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MÓDULO 3
Conhecendo
as formas de
exposição direta
e indireta aos
defensivos
agrícolas
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural
SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner
Módulo 3
Conhecendo as Formas de Exposição Direta
e Indireta aos Defensivos Agrícolas
Neste módulo você conhecerá as formas
de exposição aos produtos fitossanitários
e verá como identificar os sinais e os sinto-
mas de intoxicação mais comuns. Conhece-
rá também os tipos de exposição e quais os
procedimentos mais indicados que devem
ser realizados em caso de intoxicações.
Aula 1
Exposição direta
Fonte: Shutterstock
Exposição indireta
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
A exposição mais comum entre os trabalhadores que lidam os produtos fitossanitários é a ex-
posição direta. Veja agora como o contato pode acontecer e o que fazer quando ocorrer uma
contaminação:
Exposição dérmica
Esse meio de exposição é o mais comum, pois a exposição acontece através da pele. Assim,
comparada com as outras vias, essa é a de maior área e, portanto, a mais atingida em caso
de exposição.
A recomendação, nesse caso, é que a exposição seja reduzida o mais rápido possível. Isso
pode ser feito retirando imediatamente as roupas contaminadas e removendo o produto
com jato de água corrente. Após esse procedimento inicial, é preciso verificar as recomen-
dações de primeiros socorros do produto e, se não houver contraindicação, lavar com água
e sabão a região exposta, sempre cuidando para não causar maiores irritações.
No caso de a contaminação atingir uma grande área do corpo, o mais indicado é tomar um ba-
nho, tendo cuidado especial na limpeza do couro cabeludo, atrás das orelhas, axilas, unhas e
região genital. Não é indicado adicionar antídoto ou agente neutralizador à água de lavagem.
Exposição respiratória
Esse tipo é o que tem maior potencial de intoxicação, pois o produto entra pelo sistema
respiratório e, ao atingir os pulmões, é lançado na corrente sanguínea através dos alvéolos
pulmonares.
Exposição ocular
Esse tipo de intoxicação também ocorre de maneira muito rápida, porém, a quantidade
absorvida é menor em comparação com produtos inalados. Quando um respingo de um
produto fitossanitário atinge os olhos, ele é imediatamente absorvido e logo causa uma
irritação que pode surgir devido às substâncias presentes na formulação do produto, como
os solventes ou o próprio ingrediente ativo, que por si só é irritante.
O procedimento nesses casos é a lavagem imediata dos olhos com água corrente e limpa,
que deve ser realizada de acordo com instruções da bula, normalmente, de quinze a vintes
minutos. A água poderá ser fria ou na temperatura ambiente, mas nunca quente ou con-
tendo substâncias neutralizantes ou antídotos. O jato de lavagem deve ser suave para não
aumentar a irritação. Caso não haja água corrente para o procedimento, o socorrista deve
ficar sentado com as pernas dobradas e a pessoa contaminada apoiando as costas nas
pernas do socorrista. O socorrista deve apoiar a cabeça da pessoa contaminada sobre suas
pernas, inclinado a cabeça dela para trás e mantendo as pálpebras abertas, derramando
água lentamente com auxílio de copo. Após qualquer dessas medidas, é necessário que a
pessoa contaminada procure imediatamente o médico ou o serviço de saúde levando a em-
balagem, rótulo, bula ou receituário agronômico do produto.
Esse tipo de intoxicação em sua maioria ocorre por ingestão voluntária, sendo, então, muito
importante destacar que os produtos fitossanitários devem ficar em local restrito.
O atendimento nesses casos deve seguir as recomendações dos rótulos ou das bulas dos
produtos, principalmente quanto a necessidade ou não de provocar vômito na pessoa into-
xicada. Se a substância ingerida for cáustica ou corrosiva, poderá provocar novas queimadu-
ras ao ser regurgitada. Vários produtos fitossanitários com formulações que utilizam como
veículo solventes derivados do petróleo, têm indicações de restrição ao vômito. A aspiração
pulmonar do conteúdo gástrico pode provocar pneumonite química. Nunca provoque vô-
mito se a vítima estiver inconsciente ou em convulsão, pois poderá sufocá-la, mesmo se a
indicação for a de regurgitar a substância tóxica imediatamente.
Estudo de caso
Você sabe como agir em caso de intoxicação? Essa é uma situação muito delicada, pois
envolve a vida de outra pessoa, não é mesmo? Mas saiba que mesmo não sendo espe-
cialista da área, com o treinamento adequado e
as medidas corretas você pode fazer os primei-
ros socorros.
Reflexão
Aula 2
• Por ingestão (via oral): irritação da boca e garganta, dor no peito, náuseas, diarreia, trans-
piração anormal, dor de cabeça, fraqueza e câimbra.
Veja, no quadro a seguir, as principais ações e lesões e quais são os produtos causadores de cada
uma delas:
Inseticidas organoclorados
Lesões renais Fungicidas fenil-mercúricos
Fungicidas metoxil-etil-mercúricos
Inseticidas organofosforados
Neurite periférica
Herbicidas clorofenóxis (2,4-D e 2,4,5-T)
Inseticidas organofosforados
Ação neurotóxica retardada
Desfolhantes (DEF e merfós ou Folex)
Fungicidas mercuriais
Teratogênese
Dioxina presente no herbicida 2,4,5-T
Herbicida dinitro-orto-cresol
Herbicida trifluralina
Mutagênese
Inseticida organoclorado
Inseticida organofosforado
Tipos de intoxicações
É importante considerar que vários fatores participam da determinação desse tipo de intoxicação,
dentre eles os relativos às características químicas e toxicológicas do produto fitossanitário, os
relativos ao indivíduo exposto, às condições de exposição ou às condições gerais do trabalho.
Como a pessoa que irá manipular o produto fitossanitário não consegue alterar a toxicidade do
produto, a única maneira real de reduzir o risco é através da diminuição de sua exposição.
Na atual legislação é obrigatório que os produtos fitossanitários tenham informações sobre primei-
ros socorros em seus rótulos e bulas. Além disso, os fabricantes devem possuir telefones de emer-
gência 24 horas para orientar os usuários. Em Goiás pode ser usado o telefone 0800 646-4350
(regional de Goiás) ou 0800 722-6001 (Nacional) do CIT - Centro de Informações Toxicológicas.
• só provocar vômito se tal procedimento for indicado no rótulo. Alguns produtos podem
provocar queimaduras ao serem regurgitados;
• em caso de contato com a pele, remova roupas e sapatos contaminados e lave imediata-
mente o local com água e sabão em abundância, vestindo a pessoa exposta com roupas
limpas em seguida;
• ligar para o telefone de emergência para obter mais informações sobre a toxicidade do
produto causador da intoxicação.
Recapitulando
Chegamos ao final do terceiro módulo. Aqui você conheceu as formas de exposição aos produtos
fitossanitários, aprendeu como identificar os sinais e os sintomas de intoxicação mais comuns e
também viu os tipos de exposição e quais os procedimentos mais indicados que devem
ser realizados em caso de intoxicações. No próximo módulo você irá estudar sobre os rótulos
dos produtos e a sinalização de segurança, mas antes disso, precisa fazer as atividades de apren-
dizagem, vamos lá?
a) Intoxicação subaguda.
b) Intoxicação aguda.
c) Intoxicação crônica.
d) Intoxicação direta.
2. As atividades com defensivos agrícolas são tidas como de risco, pois há exposição direta com os
agentes químicos contidos nos defensivos agrícolas, portanto saber como proceder em casos
de emergência pode ser fundamental para se extinguir ou minimizar os efeitos de uma intoxi-
cação acidental. Qual seria o melhor procedimento para ser feito em um colega que tenha tido
uma intoxicação via oral?
a) O atendimento nesses casos deve seguir as recomendações dos rótulos ou das bulas dos pro-
dutos, principalmente quanto à necessidade ou não de provocar vomito na pessoa intoxicada.