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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
Prof. Pablo Stolze

25/01/2011 .................................................................................................................................................................. 2
PERSONALIDADE JURÍDICA..................................................................................................................................... 2
Em que momento a PESSOA FÍSICA adquire PERSONALIDADE JURÍDICA? ........................................... 2
1. Conceito e Teorias Explicativas do nascituro .......................................................................................... 4
Teoria Natalista: Natalícia, Nascimento. ........................................................................... 6
Teoria da personalidade formal ou condicional. (Maria Helena cita teoria
intermediária). ......................................................................................................................... 6
Teoria Concepcionista: (Teixeira de Freitas; Silmara Chinelato) ....................................... 7
O NASCITURO pode ser beneficiado por ALIMENTOS ? .................................................................................. 7
Qual a TEORIA adotada pelo Código Civil brasileiro? ....................................................................................... 8
CAPACIDADE............................................................................................................................................................... 11
1. CAPACIDADE de DIREITO e CAPADIDADE de FATO............................................................................. 11
A incapacidade civil é a ausência de capacidade de fato ou de exercício. ........................................... 11
Que nome se dá para junção da capacidade de fato com a capacidade de direito ............................. 12
Qual a diferença entre CAPACIDADE e LEGITIMIDADE? ( CC x CPC ). ................................................... 12
2. INCAPACIDADE CIVIL ...................................................................................................................................... 13
Que tratamento jurídico deverá ser dispensado as pessoas naturalmente incapazes ainda não
interditadas, e que praticam ato que lhes seja prejudicial? .................................................................................. 14
O curador do pródigo manifesta-se no CASAMENTO deste? ...................................................................... 18
O que se entende por BENEF)C)O DE REST)TU)ÇÃO ou RESTITUTIO IN INTEGRUM ? ................. 19
O BENEFÍC)O de REST)TU)ÇÃO ou RESTITUTIO IN INTEGRUM é APL)CÁVEL no BRAS)L? ....... 20
Sabendo-se que a MAIORIDADE CIVIL fora REDUZIDA dos 21 para os 18 anos, houve IMPACTO
no DIREITO DE FAMÍLIA e PREVIDENCIÁRIO? ......................................................................................................... 21
A IDADE AVANÇADA (senilidade) é causa de INCAPACIDADE CIVIL? ................................................... 23
EMANCIPAÇÃO ........................................................................................................................................................... 24
...................................................................................................................................................................................................... 24
2. Espécies ............................................................................................................................................................... 24
HIPÓTESES: ...................................................................................................................................... 29
EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA OU NATURAL ................................................................................................... 36
1. MORTE ................................................................................................................................................................. 36
2. MORTE PRESUMIDA ........................................................................................................................................ 38
O que é COMORIÊNCIA? ............................................................................................................................................. 39
PESSOA JURÍDICA ...................................................................................................................................................... 42
1. CONCEITO ........................................................................................................................................................... 42
PESSOA JURÍDICA pode sofrer DANO MORAL? ................................................................................................ 43
2. Teorias explicativas da PESSOA JURÍDICA .............................................................................................. 46
3. SURGIMENTO da PESSOA JURÍDICA ........................................................................................................... 47
Em que momento surge a PJ?................................................................................................................................... 47

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4. Extinção da PJ .................................................................................................................................................... 49
5. Espécies de PJ de Direito Privado (art. 44 CC) ....................................................................................... 50
6. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA (DISREGARD DOCTRINE) ............................................ 64
6.1. HISTÓRIA..................................................................................................................................................................... 64
6.2. CONCEITO ................................................................................................................................................................... 64
6.3. TRATAMENTO LEGAL............................................................................................................................................ 66
6.4. QUESTÕES ESPECIAIS REFERENTES À DESCONSIDERAÇÃO DA PJ .................................................. 67
O que é DESCONSIDERAÇÃO INVERSA? ............................................................................................................. 68
DOMICÍLIO ................................................................................................................................................................... 69
BEM DE FAMÍLIA ....................................................................................................................................................... 74
1. Conceito ............................................................................................................................................................... 74
2. Bem de família voluntário ............................................................................................................................ 74
3. bem de família legal ........................................................................................................................................ 77
BEM JURÍDICO ............................................................................................................................................................ 82
1. Conceito ............................................................................................................................................................... 82
O que se entende por PATRIMÔNIO? ................................................................................................................... 82
O que se entende por PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO? .................................................................................... 83
2. Classificação dos Bens Jurídicos ................................................................................................................. 83
FATO JURÍDICO .......................................................................................................................................................... 90
1. Conceito ............................................................................................................................................................... 90
2. Negócio Jurídico ............................................................................................................................................... 92
2.1. TEORIAS EXPLICATIVAS DO NEGÓCIO JURÍDICO ...................................................................................... 93
2.2. PLANOS do NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................................................................................ 94
2.2.2.1. VÍCIOS DA VONTADE .......................................................................................................................... 97
2.2.2.2. DIFERENÇA de FORMA como REQUISITO DE EXISTÊNCIA X FORMA como REQUISITO
de VALIDADE .............................................................................................................................................................. 98
3º) Plano de eficácia ........................................................................................................................ 98
2.2.2.3. DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................. 98
2.2.2.3.1. ERRO ................................................................................................................................ 99
Espécies de erro............................................................................................................................... 99
2.2.2.3.2. DOLO .............................................................................................................................. 102
2.2.2.3.3. COAÇÃO: ........................................................................................................................ 103
2.2.2.3.4. LESÃO ............................................................................................................................. 105
2.2.2.3.5. ESTADO DE PERIGO ....................................................................................................... 108
2.2.2.3.6. SIMULAÇÃO ................................................................................................................... 109
2.2.3.1. FRAUDE CONTRA CREDORES ....................................................................................................... 111
CONCILIUM FRAUDIS (má-fé dos envolvidos) ................................................................. 113
EVENTUS DAMNI (prejuízo do credor pré-existente) ..................................................... 113
3. Elementos Acidentais do Negócio jurídico .......................................................................................... 127
3.1. MODO/ ENCARGO..................................................................................................................................................127
3.2. CONDIÇÃO.................................................................................................................................................................129
3.3. TERMO........................................................................................................................................................................136
4. TEORIA DA INVALIDADE ............................................................................................................................ 139

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4.1. CARACTERÍSTICAS DO NEGÓCIO NULO.......................................................................................................140


4.2. CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE RELATIVA OU DO NEGÓCIO ANULÁVEL ..............................142
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA.............................................................................................................................. 145
1. Prescrição ........................................................................................................................................................ 145
2. DECADÊNCIA ................................................................................................................................................... 150
3. Causas Impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição ................................................. 151
A quem favorece o decurso do prazo prescricional? ...................................................................................151
Impeditiva .............................................................................................................................................. 152
4. Características da prescrição e da decadência................................................................................... 155
A PRESCRIÇÃO pode ser RECONHECIDA DE OFÍCIO pelo JUIZ? .............................................................155
Qual é o PRAZO PRESCRICIONAL para se FORMULAR PRETENSÃO de REPARAÇÃO CIVIL contra
o ESTADO? ...............................................................................................................................................................................156
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................................ 157
1. Conceito:........................................................................................................................................................... 157
O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES tem que OBJETO CIENTÍFICO? ................................................................157
Qual OUTRO NOME o DIREITO DAS OBRIGAÇÕES poderia TER? ..........................................................158
2. Compare o direito das obrigações com os direitos reais: .............................................................. 158
O que é OBR)GAÇÃO PROPTER REM Ob Rem ou )n Rem ? ...........................................................159
O que é OBRIGAÇÃO? ................................................................................................................................................160
O que é SCHULD e HAFTUNG .................................................................................................................................160
SCHULD ...................................................................................................................................................................... 160
HAFTUNG .................................................................................................................................................................. 160
ONDE NASCE AS OBRIGAÇÕES? ...........................................................................................................................161
3. Fonte das Obrigações................................................................................................................................... 161
4. Estrutura da relação jurídica obrigacional ......................................................................................... 162
O ELEMENTO OBJETIVO de QUALQUER OBRIGAÇÃO é a PRESTAÇÃO ...............................................163
Toda PRESTAÇÃO deve ter CONTEÚDO PATRIMONIAL? ..........................................................................164
5. Classificação básica das obrigações ....................................................................................................... 164
+ Positivas: ..................................................................................................................................... 164
5.1. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (Art. 233 e seguintes do CC) .....................................................165
5.2. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA (ART. 243 E SGT)......................................................................167
Por que ANTES da ESCOLHA NÃO PODE o DEVEDOR ALEGAR PERDA ou DETERIORAÇÃO por
FORÇA MAIOR ou CASO FORTUITO?............................................................................................................................168
O QUE É DUTY TO M)T)GATE ou DUTY TO M)T)GATE T(E LOSS ? .................................................169
5.3. OBRIGAÇÕES DE FAZER......................................................................................................................................170
5.4. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER .............................................................................................................................170
6. Classificação Especial das Obrigações ................................................................................................... 172
6.1. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS .................................................................................................................................172
Solidariedade Ativa ................................................................................................................................ 173
Solidariedade Passiva ........................................................................................................................ 173
6.1.1. SOLIDARIEDADE ATIVA .......................................................................................................... 174
6.1.2. SOLIDARIEDADE PASSIVA ...................................................................................................... 177
6.2. QUESTÕES ESPECIAIS ..........................................................................................................................................180
O que se entende por OBRIGAÇÃO IN SOLITUM? ..........................................................................................180
6.3. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ...................................................................................................185
6.3.1. NATURAL................................................................................................................................ 185

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6.3.2. LEGAL ..................................................................................................................................... 186


6.3.3. CONVENCIONAL..................................................................................................................... 186
6.3.4. DIFERENÇAS entre OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA e INDIVISÍVEL ................................................... 189
6.4. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (CC 252) ......................................................................................................191
6.4.1. OBRIGAÇÃO de OBJETO COMPOSTO ou MÚLTIPLO.............................................................. 191
6.4.1.1. OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS ...................................................................................................... 195
6.5. OBRIGAÇÕES de MEIO e de RESULTADO ....................................................................................................196
Mas ........................................................................................................................................................ 197
7. ARRAS / SINAL................................................................................................................................................ 199
8. CLÁUSULA PENAL .......................................................................................................................................... 203
9. TEORIA DO PAGAMENTO ........................................................................................................................... 210
9.1. CONCEITO .................................................................................................................................................................210
9.2. NATUREZA JURÍDICA DO PAGAMENTO .......................................................................................................211
9.3. CONDIÇÕES DO PAGAMENTO (OU REQUISITOS DO PAGAMENTO) ................................................211
9.3.1. CONDIÇÕES SUBJETIVAS: (ART. 304 E 305 CC) ...................................................................... 212
9.3.2. CONDIÇÕES OBJETIVAS DO PAGAMENTO ............................................................................. 214
10. Pagamento .................................................................................................................................................. 219
10.1. TEMPO DO PAGAMENTO ...............................................................................................................................220
10.2. LUGAR DO PAGAMENTO ................................................................................................................................221
10.3. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO ............................................................................................................223
10.4. DAÇÃO EM PAGAMENTO ...............................................................................................................................226
10.5. COMPENSAÇÃO..................................................................................................................................................228
10.5.1. ESPÉCIES DE COMPENSAÇÃO ................................................................................................ 229
10.5.2. REQUISITOS DA COMPENSAÇÃO LEGAL ................................................................................ 230
10.6. NOVAÇÃO .............................................................................................................................................................233
10.6.1. REQUISITOS DA NOVAÇÃO .................................................................................................... 234
10.6.2. ESPÉCIES DE NOVAÇÃO ......................................................................................................... 236
11. CESSÃO DE CRÉDITO ................................................................................................................................ 239
12. CESSÃO DE DÉBITO .................................................................................................................................. 243
13. CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUAL ................................................................................................... 244
14. MORA ............................................................................................................................................................ 248
14.1. MORA DO CREDOR ...........................................................................................................................................248
14.2. MORA DO DEVEDOR ........................................................................................................................................250
RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................................................................................................. 255
...................................................................................................................................................................................... 255
1.CONCEITO .............................................................................................................................................................. 256
2. ELEMENTOS ......................................................................................................................................................... 262
3DANO MORAL ........................................................................................................................................................ 273
3.1. CONCEITO .................................................................................................................................................................274
3.2. QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL ..............................................................................................................275
2.3. NATUREZA JURÍDICA da REPARAÇÃO por DANO MORAL ...................................................................277
2.3.1. SUBJETIVIDADE ...................................................................................................................... 279
3. Causas Excludentes ...................................................................................................................................... 290
Qual a diferença entre FORTUITO INTERNO e FORTUITO EXTERNO? ................................................292
Fortuito Interno ............................................................................................................................. 293
Fortuito Externo......................................................................................................................... 293

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4. Responsabilidade Civil Indireta .............................................................................................................. 302


5. Passando em revista a responsabilidade civil Brasileira ............................................................... 306
5.1. RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICA .............................................................................................................307
5.2. RESPONSABILIDADE da LOCADORA VEÍCULOS.......................................................................................309
5.3. RESPONSABILIDADE pelo TRANSPORTE de CORTESIA .......................................................................309
5.4. RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR AERONÁUTICO................................................310
5.5. RESPONSABILIDADE CIVIL E CONDOMÍNIOS ...........................................................................................311
DIREITO DE FAMÍLIA ............................................................................................................................................ 313
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 313
2. Conceito de Família ...................................................................................................................................... 313
2.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS do MODERNO CONCEITO de FAMÍLIA ........................................314
SÓCIO AFETIVA .............................................................................................................................. 314
EUDEMONISTA .............................................................................................................................. 314
ANAPARENTAL ............................................................................................................................... 315
O que é PRINCIPIO da INTERVENÇÃO MÍNIMA do DIREITO de FAMÍLIA? ........................................316
3. CASAMENTO .................................................................................................................................................... 317
3.1. CONCEITO .................................................................................................................................................................317
3.2. NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO .......................................................................................................317
Corrente publicista: ....................................................................................................................... 317
Corrente Privatista..................................................................................................................... 318
3.3. PRESSUPOSTOS EXISTENCIAIS DO CASAMENTO (ou REQUISITOS do CASAMENTO) ............319
4. FORMAS ESPECIAIS de CASAMENTO ...................................................................................................... 323
4.1. CASAMENTO POR PROCURAÇÃO – art. 1542 ............................................................................................323
4.2. CASAMENTO NUNCUPATIVO – ou in articulo mortis , ou in extremis ) - art. 1540; ..............324
4.3. CASAMENTO por MOLÉSTIA GRAVE – art. 1539......................................................................................325
5. Promessa de casamento, Noivado ou Esponsais................................................................................ 325
6. Plano de validade .......................................................................................................................................... 326
1ª IMPEDIMENTOS ABSOLUTAMENTE DIRIMENTES ou de ORDEM PÚBLICA – art. 183, incisos I a VIII326
2ª IMPEDIMENTO“ RELATIVAMENTE DIRIMENTE“ ou IMPEDIMENTO“ PRIVADO“ .......................... 329
6.1.1. IMPEDIMENTOS PROIBITIVOS ............................................................................................... 332
7. Plano de eficácia do Casamento............................................................................................................... 335
7.1. DEVERES MATRIMONIAIS: ................................................................................................................................335
A lei diz que se pode ACRESCER o SOBRENOME. Mas é possível SUPRIMIR um PEDAÇO do seu
NOME, MODIFICANDO-O?.................................................................................................................................................335
7.1.1. FIGURAS ESPECIAIS DE ADULTÉRIO ....................................................................................... 336
Quase adultério ..................................................................................................................................... 336
Adultério Inocente (casto ou de seringa) .............................................................................................. 337
Adultério precoce .................................................................................................................................. 337
Adultério virtual..................................................................................................................................... 337
REGIME DE BENS .................................................................................................................................................... 339
1. Conceito ............................................................................................................................................................ 339
2. Variabilidade .................................................................................................................................................. 339
3. Liberdade de escolha ................................................................................................................................... 340
Em regra, os nubentes tem liberdade de escolhe do regime. ................................................................ 340

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Pessoas CASADAS ANTES do NCC PODERIAM se valer desta NORMA para ALTERAR o REGIME
DE BENS? .................................................................................................................................................................................341
A DEC)SÃO do juiz que autoriza a MUDANÇA do REG)ME DE BENS tem efeitos EX TUNC ou
EX NUNC ? .............................................................................................................................................................................342
4. Regime de Comunhão Parcial de Bens .................................................................................................. 346
5. Comunhão Universal de Bens ................................................................................................................... 350
6. Regime de Participação Final dos Aquestos ........................................................................................ 350
8. Outorga Uxória / Autorização Marital................................................................................................... 353
9. UNIÃO ESTÁVEL ............................................................................................................................................. 356
9.1. CONCEITO de UNIÃO ESTÁVEL........................................................................................................................357
O que o CONTRATO DE NAMORO ? ....................................................................................................................358
Mas esse CONTRATO DE NAMORO tem PROPRIEDADE JURÍDICA? .....................................................358

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25/01/2011

PERSONALIDADE, para a teoria do direito civil, é a aptidão genérica


para se titularizar direitos e contrair obrigações na ordem jurídica, ou seja, é o
atributo necessário para ser sujeito de direito.

Kelsen traz a ideia de que o sistema jurídico é dividido em estática


jurídica (parte geral) – e a parte dinâmica (parte especial), que é a mesma
utilizada no CC.

Teixeira de Freitas influenciou o direito argentino, e o chamava de


ente de existência visível nome que este dava para caracterizar a pessoa
física ou natural.

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Aparentemente, a resposta encontra-se na 1ª parte do art. 2º do CC


brasileiro:

áà pe so alidadeà ivilà daà pessoaà o eçaà doà as i e toà o à vida;à


... àà

Todavia, a própria concepção de nascimento com vida já inspira


cuidados, devendo ser entendida como o funcionamento do aparelho
cardiorrespiratório do recém-nascido, ainda que por um breve tempo,
independentemente da sua aparência física.

... asà aà leià p eà aà salvo,à desdeà aà o epç o,à osà di eitosà doà
as itu o

Caio Mário, em sua obra, diz o nascituro ser um sujeito de direitos e


não ter uma mera expectativa de direitos, mas em prova, principalmente se
for numa prova objetiva, é melhor marcar o art. 2º do CC.

O sistema brasileiro, à luz do princípio da dignidade da pessoa


humana, não exige para efeito civil na aferição do nascimento com vida a forma
humana e o tempo mínimo de sobrevida.

DIREITO COMPARADO: na Espanha é necessário forma humana e


vida mínima de 24h. (art. 30 CC na sua forma original).

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Ex: pai rico morre em acidente com a mãe ainda grávida, o filho nasce
com vida e logo depois morre, os direitos do pai são transmitidos ao filho que
logo após se transmitem à sua mãe (princípio da saisine).

O artigo 2º do Código Civil abre uma exceção em relação ao nascituro


ao garantir alguns direitos a ele, p.ex., os alimentos gravídicos.

A doutrina critica o dispositivo, sob o seguinte argumento: se o


nascituro é sujeito de direitos não seria ele também pessoa, isto é, teria
personalidade jurídica?

Nesta linha de raciocínio nascem as teorias explicativas do


nascituro.

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Para Limongi França, NASCITURO é o ente concebido, mas ainda não


nascido, com vida intrauterina, diferente do embrião que é concebido em
laboratório e tem vida in-vitro.

Não posso confundir NASCITURO


com os conceitos de e CONCEPTURO.

é aquele nascido morto e que, a teor do


Enunciado 1 da primeira jornada de Direito Civil (doutrina), teria proteção
jurídica quanto ao nome, imagem e sepultura. Quanto ao nome segundo
a Lei de Registro Públicos, o tratamento do natimorto não é tão moderno
ainda.

é aquele que nem concebido ainda foi,


também chamado de (no direito sucessório a
importantes efeitos práticos como se lê no artigo 1799, I).

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Defendida por autores como Eduardo Espínola, Vicente Ráo e Silvio


Rodrigues trata-se da teoria mais tradicional – majoritária. Vale lembrar que
recentemente esta teoria ganhou força por conta do julgamento da ADIN que
discutiu a Lei de Biossegurança, uma vez que um dos ministros utilizou de seus
parâmetros para fundamentar seu julgamento.
OBS: a simples leitura da ementa referente ADIN 3510, que discutiu a
validade da lei de biossegurança, de certa forma reforçou a corrente natalista
no contexto da acirrada polêmica entre as teorias.
Para esta teoria, a personalidade jurídica só seria adquirida a partir do
nascimento com vida, de maneira que, tecnicamente, o nascituro não seria
considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direitos. O nascituro, neste
caso, é tratado como coisa.

Segundo esta teoria, o nascituro gozaria desde já de uma


personalidade formal atinente a direitos personalíssimos (vida), mas
somente adquire personalidade material quanto a direitos patrimoniais sob a
condição de nascer com vida, isto é, a teoria sustenta que o nascituro gozaria

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formalmente de personalidade no que tange a direitos personalíssimos (direito


a vida; pré-natal), mas direitos patrimoniais em geral só seriam consolidados
sob a condição de nascimento com vida.

Sob a influência do direito Francês, os adeptos da linha


concepcionista afirmam que o nascituro é pessoa, ou seja, adquire
personalidade jurídica desde a concepção, inclusive, no que tange a certos
direitos patrimoniais, como o direito a alimentos. A teoria concepcionista faz
com que o nascimento com vida retroaja com eficácia jurídica desde a sua
concepção, fazendo, assim, com que o nascituro tenha personalidade jurídica
desde a concepção.

Apesar de ser a mais moderna, já era defendida por Teixeira de Freitas


e Clóvis Bevilaqua, e chegando a modernos autores como Silmara Chinelato.

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Sim, uma vez que a LEI de ALIMENTOS GRAVÍDICOS não é só para


gestante, mas principalmente para o nascituro. Para a concessão dos
alimentos é necessário haver indícios convincentes sobre a paternidade
invocada (AGI nº 70018406652), não sendo atendida a postulação caso não
ocorram elementos seguros sobre a genitora ou sobre o início da prenhez (AGI
nº 70009811027). Assim também acontece quando os cônjuges estão separados
de fato por mais de quatro meses (APC nº 587002155).

Independentemente da teoria adotada, o nascituro goza de tutela


jurídica em diversos pontos do sistema (ver quadro no material de apoio).

Clóvis Beviláqua (elaborou o artigo art.2 que foi usado como base para
atual Código). Em sua obra Comentários ao Código Civil dos Estados Unidos
do Brasil Ed. Rio, 1975 ,pg. 178), ele afirma que o legislador teria adotado a
teoria natalista por ser mais prática , mas em diversos pontos do sistema
é sentida a influência concepcionista, na medida em que o nascituro é
tratado como se pessoa fosse.

A jurisprudência do TJ-RS já havia apontado no sentido de reconhecer


o nascituro como pessoa e titular de direito patrimonial dos alimentos

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(agravo de instrumento 70006429096), tendência esta consolidada pela Lei dos


Alimentos Gravídicos (Lei 11.804/08).
JULGADO: EMENTA não pairando dúvida acerca do envolvimento
sexual entretido pela gestante com o investigado, nem sobre a exclusividade deste
relacionamento, e havendo necessidade da gestante, justifica-se os alimentos em
favor da gestante.
O próprio STJ já admitiu, em mais de uma oportunidade, a
possibilidade de se reconhecer direito a indenização em favor do nascituro que
houver sofrido dano moral - RESP 931556-RS e RESP 399028 –SP – nítida
influência concepcionista.

JURISPRUDÊNCIA: é passível de correção monetária o valor da


indenização por dano moral a partir da data de seu arbitramento – ver acórdão
material de apoio, pg. 10.
Ex: na ditadura, mulher presa grávida ouvindo o marido sendo
torturado.
Ex: Pai morto em acidente de carro causado por pessoa bêbada.

RESPOSTA: Como não há uma resposta única, a natureza jurídica é


controvertida, mas, em concurso, deve fazer a menção às três teorias: a
natalista, a da personalidade condicionada e a teoria concepcionista. No
entanto, é importante dizer que a que mais ganha força no Brasil é a natalista,
principalmente agora, com o julgamento da constitucionalidade da Lei de
Biossegurança, em que que o STF se fundou nesta Teoria para julgar
procedente a ADI.

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9
DIREITO CIVIL
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: observamos que a temática pertinente à natureza


jurídica do nascituro é altamente controvertida, parecendo-nos ser ainda
muito atual o pensamento de Clóvis Beviláqua, segundo qual aparentemente o
codificador adota a teoria natalista por ser mais prática, mas, em diversos
pontos, experimenta a influência concepcionista, reconhecendo ao nascituro
direitos como se fosse uma pessoa. (ver no material de apoio o quadro
esquemático de direitos do nascituro).

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A capacidade se desdobra em capacidade de direito e capacidade

de fato.
A CAPACIDADE DE DIREITO é uma capacidade genérica que toda
pessoa tem por ser pessoa.
Ex.: recém-nascido; débil-mental, criança.
Orlando Gomes (introdução ao direito civil) sustenta que a capacidade
de direito, nos dias de hoje, confunde-se com a personalidade jurídica, pois
toda pessoa é capaz de direito, mas nem todo mundo tem capacidade de fato.

A CAPACIDADE DE FATO é a capacidade pessoal de exercício dos

atos da vida civil. A falta de capacidade de fato gera a incapacidade civil.


A incapacidade civil é a ausência de capacidade de fato ou de
exercício.

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A incapacidade civil se divide em incapacidade absoluta, que são


representados ( art.3, CC) e incapacidade Relativa ( art.4, CC), que são
assistidos.

A capacidade civil plena é a junção da capacidade de direito mais a


capacidade de fato, que, em geral se consegue ao completar os dezoito anos.

A LEGITIMIDADE, segundo pensamento do professor Calmon de


passos, traduziria a pertinência subjetiva para prática de determinado ato,
vale dizer, uma pessoa pode até ser capaz , mas está impedida de praticar
determinado ato, sob pena de invalidade, falta-lhe, no caso, legitimidade (ex:
art.1521, inciso IV , CC ).
Ex: dois irmãos capazes estão impedidos de casar.

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Incapacidade Civil consiste na falta de capacidade de fato.

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os


atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos; - chamados menores impúberes

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o


necessário discernimento para a prática desses atos; o Código antigo
denominava essas pessoas como loucos de todo gênero.

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir


sua vontade.

No que se refere ao inciso II do art.3, vale lembrar que, nos termos dos
artigos 1177 e seguintes do CPC, a incapacidade derivada de enfermidade ou
deficiência mental deve ser aferida no bojo de procedimento de interdição -
condição objetiva. Em direito processual, veremos que os incapazes portadores
de enfermidade ou deficiência mental submetem-se a um procedimento de
interdição (artigo 1177 e seguintes), por meio do qual o juiz de direito
oficialmente reconhecerá a incapacidade nomeando-lhe curador. A

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competência é do Juiz de Direito Estadual, uma vez que se trata de estado da


capacidade, mesmo que isto seja reflexo de benefícios previdenciários, motivo
este que, em regra, leva as pessoas a pedirem a interdição (Justiça Federal).

O Código brasileiro é omisso quanto a este problema. Segundo Orlando


Gomes, amparado na doutrina italiana, o ato praticado por incapaz ainda não
interditado poderá ser invalidado se ocorrerem três requisitos:
Incapacidade anterior.
Prejuízo ao incapaz que decorra da prática do ato.
Má fé da outra parte (está má fé poderá ser investigada segundo
as circunstâncias do caso).

Ex: compra de carro importado por baixo valor.

DIREITO COMPARADO: o Código Frances, na redação original do


art.503, regulava que os atos anteriores a interdição poderão ser anulados se
a causa de interdição existiam anteriormente a realização do ato.
O inciso III cuida de outras situações, v.g., intoxicação fortuita (pessoa
involuntariamente drogada) - fator exógeno que priva sua capacidade jurídica.

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Ex: droga em bebida.

Os atos praticados neste interregno, que privaram a vontade consciente


da prática dos atos, podem ser justificados pelos motivos que levaram a causa
transitória.

COMA – causa transitória que priva a manifestação da

vontade, consiste estado de incapacidade absoluta. Para prática de


determinados atos, como saque em dinheiro na conta; é preciso alvará (presença
do Juiz).

HERMENÊUTICA BÁSICA: A hipótese de incapacidade absoluta do

surdo-mudo sem habilidade especial para se manifestar é implicitamente


admitida no inciso III do artigo 3 do CC . Já o ausente, conforme veremos a
seguir, não é mais tratado como absolutamente incapaz, e sim tratado no Código
Civil, em seu art.6, como morte por presunção.

OBS: ver no site o EDITORIAL 16, a título de complementação de

pesquisa, sobre o aumento para 70 anos da idade de aplicação do regime de


separação obrigatória de bens.

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15
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ARTIGO 4º

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de


os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; - chamados


menores púberes

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por


deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por


legislação especial.

Se a EMBRIAGUEZ (ébrio) for patológica (plena, completa) ou a

pessoa tiver toxicomania, essas situações são enquadradas como de DOENÇA

MENTAL, que neutraliza a vontade a pessoa, de modo que o discernimento é

aniquilado, Caso isso ocorra, a pessoa será considerada absolutamente


incapaz, desde que com laudo de médico forense (psicólogo / psiquiatra).
Ex: pessoa que bebe perfume.

OBS: O grande Alvino Lima, em sua clássica obra Da Culpa ao Risco


observa a possibilidade de se aplicar a teoria da actio libera (líbera) in causa
– teoria da ação livre na causa ou da culpa preexistente – para justificar a

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responsabilidade civil da pessoa que voluntariamente se embriagou ou intoxicou


para cometer o ilícito
Ex: se embriaga e comete ato ilícito.
www.cienciaspenales.net - artigo de Claus Roxin sobre a teoria da actio
libere in causa .
Gastador não é pródigo, mas o pródigo tem um grave desvio
comportamental, por gastar imoderadamente o seu patrimônio (a sua fazenda –
no sentido de patrimônio), podendo reduzir-se à miséria. Um dos elementos que
podem servir de exemplo é o viciado em jogo.

A PRODIGALIDADE não é um interesse que diz respeito somente ao

próprio pródigo, porque uma vez reduzido à penúria, esta pessoa poderá
socorrer de prestação de alimentos de seus parentes, ou ao cofres públicos,
pleiteando uma benefício social. Por isso, este é um tema de interesse social.

O pródigo é considerado relativamente incapaz, razão pela qual o seu


curador deverá assisti-lo em atos de conteúdo patrimonial.

Art. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador,


emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera
administração.

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O CC busca inspiração na TEORIA DA PROTEÇÃO JURÍDICA DO PATRIMÔNIO

MÍNIMO, desenvolvida por Luiz Edson Fachin. Segundo tal doutrina, na


perspectiva da dignidade da pessoa humana, as normas civis devem sempre
resguardar um mínimo de patrimônio, para que cada individuo tenha vida
digna.

Deverá o curador manifestar-se previamente na habilitação para


casamento quanto ao regime de bens adotado (mas será decidido pelo juiz)

ÍNDIOS
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.

A capacidade do índio é regulada por Lei Especial. O art. 8º do Estatuto


do Índio (lei 6001/73) trata do tema. Os índios que não tenham contato com a
sociedade são absolutamente incapazes, sendo representados pela FUNAI.

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Artigo 8° - São nulos os atos praticados entre o índio não integrado


e qualquer pessoa estranha a comunidade quando não tenha havido
assistência do órgão tutelar competente.

Parágrafo Único - Não se aplica a regra deste Artigo no caso em


que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que
não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.

CURIOSIDADE: O silvícola (o que vem da selva) antigamente era

considerado relativamente incapaz.

O Benefício de Restituição é um instrumento que permite ao Incapaz


invalidar determinado Ato ou Negócio Jurídico com a simples alegação de dano,
ainda que validamente praticado. O beneficio de restituição , segundo Clóvis

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Bevilaqua, consistia num verdadeiro privilégio conferido ao incapaz por


permitir que pudesse invalidar um negócio formalmente perfeito
simplesmente alegando prejuízo.

No CC de 1916, em seu art. 8º, houve a expressa revogação do instituto.


Portanto, já a partir daquela data, não mais se aplicou o Benefício de Restituição
no Brasil.

O CC de 2002, porém, foi omisso a respeito, não havendo nenhuma


menção ao instituto. Daí surge a dúvida: diante da omissão do CC/2002, teria
sido restaurado o Benefício de Restituição no Brasil?

Afirma a doutrina que, no contexto atual, é inadmissível o Benefício de


Restituição, dada a insegurança que poderia gerar. Ademais, a
inadmissibilidade do benefício da restituição assenta-se na manifesta
intangibilidade entre o Benefício de Restituição e o Princípio da Boa-Fé Objetiva,
introduzido em nosso ordenamento pelo Novo Código1.

1
QUESTÃO e COMENTÁRIO inseridos por CESAR HENQS.

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NÃO CONFUNDIR O ART . 119, que dá ao representado o DIREITO DE

RESTITUIÇÃO nos casos de MÁ FÉ DO CONTRATANTE que, ao contratar com o

representante, sabia ou deveria saber do prejuízo gerado ao representado (no


texto da lei ...se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele
tratou. , com o . Este último concede o direito ao

representado à ,
, mesmo que haja a do contratante,
sendo este muito mais amplo que o art. 119 do CC.

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Vejamos o que diz a SÚMULA 358 DO STJ:

O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a


maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda
que nos próprios autos.

Assim, para os fins de direito de família, firmou-se o entendimento que a


necessidade de se prestar alimentos não se cessa automaticamente com a
maioridade civil, sendo necessário comprovar o binômio necessidade (do
alimentado) e possibilidade (do alimentante).

Para fins previdenciários, temos o ENUNCIADO 3 da JORNADA DE

DIREITO CIVIL:

A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos


18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula
específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e
outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.

Este é o entendimento que prevalece, no sentido de que a maioridade


aos 18 anos não altera o disposto na Lei 8213, que Regula os Planos de
beneficio da Assistência Social. Assim, a Lei Especial prefere à Lei Geral, mas não
há a possibilidade de prorrogação deste benefício, conforme STJ - Resp.
1074.181/PB. Neste julgado, o STJ firmou o entendimento de que não se mostra

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viável a prorrogação de beneficio previdenciário sob a alegação de


necessidade de conclusão dos estudos.

O simples fato da idade avançada não é causa de incapacidade


civil.

Importante salientar que A LEI Nº 12.344, DE 9 DE

DEZEMBRO DE 2010 alterou o inciso II do art. 1.641 do CC, aumentando


para 70 anos a idade a partir da qual se torna obrigatório o Regime de
Separação de Bens – (ver editorial 16 do site). Isso é uma causa de restrição.

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EMANCIPAÇÃO

Consiste no instituto que antecipa o momento de aquisição da


capacidade civil plena, que normalmente é adquirida ao completar 18 anos.

Sabemos que, aos 18 anos, a pessoa atinge a maioridade e a capacidade


civil plena.

Segundo Washington de Barros Monteiro, a maioridade é atingida no


primeiro instante do dia em que se completam 18 anos de idade.

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A emancipação, instituto também encontrado em outros sistemas no


mundo (artigo 133 do Código de Portugal), é regulado no artigo 5º do Código
Civil. A emancipação poderá ser, segundo a doutrina, de três espécies:

VOLUNTÁRIA (artigo 5º Parágrafo único, I, primeira parte),

JUDICIAL (artigo 5º, parágrafo único,I , segunda parte) e

LEGAL (5º, Parágrafo único, II a V).

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a


pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,


mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis
anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis
anos completos tenha economia própria.

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Vale lembrar que, mesmo emancipado, o menor continua sob a proteção


do ECA.

ART. 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO I, PRIMEIRA PARTE

pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,


mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial... :

A emancipação voluntária é aquela concedida por ato dos pais, ou por


um deles na falta do outro (morte, destituição do poder familiar, ausente),
mediante instrumento público, em caráter irrevogável, independentemente
de homologação judicial, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos
completos.

Emancipação é um ato que restringe o Poder Familiar.


Portanto, mesmo que a mãe tenha a guarda exclusiva, se o pai for vivo, este
também deverá anuir com a emancipação.

Pela letra da lei, pais que emancipam o filho estariam


isentos da responsabilidade civil dos pais por ilícito cometido pelo menor

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emancipado. Entretanto, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, no


caso de emancipação voluntária, não é excluída a responsabilidade civil
dos pais por ilícito cometido pelo menor emancipado. Observa Silvio Venosa,
com base na jurisprudência do STF (RTJ 62/08 e RT 494/92), que a
responsabilidade civil dos pais na emancipação voluntaria persiste até que
o menor complete 18 anos de idade.

Embora a emancipação seja um direito potestativo dos pais,


para que o ato tenha validade, o menor deve ser cientificado. Note que não é
necessária a anuência do menor, mas tão somente a sua cientificação.

ART. 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO I, SEGUNDA PARTE

...por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis


anos completos :

É a concedida por ato do juiz, em face de menores sob tutela (pais


mortos ou destituídos do poder familiar), ouvido o tutor, desde que o menor
tenha 16 anos completos.

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Importante ressaltar que quem emancipa o menor não é o tutor, mas


sim o juiz. O tutor será ouvido, mas quem decidirá é o juiz. Como há direito de
menor, também poderá ser ouvido o Ministério P’blico

No caso do interesse do incapaz conflitar com seu representante, o juiz


poderá nomear-lhe curador para pedir sua emancipação, ou a depender do
entendimento do Ministério Público, até mesmo a pedido do promotor.

ART. 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO II A V

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis
anos completos tenha economia própria.

A emancipação legal é aquela que decorre diretamente da lei.

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A idade núbil mínima no CC/16 era de 18 anos para o homem e de 16


anos para a mulher. O CC/02 passou para 16 anos a idade núbil para ambos os
sexos.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar,


exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais,
enquanto não atingida a maioridade civil.

No direito de família, há hipóteses especiais de casamento abaixo da


idade núbil. E, ainda que estes venham a se divorciar depois, a emancipação
decorrente do casamento desaparece.

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A QUESTÃO É CONTROVERTIDA.

Partindo da linha de pensamento de autores que projetam os efeitos da


sentença de invalidade para o futuro,

(Orlando Gomes).

No entanto, considerando-se a melhor doutrina, como Zeno Veloso, José


Fernando Simão e Flávio Tartuce,

cancelando o próprio registro de casamento.

Portanto, é razoável concluir que, em tal hipótese, salvo putatividade2, o

OBS. Na hipótese de haver boa fé de terceiro, para este serão mantidos


os efeitos emancipatórios.

2
A linguagem jurídica frequentemente recorre a tal expressão (putatividade), quando deseja referir-se a algo que
somente na aparência se tinha por verdadeiro, mas que, na essência, não o é. Assim, o casamento putativo é aquele
que se constitui com infração de algum impedimento dirimente, ou por erro essencial sobre a pessoa ou, ainda, sem
as formalidades imperativas da lei, ignorando, ou não podendo evitar, os cônjuges, ou um deles, a causa da nulidade
ou da anulabilidade.

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30
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A leitura correta do dispositivo seria o exercício de uma função pública


efetiva.
Em geral, esta emancipação é muita rara pelos requisitos de idade
mínima nos editais. Porém, em algumas carreiras militares é possível que a
pessoa venha assumir uma função pública efetiva antes dos 18 anos,
considerando que é possível adentrar no serviço público militar com 17 anos, no
posto de aspirante.

A aprovação em vestibular não emancipa. A emancipação se dá na


colação de grau em curso superior. Trata-se, portanto, de hipótese de dificílima
incidência.

Atente-se para os requisitos da emancipação nessa hipótese. São


requisitos cumulativos:

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DIREITO CIVIL
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LEMBRE-SE QUE:

 : 16 anos completos.

 14 anos completos.

ESTABELECIMENTO CIVIL – é a atividade não mercantil. É o caso, por


exemplo, de um professor de violão.

ESTABELECIMENTO COMERCIAL - é uma atividade mercantil.

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32
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Podemos afirmar que o CC adotou um sistema aberto de


normas, permeado por conceitos indeterminados e cláusulas gerais, os quais
o princípio da operabilidade deve ser preenchido pelo juiz no caso concreto.
(ver. Ref. Ao texto de Miguel Reale no material de apoio).

Entendeu o legislador que é necessário um sistema aberto, deixando


uma margem de discricionariedade ao juiz3. É claro, porém, que tudo deverá
ser fundamentado pelo juiz.

Nesse contexto, para saber se o salário mínimo é considerado


economia própria, deve-se analisar o caso concreto. Assim, para uma família
humilde, o salário mínimo é considerado economia própria. Tratando-se, porém,
de uma família abastada, seria considerado um complemento de sua mesada.

Para a professora Judith Martins da Costa, a CLÁUSULA GERAL


compreenderia um conceito indeterminado, mas teria UMA FORÇA
NORMATIVA AINDA MAIOR, na medida em que vincularia a própria atividade
jurisdicional (esta segue o pensamento de José Oliveira Assunção).

3
Principio do CC: operabilidade, eficácia, socialidade. O princípio da dignidade da pessoa humana está acima de tudo
isso.

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33
DIREITO CIVIL
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Ele não retorna a seu estado anterior. Se retornasse, iria gerar grande
insegurança jurídica em nosso país.

QUESTÕES ESPECIAIS SOBRE O TEMA EMANCIPAÇÃO

NÃO. O menor emancipado não pode ser criminalmente


processado e preso, uma vez que a emancipação não antecipa a imputabilidade
penal, que sé advém a partir dos 18 anos.
O professor LFG afirma que o menor emancipado pode ser
civilmente preso, não por ser pena, mas um meio coercitivo para cumprir
uma obrigação (ex : devedor de alimentos).

A SÚMULA 277 diz:

Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos


são devidos a partir da citação.

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34
DIREITO CIVIL
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É que o art.140, I, do CTB estabelece que a imputabilidade penal


é condição para ser condutor de veículo. Assim, para dirigir, é necessário que o
condutor seja penalmente imputável, razão pela qual o menor antecipado não
pode conduzir veículo automotor e também não pode ter CHN.

ART.140, I, DO CTB:

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico


será apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao
órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do
domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do
próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:

I - ser penalmente imputável;

(....)

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35
DIREITO CIVIL
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A parada do sistema cardiorrespiratório com a cessação das


funções vitais indica o falecimento do indivíduo. Tal aferição, permeada de
dificuldades técnicas , deverá ser feita por médico, com base em seus
conhecimentos clínicos e de tanatologia.

O estado da morte, em medicina legal é feito pela tanatologia. A


tanatologia é o ramo da medicina que estuda o processo da morte.

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A Comunidade Científica Mundial considera a morte encefálica,


dada a sua irreversibilidade, o critério mais seguro e adequado para a
identificação do óbito, inclusive para fins de transplante.4

O art. 6º do CC traz a regra segundo a qual a MORTE marca o fim

da existência da pessoa natural, devendo ser aferida à vista do corpo morto


por um médico, salvo na sua falta, caso em que duas pessoas poderão declarar o
óbito (arts. 77 e seguintes da lei de registro público).

ART. 6º CC

A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se


esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva.

ART. 77 DA LEI DE REGISTRO PÚBLICOS

Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de


registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de
óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso
contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou
verificado a morte.

4
Ver Resoluções 1480/97 e 1826/07 do CFM – Conselho Federal de Medicina.

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37
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Existem na lei as hipóteses de morte presumida:

POR AUSÊNCIA, quando aberta a sucessão definitiva (art. 22 e seguintes


do CC); ou

SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA - nas situações do art. 7º do Código


Civil Neste caso, ocorrerá a transmissão definitiva dos bens, não sendo
necessário a decretação de ausência. O que ocorre neste caso é o procedimento
de justificação.

ART. 7º DO CÓDIGO CIVIL

Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de


ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo


de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não


for encontrado até dois anos após o término da guerra.

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38
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,


somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

De observar que a AUSÊNCIA caracteriza-se quando o sujeito

desaparece do seu domicílio sem deixar noticia ou representante. Nessas


situações, para que o seu patrimônio não fique sem titular, estabeleceu a lei um
procedimento de transmissibilidade dos bens, regulada a partir do art. 22 (e
detalhadamente descrito no texto complementar de apoio).

Não devo confundir COMORIÊNCIA com PREMORIÊNCIA.

PREMORIÊNCIA consiste na situação de pré-morte, com

importantes efeitos sucessórios. P. ex. A tem 3 filhos e um deles é pré-morto em


relação ao pai; se este filho pré-morto tiver filhos, estes são chamados a suceder
no lugar do pai; se não tiver os irmãos dividirão o seu quinhão.

Já a COMORIÊNCIA (art. 8º do CC), é a situação em que duas ou

mais pessoas falecem na mesma ocasião, sem poder indicar a ordem cronológica
dos óbitos.

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39
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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ART. 8º DO CC:

Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se


podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros,
presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Note que, mesma ocasião não significa mesmo local . Por


exemplo: pai e filho no telefone sofrem infarto.

Assim, o direito sucessório brasileiro abre cadeias sucessórias


autônomas e distintas. Em outras palavras, em caso de comoriência, um
comoriente nada transmite ao outro.

Na jurisprudência ver TJ/RS o AI 598569952 – Maria Berenice


Dias:

Ementa: INVENTARIO. COMORIENCIA. INDENIZACAO


DECORRENTE DE SEGURO DE VIDA. TENDO O CASAL E OS FILHOS
FALECIDO SIMULTANEAMENTE, VITIMAS DE ACIDENTE
AUTOMOBILISTICO, NAO SE OPEROU SUCESSAO ENTRE AQUELES, NEM
ENTRE AQUELES E ESTES. ASSIM, A INDENIZACAO DECORRENTE DE
APOLICE DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO, EM QUE OS CONSORTES
CONSTAVAM RECIPROCAMENTE COMO BENEFICIARIOS, E DE SER PAGA

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40
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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DE FORMA RATEADA AOS HERDEIROS DE AMBOS. AGRAVO IMPROVIDO.


(Agravo de Instrumento Nº 598569952, Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Maria Berenice Dias, Julgado em 17/03/1999)

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41
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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A noção primeira, a ideia da pessoa jurídica nasceu na sociologia. O ser


humano é gregário por excelência, pois temos a vocação de vivermos em grupo.

Seguindo o pensamento do sociólogo Antônio Luís Machado Neto,


podemos concluir que a pessoa jurídica, em primeiro plano, é decorrência do
próprio fato associativo, da natural tendência humana de se agrupar para
melhor atingir determinadas finalidades.

Por isso, nessa linha inicial, podemos conceituar a pessoa jurídica como
um grupo humano, criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica
própria para a realização de fins comuns – conceito primário de pessoa jurídica.

O empresário individual, em determinados pontos de sua atuação


social, por ficção, é tratado como pessoa jurídica, mas, em sua essência, na
teoria do direito civil, trata-se de pessoa física, tanto é que seus bens que
responderam por sua atividade.

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42
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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, não só na doutrina como

também na jurisprudência (Súmula 227 STJ ; RESP 785777/ MA) aponta no


sentido da

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção


dos direitos da personalidade.

Ex: direito a imagem, nome, ao segredo.

STJ, SÚMULA Nº 227 -

A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

RESP: 785777:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. DANO MORAL.


INDENIZAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. REVISÃO DO VALOR NO STJ. HIPÓTESE
EXCEPCIONAL. AFASTAMENTO DA SÚMULA 7/STJ. INOCORRÊNCIA DE

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43
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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REVALORAÇÃO DO CONTEXTO FÁTICO E PROBATÓRIO. MONTANTE


COMPENSATÓRIO A SER ARBITRADO COM OBSERVÂNCIA DA OFENSA
MORAL EXPERIMENTADA. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DO QUANTUM
PELA MULTIPLICAÇÃO DO VALOR APONTADO. PRECEDENTES. 1 - A
JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPERIOR TRIBUNAL É PACÍFICA NO
SENTIDO DE ADMITIR INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS À PESSOA
JURÍDICA, NOS TERMOS DO VERBETE SUMULAR N.º 227. 2 - Esta Corte,
cuja missão é uniformizar a interpretação do direito federal, há alguns
anos começou a afastar o rigor da técnica do recurso especial para
controlar o montante arbitrado pela instância ordinária a título de dano
moral, com o objetivo de impedir o estabelecimento de uma "indústria do
dano moral" (REsp 504.639/PB, Min. Sálvio de Figueiredo, DJ de
25/08/2003, p. 323). 3 - O Superior Tribunal de Justiça, em situações
especialíssimas como a dos autos - de arbitramento de valores por dano
moral - ciente do seu relevante papel de Tribunal do Pacto Federativo, e
com o escopo final de estabelecer a pacificação social, se pronuncia nos
casos concretos para aferir a razoabilidade do quantum destinado à
amenização do abalo moral (REsp 1.089.444/PR, Min. Nancy Andrighi, DJe
de 03/02/2009). 4 - Não se tem dúvida de que esta Corte, ao reexaminar o
montante arbitrado pelo Tribunal a quo nesta situação, mergulha nas
particularidades soberanamente delineadas pela instância ordinária para
aferir a justiça da indenização (se ínfima, equitativa ou exorbitante),
afastando-se do rigor da técnica do recurso especial, consubstanciada, na
hipótese em tela, pela Súmula 7/STJ. 5 - A atuação deste Tribunal na
revisão do quantum arbitrado como dano moral não consubstancia

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44
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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revaloração da prova, segundo a qual o STJ, mantendo as premissas


delineadas pelo acórdão recorrido, e sem reexaminar a justiça ou injustiça
da decisão impugnada, qualifica juridicamente os fatos soberanamente
comprovados na instância ordinária (AgRg no REsp 461.539/RN, Min.
Hélio Quaglia Barbosa, DJ de 14/02/2005, p. 244; REsp 327.062/MG, Min.
Menezes Direito, DJ de 05/08/2002, p. 330). 6 - NO CASO DOS AUTOS,
DEVE SER ADEQUADO O VALOR ARBITRADO A TÍTULO DE DANOS
MORAIS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO,
LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO AS CONDIÇÕES PESSOAIS E
ECONÔMICAS DOS ENVOLVIDOS, BEM COMO O DANO PROPRIAMENTE
SOFRIDO PELA ORA RECORRIDA. 7- O critério utilizado, o qual estipulou
o montante indenizatório com base na multiplicação do valor dos títulos
devolvidos é aleatório e por isso, inadequado. Precedentes. 8 - Recurso
Especial conhecido parcialmente, e nessa parte provido para reduzir o
valor da indenização por danos morais para R$ 50.000, 00 (cinquenta mil
reais).

, que remonta á obra de Wilson Melo da


Silva, , especialmente pelo fato de

inexistir a sua dimensão psicológica (de certa forma o Enunciado 286 da IV


Jornada acaba por reforçar este entendimento, que não prevalece na
jurisprudência brasileira).

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45
DIREITO CIVIL
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NATUREZA JURÍDICA DA PJ – primeiramente, perguntar o

que é natureza jurídica é perguntar qual a origem, e onde se encaixa no


direito.

São duas as correntes doutrinárias:

– negava a existência da PJ, a ex.

do pensamento de BRINZ, PLANIOL, lançando mão de variados argumentos,


dentre os quais a PJ seria apenas reuniões de PF. Diziam ser reuniões de PF ou
um patrimônio coletivista.

– foi a que prosperou.

Subdivide-se em:

- especialmente vigente na Alemanha e


França dp século XVIII, reconhecia somente a existência abstrata da PJ, negando-
lhe uma dimensão social necessária.

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46
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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– defendida por Clóvis Bevilaqua. Diferentemente da 1ª, esta eminentemente


sociológica, desconsidera a técnica da PJ e simplesmente reconhecia a PJ como
um organismo social vivo.


reconhece que a personificação da PJ é fruto do direito, mas também reconhece
que esta tem interações sociais. Esta é a teoria mais equilibrada, que a par de
reconhecer que a personificação da PJ é fruto da técnica do direito, mas também
admite as suas interações sociais é a Teoria adotado pelo direito.

Segundo o art. 45 do CC:

Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,

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47
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato


constitutivo.

Na linha do CC, a PJ se constitui a partir do momento em que a


entidade é registrada, e todos os efeitos deste registro são ex nunc , e a sua
existência anterior sem este registro é uma sociedade despersonificada. O ato
constitutivo da PJ é o contrato social (registrado na Junta comercial) ou o seu
Estatuto (registrado no Cartório de registro das PJ).

Todavia, excepcionalmente, algumas PJ, para a sua constituição,


exigem ainda uma autorização especial do Poder Executivo, como se dá no
caso dos Bancos e das Companhias de Seguro (nestas, autorização do Banco
Central e da Superintendência de Seguros Privados), por razão de ordem pública
e por estas tratarem de uma parcela considerável da sociedade.

Matéria polêmica, com reflexo inclusive no direito processual e


administrativo, pois estas entidades, embora tecnicamente não sejam PJ, gozam
de capacidade processual, a exemplo do condomínio, da massa falida, espólio, e
outros, conforme o art. 12 do CC.

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48
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Em relação ao CONDOMÍNIO, embora razoável a tese de que não é

PJ, a matéria gera discussões, havendo inclusive quem afirme ser uma QUASE

PESSOA JURÍDICA, ou PESSOA JURÍDICA ESPECIAL.

Fundamentalmente, uma PJ pode experimentar três formas de


dissolução:

1. CONVENCIONAL – especialmente aplicado para as sociedades. É

deliberada pelos próprios sócios ou administradores.

2. ADMINISTRATIVA – decorrente da cassação da autorização de

funcionamento de determinadas PJ, a ex. dos Bancos.

3. JUDICIAL – deriva de um processo judicial, como se dá no processo

falimentar.

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49
DIREITO CIVIL
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O regulamento para a dissolução de sociedades não sujeita à lei


falimentar, é regulado pelo CPC de 39 (arts. 672), nos termos do CPC atual no
art. 1218, assim o CPC de 39 tem aplicação subsidiária.

;
;
- .

Estes foram colocados como


das , por razões de ordem social e política, que
ditaram a alteração deste art., para disciplinar organizações religiosas e partidos
políticos em incisos autônomos, com o nítido propósito, à luz do art. 2.031,
parágrafo único, excluírem da obrigatoriedade de adaptação ao novo CC – ver
item 09 na apostila 2.

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50
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A entidade passa a funcionar de forma irregular, o que pode


acarretar a responsabilidade pessoal de seus sócios ou administradores,
além da dificuldade em se obter linha de crédito bancário e a impossibilidade de
participar em licitações.

O CC, no 53, deixa claro que associação é um tipo de PJ de direito


privado de finalidade ideal ou não econômica.

O seu ato constitutivo é o estatuto, a ser registrado no CRPJ (não é na JC).

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se


organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações


recíprocos.

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51
DIREITO CIVIL
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A receita gerada é aplicada na própria atividade.

Não pode ter finalidade econômica (distribuição de


lucros)

Pode ter conteúdo econômico (gerar receita).

REsp 1.181.410-RJ, STJ.

SINDICATO É ASSOCIAÇÃO. Os sindicatos, segundo jurisprudência


pacífica do STJ, são considerados associação civil , inclusive para efeito de
propositura de ação civil pública.

Os requisitos do estatuto da associação estão previstos no CC 54:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos


associados;

III - os direitos e deveres dos associados;

IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos


deliberativos e administrativos;

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DIREITO CIVIL
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V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos


deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e


para a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das


respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto


poderá instituir categorias com vantagens especiais.

DIFERENTES DIFERENTES

CATEGORIAS DIREITOS

Em uma associação pode haver diferentes categorias de associados com


diferentes direitos, porém dentro de uma mesma categoria, os direitos dos
sócios devem ser iguais.

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O art. 57, modificado pela Lei 11.127/2005, admite a exclusão do


associado em havendo justa causa (conceito aberto), garantindo-se o
contraditório e o direito de recurso, a ampla defesa.

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa


causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de
defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação
dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Se o estatuto não previu, a base será legal para lhe garantir o direito
de defesa.

O art. 57 refere-se a associações, e não a condomínios, que tem


regulamentação própria para condôminos com comportamento antissocial.

O órgão mais relevante de uma associação é a sua Assembleia Geral


de associados.

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COMPETÊNCIA:

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada


pela Lei nº 11.127, de 2005)

I – destituir os administradores;

II – alterar o estatuto.

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e


II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente
convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no
estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
(Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Vale lembrar, nos termos do art. 61, que, regra geral, dissolvida a
associação, o seu patrimônio será atribuído a entidades de fins não econômicos
designadas no estatuto ou, em sendo este omisso, a instituição municipal,
estadual ou federal de fins iguais ou semelhantes.

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio


líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações
ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

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55
DIREITO CIVIL
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21/02/2011

A sociedade, espécie de PJ de D privado, formada pela união de


indivíduos dotada de personalidade jurídica própria e instituída por meio de
contrato social, que tem a finalidade de exercer atividade econômica e partilhar
lucro (art. 981 CC).

Uma sociedade tem finalidade econômica (lucrativa).

Vale lembrar que o art. 977 CC proíbe a sociedade formada entre


cônjuges que estejam casados pelo regime de comunhão universal, ou
separação obrigatória de bens. Porque eles poderiam por meio da sociedade
fraudar o regime de bens. O codificador quer evitar fraude ao regime de bens.

Art. 977 CC - Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si


ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.

O próprio DNRC – Depto Nacional de Registro Do Comercio – já


consolidou o obvio entendimento (parecer jurídico 125/03) no sentido de que
sociedades anteriores não podem ser atingidas pela norma restritiva à luz da
garantia do ato jurídico perfeito.
As sociedades eram divididas em dois tipos: civis e mercantis.

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DIREITO CIVIL
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SOCIEDADE CIVIL não praticava atos de comercio (ex. sociedade de

dentistas), e a sociedade que praticava atos de comercio era a SOCIEDADE

MERCANTIL.

À luz do art. 982 CC, hoje se dividem em SOCIEDADES EMPRESÁRIAS e

SIMPLES, em lugar da antiga tipologia civil e mercantil.

Uma SOCIEDADE para ser EMPRESÁRIA (pelo art. 982) deve observar um

requisito material (exercício de atividade típica de empresário - art. 966 CC) e


um requisito formal (registro na junta comercial). Já as SOCIEDADES SIMPLES, são
todas as demais que não sejam consideradas empresárias (a sociedade simples
tem caráter residual).

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais.

(exercício de típica atividade empresarial + Registro na Junta Comercial)

Em geral, a SOCIEDADE EMPRESÁRIA, corresponde à antiga SOCIEDADE

MERCANTIL (comercial), e a SOCIEDADE SIMPLES, à antiga SOCIEDADE CIVIL, mas


não se pode dizer há absoluta identidade na medida em que a noção de empresa
é mais abrangente de que a de comércio.

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57
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA é marcada pelo aspecto eminentemente


capitalista, da impessoalidade, sujeita-se à lei falimentar, tem registro
obrigatório na Junta Comercial, e os seus sócios atuam como meros
articuladores de fatores produtivos (capital, trabalho, matéria prima, tecnologia)
de maneira que a sua própria atividade não integra o elemento da empresa.

Diferentemente, as SOCIEDADES SIMPLES, sujeitas à normas próprias de


dissolução, não tem registro na junta, mas sim, em geral, no registro de PJ, e
além disso são marcadas pela pessoalidade, uma vez que a sua atividade é
desempenhada ou supervisionada pessoal e diretamente pelo próprio sócio (por
isso costumam ser prestadoras de serviços, como a sociedades de médicos ou
advogados).

A é totalmente atípica, porque o que a

determina é a previsão expressa da lei referente ao seu objeto, para que seja
registrada na OAB.

O p. único do art. 982 estabelece que TODA SOCIEDADE ANÔNIMA é

considerada EMPRESÁRIA e a COOPERATIVA é SOCIEDADE SIMPLES, por previsão

expressa da lei, independentemente do seu objeto.

No que tange às COOPERATIVAS, tema da grade de Direito Empresarial, e que


se caracterizam, principalmente, pela partilha de resultado, na proporção do
esforço de cada cooperado, existe grande discussão quanto ao seu registro: se

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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deve ser feito na Junta Comercial (lei 8934/94 – lei 5764/71, ENUNCIADO 69
da 1º Jornada de D civil) ou se o registro deve ser feito no Cartório de Registro
de Pessoas Jurídicas (na doutrina de Julieta Lunz, Paulo Rego).

Diferentemente das sociedades e associações, as fundações resultam


não da união de indivíduos, mas da afetação de um patrimônio que se
personifica para determinada finalidade. Tem finalidade ideal, não tem
finalidade econômica. Pode ter receita, não fins econômicos.

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.

Somente pode ser criada por escritura pública ou testamento.

Parágrafo único. A fundação SOMENTE poderá constituir-se para


fins RELIGIOSOS, MORAIS, CULTURAIS ou de ASSISTÊNCIA.

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DIREITO CIVIL
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AFETAÇÃO/DESTACAMENTO de BENS LIVRES do


INSTITUIDOR

A CRIAÇÃO somente poderá se dar por ESCRITURA PÚBLICA ou


TESTAMENTO

A elaboração do ESTATUTO DA FUNDAÇÃO

O Estatuto é o ato normativo fundamental de uma fundação. O estatuto


pode ser elaborado pelo próprio instituidor ou pode delegar essa função a
terceiro a quem confiar o encargo (elaboração fiduciária).

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do


patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de
acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação
projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade
competente, com recurso ao juiz.

Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado


pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.

Subsidiariamente, o MP elaborará o estatuto da fundação projetada e o


juiz o aprovará. Não é regra, a regra é ser elaborado pelo instituidor ou 3º.

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60
DIREITO CIVIL
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Em regra, o estatuto deve ser aprovado pelo MP, mas se o próprio


promotor o elaborar, a aprovação é feita pelo juiz.

CPC, art 1.202.


Incumbirá ao órgão do Ministério Público elaborar o estatuto e
submetê-lo à aprovação do juiz:

I - quando o instituidor não o fizer nem nomear quem o faça;

II - quando a pessoa encarregada não cumprir o encargo no prazo


assinado pelo instituidor ou, não havendo prazo, dentro em 6 (seis)
meses.

Se você não registrar a fundação, ela não nasce, não tem personalidade
jurídica.
Lincoln de Castro – O MP e as fundações privadas .

O art. 66 do CC expressamente ressalta a função fiscalizatória do MP


nas fundações privadas.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público DO ESTADO


onde situadas.

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61
DIREITO CIVIL
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§ 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o


encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)

§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o


encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

Julgada a ADIN 2.794, o § 1º do art. 66 deve ser adequadamente


interpretado no sentido de que cabe ao MP do DF fiscalizar fundações situadas
no DF e não à PR (MPF).
Se uma fundação recebe recurso federal, a PR fiscaliza em conjunto com
o MPE En. 147, III JDC.

Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que


visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do
Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a
extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

Os arts. 67 e 68 autorizam a modificação do estatuto da fundação.

Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister


que a reforma:

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62
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I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e


representar a fundação;

II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;

III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a


denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação
unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o
estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê
ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.

O Estatuto da Fundação pode ser modificado observando-se três


requisitos:
1º) A DELIBERAÇÃO DE 2/3 das PESSOAS COMPETENTES para gerir e
representar a fundação.

2º) Respeito à FINALIDADE DA FUNDAÇÃO.

3º) Que a alteração seja APROVADA PELA AUTORIDADE


COMPETENTE.

CESPE: a mudança não pode desvirtuar a finalidade da fundação e deve


ser aprovada pelo MP.

Nos termos do 68, a minoria vencida, caso a votação não seja unânime,
tem o prazo de 10 dias para impugnar a mudança.

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63
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No final do sec XIX, na Inglaterra, Aaron Salomon, segundo legislação da


época, quando tentou montar uma empresa, precisava de 7 sócios. Este reuniu 6
parentes e deu
O precedente ocoreu na Inglaterra, final do sec XIX, no famoso caso
Salomon e Salomon Co. – a partir daí a teoria da descoinsideração seria
especialmente desenvolvida na Alemanha com Rolf Serick e na Italia com Piero
Verrucoli, espraiando—se por todo o mundo. No Brasil, o primeiro jurista a
tratar deste tema, foi o prof. Rubens Requião.

A doutrina da desconsideração pretende o afastamento temporário da


personalidade de um PJ para permitir que seus credores satisfaçam seus D no
patrimônio do sócio ou administrador que cometera o ato abusivo (lift the veil).
Essa doutrina é abrangente, que pode atingir até patrimônio pessoal do
dirigente de associações, etc.

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OBS. A despersonificação da PJ é medida ainda mais drástica, uma vez que


pretende a própria aniquilação da entidade com o cancelamento do seu registro.

De origem anglo saxônica e regula pelo art. 1015 CC, essa teoria sustenta ser
nulo e ineficaz, um ato praticado pelo sócio, que extrapolou os poderes a si
concedidos pelo contrato social (a sociedade pois não responderia por tal
conduta).

Ex. receita federal pode desconsiderar a personalidade da PJ, sem recorrer


ao judiciário? (ver RMS 15166/BA)

Em geral, entende a doutrina, diante do direito positivo brasileiro, que a


desconsideração da PJ é matéria sob reserva de jurisdição (porque é uma
sanção, imposta pelo poder judiciário) (Edmar Andrade), todavia, em situações
excepcionais de fraude à lei, a própria doutrina (Gustavo Tepedino) e o STJ
(RMS 15166/BA) já admitiram a desconsideração em nível administrativo.

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65
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Uma das grandes leis a disciplinar o tema foi o CDC no art. 28, e,
diferentemente no código anterior, que era omisso, o novo CC regula a sua
desconsideração em seu art. 50 exigindo a conjugação de dois elementos
fundamentais:

O descumprimento da obrigação (usa a palavra insolvência);

O abuso do sócio ou administrador, caracterizado, ou pelo


desvio de finalidade ou pela .

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Assim, para que haja desconsideração da PJ, deve haver requisitos a serem
preenchidos:

- DESVIO DE FINALIDADE : quando é realizado um ato que extrapola a

atividade da PJ;

- CONFUSÃO DE PATRIMÔNIO:

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66
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Na linha de pensamento de Fabio Konder Comparato ( O Poder de


controle da Sociedade Anônima ), podemos concluir que a desconsideração da
PJ pode ser aferida objetivamente dispensando-se o dolo especifico do
sócio ou administrador. (que é, além dos dois requisitos acima, provar o dolo
específico no sentido de prejudicar quem tenta desconsiderar a PJ).

O CC, em seu art. 50, adotou a TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO

DA PJ, na medida em que não se contenta com a simples insolvência da PJ,


exigindo prova do cometimento de um ato abusivo. Entretanto, em outros
tipos de relação jurídica, como na relação de consumo, a desconsideração é
muito mais facilitada, na medida em que não precisa provar o cometimento

do ato abusivo, mas apenas o prejuízo sofrido – é a TEORIA MENOR (RESP

744.107/SP).

A título de complementação de pesquisa, ver Projeto De Lei no material


de apoio, que pretendem disciplinar o procedimento de desconsideração da PJ.
Consultar também bibliografia, O NOVO DIREITO SOCIETÁRIO de Calixto

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67
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Salomão Filho. A legislação pretende regulamentar o procedimento para a


desconsideração da PJ.
É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que que é cabível no
procedimento ou na fase de execução – RESP 920602/DF, respeitando-se por
obvio o contraditório.
A desconsideração, em respeito à própria causalidade, naturalmente deve
atingir apenas o sócio ou administrador que cometera o ato abusivo, ou dele se

beneficiou – ENUNCIADO 7 da I JORNADA CIVIL. Esta medida é

sancionatoria !

Trata-se de um tipo de desconsideração, não expressamente prevista


em lei, mas admitida em nosso Direito – RESP 948117/MS – por meio da qual,
pretende-se inversamente atingir o patrimônio da própria PJ para alcançar
o sócio ou administrador que cometera o ato abusivo ou fraudulento.

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Vem do latim Domus = casa, lar.


Antes, para se chegar a noção de domicilio é preciso conhecer os
conceitos de:
MORADA: lugar onde a PF se estabelece temporariamente. O autor
Roberto de Ruggiero, no direito italiano é utilizado a palavra estadia para
caracterizar a morada. A morada é algo passageiro, onde a morada é num lugar e
o domicilio é outro.
Já RESIDÊNCIA é algo maior, é a o lugar onde a PF é encontrada com
habitualidade. Ex. é residente e domiciliado em São Paulo, mas tem uma
residência em Santos.
O DOMICILIO é mais abrangente do que a residência, isso porque,
conceitualmente, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece
residência com ÂNIMO DE DEFINITIVIDADE animus manendi ,
transformando-o em centro da sua vida jurídica –

ART. 70 CC.

á t.à .àOàdomicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece


aàsuaà esid iaà o à i oàdefi itivo.

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Seguindo a orientação do CC, a pessoa pode ter vários domicílios –


quando a pessoa tem vários domicílios, poderá ser demandada em qualquer um
deles. Art. 71 CC:
Vale lembrar ainda que, por influencia do art. 83 do CC de Portugal, o art.
72 do CC brasileiro, para efeitos específicos, consagrou o domicilio profissional
da pessoa física. Este não é um domicilio genérico, é um domicilio para aspectos
específicos da profissão.

á t.à .àÉàta àdo i ílioàdaàpessoaà atu al,à ua toà sà elaç esà


concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares


diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que
lheà o espo de e .

Obs. No que tange a mudança de domicilio, ver o art. 74 CC, possível de


ser cobrado em prova objetiva, cujo teor é o seguinte:

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a


intenção manifesta de o mudar.

Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a


pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai,
ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as
i u st iasà ueàaàa o pa ha e .

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70
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Matéria especialmente desenvolvida pelo civilista belga, (enri de Page ,


regulada pelo art. 73 do CC, segundo a qual, por ficção jurídica, pessoas que não
tenham residência habitual, são consideradas domiciliadas onde forem
encontradas, ex. ciganos, caixeiros viajantes, profissionais de circo (não dar
exemplo caminhoneiro, porque em geral estes tem residência fixa).

No que tange ao DOMICILIO DA PJ, regulado pelo art. 75 do CC, vale


observar que tal temática, deverá ser especialmente desenvolvida no direito
processual civil, sobretudo pelas implicações no âmbito da competência (Resp
723.194-RO)

á t.à .àQua toà sàpessoasàju ídi as,àoàdo i ílioà :

I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as


respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio
especial no seu estatutoàouàatosà o stitutivos.

O domicilio pode ser classificado de três formas:

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: é o mais comum, geral, fixado por simples ato de


vontade. (qual a natureza jurídica do ato que fixa o domicílio voluntário? É
de ato jurídico em sentido estrito)

: trata-se de, nos termos do art. 78 CC, daquele


domicilio escolhido pelas próprias partes em contrato escrito, segundo a
autonomia privada.

á t.à .àNosà o t atosàes itos,àpode oàosà o t ata tesàespe ifi a à


domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações
delesà esulta tes

Vale lembrar que nos termos do p. único , art. 112 do CPC, a nulidade de
clausula de eleição de foro prejudicial ao aderente (leia-se: contrato de
adesão, especialmente em relação ao consumidor) pode ser declarada de oficio
pelo juiz.

É digno de nota ainda, que o STJ, por sua 3ª turma, entendeu que o foro
competente para julgar ações sobre hipoteca não é necessariamente o local onde
o imóvel está situado, nos casos em que não se discute direito real, podendo ser
o local de celebração do contrato assinado pelo aderente.

é aquele regulado por lei, arts. 76 e 77 CC:

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á t.à .à T à do i ílioà e ess ioà oà i apaz,à oà se vido à pú li o,à oà


militar, o marítimo e o preso.

Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou


assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer
permanentemente suas funções(funções efetivas e mesmo se estiver
de férias); o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado; o do marítimo (ESTE É O MARINHEIRO DA MARINHA
PARTICULAR, MARINHA MERCANTE ), onde o navio estiver
matriculado; e o do preso (NÃO É DO PROVISÓRIO ), o lugar em
que cumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro,


alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu
domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último
po toàdoàte it ioà asilei oào deàoàteve. à

Este art. 77 é tratado no Direito Internacional.

Vale lembrar que a recente SÚMULA DO 383 STJ estabeleceu que a


competência para processar e julgar ações conexas de interesse de menor
é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

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DIREITO CIVIL
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O referencial histórico mais importante do bem de família é o


HOMESTEAD ACT uma lei Texana de – por Prof. Alvaro Vilaça – onde
uma crise assolou o Estado e, para proteger os cidadãos, foi editada uma lei que
protegesse o direito à moradia.

De acordo com o direito positivo brasileiro, podemos reconhecer duas


espécies de bem de família: o BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO, regulado pelos

arts. 1.711 e seguintes do CC, e , regulado pela lei


8009/90.

É aquele instituído por ato de vontade do casal, ou pela entidade


familiar, ou por terceiro, mediante registro no Cartório de Registro de
Imóveis, art. 167, I da LRP. O BEM DE FAMÍLIA VOLUNTARIO nasce da

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DIREITO CIVIL
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autonomia privada, uma vez que seu instituidor deverá voluntariamente criá-
lo mediante registro no CRI. Este bem de família voluntário gera dois efeitos:

IMPENHORABILIDADE LIMITADA – torna-se impenhorável por


dívidas futuras. Veja que esta impenhorabilidade não é absoluta.

ART. 1.715 CC

Oà e àdeàfa íliaà àise toàdeàexecução por dívidas posteriores à sua


instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio,
ouàdeàdespesasàdeà o do í io. à

INALIENABILIDADE RELATIVA DO IMÓVEL – art. . CC O prédio e os

valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter


destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o
consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o
Ministério P’blico. Deve haver o consentimento de todos os interessados
e se houver incapazes, em procedimento judiciário especial ouvido o MP.

O art. 1720 cuida da administração do bem de família, e art. 1721 e


1722 cuida da extinção do bem de família. A inovação do bem de família
voluntário encontra-se no art. 1712 e no 1713, que consagram duas
características marcantes:

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DIREITO CIVIL
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O BEM DE FAMÍLIA VOLUNTARIO NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR o

valor de 1/3 DO PATRIMÔNIO LIQUIDO de seus instituidores (art.


1.711);

VALORES IMOBILIÁRIOS (RENDA) também podem ser afetados


para constituição deste tipo de bem de familia.

O CC/02 acabou com a fraude, em que o pessoa vendia todos os seus bens
e instituíam o bem de família, concentrando todo seus bens em um único imóvel,
sendo que, para isto, o bem de família não pode superar a 1/3 do patrimônio
liquido de seus instituidores, conforme o art 1.711:

á t.à . .à Pode à osà juges,à ouà aà e tidadeà fa ilia ,à edia teà


escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio
para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do
patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as
regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida
em lei especial.

Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de


família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da
aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da
e tidadeàfa ilia à e efi iada.

Também, conforme o art. 1.712, poderá ser instituído como bem de


família, valores mobiliários, que servirá de sustento para conservar o imóvel e
sustento da família.

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DIREITO CIVIL
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Vale lembrar, a especial hipótese, objeto de firme jurisprudência do


STJ, aplicada principalmente para o bem de família legal, na qual, por razão de
ordem pública, entende-se que renda proveniente de imóvel locado
também é impenhorável – Resp 439920 – e o agravo 975858.

Lembra-nos Silvio Rodrigues que o bem de família voluntário não


alcançou maior sucesso no Brasil, mesma linha de raciocínio seguida por
Alvaro Vilaça Azevedo, para quem não deveria o Estado transferir ao particular
um encargo de tamanho realce (segundo Edson Faquin, o patrimônio mínimo)

Ao lado do bem de família voluntário convive o


regulado pela lei 8009/90, que consagrou um sistema normativo inspirado na
preservação do patrimônio segundo Luiz Edson Faquin. Este tipo de bem de
família consagrando uma

, que independe de instituição


voluntária e registro cartorário.

Lembre-se que o art. 5º da lei 8009/90, estabelece que havendo mais de


um imóvel destinado à residência da família, a proteção do bem de família
legal recairá no de menor valor, salvo se outro imóvel houver sido instituído
como bem de família voluntário.

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SÚMULA 205 STJ

áà Leià ºà . -90 aplica-se à penhora realizada antes de sua


vig ia

Estabeleceu o texto legal que a lei do bem de família legal poderia ser
aplicada à penhoras realizadas antes da sua vigência.

. O STJ admitiu em mais de uma oportunidade o desmembramento do


imóvel (como área de piscina, de churrasqueira se não afetasse o imóvel) para
efeito de penhora (Resp 207.693 SC , Resp 510. 643 DF, Resp 968.907 RS)

ver art. 5º , p. único da lei 8009

á t.à ºàPa aàosàefeitosàdeài pe ho a ilidade,àdeà ueàt ataàestaàlei,à


considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela
entidade familiar para moradia permanente.

Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser


possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a
impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro
tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na
forma do art. 70 do Código Civil.

EXCLUEM-SE DA IMPENHORABILIDADE o rol do art. 2º

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á t.à ºà Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte,


obras de arte e adornos suntuosos.

Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade


aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e
que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste
a tigo.

A despeito de existir divergência, já entendeu pela impenhorabilidade


de: Aparelhos de TV, máquina de lavar, computador, ar condicionado, e até
mesmo teclado musical (este último no Resp 218.282). Vale ainda mencionar
que, nos termos da SUMULA 449 DO STJ, vaga de garagem que possui
matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para
efeito de penhora.

A impenhorabilidade do bem de família legal NÃO É ABSOLUTA, na

medida em que experimenta as EXCEÇÕES constantes no art. 3º da lei 8009/90:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de


execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza, salvo se movido:

I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e


das respectivas contribuições previdenciárias;

Caso de empregada doméstica, p. ex. e também das contribuições desta. No


que se refere a este art. o STJ Resp 644.733 SC, entendeu que empregados

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meramente eventuais como diaristas, pedreiros ou pintor não podem subjugar a


proteção legal uma vez que são prestadores eventuais (relator Min. Luiz Fux) – o
que vale dizer que a interpretação desta norma é restrita.

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à


construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e
acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;

Não haverá oponibilidade de bem de família, se o processo foi movido pelo


credor que concedeu financimento para a compra do imóvel.

III -- pelo credor de pensão alimentícia;

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e


contribuições devidas em função do imóvel familiar;

Além do IPTU e o ITR, no tange a este artigo, o próprio STF, no RE 43903,


entendeu que a cobrança de despesa condominial também pode levar a
penhora do imóvel.

V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como


garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;

Existem julgados do STJ, a exemplo do AgRg no Resp 813.546 DF, no


sentido de que a mera indicação do bem de família à penhora não implica
que se invoque depois a proteção legal. Todavia, se o bem foi voluntariamente

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DIREITO CIVIL
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dado em garantia hipotecária poderá ser penhorado (AgRg no AG 1.152.734


SP).

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução


de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou
perdimento de bens.

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de


locação.

O Fiador da locação pode sofrer a penhora do bem de família – o STF


já entendeu ser constitucional este artigo – o livro do prof. Pablo critica a
constitucionalidade desta lei na sua obra, o que já foi citado pelo STF, em voto
vencido.

O STJ, na Sumula 364, diz que a proteção do bem de família também


abrange pessoas que moram sozinhas, pois o que se protege não é só o bem
de família, mas o direito à moradia. RESp 450.989 RJ = devedor solteiro invoca
à proteção ao bem de família.

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81
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22/03/2011

É toda utilidade física ou ideal que seja objeto de um direito


subjetivo. A doutrina brasileira divergiu (a polêmica ainda é mantida) entre a
diferença de bem e coisa – ver Orlando Gomes, Maria Helena Diniz, Silvio
Venosa e Barros Monteiro. Razoável é a teoria de Orlando Gomes no sentido de
que a noção de BEM é genérica compreendendo o conceito de COISA, que, na
linha do direito alemão (§90 BGB), restringe-se às utilidades corpóreas ou
materiais. Agora, os bens são as utilidades incorpóreas, como a personalidade
jurídica ou a vida.

Para os clássicos, patrimônios traduziria principalmente a


REPRESENTAÇÃO ECONÔMICA DA PESSOA (Clovis bevilaqua). Lembra-nos,

inclusive, o mesmo autor que cada pessoa deve ser titular de um patrimônio
único, ainda que os bens tenham origens diversas. Este conceito não mudou,

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82
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mas a doutrina complementou essa noção clássica. Os autores modernos, a ex.


de Carlos Alberto Bitar e Rodolfo Pamplona Filho, reconhecem também o
denominado PATRIMÔNIO MORAL DA PESSOA, vale dizer, o seu CONJUNTO DE

DIREITOS DA PERSONALIDADE.

Vale lembrar que, nas primeiras aulas do curso, já vimos o que se entende
por patrimônio mínimo (de Luiz Edson Fachin).

Consagrado pela Lei 10.931/04, o PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO visa a


imprimir maior segurança nas relações imobiliária, destacando um
patrimônio especifico da conclusão do empreendimento. Em outras palavras,
é um REGIME ESPECIAL DE GARANTIA, nos termos da Lei especifica, que
constitui um patrimônio em separado, autônomo, para garantia de
determinada obra.

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83
DIREITO CIVIL
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Ver no material de apoio 03, a detalhada classificação dos bens


jurídicos, valendo destacar, para concurso público especialmente as seguintes
categorias:

Trata-se daquele bem considerado de natureza imobiliária, por


expressa dicção do art. 80 do CC –

o side a -se imóveis para os efeitos legais:

I- direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram,

II- oàdi eitoà àsu ess oàa e ta à

INCISO I- é o ex. de PROPRIEDADE, ou de HIPOTECA, e o INCISO II- é


o DIREITO À HERANÇA. Isso é feito para cercar o objeto de
formalismos, como no caso da herança, pois. para ceder o direito à
herança, é necessário escritura pública e de outorga uxória.

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84
DIREITO CIVIL
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Trata-se de categoria de fácil compreensão regulada no art. do CC. Art.


84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem
empregados, conservam sua qualidade de móveis. Readquirem essa qualidade
os provenientes da demolição de algum prédio.

É polêmico, mas, nos termos do art. 83, I, do CC, as energias que tenham
valor econômico são consideradas bens móveis por força de lei (ou a
energia elétrica). O CDC, vale observar, adota um critério classificatório que não
integra o sistema da parte geral do CC: em seu art. 26, reconhece a existência de
bens duráveis e não duráveis, especialmente para se exercer o direito
potestativo de se reclamar por vício em 90 ou 30 dias. (obs. A queixa no Procon,
não tem o condão de interromper nem suspender esta decadência).

(bens reciprocamente considerados – ver na apostila)

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85
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BEM PRINCIPAL – é aquele que existe por si mesmo;

BEM ACESSÓRIO – este pressupõe a existência do bem principal (árvore


– bem principal, e seu fruto – bem acessório);

Trata-se da regra, segundo a qual O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL.

Dentre os bens acessórios, tem-se os FRUTOS, os PRODUTOS, as


PERTENÇAS, e as BENFEITORIAS.

FRUTO –É aquela utilidade que a coisa principal periodicamente gera


e cuja percepção não diminui a sua substância (ver na apostila a
subclassificação dos frutos). Obs. Os denominados são

, que se renovam ao longo do tempo, a exemplo dos juros e aluguéis. A


título de complementação, o que são juros no pé? Trata-se de expressão
consagrada pelo próprio STJ, para caracterizar a indevida cobrança de juros
compensatórios por parte da construtora ou incorporadora, antes da entrega da
chave do imóvel – Resp 670117.

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86
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PRODUTOS – são utilidades não renováveis, e cuja percepção esgota a


coisa principal (a ex. do petróleo, que são energias não renováveis).

PERTENÇAS – são consideradas de espécies de bem acessório, ainda que


não obedeçam ao principio da gravitação jurídica, mas é aquela coisa que,
sem fazer parte integrante do bem principal, acopla-se ao mesmo, para a sua
utilização.

á t.à à CC:à “ oà pe te çasà osà e sà ue,à oà o stitui doà pa tesà


integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou
aoàafo osea e toàdeàout o. à

A exemplo de um aparelho de ar condicionado, que serve a coisa principal


sem integrá-la.

A ideia de acessão é a união de uma coisa à outra, mas, juridicamente,


esta é um modo de adquirir a propriedade.

O ENUNCIADO 11 da 1ª Jornada de Direito Civil entende haver sido


banida a categoria do imóvel por acessão intelectual, aquele bem que

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intencionalmente o proprietário ou possuidor emprega no solo ou na


construção. Parte da doutrina discorda deste entendimento, porém se
observarmos bem a própria acepção de pertenças traduz da acessão intelectual,
que vai de encontro ao ENUNCIADO 11.

BENFEITORIAS – não existem benfeitorias naturais. Estas são


sempre artificiais. Está é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma
coisa com o propósito de conservá-la (BENFEITORIA NECESSÁRIA), melhorá-
la (BENFEITORIA ÚTIL), ou proporcionar deleite ou prazer (BENFEITORIA
VOLUPTUÁRIA).

Na prática, é de difícil a distinção entre BENFEITORIA e a ACESSÃO

ARTIFICIAL (construções). Todavia, é importante pontuar que, tecnicamente,


uma acessão artificial (construção) não é uma simples benfeitoria na medida
em que aumenta o volume da coisa principal e tem regramento legal
específico (art. 1253 e seguintes do CC – modo de adquirir a propriedade
imobiliária, é a acessão artificial , como no caso do puxadinho .

Em geral, o examinador quer ouvir que é uma benfeitoria, mas pode ser
uma acessão artificial (construções). O mais importante, porém, é pontuar
que uma aumenta o volume da coisa principal,

aumentando a própria propriedade, diferentemente da BENFEITORIA que


é uma reforma na própria estrutura da coisa. Assim, veja que uma piscina

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88
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em casa é BENFEITORIA VOLUPTUÁRIA, em um colégio será uma

BENFEITORIA ÚTIL, mas em uma clinica de hidroterapia é uma BENFEITORIA

NECESSÁRIA.

– é a coisa de ninguém. Ex. é a coisa fora do

comercio jurídico como uma pedrinha ou aquela coisa abandonada res


derelictae . Não confundir a res nullius com a res deperdita , ou seja,
aquela coisa perdida que se presume ser ainda de interesse do
proprietário.

é um direito de recompensa em favor da pessoa

que se acha a coisa perdida.

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89
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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É todo acontecimento natural ou humano, que deflagra efeitos na


órbita do direito, ou seja, é todo aquele fato relevante para o direito
(Agostinho Alvim). Essa definição de fato jurídico não é uniforme, por ser uma
definição filosófica. Entretanto, na acepção jurídica esta se divide em:

FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO – é aquele

acontecimento natural, que deflagra efeitos na órbita do direito, podendo


ser ordinário (com o decurso do tempo ou uma chuva de verão ou
extraordinário um tsunami no Brasil).

ATO-FATO JURÍDICO (PONTES DE MIRANDA) – (não

admitido por não ser catalogado pelo CC)

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90
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Trata-se daquele comportamento que, embora realizado por um ser


humano, é completamente desprovido de vontade consciente da
projeção do resultado pretendido e do próprio comportamento realizado e
que, ainda assim deflagra efeitos na órbita do direito.

AÇÕES HUMANAS – subdividem-se em duas categorias:


a. – é o ato lícito

i. – também chamado de
ato não negocial, regulado apenas no art. 185 CC, é aquele
comportamento humano voluntário e consciente que
determina a produção de efeitos jurídicos legalmente
previstos, ou seja, no ato em sentido estrito não há
liberdade ou autonomia alguma na escolha dos efeitos
jurídicos produzidos. Ex. um ato jurídico de comunicação
processual, como a notificação: a parte escolhe notificar, mas o
efeito jurídico é a lei que dá. No ato jurídico não há a liberdade
negocial.

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91
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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ii. – é categoria especialmente desenvolvida


pela Escola Pandectista Alemã, traduz uma declaração de
vontade, emitida segundo a regra fundamental da autonomia
privada, pela qual a parte pretende atingir determinados
efeitos jurídicos escolhidos respeitados os parâmetros
limitativos da função social e da boa fé objetiva. Existe aqui,
em maior ou menor grau, liberdade na escolha dos efeitos
jurídicos que se pretendem atingir, diferentemente do que
ocorre no mero ato de sentido estrito. (a ex. do contrato e do
testamento).
b. – Alguns autores, a ex. do filósofo Antonio Machado
Neto, prefere colocar o ato ilícito como espécie de ato jurídico.
Entretanto, não é a linha que nós adotamos. Seguindo o pensamento
de autores como Zeno Veloso, Flávio Tartuce, Fernando Simão, e
Clóvis Bevilaqua, e considerando especialmente o fato de o próprio
CC tratar o ato ilícito em titulo separado (art. 186 CC),
concluirmos tratar-se de categoria própria.

29/03/2011

Conforme já dito, o negocio jurídico traduz uma declaração de


vontade, emitida segundo a autonomia privada, pela qual o declarante, nos

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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limites da função social e da boa fé objetiva, persegue determinados efeitos


jurídicos escolhidos e possíveis. Ex. contrato e testamento.

Note que, mesmo no contrato por adesão, haverá uma margem ainda
que mínima de autonomia privada no que toca a liberdade de aderir ou não
ao que fora proposto (detectado pela primeira vez este tipo de contrato por
Raimond Sailelles) – livro: a regra moral das obrigações civis, de George Ripert –
este diz que o contrato por adesão é um fenõmeno dos negocios de massa,
na qual até a propria empresa contratada está limitida aos paramentros do
contrato pelo dirigismo contratual. Na Teoria Geral do Contrato, a idéia de
autonomia privada será retomada, na perspectiva de autores como Judith
Martins-costa e Luigi Ferri, que bem demonstram os parâmetros de contenção
que a liberdade negocial deve experimentar.

– teoria da vontade ou

Willens theorie , esta corrente sustenta que a pedra fundamental, a matriz


explicativa do negócio jurídico é a própria vontade interna, ou a intenção
do declarante. Tal teoria influenciou especialmente o nosso CC, conforme se
vê no art. 112.

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93
DIREITO CIVIL
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(ERKLÄRUNGSTHEORIE) – para esta segunda corrente. O que explica, o que


justifica o próprio negocio, não é a intenção do declarante, mas sim a sua
própria vontade externa ou declarada.

Para Antonio Junqueira da USP, essas duas teorias não são antagônicas,
mas se completam; em verdade se complementam, na medida em que, o negocio
jurídico deve ser explicado segundo a conjugação da vontade interna, com a
vontade que se declara.

Serviu para influenciar a no Brasil. No entanto,

na linha de entendimento de Windscheid, a


invalidava negocio jurídico, quando a certeza subjetiva do agente se
modificasse na execução do contrato

Influenciado por Pontes de Miranda, que pode dividir o negócio jurídico


em três planos de análise:

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Também chamado plano substantivo do negócio jurídico, porque se


analise os elementos que compõe a existência do negocio jurídico, estudam-se
os pressupostos existenciais do negócio jurídico. Na inexistência de alguns
destes, o negócio jurídico será inexistente.

Um negócio jurídico, para ser existente pressupõe:

MANIFESTAÇÃO DE VONTADE – pressupõe a vontade consciente;

AGENTE – em geral, este agente emissor da vontade é uma pessoa


física ou jurídica, podendo também ser um órgão (ex. câmara de
vereadores).

OBJETO – é o bem da vida, sem este o negocio não existe (ex. um


contrato de empréstimo celebrado perante um Banco, que não prevê o
valor do empréstimo).

FORMA – essa, enquanto elemento existencial do negócio é o


necessário meio pelo qual a vontade se manifesta, ou na linha de
Vicente Ráo, traduz o revestimento exterior do próprio negócio. O
negócio jurídico, em geral, para existir pressupõe a observância de uma
determinada forma de exteriorização da vontade que poderá ser
escrita, verbal, ou até mímica (ex. desse último, o leilão).

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95
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Lembra-nos Caio Mário da Silva Pereira que o silêncio é o nada, de


maneira que não serviria para completar a estrutura existencial do negócio.
Todavia, na vereda dos sistemas belga, francês, alemão e suíço, e também a teor
do art. 218 de Portugal, o art. 111 do CC brasileiro admite que, em
determinadas situações, o silêncio é forma de manifestação da vontade, como
no caso da doação pura (art. 539 CC).

Havendo os quatro itens acima, o negócio jurídico é existente, mas para


ser válido precisa ter os itens abaixo:

São os pressupostos que qualificam o negócio jurídico.

– livre e de boa fé

– capaz e legitimado

– lícito, possível e determinado (ou determinável).

– livre ou prescrita em lei

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O problema está na qualificação do objeto, porque autores como Orlando


Gomes dizem que a licitude quanto ao objeto não é só a legalidade estrita, mas
ao padrão médio de moralidade (apesar da profissional do sexo ser catalogada
no CBO – catálogo brasileiro de ocupações do ministério de trabalho e emprego).

ERRO, DOLO, COAÇÃO, LESÃO – estes defeitos do negócio, o atacam na


sua VALIDADE.
Nos termos do art. 107 CC, vigora no Brasil o principio da liberdade da
forma para os negócio jurídico. Todavia, em algumas situações, a lei exige ou
prescreve determinada forma para efeito probatório negócio ad
probationem – art. 227) como pressuposto de validade do próprio negócio
negócio ad solemnitatem – art. 108). Ex. negócios jurídicos acima de 10
salários mínimos exigem a forma escrita para a sua comprovação, não admitindo
a prova na forma testtemunhal. Em algumas situações, portanto, como se lê no
art. 108, a inobservância da forma prescrita em lei, poderá resultar na própria
invalidade do negócio.

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Há casos em que a forma existe, mas não é apta a produzir os seus


requisitos de validade como o art. 108 CC.
Há exceções de Negócios imobiliários que podem ser celebrados na
forma particular, com valores acima de 30 salários mínimos.
Independentemente do valor, não se exige escritura pública para contratos
de promessa de compra e venda imobiliária (art. 1417 CC), bem como
naqueles garantidos por meio de alienação fiduciária de imóveis (art. 98 – lei
9514/07) ou que tenham por objeto aquisição de imóvel sujeita ao SFH (art.
61 – lei 4380/64).

– será dado em uma aula online futura

Neste terceiro, estuda-se os elementos de eficácia do negócio


jurídico, o que a doutrina convencionou chamar de ELEMENTOS ACIDENTAIS,

que são: CONDIÇÃO, TERMO, MODO (ou ENCARGO).

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Também chamado de vícios do negócio jurídico (o cap. IV do CC chama de


defeitos), que ataca a validade do negócio jurídico.

Disciplinado pelo CC, a partir do art. 138, o CC chama o ERRO de


IGNORÂNCIA. Teoricamente, afirma-se que o ERRO é uma FALSA PERCEPÇÃO

POSITIVA DA REALIDADE, ao passo que a IGNORÂNCIA traduziria um ESTADO

DE ESPÍRITO NEGATIVO, completo desconhecimento do fato. Na prática,


entretanto, existe uma sinonímia. Para o que mais nos interessa é importante
frisar que o ERRO É DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO que o INVALIDA (CAUSA DE

ANULAÇÃO), desde que, na linha da doutrina tradicional (Clóvis Bevilaqua), e

segundo julgado do próprio STJ (Resp 744.311/MS), dois requisitos


concorram: ERRO ESSENCIAL (OU SUBSTANCIAL) e ERRO ESCUSÁVEL (OU

PERDOÁVEL).

Os autores mais modernos, conforme notamos da leitura do próprio


ENUNCIADO 12 da 1ª Jornada de Direito Civil, corretamente, até pelo acentuado
grau de abstração, entendem ser

, segundo o princípio da confiança.

Na linha da doutrina de Roberto de Ruggiero, a luz do art. 139 CC,


fundamentalmente temos quatro tipos de erro:

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DIREITO CIVIL
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a. ERRO SOBRE O OBJETO – aquele que diz respeito às

características essenciais do próprio objeto do negócio jurídico;

b. ERRO SOBRE O NEGÓCIO – incide na própria declaração

negocial de vontade (pensa ser um comodato, mas na verdade é


uma locação do imóvel dado pelo sogro).

c. ERRO SOBRE A PESSOA – trata-se de erro que incide nas

características essenciais de um dos declarantes, com especial


aplicação no direito de família, no campo da anulabilidade do
casamento (art. 1.556 CC – erro sobre a pessoa). Ver TJRS –
apelação cível 7001.680.7315 (caso de anulação de casamento
por falta de conjunção carnal de um dos cônjuges).

d. ERRO DE DIREITO –

O CC16, por influencia de Clovis


Bevilaqua, não aceitava a categoria do erro de direito, omissão
esta contornada pelo art. 139, III do CC02. Na linha de
pensamento de autores como Eduardo Espínola e o próprio Caio
Mário, podemos concluir pela

que, sem traduzir intencional recusa ao império da lei,


incide no âmbito de atuação permissiva da norma, ou seja, o

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100
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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declarante, ao celebrar o negócio, imagina permitido o que é


proibido.
. Em teoria geral do contrato, deverá ser feita distinção entre erro e vício
redibitório. Vale lembrar, ainda, nos termos do art. 144, que ausente o prejuízo,
não há que se falar no erro.
ART. 144 CC:

á t.à .à Oà e oà oà p ejudi aà aà validadeà doà egócio jurídico


quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se
oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do
a ifesta te.

07/04/2011
e. ERRO IMPRÓPRIO – segundo a doutrina de Ana Magalhães, a

teoria do erro impróprio, derivada do pensamento de Savigny,


sustentava que esta categoria de erro (erro impróprio ou erro
obstáculo) incidiria somente na vontade externa ou declarada do
agente, não na sua intenção. Ao celebrar o negócio, invés de dizer
venda, o declarante usa a palavra errada e diz locação. O sistema
jurídico brasileiro, dado o auto grau de abstração da tese, não se
ocupa desta distinção.

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101
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Segundo Clóvis bevilaqua, o dolo é o artifício astucioso empregado para


induzir umas das partes do negócio jurídico a realizar o ato de forma
prejudicial, ao seu próprio interesse. Vale dizer, o dolo, causa de anulação
do negócio jurídico, carregado de má fé, nada mais é do que um ERRO

PROVOCADO.

O próprio direito romano já conhecia o instituto ao consagrar e


reconhecer o chamado DOLUS MALUS que se contrapõe ao chamado DOLUS

BONUS , este sim socialmente admitido e atualmente muito empregado como


técnica de publicidade e propaganda, que se dá quando o anunciante realça as
características de um produto sem deturpá-lo – ex. da propaganda de Shampoo,
onde o cabelo da modelo tem um realce.
De observar que as MENSAGENS SUBLIMINARES, aqueles que não podem
ser captadas diretamente pelo sentidos humanos, mas que são
INCONSCIENTEMENTE PERCEBIDAS, resultando muitas vezes em

comportamento não desejado, traduzem ATUAÇÃO DOLOSA E ILÍCITA, vedada


pelo nosso ordenamento jurídico (ver PL 4068/08 e PL 4825/09).

O DOLO, para invalidar o negócio jurídico, deve ser PRINCIPAL, ou seja,

ATACAR a PRÓPRIA CAUSA do negócio, que incida sobre a essência do negócio

(art. 145). No entanto, se o dolo for meramente acidental (art. 146) por atacar
aspectos secundários do negócio, este será mantido, impondo somente a

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102
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INTENSIVO I
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obrigação de pagar perdas e danos. A regra é que o dolo só invalida se for


principal.

Na perspectiva do princípio da boa fé objetiva, a omissão ou o silêncio


intencional a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado
poderá resultar também na invalidade do negócio jurídico – é o chamado dolo
negativo – art. 147. Vale observar ainda que o art. 150 CC, impede que o dolo
bilateral seja oficialmente amparado Se ambas as partes procederem com dolo,
nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. Não se
pode dizer que é uma compensação de dolo, mas é porque ninguém pode alegar
a propria torpeza em juizo.
Nos termos do art. 148, a regra geral é de que o dolo de terceiro somente
anulará o negócio se a parte beneficiária dele soubesse ou tivesse como saber –
equivale dizer que o negócio só será desfeito se a parte beneficiada sabia ou
tivesse como saber, e o terceiro que fez o negócio é quem responderá por perdas
e danos.

FÍSICA – VIS ABSOLUTA , empregado esta, não tem vontade,


podendo ser declarado a inexistência do contrato.

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103
DIREITO CIVIL
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MORAL – VIS COMPULSIVA , é a ameaça de um mal – sendo a


coação moral um neutralizador da vontade. É uma causa de invalidade
(anulabilidade).

A COAÇÃO, causa de anulação do negócio jurídico, consiste na


VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA OU AMEAÇA dirigida à vitima para que celebre um

negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja realizar.


ART. 151, CC

áà oaç o,à pa aà vi ia à aà de la aç oà daà vo tade,à h à deà se à talà ueà


incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável
à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à


família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se
houveà oaç o.

Ao analisar a coação, NÃO SE PODE SER LEVADA EM CONTA O

PARÂMETRO DO HOMEM MÉDIO, MAS SIM OS CRITÉRIOS DO ART. 152 CC. NÃO

EXISTE COAÇÃO NO TEMOR REVERENCIAL. O TJ RJ, julgando a apelação cível

2004.001.34437, assentou que a negativação legítima do nome do devedor não


traduz coação, a não ser que junto com respeito venha a ameaça – lembrado por
Pontes de Miranda.

ART. 154, CC

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104
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro,


se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que
aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por
perdas e danos.

O Art. 154 fala em coação de terceiro por haver a solidariedade do


beneficiado e do coator. Em síntese, nos termos dos arts. 154 e 155, a COAÇÃO

DE TERCEIRO anulará o negócio somente se o benficiário souber ou tiver

como saber, caso em que RESPONDERÁ SOLIDARIAMENTE pelas PERDAS E


DANOS (a solidariedade foi prevista para a coação de terceiro).

A LESÃO, posto já conhecida pelo direito romano (quando diferenciava a


lesão enorme da lesão enormíssima5), não fora tratada pelo CC/16, razão pela
qual críticas foram feitas por tal omissão, mormente considerando-se que este
instituto encontra terreno fértil nas sociedades do séc. XX. Em verdade, a
necessidade de reconhecimento da lesão estava na razão direta dos crescentes
abusos do poder econômico.

5
Note que, mesmo não sendo tratado no CC/16, havia uma obra de Caio Mario que tratava de tal tema.

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105
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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A LESÃO, causa de invalidade do negócio jurídico (art. 157), deriva da


desproporção entre as prestações pactuadas, em virtude da necessidade ou
inexperiência de uma das partes a quem se impõe uma obrigação
excessivamente onerosa.

O tratamento legal deste importante vício tem o seu ponto de partida na


Lei 1521/51 (Lei de Economia Popular), passando pelo CDC (arts. 6º, V e 39, V)
51, IV), para finalmente também ser reconhecido pelo CC, no art. 157.

Vale observar que o CDC trata a LESÃO como CAUSA DE NULIDADE

ABSOLUTA DO NEGÓCIO, ao passo que o CC trata a LESÃO como CAUSA DE


ANULABILIDADE.

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106
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Não posso confundir a LESÃO (vício invalidante do


negócio jurídico) em que a desproporção das prestações nasce
com o próprio negócio, com a TEORIA DA IMPREVISÃO, uma
vez que esta doutrina pressupõe um contrato que nasce válido
e somente se desequilibra depois.

Do conceito da lesão, podemos extrair dois elementos ou requisitos:

ELEMENTO MATERIAL OU OBJETIVO DA LESÃO – é a desproporção entre


as prestações do negócio.

– é a necessidade ou a
inexperiência da parte prejudicada (não se pode presumir, tem que
provar a inexperiência).

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107
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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O não é um requisito
exigido na lesão (ver art. 157 CC).

Assim como a lesão, o ESTADO DE PERIGO, não fora tratado pelo CC16,

merecendo reconhecimento tardio, no art. 156 do CC/02. Trata-se de UMA

APLICAÇÃO DO ESTADO DE NECESSIDADE NO DIREITO CIVIL, podendo este vício

ser conceituado da seguinte maneira: O ESTADO DE PERIGO, causa de


anulabilidade do negócio jurídico, ocorre quando uma das partes premida da
necessidade de salvar-se ou a pessoa próxima de grave perigo de dano,
conhecido pela outra parte, ASSUME PRESTAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA.

O próprio STJ já reconheceu (Resp 918392 RN), a despeito de críticas da

doutrina (Gustavo Nicolau), que NO ESTADO DE PERIGO EXIGE-SE O DOLO DE


APROVEITAMENTO. Perfeita aplicação do instituto poderá se dar em face da

absurda e ilegítima exigência do cheque caução como condição para


atendimento emergencial em clínicas e hospitais (Resp 796.739, Resp
918.392, Ap 833.355-7 do TJSP).
A Resolução 44 de 2003, da ANS, nas condições estabelecidas por ela,
proíbe este tipo de cobrança de garantia, podendo tal prática resultar em
representação perante o MPF.

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108
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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20/04/11

ABSOLUTA – as partes criam um negócio jurídico destinado a não gerar


efeito jurídico algum.

RELATIVA – também chamada de DISSIMULAÇÃO. Na SIMULAÇÃO


RELATIVA, por sua vez, as partes criam um negócio jurídico, destinado a

encobrir um outro negócio que produzirá efeitos vedados por lei.

Poderá haver SIMULAÇÃO RELATIVA também quando o ato simulado é


praticado mediante interposta pessoa. O CC/02, rompendo tradição
legislativa, passou a considerar a SIMULAÇÃO CAUSA DE NULIDADE ABSOLUTA

DO NEGÓCIO JURÍDICO, previsto no art. 167, primeira parte. Porém, se o ato foi

praticado antes da vigência do CC/02, não se pode aplicar este diploma


retroativamente, devendo ser aplicado o CC16, que será causa de nulidade
relativa.

Na SIMULAÇÃO RELATIVA, à luz do princípio da conservação, O JUIZ


PODERÁ APROVEITAR O NEGÓCIO DISSIMULADO (art. 167 – segunda parte).

O art. 103 do CC16 dispunha que a simulação (desprovida da intenção de


prejudicar) não invalidaria o négocio; já o CC/02 não traz essa distinção
(Enunciado 152 da Jornada de Direito Civil). O art. 104 do CC16 dizia que se

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109
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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estivesse diante de um negócio jurídico simulado, as partes não poderiam se


socorrer do judiciário. Já o CC/02 diz que a simulação passou a ser causa de
nulidade absoluta do negócio jurídico, qualquer pessoa podendo alegá-la,
inclusive as partes – Enunciado 294.

Na linha de pensamento do professor Marco Pissurno, trata-se de um


CONTRATO SIMULADO que, a pretexto de traduzir uma parceria pecuária,

encobre um EMPRÉSTIMO A JUROS ABUSIVOS. O próprio STJ, no Resp 595.766,


invalidou este tipo de negócio jurídico.

Também chamada por alguns autores de RETICÊNCIA. Segundo Orlando


Gomes, na reserva mental oculta-se a vontade contrária à declarada. O
declarante mantém na mente o verdadeiro propósito – propositum in mente
revelentum – e o propósito oculto não deixa de ser oculto por ter sido
comunicado a terceiro. A se configura quando o agente

emite uma

.
Parte da doutrina (Carlos Roberto Gonçalves) entende que, se a outra
parte toma conhecimento da reserva mental, o negócio jurídico deva ser

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110
DIREITO CIVIL
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invalidado, por dolo ou simulação. Todavia, na linha da doutrina do Ministro


Moreira Alves, o art. 110 do CC/02 aponta no sentido de que o negócio se
tornaria inexistente a partir do momento em que a outra parte toma
conhecimento da reserva mental.

Embora tratado no plano de invalidade, existe jurisprudência do STJ


que prefere tratá-lo no PLANO DA EFICÁCIA. Por isso, trataremos nessa aula.

Pessoas retiram bens de seu patrimônio e prejudicam seus credores pré-


existentes.

A fraude contra credores, defeito do NJ, caracteriza-se pela prática de


um ato negocial que diminui o patrimônio o devedor insolvente,
prejudicando o credor pré-existente.

Ocorre quando um devedor insolvente ou à beira da insolvência realiza


ato negocial, diminuindo seu patrimônio e prejudicando o seu credor.

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111
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Por exemplo:

Doa para amigo, esposa ou filho o único terreno que possui. Não é bem
de família, é só um imóvel. Situação bastante comum na prática.

Esse é um tipo de Fraude Contra Credores. Existem também outras


hipóteses.

Diferentemente da SIMULAÇÃO, na não há


um necessário disfarce, e, além disso, existe uma vítima qualificada (o
credor pré-existente). Na SIMULAÇÃO as partes criam um negócio
aparentemente normal, um disfarce para atingir efeitos proibidos pela lei.

Na ninguém está simulando nada. Fredie


foi ao Cartório, elaborou uma escritura, em fraude contra o Bradesco. É um
contrato escancarado.

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112
DIREITO CIVIL
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Na a vítima da fraude é específica e o


credor, pré-existente.

Na SIMULAÇÃO não há vítima específica.

Na não há obrigatoriamente um
disfarce.

A doutrina Brasileira, tradicionalmente, reconhece dois requisitos para


configuração da :

CONCILIUM FRAUDIS (má-fé dos envolvidos)

EVENTUS DAMNI (prejuízo do credor pré-existente)

Quando você for redigir uma petição inicial, mostrar os dois requisitos.

De observar que determinados atos fraudulentos são tão graves, a


exemplo dos negócios jurídicos gratuitos, como doação fraudulenta, que a má-fé
é presumida (MHD).

NEGÓCIOS GRATUITOS DE TRANSMISSÃO DE BENS – CC 158

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113
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Hipótese mais grave. A má-fé é presumida.

Ex.: doação fraudulenta.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão


de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.

REMISSÃO (PERDÃO) FRAUDULENTA DE DÍVIDA – CC 158

MÁ-FÉ PRESUMIDA.

O credor insolvente não pode perdoar os poucos créditos que lhe


restam.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão


de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.

CONTRATO ONEROSO FRAUDULENTAMENTE PACTUADO, no caso de a


insolvência do devedor ser notória ou haver motivo para ser conhecida
pelo outro contraente

O credor deve mostrar que a insolvência era conhecida.

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114
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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ANTECIPAÇÃO FRAUDULENTA DE PAGAMENTO DE DÍVIDA – CC 162

Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente


o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor,
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores, aquilo que recebeu.

Trata-se de hipótese bastante específica de fraude.

DEVEDOR INSOLVENTE:

– dívida vencida

CREDOR 2 – dívida vencida

CREDOR 3 – dívida só vence daqui a seis meses

EXEMPLO: Nesse exemplo, em vez de pagar aos CREDORES 1 e 2, o


devedor procura o CREDOR 3 e antecipa o pagamento,
prejudicando os demais (credores 1 e 2) Estará caracterizada a
fraude.

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115
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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OUTORGA FRAUDULENTA DE GARANTIA DE DÍVIDA – CC 163

Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores


as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum
credor.

Ex.: credor hipotecário. Sabe que a hipoteca garante seu crédito.

DEVEDOR INSOLVENTE:

CREDOR 2

CREDOR 3

No exemplo ministrado, o devedor procura o CREDOR 3, solicita um


desconto e propõe hipotecar a única casa que lhe resta. Está claramente

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116
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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prejudicando os CREDORES 1 e 2. É o que se chama de OUTORGA

FRAUDULENTA DE GARANTIA DE DÍVIDA.

INSTITUTO
FRAUDE À EXECUÇÃO DO PROCESSO

CIVIL

MAIS GRAVE - ATO INEFIZAZ

A FRAUDE À EXECUÇÃO é instituto TÍPICO DO DIREITO PROCESSUAL

CIVIL, mais grave do que a própria , uma vez que

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117
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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já existe contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência (ver


REsp 684.925/RS e Súmula 375, STJ).

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ALIENAÇÃO JUDICIAL DE BEM


NA PENDÊNCIA DE EXECUÇÃO FISCAL. FRAUDE À EXECUÇÃO
CONFIGURADA.

1. A fraude à execução consiste na alienação de bens pelo


devedor,na pendência de um processo capaz de reduzi-lo à
insolvência, sem areserva - em seu patrimônio - de bens suficientes
a garantir odébito objeto de cobrança. Trata-se de instituto de
direito processual, regulado no art. 593 do CPC, e que não se
confunde com a Fraude contra credores prevista na legislação civil.

2. O escopo da interdição à fraude à execução é preservar o


resultado do processo, interditando na pendência do mesmo que o
devedor aliene bens, frustrando a execução e impedindo a
satisfação do credor mediante a expropriação de bens.

3. A caracterização da fraude à execução prevista no art. 185 do


CTN, na redação anterior à conferida pela LC 118/2005, reclama
que a alienação do bem ocorra após a citação do devedor. Nesse
sentido,(Resp 741.095, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de
30/05/2005;Resp 241.041, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de
06/06/2005)

4. Consoante consta dos autos, a empresa foi regularmente


citada,oferecendo à penhora caixas plásticas de vasilhame padrão
Skol egarrafas de vidro do mesmo padrão. O Fisco discordou da
nomeação erequereu que a constrição recaísse sobre o imóvel
matriculado noOfício de Registro de Imóveis de Caxias do Sul, o que
foi deferidopelo Juízo. Lavrado o Auto de Penhora e Depósito do
Imóvel (fl.40),foi expedido o ulterior mandado de Registro de

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118
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Penhora, o qual foi negado pelo Cartório, sob o fundamento de que


o imóvel não mais pertencia à empresa executada.

5. In casu, o fato de a constrição do bem imóvel não ter sido


registrada no competente Registro de Imóveis, beneficiaria apenas
o terceiro adquirente de boa-fé, posto que a novel exigência do
registro da penhora, muito embora não produza efeitos
infirmadores da regra prior in tempore prior in jure, exsurgiu com o
escopo de conferir à mesma efeitos erga omnes para o fim de
caracterizar a fraude à execução. Aquele que não adquire do
penhorado não fica sujeito à FRAUDE IN RE IPSA, senão pelo
conhecimento erga omnes produzido pelo registro da penhora.

6. Recurso Especial desprovido.

STJ, SÚMULA 375

O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da


penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro
adquirente.

É MAIS GRAVE do que a , porque já existe uma demanda contra o

devedor. NÃO PRECISA SER PROCESSO DE EXECUÇÃO, pode ser até DEMANDA

em PROCESSO de CONHECIMENTO. Havendo demanda contra o devedor, se

alienar bens, o fará em fraude à execução. É o reconhecimento de INEFICÁCIA

TOTAL. NÃO EXIGE A PROPOSITURA DE AÇÃO PAULIANA. Por isso se diz que a
fraude à execução desrespeita a administração da Justiça.

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119
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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pressupõe que não haja qualquer processo contra o devedor.

A deverá ser atacada por meio de uma

denominada . Ação que o credor terá para impugnar a Fraude.


É uma . Se você, advogado de banco, descobre que um

devedor alienou bens em detrimento da dívida, você

praticado pelo devedor por meio da . Não cabe outra ação.

é a ação tecnicamente cabível, específica e que visa a atacar o


ato praticado contra credores.

dessa ação é de .

Quem propõe? Quem tem legitimidade ativa?

É o credor pré-existente. No exemplo, o Banco, o Bradesco.

Mesmo tendo garantia real (ex. hipoteca), o credor tem legitimidade


para propor Ação Pauliana, na hipótese de a garantia ter se tornado
insuficiente, como, por exemplo, incêndio de imóvel.

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120
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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É errado falar que só o credor sem garantia tem legitimidade.

Se a garantia real se tornar insuficiente, o credor terá legitimidade.

Deverá ser proposta em face do devedor insolvente, em litisconsórcio


com a pessoa que com ele celebrou o ato fraudulento, integrando a lide,
eventualmente também, o terceiro de má-fé (ver art. 161 e REsp 242.151/MG)

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que
hajam procedido de má-fé.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ILEGITIMIDADE


RECONHECIDA DE OFÍCIO PELO TRIBUNAL "A QUO".
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA SANÇÃO PREVISTA NO ART.
22, CPC. NÃO CONFIGURADA A EXISTÊNCIA DE OMISSÃO NO
ACÓRDÃO DOS EMBARGOS, NÃO HÁ FALAR EM VIOLAÇÃO DO
ART. 535, CPC. DISSÍDIO NÃO COMPROVADO. RECURSO ESPECIAL
NÃO CONHECIDO.

1. Não viola o art. 535 do CPC o acórdão que analisa a matéria


postanos embargos, sob fundamento diverso do pretendido pelo
embargante.

2. Em se tratando de ação anulatória (pauliana) para tornar


semefeito negócio jurídico, há litisconsórcio necessário entre todos

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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osque participaram do ato, porquanto a sentença será,


necessariamente,a mesma em relação às partes litigantes.

3. Cuidando-se de matéria de ilegitimidade à causa, salvo se houver


malícia do réu, não se insere no rol previsto no art. 22, CPC.

4. Ademais, inexistindo má-fé ou conduta deliberada da parte,


nãocabe aplicação da sanção prevista no art. 22, CPC.

5. Dissídio não comprovado por inobservância dos pressupostos


para asua configuração. Incidência da súmula 13/STJ, segundo a
qual adivergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja
recurso especial.

Recurso Especial não conhecido.

O é quem tem LEGITIMIDADE ATIVA para a

No exemplo, Fredie doou terreno fraudulentamente. O credor irá propor


a ação pauliana contra o devedor insolvente em litisconsórcio com a pessoa que
com ele celebrou o ato fraudulentamente e, eventualmente, o terceiro de má fé,
que não faz parte da relação base entre Fredie e seu Irmão. Se Pedro, Terceiro,
estiver de má-fé, integrará a lide e o imóvel retornará ao patrimônio de Fredie.

Se o terceiro estiver de boa-fé, o bem é conservado com ele e esse


credor prejudicado deverá buscar outras vias de ressarcimento.

Na prática, o credor não tem como saber isso e irá demandar todo
mundo. O juiz analisará a boa-fé do Terceiro, excluindo-o ou não da lide. Muitas

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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vezes, isso ocorre apenas na sentença. Porém, tecnicamente, ele só deverá


integrar a demanda se estiver de má-fé.

Por isso, se você for comprar imóvel, analise se há penhora registrada,


pois você poderá ser considerado terceiro de má-fé.

Segundo o CC, art. 165, na linha de autores tradicionais como o Ministro


Moreira Alves, a na é do ato
fraudulento praticado contra credores.

: ANULAÇÃO NO NEGÓCIO FRAUDULENTO (CC, 165).

Art. 165. ANULADOS os negócios fraudulentos, a vantagem


resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de
efetuar o concurso de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir


direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua
invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.

A despeito do que consta neste artigo, autores do quilate de Yussef Said


Cahaly discordam da tese anulatória, afirmando que, em verdade, a sentença na
Ação Pauliana não invalida nada, apenas declara a INEFICÁCIA do ATO

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FRAUDULENTO relativamente ao credor prejudicado (no próprio STJ há julgado

nesta linha REsp 506.312/MS).

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALÍNEA C. AUSÊNCIA DE


DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO. FRAUDE CONTRA CREDORES.
NATUREZA DA SENTENÇA DA AÇÃO PAULIANA. EXECUÇÃO.
EMBARGOS DE TERCEIRO. DESCONSTITUIÇÃO DE PENHORA SOBRE
MEAÇÃO DO CÔNJUGE NÃO CITADO NA AÇÃO PAULIANA.

1. O conhecimento de recurso especial fundado na alínea c do


permissivo constitucional exige a demonstração analítica da
divergência, na forma dos arts. 541 do CPC e 255 do RISTJ.

2. A fraude contra credores não gera a anulabilidade do negócio —


já que o retorno, puro e simples, ao status quo ante poderia
inclusive beneficiar credores supervenientes à alienação, que não
foram vítimas de fraude alguma, e que não poderiam alimentar
expectativa legítima de se satisfazerem à custa do bem alienado ou
onerado.

3. Portanto, a ação pauliana, que, segundo o próprio Código Civil, só


pode ser intentada pelos credores que já o eram ao tempo em que
se deu a fraude (art. 158, § 2º; CC/16, art. 106, par. único), não
conduz a uma sentença anulatória do negócio, mas sim à de
retirada parcial de sua eficácia, em relação a determinados
credores, permitindo-lhes excutir os bens que foram
maliciosamente alienados, restabelecendo sobre eles, não a
propriedade do alienante, mas a responsabilidade por suas
dívidas.

4. No caso dos autos, sendo o imóvel objeto da alienação tida por


fraudulenta de propriedade do casal, a sentença de ineficácia, para
produzir efeitos contra a mulher, teria por pressuposto a citação
dela (CPC, art. 10, § 1º, I). Afinal, a sentença, em regra, só produz
efeito em relação a quem foi parte, "não beneficiando, nem
prejudicando terceiros" (CPC, art. 472).

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124
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5. Não tendo havido a citação da mulher na ação pauliana, a


ineficácia do negócio jurídico reconhecido nessa ação produziu
efeitos apenas em relação ao marido, sendo legítima, na forma do
art. 1046, § 3º, do CPC, a pretensão da mulher, que não foi parte, de
preservar a sua meação, livrando-a da penhora.

5. Recurso especial provido.

O CC diz que o contrato é inválido e não surtirá efeitos. Daí conclui-se


que se trata de Sentença Anulatória.

Mas há posições doutrinárias e jurisprudenciais contrárias. Para eles,


o problema da Ação Pauliana está no plano da EFICÁCIA, não da invalidade.

JURISPRUDÊNCIA NITIDAMENTE CONTRA LEGEM.

NO CONCURSO, CITAR AS DUAS POSIÇÕES, MENCIONANDO A LEI E


O JULGADO DO STJ, CONSIDERADO UM DOS MAIS IMPORTANTES DE
NOSSO CURSO.

A pressupõe que já haja um .


Uma jurisprudência de 5 de agosto de 2010 flexibiliza a exigência de haver
credor pré-existente. Min. Nancy Andrighi. O devedor não tinha credores contra
ele e praticou fatos fraudulentos.

Nancy Andrighi, no REsp 1.092.134/SP, flexibilizando o que dispõe o §


2º do 158 do CC, entendeu que também poderá haver fraude quando o
devedor realiza o ato impugnado antes mesmo da constituição do crédito.

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DIREITO CIVIL
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Claro que isso não é a regra, mas pode acontecer. O cidadão tira tudo do nome
dele e vai ao mercado financeiro contrair dívidas. Nem sempre é possível ao
banco investigar.

PROCESSO CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FRAUDE


PREORDENADA PARA PREJUDICAR FUTUROS CREDORES.
ANTERIORIDADE DO CRÉDITO. ART. 106, PARÁGRAFO ÚNICO,
CC/16 (ART. 158, § 2º, CC/02). TEMPERAMENTO.

1. Da literalidade do art. 106, parágrafo único, do CC/16 extrai-se


que a afirmação da ocorrência de fraude contra credores depende,
para além da prova de consilium fraudis e de eventus damni, da
anterioridade do crédito em relação ao ato impugnado.

2. Contudo, a interpretação literal do referido dispositivo de lei não


se mostra suficiente à frustração da fraude à execução. Não há
como negar que a dinâmica da sociedade hodierna, em constante
transformação, repercute diretamente no Direito e, por
consequência, na vida de todos nós. O intelecto ardiloso, buscando
adequar-se a uma sociedade em ebulição, também intenta - criativo
como é – inovar nas práticas ilegais e manobras utilizados com o
intuito de escusar-se do pagamento ao credor. Um desses
expedientes é o desfazimento antecipado de bens, já antevendo,
num futuro próximo, o surgimento de dívidas, com vistas a afastar o
requisito da anterioridade do crédito, como condição da ação
pauliana.

3. Nesse contexto, deve-se aplicar com temperamento a regra do


art. 106, parágrafo único, do CC/16. Embora a anterioridade do
crédito seja, via de regra, pressuposto de procedência da ação
pauliana, ela pode ser excepcionada quando for verificada a fraude
predeterminada em detrimento de credores futuros.

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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4. Dessa forma, tendo restado caracterizado nas instâncias


ordinárias o conluio fraudatório e o prejuízo com a prática do ato –
ao contrário do que querem fazer crer os recorrentes – e mais,
tendo sido comprovado que os atos fraudulentos foram
predeterminados para lesarem futuros credores, tenho que se deve
reconhecer a fraude contra credores e declarar a ineficácia dos
negócios jurídicos (transferências de bens imóveis para as empresas
Vespa e Avejota).

5. Recurso especial não provido.

Elementos acidentais são aqueles que podem ou não estar


presentes no negócio jurídico. Não são cecessários para a existência e
validade do negócio.

O encargo é uma determinação acessória acidental típica de


negócios gratuitos, como a doação, por meio da qual impõe-se ao
beneficiário um ÔNUS A SER CUMPRIDO em prol de uma liberalidade
maior.

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DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Tecnicamente, não é obrigação ou contraprestação.

É ÔNUS que você suporta em prol de um benefício maior. Ex.:


doação onerosa, doação com encargo. Dôo uma fazenda com o encargo
de você lá construir uma capela.

ENCARGO é TÍPICO dos NEGÓCIOS GRATUITOS.

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do


direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico,
pelo disponente, como condição suspensiva.

Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível


[considera-se doação pura], salvo se constituir o motivo [a
finalidade, a causa] determinante da liberalidade, caso em que se
invalida o negócio jurídico.

O encargo não impede a aquisição imediata do seu direito nem


seu exercício.

É improvável uma questão discursiva envolvendo encargo.

Art. 137 ...salvo se constituir o motivo [a finalidade, a causa]


determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio
jurídico.

Neste caso, invalida todo o contrato.

Se na prova derem uma questão com contrato, doação com


encargo ilícito ou impossível, desconsidere o encargo e mantenha a
doação pura.

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128
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Se o contrato foi celebrado por causa do encargo, invalida-se


toda a relação. Se o encargo é a própria finalidade do negócio, este
será invalidado.

Trata-se de um elemento acidental do NJ, consistente em um


ACONTECIMENTO FUTURO E INCERTO que subordina a eficácia

jurídica do negócio (CC 121).

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando


exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do
negócio jurídico a EVENTO FUTURO E INCERTO.

A cláusula que prevê as condições sempre deriva da vontade das


partes; não existe mais condição prevista legalmente.

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129
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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quanto ao

A condição não se refere apenas à doação. Pode existir em outros


contratos.

Como regra geral, não é uma condição, porque é certa. Existe certeza
quanto a sua ocorrência, independentemente da data.

Porém, a morte pode ser uma condição se limitada no tempo, quando se


estabelece prazo. Ex.: se ele morrer até 21/12/2015, dôo a fazenda a você.

O acontecimento deve ser incerto quanto à sua ocorrência, não


necessariamente quanto à sua data.

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130
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Acontecimento futuro e incerto que, enquanto não implementado,


SUSPENDE o início da eficácia jurídica do negócio e os direitos e

obrigações decorrentes do negócio.

Ex.: contrato de doação de imóvel sob a condição suspensiva de você


casar com minha irmã.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição


suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o
direito, a que ele visa.

Por isso, se um contrato está subordinado a condição suspensiva,


uma parte não tem que pagar nada a outra, sob pena de pagamento
indevido. Caio Mário. Significa que a eficácia do contrato está suspensa.
Significa que enquanto a condição não se implementar, as partes ainda não
adquiriram direitos e obrigações recíprocos. Por isso, em regra, salvo se
houver liberalidade, o pagamento antecipado é indevido.

Suspende-se não apenas a eficácia do NJ, como os direitos e


obrigações decorrentes.

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131
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Acontecimento futuro e incerto que RESOLVE os efeitos jurídicos que o


negócio produzia.

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,


vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão
deste o direito por ele estabelecido.

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos


os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio
de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo
disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já
praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição
pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

Ex.: Você receberá R$ 1000 até a data em que passar no concurso.

A cláusula que prevê a condição deriva da vontade das partes, mas


o fato a que a condição se refere pode ter origem diversa, podendo ser:

Aquela condição cujo acontecimento decorre de um fato da


natureza.

Ex.: comprarei sua safra se chover no próximo semestre.

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132
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Os critérios classificatórios podem se casar, se compatíveis entre


si.

É aquela que depende da vontade de uma das partes e do fato de


terceiro.

Ex.: vou lhe doar R$ 10.000,00 se você fizer uma sociedade com
meu irmão.

A cláusula que prevê a condição é sempre estabelecida por vontade das


partes, mas o acontecimento futuro e incerto deriva apenas de uma parte
contratante.

CONDIÇÃO POTESTATIVA é aquela cujo acontecimento futuro e incerto


depende da VONTADE DA PARTE. SUBDIVIDE-SE EM:

Condição má, ilícita. Condição Raquel.

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133
DIREITO CIVIL
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Aquela que se refere de acontecimento futuro e incerto e deriva do


EXCLUSIVO ARBÍTRIO DE UMA DAS PARTES.

Se você pegar um contrato que fala que uma das partes pagará à outra
somente se quiser, você estará em frente a uma condição puramente potestativa.
É ilícita, abusiva.

Na apostila, tem um julgado.

No CDC, há condição puramente potestativa lícita, em que o consumidor


que compra à distância tem 7 dias para manter o produto ou devolvê-lo.

Boa, lícita.

Embora derive da vontade de uma das partes o acontecimento futuro e


incerto, ela busca conexão com elementos exteriores, que a relativizam. É
relativizada por fatores circunstanciais.

Ex.: clube propõe ao jogador que lhe pagará prêmio se for o artilheiro do
campeonato. Isso não depende exclusivamente da vontade do jogador.

É aquela que nasce simplesmente potestativa e se impossibilita


depois.

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134
DIREITO CIVIL
INTENSIVO I
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Ex.: clube propõe ao jogador que lhe pagará prêmio se for o artilheiro do
campeonato. Isso não depende exclusivamente da vontade do jogador. Imagine
que o jogador frature a perna antes do final do campeonato.

A condição se impossibilita e perde eficácia.

Não atenta contra a lei, ordem pública ou aos bons costumes.

Viola a lei, ordem pública ou os bons costumes.

Também se consideram condições ilícitas:

 CONDIÇÃO PURAMENTE POTESTATIVA (Condição


Raquel)

 CONDIÇÃO PERPLEXA (aquela contraditória em seus


próprios termos – tranca a eficácia do NJ e é considerada ilícita).

A CONDIÇÃO ILÍCITA INVALIDA TODO O NJ. NULIDADE


ABSOLUTA.

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135
DIREITO CIVIL
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Trata-se de uma determinação acessória que se refere a um


acontecimento futuro e certo que subordina o início ou o fim da
eficácia jurídica do negócio (131).

Art. 131. O termo inicial SUSPENDE O EXERCÍCIO, mas não a


aquisição do direito.

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136
DIREITO CIVIL
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Em geral, é uma DATA.

Período entre dois termos: PRAZO.

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário,


computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do
vencimento.

§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á


prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.

§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu 15º dia.

§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do


de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.

§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

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137
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O termo pode não ser estipulado pela vontade das partes. Além do
termo convencional, estipulado pela vontade das partes, admite-se ainda a
existência do termo legal ou judicial (de graça).

Ex.: quando vc celebrou seu contrato com o LFG, os vencimentos das


prestações são termos convencionados no contrato.

; CONDIÇÃO, NÃO.

O termo pode ser, ainda, JUDICIAL, como o fixado em ACORDO.

O TERMO SUSPENDE APENAS A EXIGIBILIDADE, porque já existe a


obrigação de pagar e o credor já tem o direito de receber.

Salvo previsão em contrário, que contra o consumidor seria ilícita, nos


contratos subordinados a termos, as partes já têm direitos e obrigações
recíprocos, de modo que há o direito de antecipar as parcelas. Os
termos interferem APENAS na EXIGIBILIDADE. NÃO IMPEDEM A

AQUISIÇÃO DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES CORRESPONDENTES.

Resolução do CMN 3516.

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DIREITO CIVIL
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Invalidade é um gênero, que deste derivam duas espécies:

NULIDADE ABSOLUTA – negócio nulo. Viola norma de

ordem pública, que são mais graves que a mera anulabilidade. As partes,
em um contrato, não podem criar cláusula de nulidades absoluta ou
relativa. Art. 166 e 167 são os artigos base da nulidade absoluta

NULIDADE RELATIVA – negócio anulável. Art. 171 é o art.

base da nulidade relativa.

O reconhecimento de invalidade é uma forma de autopreservação do


ordenamento jurídico (TGP – ADA e Dinamarco).

Opera-se a redução quando o juiz, podendo, estirpa determinadas


cláusulas, mantendo o restante do negócio, chamada por alguns de nulidade
parcial (art. 184 CC).

NULIDADE ABSOLUTA – NEGÓCIO NULO

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

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III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

Esse inciso deve ser interpretado no sentido de considerar nulo o


negócio jurídico quando a sua causa for considerada ilícita – causa não é
motivo psicológico do declarante, mas sim a finalidade objetiva ou a função do
próprio negócio (definição de Cariota Ferrara). Ex. doação: é a liberalidade em
que a finalidade é um proveito patrimonial de uma das partes)

IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial


para a sua validade; Ex. casamento feito com as portas trancadas,
testamento cerrado que estiver devassado

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; Ex. sociedade


constituída para lavar $

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,


sem cominar sanção. Quando a lei proíbe determinada prática sem
sanção.

A NULIDADE ABSOLUTA do negócio jurídico, dada a sua gravidade,

PODERÁ SER ALEGADA POR QUALQUER INTERESSADO, pelo MP, ou até mesmo

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RECONHECIDA DE OFICIO PELO JUIZ (art. 168 CC). O negócio jurídico nulo

também NÃO ADMITE CONFIRMAÇÃO (como o menor de 16 atingir 18 anos e

confirmar um negócio feito aos 15 anos), NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO

TEMPO, nos termos do art. 169 CC, embora eventuais efeitos patrimoniais seja

prescritíveis. UMA VEZ NULO, SEMPRE SERÁ NULO. Não convalesce pelo decurso
do tempo.

Entretanto, os efeitos patrimoniais do negócio nulo prescrevem. O


que não prescreve é a declaração, mas a pretensão condenatória, como
perdas e danos, prescreve.

A SENTENÇA DECLARATÓRIA DE NULIDADE OPERAM EM EFEITOS EX

TUNC atingindo o negócio jurídico ab initio .

Este carrega um . Vale lembrar


que o art. 171 não esgota todas as hipóteses de anulação do negócio jurídico,
uma vez que, outras situações podem ser encontradas, a ex. da prevista no art.
496 CC, que considera anulável a venda de ascendente a descendente sem o
consentimento dos demais herdeiros.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é


anulável o negócio jurídico:

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I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão


ou fraude contra credores.

A somente poderá ser pelo

, (art. 177).

Diferentemente da nulidade absoluta,

, de maneira que,

(art. 178 e 179).

O art. 179 c/c 496 nos leva à conclusão da perda de eficácia da Súmula
494 do STF, uma vez que, no atual sistema, o prazo de anulação de anulação de
ascendente a descendente seria de 2 anos.

Diferentemente do negócio nulo,


(art. 172 a 174 CC) – a ex. de uma pessoa de 17 anos que firma
um negócio; completando 18 anos vem a confirmá-lo, o que faz ser plenamente
válido.

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A despeito de certa polêmica, é adequado o raciocínio de autores como


HTJr, com base no art. 182 CC, no sentido de que, POR EXCEÇÃO, a despeito da

sua natureza desconstitutiva, A SENTENÇA ANULATÓRIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

TAMBÉM TEM EFICÁCIA RETROATIVA – EX TUNC .

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes


ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível
restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.

Lembra Pontes de Miranda que, enquanto a sentença anulatória não é


proferida, o negócio anulável surte efeitos – .

A doutrina, a exemplo de Martinho Garcez Neto, observa que, em


determinadas situações, . Ex.
contrato prevendo a compra de determinado produto durante 5 anos. Passado 2
anos o governo emite uma portaria proibindo o seu comércio.

Trata-se de uma das poucas medidas sanatórias de um negócio nulo


(conferir Rachel Schmiedel, Saraiva – Obra: Nulidade e Medidas Sanatórias). Foi

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o CC Alemão, em seu §140 (Umdeutung), que tratou de forma pioneira da


conversibilidade do negócio inválido, no que foi seguido por outros códigos, a
ex. do art. 293 do CC Português, e o art. 170 do CC Brasileiro. A

, por meio da qual,

segundo a vontade das partes,

Para que haja esta conversão, além do


aproveitamento do negócio inválido (requisito material), deve ficar claro que, se
as partes tivessem previsto a nulidade, teriam celebrado o negócio convertido
(requisito imaterial ou subjetivo).
Ex. conversibilidade de compra e venda nula por vício de forma, em
promessa de compra e venda.

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26/04/11

A PRESCRIÇÃO e a DECADÊNCIA são institutos jurídicos umbilicalmente


ligados à noção do tempo enquanto fato jurídico.

Durante muito tempo a doutrina clássica passou a noção de que a


prescrição extingue a ação; a idéia clássica: A ação está prescrita . Silvio
Rodrigues escreveu que o que perece não é o direito, é a ação que o defende.
Agnelo Amorim Filho escreveu um art. na década de 60, que foi
desconsiderado durante muito tempo.

A IDÉIA CLÁSSICA DE PRESCRIÇÃO DA AÇÃO ESTÁ SUPERADA.

Somente com o amadurecimento da TGP, ao longo do século XX, e o


abandono da Teoria Imanentista da Ação (ou Teoria Civilista da Ação).

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Defendida pelo ilustre Friedrich Carl von Savigny, foi esta a

a tentar explicar o direito material e o direito de ação. Tal teoria

pressupõe que o direito material e o direito de ação são a mesma coisa, em


outras palavras, o direito de ação seria imanente (inerente) ao direito
material, como resposta à sua violação. Porém, tal teoria não foi capaz de
explicar casos como da ação meramente declaratória, em que não há violação de
direito material e tudo que o autor deseja é a declaração de um direito ou uma
situação para que seja oficializado. E.g: divórcio consensual, onde sequer há
processo. Ainda encontrou dificuldades para explicar a ação declaratória
negativa, onde o autor pede que seja emitida uma sentença que negue relação
jurídica ocorrida entre ele e o pólo passivo, teoria de Adolph Wach.

A foi a PRIMEIRA

TEORIA sobre o direito de ação a ser aceita e consagrada pelos estudiosos


do Direito. Naquele momento não se fazia muita distinção entre direto Material
e o direito Formal,e ainda, o Direito Processual Civil não era considerado
autônomo.Quem primeiro deu a devida atenção ao assunto e levantou a
bandeirada Teoria Imanentista da Ação foi Von Savigny.

Para a TEORIA CIVILISTA DA AÇÃO, a ação é imanente ao próprio


direito material, ou seja, só existe na presença do direito material e dele não se
separa. Para essa corrente a ação nada mais é do que o direito que um indivíduo
tem de pedir em juízo aquilo que lhe é devido; em outras palavras é a faculdade

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de pedir em juízo um direito certo e indiscutível. Assim, onde houver o direito


Material haverá o direito de Ação.

Conforme o entendimento de Clóvis Beviláqua, que também foi adepto da


corrente Imanentista, a Ação seria um elemento constitutivo do direito
subjetivo. Desse modo, quando o direito Material dum sujeito é violado ele
buscará a tutela jurídica que se manifestará através da Ação.

A Teoria clássica foi bem aceita até por volta da metade do século XIX,
contudo, posteriormente entrou em decadência após a publicação das obras
literárias de dois estudiosos do assunto; publicações estas que foram grande
objeto de discussão no meio científico e que ficou conhecido o Duelo de
Windscheid versus M“ther . Estes autores discutiram divergentemente sobre os
conceitos de Ação, Pretensão e direito Material e dessa maneira contribuíram
para esclarecer que há grande distinção entre Direito Material e a Ação. A partir
daí a teoria Imanentista abandonada.

Hoje a teoria de Savigny não é mais aceita entre nós, e é fácil


compreender o porquê. Vejamos: segundo a teoria civilista – não existe Ação
sem que haja direito Material - logo concluímos que só deveriam existir
ações julgadas procedentes; afirmativa essa que não procede. Não se pode
dizer que quando um direito é negado em juízo, não houve o exercício do direito
de ação.
Portanto, a Teoria Imanentista da ação não possui eficácia. Ressalte-
se que, nos dia de hoje, não estamos querendo fazer desmerecer o lugar de

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destaque de tal teoria, haja visto que foi garças a ela que se iniciaram as
discussões acerca do que hoje conhecemos como direito de Ação.

A prescrição passou a ser melhor compreendida, para permitir,


mormente após os estudos de Agnelo Amorim Filho, concluir-se que a ação, em
verdade, não prescreve. O direito de ação é imprescritível, que é o direito de
pedir ao Estado um provimento jurisdicional. Miguel Reale Júnior disse que o
que prescreve não é o direito de ação, mas a pretensão.

O QUE PRESCREVE É A PRETENSÃO – por contribuição da doutrina


germânica.

A PRETENSÃO nasce no dia em que o direito à prestação é violado e

morre no dia do último dia do prazo prescricional. A PRETENSÃO, que deve ser
exercida dentro do lapso prescricional traduz o poder jurídico conferido ao
credor de exigir o cumprimento da prestação violada.

A prescrição consumada é de interesse do próprio devedor, que poderá


manejá-la como uma defesa indireta de mérito.

O ART. 189 CC, reafirmando o que até aqui foi dito, DEIXA CLARO QUE A

PRESCRIÇÃO ATACA A PRETENSÃO E NÃO O DIREITO DE AÇÃO.

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Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual


se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e
206.

No CC Brasileiro, os prazos prescricionais extintivos estão apenas em


dois únicos artigos:

ART. 205 – que traz o PRAZO PRESCRICIONAL MÁXIMO de


10 ANOS

ART. 206 – que traz os PRAZOS PRESCRICIONAIS


ESPECIAIS

Vale lembrar, ainda, que os prazos prescricionais não são


convencionais, ou seja, estão sempre previstos na lei.

Os particulares não podem ajustar sobre a


imprescritibilidade de qualquer direito (a prescrição é teriaia
de ordem pública, insuscetíveis de serem derrogadas por
convenções entre os particulares);

Não podem prorrogar os prazos de prescrição;

Não podem a ela renunciar antes que se consume.

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Também chamada de CADUCIDADE.

Inicialmente, cumpre observar que o DIREITO POTESTATIVO (alguns


autores chamam de direito formativo) é um simples direito de interferência,
sem conteúdo prestacional, pelo qual o seu titular, ao exercê-lo interfere na
esfera jurídica alheia, sem que esta pessoa nada possa fazer. Ex. o direito de
divórcio, que exercê-lo em face da esposa surtirá efeitos mesmo sem que essa
tenha uma contraprestação.
EXISTEM DIREITOS POTESTATIVOS SEM PRAZO PARA O SEU EXERCÍCIO,
a exemplo do direito de DIVÓRCIO. No entanto, SEMPRE QUE HOUVER PRAZO

PARA UM DIREITO POTESTATIVO, ESSE PRAZO PODERÁ SER DECANDECIAL.

Fora os prazos do art. 205 e 206 que são prescricionais, todos os demais
são decadenciais (fora os prazos da aquisição da usucapião).

Os PRAZOS DECADENCIAIS poderão ser LEGAIS, a ex. do prazo para se


exercer o direito potestativos de anular um contrato, ou também podem ser
CONVENCIONAIS, ajustados pelas próprias partes, a exemplo do prazo

prescricional para exercer o direito potestativo de desistir do negócio.

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DECADÊNCIA – PODE SER CONVENCIONAL OU

LEGAL

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Ao réu, por ser defesa.

- Uma causa que impede o prazo prescricional, obsta o

inicio da fluência do prazo.


A mesma causa, quando incidente em um prazo que já está em curso,
suspende-o (torna-se, portanto, uma , que uma vez

superada permite que o prazo volte a correr). As e

estão previstas no art. 197 a 199 do CC. A ex. do art. 197, I

á t.à .à N oà o eà aà p es iç o:à Ià - entre os cônjuges, na


constância da so iedadeà o jugal; à

Significa que, se casado, e tiver um direito de crédito, o prazo


prescricional não começa a correr.

Embora pouco freqüente em prazos decadenciais, também pode sofrer a


incidência deste tipo de causa, como podemos ver no art. 26 do CDC.

Apostila: Prescrição e decadência

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As causas interruptivas da prescrição (art. 202), para desespero do


devedor, fazem com que o prazo prescricional recomecem a contar do zero.

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer


uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a


citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; (é o protesto


judicial, que é uma medida cautelar)

III - por protesto cambial; (ou protesto cambiário) (este inciso


prejudicou a súmula 153 do STF – porque esta súmula diz
exatamente o contrário)

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou


em concurso de credores; ()

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;


(como uma notificação judicial, interpelação judicial. Obs – na letra
da lei, notificação simplesmente extrajudicial, como por AR, não
teria força jurídica para interromper o prazo prescricional, razão
pela qual tramita no Congresso nacional o PL 3293/08 que pretende
alterar o CC para, expressamente admitir como causa interruptiva
da prescrição, a notificação extrajudicial).

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que


importe reconhecimento do direito pelo devedor.(este inciso não se
refere a notificação extrajudicial, mas é um ato do devedor que
importe reconhecimento de dívida, como a confissão de dívida)

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Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da


data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.

Na grade de processo civil, tomarei contato com o tema PRESCRIÇÃO

INTERCORRENTE, de ampla aplicabilidade no direito tributário e trabalhista e

que, segundo o professor Arruda Alvim, é aquela prescrição que ocorre


dentro do próprio processo, quando a pretensão já tenha sido deduzida em
juízo.
Em Direito Civil a doutrina diverge Esta tese não é aceita porque a
demora se imputa ao aparato judicial. Em geral, no Processo Civil, esta tese não é
vista com bons olhos, na medida em que a demora processual é imputável ao
próprio poder judiciário (O STJ no AgRg no AG 618.909, Resp 827.948 – embora
em determinadas situações, como em fase de execução, o procedimento de
rescisória, a tese pode ser aplicada).

Ver no material de apoio o artigo escrito em co-autoria com o prof.


Arruda Alvim a respeito do direito intertemporal e da contagem de prazos – art.
2028 do CC.

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1. , por derivarem da lei,


(art. 192), assim
como, pela mesma razão, PRAZOS DECADENCIAIS LEGAIS TAMBÉM NÃO

PODERÃO, ressalvada a hipótese de o prazo decadencial ser convencional;

2. , nos termos do art. 193,


,
valendo lembrar, inclusive, que o prazo decadencial convencional, nos
termos do art. 211, também poderá ser alegado em qualquer
instância – mas, por óbvio, instancias superiores deverá haver
prequestionamento (STJ Edcl no resp 1.104.691)

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, modificando o CPC, também alterou o próprio CC

(revogando o art. 194), para

O art. 191 CC, ainda em vigor, admite,


com razão compreensível, que o devedor possa, querendo RENUNCIAR À
ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO – ora, se a prescrição é uma defesa do próprio
devedor, porque não poderia a ela renunciar? O Enunciado 295 da IV Jornada,
inclusive, deixa claro que esta faculdade de renúncia não foi retirada do devedor.

Respeitando o principio da cooperatividade, deverá o juiz, para os


processos em curso, abrir prazo ao credor (para eventualmente demonstrar que
prescrição não há) e especialmente, ao próprio devedor (para que possa exercer
faculdade de renúncia à prescrição), antes de se pronunciar – caso o devedor
permaneça silente, ai sim, pronunciará de ofício a prescrição.

Atualmente, a jurisprudência do STJ encontra-se dividida entre o


prazo de 3 anos previsto no art. 206 §3º, V – e no Decreto 20.910/32.
Comparece-se o resp 1.215.385 e o Edcl no REsp 1.205.626. Razoável, em nosso
sentir, no sentido da prescrição trienal, por ser um prazo menor que favorece
ao Estado, porque este prazo é para pedir reparação contra o Estado.

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