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A SENDA DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL - PARTE I

AUTOR: Elizabeth Clare Prophet e Mark L. Prophet


EDITORA: Summit Lighthouse do Brasil

ÍNDICE
MENSAGEM DOS AUTORES PARA O LEITOR
CONTAI-LHES

CAPÍTULO 1

A SUA IMAGEM SINTÉTICA

UMA ALEGORIA
A BUSCA DA REALIDADE
A ALMA: UM POTENCIAL VIVENTE
O DESTRONAR DA IMAGEM SINTÉTICA
A ENTRONIZAÇÃO DA IMAGEM VERDADEIRA

CAPÍTULA 2

A SUA IMAGEM VERDADEIRA

A EMANAÇÃO DE LUZ DO PROPÓSITO ETERNO


O ESPÍRITO: SEM NASCIMENTO, SEM MORTE, ETERNO
DEUS, O MACROCOSMO, O HOMEM, O MICROCOSMO
A INVASÃO DO CÍRCULO MICROCÓSMICO
A IMORTALIDADE MANIFESTA: REVESTIR-SE DO HOMEM NOVO
OS VESTÍGIOS DA IMAGEM SINTÉTICA SUBSTITUÍDOS PELA MAGIA DO OLHO VERDADEIRO
A DESCOBERTA DO SER VERDADEIRO NA ORDEM NATURAL
A VERDADEIRA MESTRIA PESSOAL DA ORDEM NATURAL

CAPÍTULO 3

UM MONTE DE CONFUSÃO

ORDEM: A PRIMEIRA LEI DO SER.


A SOCIEDADE IDEAL.
O DESVIO DA INOCÊNCIA
A VINDA DOS RETARDATÁRIOS
A DEFORMAÇÃO DA VISÃO DO HOMEM
A PSICOLOGIA DO CONTROLE DE MASSAS
A FORÇA DO ERRO HUMANO
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
UM IMPULSO COM UM PROPÓSITO

CAPÍTULO 4
O QUE É A INDIVIDUALIDADE?

O PADRÃO DIVINO
O CRISTO DO HOMEM
RECURSOS DA INDIVIDUALIDADE
OS QUATRO CORPOS INFERIORES
A CIÊNCIA DA INDIVIDUALIDADE
LIBERDADE NO MACROCOSMO POR MEIO DA
MESTRIA PESSOAL NO MICROCOSMO
REALIZAÇÃO INDIVIDUAL POR MEIO DO SERVIÇO À VIDA

CAPÍTULO 5

O QUE É A CONSCIÊNCIA?

A MENTE E O SER, A VONTADE E A CONSCIÊNCIA: ESTRUTURAS DA IDENTIDADE


A AUTOPERCEPÇÃO DE DEUS POR MEIO DA AUTOPERCEPÇÃO DO CRISTO
CORAÇÃO, CABEÇA E MÃO
A CONSCIÊNCIA: O MAGNETO DA INDIVIDUALIDADE
A REALIZAÇÃO CIENTÍFICA DA CONSCIÊNCIA
LIBERDADE NASCIDA DA CONSCIÊNCIA DE DEUS
PENETRAÇÃO CONSCIENTE DO MACROCOSMO
NOTAS
O QUE É A SUMMIT LIGHTHOUSE
AGRADECIMENTOS
______________________________________________________________________________

Darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias,
vestidas de saco.
Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da Terra.
- APOCALIPSE

E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno para o proclamar aos que
habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,
Dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe gloria, porque é vinda a hora de seu juízo, e
adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes de água.
- APOCALIPSE

Desejamos exprimir a nossa sincera gratidão a todos que tornaram possível a publicação deste
volume- nosso Pia celestial, nossos Amados Mestres Jesus Cristo, Saint Germain, El Morya, Mãe
Maria, Arcanjo Miguel e as inúmeras hostes de luz, nosso fiel staff, nossos dedicados
colaboradores e amigos em todo o mundo e nossos filhos tao pacientes.
A todos que nos acompanharam como sentinelas de uma nova era – uma Era de Ouro da
oportunidade para os filhos da luz – a todos que estão ascensos, e que “não amaram as suas
vidas até a morte”, dizemos: Obrigado.
MENSAGEM DOS AUTORES PARA O LEITOR

PARA VOCÊ, que Deseja Subir a Montanha Mais Alta:

Ralph Waldo Emerson disse: "A Verdade é o ponto mais alto do ser"! Demos o nome de Deus a
esse ponto - realmente, o Deus da Verdade total- e é para esse ponto, para esse Cume, que
desejamos dirigir a sua consciência, por meio do que está escrito neste livro.

"Seja qual for a nossa religião", observou Lecomte du Nouy, "todos somos como pessoas que se
encontram no fundo de um vale e procuram subir a um pico nevado que domina os outros.
Todos temos os olhos fixos na mesma meta e concordamos que só existe um cume a atingir.
Infelizmente, diferimos na escolha da estrada que tomamos. Aparecem guias a quem seguimos.
Alguns vão por um caminho, outros escolhem sendas diferentes. Todos estão convencidos de
que o seu caminho é o melhor e todos são sinceros. Ao segui-los, aproximamo-nos da meta
única, mas, quando os grupos que partiram de pontos diferentes se encontram, em vez de se
unirem, tentam convencer uns aos outros que foram eles que descobriram a melhor estrada e,
por vezes, acabam por insultar-se e apedrejar-se mutuamente. No entanto, sabem que um dia,
desde que não parem de subir, todos se encontrarão no cume da montanha e que a estrada
para alcançá-lo pouco importa”.

Tal como Deus faz, defendemos o direito que o homem tem de escolher a senda que o levará ao
Cume do próprio ser. Embora não possamos fazer a viagem por ele, gostaríamos de dar-lhe a
mão para ajudá-lo no caminho. O alpinista precisará de cordas e picaretas para escalar os cumes
irregulares. Providenciamos esses instrumentos, juntamente com mapas e gráficos, para ajudá-lo
a evitar as armadilhas e os caminhos desconhecidos, onde o perigo espreita e onde aqueles que
têm "palavras sem conhecimento” podem perecer.

Antes de embarcar para a expedição em direção ao topo, é aconselhável praticar as técnicas e


experimentar o equipamento. As ajudas que apresentamos nas páginas seguintes têm sido
usadas com sucesso pelos que nos precederam. Os especialistas, que estão familiarizados com
os sinais da trilha, também recomendam que se procure um guia treinado, capaz de mostrar
como superar os elementos impiedosos, o vento e o frio, o gelo ou o sol escaldante, que
confrontam o alpinista como esfinges de semblante inflexível.

Independentemente da sua fé, do seu credo, da sua religião, o buscador pode aproveitar a
experiência e o conhecimento daqueles que caminharam na Senda antes dele. Muitos olham para
Jesus como o precursor; outros seguem a Senda Óctupla de Buda ou a lei de Moisés. No
Ocidente, têm seguido o exemplo de São Francisco e Santa Clara, de Santa Teresinha do Menino
Jesus e da Virgem Mãe; no Oriente, saúdam Maitreya, o Senhor Krishna, Lao-Tsé e Confúcio.
Esses e muitos outros demonstraram os princípios da Verdade e deixaram testemunhos de vidas
exemplares. Mas não importa quem o buscador segue, o que conta são os resultados! Se a
filosofia do homem não o tornar uma pessoa melhor, capaz de contribuir com algo de valor para
os seus amigos e para a sociedade, então, ou ele ou a sua filosofia falharam.

Ao olhar o mundo que nos rodeia, podemos perguntar: foi o Cristianismo que fracassou ou foram
os homens que abandonaram o Cristo? Responderíamos que os homens falharam porque os
ensinamentos completos do Mestre da Galileia, de João Batista e dos profetas que os
precederam, não foram postos à disposição das multidões. Precisamos explicá-los Precisamos
libertá-los da mortalha do dogma. Precisamos anunciá-los para que chegue o dia pressagiado por
Miquéas, em que cada homem se sentaria "debaixo da sua vinha e da sua figueira" para ser
ensinado pelo Grande Mediador do Verbo.

Colocamos uma chave na sua mão - uma chave que pode abrir muitas portas. Nunca houve um
livro que contivesse as explicações sobre os processos do seu eu interior e do seu universo como
as que serão apresentadas nos volumes do Evangelho Eterno. Você descobrirá como trabalhar
para a sua salvação, não só com "temor e tremor", conforme disse Paulo, como também com o
amor e o domínio do Cristo.

Uma vez que tenha resolvido o quebra-cabeça cósmico cujas peças encontrará, uma a uma, nos
33 capítulos da obra total - possuirá não só o hieróglifo da Verdade viva, como também o padrão
do seu destino ígneo. Se separar o conjunto do ensinamento, tornando-o uma salada de
conceitos e idéias, se privará da magnífica compreensão do todo. Mas, se tiver a coragem de
buscar a totalidade do ensinamento, logo compreenderá o valor da chave.

Alguns dos fatos apresentados podem lhe ser familiares; outros não. Eliminar o que pode ser do
conhecimento de um leitor e não de outro, colocaria em perigo o valor da instrução. Os conceitos
desdobram-se em "preceito sobre preceito, linha após linha'" e, se forem seguidos com cuidado,
o levarão à finalidade da sua vida. O seu destino é este: realizar a gnose divina, a saga universal
do seu Ser, e tornar-se um só com a vida inteira. Ao seguir o mapa mais atualizado para o Cume
da sua identidade, verá erguerem-se à sua frente os sopés do seu próprio Everest e, atrás de si,
um panorama cósmico que nunca foi contemplado pela humanidade, em era alguma.

Mistérios lhe serão revelados - e deixarão de ser mistérios - segredos de eras que nunca mais
serão segredos. Encontrará uma articulação em toda a tapeçaria da Verdade, em cada parte
multiforme. Passar por alto essas partes pode abortar as ideias embrionárias, que devem
germinar na sua consciência, até revelarem à sua alma a magnífica compreensão das leis do
cosmo. Essas leis são dadas a conhecer a partir de sinais de mundos longínquos, das Plêiades,
assim como do Sol do seu sistema solar, das areias do Saara e dos altos pinheiros de Darjeeling.

Encontrará aqui a sabedoria das eras, os pensamentos de um Cristo, de um Buda e dos muitos
sábios e servos do Verbo- todos eles são um só no Senhor, que disse: "Ainda tenho outras
ovelhas que não são deste aprisco, também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha
voz, e haverá um rebanho e um pastor." Encontrará um tipo diferente de conhecimento - que
tem sido recusado às massas e guardado nos retiros dos Mestres por milhares de anos. Nas
palavras do Apóstolo: "Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus
ordenou, antes dos séculos, para nossa glória.”

Estamos interessados na chegada da vanguarda de luz ao corpo planetário; "reis e sacerdotes de


Deus" que ouviram os murmúrios do universo no coração e na alma, que meditaram com o
Grande Espírito sobre os ritos da criação - aqueles que fazem parte do elenco do drama cósmico,
restabelecendo o ritual de um cosmo, uma rosa, uma célula ou uma concepção na mente do
Cristo. Esses são os que não têm medo de se envolver na Realidade e, assim, assegurar a
mestria do ser, do destino.

Tal como Diógenes vagueou pelas ruas com a sua lanterna em busca de um homem honesto,
também nós convidamos você, leitor, a erguer a tocha da sua mente e, sem preconceito, buscar
a Verdade nestas páginas, pois aqui aprenderá o código da sua identidade, da natureza e da
própria vida. E, ao longo desse processo, encontrará o poder do Espírito Santo, pelo qual cada
homem se torna o rei do próprio reino e o sacerdote do próprio templo, em resposta ao fiat do
Logos. "Dominai sobre toda a terra."

Por favor, reconheça que nós, os Mensageiros da Hierarquia espiritual, fomos encarregados de
dizer o indizível, de articular o inarticulável e de apresentar por escrito o que nenhum homem
jamais escreveu. Precisamos tornar compreensível na língua terrena aquilo que, até a data, só
havia sido escrito em línguas de anjos. Palavras compostas com as 26 letras do alfabeto inglês,
conceitos enquadrados pelos dicionários dos homens - transformamos tudo isso em frases e
parágrafos, na tentativa de elucidar os preceitos eternos do amor.

Por vezes, ao nos sentirmos incapazes de realizar tal tarefa, colocamo-nos perante a sarça
ardente e, como fez Moisés, pedimos ao Senhor: "Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes
disser: 'O Deus de vossos pais me enviou a vós' e eles me disserem: 'Qual é seu nome? Que lhes
direi?" Como Deus se revelou a Moisés, dizendo: "EU SOU O QUE EU SOU", também nos disse:
"Assim direis aos filhos de Israel, EU SOU me enviou a vós”.

E, assim, buscamos explicar detalhadamente como experimentar um cosmo, tal como Deus
buscou criar em cada um a percepção Dele mesmo. Não pela nossa autoridade, mas pelo poder
do Verbo vivo, pronunciamos as palavras do Filho do homem, que disse: "O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras não passarão."

Nestas páginas você pode descobrir mandalas de Verdade, conceitos do coração dos Logos
Solares que declararam a João: "EU SOU o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que
tenha sede, de graça lhe darei da fonte da água da Vida. Quem vencer herdará todas as coisas;
e eu serei seu Deus e ele será meu filho."

Por meio da palavra pode-se ganhar a percepção, não só dos conceitos intelectuais da Verdade,
como também dos sentimentos desses conceitos. Como os aspectos positivo e negativo do ser,
como mente e coração, eles explicam os porquês e os motivos da necessidade que o homem tem
tanto de compreender como de devotar-se ao plano divino e à sua razão de ser. Seria loucura
afirmar que esses conceitos se encontram confinados nestas páginas, pois eles estavam no
próprio hausto da vida que, no princípio, Deus soprou nas narinas do homem quando "o homem
foi feito alma vivente."

A sua nova liberdade não virá apenas do formado, como também do não-formado, não só pelo
que é dito, como também pelo que fica por dizer. Pois as palavras são apenas cálices onde a
mente derrama a substância da experiência e da devoção, as destilações do conhecimento da
alma e as formulações que estão inativas, logo abaixo da superfície da percepção, à espera de
serem revigoradas pela mente de Cristo.

Se, ao viver a medida plena da sua compreensão ativa da Verdade, você "se apresentar a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
Verdade", expandirá a consciência da humanidade em relação à Lei da Vida e servirá na
vanguarda como um mensageiro da esperança para todas as gerações.

O Cristo, que tantos proclamam e tão poucos compreendem, não está limitado a uma nação, a
um povo, ou a uma pessoa. Cristo é a emanação da luz, o Logos Solar, o Verbo vivo pelo qual
todas as coisas foram feitas e sem o qual nada do que foi feito se fez. Você é um fragmento do
corpo do Senhor, uma medida da Sua mestria, destinado a ser um cálice para a Sua luz, para
que possa oferecer um copo de água viva a uma humanidade que espera para ser saciada.

A "chave do conhecimento", que foi "retirada", é sua pelo conhecimento. Tal como os escribas e
fariseus ficaram à espera de Jesus e procuraram "armar-lhe ciladas, a fim de apanharem da sua
boca alguma coisa para o acusarem", também alguns analisarão esta obra com um propósito em
mente: destruí-la. Outros pegarão na chave e abrirão a porta ao Cristo que chama: "Eis que
estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com
ele cearei e ele comigo."

Inevitavelmente, o servo fiel entrará na alegria do Senhor e o servo infiel será .lançado nas
trevas exteriores." Aqueles que trocam o dogma pelo Cristo, a intolerância pelo amor e a
ignorância da Lei pela sabedoria (sábio domínio), encontrarão as respostas aos questionamentos
da vida que há muito procuravam. E conhecerão o domínio dos vencedores. "Ao que vencer lhe
concederei que se assente comigo, no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu
Pai no Seu trono. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Tal como Jesus pronunciou a palavra de Deus em parábolas, também as palavras do Evangelho
Eterno são hieróglifos carregados com um significado interior e exterior que pode mudar a sua
vida e o seu mundo, na beleza e perfeição que Deus desejou que você manifestasse. É preciso
tomar esses hieróglifos e ingeri-los - assimilá-los na sua consciência - como o anjo disse a João
para tomar o livrinho e comê-lo, avisando-o que ele lhe tornaria o ventre amargo, mas que na
sua boca seria doce como o mel.

Se os preconceitos e os preceitos do mundo o afastaram do desígnio divino, então precisam ser


postos de lado, ao menos temporariamente, enquanto explora a floresta virgem, onde a Verdade
se encontra à espera de ser aclamada no carvalho altaneiro e na pequena bolota, no regato
borbulhante e na flor que se inclina. Em vez de comparar cada alegre explosão de vida que você
encontra com as relíquias da civilização que deixou para trás, saboreie cada conceito novo pelo
seu valor intrínseco, pondere e absorva uma nova compreensão e uma nova liberdade.

Para discernir adequadamente a Verdade, tem de livrar-se das suas idéias pré-concebidas - até
mesmo das suas crenças mais queridas - e conceder a Deus a oportunidade de guiá-lo "pelas
veredas da justiça, por amor do Seu nome”. Acima de tudo é preciso lembrar as palavras de
Jesus: "Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não
entrará nele."

O inimigo da retidão pode tentar convencê-lo de que há uma necessidade imediata de aceitar ou
rejeitar as nossas instruções. Não se deixe enganar! O verdadeiro progresso sempre se
manifesta àqueles que, com paciência, possuem a sua alma. Portanto, reserve o seu julgamento
até ler a última palavra do último capítulo.

O objetivo da Summit Lighthouse é publicar os ensinamentos dos Mestres Ascensos, esclarecer


os ensinamentos perdidos do Cristo, bem como aqueles que foram distorcidos, e dar à
humanidade - a todo homem, mulher e criança, sem exceção - o conhecimento da lei cósmica
que, quando aplicada, os conduzirá à liberdade, à mestria pessoal, à realização do plano divino e
à reunião da alma com Deus.
Summit Lighthouse não se dedica a arregimentar almas para serem seus membros, nem a dizer
às pessoas o que fazer ou não fazer, nem a confinar sua adoração do Deus único na estreiteza
da doutrina e do dogma feitos pelo homem. Os Mestres que patrocinam esta organização não
buscam cativar os homens por meio do medo e da ignorância, mas, antes, conduzi-los, por meio
da iluminação, à senda verdadeira do discipulado, onde cada homem responde somente perante
o seu Deus.

As Pérolas de Sabedoria são cartas que os Mestres Ascensos escrevem todas as semanas aos
seus discípulos no mundo inteiro, ditadas a nós, como Mensageiros designados pelo Senhor. Elas
são enviadas a todos que as pedem "sem dinheiro e sem preço". Aqueles que desejarem
instruções sistemáticas e progressivas sobre a lei cósmica e que, ao mesmo tempo, estiverem
dispostos a dedicar-se ao serviço da humanidade, podem receber as Lições dos Guardiães da
Chama, patrocinadas por Saint Germain, o Cavaleiro Comendador da Fraternidade dos Guardiães
da Chama, pelo Maha Chohan, o Representante do Espírito Santo, e pelos Sete Chohans dos
Raios.

A Summit Lighthouse foi fundada para ser um braço externo da Grande Fraternidade Branca.
Essa ordem espiritual da Hierarquia é uma organização dos Mestres Ascensos e dos seus
discípulos, unidos para os mais altos propósitos da fraternidade do homem, sob a direção da
paternidade de Deus. A palavra branca não se refere a uma raça, mas à luz branca do Cristo que
envolve os santos e sábios de todas as eras, que se elevaram de todas as nações para serem
contados entre os imortais.

Assim, a Summit Lighthouse é uma fonte da Palavra viva, para a qual o profeta Isaías chamou o
povo, dizendo: "Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro,
vinde, comprai e comei, sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço...".

Nas paredes do antigo templo foram inscritas as seguintes palavras: "Homem, conhece a ti
mesmo!" Para conhecer a si mesmo, o homem precisa descobrir o que é falso e o que é
verdadeiro, o que é sintético e o que é real. Tendo feito isso, pode seguir a Senda que o
conduzirá à Verdade.

Crianças da luz, busquem a Verdade e sejam livres! Crianças da luz, acordem! O dia da vitória
está próximo! A Era de Ouro está próxima!

Ao serviço daqueles que subiram a Montanha Mais Alta, e daqueles que estão a começar a
subida, somos,
MARK E ELIZABETH PROPHET
pelo Conselho de Darjeeling
da Grande Fraternidade Branca
Retiro Da Espiral Da Ressurreição
Colorado Springs, Colorado
1º DE JUNHO DE 1972

CONTAI-LHES
Contai-lhes,
Fogos antigos,
Como os estratos da rocha
Arrefeceram e formaram a superfície
De uma futura esfera verdejante.

Contai-lhes,
Águas antigas,
Sobre os líquidos refrescantes das profundezas -
Poderosos ciclos de perfeição,
Mundo marinho que agora vemos.

Contai-lhes,
Poderosa Atmosfera,
Sobre o inspirado véu azul,
Sobre a cobertura rendilhada
De nuvens brancas
Que o Cosmo velado agora descobre.

Contai-lhes sobre a Criação


Que, como o relógio que marca o tempo,
Mostra a complexidade da Natureza
Em tão sublime rede.

Contai-lhes sobre uma sementinha,


Repleta de padrões de destino.
Contai-lhes sobre um alto cedro,
A que a luz do sol daria vida.

Contai-lhes sobre um murmúrio,


Que foi escutado dentro da alma.
Contai-lhes, Sabedoria sem idade,
Sobre a abençoada meta da Natureza.

Contai-lhes sobre a Realidade,


Que brinca às escondidas com os homens,
Contai-lhes sobre uma Era de Ouro,
Que retorna de novo.

Contai-lhes sobre o Buda


E sobre o Cristo na montanha,
Falai-lhes da Verdade, da Realidade,
Que saciam as almas famintas.

Contai-lhes sobre a centelha elétrica,


Que brilha pelo céu,
Contai-lhes sobre a Imortalidade que embala
nossa humanidade,
Para que um dia ninguém morra.

Falai sobre a Verdade


Que se manifestou pela boca do Cristo,
Que Pilatos escutou e questionou,
E que agora, na verdade, é abençoada.

Proclamai-a bem alto e demoradamente,


Falai dela em poesia e canção,
Pois, elevando-se das colinas do tempo,
Uma sabedoria sem idade soa agora –

Carrilhões de torres celestiais


Tocados por mãos que não as nossas,
Vozes de anjos também soando
Elevam-se em um hino de vitória.

Contai-lhes como nós, que sabemos ler,


Podemos plantar com fé sementes vitais,
Ver os seus rebentos atravessarem
Terra, rocha e até obstáculos –

Lançando raízes na terra,


Buscando o valor da essência vital
E alcançando o Sol para proclamar
Que EU SOU real em nome de Deus!

Contai-lhes, pois a noite mais escura


Espera a luz do alvorecer
Para que o homem possa ver e entender o pensamento
Que Deus realmente nos trouxe
Uma oportunidade tão bela -
A resposta à oração de uma criança.

Pai Nosso, ajudai-nos agora a ser


Uma parte de Vós com abnegação -
Para que a nossa natureza possa ser
Como o coração do amor de um pai;
Sementes do alto do céu
Espalhadas aqui no lindo jardim -
O Sol e a chuva que caem sobre elas
Podem ajudar o deleite planeado
E a vitória do que é correto!

Contai-lhes, Pai, Ser Sem Idade,


Sobre o Sol dourado da Tua Natureza,
Contai-lhes sobre o Vosso Nome e o Vosso Espírito!
Contai-lhes para que todos escutem!
Contai-lhes para que ninguém os tema!
Contai-lhes para que todos os reverenciem!
Contai-lhes para que ninguém venha a perder
Vida ou dom - para que todos possam decidir
Ver, agora e sem falhar,
Que só a Verdade pode ser
Revestida de Imortalidade.

Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de
Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.

E a voz que eu do céu tinha ouvido, tornou a falar comigo e disse: ”Vai e toma o livrinho aberto
das mãos do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra”.
E eu fui a anjo dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: “Toma-o e come-o ele fará amargo
o teu ventre, mas na tua boca será doce como o mel”.
- APOCALIPSE

CAPÍTULO 1

A SUA IMAGEM SINTÉTICA

A SUA IMAGEM SINTÉTICA

Um vapor, porém, subia da terra e regava toda


A face da terra. E formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o
fôlego da vida: e o homem foi feito alma vivente.
- Gênesis

Porquanto, tendo conhecido a Deus,


não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças, antes em seus discursos se desvaneceram
e o seu coração insensato se obscureceu.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
E mudaram a glória do Deus incorruptível, em
semelhança da imagem de homem corruptível
-ROMANOS

UMA ALEGORIA

A nossa imagem sintética foi criada há muito, muito tempo, e a sua face foi coberta pelas trevas.
No entanto, foi a partir da energia vital proveniente do Espírito do Bem Divino, que essa forma
foi criada. Assim, as trevas velaram a face radiante da luz interior e a nossa imagem sintética
passou a existir. À medida em que foi fortaleci da, essa imagem sombria iniciou sua jornada pelo
mar humano e o seu domínio cresceu sobre a Terra. Seus padrões [característicos] tornaram-se
aceitáveis como sendo naturais e o caminho para o paraíso da verdadeira felicidade foi quase
perdido e esquecido para sempre.

Com o velar da radiação divina na carne e a proeminência da ilusão das sombras, deu-se um
evento desastroso. O que era real tornou-se progressivamente etéreo e assumiu a qualidade do
irreal, até que, finalmente, os seus tons maravilhosos pareciam apenas ecos abafados vindos dos
canais da antiga memória, enquanto o irreal tomou corpo e substância, e a ilusão preencheu a
mente e a consciência do homem.

Elétrons rodopiantes, dançando em alegre liberdade no interior das células do corpo, fixaram-se
como planetas em órbita, ao redor de núcleos solares em sistemas minúsculos. Infelizmente,
essas centelhas de individualidade permaneciam aprisionadas em matrizes imperfeitas, e a
estrutura atômica do homem já não refletia o esplendor dos seres verdadeiros, dos seres livres e
corajosos. Em vez disso, surgiu um denso aborto molecular que, embora organizado de forma
terrível e maravilhosa, na verdade, nada mais era do que um miasma sistematizado de matéria.

O diorama humano tornou-se um pesadelo rnicrocósmico, intercalado com períodos de êxtase


jubiloso, sob o sol e o azul do céu, e por entre os tons verdejantes da Terra. Agora, a mente e os
sentimentos dos homens estavam cheios de fantasmas fugazes - lampejos de emoção carmesim,
o negrume do desespero. E passaram a ser muitas as disciplinas do culto do progresso.

Os padrões da experiência humana estavam encerrados em uma longa cadeia de eventos que
passavam pelos estágios da infância, meninice, adolescência e idade adulta. As pressões do
ambiente continuaram a moldar e a formar a personalidade de cada um. O lar, a escola, a igreja
e a nação, os pais, os professores e os amigos, todos influenciaram a natureza plástica da alma
em evolução.

Pressões interiores sutis também tiveram seu impacto. Em níveis subliminares, o indivíduo entrou
em contato com as reflexões mentais dos grandes e dos pequenos, dos degradados e dos
exaltados. A expansão da mente subconsciente ultrapassava os limites conhecidos pelo homem.
E, enquanto ele andava ao acaso, por um labirinto de impressões rodopiantes, o problema da
sua existência, em meio às complexidades sociais da vida, tornou-se cada vez mais intrincado.
De acordo com a lei [espiritual], de que o semelhante atrai o semelhante, mentes entravam em
sintonia com outras mentes, cujas frequências eram parecidas com as suas. Assim, os ricos
tornavam-se mais ricos, os pobres mais pobres, e os deprimidos entravam em novas e piores
fases de depressão.

Pensamentos e sentimentos cumulativos da humanidade faziam com que, demasiadas vezes, o


indivíduo gravitasse em direção ao negativo, e era mais fácil para ele cair em uma espiral
descendente do que elevar-se em direção à luz. Entretanto, corpos celestiais e orbes solares
uniam-se na maravilha imutável do plano cósmico. Em contraste com a grande simplicidade do
esquema estelar, o sentimento interno de esforço do próprio indivíduo criou uma situação
complexa que era a fricção de mundos dentro de mundos contra os mundos que estavam no
exterior. E era verdadeiro o truísmo: nada havia a temer, a não ser o próprio temor.

A libertação - ou a fuga, como alguns lhe chamaram - de todas as preocupações da existência


cotidiana que provocavam escravidão e cegueira era procurada em substitutivos, como mudança
de cenário, viagens, novo clima, roupas novas ou novos conhecimentos. Porém, a única
mudança permanente, que alguma vez se realizou em alguém, foi a que se forjou em uma
mudança permanente de pensamento.

A BUSCA DA REALIDADE
Neste volume, nosso empenho será urdir uma tapeçaria da vida - da sua vida - e providenciar
respostas viáveis para aquelas perguntas que todos já fizeram, pelo menos uma vez: quem sou
eu? De onde vim? Para onde vou? Como faço para chegar lá?

Todos viemos da Fonte da Unidade e a ela retornaremos um dia, com ou sem a nossa
individualidade. Mas, neste ponto do tempo, não vemos nem o princípio nem o fim da nossa
existência. Ambos estão afastados, no passado e no futuro distantes.

Tendo perdido a perspectiva das duas margens, tentamos obter algum significado a partir da
relatividade. Como atores em um palco, desempenhando muitos papéis, já não conseguimos
distinguir "o verdadeiro eu". Divertimo-nos e nos afiliamos a clubes, participamos dos jogos que
todos jogam e, se nos atrevemos a pensar, tentamos encontrar uma base lógica para o nosso
weltanschauung que, na melhor das hipóteses, é incompleto. Depois, quando julgamos ter
encontrado a lógica "do caminho", fechamos a mente a todas as outras interpretações,
descartando-as como heresias.

Ficamos tão isolados pelos dispositivos de uma sociedade sintética e pelas convicções da nossa
mente, que não temos qualquer elo com a Realidade e, portanto, nenhuma forma de conseguir
escapar. Esquecemos nossa origem magnífica e nosso destino glorioso. Arrastamo-nos no
escuro, continuamos a andar nos círculos de uma existência sem sentido, e perguntamos: por
quê? Muitas vozes, com muitas respostas, não conseguem satisfazer de modo algum à ânsia da
nossa alma pela Verdade.

À noite, deitamo-nos, sonhamos e, quando acordamos, sentimo-nos aliviados por tudo "não ter
passado de um sonho". Não temos remorsos do irreal. Desfazemo-nos dele e continuamos.
Portanto, distinguimos a noite do dia, mas não conseguimos compreender que existe um mundo
sintético que também é um sonho, do qual, um dia, temos de acordar. E, mais ainda, a transição
da irrealidade para a Realidade será tão natural quanto acordar de um sonho desagradável.

Podemos passar sem grande parte do conhecimento do mundo, especialmente em uma era em
que há cada vez mais especialização. Como indivíduos, podemos passar muito bem sem ter a
menor idéia de como um átomo se divide, o que faz funcionar o aparelho de televisão ou os
eletrodomésticos, o que faz andar o carro, os satélites permanecerem em órbita ou os foguetes
escaparem à atração da gravidade. Saber se a Lua é feita de queijo, não é, realmente, um caso
de vida ou de morte.

Podemos sobreviver sem o conhecimento de tais complexidades, mas podemos sobreviver sem o
conhecimento da Realidade? Pouco nos apercebemos quão necessária é para a vida cotidiana a
faculdade de discriminação, a capacidade de distinguir o Real do irreal. Sem ela, é impossível
determinarmos o nosso princípio ou o nosso fim. A luz e as trevas, o branco e o preto, o bem e o
mal- onde acaba um e começa o outro?

Podemos fazer todas as coisas, mas nunca alcançaremos as plagas da Vida Imortal enquanto não
dominarmos essa arte. Outros podem construir nossas casas, revisar nossos carros, administrar
nossas finanças, tratar das nossas doenças e inundar-nos de aparelhinhos eletrônicos, mas
ninguém, seja no céu ou na Terra, pode realizar nosso destino por nós. Temos de ser nós a fazê-
lo, cada homem com o seu Deus, pois Ele chamem-no Inteligência Infinita, Amor Divino, ou
Ciência, se assim desejarem - é essencial para o plano.
É vital ter o conhecimento exato das leis que governam nosso destino. Somente com o
conhecimento da Lei podemos desenvolver a capacidade de distinguir o Real do irreal, de
empunhar a Espada Flamejante de Dois Gumes e responder à pergunta que tem sido feita mil
vezes: o que é a Verdade? Assim que adquirimos esse conhecimento e a capacidade que dele
resulta, podemos comandar a vida e aplicar o Princípio que está à nossa disposição. O amor está
ali, esperando para ser realizado e, progressivamente, tornamo-nos mais reais, à medida em que
contemplamos a Realidade.

Oferecemos esta obra àqueles que estão cansados da longa permanência nas correntezas de
uma existência semi-real, aos que desejam continuar a jornada, aos que têm a coragem de
aproximar-se das rochas pontiagudas da Verdade, mesmo que o barco de conceitos impróprios
seja despedaçado. Eles sabem que é possível alcançar a Margem enquanto as marés e os ventos
estão a seu favor, lembram-se das palavras que os incitam a avançar e do Poeta que está na
Margem, à espera, para lançar a linha com um grande impulso de boas-vindas.
Avante, coragem!
Não culpem o Bardo
Quando o vento e o temporal
Varrem os campos
E fazem dobrar a vela,
Mas o barco avançará
E alcançará o Porto
Se for grande a coragem
E mantida a vontade!

A ALMA: UM POTENCIAL VIVENTE

Deus é um Espírito e a alma é o potencial vivente de Deus. A alma pediu para ter livre-arbítrio,
porém sua separação de Deus resultou na descida desse potencial ao estado inferior da carne.
Semeada em desonra, a alma está destinada a se elevar em honra até a plenitude desse estado
divino, que é o Espírito único de toda a Vida. A alma pode se perder, mas o espírito jamais
morrerá.
O Espírito nunca nasceu,
O Espírito nunca deixará de ser,
Não houve tempo em que não existisse,
O Fim e o Princípio são sonhos!
Sem nascimento, sem morte e sem mudança
Permanece o Espírito para sempre,
A morte em nada o tocou,
Embora a sua casa pareça morta!

Assim, a alma permanece um potencial caído que precisa ser imbuído da Realidade do Espírito,
purificado pela oração e súplica, devolvido à glória de onde desceu e à unidade do Todo. Essa
união da alma com o Espírito é o casamento alquímico que determina o destino do ser e o torna
um só com a Verdade imortal. Quando esse ritual é cumprido, o Eu Superior é entronizado como
o Senhor da Vida e descobre-se que o potencial de Deus, realizado no homem, é o Tudo em
tudo.
O Mestre Kuthumi (cuja encarnação cristã mais amada foi como São Francisco de Assis) escreveu
aos seus seguidores: "Deus tem esperança na alma. O homem precisa se identificar com as
esperanças de Deus. E então, à semelhança do badalar de um grande sino, o dobre de morte do
eu finito não emitir qualquer som lúgubre, cantando, ao contrário, para a alma, em cadências de
imortalidade. É por meio dessas cadências que o homem virá a compreender o significado
dourado da realidade, e que mundos desconhecidos também lhe serão revelados. Estendendo-se
como uma coluna interminável de belas árvores, os marcos do real apontam o caminho que se
origina nas circunstâncias presentes e se dirige ao escabelo da realidade, o arco-íris da
ascendência, o Espírito Mais Sagrado onde o homem é coroado com a Vida que é Deus”.

A alegoria da imagem sintética tornou-se uma forma de viver para milhões de almas presas no
labirinto de uma acumulação em massa das próprias criações sintéticas. Não sabem que seus
pensamentos e sentimentos estão revestidos pelas realidades que elas mesmas lhes
concederam, não pensaram nas palavras do escriba "Porque, como imaginou na sua alma, assim
é." É verdade que, com freqüência, o irreal parece ser real, enquanto o que é genuíno e
sustentador é relegado para o segundo plano da vida, muitas vezes estereotipado como
charlatanismo, prática de cultos ou heresia. Além disso, as realidades cristalinas da Mente
universal são sobrecarregadas pelo dogma e pela doutrina, e ridicularizadas pelas pessoas
célebres de cada época.

Na sociedade sintética os líderes cegos dos cegos perpetuam a existência fraudulenta e recebem,
portanto, a denúncia severa do Cristo: "Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da
ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam!"

Desde "[a morte do] Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo'", os "escribas e
fariseus" têm bloqueado o progresso do homem por meio da sua astuciosa hipocrisia. Eles não
propiciaram ao homem a legítima liberdade de pensar, crer e criar, nem lhe abriram a porta para
o entendimento do universo e dos seus mistérios penetráveis.

Portanto, o Senhor enviou seus profetas e filhos-servos, e os comandou, dizendo: "Consolai,


consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Preparai os caminhos do Senhor: endireitai, no ermo,
uma vereda para nosso Deus."

Enquanto o homem prossegue com seus assuntos mundanos, a alma, que está no interior,
implora a Verdade como um pedinte na rua. Seus rogos raramente são atendidos pela mente
externa, que se precipita loucamente de um lado para outro, realizando os padrões de uma
existência que não definiu. E, assim, a alma é deixada à míngua, até que, um dia, o ruído
contínuo da vida se esvai; o eu, não mais extasiado pelo glamour do mundo, procura o pedinte
na rua e vê em seu lugar um ancião com um cajado de pastor, apontando para um beco que não
vira antes.

Fazendo uma pausa para observar a curiosa figura, o eu se volta e segue o caminho indicado:
"Igual a uma centena de ruelas da cidade, por que ele me mandou para cá!" Subitamente, ao
fundo, no alto da colina, ele repara em uma porta. Acelera o passo, à medida em que se
aproxima. Há uma agitação vinda do fundo da alma e, depois, um sussurro que vem detrás da
porta. Entusiasmado, cheio de esperança, quase em êxtase, clama:

O que significa esta porta perolada, diante da qual me encontro:


Será este algum reino de sonho
Onde se oculta um bando sombrio?
Não, pois o rosto que vejo tão claramente agora,
Espreitando por trás da porta aberta,
É o rosto de um anjo
Que eu conheço desde há muito.

Refletindo sobre o seu afastamento da Realidade, ele compreende como a alma precisa ir longe
para readquirir a percepção divina que já conhecera.

Meus pensamentos deslizaram ao longo do jorro finito


E toda a luz da esperança se desvaneceu –
Cortei a corda
E um medo da gélida desolação apoderou-se de mim
A ponto de eu ficar completamente atado
Com as cordas e vaidades do engano.
Agora, me elevo uma vez mais,
Pulsando rumo aos céus
Onde Deus e o lar resplandecem como fogos de amor,
Renovando trajetórias elevadas a fomes
Inteiramente divinas.

A minha alma começa novamente a subir


A escadaria onde
Cada significado chega
Tão terno, doce e puro -
Fazendo com que eu compreenda
Que o plano seguro de Deus
Manter-me-á, quando o mundo
Parecer prestes a desmoronar-se.

Pois, afinal, não há senão um grande Coração


Que faz bater o nosso,
E devemos elevar-nos a reinos mais belos
Onde nos reconciliamos,
Em unidade com tudo o que vive realmente,
Pois o paraíso é a Vida que dá
Nobreza de esforços
justamente para contrapor-se ao conceito do pó
Com o qual Deus criou esperançosamente
Uma alma vivente -
E através das fragrantes brumas
Revela a meta
Do paraíso que há de vir.

A compreensão do potencial vivo da alma - onde encontrá-lo, como reconhecê-lo ao encontrá-lo,


como ampliar seu poder para sempre - tudo isso e muito mais pode ser descoberto nos
Ensinamentos dos Mestres Ascensos. Os Mestres são santos e sábios de todos os tempos, que
passaram com sucesso pelos testes da vida, e cujas almas reconquistaram o potencial vivo com o
qual todos os homens e todas as mulheres também foram dotados.

Graduando-se nas escolas da experiência neste mundo, esses Espíritos, de grande mestria,
tornaram a unir-se com a Imagem da Realidade, e estão ao lado do irmão mais velho da raça, o
Senhor Jesus. A partir de alturas sublimes, estão prontos para auxiliar a quem ainda não rompeu
o véu da imagem sintética. Aos Mestres devemos a iluminação das nossas almas e a sabedoria
deste livro. E é também por intermédio deles que podemos descobrir a Verdade que está além
do véu, inclusive enquanto resolvemos o dilema da imagem sintética.

"Na aparente disputa entre o bem e o mal", disse o Mestre Meru dos Andes, "existem forças
negativas que procuram esconder dos olhos do homem a sua Imagem Real para glorificar a
pseudo-imagem. Elas fazem isto para poderem controlar os homens, distorcendo os seus
motivos e cercando-os de medo. Mas a forma de escapar é simples. Se permanecermos
inabaláveis num sentimento de admiração e confiança em Deus, poderemos neste dia expulsar
toda dúvida e medo da vossa consciência independente do vosso nível intelectual.

É necessário compreender primeiro que a imagem que aparece não é real; segundo, que a
imagem que não aparece de pronto mas que é real, está frequentemente oculta; e terceiro, que
esta imagem oculta é a imagem que Deus fez e viu que era boa. As forças serpentinas sutis que
vagam pelo planeta – que atuem por meio de uma teologia fraudulenta, através da deslealdade
psicopolítica, ou por intermédio da invasão das mentes dos homens, produzindo obsessões - irão
continuar a depreciar o indivíduo, amplificando os seus erros supostos ou verdadeiros, e irão
continuar a procurar ocultar a bela imagem de Deus segundo a qual cada homem foi feito.

As manipulações dessas forças só continuarão enquanto o homem se identificar com a


consciência sintética. Portanto, para escapar ao inimigo externo, o homem precisa conquistar o
inimigo interno - que é identificado como a imagem sintética ou falsa de si mesmo; o anterior é a
sociedade sintética que ele criou, baseada nas imaginações vãs que vê espelhadas na imagem
sintética.

O DESTRONAR DA IMAGEM SINTÉTICA

O primeiro plano da sua vida é a tela da sua percepção consciente e a sua atenção é a alavanca
que seleciona e dirige as imagens projetadas na tela. Essas imagens formam uma composição
que as outras pessoas identificam como o seu eu verdadeiro, dizendo: "Esta é a sua vida!",
quando na realidade não o é; o eu sintético feito à imagem da mortalidade nunca é o Eu
Verdadeiro, o ser que afirma "EU SOU".

O seu eu sintético está habituado a fazer declarações como: "Estou doente", "Estou cansado",
"Sou pobre", "Estou sozinho". Essas alegações sintetizam o eu irreal e dão origem a condições
prejudiciais para a alma, que nada têm a ver com o Eu Verdadeiro, que jamais pronunciaria, nem
pode pronunciar, tal blasfêmia. É sempre o mascarado sintético, o impostor, o falsificador do
Homem Verdadeiro que afirma isso, cujos padrões habituais são compostos pelo raciocínio falso
da mente carnal por um lado e, por outro, das torrentes emocionais que inundam as correntes
da consciência de raça.

A coleção animalesca e grosseira de pensamentos e sentimentos gerados nas mentes


subconscientes das camadas mais baixas do povo forma uma entidade de massa cujo nome é
Legião. Como uma amálgama de imagens sintéticas, essa entidade toma forma a partir dos
eflúvios das massas. De acordo com o menor denominador comum da consciência humana, essa
legião, em razão da sua origem, é incapaz de prestar fidelidade à perfeição natural do universo e
às suas leis imutáveis. Essa amálgama de energias de pesadelo é a traidora de cada corrente de
vida e do plano divino para esta terra, e tem atrasado a fruição espiritual da Era de Ouro, há
muito prevista pelos homens e pelos anjos.

A libertação [do domínio] das hordas das trevas deve chegar primeiro ao indivíduo, antes de
poder chegar a todo o planeta. E cada homem precisa obter a liberdade, separando a sua
consciência - pensamentos e sentimentos - das forças caóticas e desequilibradas do conformismo
das massas que, a qualquer momento, estão prontas para arrastá-lo às subcorrentes do medo,
da depressão, da obsessão, da confusão mental e da insanidade emocional. Quando o indivíduo
dá uma reviravolta para desafiar a imagem sintética, parece estar confrontando o mundo inteiro.
E está mesmo, pois, na sociedade sintética, o Verdadeiro já não é visto como [realmente] é, mas
como algo inventado pela imaginação de alguns homens; e quem se alinha com o que é
Verdadeiro descobre que seus inimigos são deste mundo e seus aliados do outro.

Aqui, nas correntes em voga da vida planetária, é quase total o poder dos vários meios de
comunicação para moldar a opinião pública e manter viva a imagem sintética. Os livros, as
revistas, os jornais, a televisão, o rádio, o teatro e os filmes exercem uma influência tremenda
sobre a mente do homem, controlando seus gostos, a moral, a moda e até a política, como uma
hipnose em massa. Usados de forma correta, esses meios de comunicação podem contribuir para
o desenvolvimento espiritual e material do homem, mas, usados de forma errada, podem tornar-
se o monstro de uma criação sádica, ameaçando reduzir o indivíduo a um animal e a civilização a
um "zôo".

Embora os fatores modeladores da vida, incluindo os artefatos da ciência, devessem ser uma
criação submissa e obediente ao seu criador - o homem - ocorre exatamente o oposto. O homem
tornou-se o escravo, não só da era atômica, como também do seu ambiente e dos traços e
atitudes que herdou. A imagem sintética destronou o Homem Verdadeiro e encontra-se agora no
lugar do seu senhor. Essa é a "abominação da desolação", profetizada por Daniel, "que está
onde não deve estar."? O relacionamento entre Deus e o homem está claramente expresso na
afirmação: "Tu és o oleiro, eu sou o barro." Porém, muitas vezes, foi como se tivéssemos lido o
inverso: "Eu [sou] o oleiro, e Tu o barro."

Em virtude da existência de tantos centros de influências conflitantes, assim como das


conseqüentes pressões exercidas sobre a psique humana, o atual tipo de vida na Terra e a
qualidade de consciência que se registra na mente das pessoas não refletem o verdadeiro
propósito da vida, tal como foi planejado pelo Criador. Com um ritmo estonteante, essas
influências apresentam às almas jovens e antigas um caleidoscópio de pensamentos e
sentimentos compostos pelas criações conscientes e inconscientes da mente das massas.
Certamente, essa não é Realidade que devemos ser e que, no íntimo, a alma sabe que somos,
pois essa porção de nós mesmos, criada na Imagem Divina, sempre sabe quem "EU SOU".

Existe cura para a imagem sintética, mas a sua descoberta depende do reconhecimento que
cada pessoa fizer dos fatores ambientais e hereditários que precisam ser contrabalançados para
que a Imagem Verdadeira possa aparecer.
"A única saída é pela porta da Realidade", aconselha Meru, que rasgou o véu para a sexta raça-
raiz, no seu retiro do lago Titicaca. Esta é a escolhida de emergência que foi providenciada para
que o corpo de destrutividade criado pela própria negatividade do homem possa ser transmutado
e superado. Enquanto o homem permanecer envolvido com o ego, não importa que devoção
manifeste temporariamente, não importa quantas boas obras faça, não importa que nível de
desempenho alcance, nunca se libertará da ilusão do eu que o persegue como a um fantasma
errante que se debate por uma identidade.

Somente quando o homem escapar pela porta, EU SOU a porta, compreendendo que o ser
eterno de Deus é o "realizador", percebendo que Deus pode agir nele para remover influências
obstrutivas para transmutar sua escuridão, e para levar sua consciência das trevas para a luz, é
que começará a conhecer a liberdade do Eu em alcançar realizações ilimitadas.(...)

Que todos vejam e saibam, por toda a eternidade, que o falso-eu, o eu-espectral, o eu-externo,
o eu-personalidade são e sempre foram a armadilha do ego, e que o homem ou a mulher que
vive nessa consciência terá que nela morrer. A carne e o sangue não têm a possibilidade de
herdar a vida eterna. Os homens buscam a vida eterna porque esta é a sua natureza, a natureza
de Deus e da imagem divina. A vida eterna se forma independentemente do veículo do eu, por
meio do processo de translação, para que o homem não mais veja a morte, e sim, seja
transportado a essa vida que é a natureza divina.

A declaração de que o homem deve morrer todos os dias para o eu finito é egoísta, deve ser
seguida de outra; de que ele deve viver cotidianamente para a glória progressiva do seu Eu
eterno e para a compreensão de toda a realidade que esse Eu pode trazer e de fato traz. Esse é
o Sol que vemos e que não produz qualquer sombra. (...)

Esse conceito representa bem mais do que um índice de palavras. É um fluxo da idéia-semente
vital na direção da consciência do homem por meio da qual a própria consciência se transforma
na sua natural Presença refulgente. Esta é a Presença de Deus que identifica o indivíduo, por
intermédio do seu senso de realidade em expansão, com a consciência universal de Deus e que,
contudo, nunca extrai dele um só erg da sua energia ou da sua verdadeira individualidade.

A ENTRONIZAÇÃO DA IMAGEM VERDADEIRA

Tendo entendido a verdade sobre a imagem sintética, por meio de uma avaliação honesta, todos
os que são nascidos de Deus deviam determinar-se a destronar todos os potentados, que se
disfarçam e se apresentam como o Eu Verdadeiro, e a entronizar, em seu lugar, a imagem da
Verdade que o homem deve ser - a manifestação da Natureza Divina.

As escrituras dizem que Deus fez o homem à sua "imagem e semelhança", e dizem também que
Ele viu que a criação que tinha feito era "muito boa". Essa criação que Deus fez é o nosso Eu
Verdadeiro. É aquele ímã interior de bem e perfeição, o padrão arquetípico do Infinito que deve
moldar a forma e a consciência externa na semelhança divina ordenada por Deus.

O nosso Eu Verdadeiro é o átomo permanente da nossa identidade, a rocha das eras, inabalável
pelas marés agitadas da vida. É o homem completamente natural que veio de Deus,
eternamente vibrante e puro, como um raio de luz do coração do Sol. O nosso Eu Verdadeiro é a
nossa consciência, que afirma o próprio nome com a voz da autoridade, honrando, assim, o
nome de Deus, EU SOU.
Não se pode negar que, em contraste com o Real, existe neste planeta uma esmagadora
manifestação de irrealidade e, no entanto, seria loucura afirmar que o erro mortal tem
permanência, pois a sua existência temporária origina-se apenas na sua aceitação em massa
pela mente dos homens. Todos deviam reconhecer que o vácuo a que chamamos trevas, que
cobre o espaço interestelar, nada mais é que a ausência da Luz - o território virgem que é a
nossa oportunidade para expandir o reino. Todos deviam compreender que as trevas também
podem ser a má qualificação da luz que, desse modo, forma o véu de energia a que chamamos
Mal. Assim, todos deviam ver que na Luz está a presença do Bem de Deus. Portanto, o mal não
pode declarar com validade "EU SOU", pois o mal é uma sombra transitória que há de
desaparecer. É a imitação da Vida que é Deus, é vida lida ao contrário.

Embora possamos dizer que as trevas são a ausência da luz, não podemos dizer que o erro é a
ausência da Verdade. O erro é a má qualificação da Verdade, tal como o mal é a má qualificação
da luz. A declaração de Jesus: "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão
tais trevas!" arranca a máscara da imagem sintética e indica a tendência do homem para
qualificar de forma errada a luz que existe nele.

A mentira da serpente, ou mente carnal, dá credibilidade ao erro, criando dogmas e dizendo em


seguida: "Prostra-te e adora-me." Assim, o erro é fundado sobre as trevas de uma existência
egocêntrica e deve ser extirpado por meio da investigação científica, assim como pela revelação
progressiva. Em todas as eras, o homem deve redescobrir a Verdade e ser assim renovado,
"porque, agora, vemos por espelho, em enigma, mas então, veremos face a face, agora conheço
em parte, mas então, conhecerei como também sou conhecido."

Só a luz do ser do homem - o Cristo - pode permanecer na Presença de Deus e afirmar a


Verdade. As pretensões do mal são aniquiladas pelo poder da Verdade que afirma - para todos
escutarem, saberem e serem - a Realidade da imagem da Perfeição. A declaração "EU SOU Bom"
refere-se ao poder de Deus que criou o homem para ser a perfeição que Deus é, o poder que
transmite felicidade e graça àqueles que reconhecem a Verdade e se curvam perante a
supremacia da Divindade interior.

À medida em que a consciência do homem se desliga do sentido de que é ele o fazedor, dá-se
uma diminuição do poder do ego humano e um acréscimo correspondente do poder da Luz da
Realidade no interior do indivíduo. A declaração "EU SOU a porta" mostra que o Deus interior
deve ser o único poder atuante (e ativador) no homem. Quando se realiza o ato dinâmico e
espiritualmente regenerador que afirma: "Eu (o ser inferior) e o meu Pai (o EU SOU, o Ser
Superior) somos um só", a Presença de Deus pode tomar domínio na vida do indivíduo e
restaurar a Lei da Graça e da Verdade ao seu legítimo lugar.

Como foi dito por João Batista em relação ao Cristo: "É necessário que ele cresça e que eu
diminua", também o poder de Deus - quando invocado pelo indivíduo que compreende que Deus
é o fazedor, o árbitro do seu destino - aumenta o potencial da sua vida até que o homem
integral comece a exprimir a realidade maior do seu Eu original. Isso significa o desmoronamento
da parede divisória entre o homem e Deus. Significa o destronar da imagem sintética e a
realização da antiga lei mosaica "Não terás outros deuses diante de Mim'' registrada no livro da
Vida como: "Não colocarás a imagem sintética diante da Minha Realidade infinita."

Quando o poder de Deus, a Todo-Poderosa Presença do EU SOU, é entronizado como a


autoridade governante de todos os atos do indivíduo, ele se liberta da imagem sintética. Sua
consciência é transformada até ele poder ficar como Moisés ficou no deserto do Sinai (que
representa o solo improdutivo da consciência humana sintética) e ali contemplar a sarça que
arde, mas não é consumida. Esse fenômeno ensina que a própria

Natureza dura mais que a imagem sintética em graus quase infinitos, pois a sarça permanece
muito tempo depois de aquela transformar-se em pó.

A Chama que é Deus transmite o conhecimento de que, por detrás da criação visível, está a
centelha essencial da vida que vem do Criador, e deve ser reivindicada por todos os seus filhos-
servos. O homem, em sinal de reverência pelo Criador e pela criação, descalça os sapatos,
simbolizando o reconhecimento da onipotência da Verdade, que fala a partir da própria essência
do Espírito e declara: "EU SOU O QUE EU SOU".

O primeiro mandamento, parafraseado por Jesus quando disse: "Sede vós, pois, perfeitos, como
é perfeito o vosso Pai que está nos céus" lembra-nos de que homem algum deve honrar outro
acima da Presença Divina que está no seu interior. A Presença é a luz interior que o guia, e o
conduzirá pelo deserto do pensamento humano e do labirinto das experiências desconcertantes
para a terra prometida da oportunidade espiritual. Aqui, a alma é alimentada com o maná
celestial da Verdade divina, buscando alegremente um Criador e uma criação universalmente
científicos; e o homem, pela sua criatividade dada por Deus, evolui por meio da Luz Crística em
direção à união com a Realidade.

O CAMINHO DO AMOR
Do amor eu vim, para o amor eu vou;
E todo esse vaivém que vi
Não altera um único jota
Do plano cósmico que esqueci.

Alcanço a Verdade e me devoto;


Inclino-me ao amor em toda gente,
O universo é um somente,
Não existe choque dos vários tons.

O som que ouço está sempre perto;


É o amor que o medo vai expulsar
Onde EU SOU Teu amor também vive
Para os muitos e os poucos libertar.
Comanda, perfeição, grande lei do amor!
Comanda, perfeição, grande luz do amor!
Pela noite afora Tua beleza radiante
Como Estrela eterna, Luz superna,
A todos cativa pelo poder presente,

Pois amor EU SOU e amor eu vivo,


Ofereço este tudo que é meu,
A cada Varão é dada a centelha
Que rasga o véu e leva ao céu.
CAPÍTULO 2

A SUA IMAGEM VERDADEIRA

A SUA IMAGEM VERDADEIRA


E Deus limpará dos seus olhos toda a lágrima;
E não haverá mais morte, nem pranto,
Nem clamor, nem dor; porque já as primeiras
Coisas são passadas.
-Apocalipse

A EMANAÇÃO DE Luz DO PROPÓSITO ETERNO

No Princípio, foi criada a nossa Imagem Verdadeira, e ela nasceu da Luz! A Luz era o unigênito
do Pai, cheio de graça e verdade. Essa Luz era o Cristo, pelo qual todas as coisas foram feitas, a
emanação do propósito eterno, a radiação do Filho vinda do coração do Cosmo.
A Imagem celestial é o pensamento
Que Deus usou como o plano-padrão,
Como exigência arquitetônica no universo
Para fabricar e planear
Um homem perfeito, um sinal sagrado,
Símbolo da Chama encerrada na forma,
O Paracleto dual renascido
Como Espírito Santo manifestado nos homens,
Essa é a nova visita do nosso Deus
A um mundo que aguarda a alvorada.

Os fogos da criação ardiam com grande brilho nesse dia memorável quando, nascido da
consciência do Criador, o espírito do homem dançou de alegria e as estrelas da manhã cantaram
juntas. O fiat do Todo-Poderoso soou claramente: "[de filhos e filhas da Mente infinita! [de e
cumpri vosso destino imortal!"

Foi a energia vital do Bem de Deus que revelou a face brilhante do seu potencial, enquanto
bilhões de centelhas-Espírito se moviam em espiral pelo cosmo, arrastando nuvens de glória e
cantando: "Eis que vim para fazer a Tua vontade, ó Deus"! E assim nasceu o Espírito do homem,
e assim Deus nasceu no homem e a alma desceu na forma e tomou domínio sobre a Terra.

Contemplando a maravilha da sua origem e do seu destino de fogo, a alma escuta o triunfo das
eras ecoando na doce sinfonia do Deus Pai-Mãe: "EU SOU Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim." Ao
contatar os ciclos rejuvenescedores do próprio centro do Ser, a alma é infundida com uma nova
explosão de vida! Ao apreender a chama da sua grandeza interna, igual à da Chama de onde
veio, ela já não teme a imersão na pia batismal do fogo sagrado. Pelo contrário, ela procura uma
identificação total com Deus e com o universo.

Suspensa no âmbito das dimensões do tempo e do espaço, a alma toca a Realidade, e o corpo e
a mente são eletrizados com uma explosão de luz e santa reverência. Ao contemplar o passado,
o presente e o futuro - como se estivesse no topo do trem da vida, em movimento - a verdade
começa a surgir na mente externa: o potencial vivente da alma não está relacionado com o
nome, com a genealogia, com a carne e o sangue, nem mesmo com o mundo a que está ligado.
Tanto os grandes como os humildes podem possuí-lo. Tanto os indivíduos de condição mais
modesta como os de condição mais elevada podem "subir com asas como águias” e ganhar a
sua imortalidade.

O aspecto dominante do Espírito é a sua disponibilidade universal. O Espírito aviva a. alma e


permite que cada expressão de vida saia do túmulo da imagem sintética e possa viver. Onde
quer que haja um coração receptivo - um centro receptor, uma identidade que possa relacionar
um universo interior com um universo exterior - o Espírito faz aí seu contato e entra rapidamente
para preencher o cálice do ser com luz, energia e esperança. Esse é o tema da vida imortal, do
qual a alma é a legítima herdeira.

"Eu vim para que todos tenham vida e a tenham com abundância". Essa declaração do propósito
cósmico ganha significado para o indivíduo - onde quer que esteja, ou quem quer que seja -
conforme compreende que a abundância da sua vida não se compõe das coisas que possui neste
mundo? É suficiente saber que foi Deus quem o fez. Seu Pai é o Ser Eterno que preencheu o
espaço com as plêiades, cuja harmonia preenche o espaço inteiro e faz girar as esferas radiantes
nas rotações estabelecidas. Ele é um filho de Deus, e desde que esteja disposto a reivindicar sua
identidade por intermédio da Imagem Verdadeira, saberá o que significa viver na consciência da
Realidade e ser um "co-herdeiro com Cristo".

"Eu vim para que todos tenham vida e a tenham com abundância!" O fiat do Mestre Jesus deve
ser realizado em todas as partes da vida. À medida em que o universo se expande, os filhos e
filhas de Deus aumentam a vida abundante, apreendendo a Imagem Verdadeira e fazendo,
assim, evoluir o reino microcósmico. Pela lei cósmica, a progênie do Altíssimo está destinada a
conhecer a vida abundante - a conhecer a consciência abundante do Bem Divino manifestado em
inumeráveis orbes feitas também à Sua imagem e semelhança. À medida em que aumenta sua
sensibilidade à Imagem Verdadeira de outros filhos e filhas da Chama (com a diminuição
simultânea da sua empatia com a imagem sintética), descobre a alegria da partilha universal, da
dádiva mútua, e as almas se unem umas às outras, tal como são uma só com Ele na vida
abundante.

Com os pés bem firmes no chão e tentando alcançar as estrelas com as mãos, a alma,
sintonizada com seu destino ígneo, é preenchida com o amor do propósito cósmico. A vida tem
um significado: ela encontrará o caminho, descobrirá o plano mestre, conseguirá conhecer o
porquê, o como, o motivo. Com um suspiro de alívio e irradiando gratidão por simplesmente ser,
a alma eleva uma poderosa oração ao Infinito:

SENHOR Deus dos Exércitos! SENHOR Deus dos Exércitos -


Tu! Que enfileiraste as plêiades
E alegraste os olhos da criancinha -
05 sábios e os tolos, todos são Teus!
E os cruéis e os brandos,
Não há maior anseio ou maior meta
Do que manter a liberdade na alma
Do mundo inteiro e de todos os homens!

Façamos, então, o que pudermos


Um esforço maior a cada dia,
Pelo grande amor de Deus, caminhemos mais eretos
Na Senda, como amigos da liberdade _
Belos corações que defenderão
A linha do valor e a missão digna
Pelo poder da decisão crística.

Cristo à minha frente ilumina o meu caminho!


Cristo atrás de mim, todo o dia!
Cristo acima de mim quando rezo!
Hoje Cristo vive em mim!

Chama da liberdade onde quer que Ele vá -


Espírito Santo - como uma rosa
Que está abrindo seu botão!
Seu aroma libera todo o Teu amor
E santifica a mente e todo o ser -
Pelo grande serviço do amor
Que invoco.

O ESPÍRITO: SEM NASCIMENTO, SEM MORTE, ETERNO

De acordo com o que está registrado no livro da Gênesis, o homem foi criado à imagem de Deus.
Se Deus é um Espírito e o homem foi feito à Sua imagem, então o homem também é um
Espírito, puro e santo aos Seus olhos. Como o seu Criador, ele tem autopercepção consciente e
um potencial cósmico ilimitado; e, como o seu Criador, é capaz de alcançar o reino do milagroso.

Portanto, o destino do Homem Verdadeiro só pode ser espiritual. Possuidor em estado latente da
consciência cósmica do Ser em cuja imagem foi feito, o homem é verdadeiramente abençoado
com a oportunidade [de ser] imortal. Unido ao seu criador, ele é onipresente, onisciente e
onipotente. Sempre em contato, em níveis interiores do seu ser, com todos os outros que
também foram feitos à imagem do Espírito imortal, ele está ainda envolvido no ritual de tornar-
se [algo], por meio da sua mestria sobre os ciclos do tempo e do espaço na matéria.

Enquanto a alma é o potencial vivo de Deus que o homem pode imortalizar, pelo uso inteligente
do seu livre-arbítrio, o Espírito é o átomo permanente do Ser que não teve nascimento, nunca
conhecerá a morte e é eterno. Enquanto o homem pode perder a alma e tornar-se um réprobo ,
o Espírito é inviolável sem nascimento, no sentido de que já tinha preexistência na mente de
Deus antes de separar-se do Grande Ovóide de Fogo, sem conhecer a morte, porque a sua
identidade é preservada como um foco individualizado do Ser Flamejante que nunca morre,
eterno, porque é para sempre uma idéia na mente de Deus.

A alma é uma gota no vasto oceano do Ser, uma célula no corpo de Deus. A centelha do Espírito,
que incendiou o seu potencial, foi imbuída com a Imagem vivificante do Ser Divino e contém o
poder criativo da Sua Origem. Assim, a alma veio do Espírito para preservar na forma as energias
geométricas de um mundo mais elevado.

"O oceano poderia ter escolhido permanecer o oceano, mas, ao separar a gota pequenina e
luminosa do todo elevando-a em direção aos raios gloriosos do sol da iluminação, um novo
oceano teve início. E assim a consciência individual passou a ter o domínio sobre o próprio
mundo. Do mesmo modo o homem, feito à imagem e semelhança do seu Criador, tornou-se
também um criador." Qual a razão da criação "no princípio" senão para fazer evoluir o plano do
Criador? Qual a razão do destino, senão para a Divindade ser estabelecida em nós? Qual a razão
do homem, a manifestação, senão para se tornar tudo o que Deus é?

Há muito tempo, o Mestre Jesus declarou ser o Filho de Deus, e era-o realmente. Os saduceus e
os fariseus condenaram a sua declaração, dizendo: "Ele blasfema!" Jesus não se calou e
respondeu-lhes com a autoridade da Lei: "Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra
de Deus foi dirigi da, e a escritura não pode ser anulada, àquele a quem o Pai santificou e enviou
ao mundo, vós dizeis 'Blasfemas', porque disse: 'Sou Filho de Deus?"

Por intermédio da comunhão com a sua Imagem Verdadeira, Jesus foi capaz de reconhecer sua
unidade com a Fonte tal como a corrente eterna que se origina da fonte da vida canta o dia
inteiro: "Eu e o meu Pai somos um só! Eu e o meu Pai somos um só! Eu e o meu Pai somos um
só!" Por essa percepção íntima da sua Imagem Verdadeira - esse Espírito do Deus vivente, essa
identidade essencial de cada homem e de cada mulher que torna todos um só sob a proteção do
Cristo - Jesus também estava ciente da nossa Imagem Verdadeira.

É certo que o Filho de Deus que declarou: "Antes que Abraão existisse, EU SOU" - também
conhecia a nossa Identidade Divina que existiu antes de os mundos serem criados, e não teve
medo de proclamá-lo para cada um de nós - [e dispôs-se a] dar a própria vida, se necessário,
para que a Imagem Verdadeira pudesse viver.
“És um filho da luz
Foste criado segundo a imagem divina,
És um filho do Infinito,
Habitas nos véus do tempo,
És um filho do Altíssimo! (...)
EU SOU é o nome do Pai
EU SOU é o nome do Filho
EU SOU é o Espírito Mais Santo-
Estais todos cobertos pelo Um.
Ele te guiará e protegerá
para sempre
Ele irá te levar para longe
em Seu braço.
Ele Se esconde do inteligente,
Ele venera o pobre com Seu encanto.
Deus vive na tua alma, a imagem do Eu
Saber disso transformará tua visão.
Deus vive na luz
que brilha desde dentro,
Ele divide Seu pão com os poucos.
Ele ouve nossos chamados e responde
Seu amor, a luz dos homens.
Aceita, então, a Sua compreensão-
Tua magnífica forma linda de vencer.
EU SOU é o nome que precisas invocar-
Ele é tão amplo e verdadeiro.
Porque os acanhados limites
da personalidade
Só podem ocultar da visão.
A Face do Eterno céu,
Desabrochando dentro da alma,
Seu pão é o fermento precioso
Que nos erguerá a todos
Até a nossa meta”.

Os verdadeiros ensinamentos de Cristo restituem a alma ao seu estado perdido, ao seu lugar
legítimo na nobreza cósmica dos filhos e filhas de Deus. Esses ensinamentos libertam o homem
dos grilhões de uma falsa teologia, que o subjuga com o peso do pecado. Nas câmaras da noite,
onde a morte é um doce alívio e a misericórdia é o braço do destino, um único raio de esperança
rasga o céu escurecido: o Anjo da Libertação faz soar as trombetas, não com um som de
tristeza, mas com a nota prolongada da vitória para cada um. E é quebrada a casca - a
degradação da mentira serpentina: "Eis que em iniquidade fui formado e em pecado me
concebeu minha mãe."

o homem não compreendeu corretamente o conceito imaculado que, na realidade, relaciona


cada concepção ao Divino. [As palavras] "pelo que o Santo que de ti há de nascer, será chamado
Filho de Deus" também são ditas aos pais e às mães capazes de aceitar a injunção do Altíssimo
como oportunidade de se tornarem co-criadores com a Perfeição Divina, partilhando assim da
alegria sentida por Maria, como Mãe daquele cuja glória era ser o "unigênito do Pai, cheio de
graça e beleza" imaculadamente mantido no seu coração e na sua mente. Por meio da
compreensão do conceito imaculado dos filhos e filhas de Deus, cada homem, cada mulher pode
levantar a cabeça para contemplar a glória do Sol de onde veio. Cada peregrino na vida terrena
pode olhar para o alto e viver. Que a condenação feita pelo pai das mentiras caia sobre a sua
cabeça e sobre a sua geração! "Porém, eu e a minha casa serviremos ao SENHOR."

A origem do homem é Deus. De onde vem, então, o pecado original? Apenas da imagem
sintética que não existe mais. Não há pecado algum na geração dos filhos e filhas de Deus. Não
existe degradação na regeneração da alma e na elevação do Espírito, a partir do centro do Ser
de Deus, até a periferia da manifestação universal. Tal como no céu o Deus Pai-Mãe gerou Seu
Filho primogênito, o Cristo, a Imagem Verdadeira em todos nós, também na Terra o filho de
Deus é gerado por chamas pai-mãe, que esperam em véus de carne a vinda do primeiro raio da
aurora.
A vida no céu e na Terra
Ainda é sagrada.
A vida, o Espírito de Deus, Seu valor
Cumpre a Sua vontade.

Onde o esplendor da Sua chama


Acende uma centelha
A mira da seta cósmica
Eleva o alvo da perfeição.

O Espírito dota o amor criativo


Para fluir docemente -
Pensamento algum desfigura a imagem no Alto
Nem aqui embaixo.

Pois a barca sagrada da vida


Navega livre para sempre
E ninguém quebrará o arco
Da abençoada liberdade.

DEUS, O MACROCOSMO; O HOMEM, O MICROCOSMO

A vida individual é a porta de entrada para o Infinito. Assim foi escrita a advertência nas paredes
do antigo templo: "Homem, conhece a ti mesmo!" - o que quer dizer: "Homem, conhece a Ti
mesmo como Deus!" Conhecer o Eu Verdadeiro é conhecer a Deus - Deus, não como o tirano
que tantos temem, alguns abandonaram e outros declararam estar morto, mas Deus como a
Geometria da Divindade (Geometry of Divinity- G-O-D)' a Geometria da nossa Divindade.

O controle da consciência leva ao conhecimento do Eu, e o conhecimento do Eu leva a um


controle cada vez maior da consciência. Tal controle deve envolver necessariamente a disciplina
da mente e do coração, assim como o domínio das próprias energias. Isso se realiza por meio da
apreensão correta do Eu Verdadeiro, a que também se pode chamar Ego Superconsciente. O
relacionamento do Ego Superconsciente com o ego [humano], que ainda se identifica com a
imagem sintética, depende, portanto, do conhecimento que cada um tenha do Eu Verdadeiro.
"Une-te, pois, a ele e tem paz... e saberás que EU SOU o Senhor [que o EU SOU é o Senhor]. No
nosso exame da Realidade, vamos considerar primeiro esse relacionamento do Ego
Superconsciente com o ego [humano].

Assim como Kipling pensava que "Oriente é Oriente e Ocidente é Ocidente e eles jamais se
encontrarão”, também parece não existir a possibilidade de um ponto de encontro entre o
Superconsciente e o ego, entre a Imagem Verdadeira e a imagem sintética. Todavia, ambos
estão presentes no homem até chegar a hora do seu aperfeiçoamento, quando ele alcança a
reunião total com a Realidade.

O problema da dualidade - das tendências do bem e do mal no homem - precisa ser encarado,
pois, embora as nossas almas sejam uma parte essencial do Seu Espírito, descobrimos que, por
um tempo, a nossa existência fica confinada aos grilhões da carne. O ponto de encontro entre o
nosso Eu Verdadeiro, o ideal elevado em que desejamos nos tornar, e a imagem sintética, que
aceitamos em seu lugar, encontra-se no Superego. Também conhecido como Cristo Pessoal, o
Superego é o medianeiro da nossa dualidade e encontra-se na encruzilhada entre Deus e o
homem. A comparação entre o Macrocosmo e o microcosmo ajudará cada um a compreender
estes três níveis da consciência: (1) o Ego Superconsciente, que está ciente da Realidade; (2) o
ego [humano], que está ciente da irrealidade, e (3) o Superego, que está ciente de ambos.

Compreendemos o Macrocosmo como sendo toda a trama da criação, conhecida e desconhecida,


visível e invisível, expandindo-se e contendo na sua estrutura todo o esquema de universos,
galáxias, estrelas e sistemas solares, planetas e mundos monádicos dentro de mundos.
Compreendemos o microcosmo como sendo o próprio homem - o epítome da criação confinada
em uma estrutura de individualidade. Ao examinar a origem desses dois mundos, vemos que o
prefixo macro deriva do vocábulo grego macros, que significa extenso ou grande; micro deriva
do grego micros, que significa pequeno, e cosmo deriva de kosmos, que significa mundo. Assim,
referimo-nos ao Macrocosmo, o "grande mundo", e ao microcosmo, o "pequeno mundo".

O Macrocosmo pode ser ilustrado pelo desenho de um círculo imaginário de tamanho infinito, ao
qual chamaremos o Corpo de Deus, e onde colocaremos tudo o que Ele criou, tanto espiritual
como material, incluindo o Espírito e a alma do homem. Considerando que, literalmente, bilhões
de universos estão contidos no círculo infinito do Macrocosmo, que dura para sempre como uma
idéia perfeita na mente de Deus, o microcosmo é o círculo que Deus traçou ao redor das
centelhas-Espírito, com o desejo de conceder individualidade às partes infinitas do Todo infinito.

Cada mundo microcósmico é uma célula no Macrocosmo, um fragmento do Cristal Maior,


refletindo uma porção da Sua glória. Cada homem é uma manifestação de Deus (uma manifesta
ação de Deus), a imagem do Cosmo superior refletida no cosmo inferior. A chave para a
infinitude é ganha pela mestria do eu inferior (o microcosmo), pelo poder do Eu Superior (o
Macrocosmo). Esse é o poder do Ego Superconsciente sobre o ego [humano], [o poder] de Deus,
o Macrocosmo, sobre o homem, o microcosmo. Se o homem usar corretamente as dádivas
sagradas da vida, incluindo o livre-arbítrio, sua consciência no microcosmo pode identificar-se
com a plenitude da consciência de Deus no Macrocosmo. Mas, primeiro, é essencial que ele
aprenda como fazer o contato, como estabelecer e manter seu relacionamento com o Ego
Superconsciente.

O padrão em forma de oito é usado para ilustrar o princípio de intercâmbio entre o mundo
macrocósmico, no Alto, e o mundo microcósmico, embaixo. No nexo, o ponto onde as linhas do
oito se cruzam, as virtudes da Realidade Maior de cada um, do Ego Superconsciente, fluem em
direção descendente para o microcosmo, e as aspirações da realidade menor de cada um, do
ego [humano], fluem em direção ascendente para o Macrocosmo. O intercâmbio é realizado por
meio da consciência do Cristo, do Superego que, posicionado no centro da cruz, é o agente da
transformação alquímica que se realiza entre as energias de Deus e do homem.

O princípio subjacente a esse processo é facilmente compreendido se o compararmos a uma


cafeteira. Quando a água ferve na parte de baixo, a pressão do vapor força sua subida para o
receptáculo superior, onde se combina com o café. Quando se tira a cafeteira do fogo, a mistura
desce para a parte inferior, pronta para ser servida.

No homem, é o calor do desejo fervoroso de se tornar Divino, que faz com que as energias se
elevem à esfera superior da sua identidade. Ali, elas se misturam com os ingredientes da
perfeição e são transformadas em um elixir de luz líquida. O vácuo, criado pela dádiva de tudo
que somos à Realidade do nosso Eu Superior, força o retorno de uma porção do Espírito da
Realidade para o receptáculo vazio da nossa consciência, e assim as energias purificadas vão
descendo. O alto grau de perfeição do Eu Superior pode ser invocado e mantido pelo forte
desejo do eu inferior de manifestar o potencial maior do ser.

O Eu Superior é o Homem Verdadeiro que não habita em templos feitos por mãos [humanas],
cuja casa é eterna nos céus, e, como Deus, está realmente presente em todo lado. O eu inferior
é a porção da individualidade à qual não se pode chamar Homem Verdadeiro porque ainda se
encontra no estado de tornar-se o todo - totalmente unido ao Eu Verdadeiro. O eu inferior é a
porção do Homem Verdadeiro que habita no templo do corpo finito na casa terrena, confinado
no tempo e no espaço.
"Compreendei então o vosso Eu Superior, como o Deus dos deuses", diz o Mestre do Templo da
Iluminação. "Ao contemplardes este conceito, o eu inferior cai de joelhos [o ego rende-se
quando a consciência da alma aceita o Eu Verdadeiro como Deus]. Quando o Cristo, o eterno
Medianeiro, se inclina diante do Pai, o Bem torna-se o Tudo-em-todos [o Bem torna-se o Eu
Superior manifestado no eu inferior]. O homem penetra no curso repentino de superar a
Autorealização. Ele não teme a união, pois percebe que a imagem enegrecida do eu sintético,
que procurou abater o seu direito inato, não é real! Por conseguinte, ele a substitui
imediatamente pela imagem divina permanecendo humildemente na consciência do filho que
espera a sua herança divina."

A INVASÃO DO CÍRCULO MICROCÓSMICO

Ao longo dos séculos do seu envolvimento com a mortalidade, as vestes da consciência do


homem ficaram tão impregnadas com a fumaça da ilusão, que se tornou impossível para os
ventos prânicos do Espírito Santo penetrarem o seu ser, a menos que ele se despoje, primeiro,
da sua veste de luto e vista a roupa branca e limpa do traje nupcial.

A forma como a humanidade tem rejeitado as inspirações do Eu Verdadeiro e o seu fracasso em


se relacionar com o Ego Superconsciente resultaram na obstrução do fluxo da vida entre o
Macrocosmo e o microcosmo. A consequência dessa interrupção das energias vitais, vindas da
fonte da Realidade, é um ego empobrecido, macilento, e autodestruído - um mero esqueleto do
que o homem está destinado a tornar-se, do que ele já é na sua Imagem Verdadeira.

Jesus referiu-se aos que, pelo livre-arbítrio, separaram-se da fonte da vida eterna, no coração do
Macrocosmo, como "sepulcros caiados... cheios de ossos de mortos." Deles disse Amém, a
testemunha fiel e verdadeira: "Como dizes: rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta; e
não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu; aconselho-te que de mim
compres ouro, provado no fogo, para que te enriqueças, e vestidos brancos, para que te vistas, e
não apareça a vergonha da tua nudez, e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas."

Assim, os "mortos-vivos" não estão cientes da sua precária situação. A invasão do microcosmo
foi acontecendo tão gradualmente que o homem não conhece nem a hora, nem o dia em que
sua consciência deslizou para o nevoeiro da imagem sintética. Tendo substituído gradualmente o
Real pelo irreal, ele não teme a sua perda, não se apercebe da sua perdição, não sabe que sua
alma necessita de salvação.

No momento em que o homem desvia a atenção do fluxo da radiação pura do seu Eu


Verdadeiro, perde a proteção da luz focalizada através das lentes da sua imagem perfeita.
Enquanto o círculo do Macrocosmo é perfeito e, portanto, inviolável, o círculo do microcosmo é
incompleto, a menos que reflita o do Macrocosmo. A finalidade do microcosmo é espelhar o
Macrocosmo, assim, a transferência da Imagem Verdadeira para a alma ocorre naturalmente
quando a alma pode absorver os padrões transmitidos a partir do plano do Ego Superconsciente,
em lugar daqueles que se originam no plano do ego [humano].

A invasão do círculo microcósmico só pode ocorrer quando os homens renunciam ao direito ao


controle, tanto consciente como subconsciente, das suas energias e dos seus mundos,
admitindo, em lugar das ideias perfeitas de Deus, pensamentos e sentimentos da consciência
sintética de massa.
Enchendo, por assim dizer, balões de cores brilhantes e formas incontáveis, essas formas de
pensamento e sentimento - que podem ser vistas em níveis astrais pelos clarividentes - são
realmente grades e campos de força flutuantes da mente de massa. A invasão do microcosmo
acontece, então, da seguinte forma. Primeiro, o homem abre a lente da sua consciência a
imagens imperfeitas que umas vezes são vistas e outras sentidas. Segundo, ele permite que a
sua atenção se concentre nelas, seja consciente, seja inconscientemente. Terceiro, as energias
do Macrocosmo fluem pela sua atenção, preenchendo os moldes dos padrões sintéticos que
tornam o seu mundo vulnerável às influências de uma sociedade sintética. Assim, ao dirigir de
forma errada as energias do Macrocosmo, o homem mantém a imperfeição no microcosmo.

A aceitação sem controle de sugestões hipnóticas que passam de um ser humano para outro por
meio da atmosfera resulta na violação do ser do homem. Assim, o microcosmo é bombardeado
por um fluxo de padrões da memória racial que entram no mundo do homem, por vezes só à
superfície da mente e, novamente, em níveis subterrâneos da consciência, magnetizados pela
presença de vibrações semelhantes - padrões imperfeitos de pensamentos e sentimentos
similares - que foram admitidos antes, consciente ou inconscientemente.

Quando o homem ignora esse fato e deixa de estar vigilante, afirmando a sua Realidade
imutável, passa, como conseqüência, a ser alvo de emanações imperfeitas, que entram na mente
subconsciente e ali ficam registradas até que, por um ato de vontade, ele invoque o poder divino
que apagará todas as marcas iníquas e ilegítimas do seu livro da Vida.

"Tal como existem raios cósmicos de influência benigna que continuamente se espalham no
mundo do indivíduo", explica outro instrutor da humanidade, “há emanações sutis vindas de
outras correntes de vida, que também atingem o seu mundo”. Podemos comparar essas
emanações a uma esteira transportadora, em que recipientes em forma de ovo são levados à
consciência ou forma da corrente de vida. Quando esses recipientes se rompem e perdem seu
conteúdo - seja ele bom ou mau - é quase certo que ocorra uma penetração da substância dos
quatro corpos inferiores do homem. (Ver Capítulo IV).

Isso explica as sensações estranhas que as pessoas por vezes têm e pensam que são alheias à
sua disposição natural, mas sobre as quais parece não serem capazes de exercer grande
controle. Esses sentimentos são o resultado da penetração muito sutil da sua forma e
consciência por emanações ou projeções de energia enviadas por outras pessoas, consciente ou
inconscientemente. Acontece que, aqueles que sofrem de doenças mentais, como a paranoia
(em que existem ilusões de perseguição e de grandeza), muitas vezes enviam cargas
desordenadas de energia incoerente que trazem consigo padrões pontiagudos, como dentes de
serra, os quais, quando desalojados de uma forma humana e empurrados para outra, podem
causar grandes estragos, a menos que sejam controlados. Portanto, é essencial que o iniciado
aprenda como se proteger contra a penetração da sua substância e da sua forma por quaisquer
influências prejudiciais.

A IMORTALIDADE MANIFESTA: REVESTIR-SE DO HOMEM NOVO

Segundo a lei do livre-arbítrio, cada homem é a autoridade do seu mundo e tem o direito de
determinar o que será admitido na sua esfera de consciência. Uma vez que os pensamentos e
sentimentos da imagem sintética - tanto os seus, como os que estão espalhados pelo mundo -
são os inimigos mortais da sua Imagem Verdadeira, o homem precisa estar de atalaia nas
muralhas do ser, pronto para fazer soar o alarme a qualquer momento e convocar suas forças
para defender a cidadela da consciência.

Muitas vezes, por desconhecer o decreto divino que o tornou árbitro do seu destino, o homem
permite que as pressões dos pensamentos e sentimentos das massas fechem a porta para a sua
melhor faceta. Olhando sua vida como o produto do destino ou o capricho de um Deus injusto,
em vez de compreender que ele é o produto dos próprios pensamentos, palavras e obras, o
homem não aproveita a oportunidade para polarizar as energias do bem divino no microcosmo.
Em vez disso, espera que as coisas "aconteçam". Para ele, a vida é como um espetáculo
desportivo e, enquanto vê o mundo passar, permite que o carimbem com as imagens sintéticas
que negam a expressão do Homem Verdadeiro - a Imagem magnífica e divinamente livre criada
por Deus, em toda a sua luz, alegria e potencial ilimitados.

A aliança original da Lei estabeleci da entre Deus e o homem - o princípio que torna possível o
intercâmbio entre o Macrocosmo e o microcosmo - assegura ao homem a proteção total da lei
cósmica, se ele obedecer aos mandamentos de Deus e "se guardar da corrupção do mundo." A
infração do primeiro mandamento - "Não terás outros deuses diante de Mim" - e do segundo,
que é similar - "Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em
cima dos céus, nem embaixo da terra, nem nas águas debaixo da terra ... " - anula essa aliança
entre Deus e o homem e estilhaça o padrão em forma de ampulheta que já permitiu que as
areias da justiça fluíssem livremente entre o Criador e a criação - entre o oceano e a gota.

Assim como Gideão derrubou o altar de Baa, também o homem precisa rasgar o véu da imagem
sintética; o ídolo que ele colocou sobre o altar do ser deve ser desmascarado e depois quebrado
de uma vez por todas. Por meio de uma devoção absoluta ao Deus vivente, o homem precisa
decidir-se a manifestar alegremente a própria imortalidade, ser paz e pureza em ação, e realizar
o grande sonho cósmico de Deus que o Eu Verdadeiro nunca deterá. Em pensamentos, palavras
e obras, o homem precisa determinar-se a manter a aliança sagrada com o seu Deus, permitindo
que somente as impressões da Imagem Verdadeira passem pelo portal da sua consciência. Tudo
mais é idolatria.

Mas a devoção e a determinação são apenas os primeiros passos. O homem precisa ter o
conhecimento e uma espada. As pessoas sinceras podem perguntar: como deve ser realizado o
mandato da perfeição? Deus pretendeu realmente que o homem buscasse um padrão perfeito
em um mundo imperfeito?

Por meio de invocações fervorosas ao Espírito da Realidade, a Imagem Verdadeira de Deus pode
ser trazida do grande reservatório do Macrocosmo para o pool do microcosmo. Ao permitir que
as energias dos seus dois mundos fluam livremente pela figura em forma de oito, o homem
descobre que se está realizando uma transformação única: à medida em que as energias do
microcosmo entram no Macrocosmo, assumem a imagem ou qualificação do Eu Verdadeiro.
Então, essas energias purificadas voltam para o microcosmo pela figura em forma de oito, para
restabelecer no mundo da forma a identidade original do homem, que era sua "no princípio".
Esse é o ritual em que se descarta o homem velho para se vestir o homem novo, "renovado pelo
conhecimento, segundo a imagem Daquele que o criou."

Jesus ensinou essa lei aos seus discípulos e como fazê-la funcionar pelo poder da Palavra falada
e pelo nome de Deus EU SOU. Ele lhes deu as Afirmações Transfiguradoras, que todos podem
usar para magnetizar o amor da grande Fonte da Vida que abre o potencial vivente da alma:
EU SOU O QUE EU SOU
EU SOU a porta aberta que nenhum homem pode fechar
EU SOU a Luz que ilumina todo homem que vem ao mundo
EU SOU o caminho
EU SOU a verdade
EU SOU a vida
EU SOU a ressurreição
EU SOU a ascensão na Luz
EU SOU a satisfação de todas as minhas necessidades e carências
EU SOU a abundância derramada sobre toda a vida
EU SOU a visão e audição perfeitas
EU SOU a manifesta perfeição do Ser
EU SO U a ilimitável Luz de Deus manifestada por toda parte
EU SOU a Luz do Santo dos Santos
EU SOU um Filho de Deus
EU SOU a Luz na sagrada montanha de Deus.

Quando o homem pronuncia o nome de Deus dessa maneira, como uma afirmação do seu
Verdadeiro Ser, está reconhecendo, no microcosmo, o potencial macrocósmico da sua Imagem
Verdadeira. Está demonstrando o princípio da coexistência cósmica- do Espírito de Deus
habitando na alma do homem. Está provando o fato de que ali mesmo onde ele está, ali mesmo
onde ele tem uma percepção de consciência própria, ali, Deus pode ser conhecido. O nome de
Deus libera o poder do Macrocosmo onde quer que seja pronunciado no microcosmo, e o homem
torna-se mais divino quando diz: "Onde EU SOU e estou, ali está Deus, e onde Deus está, ali EU
SOU e estou."

O que há em um nome? Tudo! No nome de Deus há a Luz do ser do homem, pelo qual o
microcosmo se reveste do Macrocosmo e a "alma magnífica ao Senhor."

Sempre que o homem pronuncia a palavra "EU SOU", oferece as suas energias ao Eu Verdadeiro
e torna-se progressivamente mais real, pois a lei dos ciclos garante que, como retorno, ele
receberá mais do que o que enviou. "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos
dias o acharás." O potencial criativo das energias que descem do Macrocosmo para serem
usadas pelo homem no microcosmo aumenta, à medida em que as energias que ascendem do
microcosmo são purificadas. "E qualquer que n'Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo,
como também Ele é puro."

"Pouco a pouco" disse o Apóstolo, "o Cristo é formado no homem"; pouco a pouco, a imagem
sintética é substituída pela Imagem Verdadeira. "Mandamento sobre mandamento, regra sobre
regra", o homem desperta do sonho da mortalidade para a percepção viva da sua identidade
imortal como um filho de Deus; e as correntes da ilusão que se têm precipitado contra a sua
espiritualidade são revertidas no seu curso.

OS VESTÍGIOS DA IMAGEM SINTÉTICA SUBSTITUÍDOS PELA MAGIA DO OLHO


VERDADEIRO

Embora a nossa alma esteja imbuída do conhecimento e do espírito da vitória da superação,


vemos à nossa volta os vestígios da imagem sintética unindo-se para derrubar a Realidade
magnífica do homem. As influências hereditárias e ambientais, juntamente com o sentido mortal
de limitação que molda os padrões sociais e educacionais, permeiam cada faceta do pensamento
e da existência do homem. Como resultado desse verdadeiro redemoinho de campos de força
conflitantes, ele muitas vezes se sente confuso quanto ao propósito real da vida.

Vivendo neste século, com o desenvolver de todo seu materialismo, maravilhas científicas e
desafios intelectuais, o homem passou a não apreciar nem sentir a necessidade de buscar a sua
Realidade mística. Em todo lado, a mistura do natural com o artificial leva-o a se interrogar se é
uma criação mecânica, o mero produto de uma evolução biológica ou - quando se atreve a tal
conjetura - um filho do Altíssimo.

Embora saiba que o ciclo da sua vida terrena é relativamente curto e cheio de armadilhas e
tentações, o homem raramente se preocupa com o que acontecerá quando a cortina descer no
ato final e ele precisar retirar-se para os bastidores, até lhe ser dado outro papel, em outra vida.
Mantendo, em vez disso, um sentimento equivocado de imortalidade, pode buscar na sua prole
uma continuação da sua personalidade, tentar viver na memória da raça, erigindo monumentos
às realizações pessoais ou, condicionado por uma doutrina errônea, satisfazer-se com a
convicção de que outro já assegurou a sua imortalidade.

Paulo, ao escrever aos coríntios, disse: “A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus."
Qual é, então, o propósito da criação da carne e do sangue? Está escrito que o Senhor Deus
revestiu Adão e sua mulher com túnicas de peles. Será o homem meramente carne e sangue?
Ou será muito mais? Será ele um animal entre outros animais? Ou é simplesmente um sistema
energético, como alguns físicos modernos têm sugerido?

De vez em quando, alguém dentre a multidão entra na periferia da selva humana e vê que está
preso em um labirinto de imagens sintéticas que, mais cedo ou mais tarde, descobrirá terem sido
calculadas para desviarem a sua atenção da Imagem Verdadeira. Sente-se como um animal
enjaulado. Sem saber para onde ir, vagueia pelas ruas da sua consciência, em busca de
compreensão, clamando: "Quem sou eu? Para que serve tudo isso?" Ro.deado por todos os lados
pelas pressões e exigências da vida mundana, perde a pouca fé que possa ter tido na grande
Realidade universal do verdadeiro Ser. Em tempos de estresse, torna-se ainda mais difícil para
ele apreender quem é ou o que realmente é.

A causa da pouca fé do homem encontra-se no fato de que os seus sentidos são embotados pelo
zunido do mundo das aparências. Sem a visão do caminho mais elevado, ele sucumbe nos
"subterrâneos" dos grandes subúrbios. Quer a sua falta de abundância da "vida boa" seja de
coisas materiais, quer seja de felicidade humana, saúde ou sucesso, ele busca indubitavelmente
as metas estabeleci das por uma sociedade sintética. Enquanto veste a forma [externa] na última
moda, a alma se veste de luto, pano de saco e cinzas. Ele não compreende que a maior crise da
sua consciência é o empobrecimento espiritual da alma. Sem encontrar respostas às suas
perguntas, só lhe resta perder-se na selva humana. Ao escorregar pela espiral negativa da
consciência de massa e da aquiescência vazia da multidão, ele se desespera mais uma vez.

A idéia vital de um homem como Espírito, criado por Deus à Sua imagem e semelhança, e
coexistindo agora e para sempre com Ele, é o primeiro vento fresco de esperança que o faz
elevar e sair das impressões ocas dos sentidos, dos outdoors, anúncios de néon e filmes
obscenos, e lhe oferece um método em lugar de uma loucura, que lhe permite passar pelos
portais da Realidade e descobrir as leis que lhe permitirão dominar o mundo que, até então, o
dominava.
Ao passar o limiar [da consciência], o homem entra pela primeira vez no reino da Imagem
Verdadeira e respira profundamente o ar da liberdade que a alma sempre almejou. O peso do
mundo cai dos seus ombros - todas as preocupações e problemas, tudo o que o manteve
afastado da verdade sobre si mesmo. Tendo esgotado o cálice do desejo mundano, ele vê
claramente que a fome do coração do Homem Verdadeiro nunca será satisfeita, até que a taça
da sua consciência anímica seja preenchida com o conhecimento da verdade vital da vida eterna.
Ele bebe o elixir da liberdade que lhe é oferecido por anjos ministrantes, come na mesa do
Senhor, é alimentado pelo maná celestial que acelera a mente e carrega cada célula do corpo e
da consciência com nova vida e novo propósito.

No momento em que sua taça parece não poder conter mais nada, ele é conduzido a uma
câmara oval, onde outros indivíduos já estão reunidos para escutar alguém que ele conhecerá
muito simplesmente como "o Velho Homem das Colinas". O Mestre diz o seguinte: "O fato básico
de que eu sou 'eu' e não outro leva à compreensão de que o 'eu' verdadeiro que 'EU SOU' tem
uma individualidade peculiar, uma razão de ser peculiar. Ao contemplar a vida no Macrocosmo e
no microcosmo, o homem é confrontado com a inexplicável dádiva da identidade, para qualquer
lugar que se volte. O que fazer com essa dádiva, como usá-la bem e de forma sábia, tomar-se-á
cada vez mais aparente, à medida em que ele for subindo a montanha mais alta dos
ensinamentos dos Mestres Ascensos.

Agora, ser-vos-á dada uma chave básica e vital que, se usada de maneira adequada, permitirá
que a vossa mente abandone os vestígios da imagem sintética no sopé da montanha, enquanto
subis pela vereda estreita, em busca de uma Verdade maior. Essa chave é a faculdade com a
qual a vossa alma ou consciência solar' foi dotada pelo Espírito. Essa chave é a magia do olho
verdadeiro que precisais tornar vossa.

Uma das maiores dádivas da identidade, com a qual a mente consciente [externa] mal sonha, é
essa capacidade latente de realizar a imagem do olho. Esta ciência do conceito imaculado é
praticada por todos os anjos do céu. É aquela lei que está escrita nas entranhas do homem,
conhecida no mais fundo do coração, mas obscurecida na memória da mente externa. Ela se
baseia na visualização de uma idéia perfeita que, depois, se torna um magneto que atrai as
energias criativas do Espírito Santo para o seu ser, a fim de realizar o padrão mantido na mente.

Tendo visto o que é em Espírito e qual o potencial da sua alma, o homem precisa reter essa
imagem da Realidade nos seus pensamentos e sentimentos, pois a Imagem é um repelente
natural de tudo o que se opõe à sua Realidade em manifestação. Ele faz isso através do olho
verdadeiro da alma - o olho interior que conhece conforme vê, e vê conforme conhece.

A magia do olho da alma é a imagem (em inglês, I = eu + image) ou imagem da Realidade que
o homem planta na consciência e rega com as energias puras que fluem livremente do
Macrocosmo. O incremento da vida abundante que vem a seguir é do SENHOR, ou da Lei, pois
aqueles que seguem o princípio científico da magia do olho verdadeiro descobrem que são
recompensados por ele. Como disse São Paulo: 'Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o
crescimento. Assim, Deus é manifestado impessoalmente no desenrolar das Suas leis imutáveis,
todas elas corolários da grande lei única do Ser no Cosmo. A ciência do conceito imaculado é o
conhecimento de como usar idéias puras para transformar o mundo do microcosmo numa
maravilha macrocósmica - como no Alto em Deus, assim embaixo no homem.
A Beleza e a Verdade têm uma geometria própria, uma simetria que permite que as energias de
Deus fluam livremente por meio das suas ideações e, depois, coalesçam na forma. Às ideias
puras e as formas nobres são os padrões arquetípicos ia Imagem Verdadeira, são sementes de
Luz que, quando plantadas nos domínios do subconsciente e do consciente da mente fértil, se
reproduzem de acordo com a sua espécie.

Sem essas sementes de Luz, enraizadas e nutridas na própria substância da alma, o homem não
pode ter a esperança de exprimir a perfeição no seu mundo. Cada uma é um ímã do desejo de
Deus de tornar-se externamente tudo o que é internamente. Cada uma é um magneto que atrai
de Deus no Alto, para o homem embaixo, a essência criativa do universo. E, se essas mônadas
forem espalhadas com abundância na sua consciência - cada uma um núcleo da Realidade, cada
uma um campo de força de fé, esperança e caridade fervorosas - então o homem pode
realmente se preparar para manifestar (gerar) no microcosmo o que ele acreditou ser 'o sonho
impossível, a estrela inalcançável'.

Sempre que a alma contempla o sol, as nuvens, o vento [sacudindo] as árvores, uma rosa, uma
folha perfeita, um seixo, ou uma onda e depois guarda o desenho na memória, [o homem]
aumenta o seu tesouro com aquelas ideias perfeitas, que são os materiais que constroem a sua
Realidade. Sempre que os dedos da sua mente se movem sobre as linhas de um Michelangelo,
as pinceladas de um Rafael, os movimentos de uma sinfonia, as cadências de um balé, as
formações de pássaros atravessando o céu, a alma recebe os padrões da Mente de Deus na qual
se apoia todo o esquema do seu universo microcósmico.

Quando contemplamos o universo ou até mesmo o nosso lar planetário, observamos como a
Natureza mantém a lei da perfeição e descarta a imperfeição. Verdadeiramente, as pedras que
clamam em louvor do Cristo mantêm o seu mandato com mais determinação do que o homem:
'Sede perfeitos, como o vosso Pai que está nos céus é perfeito. Como o Senhor colocou tão bem
ao nosso redor, no reino natural, estes elos com a eternidade e com o mundo invisível, de
realidades que percebemos apenas na substância das coisas que esperamos - essas evidências
preciosas de coisas que não são vistas!...”

Assim, depois de períodos alternados vivendo no mundo sintético e, logo, no verdadeiro, o


homem se lança aos pés dos Mestres da Sabedoria, com os quais aprende que a vida só se
encontra na reverência por tudo que vive. Voltando aos próprios pensamentos, ele procura
recapturar a realização dessa unidade, que agora sabe existir no interior do coração do universo
e até mesmo no interior do coração de uma célula. Ele começa a voltar-se para o seu interior,
para acessar os reservatórios da Natureza. Precisa explorar o desconhecido, tanto como o
conhecido!

A DESCOBERTA DO SER VERDADEIRO NA ORDEM NATURAL O RAIO

O RAIO
Contemplo a Natureza
para onde quer que eu olhe.
Sacudi a Árvore da Vida -
E, caindo [da árvore],
Foram reveladas visões da Fonte
Os girassóis roubam o esplendor de Deus
Conchas de marés irrequietas revelam
A fórmula correta
Nos universos que brilham lá longe.

A vida palpita livremente em mim


Vejo uma árvore ou homem
Caminhando para a Realidade
Como ovos de tordo na primavera,
Mantendo todo o Cosmo no interior,
Trazem um sol à mente.
O calor do amor do Alto
Faz-me cantar sobre a Fonte
Muito maior do que posso entender.
E, cobrindo a Terra, vejo
Um milhão de flocos de neve se misturando
A um milhão de rostos,
Margaridas no campo da Terra
Olhando esfericamente.
Como um bilhão de grãos de areia
Levam-me a um raio de sol
Como um raio com sua Luz
Um fio de ouro –

Do coração à altura de uma montanha


Leva-me para o deleite do meu Lar
Onde cada raio nunca está só
E encontra seguramente
A palma [da mão] de Deus, nossa meta-
Perfeição brilhante,
Branco deslumbrante!
Serenidade -
O bálsamo da Vitória!

A mente universal de Deus gerou um padrão de Luz que brilha logo por detrás da tela da
Natureza, e imbuiu a ordem natural de uma sabedoria à qual o homem chama instinto ou
conhecimento intuitivo. Ali mesmo onde se encontra, o homem pode começar a penetrar a
ordem natural e a descobrir, ali e mais além, o padrão de Luz, o conhecimento do que é Real.
Pela comunhão com o Espírito de Deus na Natureza, ele pode aprender a identificar-se com o
seu Eu invisível, a poderosa consciência espiritual que é o seu direito de nascença.

Se desejar conhecer a Verdade, o homem precisa se dirigir aos arquivos da Natureza onde ela
está escrita de forma indelével. Mas, infelizmente, até aí o erro foi sobreposto, camada por
camada. Portanto, ele precisa registrar e descartar, registrar e descartar, registrar e descartar.
Por meio da pesquisa científica, ele precisa exigir uma prova empírica, assim como a verificação
suprassensorial das suas descobertas. Precisa reexaminar todas as hipóteses, à luz do
conhecimento, sempre em expansão de si mesmo.

Não é a mera especulação dogmática que pode substanciar a sua sondagem da Realidade, pois é
a sua própria existência que está em causa. As explorações do passado eram baseadas em um
conjunto de relações conceituais e padrões experimentais, que foram ultrapassados por uma
ciência mais avançada e uma religião mais elevada. Portanto, ele precisa basear as suas
investigações na verdade do Ser imortal, que cada filho de Deus considera evidente; a sua prova
deve ser encontrada na ordem natural do universo, que é a reflexão do Ser onipresente, os seus
dados devem vir da Natureza, das intuições do coração e do trovejar do Sinai que declara
irrefutavelmente "EU SOU O QUE EU SOU - EU SEREI O QUE EU SEREI".

Deus não está morto! Porém, a menos que o homem mantenha a percepção de que está vivo
em Deus, ele mesmo está morto! Então, que procure viver para apreender o propósito universal
e para invocar uma ajuda de fontes não-terrenas. Existe quem pode ajudá-lo na Terra? Existem
seres muito desenvolvidos, anjos, e homens sábios das eras, capazes de ajudá-lo na sua busca?
Se a Terra está povoada pela criação visível de Deus em uma forma imperfeita, não se pode
inferir que o céu está povoado por uma criação de forma e percepção perfeitas?

Na tentativa de provar a existência da própria Realidade, o homem faz eco da observação de


Descartes: "Penso, logo existo." De qualquer modo, tanto pensar como ser são fatores primários
da identidade. Sem eles não existe uma base para a existência ou percepção própria consciente.
Ambas se originam não no homem, mas fora dele. O homem não pode ser a causa do próprio
ser, nem do próprio pensar, mas, pelo mau uso do livre-arbítrio, pode fazer com que ele mesmo
deixe de ser e deixe de pensar.

Os cientistas podem criar vida animal e até vida humana em uma proveta, mas nunca serão
capazes de criar a substância da qual todas as coisas são formadas - "aquilo de que os sonhos
são feitos". Eles não serão capazes de transformar a energia de uma das suas muitas
manifestações em outra - nunca serão capazes de criá-la ou destruí-la. Embora tenham
arrancado à força os segredos da Natureza, ainda precisam inclinar-se perante o Criador de toda
a energia e de toda a vida. O fato de que algo não pode vir do nada leva o buscador da
Realidade a procurar a causa por detrás do mundo de efeito em que vivemos.

Ora, quando consideramos que, por definição, criação pressupõe criador, tal como efeito
pressupõe causa, não importa que alguns escolham o homem como criador, enquanto outros
vejam apenas Deus como Criador, pois o homem está destinado a tornar-se um co-criador com
Deus. O fato do homem poder criar não refuta a existência do Criador Supremo, nem torna a
Sua existência desnecessária. Pelo contrário, o fato de ser necessário que o homem crie apenas
confirma o grande princípio do Ser, pois, para o homem ser, pensar ou criar, alguém teve de
fazê-lo antes dele. Esse Alguém era plenamente conhecido por aquele que declarou: "Antes de
Abraão ser, EU SOU." Portanto, Ele criou. E deixou um registro para todas as eras - para todos
aqueles que quisessem fazer o mesmo.

Em algum momento, em algum lugar, na evolução de cada alma, a grande Fonte do ser lhe dá a
conhecer a sua preexistência. A Imagem Verdadeira precede todo ser, pensamento e criação na
forma. É o padrão da identidade de cada um, é a identidade do padrão de cada um. É a causa
por trás do efeito que vemos em manifestação; todavia ela pode tornar-se esse efeito enquanto
a energia de Deus estiver passando constantemente por transformações em todo o universo
espiritual -material.

A busca pelo padrão da existência é individual. Precisa ser realizada por todos que desejam ser
senhores de si mesmos e do seu mundo. Sugerimos que o buscador se baseie em fatos
conhecidos, extraídos do mundo do efeito e que, desses fatos, infira as realidades invisíveis do
mundo da causa. Suas suposições podem muito bem ser as seguintes:

1 . que o homem foi criado por um Ser maior do que ele mesmo (a nossa orientação da vida nos
diz que o menor deve proceder do maior);

2. que o homem foi feito de acordo com a imagem mantida na consciência do seu Criador, tal
como o barro deve se parecer com a idéia mantida na mente do oleiro;

3. que o Criador não podia criar algo diferente de si mesmo, tal como todas as espécies geram
de acordo com a sua espécie;

4. que, se uma pessoa pode determinar a natureza verdadeira da criação, pode daí inferir a
verdadeira natureza do Criador;

5. que o homem, no seu estado presente, não está refletindo a Imagem Verdadeira, mas, antes,
aceitou a imagem sintética;

6. que se pode descobrir a verdadeira natureza do homem na imagem sintética, apenas na


medida em que qualquer obra de arte original pode ser detectada em uma cópia;

7. que, portanto, ele precisa observar a Natureza para descobrir os segredos do homem e do seu
Criador, que não podem ser reconhecidos na imagem sintética;

8.que os padrões de arquétipos encontrados na Natureza refletem uma vasta geometria, uma
ordem natural de seleção e uma lei de sobrevivência dos mais aptos, que aponta para um padrão
de perfeição;

9. que o padrão de perfeição refletido na Natureza é a base de toda criação que percebemos no
mundo do efeito, incluindo o homem.

Um estudo da Natureza revela a precisão científica dos seus processos e a capacidade


inesgotável da Mente que a concebeu. Sem mais elaboração sobre as maravilhas do universo
material, que podem ser investigadas por qualquer dos ramos das ciências físicas, faremos as
nossas generalizações finais sobre o Criador e a criação, baseados no testemunho da ordem
natural:

A. Que o Criador do homem e do seu ambiente físico transcende a criação, tanto em consciência
expressa como em infinitude planejada; que a Sua natureza, sendo transcendente, é capaz de
transcender a si mesma e está sempre buscando alcançar uma manifestação mais expansiva da
própria Identidade em expansão. Por causa dessa capacidade inerente de transcender o ser,
chamamos ao Criador um Espírito, e à Sua criação, dotada com o mesmo atributo, chamamos
espiritual. O homem é uma centelha-Espírito que, como o seu Criador, traz continuamente para
si uma quantidade maior dos fogos da criação.

B. Que a única qualidade que pode ser aplicada consistentemente ao Criador e à criação, apesar
de toda a evidência material do contrário, é a da perfeição. A perfeição de que falamos é
sinônimo da bondade e inclui todas as virtudes e sabedoria, toda ciência e verdade: sua
presença é universal e todo-poderosa. Porque o Criador inclui as qualidades infinitas da perfeição
no âmago do vasto alcance da Sua Identidade, o homem tem acesso a essas qualidades ao
invocá-las dentro dos limites do microcosmo. Ao fazê-la, está se revestindo com a Imagem
Verdadeira, tornando-se um co-criador e realizando o mandamento: "Sede, portanto, perfeitos
como o vosso Pai que está no céu é perfeito!"

C. Que o propósito da criação foi expandir a Identidade do Criador (o Seu reino) por meio da
objetivação da percepção de Si mesmo. É pela criação que o Criador ganha expressão. Os filhos
de Deus são, portanto, postos avançados da mente de Deus, recebendo e transmitindo ondas de
energias criativas que manifestam fragmentos da mente criativa única. O homem é a realização
objetiva da Mente de Deus. É a sua forma que confere expressão ao Ser Informe. O homem, no
seu estado prístino, é a imagem da Realidade.

Usando as suposições e generalizações precedentes como base para as suas investigações, o


buscador deve examinar as provas que confirmam a sua hipótese, assim como o que tende a
refutá-las. Depois, como Jó, precisa tirar suas conclusões e estabelecer a própria determinação.
Aceitará ele as provas e tribulações da existência humana como prova de que Deus não existe ou
é um tirano implacável? Ou as verá como um castigo - auto imposto - que é o desígnio de uma
lei impessoal, formada por um Deus pessoal que deseja trazer seus filhos para mais perto da
Imagem Verdadeira?

O Jó moderno deve pôr de lado idéias indesejáveis, mas também deve ter cuidado para que sua
rejeição não seja abrupta. Pode ignorar realizações infrutíferas do passado, mas também deve
aproximar-se com reverência da própria Realidade. Deve perceber que a mão do seu Criador não
o deixou sem consolo ou sem o fruto do trabalho honesto. Não se pode permitir que o intelecto
force as coisas ou domine o coração, pois as faculdades indutivas e intuitivas da mente e do
coração, funcionando em conjunto, providenciarão o elo perdido nessa descoberta, que é a
maior das eras - a descoberta do Eu Verdadeiro na ordem natural.

Os homens sempre rejeitaram as invenções que podiam quebrar o padrão confortável das
normas, rindo dos que sondaram o desconhecido e, depois, tornaram práticas as suas
descobertas. Todavia existe um sentido interior no homem que se esforça por descobrir como
pode tornar-se mais que um homem - como pode tornar-se mais real. E, na sua busca pela
Realidade, está disposto a seguir qualquer pista, qualquer intuição, até mesmo a sugestão da voz
interior que não o deixará descansar até lutar com o anjo e obter os segredos do universo.

A VERDADEIRA MESTRIA PESSOAL DA ORDEM NATURAL

“Há dois mil anos, quando Cristo caminhou sobre as águas do mar da Galileia", explica Saint
Germain, “sua demonstração constituiu uma manifestação da lei natural da levitação, atuando
dentro de uma estrutura energética de coesão, adesão e magnetismo - princípios que tornam
possível o voo orbital”. Os átomos de luz que compõem o corpo de Cristo absorveram, segundo a
sua vontade, uma quantidade adicional de raios cósmicos e de substância espiritual, cuja
semelhança com a luz física tornou leve o corpo do Cristo possibilitando-lhe, assim, andar sobre
o mar como se anda na terra.

Seu corpo consistia tão-somente num raio de luz brilhando sobre as águas. O mais fascinante de
tudo foi sua capacidade de transferir sua autoridade sobre a energia para Pedro, através do
poder da própria visão que Pedro teve do Cristo, numa manifestação radiosa e iluminada.
Contudo, desviando temporariamente os olhos do Cristo, Pedro mergulhou em uma vibração e
vórtice humanos de medo, que imediatamente tornaram seu corpo denso, fazendo-o afundar
parcialmente nas águas furiosas. A mão confortadora do Cristo, estendida por puro amor, refez o
elo alquímico, e o fluxo de energia espiritual, através da sua mão, uma vez mais elevou Pedro,
colocando-o em segurança.

Outro exemplo do Mestre Jesus liberando um fluxo de energia - como no caso da mulher que
tocou a bainha da sua veste sem conhecê-lo - mostra o amor impessoal de Deus que responde
igualmente ao chamado da fé de qualquer uma das criaturas moldadas por ele de maneira tão
maravilhosa e pura na suprema esperança de liberdade cósmica absoluta para todos.

O Mestre nazareno, que possuía o poder de mudar a água em vinho, de curar enfermos e
ressuscitar mortos, desapareceu do meio dos que procuravam lhe fazer mal. Ele andou sobre as
águas e, quando chegou à margem, preparou comida para os discípulos e disse: "Vinde jantar".
No final da sua missão, não só ressuscitou o corpo pelo poder da chama da ressurreição, como
também, 40 dias mais tarde, demonstrou a mais extraordinária de todas as suas capacidades:
elevou-se no ar, na glória da ascensão. Certamente essa foi a vitória das vitórias. Foi uma
demonstração de mestria sobre a substância, a paixão e o preconceito, foi um triunfo sobre a
vida e a morte. Essa foi a verdadeira mestria pessoal da ordem natural, cujas leis ele descobriu
primeiro e demonstrou depois .

À medida em que se elevava no ar e era recebido fora da vista humana, uma nuvem de luz
radiante ocultou a sua Imagem Verdadeira dos que ainda não tinham cortado as amarras com a
consciência sintética. Mas todos escutaram as suas palavras de despedida: "Eis que eu estou
convosco todos os dias até a consumação da era", significando a continuidade da sua missão até
esse dia e para além dele. A vida de Jesus foi um exemplo da manifestação da Imagem
Verdadeira na vida de um homem. Pensem como o mundo seria diferente se mais pessoas
fossem capazes de refutar a criação sintética pela realização da Imagem Verdadeira!

Os sinais da intenção de Deus de que todo homem deve alcançar essa mesma imortalidade, em
lado algum são revelados de forma tão significativa quanto na memória latente ou subconsciente
da perfeição que ele, uma vez, conheceu. Se o homem puder compreender os efeitos
cumulativos dos seus atos mal direcionados e perceber as conseqüências do egoísmo que
encerrou a sua alma em um molde de indignidade, também perceberá o grande poder libertador
do céu. Contemplará o poder do vento do Espírito Santo soprando pelas fendas da sua mente e
inspirando essa própria substância a brilhar com o fervor da possibilidade.

Assim que compreende o seu potencial, o homem já não enfia as suas energias nos fios do
tempo, como contas em forma de caveiras de inevitável morte, comprimidas em um espaço
cheio de irregularidades. Ele sabe que possui todo o poder do céu e da terra porque o Pai lhe
deu e, obediente, aceita a aliança que estipula que, no uso do seu poder, ele deve exercer
prudência e responsabilidade, e viver de acordo com a Regra de Ouro.

Agora, ele considera a possibilidade da ascensão para si mesmo. A vida eterna é uma meta
alcançável. Ele já não se arrasta na condenação do pecado ou no desejo de praticar atos
indignos que servem à causa da imagem sintética. Estende a mão para a Luz, levanta a cabeça,
seus olhos buscam o rosto do Infinito.
Como um seguidor da Luz da regeneração na Terra, ele chega ao ponto em que, como um
adepto, um seguidor do próprio Mestre, pode fazer "as obras que eu faço (...) e maiores do que
estas."

Como mestre do seu destino, o homem torna-se mais do que homem. Ele se torna a Imagem
Verdadeira e, finalmente, compreende o significado das palavras: "Eu para isso nasci, e para isso
vim ao mundo, a fim de dar testemunho da Verdade do meu Eu Verdadeiro!"

ADORAÇÃO A DEUS
Amada e Poderosa Presença do EU SOU
Que meu coração fazes bater,
Exerce agora mesmo o Teu domínio,
Parte da Tua Vida eu quero ser.
Reina e vive para sempre
Nesta Chama que arde em mim;
Que de Ti nunca me ausente,
Que nossa reunião comece assim.
Todos os dias procedem
Do Poder que de Ti corre,
Avançando como um rio,
Tão alto como uma torre.
EU SOU fiel ao Teu Amor
Que como um Sol resplandece;
Agradeço o Teu rumo salvador
E o Teu "Sim" que me enobrece.
Eu Te adoro! Eu Te adoro! Eu Te adoro!
Ó Deus como és maravilhoso!
Eu Te adoro! Eu Te adoro! Eu Te adoro!
Rumo à Perfeição seguindo,
Que a graça do Amor me enlace
Ao Teu centro conduzindo -
Enfim, vejo a Tua face!
Visão de imortal Poder,
Amor, Saber, Honra também,
Cobre de glória o meu ser,
Que eu não veja mais ninguém!
Ó Deus, como és maravilhoso! (3x)
Eu Te adoro! Eu Te adoro! Eu Te adoro! (9x)
Ó Deus, como és maravilhoso! (3x)

CAPÍTULO 3
UM MONTE DE
CONFUSÃO

UM MONTE DE CONFUSÃO
Pede, isto tão somente achei, que Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas
invenções.
- ECLESIASTES
ORDEM: A PRIMEIRA LEI DO SER

A partir do centro do próprio ser, Deus usou leis geométricas e assim nasceu a geometria da
nossa Divindade. Que nobre simetria primou em toda a Terra e em todo o céu! O desenho
quadrangular na Terra, a realidade esférica nos céus, a maravilha estelar da vida celular - o que
pode ser mais sublime, mais belo, mais livre? A ordem suprema é a maravilha dos mundos que
nascem interna e externamente - precisão matemática que libera a alma para se elevar e cantar,
e dá asas ao coração. Ah! Doce ordem do universo e do homem, revela o plano sagrado por
meio do amor!

Mas eis que o mundo em que descemos, cheios de esperança, nada mais é que um monte de
confusão. Ao contrário do intento do Criador e da inclinação de cada alma, a Terra não é uma
esfera dourada de alegria, abundância e amor fraterno. Ao olharmos para qualquer direção,
erros se acumulam sobre erros, e desconhecemos o nosso futuro, estabelecido sobre um alicerce
inseguro. O fio de prumo da Verdade, com que o Grande Geômetra calcula a medida do homem,
também precisa ser aplicado às nações e aos planetas na hora do Juízo. E eles não podem estar
em falta.

Embora o homem esteja pronto para rejeitar as autoridades tradicionais como inseguras e falhas,
nem sempre sabe como substituí-las com um padrão da Regra de Ouro e o conhecimento de
uma lei superior que revela a relatividade do passado, do presente e do futuro, como pontos de
referência para a evolução da alma, nos limites de um determinado ambiente.

É mais confortável viver em um mundo familiar do que em um que não o é, seguir os caminhos
conhecidos do que explorar os atalhos da vida. Mas, muitas vezes, a natureza humana deseja a
mudança apenas pela mudança. E, da mesma forma, a excitação causada pelo novo faz com que
o velho pareça aborrecido e sem interesse. O desafio do inexplorado leva os homens e as nações
a embarcarem em um modo de ação que, em vez de conduzi-los a um reino de glória, podem,
antes, levá-los à ruína.

Algumas pessoas desejam mudanças no governo e na sociedade por razões egoístas, para
restabelecer antigos episódios de glória pessoal e nacional, de riqueza e do controle de blocos de
poder; outras desejam a mudança como uma forma de libertar povos de opressões estranhas e,
pelas mesmas razões, muitas se unirão para preservar o status quo, Alguns consideram que o
processo de mudança deve ocorrer gradualmente, por evolução, outros advogam as revoluções e
a destruição violenta das instituições existentes.

Agora, examinamos um mundo que foi criado pelo homem - não por Deus - e não estamos muito
satisfeitos com o que vemos. A ganância voraz da guerra, a hipocrisia e a injustiça dos tempos, o
tratamento impessoal e mecânico das células do corpo do Estado, a intensidade estridente de
uma existência irreal - tudo isso é um anátema para a nossa alma.

Erguemo-nos cheios de uma indignação justa e com o desejo de lutar contra o inimigo, para logo
descobrir que as muralhas de ferro que protegem as falsas virtudes de uma ordem estabelecida -
que, por vezes, não é uma ordem, mas um caos não serão derrubadas. Quando vemos nossos
esforços frustrados, deixamo-nos cair de novo na rotina e esperamos o momento do nosso
destino, que sabemos, certamente virá, porque a chama da esperança, que nunca morre,
murmura no nosso coração: "Dispõe-te apenas a escutar, trabalhar e esperar."
Renascimento e revolução - chamas que saltam no ar incendeiam as mentes e os corações, aqui
e ali. Os homens estão à procura de renovação e, nesse processo, é usual tropeçarem nas suas
violações cármicas. "Há realmente uma renascença, e está surgindo uma revolução", comentou
Saint Germain, o Mestre estrategista da liberdade, "mas que não precisam ter como objetivo a
destruição dos governos soberanos dos poderes livres do mundo. Que a mudança aconteça
primeiro no coração e na alma do homem, criando a determinação que lhe permitirá superar
toda a hereditariedade negativa e as influências ambientais, e então, tendo adquirido domínio
sobre si mesmo, que ele introduza um reino de valores espirituais onde a vida, a luz e o amor,
sob a égide da fraternidade, trarão finalmente uma Era de Ouro de compreensão e de paz
porque o homem assim o quer”.

Entre a escuridão da imagem sintética em que o homem caiu e a luz clara da Imagem do
Fundamento em que foi criado, existe uma discrepância de cor, luz, som e simetria. E, a partir do
caos desse contraste, surgiu um monólito de vaidade humana, um verdadeiro monte de confusão
que o homem infligiu ao seu ambiente, o qual, por sua vez, infligiu ao homem. A discrepância
entre a imagem Verdadeira e a sintética em lugar algum é mais aparente do que em um mundo
que geme no trabalho de parto para dar à luz uma Era de Ouro, e na agonia da alma que deseja
nascer na sua pureza original.

A autoridade do homem para governar a si mesmo, para organizar a sua vida e para ser um co-
criador com Deus deriva do édito espiritual: "Tomai domínio sobre a Terral” A incapacidade do
homem para compreender o significado do livre-arbítrio, segurar as rédeas da autoridade e
governar majestosamente o reino do escabelo, fez cair sobre a sua cabeça o monte de confusão,
que sempre resulta da aplicação errada do princípio cósmico.

Tendo ouvido e visto o testemunho da ordem natural, tendo se movimentado sobre as águas
turbulentas e dançado no topo dos mais altos e solitários pinheiros, a alma está convencida de
que a beleza e a abundância da vida - de vários matizes, porém tão perfeita - não se baseia na
confusão, ou em uma interação casual de sistemas de energia, mas em um ritual de criação
superiormente ordenado, que parte do centro para a periferia de um átomo ou de um cosmo. O
maravilhoso desenvolvimento do embrião no interior do ventre e a perfeição do corpo físico do
homem - das partes em relação ao todo - nos lembram que a Inteligência Suprema, que criou o
homem e o colocou no ventre da Matéria, planejou todas as coisas de forma sábia e correta.

Mas esse homem feito por Deus - e refeito pelo homem - para onde quer que se volte é
confrontado pela confusão e pela complexidade que é vomitada por mentes insensatas e
doentes. Tanto a sua psique como a sua sociedade são tão vastas e complicadas que se tornam
quase ingovernáveis. A liberdade que a sua alma sabe que deve existir - ou o homem não tem
razão alguma para viver - "é uma criatura vaporosa do coração", diz o Mestre, "sempre se
elevando, sempre avançando; mas, se o homem externo não acompanhar o ritmo dos avanços
da própria alma, pode acabar 'como o último da fila' e cair para não mais se levantar. A alma
continuará a avançar, pois ela é uma radiação flamejante do coração de Deus. Ela chamou e
acenou, buscou pacientemente glorificar no homem a Natureza Divina, e aquela bondade
amorosa em todas as realizações do homem, que é promovida pelo espírito de santidade e de
retidão."

Embora sua mente vacile perante os problemas que confrontam a sua nação, o seu mundo, a
sua família, e ele mesmo, o homem sente o mandato interior para reordenar a sua vida,
reconstruir o seu mundo de acordo com as espirais de perfeição. E ele sabe que o seu tempo
está se esgotando.

Em verdade, foi dito: "Sem visão, os homens morrem." Realmente, é a visão do conceito
imaculado - a ideia pura mantida na mente de Deus para cada homem e para cada mulher, feitos
à Sua imagem - que deve ser retida. Os homens morrem para o Espírito quando largam o fio de
contato que prende a mente a essa visão - a essa esfera de Realidade, essa esfera brilhante de
propósito, essa complexidade de primoroso desenho _ que contém o plano-mestre da identidade.

Neste capítulo traçaremos uma história há muito esquecida: a história do homem na sociedade
ideal, o seu subsequente afastamento do estado de santa inocência e a transferência da sua
impureza mental e emocional para o ambiente. Veremos que o próprio homem é o cadinho para
a transformação alquímica - para o bem e para o mal - e o que ele decretar no seu microcosmo
aparecerá, mais cedo ou mais tarde, no horizonte do Macrocosmo. Em primeiro lugar, foi
maquinada e executada a violação do ser do homem, depois veio a violação do seu mundo. Mas
nada disso teria acontecido não fora a sua aceitação de um padrão e de uma prática que
estavam muito abaixo do padrão de ouro da perfeição.

Quando a muralha de Luz foi derrubada, nada ficou para deter as hordas das Trevas. A invasão
da cidadela da consciência do homem e da sua civilização foi súbita e rápida. A vinda dos
luciféricos e dos retardatários foi o preço pago pelo homem por ter partilhado do fruto da árvore
do conhecimento do Bem e do Mal. A deformação da sua visão, sua sujeição à dominação
psíquica e a preponderância do próprio erro tornaram-se um peso sobre a sua alma, um fardo
tão grande que o fez clamar: "Quanto tempo, ó Senhor, até que a liberdade seja proclamada no
mundo inteiro? Quanto tempo, ó Senhor, até a vitória da Luz?"

A todos que têm desejado a liberdade, Saint Germain responde: "Deveis lembrar-vos de que, na
história recente, o mundo nunca convocou a ajuda do corpo total da humanidade em defesa da
liberdade. São relativamente poucos os que têm mantido para muitos o equilíbrio constante do
poder espiritual, por meio do qual têm sido realizadas na Terra obras maravilhosas e a qualidade
da vida dos homens tem sido melhorada de forma correspondente."

Agora vemos que o retorno de grandes números de pessoas a uma Era de Ouro de iluminação e
paz é a única alternativa às estratégias altamente controladoras que, a menos que sejam
enfrentadas e desmascaradas por todos, ameaçam escravizar as evoluções da Terra em um
superestado luciférico. Neste capítulo, abrimos a cortina sobre a fraude colossal perpetrada
contra a humanidade e cuidadosamente escondida na longa noite da escravidão humana. Nos
capítulos seguintes, apresentamos os ensinamentos dos Mestres Ascensos que, se corretamente
aplicados por muitas pessoas, darão ao indivíduo e à sociedade a vitória sobre o inimigo, que se
encontra em nosso interior e no exterior.

"A chave para a redenção do sistema social", observa o Senhor Lanto, instrutor do governo
divino no Retiro do Royal Teton, repousa na vitória da lei divina, na essência do ser individual. O
que o indivíduo se tornar, assim também se tornará o resto do mundo.

Pelo seu ingresso sincero no reino de Deus e na Sua justiça e por sua participação nos exercícios
espirituais que despojam o homem do que é falso e o vestem com o que é real, tanto o indivíduo
quanto o seu mundo podem e precisam se transformar na plenitude que Deus planejou, desde o
início.
A SOCIEDADE IDEAL

Assim como o homem tem uma Imagem Divina, a sociedade em que ele evolui também a tem.
Ela é baseada no desenho arquitetônico da Nova Jerusalém, registrado por João no livro do
Apocalipse. A sociedade ideal existe como "Venha o vosso reino", quando cada membro do grupo
se identifica com o Eu Verdadeiro e se esforça por manifestar o padrão que Deus ordenou como
o plano-mestre para a expressão criativa individual, no interior de uma determinada comunidade
de almas destinadas a evoluir como uma unidade hierárquica.

A memória externa das Eras de Ouro de outros tempos se desvaneceu na consciência da raça,
mas o desejo das pessoas pelo progresso social e pelo governo adequado evidencia a memória
interior de almas que sabem que há um processo melhor porque o experimentaram em primeira
mão. Os registros de civilizações de Eras de Ouro têm sido enterrados não só com os continentes
que afundaram nos oceanos Atlântico e Pacífico e com o remanescente de outras civilizações
destruídas por cataclismos, como também nos recessos subconscientes de todos que evoluem
neste planeta; além disso, esses registros foram impressos nos éteres, sobre a substância e a
dimensão conhecidas como akasha, onde podem ser lidos e estudados por clarividentes.

Embora o homem tenha evoluído no planeta Terra por centenas de milhares de anos - como será
cientificamente provado, em um futuro não muito distante, por arqueólogos, geólogos, e
exploradores oceânicos, em um trabalho conjunto com pessoas, cujos sentidos podem sondar
akasha - o seu conhecimento atual da história remonta a cinco ou dez mil anos, no máximo.
Portanto, excluindo extraordinários homens de visão, como Platão, que escreveu A República, sir
Thomas More, que escreveu a Utopia, e Francis Bacon, que escreveu o Novum Organum, a
maioria das pessoas perpetua o conceito errôneo de que a sociedade perfeita é apenas um
sonho, uma meta que sempre se afasta, da qual o homem pode se aproximar, mas nunca
consegue alcançar.

O mandamento de Jesus: "Sede perfeitos como o vosso Pai que está nos céus é perfeito" aplica-
se às nações, assim como aos indivíduos, e pode ser alcançado porque a perfeição é o estado
natural do homem, em direção ao qual a alma sempre gravita, porque esse estado já foi
alcançado antes. Ao longo desta obra, veremos como os indivíduos e as nações podem atingir
esse padrão. Examinemos agora as civilizações de Era de Ouro que surgiram na Lemúria e na
Atlântida. Elas se compunham de ondas de vida que vieram do Grande Sol Central como
centelhas-espírito, cujas almas desceram à forma com o propósito de obter mestria pessoal no
tempo e no espaço, onde, em esferas mais densas, estavam destinadas a manifestar o conceito
imaculado da Imagem Verdadeira, encerrado no interior dos seus seres pelos Poderosos Logos.
Durante três Eras de Ouro, essas ondas de vida viveram com pureza e com aquela inocência
infantil que Jesus mencionou tantas vezes aos discípulos como um requisito para a "entrada"!' -
inocência do mal e da motivação egoísta, inocência da dualidade e do desejo carnal, inocência da
consciência sintética e do seu véu de energia.

Embora para alguns possa ser difícil acreditar, a ausência total do elemento do mal nessas Eras
de Ouro não diminuiu a variedade e o interesse pela vida! Pelo contrário, as atividades e as
oportunidades criativas dessas evoluções foram intensificadas pelas infinitas variações e
gradações da Verdade, e pelo potencial ilimitado de descobertas científicas e expressões
artísticas inerentes à Imagem Verdadeira, que todos podiam acessar diretamente. O desafio da
iniciação na ordem cósmica da Hierarquia manteve milhões [de indivíduos] subindo alegremente
a escada em espiral de uma mestria pessoal cada vez maior, em que cada passo revelava novos
mundos a conquistar.

Quando Deus fez o homem e o universo, não incluiu o mal como uma parte essencial do plano,
como um pano de fundo necessário para o Bem, ou a noite como contraste para o dia. "E a
cidade não necessita nem de sol nem de luz, para que nela resplandeçam, porque a glória de
Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada (a sua Luz)."

Sob a tutela de Seres Cósmicos e dos Manus das raças, essas civilizações refletiam os mais
elevados padrões culturais e científicos mantidos na Cidade Quadrangular. A alegria que se
expande com a mestria pessoal, a liberdade que vem com o domínio sobre os elementos, como
resultado das disciplinas das leis de Deus eram qualidades reconhecidas por todos como
ingredientes essenciais do seu destino universal.

Em um valoroso novo mundo, almas valorosas viram o seu princípio e o seu fim, a sua origem e
o seu ponto supremo, como a manifestação do Cristo Universal. Assim, elas se esforçavam, a
cada dia, para magnificar a Luz do Christos eterno através dos ciclos da sua permanência nas
dimensões da Matéria; entendiam o que era "testar a fibra", e estavam dispostas a provar sua
proficiência na precipitação das artes e das ciências, das obras das mãos de Deus. Sabiam que,
assim, ganhariam o direito de expandir o seu domínio no domínio do Espírito, alcançando
finalmente a liberdade imortal e avançando para mundos mais elevados, nas oportunidades sem-
fim das muitas mansões do Pai.

Esses cidadãos da Terra nunca perderam de vista a sua Realidade. Eles viam o Cristo uns nos
outros, e amavam a todos com quem partilhavam a meta, que era conseguir absorver cada vez
mais de Deus. Eles amavam uma pessoa pelo seu valor intrínseco e pelo padrão único da sua
corrente de vida, antes ainda do amadurecimento da ideia divina.

Essas três Eras de Ouro existiram antes da queda de Adão e Eva, apresentada de forma
alegórica no livro de Gênesis. Antes dessa descida na consciência da dualidade e no sentido no
pecado e separação da sua Origem, a atenção do homem e, por consequência, as suas energias
estavam centradas em Deus: sua vida era a Vida de Deus e, pelo uso inteligente do livre-arbítrio,
ele dedicou as energias de Deus à descida dos padrões estabelecidos nos céus para os padrões
estabelecidos na Terra. As alianças entre Deus e o homem não tinham sido infringidas, portanto,
tal como o homem entregava tudo a Deus, Deus entregava tudo ao homem. Realmente, este era
o equilíbrio perfeito entre o Macrocosmo e o microcosmo: embaixo, como no Alto.

A família, ao encarnar a Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, era a unidade básica
dessa sociedade divina. A origem atlante da palavra família é "chamas do pai-mãe em união de
amor". Nas Eras de Ouro primitivas, o pai mantinha o foco do Espírito de Deus, da sua
autoridade e paternidade sobre todos. A mãe, como organizadora do lar, mantinha o foco do
Espírito Santo e da sua descida na Matéria, irradiando as energias celestiais do AUM. Eva, a mãe
de todos os viventes, fora designada para ser a expressão perfeita da maternidade de Deus. Por
intermédio da união amorosa das chamas pai-mãe eram formados os templos do corpo das
almas que iam descer [à forma], e a chama do Cristo era nutrida nos filhos e filhas de Deus.
Essa trindade de fé (Pai), esperança (Filho) e caridade (Espírito Santo), que se inicia no lar, é o
alicerce para tudo o que é construído na sociedade ideal e em todas as Eras de Ouro, onde a
vida é um alegre desdobramento da chama de Deus no coração das centelhas-Espírito, cada
chama uma espiral que se eleva e ondula para se combinar com os doces mistérios da vida.
Na sociedade ideal, o governo e a educação são instrumentos para o desenvolvimento do
potencial individual do homem, em harmonia com todos os membros da comunidade. Todas as
instituições, públicas e privadas, realçam a unidade da vida por meio dos seus aspectos trinos de
fé, esperança e caridade, abraçados com o poder, a sabedoria e o amor de Deus. Aqui, as forças
motivadoras são a Trindade em ação e o esforço para atingir a excelência em todas as coisas.

"Aprender a gostar de fazer tudo bem, e assim fareis" _ era o conselho de Casimir Poseidon,
governante de uma antiga civilização que floresceu onde hoje se encontra a bacia do Amazonas.
A adesão a esse princípio fazia com que cada alma se esforçasse por superar o nível de
excelência do dia anterior; todas as formas de atividades, do atletismo ao serviço mútuo, eram
vistas como recreação, a "recriação" das qualidades do Espírito Santo no homem e na natureza.

A competição entre povos jamais se constituía em fator motivador. A única competição que o
homem conhecia era a que praticava consigo mesmo para transcender a sua mestria anterior,
por meio de invocações de mais luz e de maior mestria das energias e dos talentos que lhe
haviam sido confiados. Quando o homem podia realizar hoje uma união mais perfeita com a vida
do que a realizada no dia anterior, já tinha a sua recompensa e o cálice pleno.

Ao contrário da mentira de que o homem é um pecador e gravita para os elementos mais baixos
da sua natureza, ele é inerentemente bom, polariza-se no bem e nos mais altos representantes
do Bem Divino. Portanto, o relacionamento do indivíduo com o Todo - de uma parte do Bem com
Tudo do Bem _ é mantido em uma perspectiva adequada na sociedade ideal, tal como os raios
estão para a roda da vida. O relacionamento das partes individuais, umas com as outras,
também é honrado, sendo que o Todo reconhece a autonomia das partes no âmbito de certa
estrutura de referência. Assim, a Regra de Ouro é a nota-chave das relações sociais na sociedade
ideal. O contato com o centro do Ser de Deus dá a todos os homens uma razão de ser, uma
senda a seguir, uma espiral de direcionamento que conduz ao próprio centro da vida. Desse
modo, prevalece um sentido de expectativa e o homem responde à sua capacidade, ordenada
por Deus, de tornar-se tudo o que realmente é.

O equilíbrio da consciência Crística eleva-se a partir da fundação da Pirâmide da Vida, como o


ideal que todos devem atingir, independentemente daquilo a que foram chamados por Deus.
Embora todos sejam criados com oportunidades iguais, não significa que assim permaneçam na
sociedade ideal. Pois, conforme cada um multiplica os seus talentos concedidos por Deus,
ascende na escala da Hierarquia; conforme cada um prova ser fiel sobre algumas coisas, ganha o
direito de governar os que têm menos mestria e de educar o que segue suas pegadas.

Os líderes da sociedade ideal são sacerdotes, reis e cientistas, pois não existe separação entre
governo, ciência e religião, e são vistos como uma manifestação da chama tripartida de poder,
sabedoria e amor. As posições de autoridade nos templos e nas instituições governamentais,
educacionais e científicas são concedidas aos iniciados que atingiram certos graus de mestria
pessoal e estão assim qualificados para governar e tomar decisões em prol dos que ainda
precisam passar por testes e iniciações pelos quais todos devem passar para obter a
imortalidade.

As leis da sociedade ideal baseiam-se nas leis cósmicas que o Criador colocou nas "entranhas" do
homem, que escreveu cuidadosamente no seu coração e que, depois, fez registrar pelos seus
anjos nos arquivos da Verdade universal. Essas leis têm sido guardadas até agora nos retiros da
Fraternidade dos Mestres Ascensos, que já passaram por esta ou por outras escolas planetárias.
Em uma civilização de Era de Ouro, o iniciado mais avançado e mais capaz de dominar esses três
ramos da lei cósmica torna-se a autoridade governante para o planeta, sob a direção dos Mestres
Ascensos e de Seres Cósmicos, encarregados do planeta em níveis interiores. Ele é o pilar que
permanece no nexo da figura em forma de oito, porque dominou o próprio mundo e tomou
domínio sobre a Terra; para ele, o microcosmo é o corpo planetário e o Macrocosmo é o cosmo
inteiro. (Assim, vemos que a porção da energia de Deus que o homem domina torna-se o seu
microcosmo, e ele se centra como a presença de Deus neste mundo). Sua consciência é o
Superego, o Cristo personificado em prol de bilhões de correntes de vida, que ainda não
evoluíram até o nível da manifestação total do seu potencial Crístico. As energias vindas do
coração do Sol fluem pela sua consciência e ele mantém o equilíbrio do poder, da sabedoria e do
amor para todos que evoluem no planeta, conforme manifestam o padrão cósmico da Cidade
Quadrangular.

Por que ocupa esse cargo, ele tem a responsabilidade de ensinar o povo a também se sintonizar
com o fluxo de energia da grande Origem da Vida. Por que é um mestre dos ciclos e do próprio
ritmo do universo, ele ensina as pessoas a governarem o fluxo e o refluxo de energia no interior
do seu campo de força, transferindo gradualmente essa mestria do microcosmo individual para a
mestria do microcosmo planetário e, finalmente, identificando-se com o Macrocosmo pelo
intercâmbio de energias - embaixo como no Alto. A identificação total do governante com o seu
Eu Verdadeiro é a base da sua mestria ganha durante longos períodos de estudos e aplicação
das leis do universo. As pessoas o reverenciam como a mais alta expressão vivente da
Divindade, pois, para elas, ele é a vontade, a sabedoria e o amor de Deus em encarnação.

Na sociedade ideal, os que reconhecem a autoridade de Deus sobre o homem têm o direito de
governar como os superintendentes de Deus, e esse é o significado duplo da palavra governo.
Assim, como o Cristo é a cabeça de todo homem e a grande pedra angular no templo do Ser,
também ele é a cabeça da sociedade ideal. E aquele que encarna a maior medida da consciência
Crística é o mais qualificado para governar. Portanto, a manifestação do Cristo Universal é
reconhecida como a meta mais elevada de todos os membros da sociedade. Sem uma adesão
comum a essa metal uma civilização de Era de Ouro não pode durar. Atualmente, o povo da
Terra não partilha dessa metal e é por isso que a sociedade ideal hoje não existe no planeta.

Nas sociedades de Era de Ouro as almas que chegam pela primeira vez ao mundo da forma
passam por um programa muito minucioso de disciplina e educação. Nos primeiros anos,
aprendem a ciência rudimentar da psique, como desenvolver os sentidos para contatar
dimensões físicas e meta físicas da Realidade, e como expandir as faculdades da alma para
sondar o Cosmo por meio da natureza. Aprendem a comungar com toda a vida, focalizando a
atenção no coração e estabelecendo um arco com o coração de todas as coisas vivas, com o
coração das plantas, árvores e flores, com os próprios elementos e o núcleo de fogo do átomo. A
mestria da levitação, da precipitação e a ciência da alquimia também fazem parte do currículo
nos primeiros anos do desenvolvimento da alma. A educação superior baseia-se em uma série de
iniciações que levam à mestria cósmica; assim, os indivíduos podem se qualificar para posições
no governo, na ciência, na educação e no serviço do Templo.

A espada flamejante é o símbolo da sabedoria divina, que está diante das instituições
educacionais para guardar o caminho das energias sagradas da Árvore da Vida em todos os que
entram ali. A espada simboliza a divisão do caminho entre o Real e o irreal. Na sociedade ideal, o
conceito de irrealidade é ensinado como uma alegoria, uma vez que as almas em evolução não
têm uma experiência direta com a imagem sintética, produzida quando o homem faz descer o
seu olhar da perfeição para a imperfeição. Assim, é exigido um estudo da história Cósmica, e os
registros akáshicos de outros sistemas de mundos são cuidadosamente examinados. As causas
iniciais e as conseqüências de longo alcance do malogro individual e coletivo em manter o padrão
de unidade em outros planetas deram provas suficientes àqueles que evoluíram nas três
primeiras Eras de Ouro, sobre como deviam usar seu livre-arbítrio para invocar a vontade de
Deus e pedir a vinda do Seu reino à Terra.

Os poderes controlados por essas correntes de vida - que foram as primeiras a caminhar no solo
virgem da Terra, que nunca conheceram o sentimento de limitação ou de luta, ou mesmo o fardo
de uma forma física densa, como a que usamos agora - seriam considerados milagrosos por
aqueles cuja memória somente alcança o período, relativamente curto, em que o planeta tem
estado imerso em uma civilização e consciência sintéticas. As almas mantinham a vida em um
corpo por até mil anos e, quando reencarnavam, mantinham a memória e as faculdades
adquiridas nas vidas anteriores, incluindo a mestria que já haviam alcançado.

O planeta inteiro era um verdadeiro Jardim do Éden, e o homem comia todo fruto e toda erva,
que eram saturados pelos ajudantes da Natureza com a essência do Espírito imortal para
energizar e revigorar sua mente e sua forma. O chão era transparente como o cristal, e os raios
do sol do centro da Terra brilhavam suavemente por baixo dos pés dos homens. Durante o
período de repouso, quando as almas dos homens, juntamente com os seus veículos inferiores,
eram recarregadas para outro ciclo de serviço, havia uma radiação sempre presente, vinda do
núcleo de fogo branco, como uma aurora boreal. Assim, a escuridão total era desconhecida, e o
mal, como o véu de energia, não era mais real que uma história de fadas. O homem dava ao
Todo-Poderoso a glória de cada realização. O Sol que governava o dia era o foco da sua
adoração, símbolo do desdobramento do Filho Unigênito de Deus, cuja promessa seria realizada
em cada um. As estrelas definiam intervalos do tempo e do espaço e eram os refletores gigantes
da bem-aventurada adoração do homem pelo Ser Único Supremo. Como coordenadas de cristal
marcando os seus cursos - passados, presentes e futuros - elas ampliavam os seus sentimentos
místicos de alegria celestial que se espalhavam em ondulações pela antahkarana do Cosmo.

Há mais de 50 mil anos, Saint Germain governou uma antiga civilização que atingiu grande
elevação e se desenvolveu onde existe agora o deserto do Saara. Ali, enquanto os homens
reconheciam a sua Origem Divina, todos os indivíduos conheciam uma verdadeira liberdade
cósmica - uma liberdade sequer sonhada pelos homens e pelas mulheres deste século, que
defendem direitos, causas e movimentos, mas não conhecem a liberdade da alma. Nos tempos
finais, os homens começaram a esquecer a Fonte de onde recebiam suas energias e
esqueceram-se de reconhecer que os seus talentos se originavam n'Aquele que é sempre o autor
e rematador de toda obra perfeita realizada pelo homem ou por intermédio dele. Essa civilização
caiu quando, depois de repetidos avisos dos Mestres Ascensos que tinham guiado os seus
destinos, as pessoas continuaram nos seus rumos separatistas.

Quando o homem atribui suas vitórias e suas realizações ao plano do ego, em vez de atribuí-las
ao plano do Ego Superconsciente, eclipsa inevitavelmente a luz do Sol Cósmico do ser e seu
poder, sua sabedoria e seu amor diminuem de forma correspondente. Assim, a cortina se fechou
sobre outra era de Luz e de vida abundante. Os Hierarcas se retiraram, e o povo caiu na
consciência do dualismo que traz sempre grandes labutas e sofrimentos, o flagelo do carma
individual e grupal, que se destina a aguilhoar uma busca renovada pelo estado prístino.
A moral da história do "paraíso perdido" e de toda civilização arruinada é que o homem precisa
considerar Deus como a origem de todas as coisas - assim, nunca confundirá a nascente com o
regato. Como disse Jesus: "Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também."19 Desse modo,
ele ensinou o verdadeiro relacionamento que deve ser mantido entre Deus e o homem na
sociedade ideal. Quando esse relacionamento se dissolve, a sociedade ideal não pode prevalecer.

Sem nunca se cansar do seu serviço à humanidade, Saint Germain continua a despertar na alma
dos homens a arte perdida da liberdade, assim como a sua antiga herança como reis e
sacerdotes de Deus. Na sua dissertação sobre alquimia, ele salienta que o homem deve defender
a liberdade de criar, porque, por direito divino, ele é um co-criador com Deus. Ele culpa o falso
sentimento da consciência sintética de um "bem futuro e remoto", como o vilão da peça, e
afirma que a Vida Verdadeira é abundante aqui, agora e para sempre, onde quer que estejamos.
Ela apenas precisa ser acessada. Esse senso correto da disponibilidade sempre presente do Bem
é a chave para a Era de Ouro, que está bem perto de nós.

"Na verdade, nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano
o que Deus tem preparado para aqueles que o amam'' diz ele, citando São Paulo, em sua
primeira Carta aos Coríntios (2.9)." Que pena não haver mais pessoas que possam largar esse
falso conceito de um bem futuro e distante! Os segredos da vida devem ser encontrados tanto
aqui embaixo, como no alto. A transformação dos metais vis em ouro produziria apenas beleza e
riqueza terrenas. Mas a transformação da natureza inferior do homem no ouro refinado do
Espírito permite-lhe não apenas dominar o mundo do Espírito, como também assumir o controle
sobre o mundo material.

Se todo poder me foi dado no céu e na terra", posso concedê-lo a quem desejar. No entanto,
poderia eu dá-lo àqueles que iriam malbaratá-lo a ponto de magoar e ferir seus irmãos?

Por que uma espada refulgente foi colocada ao oriente do Jardim Éden? Por que a continuidade
da existência foi interrompida pela morte? Por que a doença, a guerra e a brutalidade afloraram
repentinamente e apoderaram-se da consciência humana? Por que a ira fez-se sentir? Não teria
sido porque as pessoas temem a perda - perda do amor-próprio, perda da individualidade, perda
da relatividade? Na verdade, o que têm elas a perder? Nada além de seus temores, de suas
negatividades. Pois aquilo que está unido à realidade jamais pode ser perdido.

Que os homens aprendam a esvaziar-se por completo de seus apegos à terra; assim, começarão
a adentrar a mente infantil e o espírito da inocência criativa. Os maiores anjos que guardam o
caminho da Árvore da Vida não podem negar o acesso ao Éden àqueles que se reuniram com a
mente absolutamente inocente de Deus. Então, como podem negá-lo ao Alquimista divino no
homem que, com honra, estende o braço para tomar o fruto da Árvore da Vida, a fim de que
possa, realmente, viver para sempre?

O significado da alegoria é bastante simples. Enquanto o homem viver de acordo com a 'terra, [o
que é] terreno', de acordo com os conceitos da 'carne e sangue', ele não poderá herdar o reino
dos céus, não poderá manter a consciência celestial. Mas quando, em inocência infantil, ele
entrar no domínio divino, descobrirá que todo o universo é seu - pois agora ele pertence a todo o
universo.

Essa doce entrega aos fluxos poderosos da lei e da pureza cósmicas lhe mostra a necessidade de
transferir, das oitavas superiores da luz para as ramificações inferiores do ser, o poder e a glória,
a vitória e a conquista, a transmissão e a transmutação. Ele deve renunciar ao brilho e ao
glamour, deve substituí-los pela luz e a pureza e fazer bem todas as coisas. Ele deve buscar o
espírito de excelência; deve esquecer as limitações e todas as coisas que ficaram para trás. Deve
ter fé naquilo que ainda não pode ver, e saber que a própria Natureza mantém uma cornucópia
de beleza e luz para derramar sobre ele quando for pronunciada a palavra mágica (...)

A humanidade está entediada, está frustrada e é descortês. Através do que se poderia chamar a
'excitação' da vida, ela assumiu a mistificação que os poderes das trevas criaram, e
popularizaram como sofisticação mundana - antítese da consciência infantil. 'Vós sois o sal da
terra; e, se o sal for insípido, com que se há-de salgar? Reiteramos a afirmação do Mestre
porque faz-nos lembrar que o sabor essencial da vida está no cultivo da noção interior da beleza
e realidade.

Aquilo que vocês recebem de Deus jamais é negado a quem quer que seja; são as pessoas que
negam essas coisas a si mesmas em sua ignorância. Todos temos a responsabilidade de
estimular a expansão da luz em todas as pessoas, mas cada um deve abrir a porta para si
mesmo. Cada um deve compreender que o Redentor Divino é o Criador Divino e que, desde a
descida do homem para as oitavas inferiores da consciência humana, o Senhor da Luz continuou
a emanar sua radiância em toda parte.
"Ele é acessível, embora oculto.
Ele é real, embora envolvido pela irrealidade,
Pelas mentes dos homens e suas experiências de vida.
Ele é luz, às vezes encoberta
Pelas trevas dos equívocos dos homens.
Ele é o Grande Provedor
De todas as coisas boas e perfeitas.
Ele combina o verde broto e a neve cristalina.
Ele combina o céu etéreo que cintila.
Com o sol abrasador do centro solar
Seu coração amoroso convida todos a entrar.

Envergue, criança preciosa,


As vestes de mestria, mansas e brandas.
A autoridade não precisa ser alardeada,
Mas congrega
Cada graça necessária.
Para ajudar o mundo a acompanhar o ritmo
Das legiões cósmicas, ao defrontar momentos de senilidade.

Juventude e luz surgem ao defrontar a predestinação do tempo.


Abandone, então, todos os medos e brilhe,
Fogo eterno da inocência cósmica e juvenil!”

O DESVIO DA INOCÊNCIA

Quando o homem deixou de se identificar com o seu Superego, a consciência Crística, quando
deixou de viver na semelhança do seu Ego Superconsciente, a consciência Divina, a sua
existência tornou-se egocêntrica no nível da consciência humana. Essa mudança na polaridade
da consciência do homem marcou o seu afastamento, não apenas da inocência, como também
da sociedade ideal. A remoção dos véus da inocência que isolavam o mundo do homem com
invólucros de retidão, de luz, e devoção fervorosa, teve lugar quando ele aceitou a mentira
serpentina projetada nos seus processos de pensamento e sentimento pelos luciféricos caídos.

"Quem te mostrou que estavas nu!" O homem e a mulher sabiam que estavam nus, pois a veste
inconsútil tinha caído dos seus ombros no momento em que abandonaram a consciência Crística.

Os primeiros a cair foram os sumo sacerdotes, cujo sutil sentimento de superioridade sobre o
povo cedeu ao orgulho espiritual. Depois, começou a competição espiritual de forma
verdadeiramente luciférica, enquanto disputavam posições, poder e prestígio. Lançando
invectivas, usaram o seu momentum de invocações para fazerem feitiços aos seus rivais e
criarem imagens grotescas, cujo remanescente pode ser visto na ilha da Páscoa. A guerra dos
sacerdotes estava em franco andamento.

E então, "houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e
batalhavam o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou
nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que
engana todo o mundo, ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele.”

Foi assim que os luciféricos foram lançados na Terra. Eles tinham caído do seu estado de graça
celestial por causa do orgulho e da ambição, e muitos deles foram obrigados a encarnar no
planeta Terra para resolver o carma que tinham feito ao corromper os santos inocentes, os
quais, tendo sido traídos pelos sumos sacerdotes, desiludiram-se com todos que ocupavam
posições de autoridade e, com o passar do tempo, tornaram-se suscetíveis ao magnetismo
complacente com que os anjos caídos tentam adoçar a sua apostasia dos Princípios.

Logo que "Adão e Eva", arquétipos do povo comum, tomaram do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal - influenciados pelo próprio Lúcifer; que é representado como "a
Serpente" - o desvio da inocência por causa do pecado original espalhou-se por toda a Terra-
Mãe. Agora a penetração dos véus de inocência era completa, a espiral descendente era
irrevogável. Começava a longa noite da labuta do homem nos infindáveis vales astrais da
consciência sintética; gradualmente, a memória das Eras de Ouro da Terra perdeu-se no passado
distante.

As evoluções das três primeiras raças-raízes conseguiram a liberdade imortal pela obediência
absoluta à lei cósmica e total identificação com o Eu Verdadeiro. Foi durante a época da quarta
raça-raiz, no continente da Lemúria, que se deu a alegórica Queda do Homem. A história da
introdução do mal na Terra - por intermédio dos luciféricos que, por sua vez, haviam sido
difamados por um ser conhecido como Peshu Alga, o primeiro rebelde contra Deus - será
apresentada em outro volume desta coleção, tal como nos foi lida do Livro da Vida, pelo
Guardião dos Pergaminhos.

A vinda subsequente dos retardatários e da sua criação mecânica fez com que a consciência da
humanidade descesse ainda mais, quase a níveis subumanos, tudo porque o homem se desviou
da inocência que tinha, quando a sua consciência estava sintonizada somente com a mente de
Deus e o Seu olho onividente. Os biólogos, antropólogos e arqueólogos modernos fazem
remontar a história do homem somente até esse ponto baixo da sua evolução cósmica. Depois, a
partir de dados incompletos, concluem que ele descende do macaco. Realmente, a era do
homem das cavernas marcou a profundidade da descida do homem ao dualismo, do qual ele
está destinado a elevar-se até essa unidade e esse alto nível que conheceu como um filho de
Deus, antes de se ter desviado da inocência.

A raiz de todos os problemas da humanidade é a sua existência egocêntrica. Em vez de


estabelecer domínio no eixo central da figura em forma de oito, no plano do Superego, o homem
foi descendo por uma espiral negativa de auto centralização. Depois de descer até o fundo da
figura em forma de oito, o plano mais baixo do ego, já não podia elevar-se do Centro do Ser.

Ditando do seu retiro no lago Titicaca, Meru fez o seguinte comentário sobre a situação do
homem:

Os primeiros movimentos de realidade depois da perda do estado edênico ocorreram nas trevas,
no vazio do desconhecido, esses movimentos de intenção foram em breve transformados em
ação exterior, mas as maquinações do contato social dedicaram-se lamentavelmente à expressão
egoísta e ao sentimento de luta.

A escalada do homem parecia ser proporcional ao seu domínio, não sobre o eu, e sim sobre as
outras pessoas e sobre o seu meio ambiente. A conquista do meio ambiente era válida. Causar a
destruição de indivíduos não. Foi criado, por conseguinte, o tribunal de justiça conhecido como
Conselho do Carma, para registrar e governar a interação, de forma humana ou desumana, do
homem para com o homem.

O sentimento de luta crescia. O envolvimento com o ego tornou-se um emaranhado de espirais


invertidas, estruturando dentro da consciência da humanidade uma fantasia caleidoscópica tão
complexa, a ponto de fazer a consciência recuar. As formas simples da graça foram esquecidas
no melodrama astral. O homem parecia viver fora, mas na realidade vivia dentro das armadilhas
da sua própria criação; ele estava então contaminando os outros com o seu dilema, e o poder do
contágio baniu-o do estado celestial.

Saint Germain que, na sua encarnação como profeta Samuel, tinha admoestado: "A rebelião é
como o pecado de feitiçaria, e a teimosia é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a
palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei!" disse em um discurso
recente sobre os segredos alquímicos da Árvore da Vida.

A desobediência da lei cósmica pelo homem, sua hesitação nas questões do Espírito, seus
ímpetos crescentes de destrutividade sobre a terra - todos estes necessitaram do freio de suas
atividades no céu.

Assim, o homem foi verdadeiramente confinado à terra para cumprir seu destino. O Éden, o
Jardim de Deus, e os segredos da vida aí contidos têm-lhe sido negados porque ele não
observou a injunção divina 'no dia em que dela comeres, certamente morrerás!"'

Não conseguindo mais realizar a sua função divinamente ordenada como mediadores entre o
Macrocosmo e o microcosmo, os sacerdotes optaram por métodos fraudulentos e hipócritas para
desviar as pessoas do desígnio imaculado do Eu Verdadeiro, focalizado por meio da imagem do
Olho Onividente de Deus, entronizada nos altares do templo, no centro da estrela de seis pontas.
Pois, como veremos, para controlá-los, era necessário destruir a Imagem Verdadeira. E, tal como
haviam previsto, sem a visão do Cristo, as pessoas pereceram.
Assim o homem perdeu a inocência e a mente de criança, a abertura para o Divino e a
capacidade de criar de acordo com o desígnio celestial. Simultaneamente, perdeu a proteção
contra o mal. Na verdade, tratou-se da invasão do mundo microcósmico do indivíduo e de todo
corpo planetário. Foi lacerado o revestimento protetor que envolvera a consciência do mundo e
estava selado pela chama da pureza, que podia ser vista de longe, brilhando nas grandes urnas
dos templos sagrados, e era sentida no coração de todos os habitantes de Mu. Tendo penetrado
primeiro na consciência dos inocentes dos planos astrais, os luciféricos passaram para o plano
físico, e desencaminharam as pessoas até um ponto tal que elas dançaram diante do vitelo de
ouro e desrespeitaram os mandamentos da Santa Aliança.

Quando o homem partilhou do conhecimento do Bem e do Mal adquiriu um padrão duplo, assim,
deixou de estar qualificado para traçar a linha entre um e outro, pois perdera o seu ponto de
referência na Realidade. Por isso, o seu pecado não lhe parecia pecado, como disse um sábio
governante: "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da
morte."

"A privação do estado prístino", diz Paulo Veneziano, "surgiu como o resultado da violação pelo
homem da Lei que não foi escrita - pois a Lei perfeita do amor entre Deus e o homem não
precisa ser registrada no exterior; pois ela já estava registrada na alma do homem, desde o
momento da criação, quando o seu Criador lhe deu uma existência individualizada.

'A força do pecado', como diz São Paulo, 'é a lei', portanto, assim que o homem infringiu a Lei
inscrita no coração e fez do seu pecado a lei do seu mundo, a Grande Lei foi imposta como o
decreto de Deus, que manteria o homem dentro dos limites da ordem e da decência.

A comunhão do homem com a natureza e com o Deus da Natureza foi se perdendo


gradualmente, à medida em que a lógica da mente carnal substituía as percepções diretas da
sua inocência Crística. A força serpentina, personificada pelos anjos caídos, interveio como o
falso mediador entre a mente do homem e a mente de Deus. Verdadeiramente, era o Anticristo
encarnado, cuja astúcia os santos inocentes estavam mal preparados para enfrentar.

Não se satisfazendo Com a violação de um planeta, os anjos caídos tinham como meta a
doutrinação total do povo com a sua filosofia, e o envolvimento da sua consciência em um estilo
idólatra de vida, para que, quando o Cristo viesse salvar as suas almas da perdição, as pessoas
não mais o reconhecessem como o arquétipo da própria identidade divina e como o exemplo da
missão que não conseguiram cumprir. Elas iam rejeitá-lo totalmente, ou adorar a sua
personalidade como aquele que podia fazer por elas o que elas não tinham o direito de fazer por
si mesmas.

Assim que os infiltradores conseguiram que o homem se sentisse separado do seu Deus e,
portanto, separado da Sua vontade, da Sua sabedoria e do Seu poder, puderam captar a sua
atenção e fazer com que ele estruturasse sua sociedade sobre essa existência egocêntrica, em
vez de se basear em uma existência centrada no Cristo. Quando Deus parece ser remoto, tudo
que procede do seu coração também se torna remoto. Eventualmente, a camada de maya, de
ilusão, torna-se tão espessa que o homem esquece completamente o seu Deus. Essa consciência
é reforçada pelos luciféricos, que se proclamam como mais competentes para orientar os
assuntos do homem no mundo da forma, uma vez que estão mais perto das suas necessidades e
da sua consciência do que "aquele Deus", que está tão longe da ordem mundial, que ninguém
sabe se Ele está vivo ou morto.
Em uma sociedade perfeita, o homem anda e fala com Deus e as suas energias polarizam-se no
seu coração, cabeça e mão como uma ação trina e una do fogo sagrado. O significado do termo
"Queda" em relação ao desvio da inocência denota a queda das energias do homem dos centros
da percepção Crística, situados acima do coração, para a má qualificação das suas energias, nos
centros da percepção da alma, abaixo do coração - os chakras da base da espinha, do plexo
solar e da alma - agora completamente sob o domínio da mente carnal e do culto do prazer.

Conforme as energias do homem são sacrificadas no altar da Cabra de Mendes', a cuja imagem
ficam ligadas pela má qualificação dos centros que se encontram abaixo do coração, a atração
do prazer carnal torna-se maior do que o magnetismo divino da Origem Única. Tendo
aprisionado as energias do homem nessa ímpia forma-pensamento, não é difícil para os
satanistas convencê-lo de que ele "certamente não morrerá" se cometer o pecado de partilhar do
conhecimento do Bem e do Mal. De fato, na missa negra, baseada na comunhão com forças das
trevas, pela profanação dos chakras inferiores, eles pervertem todo ritual sagrado, baseado na
comunhão do homem com Deus através dos chakras superiores.

A forma como o homem se afasta do seu Eu Verdadeiro é tão sutil, que ele não sabe que a casca
frágil da sua identidade se vai afastando cada vez mais no mar astral. Assim que o homem cruza
os limites da sua habitação, faz descer sobre a sua cabeça o édito cármico que encurta o seu
tempo de vida e a sua esfera de influência. Ele derramou no chão as suas energias vitais e, ao
mesmo tempo, perdeu a arte da autorregenerarão. A prática da ciência do conceito imaculado
vai-se esvaindo gradualmente, e as pessoas se tornam incapazes de distinguir o Real do irreal,
tanto nelas, como nos seus líderes.

Os ensinamentos dos anciães espirituais da raça tornaram-se inaceitáveis para os filhos de Mu,
eles riram-se dos seus avisos solenes sobre a iminência de um castigo e preferiram seguir o
engodo dos magos negros que usavam poderes hipnóticos para ampliar o campo de força dos
seus egos, como pontos focais para influenciar as massas. Tão universal foi o afastamento das
pessoas das suas alianças com Deus, tão horríveis foram os maus usos do poder dos sacerdotes
do fogo sagrado, que a Natureza foi forçada a repelir as imposições lançadas sobre ela. O
afundamento do continente da Lemúria foi a forma de a Natureza equilibrar as impurezas do
homem.

Com o afundamento de Mu, perderam-se as realizações científicas e a cultura de centenas de


milhares de anos e, pior ainda, a chama da Mãe ancorada no seu solo sagrado foi derrubada
-"derrubada, mas não destruída". Graças à vigília mantida pelos guardiães da humanidade, essa
chama, invocada no Retiro da Iluminação, nas montanhas dos Andes, perto do lago Titicaca,
arde ali desde então, zelada pelos devotos do fogo sagrado que mantêm o equilíbrio do raio
feminino para a Terra e para as suas evoluções.

O remanescente do povo que logrou escapar do holocausto esqueceu gradualmente a


personificação de Deus como Mãe e Pai, e a Sua imagem foi degenerando, até se transformar na
imagem de um tirano injusto ou de um deus da raça que favorecia um grupo em detrimento de
outro, um deus cheio de ira e vingança, que punia os pecados dos pais até a terceira e quarta
gerações40, um deus com fogos do inferno e enxofre que tolerava a danação eterna dos seus
filhos (pois os seus antepassados tinham visto com os próprios olhos a destruição que se abatera
sobre Mu e a fúria das chamas que arderam até se unirem ao mar em uma erupção de vapor);
um deus ciumento, que podia ser apaziguado com sacrifícios animais e até com sacrifícios
humanos dos próprios filhos; um deus, cujos humores se refletiam nas mudanças constantes e
violentas da natureza. E, dessa forma, o homem criou um deus à sua imagem, à imagem do
homem caído, ele o criou. Assim nasceu um deus antropomórfico, e a imagem sintética
desenvolveu-se e dominou a Terra.

Pouco a pouco, o deus monstruoso que o homem desenvolvera tornou-se tão dominador e tão
diferente da verdadeira natureza da sua alma que ele [resolveu] buscar meios eficazes para
destruir a sua criação. E nada podia ser mais eficaz do que declarar que ele estava morto! A
mente do homem, condicionada a responder ao que é falso em lugar do que é Verdadeiro, era
incapaz de substituir o deus sintético pelo Deus vivente. Tendo rejeitado os últimos vestígios da
sua "consciência" pervertida, o homem agarrou a sua "liberdade" e tornou-se o seu deus, a sua
lei.

Onde cada homem é o seu próprio deus, prevalece a anarquia, e o ponto focal da lei e da ordem
na sociedade - o padrão Crístico _ não pode mais ser encontrado. Essa é a sociedade idólatra
que substitui a sociedade ideal. Aqui, o ego reina supremo, e a degeneração da força vital do
centro da iluminação no cérebro até a base da espinha torna a animalidade inevitável. Quando
toda a quota de energia diária do homem é focalizada nos centros que estão abaixo do coração,
toda a espiritualidade se perde e a era do homem das cavernas se inicia. Tais condições
prevaleceram durante séculos, após a queda de Mu.

E assim, o ídolo que o homem ergueu tornou-se o ídolo que o homem derrubou, e no seu lugar
apareceram muitos deuses. Sua alma já não podia relacionar-se com o deus sintético inventado
pela consciência também sintética em que a humanidade tinha caído, e também não podia
relacionar-se Com ego, que tinha usurpado a autoridade do sumo sacerdote _ Santo Cristo
Pessoal- no templo do ser do homem. Recusando a curvar-se e a servir o ego, a alma retirou-se
para um estado latente. Quando as almas da humanidade se afastaram de um ambiente hostil,
deixando o homem como se fosse uma casca do seu ser primitivo, os luciféricos sabiam que
tinham conseguido cortar o elo do homem com a Realidade, e destruído os últimos resquícios do
que fora a Era da Glória.

"Agora e sempre", lembra-nos Saint Germain, "O homem precisa entender que, ao compartilhar
a consciência do mal, ele se torna sujeito às leis da mortalidade", que não são criadas por Deus,
mas pelo homem. Portanto, é o homem quem precisa desfazer o mal que fez e, em vez de culpar
o Todo-Poderoso por essa situação, deve invocar as leis e praticar a ciência que retificará todo o
erro. O Deus da Imagem Verdadeira, que é o mesmo ontem, hoje e sempre, espera pelo retorno
do homem ao Éden e a essa consciência de santa inocência que verdadeiramente O conhece e
que pode, portanto, afirmar a Sua onipotência, a Sua onipresença e a Sua onisciência.

A VINDA DOS RETARDATÁRIOS

Ao perder a perfeição, o homem perdeu a proteção. Assim como o semelhante atrai o


semelhante, o nível a que sua consciência desceu tornou-se também um magneto para qualquer
consciência interplanetária que vibrasse no mesmo nível. Se o homem não se tivesse afastado da
inocência, os invólucros protetores que selavam o planeta de invasões interplanetárias nunca
teriam sido rompidos e a Terra nunca teria recebido as almas retardatárias que não cumpriram o
plano divino em seu lar estelar no horário determinado.

O cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter, é tudo o que resta de Maldek, o décimo planeta
do nosso sistema solar - uma dura lembrança do que pode acontecer quando um povo abandona
o seu Deus. Dois terços da evolução de Maldek - que se atreveram a negar o poder do Espírito
Criador do Ser puro - passaram por aquilo que se conhece como segunda morte, o castigo por
terem declarado guerra total e terem causado a completa aniquilação do seu lar planetário, por
meio da energia nuclear. A terceira parte, remanescente de almas consideradas passíveis de
salvação, por tomarem uma posição contra as más ações dos seus irmãos, foi autorizada a
encarnar na Terra para transmutar seu carma e, na melhor das hipóteses, caminhar mais uma
vez na senda da retidão e da Verdade. Pois, no passado distante, também conheceram o estado
edênico, também vieram de Deus, também se afastaram da inocência. Entre elas havia artistas e
artesãos talentosos, cujos esforços pacificadores e construtivos foram abafados pelas vozes
estridentes dos seus irmãos mais propensos a guerras e destruição.

Os Senhores do Carma consideraram que os retardatários, juntamente com os luciféricos que


também conheceram um caminho mais elevado, assim como os inocentes que já não eram
inocentes, teriam uma grande oportunidade, aqui mesmo na Terra, de optar pelo bem e rejeitar
o mal. Porém, nem os mais avançados retardatários e anjos caídos quiseram aproveitar [essa
oportunidade], apesar da misericórdia do céu e da paciência infinita do SENHOR dos Exércitos e
do grande momentum de superação recebido de anteriores Eras de Ouro da Terra e que, contido
nos registros akáshicos, demonstrava uma vitória espiritual, e a mestria pessoal e do ambiente.

A maioria dos retardatários, embora possuísse grande evolução material e científica, recusara-se
obstinadamente a usar os seus talentos e o seu livre-arbítrio para glorificar a Deus e executar o
Seu plano em Maldek. Os momentums que desenvolveram e causaram a destruição do seu lar
planetário vieram juntamente com eles e, aqui na Terra, os retardatários têm continuado a ficar
para trás na evolução espiritual da raça e do seu destino ordenado por Deus. Para além das artes
de Cain e de Tubal-Cain, os cientistas retardatários ensinaram as evoluções menos experientes
deste planeta a realizar a cisão do átomo e a usar o poder nuclear para propósitos pacíficos e
destrutivos, a criar várias formas de vida em uma proveta, a usar ondas ultrassônicas, raios laser
e astrais como adjuvantes de cura e de conquista. Seus avanços na aeronáutica, viagens
espaciais e em muitos outros ramos da ciência estavam muito além dos conhecidos pelos
cientistas de hoje.

Por terem um desenvolvimento maior e uma experiência mais longa no plano físico, os
retardatários logo conseguiram o controle total da sociedade materialista que construíram na
Atlântida, mantendo posições-chave no governo, na religião, na ciência, na economia, nas artes
e na mídia, que dominavam com a sua consciência recalcitrante, que só buscava a riqueza e o
poder como uma finalidade em si mesmos, em vez de um meio para implementar valores
espirituais. Assim, em função da sua eficiência nas coisas materiais, eles reforçaram a mentira
luciférica de que o homem não precisa de Deus porque pode fazer tudo por si mesmo. Embora
os inocentes, seguidos pelos melhores dos maldekianos, desejassem voltar ao estado que
haviam perdido, em breve caíram sob o domínio quase absoluto dessas ondas de vida mais
avançadas, cujos esforços, independentemente de quão progressivos pudessem ser socialmente,
destinavam-se a preservar o status quo e a evitar a iluminação espiritual da raça. O comentário
de Jesus sobre as suas atividades agressivas foi simplesmente: "Porque os filhos deste mundo
são mais prudentes, na sua geração, do que os filhos da Luz."

O estudante da Verdade maior precisa identificar cuidadosamente os retardatários e os


luciféricos pelas suas ações e não pela sua religião, nacionalidade ou raça, pois esses advogados
do Anticristo se infiltraram em todas as classes sociais, e nenhuma igreja, governo ou nação
pode declarar-se imune à sua presença. Eles são o joio que o inimigo semeou nos campos da
realização humana, que cresce lado a lado com o trigo, o qual o Senhor disse que não seria
separado até a colheita. Qualquer tentativa para rotular, classificar ou categorizar esses seres
das trevas só pode estar destinada ao fracasso e, fazê-lo, é tornar-se vítima das suas
maquinações de dividir e conquistar o povo. Do ponto de vista exterior, não existe uma linha
clara de demarcação entre os filhos de Belial e os filhos de Deus. Portanto, vamos estudar a Lei e
a Verdade cósmicas e seguir as pegadas do Mestre, que disse: "Pelos seus frutos os
conhecereis."

A lei -"EU SOU o guardião do meu irmão" - está baseada no princípio de que todas as evoluções
deste lar planetário têm a sua origem em Deus. A sua vida é a d'Ele. Os seus corpos são
compostos das Suas espirais de energia condensadas na Matéria. O seu desejo de viver é o
desejo de Deus, pois Ele é vida. O seu desejo de amar, de buscar a Verdade, de dominar as
energias da vida, e de distinguir-se - tudo se origina no desejo de Deus de manifestar mais de Si
mesmo como amor, verdade, como potencial criativo. Embora esse desejo tenha sido pervertido
por séculos de fidelidade às Trevas, aqueles que guardam a chama em prol dos seus irmãos
nunca devem esquecer que, a qualquer momento, o sistema de energia divina que é o ser do
homem, pode ser polarizado para Deus e, em um abrir e fechar de olhos, pode declarar
fidelidade suprema à grande e única Origem de todo Ser.

Como todos têm livre-arbítrio, todos podem escolher o Bem e, portanto, todos podem ser salvos.
O homem está predestinado a ser bom se assim o desejar, pois Deus já decidiu fazê-lo à Sua
imagem e semelhança - à Sua imagem do Bem Divino. Portanto, lutar contra os luciféricos ou
contra os retardatários é esquecer que "não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas sim
contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contras
as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." A nossa luta é contra os conceitos
chamamos mal. É contra tudo que impede o homem de exercer o seu livre-arbítrio para escolher
o Bem.

A nossa tarefa, então, é desmascarar a mentira de que o homem não tem livre-arbítrio, e está
predestinado a pecar, a desintegrar-se e a morrer. É invocar em cada homem a luz e a imagem
do Eu Verdadeiro, que abrirá caminho para todos escolherem o bem porque eles mesmos são
inerentemente bons em Deus. Todavia, os que persistem em abraçar a mentira precisam ser
desmascarados como os inimigos da retidão e, uma vez que personificaram o mal ao alinharem
com ele as suas energias, não devem ser autorizados a impor a si mesmos ou suas ações
malignas à ordem mundial.

O mau uso que os retardatários fizeram do fogo sagrado incluiu a criação de formas de vida
abomináveis - metade homem, metade cavalo - distorções do Cristo, em desacordo com o plano
do Pai. Aprisionadas nesses corpos grotescos, as almas dos inocentes não tinham liberdade para
evoluir espiritualmente. As perversões da arte divina destruíram a Imagem Verdadeira no
homem, e as ideias puras e as formas nobres necessárias para a sua prática da magia do olho
verdadeiro foram substituídas por conceitos fragmentados, formas irregulares, imagens
invertidas. Finalmente, até os seres dos elementos foram aprisionados em formas distorcidas de
animais. Assim, por meio dessas formas de ani-mal (mal animado), as sementes da rebeldia e da
sensualidade foram plantadas no chão sagrado da mente subconsciente do homem que,
despojado da sua identidade divina, se tornou um instrumento inconsciente suscetível de ser
condicionado a reagir às mentes malignas.
Enquanto a Lemúria afundou em meio ao fumo e às chamas, a Atlântida foi destruída por um
terremoto e um maremoto, registrados no Livro de Gênesis como o Dilúvio de Noé. As criações
pervertidas dos retardatários foram destruídas quando a Natureza se livrou dos desequilíbrios
que lhe foram impostos pela geração desobediente. E foi proclamado o édito. "De aqui em
diante, toda a semente dará de acordo com a sua espécie." A possibilidade de cruzar a vida
animal com a vida humana foi proibida por decreto divino.

Em determinado momento da longa e sombria história da Terra, os conselhos cósmicos


decidiram que o planeta devia ser destruído, pois as suas evoluções já não irradiavam luz
suficiente para manter o seu equilíbrio no sistema solar. Foi a intercessão de Sanat Kumara,
hierarca de Vênus, e o seu exílio voluntário na Terra, que pouparam o planeta e as suas
evoluções. Lembrado pelos escritores da Bíblia como o Ancião de Dias, esse grande amigo da
humanidade serviu com os irmãos mais velhos da raça, os Mestres Ascensos, que haviam se
retirado para oitavas de pureza. De alturas invisíveis, aqueles que nos tempos antigos haviam
caminhado e falado com o homem não-ascenso, tentaram mais uma vez levar ao povo o
conhecimento da Lei como fundação para a construção de grandes impérios de luz em vários
lugares do mundo.

A cidade de Ur, dos caldeus, as terras da antiga China e do Egito, as civilizações da América do
Norte e do Sul, que existiram antes da Era de Ouro dos Incas, são exemplos da sociedade ideal
moldada de acordo com a Cidade Quadrangular. Esses impérios surgiram por inspiração dos
Seres Cósmicos que serviam às necessidades do planeta, e caíram, como resultado das
influências malignas dos invasores estrangeiros que se aproveitaram da preferência cada vez
maior da humanidade pelas Trevas e não pela Luz.

Desde o princípio, a aliança entre os luciféricos e os retardatários teve um objetivo único: a


destruição de todas as sociedades orientadas por Deus e a remoção dos filhos de Deus do
controle dos governos das nações e da educação da juventude. A Torre de Babei, de Nimrod, foi
um monólito do orgulho luciférico, o arquétipo do controle do mundo. A Lei impessoal do amor
fez recair sobre suas cabeças o intento maligno dos que olharam para Mamon em vez de
olharem para Deus, e as suas energias mal qualificadas foram usadas para "confundir a sua
língua". E os "espalhou o Senhor sobre a face de toda a Terra" para contrariar a multiplicação
das suas ações maléficas e impedir a sua capacidade de comunicar o mal. Portanto, quando os
homens abandonam a Lei do amor, perdem o contato, não só com a sua Origem, como também
uns com os outros, como raios que emanam da mesma Origem. E, quando os líderes do povo já
não estão no nexo da figura em forma de oito, entre o Macrocosmo e o microcosmo, é-lhes
negado o verdadeiro relacionamento entre o homem e Deus, e entre o homem e o [próprio]
homem.

Portanto, quando o Senhor (por meio da lei impessoal do carma) espalhou as nações, o inimigo
aproveitou-se das divergências das pessoas e fez com que a sua separação se tornasse mais
importante do que a sua unidade, isolando os filhos de Deus em campos opostos por meio das
suas táticas de "dividir para conquistar". Até a data, essa tem sido a estratégia principal dos
filhos de Belial que, ao longo dos séculos, têm aproveitado a onda do retorno de carma da
humanidade, respaldando-se na lei cósmica que exige dos homens uma reparação justa pelas
suas violações das alianças sagradas.

Assim que conseguem convencer os filhos do mesmo Deus Pai-Mãe, de que o ódio e a guerra
têm justificação, os filhos de Belial não precisam comprometer-se com a matança dos inocentes,
pois, ao criarem duas filosofias ou sistemas opostos, reunindo grupos de pessoas em torno de
um e de outro, pouco é preciso para convencê-los da necessidade de defender a soberania do
"seu" sistema ou da "sua" filosofia que, rapidamente, se torna inseparável dos seus egos e das
suas civilizações egocêntricas. Incitados à guerra em defesa de falsos ideais, os filhos de Deus
liquidam-se uns aos outros, deixando os seres das trevas no controle de ambos os lados, que
eles, de acordo com as suas conveniências, acionam contra os que estão no meio.

A manipulação das energias da humanidade, dos seus pensamentos, e mesmo dos seus
sentimentos em nível individual e de massas, tem sido a tática principal desses espíritos das
trevas, cuja meta é o domínio total do homem e da sociedade. Por que essa é a sua meta e o
que planejam quando a tiverem alcançado, será explicado em capítulos subsequentes. Neste
momento, as instruções do Mestre persa, conhecido como Cha Ara, nos ajudarão a compreender
o problema do Bem e do Mal, que existe na sociedade de hoje:

"Assim como existem Trevas no mundo, também existe Luz. Assim como existe Verdade,
também existe erro. Assim como a luz física expulsa as trevas físicas, também a Luz espiritual
expulsa a ignorância do erro espiritual.

Tem sido dito por muitos que o homem foi criado à imagem de Deus. Que se saiba, então, que,
tal como o homem foi feito à imagem de Deus, também foi feito à imagem da oportunidade
criativa - foi-lhe dada a grande oportunidade de criar a si mesmo à imagem de Deus. Mas não é
suficiente ser criado na Imagem Divina: o homem também precisa dirigir seus padrões de vida
para manifestar essa Imagem. Para assisti-lo nessa meta, o Grande Medianeiro, o Cristo vivente,
foi dado ao homem como a Luz espiritual que baniria todas as Trevas e toda a ignorância da sua
consciência.

O Conselho Indiano pediu-me para informar os estudantes que há filhos de Belial no planeta, tal
como há filhos de Deus. Esses filhos das Trevas têm aparecido ao longo das eras, desejando a
matança dos inocentes. Eles estavam [presentes] no tempo de Moisés e, por isso, foi necessário
escondê-lo entre os juncos; eles também estavam [presentes] no tempo de Cristo Jesus, e foi
preciso sua Mãe tomá-lo nos braços e atravessar o deserto na fuga para o Egito.

São muitos os filhos de Belial, espalhados entre a humanidade, que gostariam de corromper a
perfeição da alma do homem, que gostariam de obscurecer a Imagem Divina. Esses são os
arautos da destruição sobre quem ledes em vossos jornais. Embora as suas metas sejam as
mesmas, os seus métodos para executá-las têm mudado com os tempos.

Um dia, eles deixarão de existir, por causa dos padrões falsos que adotaram em suas vidas, por
causa das Trevas que deixam alojar no seu interior. Todavia, enquanto o sol brilha sobre o justo
e o injusto, eles continuam as suas maquinações como se não existisse um padrão de decência
no universo. Lamentam a sua sorte, assim como a situação da humanidade. Ao buscarem
soluções na mão da carne, eles negam a ordem penetrante do Espírito.

Algumas pessoas não consideraram a parábola do trigo e do joio, no sentido dos filhos das
Trevas e dos filhos da Luz, como Jesus a explicou privadamente aos seus discípulos. Algumas
sequer pensaram sobre o problema do mal encarnado. Não é nossa intenção que alguém possa
se perturbar indevidamente ao descobrir esses elementos maléficos na sociedade, onde há
gerações têm estado presentes. Todos devem reconhecer a forma como opera a lei dos ciclos, a
inevitabilidade da colheita, quando o joio será atado em molhos e queimado. Ao mesmo tempo,
devem estar vigilantes na defesa da Luz do Cristo, buscando refrear as influências nefastas dos
filhos de Belial sobre os seus filhos, sobre os governos, e sobre os sistemas educacionais do
mundo(...)

Aqueles que Lhe entregam a vida [ao Cristo], que se satisfazem em seguir o Seu plano como
uma magnífica oportunidade espiritual, receberão sempre uma recompensa justa pelos seus
esforços e pela sua devoção. Nada pode fazer parar a mão da vida em movimento, quando o
progresso cósmico impele a corrente sussurrante de felicidade para derrubar todos os ídolos que
estão no seu curso, para quebrar todas as barreiras, para buscar todas as metas válidas, e ver a
mão de Deus, não como um sonho ilusório e evanescente, mas como um invisível, mas
verdadeiro guardião da vida do homem.

A não ser que a oportunidade espiritual seja reconhecida, podeis encontrar o que buscais apenas
em parte. Mas, quando a mão da oportunidade espiritual é vista por detrás de todos os
acontecimentos, como uma conspiração de Luz calculada para adornar a alma com vestes de
grandeza - para que cada homem possa estar revestido com os pensamentos e sentimentos
adequados - então, chegareis perto do vosso desígnio eterno. Então, Cristo viverá em vós. Por
outro lado, a rejeição do vosso potencial pode destruir temporariamente as vossas oportunidades
espirituais para vos sintonizardes com os vossos grandes amigos cósmicos da Luz, que gostariam
de levar a vossa vida a um equilíbrio perfeito.

Sois criações da imensidade, mas a menos que o cálice da vossa consciência esteja
suficientemente dilatado, permaneceis como filhos por nascer. Quando aceitais como vossa a
autoridade do Mestre da Vida, o Espírito Eterno, em cuja imagem fostes criados, então, pode
ocorrer um verdadeiro progresso interior, pois nas Suas mãos são forjadas grandes maravilhas,
que o homem mal consegue sonhar no seu estado terreno. Mas, quando ele se dirige para a
meta mais elevada, à medida que os fogos da imaginação se intensificam, vê com santa razão
que o verdadeiro propósito da vida é levar cada homem através do véu, até o lugar onde a sua
fusão espiritual faz dele o autor do próprio destino.

Assim, um por um, todos transcendem o pó e, dia após dia, elevam-se triunfantes no progresso
envolvente de um reino superior, até mesmo enquanto os pés seguem a senda dos peregrinos,
lá embaixo, na Terra.

O conflito entre os filhos de Deus e as forças das Trevas tem continuado até os dias de hoje. Ao
longo da história, podemos encontrar a ascensão e a queda de civilizações, de governos, nações,
sistemas políticos e filosofias. Como os luciféricos e os retardatários removeram muito
eficazmente das Escrituras e dos arquivos do mundo os registros das Eras de Ouro e da Imagem
Verdadeira, tem sido fácil para eles dominar as massas. Todavia, assim que o homem recebe do
anjo do SENHOR a espada da Verdade vivente que separa o Real do irreal, os seus complôs são
desmascarados e as suas mentiras se autodestroem.

Jesus Cristo, ao examinar as gerações malvadas dos seres das trevas e a mistura da Verdade e
do erro no homem e na sociedade, declarou o seu intento com zelo ardente: "Não vim trazer
paz, mas uma espada!” A espada de que ele falou e o seu uso científico, como um instrumento
de libertação cósmica para um planeta e para as suas evoluções - independentemente dos seus
antecedentes históricos - serão totalmente explicados em outros volumes desta coleção.
A chave para superar os males de uma civilização sintética é a mesma usada para superar a
imagem sintética no homem individual. Essa chave é a consciência do homem, que pode ser o
seu principal advogado ou o seu principal adversário, conforme ele permita que a consciência
seja dominada pelas forças da Luz ou pelas forças das Trevas. Quem controlar a consciência do
homem, que é a origem dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e das suas ações, controla
o homem. Quem controlar a consciência da raça, controla o planeta. E é o controle do planeta
que os luciféricos desejam - a herança legítima dos filhos e das filhas de Deus.

"Infelizmente", continua Cha Ara, os filhos da perdição não reconhecem a lei da transferência de
autoridade dada aos filhos e filhas de Deus, como domínio filial. Sendo da 'má semente' não
reconhecem as responsabilidades que Deus deu à descendência Crística, para tomar domínio
sobre a Natureza. Também não veem que a linda rosa aparece coroada de espinhos, não como
um ato divino, nem como uma manifestação de proteção, mas como resultado dos pensamentos
errados do homem, dos seus sentimentos contundentes, da sua amargura e raiva contra os
irmãos.

A Natureza é uma campeã da mímica, desejando sempre projetar de acordo com o que o homem
pensa, com o que o homem sente. Sendo uma reflexão do mundo do homem, o mundo da
Natureza, neste momento, está perigosamente dividido e desequilibrado. Sobrecarregada com a
poluição da consciência do homem, a vida elemental não pode mais providenciar o veículo para o
poder prístino da chama do consolo, como foi planejado por Deus.

Os sentimentos dás massas, lado a lado com as mentes racionais, disputam o controle da vida do
homem. Em muitos casos, nem os sentimentos, nem os pensamentos dos homens estão
imbuídos de perfeição; todavia o homem tem a possibilidade de imbuí-los, se tiver essa vontade.
Que os homens compreendam que até as emoções, com toda a sua turbulência, podem ser
submetidas ao comando do poder interior da Luz Crística, a Luz do domínio espiritual.

Paz, aquieta-te! As emoções das massas, como ondas encapeladas, avassaladoras, e


humanamente desordenadas, são aquietadas pelo comando do Cristo, que se torna, assim, um
calmo refletor do esplendor da Luz. A mente também pode ser aquietada, tornando-se a
condutora de boas novas e da sabedoria sagrada, como a mente de Cristo ou de Deus.
Infelizmente, até mesmo a justiça do conhecimento humano nem sempre parece ganhar a
batalha entre fato, opinião e sentimentos, pois o homem é mais influenciado pelos sentimentos
de felicidade, por muito fugazes que sejam, pelas emoções e pelas suas opiniões sobre si mesmo
e sobre os outros, do que pela lógica e pelos fatos.

Assim, invoquemos os poderes da Luz e, conforme a capacidade de renúncia de cada um,


livremos todo o nosso ser dessas f1utuações indesejáveis que impedem o homem de realizar
Deus como Espírito, envolvendo tudo e ensinando a todos a imitarem o plano divino e a evitar o
contato com o braço da carne e com esses espíritos mundanos, espectrais e demoníacos, que
conduzem o homem para um mar de emoções desordenadas.

O lado diurno da beleza e da iluminação está vivo. É abundância e compaixão. O lado noturno
espoja-se em sonhos alternadamente desarmônicos e ternos, esmagando de tempos em tempos
as aspirações do jovem estudante. Gostaria, então, de estimular todos que desejam correr [e
avançar] com os fortes, a providenciarem fortaleza espiritual em suas vidas. Não vos deixeis
empurrar de um lado para o outro e, depois, para cima e para baixo, tomando a vossa
experiência como sendo vós mesmos - ou vós mesmos como sendo a vossa experiência. Afinal,
não será a vossa vida de maior valor, de natureza mais duradoura, do que os vossos momentos
de perigo ou de êxtase? Não será a vossa vida capaz de tornar-se um veículo de expressão de
tão infinito amor, de tão infinita sabedoria, que possa vir a ser envolvida com o poder infinito que
buscais?

Há muitas pessoas que gostariam de imbuir-se de poder antes de receberem a dádiva da


sabedoria e a linda dádiva do amor. No entanto, o homem espiritual não pode ter medo de
queimar as próprias trevas, de queimar as pontes que ficam para trás e de continuar na senda
espiritual com maior determinação, venham os ventos de ódio que vierem, quaisquer que sejam
as emoções e pensamentos destrutivos que possam vir à sua mente. A sua vida é uma
oportunidade tão vasta e tão cheia de compaixão divina que nada pode abafar a semente nova e
tenra, embora ela esteja rodeada por um mar de emoções monstruosas, ou suprimida pelos
pedregulhos do orgulho intelectual.

Que os espectros do medo e da avareza voltem para a escuridão de onde vieram! Que se
desvaneçam como fantasmas na noite! Mas que cada aurora traga as canções de perdão e de
amor dos anjos para o vosso coração. Pois ali, onde Deus vive, no jardim do deleite interior, o
homem pode tornar-se tão invulnerável quanto um diamante, ou tão lustroso quanto uma pérola
de grande preço, brilhando no coração da terra, ou no coração da ostra. Por vezes, a consciência
da sua alma não é lapidada nem polida, mas está sempre em expansão por meio de experiências
que, um dia, tornarão possível a terna e habilidosa arte do Mestre Joalheiro, que a cortará,
refinará e polirá, tal como faz nesta hora.'"

A DEFORMAÇÃO DA VISÃO DO HOMEM

A distorção da Realidade cega o homem, não apenas para o seu Deus, como também para a
Imagem Verdadeira do seu destino tanto individual como coletivo na sociedade ideal. O complô
que está por detrás de todos os complôs é privar o homem da sua visão - a visão do mundo da
causa, por trás do mundo da causa e efeito, em que ele se movimenta.

É na testa do homem que se encontra o Olho Onividente de Deus, que guarda o caminho da
Árvore da Vida no seu interior e preserva a pureza da concepção imaculada da sua alma,
mantida no Espírito de Deus. Quando o homem ainda não tinha perdido a inocência, o seu
terceiro olho estava ativo como a faculdade da sua percepção extra-sensorial. Através desse orbe
sagrado ele via os mundos interiores e os mundos que estão para além do alcance visual dos
sentidos terrenos. Mas, quando perdeu a inocência, perdeu também a consciência do olho
singular, a perda da visão do seu eu interior e de maravilhas e seres que se encontram para
além do véu da carne. Tendo perdido a visão da sua Origem, da sua herança divina e do seu
relacionamento com a Presença do EU SOU, o homem ficou reduzido ao nível do Homo sapiens.
Sem a influência do Ego Superconsciente e do Superego, o homem é somente um animal entre
outros animais, até que torne a ligar-se com o seu ser interior e, mais uma vez, comece a
realizar o seu destino ígneo.

Sem a sua pureza original e sem as faculdades da alma, o homem torna-se uma bola de pingue-
pongue, que salta de um lado para o outro, entre o fatalismo do monte de confusão e os
conceitos errôneos sobre quem ele é e o que ele é, que lhe são fornecidos pelos manipuladores
da sociedade sintética. Ano após ano, encarnação após encarnação, a bola de pingue-pongue
salta para trás e para diante e a alma fica presa no jogo da vida, completamente divorciada da
existência verdadeira. Tendo já uma vez privado o homem do conhecimento da sua Origem,
esses autoproclamados senhores prendem a sua atenção em uma série de diversões - sociais,
econômicas e políticas. Sua meta é distorcer as faculdades de percepção que ainda lhe restam, e
o seu modus operandi é realizado de acordo com cada situação.

Sem a visão de um caminho mais elevado, as pessoas, em um conformismo massificado,


sucumbem às maquinações dos manipuladores. Esse feitiço pode ser e será quebrado nesta era
por quem empunha a espada da Verdade vivente em defesa da Imagem Verdadeira. Um
conformismo generalizado aos desígnios da Cidade Quadrangular substituirá esse controle
hipnótico, quando a humanidade em massa voltar ao estado da santa inocência, simbolizado em
uma mente de criança, quando as pessoas abandonarem os seus modos infantis e aceitarem
com maturidade a responsabilidade de construir a sociedade ideal.

Ao desenredarmos as confusões dos estrategistas, descobrimos que, no fundo do monte de


confusão, está a perversão da mente de criança. Saint Germain disse o seguinte sobre essa
mente:

“A mente infantil é a maior de todas as mentes, pois sua inocência é sua melhor e mais infalível
defesa, por não estar repleta de conceitos, livre portanto para desenvolver a simetria, a cor, os
sons, a luz e novas idéias. Em resumo, ela está livre para criar; e seu propósito supremo é
difundir a felicidade em todas as suas formas e manifestações, mantendo a pureza e o caráter
inofensivo da criança.

Permitam-me afirmar, todavia, que a idéia de um caráter inocente só é aplicável ao mundo dos
seres humanos, pois como pode haver a necessidade de ser inofensivo se não existir, em
primeiro lugar, a ofensa, o mal? Quando o mal é destruído, não é mais necessário ser inofensivo.
Na ausência do caráter inofensivo ou do mal, prevalece a inocência da infância, possibilitando às
almas dos homens comungar docemente com a natureza e o Deus da natureza."

Não é de espantar que os inimigos da liberdade do homem baseiem todas as suas maquinações
na destruição da sua consciência de criança! À medida em que a mente de criança amadurece,
torna-se a plenitude da consciência Crística, que forma o quadrado na base da Grande Pirâmide
da Vida. Sem o Cristo, a pirâmide do ser não pode elevar-se e as energias do homem não podem
coalescer ao redor da chama, no centro da pirâmide. Onde a chama da consciência Crística não é
mantida, as energias do homem se empilham em um monte de distorções, discriminação,
decadência e divisão - distorções da geometria divina, discriminação entre irmãos, decadência do
código moral e divisão no interior da sociedade.

A sofisticação mundana e a racionalização materialista da mente carnal são os destruidores da


criança Crística em todo homem. Como disse o Mestre: "Fere o pastor e espalhar-se-ão as
ovelhas." Quando a mente e as emoções do homem, a memória, e as suas coordenadas físicas já
não são guiadas pelo Cristo, suas energias são lançadas aos quatro ventos e, imediatamente, os
satanistas assumem o controle dessas fases da consciência do homem, individual e
coletivamente, dividindo e conquistando cada área da sua vida.

Os rebeldes luciféricos iludiram as pessoas, fazendo-as pensar que podem rejeitar o Cristo e
serem os reis da montanha. Mas, realmente, esse não é o caso, pois, quando Cristo é barrado na
estalagem do ser, Satanás entra e domina a alma do homem. Portanto, de modo a reverter o
curso da cegueira espiritual que ataca a era, o homem precisa declarar uma lealdade suprema à
Luz. Nas palavras de Josué "Escolhei neste dia a quem servireis. (...)" Logo que os satanistas
ganham entrada no coração do homem, criam cisões na sua personalidade, pois sabem que a
sociedade não pode elevar-se mais alto do que o indivíduo.

Um monte de lixo emocional e intelectual enterra literalmente o Homem Verdadeiro. Somente o


fogo sagrado que consome no homem tudo que é diferente do Cristo pode elevar a alma,
permitindo que ela se alce naquela liberdade do espírito necessária para a mestria da vida. As
complexidades manufaturadas do mundo, a confusão desconcertante de diversas filosofias, a
cortina de maya que surge como um nevoeiro sobre as áreas de grande densidade de população,
o véu de energia do mal, as espirais negativas do carma mundial e individual, a confrontação da
alma com os costumes do mundo - tudo isso é projetado para perpetuar uma sociedade sintética
da qual o homem assume a identidade porque, muito Simplesmente, não consegue ver a
Imagem Verdadeira.

Como a ordem é a primeira lei do céu, também é o princípio pelo qual a Cidade Quadrangular
desce do reino espiritual para o reino material para manifestar-se como "Venha a nós o vosso
reino". É precisamente essa ordem que reflete a matemática do próprio Cosmo que as legiões
das Trevas buscam derrubar com seus muitos complôs contra a consciência ordeira do Cristo - o
ponto fundamental da criatividade no homem e na sociedade.

Para conseguir o colapso da ordem, é necessário inverter toda a qualidade de Deus no homem e
na sociedade: o amor: precisa ser transformado em ódio, a paz em guerra, a verdade no erro, a
fé na dúvida, em medo e desconfiança; e o doce vinho da Sagrada Comunhão, no fruto amargo
do relacionamento psíquico. Essas perversões são sistematicamente reforçadas pela infiltração
do governo divino, da educação, da ciência, da religião, da família, da igreja e da comunidade,
por conceitos e mentes distorcidos. Os autores dessas perversões da chama divina têm em
mente um objetivo único: a destruição do homem e da sociedade pelo destronamento da
Imagem Verdadeira.

Usando a distração e a confusão como armas alternativas, alguns poucos, neste lar planetário,
desviaram muitos das equações principais da vida e da ordem central do universo. As mentes
que idealizaram a queda dos filhos de Afra e de uma antiga civilização de grande luz, que
floresceu no lugar que passou a ser conhecido como "o continente escuro", realizaram-na pela
perversão dos rituais sagrados e das artes. Ao injetarem distorções da arte divina na consciência
do povo, conseguiram capturar-lhe a mente e as emoções e desviar a sua atenção da Presença,
fazendo com que suas energias fluíssem para matrizes de desejos densos.

Ao longo do tempo, as pessoas perderam a sabedoria dos antepassados, passando a adorar


aqueles que deviam ter emulado. Os relatos dos poderes dos ancestrais transformaram-se em
folclore; todos esqueceram que, tempos atrás, os segredos do universo também lhes tinham sido
confiados. Assim, a história de um povo que pereceu por falta de visão está escrita em akasha -
um retrato dramático do afundamento cultural de um continente. É muito triste contemplar o
que acontece a um povo que perde a Luz a qual, no passado, tornava transparentes as próprias
células dos seus corpos. Finalmente, o ritmo ubíquo da selva reduziu seus seres a um estado
primitivo, e foi rompido o elo que mantinha esses filhos de Mu na órbita ao redor do sol dourado
da iluminação do Cristo Cósmico. As Trevas cobriram realmente a face daquela terra.

Em qualquer sociedade, a expansão da bruxaria, do vodu, da necromancia e da magia negra tem


estado sempre em proporção direta à queda da sua música e das suas artes. Essas práticas são
perversões da ação do Olho Onividente de Deus e dos rituais sagrados, realizados pelos
sacerdotes do fogo sagrado, que comungavam com o Espírito Santo e invocavam grandes
poderes para o bem do povo. A obediência que outrora era concedida livremente pelo povo aos
nobres membros do clero, é agora extorqui da por curandeiros, feiticeiros e sacerdotes vodus.
Com os registros akáshicos de mais de 500 mil anos da história da Terra diante de nós, podemos
ver como uma civilização baseada na ciência da lei cósmica pode deteriorar-se rapidamente -
mesmo perante os nossos olhos - e passar a basear-se na superstição, no medo, em ritos
satânicos, e ritmos errados que roubam a Luz da alma e a encerram em um cárcere de
mortalidade.

Ao longo dos séculos de exílio do homem, a distorção da sua visão foi realizada de muitas formas
e, em todas as eras, os filhos e filhas de Deus precisam estar atentos a novos sinais de cegueira
espiritual impostos à raça. A mistura da Verdade com o erro, a combinação do Bem com o Mal
resultam em total confusão e na aceitação de condições que são intoleráveis para a mente de
Deus.

As formas geométricas verdadeiras são os blocos da construção da Realidade. Onde as


distorções da arte divina - uma esfera que não é uma esfera, um cubo que não é exato, uma
linha que não é reta nem curva, um triângulo desequilibrado - podem ser inseridas na mente
subconsciente, seja por meio de músicas sincopadas ou do seu tema, de danças dissonantes ou
do seu intento, ou pelas inversões intelectuais do Logos, os seres das trevas podem provocar
uma distorção da Verdade na mente consciente. isso, por seu lado, causa inseguranças
emocionais e mentais fundamentais e faz com que seja impossível para o homem construir a
Pirâmide da Vida, necessária para que a espiral ascendente da sua consciência possa elevar-se
ao ápice da Realidade focalizada no Olho Onividente de Deus.

Tendo conseguido polarizar as energias do homem abaixo do coração, os manipuladores só


precisam continuar a provocar uma série constante de perturbações mentais e emocionais, de
causas que o homem tem de desposar e de guerras em que tem de lutar por razões que não são
as aparentes. Ao manterem as massas [humanas] em estado constante de agitação e
paralisarem as suas mentes por meio da mídia, os manipuladores prendem as pessoas em um
jugo hipnótico durante o breve período que vai do nascimento até a morte.

Onde a visão que o homem tem da Realidade é prejudicada e as suas percepções contatam
apenas as ilusões da dualidade, seus juízos não podem se basear na comparação do Real com o
irreal, um ponto de referência conhecido onde o branco é branco e o preto é preto. Ele está
treinado para acreditar que existem números infinitos de formas de olhar um número infinito de
ilusões, sendo que todas têm a sua justificação e o seu atrativo. Ele proclama que "tudo é belo"
porque é totalmente desprovido de discriminação. Na verdade, ele não tem qualquer padrão ou
critério. Decide que, para ser feliz e normal e para ser aceito pelo seu grupo, selecionará um
número finito dessas ilusões, carimbadas com o selo de aprovação do grupo, e nelas baseará a
sua existência.

E assim continua a distorção das percepções. Como uma praga de gafanhotos, as impressões da
sociedade sintética abatem-se sobre o homem para devorar os rebentos novos da mente Crística
que emergem do campo da alma, deixando atrás de si uma manifestação e uma autopercepção
incompletas. E o que é incompleto nunca pode identificar-se com o que é Íntegro [completo].

A PSICOLOGIA DO CONTROLE DE MASSAS


Assim que os seres das Trevas têm o homem no ponto que lhes convém - em um estado de
conhecimento pessoal incompleto - empregam táticas de controle baseadas na sua psicologia de
como a imagem sintética funciona no seio de uma sociedade sintética. Como abutres pairando
sobre a carcaça que restou do Homem Verdadeiro, eles se tornaram mestres nas artes
enganadoras da manipulação do indivíduo e da sociedade.

O Hierarca da Liberdade, ao avaliar a cena mundial e a triste situação dos que pensam ser
iluminados, enobrecidos e incrementados em bens, sem saberem que são cegos e estão nus e
pobres, diz o seguinte: .

“Agora, estamos na encruzilhada entre a Luz e as Trevas”. O homem é crucificado na cruz de


ferro e aço que ele mesmo erigiu. O diorama mecânico que aparece por todo lado no horizonte
multiplicou a variegação e destruiu a simplicidade. As pessoas desejam um lugar sossegado no
campo, perto do mar ou nas montanhas. Anseiam por 'afastar-se de tudo', e descobrem que o
processo se torna cada vez mais difícil. O mundo parece um formigueiro gigante e o homem
meramente um escravo do seu crucial empreendimento.

Aqueles que se elevam entre os homens, os que insistem em ser 'os reis da colina' e governam
grandes grupos de pessoas, têm usado, ao longo da história, a tática de dividir o povo, lançando
um grupo contra o outro e criando, assim, as divisões necessárias para poderem controlar as
massas.

Os que estão alerta devem acautelar-se contra ataques maliciosos - qualquer que seja a sua
origem - lançados contra indivíduos e organizações. Devem reconhecer, pelo estudo da história
passada e presente, que realmente existem no mundo homens e mulheres sem escrúpulos, que
não hesitam em apontar o dedo acusatório como tática, desviando assim as atenções de si
mesmos e das suas ações nefastas. Existem muitos seres astutos encarnados no planeta que se
aproveitam da 'tempestade em um copo de água', típica da sociedade atual. Observando
atentamente as atividades dos homens, [vemos que] eles fazem os seus planos de acordo com o
fluxo e o refluxo da maré das emoções das massas e dos ciclos da lua, aproveitando-se da
suscetibilidade dos seres humanos a conversas vãs e do seu fracasso em investigar a origem das
comunicações que recebem.

No passado, os boatos derrubaram reinos e reis e, hoje, o mundo está sendo arruinado por uma
autêntica guerra de nervos, calculada para destruir o equilíbrio das nações e dos indivíduos. Os
que são devotos da Verdade espiritual, mas que pensam ser muito vivos para se deixarem
enganar, deviam ter cuidado para não se tornarem vítimas desses complôs contemporâneos,
pois vos asseguro que, em outras eras, estes mesmos complôs foram usados com muito sucesso
e com a mesma falta de escrúpulos."

Vimos que, para os manipuladores poderem implementar a psicologia de controle de massas,


precisam primeiro distorcer a visão do homem. A lavagem de cérebro, praticada com vários
graus de intensidade em todos os níveis de relacionamento social, é uma parte necessária dessa
tática. Sem disso ter conhecimento, o homem é bombardeado por estímulos de controle que
recebe, tanto consciente como inconscientemente, como parte das dores e dos prazeres da vida.
Assim que suas reações estão programadas para responder à imagem sintética, a resposta
natural da alma à Imagem Verdadeira é posta de lado.
Ao solicitar ou ameaçar aquilo com que o homem se identifica, nomeadamente, a imagem
sintética, os manipuladores podem fazer com que as massas reajam a um determinado conjunto
de circunstâncias para assim, movê-las no tabuleiro de xadrez da vida, de acordo com os seus
desígnios. O uso bastante difundido das teorias de Pavlov e de outros comportamentalistas para
controlar o homem por meio da propaganda, dos espetáculos e de movimentos sociais, políticos
e econômicos, é uma aplicação óbvia dessa tática de controle de massas. A lavagem de cérebro
tem como meta suprema transformar o homem em animal. Para que isso se realize, o homem é
submetido a estímulos que o fazem identificar-se com a sua forma, com o seu ego, e com as
experiências intelectuais e emocionais do ego.

Depois de convencido que é um animal - tendo evoluído de formas inferiores de vida e mantendo
ainda os instintos básicos dessa natureza - o homem aceita com naturalidade as suas reações, a
ponto de embelezá-las com uma cultura animalesca, e acaba por esquecer que a meta da vida é
elevar a consciência ao estado prístino e caminhar nas pegadas do Cristo.

Os manipuladores são capazes de criar uma grande confusão em relação ao propósito real da
vida - glorificar a Deus em todas as nossas ações e alcançar a imortalidade da alma. Na
realidade, a imagem animal que foi sobreposta à alma lhe é totalmente alheia; a alma sente-se
infeliz, enjaulada nessa consciência animal. Portanto, um sentimento de desânimo, de desespero,
de instabilidade emocional, de auto piedade, tanto como a síndrome de ansiedade, com todas as
suas ramificações, permeiam a mente externa que é apanhada entre o desejo de pureza da alma
e os desejos animais da sua pseudo-imagem. Se o homem não estimular ideais elevados como
as formas-pensamento geométricas nas quais pode fixar o seu fluxo de energia, toda a sua
existência se revolverá ao redor da satisfação do ego.

Assim que o homem atravessa o espelho da consciência egoísta, vê desfilar à sua frente o
cortejo interminável das suas miríades de diversões, transformando-se na Alice no país das
maravilhas de um labirinto psíquico. Se aceitar o engodo do irreal, com suas bugigangas e
ninharias, terá de rejeitar a pureza cristalina da Realidade - pois são incompatíveis. Totalmente
envolvido no mar sem fim, ele não tem tempo nem disposição para emergir e continuar na busca
da Realidade.

A psicologia do controle de massas está planejada de tal forma que, se o homem não estiver
absolutamente animalizado pelo contato com a sociedade sintética, torna-se totalmente
humanista. A lavagem de cérebro feita pelos manipuladores leva em conta que, no conjunto da
humanidade, umas pessoas polarizam de forma intelectual e outras de forma emocional. Para
cada tipo de consciência, eles elaboraram estímulos que agradam e estímulos que repelem, e
ninguém consegue escapar ao punho fechado que desafia a Divindade e, consequentemente a
manifestação de Deus no homem, que se revela por meio das memórias do bem, dos
pensamentos do bem, dos sentimentos do bem e das ações do bem.

Uma tática inversa, usada quando a glorificação da natureza humana ou animal deixa de ser
eficaz, é a da depreciação, da condenação do eu - com o qual o homem acabou por se identificar
_ e a projeção da culpa sobre os indivíduos e as nações por crimes contra a pessoa ou contra o
Estado. Por já existir uma tendência para a autocondenação, apoiada na doutrina de que o
homem nasce no pecado e continua pecador por toda a vida, não é difícil para os manipuladores
fazer com que os indivíduos ou as nações aceitem o papel de bode expiatório, assumindo a culpa
e o fardo por injustiças cometidas por eles mesmos, pelos seus pares ou seus antepassados. O
complexo de culpa torna-se, assim, uma alavanca usada pelos manipuladores para forçar as
pessoas a fazerem o que eles querem que elas façam - para expiar os seus pecados de forma
ostensiva.

A culpa torna-se a cunha que os luciféricos inserem [à força] entre o homem e o seu Deus, pois
o homem, quando está sobrecarregado pela consciência de culpa, considera-se indigno de falar
com Deus ou de pedir a Sua ajuda.

A chantagem política é apenas uma das formas, e talvez a mais óbvia, dessa traição psicológica.
Podemos mencionar também a lavagem de cérebro de prisioneiros políticos, que são forçados a
confessar crimes que supostamente cometeram contra o Estado; a condenação dos judeus pela
crucificação de Cristo, ou do povo alemão pelo holocausto dos judeus; a responsabilização do
homem branco do século XX pelos pecados cometidos contra os negros, no tempo da
escravatura; a condenação de todos os negros pelos crimes de alguns militantes, e até a
condenação do povo russo ou do povo chinês pelos complôs das revoluções e pelas tentativas de
controle mundial formuladas pelas mentes dos seus opressores.

Paulo Veneziano, amigo da verdade e da beleza na alma do homem, disse o seguinte sobre esse
assunto:

"Um dos sentimentos magníficos que Deus ordenou para cada homem é o sentido de ser, em
Cristo, 'imaculado e não-contaminado'. Como é maravilhosa a alma estampada Com a Imagem
Divina, emoldurada nos elementos da Verdade quadrangular universal, perfeita em corpo, mente
e sentimentos, perfeita na memória!

Infelizmente, os sentimentos de culpa por transgressões reais ou imaginárias, por pecados


cometidos ou contemplados, interferem no estado lindo e harmonioso da alma que vem da mão
de Deus, cheia de frescor. Nesse estado de espírito, o homem fica indevidamente constrangido,
suas emoções tornam-se instáveis, os pensamentos confusos, até que, finalmente, todo o seu
ser fica oprimido pela culpa. Em nome da beleza que o Senhor colocou nas almas de todos os
homens, assim como da misericórdia que ele concedeu a todos, deixai-me avisar aqueles que
aspiram a fazer Sua vontade que, tal como é perigoso não ter consciência, também é perigoso
estar possuído de uma [consciência] inflexível (...)

Como os manipuladores do mundo gostam de criar culpas segmentadas, a culpa que surge
quando um segmento da sociedade se lança contra outro. Como eles gostam de fazer o trabalho
diabólico de castigar e, depois, fragmentar a natureza pacífica do homem, tornando-o um animal
perseguido, que já não consegue erguer a cabeça e exibir a sua verdadeira natureza divina ...

Que os homens se apercebam dos vários métodos para estimular o sentido divino da beleza que
está no seu interior. Por meio do ritual do perdão dos pecados, do equilíbrio das dívidas à vida
do homem individual, do desejo de se comportar bem onde quer que se encontre, o homem é
capaz de elevar-se acima do seu ambiente para os braços do seu propósito universal que,
quando projetado na tela da sua visão, torna-se quase apocalíptico. Falo de uma Nova
Jerusalém, de uma Cidade Santa, de uma Fraternidade Santa, de um magnífico domínio de
consciência em que o homem pode habitar alegremente para sempre - se decidir seguir o
chamamento mais elevado dos filhos e das filhas de Deus e da Lei que está escrita nas suas
entranhas.
Enquanto o homem ficar satisfeito em alimentar-se com a parte externa da vida, com a visão de
um sonho inferior, continuará escravizado a si mesmo, vítima dos próprios desejos. Quando os
povos do mundo ilustrarem a sua fé no desígnio divino, por meio de um sentido ativo de
dedicação aos princípios da Grande Lei, começarão a invocar a proteção e a direção necessárias
para encontrar a saída do labirinto de problemas que perturbam a raça. Pois a fé gera o amor e
o amor gera a obediência, que ajuda a atingir um estado de consciência em que o homem
assume o domínio sobre a Terra. Então, a sua preocupação não será tanto com as condições
externas, mas com as causas internas. Depois, a partir dos planos elevados da comunhão com a
Realidade, ele começará a desembaraçar o emaranhado da teia de falsidade que envolve o
mundo e que, originando-se de uns poucos, tem deformado a vida de bilhões [de indivíduos] das
evoluções da Terra.

Mas hoje essa liberdade não é o quinhão usual da raça. A ganância humana, emboscada nos
corações de muitos, torna-os cegos aos propósitos enganosos dos seus senhores e fecha os
portais para o reino da Verdade espiritual e da perfeição e, assim, eles seguem seus caminhos
separadamente, conforme vizinho é lançado contra vizinho, raça contra raça, e os homens
exigem igualdade econômica em um desafio à lei do próprio carma.

Há muito tempo, o Mestre Jesus lembrou essa lei a Pedro, quando ele tentou fazer justiça por
suas mãos: 'Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada à
espada morrerão.' Assim, o homem não deve tentar, por meio de doutrinas intelectuais ou
religiosas, enganar a vida ou a experiência que, ao devolver-lhe o que enviou, ensina-lhe aquelas
momentosas leis, as únicas que podem lhe dar a liberdade individual.

Se o nível econômico do mundo inteiro fosse reduzido a um denominador comum, como alguns
gostariam que fosse especialmente os que nada têm a perder - a lei do carma não podia
funcionar. Ainda que todos os homens tenham sido criados iguais, nem sempre atuaram como
bons administradores, permitindo que suas vidas fossem usadas como veículos por meio dos
quais a lei vivente do amor cósmico pudesse funcionar. Portanto, a lei do amor decreta que eles
não podem colher o que não semearam.

Em países dominados pelo Estado, onde o governo central se transformou na mó pendurada ao


redor do pescoço do povo, a imposição de um determinismo econômico, inconsistente com a
economia divina, que é necessariamente determinada pela lei cósmica, causa a perturbação total
da distribuição natural do trabalho, do talento e do suprimento planejado por Deus. Assim, o
curso da vida humana já não é dirigido divinamente; em vez disso, a força do pecado manifesta-
se nas leis que não foram sancionadas pelo Alto, que prendem o povo a um sistema que frustra
completamente a harmonia da alma com a Natureza, até que nada mais reste a não ser uma
forma de vida destituída de sentido, vazia e fútil.

Podemos ver assim que a meta suprema dos manipuladores é fazer com que o homem se
identifique com o ego e com a experiência do ego. Pois só então, e apenas então, ele pode ser
controlado. Não é possível controlar o homem que se identifique com o Ego Superconsciente,
com a percepção divina da sua Imagem Verdadeira; todavia os métodos de manipulação do ego
são ilimitados porque agradam à vaidade de uma existência egocêntrica e a um ego cujos
desejos não conhecem limites. O amado Paulo continua:

"Porque os mandatos do carma individual e coletivo não deixam brilhar no seu espectro total a
luz da verdadeira beleza, estamos interessados em que o belo padrão evolucionário seja buscado
na sua totalidade pelos homens e pelas nações. Os fios escuros que aparecem à superfície da
civilização podem ser cortados e removidos da veste e, em seu lugar, o motivo do amor divino,
bordado por milhões de corações devotados, revelará a todos, um dia, uma estrutura mais
perfeita do propósito universal. Até que a tapeçaria da vida esteja assim completada, os homens
precisam possuir pacientemente as suas almas".

envergando toda a armadura de Deus, sendo 'fortes no Senhor e no poder da sua força." Quem
compreende o sentido do amor verdadeiro, também compreende que esse amor é o resultado da
preocupação e compaixão infinitas de Deus pelo mundo e pelo indivíduo. Quando, no decurso
dos eventos humanos, os homens injetam na corrente da civilização fatores que, por se
desviarem da lei natural, abortam suas oportunidades e impedem o avanço da iluminação
progressiva de si mesmos e da raça, tornam-se vítimas do mau uso do livre-arbítrio. Depois,
quando a lei do seu pecado os afastou da Presença, especulam que, se existe uma Divindade,
deve estar muito distante, quando, na verdade, Deus está muito envolvido com a evolução das
criaturas do Seu coração e colocou o homem acima de todas as coisas na Terra, para tomar
domínio sobre o fluxo da vida em manifestação.

E a palavra do SENHOR veio a Jeremias contra os falsos profetas que negavam o Seu nome EU
SOU O QUE EU SOU e a proximidade da Sua Presença. "Sou eu apenas Deus de perto, diz o
SENHOR, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos de modo que
eu não o veja? Diz o SENHOR. Não encho eu os céus e a Terra? Diz o SENHOR."

A FORÇA DO ERRO HUMANO

“Vamos determinar", diz o Mestre de Darjeeling, EI Morya, ao aconselhar seus chelas, "que a era
responderá aos maravilhosos padrões do Grande Arquiteto da Eternidade. Vamos tratar das
feridas do mundo de acordo com as melhores possibilidades. Vamos espalhar Luz por todos os
lados e abater as Trevas. Vamos começar com a mônada do eu e não sentir qualquer
necessidade de ampliá-la, mas somente ampliar o nosso conceito de unidade que se expande
para servir à harmonia divina de um universo." Esse Senhor do Primeiro Raio lança para o meio
da opressão humana uma espada de esperança, de coruscante brancura, e as tendas dos
malvados são feitas em pedaços.

Os problemas da imagem sintética são multiplicados pelo número dos fatores x em uma
sociedade sintética. Sempre que o indivíduo se separa do Todo e das alianças da Lei, afastando-
se dos preceitos do seu Criador, faz um sulco lamentável em akasha, que limitará, não só a sua
expressão individual, como também a dos que evoluem no corpo planetário. Com a caneta do
desejo, o homem escreve sobre a página da vida. E as energias que fluem pelo nexo da sua
consciência, estampadas com imperfeição, deixam um registro indelével que não pode ser
apagado até que ele domine o uso do fogo sagrado.

Dessa forma, todos os homens se tornam os herdeiros dos erros de todos os outros homens, que
já viveram, e é um desafio constante para o indivíduo superar, não só os seus momentuns
negativos, como também os de todos que já caminharam na Terra. De igual modo, todos os
homens são herdeiros da retidão de todos os outros homens e dos registros de perfeição que
também estão inscritos em akasha, e podem ser invocados para contrabalançar a atração
descendente das espirais planetárias de rebeldia contra a ordem cósmica e de desobediência à
sua harmonia matemática.
O homem, no seu estado presente de autopercepção, que substituiu sua Autopercepção Divina,
é uma criatura limitada. "Ele é limitado pelas alianças equivocadas que faz, amiúde sob o signo
maldito da ignorância", explica o Mestre Alquimista: "Portanto, devemos começar literalmente
virando o homem de cabeça para baixo e de dentro para fora. Devemos pôr às claras os
pequenos truques que têm sido utilizados pela personalidade finita, na manutenção da sua
própria soberania sobre as vidas dos demais, pois foi o sentimento de conflito que realmente
criou uma batalha nas vidas de milhões de pessoas.

Mas quando rejeitarem esse sentimento, quando percebem que o universo constitui o trabalho
harmonioso e conjunto da luz servindo à luz, eles estarão prestes a realizar a obra do Pai, de
transmutação da mortalha que cobre a terra, mortalha composta dos elementos da própria
insanidade e dos padrões emocionais destrutivos da espécie humana. (...)

Assim, enquanto de fato e corretamente condenamos a crescente falta de moral idade do


homem, seu espírito licencioso e sua luta pela expressão do ego, e enquanto consideramos a
violenta e indiscriminada derrocada das instituições e dos padrões por tanto tempo defendidos
pela Fraternidade como orientação para eliminar os desequilíbrios cármicos, também permitimos
que uma enorme quantidade de energia de Deus tenha sido mal utilizada neste e em séculos
passados. Portanto, a tendência para o mau uso deve ser desafiada, ao mesmo tempo em que
tem sido considerada como fator cármico por aqueles que estão decididos a sobrepujar a
densidade do homem e a promover a manifestação do reino tão esperado.

Terão os homens fracassado no passado? Então os registros deste fracasso constituem um


magneto que os atrai para baixo, e poderosas forças contrárias devem ser estimuladas. O poder
do céu tem de ser reaproveitado e os homens precisam afastar-se das trevas e buscar a luz.

Em nível pessoal, esses momentums manifestam-se como idiossincrasias humanas, como


padrões de pensamento e sentimento que não estão ligados à mente e ao coração do Cristo.
Coletivamente, manifestam-se como características nacionais, raciais e étnicas e como costumes
e tendências sociais. Ao confinar indivíduos e grupos, entre as assim chamadas normas
previsíveis, os manipuladores acreditam que é mais fácil controlá-los e "re-criar', de uma geração
para a outra, circunstâncias calculadas para evocar determinadas respostas, baseadas em fatores
conhecidos que se originam nas fraquezas humanas conhecidas. Assim, a história vai-se
repetindo - e não por acaso - e indivíduos e sociedades caem constantemente nas mesmas
armadilhas.

Como uma avalanche que arrasa tudo no seu caminho, essas tendências de comportamento de
massas parecem irrevogáveis no seu curso, à medida em que se abatem sobre a Realidade
Crística de indivíduos e nações. A limitação que, em primeiro lugar, é imposta do interior, em
breve se impõe no exterior, sendo depois engolida de novo pelas vítimas impotentes da força do
erro humano. Um sentimento de fracasso, de condenação e de desespero aprisiona a alma até
que nem um débil vislumbre dos raios da aurora alcance o "prisioneiro de Chillon".

Quer esteja em um castelo ou em uma masmorra, quer em um túmulo de mármore ou em uma


pirâmide, a humanidade encontra-se realmente apertada em um torno, entre o controle dos
manipuladores e a força gravitacional dos seus erros passados. Se ao menos as pessoas
soubessem as conseqüências do seu afastamento da inocência, elas a teriam protegido com a
própria vida, com devoção inabalável à Verdade e mente tão aguda quanto a espada flamejante
que guarda o caminho da Árvore da Vida!
No entanto, Saint Germain continua corajosamente determinado a virar o monte de confusão de
baixo para cima, do direito para o avesso e a invocar das cinzas de um mundo moribundo a
fundação da pirâmide da Era de Ouro. Além disso, ele está pronto para mostrar aos homens
como, com a aplicação da alquimia divina, eles também podem tomar domínio sobre a Terra e
sobre a força do erro humano:

Mas estamos interessados nos sustentáculos da missão, e a missão é a liberdade para todos. Se
quisermos que a liberdade seja a alegria de todos, precisamos conceder a liberdade a todos, pois
então ninguém poderá retirar-nos a liberdade. Portanto, é às paixões da liberdade que nossos
experimentos na alquimia devem ser dedicados. Devemos obter o controle emocional; pois,
quando Deus disse Assuma o domínio da terral, Ele estava se referindo ao domínio individual das
próprias energias, da própria consciência e dos quatro corpos inferiores.

O domínio coletivo sobrevêm quando o espírito cooperativo de grupo, da nação, do planeta -


reconhecendo tudo que tem recebido da vida - se oferece alegremente, assim como tudo que
recebeu, ao Grande Espírito da vida. Neste momento, o homem individual e o homem coletivo
avaliam como o enriquecimento do Eu Verdadeiro e a verdadeira identidade mística do grupo,
por meio da ampliação dos talentos individuais. Estes dons de Deus, quando multiplicados, são
como estrelas no firmamento do ser, brilhando no grandioso desígnio do destino universal.

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE

A filosofia dos manipuladores resume-se nas palavras: "Façamos males, para que venham bens."
Se eles conseguirem convencer o povo da lógica do seu argumento, as pessoas executarão seus
complôs e argumentarão em sua defesa, e até os promoverão mutuamente - umas vezes com
conhecimento, outras sem o saberem. Assim a vida torna-se um jogo de controles onde grupos
controlam grupos, indivíduos controlam indivíduos, e todos são fantoches presos nos cordéis dos
arqui-enganadores. Por causa de egoísmo e ignorância básicos, o povo não se une contra o
inimigo comum. A alma não se encontra no comando do próprio destino, nem os capitães das
hostes do Senhor estão no controle das nações.

Para superar e desmascarar as estratégias básicas dos apresentadores de fantoches, o homem


precisa, em primeiro lugar, rejeitar inequivocamente a mentira de que qualquer bem permanente
pode advir de motivos [equivocados] por meios ou métodos maléficos. Guerra alguma pode ser
"a guerra para terminar todas as guerras", pois apenas a chama da paz pode acabar com a
discórdia e trazer harmonia aos irmãos. A desonestidade não traz honra nem recompensas
duradouras, apenas a chama da honra cósmica pode construir uma fundação justa e segura para
o futuro. O ódio e o divisionismo, que existem entre a humanidade, nunca solucionaram as
questões das eras, mas o amor e a unidade, como chamas que ornam o altar da alma, prendem
os filhos de Deus no abraço divino.

Em segundo lugar, o homem precisa renunciar ao desejo de controlar seus semelhantes. Com
base na lei da autodeterminação, essa caridade começa realmente em casa: esposos e esposas
devem render-se amorosamente a Deus e à plenitude criativa individual, que Ele ordenou para
cada um. Pais e professores devem entregar as almas jovens e viçosas que lhes foram confiadas
ao Deus Pai-Mãe e aos Mestres Instrutores de todas as eras. Assim, tanto nos negócios como
nos governos, os homens e as mulheres continuarão a entregar seus problemas a Deus, como
foram ensinados quando eram crianças.
Tendo virado as costas a esses dois conceitos errôneos, as crianças de Deus estarão bem
preparadas para refutar os esquemas das Trevas - e protegidas delas, mesmo quando não
reconhecem a presença do Mal - pela própria força e energia da mente dedicada às grandes
verdades de que só o Bem Divino pode gerar o bem, só o Bem Divino tem o direito de controlar
o homem.

Maria, a Mãe de Jesus, incita-nos a alcançar mestria pessoal em vez de querer ser o mestre da
vida dos outros, e a avaliar as práticas de controle bastante difundidas que os homens exercem
entre si. As forças das trevas geraram com grande determinação as ideias maquiavélicas de que
os homens devem controlar outros homens, assim como o seu destino externo. Portanto, em vez
de criarem grandeza e benevolência, criaram mecanismos com que dividem e subdividem as
raças dos homens. Essa fragmentação não resulta na unificação de um propósito que ajudaria os
homens a ver a Realidade e a conhecê-la quando a vissem; pelo contrário, cria as divisões que
geram violência porque os homens não pensam da mesma maneira.

E por que não pensam da mesma maneira, podem expelir o bafo venenoso do ódio uns contra os
outros e, ao fazê-lo, sentirem que estão cumprindo a sua razão de ser. Alguns até se atrevem a
considerar seu ódio como um produto de ideais elevados.

Quando as pessoas aceitam as filosofias luciféricas de controle e a lógica maquiavélica de que os


fins justificam os meios, a estratégia das estratégias - dividir para conquistar - torna-se possível
de realizar. Sem o seu consentimento, consciente ou subconsciente, a política da ilusão não tem
poder para dominar a sua vida.

Alexander Gaylord, um Mestre Ascenso muito empenhado em ajudar a humanidade a arrumar a


casa, fez uma dissertação sobre as técnicas de controle de massas aos seus estudantes do Retiro
do Royal Teton. Essa dissertação foi publicada nas Pérolas de Sabedoria. Excertos desse
documento, inspirado na sua visão superior da interação de forças na sociedade, foram incluídos
aqui para todos que estão dispostos a seguir a palavra de um verdadeiro amigo da Luz:

"Examinemos, então, certas técnicas usadas no controle de massas. Uma das mais óbvias,
porém, mais eficazes, é conhecida como 'dividir para conquistar'. Uma vez que os homens têm
tendência a tomar partidos, os que desejam manipular nações e povos creem que dividir a
humanidade e lançar as pessoas umas contra as outras é um meio eficaz de controlar o mundo.
Enquanto os partidos políticos, vários grupos de interesses e situações da política externa
fornecem pretextos para dividir as pessoas em escala nacional, pequenos blocos de poder são
mantidos até mesmo dentro das famílias e das pequenas empresas. Além disso, a cortina de
fumaça criada pela transmissão deliberada de informações falsas, por meio da imprensa e de
outros órgãos da mídia, torna literalmente impossível para as pessoas e para os seus
representantes eleitos avaliar adequadamente as situações e formular diretrizes corretas.

Por mais estranho que pareça, de tempos em tempos, os dois lados de uma questão têm a sua
exatidão peculiar. Mas, como meio de evitar o apoio popular a um determinado grupo e a uma
determinada situação, os pontos secundários são enfatizados e os principais são distorcidos de
tal forma, que os prós e os contras não podem ser sistemática e objetivamente avaliados. De
igual modo, quando um indivíduo se comprometeu com uma concepção específica ou tomou um
partido determinado (sendo a natureza humana como é), sente relutância em considerar o outro
lado da questão. Assim, muitos estão ligados à sua filosofia, política, ou religião peculiar durante
uma vida inteira, nunca conhecendo a liberdade para reavaliar suas posições.
Ocasionalmente, as pessoas ou os partidos fazem mudanças. A teologia religiosa ou o dogma
podem tornar-se progressivamente mais informados, ou regressivamente mais intolerantes. Mas,
em geral, os movimentos ascendentes, descendentes e laterais das atitudes humanas e da
opinião pública criam incertezas e fantasias, que nunca permitem à alma esclarecer o verdadeiro
significado da vida.

Estamos interessados em revelar o fato de que, por detrás dos complôs que lançam os negros
contra os brancos, o Norte contra o Sul, o Leste contra o Oeste, os pobres contra os ricos e os
ignorantes contra os instruídos, estão os manipuladores que usam uma corrente de idéias
divergentes para lançar os irmãos uns contra os outros, como meio de desequilibrar a população
- empurrando-os cada vez para mais longe, ou cada vez para mais perto uns dos outros, de
acordo com os seus interesses.

Os programas educacionais camaleônicos, que mudam em cada geração, de acordo com os


desígnios dos manipuladores - que, se não podem matar os santos inocentes, como
antigamente, vão moldar cuidadosamente seus padrões de pensamento na mais tenra idade -
têm atuado como armadilhas para milhões de almas jovens. Assim, os que querem controlar os
homens produziram muitas imposturas, pois, ao confundirem os assuntos, evitaram que homens
e mulheres que buscam por Deus pudessem encontrá-Lo. Ao dividir os homens em dois ou mais
lados de uma determinada questão, facções políticas transformaram-se demasiadas vezes em
separações religiosas, sociais e até pessoais, que levaram as pessoas a alienarem-se
completamente umas das outras por causa do tecido sintético que os indivíduos influentes
enrolaram ao redor dos vários elementos da vida. A grandeza existe em todas as nações e em
todas as partes, mas a depreciação de uma parte do mundo realizada pela outra só pode causar
grande dano em todo lado.

O inimigo comum das pessoas deve ser desmascarado. Pessoas que, em revistas e artigos de
jornais, em livros e no mundo dos espetáculos estão a lançar deliberadamente um grupo contra
outro, deviam ser vistas como realmente são. Quem é o fanático que estende a mão acusadora
para outro e lhe diz: 'És um fanático', ou para outros: 'Ele é um fanático'?

Nas diversas camadas da sociedade e na atual polarização cultural, a chave é o indivíduo. A


Fraternidade não aceita a destruição da individualidade e da harmonia entre a alma e a sua
Presença Divina; no entanto, é exatamente o que é realizado, conforme uma região está dividida
contra outra, ou irmão contra irmão, e conforme as energias das pessoas são consumidas para
manter os mommtul1s de ódio de massas, em vez de buscar a sintonia com o Cristo.

O nosso caminho é o do amor. E, se em nome da liberdade, a humanidade desejar realmente


acabar com todas as guerras, deve fazê-lo por meio de uma aceitação inequívoca da Regra de
Ouro do Príncipe da Paz. As nações e os povos devem estar dispostos a negociar, mas não à
custa da justiça ou da razão. A agitação mundial, que há muito devia ter sido apaziguada pela
verdadeira religião, infelizmente, tem sido inflamada pela intolerância religiosa e pela malvadeza
mortal dos manipuladores. Portanto, a Fraternidade roga que homens sábios de todas as partes,
ajoelhados aos pés de Deus, aprendam a distinguir entre uma queixa genuína e a que é
preparada sinteticamente para espalhar a discórdia.

Por estar ligado ao departamento de Psicologia Cósmica e Estudos Geopolíticos [no Retiro do
Royal Teton], tenho grande interesse em que a honestidade do coração seja proclamada como
um meio de adjudicar todas as divergências humanas. Que os descontentes sejam ignorados
onde for possível, mas, justamente por isso, que todas as reivindicações legítimas por justiça
humana sejam honradas e avaliadas imparcialmente.

Rogo pela paz mundial, por meio da paz individual e da compreensão, mas sem nunca ceder aos
manipuladores ou aos fomentadores de guerras, que agitam um ramo de oliveira, que não
corresponde à violência nos seus corações.

A onipotência de Deus nunca podia ser mantida se os erros da humanidade tivessem precedência
sobre a justiça de Deus. Ele é tudo para todos, e não há n'Ele treva nenhuma", mas Ele deu à
Hierarquia o cargo de administrar a justiça política, social e econômica. Portanto, que todos
tenham na alma confiança e paciência, até que o mundo inteiro se torne livre pelo conhecimento
correto, pela compreensão, harmonia e pelo verdadeiro amor divino."

Na história dos homens e das nações vemos, de tempos em tempos, a formação de estranhas
alianças entre os que já foram inimigos mortais; subitamente, quando confrontados com o
esplendor do Cristo pessoal, unem-se para derrotar o inimigo comum da sua conspiração: E no
mesmo dia, Pila tos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade
um com o outro, mas até Pilatos e Herodes se tornaram os fantoches dos anciães do povo [os
políticos], dos príncipes dos sacerdotes [os teólogos] e dos escribas [os advogados, os médicos,
e os que moldam a opinião pública], que pervertem a Santíssima Trindade do poder de Deus, a
Sua sabedoria e o Seu amor.

Pode dizer-se que "dividir e conquistar" são o resultado da fase yang da estratégia de controle,
enquanto a aliança de grupos de interesses opostos com o objetivo de grandes ganhos é o
resultado da fase yin, O efeito da fase yang da estratégia de controle é uma perversão do
aspecto materno de Deus; o efeito da fase yin é uma perversão do Seu aspecto paterno. Como
um ioiô, primeiro uma tática e depois a outra têm sido empregues contra os filhos de Alfa e
Ômega por milhares de anos, na medida em que eles continuam a ser marionetes de
maquinações políticas, sociais, econômicas, e até mesmo religiosas, forjadas para dividir e
conquistar, unificar e persuadir. Entretanto, com exceção de alguns ilustres servidores públicos,
os que estão nos cargos mais elevados têm sido as marionetes dos poderes das trevas, visíveis e
invisíveis, que das suas câmaras secretas têm controlado o destino do mundo.

No entanto, em todos os séculos, houve indivíduos que se opuseram às marés da consciência de


massa e, com a ajuda do céu, têm passado pelo monte de confusão para abrir um caminho para
a Luz, para a Cristicidade e para que os ideais da Cidade Quadrangular sejam realizados, até
mesmo no meio das trevas e do desespero. No Ocidente, louvam a Cristo e Maria, São Francisco
e Teresa. No Oriente, louvam a Buda, Lao- Tsé, Confúcio e o santo de todos - Gandhi. Milhares
de pessoas anônimas e ignoradas têm apoiado os pilares espirituais da civilização, aceitaram o
desafio da Luz, ganharam uma recompensa mais elevada e estão à espera no anfiteatro, que se
encontra para além do véu, para proclamar os heróis e as heroínas que não deixarão de desafiar
as trevas neste momento do nosso destino.

Vimos neste capítulo que o governo de uma sociedade ideal é instituído para proteger a Imagem
Divina e a missão sagrada de indivíduos e nações, e para servir como intermediário entre os
cidadãos da Terra e os do céu. Em outro capítulo, veremos que o governo na sociedade
luciférica, que funcionou em Maldek antes de esse [planeta] ter rebentado em mil pedaços, tem
como meta a profanação da Imagem Divina e a separação de indivíduos e nações da Realidade
da chama de Deus, pela qual ambos encontram o seu destino manifesto e a sua imortalidade.
Assim, após a destruição das civilizações da Lemúria e da Atlântida - atacadas tanto do seu
interior como do exterior, somente porque entronizavam respectivamente as chamas da Mãe e
do Pai - os Mestres Ascensos procuraram vezes sem conta estabelecer instituições de governo,
ciência, religião e estudos superiores na tradição divina, ao mesmo tempo em que as forças das
trevas tentavam derrubar essas instituições e substituir os representantes da Fraternidade pelos
que tinham jurado fidelidade às trevas e à meta da desintegração do Homem Verdadeiro pelos
controles de massas.

Os métodos dessa loucura serão explicados com maiores detalhes em uma revisão da história
moderna, mostrando como Luz e Trevas têm colidido em cada década, enquanto a humanidade,
algumas vezes como vítima da luta, outras como espectadora, viu o mundo dos valores humanos
desmoronar-se a seus pés, não uma, mas mil vezes. Também apresentaremos medidas práticas
que cada homem, mulher e criança do planeta pode implementar, dos mais humildes aos
maiores, para o retorno de uma civilização de Era de Ouro.

UM IMPULSO COM UM PROPÓSITO

O Senhor do Primeiro Raio da Vontade de Deus, fundador da Summit Lighthouse e nosso


instrutor e amigo, tem um plano de ação e um impulso com um propósito. O seu sonho não é o
sonho vão de um santo sem sentido prático; é a análise racional criativa de um governante sábio
que conhece bem os seus súditos. Ao longo deste volume, o seu plano para a boa-vontade
mundial apresenta um padrão para a ação e para o destino _ para indivíduos e nações.

Escutem, meus filhos, e ouvirão a palavra de EI Morya. Excelsior! - é o grito de batalha da Luz.
Confiem nele, tal como ele confia n'Ele, e tudo estará bem. Porque "maior é o que está em vós
do que o que está no mundo."?

É preciso formar universidades do Espírito. Precisamos ajuntar as crianças debaixo das nossas
asas. Precisamos erradicar as Trevas e infundir o mundo com Luz. É preciso que Ocorra uma
penetração, os receptáculos de barro precisam ser estilhaçados. A radiação por detrás da
manifestação deve brilhar, porém, a menos que seja vista, a menos que seja percebida, qual
será o Propósito do brilho? O propósito do brilho é estilhaçar a opacidade do barro, os
fragmentos aí inclusos que, em milhares de anos, não trouxeram qualquer felicidade. O homem
precisa aprender a respirar de novo.

Os viajantes são muitos, mas estamos interessados nas chegadas. As bússolas da confusão
precisam ser trocadas por uma direção sensata. A novidade da vida deve realçar a qualidade do
momento presente. As pessoas amargas precisam despejar das suas taças as borras da lavadura
humana. Milhares de anos de infâmia podem render-se a um momento do fogo do sol. O sol
deseja consumir a escória. Portanto, vamos queimar as mecanizações da escuridão, e que a
recalcitrância humana se renda à doçura da rosa que sobe pela parede do caramanchão.

Ao inalarmos o doce perfume do Propósito, os nossos sentidos são reativados. Vemos a forma
externa como uma escada para o Infinito e as maquinações da conspiração como a rede da
negligência. Os homens negligenciaram as coisas do Espírito. Viveram apenas para o propósito
externo. Enredaram-se em trevas e as sementes da morte foram espalhadas no meio deles. A
vida imortal ficou em um jarro em cima da prateleira, enquanto a beleza e a alegria eternas têm
sido objetos perdidos.
Agora, convocamos os devotos do Espírito. Convocamos os filhos da fé. Convocamos os eleitos
para um novo princípio - para um velho princípio tornado novo - para o lar, para o fogo central,
circundado pelos devotos. Se a Luz estiver em todo lado, onde está ela? Se todas as coisas são
boas, onde está o Bem? Se a graça abundar, onde está a Graça? O endurecimento das artérias
da bondade humana criou uma das épocas mais tenebrosas de todos os estágios da evolução do
homem. Sem amor não há vida. Sem esperança não há caridade. Mas a fé, a esperança e a
caridade abundam n'Ele.

Os vendedores de óleos e roupas finas devem compreender a responsabilidade cármica a cada


ato de profanação do corpo do SENHOR. O corpo de substância incorpórea é o poder
sustentador por detrás de toda ordem natural. Inerente na Natureza está a taça transmissora
miniatural - o átomo-semente do propósito universal.

Cada gesto de Deus cria um encrespamento na cadeia nuclear, cujo padrão permanece
inalterado até ser interceptado pelas desqualificações humanamente ordenadas. As doenças do
mundo surgem como resultado das fragmentações do propósito cósmico, realizadas pela
humanidade; e os homens atrevem-se a imputar à Divindade as desqualificações negativas que
eles mesmos criaram! Será que eles pensam que o Ceifeiro Cármico os deixará de lado? A sua
inflexibilidade será como a face empalidecida de Deus, um solene precursor da justiça que não
será demovido, até mesmo pelo grito por misericórdia. Aqueles que conhecem e contrariam os
propósitos de Deus deveriam tremer.

Que as crianças do Espírito tomem coragem, que não se deixem desfalecer; que não se cansem.
Que elas compreendam o brado do profeta: 'Subirão com asas como águias’. Mas essas coisas
também requerem dedicação. Requerem ação enérgica, requerem treinamento na lei cósmica.
Se os homens derem tudo para a habitação, para o alimento, para distrações e ignorarem os
mandatos para criar universidades do Espírito, como podemos preparar as crianças da era
vindoura? Não é suficiente disponibilizar o léxico dos Guardiães Espirituais. Necessitamos de
corações vitais de carne. Precisamos de instrutores que compreendam a necessidade de
devoção, de remodelação das próprias vidas para que possam moldar a vida de outros, que se
oferecerão simultaneamente para os nossos propósitos.

A Fraternidade convoca. A Fraternidade chama. As crianças desta Terra permanecerão crianças


para sempre ou serão aniquiladas quando forem apagadas as suas transgressões, a menos que o
fruto da Realidade Crística possa ser posto à sua disposição; a menos que o conhecimento do
Espírito lhes possa ser transmitido; a menos que o círculo místico dos sagrados doze possa se
tornar real para elas. O Graal de Deus que está no seu' interior precisa ser preenchido. Elas
precisam beber da taça - toda a taça. Precisam entender que isso pode ser feito, que não é uma
coisa excessiva, mas uma lei ordenada, uma realização natural do Propósito. É a criação da
novidade da vida, que já se encontra ali, mas é inexistente para aqueles cuja consciência está
sintonizada com a dissonância do mundo.

A dissonância do mundo é uma mortalha esmagadora que leva o homem para baixo, para o
horror astral. Nem a bruxaria, nem a falsidade, o domínio de outras vidas ou a utilização
prejudicial das leis da visualização podem produzir as crianças da nova era. As crianças da nova
era devem compartilhar do Graal. Precisam compreender o significado dos continentes, do mar e
do céu. Precisam compreender o requinte da própria Terra. Precisam ver a purificação dos
elementos como a purificação necessária da substância corrompida que elas mesmas
corromperam.
A nossa convocação é para que sejam olhados primeiro os campos de batalha que os homens
fizeram da vida e depois a imagem radiante da Realidade que Deus ainda mantém por detrás do
véu _ no Éden, onde a Árvore da Vida brilha como um Graal por entre as árvores, por entre as
névoas, por entre todas as manifestações envolventes. Mas é preciso lutar com os anjos da Sua
Presença, com os anjos do Propósito, e assegurar a bênção, como fez Jacó nos tempos antigos.
A consciência Crística é a herança dos eleitos. Mas, enquanto os homens corromperem a si
mesmos com condições externas, enquanto continuarem a temer o Eterno, também continuarão
a realizar propósitos inferiores. Apenas por uma dedicação destemida e pelo reconhecimento da
chama do destemor, podem eles ser imbuídos da essência eletrônica que lhes permitirá caminhar
na Terra como Deuses.

A vitória está na alma. A vitória está na consciência. A vitória é a dotação do homem de Espírito,
não do homem cujas complacências em festanças humanas geram degeneração. Só por um
sentido onipresente do que virá a ser podemos superar o que foi.

A aclamação: 'Jesus Cristo, o mesmo ontem, e hoje e eternamente!' implica a sustentação de


tudo o que Deus previu desde o princípio. Os que têm medo da religião têm medo da Realidade
de si mesmos, pois, sem a verdadeira religião do Espírito, são apenas 'estrelas errantes, para as
quais está eternamente reservada a negrura das trevas'.

Desejamos dar à humanidade a taça da imortalidade, mas as pessoas precisam compartilhá-la.


Precisam entrar na sua essência, na sua consciência, nos seus fogos. Precisam compartilhar do
que Deus é. Isso não significa o seu fim, mas o seu princípio. Pois tudo que a humanidade tem
sido não é nada, até o dia em que se torne iluminada como um só corpo pelo conhecimento do
Cristo vivente. Ele é o Cristo das eras, o Ser Eterno, “O Príncipe da Paz, o Motivador por cujo
intermédio são coordenados os movimentos da vida”. Portanto, não estamos lidando com uma
personalidade no sentido humano da palavra, mas com a condição de Ser de cada homem que
Deus preordenou, desde a fundação do mundo.

Foi a essa condição de Ser que Cristo se referiu quando disse: 'Antes de Abraão ser, EU SOU'.
Pelo sentido místico dessa união com a vida, o homem é transformado de um ser 'da Terra,
terreno' em um ser do Espírito. Fazer a alma encarnar no planeta Terra ciclo após ciclo é um ato
de misericórdia, preordenado apenas até o momento em que o homem possa se tornar essa
criação imortal de Deus, que ele já é. A vaidade externa e a manifestação de vanglória da pessoa
humana não podem e nunca poderão comer da Árvore da Vida. O homem foi figurativa e
literalmente expulso do jardim do Éden porque não conseguiu realizar seu propósito de vida. O
único regresso ao Éden que pode ocorrer é quando o homem regressar ao estado original e
comungar com Deus no jardim do Ser. É essa a meta que a Fraternidade designa para cada
homem, porque sabemos que aí se encontra o poder da Realidade criativa.

As técnicas são muitas. As vidas dos sábios são muitas. As paixões dos Divinos abarcam tudo.
Mas precisamos do veículo da Fraternidade em expressão externa para criar e infundir a
consciência dos jovens de todas as idades com a grandeza celestial, que lhes permitirá realizar
seu destino imortal. Tal como dissemos, o homem não é pó, mas destino. Porém, trata-se de um
destino que precisa ser conquistado, pois não vem automaticamente à humanidade. Foram teci
das demasiadas redes de falsidade e trevas, de sombras e dor que precisam ser queimadas por
meio de uma vontade consciente. Precisam ser substituídas pelas escadas do Espírito, cujas
lições gradativas ensinarão o homem a ser vitorioso e não iludido.
Portanto, estimulo em todos a compreensão [que precisais] para dotar, apoiar e criar, em nome
de Saint Germain, as fundações necessárias e os lugares de ensino em manifestação física, que
temos buscado criar com a Summit Lighthouse. Demos essa incumbência aos nossos
Mensageiros, mas são necessárias muitas mãos e são convocados muitos corações. Legamos ao
mundo o que somos. De longe, oferecemos as nossas vidas. Aproximamo-nos na hora presente e
para a salvação de um mundo moribundo Gostaríamos de reavivar, gostaríamos de criar,
gostaríamos de 're-criar' o destino no homem.

AMA-ME
Desejo ser preenchido
Com o Amor de Deus
Peço para ser nutrido
Pelo amor de Deus
Toda a Graça quero ter
Do coração de Deus;
Sua face quero ver
Pelo amor de Deus.

Como uma rosa a desabrochar


Espalha sua fragrância pelo ar,
A Deus ofereço minha devoção
Com o oceano cósmico em união

Moldado me quero ver


Pelo Amor Divino,
Meu Cristo, desejo ser
Todo, todo Teu.
Estou em paz no Teu Amor,
À vontade com Deus, a Seu dispor.
Estou unido a toda humanidade-
O Amor dá a Seus filhos unidade.
EU SOU uma alma vivente e desperta,
Junto aos anjos, ao homem, tendo Deus como meta.

Como uma rosa a desabrochar


Espalha sua fragrância pelo ar,
A Deus ofereço minha devoção
Com o oceano cósmico em união.

No grande Amor de Deus fui me prender,


Em Seus braços fortes, no Seu Poder;
Acalentado pelo céu, agora
Sou sempre protegido a cada hora.
Iluminado e ditoso EU SOU,
De sucesso divino estou repleto,
Pois o amor da Justiça EU SOU.
Eu Te amo, eu Te amo, eu Te amo,
Minha brilhante Presença Divina;
Me ama, me ama, me ama.
Pelo Teu poder me protege e conduz.
Permanece sempre em mim,
Até que eu me torne a Tua Luz!

Como uma rosa a desabrochar


Espalha sua fragrância pelo ar,
A Deus ofereço minha devoção
Com o oceano cósmico em união.

CAPÍTULO 4

O QUE É A INDIVIDUALIDADE?

O QUE É A INDIVIDUALIDADE?

E ele mesmo deu uns para apóstolo, e outros


para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores.
O APÓSTOLO PAULO

O PADRÃO DIVINO

“EU SOU a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá, E todo
aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá, Crês tu nisto?"

Quem pronunciou essas palavras, Jesus de Nazaré, identificou-se de tal forma com o Cristo
Universal e com a sua Presença do EU SO U que se tomou o Cristo encarnado - para ser
conhecido para sempre como Jesus, o Cristo, Aquele em quem o SENHOR encontrou satisfação
podia, assim, prometer vida eterna a todos que, como ele, acreditassem na individualização do
Cristo em todos os filhos e filhas de Deus - a todos que acreditassem na vida abundante como
sendo a oportunidade, ordenada por Deus, de realizarem a sua Cristicidade individual.

A Cristicidade individual é a dádiva de Deus; é o direito de nascença do homem, Portanto, é a


prerrogativa de todo aquele que nasceu de Deus para declarar a ressurreição e a vida do seu Ser
Crístico. É o direito e dever de todo homem de reivindicar a sua individualidade em Deus e
devotar a sua vida à manifestação do padrão divino que está gravado na alma como a sua
identidade única - o seu destino ígneo.
Destino ígneo, revela a ti mesmo!
E mostra o mais elevado caminho de Deus,
Destino ígneo, revela a ti mesmo!
Pois o homem não é um tolo,
Destino ígneo, revela a ti mesmo!
Infunde a alma em Deus.

Na sociedade sintética descobrimos que a maioria das pessoas não sabe do que consiste a sua
individualidade, nem está ciente do seu direito de nascença. Descontando os poucos que vivem
de modo abnegado, devotando suas vidas ao bem dos outros, os indivíduos existem no dia-a-dia
sem metas espirituais, tendo como preocupações principais o acúmulo de riqueza, a busca de
prazeres e criar filhos que farão o mesmo. Eles têm uma imagem própria que apresentam à
sociedade Como o "eu glorificado" e outra versão mais realista que, em momentos de candura,
admitem ser o "eu verdadeiro". Seus vizinhos e amigos podem ter uma visão totalmente
diferente da sua individualidade e, provavelmente, nenhuma dessas opiniões será igual, pois
cada um olha por lentes de cores diferentes. Mas acontece que a individualidade na sociedade
sintética está à mercê do olhar de cada um. Assim, totalmente dependente da opinião humana,
que tanto pode estar virada para um lado como para outro, a individualidade é sempre nebulosa,
nunca é constante até que a pessoa focalize as lentes da mente para ver a si mesma como Deus
a vê.

Uma pessoa em cada milhão conhece o segredo para prender sua mente à mente de Deus e
depois poder ver como Deus vê, sentir como Ele sente, pensar como Ele pensa. A maioria, no
seu estado de desconhecimento, volta-se para fora em vez de voltar-se para dentro para
encontrar a sua individualidade. Seus egos são inseguros e buscam, por meios pouco claros,
preencher as brechas da sua insegurança.

Alguns chegam à conclusão de que o conhecimento de si mesmo é necessário e, finalmente,


admitem que, antes de poderem realizar qualquer coisa de valor, precisam saber o que "EU
SOU". Alguns tentam encontros de grupo, até mesmo um karatê mental para derrubar "valores
falsos", sem compreenderem que o único encontro que pode levar à descoberta de si mesmo é o
encontro com Deus, com a Imagem Verdadeira.

Quando o homem funciona a partir do nível da imagem sintética, não consegue contatar a
Realidade, seja qual for o seu método. Se, a partir desse nível, ele busca estabelecer uma
conexão com outras imagens sintéticas dentro e fora "do grupo", bloqueará efetivamente a sua
comunicação com a Imagem Verdadeira, não apenas de si mesmo, como também dos seus
associados e, assim, perderá os fios da verdadeira existência, do verdadeiro conhecimento e do
verdadeiro ser.

Quando o homem estimula as sensibilidades da imagem sintética como meio de sondar as


imagens sintéticas dos outros, embota os instrumentos de precisão da alma, capazes de decifrar
os símbolos do que é sintético e do que é Verdadeiro. Se o abuso for prolongado, ele pode
perder por completo essas faculdades. Se o homem deseja conhecer a Realidade, não pode
continuar a desenterrar repetitivamente os artefatos da mortalidade, como um cão esburaca a
terra em busca dos ossos favoritos. Em vez disso, precisa tornar-se um arqueólogo do Espírito,
em uma busca destemida da sua identidade imortal - embora ela possa estar enterrada sob
várias camadas de sedimentos sintéticos.

Neste capítulo definiremos melhor a Imagem Verdadeira do homem em termos da sua


individualidade - do seu padrão divino - e mostraremos como ele pode sensibilizar as faculdades
da sua alma e da sua percepção solar para poder contatar e apreender a Realidade em si mesmo
e nos outros. Veremos que, para a busca da Verdade, são fundamentais a definição e o
refinamento dos sentidos espirituais do homem, instrumentos necessários para, por assim dizer,
escavar a Imagem Verdadeira.

A individualidade do homem, tal como Deus a concebeu e como ele ainda agora a recebe, é uma
chama - é a individualização da chama de Deus. A individualidade é a geometria da nossa
divindade. A individualidade é o nome de Deus, EU SOU - é o nosso nome inscrito na chama da
vida. É o novo nome inscrito na pedra branca "o qual ninguém conhece senão aquele que o
recebe." A individualidade é uma gota no oceano infinito do Ser de Deus. É um ponto de uma
perspectiva tirado do Todo e depois colocado em baixo-relevo tendo o Todo como cortina de
fundo.

A individualidade foi uma separação com um propósito - foi para que Deus pudesse realizar a Si
mesmo em manifestação e para que o homem pudesse realizar o seu potencial em Deus. Isso
devia efetuar-se conforme a vontade do homem se combinasse com a vontade de Deus e
conforme as duas, unidas como uma só, se tornassem uma força indomável para ampliar a Luz
por todo o cosmo.

A vida vivida por Jesus de Nazaré foi uma declaração dessa unidade, do princípio ao fim. Aquele
que disse "Meu Pai trabalha, até agora, e eu trabalho também'" foi o testemunho supremo da
individualidade Crística do homem. "E então, não é o 'eu' pessoal quem realiza a obra", explica
Saint Germain, "mas o Pai em mim trabalha até agora, e eu trabalho também. O Pai que trabalha
é o esforço criativo do universo [o Cristo Universal], que amplia a visão da perfeição da vida para
uma humanidade em evolução. O 'eu' que atua é a individualidade consciente unida à Presença
do EU SOU da Realidade universal. É o Filho trabalhando com o Pai Todo-Poderoso para produzir
em cada homem e para cada homem a totalidade da glória que conhecemos em conjunto, antes
do mundo ser." Onde a totalidade dessa glória se torna mais aparente é, sem dúvida, no Cristo
individual de cada homem.

Portanto, a individualidade é a transferência da oportunidade universal de Deus para o homem.


A individualidade é o portal aberto para a unidade', a unidade que precisa ser realizada em duas
etapas para o Cristo ser focalizado em nível individual: primeiro entre o eu humano da pessoa e
o Eu Divino e depois entre o eu da pessoa e o seu semelhante.

A individualidade é uma oportunidade para servir ao Eu Divino e ao próximo de forma única e


contribuir com uma dádiva de valor perdurável para o cosmo. A individualidade é um floco de
neve gravado em fogo: é um desenho singular. Mas, até que o indivíduo descubra o padrão 10
seu floco de neve gravado em fogo e saiba exatamente o que pode ser a sua contribuição
singular à vida, a verdadeira natureza da sua individualidade não é conhecida - o fogo no floco
de neve permanece imutável.

A individualidade é um espelho de cristal suspenso no microcosmo que tanto reflete como refrata
o Macrocosmo. Deus planejou o espelho de cristal da individualidade para refletir a Sua
consciência - para receber de volta os Seus pensamentos estampados com a matriz da
identidade do homem _ e para refratar a Sua consciência - para decompor seus pensa- mentos e
sentimentos, tornando-os inteligíveis, amáveis, e aproveitáveis para todas as partes da vida.

Cada individualidade criada por Deus é essencial para a expressão perfeita do complemento do
Seu Ser por todo o cosmo. Deus envia Suas ideias como grandes correntes de luz, envolvendo o
mistério do Cristo que é resolvido à medida em que cada espelho reflete a Imagem Mais
Sagrada, conforme cada cristal refrata o seu brilho, definindo as partes em relação ao Todo _ os
raios irisados que emergem do núcleo de fogo branco do Ser de Deus. Diz EI Morya que "Este é
o verdadeiro propósito da existência do homem: ser um reflexo de Deus e, então, identificar-se
com a Imagem Verdadeira refletida dentro de si."
Ao examinarmos as imagens imperfeitas que estão à nossa volta, vemos claramente que o
espelho de cristal da individualidade feito por Deus tem sido distorcido, manchado e coberto com
uma película escura. Olhamos os espelhos das imagens sintéticas da humanidade e
contemplamos ali não a face de Deus nem os seus raios irisados, mas uma coleção animalesca
de distorções grosseiras da individualidade de Deus. Há apenas uma coisa a fazer: cada espelho
de cristal deve ser polido e restaurado à sua beleza natural para que possa refletir a radiação do
Cristo enviada do Grande Sol Central do Ser; cada espelho de cristal deve tomar-se um magneto
para a realização do padrão divino. "Melhorar a qualidade do espelho refletor é essencial",
continua o Mestre. "Dessa forma, a própria consciência, como um cálice, pode ser melhorada
para conter uma porção maior da vontade de Deus, não apenas em qualidade, mas também em
quantidade."

O CRISTO DO HOMEM

Para expandir Seu Espírito infinito, Deus criou bilhões de centelhas-Espírito individuais. Mas, para
que Deus possa expandir continuamente a verdadeira natureza do Seu Ser por meio da
semelhança de Si mesmo, essa semelhança precisa ser dotada com o Seu potencial criativo e a
Sua natureza transcendente.

Um sentido universal de justiça impeliu Deus a criar o homem à Sua imagem, muito
simplesmente porque não havia uma imagem mais elevada, e Deus antevia apenas o melhor
para a Sua progênie. Porque Deus é o epítome do livre-arbítrio, o que foi criado à Sua imagem
também precisa ter livre-arbítrio - a oportunidade de escolher entre uma expressão ilimitada do
Bem e uma expressão limitada do bem. Porque Deus é a personificação suprema da Vida, da
Verdade e do Amor, a Sua manifestação também deve personificar esses atributos.

Todavia, porque o Seu plano era criar individualidades que pudessem se expandir e transcender
a si mesmas como Deus podia, que pudessem planejar, criar e dotar Como Deus podia, tornou-
se necessário criar o homem, a individualização de Si mesmo, como um ser dual. Portanto,
quando Deus individualizou a Sua chama não dividiu essa manifestação e o homem foi criado
como uma unidade na dualidade.

Assim, o homem foi concebido na mente de Deus, primeiro como uma realização da Sua unidade
_ uma identidade completa e intacta e depois nasceu como uma manifestação da dualidade de
Deus - um ser do Espírito e da Matéria. Falamos das duas partes da dualidade do homem como o
Eu Superior e o eu inferior - como o Imutável e o mutável. A dualidade de Deus também tem
essas características - o Espírito imutável, que é o núcleo de fogo e padrão de toda a criação, e a
Matéria, que passa por uma transformação perpétua por meio da evolução espiritual.

A Imagem Verdadeira de Deus, que é a Presença do EU SOU, foi criada como uma réplica
miniatural da Divindade, um orbe do Espírito focalizando em um ponto pré-ordenado no cosmo
toda a luz e virtude que se originam do poder, sabedoria e amor da Divindade. Como o Grande
Sol Central representa o Todo-Poderoso no centro do cosmo, também a Presença do EU SOU
individualizada é o Sol Central ao redor do qual a manifestação gira e por meio do qual a sua
individualidade evolui. Assim, a segunda parte do ser dual foi planejada corno urna extensão da
Presença na Matéria - nas dimensões do tempo e do espaço.

Enquanto a identidade espiritual do homem, o Grande Eu Divino, era o foco de um potencial e


domínio ilimitados, o aspecto material da dualidade indivisa recebeu um potencial criativo
limitado, dentro de urna estrutura limitada, estabelecida por Deus, corno os limites da sua
habitação. Por decreto divino, a autoridade da Presença do EU SOU, a chama de Deus
individualizada, não seria transferida para a metade inferior da dualidade até que provasse ser
digna dessa concessão, precisando passar por certas iniciações e demonstrar urna disposição
total para afinar a alma com a Natureza Divina - ser, de fato, a manifestação individualizada da
chama de Deus.

Corno é óbvio, uma criação que recebesse poder, sabedoria e amor ilimitados sem ser por mérito
próprio também estaria carregada de possibilidades bastante explosivas, que podiam resultar em
urna guerra não só de mundos, corno também dos deuses. Portanto, o eu inferior - destinado a
tornar-se permanente pela mudança - precisa ter a oportunidade, dentro dos limites prescritos
pela lei cósmica, de seguir os desígnios do Criador, por meio do uso discriminador das suas
faculdades criativas. Se não lhe fosse dada essa liberdade para provar a si mesmo, ele não seria
nada mais do que um autômato, indigno de receber o título de "Filho de Deus" ou de usar o
manto do Ser Unigênito.

Assim, antes que essa parte do Todo, que conhecemos corno homem, possa identificar-se com o
Todo que conhecemos como Deus, ela precisa descer a um ambiente temporal parti dominar as
energias do ser e adquirir a mestria do tempo e espaço. Então, e só então, ela pode se fundir
com o Todo. A individualidade no eu inferior, quando carimbada com o selo da mestria pessoal,
torna-se permanente no Eu Superior. Ao planejar um ser dual, Deus realizou Seu propósito de
criar uma manifestação de Si mesmo que pudesse conquistar o direito - ao aceitar a Sua graça, a
Sua vontade e o Seu amor - de expandir a Sua consciência universal em uma base individual.

Originalmente, o homem recebeu a oportunidade de realizar o seu destino, podendo manifestar


apenas o Bem, e era essa a sua inclinação natural pois, tendo sido feito à imagem do Bem, era
inerentemente Bom. A razão por que Deus proibiu o homem de comer o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal foi porque sabia que, quando "comesse" ou partilhasse do bem e
do mal relativos, isso se tornaria um fator integral da sua autopercepção. Então se daria a
divisão do caminho entre o real e irreal, pois ele perderia o padrão do Bem absoluto. Uma vez
que bem e o mal só podem ser definidos um em relação ao outro (uma grande mentira é mais
maléfica do que uma pequena mentira) e não por um padrão absoluto (todas as mentiras são
maléficas por serem uma perversão da Verdade), se o homem, com conhecimento de causa,
recebesse e assimilasse na sua consciência a substância do bem e do mal, deixaria de ser capaz
de discriminar entre o Bem absoluto e o bem e o mal relativos, pois o último estaria misturado
no seu corpo, na sua mente e na sua alma.

Antes da sua descida à forma, a alma do homem recebeu um conhecimento impessoal do mal e
das leis que governam a sua manifestação temporal. Quando o homem recebeu a dádiva do
livre-arbítrio, foi avisado pelo Senhor da Vida que, se mantivesse a compreensão do véu de
energia em nível impessoal, seria capaz de dominar suas energias, realizar seu padrão divino e
ganhar sua imortalidade, sem nunca descer do estado de graça, isso é, sem nunca contatar o
véu de energia em nível pessoal. Mas, infelizmente, um conhecimento impessoal do mal não
satisfez ao eu inferior. O homem decidiu tomar a lei do livre-arbítrio nas próprias mãos para ter a
experiência do conhecimento do bem e do mal, o que significava que teria de experimentar
diretamente o véu de energia. Essa decisão marcou seu afastamento da inocência e a sua
descida ao mundo de maya - o mundo ilusório do bem e do mal relativos. Embora Deus tenha
dado ao homem a liberdade de escolher entre as infinitas virtudes do Bem, ele usou essa
liberdade para escolher entre as manifestações finitas do mal e não quis atender ao aviso: "No
dia em que dela comeres, certamente morrerás." Ele simplesmente não conseguiu, nem quis
acreditar que sua habilidade para distinguir entre o Real e o irreal se perderia, logo que sua
consciência pura absorvesse a substância impura do véu. Tal foi a desastrosa concepção que o
homem teve do livre-arbítrio; tais foram as desastrosas conseqüências de ter rompido a Sagrada
Aliança.

O registro da criação do Homem Verdadeiro como um ser andrógino possuidor de domínio


espiritual e destinado a multiplicar os dons da consciência de Deus encontra-se no primeiro
capítulo de Gênesis. "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança (...) E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e
fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a
Terra e sujeitai-a e dominai (...). No segundo capítulo, lemos sobre a criação da segunda metade
da dualidade e da projeção da centelha-Espírito na Matéria: "E formou o Senhor Deus o homem
do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente."

Foi a absorção gradual do mal na consciência do eu inferior "formado do pó da terra" que


impediu o espelho de cristal da individualidade, suspenso no microcosmo, de refletir ou refratar a
chama de Deus e absorver o Bem - no Alto como embaixo. Portanto, o arco de luz entre Deus e
o homem foi quebrado e o relacionamento íntimo que existira entre o eu inferior e o Eu Superior
deixou de ser possível.

A divisão do caminho tornou-se eventualmente o caminho do Deus-homem e o caminho do


humano. O Deus-homem permaneceu na própria esfera como a Presença Divina individualizada,
o EU SOU ou o Eu Divino, e a manifestação na forma tomou a natureza do humano, o homem
tirado do barro. Pois, embora o eu inferior fosse dotado com possibilidades tremendas - até
mesmo tornar-se tudo o que o Eu Divino era _ decidiu inverter a atitude de ser do Criador.
Decidiu não ser, trocando uma existência conhecida, uma existência que fora centrada no Eu
Verdadeiro, por uma existência desconhecida, egocêntrica e irreal.

Antes de o homem ter feito suas experiências com o mal, o Eu Verdadeiro fornecia energia ao eu
inferior de forma direta, juntamente com todos os atributos divinos necessários para a realização
do Propósito macrocósmico no microcosmo. Uma vez que isso já não era possível, tornou-se
necessário que um medianeiro mantivesse a ligação entre a perfeição do Deus-homem e a
imperfeição do humano. O Cristo, O Verbo vivente que sempre foi e sempre será, foi chamado a
oficiar em nível individual. Todas as bênçãos e dotações que passavam diretamente de Deus
para o homem eram agora dispensadas pela intercessão do Cristo Pessoal individual.

Enquanto o homem ainda se encontrava no estado de inocência, o espelho de cristal da sua


identidade tinha refletido e refratado o esplendor do Cristo Universal. O eu inferior da dualidade
era, na verdade, a personificação da chama do Cristo, tal como a metade superior era a
personificação da chama de Deus. Assim como o Eu Superior foi feito à imagem do Deus
Universal, também o eu inferior foi feito à imagem do Filho Unigênito do Pai, o Cristo Universal.

O Cristo Universal é a consciência universal de Deus que se manifestou como o Verbo, o Logos
que Deus usou para animar o padrão da Sua Identidade Divina nos Seus filhos e filhas, e para
inscrever as Suas leis nas suas entranhas. O Cristo individual é a realização desse Verbo, desse
Logos, na dualidade indivisa. Cada individualização do Cristo Universal é única, porque cada
indivíduo foi ordenado por Deus para refletir em toda a sua glória uma faceta específica do Cristo
Universal. Esse é o significado do padrão divino que Deus criou, para cada manifestação de Si
Mesmo, como a realização individual do Cristo Universal.

O Cristo Pessoal individual é formado da seguinte maneira: conforme a Presença Divina projeta o
padrão eletrônico da sua Imagem Verdadeira para o eu inferior da dualidade do homem, as
energias do Cristo Universal coalescem ao redor desse padrão para manifestar o padrão do Cristo
individual; assim Deus faz-se relativo ao homem, e nasce o Filho Varão.

O propósito de um medianeiro é interceder entre partes que não estão de acordo. Uma vez que
tanto a Imagem feita por Deus como a imagem que o homem fez deixaram de estar de acordo,
por já não serem congruentes - visto que o eu inferior não estava em harmonia com o Eu
Superior - era preciso alguém que "estivesse no meio" (do latim mediare), para mediar. Portanto,
o Cristo Pessoal individual, como o medianeiro entre Deus no Alto e a sua manifestação embaixo,
contempla a perfeição da Imagem Verdadeira e a traduz para a consciência do eu inferior que se
encontra no estado de tornar-se Bom. Ao contemplar a imperfeição do eu inferior, o Cristo - cujo
conhecimento dos véus de energia do pecado, da doença e da morte se mantém em nível
impessoal - transfere as necessidades e capacidades do homem para o Eu Verdadeiro.

Dissemos que só uma pessoa em cada milhão vê como Deus vê, sente como Ele sente e pensa
como Ele pensa. Mas cada homem precisa conseguir isso se deseja encontrar a resposta para a
pergunta: o que é a individualidade? Paulo, reconhecendo que Jesus alcançara esse nível de
percepção, advertiu os seus seguidores - "que haja em vós o mesmo sentimento (mente) que
houve também em Cristo Jesus" Só uma mente podia ter estado em Cristo Jesus - a mente de
Deus. À medida que progredirmos no nosso exame da Realidade, aprenderemos mais sobre essa
mente e como podemos deixar que "ela seja" em nós mesmos. Mas, em primeiro lugar,
definiremos o seu alcance.

Como Deus considera o homem? Como Ele nos vê? Será que Ele nos vê nus e sozinhos, como
pecadores e [seres] incompletos? Está escrito na Bíblia que "enganoso é o coração, mais do que
todas as coisas, e perverso: quem o conhecerá? Essa avaliação realista da imagem sintética é
feita pelo "SENHOR" - o termo usado para a Presença do EU SOU, que fala por meio do Cristo
Pessoal do profeta Jeremias - que amaldiçoa "o homem que confia no homem [na imagem
sintética] ( ... ) e aparta o seu coração [a sua vontade] do SENHOR."

Como, então, Deus vê o homem? Habacuc disse sobre a Presença do EU SOU: "Tu és tão puro
de olhos que não podes ver o mal, e a vexação [a iniquidade] não podes contemplar“. Deus é o
praticante supremo da ciência do conceito imaculado. Por muito que o homem se tenha afastado
da sua individualidade, Deus sempre o contempla na imagem da Realidade em que o criou, mas
deu ao Cristo individual a tarefa de adjudicar a Verdade e o erro na alma do homem.

No olho de Deus, na mente de Deus, no amor de Deus o homem permanece Íntegro, mas assim
que se afasta da sombra do Todo-Poderoso, do campo de força do Seu conceito imaculado,
perde o momentum, a geometria e o padrão da sua identidade. Uma vez que a própria vida do
homem é sustentada por Deus ao contemplar a sua perfeição, se, durante um único segundo,
Deus reconhecesse a sua imperfeição, o homem deixaria de existir. Porque Deus mantém o
homem na Imagem Verdadeira, o homem vive; portanto, os que se afastam do foco do Seu Olho
Onividente deixam eventualmente de ter vida em si.
Quem vagueia para fora da luz do olhar puro de Deus recebe uma moratória temporária nas
dimensões do tempo e do espaço, um período de graça, durante o qual pode decidir voltar para
abraçar a consciência do Bem de Deus. Pela lei do livre-arbítrio, pode decidir-se pela mesma
escolha dos filhos e filhas de Deus, que são chamados a intensificar a individualização da chama
de Deus por todo o universo ou, de acordo com a mesma lei, podem extinguir a chama de Deus
e assim extinguir a si mesmos.

A lei da individualidade do homem é sempre impessoal. Os que servem ao Cristo no âmbito da


estrutura dessa lei comerão um dia do fruto da Árvore da Vida e viverão para sempre.

Os que não o fizerem, perecerão. Portanto, no final do período de graça, se o homem não
encontrou a sua individualidade na individualidade de Deus, deixará de existir.

O Cristo é o cumprimento da lei do ser do homem por intermédio da Lei do Ser de Deus. Ele é o
Grande Medianeiro das energias que descem e sobem entre o Macrocosmo e o microcosmo. Sem
a Presença no nexo da figura em forma de oito, todo fluxo de energia entre Deus e o homem
cessaria e o humano deixaria de existir. Assim, ao adjudicar a misericórdia de Deus - sem a qual
a individualidade do homem teria sido extinta no momento em que ele assimilou o véu de
energia - o Cristo é a salvação da humanidade e a sua única esperança de imortalidade.

A Luz do Cristo precisa ser invocada e, depois, aceita pelo homem, para que o seu mundo que
presentemente reflete causas e efeitos bons e maus possa, mais uma vez, refletir o Mundo da
Primeira Causa, do Bem absoluto. O Cristo restabelece no ser do homem as leis que somente são
causadoras do Bem e que lhe permitem manifestar o seu padrão divino, tornando-se assim digno
de comungar com a Realidade, como o amado Filho em quem o Pai se compraz. Quando o eu
inferior se satura com a Luz da consciência universal do Cristo pela ajuda do Cristo Pessoal
individual, torna-se, em essência, o Cristo e, pela congruência com o padrão divino, é capaz de
se colocar no nexo do seu ser e de, mais uma vez, comungar diretamente com a chama de Deus
individualizada, a Presença do EU SOU.

Assim, a cristalização da consciência do Cristo no homem dá-se no nexo da figura em forma de


oito. Quando o propósito da dualidade do Eu Superior e do eu inferior se realiza por intermédio
do Cristo individualizado, o homem ascende de volta ao coração da chama de Deus
individualizada e é imortalizado como uma faceta permanente da consciência de Deus. Tendo
descido à forma e tornando-se aí a plenitude da Lei em manifestação, o homem ganhou o direito
de sentar-se à mão direita de Deusl9, isto é, no lugar do Cristo Pessoal individualizado. Sempre
que o Cristo triunfa em nível individual, a dualidade de Deus e do homem torna-se uma unidade
em manifestação que pode afirmar e afirma: "Eu e o meu Pai somos um só."

Assim como o Senhor Deus cravou uma espada no lado leste do Éden, guardado pelos Querubins
para manter o caminho da Árvore da Vida, também cravou no homem uma espada de Verdade
vivente que separaria o Real do irreal. Essa espada', essa Palavra sagrada, é o Cristo Pessoal
individual, cuja consciência atravessa o véu, permitindo ao homem encontrar sua liberdade na
unidade de Deus e voltar ao "paraíso perdido".

RECURSOS DA INDIVIDUALIDADE

Feito à imagem do Deus Altíssimo, o homem tem recursos infinitos para desenvolver o padrão da
sua identidade. Onde quer que Deus tenha individualizado a Sua chama, aí ela adquire mais de si
mesma - maior quantidade de vida, de verdade, de amor. O homem, como uma chama de
esperança, fé e caridade, não está privado de nenhuma qualidade inata na chama que lhe deu
origem.

Sob um ponto de vista mortal, pareceria que o homem jamais pode se aproximar do grande fogo
do Sol Central e absorver a infinita totalidade de Deus. Todavia, por intermédio do Cristo vivente
e da sua unidade com Deus, todas as coisas são infinitamente possíveis para o homem, quando
ele renuncia à sua consciência finita. Então, ele pode tornar-se, tanto qualitativa como
quantitativamente, um só com o Pai, cheio de graça e verdade. Deus e o homem estão sempre
em relacionamento eterno um com o outro, tal como o oceano com a gota, experimentando,
pelo intercâmbio do Macrocosmo com o microcosmo, a manifestação da unidade transcendente.
A incapacidade de entender esse princípio resultará na impossibilidade de acessar os recursos da
individualidade de Deus e de intensificá-los na individualidade do homem.

A transcendência é a Lei da Vida no Alto e embaixo. Funciona naturalmente em Deus e no


homem como as pétalas das flores desabrocham, o fruto amadurece e as estações se sucedem.
Assim, sempre que o eu inferior invoca uma medida maior da percepção do Cristo, a consciência
inferior do homem, ainda em estado de vir a ser, recebe uma porção maior da consciência
superior do Cristo Pessoal. Pela lei cósmica, o homem tem a garantia do desdobramento de uma
medida maior do seu Ser Verdadeiro, à medida em que a identidade se transfere do eu mortal
para o Eu Imortal.

Uma vez que o cosmo está repleto de vastos recursos ainda não acessados de sabedoria, poder
e amor, não existe qualquer limite para a luz - o potencial de energia encerrado no núcleo de
todo átomo - que o ser em evolução possa invocar e depois injetar na sua matriz favorita. Não
existe limite para os recursos naturais à disposição dos seres flamejantes, que sabem quem EU
SOU e estão determinados a não permitir que coisa alguma possa impedi-los de cumprir o
mandato da sua Chama interna da Realidade.
Peço-vos agora:
Sede imortais, luminescentes e santificados pela Luz,
Filhos e Filhas da Chama em ação cósmica,
Sem passardes pela morte ou nascimento,
Oniscientes, onipotentes, e onipresentes!

A declaração do Mestre -"Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor
de mim, achá-la-á" - aponta para a falta de valor da individualidade que é definida pela
consciência sintética. Pois quem busca a individualidade no mundo do bem e do mal relativos,
acaba por perder não apenas a sua imagem sintética, como também a sua Imagem Verdadeira,
que não reivindicou no mundo do Absoluto. Portanto, a menos que o indivíduo mantenha contato
com o Eu Divino, por intermédio do Cristo Pessoal, a sua individualidade não está assegurada
pelas leis que o predestinam à imortalidade.

A menos que o propósito divino seja esposado e o reino divino glorificado, o plano da vida do
indivíduo seja realizado com "temor e tremor" e a menos que a superação das condições
externas seja o objetivo do homem - tal como é o objetivo de Deus para o homem - será
impossível para ele experimentar a individualidade como realização universal do Cristo, que é o
seu direito inato. E é a consciência de criança que permite ao homem cumprir isto - ser um
realizador da Palavra, partilhar do reino do céu, aqui mesmo, na Terra, desfazer-se do seu manto
de peles (a sua imagem sintética) e conceber com Deus a ação-Realidade da sua vida como um
receptáculo no qual ele pode derramar, e realmente derrama, as energias da criação. A unidade
com o Cristo torna-se, então, identificação com Deus.

Na alma do homem encontra-se o padrão divino gravado em cristal, cujo núcleo de fogo branco
é um eletrodo que atrai para si as energias de Deus, necessárias para construir pedras vivas na
Pirâmide da Vida e para mobilizar os seus átomos para a ação, para a reação e para a realização.
Assim, os recursos naturais mais próximos do coração do homem são: (1) o padrão, também
conhecido como o modelo eletrônico, que atua como um magneto para (2) as energias que se
precipitam para a matriz da identidade, a fim de preencherem o padrão do seu destino
preordenado. Ao empregar esses recursos de forma correta, o homem pode conseguir a
realização dessa percepção Crística, que é seu direito inato, enquanto ainda caminha pela Terra,
colhendo as sementes boas e más que semeou desde que se afastou da inocência. O padrão do
homem é completo e intacto no momento da criação, portanto, vamos explorar as fontes de
energia que ele tem à disposição para manifestar esse padrão e aumentar a sua individualização
da chama de Deus.

Primeiro, precisamos compreender que é precisamente porque um foco da sua Origem foi
colocado no interior do homem - como a chama do coração - que ele tem acesso a todos os
recursos' do universo. Quanto mais luz da Origem, da sua Presença do EU SOU, ele atrai para si
mesmo, por meio de invocações sagradas e serviço abnegado a Deus e ao homem, maior será a
força do seu campo magnético e, portanto, maior será a sua oportunidade para invocar mais luz,
a qual ele pode usar para realçar ainda mais a individualização da sua chama divina. Assim,
quanto mais o homem realiza de Deus, ali mesmo, onde se encontra, maior será o seu
momentum para magnetizar os recursos do cosmo.

O recurso natural mais abundante diretamente à disposição do homem, excluindo a Luz da sua
Presença, vem do Universal_ a energia do Espírito Santo presente em todo o cosmo. Como o ar
que respira, essa energia está à disposição do homem instantaneamente, para revivificar o
corpo, a alma e a mente, e para ser dirigida para propósitos construtivos, a fim de abençoar toda
a vida. Em qualquer ponto específico do espaço, o homem, pela autoridade do seu Eu
Verdadeiro, pode magnetizar as energias do Espírito Santo para que haja uma ativação maior de
Deus e para reativar a sua individualidade em Deus.

A essência do Espírito Santo é disseminada por todo o cosmo como imensidades de poder
criativo, que apenas podem ser medidas em anos-luz. Essas áreas são o vácuo onde o Espírito
Santíssimo permanece inativo porque não foi ativado pela criatividade de Deus nem do homem.
Onde Deus não exteriorizou a Si mesmo no homem, e onde o homem não usou o seu livre-
arbítrio para ampliar o Bem, o Espírito Santo permanece como um recurso por desenvolver, um
território virgem, no qual o homem pode deixar a sua marca, abrir um sulco profundo e plantar a
boa semente. Tal como existe um vácuo macrocósmico entre planetas e sóis, sistemas solares e
galáxias, também existe um vácuo microcósmico no homem, entre os elétrons e o núcleo dos
seus átomos. Também ali, as águas tranqüilas da mente de Deus esperam para ser movidas,
divididas, derramadas em taças de cristal, gravadas com os padrões perfeitos de filhos e filhas
fiéis ao plano divino.

A onipresença do Espírito Santo é a oportunidade universal do homem para exercer o livre-


arbítrio, estender os membros da sua imaginação e apertar os desejos do coração contra o peito
do Infinito. O Espírito Santo é a energia que o homem usa para expandir o Bem ou um véu de
energia. O homem intensifica o Bem universal à medida em que o espelho de cristal do ser
reflete e refrata a simetria da mente e do Ser da Divindade. Ele contribui para o véu de energia
que esconde a face da Realidade quando espelha as formas assimétricas do pensamento e do
sentimento da consciência sintética, encerrando, assim, as energias do Espírito Santo em
matrizes de imperfeição, que produzem de acordo com a Sua espécie.

Portanto, a essência do Espírito Santo que permeia os mundos microscópico e telescópico é o


recurso natural que Deus providenciou para aumentar a luz de pontos individualizados de
identidade manifestados no homem e na Natureza, como núcleos e elétrons, sóis e planetas.
Quando o homem, pelo seu uso descontrolado do livre-arbítrio, transforma essa luz em trevas,
ela se torna uma cunha que permanece entre ele e o seu Deus, uma vara ou um cone de
escuridão inserido em células de transparente brancura. A luz no centro de um universo é assim
eclipsada por formas incongruentes, as quais lançam suas sombras sobre corpos celestes que
giram na periferia do universo. Entre o núcleo e os elétrons do ser do homem, ilhas de
escuridão, como grades e campos de força flutuantes, impedem que o espaço seja penetrado
pela luz do sol do meio-dia _ a luz no interior do coração. De forma similar, no Macrocosmo,
nebulosas escuras obstruem a luz da Via Láctea. A cabeça de cavalo na constelação de Orion é
um exemplo da má qualificação das energias do Espírito Santo no vácuo macrocósmico.

É responsabilidade do homem recuperar os recursos da sua individualidade que, em função das


suas qualificações erradas, lhe poluem agora o corpo, a mente, a alma e o ambiente. Para se
desincumbir dessa responsabilidade, ele precisa determinar, primeiro, que não vai mais poluir a
corrente pura que flui para ele da fonte do Ser e vai qualificar essa energia, que recebe da
Presença e do Universal, somente com os padrões do Cristo. Ele precisa substituir os padrões
terrenos por padrões celestiais, em seguida, precisa começar a qualificar novamente as energias
que qualificou de modo errado no passado, invocando o fogo sagrado de Deus para transmutar
suas trevas em Luz.

Assim, o homem tem uma responsabilidade dupla perante si mesmo e perante o seu mundo,
pelos seus usos presentes e passados das energias do Espírito Santo. Ao arcar corretamente com
essa responsabilidade, ele abre o caminho para realizações mais nobres no futuro; tendo sido fiel
às energias que lhe foram confiadas, no presente e no passado, ser-lhe-á dado domínio como o
governante de maiores energias e mundos no futuro.

O manto do Cristo (o Espírito do Cristo Pessoal) é outro recurso que está à disposição do
homem, quando ele preenche certos requisitos da Grande Lei. Quando o iniciado na Senda
domina a arte da abnegação e aprende a deixar que a mente do Cristo permaneça nele,
qualifica-se para o ritual da transfiguração, também conhecido como a mudança de vestes. Ao
revestir o seu ser e a sua consciência com a veste inconsútil do Cristo vivente (tendo retirado da
alma a mortalha escurecida da mortalidade), o homem estabelece, dentro de si e ao redor da
sua forma, o campo de força da espiral da ressurreição, o qual, mantido por meio da sua
devoção à chama da ressurreição, é o catalisador necessário para a cristalização final, no seu
mundo, dos padrões crísticos que estão selados no interior da Imagem Verdadeira do Eu Divino.
Assim, cada concessão de graça, confirmada pela ação correta, aperfeiçoa o homem como o
cálice no qual Deus derrama os recursos da vida imortal. O deleite do Espírito Santo, ao entrar
no receptáculo purificado que acolhe o Messias infante da Imagem Verdadeira do homem, é a
alegria conhecida no céu por causa de um "pecador que se arrependeu:"
Quem se junta aos peregrinos na Senda do esforço imortal tem à sua disposição os momentums
do Bem Divino invocados por todos que caminharam na Senda antes dele, até obterem a vitória
da Cristicidade individual. Esse momentum dos peregrinos em ascensão é o manto do seu
padrão de identidade - o espírito da vitória da sua superação - que eles, de acordo com a Lei,
podem legar aos que seguem as suas pegadas.

Na ordem da Hierarquia - a cadeia cósmica por onde passam os recursos do coração do Sol para
o coração de um elétron - a manifestação maior do Bem Divino, e a mais alta individualização da
chama de Deus, torna-se um magneto para elevar todas as individualidades menores às alturas
do seu domínio divino.

O desdobramento progressivo da Realidade no interior do campo de força da consciência do


homem precisa realizar uma correspondente renúncia à irrealidade. Quanto mais Luz o homem
invoca, mais trevas dissipa. A transmutação do que não merece ser perpetuado em Deus ou no
homem é realizada automaticamente, à medida em que o homem preenche com Luz o vácuo do
seu ser consciente e inconsciente. Pois o homem íntegro torna-se Íntegro por meio da Luz
conquistadora (I) do Pai (transmitida pela Presença do EU SOU), (2) do Filho (concedida como o
manto do Cristo) e (3) do Espírito Santo (disponível pela chama trina e Presença Universal de
Deus e dos Seus emissários).

Esses são os poderes usados por Jesus Cristo quando repreendeu o espírito imundo e curou a
criança que os discípulos não tinham conseguido curar. Assim, "todos pasmavam da majestade
de Deus"29 em Cristo, da qual eles mesmos ainda não tinham a mestria. Mas ele ensinou que
todos podiam dominá-la, quando deixassem que também estivesse neles a mente que estava
nele.

Os QUATRO CORPOS INFERIORES

Paulo disse: "Não sois de vós mesmos. Porque fostes comprados por bom preço, glorificai, pois,
Deus, no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus."

Tal como um retrato é esboçado por tintas em uma tela e delas separado não existe, também o
homem é um esboço na tela da consciência de Deus e não tem existência real apartado dela.
Sua vida é a vida de Deus; sua identidade é mero detalhe de um fragmento do imenso afresco
que é o Ser de Deus. Suas energias são as energias de Deus, pois Ele, que está no coração de
toda a substância, está presente em todo lado, no núcleo de logo branco do átomo. Portanto, o
homem pode ser apenas o que já é - um retrato desenhado na vida que é de Deus.

A imagem sintética é o ponto focal para a ilusão da separação, pois imagina que está separada
do Ser de Deus e que sua substância vem de si mesma. Não sabe que a energia, gasta na busca
de prazeres com total indiferença, pertence ao Altíssimo. A mentira de que o homem está
separado de Deus é a mentira pela qual a sua verdadeira identidade é condenada. E assim foi
escrito no Livro da Vida: eles acreditaram na mentira e a sua condenação foi justa!

O que o homem acredita torna-se a lei da sua vida. Enquanto acreditar na mentira da separação,
ele se autocondenação reside na consciência da Verdade, mas na consciência da mentira. Ao
negar sua unidade com Deus, que é a energia universal, o homem nega a própria individualidade
Crística, portanto, o Cristo Universal não tem outra alternativa a não ser negar sua identidade
perante o trono da vida - "Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também
diante de meu Pai que está nos céus."

O homem que, pelo uso do livre-arbítrio, se une à irrealidade, é condenado pela sua mentira a
ser irreal, até decidir desafiar a mentira e afirmar a Verdade eterna da sua individualidade
Crística. Se o homem aprendesse a apreciar a felicidade de ser uma gota no oceano de Deus se
rejubilaria para sempre nessa Unidade. Compreenderia que não tem uma identidade separada de
Deus, nem desejaria a separação do grande mar do Ser de Deus. Serápis Bey exprimiu a
felicidade dessa união da seguinte forma: "Não existe um momento mais belo, mais puro, mais
adorável, do que aquele em que o indivíduo, como uma brilhante gota de orvalho, desliza para o
mar da Unidade Divina."

Com a dádiva da identidade, Deus concedeu ao homem sete campos de força, cada um com
uma freqüência diferente, proporcionando-lhe, portanto, uma oportunidade única para focalizar a
individualidade da Consciência de Deus. Esses sete campos de força de percepção, aos quais
chamamos os sete corpos do homem, são: (1) a Presença do EU SOU, também conhecida como
a Presença Eletrônica de Deus, que contém o padrão do Eu Verdadeiro; (2) o Corpo Causal do
homem, que envolve a Presença do EU SOU como o cálice para todo o Bem que o indivíduo
qualificou em palavras, pensamentos e ações, desde o momento da criação, quando o padrão da
sua identidade estava selado no núcleo de fogo do Eu Divino; (3) o Cristo Pessoal, ponto focal
para a manifestação do Cristo Universal no indivíduo, por meio da ação do Espírito Santo; (4) o
corpo etérico ou corpo de memória, veículo para a alma, que mantém o padrão da imagem
perfeita a ser manifestada no mundo da forma; (5) o corpo mental, veículo para a mente de
Deus por intermédio do Cristo; (6) o corpo emocional, veículo para os sentimentos de Deus e
para a energia em movimento (em moção); e (7) o corpo físico, veículo para o poder de Deus e
ponto focal para a cristalização das energias dos outros seis corpos na forma.

Neste capítulo, discutiremos os quatro corpos inferiores como a oportunidade que é dada ao
homem para manifestar o Cristo nas dimensões do tempo e do espaço. Os quatro corpos
inferiores são pontos de referência para a mestria do homem sobre si mesmo e sobre o seu
ambiente, por meio da mestria das Quatro Forças Cósmicas, conhecidas como terra, ar, fogo e
água. Elas formam o quadrado na base da Pirâmide da Vida e, a menos que se manifestem de
forma equilibrada nos quatro corpos inferiores, nem o homem nem as suas criações podem ser
aperfeiçoados ou tornados permanentes.

Os quatro corpos inferiores são revestimentos vibrantes de energia e cada um corresponde a um


dos lados da Grande Pirâmide. A chama no centro da Pirâmide é a chama do Cristo, que é a vida
de todo homem, "o Paracleto dual renascido."

Essa chama estabelece a identidade do homem e é o fator unificador dos quatro corpos
inferiores. Como campos de força interpenetrantes, esses corpos são pontos focais para a
desaceleração das energias do Espírito que coalescem como Matéria. Um estudo sobre as Quatro
Forças Cósmicas, a Grande Pirâmide e as leis que governam os ciclos da liberação da energia de
Deus através dos quatro corpos inferiores, serão abordados em capítulos posteriores. Agora,
vamos explorar a função e o propósito dos quatro corpos inferiores do homem.

O corpo etérico ou corpo de memória corresponde ao lado norte na Cidade Quadrangular e à


base da pirâmide. É o corpo de fogo e, como tal, tem a vibração mais alta dos quatro corpos
inferiores. O corpo etérico, ou invólucro etérico, é o único corpo permanente dos quatro veículos
inferiores. Permanece de uma encarnação para a outra, enquanto os corpos mental, emocional e
físico passam pelo processo da desintegração. (No entanto, todas as virtudes e retidão que o
homem qualifica por meio desses corpos, são armazenadas no Corpo Causal para que nunca se
perca nada que tenha valor ou permanência.)

No corpo etérico existem dois campos de força que, por vezes, são chamados corpo etérico
superior e corpo etérico inferior. O corpo etérico superior foi concebido para registrar a perfeição
da Presença do EU SOU e para ancorar no homem o padrão divino da sua individualidade
Crística. Ele acolhe a alma e as energias puras de Deus que fluem para o ser do homem,
transmitidas pelo poder da Palavra falada. O corpo etérico inferior é a mente subconsciente,
aquele computador que armazena os dados da vida do homem - todos os seus pensamentos,
sentimentos, experiências, palavras e ações, que se manifestam por meio dos corpos mental,
emocional e físico.

Toda vibração que passa pelo ser do homem, todo humor sutil, todo motivo oculto, todo
pensamento vão ou palavra pronunciada pelo homem são impressos com incalculável precisão
sobre a substância plástica do corpo etérico inferior. A luz subliminar e as ondas sonoras, os
raios cósmicos que bombardeiam o planeta, os pensamentos e sentimentos discordantes dos
outros, dirigidos como setas de ultrajante sorte - todas essas coisas deixam marcas no corpo de
memória e devem ser levadas em conta como fatores modeladores da personalidade do homem,
até serem apagadas pelo fogo sagrado e, depois, substituídas pelas marcações perfeitas do
Cristo Pessoal.

Os registros no corpo etérico inferior são primariamente da imagem sintética e dos seus
envolvimentos na sociedade sintética. Camada após camada, esses registros acumulam-se como
uma sedimentação rochosa, de uma encarnação para a outra. Como o corcunda de Notre Dame,
o homem se curva sob o peso da sua carga até que a substitua pelo fardo de Luz oferecido pelo
Cristo, que diz às almas cansadas dos homens: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave
e o meu fardo é leve”.

A imagem do homem de Deus caindo sob o peso da sua cruz e a do Simão de Cirenéia, que se
destaca da multidão para tomar sobre si o fardo do Senhor, revelam a misericórdia de Deus que
desce nas horas de provação precedentes à crucificação do Cristo em toda Sua manifestação. É o
Cristo individual em cada homem, simbolizado aqui na pessoa de Simão, que é capaz de carregar
sozinho o peso da cruz da humanidade.

Se houvesse apenas um Filho de Deus, então, somente a Jesus seria permitido carregar esse
símbolo dos pecados da humanidade. Mas Deus concedeu Sua misericórdia a Jesus por
intermédio do Cristo Pessoal de Simão, para mostrar que, seja quem for que se apresente para
fazer as obras do Cristo, é digno de ser recebido como o Cristo. Assim também foi concedida
essa misericórdia ao malfeitor que se curvou perante a Divindade de Jesus, dizendo: "Senhor,
lembra-te de mim quando entrares no teu reino." E Jesus respondeu-lhe: "Em verdade te digo
que estarás comigo, hoje, no paraíso."

Porque ele tinha renunciado à Sua imagem sintética, já não precisava roubar a Luz de Deus. Ele
seria encontrado com Jesus na consciência do Cristo, que é realmente o único paraíso que
existe. Esses dois incidentes finais na vida de Jesus revelam que Deus não faz distinção de
pessoas (seus filhos puros) e que o peso do pecado de qualquer homem - mesmo o do mundo
inteiro - pode ser carregado pelo Ser Crístico de qualquer homem se, e quando, o eu inferior do
transgressor se inclinar perante a Luz maior do Filho de Deus.

Os corpos mental, emocional e físico formam o cálice para a trindade da ação do Cristo -
pensamento, palavra e obra - no mundo da forma. O corpo mental é a taça onde Deus derrama
Sua Sabedoria; o corpo emocional é a taça que contém Seu Amor; e o corpo físico é a taça que
distribui Seu Poder por meio do serviço dispensado a todos. Quando esses três corpos - uma
trindade na diversidade do homem - são respeitados como instrumentos delicados e mantidos
em sintonia adequada com as faculdades do Cristo, têm percepção e relacionamento
instantâneos com as leis de Deus e do Seu universo e com todas as fases da realização humana.
Os sentidos da alma funcionam através dos corpos mental, emocional e físico, quando o homem
dedica esses veículos como templos do Espírito Santo e retoma conscientemente ao estado
edênico. (Os corpos etérico, mental e emocional estão ancorados no corpo físico através dos
chakras, de que falaremos mais adiante.)

O corpo mental, a leste da cidade, foi concebido para ser o cálice da mente de Deus por
intermédio do Seu Cristo, suprindo o homem com uma sintonia perfeita com o próprio Centro da
Vida, no centro do cosmo, e com o núcleo de fogo branco de todo átomo em manifestação. Por
meio das matrizes geométricas da perfeição estabeleci das no corpo mental, homem é capaz de
comandar as forças da Natureza, controlar seu universo e ser o Grande Alquimista. Por
intermédio do corpo mental, o homem encontra a liberdade de se aquietar e saber que EU SOU
Deus; pois aqui, no Jardim do Éden do homem, toda idéia concebida na mente de Deus - cada
planta e erva do campo da sua consciência - é rega da com a Luz do Cristo e dá frutos de acordo
com a sua espécie.

Quando o corpo mental (ar) do homem se enche das vaidades da sabedoria mundana, perde a
flexibilidade, deixa de responder aos acordes delicados da Palavra perdida. É então que a lógica
da serpente lhe cativa a mente e ele baixa o cálice da consciência para partilhar do critério duplo.
Dessa forma, a mente carnal desaloja a imagem do Cristo, usurpa o trono de autoridade no
corpo mental e reina suprema na consciência sintética. Assim, o homem tem necessidade da
pureza focalizada pelos Querubins, os quais, quando invocados, elevarão a sua mente para que
ela possa receber, mais uma vez, as ideações da mente de Deus. Portanto, o Senhor Deus
colocou a espada flamejante a leste do Jardim do Éden, para guardar o caminho da Árvore da
Vida. Quando o homem invoca seu Cristo Pessoal para brandir essa espada, possui mais uma vez
a discriminação instantânea entre a Verdade e o erro, o Reto e o errado, o Bem e o mal,
Perfeição e imperfeição, Realidade e irrealidade. Mais uma vez, os pilares da antiga sabedoria
ornam o templo formoso que o corpo mental deve ser, até mesmo enquanto suportam a
estrutura da mente.

O corpo emocional corresponde ao lado sul da Cidade Quadrangular, como o refletor dos
sentimentos de Deus e do seu Cristo, da misericórdia e da compaixão, da fé e da esperança, de
amor borbulhante, alegre determinação, zelo ígneo, apreciação da lei e da ciência cósmicas e das
artes divinas. Ele é também o repositório dos sentimentos do homem, dos seus desejos e das
suas emoções (suas energias em moção) que, em muitos, são mais turbulentas que pacíficas.
Quando o homem consegue a mestria do elemento água, o corpo emocional pode ser o espelho
da Imagem Verdadeira e suas energias podem ser dirigidas para refletir os sentimentos da alma
e o seu contato inato com a Realidade; ou, quando essas energias se voltam para as lúgubres e
hipnóticas emoções do mundo - o humano patético, a multidão irada, as trivialidades das novelas
- podem fazer da imagem sintética uma caricatura da loucura humana.

Tal como as marés são afetadas pelos ciclos da lua, também o corpo de água é afetado pelas
influências lunares, evidenciadas nas emoções extremas que as pessoas sentem durante a lua
cheia. Mas as águas do corpo emocional também respondem ao comando do Cristo Pessoal
individual - "Paz, aquieta-te!" Quando o homem tem o corpo emocional sob controle divino, tem
sob seu comando um dos maiores poderes do universo para implementar o Bem e para expandir
por todo o cosmo a liberdade da verdade, a paz da vida e o poder do amor.

O corpo físico, que corresponde ao lado oeste, proporciona ao homem a oportunidade de


exprimir o summum bonum da sua consciência na Matéria. Assim como o corpo etérico contém o
padrão da individualidade nos planos mais elevados, o homem, na Terra, também esculpe o
padrão da sua identidade na substância do corpo físico. Formado "do pó do chão" que já não
brilha com o esplendor do núcleo de fogo branco, esse tabernáculo da alma, esse templo do
Deus vivente deixou de ser transparente como era, quando emitia a radiação do Cristo Universal.
Em vez de ser o ponto focal para a cristalização do plano divino, o corpo físico (terra) do homem
tornou-se o sepulcro dos pensamentos e sentimentos imperfeitos registrados no seu corpo
etérico inferior.

O carma do homem, de que falaremos nos próximos volumes da coleção Sobe a Montanha Mais
Alta, ao qual fazemos breve referência nos volumes dos Ensinamentos Ocultos de Jesus,
determina as capacidades e limitações dos seus quatro corpos inferiores. As imperfeições da
forma física do homem podem ser causadas diretamente pela discórdia registrada nos outros três
corpos. As estátuas que representam o homem e a mulher, que na arte grega eram primorosas
na sua forma prístina, esculpidas pelo Mestre Escultor, são, muitas vezes, nos tempos de hoje, a
obra espalhafatosa de artesãos inábeis que, obviamente, não estudaram a simetria do Cristo
Pessoal - ou teriam encontrado o padrão puro que deve se manifestar por intermédio dos corpos
etérico, mental e emocional, que precisa ser preservado para que a forma física seja uma obra
de arte, uma maravilha científica e de grande eficiência. Assim, para manifestar a perfeição na
sua forma física, o homem precisa tomar o fermento da consciência Crística - "que uma mulher
[a Mãe Divina] toma e introduz em três medidas de farinha" _ e colocá-lo cuidadosamente nos
corpos etérico, mental e emocional, para que o fermento possa "levedar tudo."

Vejamos agora alguns dos princípios científicos que o homem pode aplicar para mudar esses
quatro veículos que Deus e a Natureza amorosamente providenciaram para a manifestação da
Sua verdadeira individualidade.

A CIÊNCIA DA INDIVIDUALIDADE

Quando Jesus ressuscitou Lázaro, demonstrou as leis da individualidade científica. Os quatro


corpos inferiores de Jesus estavam tão perfeitamente sintonizados com o Cristo Pessoal, sua
mente e Sua alma estavam tão saturadas com a Consciência universal do Cristo, que ele tinha
um domínio manifesto, não só sobre o seu campo de força, como também sobre todo o planeta
e sobre os quatro corpos inferiores de qualquer pessoa que se rendesse à Luz do Cristo.

Quando Jesus pronunciou o comando: "Lázaro, sai para fora!", houve uma resposta imediata da
alma de Lázaro, que desejava viver e acreditava no poder do Cristo para superar as forças da
desintegração, que já se manifestavam no templo do corpo. Com o consentimento de Lázaro, a
luz armazenada nos quatro corpos inferiores de Jesus foi imediatamente transferida para o seu
ser. E ocorreu uma reintegração das energias dos seus quatro corpos inferiores e ele se levantou
dos mortos.

A capacidade de manifestar nossa individualidade Crística ou de invocá-la em outra pessoa é


baseada na aplicação do princípio científico conhecido como santificação do espaço. De acordo
com essa lei, o filho ou a filha de Deus que se devota à Luz do Cristo pode expandir o poder, o
amor e a sabedoria de Deus ao consagrar o seu ser como um cálice do Espírito Santo. Santificar
o espaço significa consagrar à expansão da Luz os núcleos e os elétrons dos nossos átomos e o
espaço entre eles. Pelos núcleos e elétrons, que já são focos da Luz Crística, o indivíduo pode
magnetizar uma luz maior, enquanto nos espaços abertos entre eles, pode invocar uma
intensificação da ação do Espírito Santo e a sua qualificação com a perfeição. Dessa forma, todo
o seu templo do corpo torna-se uma habitação para o Deus Altíssimo, em vez de uma lixeira para
os detritos da consciência de massa e das suas energias mal qualificadas.

Assim, embora Deus esteja em toda parte - e não haja um lugar onde Ele não está - o homem,
pelo uso inteligente e amoroso do livre-arbítrio, pode magnetizar cada vez mais poder do
coração do cosmo, intensificando o campo de força de luz no interior do seu ser. Foi o que Jesus
fez, quando caminhou sobre as águas. Ao aplicar a lei da transferência de energia, pela qual ela
pode ser transferida de Deus para o homem ou de homem para homem, ele fez com que os
átomos do seu corpo absorvessem uma quantidade maior de raios cósmicos e de luz espiritual.
Quando todo o seu corpo estava cheio de luz, a atração da gravidade foi contrabalançada e ele
se consistia "tão-somente num raio de luz brilhando sobre as águas."

Para que Pedro pudesse receber a transferência de energia, teve de aplicar o princípio da
"magia-do-olho-verdadeiro". A imagem do Cristo mantida na mente de Pedro "numa
manifestação radiante e iluminada" tornou-se o foco para a transferência de luz que Jesus dirigiu
para ele. Enquanto Pedro manteve o conceito imaculado do Cristo, que Jesus também visionava
para ambos, a luz fluiu sobre o arco estabelecido entre eles pelo poder da sua atenção. Quando
Pedro entrou em um vórtice de medo, como Saint Germain explica, seu corpo tornou-se denso e
começou a afundar. Jesus restabeleceu o elo alquímico ao estender a mão a Pedra e "0 fluxo da
energia espiritual, através da sua mão, uma vez mais elevou Pedra, colocando-o em segurança."

Os milagres da vida de Jesus não foram realmente milagres, pois o termo milagre pressupõe
uma exceção à lei natural. Na verdade, seus poderes para curar doentes, ressuscitar mortos,
produzir feitos de alquimia, e até mesmo perdoar os pecados, eram a realização de leis cósmicas
não compreendidas pelos seus contemporâneos e que, ainda hoje, não estão totalmente
explicadas.

A diferença entre Jesus, o Cristo, e os homens comuns era a diferença entre o momentum de luz
pura qualificado nos seus quatro corpos inferiores e as acumulações impuras de substância mal
qualificada nos quatro corpos inferiores deles. Jesus consagrou seus veículos inferiores como
cálices do Cristo Universal e, assim, tornou-se o Cristo encarnado. O fogo sagrado que invocava
e as leis que aplicou para alcançar mestria pessoal estão à disposição de todos que desejem
seguir suas pegadas, pois o registro mostra claramente que, tanto antes como depois da Sua
missão, os que aplicaram os mesmos princípios científicos que ele demonstrou conseguiram os
mesmos resultados.
Os Propósitos da vida estão claramente especificados, mas nem sempre são lidos com clareza -
mesmo quando um ser como Jesus deixa os registros de um exemplo perfeito da realização
Crística individual desses Propósitos. As massas espiritualmente ignorantes são facilmente
desviadas do tema central da criação - a comunhão com a vida, com o verdadeiro Ser, com a
Origem Única de energia, que é Deus. Sem a comunhão, a chave para a individualidade científica
não pode ser obtida.

E a comunhão parcial não é suficiente. Os átomos do ser do homem precisam fundir-se com os
átomos do Ser de Deus. O átomo que é o homem precisa fundir-se com o átomo que é Deus. Os
quatro lados da Pirâmide da Vida precisam ser congruentes com os quatro lados da consciência
de Deus, representada na Cidade Quadrangular. Por meio de períodos alternados de oração;
meditação, serviço e afirmação da Verdade e da retidão, o homem alcança maior sintonia com
Deus e com a Natureza, e o véu que pendia entre o Santo dos Santos do Ser de Deus e a chama
da centelha individualizada da identidade rasga-se em dois.

Como Salomé com os seus sete véus (perversões dos sete raios), o homem tem muitos véus que
se interpõem entre ele e Deus - finas teias de medo e orgulho, ignorância e farisaísmo. De fato,
ele tem um véu que justifica cada fase da Sua existência mortal. Compete-lhe invocar o fogo
sagrado do mais fundo do seu ser para consumir esses véus que obscurecem a Imagem da
Realidade, comprometem o padrão da Verdade e impedem que ele reconheça e avalie as
impurezas dos seus quatro corpos inferiores.

A purificação do ser é o ritual de uma vida; embora o Senhor não despreze nem rejeite os
mortais que pecam, não considerará sem culpa quem "toma o seu nome em vão. Isso significa
que, quando o homem usa os poderes da palavra sagrada EU SOU, para apoiar futilmente a sua
personalidade e fortalecer a complacência do ego humano que, muito simplesmente, não se
rende ao Ego Superconsciente - então, o SENHOR, ou a Lei, exige o pagamento da energia
usada em vão.

A anulação das iniquidades praticadas deve se dar de acordo com a lei dos ciclos, o que,
entretanto, não pode ser realizado em um dia, por maior que seja a devoção do homem à
Verdade, depois de tê-la encontrado. A intensidade necessária de fogo sagrado para consumir
toda a escória da sua consciência, se aplicada imediatamente, não só consumiria suas energias
mal qualificadas, como também o próprio ser do homem, que ainda não passou pelo teste de
fogo nem se tornou permanente por meio do ritual da ressurreição.

A cada novo dia, o homem recebe seu quinhão de substância mal qualificada, que precisa
transmutar, se deseja controlar o ciclo de 24 horas. Essa transmutação é realizada pelo mundo
afora por meio da prática de vários rituais: os hindus, por exemplo, dão o seu tradicional
mergulho matinal no Ganges, recitando mantras sagrados, enquanto os devotos cristãos e os
muçulmanos oferecem suas devoções ao nascer do sol. Seja qual for sua fé, o homem, após ter
feito suas abluções espirituais, pode prosseguir com os seus projetos criativos, livre dos vãos
momentums do passado. O Senhor disse: "Basta a cada dia o seu mal. "Isso significa que em um
determinado ciclo.o homem recebe apenas a porção do véu de energia que, em parceria com o
Cristo Pessoal, pode superar com segurança. O homem precisa compreender que, por decreto
divino, nunca recebe um teste que não possa passar, pois esse princípio é científico. Mas ele
precisa abordar a purificação dos seus quatro corpos inferiores com sentimento de reverência
pela ciência sagrada que Deus lhe legou para implementar sua salvação. Se usar as fórmulas
corretas, selecionar os princípios que se aplicam a cada experiência em mestria pessoal, se
nunca desistir até ter diante de si os resultados da sua demonstração da lei cósmica, o homem
pode obter a vitória científica sobre o seu ser e sobre o seu mundo - porque o Grande Alquimista
assim o decidiu.

Todos os filhos e filhas de Deus podem e devem aprender a controlar o fluxo de energia nos
quatro corpos inferiores e no ambiente. Para alcançar esse controle é preciso dominar primeiro a
técnica praticada por Maria, a Mãe de Jesus, que é escutar no estado de graça que leva a alma a
magnetizar realmente a Presença eterna de Deus, que se torna a força e a proteção das
realizações divinas. Por meio da comunhão com a Presença, o indivíduo torna-se cônscio do
intento universal relativo à própria vida; e o Eu Divino derrama a energia no seu campo de força
(como um fluxo de luz radiante) e o conhecimento de que necessita para realizar esse intento.
Ao praticar a arte de escutar em graça, de ser receptivo à Verdade e de não resistir ao amor, o
homem recebe bênçãos de esperança e de salvação que o encorajam a aceitar a iluminação do
seu Cristo Pessoal, que o convida a mudar, em vez de continuar a manter uma constante
devastação no seu mundo.

A declaração: "E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria” revela que
existe uma possibilidade de o indivíduo administrar o tempo que usará para trabalhar na sua
salvação. O homem velho, que se identifica com a personalidade transitória, pode ser posto de
lado, mesmo enquanto o homem novo aparece; o homem velho precisa ser posto de lado para
que o homem novo, manso mas poderoso, possa herdar a Terra. O tempo que levará esse
processo, de descartar o homem velho e se revestir do novo é determinado tanto pela Lei como
pela aplicação dos princípios científicos feita individualmente. Embora os ciclos da sua superação
não possam ser omitidos, podem ser acelerados ou mesmo transcendidos, se o indivíduo passar
essas iniciações que o Senhor, a Poderosa Presença do EU SOU, lhe exige.

O mesmo acontece nos sistemas educacionais do mundo. Para graduar-se em determinada


escola, o estudante tem de saber certas matérias, escrever uma tese e passar um exame.
Quando termine o trabalho, recebe seu diploma, quer isso leve um mês quer um ano. As
mesmas regras aplicam-se à mestria da individualidade científica. Assim, Jesus disse: "Porém
muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros" tornando claro que os
méritos do esforço individual pesam na balança em que é adjudicada a graça de Deus.

É indubitável que muitos alcançariam a liberdade em uma vida, não fora a densidade dos
pensamentos e sentimentos humanos alojados nos seus quatro corpos inferiores que os
impedem de sentir e exprimir a Deus. Esses eflúvios fazem com que permaneçam envolvidos em
um ciclo contínuo de atividades que geram carma _ sequências de causa e efeito em um mundo
de bem e mal relativos.

A maioria dos erros da humanidade é cometida em uma total ignorância da Lei, cujos preceitos
[os indivíduos] seguiriam com satisfação se soubessem como fazê-lo. A máxima - "Cuidado!" _
deve ser seguida pelos homens em tudo que fazem, pois, ao se acautelarem, a individualidade
científica é preservada, mesmo enquanto o homem ainda se encontra no estado de "vir a ser". O
homem cuidadoso não é o tolo que se lança onde os anjos temem pisar, nem é o que disse no
seu coração:"Não há Deus.'' O homem cuidadoso é o cientista a quem nunca falta a coragem das
próprias convicções, nem a humildade para invocar do Alto os meios para implementá-las.

A frase _ "os vivos e os mortos" - aplica-se às duas categorias de pessoas que habitam na Terra.
Os vivos são aqueles cuja consciência da alma já foi vivificada, cuja percepção os identificou
como uma parte de Deus que deve voltar para o Todo pela prática do ritual da individualidade
científica. Os mortos são aqueles que se veem como tendo uma existência separada de Deus. Ao
viverem totalmente para a imagem sintética, tornaram-se uma lei para si mesmos; e porque essa
lei do pecado, que agora batalha nos seus membros, se opõe à Lei da Vida, eles ficam sujeitos à
lei da sobrevivência e da morte pessoais - do mal e do bem relativos.

Uma vez que o homem, como aprendiz do Grande Alquimista, é livre para fazer experiências no
próprio laboratório, pode estabelecer - e estabelece - leis nos seus quatro corpos inferiores que
entram em conflito com as leis naturais. Essas leis feitas pelo homem prendem-no a ciclos de
causas e efeitos que o impedem de praticar a alquimia mais avançada e a sua demonstração da
lei cósmica. Os que gostariam de ser vivificados devem compreender que, para quebrar os elos
de ferro dessas restrições auto impostas precisam, em primeiro lugar, estudar os princípios da lei
cósmica e, depois, descartar, linha após linha, todo conceito retido na consciência que possa
impedir a plena manifestação da Verdade capaz de libertá-los. A força das leis feitas pelo homem
encontra-se na aceitação desses conceitos pecaminosos, sobre os quais se baseiam, e nos
padrões de hábitos pecaminosos que reforçam o mau uso que ele faz da energia de Deus.
Pedaço a pedaço, o homem precisa retirar do eletrodo do seu ser as espirais de hábitos, desejos
e conceitos errôneos, que são o fundamento dessas leis, em função das quais ele limita a
capacidade ilimitada que Deus deu à sua alma para manifestar o Bem.

Os quatro corpos inferiores do homem são os veículos providenciados por Deus para a sua
individualização da chama divina. A partir da chama do Alto, surgiu a dualidade indivisa, a partir
da chama embaixo, surgiram os quatro aspectos da individualidade científica. Os quatro veículos
podem ser visualizados como quatro escorredores ou tambores, um dentro do outro. O corpo
etérico é o maior: dentro dele encontra-se o corpo mental, depois o emocional e, finalmente, o
físico.

A luz da consciência Crística flui através de um padrão [semelhante] a pontos perfurados sobre a
matéria de cada corpo do homem, que é diferente para cada corpo. (Ele também varia de
indivíduo para indivíduo, de acordo com o seu padrão divino.) Todavia certas chaves que se
correspondem dentro dos padrões proporcionam a conexão das energias dos quatro "tambores",
permitindo que cada indivíduo integre as funções dos quatro corpos inferiores com a sua
personalidade. Somente quando as perfurações estão perfeitamente alinhadas (quando os
buracos dos quatro "escorredores" estão uns sobre os outros), a luz pode fluir e brilhar
constantemente. Quando os buracos dos "escorredores" estão completamente desalinhados, a
luz, na melhor das hipóteses, mal consegue se infiltrar, e a pessoa torna-se lenta e inapta.

Também é preciso considerar o alinhamento da freqüência dos corpos de acordo com o


quadrado na base da Pirâmide. Quando as frequências eletrônicas dos quatro corpos inferiores
se encontram no nível adequado e os corpos estão nos ângulos corretos, um em relação ao
outro, o acorde da identidade é harmônico e a nota do padrão Crístico individual pode soar. A
substância mal qualificada alojada nos espaços abertos dos átomos do homem faz com que seus
quatro corpos inferiores fiquem mal alinhados e não funcionem de forma adequada. Esses
eflúvios também impedem a manifestação equilibrada das qualidades do poder, da sabedoria e
do amor, que devem estar eqüilateralmente equilibrados para que a identidade Crística do
indivíduo possa manifestar-se na forma.

Porque "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus," como disse Paulo, todos têm
necessidade de reverter a tendência para a imperfeição nos seus veículos inferiores. Todos
podem começar por invocar a Deus diariamente e pedir os fogos da purificação para ressuscitar
a expressão equilibrada dos atributos do Cristo no seu caráter, sentimentos, pensamentos e
ações. A transformação alquímica induzida por esses fogos leva finalmente ao alinhamento dos
quatro corpos inferiores e à elevação da Pirâmide da Vida, construída, pedra por pedra, com a
devoção do homem a Deus e do serviço aos seus semelhantes. Logo que o alinhamento do
quadrado sagrado - fogo, ar água e terra - é alcançado no ser do homem, as células e os átomos
dos seus quatro corpos inferiores também se alinham e, assim, a sintonia das faculdades da alma
com a Presença Divina é estabeleci da e mantida mais facilmente pelos veículos purificados.

O fio de contato entre o eu inferior e o Eu Superior é fortalecido por meio do ritual da invocação
da luz e do seu uso no serviço à vida. Toda experiência em que a alma do homem em êxtase se
funde com o Espírito de Deus em uma sagrada comunhão, reforça esse fio, até ele se tornar uma
escada de luz pela qual o ser mortal subirá, um dia, para a liberdade imortal. Assim, a memória,
o pensamento e o sentimento de comunhão espiritual, uma vez sentidos pela consciência
externa, tornam-se pontos focais para o restabelecimento do ritual, e a luz daí recebida, quando
mantida com pureza e harmonia, proporciona a plataforma de onde a alma pode elevar-se cada
vez mais, até alcançar as vastas distâncias da consciência de Deus.

É preciso ter cuidado para que nos sintonizemos com a Realidade por intermédio da mente de
Cristo, e não com a irrealidade, por intermédio das subfases mais familiares da consciência
humana. O desejo de parecer sábio entre os homens, ou de usar os frutos da comunhão
espiritual para controlar os outros faz com que o buscador seja automaticamente privado da sua
sintonia com o Cristo, assim como de qualquer mestria temporária que possa ter ganho, pois as
bênçãos do SENHOR são reservadas aos humildes e puros de coração.

O único método seguro para alguém entrar em sintonia somente com a mais elevada Origem do
Ser é entregar primeiro ao Cristo a sua consciência humana, o ego humano, intelecto humano e
vontade humana com as motivações que os acompanham, como desejos imoderados,
pensamentos e memórias de envolvimentos com a consciência sintética. Se uma pessoa
renunciar de todo o coração à sua simpatia pela imagem sintética, então, o desapego do eu e
das possessões do eu _ ou o estado de não-desejo - permitirão que a alma passe através da
densidade não-transmutada do seu mundo e vá diretamente para os braços do seu Ser Crístico -
antes da hora do seu aperfeiçoamento. Mesmo quando a renúncia é completa, a pessoa deve
invocar a ajuda dos Querubins para que guardem o caminho das energias da Árvore da Vida no
interior da alma e para que selem o lugar (os quatro corpos inferiores) onde o mal transitório
habita.

O amado EI Morya disse: "O homem não pode ser perfeição se não vê a perfeição". O que
impede o homem de ver a perfeição é a densidade da consciência humana, que oblitera a luz da
verdadeira identidade. A ciência da individualidade é a ciência da renúncia da consciência
humana; a menos que o discípulo aborde a renúncia cientificamente, como Jesus fez, e siga os
métodos dos Mestres Ascensos, nunca será bem-sucedido nas suas experiências para precipitar a
consciência Crística.

A individualidade só é científica quando completamente dominada pela Imagem Verdadeira.


Portanto, a imagem sintética deve render-se - nem que seja somente por não ser científica. A
mente deve renunciar aos pensamentos sintéticos, as emoções devem renunciar aos sentimentos
sintéticos, a memória deve renunciar aos padrões sintéticos, e o corpo físico deve renunciar aos
seus impulsos, motivos e momentums sintéticos. Só então o sentimento de separação da Origem
será eliminado, só então os que estão mortos [em consciência] serão vivificados e se erguerão
do vale das ossadas para herdar a sua individualidade redentora. A harmonia é o grande
requisito da renúncia, pois com ela o homem estabelece a sintonia com Deus e, quando ele está
sintonizado com Deus, identifica-se com a Realidade. Assim, quando a sintonia é completa, sua
renúncia à imagem irreal é imediata, pois na presença esplendorosa da Realidade ele vê que o
que é irreal não faz efetivamente parte da sua individualidade. Quanto maior é a sintonia da
pessoa com a Realidade, mais fácil é renunciar. Além disso, é exatamente o peso ou a medida da
consciência Crística que o homem realizou que determina o peso ou a medida da consciência
humana, que pode ser transmutada em determinado ciclo. "Porque, àquele que tem, se dará e
terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado”. Quanto mais
perfeição o homem puder ver, mais [perfeito] ele poderá ser; e quanto mais perfeição ele puder
ter, mais imperfeição ele entregará ao fogo sagrado da transmutação.

Não sabendo como o SENHOR julgará sua longa ausência, o homem aproxima-se do altar
sagrado da Verdade com temor e tremor; pouco a pouco, ao sentir o Seu calor e cuidado
amoroso, levanta a cabeça com renovada fé e esperança de que a vida pode ter sentido.
Esperando na palavra do SENHOR - pois recorda a Sua promessa: "Chamar-me-ias e eu te
responderiam” - ele recita a oração da renúncia:
"Tudo que eu pensava meu,
Laços, meu nome e fama,
Culpas e dor
Tudo isso lanço em Teu ardor.
Tudo isso lanço em Teu fulgor.
Meu resplendor eu vejo então
Vindo do coração de Deus,
Do teu amor precioso dom.
Descendo agora a Tua Presença
E em resposta à oração,
Revela a Tua paz em mim
Eternamente em ação.
Consente em Te honrar agora
E retomar ao que é Teu,
Meus olhos, sim, não vêem a hora
De encontrar- Te, enfim, Ó Deus.
De encontrar a Luz que deste
Ao brilho da manhã celeste
Onde a renúncia faz nascer
Consagração que venho a ser
EU SOU aqui o que Tu és
A Tua graça surge em mim!
Venha o Teu reino em meu ser
E sobre o tempo vencerei”!
Quando a resposta é dada do Alto, ele aprende que a recompensa para a Sua fé obediente é a
oportunidade da iniciação.

Ao passar pelos primeiros testes da alma, ele recebe a dádiva da sabedoria. Agora, é convidado
a sentar-se aos pés do seu, Senhor, onde, um por um, aprende os preceitos da Lei e as coisas
que foram mantidas em segredo desde a fundação do mundo. Porque o homem ama a Deus
mais do que ama a si mesmo, é-lhe dada a chave que abre a porta da iluminação Crística. Sua
sabedoria desabrocha como um lírio de ouro, sua fé multiplica-se como um lótus azul e, com
determinação renovada, consagra sua alma pureza, à comunhão, ao serviço e à renúncia.

O homem nunca deve ter medo de renunciar ao que é Irreal, pois Deus nunca o privará, nem lhe
pedirá que sacrifique o Seu Filho Unigênito, manifestado como o Cristo Pessoal. A fé de Abraão
foi posta à prova por Deus, que lhe ordenou levar o filho único para oferecer em "holocausto."
Quando o patriarca provou que estava disposto a sacrificar tudo que a sua imagem sintética
prezava, que não recusaria nada ao SENHOR- até mesmo o seu filho único - o anjo do SENHOR
devolveu-lhe o que ele tinha renunciado e multiplicou as sementes da sua consciência Crística.

Assim, o SENHOR não exige o sacrifício da verdadeira identidade do homem, mas que ele
sacrifique os componentes da sua irrealidade. De acordo com a Lei, quando o homem dá tudo a
Deus, Deus também lhe dá Tudo. Quando o homem sacrifica o eu humano, Deus devolve-lhe o
Seu Eu Divino. Quando o homem renova alegremente a sua aliança para glorificar a Deus nos
seus quatro corpos inferiores e para fazer deles um verdadeiro templo do Espírito Santo, Deus
renova a Sua aliança e não recusa nada ao Filho que, finalmente, encontrou a sua Imagem
Verdadeira. Esse princípio pode ser provado cientificamente por todos que não têm medo de
experimentar a Verdade.

A individualidade não existe até que a renúncia seja total. Quando o homem entrega a Deus toda
a sua substância mal qualificada para ser purificada (simbolizada pelo veado preso nos arbustos
pelos chifres), Deus devolve-lhe essa substância transmutada para ser usada na expansão da Luz
e na criação de formas, ideias, e ações mais perfeitas "que deveras te abençoarei e
grandissimamente multiplicarei a tua semente, como as estrelas dos céus e como a areia que
está na praia do mar" E, assim, "No intercâmbio macromicrocósmico, no grande fluxo da vida, do
deleite, da alegria infinita," diz Saint Germain, "o homem sente a unidade de tudo que vive; e
reconhece que seu papel, como receptor dos benefícios do universo, implica a transmissão de
benefícios de sua própria consciência criativa de volta ao universo."

A oração científica para pedir pureza divina é feita como um canto gregoriano em nome da
Presença do EU SOU e da individualidade Crística de todos que evoluem para Deus. Ela contém o
ritmo e o momentum dos construtores de pirâmides e, portanto, pode ser usada para elevar a
Pirâmide da Vida no interior do campo de força dos nossos quatro corpos inferiores. Ao fixar a
atenção em Serápis Bey, o Mestre Construtor de Pirâmides, o devoto deve visualizar uma
pirâmide da mais pura brancura sobreposta à sua forma. A um terço da base, no centro da
pirâmide, está uma chama branca congruente com o seu coração, quando está sentado na
postura de lótus. Na ação da chama, a identidade de Deus e do homem é como uma só. A
chama consome toda matéria estranha, tudo que prejudica o plano divino, mas a sarça da
Imagem Verdadeira do homem não é consumida.
Amado Serápis, em nome do EU SOU
Peço-te que o raio da pureza aumente,
Rogando que a sombra não mais permaneça,
Eu espero que a Pureza agora apareça.

Minha mente purifica da fugaz impressão,


Meus pensamentos liberta da má direção,
Que a memória mantenha o lmaculado conceito
E eu guarde a pérola que é do Cristo o preceito.

Ó lembrança de milagre sem par.


Deixa a minha mente em Ti ponderar.
Discriminação Crística assim elimina
Tudo o que não seja Vitória Divina!

Liberta-me de toda a decepção,


Na Pura Percepção fixa minha mente,
Escuta agora a minha invocação -
Que meu Cristo Pessoal esteja aqui presente!

Ó chama Cósmica de grande Pureza,


De Luxor, arde em mim aqui,
Remove o fardo, a sombra, a tristeza,
Que eu possa ascender agora a Ti!

LIBERDADE NO MACROCOSMO POR MEIO DA MESTRIA PESSOAL NO MICROCOSMO

O indivíduo só pode alcançar a liberdade no Macrocosmo, depois de ter conseguido a mestria


pessoal no microcosmo - mestria sobre o fluxo e uso das energias nos quatro corpos, o que lhe
proporciona mestria sobre o seu ambiente. A dádiva da individualidade é a dádiva da
oportunidade criativa individual, é a realização da expressão individual da Chama Divina tornada
permanente pelo uso vitorioso que o homem fez das suas faculdades criativas.

O homem nunca deve esquecer que originalmente sua individualidade nasceu porque faz parte
da natureza do Criador oferecer novas oportunidades para que a vida se manifeste por todo o
universo que Ele criou. Está registrado em Gênesis que o Senhor Deus disse: "Não é bom que o
homem esteja só”, significando que não é bom para o homem a manifestação - ser uni só,' mas
que era necessário criar a dualidade indivisa. Esse conceito cósmico de unidade realizada por
meio da dualidade persiste em toda a Natureza como a oportunidade suprema para a
concretização da expansão da criatividade em Deus e no homem.

Vimos que o Pai desejou que o filho partilhasse do Seu domínio; vimos também que o homem-
criança não está preparado para assumir as responsabilidades inerentes a esse alto cargo,
porque lhe falta mestria pessoal. O herdeiro do trono (do três-em-um', da Santíssima Trindade)
não está pronto para a coroação que lhe dará oficialmente o direito de reinar. Por isso, deve
permanecer por um tempo nas salas de aula da Terra, que proporcionam oportunidades para
expansão e treinamento da sua consciência, para o crescimento da alma e o estabelecimento de
metas que o qualificarão para usar o manto real e empunhar o cetro da autoridade divina.

A única liberdade genuína que o homem pode ter e conhecer é a liberdade que Deus ordenou.
Essa liberdade só pode ser conhecida quando o homem usa com mestria a dádiva do livre-
arbítrio para dirigir as energias da sua vida à realização do seu padrão divino, pois, só quando o
homem pode controlar a sua vida, ele pode controlar o seu destino. E o seu destino é a sua
verdadeira e única liberdade.
O Mestre Serápis Bey falou sobre as perversões do conceito da liberdade individual projetados
sobre os filhos e filhas de Deus, para fazê-los reivindicar os seus, assim chamados, direitos
humanos, colocando-os acima e no lugar dos seus direitos divinos:

“Um dos problemas principais da consciência monádica é a insistência das pessoas - quando
submetidas à influência da mente carnal - em utilizar o livre-arbítrio que lhes foi concedido por
Deus para proteger sua individualidade a todo custo”. O individualismo não é corretamente
interpretado pelas massas e nem por muitos dos buscadores espirituais. Estes confundem aquilo
a que podemos chamar de 'direitos humanos' com aquilo a que escolhemos chamar de o 'direito
divino' do homem.

É verdade - e o mundo é prova disto - que os direitos humanos estão sendo utilizados pelos
homens, e que o prato de guisado humano, servido como engodo à consciência de Esaú,
continua privando os primogênitos da sua herança imortal. Mas o direito divino é outra coisa. O
direito divino é o plano imortal do homem universal. A intenção monádica - isto é, a
individualidade humana concebida por Deus e a sua natural gravitação rumo à unidade com o
seu Eu Verdadeiro - é o primeiro princípio, o alicerce no qual o padrão inerente da manifestação
crística única se expressa.

As pessoas buscam fora de si aquilo que já existe dentro delas. Tal como a totalidade do padrão
da natureza está contida na semente, assim também, na semente divina, o Verbo vivente é a
identidade divina, a identidade Crística e a identidade anímica inerentes a todo homem. Este é o
verdadeiro significado da frase 'Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar um e amar
o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas!’

O mestre humano tentou escravizar a sua própria identidade divina latente, que é a fonte de
toda a vida; e desse modo criou uma servidão pessoal que mantém as pessoas presas não à sua
Presença divina nem ao Eu Verdadeiro, mas sim a uma miríade de padrões mundanos cujo fim é
a transição e a mudança. (...)

Enquanto as pessoas tentarem dominar o mundo da ilusão por si mesmas, perderão a sua alma
ou serão expulsas do reino que não é deste mundo. De vez em quando, tentaram glorificar
circunstâncias do mundo exterior e glorificarem a si mesmas contra o pano de fundo das suas
fachadas; assim, buscaram uma glória temporal ao mesmo tempo em que pareciam seguir a
senda espiritual. (...)

A lei da relatividade funciona em tudo que é vida (em Deus e na Sua manifestação) e os limites
estabelecidos para a habitação do homem afetam tanto os que estão encarnados, como os que
estão fora do corpo. Isso quer dizer que a faixa de consciência ao alcance do indivíduo é limitada
enquanto ele limitar a si mesmo - enquanto limitar a expressão do seu Eu Divino, ao colocar seus
direitos humanos acima do direito divino. Para que vá além dos limites impostos pelo Eu Divino,
é necessário que o indivíduo passe do círculo da consciência humana para o círculo da
Consciência Divina.

Para demonstrar a lei que governa o intercâmbio de energia entre o Macrocosmo do Infinito e o
microcosmo do finito, a alma precisa de um treinamento espiritual determinado e deve passar
por determinadas provas, antes que a porção finita de si mesma possa ser projetada sobre a tela
da porção infinita do Eu Divino. Quando as fórmulas necessárias foram dominadas e a alma
adquiriu uma experiência suficiente no mundo da forma, capaz de lhe proporcionar o ímpeto
para a manifestação do reino do céu no âmago da sua consciência individualizada, ela foi
levantada do seu nicho mortal para a liberdade imortal por meio do ritual da ascensão. O homem
qualifica-se para esse ritual quando consegue expandir a consciência à sua vontade, mantendo-a
erguida como uma taça infinita para poder receber uma medida infinita do Ser Infinito.

O príncipe da Casa de Rakoczy, expoente da liberdade e de uma cultura de Era de Ouro,


conhecido e amado como o Grande Diretor Divino, dá o seguinte conselho aos que desejam
preparar-se diligentemente para a reunião com Deus, que é a única senda para a imortalidade:

"Somente pela realização e pela fé na continuidade da vida e na justiça da vida pode uma alma
preparar verdadeiramente a sua consciência para receber a imortalidade. Enquanto os indivíduos
estiverem convencidos de que a sua vida lhes pertence, tenderão a usar mal a dádiva do livre-
arbítrio para conter o diabinho egoísta que eles mesmos criaram. Quando compreendem que são
co-criadores da própria Realidade Divina - por muito estranhas que, em princípio, estas palavras
possam parecer ao homem natural - perceberão que o Espírito de Deus e a Sua energia são os
poderes renovadores de todo o campo da consciência, que torna o homem inteiramente novo. O
poder para renovar e apagar a mancha dos hieróglifos do erro permite que o homem contate a
corrente da consciência de Deus e seja infundido com a razão universal, com a razão pura de
Deus. Todavia o próprio nome de Deus tornou-se um anátema para muitos, por causa das
distorções, imaginações e exaltações humanas, falsamente estabeleci das como premissas .

Se dermos outro nome à rosa, nem por isso ela perde a doçura; a ontologia do homem, o estudo
da natureza do seu ser, é buscada na alma do homem, tal corno é formada nas entranhas, de
acordo com a natureza do Criador de todas as coisas. Verbo universal, o Logos, o poder do
Espírito e o poder da transformação, juntamente com o poder da mente Crística, contêm os
princípios dinâmicos pelos quais um mero indivíduo, em um corpo de carne, pode alcançar uma
união absoluta com o Espírito e a sua mestria pessoal.

Mas, se o campo da consciência for negligenciado e a velha mente carnal permanecer no


comando, isso certamente vai interferir na exteriorização da mente de Cristo. A mente de Cristo
é universal. Pertence às eras e a todos os homens das eras que estejam dispostos a
apropriarem-se dela.

Porque a vida que é Deus é transcendente, os que se graduam na escola da Terra não a perdem.
Em vez disso, a metade inferior da dualidade indivisa ganha em maior escala a Realidade que a
metade superior já possui. A percepção dessa Realidade pelo ser total do homem permite-lhe
estabelecer um campo de força de "co-atualidade" ou coexistência com a Presença Divina
individualizada de todos os seres ascensos e não-ascensos. Assim, tendo encontrado a unidade
com o Eu Verdadeiro, o homem une-se também ao Eu Verdadeiro de todo indivíduo concebido
por Deus.

Esse status de unidade obtém para o homem um passaporte para o reino da Identidade infinita,
pois o que Deus concedeu a um não pode negar, nem negará, seja a quem for. Assim, muitas
almas que, com Jesus, obtêm o selo da individualidade permanente chegam a um ponto da
evolução espiritual em que, também elas, se tornam, primeiro Deuses em embrião e, depois,
manifestações plenas de Deus. Essa é a única forma pela qual o Eterno pode partilhar as
melhores dádivas de Si mesmo com esses focos individualizados a quem criou e dotou com
poder do Alto. Assim, vemos que a declaração de Jesus se realiza em cada homem, uma vez que
ele se torne a manifestação plena do Cristo em ação: "É-me dado todo o poder no céu e na
terra."

A individualidade é verdadeiramente uma dádiva sagrada quando olhada do ponto de vista do


Cimo divino - do ponto de vista das alturas de Deus, que habita no homem individual.

Assim, o Cristo torna-se a meta de cada criança de Deus e cada criança é posta à prova com
essa finalidade. Para alcançar a Cristicidade, o discípulo deve provar sua mestria divina sobre o
mundo e sobre si mesmo. Isso acontece pelo uso correto do livre-arbítrio, do desenvolvimento
justo dos seus talentos e da forma correta de lidar com a energia de Deus. Além disso, [o
discípulo] deve alinhar os quatro corpos inferiores, equilibrar a ação do amor, da sabedoria e do
poder na sua consciência, e realizar o padrão da sua identidade. Resumindo, ele deve dominar
todas as condições exteriores, como Jesus fez, incluindo o derradeiro inimigo, que é a morte.

Os temas sobre o carma, o Cristo e a ascensão serão abordados mais profundamente em


capítulos subsequentes, juntamente com métodos para superar toda a consciência sintética.
Basta dizer que a mais elevada manifestação da individualidade a que a criação de Deus deve
aspirar é a realização da sua Cristicidade individual; essa é a sua razão de ser. A ascensão é o
certificado da Cristicidade. Esse ritual sagrado, que será definido em outro livro da coleção Sobe
a Montanha Mais Alta, Os Mestres e a Senda Espiritual, é o retorno da dualidade indivisa a um
estado de Integridade - à Origem ou estado primitivo de Ser; e realiza-se por meio da elevação
das energias ao nível vibratório da perfeição. A menos que a pessoa demonstre as leis que
definem a imagem do seu Cristo Pessoal, não pode ascender, mas, quando o faz, em pouco
tempo passará pelo ritual da ascensão. A pessoa que alcançou a mestria pessoal é chamada
Mestre; e, quando ascende e retoma para o coração da Presença do EU SOU, é conhecida como
Mestre Ascenso.

REALIZAÇÃO INDIVIDUAL POR MEIO DO Serviço À VIDA

Aqueles que se tornam Mestres Ascensos são imediatamente recrutados para o serviço mundial
como emissários do Altíssimo. Enquanto, antes da ascensão, eram instrumentos do Espírito
Santo em níveis externos, agora funcionam como seus instrumentos em "níveis internos" e usam
o momentum de luz combinado de todos os seres ascensos para implementar o plano de Deus
no Alto e embaixo. Seu auxílio é muito valioso para ajudar os irmãos e irmãs não-ascensos a
encontrarem seu plano divino e a submeterem-se à própria Identidade Divina.

Os Mestres Ascensos mantêm a preciosa dádiva da identidade originalmente gravada pelo Todo-
Poderoso na névoa de fogo de cristal, juntamente com certos aspectos da sua individualidade
que eles decidiram aperfeiçoar, espiritualizar e preencher com a Sua graça. Os momentums
individuais de virtudes divinas, de fé e boas obras desenvolvidos na escola da Terra são mantidos
após a ascensão e são os meios pelos quais um serviço maior pode ser prestado pelos Mestres
Ascensos na ordem da Hierarquia.

Coloca-se, então, a pergunta: a Cristicidade individual é assegurada pela graça de Deus ou pelos
esforços dos homens? A resposta é: por ambos. O homem consegue a imortalidade pela graça e
pelas obras. A graça vem de Deus, enquanto as obras são a implementação dessa graça por
intermédio do homem. A graça de Deus - Sua vida, luz e energia - é o recurso natural dado
livremente ao homem para que ele possa realizar o padrão da sua individualidade por meio da fé
e das boas obras. Se o homem fosse salvo somente pela graça de Deus, então todos seriam
salvos, pois a graça de Deus é dada livremente a todos, tal como o sol brilha sobre o justo e
sobre o injusto. Se a salvação do homem estivesse totalmente dependente da graça de Deus, ele
não teria oportunidade de exercer seu livre-arbítrio. Porque o homem decide aceitar ou rejeitar a
graça de Deus para implementar a Sua vontade, ele determina o próprio destino. Não são as
obras do bonzinho farisaico que merecem a recompensa eterna da vida imortal, mas as obras de
Deus manifestadas por intermédio do homem, conforme ele se torna o instrumento da obra
Divina pela graça de Deus. Precisamos rever aquela declaração tão importante feita por Jesus:
"Meu Pai trabalha e eu trabalho." Se tivermos uma perspectiva adequada do relacionamento do
homem com Deus, teremos a compreensão correta da obra de Deus manifestada no homem
através da Sua graça. Mas, primeiro, precisamos aceitar a graça de Deus como as Suas obras
manifestadas por nosso intermédio.

Como disse Tiago, que chamou a si mesmo "um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo": "Que
aproveita alguém se disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E se
o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhe
disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos, e lhe não derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito virá daí? Assim, também a fé se não tiver as obras é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras e eu
te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um Deus; fazes bem; também os
demônios crêem e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é
morta. Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaac? E cumpriu-se a escritura que diz: E creu Abraão em Deus e foi-lhe isso
imputado como justiça e foi chamado o amigo de Deus. Vedes, então, que o homem é justificado
pelas obras e não somente pela fé.''

Paulo disse: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus."? Sem a graça de Deus o homem não pode ser salvo, mas o que ele faz com essa graça
determina a sua salvação. As obras de que o homem se vangloria, ao dizer "Fui eu que fiz isso"
não são adequadas para a sua salvação, mas são as que ele, como obra das mãos de Deus,
realiza por intermédio do Cristo - obras "que Deus preparou para que andássemos nelas" - que
são o trabalho honesto do filho-servo, cuja recompensa está com ele na alegria do seu Senhor, e
não no elogio dos homens. Realmente, a fé e as boas obras são complementos vitais do Espírito
de Deus manifestados no homem como os aspectos ativo e passivo da Sua graça infinita.

Porque existem muitas facetas na individualidade de Deus, há muitas oportunidades para a


realização individual nos departamentos da vida que tanto podem ser aproveitadas no estado
não-ascenso, como no estado ascenso. Assim, os Mestres Ascensos, frutos das evoluções da
Terra ou de outros sistemas planetários e estelares, especializam-se em uma área específica de
serviço à vida. A colheita das suas boas obras, pensamentos e ações torna-se um tesouro de
energia e de informações que pode ser usado por quem já está no estado ascenso, para
contribuir com um serviço mundial maior, ou pela humanidade encarnada, como meio de ajudá-
la a alcançar a liberdade e a vitória sobre as condições externas. Portanto, cada Mestre, sendo
um especialista em uma ou várias áreas, está apto a aconselhar outras almas não-ascensas que
evoluem na mesma senda que ele seguiu. Em um volume separado, o Índice Biográfico Os
Mestres e os Seus Retiros oferece uma lista de Mestres Ascensos a quem podemos invocar
pedindo ajuda - como pediríamos a um irmão ou irmã mais velhos - para melhorar nosso serviço
e nossa área de especialização aqui na Terra.
Quando, de todo o coração, a pessoa aceita os Mestres Ascensos como seus instrutores, ela
deixa de estar ligada a opiniões e a especulações mortais infundadas, mas, por intermédio da
consciência exaltada dos Mestres, fica ligada aos conceitos do Cristo, fundados na luz da Origem
de todos - o Deus de todos. Os Mestres Ascensos não só são capazes de incrementar a nossa
evolução a partir do ponto de vista espiritual, como também podem falar a partir da alta posição
da mestria. Sua demonstração do poder da individualidade divina dá-nos a esperança de que
nem tudo está perdido e de que a nossa vida pode ser reformulada aqui e agora, até que os
nossos quatro corpos inferiores se tornem os veículos pelos quais nossa Divindade possa
funcionar. Assim, os Mestres são capazes de fazer manifestar a verdadeira individualidade no
homem não-ascenso, pois são a suprema expressão da individualidade de Deus no Homem
Ascenso.

A senda da Cristicidade pode ser seguida por meio do serviço à Vida em quase todas as áreas de
realização construtiva. Jesus ganhou a imortalidade ao longo de muitas encarnações de serviço à
humanidade, mas nem todos precisam seguir a senda que ele seguiu, pois nem todos têm o
mesmo padrão, o mesmo destino ígneo. Como Paulo disse: "E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores."
Uma pessoa pode sentir-se chamada para ser artista, músico, compositor ou escritor, cientista,
médico ou enfermeiro, escultor ou cirurgião, professor, ministro ou filósofo, inventor ou
filantropo, engenheiro, dona-de-casa, secretário ou executivo. Não importa onde uma pessoa
esteja ou o que faça, ela pode viver e ganhar a sua Cristicidade desde que tenha uma motivação
divina. As motivações humanas resultam sempre em fracasso espiritual; as motivações divinas,
embora, por vezes, possam redundar em falhas e fracassos humanos, são sempre bem-
sucedidas espiritualmente.

Um homem pode ser o Cristo sendo um bom ferreiro, um carpinteiro ou soldador. Não é tanto a
profissão que é importante, mas a forma como a pessoa responde a essa vocação. É a qualidade
da luz que a pessoa confere à sua vocação que faz a diferença. Quando nos preocupamos com
algo que não é o nosso chamado divino, podemos deixar de notar a nossa verdadeira vocação
quando ela se apresenta. É por isso que precisamos desenvolver um estado de graça de escuta
e, com toda a humildade, fazer orações diárias pedindo direção divina, depois de termos olhado
amorosamente para Deus e afirmado, não uma vez, mas muitas, até que as palavras se tornem
um mantra na nossa alma:
Não a minha vontade,
Não a minha vontade,
Não a minha vontade,
Mas sim a Tua seja feita!

Para realizar o alto chamado como um filho ou uma filha de Deus, precisamos fazer as obras
boas de Deus e não as obras boas dos homens. Precisamos pôr Deus e o Seu plano, em
primeiro, em último e sempre no centro da nossa vida. Não podemos deixar que nada, nem
ninguém, interponha-se entre nós e o nosso Deus. Se alguma coisa ou alguém, no céu ou na
terra, for mais importante para nós do que amar a Deus só por amá-Lo; então, não
encontraremos a realização individual e nosso serviço não terá a medida plena que a Lei requer.
É até possível amar mais o serviço que prestamos a Deus do que amamos a Deus, o que
também é idolatria. Quando falamos de pôr Deus em primeiro lugar, é isso mesmo que
queremos dizer e não podemos deixar que nenhum amor possa superar esse amor. Amar os
nossos pais e os nossos filhos, os nossos esposos e as nossas esposas são amar a Deus em
manifestação. Dedicamo-nos a eles porque temos dedicação por Ele, e por que Ele vive neles.
Todavia precisamos lembrar que Ele é o Todo e eles são apenas fragmentos do Todo, que nos
fazem estimar mais ao Todo. Encontramos a Deus neles e os encontramos em Deus, e não
somos privados de uma única faceta da alegria e da beleza do amor quando reconhecemos que
todos os amores procedem da grande fonte do amor de Deus.

Esforçarmo-nos por alcançar a Cristicidade significa fazer um esforço sincero para equilibrar a
Chama Trina (ver o Capítulo Seis) e alinhar os quatro corpos inferiores com a grande Pirâmide da
Vida. Significa dedicar nossa alma a uma missão que seja benéfica para Deus e para o homem -
não apenas confortadora para a vida, como também que incite a vida a avançar para uma
mestria espiritual maior - possibilitando que outras almas encontrem a sua liberdade. Pois a
Verdade que brilha quando a Luz do nosso Cristo Pessoal encontra a Luz no Cristo Pessoal delas,
eleva a todos na novidade da vida e em uma esperança transfiguradora.

Se uma pessoa nega que é religiosa porque não vai à igreja, não lê as escrituras nem faz
súplicas formais a Deus, mostra que ela não apreendeu corretamente a Palavra. Fazer o bem de
Deus é ser religioso, fazer o bem do homem é ser irreligioso. E não saber a diferença é um
sacrilégio. A linha é traçada pela nossa motivação - é a linha de demarcação que coloca o
homem neste ou naquele lado do reino.

Portanto é bom que o homem se interrogue por que faz o que faz. É pelo amor de Deus ou pelo
amor do homem? É pelo amor à Imagem Verdadeira ou pelo amor à imagem sintética? É para
glória do Ego Superconsciente ou para glória do ego humano? É para promover o plano divino ou
para promover plano humano? É para realizar o seu chamado ou para usurpar de outro? Se o
homem puder responder a essas questões, então, pode determinar se é realmente religioso ou
descrente. Se não gostar das respostas, pode sempre mudar o que não gostou, pois a qualidade
da transcendência, a capacidade de transcender o estado anterior é um dos dons mais
emocionantes que o Grande Alquimista deu aos seus aprendizes.

Uma nota final sobre a realização individual. Se não estivermos dispostos a viver e a morrer pela
Causa da Verdade, mais cedo ou mais tarde seremos confrontados com um teste pelo qual não
passaremos. Se tivermos medo de tomar o partido supremo pelo que acreditamos, seremos
barrados antes da meta, a nossa vida não será realizada e a nossa missão não será cumprida.
Em um assunto de tamanha importância, não seria bom definir a Causa pela qual se espera que
demos tudo? Os Mestres Ascensos que deram a vida por ela estão bem equipados para nos
darem os melhores conselhos, as melhores diretrizes e definições; portanto, vamos seguir os
seus ensinamentos como verdadeiros devotos da chama da vida para podermos conhecer o
Caminho e caminhar nele. Pois, no final, a obtenção da individualidade Crística significa perder a
vida, para que a pessoa e todos aqueles que a seguirem possam encontrar a sua vida em Cristo.

Em uma carta ao povo americano (que nos foi transmitida pelo Mestre EI Morya), escrita pelo
falecido presidente John F. Kennedy depois de ter saído da cena mundial, quando foi um
hóspede nas câmaras do Conselho de Darjeeling, ele definiu a dedicação total que precisamos
dar à causa para que a liberdade e as nossas vidas possam perdurar. Seu texto mostra a
verdadeira individualidade de uma alma que já não está limitada pelas convenções do mundo e
pelos fatores hereditários e ambientais que tendem a obscurecer a percepção universal da
Verdade; assim, essa visão mais ampla que, muitas vezes, acompanha a libertação do templo do
corpo, revela a identidade do homem como uma estátua de marfim enobrecida pela luz do sol da
Realidade, uma minuciosa obra de arte que raramente aparece na sua glória suprema enquanto
encerrada na forma mortal:

“A ação oscilante de emoções instáveis precisa diminuir na comunidade mundial. Enquanto os


sentimentos violentos continuarem a grassar, enquanto os sentimentos não forem temperados
pela razão, as soluções nobres para os problemas continuarão a ser negadas à humanidade.
Somente o bálsamo de um governo [orientado] pela lei e pela ordem pode manter o domínio da
humanidade de uma forma que se coadune com a dignidade humana e o avanço atual da
cultura. Liberdade é mais do que uma palavra para restringir as forças da anarquia e do caos. É
uma chama vital cuja luz eterna brilha fervorosamente para todos.

O medo e a restrição, que caracterizam um mundo onde a preocupação de cada homem é


apenas a estreita proteção daquela faixa limitada que chama sua, precisam ser substituídos por
preocupações mais abrangentes de interesse mútuo - a coragem de defender a moralidade, o
progresso nas artes e nas ciências, e a liberdade de religião, para fortalecer os baluartes das
realizações culturais do mundo.

Para alistar a ajuda de muitos, torna-se por vezes necessário fazer pequenos sacrifícios e,
depois, sacrifícios supremos, pois a tocha da liberdade não pode ser passada com sucesso para
quem não a carregar com honra e dignidade. Tal como no passado, o caminho para a liberdade
que o mundo oferece está cheio de marcos de progresso ilimitado. Todavia as estradas para a
realização ainda não foram aplainadas e estão cheias de atalhos e perigos ocultos.

Não podemos temer o futuro. Devemos tomar nota do passado e aprender pelo poder do
exemplo. Se qualquer esforço para progredir der algum fruto, será uma oferta adequada, e todos
que se esforçam. conjuntamente para alcançar metas comuns em prol da humanidade
desfrutarão, um dia, do brilho da tocha do futuro, quando a luz de um conhecimento maior,
segura nas mãos de uma humanidade unida, conduzirá os homens, levando-os das trevas para
uma luz maior.

É meu grande desejo que os fatos acontecidos em Dallas não sirvam para dividir mais o mundo,
nem resultem em uma explosão maior de fanatismo entre a humanidade. O meu serviço à vida,
à liberdade e à paz mundial foi dado com alegria. Deve ser reconhecido por todos que saltar da
cama a cada dia é um risco calculado que as pessoas de coragem não devem evitar.

Assim como não posso medir o meu sentimento de amor e devoção pelo povo americano, pela
minha família e pelo meus amigos, também não posso deixar passar esta oportunidade sem
exortar os que são capazes de aceitar a realidade e a continuidade da minha existência a se
esforçarem por manifestar paz e calma perante todas as instigações [à discórdia] geradas por
homens cujo ambiente de vida não lhes proporcionou o consolo da convicção religiosa, a
absorção de maior medida da cultura do mundo, ou a estabilidade econômica e o brio na pessoa
e no serviço, pelos quais, mesmo sem o saberem, anseiam secreta e inadvertidamente.

Recomendo, portanto, que os cidadãos da América e do mundo acabem Com os seus


julgamentos do povo de Dallas e do Texas. O amor e a amabilidade que se manifestaram pelo
grande coração desse estado foram muito maiores do que o que podia ser contraposto por 10
balas de assassinos. O espírito de anarquia e confusão não se confina a lugares, mas encontra
guarida nos corações e nas mentes de homens cujos ideais não são totalmente esclarecidos pela
razão e por uma confiança razoável, seja no seu governo ou no seu Deus, cuja misericórdia dura
para sempre.

Vêm-me à mente as palavras de São Paulo: 'Como escaparemos nós, se não atentarmos para
uma tão grande salvação? Essas palavras devem ser reconhecidas pelo seu valor intrínseco, e os
homens devem preservar a união de 50 estados soberanos, não apenas em sanidade, como
também em honra. Muitos dos problemas que existiam quando tomei posse ainda permanecem
como problemas dos homens. Uma solução mais fácil pode ser providenciada se, com
compaixão, todos buscarem aliviar a mágoa potencial dos outros e se unirem em um grande
empreendimento [para realizar] as esperanças dos homens.

O registro do assassinato do presidente Lincoln foi-me mostrado - um registro que não figura nos
arquivos dos homens. Essas bondosas Inteligências, encarregadas por Deus de administrar o
governo espiritual do mundo, deram-me provas irrefutáveis e indiscutíveis que me convenceram,
sem qualquer dúvida, de que o assassinato do presidente Lincoln não foi nem pode ter sido um
ato em que apenas o Sul foi responsável. Estou convencido de que isso também é verdade no
meu caso, e desejo pedir aos que têm fé para acreditar, aceitar e prezar os meus pensamentos,
como uma consequência da minha saída da cena mundial, que levem um conforto igual à
humanidade, que curem as feridas da nação, que estendam a mão à viúva e aos órfãos, não
apenas aos meus entes queridos, como também aos do homem que foi usado como instrumento
para efetuar a minha transferência da cena mundial.

Uma pequena Madona de cristal que uma criança segura na mão não distingue entre o bem e o
mal. Conforme os corações dos homens, com gratidão pelos princípios sagrados da maternidade,
clamam 'Ave Maria', não podem recusar o bálsamo da misericórdia a todos que o solicitam. As
palavras do Mestre - 'Bendizei os que vos maldizem - e o Seu chamado - 'Pai, perdoa-lhes porque
não sabem o que fazem' - não podem ser negados seja a quem for.

Estou ciente da continuidade dos problemas do mundo, mas confortado no laço eterno da
amizade que flui sem parar do mundo espiritual para o mundo da forma material (...)

O fluxo de comércio devia ser estimulado no mundo inteiro, um vínculo especial de liberdade
devia unir as três Américas. Os nossos vizinhos do Norte, o povo do Canadá, o povo do México e
do Panamá, a Aliança para o Progresso, a Organização dos Estados Americanos - todos deviam
manifestar a chama sagrada da Identidade Única, pois a luta pela lei e pela ordem continuará no
que, por vezes, pode parecer um mundo solitário e sem lei. Não podemos nos permitir ceder um
centímetro de terreno sequer às forças da tirania, não podemos consentir que um fato qualquer
nos dissuada do propósito sagrado de manter a paz e a liberdade, de manter a guarda para
preservar elementos essenciais da vida e da liberdade pelos quais muitos já deram a vidas, as
fortunas e a honra sagrada.

Portanto, eu, John Fitzgerald Kennedy, levado do mundo pelos ventos estivais de um amor maior
ao qual há muito tinha prometido o meu serviço, lego a todos vós o momentum acumulado das
minhas energias para e em prol da liberdade. A tocha é realmente passada, mas sei e tenho a
certeza de que muitos jovens nobres, muitos homens e mulheres de amadurecida dignidade, e
até a mão leal dos mais idosos, continuarão a agarrá-la, a levantá-la bem alto, a defendê-la
contra todos os inimigos.
Nossa nação precisa consolar-se coletivamente nos braços de uma santa liberdade que recusa
ser confinada aos altares erigidos por homens, mas busca encontrar repouso no âmago dos seus
corações e das suas almas. De uma coisa estou certo: tal como no passado, e também no futuro,
o brado: 'Sentinela, alerta?' será escutado muitas vezes na nossa terra, e a resposta será: 'Alerta
está.' A resposta será dada porque os homens mantêm a guarda, porque os homens se
determinaram a controlar as suas emoções, porque os homens procuram dar melhores exemplos
e porque os homens continuam a ter coragem. Como essas qualidades são divinas, eternas e
imortais, elas não desaparecerão da Terra.

É possível desenvolver um relacionamento pessoal entre os que se encontram no estado ascenso


e os que ainda trabalham pela salvação na Terra. Pois toda a vida é realmente uma só, e a única
separação que existe entre o céu e a Terra é esse conceito e separação mantido pela imagem
sintética. Todos que são um só com Deus podem partilhar da comunhão dos santos, quer
caminhem na terra quer habitem nos céus. A comunhão de Paulo com os santos no Alto e
embaixo era tão completa que ele nem sempre se apercebia da distinção, pois para ele não havia
nenhuma. 'Conheço um homem em Cristo (...) (se no corpo, se fora do corpo, não sei; só Deus
sabe) que foi arrebatado até o terceiro céu.

Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, vislumbrou a realidade das hostes
ascensas e referiu-se à sua comunhão com elas na página 513 da obra Ciência e Saúde com
Chave das Escrituras: "Passos espirituais que avançam no fervilhante universo da mente
conduzem a esferas espirituais e a seres elevados." Esses seres elevados são as individualizações
de Deus que habitam em níveis ascensos da consciência divina e que se tornaram permanentes
na mente de Deus pela reunião com a sua perfeição. Na página 476 da mesma obra, ela declara:
"OS mortais desaparecerão e os imortais ou os filhos de Deus aparecerão como as únicas e
eternas verdades do homem." Assim, ela reconhece que a imagem sintética deve dar lugar à
Imagem Verdadeira e afirma a identidade verdadeira do homem e da existência dos imortais.

Baseada na própria experiência, essa pessoa, que escreveu na década de 1860 como uma
pioneira do movimento metafísico, fez uma observação profunda em relação ao fato científico da
individualidade: "O Universo do Espírito está povoado de seres espirituais, e o seu governo é
Ciência divina." Assim como Paulo, na colina de Marte (no Areópago), se levantou e proclamou o
Deus desconhecido que os atenienses adoravam sem saber, também nós declaramos que esses
seres espirituais elevados, esses imortais, são os Mestres Ascensos, a quem a Senhora Eddy e
muitas outras almas altamente evoluídas conheceram intimamente enquanto ainda usavam a
forma mortal, e a cujas fileiras se juntaram após a transição. As descobertas da Senhora Eddy
acabaram por levá-la aos pés da sua Presença do EU SOU, conforme ela revelou em Cristo e o
Natal:
Pois a Ciência Cristã traz à vista
O grande EU SOU -
Poder onisciente - que brilha através
Da mente, da mãe, do homem.

Assim, ela viu que Deus não discrimina pessoas e deu a todos o foco da Presença do EU SOU
individualizada e, por meio dela, a oportunidade de conhecê-la.

"Como vedes, seres preciosos", diz o Senhor Meru, "o mais alto Deus, na alegria da criação,
proporciona aos homens não somente a oportunidade de conhecê-Lo, como também a
oportunidade de conhecerem-se a si mesmos - e de, finalmente, conhecerem-se a si mesmos
como Deus. Quando se harmonizam com os ângulos do Seu Ser, a perfeição estelar do Seu reino
poderá ser partilhada por eles, tal Como compartilham atualmente a semente do Seu potencial
de luz nos seus corações. Nessa emanação expansiva, Deus também Se realizou em uma
multiplicidade de aspetos, e intercambia Com o homem, na verdade, os padrões conceituais da
realidade que Ele mantém em prol da criação, para que ele possa começar a compreender o
grande reino interno do ser - a grande origem divina em todos os seus milagres espirituais de
alegria, beleza, amor, paz e vitória. O homem, pela compreensão que tem da grande Realidade
que Deus é, torna-se - e em um dado ponto da consciência, ele é - tudo o que pode
compreender corretamente da divindade."

A promessa de Jesus a todos que acreditam no poder do Cristo foi: "Aquele que crê em mim
também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu
Pai."85 Essa promessa só pôde ser realizada após a sua ascensão, pois então o momentum do
seu poder espiritual foi legado a todos que o seguissem na regeneração.

Portanto, quem contatar o Deus Altíssimo também recebe o ímpeto do serviço à vida de Jesus. O
que se passou Com ele passa-se também com todos os Mestres Ascensos. Todas as almas em
evolução, quando comungam com Deus, têm a oportunidade, não só de receber o poder da
vitória de Jesus, como também de acessar o momentum do bem alcançado por todos os outros
filhos de Deus que ascenderam ao Seu coração, para encontrarem nesse momento a realização
individual por meio do serviço à vida.

O universo é um lugar magnífico onde a ordem prevalece no que podemos designar como o
cinturão prístino da manifestação divina. Os instrutores dos que buscam o divino são vários.
Quando o homem está em contato Com os verdadeiros ministros de Deus, sua individualidade
explode literalmente em chamas e ele se alça às alturas da consciência dos Mestres Ascensos,
acumulando mais de Deus em cada espiral ascendente. Ao subir a montanha mais alta, o
buscador precisa ter em mente a admoestação de Jesus: "Na vossa paciência possuí as vossas
almas?" e deve lembrar a perspectiva que Pedro finalmente encontrou, que "um dia para o
Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia."

Foi dito que o homem não nasceu até ascender à Presença da Imagem Verdadeira. Quantas
maravilhas cada filho de Deus pode antecipar, não como uma luta de vida ou de morte entre as
coisas do céu e as da terra, mas como um desdobramento da luz cósmica que tudo abrange, por
meio do serviço a Deus e ao homem! Pois, quando o filho cede ao Divino a sua autoridade sobre
todas as condições externas, a plenitude de Deus torna-se nele o Tudo-em-todos, preenchendo a
identidade e realizando o propósito.

A resposta à pergunta "O que é a individualidade?", que tentamos dar em parte neste capítulo, é
delicadamente resumida por um ser chamado Rosa de Luz, que contempla a expressão da
individualidade de Deus na Natureza:

"Que todos compreendam que existe um plano divino para cada corrente de vida, e que esse
plano é lindo e indescritível. É como uma rosa dourada e incandescente, saturada de luz, cada
pétala pulsando com o poder da renovação momentânea, à medida em que a pulsação do
coração divino irrompe do centro do universo, da Origem de toda a Vida para manifestar
expressões monádicas por todos os lados."
O CÁLICE DOS MESTRES
1. Grande Luz cósmica
Vem neste mundo implantar
O espírito de serviço
Para a compaixão aumentar.
Vejo os homens estenderem as mãos,
Desejando o destino entender;
EU SO U o cálice dos Mestres
Para as suas mãos desprender.

Refrão. EU SOU, EU SOU, EU SOU


A lei do serviço amoroso aqui!
EU SOU, EU SOU, EU SOU
A bênção da alegria do Cristo em mim!
EU SOU, EU SOU, EU SOU
as mãos curadoras da paz!
EU SOU, EU SOU, EU SOU
A liberdade que Deus me traz!

2. Com convicção obedeço


à lei tão sagrada e pura.
Na Glória do serviço que ofereço
O amor sempre perdura
Os corações dos homens esperam
a bênção de Deus atuando aqui;
EU SOU o puro cálice dos Mestres,
Deus manifesta-Se em mim.

3. Estou saturado com Poder supremo


vindo do Grande Sol Central;
Na dádiva do serviço eu atuo
Até a vitória conquistar.
Os homens precisam desta bênção
Para saberem como viver.
EU SOU a Presença sagrada do Mestre,
Meu amor também vou oferecer.

4. Grande Luz cósmica, envia agora


Raios do Alto como um clarão
Na beleza do serviço,
As minhas obras não se macularão.
Os homens desejam Teu prêmio repartir
E ver-Te agora resplandecer.
EU SOU o meu Deus sempre a agir,
dentro de mim só Tu podes viver.

5. Ó Mestres tão sábios e santos,


Vossa alegria queremos partilhar.
Ajudai-nos também a eliminar
Toda a vã preocupação.
Divulguemos a mensagem
Da Luz, por toda a parte;
A Lei de Deus é amor em ação
E a Sua verdade justiça comparte.

CAPÍTULO 5
O QUE É A CONSCIÊNCIA?

O QUE É A CONSCIÊNCIA?
Porque, quem conheceu a mente do Senhor,
Para que possa instruí-lo?
O APÓSTOLO PAULO

A MENTE E O SER, A VONTADE E A CONSCIÊNCIA: ESTRUTURAS DA IDENTIDADE

“A vossa consciência é uma tapeçaria de valor incalculável. Todos os dias teceis sobre ela um
motivo dó Espírito que ali permanece para sempre, ou um padrão irregular que terá que ser
desfeito cuidadosamente e tecido novamente de acordo com a intenção do céu. (... )"

Podemos muito bem perguntar: quem está qualificado para discursar sobre a consciência?
Certamente, apenas quem é consciente. Mas o que significa ser consciente? Se pudermos
estabelecer isso, precisamos ainda determinar qual é o estado mais elevado da consciência.
Depois, precisamos procurar uma pessoa que tenha alcançado esse estado e contentarmo-nos
em sentar a seus pés e aprender a verdade sobre a consciência: "Senhor, a quem iremos? Tu
tens palavras de vida eterna.”

O único que possui a consciência total é o próprio Deus, a Origem Única de onde procedem
todas as manifestações de consciência menos elevadas. Todas as outras formas de vida (formas
de Deus) evoluem em direção a essa consciência suprema, mas poucas alcançaram esse estado
de percepção da vida que se encontra na Divindade. "Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua
boca vêm o conhecimento e o entendimento”.

À medida em que a humanidade ascende na espiral evolutiva do ser, chega ao ponto em que os
indivíduos deixam de ser identificados como humanos, e tornam-se verdadeiramente homens de
Deus. Em todas as eras houve santos e sábios, avatares e homens santos, cuja consciência
estava tão sintonizada com a consciência do Eu Superior que conseguiram transmitir aos homens
com menos compreensão - com menor sintonia - uma percepção maior da consciência de Deus.

Muitos desses devotos do Espírito Santo viveram período agonizantes de renúncia, sentiram as
trevas e a solidão, ante de alcançarem a iluminação da alma. Mas, mais cedo ou mais tarde, seu
anseio pela Luz recebeu a resposta do céu, como Santo Agostinho, que descreveu de forma
pungente, nas suas Confissões, os momentos preciosos em que sua alma contatou o Espírito do
Senhor.

“Retirei-me, não sei como, para debaixo duma figueira, e larguei as rédeas ao choro”.
Prorromperam em rios de lágrimas os meus olhos. Este sacrifício era-Vos agradável. Dirigi-Vos
muitas perguntas, não por estas mesmas palavras, mas por outras do mesmo teor: 'E Vós,
Senhor, até quando? Até quando continuareis irritado? Não vos lembreis das minhas antigas
iniquidades. Sentia ainda que elas me prendiam. Soltava gritos lamentosos. 'Por quanto tempo,
por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanhã? Por que não há de ser agora? Por que o
termo das minhas torpezas não há de vir já nesta hora?'

Assim falava e chorava, oprimido pela mais amarga dor do coração. Eis que, de súbito, ouço uma
voz da casa próxima. Não sei se era de menino, se de menina. Cantava e repetia frequentes
vezes: Toma e lê; toma e lê'.

Imediatamente mudando de semblante, comecei com a máxima atenção a considerar se as


crianças tinham ou não o costume de trautear essa canção em algum dos jogos. Vendo que em
parte nenhuma a tinha ouvido, reprimi o ímpeto das lágrimas, e levantei-me, persuadindo-me de
que Deus só me mandava uma coisa: abrir o códice, e ler o primeiro capítulo que encontrasse.
Tinha ouvido que Antão, assistindo, por acaso, a uma leitura do Evangelho, fora por ela
advertido, como se esta passagem que se lia lhe fosse dirigida pessoalmente: 'Vai, vende tudo o
que possuis, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-Me'. Com este
oráculo se converteu a Vós.

Abalado, voltei aonde Alípio estava sentado, pois eu tinha aí colocado o livro das Epístolas do
Apóstolo, quando de lá me levantei. Agarrei-o, abri-o e li em silêncio o primeiro capítulo em que
pus os olhos: 'Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e
dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a
satisfação da carne com seus apetites'.

Não quis ler mais, nem era necessário. Apenas acabei de ler estas frases, penetrou-me no
coração uma espécie de luz serena, e todas as trevas da dúvida fugiram.

Nesse mesmo instante, Agostinho dedicou sua vida a Deus e deixou a profissão de professor de
retórica. Ele tinha recebido uma porção da consciência de Deus pela intercessão de Jesus Cristo.
Daí em diante, a sua vida não seria mais sua. Tal é o poder do Espírito Santo para transformar a
consciência do homem. Ao tocar a bainha da veste do Senhor, ele foi preenchido com uma
porção suficiente da consciência divina para mantê-lo durante uma vida inteira. A sua senda foi
iluminada e ele exclamou:

“Ó Senhor, eu sou vosso servo, sim, vosso servo e filho da vossa escrava. Quebrastes as minhas
cadeias; sacrificar- Vos-ei uma vítima de louvor. Fazei que meu coração e minha língua Vos
louvem e todos os meus ossos exclamem: 'Senhor, quem há semelhante a Vós?'

Profiram eles estas palavras, e Vós, respondei, dizendo à minha alma: 'Eu sou a tua salvação'.

Quem sou? Como sou eu? Que malícia não houve nos meus atos, nas minhas palavras; ou, se
não a houve nas minhas palavras, na minha vontade!

Vós, porém, Senhor bom e misericordioso, olhastes para a profundeza da minha morte e, com a
vossa direita, exauristes do fundo do meu coração o abismo de perversidade. E agora tudo era
não querer aquilo que eu queria, e querer o que Vós queríeis.
Mas onde esteve durante tantos anos o meu livre-arbítrio? De que profundo e misterioso abismo
foi ele chamado num momento a fim de inclinar a minha cerviz ao vosso suave jugo e os meus
ombros ao vosso fardo tão leve, ó Cristo Jesus, 'minha ajuda e redenção'. Quão suave se me
tornou de repente carecer de delícias fúteis! Receava perdê-las, e agora já sentia prazer em
abandoná-las! Vós, a verdadeira e suprema Suavidade, as afastáveis de mim. Vós as afastáveis,
e em vez delas entráveis Vós, mais doce que todo prazer - mas não para a carne e o sangue -
mais resplandecente que toda a luz, mas mais oculto que todo segredo, mais sublime que toda
honra, mas não para aqueles que se exaltem em si mesmos.

Já o meu coração estava livre de torturantes cuidados, de ambição, de ganhos, e de se revolver


e esfregar a sarna das paixões. Entretinha-me em conversa convosco, minha Claridade, minha
Riqueza, minha Salvação, Senhor, meu Deus.

Por intermédio de correntes de vida tão dedicadas como essa, a humanidade tem vislumbrado a
natureza da alma, o propósito da vida e a ciência do Ser. Assim que completaram a tarefa que o
Pai lhes havia confiado, muitos desses santos, homens e mulheres, partiram do plano da Terra e
ascenderam à Presença de Deus - à consciência de Deus. Eles são conhecidos como Mestres
Ascensos precisamente porque, por meio de sagrada comunhão e do serviço à vida, baseados na
renúncia total dos seus padrões de identidade humana, sua consciência tornou-se uma só com a
consciência de Deus, antes da sua reunião com o Eu Divino. Desse nível de completa
identificação com Deus, esses santos continuam a iluminar, com uma crescente percepção da
mente de Deus, seus irmãos e irmãs que, neste e noutros planetas, ainda não se graduaram na
escola da vida.

Portanto, ao considerarmos a consciência, reportemo-nos a esses instrutores que, embora ainda


mantenham contato com a humanidade, vivem, movimentam-se e têm o seu ser no grande mar
da consciência de Deus, pois estão mais perto da consciência dela do que todos que ainda não
ascenderam. Também examinaremos os pensamentos de alguns filósofos cujas deliberações, em
nossa opinião, tocaram a Verdade das eras.

A possibilidade de se definir a consciência é uma questão que tem sido discutida por alguns dos
maiores pensadores do mundo O dicionário Webster define consciência como o estado de estar
consciente, a percepção de algo dentro de si mesmo, de um objeto, estado ou fato externo, o
estado de ser que é caracterizado pela sensação, emoção, volição, e pensamento: mente. O
termo consciência vem do verbo em latim conscire, saber, ter o conhecimento, e do adjetivo em
latim conscius, que significa partilhar conhecimento com outra pessoa.

Na sua obra O Mundo como Vontade e Idéia, Schopenhauer diz que "a consciência é apenas a
superfície da nossa mente, da qual, tal como acontece com a da Terra, não conhecemos o
interior, mas apenas a crosta"? "Sob o intelecto consciente", explica Will Durant, "está a vontade
consciente ou inconsciente, uma força vital esforçada e persistente, uma atividade espontânea,
uma vontade aguçada por um desejo imperioso. Por vezes, parece que é o intelecto que
comanda a vontade, mas só como um guia conduz o seu patrão, a vontade 'é o homem cego e
forte que carrega nos ombros o homem coxo que pode ver'."

Enquanto muitos procuraram inserir a consciência nos parâmetros da definição, sir William
Hamilton anotou: "A consciência não pode ser definida, nós próprios podemos estar totalmente
cientes do que é a consciência, mas não podemos, sem confusão, transmitir aos outros a
definição daquilo que nós mesmos não apreendemos claramente." A razão é evidente, "a
consciência encontra-se na raiz de todo o conhecimento."

Quer possamos quer não definir a consciência, há uma coisa que é preciso compreender: ela é a
chave para a integração do homem total. Sem a consciência nos seus vários níveis, o mundo e
tudo o que nele existe não nos apareceria na tela da manifestação, pois, a menos que situações
nos fossem dadas a conhecer pelos cinco sentidos, que são os meios de comunicação da
consciência, não teríamos qualquer noção do nosso ambiente e, em termos práticos, seria como
se o mundo não existisse. Sem o ego - seja o humano ou o divino - a própria consciência ficaria
sem um ponto focal e, sem ela, o ego ficaria sem plataforma de identidade. Todos que tentarem
definir a consciência somente pelo ponto de vista externo apenas conseguirão uma definição
parcial, como a de Schopenhauer, baseada na perspectiva do eu inferior, que só se apercebe da
superfície da mente, ou, como Hamilton, terão de admitir que, a partir dessa visão limitada, a
consciência não pode ser definida, muito simplesmente porque não pode ser circunscrita pela
mente finita.

Tal como Santo Agostinho, o devoto depressa percebe que só pode descobrir o significado da
consciência em termos da sua percepção pessoal, na medida em que descobre a consciência de
Deus. Assim como a busca da felicidade, a alegria dessa descoberta é o seu direito inato, toda a
vida coopera para intensificar o prodígio da sua busca - nem mesmo o Todo-Poderoso lha
negará. Dia após dia, novas facetas da consciência universal revelam, do interior da percepção
subconsciente do homem, o que é a consciência.

Sim, a consciência deve ser definida pela experiência individual. Outras pessoas podem nos dizer
o que a consciência significa para elas, e podemos oferecer-lhes chaves, fragmentos de
identidade, padrões do afresco gigante, baseados na nossa experiência pessoal da consciência
de Deus, mas só elas podem isolar os detalhes significativos para a sua alma até que se tornem
um todo unificado, realizando nela a Imagem Verdadeira feita por Deus. A descoberta da
consciência precisa ser feita por cada um - tanto no sentido relativo como no absoluto - pois, em
função da sua natureza, ela precisa ser auto revelada. Essa revelação só pode vir do interior -
por meio da nossa experiência da consciência de Deus. Isso não significa que a identidade de
Deus esteja sujeita à percepção limitada do homem, pelo contrário, a identidade do homem é
que está sujeita à sua percepção de Deus, que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Nossa percepção de Deus como vida é a nossa consciência: se ela for limitada ou pervertida,
então o espaço estreito do ser precisa ser expandido, purificado e focalizado de forma adequada.
Se nossos conceitos de Deus e do Ser, do universo e da sociedade forem sintéticos, então
seremos limitados por eles até conseguirmos mudá-los e alcançarmos uma compreensão mais
elevada. O nosso conceito de Deus - bom, mau ou indiferente - é tudo que podemos saber sobre
nós mesmos, até que nossa consciência evolua em uma espiral cada vez mais abrangente para
absorver mais d'Ele, assim como Ele absorve mais de nós.

A consciência de Deus é o fator integrante do homem individual - embora a percepção pessoal


do homem raramente apreenda mais do que um fragmento desse grande unificador do seu ser.
Essa porção da mente universal de Deus transmitiu-nos a individualidade manifestada tanto no
Alto, como embaixo. Ela é a precipitação suprema da nossa identidade e sem ela não temos
identidade. A consciência universal precisa ser definida do ponto de vista individual, a partir da
percepção pessoal da mente impessoal de Deus. Se pudéssemos reunir cada fase da percepção
individual de Deus que alguma vez foi conhecida por todas as mônadas em evolução, em cada
estado da sua evolução para Deus, começaríamos a ver o espectro, embora limitado, indicativo
da projeção da mente universal no homem. É claro que isso nada nos diria sobre as porções de
Si Mesmo que o SENHOR escondeu desde a fundação do mundo e reservou para os Seus anjos e
para aqueles cuja percepção de Deus lhes permite deixar para trás as limitações da mortalidade,
para se elevarem ao centro do Seu coração flamejante e emergirem envoltos nos fogos da Sua
consciência cósmica.

Começamos, então, com a mônada do ser; acessamos os dados de outras mônadas. Registramos
e rejeitamos até chegarmos ao ponto em que definimos o suficiente da consciência de Deus para
termos uma plataforma para as nossas explorações atuais, pois, realmente, não existe uma
razão para definir mais de Deus do que o que podemos conhecer agora e no futuro próximo.
Que a definição atual da nossa consciência seja o desafio que nos incita a subir cada vez mais
alto para descobrir e integrar mais da consciência de Deus. Então, de cada planalto sucessivo, o
nosso panorama revelará uma visão mais elevada e, com ela, um chamamento mais alto em
Deus. A mente e o ser, a vontade e a consciência - são essas as estruturas da nossa identidade,
que conhecemos apenas em parte. Pois quem pode conhecer a mente de Deus - ou do homem?
Quem pode conhecer o Ser de Deus - ou do homem? Quem pode conhecer a vontade ou a
consciência de Deus - ou do homem? Uma vez que temos apenas um conhecimento parcial
desses componentes básicos de nós mesmos, somos obrigados a concluir que eles só se
manifestam parcialmente, pois o que é totalmente manifestado pode ser, um dia, totalmente
conhecido. Compreendemos, então, que somos apenas expressões parciais do Eu Verdadeiro e
devemos proceder desse ponto de partida para definirmos, pouco a pouco, essas outras
expressões parciais do Todo que, quando reunidas, permitem-nos induzir e manifestar uma
porção ainda maior do Todo que está constantemente a transcender a Si mesmo.

A AUTOPERCEPÇÃO DE DEUS POR MEIO DA AUTOPERCEPÇÃO DO CRISTO

O Senhor Lanto revela o mistério da consciência com tal simplicidade que sentimos a suave
combinação da sua mente com a mente de Deus - sua sabedoria procede verdadeiramente do
próprio trono do Altíssimo. "O homem foi criado como Espírito", diz ele, "e a consciência e a
inteligência representam uma parte necessária do ser espiritual que o homem realmente é.
Contudo, a consciência - que pode ser definida como a percepção de Deus de Si Mesmo - não
apenas atua no domínio do Espírito, como também é capaz de se projetar no continuum tempo-
espaço, unindo dessa forma o sempre mutável mundo do finito ao magnífico mundo real do
infinito."

Consciência - a percepção que Deus tem de Si mesmo! Agora vemos que, onde quer que haja
vida, lá está Deus, exprimindo Sua percepção de Si mesmo. No coração da célula está a chama
que explode em resposta ao grande mandamento "Haja Luz!" Podemos compreender muito
melhor o fiat da criação se substituirmos a palavra Luz pela palavra consciência e depois
declararmos com Deus: "Haja Consciência!" Ao pronunciar essas palavras, sentimos o influxo da
mente de Deus manifestando-se no coração de cada átomo e célula que compreendem a nossa
mente e o nosso ser.

Parafraseando os ensinamentos do Mestre Jesus, podemos considerar a consciência da seguinte


forma: "EU SOU o caminho, e o Ser verdadeiro [a consciência verdadeira] é o caminho. Não
existe divisão na existência verdadeira [na consciência verdadeira], portanto não pode haver dois
caminhos. Só há um caminho, e esse caminho é a indivisibilidade do Espírito [da consciência]
que, de Si mesmo, criou muitas gotículas de manifestação, mas todas do mesmo Espírito [da
mesma consciência]. Aqueles de vós que, comigo, desejais herdar o reino de Deus [da
consciência de Deus] precisais compreender, mesmo na mente externa [na consciência externa
ou percepção física], que nenhuma condição exterior tem poder para alterar a chama imortal de
Deus que arde no altar do vosso coração."

A consciência de Deus existe fora do universo material como causa preexistente ou a priori. A
consciência de Deus, ao manifestar-se por intermédio do homem, transcende a experiência dos
sentidos, mesmo que possa ser moldada por eles. Os níveis da consciência de Deus incluem as
gradações sutis que vêm da Sua mente infinita para a consciência confinada e confinante do
homem.

O filósofo alemão Immanuel Kant estava certo no seu conceito do espaço e do tempo como
órgãos de percepção. Ele viu o espaço e o tempo como algo a priori porque são pressupostos
pela nossa experiência. Mas sabemos que, para além do espaço e do tempo, existe a consciência
mais elevada de Deus que não pode ser limitada nem determinada pelo espaço ou pelo tempo.
As dimensões do espaço e do tempo proporcionam um cálice de onde os homens podem beber
uma porção do Infinito e, consequentemente, começarem a se aproximar da percepção total da
consciência de Deus que existe fora deles.

A doutrina de Platão sobre ideias diz que todas as coisas são precedidas por (1) uma idéia geral
ou classificação, (2) uma lei que governa a sua manifestação ou (3) um ideal, o estado supremo
a que uma determinada coisa consegue chegar. Essa doutrina de ideias aproxima-se dos
ensinamentos dos Mestres sobre a origem do mundo da forma no mundo do informe, onde
existem os padrões arquetípicos de todas as manifestações, as ideias puras para as realidades
conceptuais, a lei e o plano que devem preceder toda a manifestação.

Como Will Durant explica: "Por detrás dos fenômenos e detalhes superficiais que se apresentam
aos nossos sentidos, encontram-se generalizações, regularidades e direções de desenvolvimento,
despercebidos pela sensação, mas concebidos pela razão e pelo pensamento. Essas ideias, leis e
ideais são mais permanentes - e, portanto, mais 'reais' - do que as coisas específicas percebidas
pelos sentidos, por meio dos quais as concebemos e deduzimos."

A idéia geral do homem, o padrão do homem, diz ele, "é mais permanente do que o Tom, o Dick
ou o Harry. Esse círculo nasce com o movimento do meu lápis e morre sob o atrito da minha
borracha, mas a concepção de Círculo dura para sempre. Esta árvore está de pé e aquela árvore
cai, mas as leis que determinam que corpos cairão, quando e como, não tiveram princípio - são
agora e serão sempre, sem fim."

Talvez sem se aperceber disso, ou até mesmo intencionalmente, Platão tocou a realidade
fundamental da consciência de Deus. Suas observações da vida, quando corretamente
interpretadas, aproximam-se da mais alta apreciação dos Mestres da Sabedoria, que ensinam
que a consciência como a mente de Deus precede toda manifestação. As categorias da
consciência de Deus produzem as classificações no mundo da forma. Toda substância, forma e
manifestação são reguladas por leis e conceitos invisíveis, totalmente puros, que são os
antecedentes da criação.

Ao aplicarmos essa compreensão ao nível do indivíduo, vemos que o homem não pode
manifestar no seu mundo o que não tem na consciência. Portanto, s-e desejar criar como Deus
cria, deve ter como meta revestir-se e tornar-se, em consciência, a consciência de Deus. Quando
ele atinge esse ponto de identificação, pode realizar no próprio microcosmo tudo que está
contido na consciência de Deus que precede e regula o Macrocosmo. Alguns podem não
acreditar que é possível para o homem apropriar-se da consciência de Deus. Se isso não fosse
verdade, por que Paulo advertiu os Filipenses "que haja em vós o mesmo sentimento [mente]
que houve também em Cristo Jesus?"

A apropriação da consciência de Deus torna-se possível por intermédio do Cristo Universal


individualizado no homem como o seu Cristo Pessoal. Assim como o Cristo Universal é a
precipitação da consciência universal de Deus, também o Cristo individual precipita no homem a
consciência individualizada de Deus. Conforme o homem percebe, assume e torna-se o seu
Cristo Pessoal em ação, ele atinge essa consciência ou percepção do Cristo a que chamamos
autopercepção Crística. Os que vivem, movimentam-se e têm seu ser no plano do Superego, no
nexo da figura em forma de oito, fazem as obras do Pai em Cristo, pois estão cientes da Sua
vontade por meio da congruência da sua consciência com a do Medianeiro Divino.

Quando o homem alcança a realização de si mesmo em Cristo, sua mente como a mente de
Cristo, sua vontade como a vontade de Cristo, seu eu como o Eu de Cristo, então toda a sua
consciência é de Cristo. E, se as suas obras estão em conformidade com as obras de Cristo -
seus pensamentos, suas motivações, seus atos - ele é o Cristo em ação e pode afirmar com
Jesus, "eis que estou vivo para todo o sempre." A percepção da pessoa como Cristo é o primeiro
passo para alcançar a consciência cósmica, e deve ser seguido pelo segundo - essa consciência
ou percepção do Bem a que chamamos Autopercepção Divina. Quando o homem atinge a
percepção do seu Eu Verdadeiro como Deus, ele torna-se, tal como o seu Criador, um agente de
poder criativo. Ligado à vontade divina, torna-se o centro da iniciativa que procede da mente de
Deus. O homem é livre para manifestar a Deus e, quando, ao exercer o livre-arbítrio, decide se
tornar um só com Deus, manifesta o seu domínio divino sobre a Terra.

Quando o homem se identifica com a consciência de Deus, ou quando o que é em parte


consciente entra na consciência do Todo, então a lei de causa e efeito e a compreensão de que a
virtude é sua própria recompensa tornam-se claras.

A autopercepção divina no homem é a sua recompensa pela virtude que manifestou pela graça
de Deus, pois, por meio dela, a percepção que o homem tem de si mesmo torna-se a sua
percepção do Eu Divino como o seu Eu Verdadeiro. Quando o homem se torna um só com Deus
como Causa, também se torna causador do Bem; Deus torna-se efeito por intermédio da
manifestação no homem, e o Espírito torna-se totalmente um agente do Bem na Matéria.

"O único objetivo da vida na escola-planeta Terra", diz o Senhor Lanto, "é desenvolver no
homem, através do consentimento decorrente do seu livre-arbítrio, as magistrais qualidades
cósmicas que são uma parte do caráter e do ser de Deus. O Espírito eterno é bondade pura. O
propósito do homem é tornar-se essa bondade. Sua inteligência foi forçosamente limitada tanto
em capacidade quanto em flexibilidade pelo seu padrão cármico e pela sua reação às
oportunidades da Vida. Seu poder, da mesma maneira, foi reduzido até a ocasião em que o
caráter do indivíduo pudesse se desenvolver segundo a sua imagem divina e, em consequência,
os seus atos se tornariam totalmente divinos e, portanto, merecedores do poder divino. (...)"

Assim, podemos ver que, conforme o homem progride na escala evolucionária, revestindo-se do
caráter e do Ser de Deus, torna-se mais digno do poder divino e, assim, na medida em que sua
consciência se expande, torna-se um magneto que atrai cada vez mais a consciência divina para
ele mesmo, até que chega um momento em que desliza para o mar do infinito e pouca diferença
há entre a sua autopercepção individual e a sua autopercepção divina do Criador, que se exprime
por seu intermédio.

A maioria das pessoas tem uma autopercepção humana que nada mais é do que a percepção do
eu como o ego. Suas mentes estão centradas nas atividades intelectuais do ego que se vangloria
na própria lógica, em vez de se exaltar no Logos divino; elas não conhecem outro eu, outra
vontade, outra consciência a não ser as do ego e dos seus desejos egoístas de perpetuar uma
existência egocêntrica. Porque o ego humano não é mantido por nenhuma força fora de si
mesmo, a meta da autopreservação torna-se a coisa mais importante e todas as outras
considerações passam a ser secundárias.

Ao tentar elevar a consciência dos seus seguidores, tirando-a do buraco desta existência vã,
Jesus estendeu a mão para o horizonte e disse ternamente: "Olhai para os lírios do campo, como
eles crescem, não trabalham nem fiam, e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua
glória [enquanto se manteve na consciência da sua personalidade humana], se vestiu como
qualquer deles." (O lírio é o símbolo da vitória da consciência do Cristo no homem. Diz-nos que a
pureza e o amor triunfaram na manhã da Páscoa, que Cristo se elevou à posição de autoridade e
reina como o três-em-um na consciência de todos que acreditam na vida eterna do Filho de
Deus).

Assim Jesus falou aos seus discípulos que desejavam libertar-se da consciência egocêntrica, que
impede o verdadeiro Cristo de se manifestar em cada um: "Não andeis cuidadosos quanto à
vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo,
pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o
vestido? Olhai para as aves do céu [simbolizando a alma que saiu da gaiola do ego]. que nem
semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes
vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados,
acrescentar um côvado à sua estatura? Pois se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que
estais ansiosos pelas outras?"

Ele explicou que, se eles não tivessem a mestria da consciência para expandir o campo de força
da sua autopercepção, pensando na consciência de Deus, então não podiam precipitar
abundância de toda a dádiva boa e perfeita até terem dominado os primeiros preceitos da Lei.
Assim, sua advertência final à alma que desejava extinguir o ego na chama do Superego foi:
"Busca i primeiro o reino de Deus [a consciência de Deus] e a sua justiça [o uso correto das Suas
leis], e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

Para que uma pessoa conheça o seu Ser como Deus, precisa estar revestida com a veste da
virtude celestial- tão cheia de amor que as energias do amor fluem livremente pela mente e pelo
coração, como o próprio sangue do seu ser. Só quando o homem se tornar a personificação do
amor de Deus, pode transmitir amor a todos que contata - como um unguento universal, uma
força de cura e uma liberação rítmica de poderes como os da adesão, da coesão e da atração
magnética que se originam no Sol Central e pelos quais a criação no homem e no universo é
gerada e mantida. Cada virtude celestial com que o homem adorna a alma - imbuindo de
prodigalidade a mente e o coração com os tons inumeráveis da vida eterna da consciência do
Cristo - permite-lhe entrar mais completamente na consciência de Deus e ser essa consciência
por meio da sua percepção Divina. Ao banhar diariamente sua consciência com os preciosos
óleos da misericórdia, da justiça e da retidão e ao absorver as águas da verdade e da liberdade
viventes, ele magnetiza um campo de força energético qualificado com os aspectos da
consciência de Deus que o tornam tão ciente do potencial ilimitado de Deus e tão inconsciente
das limitações humanas que pode afirmar com Jesus:
Acabou-se!
Terminada esta contenda,
Torno-me um com a vida imortal.
Calmamente faço ressurgir as minhas energias espirituais
Do grande tesouro do conhecimento imortal.
Os dias que contigo conheci, 6 Pai,
Antes que o mundo fosse - dias de triunfo,
Em que todos os pensamentos do Teu ser
Elevavam-se sobre os eternos montes da memória cósmica;
Vem de novo, enquanto medito sobre Ti.
Cada dia, ao evocar as Tuas lembranças
Do pergaminho do amor imortal,
Vibro de novo de emoção.
Padrões maravilhosos de contemplar-se enlevam-me
Com a sabedoria do Teu plano criador.
Com tanto cuidado e beleza sou feito
Que ninguém pode destruir o Teu desígnio,
Ninguém pode roubar a beleza da Tua santidade,
Ninguém pode desencorajar o pulsar do meu coração
Numa expectativa quase impaciente
De ver a Tua plenitude manifestada em mim.

Ó grande e glorioso Pai,


Como poderá um minúsculo pássaro criado na
bem-aventurança hierárquica
Escapar à Tua compassiva atenção!
Eu valho mais que muitos pássaros,
E por isso sei que os Teus pensamentos de amor
Vêm até mim cada dia
Para me consolarem na aparente solidão,
Para me darem coragem,
Elevarem os meus conceitos,
Enaltecerem o meu caráter,
Inundarem o meu ser de virtude e poder,
Manterem a Tua taça de vida transbordante em mim
E para em mim viverem para sempre
Junto da Tua celestial presença.

Não posso falhar,


Pois EU SOU Tu mesmo agindo por toda parte.
Passeio contigo
Sobre o manto das nuvens.
Caminho contigo
Sobre as vagas e cristas da abundância aquática.
Movo-me contigo
Nas ondulações das Tuas correntes
Passando sobre os milhares de montes
que compõem a crosta terrestre.
Estou vivo contigo
Em cada sarça, flor e erva.
Toda a natureza canta em Ti e em mim,
Pois somos um só.
Eu estou vivo nos corações dos oprimidos,
Para elevá-los.
EU SOU a Lei que exige a Verdade do Ser
No coração dos orgulhosos,
Reduzindo ali a criação humana
E incitando à busca da Tua Realidade.
EU SOU tudo o que traz bem-aventurança
A todos os homens de paz.
EU SOU a plena ductilidade da graça divina,
O Espírito da Santidade
Que liberta da escravidão todos os corações e promove a Unidade.

Acabou-se!
A Tua perfeita criação está dentro de mim.
Imortalmente encantadora,
Não pode ser privada da bem-aventurança do Ser.
Semelhante a Ti, ela permanece na casa da Realidade.
Sem nunca mais sair para onde há profanação,
Ela só conhece as maravilhas da pureza e da vitória.
Porém, agita-se neste fogo imortal
Um padrão consumado de misericórdia e compaixão
Que procura salvar para sempre aquilo que se perdeu
Por se ter afastado
Da beleza da Realidade e da Verdade.
EU SOU o Cristo vivo eternamente em ação!

Acabou-se!
A morte e os conceitos humanos não têm poder no meu mundo!
Estou selado, por desígnio Divino,
Com a plenitude desse amor crístico
Que supera, transcende e liberta o mundo
Pelo poder do três-vezes-três
Até todo o mundo triunfar em Deus -
Ascenso na Luz e livre!

Acabou-se!
A integridade é a plenitude de Deus.
Cada dia aumentam em mim a força, a devoção,
A vida, a beleza e a santidade,
Vindas da mais bela flor do meu ser,
A rosa de Sharon, por Cristo consagrada,
Que abre as suas pétalas no meu coração.
O meu coração é o coração de Deus!
O meu coração é o coração do mundo!
O meu coração é o coração do Cristo curando!
Eis que estarei sempre contigo até o fim,
Até que, com a voz do Amor Imortal,
Também eu diga: "Acabou-se!"

Essa comunhão, essa reivindicação da consciência de Deus como sua, esse fiat do nosso
SENHOR oferecido quando se encontrava na cruz significam o fim do feitiço da morte e da
mortalidade. É a afirmação da alma ao entrar nos portais da vida eterna para nunca mais dela
sair. É a declaração científica do Ser na consciência cósmica que deve ser reivindicada e
aclamada para ser auto realizada em Deus. As palavras de Jesus revelam a medida infinita da
consciência cósmica de Deus que o filho do homem pode alcançar quando ainda habita os véus
da carne. Quando alcança essa consciência, a sua carne, não mais um véu, torna-se o cadinho
da transformação cósmica e da Existência - "a proximidade da Tua Presença celestial."

CORAÇÃO, CABEÇA E MÃO

O homem precisa começar a entender a meta de alcançar a autopercepção Crística e a auto


percepção Divina, equilibrando a ação do coração (o centro da percepção Crística) e da cabeça
(o centro da percepção Divina) para que suas ações possam refletir o equilíbrio perfeito da
comunhão entre o Pai e o Filho, à medida em que ele avança pelo Caminho do Meio do Espírito
Santo. Na verdade, é a consciência da Regra de Ouro que entende o primeiro preceito da Lei:
"Faz a Deus aquilo que gostarias que Deus te fizesse", e o segundo que é semelhante ao
primeiro, "Faz ao homem aquilo que gostarias que ele te fizesse" - o que é o mesmo que dizer,
faz à manifestação de Deus aquilo que gostarias que a manifestação de Deus te fizesse.

A chave para a motivação da consciência do homem encontra-se na vontade subjacente - a


vontade da sua mente - a que chamamos motivo ou intenção e a vontade do seu coração - a que
chamamos o seu desejo. A maioria das pessoas não compreende quantas vezes esses fatores
motivadores se opõem uns aos outros - como dois cavalos puxando em direções opostas,
causando um confronto no âmago do campo de força da sua consciência. Em vez de ficarem
divididos, os indivíduos conseguem suprimir um ou outro, seja abstendo-se de prazeres humanos
em prol de valores e compensações mais elevadas, seja abstendo-se desses últimos para
satisfazer à complacência humana.

Por outro lado, se os fatores motivadores da mente e do coração estiverem alinhados com a
vontade de Deus, como instrumentos para propagar a virtude e todas as expressões Divinas no
cumprimento do plano divino, toda a consciência do homem ficará ligada e será dirigida por um
poder maior que ele mesmo. Esse poder do Bem é focalizado no homem desconhecido - na
mente subconsciente, no iceberg que está abaixo da superfície da sua percepção - quando ele
rende sua mente e vontade à mente e à vontade de Deus e o seu ego humano ao Ego Divino.

A mente subconsciente, como um transformador, afeta as energias do homem conforme são


distribuídas aos quatro corpos inferiores. A vontade do homem e o seu desejo são os
interruptores que as dirigem para os motores dos seus veículos inferiores. Se essa vontade e
esse desejo forem para fazer a vontade de Deus, o homem torna-se um dínamo de poder,
sabedoria e amor; as energias de Deus são-lhe transmitidas em quantidade ilimitada para
realizar o plano divino e ele vê os efeitos da força vital do Espírito de Deus que permeia toda sua
consciência. Se, todavia, as engrenagens dos seus veículos inferiores não se conectarem com o
padrão divino, e a distribuição de energias aos seus quatro corpos inferiores for desigual devido
a um desequilíbrio da vontade e do desejo, o desempenho dos motores estará muito abaixo do
ótimo.

Se a vontade e o desejo se basearem nas motivações do ego, a distribuição de energia aos


quatro corpos inferiores será irregular e a ação da mente e do coração não será equilibrada no
Cristo. Em algumas pessoas, o motor do corpo físico é abastecido com a percentagem maior da
sua cota diária de energia que gasta na gratificação de desejos físicos e no desenvolvimento da
forma. Em outros, o corpo físico é fraco, adoentado e os motores da mente e das emoções
trabalham demais. Em algumas pessoas idosas, o corpo da memória domina os outros três,
roubando as energias do ser do homem, para revolver as memórias do passado e recapturar
essas experiências que os corpos físico, emocional e mental já não conseguem ter.

Vemos, então, que, quando os veículos inferiores estão desalinhados, devido a um desequilíbrio
nas suas frequências, as energias do homem dispersam-se em um esforço vão e ele é
literalmente desconjuntado - tudo isso porque a vontade e o desejo do ego brigam com a
vontade e o desejo inerentes à alma para realizar a sua identidade divina inata. Nessas
circunstâncias, até a consciência externa do homem se torna como uma casa dividida, e ele
sente-se mal até conseguir eliminar uma das facções em confronto. Mais uma vez nos
lembramos das palavras de Jesus "Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou há-de odiar
um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro."? Portanto, se a vontade de Deus
não se tornar o ímã da mente subconsciente, o magneto divino do seu sistema energético, os
motores do homem não funcionarão de forma eficiente e ele não será capaz de concretizar a sua
individualidade por meio do grande motor e poder motivador da consciência de Deus e nessa
consciência.

Schopenhauer disse que a vontade é o único elemento permanente e inalterável da mente. É a


vontade que confere unidade à consciência e mantém coesas todas as suas ideias e
pensamentos, acompanhando-os em contínua harmonia. Ele via a vontade como a essência do
homem e como o fator determinante da sua consciência. Entendia a vontade como causalidade,
como a causa universal em nós mesmos e em todas as coisas. Podemos muito bem concluir que
essa vontade, para ser eficaz, precisa ser direcionada com determinação - como o olho que
precisa visar uma só finalidade para o templo do corpo do homem ficar cheio de LUZ.

Uma vez que Deus está sempre consciente da individualidade do homem, até mesmo quando o
Seu olho posa em um pardal, se a meta do homem for unir sua consciência à de Deus, ele
tornará a sua vontade una com a vontade de Deus, pois ela e a Sua consciência são uma e a
mesma coisa, e ele encontrará essa percepção divina do Eu Verdadeiro que sua alma anseia.
Então, é muito vantajoso para o homem buscar a consciência de Deus como a vontade e o
desejo de Deus e apropriar-se deles, pois, por esse meio, descobre a própria Realidade e torna-
se autor e rematador do próprio destino, conforme este evolui na consciência de Deus e por seu
intermédio.

"Criai em vós o novo sentimento da possuir a vontade de Deus!", diz o Senhor do Primeiro Raio
da Vontade de Deus. “Durante muito tempo pensastes na vontade de Deus como algo separado
de vós”. Novos anseios e uma nova perspectiva poderão recriar a melhor dádiva que jamais
recebestes. A memória da Sua graça pode se tornar viva dentro de vós quando aceitais a infinita
solicitude do Ser Eterno para convosco. A Sua abençoada estima pela vossa vida deve ser
contemplada e tornar-se uma parte viva, vital, da vossa consciência. (...)

Deus pode tornar-Se tão central, tão real e tão Íntimo a qualquer homem que diligentemente
procure a Sua vontade (ensinando tanto interior como e exteriormente), que ele mal se lembrará
do seu anterior estado de descrença!

Ele aguarda somente uma abertura, um piscar de olhos do ser, para que a última trombeta da
imortalidade soe e transforme a imagem inferior na Sua gloriosa realidade divina! Isso pode
acontecer, porque já é! (...)

Realmente, a vontade de Deus precede a consciência como o fator modelador em toda forma de
vida. Seja nas plantas, seja nos planetas, nos animais ou nos homens, no granito ou em um grão
de areia, pode-se ver que a estampa da vontade divina predetermina a função, o padrão e a
existência de toda criação. O filósofo pode argumentar que a Matéria é inconsciente, mas os
Mestres ensinam que, uma vez que toda substância é formada da própria essência do Espírito
aglutinada como Matéria, ela é impregnada com a Sua consciência de causa e efeito, de
premissa e de conclusão. Portanto o destino (os padrões de comportamento) dos elementos e
das formas de vida orgânica e inorgânica é preordenado e selado no interior das matrizes
geométricas refletidas em estruturas moleculares e em desenhos celulares que são duplicados na
Natureza vezes sem conta, de acordo com a inerente vontade de Deus.

Nas formas de vida inferiores chamamos a isso instinto da vontade. O termo instinto implica a
existência de um plano total que permanece desconhecido, mas na direção do qual um
organismo total pode mover-se ou empenhar-se. A vontade que precede a consciência é a
vontade de viver, de expandir a vida que é Deus. Ela é o núcleo da consciência de Deus. É o
motivo por detrás da manifestação universal. É a estrutura e a fundação da vida. É o pivô da
consciência em Deus e no homem. É a força impulsionadora. o próprio ímpeto da criação.

Henri Bergson, nas suas obras Evolução Criativa, Matéria e Memória e Mente-Energia, mostra
uma extraordinária percepção da verdade e da realidade da consciência. Ele diz "A consciência
parece proporcional ao poder de escolha do ser vivo. Ela ilumina a zona de potencialidades que
rodeiam o ato. Preenche o intervalo entre o que é feito e o que podia ser feito. (...) Na realidade,
um ser vivo é um centro de ação. Representa certa soma de contingência entrando no mundo,
isto é, certa quantidade de ação possível"

Assim, ele vê o homem como o centro da evolução criativa. Embora possa não compreender a
implicação das suas afirmações, responderíamos imediatamente, dizendo: "Realmente! É por
intermédio do homem que Deus evolui e faz evoluir o universo, pois o homem é o foco para a
evolução criativa da energia de Deus." Quer Bergson e outros filósofos da nossa era reconheçam
ou não a origem da criatividade e da energia como Deus, eles vislumbraram o processo sobre o
qual se articula a função da consciência.

Bergson distingue entre a consciência de um animal e a consciência do homem. Ele diz: "No
animal, a invenção nada mais é do que uma variação sobre o tema da rotina. Encerrada nos
hábitos da espécie, consegue, sem dúvida, expandi-los pela sua iniciativa individual, mas escapa
ao automatismo apenas por um instante, somente pelo tempo de criar um novo automatismo. Os
portais da sua prisão fecham-se assim que são abertos; ao puxar pela sua corrente, apenas
consegue esticá-la. Com o homem, a consciência quebra a corrente. No homem, e somente no
homem, ela se liberta.” Uma vez sabendo que os animais são expressões limitadas ou
incompletas do Verbo, não têm livre-arbítrio nem consciência, mas apenas uma alma ou
percepção de grupo, podemos concordar com as observações de Bergson.

Mais adiante, ele diz que "O movimento do regato é diferente do movimento do leito do rio,
embora tenha de adotar o seu curso sinuoso. A consciência é distinta do organismo que anima,
embora tenha de suportar as suas vicissitudes." Para o estudante da lei de Mestre Ascenso, essa
afirmação se revela incrivelmente exata, à luz do conhecimento do Cristo e da influência do
Verbo que afeta toda criação, sem a ela ficar amarrada. No entanto, o Verbo é moldado pelo
cálice da consciência em que é colocado. “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas."

Bergson diz que, de modo algum, o cérebro é indispensável à consciência e, como prova da sua
teoria, cita o fato de que quanto mais baixo descemos nos níveis animais, mais os centros
nervosos são simplificados e separados uns dos outros, e que, por fim, eles desaparecem
completamente, fundidos na massa geral de um organismo com quase nenhuma diferenciação.

Então, se no topo da escala dos seres vivos, a consciência está agarrada a centros nervosos
muito complicados, não devemos supor que ela acompanha o sistema nervoso ao longo de toda
a sua descida, e que, quando finalmente a matéria nervosa se funde na matéria viva ainda não
diferenciada, a consciência ainda se encontra ali, difusa, confusa, mas não reduzida a nada?
Teoricamente, portanto, tudo o que vive pode ser consciente. Em princípio, a consciência é co-
extensiva com a vida.

Nós, que reconhecemos a vida como Deus e Deus permeando toda a Sua criação, não
encontramos erro nessa lógica. De acordo com nossa compreensão, ela é a Verdade. Mas poucos
dentre a humanidade estariam dispostos a avançar mais um passo e aceitar a idéia de que existe
percepção consciente no coração de uma rocha, de uma árvore, de uma flor, de uma montanha,
de uma sarça ardente, de uma gota de chuva ou de uma onda do mar.

Alguns podem lembrar a narração de Lucas sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no
domingo de Ramos. Os seus discípulos se regozijavam e louvavam a Deus "em alta voz, por
todas as maravilhas que tinham visto. (...) E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus.
Mestre, repreende os teus discípulos. E, respondendo, ele disse-lhes Digo-vos que, se estes [os
discípulos] se calarem, as próprias pedras clamarão [em louvor do Cristo]."

Jesus referia-se aos elétrons carregados com as energias inteligentes do Criador e ao núcleo de
fogo branco do átomo, que são realmente manifestações da consciência de Deus. Eles não
podiam deixar de aclamar a presença do Cristo, pois até as rochas se compõem da substância
que procede da mente de Deus. Assim, o próprio Mestre reconheceu a Presença universal de
Deus como vida, como o Tudo em tudo.

No entanto aquela porção da consciência de Deus de que ele falava e que se exprimia nas
pedras é o que chamaríamos consciência elemental, que não é o equivalente da consciência
Crística, embora seja capaz de reconhecer o Cristo pela afinidade do Seu índice vibratório com o
do seu [das pedras] núcleo de fogo branco Os seres e as forças do reino elemental sentem a
presença da uma ação concentrada da Luz do Cristo, harmonizam-se com ela e atuam como
seus condutores para a humanidade. Perante a discórdia humana, a sua desobediência às leis
naturais e a sua rebeldia contra Deus, a Natureza, perturbada, desequilibra-se e passa a recorrer
aos cataclismos para restaurar a harmonia da ordem universal.
A consciência Crística é a integração da consciência de Deus no homem. A consciência elemental
manifestada na vida animal, nos reinos vegetal e mineral e nas forças da Natureza é uma
manifestação incompleta de Deus, é um reflexo de um aspecto do Todo-Poderoso: de fé e
esperança, como nos animais domésticos, de beleza e graça, como nas flores e nos pássaros, ou
como poder e majestade, como em uma tempestade, no vento e no fogo. A alma de grupo dos
animais é a consciência cumulativa das espécies. Um animal sempre se percebe como parte da
manada, e não como uma identidade individual. Os animais não têm autopercepção, não podem
dizer "EU SOU", nem têm o equilíbrio do amor, da sabedoria e do poder da Trindade; portanto,
permanecem manifestações incompletas da consciência de Deus.

O homem tem livre-arbítrio, por isso foi-lhe dada a oportunidade de dominar a consciência,
entrando na mestria da consciência divina. Só o homem pode se tornar Deus, porque só ele tem
livre-arbítrio. Dando mais um passo nos ensinamentos dos Mestres, vemos que a vida animal e
mineral são muito simplesmente uma expressão inferior da consciência do homem. De fato, sua
identidade real, tal como se encontra na consciência de Deus, deve incluir toda vida, toda
substância, toda identificação dos reinos animal e mineral. O que não representa
adequadamente a Imagem Divina deve ser transmutado. O que é incompleto deve ser
substituído pelo que é completo. A vida animal deve dar lugar, ou evoluir, para a vida de Deus,
tal como ela se manifesta no homem. Na eterna coexistência de Deus e do homem não existe
criação inferior, mas, durante o período de transição, quando o homem ainda se encontra em um
estado de tornar-se Deus, a sua consciência percebe e realmente perpetua formas de vida
animal e várias incongruências que não têm lugar no mundo do Espírito.

Ao falar da consciência como vida, o Mestre da Galileia disse: "Qualquer um que quiser salvar a
sua vida perdê-la-á, mas todos que deixam fluir a corrente inata da consciência de Deus e do
Seu infinito amor através da abertura do eu, tomam-se como pontos radiantes de Luz no tempo
e no espaço. Estes derramam a Luz eterna sobre a cena transitória da criação mortal e
encontram, assim, o seu Lar eterno nas realidades do céu que são o nosso quinhão."

Assim nasce no homem a compreensão de coração, cabeça e mão como a ação equilibradora da
Trindade, ele sabe que essa é a sua oportunidade única de tornar-se um Filho de Deus e
estabelecer uma fonte de graça em prol de milhões [de pessoas] que ainda não nasceram para a
vida em Cristo. Por conhecer essa lei da oportunidade pela qual o homem-criança pode ser
coroado com a filiação divina e, finalmente, com a Divindade, Moisés lembrou aos israelitas
recalcitrantes sua origem e destino divinos: "Eu disse: Vós sois deuses [em potencial] e vós
outros sois todos filhos do Altíssimo [no vosso atual nível de desenvolvimento]."

A CONSCIÊNCIA: O MAGNETO DA INDIVIDUALIDADE

A consciência de Deus é a Causa que precede o efeito que o homem contempla como o
Macrocosmo. A consciência do homem é a causa que precede o efeito que ele contempla como
seu microcosmo. A consciência do homem é o magneto da individualidade, tudo que está contido
na mente consciente ou subconsciente - todos os registros, padrões e impressões que escreveu
com a caneta do coração, da cabeça e da mão durante milhares de anos de evolução da alma -
determina o que ele experimentará e o que será.

O homem só pode atrair o que ele já é e já possui. Se as condições em que se encontra são
alheias à sua alma, pode mudá-las. Ele pode declarar que é a Imagem da Realidade e, pelo
poder da Palavra falada, EU SOU, pode purificar o magneto da consciência por meio da
afirmação do seu verdadeiro Ser, até magnetizar o que o seu Eu Verdadeiro já é no Macrocosmo,
o que ele deseja ser no microcosmo. Ele pode aclamar a magnitude do seu Cristo Pessoal como
sua e pedir ao Divino Medianeiro que torne a sua consciência congruente com o magneto da
consciência de Deus. Mesmo perante toda a evidência do contrário, ele ainda pode aquietar-se e
conhecer esse EU SOU Deus, permitindo que o Magneto Maior repolarize o magneto menor e o
devolva ao seu desígnio divino original.

Quando consideramos que o magneto da consciência de Deus está focalizado no Grande Sol
Central como o grande dínamo que mantém os universos em órbita ao redor desse centro da
criação, ficamos impressionados com a oportunidade ilimitada . que Deus conferiu à consciência
do homem, dotando-o de autoridade para magnetizar orbes de criatividade. [Sendo] a sua
consciência total, totalmente a consciência de Deus, o homem está predestinado a ser, como
Deus, o centro do seu universo em expansão. A consciência individual é o maior poder do
universo porque é um fragmento de cristal da mente de Deus, uma gota do oceano da Sua
consciência. O homem que consegue estabelecer sua consciência como um campo de força de
poder Crístico, inteligência Crística e amor Crístico em um perfeito equilíbrio, tem no seu interior
um magneto divino que atrairá mais de Deus, mais do Bem. E, quando controla o campo de
força com domínio divino, tem um potencial ilimitado para ter e para ser o que for o seu desejo
divino.

No seu livro A Alquimia, Saint Germain referiu-se à compreensão da consciência (significando a


consciência de Deus) como o "ingrediente supremo" do alquimista. "Meus amados, com Deus
todas as coisas são possíveis!" Se possuírem sua consciência, também assim será para cada um
de vocês - na verdade, ser-lhes-á possível manifestar todas as coisas imediatamente. Se não for
essa a sua experiência instantânea, então é porque necessitam mais da consciência divina!

'Até aqui tudo bem', vocês dirão. 'Mas como vou adquirir este artigo nebuloso, chamado
consciência?'

Meus amados, o que é e onde está a sua consciência? Os diminutos pontos de Matéria física ou
energia, cuja natureza é atômica, são compostos de partículas de luz mantidas em trajetórias
orbitais estabelecidas e dotadas de ação inteligente. Este magnetismo espiritual, impregnado de
inteligência criativa, poder e amor, constitui um fluxo cuja densidade permeia toda a esfera e o
ambiente de cada átomo, estendendo-se externamente, em composição molecular e celular e, a
partir daí, através das fases elementares da natureza, manifestando-se em escala planetária.
Quando corretamente com prendidas, tornar-se-á conhecido que essas partículas giram em
trajetórias orbitais fantásticas e infinitas, através das densidades solar, galáctica e universal.

As dimensões relativas permitiram à humanidade sentir que sua consciência é confinada pelo
corpo ou pela célula, dependendo do caso. Este conceito do espectro aprisionado no interior da
máquina humana é um erro completo. Embora o fluxo de forças interatuantes possa tornar-se
mais complexo, ainda assim o conceito de uma consciência em expansão, simultaneamente com
um universo em expansão, deve ser levado em conta, se o homem quiser obter o domínio
correto de suas questões.

O homem não está mais confinado em seu corpo do que está em um átomo de substância que
se encontra dentro dele ou no interior do seu cérebro. Nem tampouco os átomos da Matéria
física que compõem esse corpo estão confinados a ele, nem sua expressão é limitada por esse
corpo ou pela densidade mente-Matéria.
A capacidade de estender-se para o exterior e tornar-se parte inteiramente consciente de uma
totalidade, de maneira maravilhosamente espiritual, é o dom concedido por Deus a todos.
Ninguém perde nenhuma parte do que já é seu assim fazendo, e ninguém retira nada de outrem
ao partilhar as glórias de Deus. (...)

Aqui, o filho pródigo pondera sobre o problema de como regressar ao conceito imaculado que
estruturou seu princípio, e descobre que sua única esperança de ser restaurado ao ideal original
é por meio da graça de Deus, que providenciou na estrutura das Suas leis [a possibilidade] de o
homem voltar para o reino da vontade de Deus e da Sua manifestação perfeita.

O padrão eletrônico da consciência de Deus individualizada é energizado no homem por meio da


consciência Crística individualizada. Como dissemos, esse padrão é o magneto pelo qual o
homem atrai para si mesmo os recursos da energia de Deus que estão à disposição de todos.
Mas, para se tornar o poderoso magneto para o Bem que Deus pretende que ele seja, o homem
também precisa dominar a arte de expandir o campo de força da mente em anéis concêntricos
cada vez maiores. Precisa treinar as energias da sua consciência a fim de fluírem para fora, em
círculos infinitos, partindo do centro da sua percepção individual para a periferia da sua
Autopercepção Divina para dali retornarem ao ponto da identidade no seu interior. Tal como um
rapazinho lança um seixo em um charco com total abandono, o homem precisa estar disposto a
lançar-se no mar do Ser de Deus. Imerso nas energias da luz, da vida e do amor, ele sente a sua
consciência encrespar-se em ondas que se expandem cada vez mais, absorvendo sempre uma
medida maior da consciência de Deus, até que não haja mais ondas, o mar esteja calmo, a fusão
seja completa. Deus e o homem são um só.

Se o leitor fizer uma pausa para experimentar esse exercício, descobrirá que, no princípio, não é
fácil expandir a mente em todas as direções. Isto acontece porque os olhos físicos do homem
não têm visão periférica, o que não ocorre com a consciência, que se expande em todas as
direções de uma só vez, pois é a parte do homem não-limitada pelos sentidos físicos, nem pelo
tempo, pelo espaço, forma do corpo ou circunstância. Ela é livre para ir e vir à vontade. Mas,
para se manter flexível, precisa ser exercitada.

Se o homem deseja alcançar as estrelas e colher perpétuas nos Campos Elísios, precisa começar
por expandir os anéis concêntricos da sua percepção, absorvendo a cada dia um pouco mais do
mundo que vê no seu círculo microcósmico, e, pouco a pouco, descobrirá que não é difícil
meditar sobre as estrelas e permitir que a sua consciência levante vôo e sonde o Infinito. Tal
como o devoto alcançou a mestria da fase de saída da sua meditação, precisa aprender a arte de
penetrar no interior. Ele precisa ser capaz de reverter o processo e levar ao epicentro do seu ser
tudo que realizou por meio da expansão dos anéis da sua percepção consciente.

Para onde quer que flua a consciência do homem, ela retém o selo do seu padrão de identidade
e tudo que ele absorve da essência universal da consciência de Deus coalesce ao redor desse
padrão para aumentar as fronteiras da sua individualidade. À medida em que o homem expande
a sua consciência, Deus expande a Sua infinita percepção de Si mesmo por intermédio do
homem. Assim, Deus, o Pai, e Deus, o Filho, intensificam o fluxo das energias macrocósmicas
para 'todas as partes da vida que evoluem no mar macrocósmico.

A chave para o sucesso dessa experiência é entregar a Deus todo o campo de força do círculo de
consciência que expandimos - quer o círculo (que é realmente uma esfera) da nossa percepção
tenha as dimensões da sala onde nos encontramos, quer tenha as da Terra, do sistema solar; ou
da Via Láctea. No momento em que sentirmos a expansão no seu máximo, em um abrir e fechar
de olhos, devemos entregar a Deus toda a extensão da percepção. O ato de renúncia deve ser
acompanhado pela fixação da mente em um ou mais componentes da identidade de Deus, para
que, sequer por um micro-segundo, o pequeno eu possa pedir de volta o que já entregou, se
houver um súbito retorno da atenção para o eu - como aconteceu quando Pedro tentou
caminhar na água. A necessária fixação da mente faz-se melhor repetindo o seguinte mantra.
EU SOU Luz por dentro e por fora
Expande, expande, para sempre expande!
Campo de consciência dentro e fora,
Absorve a Luz de Deus e ordena então
Que a Luz de Deus tenha eterna expansão!

Preenche o mundo, a terra e o ar,


Tudo o que existe, o céu e o mar,
Com a consciência do EU SOU
Deus e oração compartilhando -
Além da Terra/ no espaço estelar,
O poder da graça vai sempre aumentar!

Nosso Deus está ali e em toda parte,


E onde EU SOU, Tu estás também,
Para revelar-me a Tua Verdade
E mostrar na visão do meu EU SOU
A sagrada beleza que só o céu tem.

Vejo Tua Luz, tom de diamante,


Cintilando com brilho penetrante,
Nos poros do ser e no grande corpo
O Macrocosmo, o Universo.
EU SOU Contigo, ó Deus, e vejo assim
Expandir a Luz que leva a Ti.
Meu ser resplandece, flui o poder.
E Cristo mostra em todo o meu ser

Que EU SOU o Caminho do poder e da paz,


Teu espírito torna-me um só nesta hora.
Ó Deus, exige e comanda agora
Tua Presença em nossa legião
Que à graça do Céu tem devoção _
Mostra-me, manda-me tomar meu lugar!
Na legião da liberdade vou permanecer;
Pelo poder da vitória agora despertar
Para sentir sempre o fluxo de poder.
Resplandece em mim, ó Luz de Deus,
Nebulosa em espiral e sóis de Luz!
Verdade de Deus em meu ser reluz _
Preenche minha mente, me deleitando!
EU SOU Tua graça aqui manifestada,
O Teu perfeito e puro amor brilhando!

Expande, expande, em nome do Céu!


Que a Tua individualidade seja meu fulgor;
Que a minha alma seja a Tua Chama,
Expande, expande, ó Divino Amor!

A REALIZAÇÃO CIENTÍFICA DA CONSCIÊNCIA

A realização científica da consciência depende totalmente do seu desenvolvimento apropriado. A


consciência do homem relaciona-se com a de Deus por intermédio do Cristo. A consciência é a
percepção individual do que é correto e incorreto. É a faculdade discriminadora da Mente
Superior à qual o indivíduo tem acesso por meio da chama do coração. A discriminação é a
capacidade de distinguir entre o Bem e o mal e poder julgar moralmente, de acordo com a
vontade de Deus; é a qualidade mais importante da mente Crística. A discriminação surge no
indivíduo por meio da voz ainda tênue que vem de dentro, quando ele entra no Grande Silêncio
da sua Presença Divina. A consciência do homem é a porção da consciência discriminadora de
Deus que Ele, o Criador, legou ao Seu amado Filho, para que pudesse seguir os mandamentos
do SENHOR (a Lei) e cumprir seu plano divino.

Para além da dádiva do discernimento espiritual, o homem tem uma consciência social que
desenvolveu por meio do contato com o mundo da forma. É o código moral que lhe foi ensinado
ou que ele mesmo formulou e que se distingue da moralidade cósmica enraizada na alma. Se o
indivíduo receber o treinamento adequado nas leis de Mestre Ascenso e se aprender a sintonizar-
se com o Eu Divino, a moralidade que desenvolveu será uma aplicação ambiental dos princípios
da lei universal, mas, se esse treinamento não lhe for dado, ele só pode basear seus juízos
morais na sua percepção externa e nas normas sociais da época.

Muitas vezes, ao tentarem explicar seu comportamento, as pessoas declaram: "Foi uma voz que
me disse para fazer isso", quando essa voz nada mais é que uma amálgama de sugestões
erradas subindo como uma névoa das suas mentes subconscientes. Se o homem quiser distinguir
entre as muitas vozes que o chamam para aqui e para acolá, precisa ter o padrão da Lei. No seu
ensinamento sobre "Cristo é a Porta", Jesus disse do pastor: "Ele vai à sua frente e as ovelhas
seguem-no, pois conhecem a sua voz." Mas se não conhecemos a sua voz, podemos ser
contados como parte do seu rebanho? Portanto, precisamos aprender a reconhecer a voz do
Bom Pastor, do Cristo Pessoal, que nos guiará pelos rochedos pontiagudos e pelas terras
desérticas que o viajante precisa atravessar antes de chegar ao Riacho Eterno.

A declaração categórica de Kant, que afirma ser preciso "atuar como se a máxima da sua ação
fosse, por sua vontade, tornar-se uma lei universal da natureza", é uma regra prática pela qual o
homem, no seu presente e limitado estado de consciência, pode determinar o que é a justiça de
Deus (o uso correto da Lei) nos assuntos dos homens. Mas as respostas que ele dá a essa
declaração estão condicionadas pelo grau da sua sintonia Com as faculdades discriminadoras da
Mente Superior e pelo refinamento da sua consciência social.

Por exemplo: se o homem se mantiver em estado de graça de escuta e for capaz de contatar o
Cristo Pessoal, seguirá intuitivamente a Lei Universal "Não matarás", quer viva em uma
sociedade militarista, quer entre canibais, e superará a consciência social que lhe diz ser correto
matar o inimigo ou comer-lhe os filhos. Embora a defesa da liberdade pessoal ou nacional possa
exigir que se mate em legítima defesa, uma ação dessas não deixa de ter uma penalização
cármica. No entanto, não atuar quando um indivíduo ou uma nação são saqueados e violados
também não deixa de ter uma penalidade cármica. Em um mundo de bem e mal relativos,
escolher entre o menor de dois males é um dos testes mais cruciais por que a alma tem de
passar para ganhar a sua liberdade imortal. Portanto, a aplicação da Lei Universal a situações
específicas requer o maior cuidado e preparação espiritual.

Aplicar o imperativo moral é como perguntar: o que faria Jesus? - questão em que muitos se
baseiam para aferir suas ações. Se a consciência social do homem for treinada de acordo com a
Regra de Ouro, o padrão do seu Cristo Pessoal e, se, por meio do contato com a mente de
Cristo, ele for capaz de manter a força e a coragem para desafiar e superar normas sociais que
não estejam de acordo com a lei cósmica, então, quando se interroga: "O que aconteceria se a
humanidade fizesse o que estou fazendo?" ou "O que faria o mais alto representante da Grande
Lei em circunstâncias semelhantes?" ele pode, na maioria dos casos, determinar o efeito das
suas ações sobre o corpo de Deus e não deixar de atuar de acordo com o maior Bem (o mais
correto) que ele é capaz de entender e executar em uma determinada situação.

Quando o homem compreende a lei de causa e efeito - os efeitos gerais assim como os efeitos
específicos das suas ações - começa a compreender os efeitos universais da Lei de Deus sobre si
mesmo e sobre os outros homens, conforme aplica seus princípios por meio de juízo e ação
corretos. Ao aplicar o imperativo categórico de acordo com os princípios do Cristo, o indivíduo
pode trazer para a sua vida o Bem que Deus deseja que ele faça. Mas, até ele se revestir
realmente da consciência de Deus, deixando para trás a consciência do bem e do mal relativos,
não é capaz de se aproximar desse Bem em todas as circunstâncias.

Visto que o raciocínio e faculdades intuitivas do homem são inevitavelmente limitados para
interpretar a voz da consciência, chega um momento em que precisam submeter-se aos éditos
das sensibilidades refinadas da alma, conforme são guiados pelo Espírito Santo. Ao elevar-se em
consciência ao nível da percepção Crística de si mesmo, o indivíduo é capaz de medir suas ações
por meio das percepções de um coração que bate em ritmo cósmico com o coração do Cristo
Universal. Ele é capaz de determinar qual será o efeito das suas ações, pois ele é um só com
toda a vida e a sua percepção do véu de energia é, mais uma vez, impessoal. Ele sente a saída e
a entrada da energia de Deus. Ele sente as marés da vida quando deixam as margens do ser e
fluem para o outro lado, pois ele é um só com todos os outros filhos de Deus, como uma
extensão da Sua consciência, como um raio que emana d'Ele e se mistura com todos os outros
raios cuja origem é a Fonte Única.

A faculdade da consciência desenvolvida por meio de uma concordância com a mente Crística é
um critério de ação mais avançado do que o imperativo categórico, pois, quando confinada nos
limites da razão que se baseia na dualidade, a consciência social de cada um nem sempre é
universalmente válida. Além disso, quando o homem se vê em um mundo hostil, como um
[indivíduo] contra muitos, é incapaz de tornar universais decisões tomadas a priori, que sejam ao
mesmo tempo imparciais, imediatamente práticas e cosmicamente justas, enquanto as decisões
morais baseadas no seu contato com a Realidade e com o Eu Verdadeiro em cada homem
procedem do coração que sabe quem e o que EU SOU, e do seu contato direto com a vida que é
universalmente uma só.
Portanto, a ação correta surge da sensibilidade do homem à consciência do Cristo e a partir de
uma consciência motivada pela boa-vontade em relação a todos; esses critérios formam a base
do exercício supremo do livre-arbítrio. Enfrentar as conseqüências dos nossos atos, ou do nosso
carma, aceitar o nosso dever para com a vida, ou o nosso darma, servir ao Criador e à criação ao
usar corretamente a energia universal e pela obediência à lei universal são desafios que
confrontam o homem diariamente. Enfrentá-los com sucesso depende da forma como ele usa as
suas faculdades de percepção e de consciência.

Se não desenvolveu a consciência Crística, o homem não pode receber os segredos do universo,
pois, sem esse padrão-ouro, não está apto a usar o conhecimento da Lei de forma sábia e
imparcial, para o bem de si mesmo e dos seus semelhantes. Tendo em mente que a consciência
do Cristo é um pré-requisito da mestria pessoal e da consciência, vamos continuar com outro
exercício calculado para expandir o magneto da individualidade Crística. Vamos seguir as
instruções de Saint Germain para a criação da Nuvem, como meio de desenvolver as faculdades
de percepção e discriminação. Apliquemos, portanto, o método do Mestre para expandir a
percepção do nosso Eu Divino, empregando a Nuvem como um campo de força magnético para
a realização científica da sua consciência.

"Coloque-se diante de seu altar, honrando o Deus vivo e a sua ordem. Pois Ele, que é Deus,
ordenou: Assumi o domínio! Então, vocês estão atuando corretamente ao cumprirem essa
ordem. Vocês estão prestes a criar e a primeira criação será a nuvem do incomensurável poder
de Deus, armazenado em cada ponto do espaço, aguardando sua evocação.

O poder da visão é fundamental em nossa invocação. Portanto, criaremos em nossas mentes, em


primeiro lugar, um brilho branco-leitoso, e veremos esse brilho branco-leitoso como ação
vibratória eletrônica da luz inefável, vital e em movimento. A concentração da luz, que
chamamos de densidade da luz, é aquilo que produz a cor branco-leitosa. Se a nuvem fosse
rarefeita, poderíamos ver através dela, como se as cenas à nossa volta estivessem envolvidas
por uma névoa.

Bem, tendo criado em nossas mentes esta forma de uma nuvem translúcida brilhante,
permitimos que ela envolva nossos corpos físicos e ocupe nosso campo de força. Por um
momento nós nos perdemos em meio à nuvem, e então é como se ela sempre tivesse estado ali.
Sua atmosfera é familiar, confortável. Reconhecemos que a mente tem o poder de expandir seu
círculo de influência, mas não devemos tentar o distanciamento da árvore ancestral do eu.
Deixemos que, primeiro, essa nuvem brilhante e cintilante alcance dois metros de diâmetro à sua
volta. Mais tarde, talvez poderemos expandi-la para três metros de diâmetro, em seguida para
trinta metros e assim por diante.

Em nossas primeiras meditações, nós nos concentraremos na intensificação da luz branca em


nossas mentes. Daí, transferiremos essa ação para uma área de três metros em torno da forma
física. Uma vez desenvolvida a consciência dessa nuvem em torno de nossas formas físicas,
compreenderemos que, embora ela possa tornar-se visível aos olhos físicos, nossa principal
preocupação consiste em manter a sua elevada ação vibratória puramente espiritual.

Aqueles que estiverem familiarizados com a eletrônica e as funções de um reostato


compreenderão que, simplesmente girando o dial da consciência, podemos intensificar a ação
vibratória da nuvem. Neste caso, coalescemos mais luz em torno de cada ponto central de luz;
pois nossa nuvem compõe-se de inúmeros pontos de luz, cujas auras disseminam-se e fundem-
se umas com as outras, produzindo o efeito total de uma radiância branca rendilhada, conquanto
altamente concentrada, uma nuvem turbilhonante de energia cósmica pura.

O que é essa poderosa nuvem que criamos, este campo de força de energia vibrante, e por que
nós a criamos em primeiro lugar?

Na realidade, embora eu tenha utilizado a palavra criar, seria mais apropriado, talvez, utilizar a
palavra magnetizar; pois na verdade estamos magnetizando aquilo que já está presente em toda
parte no espaço. Estamos amplificando uma ação intensa da luz, do interior do seu próprio
campo de força - mais do que normalmente ela se manifestaria em determinada área. Portanto,
estamos recorrendo ao poder universal de Deus para produzir esta nuvem que inicialmente
penetra e em seguida consagra nosso campo de força imediato, para que possamos ter um altar
espiritual, no qual projetaremos as imagens da realidade que desejamos criar.

Lembrem -se de que essa nuvem pode ter uma finalidade terapêutica, para a cura das nações e
da alma de um planeta, ou pode ser usada como plataforma para invocar, como fez o Cristo no
Monte da Transfiguração, a presença de Mestres Ascensos- do amado Jesus, da Mãe Maria, do
Mestre Serápis Bey de Luxor, do Maha Chohan, do Senhor Maitreya, do Arcanjo Miguel - que irão
auxiliá-los não apenas em seus experimentos alquímicos, mas também em seus serviços à vida.

Nas questões em que vocês ainda não sabem exatamente o que deveriam produzir para si
mesmos e para outras pessoas, vocês podem, de maneira delicada e infantil, pedir a Deus para
produzir, a partir do grande manancial de sua energia-luz, o milagre de seu amor curativo, não
apenas em suas vidas e nas vidas de seus entes queridos, como também nas vidas das
multidões que habitam o mundo.

Vocês podem convocar o poder de Deus e do reino dos céus, para que se manifeste sobre a
Terra. Podemos pedir o nascimento da idade de ouro, O fim das lutas e contendas e de todas as
manifestações negativas e odiosas. Podem pedir que o Amor assuma o controle do mundo. Se
abrirem seus corações para as necessidades do mundo e para o amor da Mãe Divina, que busca
expressar-se por meio de sua consciência elevada, idéias ilimitadas para o serviço universal
surgirão em suas mentes.

Entretanto, permitam-me, uma vez mais, uma nota de advertência, em benefício sobretudo
daqueles que têm uma inclinação psíquica ou uma tendência, como diriam os homens, a agir
impensadamente. Cuidado! Vocês estão lidando com o poder criativo sagrado. Tomem cuidado!
Mais vale pedir aos Mestres para introjetarem suas ideias para vocês - sem necessariamente
defini-las ou liberá-las para suas mentes conscientes - do que ser lançado além dos limites da
norma alquímica.

Os Mestres Ascensos não são apenas equilibrados e organizados, mas também infinitamente
profundos e devotos. Assim, é fundamental para vocês tornarem-se semelhantes a eles. Acima
de tudo, não se deixem arrastar pelo orgulho ou pela exaltação da personalidade em detrimento
dos demais.

À medida que forem adquirindo poder espiritual, através desses períodos de meditação sobre a
nuvem - que a princípio não devem exceder os quinze minutos diários - procurem compreender
que a nuvem criativa, uma vez dissipada por uma ordem sua, ao termo de sua cerimônia criativa,
continuará a expandir-se mais e mais ao longo do universo, como um globo de chama branca
translúcida, redemoinhando em esferas sempre maiores, estabelecendo contato com tudo que é
real e que é verdadeiramente seu.

A nuvem, enquanto manifestação do poder de sua energia criativa, o fogo do seu Espírito, trará
para seus mundos a consciência do próprio Deus. Invocada dos poros centrais do ser e
expandindo-se lindamente como um altar de Deus, a nuvem consagrará o espaço até onde ela
se expandir.

Cristo foi capaz de produzir os milagres registrados nos Evangelhos, e muitos mais, porque em
primeiro lugar ele adquiriu o domínio do uso correto da energia. Ele chamava 'Pai' à energia
sagrada do Espírito; e na verdade, o Espírito é 'Pai' de toda manifestação.

O Pai é Todo-amor, onisciente e Todo-poderoso, e irá transformá-los em tudo que ele é. Mas
apenas principiamos a conhecer o uso correto da Sua energia. (...)

LIBERDADE NASCIDA DA CONSCIÊNCIA DE DEUS

A alma clama ao Espírito da Liberdade

Ó liberdade, cuja busca é o hino dos homens e das nações! Ó Liberdade tu que és a chama que
arde no coração, mas escapas ás limitações do homem! Ó liberdade, nossa Mãe da Eternidade
que embalas nosso cristianismo, moldas a nossa humanidade e formas a nova ordem das eras!
Os teus filhos anseiam pelo teu braço, por conhecerem-te mais uma vez e ouvirem as tuas
palavras confortadoras: “Tudo está bem”.
O ESPÍRITO da Liberdade responde:
“A Liberdade nasceu na alma –
O homem não mais se satisfará com metas inferiores.
As quinquilharias e ninharias do mundo
Têm o lugar do filho de Deus
É a consciência onde Deus está

O luar onde Deus não está –


Onde estão penduradas imagens inferiores d’Ele
Como ícones inúteis nas paredes –
Já não detém a alma
Que busca sair voando do reino do engano mortal
E sob a tenda da Boa Vontade,
Ver e acolher a realidade dos anjos,
Dos mestres ascensos,
Desse reino coroado de nuvens
Onde a alma, com riso de criança.,
Como um regato borbulhante
Que avança rumo ao Mar da Identidade,
Sente a liberdade do vento
E o poder de agitar as cítaras
Da consciência inferior
Com um sentido de beleza e de sutileza
Que paira como uma bolha brilhante
Cujo véu úmido, aéreo,
Adorna a transparência de iridescência espelhada
Para o olho que aguarda.
No reino dos anjos não falta deleite
E a realidade dos mestres ascensos aguarda o voo
De almas que anseiam romper as cadeias
Da desesperança, que privam o mundo
Das maravilhas da radiante intenção de Deus -
Capturada tão penosamente
No tecido de rituais, orações e dogmas,
Mas mantido tão maravilhosamente
Como chama pulsante e tríplice deleite divino –
Amor, sabedoria e poder
Dentro do coração e da alma”.

E a alma está satisfeita:


“Agora, enquanto aguardo a expansão
Do grande mundo do Macrocosmo
No seio do reino microcósmico do ser,
Vejo que nasce em mim
O poder da expansão ilimitada a cada hora.
Ó Deus! Eu Te agradeço pelas horas resplandecentes
Que vêm compostas de minúcias,
De minutos, segundos e micropausas,
Enquanto a mente dá voltas para gravar para sempre
As Tuas leis imortais

A libertação das almas dos homens e das mulheres ao longo das eras do seu envolvimento nos
véus da ilusão, tem sido realizada pela prática de um ritual sagrado. Se a força dos padrões dos
hábitos humanos for reforçada por um arame enrolado no mastro do ser, sempre que a
complacência e a vaidade humanas sejam permitidas, então o ritual de desenrolar o fio, espiral
por espiral, deve desfazer a força do erro humano. O ritual de desenrolar as mortalhas que ligam
e sepultam a alma na consciência da mortalidade é a alegria do conquistador, e nada menos
pode satisfazer sua alma.

Os que são conheceram a paixão da alma para ser livre, olham com espanto e surpresa para
seus irmãos e irmãs que se deleitam no que parece ser uma existência monótona e infrutífera,
de trabalho sem recompensa ou reconhecimento. Não se apercebem da exaltação do Espírito na
medida em que, dias após dia, a alma se eleva para uma novidade de vida e liberdade. Quanto
aos que buscam uma recompensa terrena, “já têm a sua recompensa”, que é um atributo
terreno, mas o Pai, que vê em segredo o trabalho e o sacrifício dos santos, recompensa-os
abertamente, e o seu tributo, e o seu tributo é celestial.

Que todos compreendam que a arte e a ciência de um ritual sagrado é a realização de toda
comunhão e serviço à vida, é a cimalha no arco da mestria e, sem essa coroa de glória, a
Cristicidade – EU-SOU individual permanece incompleta. De que consiste, então, o ritual, mas
deixa para o discípulo diligente a tarefa de descobrir que fala sobre ele.
“Todo homem deve realizar a sua individualidade essencial, o seu privilégio que Deus lhe deu de
expressar qualidades únicas da vida que ele pode usar para delas dotar o universo a partir da
fonte da sua própria vida e amor”.

Mas há lições a aprender, compreensões que precisam ser procuradas e encontradas, e velhos
sentidos que devem ser abandonados, transmutados e, em alguns casos recriados.

Morya troveja! Por que adiar a hora de esvaziar a mente das suas lições? Por que as trevas
devem impelir a mente e o coração a desconfiarem de si mesmos?

Inflamemos os homens com uma gnose de possibilidades. Criemos um sentimento de força que
não se baseie na fraqueza, mas que esteja enraizado no fluxo da realidade. O fato de os homens
não terem conhecimento não quer dizer que a ignorância deva continuar.

Enviamos a luz da sagrada vontade e ela impregna a consciência, preenchendo as velhas lacunas
e desprendendo o espírito da suas paredes que o confiam, onde a traiçoeira cola da consciência
humana secou até o próprio pensamento de progresso.

Espíritos sufocantes infestam os crédulos e os complacentes! Flamamos àqueles que estão


dispostos a serem preenchidos pela vontade de Deus!

A própria ideia de ‘eu’ e ‘meu’ conduz frequentemente à separação. A estranha consciência de


separação é bem-vinda onde quer que os homens amem as trevas.

Eles dirigem o barco da consciência para cavernas aquosas de uma intrincada loucura. Mas a
clareza da vontade de Deus promove a facilidade de uma realidade mais suave.

A Palavra foi proferida há muito tempo mas o homem comum esquiva-se, com medo de que
alguém descubra que esta ligado a Deus ou à sagrada vontade!

Presta-se homenagem às ignomínias, enquanto a fonte de toda a graça permanece escondida


em vergonha dos débeis olhos mortais. Verdadeiramente, são cegos a guiar cegos.

Caminhai na senda dominante do sagrado forasteiro que não respeita os pensamentos ilegítimos
do homem, mas sim a pessoa (o puro filho) de todo o homem. (...)

O Mestre fala do ritual de autopurificação, que deve ser feito ao mesmo tempo em que se busca
a vontade (consciência) de Deus. A menos que participe desse rito de autoimolação, o homem
não pode conhecer a vontade de Deus, nem se tornar essa vontade em ação.

A consciência egocêntrica dos que não tiveram s almas aceleradas pela Lei (ou pelo SENHOR) do
ritual, após receberem as energias do Espírito Santo como maná que cai do céu, maculam essas
energias preciosas com suas impurezas ou prendem-nas nos moldes imperfeitos dos seus
desejos humanos. Portanto, o ritual de quebrar os recipientes de barro, moldados e formados de
acordo com os padrões dos pensamentos e sentimentos humanos, deve preceder a vinda do
Espírito Santo em manifestação. Mas esse é apenas o primeiro passo. Devem ser formados novos
recipientes, desenhados de acordo com pensamentos e sentimentos puros do Cristo e, depois,
cheios com o vinho novo do Espírito Santo, Como Jesus disse: “Nem se deita vinho novo em
odores velhos; aliás rompem-se os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas
deita-se vinho novo em odres novos, e assim se conservam”. Ele ensinou esse ritual aos seus
discípulos, para que pudessem estilhaçar as matrizes de conceitos ultrapassados e substituí-las
pelas puras formas geométricas da mente de Deus.

O termo azul pode ser definido como “uma ordem determinada de realizar serviços religiosos ou
devocionais”, e a isso acrescentaríamos “com a finalidade de transformar a consciência humana
na consciência divina”. As técnicas ritualísticas ensinadas pelos Mestres Ascensos, não são de
modo algum cerimoniais vazios ou movimentos sem sentido, vãs repetições ou o frenesi fanático
dos que, sem o saberem, adoram a imagem sintética do Cristo em lugar da Imagem Verdadeira
do Filho de Deus. Essas técnicas são práticas cientificas por meio das quais o home pode obter
domínio sobre o campo de força da sua consciência - não por uma crença cega, mas por uma
reparação consciente, uma sintonia da alma com o núcleo de fogo branco do ser - o Cristo – e
com o núcleo de fogo branco de cada átomo dos seus quatro corpos inferiores. Por meio do
ritual, o homem entra no coração da vida e ganha do direito de ocupar o lugar de autoridade, o
trono (três em um) do seu Cristo Pessoal. Um só com Deus, ele comanda forças cósmicas porque
realizou a plenitude daquele mente que estava em Cristo Jesus.

A lei do ritual é o corrigi tudo da Fraternidade. É a oportunidade de corrigir todos os erros que
alguma vez foram impostos às energias da vida pelo mau uso do livre-arbítrio. É a oportunidade
de recuperar as más sementes de pensamentos e sentimentos discordantes laçadas ao vento
descuidadosamente, sem a preocupação de que, um dia, podem brotar como espinhos e cardos
no jardim de um vizinho. O ritual é o fio dourado que o aspirante segue pela caverna labiríntica
dos seus erros passados, para encontrar no outro lado porta aberta para a liberdade por meio da
mestria pessoal na consciência Crística.

A geometria do ritual é a chave para a matemática da libertação da alma; precisa ser descoberta
individualmente, por meio da invocação do fogo sagrado na forma de oração, decretos e
meditação. A libertação da consciência obtida pelas práticas desses rituais baseia-se na lei do
quadrado, que representa a Matéria, do círculo, que representa o Espírito, e do triângulo, que
representa a fusão dos dois, por intermédio de Cristo, o Medianeiro. A visualização dessas
formas durante períodos de comunhão com Deus estabelece um campo de força em consciência
que canaliza as energias do fogo sagrado para padrões de perfeição, assim encerrados na
consciência Crística para nunca mais complexas desses padrões geométricos, juntamente com as
suas contrapartidas tridimensionais, também podem ser seguidas; e, à medida em que vão
substituindo as formas incongruentes e irregulares que se mantiveram na mente subconsciente,
o homem eleva-se em consciência para tomar domínio sobre a Terra.

Uma das chaves principais para obter mestria pessoal é a geometrização da consciência por meio
da concentração da mente e do coração em uma união perfeita de motivo, vontade e ação sobre
essas formas e satisfazem à alma e são os materiais básicos da criação. A pouco a pouco, elas
emergirão do nosso subconsciente, desfilando automaticamente perante a mente incandescentes
que, como fero quente, marcam a aura, selam os pensamentos e os sentimentos na Luz de Deus
que nunca falha, e reclamam a alma para o Lar e para o céu.

O ritual de serviço dedicado à família e à comunidade é fortalecido por esses padrões gravados
em fogo sagrado sobre cada célula e átomo do ser. Os rituais de amar, de ser, de dar e receber,
de estudar para ser aprovado por Deus, e de realizar a evolução criativa são postos em
perspectiva, conforme o fluxo e refluxo das marés do Infinito infiltram-se pela treliça de formas
geométricas empilhadas camada a camada, da cabeça aos pés, tanto na forma física, como no
ser espiritual de cada um, é assim que a consciência total do homem entra no ritual de tornar-se
o Cristo.

A prática da Presença de Deus – de afirmar EU SOU e estou aqui, EU SOU e estou ali, EU SOU
onipotente, onipresente e onisciente porque EU SOU Deus em ação onde estou, onde vós estais,
onde a vida está vivendo em todo lado – proporciona uma libertação instantânea do testemunho
falso ou incompleto dos sentidos físicos, que é a fundação da consciência sintética. Acima de
tudo, tais rituais aliviam o peso dos eflúvios planetários e libertam a pessoa de envolvimentos do
ego que a levam a identificar-se com as próprias experiências do Grande EU SOU – os
ensinamentos, pensamentos e ações do coração, cabeça e Mao de Deus.

Morya conclui: “De tempos em tempos, a Fraternidade transmite ideias vívidas – às vezes
simples, às vezes complexas – às mentes dos estudantes”. Estas ideias nem sempre são
assimiladas imediatamente. Embora o amor imediato seja da vontade de Deus, nem sempre ele
é possível para o homem.

Por isso, estes ensinamentos sobre a [ritual sagrado da] vontade de Deus são dados para recriar
na consciência certos engramas que possibilitarão com eficácia e consentimento, a vossa
libertação da mente causal e sua substituição pela vivacidade da mente de Deus.

PENETRAÇÃO COSNCIENTE DO MACROCOSMO

Ao derramar alguma luz sobre a questão “O que é a consciência?” os Mestres Ascensos desejam
ensinar o discípulo a transcender suas limitações mortais enquanto ainda se encontra nas
dimensões do tempo e do espaço – como estar no mundo e não ser dele, como efetuar a sua
união com a Mente Maior, livre das condições terrenas que vêm da mente causal. Quando ele
demonstra integridade na aplicação dos princípios cósmicos, os Mestres revelam métodos mais
avançados e, assim, ele pode experimentar diretamente a consciência de Deus. Então, o
discípulo responde à questão por si mesmo: o que é a consciência:

“A consciência, quando funciona de forma adequada, é uma esfera reluzente de realidade,


alegria e iluminação plena”. A busca individual, a partir do aparentemente isolado centro do ser,
para entrar em contato com o centro cósmico da vida, e daí com a periferia de toda a realidade,
concretiza-se tao facilmente como o milagre da mente radiante e expansiva de Deus penetra o
universo com luz.

O poder de expandir a consciência para além da esfera do eu pessoal conduzindo-se ao


prevalecente domínio da realidade é inerente ao home. Essa realidade é compartilhada pelas
inúmeras manifestações que habitam o cosmo; mas em virtude da maravilhosa qualidade da
‘individualidade encerrada no seu interior’. Nunca ocorre qualquer erosão explosiva da natureza
permanente do homem. Existem apenas os delicados fatores modeladores quando a Mao da
inteligência, do poder e do amor universais inicia o processo de orientar a evolução da
personalidade da alma.

Ao reconhecer então, como disse o amado Kuthumi, como é fácil para os indivíduos usarem
individualmente a energia e, inversamente, como é maravilhoso dar inicio ao processo de
requalificá-la, o eu individual pode ter a certeza de que irá experimentar um frescor da vida e
uma sensação de plenitude jamais antes vivenciada.
Logo ele irá se desviar, não apenas das falsas estruturas que criou, bem como das que foram
criadas para ele [até mesmo na sua mente] pelos suseranos das trevas e suas estrelas negras
compostas de impurezas. Logo ele irá perceber com o balbucio jubiloso de um recém-nascido,
que o universo é um lar de luz e de esperança no qual as manifestações temporais de
inteligência, de consciência e de identidade podem ser unidas ao Eterno, enquanto o Eterno
permaneia a substancia da mortalidade com a realidade essencial. Aqui, finalmente, a
humanidade poderá conhecer a dádiva permanente da bem-aventurança que o Pai transmitiu
com grande felicidade ao individuo no nascimento da sua identidade. (...)

Em nome da Sagrada Sabedoria eu, Meru, ressalto a todos que renuncieis voluntariamente à
identidade que se apossou de vos enquanto seguíeis as vaidades do intelecto; substituí-a pela
refulgência dominante da mente vital e pulsante de Deus e pela realidade que é Deus e que vós
sois porque Ele é.

Os Mestres Ascensos estão muito interessados em expandir, ou diríamos antes, em espiritualizar


os sentidos dos homens e torná-los sentidos de Deus (as faculdades da percepção de Si mesmo
de Deus) para que o homem possa superar as limitações das suas sensibilidades finitas. O
Senhor do Primeiro Raio deu conselhos magníficos sobre o assunto do regresso ao paraíso, o
retorno ao elevado estado da consciência de Deus que todo o filho e filha de Deus um dia
conheceu e amou. Os chelas do Mestre não se surpreendem quando escutam o fogo da vontade
de Deus crepitar em cada uma das suas palavras, pois sabem que o seu amado El Morya
energizou um momentum de total devoção a essa vontade, conforme ela se manifesta na
exteriorização da mente de Deus.

“Levantai-vos agora para libertar-vos das trevas que existem em vós e fazer frente à esfera do
Sol Central do qual nasceu toda a criação”.

Consciente da Sua vontade em prol do bem e do Seu de ampliar essa vontade, compreendei-me
que Ele pode ampliar a vossa consciência para além do presente estado – pegá-la, enaltecê-la e
atraí-la a Si pelo magnetismo da Sua graça – aqui e agora, antes que vos libertais da consciência
sensorial.

Compreendei que o Guardião de tudo que é real em vós, tendo-vos recebido momentaneamente
no Seu seio, está também em condições de fazer-vos retornar ao momento presente sem efeitos
adversos, embora poderosamente afetados internamente por uma compreensão mais completa
da Sua vontade [da Sua consciência].

Compreendei que a vontade de Deus pode ser melhor entendida por meio de uma experiência
espiritual. Desejai, por isso, ter essa experiência. Desejai expandir-vos até a divindade na galáxia
do Grande Sol Central.

Ao mesmo tempo que contatais o vosso interior para ali implantar a semente divina, é a vontade
de viver no seio do vosso ser que deverá unir-se à vontade de viver como Deus vive.

Esta é a vontade divina dentro do coração do Sol Central. Deveis compreendê-la e unir-vos a ela.

Se o fizerdes conscientemente, nem que seja uma só vez, a vossa vida daí em diante será
afetada para sempre por um conhecimento inato, gravado interiormente, sobre o que é a
vontade [a consciência] de Deus. Os fantasmas e os espectros que antes faziam de vós
estranhos na corte do Céu nunca mais terão o poder que antes exerciam sobre vós.

No entanto, a reunião do homem com o Sol só pode ser efetuada por um ato de Deus [um ato
de graça]. É um evento cósmico que só pode ocorrer no mundo do indivíduo quando ele provar
que está preparado para ele. (...)

Tendes que conseguir entrar profundamente dentro de vós, porque não é nos revestimentos
externos de nome ou fama, nem tampouco no intelecto mundano, que o homem encontra as
chaves que o transportarão a essas dimensões superiores.

Advertimos que deveis exercer grande cautela nessa questão, porque na verdade não nos
interessa desenvolver no homem e na mulher experiências psíquicas sem tutela ou orientação.
Queremos que esta forma de comunhão seja uma raridade, e não uma pratica diária.

É lago que não deve ser tentado mais que uma vez por ano exatamente dessa maneira, exceto
para aqueles que tenham sido eficazmente preparados por meio do treinamento avançado. A
estes será dada gradualmente a instrução necessária que os ajudara a ter experiências vitais
para orientá-los na sua evolução solar.

Deveis compreender que a vontade de Deus [a consciência de Deus] é uma sagrada aventura.

Disse-o assim por uma razão já que o individuo comum considera o encontro com a vontade de
Deus como uma possibilidade remota. Ora para que a vontade de Deus lhe seja revelada, mas
não compreende que lhe é possível vê-la de relance, a priori, enquanto ainda vive numa forma
mortal.

Não entende que a vontade que vê pode também ser captada, em parte, como um tesouro da
consciência e trazido de volta para o domínio da vida superior. Aí, a grande pedra-ímã da
verdade atua como um revelador divino para revelar a cada home, das profundezas do seu
próprio coração, o que é realmente a vontade de Deus.

Acima de tudo, que ele compreenda sempre que, por mais complexa e abrangente que ela possa
ser, a vontade de Deus [a consciência da mente de Deus] pode ser sempre reduzida ao
denominar comum de amor, vida e luz.

ORAÇÃO À MÃE DO MUNDO


Ó Mãe do Mundo,
Somos todos filhos da Teu coração –
Separados pela trivialidade,
Permanecermos apartados
DO teu êxtase cósmico

Quando as paixões da liberdade cósmica são negadas a todos,


Os homens cegos ficam presos aos sentidos, escravizados.
E emprenham-se me lutar uns contra os outros-
Ingerindo, através de atos terríveis,
O vômito inferior e insensato
De padrões abortados, carregados de ódio –
A insensatez da ilusão, as confusões do destino.

Grande Mãe Silenciosa, ensina agora


Os Teus filhos a não terem ninguém
Além de Ti – a afastarem as mãos do erro mortal.
Protegerem a mente do terror mortal,
Selarem o coração no propósito supremo.
Forjarem Tua união cósmica – Realidade, Sonho Divino.

Longa tem sido a noite em que estivemos privados


Da luz do Teu radiante Filho Varão
No sol da Unidade,
Confessamos ter perdido a felicidade.
Teu cargo de pura luz não teme competição;
Que ninguém de Ti duvide, mas encontre
A sintonia com a Tua mente abençoada
Plena de pensamentos sagrados,
Teu amor, que flui de um coração que brilha
Com sonhos cósmicos da meditação Divina,

Purifica o ar dos sonhos confusos dos homens


Que separam, dividem e despedaçam
Muitas vidas, até que todos perguntem:
Irá derrotar-nos para sempre?
Nunca parando para avaliar-se?
Com toda a nossa razão, sabedoria evanescente,
Dissipando-se até chegar ao niilismo?

EU SOU um filho da diligência cósmica


Imaculado é o Teu conceito
Do meu desejo de ser divinamente instruído,
De aprender a amar, para destruir as matrizes de desejo,
Ó Mãe Cósmica, da tua sublime posição estelar,
Incendeia o meu coração!

Que eu possa mover-me impulsionado pelo Teu Amor


Até à fonte da Fraternidade
Onde, lavando os pés dos meus competidores,
A todos servirei
E verei Poseidom elevar-me
A nova Atlântida da nossa Totalidade,
Para nunca mais se afundar na mesquinhez
Do ser inferior que causa desordem.
Eu sou capaz agora de servir e reinar
Como o Teu Filho bem amado.

CONTINUA NO - A SENDA ESPIRITUAL (parte 2)

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