Você está na página 1de 24

MONTANHISMO

especialidade de

m a n ua l
Especilidade de Montanha ■ 2

mento informado dos cuidadores. Para os


REQUISITOS maiores de idade será pedido o consenti-
1. Possuir especialidade de Excursionismo; mento informado.

2. Possuir especialidade de Orientação; 16. Que momentos chave da vida de Moisés


foram passados na montanha?
3. Possuir especialidade Primeiros Socorros;
17. Porque é que os encontros mais impor-
4. História do Montanhismo;
tantes de Moisés com DEUS e na Trans-
5. Conservação do ambiente em Montanha; figuração de Jesus se deram em monta-
6. Materiais e equipamentos e como prepa- nhas?
rar uma mochila para diferentes climas; 18. Enumera algumas imagens dadas à mon-
7. Alimentação em Montanha; tanha no livro de Salmos

8. Orientação em Montanha;

9. Sinalização de percursos pedestres;

10. Pernoita em montanha;

11. Perigos de montanha;

12. Acidentes em montanha: prevenção e ac-


tuação;

13. Planeamento de actividades;

14. Código de ética UIAA (União Internacional


de Associações de Alpinismo);

15. Ter pelo menos 16 anos de idade e para as


aulas práticas deverá apresentar consenti-
Especilidade de Montanha ■ 3

ra impressão escrita do homem sobre o alto conquistado. Durante muitos anos percorreu
HISTÓRIA DO MONTANHISMO de uma montanha: , aldeias da redondeza, oferecendo recompen-
Ninguém sabe ao certo como nasceu este ter- sas para quem atingisse o topo. Assim só em
“Primeiro, contando com a surpreendente
mo nem como nasceu tudo o que envolve o 1786 Paccarde (médico) e Jacques Balmat
qualidade do ar e o efeito da grande extensão
montanhismo, seja manobras de cordas, seja (caçador) realizaram a primeira ascensão.
da paisagem ao meu redor, fiquei imóvel, des-
a alimentaçãoo, etc... A verdade é que o amor
lumbrado. Contemplei as nuvens aos nossos Começou a ser mais usual por volta deste sé-
pelas montanhas e pela natureza sempre exis-
pés, e o que havia lido sobre os montes Atos culo (sec XX) ascensões nos Alpes, e por volta
tiu desde a criação deste mundo por parte do
e Olimpos me pareceu menos incrível diante desta altura o montanhismo começou a ser
nosso Deus “Então disse Deus: “Cubra-se a ter-
das coisas que agora eu mesmo via de uma mais organizado. Novas escolas e guias de
ra de vegetação: plantas que deem sementes
montanha menos famosa... Os Alpes, escar- montanha foram aparecendo. A partir daqui
e árvores cujos frutos produzam sementes de
pado e coroados de neve, pareciam erguer-se o montanhismo foi evoluindo dando lugar a
acor­do com as suas espé­cies”. E assim foi. A
muito próximos, apesar de estarem realmen- expedições mais imponentes e com objecti-
terra fez bro­tar a vegetação: plantas que dão
te a grande distância”. Assim, muitos dizem vos cada vez mais difíceis e mais altos. Assim,
sementes de acordo com as suas espé­cies, e
que este monge e poeta é o pai do Monta- acaba por nascer o alpinismo que se carac-
árvores cujos frutos produzem sementes de
nhismo. teriza pela subida a montanhas mais altas e
acordo com as suas espécies. E Deus viu que
normalmente com maior nível de dificulda-
Com a necessidade de pesquisar sobre o am-
ficou bom”. Génesis 1:11-12.
de a nível físico, mental e técnico. A evolução
biente que rodeia os Homens e a curiosidade
No entanto a vontade de chegar mais alto desta modalidade atinge o seu auge às 11:29
de chegarem a locais inacessíveis por méto-
sempre foi algo que inundou o coração do da manhã no dia 29 de Maio de 1953 quando
dos normais no século XVIII surge com mais
homem. Em 1336, um monge da cidade de Edmund Hillary e Tenzing Norgay atingem o
veemência o montanhismo. Data de 1760,
Avignon, teve a curiosidade de subir uma cume do Everest, a montanha mais alta do
que em Chamonix (França) surgem as primei-
montanha. Este monge, Francisco Petrarca, planeta com 8848m. Claro que a partir daqui
ras técnicas de montanhismo, desenvolvidas
acabou por subir ao cume do monte Ventoux, muitos records foram batidos, muitos desafios
pelo jovem Horace Bénédicte de Saussu-
um pequeno monte perto de onde vivia. Feliz superados e com toda a certeza ascensões
re, enquanto estudava as o maciço do Mont
com sua aventura, Petrarca registou a primei- mais difíceis e mais belas. Mas, Hillary e Nor-
Blanc. Descobriu que este cume poderia ser
Especilidade de Montanha ■ 4

gay mostraram ao mundo que era possível calado. Já não era, aliás, a primeira vez que se paixão pelo mundo das alturas.”
realizar esta ascensão. atingia o topo dessa emblemática montanha.
(Transcrito site Federação Campismo e Montanhismo de
Em 1912 já se falava na criação do Clube Alpi-
“O termo “montanhismo” é aplicado para de- Portugal e adapatado de Guia de Montanha – Manual
no Português, no entanto, o montanhismo or-
signar a actividade que consiste na escalada/ Técnico de Montanhismo I, 2010)
ganizado só se viria a implantar em 1943. Na
ascensão de montanhas. O objectivo do mon-
década de 50 surgem os primeiros refúgios e a
tanhismo centra-se no cume. Atingir o ponto
escalada consolida-se no montanhismo. Mais
culminante de uma determinada montanha
tarde, após contactos com espanhóis, france-
ou o topo de uma falésia. Para tal, é frequente
ses e ingleses, são introduzidos os pitões, os
recorrer a técnicas de escalada, daí confun-
mosquetões e o arnês. A iniciação ao mon-
dir-se intimamente com essa actividade que
tanhismo exige o gosto pela aventura, pois
não é mais do que uma das suas disciplinas
trata-se de uma actividade de risco. Mas, caso
base, a par da marcha, esqui ou campismo/
a progressão seja devidamente enquadrada,
bivaque de montanha.”
os perigos serão bastante minimizados. A me-
“O montanhismo diferencia-se do pedestria- lhor forma de começar será inscrever-se num
nismo pela sua maior dificuldade e diferença clube, frequentando um curso de iniciação e/
de objectivos. E pode diferenciar-se, de certo ou começando a sair com montanhistas (ou
modo, do alpinismo, que implica geralmen- montanheiros) experientes. Um conjunto de
te maiores dificuldades, por estar associado a vastas possibilidades está aberto para aque-
alta montanha, ou seja, terrenos glaciares e/ les que pretendam aventurar-se nas artes do
ou altitudes que obriguem a aclimatação.” montanhismo. Desde a prática de marcha à
Já em Portugal o “montanhismo pratica-se, escalada ou ao esqui de travessia, desde as ac-
com altos e baixos, desde os finais do século tividades em média montanha e relativamen-
XIX. Em 1881, durante a Expedição Scientífica te acessíveis que se praticam no nosso País às
à Serra da Estrela organizada pela Sociedade expedições a altas montanhas no estrangei-
Geográfica de Lisboa, o Cântaro Magro foi es- ro, há lugar para todos aqueles que sentem a
Especilidade de Montanha ■ 5

tão marcados, são seguros e normalmente dutos químicos prejudiciais à fauna e flora da
CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE EM apresentam um caminho bem definido sem água pois não só alteram a qualidade da água
MONTANHA perturbar o meio ambiente. Claro que por ve- para nós mas também para peixes e plantas
zes estes não existem, então deveremos ter que lá vivam. Então, temos de ter atenção ao
É preciso notar que a montanha é natureza
a maior atenção em não destruir a flora pois pH na escolha do produto para nos lavarmos
e por isso é constituída por uma fauna e flora
pode e é o Habitat de alguns seres vivos. Além e este deverá ser neutro (pH=7). Devemos ain-
vasta e que sofre alterações climatéricas. As
disso, o lixo que nós produzimos deverá voltar da olhar para os materiais tensoativos e o que
alterações climatéricas por si só, são mais do
connosco. Assim, deves ir prevenido com um provocam. Estes materiais diminuem o tem-
que suficientes para causar as alterações na
saco plástico para trazer tudo o que produzes po que as bolhas de oxigénio permanecem
paisagem e alterações na morfologia e tipo-
que poderá afectar o Habitat. na água e diminuem o O2 para os organismos
logia do terreno. Assim, o Homem não é mais
que lá habitam. A espuma que alguns deter-
do que um comum convidado nestes am-
2. Água gentes deixam diminui a entrada da luz solar
bientes de montanha.
Por outro lado o ambiente de montanha é e a consequente fotossíntese da flora.
Como todos já devemos ter ouvido existe um muitas vezes composto por água corrente,
Nota: Não grites na Montanha: 1) se houver
velho ditado que diz: “Não deixes mais do que rios, lagoas, lagos. Estes recantos magníficos
neve ou rochas mais soltas poderás criar um
pegadas e não tires mais do que fotografias”. A são um refrigério para um montanhista que
acidente.; 2) gritar poderá ser sinal de pedi-
Natureza é um ambiente perfeito e equilibra- caminhou durante horas e necessita de se re-
do de socorro e podes estar em risco outros
do quando não atormentado pelo Homem: “ frescar, seja beber ou dar um mergulho. Esta
montanheiros; 3) os animais estão na sua roti-
E viu Deus que tudo era bom” Génesis 1:12 água em muitas montanhas acompanha o
na e podem ficar assustados com a nossa pre-
percurso do montanhista sendo-lhe de gran-
1. Flora sença. NÓS SOMOS APENAS CONVIDADOS.
de proveito.
Quando frequentamos ambientes de mon- Resumindo: 1. Optar sempre por percursos
Por isso, é de extrema importância conservar
tanha é necessário perceber que existem pedestres e quando não existem tentar per-
este bem incrível e indispensável.
formas de nos movimentarmos e formas de ceber qual o melhor caminho para criar me-
estarmos. Quando disponíveis, os percursos Devemos então evitar tomar banho com nos impacto na Natureza
pedestres devem ser utilizados pois eles es- champô ou gel de banho que tenham pro-
2. O lixo produzido deve voltar connosco
Especilidade de Montanha ■ 6

3. Na escolha do sabão para o banho atenção


ao pH 7 (deverá ser neutro) e às substâncias
tensoativas

4. Não gritar.
Especilidade de Montanha ■ 7

e caminhada mento.
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS: COMO
9. Hidratação – Cantil com água Exemplos:
PREPRAR UMA MOCHILA PARA
10. Abrigo – Saco cama de acordo com a es- Verão – T-shirt técnica, Calções de tecido se-
DIFERENTES CLIMAS tação do ano, saco bivac, colchonete isolante, cagem rápida, roupa interior sintética, polar
O Material de montanhismo, tem como base Tenda para a noite.
o material usado no excursionismo. Difere só
Para carregar este material, devemos usar Inverno – 1 camada justa sintética, polar 200,
em termos de calçado, que deve ser mais ro-
uma mochila de 40-50 litros bem ajustada ao calças softshell, casaco impermeável, polainas
busto e na roupa o sistema das 3 camadas é
nosso corpo, usar sacos estanque para manter
Calças em tecidos de secagem rápida no ve-
mais notório, principalmente de inverno.
o equipamento e roupa seco.
rão e tecidos softshell para o inverno são o
Os 10 Essenciais do montanhismo Opcional: Batões de caminhada ideal para proteger as nossas pernas
1. Navegação - Mapa/bussola/gps Roupa interior sintética ou de lã (merino)
Vestuário
2. Proteção Solar – Boné/Oculos de Sol/Prote- Meias de lã ou sintéticas – Dependendo das
Botas de Montanhismo resistentes de quali-
tor solar meias, das botas e dos pés, pode ser usado
dade, bem ajustadas e aderentes. No monta-
3. Insolação – Roupa adequada á epoca do nhismo muitas vezes caminhamos muitas ve- um sistema único ou de 2 camadas, usando
ano – Sistema de camadas zes por terrenos incertos e rochosos, por isso umas mais finas e umas mais grossas. A lã de
umas botas protegem os tornozelos de uma merino é exelente a regular a temperatura e
4. Iluminação – Frontal e pilhas
forma mais eficaz. combater odores.
5. Prmeiros Socorros – Kit de primeiros socor-
1a e 2a Camada de roupa em tecidos justo Polainas- Em tempo de chuva e neve
ros e pastilhas purificadoras
e sintéticos e a 3a camada de tecidos Inper-
6. Fogo – Fogão de campismo, combustivel, meáveis mas respiráveis. Exemplo: 1 camada Preparar uma mochila para Montanhismo e
panela de campismo diferentes climas
poliester justa + Polar + Casaco Goretex.
Algumas considerações sobre carregar uma
7. Kit de reparação – Faca, duct tape Uma outra camada intermédia bastante leve mochila em montanhismo
8. Nutrição – Comida suficiente para refeiçoes e windstopper pode ser um bom comple-
Especilidade de Montanha ■ 8

A mochila para uma pessoa em forma, não O centro de gravidade de se localizar perto Arrumação de mochila para terrenos fáceis. O
pode pesar mais de 20-25% do peso corporal. ds costas e idealmente na altura dos ombros. centro de gravidade deve ficar mais alto.
Distribui o peso de forma que nenhum dos
Ajusta a mochila com peso na cintura e não
lados esteja mais pesado.
nos ombros

A mochila deve ter o minimo possivel de itens


no seu exterior, por uma questão de equilibrio
e segurança

Ao andar olha sempre em direção ao horizon-


te para manter a coluna em posição adequa-
da diminuindo o desgaste físico.

Coloca as coisas na mochila por ordem de ne- No montanhismo, especialmente invernal,


cessidade mas sempre com atenção de colo- devemos ter em especial atenção: Proteger
car os artigos mais pesados na parte centro a mochila da água. NÃO existem mochilas
superior traseira. Exemplo: Saco cama será o Arrumação de mochila para terrenos aciden- 100% impermeáveis. O ideal é termos um
ultimo artigo a utilizar por isso deverá ir no tados. Esta arrumação permite um maior saco estanque por dentro. Roupa extra quen-
fundo, e a roupa de chuva na parte superior equilibrio em terreno dificil. te incluindo luvas e gorro Botas impermeá-
pois pode ser necessário retirar rápido. veis Comida para aquecer

Forma ERRADA dedistribuição de peso numa


mochila.
Especilidade de Montanha ■ 9

Como é costume dizer-se, comer antes de ter é longo e cansativo com muito dispêndio
ALIMENTAÇÃO EM MONTANHA fome e beber antes de ter sede. energético. Assim, devemos ter em atenção e
Numa atividade de montanha, dependendo “encher” as nossas reservas logo pela manhã.
Vamos dividir a alimentação em dois tipos de
da duração, distância, altimetria e da tempe- Algumas ideias: cerelac (é só juntar água) com
atividades, de curta (um dia) e longa duração
ratura, o desgaste/dispêndio calórico vai ser frutos secos, granola, aveia, etc...
(mais de um dia). Na curta duração (um dia,
sempre mais elevado do que no nosso quoti-
só uma refeição volante), podemos levar de
diano. Daí a importância da alimentação. Almoço
casa alguma coisa já preparada como umas
A mesma ideia deve ser seguida. Algo leve
Os alimentos são os combustíveis através sandes, juntando uma barrinha energética e
para comer se for para prosseguir rapidamen-
dos quais extraímos a energia necessária fruta. As atividades de longa duração reque-
te a marcha, como sandes com algo proteico
para manter vivo o nosso organismo. O corpo rem uma logística maior, pois vamos neces-
e calórico no seu interior. Se for combinado
humano, para sobreviver, necessita de com- sitar de pensar em pequeno-almoço, almoço
com o grupo parar e cozinhar, pode-se levar
bustíveis que variam de pessoa para pessoa. e jantar.
alguma massa instantânea, de preferência lio-
Comer e beber de maneira equilibrada e va-
Longa duração: filizada, que se compra, por exemplo, na de-
riada, no momento certo e em quantidades
Para actividades de longa duração devemos cathlon.
suficientes é fundamental.
ter em atenção que teremos de transportar
Na montanha, nem sempre é fácil fazer uma Suplementos
um fogão e garrafa de gás. De preferência não
alimentação equilibrada e suficiente, pelo Durante o dia devemos ter em atenção e ir co-
comprar fogões da campingaz pois além de
que é importante seguirmos uma “dieta” que mendo sempre alguma coisa. Seja uma barra
terem menos potência que outros no mer-
abranja o melhor possível os recursos energé- energética, seja um gel, frutos secos, etc. Mui-
cado normalmente as botijas por não terem
ticos para podermos desfrutar ao máximo da to importante- não levem nada para a monta-
misturado propano e butano acabam por
atividade. Para que tal aconteça, é necessário nha que nunca tenham experimentado antes,
congelar a baixas temperaturas.
ter em conta algumas recomendações como pode trazer graves problemas intestinais
comer e beber pouco, mas muitas vezes ao Pequeno Almoço
Jantar
longo do dia (para mantermos as nossas re- O pequeno almoço deve ser realmente re-
O jantar, por norma, é a refeição mais apetecí-
servas energéticas e níveis de hidratação). forçado. O dia normalmente em montanha
Especilidade de Montanha ■ 10

vel, quente e substancial do dia. Devemos re- NOTA: devemos ter em atenção que a nossa
por todos os gastos das reservas energéticas. refeição deve ter algo proteico e algo calórico
Normalmente temos também mais tempo
Dicas: existem fogões no mercado a 10€ com
para o preparar pois estaremos mais descan-
boa potencia e boa durabilidade.
sados e próximos do acampamento à noite.
Assim, deveremos focar a nossa atenção em
cozinhar alguma massa, noodles e/ou sopa

Alguns conselhos:
- Comer e beber adequadamente antes, du-
rante e depois da atividade, optando por
alimentos de fácil digestão;

- Beber frequentemente;

- Adequar a alimentação ao tipo de ativi-


dade;

- Não descurar o pequeno almoço;

- Não comer demasiado antes ou durante a


atividade;

- Saber que temos de carregar o que vamos


comer.
Especilidade de Montanha ■ 11

reno pode provocar acidentes e o socorro é Localização no mapa


ORIENTAÇÃO EM MONTANHA também geralmente mais dificil. Por isso re- Localizarmo-nos no mapa deve ser a primeira
Em montanha deve se ter em atenção os se- comenda se que se pratique com frequên- preocupação, então devemos ter SEMPRE o
guintes 5 Ds cia orientação usando mapa e bussola. mapa orientado ou pela bússola ou pelo ter-
DISTÂNCIA – Que distância até ao destino - As curvas de nível têm especial relevância reno.
no montanhismo, pois são de extrema im- Através de elementos geográficos diversos é
DIREÇÃO – Qual a direção, azimute
portância no reconhecimento do percurso e possível fazer um reconhecimento básico da
DESCRIÇÃO – O que vemos e sentimos que planear a nossa rota. Devemos evitar as zo- nossa localização. Este deve ser o primeiro
será a dificuldade do percurso. nas escarpadas. passo.
DURAÇÃO – Quanto tempo demorará - Usando um altimetro conseguimos mais efi-
DESNÍVEL – Dependendo do desnivel do ter- cazmente reconhecer a que altura estamos
reno, podemos encontrar situações perigosas e nos localizar na cota certa do mapa.

- Leva um mapa laminado ou numa bolsa pro-


Material essencial:
pria num bolso com fecho e a bussola com
Mapa topográfico actualizado da zona
um cordel ao pescoço. Assim estão sempre
Bússola faceis de usar.
Altimetro - Deixa SEMPRE informação do percurso e
contactos a alguém que possa ir verificando Azimutes
GPS (opcional)
se está tudo bem Os azimutes não são mais do que os graus
Dicas de Orientação do ângulo formado entre uma determinada
- Regra geral, carregados com mochila e em
- As consequências de erros de navegação direcção e o Norte Geográfico, no sentido dos
terreno dificil demoramos 1 hora a percor-
num ambiente montanhoso são geralmen- ponteiros do relógio. Assim, tal como uma cir-
rer menos de 4kms, mas em terreno aciden-
te mais desastrosas que de caminhadas em cunferência tem 360º, os azimutes podem ser
tado devemos acrescentar 1 hora por cada
parques por exemplo. A dificuldade do ter- contados desde o 000º até ao 360º.
600 metros de subida.
Especilidade de Montanha ■ 12

Miradas Contornar obstáculos no terreno ao seguir mo azimute de origem.


miradas
Dá-se o nome de miradas aos azimutes que 3. A seguir faz-se o oposto de 1. calculando o
se tiram directamente com a bússola para um Por vezes, ao seguir uma rota por miradas en- seu azimute inverso e percorrendo exacta-
determinado ponto no terreno. O azimute contram-se obstáculos que nos impedem de mente a mesma distância.
que se pretende deverá estar alinhado com o continuar o nosso percurso. Nessas situações,
4. Retoma-se o trajecto original.
Indicador de Rota quando, a agulha magné-
a solução passa por contornar o obstáculo.
tica está alinhada com o Norte da Guarnição. Azimutes nas Cartas Topográficas

Como tirar uma mirada. Também é possível tirar um azimute num


mapa, de modo a definir um possível trajecto.
1. Identificar na guarnição onde está o azimu-
Para tal, dever-se-á em primeiro lugar alinhar
te que se pretende.
as meridianas do mapa com as meridianas da
2. Colocar o azimute que se pretende alinha- bússola, fazendo coincidir o Norte Geográfico
do com o indicador de rota. com o Magnético. Depois, com a carta alin-
hada, o centro da bússola deverá ser coloca-
3. Girar a bússola, mantendo-a nivelada na
do no ponto de partida do trajecto e, tira-se o
horizontal, de modo a coincidir o Norte da
azimute como descrito em "como tirar uma
guarnição com a agulha magnética Norte.
mirada").
4. Olhar para a projecção do indicador de
rota de modo a identificar um ponto de A solução mais fácil, como se observa na ima- Triangulação
referência que permita seguir um azimute. gem, é fazer um “quadrado” à volta do obstá- Uma das técnicas mais essenciais no montan-
NOTA- Em azimutes nocturnos o ponto de culo. hismo é saber usar a bussola e mapa numa
referencia deverá ser uma luz, caso contrá- 1. Ao azimute que se está a seguir devem ser triangulação para perceber a posição.
rio há mais probabilidade de perdermos a adicionados ou removidos 90º (conforme 1. Orientar o mapa para norte usando a bus-
referência espacial. se prefira passar pela esquerda ou direita). sola
2. O obstáculo é contornado usando o mes- 2. Escolher 2 pontos de referência na distân-
Especilidade de Montanha ■ 13

cia que reconheças no mapa. distantes representam terrenos mais planos.

3. Tirar o azimute do primeiro ponto A partir da visualização de uma curva de nível


é possível identificar se o relevo de uma de-
4. Usa o azimute inverso a partir de cada um
terminada área é acidentado, plano, montan-
dos pontos e traça uma linha com ajuda
hoso, íngreme e etc. Diante dessa afirmação,
da régua da bussola. A interceção das duas
percebe-se que a configuração das linhas são
linhas corresponde á nossa localização
determinadas pelas características do relevo
O Azimute Inverso da área mapeada.
O Azimute Inverso é o azimute de direcção Curvas de Nível
oposta. Curva de nível é o nome usado para designar
Por exemplo, o Azimute Inverso de 90º (Este) uma linha imaginária que agrupa dois pon-
é o de 270º (Oeste). tos que possuem a mesma altitude. Por meio
dela são confeccionados os mapas topográfi-
Para o calcular basta somar ou subtrair 180º
cos, pois a partir da observação o
ao azimute em causa, consoante este é, re-
spectivamente, menor ou maior do que 180º. técnico pode interpretar suas informações at-
ravés de uma visão tridimensional do relevo.
Exemplo de como calcular os azimutes inver-
Estas são de extrema importância em mon-
sos de 65º e 310º
tanha. Uma curva de nível refere-se a curvas
Azimute altimétricas ou linhas isoípsas (ligam pontos
Az. Operação
Inverso de mesma altitude), essa é a mais eficiente
como é inferior a 180º 65º + 180º maneira de representar as irregularidades da
65º
deve-se somar 180º = 245º superfície terrestre (relevo). As linhas acima
como é superior a 180º 310º - 180º são curvas de níveis. Relevos de maiores al-
310º titudes possuem curvas de níveis mais próx-
deve-se subtrair 180º = 130º
imas umas da outras, enquanto que as mais
Especilidade de Montanha ■ 14

Normas de Conduta Grandes Rotas: Mais de 30 quilómetros e


SINALIZAÇÃO DE PERCURSOS sinalizadas a vermelho e branco.
Seguir somente pelos trilhos sinalizados.
PEDESTRES;
Evitar barulhos e atitudes que perturbem a
Precauções
paz local.
O caminhante deve confirmar a extensão
Observar a fauna à distância, preferencial-
do percurso pedestre a efetuar e verificar as
mente com binóculos.
condições climatéricas.
Não danificar a flora.
Deve estar sempre atento à sinalização exis-
Não abandonar o lixo, colocando-o em locais
tente.
onde exista serviço de recolha.
Deve calçar meias sintéticas ou de lã e roupa
Fechar cancelas e portões, caso surjam duran-
muito confortável (adequada às condições cli-
te o percurso.
matéricas), sobretudo umas calças folgadas
e ainda, no caso do montanheiro, muda de Respeitar a propriedade privada. O registo e a atribuição da numeração das
roupa. grandes rotas são feitos a nível nacional, con-
Não fazer lume.
stituindo estas o Plano Nacional de Percursos
Levar uma mochila para transporte de man-
Ser afável com os habitantes locais, esclare- Pedestres.
timentos, estojo de primeiros socorros, cantil
cendo quanto à atividade em curso e às mar-
de água, um apito, e ainda um chapéu/boné. Quando estes percursos são transeuropeus
cas do percurso.
(que se iniciam ou terminam em Portugal e
Levar um mapa da região com detalhes do
decorrendo em mais de três países), a numer-
percurso
ação é complementada com a letra E (Euro-
Telemóvel com bateria, avisar alguém qual o pa) e com a respetiva numeração
percurso que vai realizer e ter contactos de
emergencia

Seguir somente percursos sinalizados.


Especilidade de Montanha ■ 15

Pequenas Rotas: Até 30 quilómetros. to, não se admire se vir muitos “PR3”, “PR2”
e “PR1”, pois podem existir tantos quantos os
concelhos de Portugal.

Rotas de Montanha: São itinerários realizados


em territórios de

Montanha/Serra, balizados exclusivamente


com a tradicional sinalização pastoril, conhe-
cida por mariolas (ver imagens abaixo), tendo Exemplo de ficha técnica

em consideração a fragilidade do espaço de


montanha e a redução do impacto ambien-
tal, quer da sinalização quer da afluência de
pedestrianistas, visando contribuir para o uso
harmonioso e equilibrado desses espaços,
constituindo alternativas às comunidades ru-
São registadas por concelhos, sendo-lhes
rais.
atribuída uma numeração que se inicia no
número 1 e constituindo redes de concelho.

Se um percurso decorre no espaço da divisão


territorial de dois concelhos, é-lhe atribuído a
numeração referente ao concelho com mais
território abrangido.

A numeração deve ser complementada com


as letras designativas do concelho. Assim, PR3
- ARC é o percurso pedestre de pequena rota,
número três do concelho de Arouca. Portan-
Especilidade de Montanha ■ 16

demos pôr em risco a nossa vida e de quem certeza toda a tecnologia que nós temos no
ACIDENTES EM MONTANHA: PREVENÇÃO estiver connosco para nos resgatar se não que toca a previsão de meteorologia. Assim,
E ACTUAÇÃO tomarmos algumas precauções. Devemos hoje temos benefícios em relação a eles.
então, beber água sempre que possível pu- Devemos então consultar sempre a me-
“Nenhum Homem conquista a montanha,
rificada com uma pastilha de purificação teorologia do local da actividade antes de
esta apenas o tolera!” deveria ser este o mote
de água. Por exemplo existem umas pastil- irmos e se necessário cancelar a mesma. Te-
de qualquer montanhista ou amante da na-
has de purificação, Aquatabs, que por cada mos ainda alguns locais que nos oferecem
tureza que se aventure por caminhos onde
Litro de água deverá ser acrescentada uma em directo uma webcam das condições.
quem manda é a Montanha.
pastilha e aguardar-se 30 minutos antes de No entanto, embora seja um benefício e
Nunca poderemos competir com a força beber. Notem que grande parte das vezes nos dê uma ideia mais aproximada como
da Natureza. Deus deu-nos este ambiente não temos este tipo de material disponível está a meteorologia no local da actividade,
fantástico para disfrutarmos dele e não para e teremos ou de ferver água ou mesmo em montanha o tempo é muito vulnerável
que ele nos fosse prejudicial. Assim, devemos bebê-la directamente mas sempre de for- e incerto. Devemos então estar atentos
estar conscientes que este tipo de actividades ma lenta e pouca água de cada vez para aos sinais que a natureza nos dá e termos
comportam riscos que podem ser minimi- evitarmos uma indigestão. sempre um impermeável na mochila e pro-
zados em grande parte por medidas activas tecção impermeável para a mochila (rain-
do próprio montanheiro. Devemos então es- cover).
tar alerta para alguns riscos para nos prote-
Para mais informação sobre meteorologia:
germos a nós, ao grupo que nos acompanha
http://clubemontanhismodebraga.blogspot.
e a eventuais grupos de resgate e salvamento
pt/2013/05/prever-meteorologia-em-mon-
que tenham de entrar em acção. Assim dever-
tanha-parte-1.html
emos sempre trabalhar numa perspectiva de
prevenção: 3. Comunicação: Em montanha a comuni-
2. Meteorologia: Quando Edmund Hillary e o
cação faz milagres. Devemos sempre avisar
1. Água: Uma boa actividade poderá ser es- Tenzing Norgay atingiram o cume mais alto
outras pessoas familiares dos locais onde
tragada por um simples beber de água. Po- do mundo, Everest, não tinham com toda a
vamos andar. Não devemos avisar só o local
Especilidade de Montanha ■ 17

mas também os dias que vamos estar fora. pagos; b) dormir em tenda; c) dormir ao re- tante portanto tenham em atenção o ma-
Devemos ter sempre telemóvel com bateria lento, bivaquear. terial escolhido.
para realizar comunicações se necessário.
a) Refúgio- normalmente será necessário Exemplos de refúgios:
Dentro de um grupo existem pessoas com
reservar quantas noites e quantas pes-
ritmos de marcha diferentes. Assim, todo o Gredos- http://www.refugiolagunagrandegre-
soas irão usufruir do refúgio com alguma
grupo deve mover-se ao ritmo do elemento dos.es
antecedência para que não haja surpre-
mais fraco e NUNCA abandonar ninguém. Picos da Europa- http://www.refugiodeurriel-
sas e o refúgio esteja completo. Se dese-
Para isto pode ser necessário levar walk- lu.com
jarem poderão comprar os serviços de
ie-talkies para manter a comunição entre o
refeição também. Pirinéus- http://www.alberguesyrefugios-
grupo.
b) Tenda- deverão levar tenda capaz de su- dearagon.com/refugio.php?id=8
4. Não andar sozinho: Andar sozinho em
portar as condições climatéricas e capaz 6. Orientação: “Faça chuva, faça frio, orien-
montanha é provavelmente a pior ideia
de albergar o número de pessoas que tação é um desafio”, Rui Nunes. É verdade,
que podemos ter. Existem muitas pessoas
fará parte da actividade. Devem ter em um dos temas mais importantes e deter-
à procura de novas aventuras e de se “en-
atenção o tipo de tenda que levam pois minantes. Quando saímos para uma activ-
contrarem a si próprias”
terão de a transportar. idade há que ter um objectivo e para isso
5. Dormidas (ver capítulo de “pernoita em um rumo. Assim, devemos dominar técni-
c) Bivaquear- se optarem por dormir ao
montanha”): Quando se dorme em mon- cas de orientação (ver capítulo de Orien-
relento sem protecção extra, deverão
tanha há que ter em atenção que escolhas tação em Montanha)
ter extra cuidado na escolha do saco
vamos fazer. Em primeiro lugar, ter olhado
de cama, do lugar onde vão pernoitar e 7. Boa nutrição: Em Montanha, a alimentação
para a meteorologia. Em segundo lugar
eventualmente levar um saco de biva- é determinante para tingirmos objectivos
levar equipamento próprio para os planos
que. e evitarmos quebras de atenção e even-
que temos e ter sempre um plano backup.
Seja qual for a forma que escolham para tualmente algumas situações mais graves.
Então temos algumas opções: a) dormir em
passar a noite, tenham em atenção que à Devemos então ter em atenção que deve-
abrigos/refúgios que algumas montanhas
noite, na montanha, a temperatura cai bas- mos ir alimentando o nosso corpo e não só
e serras disponibilizam mas normalmente
Especilidade de Montanha ■ 18

quando temos fome. (Ver capítulo Alimen- primeiros socorros.


tação em Montanha)
Acontecendo um acidente, deveremos agir.
8. Bom senso: Saber as nossas capacidades Nunca devemos deixar ou abandonar a víti-
físicas, mentais e técnicas assim como a do ma. Devemos sim pedir ajuda pelo telefone se
restante grupo pode ser a chave de uma for caso disso. Se estivermos perdidos por falta
actividade. Se o percurso nos parecer exi- de visibilidade não deveremos mover-nos até
gente de mais em termos físicos talvez seja que o nevoeiro ou chuva passem pois podere-
melhor evitá-lo e tentar fazer mais tarde mos cair ou estar a colocar-nos numa situação
com melhor preparação. Se nos parecer ex- mais perigosa. Devemos então parar, orar e
igente em termos técnicos talvez seja mel- pedir ajuda. Tudo o que podermos fazer para
hor voltar com alguém que o conheça e ajudar a vítima devemos fazê-lo desde que
nos possa orientar. Acima de tudo devemos não nos coloque a nós próprios em perigo.
ser Humildes. Não se esqueçam: “Nenhum
Homem conquista a montanha, esta ape-
nas o tolera!”

Actuação:
Chegou a parte de falarmos do pior cenário:
acidentes. Estes podem acontecer. Seja in-
solação, seja uma queda, seja desmaio, ou
mesmo estarmos perdidos tudo o que pos-
sam imaginar em montanha pode acontecer.
Claro que não queremos que aconteça e por
isso o capítulo anterior fala de prevenção. No
entanto, há que saber e ter conhecimentos de
Especilidade de Montanha ■ 19

No entanto toma atenção pois deves ir pro- - Obrigatório eventualmente sair da rota
PERNOITA EM MONTANHA tegido para o frio durante a noite em mon-
Tenda
Quando fazemos uma actividade de mon- tanha. A temperatura desce radicalmente e
não queres passar uma noite desconfortável. Prós:
tanhismo temos várias hipóteses. Ou fazemos
uma actividade de um dia só ou de vários dias. Assim leva um saco bivaque contigo e/ou uma - Autonomia total
Quando realizamos uma actividade de vários manta de sobrevivência que protege contra a
- Sem custo
dias a pernoita em montanha é inevitável. En- humidade da noite e alguns pingos da chuva
tão, assim sendo, é de extrema importância e ainda traz mais 2-3º de aquecimento para ti. - Protegido dos elementos

planear o local de dormida dependendo do Contras:


Exemplos sacos bivaques:
tipo de actividade que queremos. Se quere-
https://www.decathlon.pt/capa-de-saco-ca- - Ter de carregar a tenda
mos algo mais confortável e caminhar mais
ma-impermeavel-id_8382603.html - Tendas suficientes para todo o grupo
leves, temos os refúgios de montanha (com
camas, cobertores, etc). Se queremos andar http://www.barrabes.com/salewa-ptx-bivibag- Bivaque
de forma autónoma sem termos “obrigator- ii/p-64916?idvariedad=259158&opt=d
Prós:
iamente” de passar pelo refúgio ou levamos
Refúgio
tenda ou bivaqueamos. Dormindo em tenda - Autonomia total
temos de ter atenção que temos de ter abri- Prós:
- Sem custo
go para todos os elementos do grupo e que - Cómodo
- Marcha mais leve e rápida
teremos de “carregar” essas mesmas tendas.
- Quente
Por outro lado estamos protegidos. Bivaquear - Céu estrelado
significa passar a noite ao relento. Temos de - Seguro
Contras:
saber que estamos mais leves mas mais vul- - Não carregamos tanto peso
- Vulnerável aos elementos
neráveis aos elementos. Movemo-nos mais
Contras:
rapidamente pois não temos de montar e Se optares pela tenda ou bivaque lembra-te:
desmontar tenda mas mais desprotegidos. Se - Actividade mais cara
- Água por perto;
queres ver um bom céu, esta é a opção certa.
Especilidade de Montanha ■ 20

- Protegido do vento;

- Camuflado;

- Cuidado com o lixo por perto.

Dica: dormindo ao relento protege o teu


calçado pois pela manhã irá estar molha-
do. Vira então a sola para cima ou põe por
baixo de algo que se possa molhar com a
humidade.
Especilidade de Montanha ■ 21

Telefones importantes:
PREPARAR UMA ACTIVIDADE
Número Nacional de Socorro para incêndios:
É importante perceber que o primeiro passo
117
para que nada corra mal é preparar bem uma
Grupo Intervenção Protecção Socorro Suba-
actividade de montanha. Então devemos:
grupamento Montanha: 275320660
1. Conhecer bem o local;

2. Se não conhecermos o local devemos es-


tudar bem o percurso antes e marcá-lo no
mapa ou GPS;

3. Avisar várias pessoas quantos dias vamos


estar fora e em que locais;

4. Ter telefones de emergência de amigos e


autoridades locais;

5. Levar telemóvel com bateria;

6. Conhecer o grupo que vamos e adequar o


ritmo e tipo de actividade às necessidades
do grupo;

7. Pensar nos locais de dormida;

8. Consultar a meteorologia mas ir preparado


para mudanças bruscas da mesma;

9. Levar 1os socorros.


Especilidade de Montanha ■ 22

fixação de proteções fixas em novas rotas ou e nunca fazer furos ou colocar proteções fixas
CÓDIGO ÉTICA UIAA já existentes pode não ser automaticamente onde exista uma tradicional ética contra isto
Montanhistas e escaladores praticam estes considerado como aceitável. ou quando não exista ética estabelecida no
desportos em situações de risco de acidentes local. Vamos respeitar montanhas sagradas e
e onde a ajuda exterior pode não estar dispo- 2. Espírito de Equipa outros lugares sagrados e sempre procurare-
nível. Tendo isto em mente, eles empenham- Membros de uma equipa devem estar pre- mos maneiras de beneficiar e assistir econo-
-se nestas iniciativas com alto risco individual parados para fazer concessões, a fim de equi- mias e pessoas do local. Uma compreensão
e responsáveis pela sua própria segurança. librar as necessidades e aptidões de todo o de culturas estrangeiras é parte de uma
grupo. A equipa será invariavelmente mais experiência de escalada completa.
As acções destes indivíduos não podem pôr
bem-sucedida onde os membros apoiam e
em risco aqueles em seu redor ou consti-
incentivam um ao outro. 5. Responsabilidades de Guias de Montanha e outros
tuir danos para o ambiente. Por exemplo a líderes
fixação de ancoragens em novas rotas ou já 3. Escalada e Montanhismo em Comunidade Guias de montanha profissionais, líderes e
existentes não pode ser automaticamente Cada pessoa que encontramos nas monta- membros de grupos que são condutores
dada como aceite. nhas ou em uma rocha merece igual respei- devem entender seus respectivos papéis e
to. Mesmo em lugares remotos e em situa- respeitar as liberdades e direitos de outros
1. A Responsabilidade Individual
ções stressantes, devemos sempre tratar os grupos e indivíduos. Nesta declaração, reco-
Montanhistas e escaladores praticam seu
outros como queremos ser tratados. nhecemos os elevados padrões da prática
desporto em situações onde há riscos de
atingidos por guias de montanha e seu cor-
acidentes e onde a ajuda externa pode não 4. Visitante Estrangeiro
po profissional.
estar disponível. Com isto em mente, eles Quando somos convidados de países estran-
exercem essa actividade por sua própria con- geiros, devemos sempre ter uma conduta 6. Emergências, Agonia e Morte
ta e risco e são responsáveis pela sua própria educada e moderada. Devemos mostrar Temos de estar preparados para emergên-
segurança. As acções dos indivíduos não consideração para as pessoas locais e a sua cias e situações que resultam em graves
devem pôr em perigo pessoas ao seu redor, cultura – eles são os nossos anfitriões. Deve- acidentes e morte. Todos os participantes em
nem danificar o ambiente. Por exemplo, a mos respeitar estilo e ética local de escalada desportos de montanha devem claramente
Especilidade de Montanha ■ 23

compreender os riscos e perigos e a neces- te do que se formos bem-sucedidos. Deve- relacionadas ao tema podem ser distingui-
sidade de ter competência, conhecimento mos sempre esforçar-nos para não deixar das, como aspectos médicos e considerações
e equipamento. Eles precisam estar prontos nenhum rasto na rocha ou na montanha. éticas. Os aspectos médicos deve ser uma
para ajudar outros em caso de uma de emer- preocupação primordial para todos os mon-
gência ou acidente e também estar pronto 9. Conquistas tanhistas.
para enfrentar as consequências de uma A primeira ascensão de uma rota ou uma
Considerações éticas são deixadas individual-
tragédia. E espera-se que operadoras comer- montanha é um acto criativo. Deve ser
mente para o alpinista, desde que, se um
ciais, em especial, alertem os seus clientes concluída de uma forma condizente com o
escalador faz uso de oxigênio, planeamento
que os seus objectivos podem ter que ser estilo e as tradições da região. A forma como
deve ser feito para remover garrafas usadas
sacrificados para ajudar os outros em perigo. a subida foi conseguida deve ser relatada
da montanha.
com exatidão.
7. Acesso e Preservação
12. Expedições Comerciais de Altitude
Nós acreditamos que a liberdade de acesso 10. Patrocínios, Publicidade e Relações Públicas
Espera-se que as expedições comerciais,
a montanhas e falésias de maneira responsá- A cooperação entre os patrocinadores e
especialmente aquelas sem qualificações,
vel é um direito fundamental. Nós devemos montanhistas ou escaladores devem ser um
tentando 8000m ou outros picos compa-
sempre praticar nossas atividades de forma relacionamento profissional que sirva aos
ráveis que oferecem facilidades de resgate
ambientalmente sensível e ser pró-activo na melhores interesses dos desportos de monta-
limitadas reconheçam as limitações dos
preservação da natureza e meio ambiente. nha. É responsabilidade da comunidade de
clientes sob seus cuidados. Todos os esforços
Devemos sempre respeitar as restrições de desportos de montanha educar e informar
devem ser feitos para garantir a segurança
acesso e regulamentos acordado entre es- tanto os média quanto o público de uma
desses clientes e também para avisar os seus
caladores e organizações de conservação da forma pró-activa.
clientes de que os planos podem ter que ser
natureza e das autoridades.
11. Uso de oxigênio suplementar no Montanhismo reduzidos para ajudar a outros em perigo na
O uso de oxigênio suplementar no alpinis- montanha.
8. Estilo
A qualidade da experiência e como pode- mo de altitude tem sido debatido há vários
mos resolver um problema é mais importan- anos. Neste debate, diferentes componentes
Especilidade de Montanha ■ 24

A UIAA é a Federação Internacional de Mon-


tanhismo e Escalada. Nós reunimos milhões
de homens, mulheres e crianças unidos pela
sua paixão pelas montanhas.

Você também pode gostar