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Banco de dados de plantas endêmicas pouco conhecidas do estado de

Minas Gerais, Brasil

Nicole Correia de Barros

Heitor Lisboa da Fonseca

Elton John de Lírio

Universidade de São Paulo


nicole.correia104@usp.br

2023) para confirmação de dados relevantes na


Objetivos busca. Para a busca de vouchers os bancos de
O presente trabalho teve como objetivo dados: Jabot (2023), speciesLink (2023),
elaborar um banco de dados de espécies de JSTOR (2023) e GBIF (2023) foram utilizados.
plantas endêmicas de Minas Gerais (MG) Caso não fossem encontradas informações
pouco conhecidas e com ausência de necessárias ou houvesse informações dúbias,
coordenadas geográficas em bases de dados especialistas foram contatados. Ademais, a
virtuais. Este banco de dados objetiva fornecer bibliografia referente a obra original foi obtida
informações sobre a ocorrência de tais por meio do Trópicos (2023), utilizando o
espécies no estado de MG, e contribuir para basiônimo mais antigo como referência.
políticas de conservação e estudos de
biogeografia. Nas espécies em que não havia a coordenada
de origem disponível, foi utilizado um centróide
Métodos e Procedimentos referente ao município. Esses dados foram
obtidos a partir da base da malha de
O banco de dados foi filtrado de registros
municípios do IBGE, utilizando a função
presentes no speciesLink (2023), GBIF (2023)
centróides do QGIS. Por meio do Index
e Flora e Funga do Brasil (Brazil Flora Group
Herbariorum obtiveram-se os acrônimos dos
2023), com cerca de 250 mil registros para MG.
herbários. Com relação ao nível de risco de
A partir da lista de 2.576 espécies com
extinção, as categorias utilizadas são
ocorrência exclusiva para o estado de MG, de
provenientes da IUCN (2023). Entretanto, a
acordo com o Flora e Funga do Brasil, obteve-
avaliação foi realizada pelo CNCflora (2023).
se 794 táxons para investigação de ocorrência.
Resultados
Informações como coletor, número de coleta e
número de catálogo foram utilizados para O levantamento resultou, preliminarmente, em
busca das informações referentes à 684 espécies distribuídas em 79 famílias,
ocorrência em fichas de vouchers presentes sendo que a família Eriocaulaceae apresentou
em herbários físicos e virtuais, bem como maior quantidade de espécies, apresentando
foram consultados literatura científica, obras 26% do total, com 178 spp. Em seguida a
originais e materiais tipo. Também utilizou-se o família Orchidaceae com 8,9% (58 spp.),
Flora e Funga do Brasil (Brazil Flora Group Fabaceae (49 spp.), Bromeliaceae (39 spp.),
Velloziaceae (34 spp.), Asteraceae (33 spp.),
Melastomataceae (30 spp.), Malvaceae (24 Agradecimentos
spp.) e Cactaceae (18 spp.), As demais
famílias apresentaram menos de 18 espécies. Agradecemos ao pesquisador Renato Ramos
por colaborar no dados referentes às espécies.
Com relação ao risco de extinção, observou-se Aos pesquisadores do Instituto Tecnológico
que 588 espécies não foram avaliadas (NE), 43 Vale, Maurício Watanabe e Cecilio Caldeira
foram categorizadas com dados insuficientes pelo apoio na coordenação do projeto. Da
(DD), e 53 estão sob algum grau de ameaça mesma forma, aos especialistas que auxiliaram
sendo, 24 como criticamente em perigo (CR), com informações acerca de espécies: Paulo T.
25 como em perigo (EN) e 4 como vulnerável Sano, Cássio Van den Berg, Valquíria Dutra,
(VU). Guilherme Antar, Maria A. D. de Souza, Luiz M.
Neto, José R. Pirani, Matheus Colli-Silva, Lilian
Os registros analisados foram coletados por Eggers, José Baumgratz, Jomar Jardim,
181 coletores, sendo que a A. A. Silveira foi Ricardo Pacifico, Rafael F. de Almeida, Livia
responsável pelo maior número de coletas, Echternacht, Flávio F. do Carmo, Marcos
com 106, seguido por A. F. M. Glaziou (44), C. Sobral, Mario Gomes, Ricardo de S. Secco,
F. P. von Martius (31), A. Saint-Hilaire (30) e L. Sue Zmarzty, Karin Geenen, Patrícia da Rosa,
Riedel (30). A coleta mais antiga foi realizada George Azevedo, Vanessa Rivera, Viviane Y.
em 1821 e a mais recente em 2020. Por fim, Jono, Peter Sack, Lúcio Leoni, Equipe Brazilian
observou-se que aproximadamente 58 Journal of Biology, Jimi N. Nakajima, Danielle
espécies apresentaram ausência de uma de O. Diniz, Roxali Bijmoer, Diego R. Gonzaga,
localização a nível municipal. Gustavo Heiden, Rodolfo de C. Pimentel,
Viviane Y. Jono, Rafaela C. Forzza, Luciano
Denardi e Carolina Siniscalchi.
Conclusões Parciais
A família Eriocaulaceae apresentou uma Referências
pobreza de dados de localização considerável
em comparação com as demais famílias, o que Brazil Flora Group (2023). Brazilian Flora 2020
enfatiza a necessidade de um estudo que project - Projeto Flora do Brasil 2020. Instituto
possibilite o mapeamento de tal. de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro.
Acerca do risco de extinção, hipotetiza-se que Jabot-JBRJ (2023) Instituto de Pesquisas
é possível que a avaliação não tenha sido Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jabot -
realizada devido à ausência de informações Banco de Dados da Flora Brasileira. URL:
sobre as espécies, o que dificulta ou http://www.jbrj.gov.br/jabot.
impossibilita a categorização. A falta de GBIF.org (2023). GBIF Home Page. URL:
avaliação do risco de extinção da maior parte https://www.gbif.org.
das espécies analisadas reforça o risco que speciesLink (2023) speciesLink network. URL:
essas populações estão submetidas, e como é specieslink.net/search.
essencial a demarcação de suas ocorrências JSTOR (2023) JSTOR Global Plants. URL:
para que a classificação seja feita e, assim, https://plants.jstor.org/.
planos de conservação possam ser realizados. Tropicos.org (2023). Missouri Botanical
Garden. URL: https://tropicos.org.
A ausência de informações acerca da CNCflora (2023). Núcleo Lista Vermelha. URL:
localização referente ao município em algumas http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-
espécies reforça a importância de um estudo br/projetos/lista-vermelha. Acesso em 25 maio.
mais detalhado acerca do local de ocorrência 2023.
das mesmas, de modo que possibilite um IUCN (2023). The IUCN Red List of Threatened
levantamento acerca da riqueza florística com Species. URL: https://www.iucnredlist.org.
maior especificidade. Acesso em 25 maio. 2023.

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