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Ensino religioso
7º ano A
Estudante:
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Jequié/Ba, 2023
Para começo de conversa...
Capítulo 1
Fraternidade ..........................................................................................................4
Capítulo 2
Manifestações culturais e religiosas: O diálogo entre as religiões .................. 7
Capítulo 3
Um projeto de amor solidário............................................................................... 9
Capítulo 4
Iniciativas de diálogo entre as religiões............................................................ 11
Capítulo 5
Lideranças ............................................................................................................ 13
Capítulo 6
Lideranças religiosas........................................................................................... 15
Capítulo 7
Lideranças Seculares .......................................................................................... 17
Capítulo 8
Vamos falar sobre empatia? ................................................................................ 19
Capítulo 9
A dignidade humana e os direitos humanos ................................................... 23
Capítulo 10
Dom Pedro Casaldáliga e a luta pelos direitos humanos................................. 25
Capítulo 11
Comunicação e religiões..................................................................................... 28
Capítulo 12
A comunicação nas doutrinas religiosas ........................................................ 30
Capítulo 13
O que é mística? ................................................................................................. 32
Capítulo 14
Espiritualidade .................................................................................................. 35
Capítulo 15
Fé Antropológica e Fé Religiosa.......................................................................... 39
4
Capítulo Fraternidade
1 Nesta aula você vai aprender um pouco mais
sobre um princípio importante para a
convivência em sociedade: a fraternidade
MARTIN, O SAPATEIRO.
Martin era um sapateiro em uma vila pequena. Desde que morreu a esposa e os filhos,
ele se tornou triste.
Um dia, um homem sábio lhe falou que ele deveria ler os evangelhos porque lá ele
descobriria como Deus gostaria que ele vivesse. Martin passou a ler os evangelhos. Certo
dia leu a narrativa do evangelho de Lucas do banquete em casa do rico fariseu que recebeu
Jesus em sua casa, mas não providenciou água para os pés, nem ungiu a cabeça de Jesus,
nem o beijou.
Naquela noite, Martin foi dormir pensando em como ele receberia Jesus, se ele viesse
a sua casa. De repente, acordou sobressaltado com uma voz que lhe dizia: "- Martin! Olha
para a rua amanhã, pois eu virei”.
Logo cedo, o sapateiro acendeu o fogo e preparou sua sopa de repolho e seu mingau.
Começou a trabalhar e se sentou junto à janela para melhor ver a rua. Pensando na noite
da véspera, mais olhava a rua do que trabalhava. Passou um porteiro de casa, um
carregador de água. Depois uma mulher com sapatos de camponesa, com um bebê ao
colo. Ela estava vestida com roupas pobres, leves e velhas. Segurando o bebê junto ao
corpo, buscava protegê-lo do vento frio que soprava forte. Martin convidou-a a entrar e lhe
serviu sopa. Enquanto comia, ela contou sua vida. Seu marido era soldado. Estava longe
há oito meses. Ela já vendera tudo o que tinha e acabara de empenhar seu xale. Martin
buscou um casaco grosso e pesado e envolveu a mulher e o filho. Depois de alimentados
e agasalhados, eles se foram, não sem antes Martin deixar na mão da pobre mãe umas
moedas para que ela pudesse tirar o xale do penhor. Quando um velho que trabalhava na
rua, limpando a neve da frente das casas, parou para descansar, encostado à parede da
sua oficina e lar, Martin o convidou a entrar. Serviu-lhe chá quente e lhe falou da sua espera.
Ele aguardava Jesus. O velho homem foi embora, reconfortado no corpo e na alma e Martin
voltou a costurar uma botina. O dia acabou. E quando ele não podia mais ver para passar
a agulha pelos furos do couro, juntou suas ferramentas, varreu o chão e colocou o lampião
sobre a mesa. Buscou o Evangelho e o abriu. Então, ouvindo passos, ele olhou em volta.
Uma voz sussurrou:
"-Martin, você não me conhece?"
"-Quem é?", perguntou o sapateiro.
"-Sou eu" disse a voz. E num canto da sala, apareceu a mulher com o bebê ao colo.
Ela sorriu, o bebê também e então desapareceram.
"-Sou eu" tornou a falar a voz. Em outro canto apareceu o velho homem. Sorriu. E
desapareceu. A alma de Martin se alegrou.
Ele começou a ler o evangelho onde estava aberto: "Porque tive fome, e me destes
de comer; tive sede, e me destes de beber; era hóspede, e me recolhestes." No fim da
página, ele leu: "quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais
5
pequeninos, a mim é que o fizestes." E Martin compreendeu que o Cristo tinha ido a ele
naquele dia, e que ele o recebera bem.
2) Perceber as belezas que nos envolvem quando estamos passando pela dor e a tristeza
é um desafio. Martin aprendeu uma lição para vida. Comente sobre isso.
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3) As atitudes que Martin, devem nos inspirar a assumir no cotidiano de nossas vidas uma
postura reflexiva e solidária. Cite uma atitude que podemos ter diariamente: na escola,
perante a sociedade e em sua família para que a vida seja mais fraterna.
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O Brasil voltou ao mapa da fome em 2015, um ano depois de ter saído, segundo
levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o Inquérito
Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, lançado em
2022, atualmente 33,1 milhões de brasileiros não têm garantida de alimentação.
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A Campanha da Fraternidade 2023 está sendo articulada pela Igreja Católica no Brasil
como forma de contribuir no enfrentamento do flagelo da fome pela terceira vez. [...]
Responda:
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5. Qual a importância de campanhas como esta para pessoas que estão em situação de
insegurança alimentar?
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6. Escreva uma frase relacionando os textos lidos e as imagens analisadas nesta atividade.
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Manifestações
Capítulo culturais e religiosas:
2 O diálogo entre as
religiões
Você vai conhecer e analisar alguns conceitos básicos que nos ajudarão no estudo para
sobre a importância do diálogo entre as religiões e filosofias de vida.
Responda:
Conceituando
Grande parte dos tipos de discriminação, preconceito e intolerância religiosa são pautadas
por fanatismo, comportamentos individuais ou coletivos que, de forma radical, podem
instigar a violência física e psicológica na sociedade e dos seguidores de determinados
grupos religiosos. Fazer da religião motivo de conflitos e perseguição é ter uma atitude
contrária aos valores pregados pelas tradições religiosas e filosofias de vida, como amor,
paz, solidariedade, justiça e compaixão, que podem ser resumidos em respeito e amor ao
próximo.
4. Encontre no diagrama 7 palavras que representam atitudes que contribuem para a boa
convivência entre as diversas manifestações religiosas no mundo
T Q W E R T Y U I O P Ç L K J H G F D S
A O Ç W S V O T I E P S E R D N J R Y C
Z S L A S D F G H J K L Ç N C H U F V F
X C S E M N B V C X Z A N H E G S B F V
C A M O R T G B N H Y S M Y R F T M R B
D R E R T A T G U J J C O M P A I X A O
E F D O D E N A S D M F T T T C Ç O T N
R V C V F R W C Q A Z X C F G D A P Y H
F N H A R S O L I D A R I E D A D E H T
V B G T Y H N M P A Z U J H T G B F R G
Um projeto
Capítulo
3 de amor solidário
Olá estudante! Nessa semana você vai refletir sobre a importância do cultivo do diálogo
solidário entre as religiões e as filosofias de vida. O texto escrito pelo monge Marcelo Barros
aponta estratégias para que aconteça diálogo respeitoso e amistoso entre as religiões.
No Brasil, essa semana é marcada pelo dia 21 [janeiro], data nacional do combate à
intolerância religiosa. Nessa sociedade mergulhada em desigualdade social cada vez mais
violenta, o respeito e diálogo entre as religiões pode ser instrumento de humanização e
testemunho do Amor Divino.
A ONU consagra o 21 de janeiro como “dia mundial das religiões”. Desde que foi iniciada
essa comemoração, o mundo se foi descobrindo sempre mais diverso e plural. Por isso,
essa data se tornou importante para provocar uma reflexão profunda sobre a diversidade
religiosa e combater as raízes de qualquer intolerância.
No dia 21 de janeiro de 2000, Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum,
Ilyaorixá do Ilê Abassá em Salvador, BA, morreu em decorrência de agressões e
humilhações sofridas por parte de grupos neopentecostais. Em 2007, para que fatos como
esse não aconteçam mais, o Presidente da República instituiu o 21 de janeiro como o Dia
de combate à intolerância religiosa. Naquela ocasião, a Secretaria da Presidência da
República para os Direitos Humanos criou uma comissão especial para zelar pela
diversidade religiosa. Além disso, em diversos estados, foram criados fóruns e grupos que
velavam pelos direitos à liberdade de expressão por parte de todos os segmentos
espirituais. Apesar disso, aqui e ali, ainda ocorriam atos de discriminação e de violência,
principalmente contra religiões e cultos de matriz africana. Às vezes, a intolerância era
clara, outras vezes, camuflada sob o pretexto de protesto contra o barulho dos tambores
ou contra o sacrifício de animais.
[...] De fato, todas as religiões pregam amor, compaixão e misericórdia. Entretanto, quando
se tornam dogmáticas e autoritárias se transformam em instrumentos de fanatismo e
canais de intolerância. Confundem a verdade [...] e acabam justificando conflitos e guerras
em nome de Deus.
No decorrer da história, infelizmente, o Cristianismo foi a religião que mais usou de violência
e intolerância contra infiéis e hereges. Isso em absoluta contradição com o evangelho e o
espírito de Jesus de Nazaré. [...]
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Para que entre as religiões o diálogo possa ser profundo, cada grupo tem de reconhecer o
que Deus lhe revela, não só a partir da sua própria tradição, mas do caminho religioso do
outro. [...]
Responda:
1. Você sabe o significado da palavra diversidade? Se ainda não, faça uma pesquisa sobre
o assunto.
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2. Em nosso país, qual data é considerada o “dia mundial das religiões” e por que essa data
foi escolhida?
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Iniciativas de
Capítulo
diálogo entre as
4 religiões
Você irá identificar e analisar iniciativas propostas por líderes religiosos em busca da
construção da fraternidade e solidariedade entre as diferentes religiões e filosofias de vida.
Vivemos em uma sociedade plural, o que isso quer dizer? Significa que existem variadas
formas de viver a cultura e a religião, várias formas de perceber o mundo, de amar, de
constituir família. Em nossa própria família temos opiniões diferentes, gostos diferentes; em
nossos grupos de amigos, em nossa sala de aula, cada aluno traz consigo uma imensidão
de valores e saberes que devem ser respeitados.
E como sabemos, desenvolver o respeito e a fraternidade não é tarefa fácil. É preciso de
determinação e boa vontade. Por isso é necessário refletir sobre a importância de existir
diálogo entre as religiões, entre as culturas, colocando-as como irmãs e não como inimigas,
como se uma fosse superior e melhor do que a outra.
Sem perder a identidade e em vista do bem comum, as tradições religiosas têm se unido
para realizar projetos e ações cujo objetivo é fazer do mundo um lugar melhor para todos
os povos.
A imagem a seguir mostra o Encontro Internacional pela Paz, realizado em Assis, na Itália,
em 2016, no qual líderes religiosos assinaram um apelo pela paz, condenando firmemente
atos de violência em nome da religião e fazendo propósitos de uma fé verdadeira, que
respeita a dignidade do outro e promova a paz e a solidariedade.
Foto — Encontro de lideranças religiosas em Assis, 2016
12
Compreendendo conceitos
— Inter-religioso: entre tradições religiosas diferentes. A cooperação inter-religiosa se refere à
união em torno de valores comuns, sem excluir as diferenças e o direito à liberdade e à opção
religiosa.
— Ecumênico: relativo ao movimento de abertura e união entre as diversas igrejas ou
denominações cristãs.
— Fundamentalismo religioso: leitura literal do texto, “ao pé da letra”, sem contextualizar e buscar
o sentido do texto.
Atividade
A 1 2 3 2 4 5 6 7 8
T
9 10 6 11 10 5 4 8
B O
13 5 2 12 8 14 8
C L
10 15 16 7 10 3 5 15 8
D E
11 12 16 9 2 12 5 13 2 13 10
E R
2 7 8 9
F A
1 9 2 4 10 9 3 8
G N
17 5 8 12 10 3 15 5 2
H C
12 5 13 10 9 2 3 15 2
I I
11 2 18
J A
13
Capítulo Lideranças
5
Nessa semana iremos estudar sobre os líderes religiosos,
para isso teremos que compreender as características de um líder e qual é o seu papel em
uma comunidade e o bem que ele pode fazer para a sociedade.
Conceituando
Responda:
1. Quais são as referências de liderança que você conhece? (Podem ser pessoas da
comunidade ou lideranças que atuam numa esfera mais global.)
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O bom líder é aquele que atua em favor do bem comum, integra as pessoas, motivando-as
a desenvolver suas capacidades e habilidades, não apenas a favor de si mesmo, mas
também dos outros.
O Brasil, por exemplo, é um país democrático, que elege seus representantes esperando
que eles sejam líderes políticos para defender os direitos e os interesses dos cidadãos.
Espera-se que tenham uma atuação com foco na coletividade, no bem-estar da sociedade,
e não nos interesses de um pequeno grupo.
Liderar é uma tarefa desafiadora, pois exige práticas como o diálogo, o respeito, a
solidariedade, a responsabilidade, a empatia e o senso de justiça, entre tantas outras
virtudes.
As tradições religiosas também têm suas lideranças. [...] Um líder religioso tem a função de
repassar os ensinamentos religiosos à população. Sua função é conduzir os seguidores de
uma determinada tradição religiosa produzir reflexões a respeito da vida e do mundo,
garantindo que as pessoas tenham contato não só com os preceitos religiosos, mas
também cultivem a fé, a esperança e a bondade.
O líder religioso, em todas as culturas, além de estar atento à vida espiritual e social do seu
grupo, precisa defender também o cuidado com o ambiente, pois ele é uma voz importante
da comunidade, que anuncia e conduz o povo para um mundo melhor e mais humanizado.
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3. O texto traz algumas práticas essenciais para a tarefa de liderança. Quais são elas?
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5. Elabore uma lista com as características que você considera essenciais para um bom
líder.
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6. Você já liderou algum grupo ou alguma equipe? Por quê? Se liderou, como foi a
experiência?
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Capítulo Lideranças
6 religiosas
Nas próximas aulas, vamos nos dedicar ao conhecimento de alguns líderes religiosos que
tiveram destaque em nossa sociedade. Na aula de hoje, conheceremos Mãe Menininha do
Gantois e o Papa Francisco.
além do seu trabalho religioso, vem desempenhado vários trabalhos de cunho social, em
defesa dos direitos humanos, trazendo esperança, fé e amor aos corações.
Uma das cartas escrita por Francisco, que ficou muito conhecida, é a “Laudato si”
(Louvado seja meu Senhor). Nela, o Papa fala sobre a importância e a necessidade de
cuidar: de si mesmo, do outro e do planeta, o qual ele chama de “nossa casa comum”. O
Papa chama a atenção quanto a necessidade de cuidarmos da natureza, pois ela não é
inesgotável e é responsável pela garantia de nossa qualidade de vida.
2. O texto 1 diz que uma Ialorixá ou Babalorixá são os líderes religiosos do candomblé, no
Brasil. De acordo com o primeiro parágrafo do texto. Qual a responsabilidade desses líderes
dentro de sua religião?
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4. O texto sobre o Papa Francisco fala em “humanizar”. Você conhece o significado deste
termo? Pesquise, se necessário.
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7. Organize uma equipe de três alunos. Escolha um líder religioso e pesquise sobre sua
vida e seu trabalho. (Mais informações sobre o trabalho serão esclarecidas nas aulas)
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Capítulo Lideranças
7 Seculares
Olá, querida e querido estudante! Dedicaremos nossa atenção e estudo para aprender
sobre lideranças seculares e a luta pelos direitos humanos. Para compreendermos melhor
esse tema, iremos estudar sobre líderes seculares e sua importância para a sociedade.
Para começo de conversa
Primeiramente vamos compreender o significado dessas duas palavras.
Até aqui havíamos estudado sobre alguns líderes religiosos. Compreendemos sua função
dentro da tradição religiosa e seus impactos na vida social. Hoje, iremos conversar sobre
os líderes seculares. Pessoas que se destacam pela generosidade e habilidade de liderar,
mas não só isso. Essas pessoas se comprometem com o bem comum, com o direito de o
outro existir de forma digna, em favor da liberdade, da vida e do meio ambiente.
Os líderes seculares assumem essa tarefa
independentemente de terem ou não religião. A
luta deles é pelo direito dos povos, para que todos
possam ter acesso ao mínimo para viver com
dignidade, tendo alimentação, escolaridade,
saúde e moradia e outros direitos e condições
básicas de vida. Vamos conhecer dois grandes
exemplos de liderança secular.
Chico Mendes (1944-1988) viveu no Acre e se
destacou na luta pelos direitos dos seringueiros.
Seu conhecimento da Floresta Amazônica e de
como dela extrair o sustento levou-o a defender
que a preservação ambiental traz ao ser humano
mais benefícios e condições de sobrevivência do que seu desmatamento. Ele morreu
assassinado em uma emboscada por pessoas que não concordavam com sua forma de
pensar e desejavam desmatar e destruir ainda mais a floresta.
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2. Qual o objetivo destas pessoas ao assumir uma posição de liderança frente a outras
pessoas ou grupos?
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3. Em sua opinião, quais palavras podem ser usadas para caracterizar o trabalho dessas
pessoas?
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4. Pesquise nomes de outras pessoas que exerceram liderança e/ou tiveram reconhecido
papel na luta por uma sociedade mais justa. Depois discuta com seus colegas:
Em sua opinião, esses líderes, mesmo não sendo religiosos, podem ser considerados
pessoas importantes em nossa sociedade? Justifique sua resposta.
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Vamos falar
Capítulo
sobre empatia?
8
Olá, querida e querido estudante! Hoje iremos conversar
sobre empatia. Esse sentimento nobre que certamente inspira as lideranças tanto religiosas
quanto seculares. Você já ouviu falar em empatia?
A palavra empatia vem do grego (en-pátheia). A raiz da palavra “´páthos” significa
sentimento, paixão, sofrimento. Empatia significa se pôr no lugar do outro, ao esforço de
compreender a situação em que a outra pessoa vive, e viver/conviver com ela aquele
momento ou situação. Já simpatia (syn + pátheia) é um sentimento de afinidade que atrai
e identifica as pessoas, é uma sensação espontânea que leva o indivíduo a estabelecer
uma harmonia com o outro, permitindo a criação de laços de amizade., o contrário de
apatia, que é a falta de interesse e preocupação com o outro.
A empatia nos ajuda a viver melhor em sociedade, a trabalhar melhor em equipes,
valorizando as contribuições únicas que cada indivíduo pode trazer. Quando apreciamos
as motivações, medos, pontos fortes e fraquezas dos outros, podemos atuar em conjunto
para a resolução de problemas que afetam a todos nós. A empatia – o conectar-se com o
outro, tocar-lhe profundamente – é uma habilidade-chave da vida em sociedade e ainda
mais relevante para participar de um mundo globalizado e em constante mudança como o
de hoje.
Leia a seguinte noticia
Cadernos personalizados
desenhos e exercícios para que eles mergulhem no mundo da leitura. Na parte de dentro
de um deles, a personagem Mônica, de Maurício de Sousa, chama a atenção.
Na primeira folha, com a bela letra de
professora, está escrito: "Nossas Amigas as
Vogais". No ano passado, ela criou 15
cadernos. Nesse ano, já fez mais cinco e
está com dois para produzir. Para criar cada
um, ela leva em torno de 15 dias. No final
de cada caderno tem um pedido e um
envelope: "Vai um envelope para você
escrever um bilhete para o papai e a
mamãe". Dos cadernos que ela já produziu,
um foi para Uruguaiana e, outros dois, para
Minas Gerais.
Responda
5. Você já passou por uma situação em que alguém agiu com empatia com você?
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7. Converse com seus colegas e cite outros exemplos de atitudes que podem ser
consideradas empáticas.
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Certamente você já ouviu a parábola do Bom Samaritano, ela revela a beleza de se pôr no
lugar do outro e ser solidário. Leia uma paráfrase da parábola do Bom Samaritano:
Pedro é um garoto negro, no auge dos seus 17 anos. Para ajudar a sua família ele trabalha
na padaria, aquela que fica na parte baixa do morro.
Certo dia, já era noite, Pedro estava voltando para casa, todo alegre e satisfeito, pois tinha
recebido seu primeiro salário, e ele já sabia em que iria investir: ele queria comprar um
notebook para poder estudar e assim, futuramente, poder ingressar em um curso superior.
Antes de chegar em casa escuta uns barulhos estranhos, gritos e tiros... Ele tentou se
esconder, mas era tarde demais. Pedro foi baleado na perna, não conseguiu se levantar, e
correr como as outras pessoas. O jovem gritava por ajuda, várias pessoas passaram por
ele e nada faziam, teve até gente que pegou a mochila dele, mas não foi capaz de ajudá-
lo.
Pedro já tinha até perdido a esperança, sentia-se fraco. A noite desceu, a lua sumiu e Pedro
continuava ali, no chão, jogado e sem auxílio. Em sua casa, sua mãe já estava preocupada,
pois não tinha notícias do filho e ninguém não sabia nada a respeito na vizinhança. Já tarde
da noite um grupo de jovens, aparentemente bêbados, se depararam com o garoto caído.
O primeiro deles levou um baita susto e aconselhou os demais a seguirem adiante e a fingir
que não viram nada.
Impossível, a cena era forte demais para ser esquecida.
Marcus, o mais jovem do grupo de 5 rapazes, exclamou: - Não podemos deixá-lo aqui, não
dessa forma! Ele precisa de ajuda.
Carlos, o mais covarde dizia: Cara! Vai dá ruim para nós! Vamos embora daqui...
Os outros rapazes concordaram com Marcus, que insistia em dizer: - E se fossem vocês no
lugar dele? E se fosse um irmão de vocês? Ou até mesmo seus pais? Ele precisa de ajuda
e vamos fazer isso agora mesmo.
E assim o fizeram, pegaram Pedro e o levaram para o hospital mais próximo. Assim que o
garoto conseguiu falar algo, pediu para que ligassem para a sua mãe para avisar que tudo
já estava bem e que logo ele se recuperaria e voltaria para casa. Pedro foi salvo por alguém
que olhou a situação e se pôs no lugar dele, soube ser solidário e fraterno.
Leia a seguinte tirinha do personagem
Armandinho e assista ao vídeo apresentado
pela professora
Responda:
11. Em um grupo de três a quarto alunos, façam um cartaz com imagens e frases que
ilustram a capacidade de empatia das pessoas. Bom Trabalho!
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A dignidade humana
Capítulo e os direitos humanos
9
Olá, querida e querido estudante! Na aula de hoje vamos estudar sobre a dignidade humana
e os direitos humanos, vocês perceberam que nas aulas anteriores esses termos
apareceram algumas vezes. Agora é nossa hora de aprender um pouco mais sobre esse
tema.
Leia a seguir dois artigos da Constituição Federal do Brasil que tratam sobre a dignidade
humana:
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 230 A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:14 Ago 2020.
Como lemos na Constituição Federal brasileira, todos os seres humanos têm direito de ter
moradia, saúde, alimentação e educação digna, entre outras coisas. No entanto, a realidade
não é bem assim. Muitas pessoas não tem o básico para sobreviver e lutar por seus direitos.
“Os direitos humanos consistem em direitos naturais garantidos a todo e qualquer indivíduo,
e que devem ser universais, isto é, se estender a pessoas de todos os povos e nações,
independentemente de sua classe social, etnia, gênero, nacionalidade ou posicionamento
político.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos são ‘garantias
jurídicas universais que protegem indivíduos e grupos contra ações ou omissões dos
governos que atentem contra a dignidade humana’. São exemplos de direitos humanos o
direito à vida, direito à integridade física, direito à dignidade, entre outros. Quando os
direitos humanos são firmados em determinado ordenamento jurídico, como nas
Constituições, eles passam a ser chamados de direitos fundamentais. [...].
Os direitos humanos são garantias históricas, que mudam ao longo do tempo, adaptando-
se às necessidades específicas de cada momento. Por isso, ainda que a forma com que
atualmente conhecemos os direitos humanos tenha surgido com a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, assinada em 1948, antes disso, princípios de garantia de proteção
aos direitos básicos do indivíduo já apareciam em algumas situações ao longo da história”.
Fonte: POLITIZE! O que são direitos humanos? Disponivel em: <https://www.politize.com.br/direitos-
humanos-o-que-sao/>. Acesso em: 14 ago 2020
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2. Na primeira charge, explique a contradição entre o que o homem está lendo e a situação
onde se encontra a família.
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5. Se você tivesse que resumir o que estudamos sobre dignidade humana e direitos
humanos em cinco palavras, quais seriam elas?
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6. Como estudamos, vimos que todas as pessoas têm direito de uma vida digna, no entanto,
essa não é a realidade. Vemos pessoas sem casa, sem comida, sem acesso à água e à
saúde, crianças sem direito à educação. Em sua opinião por que esse fato acontece?
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Dom Pedro
Capítulo Casaldáliga e a luta
10 pelos direitos
humanos
Na aula de hoje vamos conhecer um exemplo de líder que, durante toda a sua vida, se
dedicou e lutou para defender os direitos humanos dos mais fragilizados de nossa
sociedade. O nome dele é Pedro Casaldáliga, bispo católico, chamado de profeta do
Araguaia, onde viveu durante muitos anos, e morreu no dia 08 de agosto de 2020. Com
esse exemplo, vemos que é possível que existam lideranças religiosas que lutem em defesa
dos direitos humanos. Em cada tradição religiosa existem muitos líderes parecidos com
esse bispo.
Leia o texto abaixo, da teóloga Solange Maria do Carmo, para conhecer esse grande
Profeta.
O bom odor de Pedro
“O jovem Pedro (1928-2020) veio da Espanha para anonimamente servir os pobres do
Brasil. Mas, como o amor exala bom odor (2Cor 2,14-16), logo Pedro ficou conhecido pelo
perfume da fé que exalava. Seu cheiro bom encantou mulheres e homens sofredores, que
viram nele uma espécie de pai dos pobres. [...]
Pedro encarnou a vida do pequeno, do menor de todos, do mais insignificante dos
humanos. Despojou-se de todo conforto, de toda segurança, de toda regalia, ao modo
franciscano. Viveu junto dos explorados do Araguaia e se fez um deles. [...] A poesia de
Pedro, sua vida às margens do Araguaia, e sua sensibilidade para questões urgentes do
nosso tempo, fazem-no uma pessoa singular.
Quando ninguém nas igrejas falava de direitos dos indígenas ou de respeito aos deuses
dos quilombos, Pedro criava o CIMI [Conselho Indigenista Missionário] e a pastoral da
Terra. O bispo poeta fazia ecoar seus versos em favor dessa gente sem voz. A famosa
Missa dos Quilombos, musicada por Milton Nascimento, fez história. Tornou-se peça de
teatro e incomodou os poderosos por ocasião da ditadura.
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Quando nas igrejas ainda não se falava de defesa do meio ambiente, [...] Pedro protegia
as matas, os bichos e toda espécie de vida. Amaldiçoava as queimadas, as cercas e o
direito de possuir a terra, entendida como dom de Deus para a vida de todos.
Quando nas igrejas ainda não se falava da maldição do garimpo e da indústria madeireira,
Pedro levantava sua voz nos advertindo acerca dos perigos de exaurir a terra, de derrubar
as matas e de poluir os rios [principalmente com mercúrio]. Enfrentou, junto aos pequenos
agricultores e posseiros, os poderosos que querem esgotar o solo e ser donos das águas.
Quando nas igrejas não se falava de agricultura orgânica, nem dos males causados pelos
defensivos agrícolas, Pedro abominava os agrotóxicos e preservava as sementes nativas.
Quando nas igrejas não se falava ainda da falência do modelo econômico capitalista, Pedro
sonhava com um mundo fraterno no qual o dinheiro não era senhor, nem o mercado seu
reino. Colocou em versos sua paz inquieta; tornou conhecida sua indignação e
inconformidade com os esquemas de privilégio de alguns em detrimento da escravidão de
uma multidão.”
Assim como Pedro Casaldáliga, muitos outros líderes religiosos, mas também lideranças
não religiosas, doaram e doam a sua vida para construção de um mundo mais justo e
solidário. Onde todas as pessoas possam viver de forma digna.
Responda
4. Você conhece outras personalidades religiosas que dedicam a sua vida a lutar pelos
direitos humanos?
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5. O que você pensa a respeito de pessoas que dedicam suas vidas a ajudar e defender
pessoas em situação de desrespeito aos seus direitos fundamentais?
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Leia a seguinte noticia
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https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/02/14/desnutricao-atinge-cerca-de-50percent-de-criancas-
yanomamis-de-ate-5-anos-monitoradas-pelo-sus.ghtml
Ao menos desde 2015, cerca de metade das crianças Yanomami de até 5 anos apresentam
peso baixo ou muito baixo para a idade. O pico de crianças fora do peso adequado foi em
2021, quando 56,5% de crianças yanomami estavam com algum nível de déficit de peso.
Os dados são do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da
Saúde fornecidos via Lei de Acesso à Informação. [...]
Essas crianças são cadastradas para que seja realizado monitoramento e avaliação das
ações de saúde a serem realizadas pelas equipes multidisciplinares de saúde indígena.
Desde janeiro, a Terra Indígena Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, enfrenta
grave crise sanitária, com dezenas de casos de malária e desnutrição grave.
6. Quais direitos humanos das crianças Yanomami foram desrespeitados nesse caso?
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7. Quais as possíveis causas para que esta situação chegasse a esse ponto?
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8. Elabore uma tirinha com base nos textos lidos incentivando as pessoas a conhecerem
e respeitarem os direitos humanos.
28
Comunicação e
Capítulo
11 religiões
Na aula de hoje vamos estudar sobre como que as diversas tradições religiosas e filosofias
de vida estabelecem comunicação por meio de símbolos e gestos.
Em toda a história humana, as sociedades buscam meios de se comunicar com as
divindades ou entidades consideradas sagradas. A comunicação é essencial na construção
da identidade religiosa, cada uma delas tem uma forma de estabelecer comunicação com
o seu Sagrado. Esse desejo de se comunicar favoreceu a criação de técnicas, instrumentos
e diferentes tipos de símbolos, gestos, palavras, expressões.
Nós somos seres simbólicos, precisamos criar imagens, símbolos que nos representem e
remetam a situações vividas. Para compreender melhor o lugar que os símbolos têm em
nossas vidas vamos a um exemplo. Certamente você tem guardado com você algum objeto,
uma foto, uma pedrinha, uma cartinha, uma folha... Algo que tenha ganhado de alguém
especial, e toda vez que você olha para aquele objeto você consegue lembrar daquela
pessoa e do momento que vocês passaram juntos. Esse objeto se tornou um símbolo. Ele
deixou de ser um mero objeto para representar algo muito maior, um sentimento muito
maior.
Nos cultos afro-brasileiros, por exemplo, o som e o ritmo
de diferentes tambores representam as vozes das
divindades. Os tambores são usados para acompanhar
as danças e como forma de invocar os orixás, entidades
sobrenaturais da tradição afro-brasileira.
Dessa mesma forma, as diversas
tradições religiosas e filosofia de vida
buscam maneiras para estabelecer comunicação, criam símbolos, gestos,
como ficar de joelhos, com as mãos em posição de oração, braços erguidos
e assim por diante. Uma outra curiosidade importante é sabermos que um
mesmo símbolo pode ter significados diferentes, dependendo da tradição
religiosa.
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Veja o quadro:
1. Você guarda algum objeto ou outro elemento que usa como lembrança de alguém ou
algum acontecimento espacial? Qual?
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2. Palavras ou expressões também podem ser usadas para comunicação entre pessoas de
um mesmo grupo religioso. Por exemplo, Namastê é um cumprimento e saudação típico
do sul da Ásia, que significa “eu saúdo a você”, em português. Este termo é usado
principalmente na Índia e no Nepal por hindus, sikhs, jainistas e budistas.
Você conhece alguma expressão ou palavra usada por um grupo de pessoas de um mesmo
credo religioso?
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A comunicação nas
Capítulo doutrinas religiosas
12 Na aula de hoje vamos aprofundar
mais um pouco sobre as formas com que as tradições
religiosas se comunicam com o seu Sagrado e a importância do respeito para com cada
prática e cultura.
Cada religião tem suas crenças e valores. Mesmo que não seja nossa maneira de
crer, conhecer o pensamento das outras religiões pode nos ajudar a respeitar seus valores
e doutrinas, mesmo que não concordemos com elas. No Espiritismo, por exemplo, acredita-
se que é possível estabelecer comunicação com os que morreram.
O Espiritismo é uma doutrina, segundo a qual o espírito sobrevive à morte e pode se
comunicar com o mundo dos vivos. Para os seguidores dessa doutrina, quando alguém
morre, seu espírito se desliga do corpo e permanece no mundo espiritual, preparando-se
para uma nova encarnação, protegido por seu anjo guardião.
Os praticantes do espiritismo acreditam que os espíritos de pessoas falecidas podem
se comunicar com os vivos por meio dos médiuns, os quais, segundo essa doutrina, têm
contato com os espíritos dos mortos, cujas mensagens são transmitidas de maneira verbal
ou escrita. Por intermédio deles, os espíritos contam como estão, fazem revelações e dão
conselhos aos vivos.
Oração: É uma prece ou reza dirigida a Deus ou a outro ser espiritual e que está integrada
nos rituais de grande parte das religiões. Trata-se de um ato religioso no qual o homem
procura manter uma ligação com seres divinos através da súplica, da ação de graças, do
louvor, da adoração, entre outros propósitos.
A oração pode ser feita de forma individual ou em grupo, em um meio público ou
privado. Também pode seguir um modelo formal ou ser feita de forma espontânea.
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Importante
Cada tradição religiosa tem a sua forma de estabelecer comunicação com seus fiéis e
com o seu sagrado. Cabe a cada um de nós respeitar essas manifestações religiosas.
Vimos que existem várias formas de comunicação com o sagrado. Leia e ouça a canção a
seguir e responda:
3. Em sua opinião, por que o eu poético diz que “Tenho que ter mãos vazias/Ter a alma e
o corpo nus/Se eu quiser falar com Deus”?
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Capítulo O QUE
13 É MÍSTICA?
Na aula de hoje, vamos conhecer um termo que talvez seja
uma novidade para você. Já ouviu falar em mística? Não. Nós não estamos falando da
Mística do X-Man. Vamos conhecer um pouco mais?
É muito comum no universo religioso o uso do termo mística, para se referir a alguma
experiência especial com o mistério e com o sagrado, que, na maioria das vezes, não é
possível descrever com palavras, mas apenas sentir. É uma experiência profunda, e está
presente nas diversas tradições religiosas e filosofias de vida.
Antigamente eram chamados de místicos homens e mulheres que se dedicavam à
contemplação, ou seja, passavam a vida toda em silêncio conectando-se com Mistério, que
para alguns era o Sagrado, nutrindo uma relação mística. A palavra mística vem de mistério,
de origem grega – mysterion, que vem de múein, que significa o caráter escondido, não
revelado de uma realidade. É a dimensão de profundidade do ser humano. Por isso, se
equipara com a espiritualidade.
Um dos modos de expressar o mistério é por meio da experiência mística, aquela que
acontece no íntimo do ser humano, quando ele se deixa encontrar com a profundidade de
si mesmo ou com o Sagrado.
Na mística hindu, por exemplo, é fundamental a realização espiritual plena e a
comunhão com o cosmos e com a divindade. A mística muçulmana baseia-se na submissão
e na busca de harmonia na relação com Alá. A mística judaica consiste na fidelidade ao
Senhor e à sua lei. Na mística cristã, busca-se na vida de Jesus Cristo o exemplo para a
própria vida, no seu segmento através do exercício do amor. No Budismo, há a busca pela
iluminação, ou Nirvana.
Os místicos são pessoas que encantam e ficam admiradas com a profundidade do
mistério, ou seja, são pessoas que vivem do encontro pessoal consigo, com o outro, com a
natureza e, para quem tem fé, também com o Sagrado. Muitos deles, ao olharem para o
mundo na perspectiva do Mistério, mantém os pés no chão e se engajam na luta por uma
sociedade mais justa e fraterna.
A experiência mística pode ser também compreendida como misticismo. Para alguns
teólogos, o misticismo pode ser entendido de dois modos: traduz essa relação profunda do
ser humano com o mistério, que para alguns pode ser o divino ou o sagrado, mas pode
também degenerar numa relação mágica e ingênua com o Sagrado, e levar à crendice, à
magia e à superstição.
Mandala é uma palavra que vem do sânscrito, que significa círculo. A mandala
também possui outros significados como círculo mágico ou concentração de energia.
Universalmente a mandala é símbolo da totalidade, da integração e da harmonia. Pode ser
utilizado na decoração de ambientes, observando os significados das cores, para atingir os
benefícios desejados, podendo ser concentração, criatividade, diminuição da ansiedade e
do estresse, equilíbrio físico e emocional.
As mandalas podem ser desenhadas e pintadas ou mesmo
elaboradas com areia de diversas tonalidades. No caso da mandala
de areia, a sua elaboração é um profundo o processo de meditação.
Nesse processo são lapidados o autoconhecimento, a harmonia
interior, a paciência e a determinação. Assim que é Mandala é
finalizada, após alguns rituais, ela é destruída e a areia é lançada
nas águas de um rio. Essa prática destaca a impermanência de
todas as coisas - a impermanência é um dos ensinamentos da
tradição budista.
Responda
1. Uma mandala pode ser usada para diversos fins. Copie os que são citados no texto.
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3. O texto afirma que na filosofia Zen-budista existem os Koans, que são pequenas
parábolas. Qual a sua finalidade?
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5. Quais princípios das religiões de matriz africana foram percebidos e aceitos pelos
indígenas?
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6. Pelo que você já estudou sobre o assunto, possível encontrar esses princípios em outros
credos religiosos?
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8. De acordo com o que você aprendeu nos últimos capítulos, analise as afirmativas a
seguir e indique V para verdadeira e F para falsa.
11. Para os povos indígenas, ter saúde significa estar espiritualmente em harmonia com a
natureza. Para você, o que significa ter saúde?
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12. De acordo com o que você estudou neste capítulo, é possível afirmar que apenas as
pessoas religiosas vivenciam experiências místicas? Justifique sua resposta.
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36
Capítulo Espiritualidade
14 Na aula de hoje vamos estudar sobre o termo
espiritualidade. Vamos conhecer o conceito e
alguns exemplos.
A palavra espiritualidade, por muito tempo, foi vista como um sinônimo de religião, ou
algo automaticamente ligado a ela. Como uma dimensão invisível que deveria ser cultivada
para alcançar a perfeita ligação com o Sagrado, mas que também pode ser compreendida
como a dimensão de profundidade humana.
Depois de muito tempo e com muito estudo, percebeu-se que a espiritualidade
independe da religião. Também quem não é religioso ou não tem fé religiosa pode ter sua
espiritualidade.
Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que todos os seres humanos possuem
espiritualidade, independentemente de ter religião ou não, de acreditar em experiências
com o Sagrado ou não.
Descobriu-se que a espiritualidade é essa necessidade de tornar-se hoje, melhor que
ontem. Uma forma de se perceber no mundo. E todos os seres humanos possuem essa
necessidade, e várias são as possibilidades de cuidar da espiritualidade, seja na religião,
em filosofias de vida, seitas, na música, na arte, no esporte, na literatura etc...
Logo, podemos conceituar o termo espiritualidade como a dimensão de profundidade,
que sempre busca por algo a mais, que busca atribuir sentido à vida e à existência.
O jovem vive hoje num mundo onde a religião é fundamental para se resistir aos
apelos excessivos da sociedade. A religião em si de uma maneira geral tem renovado
muitas questões para se adaptarem aos dilemas que surgem a cada dia, para que os jovens
tenham um referencial.
De uma forma geral, as religiões tem se modernizado, criando formas para chamar a
atenção dos jovens, usando sua linguagem e respondendo a seus anseios. Músicas com
ritmos diferenciados também são estratégias para que os jovens se sintam bem dentro do
ambiente religioso. Alguns jovens estão empenhados na comunidade, participam de
Grupos de Jovens, outros até são lideranças sérias. Mas, também há aqueles que nem
querem ouvir falar disso tudo.
Contudo, a sintonia dos adolescentes com o Sagrado deve acontecer livremente,
sem pressões, e desfrutando do exemplo dos educadores: pais, amigos, padres, pastores,
professores, enfim, de toda a comunidade. Vivemos em um mundo que clama pela atenção
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dos jovens por todos os cantos. Nosso tempo foi inundado com redes sociais e listas de
coisas pra fazer. São prazos e tarefas a realizar. Distrações com tantos problemas que os
jovens nunca têm tempo para pensar em um momento de reflexão.
Questões
2 - Você acha que a doutrina de sua igreja tem feito um bom trabalho para conquistar os
jovens?
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3 - O não apoio da família pode prejudicar a escolha de um jovem por determinada religião?
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5 - Como podemos tentar trazer o jovem para a religião sem ferirmos o livre arbítrio?
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6 – Muitas religiões têm lançado mão do uso da internet para se conectar e estarem mais
próximos dos jovens. Em sua opinião, isso facilita a religiosidade nos jovens?
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7 - O que será que os jovens buscam nas religiões? Será que buscam os mesmos objetivos
que os adultos?
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8 - O que vocês acham dos pais que impõe suas religiões aos filhos?
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O ambiente onde cada um é criado também influi muito. Em primeiro lugar, a grande
influência, positiva ou negativa, é da família. Mas também outros ambientes educativos
como a escola, podem incentivar os jovens a cultivar a espiritualidade.
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10. Quais os sinais que indicam que os jovens estão se aproximando ou se afastando de
Deus?
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11. Quais as dificuldades que os jovens encontram hoje para seguir a doutrina de sua
igreja?
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13. Que tarefas concretas os jovens estão assumindo dentro de sua comunidade?
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15. Você busca um sentido para sua vida? Dentro deste sentido buscado por você, há uma
preocupação com sua espiritualidade?
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16. Monte um painel com fotos e frases que evidenciam a espiritualidade jovem e sua
relação com a religião.
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Fé
Capítulo
Antropológica
15
e Fé Religiosa
Na aula de hoje, vamos compreender o que é fé antropológica e o que é religiosa.
Amigos, existe um nível de fé que todo ser humano pode ter, que não possui sentido
religioso. É a fé antropológica, ou fé humana, que mobiliza a ação das pessoas de acordo
com seus valores, como solidariedade e o altruísmo, e que permite a realização de projetos
que promovem a vida, a dignidade humana, a justiça e a paz. Indígenas, umbandistas,
cristãos, muçulmanos, espíritas, budistas ateus, todos podem compartilhar da mesma fé
antropológica.
Fonte: TABORDA, Francisco. Nas fontes da vida cristã: uma teologia do batismo-crisma. São Paulo: Loyola,
2001. p. 44.
Na incessante busca pela felicidade, muitas vezes o ser humano tem de escolher caminhos
que deem sentido à sua vida. Como saber, porém, se o caminho escolhido é o correto?
Uma alternativa é conhecer as experiências de pessoas que percorreram esse mesmo
caminho, pois a busca pela felicidade acontece também por meio de relações interpessoais,
da convivência em sociedade.
Pela fé antropológica o ser humano dá sentido e propósito à sua vida. Ele tem liberdade de
escolha e é responsável por dar significado às opções que faz, assim como as atitudes que
tem diante dos fatos e das situações que vivencia. Desse modo, pode avaliar em que
momentos da sua vida foi mais significativo.
A fé humana é uma condição básica do ser humano, desde que nascemos: esperamos
(acreditamos, mesmo ainda sem consciência plena) que seremos acolhidos, cuidados e
amados. E essa experiência, no contato com a família, os amigos, os colegas, depois irá
evoluir a fé na justiça, na fraternidade, no respeito, na solidariedade, na paz. Acreditar
nesses valores nos faz lutar para que eles se tornem realidade. E na fé humana, fazemos
isso por nós, pelos outros, pela comunidade.
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A fé religiosa também é a adesão pessoal ao Sagrado. Isso quer dizer que o ato de crer no
Sagrado envolve desde a dimensão racional até a afetiva. Quem crê de maneira religiosa
adere integralmente e se dispõe, interna e historicamente, a acolher em si mesmo o mistério
do Sagrado.
Responda
Justifique:
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Justifique:
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