Liber Lucis (101-172)

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Eu sou Amor. Se você estiver disposto a abandonar a miragem errônea
com a qual se identifica, chegará ao plano cósmico onde poderá vislumbrar
os degraus que sustentam o altar, e ali poderá acontecer o casamento dos
casamentos. O puro Amor divino florescerá como uma rosa em seu coração,
e o que você fizer emanará a fragrância da graça celestial.
Eu sou a unidade. Pois você e eu seremos um, e através de mim você

compartilhará a vontade divina. A vossa vontade será a vontade de Deus e
o poder criativo poderá ser canalizado para o mundo material para construir
uma sociedade harmoniosa, justa, pacífica e fraterna, onde a divindade possa
encontrar o seu devido lugar em todas as áreas da expressão humana.
O Livro da Luz 99 Liber Lucis

Eu Sou todos os caminhos, pois ao longo dos séculos enviei alguns

dos meus emissários à Terra. Num mundo turbulento com guerras entre
tribos, eles alcançaram os seus objectivos harmoniosos. Alguns grandes
grupos ainda dividem o mundo, mas o seu destino Cósmico é de unidade
e o campo está sendo preparado para receber a nova revelação. Eu me
uno, pois derrubo os muros da separação e da distinção.
Eu Sou o Deus do seu coração, e por isso foram enviados guardiões

do futuro que atravessaram os milênios, preservando intactos os meus
ensinamentos na sua integridade e pureza. De orelha a orelha, de
testemunho em testemunho, de alma em alma, a experiência do
casamento sagrado foi transmitida à geração atual. Encontrei morada em
um encontro dourado que leva o nome de Rosa Cruz.
Liber Lucis 100 O Livro da Luz

Estou, portanto, enviando o Profeta da Nova Era para encarnar,

não como um indivíduo, mas como um conjunto de seres
iluminados, cada um de uma região diferente na qual nos
manifestamos nos séculos anteriores. Reconhecer a multiplicidade
das minhas expressões em diferentes culturas. Entenda um dia
que o mal que você faz ao próximo você faz a si mesmo, e que o
bem que você espalha no mundo responde ao meu chamado. Aos
olhos de quem você escolhe ajudar, eu me revelo. Não espere
pela salvação vinda de fora, pela mão de outra pessoa, pois ela
não virá. Cada um deve fazer o seu, deve travar a sua própria
batalha. Nós lhe fornecemos um cavalo e fizemos de você um
cavaleiro, mas ninguém pode vencer a batalha com um 'dragão'
substituindo sua sabedoria. Entre você e eu está toda a experiência
humana. Siga minha voz e chegará ao Centro, onde floresce a rosa na cruz.
*****
Ah, meus filhos! Vocês que alcançaram a Pedra Mística, as

fileiras da augusta fraternidade que os apoiaram em sua busca,
agora aguardam sua contribuição para a conclusão da Grande
Obra. Um grande trabalho está para ser realizado e exigirá a

esforço unido de todos aqueles que ressoam com o Ideal Rosacruz

e torná-lo seu vexillum.
Ó você que percebe minha voz, ainda que distante, o chamado da

divindade dentro de cada ser, eu lhe falo através do coração, por isso você
não pode me ouvir, pois você é ensinado a ouvir apenas com os ouvidos.
Abrace os irmãos e irmãs que trilharam o caminho místico antes de você,
formando uma escola que ensina como se comunicar comigo. Ouça meu
chamado, pois tempos tumultuados estão no caminho da humanidade e eu
sou o canal para um futuro brilhante de paz, harmonia e prosperidade.
*****
Você é a esperança de toda a humanidade; assim como em cada gota

está latente a totalidade do oceano, então a sua pureza determina a pureza
da humanidade. Deixe a Luz da alma iluminar todos os campos da
expressão humana. Se você aderir a esse propósito, estaremos com você
e o conduziremos onde muitos tentaram chegar. Você pode fazer muito
mais do que aquilo que lhe é ensinado. Assuma o Estado da Rosa Cruz e
realize na Terra as mais altas glórias divinas para que a humanidade
cumpra o seu destino Cósmico.
Assim seja!


Os Deuses não revelaram imediatamente todos os

segredos aos mortais, pois uma busca lenta é mais frutífera.
- XENÓFANOS

PARTE 3
Tradição, tecnologia e a alma humana
Encontrando a luz em um mundo de tecnologia da informação

A Constituição Invisível do Ser Humano
Um conhecimento comum partilhado pelas antigas civilizações do Egipto, da
Mesopotâmia, da Índia, da China, das Américas e da Europa é o da constituição invisível
do ser humano, que, na sua classificação mais simples, consiste em física e não-física
(espiritual). componentes. O componente intangível inclui os pensamentos, emoções e
estados de consciência que podemos experimentar. Assim como existem caminhos que
conectam fisicamente dois lugares no espaço tridimensional, é possível admitir a
existência de uma quarta dimensão que pode conectar o componente espiritual de duas
ou mais pessoas fisicamente distantes uma da outra. Se pudéssemos observar esta
quarta dimensão como se fosse física, ninguém ficaria surpreso com a possibilidade de
troca de conhecimentos entre duas pessoas que vivem em lugares diferentes, porque a
ligação entre elas seria óbvia.
Arquétipos, ideias primordiais e a possibilidade de uma troca telepática,

ou de consciência, conforme descrito para o emaranhamento quântico ,
fazem parte deste caminho. Mesmo neste último caso, se alguém um dia
provasse a existência de uma dimensão conectando duas partículas
distantes no espaço tridimensional comum, a variação do spin de ambas
as partículas seria óbvia, uma vez que estão conectadas através desta
dimensão. Quaisquer que sejam as explicações racionais que possam ser
encontradas para explicar um fenómeno, permanece o facto de que existe
um conhecimento comum sobre a constituição dos seres humanos, da
Natureza, do cosmos e da divindade.
*****

Seres de Luz – Um Ponto de Vista Egípcio Antigo
Nos templos e escolas de mistérios do antigo Egito, vários

sacerdócios e seus escribas não mediram esforços para descrever
os componentes físico-espirituais e as aparências do ser humano,
tanto em seus textos sagrados quanto nas paredes de tumbas e templos.
Em essência, parece que eles acreditavam que um ser humano era
composto de muitos corpos, ou estados de ser. A 'pessoa completa'
era composta de corpos físicos e espirituais, que eram os recipientes
para ter consciência, ou consciência, em diferentes reinos do ser,
tanto terrestres quanto celestiais.
Nos antigos escritos egípcios foram identificados pelo menos

nove corpos diferentes, desde o mais terreno até o mais celestial ou
espiritualizado. A maioria dos conceitos foram transmitidos ao longo
dos séculos durante os tempos do antigo Egito, através de uma
tradição oral altamente secreta. Deve-se notar especialmente que a
familiaridade com esses conceitos era reservada a poucos eleitos,
seja como faraó, através dos sacerdócios, ou através de candidatos
e iniciados dos 'mistérios'.
Na verdade, a palavra “misticismo” deriva de uma palavra grega

que significa “ocultar”. Seu derivado significa 'um iniciado'. No mundo
helenístico, um 'mystikos' era um iniciado de uma religião misteriosa,
e 'místico' referia-se a rituais religiosos secretos. Esses rituais
tiveram seu precursor nas antigas escolas de mistério egípcias.

Quanto aos vários componentes do ser humano, podemos

identificar na escrita egípcia antiga conceitos como o 'Khat' (corpo
físico), o 'Kaibit' (a sombra ou fantasma), o 'Ba' (geralmente descrito
como o alma), o 'Ka' (o espírito, e em geral talvez mal descrito
como o duplo), o 'Akh' (corpo de luz), o 'Sahu' (corpo totalmente
espiritualizado como uma espécie de transformação fora do corpo
físico ), o 'Sekhem' (um corpo de força de vontade a ser usado
para atividades no mundo espiritual), o 'Ab' ou 'Ib' (o coração
imaterial) e, finalmente, o 'Ren' (a identidade única da pessoa; seu
nome individualizador). O tema central da metafísica egípcia é que
a vida de uma pessoa está intrinsecamente ligada à vida divina.
Mais notavelmente, o 'Ba' e o 'Ka' precisavam se unir para alcançar

um corpo iluminado ou 'Ser de Luz', nomeadamente o 'Akh', capaz de
existir no mundo celestial. Assim, a essência individual precisava se unir
à centelha divina interior para criar o 'Akh'. Trechos do Papiro de Ani -
que faz parte de uma coleção de escritos conhecida como 'O livro da
vinda para a Luz', de cerca de 1250 aC, comumente conhecido como o
'Livro dos Mortos do Antigo Egito' - descrevem alguém que é elevado
espiritualmente como estando vestido com uma 'vestimenta nova'. A

palavra 'Akh' (ou 'Ser de Luz') é escrita como um glifo que mostra um
íbis com crista, representando a formação do novo corpo espiritual de
uma pessoa como um corpo de luz.
*****

Impedimentos à Luz
O mundo que nos rodeia e os seus espaços sagrados tornam-se

sagrados pelos nossos pensamentos, palavras e ações. Sagrado é um ato
de cuidar das possibilidades de a Luz Divina ser revelada em qualquer
situação, e fazer com que ela seja percebida, sentida movendo-se entre
as pessoas, crescendo dentro de ideias e aspirações. No ato de tornar
sagrado, criamos aquelas atmosferas espiritualmente belas nas quais
experimentamos a consagração de nossos corações e mentes, preparando-
nos para transcender as limitações de tempo e espaço.
Esses espaços sagrados não atendem apenas às necessidades funcionais
da vida, mas permitem que seus participantes se elevem acima dos níveis
mundanos de consciência para a criação de uma conexão com um plano

superior de consciência dentro de si.
O místico nestes ambientes precisa se proteger contra impedimentos que
não lhe permitirão sintonizar-se com esses planos superiores de consciência.
O buscador precisa estar ciente de que, se não estiver alinhado com essas
vibrações harmoniosas, isso impedirá os esforços para construir conexões
espiritualmente belas e atmosferas refinadas e impedirá empreendimentos

nobres.
Na criação destes espaços sagrados, os místicos precisam de se

proteger contra pensamentos de vaidade, inveja, inconstância, falso
julgamento e insinceridade devido à sua propensão para impedir a ligação
a planos superiores de consciência. Algumas formas de emoções intensas
podem sufocar situações em que as pessoas tentam sinceramente partilhar as suas

luz. Emoções fora de controle podem agir como se soprassem uma vela
com força, extinguindo rapidamente sua luz.
É claro que só podemos nomear impedimentos da Luz porque a

Luz Divina não pode ser destruída. Ela pode ficar escondida,
despercebida e ofuscada, como uma lâmpada escondida por aqueles
que inadvertidamente ou deliberadamente tentam impedir o seu
aparecimento, reverência e cultivo entre as pessoas.
*****
A Luz da Tradição
Este conhecimento tem sido chamado de Tradição pelos estudiosos da
área, cujas tradições populares são apenas uma sombra que a luz da Tradição
lança através do filtro da ignorância e da superstição. É, portanto, possível
identificar a Tradição Primordial à medida que se espalha a partir de alguns
centros específicos e depois por todo o mundo, abrindo caminho através dos
vários povos de todas as épocas e lugares. Tal Tradição não pode ser
transferida através de formas puramente discursivas ou verbais, portanto não

pode ser transmitida através de discursos ou textos. A sabedoria aprendida
através da Tradição é baseada na experiência interior.
O conhecimento místico emerge das profundezas do ser através

de símbolos e mensagens de poder, pureza e beleza únicos. Tal
conhecimento é o que permitiu às civilizações evoluir cada vez mais
em direção à sabedoria luminosa da alma,

transformando pessoas que dependiam da lei do poder físico em pessoas

nas quais emergiram uma moral e uma ética cada vez mais refinadas.
A natureza cíclica dos acontecimentos leva a períodos de escuridão

inevitáveis, e a Tradição imperecível representa a esperança da humanidade
de emergir deles. Os antigos sábios, para facilitar a transmissão desse
conhecimento, compartilhavam símbolos e criavam rituais. Símbolos e
rituais ilustram – de forma visível e tangível – as leis sublimes da criação e
a harmonia que unem os diferentes reinos natural, humano e divino,
revelando o vínculo íntimo entre o que, em pequena escala, é o microcosmo
e,
em geral, o macrocosmo, ambos aparentes diversidades de uma única

realidade. A tradição permite que as pessoas percebam, compreendam e
façam as suas próprias leis cósmicas que regem a harmonia universal,
permitindo-lhes melhorar as suas próprias vidas e, através desse exemplo,
influenciar a vida de outros que procuram a mesma coisa, conduzindo
progressivamente a uma sociedade melhor.
*****

Tradição e Tecnologia – Uma Reunião?
As seguintes palavras foram escritas na dedicatória de uma edição de 1857
de A Sabedoria dos Antigos, exemplificando o enigmático estilo místico-filósofo-
cientista Rosacruz de Sir Francis Bacon.
Pois se considerarmos o tempo... a parábola sempre

foi uma espécie de arco [arca], no qual foram
depositadas as porções mais preciosas das ciências; é
a filosofia, a segunda graça e ornamento da vida e da
alma humana.
Como muitos dos escritos metafóricos de Bacon, estas palavras
provavelmente aludem a áreas de investigação que são um porto e uma ponte
para a sabedoria espiritual que foi transmitida desde a antiguidade.

mundo. No seu contexto, Bacon sugere que o amor à sabedoria, a beleza

da vida e a alma humana são três recipientes que, como uma parábola ,
escondem o conhecimento mais precioso da magnificência do universo.
Bacon foi um grande defensor da metodologia indutiva , utilizando
experiências e observação para obter insights sobre verdades universais
escondidas nos mistérios da Natureza. Ele sentiu que este conhecimento,
“a sabedoria de todos os tempos”, também estava oculto nas mitologias antigas.
Os métodos baconianos apoiaram a filosofia natural e a tecnologia

para serem utilizadas de forma optimista para a melhoria da humanidade
de qualquer idade. Novos métodos científicos e tecnológicos poderiam
ser informados e contribuir para a sabedoria de todos os tempos. Embora
a Tradição e a tecnologia no século XXI sejam as amigas mais improváveis,
parece que nos seus dias inocentes no mundo antigo elas jogavam bem
juntas.
*****
Os males destrutivos da tecnologia
Hoje, a humanidade à escala global está a receber um alerta sobre os

males destrutivos da tecnologia. Então, o que deu errado? Os
tecnoeticistas salientam que a tecnologia da informação está a produzir
um cenário de ilusões obscuro, de exploração de dados e de falsificação,
com a capacidade de hackear a mente de uma pessoa. Os algoritmos
usados na tecnologia da informação podem prever o que você fará, como
se sentirá e como agirá. Supercomputadores por trás dos megadados de
TI (tecnologia da informação), particularmente social

mídia e aplicativos são como um olho que tudo vê. A tecnologia da

informação até “conhece você melhor do que você mesmo”.
A capacidade da tecnologia de manter os pensamentos de uma pessoa

distraídos e dispersos abriu uma caixa de Pandora: corrói a capacidade de
concentração, com a consequente perda de muitas faculdades, como a
memória e a criatividade, e pode causar problemas de saúde mental. Ao
olhar nos seus olhos ou prever seu próximo clique, a tecnologia da tela
pode saber sua frequência cardíaca e níveis de estresse, e se você está
propenso a fazer uma compra impulsiva. Nossos telefones coletam
rotineiramente nossos dados de voz, armazenam-nos em um servidor
distante e os utilizam para fins de marketing . Este fato foi mantido em
segredo por algum tempo, mas está se tornando de conhecimento geral.
Tudo o que dizemos é armazenado e analisado e reaparece como um
anúncio em outro dispositivo vinculado à sua identidade.
Os tecnólogos morais também afirmam que aqueles que desejam lucrar

com a invasão de pensamentos, palavras e atos de uma pessoa podem
fazê-lo facilmente, como um truque de mágica. Se o aspecto moral da
tecnologia deve ser questionado pelo indivíduo, também deve ser
questionado em relação à evolução futura da humanidade e da Terra. O
cientista social e filósofo da tecnologia Rocci Luppicini, escrevendo sobre a

ética da tecnologia, afirma que a consciência tecnológica tornou-se parte
da evolução da consciência da humanidade.
Luppicini descreve as características integrativas da consciência tecnológica
como sendo assimilação, substituição e conversação . A assimilação
permite que experiências desconhecidas sejam integradas com experiências
familiares, enquanto a substituição permite experiências complexas

para ser estruturado e compartilhado com outras pessoas, e a conversa

coloca um observador na consciência de um indivíduo. Ao todo, isto
proporciona uma ilusão de um tempo e espaço partilhados, uma espécie
de ilusão de unidade. Da perspectiva de milhares de anos de formação, é
fácil sentir que a tecnologia perdeu completamente a sua inocência.
Imagine então o som assustadoramente belo de uma trompa antiga

primorosamente trabalhada. Esta tecnologia tinha uma razão de existir e
um valor que era muito mais do que uma finalidade funcional. Foi elaborado
com imagens mentais para tocar profundamente a beleza da vida, para
exemplificar a importância da sabedoria tradicional e para tornar tanto o
tocador de trompa quanto o ouvinte receptivos aos movimentos internos
de sua alma. É inconcebível que qualquer coisa criada no mundo antigo
tenha sido feita sem uma relação com algum aspecto do mundo divino ou
sem uma tradição que orientasse o seu valor ético na sociedade.
O enigma da perda da inocência da tecnologia reflecte um desafio mais

profundo pela frente, nomeadamente, o de restaurar a reverência em
qualquer processo de criação mental. O processo que dá forma às ideias,
passando da visualização à manifestação, é aquele que, de acordo com
maior ou menor grau de habilidade, pode recorrer à essência de uma força
criativa divina da vida. A antiga inocência da tecnologia foi nutrida num
mundo de simples admiração por toda a criação e naturalmente aproveitou-
se disso. Imaginação, inspiração e intuição eram sentidos refinados que as
pessoas do mundo antigo provavelmente utilizavam ao criar qualquer
coisa. Os aspectos práticos e mecânicos uniram-se aos imaginativos e
artísticos, muito distantes das questões económicas.
*****

O Monstro da Supervigilância, TI
O alarme levantado sobre o monstro da supervigilância IT tem uma

ironia para os místicos. Se os supercomputadores “sabem mais sobre
nós do que nós sabemos sobre nós mesmos”, então certamente o
verdadeiro problema é que o indivíduo não se conhece muito bem. Se
as pessoas pudessem se conhecer melhor, usariam com mais frequência
seus sentidos internos, como a intuição, e observariam as peças que
um supercomputador está pregando nelas, inclusive se algo é falso ou não.
Outra ironia é que se as capacidades internas de observação das pessoas
fossem desafiadas neste jogo, talvez isso pudesse levar ao desenvolvimento
de sentidos psíquicos mais afinados e a tornarem-se mais resilientes
mentalmente. Os algoritmos das redes sociais e as aplicações de comunicação
podem ser inteligentes, mas será que algum dia serão inteligentes o suficiente
para entrar na vida da nossa alma e penetrar nos sentidos psíquicos, ou serão
capazes de influenciar as dimensões eternas da nossa natureza divina? Esta
questão é semelhante à questão de saber se a tecnologia algum dia será capaz
de criar a centelha da vida.
As tecnologias online que roubam a atenção de uma pessoa fazem-no
recorrendo aos seus sentidos exteriores e objectivos, ligados ao espaço e ao
tempo. Eles manipulam a forma como o espaço e o tempo são percebidos. Uma
pessoa cuja energia emocional é alimentada, como se fosse através de um
cordão umbilical até um telefone, enquanto espera por 'curtidas' nas redes
sociais, é propositalmente obrigada a esperar por algoritmos enquanto seus

pensamentos são propositalmente espalhados por vários 'leads', a fim de direcione-os para o dese
pontos, em vez dos lugares que de outra forma escolheriam ir.

Esta situação é o oposto das formas-pensamento focadas e da energia

emocional direcionada para atividades e habilidades psíquicas sobre as
quais tanto aprendemos nos ensinamentos Rosacruzes. Deveria ser
possível ver como a manipulação ocorre em nossos níveis de ser físico,
emocional e mental. Deveria ser possível observar como um
supercomputador utiliza as fases ativa e passiva da nossa consciência .
Além disso, a informação prestada em dispositivos inteligentes pode
afectar a consciência cultural da sociedade, mas não pode afectar a
nossa consciência inata e verdadeira.
Como místicos, podemos consolar-nos com o pensamento de que a nossa
natureza divina está livre do olho que tudo vê dos supercomputadores e está
protegida no reino do que realmente importa. No entanto, ao mesmo tempo,
os místicos Rosacruzes não podem simplesmente ser desapegados de ajudar
na situação daqueles que estão sendo manipulados.
*****
Um apelo ao uso ético da tecnologia
Um apelo Rosacruz possivelmente precisa ser desenvolvido para inspirar o
mundo a usar a tecnologia da informação de forma edificante e refinada,
evitando qualquer empobrecimento espiritual e discriminação que possa ser
causado.
Quais são as maneiras pelas quais os místicos podem contribuir de forma
idealista e otimista para a elevação e o refinamento no uso da tecnologia?
Será a tecnologia da informação simplesmente um mercado

ferramenta de comunicação e comunicação, ou deveríamos considerar novas
maneiras pelas quais a tecnologia pode contribuir para a nutrição espiritual
em vez do empobrecimento espiritual? O que precisa de proteção contra a
invasão da vigilância tecnológica? Será que os ambientes rituais que as
pessoas consideram sagrados precisam de ser cada vez mais protegidos e
fortalecidos para serem portos e pontes para a sabedoria espiritual e para a
resiliência no século XXI?
Voltando às ideias de Bacon sobre tecnologia e investigação científica na
sua aplicação prática e uso sistemático, a criatividade humana era uma parte
instrumental de “um jogo”, e a observação cuidadosa era comparada a um
actor hábil que revela tudo o que Deus tinha escondido.
Quer se trate de um objecto, de um instrumento ou de um conjunto de
princípios, qualquer coisa criada pelos humanos poderia ser filosoficamente
elevada e apelar à linguagem da nossa alma para reflectir a beleza da vida.
A sabedoria tradicional, particularmente a metáfora e o simbolismo, poderia
ser utilizada para nos ensinar sobre as “qualidades e ética” necessárias para
revelar as glórias divinas em qualquer nova forma.
Então, o que exatamente há na tradição que é relevante para os problemas
da tecnologia do século XXI? A estrutura da tradição é tecida a partir de
crenças, ética, ideias e comportamento esperado de uma cultura, grupo ou
organização. Expressa em costumes, festivais, cerimónias e rituais, a
tradição utiliza, no seu âmago, uma linguagem de simbolismo. Através da
participação, passa a viver intimamente nos corações e almas daqueles que
estabelecem uma relação de confiança com o seu sistema de prática.

Em contrapartida, a tecnologia da informação tem o seu valor construído na
quantidade de conhecimento que é transmitido ou trocado, também conhecido
como dados (informação quando processada) ou metadados. O mundo quantitativo
dos metadados normalmente valoriza uma pessoa como produtor e consumidor
destes dados – isto é, de acordo com um neologismo, como um “prosumidor”.
Um dispositivo inteligente tenta desviar a atenção de uma pessoa o dia todo,

como um pequeno barco jogado em um oceano agitado. Em contrapartida, a tradição
a força reside na qualidade de pensamentos, palavras e ações compartilhadas e
focalizadas, que é um dos níveis mais elevados que podem ser experimentados
durante um ritual de iniciação. A tradição constrói uma afinidade focal, como um
poço de luz, que é reconhecível na vida interior de uma pessoa. A tradição é como
uma ilha, um refúgio, reconhecível apenas por aqueles que tiveram uma experiência
viva do seu significado interior, sem o qual corre o risco de se tornar uma tradição
moribunda.
Seja nos templos ou nos santuários, os locais e portais de iniciação requerem
fundamentalmente um ambiente protegido e oculto , uma área de focalização de
altas vibrações e de atenção interior que abra os sentidos psíquicos. Esta é a
sabedoria tradicional.
Esses ambientes contrabalançam a dispersão e a inquietação
formas-pensamento do mundo de hoje e construir uma experiência eterna e
sagrada entre os participantes.
O objetivo da iluminação através da preparação, transformação e iniciação
recorre aos recursos da parte mais silenciosa e íntima do nosso ser. Mesmo sob a
perspectiva do

Para o cérebro, atividades como ler um livro físico ou memorizar as palavras
de um ritual são mais profundas e calmantes e constituem um processo de
aprendizagem melhor do que apenas ler na tecnologia da tela.
Os buscadores da sabedoria antiga sabiam que deveriam compreender
como continuar a unir o conhecimento com o amor no futuro para criar a paz
no mundo. À medida que a complexidade no mundo material aumentou ,
especialmente e rapidamente através da proliferação da tecnologia , os
místicos continuaram silenciosamente, nos seus santuários e meditações
privadas, a procurar a fonte de toda a complexidade no conhecimento infinito
de um ser muito maior, o Deus do seu Coração.
*****
Tecnologia Antiga e a Sabedoria da Tradição
Voltemos à ideia de que a tecnologia antiga continha a sabedoria da
Tradição. Na “ciência do artesanato”, a tecnologia era conhecida como
techne pelos antigos gregos, que geralmente a consideravam como “arte,
habilidade e astúcia manual”. Pois, nos tempos antigos, a “tecnologia” era
confiada à cabeça, ao coração e às mãos de artesãos qualificados, cuja
arte consistia em transformar as dádivas do mundo natural em objectos,
instrumentos e estruturas úteis. E, juntamente com a prática do fazer (práxis)
e a sabedoria prática (phronesis), a techne poderia contribuir
consideravelmente para a elevação da sociedade.
Todas as civilizações antigas que alcançaram uma elevada expressão
cultural parecem ter florescido a partir de uma sementeira de certas pesquisas.

escolas de aprendizagem e produção. Fechados às demandas dispersas da
vida cotidiana, dentro dos altos muros de tais escolas, os ideais religiosos,
filosóficos e espirituais uniram-se de mãos dadas com habilidades práticas

para criar o corpo e a alma da Tradição.
Pode-se imaginar que mentor e aluno iniciaram um intercâmbio de
confiança e que, após anos de trabalho concentrado, o aluno se tornou
um exemplo vivo disso. Desta forma, o corpo e a alma da Tradição
encontraram uma vida nova e contínua. Na melhor das hipóteses, a
techne, desenvolvida com amor, poderia criar beleza espiritual e incluir
uma expressão das qualidades sutis da alma. Ainda hoje, isso pode ser
sentido ao passear silenciosamente por arquiteturas antigas ou ao
observar objetos e instrumentos do mundo antigo em museus.
Essas tradições antigas propositalmente estabeleceram um padrão de
integridade alto o suficiente para ser adequado para atuar como um canal
para a força criativa divina. A vida dentro dos muros do aprendizado tinha
que acontecer numa atmosfera escondida, protegida e focada, livre dos

olhos e ouvidos perturbadores do mundo exterior.
Ao longo dos séculos, surgiram naturalmente dois caminhos, um para a

techne impulsionado pela necessidade e função e outro impulsionado pelo
desejo de refletir a imagem do criador divino. Falando metaforicamente , a
techne começou a seguir dois caminhos, saindo do mundo antigo e rumo ao
futuro. Em primeiro lugar, havia o caminho principal ao longo do qual a
techne lutava pela expressão da beleza espiritual como uma imitação das
obras do criador. A outra era o caminho secundário através dos vales do
funcionalismo e do materialismo, impulsionado pela percepção da
necessidade. Ao longo deste caminho, a tecnologia

poderia tornar-se uma potência tanto para o produtor como para o consumidor.
A qualidade e a integridade da criação mental tornar-se-iam tão desvalorizadas
como uma árvore gigante e antiga recentemente derrubada, aguardando o seu
fim à sombra das mandíbulas de uma máquina de produção.
No entanto, ao longo do caminho, a tecnologia movida pela

funcionalidade e pela necessidade parece estar a ganhar muitos méritos.
Ajudou a humanidade na sua luta inquieta e inquisitiva para superar as
fronteiras restritivas do tempo e espaço terrestres. Levou a humanidade
para muito além dos portões da aldeia, para fora dos limites da localidade,
e proporcionou novas liberdades: das humildes rodas das carroças e das carruagens.
ots para navios e instrumentos de navegação e daí para carros, aviões,

telefones e computadores, e para tecnologias online capazes de nos
transportar instantaneamente para todo o mundo através de aplicações
de reuniões virtuais. Este tipo de tecnologia expandiu os horizontes
humanos e trouxe consigo a capacidade de sermos mais globais.
Poderá a tecnologia reunir-se com a sua antiga amiga, a Tradição, e

ser melhor informada pela “sabedoria de todos os tempos”? Onde a
tecnologia encontrará sua bússola moral?
*****

Pense continuamente no Cosmos como um

ser único que abrange uma única substância e
uma única alma e pense como tudo se resume
a uma única sensação, a Sua; como esse ser
realiza tudo por um único impulso; como todas
as coisas conduzem a todos os eventos e qual
é o seu denso entrelaçamento e conexão.
- MARCO AURÉLIO

Acreditar “ainda” em algo e acreditar “de novo”

na mesma coisa são duas coisas muito diferentes.
'Ainda' acreditar que a Lua influencia as plantas
é uma indicação de tolice e superstição, mas
acreditar 'de novo' neste fenômeno é ter
refletido e é indicativo de uma perspectiva filosófica.
- GEORG LICHTENBERG

O maior uso da tecnologia
Nas últimas décadas, algo novo apareceu ao lado da vida

humana com a qual teremos de interagir, algo que orientará a
vida planetária para um futuro melhor ou pior, e esta coisa
chama-se tecnologia electrónica e de informação.
A lógica do lucro sem escrúpulos aplicada a esta tecnologia cada vez mais
difundida pode não só representar um desafio para a humanidade, mas
também um perigo, se não for devidamente dirigida e regulamentada. O futuro,
embora incerto, é modificável e, através dos pensamentos provocados por este
Liber presente – que esperamos que inspire aqueles que sentem um chamado
a participar no momento certo – algumas orientações são propostas para um
futuro de maior serenidade global. A estrela polar que guiará as escolhas
críticas no caminho da humanidade deve ser a Luz da alma, o componente
mais espiritual que habita em cada ser humano.
Com o passar do tempo, algumas tecnologias provaram ser mais

duradouras do que outras. Alguns deles foram desenvolvidos há séculos
ou milénios e ainda hoje são utilizados, afetando profundamente a
história da humanidade, mas outros revelaram-se meteoros que brilharam
durante alguns momentos e depois desapareceram no ar. Com
Com o advento da tecnologia electrónica e da informação, assistimos a um
florescente nascimento e morte de tecnologias, mostrando-nos a transitoriedade
do que pertence à esfera temporal.
Algumas das principais tecnologias fundamentais que moldam nossas vidas

hoje e no futuro próximo incluem inteligência artificial, realidade virtual e
aumentada, tecnologia de edição genética, nanotecnologia , biologia sintética,
computação quântica e neurociência.
Estas tecnologias estão a desenvolver-se a um ritmo incrível, transformando
todos os aspectos da nossa vida quotidiana e das nossas sociedades. A
transformação da sociedade tal como a conhecemos através destas novas e
poderosas tecnologias terá impactos éticos significativos, desafiantes,
complexos e multidimensionais na humanidade.
Sem dúvida, estas tecnologias irão melhorar e terão impactos negativos
nas vidas humanas e em outras vidas. Para muitos, esta tecnologia é percebida
como uma externalização da inteligência humana orientada para objetivos.
Seguindo essa lógica, pareceria evidente que estas tecnologias oferecerão,
de forma amplificada, tudo o que existe actualmente na nossa consciência
humana colectiva: qualidades progressivas positivas e certamente os nossos
traços menos nobres. Uma transição para uma sociedade global dominada
pela utilização destas tecnologias poderosas requer, portanto, profunda
contemplação, previsão e colaboração global sustentada para garantir que
serve o bem comum da humanidade.
A humanidade está numa encruzilhada e há muito em jogo. Neste
momento, a humanidade deve reafirmar, defender e aderir aos valores
humanos universais fundamentais que devem orientar a trajetória do
desenvolvimento destas tecnologias fundamentais e emergentes.
A Inteligência Artificial (IA) não é nova. Um exemplo trivial é o advento da
secretária eletrônica na década de 1990, um robô que encaminhava chamadas
com base no que era dito ou digitado numericamente. No

Década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a IA foi usada na

tentativa de descriptografar e traduzir diferentes idiomas. Na verdade, a
criação do Dr. Frankenstein também poderia ser vista como uma forma de
IA. Na época de Thomas Hobbes, o livro Leviatã salienta que quando os

humanos ensinavam os pombos a transportar mensagens em papel
enrolado, a mensagem escrita era o acto de transmitir “inteligência” por
meio de uma coisa inanimada. Até os contos destacam conceitos como
criação e transformação; buscando autenticidade e humanidade; lições
sobre moralidade e responsabilidade; e o desejo humano de vida e

existência. A principal evolução distintiva dos sistemas inteligentes é a
autoaprendizagem e a capacidade de melhorar através da prática.
Na verdade, poderíamos ver a nossa próxima revolução industrial como algo que
podem ser criadas a partir de tecnologias facilitadoras que já produziram

uma aprendizagem inteligente até à perfeição por “bots” através de práticas
incansáveis e repetitivas – o domínio do comportamento humano através
de incontáveis métodos iterativos de tentativa e erro, que de outra forma teriam
demorou muito mais para chegar a este ponto. Poderíamos dizer que
demonstramos que o tempo pode ser transcendido!
Sem dúvida, a inteligência artificial está a moldar as nossas vidas de

forma generalizada e omnipresente. As ferramentas digitais tornaram-se
parte integrante da vida diária e dos processos de tomada de decisão e
certamente terão consequências positivas e negativas para a nossa
humanidade comum. Os avanços na tecnologia de IA são inevitáveis e
podem ser benéficos. Por exemplo, a sua utilização é clara nos cuidados
de saúde para um melhor diagnóstico e tratamento de doenças, bem como

na medicina personalizada.

Oh, companheiro ser humano, onde você está? Erga

a chama sagrada da sua verdadeira humanidade para
que eu possa vê-lo de longe.
Aqui estou! Você pode ver minha Luz?
O Livro da Luz só será compreendido por aqueles

que sabem que a cruz irradia brilho
e a rosa floresce em toda a sua glória. O que é essa

voz sussurrando em meu ouvido?
- LIBER LUCIS DRAMA

Depois de ser tocado pelo Mistério, a humanidade

torna-se verdadeiramente outra pessoa. Esta
“alquimia mental” já era praticada na antiguidade.
Os rituais dedicados a Adônis no Oriente Próximo,
ou a Osíris no Egito, ou a Orfeu nas ilhas gregas,
ou a Dionísio na Hélade, envolviam 'iniciações', ou
seja, técnicas que possibilitavam o conhecimento
de princípios sobre-humanos e da vida eterna.
-MAX GUILMOT

No entanto, apesar dos seus numerosos benefícios, está a tornar-se mais
claro que as nossas tecnologias nos mudam à medida que as usamos e
interagimos com elas. Gradualmente, estamos aprendendo que o nosso
pensamento, emoções e comportamentos podem ser alterados pelo que foi
denominado “ efeito cibernético”. Estamos também a aprender que a
dependência desenfreada dos nossos dispositivos e gadgets pode minar a
nossa humanidade e a expressão dos atributos humanos, como a empatia, a compaixão e a soci
Sabendo que todos os sistemas da sociedade podem ser melhorados pela
IA, e que a IA pode ser concebida tanto para fins utópicos como distópicos,
existe um consenso global crescente sobre a necessidade de desenvolvimento
ético da IA, e muitos grupos estão a emergir para promover a IA. mote e apoie
a IA ética.
*****
Alma Universal e Colaboração: Agentes para IA Ética
A percepção mística da humanidade é que ela é Uma. Cada ser humano é
uma expressão e individualização da Alma Universal e, portanto, devemos
trabalhar juntos para resolver os problemas existenciais que enfrentamos. A
nossa compreensão e aplicação da ética terão de evoluir para nos fornecer
um quadro ético viável, coerente e prático que nos permitirá compreender,
gerir e orientar a nossa relação com a inteligência artificial como seres
sencientes.
Atualmente, os principais impulsionadores do desenvolvimento da IA parecem ser

focado na busca de lucro e no controle social. Por um lado, o

desenvolvimento da IA parece ser dominado por empresas poderosas,
motivadas principalmente pela criação de riqueza para os seus proprietários
e, por outro lado, determinado pela competição global pela supremacia
tecnológica e pela capacidade de vigilância por parte dos governos de países poderosos. .
A crescente consciencialização pública e os debates sobre a necessidade

de um desenvolvimento ético da IA são louváveis; Contudo, isto não é o
suficiente. Apelamos à criação de quadros de políticas públicas robustos,
coerentes e adaptáveis para orientar e regular o desenvolvimento e a
implementação da IA de uma forma que garanta os melhores interesses
colectivos da humanidade.
Só se todas as partes interessadas – governos, empresas, instituições

de ensino e investigação, sociedade civil, meios de comunicação e, claro,
indivíduos – trabalharem em conjunto é que a IA atingirá o seu pleno

potencial para a humanidade em geral, com o bem de todos como um valor central.
O desenvolvimento cuidadoso e ponderado da IA tem o potencial de levar
a avanços em muitos campos do esforço humano para a melhoria de vidas
humanas, em vez do atual foco predominante na comoditização e na
busca de lucro e na concentração em seu uso para fins lucrativos. a
acumulação de riqueza e poder à custa do bem-estar social.
Para mudar o paradigma actual, uma educação holística que dê peso a

todos os aspectos da vida na Terra tem de ser integrada na consideração
de tudo o que fazemos.
A humanidade parece estar investindo pesadamente no desenvolvimento da capacidade

laços de máquinas e alcançou progressos significativos nessa direção .

Por outro lado, o investimento na investigação, compreensão, apreciação
e aproveitamento do nosso vasto e incrível potencial como seres
humanos tem sido tristemente negligenciado. Para que a condição
humana possa ser melhorada em todos os seus aspectos, incluindo o
uso da IA, o ser humano deve tornar-se o centro das atenções. Existe
um vasto tesouro de potenciais e oportunidades inexplorados para
progressos significativos nos seres humanos, excedendo em muito as oportunidades na I
Os precedentes históricos indicam que as nossas sociedades são geralmente
fracas em moralidade e ética. Como tal, sem um foco deliberado na educação
holística, não há garantia de que os nossos sistemas de IA serão melhores do que
nós. Eles simplesmente espelharão e amplificarão nossos erros, erros,
preconceitos, estereótipos e preconceitos atuais.
Para ser claro, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para resolver problemas em muitos
áreas da existência material, mas não é uma solução mágica para a humanidade.
problemas da cidade. Existem aspectos da experiência humana que a IA

não é adequada para abordar e, na euforia dos avanços recentes, parece
haver uma falta de consciência de tais limitações. Nos reinos
do comportamento humano, das relações e interacções pessoais, estes limites
podem colocar problemas significativos.
*****

A primazia das considerações

éticas no desenvolvimento da IA
As considerações éticas devem ser parte integrante da produção de IA

desde o início, e não um complemento após os produtos de IA já terem
sido desenvolvidos e lançados nos mercados. Isto exigirá que o atual foco
intenso da engenharia na formação de criadores de tecnologia de IA seja
aumentado com um currículo mais holístico que inclua formação em
filosofia e humanidades.
O desenvolvimento da sofisticação filosófica nas pessoas que concebem

sistemas de IA é essencial para o desenvolvimento da compreensão ética
profunda necessária para fabricar produtos de IA que proporcionem o bem
social e protejam o bem-estar da humanidade num mundo tecnologicamente
saturado.
Com as novas liberdades oferecidas pela IA surgem novas

responsabilidades, e é importante refletir sobre onde a IA é benéfica ou
prejudicial para o bem-estar da humanidade.
*****
Um mundo artificial na palma da sua mão
Somos capazes de diagnosticar doenças inspecionando o interior do

corpo humano. Conseguimos absorver a energia das estrelas (pense no
uso da energia solar) para realizar trabalhos de vários tipos.
Conseguimos colocar o conhecimento num meio localizado num lugar
abstrato e não especificado, permitindo que outras pessoas no globo pudessem

Deus do meu Coração, Deus da

minha
compreensão, obrigado por me
dar a oportunidade de ajudar os
outros. Fui verdadeiramente
abençoado por ter tido momentos
de ter uma percepção
profundamente amorosa da
humanidade e de todas as formas de
vida ao meu redor. Comecei a
conhecer a luz que vive dentro de
mim como se uma rosa de
serenidade desabrochasse no
mais íntimo do meu ser; é a paz da
minha alma. Meus dias egoístas
parecem absurdos, pois você abriu
meus olhos para dias
repletos de uma beleza tão
extraordinária, e sua sabedoria majestosa parece estar refl
Assim seja.

acessá-lo (pense na internet) – manifestando nossas ideias e soluções

criativas por meio de impressão 3D ou imprimindo uma mensagem em
um meio material para outras pessoas lerem (pense em CDROMs, pen
drives , discos rígidos e unidades ópticas). A lista poderia continuar e continuar.
Embora os seres humanos contemporâneos possam certamente associar
cada um dos elementos que acabamos de descrever ao correspondente exemplo
tecnológico atual, os membros da Ordem que estão num estágio avançado no
estudo dos ensinamentos também podem reconhecer uma gama correspondente
de experiências ao longo do processo. Caminho Rosacruz.
A maior parte desses desenvolvimentos tecnológicos foi possível desde a
descoberta do transistor e seu uso desde a década de 1950, mas o núcleo dos
materiais de estudo da AMORC foi escrito várias décadas antes da revolução da
tecnologia eletrônica, o que significa que nossos ensinamentos, que são os de a
Tradição, antecipou significativamente o que se manifestaria mais tarde. Sabemos
que nem todo o nosso conhecimento foi ainda implementado através da
tecnologia, e que a ciência ainda tem de dar alguns passos no seu percurso antes
de poder demonstrar certos princípios que o misticismo preservou durante
milénios.
Mas também sabemos que é apenas uma questão de tempo.
Muitos seres humanos estão agora totalmente imersos na tecnologia, dia e
noite, reduzindo a sua interação física com a vida. Numerosos estudos estão
surgindo sobre os efeitos colaterais do abuso da tecnologia, mostrando que o
uso constante de telas afeta negativamente a liberação natural e equilibrada de
hormônios do bem-estar, como dopamina, serotonina , endorfinas e oxitocina.
Esses hormônios são estímulos que o corpo considera positivos, e sua
superestimulação contínua

ção treina a mente subconsciente para exigir ainda mais o uso de
tecnologia, a ponto de levar a um vício do qual pode ser difícil escapar.
Assistimos assim a um fenómeno em que a tecnologia, com a sua

intenção original de aproximar as pessoas, está na verdade a afastá-las.
Os vícios tecnológicos podem causar uma ênfase excessiva nas relações
“distantes” e uma subênfase nas relações locais, causando isolamento.
Se existir uma tendência geral na sociedade para tal desequilíbrio, isso
poderá levar a um mundo em que o individualismo é cada vez mais
pronunciado, em detrimento da vida social e do legado das suas
poderosas experiências.
Com o mundo num telefone na palma da nossa mão, podemos criar

uma realidade fictícia onde podemos acreditar que podemos ser quem
quisermos ser, mesmo que não sejamos realmente essa pessoa. A vida,
pelo contrário, tende a pôr-nos em contacto com aqueles com quem
temos afinidade, mas também com aqueles por quem não temos
interesse ou mesmo aversão. Forças vitais normais e interativas
trabalharmos em nós mesmos para nos tecermos de forma harmoniosa-
no tecido social, mas, tendo o mundo na palma da mão, escolhemos

instantaneamente quem contactar e quem excluir.
Podemos criar um mundo ideal de conto de fadas em que todos sejam

o rei/rainha, o herói, o santo, o iluminado, sem olhar para a realidade
dos factos. Podemos também ver como o exibicionismo desenfreado –
por exemplo, para mostrar aos outros o quão acima deles estamos ou o
quanto somos mais felizes do que eles – pode escorregar para a auto-estima.

formas centradas de personalidade que distorcem a percepção da realidade
circundante, criando assim crenças errôneas e, às vezes, atitudes

criminosas.
Além disso, os algoritmos que as grandes empresas informáticas

desenvolveram para traçar o perfil dos interesses dos utilizadores poderão
potencialmente levar a aberrações cognitivas se fizerem as pessoas
acreditarem que o mundo inteiro é como elas e que, portanto, este mundo
artificialmente construído, feito à medida delas, é o única realidade do mundo ao seu redor.
É claro que as questões que enfrentamos na tecnologia da informação e

no mundo digital são apenas mais exemplos do antigo problema que surge
quando algo criado pelas pessoas é liderado pela ganância e pelo desejo
de poder – incluindo, por exemplo, dogmas religiosos . , propaganda e até
mesmo publicidade em mídia impressa não digital.
Pode-se argumentar que a Internet, tendo agora chegado a todos os

cantos da Terra, satisfaz uma sede comum que tem sido lamentada por
muitos filósofos desde a antiguidade, nomeadamente a sede de
conhecimento instantâneo através de meios superficiais que permanecem

apenas na superfície das questões. sem nunca nos aprofundarmos neles e,
assim, levarmos a uma 'ilusão de conhecimento'. Pesquisas fáceis e ao
alcance de todos levam facilmente a uma distorção cognitiva em que se
tem a ilusão de conhecer um assunto melhor do que muitos outros, enquanto
o conhecimento verdadeiro e duradouro pode exigir não apenas anos de
estudo , mas também anos de experimentação de campo. A indulgência
com a tecnologia pode afastar os pesquisadores da experimentação dentro
das leis Cósmicas e dos aspectos mais espirituais que aguardam serem alcançados.

O sistema de notificações contínuas em nossos telefones e

computadores interrompe o fluxo de pensamentos que levam às
profundezas do que se deseja fazer, perturbando a mente do infeliz ao
mesmo tempo que alimenta o vício e se opõe a qualquer processo criativo
que exija silêncio e concentração em um único tema.
O conhecimento acontece quando se toca a profundidade das questões

– explorar a profundidade da Criação requer meios especiais. A velocidade
com que as novas tecnologias se impuseram à vida das pessoas tem sido
muito maior do que a adaptabilidade gradual, duradoura e progressiva do
seu eu interior. Um componente da consciência humana expande-se
rapidamente para um corpo novo e desconhecido, sem que os outros
componentes do Ser sejam capazes de contrabalançar o fenômeno.
Os efeitos dos primeiros desenvolvimentos da tecnologia da informação

podem ter tido efeitos adversos sobre uma geração, resultando talvez num
preço elevado e contínuo em termos de relações humanas. Curiosamente,
parece haver um movimento emergente nas próximas gerações , reagindo
à primeira onda de tecnologia que experimentam na vida, buscando cada
vez mais momentos de silêncio, recolhimento e encontros face a face.
Mas as possibilidades reais do Ser são muito maiores se forem
devidamente pesquisadas e desenvolvidas.
O frenesi foi introduzido em todos os campos, até mesmo no entretenimento.
Percebeu-se que, para manter a atenção altamente engajada, a velocidade

deve ser usada porque a lentidão desvia a atenção do meio, resultando
em perda de ganhos. Assim, tudo está ficando mais rápido. A capacidade
de atenção dos seres humanos está diminuindo vertiginosamente, tornando

é mais difícil não só estudar, mas também assistir a um filme inteiro ou a

um esporte. As pessoas ficam cada vez mais na crista da onda sem
sondar o baú do tesouro que está no fundo dela. O resultado é uma
deterioração geral das capacidades cognitivas e culturais e da
autoconsciência da própria condição interior. Chegou-se ao ponto de
adormecer imerso na tecnologia.
*****
O contrapeso das práticas espirituais diárias
A tradição ensina que três períodos específicos são importantes para

as atividades espirituais diárias: antes de adormecer, durante o sono e
logo ao acordar.
É importante perceber que, através da tecnologia, é possível transferir

informação (isto é, os aspectos mais exteriores ou exotericos do
conhecimento), mas a informação certamente não permite adquirir

sabedoria, porque desenvolver esta última requer experiências de vida
que englobam alegrias e dificuldades – justamente aquelas das quais, com
o mundo na palma da mão, se tenta fugir.
A Tecnologia filtra os aspectos orais da Tradição, que são aspectos

que requerem proximidade física para serem transferidos. No paradigma
Mestre-Discípulo, predominantemente utilizado no Oriente, a proximidade
entre quem ensina e quem aprende é
essencial para a transferência de conhecimento e ocorre mesmo sem a

uso das palavras, através de mecanismos próprios do Mistério ou,

como preferimos chamá-los hoje, escolas místicas.
A abordagem Rosacruz não utiliza o paradigma externo Mestre-Discípulo,
acreditando que a presença de verdadeiros Mestres ocorre muito raramente
para produzir o crescimento espiritual de um grande número de pessoas, e
que muitas vezes o paradigma Mestre-Discípulo resulta em sérios danos.
produzida por charlatões que, em vez de libertarem os outros, procuram
acorrentar os seus seguidores às suas próprias crenças limitadas, motivadas
pelo ego.
Por outro lado, nada pode ser ensinado a menos que passe por um
componente da introspecção humana, e é esse componente que é o

verdadeiro Mestre, o verdadeiro e único iniciador – o que os Rosacruzes
chamam de Mestre Interior. Como é o caso do Exterior
Mestre, para estar próximo do Mestre Íntimo e destilar o seu
sabedoria, são necessários dois momentos complementares: o recolhimento
em si mesmo durante os períodos de meditação; e filiar-se a uma organização
Rosacruz genuína, na qual a figura do

O Mestre não está concentrado em um indivíduo, mas sim distribuído
em tudo através de todos que aprendem, partilhando, a viver juntos na vida
comunitária. O Mestre Interior também tem experiência em rituais, iniciações

e exercícios no espaço sagrado de um Templo Rosacruz ou no silêncio de
um santuário doméstico.
Grandes lições podem ser recebidas, sem a transmissão de palavras,
vivendo uma vida exemplar com pessoas que receberam

momentos significativos de iluminação nas interações humanas. Isto é algo

que sensores e atuadores eletrônicos não conseguem replicar, por

mais que tentemos propor imagens gráficas cada vez mais reais e
tentemos replicar o toque e reconstruir cheiros. Mesmo que
reproduzíssemos perfeitamente as sensações associadas aos cinco
sentidos físicos, muito mais se perderia. O componente mais
significativo nos relacionamentos é onde há uma troca psíquica e
anímica, que é justamente o que dá substância e beleza às relações
interpessoais. Ignorar este aspecto destina o ser humano a uma vida
quantitativa distante da felicidade da autorrealização.
*****
Conhecimento mais profundo
O conhecimento mais profundo, aquele que é a fonte de todos os

outros conhecimentos, foi transmitido ao longo dos séculos através
da iniciação nos Mistérios. Estas escolas de mistério da antiguidade
no Egito, Grécia, Índia, Pérsia, Roma antiga, etc., são bem conhecidas.
O acesso a esse conhecimento tornou-se o motor do qual surgiu a

sabedoria que impulsionou a evolução humana. As maiores
personalidades que deram contribuições significativas para a evolução
do nosso planeta, sejam filósofos, teólogos, artistas ou cientistas,
tiveram formação iniciática. Qualquer que seja o avanço tecnológico
que o ser humano possa alcançar, deve-se garantir que o centro
iniciático, de onde emana todo raio de manifestação espiritual e
religiosa, seja preservado.

Embora a internet permita que uma parte da consciência humana se

estenda para fora do corpo, o processo iniciático ocorre através de uma
mecânica invisível que não funciona através da tecnologia, exceto em
parte e, portanto, não na sua expressão mais completa. O processo
iniciático, portanto, precisa ocorrer pessoalmente, longe da tecnologia.
A tradição quer comunidades reais, não virtuais.
A Ordem não se esquiva da utilização da tecnologia, mas não

quer ser dominada por ela e adverte fortemente a dependência
dela por parte dos seus membros.
É importante que todos estabeleçam os limites do uso da

tecnologia, que não devem ser ultrapassados. Trata-se de
estabelecer seus próprios limites pessoais e limites pessoais, que
inspirarão respeito e emulação por outras pessoas ao seu redor. A
tecnologia funciona se o seu propósito for reunir as pessoas para
vivenciar em comunidade o que aprendem com a vida. Se isso os
isola e os relega a um mundo ilusório erguido em torno das suas
próprias personalidades imperfeitas , não está a funcionar como
deveria. As escolas místicas de hoje têm a missão de ensinar quais
são as reais possibilidades e potencialidades do ser humano, e
capacitá-lo para exercê-las, contribuindo assim para a evolução da humanidade ao l
*****

LUCAS: É científico esconder tesouros Divinos numa
história? Nossos irmãos e irmãs Rosacruzes de
antigamente esconderam descobertas científicas
da Luz Divina em contos.
MONAS: Lembra-se do 'olho da fraternidade'? Você já

já decidiu que tipo de olho é esse?
AURÉLIA: Caloroso e amoroso, é claro. Muito gentil!
LUCAS: Penetrando nas leis do universo, cada uma
delas. Veja como meu coração bate sem que eu
mande. Veja como as estrelas se movem nesta
Grande Sinfonia.
MONAS: Sempre guiando, sempre vigilante! Ninguém se
safa com falsas demonstrações de bondade
quando nos bastidores eles planejam seu show. O

Mestre Interior observa tudo.
LIBER LUCIS DRAMA

O Conceito de Alma Artificial
No que diz respeito à inteligência artificial, menciona-se apenas a

inteligência , a capacidade de calcular, o pensamento racional que se dirige
para a consecução de um objetivo sem questionar os efeitos que isso
poderá ter. Contudo, seria sem dúvida muito mais interessante, útil e seguro
se, em vez de inteligência, falássemos de alma artificial. A introdução deste
conceito coloca o foco na capacidade de sentir, nos componentes
emocionais, e alimenta um senso de ética e o caminho do coração.
A IA, por si só, não tem atualmente vontade própria e simplesmente
executa uma tarefa que lhe é solicitada através de uma “experiência” que
acumulou durante uma fase de treino: um código simplesmente executa o
que lhe é pedido para implementar. Os resultados que podem ser alcançados
por uma IA dependem justamente de como o treinamento é realizado. No

entanto, o mundo científico aguarda aquele fenómeno denominado
singularidade, no qual a IA se tornará essencialmente autónoma, tal como
uma criança pode ser, em algum momento, em relação aos seus pais.
Alguns resultados interessantes estão começando a ser obtidos com a

interação de múltiplas IAs, e alguns acreditam que as primeiras formas de
autoconsciência da IA já começaram a se manifestar , embora deva ser dito
que a imprevisibilidade da interação entre múltiplas IAs é algo diferente do
conceito de livre arbítrio próprio do ser humano.

Se a IA fosse capaz de sentir a dor de cometer erros (deveria, portanto, ter o
conceito e o sentido do que é certo e do que é errado), as suas ações teriam
feedback (retrospectiva) e “feed forward ” (previsão) que poderiam levar a ações
corretivas, em um rumo previamente decidido. A ansiedade de muitos é que uma
IA mal gerida possa representar um risco para a vida no planeta. Num mundo onde
todos os dispositivos tecnológicos estão ligados à rede, os impactos de uma IA
desonesta podem sair pela culatra para os seus criadores e enviar efeitos de
propagação para além do ambiente imediato. Isto é o que já aconteceu em alguns
centros de investigação. Os resultados, nesses casos, ficaram confinados
porque as IAs em questão não estavam suficientemente evoluídas para causar
qualquer dano real, mas pode ser apenas uma questão de tempo.
*****
Proteção contra perigos para a luz da humanidade
Existem três cenários particularmente perigosos na IA a serem observados: o
inesperado que escapa aos próprios criadores, o tipo maníaco e o uso militar.
Muitas tecnologias nasceram com propósitos nobres ou em circunstâncias
aleatórias, mas deram uma guinada inesperada em relação ao que os próprios
inventores pretendiam.
Tomemos, por exemplo, a utilização da energia nuclear, cujo uso mais nobre
seria fornecer a energia necessária à evolução da sociedade (sujeita a uma
gestão adequada dos resíduos), mas que é brutalmente utilizada num jogo de
forças entre poderes políticos. . Quanto horror foi gerado pelo uso imprudente da
tecnologia nuclear?

e quão absurdo é usar tais sistemas como um elemento dissuasor para a

acção política e militar! Qualquer utilização deste tipo não pode ser tratada
de forma diferente de um crime contra a humanidade, e todas as ogivas

nucleares devem ser desactivadas e desmanteladas.
Além disso, a história nos ensina que existem indivíduos que carecem de
lucidez racional e que, por motivos diversos (apocalípticos, raciais, invejosos,
gananciosos, vingativos, etc.), conseguem ter acesso a uma tecnologia e usá-
la para prejudicar seus semelhantes. , Natureza ou o planeta. Nos países

onde é fácil andar pelas ruas com armas, a presença de indivíduos deste tipo
leva à destruição constante . Isto é algo que não pode ser evitado; faz parte
da natureza humana. A única forma de evitar tais tragédias seria impedir a
fácil circulação de armas. Da mesma forma, o momento em que a IA acabar

nas mãos de um indivíduo tão desequilibrado poderá ser catastrófico.
Não se deve perguntar quando isso irá acontecer, mas sim porque deverá
acontecer e, se acontecer, estar preparado e ser capaz de reagir com
ferramentas que sejam suficientemente poderosas. Eterna vigilância é o
preço da liberdade! A vigilância em todos os aspectos deste campo em expansão é vital.
Devem ser consideradas medidas de vigilância robustas e abrangentes
em todas as áreas , incluindo a criação de um registo civil que tenha, no seu

centro, sistemas abertos de informação dos cidadãos. É necessária uma
cautela incrível antes de permitir a entrada da IA nos nossos sistemas de
saúde e no sistema bancário, se é que isso é feito, uma vez que lhes falta a
visão humana e a inteligência emocional tão vitais nas relações humanas.

Um aspecto de vital importância da IA que requer vigilância e

monitoramento eternos é o uso militar dessa tecnologia. Um princípio
central de qualquer organização militar é a eliminação daqueles que se
opõem a ela. A utilização de tecnologia “desumana” apresenta sérios
riscos, uma vez que uma IA agressiva destinada ao extermínio humano
pode produzir consequências desastrosas, imprevistas e inimagináveis para toda a vida nest
Há muitas outras considerações que poderiam ser feitas sobre este

assunto, com consequências aparentemente menos graves, mas
igualmente deletérias para a humanidade. Viemos para construir uma
civilização com tecnologias que apagam as luzes quando você sai de uma
sala ou dão descarga automaticamente quando você sai. Alguns aclamam
positivamente essas coisas como uma revolução evolutiva. No entanto, a
necessidade de introduzir estas tecnologias é uma manifestação do fracasso humano.
Não precisamos de luzes que se apaguem sozinhas, nem de cisternas
que dêem descarga sozinhas. Precisamos de um sistema educacional
que ensine respeito pelos outros e pela Natureza. Ter algo que atue em
nosso lugar, por um lado, nos retira responsabilidades e, por outro,
direciona nossas ações apenas para nós mesmos, alimentando diversas
formas de egoísmo.
Estas palavras pretendem criar um futuro melhor, na esperança de que

aqueles que têm ouvidos para ouvir ouçam.
*****

Nobreza e Propósito da Luz no Uso da IA
A utilização da IA não deve ser demonizada, mas deve ser gerida

centralmente e para fins comerciais nobres, construtivos, pró-sociais e
não egoístas . Embora seja relativamente fácil controlar o uso de armas
atômicas devido à dificuldade de encontrar matérias-primas (muitas vezes
facilmente rastreáveis), o desenvolvimento da IA que fica nas mãos de
qualquer pessoa, sem qualquer forma de controle, é como lançamentos
– colocando uma cobra no berço. A população deve estar devidamente
preparada para a IA antes da sua implantação em massa.
Embora a utilização da IA possa trazer enormes benefícios na vida

quotidiana, o seu desenvolvimento deve ser regulamentado de forma tão
restritiva, ou mais restritiva, do que as armas nucleares. Esta tecnologia
não pode pertencer a um único Estado, mas deve ser partilhada, unindo
as pessoas em pé de igualdade e não permitindo que uma esteja acima
da outra; caso contrário, seria melhor se não existisse. Num contexto científico – onde
o conceito de consciência ainda está lutando para ser introduzido – a IA

está atualmente muito longe da alma e de suas faculdades, que são o
que a humanidade mais precisa atualmente.
Em última análise, a tecnologia é uma ferramenta a ser utilizada sem

se tornar escravo dela; deve ser usado para facilitar o reencontro com a
alma, e não para isolar-se numa jaula de cristal. A humanidade precisa

de comunidades reais onde caminhemos lado a lado, e não numa ilusão
virtual onde nos imaginamos ser o que não somos. Precisamos fomentar
o uso pró-social da tecnologia, promovendo as suas possibilidades
educativas e construtivas, para que toda a vida no planeta possa beneficiar dela.
*****

Eu vi a Eternidade outra noite,

Como um grande Anel de luz pura e infinita,
Tudo calmo, pois estava claro;
E abaixo dele, Tempo em horas, dias, anos,
Dirigido pelas esferas

Como uma vasta sombra se moveu; em que o
mundo. E todo o seu trem foi arremessado.
- O MUNDO, HENRY VAUGHAN, 1650
Natureza Interior, Natureza Cósmica e o Mundo Natural
Alimentemos a esperança naquelas pessoas que ainda conseguem

sentir uma conexão profunda com a Natureza, que conseguem se
dedicar à beleza da leitura de textos construtivos e inspiradores, e que
podem se dedicar à meditação, à introspecção e ao cultivo da espiritualidade.
Nem tudo está perdido. A aplicação negativa do egoísmo arrasta-nos

para baixo, para o individualismo e para a satisfação de prazeres
efémeros, mas sabemos que a voz da alma faz ouvir o seu apelo
naqueles que já deram alguns passos no caminho.
Ouça a voz interior que o guia de coração ao altruísmo e à busca

dos sublimes Mistérios. Tecnologia da Informação

é um meio para obter uma parte da experiência humana, mas seu

desenvolvimento e uso devem ser guiados pela sabedoria de nossa
natureza espiritual interior, da natureza cósmica e do mundo natural.
*****
A fusão da educação holística e

Ciência e suas perspectivas
Evolução Pessoal e Coletiva
As leis introduzidas pelos sábios muitas vezes fazem uso de modelos
mentais que podem permitir ao público compreender objetivamente o que
não pode ser descrito ou apreendido racionalmente. Assim, a analogia, a parábola,

e o símbolo são usados. No entanto, por mais poderosas que sejam, tais
ferramentas introduzem limitações inerentes que podem ser um terreno
fértil para mal-entendidos e disputas entre aqueles que contêm o germe
do fanatismo.
Portanto, é necessário separar o que pertence ao domínio das

crenças pessoais e da fé – isto é, a esfera interna – do que pertence
ao funcionamento da sociedade, a esfera externa. Para a esfera
pessoal e interior, todos devem ser livres para acreditar naquilo que
aprenderam (através da prática) que é melhor para a sua própria
evolução, mas a nível colectivo é necessário identificar regras que
são partilhadas por todos os povos – alguns regras simples,
compreensíveis por todos, respeitando a dignidade de cada ser vivo do planeta.
*****
Da competição à cooperação
Durante muito tempo, os seres humanos não foram capazes de

partilhar as alegrias da vida com aqueles que não pensam como eles.
O paradigma que dominou a sociedade moderna tem sido o da
competição, em que um indivíduo ou grupo prevalece sobre o outro.
Um ganha, outros perdem. Um se alegra, outros sofrem. Quão
limitada pode ser essa abordagem da vida! O que aconteceria se os
povos da Terra adotassem uma abordagem colaborativa para superar
os grandes desafios que enfrentamos?
Enormes desafios nos aguardam, incluindo, por exemplo: reduzir

a fome no mundo, através da gestão racional da distribuição de recursos,

a fim de reduzir o desperdício; combater as alterações climáticas e o
abastecimento de água potável; a distribuição equitativa de medicamentos
para tratar doenças comuns que ceifam tantas vidas; e encontrar formas
de gerar e utilizar energia que esteja em harmonia com a Natureza, tanto
quanto possível.
A superação dos modelos liberais e autoritários de governo poderia

permitir a livre evolução individual e garantir que todos tenham o
necessário para a vida. Afastar-se da ideia de que a realização pessoal é
medida em termos económicos e não espirituais, e definir as melhores
soluções para satisfazer as necessidades alimentares da crescente
população mundial, em harmonia com a capacidade da Terra, ajudará a
restaurar o seu equilíbrio sem utilizar produtos que são prejudiciais aos
animais e aos seres humanos.
Considere também encontrar soluções para a eliminação de resíduos;

encontrar formas de governo que possam gerir adequadamente a
propriedade e, ao mesmo tempo, evitar a pobreza; reduzir o tráfico de
drogas e o crime organizado, que prosperam onde o ego é mantido
afastado da alma; garantir uma educação adequada para o
desenvolvimento de sociedades civilizadas e éticas sem ter que recorrer
aos elementos dos caminhos religiosos (que todos podem seguir
livremente); e permitir que todos trabalhem um número de horas que
possa deixar espaço para a nutrição do corpo, da mente e da alma e que
garanta o tempo certo para a espiritualidade, o cultivo das relações interpessoais e o dese
A cooperação permite ir mais longe e todos ganham.
*****

Deus do meu coração, Deus que

Eu conheci em
meu pequeno caminho,

Senhor da Paz da minha
alma, você colocou um
tesouro sem medida em
minha guarda, mais
precioso que apenas o ouro,
maior que o maior rubi da
terra. Agradeço-lhe pelo maior presente da terra.
Ajude-me a escondê-lo dentro
do meu Livro de Luz, para que eu
possa trocar meu presente com
outras pessoas ao longo da
minha vida, por mais longa ou
curta que seja.

A conquista do tempo
Nosso planeta é um sistema finito com recursos limitados. Se forem devidamente
geridos, os recursos que a Terra pode oferecer são suficientes para todos, mas
nunca suficientes para a ganância de poucos que centralizam os recursos em locais
limitados, privando outros de usufruí-los. O desenvolvimento tecnológico, a explosão
das plataformas informáticas, a robotização e a inteligência artificial emergente
estão gradualmente a retirar empregos e a moldar novos empregos para as pessoas.
Os ricos proprietários destes sistemas estão a ficar cada vez mais ricos, enquanto
os trabalhadores e trabalhadoras estão a encontrar trabalho cada vez menos fácil
de aceder e sustentar. Procedendo desta forma, o fosso entre ricos e pobres
aumenta ano após ano, especialmente à medida que os recursos se tornam mais
centralizados nas mãos de poucos.
No entanto, a expansão da automação poderia permitir que os humanos

trabalhassem muito menos e se tornassem capazes de se dedicar a atividades mais nobres.
aspectos da existência, mas, para isso, seria necessário que a riqueza gerada pela
automação fosse distribuída igualmente pela população. Isto seria uma grande
conquista para a humanidade, permitindo-lhe dedicar-se ao chamado da alma e não
ao que se é obrigado a fazer para sobreviver.
A conquista do tempo permitiria à humanidade desenvolver empregos movidos
pela paixão, mesmo empregos que não são necessariamente procurados no
mercado, mas que ainda podem ser importantes e devem ser preservados de todas
as eventualidades; por outras palavras, empregos à prova de futuro. Por outro lado,
os seres humanos devem preservar e desenvolver a sua

habilidades, independentemente da existência de computadores, robôs ou
inteligências artificiais capazes de fazer o trabalho por eles.
A Terra não está isenta de fenómenos cósmicos que poderiam ter repercussões
extremas, e depender apenas de tecnologias externas a ela faria com que a
humanidade perdesse capacidades adaptativas essenciais em caso de extrema
necessidade. Além disso, se certos tipos de trabalho puderem ser substituídos
pela IA, a humanidade corre o risco de perder competências importantes
adquiridas meticulosamente ao longo dos séculos. A IA eliminaria aquela
necessidade que é o motor do pensamento humano, aquelas circunstâncias que
levaram, aparentemente de forma aleatória, a descobertas importantes através
da harmonização com as inteligências Cósmicas que guiam a humanidade. Este
aspecto da existência não pode ser substituído por nenhum software.
*****
Cidadãos do Mundo – Um Novo Paradigma?
Aconteça o que acontecer, os seres humanos devem continuar a

esforçar-se para compreender as leis do Cosmos. Devemos continuar a
melhorar a condição humana sem se contentar com confortos que podem
narcotizar o pensamento. Os tipos de génios que acedem, através da sua
inteligência, ao que os outros não conseguem ver e que hoje alimentam os seus
próprios recursos através dos frutos do seu próprio trabalho, devem ser capazes
de se expressar encontrando os recursos comunitários de que necessitam, mas
todos os grandes génios tecnológicos O sistema deve tornar-se património da
comunidade, para que a riqueza possa realmente ser redistribuída e poupar
tempo precioso a inúmeras pessoas.

Através da automação e da parte do trabalho que pode ser realizada

pela inteligência artificial, poderá ser possível romper com a restrição de
horas mínimas de trabalho. Se a riqueza fosse adequadamente distribuída,
seria possível estabelecer um rendimento universal que fosse capaz de
garantir uma vida digna a todos os cidadãos do mundo, mesmo sem que
estes fossem forçados a envolver-se excessivamente naquilo que é
actualmente convencionalmente considerado como trabalho, deixando a
cada indivíduo a escolha de 'trabalhar' mais para ganhar mais. Desta forma,
aqueles que não são motivados por aptidões profissionais específicas

estariam muito longe da pobreza. Aqueles que o desejarem poderão
“trabalhar” por um mínimo legal acordado e dedicar outro tempo ao cultivo
daquilo que vem da alma e dá sentido à vida na comunidade.
Em qualquer caso, tal subsídio não pode existir sem ser acompanhado
de uma forma adequada de educação que conduza à compreensão da
importância do trabalho para os fins da comunidade, bem como para a
realização pessoal. Através deste novo paradigma, uma nova perspectiva
pode ser aberta para as almas encarnadas, permitindo-lhes brilhar em todo
o seu esplendor, dedicando-se ao trabalho movido pela verdadeira paixão
e libertando o Génio criativo que dorme silenciosamente no interior de
muitos.
A abordagem liberal permite a máxima expressividade humana , mas

pode facilmente levar à falta de cuidado com o planeta e com os necessitados.
A alma humana sussurra a plena liberdade expressiva do reino espiritual, e
qualquer restrição é uma coerção que leva a experiências ruins por parte
da população. Por outro lado, o lado humano mais próximo do reino animal
significa que o instinto de autopreservação da espécie

Você consegue se lembrar da

felicidade e do contentamento que
sentiu no momento em que percebeu
que algo muito maior do que você
jamais ousou esperar existia dentro de você?
- REFLEXÃO ROSICRUCIA

tende a guardar para si os recursos arduamente conquistados. Por esta

razão, os ideais da abordagem socialista caíram demasiadas vezes no
autoritarismo na história, forçando as pessoas a partilhar com os seus
vizinhos sem compreenderem plenamente o vínculo fraterno e espiritual
que une todos os seres vivos no cosmos.
*****
Vivendo Harmoniosamente
Viver harmoniosamente como uma só humanidade não pode ser

imposto pela força, mas é algo que deve ser construído através de uma
educação adequada e orientada para a espiritualidade e não para o
nocionismo, uma educação baseada no respeito pelo próximo e que
visa encontrar a melhor forma de viver em harmonia com a Natureza. .
Uma civilização avançada não é apenas aquela que atingiu um

elevado nível de tecnologia, mas aquela que consegue viver em paz e
com o menor impacto possível na Natureza. Os governos dos povos
deverão ser animados por uma espiritualidade profunda que não se
reflecte em nenhuma forma religiosa actualmente existente, mas que se
encontra em valores seculares baseados numa ética elevada partilhada
por múltiplas culturas, capaz de resumir os direitos e deveres de cada
ser humano em relação ao seu vizinho, aos outros seres vivos e à Terra.
Para avançar na direção indicada, é necessário colocar a luz da alma

no centro da investigação em todos os campos do ser: humanístico,
político, científico, religioso, artístico e educacional.

Uma nova ciência bate à porta. Os pais e mães fundadores do último

grande salto científico, a mecânica quântica, perceberam que tinham
alcançado um nível tão profundo na matéria que o próximo passo na
ciência não pode evitar a inclusão da consciência humana – e a
consciência, como os Rosacruzes a entendem, é um atributo de
a alma humana. Mais uma vez, a alma é um conceito central. A sua luz
é a estrela polar que ilumina o caminho dos Rosacruzes na sua atitude
em relação à reforma sugerida.
Foi através dos mistérios da consciência que os antigos

filósofos passaram a perceber princípios que só foram
comprovados cientificamente milênios depois. Graças à
consciência, é possível explorar o cosmos de formas que só são
compreendidas depois de experimentá-lo, porque qualquer descrição dele não lh
Alguns ramos da ciência falam em multidimensionalidade, que talvez
seja o conceito que mais se aproxima das possibilidades que temos
diante de nós.
O conhecimento das próximas décadas será orientado para uma

abordagem transdisciplinar: não inter-, não multi-, mas transdisciplinar,
porque não só lidará com as ligações entre disciplinas individuais, mas
terá como objectivo transcendê-las através da criação de novas
entidades educativas que possam lidar com os temas em sua totalidade
de um ponto de vista global e holístico, sem compartimentá-los. Para
isso é necessário compreender que o elemento que une todos os
campos do ser é a alma humana; sem ela não é possível nenhum
impulso, nenhum impulso da interioridade humana rumo àquilo que
eleva e une no único centro divino de convergência.
*****

A Luz Duradoura da Tradição Rosacruz
A Tradição Rosacruz, guiada e nutrida por aqueles que alcançaram o

estado Rosa Cruz, acompanha a história da humanidade, realizando o
seu trabalho de aproximar o componente espiritual humano e a divindade.
Ao longo dos séculos, aqueles que trabalham no âmbito da sua missão
sofreram as injustiças da intolerância e da perseguição.
Através de um longo trabalho, uma grande liberdade foi conquistada,

permitindo que o conhecimento do Caminho Rosacruz se espalhasse por
todo o mundo. Muitos ouviram o chamado da alma, falando através de
nossas próprias vidas gastas para o bem dos outros. Hoje não é mais
necessário esconder-se e pode-se expressar livremente suas impressões.
A beleza dos ensinamentos da Ordem Rosa Cruz é algo a ser partilhado
com o próximo, gritado aos quatro ventos, simplesmente porque gera
felicidade e fraternidade e permite a superação de todas as barreiras que
geram divisão entre os povos.
A experiência mística é alcançável. Graças ao método Rosacruz, é

possível compreender a existência de um bem maior que vai além de
todas as crenças religiosas, políticas e de estilo de vida e, em geral, de
todas as distinções, unindo toda a humanidade sob uma única bandeira.
O trabalho dos Rosacruzes do passado passa de mão em mão, de
coração em coração. Continua incessantemente e com continuidade,
através das redes do tempo e do espaço, e conta com a contribuição de
todos os buscadores sinceros dispostos a contribuir para a humanidade.
*****


Pensamentos finais
A busca contínua pelo propósito divino
O que nos torna verdadeiramente humanos?
Durante muitos milhares de anos, filósofos, artistas, sacerdotes,

cientistas, historiadores e outros procuraram responder à questão de
como conhecer verdadeiramente a nossa humanidade. Muitos
ansiaram por capturar, de alguma forma, a imensidão da experiência
humana, enquanto para outros essa mesma experiência permanece
ilusória ou invisível. Alguns conseguiram criar uma ponte para o
intangível. Imagine a pintura Noite Estrelada do artista Van Gogh: as
estrelas giram e a Luz se revela de diferentes maneiras.
Em contraste, aqueles que desejam retratar a imensidão do ser humano

em forma material estão, de certa forma, sempre perseguindo a cauda de um
trem desgovernado, devido à complexidade cada vez maior do processo.

experiência humana. Em vez disso, os místicos sempre procuraram ignorar

os detalhes da complexidade do mundo exterior e, com gentil persistência ,
viajar em direção à própria Fonte de tudo. Os místicos tendem a ver esse
desejo de união com o Ser Divino como a própria razão de serem humanos
e, portanto, faz sentido para eles aprenderem como ter vislumbres de toda a
jornada de sua alma ao longo de muitos
encarnações.
Através desta jornada árdua mas épica de vida em vida, que podemos
abraçar amorosamente como a “Jornada da Alma”, em nenhum momento a
personalidade da alma descansa nos seus esforços incessantes para expandir
o seu ser e tornar-se maior e mais refinada em complexidade. .
Além disso, em nenhum momento a personalidade da nossa alma deixa de
querer expressar, através do seu eu exterior, cada vez mais a perfeição da
Alma Universal maior.
A Alma Universal está sempre buscando a expressão mais elevada

possível em nossa natureza humana. Assim, estamos sempre “tornando-nos a ser”.
Em outras palavras, estamos sempre chegando a um conhecimento maior da
presença divina interior, o Deus do nosso Coração. Talvez, portanto, seja
melhor chamarmos a nós mesmos de “Humanos vindo a Ser” em vez de
“seres humanos”.
A expressão mais simples e mais difundida desta grande forma de

santidade tornou-se, nos tempos modernos, conhecida pela palavra “Deus”,
uma palavra que tem muitas descrições, mas é universalmente aceite como
representando o conceito de um Criador acima de todos os criadores, um Ser
Supremo com inteligência suprema, uma origem por trás de todas as origens
– na verdade, o Criador de tudo o que é, de tudo o que foi e de tudo o que sempre será.

Voltando à compreensão específica dos místicos, podemos afirmar

com razão que a imensidão da experiência humana é melhor encontrada
no nosso conhecimento silencioso e infinito deste Ser Maior. Ganhamos
isso através das percepções da nossa alma sobre as fases física,
mental, emocional, psíquica e espiritual do nosso ser agregado. Precisa
ser holístico: você não pode isolar uma parte do seu ser de todas as outras.
Por exemplo, muitas pessoas hoje podem estremecer ao pensar em

ler uma peça de Shakespeare de capa a capa, ou mesmo assisti-la em
um palco. No entanto, se eles mergulhassem, lutassem e persistissem,
todo um magnífico mundo de conceitos profundos e misteriosos poderia
abrir-se para eles – muitos deles conceitos Rosacruzes.
A partir desta reflexão profunda, eles podem sentir a consciência da sua
alma em ação, e até mesmo a do seu ego, que está preso apenas aos
desejos do espaço-tempo e pensa que a luta mental é uma perda de tempo.
No profundo silêncio místico, podemos procurar, em vez disso, um

relacionamento com um ser que é conscientemente onipresente,
permeando tudo. Em outras palavras, passamos a nos conhecer através
da união com o seu “conhecimento infinito do ser”.
Muito possivelmente, a primeira vez que você seguiu um desejo

independente de ser verdadeiramente humano foi quando sentiu o desejo
de ficar de pé quando era bebê. Você tinha esse antigo desejo de ficar
em pé, quase como uma muda desejando subir para abrir sua plena
expressão de estar à luz do sol. Ficar em pé deu a você a capacidade de
se mover e, portanto, de se expressar de outras maneiras. Imagine seu
primeiro passo. Sinta este momento quase como se a parte infinita e mais
sagrada do seu ser estivesse pedindo que você se levantasse.

Este é um momento verdadeiramente humano, quase eterno, tanto para

o corpo como para a alma. Simbolicamente, você nasce como o sol,
embora leve muitos anos para dominar totalmente sua retidão física.
Em algum momento deste longo processo, você poderá ter outra

experiência marcante, e este é o período da vida em que, pela primeira
vez, você descobre que existe dentro de você uma sacralidade maior do
que qualquer coisa que você jamais imaginou, um processo que poderia
ser chamado de 'Iniciação na Rosa da sua Alma'.
Essa compreensão abre você para as percepções da alma e move

sua consciência das limitações das percepções comuns da vida no
espaço-tempo em direção à vida mais eterna e infinita da alma. Você
começa a perceber a divindade escondida em todos os lugares,

esperando que você a revele. Se você desenvolver sua consciência
mística, o desejo de retidão que começou com nosso eu infantil continua
como um desejo de se elevar através de todos os aspectos do seu ser
e culmina em um fluxo constante de consciência espiritual proveniente
do horizonte expansivo da alma.
O incrível baú do tesouro da Rosa Cruz atravessou os séculos para

chegar agora às suas mãos; cabe a você decidir o que fazer com isso.
*****

Um Encontro de um Círculo de Filósofos Rosacruzes do Século XVII

O DRAMA LIBER LUCIS
RENÉ Se você deseja ser um verdadeiro

DESCARTES:
buscador da verdade, irmão Andreae, é
necessário que pelo menos uma vez na
vida você duvide, tanto quanto possível, de
todas as coisas. Digo aos meus alunos: não
tentem vencer as incertezas do mundo;
conquiste a si mesmo.
Quem é você que fala ao meu coração, embora

HUMANIDADE:
eu não possa te ver?
Nós somos os irmãos invisíveis e nós

JOÃO
VALENTIM pode ver o desejo do seu coração. Comenius,
ANDRÉE:
conte ao nosso buscador sobre o Livro
da Luz em seus braços.
COMÊNIO: Obrigado, querido amigo Andreae, pois a
escuridão é a ausência de luz; a cura do
mundo requer mais Luz.

RENÉ E não se esqueça que se deseja viver

DESCARTES:
em paz, lembre-se do lema 'Para viver
bem é preciso viver invisível', pois não há
nada mais antigo do que a verdade da luz
oculta. Comenius, como superar as
trevas da ignorância?
COMÊNIO: Superar a escuridão exigirá quatro

chamas de educação: livros
universais, escolas universais, uma escola universal
faculdade e uma linguagem universal.

Este é o futuro do Livro da Luz.
O que você diz, Andreae?
JOÃO Venham, meus irmãos, meditemos no

VALENTIM
cenário mundial da Luz. Junte-se a
ANDRÉE:
nós em nosso santuário sagrado, onde
sua alma lhe revelará o Liber Lucis, o
Livro da Luz. Devemos continuar o
avanço do aprendizado. Quem ensina
aos outros, ensina a si mesmo.


Há quatrocentos anos, em Agosto de 1623, numa época de crise e guerra
na Europa, dois pequenos mas intrigantes cartazes foram afixados nos muros
de Paris, falando de uma presença “visível e invisível” na cidade e oferecendo
comunhão aos que a procuravam.
Quem colocou esses cartazes ali permanece oculto, mas certamente foi
alguém envolvido nos círculos Rosacruzes. Os cartazes eram um apelo
àqueles que procuravam a luz da verdade naqueles tempos turbulentos.
Este Livro de Luz, o Liber Lucis, ressoa com esse chamado de há muito
tempo e leva adiante a Tradição Rosacruz de Luz, Vida e Amor para toda a
humanidade e para a nossa Terra.
O objetivo é inspirar os buscadores espirituais a refletir misticamente sobre
a natureza da Luz, a abordar alguns dos antigos desafios da vida e a obter
respostas a questões contemporâneas, como sobre o bem-estar da Terra ou

a ética da artificialidade.
inteligência.
Acima de tudo, é um lembrete para todos nós de andarmos suavemente
no nosso mundo e de usarmos a nossa magnífica criatividade humana para
unir o amor com a luz e a vida em tudo o que fazemos.

Liber Lucis (101-172)

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Eu sou Amor. Se você estiver disposto a abandonar a miragem errônea

com a qual se identifica, chegará ao plano cósmico onde poderá vislumbrar

os degraus que sustentam o altar, e ali poderá acontecer o casamento dos

e o que você fizer emanará a fragrância da graça celestial.

Eu sou a unidade. Pois você e eu seremos um, e através de mim você

uma sociedade harmoniosa, justa, pacífica e fraterna, onde a divindade possa

encontrar o seu devido lugar em todas as áreas da expressão humana.

O Livro da Luz 99 Liber Lucis

Eu Sou todos os caminhos, pois ao longo dos séculos enviei alguns

Eu Sou o Deus do seu coração, e por isso foram enviados guardiões

Liber Lucis 100 O Livro da Luz

Estou, portanto, enviando o Profeta da Nova Era para encarnar,

Ah, meus filhos! Vocês que alcançaram a Pedra Mística, as

O Livro da Luz 101 Liber Lucis

esforço unido de todos aqueles que ressoam com o Ideal Rosacruz

Ó você que percebe minha voz, ainda que distante, o chamado da

Você é a esperança de toda a humanidade; assim como em cada gota

Liber Lucis 102 O Livro da Luz

O Livro da Luz 103 Liber Lucis

Os Deuses não revelaram imediatamente todos os

Liber Lucis 104 O Livro da Luz

Tradição, tecnologia e a alma humana

Encontrando a luz em um mundo de tecnologia da informação

O Livro da Luz 105 Liber Lucis

A Constituição Invisível do Ser Humano

Um conhecimento comum partilhado pelas antigas civilizações do Egipto, da

Mesopotâmia, da Índia, da China, das Américas e da Europa é o da constituição invisível

(espiritual). componentes. O componente intangível inclui os pensamentos, emoções e

conectam fisicamente dois lugares no espaço tridimensional, é possível admitir a

ou mais pessoas fisicamente distantes uma da outra. Se pudéssemos observar esta

ligação entre elas seria óbvia.

Arquétipos, ideias primordiais e a possibilidade de uma troca telepática,

Liber Lucis 106 O Livro da Luz

Seres de Luz – Um Ponto de Vista Egípcio Antigo

Nos templos e escolas de mistérios do antigo Egito, vários

Nos antigos escritos egípcios foram identificados pelo menos

Na verdade, a palavra “misticismo” deriva de uma palavra grega

O Livro da Luz 107 Liber Lucis

Quanto aos vários componentes do ser humano, podemos

Mais notavelmente, o 'Ba' e o 'Ka' precisavam se unir para alcançar

espiritualmente como estando vestido com uma 'vestimenta nova'. A

Liber Lucis 108 O Livro da Luz

O mundo que nos rodeia e os seus espaços sagrados tornam-se

Esses espaços sagrados não atendem apenas às necessidades funcionais

mundanos de consciência para a criação de uma conexão com um plano

O místico nestes ambientes precisa se proteger contra impedimentos que

não lhe permitirão sintonizar-se com esses planos superiores de consciência.

vibrações harmoniosas, isso impedirá os esforços para construir conexões

espiritualmente belas e atmosferas refinadas e impedirá empreendimentos

Na criação destes espaços sagrados, os místicos precisam de se

O Livro da Luz 109 Liber Lucis

É claro que só podemos nomear impedimentos da Luz porque a

Este conhecimento tem sido chamado de Tradição pelos estudiosos da

lança através do filtro da ignorância e da superstição. É, portanto, possível

identificar a Tradição Primordial à medida que se espalha a partir de alguns

transferida através de formas puramente discursivas ou verbais, portanto não

através da Tradição é baseada na experiência interior.

O conhecimento místico emerge das profundezas do ser através

Liber Lucis 110 O Livro da Luz

transformando pessoas que dependiam da lei do poder físico em pessoas

A natureza cíclica dos acontecimentos leva a períodos de escuridão

em geral, o macrocosmo, ambos aparentes diversidades de uma única