras ocasiões em que as coalizões são formadas por atores poderosos que
buscam tão somente consolidar o poder já possuído por eles.
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2.1 – MOTIVAÇÃO
Ao longo dos anos, pesquisadores sobre o tema puderam identificar e acompanhar
inúmeras mudanças na sociedade as quais acabaram por promover o desenvolvimento de
novos modelos de gestão organizacional. Aqui estão apresentadas algumas das
transformações mais relevantes:
a busca de motivação e comprometimento de todos os funcionários;
ajustamento mútuo;
Fisiológica
Fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais.
Segurança
Segurança e proteção contra danos físicos e emocionais.
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Social
Afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um grupo.
Estima
• fatores internos de estima – respeito próprio, realização e autonomia.
• fatores externos de estima – status, reconhecimento e atenção.
Autorrealização
Crescimento, autodesenvolvimento e alcance do próprio potencial.
Prioridades
Para Maslow, as necessidades fisiológicas e de segurança – necessidades básicas –
são aquelas que devem ser atendidas antes de todas as outras.
Atendidas as necessidades básicas, as pessoas seriam motivadas pelo desejo de
pertencer a algum grupo, de serem aceitas socialmente e reconhecidas por aqueles com
os quais interagem.
Haveria ainda a vontade de se sentirem realizadas em suas vidas.
Por último, as necessidades de autorrealização, ou seja, a necessidade de crescer
continuamente e o alcance do potencial de cada indivíduo são aquelas que encerrariam a
hierarquia.
Questionamentos quanto à proposição de Maslow
A teoria da hierarquia das necessidades, apesar de sua importância para o estudo da
motivação, é alvo de críticas por parte de muitos pesquisadores.
Segundo Robbins, a afirmação de que a motivação é consequência de necessidades
ainda não satisfeitas é questionável.
Questiona-se, ainda, a ideia de que o movimento em direção a um nível de
necessidades tem como pressuposto a satisfação das necessidades em um nível anterior.
ao reconhecimento;
ao trabalho em si;
à responsabilidade;
ao progresso;
ao crescimento.
estabelecer objetivos e metas que possam nos guiar no trabalho; obter sucesso
e, consequentemente, reconhecimento.
Motivação para o poder
Pessoas assim motivada, buscam impactar as organizações e estão dispostas a
aceitar
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fazer com que ele coloque em prática alguma ação sob aquela influência.
2.2.1.4 – TEORIA X E Y
As teorias X e Y – formuladas por Douglas McGregor – constituem dois grupos de
suposições sobre como os administradores enxergam seus subordinados no processo de
trabalho.
A teoria X pressupõe que os indivíduos são seres preguiçosos por natureza e tendem
a rejeitar o trabalho sempre que podem, sendo a segurança o fator mais importante para
eles.
As pessoas, de acordo com essa teoria, devem ser coagidas a trabalhar, sob ameaça
de punição.
A teoria Y pressupõe que o trabalho é algo tão natural quanto o ato de descansar ou
se divertir e pode ser realizado de forma voluntária.
De acordo com essa teoria, as pessoas buscam assumir responsabilidades, sendo o
trabalho uma fonte de satisfação.
Notamos que a teoria X tem uma visão bastante negativa sobre o trabalho, ao passo
que a teoria Y é bem mais otimista.
específicos a serem atingidos. Assim, a meta é elemento que merece a atenção dos
gestores, pois influencia e regula o comportamento, uma vez que estimula a ação para
atividades definidas.
Neste sentido as metas merecem especial atenção quanto ao seu estabelecimento.
Deve ser compreensível e condizente com a atividade; deve ser desafiadora, mas possível
de ser atingida, ao contrário, pode resultar em desestimulo ou, até, assédio moral.
Há que se ter em mente que se os indivíduos compreendem claramente o que se
espera deles, com objetivos claros e precisos, têm a possibilidade de direcionar
adequadamente seus esforços.
Relação entre a fixação de objetivos e desempenho
Deci e Ryan (2000), insere em sua proposição sobre motivação a consideração sobre
a “desmotivação”. Para eles há três principais tipos de motivação: a motivação extrínseca,
a motivação intrínseca e a desmotivação. Esta última é observada quando há um
automatismo no comportamento, ou seja, quando um funcionário age de forma automática,
sem avaliação, mas apenas por reflexos e hábitos. Numa organização, um funcionário é
visto como desmotivado quando não se observa uma conexão entre os seus
comportamentos as respectivas consequências.
Na proposição dos pesquisadores há dois tipos de “desmotivação”: a interna e a
externa. Elas se diferenciam em função da origem da resignação, que podem estar
localizadas no indivíduo em si ou no ambiente externo. Quando o funcionário segue
desempenhando suas funções, mas sem acreditar em sua utilidade, em função das metas
serem inalcançáveis, a desmotivação está no ambiente externo; de outra forma, se a
desmotivação é causada pela percepção do funcionário de que ele não é capaz de realizar
um trabalho, a desmotivação é interna.
A motivação intrínseca está relacionada ao estímulo pessoal do indivíduo, seja pela
sensação de prazer, como em profissões artísticas; seja pela dedicação prazer de atingir
um resultado, com um pesquisador; a motivação intrínseca é observada quando a pessoa
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se dedica a um trabalho porque esse lhe permite aprender coisas novas, desenvolver suas
competências ou superar desafios.
As motivações extrínsecas são aquelas relacionadas, principalmente, as
recompensas. Comportamentos motivados extrinsecamente são adotados,
exclusivamente, com o objetivo de responder a demandas externas ou para que se
obtenha uma recompensa verbal ou tangível. Um bom exemplo de motivação extrínseca
são as remunerações variáveis por desempenho e os bônus por participação no resultado.
2.3.1 – EMPOWERMENT
Uma das recentes propostas estratégicas que tem ganhado força nas corporações,
muito convergente com a Teoria Y, é a do Empowerment, que significa Empoderamento.
Trata-se de uma proposta relacionada com a técnica de liderança, sendo que, por se
referir às tomadas de decisão do dia a dia das organizações, sua implementação é
executada diretamente com seus vários profissionais.
Essa estratégia prevê que os gestores distribuam mais responsabilidades nas
tomadas de decisão para solução de desafios do dia a dia com os profissionais que atuam
em suas equipes.
Trata-se de valorizar as iniciativas, ideias e opiniões desses profissionais, conferindo-
lhes uma participação maior e mais significativa nas ações e processos da empresa. Esta
estratégia propicia um melhor aproveitamento das competências dos membros das
equipes.
Mais do que isso:
O Empowerment propicia um melhor aproveitamento das próprias formações
ofertadas aos profissionais de uma empresa, viabilizando que esses atores utilizem
de fato os saberes desenvolvidos nessas capacitações de forma ampla e
consistente. Isso implica dar maior autonomia a elas na tomada de decisões quando
do desenvolvimento de suas funções e atividades.
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2. Desenvolvimento
Como dito, para que possam assumir responsabilidades, é preciso que atendam a
formações – ações de treinamento e educação continuada - voltadas ao aprimoramento de
seus saberes, bem como ao desenvolvimento da maturidade profissional dos mesmos
enquanto líderes também. Há a necessidade de se investir no desenvolvimento pessoal
e profissional dos mesmos, com foco em liderança e poder de decisão.
3. Liderança
Promover liderança e mais responsabilidades junto às equipes implica conferir a eles
maior participação nas tomadas de decisões importantes, que não devem demandar tanto
tempo.
É preciso que o gestor tenha sempre em mente que o crescimento consistente da
empresa demanda ter outros profissionais que atuem como líderes junto de si.
4. Motivação
Motivação é um fator essencial para o aumento da produtividade e engajamento dos
profissionais que atuam dentro de uma empresa. Quanto maiores e complexos os
desafios, mais a motivação é demandada.
Valorizar suas contribuições e investir no desenvolvimento dos mesmos são ações
que tendem a gerar e aumentar a motivação e engajamento dos mesmos, pois se sentem
importantes e valorizados enquanto pessoas e profissionais.
A manutenção essa motivação demanda também que haja o constante
reconhecimento e recompensa dessas iniciativas, bem como a comemoração das metas
alcançadas pela equipe.
VANTAGENS
Aumento da autoconfiança dos colaboradores
Redução da burocracia
Fidelização de clientes
Operação
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Constituição
Por seu caráter inovador, é importante que seja feito com cuidado observando
inclusive as premissas descritas no empowerment, de forma gradativa, para que as
pessoas possam incorporar, acompanhar e se integrar de fato às transformações.
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Unidade 03 – CLIMA
ORGANIZACIONAL E GESTÃO DE
CONFLITOS
Esta unidade está dedicada a apresentar o conceito de clima organizacional e
como ele impacta diretamente na motivação dos profissionais que atuam em uma
organização. Outro aspecto que é abordado nesta unidade é como identificar e
entender a relevância de se trabalhar a gestão dos conflitos que podem surgir
entre as pessoas que fazem parte da empresa.
ali em vigor. Pessoas mais respeitadas e felizes, são pessoas mais motivadas e
produtivas.
A pesquisa de clima organizacional consiste no mapeamento sobre como as
relações entre as pessoas estão sendo construídas, por meio do mapeamento da
qualidade das ações desenvolvidas por cada uma das pessoas sobre diferentes fatores.
Ela tem como principal objetivo a melhor compreensão sobre como a cultura
organizacional afeta o dia a dia dessa empresa.
A área de RH é a principal responsável pelo desenvolvimento dessa pesquisa, sendo
que ao final ela apresenta um relatório com os pontos fortes e fracos desse ambiente
organizacional.
Esse índice permite ainda a análise de alguns outros propósitos, quais sejam:
Confirmar a liberdade de opinar e apoiar nas tomadas de decisões;
Definir estratégias para aprimorar o ambiente de trabalho;
Mapear obstáculos de aumento de produtividade e motivação;
Verificar possibilidades de geração de ideias inovadores;
Identificar base sólida para realizar mudanças organizacionais;
Analisar e avaliar a qualidade de vida dos colaboradores e como isso impacta
na produtividade da organização;
Possibilitar a atração de talentos;
Mapear tendências futuras em alinhamento com uma gestão mais estratégica;
Analisar eventuais transformações já ocorridas ao longo do tempo dentro da
organização.
Por se tratar de uma pesquisa de tal relevância, é importante que suas etapas sejam
muito bem planejadas, com indicação clara sobre como será aplicada, quando isso
ocorrerá, por quanto tempo ficará disponível e quem fará a aplicação, análise e
compilação dos resultados.
Por tratar de temas delicados, como as relações entre as pessoas que trabalham na
empresa, o anonimato e sigilosidade das respostas é essencial para que os respondentes
se sintam à vontade para expressar como de fato se sentem em relação aos temas
apurados e como são essas relações.
Atualmente há empresas especializadas no tema, que coletam as respostas por
questionário disponibilizado em formulário on-line e já compilam todos os resultados, para
garantir que nem os dirigentes da organização que encomendou a pesquisa tenham
acesso às respostas de seus profissionais.
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Esses dirigentes só têm acesso aos resultados gerias e por área e temas, sem a
identificação das pessoas que responderam. Quem apresenta os resultados normalmente
são os gestores.
Outro aspecto muito importante de ser esclarecido é que a pesquisa do clima
organizacional não tem relação com avaliação de desempenho. São duas ações de
avaliações totalmente diferentes entre si.
Um aviso importante: pesquisas de clima organizacional tem um custo alto para a
organização, em função do valor dos resultados. Então, quando uma empresa contrata
uma pesquisa de clima organizacional, seus empregados esperam que alguma ação
estratégica seja definida com base na mesma, para melhoria das relações e hábitos.
Quando não há compartilhamento dos resultados ou definição dessas ações
estratégicas para endereçar possíveis contextos delicados identificados pela pesquisa do
clima, isso acaba por deixar os empregados desconfortáveis, inseguros e desconfiados.
Consequentemente isso pode gerar um aumento de conflitos, desmotivação e queda de
produtividade.
Então, é importante que a empresa realize todo o ciclo da pesquisa de clima
organizacional, que vai da aplicação do questionário até a definição das ações para
aprimoramento das relações entre as pessoas.
Quanto melhor for a qualidade das relações de uma organização e quanto mais
motivadas se sentirem em seu ambiente de trabalho, maior tende a ser a produtividade das
pessoas que ali atuam.
Absenteísmo
Em 2015, foi aprovada também a chamada Agenda 2030 por 193 países-
membros da ONU, que consiste em um plano de ação para o desenvolvimento
desses objetivos sustentáveis até 2030.
O Pacto Global é uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do
crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas
comprometidas e inovadoras. (Site Pacto Global, sem data)
empregados que ali atuam – das mais simples e genéricas, às mais complexas e
específicas.
Trata-se de promover mudanças culturais organizacionais profundas que demandam
planejamento de longo prazo com planos de ação anuais para o avanço dessas
transformações e fortalecimento de uma cultura para a sustentabilidade da empresa, o
entorno da mesma e do próprio Planeta.
Ao decidir pautar suas ações com base nessas três dimensões, e comunicar a seus
públicos de interesse / stakeholders que suas ações estratégicas estarão alinhadas às
premissas do ESG, a empresa deverá também alinhar e implementar suas ações
estratégicas ligadas a todas as suas áreas com base nesses princípios, sob risco de
perder credibilidade junto a esses públicos de interesse por falta de consistência e
coerência entre seu discurso e suas práticas. Com as redes sociais, essas discrepâncias
são mais rapidamente identificadas e reveladas, sendo que os prejuízos podem ser bem
impactantes para o negócio.
A dimensão Social é a mais diretamente ligada à Gestão de Pessoas em si, em
função dos temas e subtemas a ela ligados. Aqui vale resgatar o exemplo dos indicadores
Ethos, o qual apresenta como indicadores da Dimensão Social os seguintes temas e
subtemas:
DIMENSÃO TEMA SUBTEMA INDICADORES
Social Direitos Humanos Situações de Monitoramento de impactos do negócio nos
Risco para os Direitos Humanos
Direitos Combate ao trabalho infantil na cadeia de
Humanos suprimentos
Trabalho forçado (ou análogo ao escravo) na
cadeia de suprimentos
Ações Promoção da diversidade e equidade
Afirmativas
Práticas de Relações de Relação com empregados (efetivos,
Trabalho Trabalho terceirizados, temporários ou parciais)
Relações com sindicatos
Desenvolvimento Remuneração e benefícios
Humano, Compromisso com o desenvolvimento
Benefícios e profissional
Treinamento Comportamento frente a demissões e
aposentadoria
Saúde e Saúde e segurança dos empregados
Segurança no Condições de trabalho, qualidade de vida e
Trabalho e jornada de trabalho
Qualidade de
Vida
Questões relativas Respeito ao Relacionamento com o consumidor
ao consumidor direito do Impacto do uso dos produtos ou serviços
consumidor
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Uma empresa que decide alinhar seus princípios às premissas do ESG deve atuar no
sentido de promover os ajustes de estratégias ligados a esses indicadores. A análise dos
indicadores apresentados nesse quadro de exemplo permite verificar que a atuação
construtiva, propositiva e progressiva das empresas a partir de um ou mais dos indicadores
apresentados nesse quadro tende a promover um melhor clima organizacional, que poderá
promover a redução de conflitos a serem gerenciados.
Daí a constatação de uma maior motivação por parte das pessoas em trabalhar nas
empresas que adotam as premissas ligadas aos indicadores do ESG.
Quanto à Governança, trata-se de trabalhar inclusive transformações da cultura
organizacional para que se desenvolva e consolide ações sobre esse tema. Vale destacar
que o próprio código de conduta e ética da empresa está ligada a esta dimensão, o qual
vai definir os parâmetros e limites de comportamento dos profissionais que atuam em uma
empresa. Quanto mais os profissionais de uma empresa atuarem com ações corretas,
éticas e transparentes, mais a empresa vai se valorizando junto a seus públicos de
interesse.
E no caso da Dimensão Ambiental, trata-se de formar os profissionais que ali atuam
como empregados para uma cultura organizacional com foco na preservação ambiental em
seus vários contextos e procedimentos. Isso pode se dar por meio de treinamentos
voltados à conscientização para a abolição do uso de copos descartáveis ou mesmo para
a desnaturalização de práticas racistas nos espaços da empresa e com seus públicos de
interesse, até em educação continuada voltadas a formar profissionais aptos a analisarem
constantes investimentos em equipamentos da linha de produção voltados à redução de
emissão de poluentes, por exemplo.
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Unidade 05 – LIDERANÇA
O conhecimento sobre o processo de gestão de pessoas implica em
conhecermos as variáveis que influenciam as ações de um gestor em vários
contextos, quando em atuação com os membros de sua equipe e até mesmo com
profissionais de outras áreas ou de outras organizações.
Aqui vale destacar que as transformações da sociedade têm fomentado uma
demanda cada vez maior por modelos de gestão de pessoas que sejam cada vez
mais participativos. Esses novos contextos pedem lideranças com ações
específicas, principalmente quanto às formas como envolvem os membros de suas
equipes em suas tomadas de decisões.
Trata-se de modelos por meio do qual as pessoas têm mais reconhecimento
juntamente com maior responsabilidade, além de demandarem que elas sejam
preparadas no sentido de amadurecerem em relação a esses novos contextos. Daí
a necessidade de líderes com novos perfis, capazes de promoverem uma
transformação dos processos da empresa considerando também esses aspectos.
Nesta unidade, vamos conhecer a figura responsável por esse importante
papel, suas características e formas de interagir e motivar todos os membros de
uma equipe: sua excelência, o líder.
5.1 – LIDERANÇA
Segundo Macedo et al, liderança é:
“A arte de educar, orientar e estimular pessoas a persistirem na busca de melhores
resultados em um ambiente de desafios, riscos e incertezas.”
Para Novo, Chernicharo e Barradas, liderar consiste no:
“Esforço que se efetua para influir no comportamento dos outros, com o intuito de
que se atinjam os objetivos organizacionais, individuais e pessoais”
Ao longo das últimas décadas, foram desenvolvidos inúmeros estudos sobre
liderança e as variáveis que a impactam e classificam, com o objetivo de identificar
padrões e estilos dessas práticas.
Há teorias que defendem que o líder nasce líder e outras que afirmam que as
competências de lideranças podem ser desenvolvidas ao longo da vida, mediante
formações específicas. Há ainda aquelas que focam nos tipos de competências e
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» Assumir responsabilidades;
» Compartilhar;
» Saber adaptar-se.
Unidade 06 – INSTRUMENTOS E
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO
Os programas de avaliação de desempenho estão ganhando cada vez mais
espaço nas empresas, com o objetivo de identificar quais as necessidades
específicas de cada trabalhador(a) para que ele(a) aprimore cada vez mais sua
produtividade.
Os resultados das verificações realizadas periodicamente por esses
programas permitem a definição mais apropriada e alinhada (aos objetivos
estratégicos das organizações) de planos de formação, treinamento, educação
continuada e gestão do conhecimento.
Por isso, nesta unidade vamos conhecer algumas das estruturas de questões,
de instrumentos e métodos de avaliação de desempenho mais adotados
atualmente pelas organizações, para melhor compreendermos como escolher o(s)
mais adequado(s) às necessidades do nosso negócio.
6.1 – FINALIDADE
A avaliação do desempenho consiste em um conjunto de questões, instrumentos e
métodos avaliativos, os quais viabilizam o mapeamento e análise de informações sobre a
qualidade da contribuição que cada profissional oferece à organização.
Essas informações devem ser utilizadas para a definição e implementação de
medidas que favoreçam o constante aprimoramento do desempenho dos funcionários,
sempre considerando o aumento da produtividade dos mesmos e manutenção ou até
melhoria de competitividade da organização.
As causas dos eventuais problemas e deficiências devem ser identificadas, para que
meios eficazes possam ser definidos, de maneira que os mesmos sejam devidamente
endereçados e resolvidos ou minimizados.
Para tanto, precisamos atuar no sentido de identificar e fortalecer as aptidões da força
de trabalho da organização, para o contínuo incremento do potencial de crescimento
individual de cada um desses trabalhadores.
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6.5.1 – QUESTIONÁRIO
O uso de questionários enquanto instrumento de avaliação de desempenho é muito
comum em várias organizações, sendo que ele pode ser utilizado para mapear inúmeros
indicadores.
Sobre suas estruturas, há questionários formados por:
» perguntas abertas com respostas discursivas: para apresentação de respostas
abertas estruturadas e relatadas pelo avaliador.
» perguntas fechadas com uma opção de resposta: as quais apresentam variadas
opções de respostas previamente definidas, sendo que o avaliador deve escolher
apenas uma dentre as opções apresentadas.
» perguntas fechadas com uma ou mais opções de resposta: as quais
apresentam variadas opções de respostas previamente definidas, sendo que o
avaliador deve escolher uma ou mais dentre as opções apresentadas.
» perguntas fechadas com uma ou mais opções de resposta e perguntas
complementares abertas: sendo que em alguns dos casos há a possibilidade do
avaliador fazer comentários adicionais, para qualificar mais claramente a opção
assinalada.
A escolha do tipo de perguntas de cada questionário vai variar conforme os
objetivos almejados com esse levantamento de informações.
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4. Como tem sido seu relacionamento com os colegas de empresa e com os clientes
com os quais interage? Como você tem administrado eventuais dificuldades nesses
relacionamentos? Quais aspectos você julga que podem e/ou precisam ser aprimorados?
6.6.1 – AUTOAVALIAÇÃO
Um método de avaliação muito indicado para ser adotado periodicamente como
complemento do programa de avaliação de desempenho é a autoavaliação. Ela auxilia no
desenvolvimento do autoconhecimento pelos empregados e na conscientização dos
mesmos sobre o que os gestores da organização esperam de seus desempenhos.
A autoavaliação deveria ser sempre empregada como método auxiliar, possibilitando
um maior entendimento de diversas questões que podem ser detalhadas pelos próprios
avaliados.
Daí que todos os empregados de uma empresa, quaisquer que sejam seus cargos e
níveis hierárquicos, devem ser orientados e estimulados a fazerem autoavaliações
regularmente sobre seus desempenhos.
A autoavaliação aqui é um método que poderá fazer uso de um ou mais instrumentos
avaliativos. Por exemplo, a autoavaliação pode ser realizada por meio de questionários
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A avaliação 90º é aquela feita de um determinado profissional pelo seu gestor direto
apenas, sem a avaliação de outras pessoas ou por meio de outros métodos. Trata-se de
uma avaliação passível de apresentar informações mais claras e objetivas de um
profissional, mas nem sempre as pessoas são totalmente objetivas.
Consequentemente, é preciso cuidar para que este modelo não cause injustiças,
como pode ocorrer nos casos em que o gestor tem diferenças com um ou mais membros
de sua equipe, podendo efetuar uma avaliação aquém da merecida pelo profissional.
6.6.4.1 – OPERACIONALIZAÇÃO
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A avaliação 360º exige que diversos cuidados sejam tomados para que os resultados
sejam satisfatórios.
É preciso que tenhamos uma percepção adequada das limitações típicas de qualquer
processo avaliativo.
A aplicação desta avaliação pode ser feita por meio de variados instrumentos e
métodos de avaliação. Contudo, na maioria das organizações, destacam-se o
preenchimento de formulários e as entrevistas individuais com os avaliadores.
São disponibilizados formulários – eletrônicos ou não – que depois são tabulados por
um programa próprio ou por uma pessoa responsável.
Um profissional especialmente treinado é incumbido de realizar entrevistas individuais
e de resumir as respostas obtidas, consolidando um relatório para cada avaliado.
A entrevista – mais favorável à obtenção de informações mais aprofundadas e
detalhadas, embora exija um maior cuidado em sua preparação e aplicação – deve ser
feita, preferencialmente, por um consultor externo.
Ao serem entrevistados por alguém de fora da organização os funcionários
tendem a se sentir mais à vontade para emitir opiniões.
6.6.6 – ENTREVISTA
Os empregados devem ser entrevistados por gestores especialmente treinados para
isso, ou seja, capacitados para atuar na área de gestão de pessoas e na aplicação de
instrumentos de avaliação de desempenho.
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Unidade 07 – PROGRAMAS DE
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
Por mais similares que pareçam, e ainda que atuem num mesmo setor ou
nicho de mercado, as empresas diferem entre si, sendo que tais diferenças
precisam ser consideradas quando do planejamento e implementação de um
programa de avaliação de desempenho consistente.
Nesta unidade, refletiremos sobre a relevância de uma organização definir
planos consistentes para seu programa de avaliação de desempenho, os quais
realmente propiciem contribuições significativas para os processos de gestão de
pessoas da mesma, considerando suas especificidades.
» contemplar a autoavaliação;
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Essas divergências fazem com que os avaliados sintam-se surpresos com o conceito
de seu desempenho atribuído pelos avaliadores.
O diálogo minimiza as divergências de interpretação.
Unidade 08 – EDUCAÇÃO
CORPORATIVA
Nesta unidade, vamos conhecer os conceitos de Educação Corporativa e qual
a sua relevância para a definição e implementação de estratégias de gestão de
pessoas e para o atingimento dos objetivos estratégicos de uma empresa.
Refletiremos sobre o que é treinamento e educação continuada e porque
estes são importantes no contexto da proposta de educação corporativa,
lembrando que o próprio conceito de educação corporativa é recente.
Além disso, conheceremos o que é gestão do conhecimento e quais são
algumas de suas práticas mais recentes.
8.2 – TREINAMENTO
Os processos sistemáticos de educação direcionados especificamente para a vida
profissional são classificados como treinamento.
As atividades de treinamento têm como objetivo oferecer um melhor preparo para que
o corpo de trabalho de uma organização consiga desenvolver de forma mais adequada e
produtivas as funções ligadas aos cargos da mesma, por meio do desenvolvimento das
habilidades cognitivas, interpessoais e motoras.
Vejamos com o que se relaciona cada uma dessas habilidades.
» cognitivas – relacionadas à aquisição e análise de conhecimentos;
» análise individual.
» limpeza;
» avaliação de reação;
A educação continuada não se faz apenas com a promoção de cursos, ainda que os
esforços nessa área sejam significativos a ponto de se dizer que a empresa possui uma
universidade corporativa.
As iniciativas direcionadas nesse sentido podem levar a certa acomodação, fazendo
com que não sejam buscadas outras importantes alternativas.
A revisão da forma como o indivíduo é percebido na organização e,
consequentemente, das relações de trabalho e dos modelos de gestão, representam parte
importante das estratégias que precisam ser adotadas.
A educação continuada nos auxilia a incorporar vivências relevantes para nosso
aprimoramento profissional e desenvolvimento pessoal.
Somos, em essência, seres multidimensionais, manifestando-nos, ao mesmo tempo,
como seres biológicos, sociais, culturais afetivos, éticos e políticos.
A verdadeira educação continuada consiste em auxiliar o indivíduo a participar,
ativamente, do mundo que o cerca.
Podemos preparar o homem para desempenhar papéis fundamentais nos sistemas
produtivos. E oferecemos ao homem melhores condições para enfrentar os grandes
desafios da globalização.
Contextualizar e globalizar os saberes torna-se, portanto, um imperativo da
educação.
8.3.4 – DIÁLOGO
A incorporação do conceito de educação continuada precisa enfatizar a aquisição,
pelos funcionários, de uma maior autonomia.
A educação sempre se apresenta como uma ação entre sujeitos, isto é, como uma
prática social.
Logo, os modelos de gestão precisam estabelecer diálogos maduros entre os
membros da organização.
Para que sejam alcançados os resultados desejáveis, é importante que sejam
promovidas ações direcionadas ao aprimoramento dos modelos e das práticas de gestão.
Isso só é viável quando superados os modelos autoritários de relacionamento
interpessoal.
Segundo Nonaka (1997) e Polanyi (1983), há dois tipos de conhecimentos que devem
ser considerados: o implícito e o explícito, como podemos observar no quadro aqui na
sequência.
CONTEÚDO OBJETIVO
9.1 – COMPETÊNCIA
No passado, o termo competência designava uma pessoa capaz de desempenhar
uma função de modo eficiente. Atualmente, o sentido é mais amplo.
A expressão competência é utilizada na área de administração desde a publicação
das primeiras teorias organizacionais, nas quais, no entanto, aparecia com um sentido
distinto do atual.
O foco deixou de repousar apenas na capacidade, passando a privilegiar o
desempenho, envolvendo não mais apenas os comportamentos adotados pelo
indivíduo, como também as realizações por eles proporcionadas.
9.1.1 – DEFINIÇÕES
David McClelland, em 1973, enfocou o conceito de competência pela
perspectiva do indivíduo. A competência proporciona à pessoa condições para
manter um elevado desempenho na realização de suas tarefas.
O conceito de competências, no sentido como é hoje trabalhado nas organizações,
teve também uma grande influência da contribuição oferecida por Prahalad e Hamel, em
1990.
O termo competências surgiu na idade Média, no contexto jurídico, mas foi evoluindo
ao longo dos séculos para chegar à definição que hoje temos para o mesmo.
Antoni Zabala e laia Arnau definem que...
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9.1.3 – VANTAGENS
A adoção da gestão por competências proporciona, dentre outras, as seguintes
vantagens:
» define perfis profissionais que podem favorecer a elevação da produtividade;
mais consistente;
» gerencia o desempenho por meio de critérios mais claros de serem
observados e mensurados;
» conscientiza os funcionários para que assumam a corresponsabilidade por
seu autodesenvolvimento.
9.2.1 – CRITÉRIOS
De acordo com Orlean e Ferreira, a implantação da gestão por competências deve
ser feita de forma criteriosa para que não resulte em frustração ou resistências às
mudanças.
Para tal, alguns passos devem ser observados.
Obtenção do apoio dos dirigentes: Os dirigentes da organização devem estar
convencidos da conveniência da adoção dessa ferramenta e cientes das medidas que
precisarão ser adotadas.
Sensibilização dos funcionários: Os funcionários devem compreender tanto a
importância da gestão por competências para o sucesso da organização quanto os
benefícios e as vantagens que lhes serão proporcionados.
Definição de metas e do escopo: Os processos que são críticos para a organização
e que exigem a aplicação intensiva de conhecimentos devem ser selecionados a partir do
planejamento estratégico. A seguir, devem ser definidas as metas a serem perseguidas e
os indicadores para monitorar e avaliar os trabalhos.
Mapeamento de processos e estruturas: Os processos críticos selecionados
devem ser analisados para avaliar seu impacto nas estruturas e nos processos
organizacionais.
Mapeamento das competências: As competências individuais e organizacionais
necessárias devem ser mapeadas de modo a possibilitar sua execução eficaz, para cada
cargo e respectivas funções.
Como revelado no quadro, há uma forte sinergia entre a adoção da gestão por
competências e o fortalecimento da dimensão estratégica da gestão de pessoas. Além de
gerar impactos nas estratégias de gestão de pessoas, a gestão por competências contribui
para o aprimoramento de atividades relativas a essa área.
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» capacidade de argumentação;
Uma pessoa que não era candidata foi treinada para misturar-se ao grupo como se
também estivesse concorrendo à vaga oferecida.
No decorrer de uma seção de conversa com o grupo de candidatos, ela agiu,
propositalmente, de forma desagradável e ofensiva em relação aos demais participantes.
A profissional que estava conduzindo os trabalhos pôde então observar a maneira
como cada candidato reagia, obtendo importantes pistas sobre o grau de desenvolvimento
da competência requerida que possuíam.
9.3.2.3 – JOGOS
Vejamos um exemplo de jogo que pode ser utilizado em processos seletivos...
Os candidatos são divididos em grupos e a cada pessoa é dado um envelope com
peças de cartolina que devem ser unidas para montar um quadrado.
Anunciamos então que será vencedor o grupo em que todos os componentes
conseguirem montar seus quadrados mais rapidamente.
É proibida a comunicação – oral, gestual ou escrita – entre os participantes e o auxílio
a outras pessoas no trabalho de montagem.
Cada pessoa pode entregar peças aos colegas de grupo, mas não solicitá-las.
No decorrer do jogo, podem ser observadas competências como a atitude de
cooperação e disponibilidade para contribuir com os colegas.
Alguns participantes montam seu próprio quadrado e depois ficam assistindo,
passivamente, ao trabalho dos colegas. Outros, vendo que os demais estão com
dificuldades, percebem que poderão colaborar desmontando o próprio quadrado – há
quadrados que são montados com peças pertencentes a outros quadrados, sem que a
pessoa saiba disso.
Essa segunda atitude evidencia que o candidato possui, em grau mais elevado, a
competência desejada.
» estágios;
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional.
São Paulo: Pioneira, 1992.
CARBONE, Pedro Paulo; BRANDÃO, Hugo Pena; LEITE, João Batista Diniz; VILHENA,
Rosa Maria de Paula. Gestão por Competências e Gestão do Conhecimento. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2009.
FLEURY, Maria Tereza Leme (coord). As pessoas na organização. São Paulo: Gente,
2002.
FREITAS, Maria Éster de. Cultura organizacional: formação, tipologias e impacto. São
Paulo: Makron, 1991.
HALL, Richard H. Organizações, estrutura e processos. São Paulo: Prentice Hall, 1984.
NOVO, Damaris Vieira; CHERNICHARO, Edna de Assunção Mel; BARRADAS, Mary Suely
Souza. Liderança de Equipes. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BRANDÃO, Hugo Pena. Mapeamento de competências – Ferramentas, exercícios e
aplicações em gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2018.
CARBONE, pedro paulo; TONET, Helena Correa; BRUNO, Jorge Renato da silva; SILVA,
Kleuton Izildio Brandão e. Gestão por Competências. Rio de janeiro: Editora FGV, 2016.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos: Os Novos Horizontes em
Administração. São Paulo: Atlas, 2020.