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Direitos Autorais
Capa:
Zahariel
Diagramação:
Zahariel
Revisão de Texto:
Stella Drakani Scorpius
Padrão oriental utilizado nos detalhes de títulos: Freepik.com.
Esta capa foi criada com os recursos de Freepik.com
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Prefácio
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Capítulo 1: Tiamat - A
Deusa Primordial
Tiamat, uma figura central na mitologia mesopotâmica, é uma deusa primordial do
mar. Ela representa a força criativa e destrutiva da natureza, sendo, também, mãe de todos
os seres. Sua representação multifacetada tem relevância significativa na era moderna,
servindo como um símbolo poderoso em várias formas de espiritualidade. Essa divindade
é venerada por diferentes formas de magia, que buscam se relacionar com Ela de maneiras
distintas e complementares.
Na mitologia mesopotâmica, Tiamat é a esposa de Abzu, o senhor das águas doces
subterrâneas. Juntos, eles geram a primeira geração de deuses, que representam os ele-
mentos da natureza. No entanto, as divindades mais jovens se rebelam contra seus pais,
matando Abzu e tentando dominar Tiamat.
Ela, então, se enfurece e cria um exército de monstros (no Alento do Dragão são
chamados de as 11 Dádivas de Tiamat), liderado por seu filho-consorte Kingu, para com-
bater os deuses rebeldes. A batalha culmina com o confronto entre Tiamat e Marduk, o
deus supremo da Babilônia, que a derrota e a divide em duas partes, criando o Céu e a
Terra com seu corpo.
Assim, é possível perceber que Tiamat é a origem de tudo que existe. Ela é a
personificação do Caos primordial, a energia que antecede e transcende a ordem e a for-
ma. Ela é a que permanece viva como o grande círculo que tudo contém, representando a
natureza e a própria vida.
No contexto do Alento do Dragão, Tiamat é uma figura de imenso poder e sabedo-
ria. Simboliza a sapiência ancestral dos dragões, a capacidade de transformação e reno-
vação. Ao se conectar com essa energia, o praticante é capaz de acessar sua própria força
interior, seu poder criativo e seu conhecimento intuitivo.
Para o Alento do Dragão, que busca a integração do ser, Tiamat é uma fonte de
inspiração e de poder. Ela representa a energia primordial que nos permite acessar o fluxo
de criação ilimitada do Vazio, a Fonte. É a força vital que dá origem a tudo que existe, um
lembrete do poder e da beleza da criação.
A energia de Tiamat é percebida como uma força vital, uma chama ardente que
permeia todo o ser. Ela traz consigo a sabedoria ancestral dos dragões, a capacidade de
transformação e renovação. Ao se conectar com essa emanação, o praticante é capaz de
acessar sua própria força interior, poder criativo e sabedoria intuitiva.
Essa deusa instrui a apreciar o Caos, a escuridão e o desafio, assim como a or-
dem, a luz e o bálsamo, como fontes de poder, liberdade e transformação. Ela também
ensina que a vida é uma dádiva e uma responsabilidade, ao mesmo tempo que é uma
aventura e uma oportunidade.
Conectar-se com Tiamat e se abrir para a energia de potencial criador do Vazio é
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se permitir às possibilidades infinitas e às surpresas. É aceitar ser guiado pelo instinto, in-
tuição e inspiração; se aventurar pelo desconhecido, imprevisível e ao poder do incontro-
lável. É estar disposto a se desapegar dos julgamentos e das expectativas, e se entregar ao
processo, ao movimento e à mudança. Consentir a integração com O Todo, reconhecendo
a interdependência e a interconexão de tudo que existe.
Ela ensina que a existência é um caminho de harmonia, equilíbrio e cooperação,
assim como de rebeldia, resistência e revolução.
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Capítulo 2: Integrando a
Sombra e a Luz
A jornada do Alento do Dragão é de integração, nela somos convidados a reco-
nhecer e abraçar todas as partes de nós mesmos. A Deusa Tiamat, através das vivências
desencadeadas pelo contato com sua energia, nos ensina que tanto a luz quanto a sombra
são aspectos essenciais de nossa existência e têm um papel crucial a desempenhar em
nosso crescimento e desenvolvimento espiritual.
Na sombra — faceta de nós mesmos que é frequentemente reprimido e negado —
é onde residem nossos medos, inseguranças e desejos não realizados. É a parte de nós que
é vista como inaceitável ou indesejável. O conjunto de traços da nossa personalidade que
são ignorados e rejeitados pela sociedade, cultura, religião dominante, educação, família e
por nós mesmos. São aspectos que consideramos negativos, vergonhosos, inaceitáveis ou
perigosos, e que tentamos evitar, eliminar. São elementos internos que nos causam medo,
culpa, raiva, tristeza, dor ou sofrimento. Contudo, a sombra também é uma fonte de poder
e potencial. Ao reconhecê-la e integrá-la, podemos liberar a energia reprimida e usá-la
para alimentar nosso crescimento.
Na luz — faceta de nós mesmos que é iluminado e facilmente aceito por nós e pela
sociedade — é onde residem nossas aspirações, ideais e valores. O conjunto de traços da
nossa personalidade que são iluminados, elevados, valorizados ou aceitos pela sociedade,
cultura, religião dominante, educação, família e por nós mesmos. São aspectos que consi-
deramos positivos, desejáveis, honrosos, aceitáveis ou benéficos, e que tentamos mostrar,
cultivar ou aumentar. São elementos internos que nos causam alegria, orgulho, amor, paz,
prazer ou felicidade. Em contrapartida, a luz também pode ser uma fonte de ilusão e ne-
gação. Ao reconhecer e integrar nossa luz, podemos ver além das ilusões e reconhecer a
verdade de quem realmente somos.
Para nos integrarmos com a sombra e com a luz, é preciso reconhecer e abraçar
todas as nuances da nossa personalidade. Sem julgamento, rejeição ou preferência. É
necessário compreender que todas as facetas têm sua importância e seu potencial, e que
podem ser usados de maneira positiva ou negativa, dependendo da situação, da intenção e
da consciência. Essencial compreender que elas são parte de nós, e que negar ou reprimir
qualquer uma delas é negar ou sufocar uma parte de nós mesmos.
Ao abarcarmos a sombra e a luz, usando a energia de Tiamat como fonte de equi-
líbrio, podemos viver com mais plenitude, autenticidade e liberdade. Assumir um pouco
mais o controle de nossa vida e de nossa realidade. Nos alinhar com nós mesmos perante
o espelho. Assimilando a sombra e a luz, podemos nos tornar mais completos, autênticos
e poderosos; mais capazes de expressarmos nossa verdadeira natureza e de vivermos de
acordo com nossos valores. Permitindo nascer dentro de nós o poder de enfrentar nossos
medos, superar desafios e realizar nossos sonhos.
Certamente, esta não é uma jornada de um único ritual, nem um lampejo súbito
de esclarecimento precoce ou um retiro de fim de semana. Esta busca exige vigilância e
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questionamento constante.
A energia de Tiamat — a energia do Caos e da criação — é um auxílio para in-
corporar a sombra e a luz. É ela quem nos instrui que a ordem e o Caos, a luz e a sombra,
são apenas dois lados da mesma moeda; que podemos abraçar ambos os aspectos de nós
mesmos e ainda assim encontrar harmonia, cooperação, complementariedade. Aprender e
vivenciar a lição de que “não há contrários no Vazio”.
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Capítulo 3: Libertando-se
das Amarras da Ordem,
Forma e Moral
Em nossa jornada com o Alento do Dragão, somos convidados a desafiar as con-
venções, as regras e as limitações que muitas vezes nos prendem. A energia de Tiamat,
a deusa primordial do Caos e da criação, nos convida a nos libertarmos das amarras da
ordem, da forma e da moral; a nos expressarmos de maneira autêntica, original e rebelde.
A ordem, a forma e a moral têm seu lugar, elas nos fornecem estrutura e direção.
No entanto, quando nos apegamos rigidamente a elas, podemos nos encontrar limitados
e reprimidos; vivendo de acordo com as expectativas dos outros, em vez de seguir nosso
próprio caminho; reprimindo nossa verdadeira natureza, em vez de expressá-la com liber-
dade.
A ordem, a forma e a moral são conceitos que foram criados pelos seres huma-
nos para organizar, controlar e julgar a realidade. Elas são baseadas em regras, normas,
padrões, valores e crenças que são impostos pela sociedade, cultura, religião dominante,
educação, família e por nós mesmos. Nos restringem e, às vezes, até mesmo oprimem,
pois nos impedem de ser quem somos.
É aí que a presença e os ensinamentos de Tiamat se mostram tão essenciais, pois,
Ela revela que podemos nos libertar das amarras e nos expressar de maneira nutrida e
verdadeira, pelo menos perante o espelho. Mas, para alcançar a quebra destes grilhões, é
importante começar por reconhecer e aceitar nossa própria singularidade. Cada um de nós
é único, com nossos próprios dons, paixões e propósitos. Ao honrar nossa singularidade,
podemos começar a nos expressar de maneira autêntica.
Em seguida, é necessário desafiar as crenças, os julgamentos e as expectativas que
nos mantêm presos. Isso pode envolver questionar as normas sociais, as regras impostas e
as crenças limitantes. Isso pode envolver a prática da autorreflexão, da autoinvestigação e
da autoaceitação. Vias de acesso para a tão sonhada e almejada autoconsciência.
Finalmente, devemos cultivar a coragem, a resiliência e a determinação para se-
guir nosso próprio caminho, mesmo quando enfrentamos resistências. Isso pode envolver
a prática da autoconfiança e da autoestima.
Ao nos libertarmos da prisão da ordem, forma e moral, é possível nos abrir mais
plenamente à energia de Tiamat, à energia do Caos e da criatividade, ao poder do fluxo de
criação do Vazio. Abraçamos a dança cósmica dos dragões, da vida e da existência.
Repetimos aqui o trecho do capítulo anterior para lembrar e reforçar:
“Certamente, esta não é uma jornada de um único ritual, nem um lampejo súbito
de esclarecimento precoce ou um retiro de fim de semana. Esta busca exige vigilância e
questionamento constante.”
O ritual e a conexão com Tiamat podem ser o primeiro passo de um grito que
estava preso na garganta por tempo demais. A vibração dessa poderosa deusa primordial
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pode ser o “alimento” que faltava para que pudéssemos encontrar o impulso para nos
libertarmos das correntes douradas, do inferno conhecido e começar a abrir nossas asas.
Mas, como um pássaro que se prepara para o voo inaugural, precisamos começar
de algum lugar, não é mesmo? E que lugar melhor para começar do que no aqui e agora,
neste momento em que seus olhos correm por essas palavras, onde a possibilidade de
transformação reside em cada respiração e batida do coração?
Então, vamos começar, dar o primeiro passo, permitir que o berro aprisionado em
nossa garganta finalmente encontre sua voz, alimentado pela vibração de Tiamat. Vamos
começar a abrir nossas asas, a nos libertar das correntes que nos prendem e a abraçar a
liberdade que está à nossa frente.
E se você está aqui, lendo este material, em vez de estar em outro lugar, é porque
suas escolhas, sejam elas conscientes ou inconscientes, te trouxeram até Tiamat pelo viés
que esta energia é abordada no Alento do Dragão. Isso não é o acaso. Pense nisso, encon-
tre força nessa afirmação e mergulhe mais fundo, voe mais alto.
A vida é uma série de escolhas e cada uma que fazemos nos leva a um novo ca-
minho, a uma nova possibilidade. E aqui estamos nós, no cruzamento de nossas escolhas,
encontrando-nos na energia de Tiamat, na vibração do Alento do Dragão. Não é por acaso
que estamos aqui. Esse é o resultado de nossas escolhas, ações e busca por compreensão
e integração.
Chegamos até aqui porque optamos e nossa caminhada nos trouxe até este ponto.
E agora, com a energia de Tiamat nos guiando, vamos continuar nosso percurso. Encontre
força nisso e continue seu processo, posto que a jornada é tudo e ela é agora.
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Capítulo 4: Transformando-se
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Capítulo 5: Conectando-se
com a Energia de Tiamat
A conexão com a energia de Tiamat é uma jornada que nos leva além do conheci-
do, do seguro, do comum, para o reino do extraordinário, do mágico. É um caminho que
nos convida a mergulhar profundamente em nós mesmos e no mundo ao nosso redor, a
dançar com a energia primordial dos dragões, e a emergir transformados, mais conscientes
de nossa verdadeira natureza e mais capazes de expressá-la no Universo.
Para se conectar com a energia de Tiamat, é preciso estar aberto, receptivo e dis-
posto a entrar em contato com o Caos. O Caos, embora muitas vezes visto como algo
negativo ou perturbador, pode ser uma poderosa fonte de criatividade e inovação. Ele é
capaz desafiar as normas existentes e o status quo, forçando indivíduos e organizações a
pensarem fora da caixa e a considerarem novas abordagens e soluções. Isso nos leva à
inovação e à descoberta de novas ideias e perspectivas. Com isso, a adaptação talvez seja
forçada, posto que as circunstâncias em constante mudança exigem respostas flexíveis e
adaptáveis. Estimulando, assim, o desenvolvimento de novas habilidades, estratégias e
soluções criativas.
E se você teme a energia do Caos, pense que ela tem potencial para incentivar a
exploração e a experimentação, já que a incerteza e a imprevisibilidade, talvez, acarretem
a busca de novas possibilidades e oportunidades. Os resultados disso englobam possibi-
lidades de descobertas e inovações. Em resumo, embora o Caos possa ser desafiador e
desconfortável, ele também é uma fonte valiosa de criatividade e inovação. Ao abraçar
o Caos, permitimo-nos às novas possibilidades e a descobrir novas maneiras de pensar,
criar e inovar.
Existem diversas formas de se conectar com a energia de Tiamat, mas neste capí-
tulo vamos abordar três das mais comuns: os rituais, as meditações e os sonhos. Cada uma
dessas abordagens tem suas vantagens e desvantagens, requisitos e benefícios. Observa-
remos o funcionamento de uma a uma e como usá-las para se alinhar com a energia de
Tiamat, e você pode experimentá-las até encontrar aquela com a qual você mais se afina.
Os rituais são atos simbólicos que visam criar uma ponte entre o plano físico e o
plano espiritual, o consciente e o inconsciente, o indivíduo e aquilo com o qual se quer co-
nectar. Eles podem ser feitos individualmente ou em grupo, em um local específico (como
um templo) ou em qualquer lugar (um campo aberto, por exemplo), em um momento
determinado (fase da Lua específica) ou em qualquer hora (quando sentir que é necessária
a conexão naquele instante).
O ato de ritualizar é uma forma poderosa de se conectar com a vibração desta
Deusa. Pode-se envolver o uso de símbolos, como a água salgada (seja do mar ou salgada
com sal marinho), velas azuis, pedras de turmalina negra, sodalita ou granada; e claro, o
Dragão, que representam a emanação de Tiamat. Os ritos podem, também, ter como ferra-
mentas gestos, dança ou desenhos, que expressam esta energia. Palavras, como cantos ou
declarações, que invocam a energia de Tiamat também são utilizadas.
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As meditações são ótimas aliadas para se conectar com a força de Tiamat. Elas
podem envolver a visualização de Tiamat, sentindo sua presença e sua energia; também a
respiração, sincronizando o nosso inspirar e expirar com a vibração do alento desta Deusa,
o ar sagrado que alimenta os planos de existência, seu fluxo de poder.
Os sonhos são uma forma misteriosa e mágica de se conectar com poderosa ema-
nação de Tiamat. Essas práticas oníricas podem envolver a incubação de sonhos, onde
colocamos uma intenção antes de dormir para encontrar a Divindade ao adormecermos.
A interpretação de sonhos também está inclusa, onde procuramos símbolos e temas que
ressoam com a vibração da Deusa.
A conexão com a energia de Tiamat começa com o que chamamos de invocação. A
invocação é um ato de chamado, um convite para a energia Dela entrar em nosso espaço e
em nossa consciência. Podemos invocá-la através de rituais, meditações e orações, usando
símbolos, gestos, palavras e intenções que ressoam com sua vibração.
Seja qual for o método que escolher, vamos deixar aqui algumas correlações que
podem auxiliá-lo a estruturar sua forma de conexão, ou incrementar as sugestões que dei-
xamos no final deste e-book.
Para se conectar com a energia de Tiamat através de um ritual, é preciso ter um
objetivo claro e definido, e disposição para se entregar ao ato ritualístico. É necessário
também ter os materiais necessários, que podem variar de acordo com a preferência, ver-
tente espiritual e a disponibilidade de cada um, mas que geralmente incluem:
• Um altar — que pode ser uma mesa, prateleira, toalha ou pano —, onde se colo-
cam os objetos e os elementos que representam a força de Tiamat e a intenção do ritual.
O altar pode ser decorado com cores, tecidos, velas, incensos, flores, pedras, imagens,
estatuetas, símbolos e outros itens que remetam à Deusa e aos dragões;
• Um círculo — que pode ser traçado com giz, urucum, corda, fita ou outro material
—, pois ele delimita o espaço sagrado do ritual, expressando, assim, a sua intenção de se
proteger de energias prejudiciais fora do círculo, ao mesmo tempo em que concentra a
vibração da conexão dentro dele. Ele pode ser reforçado com velas, pedras, plantas, cris-
tais, símbolos e outros itens que representem os quatro elementos: fogo, ar, água e terra.
Pode-se orientá-lo de acordo com os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste e você
pode pedir a presença e energia dos Dragões em todas estas direções;
• Um caldeirão — que pode ser uma panela, tigela, copo ou outro recipiente — re-
presentando o útero de Tiamat, o caldeirão da criação, o Vazio. Este objeto pode ser colo-
cado no centro do altar, do círculo, ou em qualquer outro lugar que se considere adequado.
Esses são alguns dos materiais básicos para se fazer um ritual de magia com Dra-
gões, usando o poder de Tiamat. Todavia, eles podem ser adaptados, modificados, subs-
tituídos ou dispensados de acordo com a preferência e vertente espiritual. O importante
é que sejam escolhidos com cuidado, respeito e intuição; assim como a sua consagração,
limpeza e energização antes do ritual.
Esta é uma sugestão simples que elaboramos pensando em pessoas em contato
inicial com a energia de Tiamat e dos Dragões e não tenham muita experiência. Para quem
tem mais prática e tempo nesta caminhada, os textos e dicas são algo que somam e que
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podem, facilmente, ser modificadas e incrementadas.
Em resumo, a conexão com a energia de Tiamat é uma jornada de descoberta e
transformação. Um caminho que nos leva além do conhecido, do seguro, do comum, para
o reino do extraordinário, do mágico e do divino. Senda que nos convida a mergulhar
profundamente em nós mesmos e no mundo ao nosso redor, a dançar com a energia pri-
mordial dos Dragões, e a emergir transformados, mais conscientes de nossa verdadeira
natureza divina e mais capazes de expressá-la no mundo.
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Capítulo 6: Tiamat e os Ciclos
Lunares:
Uma Dança de Transformação
A Lua, com seus ciclos constantes de crescimento e diminuição, tem sido um
símbolo de transformação e renovação desde tempos imemoriais. Assim como a Lua atra-
vessa suas fases, nós também experimentamos ciclos de transformação e crescimento em
nossas vidas. E é aqui que encontramos Tiamat, a Deusa Primordial dos Oceanos, fluindo
com o nosso glorioso satélite em uma eterna dança de criação e destruição.
Assim como a Lua nova indica o início de um novo ciclo lunar, Tiamat marca o
início de toda a existência. Ela é a fonte de toda a criação, o ventre do Universo do qual
todos nós nascemos. E da mesma forma que a Lua cheia assinala o auge do ciclo lunar,
Tiamat é o auge do poder criativo, a plenitude da vida em toda a sua diversidade e com-
plexidade.
Mas Tiamat não é apenas a deusa da criação, Ela também é a deusa da destruição.
Do mesmo modo que a Lua minguante crava o fim do ciclo lunar, Tiamat é o fim de tudo
que há. Ela é a força que desmantela e desfaz, quebra e dissolve, retorna tudo ao Caos
primordial de onde veio.
Deste modo, Tiamat baila com a Lua, em um ciclo eterno de criação e destruição,
nascimento e morte, começo e fim. Ela nos instrui que a vida é uma dança de opostos,
de luz e sombra, de Ordem e Caos. Mostra que para criar, devemos destruir; para nascer,
devemos morrer; para começar, devemos terminar.
Então, à medida que a Lua dança pelo firmamento, lembre-se de Tiamat. Recor-
de-se de seu bailado de criação e destruição, de luz e sombra, de Ordem e Caos. E talvez,
ao fazer isso, você possa encontrar a coragem para se envolver em sua própria dança, para
viver verdadeiramente sua própria vida. Que assim seja.
Sobre os rituais
No Alento do Dragão acreditamos que a magia é um fruto da necessidade e que a
vontade é a sua essência. Para que ela possa reverberar de maneira profunda no mundo e
em nosso ser, é preciso que infundamos um pouco de nós mesmos nos rituais, em razão
de que eles se tornam mais poderosos quando são pessoais, íntimos e carregam o nosso
toque único.
Por isso, neste capítulo de conexão com Tiamat, além das orientações do capítulo
anterior, compartilharemos orações, invocações, odes e poemas. No entanto, incentiva-
mos você a criar sua própria maneira de ritualizar e se conectar com a Deusa. Ouse, ins-
pire-se e entregue-se.
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A magia é um reflexo de quem somos e os ritos são a expressão dela. Cada gesto,
palavra, símbolo usados neles são uma extensão de nossa vontade e de nosso ser. Portan-
to, ao criar seus próprios meios de ritualizar, você estará não apenas se conectando com
Tiamat, mas também se unindo consigo mesmo de uma maneira mais profunda e signifi-
cativa.
Portanto, mergulhe no desconhecido, explore o seu interior e permita que sua von-
tade guie o seu caminho. A magia habita a sua alma, e através dos rituais, é possível tra-
zê-la à tona e deixá-la resplandecer. Seja corajoso, inspirado, e acima de tudo, seja você
mesmo. É na autenticidade que a verdadeira magia reside.
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Visualização
Em uma noite de Lua balsâmica, quando o satélite está quase invisível no céu, a
energia de Tiamat — a Deusa primordial dos oceanos — ressoa com muito vigor. Ela —
que é a personificação do Caos primordial, a energia que antecede e transcende a ordem e
a forma — parece dançar com a Lua, em uma valsa cósmica de luz e sombras.
Nessa dança, a pedra turmalina negra, com seu brilho profundo, pulsa com ener-
gia. Como um coração batendo no ritmo do Universo, a turmalina negra irradia proteção,
cura e ancoragem energética. Ela é um farol em meia a escuridão, um lembrete de nossa
força interior e nosso potencial ilimitado.
A seguir, diremos passo a passo uma forma de conexão com Tiamat, a Lua balsâ-
mica e a turmalina negra:
• Visualize essa cena: a Lua balsâmica no céu, a energia de Tiamat ao seu
redor, a pedra turmalina negra em sua mão. Sinta a textura áspera e fria da
pedra, ouça o sussurro do vento, saboreie o ar fresco da noite. Este é um
momento de poder, de conexão, de transformação;
• Agora, feche os olhos e ouça. Ouve-se o som do mar, o rugido das ondas,
o chamado de Tiamat. É um som que transcende o tempo e o espaço, que
fala da criação e da destruição, da vida e da morte, do Caos e da Ordem;
• Então, dance com a Lua balsâmica, dance com Tiamat, dance com a pedra
turmalina negra. Dance com o Caos e a Ordem, a luz e a sombra, a vida e
a morte. Dance com o Alento do Dragão, e deixe sua verdadeira natureza
divina brilhar.
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Invocação
Ó, Tiamat, Deusa do Mar, teu poder nós invocamos,
Na noite da Lua balsâmica, teu mistério nós sondamos,
Com a pedra turmalina negra, tua proteção nós buscamos,
Na dança do Caos e da Ordem, teus ensinamentos nós abraçamos.
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Inspiração
Turmalina negra, pedra de proteção e purificação,
Que absorve e transmuta as energias negativas,
Que nos conecta com a terra e com o nosso poder pessoal,
Que nos ajuda a enfrentar os desafios e a superar os obstáculos.
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Capítulo 6.2: Lua Nova
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Visualização
Em uma noite de Lua nova, quando o céu está imerso na escuridão mais profunda,
a energia de Tiamat — a Deusa primordial dos oceanos — ressoa com muito vigor. Ela —
que é a personificação do Caos primordial, a energia que antecede e transcende a ordem e
a forma — parece dançar com a lua, em uma valsa cósmica de luz e sombras.
Nessa dança, a pedra sodalita, com seu brilho azul profundo, pulsa com energia.
Como um coração batendo no ritmo do Universo, a sodalita irradia sabedoria, inspiração
e foco. Ela é um farol em meio a escuridão, um lembrete de nossa conexão com o plano
superior e nossa capacidade de buscar a verdade.
A seguir, diremos passo a passo uma forma de conexão com Tiamat, a Lua nova e
a sodalita:
• Visualize essa cena: a Lua Nova no céu, a energia de Tiamat ao seu redor, a
pedra sodalita em sua mão. Sinta a textura fria e lisa da pedra, ouça o sus-
surro do vento, veja a dança da luz na pedra. Este é um momento de poder,
conexão e transformação;
• Agora, feche os olhos e ouça. Ouve-se o som do mar, o rugido das ondas,
o chamado de Tiamat. É um som que transcende o tempo e o espaço, que
fala da criação e da destruição, da vida e da morte, do Caos e da Ordem;
• Então, dance com a Lua Nova, dance com Tiamat, dance com a pedra so-
dalita. Dance com o Caos e a Ordem, a luz e a sombra, a vida e a morte.
Dance com o Alento do Dragão, e deixe sua verdadeira natureza divina
brilhar.
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Inspiração
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Ode a Tiamat
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Capítulo 6.3: Lua Crescente
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Visualização
• Então, dance com a Lua crescente, com Tiamat, com a pedra granada. Dan-
ce com o Caos e a ordem, a luz e a sombra, a vida e a morte. Dance com o
Alento do Dragão, e deixe sua verdadeira natureza divina brilhar.
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Ode a Tiamat
Nós te sentimos na energia pulsante da pedra granada, que brilha com determinação e
paixão,
A pedra, fria e lisa em nossas mãos, parece ganhar vida, seu calor aumentando à medi-
da que a tua energia flui através dela.
Nós te agradecemos por nos ensinar a valorizar o Caos como uma fonte de criatividade,
diversidade e transformação,
Sentimos a tua lição como um fogo ardente em nossas almas,
Queimando as amarras da ordem, da forma e da moral,
E nos permitindo nos expressar de maneira autêntica, original e rebelde.
Nós te pedimos que nos ajude a integrar todas as partes de nós mesmos,
Reconhecendo nossa própria totalidade e unicidade.
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Que o teu alento, o Alento do Dragão, continue a nos inspirar e a nos guiar em nossa
jornada.
Sentimos o teu alento como uma brisa quente em nossas faces, um lembrete constante
do teu poder e da tua presença.
Que assim seja!
Encantamento
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Posfácio: Aprendendo com
Tiamat e Abraçando o Caos
Nesta jornada espiritual, descobrimos a sabedoria profunda da Deusa Tiamat.
Ela nos ensinou que o Caos não é um abismo a ser temido, mas uma fonte inesgotável
de criatividade, diversidade e transformação. Aprendemos reflexões e ferramentas para
romper as correntes e a expressar nossa verdadeira essência de maneira autêntica e re-
belde.
Aprendemos a importância de integrar todas as partes de nós mesmos, reconhe-
cendo nossa própria totalidade e unicidade. E, talvez o mais importante, aprendemos que
podemos expressar nossa própria divindade, assumindo o controle de nossas vidas e de
nossas realidades, até onde podemos.
O Caos — muitas vezes mal interpretado como algo negativo ou perturbador —
pode ser uma poderosa fonte de criatividade e inovação. Ele desafia o status quo, nos
forçando a pensar além das fronteiras convencionais e a considerar novas abordagens e
soluções; impulsiona a adaptação, pois, as circunstâncias em constante mudança exigem
respostas adaptáveis; promove a diversidade, criando um ambiente onde uma ampla
gama de ideias e abordagens podem coexistir e interagir; incentiva a exploração e a
experimentação, já que a incerteza e a imprevisibilidade podem levar à busca de novas
possibilidades e oportunidades.
No Alento do Dragão falamos que o Dragão é “aquele que vê e que faz ver”, que
esta visão sobre o Caos possa lhe abrir novas possibilidades.
Mas como podemos incorporar os ensinamentos de Tiamat por este viés do Alen-
to do Dragão em nosso cotidiano, para vivermos com mais paixão, propósito e poder?
A seguir estão algumas sugestões para recordar dentro do que foi exposto neste ma-
terial:
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Conheça os Autores
Dragony Victor Scatha e Morgana Luna Boanna são terapeutas holísticos, oracu-
listas e conferencistas. Viajam o Brasil dando cursos e Workshops com temas ligados à
Magia, Paganismo e Bruxaria. Criadores do Sistema Mágico Alento do Dragão e autores
dos livros “Alento do Dragão: Práticas de Magia Dragônica” e “Pilares Dragônicos: Uma
Jornada de Cura e Poder”.
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Referências
SCATHA, Dragony Victor; BOANNA, Morgana Luna. Pilares Dragônicos: Uma Jor-
nada de Cura e Poder. Editora Uiclap
Eliade, M. (2002). História das crenças e das ideias religiosas: Da idade da pedra aos
mistérios de Elêusis. Rio de Janeiro: Editora Zahar.
Lurker, M. (2000). Dicionário de deuses e demônios. São Paulo: Editora Martins Fontes.
Starhawk. (2003). A dança cósmica das feiticeiras. São Paulo: Editora Pensamento.
HALL, Judy. A Bíblia dos Cristais - Vol. 1: O Guia Definitivo dos Cristais. 1. ed. [S.l.]:
Edição padrão, 2008.
Walker, B. G. (2008). O livro das deusas: A sabedoria das deusas em 366 dias. São
Paulo: Editora Pensamento.
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